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Campus Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget de Angola


(Criada pelo Decreto nº 44-A/01 de 6 de Julho de 2001)

Faculdade de Ciências e Tecnologias

TRABALHO DE FIM DE CURSO

SOLUÇÃO DO PROBLEMA DE ENERGIA ELÉCTRICA


NO SECTOR DA FAMOSA (B. CAPALANGA – VIANA)

Autor: Terra Armindo Ginga Joaquim


Licenciatura: Engenharia Electromecânica
Orientador: Prof. Eng. Franklim Alexandre Massiala Bivingo

Viana, Junho de 2018


Campus Universitário de Viana
Universidade Jean Piaget de Angola
(Criada pelo Decreto nº 44-A/01 de 6 de Julho de 2001)

Faculdade de Ciências e Tecnologias

TRABALHO DE FIM DE CURSO

SOLUÇÃO DO PROBLEMA DE ENERGIA ELÉCTRICA


NO SECTOR DA FAMOSA (B. CAPALANGA – VIANA)

Terra Armindo Ginga Joaquim


Engenharia Electromecânica

Projecto realizado na Central Térmica GAMEK-Km9, Província de Luanda,


Município de Viana, no período de Maio de 2015 a Março de 2018
EPÍGRAFE

“ Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele
possa ser realizado”.

ROBERTO SHINYASHIKI
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho de fim de curso à minha família em geral,


especialmente aos meus pais pelo ânimo e amparo constante. À minha
esposa e aos meus filhos e a todos que directa ou indirectamente
contribuíram para a realização deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a DEUS Todo-poderoso pela concessão da vida, amparo
diário, coragem e perseverança durante a minha formação e para a
efectivação deste trabalho de fim de curso.

À Faculdade de Ciências e Tecnologias desta Universidade, seu


corpo docente, em especial, ao meu orientador Professor Eng.º Franklim
Alexandre Massiala Bivingo por estarem sempre vagos a proporcionarem
os utensílios basilares para a conclusão da minha formação. De forma
especial, ao meu orientador, pela honestidade e ânimo para continuar este
trabalho.
Aos meus amigos, colegas e todos que de forma directa ou indirecta,
contribuíram para a minha formação e na realização deste trabalho.

Obrigado.
DECLARAÇÃO DO AUTOR

Declaração do autor:

Declaro que este trabalho escrito foi levado a cabo de acordo com os
regulamentos da Universidade Jean Piaget de Angola (UniPiaget) e em particular
das Normas Orientadoras de Preparação e Elaboração do Trabalho de Fim de
Curso, emanadas pelo Departamento de Altos Estudos e Formação Avançada
(DAEFA). O trabalho é original excepto onde indicado por referência especial no
texto. Quaisquer visões expressas são as do autor e não representam de modo
nenhum as visões da UniPiaget. Este trabalho, no todo ou em parte, não foi
apresentado para avaliação noutras instituições de ensino superior nacionais ou
estrangeiras.
Assinatura: ____________________________________ Data: __/__/__
Norma: ISO 690
ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
°C: Graus celsius
%: Percentagem
AB: compressão adiabática do ar puro aspirado antes;
BC: combustão em pressão constante;
CD: expansão adiabática;
cm: Centímetros
CO2: Dióxido de carbono
C.O: Centro de operações
DA: baixa brutal da pressão.
DS: representa o disjuntor trifásico
ENE: Empresa Nacional de Electricidade
F-T: Fischer-Tropsch
FU: simbologia utilizada para representar os três fusíveis ligados.
g/km : grama/quilómetros
GWh: Gigawatts hora
h: a entalpia específica do fluido
H: produto da queda
h1: a entalpia na entrada da máquina térmica
h2: a entalpia na saída da máquina térmica.
HIGH: Representa a parte alta do sensor de nível colocado no interior do túnel
HIGHLOW: Representa a parte baixa do sensor de nível colocado no interior do
túnel
KM2: Representa o contactor associado ao sensor LOW,
Hz: Hertz
Kg: Quilogramas
kg/L: Quilogramas por litros
kg/seg: Quilogramas por segundos
kJ/kg: Quilojoule por Quilograma
km: Kilómetros
KM: representa a bobina do arrancador magnético responsável por ligar ou
desligar o motor.
KM: representa o contacto normalmente aberto do arrancador magnético do
motor
KM: Representa o contacto normalmente aberto do contactor do motor
KM: Representa o contacto normalmente fechado do arrancador magnético do
motor
KM1: Representa o contactor associado ao sensor
Kv: Kilovolts
Kva: Kilovolts amperes
m: é a massa de fluido passando pela transformação térmica, por unidade de
tempo,
m3 : Metros cúbicos
MW: Megawatts
P: Potência disponível;
Q: vazão volumétrica
Rpm: Rotações por minutos
RT: Representa o contacto normalmente fechado do relé térmico
START: Representa o botão de arranque do motor no modo manual.
STOP: Representa o botão de paragem do motor no modo manual.
TI: Transformador de intensidade
TMAL: Terminal Marítimo de Luanda
U: Tensão

RESUMO

A evolução técnica permite que hoje em dia seja possível propor


diferentes sistemas para melhorar a produção de energia eléctrica e
consequentemente ajudar no bem-estar de pessoas e até mesmo das
indústrias. O presente trabalho de fim de curso faz referência as matérias-
primas usadas na produção de energia eléctrica, particularmente nas
centrais térmicas e hídricas. A finalidade do mesmo é estudar
cientificamente os materiais utilizados nas celas das centrais
hidroeléctricas e propor a sua implementação em centrais termoeléctricas.
Tomou-se como objecto de estudo a Central Térmica da GAMEK no
Bairro Km9, do município de Viana, província de Luanda.
Em todo caso, o presente projecto visou estudar cientificamente as
melhores formas/técnicas/procedimentos para melhorar o sistema de
abastecimento de energia, consistindo precisamente no arranque indirecto
de motores de indução no sentido de evitar altos níveis de corrente na
partida destes.
Portanto, concluiu-se que, a realização deste estudo, trará melhorias
no processo de produção de energia eléctrica da referida central e de
outras similares, facilitando assim os operadores responsáveis pelo
controlo e propiciando funções que prescrevam menos empenho físico.

