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© by Geraldo Kindermann

!~edição: 2008

Capa: Marcos F ischbom


Revisão: Roberto de Souza Salgado
Editoraç-ão: Geraldo Kindennann

Ficha Catalográfica

K.5 1p Kiadermann. Geraldo, 1949-


Protcçào de sistemas elétricos de potência / Geraldo
Kindermaan. - Florianópolis - SC: !Edição do autor,
2008.
V.): i(.

Bibliografia. ISBN: 978-85-90085-3 7-9

l. Sistemas de energia elétrica - Proteção. 2. Energia


elétrica - Geração. 3. Relés elétricos. 4. Relês de
proteção . 1. Título.
CDU: 621-316.9

É proibida a reprodução total ou parcial deste liv ro sem a autorização


do autor.
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-
Agradecimentos

O autor agradece em especial

❖ A minha família: Maria das Dores (esposa) e aos filhos:


Katiuze, Krisley e Lucas, pela ajuda na logística e na digitaçiio
do texto.

❖ Ao Professor Roberto d e Souza Salgado da UFSC, por ler


cuidadosamente o texto e dar importantíssimas contribuições
técnicas.

❖ Aos engenheiros Adriano Pauli, Everton fizolatti Medeiros,


Giovanni Baptista Fabris e Luis Roberto Fernandes da
Eletrosul, e Levi Souto Júnior da Tractebcl pelas discussões e
contribuições técnicas.

❖ l\farcos Fischborn, pela elaboração da capa e Mauricio


Sperandio pelo assessoramento de informática.

❖ Aos inúmeros a lunos, da Graduação e Pós-graduação, que


contribuíram com desenhos.

Agradecimento em especial ao LABPLAN. principalmente aos


professores, técnicos, analistas, mestrandos e doutorandos, que de um modo
ou de outro sempre estiveram presentes na motivação, c.onuibuição e
assessoramento na elaboração do livro.
Apresentação

O Laboratório de Planejamento de Sistemas de Ener~ria Elétrica -


LabPlao. do Departamento de Engenharia Elétrica da Univ ersidade Federal de.
Santa Cataàna, tem por objetivos realizar e promover o desenvolvimenlo de
atividades de pesquisa. ens ino e extensão na área de Sistemas de Energia Elétrica
(SEE) com ênfase nos aspectos de planejam ento e análise, nos segnienlos de
geração, transmissão e distribuição.
A atuação dos professores do LabPlan, desde a sua constituição em
1992, tem envolvido uma diversidade de atividades e contribuições à sociedade que
extrapolam em muito o escopo de atividades regulares aos cursos de graduação e
pós-graduação em Engenharia Elétrica. Dentre essas atividades destacam-se a
publicação de livros e artigos técnicos e a intensa interação com os diversos
agentes do setor e lélrico brasileiro, realizada por meio de cursos de
aperfeiçoamento e de especialização, consultorias especializadas e projetos de
pesquisa e desenvolvimento.
O presente livro representa uma contribuição inédita do Professor
Geraldo Kindermann à sua extensa obra que abrange publicações nas áreas de
projetos elétricos, engenharia de segurança e proteção de sistema<; elétricos de
potência. Especi ficamenle. nesta obra são abordados os temas relacionados à
proteção de geradores síncronos, barramentos de subestações, reatores e bancos de
capacitores. Os tema.-s são descritos com a riqueza didática que caracteriza as
publicações do autor, devendo contribuir tamo para fins acadêmicos quanto aos
diversos profissionais técnicos e enge11beiros qae estiverem envolvidos com os
desa_fios da incorporação. ao sistema elétrico brasileiro. dos inúmeros projetos de
geração de fontes alternativos previstos para os próximos anos.
Seguindo a trndição de -publ.icações anteriores, o desenvolvimento dos
temas da prese11le obra foi fortemente sustentado pela extensa experiência
acadêmica e prática do autor; v ivenciada nos inúmeros cursos ministrad.os em
universidades e empresas no Brasil, e em diversos países da América Lat ina e
África. bem como nos diversos trabalhos de consultoria técnica prestados à
Agência Naciona l de Energia Elétrica.

Prof. Ildemar Cassana Decker


Supt:rvisor do LabPlan - UFSC
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lndice Geral

Capítulo 1 - Proteção de Geradores Síncronos


1. 1 lntroduçào ····························-············-·~························································· 1
12 Penurbações na Máquina Síncrona ···--························································· 2
1.3 A Proteção do Gerador Síncrono ................. ···-············································· 5
l.4 Tipos de Proteções do Gerador Síncrono ...................................................... 5
1.5 Geradores Síncronos acoplados ao Sistema Elétrico ...................................... 8
1.6 Curto•Circuito na B obina da Armadura do Gcrador Síncrono ..................... 12
1.7 Pro1cção Diferencia l do Gerador Sú1crono ·············································-···· 1<>
1.8 Trecho não Protegido pela P roteção 87 ··············•·-······································ 22
1.9 Proteção Conira Falhas entre Espiras······················- .................................. 25
1. 1O Proteção de Scqüê11cia Negativa e.lo Gerador Síncrono·························-····· 28
1. 11 Relê de Sobreexci1ação do Gerador Sincrono ................... ·-············-·········· 35
1.12 Proteção por Perda de Excitação .................................................................. 36
l .l 3 Proteção de Sobretcrnperatura ...................................................................... 39
1.14 Relé de Imagem Térmica.-........................................................................... 40
1.15 Proteção de Falha do Disjuntor do Gerador. ...........................·-···· ............... 4 1
1. 16 Tipos de Aterramentos dos Geradores Sincronos ··································-····· 43
l . L7 C lassificação do Sistema Aterrado···········-·················································· 4
H

1. 18 Defoito Lci>-terra nos Tem1inais do Gerador Síncrono ·····--·························· 50


1.'I 9 Sistema Aterrado .......................................................................................... 52
1.20 Sistema Isolado .......................................-.......................... ............... ............ 52
1.21 Sistema Aterrado com Resistência ....... -.-· ..····················· ........................... 54
1.22 Sistema Aterrado com íl.esistência no Eru,:ilamerifo ô Jo TnmsformaJor de
Aterramente .................................................................................................. 7 i
1.23 TP Único ....................................................................................................... 76
1.24 A terramento Ressonante ............ _...................................... ........- ............... _ 79
1.25 Sistema Aterrado com Baix a Tmpedãncia....................- .... ........................... 80
1.26 Sistema Aterrado ............................................................... .... ....................... 86
1.27 Proteção de Máquina Síncrona com Aterramento Sólido ............................. 86
l.28 Proteção Diferencial da Máquina S íncrona com Aterramento por uma
Tmpedância•.......-··············· ··························-················•- •·••···············-········ 87
1.29 Proteção de M áquina Síncrona pela 3ª Harmônica ....................................... 88
1.30 Proteção de Defeitos à Terra no Rotor............................... -························· 96
1.31 Eocrgização Acidental do Gerador Sincrono ............. .....-·-············· ............ 98
132 Proteção de Retaguarda do Gerador Sincrono ................... - ············---·-•·.. 100
1.33 Proteção de Mínima lmpedància ········-············· ..···---·····--·-·················... 101
l.34 Proteção de Sobrecorrente .......................................................................... 106
1.35 Proteção de Perda de PotenciaL ..................... ........ - ..·..·······-··················- 107
l.36 Relé de Bloqueio .................................·-·····.............................--...........•.... 108
1.37 Proteção de Sobrecorrente com Restrição de Tensão .............•-···· ······--····· LL1
1.38 P roteção contra Motorização .....·-···--··········-·········.................................. _ 112
1.39 Proteção dos Mancais ................................................................................ 11 3
1.40 P roteção Contra Sobrevelocidade ................... - .......................................... 115
1.41 Proteção de V ibração .................................................................................. 11 7
1.-42 Grade de Tomada D'água_........... ·-···........................................................ 117
1.43 Comporta de Tomada o·água...........................................-········--·-·········-· 11 8
1.44 Proteção contra Frcqüência Anormal.. ............................._......................... 1 18
1.45 Efeitos da Freqüência na Turbina das Usinas Ténnicas ..................·-······-- 11 8
1.46 S incronis mo ............. .......--·----······-·······························............................. 124
üi

Capítulo 2 - Proteção de Barras


2.1 lntrodução •........... - ..·····················-········ ................................................. _. l26
2.2 Defeito na Barra..................................................... .............·-····················· 127
2.3 Proreção para DefoiLo na Bdf1a ....·-·•·· .... ·- - ············· ............... :.:.:.............. 128
2.4 Proteção de Barras ··- ..····-····- -······.. - ··········· ..................................- .- ·...... 129
2.5 Proteção Diferencial de .Barras com Relé de Sobrecorrente ....................... 129
2.6 Proteção Diferenc ial Percentual de Barra ................................................... 138
2 .7 Proteção de Barra de Alta Impedância ....................................................... 141
2 .8 Proteção de Barra por Comparação Direcional .......................................... 142
2.9 Proteção de Barra por Acoplador Linear .................................................... 145
2. 1O Arranjos de Barras de Subestação ................................................ .............. 152
2. l l Barra Simples ._....................................................................................... _. 153
2.12 Barra Simples Seccionada ................: ..................................................- .... 155
2. 13 Barra em Anel Seccionada. ......... - ............ .................................- .-............ 161
2 . 14 Arranjo Barra Principal e de Transferência ..............- ................................ 165
2.15 881T'J Dupla a 4 chaves .................................................. .... _.,. ... _.-· ..····-··· 170
2.16 Barra Dupla a 5 chaves ....................•·····-···· ·········· ...· ................................. 174
2 .17 Disjuntor e Meio ..............- ......................................................................... 175
2.18 A rranjo Tipo Barra Dupla e Disjun1or Duplo .................... _ ....................... 179
2 . L() Arranjo Típo Disjuntor e um Terço ...................................- ....................... 18 1

Capítulo 3 - Proteção de Reator,cs


3.1 Reator de Linha ................................. _ ........................................................ 183
3 .2 Reator de Núcleo de A r .............................................................................. 185
3.3 Re.ator de Núcleo de Magnético com Gaps imerso em Óleo...................... 1 86
3.4 Proteção do Reator de Núcleo de Ar . ............·-···..·· ..... _. ........................... 187
3.5 Pro1eção do Reator a Ó leo ........... ....................................................... _ ...... 189

Capítulo 4 - Prote,ção de Banco de Capacitores


4 .1 Introdução········-···· ..········ ....... - ..................... ............................................. l94
iv

4.2 Capacitor ........................................................................................- ........... 196


4.3 Unidades Capacitivas ····································································-·-········ 197
4.4 Caixas sem Elos Fusíveis............................................................................ 197
4.S Caixas Capacitivas com Elos Fusíveis Externos······················-···-···-······· 199
-~ :- ~xas C::.p'illitivas com Elos FU5iveis m ternos ······-···············-···- ··········· 201
4.7 Ligações dos Bancos de Capacilorcs _.._.................. _................................. 203
4.8 Características dos Capacitares ·····-····-···································-···- ··········· 204
4.9 Esquema (Instalação) de Grandes Bancos de Capacifores ......................... 206
4.10 Banco de Capacitares Conectado em Estrela Aterrada .................•............ 208
4.ll Banco de Capacitares Conectado em Estrela Não Aterrada ...................... 213
4.1 2 Banco de Capacitares Conectado em Dupla Estrela Não Aterrada ............ 215
4. 13 Banco de Capacitares - Ligação Tipo H ..................................................... 217
4. 14 Energização de uma Unidade Capacitiva ....................................·-···-··..... 2 18
4. 1S Energização de uma Unidade Capacitiva em Paralelo ·········-···················· 22 1
4. 16 Proteção de Banco de Capacitores Conectado em Estrela Aterrada.....•.•_. 226
4.17 Proteção de Banco de Capacita res Conectado em De lta ............................ 235
4.18 Proteção de Banco de Capacitores em Estrela Isolada ·················- ············ 23 7
4. 19 Proteção de Banco de Capacitares Instalado em Dupl.a Estrela Isolada .... 242
4.20 Proteção de Banco de Capacitares Instalado em Dupla Estrela Aterrada .. 250

Apêndice A - Nomenclatura da Proteção .......................................252

Bibliografia........................................................................................•·-········· 273
,.

Capítulo 1

Proteção de Geradores Síncronos

1.1 Introdução

A máqa.i11a síncrona, operando como gerador, é um equipamento vital ao


sistema elétáco. Sua capacidade de geração limita a demanda que pode ser sup rida.
O sistema elétrico é mantido por poucos geradores, sendo que sua carga está
distr ibuída em milhares de pontos.
Sendo o gerador um equipamcmo complexo, o qual possui peças girantes.
es1á sujeito a maiores riscos.
O principio de func io namento da máquina slncrona, como gerador. esta
simbolicamente representado na Eigura 1.1.l.
2 Ca itulo 1

í
..•
Bateria
_[ +
Reostato

Excitatriz

Figura l.1 .1 - Máquina Síncrona Operando como Gerador


A máquina síncrona é composta, basicamente, dos seguintes componentes:
~ Armadura: que corresponde ao estator, onde estão alojadas as bobinas
das fases. Essas bobinas, construtivamente estão distiibuídas ao longo do
estator, tendo uma em relação à outra uma det:'½Sagem mecânica de 120º.
Deste modo, nas bobinas serão induzidas Lcn~ôes elétricas defasadas de
120º elélricos.
~ Rotor: é a peça constituída por um núcleo magné1ico, envolvido por uma
bobina. A bobina é alimentada por corrente continua, para criar o campo
magnético de excitação, necessário para induzir as tensões nas bobinas
do estator.
~ Excitação: é a fonte de tensão continua, necessária para gerar a corrente
de campo de excitação da bobina do rotor. Existem vários esquemas de
ex:ci.tal..ti z, com escovas ou sem escovas (brushless).
~ Máquina primária: é a fonte geradora de potência mecânica motriz.
necessária para efetuar o giro do rotor da máquina síncrona. A máquina
primária é a fonte da energia que será transformada em energia elétrica.

1.2 Perturbações na Máquina Síncrona

A máqu ina síncrona, acoplada ao sistema elétrico, está sujeita a diversos


tipos d.e perturbações provenientes do:
Proteção de Geradores Sincronos 3

❖ Sistema elétrico;

A
v Da propna
• · maqmna
• • smcrona
. { Am13dum
Rotor

❖ DJt máquina primária.

As perturbações no sistema elétrico são decorrentes da:

• Retirada súbita de carga;


♦ Inserção de cargas pesadas;
• Retirada súbita de geração;
• Curtos-circuitos (3cj>, 3cj> - t, 2cj>, 2cj> - t e lcj> - l) ;

• Sobrecargas:
♦ Abertura de fase;
• Cargas fortemente desequilibradas;
♦ Descargas atmosféricas diretas e indiretas.

A~ perturbações na mãquma sincrona são:

® Na armadura
• Falha na isolação entre espiras:
• Falha na isolação entre bobinas e carcaça:
• M ovimentação das espiras de,•ido às forças elétricas e
magnéticas. provocadas pelas correntes de curto-circuito:
• Aquecimento nas bobinas e materiais do estator,
• Não equ0lizaçâo de campos elétricos e magnéticos no
material do núcleo da armadura~
• Abenura de espiras.
® No rotor
❖ Falha na isolação entre espiras;
❖ Falha na isolação entre as bobinas e a carcaça:
4 Ca itulo 1

❖ Movimentação das espiras, devido às forças elétricas e


magnéticas provocadas pelas correntes dos curtos-
circuitos;
❖ Movirnen!açào das espiras, de•:!do à força centrifuga
prov: _2!!2 pe!1 scbrc•:: l~!~'l1e ...,, rotor. _
❖ Aquecimento nas bobinas e material do roto r;
❖ Não equalização de campos elétricos e magnéticos no
material do núcleo do rotor;
❖ Abertura de espiras;
❖ Perdas de campo (excitação):
❖ Problemas mecânicos e de aquecimento dos mancais do
rotor;
❖ Problemas na escova.
® N os serviços auxi liares
Problemas nos eq uípamenlos que compõem os serviços auxiliares.
próprios para a operação e regulação da máquina. afetam as
condições de operação do gerador síncrono.
® Maquina primá.ria
P roblemas em qualquer componente v ital, principalmente nas
tu rbinas, comprometem a operação do conjunto da geração. Os
problemas principais são os decorrentes da v ibração ou movimento
a nômalo das pa lhetas nas turbinas térmicas. e outros no
distnõ a idor.
Apresenta-se, na tabela 12 . 1, le vantamento estatístico das taxas de falhas
dos equjpamentos de uma usina h idrell!trica.
Usina I lidrelétrica

Percentual de
Equipamento
falhas

Gerado r 28,73%

Regulador de Velocidade 21 .28%

Tur bina Hidráulica 12,23%


Proteção de Geradores Slncronos 5

Excitação 10, 10%

Adução/Sucção 8,5 1%

Mancai 13,30%
-
Serviço Auxiliar
- 4,2.,:i:/o

Quadro de Comando l,60%

Tabela 1.2.1 - FaU1as dos equipamentos de uma Usina Hidrelétrica [74]

1.3 A Proteção do Gerador Sí.n.crono

A proteção utilizada no gerador sincrooo é, principalmente, devido a:

a) Curto-circuito
~ Entre espiras;
~ Entre fases;
~ Fase e carcaça;
~ Trifásico.
b) Falha de funcionamento
® Perda de excitação:
® Carga de.sequílibrada;
® Sobrevelocidadc:
® Vibração;
® Sobrecarga:
® Sobretensão.

1.4 Tipos de Proteções do Gerador Síncrono

Visando cobrir todos os defeitos e demais anom1alidades as proteções mais


utilizadas em geradores síncronos são as seguintes:
• Proteção de sobrecorrenle (50,5 1);
• Proteção diferencial (87);
6 Ca itulo 1

• Proteção de subtensão (27);


• Proteção de sobretensão (59);
• Proteção de seqüência negativa (46);

• Proteção de perda de excitação ( 40);


• Proteção de sobreexcit.ação (24 );
• Proteção de distância (2 1):
• Proteção direcional de potência (32);
• Proteção de freqüência (81 );
• Proteção de perda de sincronismo (78);
♦ Proteção de balanço de tensão (60);
• Proteção de terra (ground) (64);
• Proteção de balanço de corrente (61 );
• Proteção de manca] (38);
• Proteção contra vi brações (39).
Apresenta-se, na figura 1.4.1, o diagrama unililar de proteção de uma
unidade, gerador síncrono e lransfonnador elevador, de grande porte, de uma usina
hidrelétrica.
A figura 1 .4.2 mostra o diagrama unlfilar de uma unidade geradora que
sofre um cuno-circuito no ponto F.

Figura 1.4.2- Curto-circuito em F

ru correntes de curto-circuito j 0 e is,


que alü;neutam o defeito em F. são
provenientes dos 2 lados, isro é, do gerador síncrono e do sistema elétrico
cooect.ado à barra.
Proteção de Geradores Síncronos 7

..,õ
ê
BTT !J.
.,
e
!
1-

Figura 1.4. 1 - Proteção de um Gerador Síncrono e Transformador Elevador de uma Usina


Hidrelétrica
8 Ca ítu.lo l

O sistema de proteção existente abre prime iro o disjuntor 52 e. portanto,


momentaneamente a configuração da figura 1.4 .2 passa a ser a da figura l.4.3.

~ ~~ l 3T( ■ I-:--
G

~ - ( 5z 1...,,.
Curto-
~-------
circuito

Figura 1.4.3 - Curto-circuito em F, com o Disjuntor 52 Aberto

Na figura 1.4.3 o estado aberto do disjuntor 52 está assinalado em negrito,


sendo que a partir do instan te de sua abertura o sistema elétrico não contribui mais
com corrente de curto-circwto. P orém, como o gerador s{ncrono está excitado e
girando, o curto-circuito continua a ser alimentado pela máquina slncrona.
Portanto, imediatam ente após a abertura do disjuntor 52, dá-se à abertura do
disj untor 4 1, desligando o circuito de excitação do gerador sincrooo. Deste instante
c m diante, a corrente de curto-circuito proveniente da máquina se extingue
gradualmente (lentamente) devido à existência no rotor de magnetismo remanente.
Dependendo do porte da máquina síncrona, a corrente se extingue na faixa de Ss a
10s. A figura 1.4.4 mostra as correntes de curto-circuito, com a seqilência dos
eventos das abertun1s dos d isjuntores.
Corrente

- ----t. \
; \
• 'I.

''
'
~
Tempo
Abertura ?
AberlJJra
do do
dis1untor 52 disjuntor 4 1

Figura 1.4.4 - Seqüência dos eventos das operações dos disjuntores

J.5 Geradores Síncronos acoplados ao Sistema Elétrico

Os geradores slncrooos têm sua tensão tenninal detenninada pelas


limilações construtívas e qualidade dos materiais isolantes utilizados na confecção
Proteção de Geradores Síncronos 9

da máquina. Portanto, para se conectar ao sistema elétrico é necessàrio se adequar à


tensão de transmissão. Deste modo, dependendo das características do sistema
elétrico, é lJOSsível utilizar os seguintes tipos de conexão:

a) Gerarlor sínct"Jno diretamente acoplado ao sistema

O gerador síncrono é diretamente acoplado ao sistema elétrico, quandn a


tensão gerada é igual a do sistema. Deste modo a conexão é feita súnplesmente
pelo fechamento do disjuntor. A figura 1.5.1. mostra este tipo de conexão.

LT1 l ]"'
_________
t 1. t .,~ I
~onadora

Disjuntor

1
~ Gerador
~ Síncrono

Figura 1.5.1 -GeradoT Síncrono Acoplado Diretamente ao Sistema Elétrico


Esta ligação é utilizada em sistemas elétricos de pequeno porte.

b ) Gerador sincrono e transformador acoplado ao sistema eJétrico

Geralmente cada gerador síncrono está acoplado a um transformador


elevador com a conexão ao sistema elétrico feita por meio de um disjtmtor, como
mostra a figura l.5.2.
O ajuste de tensão entre o gerador e o sistema de potência conectado à
barra é feito pelo transformador. Esta conexão é a mais usual, sendo empregada
quando o sistema de geração é de grande porte, com o gerador associado a um
transformador, formando uma urudade.
l
10 Capirulo 1

LT 1
'T,
• -
t f I
1 Barra

f ~~ Disjuntor

~ Transformador

~ Gerador
SinCfo no

Figura 1.5.2 - Unidade Geradora e Transfo.rmador Acoplado ao Sislema Elélrico

c) Ger.idor síncrono acoplado ao si.1tem a elétrico através de um


transform ador
este esquema a unidade geradora está acoplada ao sistema elétrico através
de um transfonnador. como m ostra a figura 1.53. A d iferença desta situação em
relação a a nterior. é que o gerador pode ser desconectado do transformador.
Esta conexão é usada em geradores de méd.io e pequeno porte.

d) Geradore Slncrooo acoplados a um transformador


Nesta situação vários geradores sin.cro nos sã.o conectados ao sistema
elétrico através de um transfonnador. A figura 1.5.4 mostra este tipo de conexão.
Proteção de Geradores Síncronos 11

f X Transformadof
Barra

~-f~- Á Gerador
~ Slncrooo
Figura 1.5.3 - Gerador Síncrono Ac-0plado ao Tmnsfonnador

"•]
~tT t - X Transformador

ili=
Figura 1.5.4 - Geradores Síncronos Acoplados ao Transfonnador
12 C11pilulo 1

Esta conexão é usada em geradores de pequeno porte.

e) Geradores síncr onos acoplados a um transformador de 3 enrolamentos

Neste tipo de esquema dois geradores fazem a sua co:,exào ao sistema


e!éâ.r.co, alrzvés de .:,.,i transformad"..: '.!~3 e"rQh~me>.'1!:.~..6 fi g" ~c\ 1.5.5 !@&Ira um
diagrama uoifilar de!-te tipo de conexão.

Transformador
de 3 enrolamentos

Transformador
auxiliar

Figura 1.5.5 - G eradores Síncronos Acoplados ao Transfonnador de 3 Enrolamentos


Observa-se, na figura l.5.5. o transformador de serviço auxiliar conectado
no lado de baixa te nsão do transfonnador de 3 enrolamentos.

1.6 Curto-Circuito na Bobina da Armadura do Gerador


Síncrono

Casos de curto-circuito no sistema elétrico, nos 4uais o gerador s lncrono


faz parte, foram analisados na referência [5]. Aqui se analisam os tipos de cunos-
circuitos que podem ocorrer em qualquer ponto da bobina da armadura da máquina
síncrona. Na bobina (enrolarnenlo) da armadura são induzidas as tensões elétricas.
sendo que defeitos em algum ponto das espiras provocarão correntes de curto-
circuito. A figura 1.6. I representa um gerador síncrono o perando à vazio, com as
Proteção de Geradores Síncronos 13

bobinas da arn1adura conectadas em Y. e aterrado no neutro por uma impedância


ZN -
1-
Bobinas da Armadura
~0000!!~~~..::...._ G
N
B
A

Figura 1.6. 1 -Gerador Síncrono Ligado em Y, Aterrado por uma Impedância ZN


Neste gerador siacrono o defeito pode ocorrer a p¾ do enrolamento da
bobiaa do estator.

C urto-circuito Trifásico

Supondo o ocorrência de um defeito trifâsico a p¾ a partir do neutro (N) da


bobina do estator, confonne mostra a figura 1.6.2.

Bobinas da Annadura
e
N
B

Local do defeito

Figura 1.6.2 - Curto-circuito a p% do Enrolamento


Como o curto-circuito trifâsico é equilfürado, tem-se somente a
representação do modelo de seqüência positiva, como está representado na figura
1.6.3.
Assim,
pE E
lcc3;p•• = - - =- - = 1..,1+ (1.6. 1)
pXo Xo
14 CapíLulo 1

'--.......- - - 1 - ~ tenninal

pE (1 - p)E (1 - p)XG

Figura 1.6.3-Seqilência Positiva do Enrolamento do Gerador Síncrono. para o Cuno-


circuito a p¾
Observa-se que, para o cwto-circuilo trifásico. a corrente independe do
ponto da bobina do estator em que ocorreu o defe ito e tem o mesmo valor no
lenninal da máquina síncrona, isto é. a 100% do enrolamento.

Curto-drculto Bifásico

Para o curto-circuito bifásico. mostrado na figura 1.6.4, supondo ter


ocorrido num ponto a p% das bobinas do estator das fases B e C, tem-se os
modelos de seqOéncia positiva e negativa conectados em paralelo. como mostra a
figura 1.6.5 .

Bobinas da Annadura

N Local do defeito
a p% da bobina

Figuro 1.6.-1 - CurtCH:1rcuilo Bifãs1co

..:::..-..Jlll<ll!n..----L--..:C" º , ~

pE
(1:--p)E (i - p)X,, 11 -Pl>S:
..,

Figura 1.6.5 - Circuitos de SeqOcnc ia P ositiva e Negativa Conecmdos em Paralelo


T Protcç.ão de Geradores Síncronos

Confonne o circuito da figura 1.6.5, te m-se que:


15

. . pE
I a1 = - 1 ., =----'----
ª- pXG + pX2
r De acordo com [5} e apl;r;ir;do a matriz tr.;11sformação das componentes de
seqüências nas componentes de fases. otm~_II!-se:
. . ✓3·E
l a = - l c = - - --
Xo +X2
A intensidade da corrente de curto-circuito bifasica depende do tipo de
rotor da máquina síncrona, o qual pode ser:
~ Máquina síncrona de rotor liso
Neste caso X 0 = X 2 e, assim:

✓3 E
l cc2+ = - ·-
2 X0
~ Máquina síncrona de rotor saliente

Neste caso XG * X 2 • tal que:


✓3- E
1 ~ =- - - -
«-• X G +X2
Ponanto, pode-se concluir- que o valor da correme de curto-circuito bifásica
é o mesmo e independe da locaJização do ponto de defeito oo enrolamento da
bobina do esunor (armadura).

Curto-circuito monofásico à terra

A ocorrência de um curto-circuito monofasico para a terra (carcaça). em


um ponto p% do enrolamento da bobina do estator, é ilustrada na figura l .6.6.
Apresenta-se ama máquina síncrona genérica. que está aterrada por um
impedância ZN . A máquina pode apresentar a impedância do aterramento com os
seguintes valores:
❖ Zero, o u seja, solidamente aterrada.
❖ Não muito elevada, com o objetivo de apenas limitar a corrente de defeito
a um valor considerado.
16 Capítulo 1

❖ Muito elevada, para limitar cons:ideravelmenle a corrente de defeito.


❖ Infinita; isto e, sem aterramento.

Bobinas da Armadura
e
N
B
A

Curto-circuito
à carcaça
-=-
Figura 1.6.6 - Cuno-c-i.rmito Mon ofásico à Carcaça
Para este tipo de defe ito os circuitos de seqüência positiva, negativa e zero
são conectados em série, como mostrc1 a figura 1.6.7.

Seqüênci a posillva

(1 - p)X2

Seqüência negafiva

(1 - p)X 0

Seqü ência zero

Figura 1.6.7 - Circuitos de Seqüência Positiva. Negativa e Zero Conectad os cm Série


Proteção de Geradores Síncronos 17

Pelo circuito, as correntes de seqüências são iguais e obtidas por.

(1 .6.2)

Portanto, a corrente de curto-circuito monofásica a terra dependerá do local


do defeito e da impedância conectada ao neutro do gerador síncrono. Assim, pode-
se analisar os casos a seguir:
❖ Máquina síncrona solidamente aterrada: neste caso a corrente d.e c urto-
circuito será

· 3E
1cc 1.1.'!'- tem - -- -
- X X- -X- (1.6.3)
G + 2 + O

Portanto, a corrente de curto-circ uito independe do local do defeito.


❖ Màquina síncrona aterrada com uma impedância de valor elevado, tal
que ZN >>> (XG + X 2 + X 0 ), nesse caso a corrente de curto-
circuito será
. pE
l cct+-terrn = ZN ( l.6.4)

Portamo. pela expressão 1.6.4, a corrente de curto-circuito dependerá


du localu.ação do defeito.
A figura 1.6. 7 mostra, gra fi camente, a COITcnte de c11rto-circ111to à carcaça,
em função do ponto de defeito.
Como a corrente de curto-circuito à carcaça depende do ponto de defeito,
as espiras iniciais mais próXJmas do neutro não ficarão cobertas pela proteção
diferencial (87). Isto ocorre porque as correntes de defeito menores que o ajuste do
relé 87 não seriio e liminadas. Ou seja, dependendo da máquina síncrona e da
impedância de aterrnmento. por exemplo, um percentual de 5° o a 1O % da bobina
da armadura pode ficar sem proteção. Portanto necessita-se de outros esquemas de
proteção para cobrir esses trechos.
18 Ca iwlo l

p%esplras
N
Terminal da Bobina
~ da~ura
~ Trecho desprotegido
pelo relé 87
.Figura 1.6.7 -Gráfico da Corrente de Curto-cirouito em Função do Ponto de Defeito

Curto-clrcujto entre espiras

A figura 1.6.8 mostra o caso em que um curto-circuito ocorre entre espiras


de uma bobina da armadura da máquina sincrona.

Bobina da Annadura
e
N
B
A
u
~% espiras em
curto
Figura 1.6.8- Curto-circuito entre Espiras
O trecho de espiras em curto-circuito pode ser interpretado como
correspondendo a um pequeno gerador, separado do gerador principal. Nesse caso,
o curto-circuito é do tipo monofásico para a carcaça e os circuitos de seqüência
estão conectados em série, tal que as correnres de seqüência são dadas por

rao -- Í ai. -- i a2 -_ _X_ _,_


p _E _ _
X + X
P G +p 2 P O
A corrente do defeito seni dada pela expressão l .65.

Proteção de Geradores Síncronos 19

r· ccenueesp1ras
. =Xa 3E
-- - - --
+X2 + Xo ( 1.6.5)

Portanto, pela expres.5ào 1.6.5, a corrente de curto-circuito entre espiras


indenenderã do local do defeito e terá o mesl!lo valor do curto-circuito T!IOnofãsico
· a 1 ~.. tfa- mãqiiim, siocrona soiídamente aterrada. -

1.7 Proteção Diferencial do Gerador Síncrono

A pmteçâo diferencial (87). protege o gerndor de defeitos na bobina do


estator (armadura). O esquema é o mesmo utilizado no transformador, mas com a
facilidade de que. na pcoteçào do gerador, as correntes de entrada e saída são
iguais. Isto facilita a aquisição (compra) de TCs iguais, diminuindo os erros de
relaç.ão de transformação, tão comuns em transfom iadores de potência_
A figura 1.7. 1 mostra a proteção diferencial típica, utilizada na proteção
dos enrnlameutos do estator (armadura) da máquina siucrona. (
Gerador Síncrono (
(
(
e_
(

81

Figura 1.7. I Protc-ção Dife~ncial dos Enrolamentos da. Má.quina Sincrona


Essa proteção é adequada para defeilos que causam curto-circuito nos
enrolamentos da bobinas do estator. que são:
20 Capitulo 1

s, Curto-<:ircuito trif'asico;
+ Cano-circuito bifásico;
s, Curto-circuito monofásico para a carcaça, em gerador síncrono com
atenamento sólido do neutro;
+ Cuno-cm:uno monoras1co para cl ~.;rcaça ltei,~: r ••:n .Jguum ro...slrição,
uos geradores que Lenham alerrarncnlo com alta impedância ao neutro.
Conforme apresentado no item 1.6, a proteção diferencial pode também
atuar para defeitos monofásicos à carcaça, com restàção nos geradores que têm
uma impedância considerável conectada. no neutro dos seus enrolamentos.
Outro esquema de proteção diferencial do tipo autobalanço, utilizada em
máquinas de pequeno porte, é apresentado na fi gura 1.7.2.

Figura l.7..1- Proteção Diferencial Tipo Autobolanço


A proteção utilizada é de sobrecorrenre que está fazendo a fu nção da
proleção diferencial. O TC é do upo janela. com núcleo turoidal. na qual. em
operação normal. as correntes elétricas de entrnda e saída, são iguais. Um defeito
interno prmoca um desbalanço de corrente, tal que, se a diferença for maior do que
o ajuste da proteção, o relé de sobrecorrcntc atua.. Nesse tipo de proteção para
máquinas de pequeno porte é requerido que os TCs sejam de baixa relação e. para
evitar a saturação. os relés u1ili7.ados. devem ser de baixa carga (burclen). Note que
TC de baixa relação fornece no secundário uma corrente elétrica de amplitude mais
elevada, sensibilizando melhor o relé de sobrecorrente.
A proteção apresentada na figura 1.7. l é conhecida como proteção
diferencial curta; isto é, especifica dos enrolamentos das bobinas da annadura..
Proteção de Geradores Síncronos 21

Quando a proteção cliferencial engloba a unidade de geração, constituída pelo


conj unto gerador e transformador elevador, como apresentado na figura 1.7.3, a
proteção é chamada de diferencial longa.

<l

1o a
1
1 ...
o
e
.,eo
;;;
~
o
]
o

~· N
z

Fii:,'illa 1.7.J - Proteção Diferencial Longa


22 Ca ftulo L

Na figura 1.7.3 obseIVa-se que o transformador elevador, conectado ao


gerador síncrono, é do tipo b. - Y. Por esta razão as correntes de operação, no lado
primário e secUlldário, estão defasadas de ±30°, o que faria a proteção diferencial
atuar desnecessariamente. Para contornar este problema hã a necessidade de
CO!D~nsar a rotação.:!- J: 30°. faz.enc½ as liga,;3es_~os ]:Cs como indicado no
item 4.8 da referência [52].
Este tipo de transformador é preferido porque todos os curtos-circuitos
monofásicos à terra, no lado do sistema elétrico, não passam pelo aterramente do
gerador síncrono; e as harmônicas de 3• ordem e seus múltiplos, normalmente
geradas no gerador síncrono, não passam ao sistema. elétrico.

1.8 Trecho não Protegido pela Proteção 87

Com o objetivo de limitar a corrente de curto-circuito à terra, para que os


danos sejam minimizados. as máquinas síncronas devem operar com uma
impedância conectada ao neutro. Esse proced imento prejudica a proteção
diferencial que não cobre ma.is 100% das espiras do enrolamento da aanadura. O
trecho não protegido é devido ao valor do corrente de ajuste no relé 87, isto é, ao
] 1juS1~ oo rclc ~ ..

A corrente de defeito monofásico à carcaça. na bobina da armadura da


máquina síncrona, é dada pela expressão L.6.4. isto é

lcn.--,am =
2 N

O trecho desprotegido é limitado pela corrente de defeito. a qual é igual a


corrente de ajus1e do relé 87, isto é

V
Como E = ~ - tem-se
✓3
Proteção de Geradores Slncronos 23

- ✓3·ZN
p- - - - -RTC - l,Jua,u ( 1.8.1)
V LL

O trecho protegido está mostrndo na figuro l.6.7.

Exemplo 1.8.: : Um ~ o r i::~:::-:>TKI --r!,. ;;6lc:; sa!.:::!'te:;, ix>bin.as -da armadura


conectadsls em Y. 30MVA. 13.SkV. 60Hz, está funcionando à vazio. com tensão
nominal em seus tcnninais. A reatância subtransitória do eixo direto é igual a 0,.2pu
e a reatància de seqüência negativa vale 0,.25pu. A reatância de seqüência zero vale
0 ,08pu..
Calcular: {
a) A corrente e a lmpcdâncla base. (

l - S.,_
.,_ - ✓3 · V._ (

(
I _ 30M Z = (13,8k)2
but - ✓3 · 13,8k wc 30M (
l
1 T1,a.,., =1255A 1 1 zbasc = 6,348n 1 (
b) A corrente d e curto-circuito 34> 110s terminais do gerad or síncrono.

Utilizando-se a expressão 1.6.1, lcm-se (


E 1 (
Tco+ = - =- = 5pu = 51"""' = 5- 1255 = 6275A
x:, 0,2 (
e) A corr ente d e curto-circui•o 3~ a 40% no c11rola mcnto d a a rmadura do (
gerad or sincrono. {

Ico+~OI. =Ico♦ =6275A


d) A corrente d e curto-circuito 24> nas fases b e e, nos terminais do ger a dor
iocrono.

✓3-E ✓3· 1
- - - =- - - = 3.845pu = 3,845 x 1255 =4825,4A
x~ 1 +x 2 o,2+0,2s
24 Capítulo l

e) O valor da impedância de aterramento { ZN ), para que a corrente de


curto-circuito lei> - terra nos terminais do gerador síncrono, fique limitada
em lOA.
Desprezando-se as impedâncias do gerador síncrono e utilizando-se a
c~f•=-"-"~ãe 1. .6 .4 . tern--se
E
l cc1+-tcm = -Z
1'

10 Z = 13,Sk 796,70.
H ./¼10
1) No gerador síncrono ut.iliza-se a proteção diferencial, que é alimentada
por conjuntos de TCs de 1200/5. Qual o percentual do enrol.a mento da
armadura protegido pela proteção 87, q ue tem l ajUMc 87 = 0,2A ?

Utilizando-se a expressão 1.8.1, tem-se

= ✓3 · Z N _RTC · T • = ✓3 x 796,7 . 1200 _O2


p VLL 8JUSlt87 13, Sk 5 '

p = 4.80pu = 480%
Conclusão: A proteção d iferencia l o.ão protege nenhum trecho do
enrolamento da bobina do estator para curto-circuito lei>- terra .

g) Repetir o item anterior para uma resistência de 500., conect.ada no neutro


d o ger ador síncrono.

= ✓3 - ZN -RTC- T _ = ✓3 x50 _1200 _0 2


87
p Vu. UJWle 13,8k 5 ,

p = 0.3pu = 30%
Conclusão: Pa ra um curto-circuito ltj> - terra . a proteção diferencial cobre
70% do enrolamento. a partir do terminal do gerador síncrono. Os 30% restantes do
enrolamento, j unto ao neutro, estão desprotegidos.
h) A corrente de curto-circuito l<j> - terra nos termi11ais do gerador síncrono,
parn o caso de neutro solidamente aterrado.
Proteção de Geradores Síncronos 25

Utilizando a expressão 1.6.3, tem-se


JE
l =------
co+-1tm1 x •dl +X l + X O
·1 -
1cci.-u:m ...,, - .. = 5,6pu = 5,6 x 1255 = 71033A
0,20 + 0,25 + 0,08

l cci+-1m11 =7 103,3A
i) A corrente de íalta no caso em que a bobina do estator está com defeito e
ocorre um curto-circuito lcj> - terra a 20¾ do enrolamento. O gerador
s íncrono tem neutro solidamente aterrado.

I zo,. c1o eruo1oma,., = l CCI♦ ,em = 7 103,3A

1.9 Proteção Contra Falhas entre Espiras

No esquema apresentado na figura 1.7.1 a proteção diferencial 87, não é


sensível para defeitos entre espirns. Isto ocorre porque as correntes de e ntrada e
salda nos TCs são iguais. Para obter-se a proteção de defeiLOs entre espiras, utiliza-
se uma proteção diferencial especial, chamada função 6 1, a qual pode ser realizada
por vários rclés, e que depende do pone do gerador e do esquema adotado.
1ló viirios tipos de esquemas para a proteção de falhas e ntre espiras, que
pode ser aplicado a geradores síncronos que tem mais de um enrolamento por fase.
Um possível ~quema de proteção entre espiras está apresentado na ligura
1.9.1, de um gerador síncrono que tem fase d ividida (Sphtl.
Aplicando-se a t• lei de Kirchhoff no ponto k da figura 1.9. 1. obtém-se
i1 = i 2 + Í reté 61
j rele Ci 1 = i1 - j 2 =~ j
Na operação normal 1510 é. sem deícito. as correntes de fase são divididas
e passam pelos enrolamentos da mesma fase. As correntes i1 c i, são iguais e
circ11lam nos sccundarios dos TCs, sem passarem pelo relé 61 .
26 Capítulo 1

A B e

Figura 1.9. L- Proteção de falhas entre Espiras


Havendo defeito (curto-circuito) entre espiras, como está indicado na
figura 1.9.2, a diferença de corrente dos 2 enrolamentos: da mt:fima fase passará
pelo relé 6 1, que atuará de modo instantâneo.
A B e

espíras

Figura 1.92-CU!lo-circuito entre Espiras


Proteção de Geradores Síncronos 27 ,.•
1

Uma variante do esquema de proteção da figura 1.9.1 é apresentada na


figura 1.9.3.

~

. •.
e

(•

(

r


(•
(•
Figura 1.9.3 - Proteção contra Curto-<:ircu1to entre Espiras

l
OulfO esquema baseado na utilização de um TC toroidal, que abraça de
mnneira transversa a me!>-ma fase dos enrolamentos da máquina síncrona, ê
apresentado na figura 1.9.4.
!•..
r''
,•..
l

\.

(

t ,.
lt

L ,.
,.
'~
Ili
Figura 1 9.4 - TC Toroida l para a Proteção contra Cuno-circuito entre r:.spiras da mesma
Fase 1~
~•I
li
.,
28 Ca Ltulo 1

Muitos geradores s íncronos não usam proteção para defeito entre espiras,
por ser rara essa ocorrência. Outra razão deve-se ao aspecto construtivo da
máquina sincrooa de grande porte, onde são colocadas. uma ou duas espiras por
ranhura. Desse modo, o níve l da tensão e létrica entre espiras é baixo, não forçando
a isolação. Entretanto, se o gerador Tião tiver proteção parn -Jcfeito entre espiras, e
_ na ocnrrêociJI &:!ssa fulha, estP ,:,.feito ~vo!1.1i ~,!!!!AC' 0rú-os danos:,_ que só ser:á
eliminado com atuação de alguma proteção existente. Geralmente. o defeito evolui
rapidamente para um curto-circuito à carcaça.

1.1 OProteção de Seqüência Negativa do Gerador Síncrono

Quando o sistema opera desequ.ilibrado ou em curto-circuito diferente do


3qi. a componente de seqllência negativa estará sempre presente. Os estudos
envolvendo as compon entes de seqüências positiva, negativa e zero estão
apresentados na referência [5]. A componente de seqüência negativa é dada pela
expressão.

(l.l0. 1)

Desenvolvendo a expressão 1. 11. 1 obtém-se

la2 =_!_(ia + ã
3
2
ib+ á i c + i c -iJ

Ía2 = l [ia-ic - Í bL60° + j cL60°]

3 ja2 = Ta - i c +{(. - ih }L60° ( 1.1 0.21

Deve-se utilizar conexões com TCs principais e aux iltares para Sl:
conseguir obter a expressão 1.11 .2. tal que o re lé 46 seja sensibilizado pela
seqüência negativa. Um exemplo de esquema é apresem.ado na figura 1.1O. l.
T Proteção de Geradores Slncronos 29

A a e

,.

l
l,

i,
-
Íb
r.

