Laudo Condomínio Madeira 16 Finalizado

CLIENTE:
Condomínio Residencial João Aguiar Madeira
ENDEREÇO:
Quadra 206, Lote 05, Águas Claras, Brasília - DF

ÁREA:
PILARES DO PILOTIS, GARAGEM DESCOBERTA E SUBSOLOS

TÍTULO:
Realização de inspeção preliminar, ensaios tecnológicos e laudo técnico.

R. TÉC.: CREA: DATA
Eng. Civil Jorge Antonio da Cunha Oliveira 9788–D / PA 15/01/2018

ÍNDICE
1. OBJETIVO .......................................................................................................... 1
2. LOCALIZAÇÃO DA EDIFICAÇÃO ..................................................................... 2
3. DESCRIÇÃO DA EDIFICAÇÃO ......................................................................... 3
4. METODOLOGIA DE INSPEÇÃO ........................................................................ 4
5. LEVANTAMENTO HISTÓRICO .......................................................................... 7
6. INSPEÇÃO PREDIAL ESTRUTURAL ................................................................ 8
6.1. Segundo Subsolo da Garagem Coberta .................................................... 9
6.1.1. Viga no Alinhamento das Garagens 302 C e 903 B ............................ 9
6.1.2. Juntas de Dilatação do Piso do 2º Subsolo ...................................... 11
6.1.3. Pilar Próximo a Vaga de Garagem 501 C .......................................... 12
6.1.4. Vigas, Pilar e Laje da Rampa de Acesso ao 2º Subsolo .................. 12
6.1.5. Paredes da Rampa de Acesso ao 2º Subsolo .................................. 14
6.2. Primeiro Subsolo da Garagem Descoberta ............................................. 16
6.2.1. Parede Próxima a Rampa de Acesso do 2º Subsolo ....................... 17
6.2.2. Piso do 1º Subsolo.............................................................................. 17
6.2.3. Viga Próxima às garagens 404 B e 901 A ......................................... 18
6.2.4. Viga Próxima às garagens 604 A e 401 A ......................................... 20
6.2.5. Pilar Próximo a Vaga de Garagem 401 A .......................................... 21
6.2.6. Laje de Cobertura do 1º Subsolo ....................................................... 22
6.2.7. Juntas de Dilatação do Piso do 1º Subsolo ...................................... 24
6.3. Pilares Pilotis ............................................................................................. 26
6.4. Garagem Descoberta ................................................................................ 30
7. ENSAIOS TÉCNICOS E RESULTADOS .......................................................... 34
7.1. Pacometria ................................................................................................. 34
7.1.1 RESULTADOS OBTIDOS .................................................................... 35
7.2. Esclerometria ............................................................................................. 38
7.2.1. RESULTADOS OBTIDOS .................................................................... 41
7.3. Avaliação da Frente de Carbonatação..................................................... 43
7.4. ENSAIO DE ULTRASSONOGRAFIA ............................................................... 47
7.5. Determinação da Resistência de Aderência à Tração............................ 50
8. ANÁLISE DAS MANIFESTAÇOES PATOLÓGICAS E DIAGNÓSTICO ......... 53
8.1. Subsolos da Garagem Coberta ................................................................ 53
8.1.1. Infiltrações Observadas nas Vigas Próximas às Vagas de Garagem
404 B e 901 A; 604 A e 401 A; 302 C e 903 B e nas Lajes da Garagem Coberta
53
8.1.2. Lixiviação e Eflorescências nas Vigas Alinhadas às Garagens 404 B
e 901 A; 604 A e 401 A; 302 C e 903 B e na Laje próxima às Garagens 604 A e
401 A 54
8.1.3. Corrosão das Barras de Aço, Carbonatação e Desplacamento do
Concreto das Vigas Próximas às Vagas de Garagem 404 B e 901 A; 604 A e
401 A; 302 C e 903 B, na Laje da Rampa de Acesso para o 2° Subsolo da
Garagem e Pilar Próximo à Garagem 401 A ..................................................... 55
8.1.4. Falhas na Concretagem e Corrosão da Armadura nas Vigas, Lajes e
Pilar da Rampa de Acesso ao 2° Subsolo da Garagem .................................. 57
8.1.5. Trincas/Fissuras nas Alvenarias de Vedação da Rampa de Acesso
ao 2º Subsolo da Garagem ................................................................................ 57
8.1.6. Danos no Piso de Concreto da Garagem Coberta ........................... 58
8.1.7. Falhas na Junta de Dilatação ............................................................. 58
8.2. Pilares do Pilotis........................................................................................ 59
8.2.1. Corrosão da Armadura, Carbonatação e Desplacamento do
Concreto.............................................................................................................. 59
8.2.2. Infiltração no Pilar do Pilotis Localizado no Lado Oposto à
Garagem Descoberta ......................................................................................... 60
8.3. Garagem Descoberta ................................................................................ 61
8.3.1. Danos e Formação de Poças de Água no Piso de Concreto .......... 61
8.3.2. Falhas nas Juntas Estruturais ........................................................... 61
9. GRAU DE RISCO ADOTADO .......................................................................... 62
10. PROPOSTA DE MANUTENÇÃO CORRETIVA ............................................... 63
10.1. Recuperação Estrutural – Juntas de Dilatação....................................... 63
10.2. Recuperação do Sistema de Impermeabilização da Garagem
Descoberta e Instalação de Sistema de Drenagem na Área ............................... 64
10.3. Recuperação Estrutural – Vigas, Lajes e Pilares da Garagem Coberta e
Pilares Deteriorados do Pilotis.............................................................................. 65
10.3.1. Vigas e Lajes dos Subsolos da Garagem Coberta que Apresentam
Carbonatação do Concreto e Corrosão e Exposição da Armadura ............... 65
10.3.2. Pilares que Apresentam Carbonatação do Concreto e Corrosão e
Exposição da Armadura, Localizados na Garagem Coberta e no Pilotis ...... 66
10.4. Fissuras/Trincas nas Paredes Próximas à Rampa de Acesso ao
Segundo Subsolo ................................................................................................... 69
10.5. Danos no Piso de Concreto dos Subsolos da Garagem Coberta ......... 71
10.6. Sinais de Infiltração na Garagem Coberta .............................................. 71
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 72
12. REFERÊNCIAS ................................................................................................. 74
13. ENCERRAMENTO ............................................................................................ 76
1. OBJETIVO
O presente Laudo Técnico tem como finalidade executar uma inspeção

preliminar do condomínio residencial João Aguiar Madeira para a realização de
uma análise técnica estrutural dos pilares do pilotis, visto que esses elementos
estruturais estão apresentando trincas/fissuras que causam desconforto e
insegurança aos moradores do edifício.
O estudo também engloba a vistoria da garagem descoberta da edificação com o

intuito de detectar manifestações patológicas que possam estar contribuindo para
o surgimento das anomalias nos subsolos.
Dando continuidade aos trabalhos, é realizada uma análise estrutural e de

desempenho das vigas de concreto armado localizadas no primeiro subsolo entre
os pilares localizados próximo às vagas de garagem 404 B e 901 A e os pilares
localizados próximo às garagens 604 A e 401 A. Em relação ao segundo piso da
garagem coberta, é executado o estudo da viga que sustenta a laje da rampa de
acesso ao subsolo e da viga alinhada as garagens 302 C e 903 B.
Por fim, são apresentadas as recomendações referentes aos serviços de reparo

que deverão ser executados para a recuperação do desempenho estrutural dos
pilares do pilotis, da garagem descoberta e dos subsolos, bem como os prazos
máximos para a inicio da sua realização, visando a segurança dos moradores do
edifício e o aumento da vida útil da edificação.
O Laudo Técnico está devidamente registrado no Conselho Regional de

Engenharia e Agronomia – CREA/DF sob o número de Anotação de
Responsabilidade Técnica (ART) 0720170079972.
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LAUDO TÉCNICO CONDOMÍNIO RESIDENCIAL JOÃO AGUIAR MADEIRA, Quadra 206, Lote 05, Águas Claras, Brasília – DF
TECNOPLAN ENGENHARIA LTDA
Eng. Civil Doutor em Estruturas e Construção Civil. Jorge Antônio da Cunha Oliveira CREA 9788-D PA SCLN 111, Bloco A Sala 110, Asa Norte,
CEP 70754-510, Brasília DF. Telefone: (61) 3034-2026, Celular: (61)98260-9444
E-mail: tecnoplandf@gmail.com ART: 0720170079972
2. LOCALIZAÇÃO DA EDIFICAÇÃO
O condomínio João Aguiar Madeira é um edifício residencial, localizado no

endereço Quadra 206 Lote 05, Águas Claras, Brasília - DF CEP 71.925-180 e
sob as coordenadas geográficas: 15°50'36.47"S e 48°1'24.79"O
A figura 1 ilustra a localização do Edifício João Aguiar Madeira.
Figura 1-Imagem com o posicionamento do Condomínio João Aguiar Madeira (Google Maps)
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3. DESCRIÇÃO DA EDIFICAÇÃO
O condomínio João Aguiar Madeira (figura 2) é constituído por 3 blocos

residenciais de múltiplos pavimentos que são interligados pelo pilotis.
Figura 2- Edifício João Aguiar Madeira.
Cada bloco contém 9 pavimentos e em cada pavimento há 4 apartamentos

resultando, ao todo, em 108 unidades habitacionais.
A área comum da edificação é constituída de pilotis, garagem descoberta, 2

subsolos, quadra de esportes.
Os blocos do Edifício João Aguiar Madeira são compostos pelos seguintes

sistemas construtivos:
• Sistema estrutural: concreto armado;
• Sistema de revestimento externo das fachadas: revestimento

argamassado com acabamento em pintura;
• Acabamento dos pilares do pilotis: pintura tipo grafiato.
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4. METODOLOGIA DE INSPEÇÃO
A metodologia adotada para o desenvolvimento do trabalho constitui-se de coleta

de dados e informações de interesse, execução de inspeções técnicas in loco e
realização de ensaios tecnológicos.
As vistorias possuem o objetivo de investigar as trincas/fissuras dos pilares de

concreto armado do pilotis, detectar eventuais anomalias na garagem descoberta
da edificação e averiguar as manifestações patológicas encontradas nas vigas
entre os pilares localizados próximo das vagas de garagem 404 B e 901 A; 604 A
e 401 A; 302 C e 903 B e a viga que sustenta a laje da rampa de acesso ao
segundo subsolo, com obtenção de características que as classifiquem quanto às
causas, origens e grau de risco.
Desta forma, os sistemas que constituem objetos de vistoria e estudo na

inspeção predial deste trabalho são os pilares do pilotis que apresentam
fissura/trincas (em especial os localizados no Bloco C), a área da garagem
descoberta e as vigas que estão alinhadas as vagas de garagem 404 B e 901 A;
604 A e 401 A; 302 C e 903 B bem como a viga que sustenta a laje da rampa do
subsolo.
Os ensaios tecnológicos foram executados com o intuito de obter informações

complementares às inspeções visuais e foram empregados de acordo com as
necessidades das áreas em estudo. A seguir, são apresentados os ensaios
adotados para os pilares do pilotis e para as vigas que foram analisadas nos
subsolos:
1. Pilares de Concreto Armado do Pilotis:

• Ensaio de Determinação da Resistência de aderência à tração do
revestimento argamassado;
• Avaliação de Penetração de Carbonatação com aplicação de
fenolftaleína no concreto;
• Medições do cobrimento das Barras de Aço visual.
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2. Vigas e Pilares do Subsolo:
• Avaliação de Penetração de Carbonatação com aplicação de
fenolftaleína no concreto;
• Ensaios de Esclereometria;
• Medições do cobrimento das Barras de Aço com a utilização da
pacometria;
• Ensaio de Ultrassonografia.
Foram propostas, também, a realização de um número maior de ensaios,

manutenções corretivas para as anomalias identificadas e prazos para a sua
execução com o intuito de recuperar o desempenho estrutural, prolongar a vida
útil da edificação e garantir segurança aos condôminos.
A representação esquemática da metodologia empregada pode ser visualizada

no organograma 1.
Organograma 1 - Esquema da metodologia de inspeção utilizada.
A metodologia adotada nesse trabalho fundamenta-se na Norma Básica para

Perícias de Engenharia e na Norma de Inspeção Predial do Instituto Brasileiro de
Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo – IBAPE/SP.
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De acordo com a Norma de Inspeção Predial – IBAPE/SP de 2011 são três os
níveis de rigor:
▪ Nível 1: vistoria para identificação de anomalias aparentes, elaborada por

profissional habilitado e capacitado.
▪ Nível 2: vistoria para identificação de anomalias aparentes identificadas

com auxílio de equipamentos, elaborada por profissionais de diversas
especialidades. Nele se enquadram edifícios de múltiplos andares,
comerciais, residenciais e mistos, centros comerciais, galpões industriais,
etc.
▪ Nível 3: vistoria para a identificação de anomalias aparentes e ocultas

constatáveis com o auxílio de equipamentos, incluindo testes e ensaios
locais e/ou laboratoriais específicos, elaborada por profissionais de
diversas especialidades. Neste se enquadram os imóveis com suspeitas
de vícios ocultos significativos.
O nível de rigor adotado para o presente trabalho é de Nível 3, para as

atividades de inspeção predial desenvolvidas in loco, visto que os objetos de
estudo em questão apresentam vícios ocultos e que a vistoria contou com o
emprego da fenolftaleína para averiguação da carbonatação do concreto e de
equipamentos tais como: pacômetro,ultrassom, esclrerômetro e fissurômetro.
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5. LEVANTAMENTO HISTÓRICO
Nessa etapa foram coletadas informações que auxiliaram a compreender o

processo construtivo do edifício João Aguiar Madeira assim como visualizar os
problemas/anomalias e as necessidades dessa edificação, apoiado na execução
de ensaios tecnológicos, como o de: determinação da resistência de aderência à
tração do reboco do pilotis, pacometria, esclerometria e avaliação da frente de
penetração de carbonatação.
O Condomínio João Aguiar Madeira foi edificado pela empresa associada da

Villela e Carvalho e a data de emissão do Habite-se é de aproximadamente 16
anos atrás.
Segundo informações fornecidas pela síndica do edifício, Sra. Neuza Leal da

Silveira, e pela engenheira e moradora do condomínio, Sra. Samya Gomes, a
construtora responsável pela obra em questão declarou falência antes do término
e entrega da obra. Devido a este fato, os proprietários que haviam iniciado a
compra do imóvel ocuparam seus respectivos apartamentos, antes mesmo da
entrega do Habite-se. Todavia, essa documentação estava em posse do
condomínio no momento da vistoria realizada.
Foi informado, também, que há duvidas em relação à sequência de construção

adotada para os blocos do condomínio. Essa informação é importante para a
análise técnica, visto que os pilares inspecionados do Bloco C apresentam-se,
em perda de funcionalidade estrutural, pois há uma diminuição da seção do aço,
como serão apresentados nos registros fotográficos.
Em referência à garagem descoberta, a Sra. Samya Gomes relatou que a área

inicialmente era um jardim, porém, com o intuito de criar novas vagas de
garagem para aluguel, a região foi adaptada para essa nova funcionalidade.
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6. INSPEÇÃO PREDIAL ESTRUTURAL
Seguindo a metodologia previamente definida para o desenvolvimento do

trabalho, a avaliação de desempenho e diagnóstico iniciou-se por meio de
inspeção visual e registros fotográficos dos objetos de estudo do trabalho (pilares
com fissuras/trincas do pilotis, garagem descoberta e vigas próximas as vagas de
garagem 404 B e 901 A; 604 A e 401 A; 302 C e 903 B bem como a viga que
sustenta a laje da rampa do subsolo), conforme apresentado no acervo
fotográfico das áreas vistoriadas, ANEXO I, com o intuito de identificar e mapear
a localização de manifestações patológicas presentes na edificação.
No decorrer das vistorias, foram identificadas outras manifestações patológicas

as quais não constituem objetos de estudo do presente laudo, mas que serão
brevemente apresentadas.
É importante destacar que a inspeção não teve o objetivo de vistoriar toda a

estrutura, embora tecnicamente tenha sido recomendada a realização de uma
maior quantidade de ensaios para a obtenção de um diagnóstico mais
conclusivo. Portanto, as anomalias apresentadas que não condiz com o objetivo
deste laudo são apenas as manifestações patológicas que estavam evidentes e
que foram visualizadas na inspeção, não significando que essas sejam as únicas
falhas das regiões em estudo.
A seguir está descrito como foi realizada as inspeções em cada área de análise.
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6.1. Segundo Subsolo da Garagem Coberta
A inspeção realizada no segundo subsolo iniciou na viga que fica no alinhamento

aos pilares das garagens 302 C e 903 B (figura 3 a) e seguiu para a viga que
sustenta a laje da rampa (figura 3 b).
(a) (b)
Figura 3 - Vigas. (a) Viga que fica no alinhamento das garagens 302 C e 903 B; (b) viga que sustenta
a laje da rampa.
Ao longo dessa vistoria também foram identificadas algumas anomalias as quais

não se encontram nas vigas em estudo, mas devido à gravidade foram
analisadas e inspecionadas.
6.1.1. Viga no Alinhamento das Garagens 302 C e 903 B
Foi identificado visualmente que a viga do alinhamento das vagas de garagem

302 C e 903 B apresentava infiltrações (figuras 4 a e 4 b), mofo na pintura
(figuras 5 a e 5 b), desplacamento do concreto (figuras 6 a e 6 b) e sinais de
corrosão das armaduras (figuras 4, 5 e 6).
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(a) (b)
Figura 4 – Infiltrações e sinais de corrosão na viga alinhada na direção dos pilares 302 C e 903 B
(a) (b)
Figura 5 - Mofo na pintura e sinais de corrosão da armadura na viga alinhada na direção dos pilares
302 C e 903 B
(a) (b)
Figura 6 – Deplacamento do concreto e sinais de corrosão da armadura na viga alinhada na direção
dos pilares 302 C e 903 B
Verificou-se, também, que a junta de dilatação dessa viga apresentava-se

deteriorada, como pode ser visualizada na figura 7 a e 7 b. Esse sistema é
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inserido à edificação para que as partes adjacentes à junta atuem como corpos
rígidos independentes e caso haja alguma movimentação da estrutura, não surja
fissuras/trincas. Portanto, a junta presente na viga próxima às garagens 302 C e
903 B não está desempenhando a função para a qual foi projetada, visto que
está muito danificada.
(a) (b)
Figura 7 –Junta de dilatação da viga deteriorada
6.1.2. Juntas de Dilatação do Piso do 2º Subsolo
As juntas de dilatação presentes no piso do 2º subsolo estavam apresentando

fissuras/trincas, desplacamento do concreto e ausência do material NP1,
responsável por absorver as tensões advindas da movimentação da estrutura e
impermeabilizar a junta (figuras 8 e 9).
(a) (b)
Figura 8 – Juntas de dilatação do 2º subsolo
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(a) (b)
Figura 9 - Juntas de dilatação do 2º subsolo
6.1.3. Pilar Próximo a Vaga de Garagem 501 C
Observou-se que o pilar próximo à garagem 501 C, assim como o pilar da rampa
de acesso ao subsolo que será ilustrado no item 6.1.3, apresentava falhas na
concretagem e corrosão da armadura (figura 10 a e 10 b).
(a) (b)
Figura 10 – Falhas na concretagem e corrosão da armadura no pilar próximo à vaga 501 C.
6.1.4. Vigas, Pilar e Laje da Rampa de Acesso ao 2º Subsolo
Durante as inspeções visuais, foi possível observar que alguns trechos das vigas,
pilar e laje de concreto armado estão com falhas de concretagem (bicheiras no
concreto), pontos de desplacamento, infiltrações e corrosão das armaduras,
conforme apresentado nas figuras 11, 12, 13 e 14.
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(a) (b)
Figura 11 - Falha de concretagem da viga da rampa;
(a) (b)
Figura 12 - Falha de concretagem da laje
(a) (b)
Figura 13 - Corrosão da armadura, desplacamento do concreto e infiltração na laje.
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(a) (b)
Figura 14 – Bicheiras, infiltração e pontos de corrosão do aço do pilar
Foi possível detectar que alguns trechos da viga que estavam com falhas de
concretagem, foram pintados com a tinta aplicada nos tetos do subsolo (figura 15). A
empresa executora da edificação não teve o cuidado de fazer o reparo necessário.
Figura 15 - Pintura das barras de aço com material de acabamento do teto da laje
6.1.5. Paredes da Rampa de Acesso ao 2º Subsolo
A inspeção possibilitou a visualização de fissuras/trincas que seguiam a direção

de 45° e sinais de infiltração, como o mofo, nas paredes da rampa que liga o 1°
ao 2° subsolo (figuras 16 e 17).
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(a) (b)
Figura 16 – Fissura/trinca e mofo na parede da rampa de acesso ao 2º subsolo
(a) (b)
Figura 17 - Fissura/trinca e mancha de infiltração na parede da rampa de acesso ao 2º subsolo
Para averiguar a abertura da fissura/trinca encontrada, empregou-se o