Palavras – Chave: Solução, Problema, Energia Eléctrica, Central


Térmica.

ABSTRACT
The technical evolution allows that nowadays is possible to propose
different systems to improve the production of energy eléctrica and
consequently to help in the people's well-being and even of the industries.
The present work of course end makes reference the raw materials used in
the production of electrical energy, particularly in the thermal
headquarters and hydrias. The purpose of the same is to study the
materials scientifically used in the cells of the headquarters hydroelectric
and to propose implementation in central thermoelectric. It was taken as
study object the Thermal Headquarters of GAMEK in the Km9 District, of
the municipal district of Viana, province of Luanda.
For the effect, the present project sought to study the materials
scientifically used in the cells of the headquarters hydroelectric and to
propose implementation in central thermoelectric with view the
elimination of the excessive humidity that she have been verifying in
those same cells.
Therefore, it was ended that, the accomplishment of this study, will
bring improvements in the process of production of electrical energy of
the referred central and of other similar ones, facilitating like this the
responsible operators for the control and propitiating functions to
prescribe less physical pledge.

Words-Key: Solution, Problem, Electric Energy, Thermal Central.


ÍNDICE

INTRODUÇÃO.................................................................................................................1
Identificação do problema.................................................................................................2
1. OBJECTIVOS DO ESTUDO.................................................................................3
1.2 Objectivo Geral...................................................................................................3
1.3 Objectivos Específicos........................................................................................3
2. IMPORTÂNCIA DO ESTUDO.............................................................................3
3. DELIMITAÇÃO DO ESTUDO.............................................................................4
4. DEFINIÇÃO DOS CONCEITOS..........................................................................4
CAPÍTULO I - REVISÃO DA LITERATURA TÉCNICA/CIENTIFICA APLICÁVEL
AO PROJECTO.................................................................................................................6
1. NOÇÕES GERAIS SOBRE SISTEMA ENERGÉTICO.......................................7
1.1 Introdução...................................................................................7_Toc517105590
1.2 Geração de Electricidade....................................................................................7
1.3 Transporte de Electricidade................................................................................8
1.4 Distribuição de Electricidade..............................................................................9
1.5 Consumo de Electricidade................................................................................10
2. EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ENERGÉTICO............................................10
2.1 Grupo gerador...................................................................................................10
2.1.1 Formas de Geração da Energia Mecânica.....................................................11
2.1.2 Principais componentes do gerador..............................................................12
2.1.3 Princípio de funcionamento..........................................................................13
2.1.4 Vantagens e desvantagens.............................................................................13
2.2 Transformador eléctrico....................................................................................14
2.3 Ligação em Triângulo.......................................................................................15
2.4 Ligação de transformador com Secundário em Estrela....................................15
2.5 Motores eléctricos.............................................................................................16
2.5.1 Tipos de motores...........................................................................................17
2.5.2 Definição e Utilização...................................................................................18
2.5.2.1 Motor com rotor gaiola de esquilo................................................................18
2.5.2.2 Motor com rotor bobinado............................................................................19
2.5.2.3 Motor Dahlander...........................................................................................19
2.5.2.4 Motor com dois enrolamentos separados......................................................20
2.5.2.5 Motor para três e quatro velocidades............................................................20
2.5.3 Características electromecânicas principais..................................................20
2.5.3.1 Constituição de um motor.............................................................................20
2.5.4 Princípio de funcionamento..........................................................................21
2.5.4.1 Motores de indução monofásicos..................................................................22
2.5.5 Motores monofásicos com dois terminais.....................................................23
2.5.5.1 Motores monofásicos com quatro terminais.................................................23
2.5.6 Motores monofásicos com seis e quatro terminais.......................................23
2.5.7 Motores síncronos.........................................................................................24
2.5.8 O motor síncrono para correcção do factor de potência...............................25
2.5.9 Desvantagens dos motores síncronos em relação aos motores de indução...26
2.5.10 Vantagens dos motores síncronos em relação aos motores de indução........27
2.6 Condutores eléctricos........................................................................................27
2.6.9 Tipos de cabos/condutores............................................................................28
2.6.2 Definição e utilização....................................................................................29
2.6.3 Características electromecânicas principais..................................................30
3. CONSIDERAÇÕES.............................................................................................32
3.1 Natureza da carga..............................................................................................32
3.2 Distorção harmónica.........................................................................................34
3.3 Potência e energia eléctrica...............................................................................34
3.3.1 Potência activa..............................................................................................34
3.3.2 Potência reactiva...........................................................................................34
3.3.3 Potência aparente..........................................................................................35
3.3.4 Factor de potência.........................................................................................35
3.4 Elementos do sistema eléctrico básico..............................................................36
3.4.1 Circuito de protecção....................................................................................36
3.4.2 Circuito de controlo.......................................................................................37
CAPÍTULO II - PRODUÇÃO TÉCNICA......................................................................42
1 METODOLOGIA.................................................................................................43
2 ESTRUTURA ARQUITETÓNICA DA INDÚSTRIA (CENTRAL TÉRMICA –
GAMEK Km9)............................................................................................................43
CAPÍTULO III - EXECUÇÃO DO PROJECTO............................................................50
1 EXECUÇÃO DA PROPOSTA DE SOLUÇÃO – PRODUÇÃO, MONTAGEM
E IMPLEMENTAÇÃO DO PROJECTO....................................................................51
2. DESENVOLVIMENTO – ANTES......................................................................51
2.1 DESENVOLVIMENTO – PROPOSTO..........................................................60
2.1.1 HIPÓTESES..................................................................................................61
CONCLUSÕES...............................................................................................................67
REFERȆNCIA BIBLIOGRÁFICA.................................................................................69

ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Diagrama de um sistema eléctrico...................................................................7
Figura 2 - Usina hidroeléctrica de Marimbondo – furnas, com oito geradores de 190
MVA, 13,8 kV...................................................................................................................8
Figura 3 - Linha de transmissão........................................................................................8
Figura 4 - Tipos de sistema de distribuição primária........................................................9
Figura 5 - Principais componentes..................................................................................12
Figura 6 – Partes girantes de um sistema gerador de energia eléctrica: o rotor de uma
turbina aciona, através de uma engrenagem redutora de velocidade, o rotor de um
gerador.............................................................................................................................13
Figura 7 - Esquema de ligação ∆∆ (triângulo-triângulo).................................................15
Figura 8 - Esquema de ligação ∆∆ (triângulo-triângulo).................................................15
Figura 9 - Ligação de transformador em ∆Υ utilizada para distribuição de iluminação
em 220/127 V ou 380/220 V...........................................................................................16
Figura 10 - Imagem de um motor eléctrico de indução trifásico....................................17
Figura 11 - Tipos de motores eléctricos..........................................................................18
Figura 12 - Motor de indução gaiola de esquilo..............................................................21
Figura 13 - Motor monofásico de uso comercial.............................................................23
Figura 14 - Estrutura do motor síncrono.........................................................................25
Figura 15 – Fio e cabo Noflam BWF 750 V, da Ficap....................................................28
Figura 16 - Cabo com isolação e cobertura Superflex 750 V, da Ficap. Condutores
formados por fios de cobre electrolítico..........................................................................28
Figura 17 – Resistência R................................................................................................32
Figura 18 – Indutância L.................................................................................................33
Figura 19 – Capacitância C.............................................................................................33
Figura 20 – Representação dos triângulos das potências................................................35
Figura 21: Central térmica de Gamek-km9.....................................................................44
Figura 22: Parte frontal da central térmica Gamek-km9.................................................44
Figura 23: Grupo gerador da planta.................................................................................45
Figura 24: Parte frontal dos painéis da sala de 15KV.....................................................46
Figura 25: Esquema unifilar geral da central..................................................................49
Figura 26: motores do radiador.......................................................................................51
Figura 27: Painel principal de controlo dos motores do radiador...................................54
INTRODUÇÃO
O presente projecto visa a dar resposta ao problema energético que
vivencia o sector da FAMOSA. O sector da Famosa é uma pequena zona situado
no Bairro Capalanga, Município de Viana, Luanda-ANGOLA. Esta zona recebe
electricidade de vários pontos, sendo uma das centrais, térmica com motores a
gasóleo.

A Central Térmica de Produção de Electricidade (Gamek - km9) é uma


das instalações industriais da Empresa Pública PRODEL-EP, situada em Luanda,
município de Viana, no Bairro da Gamek. Esta central foi concebida para
produzir energia eléctrica para algumas povoações vizinhas e não só, uma vez já
estar interligada com a rede geral de distribuição de energia.

A Central em síntese tem uma capacidade instalada de 40,8MW. Essa


potência é gerada por 24 grupos geradores, isto é, 1,7MW cada. As máquinas
(grupos geradores) possuem a mesma capacidade e as mesmas características em
todos aspectos, o que significa que, o estudo analítico deste projecto será feito
apenas em uma máquina e o mesmo será equiparado com as restantes máquinas.
De salientar que as máquinas são de origem Coreana, fabricadas pela
concessionária Hyundai, instaladas em Angola desde 2012.

Os grupos geradores possuem duas máquinas principais nomeadamente:


MP (Máquina Primária) e MS (Máquina Secundária). A MS é, no caso concreto,
um alternador trifásico (6600V, 50Hz, 186A, fp 0,8, etc), sendo uma máquina
que converte a energia mecânica (no caso cinética de rotação) em energia
eléctrica. A MP (no caso concreto) é uma máquina de combustão interna a
gasóleo, responsável por transformar a energia química do gasóleo em potência
mecânica a partir da energia cinética de rotação. Outrossim, a máquina primária é
composta por nove (9) cilindros, consequentemente: 9 injectores, 9 bombas
injectoras, 18 deflectores, etc. A central em causa fornece energia para a maioria
parte dos consumidores de Luanda, visto que a mesma encontra-se sincronizada
com a tensão da rede de distribuição geral.

1
A zona da Famosa tem vivido sérios problemas nos últimos tempos,
problemas esses que consubstanciam em: Queima e danificações televisores,
rádios, computadores, placas AVR, Bobinas, Semicondutores, fusíveis,
disjuntores, relés, arrancadores magnéticos e muitos outros equipamentos
eléctricos e electrónicos. Outrossim, frequentes Blackouts.

Identificação do problema
Uma equipa na área de electricidade da empresa pública PRODEL-EP fez
um estudo e contactou que nesta zona (Famosa) existem muitas fábricas, e que
estas trabalham com muitos motores de indução com potências maiores que 8cv
com arranque/partida directa.