.. .. • •
• 1
" TC aLrollar com
dois primários l. - ~'

J'X R' R
~
'------------,l._~ -- - - - -
Funçào 46

Figura 1.10.1 - Esquema para o Relé de Seqüência Negativa


Neste esquema, para que o relé de sobretensão 59 opere como a fi.mção de
proteção 46, ísto é, para que o mesmo seja sensibilizado pela componente de
seqüência negativa, o módulo da impedância deve ser Z = R. isto é

Z= R ' + jX = ZL 60° =RL60º


R' = R
2

X=✓J_ R
2
Pelo esquema da figura 1. 10. 1 o relé 46 será sensível a

Relé 46 = R(iª - iJ + (ic-tb)RL60º


30 Ca ítulo 1

Relé 46 = R [(i. - t.)+ Vc- rb)L60º j


Considerando a expressão 1.1 l.2, obtém-se

( 1. 11.J)

Portanto, de acordo com a expressão 1.lO.J o relé 46 é sensibilizado pela


componente de seqüência negativa. Se a subestação utiliza relés eletromecânicos
para a proteção de seqüência negativa (46), o circuito correto da figura 1. I O. I deve
ser jnstalado. Isto sempre representou a dificuldade para esse tipo de proteção com
relés eletromecânicos, sendo por isso raramente utilizada.
Para os atuais relés digitais muJüfunção a incorporaç.ão da função 46, isto
é, de seqüência negativa, é obtida pelo algoármo desenvolvido pelo fabricante. O
relé processa, de acordo com o seu algoritmo intemo, o módulo da corrente da
expressão l. l0.1; ou seja,

l ,elê46 = 31 ('I, +a. 2 Ib


· . •)j
+a fc ( 1.10.4)
1

O conteúdo Irele 46 cor:rusponde somente a componente de sequencia


negativa, tal que, se a corrente for maior que o valor ajustado. o rele 46 atua.
Esta proteção é própria para defeitos de alta impedància, inclusive para
auxiliar ou funcionar como redundância para defeito à terra de alta impedância.
Apesar do gerador síncrono ser projetado pam gerar tensões de seqüência
pos itiva. na operação podem acontecer várias anom1alidades que produzem
componentes de seqüência negativa. O aparecimento da componente de seqüência
neg ativa é causado por:
® Qualquer curto~circuito diferente do trifásico;
® Cargas desbalanceadas :
® Abenura de fase na rede elétrica;
® Abertura de pó lo do disjuntor,
® Rompimento de um elo fusivel na rctle de d istribuição;
® Fa lha no enrolamento do estator.
Proteção de Geradores Slncronos 31

As componentes de seqüência negativa representam um conjunto de 3


fasores equilibrados, que giram na velocidade síncrona, mas em sentido contrário
ao da velocidade síncrona da sequência posiliva. Ponanto, a freqüência relativa da
seqüência negativa, em re i.ação á seqüência positiva, é de 1201-Iz. As correnles de
sequencia negativa. dentro da ~áquina slncrona, agem como freios
eletromagnéticos que produzem vibrações e aquecimento:
~ nos enrolamentos do eslalor,
~ no enrolamento do rotor;
~ no núcleo do material ferromagnético e nas ferragens que compõem a
estrutura da máquina.
Os aquecimentos, no enrolamento do rotor, núcleo e ferragens são devido a
freqlléncia da corrente de seqüência negaúva ser 120Hz. o que acentua a geração
de correntes induzidas de Foucault e o aumento de perdas por histerese.
O gerador síncrono apresenlll, para as correntes de seqüencia negativa, dois
limites de suportabilidade, devido principalmente aos efeitos térmicos, definidos
como:
x Limite de suportabilidadc cm regime permanenle (regime contínuo);
x Limite de suportabilidade dinâmico (de clll1a duração).
A suportabilidadc em regime con tínuo caracteriza o fato de que o gerador
s íncrono poder admitir a corrente de seqüência negativa 12 , sem danos. cujo v alor
é apresentado na tabela l. 10.1.
ote que as correntes de seqüência negativa. no limite mo~-u-ado na tabela
1.10.1. não produzem danos ao gerador s íncrono, mas diminuem sua capacidade
operativa.
A suportabilidade para correntes de seqüência nega ti, a severas é
caracterizada pelo aquecimento no rotor, que deve ser Limitado no tempo fornecido
pela expressão.
1; x t =K \1.10.5 )

O nde: L

1 ➔ tempo de defei10 da corrente de seqüência negati,~J:

l~ ➔ corrente de seq[lência negativa:


32 Capitulo 1

K ➔ parâmetro caracteristico do gerador síncrono, relativo a suportabilidade


ténnica.

Correnle de
Gerador seqüênc ia negativ11
Característica
Síncrono
• - - ! 2 em % 1N • 1
Com enrolamento
10%
amortecedor
Pólos Salientes
Com enrolamento
5%
amortecedor desconectados

Resfriamento indireto 10%

~ 960MVA com
8%
resfriamento direto
Rotor Cilíndrico
961 u l200MVA com
6%
res friamento direto

1201 a l.500MVA com


5%
~friamcnto direto

Tabela 1.10. 1 - Suportabí lidade da Corrente de Seqüência Negativa em Regime


Permanente [56J
A energia dissipada em uma resis tência R é dada, genericamente, por
Rl 2 t . Este valor é limitado pela temperatura de suportabilidade dos componentes
da máquina siocrona. O valor que representa R é genérico e está distnlmido em
vários locais da máquina slncrona. Portanto, esta limitação só é determinada pelo
fabricante. após ensaios e medições com injeção de seqüência negativa na máquina
síncrona.
O valor de K depende do porte e do projeto da máquina síncrona. Seus
valores são fornecidos na tabela 1.10.2.
Para máquinas que não se enquadram na tabela o fabricante de, e ser
consultado .

Em relação ãs tabelas 1.10.1 e l.10.2 note que se l; x t ~ K , o gerador


síncrono pode se danificar.
Proteção de Geradores Síncronos 33

Máquina
Refrigeração Valores de K
Síncrona
Pólos Salientes 40

O,~ r,ensador_
• Síncrono
- - -
_j\}

Resírinm cnto indireto 20

::;; 800MVA com


10
Rotor Cillndrico resfriamento direto
801 a JGOOMVA com 1O- 6,25x 1(f1(S-
resf-riamenm direto 800)

Tabela 1.10.2 - Valores de K


O nde:
S ➔ potência aparente em M VA da máquina síncrona

A proteção da seqüência negativa é fe ita por um re lé de sobrecorrente


temporizado, conectado a um filtro de seqüência negativa, como mostra a figura
1.10.2.

Figum 1. 10.1 - Proteção de Seq uencia Negativa

G eralmente o relé de sobrecorrente tem duas temporizações. uma de tempo


inverso e outra de 1e mpo definido, confonne apresentado na figura 1.10.3.
A ce mpori.zação com tempo inverso .;: fe ita. para a proteção de seqüência
negativa. acima do limite pennisslvel de regime contínuo, e o ajuste do relé 46 é tal
que

l lrcmtiuhd s l '!JU'1c ~6{ lffllpo 1m~so) < (0.8 a l) l'l(lmtn•I ( 1.10.6)


34 Cap ítulo 1

Figura l _JO.J - Curva de Atuação do Relê 46


Recomenda-se a escolha do aj uste mais próxim o possível da iguaJdade da
expressão LJ 0_6_ sendo o valor de f 2 pem,,m..t obtido na tabela U 0.2.

Para correntes de seqüência negativa severas a atuação do relé 46 é em


tempo definido, com o seguinte ajuste

l •Jusoe 46(tempo idefia1do) = (Q,8 a l )l Nommol (l.10.7)

Para essas correntes de seqüência negativa severas pode-se. na proteção,


zerar o tempo definido, tomando-o instantâneo ou., dependendo da filosofia da
empresa, deixar uma pequena temp orização para discretizar a atuação no tempo.
Isto facilita o diagnóstico na oscílografia e a seqüên cia de eve111tos para o estudo
pós-defeito. Além disso, observa-se também que o aj uste do instantâneo causa. o
problema de perda de seletividade para curto-circuito na linha de transmissão.
P ortanto, conclui-se que o enrolam ento do rotor da máquina síncrona é
extremamente sen sível às componentes de seqüência negativa e zero. oriundas da
operação desequilibrada ou dos defeitos. inclusive ã terra.
A corrente de scqüéncia negativa., na annadura, irá dar origem a um campo
girante, com a mesma velocidade. porém em sentido contrário ao campo criado
pe lo rotor. induzindo corre-ates parasitas de freqüência dupla na massa metálica do
rotor. Da mesma fonna, uma componeote de seqüência zero, na annadura, irá
induzir uma corrente à freqüência fundamen tal n o rotor_
Posto que estas correntes irão ciTcular pelos anéis de retenção, em ambas
extremidades, estabelecendo um caminho de baixa resistência, e toda a superftcie
Proteção de Geradores Síncronos 35

do rotor e seus componentes estarão sujeitos a uma forte elevação de temperatura.


As correntes de seqüência negativa produz irão vibrações no rotor, as quais são
perniciosas aos mancais.
D:;ssa fonna, para se avaliar a extensão dos possíveis danos causados pela
..1pe:-~,_::!:o :1ese~uilihrada, assim com::> estabelecer li~'lit:s par., éste tipo d e opcíação,
é de suma importância o conhecimento da componente de seqüência negativa da
corrente de carga. A figun 1. l0.4 ap[esen.ta estes limites operativos.
016

012

i.,
1"'
g
o~ -r====-====;:::=::::::::_==~~=~==

j
ODl Regi.ão de Operaçã.o
Admissível

ow + --r----.,---,-- ~ -..----.---r---,----,,---.--~--l
Odll 0.50 0 6□ 0.70 080 o.ro iro
Ullf!lllTe oe caroo (DO)

Figura 1. 10.4 - Limites Opcmtivos Impostos pela Componente de Seqüéncia Negativa

1.11 Relé de Sobreexcitação do Gerador Síncrono

Os fundamentos em que se baseia a proteção de sobreexcitação, função 24,


foi desenvolvida no item 1. 12 do volume 2 dessa coleção.
O fluxo magnético máximo no interior do núcleo do transformador ou na

estrutura da máquina síncrona é diretamente proporc ional ao termo V ; isto é,


f

(1. 1 LI)
36 Capítulo 1

Portanto, de acordo com a expressão 1.12.1, sob freqüênc ia nominal. um


aumento na tensão, provoca um aumento no nuxo magnético. produz.indo um
aquecimento não desejado no núcleo do transfonnador ou da máquina síncrona.
Todos os transformadores estão sujeitos a aquecimet:los no núcleo,
provocados pelo excesso de fluxo ma~lt;.;o, rnas e rn"..:r, r ruiclw!,'1 deve-s ter no
caso-de transfoanadores de grande porte. principalmente os acoplados a unidades
geradoras. Estes traosfonnadores estão mais sujeitos a sobretensões provocadas,
princ ipalmente, por problema na excitação das máquinas sincronas. Estas
sobretensões aplicadas às bobinas podem elevar excessivamente o fluxo magnético
do núcleo do transformador, provocando aquecimento, com elevação ac.entuada da
temperatura, comprometendo o núcleo e principalmente os materiais componentes
da isolação.
Os transformadores e geradores síncronos, dependendo da tecnologia e dos
materiais empregados na sua fabricação, os mesmos apresentam uma curva de
danos em relação ao excesso de fluxo magnético, ou seja, da relação de V!Hz_
Como os modernos relés digitais têm o recurso de "personalizar'. curvas de
atuação, pode-se ajus tar uma curva de atuação que seja uma réplica da curva de
dano do transformador ou do gerador síncrono, deslocada p ara baixo em torno de
20%.

1.12 Proteção por Perda de Excitação

Na operação normal do gerador siocrono. conectado ao sistema elétrico,


toda transferência de energia é feita pelo acoplamento magnético do campo girante
do rotor com o campo girante da armadura. Ou seja, a máquina primária transfere
energia através do rotor, que gira fortemente acopladtl ao campo girante da
annadura. O campo girante do rotor é mantido pela excitalriz. A excitatriz é a fonte
DC que gera uma corrente de campo necessária para a criação do campo magnético
no rotor. A máquina primária é responsável pela geração do torque necessário para
manter o rotor girando na velocidade síncrona. A perda da excitação provoca sérias
conseq0ências na máquina sincrona e. pon anto, deve-se prover uma proteção para
esta finalidade.
Apresentam-se as causas que podem provocar a perda de excitação:
® Cunos-circuitos na bobina do campo do rotor;
® Abenura na bobina de campo do rotor,
® Falha no c ircuito da excitatriz;
Proteção de Geradores Síncronos 37

® Abertura acidental (indevida) do disjuntor de campo (41 );


® Mau contalo nas escovas (se tiver) da excitalriz:
® Operação indevida da proteção de perda de excitação (40);
. ..JE· Erros.d.e ope.r:ição.
As prrnctpais conseqilêoc1as da perda de excitação são:

~ Súbita sobrevelocidade do rolor;


~ Sobreaquecimento no rotor. O aquecimento no rot0r de máquinas
s íncronas de rotor liso é mais acentuado, devido a não existência de
enrolamento amortecedor. Este aquecimento pode provocar sérios
danos ao rotor. no período de 2 a 3 minutos.
~ Sobreaquecimenro no estator de qualquer tipo de máquina, isto
porque, na perda da excitação devido a um curto-circuito nos
tenninais da bobina de campo, o rotor, devido a sobrcvelocidade.
gira numa velocidade maior que o campo girante dos correntes
estatóricas mantidas pelas correntes do s istema elétrico. Portanto, o
rotor passa a funcionar como um gerador de indução (assíncrono).
Neste caso, as correntes no estator podem atingir magnitude
variando de 2 a 5 vezes o valor nominal.
~ Se, na operação normal, o gerador síncrono estiver fornecendo
reativo ao sistema elétrico. a perda da excitação fará com que:
® O gerndor passe a absorver grande quantidade de
reativo do sistema elétrico. A absorção de reativo pode
ir até 7 vezes a potência nominal da miquin~
® Haja queda de tensão nos seus terminais.
~ Produz perturbação, de modo a comprometer a estabilidade das
máquinas da mesma usina. colocando em risco o sistema elétrico.
Na operação de uma máquina síncrona conectndo ao sistema elétrico. a
impedância representa um ponto distante da máquina, que está represcalada na
figura 1. 12. 1 pelo lugar geométrico das cargas.
Numa máquina síncrona operando normalmente, a perda súbita de
excitação resulta em que a trajetória da impedância seja, por exemplo, aque la
indicada para os pontos 1, 2 e 3 assinalados na figura 1.12. l, estabiliwndo-se na
região do lugar geométrico de perda de excitação.
38 Capítulo l

jX

excitação

Figura 1.12 1 - Ponto de Operação Longe da Impedância da Máquina Síncrona


I sto é, sem excitação a impedância da máquina síncrona é quase que
puramente. reati va e está posicionada sobre a parte negaúva do e ixo jX da figura
l.12. l. É por isso, que na p erda de excitação. a máquina passa a absorver muito
reativo do sistema elétrico , afundando a tensão elétrica no barramento da
subestaç.io, colocando em riscos os oulros geradores síncron os da u sina.
Para prover a proteção contra perda de excitação utiliza-se a função de
proteção 40, q_ue é realizada pela p roteção de admüância, como está representada
na figu ra 1. 12.2.
Transformador

~ ------,-~11[,----aJí!ij.......11
l 1
li 1-

Figura l.12.2 - Proteção com a Função 40


O relé de distância 2 1, üpo admitância, está fazendo a função 40; isto é, a
pro teção contra perda de excitação da máquina síncrona. Este relé de admitância 21
está direcionado p ara o interior da máq uina slncrona e seu aj uste deve cobrir a zona
do lugar geométrico das impedâncias de perda de excitação da figura 1.12. 1. Is to é
conseguido com o relé de admitância que tenha um deslocame nto (offie() de
- Xd/ 2 e ajustado com o valor de X d, como mostra a figura l . 12.3.
Proteção de Geradores Sincronos 39

jX

.X

R
X

X X

Figuro 1.12.3 - Ajuste da Proteção de AdmiLãncia

Onde:
Xd ➔ realânc ia sincrona do eixo d ireto da máqu ina síncrona;

Xd ➔ realância transitória do eixo direto da máquina sincrona.


Observa-se, ainda, que quando ocorre a perda de excitação a impedància da
máquina síncrona entra na zona de atuação da proleção de admitãncia (21 ), o qual
opera de modo instantâneo.

1.13 Proteção de Sobretemperat u.ra

Várias são as causas que geram aquecimenlo no interior da m.\quina


síncrona. Geralmente, os aquecimemo.s são causados por:
® Curto-circuito interno;
® Cuno-circuilo externo:
® Sobrecarga~
® FaU,a na re frigeração;
® Contalos emre lâ minas no núcleo do estator;
® Descargas parciais intennitentes no interior da estrotura da máquina~
® Falha na isolação dos materiais da es trutura metálica do esmtor.
40 Capitulo l

Os aquecimentos gerndos provocam elevação de temperatura, portanto, os


termômetros devem ser estrategicamente colocados nos pontos mais quentes da
máquina síncrona. Os tennômetros além de medir a temperatura, podem agir como
dispositivo de proteção, na sinalização (alarme) ou até o desligamento da máquina
síncrona :;e necessário.
C· ll::,môU1etrt-, função 26, é utilizaãü para medir a temperatura no local da
sua instalação, que pode ser dentro dos enrolamentos da bobinas do estator, rotor e
do transformador elevador [521.
Em máquina sincrona, os teanõmetros mais utiJjzados são do tipo:
♦ A termopar, o qual gera uma tensão elétrica, que aciona um
galvanômetro, cuja deflexão indica a temperatura, e se o termômetro
for digital, a tensão elétrica gerada é utilizada para a medição da
temperatura;
♦ Termômetro RTD (Resistence Temperature Detector). em que a
resistência modifica o seu valor com a temperatura.
O termômetro alocado no enrolamento do rotor gira na velocidade da
máquina síncrona, portanto, s uas medidas, devem ser transmitidas via sinal de
rádio ou por processo óptico.
Geralmente. o fator que detennina a capacidade de transmissão de potência
no gerador e no transformador é a temperatura limite do material de isolação
utilizado na fabricação.
O nível de temperatura é estabelecido pelo grau de dissipação da energia
térmica gerada como perda aos diversos componentes do transformador de acordo
com as exigências operativas do sistema elétrico.

1.14 Relé de Imagem Térmica

O relé de imagem térmica, função 49. de1ecta a temperatura do ponto mais


quente do gerador sincrono ou do transformador operando com sobrecarga cm
regime permanente. A sobrecarga provoca aquecimento nos enrolamentos do
estator~ do rotor, no material magnético e em toda estrutura da máquma síncrona.
O aquecimento nos eDTolamcntos do transformador, utilizando a proreção por
imagem ténnica é apresentado na referência [52].
A proteção de imagem térmica 49 em geradores síncronos. identicamente a
proteção de transfonnadores, pode ser feita indiretamente pela informnção da
Proteção de Geradores Síncronos 41

corrente de carga. Mas, como a instalação de 1ennômctros do tipo RTD é mais


facilitad a na máquina síncrona, a proleçào de temperatura é coberta pelos
termômetros, e a proteção de imagem ténnica não é muito usual.

1.15 Pn~~e~ão â!e F alha do Disjuntor do Geradflr

Na proteção de falha do disjuntor do gerador ou do conjunto gerador e


transformador, não se pode contar com a proteção de sobrecorrente 50BF
apresentada na referência [52], isto porque o seu aj uste não cobre todos os defeitos
no gerador e no transformador. Ou seja, pequenos defeitos internos ao conj unto
gerador e transformador. não sensibifu.arão a proteção de sobrecorrente 50BF.
Deste modo, o relé de bloqueio 86 faz a função do 50BF, como mostra a figura
1. 15. 1.

+ ------------- ----
Proteçaodo
86
I
"h J: 61X
86
62BF
T=:,oc
RAl í ~
521 lla 52a

Figura 1.15.1 - Falha do Disjunto r em Gerador


Nesse esquema.. o relé de bloqueio 86 só será ativado pela atuação de
alguma proteção do grupo gerador e transformador. Com o fechamento do contato
do relé de bloqueio, a bobina de abertu:rn será ativada, com a conseqüente abertura
do disjuntor. Geralmente o tempo de abertura do disjuntor da-se em até I00ms. Se
o disJuntor falhar, isto é. não conseguir eliminar o defeito interno ao conjunto
gerador e transformador, a proteção de fo lha do disjuntor deverá atuar. Isto ocorre
na seguinte seqüência:
~ A pmteçã.o do gerador ou Lransformador alua, ativando o relé de
bloqueio 86:
~ O relé de bloqueio 86 fecha o seu contato 86. ativando simultaneamente
a bobina de abertura do disjuntor e o relé auxiliar 62X~
C!> O relé auxiliar 62X fecha o seu contato 62X;
42 CapltuJo 1

~ Como o disjuntor falha. o defeito (corrente de cuno-circuüo) no


transformador ou gerador continua a exislir e, com o fechamento do
contato 62X. o relé de tempo 62BF é ativado;
~ Transcorrido o tempo ajustado (geralmente de l 50rns a 200ms) no relé
de tempo 6?,BF, o seu co-:ilPlo é fechado:
~ Com o fechamento do ccmato 62BF ativa-st: o rei~ de bloqueio 86BF.
que promove a seqüência programada de abertura dos disjuntores, de
modo a eliminar o defeito.
Note que o tempo ajustado no relé 62BF é maior que o tempo de abertura
do disjuntor, isso para não interferir na operação normal do disjw1tor.
Salienta-se a não utilização de religamento automático para defeitos no
conjunto gerador e transformador.
Apenas para exemplificar, a figura l.l5.2 mostra uma usina com 3
unidades geradoras conectadas a uma barra, com 2 saídas de linhas de transmissão.
Nesta. usina, supõe-se que haja um defeito no gerador 1, que foi detectado pela
proteção, mas houve falha na abertura do disjuntor 1.

Figura 1. 15.2 - Defeito no Gerador Sincrono 1. com Falha no Disjuntor 1


Como o disjw1tor I falhou. o esquema de proteção de falha de disjuntor
deve prm idenc.iar a aberturas dos disj u11tores 2, 3. 4 e 5: nesse caso. toda a usina é
des(jgada. Por comando manual local ou remoto, a equipe de operação da usina
deve providenciar a abertura das seccionadoras do disjuntor I e, após. recompor a
normalidade de o peração do restante da usina com o sistema e létrico. Geralmente,
Proteção de Geradores Síncronos 4)

por segurança. há um intertravamento d o disjuntor com suas scccionadoras; isto é,


as seccionadoras só poderão ser abertas após a abertura do disjuntor. E no caso de
falha do disjuntor, deve-se providenciar um esquema para a Liberação da abertura
das seccionadoras do disjuntor fa lhado. Para essa Libemção geralmente se utilizam
os contatos auxiliares do relé de bloqueio 86BF.

1.16 Tipos de Aterramentos dos Geradores Síncronos


Quando o gerador síncrono Lem um aterramenlo sólido a proteção
diferencial 87 é adequada, mas quando o aterramento e fe ito com uma altn
impedância., essa proteção fica prejudicada. Por essa razão, as seguintes medidas
complementares devem ser implementadas para assegurar a proteção para os
defeitos l cci.-kml que podem ocorrer:

• no circuito terminal do gerador síncrono até as bobinas primárias do


transformador elevador;
• nas espiras à carcaça. na bo bina do estator.
Para a proteção contra falha à terra nas bobinas ou no circuito terminal do
gerador até os enrolamentos da bobina primária do Lrn nsformador elevador. há
vários tipos de esquemas de proteção que dependem do tipo de aterramcnto
executado.
Os atemunentos da máquina síncrona podem ser:

a) Máquina siocroni1 soUdamcnte aterrada

Neste caso. Z N = O. A figura l.J 6. 1 apresenta este caso.

Figura 1. 16.1 - Mâquina Síncrona Solidamente Aterrado


44 Capítulo 1

b) Máquina sincrona aterrada por uma impedância

A figura 1.16.2 representa um gerador sincrono aterrado com urna


impedância genérica ZN .

.---------------~- -------- • a
e

Fi!,'1.lfa Ll6.2-Máquína Síncrona Aterrada por umalrnpedâocia

e) Máquina sincrona aterrada por uma resistência

A figura 1. 16.3 mostra uma máquina síncrona aterrada por uma resisténcia..
B

Figura 1.163 - Máquina Síncrona Aterrada por uma Resisrénc ia

d) Máquina síncrona aterrada por uma reatânda

A figura L 16.4 mostra uma máquina síncrona aterrada através de uma


reatâncía.
Proteção de Geradores Síncronos 45

t
Reatância

A

Figura 1.16.4 - Máquina Síncrona Aterrada por uma Reatância

e) Máquina sincrona aterrada por um trllJlsformador

A figura l.16.5 mostra uma máquína síncrona aterrada através de um


transformador.

- B

T ransfonnador
de Distribuição
Figura 1. 16 .5 - Mãquina Síncrona Aterrada por um Transfonnador
O transformador utilizado é um transformador mooofásico de distribuição.
Este tipo de atcrramento é idêntico ao do item e, apenas que a resistência efetiva
vista pelo aterramente do gerador é a que está co locada no secundário do
46 Capítulo l

transformador de distrfüuíção, refletida ao primário, cujo valor é obtido pela


expressão 1.16. 1.

R Atm:......m
- -
= R prunário = ( N p
N.
y
J
R sec undário (1.16.J )

Portanto, quando ocorre um defeito l cci.-1e-rn, a resistência efetiva do


aterramento tem o valor dado pela expressão 1. 16. 1. No modelo de seqüência zero
a resistência efetiva do aterramento é multiplicada por 3.

() Máquina Síncrona aterrada por um capacitor

O esquema de uma máquina síncrona aterrada por um capacitor está


rep resentado aa figura 1.16.6.
,--------------- B

~ - -- - -- e

.___ _ _ _ _ __ _ __ A

Figurn 1.1 6.6- Máquina Síncrona Aterrada poram Capacitar

g) Máquina síncrona isolada

A figura 1.16.7 aprest:nta uma máquina síncrona isolada .

.----------------◄ B
,,....-- - - - -.. e

Figura 1.16.7 -Máquimi Síncrona Isolada


Proteção de Geradores Siocronos 47

Em qualquer sistema elétrico sempre há o efeito da capacnancia dos


elementos dos componentes entre s i e em relação à carcaça (terra). No sistema
aterrado a influência dessas capacitâncias é desprezível e é desconsiderada. Mas,
no sistema isolado a influência das capacilâncias deve ser considerada. As
capacitãncias existentes nn máquina síncrona podem ser simbolicamente,
represen1adas cc;:nu indiCcldo na fit;.,,a. l . 1'1.8.
,---- - -- - - -- - . - - - - - - - - B

1' I Te_,.,.
Figura 1.16. - Capacit.âncias da Máquina Síncrona
Nesta figura as capncitânc ias entre as bobinas do estator foram
representadas formando uma ligação em Ã. Mas, na modelagem utilizada para a
análise de defeito na máquina síncrona isolada, a representação das capacitã.ncias
entre as bobinas do estator. em Y. é mais adequada. Essa rcpresenwção esta
mostrada na figura 1.16.9.

e_ , T T T T e_.., .
Figura 1. 16 .9 - Capacitãncias da Máquina Síncrona
48 Capítulo 1

h) Atcrramcnto Ressonante

Neste caso, a máquina síncrona é aterrada por meio de uma bobina


especialmente projetada, tal que entrn em ressonância com as capacitâncias
e'!•1ivalent~s estator-terra Essa bobina recebe várias denominações, uma delas é
üvui,,- .:... Pe!'!rscn O esquema p::i..c1 a o::áqui;;a ..ínc,c-na com a bobilla .:le
aterramento ressonante é o mesmo da figuro J .16.4.

1.17 Classificação do Sistema Aterrado

O sistema elétrico pode ser aterrado através do neutro da ligação do


gerador slocrono, podendo ser classificado como:
>t, solidamente aterrado:
~ com resistência;
~ com indutância;
~ com capacitãncia;
~ aterramento ressonante.
Geralmente, sem muitos detalhes, a classificação dos sjstemas elétricos
aterrados ou isolados é feita da segwnte fonna:
7 o sistema é considerado acerrado quando X 0 ~ 3X I e R0 < X 1 •
sendo que nessa coorução a tensão fase :i terra não ultrapassa a 38,5%
de sobretensão em relação à sua tensão nominal durante o dele ito 1(jl-
terra;
7 Sistema é considerado isolado quando X 0 > 3X I e R0 L X 1 ,
sendo que nessa condição a tensão fase à terra ultrapassa a 38,5% de
sobretensão em relação à sua tensão nominal durante o de feito ltj,-
tecra.
Note que:
X1 ➔ éa reatància de seqüencia positi"a total do sistema elétrico até o ponto de
defeito;
X0 ➔ é a reatància de seqül'llcia zero total do sistema elétrico até o ponto de
defeito. Na reatáncia X 0 já está incluída a reatância 3X N do aterramento;
Proteção de Geradores Síncronos 49

R0 ➔ é a resistência de seqüência zero totaJ do sistema elétrico alé o ponto de


defeito. Na resistência R 0 já estâ incluída a resistência 3RN do aterramento.

Salienta-se qu~, num sistema eléaico, dependendo do local do defeito 14i-


- terra. pode l,'!':er trechl)S aterrados e trechos isolados.
Uma clnssificação geral de sistemas de aterramento. com mais detalhes é
apresentada na tabela L.1 7. l.

Relação entre os parlimelros das


sequências
Classe do atemunenlO
icot--- V twce1•-tar1
Xo ~ Ro ico♦ V lutRP
x, x1 Xo
Efetivamente 0 -3 O- 1 > 0,60 52
Aterrados Muito
O- 1 0-0,1 > 0,95 < 1.5
efetivamente
Baixa
O- 10 ~ 2 < 0,25 <2.5
Pouco resistência
Isolados Baixa
3- IO O- 1 > 0,25 <2,J
impedância
Alta
> 100 .$ {-1) < 0,01 5 2,73
rcsis1ência
Alta
> IO <2 < 0.25 ::5' 2.73
[solados impedância
Resistcnoia
> LO >2 < 0,10 ~ 2,73
e mdmáncia
Ressonante < O.OI S 2,73
Isolados < -40 < 0.08 ~3
capacitivos - 40a O > 0,08 > 3

Tabela 1. 17. 1 - Classificação dos Sistemas de Atc.rramentos


1'

50 Capitulo 1
11

1.18 Defeito l q>-terra nos Terminais do Gerador Síncrono


.
1
Representa-se, na figura 1. 18.1, o esquema contendo os elementos
1 necessários para a análise de defeitos 1+-terra nos tem1inais do gerc1dor síncrono.

Terminal

1' T T T e.. ;_. .,. 1

Figura 1.8. 1 - Representação Trifilar do Gerador Síncrono


Onde:
Cnwor ➔ é a capacitância. por fase, na representação em \' das capacitâncias
existentes entre duas bobinas do estator do gerador síncrono;
C cswnr- ran ➔ é a capacitância, por fase, da bobina do estator à carcaça (terra).
As capacitâncias da figura 1.18. 1 são as mesmas representadas na figura
1.16.9.
A figura 1.18.2 mostra um cuno-circuito 14>-temi na fase " a". no terminal
do gerador síncrono operando a vazio. com tensão nominal.
Para esse tipo de curto-circuito os modelos de seqüência são Ligados em
série, como mostra a figura 1. 18.3.
As capacitãncias de seqüência positiva e negativa são iguais e são obtidas
por:
Proteção de Geradores Sincronos 51

1\ x,

Figura 1. 18.2 - Curto-circuito l lj>-tcrra nos Terminais do Gerador Sincrono

Figura 1. 18.3 - Modelos das Seqüências Ligados em Scn c


A capacitância de seqüência zero é:

Co= Cau1.. lcfn

As reatiincias capacitivas são

1
Xco=-- = - - -
wC0 2rcfC0
Do circuito da figura l.18.3 tem-se

i
••
= i 12 =i 0 =

v. 1

2 [(R, + jX1 ) // (- jX0 )j + (R 1 +3R N+ j(X 8 T3X 111 )J// (- jXco)


( 1 18. l)
52 Capitulo 1

A corrente verdadeira, que flui da fase "a" para a terra, é dada por:

j• =l cc1+- .....-a = i.o+ i.i + j a2 = 3i.1


Analisando-se a expressão l.1 8.1. _pode-se considerar as duas situações
c •:trema:;, aprcsentldas a segui:.

1. 19 Sistema Aterrado

No sistema aterrado a reatância capacitiva apresenta um valor muito


elevado e não i_nf1uencia as impedâncias eqi.rivalentes de seqüência positiva,
negativa e zero. Assim, as correntes de seqüência são obtidas desconsiderando os
efeitos capacitivos; é são dada, genericamente, pela expressão 1.19.1.

( l.1 9. ()
2(R~ + jX_g) +[Rll +3R N+ j (XR +3Xl'I)]
Pela ex-pressão 1.19.l pode-se considerar os sistemas aterrados de acordo
com sua classe (tabela 1.17 . 1), que s.ão:

~ Solidamente aterrados, onde R N =O e XN = O.


~ Aterrados com resistência, onde X N = O.
"b, Aterrados com reatância, onde R~ = O.

Nesses tipos de sistemas as correntes de curto-circuito são elevadas e podem


comprometer a íntegridade dos componentes da instalação.

1.20 Sistema Isolado

O sistema fonemente isolado tem o seu aterramento efetuado por uma alta
impedância. Neste caso, ZN =R N + jXN tem um valor comparável ao valor da
realâncía capacitiva da seqüênc ia posiúva e zero. Portanto , o efeito capacitivo
natural dos componentes da ins talação do gerador síncrono não pode ser
desconsiderado. Mas, pode-se desprezar os parâmetros série, resistivo e indutivo,
da bobina do estator do gerador síncrono, que são m uito pequenos_ Assi~ a
expressão LI 8.1 se toma
Proteção de Geradores Sincroaos 53

.1 =.1 == .1 =
v ai ( 1.20. L}
11 10
a1 (3R N + j3X 111 ) //{- j Xc0 )
Este tipo de sistema isolado pode ser feito com:
t!? <\lerra111ento resistivo;
ái Atcrramcnto indutivo;
t!? Aterramenlo capacitivo;
t!? Aterramento por uma impedância z,., = R N + jXN.
Um dos problemas dos sistemas fortemente isolados é o transitório elevado
de tensão que surge devido a:
® abertura e fechamento de disjunlOl'es;
® d isrupção de arcos elétricos;
® atuação de pára-raios;
® defeitos no sistema;
® abertura de fases:
® ferro-ressonância;
® descargas parciais.
Esses transitórios produzem desgastes na isolação e. geralmente. fazem
surgir outros arcos elétricos que geram novos transitórios de tensão, com valores
ainda mais elevado!>. danilirnndo a isolação. A isolação fragilizada coloca em risco
o sistema de geração. porque um defeito de grande porte pode ocorrer. causando o
d~sligamento do sistema.
Pode-se. assim, fazer uma análise extremista, comparando-se o surgimento
dos transitórios de tensão nos sistemas fortemente aterrados e nos sistemas
fortemente isolados. No sistema aterrado os transitórios de tensão gerados s.1o
menores e mais referenciados à terra; e. por isso. diz-se que este sistema --segurc1-
(mantém) a tensão. Já nos sistemas fortemente isolados. qualquer arco elétrico
gerado cria transitórios elevados de te nsão. tiue provoca a re1gnição do próprio arco
ou geram novos arcos elétricos. Em conseqüência. s urgem, sucessivamente. novos
transi tórios de tensão, cada vez mais e levados, até danificar (romper) a isolação.
Ponanto, diz-se que o sistema fortemente isolado nào "segura·• a tensão.
54 Capítulo 1

O problema de tensões elevadas é uma característica de sistemas


fortemente isolados, mas na realidade o sistema tem algum aterramento e pode-se
observar qm; com a melhoria da qualidade do atcrramenlo. os valores dos
transitórios de tensões diminuem. Essa consideração será analisada com mais
detalhes na seção seguinte. 4

t Outro problema do sistema isolado é que, na ocorrência do primeiro defeito


1t-terra, há uma elevação na tensão das fuses não envolvidas no defeito (ver figura
1.21.3 ), aumentando o gradiente de potencial na isolação das fases sãs com a
carcaça (terra). Esse aumento pode acelerar os danos e faci litar o surgimento de
novos arcos elétricos nos ponlos mais fragilizados da isolação. Sendo esse um dos
motivos pelo qual as tensões dos geradores síncronos de sistemas isolados não
devem ser mujto altas.
De um modo geral o nível dos transitórios de tensão depende da relação

Geralmente, nesse tipo de sistema, as corrent'e s elétricas de defeito são


menores que SOA. mas os valores mais comuns vão de até 25A

1.21 Sistema Aterrado com Resistência

Este caso é apresentado na figura 1.18.2. onde o aterramento é efetuado


somente pela resistência R N. O circuito de seqüência, para o defeito Itj>-terra da
figura 1.18.J , é o circuito simplificado que esu:í apresentado na figura 1.2 1.1.

- jX a,

Figura 1.21. I - Circuito Simplificado para o Sistemn Aterrado com uma Elevada
Resistência R N
Proteção de Gerndores Síncronos 55

Nesse caso, a expressão l. l8. I fica sendo a expressão 1.2 1.1.


v., v., ( 1.21.1 )
jXco
A corrente dP curto-circuito 111> --í~~ é dada por-

(3R N)//(-jXc_0 )

i = v.1 _ 3v., ( J.212)


cc•t-= R
N
·x
J CO

A primeira parce la da expressão l.2 1.2 é a corrente que flui (sobe) através
do aterramenlo resistivo; e a segunda parcela é a corrente que passa no aterrameoto
fictício das capacitâncias do emator à terra (ver figura 1.21.2).

í••

)
í~
e.,,....•
1:TT 4 c_,. , .
o

Figura 12 12 - Distribuição das Correntes do Defeiro I cp-terru


)
A corrente que sobe no aterramento do gerador é dada pela expressão
1.21.J.

( 1.213)
)
A corrente que sobe no aterramento das capacitâncias fictícias é dada pda
expressão 1.2 1.4.
. _ j 3Va1
Ico - ( 1.2 1.4)
,
)

X co )

)
56 Capitulo 1

Nole que a soma das correntes nos capacitares fictícia fornece

ico == i,b + i., (1.21.5)

N~ l>pernção normal do gerador, isto é, antes da ocorrência do defeito, as


,er.,,~; ;;.._.. fa~ mantêm o ponto ;:;eutro no mes::.o poten:;ial da t.!rra, cotlÍo.:me
ilustrado na figura 1.2 1.3.

N = terra
V, = terra
terra
v.
Figura 1.21.3 - Referência à Terra
Na ocorrência do defeito lq>-terra, na fase " a", o seu potencial lica idêntico
ao da terra (veT figura 1.2 1.3). Ponanto, pode-se observar que a tensão na
resistência R,-, e idêntica a iensão de fase do gerador síncrono. Verifica-se, também,
que há uma sobretensão aplicada rui isolação das fases sfis de ✓
3VraK· Essa é a
mesma tensão aplicada nas capacitâncias do estator à carcaça. que são
descquilibrad.as, gerando caminhos paro as correntes de seqüência zero. como
moSLTa a figura 1.2 1.2.
As tensões aplicadas nas fases capacitivas geram as correntes mostradas na
figura 1.21.4.

Ln
~
vK

'---
'·~'- N
v,
o•
temi

/
v.•
1,.

Figura 1.2 1.4 - Correntes nas Capacitáncias


Proteç.io de Geradores Sincronos

De acordo com esta figura pode-se observar que a corrente i., está
adiantada de 90° em relação a tensão V., . O mesmo ocorre para a corrente i11,, que
está adiantada de 90° em reJação a tensão V1b _ Ponanto, considerando a expressão
: ~.!.L5 ~ ;i l:igun> ~.21.4. c<•!lclui-se que

( 1.11 6)
I
•I • o
. _ lc0 L30
1 1ab - ✓ 3
( 1.21.7)

f Com a introdução da resistência R N, oo aterramento do gerador síncrono,


i verifica-se que o nível dos transitórios de tensão depende da relação Xco . Esta
3R .,
relação está apresentada na figura l.2 l.5.
_ _v~1=-=~- ,~ 400
V,._•T- ~ \
300 ~
........ ......_

200

100
05 10 1 S 20

Figura 1.2 1.S - Valores do Transitório de Tensão em Função de R N

Vcri fica-se. na figura 1.2 l.5 que. para valores de R N que satisfaz.em a
inequação 1.1 1.8. os transitórios existentes na instalação ficam limitados a valores
de até 250º~ dos valores de pico da tensão nominal do gerador síncrono.
X <O ~( n 21 s,
3R"
Neste nível de transitórios de tensão não se consegue reacender e nem
gerar novos arcos elétricos no sistema, evitando-se danos na isolação.
58 Capilulo 1

Além da característica anterior, procura-se efetuar um aterramento com


uma resistência R" que satisfaz a inequação na igualdade; assim

3Rw = Xco (1.2 1.9)

Essa consideração aufere ao ::ict~ma e!i trico aterrado rom urna resistêrir:,-
R N elevada as seguintes vantagens:
@ D iminui o deslocamento do neutro;
© Limita as sobretensões transitórias a valores seguros;
© Reduz a excitação nos TPs;
@ Reduz a possibilidade de ferro-ressonância. que pode ocorrer entre as
capacitâncias naturais e as indutâncias dos equipamentos (T Cs. TPs,
transfonnadores e bobinas do gerador) da instalação:
@ Reduz a possibilidade de inversão do neutro;
@ Produz sensibfüdndc para a operação dos relés para defeitos 1~terra.
exceto para defeitos na bobina do estator, próximos ao n eutro do
gerador slncrooo. Os relés podem ser utilizados para alanne e/ou
abenura do disjuntor:
© Limita as correntes de defeito •~-terra no sistema para valores de até
20A.
A desvantagem desta prática é a utilização de uma resistência de valor
elevado, projetada para atuar no mesmo nível da tensão nominal do gerador
sí_ncrooo.
Para contornar o problema da ali.a resistência. diretamenre conectada no
neutro do gerador slncrono, pode-se utilizar um transformador de distribuição com
o enrolamento primário diretamente conectado nesse neutro e a terra, com uma
resistência de pequeno valor conectada no seu secundário. conforme apresentado
na figura l.21.6.
A resistencia R5 • a ser conectada no secundário do transformador de
distribuição, deve ser taJ que tenha o mesmo efei to da resistência de terra RN ligada
no neutro do gerador s íncrono. Seu valor é d ado por

( 1.21. 10)
Proteção de Geradores Síncronos 59

Gcndor Sinaooo Tnmsformadot

1 o 6 Y _;l
a

L _ ___ _

,- -. -4,-
!. ~-,---,$
l~,...,....__I §,
Transformador de
Otslribuição

Figura 1.21.6 - Transfonnador de Dístribuíção no Aterramente do Gerador Síncrono


Onde:
N s ➔ é o número de espiras do enrolamento secundário do transformador de
distribuição:
N P ➔ é o número de espiras do enrolamento primário do transformador de
distribuição:
V, 5 ➔ é a tensão nominal do secundário do lransformador de distribujção:

V NP ➔ é 3 tensão nominal do primário do transfom1ador de distribuição.

A resistência Rs tem um valor bem baixo e está submetida ao mesmo nivcl


da tensão secundária do trnnsfonnador de distribuição.
A corrente de defeito. que passo no secundário do tmosformador de
distribuição. é

Ís =( N:)1N =(~:}N
O transformador de distribuição deve ser dimensionado para suportar a
corrente de curto-circuito 14>-terra nos tcm1inais do gerador síncrono. durante o
tempo de abertura do disjuntor. A potência aparente do transformador é igual à
potência dissipada no resistor de aterrameoto: isto é

11.21.111
t>U Capitulo 1

Ponanto, o valor nominaJ da potência aparente do transfonnador de


distribuição depende do tempo cm que o transformador fica exposto ã sobrecarga
do cuno-circuito. A suportabilidade do trans formador de distribuição, com respe ito
ã sobrecarga, está relacionada aos efeitos lénnico e e letromagnético. A sobrecarga
no transfonnador de distribuição, por um período curto de tempo, é dada pela
tabela 1.21.1 [5 1], ou mais precisamen•e i:y10 '7Táfico d11 f.~•'11 1 ., L7.
!
Múltiplo da Potência
Duração da S1Jbrccarga Nominal do
Transformador

1
l0s
li 10.5

60s 4,7
1 11
l0min 2,6
1 11
30min 1.9
1 11
2h 1,4
1 11
Tabela 1.21.1 - Fator de Sobrecarga Permissível por um Curto Período T empo do
Transformador de Distribuição Conectado no Neutro do Gcrador Sincrono

.' Se,undq•

••
Mi~
'

' 1. l ,. S
li
t J' t li IS XI - ~:!O«) IO IOal
Tempo

Figura 12 1. 7 - Fator de Sobrecarga i•er.ru.r Tempo da Sobrecarga


As tensões secundárias do transf.o nnador ele distribuição, mais utilizadas.
são de 120V e 240V.
Proteção de Geradores Síncronos UI

O esquema do resistor de aterramcnto com o transfonnador de distribuição


é muito utilizado nas usinas geradoras, principalmente onde o gerador slncrono está
acoplado a um trnosformador elevador.
A seguir apresenta-se um exemplo completo do utilização do
transform:1_,for de distribuição oo aterramento de urna l;v'irl'ide geradora

Exemplo ] .21.1 : Um gerador síncrono opera numa usina conforme o esquema


apresentado no diagrama uni.filar da figura 1.21.8.

A T1

TTPl 11H
1Í.
TSA
T e
Figura 1.21.8 - Diagrama Unlíllar
Os parâmetros dos equipamentos da instalação são:
~ Gerador síncrono (G): IOOMVA.13,8kV, 60Hz. Xd = X1 = 0,16pu, Xo
= O, IOpu, 0,30µF/ fase-terra:
"t- Transformador principal {Tl): IOOMVA, 13,8/230kV. XT = O, IOpu.
0.08µ F/fasc-terra no lado .1.;
"t- Transformador de serviço auxiliar (TSA): 45kVA. l3,8kV/240V,
0.009µf/fase-te:rrn no lado de AT:
~ TP: 0.001 µF/ fasc-terra;
~ Pára-raios (cubículo de surto): 0,2µF/fasc-tcrrn;
~ Cabos da instalação no nível de l 3.8kV: O.O 1µF/fase--terra.