fissurômetro, como ilustrado nas figuras 18 e 19.
(a) (b)
Figura 18 – Utilização do fissurômetro para a medição da abertura da fissura/trinca
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(a) (b)
Figura 19 - Utilização do fissurômetro para a medição da abertura da fissura/trinca
6.2. Primeiro Subsolo da Garagem Descoberta
A vistoria executada no primeiro subsolo começou na viga que está alinhada aos
pilares das vagas de garagem 404 B e 901 A (figura 20 a) e prosseguiu para a
viga próxima as garagens 604 A e 401 A (figura 20 b).
(a) (b)
Figura 20 - Vigas. (a) Viga que fica no alinhamento das garagens 404 B e 901 A; (b) Viga que fica no
alinhamento das garagens 604 A e 401 A.
A diligência realizada no primeiro subsolo, assim como ocorreu durante a vistoria

do segundo subsolo, possibilitou reconhecer algumas manifestações patológicas,
as quais não se encontram nas vigas em análise, mas devido à sua importância
foram inspecionadas.
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6.2.1. Parede Próxima a Rampa de Acesso do 2º Subsolo
Verificou-se que a parede que divide o 1º subsolo a rampa de acesso para o 2º

subsolo apresentava fissuras/trincas de 45°, sinais de infiltração e
desplacamento da pintura, conforme ilustrado nas figuras 21 e 22.
(a) (b)
Figura 21 - Fissuras/trincas de 45°, sinais de infiltração e desplacamento da pintura.
(a) (b)
Figura 22 - Fissuras/trincas de 45°
6.2.2. Piso do 1º Subsolo
Ao longo das vistorias indo em direção às vigas de estudo do 1º subsolo,

observou-se que o piso de concreto se apresentava danificado, como pode ser
visualizado nas figuras 23 a e 23 b.
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(a) (b)
Figura 23 – Piso de concreto danificado no 1º subsolo.
6.2.3. Viga Próxima às garagens 404 B e 901 A
Durante a vistoria, foi possível identificar que a viga alinhada com as vagas de
garagem 404 B e 901 A expunha sinais de infiltração, corrosão da armadura,
eflorescências/estalactites e desplacamento/bicheiras no concreto, como
apresentado nas figuras 24, 25, 26 e 27.
(a) (b)
Figura 24 – Infiltrações, estalactites e sinais de corrosão das armaduras na viga próxima às garagens
404 B e 901 A.
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(a) (b)
Figura 25 - Infiltrações, estalactites e sinais de corrosão das armaduras na viga próxima às garagens
404 B e 901 A.
(a) (b)
Figura 26 - Infiltrações, estalactites e sinais de corrosão das armaduras na viga próxima às garagens
404 B e 901 A.
(a) (b)
Figura 27 – Desplacamento/ bicheiras no concreto e juntas de dilatação danificadas da viga próxima
às garagens 404 B e 901 A.
Assim como o observado na viga 302 C e 903 B do 2º subsolo, figura 3 a, foi

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identificado que os sistemas de impermeabilização das juntas de dilatação
demonstravam-se danificadas, como pode ser visualizado nas figuras 27 a e 27
b.
6.2.4. Viga Próxima às garagens 604 A e 401 A
A viga localizada no alinhamento das garagens 604 A e 401 A apresentava-se no

estado mais crítico das vigas em análise, pois ela possuía uma grande
quantidade de eflorescências/estalactites (figuras 26 a e 26 b), exibia muitos
sinais de corrosão da armadura, desplacamento do concreto, infiltrações e danos
no sistema de impermeabilização das juntas de dilatação (figuras 28, 29, 30, 31 e
32).
(a) (b)
Figura 28 – Estalactites na viga próxima às garagens 604 A e 401 A.
(a) (b)
Figura 29 – Sinais de infiltração na viga próxima às garagens 604 A e 401 A.
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(a) (b)
Figura 30 –Desplacamento do concreto, corrosão do aço e sinais de infiltração na viga próxima às
garagens 604 A e 401 A.
(a) (b)
Figura 31 - Desplacamento do concreto, corrosão do aço e sinais de infiltração na viga próxima às
(a) (b)
Figura 32 - Desplacamento do concreto, estalactites e danos na junta de dilatação da viga próxima às
6.2.5. Pilar Próximo a Vaga de Garagem 401 A

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Observou-se que o pilar localizado próximo à garagem 401 A apresentava sinais
claros de que o concreto estava carbonatado e que o aço encontrava-se em
processo de corrosão, uma vez que a armadura estava totalmente exposta e
deteriorada (figuras 33 e 34).
(a) (b)
Figura 33 – Pilar, com manifestações patológicas, próximo à garagem 401 A
(a) (b)
Figura 34 – Armadura com corrosão do pilar próximo à garagem 401 A
6.2.6. Laje de Cobertura do 1º Subsolo
Durante as vistorias, verificou-se que a laje do 1º Subsolo possuía muitos sinais

de infiltração, incluindo estalactites formadas pela lixiviação do concreto (figuras
35 e 36).
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(a) (b)
Figura 35 – Sinais de infiltração na laje de cobertura do 1º subsolo
(a) (b)
Figura 36 – Estalactites na laje de cobertura do 1º subsolo
Em função dessa passagem de água pela laje, algumas áreas dispunham de

estruturas provisórias para impedir a água, que contêm sais e impurezas, de
atingir os veículos (figuras 37 a e 37 b).
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(a) (b)
Figura 37 – Estruturas provisórias para conter a água da infiltração
6.2.7. Juntas de Dilatação do Piso do 1º Subsolo
Foi identificado, durante as vistorias, que a junta de dilatação do piso do 1º

subsolo apresentava muitos danos, incluindo fissuras/ trincas, desplacamento do
concreto, ausência do material NP1 e desprendimento do tarucel/mastique da
junta de dilatação (figuras 38, 39, 40 e 41).
(a) (b)
Figura 38 - Junta de dilatação próxima as vagas 404 B e 901 A
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(a) (b)
Figura 39 - Junta de dilatação próxima as vagas 604 A e 401 A
(a) (b)
Figura 40 - Junta de dilatação próxima as vagas 404 B e 901 A
(a) (b)
Figura 41 - Junta de dilatação próxima as vagas 604 A e 401 A
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6.3. Pilares Pilotis
A vistoria dos pilares do pilotis iniciou com uma inspeção visual em todos os
pilares do térreo visando identificar as estruturas que apresentavam
fissuras/trincas no revestimento argamassado.
Observou-se que os pilares que possuíam as manifestações patológicas

(fissuras/trincas e infiltração) encontravam-se exclusivamente no Bloco C, sendo
eles os 6 pilares indicados, através das setas vermelhas, nas figuras 42 a, 42 b,
43 a e 43 b.
(a) (b)
Figura 42 – Pilares, voltados para a garagem descoberta, que apresentam fissuras/ trincas no
revestimento argamassado.
(a) (b)
Figura 43 – (a) – Pilar, voltado para a garagem descoberta, que apresenta fissuras/ trincas no
revestimento argamassado, (b) Pilar, do lado oposto a garagem descoberta com sinais de infiltração.
Após a execução desse reconhecimento, foi selecionado 4 dos 5 pilares do Bloco

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C que apresentavam fissuras/trincas no revestimento argamassado e realizou-se
o ensaio destrutivo de remoção do acabamento a fim de averiguar se as
manifestações patológicas eram causadas apenas pelo desplacamento do
reboco ou se havia anomalias na estrutura.
A retirada da camada de reboco possibilitou visualizar que as fissuras/trincas

presentes nos pilares ensaiados foram promovidas por anomalias na estrutura,
visto que a armadura passou pelo processo de oxidação e estava nitidamente
corroída (figuras 44 a, 44 b, 45 a e 45 b).
(a) (b)
Figura 44 – Corrosão das armaduras dos pilares ensaiados
(a) (b)
Figura 45 - Corrosão das armaduras dos pilares ensaiados
Verificou-se, também ao realizar o ensaio destrutivo nos pilares que o cobrimento
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nominal do concreto é inferior ao estabelecido pela norma NBR 6118 de 1978,
valor correspondente a 20 milímetros para o grau de agressividade II (figura 46).
Figura 46 - Cobrimento nominal do pilar do pilotis
Com a finalidade de verificar, por amostragem, a situação dos pilares do pilotis

dos Blocos adjacentes ao Bloco C (Bloco A e B), foram realizados ensaios
destrutivos (um em cada Bloco) de remoção do revestimento argamassado, bem
como do concreto, visando atingir a armadura da estrutura (figuras 47 e 48).
(a) (b)
Figura 47 - Pilar do Bloco A em que foi realizado o ensaio destrutivo
Página 28 de 76
(a) (b)
Figura 48 - Pilar do Bloco B em que foi realizado o ensaio destrutivo
Constatou-se que os pilares apresentam alta resistência, visto que não foi
possível atingir o aço empregado na peça de concreto armado. A execução deste
ensaio permitiu também, a visualização da superfície do concreto. A figura 49 a
ilustra o concreto do pilar ensaiado do Bloco A que apresenta acabamento liso e
sem poros. Em comparação com pilar do Bloco B, este apresenta maior
rugosidade e porosidade.
(a) (b)
Figura 49 – (a) Pilar do Bloco A; (b) Pilar do Bloco B
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6.4. Garagem Descoberta
A inspeção visual da garagem descoberta partiu da área próxima à guarita,

prosseguindo no sentido da quadra de esportes (figuras 50 a e 50 b). Verificou-se
que o piso da região se apresentava muito danificado, com trincas/fissuras e
desplacamento do revestimento de concreto (figuras 51 e 52).
(a) (b)
Figura 50 – Imagens da garagem descoberta
(a) (b)
Figura 51 – Fissuras/trincas no piso de concreto da garagem descoberta
Página 30 de 76
(a) (b)
Figura 52 - Fissuras/trincas e desplacamento do piso de concreto da garagem descoberta
Além disso, foram constatados orifícios dispersos ao longo do piso de concreto

semelhantes à instalação de ralos. No entanto, não existe nenhum sistema de
drenagem que dê destino às águas acumuladas. Portanto, ficam retidas nas
pequenas tubulações inseridas nas cavidades, contribuindo para a infiltração nas
lajes e vigas da garagem coberta.
(a) (b)
Figura 53 – Orifício no piso de concreto da garagem descoberta
Página 31 de 76
(a) (b)
Figura 54 - Orifício no piso de concreto da garagem descoberta
Observou-se também, a presença de poças de água sobre algumas regiões do