O autor deste projecto, fez o seguinte contra-estudo: Sabemos que todo


sistema é composto por geração, transporte e consumo. Normativamente falando,
todos os motores com potência acima dos 6cv, não podem ser ligados de forma
directa, todavia, verificou-se que a central em causa possui vários motores
eléctricos pra serviços auxiliares, motores com potência maior que 6cv, tais
como:

 Quatro (4) electrobombas de transferência de gasóleo do tanque para os


24 grupo-geradores (7,5KW para cada);
 Duas (2) electrobombas de recepção de gasóleo da cisterna para o
tanque (11KW para cada);
 Dois (2) compressores de ar (15KW cada);
 Noventa e seis (96) motores-ventiladores para arrefecimento do radiador
(15KW Cada).

Esses motores têm gerado correntes mui altas no momento de sua partida,
ocasionando os problemas mencionados anteriormente. Desta feita, sugere-se um
arranque indirecto (estrela-delta) para minimizar tais danos.

2
1. OBJECTIVOS DO ESTUDO

1.2 Objectivo Geral

 Implementar um sistema de partida indirecta de motores para limitar a


corrente no momento do arranque.

1.3 Objectivos Específicos

1) Aumentar a disponibilidade dos grupos geradores da central geradora;


2) Reduzir as perdas de energia no momento do arranque;
3) Aumentar o tempo de vida útil das máquinas em geral e dos seus
acessórios;
4) Reduzir a carga de trabalho para equipa operacional da área de
manutenção eléctrica;
5) Aumentar o período de manutenção preventiva e correctiva e evitar as
queimas constantes dos equipamentos electrónicos.

2. IMPORTÂNCIA DO ESTUDO

Houve motivação por parte do autor deste projecto para trabalhar no


mesmo, primeiro pelo facto de trabalhar por muito tempo com máquinas da
concessionária supradita; por outra, é um problema real que tem dificultado
imenso o trabalho dos técnicos de manutenção (incluindo o autor do projecto),
aprovisionamento e a área de gestão de manutenção em geral. Tendo em conta a
descrição feita nos objectivos, o projecto é de extrema importância para empresa,
para população em geral e para a concessionária energética. O mesmo trará
muitos benefícios porque evitará muitos constrangimentos que se tem verificado
desde que o sistema havia sido instalado até hoje.

3
3. DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
O projecto em questão possui uma vasta gama de aplicabilidade, o mesmo
pode ser aplicado em qualquer sistema eléctrico onde a potência dos motores for
maior que 6cv em função da norma para instalações eléctricas BT. Todavia, de
modo que se delimite o tema, tomou-se a os motores da central térmica do
GAMEK Km9.

4. DEFINIÇÃO DOS CONCEITOS


Sistema energético

Segundo Jannuzzi&Swisher (1997, p. 8) diz que «compreende um conjunto


de actividades que podem ser divididas em 3 níveis que são: a) produção; b)
armazenamento e distribuição e c) consumo final.»

Município de viana

De acordo com Angola (2017), diz que «é um dos mais populosos da


capital angolana, com cerca de dois milhões de habitantes, e alberga o maior
parque industrial do país.»

Luanda

De acordo com Priberam (2008-2013), «natural ou habitante de luanda,


capital de Angola. = Caluanda, luandense, luandês.»

Qualidade de energia eléctrica

Segundo Franco (2013, p. 1), «o conceito de qualidade de energia eléctrica


está relacionado a um conjunto de alterações que podem ocorrer no sistema.»

Sobretensão

São as diferenças de potencial anormal que se produzem num circuito


eléctrico, como consequência de diversas perturbações, sendo susceptíveis de
danificar os componentes desses sistema ou de danificar a sua correcta
4
exploração se não forem tomadas medidas de protecção adequada(CABETE..[et
al.], 2000).

Desequilíbrio de tensão

De acordo com Franco (2013, p. 5) diz que «podem ser definidos como o
desvio máximo da média das correntes ou tensões trifásicas, dividido pela média
das correntes ou tensões trifásicas, expressada em percentual.»

Sobreaquecimento

O aquecimento exagerado ou sobreaquecimento dos condutores eléctricos é


devido não só ao valor anormal da intensidade de corrente (designada por
sobreintensidade), como também devido a resistências eléctricas nos pontos de
contacto e ligações dos condutores (designados por resistências de contacto)
(FRANCO, 2013).

Distúrbios de sinais em redes eléctricas

Engloba todos os fenómenos que afectam a qualidade de energia. Podem ter


origem na energia eléctrica entregue pela concessionária de energia ou na rede
interna de distribuição do próprio consumidor.(FRANCO, 2013).

5
CAPÍTULO I - REVISÃO DA LITERATURA
TÉCNICA/CIENTIFICA APLICÁVEL AO PROJECTO

6
1. NOÇÕES GERAIS SOBRE SISTEMA
ENERGÉTICO

1.1 Introdução

A maior parte das instalações eléctricas de baixa tensão são regulamentadas


pela norma NBR-5410, da ABNT, que estabelece a tensão de 1000 volts como o
limite para a baixa tensão em corrente alternada e de 1500 volts para corrente
contínua. A frequência máxima de aplicação desta norma é de 400 Hz. Assim
compreendemos facilmente as diferentes transformações de tensões, desde o
gerador até a nossa residência. Vamos nos reportar a figura 1, onde está
representada, em diagrama, um sistema eléctrico que compreende os seguintes
componentes:

 Geração;
 Transmissão (subestação elevadora e subestação abaixadora);
 Distribuição. (CREDER, 2007).

Figura 1 – Diagrama de um sistema eléctrico

Fonte: CREDER, 2007, p. 2

1.2 Geração de Electricidade

A produção de energia eléctrica pode ser realizada por meio do uso da


energia potencial da água (geração hidroeléctrica) ou utilizando a energia
potencial dos combustíveis (geração termoeléctrica). Os geradores de
electricidade necessitam de energia mecânica (energia cinética) para girar os
rotores das turbinas, nos quais estão acoplados, no mesmo eixo, os rotores dos

7
geradores de electricidade. Então, a geração necessita de uma turbina (hidráulica
ou térmica) e de um gerador síncrono, montados no mesmo eixo, geralmente
vertical (CREDER, 2007).

