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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA GOIANO –

CAMPUS RIO VERDE

JÚLIA LONGO DE ASSIS


JÚLIA REZENDE MOTA
JULIANA NOBRE RIBEIRO PONTES
JULIEMILLY TATIANE ALVES VIEIRA
JOSÉ RONALDO BONIFÁCIO BALIEIRO

ARGAMASSAS

Rio Verde – GO
2017
1

JÚLIA LONGO DE ASSIS


JÚLIA REZENDE MOTA
JULIANA NOBRE RIBEIRO PONTES
JULIEMILLY TATIANE ALVES VIEIRA
JOSÉ RONALDO BONIFÁCIO BALIEIRO

ARGAMASSAS

Trabalho apresentado como requisito parcial para


obtenção de aprovação na disciplina de Materiais
de Construção I, do curso de Bacharel em
Engenharia Civil do Instituto Federal Goiano –
Campus Rio Verde.

Docente: Dr. Bacus de Oliveira Nahime

Rio Verde – GO
2017
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Lista de Figuras

Figura 01 – Argamassa de cal utilizada em revestimento na construção civil..........09


Figura 02 – Argamassa de cimento utilizada na construção. ..................................10
Figura 03 – Preparo de argamassas mistas.............................................................11
Figura 04 – Utilização de Argamassa de gesso na construção................................12
Figura 05 – Cal.........................................................................................................15
Figura 06- Cimento.................................................................................... ..............15
Figura 07- Gesso......................................................................................................15
Figura 08: Usos e funções da argamassa................................................................18
Figura 09: Usos, funções e propriedades da argamassa.........................................18
Figura 10: Continuação usos, funções e propriedades da argamassa....................18
Figura 11 – Esquema de aplicação de Reboco, Emboço e Chapisco......................20
Figura 12 – Esquema de aplicação de Reboco, Emboço e Chapisco......................20
Figura 13 – Utilização reboco na construção civil.....................................................21
Figura 14 – Chapisco na construção........................................................................22
Figura 15: Processo de deterioração dos revestimentos argamassados ................24
Figura 16 – Esquema do preparo da argamassa em obra.......................................29
Figura 17- Exemplo de cimento colante...................................................................29
Figura 18- Exemplificação do fornecimento de argamassa central..........................30
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RESUMO

Segundo a Norma Brasileira NBR 13529 da ABNT (Associação Brasileira de


Normas Técnicas) a definição da argamassa é “uma mistura homogênea de
agregado (s) miúdos, aglomerante (s) inorgânicos e água, contendo ou não aditivos
ou adições, com propriedades de aderência e endurecimento”.

De forma sistematizada, argamassa seria a mistura de cimento, areia, cal e


água e tem como sua principal utilização, a função de cola para unir os materiais da
sua construção. Com toda via, possui outras funções como distribuição de cargas,
absorver deformações naturais e selar juntas.

Um dos produtos de maior utilização na construção é a argamassa, estando


presente no revestimento e assentamento de alvenarias. Apesar da grande
utilização da argamassa, é muito frequente a ocorrência de patologias na utilização
da mesma, o que ocasiona prejuízos aos diversos setores envolvidos.
Torna-se importante, portanto, o estudo das propriedades da argamassa
assim como de suas patologias mais comum e a disponibilização desta informação
a fim de se evitar a repetição reiterada dos mesmos erros.

Palavras-chave: revestimentos da argamassa, propriedades da argamassa e


aplicação da argamassa.
4

ABSTRACT

According to Brazilian Standard NBR 13529 of ABNT (Brazilian Association of


Technical Standards), the definition of mortar is "a homogeneous mixture of kids'
aggregates, inorganic binders and water, containing or not additives or additions,
with properties of Adhesion and hardening ".
In a systematic way, mortar would be the mixture of cement, sand, lime and
water and has as its main use, the function of glue to join the materials of its
construction. It also has other functions such as load distribution, absorbing natural
deformations and sealing together.
One of the products of greater use in the construction is the mortar, being
present in the coating and laying of masonry. Despite the great use of the mortar, it
is very frequent the occurrence of pathologies in the use of the same, which causes
damages to the several sectors involved.
It is therefore important to study the properties of mortar as well as its most
common pathologies and to make this information available in order to avoid
repeated repetition of the same errors.

Key words: mortar coatings, mortar properties and mortar application.


5

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7
1.1 Conceituação Histórica ..................................................................................... 7
2 REVISÕES BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 8
2.1 Tipos de Argamassas ........................................................................................ 8
2.1.1 Argamassas de cal .......................................................................................... 8
2.1.2 Argamassas de cimento ................................................................................. 9
2.1.3 Argamassas Mistas ....................................................................................... 10
2.1.4 Argamassa de gesso .................................................................................... 11
2.2 Seleções das Argamassas .............................................................................. 12
2.3 Funções ............................................................................................................ 12
2.4 Especificações dos Materiais e Equipamentos ............................................. 13
2.4.1 Materiais ......................................................................................................... 13
2.4.2 Cimento portland........................................................................................... 13
2.4.3 Cal hidratada.................................................................................................. 13
2.4.4 Areia ............................................................................................................... 13
2.4.5 Água ............................................................................................................... 14
2.5 Classificações .................................................................................................. 14
2.5.1 Número ........................................................................................................... 14
2.5.2 Plasticidade ................................................................................................... 15
2.5.3 Consistência .................................................................................................. 15
2.6 Argamassa de Assentamento para Alvenaria ............................................... 16
2.6.1 NBR 8798 – Execução e controle de obras em alvenaria estrutural de
blocos vazados de concreto ................................................................................. 18
2.6.2 NBR 8545 – Execução de alvenaria sem função estrutural de tijolos e
blocos cerâmicos ................................................................................................... 18
2.7 Argamassa de Revestimento .......................................................................... 19
2.7.1 Emboço .......................................................................................................... 19
2.7.2 Reboco ........................................................................................................... 20
2.7.3 Chapisco ........................................................................................................ 21
2.8 Traço das Argamassas .................................................................................... 22
2.9 Dosagem ........................................................................................................... 22
3.0 Patologias Argamassa de Revestimento ....................................................... 23
3.1 Normalização .................................................................................................... 24
3.2 Forma de Preparo da Argamassa ................................................................... 27
3.2.1 Argamassa preparada na obra ..................................................................... 28
6

