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Anatomia Dentária
Generalidades
Alguns animais possuem uma única dentição (se perderem algum dente não nasce outro no lugar);
outros possuem várias dentições e existem aqueles animais que, como nós, humanos, possuímos
duas dentições.
Os animais que possuem uma única dentição são denominados monofiodontes(do grego "mónos",
'único’ + "phýo", 'nascer' + "odonto", 'dente') que, como exemplos, poder-se-ia citar baleia, tatu e
bicho-preguiça.
Os que possuem várias dentições são chamados de polifiodontes (do grego “poli”, ‘muitos’ + "phýo",
'nascer' + "odonto", 'dente'). Entre estes estão, por exemplo, peixes, que na maioria das espécies
apresentam centenas de dentições e os répteis como os crocodilos que apresentam cerca de 25
dentições.
Os animais que, como nós e os mamíferos domésticos, possuímos duas dentições são conhecidos
como difiodontes (do grego “di”, ‘dois’ + "phýo", 'nascer' + "odonto", 'dente') .
A primeira dentição, que começa a se formar por volta dos seis meses de idade completando-se por
volta dos três anos, é chamada dentição primária, decídua, temporária, infantil, de leite, e outros.
Nota: o nome ‘de leite’ se deve à cor fortemente esbranquiçada destes elementos; e o nome ‘decídua’
é inspirado em certas plantas das florestas temperadas, as quais perdem suas folhas anualmente, no
outono e inverno, renovando-as na primavera e verão (Do latim "decidùu-", 'que cai; caído'). Nesta
dentição existem normalmente 20 dentes (sendo dez na arcada superior e dez na inferior).
A segunda dentiçao, que começa a formar-se por vota dos seis anos completando-se
aproximadamente aos treze anos, é denominada dentiçãopermanente ou secundária. Nesta
dentição existem, normalmente, 32 dentessendo dezesseis em cada arcada.
Homodontia E Heterodontia
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temos dentes com formatos variados e somos denominados heterodontes (do grego “hetero”,
‘diferente’ + “odonto’, ‘dente’).
Os animais homodontes (figura abaixo) apresentam, portanto, todos os dentes da mesma forma,
variando apenas pelo volume. Os dentes, nestes animais, servem para apreender a presa e depois
degluti-la. São exemplos de animais homodontes, a maioria dos peixes, os crocodilianos, os ofídios e
alguns mamíferos da subordem Odontoceti (golfinho e o cachalote).
Nós humanos, que, como os mamíferos domésticos (gato, cachorro, etc), somos heterodontes,
apresentamos os dentes morfologicamente diferentes divididos em grupos com funções diferentes
para cada grupo. Trata-se, portanto, de uma adaptação evolutiva..
O ato de mastigar é como uma linha de produção. Cada um de nossos dentes, com suas formas tão
variadas e diferentes, têm funções específicas e distintas neste ato. Uns são responsáveis
por cortar em pedaços o alimento; outros são responsáveis por picar estes pedaços; e, por fim,
outros são responsáveis por moer tais pedaços até transformar todo o alimento em uma pasta,
saborosa e rica em energia. A falta de um destes dentes ao "trabalho" leva, fatalmente, à má
formação do produto final (bolo alimentar), permitindo que parte do alimento seja deglutido na forma
de "pedaços", cujas porções internas não sofrerão a ação das enzimas digestivas, sendo descartados
pelo corpo com toda a sua riqueza energética desprezada, vitaminas e sais minerais tão importantes
para a vida.
Daí o prejuízo para a saúde total do indivíduo que representa a perda de um ou mais destes
elementos.
Por isso, costuma-se considerar dentro das funções dos dentes, quatro aspectos
característicos: preensão, incisão, dilaceração e trituração.
Os grupos dentais humanos especializados nas funções acima são denominados incisivos, caninos,
pré-molares e molares.
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Vejamos agora, com desenhos esquemáticos, estes grupos funcionais dentários especializados.
A incisão dos alimentos, ou ato de cortá-los em partículas menores, é realizado pelas peças
dentárias situadas anteriormente na boca, cujo conjunto é denominado dentes incisivos. Os incisivos
são dentes espatulados e cuneiformes, que possuem uma borda cortante e situam-se imediatamente
atrás dos lábios, os quais funcionam como suporte, evitando que os incisivos se desloquem para
adiante.
Observação: os dentes anteriores, incisivos e caninos, além das suas funções até agora
mencionadas, desempenham função importante na estética buco-facial. A perda de parte ou de todos
os dentes anteriores ocasiona profundas modificações não só no esqueleto facial como também nas
partes moles que o recobrem. Os lábios e as bochechas se introfletem para a cavidade bucal devido
ao fato de perderem seus elementos suportes, produzindo-se um característico pregueamento
vertical.
A trituração dos alimentos é feita pelos pré-molares e pelos molares. Se a simplicidade de forma
adaptada à função é uma característica dos dentes anteriores, a complexidade é que se sobressai
nos posteriores. A morfologia dos dentes complica-se à medida que retrocedemos na arcada
dentária. Este fato deve-se à presença de saliências, sulcos e depressões mais ou menos
acentuadas, que tornam os pré-molares e molares aptos a desempenharem suas funções de
verdadeiras mós (daí o nome ‘molar’) ou de um pistilo no gral no ato de reduzirem substâncias
alimentares a partículas mais facilmente deglutíveis e digeríveis.
As Arcadas Dentárias
(superior e inferior)
As faces de todos os dentes humanos voltadas para a bochecha, lábio ou língua tem, cada face, uma
morfologia curva que lembra a forma de um arco. Quando os dentes estão em posição na boca eles
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se colocam lado a lado e o conjunto deste arcos individuais forma uma curva denominada de arcada
dental (o termo “arcada” é usado para lembrar que tal curva é formada por um conjunto de “arcos”).
A figura A abaixo mostra o arco dental inferior permanente completo. Diferentemente do que ocorre
em outras espécies animais, no ser humano, o número de dentes em cada uma das duas arcadas é o
mesmo (16 dentes). Como todo indivíduo possui dois arcos dentais (superior e inferior) o número
total de dentes normalmente presente no indivíduo adulto é 2 X 16
= 32 (sendo 8incisivos, 4 caninos, 8 pré-molares e 12 molares).
O nome dos dentes permanentes, a partir da linha mediana em direção posterior, são, para os dois
hemi-arcos: incisivo central, incisivo lateral, canino(popularmente chamado de ‘presa’), primeiro pré-
molar, segundo pré-molar, primeiro molar, seguindo molar e terceiro molar (dente do siso ou do juizo).
A dentição humana decídua completa possui ao todo 20dentes sendo 10 em cada arcada e,
portanto, 5 em cada hemi-arcada. A figura ao lado mostra, esquematicamente, os dois arcos
dentários decíduos (superior e inferior). Repare que, nesta dentição, não existem terceiros molares e
pré-molares. Os cinco dentes temporários de cada hemi-arco, a partir da linha mediana, que aparece
tracejada na figura, são: incisivo central, incisivo lateral, canino, primeiro molar e segundo
molar (confira com a figura).
Fórmula Dentária
Como vimos, o número total de dentes na dentição humana é, normalmente, 20 na dentição decídua
e 32 na permanente.
Para representar facilmente este número e os tipos de dentes usa-se a fórmula dentária, isto é, a
maneira suscinta de especificar a quantidade de dentes em cada hemi-arcada.
Na fórmula dentária, a denominação de cada dente está representada pela letra inicial, sendo
minúscula para os decíduos e maiúscula para os permanentes. Estas iniciais são colocadas em forma
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de fração que traduzem a separação das arcadas dentárias duperior e inferior, tendo como
numerador o número de dentes da hemi-arcada maxilar (superior) e no denominador os dentes
da hemi-arcada mandibular (inferior).