Figura 2 - Usina hidroeléctrica de Marimbondo – furnas, com oito geradores de 190 MVA, 13,8 kV

Fonte: CREDER, 2007, p. 3

1.3 Transporte de Electricidade

O transporte de electricidade significa transmissão de energia eléctrica


gerada até os centros consumidores. Para que seja economicamente viável, a
tensão gerada nos geradores trifásicos de corrente alternada normalmente de 13,8
kV deve ser elevada a valores padronizados em função da potência a ser
transmitida e das distâncias aos centros consumidores (Ibidem).

Figura 3 - Linha de transmissão

Fonte: CREDER, 2007, p. 7

8
1.4 Distribuição de Electricidade

A distribuição é a parte do sistema eléctrico já dentro dos centros de


utilização (cidades, bairros, indústrias). A distribuição começa na subestação
abaixadora, onde a tensão da linha de transmissão é baixada para valores
padronizados nas redes de distribuição primária (13,8 kV e 34,5 kV). Das
subestações de distribuição primária partem as redes de distribuição secundária
ou de baixa tensão (Ib.).

Na fig. 4, vemos três diagramas utilizados em redes de distribuição primária


a saber: sistema radial, sistema em anel, sistema radial selectivo. A parte final de
um sistema eléctrico é a subestação abaixadora para a baixa de tensão, ou seja, a
tensão de utilização (380/220 V, 220/127 V – Sistema trifásico e 220/110 V –
Sistema monofásico com tape) (Ib.).

As redes de distribuição dentro dos centros urbanos podem ser aéreas ou


subterrâneas, os transformadores deverão ser montados em câmaras subterrâneas.
A entrada de energia dos consumidores finais é denominada rama de entrada
(aérea ou subterrânea) (Ib.).

Figura 4 - Tipos de sistema de distribuição primária

Fonte: CREDER, 2007 p. 8

As redes de distribuição primária e secundária são trifásicas, e as ligações


aos consumidores poderão ser monofásicas, bifásicas ou trifásicas, de acordo
com a sua carga:

9
 Até 4 kW – monofásica (2 condutores);
 Entre 4 e 8 kW – monofásica (3 condutores);
 Maior que 8 kV – monofásica (3 ou 4 condutores).

1.5 Consumo de Electricidade

A energia eléctrica é uma forma essencial ao desenvolvimento das


sociedades nos tempos modernos. Cada vez mais a sociedade está
dependente da alimentação da electricidade, substituindo muitos modelos
de accionamento de natureza diferente ou criando novas necessidades por
inovação tecnológica. Por isso o crescimento do consumo de energia
eléctrica nos países inseridos na actual civilização baseada na tecnologia é
uma constatação insofismável, apesar de acções paralelas de conservação. É
partindo deste crescimento de utilização de energia que nós centraremos as
estratégias da política do consumo versus demanda de energia nas
sociedades, particularizando como é óbvio o caso de Angola. (NETO, 2014)

5. EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ENERGÉTICO

2.1 Grupo gerador

Inicialmente são duas máquinas interligadas, máquina primária (gerador


mecânico) e máquina secundária (gerador eléctrico). Os geradores são as fontes
de alimentação das cargas e dos curto-circuitos do sistema eléctrico. Estes
equipamentos ficam localizados em usinas que podem ser hidroeléctricas,
termoeléctricas, nucleares, etc. Esta classificação está relacionada com a fonte
primária de energia (água, vapor, gás, etc.). (ARAÚJO, 2005).

São projectados controlos, protecções, comandos, sinalizações e


supervisões para manter a unidade geradora em operação sem riscos, com altos
factores de disponibilidade operativa, de utilização e de capacidade da usina.
Com isso, espera-se que a retirada de operação de unidades geradoras, por
motivo de falhas ou por manutenção correctiva, seja reduzida (Ibidem).

10
2.1.1 Formas de Geração da Energia Mecânica

As formas sustentáveis mais conhecidas para a produção de energia


eléctrica são: a solar, a eólica, a biomassa e hidroeléctrica, mas também existem
outras formas como, por exemplo, a ondas do mar que também podem ser
exploradas (DIONÍSIO, 2013).

 Energia hidroeléctrica

O processo de geração em uma usina hidroeléctrica consiste, basicamente


no represamento de rios por meio da construção de barragens, formando um lago
com grande volume de água que, mediante uma queda muito forte, e através de
tubulações, faz movimentar turbinas, com aparência semelhante a uma roda d
´água. As turbinas em funcionamento movimentam os geradores que convertem a
força da água em energia eléctrica (SENAI, 2013).

 Energia solar

No que diz respeito à geração de electricidade, a tecnologia mais


promissora é a conversão directa por meio das fotovoltaicas, cujo uso já está
consagrado para alimentação de pequenos sistemas isolados. A energia solar é
uma fonte ambientalmente limpa, mas componentes como baterias ou
acumuladores, se não manejados correctamente, podem provocar danos
ambientais (BURSZTYN, 2001).

 Energia eólica

Para utilização desta fonte são necessários ventos com velocidade média
mínima de 20 km/h. Os custos da tecnologia cada vez mais baixo tem viabilizado
o crescimento do emprego da energia eólica para geração de electricidade, a um
custo de USD $ 40,00 a US$ 60,00 por MWh. Os principais problemas
ambientais são o alto nível de ruído e a morte dos pássaros (Ibidem).

 Energia de biomassa

A energia de biomassa: as principais biomassas energéticas são o álcool, o


biogás, o óleo vegetal, a lenha, o carvão e os resíduos sólidos (Ib.).

