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O embrião deste livro foi sendo criado ao longo dos meus primeiros anos de pós-
graduação em encontros com o amigo Remo Magalhães de Souza (ex orientador de
graduação) durante minhas férias em Belém-PA. É fundamental explicitar que o que
julgo ser de maior valor neste texto vem de inúmeras conversas e dúvidas que ele sempre
esteve solícito a ajudar. O plano inicial era dar alguma versão didática sobre o meu
trabalho de conclusão de curso e que tivesse alguma relação básica com os fundamentos
da análise estrutural.
Os afazeres de estudante de mestrado e doutorado, de forma contraditória, me
afastaram e aproximaram deste objetivo. O afastamento ocorreu por razões óbvias das
etapas necessárias para a obtenção dos diplomas. A aproximação ocorreu pela minha
constatação de que há uma mistura de falta de cuidado e de conhecimento sobre alguns
temas específicos da análise de estrutura. Em particular, cito a aplicação do Princípio dos
Trabalhos Virtuais (PTV).
Entre os anos de 2014 a 2017 fui professor de matemática e de algumas disciplinas
básicas de análise de estruturas na Universidade Federal do Pará no campus de Tucuruí.
Período fundamental para minha mudança de postura quanto à atividade docente, pois
lecionando e o contato com os professores: Bruno Wallacy, Cesar Juan, Ednaldo Barros
Junior, Ezequiel Belo e Luís Paulo Machado, me fizeram lembrar dos professores de
matemática do ensino médio e alguns poucos da graduação e pós-graduação que me
inspiraram a seguir a carreira acadêmica.
A partir de agosto de 2017 me tornei professor das disciplinas básicas de estruturas
do curso de engenharia civil da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Após alguns
semestres lecionando estruturas isostáticas e hiperestáticas e de valiosas conversas com o
amigo Andrés Batista Cheung, ficou nítida, para mim, a necessidade de um texto básico
em português que explorasse esses temas a partir de uma relação mais direta com o PTV.
1
Agradecimentos
Considero a gratidão um dos sentimentos mais importantes que temos que ter.
Portando, sou grato aos que contribuíram para a melhoria no texto: professor João Vitor
e ao amigo Remo. Aos colegas e ex-alunos Ygor Rojas e Frederico Pitaluga. O Ygor fez
as tabelas de reações de estruturas hiperestáticas (presentes no Capítulo 6) e o Frederico
me ajudou a verificar os exemplos de grelha. Sou grato também ao amigo Fábio Pereira
Figueiredo por diversas conversas e algumas sugestões e palavras de incentivo.
Não poderia deixar de agradecer aos familiares mais próximos como os pais Stélio
Augusto Amorim de Sousa e Maria do Carmo Araujo de Sousa, irmão e sobrinha Allan
Araujo de Sousa e Tainá Sousa e ao núcleo familiar composto por mim, minha esposa
Fernanda Villalba Lopes e meu enteado Lorenzo Lopes Gresele.
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Cap. 1: Introdução
Este capítulo apresenta os objetivos e a organização do livro e está dividido em
três seções. A primeira serve para discutirmos as leis que guiarão nossos estudos (regras
do jogo). Nela defino os limites teóricos do texto bem como nomenclaturas que no meu
modo de ver ajudam a dividir o seu entendimento. Na segunda seção apresento o conceito
de forças e deslocamentos em escalas diferentes, tendo como base as referências: Dumont
(ano), Martha (2018) e Soriano (2016). Finalmente, mostro na seção três as hipóteses
básicas que fundamentarão todo o livro.
3
sistema de equações com mais de três variáveis usaremos um programa de matemática
simbólica. Aqui, escolhemos o programa Smath (2006) que tem uso gratuito. Todos os
exercícios resolvidos simbolicamente ao longo do texto, terão sua montagem e solução
numérica apresentadas no apêndice.
1.4. O que não esperar deste livro
Este livro evitará ao máximo o uso de textos com abordagens históricas e
elucidativos sobre a construção e aplicação de modelos estruturais. Também não há
explicação sobre o que aconteceria se as hipóteses que adotamos não fossem usadas. Isso
é feito tanto para facilitar o uso deste material quanto por julgar que já existem
publicações suficientemente bem estabelecidas com essas finalidades.
1.5. Como usar
Recomendo fortemente o que tradicionalmente se faz ao se estudar um conceito
novo. Faça as contas você mesmo. Para isso, aceite duas dicas: 1) use um programa de
matemática simbólica para fazer as contas por você, por exemplo (mathcad, matlab,
maple, smath, etc e 2) use um programa de análise de estruturas (eu usei o FTOOL para
verificar os exemplos que estão aqui).
1.6. Qual objeto de estudo
Nosso objeto de estudo é analisar estruturas compostas por elementos planos retos
reticulados com seção transversal constante sujeitas à variação de temperatura, apoios
elásticos, recalques de apoio e submetidas a cargas distribuídas constantes e concentradas.
Mais especificamente, estudaremos vigas, pórtico, grelhas e treliças. Para conhecimento
de mais modelos estruturais, veja Soriano (2016) ou Martha (2010).
4
sistemas. Além da separação tradicional, adiciono um terceiro sistema, denominado aqui
de Sistema de Coordenadas Infinitesimal. Tomei como referência a definição desse
terceiro sistema, o material do professor Ney Dumont (Dumont, ano)
Observação 1.1: A partir daqui, com o objetivo de usar uma nomenclatura mais natural
ao estudante, o termo sistema de coordenadas será substituído por escala.
Para as três escalas apresentadas são válidas as equações que verificam equilíbrio:
M z
0,
F x
0, (1.1)
F y
0.
5
Ni
ij lim ,
(1.2)
A j 0 A
j
onde os índices i e j indicam que tanto o esforço como a área podem ser tomados em
referência a qualquer uma das três coordenadas do sistema de coordenadas Cartesiano. A
própria ideia de limite já nos leva ao conceito de infinitésimo (nada mais apropriado usar
o termo que define nome da escala). Como indicado na seção 1.3 espero que o leitor já
tenha visto que toda componente de tensão [] tem associada uma componente de
deformação []. Portanto, nessa escala, “forças” são denotadas por [] e “deslocamentos”
por []. Ela aparece para o estudante de engenharia, durante sua graduação, nas disciplinas
de Resistência dos Materiais. Na pós graduação, em geral, essa escala aparece como
objeto de estudo em disciplinas como, por exemplo, Teoria da Elasticidade.
A Figura 1.1 apresenta um resumo das três escalas definidas anteriormente.
Note que a escala global contém a estrutura com todas as informações para
descrever seu comportamento, tais como: cargas e vínculos. A escala local descreve o
comportamento de cada elemento da estrutura (3 neste exemplo). Cada elemento é
definido pelos nós inicial (I) e final (J). Normalmente, a origem da escala local coincide
com o nó I, em que e coordenada xL descreve o comprimento da barra e tem sua origem
no centro de gravidade (CG) da seção esquerda. Já na escala infinitesimal, temos um
elemento infinitesimal de área (dA) em uma seção interna da barra. Esse elemento
6
infinitesimal de área é caracterizado pelo seu vetor normal ({n}). Nela atuam os esforços
infinitesimais (dN, dV, dM e dT), cuja combinação feita pela equação (1.2) resultam em
tensões diferentes. Nessa escala aparecem informações sobre as propriedades dos
materiais presentes na estrutura.
Observação 1.2: os termos forças e deslocamentos usados na definição das três escalas
podem ser tanto forças e deslocamentos como também momentos e rotações!
7
dN dV ver obs 1.3
xx lim , xy lim e yy lim 0. (1.5)
dAx 0 dA dA dA ver obs 1.3
x dAx 0 x d Ay 0 y
Observação 1.3: yy não é de interesse neste livro, pois seu foco é estudar elementos
reticulados! Por isto que o esforço e a área estão como incógnitos!
8
nível de graduação, temos (relembrando os passos) que verificar o equilíbrio global. A
partir das forças externas (cargas atuantes e reações de apoio) obtemos a variação dos
esforços e finalmente, em seguida, determinamos as tensões e deformações ao longo de
cada elemento que compõe a estrutura reticulada.
Utilizando a lógica ilustrada no quadro anterior, apresentamos a seguir como se
alteram as informações de força de uma escala para outra. Partindo da escala global,
passando pela local e finalmente obtendo a infinitesimal. A Figura 1.2 mostra
esquematicamente as escalas global e local da análise de estrutura. Note que
convencionamos os esforços (forças na escala local) com setas tracejadas.
A Figura 1.2 apresenta na escala global uma estrutura isostática com apoios que
impedem deslocamento de corpo rígido (canto inferior esquerdo). Na parte superior do
lado esquerdo ela mostra o mesmo problema com a substituição dos apoios pelas suas
respectivas reações (destacadas em vermelho e com traço nas setas e curvas para indicar
que se tratam de reações). As reações de apoio são obtidas a partir da equação (1.1).
Também são mostradas a carga distribuída qX(Y) que atua na direção X global mas que
varia na direção Y global, uma carga concentrada no meio da barra inclinada e um
momento concentrado no canto superior direito (representado por curva).
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Na escala local, parte superior direita, identificamos um elemento genérico e com
seus nós inicial I e final J em que desejo obter os esforços na seção S distando x do nó I.
A parte imediatamente abaixo mostra dois cortes ( “]” e “[“ ) na barra separando-a em
dois lados. No lado esquerdo aparecem os esforços normal, cortante, fletor e torçor (N, V,
M e T) respectivamente. Do outro lado estão os esforços N’, V’, M’ e T’ que podem ser
expressos por:
N N dN ,
V V dV ,
(1.6)
M M dM ,
T T dT ,
ou seja, as grandezas com superescrito ' indicam os esforços obtidos a uma distância x
do nó I com possíveis variações ao mudarmos dx de posição. Na parte de baixo
apresentamos um elemento infinitesimal de comprimento dx que interliga os dois lados
do elemento e.
Aqui vem o ponto chave de toda argumentação em favor da lógica fundamental
da análise de estrutura adotada, por isso destacaremos ela em negrito na observação 1.4.
Observação 1.4: a estrutura apresentada tem um determinado arranjo de vínculos
(apoios) que faz com que toda a estrutura esteja em EQUILÍBRIO. Portanto, cada
parte de cada elemento também estará!!
10
dN xx dA,
dV xy dA,
(1.8)
dM xx dA y,
dT xy dA .
V xy dA,
A
(1.9)
M xx y dA,
A
T xy dA.
A
11
Momento fletor: assumimos que o elemento reticulado se curva como um arco de
círculo ao ser fletido. Consequentemente, tanto a deformação quanto tensão axial
variam linearmente ao longo de qualquer seção do elemento. A deformação e
tensão normal são nulas na linha neutra (linha que NÃO muda de comprimento
após o elemento curvar). Portanto, a tensão normal varia com a distância y de um
elemento infinitesimal de área até a linha neutra, ou seja, xx By com B sendo
uma constante a ser determinada.
Momento torçor: assumimos que a tensão cisalhante varia linearmente do centro
da seção transversal circular (ver observação 1.5) até um elemento infinitesimal
de área que está sendo analisado. Esta tensão cisalhante é colocada em função do
raio R da seção, da distância genérica e da máxima tensão cisalhante MAX
que ocorre nos bordos da seção (em R).
Observação 1.5: não usaremos torção em elementos que não tenham seção transversal
circular.
12
2.7. Transformações de deslocamentos entre as escalas.
A partir do conceito de diferencial total, temos que:
du
du xx dx, onde xx lim , (1.12)
dx0 dx
onde xx é deslocamento na escala infinitesimal e a integral de du é o deslocamento na
escala local.
Em peças carregadas axialmente, em geral, adotamos deformação constante ao
longo de toda peça (ver livros de Resistência dos Materiais para mais detalhes). Como
resultado, temos que:
uJ L
du dx u
uI
xx
0
J u I xx L , (1.13)
u
xx , (1.14)
L
que é a fórmula aprendida em cursos de Resistência dos Materiais para definirmos
deformação específica.
Para o caso de barras retas fletidas, a relação cinemática que usamos é dada por:
d 1
, (1.15)
dx r
onde r é o raio de curvatura. Como na teoria de flexão usamos a hipótese de que a barra
se deforma como um arco de círculo, a deformação axial varia linearmente com a altura
do ponto da seção em relação à linha neutra, o que resulta em:
y
xx , (1.16)
r
ou seja:
d
xx y . (1.17)
dx
Com esta equação finalizamos as principais relações entre forças e deslocamentos
nas três escalas.
13
3. HIPÓTESES BÁSICAS (REGRAS DO JOGO)
Assumiremos como hipóteses para o propósito do nosso estudo que:
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Cap. 2: Conceitos Físicos
Apresentamos neste capítulo os principais conceitos físicos que serão usados na
análise que busca reproduzir de maneira mais fidedigna o comportamento real das
estruturas reticuladas planas. Esses conhecimentos são: variação de temperatura, apoio
elástico e finalmente teoremas de energia. Após definir e demonstrar o Princípio dos
Trabalhos Virtuais (PTV) na seção 1, apresentamos a utilização do PTV em conjunto
com os conceitos de variação de temperatura, apoios elásticos e deslocamentos prescritos
na seção dois. Dedicamos a última seção deste capítulo para fazermos uma revisão e
conexão entre os conceitos vistos.
15
T está diretamente relacionada com uma análise dinâmica, logo T = 0. O processo
de deformação do corpo elástico será considerado como adiabático, o que implica C = 0.
Como consideramos apenas a fase elástica do material neste livro, temos que U
corresponde apenas a energia elástica total do corpo UEla. Todas essas hipóteses
apresentadas neste parágrafo estão de acordo com o que foi apresentado na Seção 3 do
Capítulo 1 (ver página 13). Após essas considerações, a equação (2.1) pode ser reescrita
por:
WE U Ela . (2.2)
A seguir apresentamos uma demonstração informal do PTV a partir de uma
analogia com o ensaio mecânico mais conhecido por um engenheiro. O ensaio uniaxial
de tração.
1.1 Demonstração:
Para essa demonstração informal, lembre do ensaio uniaxial de tensão visto em
todos os cursos de Resistência dos Materiais. A Figura 2.1 resume graficamente este
ensaio mostrando a relação força versus deslocamento nas escala global, local e
infinitesimal.
Observação 2.1: a inclinação das retas na Figura 2.1 é qualquer não tem relação entre si!
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Figura 2.1 – Ensaio uniaxial de um elemento reticulado sob o ponto de vista das escalas
global e infinitesimal, passando pela escala local.
A Figura 2.1 mostra o ensaio uniaxial de tração de um elemento reto sob o ponto
de vista das escalas global e infinitesimal, em que o carregamento é aplicado lentamente
até o ponto A. Em todos os estágios de carregamento o equilíbrio é mantido nas escalas
global, local e infinitesimal. Para enfatizar a relação entre as escalas destacamos uma
seção S distando x do canto esquerdo na escala global. Ao fim do carregamento, ponto A,
temos as medidas do trabalho realizado pelas forças aplicadas WE e a energia de
deformação elástica UEla dadas por:
PD
WE ,
2
(2.3)
U Ela U *
Ela dV onde U *
Ela d ,
V 0
*
e U Ela é denominada de densidade de energia de deformação elástica (energia de
deformação que ocorre em um infinitésimo de volume no interior do elemento). Essa
grandeza pontual é obtida pela integração do produto d do estado de deformação
zero até o estado de deformação correspondente ao ponto A (Pt.A), denominada de .
Também destacamos as grandezas WEC e U Ela
C
, denominadas como o trabalho
complementar realizado pela carga externa e a energia de deformação elástica
complementar. Do ponto de vista prático, essas grandezas são simplesmente obteníveis
ao se escrever os deslocamentos em termos das forças, ou seja: D f P e g
onde f e g representam apenas a relação de dependência, sendo a energia de deformação
elástica complementar expressa por:
U C
Ela U *C
Ela dV onde U *C
Ela d . (2.4)
V 0
17
*
U Ela d
0
2
U Ela U Ela .
* *C
(2.5)
*C
U Ela d
0
2
U Ela dV
V
2
U Ela U Ela .
C
(2.6)
dV
C
U Ela
V
2
18
Após transformar a densidade de energia de deformação elástica para todo o
elemento e fazendo o mesmo para energia complementar (ver equação (2.8)), aplicamos
a equação (2.2) para as áreas dos triângulos abaixo da curva (reta), obtendo:
WE WE U Ela U Ela . (2.8)
Fazendo o mesmo procedimento para os triângulos acima da curva (reta), energia
complementar, temos que:
WEC WEC U Ela
C
U Ela
C
. (2.9)
Contudo, considerando as igualdades obtidas na equação (2.3) aplicadas nas
equações (2.8) e (2.9), temos finalmente que:
WE U Ela e WEC U Ela
C
. (2.10)
Expandindo as igualdades acima, resulta:
P D
P D dV dV
2 V 2 V
(2.11)
P D
P D dV dV .
