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96 REVEJA

Mesoterapia: uma revisão bibliográfica

Mesoterapia: uma revisão bibliográfica

1 2
Fernanda Oliveira Camargo Herreros Aparecida Machado de Moraes
Paulo Eduardo Neves Ferreira Velho 3

Resumo: A intradermoterapia é um procedimento médico introduzido por Pistor em 1958 que consiste na aplicação de
injeções intradérmicas de substâncias farmacológicas diluídas que são administradas diretamente no
região a ser tratada. Há relatos do uso da intradermoterapia no tratamento de doenças dolorosas, dermatoses e condições
inestéticas. As clínicas médicas vêm oferecendo recentemente o tratamento da intradermoterapia, utilizando o nome mais
popular para esta prática - mesoterapia.
Há poucas informações científicas sobre o assunto publicadas em periódicos indexados no MedLine.
Apenas alguns estados seguem rigorosamente esse método. A maioria das publicações indexadas sobre o assunto trata de
as complicações desta técnica.
As dermatoses inestéticas têm sido uma queixa comum nas clínicas dermatológicas, tornando-se necessário ter evidências
científicas para dar aos pacientes. Portanto, estudos científicos bem pesquisados sobre este
técnica são necessárias para oferecer dados aos profissionais médicos que explicarão claramente aos pacientes tanto o
benefícios e os riscos desses procedimentos.
Foi realizada uma revisão bibliográfica e verificamos a necessidade de novos estudos com métodos adequados
confirmar os benefícios da intradermoterapia utilizada no tratamento dermatológico.
Palavras-chave: Injeções intradérmicas; Análise; Pele; Terapêutica

Resumo: A intradermoterapia é um procedimento médico introduzido por Pistor, em 1958, e consiste na

aplicação, diretamente na região a ser tratada, de injeções intradérmicas de substâncias farmacológicas
muito diluídas. Esse método é capaz de estimular o tecido que recebe os medicamentos tanto pela ação da
punctura quanto pela ação dos fármacos, e apregoa-se que sua vantagem é evitar o uso de medicação sistê mica. Há
relatos da utilização da intradermoterapia para tratamento de doenças dolorosas, dermatoses e
condições consideradas inestéticas. Atualmente, clínicas médicas oferecem esse tratamento, utilizando,
porém, o nome mais popular para essa prática, mesoterapia. Há escassa informação científica sobre o tema
publicada em periódicos indexados no MedLine e poucos estudos com metodologia mais rigorosa sobre a
eficácia e o mecanismo de ação da via intradérmica. A maioria das publicações indexadas sobre esse tema
versa sobre as complicações dessa técnica. As dermatoses inestéticas têm se tornado queixas frequentes nos
consultórios dermatológicos, sendo necessário um embasamento científico para lidar com tais pacientes, os
quais, muitas vezes, estão em busca das novidades mostradas através da mídia. Assim, há necessidade de
estudos cientificamente bem conduzidos sobre essa técnica. Estes estudos deverão oferecer aos médicos
elementos para esclarecer os pacientes sobre quais benefícios esperar e quais os riscos de tal abordagem.
Desse modo, realizou-se uma revisão bibliográfica sobre o assunto e constatou-se a necessidade de novos
estudos com metodologia adequada para a confirmação dos benefícios da intradermoterapia como ferra menta útil no
tratamento dermatológico.
Palavras-chave: Injeções intradérmicas; Pele; Revisão; Terapêutica

Aprovado pelo Conselho Editorial e aceito para publicação em 25.05.2010.

* Study conducted at the University of Campinas (UNICAMP), Campinas, São Paulo, Brazil.
Conflict of interest: None / Conflito de interesse: Nenhum
Financial funding: None / Suporte financeiro: Nenhum
1
PhD., Voluntary Investigator, Dermatology Department, University of Campinas (UNICAMP), Campinas, São Paulo, Brazil.
2
Adjunct Professor, Dermatology Department, University of Campinas (UNICAMP), Campinas, São Paulo, Brazil.
3
PhD., Professor and Coordinator of the Dermatology Department, University of Campinas (UNICAMP), Campinas, São Paulo, Brazil.