11
Diz ainda Gebran & Rizzato (2017, p. 19), que «é um tipo de energia
produzido por meio de um processo bioquímico: a decomposição pelas bactérias
dos excrementos animais produz gás metano, que, então produz energia
eléctrica.»

2.1.2 Principais componentes do gerador

Segundo ARAÚJO (2005, p. 224), «Os principais componentes do


processo de geração de energia eléctrica podem ser simplificados de acordo
com a fig. 6:»

Figura 5 - Principais componentes

Fonte: ARAÚJO. (2005, p. 224)

«Rotor: Parte interna do gerador que recebe energia mecânica


através do eixo. No rotor estão instalados enrolamentos que, ao se
movimentarem e serem submetidos a corrente contínua, formam um
campo magnético girante. Esta corrente contínua, conforme citado
anteriormente, é gerada pela excitatriz e é transmitida aos
enrolamentos do rotor através do conjunto escovas/anéis colectores
(terminação das espiras).» (Ibidem, p. 225).

«Estator: Parte externa do gerador (fixa) que envolve o rotor e possui


diversos enrolamentos, onde são induzidas tensões alternadas (6 kV,

12
13.8 kV, etc.) pelo campo magnético girante criado pelo roto.» (Ib., p.
226).

«Regulador de velocidade: Equipamento responsável pelo controle


da velocidade de rotação do rotor (frequência da máquina) e da
potência activa gerada. Actua controlando, através de um
servomotor, a abertura ou fechamento das palhetas, fazendo
aumentar ou diminuir sua área de contacto com a água.» (Ib., p. 227).

Um sistema eléctrico em situação normal de operação, deve haver


equilíbrio entre a demanda de energia gerada (perda de grandes blocos de carga),
o sistema irá operar com características de sobre frequência e sobretensão (Ib.).

2.1.3 Princípio de funcionamento

Os geradores recebem energia mecânica proveniente de um accionador


(turbina, motor diesel, turbina hidráulica, cata-vento, etc.) e geram energia
eléctrica para um determinado sistema eléctrico (uma grande região, uma cidade,
uma base naval, um navio, um automóvel, etc.) (POPPIUS, 2012).

Figura 6 – Partes girantes de um sistema gerador de energia eléctrica: o rotor de uma turbina
aciona, através de uma engrenagem redutora de velocidade, o rotor de um gerador

Fonte: ARAÚJO..[et al.], 2005, p. 228

2.1.4 Vantagens e desvantagens

A geração de energia eléctrica através de energia eólica tem muitas


vantagens e as desvantagens são comparadas a outras formas de geração. As
hidroeléctricas requerem grande investimento inicial, construindo barragens, e
um grande impacto socio ambiental inundando grandes áreas, e em épocas de

13
estiagem os reservatórios ficam baixos comprometendo a geração (DIONÍSIO,
2013).

A energia solar é uma boa forma de geração, porém, para utilizar a energia
à noite, a energia gerada durante o dia teria que ser armazenada o que encarece
muito e se torna inviável em grande escala (Ibidem).

As termoeléctricas têm como vantagens poder ser construídas perto dos


pólos de consumo evitado a perca com linhas de transmissão, por outro lado,
provoca poluição do ar pela queima de combustíveis fósseis, aquecimento das
águas, quando a água retorna ao rio, esta mais quente, no caso da queima do
carvão, a fuligem que saem das usinas poluem a água e os arredores da usina
(Ib.).

2.2 Transformador eléctrico

Para se elevar a tensão de modo a transmitir a corrente com economia nas


linhas de transmissão e depois baixar a tensão, para que a energia possa ser
utilizada com segurança nos edifícios ou aparelhos, emprega-se o transformador
(NISKIER & MACINTYRE, 2000).

O transformador é o dispositivo que realiza transformação de uma


corrente alternada, sob uma tensão, para outra corrente alternada, sob uma nova
tensão, sem praticamente alterar o valor da potência. O tipo mais comumente
empregado é o transformador estático, consta essencialmente de um núcleo de
chapas de aço-silício MM em torno do qual são enroladas duas bobinas fixas, B1
e B2 (Ibidem).

Em função do sistema de distribuição adoptado e das tensões a serem


transformadas, os três enrolamentos monofásicos que constituem a unidade
trifásica podem ser ligadas de várias maneiras, duas das quais, em especial,
merecem referência: Ligação em triângulo ou delta e Ligação em estrela.

14
2.3 Ligação em Triângulo

É muito empregada pela economia do material condutor utilizado na


fabricação dos transformadores. De facto, se chamarmos de i a corrente nas
espiras do secundário, a corrente I nas linhas de distribuição será notavelmente
maior.

Figura 7 - Esquema de ligação ∆∆ (triângulo-triângulo)

Fonte: NISKIER & MACINTYRE, 2000, p. 26

2.4 Ligação de transformador com Secundário em Estrela

É muito empregada quando se deseja que o secundário tenha tensões muito


elevadas a fim de diminuir a tensão em cada transformador, nas suas respectivas
bobinas, e, por conseguinte, facilitar e baratear seu isolamento e construção. (Ib.)

Figura 8 - Esquema de ligação ∆∆ (triângulo-triângulo)

Fonte: NISKIER & MACINTYRE, 2000, p. 27

Nas redes de distribuição para iluminação, o secundário, em baixa tensão,


exigindo a distribuição com três fases e neutro, obriga o emprego de
transformador com secundário em estrela (Ib.).