3.2.2 Argamassa industrializada em sacos .......................................................... 28


3.2.3 Argamassa preparada em central ................................................................ 29
3.2.4 Argamassa industrializada em silos ............................................................ 30
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 32
5 REFERÊNCIAS ................................................................................................. 33
7

1 INTRODUÇÃO

1.1 Conceituação Histórica


Ao se tratar de materiais de construção deve remontar-se a linha de evolução
humana assim como de seus materiais para a sobrevivência utilizados na forma
como se encontravam e posteriormente transformados, para aprimoramento de
suas qualidades. Dessa forma, a partir do momento em que o homem deixou de ser
nômade surge a inevitabilidade de não só operar recursos naturais como também
adapta-los as suas necessidades, observadas principalmente na construção de
habitações.
Sabe-se de variedades de materiais utilizados nas construções primordiais,
dentre eles aponta-se como o primeiro registro da utilização da argamassa uma
construção datada de 7000 a 9000 a.C., exposto por um acaso em uma escavação
em Israel, em 1985, onde encontrou um piso polido de 180m² feito com pedras,
argamassa, cal e areia.
Aproximadamente em 5600 a.C. aponta-se, no Pátio da Vila de Lepenski –
relatos de uma laje de 25 cm de espessura executada com argamassa de cal e
gesso muito utilizada pelos povos Egípcios, Gregos, Etruscos e Romanos.
Entretanto o majoritário desenvolvimento construtivo ocorreu em Roma,
durante o império romano, onde surgiu a ideais de mesclar um material
aglomerante, a pozolana (cinzas vulcânicas), com materiais inertes, dando origem
ás primeiras argamassas.
Nos anos 50, na Europa, surgem as primeiras argamassas colantes prontas
do mercado com a introdução dos aditivos químicos – bastando apenas acrescentar
água.
Após a descoberta do Cimento Portland em 1824 nome dado pelo químico
Joseph Aspdin em homenagem a Ilha Britânica de Portland, começa então a era
das argamassas, aonde eram compostas de Cimento, Areia a Cal a princípio.
Os etruscos deixaram vestígios da utilização da cal nas alvenarias das
cisternas e túmulos, mas foram os romanos, ao empreenderem grandes
construções em todo o seu vasto império- enormes anfiteatros, aquedutos,
basílicas, e outras construções, para as quais foi necessário adoptar diferentes
soluções técnicas tais como o arco de volta perfeita, a abóbada, a cúpula- a aplicar
de uma forma mais eficaz as argamassas.
8

O uso de argamassas como revestimento permite uma escolha menos


criteriosa das pedras utilizadas para alvenaria porque aquelas colmatam os seus
defeitos, além de poderem tornar os edifícios mais confortáveis.
Desde então, a argamassa tornou-se é um dos produtos de maior utilização na
construção, prevalecendo exclusivamente no emprego de revestimentos diversos e
assentamento de alvenarias. As estratégias de revestimentos de argamassa são
constituintes das vedações e imprescindíveis para a durabilidade de construções
diversas, exercem as utilidades de absorver as deformações que alvenarias são
expostas, de revestir e de proteger de maneira uniforme as alvenarias contra
agentes agressivos externos.

2 REVISÕES BIBLIOGRÁFICAS

2.1 Tipos de Argamassas


De acordo com o Manual de Revestimentos da ABCP (2002) a argamassa é
definida como um material de construção composto por uma mistura homogênea
entre agregado miúdo com um ou mais aglomerantes geralmente recebendo
aditivos para proporcionar melhoria ao material que será utilizado especificamente
em suas propriedades.
Para Fiorito (1994), o propósito das argamassas em determinada construção
estabelece os atributos de aglomerante ou a combinação de tipos diferentes de
aglomerantes. Em alvenarias de alicerces, por exemplo, observando a resistência,
é recomendando a utilização de argamassas de cimento que para esse caso
também possui aspecto de endurecimento notável. Suas condições de
impermeabilidade são consideradas na utilização de chapisco e revestimento com
esse parâmetro exigido assim como em boa parte de obras hidráulicas como
reservatórios.

2.1.1 Argamassas de cal


As argamassas de cal, são geralmente utilizadas em alvenarias não
estruturais, apontado como a argamassa mais empregada durante séculos antes do
surgimento do Cimento Portland.
Em âmbito comparativo e tratando de situações de mesmo traço um dos
aspectos mais relevantes das argamassas de cal são sua propriedade de coesão
9

maior do que as de cimento, sendo caracterizada como muito elástica o que reduz
dessa forma a demanda de aglomerantes para sua produção e para obter-se uma
massa com trabalhabilidade própria para rejuntamentos e revestimentos. Entretanto,
pode-se utilizar também a cal em argamassas magras de cimento o que garante
maior trabalhabilidade.
Outro aspecto importante para as argamassas de cal é a sua retenção de
água de amassamento por maior tempo, pois as pedras, os tijolos e blocos das
alvenarias, quando secos, retiram a água das argamassas de cimento mais
rapidamente do que das argamassas de cal.
Esses parâmetros demonstram ser eficazes para adquirir a trabalhabilidade
das argamassas utilizando a cal aérea. Todavia, as resistências dessas argamassas
são relativamente baixas tomando como valor referencial de resistência de 10
Kgf/cm².
Em suas exigências, a NBR 7175, ressalta limitações para os óxidos não
hidratados presentes nas cales hidratadas, que é observado e exigido do fabricante.
Entretanto, é recomendável hidratar previamente a cal antes do seu emprego
(deixar a argamassa de cal em repouso), tal procedimento melhora também a
trabalhabilidade da argamassa.