©2011 by Anais Brasileiros de Dermatologia

Um Bras Dermatol. 2011;86(1):96-101.

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Mesoterapia: uma revisão bibliográfica
INTRODUÇÃO
A intradermoterapia é um procedimento médico
introduzido por Pistor em 1958 que consiste na
aplicação de injeções intradérmicas de substâncias
farmacológicas que foram diluídas e que são
administrado diretamente na região a ser tratada.1,2
O evento que introduziu a técnica de apy intradermother
é bem conhecido. Pistor atendeu um paciente com
um ataque de asma e administrou procaína intravenosa, na
esperança de obter broncodilatação. Além da asma, o paciente
apresentava perda auditiva crônica. No dia seguinte, o paciente
voltou e disse ao médico que
depois de quarenta anos de surdez, ele foi novamente capaz de ouvir
o sino da igreja, que foi atribuído à injeção
ele havia recebido. O paciente solicitou a repetição da injeção
da mesma substância, pois sua audição havia
melhorou apenas por um curto período. O médico administrou
injeções intradérmicas deste produto
na região da mastóide e o paciente mais uma vez
experimentou ganho de audição temporário. O médico continuou
com injeções de procaína em vários pacientes
e, em 1958, publicou suas conclusões em “La
Presse Medicale”, um artigo intitulado “Declaração resumida
das novas propriedades da procaína local em
pathologie humain” (Revisão das novas propriedades da
procaína tópica em patologia humana).1
Neste artigo, ele descreveu sua experiência em
tratamento de surdez, zumbido, vertigem, presbiopia e
dores de cabeça usando injeções locais de procaína. Ele
supôs que os efeitos eram razoáveis por causa de
a estimulação neurossensorial causada pela procaína,
mesmo que tenha sido de curta duração. Pistor acreditava
que este modelo de terapia baseado em injeções intradérmicas
foi tão importante que mereceu seu próprio nome
– mesoterapia – tendo em vista a origem embriológica da
a pele.
REVISÃO DA LITERATURA
Apesar de este ser o evento mais conhecido na história
da intradermoterapia, um
devemos lembrar que os experimentos realizados anteriormente
veio antes do experimento de Pistor. Esses experimentos
foram mencionados por Rotunda e Kolodney em 2006 em
um artigo de revisão: em 1884, Koller, um oftalmologista,
relatou sua experiência com o uso de cocaína local para
gerenciar a dor. Em 1904, Einhorn descobriu um novo
anestésico com baixo risco de dependência de drogas:
procaína. Em 1925, Lerich aplicou injeções intradérmicas
nos espaços intercostais. Em 1937, Aron publicou um
estudo sobre uma injeção intradérmica de uma histamina
solução e concluiu que as injeções intradérmicas de
qualquer produto, quando administrado em um local doloroso,
teria um efeito analgésico.3
No entanto, foi com Pistor que a intradermoterapia
recebeu mais atenção, quando
97
ed a Sociedade Francesa de Mesoterapia em 1964 e a
técnica tornou-se conhecida em todo o mundo.
Em 1976, Pistor definiu sucintamente essa técnica com
as seguintes palavras: “Um pequeno volume, um
poucas vezes e no lugar certo.” O fundador de
mesoterapia percebeu que essas recomendações
eram empíricos e baseados em sua clínica pessoal
experiência. Ele afirmou a crença de que doses maiores
não melhoram os resultados clínicos, e que múltiplas punções
parecem ser melhores do que menos injeções.1
A intradermoterapia sempre foi descrita
em artigos como uma injeção intradérmica de
drogas, tornando-o mais adequado para ser usado desta forma.
A derme, portanto, passou a ser vista como um local onde os
produtos poderiam ativar os receptores dérmicos
e que os difundiria lentamente usando a unidade de
microcirculação. No entanto, essas explicações parecem
ser repetitivo das citações de seu antecessor,
embora sejam sempre referidos da mesma forma
em artigos subsequentes.1,2,4,5,6,7 O curso básico de ação
de injeções intradérmicas varia muito de um estudo
para outro, e isso pode refletir a falta de padrões metodológicos
