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Geraldo Kindermann
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Zona de Proteção ç,,,,>,

Proteção Diferencial '--


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Teleproteção =
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Proteção de Transformador iCl.
Nomenclatura ANSI/IEC

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ISBN 85-900853-6-8

9 788590 085362
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UFSC EEL LabPlan
, )
).

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)

Agradecimentos

)
) O autor agradece em especial
)

❖ Ao Professor Rubipiara Cavakante Fernandes, por ler


cuidadosamente e dar importantíssimas contribuições ao texto.

❖ Aos engenheiros Everton Pizolatti Medeiros e Giovanni


) Baptista Fabris da ELETROSUL, pelas discussões e
) contribuições técnicas. '
)
❖ Marcos Fischborn, pela elaboração da capa e Mauricio
) Sperandio pelo assessoramento de informática.

❖ Aos inúmeros alunos, da Graduação e Pós-graduação, que


contribuíram com desenhos.
)
)
Agradecimento em especíal ao LABPLAN, principalmente aos
) professores, técnicos, analistas, mestrandos e doutorandos, que de um modo
ou de outro sempre estiveram presentes na motivação, contribuição e
assessoramento na elaboração do livro.

.._ 1
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)
)
)

Apresentação )
)
O Laboratório de Planejamento de Si~temas de Energia Elétrica -
)
LabPlan, do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal
de Santa Catarina, tem por objetivos realizar e promover o desenvolvimento )
de atividades de pesquisa, ensino e extensão na área de Sistemas de Energia )
Elétrica (SEE) com ên fase nos aspectos de planejamento e análise, nos
segmentos de geração, transmissão e distribuição. )
A ah1ação dos professores do LabPlan, desde a sua constituição )
em 1992, têm envolvido uma diversidade de atividades e contribuições à )
sociedade que extrapolam em muito o escopo de atividad es regulares nos
cursos de graduação e pós-graduação em Engenharia Elétrica. Um aspecto )
1 1
1 de destaque nesta atuação tem sido a intensa interação com os diversos )
1
agentes do setor elétrico brasileiro, realizada por meio de projetos de
pesquisa e desenvolvimento, de consultorias especializadas, cursos de
aperfe içoamento e de especialização, e publicação de livros e artigos
técnicos.
O presente livro representa mais uma contribuição do Professor
Geraldo Kinde rmann para a sua extensa obra que inclui livros técnicos
envolvendo publicações específicas nas áreas engenharia de segurança,
projetos elétricos e proteção de sistemas elétricos de potência.
Especificamente, esta obra aborda dois temas de grande relevância,
teleproteção e proteção de transformadores, devendo contribuir tanto para
fins acadêmicos como para profissionais técnicos e engenheiros.
Seguindo a tradição de suas publicações anteriores, o Professor
Kindermann apresenta o desenvolvimento dos temas com grande riqueza
didática, sustentada por sua extensa experiência acadêmica e prática.
Tndubitavelmentc, contribuíram para esse resultado os inúmeros cursos
ministrados crn universidades e empresas no Brasi l, e em diversos países da
América Latina e África, bem como os diversos trabalhos de consultoria
técnica prestados à Agência Nacional de Energia Elétrica.

lldemar Cassana Dccker


Supervisor do LabPlan - U FSC

)
)
)
)
)
)
)
) '
Prefácio
)
)
)

) Tendo recebido nos cursos e palestras várias manifestações de apoio


e receptividade de alunos, professores, técnicos e engenheiros, no que diz
)
respeito à aceitação dos meus livros, e devido principalmente a carência de
) bibliografia, foi o que me motivou a escrever esse livro de PROTEÇÃO
) DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA- Volume 2.
Creio ser este livro mais uma contribuição, principalmente para a
) graduação da Engenharia Elétrica e de técnicos que queiram se aprofundar e
) conhecer a arte e a filosofia de proteção.
O livro foi escrito numa seqüência lógica, em linguagem simples e
)
técnica, de modo a ser uma fonte de consulta acessível aos técnicos da área
) da Engenharia Elétrica. Todos os capítulos têm abra1:1gência que cobre e
) atende os requisitos para proporcionar um bom conhecimento na área de
)
proteção. O conteúdo desse volume 2 está focado na Tcleproteção e
Proteção de Transformadores.
) Devido à complexidade da proteção de sistemas elétricos de
) potência, este livro cobre somente uma parte. Portanto, pretende-se dar
continuidade do conteúdo no livro de Proteção ele Sistemas Elétricos de
)
Potência, 3º volume, nos assuntos referentes a Proteção de Barras, de
) Reatores, de Capacitores, e de Máquinas Síncronas.
)

)
O Autor
)

1 -
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• 1

Índice Geral

Capítulo I - ZONA DE PROTEÇÃO


1.1 Zona de Proteção .......................... ..........................: .............. ..... .. ........ 1
1.2 Relé de Sobretensão ...... ........ ........ ................................................ ........ 7
1.3 Relé de Subtensão ............................................................................... 12
1.4 Proteção de Sobretensão para a Terra de Sistemas Isolados .............. 17

Capítulo II - RELÉ DIFERENCIAL


2 .1 Relé Diferencial .............................. .-................................... .. ........ ...... 19
2.2 Relé Diferencial Comum ......... ................................. ... .. ...... ......... .. .... 20
2.3 Relé Diferencial Percentual. ............................................................... 22

Capítulo JTJ - TELEPROTEÇ.-\0


3. l Telcproteção .. .. ......... ...... ....... .... .... ......... .. ....... ........ ....... ..... .............. .. 32

)
)
) ii iii
)
) 3.2 Fio Piloto ........................................................................... ......... ........ 33 4.3 Proteção Diferencial no Transformador Monofásico ......................... 97
') 3.3 Fibra Óptica .............................. .......................................................... 37 4.4 Transfonnador Trifásico ................................................................... 103
) 3.4 Cabo OPGW .............................. ......... ............................. ..... :............. 40 4.5 Proteção Diferencial do Transformador Trifásico 6 - Y ................. 104
') i 3.5 Onda Portadora ................................................................................... 43 4.6 Regra de Ligação dos TCs nos Transformadores Trifásicos ............ 106
\
3.6 N1icroondas ......................................................................................... 45 4.7 Transformador Trifásico sem Rotação de Fase ................................ 107
3.7 Tipos de Sistemas de Teleproteção .................................................... 46 4.8 Transfo1mador 6 - Y ...................................................................... 109
)
3.8 Sistema de Bloque io por Comparação Direcional... .. ......................... 47 4.9 Ajuste do Relé Diferencial Percentual na Proteção do
)
3.9 Sistema de Desbloqueio por Comparação Direcional ........................ 51 Transformador .................................................................................. 121
'\ 4.10 Energização de Transformador.. ............. ......................................... 132
3.10 Sistema de Bloqueio por Comparação Direcional - Variante ........ ..... 54
) 4.10. 1 Bloqueio da Proteção Diferencial ... .................................... ............ 135
3.11 Transferência de Disparo Direto por Subalcance ............................... 58
) 4.10.2 Proteção Diferencial com Atenuadores de Transitórios.................. 135
3.12 Transferência de Disparo Permissivo por Subalcance ....................... 59
) 4.10.3 Relé Diferencial com Retenção por Harmônicas .. ..................... .... 137
3.13 Transferência de Disparo Permissivo por Subalcance com Aceleração
) ' de Zona ............................................................................................... 61 4.10.4 Relé Diferencial com uma Unidade de Bloqueio de Harmônicas... 139
) ' 3.14 Transferência de Disparo Permissivo por Sobrealcance .................... 62 4. 10. 5 Relé Diferencial Digital para Transformador ............................. .... 141
3.15 Lógica de Eco ..... .... ........ .............................................. ...................... 62 4.11 Transformador com Impedância de Aterramento ............................. J 42
) 3.16 Proteção de Linha Morta .................................................................... 66 4. 12 Proteção Diferencial de Ten-a Restrita .................... .................. ....... 142
) 3.17 Fraca Alimentação .... ........ ........ ............................................. ..... ....... . 68 4.13 Proteção do Tran sformador de Aterramento ..........~ ................ ......... 144
) 3.18 Proteção por Seqüência Negativa ...... ...... ....... ................ .................... 70 4.14 Proteção de Carcaça do Transformador.. .......... ........................ ........ 148

) 3.19 Falha de Disjuntor ......... ................................. .................................... 74 4. l 5 Relé Buchholz .............................................. ... ..................... ............ 150
3.20 Fontes Intermediárias ..................... ... .................. ............. .. ........ ........ 78 4.15.1 Relé Buchholz do Comutador ................................. .... .................... 155
)
3.21 Relé de Freqüência ...................................................... ........ ........ ....... 82 4.16 Termômetro ..................... .................. ......... ..... .......... .. ......... ............ 156
) ;

3.22 Sistemas Especiais de Proteção ............................. .. ... ........ ................. 85 4.1 7 Relé de Imagem Térmica ...................................................... ............ 160
) '
3.23 Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC) .... ......... ....... ..... ::: .... 87 4.18 T ransformador Hermeticamente fechado ......................... .......... ... .. 165
)
3.24 E squema de Controle de Emergência .................: ........................ ....... 9 1 4.19 Relé de Súbita Pressão ....... ..................... ......... ......... ........................ 165
)
4.20 Válvula de Alívio de Pressão............................................................ 167
)
Capítulo IV - PROTEÇÃO DE TRANSFORMADOR 4.21 Nível do Óleo ................... ............................. ........ .... .. ·-····· ............... 169
4. J Introdução .................... ....................................................................... 94 4.22 Relé de Sobre-Excitação ........................................................... .... .... 170
4.2 Transformador Monofásico ........................................... ..... ............. ... 95 4 .23 Proteção Contra Falha de Disjuntor de Transformador .................... 173
4.24 Desumificador de Ar ................... ..... ................. ......... .................. .... 174

·,
iv l

4.25 Proteção do Transformador .............................................................. 176

APÊNDICE A
NOMENCLATUR...\ DA PROTEÇAO ............................................ 178

BIBLIOGRAFIA ................................................................................. 202

ZONA DE PROTEÇÃO

1.1 Zona de Proteção


Conforme apresentado no item 3.33 da reforência [46], a proteção de
primeira defesa é feita peia proteção principal (primária) e em segunda instància
pela proteção secundária, que pode ser local por meio da proteção cm réplica ou
remotamente por meio da proteção de retaguarda (back-up) .
_ Dependendo da importância e do porte do sistema elétrico, pode-se
constituir a proteção principal em réplica (redundância), ou seja, classificada em
proteção primária e alternativa. Neste caso as proteções são idênticas, ou seja,
existem duas proteções desempenhando funções idênticas com hierarquias iguús,
trabalhando com teleproteção. Os equipamentos da proteção primária e da
alternativa podem ser em réplica do mesmo fabricante ou de fabricantes diferentes.
No caso de haver duas proteções, em que não há redundância, ou seja, uma
trabalha com teleproteçào (proteção primária) e a outra com escalonamento pur

)
)
)
2 Ca ítulo I Zona de Proteção 3
)
\ zonas (proteção secundária), por exemplo. Neste caso, a proteção principal e a 1" Proteção do
zona da proteção secundária podem ser inclusive concorrentes. Proteção do Gerador e
Gerador Transformador
Os relés de proteção primária constituem a primeira linha de êlefesa, caso ~ ~ - - _-...,- 1 À/ "-.1. ,- - - 1
esta falhar, os rclés da proteção alternativa, devem aluar, assim constituindo a Proteção de l I I"\., 1 1 /Y 'I'\ 1 Í ·,;; 1 1
segunda linha de defesa do sistema elétrico. Barra 1 1G 11 1 1 G11
\, 1 '- - J 1 1 '- - J 1
) Cada proteção principal e alternativa é efetuada cobrindo linhas ou 'I\ 1 1 1 1
trechos de linhas ou equipamentos do sistema, cuja cobertura é denominada
de zona de atuação ou zona de seletividade da proteção.
:------~- --i-----1-~i----, 1
1 2 I 1 1 1 1
) 1 __ ! 1... _ _ _ I 1
Em relação à proteção principal, deve-se efetuar a proteção
considerando: 11 - - - - -
1 --------------
1-- - - 11
) 1 1 1 5 I
• que haja superposição nas zonas de atuação dos relês da proteção 1 1 : 1 e 1 1 - - 1 1
)
) •
principal;
cada disjuntor esteja coberto (contido) em pelo menos por duas
zonas de atuação dos relés da proteção principal;
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Ili 1
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) 1 1 I I I
1 Zonas de f '\._ 1 I
) • sempre entre cada elemento ou conjunto de equipamentos deve 1 Atuação f
1
'I'\. 1 I
existir pelo menos um disjuntor. 1
1 da 1 1 1 1
) 1 Proteção Proteção de 1
1 1 Llnhasde 1
Para exemplificar a figura 1.1.1 mostra a zona de atuação das proteções 1 1 I l
)
principais de partes de um sistema elétrico. / ~ : Transmissão _1 :
11 1
) I 1 '\., : 1
)
Note que quando ocorre um defeito dentro de uma determinada zona,
os relés que constituem a proteção principal, devem desligar todos os
I
1
1
1
'I"" 1
1
1
) disjuntores dentro de sua receptiva zona de atuação. Deste modo, para tun 1 1 : 1
1 1
defeito localizado dentro da superposição de duas zonas, todos os 1 1 1 1 1 1

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)
disjuntores das duas zonas devem ser desligados. Este esquema :funciona
) adequadamente, mas tem um inconveniente que oco1Te quando existir um
) defeito dentro da superposição de duas zonas, e num local onde a abertura Figura 1.1.1 - Zona de Atuação da Proteção Principal
de alguns disjuntores é desnecessária. Por exemplo, se um defeito ocorrer no
) Um relé pode ter zona de atuação cm que uma parte pertence à
1 ponto k do esquema da figura 1.l.1, desligaria os disjuntores 1, 2, 3, 4 e 5,
) enquanto que somente o desligamento do disjuntor 1 da barra A seria o proteção principal e a outra parte pertence à proteção de retaguarda. Como
i suficiente. exemplo, pode-se citar o caso da proteção convenciona1 (escalonada por
i zona sem teleproteção) feita com a utilização ele relês de distància (21), em
) O inconveniente desse desligamento seria retirar um elemento não que a 2ª zona tem 20% da LT na proteção principal e 50% da próxima LT
defeituoso do sistema elétrico. Entretanto a probabilidade da ocorrência coberta pela proteção de retaguarda da P zona do relé a jusante da próxima
desse defeito é muito pequena dado que a zona de superposição é muito barra.
pequena e está próximéL do disjuntor.

)
4 Capítulo I
_________________________
Zona de Proteção
;;;.
5 )
)

Na prática a zona de atuação da proteção principal se inicia no local Cada conjunto de TCs alimenta relés de sistemas de proteção diferentes. )
Por exemplo, o disjuntor 1 está coberto pelos TCs x e y. O TC y pertence ao
da instalação do TC ou dos TCs do circuito elétrico. Nos disjuntores
esquema diferencial (87) do conjunto (transformador e gerador síncrono), o TC x
pertencentes à superposição os TCs estão entrelaçados, isto é, os TCs estão
pertence a proteção diferencial (87) da Barra A.
posicionados de modo que o disjuntor fique no meio, confonne ilustrado na
figura 1.1.2. Salienta-se que os posicionamentos dos TCs apresentados na figura
1.1.2 seria o ideal em termos de entrelaçamentos de zonas de proteção, mas
Proteção
Diferencial na prática é de alto custo e as empresas por motivos econômicos utilizam o
do Ge rado r
Proteção esquema apresentado na figura 1.1.5.
D i ferencial do
Gera dor e
Trans formador
Algumas vezes, como variante do esquema apresentado na figura
1.1.2, é também utilizados a instalação dos TCs como mostrado na figura
l.1.3.

.
Zona A
LT

Zona B

87
Figma 1.1.3 - Cruzamento de TCs sem Abraçar o Disjuntor
Neste caso os TCs não cobrem o disjuntor, isto é, o disjuntor está
coberto só pela proteção da zona B. Note que no esquema da figura 1.1.3
está apresentado, também, 2 TCs separados, a que constitui em uma
alternativa de alto custo. Na realidade, as empresas utilizam apenas um TC
P ro tação
D iferencia l com vários enrolamentos independentes no secundário, as.sim nesse caso
da Barra
bastaria um enrolamento primário e 2 em-olamentos secundários. Para este
propósito, convenciona-se que o símbolo apresentado na figura l. .1.4
corresponde a um TC com l enrolamento primário e 2 enrolamentos
secundários.
· f Zona A

t-'ff-► ..
LT

..
• - · - --.1
Zona B 1

Figura 1.1.2 - Localização dos TCs Figura 1.1 .4 - TC com um Enrolamento Primário e 2 Enrolamentos
Secundários

)
)
6 Capítulo I Zona de Proteção 7
)

) A fim de reduzir os custos e a quantidade de TCs utilizados na Note que com esta configuração economizou-se 7 TCs.
)
conjugação dos entrelaçamentos das proteções de barras, as empresas
adotam esquemas de proteções em que as ligações ficariam· como as j 1.2 Relé de Sobretensão
apresentadas na figura 1. 1.5.
) Os relés de sobretensão operam quando a tensão elétrica ultrapassa
) Proteção
Diferencial do
um valor pré-ajustado. Recebe a denominação de função 59 pela
Gerador e nomenclatura ANSI. Ver apêndice A.
Transformador
Os relés de sobretensão podem ser classificados em:
a) Aspectos construtivos

) 87 87 ♦ Eletromecânico;

) ♦ Eletrônico;
\ ♦ Digital.
'l b) Tempo de atuação
) 87 ♦ Instantâneo;
) ♦ Temporizado.
o Definido;
Pro1eção o Tempo inverso.
Diferencial
cio Barra O relé de sobretensão eletromecânico, em relação ao aspecto
constmtivo, é idêntico ao relé de sobrecorrente tanto para a unidade
) instantânea quanto para a unidade temporizada. A unidade instantânea e a
temporizada de tempo inverso estão apresentadas respectivamente nas
figuras l.2.1 e l.2.2.
O conjugado (torque) do relé de sobretensão é dado pela expressão
1.2.1.
;
'Torque = kV 2 - kMola (1.2.1)

Em que:
)
Figura 1.1.5 - TCs com 2 Enrolamentos no Secundários no Entrelaçamento V ... é a tensão elétrica na bobina magnetizante do relé de
) das Zonas <le Proteção com a Proteção de Barras. sobretensão.
)

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8 Capítulo I Zona de Proteção 9

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Bobina
Magnetizante
do Relé 59T o
IIO
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IJO MO tN - 11D - 1N IGO
Porcento do valer do Tap ajustado no 59

Figura l .2.2 - Relé de Sobretensão Temporizado (59T) Figura l .2.3 - Curva Tempo x Tensão do relé de Sobretensão

As unidades têm taps para possibilitar a escolha do ajuste mais


indicado para a respectiva proteção instantânea e temporizada a ser adotada
L
~lij
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D'.:!untor _'.
para o sistema elétrico em estudo. No relé de sobretensão temporizado de TPs
tempo inverso escolhe-se uma curva Tempo x Tensão, confonne família de
curvas disponibilizadas pelo fabricante apresentadas, na figura 1.2 .3, por
exemplo. ■

Dependendo do porte e da importância do sistema elétrico a proteção


de elevação de tensão pode ser efetuada utilizando-se um ou mais relês de
sobretensão. Por exemplo, num sistema de grande porte, pode-se utilizar 3
relés de sobretensão, conectados entre fases ou entre fase e terra. A figura
1.2.4 mostra uma ligação com relês de sobretensão (59) entre fase e terra. )
Figura l .2.4 - Ligação dos Relês de Sobretensão Instantâneos e )
/
Temporizados
)

)
)
)
10 Capítulo I Zona de Proteção 11

O diagrama funcional de proteção de sobretensão está apresentado digitais multifunção, em que a função 59 já está incorporada. Geralmente, a
) na figura l.2.5. função 59 no relé digital é de tempo definido.
+
) .f
)
l
!
591 :e _1 _1 _1 m
A
59T - 5 9 T
Num relé de sobretensão eletromecânico é interessante obter a
relação de tensão de atuação (pick-up) e a tensão de desoperação (drop-out) ,

\! 591 ::r::: B conforme expressão 1.2.2.


1
59[IC .
R e l p1ck-11p (º 1 ) = tensão de atuação
1 ;
/O ~ ~ X 100
tensao de desoperaçao (1.2.2)
drop-out

52 Note que a expressão 1.2.2, deve-se principalmente ao relé


.BA
eletromecânico, em que o fluxo magnético mínimo gerado pela sobretensão
)
que é suficiente para acionar a alavanca fechando os contatos é bem maior
) que o fluxo magnético gerado por uma tensão menor que consegue soltar a
) ' Figura 1.2.5 - Diagrama Funcional da Proteção de Sobretensão alavanca do relé, abrindo-se os seus contatos. Pela expressão 1.2.2 este valor
é sempre maior que 100%. Note que este problema intrínseco do relé
) Pelo esquema apresentado na figura 1.2.5, a proteção de sobretensão
eletromecânico leva a um valor bem superior a l 00%.
só provoca o disparo no disjuntor quando:
Quando ocorre uma sobretensão temporária que provoca a operação
~ Ocorre uma sobretensão nas 3 fases com a conseqüente operação
do relé de sobretensão instantâneo, pode muitas vezes permanecer o contato
das 3 unidades instantâneas. Os contatos das unidades
fechado mesmo com o retorno da tensão nominal do sistema. Por isso, deve-
instantâneas estão em série, portanto, somente com os
se sempre ter o cuidado para que a tensão de desoperação seja maior que a
fechamentos dos 3 contatos dos relés o disparo do disjuntor é
tensão nominal do sistema, assim garante-se o restabelecimento do relé de
efetuado. Se ocorrer, por exemplo, uma sobretensão em uma só
sobretensão instantâneo. O relé de sobretensão digital não tem este
fase a unidade instantânea da fase correspondente fecha o seu
problema, porque a relação de tensão do pick-up e drop-out é praticamente
con[ato, porém não ocorre a operação do disjuntor. 100%.
~ Ocorre uma sobretensão em l ou 2 fases que se mantém por
A sobretensão no sistema elétrico pode provocar os seguintes
certo tempo provocando a operação da unidade de sobretensão
problemas:
temporizada. Note que os contatos das unidades temporizadas
estão em paralelo, portanto qualqut:r unidade que atna provoca o G> Arcos elétricos entre condutores de uma linha transmissão;
disparo do disjuntor. G> Arcos elétricos nos isoladores;
)
Os TPs podem também serem conectados cm li para a ligação dos ® Aumento da corrente de fuga nos pára-raios;
) relés entre fases.
® Esforços maiores na isolação dos transformadores;
Apresentou-se aqui a proteção de sobretensão utilizando-~e rclés de
sobn:tensão eletromecânicos para possibilitar um melhor entendimento do
® Esforços maiores na isolação dos geradores síncronos;
funcionamento fisico do equipamento, mas atualmente utilizam-se relés ® Aumento dos esforços na isolação elétrica dos equipamentos.

)
12 Capítulo I Zona de Proteção 13

1.3 Relé de Subtensão que mantém atraída a alavanca (armadura) do relé, conforme ilustrado na
figura 1.3.2.
O relé de subtensão, função de proteção 27, opera quando a tensão
diminui abaixo de um valor pré-ajustado. Construtivamente é idêntico ao )
relé de sobretensão, mas sua operação ocorre somente quando há uma )
redução da tensão elétrica no circuito no qual está instalado.
As características e esquemas de ligação são os mesmos da proteção
Mola
de sobretensão. A curva de temporização desse relé é mostrada na figura
1.3 .1. ,~~
Alavanca

-~ ....
._E~t:B~-w.-~u~
- H-lllFllffH-1-fEF.H•"" '-' ,Eixo
1l )
Figura 1.3.2 - Relé de Subtensão Tnstantáneo (271) não Operado
)
A mola neste caso se mantém permanentemente tracionada. Quando
a tensão elétrica do circuito diminui abaixo de um valor ajustado, o flu,"o
magn ético diminui e solta a alavanca. A mola que está tracionada puxa a
alavanca de volta fechando o contado do relé, isto é, concretizando a
operação propriamente dita do relé de subtensão 27. Ver figura 1.3.3.

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iT@; ,!:_'', )
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Magnetizante
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Mola
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~ do Relê 271 avanca
1
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figura 1.3.1 - Curva de Temporização do Relé de Subtensão
..... Eixo

Figura 1.3.3 - Relé de Subtensão Instantâneo (271) Operado


)
}
)
O relé de subtensão (27) é utilizado em várias situações na proteção
Os relés de subtcnsào são idênticos aos relés de sobretensão, do sistema elétrico, muitas vezes combinado com outros relés. Por exemplo,
mostrado na figura 1.2.1, com bobina magnetizante com vários .Japs para utiliza-se o relé de sobrecorrente com monitoramento (pennissivo) por )
possibilitar a escolha do percentual (%) da tensão ajustada para a qÍial o relé subtcnsão. Isto significa que a atuação da proteção é combinada, isto é, o
irá atuar. A atuação é por ação da desopcração (drop-out) da alavanca. Na disjuntor só receberá disparo se houver atuação dupla, elo relé de
operação normal do sistema, a tensão nominal produz um fluxo magnético )
)
)
)
)
+ - - ....
)
14 Capítulo I Zona de Proteção 15

' 1 sobrecorrente 51 e do relé de subtensão 271. O esquema apresentado na DJ


figura 1.3.4 mostra como se realiza a operação desta proteção.
DJ
TC
BARRA ou 51
LT
BARRA \_ -◄ - -
\

TP \
E-@ Figura 1.3.6 - Relé de Sobrecorrente com Restrição de Subtensão
O esquemático em DC está apresentado na figura 1.3.7.
Figura 1.3.4 - Diagrama Unifilar e Esquemático cm DC da Proteção de
)
)
Sobrecorrente com Supervisão do Relé de Subtensão (51/27)
O esquemático em DC está apresentado na figura 1.3.5.
+ I 50ou51

IT 52a
)
+ 52
)
BA
)
)
)

) ' Figura 1.3.7 - Esquemático em DC


) O torque no relé de sobrecorrente eletromecânico, ou seja, a sua
) Figura 1.3.5 - Esquemático em DC da Proteção de Sobrecorrente com corrente de atuação depende do tap escolhido e varia em função do valor da
) Supervisão do Relé de Subtcnsão (51/27) tensão elétrica aplicada após atuação do relé 27. Isto é, a corrente de ajuste
do relé de sobrecon-ente varia de acordo com a tensão elétrica aplicada e
Na representação numérica da ANSI (apêndice A), o relé de pode ser dada pela expressão 1.3.1.
sobrccorrcnte temporizado com monitoramento de subtensão é denominado
)
por 51/27. 1uj us:e S0 ou SI = Tap50 uu 51 'f (vn) (l .3.1)
) Outra variaote, muito utilizada é a denominada de proteção por relé Para o relé digital ou eletrônico, a corrente de ajuste varia de acordo
) de sobrecorrente com restrição de tensão. Neste caso, o torque de atuação no com a expressão 1.3.2.
relé de sobrecorrente eletromecânico é dependente da tensão, que pode ser I.aJusc:e )0
- o□ 5 l c:;;l.:flJtis(a<lo cm 50 ou SI -f(V)
27 ( 1.3.2)
por subtensão ou sobretensão. Por exemplo, a figura 1.3.6 mostra o
diagrama uni filar desta configuração por restrição de subtensão. Em que:

) !

) 1
r
16 Capítulo I Zona de Proteção 17

f(V27 ) .... Representa uma função que varia de acordo com o valor da Tempo
tensão sobre o relé 27.
t
A corrente de ajuste do relé de sobrecorrente 50 ou 51 pode ser
visualizada, por exemplo, na figura 1.3.8. Tempo
·--- -------------·------------·-·-··
t --------
de J,
lajusre do relé de sobrecorrenle Atuação J,

Tap Ajustado
27 V 59
- ------
Tensão
N

Figura 1.3. 9 - Característica de Atuação do Relé de Tensão 27 e 59

)
1.4 Proteção de Sobretensão para a Terra de Sistemas
V ~~~ ~ )

Tensão Nominal Num sistema isolado ou ate1Tado com uma alta impedância,
geral mente para a proteção de defeito à terra, utiliza-se a tensão de
figura 1.3.8 - Curva do Taju>lt versus tensão V seqüência zero obtida por 3 TPs ligados em /'1 aberto. A_ figura l .4.1. ilustra
Note-se que com o abaixamento da tensfto aumenta-se a esse esquema de ligação.
sensibil idade do relé de sobrccorrente, esta característica é útil em vários A B C
)
esquemas de proteção, principalmente os utilizados na partidas de máquinas
rotativas. )
)
A proteção por relé de sobrecorrente com restrição ( dependência) de
tensão é denominada de 50V ou 51 V. + Função
)
R 3\/0 59
O relé digital de multifunção contém várias funções incorporadas, 64
inclusive a de subtensão 27 e a de sobretensão 59. A característica de )
atuação com respe ito à tensão e à temporização são mostradas na figura
1.3.9. )
)
Neste caso o relé opera quando a tensão sai da faixa de operação
mostrada na figura 1.3.9, inclusive as temporizações podem ser diferentes Figura 1.4.l - Relé de Sobretensão Conectados nos Terminais do 6. Aberto )
para as funções 27 e 59. Neste tipo de sistema elétrico, quan<lo ocorre um defeito cm relação )
à terra, haverá um desequilíbrio de tensão com a conseqüente geração de
)

)
)
)
18 Capítulo I 19
)

) tensão de seqüência zero. Assim, conforme descrito na referência (5], na


) ligação em Ll aberto aparecerá uma tensão de seqüência zero com o valor de
3VO que ativa o relé de sobretensão 59. Apesar de o relé ser de ·sobretensão

)
esta função de proteção é denominada de 64 pela ANSI, dita também de
proteção de terra ou de contato à terra.
)
Por exemplo, no circuito de 13,8 kV dos serviços auxiliares de uma
subestação, proveniente do terciário ligado em Ll do transformador de
~ potência de 3 enrolamentos, utiliza-se a proteção de sobretensão mostrada
) na figura 1.4.1. Note que neste caso, em funcionamento normal, a tensão no
secundário dos TPs é de 115 / ✓3 = 66,4 V.
)
) Em termos fasoriais, tem-se:
) 1
V. = 66,4L0º V
) vb = 66,4L -120° v
) V = 66,4L -
0
240º V RELÉ DIFERENCIAL
) ,
A tensão sobre o relé 59 é:
. . .
VRelé59 == Va + Vb + Vc = zero
)

)
Portanto em funcionamento normal do sistema elétrico a tensão no
relé 59 é nula. Havendo um defeito à terra, no sistema elétrico isolado, as
l 2.1 Relé Diferencial
\
) tensões desequilibradas geram tensões de seqüência zero iguais e em fase no
O relé diferencial é um dispositivo de proteção de um equipamento
) secundário dos TPs, e o relé 59 ficará submetido a
que se baseia no princípio da comparação de corrente eléttica de entrada e
VRelé59 = 3V0 = 3 x 66,4 = 199,2 V saída, podendo haver vanas possibilidades de conexões, sendo
)
simbolicamente representada pela figura 2.1.1.
Desse modo o relé 59 deve ser ajustado com uma tensão bem menor,
por exemplo: Í,aida
Elemento .,
VAjustedo Relé 59 = vnominal < 3Vo Protegido

Na prática, na .figura 1.4.1, é necessário colocar em paralelo com o Figura 2.1.1 - Princípio da Proteção Diferencial
relé 59 uma resistência elétrica (R) de estabilização, principalmente para
A função de proteção fundamenta-se na l ª Lei de Kirch11off aplicada
minimizar as sobretensõcs advindas da própria operação do relé e também ao equipamento, isto é
para atenuar possíveis problemas de ferro-ressonância tão comum neste tipo
de circuito.

1 Í
20 Capítulo I1 Relé Diferencial 21

i ~nt:rada = Ísai'da + ire1·e Elemento


Protegido
(2.U) • •
O dispositivo de-proteção vai atuar do seguinte modo:
Ísafda
a) Se i çntrada ;:;: í sa1da
. ' a corrente i re:1e• = O, e o relé não atua, isto é, o jentrada
(secundário)
(secundário;
Relé
elemento protegido não apresenta defeito.

b) Se i,n1rnda - t,aída :::;; 1,justa do relé' a proteção não atua porque a Figura 2.2.1 - Proteção Diferencial Comum na Operação Normal do
diferença de co1Tente é menor que a corrente de ajuste do relé. Sistema Elétrico
C) Se ícntra<la - i ~a1.da > I i:1.1uste
. do re1e. ' a .proteção arua porque a diferença No caso da figura 2.2.1 em que o sistema elétrico está operando
de corrente é maior que o ajuste no relé. Neste caso há um normalmente, isto é, alimentando uma carga, as correntes de entrada e saída
defeito no elemento protegido. são iguais é o relé não opera. Note que a proteção diferenciai pode ser
empregada em sistemas elétricos radiais e em anéis, sendo que sua zona
A comparação das correntes elétricas é feita por meio de TCs. seletiva de atuação é entre os dois TCs.
A proteção diferencial é largamente empregada na: A figura 2.2.2 apresenta o caso de um curto-circuito fora da zona
+ Proteção de transfotmadores de potência protegida pelos dois TCs.

♦ Proteção de cabos subterrâneos


Elemento
♦ Proteção de máquinas síncronas Protegido

+ Proteção de barras defeito


j relé
♦ Proteção de cubículos metálicos Bobina de Í,- = i1
magn etização do
♦ Proteção de linhas de transmissão curta ..___ relé de
sobrecorrente
A proteção diferencial é denotada pelo número de fonção 87.
Apresentam-se a seguir várias possibilidades do emprego da Figura 2.2.2 - Defeito Fora da Zona Protegida
proteção utilizando o relé 87. Supondo o sistema em anel, as correntes que suprem o curto-circuito
vêm dos dois lados como mostra figura 2.2.2, mas como o defeito ocorreu
l 2.2 Relé Diferencial Comum fora da zona protegida pela proteção diferencial, os dois TCs vêm a mesma
corrente 11 , e o relé não opera.
f: uma proteção cm que se utiliza um relé de sobrecorrcnte 50 ou 51,
fazendo a função 87. A figura 2.2.1 mostra o esquema genérico desta > Já a figura 2.2.3 apresenta um curto-circuito interno à ligação
diferencial.
proteção, em que os TCs têm relação 1:1.

)
)

>
)
)
22 Capítulo TI Relé Diferencial 23
)
) Este esquema de proteção utiliza um relé diferencial percentual
Elemento apresentado na figura 2.3 .1.
) Protegido

) 11 .. TC
Elemento . - TC- h
Protegido L
) t
·1
)
.1
1 r 11
1
- .'2
) 1

)
BOBINA DF,
1
·1 :- i2 N1 BOBTNADE
Figura 2.2.3 - Defeito Dentro da Zona Protegida RESTRIÇÀO N2
OPERAÇÃO
> 1

) Se o sistema for radial a corrente i, = O, e se for em anel a corrente


't- ~-r+ r-
!' -l
) Í 2 será uma corrente de curto-circuito. A corrente que passa pela bobina
magnetizante do relé será i 1 + 12 e a proteção atuará. ' 12 ,,A
) 1
EIXO
l ~ MOLA DA' fENTE

) É importante observar que o uso das ligações anteriores é freqüente. Apesar ~

das ligações anteriores serem usadas, elas apresentam problemas na


) Figura 2.3.l - Relé Diferencial Percentual
ocorrência de elevado curto-circuito fora da zona seletiva, mas muito
próximo ao TC. Isto se dá devido a: Note-se que:
♦ não ser perfeito o casamento <los TCs; ♦ Se o elemento protegido for um cabo subterrâneo, uma máquina
♦ saturação dos TCs; síncrona ou uma linha de transmissão curta, as correntes i, e

♦ carregamento (burden) nos secundários cios TCs, que causam


i 2 serão iguais.
saturação no núcleo; ♦ Se o elemento protegido for um transformador, as co1Tentes Í 1 e
) ♦ outros problemas inerentes ao equipamento protegido. i2 serão d eterminadas pelas relações de transformação do
) transformador e que deverão ser compensadas pelas relações de
As situações acima produzem erros nos TCs, podendo provocar a
) atuação indevida do relé de sobrecorrente que está fazendo a função de transformação dos TCs e, se necessário, pelo emprego de TCs
proteção 87. auxiliares.
)
Para contornar esses problemas é melhor utilizar o relé diferencial _ O esque1:na de ~roteção diferencial percentual apresentado pela
J figura 2.3.1 baseia-se na interação de duas bobinas, que são:
percentual.
) 1
♦ Bobina de restrição, que tem uma derivação central. O campo
magnético gerado nesta bobina de restrição atua atraindo um
12.3 Relé Diferencial Percentual
êmbolo produzindo um torque negativo, isto é, contrário ao
torque ele operação .