Repare que a fórmula dentária acima nos informa que em cada hemi-arcada permanente humana
completa temos: 2 incisivos, 1 canino, 2 pré-molares e 3 molares.
A figura acima relata que em cada hemi-arcada decídua humana completa temos: 2 incisivos, 1
canino e 2 molares.
O cirurgião-dentista tem necessidade de anotar todas as alterações que encontra durante o exame
clínico do aparelho dentário. Para tanto utiliza-se de uma ficha onde assinala aquilo que corresponde
ao estado atual dos dentes do seu paciente. Este sistema de indicar, de maneira sumária e prática,
os detalhes anatômicos das arcadas dentárias, constitui a notação dentária. A compreensão por
parte do leitor desta notação o auxiliará a entender as anotações de seu dentista.
Cada profissional pode ter o seu modo pessoal de assinalar as peças dentárias, porém o mais usado
é através da notação internacional.
Para isso consideremos que cada uma das arcadas dentárias é determinada por três planos a
saber: horizontal, frontal e sagital (de acordo com a figura abaixo).
Destes três planos o que mais vai nos interessar é o plano sagital mediando que divide as arcadas
dentárias em suas duas hemi-arcadas (direita e esquerda) a partir do encontro dos dois incisivos
centrais (como mostra a figura acima).
O leitor deve imaginar agora o indivíduo de frente conforme a figura abaixo. Nesta figura, o plano
sagital mediano aparece como um eixo vertical e o plano horizontal (que passa entre as duas
arcadas – superior e inferior – em contato) é visto como um eixo horizontal.
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Note que o lado direito do paciente aparece à esquerda da figura (como a nossa imagem no espelho).
Dividimos, assim, a boca em quatro quadrantes numerados a partir do superior direito em sentido
horário. Portanto, temos:
Os dentes poderão ser agora identificados, de acordo com a notação internacional, por um número
de dois dígitos onde o primeiro dígito se refere ao quadrante e o segundo, ao dente.
Dessa forma para os dentes da hemi-arcada superior esquerda temos os seguintes números
indicando os respecivos dentes (confira com a figura):
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Dessa forma os dentes permanentes todos se identificam pelos seguintes números visto na figura
abaixo:
Analogamente, os dentes decíduos são numerados de 1 a 5. Os números dos dentes de leite são:
os incisivos centrais 1, os incisivos laterais 2, os caninos 3, os primeiros molares 4 e os segundos
molares 5.
A figura abaixo mostra como fica, portanto, a numeração de todos os dentes decíduos:
Na figura acima repare que, por exemplo, o dente 73 é o canino inferior esquerdo decíduo.
Generalidades.
Na descrição das faces e dos detalhes anatômicos dos dentes é muito usado os conceitos
de ângulos diedros e triedros. Vamos recordar esses dois conceitos.
A palavra diedro vem do grego ("di", 'dois', 'duas vezes' + "hedra", 'plano') significando "que tem
duas faces" e, em geometria, é "ângulo formado por dois semi-planos com reta comum" ou
"ângulo de duas faces" (dicionário Porto Editora).
Analogamente “triedro é um ângulo formado por três semiplanos com ponto comum”.
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Cavidade Bucal
O único osso móvel da cabeça é a mandíbula. Quando elevamos a mandíbula de tal modo que os
dentes da arcada inferior tocam os dentes da arcada superior dizemos que ocluimos as arcadas ou
os dentes ou ainda que os dentes ou as arcadas entraram em oclusão.
Quando as duas arcadas entram em oclusão o conjunto forma como que uma muralha (figura ao
lado) que divide a cavidade bucal em dois compartimentos: um situado entre os lábios e bochechas e
os dentes que é denominado vestíbulo bucal (a palavra ‘vestíbulo’ quer dizer “entrada”); e outro
localizado entre os dentes onde se encontra a língua que é a cavidade bucal propriamente dita.
Os dentes permanentes possuem uma coroa que pode ser inscrita num sólido geométrico. Se
considerarmos as formas geométricas que mais exatidão tem para caracterizar as diferentes formas
de coroas podemos dizer que os anteriores (incisivos e caninos) se enquadram mais em sólidos
cuneiformes (figura A da imagem abaixo), enquanto que os pré-molares e molares se enquadram
mais nos sólidos rombóides (respectivamente figuras B e C da imagem abaixo).
As faces dos dentes posteriores (pré-molares e molares), que ocluem com os da arcada antagônica,
é denominada de face oclusal. Nos dentes anteriores (incisivos e caninos) essa face não é tão
evidente e, neste caso, é preferível falar em bordaao invés de face para essa aresta cortante (que
lembra um diedro) que lembra o ápice de uma cunha.
Assim cada coroa de dentes posteriores tem 12 ângulos diedros e 8 ângulos triedros (confira com
as figuras B e C acima).
1. Face vestibular (V): voltada para o vestíbulo da boca e que mantém relação com os lábios e
bochechas.
2. Face lingual (L): voltada para a cavidade bucal propriamente dita e que mantém relação com a
língua (nos dentes superiores essas faces são também denominadas face palatina (P) devido às
suas relações com o pálato – o ‘céu da boca’).
3. Faces proximais: são as faces de contato entre dois dentes vizinhos na arcada dentária, sendo:
· Face mesial (M): a mais próxima (ou voltada para) o plano sagital mediano
4. Face oclusal (O): são as faces que entram em contato quando os dentes entram em oclusão.
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A figura abaixo mostra as cinco faces com o dente em posição na arcada dentária (o quadrado da
direita focaliza, em maior aumento, o mesmo campo do quadrado da esquerda):
As várias faces das coroas dentais (e as raízes) são divididas em segmentos ou terços, tornando
mais fácil a localização de certos detalhes anatômicos, a descrição de lesões bem como a
comunicação falada e escrita. Os terços são denominados de acordo com a sua denominação. A
figura abaixo, por exemplo, mostra essas divisões em um dente posterior inferior e um dente anterior
superior:
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a) Face oclusal: no sentido mésio-distal: terços mesial, médio e distal; no sentido vestíbulo-
lingual: terços vestibular, médio e lingual.
c) Faces mesial e distal: no sentido gêngivo-oclusal: terços gengivalou cervical, médio e lingual;
no sentido vestíbulo-lingual: terços vestibular, médio e lingual.
d) Raízes: para as raízes só interessa a divisão no sentido vertical, isto é, do longo eixo do dente: no
sentido cérvico-apical: terços cervical, médio e apical.
Face Oclusal
Ao olharmos as faces oclusais dos dentes jugais (pré-molares e molares) constatamos a presença de
saliências (‘morrinhos’) que são denominadas cúspides. Estas formações são separadas umas das
outras por depressões que simulam ‘vales’ denominados sulcos. Ao longo dos trajetos tortuosos dos
sulcos encontramos também escavações (‘buraquinhos’) chamados fossetas.
As três imagens acima representam a face oclusal do dente 36 (Primeiro Molar Inferior). A
imagem A foi obtida através de um aumento da imagem B. Na imagem A as setas verdes apontam
para as cinco cúspides normalmente presentes neste dente: trata-se de um dente pentacuspidado.
As setas azuisapontam para sulcos e as setas vermelhas, para fossetas (repare que, embora só
duas fossetas estejam indicadas com setas, existem mais fossetas nesta face dental).
A presença dos sulcos e fossetas tem implicações clínicas: os primeiros dentes a serem cariados são
os jugais (molares e pré-molares) devido a essas informações que favorecem a implantação de
lesões cariosas. Repare na presença de cáries na figura C.