que sustentem a mesoterapia. Os artigos
comumente descrevem a mesoterapia como consistindo
injeções intradérmicas ou subcutâneas de um medicamento
substância ou uma mistura de vários produtos, denominada
"mistura." Visões sobre a injeção da agulha
na pele, no entanto, variam de um autor para o
outros e são descritos como sendo perpendiculares
ou formando um ângulo de 30-60 graus.7-13 Existe,
no entanto, o acordo entre esses autores de que a
agulha não deve penetrar mais de 4 mm. Alcançar
nesta profundidade, é necessário o uso de uma agulha de Lebel (chanfro
4mm de comprimento). As injeções devem estar contidas na
área a ser tratada e a distância entre
variam entre 1cm (no mínimo) e 4cm
(no máximo). As aplicações informadas no
artigos são feitos semanalmente ou mensalmente, e o número
das sessões relatadas variam de quatro a dez.2,7,13,14 É
sugeriu que pequenas quantidades fossem dadas por
punção.1,4, 8, 11, 13, 15
Além da tradicional combinação agulha-seringa, podem
ser utilizados instrumentos mais sofisticados e mais caros,
como a pistola de mesoterapia.
Essas armas injetam eletronicamente vários pontos e
6
permitem uma quantidade e profundidade controladas de aplicação.
A desvantagem deste sistema é a dificuldade de esterilizar o
aparelho completo, pois apenas a agulha é descartável.
De todos os parâmetros descritos, parece que
o único aspecto que foi cientificamente pesquisado
é a profundidade das injeções na mesoterapia. Tem sido
mostrou que a via intradérmica contém sua própria
farmacocinética e, por esta razão, é
Um Bras Dermatol. 2011;86(1):96-101.
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98 Herreros FOC, Moraes AM, Velho PENF
emendou que as injeções não sejam dadas com uma profundidade
maior que 4 mm.16
Uma teoria foi sugerida, através de um estudo de
cintilografia, padronizando a mesoterapia.16 A
autores desta pesquisa estudaram sessenta pacientes com
neuralgia e utilizou radioisótopos com um produto a ser
injetado. As injeções foram dadas manualmente, com
profundidade de 1,5 a 2 mm. Os pesquisadores concluíram
que, a este nível, a actividade local do produto
duraria mais. Os autores afirmaram que existe uma
reservatório persistente com difusão local fraca no
derme, mas que os produtos injetados na derme
alcançar grandes distâncias (passando progressivamente por
o sistema circulatório). Por causa dessa evidência, o
pesquisadores concluíram que a intradermoterapia funciona com
dois fatores: a atividade ocorre em curto
distâncias (estimulando os receptores dérmicos in situ)
e a atividade ocorre a longas distâncias (atingindo outros órgãos
pela circulação). Desta maneira,
a difusão de produtos de mesoterapia tem sido
demonstrado. Há evidências empíricas de que
explica a mecânica do processo de mesoterapia
estimulando receptores próximos e distantes. Isto é o
teoria de corrida aceita pela Sociedade Francesa de
Mesoterapia.
Com base nessa teoria, um conceito foi
desenvolvido que é frequentemente citado na intradermoterapia:
o conceito de meso-interface, que é a superfície de
contato estabelecido entre os produtos injetados e
o tecido injetado. Quanto mais fragmentada a substância injetada
(múltiplas punções com o menor
quantidade possível), maior a meso-interface e
quanto maior o número de receptores dérmicos ativados.16
Além deste estudo de Kaplan e Coutris,
outros também foram realizados, avaliando a
importância da profundidade de injeção na difusão
de produtos farmacêuticos em mesoterapia.
Em 1992, Mrejen realizou uma pesquisa para estabelecer
se havia uma diferença entre a difusão de
produtos injetados na derme em até 4 mm ou em
10 mm de profundidade. Ele concluiu que um produto injetado até
uma profundidade de 10 mm se difunde mais rapidamente e
atinge o sistema circulatório mais rapidamente,
mesmo tempo durando mais curto do que quando administrado a menos
do que 4mm. Devido a este estudo, foi sugerido que as injeções
