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íOBRASIUFSM
TEORIA DAS
IINHÂS DE
TRANSMISSÁOII
RELAÇÃO DE VOLUMES E TRADUTORES

1 - Análise de C ircuitos de Sistemas de Potência -


Arlindo R. Mayer
2 - Teoria das Linhas de Transmissão I - J.Wagner Kaheler

3 - Teoria das Linhas de Transmissão I I - F e lix A. Farret

4 - Dinâmica das Máquinas E lé tric a s I - Somchai A nsuj,


Arlindo R.Mayer

5 - Dinâmica das Máquinas E lé tric a s Í I - Elvio Rabenschlag

6 - Dinâmica e Controle da Geração - Almoraci S. A lgarve,


João M. Soares

7 - Proteção de Sistemas E lé tric o s de Potência -


F ritz Stemmer

8 - Coordenação de Isolamento - J. Wagner Kaheler

9 - Operação Econômica e Planejamento - Paulo R. Wilson

10 - Métodos P ro b a b ilís tic o s para P rojeto e


Planejamento de Sistemas E lé tric o s - M.Ivone Brenner

Coordenação G eral: Arlindo R. Mayer


CENTRAIS ELÉTRICAS BRASILEIRAS S.A.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

TEORIA DAS
UNHAS DE
TRANSMISSÃO N

D. E. HEDMAN

Tradução: Felix A. Farret


Professor do Depto. de
Eng. Elétrica da UFSM
io
DOTÍ
AG
X / Í-.3 , ? *>

lUiSEli;. 5|

CURSO DÉ ENGENHARIA EM
SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA
SÉRIE P. T. I.

SANTA MARIA . R S - 1978


T ítu lo do o r ig in a l:

Transmission Line Theory - I I

D ireitos para o B ra s il reservados às Centrais E létricas


B ra s ile ira s S.A. - ELETROBRAS

Av. Presidente Vargas, 624 - 109 andar


Rio de Janeiro - RJ

1978
F I C H A CA T A L O G R Â F I C A

Hedman, D.E.
H455t Teoria das linhas de transmissão I I |por| D.E.
Hedman.|de| F elix A. Farret. Santa Maria, Uni­
versidade Federal de Santa Maria, 1978.
182p. ilu s t . 23cm (Curso de Engenharia em
Sistemas E létricos de Potência - Série PTI, 3

T ítu lo o rig in a l: "Transmission Line Theory I I "


I. Farret, F elix Alberto, 1947 - (tra d .) I I . T í ­
tulo
CDD 621.319 2
CDU 621.315 1
Obra publicada
Com a colaboração
do Fundo de Desenvolvimento Tecnológico
da CENTRAIS ELÉTRICAS BRASILEIRAS S.A — ELETROBRÁS
em Convênio com a
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA — UFSM
APRESENTAÇÃO

Há cerca de 10 anos vem a ELETROBRÂS patrocinan­


do a realização de Cursos na área de Sistemas E létricos
de Potência, visando o aperfeiçoamento de engenheiros
e le t r ic is t a s das Empresas do Setor de Energia E lé tric a .
Assim, cerca de 200 p ro fis sio n a is, nesse período, recebe­
ram formação a n ív el de Mestrado, tanto no e x te rio r como
no B r a s il, em obediência a currículos estabelecidos pela
ELETROBRÂS, tendo em v is ta as necessidades detectadas por
seu pessoal especializado.

Como resultado da experiência de realização des­


ses e de outros Cursos, por vezes contando com a p a r t ic i­
pação de professores estrangeiros especialmente contrata­
dos para refo rçar as equipes docentes nacionais, vêm sen­
do publicados liv ro s especializados em regime de co-
edição com Universidades, e à conta de Recursos do Fundo
de Desenvolvimento Tecnológico da ELETROBRÂS.

É constante a preocupação desta Empresa em


apoiar as In stituições de Ensino Superior, razão pela qual,
entre outras ações, têm sido sistematicamente oferecidas
vagas a docentes u n iv e rsitário s, sempre que grupos de en­
genheiros são enviados ao exterior para freqüência a cur­
sos especiais ainda não oferecidos regularmente no B r a s il.
Isso tem propiciado mais rápida resposta das Universidades
no atèndimento de necessidades especiais no Setor de Ener­
g ia E lé tric a , in clusive pela imediata implantação de ta is
cursos no P aís, a mais baixo custo e p o ssib ilitan d o am­
p lia r a faix a de atendimento de p ro fissio n a is das Empre­
sas.

Em uma dessas ações, a ELETROBRÂS contratou com


o Power Technologies, Inc. - P . T . I . , de Schenectady -USA,
a ministraçãò de um curso especial em Sistemas E lé tric o s,
e constante dos tópicos que se seguem:
1 - Análise de Sistemas E létricos de Potência
2 - Teoria das Linhas de Transmissão
3 - Releamento - C aracterísticas e Princípios
Fundamentais de Operação dos
Relês
4 - Coordenação de Isolamento
5 - Operação Econômica e Planejamento
6 - Dinâmica e Controle da Geração
■7 - Dinâmica das Máquinas E létricas
8 - Métodos P ro b a b ilístic o s para Projeto e
Planejamento de Sistemas E létricos
9 - Economia das Empresas de Energia E lé tric a
Esses tópicos, na forma como foram inicialmente
ministrados pela equipe do P . T . I . , e posteriormente re­
produzidos por outros docentes b ra s ile iro s em diversas
oportunidades, constituem, a nosso ver, uma fonte de in ­
formações capaz de proporcionar uma formação equilibrada
de p ro fissio n a is de alto n ív el que se destinam às Empresas
de Energia E lé tric a e que delas precisem ter inicialmente
boa visão técnica de conjunto. Posteriormente ta is p r o fis ­
sionais poderão aprofundar seus estudos em tópicos especí­
fic o s, conforme necessário âs suas ãreas de atuação.

Foi, pois, com esta intenção que a ELETROBRÂS de­


cidiu a d q u irir ao P .T .i. os d ire ito s de reprodução do Cur-
po, e contratou com a Universidade Federal de Santa Maria
a tradução e edição do mesmo, visando sua d istrib u ição âs
Empresas do Setor de Energia E lé tric a e demais I n s t it u i­
ções de Ensino Superior que ministram cursos na área de
Engenharia E lé tric a . Estamos certos de que a divulgação
desse m aterial, agora em língua portuguesa,atingirá apre­
ciável número de p ro fissio n a is e estudantes u n iv ersitário s
proporcionando-lhes um n ív el de aperfeiçoamento mínimo ho­
je desejável naquelas Empresas, e ao mesmo tempo consti­
tuindo-se em obra de referência para docentes e s p e c ia li­
zados.

Arnaldo Rodrigues Barbalho


Presidente da ELETROBRÂS
PREFACIO

Raros são os liv ro s publicados em português so­


bre Sistemas E lé tric o s de Potência. Isso fez com que os
professores do Departamento de Engenharia e professores que
atuam no Curso de Pós-Graduação em Engenharia E lé tric a ,d a
Universidade Federal de Santa Maria, aceitassem o desafio
de r e a liz a r a estafan te, porém, atraente ta re fa de tradu­
ção, revisão e acompanhamento na impressão do Curso orga­
nizado por Power Technologies, Inc. - P T I, e cujos d ir e i­
tos de reprodução foram adquiridos pela ELETROBRÂS.
Foi muito v a lio s a , para a realização desta ta ­
re fa , a união e o e s p írit o de equipe de um conjunto de
professores que, além de suas atividades docentes, admi­
n is tra tiv a s e de pesquisa, passaram a dedicar-se a mais
essa importante ta re fa .
É nosso dever deixarmos assinalados os nossos
agradecimentos a todos os que contribuiram para a elabo­
ração dessa obra. Destacamos a ajuda prestada pelo D ire­
tor do Centro de Tecnologia, P ro f. G ilberto Aquino Benet-
t i , pelo Chefe do Departamento de Engenharia Elétrica,Prof.
Wilson Antônio Barin, pelo Coordenador do convênio UFSM/
ELETROBRÂS, Prof. Arlindo Rodrigues Mayer,como também pe­
los Professores Waldemar Correia Fuentes,Nilton Fabbrin e
Norberto V. O liv e ira .
Pela Companhia Estadual de Energia Elétrica -CEEE -
tiveram participação destacada, nesta re aliz aç ão , o Eng9
Paulo Roberto Wilson, Coordenador do Convênio CEEE/UFSM ,
e os Engenheiros José Wagner Kaheler e F ritz Stemmer, to­
dos ele s Professores v isita n te s do CPGEE da UFSM.
Nossos agradecimentos às Professoras Neuza Mar­
tin s Carson e Celina F leig Mayer e â Jorn alista Veronice Lo-
vato Rossato, pelos seus vários serviços de revisão. Ã aca­
dêmica Maria Carmelita Teixeira Gorski pela colaboração no
manuscrito da tradução. E ã Professora June Magda Scharn -
berg pelo seu a u x ílio na organização das fichas catalogrã-
fic a s dos vários volumes.
N ossos a g r a d e c im e n t o s , também, aos d a t i l õ g r a f o s
U b y r a ja r a T a j e s e Wandir Q u e ir ó s e aos d e s e n h is t a s D e l c i o
B o lz a n , Lauro C. Ztigel e L u i z C a r lo s M enezes.

Aos P r o f e s s o r e s Ademir C a r n e v a l l i Guimarães e


H é l i o M o k a r z e l, da E s c o la F e d e r a l de E n gen h aria de I t a j u -
b ã , agradecem os a g e n t i l e z a de nos terem e n v ia d o a t r a d u ­
ção p a r c i a l de algu n s dos vo lu m es, os q u a is s e r v ir a m como
v a l i o s a s r e f e r ê n c i a s em nosso t r a b a l h o .

F in a lm e n t e , ê nosso dever d e ix a r re g is tra d o


nossos a g ra d e c im e n to s ã C e n tra is E lé tric a s B r a s ile ira s
S .A . - ELETROBRAS, p o r seu a p o io e c o n f i a n ç a em nós depo­
s ita d o s .

D e r b la y G alvão
R e ito r
S U M Á R I O

C a p í t u l o 6 - FUNDAMENTOS DE ONDAS VIAJANTES


MONOFASICAS.......................................................... 1
I. I n t r o d u ç ã o ........................................................................ 1
II. As equ ações da l i n h a de t r a n s m i s s ã o .................. 2
A. S o lu çã o p a r a as equações da l i n h a de
t r a n s m is s ã o ................................................................ 5
B. R e la ç ã o e n t r e as s o lu ç õ e s de t e n s ã o e de
c o r r e n t e ....................................................................... 7
III. T e rm in a is e d e s c o n t in u id a d e s das l i n h a s de
t r a n s m i s s ã o .................................................................... 10
A. T e rm in a l da l i n h a - E xtrem idade a b e r t a . . . 11
B. T e rm in a l da l i n h a - R e s i s t ê n c i a ................... 13
C. T e rm in a l da l i n h a - I n t e r p r e t a ç ã o a l t e r ­
n a t i v a ......................................................................... 15
D. N om enclatu ra da onda v i a j a n t e ........................ 17
IV . T e rm in a is g e r a i s da l i n h a de t r a n s m i s s ã o . . . . 19
V. E s t a b e le c im e n t o das c o n d iç õ e s i n i c i a i s .......... 21
A p ên d ice A ....................................................................... 24
A p ên d ice B ....................................................................... 26
A p ên d ice C....................................................................... 37

Problem as - Transform adas de L a p l a c e ............... 54


Problem as - D e s c r iç ã o da onda v i a j a n t e ........... 62
Problem as - C onstru ção de formas de o n d a . . . . 65
Problem as - Ondas v i a j a n t e s ................................... 69

C a p í t u l o 7 - FUNDAMENTOS DE ONDAS VIAJANTES -


DIAGRAMA EM TRELIÇAS..................................... 75
I. I n t r o d u ç ã o ...................................................................... 75
II. C o n c e it o s b á s i c o s do diagram a em t r e l i ç a s . . . 75
A. Diagrama em t r e l i ç a s p a ra uma l i n h a
s i m p l e s .................................................................. . . 78
B. Diagrama em t r e l i ç a s c o n v e n c i o n a l ............... 80
III. Método do r e g i s t r o em t a b e l a ................................ 85
A. Um exem plo de c a l c u l o , usando o c i r c u i t o
e q u i v a l e n t e .............................................................. 87
B. Método o r g a n i z a d o ................................................. 89
P roblem as - R e la ç õ e s fu n d a m e n ta is ......................... 92
Problem as - C á lc u lo s da l i n h a de t r a n s m i s s ã o . 99

C a p ít u lo 8 - ONDAS VIAJANTES POLIFÂSICAS..................... 109


I. I n t r o d u ç ã o .................................................................... 10 9
II. D e s e n v o lv im e n to das eq u ações da onda
v i a j a n t e p o l i f ã s i c a ................................................ 109
III. C o e fic ie n te de r e f l e x ã o p o l i f ã s i c o ................ 115
IV . C i r c u i t o e q u i v a l e n t e p o l i f ã s i c o de uma
l i n h a t e r m i n a l .................................. ......................... 117
P r o b le m a s ...................................................................... 121

C a p ít u lo 9 - SURTOS DE DESCARGAS ATMOSFÉRICAS EM


LINHAS DE TRANSMISSÃO................................ 132
I. I n t r o d u ç ã o ................................................................... 133
II. As d e s c a r g a s a t m o s f é r i c a s ................................... 134
- M agnitude da d e s c a r g a a t m o s f é r i c a ............... 135
III. Uso das t é c n i c a s de ondas v i a j a n t e s p a ra
c a l c u l a r o e f e i t o de uma d e s c a r g a atmos­
f é r i c a numa l i n h a de t r a n s m i s s ã o ..................... 136
- D esca rga no to p o da t o r r e ................................ 136
- D esca rga no con d u tor f a s e ................................ 136
- E fe ito dos cabos de c o b e r t u r a ....................... 137
- E fe ito da r e s i s t ê n c i a de a t e r r a m e n t o ......... 138
- E fe ito de t o r r e s a d j a c e n t e s ............................ 139
- D esca rga s a t m o s f é r i c a s nos cabos de
c o b e r t u r a .................................................................. 143
IV . R e p r e s e n ta ç ã o da t o r r e .......................................... 145
V. Ten sões a t r a v é s da c a d e ia de i s o l a d o r e s . . . . 149
- M ed içõ es da te n s ã o de s u r t o em m o d e l o s . . . 152
V I. F a lh a s na b lin d a g em (d e s c a r g a s d i r e t a s nos
c o n d u to re s f a s e ) ....................................................... 152
V II. Outras c o n s i d e r a ç õ e s .............................................. 15 3
R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s .................................. 155
P r o b le m a s ...................................................................... 157

C a p ít u lo 10 - SOBRETENSÕES DE IMPULSO - TERMINAIS. 162


I. I n t r o d u ç ã o ................................................................... 16 2
II. A n a l i s e do e n ro la m e n to de t r a n s f o r m a d o r . . . . 162
A. Equação d i f e r e n c i a l da b o b in a de uma
camada...................................................................... 16 3
B. S olu ção da equação d i f e r e n c i a l da
b o b in a de uma camada........................................ 166
C. I n t e r p r e t a ç ã o dos r e s u l t a d o s das
o s c i l a ç õ e s na b o b i n a ........................................ 172
III. P r o t e ç ã o de p ã r a - r a i o s ......................................... 175
A. H ip ó t e s e s c o n s id e r a d a s naa n a l i s e ............... 176
B. S olu ção do caso b ã s i c o .................................... 177
C. S olu ção i n c l u i n d o o p ã r a - r a i o s ................... 179
D. F a t o r e s a d i c i o n a i s ............................................. 181
R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s ................................................. 182
CAPÍTULO

FUN D AM EN TO S DE ONDAS VIA JA N TES MONOFÁSICAS

I. INTRODUÇÃO

0 aspecto fundamentalmente ú n ic o das lin h a s de


t r a n s m is s ã o , r e la tiv o aos c i r c u i t o s mais comuns de c o n s ta n ­
t e s c o n c e n tr a d a s , r e s u lta , grandem ente, do a s p e c t o f i n i t o da
v e l o c i d a d e da lu z e , portan to, da p rop a ga çã o da e n e r g i a e lé ­
t r i c a e m a gn ética ao lo n g o da l i n h a como uma onda viajante. Se
uma v a r i a ç ã o de c o r r e n t e ou de te n s ã o o c o r r e em um t e r m i n a l
de uma l i n h a lo n g a de tr a n s m is s ã o , o o u t r o t e r m i n a l não t o ­
ma conhecim ento d e s t a v a r i a ç ã o , enquanto a onda e lé t r ic a per­
c o r r e o comprimento da l i n h a com a v e l o c i d a d e da l u z . Por­
tan to, o t e r m i n a l , no la d o r e c e p t o r d e s t a l i n h a de tra n s­
m issã o , não pode i n f l u e n c i a r a te n s ã o f o r ç a n t e da fo n te ,
a t é que a onda tenha v i a j a d o da f o n t e a t é a p o n ta r e c e p t o r a
e, a t r a v é s da i n t e r a ç ã o e n t r e e s t e t e r m i n a l e a lin h a de
t r a n s m is s ã o , s e j a e n v ia d a uma r e s p o s t a de v o l t a â f o n t e . P o r ­
ta n to , os s i n a i s e l é t r i c o s tendem a se p r o p a g a r p a ra f r e n t e
e p a ra t r á s , como ondas v i a j a n t e s , normalmente dissipando e-
n e r g ia . e m perd a s no m a t e r i a l .
Um exame d e t a lh a d o da f í s i c a e l e t r o m a g n é t i c a do
p roblem a r e s u l t a numa a n a l i s e , mostrando que ondas e le tro ­
m a gn ética s v i a j a n t e s gu iadas o c o r r e r ã o em q u a lq u e r l i n h a de
tra n s m is s ã o a é r e a a b e r t a . Uma a n a l i s e mais p rofu n d a das
equações e l e t r o m a g n é t i c a s m ostra que q u a lq u e r s is te m a com
b a ix a p e rd a pod e, também, s e r a n a l i s a d o , p r im e ir a m e n te , es-
p e c ific a n d o -s e a in d u t â n c ia e a c a p a c i t â n c i a , separadamente
e d a í, usando-se este s is te m a de c o n s ta n te s c o n c e n tra d a s
para fo rm a r uma malha. A equação d i f e r e n c i a l , que d e s c r e v e
e s t a malha p r e d i z o e f e i t o da onda v i a j a n t e . O segundo mé­
to d o s e r ã usado n e s ta s n o t a s .

Uma v e z que as equações d i f e r e n c i a i s da l i n h a de


tr a n s m is s ã o são u t i l i z a d a s p a ra d e s e n v o l v e r uma s o lu ç ã o g e ­
r a l p a ra as ondas v i a j a n t e s na l i n h a de tr a n s m is s ã o , c o n d i­
ções de c o n to rn o devem s e r usadas p ara c a l c u l a r a s o lu ç ã o
e s p e c ífic a da onda v i a j a n t e . N e s ta s n o t a s , o problem a das
c o n d iç õ e s de c o n to rn o serã re fe re n c ia d o como problem a de
te rm in a l. As s o lu ç õ e s nos t e r m i n a i s r e s u l t a r ã o em c o e f i c i ­
e n te s de r e f l e x ã o e de r e f r a ç ã o , os q u a is são fu n çõ es dos
v á rio s te rm in a is . E s te problem a da c o n d iç ã o t e r m i n a l s e r ã
abordado de duas m a n eira s, uma das q u a is é baseada em uma
r e p r e s e n t a ç ã o do c i r c u i t o e q u i v a l e n t e da l i n h a de t r a n s m is ­
sã o , re d u zin d o -s e , assim , o p ro b lem a , a um c i r c u i t o n o r ­
mal .

II. AS EQUAÇÕES DA LINHA DE TRANSMISSÃO

O c ir c u it o e q u iv a le n te , usado p a ra o c á l c u l o do
fenômeno da onda v i a j a n t e , ê o mesmo usado no C a p í t u l o 1
p ara d e s e n v o l v e r as s o lu ç õ e s em f r e q ü ê n c i a c o n s t a n t e da e -
quação da l i n h a de t r a n s m is s ã o . O c ir c u it o e q u iv a le n te e
a equação da te n s ã o in c r e m e n t a i p a ra e s t e c i r c u i t o estão r e ­
p e t i d a s a s e g u i r , p ara uma f ã c i l re fe rê n c ia .
As equ ações da c o r r e n t e e da te n s ã o s ã o , e n t ã o :

i(x+Ax,t) = i(x ,t ) - GAx v(x,t) - CAx


crt
(6 . 01)

v(x+Ax,t) = v(x,t) - LAx ~ RAx i(x+Ax,t)


i ( x,t) i(x+Ax.t)
Lax Rax
o— ■vVsA1
LGax
,CAX
V (xtAX.t)
v(x,f)

X, *2
onde:
L = Henrys/metro
C = Farads/metro
R = Ohms/metro
Ax = - x^
Fig. 6.01
A corrente e a primeira derivada p a rc ia l da cor­
rente podem ser expandidas numa série de Taylor, como:

i(x+Ax,t) = i(x ,t ) ♦ Ax + ...


5x (6 . 0 2 )
3i(x+Ax,t) ^ a i(x ,t) + a2j(x ,t )
Ax * . . .
st at axat
Substituindo-se a equação (6.02) (desprezando-se
os termos de ordem mais a l t a ) , na segunda equação de (6.01),
obtém-se:
v(x+Ax#t) - v(x,t) “ - LAx at
“ RAx i(x ,t )

■r. 2 32-i(x* ,t* )' 2


< 3i(x,t)
- LAx — ,* L - RAx 3x
3x3t
Os termos de segunda ordem Ax desaparecerão no
lim ite e, usando-se a definição de derivada
lim v(x+Ax,t) - v(x,t) = 3v(x,t)
dx
x2 ■ * i
Obtêm-se \
- - R i(x ,t) ♦ L â M í i l

Por um processo semelhante, uma segunda equação


d ife re n c ia l p a rc ia l, de primeira ordem, pode ser desenvol­
vida para produzir o par de equações
dv . r 31
V = v(x,t)
i = i(x,t)

E sta s duas equações d i f e r e n c i a i s p a r c i a i s são u-


sadas para form ar a equação do t e l e g r a f i s t a , ou equações da
" l i n h a de t r a n s m is s ã o " mostradas a b a ix o :

(6 .0 4 )

(6 .0 5 )

A s o lu ç ã o d e s ta s equações d i f e r e n c i a i s fo rn ecerá
uma função que d e s c r e v e r a o comportamento de " v " e " i " , ao
lo n g o da l i n h a de tra n s m is s ã o . O f a t o de que ambas " v " e
"i" devam s a t i s f a z e r a mesma equação d i f e r e n c i a l , não qu er
d i z e r que c o r r e n t e e te n s ã o são a mesma função de x e t em
um problem a p r a t i c o . A d i f e r e n ç a r e s u l t a r á das c o n d iç õ e s de
c o n to rn o .
As equações (6 .0 4 ) e (6 .0 5 ) podem s e r re s o lv id a s
de uma forma compacta, mas as s o lu ç õ e s são muito complexas
e e l a s são raram ente usadas na a n á l i s e de problem as de s i s ­
temas de p o t ê n c i a . Uma s o lu ç ã o bem mais s im p le s , que c la ­
ramente dem onstra os c o n c e i t o s , ê o b t i d a para o caso " sem
p erd as". E s ta s o lu ç ã o s im p le s s e r á usada n e s ta s n o ta s por­
que a a v a l i a ç ã o de t r a n s i t ó r i o s de duração muito pequenas,
ta is como c o n d iç õ e s de im p u ls o , s ã o , g e r a lm e n t e , represen­
tadas muito adequadamente, p e l o caso "sem p e r d a " .
P a ra R = G = 0, as equações d i f e r e n c i a i s da ten ­
são e da c o r r e n t e to rn a m -s e :

(6 .0 6 )
A. Solução para as equações da linha de transmissão
Matemáticos reconheceriam estas equações como e-
quações da onda v ia ja n te , mas este aspecto pode ser f a c i l ­
mente deduzido, tomando-se a transformada de Laplace das e -
quações. Por enquanto, somente a solução da tensão será l e ­
vada em conta.

- A c V(s ,x ) (6 .08)

Onde V(s,x) = transformada de Laplace de v(x,t)


Esta transformada de Laplace assume condições
quiescentes para a tensão em t = 0. As condições in ic ia is
podem ser incorporadas mais tarde,quando forem aplicadas as
condições de contorno. A solução para a equação (6.08) pode
ser obtida supondo-se uma solução da forma.

V(s,x) - M(s) a1" * <6- ° 9>

onde "m" é o parâmetro a ser calculado, a p a r t ir da equação


d ife re n c ia l. Substituindo-se aequação (6.09) na equação
(6.08) resu lta em:

m ^ s ) e*"1
* - LCs2 M(s) e*"* (6.10)

Para "m" ser válido para todo e qualquer valor de


2
x, vemos que m deve ser igu al ao coeficiente do lado d i­
re ito da equação, ou:

2 2
m = sLC
ou (6.11)
m = ± s/LC

Este valo r de "m" pode ser substituído novamente


na equação (6 .0 9 ), a qual, devido a 6.08 ser uma equação
d ife re n c ia l de segunda ordem, requer duas constantes a r b i­
t r á ria s a serem calculadas pelas condições lim ite.

Então, a solução pode ser e s c rita como:


V(s,x) = A(s) e~S ^ x + B(s) e+Sx/ ^ x (6.12)

Nesta solução, uma descrição espacial completa pa­


ra a porção, que é função de x, está contida na exponencial,
enquanto que a solução no tempo, ou da porção que é função
do tempo, estã incluída tanto nas constantes arbitrarias A(s)
e B (s) como na exponencial.
Os exercícios, no uso da transformada de Laplace,
~ —z s
demonstram que a expressão e , quando transformada para
o domínio do tempo, resu lta em um degrau unitário u (t -z ) a-
trasado. Também é facilmente demonstrável que u (t -z ) ê uma
representação matemática da onda v iajan te. Na equação(6.12)
a mesma interpretação pode ser f e it a , is to é, ambas as por­
ções da solução da tensão são ondas viajan tes; então, usan­
do a relação

^ £u(t-z)*f(t-z)J = e ZS F(s)

(6.13)

■ F( s)

A solução no tempo para a equação (6.12) pode ser


e sc rita como;

v(t,x ) - A (t- y/LC x )•u(fc—y/Ic x) B(t+ v/LC x)*u(t+ y /Í£ x)

(6.14)
Este resultado pode ser interpretado como duas on­
das v ia ja n te s, uma d ire ta , ou na direção +x e a outra na
direção -x . Ambas as ondas estão viajando com a velocidade;
1
(6.15)

Notar que se pode deduzir a direção do movimento


da onda examinando-se o argumento das funções A e B na equa­
ção (6.14) . Qbserve-se que, para a função A, se ^ cresce na mes­
ma taxa com t , o argumento da função A permanece constante
e, portanto, deve ser interpretado como uma onda movendo-se
na direção p o sitiv a de x. A função B pode ser interpretada
de uma maneira semelhante. Neste caso, x deve crescer num
sentido p o sitivo , para manter o argumento da função constante
e, portanto, a função B ê interpretada como uma onda viajante
negativa, ou uma onda que se move na direção negativa de x.

B. Relação entre as soluções de tensão e de corrente

A solução para a tensão fo i desenvolvida a p a r tir


da equação (6.06) e resultaram duas constantes a r b it r a r ia s ,
que, como mostra a equação (6 .1 4 ), podem ser funções a rb i­
tra ria s do tempo. Devido à semelhança das equações (6.06) e
(6 .0 7 ), uma solução correspondente pode ser obtida para a
corrente (equação (6 .0 7 )). A solução pode ser e sc rita d ire ­
tamente, tanto no domínio da transformada de Laplace,a qual
corresponde à equação (6 .1 2 ), como no domínio do tempo,cor­
respondente •à equação (6.14).

I(s ,x ) - D(s)e~S ^ x + E(s)e+S ^ x (6.16)

i (t , x ) » D (t- \/LC x).u(t-v/LC x) ♦ E(t+ ^/LC x ) u(t+\/LC x ) (6.17)

A equação (6.16) e a equação (6.17) também podem


ser interpretadas como soluções p o sitiv a e negativa da onda
viajan te da corrente. Assim, nestas duas soluções para ten­
são e corrente existem quatro constantes a rb it r á r ia s r e la ­
tiv a s a x, as quais são A, B, D e E. Estas quatro constan­
tes foram desenvolvidas e incorporadas devido às equações
(6.06) e (6.07) serem, cada uma, equações d ife re n c ia is de
segunda ordem. Mas as equações (6.06) e (6.07) foram de­
senvolvidas a p a r t ir da solução simultânea de duas equações
d ife re n c ia is de prim eira ordem em t; portanto, somente duas
constantes a rb itrá ria s podem ser mantidas para este conjun­
to de soluções. Assim, A, B, C e D não são todas constan­
tes a r b itrá ria s mas, de fato , estão relacionadas de algum
modo. A relação entre as equações da tensão e da corrente
pode ser achada substituindo-se a solução (equação (6.12) e
(6 .1 6)) na forma "sem perda" da equação (6.03) mostrada a-
baixo, como a transformada de Laplace da equação desejada.
_ dV(s,x)
dx
_ = sC.V(s,x) (6 .Í9)

Substituindo-se as equações (6.12) e (6.16) na e -


quação (6.18) obtém-se:

+ s / lC-A(s ) - e~S ^ x - s \/bC*B(s ) • e+S ^ x -

(6 . 20)
y t\/ \ \/lC x ♦. sL*E(s
- x +s v^C x
sL*D(s) •e ) *e v
Os termos de mesmos exponenciais podem ser colo­
cados juntos como:

“ [s y/LC*A(s) - sL-D (s)] . e~S ^ x


( 6 . 21 )
“ [s v/LC*B(s ) ♦ sL*E(s ) ] • es ^ x = 0
Se esta equação (6.21) é verdadeira para todos os
valores de s e x, é evidente que os coeficientes das expo­
nenciais devem, independentemente, ser iguais a zero, por­
tanto:
y íÕ A (s ) = L D(s)
OU
1 (6 . 22)

ã .
D(s ) - A( s )

y/ÊC B(s ) = - L E(s )

ou (6.23)
E (s) = - -à : B(s )

Como fo i demonstrado nas equações (6.22) e (6.23),


as constantes D e E podem ser expressas como funções de A e
B e as soluções das equações (6.12) e (6.16) podem ser es­
c rita s como:

V(s,x) = A(s ) - e~S ' f á X ♦ B(s ) • e+S ^ x (6.24)

_ A(s ) -s y/LC x _ B(s ) +s v/LC x (6.25)


I(s,x ) = e
Nesta expressão, o termo Zc é chamado impedância
de surto da linha de transmissão e, porque L e C são fun­
ções somente da geometria da linha, Zc ou a impedância de
surto é, também, uma função da geometria da linha.

Impedância I u 2^
de Surto: = Z » ~ = /—------ —
c JC / 2ne

* r

A impedância ê referenciada como a impedância


de surto, porque esta impedância fornece a relação entre a
tensão de surto e a corrente de surto para uma tensão e cor­
rente , as quais são unidimensionais na linha de transmissão*
Também nas equações (6.24) e (6.25) vê-se que as ondas da
tensão e da corrente possuem, basicamente, a mesma forma,
com a onda da corrente reduzida, em sua magnitude, de 1/Zc .
A onda viajante da corrente, em uma direção negativa, tam­
bém tem sin a l oposto àquele da onda de tensão associada. Um
esboço das ondas de tensão e da corrente em uma linha de
transmissão pode ser usado para fornecer uma interpretação
cla ra do sign ificad o do sin a l menos, na onda movei negativa
da corrente.

onda
via jante
positiva

onda
viajante
negativa
O s i n a l n e g a t i v o na c o r r e n t e não é misterioso quando
nos damos c o n ta que a c o r r e n t e tem uma d i r e ç ã o a s s o c ia d a ã
sua magnitude e matematicamente usamos a d i r e ç ã o p o s i t i v a de
x, como a d i r e ç ã o p o s i t i v a da c o r r e n t e . A te n s ã o em uma l i ­
nha de tr a n s m is s ã o ê medida, como m agnitude, a p a r t i r da l i ­
nha p a ra a t e r r a , enquanto a c o r r e n t e ê medida como magni­
tu d e , de um p on to a o u t r o , lo n g itu d in a lm en te. Um f l u x o de
corren te p o s it iv o , na d i r e ç ã o p o s i t i v a , é a q u e le que produz
uma d e f l e x ã o p o s i t i v a no am perím etro

0 amperímetro e conectado de maneira


a produzir uma deflexão positiva para
uma corrente positiva.

■■ m X

F ig . 6.03
Assim , quando a onda de te n s ã o p o s i t i v a passa p e ­
l o a m p erím etro , na d i r e ç ã o p o s i t i v a de x, a corren te e n tra ­
ra p e l o t e r m in a l p o s i t i v o , p ro d u zin d o uma d e f l e x ã o p o s i t i v a .
A n alogam en te, se uma onda de te n s ã o , movendo-se na d ire ç ã o
-x, p a ssa p e l o am p erím etro, a onda da c o r r e n t e e n t r a r a p e l o
t e r m in a l n e g a t i v o e , com i s s o , p r o d u z ir a uma d e f l e x ã o n eg a ­
t i v a no am perím etro. Em problem as p r á t i c o s , em g e r a l , não é
d ifíc il manter os s i n a i s c o r r e t o s da c o r r e n t e , p o r um c r i­
t é r i o mais ou menos de bom s e n s o . O diagram a acima seria pro­
v e i t o s o em algumas s i t u a ç õ e s que poderiam t e n d e r a se tom ar
c o n fu sa s.

III. TERMINAIS E DESCONTINUIPAPES DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO

A s eçã o a n t e r i o r demonstrou que q u a lq u e r onda via ­


ja n te , em uma l i n h a de t r a n s m is s ã o , pode s e r decomposta em
componentes d i r e t a e i n v e r s a da te n s ã o e da c o r r e n t e . E sta
r e l a ç ã o pode s e r e s c r i t a , de uma forma r e d u z id a , como:
= v^ + v^ (c o rre s p o n d e à equação (6 ,1 4 )) (6 .2 7 )
i = (c o r r e s p o n d e à equação (6 .1 7 )) (6 .2 8 )

onde
f = d ire ta
r = in v e rs a
Em cada p o n to da l i n h a , a s e g u in t e r e l a ç ã o também
deve s e r v e r d a d e i r a :
v^ = Z ^ i^ (c o r r e s p o n d e à equação (6 .2 2 )) (6 .2 9 )

v r = Zc i r (c o r r e s p o n d e à equação (6 .2 3 )) (6 .3 0 )

E sta s q u a t r o r e l a ç õ e s , equações (6.27) , (6.28) , (6.29)e


(6 .3 0 ), são v e r d a d e i r a s p a ra q u a lq u e r onda, em q u a lq u e r pon­
t o da l i n h a de tr a n s m is s ã o e , p o r t a n t o , são v e r d a d e i r a s em
q u a lq u e r d e s c o n t in u id a d e ou t e r m in a l d e s t a l i n h a . Assim,uma
s o lu ç ã o s im u ltâ n e a das q u a t r o equações da l i n h a de transmis -
são acima e as equ ações , que d e fin e m o t e r m i n a l , re s u lta ­
rã o em um c o n ju n to de c o n d iç õ e s de c o n to r n o , que define com­
p le ta m e n te o problem a que e s t á sendo a n a l i s a d o .

A. T e rm in a l da l i n h a - E xtrem idade a b e r t a

P ara o caso de uma l i n h a de tr a n s m is s ã o oom uma ex­


tre m id a d e a b e r t a , p o d e - s e c o n s i d e r a r uma onda chegando,como
ê m ostrado p e l o degrau u n i t á r i o na F i g . 6 .0 4 .

fit)

| Vy s tensão terminal

F ig . 6.04

Assim , se as equ ações (6 .2 7 ) e (6 .2 8 ) são v á l i d a s


em q u a lq u e r p o n to , são v á l i d a s no t e r m in a l e , p o r t a n t o , p o ­
dem s e r r e l a c i o n a d a s à te n s ã o e c o r r e n t e do t e r m i n a l , como
e s t á demonstrado nas equ ações (6 .3 1 ) e (6 .3 2 ).
VT = Vf + Vr (6 .3 1 )

*T " ° = *■£ * (6 .3 2 )

Usando-se as equ ações (6 .2 9 ) , (6 .3 0 ) e a equação


(6 .3 2 ) r e s u l t a na e x p r e s s ã o onde v é função da onda d i r e t a
ou que ch ega.
vf vr
’ 0 ” r " Z (6 .3 3 )
c c
ou
V = v~ (6 .3 4 )
r f
Portan to, a te n s ã o t e r m in a l v T ê

vT ■ 2vf (6 .3 5 )

e, a p a r t i r da equaçao (6 .3 2 )

*r = ~ (6 .3 6 )

Assim , vemos q u e, se uma onda chega a uma ex­


trem id a d e a b e r t a de uma l i n h a de tr a n s m is s ã o , a te n s ã o do
t e r m in a l é i g u a l ã duas v e z e s a te n s ã o que e s t á chegando. A
te n s ã o r e f l e t i d a é i g u a l ã te n s ã o chegando e a c o r r e n t e re­
fle tid a é i g u a l ã menos a c o r r e n t e chegando. I s t o e s t á mos­
t r a d o , e s q u e m a tic a m e n te , na F i g . 6 .0 5 .

■vtl

vfl

'fi —

I i '
— rl |
F ig . 6.05 *--------1

N ote-se, na F i g . 6 .0 5 , que e s s e e f e i t o de te n s ã o
dupla p r o p a g a - s e de v o l t a ao lo n g o da l i n h a de t r a n s m i s s ã o e ,
para o caso de um degrau u n i t á r i o , e v e n t u a lm e n t e , c a r r e g a r i a
com pletam ente a l i n h a numa te n s ã o de 2 p o r u n idade. A n a lo ­
g a m en te, a c o r r e n t e chegando, com a onda d i r e t a , ê "e lim i­
nada" p e l a c o r r e n t e n e g a t i v a r e f l e t i d a , d e ix a n d o a linha com
corren te zero, e n t r e o t e r m in a l a b e r t o e a onda re fle tid a .
I s t o pode s e r r e l a c i o n a d o com a f í s i c a fundam ental do pro­
blema.
Desde que^ a onda de te n s ã o o r i g i n a l se propaga p e ­
la lin h a , p a ra a e x tr e m id a d e a b e r t a , a e n e r g i a d e s t a onda ê
armazenada nos campos m a gn ético e e l é t r i c o em t o r n o da li­
nha de tra n s m is s ã o . Metade da e n e r g i a ê armazenada no campo
- 2
e le tric o (1/2 Cv ) e a o u t r a metade e armazenada no campo
2 ~
m a g n é tic o (1/2 L i ). A e n e r g i a armazenada na r e g i ã o , apos a
onda r e f l e t i d a p a s s a r , ê de n a tu r e z a d i f e r e n t e d a q u ela da
onda v i a j a n t e d i r e t a o r i g i n a l . D evido à c o r r e n t e s e r zero,
não e x i s t e e n e r g i a m a g n é tic a armazenada na l i n h a , enquanto
a t e n s ã o dupla i n d i c a uma m aior magnitude da e n e r g i a e lé ­
tric a armazenada.

B. T e rm in a l da l i n h a - R e s i s t ê n c i a

O t e r m in a l r e s i s t i v o ê c a lc u la d o de m aneira muito
s i m i l a r a q u e la da l i n h a de c i r c u i t o aberto. A q u i, a r e s t r iç ã o
a d i c i o n a l é que a te n s ã o e a c o r r e n t e t e r m in a l são r e l a c i o ­
nadas p e l a l e i de Ohm. O c i r c u i t o usado no c a l c u l o d e s t a con­
d iç ã o é m ostrado na F i g . 6 .0 6 .

F ig . 6.06
As c in c o equ ações s e g u in t e s d e fin e m , completamen­
te, a in fo rm a ç ã o c o n h e c id a no t e r m in a l da l i n h a de tra n s­
m issão .