piso de concreto da garagem descoberta (figura 55 a e 55 b). Esta área possui
apenas duas juntas de dilatação, as quais contém fissuras/trincas, inexistência
de material elástico (NP1) em certos trechos e deterioração do concreto nas
extremidades das juntas (figuras 56 e 57).
(a) (b)
Figura 55 – Acumulo de água sobre algumas regiões do piso de concreto da garagem descoberta
Página 32 de 76
(a) (b)
Figura 56 – Danos apresentados na 1ª junta de dilatação da garagem descoberta
(a) (b)
Figura 57 - Danos apresentados na 2ª junta de dilatação da garagem descoberta
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7. ENSAIOS TÉCNICOS E RESULTADOS
A metodologia adotada para a análise estrutural das vigas do subsolo, da

garagem descoberta, dos pilares do pilotis e de alguns pilares dos apartamentos
selecionados no Bloco C abrange a realização de ensaios tecnológicos com o
objetivo de identificar a origem e as causas das principais manifestações
patológicas observadas e avaliar o desempenho e o grau de deterioração da
estrutura.
Foram realizados ensaios de pacometria, esclerometria, ultrassonografia,

avaliação da penetração de frente de carbonatação e determinação de
resistência de aderência à tração do revestimento argamassado.
7.1. Pacometria
A pacometria é um ensaio não destrutivo realizado que utiliza o pacômetro,

aparelho que detecta a posição da barra de aço na estrutura de concreto armado
e fornece o diâmetro da barra e a espessura do cobrimento, por meio de indução
magnética.
Durante a análise visual observou-se que a espessura do cobrimento das barras

de aço eram insuficientes, o que pode facilitar o processo de corrosão da
armadura, devido ao ataque por carbonatação. Dessa forma, fez-se necessário
medir a espessura do cobrimento, em algumas estruturas do subsolo e dos
pilares localizados nas unidades habitacionais 101, 201, 401 e 704 do Bloco C,
através do ensaio de pacometria.
A realização do ensaio de pacometria nas vigas e pilares da estrutura de

concreto armado do Condomínio Residencial João Aguiar Madeira foi executado
para determinar o cobrimento das armaduras, conforme apresentado nas figuras
58, 59 e 60.
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(a) (b)
Figura 58 - Ilustração do pacômetro empregado nos ensaios do pilar 903B
(a) (b)
Figura 59 - Pacômetro sendo utilizado na área de ensaio da viga localizada próximo às vagas de
garagem 302 C e 903 B do 2º subsolo
(a) (b)
Figura 60 - Pacômetro sendo utilizado no pilar localizado no apartamento 101 do Bloco C
7.1.1 RESULTADOS OBTIDOS

Página 35 de 76
O ensaio de pacometria foi realizado nos subsolos da garagem coberta nas vigas
alinhadas às garagens 302 C e 903 B; 403 C e 704 C; 604 A e 401 A e nos
pilares próximos às vagas de garagem 903 B e 901 A, bem como no pilar da
rampa de acesso ao 2º subsolo, pois foram os locais em que se observou maior
grau de corrosão e exposição da armadura. Realizou-se também o ensaio nos
pilares que se encontram localizados no interior dos apartamentos 101, 201, 401
e 704 do Bloco C, os quais foram escolhidos a partir da permissão de seus
respectivos moradores para a vistoria.
A tabela 1 apresenta os resultados obtidos dos ensaios de pacometria realizados

durante a inspeção.
Tabela 1- Tabela com os Resultados de Pacometria
A norma 6118/1978: Projeto de estruturas de concreto – Procedimento, a qual foi

utilizada para a construção do Condomínio Residencial João Aguiar Madeira no
Página 36 de 76
ano de 2001, estabelece as espessuras mínimas de cobrimento da armadura
conforme a classe de agressividade ambiental, o tipo de estrutura e o elemento
estrutural.
O subsolo da edificação e o pilar nos pavimentos tipo analisado são classificados

com classe de agressividade ambiental II por apresentar maior risco de
deterioração da estrutura. Para essa classificação estabelece-se um cobrimento
nominal de 20 milímetros para pilares, visa e lajes de concreto armado.
A partir dos valores de cobrimento obtidos no ensaio de pacometria verificou-se

que a espessura do cobrimento das peças estruturais dos subsolos não se
adequa às especificações da NBR 6118/1978, vigente à obra.
Com relação aos pilares estudados nos apartamentos 101, 201, 401 e 704 do
Bloco C, averiguou-se que apesar dos resultados serem superiores ao exigido
em norma (tabela 1), esse não condiz com a espessura do cobrimento nominal
do concreto, mas sim com as espessuras do revestimento argamassado e do
cobrimento nominal, uma vez que não foi realizada a remoção dos revestimentos
dos pilares para a realização dos ensaios. Portanto, considerando que o
revestimento argamassado possui em média 20 mm de espessura, conclui-se
que os pilares ensaiados nos apartamentos não apresentam resultados
adequados à norma em vigor na época da construção, pois o cobrimento nominal
se encontra inferior ao estabelecido na NBR 6118/1978.
O emprego do pacômetro possibilitou, ainda, a visualização do diâmetro das

barras de aço das estruturas ensaiadas. No entanto, os valores lidos no
equipamento não foram considerados para a análise das estruturas visto que foi
identificado visualmente que havia corrosão das armaduras, processo o qual
gera o aumento das seções das barras de aço comprometendo o desempenho
da peça.
Página 37 de 76
7.2. Esclerometria
Este ensaio é executado seguindo os procedimentos prescritos na NBR

7584/2013: Concreto endurecido – Avaliação da dureza superficial pelo
esclerômetro de reflexão- Método de ensaio.
O ensaio é baseado no princípio do ricochete e consiste em realizar impactos na

superfície da estrutura e medir o retorno da força aplicada após o impacto. O
equipamento utilizado é chamado de esclerômetro de Schimidt.
O objetivo do ensaio é medir a dureza superficial do concreto endurecido com

intuito de avaliar sua qualidade desse material, estabelecendo uma correlação
com a resistência.
A norma determina que para a execução dos ensaios, as superfícies do concreto

devem estar secas ao ar livre, limpas e, preferencialmente planas. Superfícies
irregulares, ásperas, curvas ou talhadas não fornecem resultados homogêneos e
devem ser evitadas, bem como superfícies de concreto úmidas ou carbonatadas.
Além disso, as áreas ensaiadas devem estar afastadas de regiões afetadas por
segregação, exsudação, concentração excessiva de armadura, juntas de
concretagem, cantos, arestas, etc.
As áreas de ensaio foram definidas com base nesses critérios e foram

devidamente preparadas por meio de polimento enérgico com disco de
carborudum, através de movimentos circulares, conforme exigido pela norma. A
preparação da área de ensaio é apresentada na figura 61.
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Figura 61 - Polimento da área de ensaio no pilar do subsolo com disco de carborudum
Conforme estabelecido na norma, em cada área de ensaio devem ser efetuados

16 impactos em pontos uniformemente distribuídos e espaçados numa distância
mínima de 30 mm, conforme exemplificada na figura 62.
Figura 62 - Malha dividida em 16 pontos
Devem ser evitados impactos sobre armaduras, bolhas e áreas similares, que
não representem o concreto em avaliação. Além disso, a norma determina que
não é permitido mais de um impacto sobre um mesmo ponto e que se isto
ocorrer, o segundo valor lido não pode ser considerado nos cálculos dos
resultados.
Página 39 de 76
Utilizando-se do ensaio de pacometria, descrito no item 7.1, foi determinado o
posicionamento das barras de aço e em função desse posicionamento foram
delimitadas as áreas a serem ensaiadas.
Vale ressaltar que foram realizados alguns ensaios de esclerometria em regiões

próximas aos pontos de exposição da armadura a fim de atestar a influência da
carbonatação nos resultados obtidos, pois a formação do carbonato de cálcio
(CaCO3) no concreto confere maiores valores da resistência ao impacto.
As Figuras 63 e 64 apresentam o ensaio de esclerometria sendo realizado em

algumas estruturas do subsolo.
(a) (b)
Figura 63 - Ensaio de esclerometria sendo realizado no pilar próximo a vaga de garagem 903 B
(a) (b)
Figura 64 - Ensaio de esclerometria sendo realizado na viga alinhada as garagens 302 C e 903 B
Página 40 de 76
7.2.1. RESULTADOS OBTIDOS
Cada impacto realizado com o esclerômetro de Schmidt fornece um índice

esclerométrico. Segundo a NBR 7584/2013, o resultado a ser calculado em
cada área de ensaio é o índice esclerométrico médio efetivo. Para se obter esse
resultado deve-se:
1) Calcular a média aritmética dos 16 índices esclerométricos

correspondentes a uma única área de ensaio.
2) Desprezar todo índice esclerométrico individual que esteja afastado em
mais de 10% do valor médio obtido e calcular nova média aritmética.
3) O índice esclerométrico médio final deve ser obtido com no mínimo cinco
valores individuais.
Os valores finais de resistência do concreto à compressão foram adquiridos por

meio da correlação do índice esclerométrico médio efetivo com o sentido de
aplicação do impacto do equipamento, através do ábaco representado na figura
65.
Figura 65- Ábaco empregado no ensaio de esclerometria
A tabela 2 exibe os valores de índices esclerométricos médios obtidos para cada

Página 41 de 76
ponto ensaiado e suas respectivas resistências do concreto à compressão.
Tabela 2- Valores dos índices esclerométricos médios obtidos em cada ponto ensaiado
É importante destacar que a análise dos resultados obtidos através do ensaio de

esclerometria somada à avalição da frente de carbonatação, que será descrita
posteriormente no item 7.3, permitem concluir que os valores de resistência de
dureza superficial do concreto encontrados (tabela 2) estão majorados, uma vez
que o concreto sofreu carbonatação.
Para se ter certeza do valor real da resistência de compressão do concreto seria

interessante a execução do ensaio de extração de corpo de prova do concreto
em algumas peças estruturais da edificação.
Por fim, segue no ANEXO II os valores dos ensaios resultantes em cada local
ensaiado. Vale ressaltar que os pontos destacados de vermelho indicam os
índices esclerométricos que foram desprezados no cálculo da média final, por se
afastarem em mais de 10% do primeiro valor de média obtido.
Página 42 de 76
7.3. Avaliação da Frente de Carbonatação
O método de ensaio consiste na visualização da alteração do pH do concreto de

cobrimento, por meio da aspersão de um indicador como a solução de
fenolftaleína. Essa substância reage com os produtos das reações de hidratação
do cimento e altera a coloração de acordo com a alcalinidade do concreto.
Os produtos da reação de hidratação do cimento conferem ao concreto um pH

em torno de 13 à 14. Essa elevada alcalinidade da solução dos poros do
concreto é responsável pela formação da película passivadora, que protege o
aço contra a corrosão.
A penetração do dióxido de carbono (CO2) presente na atmosfera provoca a

reação de carbonatação do concreto, que reduz seu pH a níveis insuficientes
para manter o estado passivo das armaduras, podendo causar a corrosão do
aço.
Para medir a carbonatação nos elementos de concreto do subsolo da garagem

coberta e dos pilares do pilotis, foram realizados ensaios da frente de penetração
de carbonatação utilizando uma solução de fenolftaleína.
Ao aplicar fenolftaleína na superfície de concreto, a região não carbonatada (pH

entre 8,3 e 9,5) assumiu uma coloração rosa, enquanto a região carbonatada (pH
inferior a 8,3) se manteve incolor. Em seguida, foram realizadas às medidas da
frente de carbonatação, considerando a espessura do concreto de cobrimento.
As figuras 66, 67, 68 e 69, bem como os registros fotográficos apresentados no

