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ANUAL
Unidade Escolar: COLÉGIO ESTADUAL HEBE CAMARGO
Autoria: Profa. Daniela Mendes Vieira Da Silva
Título: LABORATÓRIO SUSTENTÁVEL DE MATEMÁTICA
Justificativa:
Adiante, Ponte, Brocado e Oliveira (2005, p. 21) relacionam cada um desses momentos.
- Exploração e formulação de questões: reconhecer uma situação problemática; explorar a
situação problemática; formular questões.
- Inferências: organizar dados, formular inferências (e fazer afirmações sobre uma
conjectura).
- Testes e reformulação: realizar testes; refinar uma conjectura.
- Justificação e avaliação: justificar uma conjectura; avaliar o raciocínio ou o resultado do
raciocínio.
A investigação matemática também se ocupa da resolução de problemas uma vez que, segundo
Ponte (2016), ambas pertencem à mesma categoria de prática de ensino.
Tem-se, por outro lado, um problema quando uma, ou mais, das regras ou um,
ou mais dos procedimentos necessários ainda não estão na bagagem cognitiva
do responsável por resolvê-lo; na ocasião, algumas dessas regras ou algum
desses procedimentos poderiam inclusive estar em via de explicitação; às
vezes, é a própria sucessão de operações necessárias para resolver o
problema que demandará um ato criativo por parte de quem precisa resolvê-lo
(p. 286).
Quanto aos exercícios, sabemos que esses possuem respostas únicas e, portanto, podem não
levar os estudantes a reflexões aprofundadas. Explicitamos, a partir de D’Amore (2007), a diferença
entre “problema” e “exercício” para fundamentar nossa opção pelo primeiro no Laboratório Sustentável
de Matemática:
- No ensino: o problema é um instrumento de aquisição do conhecimento e o exercício é um
instrumento para consolidar conhecimentos e habilidades;
- No ensino: o problema é um objeto de ensino, o exercício é um instrumento para
consolidar conhecimentos e habilidades;
- O problema privilegia processos, o exercício privilegia produtos;
- O professor escolhe tanto os problemas quanto os exercícios;
- O professor, na perspectiva do problema, segue os processos, na perspectiva do
exercício, corrige e avalia os produtos;
- O sujeito, na perspectiva do problema, tem um papel produtivo, na perspectiva do
exercício, tem um papel executivo.
A seguir, abordamos a TRRS que nos auxilia, nesta eletiva, a compor caminhos cognitivamente
econômicos para a aprendizagem de matemática.
A TRRS dá suporte a diversos estudos que visam compreender a forma como as pessoas
constroem o conhecimento matemático. Esta teoria tem relação com a representação, tratamento e
conversão de conceitos matemáticos.
Dentro da TRRS, o foco deve estar no aprendiz, o que subordina o objeto a ser
ensinado à cognição deste, cognição esta que se liga às questões de
representação. Salientamos aqui que a TRRS tem a resolução deproblemas em
comum com os Cenários para Investigação e com a Investigação em sala de
aula, uma vez que segundo este autor (2009, 2013, 2016) “A distinção dos dois
tipos de transformações, que são as conversões e os tratamentos, constitui uma
ferramenta precisa e necessária para analisar a atividade de resolução de
problemas em matemáticas” (DUVAL, 2009, p.11).
Para Duval (2009), uma das questões centrais relativas ao aprendizado de matemática é a
confusão que normalmente se estabelece acerca de objeto e representação, o que não ocorre, pelo
menos em estágios iniciais, em outras ciências. Ele afirma que este se constitui em um paradoxo
cognitivo do pensamento matemático; uma vez que se mostra particularmente difícil não confundir um
objeto e sua representação, uma vez que não temos acesso a esse objeto a não ser por meio desta.
Dessa forma, esta representação não pode ser literal, uma vez que um objeto matemático por mais
elementar que seja, ao contrário de objetos concretos, não pode ser acessado a não ser por meio de
representações que se façam dele.
Uma representação tem atrelada a si três atividades cognitivas que segundo Duval (2009) são:
Primeiramente, constituir um traço ou um ajuntamento de traços
perceptíveis que sejam identificáveis como uma representação de
alguma coisa em um sistema determinado. Em seguida, transformar as
representações apenas pelas regras próprias ao sistema, de modo a
obter outras representações que possam constituir uma relação de
conhecimento em comparação às representações iniciais. Enfim,
converter as representações produzidas em um sistema de
representações produzidas em um sistema em representações de outro
sistema, de tal maneira que estas últimas permitam explicar
outrassignificações relativas ao que é representado. (DUVAL, 2009, p.
37).