Figura 01 – Argamassa de cal utilizada em revestimento na construção civil.


Fonte: https://www.aecweb.com.br

2.1.2 Argamassas de cimento


As argamassas de cimento por sua vez apresentam melhor aderência
quando em estado endurecido em relação as argamassas de cal, onde em
condições normais dispõem de mais impermeabilidade resistindo a intempéries e
10

apresentando caráter mais durável. Entretanto apresentam-se no mercado com um


preço mais elevado, em seu estado seco portam de menor trabalhabilidade e em
estado endurecido assenhoram-se de menor capacidade de absorver deformações
sem se romper.
São utilizadas por exemplo para chapisco (em função de sua resistência
adquirida a curto prazo), em revestimentos impermeáveis como interiores de caixa
d’água e também em pisos cimentados, tendo como prazo de utilização no máximo
2 horas e 30 minutos após seu preparo.
Em função de premissas determinadas quanto aos requisitos de aderência,
impermeabilidade e resistência as argamassas de cimento são mais utilizadas.
Quando utilizado cimento Portland as argamassas adquirem resistências
iniciais e com o tempo bastante elevadas em comparação com outras argamassas.
Quanto a ajustes de resistências, não se pode ajustar a
resistência requerida para uma argamassa simplesmente variando a proporção
relativa de cimento e areia, porque misturas pobres não possuem
trabalhabilidade adequada e misturas ricas causam problemas de retração
indesejáveis.

Figura 02 – Argamassa de cimento utilizada na construção.


Fonte: https://www.aecweb.com.br

2.1.3 Argamassas Mistas


As argamassas mistas, ou seja, com emprego de cimento e cal aérea, são
utilizadas por exemplo em alvearias estruturais, em contra pisos, assentamento
cerâmico e dentro outros. Ressalta-se que as argamassas que possuem cal
hidratada são consideras mais plásticas, dessa forma seu espalhamento
proveniente de suas caraterísticas coloidais. A plasticidade e a consistência são as
propriedades que efetivamente classificam a trabalhabilidade do material sendo que,
11

tanto a plasticidade quanto a consistência são influenciadas pelo teor de ar


incorporado, teor de água e processo de mistura.
Frente ao exposto, pode-se afirmar que não é conveniente retirar a cal, ou
seja, empregar argamassas de cimento e areia para os usos em questão.
Principalmente no assentamento e revestimento de alvenarias devem ser utilizadas
argamassas mistas de cimento, cal e areia.

Figura 03 – Preparo de argamassas mistas


Fonte: http://equipedeobra.pini.com.br

2.1.4 Argamassa de gesso


Obtida através da mistura de gesso e água, na proporção exigida pelo
fabricante. E majoritariamente utilizada em revestimentos internos, nunca em
externos. A utilização do gesso deve ser de forma rápida pois seu endurecimento
ocorre de 6 a 8 minutos, e para a resolução desta problemática geralmente a
utilização do gesso aditivado na construção civil torna-se eficaz devido a seu caráter
de pega retardado.
12

Figura 04 – Utilização de Argamassa de gesso na construção


Fonte: http://engenheironocanteiro.com.br

2.2 Seleções das Argamassas


A preferência da argamassa deve ser realizada durante o projeto de criação.
Essa resolução deve abranger fatores que irão interceder em todo o processo de
revestimento, dessa forma deve-se analisar desde o planejamento até sua
execução e aplicação.
De acordo com CEOTTO et al. (2005) é indicado que a escolha da
argamassa utilizada deve ser feita na fase de projeto. Essa decisão deve considerar
todos os fatores que irão interferir em todo o processo de revestimentos, desde o
planejamento, contratação, até a aplicação e utilização do revestimento.

2.3 Funções
Como citado anteriormente a preferência da argamassa deve ser realizada
durante o projeto de criação e este deve levar em conta as funções que o
revestimento deva cumprir. Para MACIEL et al. (1998) a aplicabilidade do
revestimento argamassado é: preservar e coadjuvar os elementos envolvidos na
vedação de intempéries, como isolante térmico e acústico, regularização de
superfície e fins estéticos. Imperfeições geométricas consideradas grosseiras não
são corrigidas pelo revestimento, este já representa um comprometimento quanto a
função da argamassa segundo o raciocínio de que a falhas na execução da
estrutura e das vedações, é uma pratica comum no ambiente da obra mas que pode
gerar espessuras maiores que as admissíveis e práticas não recomendadas.
A argamassa de assentamento segundo a NBR 8545 (1984) tem como oficio
ter consistência para suportar o peso dos tijolos e conserva-lo no alinhamento no
átimmo do assentamento. É complementado por MARTINELLI et al. (1991) a função
das argamassar de promover a conexão de juntas.
13

2.4 Especificações dos Materiais e Equipamentos

2.4.1 Materiais
A NBR 11172 (ABNT, 1990) aponta os aglomerantes de cimento e cal, como
cruciais para obtenção de argamassa. O Manual de Revestimentos da ABCP (2002)
caracteriza esses matérias-primas e evidencia suas funções e aplicações

2.4.2 Cimento portland


Definido pela NBR 11172 (ABNT, 1990) como aglomerante hidráulico, isto é
sofre endurecimento em contato com água. É salientado pelo Manual de
Revestimentos da ABCP (2002) que o cimento coopera essencialmente para a
resistência mecânica e auxilia na permanência de água e proporciona melhor
aderência.

