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DESENVOLVIMENTO DE UM TRAÇO DE CONCRETO AUTOADENSÁVEL

UTILIZANDO OS MATERIAIS DISPONÍVEIS NA REGIÃO DE ALTA FLORESTA-


MT
BORTOLUZZI, Marcos Antonio Bonin1
SOUZA JUNIOR, Adilson Corte2
RESUMO: O concreto autoadensável foi desenvolvido na década de 80 no Japão para facilitar
a concretagem dos elementos estruturais de alta taxa de armadura. Com o alto crescimento da
quantidade de construções e a verticalização de edifícios na região de Alta Floresta, observou-
se a necessidade de concretos que fossem mais fluidos para atender a necessidade da
concretagem das estruturas, pois, estruturas de concreto armado que possuem grandes
carregamentos geralmente demandam grande quantidade de barras de aço, o que dificulta a
passagem do concreto convencional para preencher toda a forma do elemento. Dessa forma, o
desenvolvimento do traço de um concreto autoadensável para ser utilizado em obras que exigem
um melhor desempenho do arcabouço estrutural é de grande importância.
PALAVRAS-CHAVE: AUTOADENSÁVEL; CAA; CONCRETO.
DEVELOPMENT OF A SELF-COMPACTING CONCRETE TRACE USING
MATERIALS AVAILABLE IN THE REGION OF ALTA FOREST-MT
ABSTRACT: Self-compacting concrete was developed in the 1980s in Japan to facilitate the
concreting of structural elements with a high reinforcement rate. With the high growth in the
number of buildings and the verticalization of buildings in the Alta Floresta region, there was
a need for concretes that were more fluid to meet the need for concreting the structures, since
reinforced concrete structures that have large loads generally they demand a large amount of
steel bars, which makes it difficult for conventional concrete to fill the entire shape of the
element. Thus, the development of a self-compacting concrete line to be used in works that
require a better performance of the structural framework is of great importance.
KEYWORDS: SELF-COMPACTING; CAA; CONCRETE.
1 INTRODUÇÃO
A construção civil passou a ser considerada não somente como algo essencial para a vida
humana, mas também como uma obra de arte em cada edificação construída. Estruturas
esbeltas, curvas e das mais variadas formas compõem o cenário da engenharia civil nos tempos
atuais.
Como o ocorrido no início de Brasília, o arquiteto Lucio Costa juntamente com Oscar
Niemeyer apresentou novos conceitos de arquitetura para o Brasil, estruturas curvas e das mais
variadas formas que necessitavam de modelos estruturais complexos e de alta taxa de armadura.
Devido a tendência de cada vez mais arquitetos e engenheiros exigirem das estruturas de
concreto armado uma performance otimizada, as taxas de armaduras que cada elemento
estrutural necessita é elevada e, com altas taxas de armadura, acaba sendo complexo a
concretagem das peças utilizando concretos convencionais junto com a alta demanda de mão
de obra.

1
Bacharel em Ciência da Computação; MBA em Estruturas e Fundações. E-mail: marcosabbortoluzzi@gmail.com
2
Bacharel em Engenharia Civil; MBA em Gestão de Projetos. E-mail: adilsoncortesouza@gmail.com
Desse modo, com a necessidade de facilitar a concretagem da estrutura que utiliza muito
aço, surgiu o concreto autoadensável (CAA). Esse concreto, diferente do concreto convencional
(CCV), possui maior fluidez e coesão, o que torna mais coerente seu manuseio.
A alta fluidez e coesão do CAA fazem com que o mesmo passe facilmente entre as barras
de aço que compõem a armadura do elemento concretado, desde que a granulometria do
agregado graúdo seja menor que o espaçamento entre barras. Dessa forma ainda que seu custo
seja maior que o do concreto convencional, fica evidente a vantagem na sua utilização.
Com o aumento da construção civil na cidade de Alta Floresta, o consumo de concreto
cresce de forma exponencial e com isso forman-se alguns problemas com respeito a qualidade
do concreto ofertado pelas concreteiras da região e também com o concreto produzido no
canteiro de obra.
O concreto segundo Helene e Terzian (1992) é composto basicamente de agregados
miúdos e graúdos, aglomerante (cimento) e água, onde esses materiais essenciais devem ser
dosados de forma correta para que se obtenha o desempenho e qualidade desejado. Nas obras,
visando facilitar o manuseio do concreto, muitos acabam adicionando maior quantidade de água
para que se tenha uma maior fluidez do concreto e assim possa melhorar seu manuseio.
Ao ultrapassar a dosagem correta de água necessária para hidratação do concreto, o
mesmo perde parte da resistência que poderia atingir e também apresenta manifestações
patológicas como descreve Guerra:
Embora a adição de água, em alguns casos facilite um mais fácil lançamento
do concreto, as desvantagens deste incluem o seguinte: Baixa resistência à
compressão; Á segregação da mistura de concreto, sob certas condições, resultando
em qualidade variável na massa de concreto; Cracking - com muita água, não haverá
resistência à tração inferior, e uma tendência de alto encolhimento e rachaduras serão
subsequentes. (Guerra, 2014)