O gerador síncrono cs1á com suas características nominais e opera sem


carga.
a) Calcular a corrente para um curto-circuito 3♦ na barra A.
L
J t.-Cl♦ = - - = 6,25pll
º·'
6
61 Capítulo 1

1s- = r.;
s8- IOOM
4L83,6A
v3Ve- ✓
3 -13,8k
IccJ• = "6,25x 4183.6 = 26,15kA
Curtos-circuitos 3~ têm correntes ekvac!as, porém a ocorrência de· e 1ipo
de defeito é rara.
b) Calcular • corrente para um corto-eircuito l q>-tcrra na barra A,
considerando ate rramento sóUdo no gerador 1,íncrono.
3
1
L'Cl♦-lfflll
=0,16 + 0,16 + 0,1Ü
=7,.143pu

Icci+~lfflll =29,9kA
A corrente de curto-circuito 1+-.terra é e levada. porque o neutro do gerador
síncrono es!ÍI solidamente aterrado e sua rearância interna é muito baixa.
c) Cakular a resistência ~ que se de,·e conectar no neutro, na ligação Y do
gerador síncrono, de modo que tenha o mesmo eCeito da reatância
capacith'a sí teru da imtalação.
A tabela 1.2 1.2 apresenta as capacitâncias fase à terra dos elementos da
instalação do gerador slncrono.
Capacitãncins
Compoaenles
µF/fase-terro

Gerador síncrono 0.30


Tmnsformador 0.08

T ransfonnodor
0,009
auxiliar
TP 0,001

Póra-raios 0.20

Cabos O.OI
Total 0,60

Tabela 1.21.2 Capnch.ãncias Nalurnis dos Componentes da Instalação


Protcçã.o de Geradores Sfncroaos 63

A reatància capacitiva Lollll é

l = - - - -= 4420,97_E__
2nf C0 2n x 60 x 0,6µ fase
Considerando 6.5.9, tem-se

R = X 00 = 4420,97
N ) 3

1 R N = 1473,656n 1
d) Para o caso do item e, calcuJar as correntes que Ouem da lnstalaçio para
um defeito t+-terra na barra A.
Transformando R N e Xco em pu, 1em-se

z _ v:_ _ (l3,8kf 1,90440


a..c - Sfl;ur - 1OOM

44 7
X = l0,9 = 2321 45 u
co 1,9044 ' p

1473,656
1,9044
R N = 773,82pu

Note-se qw: os valores anteriores. cm pu. são muiras vezes maiores que os
valores caracterislicos dos equipamentos. Desse modo, os valores caracterislicos
dos equipamentos são desconsiderados. Portanlo, para esse tipo de cuno-circuito
1$-terra, os 3 modelos de seqüência são conectados em série, mas o único que
limita a corrente de curto-circuito é o da seqüência zero, conforme apresentado na
figura 1.21.9.
As cocrenles de seqüência são

- IL0º
l =- - - 430,76µpu = l,8A
KO 2321,45
64 Capitulo 1

jR
ico
2321,45pu T -j2321 ,45pu
i,I = i11 = Í,o j

Figura 12 1.9- Circuito de Seqüência para o Curto-circuilO lcjKerra

·
Íco = .l L 0º .
= J430,76µ o
pu = l,8L90 A
- J2321,45

• • • . o
1.0 = r., = r.2 =l,8 + Jl.8 = 2,5455L45 A
A corrente que sobe no alerramento do gerador síncrono é

i ,..,.. do Gerador =3i RO =3 x 1,8 = 5.4A


A corrcnle que sobe no aterramento das capacitâncias naturais da
instalação à terra é
• • o
l,cm d•• ral""'•tânc,.. = 31cn = 3 X l.8L90" = 5,4L 90 A
A corrente que sai da fase "a" para a terra é a própria corrente de cun o-
circuito l cj>-tcrra. isto é
• • li -o
lm ~- •c•ra = 3100 = 3 x 2,5455L4 5 = 7.636L 4:> A
A figura 1.21. 1O apresenta a distribujção das correntes durante a falta.
As correntes nas fases capaciJi,·as são calculadas com auxílio das
ex pressões 1.2 l.6e 1.21.7; isto é
' o
. 1,ern d.o ""~;t1m::,.,L - 30 5.4L90º x LL-30°
1., = ✓ 3 ✓3

i = 3 1 17L 60° A
K •
Proteção de Geradores Síncronos 65

,_
i.. =3,l l 7L60° A
5,4 A
a
TO
□ R~ = 0,445in O 7,636L4S' A
3 10,SA 0,6µF ~
,t..SAL90° A -

Figura l.21 . IO- Correntes na Instalação para o Defeiio l t-tcrra na Barra A

i.h= 3,1 17 L l 20° A


e) Dimensionar o transformador monofásico de distribuição que dc\'erá ser
usado como um transformador de aterramento (ítgura 1.21.11), de modo
que uma reslstência colocada no seu secundário tenha o mesmo efeito da
resistência de terra do item e. O transformador de dl'itribuição de,·erá
suportar, sem problemas, o defeito l ~terra por um tempo de IOmin.

Figura 1.2 1. 11 - Trn11sformndor de Atcrmmenro


Conforme explicado anterionncnte, na conc;1deraçào da figu ni 1.21.3. a
tensão no primúrio do t.rnnsfonnador de aterramente> pode ter o mesmo valor da
tensão de fase do gerador síncrono; mas. para considerar todos os tipos de defeitos.
66 Capítulo 1

utiliza-se a lensão de linha do gerador sincrono, isto é, l 3,8kV. Portanto. a relação


de transfonnação adotada deve ser de 13,8JcV/240V.
Durarue o curto-circuito 1~-terra. a potência aparente no resistor de
:;,erramemo é a sua p rópria potência ativa. que vale

s,wi..- c:rcmm = RNl!...doc......i.io


S C'.llrlC>-aralllO =1473,656 x 5,4 2 = 42,97 1kVA
O valor nominal da poténcia do transfonnador de distribuição vai depender
do tempo da sobrecarga de IOmin, considerada nesse exemplo. Portamo, pela
tabela L.2 1. 1, o fator de sobrecarga é de 2,6. Assim,

s _ s~"' _ 42,97
Nomiaal - 2,6 - 2,6

1 $ Nominal = 16,53 kVA 1


Deve-se escoll1er o transfonnador de aterramento próximo dessa potência
nominaL
f) Dimensionar a resistência a ser colocada no secundário do transformador
de aterramento de modo que tenh_a o mesmo efeito da resistência de terra
do item e.
Neste caso, basra transferir a resistência do primário para o secundário, isto
é
3

R
s
=( 240
1
13800)
1473 656
'

ll R 5 = 0,44570 li
Verifica-se que o pequeno valor da resistência no secundário produz o
mesmo efeito da a lta resistência colocada no primário, o que é uma das vantagens
dessa prática.
g) CaJcular o ,·aitor da tens ão ru1 resistência do secundário, para o defeito •~
terra na barr.a A.
Este valo r é
Proteção de Gemdores Síncronos 67

JS= 310,3A

V8 =0,4457 x3 I0.5

1V = 138,39Volts J
(
Portanto, para um defeito lt-terra em qualquer ponto da instalação na
saída do gerador síncrono. a tensão no secundário do resistor terá sempre o mesmo
valor. Assim. basta então utilizar uma proteção de sobretensão (59) com um aJusLe (
inferior a este valor. Por exemplo, ajuste de 60 Volts. Como esse defeito ocorre
com pequena corrente de curto-circuito, pode-se temporizar o relé de sobretensão (
59. (
b) Calcubr a corrente de fuga ao solo, pelas capacitâocias natunis da (
instalação do gerador slncrono operando em regime permanente.

lfuca =

13,8k
3 x 4420,77
= 18 ~
' fase
'
(

As corrcmes naturais de fuga, pelas capacitáncias. na operação normal do


sistema. são: (
• o
i.\ == l,8L90° A Í8 = l,8L - 30° A lc= l,8L- 150 A
(
A figura 1.21.12 mostra o djagrama fasorial das 3 correntes de fuga e a
figura l .2 l.1 3 mostra as correntes nns capacitâncias. {

Figura 1.21.12 - Oi:1gramu Fasorial


68 Capítulo 1

e b a

Figura 1.21.13-Corrente:S nas Capacit.ância~


A corrente de seqüência zero, na capacitãncia.. é

ico = l,8L90° A
As correntes de seqílência nas capacitâncias estão apresentadas na figura
1.21.14.
e b a

Figura 1.21. 14 - Correntes de Seqüência na!> Capacitàncias


As correnle.!i vcrdtldeiras [5] são obtidas por

i Vcrdadeorus = iIU' + j lkfcllo san ntga ( 1 21.10)

Portanto. pdas figuras 1.21.12 e 1.21.13, pode-se fazer


• • • 0 (1
IAt,•cnladdnl= lc,1- l-\+ =l,8L90 - l.8L90 =0
. . . o o o
l !llnrrlodc,,., = lr. 0 - l n+= l,8L90 -l,8L - 30 = 3.117Ll20 A
Proteção de Geradores Sirrcmuos 69

As correntes nas capacitãncias estão apresentadas na figura 1.21. 1O.

Exercício proposto 1.21.1: Um sistema elétrico é representado pelo diagrama


unifila rda figura 1.2 1.LS.

m ··--····
G A T 2 _.--···- .•
31stema·.
1---~-......--~~----< . Elétrico \

m ~ Yi ••~guivalen~:

DR.
Figura 1.21.15 - Diagrama Uni filar
Gerador síncrono: 160MVA, 18kV, 60Hz, ){.i = X1 = 0.21pu, Xo = O, IOpu,
0,24µF/ fase-lerra;
Transformador principal: 160MVA. 18/345kV, X1 = O,l5pu, O,OJµF/fase-terra
no lado 6 e 0,012µFlfase en tre AT e BT;
Transformador au xiliar: 15 MVA, l 8kV/240V, 0,004µF/ fase-terra no lado
de AT;
T P: 0 ,0005µF/ fase-lerra~
Pár:1- raios: 0,25µF/ íase-terra;
Cabos : da instalação no nível de l8kV: 0,00-tµF lfase-Lerra;
Sistema elétrico equivalente: IOOMVA, 345kV. X 1 = x~- 4%. Xo = 12%:
Transformador de distribuiç:lo: 18kY/2'40V.

a) Calcular a corrente de cu.no-circuito J~ na Barra A.


Resposta: 48.6kA
b) Calcular a corrente no gerador sincrono, para um cuno-circuito 3~ na Barra
A.
Re!.posta: 24.67kA
c) Calcular a resistênc ia elétrica a ser conectada no secundário do
transfonnador dt: distribuição. de modo que a resistência equivalente no
70 Capítulo l

aterramento do gerador síncrono tenha o mesmo valor da reatância


capacitiva da instalação.
Resposta: 0,29740

d) Pa~ um r:i.wo-cirr-i.i.(Ó 14>-t"'rra. na ~arra ..\, czkul:ir a cim-ente elétrica q,µ;,


sobe no aterramenlo do gerador síncrono.
Resposta: 6,2 LA

e) Para um curto-circuito lt-terra na barra A , c.alcular a corrente elétrica que


sobe na capacitância da fase "sã".
Resposta: 3.585A

f) Para um curto-circuito It-terra na barra A. calcular a lensão elétrica na


resistência secundária.
Resposta: 138,5 1V
g) Dimensionar o transformador de distribuição,, de modo a s uponar o curto-
circuito lcj>-terra na barra A . por 5min.
Resposta: 2 1.SkVA
h) Calcular a corrente de fuga ao solo, pelas capacit.âncias naturais da
instalação do gerador sincroao, operando em regime permanente.
Resposta: 2,07 A
i) Qual o valor da tensão na fase ·'sã''. em relação à terra. parn um curto-
circuito I t-1erra na barra A .
R esposta: 1 &kV

j) Qual a corrente de curto-circuito !~-terra na barra B.


Resposta: 2879,89A

k) Para o cuno-drcuito lq>-terra na barra B, urilizando a capacitáncia de


acoplamento entre as fases A T e BT do transformador principal,
detcnninar a tensão e létrica no relé 59. isto é. a tensão sobre a resistência
Rs.
Resposta; 11 ,54 V

Observação: Nesse tipo de sistem a. aterrado com alta resistência. o defeito I ij>-terra
no lado de AT do transformador principal foi detec tado pe la proteção 59 (função
64S), conectada em paralelo com a resistência Rs. P ortanto. o ajuste de tensão da
Proteção de Geradores Síncronos 71

proteção 59 deve ser maior que a tensão obtida para o defeito I cf>-terra na barra de
a li.a tensão e menor que a tensão obtida para o defeito l cf>-terra na barra de baixa
tensão. No caso do esquema da figura 1.21.15, o ajuste da proteção 59, deve ser

11,54 V < VAJUSl«loS9 < 138,5 IV


(

1.22 Sistema Aterrado com Resistência no Enrolamento t:,,. do (


Transformador de Aterramento (

(
Nas máquinas slncronas que operam isoladas ou são aterradas com uma
impedância elevada, os defeitos monofásicos à terra não provocam curto-circuito (
ou as correntes são muito baixas, prejudicando a sensibilidade das proteções de l
sob.recorrente. Um esquema de protcçãD adequado para este caso é apresentado na
figuro 1.22 . 1. (
Transformador t
(

0-~
l Y: ] 1
~ ô V,
G
TPs T J\-.. (

~
Figura 1.22.1 - Proteção de Gerador Sincrono Isolado
(
O diagrama trifilar deste esquema é apresentado na figura 1.22.2.

Esse esquema é mais utilizado em geradores síncronos isolados. que


operam em paralelo, conectados a um transformador elevador. Esse tipo de ligação
apresenta uma conexão à terra através do transfommdor de aterramento ligado cm
Y - 6., onde os enrolamentos do ó. estão conectados a wua resistência Rs. Pona.ntu,
o efeito desta resistência. no modelo de seqOéncia zero, é o mostrado na figura
1.22.3.
72 Capitulo 1

Gondor Slncrooo Traasfonnador

1 • ó. y ;1
a a

Ílc - "• v.
-+-+-+
Ligado em â
ou em Y não

aterrado

------1 59 1---~

Função 64 Figura
1.22.2 - Proteção de Tensão de Seqüência Zero no Gerador Síncrono Isolado

Figura 1.2'.!.3 - Transformador de Aterrnmento com Resisr.éncta dentro do A e o seu


Modelo de Seqüência Zero
Nesse esquema de ligação, com 3 TPs conectados em Y - t,,. aberto. pode-
se H•ríficar, por exemplo, que se o defeiro 1~terra ocorre na fase "a". o diagrama
làsorial das tensões é o mostrado aa figura 1.12.4 .

.> V, = terra
Figura 1.22.4 Diagrama Fasonal dns Tensões Submetidas aos TPs
Proteção de Geradores Siucronos 73

As tensões nas bobinas primárias dos TPs são:

v• =O
vb=vba
- v =V < ca

Portanto, s upondo que as tensões já estão referidas ao secundário dos TPs,


tem-se
vrcleS9 = 3Y.o ="· + vb+ vc= vba + V.,.
Pelo diagrama fasorial da figura 122.4, obtém-se
. r-;. o
vrcló59 = 2.i3VLN cos30
v ,clêS9 = JvLN
Para as redes secundãrias 3cj> de 220V ou 120V, usualmente atilizadas na
subestações, a relação do TP pode ser de:
'b Sistema 3cj> de 220V: relação de VtN/ 127V;
'b Sistema 34, de 120V: relação deVtw'69,3V.
O valor da resistência Rs deve ser dímensionado para se ter a mesm a
reatànc ia capacitiva da instalação elétrica, mas como é ctificil e imprecisa a
obtenção desses valores, pode-se fazer a adoção da tabela 1.22. 1. cujos valores
foram resultados de experiência prática.

Resistência Rs
Tensão nominal
1 1
Relação de
du s istema transformação
[] Potência cm Rs para
o defeito 1<j>-terrà no
sistema

2,4kV 2400/ 120


1
250n
li l 75W
1
-1-, 16kV 4200/120
1
1250
li 350W
1

7.2kV 7200/ 120


1
850
li 5 10W
1
J3,8kV 13800/ 120
1

Tabela 1.22. 1 - Va lores Típicos de Rs


850
li 5 10W
1
7
74 e in1lo I l
'
Exemplo 1.22.1: A instalação do gerador sincrono é a mesma do exemplo 1.21.1,
mas o atcrramento é feito por um transformador Y - A, com resistéocia secundária
Rs dentro do à . O transfonnador de atcrramento é constituído por 3 unidades
m,mofàsicas, com relação ~e transformação de 13.8kV / 120V.
; j Otic111a1- o valor da r bist encia Rs a ser colocado dentro do .õ; isto é, no
secundário d o transformador de aterramenro, para q ue seu efeito no primário
seja equhraleote à reatânci2 capacitiva da inst.11laçJo do gerador slncr ono.

Considerando que X 00 = 4420,97~: e, pelo modelo de seqüência zero


fase
da figun 1.22.3, tem-se que

R S(no primino) - X
- co
3
R S(nv primário) =3 x 4420,97 =13262,9 ln
R S(11<1primáno/ = 13262,910
Transferindo a resistência R S(.., prinuínoi para o secundário. n:i unidade
monoíãsic:i. t.em-se
2 2
R5 =(V
V
NS) R S<oo
NP
.
prmwioi
=(_E9__)
13800
13262.91

R5 = 1,0020.
b) Pai-a um defeito t +.terra na barra A, calcular a corrente elétrica que sobe
no a terramento do t ransfor ma.dor de aterr amento.
Todos as correntes, para esse tipo de defeito, foram calculadas no exemplo
1.21. 1. Portanto. a corrente que sobe ao aterramento do transformador é a mesma
que sobe pelo aterramcnto do gerador síncrono do exemplo 6.5. l. isto é

j icrra d., Trusformador = 3j R O = 3 X 1.8 =5.4A


e) Calcular a corr enle clétr iCB que passa no secundário do tra nsformado r d e
aterramento.
Note que, no uansfo.rmador de aterramento, só passa a corrente de
seqüência zero e, portanto, em cada fase. no primário, as correntes são iguais a
r

Proteção de Geradores Siocrooos 75

iRo=1,8A. Conseqüentemente, as correntes secundárias são todas iguais e ~io


dadas por

i = 13800 X l S
so 1io •
(
Í50 = 207A
d ) C alcular a tensão elétrica Imposta 11-a r esistência Rs, durante a ocorrência
(
do defeito l lj,-terra na barra A.
(
Ys =3V0 =R 5 iso =1,002 x 207
(
V5 = 207,4lV
Portanto, deve-se ajustar a proteção 59, qu e está fazendo a função 64. em
l
um valor bem abaixo do valor calculado. Geralmente, ajusta-se o a proteção 59
para o valor de 1/3 da tensão calculada. Assim, o ajuste é (
(
V
,\jusu,d<t !>'I
=V3 =207,41
3
= 69 14V
'
e) Dimensionar as unida des monofásicas do transformador de aterramento, de
modo a suporta.r, sem problemas, o de feito l lj,-terra por um tempo de 5min.
r
Durante o curto-circuito 1~-Lerrn, as 3 unidades monofásicas devem suprir
a potência dissipada na resistência R5 • Assim.

3S0011D = R 51~0

S
curto-- ur-eu11n
= l.002 xJ 2072 =14,JP- kVA (

l
Pela tabela l .2 1. 1, o fator de sobrecarga é 3. Assim,
l
S = Sounu--circ,uuo 14,312 l
'-omtn.al J 3

1 SNomuul = 4.77 kVA 1


Deve-se escolher o transformador monofásico próximo dessa potê ncia
nominal.
76 Capírulo 1

f) Fazer o diagrama trifilar, contendo todas as correntes do defeito l ~ terra na


barra A.
O diagrama trifilar está mostrado na figura l.22.4.
- - - -b
e

1,8A 1,8A
i. 1
-=-3,117 60 A

o
7,636L45• A
0,6µF ' 4 - J
5,4L90°A!
207 A 20 ,4 IV

Função 64

Figura 1.22.4 - Diagrama Trifilar

1.23 TP Único

Para alarme ou proteção de um sistema isolado pode-se utilizar um simpk-s


TP. como indicado na figura 1.23.1.
e

Figu ra 1.23. 1 S imples ri•


Proteção de Geradores Síncronos 77

Em regime de operação normal a tensão no secundário do TP é igual à


tensão de fase, isto é

Vttlé = V l..N(nomin;,J)
Prua uu1 defoi10 líji-iérra, uo .,.is tema, µode oev, .C.i ã se~i:n~ si:-..a~.:-
a) Defeito n.a fase "a"

Nesse caso a tensão da fase vai a zero. Portanto, a tensão no relé é

Vre1t= O

b) Defeito n.a fase "b" ou "e"

Supondo defeito l~-terra na fase "b", esta tensão cai a zero e o diagrama
fasorial de tensões é o mostrado na figura 1.23.2.

v.

Figura 1.23.2- Diagralllll Fasorial de Tensões


Poriama. a tensão na proteção é

Vn:lf = Va---tura = v.b =.JJvU, ( 1.23.1)

Esse valor é o mesmo se o defeito for na fase ''e".


Portanto, nesse esquema deve-se utilizar uma proteção de sobretensão e
subtensãu (59/27) com os seguintes ajustes:

Vrc!• 27 s (50 - 70)% VLN

Y,.1rn ;?: (120-140)%Y1 N


..
78 Capítulo 1

O inconveniente da adoção desse esquema, na proteção de sistema isolado,


é a possibilidade de ocorrência de ferro-ressonância, quando a reatincia capacitiva
{Xç) do sistema isolado for igual ou próxima da reatância de excitação ~T) do
TP. A equação que expressa o efeito de ferro-ressonância r,l\ tensão aplicada no TP
é
V - ✓3-Vu
itlt - X (1.23.2)
3_ _ c
X,T
Apenas como análise, supor a ocorrência dos seguintes casos:
a) Situação extrema. em que Xc = 3X•T; teoricamente a tensão no relé vai
para o infini to. mas na realidade a satur.içào do TP limita este valor.
b) Se Xc = 2,5X ,ff, tem-se

V .=✓ 3Vu = 6Vi.;


n:le 3- 2 5 .
A ferro-ressonància causa os scguin1es efeitos:
® Saturação do T P;
® Disrorçilo da onda de tensão;
® Inversão do m:ulfo. fazendo a tensão no relé subiT acentuadamente.
Para evitar a ferro-ressonãnc1a, tão comum no sistema isolado, deve-se
instalar uma resistência Rs no secundário do TP. a qual deve Ler valor elevado,
para neutralizar o surgunento de ferro-ressonância entre o sistema e o T P. A figura
l.23.3 apresenta a instalação do TP com a resistência Rs no secundário.
e

Figura 1.23.3 - TP com o Resistência Rs


,.
Proteção de Geradores Síncronos 79

1.24 A terrameoto Ressonante

O alerrameoto é ressonante quando o reator instalado no neutro do gerador


s inc:rooo tem uma reatâocia que entra em ressonância com ã reatância tapaci.tiva da
i:·c:talaçÁ). Nesse case, .:xaminando a !::J!.!!'ll l.!S! }, ·,e!i!h.'1!-se '.ll' ~ o trecho do
modelo de seqüência zero, npreseota, uma resultante de impedância infinita.
A impedància equivalente do paralelo. do trecho de seqüência zero é
infinita e, portanto, o gemdor síncrono está verdadeiramente isolado da terra.
O reator, nessa situação, t:ambêm é conhecido por ..Bobina de Petersoa" ou
o sistema é dito "Sistema Neutralizador de Defeito l +-terra•·, porque a corrente de
defeito à terra em qualquer local da instalação, é zero.
Na prática essa corrente de defeito é muito pequena e não produz dano no
gerador, inclusive não consegue sustentar arcos elétricos que por ventura venham a
aparecer. O reator tem taps, que durante o defeito à terra podem ser ajustados até
que a corrente seja zero.
O reator é o mesmo do apresentado na figura 1.16.4, mas pode-se utilizar
um reator de menor valor, com o emprego da instalação via secundário de um
transformador de distnõuição, como mostra a figura 1.24.1.

t
..---··~

·-ºReator (

figu ra 1.24 1 - Reator no Secundán o du Transformador de Distribuição


Quando o esquema de aterramento ressonante é utilizado no sistema de
distribuição há a dificuldade em se estabelecer à ressonância. Is to é devido à
caracteristica própria deste sistema, de variar sua configuração pelas mano bras de
80 Capitulo 1

chaves. ocasionando sempre correntes nos defeitos à terra. Essa pequena corrente
pode ser detectada por uma proteção de sobrecorrente que aciona um alarme. Se o
aJarme persistir, por exemplo, por 15 a 25s, procede-se o chaveamento, curto-
circuitando o reator parcialmente ou totalmente. Assim. a corrente de defeito torna-
se alta, ;:rovoca::!do a atuação da proteção especifica para esta situação.

1.25 Sistema Aterrado com Baixa Impedância

Nesse tipo de classe de aterramento, com baixa impedância. no defeito 1~


i terra a corrente de curto-circuito é da ordem de 50 a 600A. Nessa faixa de corrente
é possível reconhecer, mas não com precisão, o locaJ da ocorrência do defeito. O
reconhecimento do local ou zona do defeito é importante para caracterizar a
seletividade da proteção.
SeJetividade é a propriedade que os dis positivos da proteção têm de isolar
somente a área com defeito, de modo a deixar o menor número possível de
consumirores sem energia. Ponanto, ecSta determinada área ou zona, do sistema
elétrico. deve ser selecionada para a atuação de uma função de proteção especifica.
Se. para. um defeito numa zona selecionada, outm proteção atua, diz-se que houve
perda da seletividade. Gemlmente a perda da seletividade ocorre devido a:
® Ajuste errado ela proteção:
® Defeito no relé:
® Defeito no disjuntor;
® Atuação do religador de distribuição; que em sua operação normal.
para defeilo no mmal após o elo fusível ou scccionalizador, produz
perda momentânea da seletividade.
Nos 1ipos de sistemas aterrados com baixa impedância tem-se correntes
di ferentes de curto-circuito, sendo, assim. possível, mesmo sem muita precisão.
delinear os Lrcchos com defeitos e assim selecionar as 7onas para a atuação da
pro1cçào, de modo instantâneo ou temporizado.
Nesse ní,·el de corrente de curto-circuito pode-se usar os seguintes tipos de
aterrrunemo:
a) Reator ou resistor conectado no neutro do gerador slncrono.

A figura J .25. 1 mostra um reator conectado no neutro da estrela do gerador


síncrono.
Proleção de Geradores Slncronos 81

Figura 1.25.1 - Reator de Aterram ento n o Gerador Slncrono

b) Reator ou resistor conectado no neutro do transformador de ate:rramento


Y -t..
A figura 1.25.2 m ostra um resistor conectado no neutro da estre la do
transformador de at.erramento.

50/51GS

50/51OS

Figura 1.25.2 - Res istor no Neutro do Transformador de Atc:rramento Y Cl

e) Reator ou rcsistor concctudo a o neutro do t'ransfon11ador de ater ramento


zig-zag.

A figura 1.25.3 mostra um resis1or conectado no neut ro da estrela do


transformador de alerramento cru zig-zag.
82 Capitulo J
7

50/51GS

Figura 125.3 - Resistor no Neurro do Transformador Zig-Zag


Essa. proteção de sobrecorrente, pode seT aplicada para a proteção de
geradores síncronos, bem como para trechos de sistemas elétricos em que estejam
instalados transfonnadores de aterramentos. como os mostrados nas figuras
anteriores.
Essa proteção de sobrecorrente pode ser uma proteção complementar a
outras proteções. Por exemplo, a proteção de linha instalada no referido setor,
poderá ser instantânea ou temporizado (geralmente em 0,5s). Se a proteção de linha
falhar, então após 0,8s atua o relé 5 1GS (Ground Sensor) da proteção do
transformador do atcrrameoto.

K'Ccmplo 1.25. 1: Dado o diagrama uni filar da figura 1.25.4.


B
.·····-.. A T
f:· Sistema~:
Elétrico'.. -...__ _._ __ _J .,__ _ _ _ _ _ __

: Equivalente·:
\õÕMv;···
de Curto-
6~
30MVA XR
circuito 138/13,8kV
X=- 10%

Figura 1.15.4 - Diagrama Unililar


!'

Proteção de Geradores Síncronos 83

a) Qual a rcalância cquJvalenle do sist ema, em pu, na base do transformad or?


600M
SCIRJ(pul = ) OM =20pu
1
Xs =-=----= = 0,05pu
. s curlDI pu 1 20

b) Q ual o \'alor, em pu, da corrente de c_urto-circulto 3~ na barra A '!


1
Ice,.,. =- - = 20pu {
o.os
(
c) Qual a corrente de curto-circuilo 34, .na barra B?
(
1
l c-c~ = - - - 6,666pu r
0,05+0.I

1 - ) OM 1255.lA
_, - ✓3 x 13.8k
(
lcrns = 6,666 x 1255,1 = 8367,JA

d) Qual a corr ente d e curto-cir c uito Lc!>-terra na barra B, considerando que o (


Y do transformador ei.tá solidamente aterrado?
(
Para esse cuno-c1rcuito os modelos de seqüência estão conectados em
série. co mo mostra a figura L.25.5.
11
1L 90 = j(0,05 + 0.1+ 0,05 +0.l + 0.J)i.,
11
IL 90 = j0.4i., (

l
i• =3 x 2,5 = 7 ,5pu = 941 3,2A
e) Calcular o reator a ser conectado no a lerramento da conexão Y. para que o
cu rio-circuito Jcl>-terra, nu barra B. seja de JOOA.
O circuito e o mesmo da figuro 1.25.5. com o reator inserido na seqüênc ia
zero, como mostm a figura 1.25.6.
84 Capítulo 1

li ª1
jQ,IQ jal
SeqOênda Positiva

82
j0,05 j0,10 i,J
Seqüência Negallva

t ªo bo

1
' jXTO
SeqOéncia Zero
j0.1 0 ia.li

Figura 1.25.5 - Modelos de Seqiléncia cm Série

a, b,
j0.10 iaJ =1-
Seqüência Positiva 3

82 b2
j0.05 j 0.1 O ic
Seqüência Negabva

ªo bo
j XTu j0.10 iat1
Seqüência Zero j 3X

Figura 1.25.6 - Seqüência zero com o Reator


Pro1eção de Geradores Siacronos 85

i. = 3Í11 = 300A
. · 100
1, 1 = 100A 111 = - - pu
I1>ac

IL 90° = j(0,4 +3X) ;oo


base
2
X = 4 05 u =4 05 {1 3,Sk) 25,7 Ln
' p ' 30M
f) Substituir o reator do item "e" por um resistor para que a corrente de
curto-circujto lt-terra, na barra 8 , seja de 300A.
O circuito é o mesmo da figura 1.25.6, com a substituição do reator pelo
resis lor. A corrente elétrica que passa por R tem u m defasameoto desconhecido e
pode ser representada por

i,1 = i,1 = t.0 =l00La [A]


. . . I00L a
I,, = J, 2 =110 = - - -pu = 0,07967 La pu
1255,1
1L90° = U0,4 + JR}0,07967 La

3R + ·o4 = 1L 90º
J ' 0,07967 La
JR + j0,4 =12,55 17L (90° - a)
(3R): + (0,4f =(12,5517/
R = 4,l 8Jpu = 26,540
Observação: Como o valor do rcsistor R, no neutro. é muito superior ao da
impedância interna do gerador síncrono, pode-se obter, aproximadamente o seu
valor pelo emprego da expressão

R= Yu 13.8k.
26,550
-J3 X l cuno ✓3 x300
Para o cálculo c:,;ato deve-se usar componentes de seqüência ou co11s1derar
a queda de tensão na bobina do gerador síncrono.
86 Capitulo 1

1.26 Sistema Aterrado

l
Conforme definido no item 1.17 e na tabela 1.1 7. 1, as impedâncias de
seqílêocia do sistema aterrado devem satisfazer as relações
y - R
~D ..--2.s l
x, - - x,
Nesses casos o oeutrO está ligado diretamente à terra ou aterrado por meio
de uma impedância de valor reduzido. Nesse tipo de sistema, as correntes de curto-
circuito J~-lerra, dependendo do local de defeito, podem ser elevadas e inclusive
superiores as correntes de curto-circuito tri.Jãsica. O nível de curto-circuito pode
variar, dependendo do local do defeito, cuja corrente de defeito depende:
-5- Da configuração do sistema e létrico projetado;
-5- Dos parâmetros dos equipamen tos e componentes da instalação:
7 Do local do defeito:
7 Da resistência de contato no local do defeito.
E sse sis tema aterrado é utilizado no sistema de transmissão.
subtransmissão e distribuição.

1.27 Proteção de Máquina Síncrona com Aterramento SóJido

Para os defeitos â carcaça, a lém da proteção diferencial 87. pode também


ser utili.zado o esquema de proteção da figura l .27 . 1.

Fi1,,'llra 127. 1 - Proteção Função 64


r
Proteção de Geradores Slncronos 87

1.28 Proteção Diferencial da Máquina Síncrona com


Aterramento por uma lmpcdância

Nesse caso, como a proteção diferencial tradicional comt!ça a ser


r , <!; :Jdi~ pode-se utilb-..i· UCJa V?.riante ~ proteç"n d!.~~da!, r~c.':,c:cicfa corno
proteção à terra restringida ou terra restrita. mostrada na tigura l.28. 1.

a . (
...o
's,
"'
~
..s (
~
1- (

l..

{
(
l
(

o z
1- • -N

Figura 1.28.1 - Proteção Diforenciul de Terra Restringida


88 Capitulo 1

1.29 Proteção de Máquina Síncrona pela 3ª Harmônica

Com a u1ilização da 3ª harmônica é posslvel a proteção de 100% dos


enrolamentos do estator de um gerador síncrono. Verifica-se que quando a máquina
síncrc-J.- opera i-empre há a produção, ao longo do eri_rolamenlo- da hobin a do
c~iator, de i.cthâ.: '!leaica ua freqüência de 180 Hertz. isto e, de 3í l:tannônica; e de
outras componentes de menor importância. Salienta-se, ainda, que as componentes
de seqüência zero e as harmônicas impares múltip las de 3 estão todas em fase.
Portanto, essa característica justifica a freqüente utilização de transfonnador 6 - Y
como elemen10 de acoplamento com o sistema e létrico, porque as hannôoicas
naturalmente geradas pelo gerador síncrono ficam confinadas no circuito primário
do transfoanador e não são injetadas no sistema elétrico.
A seguir, analisa-se o comportamento do gerador sú1crono em três
} situaç-ões de operação:
1
l
~
a) Gerador Síncrono em operaçjo normal

A operação normal do gerador síncrono com preende desde a operação a


vazio até a plena carga. A produção de tensão de 3ª harmónica (V1H) em relação a
terra. ao longo de enro lamento do estator. é ilustrada na figura 1.29. 1.
1
f Plena Carga
\

t
1
100% p¾ espiras

Bobina do
;
Tenninal da Bobina da
estator
Armadura

Figura l .2Q_1 - Produção de Tensão de 31 harmõ111ca na Operação Normal


Onde:
VJH ➔ é a tensão da 3! bam1ônica ao longo do enrolamento da bobina do estator
em relação à terra.
Ao longo do enrolamento do estntor nota-se as seguintes situações:
Proteção de Geradores Síncronos 89

✓ Tensões de 31 harmônica positiva nos terminais do gerador síncrono;

✓ Diminuição da tensão de 3! harmónica até o valor -zero, com invem o


do sinal na direção do neutro do enrolamento;
✓ No neutro hâ invt>!:.áo da tensão de 31 harmônica.
Desde ll operação a va.do até a plena carga, asiensões de 31 narmõrúca
mantém o mesmo comportamento; apenas ocorre um aumento no seu valor.

b) Gerador síncrono com defeito à terra no neutro


A figura 1.29.2 mostra o perfil da tensão da 31 harmônica ao longo do
enrolamento do estator, para um defeito monotãsico à terra no neutro do gerador
síncrono.

Plena Carga
'v
i Sem Carga
i
p% espiras
..
Bobina do
'7
Terminal da Bobina da
estator
Armadura

Figura 1.29.2- Perfil da Tensão da ) 1 Hannõmca para Defeito no Neutro do Gerador


Síncrono
Como o defeito à terra ocorreu no neutro, a tensão neste ponto é idênlica à
da terra, ou seja, tem o valor i;ero; e a compone11tc V 111, ao longo do c!nrolamento.
cresce em direção ao terminal do gerador síncrono.

e) Gerador síncrono com d efeito a terra no termfoal

A figura L29.3 mostra o perfil da tensão da 31 harmônica (V,u) ao longo


do enrolamento do estator, para um defeito monofüsico à terra oo terminal do
gerador síncrono.
Como o defeito à te.trJ foi oo terminal do gerador sincrono, a tensão V 311,
neste ponto, é a mesma da terra e em direção ao neutro, decrescendo, com o valor
máximo negativo no neutro.
90 Capítulo 1

Bobinado
ostatory
4

p¾ espiras
Sem Carga
Terminal da Bobina da
Plena Carga Armadura

Figura 1.29.3 - Perfil da Tensão da 31 Hannõnica. para Defeito no Terminal do


Gerador Síncrono
Ponanlo. com a utilização da medição da 3 1 nannônica., no neutro e no
terminal, é possível desenvolver técnicas de proteção contra defeitos monofãsicos a
terra em 100% do enrolamento do gerador síncrono. Com o emprego desta técnica.
desenvolveram-se vãrios esquemas de proteção.
Um desses esquemas é o que utiliza, por exemplo, a subtensão de 31
harmônica no neutro. conforme ilustmdo na figura 1.29.4.
Gcndor Síncrono Transformador

o
ü,
D
1---<-~=-
ª .1...---1c:::,
l---<'1RIJ\--'-+-~ Q
t _____ --- '

Figura L29.4 - Subtensão da 31 Harmônica no eutro


O filtro passa-alto apresentado na figura l.29.4 deixa passar a componente
na freqüência de 1801--Iz.; isto e, a da J" harmônica.
O esquema funcional em DC, dessa proteção, está mostrado na figura
1.29.5.
Proleção de Geradores Síncronos 91

I 1 R1 1 1
59 1
+
",r_ -T
59GS

~
y R2

( R1 ·)

T I S:I
Figura 1.29.S - Esquema Fancional em DC d.a Proleção de Subtensão da 31 Harmônica no
Neutro
No esquema da figura 1.29.5 as prou:ções 59GS e 27 estão sintoniza.das oa
freqüência de l 80Hz e o relé 59 é no rmal.
(
Na operação normal do gerador síncrono, isto é, na ausência de defeito, a
tens.ão reversa de 31 hannônica no neutro mantém o relé de subtensão 27
desopcrado, isto é, o seu contato se mantém aberto.
(
A seguir. analisam-se os defeitos monofãsicos a te rra na bobina do estator.

a) defc-ito mooofá.sicos a terra no trecho q ue vai de 10% a 100% do (


enrolamento do e tator.

Neste caso, de acordo com a figura 1.293. a tensão revcn;a de 3~


hnnnônica, 110 neut ro, é elevada, e ocorre a seguinte seqüência de operação:
• A proteção 59GS opera. fechando o seu contato 59GS;
• Com o fechamento do contato 590S, ativa-se o 1crnpocizador R2:
• Transcorrido o tempo ajustado no temporizador R2 o seu contaro é
fechado:
• Com o íechamento do contato do R2. aiiva-se o relé de bloqueio 86.
que providencia~
• Abertura do disjun tor principal:
Abe nura do disjuntor de campo;
• Acionamento do freio. para a parada do rotor da
máquina síncrona:
• Alarme;
• Se necessáno. o possivel disparo de CO::.
92 Ca ín!lo l

b) Defeitos mooofásicos a terra no trecho que vai até 10% do enrolamento do


estator.

Neste ~so, a tensão de 31 harmônica, no neutro, é nula ou muito próxima


de zero, e a tensão nos tennioais do gerador sJm:rono se eleva ou se mantém
próxirr-'l. da nominaL Jn:>'.: J': o snficie!lte ~ oner<>.: o 59. A seqüência de atuação
da proteção se dá como segue: · - -

• Com o decréscimo da tensão de 3-1 harmônica, o 27 opera (por drop-


out), fechando o seu contato 27;
• A sobretensão ou a tensão nos tenninais do gerador síncrono opera o
59, que fecha o seu contato 59;
• Com o fechamento dos contatos 27 e 59 ativa-se o tem porizador Rl;
• Transcorrido o tempo ajustado ao temporizador RI ativa-se o relé 86,
que dispara e aciona os dispositivos prngramados.
Outra variante de proteção de falha à terra em l 00% do enrolame!lto é
conhecida por proteção por " tensão residuaJ de terceiro hannônico", que é
apresentada na figura J.29.6.
A figura 1.29.7 mostra o diagmma funcional em DC da proteção
apresentada na figura L.29.6.

59GS 1 59 1 R1 1 1 R2 +

@
14 @
Figura 1.29.7 - &quema Funcional em DC
Outra possibilidade de proteção do gerador é a denominada de " proteção
de falha à terra por comparação entre tensões de 3Y harmônica oa fase e no neutro".
que utiliza o mesmo esquema apresentado na figura 1.29.6. Com a diferença de que
se considera que a proteção 59GS está, também. sintonizada, na freqüência da 311
hannônica. Assim. é feita a comparação das tensões em l 80Hz. isto é
V 311 do relê ~9GS - V JH do relé 59 > VJll aJuste
Proteção, de Geradores Síncronos 93

j
Filtro
180Hz 1
V

a:::
<O
o
,ro
o-
1•
e
::,
u...

->'-'

.,
"O
õ ,g
~_Q-

---...- ~t
..c:o
• i=

Figura 1.29.6 - Proteção por Tensão Residual de 3' Hun11ônica


94 Capitulo 1

Se houver defeito à terra no enrolamento. a diferença de tensão terá valor


maior que o ajuste e a proteção operará.
Uma alternativa de proteção, utilizada cm geradores síncronos de grande
porte, é a estratégia de injeção de sinal de subfreqüência, como ilustra o esquema
da figura_L'.29.8.

o
-:,

j
11 o a
1
1

• ..
+ -) i -

.>~ , ~:,. ->-

+
->- .~
. f~ r
~ L...L,
+
,->~ ~
- ~

"J
.I!
,;......E

figura 1.29.8- Injeção de Sinal de Subfreqüência



(

Proteção de Geradores Síncronos 95 •


Nesta técnica. utiliza-se a injeção de um sinal de sub.freqüência, mais

li
precisamente wn sinal em freqüência sub--bannônica, geralmente de 1/2 ou ¼ da
freqüência fundamental Como mostra a figura 1.29.8, uma fonte de tensão ::a
independente gera um sinal senoidal na freqüên cia de 20Hz, por exemplo. e através
do transformador, inje~ ,..,.=...:.na.l o.o n eutro do gerador síncrono. •
ri
Na operação normal, isto é, sem defeito monofásico à terra na bobina do 1
estator, não haverá corrente de 20Hz. passando pelo TC da proteção 5 l.
No caso da ocorrência de um defeito m onofásico à terra na bobina do
estator, haverá um caminho fechado para a c irculação da corrente e m 20 Hz, que
será detectada pelo 5 1, cuja atuação ocorrerá de acordo como o esquema §uncional
emDC da figura 1.29.9.

I R2 +

l1
u
1
q
1
li
Figura 129.9 - Esquema Funcional em DC da Proteção por Injeção de Sinal em Freqüência
Sub-harmônica
!J
JI
A proteçào baseada na técnica da injeção de sinal sub-harm ônico lcm as
seguintes vantagens: ti
© Protege 100% do enrolamento do estator, li
© É menos sensível a influência das capacitâncias parasitas do circuito do
gerador, devido ao aumento da reatância capaciti va decorrente da baixa
freqüência do sinal injetado; li
t-i
© A umenta a corrente de defeito em freqüência de sub-harmônica,
devido a diminuição da reatância indutiva, decorrente da baixa
freqüência do sinal injetado;
© É independente das inf:luéocias da freqüência em 60Hz e. portanto. esta
proleçàu está sempre ativa durante o procedimento de partida e parada
do gerador sincrono.
A desvantagem é a necessidade da utilização e manutenção dos
equipamentos para gerar o sinal de injeção c m sub-harmônica.
96 Capítulo 1

1.30 Proteção de Defeitos à Terra no Rotor

O circuito de excitação da máquina s incrona, que é composto pela


excitatriz, cablagem, escovas (se tiver) e enrolamento de campo, opera isolado da
terra. Deste modo. a ocorrência d') prim!:iro defeito ã te!""B nã<' caracter,~., 'C"m._
curio-urcuito e, ponanto, a máquina continua a operar nonnaJmente. Se este
defeito não for corrigido pela manutenção há o perigo da ocorrência do segundo
defeito. Este segundo defeito pode ocorrer aleatoriamente em qualquer lugar do
circuito de excitação. Dependendo da posição dos 2 defeitos a corrente de cuno-
circuito pode ser elevada, danificando severamente o gerador sincrono. Em
conseqnêocia, os trabalhos de manutenção serão prolongados e o gerador síncrono
ficara indisponível por um tempo longo.
Os 2 defeitos podem causar:
® V ibração acentuada, prejudkando espiras e mancais da máquina;
® Geração de fluxos magnéticos desbalance-ados no entreferro das
cabeças polares da máquina;
® Geração de correntes de seqüência negativa. com produção acentuada
de calor. comprometendo a isolação e a estrutura armada do gerador.
® Variação na tensão gerada e na impedância in terna, produzindo
perturbaç.ão no sistema elétrico.
Para evitar a possibilidade de ocorrência do segundo defeito. deve-se
promover ações efetivas no momento do aparecimento do primeiro defeito. A ssim,
deve-se implementar técnicas para a detecção do primeiro defeito e proceder como
indicado a seguir.
♦ Acionar a equipe de manutenção. para análise do defeito, que pode.
dependendo da gravidade, dcílagrar ou não a parada da máquina
sincrona:
♦ Desligamento automãlico e parada da máquina s[ncrnna.
Existem vários métodos de detecção do primeiro defeito à terra no circuito
de excitação, que são:

a) Método da Dh·isão de Tensão

O esquema representativo deste método é o da figura 130. 1.


Proteç1io de Geradores Sincronos 97

Figura 1.30.1 - Método da Divisão de Tensão


Usa-se uma proteção de corrente, com sensíbilidade acentuada à variação
da corrente, a qual está conectada dividindo a resistência à terra em duas partes
iguais (figura 1.30.1) . Portanto, a conexão à terra é feita pela resistência em série
com o circuito da excilotriz do gerador síncrono.
Ocorrendo um defeito à carcaça, por exemplo, em F da figura 1.30.2, a
corrente de defeito à terra circula pelo relé, que arua ativando o alarme ou
disparando o disjuntor.

~
1

--- ---
Figura 1.30.2 - Defeito a Terra em F
B.1a proteção não é sensível ao defeito à carcaça no meio do enrolamento
de campo.

b) 1étodo da Inj eção de CA

Consiste, como mostra a figura 1.303, cm injetar penn:menlemente. tens.'io


elétrica alternada no c ircuito do rotor. Ocorrendo um defeito, aparecerá tensão ao
relé de tensão 64R.
98 Capitulo 1

Figura l.30.3 - Método da Injeção de sinal CA

e) Método de Injeção de sina.l em D C

O esquema representativo deste método está na figura 130.4.