15
Figura 9 - Ligação de transformador em ∆Υ utilizada para distribuição de iluminação em 220/127
V ou 380/220 V

Fonte: NISKIER & MACINTYRE, 2000, p. 27

2.5 Motores eléctricos

«O motor eléctrico é um dispositivo que transforma a energia


eléctrica em energia mecânica, em geral, energia cinética, ou seja,
num motor, a simples presença da corrente eléctrica, seja corrente
contínua ou alternada, garante movimento em um eixo, que pode ser
aproveitado de diversas maneiras dependendo da aplicação do
motor.»

(FRANCHI, 2008, p. 17).

O accionamento de máquinas e equipamentos mecânicos por motores


eléctricos é um assunto de grande importância económica. Estima que o mercado
mundial de motores eléctricos de todos os tipos seja da ordem de uma dezena de
biliões de dólares por ano. No campo de accionamentos industriais, avalia-se que
70 a 80% da energia eléctrica consumida pelo conjunto de todas as indústrias seja
transformada em energia mecânica por motores eléctricos (Ibidem).

16
Figura 10 - Imagem de um motor eléctrico de indução trifásico

Fonte: FRANCHI, 2008, p. 17

2.5.1 Tipos de motores

Os motores eléctricos são basicamente divididos em duas grandes


categorias quando categorias quando consideramos tipo de tensão: corrente
contínua e corrente alternada. A fig. 12, mostra uma descrição detalhada dos
principais tipos de motores (Ib.).

17
Figura 11 - Tipos de motores eléctricos

Fonte: FRANCHI, 2008, p. 20

Os motores assíncronos trifásicos são os mais utilizados em conjunto com


comandos eléctricos devido ao seu custo, robustez e facilidade para inversão de
sentido de rotação. De existem dois tipos de rotores nesses motores. O mais
comum é sem dúvida, o rotor gaiola de esquilo, conhecido também como rotor
em curto-circuito ou rotor de gaiola. O segundo é o rotor bobinado (Ib.).

2.5.2 Definição e Utilização

2.5.2.1 Motor com rotor gaiola de esquilo

Diz ainda Franchi (2008, p. 20) que «o rotor gaiola de esquilo é o mais
robusto de todos. Não exige o uso de escovas nem de comutadores, o que evita
muitos problemas relacionados a desgaste e manutenção.»

18
A forma mais simples do motor com rotor gaiola de esquilo apresenta um
conjunto de partida relativamente fraco e o pico de corrente na partida alcança
até dez vezes o valor da corrente nominal do motor. Esses aspectos podem ser
melhorados parcialmente pela construção do próprio rotor. Em especial, as barras
que formam a gaiola influem nessas características. Motores de melhor
desempenho são equipados com rotores de gaiola de barras altas, barra de cunha
ou barra duplas (Ibidem).

2.5.2.2 Motor com rotor bobinado

O rotor bobinado tem um enrolamento composto por três bobinas,


semelhante ao estator do motor. Essas bobinas são ligadas normalmente em
estrela, com os três terminais livres conectados a anéis deslizantes no eixo do
rotor. Esses anéis permitem por meio de escovas, a conexão de reóstatos
(resistores variáveis) no circuito das bobinas do rotor para manipular as
características de partida, como exemplo, melhorar o conjunto de partida e
eliminar o pico de corrente de partida (Ib.).

2.5.2.3 Motor Dahlander

«O enrolamento dahlander é o preferido para motores de duas


velocidades, sendo uma velocidade maior e outra menor. O número
de rotações em velocidade menor corresponde sempre a metade do
número de rotações em velocidade maior. O rendimento do motor em
velocidade maior é melhor do que em velocidade menor. A potência
do motor em velocidade maior é 1.5 até 1.8 vezes maior do que em
velocidade menor.»

(FRANCHI, 2008, p. 21)

O enrolamento dahlander consiste em 6 bobinas, que podem ser


combinadas de duas formas. O motor possui 6 terminais, como o motor para uma
velocidade, porém não pode ser adaptado para duas tensões (Ibidem.).

19
2.5.2.4 Motor com dois enrolamentos separados

Nesse tipo de motor existem dois enrolamentos separados, o que possibilita


duas velocidades em um só motor. Cada enrolamento é ligado para obter a
respectiva velocidade, deixando o segundo enrolamento desligado e vice-versa.
Isso traz a desvantagem de que apenas metade do motor está activa, o que
diminui seu rendimento (Ib.).

2.5.2.5 Motor para três e quatro velocidades

Em motores de três velocidades une-se um enrolamento dahlander a um


enrolamento separado. Para obter quatro velocidades unem-se dois enrolamentos
dahlander separados em um só motor. A respeito das razões das velocidades e do
rendimento vale o que foi dito anteriormente para o caso do motor Dahlander
(Ib.).

2.5.3 Características electromecânicas principais

2.5.3.1 Constituição de um motor

O motor assíncrono é constituído, basicamente, pelos seguintes elementos:

«Um circuito magnético estático: composto de chapas


ferromagnéticas empolhadas e isoladas entre si, ao qual se dá o nome
de estator, em que fica a carcaça que é a estrutura que também tem a
função de suporte do conjunto. Possui uma construção robusta em
ferro fundido, aço ou alumínio injectado, resistente a corrosão e com
aletas para a refrigeração.» (Ib.)

«Bobinas: de acordo com o número de grupo que caracterizam o


motor monofásico ou polifásico; localizadas em cavas abertas no
estator e alimentadas pela rede de corrente alternada.» (Ib.).

«Rotor: formado por núcleo ferro magnético, também laminado sobre


o qual se encontra um enrolamento ou um conjunto de condutores

20
paralelos, nos quais são induzidas correntes provocadas pela
corrente alternada pela bobina do estator.» (Ib.)

O rotor é apoiado em uma cavidade que transmite a carga a energia


mecânica produzida. O entreferro (distancia entre o rotor e o estator) é bastante
reduzido, de forma a diminuir a corrente em vazio, o que leva a perdas, mas
também aumenta o factor de potência em vazio (Ib.).