2.4.3 Cal hidratada


Definida pela NBR 11172 (ABNT, 1990) como um aglomerante constituído
por óxido de cálcio. O processo de calcinação resulta na obtenção de cal virgem,
entretanto a cal virgem é definida como a cal resultante de processos de calcinação,
podendo reagir com água; já a cal hidratada é descrita como a cal, sob o mesmo
material obtido por um processo de hidratação é denominado como cal hidratada. É
estipulado pelo Manual de Revestimentos da ABCP (2002) que argamassas de cal
como principal aglomerante se distinguem por boa trabalhabilidade e boa função de
absorver deformações, em contrapartida possui menos resistência mecânica e
aderência. Nas argamassas mistas de cimento e cal, devido ao grau de finura que
proporciona uma melhora na hidratação do cimento existe uma maior retenção em
volta das partículas alterando outros elementos como trabalhabilidade e capacidade
de absorção de choques mecânicos.

2.4.4 Areia
De acordo com a NBR 9935 (ABNT, 2011) a areia é definida como o
agregado miúdo, emanado no decorrer de processos naturais ou artificiais de
desintegração de rochas, ou oriunda de processos industriais. A granulometria dos
grãos segundo CARNEIRO et al. (1999) interferem na capacidade de deformação,
14

permeabilidade/retenção de água e trabalhabilidade. Dessa forma, as principais


particularidades segundo MACIEL et al. (1998) são: formação e origem, proporções,
forma e rugosidade inchamento e massa unitária

2.4.5 Água

A utilização da água é imprescindível para obtenção de argamassa onde


segundo o Manual de Revestimentos da ABCP (2002) é classificada como elemento
que proporciona a reação de outros elementos e sua quantificação obedece
cálculos de traço.

2.5 Classificações

2.5.1 Número
As argamassas podem ser divididas em dois tipos segundo seu número de
aglomerantes, quando se tem apenas um aglomerante a argamassa é denominada
simples e quando é composta por dois ou mais aglomerantes dá-se o nome de
argamassa composta ou mista. Dentre os aglomerantes mais utilizados podemos
citar: cal, cimento e gesso.
As argamassas mistas, produzidas com os aglomerantes cimento e cal, são
empregadas para emboço ou reboco, pela sua plasticidade, circunstâncias
favoráveis de endurecimento, elasticidade, e possibilitam acabamento/arremate
plano e regular. Todavia podem também ser empregadas na aplicação no
assentamento de alvenarias de vedação.

Figura 05 - Cal
Fonte: http://www.siote.com.br/blog/para-que-serve-cal-hidratada/
15

Figura 06- Cimento


Fonte: https://suaobra.com.br/dicas/inicio-da-obra/tipos-de-cimento

Figura 07- Gesso


Fonte: http://drfaztudo.com.br/blog/2015/08/28/gesso-mocinho-ou-bandido/

2.5.2 Plasticidade
Segundo Rilem (1982 apud por ISHIKAWA, 2003*) a plasticidade “[...]
consiste em que a argamassa tende a manter a sua deformação sem ruptura, após
a redução do esforço que a originou [...]”. Ela está ligada as forças de tensão
superficial dos materiais e da água de amassamento, alguns fatores influenciam
nessa propriedade, tais como: teor de ar incorporado, natureza e teor de
aglomerantes e intensidade da energia da mistura.

2.5.3 Consistência
Seguindo os conceitos propostos por Rilem (1982 apud por ISHIKAWA,
2003*) a consistência compreende a propriedade na qual a argamassa tende a
16

resistir as deformações que lhe são impostas. Quando está no estado plástico a
argamassa deve se apresentar trabalhável, de tal forma que quando manuseada
pelo pedreiro ela deve se manter coesa e quando aplicada na alvenaria deve fluir
sem aderir a colher de pedreiro, sendo fácil o seu espalhamento.
De acordo com Barros (1991 apud por NUNES, 2014*) classifica se as
argamassas quanto a presença de água, em plásticas e secas. Entende se por
argamassa plástica, aquela que tem a mesma consistência da argamassa de
revestimento, porem o seu uso é restrito em contrapisos devido à grande dimensão
dos equipamentos usados no adensamento e também a elevada umidade que
potencializa a fissuração.
A argamassa seca apresenta dosagem e composição semelhante a
argamassa de revestimento, porém a quantidade de água utilizada na mistura é
menor, o que permite a compactação manual e cura mais favorável, graças a baixa
umidade.
Segundo Isaia (2010, p.35) na argamassa fluida as ”[...] partículas dos
agregados estão imersos no interior da pasta aglomerante, sem coesão interna e
com tendência de depositar-se por gravidade (segregação). Os grãos de areia não
oferecem nenhuma resistência ao deslizamento, mas a argamassa é tão liquida que
se espalha sobre a base, sem permitir a execução do trabalho”.
Isaia (2010, p.35) em relação a densidade de massa da argamassa, usa a
caracterização leve para argamassas que possuem densidade menor a 1,40g/cm 3,
a qual é utilizada em isolamentos térmicos e acústicos, argamassas consideradas
normais, são as que apresentam densidade de massa no intervalo de 1,40g/cm 3 a
2,30g/cm3 e são utilizadas em aplicações convencionais, a argamassa que
ultrapassa o valor 2,30g/cm3 é considerada pesada, para blindagem de radiação.

