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DO CIMENTO
Rui Barbosa de Souza, Fádia Simone Silva Lima, Vanderley Moacyr John
RESUMO
ASBTRACT
There is a new product in the Brazilian construction market, sold for the same
purpose of lime. However, it contains natural minerals, usually phyllites. The
purpose is to observe the influence of the incorporation of phyllites and lime on
Portland cement hydration. For that, the calorimetry technique was used for 17
compositions of cement pastes. The lime altered the hydration of Portland cement,
mainly in the induction period, while the phyllites were inert, just as nucleation points
in the reative suspension. This way, these natural mineral products are not
characterized as binders.
INTRODUÇÃO
1
Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat
2
Instituto de Pesquisas Tecnológicas
3
Associação Brasileira dos Produtores de Cal
3
MATERIAIS E MÉTODOS
e óxido de alumínio, segundo definição de Souza Santos (1982) (7). Neste contexto,
os produtos denominados “blenda” são aqueles com características de filito, no
entanto, com presença de elevado teor total de CaO e MgO (admitidos neste
trabalho como superiores a 5%). Acredita-se que estas adições são resultados de
misturas, em proporções diversas, de filitos com cal hidratada.
Segundo Souza Santos (1982) (7), estas misturas de argilominerais com o mineral
calcário (denominadas margas calcárias) podem ocorrer na natureza, mas são
relativamente raras.
Tabela 2 – Caracterização física das cales, blendas e filitos estudados. Área superficial específica pela técnica
de BET; massa específica real por picnometria de gás hélio. Parâmetros D50 (granulometria média) e D90
(Diâmetro tal que 90% da amostra apresenta diâmetro inferior) de granulometria a laser
Área superficial Massa específica real Diâmetros médios (µm)
Adição
específica (m²/g) (g/cm3) D50 D90
C1 15,9 2,45 14,5 65,84
Cales
Tabela 3 – Composição química das cales, blendas e filitos estudados, determinada por fluorescência de raios X
Adição SiO2 Al2O3+ Fe2O3 MgO CaO K2O PF RI
C1 1,62 0,91 27,9 41,5 0,12 28,30 1,89
Cales
RESULTADOS E DISCUSSÃO
4
Silicato tricálcico – 3CaO·SiO2
5
Silicato de cálcio hidratado – xCaO·SiO2·yH2O
8
Figura 2 – Curva típica da liberação de calor devido à hidratação do cimento Portland (adaptado de Quarcioni
(5)
(2008) )
(a) (b)
Figura 3 – Calor liberado em (a) 72horas de hidratação e (b) nas primeiras 6 horas de hidratação (ampliação do
gráfico na região do período de indução)
As amostras com uso de cal (C1, C2 e C3) foram as que apresentaram maior
incremento no calor de hidratação no período de indução, indicando maior influência
destes produtos na hidratação do cimento (Figura 3b). Nestas amostras é nítida a
ocorrência de um pico de calor sobressalente na região onde havia o período de
indução.
As amostras de blendas B1, B2, B3 e B4 não apresentaram incremento de
calor tão acentuado, com menor influência na hidratação do cimento. A curva no
período de indução apresenta tendência crescente, no entanto não é possível
visualizar um pico de calor nítido (Figura 3b).
O uso das blendas B5, B6 e B7 também alterou a curva de liberação de calor
das formulações, apresentando tendência crescente. No entanto, a intensidade de
calor no período de indução foi bastante baixa, indicando a baixa alteração na
cinética de hidratação (Figura 3b).
O terceiro grupo de produtos não apresentou nenhuma alteração química na
cinética de hidratação no período de indução. São todos os filitos estudados, cujas
curvas de liberação de calor não apresentaram tendências diferentes da amostra de
referência (Figura 3b). Os resultados apresentados foram normalizados, ou seja, o
sinal coletado pelo equipamento foi dividido pela massa de aglomerante (massa de
cimento). Por este motivo as composições com incorporação de cal, blenda ou filito
apresentaram resultados pouco superiores à amostra de referência, uma vez que
além da massa de cimento, há mais partículas sólidas na pasta, que inferem uma
10
Figura 4 – Correlação entre calor acumulado no período de indução e teor de cal presentes nos produtos
Figura 5 – Relação entre o calor acumulado no período de indução e a superfície específica das amostras de cal,
blenda e filito
Figura 6 – Correlação entre o calor acumulado no período da indução e a posição do pico mais intenso
CONCLUSÕES
dentro de uma suspensão reativa de cimento e água. A técnica foi sensível, a ponto
de medir as diferenças entre blendas e material inerte, apresentando boa correlação
com as quantidades de material aglomerante.
AGRADECIMENTOS
Este projeto foi financiado pela ABPC (Associação Brasileira dos Produtores de
Cal).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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172.
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