. )
)
) '·
24 CapítuJo TI Relé Diferencial 25

♦ Bobina de operação, cujo campo magnético atrai um êmbolo que torque de operação é grnnde e o torque de restrição é nulo, ficando desse
produz o torque positivo. modo, garantida a operação do relé.
O relé 87 irá operar se o torque positivo (-c.) for superior ao torque TC Elemento TC
Í2
negativo (,_). Protegido
O funcionamento básico do relé diferencial percentual da figura
2.3. l baseia-se nos torques gerados nas bobinas de restrições e de operação. Í1 '2
Para analisar melhor o funcionamento, apresentam-se os itens a seguir.
a) Operação normal do sistema elétrico ou defeito fora da zona 11+·12 BOBTNA DE
BOBP.--IADE N1
protegida. N2 OPERAÇÃO
RESTRIÇÃO
Este é o caso em que as correntes secundárias nos TCs do esquema
da figura 2.3.l são iguais (Í 1 = i 2 ). Nota-se que a bobina de restrição é
composta de duas partes enroladas no mesmo sentido, portanto as correntes
'C + 1r-
j2
i, e i 2 produzem um campo magnético concordante que atrai com bastante
EIXO MOLA BATE::NTE
força o êmbolo, produzindo um forte torque negativo. Já na bobina de
operação, a corrente resultante é i 1 - Í 2 == O, ou seja, o torque será nulo.
Figura 2.3.2 - Defeito Interno
Assim, o forte torque negativo (restrição) garantirá a não operação do relé
87. Rsta é grande vantagem desse relé, que se traduz em:
b) Defeito interno entre os dois TCs. ♦ Defeitos externos, o relé fortifica a restrição e enfraquece a
Quando o defeito (cmto-circuito) é interno, ou seja, dentro da zona operação, garantindo a não atuação cio relé.
limitada pelos dois TCs, as correntes i 1 e i 2 dirigem-se ao ponto do ♦ Defeitos internos, o relé enfraquece a restrição e fortifi ca a
defeito. Neste caso, tem-se a inversão da corrente i2 como mostra a figura operação, garantindo a atuação do relé.
2.3.2. O relé diferencial percentual (87) apresentado na figura 2.3.1 é
representado pelo esquema da figura 2.3.3, em que aparece a bobina de
Para dar ênfase ao funcionamento deste relé, supõe-se que a corrente
operação c a bobina de restrição separada em duas partes.
i2 tenha o mesmo valor em módulo da corrente i 1 , deste modo, o campo
Passa-se a obter a expressão analítica de operação do relé diferencial
magnético gerado pela corrente Í 2 , na meia bobina de restrição, tem sentido
percentual, considerando que as correntes i I e i 2 estão referenciadas de
oposto ao campo criado pela corrente 11 , assim, o campo magnético de
acordo com as figuras 2.3.l e 2.3.3.
rcstri çâo n:sultante é nulo, conseqüentemente não existe torque de restrição.
Já a conente resultante Í 1 +12 = 2i 1 , passa totalmente pela bobina de ♦ Na bobina de restrição, age a corrente resultante que é dada por
operação, produzindo um elevado torque positivo. >lote que neste caso, o
1c<>rttn<e de ro.striç:1o =1Í 1 ~ Í 2 1 )

)
)
)
)
26 Capítulo II Relé Diferencial 27
)
)
"l' re!é 87 == T operaç:ão - -,; restrição
Elemento
)
Protegido
) • •
Z- rele 87 = K1 ( 11 - (I +I2
12 ) 2 - K2 .- --
1 2)
2

(2.3.1)
)
No limiar (z-,.1.; 87 =O) do relé 87, tem-se:
Í i -i,
- Bobina de
)
)
íl ◄-
~- operação O=K(I
1 1
-I 2 )2 -K 2 ( 11 +2 12) Y
~ ~ 12
Bo b.~d
mas e re:s nçoes/t. - (2.3.2)
)

) Figura 2.3 .3 - Relé Diferencial Percentual (87)


) Para simplificar, utiliza-se apenas a média dos módulos individuais, Fazendo-se, a = ["K;_ , tem-se
)
isto é VKi
11 + I2 l.-1 =a· I1 +I2
{corrente de rnstriç.5.o ::::::: - -- ' 2 2 (2.3.3)
2
)
cujo torque de restrição será dado por Fazendo-se, y =I 1 - I2 e I I + 1, tem-se a expressao
x = ----, - 2 .3 _.,... ,
)
2 2
) 2 Il + 12 reescrita como sendo a expressão 2.3.4, que é uma equação de uma reta que
Z- resttiç.lo OC (e!> resuíção) a: ( --2-
J passa pela origem dos eixos caiiesianos y - 1 x.

♦ Na bobina de operação, a corrente resultante é, y= ax (2.3.4)


! operação == 1 i l - l 21 Fazendo-se o gráfico da expressão 2.3.3 de T/ - 12 em função de
1 + 12
e para simplificar utiliza-se -1 - n
- , tcm-1,e .
a fig ura 2.3 .4.
2
1aperaçiio =I ! - Í2
Em que:
cujo torque de operação é dado por
a= taga = {K;, que é chamado de inclinação, ou declividade (slope) da
<opcrnção CC (ct> oper>çao )
2
Q (Il - 12)2 VKi
reta do limiar de operação do Jelé 87.
Portanto, desprezando-se a restrição da mola restauradora, o torque O efeito da mola de restauração do relé só aparecerá para pequenas
resultante que age no balancim do relé diferencial percentual é dado pela correntes ele defeito, neste caso, sua ação está representada na figura 2.3 .4, e m que
.l expressão 2.3 .1. a reta não passa pela origem, mas tem um pequeno desvio.
28 Capítulo 11 Relé Diferencial 29

t 1, • 1, Para isso é definido outro termo que é a percentagem da corrente


diferencial 11 - 12 em relação à menor das correntes de retenção I 1 ou 12 .

~ miar de operação Supondo-se que l 2 < It, assim a percentagem diferencial .;p" é dada
1 OPERA por:
p = _1I _- J_2 • 100
I2
Desenvolvendo-se, tem-se:
Devido ao
efeito da
mola I = l00+ p _I
NÃO OPERA 1 2 (2.3.5)
100

~\.._____________
'------" ª 7 11 ; 12
Supondo-se que 11 < 12 , tem-se

l, - 1
p =----1 -J00
Figura 2.3.4 - Curva de Operação do Relé Diferencial Percentual
I,
Desenvolvendo, tem-se
Para o relé diferencial percentual, devem-se fazer dois aj ustes:
a) Ajuste da declividade (slope), que pode ser: I1 = 100 · 1, (2.3.6)
100+ p •
♦ 5 a 25% para máquinas síncronas;
Usando-se no relé diferencial percentual, o percentual "p" de 10% e
♦ 10 a 45% para transformadores de potência. 25%, o gráfico da zona de atuação do relé é apresentado na figura 2 .3 .5.
D eve-se observar que se a declividade for de 25%, que Nota-se que a reta superior da gravata é dada pela expressão 2 .3.5 e a
corresponde a taga = 0,25 e a= arctag0,25 = 14,04°. Quanto reta inferior pela expressão 2.3.6.
maior for a dec lividade, menor é a sensibilidade do relé. Assim, para qualquer operação que produza um ponto dentro da
b) Ajuste do valor inicial ou píck-up do relé para compensar o efeito região hachurada o relé 87 não atua.
Qualquer ponto de operaç:lo fora da gravata representa uma corrente
da mola de restauração, seu valor mínimo é limitado por {J<:;,
VKi diferencial além do ajustado no relé 87 e a proteção atua.
em que K3 representa o efeito da mola. Por exemplo, o ajuste do De uma maneira geral na proteção de transformadores o u máquinas
pick-up ou corrente mínima de atuação do relé, pode ser O, 1A ou síncronas o relé 87 não atua diretamente no dispositivo de abertura do
0,2A, ou o valor recomendado pelo fabricante do relé. disjuntor. O relé atua ativando o relé auxiliar de bloqueio (86), que
providencia uma série de comandos, sendo um deles o disparo da abertura
Pode-se também representar o relé diferencial percentual, cm um
do disjuntor ou disjw1tores, conforme pode ser visualizado na figura 2.3.6.
gráfico da con-cnte de retenção r, em função da corrente de retenção 12 •

)
)
30 Capítulo II Relé Diferencial 31
)
)
) 18
11 (Ampéres
retençAo)

·
+- a =10%

Zona Inoperante
+ 1-E~-1-1....-----,
-s----,.
,,
b
811
U
_1_,w_I_;201-
H • b
) 16
tua
l2SVcc
) 14 52A
BA BA
) 12
11 = 100 + a 12 11 =-100
J.9º+ a 12
100
10

8 Figura 2.3.7 - Esquemático em DC da Proteção Diferencial Percentual

6 Em que:
) l-~=-65°=
L arctg - -1-0Q_ -
100 + 25 VM -+ lâmpada vermelha, indicando disjuntor fechado.
) 4 --\-- . . .

VD -+ lâmpada verde, indicando disjuntor aberto.


) 2
1
\ As notações numéricas são identificadas no apêndice A.
o 100 + 25 \
) 51,34 = are tg 1õii- -- \
Note que na prnteção de linhas de transmissão com relês 50, 51, 21 ,
)
---+---+--+---o-----+->--1, ,___.----+--+--+-----+-+-+----<1----+--+---+---+--+--.............. 12 67, 32, utilizam-se TCs com fator de sobrecorrente de 20, com classe de
) 4 6 8 1O 12 14 16 18 20 22 24 26 exatidão de 10%. Os TCs utilizados na proteção diferencial, os erros dos
(Arnpére.s retenção)
) mesmos influenciam no ajuste do relé, portanto esses TCs devem ter
Figura 2.3.5 - Zona de Atuação do Relé Diferencial Percentual em Forma de precisão analisada para cada caso, e podem ser de classe de exatidão de
) 2,5%, de 5% ou de 10%. Desse modo, em alguns casos, os TCs da proteção
Gravata
) diferencial devem ser melhores do que os TCs das outras proteções.
8
) Transformador ou
. Gerador Síncrono
)
.
)
:.·
~ ···◄···· ...·® :'
86 -·· ··-· ►··-.!

~
,...__ _ _ _ _ _ _--( 87 - - - - - - - - ~

Figura 2.3.6 - Diagrama Esquemático da Proteção Diferencial


A figura 2.3.7 apresenta o diagrama esquemático simplificado cm
l DC da atuação da proteção.
)
32 Teleproteção 33

A filosofia da teleproteção é a mesma da proteção utilizada no


sistema de energia elétrica, com o adicional que a eonfiabilidade da
tecnologia da comunicação é fundamental.
A teleproteção basicamente utiliza 2 processos para a ação de
desligamento do trecho em defeito. Os 2 processos são:
• comunicação efetiva ou não entre os relés, para o bloqueio do
desligamento do disjuntor;
♦ comunicação entre os 2 rclés, para o desligamento efetivo dos
disjuntores.
Na teleproteção a necessidade de se utilizar a proteção principal e
alternativa é irnpo1tante, possibilitando a garantia de seletividade de 100%
da linha de transmissão .
Na teleproteção as vias de comunicação, conhecida como canais
piloto, podem ser de vários tipos:
TELEPROTEÇÃO ♦ fio piloto;
♦ onda portadora (Carrier);
♦ microondas;
l 3.1 Teleproteção ♦ fibras ópticas do tipo:

A proteção que utiliza comunicação entre os relés das barras 7 cabo dielétrico de fibra óptica;
adjacentes de uma linha de transmissão é d~nominada de teleproteção. O 7 cabo OPGW.
princípio básico da teleproteção é a utilização da proteção diferencial (87) a
distância, em que a transmissão do sinal de um relé ao outro é feita pelas Na teleproteção é imprescindível qut: o meio de comunicação tenha
vias de comunicação. Do mesmo modo <la proteção diferencial, o trecho alta confiabilidade e alta velocidade. Isto porque a teleproteção é um
supervisionado (selecionado) para a proteção é o compreendido entre os 2 componente incorporado ao s istema de proteção. Desse modo é importante
rei és. A figura 3. l. l mostra simplificada c esquematicamente a proteção da considerar a segurança do meio de comunicação, principalmente quanto à
linha de transmissão utilizando a teleprotcção. sua exposição física. Geralmente em linhas de transmissão, o sistema de
comunicação abrange todo o cornprimcn to da linha, ficando exposto a toda
Barra A Barra B
sorte de riscos, inclusive o de vandalismo.
Os mecanismos das vias de comunicação são resumi<lamentt:
apresentados a seguir.

1
Figura 3.1.1 - Teleproteção 1 3 .2 Fio Piloto
1
'
1

1 )
)
34 Capítulo III Teleproteção 35
)
) Fio piloto é um condutor fisico utilizado para conduzir (transmitir) o Transformador
sinal de comunicação entre os sistemas de proteção instalados em cada
terminal do elemento protegido.
O condutor, meio de propagação, pode dependendo do tipo de
)
proteção, ser:
o Fios telefônicos; Bobina de
) Operação
o Cabos elétricos;
)
o Fios nus. \ Bobina de
) Restrição 1
A comunicação por fio piloto é feita por um par de condutores, em Restrição 2
) que o sinal de transmissão pode ser efetivado (transmitido) por: Figura 3 .2.1 - Proteção Diferencial do Transformador
)
• Corrente continua (DC) Barra A Barra B
) Lint1a de Transmissão
• Corrente alternada (AC) em 60 Hz;
)
• AC em sinal de áudio.
) s:-- Bcbinade Bobina de __ ,-
~ Operação 1 Operação 2 ..•
O esquema de proteção utilizando fio piloto é mais indicado quando ., ,.,
) o elemento protegido for de pequenas dimensões, tais como: >
Bob,nade \ / Bobir.ade
Restrição 1 Fio Piloto
) Resttiçào 2
cP Transfonnador;
) Figura 3.2.2 - Proteção com fio Piloto
cP Gerador síncrono;
) Identicamente à proteção diferencial comum, nos relés da figura
cP Cabos elétricos, principalmente os subterrâneos;
) 3.2.2 as bobinas de restrições produzem ação para a não operação e as
rP L inha de transmissão curta. bobinas de operação produzem ação para a operação da proteção
) provocando o desligamento dos disjuntores.
Pode-se utilizar o fio piloto para proteção de linha de transmissão
) curta de até 30 km, mas na prática não é muito usado. Simbolicamente a telcproteção, com vias de comunicação através do
)
No tipo de proteção por fio piloto, por exemplo, utiliza-se a mesma canal piloto com o uso de relés 87 em cada tenninal da linha de transmissão,
) filosofia do relé diferencial (87) adotada no transformador de potência, é representada pelo esquema da figura 3.2.3.

) sendo que neste caso a proteção diferencial é feita por 2 equipamentos de Barra A Barra 8
Unha de Transmissão
proteção instalados em cada terminal da linha de transmissão. A figura 3.2.l
) mostra a proteção diferencial (87) de um transformador de potência.
Substituindo o transfom1ador por uma linha de transmissão e
) utilizando a proteção diferencial com o emprego de 2 relês em cada ◄-·-·- Via de Comunicação -·--·►
Cana,! Piloto
terminal, tem-se a figura 3.2.2.
J.
Note que ao se unirem os 2 relés da extremidade da linha de Figura 3.2.3 - Esquema Básico da Teleproteção com Canal Piloto
transmissão, têm-se a constituição do relé diferencial tradicional.
)

36 Capítulo II( T eleproteção 37

No esquema da figura 3.2.2, com o sistema elétrico operando em realidade as correntes de curto-circuito proveniente das barras A e B não são
condição normal, as correntes no circuito secundários dos 2 TCs são iguais e pela cablagem do canal piloto passa a diferença das con·entes.
apresentadas na figura 3.2.4, que é o mesmo caso para um curto-circuito no Pode-se, também, efetuar o mesmo tipo de proteção utilizando o
ponto 1.
esquema de proteção por oposição de correntes. Neste tipo de proteção, em
Barra B operação normal do sistema elétrico, não passa corrente pela cablagem do
Linha da Tran,m,ssão
fio piloto, como mostra a figura 3.2.6.
Barra A

• Linha de Trans1T11ssão

Fio Piloto •
Figura 3.2.4 - Operação Normal
Nesse caso, com não há defeito na linha de transmissão, a conente é
a mesma no início e no final, desse modo, as correntes secundárias nos TCs
são as mesmas e não passa correntes pelas bobinas de operação nos 2 relês
operação
das extremidades. As co rrentes passam somente pelas bobinas de restrições
garantindo a não operação dos relés. Uma característica deste tipo de Figura 3.2.6 ·· Proteção por Canal Piloto em Oposição na Operação N01mal
esquema de proteção é que na operação normal cio sistema elétrico sempre
circula corrente pela cablagem do canal piloto. Assim, quando ocorre um Havendo um defeito na linha de transmissão, uma das correntes de
defeito na cablagem do canal piloto, devidamente a proteção pode provocar curto-circuito inverte-se na extremidade, o que, por sua vez. determina a
o desligamento do elemento protegido. condução de corrente pela cablagem do canal piloto, com mostra a tigur.i
3.2.7.
A figura 3.2.5 mostra o sentido das correntes elétricas para o caso de
curto-circuito na linha de transmissão. Barra a

Barra A Barra B
• Linha de Transm,ssão

Linha de Transmissão i' • i' rÍ



• Curto-circuito

"'"-Bobina de
restrição operação
Fio Pil010
Figura 3.2.7 - Defeito na linha de Transmissão
Figura 3.2.5 - Curto-circuito na Linha de Transmissão
Nesse caso de curto-circuito na linha de transmissão, a título de
Neste exemplo da figura 3.2.7, foi considerado que i = i1 .
exemplo, supõe-se que as correntes I e I' são iguais em módulo. Assim,
deduz-se que não passa corrente pela cablagem do fio piloto e toda a
con-ente passa na bobina de operação de cada rd6 com o conseqüente l 3.3 Fibra Óptica
dbparo dos disjuntores, em cada extremo da linha de transmissão. Na
)

)
38 Capítulo III Teleproteção
) 39
) No esquema apresentado na figura 3.2.3 o canal de comunicação © Rapidez na transmissão do sinal luminoso;
) pode ser feito por um cabo dielétrico de fibra óptica, como está representado
na figura 3.3.1. © Precisão nos dados transmitidos;
)
Barra A © Disponibilização de vários canais de comunicação possibilitando
) Unha de Transmissão as realizações de outras funções, tais como: telefonia, medição,
• •
) • supervisão e controle, transmissão de sinal de áudio e de vídeo,
• principalmente para ações de segurança do monitoramento do
) pátio das subestações;
© Mudança de ajustes de relés;
© Possibilidade de ações de autodiagnose na integridade do sistema
) Transdutor de proteção com respeito aos relés e Jas fibras ópticas e
Fotoelétrico
) transmissão do sinal;

) Figura 3.3.1 - Teleproteção com Cabo de Fibra Óptica © Canal de comunicação dedicado e seguro para as ações de
Este esquema de teleprotcçào é similar ao de fio piloto, em que o transferência de sinal objetivando o bloqueio ou o disparo do
) disjuntor remoto;
meio fisico da via de transmissão é constituído por um cabo de fibra óptica.
)
Neste tipo de teleproteção, o sinal elétrico obtido no relé 87 é dirigido ao © Pequena atenuação do sina] transmitido cobrindo grandes
) transdutor fotoelétrico, que o transforma em um sinal luminoso equivalente. distâncias de comunicação;
) O sinal luminoso, que tem uma freqüência dentro do espectro do
© Separação galvànica entre os circuitos elétricos do sistema de
infravermelho, é transmitido pela fibra óptica ao outro terminal, assim se
) proteção com o sistema de fibras ópticas;
estabelece à comunicação entre os rclés dos tetminais da linha de
) transmissão. © Grande largura de banda;
) Com a informação das conentes nos 2 terminais da linha de © Extremamente leves.
) transmissão, e de acordo com o esquema de proteção adotado, os rclés A fibra óptica é constituída de um núcleo de sílica, revestido com
podem: uma camada de silicone. Para confinar a inda mais os raios luminosos dentro
)
rP não operar; do núcleo de sílica da fibra óptica, há necessidade de aumentar o índice de
) refração. Com esse propósito dopa-se a fibra com GeO2 (dióxido de
e? operar; germânio) e SiO2 (dióxido de silício).
)
)
rP bloquear a ação de desligamento do disjuntor remoto;
As fibras ópticas de acordo com o tipo de transmissão e índico;:: de
~ permitir o desligamento de um disjuntor remoto; refração podem ser:
)

) .rP bloquear o religamento. ♦ Fibra óptica monomodo, que utiliza diâmetros de 9 ~w1 e 1O
As vantagens da utilização da fibra óptica no esquema de proteção µm, com comp1imento de onda (À.) de 131 nm c 1550 nm,
da figura 3.3.1 são: tem menor atenuação no sinal, é empregada para grandes
J distâncias de transmissão;
© O cabo de fibra óptica não está sujeito à interferência
)
eletromagnética e eletrostática; ♦ Fibra óptica multimodo que se divide em:
)

Capítulo IU Teleproteção 41
40

~Índice degrau que tem dois índices de refração, um Cabo OPGW (Optical Ground Wires) é um cabo condutor metálico,
para o núcleo e outro para a casca. São fibras grossas onde coaxialmente estão instalados os cabos de fibra óptica. Ver figura
com diâmetro de 100 ~Lm a 850 µm. Sãó empregadas 3.4.1.
em distâncias curtas. -..!."- Fibra Ótica
t/:)Índice gradual que apresenta índice de refração
variável, a dimensão do núcleo é de 50 µm, 62,5 µm e
Cabo de Fibra
100 µm, e da casca de 125 ~Lm. e 140 µm. Podem ser ,-'" Ótica ~:.-
usadas em maiores distâncias com atenuações de l a ~ _,,,/

6 dB/krn. ~
, e apa -~ ..c:~
~ -.......,.,.--
A fibra óptica multimodo, tem diâmetro do núcleo de 50 ~Lm, 62,5 Alumínio __.
µm e 200 ~Lm, com comprimento de onda da luz emitida na ordem de 650,
820 e 1300 nm. Figura 3.4.1 -- Cabo OPGW
Os transdutores (conversores) fotoelétricos dos relés em cada O cabo OPGW é utilizado como cabo de cobertura (cabo pára-raios
tenninal da linha de transmissão devem ser compatíveis, isto é, devem gerar ou cabo guarda) de uma linha de transmissão. Ver figura 3.4.2_
sinais luminosos com o mesmo comprimento de 011da. Os cabos de fibra
óptica podem ser simples ou acompanhados de um cabo (guia) de aço. O
cabo de fibra óptica com guia de aço possibilita lançar o cabo em maiores
vãos entre torres de transmissão e resguarda de tensionameotos mecânicos
nas fibras.
A perda de sinal na fibra óptica é medida em dB. Deve-se considerar
as perdas em dB em todo o sistema de transmissão do sinal de fibra óptica,
concernentes às emendas, às conexões e os cabos propriamente dito.
F~•~C. .-··,....,,...,.--··
······:J
---~--··
..------····
Por exemplo, G cabo de fibra óptica de 9,3 µm tem perdas de:
♦ 0,4 dB/km para"),= 131 O nm;
♦ conector, perdas de 2 dB/conector; Isoladores

♦ emenda, perda de 0,4 dB/emenda.


A distância de comunicação direta entre relés fica limitada pela
geração de sinal no conversor e pelas atenuações de sinal no sistema de
comunicação. Estas limitações restringem a operação direta entre relés cm
torno de 50 km.
Figura 3.4.2 - Cabo de Cobertura do tipo OPGW
O cabo de cobertura está aterrado na torre de transmissão. Assim, na
l 3.4 Cabo OPGW 7 ocorrência de uma descarga atmosférica, o raio será captado pela pa1ie
metálica do cabo ele cobertura, será conduzido até à torre mais próxima, e
)
1 ·1
1 1
) Teleproteção 43
42 Capítulo IH
)
) será escoado a terra pelo aterramento (contrapeso) do pé da torre. Esta © Serviços para companhias telefônicas ou de TVs não
) condução do raio não afeta a transmissão do sinal luminoso dentro do pertencentes à empresa. lsto é, podem-se comercializar os canais
núcleo da fibra óptica. excedentes para empresas particulares.
)
O esquema da teleproteção e da via de comunicação é apresentado
)
simbolicamente pela figura 3.4.3. [ 3 .5 Onda Portadora
)
Barra A Barra B
Unha de Transmissão A transmissão por onda portadora é feita utilizando o meio fisico,
) • • isto é, o próprio cabo condutor da linha de transmissão para a propagação do
) • • sinal de comunicação. O sinal a ser transferido é modulado na onda
portadora, é injetado na extremidade da linha de transmissão e é recebido na
outra extremidade onde é demodulado, isto é, o sinal é separado da onda
) portadora. Este sistema é conhecido por OPLAT - Onda Portadora sobre
) Linha de Alta Tensão. O esquema da figura 3.5.1 mostra os elementos
Trans:issor1 básicos da teleproteção com onda portadora (Sistema Carrier).
) CaboOPGW
r===========I Receptor Bobina de
) Canal de comunicação de
Bloqueio Canal de
Sinal Barra TC de Carrier Comunicação
)
Figura 3.4.3 -Teleproteção com Cabo OPGW
) Linha de
Neste tipo de teleproteção a comunicação entre os relés é feita pela Transmissão
)
transmissão do sinal pelas fibras ópticas contidas no cabo OPGW,
) possibilitando efetuar vários esquemas de proteção. Apenas para ilustração, TP
L
) por exemplo, o cabo OPGW com 18 pares de fibras ópticas pode trafegar ~----,.r_.. . . r-'.....
=----,

em cada par, 7560 canais, perfazendo no total 136.080 canais de


) comunicação.
)
A transmissão com OPGW pode cobrir grandes distâncias com a T ransmissor 11
e
) introdução de repetidora de sinal. Receptor :•••••••••••••n•;

Carrier
) Desse modo, pode-se utilizar a transmissão de sinal pela fibra óptica,
) par.a o uso da:
Chave
) © Proteção;
) © Comunicação telefônica; Figura 3 .5.1 -Teleproteção Onda Portadora (Carrier)
J © Transmissão de sinal de TV; O sinal é transmitido por uma onda po11adora de alta freqüência na
) © Comunicação via Internet; ordem de 20 a 400 kH7., que se superpõe à corrente elétrica {60 Hz) da linha
1 de transm1ssão. Cada sinal, com sua respectiva freqüência, propaga-se
) !1 © Comunicação do sistema de supervisão e controle; independentemente como se o outro sinal não existisse, apenas seus efoitos
)
1
são somados. O receptor, no outro extremo da linha de transmissão, que está
1
)

)
44 Capítulo III Teleproteção 45

Rádio Navegação
sintonizado na freqüência Carrier, absorve apenas o sinal da onda portadora,
sendo que a con-espondente demodulação extrai o sinal da informação: 20kHz 30kHz 400kHz 535kHz

Para a finalidade de usar o sistema Carrier por onda portadora na


teleproteção, há necessidade de apenas apresentar a figura 3 .5. l de modo
16kHz 200kHz
.., _ __ --------- - Faixa Carrier -- - --- - ------ ...
405kH-z
-----
Rádio Difusão

mais simplificado, como mostra o desenho da figura 3.5.2. Figura 3.5.3 - Faixa de Freqüência Carrier
Bobina de
Bloqueio de Canal de
Barr.a B
Freqüências menores que 20 kHz prejudicam o acoplamento com os
Barra A TC Carrler Comcnicação TC
l-0 , ~.n 'ÕÕWL----,--------,---'õõõQ' e-,,-, D-l DCPs, e para freqüências maiores que 400 kHz as perdas de transmissão do

L-e , 1

...L
Linha tfe Transmissào
Capacitar
1

- · 8 ! sinal são mais acentuadas e também começa a haver interferências com os


serviços de rádio.
O sistema de proteção que utiliza onda portadora (Carrier) depende
T R R T muito da integridade dos condutores da linha de transmissão. Sendo
prejudicados nos seguintes casos:
® Abertura dos condutores da linha de transmissão;
Figura 3.5.2 - Sistema Carrier ® Curtos-circuitos;
Em que T representa o transmissor e R o receptor da onda portadora ® Manobras de disjuntores;
Canier.
0 Interferências eletromagnéticas;
Os equipamentos que constituem o sistema de transmissão por onda
portadora podem utilizar a tecnologia di-gital, porém a transmissão da onda ® lnterferência eletrostática.
portadora pela linha de transmissão é feita sempre no modo analógico.
O sistema completo da transmissão por onda portadora (Carrier), l 3.61\tlicroondas
sucintamente é composto pelos seguintes equipamentos: Na transmissão por microondas o meio de propagação do sinal é pelo
♦ Bobina de bloqueio do Carrier; ar. O sinal é transmitido numa freqüência de 900 kHz a 20 MHz. O sinal de
alta freqüência da microonda é dirigido por antenas parabólicas de ponta a
♦ Divisor Capacitivo de Potencial (DCPs);
ponta. Por este motivo as antenas parabólicas devem estar colocadas cm
♦ Equipamento de sintonia; torres de comunicação para que sua visada tenha longo a.lcance. Ver figura
3.6. l.
♦ Transmissor Car.rier;
A faixa de freqüência deste sistema de comunicação é:
♦ Receptor Carrier;
♦ UHF de 300 MHz a 3 GHz;

Filtro da onda.
♦ Microondas de 3 GHz a 30 GHz.
O capítulo 2 da referencia [5] foi dedicado ao equipamento DCPs
contendo o seu funcionamento e utilização. O sistema de comunicação por microondas é muito complexo e caro.
A faixa de freqüência utilizada para a propagação de sinal confinada
As antenas parabólicas devem estar direcionadas umas em relação às
na linha de transmissão, em comparação com outras freqüências, é mostrada
outras, de modo que o sinal seja transmitido entre as torres de comunicação
na figura 3.5.3.

)
)
46 Capítulo III Teleproteção 47
)
) até o seu destino final. Em condições favoráveis a máxima distância entre e) Sistema ·de Transferência de Disparo Direto por Subalcance (Direct
duas torres pode ser de até 60 km. Underreach Transfer Trip - DUTT);
~
Antena d) Sistema de Transferência de Disparo Permissivo Por Subalcance
) (Permissive Underreach Transfer Trip--: PUTT);
Parabólica
) ➔ e) Sistema de Transferência de Disparo por Sobrealcance (Permissive
) Overreach Transfer Trip- POIT).
) Existem vários sistemas de proteção que utilizam os esquemas
) anteriores ou suas variantes, sendo que alguns serão apresentados nos itens a
seguir. Neste tipo de esquema qualquer relé pode ser utilizado, sendo os
) Cabo Guia mais usuais os relés 21 , 67, 50, 51.
) ~----- de
Microondas
) l 3.8 Sistema de Bloqueio por Comparação Direcional
)
O sistema de bloqueio por comparação direcional (CDB), conhecido
) Equipamento de também por Blocking, utiliza o sistema de comunicação para enviar um sinal
Transmissão e para bloquear, isto é, para não permitir a operação de abertura do disjuntor
)
Recepção remoto adjacente. Por este motivo, o sinal enviado pelo canal de
) comunicação será utilizado para impedir a operação de desligamento do
) Figura 3.6. l -Torre de Comunicação de Microondas disjumor, mesmo que a proteção local que::ira abrir o disjuntor. O sinal é de
) bloqueio da abertura do disjuntor, <laí advindo o nome sistema de bloqueio
Este sistem~ sofre influência das condições atmosféricas, sendo um por comparação direcional.
) problema para a fidelidade desse sistema de transmissão, principalmente
para a teleproteção. A vantagem desse sistema é que a comunicação Para o caso de proteção principal e alternativa, quaudo se têm 2
)
independente dos efeitos das correntes de curtos-circuitos na linha de sistemas de proteção separados e independentes por terminal da linha de
transmissão e das interferências eletromagnéticas geradas na subestação. transmissão, é garantida a atuação da proteção local, sem preocupação com
a obrigatoriedade da atuação da proteção de retaguarda remota.

) Pode-se utilizar o sistema ele bloqueio por comparação direciona!