As faces oclusais são verdadeiras faces de equilíbrio morfo-funcional e uma das responsáveis
pela integridade das arcadas dentárias, graças ao engrenamento das cúspides antagônicas na
oclusão normal. São elementos funcionalmente valiosos na trituração dos alimentos. Elas tomam
parte na constituição de uma parte ativa da mastigação, a qual, paulatinamente, vai-se desgastando.
Cada cúspide é uma pirâmide de base quadrangular e, assim sendo, tem detalhes bem definidos
que devem ser corretamente interpretados: quatro faces ou planos inclinados, que se unem entre
si por intemédio de arestas ou bordas, e que convergem para um ponto comum ou ápice, o qual se
localiza do lado oposto à base.
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C – Depois junta-se duas destas pirâmides seccionadas pelo plano de secção e temos a concepção
morfológica de uma face oclusal bicuspidada.
D – Vista superior mostrando como é unida as duas cúspides para se formar a face oclusal
bicuspidada.
Deve-se notar que, quando o dente está em posição na arcada dentária, é a aresta (e não a face) de
cada cúspide que fica voltada para os lados lingual e vestibular. A figura seguinte ilustra bem esse
fato.
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Cristas Marginais
As cristas são elevações lineares que unem cúspides ou que reforça a periferia de certas faces
dos dentes. Podem ser:
01. Cristas marginais. Estas se encontram sempre presentes nas faces oclusais dos dentes
jugais (são as cristas marginais mesial e distal); e nas faces linguais dos dentes anteriores, são
quase verticais, localizando-se entre a face lingual e as faces de contato (figura abaixo).
01. Cristas longitudinais. Estas nem sempre presentes e quando aparecem se situam nas faces
oclusais unindo as cúspides linguais entre si e/ou as cúspides vestibulares.
02. Cristas oblíquas (ou ponte de esmalte). Estas atravessam em diagonal as faces oclusais
dos molares superiores e unem as cúspides mésio-lingual e disto-vestibular. A figura abaixo
mostra o desenho normal e estilizado da face oclusal do primeiro molar superior onde as setas
vermelhas apontam para a ponte de esmalte.
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O colo é o segmento imediato entre a coroa e a raiz. É a parte mais estrangulada do dente (o
‘pescoço’ do dente) e é limitado por uma linha sinuosa que se interpõe entre as duas outras partes do
dente (figura ao lado).
É importante que se faça distinção entre o colo anatômico e verdadeiro do dente e o colo cirúrgico.
O primeiro (colo anatômico) representa exatamente os limites divisórios entre a coroa e a raiz,
facilmente perceptível pela diferença de cor (a coroa é ‘branca’ e a raiz, ‘amarela’) e pela sinuosidade
(como na figura ao lado) que apresenta em todas as faces do dente.
O colo cirúrgico, nada mais é do que a porção inicial ou basal da raiz que fica sempre acima do
alvéolo dentário e que, no indivíduo revestido de suas partes moles, permanece revestida pela
gengiva. A retirada cirúrgica da coroa dental é feita sempre nesta parte basal da raiz, justificando
plenamente o seu nome.
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Os Alvéolos
A figura acima mostra os alvéolos (cavidades ósseas onde se inserem as raízes) das
arcadas superior (maxilar) e inferior (mandibular).
Quando o dente possuir uma única raiz esta se insere nos alvéolos
denominados unilaculares (seta vermelha 3); quando o dente possuir duas raízes, estas se inserem
nos bilacunares (seta vermelha 1) e se tiver três raízes, estas se inserem nos trilacunares (seta
vermelha 2).
Os alvéolos bi e tri lacunares possuem divisões ósseas internas que são os septos ósseos que
separam a cavidade de cada raiz individualmente (seta verde).
A parte mais alta do alvéolo, próxima ao colo dentário, que contorna a entrada do alvéolo, chama-
se crista óssea alveolar ou simplesmente crista óssea. As setas azuis apontam para duas
destas cristas.
Do ponto de vista arquitetural, e estrutural, o dente pode ser descrito com o sendo formado de
quatro partes: esmalte, dentina, cemento e polpa (figura abaixo).
As três primeiras formações são duras, calcificadas, enquanto que a polpa é o único tecido mole
do dente.
Esmalte
Propriedades Físicas
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O esmalte forma uma capa protetora, de espessura variável, sobre a superfície dental da coroa (o
esmalte envolve a coroa).
Nas cúspides de molares e pré-molares o esmalte tem uma espessura máxima de 2 a 2,5 mm,
aproximadamente, adelgaçando-se para baixo até quase o bordo de uma navalha, aio nível do colo
do dente.
Devido ao seu alto conteúdo de sais minerais e seu aspecto cristalino, o esmalte é o tecido mais
duro do organismo humano.
A função do esmalte é formar uma capa resistente para os dentes, tornando-os adequados para
a mastigação.
A estrutura e a dureza do esmalte tornam-no quebradiço. O peso específico do esmalte é 2,8 g/cm 3.
A cor da coroa coberta pelo esmalte vai do branco amarelado até o branco acinzentado. Tem sido
sugerido que as diferenças de cor se devem à translucidez do esmalte, de tal modo que dentes
amarelos tem esmalte fino e translúcido, através do qual a cor amarela da dentina é visível e dentes
acinzentados possuem um esmalte mais opaco.
Propriedades Químicas
A natureza orgânica do esmalte é protéica e semelhante à queratina (proteína que recobre a pele
dos vertebrados).
O espaço relativo ocupado pela armação orgânica e o esmalte completo é quase igual. A figura
ao lado ilustra esse fato, pela comparação entre uma pedra e uma esponja de tamanhos
aproximadamente iguais. A pedra representa o conteúdo mineral, e a esponja representa a armação
orgânica do esmalte. Embora seus tamanhos sejam quase iguais, seus pesos são muito diferentes. A
pedra é 100 vezes mais pesada que a esponja, ou expressando em porcentagem, o peso da
esponja é quase que 1% do peso da pedra.
Estrutura
Da mesma forma que uma parede é formada por tijolos o esmalte dental é formado
por prismas ou bastões. Na constituição do esmalte entram também bainhas dos prismas e, em
algumas regiões, uma substância interprismática cimentante.
Os prismas cobrem toda a espessura do esmalte desde o limite com a dentina até a superfície
coronária e se dispões num trajeto oblíquo e ondulado de forma que o comprimento de um prisma é
maior que a distância do limite da dentina até a superfície.
É aceito que o diâmetro médio dos prismas é de 4 micra (4 milésimos de milímetros), mas esta
medida varia uma vez que a superfície do esmalte junto à dentina é menor que no lado externo.
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Embora muitas áreas do esmalte humano parecem conter prismas envolvidos por bainhas dos
prismas e separados por uma substância interprismática, um modelo mais comum é um prisma em
forma de ‘buraco de fechadura’ quando cortados longitudinalmente (figura ao lado).
A parte circular mais volumosa do prisma é denominada ‘cabeça do prisma’ e a parte mais estreita,
‘cauda do prisma’.
Dentina
Propriedades Físicas
Nos dentes de indivíduos jovens, a dentina tem uma cor amarelo-claro. Ao contrário do esmalte, que
é muito quebradiço, a dentina está sujeita a deformações leves. E é altamente elástica. É algo m,ais
dura que o osso, mas mais mole que o esmalte.
Propriedades Químicas
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cemento e esmalte. Cada cristal de hidroxiapatita é composta por milhares de unidades. Cada
unidade tem a fórmula química 3Ca3(PO4)2,Ca(OH)2. Os cristais são descritos em forma de placas e
muito menores do que os do esmalte.
Estrutura
Apesar de ser menos resistente do que o esmalte, a dentina tem a particularidade de ser mais
desenvolvida porque encontra-se na coroa e na raiz do dente, formando como que o fuste dentário
sobre o qual repousam o esmalte e o cemento.