VT “ Vf * Vr (6 .3 8 )
ÍT “ + *-r (6.39)

i T R = vT (6.40)

Vf = Zci f (6.41)

v =-Z 1 (6.42)
r cr
Conhecidos v f , R, Z
£ C
Desconhecidos vT , i T , vr , i f , i r

Nestas cinco equações existem cinco incógnitas ,co-


mo fo i mencionado; portanto, a solução para o sistema de e -
quações ê p ossível. As equações acima podem ser manipuladas
da seguinte maneira:
V* V
^ + ir Z Z T
c c

vf + \ m
ou R
R
Vf + Vr = Zc Vf “ Z c Vr
R e s o lv e n d o p a ra v

r - (1 + z ) “ vf (z - 1)
c c

ou R - Zc (6.43)
vr " R ♦ Zc Vf

As equações acima, para a onda r e fle t id a da ten­


são, podem ser interpretadas com relação â f ís ic a do proble-
/
ma. A impedancia de surto da linha e a impedancia terminal
são, ambas, re s is tiv a s . A onda re fle t id a terã a mesma forma
da onda d ire ta , mas serã modificada em sua magnitude, como
determinado pelo coeficiente de na equação (6.43). Este
coeficiente de é comumente chamado de coeficiente de re­
flexão para a linha de transmissão.
Coeficiente de reflexão
(6.44)
da tensão
A equaçao acima poderia, também, ser resolvida pa­
ra a corrente r e fle t id a , como uma função da corrente d ire ta .
O coeficiente da reflexão da corrente vem a se r, então:

Coeficiente de reflexão (R-Z ) Z -R


(6.45)
da corrente:

Nota-se que na equação (6.45) o sin a l menos entra


no problema, pela mesma razão do sin al menos para a onda via­
jante negativa da corrente.
Os coeficientes de reflexão acima podem ser in ­
terpretados, considerando-se várias situações e sp ecíficas .
Por exemplo, se a linha termina em uma resistência, R = Zc ,
o coeficiente de re fle xão é zero e não ocorre onda de ten­
são ou corrente r e fle t id a . Se R é menor que Z ^ , a onda re­
fle t id a da tensão é negativa e a onda r e fle t id a da corrente
é p o sitiv a . Se R é maior que ZQ a onda r e fle t id a da tensão
ê p o sitiv a e a onda r e fle t id a da corrente é negativa. Essas
equações podem ser usadas para calcu lar o coeficiente de re­
fle xã o , para condições de circu ito aberto ou cu rto-circu ito,
fazendo R tornar-se in fin it o ou zero, respectivamente.

C. Terminal da linha - Interpretação a ltern ativ a

Uma interpretação comum do coeficiente de r e f le ­


xão é ú t i l em muitos problemas, porém uma altern a tiv a de en­
carar esta questão estende seu conceito a um ponto que é
mais proveitoso para muitas situações de engenharia. Se fo ­
rem usadas as equações (6.38) e (6.43) para c alc u lar a ten­
são term inal, pode-se obter a tensão terminal como lima fun­
ção da onda chegando ou d ire ta .

(6.46)
Essa equação p a ra a te n s ã o t e r m in a l pode s e r in ­
t e r p r e t a d a como r e s u l t a d o do c i r c u i t o mostrado na F i g . 6.07.
Zc

Assim , v ê - s e que a r e p r e s e n t a ç ã o do c i r c u i t o da
equação (6 .4 6 ) ê, r e a lm e n t e , a r e p r e s e n t a ç ã o do e q u i v a l e n t e
T h êven in do c i r c u i t o . Isto ê, a im pedância do s is te m a Z^, ê
a q u e la v i s t a , o lh a n d o -s e p a ra o i n t e r i o r da l i n h a de t r a n s ­
m issão com a f o n t e de te n s ã o c u r t o - c i r c u i t a d a e a te n s ã o in­
tern a, 2 v ^ , ê i g u a l a te n s ã o de c i r c u i t o a b e r t o , sem c a r g a
t e r m i n a l no s is t e m a . Usando e s t e c i r c u i t o e q u i v a l e n t e Thê­
v e n in , a c a r g a t e r m in a l R pode s e r l o c a l i z a d a no c i r c u i t o e
a te n s ã o t e r m i n a l v T , pod e, e n t ã o , s e r c a lc u la d a .
E s te ê um c i r c u i t o p a r t i c u l a r m e n t e ú t i l em m uitos
problem as do t i p o im pulso de s o b r e t e n s ã o . O b s e r v e - s e que se
uma onda chegando de uma l i n h a de tra n s m is s ã o pode p r o d u z i r
uma te n s ã o de 2 p o r unidade no c i r c u i t o a b e r t o , a te n s ã o do
te rm in a l, sob q u a lq u e r c a r g a r e s i s t i v a , p o d e , e n t ã o , ser cal­
c u la d a im e d ia ta m e n te , u sando-se o c o n c e i t o d i v i s o r de ten ­
s ã o , e s p e c i f i c a m e n t e m ostrado na equação (6 .4 6 ) e m ostra d o,
es q u e m a tic a m e n te , na F i g . 6 .0 7 .
Se v T é c a l c u l a d a usando e s t e c i r c u i t o e q u i v a l e n ­
te, a te n s ã o r e f l e t i d a pode s e r c a lc u la d a a p a r t i r da equa­
ção (6 .3 8 ) .

ou v r = VT ~ v f (6 .4 7 )

E s te método de c a l c u l a r a te n s ã o r e f l e t i d a é ú til
em a lgu n s c i r c u i t o s , onde o método do c i r c u i t o e q u iv a le n te
ê usado p a r a c a l c u l a r , d ireta m en te, a te n s ã o t e r m i n a l .
D. No m en cla tu ra da onda v i a j a n t e

O c o n c e i t o de uma te n s ã o r e f l e t i d a é b a s t a n t e cla­
ro e ú t i l em uma l i n h a s im p le s de d o i s t e r m i n a i s . M uitas ve­
zes, em s is te m a s com mais de d o is t e r m i n a i s , é c o n v e n ie n t e
i n t r o d u z i r o c o n c e i t o de onda de te n s ã o r e t r a t a d a . A onda
de t e n s ã o r e f r a t a d a no c i r c u i t o e q u i v a l e n t e é , ju s t a m e n t e ,a
te n s ã o t e r m i n a l . Is to se t o r n a mais c l a r o a p a r t i r de um
exem plo s im p le s da ju n çã o de duas l i n h a s .

Vi

Linho 1 Unho 2
Z = 300 Z -3 0

C o e fic ie n te ^ _ 30~300 ^ ~270 9


de r e f l e x ã o I ~ 30+300 * 33^ ~ 11

F ig . 6. 08

A onda de te n s ã o r e f l e t i d a é -9/11 se v^ = 1 e
te n s ã o no t e r m i n a l , v T , é i g u a l a 2/11.
2_
v + v - « 1.0
a i 11 11
A t e n s ã o , p ro p a g a n d o -s e p a ra a d i r e i t a , na lin h a
2,.é i g u a l a 2/11 e é fre q u e n te m e n te chamada de te n s ã o re-
fra ta d a .
O c o n c e i t o de onda de te n s ã o r e f r a t a d a é b a s t a n t e
ú t i l em problem as s im p le s . Mas, para p r o p ó s i t o s de d is c u s s ã o
de p roblem as de s is te m a s m u l t i t e r m i n a i s , t o r n a - s e c o n fu s o ,
quando v á r i a s ondas de te n s ã o chegando, re fle tid a s e re fra ­
ta d a s são d i s c u t i d a s no mesmo p roblem a. P ortan to, o c o n c e i­
t o de te n s ã o r e f r a t a d a não s e r á usado n e s t a s n o t a s . A d is ­
cussão v a i , somente, se r e f e r i r à ondas de te n s ã o chegando
e r e fle tid a s , que s e r ã o d e f i n i d a s como:
1) Onda ch ega n d o: Qualquer onda de te n s ã o chegando da
l i n h a de tr a n s m is s ã o p a ra o t e r m in a l.
2) Onda r e f l e t i d a : Qualquer onda de tensão deixando uma barra
e propagando-se em uma linha de transmissão
Usando-se e s t a con ven çã o, a te n s ã o na lin h a 2, a -
cim a, p o d e r ia s e r t r a t a d a como uma onda de te n s ã o r e f l e t i d a .
Pode p a r e c e r que as r e g r a s acima com plicam o c a l ­
c u lo da c o r r e n t e no c i r c u i t o , porque e x i s t e uma diferença de
s in a l nas ondas de c o r r e n t e chegando e r e f l e t i d a , a q u a l in­
f l u e n c ia r a a r e s p o s t a ; is to é , devemos s a b e r q u a l é a onda
d ir e t a , p a ra d e te rm in a r a con ven ção de s in a l apropriada,quando
c a lc u la n d o a c o r r e n t e .
P e la convenção acim a, p o d e -s e d e f i n i r a onda ch e­
gando e a r e f l e t i d a em cada te r m in a l de cada lin h a .P a ra ca l­
c u la r a c o r r e n t e , com o s i n a l c o r r e t o , é n e c e s s á r io conhe­
c e r - s e as ondas de te n s ã o , d i r e t a e r e v e r s a , e u s á - la s na
equação (6 .2 9 ) e equação (6 .3 0 ). A ssim , em cada te r m in a l de
uma lin h a ê n e c e s s á r io in d i c a r p o r " d i r e t a " a te n s ã o "c h e ­
gando" e " i n v e r s a " a "r e fle tid a ". O problem a t o r n a - s e a r b i ­
t r a r um s e n t id o "p o s itiv o de x " p a ra a lin h a e e s t e , e n t ã o ,
d e fin e a in d ic a ç ã o c o r r e s p o n d e n te .

Terminai de linha 1 Terminal de Linha 2


__________________________________________________________ \

va 2
v r2

/ --------------------- \ /---------------------^Vl" - — V
v chegando = vQj r onda inversa v chegando - v q2 = onda direta

v refletido = v rj = onda direta v refletido = vr 2 = onda inversa

F ig . 6.09

Em problem as p r á t i c o s , e s ta "c o n fu s ã o de convenção"


não é tã o c o n fu sa como pode p a r e c e r de um p on to de v i s t a ge­
r a l. Quando os dados do problem a são o rg a n iz a d o s em forma de
t a b e la , a c o n fu s ã o , n e s te p o n to , pode s e r e lim in a d a . Esse
problem a s e r á m elhor d is c u t id o no C a p ítu lo 7.
IV. TERMINAIS GERAIS DA LINHA DE TRANSMISSÃO

As seções anteriores consideraram ambos terminais


da lin ha, aberto e re s is tiv o e são üteis em muitos proble­
mas práticos de engenharia. A mesma técnica, descrita a c i­
ma, pode ser usada para calcu lar qualquer condição terminal,
mas o método do c irc u ito equivalente, detalhado em I I I -C a -
•cima, é particularmente ú t i l para o cálculo do problema das
condições terminais genéricas.
A descrição do equivalente Thévenin, acima, usou
o caso do terminal re s is tiv o para desenvolver o método do
circ u ito equivalente, mas não contou com o fato de que o ter­
minal era re s is tiv o . Isto é , uma fonte de tensão interna,
com uma tensão igu al a duas vezes a tensão chegando e com
uma impedância da fonte igual a impedância de surto da li­
nha, é um c irc u ito equivalente gera l. Qualquer carga pode
ser colocada neste circ u ito equivalente. Portanto, este c i r ­
cuito equivalente pode ser usado no cálculo de problemas de
tra n sitó rio s até para terminais não re s is tiv o s . Se fo r in ­
terpretada a fonte de tensão no domínio (s) (transformada de
Laplace da fonte de tensão) e considerada a transformada de
Laplace da impedância terminal, Z (s ), o b te r-se -á o circu ito
equivalente mostrado na Fig. 6.10.

Zc

Z(s) Vr

Z (s) = Transformada da impedância de entrada do circuito

V (s) = Transformada de Laplace da fonte de tensão

F ig . 6.10
P a ra e s t e caso, a te n s ã o te r m in a l pode s e r c a l­
cu la d a como:

VT (S) - 2 Vf W z J ' ! S>z ( s) (6 .4 8 )

onde o c o e f i c i e n t e de r e f l e x ã o pode s e r achado de

vr = vT - vf ou VT( s ) « VT (s ) - Vf (s )

OU
' V s>

Z (s) - Z
(6 .4 9 ]
V s ) = Z ~ T 'z ( s ) Vf (s )

P o r t a n t o , no s e n t id o da tra n s fo rm a d a , a onda re­


fle tid a pode s e r c a lc u la d a . Em m uitos problem as de circu ito s,
o c a lc u lo d e s ta e x p re s s ã o com plexa é mais d i f í c i l que c a l­
c u la r a te n s ã o t e r m in a l, d ire ta m e n te no c i r c u i t o e q u iv a le n ­
te . Uma v e z c a lc u la d a a te n s ã o t e r m in a l, a onda r e fle tid a pode
s e r c a lc u la d a , num ericam ente, u san do-se a equação ( 6 . 4 7 ).
P o r exem p lo, se a lin h a de tra n s m is s ã o term in a em
uma c a p a c it â n c ia :

Z(s) = sc
e a te n s ã o te r m in a l ê e n c o n tra d a
JL^
sc
VT (s ) - 2 Vf (s )
Z + —
C SC

ou
Z c
c
VT (s ) - 2Vf (s )
s ♦
V
o c a lc u lo d e s ta equaçao d i f e r e n c i a l é s im p le s e pode s e r en­
c o n tra d o em m uitas ta b e la s de tra n s fo rm a d a . (V er problem a
6 .1 3 )
E s te c o n c e it o pode s e r usado p a ra uma grande va­
r ie d a d e de p ro b lem a s. C o n s id e ra n d o -s e o caso da capacitância
c o lo c a d a no c e n tr o de uma lin h a de tra n s m is s ã o muito longa.
c

F ig . 6.11

Como in d ic a d o , a im pedân cia da f o n t e , p a ra o e q u i­


v a le n t e T h ê v e n in , ê uma im pedân cia de s u r to da l i n h a , â qual
o s u r to e s t a chegando. A c a p a c it â n c ia é c o n s id e ra d a como uma
ca rg a nos te r m in a is da lin h a 1 , enquanto a lin h a 2 , sa in d o
da ju n ç ã o / também atu a como c a rg a r e s i s t i v a , onde R é ig u a l
â im p ed ân cia de s u r to da lin h a 2 . 0 c i r c u i t o e q u iv a le n t e re­
s u lt a n t e é m ostrado na F ig . 6 .1 0 .

écl

*c2

V. ESTABELECIMENTO DAS CONDIÇÕES IN IC IA IS

Uma s o lu ç ã o fundam ental p a ra a onda v i a j a n t e dada


nas equ ações (6 .1 4 ) e (6 .1 7 ) fo i d e s e n v o lv id a p a ra condições
in ic ia is zero. Se e s s e s is te m a f o i e n e r g iz a d o p o r um período
c o n s id e r á v e l de tem po, a n t e r i o r ao problem a do im pu lso ou da
te n s ã o t r a n s i t ó r i a em c o n s id e r a ç ã o , algumas c o n d iç õ e s in i­
c ia is de e s ta d o perm anente s e rã o e s t a b e le c id a s no s is te m a e
é d e s e já v e l in c o r p o r ã - la s aos c o n c e it o s jã d e s e n v o lv id o s .
Pode nem sempre s e r p o s s í v e l e s t a b e l e c e r c o n d iç õ e s i n i c i a i s
p r e c is a s p a ra to d a s as s i t u a ç õ e s , mas uma aproxim ação in tu i­
t i v a pode s e r usada p a ra e s t a b e l e c e r c o n d iç õ e s i n i c i a i s pa­
ra a m a io r ia das a p lic a ç õ e s de e n g e n h a ria .
P o r ex em p lo , c o n s id e r e - s e uma lin h a de tr a n s m is ­
são que é a b e r ta em ambas as e x tre m id a d e s e na q u a l e x is te
uma c a rg a arm azenada. Pode s e r in t e r e s s a n t e e s tu d a r os re­
s u lta d o s do fecham ento de uma c h a v e , na e x tre m id a d e desta l i ­
nha de tra n s m is s ã o . P a ra e s t e c a s o , m ostrado na F ig . 6 .1 3 a ,
u s a -s e o método do e q u iv a le n t e T h é v e n in . A te n s ã o in t e r n a
e q u iv a le n t e é ig u a l â c a rg a armazenada na lin h a de tra n s ­
m issão e a im p ed ân cia de e n tr a d a é a im p ed ân cia de s u r to da
lin h a . E s ta te n s ã o in t e r n a não é d ob rad a, porqu e não é uma
onda d i r e t a ou que ch ega . Mas, mais p r e c is a m e n te , ê a te n ­
são e q u iv a le n t e T h éven in t o t a l . E, p o r t a n t o , a te n s ã o in ­
t e r n a t o t a l no c i r c u i t o e q u iv a le n t e ê :

Circuito •quivalento do
terminal chaveaóo.
Se e s s e s is te m a e s t i v e s s e sendo im p u lsio n a d o por
uma fo n t e de te n s ã o de 60 c i c l o s , em v e z da c a rg a arm azena­
da do exem plo acim a, a te n s ã o in t e r n a s e r i a ig u a l à te n s ã o
in t e r n a na lin h a , ou a onda de te n s ã o de 60 c i c l o s , a qual
s e r i a medida sob c o n d iç õ e s de c i r c u i t o a b e r t o . Qualquer tran­
s itó r io g era d o p o r um e f e i t o te r m in a l de in t e r r u p ç ã o , ou da
s o b r e p o s iç ã o de uma te n s ã o nos te r m in a is / p r o d u z ir á uma t e n ­
são t e r m in a l, c a lc u la d a u san do-se e s s e c i r c u i t o e q u i v a l e n t e ,
do q u a l a onda r e f l e t i d a pode s e r c a lc u la d a . (V er equação
(6 .4 7 )
A te n s ã o in t e r n a e f i c a z do e q u iv a le n t e Ihevenin de­
s e n v o lv id a d esse modo, a p a r t i r das c o n d iç õ e s i n i c i a i s , se­
jam e l a s uma c a rg a arm azenada, ou uma fo n t e de te n s ã o senoi-
d a l , não s e r á m o d ific a d a p o r q u a lq u e r e f e i t o te r m in a l e p o­
de s e r m o d ific a d a p o r ondas de ten sã o chegando a e s t e s t e r ­
m in a is . P o r t a n t o , o c i r c u i t o e q u iv a le n t e g e r a l , in c lu in d o as
c o n d iç õ e s i n i c i a i s e q u a is q u e r te n s õ e s m o d ific a d a s ocorridas
d e v id o a t r a n s i t ó r i o s chegando da lin h a de tra n s m is s ã o , são
m ostrados na F ig . 6 .1 4 .

ZC

Z(s)
Condição inicial
+
2 ^ Vf (s)

F ig . 6.14

Com e s t e c i r c u i t o p o d e -s e c a lc u la r v T e , p o r ta n to ,
a te n s ã o r e f l e t i d a .
APÊNDICE A

TABELA DAS TRANSFORMADAS DE LAPLACE BASICAS

Pares Operadores

O-l f(t ) F(s) «= f ° ° f(t )e ~ stdt


j O

a f(t ) a F(s)
0-2

0-3 f(t/ a) a F(as)

0-4 f (t - a ) f (t - a ) = 0 0 < t <a e”asF(s)

0-5 e ^ fd ) F(s+ã)

0-6 í£ ÍÜ
dt a F(s) - f +(0)

0-7 J”f (t)dt i f(8 ) * h m

Pares trans formados

T-l impulso 1

T-2 u (t) degrau unitário 1/s

T-3 r (t ) *= tu (t) rampa 1/b2

—at 1
T-4 e s+a

1
T-5 i s(s+a)
a

-at -pt 1
e -e
T-6 (s+a)(s+p)
P*~a
u
T-? sen (ut)
2 2
8 +U

T-8 cos (ut)


2 2
6 +u

T-9 \ (1“ cos ut) / 2 +U


. 2 )»
0) s (s

u
T-10 e~a^ sen ut
(s+a)^+u^

_ -at (s-»cc)
T -ll e cos ut
(s+a)*>u^
APÊNDICE B

SISTEMAS DINÂMICOS, EQUAÇÕES DIFERENCIAIS


SOLUÇÕES TRANSITÓRIA E PERMANENTE
IMPEDÃNCIA OPERACIONAL

O e s tu d o de " c o n t r o l e e d in â m ica " re q u e r o uso de


c e rta s fe rra m e n ta s e t é c n ic a s m a te m á tic a s , as q u a is to r n a ­
ram -se uma p a r t e e s s e n c ia l da t e c n o l o g i a de c o n t r o l e . E sta s
fe rra m e n ta s e s t ã o to d a s r e la c io n a d a s com os m étodos de so­
lu ç ã o e a n a lis e de s is te m a s d e s c r i t o s p o r equ ações d i f e r e n ­
c ia is . Não é in te n ç ã o e s t u d a r , d eta lh a d a m en te, o d e s e n v o l­
vim en to t e ó r i c o da m atem ática p e r t in e n t e que form a a base
p ara v á r ia s fe rra m e n ta s de a n á lis e . E x istem numerosos te x ­
to s que podem s e r c o n s u lta d o s p a ra e s s e p r o p ó s it o , algu n s
dos q u a is e s t ã o na l i s t a de r e f e r ê n c i a s 25. O tr a ta m e n to ,
n e s te s a p ê n d ic e s , s e r á na form a de uma r e v is ã o b r e v e de a l ­
gumas t é c n ic a s , p a ra su p lem en ta r e s u s te n ta r o m a t e r ia l no
t e x t o p r i n c i p a l , em "d in â m ic a e c o n t r o le de g e r a ç ã o " .

SISTEMAS DINÂMICOS

0 com portam ento dos s is te m a s d in âm icos ê e x p r e s s o


p o r equ ações d i f e r e n c i a i s que r e la c io n a m as v a r i á v e i s do
s is te m a . Em m u itos c a s o s , e s t a s equ ações s ã o , ou podem ser
aproxim adas p o r equ ações d i f e r e n c i a i s lin e a r e s . Quando e s t e
é o caso, s o lu ç õ e s da form a c l á s s i c a ou fech a d a podem ser
o b tid a s .
P a ra o caso g e r a l de equ ações d i f e r e n c i a i s não l i ­
n eares, as s o lu ç õ e s devem s e r p rocu ra d a s a tr a v é s do uso de
s im u la ç ã o , p o r métodos de computação a n a ló g ic a , ou p o r t é c ­
n ic a s de in t e g r a ç ã o ex ecu ta d a p o r com putadores d i g i t a i s .
A in d a que q u a lq u e r problem a p ossa s e r r e s o lv id o
p o r e s s e s m étodos de sim u la ç ã o , o d is c e r n im e n t o , que pode ser
o b t id o a p a r t i r da a n á lis e de s is te m a s l i n e a r e s , é in e s ti­
mável como g u ia p a ra c á lc u lo s de p r o j e t o e p erform a n ce de
s is te m a s de c o n t r o le .
EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DO SISTEMA

Os sistemas dinâmicos podem ser térmicos, mecâni­


cos, e lé tric o s ou uma combinação destes. A fim de permanecer
num campo fa m ilia r, pode-se ilu s t r a r com um exemplo e l é t r i ­
co e lim ita r a discussão â equações d ife re n c ia is lin eares.
Considerando o c irc u ito da Fig. B -l

I _____________
Fig. B -l
A equação d ife re n c ia l é

di
E iR ♦ L dt (B .01)

Pela separação das v a riá v e is, a equação A -l pode ser posta


na forma de B-2

1 J é k - J dt (B.02)

A integração da equação A-2 produz

(B .03)

Onde é a constante de integração.


A equação (B.03) também pode ser expressa na fo r­
ma exponencial como:

i = E/R + C2e~ ^ * (B .04)

Onde C2 ê obtida das constantes de integração, as quais, por


sua vez, são determinadas pelas condições in ic ia is em e le ­
mentos de armazenamento de energia. A corrente, na indutân-
cia L, no tempo t=0, antes da chave ser fechada, é Í q=0.
A substituição de i=0 em t=0, na equação (B .0 4 ),
r e s u lt a :

C2 = - E/R
(B .05)
E a equ ação (B .0 4 ) pode s e r e s c r i t a como

1 - | [l-e - ^ *]
(B.06)
d e s c r i t a na F ig . B-2 como fu n ção do tempo

contendo d o is com ponentes.


1 . O componente de e s ta d o perm anente

i = E/R
» (B.07)
o q u a l tem a mesma form a da te n s ã o a p lic a d a .
2 . O componente t r a n s i t ó r i o

E - ü/L t
H ~ R® (B .08)
o q u a l d e c r e s c e , e x p o n e n c ia lm e n te , a té z e r o .
Um método a l t e r n a t i v o p a ra a s o lu ç ã o da c o r r e n t e ,
no c i r c u i t o da F ig . B - l, ê r e s o lv e r , separadam en te, os com­
p on en tes de e s ta d o perm anente e t r a n s i t ó r i o , como s eg u e:

1 - V 1» (B .0 9 )
S u b s titu in d o - s e a equação (B .0 9 ) na equação (B .0 1 )

di di
(B .1 0 )
E = V 4 L 5T 4 * L d
~t
Como E ê constante, d ig/dt = 0

Por definição, também i^_ e di^/dt = 0, no estado permanen­


te.

Daí i = E/R (B. 11)

Substituindo-se a equação (B . l l ) na equação (B.10), obtém-


se a relação, a p a r t ir da qual pode-se resolver o componen­
te tra n sitó rio , is to é:
d it
Bit + L JJJ- = ° (B. 12)
Por definição, o componente tra n sitó rio é de natureza ex-
ponencial e pode ser expresso como

' v pt (B.13)
Substituindo-se a equação (B.13) na equação (B.12)

(R*pL) I TePt “ 0 (B. 14)


Da equação (B . l l ) o valor de p é determinado como

P = - n/t (B .15)
o qu al, como se pode notar, é independente da tensão a p li­
cada "E" mas é, meramente, uma função dos parâmetros do c i r ­
cuito.
Substituindo-se na equação (B.15) na equação (B.13)
obtém-se:
- Tt/L t
* t - V (B .16)
0 valo r de I T é determinado pelas condições in ic ia is , is to
é, o valo r de i em t=0. A corrente to ta l i = i + i. será:
s t
i = E/R + I Te“ t

em t=0
1 = E/R ♦ Iy = 0
onde I T = -E/R.
A expressão resultante para a corrente ê , naturalmente, a
mesma que a obtida pela solução c lá ssic a :
i = e/r-ç/r* “R//L 1
Esse exemplo fo i usado para um sistema descrito
por uma equação d ife re n c ia l de primeira ordem. Para um s i s ­
tema g e ra l de enésima ordem, o componente tra n sitó rio deve
ser escolhido na forma eP n t. os valores de p são calcula-
t
n d t n
dos, fazendo-se o coeficiente de I e^n ig u a l a zero. Esses
n
p rin cípios estão encobertos em outros métodos mais comuns de
solução de equações d ife re n c ia is , como aqueles que usam o
método da transformada de Laplace. Não se prosseguirá com o
método c lássico da solução de equações d ife re n c ia is , exceto
para in trodu zir a id é ia de "equação c a r a c t e r ís t ic a ", a qual
ê básica e também será obtida com o método da transformada
de Laplace.

EQUAÇÃO CARACTERÍSTICA

A escolha de uma forma exponencial para o tra n si­


tó rio da solução de um conjunto lin e a r de equações d iferen ­
c ia is fo i orientada pelos resultados da solução c lá ss ic a .
Esta forma de solução tem as seguintes in te res­
santes propriedades.

Se
i = I eP* (B .17)

então

(B .18)
e
4 - ip2* pt
dt2 (B .19)
também
J id t .í.* (B .20)

Portanto, na equação para a solução tra n s itó ria ,


se " i " é substituído por Ie^*", os termos na equação
dn
dtn n fn n -
são substituídos por p e os termos ( ) dt Osao s u b sti-
tuídos por
T\
1/p .
"

Por exemplo, a equação d ife re n c ia l


dni d11”1
a — - ♦ a. — — r i ♦ . . . . a i+ a , | i dt
° d tn 1 dtn 1 n n+1

(B.21)
• . • & J i dtm = f (t )
n+m

com i Ie pt torna-se

n-1 n+1 n*m


) Iept = f (t) (B .22)
V m

A forma polinomial da equação, obtida através da


substituição de derivadas e in tegrais por operadores p e 1/p
apropriados, é chamada forma operacional da equação.
A équação básica que determina o modelo tra n sitó ­
rio é independente da função forçante f ( t ) aplicada. Ela é
conhecida como equação c ara c te rístic a do sistema e, no exem­
plo acima, é:

n n -1 . „ . a (n + l) a (n+mK _
(a„P. +a^p ♦ . . . . an ♦ '■ +. ‘ ** m )~ 0

ou (B.23)
t n+ni n+m-1 m \ - n
(a©P +axP + . . . . anp ♦ . . . . an+m) - 0

Os valores de p, que satisfazem a equação (B .2 3 ),


são as raízes da equação c a ra c te rístic a e os valores que a -
parecem na solução i = i nePnt, determinando a forma tra n sitó ­
r ia do sistema.
A equação c a ra c te rístic a de um sistema e suas r a í ­
zes são fundamentais no cálculo das reações e estabilid ad e
de sistemas dinâmicos.

Exemplo 1
A Fig. B-3 mostra uma rede KLC, série, conectada a
uma fonte E ( t ) , por uma chave S, em t=0.
A equação do c irc u ito , para o tempo após o fecha­
mento de S, é

1 (B .24)
Ri + Jidt = E (t)
C
Fracionando a solução em duas componentes (estado permanen­
te, com a mesma forma de E (t) e estado tra n sitó rio ) s e ê le ­
vado a examinar o caso em que E = constante. A solução do
estado permanente ê tirad a da equação (B .2 4 ), notando-se que
i s tem a mesma forma que E ( t ) , is to é:

0 (B .25)

Substituindo-se a equação (B.25) na equação (B.24)


(B.26)
A única forma de i g ser uma constante e s a tis fa z e r a equa­
ção (B.26) é

l, - 0 e -è - 1 V * - E-
A solução tra n sitó ria ê achada escrevendo-se o lado esquer­
do da equação (B.24) na forma operacional e igualando-se a
zero, is to é:
(Lp+R+ -) • i = 0 (B .27)

onde " i " é da forma I ePnt


n
A equação c a ra c te rístic a da equação (B.27) é
CLp2 + RCp + 1 = 0

a qual produz as raízes


Dependendo de (R/L) ser > ou < (4/LC)
' 3 3 r a íZ e S P 1 6 P2
serão reais ou complexas.
A expressão para a corrente tra n s itó ria é
P-it P2t
h = + I 26
(B .29)

Para calcu lar 1^ e , nota-se que as condições in ic ia is do


sistema eram i = 0 e a tensão através do condensador = 0
is to é:
i = 0 (B. 30)

Visto
èJ i dt
que o componente do estado permanente i =0, a
(B. 31)
con­
dição da equação (B.30) aplicada â equação (B .29), produz:
11 = - I 2 (B .32)
Aplicando-se, também,as equações (B.30) e (B.31) â equação
(B .24) em t=0+
d P l1
4- (I,e 1 ♦ I„e
*2\) = E
L St ( I 1
t**o

is to ê: _ _ E
I 1 PJ.+12P2 * I (B.33)
Resolvendo-se as equações (B.32) e (B.33)
T - E T _ E
h l (P;l-p2) ' x 2 l (p 2-p 1) (B .34)

E a solução to tal para i é


" P,t p f
, E e -e *
(B .35)
i___

i = L
fo
i

Para o caso em que p^ e


( (^ _ ) 2 < _ i_ )
{ 1L ' LCJ '

is to é, onde P1 = *” a +

6 P0 = - a - jp
S u b s titu in d o -s e e s t e s v a lo r e s na equação (B .3 5 )

2 JP (B .37)
Que pode s e r e x p r e s s a , a p a r t i r da d e f i n i ç ã o de sen B t ,c o ­
mo E e~a*'
A = “
1 - SV_ s
Qpn flt
en pt ( B . 38)
A F ig . B-4 m ostra a n a tu re z a da c o r r e n t e t r a n s i-
tó r ia

Exemplo 2

Tomando-se o mesmo e x em p lo , e x c e t o que a te n s ã o


a p lic a d a é uma função s e n o id a l, e = E cos w t, com a chave no­
vamente fe c h a d a em t = 0
Tom ando-se, novam ente, a s o lu ç ã o do e s ta d o perma­
n e n te , a equ ação (B .2 4 ) to rn a -s e

di
__s
Ri *L dt ♦
8
( B . 39)

onde e4jtt*+e"3wb
2

é a form a e x p o n e n c ia l de cos w t.
Uma v e z que i g , p o r d e f i n i ç ã o , s e r á da mesma f o r ­
ma da te n s ã o a p lic a d a , p o d e -s e d i v i d i r i em componentes que
correspon dem às da te n s ã o a p lic a d a .

ts = i y * * ( B . 40)

-ju t
oncte I + ê a m agnitude com plexa de i g+ e I _ é a m agnitude com­
p le x a de i g _ . C o n s id e ra n d o -s e e s t e s com ponentes i n d i v i d u a l ­
mente , a p a r t i r da equ ação (B .3 9 )

[ V MK J V M<
ou ( B . 42)

BI+
C. « .** -. **L+
U , ^ ■^ Cjy ■I
D iv id in d o - s e ambos os la d o s p o r

E
M. * * c * ;= 2
OU ( B . 43)

r =
4 2 (R+j(wL - - ) )

Uma conduta s i m i l a r p a ra I _ dará

i . e ^ -
- ' 2 (R-JíuL - S » ( B . 44)

A equ açao (B .4 3 ) pode

I = ^JL.
2 Z
( B . 45)

An a
UIlUC
z = /r2 ♦ (■A - s >2
(B . 46)

A -1
e = tan
z R (B .4 7 )

da mesma form a
e
2 Z (B .4 8 )
 c o r r e n t e t o t a l do e s ta d o perm anente é i = i ,+ i . Usan-
s+ s-
dose a equação (B .4 2 ) e a equação (B .4 3 ) e s u b s t it u in d o - s e
as eq u ações (B .4 7 ) e (B .4 8 )
j (cot-e ) -j(u t - e )
E ,e 2 ♦ e 2

i8 = t cos (wt-ez)
Z ê a im p ed ân cia da red e e in d ic a a ta x a da te n s ã o na c o r ­
r e n te de e s ta d o perm anente, p a ra uma te n s ã o a p lic a d a s e n o i-
d alm en te. A equ ação (B .4 9 ) ê da mesma form a da te n s ã o a p l i ­
cada E *coso)t. Sua m agnitude é E/Z e o ân gu lo de f a s e , em r e ­
la ç ã o à te n s ã o a p lic a d a s e n o id a l, ê 0 .
z 1
O c o n c e it o da im p ed an cia o p e r a c io n a l Z(p )=R +Lp + p—
t o r n a - s e e v id e n t e na equação (B .2 7) . S u b s titu in d o - s e p=ja) ,
p o d e -s e o b t e r a im pedân cia p a ra uma te n s ã o a lte r n a d a fix a
de fr e q t iê n c ia o) ra d / s e g .
E sses c o n c e it o s são im p o rta n te s na a p lic a ç ã o das
t é c n ic a s de " r e s p o s t a em fr e q t iê n c ia " que c a r a c te r iz a m o s i s ­
tem a, em term os de seu com portam ento, como uma fu n ção d a fre -
q ü ê n c ia da fu n ção e x c i t a n t e , a).
Embora o exem plo f o i o de um c i r c u i t o e lé tr ic o p r o ­
du zin do a r e la ç ã o e n t r e c o r r e n t e e te n s ã o , o método é igual­
mente a p l i c á v e l a q u a is q u e r v a r i á v e i s de um s is te m a , sejam
e la s m ecâ n ica s, e l é t r i c a s ou té r m ic a s , desde que sejam re­
la c io n a d a s p o r equ ações d i f e r e n c i a i s lin e a r e s .
APgNDICE C
2 27
TRANSFORMADAS DE LAPLACE '

As s e ç õ e s a n t e r io r e s r e v is a ra m o método c lá s s ic o
de s o lu ç ã o de equ ações d i f e r e n c i a i s lin e a r e s . V e r ific o u - s e
como as s o lu ç õ e s t r a n s i t ó r i a e a de e s ta d o perm anente são
o b t id a s e d e s e n v o lv e u -s e o c o n c e it o de im p ed ân cia o p e r a c io ­
n a l e im pedân cia p a ra uma fu n ção de e x c it a ç ã o com fr e q ü ê n -
c i a c o n s ta n te a p lic a d a .
E s te s mesmos r e s u lt a d o s podem s e r o b t id o s de uma
m an eira m u ito mais s im p le s , a tr a v é s do uso da tra n sfo rm a d a
de L a p la c e d i r e t a e in v e r s a , que abrange t a n t o s o lu ç õ e s do
e s ta d o perm anente como do t r a n s i t ó r i o . O c á lc u lo o p e r a c io ­
n a l da tra n sfo rm a d a de L a p la c e é a p eça fundam ental na aná­
lis e de s is te m a s de c o n t r o le .