:l._7
' -Tipos
~de -Sistemas
--- de 2
Teleproteção
- - - ~ ~ - --7__J ( CBD), apresentado a seguir, cujo diagrama unifilar é mostrado na figura
Os sistemas complexos de proteção que utilizam a técnica de 3.8. l.
comunicação entre subsi!>1emas de proteções são conhecidos genericamente
por teleproteção. As proteções e as comunicações entre relés podem ser
efetuadas com o emprego de várias técnicas, denominadas:
a) Sistema de Bloqueio por Comparação Direcional ou Sistema de
Comparação Direcional por Bloqueio - CDB - (Blocking);
)
b) Sistema de Comparação Direcional p or Desbloqueio - CDD -
( Unblocking); Figura 3.8. l - Diagrama Uni.filar cio Sistema Elétrico para a Proteção C.OB
)

48 Capítulo III
-----:-----------------_:!.~
Teleproteção

21S-+ contato do relé 21S;


49 )

No diagrama uni filar da figura 3 .8 .1 está apresentado somente à


proteção primária da LTAB de uma configuração em anel. BA ➔ bobina de abertura do disjuntor;
Na barra A, o relé 21 P está direcionado no sentido ·da linha de TR -+ transmissor, equipamento que envia o sinal de comunicação para
transmissão LT AB e sobrealcança a barra remota B e vai até, por exemplo, a a barra remota;
40% da próxima linha de transmissão, LTBc, e o relé 21S (instantâneo) está
RC -+ receptor, equiparnento que está sintonizado para receber o sinal
direcionado ao sentido contrário (reverso) e alcança a barra adjacente, ban-a
de comunicação enviado pelo transmissor da barra remota. Quando o
D, como mostrado no esquema da figura 3.8.1.
receptor RC recebe o sinal ele comunicação, o seu contato RC abre;
A filosofia do CDB é que sempre que o relé 21 S vê o defeito, um
Relé de Tempo - fecha o seu contato To quando transcorre o seu tempo
sinal de comunicação é enviado para a outra barra para não deixar que o
ajustado. O tempo de ajuste To= 6 a 20 ms. O tempo de ajuste TO é um
disjuntor abra, isto é, o sinal é enviado para BLOQCEAR a abertura do
tempo muito baixo, mas deve ser maior que o tempo da propagação do
disjuntor da barra remota. Na proteção da figura 3 .8.1, as zonas de atuação
sinal de transmissão de uma barra a outra. Ou seja, T O > Tempo de
do relé 21 são designadas por P e S, em que P significa proteção piloto 01.1
propagação do sinal pelo sistema de telecomunicação. Este tempo To
principal e S significa Srart, ou seja, partida (disparo) do transmissor que
muitas vezes já vem incorporado no equipamento fornecido pelo
envia um sinal pelo sistema de telecomtmicação para a outra barra.
fabricante, e está fixado entre 15 a 20 ms.
O diagrama funcional em DC do s istema de bloqueio por
Passa-se a seguir a analisar a atuação da proteção para os defeitos
comparação direcional aplicado ao diagrama unifilar da figura 3.8.1 está
assinalados no diagrama uni filar da figura 3 .8.1.
mostrado na figura 3.8.2.
a) Defeito no ponto F 1 da linha L TAB•
Relé de Re!é de
+ +
Tempo As proteções das barras A e B, ataarào com ·o acionamento dos
seguintes contatos.
Terminal A
♦ Fecha o contato 21P que energiza o relé de tempo;
♦ Transcorrido o tempo To, o relé de tempo fecha o s.eu contato T 0;
♦ O disjuntor A é desligado.
Terminal B
21S
- -r TRl----1 ~ ♦ Fecha o contato 21P que energiza o relé de tempo;
·- ~ ♦ Transcon-ido o tempo To, o relé de tempo fecha o seu contato T 0;
Figura 3.8.2 - Diagrama Funcional em DC do CDB
♦ O disjuntor B é desligado.
Em que:
Note que neste caso, nenhuma proteção 21S viu o defeito, portanto
21 ➔ relé ele distância. Poder-se-ia utilizar um outro relé no lugar do nenhum sinal de comunicação foi enviado.
relé 21, por exemplo, o relé 50 ou o relé 67;
b) Defeito no ponto F 2•
21P-+ contato do relé 21P;

J
) ~

) 50 Capítulo IH
T
)
1 Teleproteção 51
) Este defeito é fora da LTAu, portanto nenhum disjuntor deve ser
desligado. promove a abertura do contat? RC. Esta função é feita por um relé 85
) auxiliar. O funcionamento base1a-se no esquema mostrado na figura 3.8.3.
A seqüência de atuação da proteção é a que segue:
) RC
)
Terminal B
) ♦ Fecha instantaneamente o contato 21S;
) ♦ Ativa-se o transmissor B, que envia um sinal pelo sistema de
telecomunicação para o receptor A da barra A.
j Terminal A
1 Sistema de
) ♦ Fecha instantaneamente o contato do relé 21 P; Telecomunicação
) ♦ O receptor A recebe o sinal do transmissor B e abre o seu contato
RC. Note que o contato RC estando agora aberto, não será mais
) Figura 3.8.3 - Relé 85
possível efetuar a operação de abertura do disjuntor A, isto é, o
) disjuntor A está bloqueado; Quando o receptor recebe um sinal de comunicação, ativa o relé 85
) que promove a abertura do contato RC. O relé 85 tem também outros
• O relé de tempo fecha o seu contato To no tempo T0. Note que o
contatos auxiliares NA e NF, para realizar outras funções. Geralmente,
) tempo To> tempo da propagação do sinal de comunicação entre
as barras; provoca-se um retardo intencional no tempo de rearme do relé 85, a fim de
) evitar problemas na proteção de linhas operando em paral~lo.
) ♦ O disjuntor A permanece fechado, cm operação normal. No esquema de proteção apresentado, a seletividade é de 100% da
) O problema neste tipo de sistema de proteção de bloqueio por linha de transmissão com um tempo de atuação de To.
comparação direcional é que:
)
® Se houver um defeito no sistema de telecomunicação, de modo
que o sinal seja enútido indevidamente, a abertura do disjuntor
l 3.9 Sistema de Desbloqueio por Comparação Direcional
fica bloqueada, independente da atuação da proteção local. Sistema de protc::ção de desbloqueio por comparação direcional
(Unblocking) será analisado em relação ao diagrama uni filar <la figura 3.9.1.
® Se houver uma falha no sistema de telecomunicação, de modo
) que o sinal transmiüdo não chegar no receptor remoto, poderá
haver atuação indevida da proteção local para defeito fora da
)
linha de transmissão. Fato este que geralmente ocorre neste tipo
de esquema de proteção.
Como não se sabe se há defeiro no sistema de telecomunicação, há p
necessidade de uma constante vigilância no sistema para garantir o seu
desempenho. fi"unl
o 3.9. l - Oiagrama Unifilar

O esquema funcional apresentado na figura 3.8.2 é simplificado, na Os relés de proteção de cada barra têm direcional idade para a linha
de transmissão com sobrealcance da linha adjacente.
realidade o esquema é mais complexo e, pode-se citar que o receptor não
1
- 1
)

52 Capítulo III Teleproteção 53

A filosofia do sistema de proteção de desbloqueio por Se o sinal guarda está em funcionamento é porque o sistema de
comparação direcional (CDD) é manter um canal de comunicação sempre telecomunicação está em funcionamento normal.
ativo e mantido numa freqüência chamada de guarda Portanto, o sinal A seguir apresenta-se a atuação das proteções para os defeitos
permanente no canal é indicativo que o canal de transmissão de assinalados no diagrama uni filar da figura 3 .9 .1 .
telecomunicação está funcionando em perfeito estado, isto é importante
porque é uma garantia de que quando houver defeito no sistema elétrico o a) Defeito no ponto F, dentro da LTAB.
canal de comunicação está pronto para enviar um novo sinal de desbloqueio Os relés operam na seguinte seqüência:
em uma nova freqüência, diferente da freqüência do canal guarda. O sinal de
desbloqueio é sempre no sentido de promover o desligamento do disjuntor. Terminal A

Na operação normal do sistema elétrico, no sistema de proteção ♦ Fecha o contato P do relé da barra A;
CDD, é sempre enviado. permanentemente, um sinal de guarda (na ♦ Ativa-se o transmissor A, que muda a freqüência do sinal de
freqüência guarda) entre os sistemas de proteção da barra A e B, que comunicação transmitido. A freqüência do sinal é comutada da
mantém aberto o contato que está em série com a bobina de abertura do freqüência de guarda para a freqüência de desbloqueio;
disjuntor. Havendo defeito no sistema elétrico a proteção troca a freqüência
do canal de comunicação para freqüência de desbloqueio, que será enviada ♦ O receptor A recebe o sinal de comunicação na freqüência de
para a outra barra, no sentido de permitir o desligamento do disjuntor desbloqueio que foi enviada pelo transmissor B. O receptor A
remoto. fecha o seu contato RC;

Portanto a lógica do CDD é: • Ativa-se a bobina de abertura BA que promove o desligamento


do disjuntor A.
7 freqüência de guarda significa operação normal do sistema e os
disjuntores devem permanecem fechados; Terminal B

7 Freqüência de desbloqueio significa defeito no s istema elétiico e Seqüência igual a do terminal A.


os disjuntores devem ser desligados. Observa-se que o sinal na freqüência de desbloqueio provoca o
O esquema funcional do diagrama unifilar apresentado na figura desbloqueio (permissão) de operação de <lesligamento do disjuntor.
3.9.1 está mostrado na figu ra 3.9.2. b) Defeito no ponto F2 fora da LTAn•
+ + A seqüência de atuação dos relés é:

-11 ·
p
oRCo----- -
BA BA p Terminal B
A proteção deste tenninal não vê o defeito cm F2, portanto nada

~~ _____
acontece.
♦ O receptor 8 recebe o sinal do transmissor A na freqüência de
. f
Sistema de
desbloqueio e fecha o seu contato RC, mas não há operação do
.. -@_LJ;---.__ Telecomunic.ição
.... disjuntor B porque o contato P permanece abe,to .

Figura 3.9.2 - Funcional em DC do CDD Terminal A


A proteção deste terminal vê o defeito F2 e:

)
- !

54 Capítulo III Teleproteção 55

) ♦ Fecha o contato P do relé A; reverso que deverá cobrir todo o circuito da linha de transmissão reversa
(anterior). O esquema funcional em DC de cada sistema de proteção está
♦ Ativa-se o transmissor A, que pennuta a freqüência do sinal que apresentado na figura 3. 10.2.
} é enviado para a barra B.
+
) Note que não há operação do disjuntor A, porque o receptor A não
) recebe sinal na freqüência de desbloqueio.

}
Observação: Este sistema de proteção de desbloqueio por
!
!
comparação direcion.al (CDD) é mais simples que o CDB, é mais confiável
' ' devido à existência pcm1anente do sinal guarda. Normalmente o tempo de
comutação do sinal de comunicação dá-se em 5 ms.
)
} 3.1 O Sistema de Bloqueio por Comparação Direcional -
)
Variante
) Este esquema é utilizado na proteção tradicional com relés de
distância que usufmi_ do sistema de comunicação.
)
Para assimilar com mais propriedade estes fundamentos, o diagrama Figura 3.10.2 - Esquema Funciona em DC do Sistema de Proteção por
) Bloqueio por Comparação Direcional
un ifilar da figura 3 .10.1 mostra as zonas de atuação do sistema <le proteção
) instalado nas banas A e B com sentido direcional para dentro da linha de Em que:
) transmissão, isto é, como indicado pelas setas sobre os TCs.
1 ' Z1 ➔ contatos NA e NF da l" zona (instantânea) do relé de distància 21;
) ! 1 FD Direcional 67A
! I' Z2 ➔ contato da 2ª zona (temporizada = T 2) do relé de distância 21;
ZR
1 Z3 ➔ contato e.la 3" zona (temporizada= T 3) do relé de distância 21;
!
ZR - contato da zona reversa de atuação (instantânea) do relé de
)
distância 21R;
)
TR -+ Transmissor do sinal Carrier para a barra remota;
)
1
RC -+ Receptor do sinal Carrier proveniente da barra remota. Quando o
) t Receptor RC recebe um sinal Carrier o seu contato RC abre
instantaneamente;
FD Direcional 678
1
FD -+ contato da unidade direcional 67;
) Figura 3.10.1 - Alcance elas Zonas dos Rdés 21 To ➔ é um tempo rn uito baixo, porém maior que o tempo da propagação
do sinal de transmissão Carríer de uma barra a outra. Ou seja, Tu >
Neste esquema os relés de distancia 21 têm seus ajustes de zonas de
Tempo de propagação do sinal Carrier;
atuação e suas correspondes temporizações indicadas no item 5.8 da
referencia [46]. Alimentado pelo mesmo TC, há um relé de distância T 2 = 0,4 a 0,5s ➔ temporização da 2ª zona do relé de distância 21;
)

)
)
56 Capítulo III
T
' Teleproteção 57

T3 = l s ➔ temporização da 3ª zona do relé de distância 21. Terminal B:


Passa-se a analisar o funcionamento da proteção de açordo com seu 7 Fecham simultaneamente os contatos FD, Z 2 e 23;
diagrama funcional para alguns pontos assinalados na figura 3. 10. l. 7 Ativa-se o relé de tempo, que transcorrido o tempo To fecha o
a) Defeito no ponto F1 do diagrama unifilar da figura 3.10.1. contato To, provocando o disparo do disjuntor B.

Os relés de proteção atuam do seguinte modo: O tenninal A da linha de transmissão LT.w foi desligado
instantaneamente pelo disjuntor A e o tenninal B foi aberto no tempo To que
Term-inal A: é muito baixo. Note que aqui também não houve necessidade do sistema de
v Fecham simultaneamente os contatos FD, Z 1, Z2 e Z3 e o contato telecomunicação.
Z1 NF abre-se; e) Defeito no ponto F3 do diagrama unifilar da figura 3.10.1.
-$,- Através dos fechamentos dos contatos FD e Z 1 ocorre a ativação Os relés de proteção atuam do seguinte modo:
da bobina de abertura BA e o desligamento do disjuntor A .
Terminal B:
Terminal B:
7 Fecha instantaneamente o contato ZR;
-$,- Fecham simultaneamente os contatos FD, Z1, Z2 e Z3 e o contato
Z 1NF abre-se; 17 Ativa-se o transmissor TR que envia um sinal Carrier para o
receptor A da barra A.
-$,- Através dos fechamentos dos contatos fD e Z1 ocorre a ativação
da bobina de abertura BA e o desligamento do disjuntor B. Terminal A:
Neste caso os 2 disjuntores A e B da L T1,s foram desligados 7 Fecham simultaneamencc os contatos FD, Z2 ~ Z.,;
(abertos) instantaneamente. Note que para este tipo de defeito dentro da 7 Ativa-se o relé de tempo;
linha de transmissão, na qual é visto pela l" zona dos 2 relés tenninais,
nenhum sinal de comunicação foi ativado pelo transmissor TR, porque 7 O receptor RC recebe sinal Carcier do transmissor TR da Barra
B. Ao receber o sinal Carrier, o receptor RC abre o seu contato
nenhum relé de distância reverso viu o defeito e os contatos ZR
permaneceram abertos e ainda os contatos Z 1 NF foram abertos. Note que RC;
pelo esquema do diagrama funcional da figura 3.10.2, quando o defeito está 7 O relé de tempo no lempo To fecha o seu contato To. Note que
dentro da lª zona, o relé de distância atua prioritariamente e agora não há desligamento do disjuntor porque o sinal Carricr
l
; instantaneamente no disparo do disjuntor, não havendo necessidade do sina1 recebido pelo receptor abriu o contato RC antes do fechamento
j de comunicação do Carrier. do contato T 0. Esta ação é que dá o nome deste esquema· de
i 1
b) Defeito no ponto .F2 do diagrama unifilar da figura 3.10.1.
proteção, ou seja, o sinal Carrier transmitido bloqueou o disparo
do disjuntor A. Observa-se aqui há necessidade de ter-se To >
l Os relés de proteção atuam do seguinte modo: Tempo de propagação do sinal Carricr da barra B até a barra A,
! Terminal A: isto é, o receptor da barra A deve receber o sinal Carrier e abrir o
i: contato RC antes que o relé de tempo feche o seu contato To.
i 1 f- Fecham simultaneamente os contatos FD, Z1, Z2 e Z3 e o contato Além do mais, o tempo To deve ser o menor possível, porque
l 11
1 ' Z 1 NF abre-se; quando o relé da outra bana vê o defeito dentro de sua 1ª zona,
v Ocorre a ativação da bobina de abertura BA e o desligamento do esta info1mação é imediatamente passada via Carricr para que o
disjuntor A.
'1
t;

'i )
r
)
!
58 Capítulo HI ! TeJeproteção 59
)
)
relé da barra adjacente abra com certeza o seu disjuntor no tempo z, z,
Relé de Relé de
) To. - - ~ Tempo Tempo
FD T2 z2 FD
) 1 Observação l: Para o defeito no ponto h, a proteção da 1ª zona do relé B da
) L T BC deve atuar instantaneamente, somente em caso de defeito desta H
proteção, deve atuar a 2ª zona do relé 21 da barra A no tempo T 2 . T3 Z3
1 BA
H
Observação 2: No esquema de bloqueio por comparação direcional (CDB), BA
RC
o sistema de telecomunicação dedicado à proteção nunca promove o disparo
\ cio disjuntor, atuando somente no sentido de bloquear o disparo do disjuntor. + +
) Portanto, quando há um defeito no sistema de telecomunicação a proteção
torna-se a convencional.
)
Apresenta-se a seguir outro tipo de proteção de bloqueio por Sistema de
} comparação direcional (CDB) para um sistema de proteção primária e Telecomunicação
) alternativa, com zona de seletividade de 100% da linha de transmissão e não
há risco de disparo do disjuntor, porque a ação do receptor não consegue de Figura 3.11. l - Esquema Funcional do Sistema de Transferência de Disparo
modo algum provocar o disparo do disjuntor. Direto por Subalcance
)
Barra A Barra e
)
)
l 3.11 Transferência de Disparo Direto por Subalcance
Transferência de disparo direto por subalcance aplicado a um
j
sistema elétrico é quando o sinal de comunicação é utilizado para efetuar a l _____ _ Transferência de Disparo Direto _ _ _ _ Reato<

) operação de desligamento direto do disjuntor. Este tipo de proteção também Via de Comunicação
é conhecido por DUTT - Direct Underreach Trans.fer Trip.
figura 3.11.2 - Transferência de Disparo para a Barra Remota
)
O diagrama unifílar e a zona de atuação dos relés é o mesmo
Se ocorrer defeito no reator os 2 disjuntores deverão ser desligados,
apresentado na figura 3.10.1, sendo que o esquema funcional em DC é
scnd,o que o disjuntor remoto da barra A é disparado diretamente pelo sinal
mostrado na figura 3 .11 .1.
envi~do pelo sistema de comunicação da barra B.
í Note que o sinal de transferência provoca o disparo do disjuntor.
}
l A figura 3.11.3 mostra uma fotogratía de um reator de linha
Neste esquema caso haja um defeito no sistema de comunicação qtLC manobrável com disjuntor no terminal do aterramento.
) provoque uma transmissão indevida de sinal, o disjuntor da barra remota
será desligado.
l 3.12 Transferência de Disparo Permissivo por Subalcance
1 1
1
Uma variante deste esquema é a utilização do disparo direto do
disjuntor da barra remota, quando é necessário o desligamento de um Este sistema de proteção também é conhecido por PU1T
1 equipamento que não tenha disjuntor próprio. Por exemplo, é o caso do Permissive Underreach Trun.sfer Trip.
reator de linha não manobrável (figura 3.11.2) ou que tenha disjuntor
próprio no lado tenninal do aterramento. O sistema elétrico é o mesmo da figura 3 .1 O.1 e o diagrama
funcional está apresentado na figura 3.12.1.

l
1
)

60 Capítulo IIl Teleproteção 61

será possível se a unidade direcional permitir. Apesar da introdução deste


pequeno detalhe, já se produz mais segurança no esquema de proteção
associada à teleproteçâo. Isto porque, se o sistema de comunicação enviar
por falha, engano ou erro humano, um sinal de disparo, o disjuntor não será
acionado porque a unidade direcional não permite.

3.13 Transferência de Disparo Permissivo por Subalcance


com Aceleração de Zona
.,
O seu esquema funcional está apresentado na figura 3.13.1, em
relação ao diagrama uni filar da figura 3.10.1.

z, Relé de
Tempo
FD

Figura 3 .11 .3 - Reator de Linha Manobrável BA


-- --o-- ---0----:
FD
----H- ·--t H
z~
Z, T~
.
~elé ~e
empo
~~:: f-·~._ r--t
T2
H
z.,
~ ·
FD
1---
+

~ ~ ; ~
Sistema de
- --t H H 1--- ·
Telecomunicação
BA BA

+
I
--(.) RCO ~..---

- -
_ ~

T
-------ORC 2,...........J
+
Figura 3.13.1 - Funcional em DC
z, l_~C 1---'>----Si-
ste_m_a_d_
e --, ~AJ 21
Este esquema apresenta mais segurança porque a permissividade é
feita pela unidade direcional e pela 2ª zona. Portanto só haverá disparo do
,Jf Telecomunicação - ~ '-.. ~TR _~ 1--
--t 1-- -~ - 7 ~1 ' disjuntor, se J condições forem satisfeitas:
Figura 3.12.1 - Funcional do Sistema com Transferência por Dísparo ♦ Recebimento do sinal de comunicação emitido pelo transmissor
l
1
Permissivo de Subalcance
É quase idêntico ao anterior, só que no esquema apresentado na ♦
da barra remota;
Defeito na direção da linha de transmissão protegida;
figura 3.12.1 o disparo do disjuntor só ocorrerá com a permissão da unidade
♦ Defeito dentro da 2ª zona.
direcional que tem contato em série com o contato RC. Assim, o nome
Este esquema é utili7.ado em linhas de transmissão média e longa
permissivo, neste caso, é dado pela unidade direcional, isto é, o disparo só
distância.

..)
)

)
62 Capítulo UI T Teleproteção 63

) Na utilização do sistema de proteção do tipo desbloqueio por


3.14 Transferência de Disparo Permissivo por Sobrealcance
) comparação direcional (CDD), como apresentado no item 3.9 a abertura do
Este tipo de sistema de proteção também é conhecido por POTT - disjuntor só ocorre se houver recebimento do sinal de transmissão enviado
) Permissive Overreach Tranfer Trip. pela proteção de linha de trnnsmissão da barra remota. Devido a esta
) filosofia do sistema CDD, este esquema de proteção fica prejudicado
Para o mesmo sistema elétrico apresentado na figura 3.10.1, cujo
) diagrama funcional pode, por exemplo, ser o da figura 3.14.1. quando o disjuntor ou a chave seccionadora estiver aberta em um terminal
remoto de uma linha de transmissão de um sistema elétrico conectado em
)
z, anel. Por exemplo, no esquema do diagrama unifilar da figura 3.15 .1, em
) Re,lé de que um terminal da linha de transmissão está aberto.
Tempo
FD Z3 T3
-; H
) A
B~arra TC, 1 e, TC, ~Slcc;onado:arra B
7
N'~~_,,__1_-----=-F~t ---+-r~A ·
. L,nha do Transmissão
)
)
BA 1·
) +
pg
Lé @

) Figura 3.15.1 - Te1minal B da Linha de Transmissão Aberta


Sistema de
) Telecomunicação Neste caso com o terminal B aberto e se ocon-cr um curio-circuito no
) ponto F, na lógica do CDD o disjuntor A só abrirá se receber um sinal de
desbloqueio do terminal B. Mas como o terminal B não vê o defeito,
) Figura J.14.1 - Funcional em DC do Esquema de Transferência de Disparo nenhum sinal de desbloqueio será enviado ao temlinal A. Ver figura 3.9.2.
Permissivo de Sobrealcance Por esse motivo, para possibilitar a abertura do disjuntor A, há necessidade
)
Este esquema é idêntico ao anterior, com a diferença de que o de se efetuar a lógica de eco. A lógica de eco já está incorporada no
disparo do sinal de comunicação é feito pela unidade distância da 2" zona esquema de proteção CDD atual.
cujo alcance vai até 50% da linha de transmissão remota. Esta lógica se baseia no princípio do eco, ou seja, o sinal de
) É utilizado em linha de transmissão curta, dada a dificuldade de transmissão enviado pelo canal A ao terminal B deverá retornar
) acionar o sinal de comunicação pela l ª zona devido à imprecisão de se fazer instantaneamente ou após certo tempo ao terminal A.
o ajuste para 80% da linha. É adequado neste caso ajustar a 1ª zona para Por exemplo, no esquema de proteção da figura 3.15.2, utiliza-se um
)
50% da linha. relé de tempo, para enviar o sinal de volta ao tenninal A.
)
Observação: Muitas empresas utilizam um sistema de proteção, em Em que:
que o l'OTT tem zona de sobrealcance independente da 2ª zona da proteção
nonnal. S ➔ contato auxiliar NF da chave seccionadora;
52 ➔ contato auxiliar NF do disjuntor;
) 1 3 .15 Lógica de E,co T O 4 contato do relé de tempo.
)
i1

liJl7!1 ''. j
64 Capítulo IIJ Teleproteção 65

s s das chaves seccionadoras que ativam diretamente o transmissor para enviar


o sinal de retorno para a barra remota. A lógica de eco só será ativada se o
disjuntor ou a chave seccionadora estiver aberto, o diagrama unífilar de
52 Tempo Tempo proteção da figura 3.15.3 apresenta esta condição.
0----.---11-
BA
RC
p
1 H!:h•cJ
~~
- _ RC ~
s

e-- 1 1 ~ ~~1
Sistema de
T elecornunicação tr;~ ~e t-
Figura 3.15.2 - Esquema Funciona! do CDD com Lógica do Eco
Sistema de
Em relação ao esquema de proteção da figura 3. 15 .2, na ocorrência Telecomunicação
de LUn curto-circuito cm F, a seqüência de atuação da proteção é:
~ Fecha o contato P do terminal A; Figura 3. 15.3 - Lógica de Eco Ativada pelos Contatos Auxiliares da Chave
Seccionadora ou elo Disjuntor
~ Ativa-se o transmissor A que envia um s inal de desbloqueio
para o recep tor B; Neste caso, não há necessidade de se utilizar o relé de tempo, e para
um curto-circuito em 1•, a seqüência da atuação da proteção é:
~ O receptor B recebe o sinal transmitido pelo transmissor A. O
receptor B fecha o seus contatos RCs que ativa o relé de • O relé do terminal A vê o defeito e fecha o seu contato P ;
tempo do terminal B ; • Ativa-se o transmissor A que envia um sinal de desbloqueio ao
~ Transcorrido o tempo o relé de tempo fecha o seu contato T 0; terminal .B;

~ Com o fechamento do contato To ativa-se o transmissor B • O receptor B recebe o sinal enviado pelo transmissor A. O receptor
que envia um sinal de desbloqueio ao terminal A. Este sinal B fecha o seu contato RC;
en viado é o eco; • Com o fechamento do contato RC do terminal B, ativa-se o
~ O receptor A recebe o si nal transmitido por B e fecha o seu transmissor B que envia um sinal de volta ao tenninal A (lógica de
contato RC; eco);

~ Com o fechamento do contato RC, ativa-se a BA que • O receptor A recebe o sinal enviado pelo terminal B e fecha o seu
promove a abertura do disjuntor A. contato RC;

Nota-se que o tempo To ajustado no relé de tempo é maior que os • Ativa-se a BA com a conseqüente abertura do disjuntor A.
tempos de operação das proteções normais com o disjuntor ou seccionadora A lógica de eco, apresentada na figura 3.15.3 é melhor que a da
local fechadas. Este tempo To atrasa a abertura do disjuntor, sendo o figura 3.15.2, porque atua muito rápido e só é ativada quando o disjuntor ou
principal problema da lógica de eco deste tipo de esquema da figura 3 .15.2. a chave seccionadora remota estiver aberto. Existem também outras lógicas
Para contornar o problema apresentado e acelerar a abertura do de ecos uti lizadas nos esquemas de proteção CDD.
disjuntor, na lógica de eco, utilizam-se os contatos auxiliares do disjuntor e

_)
)

66 Capítulo IH Teleproteção 67

)
1 3 .16 Proteção de Linha Morta l 27 estiver operado. Esta proteção do relé de sobreco1Tente supervisionado
pelo relé 27 é mostrada na figura 3.16. l.

)
O relé 21 utiliza a medição de o/r para a sua lógica de atuação, Nos . Barra A Barra B
casos de curtos-circuitos muito próximos da barra, isto é, próximo do relé, a
)
)
)
medição o/r fica prejudicada, porque o valor de tensão é muito baixo. Para
contornar este problema, o relé 21 dispõe do recurso da ação de memória,
que garante uma tensão residual no relé quando a tensão cai a zero ou ~
X
:e ®Pêd~
50
fsf
próxima de zero. Esta ação de memória possibilita a atuação do relé 21 para
curtos-circuitos muito próximos à barra. A ação da memória no relé 21 só é Figura 3.16.1 - Relé 50 para Fechamento sob Falta de uma Linha de
efetiva quando a linha de transmissão está energizada, isto é, com tensão Transmissão Morta
)
nonnal pré-falta. Quando uma linha de transmissão é desligada, o relé O esquemático em DC é mostrado na figura 3.16.2.
) digital 21 mantém a ação de memória por um tempo de 0, 1 a 2s.
) A ação de memória no relé 21 não é efetiva, quando a linha ele + 50tsf
) transmissão estiver sem tensão (linha morta), que é o caso da linha que está
aberta ou desenergizada. Se a linha estiver desenergizada, a ação de 27
memória no relé 21 é nula. Se a linha de transmissão aberta estiver con1
) defeito do tipo curto-circuito, durante a cnergização, ou seja, durante o Relé de
) fechamento do disjuntor, o relé 21 ficará prejudicado porque sua ação de Tempo
memória está desativada. Saliente-se ainda, que durante a energização de
)
uma linha de transmissão sob curto-circuito, o gradiente de crescimento da

)
corrente elétrica de curto-circuito é grande e o da tensão é muito baixo,
prejudicando ainda mais a lógica o/r do relé 21. Deste modo, os relés que
52a
:r
) tenham a lógica de atuação por comparação por tensão elétrica para este tipo Figura 3 .16.2 - Esquema Funcional cm DC
defeito não sào adequados. Nü figura 3.16.1 não estão apresentadas as outras proteções de linha
Para este tipo de defeito de curto-circuito em linha morta (dead fine) de transmissão. Note que no esquema apresentado o relé de subtcnsão não é
)
que está sendo energizada, o relé de sobrecorrente 50 é o mais indicado. necessário na proteção de linha morta. Também, não foi apresentado aqui a
) direcionalidade da atuação da proteção.
A proteção de fechamento sob falta de uma linha de transmissão
) desencrgizada, só entra em operação quando o disjuntor é fechado, e é Sempre que ocorrer a atuação ela proteção de linha morta, a função
) efetuada por um relé de sobrecorrente 50 supervisionado pelo relé 27, e é de religamento (79) do disjuntor deve ser bloqueada.
) dcsati vada após um certo tempo, geral mente de 500ms. Portanto, quando a Salienta-se que várias são as causas de defeitos em linhas mortas,
linha está morta, o relé 27 já está operado, e durante o fechamento do mas a mais comum e a pior delas, é o esquecimento do aterramemo
) disjuntor, o relé de sobrecorrcntc 50 está em prontidão para operar ou não, temporário que foi utilizado pc!a equipe de manutenção na execução de um
) dependendo se há ou não defeito na linha de transmissão. O relé de serviço na linha de transmissão. A energização de uma linha de transmissão
)
sobrecorrente 50fsf (sobrcconente de fechamento sob falta) só atua se a com o aterramento temporário conectado provoca um curto-circuito trifásico
tensão na linha de transmissão sob falta estiver baixa, isto é, enquanto o relé de grande intensidade.
)

J ,j
~
68 Capítulo llI Teleproteção 69

1 3 .1 7 Fraca Alimentação ] Na ocorrência de um defeito em F, pela lógica do CDD apresentado


na figura 3.9.2, a atuação dos relés é:
O sistema elétrico sofre contingências, em que linhas de transrrtissão
são retiradas de operação, mudando-se a configuração da topologia da rede. Terminal A:
Devido a esta estratégia, muita vezes, alguns trechos ou linhas de • O relé 21 vê o defeito em F e fecha o seu contato P;
transmissão ficam debilitadas quanto ao fornecimento de corrente elétrica
para suprir um curto-circuito na nova configuração da rede elétrica. Nesse • O transmissor A é acionado, um sinal de comunicação é enviado
caso, a ocorrência de um defeito provoca queda de tensão e a corrente de ao temlinal B.
curto-circuito não são suficientes para provocar a atuação do relé 21 que Terminal B:
está ajustado para as condições de pré-contigência. Isto é conhecido por
• O receptor B recebe o sinal de comunicação enviado pelo
fraca alimentação (weak infeed). A fraca alimentação ocorre também
terminal A e fecham os seus contatos RC.
quando algum gerador ele pequeno porte, devido a contingências, fica
alimentando setores isolados do sistema elétrico. Note que o relé 21B não vê o defeito em F, portanto nenhum sinal de
comunicação é enviado ao terminal A. Assim, embora a proteção da linha de
Assim, quando o weak infeed está píesente em alguma linha de
transmissão conectada à barra A renha atuado, o seu contalo RC permanece
transmissão do sistema elétrico, o emprego do sistema de desbloqueio por
aberto porque nenhum sinal de comunicação foi enviado da barra B,
comparação direcional (CDD) é prejudicado.
portanto o disjuntor A não será aberto. Portanto, devido ao weak infeed a
Conforme item 3.9, no sistema de proteção do tipo CDD, o disjuntor linha de transmissão sob defeito, não será desligada.
de um terminal só será aberto se receber sinal de comunicação do outro
Para contornar este problema em linha de transmissão que por
tem1inal, e como neste caso, o tenninal fraco (weak infeed) não vê o defeito,
motivo operacional venha a ficar com weak ili/eed, utiliza-se uma variante
nenhum sinal de comunicação será enviado. Portanto nenhwn disjuntor será
no esquema de proteção CDD com o emprego do relé de subtensão 27.
aberto.
Assim, quando ocorre um defeito tipo curto-circuito, a tensão na barra
A figura 3.17.1 mostra uma linha de transmissão integrante do
sofrerá um afundamento da tensão elétrica com a atuação do relé de
sistema elétr ico sob contingência e que tenha weak infeed da barra B para a
subtcnsão 27.
barra A.
Barra A ! - - - - -- ------P-A_ ________ __ No terminal fraco, que no caso é o terminal B, utiliza-se o relé de
subtensão 27, conforme item 1.3 e que está aqui apresentado na figura

~,_CY:)~é~:, ___.,j;_..,,,,~,.....F---,._~"--ê--,-27-Q.f-r.::.:;Ba~rr~
3.17 .1, cujo diagrama esquemático cm DC é o da figura] .17 .2.
Para um defeito que oco1Te cm F no esquema da figura 3 .17.l, a
PB(weak infeed) V lógica da atuação da proteção e:
PB(original) Terminal A:
• O relé 21 vê o defeito em F e fecha o seu contato P;
Figura 3.17.1 -Terminal B com weak infeed
• Com o fechamento do contato P, ativa-se o transmissor A que
Antes da contingência o relé 21B tem o alcance PB(original) e com envia um sinal de comunicação ao terminal B;
contingência, por exemplo, devido ao weak infeed, o alcance mudou para
• O receptor A recebe o sinal de comctnicação enviado pelo
PB( weak infeed).
transmissor B e fecha o seu contato RC;

)
.........
70 Capítulo IIl Teleproteção 71

\ ♦ Com o fechamento do contato RC, a bobina de abertura BA é Quando o sistema opera fora da normalidade a componente de
)
ativada provocando o desligamento do disjuntor A. seqüência negativa está sempre presente. Os estudos e as análises
envolvendo a seqüência positiva, negatíva e zero estão apresentados na
)
referência [5] . A componente de seqüência negativa é dada pela expressão

l-.--0
3.18.1.