7 □ FonteCA

Figura 1.30.4 - Método da Injeção de Sinal DC

1.31 Energização Acidental do Gerador Síncrono

Antes do iilício da partida de um gerador síncrono é feita a verificação e a


adequação de todos os equipamentos necessário ao processo. O processo de
partida é feito passo a passo e pode ser:
(
Proteção de Geradores Sincronos 99 r
♦ Manual;
(
♦ Automatizado, feito por dispositivos elétricos convencionais ou por
CLP (Controlador Lógico Programável).
O procedimento para a parti~ no!:_[llal do gerador sincrono é sumari7 :clo (
oos seguintes passos:
(
✓ Disjuntor do gerador aberto; (
✓ Aumento da rotação do rotor do gerador síncrono até a (
velocidade nonunal;
✓ Aumento da excitação até atingir a tensão nominal;
✓ Sincronização do gerador com a barra do s istema elétrico;
(
✓ Fechamento do disjuntor. (
O gerador síncrono acopla.se na rede elétrica em estado de flutuação, isto
{
é, sem carga.
(
A cnergizaçào acidental (inadvertida) do gerador síncrono pode ocorrer
por:
® Erro do operador: (
® Defeito ao circuito de controle de partida:
® Fechamento indevido do disjuntor de modo mono, bi o u (
tripolar:
(
® Surgimento de arcos elétncos en tre os pólos do disjunto r.
quando aberto. t
A proteção mais simples ê feita por uma função de sobrecorre nt(' (
supervisionado por um relé de subtensão. como mostra a figura 1.3 1.1. (

Transformador (

)-,,,'-~....---------<I!~ l

❖ -,
Disjuntor
aberto

Figura I .J 1. 1 - Proteção contra Ene rgi zação Acidental do Gerador Síncrono


100 Capitulo 1

Supor. inicialmente que o gerador síncrono esteja parado. Nessa situação


sua velocidade angular e a tensão nos seus tenninais são nulas e a proteção de
subtensão 27 já estã operada (con tato fechado). Se, nesse momento, ocorrer u ma
energização acidental. O gerador síncrono será conectado indevidarnentt> ao
sistema elétrico. Assim, em relação ao sistema '!l~i~o. a máquirnt síncrGoa se
C.'lffijY."rt:2 :;orr:-c um motor pc1:rcu:i.o, e, 1:ui coosatú~u~ia, a u:~oie init.;.~: • t • .re, d<l
tem valor el~v.P.{lo, p_rnvx:lndo a atuação da proteção de sobrecorrente 50, que de
acordo com o esquema funcional, em DC, da figura 1.31.2, atuarã o relé 86, com a
con seqüente abertura do disjuntor.

Figura 1.3 1.2 - Esquema Funcional em DC da Pnneção da Figura 1.31.1


Normalmente o ajuste da proteção de subten são 27 é

V:7i1JU>IC = 80%Vnumiul
Dependente do porte do gerador síncrono e do sistema. a energização
inadvertida poderá provocar uma corrente de até 4 Ioomm•I: portanto, o ajuste da
proteção de sobrecorrcnte 50, pode ser
j S0".)U>1<: =(0,8 a 1,3)1,.,01Jnl
Durante a operação nom1al do gerador s(ncrono a tensão nominal aplicada
no relé 27 bloqueia a atuação da proteção de sobrecorrente 50.

1.32 Proteção de Retaguarda do Gerador Síncrono

A freqüência de falhas cm geradores síncronos é baixa. mas os danos


prodUZJdos provocam indisponibilidade. Na ocorrência de um defeito. a seqüencia
da atuação da p roteção depende do local da anomalia e do tipo de dano, mas no
geral a proteção deve:
(? Abrir o disjuntor principal (52):
Proteção de Geradores Sincronos 101

~ Abrir o disjuntor do campo (4 J):


(f> Cortar o fluxo de ãgua/vapor/gás;
(f> Aplicar freios;
(f> Injetar C!)..
Dependendo do tipo de defeito a equipe de manutenção deve proceder a
uma vistoria minuciosa. para a reslau.raçào da máquina síncrona.
A presenta-se, na tabela 1.32. 1, uma estatística d.e falhas dos componentes
dos geradores na Suécia.
Gerador Sincrono
Elemento Taxa de Falha
Estator 14,3%
Estator falha à terra 28.6%
Rotor 14,J¾
Ro1or falha à terra 7,1%
Perda da excitação 35,7%

Tabela 1.32.1 - Falhas dos Componentes do Gerador Síncrono [5 l1

1.33 P roteção de Mínima Impedância

F.ste ripo de proteção é leito com a função de impedância (21), a qual visa
proteger o .::nrolamento do estator. Esta proteção é complemen1ar às proteções
principais do gerador síncrono.
Instala-se uma proteção 21. como uma proteção adicional do estator e
parte do transfonnador, como indicado no diagrama uni filar da figura 1.33. l.

Figura 1.33. 1 - Proteção do Gerador Síncrono pela Proteção l 1


102 Capírulo 1

Geralmente a proteção 21 é constituída de 2 zonas de atuação, cujos ajustes


utilizados são:
1• zona: O ajuste deve ser de 70% da impedância do transformador elevador. Esta
folga de 30% é para não haver risco de alcançar as linha.- de transmissão
coc~ laclas à baml r'~ larlo de alta t.,...~n do •ransfol'T"'::,:nr NP<"'.i<'I zona. a atuação
da proteção 2 1 é instantânea ou pode ter uma pequena temporização de, por
exemplo. 0,05s.
2ª zona: O ajuste dessa 7.ona deve ser de 100% da impedância do transformador
elevador mais 50% da menor impedância da linha de transmissão conectada a
barra. Essa zona é temporizada entre 0,5s e Js, dependendo da filosofia da empresa
e da proteção elas linhas de transmissão.
1ª zona para disjwitor aberto: Nesse caso, como o gerador síncrono está
desacoplado do sistema elétrico, não há preocupação de alcance das linhas de
transmissão a jusante, podendo-se fazer o ajuste do seguindo modo:

Z1,...._,.r,.1uaror •bcnol = 120% máx {~l"rvtSfunmoor } {1.33.1)


ZGnador Smcron<>
Utiliza~se 120% da impedância de maior valor para garantir a total
cobertura do enrolamento do estator. Note que se o gerador síncrono estiver em
funcionamento. mas dcsacoplado do sistema elétrico, e le tnmbém estará sujeilo a
defeitos, e essa filosofia confere proteção para esse caso. O tempo de atuação pode
ser inJ;tantãnco ou temporizado em 0,05s.
A figura 1.33.2 mostro o diagrama jX ,•ers11s R. com as impedâncias dos
elemen1os e as zonas cobertas pela proteção 21 .
Na figura 1.33.2, apresenta-se a proteção dt: impedãncía com característica
convencional e do tipo paralelogramo (qradriJatcraJ). Nota-se que o centro das
zonas. isto é, o ponto de impedância zero. é o loca] da instalação do TP, porque o
curto-ciR:uito neste ponto, leva a tensão sobre o relé 2 1 a zero. A proteção de
impedância 21 utilizada não é direcional: portanto, a 1• L.Ona do 2 1 pode cobrir
1otalmente ou parcialmente a impedância do estator do gerador síncrono. e a 2"
:zona produzindo a cobcnura completa..
Como o gerador tem outras proleçõcs que atuam instantaneamente e como
a proteção de mínima impedância é conccbjda a título c-0mplcmentar, sua atuação
pode ser instantânea ou temporizada.
11

Proteção de Geradores Síncronos 103 1


1
jX 50"!.Zi_, •- jX s,w.z,. _ 1
1
2• 7.ona
j-----~· 1

! 1
!
!
1• zona
·- 1
R
1
1
l 1
i j
l'zon~._.. ......
1

(
Figura l.J3.2 - Diagrama JX versus R da proteção
Dependendo da filosofia da empresa é comum dolá-la de uma pequena
(
temporizarão, com o objetivo de discre1izar os tempos de atuação dos relés, para (
que a seqüência de evenlos li.que bem definida. facilitando a anólise da oscilografia
nos estudos pós-defeito_ Note-se que a temporização adotada de 0,05s não
possibilita a coordenação das proteções envolvidas: portando. ambas as pro teções
atuam no relé 86. mas com atuações discreta no tempo.
A 2• zona tem sua temporização em:
l
'l>- 0.4 ou 0.5s: coordenada com a proteção instantânea da linha de
transmissão. para defeitos em até 50°'o da menor linha coneclada à
barra do lado de alta tensão.
'l>- 1s: valor adotado porque cs1a zona só atua em caso de falha das
pro1eçõcs especificas existentes e a zona da impedfmcia coberta do
gerador síncrono enconrrn-se em local cm que os defeitos são mais
d ificeis de ocorrer e são de pequenas mtcnsidadcs. portanto de menores
danos à maquina.
(
Essa proteção. lambém, pode ser ensibilizada por: oscilação de potencia
no sistema. perda de excitação e partida indevida. \

Exemplo 1.33. l: Apresenta-se. na fig ura 1.33.3, um esquema de uma w1idade de


geração dotada de proteção coolra mínima impedância.
104 Capítulo 1

. o
Zrn =84L79 n
• o
Z Ln =95L79 n
.. 1-ir,;.:J,-----~ - - --
Zrn = 4 Ll 8L8 1°n
Figuro l .33.3 - Digrama Unifilar
Dados:

Gerador Sincrono: 60MVA, 13,8kV, X~ = 0,18 pu = 0,57 130


Transformador. 60MVA, 13,8/230k V, XT = O, 1pu
TC: 3000/5
TP: 13,8kV/ I 15V
Linha de Transmissão 1: ZLTI = 84L79° n
Lb1ba de Transmissão 2: Zm = 248L7 Lºn
Linha de Transmissão 3: Zu, = 4 L,I 8L 8 1° Q
Resolução:
A impedância, em O hm, do transfonnador no lado de BT é

(13,8k) 2
X T,Rl'J =0,1X-'--- - ' - - = 0,31740
60M
A impedância na menor LT, referida ao lado de BT do transformador é
1
z LTMTl
= ( l3,&k ) 4L.18L81r, = 0.1 482L81°n
230k
i- Ajuste da Jª zona:
3000 l 15
Z ,1~ 1
= 0,7x0,317 4 - - x - - = l,llln
5 13800

z lf%0111l = 1.111n
Temporização = 0,05s
Proteção de Geradores Síncronos 105

Observação: Este ajuste cobre 55,.56% do enrolamento do estator, no sentido dos


terrninajs ao neutro.
5' Ajuste da 21 zona:
lmr,,-.<l:incia vista a~ 50% da i..T3
. . u o
Za1,so•,m= J0,3174 +0,.5x0,l482L8 1 = 0.3907L88,3 Q

3000 115
Z2íronal =0,3907 x - - X - - = J,9535Q
5 13800
=l,953Q
Z2crooai
Temporização = 0,5s
Obseivação: Este ajuste cobre 68.38% do enrolamento do estator. no sentido dos
tenninais ao neutro. Neste trecho as tensões no material isolante são maiores e mais
sujeitas a defeitos.
1
~ Ajuste da l zona, com o disjuntor aben o:
O ajuste é

0,57l3Q }
z ,r.orui(UIIJLmlOfaberto) =120% máx { 0,3 l 74Q
3000 11 5
zlz.om(disjunoorobmoJ = l,2x 0,5713 x - - x - -
5 13800
=),4278Q
z lmna1di1Juoolor al)crtI>J

Temporização = 0,05s
Observação: Este ajuste cobre I 00% do enrolamento do estator.
A proteção apresentada anterionnente é a mais utilizada, mas [lOde-se usar
as alternativa!> mais sfo1plcs descritas a seguir.
Por exemplo. pode-se utilizar a proteção do enrolamento do gerador
síncrono, utilizando uma proteção de distância 2 1, do tipo admitância. direc ionada
re\-ersamente, isto é, dos terminais para dentro da máquina., como mostra a figura
1.33.4.
106 Capitulo 1

◄ E@If13
21 6"7 -,e-
~

Figura 1.33.4 - Proteção Reversa do Enrolamento do Gerador Síncrono


O ajuste pode ser de 120% da impedância do enrolamento.
Outra alternativa é a proteção do enrolamento do gerador síncrono e do
transformadoc, com a utilização da proteção 21, do tipo admitãncia, direcionada
reversamente, como mostra a figura 133.5.

◄ E @ J 1 3~ H-l__t---

6 'fi +-
Figura 1.33.5 - Proteção Rc , ersa do Gerador Síncrono e do Transfonnadur
O ajuste. nesse caso. é:

1.34 Proteção de Sobrecorrente

A proteção de sobrecorrentc utilizado na Jjgação do aterramcnto do neutro


do gerador síncrono. que tem uma resistência considerável no seu neutro, apresenta
os seguintes problemas:
® na sensibilidade no relé de sobrecorrente devido a diminuição das
corremes de defe ito:
® das correntes de terceira l1armônicas e de seus múltiplos de ordem
ímpares, geradas normalmente pelo gerador síncrono.
Portanto. essas harmônicas podem provocar atuação indevida da pro teção
de sobrecorrente. principalmente quando o gerador opera com alguma saturação na
alimentação de carga pesada. Uma maneira de conto rnar esse problema é a
Proteção de Geradores Síncronos 107

utiliz.ação da proteção 59 {função 64) , conectada a filtro passa-baixa para não


permitir a passagem da terceira harmônica ( FTH), como mostra a figura 1.34. 1.

z,. TPt tm FTH

Figura 1.34.1 - Filtros de Terceira Harmônica


O filtro passa-baixa bloqueia a passagem de correntes com freqüências
superiores a 90Hz. Portanto. é bloqueada a passagem de correntes elétricas na
freqüência de terceiro harmônica ( l 80Hz), deixando entrar no relé praticamente só
as correntes de freqüência nominal (60Hz). Assim. a proi.eção de sobretensão 59
pode distinguir som ente as tensões geradas pelos defeitos.

1.35 Proteção de Perda de Potencial

A proteção de perda de potencial ou de balanço de tensão (60) é utilizada


como um comparador de potencial de dois ou ruais elementos. Essa proteção .:
utilizada para verificar as tensões em TP , figura 1.35. 1.

TP X X TP
·,1 ~ T " 2

Relés ~ RV
Fibrurn l.35.1 - Rei~ 60 entre dois T Ps
Se um TP falhar. haverj om dcsb alanço de tensão nos secundârios dos TPs
que será de tectado pela proteção 60.
108 Capílulo L

A integridade dos TPs é vital para a qualidade da operação, do controle e


da proteção. A anomalia de tensão no secundário do TP pode prejudicar o
desempenho de vârios equipamentos, e ocorre devido:
® Curto-circuilo (defeito) no TP;
G uefeitü no circuito secundário do TP;
® Problema de contato no circuito primário ou secundário do TP;
® Rompimento indevido do e lo fusível do TP.
As falhas provocam perdas ou desbalanço nas tensões secundárias do TP,
afetando todos os relés que dependem da tensão para o seu funcionamento. Por
exemplo, a perda de tensão no secundário do T P, mas com a presença da corrente
no circuito do TC, faz operar indevidamente a proteção de distància 21.
Conseqüentemente, a perda ou desbalanço das tensões no secundário do TP,
podem provocar atuação indevida da proteção, ou impedir a atuação, quando
necessário. Muitos equipamentos de contro le, que dependem da 1ensào, também
serilo afetados. Geralmente, a atuação da proteção 60. bloqueia os dispositivos de
proteção, tais como: proteção de distância, subexcitação (40), 32, 5 1V, e muda a
atuação do regulador de tensão para o modo manual.

1.36 ReJé de B loqueio

O relé de bloqueio (86) é um equipamento auxiliar. que opera de fonna


extremamente rápida (aproximadamente l 7ms), com a finalidade de realizar várias
funções. tais como:
© Acionar a abertura ou fechamento de disjuntores;
© Provocar alarme visual e sonoro:
© Jntcruavar ou habilitar os equipamentos de proteção, medição.
comw1icação. manobra ou de contro le:
© Etc...
O relé de bloqueio, uma vez acionado, bloqueia o fechamento do disjuntor.
e o seu rearme só é possível com a imervenção humana.
Na usina geradora, de acordo com a filosofia de operação e controle da
empresa, o acionamento o relé de bloqueio pode ter as seguintes denominações:
Proteção de Geradores Síncronos 109

86P ➔ é acionado pela proteção devido a defeito no sistema elétrico, externo a


usina. Sua atuação é no sentido de desacoplar, de maneira não abrupta, o gerador
s!ncrono do sistema elétrico. A seqüência de ações de sua atuação é:
~ Ag ir no regulador de velocidade (R V), para zerar :i !)Otência ativ:1
gerada (? :- O) e, ... j)ós;
~ Promove, a ub~-rt.ura do disJuntor principal (52).
Assim, com a abertura do disjuntor (52), a máquina síncrona continua
excitada, girando na sua velocidade nominal, mas desacoplada do sistema elétrico.
Como o defeito foi externo , a máquina está pronta para voltar a operação. Como o
RV diminuiu a potência ativa do gerador síncrono a zero, esse procedimento de
desacoplamento é feito sem perda de carga; também denominado de procedimento
sem rejeição de carga. Desse modo, a ação do 86PS não provoca perturbação
drástica no sistema elétrico remanescente.
Observação: 86PS significa Parada Sem rejeição de carga.

86PR ➔ é ocio nado pela proteção para defeito não severo nos elementos
{disposüivos) que compõem a unidade de geração. A aruação do relé de bloqueio
86PR deílagra a seguinte seqüência de acões:
'l>, Abertura do disjuntor principal (52), ou seja, toda a potência ativa do
gerador é cortada abruptamente: isto é, com a conseqüente rejeição de
carga.
'l>, Abertura do disjuntor da excitação (4 1):

'l>, Ocorre um aumento na velocidade do gerador e imediata atuação do


RV no dismõuidor, para diminuir adequadamente a vazão de água. de
modo a ma11ter a máquina siacrona girando na velocidade nominal.
Assim, o gerador fica girando na velocidade nominal, com mínima
Va7.ào de ãgua e sem carga (speed no load), que lambem. é denominado
de marcha ã vazio.
O gerador síncrono girando na velocidade nominal fica preparado para
entrnr imediatamente em operação, após a remoção do defeito. Note que o defeito
não ocorreu no gerador. mas s im em aJgumcomponente associado a sua opcmçâo.
Geralmen te os defeitos não severos, mais comuns. sã.o :
® Falha no regulador de tensão (RT):
® Perda de excitação.
110 Capltulo 1

O RV tem sua ação no sentido de providenciar o fechamento do


distribuidor, de modo otimizado, para não danificar nenhum componente e suavizar
o golpe de nriete. A figura 1.36.1 mostra o distribuidor de água da turbina
hidráulica, juntamente com o regulador de velocidade (65).

--------
Distribuidor
._ _s-- deÁgua

l •--" Reguladorde

rl
1
Velocidade

figura 1.36. 1 - Disiribuidor de Água e Regulador de Velocidade [59]


Nas hidrelélricas, na seqüência de parada, quando a velocidade d iminui
abaixo de um certo valor, é acionado um freio (sapata) hidráulico para parar a
máquina. Ver figura 1.36.2.

Figura 1.36.2 - Freios (sapataS)


Proteção de Geradores Síncronos 11 1

O fechamento total do distribuidor de água pelo RV, não vedn totalmente a


vazão de água nas ruminas do gerador. dai a necessidade de atuação do freio, para
garantir a parada a máquina. Nas termelétricas não há necessidade da utilização de
freios.
-
Obi;er _.e,·~o: 869.!{, significa P:i•·::da cor.i R<ejeiç~◊ <l'! carg:-

86E ➔ é acionado para defeitos elétricos severos na unidade geradora, tais como os
curtos-circuitos. Nesse caso, deve-se parar a màquina. Geralmente a ativação do
relé de bloqueio 86E é feita pelas proteções 64S, 87G e 2 1backup.

86M ➔ é acionado quando há um defeito de origem mecânica na usina. A


operação é semelhante a do 86PR. Os problemas dessa natureza são os que
oc-0rrem:
á> nos mancais;
á> vibrações anormais;
á> no mecanismo do distribuidor de águ~
á> noRV.
86R ➔ é acionado quando ocorre um de-feito mecânico, porém com necessidade de
fechamento das comportas da tomada de água. Geralmente o 86H é acionado
quru1do hó defeito no RV. no qual fica inoperante para promover o fechamento do
distribuidor de água.

Observação: Pode-se, també~ no lugar do re lé de bloqueio, utilizar o relé auxiliar


de desligamemo (94). Ou seja. as proteções atuam no relé de desligameto 94, que
providenciará a nbenura dos disjuntores, e o rele de b loqueio 86 terá a função de
não pem1itir o fechamento do disjuntor.

1.37 Proteção de Sobrecorrentc com Restrição de Tensão

Este tipo de proteção é. geralmente, usado em pequenos gerador ou como


backup para os outros geradores. Quando os geradores sincronos trnbalham em
plena carga. o seu ponto de operação encontra-se no "joelho.. da curva de
saturação. Neste ponto, a sua rcatãncm de operação é a reatãncia saturada, a qual é
menor do que a reatãncia não saturnda (síncrona). Portanto. na ocorrência de um
curto-circuito externo ao gerador, em que haja, por exemplo. falha da proteção de
linha, a tensão decresce e a reatância do gerador passa a ser a saturada. Assim, a
diminuição da corre nte e da tensão, prejudica a operação da proteção existente. Daí
112 Capítulo l

a necessidade de se utilizar à proteção de sobrecorrente com restrição de tensão


(5 IV), dado que o seu ajuste diminui com a tensão, aumentando a sensibilidade da
proteção. Nesse tipo de esquema, na operação noanal, o relé 27 mantém o relé 5 l
desativado, quando oco,Te um defeito com queda de tensão, o relé 27 opera.
a tivando ore:.: 5 1V. O ~juste [52} da proteção de sobrecorrente 5 1V é
Ajuste51v == Ajuste51 x f(V)
Geralmente o relé 27 é conectado entre duas fases. A proteção do 51 V é
própria para curtos-circuitos 24> e 3$.
A proteção de sobrecorcnte 5 1V fornece, também, cobertura adjcional para
a falha da proteção diferencial do gerador ou do transfonnador.
Essa proteção é, também, utilizada q uando a reatância do gerador síncrono
é alta, por exemplo, maior que l ,05pu.

1.38 Proteção contra Motorização

Os geradores síncronos operam fornecendo potência ativa ao sistema


elétrico; ou seja. o campo magnético do rotor está com um ceno ângulo de carga
(a) à frente do campo girante criado pelas correntes nas bobinas do estator que
suprem o sistema elétrico. Nessa situação, a máquina primária, que fornece força
motriz ao eixo, está suprindo, através do gerador síncrono, potência ativa ao
sistema elétrico.
Varias situações (causas) podem. subitamente, moruficar as condições de
operação do gerador síncrono, fazendo com que o mesmo opere como um motor.
passando a consumir potência ativa da rede. Esse processo de mudança de gerador
para motor ê conhecido como motorizadio.
Geralmente as anomalias que provocam a motorizarJo. do gerador
síncrono, são:
® Deíeilo nos mancais;
® Dcíeilo no c ircuito de excitação;
® Defeito na turbina:
® Defeito interno no gerador,
® Perda de íluxo d ' água injetada na turbina, causado por vazamento na
tubulação forçada ou defeito no distribuidor d·água;
Proteção de Geradores Síncronos 113

® Qualquer perda de força motriz.


A motorizariio pode causar os seguintes problemas:

rl _,. prejudica a ti•rbina !-:idráuLica, devido. principalmente, ao efeito da


-ca ,~...c:-; 10 ,

• as máquinas a diesel ou gás podem incendiar e explodir;


♦ nas turbinas das máquinas técmicas, a perda de velocidade, reduz a
refrigeração e em conseqüência ocorre o superaquecimento nas
palhetas.
A proteção contra motorizarão é feita pela proteção direcional de potência
(32) direcionada para dentro da máquina e ajustada cm 3 a 10% da potênc ia
nominal do gerador s íncrono. Geralmente, a temporização é indicada pelo
fabricante da turbina.
Note que se a motorização for leve, isto é, com a máquina girando quase
em flutuação no sistema elétrico, o retomo de potência ativa será muito pequeno,
não sensibilizando a pToteção.
A figura 1.38.1 mostra o diagrama do gerador slncrono, com a proteção
direcional de potência 32.
T

E@'fp l 3
~ ~11
-
Figura 138. 1 - Proteção contra Motoriz.arao do Gerador Síncrono
ObseTVc que, na motorizarão do gerador sincrooo, a proteção de seqüência
negatíva (46) não opera. Isto porque, apesar de haver reversão nas correntes
elétricas, estas permanecem equílibrndas, não gerando correntes de seqüência
negativa. A proteção 46 só operaria se a motorização ocorresse de maneira
desequilibrada.

1.39 Proteção dos Mancais

A máquina síncrona deve operar equilibrada isto é, os esforços


eletromagnélicos, o aquecimento e distribuição de correntes na três fases são
idênticos e, assim. o eixo gira dentro das especificações técnicas de nonnalidade.
114 Capitulo l

Entretanto, várias situações produzem problemas nos mancais, tais como :

i ® Defeito na injeção de óleo lubrificante aos mancais;

l ® Desgastes dos mancais;


~ 'Jper~,ção Jesbalance.ali.i da mã-:iui n:; ~l:...~roiiP.

® Curto-<:ircuito na máquina ou no sistema elétrico;


® Defeito mecânico na máquina;
® Sobrevelocidade.
Essas anomalias geram vibração e calor no mecanismo do mancai O calor
provoca aumento na temperatura do óleo e na área do mancai
A proteção do mancai (38) pode ser feita pela detecção da temperatura, o
que é feita por um dispositivo térmico, convenientemente instalado nas sapatas dos
mancais, que pode ser por:
~ Termopares;
R Termômetro RID (Resistence Temperature Detector). em que a
resistência m odifica o seu valor com a temperatura.
Os dispositivos térmicos são ajustados para operarem em dois estágios, um
para o alarme e outro para o desligamento do gerador síncrono.
Geralmente, o ajuste é:
© Alarme em 75°C:
© Desligamento em 80ºC.
J O dia1,rrama de atuação da proteção 38 é mostrado na figura 1.39. l .

+ 1 381

1
jAlt 1

1
I Figura 1.39. I - Esquemático da ProLeção do Mancai pela ProLeção 38
Geralmente a temperatura é ajustada I0°C acima da referência da
rempcraturo normalizada
Prou:ção de Geradores Síncronos 115

J.40 Proteção Contra Sobrevelocidade

A sobrcve-locidade no rotor do gerador sincrono pode ser causada por:

C- ✓ Interrupção bmsca de crugas;


✓ Falha no regulador de velocidade;

✓ Defeito no distribuidor d' água das turbinas hidráulicas ou na válvula


1
distribuidora de vapor, nas pás das turbinas ténnicas.
A sobrevelocidade afi:ta mais os geradores hidráulicos, onde o rotor do
conj unto gerador - turbina tem maior diâmetro e inércia. As turbinas h idráulicas
podem utili:zar os seguintes métodos pana proteção contra sobrevelocidade ( 12):

a) Método elétrico

Esse método utiliza um pequeno gerador sincrono, cujo rotor é constituído


de imã permanente. acoplado ao eixo do gerador síncrono principal (figura 1.40. 1).

figurJ lAO. I -Ocrndor Síncrono de Ímã Permanente - Prole\'ÚO de.: Sobrcvelocidade


Um relé de freqiiência 81 é instalado na saida do pequeno gerador
síncrono. A velocidade rotacional do eixo da mãqu111a csui relacionada à freqüência
elclrica no relé 8 1. por meio da expressão 1. 10.1.
120f
N .,xo( Rl'M / = - - ( l.40. 11
p
Onde:
128 Capitulo 2

Defeito na Barra
Tipo e número de defeitos Número Totnl de
Causa do defeito
Desco- total de defeitos
na barra
l ~t 2~t 3~t 3~ nhecido defeitos em%
. Fla:,:,r·.-:::- l,1
1
., - - - 21 21
Defeito no
d isjuntor
16 2 2 - . 20 15,5

Defeito nn .
19 2 - 1 22 17
seccionadorn
Defeito na
isolação
4 1 L 3 - 9 7

.Defeito no T C 3 - - - - 3 2,3
Erro de manobra 8 1 5 1 - 15 11 ,6
Esquecimento do
aterramento
temporário usado
6 1 8 - - 15 11,6
na manutenção

Contato acideoraJ 5 . 2 . - 7 5,4


Desmoronamen to
ou queda de 4 1 . 1 . 6 4,7
estrutura
Desconhecida 2 1 1 1 5 3,9
Total p/ cada tipo .
87 15 19 6 2 129
de defeito
Percentagem p.,
cada tipo de 67.4 11,6 14,7 4 ,7 1,6 - 100
defeito
Tabela 2 .2. 1 - Ocorrenc1a de Tipo de Defeito em Bamt f5 1]

2.3 Proteção para D efeito na Barra


Depeoden do do grau de importância da subestação, a proteção de barra
pode ser feita pelos seguintes tipos d e esquemas:
Proteção de Barras 129

a) Nos sistemas elétricos com proteção tradicional, oade a proteção de


retaguarda ou de 2ª zona dos relés de distância inclui na sua zona de
seletividade a barra da subestação a jusan te. Essa proteção de
retaguarda a montante é temporizada.
b) Pr~tl!:~º de distât!.:::a local. a qual pode uúlizar um deslocamento
lrecuo) par.t -:.;:,nr a barra~!.! ,.:ai uma ;:c,n:.i reversa. -
e) Proteção diferencial própria para a barra, que é a mais adequada para
barras importantes.

2 .4 Proteção de Barras
Dependendo do porte da subestação, os seguintes esquemas podem ser
utilizados para a proteção de barra:
@ Proteção diferenciaJ de barras com relé de sobrecorrente;
~ Proteção d iferencial de barras com relé diferencial percentual:
@ Proteção diferencial de barras de alta impedância:
~ Proteção diferencial de barras com relé de sobrecorrente direcional;
~ Proteção diferencial de barras com acoplares lineares.
Esses métodos são descritos a seguir.

2.5 PToteção D.iferencial de Barras com Relé de Sobre-


corrente
Essa proteção de barra s1:: fundamenta na I' lei de Kirchhotl~ a qual
estabelece que a soma algébrica das correntes que com crgem a uma barra é nula.
Ponanto, na operação normal. tem-se que

I 'i.at••mo = 0
Para defeito na barra, tem-se que

L (. * Obarro

A corrente diferencial de, e passar no relé de sobrecorrente, o qual


pro videnciará a abertura do disjuntor.
Na figura 2.5. 1 mostra-se <> diagrama unifilar de uma barra genérica com
" n" conexões.
130 Capítulo 2

Barra

i,

i, i,.,.,,
i, l, l, t•., i.

LT1 LT, LT,..1

Figura 2.5.1 - Proteção de Barra com Relé de Sobrecorrente


Nessa figura 2.5.l convencionou-se que todas as correntes estão entrando
na barra. Supondo a relação dos TCs de 1: 1, a correote que passa no relé de
sobrecom.mte é dada pela expressão 2.5 .1.
• • • • .. • • li •
I ,dOO =I, + T + l +14 +·.. + Tj + ·.. + 1,, = J=l
2 l L l; {2.5. 1)

Aplicando-se a I' lei de Kirchhoff na barra, obtém-se


n
i, + L2 + i3 +j 4 + ··· + ij +··· + J =1)j = Ü 0
(2.5.2)
J=I

a qual, subsritufda na expressão 2.5.1, fornece

i ,~~ so = O ➔ o relé de sobrecorreote não atua ~I


Essa proteção é conhecida como proteção diferencial não percentual, pois
não possui corrente de restrição, mas somcnle corrente de operação.
Nota-se que. na operação nonnaJ do sis tema elétrico, algumas correntes
entram e outras saem da barra, de modo a atender a expressão 2.5.L
Note que essa proteção feita por um relé de sobrecorrente
Para um defeito na barra. como mostra a figura 2.52. todas as correntes
fluem para o curto-circuito.
A corrente de curto-circuüo oa barra é dada pela expressão 2.5.3.
n
[dddlo aa lwn = Íi + i2+ jJ +t + ··•+ ij +···+ in= 2)J=/e Q (2.5.3)
J=I
Proteção de Barras 131

Curto-art:Uil<>
Bamt

TC, •• • TC~,

i, i, i, 1, l...

LT, LT2 LT, LT LT.., LT,


1

Figura 2.52 - Defeito na Barra


Portanto. a corrente de curto-circuito na barra, vista pelo relé de
sobrecorrente, será

i,,,lê iQ = r d<:fr:ili!ua barn > 1,j"5kdo>I' ➔ O relé de sobrecorrente atua

A proteção de barra não deve operar para qualquer defeito externo à barra.
A figura 2.5.3 mostra o caso de um deteito fora da barra, mas muito próximo do
T Ci...

LT,
Figura 2.5.3 -Defcito ao Ponto k fora da Barra
Note que a intensidade do curto-circuito na barra e na saída de qualquer
TC é a mesma. P ortanto, a corrente d.e curto-circuito em k será
132 Capitulo 2

i cuno em k = 1aino na lwn = })j


H
As correntes que chegam na barra, pelas linhas, são as mesmas do curto-
circuito na própria barra. A corrente que flui na linha k, 0&.ra o defeito ~~ k, é a
,,1esn:~ que iiu;. i,ela ;,illilll pa.-u o cuno-ci..ci.litu na barra, rruIS t;:;.~'! :urreme i:.;,c; ~
vista pelo TC1t. Na figura 2.5.3 verifica-se que a corrente i~sai da barra, passa pelo
TC._ e vai para o defeito em k Portanto, aplicando-se a l ª Lei de Kirchhoff no
ponto k, tem-se

n
4 + i 'k = }) 1 = i cuno na Iram
j=J

( = icurtn rui b:urn - j k

Portanto, a corrente vista pelo TCk, para um curto-circuüo em k, é a


corrente total de curto-circuito na barra, subtraída da contribuição de corrente da
LT1c.
Assim, a corrente que passa no TCk é dada pela expressão 2.5.4.

A corrente que passa no relé de sobrecorreote é dada por

( rléSO = ±j j -
j=I
Ík - i~= ti] -Oi..+
j~I
iJ=±j j j=I
-i.unona bom

( .J; 50 = Ícurl<>llll l><u:rn - j curto ·n a bam

i ,.ioo = O ➔ para defeito em k (2.5.5)

Portanto, para um defeito externo à barra. isto é. em k, a proteção


diferencial, feita por meio do relé de sobrecorrente. teoricamente não atua.
Na prática esse esquema de proteção apresenta um inconveniente, que pode
ser analisado pela expressão 2.5.4, isto é, verifica-se que para um curto-circuito
externo à barra. µor exemplo, em k, cada TC estará sujeito a corrente normal de
curto-circujto, com exceção do TCk , que através do qual fluirá a soma de todas as
outras correntes. Portanto. o TC que está próximo do curto-circuito ficará
Proteç.'ío de Borras 133

submetido às contribuições de corrente de todas as conexfies ã barra. Isto pode


acarretar a sua saturação e provocar a atuação indevida do relé de sobrecorrenle.
Se os T Cs foram bem dimensionados, como recomendado no capítulo I da
referência [46], não haverá problema de saturação, porque essas correntes de curto-
circuito atendem o critério de sobreco1Tenle de 201"'~"'.MJ, o qual maater::.~Ja classe
de exatidão:-ivlas, na realidade, devido a grande quantidade de TCs empregado 11a
proteção de barra, o cnten o ele .lOllllllllmll nõo é atendido, assim. deve-se prever o
maior nivel de saturação dos TCs, para compensar no ajuste do relé de
sobrecorrente.
O maior olvel de saturação será alcançado pelo TCt que ultrapassar o
critério de sobrecorrente de 2 0lnomlml e tiver a maior relação entre a corrente de
cuno-circuüo e a corrente nominal do primário. Lsto é, a saturação será mais critica
para o TCi. que tenha

Onde:
j ➔ representa o TC1 que está com curto-circuito próximo mas externo à barra;

R J = -! curto
- na-b,--~
rr, - \
, sendo q ue 1J e' a corrente que 11u1· pe 1a conexao
- J· para o
Lprunano do TCj
curto-circuito na barra.
A seguir analisa-se o fu ncionamento do TC operando de modo normal e
saturado.
O modelo do circuito equivalente do TC operando normalmente.
apresentado no item 1.8 da referência [46], é novamente mostrodo na figuro 2.5.4.
Barra
i~

Terminal do
Transformador Secundário
l<Jeal

Figura 2.5.4 - Circuito Equivalente Completo do TC


134 Capirulo 2

Como o primário tem poucas espiras e as perdas no material


ferromagnético são pequenas, pode-se simplificar o modelo da figura 2.5.4,
tomando-o conforme mostrado na figura 2.5.5.
Barra
. 1
1,
- --- ----- --- - - - --- --- 7
JXs Rs : Is

+
l
RTC
IX.

1
~-- ----------------------'
Figura 2.5.5 - C"lfCuito Equivalen le Simplificado do T C
Aplicando-se a 1' Lei de Kircbhoff no nó, obtém-se
i . .
_P_ = Is+ I r;
RTC
. i .
(2.5.6)
1s = R~C - lL

Onde
iE ➔ representa o erro do TC.
Os três casos seguinLeS de operação do TC são de ir1teresse prático:
a) Operação nor ma l
Na operação oonnal, isto é, de ntro de sua precisão, pode-se considerar
iE = O. Assim, a expressão 2.5.6 se toma
is ==i
RTC
(2,5.7)

b) Operação no joelho da saturação


Na operação do TC no '·joelho- da. saturação, a corrente ie aumenta
consideravelmente. Desse modo a corrente enviada ao secundário do T C estará
Proteção de Barras 135

distorcido, com alto conteúdo de harmônicas. Como na proteção a prioridade é a


rapidez, costuma-se utilizar os TCs com classe de exatidão de até l 0%. Esse é o
conteúdo aceitável, mas a partir dai as distorções são mais acentuadas. provocando
gi-aves desvios no desempenho dos equipamentos que compõem o proteção.
comprometendo a qualidade desta. Os princ ipais problerpa:; são a perda e a
.::istorç.no da -sensibilidade. seletividaae e coordenação aas prol~ Cw. podendo,
indevidamente provocar a atuação ou a não atuação destas.
e) Operação dentro da saturação do T C
Quanto mais se avança no joelho da curva de mag netização do TC, menos
corrente será enviada aos relés e mais corrente será exigida para a magnetização do
núcleo do TC. Portanto. operando dentro da saturação do TC, parte da corrente
será enviada para a magnetização (excitação) do núcleo. Assim, com o aumento do
nível de saturação do núcleo do TC, tem-se que

{~E ➔
l5 ➔O
R~C

Considerando-se o TC operando completamente saturado, o seu c ircuito


equivalente é o apresentado na figura 2.5.6 .
Barra
i,
__1__
RTC
"-l'--Curto
Zc,...........

figura 2.5.6- Circuito Equhnlentc do TC Compleuunenle Salumdo


Na saturação, a impedância jXm➔ O e. portamo, o núcleo do TC é
representado por um curto, como está mostrado na figura 2.5.6. Desse modo, o
corrente no secundário do TC é zero. Pode-se, também. desconsiderar a reatáncia
de dispersão do secundário.
Portanto. verifica-se. no circuito equivalente, um curto-circuito na sua
bobina de excitação, de modo que não haverá nenhuma (ou pouca) corrente na
saída do secundário do T C, de modo que os re lês não se,Io sensibilizados pela
136 Capitulo 2

corrente do defeilo, ou seja, a proteção não atua. Esse é o caso de "recusa·· de


atuação da proteção. lsso mostra a relevância do bom dimensionamento dos TCs,
para não prej udicar a qualidade do desempenho da proteção.
Para análise futura, ccnsiderando o TC sarurado, o circuito equivalente é o
m:;,-i.mâo na 6 gura 2.5.7.
Barra
i, R,;
!
i
._ ____._________ ,¼. ...
RTC -....f'-..cuno
1,

~
Terminal do
Seoundáno
Figura 2.5.7 - Cu-cuito Equivalente do TC Saturado
Apresenta-se, a scgufr, o caso cm que a saturação do TC pode prejudicar o
desempenho da proteção diferencial com relés de sobrecorrentc. Esse é o caso de
defeito externo à barra, mas pró,ümo ao TC.
Na figura 2.5.8 apresenta-se um curto-circuito na saida do TCt. Para
fac ilitar a análise, na figura 2.5.8, a linha k fo i colocada a direita.

TC,

i,
,_
LT, LT, LT, LT, LT~, LT.
LT,

Fig ura 2.5.8 - Cuno-circuito em k, na aída do TCt


Para o curto-circuito em k, o TCt será submetido ã maior corrente, a quaJ
será
Proteção de Barras 137

Supondo que esta corrente i~seja muito elevada, de modo a saturar o TC1o
o circuito equ1.,.._!z:1te será o da ;i~rura 2.5.0.

TC, rc;

i, 1...."

LT2 LT,
LT1

Figura 2.5.9-Circuito Equivalente. Considerando o TCk Saturado


Portanto. a corrente que passa no relé 87 é dada pela expressão 2.5.8.

J,deS7 (2.5.8)

Geralmente R rcics-i >> R s , tal que a expressão 2.5.8 é aproximada po r

l. rd éli7 -- -
Rs 1··
- k (2.5.9)
R R7

Portanto, verifica-se que, de\ ido à saturação. o relé 7 sera sensibi lizado
pela corrente da expressão 2.5.9, podendo fazer a proteção atuar para um defeito
fora da barra. Para e, itar que o relé 87 venha a atuar, para a pior falta externa ã
barra. o seu ajuste deve ser superior ao valor da expressão 2.5.Q_ isto é

(2.5. 10)

Em decorrência do exposto e dos dados extraídos de experiências práticas


do esquemu de proteção diferencial de barra com relé.s de sobrecorrente,
recomenda-se a adoção desse esquema. nos seguintes casos:
138 Capüulo2

© sistema de pequeno porte;


© barras com poucas conexões;
© níveis de curtos-circuitos não muitos eJevados: 1-

© barra não próxima de geração;


~ T~s G"11:...,., .:!.; p1o!ôsão, de acordo com o fator dc soorec-0rr<!ale;
@ para evitar a influência da componente de. dotar a proteção com uma
pequena temporização. Só utilizado em caso de barra com alto
conteúdo da componente de na corrente de curto-cücuito, é se o
emprego da temporização não causa danos em equipamento da
subestação.

2.6 Proteção Diferencial Percentual de Barra


A utilização da proteção diferencial percentuaJ na barro confere melhor
qualidade à proteção, principalmente para os curtos-circuitos elevados fora da
barra, isto porque a região de restriç.ã o da proteção confere maior estabilidade.
principalmente para a saturação de algum TC. Para acentuar ainda mais esta
consideração, pode-se prover a proteção diferencial percentual de entradas
independentes para as correntes de cada TC, de forma a que cada corrente tenha
sua característica própria de restrição. A proteção pode. também, ser dotada de
dois ou mais ajustes de declividade (slope), isto é. declividade bai.ica para as
correnteS meno res e declividades aJtas para as correntes maion.-s (na região da
saturação do TC).
A figura 2.6. 1 mostra a característica de operação de uma proteção
diferencial percentual. com dois ajustes de declividade (s/ope).

Região de
Operação

Região de
Restrição

1r.,atnçao
Figura 2.6. 1 - Proteção Diferencial Percentual com Dois Ajustes de Declividade
Proteçâo de Barras L39

O estudo e a análise aprofundada da proteção diferencial percentual está


apresentado na referência [52].
A figura 2.6.2 mostra a conexão de uma protcç-ào diferencial percentual de
barra de uma s ubestação.
1, !
1
1

Barra

1 I

~ ~ 11
11

,,
li

Figura 2.6.2 - Conexão de uma Proteção Diferencia.! Percentual


Na operação normal ou para um curto-circuito externo á barra. tem-se
L1=i2+ Íl
Assim. na proteção diferencial percentual (87), tem-se
Iop<r&ÇiO.i..s, == ji1 - i2 - í,I = zero
lí,+ i2+i3I
--'----~= Valor elevado
lratnÇAôd,,8'7
3
Com uma fone restrição e fraca operação a proteção diferencial percentual
(87) não atua.
140 Capítulo .2

Para um curto-circu.i to na barra (figura 2.6.3), as correntes j 1 e f3


invertem o sentido.

.
~
&

R,
Barra
) 1~ I

~ ~
Curto- R,
circuito

j3
i2

~ ½

l Figura 2 .6.3 - C urto-circuito na Barra


Na proteção 87, tem-se

Lnrernç~odo8" =11, + r2+i3I= Valorelevado

l
i
1restnça~ do &7
i, - t~- i]J
l )
-'------'-

Desse modo. as restrições das correntes


= zero
i1 e iJ anulam ou quase anulam a
l restrição da corrente i1 • Portanto, a proteção 87 fica praticamente sem restrição
1 interna.
A corrente de operação na proteç-ão 87 se torna igual à soma das correntes;
j; ou seja, quando ocorre um curto-drcuito na barra, a proteção diferencial percentual
Proteção de Barras 141

é submetida a uma elevada corrente de operação e uma reduzida corrente de


Iestriçào. Desse modo, lem-se a garantia da atuação da proteção 87.
Para evitar a atuação para um curto-circuito externo, mas próximo à barra,
o ajuste da declividade na proteção deve ser maior, para considerar um certo grau
de saturação do TC da linha de transmissão sob curto-circuito.

2. 7 Proteção de Barra de Afta impedância


\_
.__ Segundo a expressão 2 .5 .1O o aumento do valor de R g'l reduz a
sensibilidade de corrente e létrica na proteção, tomando-a menos influenciada pelo
efeito da saturação do T C. Desse modo, essa proteção é chamada de "alta
impedância", e nesse caso, em vez de medir a corrente, passa-se a usar a tensão
como fator de atuação da proteção.
A proteção de barra de alta impedância utiliza o mesmo esquema da
proteção de barra com relé de sobrecorrente. Essa proteção é usada com o
propósito de contornar o problema da saturação causada pelo TC, durante a
ocorrência do cuno-circuito fora da barra, mas próximo ao TC. Esse esquema de
proteção é o mostrado na figura 2.7. 1.
a

Resistor
não Ilnear
(Thyrlte)

Figura 2.. 7. 1 - Proteção de Barra de Alta lmpedãncia


Na figura 2.7.l, a !unção de proteção 87L é um relé de sobretensão (59),
que está contida num circuito LC sintonizado {ressonante) na freqüência de 60Hz.
Note que quando um T C satura, na entrada "a" e " b" do circuito da figura 2.7.1
142

aparece uma tensão ( V 0 b = R87 l87 ) ,


Capítulo 2

que deve ser menor que a do ajuste do relé


1
87L.
Portanto, o relé 87L evita a atuação da proteção para defeito fora da barra, 1

mesmo que algum TC venha a saturar, e previne o efeito da corrente DC existente


n~s p!-:meiros i.r.sta.ntes do curte -circuito. L
O ramo contendo a proteção de sobrecorrente 87H atua para defeitos
francos na barra. Para correntes de curto-circuito elevadas na barra, a tensão "ab"
fica e levada, garantindo a atuação do relé de sobretensão 87L. Mas, para agilizar a
atuação da proteção, emprega-se, adicionalmente, o relé de sobrecorrente 87H. No
caso de curto-circuito elevado na barra, a tensão " ah·' é elevada e utiliza-se o
Thyrite (resistor não linear) com o intuito d.e limitar a tensão sobre o relé 87H.
Portanto, o Thyrite protege o relé de sob~eco.rreote 87H de sobretensão,
principalmente no momento da ocorrência de curto-circuito e levado na barra O
relé de sobrecorreate 87H atua em até 2 ciclos e o relé de sobretensão 87L atua no
período 3 a 6 ciclos elétricos.

