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Princípios básicos da

Medicação

Prof. Petrovane Morais Torres


UNINOVE - 2019
Princípios básicos da Medicação
Objetivos:

 Saber reconhecer e implementar os princípios de


administração de medicação em pediatria e realizar cálculos
em pediatria.
 Desenvolver no discente conhecimento e habilidades
técnicas nos procedimentos de administração de
medicamentos por vias EV, IM e coleta de sangue.
 Reforçar a importância da segurança do cliente e os 11
certos na administração de medicamentos, ressaltando as
especificações pediátricas.
 Promover o raciocínio clínico e lógico com casos e exercícios
de cálculo de diluição e rediluição de medicamentos em
pediatria.
HISTÓRICO
1546 - Pequena circulação vascular;

1616 - Grande circulação vascular;

1628 - Harvey, relatou que o sangue circulava em


movimentos decorrentes da contração e relaxamento
cardíaco;

1657 - Christopher Wren, injetou vinho e opium em cães


com pena e bexiga;

1665 - R. Lower, em Oxford. Um animal foi


transfundido com sangue de outro animal e, sobreviveu;
HISTÓRICO
1667 - Jean B. Denis, em Paris, realizou transfusão de A.M. 34
anos com sangue de carneiro, provocando sua morte. Transfusão
heteróloga foi proibida;

1818 - J. Blundel, um obstetra, realizou transfusão entre


humanos, com sucesso. Transfusões homólogas (entre animais
da mesma espécie);

1853 - A. Wood, descreveu a técnica para o uso de agulha e


seringa com assepsia;

1860 - F. Nightingale, inicia a administração formal de


Intravenosa - IV;

1870 - P. Ore, descreve conceitos da infusão contínua, por horas


ou dias;
HISTÓRICO
1910 - Os enfermeiros eram responsáveis pela administração por VO, Via SC,
Via inalatória, Via tópica, Via retal;

1916 – 1ª transfusão de sangue, no Brasil, com 129 ml de sangue doado J.C.S.


servente do hospital, em uma paciente operada de pólipo uterino com metrorragia
importante.

1919 - CNEN, inclui no currículo a técnica para a terapia Intravenosa – IV;

1940 - As enfermeiras no HGM - EUA, foram designadas para realização da


punção venosa periférica e terapia Intravenosa – IV.

1940 - hipodermóclise utilizada após a publicação da técnica associada ao uso


de hialuronidase em pacientes pediátricos;

1953 - Bridgman, relata que as injeções intradermica - ID e a verificação de


temperatura passou a ser realizado por enfermeiras;

1956 - BD, lança seringas de vidro no Brasil;


HISTÓRICO
1960 – CCPIs (PICC), começaram a ser utilizados nas UTIs;

1967 - A NPP foi administrada no Hospital Childrens, na Filadélfia


pela primeira vez em doentes;

1970 - CDC, divulga as 1ªs recomendações sobre controle para


infecção hospitalar;

1972 - Foi introduzido o conceito de cateter implantável;


1973 - BD, lança seringas descartáveis;

1973 - Broviac, lança cateter central;

1974 - Hickman, lança cateter mais calibroso p/ TMO;

1980 - Ressurge o uso do cateter CCIP (PICC).


HISTÓRICO
1979 - Russel descreveu o uso do método
subcutâneo (hipodermóclise) para a administração
de morfina em pacientes com câncer avançado.
Apesar do nome complexo, a hipodermóclise
é basicamente a administração lenta de
medicamentos e ou soluções isotônicas através do
tecido subcutâneo.

PARECER COREN-SP 031/2014 –

Na hipodermóclise, punção e administração de fluidos prescritos, podem ser


realizadas por Enfermeiro, Técnico e Auxiliar de Enfermagem) desde que o
profissional seja treinado, capacitado e suas habilidades constantemente
validadas por meio da educação permanente.
Função das Medicações
DROGA: Do Nerlandês , Droog = sêco.
Do Francês, Drogue = “ Herva seca”.
(Krantz; Carr, 1969).

REMÉDIO: É um termo mais amplo, indica todos os


recursos para aliviar a dor.

MEDICAMENTO/FÁRMACO: É uma substância


química empregada na prevenção, diagnóstico e
tratamento de doenças ou com finalidade paliativa.

Medicamento é toda substância que introduzida no


organismo vai atender a uma finalidade terapêutica.
Finalidade das Medicações
 PROFILÁTICA: Prevenção de doenças.
Exemplo: Vitamina C.

 AUXILIA no DIAGNÓSTICO: Esclarece o diagnóstico


Exemplo: Teste tuberculínico – PPD (derivado proteico
purificado), determina se a pessoa tem tuberculose (TB).

 TERAPÊUTICA: Cura ou alivia a doença.