Com essas manifestações, futuramente as construções afetadas provavelmente precisaram


passar por processos de reparo, gerando maior custo para o responsável da obra como também
maior consumo de material inviabilizando financeiramente o empreendimento e o tornando
ainda mais insustentável. Esses problemas podem afetar também as indústrias que utilizam o
concreto como sua principal matéria prima.
Devido a esses problemas corriqueiros, torna-se interessante e necessário o estudo da
dosagem de um concreto autoadensável utilizando os materiais disponíveis na região. Com a
utilização do CAA consegue-se mitigar todos esses riscos de patologias causados pela má
dosagem do concreto, garantindo uma dosagem correta e principalmente possuindo um material
coeso e de melhor trabalhabilidade dispensando o adensamento mecânico manual.
O objetivo dessa pesquisa foi realizar o desenvolvimento de uma dosagem de traço de
concreto autoadensável utilizando os materiais disponíveis na região de Alta Floresta-MT, bem
como aferir através dos parâmetros de ensaios a eficácia do traço proposto.
2 CONCEITOS E GENERALIDADES DO CONCRETO AUTOADENSÁVEL
O concreto autoadensável (CAA) é um material que consegue se compactar em todos os
cantos de uma forma somente com seu próprio peso, sem o uso de procedimentos de
adensamento. (OKAMURA, 1997 apud GOMES e BARROS, 2009 p13)
Somente será considerado o concreto como autoadesável se três propriedades forem
atendidas ao mesmo tempo, que são elas: coesão, fluidez e resistência a segregação (EFNARC,
2002 apud TUTIKIAN e DAL MOLIN, 2008 p9)
Fluidez é a capacidade do CAA de fluir dentro das formas e preencher todos os espaços.
Coesão ou habilidade passante é a facilidade de o concreto escoar entre as barras e por toda
forma sem segregar ou obstruir a passagem. E a resistência a segregação é aptidão do concreto
de se manter coeso ao fluir pela forma sem haver separação dos materiais. (TUTIKIAN e DAL
MOLIN, 2008)
O atributo da autoadensabilidade segundo Gomes e Barros (2009) é obtida através da
austeridade entre a alta fluidez e a moderada viscosidade, onde a fluidez é obtida através de
aditivos superplastificantes, e a viscosidade moderada junto com a coesão são adquiridas por
um percentual adequado de agregados minerais de granulometria muito fina ou modificadores
de viscosidade. Ressalta também que o CAA é um concreto com maior volume de pasta e menor
de agregados se comparado com o concreto convencional.
2.1 VANTAGENS DO CAA
Devido as características do CAA é possível obter diversas vantagens diretas e indiretas
como descreve Tutikian (2004):
A principal vantagem é a diminuição do tempo de execução da obra devido ao lançamento
do CAA ser mais rápido, há também a diminuição da quantidade de trabalhadores pelo fato de
dispensar o adensamento.
Elimina as vibrações e facilita no espalhamento e nivelamento dos elementos a serem
concretados, melhorando o acabamento final. Melhora também a durabilidade dos elementos
pelo fato do seu fácil adensamento evitando falhas.
Permite a concretagem de fôrmas curvas, esbeltas ou com altas taxas de armadura.
Elimina o barulho causado pela vibração, o qual é muito importante pois propicia um
local de trabalho mais seguro evitando lesões. Também torna mais seguro devido a diminuição
de operários.
Gera economia para industrias e para obras devido à preservação das fôrmas.
2.2 MATERIAIS COMPONENTES
Os materiais utilizados para a realização do CAA são os mesmo para o CCV, porém com
uma maior concentração de materiais finos, com adição de aditivos superplastificantes e/ou
modificadores de viscosidade. (TUTIKIAN e DAL MOLIN, 2008)
Um dos grandes desafios da produção do CAA é a falta de regras claras a respeito da
escolha dos materiais componentes, essa seleção não é simples devido à grande variedade das
composições dos cimentos e agregados disponíveis.
2.2.1 Aditivos
Os superplastificantes são agentes redutores de água que são formulados a partir de
materiais que permitem essa redução e também o aumento da trabalhabilidade do concreto que
são incorporados. (GOMES e BARROS, 2009)
Para atender a fluidez necessária no CAA, deve ser utilizado aditivos superplastificantes
em sua dosagem. Esses aditivos podem ser classificados em quatro categorias:
Lignossulfonatos (LS); Naftaleno (NS); Melamina (MS) e Policarboxilatos (PC). (GOMES e
BARROS, 2009)
Um dos grandes problemas do uso de superplastificantes, principalmente os PC’s, é a
perda relativamente rápida de consistência que fica entre 30 a 60 minutos e a máxima
trabalhabilidade somente é mantida por períodos de 10 a 15 minutos. Temperaturas ambientes
acima de 32 graus também provocam uma perda drástica de consistência, sendo de fundamental
importância a aplicação dos aditivos pouco tempo antes da utilização do concreto e em alguns
casos mais severos recomenda-se o uso de água resfriada ou gelo. (TUTIKIAN e DAL MOLIN,
2008)
2.2.2 Adições Minerais
O CAA tem como uma de suas principais características a elevada resistência a