2.8 Proteção de Barra por Comparação Direcional


A proteção de barra por comparação direcional é feita utilizando-se apenas
relés direcionais de sobrecorrente (67).
No sistema em anel, quando ocorre um defeito (curto-circuito) na barra
todas as correntes convergem para a barra, e, ponan10, pode-se utilizar proteções
direcionais voltadas (dirigidos) à barra. A figura 2.8. I mosLra, por exemplo, a
utilização de proteções de sobrecorrente direcionais aplicada a uma barra de um
sistema eletrico cm anel.

L,

Figura 2.8.1 - Operação Normal do Sistema Elétrico


Proteção de Barras 143

Na operação normal do sistema elétrico tem-se correntes entrando e saindo


da barra. de modo a satisfazer a I" lei de Kircbhoff. O esquemático em DC do
funcionamento da proteção é mostrado na figura 2.8.2.

+ 1

52b(DJ2) 67L2

52b(DJ3) 67L3

52b(DJ4) 67L4

52b(DJS) 67L5

11

Figurn 2.8.2 - Diagrama Funcional da Proteção de Barra com Relês Direcionais


Nesse diagrama. 52b do disjuntor, s i~lilicn contato auxiliar normalmente
fechado (NF) quando o disjuntor 52 está aberto. Portanto, quando o disjuntor 52
está fechado, o seu contato auxiliar 52b eslá abeno.
Na figura 2.8. 1, com o sistema em operação normal ou com um curto-
circuito fora da barra, sempre haverá algwna corrente saindo da barra. isto é,
contrária à dirccionalidade da proteção 67. Nesse caso esse relé direcional 67
mantém o seu contato aberto, não ocorrendo a atuaç.ão da proteção de barra. Note
que codos os contatos das proteções direcionais estão em série.
Caso ocorra um defeito nu barra, todas as correntes terão sentido cm
d ireção à barra e todas as proteções direcionais operam, fechando os seus contatos
e energizando o relé auxiliar de disparo 94, que prO\ideocia a abertura de todos os
disjuntores ligados à barra.
Esse esquefllII de proteção de barra. com proteções de sobrccorrenc.e
d irecionais pode ser utilizado, principalmente em s ubestações com poucas
conexões na barra, por exemplo, até 5. O ajuste das proteções de sobrecorrentcs
direcionais deve ser superiores as correntes nominais das liobas correspondentes. A
saturação do TC não é um problema para esse tipo de proteção.
144 Capitulo 2

O inconveniente nesse Hpo de arranjo deve-se às seguintes razões:


® a existência de muitos contatos em série no esquema funcional em DC,
tal que a fa lha de um deles compromete toda a proteção. Ponanto, uma
manutenção rigorosa e efeTÍva é requerida. de modo a preservar a
i~~t.;~dade dos cvn~atos do" relés.
® Para um curto-circ uito na barra a tensão cai a zero, prejudicando a
operação da proteção 67. Por isso, é recomendada a tensão de
1
polarização em quadratura [46). Para cun o-circuito 34>, há a
necessidade de se empregar recursos de memorização de tensão pré-
falta para a energização das bobinas de tensão da proteção 67.
L
Outro cuidado especial deve-se ter na proteção de barra de um sistema em
anel, que contenha alguma linha radial. A fig ura 2.8.3 mostra o caso de uma barra l
1
de um sistema em anel, com uma linha radial.
1
Radial 1

Anel
i
1

Figura 2.83 - Sistema em Anel com uma Linha Radial


O esquema funcional em DC é o da figura 2.8.4.

+ 1 67L1

I 67l2
Proteção de
Sobrecorrenle

Figura 2.8.4 - Esquema Funcional em DC


Quando da ocorrência de um deleito na barra haverá corremc de cuno-
circuito em direção à barra pelas linhas de transm issão L 1 e L2, mas não haverá
contribuição pela linha L3, porque a mesma é radial. Nesse caso o relé auxiliar de
disparo 94 será ativado e provocará a aberturas dos disjuntores da barra.
Proteção de Barras 145

Se ocorrer um curto-circuito na linha radial L3, as proteções de


sobrecorrente direcionais da linha L1 e L2 atuarão, mas atuará também o relé de
sobrecorrenle da linha radial, que providenciará a abertura do disjuntor 3 e do seu
contato NF, impedindo a atuação da proteção de barra.
As p roteções i-l-: ,;úQI.e.~orrP.r.!e tl:,c:rinJUli da -fi~ura 2.8.3 devem ter ajustes
0

superiores a corrente nominal da linha radial. No curto-circuito 1 q>-terra na barra,


poderá haver contribuição de corrente pela linha radial, se a mesm a estiver 1 !
conectada a um transformador fr'/: , . .

2.9 Proteção de Barra por Acoplador Linear


A proteção tradicional, feita com TC nonnal, isto é, com núcleo de
material ferromagnético, tem como principal desvantagem a possível saturação do
TC na linha de transmissão com defeito externo. EsLa saturação pode causar a
operação indevida da p roteção de barra.
O acoplador linear, também conhecido corno transdutor linear, é
constituído de um secundário enrolado num núcleo de material não magnético.
Como o fluxo magnético passa através do ar, o aco plamento magnético com o
secundário é muito fraco. Por esse m otivo o secundário do acoplador linear é
construído com muitas espiras, conferindo à bobina do secundário uma
caracterlslica de bobina de potencial, tal que a tensão n o secundário e proporcional
à corrente no primário. Portanto, o acoplàmclllo é através de uma impedânc ia
mútua e opera de modo linear sem risco de saturação.
O acoplador linear, representado pela fi gura 2.9. 1. é um transdutor linear,
construido de tul modo que a te nsã.o no secundário ( V5 ) é proporcional à corrente
do primário ( l r ), isto é

(2.9.1 )

ou
\2.9.1)

Onde
V5 ➔ é a tensão no secundário do acoplador Linear;

iP➔ é a corrente no primáào do acoplador linear,


XM ➔ e a reatância mútua do acoplador linear.
146 Capíllllo 2

+ "· -
Fi~ra 2.9.1 - Acoplador Linear
Baseado nesta característica do acoplador linear pode-se utilizar um

i
1
esquema apropriado para a proteção diferenciaJ de tensão de barra.
Por exemplo, a proteçào diferencial de tensão de barras, de um sistema
elétrico em anel, com a utilização do transdutor de acoplamento linear, é mostrada
na figura 2.9.2.
l Barra

1
1

l
1 i~
1 L,
l Figura 2.9.2 - Proteção Diferencial de Tensão de Barras com Acoplador Linear
A proteçào de sobreteOS<io 59, está fazendo a função de proteção
diferencial 87, e a tensão nesse dispositivo é dada por

vr7 = v + v + v)+ vJ + ,,j = z:vk


s
1 2 (2.9.3)
k• I

Considerando todos os transdutores iguais e substituindo a e pressão 2.9.1


em 2.9.3, obtém-se
s
\/81 = jXMil + jXM i2 + jXM iJ + jXMi~+ jX)~= jX,1L \
k-1

(2.9.4)
Proleção de Barras 147

Portanto, pela análise da expressão 2.9.4 a tensão sob a proteção 87 tem a


característica da 1• lei de Kirchh.off aplicada à barra. Por esse motivo, esse tipo de
proteção é conhecida como proteção difere ocial de tensão de barra.
s
Note que, na operação normal do sistema elétri~o. ~il. = O. l'll que_ a
\• I
tensão na proteção 87 ê oula.
Desse modo, ajusta-se um valor de tensão na proteção 87 e se houver um
defeito na barra, então se
v 87 > v ajldk do rdé81 H a proteção 87 opera.
Para que essa análise fique mais evidente a figura 2.9.3 mostra um sistema
elétrico normal, em anel~ onde se considera que as correntes elétricas entram na
barra pelas linhas de transmissão L1 e L2 e saem pelas linhas L1 , ~ e~.
Bana

i,

Figura 2.9.3 - Op<raçào Nonnal do Sistema Elétrico


Pode-se verificar que as tensões d e saída nos 1mnsdutores lineares das
linhas de transmissão L3 • '4 e y invertem as tensões. de modo que a tensão sob a
proteção 87 é dada por
V,eiés• = V, + \11- 'ÍIJ - V~ - \Is
vrdi Ri =jX\t(i,+i~ - i) - i◄ - is ) (2.9.5)

Aplicando-se a 1• lei de KirchhofT na barra, tem-se


148 Capítulo 2

i, + j l =i l + j 4 + ~
Í1 +i 2 - Í 3 - i4 - Í 5 = Ü
Substituindo a expressão anterior na ex.pressão 2.29.5. tem-se
v~u =º
Portanto a proteção 87 não atua.
Para um defeito na barra, como mostra a figura 2.9.5, Lodas as correntes de
linha se dirigem ã barra.
Curto-circuito

Figuro 2.9.5 - Defeito na Barra


Assim. a tensão na proteção 87 é

v, + vl+ VJ+ v. + Vsl =jjx,1


v,.1c '17 =1 i:ri,!
l-1

A corrente de curto-circuiLo oa barra é dnda por


s
( W'U> llA l»rn : i, + i~+ ÍJ + i4+ i5= 2)1'
k~ I

Portanto. a tensão na proteção 87 ..:


V rdt 111 = XM l cmt.o . . h:ura > Vaiusu: do n:lt 81
Proteção d.e Barras 14'.I

Como a tensão submetida oa proteção 87 é maior que o seu ajuste, a


proteção atua, providenciando a abertura dos disjuntores conectados à barra.
A figura 2.9.6 apresenta um defeito fora da barra, mas próximo do
transdutor linear.
Barra

i, i2 iJ i. i,

L, ½ L:, L4 ½
Figura 2.9.6 - Defeito na Saída do Transdutor 1
Nesse caso a tensão na prOLeção &7 sení
v~1 =-V,+ \\ + VJ+ v4 + Vs: jX(- i, + il + i, + i. + is)
Pela 1ª Lei de Kirchhof'f. aplicada à barra, obtém-se

ti = i2 + Í3 + ( + t,
- i, + i2 + i}+ f. + i_; = Ü
Subs tituindo o equação anterior na expressão da proteção 87, tem-se
\f81 =0 H a proteção F.7 não opera.
As vantagens de se usar o transdutor linear, para a proteção diferenc1al de
tensão de barra, são:
© Ausê ncia de saturação:
© Fácil ajuste;
© Fácil manutenção;
© Em caso de abenura do secundário o transdULor não se danifica;
© Alta rapidez na resposta;
© Alta confiabilidade.
150 Caplrulo 2

As desvantagens de seu emprego são:

® Todos os lranSdutorcs devem ser igua is:


® A empresa deve adquirir e instalar os tra nsdutores lineares e m todas as
conexões com a barra;
® T eóos os transdutores lir,eares dc~cm ser -.itili-,.advs ex-:!..i~1~•:1ree:1tc
para esse esquema de proteção. Isto é. esses transdutores não podem
ser compartilhados com outras funções.
Exemplo 2.9.J : A figura 2.9.7 apresenta o diagrama unifilar de uma subestação,
onde mostra as correOles para uma determinada condição de operação do sistema
elétrico. O acoplador linear tem uma relação de acoplamento de LOOO'¼v .
Barra

DJ.

+
v,

i1 =I IQ8.59L l 5"A i, = 400A


il =320L26º A i, = 500L2o" A
Ll Lz ½ L_.
Figura 2.9.7 - Operação Nom1al do Sistema l:h~trico
a) Ver ificar a tensão na proteção 87.
A tensão na proteção 87 é
vn = - V.. - \/3 - vl + v,
· 5 5 o 5 o 5 o
V~1 = - - - 400 - - -500L'.20 - - - 320L26 + - - l 198,59L l 5
1000 1000 1000 1000
VK, = -2-2,5L20° - 1,6L 26' + 6L l5°
Vn = zero (Situação normal de operação)
b) Verificar a tensão na proteção 87 para um curto-<ir cuito na barra, onde as
correntes do defeito estão mostradas na figura 2.9.8.
Proteção de Barros 151

i....3• =24,RL78,39" kA

Figura 2.9.8 - Defeito na Barra


A Lensào na proteção 87 é
vg-r =vi+ v2+vl + v4
Yg, =40L80" + 30L70° + 25L90° + 30L75º
Yg7 = l 24L78,39° V (Curto - circuito na barra)
Nota: Basta ajustar a proteção 87 para o valor de um lerço da tensão oblida sob
cuno-circuilo na barra. O ajuste recomendado na proteção 87 é

li v__ P = Vv•7n'"" li
e) erificar a tensão na proteção 87 para um curto-circuito fora da barra. mas
próximo do acoplador linear da linha L3• A figura 2.9.9 mostra ~ correntes
para esse defeito.
A tensão na proteção 87 é
V87 = v1+ v2- vl+ v~
\/81 = 40L80° + 30L70° - 99,6386L75,491' + 30L75º
\181 = zero (a proteção não opera)
152 Capirulo 2

Dfa Dl,
1; =19927,72L75,49° A

v.
+

i,cl♦ = 24,8L78,39° kA
i, = 8L80°kA

L, i1 = 5 L90°kA L~

Figura 2.9.9 - Defeito Próximo da Barra


Nota: Como se devia esperar a proteção não deve atuar, porque o defei10
foi externo ã zona de seletividade da proteção.

2.10 Arranjos de Barras de Subestação


Várias configurações nos arranjos de barras de subestação foram
desenvolvidas ao longo dos anos. devido, principalmente, à necessidade de se obter
maior continuidade de serviços de energia elctrica, em decorrência de defeitos o u
manutenção na barra ou em equipamentos do conjunto pertencente à barra.
Dependendo da configuração do arranjo, várias alternativas de manobras
são possíveis, o que caracteriza o grau de flexibilidade da barra, possibilitando,
desse modo, a manutenção da continuidade dos serviços, que ê traduzida em
confiabilidade da barra.
Para cada configuração de barras adotada deve•se fazer uma aná lise
criteriosa. para que a proteção possa cobrir lodas as manobras, a qual pode ser po r:
7 Superposição de zonas:
~ Transfere-ncia do esquema de proteção, acompanhando as novas
configurações;
~ Uso de esquema de proteção cm separado.
Para atender a essas poss1bil!dades de manobras faz.se uso de
intertravamcnto, por:
á) Uso de contatos auxiliares dos disjunrorcs e seccionadoras;
á) Relés intermediá rios.
Proteção de Barras 153

A seguir, passa-se a descrever alguns arranjos tradicionais de barras,


utilizados cm subestação.

2.11 Barra Simples


e
Um arranjo com-tmn .. ,;;~pies l1üIB ;:m,!iguraçaõde uma subestação com

r~
uma única barra. A figura 2.11.1 mostra um arranjo de barra simples.

~1 Barra Simples

~ ~ ~
~l l~ l L,

Figura 2. 11 . 1 Barra Simples


Essa configuração de barra simples não tem possibilidade de manobras
para manter a continuidade de serviço. caso haja necessidade de manutenção em
algum componente do s istema. tal como: disjuntor, scccionadora ou a própria
barra. Por e.xemplo, caso haja defeito ou necessidade de manutenção no disjuntor 2,
deve-se então seguir o procedimento:
® Desligar o disjuntor 2;
® Abrir as scccionadoras do d isjuntor 2.
Nesse caso a linha de mmsmissão 1 sem desligada durante o tempo da
manutenção do d isjuntor 2.
Toda a subestação ser:í desligada se houver defeito ou necessidade de
manutenção na:
® barra:
154 Capílulo 2

® em alguma scccionadora ligada à barra;


® ou em qualquer equipamento conectado à barra.
Se houver falha no mecanismo de abertura de a lgum disjuntor, a
subestação deverá ser desligada. Permanecendo assim, durante o tempo de
procedirn::nto de manobras para abrir as seccionadoras do d isjuntor, de modo a
isolá-lo da ba'na, e do tempo de fechamento dos demais disjuntores, para a
recomposição das linhas de transmissão. Por esse motivo, essa configuração de
barra simples tem confiabilidade e flexibilidade reduzidas.
A proteção de barra simples é feira como mostra o esquema da figura
2.11.2.
L,

Barra Simples
~ 1

L,

Figura 2.11.2 - Proteção da Barra Simples


Dependendo da necessidade, pode-se dotar, para alguns disjuntores ou
mes mo para todos. a configuração tipo bypass. A seccionadora tipo bypass está
apresentada na figura 2. l 1.3.
bypass

___._...._'-[]-/-·
1 ·" ____ _.1

Figura 2. 11 .3 - Seccionadora tipo Bypas.,


Proteção de Barras 155

Se a secciooadora bypass estiver fechada deve-se adequar o esquema de


proteção pani transferir o disparo para outro disjuntor, de modo a eliminar o
defeito.

2.12 Barra Simples Seccionada


Para aumentar a confiabilidade do esquema anterior de barra simples.
pode-se seccionar a barra. O seccionamento pode ser feito de modo simples ou
múltiplo e efetuado por seccionadora ou por disjuntor.
Por exemplo, a figura 2. 12. 1 mostra um esquema de seccionamento
simples efetuado por uma seccionadora.

I~ ~1
r+'
~
Seccionadora de
seccionamento
t
~
Ba~A ~)
'- 1 Ba~B
1 1 1 -~,----+--~1-

~ ~ ~ ~ ~ ~
l¼ l~ l½ l~ l½ ~!
Figuro 2. 12. 1 - Seccionamento Simples por Scccionadora
Nessa configuração o sistema pode operar com o seccionamento aberto ou
fechado. A chave de seccionamento, também é conhecida por chave interligadora
de barras.
Nesse esquema aumenta-se a confiabilidade, devido ã maior flexibi lidade
de manobras para eletuar o isolamento da barro com defeito. Quando do defeito em
ama barra, mantém-se a ouLrn barra operando e. portanto, perde-se somente uma
parte da subestação.
Dependendo da posição da chave de seccionamento e, se houver defeito.
por exemplo, na barra B, podem ocorrer os seguintes casos:
156 Capítulo 2

a) Se a subestação opera com as barras em separado, isto é, com a seccionadora do


seccionamento aberta, a proteção de barra B desligará somente a barra com defeito,
sendo que a outra barra continua a operar normalmente.
b) Se o sistema opera com as duas barras conectadas, a proteção de barra
desconecta toda a subestação. Em seguida, para restaurar a....-:entinuidade ele serviço
-.t!a bat..---a A .:.ie'1c,.-se, .:;or processo manual ou automauzaóo, ele••:::;- as segui.uli!~
manobras:
♦ abrir a chave de seccionamento (tie);
♦ fechar o disjuntur 1, assim a barra A será energizada;
♦ fechar os disjun1ores 3, 4 e 5, assim as linhas L 3 , L4 e Ls serão
conectadas.
Portanto, a barra A da subestação ficará fora de serviço somente durante o
tempo da execução das manobras.
Analisa-se, a seguir, os procedimentos de manobras para a retirada e
restauração de elementos de uma subestação que opera normalmente com a chave
de seccionamento fechada.
a) Manute nção na barra 8
Para isolar a barra B do sistema e létrico, deve-se efetuar as seguintes
manobras:
x abrir os disjuntores 6, 7 e 8;
x abrir o disjuntor 2;
x abrir a seccionadora de seccionamento;
x abrir todas as seccionadoras dos disjuntores que foram abertos
.anteriormente.
Assim, a barra B será desconecta.da com stigurança e a barra A é mantida
em operação.
b) Manutenção no disjuntor 2
A manutenção deve ser precedida de estudos para a elaboração da
programação das intervenções. Portanto. para o desligamento do disjuntor 2 deve-
se verificar o quanto da carga da barra B pode ser suprida pela linha L 1 • Nesse
caso, por exemplo, supor que a linha L 1 pode assumjr, além das cargas das linhas
L 1, L e Ls. m ais a carga da linha 4. Portanto. o procedimento de manobras será:
á) abrir os disjuntores 7 e 8;
á) abrir o disjuntor 2;
Proteção de Barras 157

~ abrir as seccionadoras do disjuntor 2.


As manobras nos disjuntores e chaves seccionadoras devem ser feitas na
seqüência indicada. O tempo de manobra complei.a da chave seccionadora é
relativamente longo, comparado ao tempo de manobra dos disjuntores. As chaves
seccionadoras podem ser operadas de modo manual ou motoriz.3das. Para
- caracterizar e::::a distinção, o Apêndice A, indica que a:
$ Seccionadora manual é designada pela função 29;
$ Seccionadora motorizada ou automati?.ada é designada pela função 89.
Por segurança, as operações d.as seccionadoras devem ser confirmadas por
inspeção visual no local.
Apresenta-se. na figura 2. l 2.2. a proteção de barras para a barra simples
seccionada por uma seccionadora.

A BamlA
~ Seccionadora de
seccionamento
(tle)
Barra B
~ 8

~ ~ ~ ~ ~ ~
L,

Figura. 212.2 - Proteção Jc Barras


Note que, quando a seccio□adora (tie) está abena, as barras A e B operam
separadamente. Portanto, para um defeito na barra B, somente essa barra será
dL'Sligada e a barra A continua a operar nonnalmente.
Com a seccionadora (tie) fechada, as duas barras e B operam conectadas.
e a proteção de barra desconecta as 2 barras da opernção.
O diagrama esquemático em DC da proteção da figura 2. 12.2 é apresentado
na figura 2.12.3.
158 Capítulo 2

Figura 2.12.3 - ~ uemálico em DC da Proteção de Barras


Nessa figura:
✓ 89a(tie) ..... representa o contato auxiliar, no analmente aberto. da chave
seccioaadora (tie) que tem operação motorizada.. A letra "a" significa
que o contato auxiliar da chave seccionadora está normalmente aberto
(NA} quando a seccionadora está aberta (fora de operação). A letra ·'b"
significa que o contato auxiJiar da chave seccionadora está
normalmente fechado (NF) quando a chave está abena (fora de
operação).
✓ 52a - contato auxiliar, normalmente aberto (NA), do disjuntor que
está aberto (fora de operação). O contnlo 52a acompanha na operação o
eslado dos contatos principais do disjuntor.
De acordo com o esquema apresentado verifica-se a seguinte atuação da
proteção para as condições abaixo:
a) Seccioaadora (tie) a berta e ocorre um curto-<:ir cuito na barra A.
A seqüência da atuação da proteção é:
• A proteção da barra A opera, fechando o contato 87A:
• Ativa-se o relé de bloqueio 86A, que providencia a abertura dos
disjuntores 1, 3, 4 e 5.
Portanto a barra B continua a operar nonnalmcnte.
b) ecciooadora (tie) fechada e ocorre um curto-circuito na barra A.
A seqüência da atuação da p roteção é:
~ A proteção da barra A opera., fechando o contato 87A;
~ Ativam-se os relés de bloqueio 86A e 86B;
$ A brem-se os disjumores 1, 2, 3. 4, 5, 6. 7 e 8.
Note que, esse curto-circuito na barra A, foi considerado externo pela
proleção da barra B. Portanto, a proteção da barra B não atua para esse defeito. dai
Proteção de Barras 159

a necessidade da proteção da barra A. também a1ivar o relé de bloqueio 86B. Após


as aberturas dos disjuntores os operado res da subestação deverão abrir a
seccionadora (tie} e recompor a barra B.
Observação: No diagrama esquemático DC da figura 2. 123, utilizou-se o relé de
bloqueio (86} m:!.ito empregado na p:--,::iteção com. re!~ !:letro:necânii:-~. MaE,
atualmente, dependendo da filosofia da empresa, utiliza-se no lugar do relé de
bloque io, o relé auxiliar de disparo (94). O relé auxiliar de disparo (desligamento),
uma vez ativado, provoca a abertura do disjuntor, e o relé de bloqueio (86)
bloqueia a operação de fechamento do disjuntor.
Na figura 2.12. l o seccionamento da barra foi feito por uma seccionadorn,
mas pode-se fàzer o seccionamento por um disjuntor, como mostra figura 2. 12.4.

Figura 2. 124 - Seccionamento por Disjuntor (Tie Breaker)


A vantagem da colocação do disjuntor de seccionamento é que, se houver
defeito em uma barra. a proteção de barra i.sola esta barra, sem perda da
continuidade de serviço da barra sem defeito. Nesse caso, a proteção de barra abre
todos os disjuntores conecrados à barra com defeito, incluindo o disjuntor de
seccionamento .
Apresenta-se, na figura 2.12.5, a p roteção de barra para a configuração
com clisjuntor de acoplamento (seccionamento).
160 Capitulo 2

L,
1.,,

~
A. Ba-ra"
r
\.
Bana B
~ B

~ ~ ~
L, L, i,.

Figura 2. 12.5 - Proteção de Barra com Disjuntor de Acoplamento (tie)


O esquema funcional é idêntico ao caso anterior, com a vantagem de que
somente a barra sob defeito será desconectada. O esquemático da proteção é o da
fi gura 2.12.6.

+ 1 87A 86A 1 1 866 8781


BA1 BAB

52a
Figura 2.12.6 - Esquema em DC da Proteção de Barra da Figura 2. 12-5
Pela análise dos esquemas das fig uras 2.12.5 e 2.12.6, pode-se verificar as
várias possibil idades de manobras e atuação da proteção. Por exemplo, supondo
defeito na barra B a seqüência de atuação da proteção é a seguinte:
(i> A proteção 878 da barra B atua, fechando o contato 87B:
(i> Ativa-se o relé de bloqueio 86B, que fecha os contatos 868:
Com o fechamento dos contatos 868, ativam-se as bobinas de
(i>
aberturas (BA), que abrem os disjuntores 2, 6, 7, 8 e 11e.
Verifica-se, para esse defeito na barra B, que a barra A continua a operar
sem perda da continuidade de serviço.
Proteção de Barras 161

2.13 Barra em Anel Seccionada


O arranjo de barra simples seccionada pode ser estendido a barra muJti-
seccionada.
A barra ;J;.;iti-seccionacfa pode se fechar. formando um anel. que é
denominado de ~.b~em anêl seccionada"', co-mo iiiõstra, por exemplo; a figu~
2.13.1.

Figura 2.13. 1- Barra em Anel Seccionada


Se houver defeito ou necessidade de intervenção na barra A, deve-se
efetuar os seguintes procedimentos:
0 Desligar os disjuntores l e 2:
0 Desligar o disjuntor de linha da subestação remota~
0 Abrir as respectivas seccionadoras dos disjuntores I e 2 e do disjuntor
remoto;
0 Fechar a seccionadora de aterramemo (não mostrada na figura 2.13. I).
Com essas manobras a barra A estará segura e liberada para a respectiva
intervenção.
Há várias alternativas de colocação de disjuntores e scccionadoras nas
linhas de transmissão. Por exemplo, oom referência â figura 2.13.l , poder-se-ia
implementar apenas seccionadoras nas linhas, como apresentado na figura 2.13.2.
162 Capítulo 2

.•

Figura 2. 13.2- Altcrnativa de Configuração


Nesse arranjo em anel não há uma proteção de barra especific~ porque a
proteção de barra é feita pela própria proteção da linha de transmissão. A figura
2. 13.3 evidencia essa proteção.

Figura 2. 13-1 - Proteção em Anel


Na figura 2 .13.3, P 1, P2, P3 e P4 representam as proteções adotadas para as
respectivas linhas. Essas proteções têm características direcionais. Por exemplo,
para um defeito cm F 1 a proteção P 1, da linha L 1, atua abrindo os disjuntores I e 2,
Proteção de Banas 163

e a proteção remota deve abrir o seu disjuntor para desligar a linha de transmissão
na outra subestaç.ão.
Se ocorrer um defeito em F2 as proteções P1 e P~ atuam abri.n do os
disjuntores 1, 2 e 4. E. após a verificação do defeito em F2., pode-se fechar o
disiu:::©r 4, recompondo a lioh;t 4.
- - -
Note-se que nesse esquema utilizam-se 8 TCs e, por razões econômicas, na
prática empregam-se, no esquema. TCs com 2 enrolamentos secundários, como
mostra a figura 2, 13.4.

Figuro 2.13.4 T Cs com 2 Secumiários


No esquema da figura 2.13.4 o d.efeito em F 1 é eliminado pela atuação da
proteção Pi, desligando os disjwitores l e 2.
Na ocorrência de um defeito em F1. a proteção P1 atua, desligando os
disjuntores I e 2. porém o defeito contimm a ser alimentado pelas linhas LT.., LT3 e
LT1 . Note que após a abertura dos disjuntores I e 2 o defeito em F2 não está
coberto por nenhuma proteção local e, portanto, as proteções das linhas de
transmissão das outras subestações deverão atuar para eliminar esse defeito. Isto é,
as proteções remotas dessas linJ1as deverão abrir os seus disjuntores, para eliminar
o defeito em F2 (a subestação local serâ desligada). Esse é um problema decorrente
de se utilizar TC com 2 secundârios. Defeilo nesse local é dificil de ocorrer, mas
como a conseqüência do efeito é devastador, owras providências de proteção
devem ser tomadas para contornar esse problema. Por exemplo, pode-se dotar o
relé de distância com um pequeno deslocamento reverso (ojJseJ), ou utilizar a
proteção denominada de bflnd spot, para cobrir esses " pontos cegos".
164 Capitulo 2

A seguir, apresenta-se a proteção (lógica) blind spot para cobrir o defeito


em F2 (ponto cego). Essa lógica baseia-se na consideração de que se. a proteção P1
atuou e há corrente passando no TC., é porque o defeito é do ripo F2• Assim, deve-
se configurar u.rnn lógica com essa consideração. Coloca-se um relé de
sobrecorren1e conectado no TC1 e o esquema em DC para a tózica blind spot é a
IIl!>Slnlda na figura ::'..13.5.

+ l
I
94{DJ1 ) +
,.
1 T1
+

Relé de
Tempo
~---
T ~ BA{DJ4)

T 52a(DJ4)

Figura 2. 13.5 - Proteção Blind Sp01


Os comandos são feitos em circuitos DC em separados, como apresentado
na figuro 2.13.5.
Para um defeito em F2, a seqüência da atuação da proteção blind spot é:
? A proteção P 1 atua, ativando o relé auxiliar de disparo 94. que abre os
disjLtntores I e 2;
+ Com abertura do disjumor 1. o seu contato 52b(DJ,) fecha:
+ Como o defeito em F2 não é eliminado, o relé de sobrecorrente ligado
no TC 1 opera. fechando o contato 50;
? Com o fecham ento do contato 50, o relé auxiliar de tempo {T) é
ativado;
+ Transcorrido o tempo T 1 no relé tle tempo, o seu contato fecha:
+ Com o focbamento do contato T 1, ativa-se a bobina de abertura do
disjuntor 4:
+ Com a abertura do disjuntor 4, fecha-se o seu contato 52b(DJ~);
$ Transcorrido o tempo T 2 no relé de tempo. fecha-se o contato T 2;
+ Com o fechamento do contato T 2, ativa-se o transmissor de sinal TR.
que envia um sinal de comunicação, para o disparo direto TDD do
disjuntor do outro tenninal da linha de transmissão L4•
Prot!!fào de Barras 165

2.14 Arranjo Barra Principal e de Transferência


O arranjo barra principal e de transferência. apresentado na figura 2. 14. J, é
,- um tipo de configuração em que a barra de transferência opera como bypass,
1 associada com o disjuntor de transferência, em substituição a qualquer disj11'l!or da
sub~tação. -

Barra Principal

Ball3 de

L,

Figura 2. 14.1 -Barra Panei pai e de Transferência


Na operação normaJ a subestação opera somenie com a barra principal, tal
que. desta forma, todas as seccionadoras e disjuotore" de linha estão fechados.
Nessa si1uação a barra de transferência pode estar:
✓ Sem tensão. isto é. totalmente desconectada da barra principaL Nesse
caso, o disjuntor de transferência está abeno. com suas seccionadoras
fechadas ou abertas.
✓ Com tensão. isto é. o dis1untor de transferência e suas seccioaadoras
estão fechados.
Note que quando a barra de transferência está inoperante todas as
scccionadoras •'f' estão abertas.
166 Capitulo 2

Se houver defeito na barra principal ou em qualquer seccionadora da barra


principal, toda a subestação será dcsLigada pela proteção.
No esquema da figura 2.14. 1 a alimentação é feita pelas linhas de
transmissão L1 e Li e as cargas pelas linhas L3 a Lft.
Sem precisar desligru: o circuito. essç e~u~ma apre.çent~ a flexibilidad~ de_
permitir retirar para a manutenção qualquer disjuntor, porque a sua função fica
transferida para o disjuntor de transferência. A seguir passa-se a considerar
algumas intervenções.
a) M anutenção no djsj untor 1.
Para isolar o disjuntor I do sistema elétrico, deve-se:
~ Fechar as seccionadoras do disjuntor de transferência;
~ Fechar a seccionadora de conexão da. barra de transferência do
disjuntor que será desligado, isto é, fechar a seccionadom "lc'';
~ Fechar o disjuntor (rie) de transferência.;
~ Abrir o disjuntor 1. que sofrerá a manutenção;
~ Abrir as seccionadoras do disjuntor 1, isto é. abrir as seccionadoras
" la" e ' ·Jb".
Com essas operações o d isjuntor de transferência assume o lugar do
disjw11or 1. Ponanto. nessa seqüência de manobras, deve-se, de modo manual ou
automático, operar a chave de transferência (43). para que a proteção da linha L 1
atue no disjuntor de transferência. A chave de transferência (43) de proteção. pode
ser:
-❖- de 2 posições: Normal - Transferência . Na posição Normal, a atuação
da proteção, abre o disjuntor de linha. Na posição Transferência, a
atuação da proteção. abre o disjunror de transferência.
❖ de J posições: Nonnal - lntem1ediária - Trans ferência. Igual a
anterior. só que na posição lntenncdiária, a atuação da proteção, abre
os disjuntores de hnha e de transferência.
A operação da chave de transferência pode ser, manual ou automãtica. com
controle local ou remoto.
Para a retirada do disjuntor 1 todas as operações de manobra se processam
sem perda da continuidade de serviço.
b} Manutenção no disj unto r 6.
Parar isolar o disjuntor 6 do sistema elétrico deve-se:
~ Fechar as seccionadoras do disjuntor de transferência;
Proteção de Barras 167

~ Fechar a seccionadora da conexão da barra de transferência com a


Linha 4, isto é, fechar a seccionadora "6P';
~ Fechar o disjunto r de tranSferência;
~ Abrir o disj untor 6:
~ Ab:i1 .:s seccíonado:11s do cisjuntor 6, isto ~ 1bnr-as secci~::adoros
"6d!' e '-~6e,,.
A Linha 4 é alimentada pelo disjuntor de transferência, ponanto a proteção
dessa linha deve atuar nesse disjuntor.
Se houver defeito na barra principal, toda a subestação será desligada pela
proteção.
Pode-se melho rar a flexibilidade e continuidade desta subestação, dotando
a barra principal de seccionamento por disjuntor ou chave de seccionamento.
A proteção de barra, para o caso de arranjo de barra principal e de
transferência, é a apresentada no diagrama unifitar da figura 2. 14.2.
L, L,

Disjunt<lf de
Transfeêuoa
lP
(til!)
Barra Principal

Barra de
Translêocla

L. L,. L, Lo
Figura 2.14.2 - Proteção de Barra do Arranjo Barra Principal e de Transferenc1a
168 Capitulo 2

O esquemático em DC, para essa proteção de barras, é o da figura 2.14.3.

Figura 2. 143 - Esquema em DC da Proteção de Bami


Com o objetivo de melhorar a qualidade da proteção é adicionado, no
esquema da figura 2.14.2, uma proteção de sobrecorrente direcional 67, com
clirecionalidade voltada para a barra de transferência. Sempre que a proteção de
barra 87 atuar e a corrente estiver na direção do 67 ape.nas o disjunror de
transferéncia deverá ser aberto.
Para melhor caracterizar essas atuações passa-se, a seguir. a analisar as
alternativas d.e operação do esquema apresentado.

Caso a) Barra principal ativa.


Considera-se, nesse caso, que toda a subestação está operando somente
com a barra principal e, portanto, o disjuntor de transferência pode estar:
~ Abert.o: a barra de transferência está sem tensão, isto é, está desligada;

~ Fechado: a barra de transferência está com tensão, mas sem corrente


(sem carga).
Nessa situação podem ter as seguintes ocorrências:
al - No caso de um defeito na barra principal, a seqüência da proteção é:
7 a proteção de barra 87 atua, fechando o seu contato 87. Note que a
proteção 67 não atua, porque não passa corrente por ela.
7 Com o fechamento do contato 87 ativa-se o relé de bloqueio 86. que
abre todos os disjuntores do esquema da figura 2. 14.2. inclusive o
disjimtor de transferência.
a2 - Se o disjuntor de transferência estiver fechado e ocorrer um defeito na barra de
transferência, a seqüência da aruação da proteção é:
Proteção de Barras 169

x a proteção de barra 87 atua, fechando o seu contato 87 e o relé


direcional 67 atua, fechando o seu contato 67NA e abrindo o contato
67NF;
x. Com os contatos 87 e 67NA fechados ativa-se a bobina de abertura
(BA) d"~isjuntor de l:ra1!Sferênc1:>_ abrindo-o. Note que só o disjuntor __
de transferência é aberto, sem pt:i'da da coÕtiôuidade de serviço.

Caso b) Barra de transferência operando.


Supondo-se, por motivo de necessidade de manutençâo, que a barra de
transferência está operando e o disjuntor de transferência está substituindo wn
disjuntor em manutenção. Nessa situação os seguintes casos são analisados:
bl - disjuntor 2 em manutenção
Nesse caso o disjuntor de transferência está ocupando o lugar do disjuntor
2. Nessa condição, podem ocorrer os seguintes defeitos:
• Defeito na barra princi_paL
A seqüência da atuação da proteção é:
✓ Atua a proteção 87, fechando o contato 87. Note que o relé 67 não
atua, porque a c-0rrente e.stá em sentido contrário ao de sua
atuação.
✓ Com o fechamento do contato 87 ativa-se o relé de bloqueio 86,
que abre todos os disjuntores, inclusive o disjuntor de
transferência.
• Defeito na barra de transferência.
A seqüência da atuação é :

✓ Atuam as proteções 87 e 67. fechando os contatos 87 e 67NA e


ab rindo o contado 67NF:
✓ Com o fechamento dos contatos 87 e 67NA ativa-se a bobina de
abertura (BA), abrindo o disjuntor de transferência. Note que
somente a LT2 foi desconectada e o restante da subestação
continua em serviço.
Se outro disjuntor estivt.-r cm manutenção a proteção atua seme tbantemente
ao caso anterior.
170 Capitulo 2

2.15 Barra Dupla a 4 chaves


Apresenta-se, na figura 2.15.l, um esquema de arranjos de barra dupla a 4
chaves seccionadora.~ muito utiliz.ado nas subestações com nível de tensão de 138,
230e345kV.

Disjuntor de
Transferência
Barra A (tle)

Barra B

Figura 2. 15.1 - B.arra Dupla a 4 Chaves


Pode-se verificar que, no esquema de cada bay. as entradas ou saídas
apresentam um disjuntor associado com 4 seccionadoras. dai a denominação de um
disjuntor a 4 chaves_ Para esse caso sempre a barra B será usada como barra de
transferência.
O esquema de arranjo de barra dl1pla pode operar cm várias combinações,
possíbilllando uma ilexibilidade muito boa.
As possibilidades são múltiplas. tais como:
♦ Operar com somente uma barra. sendo que a outra fica a disposição
para ser utilizada como barra de t.ransferência:
♦ Operar com as duas barras, possibilitando diversas combinações.
A confiabilidade é devida a continuidade permanente de serviço
para:
© Defeito na barra:
© D efeito em disjuntor;

(

Proteção de Barras 17 1
'(
© Defeito em seccionadora.
(
Ocorrendo uma folha a proteção atua e o sistema será desligado. mos
sempre haverá a possibilidade de isolar o equipamento com defeito e restaurar a (
continuidade total de serviço. O sistema ficara desenergizado somente durante o
tem~ 6 asto para efet!!Il.T os orocedimentos de manobras na subestac;ilo. _
Por exemplo, supondo que toda a subeswção esteja operando somente com
a barra A e ocorre um defeito nesta barra. Devido a essa ocorrência a proteção da
barra A desliga toda a subestação, abrindo os disjuntores 1, 2, 3, 4 e 5. Após a
análise da ocorrência em que detectou-se o defe ito na barra A deve-se seguir uma (
seqüência de manobras pré-definidas, para passar toda a operação dn subestação
para a barra B. O procedimento da seqüência de manobras é:
+ Abrir todas as seccionadoras "b'"; (
+ Fechar todas as seccionadoras "c"; (
+ Fechar os disjuntores I e 4.
+ Fechar os disjuntores 2 e J. (
Se toda a subestação está operando somente com a barra A e caso haja
{
necessidade de intervenção no disjuntor 2. deve-se fazer as seguintes manobras:
(
✓ Fechar as seccionadoras do disjuntor de transferência;
✓ Fechar o disjuntor de transferência;
✓ Fechar a secc1onadora -2d"'; (
✓ Abrir o disjuntor 2; (
✓ Abrir as seccionadoras "2a'· e "2b".
(
Note que, no caso acima, a barra B foi usada como barra de transferência..
Por isso, esse esquema de barra dupla a 4 chaves, também, é conhecido por bami (
principal e principal de trans ferência (barra P-PT).
Nesse esquema de ananjo de barra dupla sempre haverá manobras para
tirar qualquer disjuntor de serviço. Portanto, devido aos graus de 0cxibilidadc e
confiabilidade apresentados. esse esquema de barra dupla é muito utilizado pelas
empresas de energia elétrica, sendo. porém mais caro. Por esta razão, e le é
empregado nas tensões de 138, 230 e 345kV.
Nesse esquema, existem várias possibilid::1des de operação. Porém. sempre
que se deseja tirar de operação um d isjuntor. deve-se passar roda a subestação a
opemr na barra A, para depois fazer a manobra desejada, usando-se sempre a barra
8 como barra de transfe-réocía. Isto evidencia um excesso de manobras. que é uma
característica desse esquema de arranjos de barras.
172 Capítulo 2

O esquema de proteção atua identicamente ao arranjo de barra principal e


de transferência. Como analisado anteriormente, a preferência é de operar sempre
com a barra A como sendo a principal, e a barra B utilizada como transferência.,
t havendo assim várias combinações de manobras para a utilização desse arranjo.
A proteção de barra é a apresentada na figura 2.15.2.

L.

Oi,;juntorde
Transferência TP
Barra A (lie)

Figura 2.15.2 - Proteção de Barra


O esquema funcional em DC é o da figura 2. 153.

~l
1
4b

Figu.ra 2.1 5.3 - Esquema Funcional em DC


A seguir, passa-se a analisar a atuação da proteção para algumas posições
no arTanjo.
Proteção de Barras 173

a) Sistema operando somente com a ba rra A.


Nesse caso todas as seccionadoras "b" estão fechadas e a barra B pode ou
não estar energizada, mas sem carga.

.., é:
Se ocorrer um defeito na barra A, a seqüência de atuação da proteção
+ Atua a proteçio ~7:
+ Ativa-se o relé de b!0queio. que provoca a abertura de todos os
disjuntores, inclusive o de ·transferência.
b) Disjuntor 2 em manutenção.
Com o disjuntor 2 em manutenção o circuito da linha Li está sendo
protegido pelo disjuntor de transferência (lie) e a barra B está sendo utilizada. Note
que, nessa situação, as seccionadoras 2a. 2b e 2c estão abertas e a 2d fechada. As
seguintes ocorrências são posslveis:
• Curto-circuüo na barra A.
A proteção atua na seqüência:
✓ Atua a proteção 87;
✓ Ativa-se o relé de bloqueio. que abre todos os disjuntores.
• Cuno circuito na barra B.
A proteção atua na seqüência:
7 Atuam as proteções 87 e 67, isro é, fecham-se os contatos 87 e
67NA e abre-se o contato 67NF;
7 Abre o disjuntor de transferência e o restante do sistema continua a
ope rar nonnalmente.
Note que neste caso, o defeito na barra B continua a ser a limentado pela
linha de transmissão Li. Esse defeito pode ser e liminado pe la 2ª zona da proteção
do outro renninaJ da linha de transmissão~, ou pode-se. acionar a transmissão de
disparo direto para abrir o disjuntor do terminal remoto. Essa ação de transmitir o
sinal de disparo direto só é feita com a chave seccionadora tipo bJpass fochada.
que oo caso é a chave seccionadora ··2d" bypass do disjuntor 2.
Deve-se considerar que, quando o disjun1or 2 estiver em manutenção, a
chave de transferência 43, migrou toda a ação da proteção da linha de transmissão
L Ti para o disparo do disjuntor de transferência (1ie). A chave de transferência 43
pode, também. ativar a lógica de transferência de disparo direto.
e) Sistema opera ndo com as duas barras.
r
17-4 Capitulo 2

Supor o arranjo ativado do seguinte modo:


(f.> Barra A com as linhas de transmissão L 1 e Li:
(f.> Barra B com as linhas de transmissão L 3 e k ;
(f.> Disjuntor de transferência fechado.
Nessa sitÜação, se ocorrer defeito na barra à , tem-se~ ~guiote seqJfa1..:ia
da atuação da proteção:
• A proteção 87 atua;
• Ativa-se o relé 86, que fecha os contatos 86NA e abre o 86NF;
• Como os contatos auxiliares das chaves seccionadoras I b e 2b estão
fechados, ativam-se as bobinas de abertura BAJ e BA2, abrindo-se os
disjuntores I e~ abrindo-se, também, o disjuntor de transferência.
Note que, devido às chaves 3b e 4b estarem abenas, os circuitos J e 4
se mantém em operação.

2 .16 Barra Dupla a 5 eh-aves


Para dotar de maior versatilidade o esquema de barra dupla a 4 chaves, em
que qualquer barra passa ser utilizada como transferênci~ utiliza-se o esquema de
arranjo de barra dupla com um disjuntor a 5 chaves, como mostra a figura 216.1.

