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Tutor:
Racionalidade Técnica...................................................................................................5
Racionalidade Prática....................................................................................................6
Racionalidade Intelectual-Crítica..................................................................................7
Conclusão........................................................................................................................11
Referências bibliográficas...............................................................................................12
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Introdução
Racionalidade Técnica
A teoria vem iluminar a acção docente, fornecendo um olhar crítico sobre a prática
(PEREIRA, 2008). Esta perspectiva, enquanto premissa maior relacionada ao modelo de
racionalidade técnica, se baseia na primazia do conhecimento científico teórico sobre a
prática como forma de leitura da realidade (SCHÖN, 2000). Reflexo de uma visão
positivista, há crença de que o conhecimento sistematizado e generalizado sobre
educação conseguiria “iluminar” os problemas vivenciados pelos professores. Desta
forma, os problemas práticos poderiam ser resolvidos por aplicação de soluções teóricas
previamente educacionais desenvolvidas através de métodos científicos. Essa premissa
é recorrente nas formações de professores tanto inicial quanto continuada, sendo
associada ao modelo denominado de Racionalidade Técnica (PEREIRA, 2008).
Numa primeira leitura e dito desta forma, pouco nos parece questionável esta premissa.
Um pouco deste sentimento pode ser decorrente do que entendemos (e vivenciamos)
como formação profissional, baseada em manuais que sintetizam o conhecimento de
determinada área (SCHÖN, 2000). Mas a reflexão sobre este modelo pode ser situada a
partir do professor visto como um técnico distante da produção dos conhecimentos dos
quais vai fazer uso. Contreras (2002) salienta essa condição do professor ao caracterizar
o seu trabalho como instrumental:
Racionalidade Prática
A valorização da prática por Schön (2000) decorreu do que se pode denominar de crise
das profissões, envolvendo diferentes carreiras profissionais, e que auxilia a
compreensão do profissional da educação na sua relação com o conhecimento e o seu
papel como membro de uma comunidade científica. O conhecimento sistematizado
através de métodos científico e distante da prática foi valorizado no início do século XX
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Racionalidade Intelectual-Crítica
Há, assim, uma contrariedade nessa auto-limitação da reflexão tal como proposta por
Schön (2000). Se por um lado o conhecimento sobre a prática profissional era uma
alternativa à racionalidade técnica, por outro lado, a auto-limitação da reflexão poderia
ser associada a uma perspectiva mais apurada desta mesma racionalidade técnica. É o
que nos coloca Zeichner e Liston (1996) em relação à tradição denominada de
académica para o termo professor-reflexivo. A reflexão do professor pode ser centrada
na matéria a ser ensinada, em sua representação e formulação para um melhor
entendimento do alunado, cabendo aos académicos as reflexões mais gerais sobre os
propósitos educacionais. Restrita ao que se refere aos objectivos e valores presentes na
Educação, essa perspectiva pode ser associado a um modelo neoliberal de reflexividade,
muito requerido numa sociedade de consumo cada vez mais especializada e de
intelectualização do processo produtivo. Segundo Libâneo (2010), para a sobrevivência
de uma empresa nos dias de hoje, é muito importante que seus funcionários possam ser
inovadores, propondo novos produtos ou alternativas de produção. Entretanto, não é
desejável que esses mesmos funcionários questionem os objectivos e valores segundo os
quais a empresa trabalha. Assim, a reflexão nesse contexto é incentivada, porém
também é limitada em sua acção.
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Zeichner e Liston (1996) também associam a tradição de eficiência social sobre o termo
professor-reflexivo com a racionalidade técnica. Esta tradição enfatiza a fé na pesquisa
científica sobre o ensino que nos fornece um conhecimento objectivo sobre a prática
docente. A reflexão do professor, nesse caso, se centra em comparar as suas práticas
com as propostas por este conhecimento objectivo. Temos aqui, novamente, a crença
em um conhecimento superior realizado por especialistas externos à prática, algo muito
criticado pelo próprio Schön. Novamente, uma reflexão limitada.
Com esses exemplos, podemos perceber que a discussão sobre o entendimento da acção
do professor-reflexivo se faz importante. É com esse intuito que Libâneo (2010) critica
os reducionismos em torno do termo reflexão, que consideram na palavra o seu próprio
significado. Para ele, há pelo menos três significados gerais e distintos para a
reflexividade.
Num movimento reflexivo, temos que considerar que a própria caracterização dos
modelos de formação docente em racionalidades, tal como numa perspectiva
estruturalista, pode gerar interpretações características da racionalidade técnica.
Contreras (2002) faz este aviso ao criticar a potencialidade dogmática das teorias
críticas (em não realizar críticas sobre si mesmo). Na mesma lógica, a estruturação de
categorias de modelos de formação docente pode conduzir a uma super valorização da
teoria sobre a prática de formação docente. Como consequência dessa super
valorização, pensa-se primeiramente no modelo desejado de formação docente sem
considerar o contexto envolvido. Numa tendência em que se considera somente o último
modelo como relevante e desejável, afinal ele seria o mais completo e a realidade
deveria se submeter a todas as suas características. Num contexto de formação inicial de
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Conclusão
Referências bibliográficas