Além do mais a dentina limita uma cavidade onde se aloja a polpa dentária. Essa cavidade denomina-
se cavidade pulpar ou dentária.
A figura ao lado mostra a cavidade pulpar e é possível perceber que esta descreve quase que
perfeitamente a morfologia externa do dente.
Da superfície da cavidade pulpar até o esmalte (se for dentina coronária – que forma a coroa)
ou cemento (se for dentina radicular – que forma a raiz) o trajeto dos túbulos dentinários é algo curvo
e lembra a forma de um S.
A relação entre as áreas de superfície no lado externo e interno da dentina é cerca de 5:1.
Conseqüentemente os túbulos estão mais separados nas camadas periféricas e mais justapostos nas
camadas mais internas.
Além disso eles são mais largos perto da superfície pulpar (3 a 4 micra – milésimos de milímetro) e se
tornam mais estreitos em sua em suas extremidades externas (1 mícron). O número de canalículos
perto da cavidade pulpar da dentina é variável e está entre 30 000 e 75 000 por mm 2. Há mais túbulos
por unidade de área na coroa que na raiz. Cada túbulo tem mais ou menos 1 mícron de diâmetro.
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Dentro deste canalículos encontra-se também prolongamentos de células nervosas o que explica a
alta sensibilidade da dentina.
Para que o leitor possa fazer uma melhor idéia do teor de substância orgânica na matriz dentinária a
figura ao lado é a imagem ao microscópio eletrônico de varredura de um corte transversal do
canalículo e mostra a disposição irregular das fibras colágenas calcificadas ao redor dos canalículos.
(aumento de 15 000 vezes).
Polpa
A cavidade dentária (pulpar), com suas porções coronária e radicular, contém o tecido mole do
dente, a polpa dentária. Ambas as porções da cavidade pulpar são limitadas pela dentina, a qual vai,
durante a evolulção normal do dentes, determinar a diminuição progressiva desta parte cavitária do
dente.
Na figura acima, a parte escura interna ao dente tanto representa a cavidade pulpar como a polpa
dentária. A parte desta cavidade que ocupa a coroa do dente é denominada câmara
pulpar (ou coronária); e a parte que ocupa o interior das raízes, canal radicular. O canal radicular
se abre na região do ápice da raiz através de um orifício chamado forâmem radicular, cujo diâmetro
varia entre 0,3 a 0,4 mm . É pelo forâmem que entram, para dentro da cavidade pulpar, os vasos e
nervos que vão irrigar e enervar a polpa (figura ao lado).
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ANATOMIA DENTAL E DO PERIODONTO
O teto da câmara coronária corresponde à face oclusal dos pré-molares e molares ou à borda incisal
dos dentes anteriores. Esta parte caracteriza-se pela presença de depressões que nos moldes
surgem como elevações
O tamanho da câmara pulpar e o calibre dos canais radiculares sofrem influência da idade do dente,
da sua atividade funcional e da sua história clínica. A deposição de dentina é contínua até o dente
atingir o seu tamanho normal. Esta recebe o nome de dentina primária.
Entretanto, devido aos fatores apontados, decorrentes da própria evolução dos dentes e do indivíduo,
novas camadas de dentina são depositadas sobre a dentina primária, as quais podem ser divididas
em dentina secundária e dentina esclerosada.
A dentina secundária forma-se em condições normais, constantemente, devido à atrição que as faces
dentárias sofrem na mastigação; ou então, em condições patológicas. Assim pode-se dividir a dentina
secundária em dois tipos:
a) A dentina secundária fisiológica vai se depositando sobre a dentina primária, quer na câmara
coronária, quer no canal radicular, acompanhando a evolução do dente e, ao mesmo tempo,
modificando o volume dessas cavidades. Esta deposição dentinária serve para manter sempre
uma certa distância entre a superfície do dente e a polpa do órgão.
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ANATOMIA DENTAL E DO PERIODONTO
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ANATOMIA DENTAL E DO PERIODONTO
A polpa é um tecido mesenquimal que contém, inclusive, células tronco e é – a polpa - de grande
potencialidade formadora de dentina. As células que produzem a matriz dentinária são os
odontoblastos cujos corpos celulares estão na cavidade pulpar lado a lado forrando as
paredes desta cavidade. Embora o corpo celular esteja, portanto, dentro da cavidade pulpar e,
portanto, na polpa, estas células emitem prolongamentos citoplasmáticos que adentram os
canalículos dentinários. Portanto os odontoblastos estão presentes na polpa (corpo) e na
dentina (prolongamentos citoplasmáticos).
Entretanto lembremos que no dente adulto essa capacidade de neoformação difere quando se
considera a função normal do dente (formando dentina primária) ou os processos patológicos que
podem afetar a superfície dentária (dentina secundária).
A função nutridora toma-se importante no dente adulto porque ela mantém os componentes
orgânicos embebidos em substâncias vitalizadoras, além de fornecer a nutrição
indispensável à vida dos odontoblastos.
A função sensorial corre por conta de suas fibras sensitivas (fibras aferentes somáticas) que dão
a sensibilidade característica da polpa e da dentina, graças aos prolongamentos dos
odontoblastos. Ao lado destas fibras sensitivas, existem fibras motoras (fibras eferentes viscerais)
para a musculatura lisa dos vasos pulpares, controlando o fluxo sangüíneo na cavidade dentária.
A função protetora evidencia-se nos processos inflamatórios que atingem a polpa: formam-se
exsudatos que aumentam a pressão intradentária e, conseqüentemente, comprimem os filetes
nervosos, aparecendo o sintoma dor.
Cemento
O cemento é o tecido dentário mineralizado que cobre as raízes anatômicas dos dentes
humanos. Começa na porção cervical do dente, na junção cemento-esmalte, e se continua até o
ápice. O cemento fornece um meio para a inserção das fibras colágenas, que ligam o dente às
estruturas circundantes. É um tecido conjuntivo, especializado, que tem em comum algumas
características físicas, químicas e estruturais com o osso compacto. Ao contrário do osso, entretanto,
o cemento humano é avascular.
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cor. Sob condições experimentais, o cemento tem sido mostrado como sendo permeável a uma
variedade de materiais.
Baseado no seu peso seco, o cemento de dentes permanentes completamente formados contém
cerca de 45 a 50% de substâncias inorgânicas e 50 a 55% de material orgânico e água.
O cemento é o tecido dentário mineralizado que cobre as raízes anatômicas dos dentes
humanos. Começa na porção cervical do dente, na junção cemento-esmalte, e se continua até o
ápice. O cemento fornece um meio para a inserção das fibras colágenas, que ligam o dente às
estruturas circundantes. É um tecido conjuntivo, especializado, que tem em comum algumas
características físicas, químicas e estruturais com o osso compacto. Ao contrário do osso, entretanto,
o cemento humano é avascular.
Baseado no seu peso seco, o cemento de dentes permanentes completamente formados contém
cerca de 45 a 50% de substâncias inorgânicas e 50 a 55% de material orgânico e água.
O cemento acelular pode cobrir a dentina radicular, desde a junção cemento-esmalte até o
ápice, mas está muitas vezes ausente sobre o terço apical da raiz. Aqui o cemento pode ser
inteiramente do tipo celular. O cemento é mais delgado na junção cemento-esmalte (20 a 50
micra) e mais espesso perto do ápice (150 a 200 micra). O forâmen apical é circundado por
cemento. Algumas vezes o cemento se estende até a parede interna da dentina por uma curta
distância, e assim é formado um revestimento do canal radicular.
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Funcionalmente, o cemento é importante por causa da fixação que dá ao dente no seu alvéolo (o
ligamento alvéolo-dentário possui fibras colágenas quwe se inserem no cemento e no osso alveolar
fixando a raiz no alvéolo), além de permitir o aumento compensador da raiz pela perda de
material dentário durante o desgaste natural e, por último, contribui para que o dente possa
continuar a sua erupção oclusal mais ou menos uniforme.