Oisjunlorde
Tran:sferênoa
Barra A (Jie) '

Barra B

Figura 2. 16. 1 - Hami Dupla a 5 Chaves


Verifica-se que, nesse esquem~ qualquer barra pode ser usada como barra
de transferência.
(
(
Proteção de Barras 175 (

A proteção de barra, para essa configura.ç ão, é a apresentada na figura


2. 16.2.
L., (
L,

- -- -- - --,
(
Barra A

~ ~ ~;~
(

(
1

Barra B

I (
L, L, DlsjwitDr de
TrB11$1eranda (
(fll,)

Figura 2. 16.2- Proteção para o Arranjo de Barra Dupla a 5 Chaves l


(
O esquemático em DC é praticamente o mesmo do apresentado na
figura 2. 153 com algumas variações. (
Existem várias lógica de esquemático em DC, para a proteção de barras, (
mas, quem i.dentifica em qual barra o cir,cuito está conectado, são os estados das
seccionadoras "a" e "btt. l
{
2.17 Disjuntor e Meio
(._
A configuração de barra de urna subestação, conhecida como arranjo de l
barra Lipo ·'disjuntor e meio·•, é moslrada na figura 2 17. l.
Essa configuração apresenta elevado grau de flexibilidade e confiabilidadc,
l
porque qualquer defeito na barra, chave, disjuntor ou outro equipamento d a (
configuração. será eliminado pela ação da proteção, sem perda da conünuida de de (
serviço. E sse arra njo de um di.sjuntor e meio apresenta custos elevados, sendo, por
esse motivo. empregado em subestações de sistemas de extra alta tensão, tais como
os de 440. 500. 525 e 765kV.
Para melhor caracterizar os graus de flexibilidade e de confiabilidadc
apresentados por esse tipo de arranjo, aaalmsa-se as seguintes contingências:
176 Capitulo 2

L,

Barra A

..
i
"-1
lj- "-1~
~ f f
~ ~
~
BarraB
1 ~

Figura 2.17. 1 - Arranjo de Ba1Ta tipo Disjuntar e Meio


a) 'Defeito na linha de transmissão Li.
Nesse caso a proteção provideucianí a abertura dos disjuntores I e 2
desligando a linha de transmissão L 1 da subestação. O restante da subestação
continua a operar normalmente.
b) Defeito na linba de transmissão~-
Idem item "a•·, ou seja. proteção prov idenciará a abertura dos disjuntores 2
e 3. desligando a linha de trans missão L-1. O restante da subestação continua a
operar normalmente.
e) Defeito na barra B.
A proteção da barra B abre os disjuntores 3, 6 e 9. sem perda de qualquer
serviço.
d) Defeito na barra A.
A proteção da barra A abre os disjuntores l , 4 e 7, sem perda de qualquer
serviço.
Proteção de Barras 177

e) Manutenção em qualquer disjuntor.


B asta efetuar o seguinte procedimento:
© abrir o disjuntor correspondente;
© abrir as ''J~ctivas seoc;cnadoras.
O Manuteoçio em qualquer barra.
Basta efetuar o seguinte procedimento:
✓ abrir os disjuntores da barra;
✓ abrir as respectivas seccionadoras conectadas ã barra.
A proteção das barras da subestação com arranjo de disjuntor e meio é feita
em separado nas duas barras, associada com as proteções das linhas de transmissão.
como apresentado na figura 2. 17 .2.

L, BamlA

P1 P3

P6

L, Barra B
i...
Figura 2.17.2 - Proteção da Subestação com Arranjo de Otsjuntor e M eio
178 Capitulo 2

Note-se que, nesse esquema, os TCs das proteções de barras e das LTs
esüio entrelaçados nos disjuntores. de modo a superpor as zonas de proteção_ O
esquemático em DC está apresentado na figura 2_ 17.3.

86A l P1 1___. ,. I P6 8681 878 J_

~·FR ~-Fl-ft-r- - 52a -

Figura 2.17.3 - Esquemático cm DC do Arranjo de Barras de Disjuntor e Meio


Analisa-se. a seguir, as possíveis ocorrênci.as na subestação.
a) Deíelto na barra A.
A seqüência da atuação da proteção é a seguinte:
,;. A proteção 87A de barra atua. fechando o seu contato 87A:
,;. Ativa-se o relé de bloqueio 86A, que fecha o seu contato 86A;
, Com o fechamento do contato 86A, ativam-se as bobinas de abertura.
abrindo-se os disjuntores 1, 4 e 7.
b) Defeito em F.
A seqüência da atuação dn proteção é:
~ Atua a proteção PI da LT1 • que fecha o contato PI ;
~ Ativam-se as bobinas de abcnura 1 e 2, abrindo-se os disjuntores I e 2_
Note que no caso de defeito em F a proteção do oulro extremo da L T 1 deve
abrir os disjunto res da subestação remota.
A estratégia de colocação dos TCs na configuração de arranjo de disjuntor
e meio, da figura 2. 17.2, é correta do ponto de vista da proteção, mas devido ao
fator econômico. utiliza-se TC com dois secundários, como está apresentado na
figuro 2_17.4.
Nesse esquema perde-se um pouco da qualidade da proteção,
principalmente nos defeitos localizados em F 1• F2 e F1, como assinalados na figura
2.17.4. Note que cada um desses pontos está cobeno pela proteção. mas não está
cobeno pelos disjuntores da subestação. Isto é_ os disjuntores locais não
conseguem e liminar o curto-circuito.
Proteção de Barras 179

l, BarraA
L,

.,.
{

(
(

Barra B
L,

Figura 2. 17A T s com Dois Sccumlarios


l:.ntrelanto. deYe-se salientar que o cuno-circuito nesses pontos ê de
rarissima ocorrência. Esses pontos cegos podem ser cobcnos pela lógica bli11d spot,
como apresentado na secç.'.io 1_13. O ponto cego. também é denominado.
dependendo do làbricante do relé, de zona morta ou endfuult.

2. 18 Arranjo Tipo Barra Dupla e Disjuntor Duplo


A configuração de barra de uma subestação, conhecida como "arranjo de
barro dupla e disjumor duplo'' é a mostrada na fi gura 2. 18. 1.
180 Capitu lo2

Barra A

i Barra B

Figura 2 .18. 1 - Bami Dupla e Disjuntor Duplo


O esquema de proteção para a barra dupla e dísjunto r duplo está mostrado
na fi gura 2.18.2.

L, Barra A

P\ p
'--t P4

Barra B ½ L,

Figura 2 .18.2 - Proteção da Subcstaçiio com ATTllnjo de Barra Dupla e Disjuntor Duplll
..
Proteção de Barras 181

2.19 Arranjo Tipo Disjuntor e um Terço


A configuração de barra de uma subestação, conhecida como ''arranjo de
disjuntor e um terço", é a mostrada na figura l .19.1.
t

Barra A

~ ~ ~
~ ~
~
t ~
~ ~ ~
~ ~ ~
~ ~ ~
Barra B

Figura. 2.19. 1 - Disjun1or e Um Terço


A proteção de barra adotada para esse arranjo de "disjuntor e um terço"
está apresentada na figura 2. 19.2 .
182 Capitulo 2
r
¼ Barra A

A 87

P1

P◄ P8

8 87

L. Barra B lr
Figura 'l. l9.2 - Proteção de Barra do Arranjo Disjwuor e Um Terço
A proteção segue as mesmas considerações feitas para o arranjo de
subestações com d isjuntor e meio.
183

- (
(

Capítulo 3
(

Proteção de Reatores
l
(

t
(
3.1 Reator de Linha
l
O reator de linha, também deaomimado de reator sl11mt, é utilizado na linha (
de transmissão, para absorver reativo com o propósito de reguJar a tensão.
D ependendo do tipo construtivo o reator de linha pode ser: l
x Monofásico; (
x Trifásico. (.
Em função da característica. do cw,1:o e da necessidade do sistema elétrico,
o reator pode ser instaJado do seguinte m odo:
l
(
(? No início da linha;
(? No final da linha;
(? Em ambos tenninais da linha de transmissão.
Em relação ao grau de manobrabilidade do reator, este pode ser:
7 Reator com disjuntor na conexão com a linha de transmissão;
184 Capítulo 3

7 Reator com disjuntor no termina! próximo ao neutro da ligação Y


aterrado;
~ Reator com seccionadora na conexão com a Linha de transmissão:
~ Reator diretamente conectado a Linha de transmissão.
A~=--~pta-se na -tíif.!.ra 3. 1.J várias conexões de reatores com a linha de
transmissão.

Disjuntor
Reator

Reator

Figura3.l.l - Conexões de Reatores


Na figura 3. 1.1 , os reatores apresentados estilo conectados em Y aterrada,
mas no sistema elétrico é muito usado a ligação dos reatores em t:,. ou em Y não
aterrada. Para se ter um controle na quantidade de reativo absorvido, pode-se
adicionar n.o banco de reatores, um reator no neutro na estrela, conectado a uma
chave seccio_o adora rjpo bypass, como mostra a figura. 3.J.2.

Disjuntor

Reator

Figura 3. 12 - Reator no Neutro da Ligação em Y


Proteção de Reatores 185

A figura 3. 1.3 apresenta o diagrama unifila1 da instalação dos reatores em


ambos lado da liuha de transmissão.

Figura 3.1.3 - Reatores Instalados na Linha de Transmissão


Durante a operação de sistemas elétricos, na linha de transmissão lo nga, há
geração acentuada de reativo devido às capacitâncias distribuídas. Essa geração de
reativo acarreta elevação do perfil de tensão ao longo da linha de transmissão. Este
fenômeno de elevação de tensão, denominado de efeito Ferranti, e está apresentado
na figura 3. 1.4.

Efeito Ferranti- - - - - VN + ó V

f -t..----.-f--...-f--...-f--f.---0 ~
figura 3. 1.4 - Efeito Ferranti
Portanto. o reator (ou os reatores) pode ser conectado na linha de
trausmissão doraute os períodos de carga leve (madrugada), o nde a linha gera
muito reativo. Desse modo, o reator consome pane do reativo da linha de
transmissão de foITT1a a controlar a tensão próxima do valor nomiual. Em regime
norma] de operação do sistema e principalmente na hora de carga pesada (hora da
ponta) o reator deve ficar fora de serviço.
Construtivamente há 2 tipos de reatores. que são:
♦ Reator de núcleo de ar;
♦ Reator de núcleo de ferromagnético imerso em óleo.

3.2 Reator de Núcleo de Ar


O reator com núcleo de ar é construído com uma bobina enrolada num
núcleo de material não magnético e é utilizado para sistemas elétricos com nh ei!>
de tensões baixas (por exemplo, até 35kV). Geralmente, para controlar o reativo do
lado de alta tensão, esses reatores são instalados via terciário do transformador
principal dn subestação.
186 Capítulo 3

As vantagens do reator de núcleo de ar são:


© baixo peso;
© baixas _perdas;
© baixo custr',;
© a~::-;t_t. ~•,; cm:re~ de inrosh na i,,.a energi,~ c,ã.e-;
© possuir uma indutância constante, tendo lí11Ci.1ritlulle nn gemçào de
fluxo magnético, não produzindo b.arrnôrricas na sua operação.
As principais desvantagens são:
© limitações de tensão;
© baixa capacidade de potência;
© fluxo m agnético livre no ar, produzindo indução de correntes em
metais e interferência eletromagnética em equipamentos vizinhos;
© Exige maior espaço para a sua instalação.

3.3 Reator de Núcleo de Magnético com Gaps Imerso em Óleo


Esse reator é idêntico a um transformador sem o enrolamento secundário.
O seu núcleo de m aterial ferromagnético é constituído de gaps, com o objetivo de
manter uniformidade na sua indutância e reduzir o fluxo residual (remanente) no
núcleo. Todo o materiaJ e o circuito do reator operam imersos em óleo mineral
contido no tanque metálico do reator. O núcleo magnético e o tanque metálico
confinam o fluxo magnético d.e modo a não interagir com outros equipamentos da
subestação. D evido a não haver força contra-magnetomotriz no secundário, que é o
caso de um transformador comum, a reação magnélica do reator está no próprio
fluxo magnético. Desse modo o fluxo magnético é elevado, com produção de
harmônicas e acentuada pe rda de calor, necessitando do óleo e de radiadores para o
dissipar o calor gerado e controlar a temperatura_ Geralmente, os radiadores são
maiores que o próprio reator, que é o caso, por exemplo, o mostrado na fotografia
33.1.
As vaa1agens do reator com núcleo magnético imerso no óleo são:
© Possibilidade de operar com maior potência;
© Fluxo magnético confinado no núcleo;
© Pode ser constituido de uma unidade monofüsica ou trifásica:
© Operação com tensão mais elevad~
© Ocupa menos espaço na aérea da subestação.
Proteção de Reatores 187

Fotografia J.3. 1 - Reator Trifásico e seu Radiador


(
As principais desvantagens são:
@ Muito pesado;
® Geração de harmônicas;
€:> Geração de muito calor, necessitando de radiares ou de até refrigeração
forçada:
® Preço elevado;
® Manutenção, devido ao maior número de componentes:
® Intensas vibrações dc,·ido aos gap.

3.4 Proteção do Reator de Núcleo de Ar


O reator de núcleo de ar é insta lado no terciário do transformador que
opera como um circuito isolado da terra.. Nessa instalação, os tipos de curto-
circuito que podem ocorrer no reator são:
a) C urto-circuito 3q, nos terminais d e entrada ou prónmo dos enrolamentos
do reator.
188 Capítulo 3

Esse tipo de c urto-circuito é raríssimo de ocorrer, pois, geralmente, os


bancos de reatores são formados por unidades monofásicas, instaladas em
separados, para garantir o nível de isolamento requerido pela rede e létrica.. O curto-
circuito 3~ prodnz pouco dano no re-ator, porque a tensão e létrica cai a zero, tirando
o reator de serviço.
b) Curto-circuito 2♦ nos terminais de e ntra,!a ou próxi@u .:.t:s cnroliim:nto
ão reator.
Mesmo caso do item " a".
e) Curto-circuito l~terra
O curto-circuito !~terra no barramento ou dentro do reator, apesar de ser o
mais comum. pouco dano produz, porque a resistência R inserida ao transformador
de atemmento Limita o valor da corrente de curto-circuito. Portanto, em relação ao
curto-circuito. a proteção pode ser constituída de:
✓ Proteção de sobrecorrente;
✓ Proteção diferencial;
✓ Proteção de seqüência negativa.
Essas proteções já foram apresentadas nas referências (46] e (52).
Descreve-se a seguir a proteção adequada para o circuito terciário isolado da terra e
para defeitos que e nvolvem a quebra da isoJação à carcaça do reator. A proteção do
reator é feita indiretamente pe lo relé de sobretensão (59) que está conectado no
secundário em /l aberto do transformador de atcrramento [51. conforme
apresentado na figura 3.4. 1.
Barra Tmtiána do Transfom,adof

¾t-----------+-----------+-
e
0

Alemunento

Função 64

Figura 3.4. 1- Proteção do Reator


Proteção de Reatores l89

Em relação ao esquema da figura 3.4..1, o relé de sobretensão 59 está


fazendo a função de proteção (64). Essa proteção detecta uma sobretensão no relé
59, quando ocorre um defeito a terra em algum ponto do circuito secundário
isolado. Note que a corrente de defeito a terra, pode ser determinada (controlada)
pelo valor da resistência elétrica projetada.
-- - Devido estarconectado dentro do ô aberto, o rcle5':i jÓ é sensível a ,casãõ-
de seqüência zero. E como as 3"' ha.nnônicas geradas no reator estão em fase com
as componentes de seqüência zero, deve-se dotar o relé ou o circuito do A de filtros
para não deixar passar as 3"' harmônicas.
Nesse tipo de esquema de proteção, não se pode localizar o defeito. Por
esse motivo, a atuação da proteção pode alarmar ou desligar o disjuntor do circuito
terciário. Portanto, após a atuação da proteção, deve-se fazer uma busca do defeito,
o que pode estar local.iz.ado em qualquer equipamento, inclusive no reator.
O curto-circuito entre espiras na bobina do reator, praticamente não
modifica a corrente de operação., e, portanto é dificil de ser detectado. Uma
proteção qu.e pode ser usada para esse caso, é a baseada no balanço de tens.ão (60)
nas 3 fases do reator.

3.5 Proteção do Reator a Óleo


As principais falhas que ocorrem no reator imerso em óleo são:
x Falha de fase a terra, que ocorre em qualquer ponto du circuito interno
do reator ao seu tanque memUco que está aterrado. As falhas podem
ocorrer na bobina interna do reator à sua carcaça, etc.. Essas falhas
podem provocar correntes elevadas na fuse envoh·ida. dependendo da
distância em que se encontra da bucha do reator. Quanto mais distante
da bucha do reator, menor a corrente de defeito.
x Falhas entre espiras resulta numa diminuição da impedância do reator.
e conseqüentemente um pequeno aumento na magnitude na corrente da
fase envolvida.. No local da falba ocorre awnento da temperatura,
aumento da pressão do óleo e libernção de gás. Se esse defoilo não por
eliminado os danos no local evoluem para uma fa lta de maior
gravidade.
x Outras falhas ocorrem no reator, tais como, baixo nível de ó leo
provocado. por exemplo, por vazamento, perda da ventilação. etc...
Por esse motivo o reator com núcleo magnético e imerso em óleo requer
mais dispositivos de proteção.
190 Caplrulo 3

Confoane apresentado na seção 3. 1, há vários modos de conexão do reator


na linha de transmissão, tal que a atuação da proteção pode ser das seguintes
formas:
a) Reator de linha conectado através de uma seccionadora.
No C"-'«> de r-~- <Tt'Jt__d,:, rle <li:>f'!:tu ?:" ~~Lor, a pro~eção deve desl4_!ar o
disjuntor da linha na subestação local e enviar um sinal de transferência de dispam
direto para o disjuntor remoto da outra extremidade da linha de transmissão. Após
a linha de transmissão ser desligada, abre-se a seccionadora do reator. Se o sistema
possa operar sem o reator, procede-se a energização da linha de transmissão.
b) Reator com disjuntor próprio.
A pmteção do reator abre o seu disjuntor, sem causar ioteITUpçâo na
continuidade do serviço. A proteção do reator deve estar coorde11ada com a
proteção da linha de transmissão. ·
Uns dos problemas da utilização do reator shunt com núcleo magnético é a
possibilidade do mesmo entr.u em ressonância com as capacitâocias slmnt da linha
de transmissão.
Para prevenir a maioria dos defeitos no reaLor utilizam-se as seguintes
proteções:
✓ Proteção de sobrecorreute (50, 5 1);

✓ Pmtcç.ã.o diferencial (87);


✓ Proteção de distância (2 1);
✓ Proteção de tempcrntura (26);
✓ Proteção de imagem ténnica (49);
✓ Proteção a Gãs (63).
Geralmente as manobras com o rea1or causam perturbações no sistema
eléui co, as quais prejudicam o corl'eto füncionamcnto da proteção . A s principais
perturbações provocadas pela abertura ou encrgizaçào são:
0 Componenles DC de longa duração;
0 Correntes transitórias de baixa freqüência.
Os curtos-circuitos entre espiras são de dificil detecção pelos relés de
proteção. Geralmente é o relé 63 que percebe indiretamente e.ssc defeito. Se houver
sobretensão sustentada. a proteção 59 deve tirar o reator de operação.
As proteções utilizadas no reator já foram apresentadas nas reforêocias l46J
e [521- Portaaro a seguir mostra-se. sem entrar em detalhes. os esquemas de
proteção do reator.
Proteção de Reatores 191

a) Proteçio por sobrecorrente


Geralmente a proteção de sobrecorrente do reator uúliza o esquema
mostrado na figura 3.5.1 .

51/50

TC

Reator

(
(
=
Figum 3.5. 1 - Proteção de Sobrecorrcnte do Reator
Considerando as correntes no secundário do TC, em geral. os ajustes do {
relé de sobrecorrcnle são:
l •Jus1eS 1 =1,51N do rculor
1•JllSldO =51N c1o l'CIIOr

b) Proteção Diferencial
A proteção diferencial. bem como a de sobrecorrente de terra. utilizada na
proteção do reator .<i/111111. está mostrada na figura 3.5.2.
Para a proteção de terra, pode-se urilizar a proteção diferencial de terra
como mostra n figura 3.5.3.
192 Capítulo 3

Reator

' i

Figura 3.5.2- Proteção Oi fereacial do Reator

Reator

Figura 3.5.3- Proteção Diferencial de Terra do Reator


Proteção de Reatores 193

As proteções 26. 49 e 63 funcionam de forma idêntica àquelas apresentadas


para transformadores de s ubesta.ç ão [52). Geralmente essas proteções operam em 2
estágios, sendo que o 1° estágio aciona apenas o alarme e o 2° estágio aciona o
desligamento do disjuntor.
Cor.f, ..-me co':fiP.ntado na secção 3.1 1 da referência [52]. s.e o reator não for
- manc;nr:ivel. a pru,eyfu: Jo-próprio raitor deve cowandar a abertura dos disjuntores
locais e enviar um sinal de transferéncia de disparo ciirern para a abertura do
disjuntor remoto localizado na outra ponta da linha de transmissão. Mostra-se, na
figura 3.5.4, um reator shunt ligado diretamente na linha de transmissão de uma
subestação com arranjo de barras do tipo um disjuntor e meio.
Subestação A tr
Subestação
rrc B i
.

,!__J ~
~ , i
.--·\ ,- - -- Unha de Transmissão
--------+--' 11

f~~ Transferência d-1--


disparo
- -- - ----'-- - - '

Figura 3.5.4- Reator Conectado Dire_tamente na Linha de Transmissão


Pelo e.squema da figura 3.5.4, caso haja defeito no reator a proteção deve
abriT os 2 disjuntores locais indicados e ativar a lransferência de disparo direto para
abrir os 2 disjuntores remotos da subestação B. Após a abertura dos 4 disjuntores,
de ve-se abrir a chave seccionadora do reator. Caso o sistema possa operar sem o
realar. deve-se rncompor a linha de transmissão.
194

i
.- l

Capítulo 4

Proteção de Banco de Capacitores

4.1 lntrodução
o sistema elétrico, envolvendo geração, transmissão. distribuição e cargas
elétricas, os elementos fisicos da instalação são compostos pelas impedãncias.
cujas conexões são fei tas de acordo com a configuração da rede e létrica. Af'>
impedãncias do sistema são formadas pelas resistências e indutâncias dos
elementos que compõem o sistema clérrico. Em relação às indutâncias. que podem
ser indmivas ou capacitivas, pode haver predominância de uma delas, dependendo
do local, da carga e do horário.
Os equipamentos e létricos existentes. que constiruem as cargas, são
predominantemente indutivos. Ponanto, durante a operação do sistema elétnco. as
cargas indutivas necessitam de energia reativo. Essas potências reativas são
supridas:
7 Pelos geradores síncronos das usinas hidrelétricas e termelétricas:
-!7 Pelos compensadores síncronos;
-!7 Pelas capacitãncias naturais da rede elétrica:
Proteção de Banco de CapaciLores 195

i Pelos capacitores ou bancos de capacitores, estrategicamente instalados


na cede elétrica. (
Os bancos de capacitores são instalados para suprir a potência reativa dos
elementos indutivos do sistema. A sua instalação deve representar a estratégia mais
6<·•:-nômira para o suprimento de reativo para o siste111a elétrico. A local:ização mais
nos
-;:d~~jÜa<la-deve "ser seguintes pontôs: . - - -
(
{? Junto às cargas indutivas;
(
á> Em pontos da rede elétrica mais adequado para o conttole de tensão.
Nas redes de distribujção, os capaciitores são instalados, estrategicamente, (
na rede aérea, para o controle de tensão. No sistema elétrico de maior porte. de (
acordo com a necessidade, os bancos de capacitores são instalados n as subestações.
A fotografia 4. 1. 1 mostra um grande banco de capacitares de I 00MVAr e 230kV,
instalado no pátio da subestação Gravata! Il, no município de Gravataí - RS. (

l
t
(

Fotografia 4. 1.1 - Banco de Capacitorcs na Subestaçiio Gravata! U


l-
Os principais bene:ficios, com a instalação de bancos de capacitores, são: (
© Redução de perdas no sistema détáco; l
© Controle do perfil da tensão no sistema elétrico;
© Melhoria do fator de potência;
© Liberação da capac idade de transporte de e nergia elétrica pelos
alimenl.adores, transfonnadores. geradores, etc.
l96 Ca ítulo4

4.2 Capacitor
O capacitor é um dispositivo focmado, essenc ialmente. por duas placas
condutoras em paralelo, entre as quais é colocado um dielétrico. Construtivamente
as placas são constituídas de aluminio ou chumbo e os dielétricas ;;;.,:-. r:.1aleriais q_ue
sofreran~ tnvdificaç&s técnicas ao longo dos anos.
Os dielétricos mais usado.s são:
• Papel do tipo Kraft.; impregnado com óleo;
• Papel e plástico impregnado com óleo;
• Filme metalizado;
• Filme plástico.
Antigamente, ao capacitar, utilizava-se, o óleo Askarel, que dev ido ser
cancerígeno e não biodegradável, por segurança humana e da natureza. não é mais
usado.
Os capacitares à base de papel apresentam problemas na uniformidade do
dielétrico. Os pontos irregulares do papel apresentam menor rigidez dielétrica e,
em consequência, concentram campos elétricos, pro piciando enfraquecimento e
enveJhecimento do material. Nesses pontos afloram orais descargas elétricas
parciais, que evoluem para um curto-circuito entre as p lacas condutoms. O curto-
circuito ao papel e óleo libera calor e gases, com o e-stufamento e a possível
explosão da unidade capacitiva.
Atualmente os capac.itore-s utilizam dielétrica s p lásticos à base de
po lipropileno e apresentmn as seguintes cara.c teci.slicas:
✓ U nifomudade na rigidez dielétrica;
✓ Menor espe.ssu.ra do dielétrico ;
✓ Unidades mais compactas;
✓ Maior potência reativ~
✓ Menor perda por potência reativa liberada;
✓ Menor taxa de falha:
✓ Maior confiabilidadc;
✓ Menor possibilidade de explodfr.
U rna característica adicional. apresentada por esta unidade capacitiva, é
que quando ocorre um defeito, o curto-circuito no local prov oca um arco elétrico
que dissolve o filme plástico, colando as duas placas condutoras. Deste modo o
capac itar deixa de existir, evitando-se, assim. a sua explosão.
Prot:eçã.o de Banco de Capacitores 197

4.3 Unidades Capacitivas


As unidades capacitivas são as caixas formadas po r vários elementos
capacitores associados em paralelo e em série.
As caixas ca9-acitivas podem SP-r construidas:
♦ Sem elos fusíveis:
♦ Com elos fuslveis internos;
• Com elos fusivcis externos.
A figura 4.3.1 mostra urna caixa capacitiva genérica.

fígura 4.3. 1 - Caixa CapacitiYa (79]


Os itens a seguir mostram detalhes internos consrrutivos das ca1Xas
capacitivas.

4.4 Caixas sem Elos Fusíveis


A caixa capacitiva sem e los fusíveis é apresentada na figura 4.4. 1.
Essa caixa apresenta poucos elementos capacitivos tcapacitores) em paralelo e
muitos em série. Os vários capacitores em associação formam um capacitor
equivaleme, que gera uma potência reativa capacitiva (Q) que será entregue ao
sistema elétrico.
1
1

198 Capitulo 4

Dispositivo
Caooi r - - -"V'Vv-;:::::::~
~-~de.::..descarga
Capacitiva
~le
Potência

V\ J_
Capacitar-
<:--> Te_
Figura 4.4 . 1 - Cai~a Capacitiva sem Elos Fusíveis
Quando ocorre um defeito (curto-circuito) em um capacitor interno da
caixa. o filme de polipropileno queima colando as placas condutoras de alumínio,
eliminando esse elemento capacitivo com defeito. Assim, todo o grupo de
capacitores em paralelo com o capacitor em defeito ficam inativos. Os capacitores
restai1tes. em série, sofrerão um pequeno acréscimo de tensão. Esse acréscimo de
tensão nos capacttores remanescentes compensará parte da potência reativa
suprida. Assim. a caixa capacitiva continua a operar, mas com uma tensão aplicada
maior em cada elemento capacitivo interno. As caixas capacitivas são associndns
com ligação em paralelo e em série, de acordo com o esquema adotado na
instalação elétrica.. A resistência apresentada na figura 4.4.1 corresponde ao
dispositivo de descarga interna da caixa capacitiva. Isto é. quando a caixa
capacitiva é desatinida (desltgada) a energia annazcnada nos capacitores internos é
descarregada nessa resistcncia. Um tempo tipico de descarga, para reduzir a tensão
ao valor igual ou inferior a 50V, é fornecido na tabela 4.4. 1.

Tensão nominal da caixa Tempo de


capaciti,a descarga

5 600V l rnin

> 600V 5 rnin

Tabela 4.4. 1 - Tempo de Descarga após a Desconexão da Caixa Capacitiva


Proteção de Banco de Capacitares 199 (

A resislência de descarga não assegura que a tensão caia a z.ero, daí a


necessidade de se instalar, na ~da do banco de capacilores, uma chave
seccionadora de aterramenlo. A chave seccionadora de aterramento deverá ficar
fechada quando o banco estiver desligado, assegurando, assim, a descarga
completa do banco de c,,..nacitores. (
A figura 4.4.2 a seguir mostra, nma ligação de caixas capacitivas,
formando um banco de capacitores conectado em estrela aterrada. (
l Fase a lFase b l Fase c

I I I (

I I I {

1T 1T 1
~CaixaCapacitM
sem Fusí'lel lntemo
(

T I T l
(
Figura 4-4.2 - Banco de Capacilores Conectado em Estrela Aterrada
O banco de capacitores da figura 4.4.2 deve rá ter um esquema de proteção
apropriado .

4.5 CaL~as Capacitivas com EJos Fusíveis Externos


A unidade de capaciror de potência com elo fusível externo e idêntica à da
figura 4.4.1. mas contendo muitos elementns capacitivos internos em série e
poucos em paralelo. como mostra a figura 4.5. 1.
O c urto-circu_ito no elemento capacitivo interno da caixa queima o filme de
polipropileno (dielétcico). colando as placas condutoras. Assim, o elemento
capacitivo (capaciior) fica em cun o-circuito, retirando de operaçào os elementos
capacitivos em paralelo. Quando ocorre defeito nos outros e lementos., a corrente da
caixa aumen ta até a abertura do cio fusíve l externo. A fusão do elo fusível é um
sinalizador, iadica11do que a caixa capacitiva está fora de operação.
200 Capitulo 4

Caixa
lN
_f.C
Bucha de
Passagem
V,.
________J -
Fusível

Dis.ooslti..VQ
V',"+==::1~;:--11-::ci:.:::e descarga
Capacitiva
de
Potência

Figura 4.5.1 -Caixa Capacitiva com Elo Fusível Externo


A fotografia 4.5.2 mostra os elos fusíveis das caixas capacitivas de um
banco de capacitores de instalados em uma subestação.

Fotografia 4.5.2 - Elos Fusíveis das Caixas Capacitivas


Proteção de Banco de Capacitares 201

A mola mantém o elo fusível tencionado. Em caso de ruptura, o elo atuado


é fac ilmente s inalizado, como mostra a fotografia 4.5.3.

FoLogrnfia 4.5.3 - Elo Fusível Rompido

No banco de capacitores as caixas capacitivas são usadas em composições


de grupos cm paralelo e em série, como mostra a figura 4.5.4.

4.6 Caixas Capacitivas com Elos Fusíveis Internos


São caixas capacitivas formadas por elementos capacitivo.s interno~ com
fusíveis, cujos grupos são constiniidos por muitos elememos em paralelo, e com os
grnpos conec1ados cm série. A figura 4 .6. 1 mostra a constituição de uma unidade
capacitiva com cios fusíveis internos.
202 Capítulo 4
1

Figura 4.3.4 - Ligação em ~

Caixa
Capacitiva
de
Potência

Y\ j_
T
Figura 4 .6. 1- Caixa Capacitiva com Fusíveis internos
(
Proteção de Banco de Capacitores 203 (

Caso ocorra um curt~ircuito em um elem ento capacitivo interno a


corrente rompe o elo fusível correspondente. Os elem entos capacitivos desse grupo
fic.arão submetidos a uma sobretensão, enquanto que nos demais grupos haverá
uma redução de tensão. As caixas capacitivas poderão ser conectadas em várias
combinaçw...;; -?or exemplo, a figurn 4.6.2 m ostra nm banco de capaci1ores (
conectado em estrela aü:..rada.

I Fase a I Fase b I Fase e

1-,--l~I----,1 l 1 1 1l I I 1
l' l' r-•l l'f,?'-"l l'l' ?,___l
1'1 T 2T ~--Mj 1'1 T 2T J- -MT 1'' :r2 :c3- --Mj
1~
: Caixa Capacitiva con,
:
:
!i
j Fuslvet Interno l !
111 1111 __ 1111 . 1
1'1T 2:r3-Mj 1'1T 21'3 MT T 1T 2:r3-Mj
'1 =
~
Figura. 4.6..2 - Ligação em Estrela Aterrada

4. 7 Ligações dos Bancos de Capacitores


Apresenta-se, na figura 4.7. 1, as ligações comumente empregadas no uso
de capacitares em derivação (shunt).

A 'ytl_ Yff'< 'y~y


Li:S. I .. I T = T
Delta
~
Atenoda Isolada Isolada

Figura 4.7. 1- Ligações Típicas


A ligação em dupla estrela pode também ser aterrada.
A figura 4.7.2 apresenta uma conexão em estrela isolada do tipo lL
204 Capitulo 4

T
...l.-

1'
HH
'T' 'I T T
Figura 4. í .2- Ligação em estrela Isolada Tipo H
A conexão em estrela tipo H pode, também ser aterrada.
Nas figuras 4.7.1 e 4.7.2 o capacitor equivalente representa as várias
combinações série e paralelo das caixas capacitivas.

4.8 Características dos Capacitores


A caixa capacitiva, ou simplesmente capacitar de potência, é representada
pela figura 4.8.1.

Figura 4.8. 1 - Capacitor de Potêa.c ia


As. expressões, relativas ao capacitar, são:
l 1
V=Xc l = -1= - - í
roC 2nfC

(4.8.J)

(4.8.2)

Onde:
f - rreqüênc ia, em [Hz), da rede elétrica;
Proteção de Banco de Capacitores 205

C -+ capacitância, em [F], do capacitor,


V -+ tensão elétrica, em M , no capacitor,
Xc -+ reatância capacitiva, em [O], do capacitor.
Q -+ potência reativa, em [VAr], do capacitor.
As unidades {caixas) capácitivas de alta tensão são fabricadas para suprir
potência reativa na ordem de 25; 50; 100; 150; 200; 300 e 400 kVAr, nas tensões
de 2,4; 2,77; 4 , 16; 4,8; 6,64; 7;1.; 7,62; 7,96; 8,32; 9,54 ; 9.96: 11 ,4; 12.47: 13,28;
13,8; 14,4 ; 15,125; 19,92; 20,8; 2 1,6; 22,8; 23,8 e 23,94 kV.
A caixa capacitiva supre a potência nominal, sob tensão nominal. Se a
tensão submetida for diferente da nominal o suprimento de reativo varia e pode ser
calculado pela expressão 4 .8.3.
2

QDUYO = Q,.,mina:I(: ~- ] (4.8.3)


nn.mmu.l

Exemplo 4.8..1: Uma caixa capacitiva tem a seguinte especificação, na sua placa;
L00kVAr e 7,96kV. Qual a potência reativa liberada pela unidade capacitiva na
tensão de 8,5kV?
Solução:

?~:!r
Aplicando-se a expressão 4.8.3, tem-se

Q s.,kv = LOOk(
Q8_,kv = 114kVAr
Na operação fora da normalidade [75] o capacitor pode:
7 operar com até 135% da potência nominal;
+ operar com 180% da corrente nominal;
7 operar com a tensão, na freqüência industrial, sujeita aos Limites da
tabela 4.8.1 .
Pode-se verificar que em regime permanente o capacilor pode operar
10% acima da tensão nominal.
$ A tensão de pico, em qualquer momento, não pode exceder a 20% da
tensão de pico da tensão fundamental em 601-lz. Isso porque,
dependendo da conexão utilizada no banco de capacitores, as
hannônicas existentes deformam a tensão o rig inal.
206 Capitulo 4

Duração de sobretensão no capacitor, na freqüência


industrio!

fator da sobretensão em
Duração permitida relação à tensão nomi'l2.! do
~ pacitv..

6 ciclos 2.20

15 c iclos 2,00
Is 1,70

15s 1,40
l min 1,30

30min 1.25
permanentemente 1, 10
Tabela 4.8 . 1 - Suportabilidade de Sobretensão no Capacitor [66]

4.9 Esquema (Instalação) de Grandes Bancos de Capacitores


A figura 4.9. 1 apresenta um esquema genérico de conexões de caixas de
capacilor de potência protegidos individualmente, por elos fusíveis, e fonnando
uma fase de um sistema elétrico trifásico. ·
Onde:
C<>JU ➔ capacitãnc ia de uma caixa capacítiva;

Eª ➔ tensão de linha a neutro, da fase "a". do sistema 1rifãsico, no qual o banco


eslâ instalado:
M ➔ número de caixas capacitivas em parale lo no grupo;
S ➔ número de grupos em série. em uma fase do banco de capacitores.
Na instalação da figura 4.9. 1 todas as unidades capac itivas (caixas) são
iguais.
O grupo é formado por varias caixas capacilivas cm paralelo e todo:-. os
grupos são iguais. Os grupos são associados em série, para formar uma fase do
banco de capacitores do sistema trifásico.
r

Proteção de Banco de Capacitores 207

Unha I,_
(

(
(
(
(
l

I II I IF
~~- l
T 2 T J T ◄ 1' 5 T e_, MT
(

Neutro I (

Figura 4.9. 1- Esquema Genérico úe Unidades Capacitivas em Paralelo e em érie.


Coasutuindo uma Fase de um Banco de Capacitares conect::idos em Estrela
A capacitância total de um grupo é dada por

C""""' = MCª..., (4.9. 1.)

A capacilância. por fase. do ba nco trilãsico é dada por (


(
_ l _=S·--- C - M Cem• (4.9.2)
r... - S (
C r."' MC l'lUll

A tensão clélrica c m cada grupo o u em cada caixa capacitiva é a mesma e é


dada po r (
E l
EQWI = El!l'IJX' =-•
s (4.9.3)

A corrente elétrica que passa e m cada caúca capacitl\ a i

\
208 Capftulo 4

I Ecwa E. E
cauta= ~ = ] =2nfCC8Jll
. - s•
= S-----
2rtfC"'"'ª
• - "' - ,.. E,
ªcaixa - .:.. i• , ... c.h-11 S (4.9.4J

A corrente na fase d.o banco de capacitares é


M
l!àsc: = M · lcaw = 21t f Cca!u SE. (4.9.5)

4.10 Banco de Capacitores Conectado em Estrela Aterrada


No banco de capacitares conectado em estrela aterrada a tensão na fase se
mantém se uma ou algumas caixas capacitivas saem de operação.
A figura 4.10. 1 apresenta um defeito (curto-circu.ito) em uma caixa
capaciüva. Por facilidade de exposição, foi considerado o defeito na primeira caixa.
No instante do curto-circuito, os capacítores sem defeito, do mesmo grupo,
vão descarregar sua energia sobre a caixa defeituosa. Neste período o elo fusível
não rompe e, assim, o transitório se extingue. A caixa defeituosa fica sem tensão e
drena toda a corrente da fase do banco capacitivo. Note que o defeito em uma
caixa não caracteriza um curto-circuito no banco, isto porque a corrente elétrica é
limitada pelos capacitores dos grupos remanescentes. Duranre o defeito a tensão
elétrica sobre o grupo defeituoso é zero, tal que, momentane.amente, o grupo deixa
de operar no conjunto. A corrente elétrica qne passa na caixa defeiruosa será ioda a
corrente da fase do banco. e é dada por
M -E,
Jdefeito 1
(S-1)
2rrf c cai_u

(4. 10. 1)

E S-M
L., = 2rrfC . -• - -
=•w, mu. S S-l

Comparando-se es1a equação com a expressão 4_9.4, tem-se


r
P1ioteçiio de Banco de Capacitores 209

j
~

G~■l,l-l■l -~ -l~--l Neutro


Figura 4. 10. 1 - Curto-circuito na Primeira Caixa Capacitwa
S-M
Jdcfciio = S _ I Jº" "-" (4.10.2)

Essa corrente de defeito deverá romper o elo fusível. O elo fusível


adequado devera ser dimensionado de acordo com a expressão 4 . 10.3.

I <l < l ôdcllO {4 . 10.3)


QIU elo 10

ou

-fBanco JBaa<:o S •-
- < f < -===-- M
l4. 10.4)
M c1o 10 S- 1
Pela expressão 4. 10.4, pant que o e lo íusivel possa se fuad.ir, quando da
ocorrência de um defeito cm uma caixa capacitiva. deve haver um número mínimo
210 Capítulo 4
r
de caixas capacitivas cm paralelo, em um grupo do banco de capacita res. A tabela
4. 10.1 apresenla essa comdição mínima.

1Número mí.uimo Po rcentagem da


1r'~ero (S) de :1e caix3!> ero Múltiplo da oo.a:enle tensão nominal nas
grupos 1!11 l para,~:~ pOr <li:: urna caixa, para caixas renfauésceotes
série, por rase grupo defeito na caixa do mesm o grupo, ;;pés
Mmmnno a fusão do e lo

1
li 1 Próprio cuno - 1

2
li 6 12,0 109%
1

3 8 12,0 109%
11 1

4
li 9 12.0 109%
1
5
li 9
1
11,2
. 109,8%
1

6
li 9
11
10,S
1
109%
1

7
li 10
li 11.7
1
109.4¾
1

8 10
li 11,4
1
109,5%
1

9 10
1
11.2
li < 11 0%
1

LO t,Q
1
1 LI
li < 110%
1

11
11 10
1
11 ,0
li < 110¾
1

12
li 11 12.0
li < 11 0%
1
13 11 11,9 < 110%
11 11 1
14
11
11 l l ,8
li < 110%
1

15
li li 11 ,8
li < 11 0%
1
16
li 11 11.7
li < 110%
1
Tabela 4. 10.1- Número Mínimo de Caixas Capacitivas em Paralelo, no Grupo, de acordo
com a Associação cm Serie da conexão do Banco em Estrela Aterrada
Proteção de Bonco de Capacitores 2 ll

A tabela 4 .10. 1 apresenta a corrente que passa na caixa capacitiva com


de feito e a tensão nos terminais das caixas remanescentes do grupo.
O elo fusível deve romper antes do tempo de ruptura e de explosão da
caixa capacitiva. O fabrican te fornece a cu.-va de dano (estufamento e exp losão} da
caixa. Assim :..,uos <''i elos fi,c;h t>ic:, 11••~ lenham curvas de fusão !nJÍ.._xi rna, ebaiv.!!
da curva de dano da caixa. são possíveis óe sere m instalados. Após a fusã<' do e lo
fusível as caixas capacitivas do seu gnrpo entram □ova.mente em ope ração. A
figura 4 . 10 .2 mostra o grupo das caixas capacitas com um elo rompido.

Unha I 1_

!
!

ru~sl1'1llllb:~ l
l.
G Í;-
(
t
Figura 4. 10.2 - Elo Rompiuo

A t..ipacilància total dos grupos e sua associação em sé rie. para uma fase.
são novamente apresentadas na fi gura 4. 10.3.
(
(
212 Capillllo 4

Unhal
Grupo 1 I .
(M- 1) Ctaixa
1-,
:

Grupo 2 I MCa,ixa
j
!! ,.

Grupo 3 T MCca1xa E.
i

Grupo S
lT MCa,;xa
Neutro
Figura 4. 10.3 - Fase do Banco de Capacitares com o Primeiro Grupo sem uma Caixa
Capacitiva
Sem uma caixa capacitiva a tensão submetida no grupo correspondente
cresce e seu valor é dado por

1m{M- ) ~caixo E._


_ \r.. +(S- 1)- -
ro (M l~caixa roM CCIIÍU

M
E grnpo d C<IÍlf0110
fi ' = s(M-1) + I E • (4. 10.5)

A sobretensão nos capacitores do grupo. de acordo com a tabela 4.8. 1. não


pode ser maior do que 10%.
A expressão 4 . 10.5 é asada para a retirada de uma caixa capacitiva., mas
para o caso de N caixas capacitas retiradas, no mesmo grupo, a expressão 4.10.6
fornece a tensão submetida aos capacilores remanescentes do grupo.

E M E t4.10.6)
- grupo N rom•das ::; S(M _ N)+ N a

Note que com a retirada de caixas capacitivas a tensão cresce nu grupo


correspondente e se reduz nos outros grupos associados em série. Deve-se prever
que, com caixas capacitivas retiradas, a tensão nas caixas remanescentes não
ultrapasse 10% da tensão nominal de uma caixa. Em banco de capacitares bem
f Proteção de Banco de Capacitores 213

projetado, geralmente, na terceira caixa capacitiva retirada., a sobretensão nas


caixas remanescentes do mesmo grupo é maior que 10%.
A corrente elétrica que passa pelo fio de ligação à terra é dada pela
expressão 4.10.7.
1 - t; -

~
I Kcurro -s--,(-rv_1 _ _J',_~.,..)-+_l_..:/ l mse oannal (4 . 10.7)

-ºª
M -N
(4. 10.8J
S(M - N) + N Icriunnnna1

4.11 Banco de Capacitores Conectado em Estrela Não


Aterrada
Como, inicialmente, a instalação da estrela não aterrada é feita equilibrada,
na operação nom1al o ponto central desta conexão está no mesmo potencial do
neutro (terra) de um sistema aterrado.
Na operação norma l equilibrada a tensão e a corrente são as mesmas
indicadas nas expressões 4.9.3, 4.9.4 e 4.9.5.
Quando ocorre um defeito em uma caixa c.apacitiva. a corrente de cuno-
circuito é dada por

3MS
l defeuo = JS- 2 Tcai,a (4. 11.1 )

Com a fusão do e lo fusível a caixa capacitiva com defeito 1: retirada de


operação e a ins talação remanescente da estrela isolada opera desequilibrada. A
ten são nas caixas capaciti,,..J s remanescentes do grupo se e leva. Se várias caixas
capacitivas (N) são retiradas, no mesmo grupo. a tensão se e leva e o seu valor é
dado por

3M E (4. 11.2}
3S(M-N) +2N ª
Supondo que N caixas capacitivas são retiradas. no mesmo grupo, o neutro
da estrela isolada vai se deslocar em relação ao neutro de um sistema equilibrado
ou aterrado. A expressão 4. 11 .3 fornece o valor do deslocamento do neutro.
2 14 Capítulo 4

E - N E (4. 11 .3)
Dcsloeamcolo do NCtJrn> - 3S(M _ N) + 2 N ■
Para garantir ambos, a fusão do elo fusível e que a tensão não ultrapasse
l0% da tensão nominal. a tabela 4. 1.1 apresenta a quantic_tlc: mínima de caixas
êãpác-itivas- em paralelo, para a instalação desejada.