ANEXO III apresentam o ensaio de avaliação da frente penetração de
carbonatação realizado nas peças estruturais da garagem coberta e nos pilares
que apresentavam trincas/fissuras do pilotis.
Página 43 de 76
(a) (b)
Figura 66 - Ensaio de avaliação da penetração de frente de carbonatação na viga alinhada às
garagens 604 A e 401 A do 1º subsolo
(a) (b)
Figura 67 - Ensaio de avaliação da penetração de frente de carbonatação no pilar próximo às
garagem 401 A do 1º subsolo
(a) (b)
Figura 68 - Ensaio de avaliação da penetração de frente de carbonatação no pilar do pilotis
Página 44 de 76
(a) (b)
Figura 69 - Aspersão de fenolftaleína no pilar do pilotis do Bloco C
Com o propósito de analisar a situação dos pilares do pilotis localizados nos

Blocos A e B foi selecionado, de maneira aleatória, uma peça estrutural em cada
um desses prédios para a execução do ensaio destrutivo, como mencionado no
item 6.3, e posterior aplicação de fenolftaleína sobre a superfície de concreto
(figuras 70 e 71).
(a) (b)
Figura 70 - Aplicação de fenolftaleína no pilar localizado no Bloco A
Página 45 de 76
(a) (b)
Figura 71 - Aplicação de fenolftaleína no pilar localizado no Bloco B
Após a realização do ensaio de frente de carbonatação, como apresentado no

item 7.3, foi possível observar a não alteração de cor nas regiões ensaiadas do
subsolo e dos pilares que possuíam manifestações patológicas do pilotis,
indicando assim, a carbonatação do concreto. Cabe ressaltar, que esse ensaio,
foi executado nessas áreas, com o intuito de atestar o observado ao longo das
inspeções visuais, a qual já havia constatado a carbonatação do concreto em
todas as estruturas analisadas dos subsolos e dos pilares danificados do pilotis.
Contudo, ao aplicar a fenolftaleína no pilar do Bloco A e do Bloco B (figuras 70 e

71) que foram escolhidos aleatoriamente, foi visualizado que a substância
adquiriu coloração rosa, sugerindo, desta forma, que as estruturas estudadas
não se encontravam carbonatadas.
É importante salientar que apesar dos ensaios empregados nos pilares

localizados nos primeiros prédios do condomínio (Blocos A e B) atestarem o bom
desempenho das estruturas, visto que o concreto não se apresentava
carbonatado, deve-se realizar um maior número de ensaios nesses Blocos com o
intuito de certificar o observado, uma vez que a amostra de ensaios é muito
pequena para proporcionar um resultado conclusivo.
Página 46 de 76
7.4. ENSAIO DE ULTRASSONOGRAFIA
Este ensaio é realizado conforme os procedimentos prescritos na NBR

8802/2013: Concreto endurecido – Determinação de velocidade de propagação
de onda ultrassônica.
O método estabelecido pela norma consiste em determinar a velocidade de

propagação de ondas longitudinais, obtidas por pulsos ultrassônicos, através de
um componente de concreto e tem como principais aplicações:
1) Avaliação da resistência à compressão do concreto;

2) Verificação de homogeneidade do concreto;
3) Detecção de eventuais falhas internas de concretagem, profundidade de
fissuras e outras imperfeições;
4) Monitoramento de variações no concreto, ao longo do tempo, decorrentes
de agressividade do meio (ataque químico), principalmente pela ação de
sulfatos.
A norma estabelece que as peças de concreto a serem ensaiadas devem ter as

superfícies planas, lisas e isentas de sujeira, além de recomendar que deve-se
evitar realizar o ensaio em pontos onde exista grande concentração de
armadura, principalmente no sentido longitudinal ao de propagação das ondas,
pois a velocidade de propagação é maior no aço do que no concreto.
Os pontos ensaiados foram escolhidos conforme os critérios estabelecidos pela

norma e de forma a representar em geral as áreas danificadas. Dessa maneira,
realizou-se o ensaio de ultrassonografia nos pilares identificados pelas vagas
301 C, 203 C e 104 B, e nas vigas alinhadas à vaga 203 C e à garagem 503 C,
conforme é ilustrado nas figuras 75, 76 e 77.
Página 47 de 76
(a) (b)
(c) (d)
Figura 72 –Ensaio de ultrassonografia sendo realizado no pilar próximo à garagem 301 C. (a); (b); (c);
(d)
(a) (b)
Figura 73 - Ensaio de ultrassonografia sendo realizado no pilar próximo à garagem 203 C. (a); (b)
Página 48 de 76
(a) (b)
Figura 74 - Ensaio de ultrassonografia sendo realizado na viga alinhada à garagem 203 C. (a); (b)
Vale ressaltar que todos os ensaios foram executados com o auxílio do

pacômetro (figura 75), aparelho que detecta a posição do aço na estrutura,
evitando-se áreas com concentração excessiva de armadura.
(a) (b)
Figura 75- Utilização do pacômetro para detecção de armaduras de aço
Os resultados obtidos nos ensaios de ultrassonografia (tabela 3), em geral, foram

satisfatórios, indicando que o concreto das vigas e dos pilares ensaiados dos
subsolos da garagem coberta apresenta boa qualidade.
Página 49 de 76
Tabela 3- Resultados do ensaio de ultrassonografia
7.5. Determinação da Resistência de Aderência à Tração
O ensaio de resistência de aderência à tração é importante para aferir a

interação entre as camadas constituintes do revestimento, determinando o valor
da tensão de aderência máxima que esse sistema suporta, assim como
determinar a interface do revestimento que apresenta menor resistência às
tensões atuantes.
Para realização do ensaio acopla-se uma serra copo em uma furadeira,

efetuando-se no total 12 (doze) furos de diâmetro igual a 50 mm distribuídos de
forma aleatória.
Após limpeza da superfície, sobre cada furo é colada uma pastilha circular com
resina epóxi. A pastilha deve dispor de acoplamento para equipamento de tração.
A figura 76 ilustra as pastilhas aderidas à superfície dos pilares que apresentam
fissuras/trincas.
(a) (b)
Página 50 de 76
Figura 76 - Pastilhas circulares aderidas aos pilares com manifestações patológicas para a realização
do ensaio
O passo seguinte é a introdução do aparelho de arrancamento (dinamômetro de

tração) dotado de dispositivo para leitura de carga. As pastilhas são, então,
arrancadas e as amostras analisadas. É calculada a resistência de aderência à
tração de cada corpo de prova em MPa e verificada a forma de ruptura de cada
um deles.
Foram realizados 4 ensaios de determinação de resistência de aderência à

tração do revestimento tipo reboco/emboço nos pilares selecionados que
possuíam trincas/fissuras do pilotis, como ilustrados nas figuras 77 e 78 e
apresentado no ANEXO IV (Registros fotográficos dos ensaios de resistência de
aderência à tração).
(a) (b)
Figura 77 – Acoplamento do aparelho de arrancamento nas pastilhas instaladas no pilares do pilotis
(a) (b)
Página 51 de 76
Figura 78 - Extração das pastilhas e exibição do revestimento do pilar do Bloco C
Os resultados obtidos com a execução dos ensaios de determinação de

resistência de aderência à tração do revestimento tipo reboco/emboço dos
pilares ensaiados estão apresentados no ANEXO V e a tabela 4 demonstra os
valores médios de resistência de aderência à tração obtidos através dos quatro
ensaios executados.
Tabela 4 - Resultados dos ensaios de determinação de resistência de aderência à tração do

revestimento tipo reboco/emboço dos pilares ensaiados
Verificou-se, através da extração do revestimento argamassado que as

resistências de aderência à tração estavam satisfatórias, visto que todas as
médias dos ensaios executados foram superiores ao mínimo estabelecido para
revestimentos externos pela NBR 13749:2013 (Determinação da resistência de
aderência à tração), de 0,30 Mpa. Portanto, as anomalias de falhas/fissuras não
estão relacionadas ao desempenho do revestimento tipo reboco/emboço.
Página 52 de 76
8. DIAGNÓSTICO E ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
8.1. Subsolos da Garagem Coberta
As causas das manifestações patológicas observadas no subsolo da edificação

estão relacionadas aos seguintes fatores:
• incompatibilidade com as especificações de normas;

• condições de exposição do local;
• mão de obra empregada;
• processo executivo.
8.1.1. Infiltrações Observadas nas Vigas Próximas às Vagas de Garagem

404 B e 901 A; 604 A e 401 A; 302 C e 903 B e nas Lajes da Garagem
Coberta
As infiltrações constatadas ao longo das vigas próximas às garagens 404 B e

901 A; 604 A e 401 A; do 1º subsolo da garagem coberta são causadas pelas
falhas dos sistemas de impermeabilização das juntas de dilatação da garagem
descoberta, visto que esses sistemas apresentam-se muito deteriorados e não
possuem o material NP1 e/ou manta impermeabilizante para proporcionar a
estanqueidade do local.
A viga que está no alinhamento das garagens 302 C e 903 B no 2º subsolo

também possui infiltração em função da falha do sistema de impermeabilização
da junta estrutural, mas nesse caso a junta que proporciona a passagem de água
está contida no piso do 1º subsolo.
De maneira geral, a água infiltra através da junta de dilatação da garagem

descoberta, passa por entre as vigas 404 B e 901 A; 604 A e 401 A e se acumula
sobre a junta estrutural presente no piso do 1º subsolo. Como esse sistema
também está danificado, ele proporciona o fluxo de água para a viga contida no
2º subsolo (fluxograma 1).
Página 53 de 76
Falha no sistema de impermeabilização
das Juntas Estruturais, localizadas na
garagem descoberta, danificadas
CAUSAM
Infiltrações nas Vigas próximas as

garagens 404 B e 901 A; 604 A e 401 A
GERAM
Acumulo de água sobre a junta

estrutural do 1º subsolo que se
encontra deteriorada
CAUSAM
Infiltrações na Viga próxima as

garagens 302 C e 903 B
Fluxograma 1 – Esquema de como ocorre à infiltração nas vigas do subsolo da garagem coberta
O empoçamento de água da garagem descoberta, acrescido dos possíveis

danos aos sistemas de impermeabilização, ocasionam infiltrações nas lajes e
contribuem para o surgimento de anomalias como mofo na pintura e
eflorescências no teto.
Infere-se assim que essas manifestações patológicas descritas são relacionadas

ao processo executivo e a falta de manutenção por parte do condomínio.
8.1.2. Lixiviação e Eflorescências nas Vigas Alinhadas às Garagens 404 B e

