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ODONTOGÊNESE

PROFA. SABRINA SIQUEIRA


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

 Relatar os eventos que ocorrem durante o desenvolvimento


dos dentes e das estruturas associadas e durante a erupção
dental, descrevendo cada etapa de formação.
 Integrar o conhecimento do desenvolvimento dos dentes e das
estruturas associadas e da erupção dental à compreensão da
anatomia dessas estruturas e a qualquer distúrbio de
desenvolvimento.
ODONTOGÊNESE
 TODOS OS DENTES SEGUEM UM PROCESSO SIMILAR DE
DESENVOLVIMENTO
•Inicia-se como resultado da interação entre o epitélio oral e o ectomesênquima
subjacente, originando a banda epitelial primária e, em seguida, a lâmina dentária;
•Os germes dentários seguem, subsequentemente, as fases de botão, capuz,
campânula, coroa e raiz;
•A formação específica dos diversos tecidos que constituirão o dente e suas estruturas
de suporte, entretanto, inicia-se a partir da campânula;
LÂMINA DENTÁRIA E LÂMINA VESTIBULAR
 CÉLULAS QUE MIGRAM DA CRISTA NEURAL CONSTITUEM O
ECTOMESENQUIMA

• A cavidade oral primitiva é revestida por um epitélio


de apenas duas ou três camadas de células, que
recobre um tecido que está sendo invadido por uma
população de células de origem ectodérmica
geradas nas cristas neurais.
LÂMINA DENTÁRIA E LÂMINA VESTIBULAR

 CÉLULAS QUE MIGRAM DA CRISTA NEURAL CONSTITUEM O


ECTOMESENQUIMA
• Uma vez nos locais, esse tecido de origem neural, e,
portanto, ectodérmico, passa a se comportar como um
mesênquima, originando estruturas de natureza
conjuntiva - daí, sua denominação ectomesênquima;
• Aparecimento da banda epitelial primária;
LÂMINA DENTÁRIA E LÂMINA VESTIBULAR

 A BANDA EPITELIAL PRIMÁRIA SUBDIVIDE-SE NAS LÂMINAS


VESTIBULAR E DENTÁRIA
• A banda epitelial situada do lado externo, ao continuar sua
proliferação, e aumentar, com isso, o número de suas células,
tem as centrais degeneradas, dando lugar a uma fenda que
constituirá o futuro fundo de saco do sulco vestibular,
localizada entre a bochecha/lábios e os futuros arcos dentários
(LÂMINA VESTIBULAR).
LÂMINA DENTÁRIA E LÂMINA VESTIBULAR

 A BANDA EPITELIAL PRIMÁRIA SUBDIVIDE-SE NAS LÂMINAS


VESTIBULAR E DENTÁRIA
• A proliferação epitelial situada medialmente à anterior é
responsável pela formação dos dentes e denomina-se,
portanto, lâmina dentária, representando o futuro arco
dentário.
LÂMINA DENTÁRIA E LÂMINA VESTIBULAR

 A BANDA EPITELIAL PRIMÁRIA SUBDIVIDE-SE NAS LÂMINAS


VESTIBULAR E DENTÁRIA

• A lâmina dentária permanece como uma


proliferação epitelial em forma de ferradura,
seguindo uma orientação perpendicular à superfície
do epitélio oral, porém aprofundando-se mais no
ectomesênquima.
ODONTOGÊNESE

 Fases da Odontogênese:
1. Fase de Botão
2. Fase de Capuz
3. Fase de Campânula
4. Fase de Coroa
5. Fase de Raiz
FASE DE BOTÃO

 A FASE DE BOTÃO REPRESENTA O VERDADEIRO


INÍCIO DA FORMAÇÃO DE CADA DENTE
• A partir da 8ª semana de vida intrauterina, em cada
arco originam-se dez pequenas esférulas que
invadem o ectomesênquima, representando o início

da formação dos germes dos dentes decíduos.