ALGUNS TEOREMAS BÁSICOS DA TRANSFORMADA DE LAPLACE

Uma fu n ção do tem po, f ( t ) tem uma tra n s fo rm a d a de


L a p la c e F (s ) onde
roo
F(s) = f ( t ) e_stdt (C .0 1 )

O v a l o r da tra n sfo rm a d a de L a p la c e e s t á no f a t o de
que uma equação d i f e r e n c i a l ou e x p re s s ã o da v a r i á v e l "t",
tr a n s fo r m a -s e em uma equ ação a lg é b r i c a , ou e x p r e s s ã o ,d a v a ­
r iá v e l "s ". E sta e x p r e s s ã o a l g é b r i c a , em t r o c a , pode s e r o -
p era d a e c o n v e r t id a numa form a fa c ilm e n t e r e c o n h e c ív e l, em
term os de uma fu n ção do tempo. O p r o c e s s o de o b ten çã o da fun­
ção do tem po, a p a r t i r da e x p re s s ã o tra n s fo rm a d a , é co n se­
g u id a a p lic a n d o - s e a tra n s fo rm a ç ã o in v e r s a de L a p la c e . Ope­
ra ç õ e s m a tem á tica s, que no dom ínio do tempo en volvem co n vo -
lu ç õ e s , c o n v e rte m -s e em s im p le s m u lt ip lic a ç õ e s a lg é b r ic a s no
dom ín io " s " . Um sum ário dos teorem as im p o r ta n te s , que go­
vernam o uso da tra n s fo rm a d a de L a p la c e , s ã o :

f ( t ) e-st dt
o
2. A tra n s fo rm a d a de L a p la c e i n v e r s a X ^ é d e f i n i d a , im­
p l i c i t a m e n t e , p e la r e la ç ã o :

. = f(t) 0 = t (C . 03)

3. Se as fu n ç õ e s f ( t ) , f^ (t) e f 2 <t) tem tra n s fo rm a d a s L


p a ra F ( s ) , F ^ ( s ) e F2 ( s ) , r e s p e c tiv a m e n te , e " a " é uma cons­
ta n te de uma va riá vel , a q u a l é in d ep en d en te de t e s , en tão:

£a f ( t ) J = a F(s) (C . 04)

( C . 05)
X [*1« - f 2 (t)] * 1 V ’>

também

£ 1 £a F(s)J = a f ( t ) Oi t (C .0 6 )

< £ 1 [^(s) t r2(.)] = fx(t) ♦ f2(t) o = t (c.0 7 )

4. Se uma fu n ção f ( t ) tem tr a n s fo r m a d a * ^ p a ra F ( s ) , e n tã o :

X - » f (3) * r (o.) (C . 08)

onde f ( 0 + ) é o v a l o r de f ( t ) em t= 0 + . E ntão é e v id e n t e que

^ í í l l = 82 F(s) - s f(0) - f ‘ (0) (C . 09)


cX. dtZ

e
n
(t) = s M s ) - J
k-1
5. Se a fu nção f ( t ) tem tra n sfo rm a d a F(s) sua i n t e g r a l

f ( X) (t) = J f (O d t = J r (t)d t ♦ f ^ ( 0 +) tem tra n sfo rm a d a

^ [ J f(t)dt] = £ M , í ^ «e u ,

a n a lo g a m e n te ,

^ [ f (_2) ( t ) ] = + (C . 12)

M (C . 13)
X [ í ( ’ n) w ] - ' f * £
8 k**l 8

6. As tra n sfo rm a d a s de L a p la c e de algumas fu n çõ es comuns


são.
f (t) 0 ~ t Uü
1 ou u (t ) í
8

1
S ♦ O

1 (C . 14)
r sen pt
P 2 2
8 ♦

COS pt 8
2 2
8 ♦ P^

1 -a t 1
õ e sen ut
p
(s + a ) 2
t 2
s

] n-1 _1
(n - 1)! n
s

-at 1
t e
(s ♦ a)

1 , n-1 -at 1
(n - 1) ! 1 e (s ♦ a )n

1 -as
u (t - a) —e
s

1 / -as -bsx
u (t - aj - u (t - b) - (e - e )

Im pulso u n i t á r i o

/. \ ,. u(t) - u (t-a)
U-J^t) *= X1 C
T --------
a-^o

A tran sform ação.-

A p lic a r - s e - ã , a p a r t i r de a g o ra , os m étodos da
tra n sfo rm a d a de L a p la c e na s o lu ç ã o de equ ações d i f e r e n c i a i s .
Tom e-se, p o r exem p lo:

A
+ B 5t + Cy = y “ ^ (C. 15)
dtr
onde A, B e C são c o n s ta n te s c o n h e c id a s .
A in c ó g n it a y ( t ) s e r á chamada fu nção r e s p o s t a , e
f(t), c o n h e c id a , s e r á chamada fu n ção fo r ç a n t e . Os v a lo r e s i -
n ic ia is de y ( t ) e sua d e r iv a d a p r im e ir a são y ( 0 ) e y ' ( 0 ) .
A p lic a n d o - s e a tra n s fo rm a ç ã o ^ a ambos os membros da equa­
ção (C.15), te m -s e :
Chama-se F ( s ) ã tra n s fo rm a d a de f ( t ) e Y ( s ) A |y ( t ) | â
tra n s fo rm a d a r e s p o s t a , u san do-se a Equação (C. 08) e equação
(C.09), o b tém -se:

X . [/' = sy(3) “ y(°)

X [V" = 32 y(5) ” y(°) s - y' (0)

I s t o r e v e l a o modo no q u a l as c o n d iç õ e s in ic ia is
y ( 0 ) e y * ( 0 ) são in c o r p o r a d a s na s o lu ç ã o du ran te o p r o c e s s o
de tra n s fo rm a ç ã o .
A equação (C .1 6 ) to rn a -se

& + BX
t *dt] + c X [ y ] = ^ >í‘(t )
dt2

A [ s2Y ( s ) - y (0 ) s - y • ( 0 ) ] ♦ B [s Y (s ) - y (0 )J ♦ CY(s) '= F (s )

ou
? ( C . 17)
(A s S B s + C) Y ( s ) = F (s ) ♦ y (0 )(A s+ B) ♦ y ' (0 ) A

A equação (C .1 7 ) é chamada equ ação tra n sfo rm a d a .O


2
c o e fic ie n te p o lin o m ia l de y ( s ) - n e s te ca so (As +Bs+C) - e
chamado de fu n ção c a r a c t e r í s t i c a , j ã que c a r a c t e r i z a comple­
tam ente o s is te m a f í s i c o d e s c r i t o p e la equ ação d i f e r e n c i a l .
N o t e - s e que e s t a ê i d ê n t i c a â equação c a r a c t e r í s t i c a do s i s ­
tem a, o b t id a no a p ê n d ic e A, e x c e t o p e la v a r i á v e l " s " em v e z
do o p e ra d o r " p " . A equ ação form ada, ig u a la n d o - s e a z e r o , é
chamada equação c a r a c t e r í s t i c a do s is te m a . R e s o lv e n d o , a l g e -
b r ic a m e n te , a equ ação (C .1 7 )

Y (s ) - p ]F (s ) ♦ y (0 )(A s ♦ B) ♦ y f (0 ) a! ( c .1 8 )
As' + Bs + Cl J *

E s ta equ ação a l g é b r i c a tem a form a t í p i c a de to d a s as s o lu ­


ç õ e s tra n s fo rm a d a s , ou s e j a :
R e s p o s ta tra n s fo rm a d a = Função do s is te m a x Função e x c it a ç ã o
A função do s is te m a , n e s te exem p lo, é a r e c íp r o c a
da fu n ção c a r a c t e r í s t i c a , mas, em g e r a l , s e r ã uma fr a ç ã o ,d a
q u a l a fu n ção c a r a c t e r í s t i c a é o denom inador. E la in c o r p o r a ,
em uma fu n ç ã o , to d o o con h ecim en to e s s e n c ia l a r e s p e i t o do
s is te m a f í s i c o .
A função e x c it a ç ã o i n c l u i a tra n sfo rm a d a fo r ç a n t e
e as c o n d iç õ e s i n i c i a i s . E la contém tod as as e s p e c i f i c a ç õ e s
e s s e n c ia is das e x c it a ç õ e s a p lic a d a s ao s is te m a .
Quando a form a da fu n ção fo r ç a n t e f(t) é e s p e c i­
ficada, a form a a lg é b r ic a de y ( s ) pode s e r d eterm in ad a e

7<t> - X ' 1 [LW l -


J
X ' 1 L[> ( * ) - y ( ° m ■ - »>
A ss“ + B
B ss + C
M J (C . 19!

Se y ( s ) fo s s e uma fu nção a l g é b r i c a , na form a de


uma das v á r ia s tra n sfo rm a d a s r e la c io n a d a s a té a g o r a , o in ­
v e r s o p o d e r ia s e r e s c r i t o im e d iâ ta m e n te , c o n s u lta n d o -s e a
t a b e la . Mas, uma ve z que y ( s ) ê uma fu n ção mais com plexa do
que as r e la c io n a d a s , t a l método d i r e t o , p a ra a d eterm in a çã o
da tva n sfo rm a d a in v e r s a , f a lh a .
E s ta d if ic u ld a d e pode s e r superada r e s o lv e n d o - s e
a fu n ção como uma soma de com ponentes mais s im p le s , c u ja s
tra n s fo rm a d a s in v e r s a s são pron tam en te r e c o n h e c ív e is .

T ra n sform a ça o

C on sid eran d o a fr a ç ã o r a c io n a l g e r a l

A / \ A a S
.* ♦ a
+ a
.sP " 1 4
1 S . a2 - aQ
v(s\ - i i ú à _£_______E I Í - ( C . 20)
F( ' " B<s)
B(s) _q *. bv
sq
q- 1
.a*
_ q -i
onde p < q.
R e s o lv e n d o -s e p a ra as r a í z e s da equação B ( s ) = 0 e
chamando suas r a í z e s de s^ , s^.-.s^, a fr a ç ã o pode s e r ex­
p r e s s a como:
v(s) = àíú = , ---------_ _______ A (s) _________ _____ t (C. 21)
' ' B(s) (s - s1) ( s “ s2)(s - s^) . . . (s - s^J
e, a fr a ç ã o acim a, p o r sua v e z , pode s e r e s c r i t a como uma
soma de fr a ç õ e s p a r c i a i s , cada uma ten d o p o r denom inador um
dos f a t o r e s de B(s).
E x is tir ã o " q " d e s ta s fr a ç õ e s p a r c i a i s .
- A(s) K1 K2 K3 a
is to e § t y - ( s _ S i) + s ) + * ■ 7---- 3— (c . 22)
(s - s j

P ara c a lc u la r o c o e f i c i e n t e típ ic o , m u ltip lic a - s e ambos


os membros da equação ( C.22) por (s - s ^ ) , o b te n d o -s e

(s - Sk)A(s) (s - 3k) (s - S ) (s - 5 )
— Bij y - - K1 * k2 w ^ t27 * - 4 V Kq s n r - s V 3- 23»

Na fr a ç ã o que form a o membro da esq u erd a da equação (C.2 3) ,


(s - s ^ ) é um f a t o r de ambos, numerador e denom inador, e deve
s e r s im p lific a d o . E n tã o , fa ze n d o s=s^./ e s t e membro da es­
q u erd a t o r n a - s e um número e , no term o da d i r e i t a , to d o s os
te rm o s , e x c e t o K^, to rn am -se ig u a is a zero.

(s “ 5k) A(s)^
Kk =
s=s.
is to é (C .24)

A (Sk)

Sl ) ( s k “ S2 ^ * * * (sk ~ V l ^ 8k ” Sk + l)** (s k“ Sq^


mas

(sk " sl ) ( s k “ s2 ^ * * * (sk ” sk - l ) ( s k " V l ) , , , ( s k " ®q)

“ [ â B<=>] B’ (s k>
8=sk (C . 25)

E ntão a equação ( C. 24) pode s e r e s c r i t a como

A (s) _ v 1
m - 2 . F i y ( C . 26)
k=l

0 prob lem a r e a l da tra n s fo rm a ç ã o in v e r s a é , a g o r a , s im p le s

Skt
* ■ * & * ; ] ■
A(s)
A equação acim a v a l e somente p a ra quando B ^ , tem
p o lo s de p r im e ir a ordem ; i s t o é , as r a í z e s de B ( s ) sendo
(s + S l ) n ( s + s 2 ) m (s + S j ) ^ •••
onde n , m, £ = 1
e s^ s2 s ^. * *

Exem p lo :

Achar a
-i
x V + ao
(s + c^X s + a2) ( s + ° 3 )

na q u a l a ^ , a ^ e são números r e a i s , to d o s d i f e r e n t e s ,

-1 -a^t -a0t -a^t


al s + a 0
'f 7---------r i------ —r-j------ - v = K e * + K,e
(( s
s’ + rr_
+ O jX) ís ♦+ n _ ) (l 3
a2) 3 ♦
+ Ct- )
a3^ *
11 ^ *b
na q u a l
_ V V o ~ai ° i 4 ao
(s ♦ a2) ( s ♦ aj) ( -al + a2 ^ '“ ai *
8=
“* 1

al s + ao " al a2 + a0
K2 (s ♦ a1)(s ♦ cuj " (~a2 + + a3^
- ^ -i S“
s« -C
-aL^
( ^

al 8 + aQ a_ ♦ a.
~°1 ~3 ' °0
^8 4 a J < s * (-a? ♦ ax ) ( “ Q^ + a-2)
J s= -a.

Caso e s p e c i a l : um p ó lo e n c o n tr a -s e na o rig e m
A (s) ~
Em - j da equaçao ( C . 2 1 ) , fa ze n d o s^=0, e n tã o

A ( s ) __________________________________________________________________
A(s) A(s)
B(s) s ( s - s 2 ) ( s - s ^ ) ( s - s 4 ) . . . ( s - sq ) ,s B-^s)

onde B, (s ) = B-| S^
.L S

A fó rm u la acim a o c o r r e fr e q ü e n te m e n te . E la s u r g e ,
p o r e x e m p lo , quando a fu nção e x c it a ç ã o ê um d egrau c o n s ta n ­
t e e a fu n ção do s is te m a não tem um p ó lo , ou um z e r o e m s = 0 .
O r e s u lt a d o f i n a l pode s e r dem onstrado como sendo.
A(sk) sk^
y f. Als) = Aio) + y
^ Ls B ,(s)J B ,( 0 ) 2.
1 1 k=2
Exem plo: . -1
aTS * aQ
J C 1
s ^(s + a )2 ♦ p2J

Aqu i A(s) = (a 1s + aQ)

B1 (s ) = [(s + a ) 2 + g2J

B ^ ís ) = 2 (s + a) e s2 f s 3 = -a±jB e s ^ O

Usando a equação ( C. 27)

-1 al s 4 a 0
X e [ ( . ♦ a )2+p2J

- ♦ K2 e ( *^+Jp )t ♦

onde

al s 4 aO
K2 = 2 s(s * a)
J 5= - a + j p

aQ ~ Sl a 4 JS1 P
2 j p ( - a ♦ jp )

= è ^ [ (a° - ai a ) 2 , a i v í /2>3(<f' ?)

onde 2 2 2
p0 - *

■i _ ! i - i ê_
<?= tg •na
a0 " ai a
V * a0
Analogam ente
*> - 2s (s*a)
J s = -trjp

= (co n ju g a d o de I ^ )

Os c o e f i c i e n t e s K^ e são números com plexos con ju ga d os,

O r e s u lt a d o f i n a l pode s e r e s c r i t o

~1 ai s + a 0
X 8 £ (s + 0l)2 ♦ p2J

a
0 , 1 T, x2 A 202 l 1/2 -at
p
'0
2 ppQ L (a0 al a ) al P J
J
e sen (pt + <}>)
(C. 28)
Uma r e g r a p r á t i c a p a ra le m b ra r, na o b te n ç ã o da
^ 2 2
de uma fu n ção onde um p a r de r a í z e s é [(s + a ) + 8 ], é
a s e g u in t e :
2 2
A fu n ção do tempo c o rre s p o n d e n te às [(s + a ) +8 )em
A ís L
é Ke-0ít'sen (pt + <j>)
(C.29]
C (s) [ ( . + a ) 2 + p2J
onde
|A (-a ♦ jp)|
K= ( C . 30)
0 j C(-a + jp)|
= â n gu lo de A ( - a + j 8 ) menos o ân gu lo de C ( - a + j 8 ) (C .3 1 )

A n a lo ga m en te, p a ra uma fu n ção onde um p a r de r a i -


2 2 ~
ze s é (s +o) ) , a componente fu n ção do tem p o, c o rre s p o n d e n te
a e s s a s r a í z e s na fu n çã o .
A(s)
( C. 32)
C (s )(s 2 + u2)
pode s e r o b t id a como:
K sen (w t +((>) ( C . 33)

onde J A(jw)|
w |C(Jm)|
= ân gu lo de A( j oj ) menos o anulo de C(ja)) ( C . 35)

P õ lo s de m ú lt ip la ordem

C on sid eran d o a fu nção F ( s ) , a q u a l tem p ó lo s de


ordem mais a l t a (s^ o c o r r e m^ v e z e s , s^ o c o r r e m^ v e z e s ,etc).

A ÍS l
nu in
(s - (s ~ S2) . .(s - 3n) n ( C . 36)

A (s)
A fr a ç ã o ^ |---y pode s e r tra n s fo rm a d a em uma soma de fr a ç õ e s
p a r c ia is . P ara cada p ó lo s ^ , de m u lt ip lic id a d e m^, e x is te m
m^. fr a ç õ e s p a r c i a i s

kl k2 St
A ’ A - i’
(s - sk) * (s - sk) * 1 k

onde os K 's são c o n s ta n te s a serem d e te rm in a d a s .


A ssim , o d e s e n v o lv im e n to de | é:
B (s )

K 5 m,
A(s 11 12 ♦■• • •*
lj
B(s m1“j +l (s - S.^
, vS , vnil - l
(s - s1) (s - s1) (s -

^ •

K,
K. . Cmk
+ Kkl + ____*Sc2 -JLL
v“k vV l
V j +! s - s.
(s - S. ) * (s - s. ) *”A (s - s. ) K k

♦ . . .

P ara c a l c u l a r os c o e f i c i e n t e s K^, p r im e ir o m u l t i p l i c a - s e am­


bos os membros da equ ação acim a p o r ( s - s ^ ) 1^ , o b te n d o -s e :

(s-s. J^AÍs) o / ."V-i


------IÇ J--------- ^kl*^k2^s'"sk> * Kk3Cs_Sk> ’ • • •- \ m k(B- sk) >
K
nm
11
+ (s-s. ) S - 6
"l
(s - S;L)

No membro da e s q u e rd a , (s-s^) c a n c e la - s e com o f a t o r que tam­


bém ê uma p a r t e de B ( s ) . Fazendo s=s^., e s t e membro daesquer-
da t o r n a - s e um numero que deve c o rre s p o n d e r a do membro
da d i r e i t a , uma v e z que to d o s os o u tro s membros s e rã o z e r o .
P a ra o b t e r os o u tr o s c o e f i c i e n t e s o b s e r v a - s e qu e,
d ife r e n c ia n d o , ambos os la d o s , em r e la ç ã o a " s " , r e s u lt a a
s e g u in te e x p r e s s ã o :

d (s -s j^
ds | l l j - Kk2+2Kk3(s" Sk) +- * ' +K " 1)K km,(s~3k)

K
nm
K n
11
+ o . • +
* a ; <s ■ skj nu (s - s )
(s - s1)

Fazendo s=s^/ o b s e r v a -s e que © i g u a l ao numero resultante


do d e s e n v o lv im e n to de:

d / Ms
ds ( s ~ sk> õ tl s=s. ( C . 37)

A n alogam en te, p a ra os o u tr o s term os

K = 1 . d L (g _ s A hísl~
Kk3 21 d82 ' V B(s)r s=s, ( C . 38)

1 d^ ^ , 10, A ( s )
K, • (j - 1) ! d s ( j - l ) (S Sk * B (s) ( C . 39)
kD s=s,
Exem plo:

Achar

♦ a^s ♦ a
V 0
(s + a )V
1
M

PS
!
-1 K1.3 , K21 , K22

i— <
X »22* V * aO

¥
H
II
, >3 2 (s+a) 2 s
(s+a) 3 _(s+a)3 (s+a)2

(C .41)

= <5 T t2 " K12 t * V <ral * V * K22 (C. 42)

onde

&2S + ai 8 * ao « 0a - a^a + aQ
(C. 43)
Kl l =
-* s»-a

d_ a2 * al 3 4 s0 “ ai a + 2ao
(C, 44)
^12 ds 2
e a

d2 a2S- + &13 + aQ
K _ L. * V * 2* o (C. 45)
ft13 21 “ 2 2
ds s
s=-a

a2 S * al a + a0 (c. 46)
21
. (s ♦ a )3 -J s=0

JL V + al 3 + a0 al a “ 3a 0
(C. 47)
K22 ds (s + a)3
s=0

P o d e -s e c o m p le ta r e s t a s e ç ã o , tomando o mesmo
xem plo do A p ên d ice B.
C on sid eran d o o c i r c u i t o da F i g . C-l

F ig . C -l
A equação d i f e r e n c i a l p ara a c o n d iç ã o , d e p o is de
fech a d a a c h a v e , em t= 0 + , é :
E = iR + L (C. 48)

Tomando a tra n sfo rm a d a de L a p la c e de ambos os l a ­


dos da equação (C .48)
E ( s ) = R i(s ) + L s i(s ) - L i (0) (C .4 9 )
onde
E ( s ) in d ic a E (t)

e i (s ) in d ic a i (t)
e ~
i(0 ) = c o n d içã o i n i c i a l de i em t = 0 .
Uma v e z que E é uma c o n s ta n te , a sua tra n sfo rm a d a
é E/s ( v é r equação (C .1 4 ) na t a b e la de tr a n s fo r m a d a s ).
Também p a ra e s t e caso, i(0 )= 0 .
P o rta n to , a equação (C .4 9 ) to rn a -se:

f = i (s ) [ r ♦ L s )]
(C . 50)

R e s o lv e n d o p a ra
i(s ) =

[■ * * • ] (C .51)

A equação C.51 é a s o lu ç ã o tra n s fo rm a d a da c o r r e n t e .


P a ra o b t e r a s o lu ç ã o da c o r r e n t e no dom ín io do
tem po, d e v e - s e ach ar a tra n s fo rm a d a in v e r s a da e q u a ç ã o (C .51)

>-l ^ -1
is to ê: í ( t ) = X x(s)=X E (C . 52)
Ls(s ♦ |)

Usando as r e g r a s do d e s e n v o lv im e n to em fr a ç õ e s p a r c i a i s (e -
qu ações (C .2 2 ) a (C .2 4 ):

-1 K, K,
i(t)=X (C . 53)
(» + ! )

E
onde
R
Uo

K =L. E
K2 Ls R
S» - r
Usando a t a b e la da tra n s fo rm a d a de L a p la c e da e -
quação (C .1 4 ) p a ra o b t e r o in v e r s o da equação (C .5 3 )

- *t
i(t) = Ki + K2 e L

_ E _ E - gt
" R R e L (C . 54)

a q u a l é a form a f a m i l i a r do c re s c im e n to e x p o n e n c ia l da c o r ­
r e n t e no c i r c u i t o in d u t iv o da F ig . C - l. „

De p a r t i c u l a r i n t e r e s s e ê o term o e x p o n e n c ia l e
- Ir *
que m ostra a queda do componente t r a n s i t ó r i o .
O c o e f i c i e n t e L/R tem dim ensões de segundos e é
co n h e c id o como a "c o n s ta n te de tempo" do c i r c u i t o . Essa cons­
t a n t e de tempo é d e f i n i d a como o tempo em s e g u n d o s ,p a ra que
o term o t r a n s i t ó r i o s e j a r e d u z id o a e ^=0,359 do seu v a l o r
in ic ia l. O u tra i n t e r p r e t a ç ã o ú t i l da c o n s ta n te de tempo é o
tempo que s e r i a n e c e s s á r io p a ra o t r a n s i t ó r i o d esap arecer
com p letam en te, se sua ta x a c o n tin u a s s e em seu v a l o r i n i c i a l .

do

Novam ente, a equação da queda de ten sã o no c i r c u i t o é

Ri ♦ L ~ J*idt = E cos wt
Tomando a tra n s fo rm a d a « S f ., de ambos os la d o s da equação(C.55)

v
(R .U* i j ) i (s )- U (o , ♦ -|2 - (C .56)
S +0

onde i ( 0 ) = c o r r e n t e i n i c i a l em t=0
e v cq = te n s ã o i n i c i a l a t r a v é s do c a p a c it o r — id t
t=0

P ara o caso em que e s t a s c o n d iç õ e s i n i c i a i s são z e r o , a e-


quação (C .5 6 ) pode s e r e x p re s s a como:

1 Es
i(s ) = (C .5 7 )
(R*Ls 4 i - ) (32 ♦ p2)
N o te -s e que a equação (C .5 7 ) e s t a na form a:

T ran sform ada da r e s p o s ta i ( s ) =


Es
[fu n çã o do s is te m a -------- --------I x [fu n ç ã o de e x c it a ç ã o
<R+Ls +5§—) , 2^ 2,.
(s +CÚ )

E xpressando a equação (C .5 7 ) em term os de p ó lo s e z e r o s


... s.2
EC
i(s ) =
(l+RCs+LCs2) ( s 2+w2)

EC s
(C . 59)

i ¥ - y ^ k * i2 W - y i t W )
onde os p ó lo s do s is te m a são as r a í z e s de (1+RCs+LCs ) , as
_ 2
q u a is sao as mesmas da equaçao c a r a c t e r í s t i c a (1+RCp+LCp ) ,
(B .2 6 ), no A p ên d ice B.
A e x p r e s s ã o do tempo p a ra i ( t ) é o b t id a , tomando-
se a da equ ação ( C . 5 9 ) , u san do-se as r e g r a s das equa­
çõ es (C .2 9 ) a (C .3 5 ) e e x p re s s a n d o -s e a equação (C .5 9 ) como

EC s
i (s ) =
L C [ ( s + a ) 2+$2] ( s 2+w2)

, R _ R „ a2 ,1 R2
onde ~L = 2 a ou a = ^ e 0 = (j^
4L2
-a t
EC s‘ (V e r (C .2 9 ) a (C .3 1 )
* 1 - LC p I s V
6= -a+jP

EcJ £a2-2jap-p2] |

LC 0 | £a2-2jap-p2*w2J |

EC £ (a 2-p 2 ) 2 + 4a2p2]

LC p £ (a 2-p 2+w2 ) 2 ♦ 4a2p2J /

. -1 - 2ap . -1 -2ap
*1 = t g T72
oi —p
" tg 2 J "2
a -p +o)

IEC s
«2 = (V e r ( C . 32) a iC .3 5 )
wLC j((s+a)2-*p2)
S -JO )

EC b>
t - f, 2 „2 2»2a . 2 2l 1/2
wLC (a +P -w ) ♦ /»a «o I

2aa>
«p = tt - tg -1
2 ô2 2
a «p- -w

N o te - s e que a equ ação (C .6 0 ) contêm a s o lu ç ã o t o t a l , e s ta ­


do perm anente (segu ndo term o) e tr a n s itó r io (p r im e ir o t e r ­
mo) , o b t id o s p e lo uso d i r e t o da r o t i n a das tra n sfo rm a d a s de
L a p la c e d i r e t a e in v e r s a .
PROBLEMAS - TRANSFORMADA DE LAPLACE

Problem a 6 ♦1 - O d egrau u n i t á r i o é uma fu n ção b a s ta n te ü t i l


em m u itos prob lem as de t r a n s i t ó r i o s . M o s tra r
as c a r a c t e r í s t i c a s de um d egrau u n itá r io e
ach ar a sua tra n s fo rm a d a de L a p la c e .

S o lu ç ã o : A fu n ção d egrau u n i t á r i o ê d e f i n i d a como uma função


z e r o p a ra to d o s os v a lo r e s n e g a t iv o s do argum ento e
u n i t á r i a p a ra to d o s os v a lo r e s p o s i t i v o s . F reqü en -
m en te, o tempo é o argum ento de um d egra u u n i t á r i o .

u(t ) = 0 t < 0
u (t) = 1 t > 0
Um e s b o ço do d egra u u n i t á r i o m ostra e s s a definição
g r a fic a m e n t e :

o t— - ~

A tra n s fo rm a d a de L a p la c e do d egra u u n i t á r i o pode


s e r d eterm in a d a d ir e t a m e n t e ,a p a r t i r da d e f i n i ç ã o , como sen ­
do o p a r de o p e ra d o re s 0 -1 , no A p ên d ice A.

-st
F(s) u (t ) e^ ^ d t e dt

- s t |00
1
0
-s 6
~ \ fo
E s ta c o rre s p o n d e ao p a r tra n s fo rm a d o T - 2 , na T a -
b e la do A p ên d ice A.

C o m e n tâ rio : O d egrau u n i t á r i o pode t e r uma m agnitude d i f e ­


r e n t e da u n id a d e, o que pode s e r fa c ilm e n t e ob­
s e rv a d o em um e s b o ç o . A tra n s fo rm a d a de L a p la c e
de um d egrau u n i t á r i o de m agnitude "b " pode s e r
c a lc u la d a u san d o-se o p a r de o p e ra d o re s 0 -2 .

Problem a 6 .2 - F a z e r um g r á f i c o e d i s c u t i r um d e g r a u u n i t ã -
r i o a tr a s a d o . M o s tra r como e s s a fu n ção pode
s e r usada como uma fu n ção de chaveam ento e de­
s e n v o lv e r a tra n s fo rm a d a de L a p la c e p a ra
e s t a função.

S o lu ç ã o : Iftn degrau u n i t á r i o em a t r a s o ê uma fu n ção d egrau


que começa em um tempo b , como ê m ostrado a b a ix o .

D e ve-se lem b ra r que um degrau u n i t á r i o é d e f in id o


como uma fu n ção que é z e r o quando o argum ento ê menor que
z e r o e i g u a l à u nidade p a ra to d o s argum entos p o s it iv o s .L o g o ,
p a ra fo rm a r o d egrau u n i t á r i o , d e v e -s e ach ar uma fu n ção que
s e ja 0 (zero) p a ra t< b e p o s i t i v a p a ra t> b . A fu n ção (t-b )
s a t i s f a z e s t a c o n d iç ã o , p o r t a n t o :

u ( t-b ) _= /0 t <
- U t >

É in t e r e s s a n t e c o n s id e r a r os e f e i t o s da m u l t i p l i ­
ca çã o de um degrau u n i t á r i o em a t r a s o , por uma fu n ção do
tempo f ( t )

fu n ção f ^ ( t )

f^ t) = u ( t - b 1) • f ( t )

e s ta ê exatam en te i g u a l a f ( t ) . A fu n ção f ( t ) é m u ltip li­


cada p o r z e r o , p a ra tempos menores qúe b^ e m u lt ip lic a d a
p o r 1, p a ra tempos m a io res que b ^ , p o r t a n t o , não ê a fe t a d a
p o r e s s a o p e ra ç ã o .
S e, a g o r a , f o r c o n s id e ra d a uma n ova fu n ção f 2 ( t )

f 2 (t) = u ( t - b 2) - f ( t )
o r e s u lt a d o é d i f e r e n t e . Toda fu nção f ( t ) , a n te r io r a b2 é
m u lt ip lic a d a p o r z e r o e a ssim , a fu n ção f 2 ( t ) to rn a -s e :
A p a r t i r d e s te ex em p lo , p o d e -s e i n t e r p r e t a r a fu n ção d egrau
u ( t ) , ou a fu nção d egrau em a t r a s o u ( t - b ) como uma fu n ção de
chaveam ento, a qual " lig a " a fu n ção em b e suprim e o a rgu ­
mento p a ra to d o s os tempos a n t e r i o r e s .
Essa fu nção de chaveam ento também pode s e r usada
como uma fu n ção de mudança ou de d e s lo c a m e n to , se a fu nção
f(t) f o r m u lt ip lic a d a p o r u ( t - b 2) e se o argum ento de f(t)
f o r mudado de " t " p a ra ( t - b ^ ) , form ando, assim,uma nova fun­
ção f 3 ( t )

f 3 (t) = u ( t - b 2 ) • f ( t - b 2)

A nova fu n ção e s t á m ostrada no e s b o ç o :

Uma v e r i f i c a ç ã o d e s te esb o ço pode s e r f e i t a , in s e r in d o - s e u-


ma s é r i e de números como argum ento p a ra f ^ ( t ) . A tr a n s fo r ­
mada de L a p la c e do degrau u n i t á r i o em a t r a s o pode s e r o b t i ­
d a, u san d o-se a d e f i n i ç ã o do p a r de o p e ra d o re s 0 -1 .

-st
F(s) « u(t-b)e dt
Jo
Fazendo
p = t-b
Então
t = p+b
d t = dp
E n tã o, p o r s u b s t it u iç ã o
F(s) r 00 ( x -s(p+b) .
u(p) e ' dp
Mas d e v e -s e o b s e r v a r que u (p ) = 0 p a ra p<0; p o r t a n t o , o li­
m ite i n f e r i o r pode s e r to rn a d o n u lo .
00

u (p )e sp dp
o
-s b
F (s ) = ^-i -

A p a r t i r d a í v ê - s e que um degrau u n i t á r i o em a t r a ­
so t o r n a - s e a tra n s fo rm a d a p a ra um degrau u n i t á r i o (1 / s )m u l­
t ip lic a d o por e . Logo, e é r e fe r e n c ia d o como uma fu n ção
de d e s lo c a m e n to , ou uma fu n ção em a t r a s o . E sta fu n ção de d e s ­
loca m en to pode s e r usada p a ra d e s lo c a r q u a lq u e r fu n ção do
tem po. Com e s t e ex em p lo , v iu - s e que um p a r tra n s fo rm a d o pode
s e r e s t a b e le c id o como
-s b
u (t - b ) - —

Se fo s s e r e a l i z a d a a mesma s u b s t it u iç ã o usada a c im a , quando


é tomada a tra n s fo rm a d a de L a p la c e da fu n ção f^(t)*= u (t-b) f(t - b )
a tra n s fo rm a d a r e s u lt a n t e s e r ia

u (t- b ) £ .(t-b ) -*• e ~ sb F (s )

C o m e n tá rio : Essa fu n ção em a t r a s o ou de d eslo ca m en to é m uito


ú t i l em prob lem as de t r a n s i t ó r i o s , p o r v á r ia s r a ­
zões. P r im e ir o , e s t a fu n ção p e r m ite a c o n s tru ç ã o
de form as de on da, em uma base in c r e m e n ta i. Essa
t é c n ic a s e r á dem onstrada em um problem a p o s te ­
r io r . Essa fu n ção de d eslo ca m en to também pode ser
usada como b ase p a ra e s c r e v e r - s e , a n a l i t i c a m e n t e ,
a equação de ondas em p ro p a g a ç ã o . Quando as e-
qu ações da lin h a de tra n s m is s ã o são r e s o lv id a s
no d om ín io da tra n sfo rm a d a de L a p la c e , a s o lu ç ã o
—sZ
é da form a A ( s ) . e , como dem onstrado nas n o ta s .
Quando uma fu n çã o q u a lq u e r é d e s ta fo r m a ,e la p o­
de s e r in t e r p r e t a d a como uma fu n ção em a t r a s o de
tem po, a q u a l, em uma a n á lis e m ais p ro fu n d a ,p o d e
s e r in t e r p r e t a d a como uma onda v i a j a n t e .
Prob lem a 6 .3 - Uma fu n ção rampa é , também, uma fu n ção ú t i l na
a n á lis e de fenômenos t r a n s i t ó r i o s . D is c u t ir a
fu n ção rampa e suas c a r a c t e r í s t i c a s .
So lu ç ã o : Uma função rampa ê uma função do tempo que cresce
lin e a r m e n te . E sta fu nção pode s e r e x p r e s s a a n a li-
tic a m e n te , como o p ro d u to tempo, t , p o r um degrau
u n itá r io , u (t). D eve-se o b s e r v a r que u ( t ) ê 0 p a ra
um argumento n e g a t iv o , de modo qu e, na r e g iã o ( - t ) ,
o p ro d u to tx0 = 0 .
0 t < 0
r (t) = tu (t ) =

O
VI
t t
O b s e rv e -s e que r ( t ) é d ire ta m e n te p r o p o r c io n a l a
t.
Se a função rampa f o r m u lt ip lic a d a p o r uma co n s­
ta n te , a, a nova fu n ção não é mais p r o p o r c io n a l â t , mas i -
g u a l a at p a ra t> 0 . E s te c o e f i c i e n t e , a , com e f e i t o , muda a
d e c liv id a d e da função rampa, como m ostra o e s b o ç o :

Co m e n t á r io : N e s te exem plo v ê - s e q u e, m u lt ip lic a n d o a fu n ção


rampa, r ( t ) , p o r uma c o n s ta n te , muda a d e c l i v i ­
dade da rampa. O b s e rv e -s e que " a " pode t e r uma
m agnitude q u a lq u e r e pode s e r p o s i t i v a ou n ega ­
tiv a .
Problem a 6 .4 - Usar a fu n ção rampa no problem a 6 .2 , p a ra
c o n s t r u ir a equação de uma rampa tru n ca d a .
So lu ç ã o : - Uma rampa tru n ca d a pode s e r esb oçad a como:
A equação de uma lin h a c o in c id e n t e com a f r e n t e da
rampa tru n ca d a a p a rece na f i g u r a acim a. A equação da rampa
tru n ca d a pode s e r e s c r i t a se f o r achada uma fu n ção que,quan­
do a d ic io n a d a à rampa o r i g i n a l , r ^ (t), prod u za uma lin h a ho­
r iz o n ta l. Se f o r c o n s id e ra d a a soma de duas r a m p a s ,v e r - s e - ã
q u e, se as d e c liv id a d e s são ig u a is e o p o s ta s , o r e s u lt a d o é
uma lin h a h o r i z o n t a l .

I s s o ê d em on strado, a n a lit ic a m e n t e , como:

J j(t ) = r^ O O + r^ t) = (a1>a2)tii(t) = (ai~ ai ) tu(t ) “ 0


Se a segunda rampa fo s s e a tra s a d a em um tem po, t ,
te r - s e - ia r 2 (t) em a t r a s o

r 4 (t) = r2 (t) em atraso = u í t - t ^ r ^ t - t ^ ) = - a ^ t - t ^ ) « u ít - t ^

G r a fic a m e n te , v ê - s e que a fu n ção rampa tru n cad a


s e r á g e ra d a p e la a d iç ã o de r ^ ( t ) e r ^ ít).

r ^ (t) = rarrpa truncada = r ^ (t )+ r 4 (t) = a^tu(t) - a ^ (t-t^ > u (t-t^ )

P o r a d iç ã o , p o d e -s e e s c r e v e r a equação de r ^ ( t ) , s o b re cada
r e g i ã o de tempo como
r 5 (t) t < 0 = 0

r 5 (t) 0 < t < tx


= al t
r 5 (t) t > fcl = a^t - a1(t - t^) = at.

C o m e n tá rio : A d e s c r iç ã o a n a l í t i c a acim a, da fu n ção rampa trun­


ca d a , p a r e c e s e r m uito com p lexa , mas i s s o é d e­
v id o â n om en cla tu ra f u n c io n a l. M as, quando se
e s t á tra b a lh a n d o em um p ro b lem a , o c o n c e it o aqu i
a p re s e n ta d o s i m p l i f i c a s u b s ta n c ia lm e n te a solução.
P a ra o b t e r - s e a r e s p o s ta de um c i r c u i t o para uma
rampa tru n c a d a , é c l a r o , a p a r t i r da d is c u s s ã o
a cim a , que o problem a n e c e s s it a s e r r e s o lv id o
apenas uma v e z , p a ra a fu n ção rampa f o r ç a n t e .

Zm = Impedancw de entroda em função de s.

A r e s p o s ta da c o r r e n t e p a ra uma fu n ção fo r ç a n t e é ,
e n tã o :
R (s )
I(s ) =
zm
m( s )
onde R (s ) = L * [r (t)J ; Zm(s ) = tra n sfo rm a d a de L a p la c e da im -
p e d â n c ia de e n tr a d a , a q u a l d e v e r ia t e r uma p lo ta g em da f o r ­
ma:

O r e s u lt a d o p a ra a rampa r ^ ( t ) é a fu n ção acim a


na e s c a la "1 :a ^ " a ssim , e s t a fu n ção p o d e r ia s e r c o lo c a d a em
e s c a la d ir e ta m e n t^ ; a p a r t i r do r e s u lt a d o acim a. A r e s p o s t a ,
p a ra a segunda raáipa, ^ ( t ) , também pode e s t a r em e s c a l a , a
p a r t i r dos r e s u lta d o s a cim a, m u lt ip lic a n d o - s e p o r " - a ^ " , e
d e s lo c a n d o o r e s u lt a d o no tem po. A r e s p o s ta t o t a l pode ser
a d ic io n a d a g r a fic a m e n te , p a ra fo rm a r a r e s p o s t a f i n a l , como

Problem a 6 .5 - E s c r e v e r as equ ações d i f e r e n c i a i s e a t r a n s -


formada de Laplace para os elementos siirples
indutivo e capacitivo de c irc u ito s.
Solução; A equação d ife re n c ia l, que descreve o elemento in ­
dutivo , é : i
v (t )

L
A transformada de Laplace é:

v (s ) = L [s I ( s ) - i ( 0 + )]

v (s ) = sL I ( s ) - L i (0+)

Em muitos problemas de circuitos não existe corrente inicial


na indutância (is to é, i ( 0 +)= 0 ). Para essas condições, a e -
quação do circu ito pode ser e sc rita diretamente sob forma da
transformada de Làplace, substituindo-se o L, no c irc u ito ,
por sL e escrevendo as equações, considerando sL como uma
impedância. Por exemplo, as equações transformadas, para o
seguinte c irc u ito , são;

= R ^ I ( s ) + s L I ( s ) + R 2I ( s )

V(s)
= (R1+R2+ s L ) I ( s )

r2

Analogamente, a equação para um elemento de c irc u ito capa­


c itiv o pode ser e s c rita e transformada como

A transformada de Laplace é, então;

I(s) = C [ s V(s) - v(0+jj

OU

V (s) - -ig I(s> + - Ü 2 ± í -

Aqui, a carga armazenada no capacitor em t=0 é a


condição in ic ia l de tensão. Por comparação com o par de
o p e ra d o re s 0 -7 , v ê - s e que v ( 0 + ) é o v a l o r i n i c i a l da in te ­
g r a l.
P a ra um c i r c u i t o con ten d o c a p a c it o r e s , a t r a n s f o r ­
mada de L a p la c e da equ ação d i f e r e n c i a l pode s e r e s c r i t a d i -
reta m eh te u san d o-se o v a l o r p a ra o e le m e n to de c i r c u i t o
e , e n tã o , c o n s id e r a n d o -o como um e le m e n to da im p e d â n c ia ,c o ­
mo na equ ação da in d u tâ n c ia acim a.