A Junção Esmalte-Cemento
Sendo recoberta pelo esmalte na coroa e pelo cemento na raiz, a dentina pode, entretanto, ser
observada ao nível do colo dentário, na chamada junção cemento-esmalte onde os dois re-
vestimentos dentinários encontram-se, um revestindo o outro ou tocando-se apenas por suas extremi-
dades. Quando isto não acontece, o esmalte e o cemento não entram em contato, ficando assim
exposta a dentina, dando ao dente grande sensibilidade ao nível do colo. Nestes casos, menos
freqüentes, a dentina entra em contato direto com o revestimetno epitelial da gengiva que se insere
ao colo dentário e que é conhecido, clinicamente, como inserção epitelial. Estas quatro possibilida-
des de junção cemento-esmalte estão representadas na figura abaixo.
Tecido Ósseo
A fim de facilitar a compreensão dos tópicos que serão vistos adiante é de suma importância que
agora nos alonguemos um pouco para analisar algumas peculiaridades dos tecidos ósseos.
O tecido ósseo é um dos mais resistentes e rígidos do corpo humano. Como tecido especializado em
suportar pressões, sucede à cartilagem, tanto na ontogênese como na filogênese. Constituinte
principal do esqueleto, serve de suporte para as partes moles e protege órgãos vitais, como os
contidos nas caixas craniana e torácica e no canal raquidiano. Suporta os dentes, aloja e protege a
medula óssea, formadora das célulasdo sangue. Além dessas funções, proporciona apoio aos
músculos esqueléticos, transformando suas contrações em movimentos úteis, e constitui um sistema
de alavancas que amplia as forças geradas na contração muscular.
O tecido ósseo é formado por células e um material intercelular calcificado, a matriz óssea. As células
são: 1. os osteócitos, que se situam em cavidades ou lacunas no interior da matriz; 2.
os osteoblastos, produtores da parte orgânica da matriz; 3. os osteoclastos, células gigantes
multinucleadas, relacionadas com a reabsorção do tecido ósseo e que participam dos processos de
remodelação dos ossos.
Como não existe difusão de substâncias através da matriz calcificada do osso, a nutrição dos
osteócitos depende de canalículos que existem na matriz. Esses canalículos permitem a
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comunicação dos osteócitos com seus vizinhos, com as superfícies externa e interna do osso
e com os canais vasculares da matriz.
A presença da matriz mineralizada torna o tecido ósseo difícil de ser cortado no micrótomo. Por isso,
técnicas especiais são utilizadas para seu estudo. Uma das técnicas usadas, que não preserva as
células mas permite um estudo minucioso da matriz com suas lacunas e canalículos, consiste
na obtenção de fatias finas de tecido ósseo, preparadas por desgaste.
Todos os ossos são revestidos em suas superfícies externas e internas por membranas conjuntivas,
o periósteo e o endósteo, respectivamente.
Osteócitos
São as células existentes no interior da matriz óssea, ocupando lacunas das quais partem
canalículos. Os osteócitos são células achatadas, com forma de amêndoa e prolongamentos
citoplasmáticos que, ao menos nos ossos recém-formados, ocupam toda a extensão dos canalículos.
Os osteócitos são essenciais para a manutenção da matriz mineralizada do osso e sua morte é
seguida por reabsorção da matriz. Estudos histoquímicos recentes demonstraram que os
osteócitos e os osteoblastos contêm fosfato de cálcio unido a proteína ou glicoproteína. As células
do osso são, portanto, capazes de concentrar cálcio no seu citoplasma.
Osteoblastos
São as células que sintetizam a parte orgânica (colágeno e proteoglicanas) da matriz óssea.
Dispõem-se sempre nas superfícies ósseas, lado a lado, num arranjo que lembra um epitélio simples.
Possuem prolongamentos citoplasmáticos que se prendem aos dos osteoblastos vizinhos. Esses
prolongamentos se tornam mais evidentes quando um osteoblasto é envolvido pela matriz, pois são
responsáveis pela formação dos canalículos que se irradiam das lacunas. Uma vez aprisionado
pela matriz recém-sintetizada, o osteoblasto passa a ser chamado de osteócito. A matriz se deposita
ao redor do corpo da célula e de seus prolongamentos, formando assim as lacunas e os
canalículos, respectivamente.
A matriz óssea adjacente aos osteoblastos ativos e que não está ainda calcificada recebe o nome
de osteóide ou pré-osso.
Osteoclastos
São células globosas, gigantes, móveis, contendo de seis a 50 núcleos ou mais, que aparecem nas
superfícies ósseas quando ocorre reabsorção do tecido. Nos cortes histológicos, as áreas de
reabsorção podem ser identificadas pela presença de osteoclastos. Freqüentemente, os
osteoclastos situam-se em depressões da matriz, as lacunas de Howship.
Há evidências de que eles secretam uma colagenase que ataca a parte orgânica da matriz
óssea. Além disso, os osteoclastos englobam e solubilizam os cristais contendo cálcio, que se
destacam da matriz durante a reabsorção desta.
Matriz
A parte inorgânica representa cerca de 50% do peso da matriz óssea. Os íons mais encontra-
dos são o fosfato e o cálcio. Há também bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e citrato em
pequenas quantidades. O cálcio e o fósforo formam cristais que estudos de difração de raios X
mostraram ter a estrutura da hidroxiapatita, com a seguinte composição: (Ca)10 (P04)6 (OH)2. Esses
cristais se arranjam ao longo das fibrilas colágenas e são envolvidos por substância fundamental
amorfa. Os íons da superfície do cristal de hidroxiapatita são hidratados, existindo, portanto, uma
camada de água e íons em volta do cristal. Essa camada é denominada capa de hidratação. A capa
de hidratação facilita a troca de íons entre o cristal e o fluido intersticial.
A parte orgânica da matriz é formada por fibras colágenas (95%) e por pequena quantidade de
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Em virtude de sua riqueza em fibras colágenas, a matriz óssea descalcificada cora-se pelos corantes
seletivos do colágeno.
Endósteo E Periósteo
As superfícies internas e externas dos ossos são recobertas por membranas conjuntivas, que
formam o endósteo e o periósteo, respectivamente. O revestimento das superfícies ósseas é
essencial para a manutenção do tecido, pois áreas de reabsorção óssea aparecem nos locais que
perderam o revestimento conjuntivo ou a camada de osteoblastos. Por isso, nas cirurgias do osso dá-
se uma atenção especial ao endósteo e ao periósteo.
O periósteo é formado por tecido conjuntivo denso, muito fibroso em sua parte externa e mais celular
e vascular na porção interna, junto ao tecido ósseo.
Algumas fibras colágenas do tecido ósseo são contínuas com as fibras do periósteo e recebem o
nome de fibras de Sharpey. Essas fibras unem firmemente o periósteo ao tecido ósseo.
O endósteo é semelhante ao periósteo, sendo muito mais delgado. Nele não se distinguem as duas
camadas que geralmente são identificáveis no periósteo.
As principais funções do periósteo e do endósteo são nutrir o tecido ósseo, pois dos seus vasos
partem ramos que penetram nos ossos pelos denominados canais de Volkmann, e servir de fonte
de osteoblastos para o crescimento e reparação dos ossos.
Variedades
Observando-se a olho desarmado a superfície de um osso serrado, verifica-se que ele é formado por
partes sem cavidades visíveis, o osso compacto, e por partes com muitas cavidades
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Nos ossos longos, as extremidades ou epífises (letra B, na figura ao lado) são formadas por osso
esponjoso com uma delgada camada superficial compacta. A diáfise (parte cilíndrica, letra A) é quase
totalmente compacta, com pequena quantidade de osso esponjoso na sua parte profunda,
delimitando o canal medular.