RC~ (3. l 8.1)


p
Desenvolvendo a expressão 3.18.1 como indicado a seguir, chega-se
na expressão 3.18.2.
2
Sistema de ia2 =½(ia +â. Íb +áÍc +Íc -ic)
Telecomunicação
)
=.I.(ra -fc +á Íb +áÍc +ic}
2
ia2
) Figura 3.17.2 - Esquema DC para a Proteção de Terminal Fraco 3
) Terminal B:
) + O relé 21 não vê o defeito em F;
Ía2 =½ [ia -ic +á 2Íb +(l+a)íc]
)
+ O receptor B recebe o sinal de comunicação enviado pelo Ía2 = .I_ [ia - Íc - ÍbL60° + ÍçL'.'.60°]
) transmissor A e fecham os seus contatos RCs; 3
) • Ocorre o afundamento da tensão elétrica e o relé de subtensão é 3Ía2 =Ía -Íc +(ic -ib)L60° (3.18.2)
) operado fechando o seu contato 27;
Deve-se utilizar conexões com TCs e TCs auxiliares, para se
• Com o fechamento dos contatos RC e 27 ativa-se:
conseguir obter fisicamente a expressão 3.18.2, para que o relé
• a bobina de abertura BA e o disjuntor B é desligado; eletromecânico (46) seja sensibilizado pela seqüência negativa. Assim, por
exemplo, um desses esquemas é o apresentado na figura 3. l 8. l.
• o transmissor B que envia um sinal de comunicação
) 1 ao receptor A. Neste esquema para que o relé de sobretensão 59 opere fazendo a
função 46, é necessário que seja sensibilizado pela componente de
) Salienta-se que atualmente com os recursos modernos das
tecnologias dos relés digitais, que está integrada ao sistema de supervisão e seqüência negativa. Assim, a impedância Z = R ' + jX deve ter módulo
) controle do sistema elétrico, é possível com programação adequada efetivar igual a R e ângulo de 60°, e tem-se
automaticamente a mudança do ajuste de alcance do relé 21 do terminal
1
weak infeed, quando da ocorrência de detenninada contingência. Deste
Z: = R' + jX = ZL'.60° = RL'.'.60°
modo, a proteção de weak infeed com o relé de subtensão apresentada no
R'= R
esquema da figura 3.17.3 não é necessária.
2

j 3.18 Proteção por Seqüência Negativa X= ✓3,R


2
72 Capítulo UI
r
!1
Teleproteção
; 73

A B C
Nos relés eletromecânicos, a função 46 não é utilizada devido a
necessidade de se construir um relé próprio para esta função, inclusive com
filtros adequados para se obter somente a componente de seqüência negativa
do sistema elétrico sob defeito.
Para os ah1ais relés digitais multifunção, a incorporação da função
46, isto é, da seqüência negativa é facilitada e disponibilizada.
O algoritmo interno do relé digital processa o módulo da expressão
3.18.1, obtendo-se a expressão 3 .18.4.
i,
(3.18.4)

O valor da Irclé 46 é somente seqüência negativa e se for maior que o


1 Í0 valor ajustado, o relé 46 digital atua. Esta proteção é própria para defeito do

* r~-==-'·---===:=::1· TC auxiliar com


tipo alta impedância, inclusive para auxiliar ou funcionar como redundância
para defeito à terra de alta impedância.
De todos os danos que a presença da seqüência negativa provoca no
dois primários sistema elétrico, por exemplo, os mais críticos são os nos equipamentos que
utilizam núcleo de material fcnomagnétieo no seu interior, tais como
R' R
motores de indução e máquinas síncronas. A corrente de-seqüência negativa
,,,.. .:\ cria um fluxo magnético que gira ao contrário do fluxo magnético original
;_ - _ _ , 59 ,--
' - - - - -- -
\ _;
_ de seqüência positiva, atuando como freio magnético, provocando conente
Função 46 induz.ida na freqüência de 120 Hz, aquecendo os enrolamentos e o mat.::rial
Figura 3.18.l - Esquema para o Relé Eletromecânico de Seqüência do núcko magnético do equipamento.
Negativa Assim, a corrente de seqüência negativa na annadura da máquina
síncrona irá dar origem a um campo girante, corn a mesma velocidade,
Pelo esquema da figura 3. 18 .1, o relé 46 vê porém contrário ao campo criado pelo rotor, induzindo correntes parasitas
Relé46 = R(i a -i e )+ (te - Í.o )RL'.'.60º de freqüência dupla na massa metálica do rotor. Da mesma forma, uma
componente de seqüencia zero na annadura irá induzir mna eom~nte na
Rclé46 = R[(ta - ic}+ (ic -ib)L'.'.60° j freqüência fundamental no rotor. Posto q Lle estas correntes vão circular
pelos anéis de retenção cm ambas as extremidades, estabelecendo um
Considerando a expressão 3 .18.2, tem-se: caminho de baixa resistência, toda a superfície do rotor e seus componentes
estarão sujeitos a uma fo1ie elevação de temperatura. As correntes de
seqüencia negativa produzirão vibrações no rotor que é pernicioso aos
11 Rclé46=3R( 2 11 (3.18.3) mancais.
O enrolamento do rotor da máquina síncrona é extremamente
Portanto, de acordo com a expressão 3.18.3 o relé 46 é sensibilizado sensível às componentes de seqüência negativa e zero, oriundas da operação
pela componente de seqüência negativa. desequilibrada ou de defeitos à terra.

)
)
)
)

)
I~
74

3_._19
_ F_al_h_a_d_e_D_i_s.~ju_n_to_r_ _ _ _ _ _ _ __ __ _ _
Capitulo IU

J
l Teleproteção

3
75

Sempre se apresentou que a atuação do esquema de proteção finaliza 6


) com a abetiura do disjuntor, deste modo, diz-se que a proteção atuou com
) sucesso. Porém, muitas vezes toda a proteção atua adequadamente, mas por
algum motivo a corrente de curto-circuito não é extinta, diz-se então que F
)
houve falha do disjuntor (Breaker Failure).
50162BF 50/62BF
A falha do disjuntor pode ocorrer de dois modos:
Figura 3.19.1 - Falha do Disjuntor
a) Falha mecânica: ocorre quando os contatos mecânicos do disjuntor não
foram abertos e a corrente de curto-circuíto continua alimentando o defeito. Na figura 3.19.l a proteção para a falha do disjuntor é denominada
) Vários motivos causam falhas mecânicas, tais como: de 50/62BF (ver apêndice A), que é executada pelo relé de sobrecorrente 50
associado com o relé de tempo 62.
) 0 Soldaduras dos contatos;
Na oconência de um curto-circuito em F, com a atuação normal da
) . ® Defeito no dispositivo de liberação dos mecanismos de abeth1ra proteção os dois disjuntores l e 2 deverão ser abertos de modo a retirar de
dos contatos móveis do disjuntor; operação a linha de transmissão.
)
® Falha na pressão do ar comprimido em disjuntores pneumáticos,
) Se o disjuntor 2 atuar e o disjuntor l falhar, a proteção contra falha
ou perda de óleo nos disjuntores hidráulicos ou problema na
) de disjuntor deve atuar e enviar um sinal de abertura (trip) para os
mola do disjuntor;
disjuntores 3, 4 e 5, ou seja, a batTa A deverá ser desconectada do sistema
® Problema na bobina de abertura do disjuntor. elétrico. lsio ocorrendo, perde-se a seletividade da proteção e vários
elementos serão desligados, inclusive bloqueando-se os respectivos
b) Falha elétrica: As falhas de origem elétricas podem ser:
religamentos.
® Falha na bobina de abertura do disjuntor;
) Se, entretanto, o disjuntor 1 abrir e ocorrer a falha do disjuntor 2, a
0 Falha no meio físico, isto é, na rigidez dielétrica entre os proteção de falha do disjuntor 2 deverá desligar os disjuntores 6 e 7, ou seja,
) contatos principais do disjuntor. Embora os contatos mecânicos a barra B será desconectada. ·
do disjuntor estejam abertos, há condução da corrente do curto-
Apresenta-se na figura 3.19.2 um esquema simplificado ela proteção
circuito pelo arco elétrico entre os contatos. Isto ocmTe devido a
de falha do disjuntor.
um defeito na câmara de extinção do arco elétrico.
)
Portanto, deve-se prever no esquema de proteção, uma proteção +
) adicional para falha do disjuntor, que deverá acionar a abertura de todos os SOBF

) disjuntores mais próximos de modo a isolar o trecho sob curto-circuito do I 62X 62BF
sistema elétrico. Os disjuntores mais próximos são geralmente os da barra
)
na qual houve a falha do disjuntor.
Por exemplo, a figura 3 .19. l, mostra um diagrama unifilar de um
sistema elétrico que pertence a um sistema em anel.

Figura 3.19.2 - Proteção ele Falha do Disjuntor para Linha de Transmissão


I
76 Capítulo III Teleproteção 77

Se ocorrer um defeito em F e, por exemplo, o disjuntor 1 falhar, a


seqüência de atuação da proteção na barra A é:
l 62YI l 62X 1 162BF
7 Atuação instantânea do relé de sobrecorrente 50BF;
-$- Atuação da proteção de linha de transmissão que energiza
simultaneamente a bobina de abertura BA e o relé auxiliar 62X;
½!, BA2
62X 62Y 86
7 O relé auxiliar 62X fecha o seu contaro 62X;
7 Com o fechamento do contato 62X, ativa-se o relé de tempo 52a
62BF;
7 Se o defeito não for eliminado depois de transcorrido o tempo Figura 3.19 .3 - Esquemático em DC da Falha .do Disjuntor
ajustado no relé de tempo 62Bf, o seu contato 62Bf será Supondo que houve falha do disjuntor a seqüência de atuação da proteção é:
fechado;
• As proteções principais e alternativas fecham os contatos 21 P e
7 Com o fechamento do contato 62BF, ativa-se o relé de bloqueio
2 lA e o relé de sobrecorrente SOBF opera fechando o contato
86 da Bana A, que abrirá de acordo com sua programação os SOBF;
disjuntores 3, 4 e 5.
• Ativam-se a bobina de abertura BA 1 e BA2 do disjuntor e
Salienta-se que o tempo ajustado no relé de tempo 62BF é menor ativam-se também os relés auxiliares 62X e 62Y que fecham os
que o tempo das proteções de retaguarda remota para evitar maiores seus contatos 62X e 62Y;
desligamentos. Existem vários esquemas de proteção contra falha de
disjuntor, o apresentado na figura 3.19.2 é um deles. • .Ativa-se o relé de tempo 62BF;
Note-se que pelo esquema da figura 3.19.2, a atuação elo relé de • Como o disjuntor falhou, o curto-circuito não é eliminado e
sobrecorrcnte 50BF não garante a atuação do relé de tempo 62Bf. A transcorrido o tempo de ajuste do relé de tempo 62BF o seu
atuação do relé de tempo 62Bf só é possível com a atuação do 50BF e ela contato é fechado;
proteção específica de linha. Geralmente o ajuste do 50BF é muito baixo, às • Com o fechamento do contato 62BF, ativa-se o relé de bloqueio
vezes menor que a corrente de carga, portanto já opera atuado com a 86 que provoca o disparo (trip) dos respectivos disjuntores de
corrente no1mal de carga. Daí à necessidade de sua atuação ser monitorada modo a isolar o defeito (cmto-circuito).
pela proteção de linha.
Quando a proteção contra falha do disjuntor é acionada, perde-se a
Muitas vezes, dependendo da configuração do sistema elétrico, a seletividade com vários desligamentos de linhas ou cargas elétricas não
proteção contra falha do disjuntor, além de desligar os disjuntores envolvidas pelo defeito. De todas as configurações de barras existentes, a
adjacentes, deve também provocar a abe1iura de disjuntores remotos. A configuração de barramentos de disjuntor e meio é a que menos sofre com a
abertura de disjuntor remoto deve ser feita via comunicação de sinal por perda de seletividade.
transferência direta de disparo.
Em um sistema de potência, o sistema de proteção terá sucesso se
Caso a subestação tenha proteção principal e allemativa com 2 operar adequadamente, finalizando com a abertura do disjuntor. Desse
bobinas de abe11t1ra do disjuntor, o esquemático em DC de falha do modo, todos os componentes do sistema de proteção devem operar sem
disjuntor pode, por exemplo, ser o apresentado na figura 3. 19.3. defeitos. Na realidade os componentes do sistema de proteção apresentam

)
78

defeitos. A seguir, apresenta-se na tabela 3.19.1 as taxas de falha dos


Capítulo III
l
l
Teleproteção 79

Vrclé
componentes do sistema de proteção. Z relé21 = - - - = xZLT (3.20.2)
!defeito
Sistema de Proteção
) Na expressão 3.20.2, a variável x representa o valor percentual na
Equipamento Taxa de falha base unitária correspondente ao ponto de defeito na linha de transmissão.
)
Disjuntor 47,16% Se houver resistência de contato no local do defeito, a impedância
vista pelo relé 21 será:
TC eTP 0,47%
Relé ' 4,74% z , = vrelé =(xZLr+Rcontato)Idefeito_
relc21 I - xZLT +Rcontato
47,16% defeito I defeito
)
Bateria
Fiação 0,47% Portanto, pode-se verificar que a presença de resistência de contato
)
produz um subalcance do relé de distftncia 21, dando uma incerteza da i-eal
) Tabela 3.19.1 - Taxas de Falha do Sistema de Proteção zona de atuação da proteção.
) Verifica-se que os elementos com maiores taxas de falha são o No sistema elétrico em anel, figura 3.20.2, as correntes de cmtos-
disjuntor e o sistema de alimentação. circuitos que alimentam o defeito vêm das barras adjacentes, e considerando
a resistência de contato no local de defeito, a impedância vista pelo relé de
)
distancia é:
}
l 3.20 Fontes Inte1·mediárias Barra A
Barra B
O relé de distância 21 opera efetuando a medição da impedância que TC - -- - x - -- -- TC
'
)
é obtida pela divisão da tensão pela corrente elétrica, de acordo com a
expressão 3.20.1.
. ! '-i'
)
r Vrelé idefe;co =l A. +is
Zrelé21 = - -- (3.20.1)
) 1r~lé
) No caso de um sistema radial apresentado na figura 3.20. 1, e Figura 3.20.2 - Sistema em Anel
considerando que o defeito em F é ideal, isto é, sem resistência de contato, a
)
impedância vista pelo relé é proporcional ao comprimento da linha de z . = V,déA _ xZLTl,\ +Rcontato(IA + Ia)
rdo 21 A T - l
) transmissão e é dada por: A A

)
Barra A
- - - -- - - ---í!, - - - - -- - -- -
) (3.20.3)
TC X--- -- Linha de Transmissão

~ Barra B Note que pela expressão 3.20.3, quando ocorre um defeito no local a
\\ Defeito x porcento da linha de transmissão, na verdade o relé 21 não está vendo a

impedância xZLT mas sim xZLT +Rcontato +Rcontato(1J, que para o


figura 3.20.1 - Diagrama Unifilar de um Sistema Radial IA
) relé, o ponto de defeito parece estar mais distante. A parcela de impedância
...,ti ...-r-

tl
.
1-1 '

'1
'
Capitulo III Teleproteção 81
80

R contato G: ) aparece devido ao infeed, isto é, da alimentaç_ão do curto-


Neste caso a impedância vista pelo relé A é:

Z , - VA - ZABi1+xZsc(T1 +i2)
circuito pela barra remota B, isto provoca um subalcance no relé,
rele A -
11 - il

diminuindo a real zona de atuação do mesmo. Portanto, devido à resistência


de contato e do infeed, não se tem certeza da real zona de atuação do relé.

·l Resumindo pode-se concluir que a zona de atuação do relé é


influenciada pelos seguintes erros devido a: O relé D vê
® Tnfeed de corrente das barras remotas adjacentes do sistema . . . . l1
elétrico; zrelé D ::e ZnB + X ZBc + X ZRc ---
12
0 Erros dos TCs;
Desse modo as 2ª e 3ª zonas dos relés de distâncias, terão seus
0 Erros dos TPs; alcances prejudicados pela alimentação dos curtos-circuitos pelas fontes
® Erros intrínsecos do próprio relé; intermediárias (infeed).

® Erros devido às correntes e às tensões transiiórias no momento Exemplo: Dado o diagrama unifilar da figura 3.20.4 cujo defeito ocorre no
do defeito; ponto F sem resistência de contato.
B
® Presença da componente DC no momento do curto-circuito; A '
Z 0ç =9L70
íl
n e
® No caso de DCPs, erros devido aos efeitos transitórios gerados
por esses equipamentos. Í1 = 2000 A

O problema de subalcance, produzido pelo infeed, ocorre também na F


zona de retaguarda do$ relés de distància no sistema em anel, como mostra a
figura 3.20.3.
A
B
j-x e

Curto-
circui to
----º
Figura 3.20.4 - Diagrama Uni filar do Exemplo
Os relés das Barras A e D têm os ajustes de 2ª zona em:
• Z 2 zona A = 12,5 n (ajuste até 50% ela linha de transmissão
remota LTnc)
D

Figura 3.20.3 -Alimentação Intenne<liária

)
_J
Capítulo III Teleproteção 83
82

• Z2 zona o ::::: 14,5.0. (ajuste até 50% da linha de transmissão


remota L T BC)
)
Para o curto-circuito em F, os relés 21 das barras A e D, verão na 2ª
) zona as seguintes impedâncias:
Figura 3 .21 .1 - Relé de Freqüência
)
Zvista A = 8+ 3 + 3(
300
2000
º) = 8+ 3 + 4,5::; 15,5Q
de:
Quanto ao princípio de funcionamento o relé de freqüência pode ser

) Z vista D =
, (2000) = 1O+ 3 + 2 = 15 n
l O+ _, + 3 - -
♦ freqüência absoluta. O relé opera quando a freqüência do
sistema elétrico fica aquém (relé de subfreqüência) ou além
\_3000
(relé de sobrefreqüência) de wn valor ajustado;
)
Assim, as impedâncias vistas são maiores que os ajustes da 2ª zona
♦ taxa de variação da freqüência. O relé opera quando a taxa de
) nos relés 21, ou seja, o defeito que ocorreu dentro do alcance da linha de
variação da freqüência medida no relé ultrapassar um valor
) transmissão BC, não foi vista, este fato foi devido às alimentações
pré-ajustado. Na realidade o relé só fica habilitado para medir
intermediárias provenientes das barras A e D.
) a variação da freqüência, quando a freqüência absoluta
As contribuições das fontes intermediárias vão depender da ultrapassar um valor determinado (ajustado). No relé digital a
)
configuração do sistema elétrico e do local do defeito. Esse efeito só
) ocorrerá se a proteção da lª zona da linha adjacente falhar, assim as vatiação da freqüência é obtida utilizando-se a lógica àf
ot,
) proteções das 2" e 3ª zonas dos relés remotos serão afetadas pelas medida após a freqüência ultrapassar um valor ajustado.
alimentações (fontes) intermediárias (infeeds).
♦ Híbrido, quando o relé atua uti.lizanclo os 2 parâmetros
) anteriores.

) 1 3 .21 Relé de Freqüência A caractedstica do relé de freqüência, que utiliza a taxa de variação
) Relé de freqi.iência (81) é um equipamento com sensibilidade na
grandeza freqüência da rede elétrica, e que opera quando a freqüência
~ freqüência para sua :pe:~ç~3 21.2
}
ultrapassar o valor ajustado.
) 1
O relé de freqüência pode ser de 2 tipos:
)
~ Relé de subfreqüência, denominado de 81 u (under frequen- ' _ ,M _ f 2 -f,
) ~. a ,ju;tado - 6t - -T- -
cy);
f, - ' 1·····························
,:P Relé de sobrdreqüência, denominado de 8lo (over frequen-
cy).
O relé de freqüência é conectado ao sistema elétrico via TP, como
mostra a figura 3 .21.1.
!
T
Figura 3.21.2 - Característica de Atuação do Relé de Freqüência por Taxa
de Variação da Freqüência
Capítulo lil Teleprotcçào
84
1
l
85

Em que: b) defeito com a,,.,,m• < ª";""'"00


f 1 -+ freqüência ajustada no relé de freqüência, que se fo_r ultrapassada Nesse caso a freqüência cresce com uma taxa menor que a ajustada
passa-se a medir a taxa da variação da freqüência; oo relé de freqüência e a atuação da proteção é:
T - tempo ajustado no relé de tempo; -& Quando a freqüência alcançar o valor f1 o relé de freqüência
f, -fl . . ã d .C'. . . . • fecha o seu o contado f1;
a
•Ju.<1ado
= -M
ôt
= ----
T
-+
d
aJuste da taxa e vanaç o a 1requencia;
rP Ativa-se o relé de tempo;
f 2 -+ freqüência ajustada no relé de freqüência, correspondente ao ª•iu.ia.!o .,P- Transcorrido o tempo T ajustado no relé de tempo, abre-se o
no tempo T a partir de f2. contato T, que a partir desse instante i.--upossibilita a operação do
relé 86. Note-se que. até esse momento, a freqüência ainda não
O diagrama esquemático em DC da figura 3.21.3, m ostra a lógica de alcançou a freqüência f2 . Potianto, a partir desse ponto mesmo
atuação do relé de freqüência por taxa de variação da freqüência. que a freqüência venha a ultrapassar f2 o relé 86 estará
desativado.
+
Mostrou-se, no exemplo anterior, só a operação do relé de freqüência
T com atuação por taxa de variação da freqüência. Na realidade na proteção
......--··.,. do sistema elétrico, utiliza-se mais um ajuste de freqüência absoluta h > f2 .
..·····
Rele de Assim, se no item b, a frtqüência crescer além do valor fJ o relé 86 será
Tempo ativado.
Geralmente as empresas do setor elétrico, utilizam os seguintes
valores para os ajustes:
Figura 3.21.3 - Esquemático em DC
f 1= 62 Hz e f2 = 62,5 Hz
A seguir descreve a atuação da proteção, considerando-se:
T = 0,5s e f3 = 65 llz
a) defeito com a.,i,ten\H > o -.,ju<todo
.1 Hz
Considerando-se as figuras 3.21.l, 3.21.2 c 3.21.3, e nesse caso, O. ajustado = l-
S
como a freqüência no sistema elétrico cresce com uma caxa maior que o
valor ajustado no relé de freqüência, a seqüência de atuação da proteção é: O relé de freqüência é utilizado nos Esquemas Especiais de Proteção
(descrito no item seguinte).
9.> Quando a freqüência alcançar o valor f1 o relé de freqüência
fecha o seu o contado f1;
~ Ativa-se o relé de tempo;
j 3.22 Sistemas Especiais de Proteç_ã_o_ _ __ _ _ _ _ _ _ ____,i
"t, Quando a freqüência alcançar o valor f2 o relé de freqüência Os S istemas Especiais de Proteção (SEPs), são sistemas automátjcos
fecha o seu o contado f2 . Note-se que o contato f2 fecha antes da de controle implantados na geração, transmissão e distribuição ele energia
! atuação do relé de tempo; elétrica que, devido a uma ocorrência de uma ação forçada ou não, agem
í 't Ativa-se o relé de bloqueio 86, que efetivará as suas ações com o objetivo de:

J
programadas.

. ,,,, ' l J_
86 Capítulo III Teleproteção 87
) © Restaurar as condições operativas da geração do sistema elétrico; © · prover proteção adicional a componentes do sistema
) elétrico;
© Restaurar as condições operativas do sistema elétrico;
) © melhorar a segurança do sistema, evitando tanto a
© Restaurar os limites operativos de equipamentos do sistema
propagação de desligamentos em cascata quanto de
) elétrico;
rustúrbios de grande porte; ·
) © Evitar blecaute parcial ou total do sistema elétrico.
© melhorar a qualidade de operação do sistema elétrico
'l A aplicação dos SEPs, baseiam-se em: interligado.
7 Esquemas de Controle de Emergências (ECEs);
7 Esquemas de Controle de Segurança (ECSs). [3.23 Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC)
Os SEPs, para fazer a ação de controle, necessitam dependendo da O sistema elétrico opera atingindo um estado de equilíbrio de
) estratégia de ação, ele: potência gerada e potência consumida, estabelecendo uma operação em
regime permanente cm uma dada freqüência. Se o objetivo é estabelecer
) t!::, informações de grandezas elétricas de transformadores
uma freqüência de operação fixa, por exemplo, a de 60 Hertz, a geração
) para instrumentos (TP e TC);
sempre deverá suprir a demanda nessa freqüência. Assim, na operação do
t!::, informações de grandezas não elétricas; sistema elétrico em reg[me pemrnnente em 60 Hertz, a potência gerada é
~ da topologia (configuração) da rede elétrica; igual à potência consumida, isto é
)
) ~ estados (abertos/fechados) dos disjuntores, seccionadoras, pgerada 60 Hertz = pcons111t1ida 60 Hem (3.23.1)
chaves seletoras e outros dispositivos.
)
Para manter o sistema elétrico openmdo na freqüência nominal, por
) Os SEPs intervêm no sistema eléh·ico por meio do comandando de:
exemplo, na de 60 Hertz, há necessidade de ações de controle, porque várias
• abertura/fechamento de ILnhas de transmissão, geradores, são as. causas que podem mudar o equilíbrio de potência na freqüência
transformadores, reatores, capacitores e outros; desejada. Estas causas são:
• redução/elevação de potência de geradores; ® Variação da carga conectada na rede elétrica;
• permuta de compensadores e geradores síncronos; ® Mudança na configuração da rede elétrica, devido à retirada
súbita de linhas de transmissão, transfonnadores ou de outros
• alívio/restauração de cargas;
equipamentos pela ação da proteção;
• outras ações.
) ® Perda de geração.
)
A utilização dos esquemas S.EPs, auferem ao sistema elétricos
O acompanhamento das cargas, da geração e do sistema elétrico, é
outras vantagens, que são:
monitorado pelos centros de operação elas empresas de energia elétrica. As
© penmtir maior utilização dos sistemas de geração, variações na freqüência são constantemente monitoradas e as ações de
transmissão e distribuição; controle dos reguladores de velocidade na potência primária, procuram
© aomentar a confiabilidade da operação do sistema sempre estabelecer a operação do sistema elétrico na freqüência nominal.
interligado; Na operação normal do sistema elétrico, se ocorrer, por exemplo,
perda de geração, e se a geração remanescente não for suficiente para suprir
88 Capítulo UI r eleproteção 89

a demanda na freqüência de 60 Hertz, o novo balanço de potencia se dará Para atender esse objetivo, utiliza-se o Esquema Regional de A livio
numa freqüência inferior a nominal. de Carga (ERAC), que é fundamentalmente uma lógica seqüencial de corte
de carga, para assegurar a estabilidade e recuperar o equilíbrio de potência
O funcionamen to do sistema elétrico numa freqüência diferente da
de geração e carga na freqüência mais próxima da nominal. O ERAC é um
freqüência nominal produz os seguintes efeitos:
sistema especial de proteção (SEP), constituído de um esquema estratégico
® O balanço de potência em 60 Hertz não é conseguido; de rejeição de cargas, aplicado em decorrência de uma contingência que
® As cargas operam fora das suas caracteiísticas de projeto; deixa a região com déficit de geração. O ERAC faz parte das ações de
controle primário da freqüência do sistema elétrico.
® A lteram as características intrínsecas dos equipamentos de
medição, controle e proteção. A lógica do ERAC pode ser efetuada por meio das seguintes
grandezas:
® Podem provocam danos nas pás das turbinas ténnicas a vapor ♦ Freqüência elétrica;
das unidades geradoras.
♦ Tensão elétrica.
Durante a operação nonnal de um sistema elétrico, pode ocorrer
perda de geração. A perda de geração pode ser: Em relação à freqüência, a lógica do ERAC pode ser efetuada por
um relé de freqüência a bsoluta, constituído de vários estágios (ajuste/; de
a) Perda de pequena g eração.
freqüênc ia).
Se ocorrer a perda de uma pequena geração, mas a geração remanescente Supor, por exemplo, que um ERA C, é programado para atuar
tem capacidade de suprir a carga, nesse caso, as ações dos reguladores abrindo os disjuntores 1, 2, e 3 da subestação apresentada no diagrama
automáti<.:os de velocidade das unidades geradorns e do C ontrole unifilar da figura 3.23. l , na seqüência dos estágios dos ajustes de freqüência
Automútico de Geração (CAG), estabelecem as novas contribuições dos de acordo com o esquema funcional em DC da figura 3.23 .2.
geradores para suprir a carga na freqüência de 60 Hertz. Como a ação dos
reguladores de velocLdade é lenta, em alguns casos pode haver necessidade
de um corte temporário de cargas, com o objetivo de controlar a variação da
freqüência, após então, a recomposição das cargas pode ser restabele<.:ida. 2

1
b) P erda de grande bloco de geração. 3

·, No caso de perda de grand~ bloco de geração, em que a capacidade de


geração remanescente não consiga suprir a demanda, haverá uma
4

1
1 diminuição da freqüência do sistema elétrico, isto é Figura 3.23. l - Diagrama Unifilar da Subestação

(~ova < f nt">minal


+ - f-1 i---T1- i---f2- i---T2-i- -f-3- --T3- -I- 1
Deste modo para restaurar (recuperar) a freqüência nominal (60 Hertz) será
necessário diminuir a carga conectada ao sistema el~trico. Nesse caso, o
Relé de Relé da
corte de carga (load shedding) deverá ser o menor possível. As cargas a Tempo 1 Dj 1 Rolê de
T~mPO 2
Dj 2 Tempo J Dj 3
serem desconectadas são decididas pelas empresas pertencentes ao Sistema
Interligado Nacional (SlN), obtidas através de critérios de priorização da
carga, dos riscos devidos às contingências de perdas de geração e do déficit Figura 3.23.2 - Esquemático em DC do 1:H.AC 1

de geração na região.

1
!

J_
90

Supor, por exemplo, que uma perda de geração faz o sistema operar
-
Capítulo III Teleproteção

1
91

na freqüência entre f2 e f3• Assim, pelo esquema apresentado na_figura


3 .23 .2, atua o relé de freqüência no I e II estágios, isto é, os contatos f1 e f2 .
2
serão fechados, ativando-se os relés de tempo T1 e T2. Após transcorrido o
tempo ajustado, os relés de tempo fecham os seus contados TI e T 2, 3
desligando os disjuntores l e 2. Este corte diminui a carga no sistema
) 4
elétrico, de modo que a geração remanescente possa suprir a carga ativa na
) freqüência de 60 Hertz ou próxima dela. Figw-a 3.23.3 - ERRC das Cargas 1, 2 e 3
) Muitas empresas adotam os ajustes apresentado na tabela 3.23.1, na
lógica do ERAC, com 5° estágios de rejeição de cargas. + 81f :r T1 I T2 l T3 l
) ERAC Bobina de Booioa de
Relé de
Tempo
Dj 1 Fechamento Oj 2 Dj 3 Fe<:hamento
) Freqüência Corte de carga em %
Estágio Temporização
) Ajustada da carga total
Figura 3.23.4- ERRC de Recomposição de Cargas 1, 2 e 3
1º 58,SHz 0,35s 7,5
2º 58,2Hz 0,35s 7,5 Nesse caso, quando a freqüência volta para o valor normal, o relé de
freqüência do ERRC opera, fechando o contato Slf, ativando o relé de
3º 57,9Hz 0,35s 10 tempo. O relé de tempo é constituído de, por exemplo, 3° estágios, que
)
4º 57,6Hz 0,35s 15 fecha sucessivamente os seus contatos de acordo .com o ajuste de
) temporização (Tl, T2 e T3). Cada estágio promove o fechamento do
Sº 57,3Hz 0,35s 15 disjuntor, religando a respectiva carga.
)
Tabela 3.23.1 - Ajustes do ER,\.C Quando ocorre uma perturbação do tipo perda de grande bloco de
carga, o excesso de geração provoca aumento da freqüência e elevação da
Além da lógica de ajustes apresentada na tabela 3.23.l, pode-se
tensão no sistema elén·ico, neste caso, há necessidade de uma estratégia de
adicionalmente utilizar a taxa de variação da freqüência. Para maiores
corte de geração, conhecida por Sistema de Alívio de Geração (SAGE).
detalhes, consultar a referência [4 7).
:1 Restabelecido o equilibrio de carga e geração, isto é, a normalidade
elo sistema elétrico, as recomposições das cargas podem serem feitas, l 3.24 Esquema de Controle de Emergência (ECE)
1 manualmente ou por processo automatizado.
O Esquema de Controle de Emergência (ECE) é um Sistema
Se o sistema elétrico nomializou e voltou a operar em uma Especial de Proteção (SEP), com uma estratégica de ação de recuperação
freqüência dentro de uma estreita faixa estabelecida em tomo da freqüência
das condições operativas de um equipamento ou do sistema elétrico,
nominal, pode-se restabelecer as cargas, por meio de um Esquema
decorrente de uma contingência ou perturbação.
Automático de Restauração de Cargas (ERRC), como, por exemplo, o
apresentado no diagrama unifilar da figura 3.23.3, cujo esquemático em DC O ERAC é um esquema aplicado, essencialmente, com petiurbaçào
é mostrado na figura 3.23.4. do tipo perda de geração, já o ECE é um esquema estratégico aplicado a

~ -,1(
)
92
-
Capítulo III

qualquer tipo de perturbação, podendo ser, inclusive até a provocada por


Teleproteção 93

perda de geração.
2
O ECE é geralmente aplicado com as seguintes estratégias:
3
7 Corte de cargas seqüenciais, com o objetivo de aliviar o
sobrecarregamento de um equipamento, que pode ser, por 4
exemplo, uma linha de transmissão ou um transformador. Nesse
caso, o monitoramento pode ser feito por um relé de Figura 3.24. l - Diagrama Unifilar
sobrecorrente (50, 51) ou pelo monitoramento da potência ativa. O esquemático em DC, da atuação do relé 27 do ECE está
-$- Corte de cargas seqüencia is ou ligações de capacitares (ou apresentado na figura 2.24.2.
compensadores síncronos), com o objetivo de eliminar ou aliviar
o afundamento da tensão na região. Nesse caso, o monitoramento + 27 ]_ T1 I T2l T3 l
-$-
pode ser feito por um relé de subtensão (27).
Corte de capacitares, compensadores síncronos capacitivos ou de
outras ações, com o objetivo de eliminar ou aliviar a sobretensão
Relé de
Tempo Dj 1 Bobina do
Abertura º" l . .,."
Ab•rtura

na região. Nesse caso, o mon itoramento pode ser feito por um


relé de sobretensão (59). :--lote que a sobretensão no sistema, é figura 3.24.2 - Esquemático do ECE por Meio do Relé de Subtensão (27)
prejudicial as: cargas, capac-itores, pára-raios, transformadores e Em decorrência de uma contingência, a atuação do relé de subtensão
a isolação em geral. (27) ativa um relé de tempo, que de acordo com os seus ,ajustes de tempo e
7 Retirada de transfonnadores, linhas de transmjssão ou outros fechamentos de seus contatos, vai sucessivamente desligando os disjuntores
)
equipamentos que venham, cm decorrência de uma contingência correspondentes.
ou ação, a operarem a vazio. O monitoramento pelo ECE pode
ser feito utilizando os contatos auxiliares dos disjuntores,
scccionadoras ou por meio da programação de CLPs.
-$- Mudança na operação do compensador síncrono para gerador
síncrono, com o objetivo de eliminar ou aliviar o déficit de
geração na região. A ação do ECE pode ser feito pelo relé de
freqüência.
7 Outras ....
' '.
.
'
Para exemplificar, apresenta-se um ECE aplicad o na configuração
do diagrama unifilar da tigura 3.24.1 , programado para efetuar, pelo relé de
subtensão (27), o corte de carga 1, 2 e 3, decorrente do afundamento da
tensão no local.

. i

111 1

J
)

l
' n:r
, ~ l

) :, 11 94 Proteção de Transformador 95
)
' 1 1
1
) .I ♦ Proteção diferencial (87)
1

) .. '
!,
1 l ♦ Proteção de terra restringida
) ♦ Proteção de gás (63) (por exemplo, o relé Buehholz)
) ♦ Válvula de alívio de pressão (20)
) ♦ Proteção térmica (26, 49)
}
♦ Proteção de baixo nível de óleo (7 I)
♦ Proteção de sobrecorrente (50, 51 )
♦ Proteção de sobrccxcitação (24)
)
♦ Outras....
)

)
4.2 Transformador Monofásico
)
) . PROTEÇÃO DE TRANSFOR1\1ADOR A figura 4.2. l mostra um transfonnador monofásico alimentando
) uma carga.

)
) ip • • Is

) 4.1 Introdução + H1 X1 +
) vp NP N, vs
)
Em geral os transformadores têm baixos índices dt: falhas, porém,
quando estas ocorrem, inevitavelmente levam a desligamentos, forçados ou
) não, implicando em substiluições, paralisações, manobras, riscos e
) manutenções corretivas demoradas.
Núcleo
) Para este equipamento tão importante que possibilita acoplar
sistemas elétricos com tensões diferentes, empregam-se proteções Figura 4.2.1 - Transformador Monotasit.:o
)
específicas, também conhecidas como proteções intrínsecas do
) As marcas de polaridade identificam como as bobinas primárias e
transformador. A proteção é mais complexa quando o transformador de
1 potência for de maior porte. secundárias estão acopladas magneticamente. Pode-se também, adotar
),
outras convenções, para a marca de polaridade, como por exemplo, as letras:
) As proteções utilizadas no transformador de potência podem ser do
tipo: 11 ♦ para a bobina primária, onde H 1 representa o início da bobina
) na mesma posição da marca da polaridade e 112 é o seu final.
)
)
i

) . ,
l
-~
)
Capítulo TV Proteção de Transformador 97
96
X ♦ para a bobina secundária, sendo que X1 representa o início da J 4.3 Proteção Diferencial no Transformador 1\tlonofásico
bobina que está acoplada magneticamente com o H1 da bobina
Na utilização da proteção diferencial os TCs devem compensar as
primária e X 2 é o seu final.
diferenças numcncas das correntes primárias e secundárias do
Assim, a posição das marcas de polaridade é identificada por H, e
transformador.
Considerando as características normais de operação do A figura 4.3.1 mostra um esquema de proteção utilizando uma
transformador, vale a expressão: proteção diferencial percentual.