2 V
2 V
Aplicando essa última igualdade nas equações (2.10) e (2.11) temos que:
P D dV
V
(2.13)
P D dV .
V
19
1.2. Consequências do PTV e do PTVC:
A primeira equação em (2.13) indica que o trabalho virtual realizado pela carga
real em conjunto com o deslocamento virtuais é igual à energia de deformação elástica
virtual gerada pela tensão real associada com deformação virtual. Nessa igualdade, a força
real da escala global é relacionada com as força real da escala infinitesimal (tensões) a
partir da equação (1.10). O deslocamento virtual entre as duas escalas é obtido pela
equação (1.14).
A segunda equação em (2.13) tem interpretação completamente análoga à
primeira, com a diferença de que a grandeza virtual neste caso é a força.
Simplificadamente, as duas equações em (2.13) serão denominadas aqui como o Princípio
dos Trabalhos Virtuais na sua versão deslocamento virtual (primeira equação) e força
virtual (segunda equação). A seguir se destacará a principal característica do PTV nas
suas duas versões.
A seguir, exploraremos na Seção 1.3 como obter o trabalho realizado pelas cargas
externas e a energia de deformação elástica. O que será mostrado servirá tanto para o caso
real quanto para o virtual.
1.3. Obtenção do trabalho realizado pela carga externa e pela energia de deformação
elástica:
20
O trabalho virtual realizado pelas cargas externas nas suas versões força e
deslocamento virtual WEC e WE são de imediata obtenção. Para tanto, lembre da
definição do trabalho realizado por uma força aprendida no seu curso de Física 1. Atenção
ao fato de que as grandezas virtuais têm a única exigência de estarem na mesma direção
das grandezas reais. Como resultado, para o caso de haver N grandezas reais, temos que:
N
WEC Pi Di ,
i
N
(2.14)
WE Pi Di
i
U Ela xx xx xy xy yz yz dV
V
. (2.15)
U C
Ela xx xx xy xy yz yz dV
V
U Ela xx xx xy xy yz yz dV
V
E G G
. (2.17)
U C
Ela xx xx xy xy yz yz dV
V
E G G
C
A equação (2.17) apresenta U Ela e U Ela descritas na escala infinitesimal e apenas
em termos de força (tensão). Contudo, a escala mais interessante de descrevermos essas
energias é a local. A observação a seguir destaca a opinião do autor sobre porque
tradicionalmente trabalhamos com a escala local.
21
Observação 2.3: Na lógica tradicional ensinada nos cursos de graduação de análise de
estruturas, as tensões são descritas em termos de esforços. Além disso, existe a
disciplina de estruturas isostáticas em que estudamos como variam os esforços em
elementos reticulados de acordo com o tipo de carregamento e do elemento estrutural.
22
NN
LB
M M VV TT
U Ela 2 dA z 2 z y 2dA 2
dA 2
2dA dx
0 EA A EI z A GA A GJ A
. (2.21)
NN
LB
MzMz VV TT
2 dA
EI z A GA A GJ 2 A
C
U Ela 2
y dA
2
2
dA dA dx
2
0 A EA A
As integrais que sobraram têm significado físico que já apresentado em cursos
anteriores (Cálculo, Física ou Resistência dos Materiais). O ponto importante que deve
ser mencionado é que a integral de área referente ao cortante resulta na área corrigida.
Essa integral e as demais são indicadas na equação (2.22):
em que EA, EIz, GA e GJ são as rijezas axial, à flexão, ao cisalhamento e à torção.
Finalmente, considerando uma estrutura composta por NB elementos retos
reticulados planos, resulta em:
N B LB
NN M z M z VV TT
U Ela dx
b 1 0 EA EI z GA GJ
. (2.24)
N B LB
NN M z M z V V T T
C
U Ela dx
A EA
b 1 0 EI z GA GJ
2. REQUINTES DE ANÁLISE
Esse seção é dividida em quatro subseções. Cada uma apresenta um conceito que
visa melhorar a simulação do modelo estrutural.
2.1. Variação de temperatura
23
A fórmula da expansão linear, obtenível de qualquer livro de física básica, de uma
haste metálica de comprimento L é expressa por:
L L T , (2.25)
em que é o coeficiente de dilatação térmica, T é a variação de temperatura e L é
a variação de comprimento da haste. Se a variação de temperatura for negativa a haste
encurta. Caso contrário, alonga.
Na equação acima, assumimos que o comprimento é muito maior que a seção
transversal e que esta variação de temperatura é constante ao longo de todo comprimento
e perímetro de uma face. Em estruturas reticuladas, adotaremos como caso mais geral a
situação em que há variação de temperatura diferentes na parte inferior e superior do
elemento reticulado plano. A Figura 2.3 apresenta de forma ilustrativa essa situação.
Figura 2.3 – Elemento reticulado plano sob ação de temperatura diferentes nos seus
bordos superior e inferior.
24
Figura 2.4 – Efeito da variação de temperatura em um elemento reticulado plano
infinitesimal sob ação de temperatura diferentes nos seus bordos superior e inferior.
25
2 T T 2 2T i T i T s
i s
d T i
dx
dx dx. (2.28
H du i 2 H 2 2 2
)
du m
temperatura xx gT são dadas por:
xx m T m e xx g y g T .
T
(2.30)
Devido ao PSE, temos que a deformação axial total devido à variação de
temperatura com variações diferentes nos extremos é dada por:
xx xx m
xx ou seja xx T y gT .
g T m
(2.31)
PSE
26
N T m
N B LB
M gT
U C
Ela dA z y dA dx.
2
(2.34)
b1 0
A A
Iz A
As integrais que restam na equação (2.34) já foram identificadas na equação
(2.22). Substituindo esses resultados, resulta que:
N B LB
C
U Ela
N T m M z gT dx. (2.35)
b1 0
A equação (2.35) é expressão matemática que considera o efeito térmico (T e gT)
em estruturas planas isostáticas compostas de NB elementos reticulados retos de seção
constante.
27
em que kj é a rigidez da j-ésima mola. Note o cuidado teórico de escrever Fj k j como
contrário.
onde R j é a j-ésima reação virtual correspondente ao j-ésimo recalque de apoio p j .
28
Combinando todos esses efeitos em uma estrutura plana ISOSTÁTICA sujeita a
NF forças virtuais, composta por NB elementos retos, com NM apoios elásticos, com NR
recalques de apoio, a versão deslocamento do PTV pode ser escrita por:
N B LB
NF
NN M z M z VV TT NM
Fj
j 1
Pj D j
b1 0 EA
EI z
GA GJ
dx
j 1
F j
kj .
(2.39)
29
Cap. 3: Ferramentas
Importantes
Apresentamos neste capítulo as principais ferramentas que tornam a análise de
estruturas mais prática do ponto de vista de montagem e solução dos problemas a partir
de uma abordagem manual. Ele é dividido em quatro seções. Na primeira, apresentamos
o Princípio da Superposição dos Efeitos (PSE). Em suas duas subseções falamos,
respectivamente, sobre a aplicação do PSE para calcularmos esforços e a construção da
Tabela de Kurt-Bayer. Na segunda seção mostramos a abordagem que será usada para
resolver os problemas dos próximos capítulos. Nela definimos sistemas reais e virtuais.
Sistemas esses em que a grandeza virtual pode ser força ou deslocamento. A terceira
seção é muito importante do ponto de vista conceitual. Nela falamos sobre a possibilidade
de verificar resultados, como por exemplo calcular o deslocamento real de uma estrutura.
Na última seção definimos valores e hipóteses que serão usados nos capítulos seguintes.
30
Para ilustrar a aplicação do PSE na construção dos diagramas de esforços,
considere a Figura 3.1 a seguir. Nela, temos uma viga biapoiada sob carregamento
distribuído constante (q) com momentos concentrados MI e MJ aplicados nos nós I e J
respectivamente. A escala local também é mostrada.
Figura 3.1 – Viga biapoiada analisada nas escalas global e local sob carga distribuída
constante e com dois momentos MI e MJ aplicados nos nós I e J respectivamente.
Como não há força horizontal atuando na escala global (Hb = 0), o esforço normal
N é igual à zero. Por razões análogas, o momento torçor é nulo (T = 0).
Observação 3.1: Note que agora expressamos T como o momento torçor e não mais
como energia cinética, conforme visto no Capítulo 2.
Agora considere o caso em que temos uma viga de tamanho L com três casos de
carga. O primeiro caso só tem carga distribuída constante q. No segundo, só tem o
momento concentrado MI no nó I e no terceiro, atua apenas um momento concentrado MJ
no nó J. Superescritos 1, 2 e 3 são usados para destacar forças e esforços referentes aos
casos 1, 2 e 3. Os esforços são medidos e uma seção genérica distando x do nó I. Estes
casos com suas análises nas escala global e local são apresentados na Figura 3.2.
31
Figura 3.2 – Três casos de carregamento separados atuando na viga, sendo que no caso
1 só tem carga distribuída q, no caso 2, apenas o momento concentrado MI no nó I e no
caso 3, se te MJ aplicado no nó J.
qL
Fy L 0 V 1
2
q x,
caso 1
M S 0 M 1 q L x q x ,
2
2 2
MI
FyL 0 V L ,
2
caso 2 (3.4)
M
M S 0 M 2 I M I ,
L
M
FyL 0 V L ,
3 I
caso 3
M
M S 0 M 3 J .
L
32
Ao usarmos PSE, somando as reações Va, Vb e Hb nos três casos, temos que:
qL M I M J
VaPSE Va1 Va2 Va3 Va ,
2 L L
qL M I M J (3.5)
VbPSE Vb1 Vb2 Vb3 Vb ,
2 L L
H bPSE H b1 H b2 H b3 H b 0,
em que VaPSE ,VbPSE e H bPSE representam a superposição dos efeitos dos três casos de carga
considerados separadamente. Note que:
VaPSE Va , VbPSE Vb e H bPSE H b . (3.6)
Este resultado mostra a validade do PSE para a obtenção de reações e esforços.
Espero com esta observação que o leitor ache natural separar os diagramas de esforços
para cada carga externa que aparecer nos problemas que serão resolvidos!!
e xex dx ax bex dx a x ex dx b ex dx. (3.8)
33
I1 x e x dx,
(3.10)
I 2 e x dx.
A integral I2 é a própria área formada entre o eixo x local e função ex . Portanto,
temos que;
Ae x e x dx. (3.12)
Figura 3.3 – Diagrama de esforço real parabólico e de esforço virtual linear crescente.
34
Observação 3.2: Cuidado com o gráfico da função virtual, ele foi desenhado para baixo
por convenção. Convenção similar a considerar o diagrama de momento fletor positivo
com concavidade para cima. Nesse diagrama o valor do esforço cresce de 0 até M .
35
Figura 3.4 – Diagrama de esforço real linear decrescente e do esforço virtual linear
crescente.
36
Tabela 3.1 – Tabela de Kurt-Bayer.
37
1.2.2. a Tabela de Kurt-Bayer para problemas de temperatura
As integrais que surgem em problemas de variação de temperatura são:
N B LB N B LB
N T dx M
b1 0
m
b 1 0
z gT dx. (3.25)
em que os esforços que aparecem no integrando são grandezas virtuais. Para aplicar a
Tabela de Kurt-Bayer é necessária a combinação de dois diagramas. Contudo, (3.26) pode
ser reescrita por:
N B LB N B LB
T m
N 1 dx g M 1 dx,
b1 0
T
b 1 0
z (3.27)
em que se destacou 1 , elemento neutro da multiplicação. Assim, por praticidade, admita
38
2. CRIAÇÃO DOS SISTEMAS REAL E VIRTUAL
Nesta seção apresentamos a abordagem prática das integrais que apareceram no
Capítulo 2 e que foram simplificadas pela equação (3.24). A seguir apresentamos um
exemplo de um sistema real e virtual de um modelo estrutural.
Figura 3.5 – Sistema Real de um modelo de uma estrutura real, composto de três
elementos reticulados planos retos, sujeito a carga distribuída e concentradas.
39
Caso 1 (força virtual): neste caso criamos um sistema virtual em que as forças são virtuais.
Essas forças, equilibradas, geram esforços que combinados com os esforços obtidos do
sistema real resultam em deslocamentos reais. Esses deslocamentos podem ser obtidos
na escala global, local e infinitesimal, sendo os dois primeiros mais explorados.
Caso 2 (deslocamento virtual): neste caso criamos um sistema virtual em que os
deslocamentos são virtuais. Esses deslocamentos, compatíveis, geram esforços que
combinados com os esforços obtidos do sistema real resultam em forças reais, que podem
estar descritas na escala global, local e infinitesimal. As duas primeiras escalas são mais
comuns.
A Figura 3.6 mostra o caso de sistemas virtuais na versão força (lado esquerdo) e
na versão deslocamento (lado direito). Em ambos os casos apresentamos situações que as
grandezas são aplicadas nas escalas global e local. Perceba que as grandezas virtuais são
destacadas em vermelho. Em especial, os deslocamentos virtuais são representados por
retas perpendiculares as setas/curvas que lhe representam.
Figura 3.6 – Sistema Virtual com forças virtuais e com deslocamentos virtuais com
ambos os casos aplicados nas escalas global e local.
Note, na aplicação de forças virtuais na escala local (caso 1), a aplicação do par
de esforços M 1 é feita a partir da retirada de vínculo (rotação) no ponto onde se quer o
40
esforço. Isso ocorre porque por definição estamos analisando uma estrutura em equilíbrio,
logo os esforços também estão e o momento atuando em uma seção qualquer tem que ser
o mesmo. Já na escala global, perceba que não houve referência aos apoios, mesmo assim
a análise é completamente válida devido ao fato de que as cargas virtuais externas
aplicadas estão em equilíbrio. Interessante nesse caso é saber o que estamos medindo.
Pense nisso e se desafie a responder antes da próxima seção!
Observe que também há uma retirada de vínculo na escala local do caso 2
(deslocamentos virtuais). Nesse caso houve apenas uma eliminação de vínculo (rotação)
e a parte inferior direita da estrutura deslocou como um corpo rígido. Novamente é
possível perguntarmos o que medimos com esse deslocamento virtual, porém este caso é
menos intuitivo e esperamos que se torne claro no próximo capítulo. Na escala global,
houve a aplicação de um deslocamento virtual na direção do apoio do primeiro gênero na
direita. Nessa situação, estaríamos tentando determinar a reação de apoio.
A seguir definimos notações que serão usadas sobre o sinal das forças e
deslocamentos adotados ao longo do livro.
41
2.3. Aplicação genérica do PTV na sua versão força virtual
Ao aplicarmos o PTV na sua versão força virtual estamos relacionando esta
grandeza virtual com deslocamentos reais, logo estaremos medindo deslocamentos.
Usando as equações (2.40) e (3.24) em conjunto para o exemplo genérico anterior (Figura
3.6) e considerando o caso que as forças virtuais são aplicadas na escala global, temos
que:
4
F1 0 F1 0 M 1 0 L1 C KB 1 E1 E1
i i i
0
i 1
Desl. Prescrito Cargas Virtuais
Def. da barra 1
(3.29)
4 4
L2 C E E L3 C
i
KB 2
i
2 E E i
2 0
i
0
KB 3 , 3
i i
3
i 1 i 1
Estr. Hiper.Temp. Apoios Elast.
Def. da barra 2 Def. da barra 3
combinação do i-ésimo esforço real e virtual para j-ésima barra. E ij é o i-ésimo esforço
equação (3.29):
4 4 4
0 L1 CKB i
1 E1 E1 L2 C KB 2 E2 E2 L3 C KB 3 E3 E3 .
i i i i i i i i
i 1 i 1 i 1
(3.30)
Def. da barra 1 Def. da barra 2 Def. da barra 3
Observação 3.3: Os esforços reais considerados na equação (3.29) são um dos objetos
de estudo neste livro. De qualquer forma, se você conseguiu acompanhar o raciocínio
até aqui, a equação (3.30) deve ser verdadeira.
42
2.4. Aplicação genérica do PTV na sua versão deslocamento virtual
Este caso é bem menos usual, mas a partir dele conseguimos aplicações na teoria
de linhas de influência. Nessa versão de deslocamento virtual do PTV associamos
deslocamentos virtuais com forças reais, logo estaremos medindo forças. Aplicando a
equação (2.39) para o caso genérico anterior e considerando o caso que os deslocamentos
virtuais são aplicados na escala global (canto superior direito da Figura 3.6), temos:
NB 4
D4
R4 L j CKBj
i
E ji E ij .