Exemplo: antibióticos, antitérmicos.

Aliviar a dor ou sofrimento:


Exemplo: bolsa de água quente, beijo, AMOR....
Finalidade das Medicações
 PALIATIVO: Quando alivia determinados sintomas de uma
doença, destacando-se entre eles, a dor. Exemplo: Analgésico.

 CURATIVO: Quando ataca/remove o agente causal da doença.


Exemplo: Antibiótico.

 SUBSTITUTIVO: Quando repõe outra substância normalmente


encontrada no organismo, mas que por um desequilíbrio
orgânico, está em quantidade insuficiente, ou mesmo ausente
no organismo. Exemplo: Insulina.

 PREVENTIVO Quando evita o aparecimento de doenças ou


diminui a gravidade das mesmas. Exemplo: Vacinas.
 Farmacocinética:

 Absorção: transferência do fármaco, do local de


administração para a circulação.

 Distribuição: penetração do fármaco nos


diferentes compartimentos do organismo.

 Metabolismo: transformação sofrida pelo fármaco


para ser aproveitado.

 Excreção: eliminação do metabolismo


 Farmacodinâmica:

 Local de ação;

 Mecanismo de ação;

 Efeitos.
 Características do fármaco
 pH do fármaco
 pH do fármaco
 pH do fármaco
SOLUÇÃO: é uma mistura homogênea composta
de duas partes distintas:
Soluto
Solvente

SOLUTO: é a substância dissolvida no solvente.

SOLVENTE: é o dissolvente, líquido no qual o


soluto é dissolvido.
Osmolaridade
 Incompatibilidade
 As incompatibilidades físico-químicas são reações que ocorrem,
quando há a mistura entre dois ou mais medicamentos, ou de um
medicamento com um veículo, durante o período de conservação
e/ou administração.
Ex: bicarbonato de sódio e gluconato de cálcio
 Interações Medicamentosas

 Interações medicamentosas são alterações nos


efeitos de um medicamento em razão da
ingestão/administração simultânea de outro
medicamento (interações do tipo medicamento-
medicamento) ou do consumo de determinado alimento
(interações do tipo alimento-medicamento).

As interações podem ser positivas ou negativas.


Ex: administração simultânea de fentanil e midazolam
(depressão do sistema nervoso central)
Ex: administração de dipirona sódica concomitante com a
furosemida (diminui o efeito diurético)
Materiais Envolvidos na
Administração de Medicações
Via Parenteral
É a administração do medicamento por
qualquer via que não seja a ORAL OU
INTESTINAL, que se faz através de pressão,
utilizando seringa e agulha.

Componentes
Componentes básicos da agulha
da Seringa
l.
Tamanhos de agulhas

• 13X4,5mm
• 20X5mm
• 25X6mm
• 25X7mm
• 30X7mm
• 25X8mm
• 30X8mm
• 40X12mm
A seleção da agulha deve levar em
consideração:
• Via
• Local
• Volume
• Viscosidade
• Condições da musculatura
• Estado clínico...
Nunca reencapem agulhas
 Profissionais envolvidos no processo
terapêutico
 Plano Terapêutico

Paciente

Efeito
Estabelecido o
terapêutico
diagnóstico
desejado

Utilização da Determinado a
terapêutica conduta
terapêutica
 Eventos adversos

 Eventos adversos: são definidos como


complicações indesejadas decorrentes do cuidado
prestado aos pacientes, não atribuídas à evolução
natural da doença de base (Revista da Associação
Médica Brasileira, 2004).

 Eventos Adversos relacionados à medicamentos:


refere-se aos casos em que existe uma suspeita
de que o dano sofrido pelo paciente ou usuário
tenha ocorrido após a utilização de um
medicamento (ANVISA, 2015).
Situações que podem
induzir ao erro

Antimicótico,
Indicado no tratamento das congestões
pertencente a
nasais causadas por muco. Age como
classe dos
(mucolítico)
antifúngicos
Sistema de Medicação

“O sistema de medicação é
complexo, aberto e, como os
demais sistemas possui entradas,
processos e saídas”.
• p RESOLUÇÃO - RDC Nº 36, DE 25
DE JULHO DE 2013

Institui ações para a segurança do


paciente em serviços de saúde.