N? vpN l,'1
N, v,N 1P" v, 1p
i,
a;:;;-=--= -··= - .-=-=--
vp ( 4.2.1)
+ i
.
Tr,insformador
:
; +

Em que:
• I
VNp N, N,j VNs
!
!
Carga

a ♦ é a relação de transformação do transformador


Pelas convenções representadas na figura 4.2.1, tem-se que:
♦ As tensões Vr e V, estão em FASE, e estão relacionadas por

v p =aVs ( 4.2.2)
Figma 4.3.l -Proteção Diferencial Percentual no Transformador
♦ As correntes ir e i, estão em FASE, e são dadas por Monofásico
í, ;:;; al P ( 4.2.3) No esquema da figura 4.3.1 deve-se observar as regras para a ligação
O circuito da figura 4.2.1 pode ser representado pelos circuitos das dos TCs:
figuras 4.2.2 e 4.2.3. 1) As ligações dos TCs devem seguir as mesmas seqüências das
marcas de polaridade das bobinas primárias e secundárias do
transfom1ador.
+
2) Os terminais dos TCs com marcas de polaridade devem se conectar
N, li N, as bobinas de restrições do relé 87.
3) Dimensionar os TCs de modo que as correntes secundárias que
passam pelas bobinas de restrições sejam iguais cm móduio e
Figura 4.2.2 - Transfom1ador Monofásico
ângulo, ou seja Í P' = I.s.
ip ã~ (g~-----➔•------,~
_ _ _ _,..,_ _ _ _
i,
As regras 1 e 2 fazem com que as correntes que passam nas bobinas
vP N, N.,
Ys de restrições estejam cm F.ASE, e para garantir que os módulos sejam
Figura 4.2.3 - Diagrama Unifilar iguais, deve-se fazer:

--,L
)
)
98 Capítulo IV
1 Proteção de Transformador 99
1
)

)
_IP_= I, Transfonnador TC 2
) 138/13,8 kV
RTCP RTC,
) IP a IP • Carga
--=--
)
)
RTCP RTC,
..
'
RTC s =a - RTC p (4.3.1)

)
Em que: t..
♦ RTCP é a relação de transformação do TC conectado no primário :: ..........~.·----~-p--···~p·~···
)
do transfonnador; i y
)
)
♦ RTC, é a relação de transformação do TC conectado no secundário L_ ______ -----·-....... ------------ ---0
do transformador.
) Figura 4.3.2 - Circuito da Proteção Diferencial
Assim, desconsiderando-se os erros de cada TC, na operação normal
} S=Vl
do transfonnador e em caso de defeitos fora da zona protegida pelos dois
) TCs, a corrente que passa na bobina de operação do relé 87 é nula. 8280k = 138k · 11
} Apresentam-se a seguir alguns exemplos dessa proteção diferencial Il = 60A
) no transformador monofásico.
b.2) Pela relação de transformação do transformador
) Exemplo 4.3.1: Seja o diagrama unifilar apresentado na figura 4.3.2 o

)
circuito de um transformador monofásico de 1O MV A que alimenta uma a=: vpNuminal = .!:_38k = 10
carga de 8280 kVA com fator de potência de 0,8 atrasado. Y,Nomin oi 13,8k
) 1
Calcular:
) 1
a) A corrente elétrica na carga.
1

S = VJ
) 1 I, = 60A
1
8280k = 13,8k · 12
1
'I
c) A relação de transformação do TC2, de modo a se adequar a
12 =600A proteção diferencial percentual.
)
1
h) A corrente no lado primário do transformador. Pela expressão 4.3.1 , tem-se que:
1 Há dois modos: RTC 2 =a· RTC 1
'
b.1) No lado primário
I primário do TC2 == Q . 1prinuido do TC I
1
s s
l
l
j
) .,
! 100

Nesse caso, a corrente nominal do primário do TC1 é um dado


Capítulo IV_ l Proteção de T,ansformador

25
1O1

a = 25% = - =: 0,25
informado na figura 4.3.2, isto é, lp,ímariodo rei= 100 A. Assim 100

RTe ' = l pr:mário du TC2 1000


a = arctg a= arctg 0,25 = 14,03°
- 5 5
I - L =:a . 11 + I2
l 4
d) A corrente no secundário do TC1 • 2
; 11 60 -12 = 10-0 =~=2=200%
·[ I,1 = r,ccundário do TCl = RTC = 100 = 3 A ªdefeito = Il_!0-12 10+0 5
l -
5 2 2
1 e) A corrente no secundário do TC2• a.,.UC1etlO
= arctg 2 = 63,4°
1
I = I sccundono
._ = ~ ::: 600 ::: .., Sendo que:
1 s2 do TC2 RTC l 000 .) A
2
5 l operação > I ajust• do ;,,!é l
t) A corrente que passa na bobina de operação do relé 87. {
a ddeilo > 25°./4o J⇒ o relé atua
a defoito > 14,03 O
Tupcração do relé i!,1 = Js1 - 1s2 =Ü
A figura 4.3.3 mostra graficamente as correntes e suas inclinações
Como a IoperaçJodordé 87 =0 0 relé não opera. (slope).
g) O que acontece com um relé 87 que tem ajuste de 2A e lopcração
declividade de 25°/4,, na ocorrência de um defeito interno de
200A no transformador operando a vazio.
.
200%

Neste caso, os cálculos são os apresentados a seguir


II= 200A e 1OA ....,___ ___.1"'
/ "'63,4°
/ \\
d1
T _ 200 _ Oi\
si - 100 - 1 , e
2A
./

:
\
\
\ 14 03°
1 '

5 1!.__-.&---..!.I_ _....:..._ __ _~► 1reslrii;iío


1
1 5A
.l
'1 Figura 4.3.3 - Correntes e suas Inclinações
1 1 10+0
I r~strição =- - = 5A A figura 4.3.4 apresenta a situação final do item g.
2 )

_J ____ )
102 Capítulo 1V Proteção de Transformador 103
)
Transformador É importante observar que na proteção de linhas de transmissão com
) i1 = 200 A 138/!3,8 kV rei és 50, 5 l, 21, 67, 32, utilizam-se TCs com fator de sobrecorrente de 20,
) com classe de exatidão de 10%. Já os TCs para a proteção diferencial, os
) • • erros dos mesmos influenciam no ajuste do relé. Assim, os TCs mais

) ..
'
adequados deveriam ser o de classe de exatidão de 2,5%. Ou seja, os TCs da
proteção diferencial deveriam ter classe de exatidão melhor do que os TCs
'
) is 1 =10 A ioperação =10 A Ís2 = O das outras proteções. Mesmo assim, os TCs de classe de exatidão de 10%
+ ... ·········,
)
são utilizados na proteção diferencial, nesse caso, se a corrente elétrica do
defeito for pequena, o erro dos TCs será pequeno, mas para um curto•
........•••••••u••-••••••••••••• circuito de grande intensidade o erro poderá ficar em 10% para cada TC.
. i Assim, um TC pode ter erro de + l 0% e o outro de - 10%, o que acarreta
para o relé 87, uma corrente diferencial com erro de até 20%.
) L..............~···················@
)
Figura 4.3.4 - Defeito lntemo no Transformador Monofásico 4.4 Transformador Trifásico
)
A figura 4.3.5 apresenta o esquema simplificado em DC da atuação
) da proteção. O transformador trifásico opera como se fosse 3 transformadores
monofásicos, podendo ser constituído por:
)
+ I ♦ Banco de transformadores monofásicos;
87

) ♦ Transformador trifásico, montado sobre um mesmo núcleo


69 magnético, que pode ser:
}
) • Núcleo envolvido;

) • Núcleo envolvente.
A forma de ligação do transformador trifásico, em cada lado do
enrolamento, pode ser:
♦ Em estrela (Y);
Figura 4.3.5 . Esquemático cm DC da Proteção Diferencial
) ♦ Em delta (.6.);
Em que:
) ♦ Em zig•zag.
YM ➔ lâmpada vennclha, indicando disjuntor fechado
Destas ligações resultam as mais diversas combinações que
VD ➔ lâmpada verde indicando disjuntor aberto dependem do sistema elétrico adotado.
Para outras notações numéricas ver apêndice A. .êm relação ao número de enrolamentos podem ser de:

J
)

104 Capítulo IV Proteção de Transformador 105

♦ Dois enrolamentos, chamados de primário e secundário, ou de


1 Nos enrolamentos do lado primário ou secundário dos transfor-
alta e baixa tensão. madores de potência ou dos TCs, ligados em 6, as con-entcs na linha estão
defasadas de ± 30° e tem módulo ✓ 3 vezes maior que as conentes na fase
♦ Três enrolamentos, chamados de primário, secundário e terciário,
ou de alta, média e baixa tensão. do 6. A figura 4.5.1, ilustra esse caso.
. e .., o·
♦ Ou de mais enrolamentos. l.!ll.inha = ✓ 3 · L ± .,Q l,\ i?asc

4.5 Proteção Diferencial do Transformador Trifásico 6 - Y ]


A proteção diferencial 87 no transformador trifásico efetua-se fase a
fase do mesmo modo como está apresentado no item 4.3 . Pode-se adotar
e
qualquer ligação 6 ou Y nos secundários dos TCs da proteção diferencial.
Entretanto, o mais utilizado é a ligação em Y quando os transformadores de
potência não produzem rotação angular nas suas correntes de entrada e
Figura 4.5.1 - Correntes de Linha e de Fase no Enrolamento em!::;.
saída.
No caso da figura 4.5.1, sempre na operação balanceada as correntes
Cuidado em especial deve-se ter no transformador trifásico
de linha e de fase são dada pela expressão 4.5.1.
conectado em 6 - Y, porque às correntes de linha no lado 6 estão
adiantadas ou atrasadas de 30°, 60°, 120°, 150° e 180° em relação as (4.5.1)
correntes de linhas no lado Y. As correntes estão adiantadas ou atrasadas
dependendo da forma de ligação dos enrolamentos do lado 6 do As ligações dos TCs devem seguir a mesma regra do item 4.3, o
transformador de potência. importante é que as correntes que fluem pelas bobinas de restrições do relé
O deslocamento angular produz dois problemas:
87 sejam as mesmas.
A regra fundamental para o funcionamento do reltS 87 é que na
♦ Diferenças nas correntes no relé diferencial 87, que
condição normal de operação ou de curtos-circuitos trifásicos, fora da zona
dependendo do seu ajuste pode operar para as condições de
de proteção, seja atendida a expressão 4.5.2.
carga do transformador.
♦ Defasamento nas correntes das bobinas de restrição do relé
87, prejudicando a sua caractedstica de desempenho. l IJobinade Restrição 1 = j Bobina dcRcstrição2 ( 4.5.2)

Na operação normal do sistema elétrico, as conentes nas bobinas de


restrição do relé diferencial devem estar em fase, com mesmo módulo e Se a condição da expressão 4.5.2, não for satisfeita o sistema de
ângulo, desse modo os TCs devem compensar a: proteção diferencial tem erro, isto é, existe corrente passando na bobina de
operação do relé 87, que eleve ser compensada pdo ajuste da sensibilidade
♦ Relação de transfom1ação do transformador.
do relé.
♦ Rotação angular provocada pelo transformador 6. - Y.

l ._____ _ - - - - - -- - --
106 Capítulo IV Proteção de Transformador 107

) 4.6 Regra de Ligação dos TCs nos Transformadores Transformador


TCs TCs
Trifásicos o -
------=-+·.:.+-
.. __ Ío- --- --- - ---nrxm --- -oi mo- - - -
~ ~ I ·uvuu- -uuuu•~~1~----+-~_~
__:..,:__,xx,nr'\.____ _ .
0
)
A seguir apresentam-se os passos genéricos das conexões dos TCs -----::::,=-ª+ro
........._--~1..:C:......'9olf\- ----'lJllllll'-º--11----+-t'V'\'-+-a;_D- - - -
a ~~
) para as ligações mais simples de transformadores trifásicos de 2
) enro!.amentos que pode ser estendidos a transfonnadores com n- •00 1.
-----__..=.•.µ..,1...__---..:.L_:__'mU"-- .1 (V'\
---~'--Jt----=1---1,,é,:----
enrolamentos.

) °
1 P.asso: Desenham-se os enrolamentos primários e secundários de modo
que as bobinas acopladas fiquem alinhadas, com as marcas de polaridades
87
para fora, como mostra a figura 4.6.1
) Transfotmador iRRSo'-

)
r 0 ·ooolfl--- - - -o l
)
1 ~
) ~ ~
) 1. ,. 1
L • oelolP.--_---' oow • 1
)
Figura 4.6. l - Transformador Trifásico de 2 Enrolamentos Figura 4.6.3 - TCs no mesmo Sentido dos Enrolamentos do Transformador
4° Passo: Em cada lado, conectar as marcas de polaridades do secundário
) 2° Passo: Conecta-se a linha de transmissão externa nos terminais com
dos TCs nas respectivas bobinas de restrição do relé 87. Ver figura 4.6.4.
)
marcas ele polaridades,. conforme figura 4.6.2.
Transformador Até este passo, tem-se a ligação genérica dos terminais do
)

)
.1
,j _ _L_T_s_ _ _ _ _.:i_º-~- - - --4lRJo'l'--º-.~-----L_T_s_ __
transformador e dos TCs. As próximas conexões apresentadas a seguir
dependerão das ligações do transformador.
.i'
' --------~1-ª-'lRJlRJ"-- ~'--ª"""'---------
) 1
4.7 Transformador Trifásico sem Rotação de Fase
- - - - - - - - - ~ . . . . : • - ~ ------4lRJo'l~-·-ilr----------
) Nos casos de transformadores trifásicos em que as correntes de linha
Figura 4.6.2 - LTs Conectada ao Transfomiador T rifásico
) do lado primário e secundário, não apresentam deslocamento angular de
3° Passo: Conecta-se os TCs de modo que suas marcas de polaridade fase, ou seja, têm des.locamento de oº, as ligações cios TCs devem ser
) '
acompanhem as marcas de polaridade dos enrolamentos do transformador. preferencialmente em Y nos dois lados. A ligação cm Y é preferencial, mas,
Neste passo já se colocam os 3 relés diferencial percentual, conforme se houver problema de atuação da proteção diferencial para defeito
ilustrado na figura 4.6.3. 11,i- terra fora da zona protegida, deve-se então utilizar outra ligação.
)

108 Capítulo lV Pi-oteção de Transformador 109

Transfom1ador Transformador
TC's 'o-- ____y_y_ -- - - -o-, TC',

--;::::::=:::::::::t-'-t=;---~-'11<m"'--; r--'VlllW'--~,---.=-~~=.-
[]
ª'
. 1

1 .. *1
L.------- 1---------------J

figura 4.6.4 - Conexões dos TCs


figura 4.7.1 - Transformador Y - Y com Deslocamento Angular de oº
Os transfonnadores que tem deslocamento angular de oº são:
O aterramento apresentado na figura 4.7. l é feito_por dois motivos:
♦ Y-Y
♦ Provocar um curto-circuito franco, caso haja defeito na isolação
♦ 6.-6. interna dos TCs, deste modo garante-se a ahiação da proteção do
local.
♦ 6. - zig-zag
♦ Segurança, para garantir que esta fiação e as carcaças dos TCs
5° Passo: Conectar os TCs em ambos lados em Y ou em 6., e fechar as estejam no mesmo potencial referenciada a terra.
bobinas de operação dos relés 87 em Y. Ver figura 4.7.1 para o caso de
i transformador em Y - Y.
[±) Transformador .l:::. - V
.l· 1
'
No lugar do transformador V -·· Y da figura 4.7.l poderia ser outro ·-------_]
1
.1 tipo de transformador, porém, com deslocamento angular de oº. No transformador 6. - Y, as corre-ntt:s ele linha no lado 6. estão
O esquema de proteção da figura 4.7.1 não se aplica para defasadas (adiantadas ou atrasadas) de 30°, 60°, 120°, 150° e 180° em
transformadores Y - Y aterrados, dado que para um defeito monofásico a relação às correntes de linha do lado Y, a tabela 4.8.1 apresenta os detalhes
terra, fora da zona de proteção dos dois TCs, a proteção diferencial 87 dessas I igações.
amaria. Nesse caso, se os TCs forem ligados em 6. a proteção seria O deslocamento angular de 30°, 60°, 120°, 150° e 180° depende de
adequada. como os enrolamentos elo 6. e do Y estão ligados.

E
>
r, Capítulo 1V Proteção de Transformador 111
r.
l
110
) i

) .1
Os TCs deverão ser dimensionados e conectados de modo que suas Transformador
ligações no secundário compensem as relações de transfo1mações diferentes TC's TC's
) e os deslocamentos angulares, de modo que nas bobinas de restrições do relé
87 cheguem correntes elétricas em fase.
Para atender estas condições, segue-se a regra:
\ a) Os secundários dos TCs deverão estar conectados cm Y no lado I _________ J
6 do transformador de potência.
b) Os secundários dos TCs deverão estar conectados em 6 no lado
Y do transformador de potência. 87

Os secundários dos TCs em 6 deverão estar conectados do mesmo


}
modo que o 6 do transformador de potência, isto é, as ligações nas marcas 87
) de polaridade serão as mesmas.
Na figura 4.8.1, apresenta-se o diagrama imiftlar da proteção
diferencial do transformador de potência 1:::,. - Y .
y 6
F igura 4.8.2 - Transformador 6 - Y
) ---=:=i--i,,,:e---1. 11 >---< ,l--=::i-..:.-¼==:==--- T ransfom1ador

) • 1

} ·-----0-----J
1 t

) +
'----------{ n..--------'
)
Jli Figura 4.8.1 - Diagrama Unifilar da P roteção Diferencial do Transformador 1\
I _________ J

) 6-Y

J1 Assim continuando os passos do item 4.6, tem-se o sº Passo.


"
) 5° Passo: fazer a conexão do lransfonnador de potência, sendo um lado cm
) 6 e o outro cm Y. Ver figura 4.8.2.

A figura 4.8.2 foi construída a partir da figura 4.6.4 seguindo a


regra deste item, os 'fCs elo lado 6 do transformador deverão ser 87

conectados em Y, exatamente como eslá apresentado na figura 4.8.3.


Figura 4.8.3 - Ligações dos TCs no Transformador 6 - Y
)
l 12 Capítulo IV Proteção de Transformador 113

Na figura 4. 8.3 apresentam-se também as conexões dos secundários mostra a mesma ligação feita na figura 4.8.2, com os seus respectivos
dos TCs no lado Y do transformador, que deverão estar conectados em 6. sentidos das correntes de cada lado.
seguindo a mesma seqüência das suas marcas de polaridade. Assim, as
Transformador
bobinas secundárias dos TCs devem ser uma réplica dos enrolamentos do
lado 6. do transformador.
Observa-se que em todos os esquemas das figuras 4. 7. l e 4.8.2, as
bobinas de operação dos relés 87 estão conectadas em Y.
Outra maneira de efetuar as conexões dos TCs no transformador 6. -
--~•~---~~-a~--~r7 I _________ J
i 8 = ib -ic
ic = ic - i,

Y é seguir os sentidos das correntes de acordo com suas marcas de


polaridade, tendo como objetivo de atender a expressão 4.5 .2, ou seja, as figura 4.8.5 - Conexão do transformador 6. - Y
co1Tcntcs nas bobinas de restrições devem ser iguais cm fase e em módulo.
No lado 6., aplicando-se a 1ª Lei de Kirchhoff, tem-se as correntes:
O procedimento apresentado a seguir é geral, aplicado a qualquer
tipo de conexão do transfonnador 6. - Y. i. = t + tb iA=i, - t 0
!
1
1
No procedimento apresentado na figura 4.8.4, leva-se em conta f b = Í B + ic Í B= i h - \
somente as ligações dos TCs e os sentidos das correntes, sem levar em
1 consideração a relação de transfonnação do transformador. i 0 = lc + i, Te = i 0 - i.
1
As correntes no primário e secundário de qualquer transformador de Os TCs na figura 4.8.5 podem ser colocados de qua!quer modo,
potência ou nos TCs estão sempre de acordo com as apresentadas nas apenas os conjuntos de cada lado devem ser iguais e coci:_cntes, por exemplo,
l fígurns 4.2. l, 4.2.2 e 4.3.1, isto é, quando em um enrolamento a corrente os TCs foram colocados no mesmo sentido do da figura 4.6.3, na qual se
1 elétrica entra na marca de polaridade no outro enrolamento a corrente saí repete aqui na figura 4.8 .6, indicando os respectivos sentidos das correntes.
!
pela marca de polaridade, de acordo com a figura 4.8.4.
l
1
Transformador
Note que as correntes nos secundários dos TCs nos lado de alta e de
baixa do transfo1mador não são iguais, pode-se adequar as correntes de 2
º
r------- . -
0 r. 1
modos:
---,..•-----t1-'lUff'- ~----_--,•..,1r------ a) Ligando os TCs em 6. no lado Y do transformador.
__1_·b-!•~------'-l_o_~ --rmll"'--ª-'b_.,~1------- b) Utilizando outro conjunto de TCs auxiliares intermediários em
jc J "' • jc 1 qualquer lado no sentido de adequar as correntes nas bobinas de
- --..,-----+1-'lUff'- ~------•...,1..-------
1_________ J restrições dos relês 87.
Primeiramente, em atenção a regra, deve-se conectar os secundários
Figura 4.8.4 - Sentido das Correntes no P rimário e Secundário no
dos TCs em Y no lado D. do transformador e conectar sua saídas nas
Transformador
respectivas bobinas de restrições dos rdés 87, conforme ilustra a figura
Os enrolamenlos do Lransformador de potên<.:ia podem ser 4.8.7.
conectados de qualquer modo, como o exemplificado na figura 4.8.5, que

l ____ J_
)
) 114 Proteção de Transformador l l5
Capítulo IV
)
) Transfomia<lor As correntes nas bobinas de restrições dos relés 87 devem ser iguais,
deste modo a figura 4.8.7 mostra estas correntes.
) i. TC's r---------
ia
;::::::::;:::i-:-t=---+º:...._,-mlr'-.,v
o t,. o 1
TC's
o Deve-se conectar os secundários dos TCs do lado Y do
) o o
Íb i. a transformador de potência de modo a se obter as mesmas correntes nas
)
a
bobinas de restrições. Fazendo deste modo, obtéin-se o diagrama da figura
lc Íb 4.8.8.
) •
( • I _________ J • Transformador
)
,, ja
-~- TC's r--------- i,_ la - Th
TC',
,..,..,.
) 1
1
o
.. ,
y /;
. vvuv
0 1
1 .
....
<-• o
Íb - Íc
) Íh
. 1•
a-
D - 1 la
1
-
1
·uuuv
i,,_ 1:1 1
-
Íc - Ía - .....----
-- o

lc 1
.
[, _
• 1 . uuuu • i"
)
~
.
.m 1
- 1
-
I __ _______
·1 1
J
m •
y
'\ /1
i,
~
87
10 -Ía Í0 -i.
r r

87
Figura 4.8.6 - TCs Colocados nas Linhas do Transformador 6 - Y
Íb-_Íc jb -Jc
)
} Ía o
TC's ,- - - - - - - - -
o
Transfonnadoc
y l\. o i 1 Ía -ih TC's
o
Ía -Íb
r
-
87
Í,-_ Íb

) jb Ia • e i Íb - Te
o
a Figura 4.8.8 - Conexões dos TCs no Lado Y do Transformador de Potência
a
Íc jb

Íc -la

( • ,__ - - - - ___ J y • Como apresentado neste item e no item 4.4, os transformadores


trifásicos podem ser conectados de modo que suas bobinas primária e
secundária tenham diversas combinações que produzam deslocamentos
., 87 = angulares nas correntes de linha no lado primário c secundário.
:i jc - ia Íc -i.
) Nos relês diferenciais convencionais as ligações dos TCs devem
) compensar a rotação angular produzida, podendo-se até utiUzar TCs
jb - jc ib - jc auxiliares para compensar as discrepâncias de relação de transformação e
compensação adicional de rotação angular.
Já no caso de relé digital multifunção, a única conexão dos TCs é
Ía -ib Ía - lb utilizada para suprir as diversas função do relé, e neste caso não há
Figura 4.8.7 - TCs em Y no Lado 6. do Transformador de Potência necessidade de se fazer as ligações físicas da mesma conexão do
r1 116 Capítulo IV Proteção de Transformador 117

transformador protegido. Portanto, no relé digital deve-se entrar com a Transformador - Conexões e Deslocamento Angular
informação do transfo1mador, especificando o tipo de conexão de suas
bobinas primária e secundária. Desloca-
mento Conexões
Para verificar as conexões e o deslocamento angular das correntes de Angular
entrada e saída de um transformador, deve-se considerar o modelo
DdO YyO DzO
apresentado na figura 4.8.9, onde as correntes de linha entram no lado
primário e saem no lado secundário ou vice-versa.
[tlill'
w· I•
i i t
m.
D

'-
Bobinas ~

o
"O
cu
Primárias
li 1 i l!
E • 1 a '•

!~ __
\ iª T Íb
Se~~~~:~as
Íc !Terminal do
Dyl
Ydl Yzl

! a e i Secundário
filUl
b
. ·-·••·••···············-············.A

Figura 4.8.9 - Ligação Genérica do Transformador 30°

m.
H
A seqüência de fase é A, B e C, sendo que os respectivos fasores das • a f•
correntes elétricas giram no sentido anti-horário. Os terminais A, B e C
podem também, serem denominados de Hl, H2 e H3, e os tenninais a, b e c
de Xl, X2 e X3.

Para a seqüência de fase, apresentada na figura 4.8.9, as correntes de


linha no lado primário estão adiantadas em relação as correntes de linha no
lado secundário. Assim, todas as conexões e deslocamentos angulares estão 60º Dd2 Dz2
apresentados na tabela 4.8. l.

)
___l__
118 Capítulo IV Proteção de Transformador 119

filW Dd6 Yy6 Dz6


)
)

\
1
i

!
mo. •

.
D

"

.
180°

Dd4 Dz4
}


Dy7 Yd7 Yz7
)

ru:w w·
120° • a •
)
) -150°
)

}
) m· ~-
Dd8


Dy5 Yd5 Yz5 Dz8

)
150° • a •
-120°
)
)

1
1

1
.!
1
)
.,
l!f ·. l20 Capítulo IV
-
Proteção de Transformador 12l

1
DdI0 DzlO
- ♦ Y ➔ primário em estrela (Y)
":

mo· [[ill' ♦ Z - primário em zig-zag


✓ Segunda letra, minúscula, representa o secundário do transformador,
que pode ser:
-60° . a
7 d ➔ secundário em t:,.
i l f l•
m
...... 7 y ➔ secundário cm Y
- 1
7 z secundário em zig-zag
l ! 1! ✓ Número, variando de zero até 11 , que representa o deslocamento
1· 1° 1·
angular das correntes de linha no lado primário em rclaçào às do
Dyl Ydl 1


1 Yzl 1 lado secundário, cujo valor é dado pela expressão:

mo· w· o·
[ Deslocamento Angular= 30° · Númcii.J

Por exemplo, um transformador trifásico tem uma conexão de suas


-30° bobinas primárias e secundárias com a denominação de DyS. lsto significa
ij que o primário do transformador está ligado cm t:,. e o secundário em Y , e as

m. m J 1
LJ

. : l.
Tabela 4.8. l - Conexões e Deslocamento Angular das Correntes de Linha
D
-
correntes de Iinha no lado 6 estão adiantadas de 30° x 5 = 150° cm relação
às correntes de linha no lado Y.

4.9 Ajuste do Relé Diferencial Pet·ccntual na Proteção do


Transformador __J
l
no lado Primário em Relação às Correntes de Linha no lado Secundário de
Transfo1madores T rifásicos. No esquema de proteção diferencial do transformador de;: potência as
correntes secundárias dos TCs devem alimentar o relé 87 de modo que as
Os desenhos da tabela 4.8.1 estão associados ao modelo da figura correntes nas bobinas de restrições sejam iguais. l\a realidade, as com:ntes
4.8.9. que chegam ao relé 87, estão associadas a erros causados por:
. Na tabela 4.8. l, as duas letras associadas a um número, têm a a) Discrepância no casamento dos TO, do lado de a1ta e baixa do
seguinte convenção: transformador. Como os TCs estão vinculados aos que são
disponibilizados pelos fabricantes, deve-s.:: escolher aqueles que
✓ Primeira letra, maiúscula, rcpres~nta o primário do transformador
mais se ajustam de acordo com as relações de transformação dos
que pode ser: '
transformadores de potência.
1 ♦ D ➔ primário em Delta(~)
1

l
,J
)
i
'i
122 Capítulo IV

b) Erro dos TCs dado pela sua classe de exatidão de 2,5%, 5% ou


10% principalmente no momento de correntes de curto-circuito
elevadas de acordo com o seu fator de sobrecorrcl1te (FS = 20).
Este erro é devido à saturação do núcleo magnético do TC.
l Proteção de Transformador

pelo fabricante. A figura


restrição do relé 87.
123

4.9.1 mostra os taps na bobina de

Como o erro do TC é de ± 2,5%, ± 5,0% ou ± 10,0%, se os dois


n TCs da mesma linha da proteção diferencial operarem na pior
i
1
condição, isto é, um TC está com erro de
+ 2,5%, + 5,0% ou + 10,0% e o outro com erro de -..__,......, ~
Tap's T.ip's
- 2,5%, - 5,0% ou - 10,0%, tem-se no relé 87 um erro total de
5%, 10% ou 20%. Figura 4.9. l - Tups do Relé 87

c) Erros associados com a comutação dos taps dos transformadores Os taps são nominados em Amperes que produzem a mesma
de potência, efetuados sem carga ou com carga, de modo manual força magnetomotriz e o mesmo fluxo magnético de restrição. Por
) exemplo, um relé tem os taps disponíveis nas bobinas de restrição
ou, com controle pela supervisão local ou remota ou, regulação
automática pelo relé 90. Para o relé 87, o ajuste deve ser feito na de: 2,9 - 3,2 - 3,5 - 3,8 - 4,2 - 4,6 - 5,0 - 8,7 A, escolhendo-se os
) condição de operação normal do transformador de potência, ou taps de 5 A e 3,5 A, tem-se o torquc de restrição nonimal do relé
seja, com o tap do comutador na posição central. Qualquer 87 e se as correntes forem opostas o torque de restrição será nulo.
)
mudança de tap produz erro nas correntes diferenciais injetadas Essa situação está apresentada na figura 4.9.2.
no relé 87. O máximo erro será quando o comutador está com o
Íopcraçiio = l,5A
seu tap na posição limite de máximo ou mínimo. Geralmente, os
taps da comutação têm variações de ± 10,0% em relação à tensão
) 87
nominal do transformador de potência. Assim, o ajuste da
) sensibilidade ou da declividade do relé 87 deve ser além do erro
) introduzido pela comutação no seu maior limite. 5A 3,SA
) d) Discrepância dos taps nas bobinas de restrições do relé 87. Este TaP'" SA Tap'"3,5A
)
erro, devido às diferenças nas correntes que chegam às bobinas
de restrições, pode ser minimizado de dois modos: Figura 4.9.2 - Taps na Bobina de Restrição do Relé 87
)
d. l) Uso de TC auxiliar intermediário. Este TC ajusta a Se as correntes que fluem pelo sistema elétrico forem maiores que
) corrente antes de entrar na bobina de restrição do relé 87. os taps, por exemplo, como mostradas na figura 4. 9. 3.
d.2) Uso de taps no próprio relé 87. O múltiplo do tap na bobina de restrição é dado pela ex.pressão
4.9. l.
No caso do item d.2, deve-se escolher os taps nas bobinas de
restrições os mais próximos das condições de operações do M . ::;-: l Bobina do 1esori,!o ( 4.9.1)
transformador de potência. Os taps disponíveis são determinados Re.slnçâo Tap
Proteção de Transformador 125
124 Capítulo IV
1 ETC,; ♦ Erro devido à discrepância das relações de transformação
1
dos dois TCs adjacentes da mesma fase do lado de alta e de baixa do
l transformador.
Cc • ..., ""ªildao
1
+ Erro devido à classe de exatidão dos TCs.
S.SA 4A &
C"'11UC1Çllo
♦ Erro introduzidopela comutação máxima do
M =l,I Tap~SA Tap=3,5A M = l,! 43 transformador.
E Taps ♦ Erro devido à discrepância dos taps no relé.
Figura 4.9.3 - Correntes maiores que os taps
Assim, para o caso apre!>cntado na figura 4.9.3, tem-se os e~- ♦ Erro introduzido como margem de segurança .
.-'\Cgurnr.ç,:1
seguintes múltiplos para as bobinas de restrições:
'.'lo final verifica-se na operação nominal do transformador de
potência, com o objetivo de preservar as condições ténnicas das bobinas de
M R~SltiÇJol = -5,5
_- = !,10
::, restrições e operações do relé 87, as seguintes condições:
• A corrente na bobina de operação do relé 87 não deve ultrapassar
de 5 A.
O múltiplo médio será: • A corrente na bobina de restrição do relé 87 não deve ulrrapassar
de l O ou 12 A, dependendo do fabricante.
~!Médio= l,[O-,- l,143 = 1.1215
2 Exemplo 4.9.1 : Apresenta-se o diagrama unifilar da figura 4.9.4.
lsso significa que a restrição é 12, J 5% maior que a sua restrição 10 MVA
nominal. 22 kV
e) Margem de segurança. Feitas as considerações (cálculos) dos
erros, deve-se, ainda, deixar uma margem de segurança para
garantir a scletividade da atuação do relé diferencial dentro da
sua zona de proteção. A margem de segurança é geralmente de
5%.
Assim o erro total (mismatch) é dado pela expressão 4.9.2.

F.erro total = Ercs + Cctassc ~utiJJo + Ec-,mutação + ETap\ Jo relé 87 + 6 Segunmça f igma 4.9.4 - Diagrama Unifilar
( 4.9.2)
Dados:
Em que:
)
fl P
:! : . 126 Proteção de Transformador 127
; Capítulo IV

, . d { 60 x 120 - 5 A ➔ Classe 2,5H200 120


Tes clispomve1s e TC AT = -~- ➔ classe 2,5H200
200 x 400 - 5 A ➔ Classe 2,5H200 )

Relé 87 com taps disponíveis de: 2,9 - 3,2 - 3,5 - 3,8 - 4,2 - 4,6 - 5,0 - 8,7 A e) Corrente no secundário do TC do lado de .6. do transformador.

lP 87,477 ·
a) Fazer a ligação trifilar do esquema de proteção. lS("fCAT} == - - = 1"0
RTC ,_
= 3,645A
A ligação está apresentada na figura 4.9.5. 5
Transformador
Estes TCs estão conectados em Y, pmianto, esta é a coITente que
ó. y chega oa bobina de rest1ição do relé 87.
t) Escolher o TC no lado Y do transformado1·.
)
) A corrente na bobina de restrição do relé é de 3,645 A Esta corrente
é a de saída do TC em .6. no lado Y do transformador de potência. Desse
) modo, a corrente dentro do .6... é:
)
. 3,645
)
87
1demro do ,\ = ✓ J = 2,104 A
) 87
1. Portanto o TC ideal seria aquele que passa para o secundário
) '[, 2, 104A, potianto a relação de transformação seria de:
87
)
,4 == 124 73 == 124 73 x ~ ==
262 32 623 65
RTC = ,
) Figura 4.9.5 - Diagrama Trifilar 2,104 ' ' 5 5
) b) A corrente nominal na alta tensão do transformador de potência. Este seria o TC ideal, mas dentro da disponibilidade ofertada pelo
) fabricante neste exemplo, deve-se escolher o mais próximo, no caso o
SNominal = ✓JVNIN
) 400
TC == - ➔ classe 2,5H200
) I = lOM = 87 477 A 5
N,, ✓3 · 66k '
) g) Corrente secundária do TC no lado BT do transformador.
e) A corrente nominal na baixa tensão do transformador de potência.
) = 262,432 = 3 28 A

)
l1-1
UT
= ;oM
3 · 22k
= 262,432A (no tap central)
I
S-1u1T 400
5
'


d) Escolher o TC no lado .6. do transformador. Como os secundários destes TCs estão conectados cm .6. a corrente
li de saída (ou entrada) é de:
(

- 1

_ _J
128

Isaí<la Ja t, = ✓3 · 3,28 = 5,68A


É esta corrente que passa na outra bobina de restrição do relé 87.
Capítulo IV

l
1
i
Proteção de Transformador

3,5
3,8
4,2
1.000 l,086
l ,000
1,200
1,105
l,000
1,314
1,211
1,095
1,429
1,316
1,190
2,486
2,289
2,071
129

1
h) Taps no relé 87. 1
4,6 . 1,000 l,087 1,890
l
No relé 87, na operação nominal do transformador, chegam nas i 5,0 1,000 1,740
bobinas de restrições as seguintes correntes, que estão a_prescntadas na 1 1
1,000 j
8,7 i
figura 4.9.6. !