segregação independente de toda sua fluidez no estado fresco. Para acrescer a coesão e evitar a
segregação do agregado graúdo é utilizado adições minerais. (TUTIKIAN, 2004)
São diversos os tipos de adições minerais que podem ser utilizados no CAA, dependendo
da disponibilidade e relação custo/benefício desse material. Um dos parâmetros que deve se
atentar é para a superfície específica do material que deve ser maior que a dos componentes
substituídos.
As adições minerais além de serem fundamentais para a resistência a segregação ainda
podem ter relação com durabilidade e resistência do concreto, essa relação pode ser química e
física.
O efeito químico ocorre com a reação do hidróxido de cálcio (CaOH2) que se forma
durante a hidratação do cimento Portland, derivando para o silicato hidratado de cálcio (C-S-
H) que é muito resistente e ocupa os espaços vazios de maior dimensão na pasta de cimento,
aumentando o desempenho mecânico e a durabilidade do concreto. (TUTIKIAN e DAL
MOLIN, 2008)
O efeito físico tem três ações principais: o efeito fíler, devido a minúscula granulometria
das adições, o preenchimento dos espaços vazios do concreto acontece de forma melhorada,
tornando-o mais denso e menos poroso; o refinamento da estrutura dos poros causado pelas
pequenas partículas das adições que podem agir como pontos de nucleação para os produtos de
hidratação, e a redução ou eliminação do acúmulo de água livre devido a alteração da
microestrutura da zona de transição. (TUTIKIAN e DAL MOLIN, 2008)
3 METODOLOGIA
Os métodos utilizados para alcançar o objetivo pré-definido foram de pesquisa
bibliográfica juntamente com pesquisa experimental.
De acordo com Santos (2005, p.171), “A pesquisa bibliográfica é feita com base em
documentos já elaborados, tais como livros, dicionários, enciclopédias, periódicos, como
jornais e revistas, além de publicações, como comunicação e artigos científicos, resenha e
ensaios críticos”.
Já a pesquisa experimental segundo Gil (2008, p.51) “[..,] consiste em determinar um
objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas
de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto”.
A partir dessas duas metodologias foi desenvolvido o concreto autoadensável seguindo os
parâmetros de dosagem de Tutikian (2004). Esse procedimento teve como base inicial o método
de dosagem de concreto convencional IPT/EPUSP de Helene e Terzian (1992).
3.1 ELABORAÇÃO DO TRAÇO
O traço foi elaborado inicialmente como um concreto comum utilizando o método
IPT/EPUSP onde se obtém um concreto com o teor de argamassa ideal para a resistência
escolhida e três traços de referência, um intermediário com relação cimento/agregados de 1:5,
pobre (1:6,5) e rico (1:3,5).
Com o traço do concreto convencional (CCV) concluído, inicia-se o procedimento de
transformação do traço intermediário em CAA adicionando o aditivo superplastificante e
corrigindo a segregação com a adição dos finos, podendo ser areia fina ou fíler.
Após a segregação do CAA estar aparentemente inibida, inicia-se os ensaios de fluidez e
coesão do concreto fresco onde será observado se o mesmo precisa de correções ou já está em
um estado aceitável.
Com o CAA coeso e fluido sem apresentar segregação, molda-se os corpos de prova, para
realização de ensaio de compressão axial aos 7, 14 e 28 dias. Com o rompimento do corpo de
prova conseguimos identificar a resistência que o concreto está atingindo.
Concluindo todos ensaios pode-se montar o diagrama de dosagem do CAA, permitindo
que seja dosado concretos com qualquer resistência dentro da família determinada.
3.2 MATERIAIS
Inicialmente o principal parâmetro para a escolha dos materiais era a sua disponibilidade
na região. Na escolha do cimento foram analisados todos os tipos que são comercializados em
lojas e industrias bem como qual tipo dos que são disponíveis se enquadram melhor para o CAA.
O aditivo superplastificante não é disponibilizado no comércio local, sendo necessário
aquisição através de revendedores industriais, o qual foi encomendado de outros estados já que
na região não existe fabricante deste tipo de produto.
A água é utilizada a mesma que se utiliza no CCV, devendo ser apenas limpa e sem
resíduos.
3.3 ESTUDO DOS AGREGADOS
A caracterização dos agregados foi realiza no laboratório do SECITEC de Alta Floresta,
sendo as massas específicas dos agregados graúdo e miúdo determinadas conforme a NBR NM
53 (ABNT, 2009) – agregado graúdo – Determinação de massa específica, massa específica
aparente e absorção de água, e NBR NM 52 (ABNT, 2009) – agregado miúdo – Determinação
de massa específica e massa específica aparente. Já a granulometria será conforme a ABNT
NBR NM 248:2003 – Agregados - Determinação da composição granulométrica, para ambos
os agregados. A tabela 1 resume os ensaios a serem realizados com os agregados.
Tabela 1 - Ensaios dos agregados
Agregado Ensaio Norma
Massa específica NBR NM 52 (ABNT, 2009)
Miúdo
Granulometria ABNT NBR NM 248:2019
Massa específica NBR NM 53 (ABNT, 2009)
Graúdo
Granulometria ABNT NBR NM 248:2019
Fonte: Os autores, 2020.