na intradermoterapia sejam administradas em uma
profundidade de 4 mm (para que o produto permaneça por mais tempo
em sua localização).17
Quanto mais superficial a injeção, mais lenta
a difusão, resultando em aumento do tempo na parte superior
derme. Cinquenta por cento da quantidade do fármaco injetado a
menos de 4 mm de profundidade permanece em
o ponto de injeção após dez minutos, enquanto apenas dezesseis
por cento do medicamento injetado em mais
que 4 mm de profundidade permanecem no ponto de injeção
Um Bras Dermatol. 2011;86(1):96-101.
pelo mesmo tempo. Assim, concluiu-se que a difusão de um
produto na intradermoterapia depende da profundidade em que é
injetado. Essa diferença pode ser ilustrada com curvas de
eliminação: o trajeto intradérmico superficial
tem uma curva de eliminação monoexponencial, enquanto a
o caminho intradérmico mais profundo teria um
curva (eliminação inicial mais rápida, correspondente a
uma injeção intravenosa, seguida de eliminação mais lenta no
reservatório da derme).17
No entanto, como mencionado anteriormente, a maioria dos
pesquisas feitas sobre intradermoterapia em revistas indexadas
relacionam-se a complicações. O mais temido e
complicação mais frequentemente relatada é micobacteriana
infecção, que requer meses de tratamento com
múltiplas drogas e geralmente resulta em
cicatrizes.18-32 Aparentemente, infecções secundárias descritas em
os trabalhos citados podem ser explicados pela assepsia
inadequada antes do procedimento ou pela contaminação do
produto utilizado.
Outras complicações relatadas são: liquenóide
erupção,33 indução de psoríase,34 urticária,35,36 necrose cutânea,
lúpus eritematoso sistêmico,37 pan niculite,38 acromia , atrofia e
outros.2,39-43
complicações são atribuídas a técnicas inadequadas ou
os efeitos do próprio medicamento.
Tennstedt e Lachapelle (1997) relataram ainda que nem
álcool nem substâncias à base de óleo são
recomendado para uso mesoterápico devido
o grande risco de necrose cutânea.2
Inicialmente, a pesquisa em mesoterapia abordou a
tratamento de doenças dolorosas. Por isso, pesquisas
indica o uso da intradermoterapia com benefícios
no tratamento de tendinite,11 cervicobraquialgia,44
doenças músculo-esqueléticas,15 e doenças bucais e periodontais
dor.8,45 Foi realizado um estudo aleatório comparando a eficácia
da mesoterapia e do tratamento a laser para
dor lombar profunda e aguda com sacroilíaca disfuncional,
com resultados positivos para as injeções.46 Outro
relatório indica que a dor foi adequadamente controlada
substituindo uma sessão de mesoterapia pela prescrição de anti-
inflamatórios no pós-operatório
cirurgia.10 Um artigo de revisão cita a mesoterapia como
alternativa ao tratamento da dor nas articulações.9 Esses estudos
têm um fato em comum - a apresentação da intradermoterapia
como alternativa à terapia da dor - e
isso indica a necessidade de mais pesquisas sobre este
tratamento.
Em 2001, estudos indexados começaram a aparecer em
MedLine sobre o uso de intradermoterapia para
dermatoses inestéticas.
Há relatos de injeções lipolíticas (desoxicolato ou
fosfatidilcolina) sendo administradas por via subcutânea, em nome
da mesoterapia, para tentar diminuir a camada de gordura em
áreas como abdômen, infecções
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Mesoterapia: uma revisão bibliográfica
pálpebras superiores, pescoço, nádegas ou coxas.47-49 Alguns estudos
foram revisados em relação ao papel da mesoterapia
50
na lipodistrofia ginoide e outros sobre a
papel da mesoterapia lipólise.3,6,51 Essas revisões oferecem
a conclusão de que, teoricamente, um tecido subcutâneo
injeção de produtos especificados pode funcionar, mas eles
carecem de publicações científicas indexadas nas quais se basear
esta técnica.
Em 2004, Rotunda et al. publicou um estudo em
quais pesquisadores injetaram dois componentes principais de um
produto lipolítico (fosfatidilcolina e sódio