!i Tabela 4.9.1 - Combinações dos Taps do Relé 87


Deve-se escolher a relação de Taps mais próxima da expressão 4.9.4,
i tal que as correntes nas bobinas de restrições sejam as maiores e mais
próxima possível dos Taps escolhidos.

5,68 A
Comparando-se o valor da expressão 4.9.4 com os valores da Tabela
4.9.1, chega-se em:
Figura 4.9.6 - Taps do Relé 87 Tap2 = 5,0 = l 563
Note que as correntes verdadeiras não são exatamente iguais aos taps Tapl 3,2 '
disponíveis pelo fabricante, portanto, deve-se escolher os taps para que as 1 Rossrição2 = 5,68A > Tap2 = 5A
bobinas àe restrições fiquem equilibradas em termos de flu xo magnético, lRestríp\o l = 3,645 A> Tap l = 3,2A
isto é, tenham o mesmo múltiplo em ambos os l.ados, ou seja:

I Ri.:itrição l I R~Stl'ição2 Portanto, a escolha definitiva nas bobinas de restrições é Tapl


Tapl
= Tap2
( 4.9.3)
3,2A e Tap 2 = 5,0A.

3,645 5,68 Note que os Taps não foram exatamente obtidos pela relação da
1 expressão 4.9.4, isto produz erro no relé 87, que deverá ser coberto pelo
'i Tapl Tap2
ajuste da sensibilidade do relé.
Tap2 = ~,68 = l 558 ( 4.9.4)
Tapl 3,645 ' i) Erro total das correntes diferenciais.
i.l) Erro da classe de exatidão dos TCs.
Dos 'l'aps disponíveis: 2,9 - 3,2 - 3,,5 - 3,8 - 4,2 - 4,6 - 5,0 - 8,7 /\, no
relé 87, deve-se fazer todas as combinações possíveis de Taps, obtendo-se a &'classe do e>=atirlifo = 2,5% + 2,5¾ = 5,0%
relação Tap2/Tap 1, que está apresentada na Tabela 4.9.1.
·-- - i.2) Erro de comutação do transformador de potência.
Taps 2,9 3,2 3,5 3,8 1 4,2 4,6 5,0 8,7
2,9
' é Comutação = j Qº/o
1,000 1,103 1,207 1,31 O 1,448 1,586 1,724 3,000
3,2 1,000 1,094 1,188 1,313 1,438 1,563 2,719 i.3) Erro da discrepância dos Taps no relé 87.

J
)

130 Capítulo IV Proteção de Transformador 131

k) Relé sem Taps disponíveis.


MI = I!(emiçAol = 3,645 =1139 Se o relé 87 não tem Taps disponíveis, deve-se ajustar as correntes
Tapl 3,2 ' nas bobinas de restrição pelo uso de TCs auxiliares intermediários. Pode-se
posicionar os TCs auxiliares em qualquer lado. Geralmente os TCs
) M _ lRestriçãoZ = 5,68 = l 136 auxiliares são autotransformadores de correnté. Neste item, por exemplo,
2
) - Tap2 5,0 ' emprega-se TCs auxiliares do tipo autotransfo1111ador ligados em Y, como
) Portanto, M 1 > M 2 mostra a figura 4.9.7.
Transformador

1:::,.
) _ 1,139 -1,136 O _ 0

ETaps do relé - - -- - - X l O - 0,261/o
) 1,136
) i.4) Erro total das correntes diferenciais no relé 87.
''
E erro total = Ectasse exatidão + E comutação + ETaps do relé 87 + !':segurança ''' 87
c:86A-;:-
) ''
3, 45 AI
86A

&erro cotai = 5% + 10% + 0,26% + 5% ''


) 87
' ô6A 5.B6A
3, 45At ''
) t,·erro tulal = 20,26%
87 .&>A

)
j) A.j uste do relé 87.
O ajuste da sensibilidade percentual do relé 87 deve ser maior que o
3. 45A:

.
· -- • •"'••-
TCs auxiliares

) erro total das correntes diferenciais, isto é: Figura 4 .9.7 - T Cs Auxiliares do Tipo Autotransfonnadon:s
) Deve-se ajustar os TCs auxiliares para adaptar as correntes exatas
Sensibilidade > 20,26%
) nas bobinas de restrições dos relês 87 . Geralmente os TCs tipo
Escolher o ajuste de sensibilidade disponível pelo fabricante do relé. autotransfom1adores tem 100 espiras, como mostra a figura 4.9.8.
)
;• 3, 5A
) 'I Geralmente os ajustes de sensibilidade são de: 25%, 30% e 45%.
1

l Portanto o ajuste de p = 25% no relé 87 está adequado, caso o relé


venha a atuar indevidamente pode-se passar o ajuste para 30%.
Se o relé for digital, o ajuste de "p", dependendo do fabricante, pode,
por exemplo, ser escolhido em uma faixa de 15 a 80% em degraus de 0,1 %.
Figura 4.9.8 - TC Auxiliar Tipo Autotransfonnador
; . ti
.•
l
1
·1·1·ir
i ,j
f' 132 Capítulo IV 1' Proteção de Transformador 133
, 1
t
, l. Assim, no TC tipo autotransfoimador, tem-se: 3° harmônica 26,8%
:• ,, 1

4º harmônica 5,1 %
1

I 1
5º harmônica 4,1% 1

1 6° harmônica 3,7%
5,68 100
7° harmonica 2,4%
3,645 n
Tabela 4.10.l - Conente de lnrush
n == 64,17%
Nota-se na energização a predominância da 2° harmônica. O
Desse modo, deve-se posicionar o cursor no secundário do TC tipo primeiro pico máximo de corrente de inrush pode atingir de _8 a 12 vez~s o
autotransformador em 64,17% do total de espiras, deste modo o erro do relé valor da corrente nominal do transformador, sendo que os p icos sucessivos
87 é zero. Na realidade o secundário do alltotransfonnador é constituído de caem rapidamente num tempo efetivo de O, 1 segundos= 6 ciclos elétricos.
uma série de taps, portanto escolhe-se o tap disponível mais próximo
Interessante é fazer uma comparação, para distinguir, a corrente de
possível de 64, 17%, a pequena diferença será o erro no relé.
curto-circuito da corrente de magnetização do transformador. As
características dessas duas correntes de curto-circuito e a de magnetização
4.10 Energização de Transformador do transformador são apresentadas a seguir:
a) corrente de curto-circuito, ocorre numa freqüência industrial de 60
Na energização ou magnetização de um transformador de potência Hz com algum conteúdo de harmónicas não proeminentes. A figura 4.10.2
(figura 4.10.1) a corrente transitória de magnetização máxima pode atingir
mostra uma corrente senoidal em 60 Hz.
valores de 8 a 12 vezes a corrente nominal.
Transformador
r-- 8,33 ms4
1

~I IH
1
1 1
jmru~h 1
1
1
1

1
Figura 4.10.1 - Energização do Transformador _ . J __ _ __\,.._-1..._---J{__----\---t

A corrente de magnetização (inrush) vai depender da posiçao da


tensão senoidal no instante do fechamento do disjuntor. A corrente de
magnetização ou de inrush tem um alto conteúdo de harmónicas,
Figura 4.10.2 - Corrente Elétrica Senoidal
distribuídas conforme a Tabela 4.10.1.
Na realidade, a corrente de curto-circuito é senoidal, CLtjos picos
Corrente de !nrush (valores máximos) vão decrescendo na forma exponencial (5], mas a
Harmônicas % em relação a fundamental distância entre dois picos consecutivos se mantém em 8,33 ms, como mostra
2° harmônica 63%
a figura 4.10.2.

)
) fc'

)
134 Capítulo IV Proteção de Transformador 135

) Outra característica fundamental é que as correntes de curtos- lado fonte são submetidos a estas correntes, podendo fazer a proteção
circuitos só aparecem nas fases envolvidas no defeito. diferencial atuar.
) t b) a corrente de inrush ou de magnetização do transformador possui
l Para evitar que a proteção diferencial atue no instante de energização
forte conteúdo de harmônicas, confonnc apresentado na tabela 4.10.1, com do transformador, pode-se:
) predomínio da 2° harmônica e o aspecto dessa corrente é variado, mas em
1 geral é o mostrado na figura 4.10.3.
a) Bloquear a operação do relé diferencial por O, 1 segundo durante a
) 1
! energização do transformador;
;i
)
b) Usar atenuadores de transitórios;
) 1\
rl c) Utilizar relés diferenciais com retenção de harmônicas;
i
t d) Utilizar relés digitais com lógicas de detenção de harmônicas.
)
É importante observar que no caso de transformadores elevadores,
) acoplados a geradores síncronos, a corrente de inrush não é considerada,
) isto porque a energização do transformador é feita de modo gradual.
Figura 4.10.3 - Corrente de lnrush
)
) Esta con-ente nos primeiros 6 ciclos (O, 1 segundos) apresenta-se bem 4.10.1 Bloqueio da Proteção Diferencial
distorcida em decorrência do alto conteúdo de harmônicas, com
predominância de 63% da 2° harmônica. Para o caso de energização de transfonnador de pequeno porte ou de
) No primeiro ciclo o pico inicial pode atingir valores elevados, transformadores distantes dos geradores síncronos, pode-se simplesmente
) . variando de 8 a 12 ve;;,:es da corrente nominal de transformador. Este valor utilizar relé diferencial temporizados. ,
inicial depende do(a): Se em transformadores de grande porte ou localizados próximos à
)
♦ Porte do transformador; geração, as proteções diferenciais utilizadas são instantâneas e
temporizadas. Nesse caso, durante a energização pode ocorrer a atuação da
) ♦ Porte do sistema elétrico; proteção instantânea. Pode-se, então, bloquear a proteção instantânea
• Impedância equivalente até o ponto da instalação do transformador; durante a encrgização. Note-se que o recurso de bloquear a atuação
diferencial instantânea é um problema, no caso, da energização ocorrer em
) ♦ Tipo de material ferromagnético do núcleo do transformador; um transformador que tenha defeito interno do tipo curto-circuito. Porque,
) ♦ fluxo magnético remanente no núcleo do transformador no instante neste caso, a energização ocoITerá simultaneamente com o cm-to-circuito, e
) de energização; o tempo de bloqueio da proteção instantânea, apesar de ser pequeno, já é o
suficiente para produzir danos no transformador. Então para contornar o
) ♦ Valor da tensão elétrica no instante de energização. problema apresentado, pode-se adotar a proteção diferencial propostas a
t As correntes de inrush ocorrem nas 3 fases do lado da fonte de seguir.
I'
1 alimentação do transfonnador, portanto na proteção diferencial, os TCs do
[{_10.2 Proteção Difer.:_encial com Atenuadores de Transitórios 1
136

No caso b do item 4.1 O, o uso de atenuadores de transitórios tem


-
Capítulo IV Proteção de Transformador

a) Supor disjuntores abertos e sem tensão no lado BT;


13 7

como base derivar a cotTente na bobina de operação do relé 87 durante o


b) Com tensão nominal no lado AT, opera o relé 27 fechando seu
período de energização do transformador.
contato 27 AT;
A corrente de inrush não passa totalmente pela bobina de operação,
c) Fechando-se o disjuntor 52 AT, energiza-se o transformador, ao
deste modo, está se dessensibilizando temporariamente o rdé 87. Existem
mesmo tempo o contato auxiliar do disjuntor 52aAT fecha,
váiios esquemas de proteção que utilizam a dessensibilização do relé 87. A
ativando o relé auxiliar 87X. Durante a energização do
título de exemplificação, apresenta-se o esquema da figura 4.10.4.
transfonnador, o contato 87X está fechado e ocorre a derivação
AT BT de cotTente na bobina de operação do relé 87, dessensibilizando-
se o relé de 2 a 3 vezes do seu valor ajustado;
d) Transcorrido o tempo ajustado no relé auxiliar 87X, o seu
contato se abre, voltando ao ajuste original de sensibilidade do
87X
relé 87. Assim, durante o transitório de energizaçào do
transformador, o relé 87 ficou sensibilizado com um ajuste maior
e não atuou para a corrente de inrush;
e) O relé 87X permanecendo ativado mantém o seu contato 87X
figura 4.10.4 - Esquema de Energização do Transformador com aberto;
Atenuador de Transitório
f) Pode-se fechar o disjuntor 52 BT normalmente.
O esquema funcional em DC está apresentado na figura 4.10.5.
Este esquema de proteção, também pode apresentar- problemas, caso
+
27AT I I 27BT
a energização ocorra juntamente com um curto-circLLito no transfonnador.

S2aAT T T S2aBT
4.10.3 Relé Diferencial com Retenção por Harmônicas

#
L-----,l,----······---'·~ 87X Este relé possui um filtro que separa a corrente de 60 llz das Olltras
87X r···· freqüências. Assim, o relé pode distinguir o tipo de ocorrência no
transformador, nos casos:
Figura 4.10.5 - Esquema Funcional em DC da Proteção ela Figura 4 .10.4
♦ Se houver um curto-circuito, tem-se a predominância da
O relé 87X é um relé auxiliar temporizado, este, quando desativado, fundarnental em 60 Hz e poucas harmônicas. Nesse caso o relé
tem o seu contato geralmente fechado. Quando o relé 87X é ativado, ele diferencial deve operar normalmente.
abre o seu contato depois de transcorrido o tempo ajustado e mantém o
♦ Se for uma cncrgização nonnal do transformador, haverá um
contato aberto enquanto pcm1anecer ativado.
grande conteúdo de harmônicas. Nesse caso a proteção
O funcionamento do esquema da figura 4.10.4 dá-se do seguinte diferencial não deverá atuar.
modo:

.)
138

Um esquema de relé diferencial dotado de restrições por hannônicas


-
Capítulo IV Proteção de Transformador

♦ A corrente de inrush secundária do TC de operação do relé


139

é apresentado na figura 4.10.6. diferencial terá dois caminhos:


• A componente fundamental de 60Hz passará pelo
filtro correspondente alimentando a bobina de
)
Filtro operação resultante, que cria um torque positivo(+);
)
' • O restante da corrente de inrush, sem a parcela de
: FiHro
:passa 60Hz, passará pelo filtro de bloqueio de 60Hz, e será
, : 80Hz
1..- ...... refüicada na ponte de diodo e passará (alimentará) na
bobina de restrição resultante, produzi.ndo um torque
negativo (-).
)
Assim, na bobina de operação resultante e restrição resultante, tem-
) se:
) Joperação resulum tt: -I
- fundamental 60Hz:

Irestrição rcsul tan le == (2 Iinrush - 1funda.nonlal de 60Hz )retificada

restrição O torque de restrição é composto de duas parcelas:


Figura 4.10.6- Relé Diferencial com Restrições por Harmônicas
O esquema da figura 4.10.6 é simbólico, representando uma fase do
transformador monofásico ou trifásico. Assim, r rc,triçào >> r operação, e o relé não opera na encrgização do
) transformador.
Para entender o funcionamento da proteção diferencial com restrição
por harmônicas, considera-se que o transformador está fora de operação, ou
4.10.4 Relé Diferencial com uma Unidade de Bloqueio de
seja, os dois disjuntores estão abertos. Na energização fecha-se somente um
) Harmônica
disjuntor, por exemplo, o do lado AT.
)
Assim a seqüência de operação é: Para monitorar o transformador no período de energização, pode-se
)
♦ Haverá corrente de inrush só no lado de AT do transformador; acoplar uma unidade de bloqueio por harmônica no relé diferencial (87). No
) relé diferencial eletromecânico será adicionada uma unidade de supervisão
♦ A corrente de inrush secundária do TC de alta passará pela da 2" harmônica para bloquear a operação de proteção no caso de
)
bobina de restrição 1 e pela bobina primária do TC de operação energização do transformador. Este esquema está o apresentado na figura
) do relé diferencial; 4.10.7 .
♦ No secundário da bobina de restrição 1, a corrente de inrush será A proteção diferencial (87) é mostrada só para a fase A, já a unidade
retificada e passará totalmente na bobina de restrição resultante, de bloqueio de 2ª harmônica é trifásica, onde apenas as chegadas das fases
criando um torque negativo; B e C estão indicadas.
140

TC
Capítulo l':_ '
\
!
Proteção de Transformador

♦ Quando a con-ente de inrush no secundário do TC intermediário,


141

tiver um conteúdo de 2ª harmônica > 15% da fundamental, a


restrição desoperarão, abrindo o contato (URH), bloqueando a
atuação do relé 87, p01ianto o transformador de potência não será
desligado durante a sua energização.
l
A unidade instantânea mostrada no esquema de proteção da figma
1
!
4.10.7 é um relé de sobrecorrente (50) que opera quando ocorre falta de
U nidBde ir.stantãnéa
da f.;se A grandes proporções no transformador, seu ajuste é l O a 12 vezes o Tap do
relé 87.

4.10.5 Relé Diferencial Digital para Transformador


u,1id2ide i(!SUrnltlnêa
-oa laee .i3
Os relés digitais para transformador podem funcionar por meio de
Unidade !f13tanl.1nea
d~ f,a5e C algoritmos que processam as informações das conentes na entrada e na
saída do transformador. Observar as diferenças das correntes de curtos-
rc rr.t~m,edr.J,io circLtitos e das correntes de inrush no transformador, descrita no item 4.1 O.
figura 4.10.7 - Unidade de Bloqueio por 2ª Harmônica Acoplado ao Relé Para não operar indevidamente no período de energização do
Diferencial (87) transformador, os rclés digitais utilizam algoritmos internos, baseados nas
diferenças das correntes de cmios-circuitos e correntes de .inrush, além elo
O esquema em DC está apresentado na figura 4. l 0.8.
parâmetro de ajuste.
+ Unidade I =-;-- Relé 87 Pode-se, por exemplo, adotar um dos processos a seguir, efetuados
instantânea·TL,_· ---,-----:7"
_JI URH
na corrente diferencial da operação:

>6 ♦ O relé digital mede o conteúdo da 2ª harmônica, que comparada com


fundamental, processa a sua lógica de atuação.
Figura 4.10.8 -Esquema Funcional em DC do Esquema de Proteção da ♦ O relé diferencial digital mede o tempo decorrido entre os picos
Figura 4.10.7 sucessivos da corrente diferencial da operação, para fazer a lógica de
A tmidade de restrição por 2ª harmônica funciona do seguinte modo: sua atuação.

♦ Quando sem corrente ou cm operação mantém o seu contato ♦ O relé digital diferencial utiliza a transformada de Fourier sobre a
(URH) fechado. A operação ocone quando a corrente de 120 Hz corrente diferencial de operação, obtendo-o a fundamental e a 2ª
na bobina de restrição for ~ 15% da corrente fundamental desse harmônica. Se a 2° harmônica for relativamente grande comparada
circuito. com a fundamental, o relé não opera na energização do
transformador.

·i
i
)
)

l
)
142

4.11 Transformador com Impedância de Aterramento


-
Capítulo IV Proteção de Transformador

Transformador
143

) 1
)
No sistema elétrico, com transformador em Y aterrado, as ·co1Tentes l
de curto-circuito 1<1> - terra são elevadas, produzindo danos no equipa-
) mento. Assim, para abaixar as correntes de curto-circuito I<I> - terra a
valores aceitáveis de modo a não danificar o transformador, é comum inserir
Curto 1<j)-terra
uma resistência elétrica no ateiTamento do Y. Ver figura 4.11. l.
L 1
Transformador
)
R

) /
)
)
- _ _.....- _,,../

Figura 4.11.2 - Corrente de Curto-Circuito no Sistema com Terra Restrita


) R
O esquema diferencial de terra restrita em um transformador ti. - Y
aterrado é mostrado na figura 4.12.1.
)
Transformador
••

----1~--g..
) Figura 4.1 l.1 - Resistência de Aterramento ■

) Se houver em curto-circuito l<I> - terra, por exemplo, como mostra a


) figura 4. 11.2, a resistência (R) limitará a corrente de defeito ao valor
projetado, ou seja, a resistência (R) está restringindo a corrente de defeito,
por isso, esta técnica é também conhecida por terra restrita ou terra
) restringida. R ...
>: A utilização da técnica de terra restringida no transformador de
) potência prejudica o desempenho da proteção diferencial percentual (87) 87
para os casos de defeitos monofásicos internos no transfórrnador. O relé 87
)
pode ficar insensível para estes defeitos. Para contornar este problema,
). utiliza-se adicionalmente, a proteção normal (87), o esquema conhecido Figura 4.12. l - Proteção Diferencial de Terra Restrita
como proteção diferencial de terra restringida.
)
Note que na saída do lado Y os 3 TCs estão conectados em paralelo,
como demonstrado em [5] as correntes de saída do conjunto de TCs em
) 1 4.12 Proteção Diferencial de Terra Restrita paralelo é constituída de corrente de seqüência zero, ~ue é ~ mesma corrente
do terra do Y. Desse modo, na operação nomlal o rele 87 nao atua.
)

,,
r
i

J
f Proteção de Transformador
145

-
144 Capítulo IV

Note que neste esquema não há necessidade do relé ser diferencial ♦ Y-6, com ou sem resistência de aterramento.
percentual, pode simplesmente ser um relé de sobrecorrente, qu~ neste caso As proteções utilizadas podem ser dos seguintes tipos:
está fazendo a função diferencial (87). ·
a) Proteção diferencial das fases à terra é do mesmo tipo _utiliza~10
A figura 4.12.2, mostra a circulação de corrente no caso de defeito ? 1 A fim.ira 4.13. l apresenta a proteção diferencial
na fi1gura 4 . l -· • o .
lCl> - terra , no transformador. no transformador de aterramento em z1g-zag.
Transformador


•• ~=========+:====~================
c-----+--+--r------
••
TC,

Cijrto 1U <erra

87

Figura 4.12.2 - Defeito l<D - terra no Transfonuador


Note que a corrente de defeito passa totalmente pela bobina de Trn.nsforma<lor
operação do relé 87, e o mesmo atua. ,!e Aterrnrnerno

Neste transformador existe a proteção diferencial percentual normal


não apresentada na figura 4 .12. 1, os 3 TCs de proteção diferencial de terra
restrita podem ser os próprios TCs da medição.
• •
11 '
. 1 '.

·.l 4.13 Proteção do Transformador de Aterramento ·. . 4 .13 . l - Proteção Diferencial


f 1gura . do Transformador de Atcrramento em
z1g-zag

J O funcionamento do transformador de aterramento, conectado a um


sistema elétrico isolado, pode ser visto com mais propriedade em [5].
O transfonnador de atenamento conectado ao sistema pode também
b) Proteção meio-diferencial é efetuada por rclés de sobrccorrent~
ligados na salda dos secundários dos TCs conectados cm 6. V e1
figura 4.13.2.
ficar sujeito a defeitos, e o disjuntor próprio deste circuito deve atuar.
Conforme [5], os transformadores de aterramento mais utilizados são do No lugar de 3 relés pode-se utilizar somente 2. Os relés 50/51 atuam
tipo:
no disjuntor do transfonnador de aterramento.
♦• Zig-zag, com ou sem resistência de aterramento;

)
)
).
'
146 Proteção de Transformador
)'
J\.
-
Capítulo IV

lo
.
147

) A--t------:------.-------------------
)
)
L:
1 B
e
io
B---~----+-------,---- -----------
C ---------,.~-t----+-------r--.----.-+----,--
2 10 ! ,, 3 1'
Curto-circuito
) ,q,
•• • ■
* *
Fase-terra
y r,J.'·1· TC s ~ ••
) TCs ~
)" n;1
r:n
..::;;. Disjuntor Disjuntor
)

)
l
;:li'
1i
1
) .
lo

Transformador Transformador
de Aterramemo de Aterramento

)
) Figura 4.13.2 - Proteção Meio-Diferencial do Transformador de
) :' Aierramento
Figura 4.13 .3 - Defeito t<l) - terra no Sistema Elétrico
Para compreender com mais propriedade o funcionamento desta
1
proteção é necessário analisar o fluxo de corrente para diversos tipos de Pode-se, verificar que as correntes nos secundários dos TCs fluem
falhas, como por exemplo: dentro do /1 e nenhuma commte passa pelos relés 50/51, pmtanto a proteção
) não atua.
a) defeito 1<t> - terra no sislema elétrico;
Com neste caso o defeito não é no transformador de aterramento e
) : 1 b) defeito 1cD - terra no transformador de ate.rramento; sua proteção não deve atuar, outros relés no sistema deverão eliminar o
)
c) defeito 2<1> no transformador de atcrramento. defoito.
)
Para um dcteito l<l> - terra no sistema elétrico, o fluxo de corrente A figura 4.13.4 mostra os sentidos das correntes para um curto-
está apresentado na figura 4.13 .3. circuito 1<D - terra no circuito do transformador de aterramento.
148 Capítulo lV Proteção de Transformador 149

.
lo defeito interno no transfo1mador envolvendo a sua carcaça, a corrente de
A-~-----..------------------- . defeito total ou parcial flui para a terra.
B ---~...:.ia::...___+ - - - - - - - r - - - - - - - - - - - - - -
c ------~~----+-,.,-----r--:- .-------- Transformador
2Í0 i~ 2111

••
TCs~
,.
r
1, 1

11
Disjuntor
/
Curto-circuito
.
lo
Fase-terra

.
lo Figura 4.14. l - Proteção de Carcaça do Transformador
3i., Como mostra a figura 4.14.1, todo o circuito elétrico conecta-se ao
Transformador transformador pelo isolador de bucha, inclusive o cabo de descida do
de Aterramenco
atcffarncnto do neutro da ligação cm Y. O relé de sobrecotrente pode ser o
50 ou 51, mas que neste tipo de ligação está fazendo a funçãQ 64.
Quando houver qualquer defeito interno envolvendo a carcaça do
transformador, a corrente passará à terra através do TC, ClÜ a corrente
secundária fará atuar o relé 64. Ver figura 4.14.2.
Figura 4.13.4- Defeito lCl> -terra no Transformador de Atcrramento Transíormador

Neste caso dois relés irão atuar, promovendo a abertura do disjuntor


do transformador de aterramento. Essa proteção também é adequada para
atuar nos defeitos 2<!> e 3 <D no circuito do transformador de aterramento.

4.14 Proteção de Carcaça do Transformador

Para viabilizar esta proteção todo o circuito elétrico primário e


secundário do transformador deve estar isolado da sua carcaça, como mostra
a figura 4.14.1, e na conexão da carcaça à terra, instala-se um TC
conectado ao seu relé d-e sobrecorrentc. Desse modo, quando ocoITe um
Figura 4.14.2 - Defeito Interno no Transfo1mador

J
150 Capítulo IV Proteção de Transformador 151

1 Caso o defeito ocorra fora do transformador, por exemplo, um curto O relé Buchholz é instalado no duto que liga o transformador ao
'i circuito lcD - terra na 1inha de saída da ligação em Y, a figura 4.14.3 mostra reservatório, ou seja, ao tanque de expansão na sua parte superior. Ver
)
o trajeto das correntes de defeito, que no caso não será percebido pelo relé figura 4.15.1.
64.
Transformador

Tanque de Óleo

Relé Buchholz


..... /
1&)1900fdil
~ - - - - -- _,____.
I
no mínimo
-~-·-·-·-·-·-·- · -·- ~- .
) TC

) •• /
Tranformador
Figura 4.14.3 - Defeito Fora do Transformador

}
4.15 Relé Buchholz
) Pequenas falhas no isolamento das bobinas e nas conexões internas
) do transformador provocam formação de arcos elétricos e aquecimento
local, causando a decomposição do óleo com a formação de bolhas de gás
) .
que se deslocam para a parte superior do transformador. Calço de± 10mm

Estes e outros defeitos incipientes podem, com o decom;r do ~


funcionamento do transformador, evoluir para defeitos mais graves, tal
como curto-circuito interno. Portanto, há necessidade de se detectar estes f'igura 4.15.1 - Instalação do Relé Buchholz
pequenos defeitos incipientes, para que a equipe técnica da subestação possa O tanque de expansão tem a finalidade de suprir pequenos
programar a sua manutenção. vazamentos de óleo no transfonnador, de acomodar as dilatações do óleo
) produzido pela variação da temperatura ambiente e as provocadas pelo
O relé mais apropriado para detectar a presença de gás e rápida
) movimentação de óleo no transfom1ador é o relé à gás conhecido como relé aquecimento da operação do próprio transformador. O nível de óleo no
Buchholz, função 63. tanque de expansão é indicado pelo medidor de nível, função 71. O tanque
de expansão mantém o tanque do transfonnador sempre cheio de óleo.
A figura 4.15.1 mostra em detalhes as partes internas do relé
Buchholz.


152 Capítulo IV Proteção de Transformador 153

G O gás recolhido é examinado por meio de processos fisicos, químicos e


pela cromatografia, a fim de indicar o tipo de problema que esta
ocoLTendo internamente no transformador. A análise do gás indica, por
exemplo, se houve a presença de:
1) H 2 (hidrogênio) e C 2H2 (hidrocarboneto) indicam arco entre
'1
partes construtivas, através do óleo.

---- .________,r-,-
Ao conSE1VodOf
2) H 2 , C2H2 e CH4 indicam arco com alguma deterioração do
isolamento fenólico, isto é faltas no comutador de tapes .
3) H 2 , C~ e C2H4 indicam um ponto quente nas juntas do núcleo.
Figura 4.15.2 - Relé Duchholz 4) H2, C 21-Li, C02 e C3Hr, indicam ponto quente no enrolamento.
Defeito no interior no transformador ocorre sempre com a presença Apesar de não ser recomendado, os técnicos de manutenção, através de
de arco elétrico, que pode decompor lentamente ou rapidamente o óleo processo empírico mais simples, utilizam a pratica de colocar fogo no
mineral e o material isolante com pequena ou grande formação de gases. Os gás recolhido. Se o gás for inflamável, pegará fogo, indicando que há
gases formados sobem e passam através do relé Buchholz dirigindo-se ao defoito interno no transformador. Neste caso uma análise cromatográfica
tanque de expansão do transfo1mador. do gás do relé Buchholz e do óleo do transfonnador, cm laboratório, se
A seguir analisa-se o füncionamento para os dois tipos de defeitos dentro do faz necessário.
transfonnador: Se o gás não for inflamável, não pegará fogo, neste caso o gás pode ser
a) defeitos pequenos. fonnado pelo ar ou pelo vapor da umidade comida no óleo. Indicando
l;
neste caso que bá uma entrada ele ar no transformador ou que a sílica-gel
Nos casos de defeitos internos incipientes, a decomposição do óleo é
esteja saturada.
lenta e é pequena a fonnação de gás, deste modo, lentamente as bolhas
de gás sobem e se alojam no pequeno compartimento G do relé Se a atuação do primeiro estágio do relé 63 está ocorrendo com mais
Buchholz. Com a deposição de gás no compartimento G, a bóia B irá freqüência e em tempos menores, isto é um indicador que o defeito
descer lentamente. A ampola D que contém mercúrio (Hg) está interno está progredindo e a manutenção corretiva se faz necessária.
articulada com a bóia B. Quando os gases no compartimento G atingem
certo volume, a bóia B desce inclinando a ampola J). O mercúrio banha b) defeitos de grande porte.
os contatos internos da ampola D, fechando os contatos 3 e 4. Com o Dâeito de grande porte é caracterizado por um cu1io-circuito interno,
fechamento dos contatos 3 e 4, o relé Buchholz atua o alarme sonoro e devido à falha de isolação, neste caso o curto-circuito ocorre juntamente
visual, sendo este passo denominado de 112 estágio. O primeiro estágio com um arco elétrico de grande intensidade, provocando um rápido
não provoca o disparo (abertura) do disjuntor. aquecimento do óleo no local e formação de grandes bolhas de gás.
A equipe de manutenção, através da torneira A, recolhe o gás rearmando Geralmente na decomposição do óleo, gera-se aproximadamente 90
(restabelecendo) o relé. cm3/s de gás por l kW liberado pelo arco elétrico do curto-circuito.
As bolhas de gás juntamente com o óleo sobem e passam no relé
Buchholz, deflcxionanclo a palheta F, curto-circuitando os contatos l e

)
)
)

154

2, acionando o circuito do disparo do disjuntor. O IIº estágio é


-
Capítulo IV
r
1
Proteção de Transformador

® Falhas com pequenos arcos-elétricos, que ocon-em devido a um


155

!
caracterizado pelo fechamento dos contatos 1 e 2. pequeno defeito, ou devido à evolução das constantes descargas
A figura 4.15.3 mostra o esquema funcional em DC da proteção dó parciais que causaram comprometimento localizado na isolação
transformador envolvendo o relé 63. do material do transfonnador. Os pequenos arcos elétricos
decompõem o material isolante e o óleo no local. Esses arcos dão
+ I 63 1°
Estágio
I 63 11°-
Estágio
origem aos cu1tos-circuitos no transformador.
A figura 4.15.4 mostra a fotografia um relé Buchholz de um

Alarme
T transfo1mador de potência.

)
luminoso
-
sonoro

·;
!
) '
Figura 4.15.3 - Esquema Funcional em DC da Proteção 63
) O relé Buch.holz ainda tem mais uma função de proteção
) i : complementar, que se por algum motivo ocorrer uma grande perda de óleo
no transfom1ador. Neste caso, quando o nível de óleo abaixa além da
)
posição do relé Buchholz, a bóia B e a palheta F atuam, disparando a
) abertura do disjuntor. Esta ocorrência se dará primeiro com a atuação do
)
f
1
dispositivo de indicação do nível de óleo (71), ver item 4.21, e só depois
1,
haverá a atuação do relé (63).
)
Salienta-se que as falhas incipientes é uma grande preocupação para
a conservação dos materiais componentes da fabricação do transformador. Fotografia 4.15.4 - Relé Buchholz
Portanto, geralmente falhas incipientes no transformador, pode ser
diagnosticada com mais precisão com uma análise cromatográfica do óleo e 4.15.1 Relé Buchholz do Comutador
dos gases recolhidos no relé Buchholz. As pequenas falhas incipientes
podem ser motivadas por:
Os transformadores com regulação de tensão dispõem de comutação
® Sobreaquecimento do óleo do transfomrndor que pode ser total automática sob carga (Load Tap Changing = LTC) que é controlado pela
ou localizada em um ponto de aquecimento; função (90) que efetua motorizadamente a mudança de Tap do
transformador. O controle da mudança de tap também pode ser feito pela
® Descargas parciais ( carona), que são descargas elétricas que
programação lógica digital de comando a distância. Cada mudança de tap
ocorrem sem dar origem a descargas disruptiva no local, ou seja,
acrescenta ou retira espiras da bobina de regulação do transfonnador. A
elas aparecem e desaparecem sem provocar a formação de arco
mudança do tap pode ser efetuada na bobina primária ou secundária.
elétrico permanente. As descargas parciais podem ocorrer de
forma isolada ou de fom1a intennitente.