Número mínimo Porcentagem da


Número (S) de de caixas em Múltiplo da corrente tensão nominal nas
grupos em paralelo, por de uma ca.L~a. para caixas remanescentes
série, por fase gnipo defeito na cai.'Ul do mesmo g rupo, após
M miuimo
a fu5ão do elo

1 1
li 4 1
12.0
1 109%
1

1
2
11
8
1
12,0
l 109%
1

1
3
li ~ 1
11 ,6
1
109..5%
1

4 10 12.0 109%
1 11 1 1 1

5 10 11 ,5 l!0%
11 1 1 1

6
li 10
1
11 ,2
1
11 0%

7 10 11.0 110%
1 1 1

8 11 12,0 109,5%
1 11 1

9 11 11 ,9 < 110%
1 11
10
1
1.1
li 11,8 < 110%

11
1
li
li 11,7 < 110%
1
12 11 11 ,6 < 110¾
1 1 11 1

1
13
1
11
li 11.6
1
< 110%
1

1
14
1
11
li 11 ,5
1
< 11 0%
l
15 11 11 ,5 < 110%
1 1 11 1 1
Proteção de Banco de Capacitores 215

11
16
li 11
11 11,5
11 < 110%
11
Tabela 4.11.1 - Número Mfnimo de Caixas Capacitivas em Paralelo, no Grupo, d.e acordo
com a Associação em Série, para Banco de C apacitores Conectado em Estrela Isolada

4.12 Banco-de Capacitores Conectado em Dupla Estrela Nio


Aterrada
A dupla estrela consiste de dois bancos de capacitores, cada um conectado
em estrela isolada, com os neutros interligados, conectados em paralelo em um
sistema elétrico trifãsico. A figura 4.U.l mostra este tipo de ligação.
Barra

t
(
.,
E
B
õ.,a.
..
~ ,:1 T~
" 1
3 i
~ Tl f2
1--i MT111~-1
1
T x
LI-~-- 1 11-i 11
MT r x~ MT T x MT T x
1 2 1 2 1
k- 1 L, ___ 1
"'T 1: x MT

1 f 1 1 f 1
Estrela A '--- - - - - - - - - - - - - - - ' Estrela B
figura 4.12.1 - Dupla Estrela Isolada
A tensão em cada cai.xa capacitiva é a mesma obtida pela expressão 4.9.3.
A corrente normal que passa por uma cajxa capacitiva é dada pela expressão 4.9.4.
Na ocorrência de um defeiLo a corrente de cuno-circuito que passa pela
caixa com defeito é dada pela expressão 4. 12. 1.
216 Capilll]o 4

l _ 6MS l
11er,,to - _ aw (4.12.1 )
68 5
Após a abertura do e lo fusível o grupo perderá a caixa capacitiva
defeituosa e havera uma e levação de pc:,;:ucial nos capacitores desse grupo. A
- expressão 4.12.:Z ôá o \-õ..lo!" 1a tensau :!C!::o~~apõ.:itores do grupo, par.. o caso .::e N
caixas retiradas.

6M E
(4.12 2)
6S(M -N)+5N •
Com as N caixas capacitivas retiradas de um mesmo grupo haverá um
deslocamento do ponto central dos bancos de capacitares conectados em dupla
estrela. P elo cabo condutor que conecta os centros da dupla estrela fluirá uma
corrente e létrica. cujo valor é dada pela expressão 4. 123.

3MN f
(4. 12.3)
6S(M - N)+ 5N caiu
A tabela 4. 12.1 apresenta o número mínimo de unidades que deve conter
cada grupo, para possibilitar a fusão do elo fusivel e manter a tensão abaixo de
10% de sobre1ensão nos capacitores do grupo.

Múltiplo da
Número Porcentagem da
Número (S) corrente de uma
mínimo de tensão nominal
Múltiplo da e.ai xa. para a
de grupos em nas caixas
caixas em corren te de ll.llla corrente que
série, por remanescentes
paralelo, por caixa, para passa pelo
fase. em cada do mesmo
gnrpo defeito na caixa neutro, dev ido à
estrela t,'Tl.lpo, após a
t-lm1111mn retlmda de uma
fusão do elu
unidade

l 2 12.0 109, 1% 0,545


1 1 1
2 7 12,0 109,1% 0.272
1 1

3 8 1 LI 109,9¾ 0, l83
1 1
4 9 11 ,4 109,6% 0, 137
1 1

5 10 12,0 109.1% 0. 109


1 1
Proteção de Banco de Capacitores 217

6
11
10
11
11,6
li 109,4%
li 0,091
1
7
11
10
11
11,4
11 109,7%
li 0,078
1
8
li 10 IL 11 ,2 J I_ 109,8% li 0,068
1
9
ll lO
11
11 ,0 1 1 1 10% ][ 0,061

JO
li 11
1 l2,0
1
109,1%
11
0,054

li 11 11,9 109,2% 0,049


1 11
12 11 11.8
1
109,2%
li 0,045

13 11 11,8
1
109,3%
li 0,042

14 11 11 ,7
1
109,3%
li 0,039

15 11 11 ,6
li .109,4%
li 0,036

16
1
11
11 11,6
11
109,4%
li 0,034

Tabela 4. 12. 1 - Número Mínimo de Caixas Capacfüvas em ParaJelo, no Grupo, de acordo


com a Associação em Séçie, para Banco de Capacitores Conectados em Dupla Estrela
1solada
Esta tabela apresenta, também, a corrente que passa na cajxa capacitiva
com defeito e a tensão nos capacitores remanescentes d.o grupo.

4.13 Banco de Capacitores - Ligação Tipo H


A figura 4. 13. 1 mostra um banco de capacitores conectado em estrela
isolada, onde em cada fase apresenta wna ligação do tipo H.

TT TT TT
}o{ }o{ }o{
T T T T T
Figura 4.13. 1 - Ligação Tipo Hem Cada Fase
T
218 Capítulo 4

Na operação nonnal, a corrente não circula pelo TC, e qualquer defeito em


uma unidade capacitiva provoca um desequilíbrio, íluindo corrente elétrica no
braço (ponte) contendo o TC da ügação em H. Assim, o relé sera sensibilizado e,
dependendo da gravidade do de feito, o alanne será ativado ou ocorrerá a abertura_
do disjuntor ou da chave sec.cionadora (que opera sob carga).
E,<:r~ c:::;ifig-..il1lç!~ ti:::: !::I fqi_. inicialmente, muit:> utilizad.:i l\a ~ur;:?pa e na
Austrália; boje é adotada em todo o mundo, inclusive no Brasil.
' A conexão de banco de capacitores em estrela, com ligação tipo H pode,
também ser aterrada. Por exemplo, o banco de capacitores,, apresentado na
fotografia 4.1 .l , é conectado em estrela aterrada., com ligação tipo li Esse banco
de capacitares é focmado, em cada fase, por 4 caix.as capacitivas por grupo, sendo
17 grupos em série, perfazendo no total 204 caixas capacitivas, produzindo
IOOMVAr em 230 kV.

4.14 Energização de uma Unidade Capacitiva


A.ates da energização, o capacitar está descarregado, isto é, sem Le:nsào nos
seus tenninais. Quando uma unidade capacitiva é energizada., ocorre uma corrente
de elevada magnitude de curta duração. ~ssa corrente é conhecida como corrente
de inrush. Portanto, o capacitar passa pelos seguintes estágios, na energiz.açáo:
• Sem tensão e corrente antes da cnergização;
• Corrente de inrush no período da energização;
• Tensão e corrente de regime permanente depois da energização.
A corrente de ü1rusl1 possui frcqiiéncias bem maiores que a fundamental. A
amplitude inicial da corrente de inro.sh vai depeoder da característica da rede
elétrica e do v alor instantâneo da lensào no início da energizaçâo. A máxima
amplitude da correnle de inrush ocoTTe no inslante da energização que tenha o
valor máximo da tensão elétrica da rede. D esse modo. a fim de simplificar a
obrenção da corrente de inrush máxima, a energização da unidade capacitiva ocorre
supondo o sistema elétrico composto por uma fonte de tensão contínua, com valor
igual ao de crista da tensão a1temada da rede. Com esta consiide ração o c ircuito
elétrico de energizaç.ã o do capacitor é o da figura 4. 14. 1.

v,_ ~
~~ c J_"c(l)

Figura 4. 14.1 - Circuito E.qui valente para a Energização do Capacitor


Proteção de Banco de Capacitares 219

Como o propósito especifico é o da obtenção da corrente mãxitna de


inrush, pode-se desconsiderar a resistência R do circuito da figura 4.14. 1, porque
seu valor não influi na parte inicial do transitório (posteriormente amortece a onda
de tensão e corrente). Portanto, a resistência R será desconsiderada, para facilitar a
anãlise e obtem~ãQ do valor da corrente 1.c i1mtsh. Nesse circuito a indutância L (
representa a iuct:atãnci.l ~iva!.c;nte .:-1 s;s,:mi::. !!létril:o.
Na fig ura 4.14. 1 a soma das tensões elétricas no circuito é dada por

Vwh -Ldi(:t)
-
()
+ vc t (4.14.1)
dt
A tensão elétrica ao capacitor é
(
(
vc(t)=_!_ fi(l)·d(L) (4. 14.2) ,(
e
(
Substituindo a expressão 4.14.2 na 4.14.1. tem-se
{
VUI~ =L di(t) +_!_ Ji(t)·d(t) (4. 14.3)
dt C (

Aplicando a Transfonnada de Laplace na expressão 4. 14.3, resulta


(
Vmn = LS l(S)- 1(0)+- 1 l(S) (4. 14.4)
s cs (
Sendo 1(0) = O.obtém-se (

1 (
V""' = (Ls+-) 1(S)
s cs l
R
I(S) = V,n;~C ., v"''"·- - -
LCS·+1 L s1+-1-
LC
·cterando
Cons1
2
úl0 = l-. tem-se
LC
[(S) = V max . ., ] .,
L s- +wc
Aplicando-se a Transformada Inversa de Laplace, obtém-se
220 Capítulo4

(4.14.5)

e substiu.tindo 0>0 na última expressão, obtém-se

i(l) = V ma~ {e sen( ~ () l4. t 4.ó)


ii v LC
Onde ro0 é a freqüência angular naturaJ do circuito e a freqüência natural
da corrente de inrush no período transitório é dada por
1
roo =2rlo = .JLc,

f - 1
1 o - 21t-✓
LC
1
{4. 14.7)

Note que, pela expressão 4.14.6, a corrente de inmsh é considerada


senoidal. lsso se deve pela desconsideração da resistência R Porém, na realidade
essa senoidnl de freqüência fO decresce amortecida pela resistência R.
O valor de crista da corrente de inru.vh é

·1 =V {e
11\U nw fC
O valor de crista da tensão e seu valor eficaz são relacionados por
V"""' = ✓2Y,.,.. ; e substituindo na expressão anterior. tem-se

{4. 1-t8)

A expressão 4 . 14.8, pode ser reescrita como

'
~, t= ✓2v,_
Proteção de Banco de Capacitares 221

Sabendo que Z _,,, = i é conhecida como impedância característica do

-
circuito de energização do capacilor, tem-se

(4.14.9)

A expressão 4.14.9 fornece o valor mãximo da corrente de inrush para a


energização de uma caixa capacitiva ou de um banco de capacitares.
Note que as proteções utilizadas não devem atuar durante a. energização de
um banco de capacitares.
Observação: Nos bancos de capacitores instalados nas subestações, que não
possuem bobinas de amortecimentos. a corrente de inrush pode atingir até 15 vezes
a corrente nominal.

4.15 Energização de uma Unidade Capacitiva em Paralelo


O circuüo da figura 4.15.1 ilustra a situação c m que uma rede elétrica
opera conectada a um banco de capacitares e deseja-se conectar uma nova unidade
capacitiva. O circuito equivaleme, durante a energização, é mostrado nesta figura.

Figura -U 5. 1 - Energi7açào de uma Nova Unidade D pac1Liva


Onde:
v mh =✓2Vfasc
L1 ➔ indutância equivalente do circuito da fonte até o banco mstalado
L 2 ➔ indutância equivalente do circuito entre o banco ex istente e a unidade
capacitiva energizada
C1 ➔ capacitância equivalente do banco de capacitares instalado
C2 ➔ capacitãncia equivalente da unidade capacitiva a o;er encrgizada
222 Capitulo 4

ldenlicamente ao apresen tado no item anterior, a consideração da fonte de


tensão é a mesma, ou seja, o chaveamento na energização ocorre com o vaJor
máximo da tensão da rede elétrica.
Note que, pelo esquema apresentado aa figura 4.1 5. 1, quando do
chaveamento da unidade capacitiva C 2 ocorrem dois tra.,:litórios distintoli. Um
transitório ocorre entre a fonte e a nova unidade inserida e o outro Lransitório
ocorre e ntre os dois capac itores. Dos dois transitórios, o que representa maior
amplitude e freqüência na corrente de ínrosh é o transitório existente entre as duas
unidades capacitivas; portanto, somente este será considerado. Assim, no modelo
do circuito apresentado na figura 4. 15. 1 não se considera a parte que envolve a
fonte de tensão. e o c ircuito simplificado fica sendo o da figura 4.15.2.

Figura 4.15.2 - Circuü o Simplificado para a Energiz.ação entre dois Capacitores


Associando as duas unidades capacitivas obtém-se o circuito da figura
4. 15.3.

L~17_Te e,
9
vll\D -
,_
_ _ _ __ _ _ _ __, ni
= ·C,
e,+ e~
rigum-1.15.3 - C ircuito Redu1.ido para a Energizaçào dos dois Oipacilores
Note que a fonte de tensão do circuito da figura 4. 15.3 representa o valor
da condição inicial no capacitor C 1 no instante do chaveamcnto.
O c ircuito da figura 4 . 15.3 tem a mesma rnnCigu raçiio do c ircu ito da fig ura
4 .14.1. portanto as soluções são idémicas, Assim. adaptando as soluções tem-se. n
partir da expressão 4. 14.6. a nova expressão 4. 15. l para a corrente máxima de
inrmh entre duas unidades capac11ivas.
Proteção de Banco de Capad1ores 223

(4. 15. 1)

O valor máximo da corrente de inro.sh será

.fi.vmc (4. 15.2)


ZIUDD

z 11111'\0
;:::=f"'
e leq

A freqüência natural da com.mle transitória do innish é dada por


l
fo == fr""r (
21tv-L""Ceq
(
Observação: Como a indutância entre os dois capacitores é muito baixa a corrente
de inroslt tem valor elevado. podendo atingir a ordem de 20 a 250 vezes a corrente (
nominal. Portanto, é comum dimensionar uma bobina de amortecimento, que é
instalada em série cm cada fase do banco de capacitores. Esta bobina de
amortecimento limitara a corrente de inmsh a valores adequados, preservando
assim, a integridade das chaves seccionadoras, disjuntores e. principalmenle,
evitando a fusão do elo fuslveJ das caixas capacitivas.

Exemplo 4.J5. l: Uma subestação tem a instalação apresentada na figura 4. 15.4. (


1,2 MVAr
L, =4m
t
E
E------. {
13,.BkV "'
,.; Disjuntor 'lf

-tf ..
il
(
..J

{
L, = 8,5m
..,
E
c-i
DÍSjU11tor 1,2 MVAr
n
...J
(

L,. = 4m E------. '-


'lf
Figura 4. 15.4 - Instalação de dois Bancos de Capacitores em uma Subestação


224 Capítulo 4

lnicialmeote, os dois bancos de capacitores estão desligados. A impedância


equjvaleote da barra de IJ ,8kV é de ZsE = 0,429pu (Base: l3,8kV e IO0MVA).
Na subestação, devido ao tipo de estrutura empregada. o cabeameoto tem

0,7021 µH . Devid9 ,;10 aspecto wnstrutivc o banco de capac itoc apresenta uma
m
indutância típica de 5 µH.
a) Calcular a indutincia equivalente do sistema clét.rico até a barra da
subestação.
Considerando Zsa =XSE = 0,429 pu, tem-se
3
X = 0429 -Z = 0429· V~
SE ' e- • sBut = 0.429- (lIOOM
, k)2 0,81690

XSE = 21tf LSF


L _ X SE _ 0,8 169
SE - 21tf - 21t •60
L sE =2 166,84 µH
b) Calcular as indutâncias cquh•aleo tcs dos cabeamentos indicados na figura
4.15.4.
L, = O,7021 x 8,5 =- 6,0 µH
Ll = L] = 0,7021 x 2,5 1,750µ11 =
L-1 = L5 = 0,7021 x 4 =2,80~tH
c) Calcular a capacitância d o banco de capacitores.
Da ex pressão 4.8.1, tem-se
e - e _ __g__
1 2
Q 1,2M
- - roV 2 - 2,r fV 2 21t-60(13.8k)2
C1 = C 2 = 16,71µF
d) Calcula r a corrente nom ina l do banco de capacitor.
l _ Snomm.i L,2M
✓3V
no 11t1nw -
nomm ll
✓3 x l3,8k
Proteçlio de Banco de Capacitores 225

I DOIDlllal = 50,2 A
e) Calcular a máxima corrente de inrus/1 para o cbaveamento do primeiro
ba nco de capacitores.
Para esse cáJculo. deve-:;,-_u::ilizar a exprP.s~ o 4. 14.~, apresentada a seguir

lmh = ✓2Vr-Íf
Onde:

V '-= V;;= ' t=7967,43V

C=C, = l 6,71µF
L = LSE + L 1 + L 2 + L,. + L llmco~Capocmm
L = 2 166,84+ 6,0 + 1,75 + 2.8+ 5,0 =2 182,39µ11
16 71
I = ✓2x 796743 1
• µ
mh 2 182'39µ
Jmu = 985,95 A

f0 = 1
2rc../Lc 21t,.j2182,39 µ x l 6,7 1µ
f 0 = 833,42Hz
í) Calcular a máxima corrente de i11rus/r para o cbavcamenlo do segundo
banco de capacitor.
Para esse cálculo deve-se utilizar a expressão 4. LS.2-. apresentada a seguir

l mâ, = v[;;..t.Vrue JF;cq


-
l eq
Onde:

e = e, · C1 s.35µF
cq c, +Ci
226 Capítulo 4

L"' =2,80+ l,75 + 1,75 +2,8 +~x5,0 = 19,I0µH

I = ✓2 x 7967 43 8
.3Sµ
mn
- ' 191 ' µ
1111b -1450A

fo = 1 1
211:.JLoqCoq 2n.J19,1µ x8,35µ
f 0 =12602,6 l:lz
Observação: Para diminuir o valor da corrente máxima de inmsh, bem como sua
freqüência natural do transitório, deve-se projelar, convenientemente, uma
indutância de amortecimento a ser instalada em série com o banco de capacitores.
A fotografia 4.1. L mostra as 3 bobinas que formam a indutância de amortecimento
do banco de capacitores {I OOMVAr, 230kV) tipo H, conectado em estrela aterrada,
da subestação Oravataf JI. Pode-se, também, utilizar outras técnicas., tais como a
pré-in.-.erção de uma resistência R, ou proceder o chaveamento na tensão zero.

4.16 Proteção de Banco de Capacitores Conectado em Estrela


Aterrada
A Ugação do banco de capacitores em estrela aterrada ou com neulro
aterrado, foi apresentada na figura 4.7.l. Mostra-se, a seguir, alguns esquemas de
proteção, aplicados a conex.ão de banco de capacita res em estrela aterrada.
A figura 4.16. 1 aprescnra um tipo de esqoema de proteção de um banco de
capacitores em estrela aterrada. acoplado ao barramento de uma subestação.
A proteção de sobrecorrente protege o banco de ca.pacitores no caso de
qwtlquer defeito (curto-circuito) do TC alé o interior do banco. A proteção de
sobrecorrente atua para defeitos graves, promovendo a abertura do disjuntor local
ou do barramento.
Muitas empresas, para bru1co de capacitores de pequeno porte. adotam a
proteção de sobrecorrente antes do barramentO. como mostra o diagrama unifilar da
(igura 4 .16.2.
Se o defcilo for no hanco de capacitores a proteção de sobrecorrente atua,
abrindo o disjuntor do barramento. Lmedialamenie. deve-se abrir a chave
secciouadora do banco de capacitares e restabelecer as condições operativas do
barramento.
Proteção de Banco de Capacitores 227

Barra

TC

(
(

(
(
(

(
(
(
Filtro (
Figura -1. 16. 1 - Proteção Jo? Banco de C~cnores cm Estrela Awrrndo
(
O s defeiios no banco de capacitores são os que ocorrem por:
(
♦ Curto-circuito entre caixas capacilivas;
♦ Cuno-circuito entre uma caixa capacitirn e o suporte metálico do l
banco; (
• Defeitos em qualquer local do circuito de entrada da instalação do
banco:
• Curto-circuito interno à caixa capacitiva_

l
(

(
228 Capítulo 4

t ,aasfonnado<

SON/
/Sll'I

~
Disjuntor
.l .l
. ,__:___ _;

Secionadora
Barra
1
Chave a Óleo
........
··--.........
·:

~---e~ !
/
Alimentadores ..591...T

Alarme
=-
Figuro 4. 16.2 - Diagrama Uni filar com a Proteção de Sobrccorrente no Barramento
A proteção de sobrecorreme não cobre todos os Lipos de dcíeitos. O utras
proteções são necessárias. como a de seqüência negativa (46), de sobrecarga (49). e
de míaima corrente (37). também conhecida por subcorrente. Até o momento, e
nos livros de proteção (volume I e 2). apresentou-se vários Lipos de esquemas de
proteção, ponanto, não serão mais descritas as proteções exlcmas do banco de
capacitares. A seguir, apresenla-sc as proteções para defellos em caixas capacitavas
individuais, associadas aos efeitos com a sua retirada de operação.
Cada caixa capacitiva está protegida pelo seu próprio elo fusível. A retirada
da caixa, pelo rompimento do elo fusível, será detectada pela proteção de
sobretensão (59), que nessa situação está fazendo a função de proteção 64. Nesse
Proteção de Banco de Capacitores 229

tipo de Ligação. as correntes de 3ª hannônica e seus múltiplos de ordem ímpar


fluem do neutro para a terra. Portanto, há necessidade de se utilizar 6.ltros para
derivar as harmônicas do relé de sobretensão. Assim, na resistência R circula a
corrente fundamental, relativa à retirada da caixa capacitiva, cuja tensão gerada
será monitorada pela proteção 59. O valor de R é da orden, ci~ 5 a 250. A :,:imeira
caixa capac1iiva retirada do banco de capacitares deve ser sinalJ:z._~a., através de
alarme acionado pela proteção 59. Portanto, o ajuste da proteção 59T (unidade
instantân ea), deve ser menor que a tensão gerada pela retirada da primeira caixa.
A corrente que circula na ligação à terra, para N caixas capacitivas
retiradas num mesmo grupo, é dada pela expressão 4.10.7 ou 4 .10.8. Considerando
o valor de R o ajuste para provocar o alarme na unidade de proteção 59, para uma
caixa capacitiva retirada, deve ser
V < R . rNcutru I Clll&.a ,ctlrada (4.16.l)
lljtme59I a

onde:
a= {L,5 para relé e letromecânj co
1,1 para relé digital
P ara ajustar a proteção de sobretensão 59T (tempomada), deve-se
considerar o número N de caixas retiradas, que produza uma sobretensão acima de
10% nas caixas capacitivas remanescente do mesmo grupo. Portanto, o ajuste da
proteção 59T é obtido através da inequação
R · l Neall:ll para N caixas retinum (4. 16.2)
Vajustt 59T S - - ---'--- -- - -
a
Nessa expressão, l N,u1ro p•r• N "'".. reuradas é a corrente relativa às N cai-xas
retiradas, que produz sobretensão maior que 10% nas caixas capacitivas
remanescentes do mesmo grupo da caixa com defeito. As sobreteosões nas caixas
capacít.ivas são calculadas pela expressão 4 .10.6 . A proteção de sobretensão 59T
tem uma temporização de 0,5s e sua atuação abre a chave a óleo ou o disjuotor
local. O defeito em uma cruxa capacitiva ou em N caixas não corresponde a um
curto-circuito elevado no sistema e, portanto. não há necessidade de se ter um
dispositivo de abertura de elevada capacidade de ruptura como um disjunto r, o que
permite usar uma chave a óleo com abertura sob carga.
Outro esquema de proteção que também pode ser utílízado é o balanço de
tensão. função 60, que está apresentado nwna única fase, na figura 4.16.3.
230 Capítulo 4

TP

Ili
G)

!i
õ
Relé
a,
59
o_
a, Função
(.) 60
CD
"O TP
o
u
e
(ti
1D

Figura 4. 16.3 - Proteção por Balanço de Tensão do Banco de Capaci1ores em Es1rela


Aterrada.
Nesse esquema, qllllndo alguma unidade capacitiva saj do grupo, provoca
um desequilíbrio de tensão dete-elado pe la proteção de balanço de tensão 60, que
pode acionar um alarme ou desligar o banco de capacitores. Essa proteção ê imune
ao desbalanço de tensão proveniente do sistema elétrico. A desvantagens é a
necessidade de 6 TPs para a proteção tolal do banco de capacitares.
Outro esquema. de balan ço de tensão de seqüência zero. é o apresenta do na
figurn 4. 16.4.
A proteção de sobretensão 59 está conectada no secundâno de 3 TPs,
fonnando uma conexão em ó aben o. Na operação nonnnl a proteção 59 é
s ubme1ida à soma das 3 tensões, isto é

VS9 = 1v. + V~+ vcl= zero


Se alguma unidade capacitiva é retirada, as te nsões nos primários dos TPs
se tomam desbalanceadas. O grau de desequilíbrio de tensão. que reflete a
quan tidade de cajxas capacitivas retiradas, é detectado pela proteção 59. Assim,
deve-se ajustar o 591 para acionar o alanne, no 1° estágio, e o 59T para desligar o
banco de capacitares. no 2° estàgio.
Proteção de Banco de Capacitores 231

Barra

Figura 4. L6.4- Proteção por Balanço de Tensão '


(
Se a subesração tem dois bancos de capacitares instalados em estrela (
aterrad~ pode-se utilizar um esquema de proteção de balanço de corrente, como
mostra a figura 4. 16.5. (
Na operação normal não circula corrente fundamental no relé de l
sobrccorrente. As harmônicas de terceira ordem e seas múltiplos não passam no
relé, devido aos TCs estarem conectados em oposição às suas marcas de
polaridade. Portanto, esta proteção não necessita de liJtro para as harmónicas.
Assim, quando ocorre um defeito em alguma caixa capacitiva a corrente flui pela
ligação à terra e será detectada pela proteção de balanço de corrente 6 1. Essa
proteção apresenta as seguintes vantagens:
✓ Não é sensível ao desbalanço das tensões do sistema elétrico;
✓ Não é afetada pelas harmônicas.
Uma variante desse esquema é a proteção aplicada na ligação tipo H (tipo
ponte), na conexão estrela aterrada. Esse esquema é apresentado na figura 4. 16.6.
232 capitulo 4

f
.
1o.
u
3
!
"'

Figura 4. 16.5 - Esq uema da Proteção de Balanço de Corrente

_...
: .............

s.• ..'. . . ,. . . . .
~

§
.:

Figura 4. 16.6 - Proteção para a Ligaçà(1 Tipo H. para a Estrela Aterrada


Proteção de Banco de Capacitorcs 233

Qualquer unidade defeituosa (em curto-circuito ou aberta) provoca um


desequillbrio na fase, com a conseqüente circulação de corrente no relé de balanço
61.
Outro esquema de proteção de fase dividida. por balanço de corrente, é
apn-sentado na figura 4.16.7.

80L120"A
80L - 12o'A

..
j!

~
a.
u•
..
-
!! ,__......,_~
1

......--.
~
0
u
e
~ ,--,,...._--,

Figuro 4.16.7 Proteção de Fase Dividida. por Balanço de Corrente


Para o banco de capacitares. operar em estrela aterrada. a chave
seccionadora (g). na figura 4.16.7. deverã estar fechada. Cada fase é composta por
dois conjuntos, tal que a corrente da fase é dividida. não circulando corrente no relé
de balanço. Este tipo de proteção representa a função de proteção 61 .
Para exemplificar este caso, apresenta-se uma operação de um banco de
capacilores. na qual as correntes elétricas estão indicadas na figUia 4.16.7. Para
focilitar a análise. o TC c-0nsiderado é de relação 1: 1. Em caso de rompime1110 dll
234 Capítulo 4

elo fusível de uma caixa capacitiva as correntes oa m esma fase se desequilibram,


forçando a correnle de desbalanç-0 a passar peJo relé 61 . A figura 4.16.8 mostra as
correntes para o caso da retirada de uma caixa capacitiva da fase da esquerda.
Baffll

80L12o"A
76A
40A
4A

.
.2
~ _....,._ _

2 - ......--.
.,
a.
o
~

e
.......,._...
.,;" _,....._..,

Figura 4. 16.8 - Corrente de Desbalanço no Relê 6 1


Apresenta-se,, a seguir, aJgumas considerações gerais sobre o banco de
capacitores conectado em estrela aterrada. Esse tipo de ligação apresenta as
seguintes caractcristicas:
© Maior segurança ã instalação. devido ao neulro aterrado, as tensões nas
fases se mantêm. a despeito do defeito em alguma unidade capacitiva
da outra fase;
© Baixo custo de operação;
@ Pequ ena área ocupada na sutx.-stação;
Proteção de Banco de Capacitorcs 235

@ Existência de uma corrente passando pela ligação à terra. em caso de


defeito em alguma unidade capacitiva;
@ O banco de capacirores apresenta um caminho de baixa impedância à
tecra, para as tensões induzidas por descargas atmosféricas.
Os princ1prus inoouven11:mes sàc.,:
(
® Se o banco possui somente um grupo em seae, por fase, o curto-
circuito em uma unidade capacitiva corresponde a um curto-circuito no
sistema elétrico. Essa corrente de curto-circuito é elevada, necessitando
de um elo fusível de valor muito alto ou até de um elo fusível limitador
(
de corrente;
® Um desequilíbrio no sistema elétrico, que alimenta o banco de (
capacita res, poderá pmvocar a operação indevida do relé de neutro; (
® O banco de capacitores em estrela aterrada fornece um caminho de
(
escoamento à cerra, para as correntes de 31 harmônica e suas multiplas
de 3; (
® As correntes de curto-circuüo nas unidades capacitivas são de maiores (
valores, cm relação a outros tipos de conexões.
t
4.17 Proteção de Banco de Capacitores Conectado em Delta (

Bancos de capacitares conectados em /l são utilizados cm sistemas


elétricos com tensão até 2,4 kV. (
Apresenta-se. na figura 4.17. 1. um t--squema de proteção típica com relé de
sobrecorren1e.
Alternativamente. pode-se adotar uma proteção de ha lanço (djferencial),
por fase. para banco de capacitorcs que tenha fose dividida. conforme mostra a (
figura 4. 17.2.
Essa proteção de fase dividida é idêntica àquela empregada para detectar
(.
curto-circuilo entre as espiras do gcrudor síncrono. descrita na seção 1.1O.
Na operação normal a corrente numa mesma fase se divide em igual
amplitude, não circulando corrente no relé 6 1. Se alguma unidade capacitiva sai de
operação. devido à fusão do seu elo fusível. surge uma coerente de desbalanço no
relé 61.
Nos esquemas apresentados nas figuras 4.17.1 e 4. 17.2 recomenda~sc
instalar, pelo menos, 2 TPs e ntre fases, para a medição e a ação dos dispositivos de
controle no banco de capacitores. Esses TPs constituem um caminho de
escoamento para as descargas dos capacitores do banco.

(
236 Capitulo 4

t.---.
.
(J
..,
.
.,i

figura 4.17 .1 - Proteção com Relé de Sobrecorreate em Banco de Capacitores Conectado


emá

.~
l
...
u

.,~

Figura 4.17.2 - rroteção de Balanço na Fase Dividida


Proteção de Banco de Capacilores 237

Uma das principais vantagens da Ligação de banco de capacitorcs em ô é a


inexistência de harmônicas. As desvantagens deste tipo de conexão são:
~ Necessidade de elos fusíveis de alta capacidade de ruptura, porque esse
banco de capacitores é muitas vezes utilizado com apenas um grupo
série, por fase.
(? - No caso da adoção da proteção de balanço de corrente, o custo é alto
devido ao número de TCs requeridos.

4.18 Proteção de Banco de Capacitores em Estrela Isolada


Existem vários esquemas de proteção de bancos de capacitores conectados
em estrela isolada, sendo apresentados, a seguir, os principais utilizados para esse
tipo de conexão.
Uma das alternativas para a proteção de um banco de capacitares
conectado em estrela isolada é o esquema de proteção da figura 4.18.I.
Barra

Figura 4.18. l - Proteção de Banco de Capacitores em Estrela [solada


238 Capitulo 4

A proteção de sobrecorreute, na entrada do banco de capacitares, funciona


do mesmo modo que aquela do item 4. 16.
Na operação normal. o ne utro do banco de capacito.res isolado é idêntico ao
neutro de Uirul instalação aterrada, isto é, não bá d.e slocamento do neutro e o valor
de tensão no r~lê 'i9 será_ zero. Na retirada de alguma un1Jácís: capacitiv~ as
- capacitãncias das 3 fases se desequilibram, deslocando o neutro do banco de
capacita res. O deslocamento, que c-0rresponde a uma tensão desv iada do neutro
original, será detectado pelo relé 59. O deslocamento do neutro, detectado pelo relé
59, da retirada de N caixas capacitivas de um mesmo grupo, é calculado pela
expressão 4.11.J, que está novamente reescrita na expressão 4 .18. 1.

N E
E~ do Neutro (4.18. l )
3S(M - N)+ 2N •
Note que o TP forma um caminho de escoamento para as descargas
residuais dos capacitares do banco.
A fotografia 4.18.2 mostra 3 TPs. cujos secw1dários estão conecta.dos cm ó.
aberto, para a ligação do relé 59 do esquema apresentado na figura 4.18. 1.

Fotografia 4.18.2 - 3 TPs do Esque ma de Prot.:ção da Figura 4 .18. J


Out ro tipo de proteção, também possível para o banco de capacitares cm
estrela isolada, é o apresentado na figura 4. 18.3.
r.
Proteção de Banco de Capacitores 239

Barra
(

(
r
(

(
(

l
t

(
CenteJhador
(
(
Filtro
l
Figura 4. 'I 83 - Proteção de A lta Impedância
Esse esquema utiliza um TP de alta impedância, para manter a (
caracter ística de isolamento à terra do banco. Qualquer retirada de caixa capat:itiva
resulta. no deslocamento do neutro, na qual a tensão que corresponde ao l:
des locamento será submetida ao terminal primário do TP. No secundário do TP o
relé de sobretensão 59 poderá acionar o alarme ou desligar o banco de capacitores.
1..
A tensão de deslocamento do neutro é dada pela expressão 4.18. l. (
De um modo geral. as características e vantagens da instalação de bancos (
de capacitares em estrela isolada são:
• Menor corrente de curto-circuito cm uma caixa capacitiva com defeito:
• Necessidade de elo fusível individual de menor capacidade de ruptura:
• Menor sensibilidade ao desequilíbrio de tensão no sistema e létrico;
240 Capítulo 4

• l nexistências de harmônicas;
• Menor sobretensão nos capacitores remanescentes, em relação aos
outros tipos de conexões;
• Ocupação <!;pouco espaço na subes8ção_

As _principais desvantagens deste tipo de conexão são:

á> Necessidade de uma proteção mais dispencliosa;


á> Necessidade de uma proteção aclicional para as descargas atmosféricas.
A fotografia 4 . 18.4 mostra o TP empregado no esquema de proteção da
figura 4. 18.3.

Fotografia 4. 18.4 - TP do esquema da figura 4. 18.3


Uma outra alternativa de proteção, que pode ser utilizada, é a apresentada
na figura 4.18.5.
O funcionamento desta proteção é idêntico ao do esquema mostrado
anterionneme. Neste esquema instala-se um relé 59, de tempo inverso, acoplado a
um divisor capacitivo. Na retirada de caixa capacitiva haverá uma diferença de
potencial entre o neutro do banco de capacitores e a terra. Essa tensão será dividida
entre os capacitores de a.terramento associados em série. O relé de sobretensão 59
poderá acionar o alarme ou desligar o banco de capacilores.
Proteção de Banco de Capacilores 241

Figura 4. 18..5 - Proteção com Capacitor de Aterramento


Pode-se, ainda, utilizar o esquema de proteção na ligação tipo H para a
estrela isolada, conforme ilustra a figura 4.18.6.
e...

1:::~:::::=:::
s . '.. . . , . . . -
.;
.,i
~ -
........

Figura 4. 1R.6 - Esquema de Proteção na Ligação Tipo H pani a E.~trela Isolada


242 Capitulo 4

Outro esquema de proteção, que pode ser utilizada para a conexão estrela
isolada, é o mesmo da configuração da figura 4. 16.7, com a chave seccionadora
"g" aberta.
Um relé rugital pode ser !!Sado na proteção por balanço de lensão (função
60). rio f;eutro da eswia do banco de capacitares em relação ao neutro da rede ·
eléuic.a. Esle esquema_ de proteção é apresenlaóo na figura 4. 18. 7.

.
a,
:,
8
..
"-

~
'0

!l.
õ
:

RoltOigltal
~ - - - - Ide Balanço
--------4 doNeutro - - - ~

Figura 4. 18.7 - Proteção por Balanço de Tensão de Neutros

4.19 Proteção de Banco de Capacitores Instalado em Dupla


Estrela Isolada
Um esquema de proteção llpico para o banco de capacitores consiste na
utilização de um relé de sobrecorrente {função 61) conectado entre os neutros da
dupla eslrela, corno mostra a figura 4.19.1.
A relirada de uma caixa capacitiva provoca o desequilíbrio entre as duas
estrelas. A corrente, de deseqliilibrio, que passa no cabo de ligação dos dois
neutros. para N caixas retiradas no mesmo grupo. é dada pela expressão 4. 12.3. que
eslá reescrita a seguir.
Proteção de Banco de Capacitorcs 243 (

e :=.-:.':.-:.-:.~
1
: (
i ,. . ., . . .--, (
(

(
Figura -t. 19. l Prorcção com Relê de Sobrecorrente para a Dupla Esrrcla Isolada
(
(
(
O relé de sobrecorrente de,·e ser ajustado de fomia o acionar o alam1e para
a pnmeira caixa defeituosa retirada e desligar o banco de capacitores para o caso de
cai~as defeituosas extras serem retiradas, com sobretensão maior que 10% nas
caixas remanescentes.
l
(
Outro esquema de proteção de banco de capacitares. que utiliza o princípio
de dcsbalanço de tensão dos neutros das estrelas. é apresentado na figura -t 19.2.
P ara N caixas retiradas o desvio de tensão entre os neutros das conexões
estrela é dado pela expressão 4.19. 1.
{
6M
E Oc,clocamcrio dn """"º = GSlM _ N) + SN E. (4. 19.1) (

A figura 4. 193 apresenta um esquema alternativo para a proteção de banco


de capacitores instalado em dupla estrela isolada.
244 Capítulo4

Figura 4. 19.2 - Desbalanço de Tensão entre os Neutros das Estrelas

1;=!:.::=::::
u
~

,~
O ....
"'

Figura 4. 19.J - Proteção com TP de Alrn Impedância


Proteção de Banco de Capacitares
1 245

Nesse esquema de proteção, conecta-se um TP de alta impedância entre 0


neutro da dupla estrela e a terra. O TP mantém a característica isolada da dupla
estrela.
O desvio do neutro será detectado pelo relé de sobretensão 59N. Nesse
e;,quema pode-se usar as proteções 59 e 27, com os seguintes ajustes:
-s- ?ruteção 59N, ajüstado em i 1U¾;
~ Proteção 27N, ajustado em 95%.
Note que muitas vezes, dependendo da illosofia de operação da empresa. a
proteção 27N desconecta o banco de capacitores durante o processo de
recomposição do barramento da subestação.
A ligação de banco de capacitores em dupla estrela apresenta as seguintes
vantagens:
~ Os distúrbios do sistema elétrico não se transmitem ao circuito de
proteção do banco;
i;l O s istema de proteção apresenta baixo custo;
~ O sistema de proteção é simples;
~ Não há via de escoamento para as hnnnônicas de 1erceira ordem e seus
múltiplos.
As desvantagens desse tipo de conexão são:

◊ Ocupação de uma área considerável na subestação;


❖ Necessidade de maior barramento e quantidade de material para as
conexões:
❖ Necessidade de isolar o neutro com a mesma Tensão Suportável de
lsolamento (fSI) do sistema elétrico.

Exemplo 4.19.1: No barramento de 13,SkV de uma subestação encontra-se


instalado um banco de capacitores conectado em dupla estrela isolada. A caixa
capacitiva usada na forn1ação do banco tem a seguinte e~-pecificação: 1OOkV AI e
2,77kV. Cada fase da conexão estrela é constituída de 3 grupos associados em
série. Cada grupo é íonnado por 14 caixas cm paralelo. O esquema de pro1eção
adotado é o da figura 4. 19. 1.
a) Calcular a corrente nominal de uma caixa capacitiva.
Q nominal =Vnomínul rno m•n~I
IOOk
Joomin1l da au1 = 2,77k == 36.lA
246 Capitulo4

b) Calcular a potência reativa nominal do banco de capacitores em dupla


estrela.
S=3 e M = l4
QnonunaldoBanco =2 · 3 · S · M ·Qnominl1dacaiu =2·3·3 · 14_-lQ0k
Q nonunaldollanrn = 25,2MVAr
c) Calcular a potência reativa rea l suprida pe lo banco de capacitores em dupla
estrela, na tensão do barramento.

V,_= l~k =7,967kV

A tensão aplicada em cada caixa capacitiva é

V_,•. = Vr-. = 7•967 k =2 655kV


~- S 3 '
A potência reativa suprida por uma caixa capacitiva é dnda pela expressão
4.8.3, isto é

Q = 100k(2,655k)l
.,.... 2,77k
Q aiu =- 91,869kVAr
A potência supnda pelo banco é
Qsupndl =2 · 3 · S · M · Q QlU = 2 · 3 · 3 -14 · 91,869k
Q,.prida =23,15MVAr
d) Calcular a corrente real na caixa capncith·a.

1_ = Ocaiu = 9 1,869k
mm V 2 655k
c:llli '

1,.,.. =34,6A
e) Calcular a corrente na rase de uma estrela do banco.
Ir..., = M · lcalu =14 -34.6
Ir- = 484,4A
Proteçao de Banco de Capacitorcs 24 7

f) Calcular a corrente de curto-circuito que passa por uma caixa capaciti\'a


com defeito.
A expressão 4 .12.1 fornece
I
lk!OID -
_ 6MS I
6~ _ 5 cal"U
lderttto
6 -14 -3 x34 6
6 3-5
= 670,7 A
' - r
(

g) Dimensionar o elo fusível de uma caixa capadtin.