3.4 ENSAIOS DO CAA


Os ensaios do concreto autoadensável foram realizados parte no laboratório do SECITEC
de Alta Floresta e parte em campo.
Os ensaios de compressão axial foram realizados conforme a NBR 7215:2019 - Cimento
Portland - Determinação da resistência à compressão de corpos de prova cilíndricos, no
laboratório com corpos de prova moldados em moldes plásticos de dimensão padrão de 20cm
de comprimento por 10cm de diâmetro. Foi realizado o rompimento de dois corpos de prova
para cada idade do concreto, sendo dois com 7 dias, dois com 14 dias e dois com 28 dias.
O teste de absorção de água do CAA endurecido, foi embasado em parte com a NBR
9778:2009 - Argamassa e concreto endurecidos – Determinação da absorção de água, índice de
vazios e massa específica, onde foi separado 1 corpo de prova de cada traço aos 25 dias e secado
em estufa por 12 horas, após resfriado foi feito a pesagem dos corpos para se obter a massa seca
e deixados imersos em água por 24 horas para que fossem pesados novamente. Dessa forma se
obtém os valores das duas situações onde é aplicado a equação de porcentagem de absorção de
água da norma.
De antemão foi escolhido um teste para cada propriedade do CAA fresco, ponderando
entre os testes mais acessíveis para a região de Alta Floresta e a eficácia de cada teste para cada
propriedade, sendo eles, slump flow para fluidez, U-Pipe para coesão e J-Ring para habilidade
passante, que foram realizados em campo.
3.4.1 Slum Flow Test
O ensaio tem como objetivo verificar se o concreto sob ação do seu próprio
peso tem a capacidade de fluir livremente até atingir determinada dimensão
em certo tempo e dimensão limite, sem segregar.
Inicialmente, foi posicionado a base quadrada em uma superfície nivelada e regular.
Sobre o centro da base foi feito duas marcas circulares, uma de 20 cm e outra de 50 cm. As
superfícies da base e do cone são umedecidas para que não absorvam água do concreto durante
o ensaio. O cone é então colocado na marca circular central de 20 cm de diâmetro e firmemente
fixado. Uma amostra representativa é colocada sem nenhum tipo de compactação ou
adensamento. O excesso de concreto no topo do cone e outros remanescentes devem ser
removidos.
Após a remoção do excesso de CAA, o cone foi então erguido verticalmente onde o
cronômetro foi acionado no momento inicial do levantamento do cone. No momento em que o
CAA atingiu a marca circular feita na base de diâmetro de 50 cm, registrou-se o tempo,
denominado T-500.
Ao final do deslocamento do concreto, foi medido o diâmetro de espalhamento em duas
direções perpendiculares. A média dessas medidas é denominada de valor do slump flow.
Valores de slump flow muito baixos indicam que o concreto está pouco fluido enquanto valores
elevados indicam que está muito fluido. Medições baixas de T-500 indicam que o concreto está
muito fluido e medições altas indicam que o concreto está coeso.
Segundo Gomes e Barros (2009), valores de slump flow para CAA está entre 60 e 80 cm
e o T-500 entre 2 e 7 segundos. Medições fora ou próximas dos extremos dessas faixas de dados
refletem a necessidade de correção na dosagem da mistura.
Figura 1 - Slump Flow Test
Fonte: Gomes e Barros, 2009.

3.4.2 J-Ring Test


O J-Ring test é um ensaio complementar ao ensaio de espalhamento, pois o slump flow
não proporciona uma avaliação direta para medir a propriedade de habilidade de o CAA passar
dentre as armaduras. Gomes (2002), complementou o ensaio de espalhamento acrescentando
um anel a fim de analisar esta propriedade e o risco do bloqueio do CAA.
O procedimento do ensaio é similar ao slump flow test. Aqui, apenas acrescenta-se o
Anel-J sobre a base de ensaio e em torno do cone. O ensaio é finalizado ao término do
espalhamento. Ao final uma haste é colocada sobre o Anel-J e medem-se as alturas interna e
externa ao anel de barras de aço em quatro pontos diferentes diametralmente opostos e
perpendiculares entre si. A medição do valor do slump flow e do tempo de fluxo é similar ao
slump flow test. O valor de resultado do ensaio do Anel é a diferença entre a média das alturas
externas e a altura interna e não pode exceder 10mm.

Figura 2 - J-Ring
Fonte: Gomes e Barros, 2009.