2.6 Argamassa de Assentamento para Alvenaria


Segundo (MARTINELLI; HEENI, 1991, p.6) a argamassa de assentamento
estrutural tem a função de resistir, distribuindo os esforços mecânicos ali atuantes,
unir componentes básicos da alvenaria é função básica no assentamento, sendo ele
estrutura ou convencional, essa função também pode ser atribuída as argamassas
de revestimento como por exemplo o chapisco, que desempenha o papel de
camada intermediaria entre a alvenaria e as próximas camadas a serem aplicadas.
17

Figura 08: Usos e funções da argamassa


(MARTINELLI, HENENI 1991, p.5).

De acordo com (MARTINELLI; HEENI, 1991, p.6) para que a argamassa


desempenhe suas funções corretamente e as mesmas sejam mantidas durante a
vida útil da edificação é necessário que uma série de propriedades sejam
conseguidas, através da qualidade, proporcionalidade, condição de preparo e forma
de aplicação dos constituintes.
A argamassa precisa ser facilmente trabalhável, e conseguir uma certa
retenção de água, a fim de reduzir o labor na aplicação e garantir que tanto
as juntas verticais como horizontais sejam completamente preenchidas, ela
precisa endurecer rápido o suficiente para evitar algum atraso na produção;
deve desenvolver resistências suficientes para o uso a que se destina, deve
aderir aos tijolos de maneira a resultar juntas impermeáveis que evitem a
infiltração; deve ser durável e não afetar a durabilidade dos materiais
envolvidos. (MARTINELLI; HEENI, 1991, p.6).

Dentro os parâmetros impostos, pode – se destacar algumas propriedades,


aonde as três primeiras delas correspondem ao estado fresco e as demais ao
estado endurecido.

 Trabalhabilidade;
 Resistência mecânica inicial;
 Retenção de água;
 Estanqueidade;
 Aderência;
 Resistência mecânica final;
 Estabilidade volumétrica
 Capacidade de assimilar deformação;
As propriedades podem ser facilmente associadas ao tipo de assentamento
desejado como pode ser observado na Figura 02 e 03.
18

Figura 09: Usos, funções e propriedades da argamassa


(MARTINELLI, HENENI 1991, p.7).

Figura 10: Continuação usos, funções e propriedades da argamassa


(MARTINELLI, HENENI 1991, p.8).

2.6.1 NBR 8798 – Execução e controle de obras em alvenaria estrutural de


blocos vazados de concreto

Esta norma trata das condições que devem ser obedecidas na execução e
controle de obras em alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto.
No quesito assentamento, a norma afirma que os locais de aplicação devem estar
limpos e sem agregados soltos, a quantidade de argamassa a ser aplicada não
deve corresponder a um tempo de colocação dos blocos que superem o início da
pega ou perda da trabalhabilidade, a argamassa deve ser aplicada em todas as
paredes do bloco e em dois cordões verticais, de modo a forma a junta horizontal e
junta vertical respectivamente, em dias secos, quentes e com ventos, a alvenaria
deve ser umedecida antes da aplicação da argamassa. A argamassa não deve
avançar no interior dos blocos superando 1cm e o seu excesso que fica retido nas
juntas pode ser misturada novamente com a argamassa seca, porem a que cair no
chão ou do andaime deve ser descartada.

2.6.2 NBR 8545 – Execução de alvenaria sem função estrutural de tijolos


e blocos cerâmicos
19

A norma trata das condições exigíveis para e execução e fiscalização da


alvenaria sem função estrutural de componentes cerâmicos.
Dando ênfase no assentamento, a norma deixa claro que a argamassa deve
ser plástica e ter consistência para suportar o peso dos tijolos e mante – los no
alinhamento, caso tenha que transportar a argamassa por distancias longas a
mesma pode ser misturada a seco, havendo a adição de água apenas no local do
seu emprego, os materiais constituintes, seu armazenamento, dosagem e
preparação e aplicação devem estar de acordo com a normas específicas, para que
seja evitado a perda de plasticidade e consistência a argamassa deve ser preparada
em quantidades adequadas, o traço deve ser escolhido em função das
características dos materiais disponíveis, em casos de paredes externas não
revestidas e paredes em contato com a umidade, a argamassa deve ser
impermeável e insolúvel em água. Em relação as juntas de argamassa, as mesmas
devem ser no máximo 10mm e sem vazios.

2.7 Argamassa de Revestimento

2.7.1 Emboço
O emboço que também é chamado de massa grossa, é uma camada que tem
como função principal regularizar a superfície de alvenaria, apresentando
obrigatoriamente espessura média variando de 15 mm a 25 mm. Com a base já
preparada (com ou sem chapisco), o emboço é diretamente aplicado e é destinado
a receber as camadas seguintes do revestimento, tais como reboco, cerâmica ou
outro revestimento final. Com isso, se exige porosidade e textura superficiais
compatíveis com a capacidade de aderência do acabamento final planejado. Essas
características são determinadas pela granulometria dos materiais utilizados e pela
técnica de execução.
20

Figura 11 – Esquema de aplicação de Reboco, Emboço e Chapisco


Fonte: Filho, A B.A, et al (2001)

Figura 12 – Esquema de aplicação de Reboco, Emboço e Chapisco


Fonte: Filho, A B.A, et al (2001)

2.7.2 Reboco
O reboco também conhecido como massa fina, é a camada de acabamento
dos revestimentos de argamassa. Tal é aplicado sobre o emboço e sua espessura é
de tal forma que seja o suficiente para construção de uma película contínua e
integra sobre o emboço, podendo ter no máximo 5 mm de espessura.
Essa massa tem como função conferir a textura superficial final aos
revestimentos de múltiplas camadas, como por exemplo, na maioria das vezes a
pintura é aplicada diretamente no reboco. Devido isso, não pode apresentar
21

fissuras, principalmente em aplicações externas. Portanto, a argamassa deve


apresentar elevada capacidade de acomodar deformações.