(3.32)
j i 1
Desl. Prescrito Virtual
Def. da barra 1
43
3. VERIFICAÇÃO DOS RESULTADOS
Em geral a verificação que será discutida serve para o caso do PTV na sua versão
força virtual. Conforme visto, ao combinarmos forças virtuais com deslocamentos reais,
medimos esses deslocamentos. Portanto, caso não haja deslocamentos correspondentes
às forças virtuais, esses deslocamentos devem ser nulos. O que implica que a energia
virtual de deformação elástica também deve ser ZERO. Assim, aplicando essa discussão
no exemplo genérico da seção 2.3, obtemos uma identidade na equação (3.30), ou seja:
0 0. (3.33)
Similarmente, para a versão de deslocamento virtual do PTV, obteriamos a reação
de apoio correspondente ao deslocamento virtual D4 , resultando genericamente em:
NB 4
L j CKBj
j
i
i 1
E ji E ij
(3.34)
R4
D4
Essa ferramenta é extremamente útil para fixar os conceitos. Claro que atualmente
verificações podem ser feitas a partir de programas computacionais. Contudo, ter em
mente conceitos fundamentais e saber como verificar possíveis erros na solução de
problemas reais e teóricos sem o uso de computador é LIBERTADOR! O capítulo
seguinte apresenta essas discussões feitas neste capítulo em estruturas isostáticas.
44
Cap. 4: Estruturas
Isostáticas
Aplicamos neste capítulo todos os conceitos estudados anteriormente em
estruturas isostáticas. O foco é apresentar a solução detalhada de problemas com nível
crescente de dificuldade. Temos cinco seções. Nas três primeiras aplicamos tudo o que
estudamos nos capítulos anteriores para calcular força ou deslocamentos em vigas,
pórticos e grelhas, respectivamente. Lembre de rever o que foi discutido na seção 4 do
Capítulo 3.
A quarta seção mostra um exemplo numérico em que analisamos um pórtico
hiperestático onde fornecemos as reações de apoio e os diagramas de esforço normal e
momento fletor e a rotação em um ponto. Esse exemplo tem a finalidade de mostrar de
forma definitiva o poder do Princípio dos Trabalhos Virtuais (PTV). A quinta seção faz
uma revisão do que foi estudado.
1. VIGAS
Esta seção é dividida em duas subseções. Na primeira vemos exemplos em que
temos forças virtuais. Na segunda, mostramos casos com deslocamentos virtuais.
1.1. Forças virtuais
Nessa subseção veremos cinco exemplos de vigas em que aplicaremos forças virtuais
e discutiremos o que estaremos medindo.
1.1.1. viga engastada livre sob casos de cargas concentradas na extremidade livre
Considere a viga abaixo submetida a três casos de cargas separadamente. Para
cada caso mostramos as reações de apoio e os diagramas de esforço normal e fletor
correspondentes (Ver Figura 4.2).
45
Figura 4.1 – Viga isostática submetida a três casos de carregamento.
Consideremos três casos de forças virtuais idênticas aos casos reais, resultando
em três sistemas virtuais. Neste exemplo, por didatismo, os três sistemas virtuais criados
são auto-equilibrados. Isso é feito na tentava de fixar a ideia de que esses sistemas não
precisam respeitar os vínculos do sistema real.
46
- caso 11: combina os casos 1 real e virtual.
1
0 P 0 P DH
L1 P P
EA
Desl. Prescrito Cargas Virtuais Def. da viga devido EA
(4.1)
1
L000 0 0 ,
EI Def.
da viga devido EI Efeito Temp. Apoios Elast.
resultando em:
PL
P DH P. (4.2)
EA
Como P é qualquer (característica de ser virtual), tomando-o diferente de zero e
redefinindo DH por , temos que:
PL
. (4.3)
EA
A equação (4.3) é bastante conhecida de Resistência dos Materiais. Ela fornece o
deslocamento no sistema local (alongamento) em função do produto entre o esforço
normal e o comprimento da viga dividido pelo módulo de rigidez axial.
resultando em:
DV 0, (4.5)
o que implica que não há deslocamento vertical para o caso real em que carregamos
axialmente a viga.
Observação 4.1: não confunda os sentidos de P L na equação (4.4). A primeira vez que
aparece se refere ao momento externo que está no sentido anti-horário (positivo). No
outro caso, diz respeito ao momento fletor gerado por este mesmo momento externo.
O momento fletor é negativo conforme convenção mostrada na Figura 1.2.
47
- caso 13: combina o caso 1 real com o caso 3 virtual. Portanto, medimos a rotação
no nó J devido a um carregamento axial na viga. Como resultado, temos que:
0. (4.6)
- caso 21: combina o caso 2 real com o caso 1 virtual. Portanto, medimos o deslocamento
horizontal do nó J DH devido a uma carga concentrada vertical aplicada no mesmo nó.
Como resultado, temos que:
DH 0. (4.7)
- caso 22: combina os casos 2 real e virtual. Logo estamos medindo deslocamento vertical
no ponto em que se aplicou a carga P no sistema real.
1
0 P L 0 P 0 P DV
EA
L000
Desl. Prescrito Cargas Virtuais Def. da viga devido EA
1 1 (4.8)
L P L PL 0 0 ,
EI
3 Efeito Temp. Apoios Elast.
Def. da viga devido EI
resultando em:
PL3
P DV P. (4.9)
3EI
Tomando P 0 , temos que:
PL3
DV . (4.10)
3EI
Este resultado também é conhecido de Resistência dos Materiais. O detalhe está
no sinal negativo, indicando que DV é para baixo.
- caso 23: combina o caso 2 real com o 3 virtual. Assim, medimos a rotação no ponto em
que se aplicou a carga P no sistema real.
1
0
M0 M
EA
L000
Desl. Prescrito Cargas Virtuais Def. da viga devido EA
1 1 (4.11)
L M PL
0 0 ,
EI
2 Efeito Temp. Apoios Elast.
Def. da viga devido EI
resultando em:
PL2
M M . (4.12)
2 EI
Tomando M 0 , temos que:
48
PL2
. (4.13)
2EI
- caso 31: combina o caso 3 real com o caso 1 virtual. Portanto, medimos o deslocamento
horizontal no nó J DH devido a uma viga submetida a um momento concentrado
aplicado no nó J. Como resultado, obtemos:
DH 0. (4.14)
- caso 32: combina o caso 3 real com o caso 2 virtual. Portanto, medimos o deslocamento
vertical no nó J DV para o caso real em que temos um momento concentrado aplicado
no nó J. Como resultado, obtemos:
1
0 P L 0 P 0 P DV
L000
EA Def.
Desl. Prescrito Cargas Virtuais da viga devido EA
1 1 (4.15)
L P L M 0 0 ,
EI
2 Efeito Temp. Apoios Elast.
Def. da viga devido EI
resultando em:
ML2
P DV P . (4.16)
2 EI
Tomando P 0 , resulta em:
ML2
DV . (4.17)
2 EI
- caso 33: combina os casos 3 real e virtual. Logo, medimos a rotação nó J. Como
resultado, temos que:
1
0
M0 M
EA
L
0 0
0
Desl. Prescrito Cargas Virtuais Def. da viga devido EA
(4.18)
1
L1 M M 0 0 ,
EI
Def. da viga devido EI Efeito Temp. Apoios Elast.
resultando em:
M L
M M . (4.19)
EI
Tomando M 0 , obtemos:
M L
. (4.20)
EI
A Figura 4.3 a seguir mostra o resultado das combinações:
49
Figura 4.3 – Resultado das combinações dos casos de carga nos sistemas real e virtual.
50
1.1.2. Viga com deslocamentos prescritos
Nesse exemplo, aplicamos uma rotação e um deslocamento vertical prescrito sem
carregamento externo. Esse será o sistema real. Um sistema virtual, auto-equilibrado, será
criado para medir o deslocamento vertical real.
Como não há presença de variação de temperatura nem apoio elástico, seus efeitos
não são destacados na equação do PTV. Na equação abaixo, supomos que o deslocamento
calculado Dv está no sentido arbitrado como positivo.
P D P L P D 0.
p p V
(4.21)
Desl. Prescrito Cargas Virtuais
51
1.1.3. Viga com apoios elásticos e variação de temperatura
O exemplo a seguir explora os conceitos de variação de temperatura e apoios
elásticos. A viga real está submetida apenas a uma variação de temperatura positiva na
parte inferior T i e negativa na parte superior T s , gerando variação uniforme T m e
gradiente gT de temperatura, que são obtidas pelas equações (2.26) e (2.29). Os três
deslocamentos na extremidade livre são calculados. Portanto, temos três sistemas virtuais,
conforme indicado na Figura 4.5.
52
P DH L0P 0
1
0
EA
Desl. Prescrito Def. da viga devido EA
Cargas Virtuais
0 (4.23)
L000 T m L1 P 1 P .
1
EI Def. kx
da viga devido EI Efeito Temp.
Apoios Elast.
1
0 M L000
EA
Desl. Prescrito Cargas Virtuais Def. da viga devido EA
0 (4.29)
L0 M 0 g t L 1 M 1 M .
1
EI Def. k
da viga devido EI Efeito Temp. t
Apoios Elast.
53
M M gt L. (4.30)
54
Supondo que queiramos medir o deslocamento vertical do nó J. Assim temos o
seguinte sistema virtual.
Figura 4.7 – Sistema virtual que mede deslocamento vertical na extremidade livre.
1 gt L2
U Temp
Ela gT L P L1 P . (4.34)
2 2
Por último, calculamos a energia virtual de deformação elástica devido à ação dos
esforços.
Note a presença clara (+) da consideração do PSE. Nesse exemplo fazemos todas
as etapas. Isso não será feito em todos os outros, onde já colocaremos o comprimento e a
carga virtual em evidência. Simplificando (4.35), temos que:
Esforços
U Ela
P qL
4
qL4 PL3 ML2
. (4.36)
EI 24 6 3 2
55
Juntando todos os efeitos da energia virtual de deformação elástica, ou seja
U Ela U Ela
Molas
U Ela
Temp
U Ela
Esforços
e colocando P em evidência, temos que:
Figura 4.8 – Viga rígida engastada livre submetida à variação uniforme e gradiente de
temperatura, apoios elásticos e deslocamento prescrito.
56
Considere que queremos medir a rotação do nó J. Logo, temos o seguinte sistema
virtual.
0 qL
Molas
U Ela 0 0 0 . (4.41)
k
kx y
Em seguida consideramos a deformação elástica da viga devido à ação da variação
de temperatura.
Temp
U Ela g t L 1 M 1 M g T L . (4.42)
Por último, calculamos a energia virtual de deformação elástica devido à ação dos
esforços.
1 2 qL2 1 qL2
U Esforços
Ela L M L M . (4.43)
EI 3 8 2 2
Como o elemento é rígido, temos que:
U Ela 0 M g T L 0 M g t L . (4.45)
57
Ao igualarmos o resultado da equação (4.40) com a equação (4.45) e considerando
M 0 , obtemos:
p g t L. (4.46)
Isolando , temos que:
gt L p . (4.47)
Desse resultado, observamos que:
Observação 4.5: não importa o carregamento externo que consideremos, ele não
influenciará o deslocamento e rotação em qualquer seção da viga. Apenas os
deslocamentos prescritos e os efeitos de temperatura aparecerão nas expressões finais.
58
1.2. Deslocamento virtuais
Nesta subseção vemos dois exemplos de viga sob deslocamentos virtuais. O
primeiro é uma viga engastada livre onde obtemos as reações de apoio. Já o segundo,
obtemos esforços em uma viga biapoiada com balanços.
Figura 4.10 – Sistema real com a carga e as reações de apoio com três sistemas virtuais.
59
Observação 4.6: note que na Figura 4.10 os três sistemas virtuais apresentam apenas
deslocamentos de corpo rígido, ou seja, NÃO há deformação elástica alguma!
logo,
M PL 0, (4.49)
- caso 12: combina o sistema real com o sistema virtual 2. Perceba que o lado esquerdo
da seção S, onde houve o rompimento, ficou como se nada tivesse ocorrido (configuração
indeformada). Já o lado direito, subiu como corpo rígido de uma distância D da
configuração inicial, o que resulta em:
0 Va 0 M D P 0 VS D VS
0 ,
(4.51)
Desl Virtuais Def. Elástica da viga
logo,
D VS P 0, (4.52)
60
- caso 13: combina o sistema real com o sistema virtual 3. Note que o lado esquerdo de
onde houve o rompimento (seção S) ficou como se nada tivesse ocorrido (configuração
indeformada). Porém, o lado direito girou como corpo rígido de tal forma que o nó J subiu
L em relação a configuração indeformada, o que resulta em:
0 Va 0 M L P 0 M S L x M S
Desl Virtuais
(4.54)
0 ,
Def. Elástica da viga
logo,
M S L x 0, (4.55)
- deslocamento virtual vertical: neste exemplo calculamos as forças que atuam em uma
seção S que está no meio do vão distando x da origem. Por se tratar de um ponto interno,
obtemos força na escala local (esforço e momento). A Figura 4.11 apresenta os detalhes
do problema.
Figura 4.11 – Viga biapoiada com balanços sob carga concentrada no vão esquerdo.
Note que não foi necessário obtermos os diagramas de momento fletor. Isso se
deve ao fato de que ao impormos um rompimento de vínculo em uma seção S qualquer
no meio do vão, obtemos duas partes, uma a esquerda e outra à direita de S, que se
deslocarão como corpo rígido. A Figura 4.12 mostra um sistema virtual com um
rompimento de vínculo vertical. Portanto mediremos esforço cortante.
61
Figura 4.12 – Sistema virtual com um rompimento de vínculo vertical em uma seção S
(L1 x L2) e com semelhança de triângulos destacada em verde para obter condições
de compatibilidade.
DP
VS . (4.58)
D DSd
S
e
62
Talvez não seja tão óbvio este resultado. Note que o esforço cortante não depende
da posição x em que posicionamos a seção S ao longo dos apoios, ou seja, o esforço deve
ser constante e positivo neste trecho! Um ponto interessante e que pode ser visto de
imediato, semelhança de triângulos, é que não conseguimos obter esforço cortante em
cima de um apoio com esta mesma técnica. Para tanto, é necessário fazermos um
rompimento de vínculo imediatamente à esquerda ou à direita do apoio.
63
De forma similar ao problema anterior temos que U Ela 0 . Portanto, aplicando o
PTV na versão deslocamento virtual, temos que:
S
e
M M D P
S S
d
S 0 ,
(4.61)
Desl Virtuais Def. Elástica da viga
DP
MS . (4.62)
Se Sd
A questão que surge é a necessidade de escrevermos D em função de Se Sd .
Para isso destacamos os dois triângulos hachurados de verde na Figura 4.14. Da
semelhança de triângulos, temos que:
D DS L1
D DS .
L1 x L1 2 x L1 (4.63)
2
O problema agora é escrever DS em termos de Se Sd . Para tanto, repare nos
triângulos destacados na Figura 4.15.
64
Figura 4.16 – Destaca as relações usadas na hipótese simplificadora para calcular DT .
MS
P L1 L1 L2 x x L e d .
(4.66)
S 2x L1
e d 1 S S
S L2
Simplificando, temos que:
L1 L1 L2 x
MS P. (4.67)
2 L2
A equação (4.67) é de fato a expressão do momento fletor para qualquer seção S
(L1 x L2).
Os resultados obtidos quando aplicamos deslocamentos virtuais são explorados
em disciplinas como Mecânica Geral ou Estruturas Isostáticas. De fato, é completamente
desnecessário usar o PTV na versão deslocamento virtual para estes casos. A importância
deste conceito é muito mais importante em estruturas hiperestáticas. Exatamente por isso,
os próximos exemplos serão estudos apenas a partir da aplicação do PTV na versão força
virtual.
65
2. PÓRTICOS
Apresentamos apenas um exemplo com todos as considerações discutidas que
visam tornar mais fidedigna a simulação de estruturas.
2.1. Pórtico com elemento rígido, deslocamento prescrito, apoios elásticos, variação
de temperatura e carga concentrada em canto de barra próximo à rótula.
Figura 4.17 – Pórtico com elementos rígidos submetido à variação uniforme e gradiente
de temperatura, apoios elásticos e deslocamento prescrito.
66
Figura 4.18 – Sistema Virtual com seus diagramas de esforço normal e momento fletor.
WE 1esq.rot Va Dp . (4.70)
Ha
Molas
U Ela
H a k
Va kV a .
(4.71)
x y
Devido a barra L1 ser completamente rígidas e pelo carregamento que lhe foi
imposto, ela não entra na contabilização da energia de deformação elástica virtual. A barra
L2 é completamente rígida mas foi submetida a variação de temperatura. Logo, sua
energia de deformação elástica é dada por:
1
Esforços
U Ela ,L 2 L2 T 1 H a g t 1H a L1 1 H a L1 , (4.72)
2
A energia de deformação elástica virtual da barra L3 é dada por:
EA 1H a H a
1
U Ela, L 3 L3
Esforços
, (4.73)
H a L4 H a L4 M H a L4
1 1 1
EI
2 Retang 6
do Trapézio Triag do Trapézio
67
1
, L 4 L4
Esforços
U Ela 1Va Vb 1 1 H a L4 H a L4 . (4.74)
EA EI 3
Somando todas as parcelas da energia de deformação elástica e igualando com o
trabalho virtual realizado pelas cargas externas, a partir do uso do PTV, temos que:
esq.rot Va Dp L2 T 1 H a gt 1H a L1 1 H a L1
1
2
EA 1H a H a
1
L3
H a L4 H a L4 M H a L4
1 1 1
EI
2 Retang 6 (4.75)
do Trapézio Triag do Trapézio
1
L4 1Va Vb H a L4 H a L4
1 1
EA EI 3
H H
a
a
Va kV a .
kx y
Veja o resultado numérico deste exemplo no apêndice.