Usando a expressão 4. 10.3, obtém-se

34,6 A < 1.1o < 670,7 A


10 (
34,6 A < 1.io < 67,07 A (
De acordo com a referência [8], o elo adequado é (
Elo fus ível = 40K (
b) Calcular a tensão nas caixas capacitivas remanescentes do grupo em que
ocorreu a fusão do elo fusível e uma caixa foi retirada. e..
Pela expressão 4 . 12.2, tem-se (
6 14 (
E1 . . = . 7 967k
c:uxa mirado 6 . 3(14 - J) +5 . 1 ,
E, talll rcuradn = 2.8 kV (
A sobretensão nas caixas remanescentes do grupo é dada por

S b _ ( 2,8k -2,77k ) lO0 (


o retensao, """' ,eun1~• = 2,77k .
(
Sobretensão, c:aixa m....i. =1,08% (
O Para a retirada de uma caixa capacitiva, calcular a corrente que passa no
cabo de ligação dos neutros das estrelas do banco de capacitores.
Usando a expressão 4. 12.3, tem-se

l = 3 . I4 . I x 34 6
:-.cu.roo aw, m,...i.i 6 · 3(14 - 1) + 5 · 1 '
1~UITO(l COLAI rcund>J = 6,08A
248 C~pltulo4

j) Repetir os itens h e i para 2. 3 e 4 caixas capacitivas retiradas no mesmo


grupo.
Os .resultados dos cálculos são mostrados oa tabela 4.19. 1.
Caixas retiradas Sobreten!;Õo·ao
~
gm!'() 1 Neuuo
N
1 1,08% 6,08A
2 6,9% 12.86A
3 13,4% 20,46A
4 20% 29,06A
Tabela 4. 19. 1 - Resultados do Cálculo
k) Dimension ar o TC • ser instalado no cabo de ligação da dupla estrela.
Considerando [46] e verificando que as correntes de defeito da tabela
4. 19. 1 são pequenas, qualquer TC de baixa relação estará adequado. Uma prática.
geralmente empregada, é escolher o TC mais próximo da média obtida pela
expressão.
TC = l Ncwopan 10% duobrctaisão + l Ncu,ro d1 prnl1Cl111QUI rclin.d.l
2
TC = 20.46 + 6,08 = 13 27
2 '
Adota-se

TC=~
5
1) Calcular as correntes que passam no r elé d e sobrecorrenle.
A corrente que passa através do relé é dada por

l = l Ncunu
rcu TC
As corrcnres no relé são mostradas na últimn coluoa da tabela -U9.2
Caixas retiradas Sobretensão no
( ?\euuo l ,..i.,_
N grupo

1 1,08% 6,08A 3.04A


2 6 ,9% 12,86A lí.43A
Proteção de Ba:nco de Capt1citores 249

3 13,4% 20.46A 10.23A


4 20% 29.061\ 14.53A
Tabela 4.19.2 - Resultados
m) Ajustar o relé 50N par.. ~.. parar o 2!:u me p:;ra a primeira caixa
capacitiva retirada.
De acordo com [46] o ajuste do relé 50N deve ser

I < l rdc{I caiu n,llnl<L, )


SON -
a
onde:
a= {l,5 para relé eletromecânico
1,1 para relé digital
m 1) Para relé eletromecãnjco, tem-se

l < 3,04 150N ~ 2,02 A


SON - } S

Os Taps rusponiveis no relé eletromecânico 50N estão na faixa de 0.5 a 4A
e, portanto, escolhe-se para o ajuste o Tap = 2A.
Note que no relé eletromecânico o fator a = 1,5 visa garantir que a
operação do relé esteja 50% acima do torque de ajuste.
m2) Para relé digital. tem-se

T < 3.04 150N ~ 2.76A


5-01' - ll

O ajuste do relé d igital é leito com base no valor da corrente: portanto,
pode ser
150Nln:kd1g11al1 =2.5 A
Observação: Com o acionamento do alarme do relé 50N a equipe técnica
responsável pela subestação deverá identificar a caixa defeituosa e restaurá-la.
n) Ajustar o reJé SJ N para de~ligar o banco de capacifores oa retirada de
caixas capaciti"as que produzem sobretensão maior q ue 10¾ no grupo.
Pela tabela 4. 19 .1 , no caso da retirada de 3 caixas. o banco de capacita res
dc,·e ser desligado.
250 Capitulo 4

De acordo com [46] o ajuste do relé 5 IN, em relação as correntes no


secundário do TC, deve satisfazer a inequação

J <l < 1 eutro{l caixa, rct1rldm)


Neuim( 2 .,.._ .......iasl SI N - a

< 10.23
ó,43 < l llN _ --
ª
nl) Para relé eletromecãnico 5 IN
6,43A < I SI_N 5 6,82A
Os Taps disponíveis do rele 51 N estão na faixa de 4 a 16A e, portanto, o
ajuste é prejudicado. Entretanto, deve-se adotar o Tap superior mais próximo, o
º•
q.ual é o Tap = 7A. Neste caso; 1 23 =146, o que corresponde a 46% acima do
7
torque de ajuste do relé eletromecânico. A temporização do relé 51N é de Ss.
n2) Para relé digital 5 1N
6,43A < lm, 5 9,3A
Portanto. o ajuste do relé S IN digital pode ser
l ; JN(di_gig}I = 8A
4.20 Proteção de Banco de Capacitore.s Instalado em Dupla
Estrela Aterrada
Há vários esquemas de proteção para a conexão em dupla estrela aterrada.
Muitos desses es4uemas seguem filosofias de operação semelhantes aos dos ilens
anteriores.
A seguir. apresenta-se, concisamente, uma proteção semelhante aquela
aplicada à ligação da estrela aterrada., mas que utiliza dois TCs e um relê, cujo
esquema é mostrado na figura 4.20.1.
QuaJquer retirada de caixa capacitiva haverá um desequilíbrio entre as duas
estrelas. A corrente serà detectada pela proteção 61 , que dependendo do grau do
descquilibrio pode acionar o alarme ou abrir o disjuntor ou chave seccionadorn.
Este esquema evita a operação do relé para cuno-circuito extemo.
T
!

Proteção de Banco de Capacitares 251

lll
{
(

(
Figura 4.20. 1 - Proteção p:ara a Dupla Estrela Aterrada
Um esquema alternativo, que utiliza um TC com dois primários é (
apresentado na figura 4.20.2. (

111 111 (
(

(.

(
(
Figura -1.20.2 - Proteção com T C de Duplo Primário
l

(
(
1.
l
252

Apêndice A

Nomenclatura da Proteção

A numeração a seguir representa a designação da função exercida pelos


c lemelllos. aparelhos e dispositivos utilizados nos circuitos elétricos de acordo com
a padronização da antiga ASA e na atual CJ7-2 da JEEE/ ANSI (American National
Standans Institute). A numeração é imponante porque simbolicamente representa
s1mplilicadamentc a função dos elementos. equipamentos e dispositivos que são
utilizados em manuais. relatórios. diagramas unifilares e trifilares de esquemas de
proteção de sistemas elétricos. A I.EC (lntcrualiooal Electrotechnical Commiss1on)
através da .resolução IEC 60617 utilia o modo gráfico cm vez do numérico para
representar a função exercida. A seguir apresenta-se o modo numérico da ANSI e
de algumas representações por símbolo gráficos da l EC 606 17.
Nomenclatura da Proteção 253

J. E lemento prin_cipa.l (master eletr,enl)


E lemento principal ou mestre é o dispositivo inicial que serve, seja direuuueotc
ou por intermédio de outros dispositivos admissíveis, para por um equipamento
em operação ou fora de serviço.

. . ~e!t de j:ll:-tida ou fccb~:ito t::,m?:;, izh.1o (tü:re-dc/ay startu,g, ar clúsing-


relay)
Também chamado de relé de tempo de partida ou fechamento. É um dispositivo
que funciona de modo a propo«."ionar um retardamento proposital de tempo
antes ou após qualquer instante. Pode ser usado durante a operação, numa
seqüência de intervalos de chaves ou no sistema de relês de proteção, exceto os
especificamente assinalados quanto às funções já consagradas dos números 48,
62e 79.

3. Relé de controle ou lnterbloqueio (checkü,g or inJer/ocki11g relay)


É um rele que opera em consonância à situação de certo número de outros
dispositivos (ou a um certo nümero de condições predeterminadas) num
equipamento, para franquear o prosseguimento ou a cessação de uma seqüência
operacional, ou possibilitar um controle de situação desses dispositivos ou
dessas condições, para qualquer finalidade.

4. Cootactor principal (master contactar)


Contactar principal ou mestre é um dispositivo geralmente controlado por outro
de função 1 ou equivalente, e que serve para ligar os circuitos de controle
nec.essários para pôr em func ionamento um equipamento sob as condições
desejadas e desliga-lo sob outras condições ou anonnaJidades.

5. Dispositivo de inte rrupção (stopping device)


Também chamado de dispositivo de paralisação, é um dispositivo de controle
utilizado princip:Üm\!ote para desativar um equipamento e manlé-lo fom de
operação. Este dispositivo pode ser operado m:rnualmen!c ou elc1ricamente de
modo local ou remoto. Em proteção no caso de desligamemo anonnal, utiliza-se
a função 86.

6. Disjuntor de partido (starting circuit break.er)


Disjuntor de partida é um dispositivo cuja função é de ligar uma mâquma ú sua
fonte de tensão de panida.

7. Disjuntor do circuito aoódico (anode circuir breaker)


254 Apêndice A

É um disj untor empregado nos circuitos anódicos de um retificador de potência,


com a final idade de interromper o circuito do retificado r caso haja um carto-
circu110 ou um arco e létrico de retomo.

8. Disposidvo de desligamento da energia de cootr1J!r {control po~~·:!r


.!.frccnnecti,:g .i.nrice)
É um dispositivo de <les!igamenro, tal como um interruptor de faca, ou um
conjunto de chaves fusíveis, ut.i]izados com a final idade de, respectivamente.
ligar e desligar a fonte de energia de contro le do equipamento o u das barras
_gerais de comando.

9. Dispositivo de reversão (re11using devia)


É um dispositivo empregado com a finalidade de inverter o campo de uma
máquina ou para possibilitar quaisquer outras funções de reversão.

JO. Chne comutadora d e seqüéncla das unidJades ( unit Sf!I/Ulllce swilcl1)


É uma chave comutadora. uti lizada, c m equipamentos de unidades múltiplas.
para modificar a seqilência na qual as unidades possam ser colocadas em
operação ou desljgadas.

l l. Transform_ador de conlrolc (potência)


É o t:ransfonnador utilizado para o circuito de controle.

J2. Disposithio de obrevelocidade (01•er-speed device)


É um dispositivo que q uando a velocidade rotacional ultrapassa um certo valor
ajusrodo opera, abrindo ou fccha11do um contato. Por exemplo, é o caso do
dispositivo, também conhecido por chave centrífuga que funciona por ação da
força centrifuga. fechando o u abrindo um contato. cas o a velocidade da
máquina ultrapasse um valor determinado. Pela IEC 60617 esta função é
representada pelo símbolo w>~I
13. Dispositivo de rotação s íncrona (synchrono11s-speed device)
É qualquer dispositivo que opera aproximadame:nte à velocidade síncrona da
máquina síncrona. Por exemplo, t_al d ispositivo pode ser:
♦ um interruptor de velocidade centrifugo;
♦ um relé de tensão;
♦ um relé de mínima corrente.

14. Dispo itivo de subvelocidade (u11der-speed device)


'omendatun d.a Proteção 255

É um dispositivo que funciona quando a velocidade rotacional de uma máquina


cai abaixo de wn valor predeterminado. Pela TEC 60617 é representado pelo
símbolo [ co< ~

15. D ispositivo de ajuste ou comoa raçio de velocidade !lU freqüência (sr.,e7i or


- freq uency- matching de.ice)
É um d ispositivo que tem a finalidade de alcançar e de manter a velocidade e ou
a freqüência de uma máquina ou de um sistema elétrico igual à ou
aproximadamente igual à, de outra máquina ou sistema.

16. Dispositivo de controle de carga parra bateria


Dispositivo que tem a finalidade de controlar e manter a carga da bateria ou (
banco de baterias.
(
17. Chave de derivação ou de descarga (sh unJing, or discharge., switch ) (
É um inteITllptor que serve para abrir ou fechar um circuito derivado dos
terminais de qualquer peça ou aparelho (exceto um resistor), tal com (
enrolamento de induzido de máquina, um capacitor, um reator, etc.._ l
Obsen•ação: Excluem-se os dispositivos que desempenham operações de
derivações tais que possam toma-se necessários no processo de partida de
máquinas pelos dispositivos de função número 6 ou 42. ou seus equivalentes, e
também exclui a função do dispositivo número 73. que serve para a inserção e
desinserçào de resistores.
(
18. Dispositivo de aceler.1ção ou desacclcraçiio (accelerating or decelerating
device)
É um dispositivo que tem a função de fechar ou provocar a mudança de
circuitos utilizados para aumentar ou diminuir a velocidade de uma máquina.
(
/ 9. Cootaclor de transição de pa rtida-ma rcha {starting-to-ru1111ing tra11sitio11
contactor)
É um dispositivo que tem a finalidade de dar partida e causar automnticamente
sucessh•as transferências de modo a levar a máquina a sua velocidade normal
sob tens.io nominal da rede dé1rica de alimentação.

20. Válvula operada eJetrkamenle (electrically operated ~•afre)


É uma válvula elétrica, operada localm~nte ou remotamente, que fechando ou
abrindo, controla a passagem do fluxo em uma tubulação. Esta válvula é
empregada em;
256 Apêndice A

♦ tubulação de vácuo;
♦ tubulação de ar comprimido;
• tubulação de gás:
♦ tubulação de óleo, etc..
,.,,,...
2L Relé de distância (distana relay)

relé, diminui ou aumenta além dos ites


É um relé que opera quando a impedância, admitância ou a reatância. vista pelo

IEC 60617 é representado pelo símbolo Z <


r-edetenninados (ajustados). Pela

22. Disjuntor equalizador (equalk,er d rcuit breaker) ou disjuntor do circuito


de balanceamento
É um disjuntor que serve para controlar ou ligar e desligar o equalizador ou o
circuito de balanceamento de corrente para o campo de uma máquina, ou para o
equipamento de regulação, numa instalação de unidades múltiplas.

23. Dispositivo de controle de temperatura (tempert.ure control desig n)


É um dispositivo regulador da temperatura, ou seja, funciona para elevar ou
abaixar a temperatura de uma máquina e/ou outros aparelhos, ou de qualquer
outro meio. quando a respectiva tempera.lura cai abaixo ou se eleva acima de um
valor predeterminado (ajustado).
Observação: Um exemplo deste caso é o termostato que liga um aquecedor de
u m ambiente de um quadro elétrico, ou um paine l de um conjunto de chaves
e létricas, quando a temperatura cai para um valor determinado; j á nos casos em
que se deseja que o aparelho funcione com uma temperatura bem estabelecida e
ajustada. o dispositivo de controle de temperatura recebe a designação da
função 90T. que. por exemplo, é o caso do lennostato da geladeira, do freezer,
de câmaras frigoríficas e dos ambientes climatizados.

24. Disjuntor cootactor ou seccionadora de interligação (seccionamento) de


barras ou relé contra sobreexcitação ou Volts por Hertz
Dependendo da função esta numeração pode designar um dos elementos acima.
No caso da proteção contra sobreexcitação em Volts por Hertz, o relé opera
quando a tensão vai a lém de um valor pré-ajustado maior que a 110minal ou
quando a tensão for menor ou igual a nominal a uma freqüência inferior a
nominal. é utilizada principalmente para prevenir excesso de fluxo magnético
no núcleo do transformador elevador do gerador sincrono.
1 omenclatura da Proteção 2S7

1 25. Dispos"itivo de sincronização ou de conferência (comprovação) de


1
s incronismo (synchroniú11g, or syndironism-ch eck device)
Ê um dispositivo que opera quando dois circuitos em CA esu verem dentro dos
Limites desejados de freqüência, ângulos de fase e de ter-São, para permitir ou
provocar à conexão desses doü. 6PCuitos.

2ó. Dv.p<Díti,ü térmico de proteção do equipamento (temperatura do


enrolamento ou do óleo do transformador) (apparatus thermal dtn•i<:e or
o vertemperature relay)
É um dispositivo que funciona quando a temperatura exceder um valor
pre-Oeterminado (ajustado) ou dependendo do caso quando a temperatura cair
abaixo de um valor ajustado. O dispositivo ténnico de proteção pode ao mesmo
tempo medir a temperatura atual e ter de 1, 2 ou 3 estágios de atuação.
Estes dispositivos são utilizados ea, diversas aplicações, tais como:
❖ Termômetro do enrolamento primário do transformador
❖ Termômetro do enrolamento secundário do transformador
❖ Termômetro do óleo do transformador
❖ Termômetro do enrolamento amortecedor de uma máquina
síncrona
❖ Dispositivo térmico do resistor de limitação de carga
❖ Dispositivo térmico de proteção de um meio liquido
qualquer, tanto no aquecimento como no resfriamento.
Pela LEC 606 17 é representado pelo símbolo [G.
27. Relé de subtcnsão {undervoltage relay)
É um relé que opera quando a tensão e létrica abaixa além de um valor ajustado.
Pela IEC 60617 é representado pelo sirnbolo ~

28. Detector de chama~ (jlame detector)


Ê um dispositivo que sinaliw a presença de uma chama piloto ou chama
principal em aparelho. painéis ou ambiente. Com aplicação principalmente em:
♦ Turbina a gás
♦ Calderm a vapor
• Detector de fumaça
♦ Detector de rnios infravermelho

29. Contactor (seccionadora) de isolamento (iso/ati11g co11taclor)


Seccionadora de isolamento é uma chave utilizada para desconectar um circuito,
principalmente nos casos de manutenção, testes. emergências ou desligamentos
258 Apêndice A

prolongados. Nas subestações, estas seccioaadoras, operam sem ser motorizada


com abertura sem carga, isto é, com processo de abenura m ecânica no local e
totalmente manual

30. P~ :munciador (~.,nundr,tor relay}


& um disl""'-:::\lo
de rei,o::i";on.-.,11en,1., ill!o-automálicG qúe 10111~ um certo
número de indicações visuais a respeito do funcionamento de dispu~ltivo~ <le
proteção e que pode também desempenhar (sinalizar) uma função de colocação
fora de operação de um equipamento. Por exemplo. a bandeirola de sinalização.

31. Dispositivo de excitação separada (separaJe excitaJion device)


É um dispositivo que Liga um circuito, taJ como o campo de derivação de um
gerador de corrente contínua para a excitação do campo de uma máquina
síncrona. ou que encrgiza os carcujtos de excilação e de ignição de um
retificador de potencia.

32. ReJé direciona l de potência (directio11a/power device)


É um relé que opera num valor desejado do fluxo de energia numa dada direção,
ou no caso de retificador de potênc ia o pera por efeito de energia reversa
resultante de arco inverso nos circuitos anódicos ou catódicos. Pela IEC 60617 é
1
representado pelo sfo1bo lo I' P > 1.
33. C have de posição (position .rnJ/tch}
É um interruptor que liga (ativa) ou desliga (desativa) um contato quando o
dispositivo ou peça principal de um apare lho (que não tiver número de função)
atinge determinada posição.

34. Cbavc de seqüência-mestre (motor-op erated seqmmce w i1cJ, or mas ter


seque11ce device)
É 11m disposiiivo tal como uma chave de contatos múlriplos, ou equivalente, ou
um dispositivo de programação. tal como um computador, que estabelece ou
determina a seqüência operativa dos principais disµositivos num equipamento,
durante a panida ou ptLrada o u durante outras operações de Ligações e
desligamentos em seqüência.

35. Disposith·o de manohra das escovas ou para curto-circuitar os :rnéis do


coletor (br11s h-operatÍllg , or slip-ring- sl1ort-circuiti11g, device)
É um d ispositivo utilizado para manobrar as escovas, com o objetivo de
levantar. abaixar ou deslocar os anéis coletores de uma máquina. ou com o
omenclatun cb Proteçio 259

objeúvo de curto-circuitar seus anéis coletores, ou de engatar ou desengatar os


contatos de um retificador mecânico.

36. Dispositivo de polaridade ou polariza.çiio (polarity device or polari;Jng


v.oltage dn,ice}
É um dispos1uvo que o_petu ou penm,e e c;,,m1ção cic o..:tro disposiúvv somente
se estiver de acordo com uma polaridade predetenninada ou verifica a presença
de uma tensão de polarização num equipamento.

37. Relé de mínima corrente ou de minima potência (undercurroú or


u,ulerpower relay) (
É um relé que opera quando a corrente ou o fluxo potência decresce abaixo de
um valor pré-ajustado. O relé de mínima corrente.. também, é conhecido por relé
de s ubcorreotc. Pela IEC 60617 são representados respectivamente pelos (
símbolos IT;J e ~ (

38. Dispositivo de proteção de sobretcmperatura de mancai (bearing protectfre f


device)
É um dispositivo que fu nciona quando a temperatura c!o mancai do e ixo da
máquina for excessiva ou sob outras condições mecânicas anormais. associadas (
ao m ancai, tais como desgaste indevido, que resul1a em excessivo aumento da
temperatura do mancai.
(
39. Sinalizador de condição mecânica (meclra11ical co11ditio11 nro11itor)
(
É um dispositivo que funciona quando da ocorrência de uma c:ondição mecânica
anonnal (exceto a associada com mancais na forma abrangüla _pela função 38). (
tal como excessiva vibração. excentricLdade, expansão, choque, inclinação ou
(
falha de vedação.
(
-'O. Relé de campo, proteção contra s ubexcitação ou perda de campo (fie/d
relay)
É um relé que opera com a ocorrência de falha (curto-circuito) ou com um valor
anonnalmente baixo da corrente de campo de uma mâquion s incrona, ou por um
rnlor excessivo da componente reali\'3 da correme de armadura da máquina
sincrorut. que provoca a subexcitação do máquina no caso capacitivo e
s uperexcitação no caso indutivo.
O relé 40 é colocado nos tem1inais da máquina síncrona, em caso de perda da
excitação, a impedância do enrolamento da armadura varia e entra dentro da
zona de atuação do relé de admilância (2 1) direcionado para o interior da
260 Apêndice A

máquina e com um deslocamento (off sei) de xd·n. Neste caso. o relé 21 com
este pos icionamento está fazendo a função 40, ou seja, proteção contra perda da
excitação.

41. Disjuntor ou chave de campo (fie/d circuit breaker)


J' _ É wn dispositiyo_que fim.ci·.:tIC. para 1:gar ou de:.lig:-.. a rnrr.::nlé de ,.,....,1;o de
uma mãqufoa síncrona.

42. Disjuntor ou chave de operação normal (running circuit breaker)


Também conhecido como disjunlor d e marcha é am dispositivo cuja principal
função ê o de ligar definitivamente uma máquina à sua fonte de tensão de
alimentação ou ã sua tensão operacional de funcionamento.

43. Disposith·o de transferência manual ou seletor (chave comutadora)


(manual transfer or selecJ.or device)
É um dispositivo operado manualmente ou por via computacional (localmente
ou remotamente) que comuta os circuitos de controle a fim de modificar a ação
do plano de operação do equipamento. Em relação a esta função cita-se, por
exemplo:
✓ Operação do d isjuntor com ou sem religamento automático
✓ Regulação de tensão do transfonnador de modo manual ou
automático
✓ Ventilação forçada do transformador em modo manual ou
automático
✓ Bloqueio ou desbloqueio do esquema de rejeição de carga
✓ Mudança de disparo para o disjuntor de transferência de barra
proveuiente do sistema de proteção da linha de transmissão que
tem o disjuntor fora de operação.

44. Relé de partida seqüencial de unidade (1mit- sequeuce starti11g re/ay)


E um relé que funciona para dnr partida a próxima unidade disponível de um
conjunto de equipamentos de unidades múltiplas. quando da ocorrência de falha
em uma unidade que deveria entrar em funcionamento.

45. ioaJizador de condições atmosféricas anormais (atmospheric co11dition


m onitor)
É um dispositivo que funciona quando da ocorrência de condições atmosféricas
anormais, tal como preseoça de emanações daninhas, misturas explosivas,
fumaça, ou fogo. Por exemplo, a subestação ficou imersa em fumaç.a decorrente
,
Nomenclatura da Proteção 261

de um incêndio oa proximidade, assim, o dispositivo com a função 45 deverá


providenciar a sinalização local ou remota para o sis tema de supervisão.

46. R elé de inve rsão de (ases ou d esequilíbrio das correntes de [ase (reverse-
phase, or phase- balance, c11rren.t relaJI}
• ~ t..-:i rel~l'l" opera quar,J" as cor,er:t~; p<,illãsic~ esti....:rem err. M:qüencia de
fase inversa. ou quando as correntes i::-:,lifásicas forem desequ.ilibradns ou
contiverem componentes de seqüência negativas acima de um certo valor
ajustado. Por exemplo, no caso de sobrecorrentes instantãneas ou temporizadas
de seqüência negativa, pode ier rerresentado por 50/51Q (46). Pela lEC 60617
é representado pelo símbolo h >

47. Relé. de tensão de seqüência de fase (phase-sequence vo/Jage relay)


É um relê que funciona quando o valor da seqüência de tàse das tensões
polifásicns ultrapassa um determinado valor ajumdo. Opera também quando
ocorre inversão de fase. subtensão ou perda de rase. Pe la CEC 60617 é
representado pelo símbolo ~

48. Relé de seqüência incompleta (incomplele sequence relay)


Relé de seqüência de operação incompleta é um relê que geralmente faz o
<!quipamento retornar a sua posição normal, bloqueando o funcionamento se a
seqüência normal de pan:ida. marcha e parada não for adequadamente
completada dentro de um tempo predeterminado.
Caso este dispositivo seja utilizado apenas para alarme. o mesmo poderá ser
designado por 48A.

49. Relé térmico de má.quina ou transformador (machine. or trar,sformer,


thermal relay)
É um relé que opera quundo a temperatura do enrolamento da armadura. de
outro enrolamento ou elemento da máquina, sujeito à sobrecarga de uma
máquina, excede um valor predeterminado. Ou a temperatura de um retilicador
de potência ou dos enrolamentos um transformador de força, exceder um valor
predetenninado, decorrente de um aumento de carga. No transformador de força
este relé é conhecido por relé de imagem térmica. Esta função 49 é própria pam
sinalizar o nível de sobrecarga de um equipamento e létrico. Pode ser designado
por.
♦ 49AT - Imagem térmica do enrolamento de AT do transfom1ador:
♦ 49MT - lmagcm tém1ica do enrolamento de MT do tmnsfonnador:
• 498T - Imagem térmica do enrolamento de BT do transfonnador.
262 Apêndice A

Pela TEC 606 17 é representado pelo símbolo l}J_


50. Relé de sobrecorrente instantâneo (instantaneous overcurrort. or rate--0[-
rise relay)
É um relé que Ol}e!cl instant,aneamente se a corrente de curto-dccuit" drr!lrn~-.:ite
de JHJ úefeiio, ao i.istema eléuico ou no equipamento, ultrapassar um vaior pré-
ujustado.
Esta função é explicitada por várias nominações, tais como:
7 50N - relé de sobrecorrente instantâneo de neutro;
7 50G - relé de sobrecorrente instantâneo de terra, também chamado de
50GS (Ground Sensor);
? 50BF - relé de proteção contra falha do diBjuntor, também cbamado
50/62BF (Breaker Failure);
7 50V - relé de sobn:cocrente instantâneo com restrição (controle) de
tensão. O ajuste do relé 50 é variável com o valor da tensão V, podendo
ser para subtensão ou para sobretensão;
'7 50Q - relé de sobrecorrente instantâneo de seqOencia negativa, também
pode ser nominado de 46.
Pela JEC' 60617 é representado pelo slmbolo ~

5 1. Re lé de sobrccorrente te mpor izado em C A (uc- time overcurrent relay)


É um relé que atua com um retardo intencionaJ de tempo, quando a corrente
elétrica alternada em um circuito exceder um valor pré-ajustado. O retardo de
tempo do relé .51 pode ser.
♦ de tempo definido;
♦ de tempo inverso.
Esta função é também explicilada por várias oominações, tais como:
❖ 5 1N - relé de sob recorrente temporizado de neutro. pela IEC 606 17 é

representado pdo símbolo ~ ;


❖ 5 1G - relé de sobrecorrente temporizado de terra. també m chamado de

5 1GS, pela rEC 6061 7 é representado pelo símbolo ~ ;


❖ 5 1Q - relé de sobrecorrcnte temporizado de seqüência negativa.
também pode ser nonúnado de 46;
❖ 5 1V - relé de sobrccorrente temporizado com resuição (controle) dt:
tensão. O ajuste do relé 5 1 é variável com o valor da tensão V,
_podendo ser para subtensão ou para sobretensão. Esta restrição pode
Nomenclatura da Proteçlo 263

permitir ou não a operação do relé 5 1, pel.a IEC 60617 é representado

pelo símbolo~;
❖ 5 1C - relé de sobrecorrente temporizado com controle de torque.
{
Pela I EC 6U6í7 é repmsentado pelo símbolo ~ -

52. Disjuntor de corrente alternada (ac circuit breaur)


É um disjuntor de CA utilizado para fechar ou abrir um circ-Uito e létrico sob
condições normais o u anormais. Sob conclições anormais, entendem-se as de
emergências e as de fulhas. principa lmente as de curtos-circuitos no sistema
elétrico. Por exemplo:
♦ 52L - d isjuntor de Linha;
♦ 52G -disjuntor do gerador:
• 52B - disjuntor de barra: (
• 52T - disjuntor de transferência de barras. {

53. Relé excitador ou relé de gerador CC (exciter or de· generator relay) l


É um relé que na sua operação altera sucessivamente o campo da excitação de
uma máquina de corrente contínua parn que sua partida se desenvolva
gradualmente.

54. Di.~juntor de corrente contínua de alta velocidade (/1igh-speed de circuit


breaker)
É um disjuntor de corrente contínua desenvolvido para que suo operação de (.
abertura e fechamento seja extremame-nte rápida.
(
55. Relé de fator de potência (powerJactor relay) {
É um relé que atua quando o fator de potência de um circuito de corrente
alternada cai abaixo de um valor pré-ajustado. Pela I EC 60617 é representado
I
pelo símbolo cos q> > !.

56. Relé de aplicação de campo (fie/d application relay}


É um relé que controla automaticamente a aplicação de excitação de campo de
um motor de corrente alternada em um certo ponto determinado no ciclo de
operação.

5 7. Dispo itfro de colocação em curto-circuito ou de ligação a terra (short-


circ11iting or groundin1.: de11ice)
264 Apêndice A

É um dispositivo que quando em operação comuta a posição aonnal de um


c.ircuito para a posição de curto-circuito. Tendo a função de ligação a terra, o
dispositivo provoca o aterrameoto das fases selecionadas. O comando desta
operação pode ser manual no local, automátic') ou via remota pelo sistema de
supervisão e coolro!=
r,ta fu.,.,:êo ligação a terra, é :-.:.s empres;:., :!.. .:n_-,,gia dú:ica, denom1~d... de
si:t:cionadora de aterramento de LT, que providencia o atcrrarnenlo da LT com
os seguintes objetivos:
• curto-circuitar a L T a terra;
♦ descarregar as possiveis cargas e létricas estáticas acumuladas:
♦ garantir o potencjal nalo na LT;
♦ adequar a LT para os serviços de manutenção, com respeito à
segurança humana.

58. Relé de falb• de retificaÇ11o (rectification failure relay)


E um relé que funciona se um ou mais ãnodos de um retificador de força falhar
em acender-se, ou se detectar um arco elétrico de retomo, ou se houver a falha
de um diodo em conduzir ou bloquear adequadamente.

S9. Relé de sobretensão (overvoltage relay)


E um relé que opera quando a tensão elétrica ultrapassa um valor previamente
estabelecido (ajustado).
Esta função pode também ser designada por:
? 59Q- relé de sobretensão de seqüência negativa;
? 59N - relé de sobretensão residual ou relé de sobretensão de neutro
(também chamado de 64G). Pela lEC 606 l 7 é represemado pelo
simbolo ILJrsg > ~
Pela IEC 606 17 é representado pelo símbolo ~

60. Relé de balanceamento de tens ão (roltage ba/a11ce relay)


É um relé que opera quando a diferença de tensão de dois circuitos ultrapassar
um valor pré-ajustado. Este relé é usando p rincipalmente para detecrar a perda
do sinal tle tensão dos circuitos de proteção ou controle alimentados por TPs.
que podem ser causados por:
✓ queima de elo fusível;
✓ abertura ou problema de contato no circuito;
✓ falha no enrolamento do T P.

61. Relé de balançeamcnto de corrente (c11rrent balu11ce relay)


Nomenclatun da Proteção 265

É um relé que opera, quando urna dada diferença de corrente de entrada ou saída
de dois circuitos, ultrapassar um valor pré-ajustado. Esta função é muito
utilizada na proteção de banco de capacitares e em enrolamentos de mesma fase
de geradores síncronos.

62. Relé de t« hawcato ou oe aoertura htllporiza.1.,; ~!t•-":t!....1duy ~cppi11g, or


upemr, g reiay)
E um relé temporizado que opera em conjunto com o dispositivo que dá início à
operação de fechamento, paralisação ou abertura de uma seqüência automática
de um sistema de relés de proteção. Por exemplo. a função conjunta 50/628F,
denominada falha do disjuntor, é ativada por um curto-circuito com a atuação
do relé 50, que energi7.3 o relé 62, se transcorrido o tempo ajustado no relé 62, o
mesmo opera, detonando uma seqüência pré-estabelecida de operação de outros
relês de proteção, objetivando a abertura dos disjuntores do local ou remoto.
Observação: BF é abreviatura de Breaker Fai/ure.

63. Relé de pressão, ou de nível, ou de fl uxo de liquido ou gás (liquid or ga,


press11re, /evd, or flow re.lay)
É um relé que opera de acordo com o seu elemento ativo. Por exemplo, o relé d e
pressão opera quando a pressão do líquido ou gãs diminuir ou ultrapassar um
valor pré-ajustado. Já o relé de nível ou de fluxo de gás ou líquido, opera de
dois modos: com acúmulo de gás em uma câmara ou com uma iaxa de flu_-xo
passante de líquido ou gãs acima de um vaJor pré-ajustado.
O relé Buchholz, função 63, também conhecido como relé de gás, é o relé que
opera com nível de gãs acumulado ou com um lluxo de gãs passante acentuado.
É um importante relé usado na proteção de transfonnadores de potencia, cuja
função vem designada por:
♦ 63T - Relé Buchholz do transfonnador:
• 63C - Relé Buchholz do comutador do transformador.
Ja o relé de pressão 63, usado nos compartimentos encapsulado e pressurizado
de gás SF6 das subestações blindadas, opera quando a pressão diminui abaixo de
um valor ajustado.
No transfonnador de força a função 63VS, representa o relé de Válvula de
Segurança (válvula de alivio de pressão) que dispara quando a pressão interna
ultrapassa o vaJor estabelecido pela sua mola de r ~ o.
G3í ~ , •~ú"' r,,o.r,r:.
64. Relé de proteção de terra (grour,J protective relay)
É um relé que opera quando da ocorréncia de uma falha do isolamento contra a
terra de uma máquina. transformador, ou de outro equipamento, ou sob efeito de
266 Apêndice A

arco elétrico a terra de uma máquina de CC. Estes relés podem ser por corrente
ou por tensão, para a sua identilicaç-ão. os diagramas unifilares devem indicar se
são alimentados por corrente via TC ou por tensão via TP.
Observação:
7 Se o relé for alimentado por TC, também pode ser utilizado como uma
unitl::.de ,; l uu 61 .
7 Se o relé for alimentado por TP, também pode ser utilizado como mua
unidade 59N ou 64G.
7 A função 64, também pode ser designada para. proteção de carcaça,
massa--cuba ou tanque, sendo utilizada em transformadores de força de
a1é5MVA.
7 A função 64R (ou 64F) designa proteção à terra do rotor, ou 64G (ou
64S) designa proteção à terra da bobim~ da armadura da máquina
síncrona.
Pela fEC 606 17 é representado pelo s-!mbolo m.
65. Regulador (go ,•em or)
Regulador é um conjunto de equipamentos com controle elétrico ou mecânico.
utilizado para a regulagem do flUJ<o de agua, vapor ou outro meio da máquina
motriz para finalidades de prover a partida, a manutenção da velocidade, à carga
constante ou a parada.
Por exemplo, o regulador de velocidade de Watts. tem esta função .

66. Disposith·o limitador do número de operações ou dos iuter\.·alos de tempo


em que se efetuam as operações (notcl,ing, or jogging device)
É um dispositivo contador do número de operações com a finalidade de permitir
somente um número de operações especifi cado no equipamemo. ou um número
especifico de operações sucessjvas dentro de um intervalo de tempo
especificado. Também pode ser um dispositivo que funciona para acionar um
circuüo periodicamente ou em frações de intervalos de tempo específicos para
pennitir intermitente aceleração ou a, anço de uma máquina a baixas
velocidades, para se obter o adequado posicionamento mecânico.

67. Relé de sobrecorrente direcional em CA (ac directio11al 01•ercurre111 relay)


É um relê que opera, somente quando, a corrente elétrica alternada flui em uma
determinada direção, com , alor maior do que o seu pré-ajustado. Este relé não
produz diretamente disparo do disjuntor. mas apenas monitora a operação de
outros relés.
Esta função 67 recebe varias designações. tais como:
omenclatura da Proteção 267

❖ 67N - relé de sobrecorrenle direcional de neu tro {instantâneo ou


temporizado), pela lEC 60617 é representado pelo slmbolo !'it t
67G - relé de sobrecorrente direcional de Lerra, (instantâneo ou
> f
tempo~:..ado); l
❖ 67Q - relé de scbrecorrente àücc1CJ11aJ de seqúéncio negali"va. (
P ela fEC 606 17 é representado pelo símbolo I' i\ 1. {

68. R elé de bloqueio (blocking relaJ~ (Relé de bloqueio por oscilação de


potência)
É um relé de dá partida a um sinal piloto para bloquear o desligamento em
deteitos externos a uma linha de transmissão ou em outro aparelho sob
determinadas condições. ou coopera com outros dispositivos para bloquear o (
desligamento ou bloquear o religamento quando não hã sincronismo ou quando {
bá oscilação de poténcia. Por exemplo, esta designação pode ser a do relé de
bloqueio (68) que é usado no esquema de proteção denominado de Sistema de {
Bloqueio com Comparação Direcional ( Blocki11g). neste caso, quando ocorre (
um c urto-circuito externo a LT, o relé 21 que esui di recionado para fora da LT
vc o deleito e ativn o relé 68, este envia através do sistema de telecomunicação (
um sinal de bloqueio para não permitir a abenura do disjuntor da barra oposta.
Jã, por exemplo. o relé 68P tem a função de relé de bloqueio por oscilação de
potência, isto é, quando ocorre uma rápida oscilação de potência ao sistema (
elétrico, o relé de proteção (por exemplo, o relé 21) pode operar iode, idamente.
neste caso o relé 68P bloqueia a abenura do disjuntor.

69. Dispositivo de controle permissivo (pernrissi ve co11trul device)


Também denominado de dispositivo de consenso. é geralmente um comutador
de duas posições. operá,·el manualmente ou remotamente e que, numa posição. (.
pem1ite o fe.chamemo de um disJuntor ou a colocação de um equipamento em
operação e, na outra. evita que o disjuntor ou o equipamento sejam postos em
operação. l
(
70. Reo~1ato elelricamente operado (electrica/ly uperated rl,eo:.laJ)
É uma resistência variável cujo valor é controlado eletricamente. Este controle
pode ser contínuo ou discreto, efetuado por cootactor auxiliar, ou de posição. ou
de limite.

7 1. Relé de nível d e líquido ou gás (l evei switch )


268 Apêndice A

É um relé que opera por um dado valor do nível do liquido ou gás, ou opera por
uma dada taxa de variação deste vaJor.
A função 71 também é utilizada parn a indicação do nlvel do óleo ao
reservatório (tanque de expansão) do transfonnador de potência.

il. Disjuntor d e co, .-e11te conúuua ídc circuit breaker)


É um disjuntor para ser ulili.t.ado cm um circuito de força de corrente continua.

73. Contactor d e reslstor de carga (load-re.sistor contador)


É wn contactor usado para inserir uma determinada resistência, em série ou em
paralelo, para produzir um degrau de variação de carga. ou uma de1ennmada
variação de carga num circuito de potência, ou para Ligar e desligar um circuito
de resistência elétrica de aquecimento de ambiente, ou para acender ou apagar
uma lâmpada, ou ligar e desligar o resistor de carga regenerativa de um
retifLcador de potência o u de outra máquina, no seu circuito ou fora dele.

74. Relé de alarme (alam, relay)


É um relé diferente do de um relé anunciador (como o abrangido pela função
30), utilizado para operar diretamente. ou em conjunção com um a larme visual
ou acústico.

75. Mecanism o de mudança de posição (positio11 changillg medtanisnr)


É um mecanismo empregado para realizar uma mudança de um dispositivo
principal de wna posição para outra num equipamento. Por exemplo, o
mecanismo de comutação de um disjuntor para as posições: Hgado, desligado,
posição de teste ou removível

76. Relé de sobrccorrentc em CC (de overcurre11t re/ay)


É um relé que atua quando a intensidade da corrente de um circuito continua
excede um rnlor de ajuste.

77. Transmiss-or de impulsos (pulse tra,rs mitter)


Transmissor de impulsos é empregado para gerar e trnosmitir im1>ulsos via
sistemo de telecomunicação, como o objetivo transferir o sinal ao aparelho
receptor remoto.

78. Relé de medição de ângulo de fase, ou de proteção fora de fase (plui.i,e


angle meas11ring. or 0111--of-.'itep protective relay)
É um relé que alua quando o ãngulo de fase, entre duas tensões ou e ntre duas
correntes ou entre tensão e corrente, excede um valor prcdetecminado. Esre relé
omenclatun da P..-oteçJo 269

é utilizado na proteção de falha de sincronismo de máquina síncrona. No


sistema elétrico é utilizado para a proteção de oscilação de polência
principalmente em elos de vital importância e que neste caso o relé 78 provoca
,. desligamento do disjuntor. Pela rEC 60617 é representado pelo símbololi:a
·.::;. Relê de religammto em LA (ac reclosing relay)
É um relé temporizado que efetua o religamento do disjuntor em um circuito de
ro:;11
corrente alternada. Pela IEC 60617 é representado pelo símbolo lt=:::!l.

80. Relé de subtensão em CC (/1-ow switch)


É um relé que opera quando a tensão de um circuito em CC cai abaixo de um
valor predeteaninado.
Observação: A função 80 é também empregada para relé de fluxo de llquido ou
gãs, que controla o -fluxo de liquido ou gó.s, ou em dados lodices de mudança
desses valores.

81. Relé de freqüência (frequenc)' relaJ~


É um relé que atua quando a freqüência elétrica se desvia da nominal e, se
mantém por certo tempo, aquém ou além de certo valor predeterminado (por
exemplo, 81 o/ u (overlunder)} ou por urna preestabelecida taxa de mudança da
freqüência.
O relé desta função pode ser assim denominado:
7 81u - relé de subfreqUência. pela IEC 606 17 é representado pelo
símbolo ~
7 810 - relé de sobrefreqüencia, pela ll:.C 606 17 é representado pe lo
símbolo~

82. R elé de religam ento em CC (de reclosing re"1y)


É um relé temponzado que efetua o religamento do disjuntor em um circuito de
corrente continua.

83. Relé de transferência automática ou de controle automático selcth o


(umomatic selective contml, or trans.fer, relcry)
É um relé que promove a transferência automática de uma operação, de um
comando ou da proteção, ou efenra o controle automático seletivo de algumas
funções pré-estabelecida<;.

84. Mecanismo operacional (operating m ecl,anism)


270 Apêndice A

É uma função que designa um completo mecanismo ou servo-mecanismo


elétrico. inclusive o motor operacional. os solenóides. as chaves de posição. etc.
para um comutador de derivações, um regulador de tensão, ou qualquer outra
peça ou aparelho similar que, de outra forma, não possui número de função.

85. P~é r ~cpm~ d ~ ond. poruadora ou de fio-piloto (carrier, or fi;:ot-H'ire


receiver rela;)
É um relé que é operado ou bloqueado por um sinal de o nda portadora emitido
remotamente pelo relé 77 da outra barra. no caso de relê com fio-piloto o sinal é
recebido diretamente pelo circuito elétrico físico constituído de um par de
condutores.

86. Relé de bloqueio de religamento (locking-0111 re/ay)


É um relé au.~iliar que opera ao sentido de desligar um equipamento ou
circuitos. seu rearme pode ser manual ou elétrico, mas somente pela intervenção
humana. O relé de bloqueio é acionado quando a proteção que atuou foi
c lassificada como impeditiva, daí a necessidade do rearme ser cuidadoso.
somente ser feito após a investigação do defeito. A função do relé de bloqueio
pode sc:r assim apresentada:
♦ 86M - relé de bloqueio mecânico
♦ 86E- relé de bloqueio elétrico
Geralmente o relé de bloqueio, promove a abenura dos disjuntores. efetua o
alarme, sinalização e outras funções. O relé auxiliar 86, quando energizado
opera muito rápido, ou seja, fecha os seus contatos em I ciclo elétrico
(aproximadamente em 17 ms).

87. Relé de proteção diferencial (dij]'ere11tial proteCJive relaJ')


É um relé de proteção que funciona por uma percentagem ou ângulo de fase ou
outra diferença qua01itativa de correntes elétricas ou de outras grandezas
elétricas.
Podem ter varias designações:
✓ 87T - relé diferencial do transformador de 2 ou 3 enrolamentos.
✓ 87G - relé diferen cial do gerador síncrono.
✓ 87GT - relê diferencial do grupo gerador-transformador.
✓ 878 - relé diferencial de barras. pode ser de baixa. média ou alta
impedância.
✓ 87M - relé diferencial de motores. pode ser do tipo percentual ou
autobalanceado.
Pela IEC 60617 é representado pelo símbolo ~
'omendatura da Proteção 271

88. Motor auxiliar ou motor gerador (au:xiliary m otor, or motor generator)


São dispositivos empregados como equipamento auxiliar. tais como bombas.
vemiladores. excitadores, amplificadores magnéticos rotativos, etc... (

89. Chave separadora ou chave secionadora (line swilch) (


É um inteLruplOr do upo cha\'e seccionadora, que só é operável sem carga,
utilizada para possibilitar manobras com o objetivo de mudança na configuração
do sistema e létrico. A operação desta secciooadora é motorizada com coolrole
local ou remoto.

90. Dispositivo de regulação (regulating device)


É um dispositivo que funciona para regular uma quanúdade ou quantidades, tais
como tensão, corrente, força. velocidade. freqüência. temperatura e carga. a um
ceno ,·alor ou enire ccnos limites (geralmente próximos) para máquinas, linhas {
de interligação ou outros aparelhos. (
Exemplo. a função relé 90 efetua no comutador o controle de mudanças de tops
do trani.-fom,ador de potência. {
(
91. Relé direcionaJ de tensão (voltage directional relaJ~
É um relé que opera quando a tensão. através de um disjunto r abcno. ou
contactor. excede certo valor cm uma dada direção. (
92. Relé direcional de tensão e potência (1•0/tage a11d power diredional relm')
É um relé que permite ou causa a interligação de dois circuitos quando a
diferença de tensão entre eles exceder um dado valor numa predeterminada
direção e faz com que esses dois circuitos sejam desligados entre si quando o
íl lL~O de potência entre eles exceder um dado valor oa direção oposta.

93. Contactor de mudança de campo (fie ld cltangfog cot11actor)


É um contactor que funciona no sentido de incrementar ou diminuir. de um
passo. o valor do campo de excitação numa máquina.
L
9--t. Relé de desligamenlo, ou de disparo livre, ou permissão de desligame nto
(tripping, or trip-free relay)
É um relé au.,iliar que funciona para pro\'ocar o disparo de um disjuntor ou de
um conhlctor ou cquípamenro, ou para pemútir o seu imediato disparo por
outros dispositivos, ou evitar o imediato re-fechameato de um interruptor de um
circuito se o mesmo deveria abrir automaticamente. mesmo se seu circuito de
fechamento for mantido fechado. O relé de desligamento tem gcmlmente vános
contatos auxiliares. e apõs a operação o mesmo se reannu automaucameall:
272 Apêndice A

(auto reset) para a su a posição aonnal. Este relé é semelhante ao relé 86, com a
d iferença que o relé 94 se auto reanna e o relé 86 só sera reannado com a
intervenção humana.

95. Usados para aplicações especificas em instalações individuais, aão cobertos


pcios no'u.:~r..s anteriores. Por exemi;!o: A urilizaçao oa medida Vo1rs/Hertz está
provisonamente saindo da função 24 e está sendo utilizada como função 95.

98. Oscilograüa
Dispositivo oscilógrafo, para possibilitar o d iagnóstico pós-perturbação de
ocorrência de defeitos no sistema elétrico. Por exemplo, tem-se o Registrador
Digital de Penurbação (RDP).

101. Cba\'e de transferência


É uma chave seccionadora utilizada especialmente para efetuar as manobras de
uansfcrêacia, principalmente as de transferência de barras.
27]

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