Determina a constituição de
Núcleo de Segurança do Paciente
(NSP) nos serviços de saúde

PORTARIA Nº 529, DE 1º DE
ABRIL DE 2013

Institui o Programa Nacional de


Segurança do Paciente (PNSP).
Cuidados gerais no preparo e administração de
medicamentos
1. Lavar as mãos; Não falar durante o preparo;

1. Respeitar as recomendações da instituição


(EPIs)

3. Ter conhecimento de cálculo e rediluição de


fármacos;

4. Abrir um frasco ampola de cada vez;

5. Dissolver ou diluir sempre em água destilada estéril


(respeitar as recomendações do fabricante);
Cuidados gerais no preparo e administração de
medicamentos
6. Conhecer efeitos colaterais e reações
adversas;

7. Administrar prescrição quando legível;

8. Atentar aos fármacos fotossensíveis;

9. O fármaco deve estar sempre em bandejas,


mesmo em pequena quantidade;

10. Checar imediatamente após a administração;


AS MÃOS: O INSTRUMENTO
ASSISTENCIAL MAIS
UTILIZADO !
Cuidados gerais no preparo e administração de
medicamentos
11. Nunca administrar os medicamentos diluídos
ou fracionados por outros profissionais,
EXCETO se a instituição contar com uma
Central de Misturas Intravenosas - CMIV;

12. Seguir os 11(onze) CERTOS da


administração de medicamentos.
Yamanaka Ti, Pereira DG, Pedreira MLG, Peterlini MAS.
Redesenho das atividades de enfermagem para redução de erros
de medicação em pediatria. Rev Bras Enferm 2007. 60(2):190-6.
Richads T, obetz M, Koelble L, Platt D Moss M. Nursing Care of
Children. 6ta ed. Kansas-USA: Assessment Techonogies Institute;
2006. P.27-30
Medicação Segura: 11 certos!!

12. Recusa do paciente

Peterline, 2003; NOTA TÉCNICA DE ENFERMAGEM Nº01 – Atenção Básica, 2013


1.Administrar medicamento certo,
proceder as três leituras:
- ao retirar da embalagem (vidro,
frasco, cartela...).
- Ao preparar...
- Ao recolocar no armário ou
desprezar o invólucro.

2.Administrar dose certa: Conhecer a


dose terapêutica
Medicamentos SOUND‐ALIKE: que são
semelhantes na pronúncia => risco de trocar as
medicações no momento de administrá‐la.
Recomendação internacional: escrita
diferenciada do nome do medicamento, colocando
em caixa alta, parte do nome que não é
semelhante.

Segurança na Cadeia Terapêutica Medicamentosa, 2014.


Medicamentos LOOK‐ALIKE: são semelhantes na
aparência => risco de trocar as medicações no momento de
administrá‐la. Uma das recomendações: No caso de
Armazenamento, em locais distantes.

Segurança na Cadeia Terapêutica Medicamentosa, 2014.


3. Administrar dose hora certa: Não realizar
grandes alterações nos horários de medicação.

Não apressar ou diminuir gotejamento de soro para


acertar horário.

4.Administrar dose via certa: Conhecer efeitos


colaterais ou não eficácia quando administrado em
via incorreta.
Exemplo:
insulina não pode ser administrada VO pq é
destruída pela secreção do trato gastrintestinal.
Ter conhecimento de anatomia e
fisiologia necessários na utilização das
diferentes vias de administração.
5.Administrar dose paciente certo: Não
pedir para a criança confirmar o nome, perguntar qual é
o seu nome.
Conferir a pulseira no momento da administração.

6.Administrar dose método certo: Observar


a idade e desenvolvimento da criança antes de escolher
local e forma de administrar o medicamento.

7.Administrar dose abordagem certa:


Recém-nascido e lactente: manter no colo da mãe, 2 e 3
anos, estimular para colaborar e dar reforço positivo.

De 3 anos em diante, explicar o que vai


ser feito, confiar na criança e, se
possível, aplicar o brinquedo terapêutico.
8.Administrar dose na validade: Atentar
para data de validade; NUNCA utilizar
medicamentos vencidos.

9.Administrar a dose conforme sua


farmacodinâmica e farmacocinética certa:
Conhecer os efeitos terapêuticos dos
medicamentos (como alívio da dor e
diminuição da pressão arterial) e, o caminho
percorrido pelo fármaco no organismo.

10.Realizar registro (anotação) certo.


Após administrar o medicamento anotar no
prontuário o procedimento e possíveis
intercorrencias.

11.Aspecto da medicação certo.


12. Recusa do paciente
Classificação de grupos etários
para efeito de medicação
- Nascido entre 32 a 37-38 sem de gestação:
Recém Nascido Prematuro (RNPT)
- Até 28 dias: Recém Nascido (RN)
- De 1 a 5 anos: Criança pequena (todler)
- De 6 a 11 anos: Criança grande (escolar)
- De 12 a 16 anos: Adolescente
Calculo da dose para criança comparada
com dose de adulto
Dose da criança: peso da criança X dose do adulto

70
Código de ética dos profissionais
de enfermagem
Erro de medicação: 5’
https://www.youtube.com/watch?
v=7TpcCUfs6Cs

VIDEO: SEGURANÇA DO PACIENTE

https://www.youtube.com/watch?v=pTY61oS
sy20

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