Figura 13 – Utilização reboco na construção civil


Fonte: http://www.forumdaconstrucao.com.br/

2.7.3 Chapisco
O chapisco, não considerado como uma camada de revestimento, é apenas
um procedimento de preparação da base que possui espessura irregular.
O chapisco é executado a fim de melhorar as condições de aderência da
primeira camada do revestimento ao substrato, em situações críticas tais como:
limitações na capacidade de aderência da base(quando há uma superfície muito lisa
ou apresenta uma porosidade inadequada, tais como, concreto ou substrato com
capacidade de sucção incompatíveis com a aderência do revestimento; e
revestimento sujeito a ações de maior intensidade(revestimentos externos e de
teto).
22

Figura 14 – Chapisco na construção.


Fonte: Filho, A B.A, et al (2001)

2.8 Traço das Argamassas


De modo geral, a proporção de materiais (traço) para a produção de
argamassas é realizada pelo mestre de obras, contando com pouca interação e
acompanhamento do engenheiro. O empirismo adotado no estabelecimento dos
traços de argamassas, aliado à falta de programas específicos de inspeção, controle
e manutenção dos sistemas de revestimento, tem gerado um número expressivo de
fenômenos patológicos, notadamente fissuras, pulverulências e descolamentos do
revestimento cerâmico, que podem comprometer a segurança dos usuários, além
da estanqueidade e estética do edifício.
As diferenças no entendimento do critério a ser adotado refletem diretamente
sobre a quantidade de material empregado no preparo das argamassas.
Cavalheiro (2005) comenta sobre a pequena importância dada à argamassa
e defende o suporte tecnológico para a escolha do traço do traço de argamassa de
assentamento sem, no entanto, apresentar uma metodologia. Propõe a adequação
de “traços” (proporções em volume) recomendados em normas internacionais em
função das condições de aplicação e de suas características, determinadas através
de ensaios.

2.9 Dosagem
Para que a argamassa tenha as propriedades desejadas, independente do
estado (fresco ou endurecido), é preciso que ela seja preparada de acordo com o
traço especificado. Para isso se faz a dosagem.
23

Para a dosagem no canteiro de obras são utilizadas padiolas. As dimensões


das padiolas são determinadas pelo traço estabelecido e pelo tipo de equipamento
utilizado.

3.0 Patologias Argamassa de Revestimento


Segundo Ferreira (2010 apud por SILVA, 2014*) é muito frequente a
aparência de patologias nos revestimentos argamassados, o que gera prejuízos nos
setores envolvidos, podendo vim ocorrer acidentes.
O fato das obras serem conduzidas cada vez mais rápidas, com pouco rigor
nos controles de materiais e serviços, aliado a tendência de edificações mais
esbeltas, gera uma queda gradativa na qualidade das construções.
De acordo com Silva (2014, p. 36) “[...] A deterioração prematura dos
revestimentos de argamassa é decorrente de diferentes formas de ataque, as quais
podem ser classificadas em físicas, mecânicas, químicas e biológicas [...]”. Porém a
distinção desses processos ocorre apenas na teoria, pois na pratica os fenômenos
se sobrepõem e os problemas nos revestimentos se manifestam através de
degradação, fissuração, descolamento entre outros. A Figura 01 apresenta a
classificação dos processos de deterioração dos revestimentos de argamassa.

Figura 15: Processo de deterioração dos revestimentos argamassados (SILVA, 2014, p.37).
24

A deterioração das argamassas pode ser originada por fatores externos ao


revestimento como também por fatores internos, decorrente da argamassa. Dentro
dos fatores internos, podemos citar a qualidade dos materiais constituintes, o traço
da argamassa, os processos de execução, entre outros. No âmbito externo, temos
exposição a intempéries, umidade de infiltração, entre outros.

3.1 Normalização
Segundo a NBR 7200 (ABNT, 1998), argamassa é a mistura de
aglomerantes, agregados e água, possuindo capacidade de endurecimento e
aderência.
A NBR 13281 (ABNT, 2001) prescreve que argamassa é a mistura
homogênea de agregado(s) inorgânico(s) e água, contendo ou não aditivos e
adições, com propriedades de aderência e endurecimento, podendo ser dosada em
obra ou em instalações próprias (argamassas industrializadas).
De acordo com suas características, as argamassas são classificadas em
diferentes tipos por normas específicas, relacionadas nas tabelas abaixo:

TIPO NÚMERO ANO TÍTULO


Blocos de concreto celular autoclavado –
Execução de alvenaria sem função estrutural –
NBR14956-1 2003
Parte 1: Procedimento com argamassa colante
industrializada
Bloco de concreto celular autoclavado –
Execução de alvenaria sem função estrutural –
NBR14956-2 2003
Parte 2: Procedimento com argamassa
convencional
ALVENARIA

Argamassa para assentamento e revestimento


de paredes e tetos – Determinação da absorção
NBR 15259 2005
de água por capilaridade e do coeficiente de
capilaridade
Argamassa para assentamento e revestimento
NBR 15261 2005 de paredes e tetos – Determinação da variação
dimensional (retração ou expansão linear)
Argamassas endurecidas para alvenaria
NBR 8490 1984
estrutural – Retração por secagem
Argamassa de assentamento para alvenaria de
NBR 9287 1986 bloco de concreto – Determinação da retenção
de água
Tabela 1 - Normas brasileiras relacionadas com argamassas (alvenaria e revestimentos de
argamassa).
25

TIPO NÚMERO ANO TÍTULO


Argamassa para assentamento e revestimento
NBR 13276 2005 de paredes e tetos – Preparo da mistura e
REVESTIMENTO DE ARGAMASSA

determinação do índice de consistência


Argamassa para assentamento e revestimento
NBR 13277 2005 de paredes e tetos – Determinação da
retenção de água
Argamassa para assentamento e revestimento
de paredes e tetos – Determinação da
NBR 13278 2005
densidade de massa e do teor de ar
incorporado
Argamassa para assentamento e revestimento
NBR 13279 2005 de paredes e tetos – Determinação da
resistência à tração na flexão e à compressão
Argamassa para assentamento e revestimento
de paredes e tetos – Determinação da
NBR 13280 2005
densidade de massa aparente no estado
endurecido
Tabela 2 - Normas brasileiras relacionadas com argamassas (alvenaria e revestimentos de
argamassa).