desoxicolato) usado para injeções subcutâneas.
Com o uso de tecido adiposo suíno, eles concluíram que
o princípio ativo do produto é o desoxi colato de sódio e que
este atua como detergente, causando
lise não especificada da parede celular dos adipócitos.52 Em 2005, Rose
e Morgan publicaram um estudo demonstrando
exames anatomopatológicos de biópsias de um
paciente após tratamento com fosfatidilcolina e
desoxicolato de sódio. A histologia demonstrou inflamação e
necrose no tecido adiposo.53
Conceitualmente, argumenta-se que se a técnica
é mesoterapia, então o número de punções e
a quantidade injetada por via subcutânea não deve corresponder
aos métodos tradicionalmente reconhecidos como
especificado pela intradermoterapia. Embora as injeções
subcutâneas se enquadrem na definição de mesoterapia, uma
vez que o tecido subcutâneo também é derivado da
mesoderme, doses maiores e um número menor de
pontos de punção não produzirão os mesmos resultados que
reivindicado por Pistor, o fundador desta técnica.3
Em 1992, também em publicação não indexada,
Aumjaud recomendou o silicone orgânico para uso intradérmico
em rugas da idade e pele com rítides e fotoenvelhecimento. O
estudo utilizou silício orgânico associado
com outras substâncias, e o autor não mencionou nenhum
estudo científico que apoiasse sua recomendação, mas falou
de sua própria experiência.12
Maya, em artigo de revisão publicado em 2007,
citou o silício orgânico como medicamento intradérmico
capaz de estimular a síntese de colágeno.7
Alimentos ricos em fibras, como vegetais e
grãos, é uma importante fonte de silício na dieta. Doses
até 50 mg por dia de suplementos de silício orgânico
não apresentou nenhum efeito colateral.54
Em 2007, um estudo publicado em revista indexada
comparou histologicamente a pele de mulheres com
fotoenvelhecimento moderado submetido a injeções
intradérmicas de salicilato silanol e solução fisiológica.
Os autores analisaram a densidade das fibras de colágeno
e elasticidade na derme injetada com salicilato
silanol em relação à densidade de fibras na derme
que recebeu uma solução fisiológica. Eles também avaliaram a
textura da derme que recebeu salicilato
99
silanol em comparação com a derme que recebeu
solução fisiológica. Intradermoterapia com
silício orgânico aumentou o número de colágeno e
fibras elásticas na derme e melhoraram a textura
de colágeno no lado que recebeu silício.55
As conclusões do estudo sobre a intradermoterapia
ainda estão pendentes. O estudo de Herreros et
al. (2007) é, até onde os autores podem dizer, o primeiro
trabalhar com um método rigoroso publicado em um índice
revista médica e que 1) avalia as consequências histológicas
dos procedimentos de mesoterapia, 2)
demonstra um aumento significativo no número de
fibras colágenas e elásticas, e 3) apresenta melhora
da textura dérmica após intradermoterapia. Apesar
de usar mulheres com fotoenvelhecimento moderado, não foi
o objetivo deste estudo avaliar a apia intradermoterapia como
um tratamento para esta condição. A decisão de
uso de pele com fotoenvelhecimento neste estudo foi feito
porque um estudo anterior havia sido publicado sugerindo o uso
de intradermoterapia com silício orgânico
em mulheres com esta condição. Ainda assim, os resultados desta
estudo sugeriu que as mulheres com apenas uma pequena quantidade
de fibras elásticas foram os que ganharam mais fibras em
as axilas que receberam silicone. Isso foi mais
confirmado pelo coeficiente de correlação de posto de Spearman
- mulheres com menos fibras elásticas nas axilas
que receberam solução fisiológica apresentaram
aumento do número de fibras elásticas no lado
com silicone. Os autores conseguiram separar os
efeitos da punção dos efeitos da mesoterapia
medicamento. Tradicionalmente, foi declarado que
o efeito terapêutico desta técnica foi resultado de
medicação combinada e estimulação por agulhas e
que os efeitos de ambos não poderiam ser distinguidos.