Igliori e Maranhão (2013) observam, em sua pesquisa que, nos ensinos Fundamental e Médio,
que as conversões são menos utilizadas que os tratamentos, e, em caso de utilização de conversões,
apenas um sentido é priorizado (exemplo: lei de formação de uma função/tabela/gráfico, sendo que o
sentido inverso é muito menos utilizado). Salientamos que a dificuldade não é a mesma nos dois
sentidos da conversão, tal diferença de dificuldade nos sentidos está associada aos fenômenos de
congruência e de não congruência.
A congruência acontece quando três critérios entre elementos significantes (elementos
significantes são as menores unidades com significado nas quais podemos decompor um registro) dos
registros de partida e chegada são atendidos simultaneamente, estes critérios estão descritos adiante
(DUVAL, 2009, pp. 68-69).
Pode não haver congruência para nenhum destes critérios, para dois ou para somente um. Ou
seja, a não congruência entre duas representações admite uma gradação isto implica em maior ou
menor dificuldade na conversão de uma representação dependendo do grau de não congruência entre a
representação de partida e a representação de chegada. E, no caso de as conversões requeridas não
serem congruentes, as dificuldades ou bloqueios dos estudantes com relação à formação do conceito
são mais fortes (DUVAL; 2009, 2013).
Ao exemplificar e identificar dificuldades inerentes à coordenação entre registros, evidencia-se
que a TRRS de Duval (1999, 2006, 2009, 2013) enfoca as especificidades do sujeito que aprende, e,
portanto: “[...] fornece um referencial do funcionamento cognitivo de um estudante diante de uma
situação de ensino envolvendo um objeto matemático [...]” (IGLIORI e MARANHÃO, 2013, p.69).
Esta eletiva se justifica, portanto, pela contribuição que ela pode dar para a melhoria da
aprendizagem por meio de investigações matemáticas cognitivamente econômicas visando o sucesso
escolar , sempre utilizando materiais reciclados ou recursos gratuitos.
Objetivo Geral:
Objetivos específicos:
Área do conhecimento:
Competências e Habilidades:
Competências Específicas:
2. Propor ou participar de ações para investigar desafios do mundo contemporâneo e tomar decisões
éticas e socialmente responsáveis, com base na análise de problemas sociais, como os voltados a
situações de saúde, sustentabilidade, das implicações da tecnologia no mundo do trabalho, entre
outros, mobilizando e articulando conceitos, procedimentos e linguagens próprios da Matemática.
Habilidades:
(EM13MAT103) Interpretar e compreender textos científicos ou divulgados pelas mídias, que empregam
unidades de medida de diferentes grandezas e as conversões possíveis entre elas, adotadas ou não pelo
Sistema Internacional (SI), como as de armazenamento e velocidade de transferência de dados, ligadas
aos avanços tecnológicos.
(EM13MAT309) Resolver e elaborar problemas que envolvem o cálculo de áreas totais e de volumes de
prismas, pirâmides e corpos redondos em situações reais (como o cálculo do gasto de material para
revestimento ou pinturas de objetos cujos formatos sejam composições dos sólidos estudados), com ou
sem apoio de tecnologias digitais.
Metodologia:
Recursos didáticos:
Proposta de culminância:
Cronograma:
Ações Out./
Fev./ Abr./ Jun./ Ago. /
Meses Nov./
Mar. Mai. Jul. Set.
Dez.
Elaboração das temáticas e mobilização dos envolvidos. X
Investigações aliando matemática e sustentabilidade. X
Elaboração de materiais concretos para aprender
X
matemática, a partir de recicláveis.
Elaboração de jogos para aprender matemática, a partir
X
de recicláveis.
Registro das atividades desenvolvidas, pelos estudantes
participantes, visando a divulgação dos trabalhos X
realizados no semestre.
Avaliação das ações realizadas ao longo do processo. X X X X X
Referências:
CUNHA, Helena. OLIVEIRA, Hélia Margarida. PONTE, João Pedro. Investigações Matemáticas na sala de
aula. Actas do ProfMat95, Lisboa: APM, 1995 (p. 161-167)
D’AMORE, Bruno. Elementos de didática da Matemática. Tradução de Maria Cristina BonomiBarufi. São
Paulo: Livraria da Física Editora, 2007.
DUVAL, Robert. Representation, vision and visualization: Cognitive functions in mathematical thinking.
Basic issues for learning (1999).Disponível em<http://eric.ed.gov/?id=ED466379 >.Acesso em nov. 2016.
MOUTINHO, Ion. PAIS, Rosimary Barbeito. Diversificação de Recursos para o Ensino de Números nos
Primeiros Anos Escolares. Anais do XII Encontro Nacional de Educação Matemática. Disponível em:
<http://sbem.bruc.com.br/xiienem/pdf/7300_2967_ID.pdf>. Acesso em jul. 2016.
PONTE, João Pedro; BROCADO, Joana; OLIVEIRA, Hélia. Investigações Matemáticas em Sala de Aula.
Autêntica. Belo Horizonte. 2005.