As cavidades do osso esponjoso e o canal medular da diáfise dos ossos longos são ocupados
pela medula óssea, da qual há duas variedades. A medula óssea vermelha ou hematógena, que é
formadora do sangue, e a medula amarela, constituída por tecido adiposo.
Em cada peça óssea é o primeira tecido ósseo a ser formado, sendo substituído gradativamente
por tecido ósseo secundário. No adulto é muito pouco freqüente, persistindo apenas próximo às
suturas dos ossos do crânio, nos alvéolos dentários e em alguns pontos de inserção de tendões.
Apresenta-se formado pelos mesmos componentes do tecido primário. Sua principal característica é
possuir fibras colágenas organizadas em lamelas de 3 a 7 micrômetros (1 micrômetro equivale a um
milésimo de milímetro) de espessura, que, ou ficam paralelas umas às outras, ou se dispõem em ca-
madas concêntricas em torno de canais com vasos, formando os sistemas de Havers. (na figura da
direita a setavermelha aponta para o centro dossistema de harvers conforme visto ao microscópio e
a seta azulpara as lacunas onde ficam os osteócitos). As lacunas com os osteócitos estão em geral
situadas entre as lamelas ósseas (A figura da esquerda mostra o sistema de harvers e dois osteócitos
e, à esquerda da imagem, dois osteócitos com seus prolongamentos citoplasmáticos em posição
típica no osso; perceba que nas lamelas contíguas as fibras colágenas são cortadas segundo
diferentes incidências. Os canalículos estabelecem ligação entre as lacunas e entre essas e o canal
de harcers), porém algumas vezes estão dentro delas. Em cada lamela, as fibras colágenas são
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Na diáfise dos ossos, as lamelas ósseas se organizam num arranjo típico, constituindo os sistemas
de Havers, os circunferenciais interno e externo e os intermediários). Estes quatro sistemas são
facilmente identificáveis nos cortes transversais à diáfise. O tecido ósseo secundário, que contém
sistemas de Havers, é freqüentemente chamado de tecido ósseo haversiano, sendo característico
da diáfise dos ossos longos, embora sistemas de Havers pequenos sejam encontrados,
esporadicamente, no osso compacto de outros locais como, por exemplo, nos ossos de sutentação
dos dentes.
Cada sistema de Havers é constituído por um cilindro longo, às vezes bifurcado, paralelo à
diáfise e formado por quatro a 20 lamelas ósseas concêntricas. No centro desse cilindro ósseo
existe um canal, o canal de Havers, que contém vasos, nervos e tecido conjuntivo frouxo. Os canais
de Havers comunicam-se entre si, com a cavidade medular e com a superfície externa do osso, por
meio de canais transversais ou oblí" quos, os canais de Volkmann. Estes se distinguem dos de
Havers por não apresentarem lamelas ósseas concêntricas. Os canais de Volkmann atravessam as
lamelas ósseas. Todos os canais vasculares existentes no tecido ósseo aparecem quando a matriz
óssea se forma ao redor dos vasos preexistentes.
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Numa mesma lamela, as fibrilas são paralelas umas às outras e seguem um curso em hélice. Mas o
passo da hélice varia de uma lamela para outra, de tal modo que, em qualquer ponto considerado, as
fibrilas das lamelas adjacentes se cruzam em ângulo de quase 90° (parte superior esquerda da figura
acima). Portanto, um corte transversal, em qualquer altura do sistema de Havers, apanha as fibras
colágenas de uma lamela em corte transversal e as da lamela seguinte em corte oblíquo, quase
longitudinal.
O diâmetro dos canais de Havers é muito variável. Como cada sistema é construído por deposição
sucessiva de lamelas ósseas a partir da periferia, os sistemas em formação têm canais mais largos.
Estudos com raios X (historradiografia) revelam que os sistemas de Havers mais jovens, com canais
amplos, são os menos calcificados. Mesmo no osso adulto, ocorre contínua destruição de alguns
sistemas de Havers e reconstrução de novos, de modo que é comum encontrarmos nesse osso
sistemas com apenas algumas lamelas e canal central de grande diâmetro.
Os sistemas circunferenciais interno e externo, como seus nomes indicam, são constituídos por
lamelas ósseas paralelas entre si, formando duas faixas: uma situada na parte interna do osso, em
volta do canal medular, a outra na parte mais externa, próxima ao periósteo (figura acima). O sistema
circunferencial externo é mais desenvolvido do que o interno.
Tanto os maxilares quanto a mandíbula saõ ossos que sistentam o alvéolo dentário e, por
conseguinte, os dentes. Neste tópico faremos uma apresentação somente da mandíbula para não
nos tornarmos excessivamente prolixos, já que os fatos de interesse neste artigo apontados para a
mandíbula apresentam-se também, analogamente, nos maxilares.
Sua forma é semelhante a uma ferradura horizontal com abertura posterior (corpo), de cujas
extremidades livres saem dois prolongamentos (ramos).
O ramo da mandíbula é uma das estruturas que compõe a mandíbula. Tem forma retangular e é mais
alto do que largo, com obliqüidade póstero-lateral mais evidente do que a do corpo da mandíbula.
O corpo é a parte que contém os alvéolos. Cada lado do corpo contém, da extremidade anterior à
posterior, oito alvéolos para a inserção dos dentes, respectivamente: dois alvéolos para o engaste
dos incisivos; um alvéolo canino, bastante profundo; dois alvéolos pré-molares e dois ou três
molares,dependendo da formação ou não do terceiro molar ou dente siso. Estes números referem-se
à boca do homem, nos restantes grupos de mamíferos, os números variam, tendo evoluído de acordo
com o tipo de alimentação.
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ANATOMIA DENTAL E DO PERIODONTO
O Canal da mandíbula é uma estrutura que nasce no forame mandibluar (a palavra “forâmem” quer
dizer ‘buraco’, ‘orifício’), situado na face medial do ramo 9figura ao lado), e atravessa o corpo do osso
com obliqüidade ântero-inferior, até a região dos dentes pré-molars; aí se bifurca:
uma de suas bifurcações termina no forame mentoniano (imagem acima); e a outra se ramifica na
região anterior (dentes caninos e incisivos), com difícil identificação anatômica.
Uma delgada lâmina de tecido compacto é o limite do canal, cuja parede superior é perfurado por
numerosos forames destinados aos vasos e nervos para os dentes posteriores.
A figura ao lado mostra a trajetória do nervo alveolar inferior (seta vermelha) em seu trajeto desde
um pouco antes de adentrar, pelo forâmem mandibular, no canal mandibular, até sua bifurcação na
altura do forâmem mentoniano (seta azul).
Note que o desenho mostra os ramos emitidos do nervo alveolar que atravessam o teto do canal
mandibular e vão inervar os dentes molares e pré-molares – a figura coloca em destaque a
ramificação que vai inervar a polpa do segundo molar.
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ANATOMIA DENTAL E DO PERIODONTO
A figura ao lado mostra a radiografia panorâmica em dois tamanhos: no maior aumento (a de cima)
pode-se notar o trajeto do canal mandibular apontada pelas setas vermelhas; na imagem em menor
aumento (a de baixo) vemos o trajeto do canal mandibular destacado por linhas vermelhas.
O processo alveolar é constituído pelo osso alveolar e pelo osso de suporte da maxila ou
da mandíbula.
O osso alveolar (também dito lâmina dura pelo aspecto radiográfico) corresponde à superfície
interna da loja alveolar onde se localizam as raízes dentárias. O osso de suporte, notadamente
nas regiões posteriores, é constituído por uma cortical externa, que à semelhança do osso
alveolar, reveste uma zona óssea compacta que se continua com uma zona óssea esponjosa e
central.