FASE DE BOTÃO

 A FASE DE BOTÃO REPRESENTA O VERDADEIRO


INÍCIO DA FORMAÇÃO DE CADA DENTE
• O ectomesênquima subjacente apresenta nesta
fase, denominada botão: uma discreta condensação
de suas células em torno da parte mais profunda da
esférula epitelial.
FASE DE CAPUZ
 A FASE DE CAPUZ CARACTERIZA-SE POR INTENSA
PROLIFERAÇÃO DAS CÉLULAS EPITELIAIS
• Com a continuação da proliferação epitelial, o botão não
continua a crescer uniformemente, apresentando,
portanto, um crescimento desigual que o leva a adotar
uma forma que se assemelha a um boné, razão pela qual
esta fase é chamada de "capuz".
FASE DE CAPUZ
 A FASE DE CAPUZ CARACTERIZA-SE POR INTENSA
PROLIFERAÇÃO DAS CÉLULAS EPITELIAIS
• Como o botão epitelial está em ativa proliferação,
possivelmente a maior condensação ectomesenquimal seja,
em parte, fisicamente responsável pela concavidade inferior do
capuz: é provável que a resistência criada pela condensação
ectomesenquimal localizada na parte central faça com que a
proliferação epitelial do botão resulte principalmente no
crescimento da sua borda.
FASE DE CAPUZ

 O GERME DENTÁRIO É CONSTITUÍDO PELO


ÓRGÃO DO ESMALTE E PELA PAPILA DENTÁRIA
• Uma vez estabelecida a fase de capuz, observam-se vários
componentes no germe dentário.
• A porção epitelial, que, a partir desta fase, apresenta várias
regiões distintas, denomina-se órgão do esmalte: pois é
responsável pela formação do esmalte dentário.
FASE DE CAPUZ
 TECIDOS:
1. ÓRGÃO DO ESMALTE:
- epitélio interno do órgão do esmalte
- epitélio externo do órgão do esmalte

2. REGIÃO CENTRAL DO ÓRGÃO DO ESMALTE:


- células adotam uma forma estrelado ("retículo estrelado'')

3. ECTOMESÊNQUIMA:
- papila dentária a partir desta fase do desenvolvimento, é responsável pela formação da
dentina e da polpa.
FASE DE CAPUZ
 O FOLÍCULO DENTÁRIO RODEIA COMPLETAMENTE O
GERME DENTÁRIO
• A condensação periférica do ectomesenquima,
chamada de "folículo ou saco dentário': é a
responsável pela formação do periodonto de
inserção do dente, isto é, do cemento, do ligamento
periodontal e do osso alveolar.
FASE DE CAPUZ
 O FOLÍCULO DENTÁRIO RODEIA COMPLETAMENTE O
GERME DENTÁRIO
• Capilares penetram o folículo dentário,
especialmente na região adjacente ao epitélio
externo do órgão do esmalte;
• Assim, a nutrição da porção epitelial do germe
dentário provém da vascularidade do folículo;
FASE DE CAMPÂNULA
 OS PROCESSOS DE MORFOGÊNESE E DIFERENCIAÇÃO
CELULAR INICIAM-SE NA FASE DE CAMPÂNULA
• Após a fase de capuz, a proliferação das células epiteliais e,
portanto, o crescimento do órgão do esmalte vão diminuindo.
• Nessa nova fase, a parte epitelial do germe dentário (órgão do
esmalte) apresenta o aspecto de um sino com sua concavidade
mais acentuada e, consequentemente, com suas margens mais
aprofundadas.
FASE DE CAMPÂNULA
 OS PROCESSOS DE MORFOGÊNESE E DIFERENCIAÇÃO
CELULAR INICIAM-SE NA FASE DE CAMPÂNULA
• Quando diminui a divisão celular tanto no órgão do
esmalte quanto nas células ectomesenquimais,
ocorre a diferenciação das diversas células do germe
dentário.
• Dessa maneira, esta fase é também denominada "fase
de morfo e histodiferenciação.
FASE DE CAMPÂNULA

 OS EPITÉLIOS EXTERNO E INTERNO FORMAM A ALÇA


CERVICAL
• Na porção epitelial, a região central correspondente
ao retículo estrelado continua a crescer em volume
por causa do aumento da distância entre as células
e seus prolongamentos.
FASE DE CAMPÂNULA
 OS EPITÉLIOS EXTERNO E INTERNO FORMAM A ALÇA CERVICAL
• As células do epitélio externo do órgão do esmalte são
achatadas, tornando-se pavimentosas; as do epitélio interno,
por sua vez, alongam-se, constituindo células cilíndricas baixas;
• Além dessas modificações nas diversas estruturas do órgão do

esmalte, nessa fase aparecem, entre o epitélio interno e o

retículo estrelado, duas ou três camadas de células

pavimentosas que constituem o estrato intermediário.