68
3. GRELHAS
Assim como no exemplo de pórtico, aplicamos aqui um sistema virtual com forças
unitárias. Consideramos também que temos uma seção circular que resulte numa rigidez
torcional GJ conhecida.
A seguir apresentamos uma grelha isostática com duas barras (L1 e L2). A Figura
4.19 apresenta os dados do exemplo com os diagramas de momentos torçor e fletor. As
reações de momento, setas de ponta dupla, que apontam no sentido positivo dos eixos,
são consideradas positivas. Caso contrário, são negativas.
Figura 4.19 – Grelha do exemplo com seus diagramas de momentos torçor e fletor.
Figura 4.20 – Sistema Virtual com seus diagramas de momentos torçor e fletor.
A deformação elástica das barras pela presença dos esforços é dada por:
69
1
2 M 2 PL1
L L
1
1 1
1
M 2 M 2 PL1
Esforços
U Ela
EI 6 (4.77)
1
L2 L2 PL2
3
1
L1 1 L2 M1 PL2 ,
GJ
A deformação elástica virtual devido a variação de temperatura é obtida por:
1 1
Temp
U Ela g t L1 L1 L2 L2 , (4.78)
vão
2 2
vão
M 2 PL2 M1 PL1
Molas
U Ela L1 L2 . (4.79)
k k
tx ty
Usando o PTV resulta que:
1
M 2 PL1
L 2 2
1
1 1 L1 L2
DV D p PL1 M 1 PL2
EI 6 GJ
1 (4.80)
L2 L2 PL2
3
M PL2
L1 2
k tx
M PL1
L2 1
k ty 2
g t 1 L1 2 L2 2 .
70
4. PÓRTICO HIPERESTÁTICO COM REAÇÕES E DIAGRAMAS
FORNECIDOS
Apresentamos nessa seção um exemplo numérico de um pórtico hiperestático
submetido a variação de temperatura, deslocamento prescrito e carga distribuída com
apoios elásticos. Fornecemos os diagramas de esforço normal e momento fletor e a
rotação no nó que liga as duas barras do pórtico (ver Figura 4.21). Criamos dois sistemas
virtuais e para cada um deles calcularemos a rotação fornecida. Os valores mostrados na
Figura 4.21 foram obtidos a partir do uso de um programa (FTOOL por exemplo). Figura
4.20 abaixo.
71
Figura 4.22 – Pórtico hiperestático com valores numéricos.
- sistema virtual 1: A Figura 4.23 mostra o sistema virtual 1 com os seus respectivos
diagramas de esforço normal e fletor.
O trabalho virtual que o sistema virtual 1 realiza devido suas cargas externas é
dado por:
72
WE 1 1 p . (4.81)
Observe que o momento virtual reativo (-1 kNm) realiza trabalho sobre a rotação
prescrita (p rad). A energia de deformação elástica virtual obtida ao combinarmos o
sistema virtual 1 com o sistema real é dada por:
0 1
U Ela L1 0 L2 1 1 9540,4 0 g t L2 1 1 . (4.82)
EA EI Apoio Elast
Efeito Temp
Repare que a energia de deformação elástica virtual das molas é zero. Isso ocorre
porque no sistema virtual 1 não há forças sobre as molas. Evocando o PTV e substituindo
os valores numéricos obtemos:
0,09845 rad. (4.83)
- sistema virtual 2: A Figura 4.24 mostra o sistema virtual 2 com os seus respectivos
diagramas de esforço normal e momento fletor.
O trabalho virtual que o sistema virtual 2 realiza devido suas cargas externas é
dado por:
WE 1 . (4.84)
A energia de deformação elástica virtual obtida ao combinarmos o sistema virtual
2 com o sistema real é dada por:
73
1
1
3209
,5 9540,4 3209,5
Retang do Trapézio 2 Triang do Trapézio
0
1 L1 1
2 qL1
2
U Ela Momento SV2
EA EI 3 8
(4.85)
Parábola
L2 0
1 3209,5
g t L1 1 1 .
kt
Efeito Temp.
Apoios Elast.
5. FIM DO CAPÍTULO.
Este capítulo discutiu as aplicações de todos os mais diversos conceitos físicos
(deslocamento prescrito, variação de temperatura, apoio elástico) aplicados a casos
simples de viga, pórticos e grelhas usando o Princípio dos Trabalhos Virtuais (PTV) na
sua versão força virtual. No caso de viga, consideramos os casos de PTV nas versões
força e deslocamento virtuais.
Quatro exemplos em ordem crescente de dificuldades foram resolvidos passo a
passo e de forma literal. Em todos os casos, os sistemas virtuais tiveram grandezas
quaisquer (bastando ser diferente de zero). Isto foi feito para mostrar a generalidade dos
conceitos vistos. Nos exemplos de pórtico e grelha, usamos forças virtuais unitárias, o
que é conhecido tecnicamente como o Método da Carga Unitária.
Para finalizar o capítulo apresentamos um exemplo numérico que buscou mostrar
ao leitor toda abstração ao utilizarmos o PTV. Criamos dois sistemas virtuais para calcular
um deslocamento que foi fornecido no problema (obtivemos esse resultado anteriormente
a partir do uso do FTOOL). Em ambos os casos, a resposta foi exatamente a mesma!!
74
Cap. 5: Método das
Forças
Apresentamos neste capítulo, a partir de sete seções, o Método das Forças (MF).
Na primeira e segunda seção, explicamos a construção do MF a partir da aplicação direta
do Princípio dos Trabalhos Virtuais (PTV). Em seguida, na seção 3, mostramos uma
abordagem mais direta para a obtenção do sistema de equações que obtemos pelo MF, o
que denominamos de Método das Forças Simplificado (MFS). As seções subsequentes
são usadas para aplicar o MFS em vigas, pórticos e grelhas. Na última seção fazemos um
resumo do que foi visto.
5.1. INTRODUÇÃO
Este método é totalmente fundamentado no Princípio dos Trabalhos Virtuais
(PTV) na sua versão força. A ideia principal é transformar o problema que não sabemos
resolver (estrutura hiperestática) em uma sequência de estruturas intermediárias, cuja
solução conhecemos (estruturas isostáticas), para depois reunir (pelo Princípio da
Superposição dos Efeitos - PSE) esses resultados obtendo novamente a estrutura
hiperestática original.
As estruturas intermediárias isostáticas são construídas a partir do sistema
principal (SP) que é uma estrutura isostática criada a partir da hiperestática sem
qualquer informação de carregamento em que destacamos apenas os hiperestáticos.
As estruturas intermediárias isostáticas são organizadas tendo como ponto de partida o
SP. Em seguida são criados n + 1 estados de carregamento (estruturas intermediárias),
em que n representa o número de vínculos liberados para definir o SP a partir da estrutura
hiperestática original.
Observação 5.1: A partir deste parágrafo usaremos a notação mais utilizada na literatura
clássica (Soriano, 2016). Portanto, chamaremos as estruturas intermediárias de estados.
A seguir definimos o que caracteriza cada estado, o que ajuda a entender de forma
organizacional o Método das Forças.
75
Método das Forças (MF)
Estrutura Organizacional (Criação dos estados): todos os estados de
carregamento a seguir são aplicados no SP.
- E0: aplicamos as ações externas: cargas reais (forças e momentos concentrados e/ou
distribuídos), deslocamentos prescritos e variação de temperatura;
- E1: aplicamos a força X1 correspondente (reação ou esforço) ao primeiro vínculo
liberado na estrutura hiperestática necessária para transformá-la no SP;
-
- En: aplicamos a força Xn correspondente (reação ou esforço) ao enésimo vínculo
liberado na estrutura hiperestática necessária para transformá-la no SP.
01 11 n1 p1
X1 X n , (5.1)
0n
1n
1n
pn
E0 E1 En Desl.Prescritos
76
em que os deslocamentos no estado E0 não têm hiperestático porque foram calculados
sobre ações externas e o vetor do lado direito da igualdade representa os possíveis
deslocamentos prescritos existentes nas direções dos vínculos liberados. Cada um dos
vetores na equação (5.1) contém n deslocamentos. Em forma matricial, obtemos:
X D onde D p - 0 . (5.2)
Textualmente, temos que:
“Os n deslocamentos, correspondentes aos n vínculos liberados, calculados nos n+1
estados devem ser iguais a zero ou aos deslocamentos pré-existentes caso existam”.
Pergunta 4: como calculamos os deslocamentos
Resposta 4: a partir da aplicação do PTV na sua versão força. Conforme veremos nos
exemplos, aprenderemos simplificações que facilitarão a obtenção do sistema de
equações representado pela equação (5.2).
A seguir apresentamos exemplos separados pelos tipos de elementos estruturais
envolvidos. Começamos como viga, depois temos treliças, pórticos e grelhas.
5.2. VIGAS
Teremos nesta seção dois exemplos de viga. O primeiro com um e o segundo com
dois graus de hiperasticidade. Primeiramente resolveremos esses exemplos com a
abordagem detalhada do MF a partir da utilização do PTV. Em seguida, devido esta
abordagem ser bastante trabalhosa, aproveitamos o segundo exemplo para apresentar a
versão simplificada do MF, o que denominamos aqui de o Método das Forças
Simplificado (MFS).
77
Figura 5.1 – Viga com um grau de hiperasticidade e submetida a três tipos de
carregamento.
ESTADO E0:
A Figura 5.2 abaixo mostra em detalhes o estado E0. Nele temos o sistema real
que é o sistema principal (SP) submetido as ações reais com os respectivos diagramas de
momento. Além disso, como queremos calcular o deslocamento na direção do
hiperestático X1, criamos um sistema virtual com carga unitária na direção
correspondente. Definimos esse deslocamento por 10, onde o subscrito 1 indica que este
deslocamento é medido na direção do hiperestático X1 e 0 indica o estado em que estamos
fazendo a medida (E0 neste caso).
78
A seguir mostramos o cálculo de 10 feito diretamente a partir da aplicação do
Princípio dos Trabalhos Virtuais (PTV). O trabalho virtual realizado pelas cargas externas
é dado por:
WE - p - L 1 10 .
(5.1)
Desl. Prescrito Cargas Virtuais
79
Novamente usamos o PTV para calcular o deslocamento 1E1. O trabalho virtual
realizado pelas cargas externas é dado por:
WE 1 1E1 .
(5.4)
Cargas Virtuais
80
Exemplo 2 – Viga com dois graus de hiperasticidade com deslocamentos prescritos,
variação de temperatura e carga distribuída
O problema a seguir é similar ao anterior, com a diferença de que agora temos um
apoio do segundo gênero no apoio da direita com deslocamento prescrito translacional na
vertical (Dp). A Figura 5.4 apresenta o problema, o Sistema Principal (SP) e os três
estados: E0, E1 e E2, onde em E0 estão todas as ações externas, em E1 atua apenas X1 e em
E2 atua apenas X2.
Figura 5.4 – Viga com dois graus de hiperasticidade e submetida a três tipos de
carregamento.
81
Figura 5.5 – Estado E0 onde calculamos os deslocamentos 10 e 20.
WE - p 1 10 .
-L
2 (5.8)
Cargas Virtuais
Desl. Prescrito
82
L
1 qL 1 qL L 1 qL
2 2 2
qL
2
U Ela L 1
EI 3 2 2 8 2 2 2 8
Trig. Virtual Retang. Virtual
(5.9)
1 L
g t L L 1 0 .
2
2 Apoios Elast.
Trig. Virtual Retang.Virtual
Efeito Temp.
Note que as parábolas não foram consideradas na equação acima. Isto ocorre
porque ao combinar seu diagrama com o diagrama do sistema virtual 1, ele desaparecerá.
Colocamos a conta abaixo para deixar claro este fato.
1 L 1 L qL2 L 1 L qL2
0.
EI 2 2 2 36 2 2 2 36 (5.10)
Def. da viga devido EI
WE - p 1 1 20 .
(5.14)
Desl. Prescrito Cargas Virtuais
83
Já a energia de deformação elástica virtual é dada por:
2 2
1 3qL 1 qL qL
2
1 L L 2
U Ela 1 2 1
EI 2 2 8 2 8 2 3 32
Triâg Esquerda Triâg Direita (5.15)
Parábolas
Def. da viga devido EI
g t L 1 1 0 .
Efeito Temp. Apoios Elast.
qL3
20 p g t L. (5.16)
24EI
ESTADO E1:
A Figura 5.6 mostra o estado E1 em que a única carga real é o hiperestático X1.
Dois sistemas virtuais são criados para medir os deslocamentos 1E1 e 2E1, onde o
subscrito 1 e 2 indicam que os deslocamentos são medidos nas direções dos hiperestáticos
X1 e X2, respectivamente. O subscrito E1 indica que estes deslocamentos são referentes ao
estado E1.
84
- 1E1: para calcularmos este deslocamento, combinamos as reações e diagramas do
sistema real (X1) com o sistema virtual 1
O trabalho virtual feito pelas cargas externas do sistema virtual 1 é dado por:
WE 1 1E1 .
(5.17)
Cargas Virtuais
X1L3
1E1 . (5.19)
12EI
- 2E1: para calcularmos este deslocamento, combinamos as reações e diagramas do
sistema real (X1) com o sistema virtual 2
O trabalho virtual feito pelas cargas externas do sistema virtual 2 é dado por:
WE 1 Esq.RotulaE1 1 Dir.RotulaE1 .
(5.20)
Cargas Virtuais Esquerda Cargas Virtuais Direita
WE 1 2E1 .
(5.22)
Cargas Virtuais
2 E1 0. (5.24)
85
ESTADO E2:
Na Figura 5.7 apresentamos o estado E2 com carga real igual hiperestático X2.
Dois sistemas virtuais são criados para medir os deslocamentos 1E2 e 2E2. De forma
similar ao caso anterior, os subscritos 1 e 2 indicam os deslocamentos medidos nas
direções dos hiperestáticos X1 e X2, respectivamente e E2 indica que estes deslocamentos
são referentes ao estado E2.
86
Igualando WE a U Ela temos que:
1E 2 0. (5.27)
- 2E2: para calcularmos este deslocamento, combinamos as reações e diagramas do
sistema real (X2) com o sistema virtual 2
O trabalho virtual feito pelas cargas externas do sistema virtual 2 é dado por:
WE 1 Esq.RotulaE2 1 Dir.RotulaE2 .
(5.28)
Carga Virtual Esquerda Carga Virtual Direita
WE 1 2E2 .
(5.30)
Cargas Virtuais
X 2L
2E 2 . (5.32)
EI
EQUAÇÃO DE COMPATIBILIDADE:
Devido este exemplo ter grau de hiperasticidade igual a dois, calculamos
deslocamentos nas direções dos hiperestáticos X1 e X2 nos estados E0, E1 e E2. No
problema real, há deslocamento prescrito na direção do hiperestático X1 (Dp) e não há na
direção de X2. Assim, ao somarmos (superpormos efeitos) dos deslocamentos 10, 20,
1E1, 2E1, 1E2 e 2E2 temos que reproduzir o problema real. Desta forma, as equações de
compatibilidade aplicadas neste problema resultam no seguinte sistema de equações:
X1L3 L p qL4
10 1E1 1E 2 Dp 0 Dp
12EI 2 24EI (5.33)
20 2 E1 2E 2 0 0 2 gT L p qL
X L 3
EI 24EI
Este sistema é facilmente resolvido e assim obtemos os seguintes respostas:
87
12EI Dp 6 EI p qL
X1 3
2
L L 2 (5.34)
EI p qL2
X 2 EIgT
L 24
O hiperestático X1 representa a reação de apoio vertical e X2 o momento fletor que
atua na viga exatamente no ponto em que colocamos a rótula. Caso o valor numérico de
X2 dê positivo, indicará momento fletor negativo neste ponto. Caso contrário, o momento
fletor será positivo. A Figura 5.8 ilustra o caso quando X2 for positivo. Do contrário, todos
os sinais mudam (tente verificar este caso com calma).
Perceba que fizemos este dois exemplos de forma bastante detalhada. Esperamos
que isto tenha ajudado o leitor a conectar de forma mais natural os conceitos do PTV,
vistos nos capítulos anteriores, com o Método das Forças (MF). Veremos na próxima
seção uma abordagem mais simplificada para a formulação do sistema de equações a
partir do uso do MF, o que denominaremos de abordagem Simplificada.
88
5.3. MÉTODO DAS FORÇAS SIMPLIFICADO (MFS)
89
Observação 5.3: as palavras em negrito do quadro anterior servem para pontuar as
diferenças entre esta formulação e a formulação detalhada do Método das Forças.