' i-1
':.j 1
'!
I!:
•'i
l
156 Capítulo 1V l Proteção de Transformador
157

Como o dispositivo de comutação opera processando muitos


ventilação forçada ou da refrigeração do óleo forçado, e até o desarme do
movimentos mecânicos para efetuar a permuta de taps, podem ocorrer disjuntor.
muitos defeitos de pequenas ou grandes proporções, decompondo o óleo Dependendo do tipo de fabricação o termômetro pode ser dos tipos:
gerando o gás. Por esse motivo, o mecanismo de comutação é instalado num
♦ Arraste do ponteiro e cursor feito pela ~xpansão do merctLr.io
reservatório (compru.timento), à parte, dentro do tanque do transformador.
Deste modo os defeitos no comutador não danificam os elementos do líquido.
transformador e a equipe de manutenção somente agirá na área do tanque de • Arraste do ponteiro e cursor feito pela expansão do fole acionado
comutação. pela dilatação do gás ou líquido.
Portanto, somente para o óleo do tanque do comutador, será ♦ Acionado pelo galvanômetro, proporcionado pela p~q~cna
colocado um relé Buchholz (63). Este relé Buchholz (63) é ligeiramente diferença de potencial gerada pelos 2 metais (termopar) d1stmtos
diferente do relé Buchoo1z da figura 4.15.2, porque não tem a càmara G e a colocados em temperaturas diferentes.
bóia B.
♦ Digital, cuja medida da temperatura é_ feita pela peq~ena
Deste modo o transformador de potência provido de comutação diferença de potencial gerada pelos 2 metais (termopar) d1st1nlos
automática, tem dois relés Buchholz: colocados em temperaturas diferentes.
• um relé Buchholz para o transformador; A fioura 4.16. l mostra um termômetro com bulbo, tubo capilar e
• um relé Buchholz para o compartimento de comutação. fole, rnovid; com o princípio da dilatação do gás ou líquido.
o
fole\. , 1º estágio
1/..
4.16 Termômetro
1
1/ 2º estágio
O termômetro, função 26, é utilizado para medir a temperatura no
local da sua instalação dentro do transformador.
escala em
Em relação ao tipo de füncionamento o termômetro pode ser de 3 temperatura ºC
tipos:
♦ A mercúrio líquido;
♦ A gás ou líquido que é linearmente e altamente expansivo com a
temperatura;
♦ A termopar, que gera uma tensão elétrica, que aciona um
.i
galvanômetro, cuja deflexão indica a temperatura ou, no caso de Figura 4.16.l - Termômetro a Gás ou Líquido
!
termômetro digital, a tensão elétrica gerada é utilizada para a Atualmente com a tecnologia digital, pode-se utilizar um dispositivo
medição da temperatura. corn sensores do tipo termopar em vários ponros do transformador, desse
No caso de aquecimento acentuado do óleo, o termômetro aciona
contatos auxiliares de 12 e IIQ estágios, para sinalização, acionamento da

)
)
158
Capítulo IV

modo pode-se ter as medidas diretas ou indiretas de temperatura nos


- Proteção de Transformador 159

seguintes pontos;
Óleo Isolante do Transformador
• Ponto mais quente do óleo do transformador; Temperatura Vida Útil
• Ponto mais quente na bobina primária do transfonnador; do Óleo do Óleo
i
• Ponto mais quente na bobina secundária do transformador; 60°C 20 anos
• Temperatura média do óleo do transformador; 70°C 1Oanos
• Temperatura ambiente. 80ºC 6 anos
90°C 2,5 anos
Geralmente no transformador o que determina a capacidade de
transmissão de potência, isto é a sua potência nominal, é a limitação de IOO"C 1,25 anos
) temperatura da classe do material da isolação e do óleo utilizado.
l l O"C 7 meses
) O nível de temperatura é estabelecido pelo grau de dissipação da
energia térmica gerada como perdas nos diversos componentes do Tabela 4.16.1 - Vida Útil do Óleo do Transfonnador
)
transformador, de acordo com as exigências operativas do sistema elétrico. Estas são as temperaturas que pode ser atiogidas nos pontos ma!s
)
Temperaturas altas que se mantêm por muito tempo, produzem os quentes do material isolant~ do t~·ansfonnador. Geralmente, o ponto mais
) seguintes problemas: quente no transformador esta localizado cm:
) ~ No óleo no ponto superio_r! também conhecido por "Top Oi!";
@ Decompõe o óleo, formando sobre o núcleo e sobre os
) enrolamento primário e seclmdário uma borra ácida que ~ No enrolamento nas primeiras espiras na parte superior do
) prejudica a rnfrigeração e ataca o material isolante. E a cada transformador, conhecida por "IIot Spot".
1,, lOºC acima de 60ºC, reduz aproximadamente à metade a vida
) Devido às dificuldades de medição de temperaturas nos po1~os ~a_is
útil do óleo do transformador. A tabela 4.16.1 mostra a vida útil
quentes ajusta-se por segurança os termômetros ~26) a operar no lI estagw
do óleo em relação à temperatura de serviço do transformador.
a uma t~mperatura l0ºC menor que o limite máximo (tabela 4.16.2) da sua
1 isolação mais fraca.
@ Carbonização lenta do material isolante, mudando suas
características físicas e químicas e conseqüentemente diminuindo r.I=:::T===;;;;,,=,=.•==T;;;;n.a··x•1·•11;;;;a--•1•o~º•c=,J1
) a vida útil do transfonnador. 26 aj ustc II ~stag10 ·1 '

) Assim, deve-se ter um cuidado, cm especial no acompanhamento,


controle e monitoramento da temperatura do óleo, dos enrolamentos No TIº estágio, 0 relé 26, deve provocar o desligamento do disjuntor.
)
primário e secundário do transformador. Salienta-se que no transformador de grande porte, o ':1onit~r~mento
De acordo com as nom1as, a temperatura máxima admissível em da temperatura deve ser rigoroso de modo a preservar a 1nteg1 idade do
regime pennanente do material isolante utilizado no transfonnador é dada transformador.
na tabela 4.16.2.
)
)

)
161
160 Capítulo IV Proteção de Transformador

O relé de imagem térmica, função 49, é um relé que detecta a


Classe de Exemplos de materiais da Temperatura temperatura do ponto mais quente do transformador, operando em regime
isolação classe máxima permanente, mas em sobrecarga. O aquecimento nos enrolamentos do
Al_godão, seda e papel não transformador é provocado pe1a corrente elétrica proveniente da sobrecarga
o impregnados em óleo.
90°C e os sensores para captar esta temperatura deveriam ser colocados no ponto
mais quente do enrolamento. Devido a problemas de encapsulamento do
. Algodão, seda e papel material do isolamento na bobina do transformador, a colocação de sensores
A impregnados ou imersos em I05ºC
térmicos neste ponto fica impossibilitada. Deste modo, procura-se obter a
óleo.
temperatura do ponto mais quente do enrolamento de modo indireto, daí o
Mica, fibra de vidro e asbestos nome de imagem té1mica. Existem várias maneiras do emprego desta
B com alguma substancia 13oºc prática. Uma delas que é muito utilizada, usa um TC na bucha de entrada do
aglutinantes. transformador, e a corrente elétrica secundária reflete as características da
Mica, fibra de vidro e asbestos '. sobrecarga no transfonnador. F az-sc esta corrente passar por uma resistência
com substancias aglutinantes elétrica que seja uma réplica do aquecimento gerado pelos enrolamentos do
F 155ºC
para a temperatura transformador. Deste modo há vááos tipos de esquema que atendem esta
1 corresoondente. : função, um deles está apresentado na figura 4.17 .1 .
. Elastômeros de silicatos,
m ica, fibra de vidro e asbestos
H com substancias aglutinantes ' 1soºc
adequadas à temperatura desta 1
1
classe. ! Isolador
de
Materiais puros de mica, Bucha
porcelanas, vidro, quartzo e
"-~ Parede superior
e =
materiais inorgânicos
> 180ºC
-i1'1 -= -
do Transforrnaclor
3
7
,_..--
adeauados.
ls
Tabela 4 . 16 .2 - Class ·rficação e_ ~emperatura Máxima Admissível dos
Matenais Isolantes
, . O aquecimento acentuado no transf r . d . . Bobina Primária -~-
~V\
matenas isolantes, estão I igados a : , .º1 ma. or, mais propnamcnte nos do \
2
envelhecimento da . 1 ~ do pn.:-en~e hec1mento do transformador. O Transformador

perda da vida útil ~~o t;~nªºsfiopo e, ser Odiagnosti~ad_o pelas normas como
rmaaor. s at1uec1mentos t fi
produzidos em a· Figura 4.17. l - Relé de Imagem Ténnica
• e
d', · _ . no rans ormador
acumulados. ias 1st111tos terao seus cft:1tos de perdas de vida útil
Basicamente o princípio de füncionamento do relé de imagem
térmica 49 da figura 4. l 7 .1 , baseia-se na variação da resistência elétrica com
a variação da corrente de carga. Quando há uma sobrecarga no
[{17 Relé de Imagem Térmica

)
162 Capítulo IV Proteção de Transformador 163

transformador o TC injeta no secundário uma corrente correspondente, que o


gás 1; estágio
passando pela resistência 1, produz por dissipação térmica um aquecimento .,.
2· estágio
equivalente, elevando a temperatura do ambiente 3. Esta temperatura mais e'

elevada que o normal provoca variação no valor da resistência 2, que


escala em
desequilibra a ponte com bobinas cruzadas (4), fazendo defletir o seu temperatura ~e
ponteiro marcador. O relé 49 é constituído de 2 cursores de arraste, quando
a sobrecarga atinge somente o Iº cursor, isto é o lQ estágio, a sinalização é
indicada por meio de alarme sonoro, luminoso ou enviado sinal ao sistema
de supervisão, sinalizando a existência da sobrecarga. No Iº estágio não é
acionado a abertura do disjuntor. Bobina Primária
do
Transformador
Ocorrendo uma forte sobrecarga no transformador, o desequilíbrio
da ponte é mais acentuado, levando o cursor a atingir o H 2 estágio, que
dependendo da filosofia empregada pela empresa de energia elétrica, pode Figura 4.17 .3 - Rdé de Imagem Térmica com Bulbo Sensor de
apenas sinalizar ou liberar a abertura do disjuntor, tirando o transformador Temperatura
de serviço. O diagrama esquemático da atuação do relé de imagem térmica O termômetro de bulbo pode ser de mercuno ou a gás alta~ente
está apresentado na figura 4.17.2. expansivo com a temperatura. O funcionamento é simples, ou sep, a
corrente secundária aquece a resistência equivalente ao enrolamento do
+ I
I
1
transformador, o calor gerado eleva a temperatura do recipi--:nte que será
49
1° estágio
49 detectada pelo termômetro. O termômetro, dependendo do tipo de
II° estágio
fab1icação, poderá arrastar um cursor ou estender, um tole., regi;tran?º. a
86
69 temperatura atual, e em caso de sobrecarga atuara o 1- ou o U-· estagio,
exatamente como está apresentado na figura 4.17 .2.
52 O TC pode ser instalado com mostra as figuras 4.17 .l e 4.17.3 ou
Alarme
flA estar localizado na bucha isolante ou fora do transformador.
'-.. Em transformadores de grande po1te, pode-se levantar por meio de
sonoro
dados de fabricação, da operação, históricos e ensaios., todas as
) ,
características do comportamento térmico dos enrolamentos primários e
l

) '
secundários com respeito à sua operação, isto é, a sua corrente de carga, de
Figura 4.17 .2 - Esquema de Atuação do Relé ele Imagem Té1mica
sobrecarga e períodos operativos de emergência. Neste estudo investigativo
)
Outro esquema mais simples é apresentado na figura 4 . l 7.3. é levantada a curva exponencial de aquecimento que é semelhante a
) qualquer corpo que sofre aquecimento. Assim, obtêm-se os. par~metros
Este esquema é idêntico ao da figura 4.17 .1, apenas foi colocado um fundamentais que caracterizam a curva de aquecimento das bobmas do
)
sensor (tennômetro) no lugar da resistência elétrica equivalente ao transformador.
) aquecimento do enrolamento do transformador.
Nos modernos relés digitais (49) tem-se o recurso de parametrização
)
para a modelagem da respectiva curva do aquecimento das bobinas do
Proteção de Transformador 165
164 Capítulo lV

transfotmador. Deste modo, ajusta-se o relé digital (49) para atuar em vários ~ Acompanhamento da real perda de vida útil do material isolante
estágios de alarme, inclusive na abertura do disjuntor, se desejado. do tmnsfonnador.

Deve-se salientar que esta técnica de parametrizar no r~lé digital,


para simulação do desempenho de aquecimento do qualquer equipamento é 4.J 8 Transformador Hermeticamente Fechado ]
bem mais fácil cm equipamentos que não utilizam óleo como líquido
refrigerante e isolante, tais como: Transformadores que tenham o tanque hermeticamente fechado não
possuem tanque de expansão, portanto não é possível a utilização do relé
@ Transformador a seco;
Buchholz. A utilização de tanque hermeticamente enclausurado tem como
O Reator a núcleo de ar; objetivo principal evitar a contaminação por umidade no óleo mineral,
utilizado na isolação e refrigeração do transfonnador. Neste transformador,
O Banco dt: capacitorcs;
pode haver ou não, na parte superior uma camada de gás neutro sob pressão.
© Barras e linhas aér~as de transmissão; Geralmente o gás utilizado é o nitrogênio.
@ Cabos com isolamento a seco. Como o óleo está confinado no tanque do transformador e seu grau
-:--Jos transformadores de grande porte a parametrização é mais de expansão é muito limitado, quando da ocorrência de um defeito e para
complicada, devido à existência de: evitar danos no tanque do transformador, utiliza-se à proteção por:

© Comutação sob carga; ♦ Relé de súbita pressão;


O Recursos de refrigeração do transformador, tais como: ♦ Válvula de alívio dt: pressão.
o Ventilação forçada cm vários estágios;
(l Refrigeração forçada a óleo; \ 4.19 Relé de Súbita Pressão
o Refrigeração direcionada forçada a óleo. Na figura 4.19.1 mostra-se o local da instalação do relé de súbitn
O Envelhecimento do material da isolação; pressão que é colocado na parede do tanque do transformador.

© Degradação do óleo. A corrente elétrica que passa pelo transformador depende da


operação do sistt:ma elétrico. Assim, as variações pequenas ou lentas das
Apesar destas d ificuldades, a tendência é de se consolidar cada vez correntes provocam aquecimento do óko que produz pressões lentas, as
mais esta prática, porque produz as seguintes vantagens e benefícios: quais passam pelo orillcio cquafüador e mantêm a mesma pressão em
ambos os lados do diafragma do relé de subida pressão, e este não atua.
~ Possibilita a proteção do transformador;
Havendo um súbito curto-circuito num pomo interno <lo
~ Acompanhamento do desempenho do transformador pela equipe transformador, que sempre se processa juntamente com um arco elétrico,
de supervisão e melhor controle da manutenção; gera-se neste ponto .::levada energia calorífica que faz o óleo no local se
~ Monitoramento da operação cm sobrecarga, após as eventuais expandir violentamente provocando ondas mecânicas de pressão que se
contingências; propagam rapidamente pelo líquido (óleo) do transformador. A onda de
l, pressão gerada chega primeiro na parede interna do diafragma do relé de

)
166 Capítulo IV Proteção de Transformador 167

súbita pressão que o empurra fechando o contato do relé, provocando 0 Salienta-se que quando relé de súbita pressão opera, ativa-se o relé
desligamento do disjuntor. de bloqueio (86) que provoca a abertura do disjuntor e ao mesmo tempo
Parede do
desativa a operação de religamento do disjuntor.
Circuito DC Transformador

/
[ 4.20 Válvula de Alívio de Pressão
)

'\
- - -~

u ~
Diafragmado
..,..--- Relé de
Súbita Pressão

Lado interno
Quando ocon-e curto-circuito de grandes proporções no interior do
transformador com líquido isolante a base de óleo mineral, pressões internas
do de altíssima intensidade podem danificar, estufar ou até explodir o tanque,
\, Transformador causando sérios riscos ao redor e ao ser humano. O risco ao redor, significa,
Óleo
por exemplo, que pode danificar outros equipamentos da subestação, por
este motivo colocam-se barreiras de concreto de proteção (parede corta-
) Óleo
fogo).

L .---il~Orifíclo
)
Há vários tipos de processos para evitar que violentíssimas pressões
' '
) internas no óleo e no gás geradas no transformador venham danificar os seus
) r
J
''"ª""'"' componentes, todos eles utilizam válvulas de escape do óleo sob pressão. Os
principais métodos são:
1. Válvula de alivio de pressão por mola;
Figura 4.19.1 - Relé de Súbita Pressão (20) 2. Tipo tubo protetor com diafragma (vidro);
O esquema funcional em DC da proteção com relé de súbita pressão 3. Tipo alavanca articulada.
está apresentado na figura 4.19.2. A figura 4.20.1 mostra a válvula de alívio de pressão por mola
(63VS).
+
2ol
86
86
1 52AI 52,\1
a b
Mola~

1 ___,.__~2 Diagrama (Tampa)

1 !~ ~ Parede do
Transformador
Óleo

Figura 4.20.1 - Válvula de Alívio de Pressão por Mola


figura 4.19.2 - Esquema Funcional em DC do Relé de Súbita Pressão

j
168 Capítulo IV Proteção de Tnmsformador 169

. Es~ válvula tem um diafragma, controlada por uma mola, que tampa ~o final do tubo tem um diafragma ou um vidro que se rompe
um onfic10 na parte superior do transfonnador. Dentro do transfonnador quando a pressão ultrapassa 0,7 kg/cm2, liberando o óleo do transfonnador.
cm caso de defeito de grandes proporções, principalmente os originado; Neste caso o óleo saí pelo tubo protetor, podendo colocar em risco a
pel? arco elétrico, pressões de altíssima intensidade no óleo e no gás são segurança humana.
rapidamente geradas, e quando a pressão ultrapassar a força de fechamento
da mola, abre-se o orifício, liberando óleo e gás na atmosfera. Esta situação
4.21 Nível do Óleo
c __ __ __ __ __ __ _ __ _ _ _ _ __ __ __ __ ___J1
representa um risco em potencial, porque a válvula de alívio de pressão é, na
ver~ade, uma válvula de escape. Com a liberação do óleo, a pressão interna
abaixa, quando ficar menor que a pressão da mola, o orifício de escape é O dispositivo do nível de óleo (71) indica a posição do nível de óleo
fechado. Este fechamento é importante para garantir a estanqucidade do dentro do tanque de expansão (reservatório) do transformador e também
transformador, principalmente quando a penetração de umidade. A válvula contêm contatos auxiliares que atuarão se o nível do óleo atingir certo limite
d_c a!ívio de pressão é constituída de conlatos auxiliares que produzem mínimo especificado pelo fabricante ou peln empresa. A atuação do
smalizaçào e fecham o circuito do relé 86. O relé 86 acionado providencia a dispositivo de nível (71) sinaliza à equipe técnica de manutenção que o nível
abertura do disjuntor, desconectando o transformador da rede de energia de óleo está baixo e uma vistor ia se faz necessário. Nesta vistoria verificam-
elétrica. O rearme só é foi to manualmente. se os possíveis vazamentos de óleo no transformador. Geralmente, os
vazamentos são pequenos ,;: ocorrem principalmente nas juntas, flanges e
, !"este tipo de proteção quando a válvula de alivio de pressão opera, o válvulas, que são monitoradas pelas equipes de manutenção da empresa.
oleo sai e escoa pela canaleta ou por dentro de tubulação, e é levado à caixa
de contenção do transformador. Em caso de vazamentos grandes, que acontecem repentinamente, o
A proteção com tubo protetor com diafragma está apresentada na indicador de nível de óleo e o relé Buchholz devem sinalizar e podem até
figura 4.20.2. promover a abertura do disjuntor.
Há vários dispositivos indicadores do nível de óleo, sendo que o
Diagrama (vidro) mais utilizado é o do tipo indicador magnético de imf1 permanente que está
~ · apresentado na figura 4.21. l.
Para garantir a estanqueidade do tanque de expansão, para evitar
possível penetração de umidade, utilizam-se entre a parede do tanque 2 ímãs
Transformador permanentes. O ímã I está imerso no óleo dentro do tanque de expansão e o
ímã 2 está no lado de fora. O acoplamento magnético é garantido pelos 2
ímãs. Quando o nível do óleo abaixa, a bóia desce, girando o eixo, fa,:endo o
Óleo
ímã I clefü:xionar. Pelo lado de fora do tanque o ímã 2 dcflexiona
acompanhando o ímã l. Solidário ao ímã 2 o eixo gira deflexionando o seu
ponteiro que marca na escala calibrada o corresponde nível d o óleo. O
indicador de nível de óleo fica localizado no ai to do transformador junto ao
tanque de expansão, portanto sua leitura é feita à distância. De acordo com a
figura 4.21. l , quando o nível de ó leo desce além ele certo nível ajustado, o
Figura 4.20.2 - Proteção com Tubo Protetor
ponteiro aciona um cursor que fecha um contato elétrico, que ativa um
ci rcuito de alarme sonoro e visual na sala de controle da subestação. Em

)
170 Capítulo IV Proteção de Transformador 171

subestação digitalizada o sinal de alarme é enviado pelas vias de


comunicação para o centro de operação da empresa. • ( .---......_...____, •
+ +
l
)
N, v,
)

Bóia #
Nfvel do
Óleo
Curs.or
Nivel M lnimo _______ /

~
Escala Nivel
·NvW·~vvW.~
v\--\-t-1 do Óleo Núcleo
°'):' x'
Hasta , \ -··-·-····-·--- ····-·-·--··--·············..·····
:t-~ ___ ,. Figura 4.22.1 - Núcleo do Transformador Monofásico
) • "'- /
' v (t) = N d<j)(t) = N d(<l>máxirnosenrot)
)
Mancai
/ Eixo
P -P dt P dt
Eixo Mancai
)
)
lmiis V p (t) = N p~rnáximoO)COSffit (4.22.2)

) O valor máximo da tensão v r (t) será:


Parede
Tanque do
1 de Tanque
)

r' Expansão
Cujo valor eficaz será:
)
,: Figura 4.21.1-Indicador de Nível de Óleo
;· V __ V máximop 2rcf N p<:>máxiruo
)
11.
p - fi ✓2
) !' 4.22 Relé de Sobreexcitação
) '
..:1 ✓2Vp
!
j t:11 A figura 4.22.1 apresenta um transformador monotãsico, que quando <Prnáxirno = ?-TC N p f
/i, 1 operando com carga normal, o fluxo magnético dentro núcleo é
:'11!
) praticamente senoidal e quando operando a vazio é quase senoidal. Portanto o fluxo magnético dentro do núcleo do transformador é
l
)
)
i Dentro do núcleo magnético do transformador, o fluxo magnético
senoidal, pode ser dado pela expressão 4.22.1.
diretamente proporcional ao termo
V
f
como está expresso na 4.22.3.

~(t) = ~Máximosen wt ( 4.22.1) V


Desse modo, a tensão no terminal da bobina primária é obtida por: 1
~máximo ex: f ( 4.22.3)
1
l 173
172

Portanto, pela exp~essão 4.22.3, sob freqüência nominal, um


-
Capítulo lV ; Proteção de Transformador

20%. A figura 4.22.3 mostra a curva de atuação do relé de sobreexcitaçào


aumento na tensão na bobina provoca um aumento no fluxo magnético (24), deslocada, e que acompanha a curva de dano do transfom1ador.
produzindo um aquecimento não desejado no núcleo do transformador. ' Tempo
! (minuto)
O relé que mede a relação V/Hz é chamado de relé de
sobrcexcitação, função 24.
100 L_.__ Curva de dano
do transformador

Todos transformadores estão sujeitos a aquecimentos no núcleo


provocados pelo excesso de fluxo magnético, mas o maior cuidado deve-se
l
1
1
;
~
ter_ no transformador de grande porte, principa!menlc os acoplados a
unidades geradoras. Esses transformadores estão mais sujeitos a
sobr.:tcnsõcs, provocadas principalmente por problemas na excitação das
o, 1 1r ........t-::;:···-
i /

máquinas síncronas ou por perda súbita de geração ou de cargas Essa L !Curva_doRelé24 _ _ _L _.. Volts%
sobretensão aplicada às bobinas podem e levar excessivamente o tluxo 100 110 160 Hz
magnético do núcleo do transformador, provocando aquecimento com
figura 4.22 .3 - Curva de Atuação do Relé de Sobreexcitação
elevação acentuada da temperatura, comprometendo o núcleo e
principalmente os materiais componentes da isolação. Deste modo, para evitar o excesso de fluxo magnético no núcleo do
transformador, utiliza-se o relé digital (24) que processa a relação Vílíz,
Dependendo da tecnologia e dos materiais empregados na fabricação
do transformador, o mesmo tem uma curva de danos em relação ao excesso quando o valor atinje a curva de atuação do relé de sobreex.citação, o mesmo
de lluxo magnético, ou seja, da relação de V/Hz, que pode, por exemplo, ser opera promovendo o desligamento do disjuntor.
a mostrada na figura 4.22.2.
Tempo 4.23 Proteção Contra Falha de Disjuntor do Transformador]
! (minuto)
Curva de dano Na proteção contra falba de disjuntor do transformador não se pode
100
do transformador contar com o relé de sobrecorrente 50IlF, porque o seu ajuste não cobre
~
i
~ todos os tipos de defeitos no transformador. Ou seja, pequenos defeitos
internos no transformador não provocarão sensibilidade no relé de
i
'i sobrecorrente 50UF.
' ! Deste modo, o relé de bloqueio 86 faz a função do relé de
o, 1........:,.--..,.. ..............-..........,,,,.·- - - -
l sobrecorrence como mostra a figura 4.23.1.
LJ. j_ Volts%
Como mostra a figura 4.23.1, o relé de bloqueio 86 só será ativado
100 110 160 Hz
pela atuação de alguma proteção do transformador. Com o fechamento do
Figura 4.22.2 - Curva de Dano do Transfonnador em Função de V/1 lz contato do relé de bloqueio, a bobina de abertura será ativada com a
conseqüente abertura do disjuntor. Se o disjuntor falhar, isto é, não
Como os modernos relés digitais têm o recurso de personalizar
conseguir eliminar o defoito interno no transformador, a proteção de falha
c~1n:as de atuação, pode-se ajustar urna curva de atuação que seja uma
replica da curva de dano do transformador deslocada para baixa em torno de do disjuntor deverá atuar.
174 Capítulo IV Proteção de Transformador 175

) • Desumificador do ar pelos cristais de sílica gel;


)
I 86 • Selagem com gás e óleo;
62X 62BF • Selagem com gás inerte sob pressão;
) • Sistema de selagem com bolsa e célula de ar.
)
Apresenta-se aqui, apenas o método de desumificação do ar pela
síl tca gel, conforme mostra a figura 4.24.1.

Figura 4.23.1 - Falha do Disjuntor em Transformador


A atuação da proteção de falha do disjuntor ocorre na seguinte
seqüência:
) '¼ A proteção do transformador atua ativando o relé de bloqueio 86;
)
'¼ O relé de bloqueio 86 fecha o seu contato 86, ativando a bobina
) de abertura do disjuntor e ativando também o relé auxiliar 62X; Transformador
Cristais de
) '¼ O relé auxiliar 62X fecha o seu contato 62X; Sílica Gel
) '¼ Como o disjuntor falha, o defeito no transformador continua a
Óleo
) existir e com o fechamento do contato 62X, o relé de tempo 62BF
é ativado;
'¼ Transcorrido o tempo ajustado no relé de tempo 62BF o seu
)
contato é fechado;
'¼ Com o fechamento do contato 62BF ativa-se o relé de bloqueio .Figura 4.24.1 - Desumificador de Ar pela Sílica Gel
86BF que promove a seqüência programada de abertura dos Quando o nível do óleo do transformador desce, a câmara de ar,
disjuntores de modo a limpar o defeito. aspira o ar externo, que é obrigado a passar pelo desumificador que contém
Salienta-se a não utilização de religamento para defeito cm cristais de sílica gel. Os cristais de sílica gel têm a propriedade de absorver a
transformadores. umidade do ar. Portanto, quando o ar passa, sua umidade é absorvida pela
sílica gel, assim o ar que chega no tanque de expansão está livre da
umidade.
4.24 Desumificador de Ar
Com a quantidade de umidade absorvida os grãos de cristais de sílica
gel vão mudando a sua coloração. Por exemplo, a tabela 4.24.1 mostra a
Há vários métodos para manter a integridade do óleo do
mudança na coloração de alguns cristais de sílicas gel utilizados na câmara
transformador, principalmente quanto ao seu grau de contaminação por
umidade. Os principais processos de preservação do óleo isolante do dcsumificadora de ar do transformador.
transformador são:

1 .
176 Proteção de Transformador 177
Capítulo IV

Apresenta-se na figma 4.25.1, a proteção de um transformador de


1
Sílica Gel potência, feita com um relé digital multifunção, complementada com as
1
proteções típicas do equipamento.
Cor com 100%
3C-éT9--ié
0
Cor normal Cor com 20%
sem de umidade
de umidade ,............-l..-...-..-...-,-é-r-6-é-6'3-~
umidade absorvida absorvida
(saturada)

1
Laranja 11
Amarelo
1
j Amarelo-claro j
~+---<I lll,,. ----+-1--.-----+
1
Azul 11
Azul-claro Branca
11 1

1
Azul Rosa fraco Rosa
11 11 1

Tabela 4.24.1 - Coloração dos Grãos dos Cristais da Sílica Gci com o Grau
de Absorção de Umidade
A equipe de inspeção da manutenção da subestação deve
acompanhar o grau de coloração dos grãos de sílica gel, para controlar o
grau de umidade do ar que está entrando no transfom1ador. Quando a sílica
gel csti ver saturada, deve ser substituída. A sílica gel pode ser regenerada
colocando-se os cristais em urna estufa com temperatura de até 120°c por
um período de 2 a 4 horas. Relé Digital
Multifunção

4.25 Proteção do Transformador


Figura 4.25 .1 - Proteção do Transfonnador com Relé Digital e outras
Na proteção tradicional do transformador, os relés são unidades
eletromecânicas, que ocupam painéis extensos na sala de operação das As funções de proteção podem ou não, serei:1_ habilita~as ~o rei~
subestações. digital, na figura 4.25.1 a proteção 59G não esta hab1htal~a. A tun~ao _S9G
poderá ser usada se o transformador for aterrado por uma a.ta 1mpedanc.ia.
Atualmente, com a tecnologia digital [46, 47), os relés incorporam
na mesma unidade, várias funções de proteção e adicionalmente outras
facilidades increntes à supervisão, medição, controle, comando, localização
de defeitos, sincronização de tempo, oscilografia, auto supervisão, etc...
Desse modo, o relé digital é um equipamento pequeno, ocupando pouco
espaço no painel da sala de comando da subestação.
r
l
178 Apêndice A 179

sistemas elétricos: A IEC (lnternational Electrotcchnical Commission)


) através da resolução IEC 60617 utiliza o modo gráfico em vez do numérico
)
para representar a função exercida. A seguir apresenta-se o modo numérico
da ANSI e de algumas representações por símbolo gráficos da lEC 60617.
)

1. Elemento principal
) Elemento principal ou mestre é o dispositivo inicial que serve, seja
diretamente ou por intermédio de outros dispositivos admissíveis, para
por um equipamento em operação ou fora de serviço.