3.4.3 U-Pipe Test (Tubo-U)


O ensaio do U-Pipe foi desenvolvido e proposto por Gomes (2002) com o
objetivo de medir quantitativamente a resistência à segregação do CAA
através do conceito e parâmetro denominado de Relação de Segregação (RS), que deve ser
superior a 0,90.
Com o tubo-U posicionado verticalmente, inicia-se a execução do ensaio adicionando
uma amostra do CAA preenchendo todo o conjunto de forma que o concreto entre no topo do
primeiro tubo para escoar verticalmente e depois percorrer horizontalmente o segundo tubo
alcançando o terceiro e subindo verticalmente até o topo.
Após aguardar o início do processo de pega, extraem-se as quatro amostras de 10 cm de
espessura, as quais se encontram: uma no topo do trecho onde se iniciou a colocação do concreto
no equipamento, no início do trecho horizontal, ao final do trecho horizontal e por fim no topo
da extremidade de saída do CAA.
Após a retirada das amostras, leva-se as mesmas na peneira 5mm e lavam se as amostras
para que se tenha a separação da argamassa e seja possível obter o agregado graúdo. Os
agregados graúdos retidos na peneira 5mm, são secados e pesados. As relações de segregação
(RS) são obtidas dividindo a massa da amostra 1 de referência pelas massas das amostras 2, 3
e 4. A menor relação entre as três equações é a relação de segregação e deve ser superior ou
igual a 0,90.
Se a relação de segregação for inferior a 0,90, interpreta-se que a amostra está segregando
e deve-se dosar a mistura de maneira adequada, provavelmente com a adição de materiais finos
ou aditivo modificador de viscosidade para dar maior coesão a mistura.

Figura 3 - U-Pipe
Fonte: Gomes e Barros, 2009.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 ESCOLHA DOS MATERIAIS
Na região de Alta Floresta foram encontrados todos materiais necessários para se elaborar
o traço do CAA, exceto o aditivo que deve ser encomendado de industrias que forneçam o
mesmo.
Neste caso, o aditivo utilizado foi o CastFlow 4455 que é um aditivo a base de
policarboxilatos (PCs) e outras matérias primas secundárias, classificado como tipo RAII pela
NBR 11768-2019 da marca ADCO.
O cimento escolhido foi o Itaú CP-II F40 por se tratar de um cimento que é utilizado em
toda região e principalmente por industrias de artefatos de concreto. Outro fator da escolha
desse tipo foi a menor granulometria em relação aos outros cimentos, que para o CAA é
fundamental.
A areia média e fina utilizada foi de origem natural e foram fornecidas por uma extratora
da cidade que faz a extração da areia no rio Teles Pires. Areias industriais não foram possíveis
de se encontrar pois não há na cidade nenhuma empresa que forneça esse tipo de produto.
Como agregado graúdo foi determinado a utilização da brita com granulometria menor
que 19mm conforme orienta Tutikian, o qual foi fornecido pela única empresa de britagem de
rocha da região. A brita escolhida é nomeada de brita número 0, de origem de rocha granítica.
Outro material utilizado foi o pó de brita que é fornecido pela mesma empresa da brita o
qual é um resíduo gerado na britagem das rochas.
A tabela 2 apresenta a granulometria dos agregados na forma de porcentagem retida, seus
pesos específicos e a umidade de cada componente.
Tabela 2 - Granulometria dos agregados
Peneira Areia Fina (%) Areia Média (%) Pó de Pedra (%) Brita 0 (%)
19
9,5 1,43
4,8 84,24
2 2,60 20,32 8,60
1,2 7,47 17,93 1,15
0,6 0,17 21,43 15,54 0,86
0,42 2,42 36,69 12,75 0,86
0,25 89,19 27,92 12,35 0,86
0,15 7,10 3,31 7,17 0,57
0,075 1,04 0,45 8,37 0,86
Fundo 0,07 0,13 5,58 0,57
Dimensão Máxima 1,2 mm 4,8 mm 4,8 mm 19mm
Peso Específico (g/cm³) 1,49 1,57 1,5 1,32
Umidade (%) 3,74 3,60 1,56 0,26
Fonte: Os autores, 2020.

4.2 DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ARGAMASSA


A argamassa foi determinada pelo método IPT/EPUSP de Helene e Terzian, o qual
consiste em uma sequência de procedimentos, que são elas: Calculo da resistência da dosagem,
cálculo da relação água/cimento, determinação do teor de argamassa e determinação dos traços
rico, intermediário e pobre.
A resistência de dosagem definida foi de 30 Mpa para os 28 dias, a relação água/cimento
foi de 0,65 e o teor de argamassa ideal de 55%. A tabela 3 mostra as relações dos traços
determinados.
Tabela 3 - Traços do concreto convencional (Teor de argamassa: 55%)
Traço Cimento Areia Media Brita Água
1:3 1 1,3 1,7 0,65
1:5 1 2,3 2,7 0,65
1:7 1 3,2 3,8 0,65
Fonte: Os autores, 2020.

Os traços listados são apenas uma base do início da dosagem do CAA, onde qualquer
elemento pode ser modificado.
4.3 DETERMINAÇÃO DA DOSAGEM DO ADITIVO
Para continuação da dosagem foi escolhido o traço referência 1:5 com 55% de teor de
argamassa onde foi adicionado o aditivo superplastificante onde o concreto a ficou
extremamente fluido e segregando, a quantidade ideal do aditivo é determinada pela fluidez
desejada do concreto, dessa forma chegou-se a quantidade de 0,65% da massa do cimento, onde
de forma visual verificou-se que o concreto estava bastante fluído.
O aditivo escolhido apresentou boa interação com o cimento CP-II F 40, demonstrando
boa abertura das partículas do aglomerante. Na figura 4 mostra o concreto no período de adição
do aditivo, apresentando forte segregação e exsudação.