A seguir apresentamos uma sequência de perguntas e respostas que ajuda o leitor
a organizar o MFS de forma lógica.
Pergunta 1: após criar os n+1 estados, como faremos para equacionar o problema
Resposta 1: esta pergunta será respondida em três partes, lembrando que os estados
criados a partir do estado E0 têm forças unitárias aplicadas no lugar de Xi nos estado Ei
correspondente, ou seja, os deslocamentos δij não ficam multiplicados por incógnitas Xi o
que resulta, pela definição, nos coeficientes de flexibilidade.
Parte 1: os deslocamentos do estado E0 da formulação original são calculados
combinando as forças e diagramas deste estado com as forças e diagramas dos
estados Ei com i = 1,..., n. Assim, montamos o vetor das ações externas 0 .
Parte 2: os deslocamentos dos demais estados não são calculados. Em vez disso
calculamos os coeficientes de flexibilidade ij . Isto é feito combinando as forças
e diagramas do estado Ei, onde i = 1,..., n, com as forças e diagramas dos estados
Ej, onde j = 1,..., n. Armazenamos esses coeficientes em uma matriz denominada
de matriz de Flexibilidade , não esquecendo de usar o fato dessa matriz ser
01 11 1n X 1 p1
. (5.38)
nn X n
0 n n1
pn
E0 Desl.nos demais Estados Desl.Prescritos
90
Observação 5.4: A partir deste ponto só usaremos o Método das Forças Simplificado
(MFS) na solução dos problemas.
Figura 5.9 – Viga com dois graus de hiperasticidade e submetida a três tipos de
carregamento.
A Figura 5.10 apresenta os estados E0, E1 e E2 todos de uma vez só. A partir das
forças e diagramas desta figura montaremos o sistema correspondente a equação (5.38).
91
Figura 5.10 – Estados do exemplo 3 com seus diagramas segundo o MFS.
Agora vamos resolver o problema começando pela montagem do vetor das ações
externas.
VETOR DAS AÇÕES EXTERNAS:
Ao combinarmos as forças e diagramas dos estados E0 e E1 obtemos o elemento
10 . O trabalho virtual realizado pelas cargas externas do estado E1 é dado por:
92
E1
1 qL2 1 qL2
L
E1 3 2 2 8
vão
E0
E1 E0
- p - L L
Triângulo do estado E1
1 10 E1
2 EI
Cargas Virtuais L 1 qL
2
qL
2
1
8
Desl. Prescrito
WE 2 2 2
Retângulo (5.39)
do estado E1
Def. da viga devido EI
E1
1 E1
L
gT L L 1
0.
2
2
Apoios Elast.
Trig. E1
Retang. E1
Efeito Temp.
E2
g t L 1 1
0.
Apoios Elast.
Efeito Temp.
qL3
20 p g t L. (5.42)
24EI
De posse dos resultados das equações (5.40) e (5.42) montamos o vetor das ações
externas:
93
L p qL4
10 24EI .
0 0 2
(5.43)
20
3
p qL g t L
24EI
as contas obtemos:
94
L
22 . (5.47)
EI
A seguir calcularemos os elementos fora da diagonal principal, ou seja,
12 e 21 12 21 . Ao obtermos 12 estamos considerando que as forças são do estado
E1 e os deslocamentos do estado E2. Caso calculássemos 21 , conforme teorema de
E1 E1
E1 E2
E 2 E2
(5.48)
1 L 1 L L 1 L
1 Dir.Rotula
EI 2 2 2 1 1 .
Cargas Virtuais Direita 22 2
Lado Esquerdodo vão L/2
Lado Direito do vão L/2
as contas obtemos:
12 0 21 0. (5.49)
De posse de todos os coeficientes, apresentamos a matriz de flexibilidade da
estrutura correspondente ao sistema principal escolhido.
L3
12 0
11 12EI
L
. (5.50)
21 22 0
EI
MONTAGEM E SOLUÇÃO DO SISTEMA DE EQUAÇÕES:
Assim conseguimos escrever o sistema de equações por este método simplificado
da seguinte forma:
L3 L p qL4
0 X D
0 X p 12EI
1
p
2 24EI . (5.51)
L X 2 0 qL3
0 gT L
EI
p
24EI
Resolvendo o sistema acima, obtemos a mesma resposta mostrada na equação
(5.34):
12EI Dp 6 EI p qL
X1 3
2
L L 2 (5.52)
EI p qL2
X 2 EI g t
L 24
95
A seguir falamos um pouco sobre como obter o diagrama de momento fletor.
DIAGRAMAS:
Em geral, um dos maiores interesses do engenheiro estrutural é saber o diagrama
de momento fletor da estrutura que se está projetando (para mais detalhes ver livros de
dimensionamento). De posse dos hiperestáticos podemos calcular as demais reações e a
partir daí construir o diagrama de momento fletor.
A Figura 5.11 mostra as reações, as cargas, os hiperestáticos do problema e o
diagrama de momento fletor separado em duas partes. A primeira considera apenas os
momentos dos extremos e a segunda, a carga distribuída.
F 0 R 0, F 0 R qL X ,
h 1 v
2
2 1
qL XL
M rot.dir. 0 R 8 - X - 2 ,
4 2
1
(5.53)
2
3qL XL
M rot.esq. 0 R 3
8
X2 - 1 ,
2
onde os escritos “rot. dir.” e “rot. esq.” indicam que tomamos como referência todas as
cargas à direita e à esquerda da rótula, respectivamente.
96
5.5. PÓRTICOS
Exemplo 4 – Pórtico com deslocamentos prescritos, variação de temperatura e
apoios elásticos.
O problema a seguir é um pórtico com três barras sob variação de temperatura
com apoios elásticos, deslocamentos prescritos e uma carga concentrada no meio do barra
L2. O problema, juntamente com o sistema principal escolhido, são apresentados na
Figura 5.12.
97
Figura 5.13 – Estados E0, E1 e E2 com os seus respectivos gráficos de esforço normal e
momento fletor do pórtico do exemplo 4.
98
E1
1 1 PL2
E0 E1 E0
1 L2 1 PL2
Dp 1 10
EI L1 1 1
L1 3
2 2 2 2
Cargas Virtuais
Desl.
Prescrito
2
Barra L1 Barra L
E1
P2L1 L2 1 1
vão E1 vão E1 vão
1 1
L3 1 gT L1 1 L2 11 T L3 1 (5.54)
EA 2L L1 2 L1
1
Barra L3
Efeito Temp.
Def.da viga devido EA
força virtualdeslocamento real
1 P2L1 L2 2L1
.
L k
1 y
Apoios Elástico
E1
P2L1 L2 1
vão E1 vão E1 vão
1 1 1
L3 1 gT L1 1 L3 11 T L3 1 (5.56)
EA 2L L1 2 L1
1
Barra L 3
Efeito Temp.
Def. da viga devido EA
deslocamen
força virtual
to real
1 P2 L1 L2 2 L1
.
L1 ky
Apoios Elástico
99
Dp L3 P2 L1 L2 2 L1 PL1L2 TL3 L
20 gt 1 L3
L1 L1EA 6 EI L1 2
(5.57)
P2L1 L2 2L1 .
L1k y
De posse dos resultados das equações (5.55) e (5.57) montamos o vetor das ações
externas:
10
0 . (5.58)
20
Neste exemplo, devido a extensão das expressões dos seus elementos, deixamos
apenas indicado o vetor das ações externas.
MATRIZ DE FLEXIBILIDADE:
Temos três coeficientes de flexibilidade para determinar: 11 , 22 e 12 ou 21 . O
elemento de flexibilidade 11 é obtido ao combinarmos forças e diagramas do estado E1
com ele mesmo. Como resultado, temos que:
2
1 1 1 1 2
1 11
EA
L3 1 L1 1 L2 1 1
2
L1 EI 3
W Barra L2
Barra L3 Barra L1
100
2
1 1 1 1 2
1 22 L3 1 L1 1
2
L3 1 1
EA L1 EI 3
W Barra L3
Barra L3
Barra
L1
Def. da viga devido EA Def. da viga devido EI
(5.61)
virt (E2) desl real (E2) desl real (E2)
virt (E2)
1 1 L1
1 1 .
k
L1 k y
t
Apoios Elástico
101
MONTAGEM E SOLUÇÃO DO SISTEMA DE EQUAÇÕES:
Assim conseguimos escrever o sistema de equações por este método simplificado
da seguinte forma:
0 X p
L 1 L1 1 L3 L1 1
2 3 L2 2
L1 EA EI 3 L1 k y L1 2 EA 3EI L 2 k
1 y
L3 X
L 1 L3 1 1
L 1 1 (5.66)
1 2 L3 2
L1 EA 3EI L k
2 L 2 EA EI 3 L1 k y kt
1 y 1
X 1 p 10
,
X 2 0 20
onde o “X” ao lado direito da matriz indica que estamos passando para a outra linha a
multiplicação X .
Observação 5.6: Cuidado para não confundir X (passando para outra linha) com o vetor
das incógnitas X .
102
A equação a seguir mostra a obtenção das reações de apoio: R1, R2 e R3 em função
dos hiperestáticos X1 e X2.
F 0 R 0,
h 2
X X 2 PL2
M embaixo 0 R L 1
1
-
L1 2 L1
,
(5.67)
1
P2 L1 L2 X1 X 2
F v 0 R3
2 L1
L1 L1
.
103
Exemplo 5 – Pórtico com deslocamentos prescritos, variação de temperatura, apoios
elásticos, carga distribuída e rótula interna.
O problema a seguir é um pórtico com quatro barras sob variação de temperatura
com apoios elásticos, deslocamentos prescritos, um momento concentrado no canto
esquerdo inferior, uma força concentrada no canto esquerdo superior e carga distribuída
nas barras horizontais. A Figura 5.16 ilustra o problema e apresenta o sistema principal
(SP) escolhido para resolver o problema. A barra de comprimento L4 é rígida ao esforço
axial e as barras horizontais são completamente rígidas.
104
Figura 5.17 – Estados E0, E1 e E2 com suas reações e diagramas de esforço normal,
cortante e fletor.
As reações dos três estados são obtidas a partir da imposição das equações
universais da estática. Para o estado E0, temos que:
105
F 0 H F ,
h
0
D
M
M rótula 0V L C 0
A
1
, (5.68)
1
F 0 H 1,
h
1
D
L
M rótula 0V L C , F 1
A
4
v 0 VE1 VA1, (5.69)
1
M canto esq. 0 M 1
D L4 VE1 L1C L2 .
Para o estado E2, temos que:
F 0 H 0,
h
2
D
M rótula 0V 0, F 0 V 2
A v E
2
0, (5.70)
M canto esq. 0 M 1. 1
D
Dpx
1
1 Dpy VE 1 10
EI
1
0
Cargas Virtuais
Desl. Prescrito
Def.da viga devido EI
WE
1
L1 1 VA1S C VA1S
EA
Barra L1
Def. da viga devido EA
vão E1
1 1
vão E1
gT L2 M D L3 1 M D1 (5.71)
2
vão
E1
vão
E1
vão E1
vão E1
1
T L1 1 C VAS L2 1 1 L3 1 1 L4 1 VE
1
Efeito Temp.
desl. real
desl. real
0 força
força virtual
virtual
0
V
k
M
VA1 A M 1D D .
kt
y
Apoios Elástico
106
10 Dpx D V
L1VA1S
1
py E
EA
L
C VA1S gT M D1 2 L3
2
(5.72)
VA1VA0 M 1D M D0
1
A
T L1 C V S L2 L3 L V 1
k k
4 E .
y t
O elemento 20 é obtido ao combinarmos as forças e diagramas dos estados E0 e
E2, o que resulta em:
E2 E0
1
1 20
0 1 0
EI
EA
Cargas Virtuais
Def.da viga devido EI Def.da viga devido EA
WE
vão E2
vão E2
gT L3 11 L4 11 T 0
(5.73)
Efeito Temp.
desl.real
força virtual
M 0
1 D .
kt
Apoios Elástico
107
E1 E1
1 11
1
EI
0
1
L1 1 C VA1S
EA
2
Cargas Virtuais Barra L1
Def.da viga devido EI
WE Def. da viga devido EA
força virtual
desl.real desl.real
desl.real
(5.76)
força virtual
força virtual
1 V M 1D
1
1 V
MD
1
1
.
A
k k A
k
x
t
y
Apoios Elástico
11
L1 C VA1S 2
1 VA1
M 1D
.
2 2
(5.77)
EA kx ky kt
108
11 12
21 22
1
L C V 1S 2 1
A
V M
1 2
A
1 2
D
M D1
(5.82)
EA kx ky kt kt
.
M D1 L4 1
kt EI kt
MONTAGEM E SOLUÇÃO DO SISTEMA DE EQUAÇÕES:
Assim conseguimos escrever o sistema de equações por este método simplificado
da seguinte forma:
0 X p
1
L C V 1S 2 1
A
V M
1 2
A
1 2
D
M 1D
EA kx ky kt kt X1 0 10 (5.83)
.
M D1 L4 1 X 2 p 20
kt EI kt
Conforme exemplo anterior, não apresentamos a solução deste sistema de
equações de forma literal.
DIAGRAMAS:
A Figura 5.18 mostra as reações, as cargas e os hiperestáticos do problema.
109
F 0 R F,
h 3
XS M
M rot.emb. 0 R C L C
1
1 1
,
1
X1S M (5.84)
F v 0 R2 qL2 L3 1
C L1C
q L L
2
M rot.dir. 0 R4 2 2 3 X 2 L2 R2 ,
onde “rot.emb.” e “rot.dir.” indicam referências por baixo e pelo lado direito da rótula
respectivamente. De posse dos hiperestáticos, mostramos na Figura 5.19 os diagramas do
pórtico em questão.
110
5.6. GRELHAS
Exemplo 6 – Grelha com deslocamento prescrito, variação de temperatura e apoio
elástico.
O problema a seguir é uma grelha com duas barras sob variação de temperatura
com apoios elásticos e deslocamento prescrito. O problema, juntamente com o sistema
principal escolhido, são apresentados na Figura 5.20.
111
O trabalho virtual realizado pelas cargas do estado E1 resultam em:
E0 E1 E1 E0
M 2 PL2 M1 PL1
Molas
U Ela L1 L2 1 0 . (5.88)
ktx kty k
z
Usando o PTV resulta que:
1
M 2 PL1
L 2 2
1 1 L1 L2
1
10 D p PL1 M 1 PL2
EI 6 GJ
1 (5.89)
L2 L2 PL2
3
M PL2
L1 2
k tx
M PL1
L2 1
k ty 2
g T 1 L1 2 L2 2 .
A seguir mostramos a determinação do coeficiente de flexibilidade 11 . Já
aplicamos diretamente o PTV, o que resulta em:
112
1 1 1 2 1
11 L1 L1 L2 L2 L2 1 L2
2 2
EI 3 3 GJ
(5.90)
L1 2 L2 2 12
.
k k k
tx ty z
MONTAGEM E SOLUÇÃO DO SISTEMA DE EQUAÇÕES:
Assim conseguimos escrever o sistema de equações por este método simplificado
da seguinte forma:
Nas equações a seguir mostramos a obtenção das reações de apoio: Rz, Mrx e Mry
em função do hiperestático X1.
F 0 R P X ,
z z 1
M eixo x 0 Mr P X L - M ,
x 1 1 2 (5.92)
M eixo y 0 Mr M P X L .
y 1 1 2
113
5.7. RESUMO
Neste capítulo vimos a metodologia do Método das Forças. Vimos como obter
este método a partir da aplicação direta do Princípio dos Trabalhos Virtuais (PTV).
Posteriormente vimos, que esta abordagem é bastante trabalhosa. Assim, explicamos uma
versão simplificada do método, denominada aqui de Método das Forças Simplificado.
Toda essa explicação é original. Nos livros estudados, achei uma naturalização da
construção do Método das Forças sem levar em conta todos os detalhes vistos até
obtermos o Método das Forças na sua forma simplificada.
Em seguida aplicamos o MFS para resolver problemas de vigas, pórticos e grelhas.
No próximo capítulo, apresentamos a construção do Método Clássico dos Deslocamentos
a partir do uso do MFS.
114
Cap. 6: A Construção do
Método Clássico dos
Deslocamentos
Este capítulo apresenta os conceitos fundamentais para o entendimento do Método
Clássico dos Deslocamentos (MD). Para tanto, usamos o Método das Forças Simplificado
(MFS). Dividimos este capítulo em duas seções. A primeira fala define e mostra aplicação
do Coeficiente de Rigidez e a segunda apresenta casos em que obtemos reações de
estruturas hiperestáticas. O objetivo deste capítulo é construir a Tabela 6.1 e as Tabelas
6.2. Elas formam a base do Método Clássico dos Deslocamentos (MCD).
115
Figura 6.1 – Elemento reto plano de viga com os nós inicial I e final J com três
deslocabilidades por nó.