TIPO NÚMERO ANO TÍTULO


Argamassa para assentamento e revestimento
NBR 13281 2005
REVESTIMENTO DE ARGAMASSA

de paredes e tetos – Requisitos


Revestimento de paredes e tetos de
NBR 13528 1995 argamassas inorgânicas – Determinação da
resistência de aderência à tração
Revestimento de paredes e tetos de
NBR 13529 1995
argamassas inorgânicas – Terminologia
Revestimento de paredes e tetos de
NBR 13530 1995
argamassas inorgânicas – Classificação
Revestimento de paredes e tetos de
NBR 13749 1996
argamassas inorgânicas – Especificação
Argamassa para revestimento de paredes e
NBR 15258 2005 tetos – Determinação da resistência potencial
de aderência à tração
Execução de revestimento de paredes e tetos
NBR 7200 1998
de argamassas inorgânicas – Procedimento
Tabela 3 - Normas brasileiras relacionadas com argamassas (alvenaria e revestimentos de
argamassa).
26

TIPO NÚMERO ANO TÍTULO


Revestimento de piso interno ou externo com
NBR 13753 1996 placas cerâmicas e com utilização de
REVESTIMENTO CERÂMICO

argamassa colante – Procedimento


Revestimento de paredes internas com placas
NBR 13754 1996 cerâmicas e com utilização de argamassa colante –
Procedimento
Revestimento de paredes externas e fachadas com
NBR 13755 1996 placas cerâmicas e com utilização de argamassa
colante – Procedimento
Argamassa colante industrializada para
NBR 14081 2004
assentamento de placas cerâmicas – Requisitos
Argamassa colante industrializada para
assentamento de placas cerâmicas – Execução do
NBR 14082 2004
substrato padrão e aplicação de argamassa para
ensaios

Tabela 4 - Normas brasileiras relacionadas com argamassas (revestimento cerâmico e outras).

TIPO NÚMERO ANO TÍTULO


Argamassa colante industrializada para
NBR 14083 2004 assentamento de placas cerâmicas – Determinação
REVESTIMENTO CERÂMICO

do tempo em aberto
Argamassa colante industrializada para
NBR 14084 2004 assentamento de placas cerâmicas – Determinação
da resistência de aderência à tração
Argamassa colante industrializada para
NBR 14085 2004 assentamento de placas cerâmicas – Determinação
do deslizamento
Argamassa colante industrializada para
NBR 14086 2004 assentamento de placas cerâmicas – Determinação
da densidade de massa aparente
A. R. - Argamassa à base de cimento Portland
NBR 14992 2003 para rejuntamento de placas cerâmicas –
Requisitos e métodos de ensaios

Tabela 5 - Normas brasileiras relacionadas com argamassas (revestimento cerâmico e outras).

TIPO NÚMERO ANO TÍTULO


Aditivos para argamassa e concretos - Ensaios de
NBR 10908 1990
uniformidade
Concreto fresco – Determinação do teor de ar
aprisionado pelo método pressométrico – Método
OUTROS

NBR 11686 1990


de ensaio
Cimento Portland – Determinação da variação
NBR 13583 1996 dimensional de barras de argamassa de cimento
Portland expostas à solução de sulfato de sódio
Argamassa e concreto – Determinação da
NBR 7222 1994
resistência à tração por compressão diametral de
27

corpos-de-prova cilíndricos
Cal hidratada para argamassas – Determinação de
NBR 9290 1996
retenção de água
Argamassa e concreto – Câmaras úmidas e
NBR 9479 2006
tanques para cura de corpos-de-prova

Tabela 6 - Normas brasileiras relacionadas com argamassas (revestimento cerâmico e outras).

TIPO NÚMERO ANO TÍTULO


Argamassa e concreto endurecidos –
NBR 9778 2005 Determinação da absorção de água, índice de
vazios e massa específica
Argamassa e concreto endurecidos –
NBR 9779 1995 Determinação da absorção de água por
capilaridade
Cimento Portland – Determinação da resistência à
OUTROS

NBR 7215 1991


compressão
Concreto e argamassa – Determinação dos tempos
NBR NM 9 2003
de pega por meio de resistência à penetração
Argamassa e concreto – Água para amassamento e
NM 137 1997
cura de argamassa e concreto de cimento Portland
Aditivos para argamassa e concreto – Ensaios de
NM 34 1994
uniformidade
Concreto e argamassa – Determinação dos tempos
NM 9 2002
de pega por meio de resistência à penetração

Tabela 7 - Normas brasileiras relacionadas com argamassas (revestimento cerâmico e outras).