901 A; 604 A e 401 A; 302 C e 903 B e na Laje próxima às Garagens 604 A e
401 A
A lixiviação é um processo que ocorre devido ao fluxo de água por entre os poros
das estruturas de concreto que dissolve e transporta cristais de hidróxidos de
magnésio e cálcio presentes na composição do concreto. Esse transporte
propicia a formação de eflorescências nas edificações, que são o depósito
desses sais na superfície dos componentes das alvenarias.
Página 54 de 76
Como apresentado nos itens 6.1.1, 6.1.2 e 6.1.3 deste laudo, as vigas
apresentam sinais de eflorescência causadas pela lixiviação do concreto devido
às infiltrações advindas das juntas de dilatação como mencionado anteriormente.
Essa eflorescência atingiu um grau significativo a ponto de formar sal de
candlot/estalactites nas estruturas.
Na laje próxima às garagens 604 A e 401 A, foram encontradas eflorescências

assim como nas vigas supracitadas, e essas manifestações patológicas também
ocorreram devido à lixiviação do concreto originadas pela percolação de água
proveniente da garagem descoberta, como citado no item 9.1.1.
Conclui-se que a ocorrência de lixiviação e eflorescências nos locais descritos foi

causada por falha no processo executivo da construção e falta de manutenção
por parte do condomínio.
8.1.3. Corrosão das Barras de Aço, Carbonatação e Desplacamento do

Concreto das Vigas Próximas às Vagas de Garagem 404 B e 901 A; 604 A e
401 A; 302 C e 903 B, na Laje da Rampa de Acesso para o 2° Subsolo da
Garagem e Pilar Próximo à Garagem 401 A
Foi verificado, por meio do ensaio de pacometria e inspeções visuais, que as

espessuras dos cobrimentos da armadura das vigas, da laje e do pilar dos
subsolos da garagem são incisivos devido ao processo executivo inadequado, o
que causou a insuficiência da cobertura da barra de aço, não se adequando
assim às especificações estabelecidas por norma.
Em consequência disso, tem-se a frente de carbonatação avançada do concreto,

cuja existência pode ser corroborada por meio do emprego da fenolftaleína,
conforme ensaio citado no item 7.3.
A redução da alcalinidade do concreto somada à infiltração proveniente das

juntas de dilatação da garagem descoberta induz a corrosão da armadura. O
processo de corrosão gera o aumento de seção das barras de aço, causando a
Página 55 de 76
abertura de trincas, fissuras e rachaduras na estrutura e o desplacamento do
concreto de cobrimento, como exposto nos itens 6.1.1, 6.2.3 e 6.2.4 do presente
laudo.
Vale ressaltar que as condições de exposição do subsolo, devido à circulação de

veículos, contribuem significamente na ocorrência das manifestações patológicas
verificadas. A alta concentração de dióxido de carbono (CO2) no ambiente e a
inadequação do cobrimento das vigas, pilar e lajes intensificam o processo de
carbonatação do concreto e corrosão da armadura nesses elementos.
Assim sendo, pelo o que foi observado nas inspeções visuais dos ensaios
realizados, a manifestação patológica de corrosão das armaduras foi causada
pela mão de obra desqualificada e pelo processo de execução da obra, uma vez
que o mesmo não cumpriu o que a norma estabelecia.
O fluxograma 2 apresenta um esquema explicativo das causas e do ciclo das

manifestações patológicas observadas nas estruturas do subsolo.
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Espessura
insuficiente do
concreto de
cobrimento
Alta conentração
Abertura de trincas
e fissuras e
de CO2 no
desplacamento do ambiente e
concreto de presença de água
cobrimento devido às
infiltrações
Corrosão da Avanço da frente

armadura de carbontação do
concreto
Fluxograma 2 – Esquema explicativo das causas e do ciclo das manifestações patológicas

observadas nas estruturas do subsolo
8.1.4. Falhas na Concretagem e Corrosão da Armadura nas Vigas, Lajes e

Pilar da Rampa de Acesso ao 2° Subsolo da Garagem
O diagnóstico para a falha na concretagem/bicheiras e corrosão das armaduras

(vigas, lajes e pilar da rampa de acesso do 2° subsolo da garagem), pelo o que
foi observado durante a vistoria e constatado no item 6.1.4, foi causado durante o
processo executivo, uma vez que a mão de obra de obra não executou
devidamente os processos de vibração, lançamento e adensamento do concreto
e não houve o devido cumprimento mínimo necessário de cobrimento das
armaduras nas peças estruturais.
Como consequência, a armadura ficou exposta aos agentes agressivos como

CO2, ocasionando a corrosão das barras de aço.
8.1.5. Trincas/Fissuras nas Alvenarias de Vedação da Rampa de Acesso ao

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2º Subsolo da Garagem
As fissuras e trincas detectadas nas alvenarias de vedação próximas à rampa de

acesso do 2º subsolo da Garagem possuem trincas/fissuras no ângulo de 45
graus, indicativo de que são por movimentações estruturais. Essa movimentação
transfere tensões, que não são suportadas, pelos materiais utilizados na
edificação, causando as trincas e fissuras detectadas no subsolo da garagem.
Além disso, foi realizada a medição dessas fissuras/trincas por meio do emprego
do fissurômetro, verificando que as aberturas variavam de 0,7 mm a 3 mm
(espessura de uma caneta).
8.1.6. Danos no Piso de Concreto da Garagem Coberta
Os danos apresentados no piso de concreto da garagem coberta são

decorrentes do uso e falta de manutenção preventiva da área.
8.1.7. Falhas na Junta de Dilatação
Assim como apresentado no item 9.1.6, foi verificado que as juntas de dilatação
da garagem coberta não passaram por nenhum tipo de manutenção corretiva ou
preventiva, tendo em vista não ser possível identificar o material NP1, além de
haver o desprendimento do tarussel em alguns casos.
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8.2. Pilares do Pilotis
As falhas verificadas nos pilares do pilotis são causas das manifestações

patológicas observadas no subsolo da edificação estão concatenados aos
seguintes fatores:
• incompatibilidade com as especificações de normas;

8.2.1. Corrosão da Armadura, Carbonatação e Desplacamento do Concreto
As reações de corrosão da armadura produzem óxido de ferro, cujo volume é

consideravelmente superior ao original do metal, provocando o aumento de
seção das barras de aço. Essa expansão causa a abertura de trincas, fissuras e
rachaduras nas peças de concreto em regiões próximas à armadura.
As aberturas de trincas, fissuras e rachaduras nos pilares do pilotis localizadas

no Bloco C, foram observadas sempre nas regiões onde foi detectado o aumento
da seção da barra de aço devido a corrosão da armadura, o que indica que este
problema é decorrente das alterações químicas de carbonatação do concreto, e
consequente corrosão da armadura. A frente de carbonatação avançada do
concreto foi constatada através da utilização da fenolftaleína sobre a superfície
do concreto exposta após a execução do ensaio destrutivo.
Outro fator que influenciou na formação das manifestações patológicas

observadas nos pilares foi a insuficiência do cobrimento nominal do concreto. Por
meio da inspeção visual foi possível concluir que as espessuras dos cobrimentos
da armadura das estruturas ensaiadas eram insuficientes e não se adequavam
às especificações estabelecidas por norma.
Porém, com intuito de embasar essas alegações, utilizou-se do pacômetro em

alguns pilares dos pavimentos superiores, conforme mencionado no item 7.1,
Página 59 de 76
tendo em vista que a espessura do revestimento argamassado das estruturas do
pilotis possuía dimensões significativas e o emprego deste ensaio seria ineficaz.
Infere-se então que a manifestação patológica de corrosão nos pilares deve-se

ao processo executivo inadequado o qual não teve cobrimento suficiente
conforme é descrito na NBR 6118/1978.
8.2.2. Infiltração no Pilar do Pilotis Localizado no Lado Oposto à Garagem

Descoberta
Os sinais de infiltração do Pilar do Pilotis posicionado no Bloco C são

provenientes possivelmente da passagem de água da área externa uma vez que
essa estrutura está na periferia da área descoberta.
O diagnóstico da infiltração no Pilar do Pilotis localizado no lado oposto à

garagem descoberta foi causada pelas condições de exposição do local.
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8.3. Garagem Descoberta
As causas das anomalias identificadas na garagem descoberta na edificação

estão associadas aos seguintes fatores:

8.3.1. Danos e Formação de Poças de Água no Piso de Concreto
Não foi objetivo, deste estudo, analisar quantitativamente e qualitativamente o

sistema de captação pluvial da garagem descoberta. No entanto, com o
observado in loco pode-se afirmar que esse sistema não está adequado para a
região, uma vez que foi observado grande quantidade de poças de água sobre
piso de concreto.
Além disso, o piso da garagem descoberta apresentava-se muito deteriorado

devido a sua má execução e falta de manutenção preventiva.
8.3.2. Falhas nas Juntas Estruturais
As falhas nos sistemas de impermeabilização nas juntas estruturais na garagem

descoberta são provenientes de sua má execução, somadas a falta de
manutenção corretiva e/ou preventiva, visto que não foi possível identificar o
material NP1 e o tarucel, além da deterioração do concreto nas proximidades das
juntas de dilatação oriunda do uso.
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9. GRAU DE RISCO ADOTADO
O grau de risco é fator determinante durante o processo de elaboração e

execução de um laudo de inspeção predial. Baseadas nessa classificação as
anomalias e falhas são agrupadas de acordo com o risco oferecido aos usuários,
ao meio ambiente e a edificação.
A Norma de Inspeção Predial do IBAPE/SP de 2011 classifica as manifestações

patológicas segundo os seguintes graus de risco:
▪ Crítico: Pode provocar danos contra a saúde e segurança das pessoas

e/ou meio ambiente, perda excessiva de desempenho causando possíveis
paralisações, aumento de custo, comprometimento sensível de vida útil e
desvalorização acentuada.
▪ Regular: Pode provocar a perda de funcionalidade sem prejuízo à
operação direta de sistemas, perda pontual de desempenho (possibilidade
de recuperação), deterioração precoce e pequena desvalorização.
▪ Mínimo: Pode causar pequenos prejuízos à estética ou atividade
programável e planejada, sem incidência ou sem a probabilidade de
ocorrência dos riscos críticos e regulares, além de baixo ou nenhum
comprometimento do valor imobiliário.
De acordo com os critérios propostos por essa Norma de Inspeção para

classificação das anomalias e falhas quanto ao grau de risco e conforme as
observações efetuadas durante as vistorias, determinou-se que o grau de risco
das vigas da garagem coberta e dos pilares do pilotis é CRÍTICO e apresenta
risco iminente à estrutura visto que essas peças estruturais estão em estado
GRAVÍSSIMO de perda de desempenho. Com relação às juntas de dilatação da
garagem descoberta, adotou-se grau de risco REGULAR CAMINHANDO PARA
CRÍTICO.
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10. PROPOSTA DE MANUTENÇÃO CORRETIVA
Através das atividades de inspeção desenvolvidas e dos resultados obtidos nos

ensaios realizados, verifica-se a necessidade de execução de serviços de
manutenções corretivas de imediato nas estruturas de concreto armado do pilotis
e dos subsolos.
A seguir são apresentadas sugestões para a execução das manutenções

corretivas das anomalias detectadas. Destaca-se, no entanto, que deve-se
contratar empresas especializadas para elaboração de projetos específicos de
recuperação estrutural das áreas deterioradas.
10.1. Recuperação dos Sistemas de Impermeabilização das Juntas de

Dilatação
Os sistemas de impermeabilização das juntas de dilatação estrutural das

garagens coberta e descoberta estão deteriorados, causando assim infiltrações
nos subsolos. Portanto, as infiltrações das garagens descobertas serão, em sua
maioria, sanadas ao se executar os procedimentos de reparo nos sistemas de
impermeabilização das juntas estruturais, como apresentado a seguir:
1) Limpar as frestas das juntas de dilatação, retirando o tarucel e o

material elástico que estão danificados;
2) Instalar novo tarucel;
3) Aplicar material NP1 sobre o tarucel instalado.
No caso, em específico, das juntas estruturais da garagem descoberta,

recomenda-se a aplicação de uma manta impermeabilizante sobre o material
NP1, conforme apresentado na figura 79, com o intuito de estabelecer uma
proteção dupla para prevenir infiltrações.
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Figura 79 – Aplicação da manta impermeabilizante nas juntas de dilatação
É importante destacar que deve ser realizado as manutenções corretivas nos

sistemas de impermeabilização das juntas de dilatação da garagem descoberta
antes das recuperações estruturais das vigas, lajes e pilares dos subsolos da
garagem coberta, pois as anomalias dos sistemas de impermeabilização das
juntas em questão são as principais contribuintes para o agravamento da
corrosão da armadura e da lixiviação do concreto nessas peças estruturais.
10.2. Recuperação do Sistema de Impermeabilização da Garagem

Descoberta e Instalação de Sistema de Drenagem na Área
Notou-se, ao longo das vistorias, que o sistema de impermeabilização das lajes

da garagem descoberta está com desempenho inadequado e que não há
caimento do piso nem drenos adequados para a captação de água pluvial na
área, o que acarreta empoçamento de água no piso da garagem descoberta e
infiltrações no teto do primeiro subsolo da garagem coberta.
Portanto, para solucionar essas anomalias recomenda-se que o condomínio

contrate uma empresa especializada para a elaboração de projeto de
impermeabilização e adeque os sistemas de captação de água pluvial de acordo
com a norma vigente. De maneira simplificada, emprega-se os passos de:
1) Retirar a camada protetora (piso de concreto) da garagem descoberta;

2) Remover o sistema de impermeabilização e a camada de regularização
existente;
3) Instalar quantidade de drenos adequados para a captação de água pluvial;
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4) Reexecutar a regularização da superfície das lajes com o caimento
adequado para os ralos;
5) Reexecutar o sistema de impermeabilização sobre a camada de
regularização;
a. Verificar se a superfície da camada de regularização está
limpa/seca e apresenta meia-cana nas quinas, que eliminam os
cantos vivos;
b. Aplicar primer, material de ligação, entre a manta e a região que ela
será aplicada;
c. Quando o primer estiver seco, desenrolar a manta do ponto mais
baixo para o mais alto e com o maçarico, colar a manta na base;
d. Para fazer o arremate, a intensidade da chama do maçarico deve
ser diminuída. Com a espátula, assentar a manta de forma que fique
bem fixa, sem vãos por onde possa entrar água;
e. Quando um rolo de manta chegar ao fim, desenrolar outra manta e
soldá-la sobre a outra. Nas emendas, é preciso sobrepor uma sobre
a outra em 10 cm;
f. Fazer o teste da lâmina d’água durante 72 horas para verificação da
estanqueidade.
6) Executar uma camada de proteção do sistema de impermeabilização.
10.3. Recuperação Estrutural – Vigas, Lajes e Pilares da Garagem Coberta

e Pilares Deteriorados do Pilotis
10.3.1. Vigas e Lajes dos Subsolos da Garagem Coberta que

Apresentam Carbonatação do Concreto e Corrosão e Exposição da
Armadura
As vigas do subsolo analisadas e as lajes da rampa de acesso ao segundo

pavimento da garagem encontram-se, praticamente, em estado generalizado de
deterioração por carbonatação do concreto e corrosão e exposição da armadura.
Para a recuperação do desempenho estrutural desses elementos seria

interessante a prévia contratação de um engenheiro calculista para elaboração
de projeto específico de reforço estrutural.
Os procedimentos empregados para reestabelecer às vigas e lajes que

Página 65 de 76
apresentam carbonatação do concreto e corrosão/exposição da armadura,
normalmente, são:
1) Demarcação das regiões de reparo;

2) Demolição superficial do concreto;
3) Remoção e substituição das barras de aço corroídas;
4) Realcalização química do concreto;
5) Recuperação do concreto por meio da aplicação de material estrutural tipo
graute.
10.3.2. Pilares que Apresentam Carbonatação do Concreto e Corrosão

e Exposição da Armadura, Localizados na Garagem Coberta e no Pilotis
Os Pilares analisados na garagem coberta e no pilotis da edificação devem ser

submetidos à RECUPERAÇÃO ESTRUTURAL DE IMEDIATO, visto que
observou-se, durante as inspeções visuais e execução dos ensaios tecnológicos,
que as seções das barras de aços não apresentam o desempenho adequado.
Para a recuperação do desempenho estrutural desses elementos, deve-se antes

de tudo, contratar profissional especializado para executar um projeto especifico
de reforço estrutural.
É indicada a recuperação estrutural conforme os procedimentos:
1) Elaboração de um projeto específico de reforço estrutural por um

engenheiro calculista;
2) Escoramento da região dos pilares deteriorados;
3) Demolição do concreto de cobrimento nominal (figura 80);
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Figura 80 – Demolição superficial do concreto.
4) Remoção da barras de aço que perderam seção;

5) Limpeza das armaduras corroídas que não perderam seção, com o
emprego de escova de aço e ácido (figura 81);
Figura 81 – Limpeza das armaduras com escova de aço e ácido
6) Aplicação de resina epoxídica sobre as armaduras limpas (figura 82);
Figura 82 – Pintura epoxídica na armadura
7) Realcalização química do concreto;
8) Inserção de novas armaduras ao redor da estrutura (figuras 83 e 84);
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Figura 83 – Armadura inserida ao redor do pilar
Figura 84 - Armadura inserida ao redor do pilar
9) Recomposição do concreto, com material de reparo estrutural tipo graute

(figura 85).
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Figura 85 – Aplicação de material de reparo tipo graute para recuperação dos pilares
No entanto, como mencionado anteriormente, os processos executados para a

manutenção corretiva das manifestações patológicas dos pilares devem ser
realizados depois de ter sido efetivado a análise estrutural e a elaboração de
projeto de reforço estrutural por profissional capacitado.
10.3.3. Pilares, Vigas e Lajes que Apresentam Falhas na Concretagem
Nas regiões onde foram detectados, durante as inspeções, falhas de

concretagem, que acarretam perda de desempenho do concreto e facilitam o
processo de corrosão da armadura, o procedimento de recuperação das
estruturas deve ser realizado da seguinte maneira:
1) Remover o concreto que está britado e que não apresenta argamassa,

deixando a armadura exposta;
2) Realizar a limpeza superficial das barras de aço com o emprego de escova
de aço e ácido;
3) Aplicar pintura epoxídica na barra de aço, após a execução da limpeza;
4) Executar a recuperação do concreto com a utilização de produto tipo
graute.
10.4. Fissuras/Trincas nas Paredes Próximas à Rampa de Acesso ao

Página 69 de 76
Segundo Subsolo
Para executar as manutenções corretivas nas fissuras/trincas das paredes

próximas à rampa de acesso para o segundo subsolo da garagem coberta
recomenda-se realizar:
1) Corte superficial da alvenaria com makita seguindo o alinhamento da

fissura (figura 86);
Figura 86 - Abertura de sulco sobre a fissura
2) Inserção de NP1 na abertura da fissura (figura 87);
Figura 87: Aplicação de selante acrílico elástico
3) Aplicação de argamassa expandida para absorver as deformações

solicitantes;
4) Reaplicação de pintura na área tratada.
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10.5. Danos no Piso de Concreto dos Subsolos da Garagem Coberta
Como indicado no item 6.2.2 do presente laudo, o piso de concreto do primeiro

subsolo da garagem coberta apresenta-se deteriorado. Portanto, recomenda-se
que seja executado o polimento da área, com o intuito de proporcionar um
melhor acabamento da região.
10.6. Sinais de Infiltração na Garagem Coberta
Com a finalidade de corrigir as anomalias advindas das infiltrações, como sinais

de eflorescência e mofos, deve-se inicialmente realizar as medidas propostas
nos itens 10.1 e 10.2 e em seguida executar a limpeza e repintura nas áreas
danificadas.
Página 71 de 76
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após as inspeções técnicas realizadas, foi constatado que as manifestações

patológicas identificadas nos objetos de estudo deste trabalho são vícios
construtivos estruturais e classificam-se como grau de risco CRÍTICO, havendo
assim, a necessidade de INTERVENÇÃO IMEDIATA, com o auxílio de
profissionais capacitados/especializados em reforço estrutural.
É importante salientar a necessidade do PROCESSO DE MANUTENÇÃO