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A junção entre a cortical do osso de suporte e o osso alveolar corresponde à região deno-
minada crista alveolar. Na figura ao lado vemos as cristas alveiolares(setas vermelhas) e
os septos intralveolares (setas azuis).
Apenas na cortical do osso de suporte o processo alveolar está revestido por periósteo que
apresenta, tanto em jovens quanto em adultos, duas regiões distintas: a mais externa (distante do
osso) é dita região fibrosa por ser mais rica em fibras colágenas. A mais interna é chamada zona
osteogênica por ser mais rica em células potencialmente osteoblásticas. O periósteo é, portanto,
estrutura importante no crescimento da cortical óssea. Nos indivíduos senis o periósteo perde sua
zona osteogênica permanecendo, portanto, apenas com sua região fibrosa.
O osso alveolar (lâmina dura), à semelhança de qualquer outro osso do organismo, é variedade
mineralizada do tecido conjuntivo, constituído por substância mineral (fosfato de cálcio sob a forma de
cristais de hidroxiapatita), células (osteoblastos, osteócitos, osteoclastos) e substância intercelular
(fibras colágenas e glicosaminoglicanos).
O osso alveolar é constituído por lamelas ósseas paralelas entre si e à superfície radicular e recebe a
inserção perpendicular das fibras do ligamento periodontal (fibras de Sharpey) à semelhança do
cemento. Devido a esta inserção de fibras o osso alveolar também é denominado de fasciculado.
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ANATOMIA DENTAL E DO PERIODONTO
O osso alveolar é perfurado por inúmeras aberturas que dão passagem aos ramos do nervo
interalveolar e vasos sangüíneos e linfáticos que tem como destino o ligamento periodontal (a figura
ao lado mostra um alvéolo em corte longitudinal –c: osso compacto; e: osso esponjoso). Devido a
essas perfurações o osso alveolar também é conhecido como lâmina crivada.
O processo alveolar sofre constantes modificações em sua estrutura e pode, assim, ser considerado
um tecido altamente plástico. Essas modificações são evidentes especialmente durante a erupção,
exfoliação da dentição decídua (primária) e perda final dos dentes permanentes; claro está que se faz
presente, em menor grau, também com a abrasão e migração mesial. Os processos alternados de
osteogênese e osteoclasia são intermitentes, havendo períodos de repouso entre eles.
Na figura acima o processo alveiolar em corte transversal: A: osso compacto, B: osso esponjoso; C:
osso alveolar; D: ligamento alvéolo-dentário.
Na figura acima temos: G – grupo gengival; T – feixes transeptais; C – feixes da crista alveolar; H –
horizontais; O – oblíquas; A – apicais e em B – espaço apical de Black.
Os grupos I e II incluem as chamadas fibras livres: ou ligamento. Para Orban (que escreveu
“Histologia e Embriologia Oral”), existiria, no agrupamento alveolar, um grupo de fibras a que se
denominou inter-radiculares.
I) Feixe gengival: formado por fibras, partindo do colo dental, irradiam-se para o derma da gengiva,
entre cruzando-se com as fibras do cório gengival. Algumas destas fibras confundem-se com o
periósteo das faces vestibular e lingual da apófise alveolar.
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ANATOMIA DENTAL E DO PERIODONTO
lI) Feixe transeptal: ou interdental, tem suas fibras correndo por sobre o septo alveolar em busca do
colo do dente vizinho. Não poucas destas fibras fixam-se na parte mais alta do contorno alveolar,
confundindo-se algumas com o periósteo do septo interal veolar.
Ambos os grupos de feixes assinalados exibem fibras, na sua maioria, com disposição radiada e com
características arquitetônicas semelhantes.
I1I) Feixe da crista alveolar: fixa-se, este feixe de fibras, na parte mais alta dos septos
interalveolares, daí dirigindo-se ao dente.
V) Feixe obllquo
Estas três ordens de feixes constituem o principal meio de união para o dente. As fibras destes
feixes, inserindo-se no cemento, cruzam o espaço alvéolo-dental para se fixarem na parede alveolar,
com implantação à maneira de fibras de Sharpey. Estas fibras aderem mais ao cemento que ao
osso, por isso, após extrações, a raiz dental vem coberta por este tecido conjuntivo.
As fibras inseridas no cemento constituem feixes densos, porém ao se prenderem na parede alveolar
dissociam-se em leque, permitindo a passagem de vasos e nervos entre seus grupos menores. A
partir do cemento, as fibras podem assumir diversas direções, horizontal, oblíqua ou tangencial,
conferindo aos feixes IV, V e VI suas respectivas denominações. Note-se que, no último
agrupamento, as fibras apicais fixam-se na proximidade do forâmen apical e daí dirigem-se ao osso
alveolar, limitando um espaço conhecido pelo nome de espaço apical de Blackou coxim mucoso
apical.
Os diferentes feixes de fibras assinalados deixam, no seu entrelaçamento, espaços ou lacunas, mais
numerosas e maiores junto à parede alveolar, comunicando-se com a esponjosa óssea. A maioria
das tais lacunas é preenchida por vasos, nervos e espaços linfáticos, que funcionam como
verdadeiros freios hidráillicos quando a peça dental tende a se aprofundar no alvéolo. Destas
lacunas, a maior é a do espaço apical, onde a ausencia de fibras destina-se a permitir a livre entrada
do feixe vásculo-nervoso do alvéolo para a polpa, garantindo, por outro lado, proteção a esses
elementos e impedindo o choque do ápice contra o fundo do alvéolo.
Outro fato que deve ser assinalado com respeito a estes feixes de fibras é a disposição arquitetônica
particular que cada uma delas assume, e também os feixes em conjunto, disposição que garante uma
certa elasticidade e este tipo de tecido fibroso, ainda que aí não exista fibra elástica.
De fato, as fibras dispõem-se nos seus feixes, formando espirais alongadas ou como cordas, capazes
de ceder às forças de pressão que agem sobre o dente, porém retomando ao estado primitivo quando
cessada a força atuante.
a) Força de pressão mastigatória: é transmitida como força de tração para as paredes alveolares.
b) Outros elementos do espaço alvéolo-dental: ao lado do tecido conjuntivo diferenciado que forma
o ligamento alvéolo-dental, há que assinalar outras estruturas no espaço entre a parede alveolar e o
cemento da raiz, tais como: fibroblastos típicos - encarregados da formação das fibras
colágenas; osteoblastos, cementoblastos e osteoclastos, com função na remodelação do tecido
ósseo e cemento. O tecido ósseo adapta-se, mediante contínuas aposiçoos e reabsorções às neces-
sidades funcionais do periodonto, ao passo que o cemento responde a estímulos diversos,
reabsorvendo-se ou apondo novas camadas às já existentes;
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ANATOMIA DENTAL E DO PERIODONTO
A função mecânica, talvez a mais importante, subdivide-se em três, todas elas de elevado valor na
mecânica dentária:
1 - absorver parte das cargas transmitidas pelo dente durante o ato da mastigação, limitando o
discreto movimento que o dente realiza para o interior do alvéolo, como se fosse um pistão em seu
cilindro;
A função biológica está representada pelas condições nutricionais desta região. A nutrição do dente
processa-se mediante os sistemas sangüíneo e linfático do desmodonto, e a vitalidade dos órgãos
dentários é mantida mesmo em dentes despolpados (desvitalizados segundo alguns) enquanto
permanecer íntegro o desmodonto. As periodontopatias ou doenças que afetam o periodonto tendem
a produzir lesões mais ou menos graves no desmodonto, levando, em muitos casos, a extrusão do
dente ou comprometendo bastante a sua estabilidade no interior do alvéolo.