FASE DE CAMPÂNULA
 OS EPITÉLIOS EXTERNO E INTERNO FORMAM A ALÇA CERVICAL

• Nesta fase, na região em que os epitélios externo e interno do


órgão do esmalte se encontram, ao nível da borda do sino, forma-
se um ângulo agudo.
• Essa região, chamada de alça cervical é o local em que, por volta
do final da fase de coroa, tanto as células do epitélio externo
quanto as do interno irão proliferar para constituir a bainha
radicular de Hertwig, que induz a formação da raiz do dente.
FASE DE CAMPÂNULA
 O GERME DENTÁRIO SEPARA-SE DA LÂMINA
DENTÁRIA E DO EPITÉLIO ORAL
• O folículo dentário torna-se mais evidente, pois
passa a envolver o germe dentário por completo,
inclusive na extremidade oclusal.
• Nesta fase, a porção da lâmina dentária, entre o
órgão do esmalte e o epitélio bucal, desintegra-se.
FASE DE CAMPÂNULA

 A FORMAÇÃO DE DOBRAS NO EPITÉLIO INTERNO


DETERMINA A FORMA DA COROA DO DENTE

• Na fase de campânula, verificam-se alguns


fenômenos morfogenéticos que levam à
determinação da forma da coroa do futuro dente.
FASE DE CAMPÂNULA
A DENTINOGÊNESE INICIA-SE ANTES DA
AMELOGÊNESE
• Nesse momento, na papila dentária adjacente, as
células ectomesenquimais da região periférica, sob
influência dos pré-ameloblastos, param de se dividir,
aumentam de tamanho e começam sua diferenciação
em odontoblastos, passando a secretar a primeira
camada de matriz de dentina - a dentina do manto.
FASE DE CAMPÂNULA

A DENTINOGÊNESE INICIA-SE ANTES DA


AMELOGÊNESE
• O contato entre odontoblastos e pré-ameloblastos
desencadeiam a diferenciação final destes em
ameloblastos, os quais sintetizam e secretam a
matriz orgânica do esmalte.
FASE DE CAMPÂNULA
A INDUÇÃO RECÍPROCA RESULTA NA DIFERENCIAÇÃO DE ODONTOBLASTOS
E AMELOBLASTOS
• Os eventos que começam nos locais correspondentes às futuras
cúspides do dente e progridem sequencialmente, descendo pelas
vertentes das cúspides até a região da alça cervical.
• A diferenciação dos odontoblastos é induzida, com participação da
lâmina basal, pelas células do epitélio interno do órgão do esmalte,
que, após a inversão da sua polaridade, denominam-se pré-
ameloblastos.
• Em estágio posterior, com a primeira camada de dentina, completa-se a
diferenciação dos pré-ameloblastos que se tornam, assim,
ameloblastos.
FASE DE COROA

 A DENTINOGÊNESE E A AMELOGÊNESE OCORREM


NA FASE DE COROA

• A fase de coroa é denominada também fase


avançada de campânula e corresponde à deposição
de dentina e esmalte da coroa do futuro dente.
FASE DE COROA