PROBLEMAS - DESCRIÇÃO DA ONDA VIAJANTE

Problem a 6 .6 - E sb oça r a fu n ção d egrau u n i t á r i o em a t r a s o ,


com o p r o p ó s it o de i n t e r p r e t a r os r e s u lt a d o s
como um fenômeno de onda v i a j a n t e .
S o lu ç ã o ; A te n s ã o degrau u n i t á r i o em a t r a s o pode s e r esbo­
çada no e i x o do tem po, como a n t e r io r m e n t e , porém
d e s ta v e z , p o d e -s e c o n s id e r a r d o is v a lo r e s d ife ­
r e n t e s de b , a s a b e r b^ e

u(t-bi)

b< t— ►

b2 t—

P o d e -s e im a g in a r b^ como uma l o c a l i z a ç ã o no e s p a ­
ç o , que ê a l o c a l i z a ç ã o b ^ , a p a r t i r de um p o n to de r e f e r ê n ­
c ia . E p o d e -s e c o n s id e r a r , também, como üma lo c a liz a ç ã o
no e s p a ç o , a p a r t i r do mesmo p o n to . A g o r a , se b^ e b£ e s t ã o
na mesma lin h a , a o b s e rv a ç ã o c o r r e l a t a d e s ta s duas p o s iç õ e s
s u g e r i r i a uma onda v i a j a n t e ; is to ê , o degrau u n i t á r i o ch e­
g a r i a em b ^ , a n tes de c h e g a r em b ^. A d if e r e n ç a de tempo
b ^ -b 2 s e r i a o tempo de via gem e n t r e e s s e s p o n to s , üma p lo -
tagem também p o d e r ia s e r f e i t a no e i x o b , tra ta n d o -s e b co­
mo a v a r i á v e l em v e z de t . Dessa form a , o es p a ç o ou a fu n ­
ção b podem s e r p lo t a d o s p a ra v a lo r e s de tem po, como p o r e -
x e m p lo , t i e t2.
^u(ti-b)

b<=t< --------

__________________________ ^ ul<iZ~b)

b2=t2 b_ _

O b s e rv e -s e que o desenho a p a rece d i f e r e n t e porqu e


o term o "b " do argum ento contém um s i n a l n e g a t iv o , de modo
que a fu n ção é z e r o p a ra v a lo r e s b m a io res que t . In te r p r e ­
tan d o e s t e s e s b o ço s como ondas v i a j a n t e s , v ê - s e que a onda
v i a j a na d ir e ç ã o mais b , â m edida que t aumenta.

Prob lem a 6 .7 - C a lc u la r a equação (6 .1 4 ) das n o t a s e a p l i c a r


a i n t e r p r e t a ç ã o usada no Prob lem a 6 .6 .
S o lu ç ã o : A equ ação (6 .1 4 ) é:

v ( t , x ) = A (t - v /LC x)*u(t-«/LC x)+B (t+«/LC x )*u (t-/ L C x)

Como d is c u t id o s no Problem a 6 .2 , uma fu n ç ã o ,v e z e s


um d egrau u n i t á r i o , onde ambos tem o mesmo argum ento, pode
s e r v i s u a l i z a d a no s e n t id o tem p o -esp a ço , in t e r p r e t a n d o - s e
som ente o d egrau u n i t á r i o . Is to é , se uma a n á lis e m ostra que
o d egrau u n i t á r i o se p ro p a g a como uma onda v i a j a n t e , e n tã o ,
a fu n ção p ro p a g a -s e da mesma form a. Também se n o ta que os
argum entos dos d o is term os do la d o d i r e i t o da ig u a ld a d e a-
cim a, d ife r e m som ente p e lo s i n a l ; p o r t a n t o , p o d e -s e f o c a l i ­
z a r apenas um term o p a ra uma a v a lia ç ã o c o m p le ta . C o n s id e r e -
se a fu n ç ã o :

f (x ,t) = u (t - ^)

O b s e rv e -s e que

v = — jL=r- ou v = - — -L=-
✓ lc /l c
dependendo do s i n a l a p r o p r ia d o da fu n ção (na equação (6 .1 4 )).
Uma p lo ta g e m de f ( x , t ) é m ostrada a b a ix o , num diagram a de
tem po.
hsxi/v

*2 * x2/v

A n a lo g a m en te, uma p lo ta g e m num diagram a de esp a ço


pode s e r f e i t a :

xi sV

x2=t2v

P o d e -s e c a l c u l a r a v e lo c id a d e da onda, a p a r tir
de Ax = e A t = t 2- t l = ^x 2- x l ^ —v- * A ssi m' a v e l o c i ­
dade é :

Ax x2 "xl
v e lo c id a d e V
At 1
(x2_xl) V

L o g o , v ê - s e que a v e lo c id a d e ê ig u a l a v que é
i g u a l a 1//LC, como e s t a b e le c id o nas n o ta s .

C o m e n tá rio ; Um e s b o ç o de um d egrau u n i t á r i o com argum ento


(t - x / v ) m ostra que o degrau u n i t á r i o p ro p a g a -s e
como uma onda v i a j a n t e , com v e lo c id a d e v na d i ­
re ç ã o mais x. Se f o r c o n s id e ra d o o argum ento
(t + x/v) i n t e r p r e t a r - s e - ã a onda como se t i v e s ­
se uma v e lo c id a d e n e g a t iv a na d ir e ç ã o mais x , ou
v e lo c id a d e p o s i t i v a na d ir e ç ã o menos x .
E x istem v á r io s argum entos de uma fu n ç ã o , que
podem s e r in t e r p r e t a d o s como ondas v ia ja n te s ;
is t o é , os argum entos in clu em x , t e v em vá­
r io s a r r a n jo s . As s e g u in te s fu n çõ es degrau u n i­
t á r i o p r o d u z ir ã o ondas na d ir e ç ã o p o s itiv a de
x.

u ( t - x/v)
u ( v t - x)
u ( v - x / t)
u (t / x - 1/v)
N o te -s e , em to d o s os c a s o s , que as o p e ra ç õ e s de c h a vea -
mento ou f r e n t e de onda acontecem quando o argum ento ê igu al
a zero.
t - x/v = 0
vt - x =0
v - x/t = 0 .
t/ x - 1/v = 0

O b s e rv e -s e que to d o s e s s e s argum entos são fo r ­


m ulações da mesma eq u a çã o ; is to é , a segunda equação é a
p r im e ir a m u lt ip lic a d a p o r v , e t c . . P o r t a n t o , ê o b v io que ou­
tra s fo rm u la ç õ e s podem s e r f e i t a s , como
x
1 - = 0
vt
x/v - t = 0
e tc .

PROBLEMAS - CONSTRUÇÃO DE FORMAS DE ONDAS

Problem a 6 . 8 : D e s e n v o lv e r a equação de uma onda q u a d ra d a ,u -


sando a fu nção degrau u n i t á r i o d e s lo c a d o .P a r a
is s o , f a z e r um esb o ço de tempo da fu n ção na
lo c a liz a ç ã o x=0.
So lu ç ã o : O esb o ço de tempo da fu n ção em x=0 é

a fu nção onda quadrada pode s e r com posta como a


soma de duas fu n ções degrau u n itá r io : uma, p o s i t i v a , in i­
c ia n d o em t^ e o u t r a , n e g a t iv a , in ic ia n d o em , como mos­
tr a d o no d iagram a. A equação do p r im e ir o degrau u n it á r io , po­
de s e r o b t id a examinando-se o argum ento do d egrau u n itá r io ,
numa das form as d is c u t id a s no Problem a 6 .7 . P a ra e s t e p ro ­
blem a p o d e -s e u sar

t - x/v

N e c e s s it a - s e a fu n ção p o s i t i v a p a ra chavear em t = t ^

e em x = 0 ; p o r t a n t o , p a ra e s t a c o n d iç ã o , o argum ento deve ser


ig u a l a z e r o . C on segu e-se i s t o , se f o r c o n tr o la d a a fu nção
do tempo p o r t^ e ob tém -se

a r g = t - t^ - x/v = 0

quando t = t ^ e x = 0 , e n tã o , a r g = 0 , o que s a t i s f a z a c o n d iç ã o .
P o rta n to , o d egrau u n it á r io p o s i t i v o ê
u ( t - t^ - x / v ) .
A equação p a ra o degrau u n i t á r i o n e g a t iv o p od e, e n tã o , ser
e s c r ita como
- u ( t - t 2 - x/ v)

e a equação da onda quadrada é


SW = u ( t - t ^ - x / v ) - u ( t - t 2~x/v)

C o m e n tá rio : O b s e rv e -s e que um d eslo ca m en to p o s i t i v o do tem­


po é o b t id o p e la s u b s t it u iç ã o de ( t - t ^ ) , cano uma
nova fu n ção de t . N a tu ra lm e n te , um d esloca m en to
n e g a t iv o do tempo também pode s e r e x e c u ta d o f a -
ze n d o -s e t^ n e g a t iv o .

Problem a 6 .9 - Usar os r e s u lt a d o s do Problem a 6 .8 e p lo ta r


a onda r e s u lt a n t e em uma nova l o c a l i z a ç ã o x ^ .

S o lu ç ã o : As equ ações d e s e n v o lv id a s no Problem a 6 .8 dão uma


co m p leta d e s c r iç ã o da onda p a ra q u a lq u e r x ou t . O
diagram a m ostrado no Problem a 6 .8 f o i p a ra x = 0 . Se
f o r exam inado o argum ento da fu n ção d egrau u n it á ­
r io , usando, a g o r a , x = x ^ , p o d e -s e ach ar o tempo de
chaveam ento, que o c o r r e quando o argum ento é ig u a l
a zero.
A rg = t - t ^ - x / v

A rg t - t 1~x2/v = 0
x=x2
t = t^+X 2/v

Assim , o tempo de chaveam ento ê p o s t e r i o r ao tem­


po de viagem de 0 a x 2 , o q u a l é x 2/ v. Um e s b o ço pode ser
fe ito :

Plotada em

t1+x2/v

Co m e n tá r io : E c la r o que q u a lq u e r função de x e t pode ser


in t e r p r e t a d a da mesma form a que a fu n ção degrau
u n i t á r i o tem s id o n e s ta s e r i e de p ro b le m a s . I s t o
ê v e r d a d e ir o porque to d o s os c á lc u lo s e n f a t i z a ­
ram o argum ento da fu n ç ã o , mais do que a m agni­
tude da fu n çã o .

Problem a 6.10 - Usar duas fu n çõ es de rampa p a ra ap roxim a r


uma fu n ção e x p o n e n c ia l d u p la , ou fu n ção im­
p u ls o .
S o lu ç ã o ; Uma fu n ção im p u lso (1 ,5x40 m icrosegu n d os) ê des­
c r ita como uma e x p o n e n c ia l d u p la , t a l que o tempo
p a ra a t i n g i r a c r i s t a ê 1,5 ^usegundos e o tempo
p a ra a t i n g i r metade do v a l o r na cauda é 4 0 ^ s e g u n ­
d os. Um e s b o ç o de t a l onda ê m ostrado

Essa fu n ção pode s e r aproxim ada p o r duas ram pas;a


p r im e ir a d e la s p assa p o r 1,5 jusegundos e tem uma m agnitude
M. Essa fu n ção s e r á d e f i n i d a em x=0 ev a ssim , s e r á somente
uma fu n ção do tem po, t .

r 1 (t ) = a1t u ( t ) M = a^ 1,5 x 10
t = l ,5x10
Daí que a, = —------—— -?— = 0,666 x 10^ M
1 1 , 5 x l0 ~ 6
_6
A segunda rampa, r 2 ( t ) , começando t = l ,5x10 s ,
deve t e r uma d e c liv id a d e n e g a t iv a e a soma r , ( t ) + r » ( t ) deve
_& ± z
p a s s a r p o r 0,5M em t= 4 0 x l0 s.

r 2 (t) = a2 ( t - 1 ,5 x 1 o - 6 ) u ( t - l , 5 x l 0 - 6 )

e
Im pulso = r 1 ( t ) + r 2 (t)

= a ^ t* u (t) + ^ (t - 1,5x10 ^ ) # u ( t - 1,5x10


—6
em t = 40x10 , a m agnitude do im p u lso é 0,5M.

0 , 5M = a x x 4 0 x l0 -6 + a2 (4 0 x l0 -6 - l , 5 x l 0 - 6 )

onde a^ = M / l,5 x l0 6

R eso lven d o p a ra a^

-M 40
(0 ,5
1,5 )
( 3 8 , 5 x l0 - 6 )

------------- 3 ^— x 26,6
38,5x10

- 0,6796 x 106 M

Dando a equação

Im pulso = 0,666xl0^M t u(t)-0.6796xl0^M (t-l,5 x l0 ^ )u (t-l,5 x l0

Co m e n tá r io : E v á l i d o o b s e r v a r a q u i, que em algum p on to além


de t = l , 5 x l 0 ^ s , a d e c liv id a d e do im pu lso r e ­
s u lt a n t e pode s e r c a lc u la d a como a d if e r e n ç a en ­
tre a^ e a ^ .

D e c liv id a d e = a^” a2 = (0/6666 - 0,6796) x 10^

= - 0,01298 M x 106

I s s o e s t á de a cord o com o d ia gra m a . A p a r t i r d e s ta d e c l i v i ­


dade é p o s s í v e l c a lc u la r o tempo desde a c r i s t a ao n í v e l ze­
ro, como t x d e c l i v i d a d e . O c á lc u lo m ostra que o n í v e l zero
é a t in g id o 77 jüls apõs a c r i s t a . Se o c á lc u lo fo s s e f e i t o
p a ra além d esse p o n to , s e r i a n e c e s s á r io somar uma fu n ção a -
d ic io n a l â s é r ie , p a ra a d e c liv id a d e r e t o r n a r a zero.Um e s ­
boço das t r ê s fu n çõ es r e q u e r id a s e a soma lí q u i d a destas fun­
ç õ e s é m ostrado a b a ix o :

PROBLEMAS - ‘ ONDAS VIAJANTES

Problem a 6,11 - O b te r a te n s ã o te r m in a l p a ra uma onda degrau


de te n s ã o chegando a uma lin h a term in a d a p o r
r e s is to r .

S o lu ç ã o : O método do c i r c u i t o e q u iv a le n t e s e r ã usado n e s te
p rob lem a.
A d m ita -se que o degrau de te n s ã o tem a m agnitude v ,
a ssim , tem -se o s e g u in te c i r c u i t o e q u iv a le n t e do te r m in a l
r e c e p t o r da lin h a

A te n s ã o te r m in a l v T é , e n tã o .
2R
ZV

o 1
II
<
VT X R + Z

N
R +
c
If R = Z e n tã o = V
c VT
If R > Z e n tã o > V
c VT
If R < Z e n tã o < V
c VT

Co m e n tá r io : E sta c l a r o n e s te c a lc u lo que o n í v e l de s u rto ,


no te r m in a l a b e r to da lin h a , pode e x c e d e r a mag­
n itu d e da te n s ã o que ch ega.

Problem a 6.12 - O b ter a te n s ã o te r m in a l,e m uma lin h a t e r m i­


nada r e s i s t i v a m e n t e , p a ra uma fu n ção rampa
chegando ao te r m in a l da lin h a .

So lu ç ã o : O c i r c u i t o e q u iv a le n t e é o mesmo do Problem a 6 .1 1 .
A te n s ã o e x c it a d o r a V ê a g o ra uma rampa V-^t.

r (t) = V ^t u ( t )

onde é a d e c liv id a d e da rampa.


A form a da s o lu ç ã o é a mesma do Problem a 6.1 1 e ê:
2R
VT r (t) R + Z
c
2R
= V t u(t )
1 R + Z

V ê -s e que a te n s ã o t e r m in a l ê também uma função ram­


pa com d e c l iv id a d e em fu n ção de R, Z^ e V^.

2R
D e c liv id a d e = V
1 R + Z

N ota :
V
V

d e c l iv id a d e de
tsi

d e c liv id a d e de r ( t )
<

Se R
o

Se R = Z d e c liv id a d e de d e c l iv id a d e de r ( t )
c VT
d e c liv id a d e de
Se R <Z
c VT < d e c liv id a d e de r ( t )

C o m e n tá rio ; O b s e rv e -s e que a ta x a de su b id a da te n s ã o te r­
m in al ê duas v e z e s a da onda que c h e g a , se a l i ­
nha e s t á a b e r ta no t e r m in a l. Na ta b u la ç ã o acima,
v ê - s e que um te r m in a l r e s i s t i v o r e d u z ir á a ta x a
de subida da tensão terminal. Daí, pode-se ver que, se uma
linha é terminada por outra linha de transmissão, a r e s is ­
tência terminal e fe tiv a é R=Zc e a tensão terminal é igu al
a tensão que chega.

Se a onda entra em uma estação onde várias linhas


estão unidas, a tensão da junção será menor, tanto em mag­
nitude como em taxa de subida, comparada com a tensão que
chega.

diagrama do sistema

V ê -s e que a ta x a de su b id a e a m agnitude da te n ­
são t e r m in a l são 0 ,5 v e z e s a te n s ã o que ch ega . O b s e rv a -s e
que as lin h a s p a r a l e l a s , em uma b a r r a , tendem a r e d u z ir a
g ra v id a d e dos s u r to s que entram em uma e s ta ç ã o

Problem a 6 .1 3 - C a lc u la r a te n s ã o t e r m in a l p a ra uma lin h a


com uma c a rg a c a p a c i t i v a .

So lu ç ã o : O c i r c u i t o e q u iv a le n t e p a ra o s is te m a com uma t e n -
são que c h e g a , v ( t ), ê

Em term os de tra n s fo rm a d a , a equação do c i r c u i t o ê:

2 V (s ) = (Z c + I(s ))

onde V (s ) é a tra n s fo rm a d a de L a p la c e de V que ch ega.

A c o rre n te ê :

Ks> »^ í£ )_ = v (s ) _ 2 ------ü _
c s +
Zc + sC Z C
c

A te n s ã o te r m in a l ê, e n tã o :

VT (s ) = I ( s ) x ^ « V (s)
c s ♦
ZcC

Se a te n s ã o que chega ê um degrau u n it á r io

V (t ) = u (t ) en tã o V (s ) - J

e a te n s ã o te r m in a l é
2
VT (s ) z C
C 3 (S . ^ õ )

2
~ a s (s ♦ a)
onde

a
Usando o p a r tra n s fo rm a d o T - 5 , o b té m -s e :

VT( t ) = 2a (1 - e * ^ ) ] * 2 (1 - e”^ )

P a ra um degrau u n i t á r i o de te n s ã o chegando, a te n s ã o t e r m i­
n a l ê uma fu nção e x p o n e n c ia l a scen d en te como m ostrado no e s ­
b oço a b a ix o :

zo

1.0

C o m e n tá rio : O b s e rv e -s e que a i n f l u ê n c i a do te r m in a l c a p a c i-
t i v o ê i n c l i n a r a f r e n t e da onda no te r m in a l da
lin h a . Se o c a p a c it o r fo s s e re m o v id o , o d egrau
u n itá r io t e r i a r e s u lt a d o em o u tr o degrau u n it á ­
r io com m agnitude d obrada. O c a p a c it o r mantém a
te n s ã o t e r m in a l, sem d u p lic a r im e d ia ta m e n te . Se
a m agnitude da onda que chega ê m an tid a, a t e n ­
são d u p lic a r á consequentem ente#
O r e s u lt a d o acima pode s e r usado p a ra se o b te r
a te n s ã o te r m in a l quando ê a p lic a d a uma fu n ção
rampa. O b s e rv e -s e que uma fu n ção rampa ê a in ­
t e g r a l do degrau u n it á r io e , p o r t a n t o , a res­
p o s ta de te n s ã o te r m in a l p a ra e l a s e r á ig u a l à
-■ •»

i n t e g r a l da r e s p o s ta p a ra um d egrau u n i t á r i o .

A c o n d iç ã o de c o n to rn o , V=0 p ara t = 0 , pode s e r usada p a ra


c a l c u l a r a c o n s ta n te K.
P o rta n to , a r e s p o s ta p a ra uma fu n ção rampa e x c it a d o r a ê

VT2 ■ 2 [ ‘ - H G- - ' " “* > ]


Um esb o ço da r e s p o s ta é m ostrado a b a ix o :

E s te diagram a m ostra que o e f e i t o do c a p a c it o r ê


r e d u z ir a ta x a de su bida i n i c i a l da te n s ã o t e r m in a l, a p a r­
tir d a q u ela que e x i s t i r i a , se nao h ou vesse c a p a c it â n c ia no
t e r m in a l.
CAPÍTULO 7

FUN D AM EN TO S DE ONDAS V IAJA N TES


-D IA G R A M A EM T R ELIÇ A S

I. INTRODUÇÃO

Em m uitas s it u a ç õ e s de e n g e n h a r ia , a r e p r e s e n ta ç ã o
g r a f i c a de um problem a não conduz somente a um esb o ço bem
mais e v id e n t e dos c o n c e it o s de um p on to de v i s t a in s tr u ­
t iv o mas, o que ê mais im p o r ta n te , m uitas v e z e s dã uma pe­
n e tr a ç ã o a d ic io n a l no fenômeno f í s i c o e, com i s t o , c h e g a -s e
a uma s o lu ç ã o s im p le s de um problem a com plexo. Is to ê ver­
d a d e ir o , porque uma r e p r e s e n ta ç ã o desenhada pode l e v a r â s i m ­
p lific a ç õ e s que não são e v id e n t e s nas equ ações p o r s i mes­
mas. Exemplos de p ro b le m a s , onde e s ta fo rm u la çã o g r a f i c a da
s itu a ç ã o ê s i g n i f i c a t i v a , in clu em : 1) a r e p r e s e n ta ç ã o da s e ­
ção 7T de uma lin h a de tr a n s m is s ã o , comparada com duas equ a­
ç õ e s s im u ltâ n e a s que d escrevem a mesma seçã o da lin h a ; 2) a
r e p r e s e n ta ç ã o do diagram a c i r c u l a r de p o t ê n c ia do problem a
do flu x o de c a r g a . A t é c n ic a g r á f i c a , que é de ig u a l im p or­
t â n c ia na a n á lis e de problem as de ondas v i a j a n t e s em lin h a s
de tra n s m is s ã o , ê chamada diagram a em t r e l i ç a s .

II. CONCEITOS BÃSICOS DO DIAGRAMA EM TRELIÇAS


0

Os c o n c e it o s b á s ic o s do diagram a em t r e l i ç a s fo ­
ram, p r im e ir a m e n te , d is c u t id o s p o r L. V. B ew ly em 1930. A
fin a lid a d e d e s te diagram a ê d a r m eios g r á f i c o s s im p le s de se
f i c a r a p a r das r e la ç õ e s tem po-espaço de ondas de te n s ã o e/ou
re d e s de tra n sm issã o com d e s c o n tin u id a d e s m ú lt ip la s . P or
ex em p lo , no c á lc u lo de s u rto s de d e s c a rg a s a tm o s fé r ic a s em
lin h a s de tra n s m is s ã o com m u itos p on tos de a t e r r a m e n t o (is t o
é, c o n s id e ra n d o o a te rra m e n to dos cabos de t e r r a em cada
t o r r e ) , t o r n a - s e b a s ta n te d i f í c i l m a n ter-se a p a r de tod a s
as ondas r e f l e t i d a s e r e fr a t a d a s ao lo n g o da lin h a , espe­
c ia lm e n te após um i n t e r v a l o de tempo r e la t iv a m e n t e lo n g o .
I s t o ê d e v id o ao f a t o de q u e, â medida que cada onda s o fr e
uma d e s c o n tin u id a d e , uma nova onda r e f l e t i d a ê gera d a na­
q u e le p o n to de d e s c o n tin u id a d e . Também a onda que p assa a-
lém do p o n to de d e s c o n tin u id a d e ê uma onda r e fr a t a d a e d i­
f e r e n t e d a q u ela o r i g i n a l que ch ega.
O c o n c e it o de um diagram a em t r e l i ç a s pode s e r me­
lh o r a p re s e n ta d o , c o n s id e ra n d o -s e uma onda s im p le s p ro p a -
gan d o-se u niform em ente ao lo n g o de uma lin h a de tra n sm issã o
sem p e rd a s . P r im e ir o , d e v e -s e c o n s id e r a r um diagram a espaço-
tempo da p rop a ga çã o da p on ta ou da f r e n t e d essa onda de ten­
sã o . Esse diagram a é m ostrado na f i g u r a 7 .0 1 .
O diagram a m ostra as coordenadas esp aço-tem p o de
um p o n to da onda, porém , não dã nenhuma in d ic a ç ã o de sua mag­
n itu d e ou form a. P o r ex em p lo , p o d e -s e v e r que a f r e n t e da
onda e s t a r i a na l o c a l i z a ç ã o x , no tempo c o rre s p o n d e n te t
a a
na l o c a l i z a ç ã o x ^ , no tempo c o rre s p o n d e n te t ^ , que é a l o ­
c a liz a ç ã o p r e s e n te m ostrada no diagram a. P o d e -s e v e r , tam­
bém, que a f r e n t e e s t a r ã em x no tempo fu tu r o t . A v a n ta -
gem d e v i d a ao uso d esse c o n c e it o de diagram a em tr e liç a s
v a i t o r n a r - s e mais c l a r a em uma s itu a ç ã o onde e x is ta m múl­
t ip la s ondas. P rim e ira m e n te , s e r ã ú t i l o exame mais d e ta ­
lh ado da n a tu r e z a d e s te diagram a. V ê -s e que a v e lo c id a d e da
onda é ig u a l ao in v e r s o da d e c liv id a d e da lin h a .

At
(7 .0 1 )
âx

D esta equ ação v ê - s e que-, se uma onda e s t i v e s s e v ia ­


ja n d o na d ir e ç ã o - x , a v e lo c id a d e s e r i a n e g a t iv a e a d e c l i ­
v id a d e r e s u lt a n t e , no diagram a em t r e l i ç a s , também seria n e­
g a tiv a . A fig u r a 7.02 m ostra como ambas as ondas d i r e t a e
in v e r s a podem s e r esboçad as no diagram a em t r e l i ç a s .

F ig . 7.02
Essa f i g u r a m ostra que ambas as on d as, d i r e t a e
in v e r s a , podem s e r desenhadas no mesmo diagram a e , a té ,c r u ­
za re m -s e . N a tu ra lm e n te , se as duas se cruzam, e la s não p o­
dem s e r a mesma onda, mas são os diagram as em t r e l i ç a s de
duas ondas d i f e r e n t e s cruzando um mesmo p on to na lin h a de
tra n s m is s ã o . P o r ex em p lo , na f i g u r a 7 .0 2 , p o d e -s e i n t e r p r e ­
t a r duas ondas d i f e r e n t e s : uma d i r e t a e uma o u tr a in v e r s a ,
ambas chegando ao p o n to x no tempo t .
9 9
A. Diagram a em t r e l i ç a s p a ra uma lin h a s im p le s

Usando e s s e s c o n c e it o s é , agora , p o s s ív e l desenhar


um diagram a em t r e l i ç a s p a ra uma lin h a de com prim ento X^.
R e fe r in d o - s e ã fig u r a 7.03 p o d e -s e c o n s id e r a r uma onda
en tra n d o na lin h a de tra n s m is s ã o p e la esq u erd a e v ia ja n d o
p a ra a d i r e i t a numa d is t â n c ia .

O tempo n e c e s s á r io p a ra a onda v i a j a r na distância


X^ é t^ sendo e s t e chamado o tempo de viagem na lin h a . Ge­
r a lm e n te , p a ra uma lin h a a é r e a , p o d e -s e su por que a v e l o c i ­
dade de via gem s e ja 300.000 km (186.000 m ilh a s ) p o r segundo
ou , aproxim adam ente, 300m (1 .0 0 0 p é s ) p o r m icro ssegu n d o . Na
e x tre m id a d e a b e r ta da lin h a , uma onda r e f l e t i d a será gera ­
da e denominada v 2 na f i g u r a 7 .0 3 . E sta s e r á fu n ção da im -
p e d â n c ia t e r m in a l da lin h a e da onda que c h eg a , v^ . A onda
r e fle tid a v i a j a r á de v o l t a p a ra a fo n t e que a o r i g i n a e lá
ch ega rá em um tempo 2 t^ , geran d o uma o u tr a onda r e f l e t i d a na
d ir e ç ã o + x , denominada v ^ , n e s te d iagram a. A r e s u l t a n t e , pa­
ra q u a lq u e r número de r e f l e x õ e s , pode s e r m elh or c a lc u la d a ,
se forem c o n h e c id o s os c o e f i c i e n t e s de r e f l e x ã o nas e x tre ­
m idades das lin h a s . Se f o r su p o sto que a onda o r i g i n a l é uma
fu nção da te n s ã o v ( t ) , p o d e - s e , e n tã o , e s c r e v e r as equ ações
p a ra cada um dos e le m e n to s v ^ , v 2 e v 3*
Vj = v(t)

= kj v (t) onde k^ = c o e f i c i e n t e de r e f l e x ã o na
e x tre m id a d e x^ da Linha

k v. (7 .0 2 )
s 2
k k. v (t) onde k c o e f i c i e n t e de re fle x a o v n a
s 1 s
fo n t e da lin h a

Numa lin h a sem p e rd a s , a onda de te n s ã o em qualquer


p o n to , p o r ex em p lo , x ^ , em função de t , pode s e r fa c ilm e n t e
o b t id a desen h an do-se uma lin h a na d ir e ç ã o + t p e lo p on to x ^ ,
no e i x o dos x . P a ra o caso s im p le s de uma lin h a sem p e rd a s ,
p o d e -s e ach ar a m agnitude da te n s ã o em x ^ , como é v i s í v e l na
f i g u r a 7 .0 3 , som ando-se as componentes da te n s ã o , in d ic a d a s
em cada ramo da t r e l i ç a , cada v e z que e s t e s forem c ru za d o s .
P o r ex em p lo , no tempo 0 não e x i s t e te n s ã o em x^ e não h a ve­
rá te n s ã o n e s te p o n to p o r um tempo ig u a l à d is t â n c ia a té o
p r im e ir o ramo da t r e l i ç a . Essa d is t â n c ia ê chamada t . N es­
te tem po, a onda de te n s ã o em x^ tem uma m agnitude v ( t ) . Se
f o r c o n s id e ra d o que v ( t ) ê um degrau u n i t á r i o de tensão,tam ­
bém um degrau u n it á r io de te n s ã o o c o r r e r á em xn * A medida
que se p r o s s e g u ir , a té o e ix o dos tem pos, a p a r t i r de x , a
tè n s ã o não mudará, enquanto não f o r a t in g id o o ramo da t r e ­
liç a chamado em c u jo tempo a componente de te n s ã o k ^ .v (t)
s e r ã a d ic io n a d a à te n s ã o v ( t ) . Se a lin h a de tra n s m is s ã o é
a b e r ta em x^ (r e s u lta n d o um c o e f i c i e n t e de r e f l e x ã o + l= k ^ )e
a te n s ã o e x c it a d o r a tem im p ed ân cia in t e r n a z e r o (r e s u lta n d o
um c o e f i c i e n t e de r e f l e x ã o - l = k g ) , a te n s ã o r e s u l t a n t e ê mos­
tr a d a na f i g u r a 7 .0 4 .
Se a lin h a dos tempos v a i p ara cima em p o r uma
lo n g a d is t â n c ia e se a onda de ten sã o e os c o e f i c i e n t e s de
r e fle x ã o são usados nos c á lc u lo s da f i g u r a 7 .0 4 , v ê - s e que
e s s a onda de ten sã o se r e p e t i r a p e rio d ic a m e n te no tempo.
Também p o d e -s e usar o diagram a em t r e l i ç a s como um
meio de c a lc u la r o p e r f i l do e s p a ç o , ao lo n g o da lin h a de
tra n s m is s ã o . Se f o r tra ç a d a uma lin h a h o r iz o n t a l t , como
m ostra a f i g u r a 7 .0 3 , p o d e -s e c o n s t r u ir uma imagem ao lo n g o
de tod a a lin h a de tra n s m is s ã o , no in s t a n t e t . N e s te in s -
n
ta n te ê o b t id a a te n s ã o acumulada c o n s t it u íd a de cada ramo
da t r e l i ç a desde o tempo 0 a té o tempo t ^ . P o d e -s e v e r q u e,
na f i g u r a 7 .0 3 , so b re a d is t â n c ia há um ramo de t r e l i ç a ,
chamado v ^ , c o n tr ib u in d o p a ra a te n s ã o da lin h a de tra n s ­
m issã o , enquanto qu e, so b re a p o rç ã o r e s t a n t e d e s t a , e x is te m
d o is ramos c o n tr ib u in d o com a te n s ã o . Se o mesmo degrau u-
n itã r io de te n s ã o , que ê usado p ara c o n s t r u ir a f i g u r a 7 .0 4 ,
f o r usado como fo r ç a e x c it a d o r a , v ê - s e que v^ = u ( t ) e
p o rta n to , o diagram a te n s ã o - e s p a ç o , no in s t a n t e t ^ , pode s e r
tra ç a d o como m ostra a f ig u r a 7 .0 5 .

m
F ig . 7.05

B. Diagrama em t r e l i ç a s c o n v e n c io n a l

Na m a io r ia dos t e x t o s , o diagram a em t r e l i ç a s é
tra ç a d o de m an eira levemente d i f e r e n t e d a q u ela m ostrada acim a.
C o n ven cio n a lm en te, o e i x o dos tempos é tra ç a d o p o s i t i v o pa­
ra b a ix o , em v e z de p a ra cim a, como na f i g u r a 7 .0 3 . Na p r ã -
tic a , is to ê mais c o n v e n ie n te p a ra r e s o l v e r o problem a p o r ­
que ê m elh or com eçar o diagram a no a l t o da p á g in a , do que
a b a ix o .
Um exem plo s im p le s do uso do diagram a em t x e l i ç a s
ê o c á lc u lo da i n f l u ê n c i a de um cabo c u r to na e x tre m id a d e de
uma lin h a de tra n s m is s ã o lo n g a . G era lm en te, um cabo tem uma
im p ed ân cia de s u r to de aproxim adam ente 1/10 da im p ed ân cia de
s u r to de uma lin h a a é r e a e a v e lo c id a d e de viagem é de a p ro ­
ximadamente 1/2 em r e la ç ã o a e s t a mesma lin h a . Se o cabo
c u r to tem um tempo de viagem t o t a l de A t, o diagram a em t r e ­
liç a s do problem a pode s e r tra ç a d o como m ostra a figu ra 7.06.
O b s e rv e -s e q u e, se a v e lo c id a d e menor do cabo fo s s e le v a d a
em c o n ta somente p a ra uma v a r ia ç ã o na d e c liv id a d e do ramo do
d ia gra m a , como o c o n c e it o o r i g i n a l s u g e r iu , a d e c liv id a d e na
lin h a a é re a e no cabo ir ia m d i f e r i r de 2 p a ra 1. P ara adap­
t a r tudo em apenas um d ia gra m a , p o d e -s e aumentar a r t i f i c i a l ­
mente o com prim ento do cabo (no tr a ç a d o do diagram a em t r e -
l i ç a ) , re p r e s e n ta n d o -o com duas v e z e s o seu com prim ento r e a l.
Se i s s o é f e i t o , a d e c liv id a d e do ramo s e r á a mesma que a da
seçã o do cabo e a da lin h a .
O b s e rv e -s e q u e, â medida que a onda v i a j a p a ra a
fr e n te e p a ra t r á s , ao lo n g o da seçã o do ca b o , ondas s u c e s ­
s iv a s são gera d a s e v ia ja m ao lo n g o da lin h a . Supondo a on­
da que chega como um d egrau u n i t á r i o , será p o s s ív e l c a l­
c u la r a te n s ã o na e x tre m id a d e a b e r ta do cabo. Uma t a b e la p o­
de s e r c o n s tr u íd a p a ra os v a lo r e s do ramo do diagram a em tr e ­
liç a s (v e r a T a b e la 1 ) . E s te s v a lo r e s e s t ã o p lo ta d o s na f i ­
gu ra 7 .0 7 .
Os r e s u lt a d o s na f i g u r a 7.07 mostram g r a fic a m e n te
a i n f l u ê n c i a do cabo c u r to na e x tre m id a d e de uma lin h a de
tra n s m is s ã o lo n g a . O b s e rv e -s e que somente uma onda que ch e­
ga é m ostrada n e s te te r m in a l (v e r f i g u r a 7.06). Is s o é p o r ­
que a lin h a a é re a ê lo n g a e as ondas m ú lt ip la s r e s u lt a n t e s ,
a p a r t i r do cabo c u r t o , não v ia ja r a m p a ra a e x tre m id a d e mais
d is t a n t e que r e f l e t i u e r e to r n o u . A onda o r i g i n a l que chega
fo i um degrau u n i t á r i o e os r e s u lta d o s da f i g u r a 7. 07 mos­
tram que a f r e n t e de onda é re ta r d a d a ou in c lin a d a c o n s id e -
r a v e lm e n t e . Se a onda o r i g i n a l c h e g a r em uma lin h a com e x ­
trem id ad e a b e r t a , em v e z de no cabo c u r t o , a onda d u p l i c a r á .
Quando o cabo c u r t o é i n c l u í d o no prob lem a, a onda de t e n ­
são ainda d u p l i c a r á , porém l e v a r á 28 ( t) tempos de viagem
do cabo c u r t o (v e r fig u ra 7 .0 7 ).

Linha aerea 1—I—f> ^


Graficamente 2 vezes o
comprimento do cabo.

Diagrama em t r e l i ç a s de uma l i n h a term in ad a em cabo


F ig . 7.06
TABELA 1

TENSÃO NA EXTREMIDADE DO CABO

Soma
cu m u la tiva
t A 2A de 2A

0 (i+ k j) = Yi = 0,182 0, 364 0, 364


, 2 18 = 0,149
2At 0, 298 0,661
k2 X ll ~ 121
4At k x « = = 0,1215 0,243 0,905
2 121
6At k2 x 0,1215 = 0, 0995 0,199 1,104

8At k2 x 0,0995 = 0, 0814 0,1628 1,267

lOAt k2 x 0, 0814 = 0, 0665 0,133 1,40

12At k2 x 0,0665 = 0,0544 0,1088 1,51

14At k2 x 0,0544 = 0, 0445 0,089 1,598

l6 A t k2 x 0,0445 = 0,0364 0,0728 1,670

18At k2 x 0,0364 = 0, 0298 0,0596 1,73

20At k2 x 0,0298 0,0244 0, 0488 1,779

22At k2 x 0, 0244 0,0199 0,0398 1, 819

24At k2 x 0,0199 = 0,0163 0,0326 1, 851

26At k2 x 0,0163 ‘ = 0, 0133 0, 0266 1,878


2,0

1,8

J
1,6 J

1.4»

1. 2 »
M agnitude

1,0 »

0,8»

Teoria das Linhas de Transmissão II


0,6 »

0 ,4 »

0,2 »

-4- -+■ ■H------- H------ 1


--------1--------1
----------1

2 4 6 8 I0 I2 I4 !6 I8 20 22 24 26 28

Tempo, em unidades A t
III. mEtodo do r e g i s t r o em t a b e l a

O diagram a em t r e l i ç a s é la rga m en te usado e ê uma


t é c n i c a im p o r ta n te no c a l c u l o dos problem as de t r a n s i t ó r i o s .
O diagram a em t r e l i ç a s é de p a r t i c u l a r a ju d a quando as . im-
p e d â n c ia s t e r m in a is são to d a s r e s i s t i v a s , porque a m agnitu­
de da onda, em q u a lq u e r ramo da t r e l i ç a , pode s e r o b t i d a por
sim p le s m u l t i p l i c a ç ã o . Mas, quando as im pedân cias t e r m in a is
in clu em in d u t o r e s ou c a p a c i t o r e s , os c o e f i c i e n t e s de r e f l e ­
xão são fu n ções de " s " ou, em o u tr a s p a l a v r a s , são equações
d ife re n c ia is . Assim , as r e f l e x õ e s m ú l t i p l a s são m elhor d e s ­
c r i t a s p o r equações d i f e r e n c i a i s complexas e o diagram a sim­
p l e s esp a ço-tem p o p e rd e um pouco de sua c l a r e z a .
Também a execu çã o do método do diagram a pode não
s e r completamente c l a r a , quando comutações são e x e c u ta d a s na
rede. O problem a é , b a s ic a m e n te , a v a r i a ç ã o do c o e fic ie n te
de r e f l e x ã o na l o c a l i z a ç ã o do comutador em um c e r t o p on to no
tempo, durante a s o lu ç ã o . Se os ele m e n to s t e r m in a is são t o ­
dos r e s i s t i v o s , ê r a z o á v e l usar o método do diagram a em t r e ­
liç a s ; porém, se os e le m e n to s do t e r m in a l são de armazena­
mento de e n e r g i a , o problem a é , novam ente, com plexo. Tudo
is to t o r n a - s e a in d a mais d i f í c i l quando são c o n s id e r a d o s
problem as p o l i f ã s i c o s .
O método do c i r c u i t o e q u i v a l e n t e , d e s c r i t o na Se­
ção IV do C a p í t u l o 6, pode s e r usado em problem as com plexos
e, âs v e z e s , pode s i m p l i f i c a r a s o lu ç ã o . Quando é usado e s ­
t e m étodo, a d e s c r i ç ã o espaço-tem po do problem a pode s e r mais
fa c ilm e n te adaptada usando-se o método de r e g i s t r o em t a b e ­
la . Mas, p r i m e i r o , c o n s id e re -s e o c i r c u i t o e q u iv a le n te de
duas l in h a s t e r m i n a i s . D eve-se lem b rar que, no C a p ít u lo 6,
só um t e r m in a l de l i n h a f o i d i s c u t i d o . O e q u iv a le n te corres­
pondente a d o is t e r m i n a i s de l i n h a é m ostrado na fig u ra
7 .0 8 .
O b s e r v e - s e q u e , no c i r c u i t o e q u i v a l e n t e , a te n s ã o
i n t e r n a p a ra o t e r m i n a l 1 ê 2Eva ^, onde v ^ é a te n s ã o p r o -
v in d a do t e r m in a l 2, is to ê, re fle tid a a p a r t i r do t e r m in a l
2. No c i r c u i t o e q u i v a l e n t e não e x i s t e um p on to e x p l í c i t o no
q u a l a te n s ã o r e f l e t i d a ê dada; e s t a deve s e r c a l c u l a d a a
p a r t i r da te n s ã o t e r m in a l e da que c h e g a , como f o i d i s c u t i d o
no C a p í t u l o 6.