Figura 4 - Concreto com adição do aditivo sem correção.


Fonte: Os autores, 2020.

4.4 CORREÇÃO DA SEGREGAÇÃO COM ADIÇÃO DE FINOS


A correção da segregação com a substituição do agregado miúdo por finos foi feita em
dosagens de 10% em 10%, como determina Tutikian, onde a água era adicionada conforme a
necessidade e de forma experimental. A tabela 4 demonstra as substituições.
Tabela 4 - Relação de substituição de finos
% Sub Cimento Finos Areia Média Brita
0 1 0 2,3 2,7
10 1 0,23 2,07 2,7
20 1 0,46 1,84 2,7
30 1 0,69 1,61 2,7
40 1 0,92 1,38 2,7
50 1 1,15 1,15 2,7
60 1 1,38 0,92 2,7
70 1 1,61 0,69 2,7
80 1 1,84 0,46 2,7
90 1 2,07 0,23 2,7
Fonte: Os autores, 2020.

Nessa etapa houve grande dificuldade em controlar a segregação do concreto com os finos
escolhidos. A areia fina disponível na região de Alta Floresta, apresenta granulometria pequena
e se enquadra como areia fina, porém não possui finos pulverulentos o suficiente para conter a
segregação. Durante o teste da dosagem com areia fina, tentou-se as várias formas de
substituição e até o extremo de utilizar somente a areia fina como agregado miúdo, porém sem
êxito.
Ao utilizar o pó de pedra como fino substituto, ocorreu o mesmo problema que a areia
fina, apesar do pó ter maior quantidade de finos pulverulentos que a areia, como demonstra a
granulometria na tabela 2, ainda não era o suficiente para conter a segregação e consequente
exsudação. A alternativa para se obter um agregado com finos o suficiente foi o peneiramento
do pó de pedra para se obter somente a parte mais fina do mesmo.
O pó de pedra foi peneirado na peneira 0,25 mm, e utilizado todo montante passante dessa
peneira, isso gerou um pó muito fino. Ao utilizar o pó peneirado como substituto, houve uma
grande redução da fluidez o que demandou maior quantidade de água. O resultado final da
substituição da areia média pelo pó foi uma relação de 90% de substituição e um a/c de 0,75
para o traço 1:5.
4.5 CORREÇÃO DO CIMENTO
Outro fator que sofreu uma pequena correção foi o cimento, houve um aumento de 10,7%
para o concreto atingir a fluidez necessária sem segregar, fazendo com que o traço 1:5 passasse
a ser 1:4,5, o 1:7 ficou 1:6,3 e o 1:3 passou a ser 1:2,7. A tabela 5 apresenta os traços
intermediário, rico e pobre com suas devidas correções e na figura 5 mostra o CAA pronto.
Tabela 5 - Traços do CAA
Traço C F AM B A/C Aditivo (%)
1:2,7 (Rico) 1 1,24 0,14 1,62 0,45 0,65
1:4,5 (Intermediário) 1 1,87 0,2 2,44 0,75 0,65
1:6,3 (Pobre) 1 2,62 0,29 3,41 0,94 0,65
Fonte: Os autores, 2020.
Figura 5 - CAA com finos suficientes
Fonte: Os autores, 2020.

4.6 ENSAIOS DE TRABALHABILIDADE


Os ensaios realizados para testar a trabalhabilidade do CAA dosado, foram o Slump Flow
Test e o Flow T500 que são obtidos no mesmo procedimento. A tabela 6 apresenta os resultados
do Slump Flow Test e T-500 encontrados para cada traço.
Tabela 6 - Resultado do Slump Flow Test e T-500
Traços Medida 1 (cm) Medida 2 (cm) Média T500 (s:ms)
1:2,7 71 71 71 1:40
1:4,5 72 70 71 1:40
1,6,3 73 70 71,5 1:60
Fonte: Os autores, 2020.

Para submeter o CAA a um teste de coesão foi utilizado o método do U-Pipe. Foi utilizado
o traço do CAA de 1:6,3 para executar o teste, a figura 6 mostra o tubo já preenchido com
concreto.
Figura 6 - Tubo-U preenchido com concreto.
Fonte: Os autores, 2020.

Segundo os resultados obtidos, a menor relação de segregação (RS) encontrado foi da


amostra 4 com o valor de 0,94, ou seja, o concreto não está apresentando segregação, e por se
tratar da amostra 4 que fica localizada no topo da outra ponta do tubo, a maior quantidade de
agregado graúdo nesse local não é um problema. A tabela 7 apresenta o resultado RS (relação
de segregação) obtido das amostras retiradas do tubo.
Tabela 7 - Resultado do RS
Amostra Massa (g) RS
1 1300 -
2 1362 0,95
3 1180 1,10
4 1386 0,94
Fonte: o autor, 2020.