Figura 6.2 – Elemento de viga reto plano e biengastado com rotação prescrita no nó J
com o sistema principal (SP).
116
Figura 6.3 – Estados E0, E1, E2 e E3 e seus diagramas de esforço normal e momento
fletor correspondentes a solução do problema com rotação prescrita no nó J.
117
flexibilidade 11 é obtido ao combinarmos forças e diagramas do estado E1 com ele
mesmo. Como resultado, temos que:
1 1
1 11
L1 1
2
0 .
(6.2)
EA
EI
W
Def. da viga devido EA Def. da viga devido EI
(6.4)
EA
EI
3
W
Def. da viga devido EA Def. da viga devido EI
118
Assim, a matriz de flexibilidade de forma completa é dada por:
L
EA 0 0
11 12 13 L3 L2
21 22 23 0 . (6.10)
3EI 2 EI
31 32 33 L2 L
0 EI
2 EI
MONTAGEM E SOLUÇÃO DO SISTEMA DE EQUAÇÕES:
Assim, adotando p 1 , escrevemos o sistema de equações pelo MFS da seguinte
forma:
0 X p
L
EA 0 0
X1 0 0
0 L3 L2 (6.11)
X 2 0 0.
3EI 2 EI
L2 L X 3 p 0
0
2 EI EI
A solução deste sistema de equações é de fácil solução. Pode ser obtido até pela
inversão da matriz de flexibilidade . Resolvendo o sistema obtemos:
0
X1
6 EI
X 2 2 . (6.12)
X L
3 4 EI
L
Figura 6.4 – Viga do exemplo com rotação prescrita no nó J com as reações de apoio e
os hiperestáticos X1, X2 e X3.
Figura 6.5 – Elemento de viga reto plano e biengastado com deslocamento prescrito
vertical no nó I com o sistema principal (SP).
120
Novamente temos quatro estados: E0, E1, E2 e E3. Os três últimos são idênticos
aos três últimos do exemplo anterior. A mudança importante está no estado E0 onde a
ação externa (deslocamento prescrito vertical) aparece. Como temos um deslocamento
prescrito numa estrutura isostática, novamente os diagramas neste estado são nulos.
Figura 6.6 – Estados E0, E1, E2 e E3 e seus diagramas de esforço normal e momento
fletor correspondentes ao problema com deslocamento prescrito vertical no nó I.
onde, o subscrito “,20” indica que estamos relacionando os estados E2 e E0. Assim, o vetor
das ações externas resultante é:
121
10 0
0 20 0 Dp .
(6.17)
0
30
Como o SP é igual ao caso anterior, a matriz de flexibilidade é a mesma. Portanto,
a seguir apresentamos a montagem e solução do sistema de equações.
seguinte forma:
0 X p
L
EA 0 0
X 1 0 0
0 L3 L2 (6.18)
X 2 0 1.
3EI 2 EI
L2 L X 3 0 0
0
2 EI EI
Resolvendo o sistema obtemos os seguintes hiperestáticos.
0
X1
12 EI
X 2 3 . (6.19)
X L
3 6 EI
L2
122
F 0 R 0,
h 1
12EI
F 0 R L ,
v 2 3
(6.20)
6 EI
M nó I 0 R 3 X 3 - X 2 L R3
L2
.
Observação 6.2: se você leitor, não está habituado com esta matriz, recomendamos que
você monte as demais colunas dela.
123
A seguir apresentamos outra observação importante sobre a matriz apresentada na
equação (6.23).
Observação 6.3: a matriz de rigidez apresentada é simétrica e é singular.
124
EA EA
L 0 0 0 0
L
12EI 6 EI 12EI 6 EI d
f1 0 0 1
f L3 L2 L3 L2 0
2 6 EI 4 EI 6 EI 2 EI
f3 0 L2 L
0
L2 L 0
EA EA
f4 0 0 0 0 0
f5 L L 0
12EI 6 EI 12EI 6 EI
f6 0 0 0
L3 L2 L3 L2
6 EI 2 EI 6 EI 4 EI (6.25)
0 0
L2 L L2 L
EA
f1 d1
f L
2 0
f3 0
EA .
f
d1
4
f5 L
0
f6 0
Novamente as forças horizontais f1 e f4 estão em equilíbrio. Supondo d1 = d4 = d,
com d sendo um deslocamento qualquer, temos que:
EA EA
f1 d4 f L
L
1
f 0
2 0 f2
f3 0 f3 0
EA d EA forças que surgem por d 4 d ,
f4 d4 f4
f5 L f L
0 0
5
f 6
f 6 0
0
(6.26)
EA EA
f1 d1 f
L L
1
f f 0
0
2 2
f3 0 f3 0
EA f d EA forças que surgem por d1 d .
f 4 d1 4
f5 L f L
0 0
5
f 6 f
6 0
0
Perceba que a força f1 que surge devido a d4 = d f1 d EA L é numericamente
igual a força f4 que aparece pelo fato de d1 ser igual a d f 4 d EA L , ou seja, a força
horizontal que surge no nó I devido a d4 = d é igual a força horizontal no nó J devido a
d1 = d. Por esta mesma razão, temos que kij = kji e a matriz [K] é simétrica.
125
Em relação a singularidade, ela ocorre pelo fato do sistema permitir
deslocamentos de corpo rígido. Vejamos quais são eles:
Deslocamento de corpo rígido horizontal com d1 = d4 = d.
Conforme mostrado acima, temos o seguinte sistema:
EA EA
L 0 0 0 0
L
12EI 6 EI 12EI 6 EI d
f1 0 0
f L3 L2 L3 L2 0
2 6 EI 4 EI 6 EI 2 EI
0 0
f3 L2 L L2 L 0
EA
EA
f4 0 0 0 0 d
f5 L L 0
12EI 6 EI 12EI 6 EI
f6 0 0 0
L3 L2 L3 L2 (6.27)
6 EI 2 EI 6 EI 4 EI
0 0
L2 L L2 L
f1 0
f 0
2
f3 0
.
f 4 0
f5 0
f6 0
A Figura 6.8 apresenta o deslocamento de corpo rígido horizontal e as forças
nodais que surgem.
126
Deslocamento de corpo rígido vertical com d2 = d5 = d.
Conforme mostrado acima, temos o seguinte sistema:
EA EA
L 0 0 0 0
L
12EI 6 EI 12EI 6 EI 0
f1 0 0
f L3 L2 L3 L2 d
2 6 EI 4 EI 6 EI 2 EI
f3 0 L2 L
0
L2 L 0
EA EA
f4 0 0 0 0 0
f5 L L d
12EI 6 EI 12EI 6 EI
f6 0 0 0
L3 L2 L3 L2 (6.28)
6 EI 2 EI 6 EI 4 EI
0 0
L2 L L2 L
f1 0
f 0
2
f3 0
.
f 4 0
f5 0
f6 0
A Figura 6.9 apresenta o deslocamento de corpo rígido vertical e as forças nodais
que surgem.
127
EA EA
L 0 0 0 0
L
12EI 6 EI 12EI 6EI 0
f1 0 0
f L3 L2 L3 L2 0
2 6 EI 4 EI 6 EI 2 EI
f3 0 L2 L
0
L2 L
EA EA
f4 0 0 0 0 0
f5 L L L
12EI 6 EI 12EI 6 EI
f 6 0 0
L3 L2 L3 L2 (6.29)
6 EI 2 EI 6 EI 4 EI
0 0
L2 L L2 L
f1 0
f 0
2
f3 0
.
f 4 0
f5 0
f 6 0
A Figura 6.10 apresenta o deslocamento de corpo rígido vertical e as forças nodais
que surgem.
128
Tabela 6.1 – Coeficientes de Rigidez da principais condições de contorno de vigas.
129
Observação 6.4:usamos barras onduladas para indicar que elas estão torcidas.
130
COEFICIENTE DA AÇÃO EXTERNA:
Combinando os estados E0 e E1 obtemos o coeficiente 10 :
E0
E0
E1 E1
1 1 qL2 qL3
110 L 1
EI 3
10 (6.30)
8 24EI
WE
Def. da viga devido EI
COEFICIENTE DE FLEXIBILIDADE:
Combinando o estado E1 com ele mesmo temos o coeficiente 11 :
E1
1 1
E1 E1
L
111
EI 3
L 1 11
2
(6.31)
3EI
WE
Def. da viga devido EI
F h 0 R1 0,
3qL
M nó I 0 R 4
8
, (6.33)
5qL
F v 0 R2
8
.
131
qL2
R3 . (6.34)
8
6.2.b reações de estruturas hiperestáticas para diversos tipos de cargas e apoios
A seguir apresentamos a Tabela 6.2 com vários casos de cargas e condições de
contorno. São essas tabelas que permitem obter as forças nodais (reações de apoio) devido
a cargas que atuam no vão do elemento. Note que o sentido das forças estão para cima,
para estar de acordo com a orientação definida no Capítulo 3!
Observação 6.5: devemos destacar que engastes com rótulas ao lado correspondem a
apoios do segundo gênero em que se restringe deslocamentos translacionais.
132
Tabela 6.2.a – Viga biengastada.
133
Tabela 6.2.b – Viga engastada e apoiada.
134
Tabela 6.2.c – Viga apoiada e engastada.
135
Tabela 6.2.d – Viga engastada e com engaste deslizante.
136
Tabela 6.2.e – Viga com engaste deslizante e engastada.
De posse da Tabela 6.1 e da Tabela 6.2 estamos com todas as ferramentas para
estudar no Capítulo 7 o Método Clássico dos Deslocamentos. Perceba que todas as tabelas
foram construídas com aplicação direta da metodologia estudada no Método das Forças
Simplificado, que por sua vez é todo fundamentado na aplicação do Princípio dos
Trabalhos Virtuais (PTV)!
137
Cap. 7: O Método
Clássico dos
Deslocamentos
Reservamos este capítulo para aplicação do Método Clássico dos Deslocamentos
(MCD) para a solução de estruturas isostáticas e hiperestáticas. Dividimos ele em sete
seções. A primeira apresenta de forma sucinta o que é o método. As seguintes aplicam o
método para casos estruturais: vigas, pórticos, treliças, estruturas compostas e grelhas. Na
última seção apresentamos a situação em que não conseguimos aplicar o MCD.
7.1. INTRODUÇÃO
A ideia principal deste método é decompor a estrutura que queremos analisar (iso
ou hiperestática) em um conjunto de elementos hiperestáticos, cujas informações
conhecemos, para depois reunir (pelo Princípio da Superposição dos Efeitos - PSE) esses
resultados e obter novamente a estrutura original.
Pedimos que o leitor note que a abordagem é completamente oposta ao que foi
feito no MF. Aqui, nós colocamos mais impedimentos na estrutura criada a partir da
estrutura original, ou seja, a estrutura fica mais rígida (travada). Esses deslocamentos,
criados artificialmente e devidamente numerados, são as incógnitas que devemos
determinar após montarmos o sistema de equações. A esta estrutura travada denominamos
de sistema principal (SP).
n + 1 estados de deslocamento são criados a partir do SP, em que n representa o
número de restrições criadas para definir o SP a partir da estrutura original. As essas n
restrições criadas, temos n reações correspondentes. A seguir definimos cada estado, o
que nos ajuda a entender de forma organizacional o Método Clássico dos Deslocamentos
(MCD).
138
Método Clássico dos Deslocamentos (MCD)
Estrutura Organizacional (Criação dos estados): todos os estados de deslocamento
a seguir são aplicados no SP.
- E0: aplicamos as ações externas: cargas reais (forças e momentos concentrados e/ou
distribuídos), deslocamentos prescritos e variação de temperatura;
- E1: aplicamos o deslocamento d1 como única ação na estrutura definida no SP e
calculamos as forças correspondentes a d1;
-
- En: aplicamos o deslocamento dn como única ação na estrutura definida no SP e
calculamos as forças correspondentes a dn.
139
Resposta 4: para cada estado Ei (incluindo o E0) calculamos as n forças nas direções dos
n deslocamentos criados. Ao superpormos os efeitos temos uma igualdade entre forças,
implicando num sistema de equações representando equilíbrio de forças, cujo aspecto é:
f 01 k11 kn1 F1
d1 d n , (7.1)
f k k F
0n
1 n
1n
n
E0 E1 En Forças Nodais
em que as forças no estado E0 não aparece nenhuma incógnita (di). Isto ocorre porque elas
são calculadas considerando todas as ações externas e todos os deslocamentos criados
iguais a zero. Ou seja, essas forças são de fato reações do estado E0 devido as ações reais
do problema considerando todos os deslocamentos nulos. Cada um dos vetores mostrados
na equação (7.1) contém n forças. Em forma matricial, temos que:
K d f Neq onde f Neq Fn - f 0 . (7.2)
Textualmente, temos que:
“As n forças, correspondentes aos n deslocamentos criados, calculados nos n+1
estados devem ser iguais a zero ou as forças pré-existentes caso existam”.
Pergunta 5: como calculamos as forças
Resposta 5: as forças calculadas no estado E0 são obtidas a partir da Tabela 6.2 do
Capítulo 6. Já as demais forças, estado E1 em diante, são obtidas a partir da Tabela 6.1 do
mesmo capítulo. Conforme veremos nos exemplos, aprenderemos simplificações que
facilitarão a obtenção do sistema de equações representado pela equação (5.2).
Pergunta 6: por que usamos o termo Clássico
Resposta 6: o termo Clássico vem exatamente pelo o que está escrito na resposta 5, ou
seja, por montarmos o sistema de equações da forma mais manual possível usando
Tabelas. Em geral, temos um sistema muito grande (alta ordem). Por isso veremos neste
capítulo diversas hipóteses simplificadoras para diminuir o tamanho deste sistema. A
seguir enumeramos as três principais hipóteses que serão usadas.
Hipóteses Simplificadoras para utilização do MCD:
Hipótese 1: nós que conectam a estrutura com meio externo e que tenham deslocamentos
livres não devem ser restringidos;
Hipótese 2: barras (elementos) que são submetidas a esforços exclusivamente axiais, são
consideradas axialmente rígidas;
Hipótese 3: nós que tenham barras rotuladas a eles, em geral, não são restringidos.
140
Observação 7.2: a hipótese 2 combinada com barras inclinadas leva a grandes
dificuldades de interpretação cinemática do comportamento estrutural. A maioria dos
livros didáticos nacionais e internacionais explicitam que não tratam este caso. Quando
colocam barras axialmente rígidas, elas não estão inclinadas e quando consideram
barras inclinadas, elas não são axialmente rígidas.
7.2. VIGAS
Como aplicação ilustrativa da aplicação do MCD, analisamos uma viga isostática
engastada livre submetida aos seguintes tipos de ações reais: carga distribuída, cargas
concentradas, deslocamento prescrito e variação de temperatura.
A seguir destacamos os objetivos destes exemplos.
Objetivos: separamos os objetivos em duas partes:
objetivo geral: aplicar a metodologia do MCD para resolver um problema isostático
simples.
objetivos específicos:
- determinar o deslocamento vertical do nó J, o que poderia ser resolvido usando as
ferramentas vistas no Capítulo 4;
- mostrar a importância da hipótese 1 tendo como base o objetivo específico anterior. Para
tanto, utilizamos dois exemplos. No primeiro, usamos duas incógnitas, resultando em um
sistema de duas incógnitas com duas equações para resolver (sistema 2x2). Já no segundo,
quatro incógnitas são usadas, resultando num sistema 4x4. No fim apresentamos algumas
conclusões do exemplo.
Exemplo 1 – Viga isostática, engastada livre, sob todos os efeitos com duas incógnitas
Figura 7.1 – Viga plana isostática submetida a diversos tipos de ações externas com o
SP com 2 incógnitas.
141
Perceba que temos duas incógnitas (dois deslocamentos a serem determinados)
neste problema. Uma referente ao deslocamento vertical que desejamos calcular e outra,
referente ao modo de deformação da mola rotacional. Portanto, teremos três estados: E0,
E1 e E2.
A Figura 7.2 mostra em detalhes os três estados. No estado E0, usamos o Princípio
da Superposição dos Efeitos (PSE) para separar cada ação externa. Para cada uma
definimos uma classificação adicional a partir de superíndices. Também usamos o PSE
nos estados E1 e E2 colocando em evidência os deslocamentos incógnitos d1 e d2. Outro
ponto importante que devemos lembrar, já que não está desenhado na figura, é que a mola
torcional está sendo deformada devido a aplicação de d2 no estado E2.
142
f10 f101 f102 f103 f104
f 0 1 2 3 4 .
f 20
f 20 f 20 f 20 f 20
(7.3)
Dp q P ,M e F T e g t
3
f103
1 2 L 0
3 P M 1 F . (7.6)
f 20 0 0
2
Observação 7.3: o efeito da força concentrada P poderia entrar no vetor Fn , veja a
equação (7.2). Como poderíamos esperar, o resultado é exatamente o mesmo. Já os
efeitos de F e M não podem ser considerados em outro momento. Isso ocorre porque
não há uma deslocabilidade associada a P. No próximo exemplo, este fato ocorrerá.