Resistor do fonte -Terminol de linha 1 Terminal de linha 2


r
l
i
t
i Carga no terminal
I receptor
chave

Lin h a ae d o is t e r m in a is
F ig . 7 . 0 8 (a )

C ir c u ito e q u iv a le n te da l i n h a de d o is t e r m in a is
F ig . 7.0 8 (b)

Av
re fle tid a ^Vt e r m in a l ^Vchegando

Ai
re fle tid a ^ t e rm in a l ^chegando

No c a p í t u l o a n t e r i o r , a te n s ã o r e f l e t i d a fo i de­
f i n i d a em term os das te n s õ e s t e r m in a is e chegando, enquanto
que aqui a v a r i a ç ã o na te n s ã o r e f l e t i d a ê c a l c u l a d a como a
d i f e r e n ç a e n t r e a v a r i a ç ã o na te n s ã o t e r m in a l e a v a ria ç ã o
na que chega* I s s o é meramente um meio de d i z e r que a s u p e r­
p o s i ç ã o se a p l i c a n e s t e c a s o . Isto é, se algumas ondas jã
e x is tia m a n tes, a s o lu ç ã o p a ra q u a is q u e r d e l a s , r e f l e t i d a ou
te rm in a l, r e s u l t a n t e s de uma nova onda que chega ou de co­
mutação, pode s e r c a l c u l a d a in d e p e n d e n te das que chegaram
a n t e r io r m e n t e * E ste c o n c e i t o ê também ú t i l no c a l c u l o de pro­
blemas de chaveam ento, e s p e c ia lm e n t é quando c o n d iç õ e s in i­
c ia is d ife re n te s de z e r o e x is t e m na l i n h a de tra n s m is s ã o .

A . Um exemplo de c á l c u l o , usando o c i r c u i t o e q u i v a l e n t e

C onsiderando o c i r c u i t o da f i g u r a 7.08 com igual


â te n s ã o u n i t á r i a e sem ten sã o i n i c i a l na l i n h a , p o d e -s e e -
xaminar o que a c o n te c e quando a chave é fe c h a d a . P ara i s t o ,
d e v e - s e c o n s i d e r a r o c i r c u i t o e q u i v a l e n t e somente na e x t r e ­
midade da f o n t e , m ostrada na f i g u r a 7 .0 9 .

Terminal de linha 1

C i r c u i t o e q u i v a l e n t e da e x tre m id a d e tr a n s m is s o r a
F ig . 7.09

Supondo R=zc / p o d e - s e , fa c ilm e n te , c a lc u la r a va­


r i a ç ã o na te n s ã o t e r m i n a l , a q u a l é i g u a l â te n s ã o t e r m i n a l :

A T x 1,0 = 0, 5 (7 .0 4 )
T R + Z,

Portan to, a te n s ã o r e f l e t i d a ê a q u e la que d e i x a um dos t e r ­


m in ais da l i n h a em d i r e ç ã o ao o u t r o e que pode s e r o b tid a
usando-se a equação (7 .0 4 ).

Av = Av - Av
r T a (7 .0 5 )
= 0, 5 - 0 = 0, 5

Assim , uma te n s ã o i g u a l a 0,5 p .u . v i a j a ao lo n g o da l i n h a .


Quando a onda c h e g a r na e x tre m id a d e mais a f a s t a d a , o mesmo
p ro c e d im e n to é usado, porém, agora, a fo n te e x c ita d o ra ê a
te n s ã o que ch ega , como m ostrado na f i g u r a 7 .1 0 .
2 va
x

C i r c u i t o e q u i v a l e n t e da e x tre m id a d e r e c e p t o r a
F ig . 7.10

Supondo, novamente, = Z , a te n s ã o t e r m in a l pode s e r cal­


cu lad a d ir e t a m e n t e , a p a r t i r do c i r c u i t o

r l
““ 2 x 1^ 0 - 0,5 (7.06)
c L

A onda r e f l e t i d a é , e n tã o c a l c u l a d a como:
Av = Av - Av
r i a
(7 .0 7 )
= 0,5 - 0,5 = 0

Assim , v ê - s e que não e x i s t e onda r e f l e t i d a na e x tre m id a d e re­


c e p t o r a da l i n h a . I s t o d e v e r i a s e r e s p e ra d o le v a n d o - s e em
co n ta o c o e f i c i e n t e de r e f l e x ã o :

R - Z
r - R + zc =■ ° ( 7 - o8 >
c

E p o s s í v e l f a z e r um e s b o ç o da onda v i a j a n t e em vá­
rio s i n s t a n t e s de tempo. C onsiderando o tempo de viagem da
l i n h a como o tempo base T ( i s t o é , T = tempo p a ra a onda via­
j a r de uma e x tre m id a d e da l i n h a a o u t r a ) , e n t ã o , pode-se plo-
t a r a te n s ã o ao lo n g o da l i n h a a cada i n s t a n t e .

Na F ig u r a 7.11 pode-se ver que a onda de te n s ã o v i a ­


j a ao lo n g o da li n h a e que não o c o r r e te n s ã o r e f l e t i d a na
e x tre m id a d e 2, de modo que a te n s ã o não v a r i a p a ra q u a lq u e r
tempo T^, d e p o is de t=^T.
tensão zero
Poro t 5 0 1 - ■ - i
2
0.5— .
t “ +At
1A t X ^ 2

t = T /2 Q5------------------------------------------
1
1
r ........................................... . "■ X m 2
T/2
-1
II
C+

0,5------------------------------------------

1 2

t = T+ T n as--------------------------------------------------------------1
t 2
Fig. 7.11

B. Método organizado

Se o problema fosse estabelecido de ta l maneira


que o coeficiente de reflexão não fosse zero, o processo des­
c rito acima poderia ser continuado até a duração do proble­
ma. Mas, se isto fosse fe ito de uma forma in tu itiv a , o pro­
blema rapidamente se tornaria bastante confuso. Um método de
re g istro em tabela resu ltará em um tratamento mais ordenado.
Uma revisão do exemplo anterior indicará duas coi­
sas: 1) a l i s t a de valores necessários no cálculo e 2) os
pontos discretos de tempo, nos quais os cálculos são feitos.
Valores usados no cálculo:

van = tensão que chega na extremidade n da linha;

2Ev = duas vezes a soma de todas as tensões anteriores


chegando na extremidade n da linha;
v,pn = tensão terminal calculada no circu i to equivalente ;

vrn = tensão r e fle t id a desde a extremidade n da linha.

Pontos do tempo requeridos no cálculo:


- O câlcülo da tensão terminal é executado cada T,
onde T é ig u a l ao tempo de viagem da linha.
* O cálculo pode ser dividido em duas partes:
a) O instante antés da onda chegar, quando v é somado
ct
em 2 I v .
a
b) O in s t a n t e apõs a onda c h e g a r , quando a equação do
c i r c u i t o é r e s o l v i d a e Av é c a l c u l a d o .
r
A gora é p o s s í v e l f a z e r uma t a b e l a de tod os os v a ­
l o r e s n e c e s s á r i o s para c a l c u l a r as ondas v i a j a n t e s num s i s ­
tema. Uma t a b e l a s i m i l a r à f i g u r a 7.12 ê s a t i s f a t ó r i a para
os p r o p ó s i t o s de c a l c u l o e e n e c e s s á r i a em cada t e r m in a l da
li n h a .
2cn
vTn — WVSA/---- j

Ò 2 1 von
I^Nl

Tempo
CM

>

>

v Tn vm
o

c
o

T - 0 2A A
T + 2A A

Formato t a b u la r p ara uma e x tre m id a d e de lin h a


F ig . 7.12

Os i t e n s i n s e r i d o s são para um t e r m in a l a b e r t o em
"n ". Assim , v ê - s e que A é a te n s ã o que chega e produz a r e ­
s u l t a n t e te n s ã o i n t e r n a 2A. E n tão, d i v i d i n d o o problema, con-
c e i t u a l m e n t e , em tempos, v ê - s e que em T+ a te n s ã o t e r m in a l
v a i a 2A e a d i f e r e n ç a e n t r e a te n s ã o t e r m in a l em T- e T+ ê
a v a r i a ç ã o d e s ta e é usada p ara c a l c u l a r a te n s ã o r e f l e t i d a
A, mostrada na t a b e l a . A q u i, a d i v i s ã o do tempo nas partes
T - e T+ não tem im p o r tâ n c ia f í s i c a , mas ê uma c o n v e n iê n c ia
que p e r m ite a ta b u la ç ã o de ambas "v^ a n t i g a " e "v^ nova" pa­
ra uso no c á l c u l o da te n s ã o r e f l e t i d a .
Se f o r usado o form ato t a b u l a r p ara r e s o l v e r opro-
blema do exem plo da " s e ç ã o A" acim a, s e r á n e c e s s á r i o t e r - s e
uma t a b e l a p a ra cada t e r m in a l de l i n h a . 0 passo de tempo pa­
ra e s s e problem a pode s e r o tempo de viagem da li n h a (T ). A
t a b e l a p a ra e s s e exemplo é m ostrada, completamente p r e e n c h i ­
da, na f i g u r a 7 .13. Os r e s u l t a d o s d essa f i g u r a podem s e r com­
parados com os da f i g u r a 7 .0 9 .
Tempo 2 ) v v v 1 2
| - T, Z_ ai at ri j VT 2 I Vo2 Va 2 Vr2
1
0 -
! 0 0 0 0 I 0 0 0 0

0 + | 0,5 0,5 j-
1
T - 1 1.0 0,5
1
1
T -1- 1 0 ,5 0
1

Forma t a b u l a r para o exemplo em A acima


F ig . 7.13

E sta é uma t a b e l a mais d e ta lh a d a e , à medida que


problem as e s p e c í f i c o s são t r a b a lh a d o s , s i m p l i f i c a ç õ e s pode­
rã o s e r f e i t a s . P or ex em p lo , s e r i a p o s s í v e l e l i m i n a r as f i ­
l a s du ais T+, T- e s u b s t i t u í - l a s p e l a f i l a T. Se i s t o fo s s e
fe ito , não se p e r d e r i a nenhuma in fo r m a ç ã o , porém, o c a l c u l o
da te n s ã o r e f l e t i d a não s e r i a tã o c l a r o .
Também ê p o s s í v e l m is t u r a r o c a l c u l o do c o e fic i­
e n te de r e f l e x ã o , em uma e x tre m id a d e da l i n h a , com o c a l­
c u lo do c i r c u i t o e q u i v a l e n t e , na o u t r a e x tr e m id a d e . Isso po­
de s i m p l i f i c a r o problem a de r e g i s t r o e r e d u z i r ao mínimo a
q u a n tid a d e e s c r i t a no p a p e l .
P ROBLEMAS - RELAÇÕES FUNDAMENTAIS

Problema 7.1 - Quais são os v a l o r e s típ ic o s de v e para


lin h a s a é re a s e cabos s u b te r r â n e o s (c o n s id e ­
r a r apenas o caso m o n o fá s ic o ) ?
S o lu ç ã o : As c o n s ta n te s de lin h a s a é re a s foram c a lc u la d a s no
C a p ít u lo 1, Problem a 1 .4 . Para uma lin h a de 12 me­
tro s (40 p és) de a l t u r a , com um r a i o con du tor de
2,5cm (1 p o l e g a d a ) , os r e s u lt a d o s foram:

L = Kj Jtn — = 0, 3218 x 10 x 6, 88 = 2, 21 x 10* H/milha

c _ K2 _ 0,0895 x 10"6
0,013 x 10-6 farad/inilha
^ n 2h (>,88
r
No Problem a 1 . 7 , a im pedância de s u r t o f o i dada como:

t = r = 60 x 6, 88 = Ul3 ohms

A v e lo c id a d e f o i dada como:

1 1 1

o o
* /n —
ou
V =
y K jK 2 V 0, 3218 x 10-^ x 0, 0895 x 10-6
1
= 186,000 m ilha/s
5,37 x IO”6

As mesmas c o n s t a n t e s podem s e r c a lc u la d a s p a ra um
cabo s u b t e r r â n e o . C a l c u l a r as c o n s ta n te s para um condu tor de
r a i o de l,2 5 cm (0 ,5 p o le g a d a s ) com o r a i o e x t e r i o r do c i­
l i n d r o c o a x i a l de 3,75cm (1 ,5 p o l e g a d a s ) . Também suponha-se
a c o n s t a n t e d i e l é t r i c a r e l a t i v a de i s o l a ç ã o do cabo i g u a l a
5 (e r = 5 .0 ).
Assim , o termo l o g a r í t m i c o é
= / n 3 = 1,10
O, 5

A indutância e a capacitância do cabo podem ser calculadas,


diretamente, como:

L = Kj A | = 0, 3218 x lO -3 x 1,10 = 0,354 x 10"3


henry/milha
a» _ 5 x K2 5 x 0,0895xl0‘ 6 „ _-6 ,
C -------- — - -------:—rr---------- = 0,406x10 farad/ milha
/n ^ X»10
r
A impedância de surto pode ser calculada, usando-
se o Problema 1.7, se fo r incluída a constante d ie lé tric a
re la tiv a .
1 r ? o f R 60 a R
= TF ÍI To T r /n r =
/n
^ 7
60
Z = ----- x 1,10 = 29, 5 ohms
YB

Analogamente, a velocidade de viagem pode ser calculada como


acima:
__________1________ v espaço livre vespaço livre
V5
£o f r
espaço livre
= ---- ------------ = n 447 v
2,237 * espaço livre

Comentário: A relação geral entre as constantes para linhas


aéreas e para cabos podem ser v istas a p a r t ir dos
valores acima.

CABO LINHA AÉREA RELAÇÃO CfíBO-LINHA

c 0,406x1o-6 F/milha 0,013x10 6 F/milha 0,406x1o"6


= 31,2
0,013x1o"6

L 0,354x10 3 H/milha 2,21xl0-3 H/milha 0,354xl0-3 1


2,21 xlO-3 6,25
Z 29,5 n 413 Ohms 29,5 1
c 413 14
V 0,447 v
espaço livre vespaço livre 0,447

O uso destes valores re la tiv o s à uma base por milha, é mais


conveniente quando se trabalha em problemas que envolvam car
bos.
Problem a 7.2 - Qual é a r e l a ç ã o «e n t r e os parâm etros Zc , v , L ,
C e At que descrevem uma l i n h a de transmissão.
S o lu ç ã o : Qualquer l i n h a de tra n s m is s ã o sem perd a s pode ser
com pletam ente d e s c r i t a p o r L e C, a p a r tir dos q u a is
p o d e -s e c a l c u l a r v e Z .
c
1
v = -------
VLc

O tempo de via gem p a ra a l i n h a A t , é o b t i d o d iv i-


0
d in d o - s e o comprimento p e l a v e l o c i d a d e : At = —

A n a loga m en te, p o d e r - s e - i a e s p e c i f i c a r Zc e v, e , a p a r tir dis­


to , c a l c u l a r L e C. R e s o lv e n d o as duas equ ações acima p a ra
L e C, o b té m -s e : 2 1 L
v =
LC C

c =
z2
C

2
z2
C
Z
v = ou c
L =
D V

L = C Z2
C

1
v = OU c = — ---
2 2 v Z
C Z c
c
A p a r t i r d e s t e s r e s u l t a d o s p o d e -s e f a z e r compara­
ç õ es e n t r e as c a r a c t e r í s t i c a s de cabos e de. li n h a s aéreas.
Se a im p ed ãn cia de s u r t o de um cabo ê aproximadamente 0,1
v e z e s a im pedãn cia de s u r t o de uma l i n h a a é r e a e a v e lo c i­
dade de via gem de um cabo é aproximadamente 0,5 v e z e s a v e ­
l o c i d a d e em uma l i n h a a é r e a , q u a l d eve s e r a r e l a ç ã o en tre
a in d u t â n c ia e a c a p a c i t â n c i a do cabo e da l i n h a a é r e a .

Zcabo = 0 ,' 1 z l,i .n h, a

= 0,5 v . . ,
v cabo ' lin h a
z , o ,iz .. ,
cabo _ lin h a 1
L L
cabo 5 lin h a
cabo lin h a

A in d u t â n c ia do cabo deve s e r aproximadamente 20% da que é


p a ra a l i n h a a é r e a .

= 20 C
"cabo v i_*Z , 0,5v, . u -OjlZ... , lin h a
cabo cabo ' linha linha

C o m e n tá rio ; Esses c á l c u l o s permitem v e r i f i c a r a ordem r e l a ­


t i v a de magnitude dos termos c a lc u la d o s neste
p ro b le m a , com a q u e le s c a lc u la d o s no problem a 7.1.
A q u i, s u p õ e -s e as r e l a ç õ e s de v e Z no cabo e na
l i n h a e c a l c u l a - s e as r e l a ç õ e s c o r r e s p o n d e n te s
de L e C. Os r e s u l t a d o s mostram que se tem a o r ­
dem c o r r e t a da magnitude dos números. O bserve-
se que a im pedância de s u r t o m aior (1/10 em vez de
1/14) r e s u l t o u em uma r e l a ç ã o de L e C menor.
Um c o m e n tá rio pode s e r f e i t o , c o n s id e r a n d o - s e o
tempo de viagem da l i n h a . Se uma l i n h a tem o
comprimento de l,6km (uma m i l h a ) , o tempo de v ia ­
gem p a ra e l a é
1 m ilh a
At = = 5,37 x IO-6 s
186.000 m ilh a/ s
= 5,37 m icrossegu n dos

E s te tempo de 5,37 m icrossegu n d os p o r l,6km (uma m ilh a ) é


fr e q ü e n te m e n te dado em m icrossegundos p o r 1.000 pés ou pé por
m icro ssegu n d o .
5,37 JJl s/m ilh a
At 1 ,0 1 5 .x 10 ys/pé
5.280 p e/ m ilh a

I s s o também pode s e r e s c r i t o como:

At = 1,015 nanossegundos/pé
A v e l o c i d a d e é aproximadamente 1 pé/nanossegundo ou 1.000
pés/ns.
Problem a 7.3 - D i s c u t i r as r e l a ç õ e s de e n e r g i a em uma l i n h a
de tra n s m is s ã o e r e l a c i o n á - l a s ao problem a da
onda v i a j a n t e e às c o n s t a n t e s da l i n h a .
S o lu ç ã o : A e n e r g i a pode s e r medida em w a tt-s e g u n d o s e pode
s e r c a lc u la d a i n t e g r a n d o - s e o p r o d u t o , e *i,e m r e ­
l a ç ã o ao tempo, t .

E = e •i dt

C on sideran do uma l i n h a de tra n s m is s ã o como mostrada a b a ix o :

aberto

E •

I
Im pedância de s u r t o da l i n h a = Z
Gonprimento da linha = í. em milhas
V e lo c id a d e da onda = v
Quando a chave é fe c h a d a , uma onda de te n s ã o v i a ­
j a r á ao lo n g o da l i n h a , chegando ã e x tr e m id a d e o p o s ta e a
onda r e f l e t i d a v i a j a r á de v o l t a em d i r e ç ã o à f o n t e . As on­
das de t e n s ã o e c o r r e n t e r e s u l t a n t e s podem s e r osboçadas pa­
r a d i f e r e n t e s i n s t a n t e s do tempo.

t
0

A t/2

At [— __ Jl E

2E

i - r -

2A t
O fluxo de energia na linha pode ser calculado u-
sando-se a in te gra l acima, onde

* •I
At = | = ^[milhas] x 5, 37 x IO-6

= y i x 5, 37 x 10 ^ s

A energia fornecida ao sistema, para os esboços a-


cima, pode ser calculada como:

Energia = Je.idt = e i • t

Tempo Energia to ta l
_ E A
0 E • —x 0 = 0

E A E2 /
At E *| xA t = %? ±
Z Z v

2At E- 2 *2 A t = 2 -J y

Essa energia poderia te r sido calculada usando-se a


forma de corrente na in te g ra l e os resultados teriam sido os
mesmos se fosse substituído acima E por ZI.
Tempo Energia
0 0
At I2Z ^
V

2At 2 I2Z ^
V
Qualquer destas duas formas representam correta­
mente a energia to ta l na linha de transmissão, em cada in s­
tante do tempo. A energia em uma linha também pode ser c a l­
culada, com relação às fórmulas capacitivas e indutivas nor­
mais .

Energia armazenada em uma indutância = LI


2
1
Energia armazenada em uma capacitância CV
2
P o r t a n t o , se forem conhecidas a c a p a c i t â n c i a e a in d u tâ n c ia da
l i n h a , p o d e -s e c a l c u l a r a e n e r g i a t o t a l como:
1 2 1 2
E n e r g ia = - ± - L I + CVZ

onde L e C são a in d u t â n c ia e c a p a c i t â n c i a t o t a l .
Essa ê uma e x p r e s s ã o completamente g e r a l para a e -
n e r g i a armazenada em q u a lq u e r rede c o n s t i t u í d a de in d u t o r e s
e c a p a c ito re s e é , também, v a l i d a p ara uma li n h a de tran s­
m issã o , onde a e n e r g i a m a gn ética é armazenada no campo mag­
n é t i c o em to r n o da li n h a e a e n e r g i a do campo e l é t r i c o ê a r ­
mazenada no sSeu campo e l é t r i c o . Usando as formas (v ,Z ) de L
e C, a equação da e n e r g i a pode s e r e s c r i t a como:

E n e r g ia - J1L z /_ 2 JL J _
2 v 2 vZ

s 1 l
2 v

Comparando essa equação com as duas formas des­


c rita s nas tabelas acima, é f á c il notar que 1/2 da energia
to ta l é armazenada no campo magnético f u zr e 1/2
- fl JL v21 L 2 V
armazenado no campo e le tric o — -=— .
^ V L J

Assim, no tempo At, a energia é armazenada no canço


magnético e no campo e lé t r ic o , com metade em cada campo. No
tempo 2At a corrente é zero e a energia to ta l armazenada na
linha ê o dobro daquela em At. Se a corrente é zero, a ener­
gia to ta l deve ser armazenada no campo e lé tric o .

Energia =

Agora V = 2E
Energia - jc <2E)2 2CE2

mas ^ l
° vZ
Energia

que é a mesma mostrada na primeira tabela acima.


PROBLEMAS - CÁLCULOS DE LINHA DE TRANSMISSÃO

Problem a 7.4 - O diagram a em t r e l i ç a s da F ig u r a 7.06 fo i u-


sado p a ra c a l c u l a r a i n f l u ê n c i a de um peque­
no comprimento de cabo na e x tre m id a d e de uma
l i n h a de tra n s m is s ã o lo n g a . Os r e s u l t a d o s es­
t ã o na F ig u r a 7 .07. Esses r e s u l t a d o s aparen ­
tam t e r a mesma forma de um aumento exponen-
c ia l. Supondo um aumento e x p o n e n c i a l , c a l­
c u l a r a c o n s ta n te de tempo do aumento. D is ­
c u t i r e s t a c o n s ta n te de tempo em r e l a ç ã o às
do c i r c u i t o .
S o l u ç ã o : A equação que produz um aumento de te n s ã o semelhante
à da F ig u r a 7.07 é :

v (t) = 2 (1 - e " a t )

onde — = c o n s t a n t e de tempo e , no ca s o de

^ = t, a função ê 2 *(1 -e

= 1.264

A magnitude da s o lu ç ã o ( F i g u r a 7 .0 7 ) é 1,26 e n t r e
8 e 10 A t . P ortan to, a c o n s ta n te de tempo é aproximadamente
9At e
1
a
9At

Se o cabo é de 60m e tem uma v e l o c i d a d e de viagem de õtv


Z cSpaÇO
,
a c o n s t a n t e de tempo aproximada pode s e r c a l c u l a d a .

Tempo de viagem no cabo = ZOOm/^s x^

= 150m/^M s

Um cabo de 60m tem um tempo de via gem de

60m
s = At
150m^ s = ° ' 4 /*
Esse aumento exponencial de tensão é, aproximada­
mente, o que se esperaria de uma linha de transmissão te r­
minada capacitivamente (ver Problema 6.13). Seria in teres­
sante c alcu lar a constante de tempo acima, convertendo-se
estas constantes do problema em constantes capacitivas do
cabo.

t = 9At =
ca
Mas v pode ser e sc rita em termos de capacitância do cabo e
da impedância de surto do cabo (usando a aproximação do Pro-
blema 7.2) .

C = capacitância do cabo por milha


Z = impedância de surto do cabo

Assim sendo

t ca 9JLCZ

mas JtC = capacitância to ta l do cabo

Z ( como mostrado na Figura


'linha 7.06)

Então vemos que


t 9 x CT x 10 Zlinha
9
~1Õ CTZlinha

Se a constante de tempo aproximada tivesse sido f i ­


xada em 10Át, e la s e ria ig u a l à constante de tempo inha

Comentário: Os resultados do Problema 6.13 mostram que a res­


posta para uma linha terminada em capacitor é
uma exponencial 2 ( l - e j . O cabo curto no fim de
uma linha de transmissão longa produz uma solu­
ção basicamente da mesma forma e a constante de
tempo desta solução ê quase igual àquela que se­
r ia obtida, considerando-se o cabo como uma ca­
pacitância concentrada.
Assim sendo, este problema mostra dois pontos im-
portantes:
1) Sob as condições do problema, o cabo curto po­
de r i a se r representado como uma capacitância
concentrada, especialmente se não se estiver in­
teressado na forma precisa da frente de onda.
2) Que tanto um capacitor como um comprimento
curto de cabo têm o e fe ito de inclinar a frente
de onda. Isto fo i apresentado aqui, detalha­
damente, para um degrau unitário,mas por com­
paração com o Problema 6.13, parece razoável
que a mesma conclusão se ja tirad a para qual­
quer onda subindo rapidamente como una rampa.
Problem a 7.5 - C a l c u l a r o aumento da te n s ã o na e x tte m id a d e
do cabo (como na F ig u r a 7.06) , p o rém r supo-
n ha-se, desta v e z . Z , = 1/2 Zn . , • o
' ' cabo lin h a
p ro p ó s ito ê a v a lia r o e f e i t o da magnitude da
im pedância de s u r t o .

S o l u ç ã o : P ara e s t a s c o n d iç õ e s , os c o e f i c i e n t e s de r e f l e x ã o
são (c o r r e s p o n d e n t e s à q u e le s m ostrados na F ig u r a
7.06) :

1_
*i 3

k
! ± 1
2 3
- 1

k +1
3

A t a b e l a de v a l o r e s c o r r e s p o n d e n te s é :

Soma
t A cu m u la tiv a
de 2A
2 _
0 0, 66 1, 333
3 =
2
2At 0,222 1,776
7 =
4At 0,0741 1,926
6At 0,0247 1,931
8At 0,00825 1,947
10A t 0,00273 1,945
Magnitude

Tempo, em unidadesAt

C o m e n tá r io : Mesmo p a ra a c o n d iç ã o da im pedância de s u r t o i -
g u a l à metade da im pedância de s u r t o da lin h a ,
a p a rece uma forma e x p o n e n c ia l na s o lu ç ã o , como
m ostrado no e s b o ç o acima. A aproxim ação com uma
c a p a c i t â n c i a c o n c e n tra d a não produz um resultado
tão s a t i s f a t ó r i o , porque a m aior p a r t e da s o l u ­
ção o c o r r e nos t r ê s p r i m e i r o s degraus acima e
to d a e s t a c a r a c t e r í s t i c a se p e r d e r á na a p ro x i­
mação da c a p a c i t â n c i a c o n c e n tra d a .
Se os e f e i t o s da f r e q ü ê n c i a r e l a t i v a m e n t e b a ix a
e s t ã o sendo e s tu d a d o s , a c a p a c itâ n c ia concen­
t r a d a pode a in d a s e r adequada. Se a f r e n t e da
onda f o s s e s u f i c i e n t e m e n t e le n ta , comparada com
a c o n s ta n te de tempo do c i r c u i t o , a c h a r-s e -ia
pequena d i f e r e n ç a e n t r e o e q u i v a l e n t e com con s­
t a n t e c o n c e n tra d a e a s o lu ç ã o c o m p le ta , c o n s i-
d e ra n d o -s e a s o lu ç ã o da onda v i a j a n t e . Os re­
s u lt a d o s d e s e n v o l v i d o s n e s t e problem a são p a ra
um degrau u n i t á r i o chegando, o q u a l , p o r d e fi­
n iç ã o , tem um tempo de e l e v a ç ã o r á p i d o .
Problema 7.6 - C a l c u l a r a c o r r e n t e a t r a v é s da c h a v e , quando
e s t a é fe c h a d a em uma l i n h a de tra n s m is s ã o
c u r t o - c i r c u i t a d a na e x tre m id a d e mais a f a s t a ­
da .
So l u ç ã o : O c i r c u i t o pode s e r desenhado como

Para a c o n d iç ã o de c u r t o - c i r c u i t o , o d e f e i t o pode s e r con­


s id e r a d o como sendo um t e r m in a l com um c o e f i c i e n t e de r e f l e ­
xão -1 p a ra a te n s ã o e +1 p a ra a c o r r e n t e . O c ir c u it o e q u i­
v a l e n t e p a ra a e x tr e m id a d e da f o n t e ê dado como:

A c o r r e n t e i n i c i a l a t r a v é s da chave é

onde 2Eva=0 d e v id o às c o n d iç õ e s i n i c i a i s n u la s .

Em um tempo i g u a l a 2 A t(d u as v e z e s o tempo de v i a ­


gem da l i n h a ) a te n s ã o que c h e g a , v , é i g u a l a ( - E ) , d e mo-
a
do que a nova c o r r e n t e é

Em cada i n t e r v a l o 2At s u c e s s i v o , a c o r r e n t e v a i s u b i r a 21.^

e a p lo ta g e m da c o r r e n t e s e r á :
Slj •

3Ir .

h
-I----- ^------ \
------ *- +■
2 4 6 8 IO

Tempo em unidadesAt

C o m e n tá r io ; A p a r t i r da s o lu ç ã o , v ê - s e que a c o r r e n t e c r e s ­
ce continuam ente como uma função rampa e s c a lo ­
nada. E s ta e l e v a ç ã o não a m o r te c id a da c o r r e n t e ê
r a z o á v e l p a ra um s is te m a sem p e rd a com fonte DC.
Os r e s u l t a d o s podem s e r comparados com a s o lu ­
ção que s e r i a o b t i d a p a ra o c i r c u i t o e q u i v a l e n t e
c o n c e n tr a d o . Se a l i n h a c u r t o - c i r c u i t a d a fo s s e
s u b s t i t u í d a p e l a in d u t â n c ia e q u i v a l e n t e da lin h a ,
a s o lu ç ã o da c o r r e n t e , a t r a v é s da c h a ve, s e ria
uma função rampa.

Curto

A d e c liv id a d e da rampa da c o r r e n t e , c a lc u la d a p a ­
ra e s te c irc u ito , s e r i a i d ê n t i c a à d e c l i v i d a d e media da on­
da de c o r r e n t e e s c a lo n a d a c a lc u la d a acim a, se f o r f i x a d o :
fcZ
L = — ( ver Problem a 7 .2 )
Problema 7.7 - C a lc u la r o s u r t o em uma li n h a de tra n sm issã o,
quando se fe c h a uma c h a ve, a t r a v é s de um r e -
s is to r. Suponha-se que a l i n h a é carregada
com -1 p . u . , enquanto que a f o n t e de te n s ã o
ê uma c o n s ta n te de +1 p .u .
So l u ç ã o : O diagrama do c i r c u i t o é m ostrado a b a ix o :

R T

1,0pu
I W W ------

O c ir c u it o e q u iv a le n te , da e x tre m id a d e da l i n h a com a chave,


pode s e r desenhado como a n t e s :

A te n s ã o i n t e r n a , in d ic a d a acima como E, deve s e r


c a l c u l a d a c o n s id e r a n d o - s e as c o n d iç õ e s i n i c i a i s . A ten sã o
do c i r c u i t o a b e r t o do e q u i v a l e n t e T h éven in ê i g u a l â c a rg a
armazenada na l i n h a (E = - 1 , 0 p .u . em t = 0 ) . N a tu ra lm e n te ,
a te n s ã o s e r á m o d ific a d a p o r duas v e z e s as ondas que chegam,
como ondas r e f l e t i d a s da e x tre m id a d e a b e r t a da l i n h a ; por­
tan to:

E = - 1 ,0 + 2 Z v
a
Se f o r f e i t o
R = Z , o f l u x o de c o r r e n t e e a te n s ã o t e r m i -
c
n a l v T podem s e r c a l c u l a d o s .

1, 0 = i (R + Z) - 1, 0
R = Z
2
z
A te n s ã o v T é , e n t ã o , ig u a l a zero

vT = 0

A te n s ã o r e f l e t i d a pode s e r c a lc u la d a como

Avr = A vt - Ava

= [o - ( - 1 ,0 ) ] - 0

= 1,0

Isto é, a v a r i a ç ã o da te n s ã o é de - 1 , 0 a 0, dando
uma Av^ de +1,0 p .u . Assim , uma onda de +1,0 p .u . v ia ja ao
lo n g o da l i n h a . O c o e fic ie n te de r e f l e x ã o da e x tre m id a d e a -
b e r t a da l i n h a é +1,0 de modo que a onda r e f l e t i d a a p a rtir
d e l a é +1,0 p .u . Num tempo 2At após o fecham ento da c h a v e ,a
onda +1,0 p .u . chega à e x tre m id a d e comutada da l i n h a , de ma­
n e i r a qu e, a g o ra E ê :
E = -1, 0 + 2 E v
3,

= - 1,0 + 2 (+ 1,0)

= - 1, 0 + 2, 0
= + 1 ,0

V ê - s e q u e, p a ra o c i r c u i t o e q u i v a l e n t e , a c o r r e n t e da chave
va i a zero.

A v a r i a ç ã o na te n s ã o t e r m i n a l é , a g o r a , de 0 a +1,0 p .u . e,
a ssim , a t e n s ã o r e f l e t i d a pode s e r c a l c u l a d a .

Avr = A vt - A v a

= + 1 ,0 - 1 ,0
= 0

P o r t a n t o , a te n s ã o r e f l e t i d a é z e r o . Is t o d e v e ria s er espe­
rado p a ra R=Z, r e s u l t a n d o em um c o e f i c i e n t e de reflexão nulo.
C o m e n tá rio : A s o lu ç ã o pode s e r v i s t a mais c la r a m e n t e ,a p a r ­
tir de um esb o ço com v á r i o s i n s t a n t e s de tempo.

E
w w - Carregado com -1? 0 pu

0
-1,0

A t/2
- 1,0

At ‘ c
+1, 0 I r-

« , 0r
CAPÍTULO 8

ONDAS V IA JA N TES PO LIFÁSICAS

I . INTRODUÇÃO

0 c á l c u l o de t r a n s i t ó r i o s ou s u r t o s em c irc u ito s
de tr a n s m is s ã o de p o t ê n c i a é g e ra lm e n te e x e c u ta d o na forma
m o n o fã s ic a . I s s o porque o c á l c u l o de t r a n s i t ó r i o s é um p r o ­
c e s s o t r a b a l h o s o e , p a ra r e d u z i r o e s f o r ç o n e c e s s á r i o , são
usados e q u i v a l e n t e s m o n o fã s ic o s . Mas, com o c r e s c e n t e uso
de computadores d i g i t a i s no c á l c u l o de t r a n s i t ó r i o s , o tra ­
b a lh o pode s e r r e d u z id o . D evido ao c o r r e n t e i n t e r e s s e no d e­
s e n v o lv im e n t o de programas de t r a n s i t ó r i o s p o l i f ã s i c o s em
computadores d i g i t a i s , d e v e - s e d ar alguma a te n ç ã o a e s t e pro­
blem a. Também é im p o r ta n te e s t a r c i e n t e das h i p ó t e s e s fe ita s
quando se e s tu d a um problem a p o l i f ã s i c o , numa forma monofá-
s i c a . A l g o sob e s t e a s p e c t o s e r á a p re s e n ta d o n e s t e C a p ítu lo .

I I . DESENVOLVIMENTO DAS EQUAÇÕES DE ONDA VIAJANTE POLIFÃSICA

As equ ações d i f e r e n c i a i s p a r c i a i s m o n o fá s ic a s f o ­
ram d e s e n v o l v i d a s no C a p í t u l o 6, usando-se os e q u iv a le n te s
d i s t r i b u í d o s L e C de comprimento Ax e , e n t ã o , tomando-se o
l i m i t e quando Ax -*• 0. E is as equações m o n o fá s ic a s da l i n h a
de t r a n s m is s ã o :
Al m Ri + L ai
dx àt (8 .0 1 a )

Jl av (8 .0 1 b )
Gv + C
à* àt

Um c o n ju n to sem elhante de equ ações pode s e r d esen ­


v o l v i d o p a ra a l i n h a de tra n s m is s ã o p o l i f ã s i c a . I s t o ê mais
fa c ilm e n te fe ito em nom en clatu ra m a t r i c i a l e , se os passos
do C a p ít u lo 6 forem s e g u i d o s , onde cada termo das equ ações
é uma m a t r i z , o b té m -s e , e n t ã o , o s e g u in t e c o n ju n to de equa­
ç õ es m a t r i c i a i s s im u ltâ n e a s .

4 r^ - HH * H # 3

& - MU ♦
onde
[v ] ê o v e t o r colu n a das te n s õ e s de c o n d u to r.
[i] é o v e t o r colu n a das c o r r e n t e s de c o n d u to r.
[ r ] é a m a t r iz quadrada da r e s i s t ê n c i a lo n g itu d in a l.
[ l ] ê a m a t r iz quadrada da in d u t â n c ia l o n g i t u d i n a l .
[ g] ê a matriz quadrada de elementos condutores em derivação.
[c] é a m a t r iz quadrada da c a p a c i t â n c i a em d e r i v a ç ã o .