A função sensitiva ou táctil é altamente desenvolvida no desmodonto hígido. O mais leve toque na
superfície da coroa dentária e do colo é localizado imediatamente. Dentes despolpados por avulsão
da polpa e infecção do desmodonto perdem estas propriedades, porém, quando o dente está
despolpado, mas com o desmodonto íntegro, não perdem a sua alta sensibilidade. Experiência fácil e
elucidativa para demonstrar a função sensorial do desmodonto, é a de colocar-se um relógio entre os
dentes e tapar os ouvidos; ouvir-se-á, nitidamente, o tic-tac do relógio.
Mucosa
Mucosa é um tipo de tecido epitelial de revestimento interno das cavidades do corpo que têm contato
com o meio externo. O revestimento da cavidade bucal (ou oral) é um exemplo.
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ANATOMIA DENTAL E DO PERIODONTO
A gengiva é a parte da mucosa oral que recobre os processos alveolares dos maxilares e circunda o
colo dos dentes.
Periodonto De Proteção
É a parte da mucosa bucal que recobre os arcos alveolares, nos quais estão implantados os
dentes. Reveste os espaços interdentais, protegendo os tecidos de sustentação contra a
agressão do meio externo. Didaticamente denominam-se periodonto de sustentação (osso
alveolar, ligamento e cemento), às estruturas vinculadas à articulação dento-alveolar; e
de periodonto de proteção à mucosa gengival.
Gengiva
É de cor rosa pálida, firme, resistente e fortemente aderida ao periósteo subjacente, através de feixes
de fibras colágenas. A mucosa gengival consta de um epitélio pavimentoso escamoso estratificado,
com ou sem queratina. A queratinização da gengiva, no adulto, é considerada uma adaptação
funcional (queratina - do grego "kéras" que significa 'chifre' - ou ceratina é uma proteína sintetizada
por muitos animais para formar diversas estruturas do corpo; trata-se de uma estrutura
mecanicamente resistente), tanto que não é encontrada no resto da mucosa bucal exceto o palato
duro.
A gengiva pode ser dividida topograficamente em: a) gengiva marginal ou livre, b) gengiva
aderida ou inserida.
Rodeia os dentes como um colar, com cerca de 0,5 a 2mm de altura; em corte vestíbulo lingual
tem a forma triangular. Apresenta-se duas vertentes: vertente marginal, voltada para a cavidade
bucal e vertente dentária voltada para o dente.
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ANATOMIA DENTAL E DO PERIODONTO
Podemos na vertente dentária considerar duas regiões: uma que forma a parede do sulco
gengival (que é a fenda ou espaço em torno do dente, limitado de um lado pela superfície dentária e
do outro pelo epitélio que reveste a margem livre da gengiva. O sulco gengival tem o formato em "V");
e outra ligada ao dente, que forma o epitélio juncional. Na figura ao lado temos: 1: gengiva; 2:
sulco gengival; 3: parede do sulco; 4: epitélio juncional.
A gengiva livre também é responsável pela formação da papila interdentária, a qual preenche o
espaço entre dois dentes adjacentes. Na região anterior tem a forma piramidal enquanto, entre os
dentes posteriores, possui em corte vestíbulo lingual a forma de uma tenda ou barraca, onde os
cantos lingual e vestibular são altos, enquanto que a porção central é côncava. Esta depressão
central encontra-se subjacente às superfícies de contato, é denominada "col" (na figura ao lado p:
papila; EJ: epitélio juncional; A: dente anterior; B: dente jugal).
A figura ao lado representa a sondagem do sulco gengival. Trata-se de um exame clínico de grande
importância diagnóstica. Se a profundidade ultrapassar os limites fisiológicos indica a presença da
‘bolsa periodontal’. Se a mucosa não ficar branca (isquêmica) como mostra a figura e sangrar é sinal
de inflamação da gengiva (gengivite).
Estrutura
Vertente Dentária
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ANATOMIA DENTAL E DO PERIODONTO
coroa dentária (fase pré-funcional da erupção dentária), os ameloblastos (células que sintetizam o
esmalte) diminuem sua altura rapidamente e, juntamente com os restantes componentes do órgão do
esmalte forma o epitélio juncional. É responsável pelo íntimo contato (aderência epitelial) com a
superfície dentária. Formado por algumas camadas de células (2 a 30 camadas), apresenta
espessura variável. Exceto na camada basal, as células são achatadas e paralelas a superfície
dental. As células em contato físico com o dente, produzem uma lâmina basal semelhante àquela
encontrada normalmente entre epitélio e tecido conjuntivo de suporte. Também encontram-se
hemidesmossomos (corpúsculos de adesão celular) entre as células superficiais e lâmina basal,
sendo provavelmente responsáveis pela estabilidade da junção.
Esta é firme, resistente e fortemente inserida ao periósteo do osso alveolar, através de fibras
colágenas. Também conhecida como mucosa mastigatória .
Vai da gengiva marginal até a mucosa do soalho da boca (pelo lado lingual) e da gengiva marginal
até a união muco-gengival, pelo vestíbulo.
A gengiva aderida mais larga é encontrada na região dos dentes anteriores e decresce desde a área
do canino em direção aos dentes posteriores.
Estrutura
Embora o grau de pontilhação e a textura das fibras colágenas variem em diferentes indivíduos, há
também diferenças de acordo com a idade e sexo. Nas pessoas mais jovens, do sexo feminino, o
tecido conjuntivo tem sua textura mais fina do que nas do sexo masculino. Entretanto, com o avanço
da idade, os feixes de fibras colágenas tornam-se mais grossos em ambos os sexos.
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Anatomia Radiográfica
Agora o leitor poderá facilmente visualizar as seguintes estruturas nas radiografias odontológicas
como a da figura ao lado:
A erupção (nascimento) dos dentes ocorre numa ordem bem definida e a seqüência em que cada
grupo dentário começa a nascer ocorre numa idade aproximadamente constante para cada grupo.
Para a dentição decídua (de leite) a seqüência é a mesma para ambas as arcadas (tanto para os
maxilares como para a mandíbula). É a seguinte: incisivos centrais >¨ incisivos laterais
>¨ primeiro molar >¨ canino >¨ segundo molar.
Mandíbula: 1º molares >¨ incisivos centrais >¨ incisivos laterais >¨ caninos >¨ 1º pré-molares
>¨ 2º pré-molares >¨ 2º molares >¨ 3º molares.
Maxilares: 1º molares >¨ incisivos centrais >¨ incisivos laterais >¨ 1º pré-molares >¨ 2º pré-
molares >¨ caninos >¨ 2º molares >¨ 3º molares.
Conhecendo-se a idade e a seqüência em que ocorre a erupção de cada grupo fica fácil saber quais
os dentes presentes na boca de uma criança são de leite e quais são permanentes (e isso interessa,
em muito, também aos pais).
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Por outro lado, sabendo-se quais os dentes são de leite e quais são os permanentes (isso pode ser
verificado através de radiografias), fica fácil estimar a idade aproximada da criança.
As figuras a seguir ilustram bem esse fato. Essas figuras permitem aos pais determinarem, em
seus filhos, quais são os dentes de leite e quais são os permanentes:
O Repare, pela figura acima, que, a criança ao nascer, já possui dentinhos com início da
calcificação ainda que nem tenham iniciado a erupção; e que os primeiros dentinhos de leite
começam a aparecer na boca do bebê aproximadamente aos seis meses de idade. Durante a
fase em que só tenham nascidos os dentes de leite temos a dentição decídua
(aproximadamente dos seis meses até os seis anos).
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Aos seis anos começa irromper o primeiro molar permanente(por isso esse dente é
denominado molar dos seis anos). Desta fase até que todos os decíduos tenham se esfoliado
(caídos) temos a dentição mista (dos seis aos dez anos aproximadamente) e, a partir daí, dentição
permanente.
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