Outra observação importante diz respeito ao sinal da cargas q e P e das suas reações.
Como ambas estão para baixo, elas aparecem com sinal de menos. As reações geradas
pela carga q aparecem também com sinal de menos, diferentemente da tabela, pois nela,
as reações são obtidas para uma carga q positiva para baixo.
143
Observação 7.4: a variação uniforme de temperatura T não gera nenhuma reação no
SP. Isto ocorre porque a barra está livre para variar de comprimento, já que o apoio
colocado no nó J é do primeiro gênero e restringe apenas deslocamento vertical.
3EI 3L 3 3EI
L3 8
1 2L
f 0 Dp 3EI q 2 P M 1 gt 3EI .
2 L (7.8)
2 L 0
L 8 2 2
Computadas as forças do estado E0, vamos calcular as reações que surgem devido
aos deslocamentos prescritos nos estados E1 e E2.
ESTADO E1:
As reações que surgem são devido ao produto do deslocamento incógnito d1 pelos
coeficientes de rigidez que aparecem nas direções das incógnitas. Portanto, temos que:
3EI
3
f1 d1 3LEI . (7.9)
2
L
ESTADO E2:
As reações que surgem são devido ao produto do deslocamento incógnito d2 pelos
coeficientes de rigidez que aparecem nas direções das incógnitas da viga. Além disso,
esse deslocamento está associado também a deformação da mola rotacional. Portanto,
temos que:
3EI
L2
f 2 d 2 3EI . (7.10)
kt
L
MONTAGEM DO SISTEMA DE EQUAÇÕES (EQUILÍBRIO):
Superpondo os efeitos, equação (7.1), obtemos um sistema de equações que
representa equilíbrio de forças e que para este exemplo tem o seguinte aspecto:
144
3EI 3L 3 3EI
L3 8 1 2 L
Dp q 2 P M gt 2L
3EI 1 3EI
2 L 0
L 8 2 2
(7.11)
3EI 3EI
L3 L2 0
d1 d .
3EI 2 3EI
2 kt 0
L L
Conforme já comentado, o vetor Fn é todo nulo (ver observação 7.3).
Escrevendo em forma matricial a equação (7.11) temos que:
3EI 3L
3 1
D p L q 82 P
3EI 3EI 3EI L 0
L3 2 d
L 1 L 8
2
3EI ,
d 2 3
(7.12)
2 3EI 3EI
kt
L L 2L 2L
M 1 gt 3EI
2 2
onde a matriz que aparece é a matriz de rigidez [K] da viga isostática engastada livre,
considerando as 2 incógnitas.
Observação 7.5: esta matriz de rigidez [K] é não singular. Ela leva em consideração
apenas as deslocabilidades considerados no SP, o que implica que são deslocamentos
linearmente independentes que são relacionados a modos de deformação de algum
elemento da estrutura. Nesse exemplo temos a deformação da barra por deslocamento
perpendicular ao seu eixo e a deformação da mola rotacional.
145
Exemplo 2 – Viga isostática, engastada livre, sob todos os efeitos com quatro
incógnitas
Figura 7.3 – Viga plana isostática submetida a diversos tipos de ações externas com o
SP com 4 incógnitas.
146
Figura 7.4 – Estados E0, E1, E2, E3 e E4 do exemplo em questão.
P
0
FN . (7.13)
M
F
147
f10 f101 f102 f103 f104
f 1 2 3 4
f 0 20 201 202 203 204 .
f f f f
f 30 f 30 f 30 f 30 f 30 (7.14)
f 20 f 401 f 402 f 403 f 404
Dp q P ,M e F T e g t
f103 0
3
f 20 0
3 . (7.17)
f 30 0
f 403 0
148
12 EI L
L3 2
6 EI L2 0 0
0
EI
f 0 D p L2 q 12 g T
. (7.19)
6 EI L2
t
EI 0
L2 12 0 EA
0 0
Computadas as forças do estado E0, vamos calcular as reações que surgem devido
aos deslocamentos prescritos nos estados E1, E2, E3 e E4.
ESTADO E1:
As reações que surgem são devido ao produto do deslocamento incógnito d1 pelos
coeficientes de rigidez que aparecem nas direções das incógnitas. Logo, temos que:
12 EI
L3
6 EI
f1 d1 L2 . (7.20)
6 EI
L2
0
ESTADO E2:
As reações que surgem são devido ao produto do deslocamento incógnito d2 pelos
coeficientes de rigidez que aparecem nas direções das incógnitas da viga. Além disso,
este deslocamento está associado também a deformação da mola rotacional. Portanto,
temos que:
6EI
L2
4 EI
kt
f2 d2 L . (7.21)
2 EI
L
0
ESTADO E3:
A seguir mostramos o vetor de forças que surge no estado E3:
149
6 EI
L2
2EI
f 3 d3 L . (7.22)
4EI
L
0
ESTADO E4:
Abaixo temos o vetor de forças que surge no estado E4:
0
0
f 4 d 4 0 . (7.23)
EA
L
12EI L
L3 2
6 EI L2 0 0
2 0
EI
Dp L q 2 g t
12 T
6 EI L EI 0
L2 12 0 EA
0 0
(7.24)
12EI 6 EI 6 EI
L3 L2 L2 0
6 EI 4 EI 2 EI 0 P
2 kt 0
d1 L d 2 L
3d L 4 0 .
d
6 EI 2 EI 4 EI M
L 2 L L EA F
L
0 0 0
150
12EI 6EI 6EI
L 3
2
2
0
L L
6EI 4EI 2EI d1 P
2 kt 0 d 0
L L L 2
6EI 2EI 4EI d M
2 0 3
L L L
EA d 4 F
0 0 0
L (7.25)
12EI L
L 22
3
0 EA
6EI L EI 0
2
D p L q 12 g t T .
6 EI 2
L EI 0
2
L 12
0
EA
0
0
onde a matriz que aparece é a matriz de rigidez [K] da viga isostática engastada livre,
considerando 4 incógnitas.
Observação 7.7: esta matriz de rigidez [K] é não singular. Ela leva em consideração
apenas as deslocabilidades considerados no SP.
151
CONCLUSÕES DESTE EXEMPLO DE VIGA:
1) No exemplo 1 criamos uma viga engasta livre no SP. Fizemos isso porque tínhamos o
objetivo específico de medir o deslocamento vertical do nó J. Neste exemplo, obtivemos
um sistema 2x2.
2) No exemplo 2 criamos uma viga biengasta no SP. Neste caso, calculamos os três
deslocamentos do nó J. Contudo, esse exemplo gerou um sistema 4x4.
3) Se nosso objetivo fosse medir apenas o deslocamento vertical do nó J usando o MCD,
o primeiro exemplo seria suficiente, e teríamos um sistema menor para solucionar. Já no
segundo obtivemos mais informações, mas o sistema que resolvemos foi maior. Portanto,
conforme hipótese 1, não precisamos restringir nós que conectam a estrutura com meio
externo!
4) Verificamos que a determinação do deslocamento vertical do nó J pode ser resolvido
de duas formas diferentes. Isto é possível porque os dois SP usados estão contemplados
na Tabela 6.1 e Tabela 6.2. Assim, os modos de deformações possíveis dessas condições
de contorno já foram contabilizadas.
7.3. PÓRTICOS
Usamos agora o MCD, no formato matricial, para analisar pórticos planos
hiperestáticos submetidos a cargas distribuídas e concentradas, deslocamentos prescritos
e variação de temperatura.
A partir daqui usaremos a abordagem matricial. Nessa abordagem montamos a
matriz de rigidez [K] logo após analisarmos cada estado presente no exemplo. A seguir
destacamos os objetivos desses exemplos.
Objetivos: separamos os objetivos em duas partes:
objetivo geral: aplicar a metodologia do MCD para resolver pórticos hiperestáticos.
objetivos específicos:
- determinar esforços para em seguida obter todas as reações a partir de equações de
equilíbrio no sistema global e entre os sistema local e global;
- mostrar a importância da hipótese 2 para reduzir a ordem do sistema que estamos
analisando. Portanto, novamente usamos dois exemplos para resolver o problema
proposto.
152
Exemplo 3 – Pórtico plano hiperestático sob todos os efeitos com cinco incógnitas
considerando barras com rigidez axial finita
Neste exemplo consideramos que todas as barras têm rigidez axial finita. Como
precisamos de deslocamentos que computem todas as formas de deformação das barras e
molas que compõem o pórtico, são necessárias cinco incógnitas. A Figura 7.5 mostra os
detalhes deste exemplo. Repare que só a barra L2 está sob variação de temperatura.
Figura 7.5 – Pórtico plano hiperestático submetido a diversos tipos de ações externas
com o SP com 5 incógnitas.
A Figura 7.6 mostra em detalhe as reações do estado E0, lembrando que neste
estado os deslocamentos são todos nulos.
153
O vetor das forças nodais FN é dado por:
F N T M 0 F 0 0 . (7.26)
Para compactar informação, colocamos FN na sua forma transposta. É
importante destacar a ausência da força concentrada P. Isso ocorre porque ela não está na
direção de nenhuma incógnita.
A seguir, começamos contabilizando as reações que surgem nas direções dos
deslocamentos restringidos do estado E0.
ESTADO E0:
As reações devido ao deslocamento prescrito Dpx são obtidas a partir da
Tabela 6.1.e. Devido a Dpy usamos a Tabela 6.1.f. As demais reações são retiradas da
Tabela 6.2.d para a barra L1 e da Tabela 6.2.c para a barra L2. De maneira genérica, temos:
f f 1 f 2 f 3 f 4 (7.27)
40 40 40 40 40
f 50 f 501 f 502 f 503 f 504
Dpx e Dpxy q P T e gt
f 2 3 6
40
f 502
154
T
f103
3
f 20
L1 L1
f 30 P 0 0 1. (7.30)
3
f 3 2 2
40
f 50
3
f 504
155
Figura 7.7 – Estados E1, E2, E3, E4 e E5 do exemplo em questão.
ESTADO E1:
As reações que surgem são devido ao produto do deslocamento desconhecido d1
pelos coeficientes de rigidez que aparecem nas direções das incógnitas são:
EI 3EI EI 3EI
f1T d1 0 0. (7.33)
L1 L2 L1 L2
2
ESTADO E2:
A seguir mostramos o vetor de forças que surge no estado E2. Neste estado aparece
o efeito da mola torcional.
156
EI EI
f 2 T d2 kt 0 0 0. (7.34)
L1 L1
ESTADO E3:
O vetor de forças devido a aplicação do estado E3 é dado por:
3EI 3EI EA
f 3 T d3 2 0 3 EA 0. (7.35)
L2 L2 L1 L1
ESTADO E4:
O vetor de forças que surge no estado E4, conta o efeito da mola translacional é
expresso por:
EA EA
f 4 T d 4 0 0 k x 0. (7.36)
L1 L1
ESTADO E5:
A seguir mostramos o vetor de forças que surge no estado E5:
EA
f 5 T d 5 0 0 0 0 . (7.37)
L2
3EI 2
L1
0 L1
L2 0 3 2
2 L1
2 L
0 1
3EI 0
D px 3 D py q 6 P 2
M L2 0 0 0
0 0 EA 0 0
L2 L
f Neq F 0 2 1
, (7.38)
0 3EI
0
0 2 0
0
g 3EI T 0
t 2L 0
2
0
EA
0
e a matriz de rigidez [K]:
157
EI 3EI EI 3EI
2
0 0
L1 L2 L1 L2
EI EI
kt 0 0 0
L1 L1
3EI EA EA
K 3EI2 0 3
L
0 . (7.39)
L2 2 L1 L1
EA EA
0 0 k x 0
L1 L1
EA
0 0 0 0
L2
onde [K] de dimensão 5x5. O sistema que devemos resolver é expresso por:
d1
d
2
K d3 f Neq . (7.40)
d
4
d5
158
Exemplo 4 – Pórtico plano hiperestático sob todos os efeitos com três incógnitas
considerando barras axialmente rigidas
Neste exemplo consideramos que todas as barras são axialmente rígidas. Esta
hipótese traz restrição de deformação das barras que compõem o pórtico. A Figura 7.8
mostra os detalhes deste exemplo.
Figura 7.8 – Pórtico plano hiperestático submetido a diversos tipos de ações externas
com o SP de 3 incógnitas.
159
Figura 7.9 – Estado E0 do exemplo em questão.
FN T M 0 0 . (7.41)
Consideramos as forças concentradas P e F no estado E0.
ESTADO E0:
As reações devido aos deslocamentos prescritos Dpx e Dpy são obtidas a partir da
Tabela 6.1.e. e da Tabela 6.1.f. respectivamente. As demais reações são retiradas da
Tabela 6.2.d para a barra L1 e da Tabela 6.2.c para a barra L2. De maneira genérica, temos:
160
bem intuitiva. A segunda 3 EI L 2 3 tem que olhar com mais detalhe. Ela se transfere
para a deslocabilidade d3. Já o efeito da carga distribuída q é dado por:
T
f102
2 L1 2 L1
2
f
20 q 0 . (7.44)
f 2 3 6
30
As reações que surgem devido a temperatura (ver Tabela 6.2.c e não 6.2.b) são:
T
f 104
4 3EI
f 20 T 0 0 0 g t 0 0. (7.46)
f 4 2
30
161
Figura 7.10 – Estados E1, E2 e E3 do exemplo em questão.
ESTADO E1:
As reações que surgem são devido ao produto do deslocamento incógnito d1 pelos
coeficientes de rigidez que aparecem nas direções das incógnitas são:
EI 3EI EI 3EI
f1T d1 2
. (7.48)
1L L2 L1 L2
ESTADO E2:
O vetor de forças do estado E2 considera o efeito da mola torcional e é dado por:
EI EI
f 2 T d2 kt 0. (7.49)
L1 L1
ESTADO E3:
A seguir mostramos o vetor de forças que surge no estado E3:
3EI 3EI
f 3 T d3 0 3 k x . (7.50)
L2 L2
162
MONTAGEM DO SISTEMA DE EQUAÇÕES PELA ABORDAGEM
MATRICIAL:
O vetor de forças nodais equivalentes f Neq é expresso por:
L12
3 EI L1 3EI
2 2
M L 2 3 2
0
f Neq 0 D px 0 q 1 P 1 F 0 g t 0 ,
L L
2
(7.51)
0 3EI 6 2 1 0
L 0
3 0
2
e a matriz de rigidez [K] é:
EI 3EI EI 3EI
2
1L L2 L1 L2
EI EI
K kt 0 . (7.52)
L1 L1
3EI 3EI
0 3 k x
L2
2 L
2
O sistema que devemos resolver é:
d1
d
2
K d3 f Neq . (7.53)
d
4
d5
163
CONCLUSÕES DESTE EXEMPLO DE PÓRTICO:
1) No exemplo 3 consideramos que existem três deslocabilidades por nó. O nó da direita,
por ter duas molas, teve dois deslocamentos para serem considerados. Isso resultou num
SP com 5 incógnitas e uma matriz [K] 5x5. Também vimos que a barra L1 foi tratada
como se fosse engastada e com engaste deslizante no nó da direita, o que está de acordo
com a hipótese 1.
2) No exemplo 4 usamos as hipóteses 1 e 2. A hipótese 1 foi usada igual ao exposto em
1). Já devido a segunda hipótese, reduzimos o problema para um sistema 3x3. Em relação
ao exemplo 3, reduzimos o sistema quase pela metade. Essas hipóteses são fundamentais
na aplicação do MCD, pois a ideia é montar pequenos sistemas que possam ser resolvidos
com o mínimo esforço computacional.
Observação 7.8: é claro que a redução da ordem do sistema a partir do uso da hipótese 2
deve ser utilizada na prática de acordo com a experiência do engenheiro.
164
7.4. TRELIÇAS
Usamos esta seção para analisarmos treliças a partir do MCD no formato
matricial. Similarmente ao que fizemos anteriormente, destacamos o objetivo deste
exemplo a seguir.
Objetivos: separamos os objetivos em duas partes:
objetivo geral: aplicar a metodologia do MCD para resolver treliças hiperestáticas.
objetivos específicos:
- determinar esforços para em seguida determinar todas as reações a partir de equações
de equilíbrio no sistema global e entre os sistema local e global;
- detalhar a consideração da hipótese de pequenos deslocamentos para a obtenção dos
coeficientes de rigidez de barras inclinadas que deformam axialmente.
Exemplo 5 – Treliça plana hiperestática sob todos os efeitos com quatro incógnitas
Figura 7.11 – Treliça plana hiperestática submetida a diversos tipos de ações externas
com o SP com 4 incógnitas.
165
ESTADO E0:
A Figura 7.12 mostra em detalhe as reações do estado E0, lembrando que neste
estado os deslocamentos são todos nulos.