Nessas c o n d iç õ e s , os ele m e n to s de [v ] e [i] são


as r e s p e c t i v a s te n s õ e s e c o r r e n t e s de c o n d u to r e s . N a tu ra l­
mente, a ordem dos e le m e n to s de ten sã o e c o r r e n t e deve s e r a
mesma; i s t o é , se o t e r c e i r o ele m e n to da colu n a da te n s ã o é
a te n s ã o p a ra o con d u to r n, o t e r c e i r o ele m e n to na colu n a da
c o r r e n t e deve s e r a c o r r e n t e p a ra o c o n d u tor n. Os elem en ­
t o s das m a t r i z e s [r ] , [l J, [g ] e [c] devem c o r r e s p o n d e r - s e n e s t a
mesma ordem, p a ra a d e s c r i ç ã o a p r o p r ia d a da l i n h a de t r a n s ­
m issã o , como f o i d i s c u t i d o no C a p í t u l o 3.
Esse c o n ju n to de equ ações s im u ltâ n e a s pode sertrans-
formado na equação d i f e r e n c i a l de segunda ordem, conhecida co­
mo a equação da onda v i a j a n t e no s e n t i d o m o n o fã s ic o . A equa­
ção d i f e r e n c i a l de segunda ordem da te n s ã o a p a rece a b a ix o .
CvD
3
3 x
4 - WWW ♦([»][*] *
(8.03)

Aqui é possível tomar a transformada de Laplace


da equação (8.03), resultando em uma equação d ife re n c ia l de
segunda ordem em x. A equação e a solução resultante em x é
mostrada:

W 2 [ v3 (8*o4)
onde
[ v j = [ v ( s , x ) ] = Transformada de Laplace da tensão

[ * ] 2 - [ [ R] [ = ] * s { [ R] [ c] ♦ H [ o] } * . , W [ c ] ]

A solução dà equação (8.04) é:

[vj - e' [a(s)J + e+ [ b ( s )] (8.05)

Aqui, ( B ( s ) ] e [ a ( s )J são vetores coluna que devem ser c a l­


culados para as condições de contorno. Ainda que a equação
(8.05) pareça bastante simples, é importante lembrar que es­
tá sob forma da transformada de Laplace, onde (xj ê uma ma­
t r i z quadrada contendo o parâmetro " s" .
Não há transformada inversa simples para ta l equa­
ção e um estudo dela mostra não haver, também, solução sim­
p les, mesmo para freqüência constante, is to é, quando jw é
substituído por s. Isto resu lta devido à forma acima da so­
lução da equação (8.05), in c lu ir o termo "e" elevado a um
expoente m atricial. Não existe uma interpretação c l a r a e d i­
reta para este problema, mas existem métodos matemáticos de
solução ut i l i z á v e i s . Se o problema é convertido a um pro­
blema de freqüência constante, a solução requer, em essên­
cia, achar os autovetores e autovalores da matriz [x]. Se
ta l procedimento fo r seguido para um grande número de fre-
qüências, a solução tra n sitó ria pode ser obtida através da
transformada de Fourier e sua inversa. Todo este problema é
bastante complexo e está sendo estudado agora,por muitos pes­
quisadores em todo o mundo. Nestas notas, nenhuma atenção
s e r ã dada no s e n t i d o de se o b t e r uma s o lu ç ã o g e r a l da equa­
ção da l i n h a de tra n s m is s ã o m u l t i f ã s i c a com p e rd a s .
Mas, se [ r] = [ g] = [o] , a s o lu ç ã o da equação (8.04)
pode s e r o b t i d a . O b s e r v e -s e qu e, usando os c o n c e i t o s de ma­
triz do C a p í t u l o 2, o p ro d u to

[L] [c ] = k xk2 [ l ]

onde [l] ê a m a t r iz i d e n t i d a d e

= 0,3218x10 ^ henrys/milha

= 0,0895x10 ® fa r a d s / m ilh a

P o d e -s e p r o v a r que a s o lu ç ã o c o r r e s p o n d e n te â equação (8.05) ê


- s / k , k 9 *x + s / k ,k 9 *x
[V ] ■= e • [a ( s ) ] + e * [B (s )] {8 06)
—g
onde e ^ ^ é um m u lt ip lic a d o r de cada elemento da
coluna e d e fin e a propagação e é o mes­
mo p ara cada condutor.

(a ( s ) ] e (b (s ) ] são v e to re s coluna da tensão em


cada condutor, as q u a is são de­
fin id o s p e la s condições de con­
torn o .

A p a r t i r d e sta s o lu ç ã o , p o d e-se v e r que a tensão


em cada condutor p ro p a g a -se sem d is t o r ç ã o e , em muitos a s ­
p e c to s, o problem a de um sistem a de "n" condutores s e rã a -
n ãlogo a "n" problem as m onofãsicos operando p a ra le la m e n te .
I s t o d e v e ria f i c a r evid en te o bservan d o -se que cada um dos
elem entos das m atrizes [a ( s ) ] e [b (s ) ] são m u ltip lic a d o s
por e /k^k^x, o q u a l o c a s io n a rá um deslocam ento ou a tra s o
no tra n sp o rte de cada uma das "n" funções de tensão da so­
lu ç ã o .
Uma s o lu ç ã o c o r r e s p o n d e n te p o d e r i a s e r o b t i d a pa­
r a as eq u a ções d i f e r e n c i a i s da c o r r e n t e que apresentem a
mesma forma da equação (8 .0 6 ); porém, n e s t e c a s o , as cons­
t a n t e s são d i f e r e n t e s . I s s o é m uito sem elhante ao caso mo-
n o fá s ic o .
(8 .0 7 )

Novamente, como no problem a m o n o fã s ic o , é p o s s í­


v e l o b te r a re la ç ã o e n tre as c o n s ta n te s das equações (8 .0 6 )
e (8 .0 7 ), i n s e r i n d o - s e e s t a s s o lu ç õ e s na equação ( 8 . 0 2 a ).T a l
p ro c e d im e n to pode s e r usado p ara m o s tra r que:

[ü (s)J = [ Z] ~ 1 [ a ( s ) ] (8 .0 8 a )

[ e ( s )J = - f 2] ’ 1 (8 .0 8 b )

onde [z] ■*" é a i n v e r s a de [z ]

[z] = { [ L ] [ c ] _ 1 } 1/2 = 6 0 [ a ]

onde a m a t r iz [a ] fo i d e f i n i d a no C a p ít u lo 3.

A m a t r iz [a ] contém os l o g a r i t m o s n a t u r a is das d is ­
t â n c i a s e n t r e os c o n d u to res e as im agens, como d e f i n i d o nas
equ ações (8 .0 4 ) e (3 .1 1 ). E s ta e x p r e s s ã o da m a t r iz impedân-
c i a de s u r t o ê v á l i d a p a ra o s is te m a sem p e r d a s , mas s e ria
bem mais complexa se as perd as fossem m antidas ha s o l u ç ã o .
A tra n s fo rm a d a de L a p la c e das ondas v i a j a n t e s são
dadas na equação (8 .0 6 ) e (8 .0 7 ). E stas equ ações de t e n s ã o e
c o r r e n t e podem s e r i n t e r p r e t a d a s como ondas d i r e t a s e in ­
versas, da mesma m aneira que no caso m o n o fã s ic o . Se os v e -
t o r e s - c o l u n a t iv e s s e m s i d o e s c r i t o s termo a term o , s e ria e -
v i d e n t e que cada onda de f a s e , ou de c o n d u to r , v i a j a s s e com
a v e l o c i d a d e da l u z , no caso de lin h a s a é r e a s . P o r exem p lo,
c o n s i d e r e - s e o p r i m e i r o termo da equação (8 .0 6 ) ( a componente
da onda d i r e t a ) , p a ra uma l i n h a de d o is c o n d u to re s .

( v ( s , x) ] d i r e t a = e ‘ S,'1< l1<2x C^ís) ] (8 .0 9 )

A g o r a , p a ra uma l i n h a de d o is c o n d u to r e s , e s t a equação t o r -
n a -s e
- 8./k, k" x
Vx(s,x) A l(s) e V 1 2 A1(s )
- s//k1k2 x
= e a
- f A x ., .
V2(s,x) a 2 ( s )^ e A2(s )
I s t o pode s e r e s c r i t o como duas equ ações s im u ltâ n e a s :

/ bV ^ 2 X
V ^ S jx ) Ax(s)
(8 . 11)
- *
V2(s,x) A ,(s)

Cada uma d e s ta s equ ações pode s e r , in d e p e n d e n te ­


m ente, tra n s fo rm a d a p a ra o dom ín io do tem po:

VjCtjX) = A1 (t - £) u (t - £)

V2(t,x ) • Ag (t - í ) H (t - £)
( 8 . 12)
onde
1
v “ —ZZZZT

N o te -s e que e são duas ondas d i r e t a s , uma em cada con­


d u to r , as q u a is v ia ja m com a mesma v e lo c id a d e , sem d is to r ­
ção ou a ten u a çã o .
P o r c o n v e n iê n c ia , n e s ta s n o ta s s e r á usada uma no­
ta ç ã o a b r e v ia d a , como f o i fe ito no C a p ítu lo 6 (equações (6.27)
e (6 .2 8 )). A equação (8 .1 2 ) será e s c r it a como
------ 1

V -^tjX )
a
____1

(8 .1 3 )

Usando e s t a n o m en cla tu ra , os r e s u lta d o s das equ ações ( 8 . 0 6 ) ,


(8 .0 7 ) e (8 .0 8 ) podem s e r e s c r i t o s como

[v] " M - M (8 .1 4 a )

(8 .1 4 b )
M - [* » ] * M

H - HM (8 .1 4 c )

onde
Kl - -MM ( 8 . 14d)

[v ] = é um v e t o r - c o lu n a das te n s õ e s

[i] = é um v e t o r - c o lu n a das c o r r e n t e s
= s u b s c r it o r e f e r e n t e a uma onda d i r e t a
r = subscrito referente a uma onda inversa
[z] = é uma matriz quadrada da impedância de surto

As equações acima são apenas um método convenien­


te de escrever equações matemáticas mais complexas. É bom
considerar cada elemento das matrizes-coluna acima, como
funções e , nos problemas de ondas simples, ta is como impul­
so, serão considerados como ondas diretas ou [ v ^ ].

I I I . COEFICIENTE DE REFLEXÃO POLIFASICO

O coeficiente de reflexão para o problema p o lif á -


sico , segue de perto o procedimento usado no caso monofási-
co. Porém, agora, a aritm ética deve ser executada na nomen­
clatura m atricial. Os casos simples da linha abertae curto-
circuitada não serão desenvolvidos aqui, porque os re su lta ­
dos podem ser deduzidos diretamente dos resultados do te r­
minal em re sistê n c ia . E su ficien te dizer que, para um te r­
minal com todos os condutores abertos, o coeficiente de re ­
flexão em cada condutor é +1 e, para um terminal com todos
os condutores c u rto -circu itad o s, o coeficiente de reflexão
em cada um deles é -1 .
Para achar a onda r e fle t id a , pode-se mostrar es-
quematicamente uma linha de "n" condutores e uma terminação
r e s is t iv a , onde todos os elementos são, agora, matrizes.

Vetor coluna dos ondas que chegam.

3 = ____________ /Term inal

T 7-
impedância de surto da linha descrita Terminação resistiva descrita
por uma m a triz [z] por uma matriz [R]
Um exem plo s im p le s , que to rn a o diagram a acima um
pouco mais f ã c i l de com preen der, é m ostrado na F ig u ra 8 .0 2 .

Terminal

O diagram a da F ig u r a 8 .0 2 , re d u z iu o problem a a.
um caso t r i f ã s i c o e i n c l u i uma term in a çã o r e s i s t i v a , so­
m ente. Em g e r a l , a im p ed ân cia te r m in a l pode i n c l u i r o a co ­
plam en to e n t r e fa s e s , as q u a is c o n t r ib u ir ia m p a ra os term os
f o r a da d ia g o n a l, na m a tr iz [r] .
As equ ações m a t r i c i a i s que descrevem a l i n h a , e-
quação (8 .1 4 ), devem s e r combinadas com as equ ações que d e s ­
crevem as c o n d iç õ e s t e r m in a is . A q u i, as ondas chegando se­
rã o r e f e r i d a s como ondas "a " e as ondas r e f l e t i d a s como on­
das " r " .

[VT] -

M ’ M + [ Vr ]

Substituindo (8 .1 5 b ) e (8 .1 5 c ) na (8 .1 5 a ) o b té m -s e :

K H vr ] - [ * ] [ * ] * ( [ ’.] ‘ I S ]}
Is o la n d o [ v &] e [v ^ ] ob tém -se

(8 .1 7 )
Pré-multiplicando ambos os lados por [ r] ^ tem-se:

{ f * ] ' 1 • W ' 1] H - - ( t 8] * 1 [ vr ] (8 - 18)


Resolvendo para fv 1

Assim, tem-se um coeficiente de reflexão p o lifã s ic o , o qual


é função da impedância terminal e da matriz da impedância de
su rto .
Coeficiente “1 , 'j
de reflexão - [ P ] - ( [ r] ' 1 * [ z ] ’ 1] [ [ z ] ' 1 - [ r] " 1] ( 8 ' 20)
polifásica

Ê interessante calcular este coeficiente de re­


flexão, para o caso do sistema de um condutor, onde a equa­
ção m atricial reduz-se a valores numéricos que podem ser
comparados com os resultados do Capítulo 6.

1 1
Caso monofásico Z “R ( 8 . 21 )

R -Z
R♦Z
Isso confere com a equação (6.44). A p a r t ir d aí,
vê-se a e s tre ita relação entre os problemas monofásico e po­
lif ã s ic o . Mais especificamente, vê-se que o problema mono-
fãsico é somente um caso especial do problema p o lifã s ic o .

IV. CIRCUITO EQUIVALENTE POLIFÃSICO DE UMA LINHA TERMINAL

Um circ u ito equivalente fo i desenvolvido para o


terminal da linha de transmissão monofãsica. Este circu ito
equivalente monofásico fo i interpretado como o equivalente
Thévenin, onde a impedância de entrada, ou impedância Thé-
venin, era a impedância de surto da linha e a tensão in te r­
na, ou a tensão equivalente Thévenin,era duas vezes a ten­
são que ch ega. E r a z o á v e l e s p e r a r que um proced im en to aná­
lo g o possa s e r usado para problem as p o l i f ã s i c o s . N este ca­
s o , d e v e -s e e s p e r a r que a ten sã o in t e r n a Th évenin s e ja uma
m a triz e tod a s as im pedâncias sejam m a t r iz e s , também. O p r o ­
cedim ento usado ab a ixo ê , b a sica m en te, o mesmo do caso mo-
n o fã s ic o .
A ten sã o te r m in a l pode s e r determ inada como a s o ­
ma das te n s õ e s d i r e t a e in v e r s a .

[vT] = ( v j + [vr ] (8 . 2 2 )

Usando a equação (8 . 1 9 ), ob têm -se:

W■M+ÍH'1+H'1}"1{W1•f0]"1} M

. { [ k] - 1 + | > ]- xy l { 0 ] - 1 4 2] ' 1 + [ 2] ' 1

M - { [ * ] M 2] T _ { [ 2] 1 « w
A g o ra , os term os [z] podem s e r c o lo c a d o s d e n tro da chave
in v e r s a ({ } tro c a n d o -s e a ordem da m u lt ip lic a ç ã o e in ­
v e r te n d o -s e os term os [z]

(8 .2 4 )

A q u i, tem -se um term o an á logo aos r e s u lta d o s do caso mono-


fã s ic o , ao menos, na medida que duas v e z e s a onda d i r e t a é
a função fo r ç a n t e da equação. Essa equação pode s e r c o n fe ­
r id a com os v a lo r e s m o n o fá s ic o s , comparando-se com os re­
s u lta d o s do C a p ítu lo 6.

1
2 v
z ! + i
(8 .2 5 )
R
cs 2 v
Z -*• R

E ste r e s u lta d o i d e n t i f i c a - s e com a equação (6 .4 6 ). Não ê e -


v id e n te que a equação (8 .2 4 ) possa s e r in t e r p r e t a d a oomo uma
m a tr iz ,o u como um d i v i s o r de ten são p o l i f ã s i c o ; mas, d e v id o
â o u tra s semelhanças com os re s u lta d o s m o n o fã s ic o s , v a le a
pena v e r i f i c a r , no s e n tid o p o l i f ã s i c o ou em um c i r c u i t o e-
q u iv a le n t e , a sem elhança com o c i r c u i t o e q u iv a le n t e m onofã-
s i c o . T a l c i r c u i t o é m ostrado na F ig u ra 8 .0 3 .

C ir c u it o e q u iv a le n t e onde
tod os os elem en tos são m a triz e s
F ig . 8.03

A equação da ten sã o p ara e s t e c i r c u i t o é

(8 .2 6 )

(8 .2 7 )

A ten são te r m in a l é , e n tã o , o b t id a :

(8 .2 8 )

Para c o lo c a r - s e [ r ] d e n tro da chave in v e r s a , r e q u e r -s e a i n ­


v e rs ã o de [ r ] e a t r o c a da ordem de m u lt ip lic a ç ã o .

(8 .2 9 )

Mas e ssa equação da ten sã o te rm in a l do c i r c u i t o e q u iv a le n t e


ê id ê n t ic a ao r e s u lta d o o b tid o para a extrem id a d e da lin h a
de tran sm issão , equação (8 .2 4 ). De modo que e s s e c ir c u it o
e q u iv a le n t e pode s e r usado da mesma m aneira que o c ir c u ito
e q u iv a le n t e m on ofãsico d e s e n v o lv id o no C a p ítu lo 6.
Esse método do c i r c u i t o e q u iv a le n t e é b a s ta n te v a ­
l i o s o p ara o caso p o l i f ã s i c o , p o is pode s e r usado em c o n d i­
ções d e s e q u ilib r a d a s , t a is como, chave fech ad a numa fa s e e
a b e rta n o u tra . £ n e c e s s á r io , apenas, c o n h ecer-se a ten são
T h êven in , ou do c i r c u i t o a b e r to , e a im pedância de s u rto da
lin h a . Ainda que não tenha s id o demonstrado a q u i,e s s e c ir ­
c u it o pode s e r usado para im pedâncias te r m in a is , in c lu in d o
in d u tâ n c ia s e c a p a c it â n c ia s . É n e c e s s á r io , apenas, con h ecer
a im pedância de en tra d a do sistem a como uma m a tr iz , Z (s ),
onde Z (s ) ê a tran sform ada de L a p la ce da im pedância de en­
tra d a da ca rga te r m in a l. O caso g e r a l ê m ostrado na F ig u ra
8.04.

F ig . 8.04

Se o c i r c u i t o e q u iv a le n te ê usado p ara c a lc u la r a
ten são te r m in a l, quando [v ^ ] é c o n h ecid a , s e rá necessário cal­
c u la r a lg e b ric a m e n te a ten sã o r e f l e t i d a .

(8 .3 0 )

E ste é , de n ovo, o p rocedim en to b á s ic o usado no caso do c i r ­


c u ito e q u iv a le n te m on ofã sico.
PROBLEMAS

Problem a 8,1 - M ostra r que o c o e f i c i e n t e de r e f le x ã o p o li-


f ã s ic o ê [ - l ] , quando a im pedância te rm in a l R
ê ig u a l a z e ro em cada fa s e . Usar a equação
(8 .20) .
S o lu ç ã o : O c o e f i c i e n t e de r e f le x ã o p o l i f ã s i c o , equação (8.20),

e [rj-íbr {[«r -H-1}


Para a con d içã o d e s te problem a, [ r ] = [o ] e não se pode i n ­
v e r t e r a m a triz [o ]. T o d a v ia , sabendo-se que:

[ * r w - m
p o d e-se e s c r e v e r o c o e f i c i e n t e de r e f le x ã o como:

TrJ-fHM*]-1}’1 W1Ht*r -H'1}


Tomando-se [ r] ^ e [ r ] d en tro das chaves

[r] +HH'1}"1{MM'1 -W]


mas, a g o ra , para [ r] = 0

- 1 0 0
0 -1 o
0 0-1
para o caso 3 x 3 ,

Assim , o c o e f i c i e n t e de r e f le x ã o é [- l]•
Problem a 8.2 - C a lc u la r a m a triz im pedância de s u rto para uma
lin h a de tran sm issão de d o is c o n d u to re s . Usar
uma con stru ção h o r iz o n t a l com uma separação
de 20 pês e h = 30 p és. Usar um condutor de
r a io de 1/2 p o le g a d a .
S o lu ç ã o ; A m a triz de im pedância de s u rto é :

2h
Zn 'ía
r
[ z ] ® 6o £ aJ «6o *12

Zn Zn
2h
d12 r

r in ■ -tn 1410 = 7,28


2 X 12

Í 2
Zn V ó o 220+ 20
= la . 3,17 - 1,15
d12

Logo:

7,28 1,15 U37 69


[ z ] « 6o ££ ohms
1*15 7,28 69 ^37

C om en tário: A im pedância de s u rto pode s e r usada d ireta m en ­


te no c á lc u lo de problem as de s u r to , se [i] é
co n h ecid o. Is to é, se i^ e i^ são c o n h e c id o s , as
ten sõ es co rresp o n d en tes e podem s e r c a l-

c u la d a s - [z ][i] - [v ]
V 1

V
H

Z12~
S3
_____ 1

Z21 Z22 V2
1

Z11 *1 + Z12 *2 " V1

Z21 *1 + Z22 i 2 = V2
Se as ten sõ es são con h ecidas e d e s e ja - s e c a lc u la r as cor­
r e n te s , o in v e r s o de [z ] deve s e r c a lc u la d o .

[z]-1 [r] - [l]


O in v e r s o da m a triz 2x2 de im pedância de s u rto pode s e r c a l ­
cu lado usando-se o re s u lta d o do Problem a 3 .1 .

Z22 ~Z12

“11 Z12 hl

A ( 1*37)2 - ( 6?)2 = 191 000 - 476o


Z11Z22’ Z12
= 1862 UO

a 0 , 00231+ - 0 ,000371 2,3^ -0,371


cs = 10 3
- 0 ,000371 0 , 000231+ -0,371 2,3^
Problem a 8.3 - C a lc u la r a ten são na lin h a de tran sm issão de
d o is con du tores do Problem a 8 .2 , se a c o r r e n ­
t e d i r e t a , em cada con d u tor, ê ig u a l a 1 am-
p êre.
S o lu ç ã o : Se a c o r r e n te d i r e t a é co n h ecid a , a ten são d ir e ta
pode s e r c a lc u la d a usando-se a equação (8 .1 4 c ).

*12 11 “12
M- MM-
“1 1

Z21 Z22 “21


“22

áDo enunciado
do problema

A m a triz im pedância de s u r to , no Problem a 8 .2 , ê :


- —

*6 7 69 1 506
V1

fc37 1 506
_V 2_ „ 69

Assim , a ten sã o em cada condutor é 506 v o l t s e para c o r r e n ­


te ig u a l, em uma lin h a h o r iz o n t a l, a ten sã o em cada condu­
t o r ê a mesma.

C om en tá rio: Se o problem a acima t iv e s s e s id o r e s lv id o para


uma lin h a de tran sm issão que não fo s s e de cons­
tru ç ã o h o r iz o n t a l, a ten são não s e r ia ig u a l nos
d o is co n d u to res. O b serve-se qu e, se o condutor
1 fo s s e mais a l t o que o condutor 2, o termo
s e r ia m aior que Z>22' Por(3ue s e r ia m aior que
^22' Por exemP l ° ' se a mat r i z im pedância de su r­
to fo s s e :
>
— 480 80
z
nova
80 440^

a ten são t e r i a s id o :

’V1 1+80 8o~ ~1~ 560


V2 80 1+1+0 1 520
_
Problem a 8.4 - C a lc u la r a ten são d ir e t a na lin h a de tr a n s -
m issão, como no Problem a 8 .3 , porem, n e s te
ca so , c o n s id e r a r somente uma c o r r e n te de 1
ampêre no condutor 1 e c o r r e n te 0 no condu-
t o r 2.
S o lu ç ã o : As equações são as mesmas do Problem a 8.3

**37 69 1 ^37
V1

V2 69 ^37 0 69

V ê-se que hã ten sã o em ambos os co n d u to res, para c o r r e n te em


um condu tor apenas.

C om en tário: O b serve-se que não se d is c u te como a c o r r e n te


e n tr a no con du tor 1, mas p o d e-se v e r que, se uma
onda d i r e t a i n i c i a numa lin h a , com a con d ição de
1 ampêre no condutor 1 e z e ro ampêre no co n d u --
t o r 2, e s ta s ondas de c o r r e n te e as ondas de te n ­
são a s s o c ia d a s , v^ = 437 e v^ = 69, v ia ja r ã o com
essa r e la ç ã o . Um esb oço da s o lu çã o pode s e r f e i ­
to .

'V ! = 437

*1 = 1
Condutor 1

V2 = 69

- ... — Condutor 2

E ste problem a m ostra que uma onda de ten sã o v i a j a


e s e r ia m edida, no con du tor 2, com um v o lt ím e t r o , ain da que
a c o r r e n te n e s te con du tor fo s s e z e r o . A ten são r e s u lt a do
acoplam en to, ou do f a t o de que hã c o r r e n te no condu tor 1.
Se f o r c a lc u la d a a e n e r g ia da onda v ia ja n t e no con­
d u to r 2, o b t e r - s e - ã

E n ergia v id t v x 0 x dt = 0

de modo que não h averã e n e r g ia v ia ja n d o no con d u tor.


Problem a 8.5 - Usar o c i r c u i t o e q u iv a le n te para o te rm in a l
de uma lin h a de d o is con du tores er c a lc u la r a
c o r r e n te i n i c i a l no te rm in a l quando uma cha­
ve ê fech ada no con du tor 1.
S o lu ç ã o ; O c i r c u i t o e q u iv a le n t e para a lin h a de d o is condu­
to re s ê :
Condutor 1

A c o r r e n te pode s e r c a lc u la d a , supondo-se uma fo n te de lOOv.


Se o c i r c u i t o é q u ie s c e n te , as ten sõ es in te r n a s são ambas 0,
de modo que se pode c a lc u la r a c o r r e n te no con du tor 1 d i r e ­
tam ente. Se f o r usada a form a da equação do Problem a 8 .4 ,
te m -s e :
i
1

i
2

Mas, se a chave no con du tor 2 e s t a a b e r ta , a c o r r e n te


Assim , tem -s e :
V *11 Z12 V zn ii
— cs

0 _Z12 i i_
V2_ _Z21 Z22

Mas, sabendo, dos dados do problem a, que v^ é 100v , p od e-se


c a lc u la r i ^ :

vi = zn i i

h - è ■™\= 0,2285

' -D o Problem a 8.1


Assim , a c o r r e n te a tr a v é s da chave ê 0,2285 ampéres.

C om en tário: A p a r t i r desse r e s u lta d o p od e-se c a lc u la r a te n ­


são no condu tor 2 como sendo:

v 2 = 2^2 = 69 X 0.2285 = 15.8 v o lt s

E sta s itu a ç ã o ê m uito sem elhante à con d ição do Problem a 8.4.


E x is te c o r r e n te somente num condutor e ten sã o em ambos. Ha­
v e r á uma ten sã o r e f l e t i d a ou r e fr a t a d a na lin h a que v i a j a r á
ao lo n g o d e la , lo g o após o fecham ento da chave. A onda que
v i a j a na lin h a s e r á exatam ente ig u a l à ten são te rm in a l (v e r
equação (8 .3 0 )).

C vl - M - h
= 0

Se f o r su posto que a onda r e f l e t i d a v i a j a no s e n tid o d i r e t o ,


p o d e r -s e -á e s b o ç á - la como a b a ix o :

v<| 2 10 0 v

ij 2 0,2285a
Condutor 1

I5 ,8 v

Condutor 2

Embora p a reça e s tra n h o s u r g ir ten são em um con du tor quando


a c o r r e n te ê z e r o , uma v e r i f i c a ç ã o pode s e r f e i t a , m u lt i-
p lic a n d o - s e as te n sõ es nos con du tores p or [ z] ^
r - -1 r

3 Z11 ^12 V1

i2 Z21 Z22 V2

Usando o in v e r s o de [z] do Problem a 8.1 e as te n sõ es d e s te


p ro b lem a , t e r - s e - ã :
I
i •H

2,34 -0 ,3 7 1 100 0,234 - 0,00585 0.2282


1—1

= 10 3 x
-0 ,3 7 1 2,34 15,8 -0,0371+ 0,0371 0
X2
_ -

E ste c a lc u lo c o n fe r e com a c o r r e n te c a lc u la d a a-
cim a, o que d e y e r ia a c o n te c e r , porque m u lt ip lic a r [ z] p or
[i] e [ z] ^ p or [v ] são duas m aneiras de fo rm u la r a mesma
in fo rm a çã o .
E ste problem a novamente e n f a t i z a o e f e i t o do aco­
plam en to, o q u a l deve s e r co n sid era d o em problem as de m u lt i-
c o n d u to re s .
Problem a 8.6 - C a lc u la r a ten sã o e a c o r r e n te em uma lin h a
de d o is c o n d u to re s , quando uma chave ê fe ­
chada em um d e le s e o o u tro é a te r r a d o .
S o lu ç ã o ; O c i r c u i t o e q u iv a le n t e para o problem a ê :

Aqui não hã ten sã o chegando, de modo q u e :

v n = v ~ = 0
al a2
Para essa c o n d iç ã o , te m -s e :

N este caso sa b e-se que v^ = v e v^ = 0 ; e n tã o , p o d e-se re­


s o lv e r para i^ e i^ a p a r t i r de
i
_______ i

V
<

Y i Z22 * " Z21


- t r Z11Z22 " Z12 0
<

“zi 2 Zn
co

i2
L J —
V» -- —>s
do Problema 8.2

M u ltip lic a n d o - s e e s t a equação obtém -se separadam ente:

1 (z22) V
“u

2 (-
Ti

Um exame mais profundo desse r e s u lta d o m o s tra ria


que a im pedância de s u rto e f i c a z do con du tor 1 com o condu­
t o r 2 c u r t o - c ir c u it a d o é :
V

ou

V
r z
e fe tiv o

Relembrando o C a p ítu lo 2, is s o ê basicam ente da mesma f o r ­


ma que a in d u tâ n c ia com um condu tor a te r r a d o .

C om en tário; S e, no te r m in a l da lin h a de tra n s m is s ã o , um con­


d u to r e s t i v e r a te r r a d o , a im pedância de s u rto e -
f i c a z do o u tro pode s e r c a lc u la d a usando-se a
mesma redução d e s e n v o lv id a p ara o caso in d u tiv o .
Is s o ê igu a lm en te v á lid o para um sistem a com "n"
con du tores onde as perdas são pequenas. Em um
sistem a de "n " co n d u to res, e s t e s podem s e r a t e r ­
rados da mesma m aneira como f o i d e s c r it o no Ca­
p í t u l o 5.
Problem a 8.7 - Usar os r e s u lta d o s do Problem a 8.4 para uma
onda chegando em uma lin h a a b e rta e c a lc u la r
a onda r e f l e t i d a . Usar o método do c ir c u ito
e q u iv a le n t e .
S o lu ç ã o : A ten sã o que chega é

va l ^37
=

o\
I-----

L .*
va2

e o c i r c u i t o e q u iv a le n t e ê

A ten são te rm in a l ê ig u a l a ten são in t e r n a :

TI
Qlk
M= T2
138

A onda r e f l e t i d a , equação (8 .3 0 ), é :

vr l
Blk ^37 ^39
J—
vr 2 138 69 69
- M

Assim , a ten sã o r e f l e t i d a é ig u a l à ten sã o que ch ega, como


se d e v e r ia e s p e r a r p a ra um te rm in a l a b e r to .
C om en tário: A c o r r e n te r e f l e t i d a é c a lc u la d a usando-se a e -
quação (8 .1 4 d )

M - - MM
OU

M - - O ] ’1 o ]
Mas o p rodu to de [v ] e [z] ^ f o i c a lc u la d o no Problem a 8 .5 e,
d e s te t r a b a lh o , p od e-se c o n c lu ir que a c o r r e n te a sso cia d a à
ten são é :

r*o - - r r N - -C l

Um esboço da solu çã o ê, e n tã o :

vr =437

Condutor 1

Condutor 2

Condutor 1
II

corrente = 0
Z _____ Condutor 2
CAPÍTULO

SURTOS DE DESCARGAS ATMOSFÉRICAS EM


LINHAS DE TRANSMISSÃO

I. INTRODUÇÃO

As d esca rga s a tm o s fé ric a s são uma das causas prin­


c ip a is de c o lo c a r fo r a de ação as lin h a s de tra n sm issã o . A
perform ance da d esca rg a a tm o s fé r ic a de uma lin h a de transmis­
são é geralm en te tr a ta d a como o número de quedas da lin h a em
cada 100 milhas por ano, sendo a quèda de lin h a co n sid era d a como
uma in te r r e u p ç ã o fo rç a d a d e v id o â ação de uma d esca rga a t­
m o s fé r ic a . O e f e i t o de uma t a l d esca rga é i n i c i a r um a rc o ,
ta n to e n tr e fa s e s como, o mais comum, de uma ou mais fa s e s
à te rra , ou à uma p orçã o a te rra d a da e s tr u tu r a da lin h a .D e ­
pendendo do v a lo r in s ta n tâ n e o da ten são de fa s e , ou de c e r ­
ta s c a r a c t e r í s t i c a s da p r ó p r ia d esca rga a tm o s fé r ic a , esse
a rc o , às v e z e s , se e x tin g u e . T o d a v ia , na m a io ria dos c a s o s ,
a ten são da lin h a ê s u f i c i e n t e para manter o arco assim i-
n ic ia d o e o c u r t o - c i r c u i t o pode, som ente, s e r d e s f e i t o a-
b r in d o -s e os d is ju n t o r e s .
Os arcos podem s e r causados p or te n sõ es in d u zid a s
em uma lin h a , p o r .uma d esca rga a tm o s fé r ic a próxim a ou d i r e ­
ta na lin h a . Para n í v e i s de is o la m e n to de tra n s m is s ã o ,c o n -
s id e r a - s e que tod os os a rc o s , d e v id o s à d esca rga s a t m o s fé r i­
cas, são p o r d esca rga s d ir e t a s ; as in d ir e t a s dão uma ten são
in s u f i c i e n t e p ara causar o centelham ento dos is o la d o r e s de
lin h a . P a ra os n í v e i s de is o la m e n to t r a t a d o s em d is t r ib u i­
ç ã o , i s t o pode não s e r v e r d a d e ir o .
Um grande numero de métodos p a ra a p r e d iç ã o daper-
form ance de uma lin h a de tra n s m is s ã o , quando s u j e i t a a d e s ­
c a rg a s a t m o s fé r ic a s , são a p re s e n ta d o s na l i t e r a t u r a técnica.
E s te s têm se to rn a d o cada v e z mais s o f i s t i c a d o s com o au­
mento da te n s ã o de tra n s m is s ã o e d e s c o b r iu - s e que os m éto­
dos mais a n t ig o s dão r e s u lt a d o s in e x a t o s p a ra os novos ti­
pos de c o n s tru ç ã o de lin h a s sob te n s õ e s mais a l t a s . Por e -
xem plo, os m étodos a n t ig o s , pressu pondo que a t o r r e possa ser
r e p r e s e n ta d a como uma in d u tâ n c ia ou r e s i s t ê n c i a , têm s id o
s u b s titu íd o s p e lo uso da im p ed ân cia de s u r t o . As r e f e r ê n c i a s
de 1 a 5 e s t ã o na s e q ü ê n c ia c r o n o ló g ic a dos m étodos s ig n i­
fic a tiv o s de c á lc u lo s u sados.
O p r o p ó s it o d e s te c a p í t u l o , não ê r e v e r métodos es­
t a b e le c id o s ou a p r e s e n ta r um n o vo , mas m o s tra r como o con­
c e i t o de onda v i a j a n t e , d e s e n v o lv id o nos c a p ít u lo s a n t e r i o ­
res, pode s e r usado p a ra se t e r um en ten d im en to b á s ic o do
problem a da p erfo rm a n ce de d e s c a rg a s a t m o s fé r ic a s .

II. AS DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

S a b e-se que e x is te m v á r io s t i p o s de d e s c a rg a s a t ­
m o s fé r ic a s . B asicam en te s ã o : d e s c a rg a s de nuvem p a ra nuvem;
descargas de nuvem p a ra a t e r r a e d e s c a rg a s em e s f e r a s . E x i s ­
tem v á r ia s r e f e r ê n c i a s 6 ' 7 que d escrevem os mecanismos a t­
m o s fé r ic o s que geram e s t e fenôm eno. S erã o estu d a d os os e f e i ­
t o s das d e s c a rg a s a t m o s fé r ic a s p a ra a t e r r a .
E le t r ic a m e n t e , uma d e s c a rg a a t m o s fé r ic a pode ser
c o n s id e ra d a como um p u ls o de c o r r e n t e . E s te p u ls o de c o r r e n ­
te f l u i da nuvem c a rre g a d a a t r a v é s de unia e x te n s ã o io n iz a d a
de a r (o relâm p ago r e c o r t a d o que se vê no céu) , a t in g e a l i ­
nha de tra n s m is s ã o (ou á r v o r e , ou q u a lq u e r o u tr a c o is a ) e
chega à t e r r a . A form a de onda da c o r r e n t e de d e s c a r g a e sua
m agnitude tem uma d i s t r i b u i ç ã o e s t a t í s t i c a ra z o a v e lm e n te bem
c o n h e c id a . Em um tr a b a lh o r e c e n te f o i dem onstrado que e s t a s
são fu n çõ es da a lt u r a do o b je t o a t in g id o .
O p r o c e s s o de d e s e n v o lv im e n to de uma d e s c a rg a a t ­
m o s fé r ic a é m u ito mais l e n t o do que e l a p r ó p r ia com a sua
tr o v o a d a . Na v e r d a d e , a d e s c a rg a se d e s e n v o lv e numa s é r i e de
e ta p a s , cada uma sendo uma t r a j e t ó r i a io n iz a d a de 15-30m de
com prim ento. Esse e sca lo n a m en to é de s i g n i f i c â n c i a em con­
s id e r a ç õ e s de b lin d a g em e causa o a s p e c to r e c o r t a d o dos r e ­
lâm pagos .
A m a io r ia dos m étodos de p r e d iç ã o de d e s c a rg a s at­
m o s fé r ic a s supõe que e l a s possam s e r re p r e s e n ta d a s p p r um im­
p u ls o de c o r r e n t e de m agnitude e ‘ form a de onda p r ê - d e t e r m i-
n ad os, com im p ed ân cia in t e r n a i n f i n i t a . Esse modo de v e r o
a s s u n to , que e v i t a e s p e c u la ç õ e s mais p ro fu n d a s , s e r á usado
n e s te c a p í t u l o .

M agnitu des das d e s c a rg a s a t m o s fé r ic a s

As d e s c a rg a s a tm o s fé r ic a s tem uma m agnitude de


p ic o e n t r e 10 e 200kA. A f r e n t e de onda da c o r r e n t e c r e s c e ,
es c a lo n a d a m e n te , a t é seu v a l o r máximo em l - l O ^ s , tip ic a ­
mente com uma m édia de 2 yt(s , d e c a in d o p a ra a m etade do v a ­
l o r m ais v a g a ro s a m e n te , na ordem de 5 0 -2 0 0 y «s . Uma des­
c a r g a é comumente m ú lt ip la , com v á r i o s p u ls o s de c o rre n te ,
d e s c a r r e g a n d o -s e na sua t r a j e t ó r i a em poucos segu n dos. Mui­
t o s e s tu d o s da form a de onda e de m agnitude da c o r r e n t e têm
s id o f e i t o s e a r e f e r ê n c i a 8 é o sum ário m ais r e c e n t e .
III. USO DAS TÉCNICAS DE ONDAS VIAJANTES PARA rAT.TTTr.AR O EFEITO DE
UMA DESCARGA ATMDSFERICA NUMA LINHA DE TRANSMISSÃO

D escarga no to p o de uma t o r r e

7J7T7T7777J777
equivalente corrente suposta da descarga

( o ) (b ) (O

F ig . 9.02

Na F ig u ra 9 .0 2 , uma t o r r e ê a t in g id a p o r uma d e s ­
c a rg a a t m o s fé r ic a e d e s e ja - s e s a b e r a te n s ã o no to p o da t o r ­
re r e l a t i v a ao p o t e n c ia l de t e r r a . A c o r r e n t e de d esca rga ,
i n je t a d a na e s t r u t u r a produz uma e le v a ç ã o da tensão devi­
do à im p ed ân cia da mesma. Um v a l o r t í p i c o da im p ed ân cia de
s u r to da t o r r e é 150 ohms.
A F ig u ra 9 .0 2 (c ) m ostra um fo rm a to comum d e * rampa
du pla usada em c á lc u lo s d esse t i p o .
P a ra uma im pedân cia de s u r t o , ZT , e uma corrente de
d esca rga , I, o p o t e n c ia l no to p o da t o r r e é , e n tã o , p r o p o r ­
c io n a l à:

V I Z
T T

O v a l o r v e r d a d e ir o de VT ê com plexo e sua o b te n ­


ção mais e x a ta s e r á d is c u t id a p o s t e r io r m e n t e , n e s ta s e ç ã o .

