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Resumo:
Buscamos com este trabalho apresentar e justificar uma opção metodológica para a disciplina de
CDI que toma como pressuposto o entendimento dos conceitos de derivadas e integrais e na
qual o conceito de limite seja “diluído” durante o avanço destes. Apresentaremos características
da abordagem Educação Matemática Realística (RME), que tem como precursor o matemático
naturalizado holandês Hans Freudenthal, e que respalda nossa proposta. Discorreremos a
respeito de alguns aspectos relacionados ao CDI, com destaque para trabalhos que sustentam a
sequência lógica que propomos para seu ensino. Traremos então justificativas para nossa opção
didática, relacionando-a com fatos que demarcaram nossa formação acadêmica e experiência
docente. Por fim, exporemos uma proposta de planificação do curso, elencando alguns desafios
que vivenciamos quando da sua implantação.
Introdução
reflexão, o que os levam a questionar, muitas vezes, a razão da disciplina dentro de sua
grade curricular.
Conforme aponta Freudenthal (1991), a Matemática é, tradicionalmente, ensinada
como um assunto pronto e acabado. São apresentadas definições, regras e algoritmos, de
acordo com os quais se espera que eles operem. Para o autor, somente uma pequena
minoria aprende Matemática desta maneira.
Ao discorrer a respeito das ideias de Freudenthal, Van Den Heuvel-Panhuizen
(2000) lembra que, ao invés de ensinar Matemática como algo pronto e acabado, aos
estudantes deveria ser dada a oportunidade de desenvolvê-la por meio de um processo
de reinvenção guiada. Isso significa que o professor desempenha um papel pró-ativo,
criando um ambiente de aprendizagem estimulante.
Nessa mesma direção, Palha et al (2013) apontam a necessidade um ambiente de
aprendizagem que crie situações em que os estudantes devam explicar e justificar o seu
pensamento e refletir sobre suas próprias ideias e as dos outros. Este ambiente de
aprendizagem diferente significativamente de aulas centradas no livro didático, uma vez
que: (i) os estudantes trabalham a partir de sequências de tarefas não precedidas por
explicações e exemplos, ou que sejam meras aplicações de conceitos expostos
previamente; (ii) o professor, ao invés de sempre fornecer explicações, incentiva os
alunos a apresentar e discutir suas ideias; (iii) os estudantes trabalham sempre que
possível em pequenos grupos e participam de discussões matemáticas, mostrando,
explicando, justificando suas ideias.
Investigar a factibilidade de tais ações, bem como os processos envolvidos na
caracterização, na implementação e na avaliação de um ambiente educacional para a
disciplina de CDI e suas consequências para a aprendizagem é objetivo de um projeto
submetido e aprovado no Edital Universal 14/2014 do CNPq intitulado “Investigação de
um ambiente educacional para o Cálculo Diferencial e Integral (CDI) em condições
reais de ensino”, desenvolvido no âmbito do GEPEAM - Grupo de Estudo e Pesquisa
sobre Ensino e Aprendizagem da Matemática1. Dentre as ações do projeto, pretende-se
caracterizar esse ambiente educacional, pensar tarefas que o integre e investigar dados
oriundos de salas de aulas regulares.
1
Grupo de pesquisa da qual faz parte o autor.
XIII EPREM – Encontro Paranaense de Educação Matemática
Ponta Grossa - PR, 02 a 04 de outubro de 2015
ISSN 2175 - 2044
Objetivos
Metodologia
Referências
<http://w3.ufsm.br/ceem/eiemat/Anais/arquivos/CC/CC_Machado_Pedro.pdf>. Acesso
em 23 jul. 2015.