• A FORMAÇÃO DA DENTINA É CENTRÍPETA


ENQUANTO A DO ESMALTE É CENTRÍFUGA

• A fase de coroa caracteriza-se pela deposição de


dentina, de fora para dentro, e de esmalte, de
dentro para fora.
FASE DE RAIZ
• PROLIFERAÇÃO CELULAR NA ALÇA CERVICAL
ORIGINA O DIAFRAGMA EPITELIAL E A BAINHA
RADICULAR DE HERTWIG
• Ao final da fase de coroa, quando os eventos de
diferenciação alcançam a região da alça cervical, os
epitélios interno e externo do órgão do esmalte que
constituem a alça proliferam em sentido apical para
induzir a formação da raiz do dente.
FASE DE RAIZ
• PROLIFERAÇÃO CELULAR NA ALÇA CERVICAL
ORIGINA O DIAFRAGMA EPITELIAL E A BAINHA
RADICULAR DE HERTWIG
• Como não há aprofundamento no sentido vertical, a região
proliferativa fica restrita à dobra que se continua com o
diafragma epitelial.
• A partir desse momento, as células epiteliais continuam a
proliferar, originando outra estrutura: a bainha epitelial
radicular de Hertwig.
FASE DE RAIZ
 A FASE DE RAIZ OCORRE ENQUANTO O DENTE
ERUPCIONA
• Como a continuação da proliferação da bainha
coincide com o início do processo de erupção
dentária, enquanto vai sendo formada a raiz do
dente, o germe dentário movimenta-se no sentido
coronário.
FASE DE RAIZ
 OS RESTOS EPITELIAIS DE MALASSEZ ORIGINAM-SE DA
FRAGMENTAÇÃO DA BAINHA DE HERTWIG
• Para a formação da dentina radicular, as células da camada
interna da bainha radicular de Hertwig induzem as células
ectomesenquimais da papila dentária a se diferenciarem em
odontoblastos.
• Os odontoblastos recém-diferenciados formam dentina
radicular, aumentando gradualmente o comprimento da raiz.
FASE DE RAIZ
 OS RESTOS EPITELIAIS DE MALASSEZ ORIGINAM-SE DA
FRAGMENTAÇÃO DA BAINHA DE HERTWIG
• Apenas a porção mais apical da bainha de Hertwig
continua em contato com a raiz.
• O progresso dessa fragmentação, os cordões se
rompem, constituindo grupos isolados de células,
denominados restos epiteliais de Malassez.
FASE DE RAIZ

 O PERIODONTO DE INSERÇÃO É FORMADO


DURANTE A FASE DE RAIZ

• A fase de raiz é concluída com a formação da


dentina radicular, até o fechamento do
ápice.
FASE DE RAIZ
 CEMENTO, LIGAMENTO PERIODONTAL E OSSO ALVEOLAR
SÃO FORMADOS SIMULTANEAMENTE
• A fragmentação da bainha radicular epitelial torna possível
o contato do folículo dentário com a dentina radicular em
formação.
• Assim, após entrar em contato com a dentina, as células
ectomesenquimais do folículo diferenciam-se em
cementoblastos, secretando a matriz orgânica do cemento.
FASE DE RAIZ
 CEMENTO, LIGAMENTO PERIODONTAL E OSSO
ALVEOLAR SÃO FORMADOS SIMULTANEAMENTE

• As células do lado externo do folículo diferenciam-se em


osteoblastos, formando o osso alveolar, enquanto as da
região central tornam-se principalmente fibroblastos e
formam o ligamento periodontal.
FASE DE RAIZ
 O EPITÉLIO REDUZIDO RECOBRE O ESMALTE ATÉ A
ERUPÇÃO SE COMPLETAR
• Enquanto ocorre a fase de raiz e o dente erupciona, na
coroa, aumenta o teor de mineral do esmalte durante
sua maturação pré-eruptiva.
• Após a completa erupção do dente, o epitélio reduzido
contribui para a formação do epitélio juncional da
gengiva.
FASE DE RAIZ
 OS DENTES PERMANENTES QUE TÊM
PREDECESSOR DECÍDUO DESENVOLVEM-SE A
PARTIR DO BROTO DO PERMANENTE

• A sequência do desenvolvimento dos tecidos


dentários é idêntica para os dentes decíduos e
permanentes.
FASE DE RAIZ
 OS DENTES PERMANENTES QUE TÊM PREDECESSOR DECÍDUO
DESENVOLVEM-SE A PARTIR DO BROTO DO PERMANENTE
• Os dentes permanentes que têm predecessor decíduo desenvolvem-
se a partir de uma proliferação epitelial em relação à face palatina
ou lingual do germe do decíduo, denominada broto do permanente,
cuja formação ocorre durante a fase de capuz do dente decíduo.
• Os molares permanentes, entretanto, desenvolvem-se diretamente
da lâmina dentária original, que se estende posteriormente.
RESUMO:
RESUMO:
RESUMO:

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