D escarga em um co n d u to r fa s e

A te n s ã o de f a s e , em uma lin h a de tr a n s m is s ã o , é
r e la t iv a m e n t e p róxim a do p o t e n c ia l de t e r r a p a ra e s t a s con­
d iç õ e s e uma d e s c a rg a no con d u tor fa s e pode o c o r r e r . A te n ­
são r e l a t i v a à t e r r a , que provém da c o r r e n te de d e s c a r g a ,é ,
e n tã o :

I x Z /2
cond c
onde é a im pedân cia de s u r to de um con d u tor h o r iz o n t a l a-
cima da t e r r a . Z^ ê , t ip ic a m e n t e , 360 ohms. Para uma des­
c a rg a a tm o s fé r ic a r e la t iv a m e n t e pequena de lOkA, te m -s e ,e n ­
t ã o , v con 3 =l ' 8 MV, que é s u f i c i e n t e p a ra c e n t e lh a r facilmente
a m a io r ia dos is o la d o r e s .
P ara e v i t a r i s s o , grande p a r te das lin h a s de trans­
m issão usam cabos de c o b e r tu r a que fazem d e s v ia r a c o r r e n te
de d e s c a rg a do con d u tor f a s e . S erã exam inado, a g o r a , como
is to reduz as te n s õ e s de d e s c a rg a s a tm o s fé ric a s , que causam o
c e n te lh a m e n to .

E fe ito dos cabos de c o b e r tu r a

F ig . 9.03

Se cabos de c o b e r tu r a são c o lo c a d o s , somente uma


p o rç ã o (I ) da c o r r e n t e de d e s c a rg a p a s s a ra a tr a v é s da im­
p e d â n c ia de s u r to da t o r r e , ZT , e o p o t e n c ia l no seu topo
ê r e d u z id o para VT = x I T ..A fr a ç ã o da c o r r e n t e que
p assa a t r a v é s da t o r r e ê , i n ic ia lm e n t e , dependente da impe­
d â n c ia de s u r to r e l a t i v a ao cabo de c o b e r tu r a .
O p o t e n c ia l no to p o f o i , assim , r e d u z id o p e la d i­
v is ã o de p a r t e da c o r r e n t e de d e s c a rg a .
Se existem dois cabos de cobertura em cada d ire ­
ção, a impedância de surto equivalente, pela combinação dos
dois cabos em p a ra le lo , Zjj^, é substituído por A apro­
ximação, comumente usada, = Z ^ /2,é válida somente para
cabos relativamente bem separados.

Um cabo de cobertura Dois cabos de cobertura


Fig. 9.04
A presença dos cabos de cobertura reduz o poten­
c ia l de topo, conforme os circuitos equivalentes da Figura
9.04. A tensão na cadeia de isoladores é p rop o rcion alàten ­
são no topo da torre e , portanto, é reduzida pela mesma ra­
zão.

E feito da resistên cia de aterramento

Embora as torres de transmisssão tenham fundações


assentadas diretamente no so lo, elas possuem uma re sistê n ­
cia fin it a de aterramento, ou uma re sistê n c ia a uma te rra
remota, devido à resistiv id ad e do solo. Resistências de a-
terramento típ ic a s estão na faix a de 1 - 50 ohms.
A onda de tensão, VT = I TZT/ v i a j a através da to r­
re em direção à base. A í, encontra uma resistên cia de ater­
ramento, Z_, e é r e fle t id a com um coeficiente de re fle x ão ,
que, da te o ria da onda v ia jan te , é:
(9 .0 1 )

Como Z _ ê , norm alm ente, menor que Zm, K s e r á n e-


g a t i v o e e s t a onda de te n s ã o r e f l e t i d a v i a j a r a de v o l t a pa­
ra o to p o da t o r r e e b a ix a r a seu p o t e n c i a l .
P a ra as t o r r e s b a ix a s , as ondas de t e n s ã o , v ia ja n ­
do p a ra cima e p a ra b a ix Q , r e d u z ir ã o rapidam en te o p o t e n c ia l
de to p o p a ra o v a l o r :

VT = XT X ZG

Em m u itos c á lc u lo s de d e s c a rg a s a t m o s fé r ic a s (p o r
ex em p lo , os que con sid eram t o r r e s b a ix a s ou d e s c a rg a s com
tempos de su b id a l o n g o s ) , a im p ed ân cia de s u r to pode ser
d e s p re z a d a .

E f e i t o de t o r r e s a d ja c e n te s

Usando o c o n c e it o de ondas v i a j a n t e s , é e v id e n t e
que o p o t e n c ia l no to p o da t o r r e é in flu e n c ia d o p o r cndas re­
fle tid a s , p rim e ira m e n te , de t o r r e s a d ja c e n te s e , d e p o is , a
p a r t i r das mais a fa s t a d a s .

F ig . 9 .0 5 (a )

A F ig u r a 9 . 0 5 (a ) m ostra uma t o r r e c e n tra l a t in g i­


da p o r uma d e s c a rg a a t m o s fé r ic a com torres a d ja c e n te s e q ü i-
d is t a n t e s , em ambos os la d o s . O tempo le v a d o p a ra as p r im e i­
ra s ondas v i a j a n t e s a t in g ir e m as a d ja c e n te s é A t , d a d o -p o r:
At = v ã ° e n tre to r r e s ,g Q2 )
c
onde c é a v e lo c id a d e das ondas v i a j a n t e s , n e s te c a s o ,a p r o ­
xim adam ente, a v e lo c id a d e da lu z .
Se ZT f o r ig n o ra d o (p o r s i m p l i c i d a d e ) , a t é o tempo
2AT o p o t e n c i a l no to p o é ig u a l a Z I , onde I é o mesmo de
a n te s . Mas, em 2AT, as ondas r e f l e t i d a s das t o r r e s a d ja c e n ­
t e s chegam. R e fle x õ e s da segunda t o r r e mais p ró x im a , em am­
bos os la d o s da que f o i a t in g id a p e la d e s c a rg a a t m o s fé r ic a ,
i n f lu e n c ia r ã o a te n s ã o no tempo 4AT e assim p o r d ia n t e . O
c o e fic ie n te de r e f l e x ã o em cada t o r r e e s t a in d ic a d o na F i­
gu ra 9 .0 5 . O v a l o r mãximo assim como a form a de onda do p o­
t e n c i a l no to p o , s e rã o dep en d en tes da r e la ç ã o e n t r e AT e o
tempo da f r e n t e da c o r r e n t e de d e s c a rg a a t m o s fé r ic a .

P ara um vão de 300m, AT = I^ás


Z^h ® 400 ohms

Z6 = 20

v . e 20 x 200 »
0 20 + 2 0 0
» 18,2 I

O c o e fic ie n te de r e f l e x ã o em cada to p o de t o r r e s e r á :

« - 0,91

Tempo
O

2 AT

3 AT

4 At

F ig . 9 .0 5 (b )
A F ig u ra 9 .0 5 (b) m ostra o diagram a em tr e liç a s que
pode s e r d e s e n v o lv id o a p a r t i r d a í. D ois exem plos baseados
na F ig u ra 9.05 i l u s t r a r ã o o e f e i t o das r e f l e x õ e s e e s c l a r e ­
c e rã o a t é c n ic a . A F ig u ra 9 .0 5 (c ) m ostra uma form a de onda
s im p l i f i c a d a da d e s c a rg a a t m o s fé r ic a , usada n e s te p rob lem a.

19 Caso - Tempo de f r e n t e T = 1jus


A F ig u ra 9.05 m ostra que a te n s ã o i n i c i a l no to p o
da t o r r e ê V^ = 18,2 x I ; is to é, uma te n s ã o rampa que cresoe
com 18,2 x 50 = 910kV/ytts . O p o t e n c ia l VT , c r e s c e r á de z e ­
ro a 910kV em l^ u s (2AT) quando as r e f l e x õ e s chegam das
to rre s a d ja c e n te s de ambos os la d o s . No diagram a em t r e l i ç a
da F ig u ra 9.05 v ê - s e que cada onda chegando tem uma te n s ã o
de KV^ , que tr a n s fo r m a -s e em uma c o n t r ib u iç ã o p a ra VT de
(1+K)KV^ p a ra cada uma das duas ondas. Uma v e z que a cor­
r e n te de d e s c a r g a , n e s te tempo ( 2 jjls ) / j á a t in g iu seu v a ­
l o r c o n s ta n te , a d e c liv id a d e de VT mudará p a ra :

2 x (1 + K)KV 0 = 2 (1 - 0 , 9 1 )(-0 ,9 1 ) x 18 ,2

= -149 kV/p s

As ondas r e f l e t i d a s da t o r r e do c e n tr o em 2JJLs
tem uma m agnitude de - (1 - 1 ,8 2 ) xO ,91x910kV/yU. s . E la s r e t o r ­
nam em 4/U.s com sua m agnitude r e d u z id a a (1-1,82)xO,9I 2x910kV/
y(X.s , e causam uma variação em VT de 2 (1 -0 ,9 1 )(1 -1 ,82)x0,912x910
= - lll,2 k V / ^ s . N e s te tempo de 4yUs h á , também, uma con­
t r i b u i ç ã o p a ra V da p r im e ir a r e f l e x ã o das segundas
to rre s
1 31 _
em cada d ir e ç ã o ; a magnitude desta contribuição e 2x(l-0,91) (-0,91)
x910= - 1 ,2kV /JíLs . Com c o r r e n t e de d e s c a rg a atmosférica cons­
ta n te e sem p erd a nos cabos t e r r a , Vip d e c r e s c e r ã a té zero na
na forma m ostrada na F ig u ra 9 .0 6 .

quão rá p id o o s u rto i n i c i a l do relâm pago a ten u a -se de um vão


para o o u tr o . O vão mais próxim o da t o r r e a t in g id a p e la d es­
carga a tm o s fé r ic a exp erim en ta uma s o b re te n s ã o i n i c i a l m áxi­
ma de 910kV. No segundo v ã o , a ten sã o máxima co rresp o n d en te
ê (1 - 0 ,9 1 )x910=0,09x910=82kV; no terceiro vão 0,09x82= 7,4kV
e assim p o r d ia n t e . D evido a e s t a rá p id a aten u ação, g e r a l­
mente é s u f i c i e n t e i n c l u i r somente o e f e i t o de duas to rre s
a d ja c e n te s , quando a n a lis a n d o o p o t e n c ia l do to p o p ara os
p r im e ir o s m icrossegu n d os.

29 Caso - Tempo de fr e n t e T = 3/Us

N e s te ca so , o s u rto i n i c i a l de ten sã o = 50/3x


18,2kV/^a s = 303kV/yUs e o p o t e n c ia l no to p o da to r r e ,e m
função do tempo, d e s e n v o lv e -s e como m ostrado na F ig u ra 9.07.
O b serva -se que, para tempos de fr e n t e m aiores que duas vezes
o tempo de propagação no v ã o , o p o t e n c ia l máximo no to p o se­
rá menor do que o c a lc u la d o sem as r e f l e x õ e s .
D escargas a tm o s fé r ic a s nos cabos de c o b e rtu ra

E mais p r o v á v e l que d escargas a tm o s fé r ic a s a tin ­


jam os cabos de c o b e rtu ra a uma c e r t a d is t â n c ia da t o r r e do
que n e la p r ó p r ia . Na F ig u ra 9.08 uma d esca rg a a tm o s fé r ic a '
a t in g iu o cabo de c o b e rtu ra a um t e r ç o do comprimento do vão,
a p a r t i r da t o r r e A. A c o r r e n te I do r a io e le v a - s e a 50 kA
em lyUs . Usando o diagram a em t r e l i ç a s , onde = 50x200=
lO.OOOkV/yUs e K = - 0 ,9 1 , o p o t e n c ia l no top o da to r r e ,e m A,
d e s e n v o lv e -s e como ê m ostrado. A n a tu reza o s c i l a t õ r i a da
ten são pode s e r e x p lic a d a fis ic a m e n te se f o r reco n h ecid o que
a p a r te da lin h a , a p a r t i r do ponto da d esca rga a té a t o r r e
A, atua como uma in d u tâ n c ia . Em termos do diagram a em tre ­
liç a s ,
as ondas c o n tr o la n te s advindas e s tã o numa seq tiên cia
2 3
V^, KV^jK V0 ,K V0 , . . . . , i s t o e , ondas n e g a tiv a s e p o s i t i v a s
a lte r n a d a s , re s u lta n d o em uma ten sã o o s c i l a t õ r i a que se a-
ten u a, na fr e q ü ê n c ia de:

F = - = 500.000 Hz
2 ys

Em c o n t r a s t e , as ondas advindas de d esca rga s d ire ta m e n te na


3 5
t o r r e tem uma seq ü en cia KV^, K V^, K V^, i s t o e , tod as n e­
g a t iv a s , re s u lta n d o em uma ten são que se atenua a s s in tõ ti-
cam ente.
t
h

Tempo (AT)
R ep resen tação da t o r r e

Nos exem plos a n t e r io r e s , p re s s u p ô s -s e que a t o r r e


fo s s e de im pedância z e ro e com tempo de viagem z e r o . 0 po­
t e n c i a l no topo da t o r r e , que e r a ig u a l ao p o t e n c ia l do pé
da t o r r e , f o i d e v id o â c o r r e n te a tra v é s do s o lo , re p re s e n ­
tad o p e la sua r e s i s t ê n c i a e q u iv a le n te de a terra m en to .
A F ig u ra 9.09 ilu stra uma r e p r e s e n t a ç ã o que é
largam ente usada. A t o r r e p rop riam en te d i t a ê re p re s e n ta d a
p or um con du tor e q u iv a le n t e com im pedância de s u rto depen­
dente de suas dim ensões e do tempo de viagem , T = H/C, onde
H é a a lt u r a e C a v e lo c id a d e da lu z . Embora a p r e c is ã o do
modelo s e ja q u e s tio n a d a p o r m uitos p e s q u is a d o re s , e l e fa c i­
lita o uso dos c o n c e ito s de onda v ia ja n t e na e x p lic a ç ã o do
e fe ito do t i p o e da a lt u r a da t o r r e na perform an ce da d es­
c a rg a . A im pedância de s u r t o , p r ó p r ia p ara o con du tor e q u i­
v a le n t e , pode s e r e s t a b e le c id a p ara c o n fig u r a ç õ e s sim p les de
to rres, r e s o lv e n d o -s e as equações dos campos e le tro m a g n é ­
tic o e e le tr o s tã tic o .
1 J

F ig . 9.09

Para uma t o r r e c i l í n d r i c a de r a iô RT e a lt u r a H,
Wagner e H ilem an 8 propõem o uso da s e g u in te im pedância de
s u rto e q u iv a le n te para d escargas d ireta m en te no seu to p o .

Z 60 Z n /2 ( 9. 03)
T
à im pedância de s u rto de um con du tor h o r iz o n t a l acima do s o ­
lo , as d ife r e n ç a s são s u b s ta n c ia is . P or exem plo, a impedân­
c ia de s u rto e q u iv a le n t e aumenta com o comprimento do "co n ­
d u to r ". A fr a s e "im p ed ân cia de s u rto e q u iv a le n t e " é usada
p o r que a im pedância de s u rto v e r d a d e ir a , d e fin id a p or /L/C,
não é a mesma em tod os os pontos da t o r r e , mas d e c re s c e do
to p o p ara a b a s e , assim como aumenta a c a p a c itâ n c ia p or u n i­
dade de com prim ento, r e l a t i v a à b ase.
M uitas t e n t a t iv a s têm s id o f e i t a s para m edir e s t e
parâ m etro. R esu lta d os são dados na r e f e r ê n c ia 10, que su ge­
rem a re p re s e n ta ç ã o de uma t o r r e p o r um cone in v e r t i d o , en­
quanto J o rd a n 12, em 1937 s u g e riu uma fórm u la que ê v á lid a
a té h o je .
R e fe r in d o -s e à F ig u ra 9 .0 9 , uma d esca rg a a tm o sfé­
r i c a r e s u lt a r á em uma ten sã o de s u rto I x ZT , v ia ja n d o na
t o r r e e a tin g in d o a r e s is t ê n c ia de a te rra m e n to , ZG, após um
tempo AT. Em 2AT, uma onda r e f l e t i d a v a i a t i n g i r o topo da
to rre (uma v e z que Z ^ < Z _ ), red u zin d o V_. O e f e i t o da t o r r e
u 1 i
é , e n tã o , r e t a r d a r o e f e i t o b e n é fic o de uma r e s is t ê n c ia bai­
xa de a te rra m e n to , um r e ta r d o que é ta n to mais s é r i o quanto
mais in c lin a d a f o r a fr e n t e de onda (d l/ d t e le v a d o ) e quanto
mais a l t a a t o r r e . N esse a s p e c to , a e s tr u tu r a atua mais como
uma in d u tâ n c ia (nos métodos mais a n tig o s de p r e d iç ã o de d es­
c a rg a s , a t o r r e é re p re s e n ta d a como uma in d u tâ n c ia concen­
tra d a ) .
E n tão, q u a l ê o e f e i t o da t o r r e ? Como o p o te n ­
c i a l no to p o da t o r r e v a r ia com sua a lt u r a e o seu t ip o ?
Para exam inar o e f e i t o da a lt u r a , c o n s id e r e -s e a s itu a ç ã o da
F ig u ra 9 .1 0 . Da equação (9 .0 3 ):

ZT - 60 í n / T = 200 ohms

Com uma im pedância de s u rto de 400 ohms p ara o ca­


bo de c o b e r tu r a , i s t o r e s u lt a numa combinação de im pedâncias
no top o da t o r r e (K 2 = 0 ). A ten sã o d e s e n v o lv e -s e como é mos­
tra d o (V^ = 5.000kV>^(s ). D esprezan do-se o e f e i t o da t o r r e ,
o p o t e n c ia l no seu top o se e l e v a r i a com 900kV/y&ts como ê
m ostrado (lin h a p o n t ilh a d a ). N o te -s e qu e, a p a r t i r de T-2ATs
^ T torre
100 = 0,1^ s
1000
1 -0,82

F ig . 9.10
( 2 0 , 2 ^0,8 e , enquanto a c o r r e n te c r e s c e permanentemente
(d l/ d t = c o n s t a n t e ), o e f e i t o da t o r r e é re p re s e n ta d o p o r u-
ma ten sã o c o n s ta n te .

VT = (1000 - 910 x 0,2) = 818 kV

Com uma r e s is t ê n c ia de a terra m en to nula, e s t a te n ­


são se m a n teria c o n sta n te (1.000 kV) após 0 ,2/ás . Para
Zg = 200&, VT c r e s c e r ia numa ta xa de 5.000 kV^as apôs
0,2 s , e , para ZQ = °°, a ten sã o c r e s c e r ia a 10.000 k V ^ s
apôs 0 , 2JU s
A e s c o lh a de ZT = Z^/2 torn ou os c á lc u lo s simples
p e la redução do número de r e f le x õ e s
As s e g u in te s o b s e rv a ç õ e s , n e s ta d is c u s s ã o podem
ser fe it a s :

1) O p o t e n c ia l no topo da t o r r e aumenta com sua a lt u r a ,


porque aumentou sua im pedância de s u rto e q u iv a le n te ,
bem como o tempo de viagem .
2) O p o t e n c ia l no top o da t o r r e dim inu i com o aumento de
seu r a io .
3) O aumento de te n s ã o , d e v id o à t o r r e , é p r o p o r c io n a l
â ta x a de su bida da c o r r e n te de d esca rg a a t m o s fé r i­
ca.
4) A in f lu ê n c ia r e l a t i v a da t o r r e é m aior para b a ix a s
r e s is t ê n c ia s de a terra m en to .
Os e f e i t o s de a l t e r a r - s e a a lt u r a , r e s i s t ê n c i a de
a terram en to e comprimento do v ã o , são a n a lis a d o s em d e ta lh e
na r e f e r ê n c ia 13.
P o d e-se o b s e r v a r , ao s e r en c e rra d a e s t a seçã o ,q u e
as co n clu sõ es acima seriam igu a lm en te e v id e n te s se a to rre
fo s s e re p re s e n ta d a p o r uma in d u tâ n c ia . Em p a r t i c u l a r , a in -
d u tâ n cia fís ic a aumentará com o aumento da d esca rga atmos­
fé r ic a . Tanto o método da im pedância de s u rto como a r e p r e ­
sen ta çã o p o r uma in d u tâ n c ia são m odelos de v a lo r no ju l g a ­
mento da p erform an ce r e l a t i v a dos v á r io s t ip o s de to rre s ;
porém, d e v e -s e dar ê n fa s e ao fa t o de que e s ta s são represen­
ta ç õ e s lim ita d a s de com plexos compos e l e t r o s t ã t i c o s £ e le ­
tro m a g n é tic o s , em to rn o de t o r r e s a t in g id a s p or d esca rga s
a t m o s fé r ic a s .

V. TENSÕES ATRAVÉS DA CADEIA DE ISOLADORES

O p r o p ó s ito f i n a l dos c á lc u lo s de su rto s de d es­


cargas a tm o s fé r ic a s é f a z e r a e s t im a t iv a das ten sõ es através
da c a d e ia de is o la d o r e s . Conhecendo-se a capacidade de i s o ­
lam ento (te n s ã o d i s r u p t i v a ) , ta n to a p o s s ib ilid a d e de cen -
telh am en to como a queda da lin h a podem s e r c a lc u la d o s .

F ig . 9.11

A F ig u ra 9.11 m ostra os in g r e d ie n t e s do problem a.


Para uma d esca rga a tm o s fé r ic a no cabo de c o b e r tu r a , o p o te n ­
c i a l no top o da t o r r e , VT , pode s e r c a lc u la d o como f o i d i s ­
c u tid o nas seções a n t e r io r e s . A ten são na t r a v e s s a , ^ se­
r i a g e ra lm e n te , pouco menor que V . Também h averã uma te n ­
são V^, no condutor f a s e , d evid o ao acoplam ento e le tr o s tá ­
tic o com o cabo de c o b e rtu ra . A fr e q ü ê n c ia da ten são de po­
t ê n c ia ê d esp rezad a n e s ta d is c u s s ã o . A ten são a tr a v é s do i -
s o la d o r (V j) ê, a go ra :

V1 “ Vc " V0 = VT " V0 = VT C l-c )


onde c e o f a t o r de acoplam ento do condutor de fa s e blinda­
do. P o r ta n to , a perform ance de d esca rga a tm o s fé r ic a em uma
lin h a pode s e r m elhorada: 1) baixando Vm (menor Zp ; to rre s
b a ix a s e menos v o lu m o s a s ), 2 ) ou aumentando o acoplam ento
e n tr e os cabos de c o b e rtu ra e de fa s e (fa z e n d o -o s mais p r ó ­
ximos) . O acoplam ento do cabo de c o b e rtu ra com cada uma das
trê s fa s e s ê dado p e la equação m a t r ic ia l da im pedância de
s u r to .

I___

1—
V

o
a

Vb 0
V 0 (9 .0 4 )
C
1_____
<
w

_<g_
i

Onde V , V, e V sao as ten sõ es de s u r to , nos con du tores fa­


a' to c
s e , d e vid a s a c o r r e n te de s u rto no cabo de c o b e rtu ra e V é
a ten são de s u rto no cabo de c o b e rtu ra . C on sid eran d o-se so ­
mente um con du tor de fa s e , como na F ig u ra 9 .1 2 , a equação é
(C a p ítu lo 8 ):
_______1
-------- 1

r~ 2H
ln 0
tsT"

£n 0
a~
= 60
2H
V g I (9 .0 5 )
In ln
g
g J L 6J

é e v id e n te que a c o r r e n te no con du tor fa s e é z e ro para uma

d esca rga a tm o s fé r ic a no cabo de c o b e r tu r a , quando é le v a d a

em c o n s id e ra ç ã o a s im e t r ia do problem a. Se as ten sõ es de sur­

to para a d i r e i t a e para a esqu erda no condu tor fa s e forem

acompanhadas p or c o r r e n te s I e s t a s te ria m que s e r ig u a is

em m agnitude e o p o sta s em d ir e ç ã o . A ú nica magnitude que sa ­

tis fa z ambas as co n d içõ es é z e r o . Mas, 1^, n a tu ra lm e n te , s e ­

r i a ig u a l à 1/2. E n tão, da equação (9 .0 5 )


V0 = 1/2 x 60 Jln d * /d.

V = 1/2 x 60 I n 2H /R
o o o (9 .0 6 )
cu tn
V0 ’ — O T - * Vg ' cVg
An
g

F ig . 9.12

O f a t o r de acoplam ento c t e r á , tip ic a m e n te , umva-


l o r de 0,2 a 0 ,3 .

Em c o n fig u ra ç ã o v e r t i c a l de fa s e , como é m ostrado


na F ig u ra 9 .1 1 , p o d e r - s e - ia p en sa r, e n tã o , que o is o la d o r
que su p o rta o con du tor fa s e i n f e r i o r (ten d o o menor f a t o r de
acoplam ento com o cabo de c o b e rtu ra ) f i c a r i a mais e x p o s to aos
s u rto s dê d esca rga s a tm o s fé r ic a s . E x is t e , no e n ta n to , uma
queda de ten sã o na t o r r e , que causa uma ten sã o mais b a ix a na
tra v e s s a , V da fa s e i n f e r i o r . Comumente, o e f e i t o da t o r r e
predom ina sobre o p o t e n c ia l no top o (b a ix a r e s i s t ê n c i a de a-
terra m en to e fr e n t e de onda in c lin a d a ) e a queda de te n s ã o ,
a p a r t i r da tr a v e s s a s u p e r io r para a i n f e r i o r , exced e a d i ­
fe r e n ç a da ten sã o a co p la d a , tornando a ten sã o de s u rto atra­
vés do is o la d o r (V^-V^) mais e le v a d a nas fa s e s s u p e r io r e s .
Ambas as r e p re s e n ta ç õ e s do e f e i t o da t o r r e , a da im pedância
de s u rto e a da in d u tâ n c ia , podem s e r usadas para os c á l ­
cu lo s num éricos do p e r f i l de ten são ao lon go da e s tr u tu r a .

M edições da ten são de s u rto em modelos

Uma a lt e r n a t iv a para os c á lc u lo s de s u r to , usando


os c o n c e ito s das ondas v ia ja n t e s e os modelos m atem áticos,é
c o n s t r u ir , numa determ inada e s c a la , a lin h a de tra n s m is s ã o e
m edir a ten sã o a tr a v é s dos is o la d o r e s , r e s u lt a n t e de c o r r e n ­
te s do t ip o d esca rga a tm o s fé r ic a , in je t a d a s no topo da t o r ­
re ou em algum lu g a r no cabo de c o b e r tu r a , d esp reza n d o-se
p o s s ív e is e f e i t o s não lin e a r e s (p erd as c o r o n a ). T a is mode­
lo s representam correta m en te os campos e l e t r o s t á t i c o e e l e -
tromagnê t i c o .
E xistem v á r io s problem as de medidas d e v id o às a l ­
ta s fr e q ü ê n c ia s e à e x a tid ã o da re p re s e n ta ç ã o da d esca rga
a t m o s fé r ic a . O método e s t im a t iv o da perform ance de descarga,
ap resen tad o na r e f e r ê n c ia 3, é baseado em t a i s m edidas, no
modelo em e s c a la .
Geralm ente as medidas lin e a r e s em modelos são u-
sadas sim plesm ente para t e s t a r programas de computador para
c á lc u lo s de p erform an ce.

V I. FALHAS NA COBERTURA. (DESCARGAS DIRETAS NOS CONDUTORES FASE)

As d e s c a rg a s , numa lin h a , podem a t i n g i r o condu­


t o r f a s e , o cabo de c o b e rtu ra (se e x i s t i r algum) ou a t o r r e
p rop riam en te d i t a . D escargas a tm o s fé r ic a s em um condutor fa­
s e , quando e x i s t e um cabo de c o b e rtu ra , ocasionam quedas de
lin h a con h ecidas como fa lh a s de c o b e rtu ra .

F ig . 9.13
Em uma seção a n t e r io r , v iu - s e que as ten sõ es no
is o la d o r em p o r unidade da c o r r e n te de d e s c a rg a , são muito
m aiores quando houver d esca rga s na c o b e rtu ra .
Uma alta proporção de quedas de linha por descar­
gas atmosféricas é devida, acredita-se hoje em dia, a de­
feitos na cobertura e os resultados de um estudo muito ex­
tenso são dados na referência 14.
Uma regra ú t il é que pode-se esperar que um obje­
to mais alto vã proteger objetos mais baixos dentro de um
cone de proteção de 30 graus, a p a rtir do ponto mais alto.
Para cabos de cobertura, isto pode ser estendido para s ig ­
n ific a r que condutores fase, paralelos a um cabo de cober­
tura e dentro deste cone de 30 graus, estarão protegidos.Na
prática, isto não é sempre verdadeiro e a referência 14 per­
mite muitos refinamentos no projeto de cabos de cobertura.

V II. OUTRAS CONSIDERAÇÕES


Os impulsos de tensão, que se desenvolvem na l i ­
nha, devido à descarga atmosférica, são uma função complexa
da.própria descarga, da forma e magnitude do pulso da cor­
rente , do tamanho e da altura dos vãrios componentes da l i ­
nha, da exposição da linha ou da cobertura â arvores ou ao
terreno, do isolamento da linha e da resistência da linha à
terra (resistência de aterramento).
Fatores não considerados aqui são os efeito s de
indução para a linha a p a rtir do corpo da descarga atmosfé­
rica propriamente d ita, os efeitos de correntes de pré-des-
carga que podem desenvolver-se entre condutores paralelos
antes do centelhamento que altera a indução e letro stãtica,
e efeito s não lineares, ta is como o aumento eficaz no tama­
nho dos condutores devido ao e fe ito corona quando se trata
com altos potenciais. Todos esses componentes, mais os que
são considerados detalhadamente, são usados para compor o
cálculo da performance da descarga atmosférica.
Programas de computador que calculam taxas de que­
da de linha frequenteménte usam a técnica "Monte Cario".Es­
se método que usa c á lc u lo s r e p e t id o s para o b t e r a p e r fo r ­
mance e s t a t í s t i c a da lin h a e pode s e r usado para s im p lifi­
c a r b a s ta n te os c á lc u lo s , ainda que tenha desvantagem no tem­
po de computação que é largam en te aumentado. As r e fe r ê n c ia s
15 e 16 detalham o uso desse m étodo.
O utra l e i t u r a de in t e r e s s e ê a das referencias 17-19.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. AIEE Committee Report, "A Method of Estimating the


Lightning Performance of Transmission Lines", AIEE
Trans., Vol. 69, Part I I , 1950, pp. 1187-1196.
2. J.G. Anderson, "Monte Cario Computer Calculations
of Transmission Line Lightning Performance", AIEE
Trans., Vol. 80, Part I I I , 1961, pp. 414-419.
3. F.A. Fisher, J.G. Anderson, J.H. Hagenguth, "Deter-
mination of Lightning Response of Transmission
Lines by Means of Geometrical Models", Ibid, Vol.
78, 1959, pp. 1725-36.
4. C.F. Wagner, A.R. Hileman, "A New Approach to the
Calculation of the Lightning Performance o f Trans­
mission Lines - Part I I I : A Sim plified Method :
Stroke to Tower", Ibid, Vol. 79, 1960, pp- 589-602.
5. M.A. Sargent, M. Darveniza, "The Calculation of
Double C ircuit Outage Rate of Transmission Line",
Ibid , June 1967, pp. 665-678.
6. " E le c t r ic a l Transmission and D is trib u tio n Reference
Book", Westinghouse E le c t r ic C orporation.
7. M. A. Uman, "Understanding Lightning", Bek Technical
Publications, 1971.
8. M. Sargent, "The Frequency Distribution of Current
Magnitudes of Lightning Strokes to T all Structures",
IEEE Trans. Paper T72 216-5.
9. L.V. Bewley, "Traveling Waves on Transmission
Systems", Dover Publications, In c., New York, 1963.
10. M.A. Sarget, M. Darveniza, "Tower Surge Impedance",
IEEE Trans., May 1969, pp. 680-687.
11. Hylten-Cavalius and Stromberg, "Field Measurements
of Lightning Currents", ASEA Research No. 8,
Vasteras, Sweden, 1964, pp. 85-96.
12. C.A. Jordan, "Lightning Computations for Transmis­
sion Lines With Overhead Ground Wires", G.E. Review,
Vol. 37, March 30, 1934, pp. 130-137.
13. L.A. Choy and M. Darveniza, "A Sensitivity Analysis
o f Lightning Performance Calculation for Transmis­
sion Lines", IEEE Trans., Paper 70TP615 PWR.
14. E. Whitehead, ITT Research Institute Report, EEI
Publication 72-900.
15. M.A. Sargent, "Monte Cario Simulation of the
Lightning Performance of Overhead Shielding
Networks of High Voltage Stations", Papér
submitted for the IEEE Winter Power Meeting,
1972.
16. J.R. Currie, Liew Ah Choy, M. Darveniza,"Monte
Cario Determination of the Frequency of
Lightning Strokes and Shielding Failures on
Transmission Lines", IEEE Paper 71TP174 PWR,
1971, Winter Power Meeting, New York.
17. "EHV Transmission Line Reference Book",
Edison E lectric In stitu te / New York 1968.
18. "The Protection of Transmission Systems Against
Lightning", by W.W. Lewis, Book, Dover
Publications, In c., New York, 1965.
19. Journal of the Franklin In stitu te , "Special Issue
on Lightning Research", June 1967.
PROBLEMAS

Problem a 9 .1 - C a lc u la r a im pedância de s u rto e q u iv a le n te


(Z ^ ), p ara d o is cabos de c o b e rtu ra p a r a l e l o s ,
em função da separação e n tr e e le s (D ). Os ca­
bos de c o b e rtu ra e s tã o a 50 pés acima da t e r ­
ra e têm um r a io de 0 ,2 5 ” .

S o lu ç ã o : A equação m a t r i c i a l , re la c io n a n d o ten sõ es de s u rto


com c o r r e n te s de s u rto é :
Z11 Z
12
(9 .0 7 )
"21 "22
onde
2 x 50 x 12
Z11 = Z22 = 60 508 ohms
0,25

+ (2 x 50)
Z12 = Z21 = ^ D

R e fe r in d o -s e à F ig u ra 9 .1 4 (b) , a im pedância desur-


t o e q u iv a le n t e , Z1 , ig u a la - s e ã r e la ç a o V1/ ! 1 , onde V1^ . ^
1 . -L
e I =1^+12» nã c o n fig u ra ç ã o f í s i c a . S u b s titu in d o a e x p ressã o
V2 , na equação (9 . 0 7 ), p or V2-V l f tem -se:
"n “12
(9.08)
V - V (Z ^ - Z n ) (z . Z12)
2 V1

Analogam ente, a m a triz Z pode s e r m o d ific a d a para p reen ch er


um novo v e t o r c o r r e n t e , onde o p r im e ir o e le m e n to é (I ^ + l^ ) •

“11 <Z12 - ZU > h + h


V - V
2 1 (Z21 " Zll^ ^Z22 ‘ Z12 " Z21 ~ Zll^

Uma v e z que V2~Vl = 0 ' P0<^e s e r e lim in a d o .

Z21 " 211


h i * h s - 2 hz < Il + Ii!>

en tã o
v = [z - (Z12 " Zl l }
1 ril Z11
„ + Z22
„ -2 Z (I1 * W
12

Uma v e z que V^=V^ e , a im pedância de su r­


to e q u iv a le n t e para os d o is cabos de c o b e rtu ra p a r a le lo s é:
*2
^Z12 ~ Zll^
Z1 = Z
11 Z11 + Z22 - 2 Z12
N este problem a p a r t ic u la r Z^ = = z

2
(Z 12 " Zl i r _ „ Z12 " Z11
Z1 = Z
11 - 2(Z1X - Z12 11 2

& + 100'
^ ^11 Zi 2 50 8 + 60 £n D-
Z = ---- -------- = ------------------ :

,t lim ,/D2 + 1002


Uma v e z que D _ „ (------g--------- ) = 1 ê v i s t o que Z aproxim a-

se de Z/2 quando D to r n a -s e gran de.


D / d2 + 1002 . / í+ io o 2
60 í-n -----------. z1 z 1/z
(p é s ) D

1 100 276 392 0,77


2 50 234 371 0,73
5 20 180 344 0,6 8
10 10 138 323 0,64
20 5,1 98 303 0,60
50 2,22 48 278 0,55
100 1,41 20,6 264 0,52

Os r e s u lta d o s acima indicam que o acoplam ento de


cabos de c o b e rtu ra deve sempre s e r c o n s id e ra d o .
N o te -s e que e s t a t é c n ic a m atem ática ê id ê n t ic a à-
q u e la usada para o con du tor em camadas, no C a p ítu lo 5.
Problem a 9.2 - C a lc u la r o e f e i t o de um e d o is cabos de co ­
b e rtu ra na redução do p o t e n c ia l no topo de uma
to rre (VT ) , para d escargas a tm o s fé r ic a s n es­
te p on to. D esp rezar o e f e i t o da t o r r e e as re­
fle x õ e s de t o r r e s a d ja c e n te s . R e fe r in d o -s e à
F ig u ra 9 .0 4 , a r e s is t ê n c ia de aterram en to é
Z = 10Q. Os cabos de c o b e rtu ra têm um r a io
o
de 0 ,2 5 " e e s tã o p o s ic io n a d o s a 50 pés acima
da t o r r e , como no Problem a 9 .1 . Para o caso
de d o is f i o s , hã uma sep a ra çã o : D = 20 pés. A
c o rre n te máxima da d esca rga a tm o s fé r ic a é 50
kA.