CORRETIVA DE IMEDIATO conforme descrito no item 10 deste laudo, assim
como a realização de uma maior quantidade de ensaios no edifício com o intuito
de obter um diagnóstico mais detalhado e completo da estrutura. A tabela 5
sugere os ensaios tecnológicos e suas quantidades que devem ser executados
na edificação.
Ensaios/Área Bloco A Bloco B Bloco C Garagem Coberta

Pacometria 15 15 15 15
Esclerometria 15 15 15 15
Ultrassonografia 20 20 20 20
Ensaio de
avaliação da
10 10 10 10
frente de
carbonatação
Extração de 20 20 20 6
corpos de prova
Tabela 5 Ensaios Tecnológicos e respectivas quantidades a serem executadas
Obs.: Com o intuito de obter uma avalição do desempenho da estrutura de

concreto armado da edificação em um menor prazo de tempo e devido
especialmente do Bloco C, sugere-se executar a quantidade mínima de
ensaios, exigidas por norma, no Bloco C e realizar alguns de cada um dos
ensaios mencionados na tabela 5 nos demais Blocos do condomínio João
Aguiar Madeira (Bloco A e Bloco B). No entanto, caso os resultados dos
ensaios realizados, de maneira aleatória, em cada um dos Blocos A e B
estejam em desacordo com o mínimo exigido por norma, recomenda-se que
sejam realizados mais ensaios até se atingir os valores propostos na tabela 5.
Página 72 de 76
Recomenda-se que os representantes legais do condomínio residencial João
Aguiar Madeira sigam as recomendações descritas neste laudo, visto que a
edificação corre riscos iminentes de perdas de desempenho estruturais do
concreto armado.
Página 73 de 76
12. REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de

estruturas de concreto - Procedimento, Rio de Janeiro, 1978.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de

estruturas de concreto - Procedimento, Rio de Janeiro, 2014.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13528:

Revestimento de paredes de argamassas inorgânicas-Determinação da
resistência de aderência à tração, 2010.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7584: Concreto

endurecido- Avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro de reflexão-
Método de ensaio, 2013.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8802: Concreto

endurecido- Determinação da velocidade de propagação de onda ultrassônica,
2013.
CAMPOS, Rodrigo Miguel; VARGAS, Alexandre. Proposta de um Plano de

Manutenção Predial Preventiva para um Edifício Residencial. 2014.
Disponível em: <https://docente.ifrn.edu.br/cleideoliveira/disciplinas/manutencao-
predial/artigos-tecnicos/artigo-tecnico>.
CORSINI, Rodnei. Trinca ou fissura?:Como se originam, quais os tipos, as

causas e as técnicas mais recomendadas de recuperação de fissuras. 2010.
Disponível em: <http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/160/trinca-ou-fissura-
como-se-originam-quais-os-tipos-285488-1.aspx>.
INSTITUTO BRASILEIRO DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS DE ENGENHARIA DE

SÃO PAULO. Norma Básica para Perícias de Engenharia, São Paulo, 2015.
INSTITUTO BRASILEIRO DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS DE ENGENHARIA DE

SÃO PAULO. Norma de Inspeção Predial, São Paulo, 2011.
Página 74 de 76
SOUZA, Vicente Custódio Moreira de; RIPPER, Thomaz.Patologia,
Recuperação e Reforço de Estruturas de Concreto. São Paulo: Pini, 1998.
VITÓRIO, A. Fundamentos da patologia das estruturas nas perícias de

engenharia. Instituto Pernambucano de Avaliação e Perícias de Engenharia.
Recife, 2003.
Página 75 de 76
13. ENCERRAMENTO
O presente relatório técnico é composto de 76 (setenta e seis) páginas impressas

somente frente e rubricadas. Desta forma, responsabilizo-me pelas informações
relativas à inspeção realizada nas áreas comuns do Condomínio Residencial
João Aguiar Madeira, que fica localizado no endereço Quadra 206 Lote 05,
Águas Claras, Brasília - DF CEP 71.925-180.
Esse laudo técnico está registrado no Conselho Regional de Engenharia e

Agronomia – CREA/DF sob o número de Anotação de Responsabilidade Técnica
(ART) 0720170079972.CREA
Brasília, 15 de janeiro de 2018.
___________________________________________________________
Engenheiro Civil DSc. Jorge Antônio da Cunha Oliveira
CREA 9788-D/PA
Bacharel em Engenharia Civil, pela Unama – Universidade da Amazônia (1996);

Mestre em Estruturas e Construção Civil, pela Universidade de Brasília (1999);
Doutor Estruturas e Construção Civil, pela Universidade de Brasília (2011);
Membro do IBAPE-DF (Instituto Brasileiro de Avaliação e Perícia de Engenharia) sob
o número 201402024 (2014);
Pós Graduado em Engenharia Legal – Auditoria, Avaliações e Perícias de
Engenharia IPOG 2016;
Consultor em Engenharia Diagnóstica e em Gestão de Manutenção de Edificações;
Perito e Avaliador do Poder Judiciário Estadual e Federal.
Página 76 de 76
ANEXO I
ACERVO FOTOGRÁFICO DAS ÁREAS VISTORIADAS
Anexos
SUBSOLOS DA GARAGEM COBERTA
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
PILARES DO PILOTIS
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
GARAGEM DESCOBERTA
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
APARTAMENTOS INSPECIONADOS
Apartamento 101
Anexos
Apartamento 201
Anexos
Apartamento 401
Anexos
Apartamento 704
Anexos
ANEXO II
RESULTADOS DOS ENSAIOS DE ESCLEROMETRIA
Anexos
Anexos
Anexos
ANEXO III
REGISTROS FOTOGRÁFICOS DOS ENSAIOS DE FRENTE DE
CARBONATAÇÃO
Anexos
PILARES DO PILOTIS
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
PILARES E VIGAS DA GARAGEM COBERTA
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
ANEXO IV
REGISTROS FOTOGRÁFICOS DOS ENSAIOS DE RESISTÊNCIA DE
ADERÊNCIA À TRAÇÃO
Anexos
Anexos
ANEXO V
RESULTADOS DOS ENSAIOS DE RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA À TRAÇÃO
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
Anexos
ANEXO VI
ART – ASSINATURA DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA
Anexos
Anexos

Laudo Condomínio Madeira 16 Finalizado

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CLIENTE:

Condomínio Residencial João Aguiar Madeira

Quadra 206, Lote 05, Águas Claras, Brasília - DF

PILARES DO PILOTIS, GARAGEM DESCOBERTA E SUBSOLOS

Realização de inspeção preliminar, ensaios tecnológicos e laudo técnico.

Eng. Civil Jorge Antonio da Cunha Oliveira 9788–D / PA 15/01/2018

O presente Laudo Técnico tem como finalidade executar uma inspeção

O estudo também engloba a vistoria da garagem descoberta da edificação com o

Dando continuidade aos trabalhos, é realizada uma análise estrutural e de

Por fim, são apresentadas as recomendações referentes aos serviços de reparo

O Laudo Técnico está devidamente registrado no Conselho Regional de

O condomínio João Aguiar Madeira é um edifício residencial, localizado no

A figura 1 ilustra a localização do Edifício João Aguiar Madeira.

O condomínio João Aguiar Madeira (figura 2) é constituído por 3 blocos

Figura 2- Edifício João Aguiar Madeira.

Cada bloco contém 9 pavimentos e em cada pavimento há 4 apartamentos

A área comum da edificação é constituída de pilotis, garagem descoberta, 2

Os blocos do Edifício João Aguiar Madeira são compostos pelos seguintes

• Sistema estrutural: concreto armado;

• Sistema de revestimento externo das fachadas: revestimento

• Acabamento dos pilares do pilotis: pintura tipo grafiato.

A metodologia adotada para o desenvolvimento do trabalho constitui-se de coleta

As vistorias possuem o objetivo de investigar as trincas/fissuras dos pilares de

Desta forma, os sistemas que constituem objetos de vistoria e estudo na

Os ensaios tecnológicos foram executados com o intuito de obter informações

1. Pilares de Concreto Armado do Pilotis:

Foram propostas, também, a realização de um número maior de ensaios,

A representação esquemática da metodologia empregada pode ser visualizada

Organograma 1 - Esquema da metodologia de inspeção utilizada.

A metodologia adotada nesse trabalho fundamenta-se na Norma Básica para

▪ Nível 1: vistoria para identificação de anomalias aparentes, elaborada por

▪ Nível 2: vistoria para identificação de anomalias aparentes identificadas

▪ Nível 3: vistoria para a identificação de anomalias aparentes e ocultas

O nível de rigor adotado para o presente trabalho é de Nível 3, para as

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Seguindo a metodologia previamente definida para o desenvolvimento do

No decorrer das vistorias, foram identificadas outras manifestações patológicas

É importante destacar que a inspeção não teve o objetivo de vistoriar toda a

A inspeção realizada no segundo subsolo iniciou na viga que fica no alinhamento

Ao longo dessa vistoria também foram identificadas algumas anomalias as quais

6.1.1. Viga no Alinhamento das Garagens 302 C e 903 B

Foi identificado visualmente que a viga do alinhamento das vagas de garagem

Verificou-se, também, que a junta de dilatação dessa viga apresentava-se

6.1.2. Juntas de Dilatação do Piso do 2º Subsolo

As juntas de dilatação presentes no piso do 2º subsolo estavam apresentando

6.1.3. Pilar Próximo a Vaga de Garagem 501 C

6.1.4. Vigas, Pilar e Laje da Rampa de Acesso ao 2º Subsolo

6.1.5. Paredes da Rampa de Acesso ao 2º Subsolo

A inspeção possibilitou a visualização de fissuras/trincas que seguiam a direção

Para averiguar a abertura da fissura/trinca encontrada, empregou-se o

6.2. Primeiro Subsolo da Garagem Descoberta

A diligência realizada no primeiro subsolo, assim como ocorreu durante a vistoria

Verificou-se que a parede que divide o 1º subsolo a rampa de acesso para o 2º

6.2.2. Piso do 1º Subsolo

Ao longo das vistorias indo em direção às vigas de estudo do 1º subsolo,

6.2.3. Viga Próxima às garagens 404 B e 901 A

Assim como o observado na viga 302 C e 903 B do 2º subsolo, figura 3 a, foi

6.2.4. Viga Próxima às garagens 604 A e 401 A

A viga localizada no alinhamento das garagens 604 A e 401 A apresentava-se no

6.2.5. Pilar Próximo a Vaga de Garagem 401 A