A habilidade passante do CAA foi testada utilizando o método do J-Ring (Anel-J) com o
traço de 1:6,3. O diâmetro médio do espalhamento do concreto com o anel de barras foi de
72cm, o tempo até atingir o diâmetro de 50cm foi de 1,6 segundos e as medidas interna e externa
do concreto em relação ao cone estão listado na tabela 8.
Tabela 8 - Resultado do ensaio do Anel-J
Medição Dentro no Anel Fora do Anel Média
1 29 28,5 0,5
2 29 28,7 0,3
3 29 28,2 0,8
4 29 28,5 0,5
Média Geral 0,525
Fonte: o autor, 2020.

4.7 ENSAIO DA PERDA DE FLUIDEZ


Esse ensaio teve por finalidade a determinação do tempo que o concreto permanece fluído
após ser concebido. Esse procedimento foi realizado em conjunto com o slump flow test, onde
foram medidos os diâmetros que o concreto apresentava a cada intervalo de tempo. A primeira
medição foi realizada imediatamente após o concreto ser feito, e as demais foram feitas em
intervalos de 5 minutos, onde o concreto ficava repousando em um recipiente. A tabela 9
apresenta os resultados obtidos.
Tabela 9 - Resultados da perda de fluidez
Medição Diâmetro Médio (cm) Intervalo de Tempo
1ª 71 -
2º 59 5 min
3º 50 10 min
4º 44 15 min
Fonte: Os autores, 2020.

4.8 ENSAIO DE RESISTÊNCIA


Para testar a resistência dos traços, foram moldados 6 corpos de provas de 10cm de
diâmetro por 20cm de altura para cada traço de concreto, os quais foram rompidos 2 a cada
idade de 7, 14 e 28 dias no laboratório do Secitec de Alta Floresta. A tabela 10 apresenta a
média dos dois resultados encontrados dos corpos de prova submetidos a compressão.
Tabela 10 - Resistências do CAA para cada idade em MPa
Traço 7 dias 14 dias 28 dias
1:2,7 15 21 27
1:4,5 10 14 21
1:6,3 8 13 15
Fonte: Os autores, 2020.
4.9 ENSAIO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA
O resultado do ensaio de absorção de água realizado com um corpo de prova de cada traço
está representado pela tabela 11.
Tabela 11 - Absorção de água
Traço Massa Seca (g) Massa Umida (g) Massa de Água (g) Absorção d’água (%)
1:2,7 (Rico) 3394 3495 101 2,88
1:4,5 (Intermediário) 3509 3683 174 4,95
1:6,3 (Pobre) 3524 3675 151 4,28
Fonte: Os autores, 2020.

4.10 CLASSIFICAÇÃO DO CAA DESENVOLVIDO


Em relação ao CAA desenvolvido, segundo tabela 1 da NBR 15823-1 Concreto
autoadensável Parte 1: Classificação, controle e recebimento no estado fresco, se enquadra na
classe de espalhamento SF2 que está entre 660 e 750mm de diâmetro de espalhamento, onde
segundo a tabela A.1 da mesma norma, é indicado para maioria das aplicações como paredes,
vigas, pilares e outros.
Outro quesito de classificação da NBR 15823-1 é em relação ao resultado do teste T-500,
que segundo a tabela 2 da norma, o concreto se enquadra na classe VS1 que é para resultados
abaixo de 2s e segundo a tabela A.2 é indicado para elementos estruturais com alta densidade
de armadura, porém requer controle da segregação e exsudação. A tabela 3 da NBR 15823-1
apresenta a classificação em relação ao índice de estabilidade visual, onde o CAA desenvolvido
se enquadra na classe IEV 0, ou seja, não apresenta evidência de segregação e exsudação.
No ensaio de habilidade passante, a diferença de espalhamento do CAA sem e com o anel
J foi de 10mm em média, com esse resultado segundo a tabela 4 da NBR 15823-1, o CAA é
classificado como PJ1 onde na tabela A.3 é considerado adequado para a maioria das aplicações
e em elementos estruturais com espaçamento de armadura de 60 a 80mm.
Com o ensaio de perda de fluidez foi possível verificar como o CAA perde desempenho
da sua propriedade principal com pouco tempo, com cerca de 10 minutos já não se pode mais
considerá-lo como autoadensável pelo fato do diâmetro atingido ser inferior ao limítrofe da
norma que é 55cm, mesmo ainda apresentando uma boa trabalhabilidade em comparação ao
CCV. Esse fato pode ocorrer por conta do aditivo utilizado e das altas temperaturas da região,
que também contribuem com a perda de fluidez.
4.11 CONSUMO DE CIMENTO
O consumo de cimento por m³ de concreto foi calculado através da equação número 8 do
procedimento de Tutikian (2004), a qual utiliza o peso específico do concreto que nesse caso
foi de 2,48 g/cm³, os resultados dos consumos estão listados na tabela 12.
Tabela 12 - Consumo de cimento de cada traço
Traço Consumo de Cimento (kg/m³)
1:2,7 341
1:4,5 453
1:6,3 673
Fonte: Os autores, 2020.