S o lu ç ã o :

Caso 1 _ Sem cabos de c o b e rtu ra

vT » 10 I
Vm . = 500 kV
T max

Caso 2 _ Um cabo de c o b e rtu ra

Z = — = 25^ ohms

x Z
y = -- ----- x 1
VT Zn + Z
(jr

V„ . = 1*81 kV
Tmax
Caso 3 _ Dois cabos de c o b e rtu ra

Z = — = 151-5 ohms
C om en tário: N este exem plo s im p lific a d o , os cabos de c o b e r­
tu ra não afetam muito o p o t e n c ia l no topo da torre.
Quando a im pedância de s u rto é c o n s id e ra d a , p o-
d e-se n o ta r que o e f e i t o é muito mais s ig n ifi­
c a t iv o e recom enda-se como e x e r c í c i o para o e s ­
tu d a n te. O e f e i t o mais in t e r e s s a n t e dos cabos de
c o b e rtu ra é seu acoplam ento com o condu tor f a s e ,
red u zin d o a d ife r e n ç a de p o t e n c ia l na c a d e ia de
is o la d o r e s . As r e f le x õ e s das e s tr u tu r a s a d ja ­
cen tes ajudam a r e d u z ir a ten são no top o da t o r ­
re mais rapidam ente e a im pedância re d u zid a t o ­
ta l r e la tiv a â te rra , a p a r t i r de tod as as t o r ­
re s em p a r a l e l o , reduz o p o t e n c ia l no to p o em
tempos m a io re s , após a o c o r r ê n c ia da d esca rga at­
m o s fé r ic a .
CAPÍTULO

SOBRETENSÕES DE IMPULSO - TERMINAIS

I. INTRODUÇÃO

Os fundamentos das ondas v ia ja n t e s foram d i s c u t i ­


dos em c a p ít u lo s a n t e r io r e s . Esses fundamentos foram a p li­
cados no c a lc u lo da re s p o s ta de im p u lso, ou na perform ance
de d esca rga s a tm o s fé r ic a s de lin h a s a é r e a s , no C a p ítu lo 9.
N este c a p ít u lo , s e rá c o n s id e ra d a , su cin tam en te, a re s p o s ta
do equipam ento te r m in a l, a s a b e r, os en rolam en tos do tr a n s ­
form ad or, bem como a re s p o s ta da red e te r m in a l da lin h a de
tra n s m is s ã o , p o is i s t o r e la c io n a - s e com o c a lc u lo da sepa­
ração e n tr e pontas do p á r a - r a io s .

ii. an Al i s e do enrolamento do transformador

O en rolam en to do tra n sfo rm a d o r deve s e r c o n s id e ­


rado p a ra a a n á lis e de s u r t o , ta n to para d eterm in a r como e s ­
t e en rolam en to i n f lu e n c ia o c i r c u i t o e x te rn o como, também,de
que forma um s u rto o c a s io n a a fa d ig a do p r ó p r io en rolam en to.
A a n á lis e com pleta de um tra n sfo rm a d o r r e a l é tã o com plexa
que uma a n á lis e d eta lh a d a de cada p r o je t o não é f e i t a . P e lo
c o n t r á r io , m odelos s im p lific a d o s são a n a lis a d o s e seus re­
s u lta d o s podem s e r usados ta n to p e lo fa b r ic a n t e , no p r o je t o
do tra n s fo rm a d o r, como p e lo e n g e n h e iro , em a p lic a ç õ e s r e l a ­
t iv a s âs duas áreas de c o n s id e ra ç ã o acim a; i s t o é , a influen­
c ia no sistem a e fa d ig a do p r ó p r io tra n sfo rm a d o r.
O o b j e t i v o da a n á lis e , n esta s e ç ã o , ê s e r in t r o ­
d u tó r ia , com a in te n ç ã o de a p re s e n ta r somente os c o n c e ito s
mais fu ndam entais. M aiores r e fe r ê n c ia s podem s e r e n c o n tra ­
das nos te x to s d ed icad os a e s te a s s u n to 1' 2.
O problem a de s u r to s , em en rolam en tos de transfor­
mador ê b a sta n te complexo e frequ en tem en te p r e c is a s e r le ­
vado em con ta na produção f i n a l do tra n sfo rm a d o r. Os t e s t e s ,
a tr a v é s dos q u a is i s t o é o b t id o , são d e s e n v o lv id o s e r e a l i ­
zados p o r com issões de p a d ro n iza çã o e serã o d is c u tid o s no
Curso sobre Coordenação de Iso la m en to . C á lc u lo s de p r o je t o s
foram execu tad os em modelos em e s c a la r e a l , p r o je ta d o s com
pontos de m on itoração e s p e c ia is . Nesses tra n sfo rm a d o res po­
dem s e r sim ulados d e f e i t o s para e f e t i v a r - s e , de uma forma
mais co m p leta , os c á lc u lo s e proced im en tos de p r o j e t o . Por
e s ta m aneira s e r mais d is p e n d io s a , m od elos3 e té c n ic a s a-
n a l í t i c a s 5 foram d e s e n v o lv id o s para c a lc u la r - s e p r o je t o s de
tra n s fo rm a d o re s . A ê n fa s e p r i n c i p a l , n e s te c a p ít u lo , s e rá
dada aos fundamentos do método a n a l í t i c o .

A. Equação d i f e r e n c i a l da bobin a de uma camada

A a n á lis e da bobin a de uma camada pode s e r executa­


da sem grandes d ific u ld a d e s , se c e r ta s h ip ó te s e s s im p lifi-
cadoras forem f e i t a s , com r e la ç ã o âs c a r a c t e r í s t i c a s fís i­
cas do problem a. Ainda que e s t e problem a a p resen te a s o lu ­
ção mais fundam ental da d is t r ib u iç ã o de s u rto em enrolam en­
t o s , en ten dim en to r a z o á v e l pode s e r o b tid o a p a rtir dela.
Além d is s o , e ssa c o n fig u ra ç ã o é comum nos re a to ­
re s em forma de n ú cleo e tra n sfo rm a d o res que u t iliz a m b o b i­
nas c i l í n d r i c a s ou em camadas. Em um en ro la m en to , como o da
F ig u ra 1 0 .1 ( a ) , deve s e r ob servad o que a propagação da p e r ­
tu rb ação e s p ir a a e s p ir a , a tr a v é s do is o la m e n to , é m uito
mais rá p id a que a propagação da p ertu rb a çã o a tr a v é s do con­
d u to r. A propagação e s p ir a a e s p ir a em r e la ç ã o à propagação
no con du tor e s t á na ordem de duas v e z e s a esp essu ra do i s o ­
lam ento mais o afastam en to e n tr e as e s p ir a s , para o com pri­
mento da e s p ir a . I s t o dã o tempo de propagação da p e rtu rb a ­
ção e s p ir a a e s p ir a , que é da ordem de 0,01 m icrossegundo ,
enquanto que o tempo de p ro p a ga çã o , ao lo n go de uma bobin a
de 100 e s p ir a s com um r a io médio de 75cm, s e r ia c e rc a de 1
m icrossegu n d o, dependendo da p e rm e a b ilid a d e e f e t i v a da es­
tr u tu r a .

A pesar dos campos m agn ético e e l é t r i c o , o r ig in a d o s


p e la s p e rtu rb a ç õ e s em uma b o b in a , serem b a s ta n te com plexos,
uma s im p lific a ç ã o im p o rta n te le v a a um e q u iv a le n t e ú t i l pa­
ra a bobin a em camadas, O e q u iv a le n t e pode s e r form ado, se
as s e g u in te s h ip ó te s e s forem a c e it a s :

a) E s p ira s adjacen tes: servem como c o b e rtu ra para ambos


os campos, m agnético e e l é t r i c o . Is to ê , tod os os
acoplam entos m agn éticos e e l é t r i c o s podem s e r d es­
c r i t o s p e lo acoplam ento e n tr e e s p ir a s a d ja c e n te s .Por
exem p lo, c o n s id e r e -s e t r ê s e s p ir a s : a e s p ir a do meio
e s t ã com pletam ente b lin d a d a p e la s duas e s p ir a s ad­
ja c e n te s .
b) Todas as o u tra s s u p e r f íc ie s con d u tora s, que e s tã o a -
cop la d a s c a p a c itiv a m e n te a cada e s p ir a na b o b in a ,
são su postas no p o t e n c ia l t e r r a e , mais,o acoplamen­
to in d u tiv o mútuo e x is t e n t e e n tr e as e s tr u tu r a s a-
te r r a d a s e cada e s p ir a , são d esp reza d o s.
Sob estas condições, o circuito equivalente mos­
trado na Figura 10.1(b) ê aplicável. Geralmente, o equiva­
lente é utilizado para descrever o acoplamento magnético e
elétrico entre espiras sucessivas e eletrodos externos. Pa­
ra facilitar a análise, ê comum fazer a aproximação do cir­
cuito equivalente da espira, considerando-se a indutância e
capacitância associadas por unidade de comprimento dela. Le­
vando esta associação ao limite do elemento diferencial de
comprimento, o equivalente, então, aparece como mostrado na
Figura 10.2.

v-*Av Ldx Ldx v+Av

■'Wnrv
■ mi
i +Ai

•K 'K + A ' k
— lí-
k k
dx A i-A i K dx

/ T \ Cdx Cdx Cdx

dx

Fig. 1Ü.2

Note-se que esse circuito equivalente seria idên­


tico ao de uma linha aérea, se K não fosse incluído. Mas a
capacitância entre espiras dos enrolamentos (K, no diagrama
acima) é de uma magnitude grande o suficiente, para que o re­
sultado físico seja diferente do que foi obtido para a onda
viajante na linha de transmissão. Alguns estudos têm sido
publicados, os quais analisam os transitórios do transfor­
mador sob o ponto de vista da onda viajante, porém, a maio­
ria dos artigos e textos empregam a análise pelo método da
onda*estacionária, como nestas notas. Três equações diferen-
c i a i s podem s e r e s c r ita s a p a r t i r d e s te c i r c u i t o . .

3(1 + V . r av
3x L 3t (1 0 .0 1 )

3v _ t 3i (1 0 .0 2 )
35T ~ " L Tt
i = -K a2y (1 0 .0 3 )
*K * 3x3t

Onde:
L = in d u tâ n c ia p o r unidade de com prim ento.
C = c a p a c itâ n c ia à t e r r a p o r unidade de
com prim ento.
K = c a p a c itâ n c ia p o r unidade de comprimento
e n tr e e s p ir a s .

O b serve-se que se i^ = 0, t e r - s e - ã equações d i f e r e n c i a i s par­


c i a i s que descrevem a lin h a de tran sm issã o (equ ações (10.01)e
1 0 .0 2 )). A t e r c e i r a d e la s é a equação d i f e r e n c i a l parcial pa­
ra o e f e i t o c a p a c it iv o e n tr e e s p ir a s . As t r ê s podem s e r r e ­
s o lv id a s sim u ltan eam en te, d ife r e n c ia n d o - s e com r e la ç ã o a x
e t e s u b s titu in d o os term os a p ro p ria d o s . A equação d ife ­
r e n c ia l r e s u lt a n t e para a ten sã o é :

32v 32v 34V


LC + LK * 0 (1 0 .0 4 )
3v2 3t2 3xZ3t2

Uma equação sem elhante para a c o r r e n te pode s e r d e s e n v o lv i­


da. N o t e - s e , também, que quando i = 0, s e rã o b tid a a equ a-
x\
ção c o n v e n c io n a l da onda v i a j a n t e .

B. SOLUÇÃO DA. EQUAÇÃO DIFERENCIAL DA BOBINA DE UMA CAMADA

A n a tu re za da so lu çã o d e s ta equação d ife r e n c ia l,
(1 0 .0 4 ), pode s e r determ inada exam inando-se os v a lo r e s ca­
r a c t e r í s t i c o s ou a so lu ç ã o t r a n s i t ó r i a . Is s o é f e i t o mais fa­
c ilm e n te , supondo-se uma so lu ç ã o onde as v a r i á v e i s são se­
p aradas. Q ualquer uma das duas form as pode s e r usada:

.. J u t 0j£x
v = V eJ e
ou
v = V coswt sen Bx (10.05b)

S u b s titu in d o na equaçao (1 0 .0 4 ), a equação c a r a c te r ís tic a


pode s e r o b t id a :

&2 - LCta2 - LK62w2 = 0 (10.06)

E sta meramente e s t a b e le c e qu e, p ara tod a p o s s ív e l o s c ila ç ã o


d en tro da b o b in a , m, e x i s t e uma r e la ç ã o com um f a t o r esp a ­
c ia l, 3. R esolven do a equação (1 0 .0 6 ), p r im e ir o p ara o) e de­
p o is para 3/ ob tém -se:

/[LC(1 + K/C e2) ] (1 0 .0 7 a)

/ LCw2
(10.07b)
fi = +
l - u ZLK

Assim , à cada fr e q ü ê n c ia , ± oo, corresp on d e um 3 e p ara cada


3, corresp on d e uma fr e q ü ê n c ia co. O s i g n i f i c a d o d e s te calculo
da equação c a r a c t e r í s t i c a pode s e r m elhor v i s t o com um exem­
p lo s im p le s . Considerando uma harm ônica, i s t o ê , um valor de
0), o b t e r - s e - ã a d i s t r ib u iç ã o e s p a c ia l da ten sã o ao lo n g o do
e n ro la m en to , d e fin id a p e lo v a l o r co rresp o n d en te de 3, como
m ostra a F ig u ra 10.03. De forma que as fr e q ü ê n c ia s n a tu r a is
e s tã o r e la c io n a d a s com o comprimento do en rola m en to.

Frequência de oscilação
determinado por w.

— |n*
Distribuição espacial da tensão ao
lo n g o de um en rolam en to em camadas
Para a onda e s p a c ia l m ostrada, as co n d içõ es de con­
to rn o foram e s c o lh id a s para r e p r e s e n ta r uma ten são a p lic a d a
à esqu erda e um n eu tro a te rra d o â d i r e i t a . Uma s o lu çã o com­
p le t a para a equação d i f e r e n c i a l re q u e r a a p lic a ç ã o das con­
d iç õ e s de con torn o para c a lc u la r - s e a magnitude de cada com­
ponente harm ônico, que e s ta r ã o na forma da equação (1 0 .0 5 ).
Não s erã o f e i t o s e s fo r ç o s p ara a p re s e n ta r uma so­
lu ção d e ta lh a d a da equação d i f e r e n c i a l , mas, sim, alguns co ­
m en tários g e r a is a r e s p e it o da s o lu ç ã o .
É p o s s ív e l usar alguns c o n c e ito s g e r a is para c a l ­
c u la r a so lu çã o de q u a lq u er equação d i f e r e n c i a l . 0 p r im e ir o
p a sso, em m uitos ca so s, é e s t a b e le c e r os v a lo r e s i n i c i a l e
f i n a l e , e n tã o , reco n h ecer que a s o lu çã o t r a n s i t ó r i a deve
c o n e c ta r as duas r e g iõ e s . N este problem a é r a z o á v e l p r e d iz e r
o v a lo r f i n a l da s o lu ç ã o , como uma ten são l i n e a r e n tre os
d o is te r m in a is . Is s o é d e v id o ao flu x o de c o r r e n te de período
lon go ou b a ix a fr e q ü ê n c ia que p a ssará p e lo ramo da in d u tâ n -
c ia , com uma c o n tr ib u iç ã o d e s p r e z ív e l de c o r r e n te c a p a c i t i -
va. Analogam ente, p od e-se c o n s id e r a r o c i r c u i t o e q u iv a le n te
e d e d u z ir a n a tu re za da d is t r ib u iç ã o i n i c i a l ao lon go do en -
rola m en to. D evido ã c o r r e n te le v a r um c e r t o tempo para se pro­
d u z ir em uma in d u tâ n c ia , p o d e-se a n te c ip a r que a d i s t r i b u i ­
ção da te n s ã o , no p r im e ir o momento, s e rá determ inada p e la
rede c a p a c it iv a da F ig u ra 10.01. Ê p o s s ív e l e s c r e v e r a equa­
ção d i f e r e n c i a l d e s ta rede ou d e d u z í- la a p a r t i r da equação
(1 0 .0 4 ) fa z e n d o -s e L °°. Em qu au alqu er ca so , a equação d i ­
f e r e n c i a l que d e s c re v e a d is t r ib u iç ã o i n i c i a l da ten são é :

(1 0 .0 8 )
Í VC

on d e:
vq é a d is t r ib u iç ã o i n i c i a l da te n s ã o .

P o d e-se a p lic a r as co n d içõ es de con torn o a e s t a e -


quação. Is to ê, fazen d o v =1 em x = 0 e v =0 em x = £ .
E stas são c o n d içõ es i n i c i a i s a p ro p ria d a s para uma bobina neu­
t r a a te r r a d a . Para e s ta s co n d içõ es i n i c i a i s , a solu çã o é :
= q Ç^-x ) (10.09)
O senh aSL

onde
C (capacitância to ta l do enrolamento para a terra)
/ K ( c a p a c ita n c ia t o t a l do en rolam en to )

Um diagram a g e r a l d e s ta so lu çã o pode s e r fe it o para


v á r io s v a lo r e s de a.

Curvas aproximadas da distribuição in ic ia l


da tensão para vários valores de a£
F ig . 10.04

A q u i, a ê dado como /C/K e v ê - s e que acresce quando


a c a p a c itâ n c ia e n tr e e s p ir a s d e c r e s c e , ou quando a c a p a c i­
tâ n c ia à t e r r a c r e s c e . Um en rolam ento em camadas, sem co­
b e r tu r a e s p e c ia l para m elh orar a d is t r ib u iç ã o , te r ia um t í ­
p ic o a£ = 3 ou m aior.
Na F ig u ra 10.04, p od e-se v e r que a d ife r e n ç a entre
a d is t r ib u iç ã o fin a l lin e a r , a lin h a r e t a in d ic a d a como a£=0f
e a d is t r ib u iç ã o i n i c i a l da te n s ã o , como, p or ex em p lo ,a £ = 3 ,
deve s e r ig u a l â s o lu çã o t r a n s i t ó r i a . E sta so lu çã o tr a n s i­
t ó r i a deve s e r formada de term os da forma dos da equação
(1 0 .0 5 ). De f a t o , a forma g e r a l da so lu çã o s e r á :
Os c o e f i c i e n t e s podem s e r o b tid o s a ju s ta n d o -s e
a equação acima â d ife r e n ç a e n tr e as d is t r ib u iç õ e s in ic ia l
e f i n a l do v a l o r , com uso de uma expansão de F o u r ie r da ã-
rea, como mostra a Ficrura 10.05.

Distribuição
inicial

Na equação (1 0 .1 0 ) os v a lo r e s de $n podem s e r :

0n n = 1,2,3. ( 10 . 11 )

P o r ta n to , a p orção t r a n s i t ó r i a da s o lu çã o é :

v s 1 ' I + ^ bn sen n r x C0Sü)nt ( 10 . 12 )\

Os c o e f i c i e n t e s b^ são en con trad os equ acion an d o-se (10.12)


para o v a lo r i n i c i a l (1 0 .0 9 ) em t= 0 e re e s c re v e n d o -s e a e -
quação p ara o b t e r :

senh a (Jt-x)
sen (1 - = f(x ) (10.13)
sen~h a&

A go ra , e s t a função pode s e r c a lc u la d a usando-se as té c n ic a s


c o n v e n c io n a is da s é r i e de F o u r ie r para achar os c o e fic ie n ­
te s .
I
2J f(x ) sen dx
bn . - S ----- 1— ^----- (10.14)

0 c á lc u lo d e s ta i n t e g r a l r e s u lt a em:

a2.2
í
n nir 77T
(n u ) +ct 1
Usando e s te s v a lo r e s de na equação (10.12) , a so lu çã o to­
t a l pode s e r e s c r i t a como uma s é r ie i n f i n i t a . Os v a lo r e s de
b^ diminuem para um n grande e , assim , somente poucos ter­
mos são n e c e s s á r io s para uma so lu çã o com p leta. Um exem plo de
um diagram a de harm ônicas e s p a c ia is aparece na F ig u ra 10.6.

F ig . 10.6

O b serve-se qu e, a soma das harmônicas e s p a c ia is aproxim a-se


da d ife r e n ç a e n tr e a d is t r ib u iç ã o f i n a l e a i n i c i a l . Cada
uma d e s ta s harm ônicas e s p a c ia is b^* sen g^x, é m u ltip lic a d a
p or uma co rresp o n d en te harmônica no tempo, cos o>nt , para f o r ­
mar a so lu çã o esp a ço -tem p o . I s t o ê , cada uma das harmônicas
e s p a c ia is o s c ila m em sua p r ó p r ia fr e q ü ê n c ia n a t u r a l, a)n , de
modo que a s o lu çã o líq u id a pode s e r uma d is t r ib u iç ã o de te n ­
são b a s ta n te complexa ao lon go do en rolam en to. . Um exemplo
t í p i c o da ten sã o ao lo n go do en rolam en to, em algum in s ta n ­
t e , é m ostrado na F ig u ra 1 0 . 7 (a ). A F ig u ra 1 0 .7 (b ) é a mais
t í p i c a das fig u r a s apresen tad as em a r t ig o s e t e x t o s sobre es­
t e assunto e m ostra a e n v o lt ó r ia da ten são máxima em cada
pon to do en ro la m en to , durante a o s c ila ç ã o t o t a l .
lb) Envoltório dos tensões máximoscd longo doenrrolamento.
Fig. 10.7

C. Interpretação dos resultados das oscilações na bobina

As distribuições de tensão, tanto para a condição


inicial como para a transitória real, podem ser interpreta­
das e discutidas com relação ã aplicação em sistemas.
Primeiramente, o exame do gradiente de tensão ao
longo do enrolamento do transformador (Figura 10.7(a)) mos­
tra que altas tensões espira a espira podem ocorrer a par­
tir de tensões terminais tipo impulso. Sucedendo o impulso,
oscilações de freqüência relativamente altas podem ocorrer,
produzindo altos gradientes. Estes podem, em geral, ocorrer
em ambas as extremidades do enrolamento, isto é, tanto no
terminal da linha como no terminal neutro do enrolamento.É ,
também, importante observar que a tensão linha â terra, em
algum ponto interno do enrolamento, pode ser mais alta do
que a tensão terminal linha à terra. É evidente que aenvol-
tõria das sobretensões (Figura 10.7(b)) excede a distribui­
ção ftnal ou de equilíbrio da tensão no enrolamento e, por­
ta n to , a is o la ç ã o p r in c ip a l do enrolam ento não pocje usar o
iso la m en to g r a d a tiv o e fic a z m e n te . Uma e s tr u tu r a de iso la m en ­
to g r a d a tiv o é aq u ela em que o n í v e l de is o l a ç ã o é m aior na
extrem id ad e de a lt a ten são do tra n sfo rm a d o r e menor em t o r ­
no do n e u tro , aproximadamente p r o p o r c io n a l à ten são *(em 60 Hz).
M uitos tra n sfo rm a d o res modernos de p o tê n c ia usam
is o la m e n to g r a d a t iv o , o que é p o s s í v e l , m o d ific a n d o -s e seu
p r o j e t o com a f i n a l i d a d e de s u p rim ir as oscilações
in te r n a s no en rolam en to. Is s o pode s e r f e i t o p e lo uso da
blin dagem e l e t r o s t á t i c a . E sta tem o e f e i t o de d im in u ir C e
aumentar K na equação (10.09) e , p or c o n s e g u in te , aumentar a .
Então, como m ostrado na F ig u ra 10.4 , a d is t r ib u iç ã o i n i c i a l
da ten são pode s e r mais aproximadamente l i n e a r .
V á ria s té c n ic a s são usadas para a l i v i a r ou m it ig a r
o p e r f i l in c lin a d o da ten são que o c o r r e r ia em uma bobin a u-
n ifo rm e , se e l a fo s s e s u j e i t a à ten sõ es de im pulso em seus
te r m in a is . Por exem plo, na con stru ção do en rolam en to em f o r ­
ma de n ú cleo e n v o lv e n t e , e s t e é a rra n ja d o em s é r ie s de p l a ­
cas ou d is c o s . F o rte s acoplam entos c a p a c it iv o s , p la c a a p l a ­
ca, bem como e s p ir a a e s p ir a , ocorrem . Para t a i s c o n s tru ­
ç õ e s , o uso de p la c a s e s t á t i c a s , nos te r m in a is , r e v e la - s e
muito e f i c a z no c o n t r o le das ten sõ es e s p ir a a e s p ir a r e s u l­
ta n te s durante um im p u lso. Para tra n sfo rm a d o res na forma de
n ú cleo e n v o lv id o , v á r io s a r r a n jo s de en rolam en to têm s id o
e la b o ra d o s para m it ig a r e sse e f e i t o . Por exem plo, o e n r o la ­
mento em camadas c o n c ê n tr ic a s u t i l i z a uma seqü ên cia de ca­
madas de bobinas c o n c ê n tr ic a s e b lin d a g e n s de lin h a para mi­
t i g a r a fa d ig a e s p ir a a e s p ir a . Para en rolam en tos do t ip o
d is c o , em tra n sfo rm a d o res de n ú cleo e n v o lv id o , duas té c n i­
cas têm s id o a p lic a d a s . Para com eçar, usam-se p la c a s e s tá ­
t i c a s para b lin d a r o d is c o da lin h a c o n tra a t e r r a ; além dis­
to , a blindagem da e s tr u tu r a ou da lin h a são usadas freqüen-
tem ente para aumentar a c a p a c itâ n c ia das seçõ es em d is c o no
en rolam en to próxim o aos te rm in a is da lin h a . Assim , conduto­
re s b lin d a d o s , fo rte m e n te is o la d o s , são e n ro la d o s nas seções
em d is c o , próxim as aos te rm in a is da lin h a para aumentar o
acoplam ento c a p a c it iv o da seção da lin h a ao d is c o in te rm e -
d iãrio. Além d isso , a construção de enrolamentof chamada dis­
co entrelaçado, é u tilizad a para fornecer acoplamento capa-
citivo â espiras múltiplas. Projetos de disco entrelaçado,
aumentam grandemente a capacitância eficaz espira a espira
e evidenciam a necessidade de blindagem da estrutura. Em
todas as construções de transformadores, as descontinuida-
des no enrolamento, ta is como ocorre em seções "taps", po­
dem levar a problemas de fadiga por tensão. Estas seções são
às vezes, protegidas pelo uso de ma.teriais semi-condutores
com características de corrente e tensão tendendo a limitar
a queda de tensão.
Das fórmulas e curvas acima, estã evidente que a
impedância de entrada do enrolamento de um transformador,es­
pecialmente sob condições de impulso, não pode ser facilmente
definida. Pode-se ver que a impedância in ic ia l ê capacitiva
e que a impedância fin a l é indutiva.
Para um enrolamento em camadas, a capacitância e -
ficaz in ic ia l ê:
C f = /CK (10.16)
E sta pode s e r c a lc u la d a , o b serva n d o -se que a c a p a c itâ n c ia e -
f i c a z deve s e r ig u a l a:
5v
(10.17)
ce f ' - K <■ Sx
x = 0
Onde K é a capacitância espira a espira. Substituindo-se a
equação (10.09) na equação (10.17):
Ce£ = Ka cotgh a l = /CK cotgh a l (10.18)
Para uma bobina com a grande, esta capacitância eficaz re­
duz-se à equação (10.16) porque cotgh a£= 1 para aü>3. Para
enrolamentos blindados, e la não pode ser definida pela mes­
ma formula e, em geral, é d i f í c i l calcular a capacitância e-
ficaz in ic ia l.
Em algumas aplicações ê desejável estimar a capa­
citância e fe tiv a do transformador, a saber, em estudos de
analise da tensão de recuperação e em estudos de proteção con­
tra descargas atmosféricas. Informações gerais são normal­
mente usadas em tais estudos. Nestes casos, pode ser impor­
ta n te i n c l u i r a c a p a c itâ n c ia da bucha do tra n s fo rm a d o r, bem
como a do en rolam en to aqui d is c u t id a .
N e s te s c á lc u lo s in t r o d u t ó r i o s , p o d e-se v e r de on­
de sairam alguns te rm o s , t a i s como a c a p a c itâ n c ia e f i c a z do
tra n s fo rm a d o r. É v á lid o lem brar que e s t a im pedância pode não
s e r c a p a c it iv a p a ra o s c ila ç õ e s a lon go p r a z o , mas ê e f i c a z ,
na m elhor das h ip ó t e s e s , p ara 10*s de m icrossegu n d os.

III. PROTEÇÃO DE PÃRA-RAIOS

Um p ã r a - r a io s pode s e r c o n s id e ra d o , fundam ental­


m ente, como um espaço de a r em s é r i e com algum elem en to r e ­
s i s t i vo não l i n e a r lim it a d o r de c o r r e n t e . O esp aço de a r é ,
re a lm e n te , uma s é r i e de esp aços de a r com um g r a d ie n te con­
t r o la d o de t a l modo, que os espaços de ar i r ã o /
c o n fia v e lm e n to , d e s c a r r e g a r - s e em alguma ten sã o p r e d e te r m i­
nada. Após a d e s c a rg a , a c o r r e n te a tr a v é s do p ã r a - r a io s s e ­
rá lim it a d a p e lo seu elem en to r e s i s t i v o não l i n e a r e p e la
ten sã o de r e to r n o do a rco e l é t r i c o no esp aço de a r , bem co­
mo, p o r q u a lq u er im pedância do sistem a a tr a v é s da qual a
c o r r e n te flu a .
linha

(a ) Esquema de um pára-raios (b) Esboço da descarga


F ig . 10.8

Se a ten sã o de a rc o e l é t r i c o do p ã r a - r a io s é d es­
p r e z ív e l, a c o r r e n te n e le i r á a z e r o , sob , aproxim adam ente,
uma ten sã o z e r o . Quando a c o r r e n t e , que e s t a sendo conduzida
a tr a v é s da s e r ie de espaços de a r , p a ssa r p o r z e r o , o arco
e l é t r i c o pode s e r e x tin g u id o p e lo p ã r a - r a io s e e l e c e s s a ra
de c o n d u z ir. I s t o é chamado, algumas v e z e s , de la c r e .
Norm alm ente, nos tra n sfo rm a d o res de a l t a te n s ã o ,o s
p ã r a - r a io s são con ectad os d ire ta m e n te aos te r m in a is . E ste
método assegu ra desempenho e s s e n c ia lm e n te p e r f e i t o enquanto
a p ro te ç ã o perm anecer em co n d içõ es p r ó p r ia s de a tu ação. Em
alguns equipam entos de b a ix a te n s ã o , ou em caso de e q u ip a ­
mento de menor im p o rtâ n c ia que o tra n sfo rm a d o r de p o tê n c ia ,
t a i s como, o tra n sfo rm a d o r de p o t e n c ia l, um p ã r a - r a io s pode
s e r usado p ara p r o t e g e r mais de uma p a r te do equipam ento.
Quando i s t o é f e i t o , é im p orta n te s e r capaz de a v a l i a r a " ã -
rea de p r o te ç ã o " do p ã r a - r a io s .
P o d e-se r e v e r , sob um pon to de v i s t a g e r a l , o p r o ­
blema ao q u a l se r e f e r e a F igu ra. 1 0 .9 . Qualquer s u r to , en­
tran d o na e s ta ç ã o m ostrada p e lo c i r c u i t o , e n c o n tra rã , p r i­
m e iro , o p ã r a - r a io s . E ste darã uma d esca rga e puxarã cor­
r e n te , a q u a l, com e f e i t o , con serva b a ix o o n í v e l do s u r to .
Pode p a r e c e r que e s t e n í v e l para o tra n sfo rm a d o r não s e ja
m aior do que a ten são a tr a v é s do p ã r a - r a io s , porém, sob o
ponto de v i s t a da onda v i a j a n t e , d e v e -s e e s p e r a r uma d u p li­
cação de ten sã o no tra n sfo rm a d o r.

F ig . 10.9

A. H ip ó te s e s consideradas na análise

Qualquer análise de proteção contra impulso deve


ser aproximada, pois, se está trabalhando numa área em qúe
hã conhecim ento i n s u f i c i e n t e . Is s o ê p a rtic u la rm e n te v e rd a ­
d e ir o , quando se c o n s id e ra a d esca rga a tm o s fé r ic a como fo n ­
te . É, p o r ta n to , n e c e s s á r io f a z e r su p o siçõ es em r e la ç ã o à
n a tu re za do im pulso da d esca rga que e n tr a numa s u b e s ta ç ã o e ,
e n tã o , p o s s iv e lm e n te , c o n s id e r a r uma s é r i e de v a lo r e s para
a v a lia r o r is c o . Como f o i s a lie n ta d o no C a p ítu lo 9 , uma d es­
c a rga a t m o s fé r ic a , numa lin h a de tra n s m is s ã o , s e rá lim ita d a
p e la r e s i s t ê n c i a de a terram en to e p e la in te n s id a d e do im pul­
so no is o la m e n to da t o r r e . P or f a l t a de m elhor conhecim ento,
o im pulso s e rá co n sid era d o uma função rampa tru n ca d a , com
uma magnitude ig u a l à in te n s id a d e de im pulso da linha de trans­
m issão .
Esse p ã r a - r a io s i r ã d e s c a r r e g a r , sucedendo-se uma
ten são IR . Essa ten sã o ê função da c o r r e n te do im pulso en­
tran d o na e s ta ç ã o . Para f in s de a n á lis e , s u p o r-s e -ã IR igual
à ten são de d esca rga do p ã r a - r a io s .
A re p re s e n ta ç ã o do tra n sfo rm a d o r, n e s ta analise,de­
ve s e r v a lid a para te n s õ e s de im pu lso. De modo qu e, p od e-se
usar a c a p a c itâ n c ia e f i c a z d is c u t id a na seção a n t e r i o r ,para
o e q u iv a le n te do tra n sfo rm a d o r d e s te ca so . A magnitude des­
ta c a p a c itâ n c ia ê gera lm en te de v a lo r s i g n i f i c a n t e para i n ­
flu e n c ia r as re s p o s ta s do ponto de v i s t a de E n gen h aria,m es-
-1 2
mo que seu v a lo r s e ja somente 3.000 p ic o fa ra d s (p ic o =10 ).
Para f in s de d is c u s s ã o , s e rã mais sim p les t r a t a r o t r a n s f o r ­
mador como um c i r c u i t o a b e r to . I s t o p e r m it ir a a demonstração
de tod os os fenômenos b á s ic o s sem a r it m é t ic a p a rtic u la rm e n ­
t e com plexa.

B. Solu ção do caso b á s ic o

O problem a b á s ic o é m ostrado na F ig u ra 1 0 .1 0 .N es­


t e c a s o , o p ã r a - r a io s s e rã co n sid era d o como um c i r c u i t o a-
b e rto , a té que a ten sã o n e le exceda o v a lo r de d esca rga quan­
do, e n tã o , s e rã c o n s id e ra d a ig u a l a IR que é ig u a l à da d es­
c a rg a .
F ig . 10.10

O p r im e ir o passo para a so lu çã o s e rã exam inar o


o caso em que o p ã r a - r a io s não e s t a con ectado ao s is te m a .
Para e s t e c a s o , v ê - s e que a rampa chega d u p lic a d a ao fim da
b a r r a . Assim , a ta x a de su b id a, na extrem id a d e da b a r r a , ê
duas vezes a da raitpa origin a l (v e r o Problem a 6 .1 2 ) .
Desses re s u lta d o s p o d e-se c o lh e r in fo rm a çõ es subs­
t a n c ia is :

1) Para o caso de não h a ver p ã r a - r a io s , o n í v e l de


s u rto no te r m in a l v a i a duas v e z e s a in t e n s id a ­
de do im pulso na lin h a e a ta x a de subida é duas
v e z e s a do im pulso o r i g i n a l .
2) A ten sã o na lo c a liz a ç ã o do p ã r a - r a io s não é uma
rampa s im p le s , mas composta da ten sã o advinda e
da r e f l e t i d a a p a r t i r da extrem id a d e a b e r ta .N o -
t e - s e que a componente r e f l e t i d a chega de v o l t a
ao p ã r a - r a io s 2A t, apôs a onda o r i g i n a l ch egar
(A t = tempo de viagem da b a r r a ) .
3) E o b v io qu e, se o tempo a te a c r i s t a do s u rto ê
duas v e z e s menor do que o tempo de viagem na bar­
ra, a ten sã o f i n a l no tra n sfo rm a d o r s e rã duas
v e z e s a ten são e n tr a n te . Se f o r co n sid era d o o
esb oço da ten sã o na extrem id a d e a b e rta (F ig u ra
1 0 .1 1 ), ê e v id e n te que' a i n f lu ê n c ia do pãra-raios
no s u rto não pode s e r s e n tid a p o r , p e lo menos,
2A t após a fr e n t e da onda ch ega r.
C. Solu ção in c lu in d o o p á r a - r a io s

A i n f lu ê n c ia do p ã r a - r a io s pode s e r in c lu íd a usan­
d o -se as h ip ó te s e s resum idas na seção A, acim a. P rim e iro ,p o -
d e -s e c a lc u la r a s o lu ç ã o para o caso em que o tempo de s u b i­
da do im pulso é m uito m aior que 2A t. Para e s t e c a s o ,p o d e -s e
c o n s id e r a r a onda que chega como uma rampa. R e fe r in d o - s e à
F ig u ra 1 0 .1 0 / o b s e rv a -s e que a so lu çã o s e rá a mesma da seção C
acim a, a té que o p ã r a - r a io s d e s c a rre g u e . No momento da d es­
c a r g a , a onda r e f l e t i d a de v o l t a da lin h a s e rã i g u a l e op os­
t a à onda que chega e a ten sã o no p ã r a - r a io s permanecerá cons­
ta n t e . De modo que, a ten sã o nos te rm in a is s e rã a que apa­
re c e na F ig u ra 10.12
Para as co n d içõ es e s t a b e le c id a s , essa ten sã o não
s e rã d i f e r e n t e da m ostrada a q u i, porque o p ã r a - r a io s é su­
p o s to e x i b i r a m agnitude IR ig u a l ao seu v a lo r de d e s c a rg a .
Usando os r e s u lta d o s da F ig u ra 10.12, é , a g o ra , possível cal­
c u la r a ten sã o nos te rm in a is do tra n s fo rm a d o r. Quando a fren­
te da onda chega ao te rm in a l a b e r to , a ta x a de e le v a ç ã o da
ten são d u p lic a e uma onda r e f l e t i d a , ig u a l em m agnitude à
ten sã o chegando, v o l t a em d ir e ç ã o ao p ã r a - r a io s . Quando e s ­
t a ten sã o r e f l e t i d a chega num in s ta n te At mais t a r d e , e la
s e rã r e f l e t i d a com um c o e f i c i e n t e de r e f le x ã o -1 (d e v id o â
n a tu re za co n sta n te da ten sã o do p ã r a - r a i o s ) . A ten sã o líq u i­
da e seus r e s p e c t iv o s componentes são m ostrados na F ig u ra
10.13.

F ig . 10.13
O b serve-se que o v a lo r te rm in a l do tra n sfo rm a d o r
exced e a ten sã o de d esca rga do p ã r á - r a io s . V ã ria s con clu sões
podem s e r t ir a d a s d e s te c á lc u lo :
1) Se o tempo de su bida, que v a i desde z e ro a te a d es­
c a rg a , é menor que duas v e z e s o tempo de viagem en­
t r e o p ã r a - r a io s e o tra n s fo rm a d o r, a ten sã o no t e r ­
m inal d e s te s e rá duas v e z e s a sua ten sã o de d e s c a r­
ga .
2) Â medida que o p ã r a - r a io s é c o lo c a d o mais próxim o do
tra n sfo rm a d o r (menos do que 2At a p a r t i r d e s t e ) , a
ten sã o n e s te dim in u i a te o ponto em que se ig u a la â
ten sã o no p ã r a - r a io s , no caso d e s te e s t a r lig a d o aos
seus te rm in a is .

D. F a to re s a d ic io n a is

Se o tra n sfo rm a d o r fo s s e s u b s titu íd o p o r sua ca-


p a c it â n c ia e f i c a z , a e le v a ç ã o de sua ten sã o t e r i a s id o re­
ta rd a d a , com in f lu ê n c ia líq u id a na redução da magnitude da
so b re te n s ã o (v e r Problem a 6 .1 3 ).
O modelo do p ã r a - r a io s também in f lu e n c ia r á o re­
s u lta d o , a té c e r t o p o n to . Se a im pedância r e a l d e le fo s s e u-
sada, em v e z de m a n tê-la no seu v a lo r de d e s c a r g a , f a r ia com
que seu c o e f i c i e n t e de r e f le x ã o se to rn a s s e m aior que (- 1 ),
como no exem plo acim a.
I s t o r e s u l t a r i a em uma redução menor de ten sã o do
que a m ostrada nos c á lc u lo s .
Um o u tro f a t o r im p o rta n te na a n á lis e do espaçamen­
t o e n tr e p ã r a - r a io s são os o u tro s componentes do s is te m a .S e
o u tro equipam ento é con ectad o ao s is te m a , t a l como c a p a c i-
t o r e s a c o p la d o s , é p o s s ív e l c o n c e n tra r e s t a c a p a c itâ n c ia no
tra n s fo rm a d o r. Se o u tra s lin h a s de tran sm issão são c o n e c ta ­
das â b a rra no l o c a l do p ã r a - r a io s , ê p o s s ív e l i n c l u i r a i n ­
f lu ê n c ia d e s ta s lin h a s , con ecta n d o-se um r e s i s t o r â te rra ,
no p ã r a - r a io s , ig u a l â im pedância de s u rto e f i c a z líq u id a
das lin h a s . E stas te r ã o a in f lu ê n c ia de b a ix a r a m agnitude
e a ta x a de e le v a ç ã o , mesmo an tes do v a lo r de d esca rg a do
p ã r a - r a io s . Se um c e r t o numero de lin h a s de tra n sm issã o é
c o n e c ta d o à b a r r a em v á r io s p o n to s , p ro v a v e lm e n te s e r á n e­
c e s s á r io fa z e r um c á lc u lo r e a l p a ra o b t e r - s e uma r e s p o s ta
d e f i n i t i v a p a ra o s is te m a .

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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IMPRENSA UNIVERSITÁRIA -UFSM
CAPA-REINALDO PEDROSO

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