Injetar silício orgânico em um lado e solução fisiológica no outro
e obter um aumento
no número de fibras no lado injetado com
o silanol prova que o efeito do silício é mais significativo do que
o da punção.55
Mais de três anos desde a conclusão deste estudo, não
houve complicações no
mulheres voluntárias.56
Como mencionado anteriormente, um estudo anterior foi
publicado em um periódico não indexado descrevendo a
Benefícios da mesoterapia para lipodistrofia ginoide.
No entanto, o autor utilizou um mix de produtos e sua
critério para avaliar a melhora foi a perda de
medidas (avaliação clínica e tamanho), o que torna
análise rigorosa difícil.15 Pode-se questionar se o
perda de medidas é adequada para avaliar a trofia da lipodia
ginoide e também a possibilidade de avaliar um tratamento
baseado em uma combinação de produtos, uma vez que
seria difícil determinar qual produto é
responsável pelo resultado. Park et al., 2008, não
demonstrar a eficácia da mesoterapia no corpo
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100 Herreros FOC, Moraes AM, Velho PENF
contorno usando tomografias computadorizadas para
medir as áreas transversais e a espessura da gordura
injetado com uma solução específica.57 Lacarrubba et al.,
2008, realizou um estudo preliminar para avaliar
mesoterapia para rejuvenescimento da pele e avaliou a
banda subepidérmica de baixo ecogênico através de ultra-som com
varredura em modo B transversal após múltiplas microinjeções
intradérmicas de ácido hialurônico
sais semanalmente durante quatro semanas. Eles mostraram que isso
poderia ser um tratamento eficaz para o fotoenvelhecimento da pele.58
Brown, 2006, destacou que, até o momento, os efeitos
da mesoterapia não foram cientificamente avaliadas.
Ele apontou que não havia padronização de dosagem
e nenhum protocolo de tratamento.59
A única anterior, mais adequada, metódica
trabalho é o já citado estudo de Amin et al., 2006.13
Neste estudo, os autores descobriram benefícios clínicos
da mesoterapia para o tratamento do fotoenvelhecimento facial
em quatro sessões mensais e aumento de colágeno
na área tratada, que foi avaliada através de
zona de reparação. No entanto, não houve estatisticamente
aumento significante. Embora a metodologia de
avaliar os resultados foi bom, a técnica desenvolvida pelos autores
tem sido criticada. É desconhecido
que produto foi usado, embora tenham declarado
ter aplicado uma mistura de ácido hialurônico e
“multivitaminas”. Além disso, o número de sessões
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(quatro) e o tempo entre a última aplicação e
biópsia (dois meses) foram diferentes das
o estudo de Herreros et al., 2007 (10 sessões semanais
55
e biópsia duas semanas após a última sessão).
A conclusão deste estudo sobre silício e
intradermoterapia induziu o uso de silanol para tratar
atrofia cicatricial em um determinado paciente. Ela foi tratada
com doxiciclina para micobacteriose atípica que
ocorreu nos locais de aplicação de
hidrolipoclasia por ultra-som. De uma clínica
perspectiva, os resultados foram parcialmente satisfatórios, e
a paciente estava suficientemente satisfeita, pois optou por não
submeter-se a cirurgia corretiva.60
Da mesma forma que Atiyeh et al., 2008, concluímos
que até que mais estudos sejam realizados, os pacientes que
consideram a mesoterapia para fins cosméticos devem ser
ciente de que as substâncias atualmente sendo injetadas têm
61
não foi minuciosamente avaliada quanto à segurança ou eficácia.
CONCLUSÃO
Como existem poucos estudos indexados sobre a
uso da intradermoterapia e tantos sobre suas complicações, é
natural desconfiar dos dermatologistas
em relação a esta técnica. Estudos metodológicos mais adequados
precisam ser realizados para que a verdadeira
valor da intradermoterapia com procedimentos úteis em
a prática da dermatologia pode ser demonstrada.
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