F N T 0 0 F P . (7.54)
As reações devido ao deslocamentos prescritos Dpx e Dpy que surgem no estado E0
são obtidas a partir das relações entre forças e deslocamentos no sistema local, ou seja,
do alongamento da barra L1 e do encurtamento da barra L2. As reações pela carga
distribuída é calculada como se a barra L1 estivesse biapoiada. O efeito de temperatura
acontece na barra L3 e as reações devido seu efeito são obtidas por qualquer uma das
Tabelas 6.2. Veja que o efeito de T é o mesmo para qualquer condição de contorno. De
maneira genérica, temos:
166
f10 f101 f102 f103 f104
f 1 2 3 4
f 0 20 f 20 f 20 f 20 f 20
1 2 3 4 .
f 30 f 30 f 30 f 30 f 30 (7.55)
f 40 f 401 f 402 f 403 f 404
D px e D pxy q P T e g t
EA
f 0 T Dpx EA
0 0 0 Dpy 0 0 0
L1 L2
(7.60)
L1
q 0 0 0 TEAC S C S .
2
A seguir calculamos as reações que surgem devido aos deslocamentos prescritos
nos estados E1, E2, E3 e E4.
167
A Figura 7.13 mostra em detalhe as reações e modos de deformação quatro demais
estados.
ESTADO E1:
A seguir mostramos o vetor de forças que surge no estado E1. Neste estado aparece
o efeito da mola translacional kx:
EA EA EA
f1T d1 EA C C EA kx C S C C C S . (7.61)
L3 L1 L3 L3 L3
ESTADO E2:
A seguir mostramos o vetor de forças que surge no estado E2. Neste estado aparece
o efeito da mola translacional ky.
168
EA EA EA
f2 T d2 EA S C S S k y S C S S . (7.62)
L3 L
3 L3 L3
ESTADO E3:
O vetor de forças que surge no estado E3 é dado por:
f3T d3 EAC C EA
C S
EA
C C
EA
C S . (7.63)
L3 L3 L3 L3
ESTADO E4:
A seguir mostramos o vetor de forças que surge no estado E4.
EA EA
f 4 T d4 EA S C EA
S S
EA
S C S S . (7.64)
L3 L3 L3 L
3 L2
EA 0 0
L
0 L1
1
D px 0 D py
q 2
0
0 0 EA 0
0 0
f Neq F 2 ,
0 L
(7.65)
EAC
P
T
EAS
EAC
EAS
e a matriz de rigidez [K] é:
EA 2 EA EA EA 2 EA
L C L k x L3
C S
L3
C
L3
C S
3 1
EA EA 2 EA EA 2
C S S k y C S S
L3 L3 L3 L3
K EA EA EA 2 EA . (7.66)
2
C S C C S C
L3 L3 L3 L3
EA EA 2 EA EA 2 EA
C S S C S S
L3 L3 L3 L3 L2
O sistema que devemos resolver é:
169
d1
d
K 2 f Neq. (7.67)
d3
d 4
170
Exemplo 6 – Pórtico plano hiperestática com elemento axial sob variação de
temperatura e deslocamento prescrito com quatro incógnitas
A Figura 7.14 apresenta o problema com o Sistema Principal (SP) escolhido. Para
cada mola temos uma deslocabilidade. Além disso, devido a hipótese 3 e devido termos
uma barra que resiste exclusivamente ao esforço normal, colocamos mais duas incógnitas
no nó que liga as barras L2, L3 e L4. Exceto L4, todas as barras estão submetidas ao efeito
térmico e as barras L1 e L2 são consideradas axialmente rígidas.
Figura 7.14 – Pórtico plano com barras axialmente rígidas, inclina e que trabalha sob
esforço axial com o SP com 4 incógnitas.
ESTADO E0:
Mostramos na Figura 7.15 o detalhe das reações do estado E0, lembrando que
neste estado os deslocamentos são todos nulos.
171
Figura 7.15 – Estado E0 do exemplo em questão.
FN T 0 0 0 0 . (7.68)
O vetor de forças do estado E0 pode ser expresso genericamente por:
172
Figura 7.16 – Detalhamento do deslocamento prescrito do estado E0 do exemplo.
173
irá deslocar para a direita (T > 0). Esse deslocamento para a direita causa um
deslocamento prescrito na barra inclinada (L4). Como resultado, L4 tem um
comportamento similar ao estudado no caso da ação Dpx. A Figura 7.17 nos ajuda a
entender o problema.
Note que devido o deslocamento prescrito causado por T, L4 tem deformação
axial L04
e por cisalhamento DL04 . Correspondente a deformação axial, temos o
esforço normal na barra N L04 .
EAT 0 0 1 1 g t EI 1 1 0 0.
Superpondo os efeitos, o vetor de forças no estado E0 fica:
174
f 0 T Dpx 6EI2 3EI
2
S N L04 S
3EI
3
S C 0
L1 L4 L4
3EI 3EI (7.73)
L2 T 0 2
S N L04 S 0 3
S C
L4 L4
EAT 0 0 1 1 gt EI 1 1 0 0.
Computadas as forças do estado E0, vamos calcular as reações que surgem devido
aos deslocamentos prescritos nos estados E1, E2, E3 e E4. Figura 7.18 mostra os estados
E1, E2 e E4.
175
Figura 7.19 – Estado E3 do exemplo.
f1T d1 4EI kt 0 0 0. (7.74)
L1
ESTADO E2:
O vetor de forças que surge no estado E2 é dado por:
EI 3EI 3EI
f2 T d2 0 2
C 0. (7.75)
L2 L4 L4
ESTADO E3:
O vetor de forças que surge no estado E3 é:
176
3EI EA 3EI EA
f3T d3 0 2
C NL34 S 3 C C . (7.76)
L4 L3 L4 L3
onde:
EA
NL34 C . (7.77)
L4
ESTADO E4:
A seguir mostramos o vetor de forças que surge no estado E4. Neste estado aparece
o efeito da mola translacional vertical ky.
EA EA
f 4 T d4 0 0 k y . (7.78)
L3 L3
MONTAGEM DO SISTEMA DE EQUAÇÕES PELA ABORDAGEM
MATRICIAL:
O vetor de forças nodais equivalentes f Neq :
6 EI
2
L1 1
3 EI
D S 1
gt EI
2
px L4
0
3EI
N L 4 S 3 S C
0
0 0
0 L
4
f Neq 0 0 , (7.79)
0
0
3 EI 0
S 0
2
L2 T L 4 EAT
N 0 S 3EI S C 1
L4
L4
3
1
0
e a matriz de rigidez [K]:
4 EI
L kt 0 0 0
1
0 EI 3EI 3EI
C 0
L2 L4 L4
2
K 3EI EA 3EI EA
. (7.80)
0 C N 3
S C C
L4
2 L L4
L4
3 L3
3
EA EA
0 0 ky
L3 L3
177
O sistema que devemos resolver é:
d1
d
K 2 f Neq. (7.81)
d3
d 4
178
7.6. GRELHAS
Nesta seção resolvemos o caso de grelhas. A seguir destacamos o objetivo deste
exemplo.
Objetivos: separamos os objetivos em duas partes:
objetivo geral: aplicar a metodologia do MCD para grelhas.
objetivos específicos:
- montar a matriz de rigidez [K], manualmente, a partir da Tabela 1 vista no Capítulo 6;
- rever os esforços de momento torçor e que permitem a visualização espacial da estrutura;
- montar o sistema de equações.
A Figura 7.20 apresenta o problema com o Sistema Principal (SP) escolhido. Para
cada mola temos uma deslocabilidade. O nó do meio possui três deslocabilidades: dois
rotacionais e um translacional.
ESTADO E0:
Mostramos na Figura 7.21 o detalhe das reações do estado E0, lembrando que
neste estado os deslocamentos são todos nulos.
179
Figura 7.21 – Estado E0 do exemplo em questão.
FN T P 0 M1 0 0 0 . (7.82)
O vetor de forças do estado E0 pode ser expresso genericamente por:
f 0 .
f f1 f 2 f 3 f 4 (7.83)
60 60 60 60 60
Dpx q P T e gt
180
T
f102
0 0 0 0 0 0. (7.85)
f 2
60
Das cargas concentradas, apenas o momento M2 entra nessa etapa. A força P e o
momento M1 já foram consideradas no vetor FN .
T
f103
0 0 0 M 2 0 0. (7.86)
f 3
60
Já o efeito da variação de temperatura T e gt é dado pelo vetor:
T
f104
3EIg t 3EIg t 3EIg t
EIg t 0 EIg t . (7.87)
f 4 2 L1 2 L1 2
60
Superpondo os efeitos, o vetor de forças no estado E0 fica:
12EI 6 EI 6EI
f 0 T
D px 0 3
0 2
0 2
L1 L1 L1
0 0 0 M 2 0 0 (7.88)
3 3 3
EIgt 1 0 1.
2 L1 2 L1 2
Computadas as forças do estado E0, vamos calcular as reações que surgem devido
os estados E1, E2, E3, E4, E5 e E6. Figura 7.22 mostra as reações de todos os estados
separadamente. Note que no estado E4 a barra L2 como corpo rígido. Nos demais, onde
há a presença de molas, elas entram nas reações correspondentes. As barras que aparecem
com ondulações indicam que elas estão sob torção.
181
Figura 7.22 – Estados E1, E2, E3, E4, E5 e E6 do exemplo em questão.
ESTADO E3:
O vetor de forças que surge no estado E3 é:
3EI 3EI GJ GJ
f3T d3 3EI2 2
0 0. (7.91)
L2 L2 L
2 L1 L1
182
ESTADO E4:
O vetor de forças que surge no estado E4 é:
GJ GJ
f5T d5 0 0 0 kty 0. (7.93)
L1 L1
ESTADO E6:
O efeito da mola ktx aparece neste estado e seu vetor de forças é dado por:
3
0 2L
12EI 0 1
L3 3
0 1 0
0 0 2 L1
f Neq 0 Dpx 6EI2 M 2 1 EIgt 3 ,
0
(7.95)
L1 2
0 0 0 1
6 EI
0 0
L
1
2
1
e a matriz de rigidez [K]:
183
3EI 3EI 3EI
L 3 kz L2
3
L2
2
0 0 0
2
3EI 3EI 12 EI
3
3EI 6 EI
0
6 EI
L23 L2
3
L1 L2
2
L1
2
L1
2
3EI 3EI 3EI GJ GJ
2 2
0 0
K L2 L2
6 EI
L2 L1
4 EI
L1
2 EI
. (7.96)
0 2
0 0
L1 L1 L1
GJ GJ
0 0 0 kty 0
L1 L1
0 6 EI 2 EI 4 EI
0 0 ktx
L1
2
L1 L1
d1
d
K 2 f Neq. (7.97)
d3
d 4
184
7.6. INSUFICIÊNCIA DO MÉTODO CLÁSSICO DO DESLOCAMENTOS
Nesta seção apresentamos um pórtico deslocável em que o Método Clássico dos
Deslocamentos (MCD) não é suficiente para resolver o problema. A seguir enumeramos
os objetivos deste exemplo.
Objetivos: separamos os objetivos em duas partes:
Objetivo geral: o objetivo deste exemplo é que o MCD não contempla casos em que temos
restrições inclinadas de deslocamentos em vigas.
objetivos específicos:
- ajudar o leitor a ver a relação direta entre o MCD com as Tabelas 6.1 e 6.2;
- reforçar o estudo da decomposição da estrutura em elementos separados por apoios
rígidos ou elásticos;
- mostrar que existe um campo de estudo em generalizar o MCD.
Exemplo 6 – Pórtico plano deslocável com barras axialmente rígidas e inclinada sob
momento concentrado com duas incógnitas
185
SP, a Figura 7.24 mostra as duas barras separadas com as suas respectivas condições de
contorno. Destacado em vermelho tracejado, em cada barra, está o apoio que substitui a
ausência da outra barra.
Figura 7.24 – SP do problema com as suas barras separadas com destaque ao apoio que
as conecta.
186
Bibliografia
Dumont, N.A.,
Martha, L.F., Análise de Estruturas Conceitos e Métodos Básicos, Rio de Janeiro,
Elsevier Campus, 2010.
Martha, L.F., Análise Matricial de Estruturas com Orientação a Objetos, Rio de Janeiro,
LTC, 2018.
Popov, E.P., Introdução à Mecânica dos Sólidos, Berkeley, Blucher, 2001.
Smath, https://en.smath.com/view/SMathStudio/history, 2006.
Soriano, H.L., Análise de estruturas: formulações clássicas, São Paulo, Livraria da
Física, 2016.
Tauchert, .T.R., Energy Principles in Structural Mechanics, Delhi, Indo American Book,
2008.
187
Apêndice
Deixamos o apêndice deste livro reservado para mostrar as versões numéricas dos
exemplos colocados ao longo do texto. Além da ilustração com suas informações, a
construção de cada um dos problemas é feita usando o programa Smath (2006). A
organização dos problemas é feita com um formato computacional, em que separamos os
tipos de informações por seções.
Quando a informação obtida for um valor numérico usamos o comando “=” para
que o programa mostre o resultado. Quando tivermos um sistema de equações, usamos o
comando “invert” para inverter as matrizes do problema, que por construção são não
singulares, e obtemos forças (Método das Forças) ou deslocamentos (Método Clássico
dos Deslocamentos).
Colocamos três seções. A primeira mostra os exemplos do Capítulo 4. A segunda
e terceira apresentam os exemplos dos Capítulos 5 e 7, respectivamente. Apesar de tomar
mais espaço e mesmo que já tenham aparecido anteriormente no texto, colocamos todas
as figuras que julgamos serem importantes para acompanhar as soluções numéricas.
188
Exemplo 1.3
A seguir apresentamos os resultados numéricos do exemplo 1.3 do Capítulo 4.
Exemplo 1.4
189
A seguir apresentamos os resultados numéricos do exemplo 1.4 do Capítulo 4.
Exemplo 1.5
190
A seguir apresentamos os resultados numéricos do exemplo 1.5 do Capítulo 4.
191
Exemplo 2.1
A seguir apresentamos os resultados numéricos do exemplo 2.1 do Capítulo 4.
192
Figura A4.4 – Exemplo 2.1 do Capítulo 4 com informações numéricas.
193
Exemplo 3.1
A seguir apresentamos os resultados numéricos do exemplo 3.1 do Capítulo 4.
194
Figura A4.5 – Exemplo 3.1 do Capítulo 4 com informações numéricas.
195
A5. Exercícios do Capítulo 05
Exemplo 1
A seguir apresentamos os resultados numéricos do exemplo 1do Capítulo 5.
196
Figura A5.1 – Exemplo 1 do Capítulo 5 com informações numéricas.
197
Exemplo 2
A seguir apresentamos os resultados numéricos do exemplo 2 do Capítulo 5.
198
199
Figura A5.2 – Exemplo 2 do Capítulo 5 com informações numéricas.
200
Exemplo 4
A seguir apresentamos os resultados numéricos do exemplo 4 do Capítulo 5.
201
Figura A5.3 – Exemplo 4 do Capítulo 5 com informações numéricas.
202
Exemplo 5
A seguir apresentamos os resultados numéricos do exemplo 5 do Capítulo 5.
203
204
205
Figura A5.4 – Exemplo 5 do Capítulo 5 com informações numéricas.
206
Exemplo 6
A seguir apresentamos os resultados numéricos do exemplo 6 do Capítulo 5.
207
208
Figura A5.5 – Exemplo 6 do Capítulo 5 com informações numéricas.
209
A7. Exercícios do Capítulo 7
Exemplo 1
210
Figura A7.1 – Exemplo 1 do Capítulo 7 com informações numéricas.
211
Exemplo 2
Como o exemplo 2 é exatamente o mesmo do exemplo 1, com a diferença de se
ter restringido a viga por completo, apresentamos apenas o arquivo Smath (2006)
correspondente do problema. Note que os dois primeiros valores obtidos na solução do
exemplo 2 são exatamente iguais ao resultado obtido no exemplo 1.
212
213
Figura A7.2 – Exemplo 2 do Capítulo 7 com informações numéricas.
214
Exemplo 3
Neste exemplo hiperestático, colocamos no ítem 2.6 a superposição dos efeitos
que nos fornece os momentos para a construção dos diagramas.
215
216
217
Figura A7.3 – Exemplo 3 do Capítulo 7 com informações numéricas.
218
Exemplo 4
A diferença deste exemplo para o anterior é que agora consideramos as barras
axialmente rígidas.
219
220
Figura A7.4 – Exemplo 4 do Capítulo 7 com informações numéricas.
221
Exemplo 5
Este exemplo trata da treliça estudada.
222
223
Figura A7.5 – Exemplo 5 do Capítulo 7 com informações numéricas.
224
Exemplo 6
Este é o exemplo do pórtico com elemento axial.
225
226
227
228
Figura A7.6 – Exemplo 6 do Capítulo 7 com informações numéricas.
229
Exemplo 7
Este é o exemplo de grelha. Notar a convenção de barras onduladas indicam que
elas estão torcidas.
230
231
232
Figura A7.7 – Exemplo 7 do Capítulo 7 com informações numéricas.
233