2. Relé de partida ou fechamento temporizado (time-delay starting, or


closi11g~relay)
) Também chamado de relé de tempo de partida ou fechamento. É um
) dispositivo que funciona de modo a proporcionar um r etardamento
propos ital de tempo antes ou após qualquer instante. Pode ser usado
durante a operação, numa seqüência de intervalos de chaves ou no
) sistema de relés de proteção, exceto os especificamente assinalados
) quanto às funções já consagradas dos números 48, 62 e 79.
)
3. Relé de controle ou interbloqueio (checking or interlocking relay)
) É um relé que opera em consonância à situação de certo número de
) outros dispositivos (ou a um certo número de condições
p redeterminadas) num equipamento, para franquear o prosseguimento ou
)
a cessação de uma seqüência operacional, ou possibilitar um controle de
) NOMENCLATURA DA PROTEÇr\O situação desses dispositivos ou dessas condições, para qualquer
) finalidade.
)
4. Contactor principal (master contactor)
Contactor principal ou mestre é um dispositivo geralmente controlado
A numeração a seguir representa a designação dn função exercida por outro de fünção 1 ou equivalente, e que serve para ligar os circuitos
pelos elementos, aparelhos e dispositivos utilizados nos circuitos elétricos de controle necessários para pôr em funcionamento um equipamento sob
) de acordo com a padronização da antiga ASA e na atual C37-2 da as condições desejadas e desliga-lo sob outras condições ou
1EEE/ANSI (American National Standarts lnstitute). A numeração é anormalidades.
importante porque simbolicamente representa simpli~c~<lamentc a funç~o
dos elementos, equipamentos e dispositivos que são utilizados em manualS, 5. Dispositivo de interrupção (stoping tlevice)
relatórios, diagramas unifüares e trifilares de esquemas d e proteção de
Nomenclatura da Proteção Apêndice A 181

Também chamado de dispositivo de paralisação, é um dispositivo de É um dispositivo que quando a velocidade rotacional ultrapassa um certo
controle utilizado principalmente para desativar um equipamento e valor ajustado opera, abrindo ou fechando um contato. Por exemplo, é o
mantê-lo fora de operação. Este dispositivo pode ser operado caso_ do dispositivo, também conhecido por chave centrífuga que
manualmente ou eletricamente de modo local ou remoto. Em proteção no funciona por ação da força centrífuga, fechando ou abrindo um contato,
caso de desligamento anormal, utiliza-se a função 86. caso a velocidade da máquina ultrapasse um valor determinado. Pela IEC
60617 esta função é representada pelo símbolo I co > 1.
6. Disjuntor de partida (starting circuit breaker)
Disjuntor de partida é um dispositivo cuja função é de ligar uma máquina 13. ,Dispositivo de rotação síncrona (synchronous-speed device)
à sua fonte de tensão de partida. E qualquer dispositivo que opera aproximadamente à velocidade síncrona
da máquina síncrona. Por exemplo, tal dispositivo pode ser:
7. Disjuntor do circuito anódico (anode circuit breaker) ♦ um intem1ptor de velocidade centrífugo;
É um disjuntor empregado nos circL1itos anódicos de um retificador de ♦ um relé de tensão;
potência, com a finalidade de interromper o circuito do retificador caso ♦ um relé de mínima corrente.
haja um curto-circuito ou um arco elétrico de retomo.
14. _Dispositivo de subvelocidadc (under~peed device)
8. Dispositivo de desligamento da energia de controle (control power E um dispositivo que funciona quando a velocidade rotacional de urna
disconnecting device) máquina cai abaixo de um valor predeterminado. Pela IEC 60617 é
É um dispositivo de desligamento, tal como um interruptor de faca, ou representado pelo símbolo I m < 1.
um conjunto de chaves fusíveis, utilizados com a finalidade de,
respectivamente, ligar e desligar a fonte de energia de controle do
15. Dispositivo de aj ustc ou comparação de velocidade ou freqüência
equipamento ou das ba1ns gerais de comando.
(speed or frequency, matching device)
E um dispositivo que tem a finalidade de alcançar e ele manter a
9. Dispositivo de reversão
velocidade e ou a freqüência de uma máquina ou de um sistema elétrico
É um dispositivo empregado com a finalidade de inverter o campo de
igual à ou aproximadamente igual à, de outra máquina ou sistema.
uma máquina ou para possibilitar quaisquer outras funções de reversão.
) 6. Dispositivo de controle de carga para bateria
lO. Chave comutadora de seqüência das unidades (unit sequence switch)
Dispositivo que tem a finalidade de controlar e manter a carga da bateria
É uma chave comutadora utilizada, em equipamentos de unidades
ou banco de baterias. -
múltiplas, para modificar a seqüência na qual as unidades pos~am ser
colocadas em operação ou desligadas.
17. -~hav_e de derivação ou de descarga (shunting, or discharge, switch)
E um rnterruptor que serve para abrir ou fechar um circuito derivado dos
11. Transformador de controle (potência)
terminais de qualquer peça ou aparelho (exceto um resistor), tal com
É o transformador utilizado para o circuito de controle.
enrolamento de induzido de máquina, um capacitor, um reator, etc ...
Observação: Excluem-se os dispositivos que desempenham operações
12. Dispositivo de sobrcvelocidade (over-speed device)
de derivações tais que possam toma-se necessários no processo de

1
_j
)

) 182 Nomenclatura da Proteção Apêndice A 183


)
partida de máquinas pelos dispositivos de função número 6 ou 42, ou 22. Disjuntor equalizador (equalizer circuit breaker) ou disjuntor do
seus equivalentes, e também exclui a função do dispositivo número 73, circuito de balanceamento
que serve para a inserção e desinserção de resistores. É um disjuntor que serve para controlar ou ligar e des.ligar o igualador ou
o circuito de balanceamento de corrente para o campo de uma máquina,
18. Dispositivo de aceleração ou desaceleração (accelerating or ou para o equipamento de regulação, numa instalação de unidades
deceletating device) múltiplas.
É um dispositivo que tem a função de fechar ou provocar a mudança de
circuitos utilizados para aumentar ou diminuir a velocidade de uma 23. _Dispositivo de controle de temJJeratura (temperture contrai design)
máquina. E um dispositivo regulador da temperatura, ou seja, funciona para elevar
ou abaixar a temperahira de uma máquina e/ou outros aparelhos, ou de
19. Contactor de transição de partida-marcha (starting-to running qualquer outro meio, quando a respectiva temperatura cai abaixo ou se
transition contactor) eleva acima de um valor predeterminado (::tjustado).
)
É um dispositivo que tem a finalidade de dar partida e causar Observação: Um exemplo deste caso é o termostato que liga um
) automaticamente sucessivas transferências de modo a levar a máquina a aquecedor de um ambiente de um quadro elétrico, ou um painel de um
) sua velocidade normal sob tensão nominal da rede elétrica de conjunto de chaves elétiicas, quando a temperatura cai para um valor
alimentação. determinado; já nos casos em que se deseja que o aparelho funcione com
uma temperatura bem estabelecida e ajustada, o dispositivo de controle
20. Válvula operada eletricamente (electrically opertated valve) ou de temperatura recebe a designação da função 90T, que, por exemplo, é o
válvula de alívio de pressão caso do termostato da geladeira, do freezer, de câmaras frigoríficas e dos
É uma válvula elétrica, operada localmente ou remotamente, que ambientes climatizados.
fechando ou abrindo, controla a passagem do fluxo em uma tubulação.
Esta válvula é empregada em: 24. Disjuntor contactor ou seccionadora de intertravamento de barras
♦ tubulação de vácuo; ou relé contra sobre-excitação ou Volts por Hertz
♦ tubulação de ar comprimido; Dependendo da função esta numeração pode designar um dos elementos
♦ tubulação de gás; acima. No caso da proteção contra sobre-excitação em Volts por Hertz, o
♦ tubulação de óleo, etc .. relé opera quando a tensão vai além de um valor pré-ajustado maior que
) Observação: Esta numeração também é utilizada para designar a válvula a nominal ou quando a tensão for menor ou igual a nominal a uma
de alívio de pressão, principalmente as utilizadas cm transformador de freqüência inferior a nominal, é utilizada principalmente para prevenir
)
força. excesso de fluxo magnético no núcleo do transformador elevador do
gerador síncrono.
) 21. Relé de distância (distance relay)
É um relé que opera quando a impedância, admitância ou a reatância, 25. Dispositivo de sincronização ou de conferência (comprovação) de
) ~incronismo (synchro11izing, or synchronism-check, device)
vista pelo relé, diminui ou aumenta além dos limites predeterminados
)
(ajustados). Pela IEC 60617 é representado pelo símbolo ~ - E um dispositivo que opera quando dois circuitos cm CA estiverem
dentro dos limites desejados de freqüência, ângulos de fase ou tensão,
para permitir ou provocar à conexão desses dois circuitos.

)
)

)
184 Nomenclatura da Proteção Apêndice A 185

29. Contactor de isolamento (seccionadora) (isolator contacto1·)


)
26. Dispositivo térmico de proteção do equipamento (temperatura do Seccionadora de isolamento é uma chave utilizada para desconectar um
enrolamento ou do óleo do transformador) (apparatas t/aermal device circuito, principalmente nos casos de manutenção, testes, emergências ou
or overtemperatura relay) desligamentos prolongados. Nas subestações, estas seccionadoras,
É um dispositivo que funciona quando a temperatura exceder um valor operam sem ser motorizada com abertura sem carga, isto é, com processo
predeterminado (ajustado) ou dependendo do caso quando a temperatura de abertura mecânica no local e totalmente manual.
cair abaixo de um valor ajustado. O dispositivo térmico de proteção pode
ao mesmo tempo medir a temperatura atual e ter de 1, 2 ou 3 estágios de 30. Relé anunciador (annunciator relay)
atuação. É um dispositivo de reposicionamento não-automático que fornece Ltm
Estes dispositivos são Lltilizados em diversas aplicações, tais como: certo número de indicações visuais a respeito do funcio11amento de
❖ Termômetro do enrolamento primário do dispositivos de proteção e que pode também desempenhar (sinalizar)
transformador uma função de colocação fora de operação de um equipamento. Por
❖ Termômetro do enrolamento secundário do exemplo, a bandeirola de sinalização.
transformador
❖ Termômetro do óleo do transformador 31. Dispositivo de excitação separada (separate excitation device)
❖ Termômetro do enrolamento amortecedor de uma É um dispositivo que liga um circuito, tal como o campo de derivação de
máquina sincrona um gerador de corrente contínua para a excitação do campo de uma
❖ Dispositivo térmico do resistor de limitação de: carga máquina síncrona, ou que energiza os circuitos de excitação e de ignição
❖ Dispositivo térmico de proteção de um meio líquido de um retificador de potencia.
qualquer, tanto no aquecimento como no
resfriamento. 32. Relé direcional de potência (directional power device)
Pela TEC 60617 é representado pelo símbolo Ie > l- É um relé que opera num valor desejado do fluxo de energia numa dada
direção, ou no caso de retificador de potência opera por efeito de energia
27. Relé de subtensão (under voltage relay) reversa resultante de arco inverso nos circuitos anódicos ou catódicos.
E um relé que opera quando a tensão elétrica abaixa ~lém de um valor
Pela TEC 60617 é representado pelo símbolo lI r1 > 1.
' ajustado. PelalEC 60617 é representado pelo símbolo~-
33. Chave de posição (position switch)
28. Detector de chamas É um interruptor que liga (ativa) ou desliga (desativa) um contato quando
É um dispositivo que sinaliza a presença de uma chama piloto ou chama o dispositivo ou peça principal de um aparelho (que não tiver número de
principal em apare1ho, painéis ou ambiente. Com aplicação função) atinge determinada posição.
principalmente em:
♦ Turbina a gás 34. Chave de seqüência-mestre (motor-opaated sequence switch)
♦ Caldeira a vapor É um dispositivo tal como uma chave de contatos múltiplos, ou
♦ Detector de fumaça equivalente, ou um dispositivo de programação, tal como um
+ Detector de raios infravermelho computador, que estabelece ou determina a seqüência operativa dos

)
,1
_ _:...:..I ' L...-
186 Nomenclatura da Proteção Apêndice A 187

principais dispositivos num equipamento, durante a partida ou parada ou É um relé que opera com a ocorrência de falha (curto-circuito) ou com
durante outras operações de ligações e desligamentos em seqüência. um valor anormalmente baixo da conente de campo de uma máquina
síncrona, ou por um valor excessivo da componente reativa da corrente
35. Dispositivo de manobra das escovas ou para curto-circuitar os anéis de armadura da máquina síncrona, que provoca a subexcitação da
do coletor (brush-operating, or slip-ring short-circuiting device) máquina no caso capacitivo e superexcitação no caso indutivo.
É um dispositivo utilizado para manobrar as escovas, com o objetivo de O relé 40 é colocado nos terminais da máquina síncrona, em caso de
levantar, abaixar ou deslocar os anéis coletores de uma máquina, ou com perda da excitação, a impedância do enrolamento da armadura varia e
o objetivo de curto-circuitar seus anéis coletores, ou de engatar ou entra dentro da zona de atuação do relé de admitância (21) direcionado
desengatar os contatos de um retificador mecânico. para o interior da máqtúna e com um deslocamento (off set) de xd"/2.
Neste caso, o relé 21 com este posicionamento está fazendo a função 40,
36. Dispositivo de polaridade ou polarização (polarity device) ou seja, proteção contra perda da excitação.
É um dispositivo que opera ou permite a operação de outro dispositivo
) somente se estiver de acordo com uma polaridade predeterminada ou 41. Disjuntor ou chave de campo (fie/d circuit breaker)
) verifica a presença de uma tensão de polarização num equipamento. É um dispositivo que funciona para ligar ou desligar a corrente de campo
de uma máquina síncrona.
)
37. Relé de mínima corrente ou de mínima potência (undercurrent or
) under power relay) 42. Disjuntor ou chave de operação normal (running circuit breaker)
É um relé que opera quando a corrente ou o fluxo potência decresce Também conhecido corno disjuntor de marcha é um dispositivo cuja
abaixo de um valor pré-ajustado. Pela IEC 60617 são representados principal função é o de ligar definitivamente uma máquina à sua fonte de
respectivamente pelos símbolos [l:;J e II::]. tensão de alimentação ou à sua tensão operacional de funcionamento.
)
38. Dispositivo de proteção de sobretemperatura de mancai 43. Dispositivo de transferência manual ou seletor (chave comutadora)
)
É um dispositivo que funciona quando a temperatura do mancai do eixo (ma11ual tramfer or selector device)
) É um dispositivo operado manualmente ou por via computacional
da máquina for excessiva ou sob outras condições mecânicas anormais,
associadas ao mancal, tais como desgaste indevido, que resulta em (localmente ou remotamente) que comuta os circuitos de controle a fim
excessivo aumento da temperatura do mancal. de modificar a ação do plano de operação do equipamento. Em relação a
esta função cita-se, por exemplo:
39. Sinalizador de condição mecânica ✓ Operação do disjuntor com ou sem religamento

l É um dispositivo que funciona quando da ocorrência de uma condição automático


mecânica anormal (exceto a associada com mancais na fmma abrangida ✓ Regulação de tensão do transfonnador de modo manual
)
·'- pela função 38), tal como excessiva vibração, excentricidade, expansão, ou automático
choque, inclinação ou falha de vedação. ✓ Ventilação forçada do transfonnador em modo manual ou
automático
40. Relé de campo, proteção contra subcxcitação ou perda de campo ✓ Bloqueio ou desbloqueio do esquema de rejeição de carga

(field relay)

- ..J.
188 Nomenclatura da Proteção Apêndice A 189

✓ Mudança de disparo para o disjuntor de transferência de Relé de seqüência de operação incompleta é um relé que geralmente faz
barra proveniente do sistema de proteção da linha de o equipamento retomar a sua posição normal, bloqueando o
transmissão que tem o disjuntor fora de operaçãó. funcionamento se a seqüência normal de partida, marcha e parada não for
adequadamente completada dentro de um tempo predeterminado.
44. Relé de partida seqüencial de unidade (unit sequence starting relay) Caso este dispositivo seja utilizado apenas pará alarme, o mesmo poderá
É um relé que funciona para dar partida a próxima unidade disponível de ser designado por 48A.
um conjunto de equipamentos de unidades múltiplas, quando da
ocorrência de falha em uma unidade que deveria entrar em 49. Relé térmico de máquina ou transformador (machine, or
funcionamento. transformer, themzal relay)
É um relé que opera quando a temperatura do enrolamento da armadura,
45. Sinalizador de condições atmosféricas a.normais de outro enrolamento ou elemento da máquina, sujeito à sobrecarga de
É um dispositivo que funciona quando da ocorrência de condições uma máquina, excede um valor. predeterminado. Ou a temperatura de um
atmosféricas anormais, tal como presença de emanações daninhas, retificador de potência ou dos enrolàmentos um transfotmador de força,
misturas explosivas, fornaça, ou fogo. Por exemplo, a subestação ficou exceder um valor prcdetenninado, decorrente de um aumento de carga.
imersa em fi.1maça deeorrente de um incêndio na proximidade, assim o No transformador de força este relé é conhecido por relé de imagem
dispositivo com a função 45 deverá providenciar a sinalização local ou térmica. Esta função 49 é própria para sinalizar o nivel de sobrecarga de
remota para o sistema de supervisão. um equipamento elétrico. Pode ser designado por:
♦ 49AT - Imagem térmica do enrolamento de AT do transformador;
46. Relé de inversão de fases ou desequilíbrio das correntes de fase ♦ 49MT - Imaoemo
térmica do enrolamento de MT elo transformador;
(reverse phase, or phase balance, current relay) ♦ 49BT - Imagem térmica do enrolamento de BT do transformador.
É um relé que opera quando as correntes polifásicas estiverem em
seqüência de fase inversa, ou quando as correntes polifásicas forem
Pela lEC 60617 é representado pelo símbolo (}J
desequilibradas ou contiverem componentes de seqüência negativas
50. Relé de sohrecorrente instantâneo (instantaneous over current, or
acima de um certo valor ajustado. Por exemplo, no caso de
rate-of-rise relay)
sobrecorrentes instantâneas ou temporizadas de seqüência negativa, pode É um relé que opera instant~mcamente se a corrente de curto-circuito
ser representado por 50/51 Q (46). Pela lEC 60617 é representado pelo
decorrente de um defeito, no sistema elétrico ou no equipamento,
símbolo lli2]. ultrapassar um valor pré-ajustado.
Esta função é explicitada por várias nominações, tais como:
47. Relé de tensão de seqüência de fase (phase-sequence voltage relay) 7 50N - relé de sobrccorrente instantâneo de neutro;
É um relé que funciona quando o valor da seqüência de fase das tensões 7 50G - relé de sobrecorrente instantâneo de terra, também
polifásicas ultrapassa um determinado valor ajustado. Opera também chamado de 500S (Ground Sensor);
quando ocorre inversão de fase, subtensão ou perda de fase. Pela 1EC -$- 50BF - relé de proteção contra falha do disjuntor, também
I
60617 é representado pelo símbolo U2 > [. chamado 50/62BF (Breakcr Failure);

48. Relé de seqüência incompleta (incomplete sequence refay)

.)
J
)

190
Nomenclatura da Proteção Apêndice A 191

7 50V - .:elé de_ sobrecorrente instantâneo com restrição (controle) ♦ 52L - disjuntor de linha;
de tensao. O aJ uste do relé 50 é variável com o valor da tensão V • 52G - disjuntor do gerador;
podendo ser para subtensão ou para sobretensão; · ' ♦ 52T - disjumor de transferência de barras.
7 50Q - relé de sobreco1Tente instantâneo de seqüência negativa.
Pela lEC 60617 é representado pelo símbo!o G., ' 53. Relé excitador ou relé de gerador CC (exciter or tf.c generator relay)
É um relé que na sua operação altera sucessivamente o campo da
51. Relé de sobrecorrente temporizado em. CA (a-e time over current excitação de uma máquina de corrente contínua para que sua partida se
relay) · · .·
desenvolva gradL1almente.
É um r~Jé, q~e atua com __um reta.rd? intenc_ioha( dé tempo, quando a
corrente eletnca al~~mada em lim circúito ~xceder _
um valor pré-ajustado. 54. Disjuntor de corrente contínua de alta velocidade (higlr-speed d-e
O retardo de tt:!itlpó do relé 51 pode ser: circuit breaker)
♦ de tempo definido; É um disjuntor de corrente contínua desenvolvido para que sua operação
♦ de tempo inverso. de abertura e fechamento seja extremamente rápida.
Esta função é também explicitada por várias nominações, tais como:
❖ 51 N - relé de sobrecorrcnte temporizado de neutro, pela IEC 55. Relé de fator de potência (power factor relay)
~ É um relé que atua quando o fator de potência de um circuito de corrente
1
60617 é representado pelo símbolo /, > ,I;
alternada cai abaixo de um valor pré-ajustado. Pela IEC 60617 é
) ❖ 51 G - relé de sobrecorrentc temporizado de terra, também
representado pelo símbolo I cos <p > 1.
) chamado de 51 GS, pela lEC 60617 é representado pelo símbolo

~; 56. Relé de aplicação de campo (fie/d application relay) -


❖ ~ l Q - rei~ de sobrecorrente temporizado de seqüência negativa; É um relé que controla automaticamente a aplicação de excitação de
campo de um motor de corrente alternada em um certo ponto
❖ ) IV - :ele de ~obrecorrente temporizado com restrição (controle)
de tensao. O aJ uste do relé 51 é variável com o valor da tensão V detenninado no ciclo de operação.
podendo s~r- para s~btensão ou para sobretensão. Esta restriçã~
pode perrn1t1r ou nao a operação do relé 51, pela lEC 60617 é 57. Dispositivo de colocação em curto-circuito ou de ligação a terra
(short-circuiting or grounding device)
representado pelo símbolo ~ ; É um dispositivo que quando em operação comuta a posição normal de
❖ 51 C - relé de sobrecorrente temporizado com controle de torq ue. um circuito para a posição de curto-circuito. Tendo a fuoção de ligação a
terra, o dispositivo provoca o aterra meu to das fases selecionadas. O
) Pela IEC 60617 é representado pelo símbolo ~ . comando desta operação pode ser manual no local, automático ou via
) remota pelo sistema de supervisão e controle.
52. _Disjun_t~r de corrente alternada (a-e circuit hreaker) Na função ligação a terra, é nas empresas de energia elétrica,
E um d1sJuntor ele CA utilizado para fechar ou abrir um circuito elétrico denominada de seccionadora de aterramento de LT, que providencia o
sob condições nonnais ou anormais. Sob condições anormais, entendem- aterramento da LT com os seguintes objetivos:
se as de emergências e as de falhas, principalmente as de curtos-circuitos ♦ cmto-circuitar a 1:r a terra;
no sistema elétrico. Por exemplo: ♦ descanegar as possíveis cargas elétricas estáticas acumuladas;

r,á(_
Apêndice A 193
192 Nomenclatura da Proteção
É um relé temporizado que opera em conjunto com o dispositivo que dá
♦ garantir o potencial nulo na LT; início à operação de fechamento, paralisação ou abertura de uma
♦ adequar a LT para os serviços de manutenção, com r~speito à seqüência automática de um sistema de relés de pr~t~ção. P~r e~emplo, a
segurança humana. função conjunta 50/62BF, denominada falha do dtsJuntor, e ativada por
um cmto-circuito com a atuação do relé 50, que energiza o relé 62, se
58. Relé de falha de retificação (power rectifier misfire relay) transcorrido o tempo ajustado no relé 62, o mesmo opera, detonando urna
É um relé que funciona se um ou mais ânodos de um retificador de força seqüência pré-estabelecida de operação de outros relés de proteç~o,
falhar em acender-se, ou se detectar um arco elétrico de retorno, ou se objetivando a abertura dos disjuntores do local ou remoto. Observaçao:
houver a falha de um diodo em conduzir ou bloquear adequadamente. BP é abreviatura de Breaker Failure.

59. Relé de sobretensão (overvoltage relay) 63. Relé de pressão, ou de nível, ou de tluxo de líquido ou gás (liquid or
É um relé que opera quando a tensão elétrica ultrapassa um valor gazpressure, levei, orjlow relay) .
previamente estabelecido (ajustado). É um relé que opera de acordo com o s~u ele~ento ativo. ~or ex~m~lo, o
Esta função pode também ser designada por: relé de pressão opera quando a pressao do hqmdo ou gas dnrunu:r ou
7 59Q - relé de sobretensão de seqüência negativa; ultrapassar um valor pré-ajustado. Já o relé de nível ou de fluxo de gas ou
7 59N - relé de sobretensão residual ou relé de sobretensão de líquido, opera de dois modos: com acúmulo de gás em uma câmara o_u
neutro (também chamado de 64G). Pela IEC 60617 é representado com wna taxa de fluxo passante de líquido ou gás acima de um valor pre-
I
pelo símbolo Ursct > f. ajustado.
Pela lEC 60617 é representado pelo símbolo ~ - O relé Buchholz, função 63, também conhecido como relé de gás, é o
relé que opera com ní_vel de gás acumulado, ou con: um fluxo ~e gás
60. Relé de balanceamento de tensão (voltage balance relay) passante acentuado. E um importante rele u_sado na proteçao de
É um relé que opera quando a diferença de tensão de dois circuitos transformadores de potência, cuja função vem designada por:
ultrapassar um valor pré-ajustado. Este relé é usando principalmente para ♦ 63T - Relé Buchholz do transfotmador;
detectar a perda do sinal de tensão dos circuitos de proteção ou controle ♦ 63C - Relé Buchholz do comutador do transformador.
alimentados por TPs, que podem ser causados por: Já O relé de pressão 63, usado nos compartimentos encapsulados e
✓ queima de elo fusível; pressurizados de gás SF6 das subestações blindadas, opera quando a
✓ abertura ou problema de contato no circuito; pressão diminui abaixo de um valor ajustado. . "
✓ falha no enrolamento do TP. No transformador a função 63VS, representa o rele de valvula de
Segurança que dispara quando a pressão interna ultrapassa o valor
61. Relé de balançeamento de corrente (curren.t balance relay) estabelecido pela sua mola de retenção.
É um relé que opera quando uma dada diferença de corrente de entrada
ou saída de dois circuitos, ultrapassar un1 valor pré-ajustado. Esta função 64. Relé de proteção de terra (grottndprotective rela:r)
é muito utilizada na proteção de banco de capacitores e em enrolamentos É um relé que opera quando da ocorrência de uma falha do isolamento
de mesma fase de geradores síncronos. contra a terra de uma máquina, transformador, ou de outro equipamento,
ou sob efeito de arco elétrico a terra de uma máquina de CC. Estes relês
62. Relé de fechamento ou de abertura temporizada (time-delay podem ser por corrente ou por tensão, para a sua identificação, os
stopping, or opening, relay)
194 Nomenclatura da Proteção Apêndice A 195

diagramas unifilares devem indicar se são alimentados por corrente via É um relé que opera, somente quando, a corrente elétrica alternada flui
TC ou por tensão via IP. · em urna determinada direção, com valor maior do que o seu pré-ajustado.
Observação: Este relé · não produz diretamente disparo do disjuntor, mas apenas
"':?' Se o relé for ai imentado por TC, também pode ser utilizado como monitora a operação de outros relés.
uma unidade 51 ou 61. Esta função 67 recebe várias designações, tais como:
7 Se o relé for alimentado por TP, também pode ser utilizado como ❖ 67N - relé de sobrecorrente direcional de neutro (instantâneo ou
uma unidade 59N ou 64G. temporizado), pela IEC 60617 é representado pelo símbolo
-$- A função 64, também pode ser designada para proteção de
carcaça, massa-cuba ou tanque, sendo utilizada em 1 lt>I.'
transformadores de força de até 5MVA. ❖ 67G - relé de sobrecorrente direcional de tena, (instantâneo ou
7 A função 64R (ou 64F) designa proteção à terra do rotor, ou 64G temporizado);
(ou 64S) designa proteção à terra da bopina da armadura da ❖ 67Q - relé de sobrecorrente direcional de seqüência negativa.
máquina síncrona. 1

PelaIEC 60617 é representado pelo símbolo l t> 1.


Pela IEC 60617 é representado pelo símbolo 1 1t > [_
68. Relé de bloqueio (bl.ocking relay) (Relé de bloqueio por oscilação de
65. Regulador (governor) potência)
Regulador é um conjunto de equipamentos com controle elétrico ou É um relé de dá partida a um sinal piloto para bloquear o desligamento
me~ânico, utilizado para a regu1agem do fluxo de água, vapor ou outro em defeitos externos a uma linha de transmissão ou em outro aparelho
meio da máquina motriz para finalidades de prover a paitida, a sob determinadas condições, ou coopera com outros dispositivos para
manutenção ela velocidade, à carga constante ou a parada. bloquear o desligamento ou bloquear o religamento quando não há
Por exemplo, o regulador de velocidade de Watts, tem esta função. sincronismo ou quando há oscilação de potência. Por exemplo, esta
designação pode ser a do relé de bloqueio (68) que é usado no esquema
66. Dispositivo limitador do número de operações ou dos intervalos de de proteção denominado de Sistema de Bloqueio com Comparação
t_cmpo em que se efetuam as operações (notching, or jogging, device) Direcional (Blocking), neste caso, quando ocorre um curto-circuito
E um dispositivo contador do número de operações com a finalidade de externo a LT, o relé 21 que está direcionado para fora da LT vê o defeito
pennitir somente um número de operações especificado no equipamento, e ativa o relé 68, este envia através do sistema de telecomunicação um
ou um número específico de operações sucessivas dentro de um intervalo sinal de bloqueio para não permitir a abeitura do disjuntor da barra
de tempo especificado. Também pode ser um dispositivo que funciona oposta.
para acionar um circuito periodicamente ou em frações de intervalos de Já, por exemplo, o relé 68P tem a função de relé de bloqueio por
tempo específicos para permitir intermitente aceleração ou avanço de oscilação de potência, isto é, quando ocorre uma rápida oscilação de
uma máquina a baixas velocidades, para se obter o adequado potência no sistema elétrico, o relé de proteção (por exemplo, o relé 21)
posicionamento mecânico. pode opecar indevidamente, neste caso o relé 68P bloqueia a abertura do
disjuntor.
67. Relé de sobrecorrente direcional em CA (a-e directional overcurrent
relay) 69. Dispositivo de controle permissivo (permissive control device)

)
196 Nomenclatura da Proteção Apêndice A 197

Também denominado de dispositivo de consenso, é geralmente um É um mecanismo empregado para realizar uma mudança de um
comutador de duas posições, operável manualmente ou remotamente e dispositivo principal de uma posição para outra num equipamento. Por
que, numa posição, permite o fechamento de um disjuntor ou a cblocação exemplo, o mecanismo de comutação de um disjuntor para as posições:
de um equipamento em operação e, na outra, evita que o disjuntor ou o ligado, desligado, posição de teste ou removível.
equipamento sejam postos em operação.
76. Relé de sobrecorrente em CC (d-e overcurrent relay)
70. Reostato eletricamente operado (electrically operated rheostat) É um relé que atua quando a intensidade da corrente de um circuito
É uma resistência variável cujo valor é controlado eletricamente. Este contínua excede um valor de ajuste.
contrale pode ser contínuo ou discreto, efetuado por contactor auxiliar,
ou de posição, ou de limite. 77. Transmissor de impulsos (pulse transmitter)
Transmissor de impulsos é empregado para gerar e transmitir impulsos
71. Relé de nível de líquido ou gás via sistema de telecomunicação, como o objetivo transferir o sinal ao
É um relé que opera por um dado valor do nível do líquido ou gás, ou aparelho receptor remoto.
opera por uma dada taxa de variação deste valor.
A função 71 também é utilizada para a indicação do nível do óleo no 78. Relé de medição de ângulo de fase, ou de proteção fora de fase
reservatório do transformador de potência. (phase angle measuring, or out-of-step protective relay)
É um relé que atua quando o ângulo de fase, entre duas tensões ou entre
72. Disjuntor de corrente contínua (d-e circuit breaker) duas correntes ou entre tensão e corrente, excede um valor
É um disjuntor para ser utilizado em um circuito de força de corrente predetenninado. Este relé é utilizado na proteção contra falha de
contínua. sincronismo de máquina síncrona. No sistema elétrico _é utilizado para a
proteção contra oscilação de potência principalmente em elos de vital
73. Contactor de resistor de carga (load-resistor contactor) importância e que neste caso o relé 78 provoca o dcsligarnento do
É um contactor usado para inserir uma determinada resistência, em série disjuntor. Pela IEC 60617 é representado pelo símbolo ~ -
ou em paralelo, para produzir um degrau de variação de carga, ou uma
determinada variação de carga num circuito de potência, ou para ligar e 79. Relé de religamento en1 CA (a-e reclosing relay)
desligar um circuito de resistência elétrica de aquecimento de ambiente, É um relé temporizado que efetua o rdigamento do disjuntor em um
ou para acender ou apagar uma lâmpada, ou ligar e desligar o resistor de circuito de corrente alternada. Pela IEC 60617 é representado pelo
carga regenerativa de um retificador de potência ou de outra máquina, no iChll
seu circuito ou fora dele. símbolo lt::=:il.

74. Relé de alarme (afarm relay) 80. Relé de subtensão cm CC


É um relé diferente do de um relé anunciador ( como o abrangido pela É um relé que opera quando a tensão de um circuito em CC cai abaixo de
função 30), utilizado para operar diretamente, ou em conjunção com um urn valor predeterminado.
alarme visual ou acústico. Observa-ção: A função 80 é também empregada para relé de fluxo de líquido
ou gás, que controla o fluxo de líquido ou gás, ou em dados índices de
75. Mecanismo de mudança de posição (position changing mechanism) mudança desses valores.

)
198 Nomenclatura da Proteção Apêndice A 199

86. Relé de bloqueio de religamento (locki11g-out relay)


81. Relé de freqüência (frequency relay) É um relé auxiliar que opera no sentido de desligar um equipamento ou
É um relé que atua quando a freqüência elétrica se desvia da nominal e, circuitos, seu reanne pode ser manual ou elétrico, mas somente pela
se mantém por certo tempo, aquém ou além de certo valor intervenção humana. O relé de bloqueio é acionado quando a proteção
predeterminado (por exemplo, 81 o/u (over/under)) ou por uma que atuou foi classificada como impeditiva, daí a necessidade do reanne
preestabelecida taxa de mudança da freqüência. ser cuidadoso, somente ser feito após a investigação do defeito. A
O relé desta função pode ser assim denominado: função do relé de bloqueio pode ser assim apresentada:
7 81 u - relé de subfreqüência, pela IEC 60617 é representado pelo ♦ 86M - relé de bloqueio mecânico
símbolo [GJ. • 86E - relé de bloqueio elétrico
7 81 o - relé de sobrefreqüência, pela IEC 60617 é representado Geralmente o relé de bloqueio, promove a abertura dos disjuntores,
)
pelo símbolo ~ - efetua o alarme, sinalização e outras funções. O relé auxiliar 86, quando
energizado opera muito rápido, ou seja, fecha os seus contatos em 1 ciclo
) elétrico (aproximadamente em 17 ms).
82. Relé de religamento em CC (d-e reclosing relay)
) É um relé temporizado que efetua o religamento do disjuntor em um
circuito de corrente contínua. 87. Relé de proteção diferencial (diflerencial protective relay)
É um relé de proteção que funciona por uma percentagem ou ângulo de
83. Relé de transferência automática ou de controle automático seletivo fase ou outra diferença quantitativa de correntes elétricas ou de outras
(automatic selective control, or transfer, relay) grandezas elétricas.
É um relé que promove a transferência automática de uma operação, de Podem ter várias designações:
um comando ou da proteção, ou efetua o controle automático seletivo de ✓ 87T - relé diferencial do transformador de 2 ou 3 enrolamentos.
algumas funções pré-estabelecidas. ✓ 870 - relé diferencial do gerador síncrono.
✓ 87GT - relé diferencial do gmpo gerador-transformador.
84. Mecanismo operacional (operating mechanism) ✓ 87B - relé diferencial de barras, pode ser de baixa, média ou alta
)
É uma função que designa um completo mecanismo ou servo-mecanismo impedância.
elétrico, inclusive o motor operacional, os solenóides, as chaves de ✓ 87M - relé diferencial de moto-res, pode ser do tipo percentual ou
posição, etc. para um comutador de derivações, um regulador de tensão, autobalanceado.
ou qualquer outra peça ou aparelho similar que, de outra forma, não Pela IEC 60617 é representado pelo símbolo [Td > !.
)
possui número de função.
) 88. J\tlotor auxiliar ou motor gerador (auxiliary motor, or motor
) 85. Relé receptor de onda portadora ou de fio-piloto (carrier, or pilot- generator)
wire, receiver relay) São dispositivos empregados como equipamento auxiliar, tais como
É um relé que é operado ou bloqueado por um sinal de onda portadora bombas, ventiladores, excitadores, amplificadores magnéticos rotativos,
emitido remotamente pelo relé 77 da outra bmTa, no caso de relé com fio- etc ...
piloto o sinal é recebido diretamente pelo circuito elétrico fisico
constituído de um par de condutores. 89. Chave separadora ou chave secionadora (Tine switch)

i'
) 1
L
200 Nomenclatura da Proteção A pêndice A 201

É um intem1ptor do tipo chave seccionadora, que só é operável sem desligamento tem geralmente vários contatos auxiliares. e após a
carga, utilizada para possibilitar manobras com o objetivo de mudança na operação o mesmo se rearma automaticamente (auto resct) para a sua
configuração do sistema elétrico. A operação desta secciorÍadora é posição normal. Este relé é semelhante ao relé 86, com a diferença que o
motorizada com controle local ou remoto. relé 94 se auto rearma e o relé 86 só será rearmado com a intervenção
humana.
90. Dispositivo de regulação (regu/ation device)
É um dispositivo que funciona para regular uma quantidade ou 95. Usados para aplicações específicas em instalações individuais, não
quantidades, tais como tensão, corrente, força, velocidade, freqüência, cobertos pelos números antederes. Por exemplo: A utilização da medida
temperatura e carga, a um certo valor ou entre certos limites (geralmente Volts/He1tz, esta provisoriamente saindo da função 24 e esta sendo
próximos) para máquinas, Linhas de interligação ou outros aparelhos. utilizada como função 95.
Exemplo, a ftmção relé 90 efetua no comutador o controle de mudanças
de Taps do transformador de potência. 98. Oscilografia
Dispositivo oscilógrafo, para possibilitar o diagnóstico pós-perturbação
91. Relé direcional de tensão (voltage directional relay) de ocorrência de defeitos no sistema elétrico. Por exemplo, tem-se o
É um relé que opera quando a tensão, através de um disjuntor abetto, ou Registrador Digital de Perturbação (RDP).
contactor, excede certo valor em uma dada direção.
101. Chave de transferência
92. Relé direcional de tensão e potência (voltage and power directional É uma chave seccionadora utilizada especialmente para efetuar as
relay) manobras de transferência, principalmente as de transferência de barras.
É um relé que permite ou causa a interligação de dois circuitos quando a
diferença de tensão entre eles exceder um dado valor numa
predeterminada direção e faz com que esses dois circuitos sejam
desligados entre si quando o fluxo de potência entre eles exceder um
dado valor na direção oposta.

93. ,C ontactor de mudança de campo (fie/d changing contactor)


E um contactor que funciona no sentido de incrementar ou diminuir, de
um passo, o valor do campo de excitação numa máquina.

94. Relé de desligamento, ou de disparo livre, ou permissão tlc


~csligamento (tripping, or trip~free, relay)
E um relé que funciona para provocar o disparo de um disjuntor ou de
um contactor ou equipamento, ou para permitir o seu imediato disparo
por outros dispositivos, ou evitar o imediato rc-fechamento de um
interruptor de um circuito se o mesmo deveria abrir automaticamente,
mesmo se seu circuito de fechamento for mantido fechado. O relé de

---
'
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