4.12 DIAGRAMA DE DOSAGEM


O diagrama de dosagem foi a última parte do desenvolvimento do traço, com ele é possível
obter um concreto com as mesmas características em seu estado fresco, mas com resistências
diferentes. Através desse diagrama, qualquer indústria, concreteira ou até mesmo canteiro de obra
comum, desde que possua algum equipamento de pesagem e a resistência esteja dentro dos
parâmetros do digrama conforme apresenta a figura 7, conseguirá elaborar o traço de CAA
desenvolvido.

Figura 7 - Diagrama de dosagem do CAA proposto


Fonte: O autor, 2020.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A princípio pensava-se em desenvolver um traço de concreto auto adensável utilizando
os materiais disponíveis na região de Alta Floresta da forma que são fornecidos pelas empresas.
Nesse caso não foi possível obter esse resultado devido à falta de um material que fosse fino o
suficiente para conseguir atingir as exigências que o CAA impõe.
Conseguiu-se obter o resultado esperado utilizando uma parte peneirada do pó de pedra
como fino substituto, parte passante na peneira de 0,25mm, onde de todo esse material apenas
26,42% é a parte que se torna a adição de finos necessária, a outra parte, 73,68% entra como
substituto do agregado miúdo. Isso justifica a alta porcentagem de substituição dos agregados
miúdos pelo pó peneirado.
Com essas informações pode-se pensar que seria somente acrescentar em maiores
quantidades o pó de pedra sem peneirar que conseguir-se-ia atingir a quantidade de finos para
o CAA, porém isso não foi possível devido as proporções de pó pulverulento que o pó de pedra
apresenta, somente 5,58% de todo material é fino.
O enquadramento do CAA segundo a NBR 15823-1 demonstrou que o concreto pode ser
utilizado em todas obras ou industrias que exigem uma fluidez maior para concretar seus
elementos estruturais. Dessa forma, apesar de não ser simples de ser realizado, poderia
estimular as indústrias de fornecimento da matéria prima a produzirem os materiais necessários.
As resistências atingidas pelos corpos de prova de cada traço foram satisfatórias, porém
não se pode deixar de notar o alto consumo de cimento em relação a um concreto convencional
que geralmente é corriqueiro no CAA devido à alta relação água/cimento. As absorções de água
dos corpos de prova ficaram entre 2,88% e 4,95% que segundo a tabela de classificação do
concreto em relação a absorção de água de Helene (1993), é considerado normal.
Por fim, o objetivo de conseguir elaborar um traço de concreto auto adensável foi
atingido, mas até o momento, há necessidade do processo de peneiramento de um de seus
componentes o torna inviável para uso industrial ou em canteiro de obra, já que esse
procedimento provavelmente o tornará muito oneroso para tal finalidade. Vale lembrar que a
região de Alta Floresta possui um grande potencial para tornar o CAA executável, já que a
matéria prima existe e só requer uma forma de separação dos materiais para se obter o fíler
necessário.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15823-1 - Concreto
autoadensável Parte 1: Classificação, controle e recebimento no estado fresco. Rio de Janeiro,
2017.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7215 - Cimento
Portland – Determinação da resistência à compressão de corpos de prova cilíndricos. Rio de
Janeiro, 2019.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9778 - Argamassa e
concreto endurecidos – Determinação da absorção de água, índice de vazios e massa específica.
Rio de Janeiro, 2009.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 248: Agregados –
Determinação da composição granulométrica. Rio de Janeiro, 2003c.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 52: Agregado
miúdo – Determinação de massa específica e massa específica aparente. Rio de Janeiro, 2009.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 53: Agregado
graúdo – Determinação de massa específica, massa específica aparente e absorção de água. Rio
de Janeiro, 2009.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6ª Ed. São Paulo: Atlas,
2008.
GOMES, Paulo César Correia. Optimization and Characterization of High-Strength
SelfCompacting Concrete. Universidade Politécnica da Catalunya, Espanha, 2002.
GOMES, Paulo César Correia; BARROS, Alexandre Rodrigues. Métodos de Dosagem
de Concreto Autoadensável. São Paulo: Pine, 2009.
GUERRA, Ruy Serafim de Teixeira. O Efeito do Excesso de Água no Concreto. Clube
do Concreto, 2014. Disponível em: http://www.clubedoconcreto.com.br/2014/06/o-efeito-do-
excesso-de-agua-no-concreto.html. Acesso em: 18 mar 2020.
HELENE, Paulo; TERZIAN, Paulo. Manual de Dosagem e Controle do Concreto.
Brasília: Pine, 1992.
HELENE, Paulo R. L. Contribuição ao estudo da corrosão em armaduras de concreto
armado. 1993.Universidade de São Paulo, São Paulo, 1993.
SANTOS, Izequias Estevam dos. Manual de métodos e técnicas de pesquisa cientifica.
Rio de Janeiro: Impetus, 2005.
TUTIKIAN, Bernardo Fonseca. Método para dosagem de concreto auto-adensáveis.
Porto Alegre, 2004.
TUTIKIAN, Bernardo Fonseca; DAL MOLIN, Denise Carpena. Concreto
Autoadensável. São Paulo: Pine, 2008.

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