3.2 Forma de Preparo da Argamassa


Uma das partes mais importantes do processo da forma de se executar os
revestimentos de argamassa são como estas argamassas serão produzidas e
transportadas no ambiente da obra.
De acordo com Maciel, Barros e Sabbatini (1998) a produção de argamassa
significa a mistura ordenada dos seus materiais constituintes, nas proporções
estabelecidas e por um determinado período de tempo, utilizando equipamentos
específicos para este fim. Quanto à maneira de produção a argamassa pode ser
preparada em obra, industrializada fornecida em sacos ou silos. Cada um desses
tipos de argamassa interfere nas atividades de produção e no seu sequenciamento,
na escolha das ferramentas e equipamentos necessários para produção, bem como
na adequação do próprio canteiro de obras.
28

3.2.1 Argamassa preparada na obra


Este é o sistema tradicional. A fabricação de argamassas é empírica:
definidos os constituintes a serem utilizados e a proporção relativa de cada
constituinte (traço) na fase de projeto, a fabricação resume-se em misturar
mecanicamente os constituintes em uma certa sequência e por um dado tempo. É
necessário o controle de uniformidade do produto, seja através do controle dos
materiais constituintes, seja pelo controle da própria argamassa.
A armazenagem dos materiais deve ser feita de maneira adequada. Há a
necessidade de se prever áreas de estocagem para as matérias-primas, tais como
agregados, cimento e cal. O cimento e as cales devem ser sempre armazenados
protegidos de intempéries e em local de fácil acesso. Os agregados devem ser
estocados em baias cujos pisos devem se preferencialmente cimentados e
separadas em função de cada tipo de material.

Figura 16 – Esquema do preparo da argamassa em obra


Fonte: http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/sistemas-
construtivos/4/logistica/planejamento/68/logistica.html

3.2.2 Argamassa industrializada em sacos


Essas argamassas compõem-se de agregados com granulometria
controlada, cimento Portland e aditivos especiais que otimizam as propriedades das
mesmas, tanto no estado fresco quanto no endurecido.
Segundo Alves (2006), os ingredientes dessas argamassas podem ser um ou
mais aglomerantes, material inerte e ainda outros aditivos para permitir maior
ancoragem mecânica e química.
29

As argamassas ensacadas são fabricadas em complexos industriais, onde os


agregados miúdos, os aglomerantes e os aditivos em pó, são misturados a seco e
ensacados.

Figura 17- Exemplo de cimento colante


Fonte:
http://www.usinafortaleza.com.br/produto/detalhes/17/argamassas_assentamento/cimento_co
lante_ac_i__interior

3.2.3 Argamassa preparada em central


Estas argamassas são dosadas em centrais e fornecidas em caminhões-
betoneira, prontas para a aplicação. Adotando-se este tipo de argamassa elimina-se
a necessidade de central de preparo e área de estocagem de materiais na obra. As
argamassas cimentícias apresentam curtos períodos para aplicação, mesmo
quando aditivadas. Por isso deve-se prever a quantidade adequada de argamassa a
receber na obra durante a jornada de trabalho.
30

Figura 18- Exemplificação do fornecimento de argamassa em central


Fonte: http://www.cimentoitambe.com.br/concrexap-lanca-argamassa-pronta/

3.2.4 Argamassa industrializada em silos


As argamassas entregues em silos são produzidas em complexos industriais,
onde os agregados, aglomerantes e aditivos são misturados a seco e armazenados
em silos metálicos que são levados por caminhões até as obras. Na obra, os silos
ficam estocados de forma a facilitar sua substituição e/ou abastecimento. No
momento do preparo, o sistema dispõe de mecanismos para a adição de água e
mistura, produzindo-se a argamassa.

Tipo/Uso
Alvenarias Cimento Cal Areia
Tijolo Comum/Alicerce 1 2 8
Laminado (1 tijolo de espessura) 1 1 6
Tijolo Furado 1 2 8
Bloco de Concreto de Enchimento 1 0,5 8
19cm
6,5cm 1 0,5 6
Blocos de Vidro 1 0,5 5
Pedras Irregulares 1 - 4
Chapisco Cimento Cal Areia
Sobre Concreto 1 - 3
Para impermeabilização 1 - 2
Sobre Alvenaria 1 - 4
Emboço (Massa Grossa) Cimento Cal Areia
Uso Externo 1 2 9
Uso Interno - 1 4
Assentamento de Cerâmica ou 1 2 8
Pastilhas
Assentamento de Azulejos ou - 1 4
31

Ladrilhos
Emboço de Forros 1 2 9
Reboco (Massa Fina) Cimento Cal Areia
Emboço de Forros - 1 2
Reboco para Pintura/Colagem - 1 4
Reboco Externo para Pintura - 1 3
Reboco para Cimento Alisado 1 - 1,5
Assentamento Interno de 1 1 5
Azulejos e Ladrilhos
Assentamento Externo de 1 1 6
Pastilhas
Assentamento Externo 1 0,5 5
Litocerâmica
Pisos Cimento Cal Areia
Piso Cimentado
Piso para Receber Tacos 1 - 4
Piso/Base Niveladora para 1 - 5
Ladrilhos
Piso/Colocação de Ladrilhos 1 0,5 5

Fonte: A&C, Ano7 – No 6, Ed. Abril São Paulo. 1991


32

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio do estudo realizado no presente trabalho, conclui-se que a


argamassa é um material de construção de suma importância na construção civil.
Além de que, torna-se necessário que para o emprego da mesma existam estudos
das propriedades da argamassa assim como de suas patologias mais comuns e a
disponibilização desta informação a fim de se evitar a repetição reiterada dos
mesmos erros.
33

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Janeiro: ABNT, 1990.

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2005.

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inorgânicas. Rio de Janeiro: ABNT, 1995.
34

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inorgânicas – Especificação. Rio de Janeiro: ABNT, 1996.

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ABNT, 1998.

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paredes e tetos – Determinação da absorção de água por capilaridade e do
coeficiente de capilaridade. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.

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da absorção de água por capilaridade. Rio de Janeiro: ABNT, 1995.

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