Figura 12 - Motor de indução gaiola de esquilo

Fonte: FRANCHI, 2008, p. 23

A partir da fig. 14, podemos dividir construtivamente o motor em duas


partes:

 Estator: carcaça (1); núcleo de chapas (2); enrolamento trifásico (8)


 Rotor: eixo (7); núcleo de chapas (3); barras e anéis de curto-circuito (12)
 Outras partes: Tampa (4); Ventilador (5); Tampa deflectora (6); Caixa de
ligação (9); terminais (10); rolamentos (11).

2.5.4 Princípio de funcionamento

«Quando o motor é energizado, ele funciona como um transformador


com secundário em curto-circuito, portanto exige da rede uma
corrente muito maior do que a nominal, podendo atingir cerca de sete
vezes o valor da corrente nominal. À medida que o campo girante
arrasta o rotor, aumenta sua velocidade, a corrente diminui até

21
atingir a corrente nominal, no tempo em que a rotação atinge o seu
valor nominal.»

(FRANCHI, 2008, p. 24)

2.5.4.1 Motores de indução monofásicos

Segundo Franchi (2008, p. 24), «os motores de indução monofásicos são


assim chamados porque os seus enrolamentos de campo são ligados
directamente a uma fonte monofásica.»

Entre os vários tipos de motores eléctricos monofásicos, os motores com


rotor gaiola destacam-se pela simplicidade de fabricação e, principalmente, pela
robustez, confiabilidade e manutenção reduzida (Ibidem).

Por terem somente uma fonte de alimentação, não possuem um campo


girante como os motores polifásicos, mais um campo magnético pulsante. Isso
impede que tenham torque de partida, tendo em conta que no rotor se induzem
campos magnéticos alinhados ao campo do estator (Ib.).

«Para solucionar o problema de partida, utilizam-se enrolamentos


auxiliares, que se dimensionados e posicionados de forma a criar
uma segunda fase fictícia, permitindo a formação de campo girante
necessário para a partida. Assim, teremos um enrolamento de
armadura com duas partes: um enrolamento principal, que é
conectado directamente a rede de alimentação. A outra parte é o
enrolamento secundário ligado em série com um capacitor e esse
circuito é ligado em paralelo com o circuito principal. Desta
maneira, a corrente eléctrica que circula pelo enrolamento auxiliar
está adiantada em aproximadamente 90º da corrente do enrolamento
principal.»

(FRANCHI, 2008, p. 24)

22
Figura 13 - Motor monofásico de uso comercial

Fonte: FRANCHI, 2008, p. 24

2.5.5 Motores monofásicos com dois terminais

É destinado a um valor de tensão, e não pode ser adaptado a diferentes


valores de tensão. Assim a tensão aplicada na placa deve ser igual a tensão da
rede de alimentação (Ibidem).

Outro inconveniente é o facto de não ser possível a inversão do seu sentido


de rotação, pois ele tem somente dois terminais em que são ligados os condutores
da fase (L1) e neutro (N). A inversão dos cabos de alimentação do sentido de giro
(Ib.).

2.5.5.1 Motores monofásicos com quatro terminais

De acordo com Franchi (2008, p. 26), «nesse tipo de motor o enrolamento é


dividido em duas partes iguais. Torna-se possível a instalação do motor a dois
valores de tensão, que são chamados de tensão maior e tensão menor.»

O valor de tensão maior é sempre igual a duas vezes o valor de tensão


menor, sendo que os valores mais utilizados são 220V para o de maior tensão e
110V para o de menor tensão. Não é possível inverter o sentido de rotação desse
motor (Ibidem).

2.5.6 Motores monofásicos com seis e quatro terminais

Com esse tipo de motor podemos efectuar a ligação em dois tipos de tensão
de alimentação diferentes. Alem disso, pode-se inverter o sentido giro desse
motor. É necessário ressaltar que não é preciso fazer a inversão com o motor em
23
movimento. Deve-se desligá-lo para que possa ser dado a partida em outra
direcção. (Ib.)

Os terminais 1 até 4 são conectados às duas metades do enrolamento, como


nos motores de quatro terminais. Os terminais 5 e 6 estão ligados à parte e têm
como função a inversão do sentido de rotação, bastando inverter a ligação dos
terminais 5 e 6 (Ib.).

2.5.7 Motores síncronos

Franchi (2008, p. 38) diz ainda que «são denominados motores síncronos
porque a velocidade do seu motor é sincronizada com o campo girante que é
estabelecido no estator.»

A velocidade do motor síncrono é determinada pela equação:

120. f
Ns=
p

Sendo: N: velocidade síncrona em rpm

f: frequência em Hertz

p: número de pólos

Da mesma forma, o fornecimento dos motores síncronos requer a aplicação


de uma tensão alternada do motor, sendo a excitação do campo rotórico feita por
meio de uma fonte de corrente contínua, que pode ser obtida directamente de
uma fonte externa, ou de uma excitatriz conectada ao eixo do motor. Uma
pequena parcela do torque do motor será utilizada para gerar a corrente contínua
para a excitação do campo (Ibidem).

24
Figura 14 - Estrutura do motor síncrono

Fonte: FRANCHI, 2008, p. 39

2.5.8 O motor síncrono para correcção do factor de potência

Segundo Franchi (2008, p. 40), «devido à possibilidade de variação da


excitação do campo, o motor síncrono possui uma característica que nenhum
outro possui, que é a possibilidade da variação do factor de potência.»

Em um motor síncrono, quando uma carga é aplicada, há um deslocamento


do ângulo de fase do rotor com relação ao campo. Apesar de a velocidade do
motor continuar síncrona, teremos nestas condições um factor de potência em
atraso. Para que o motor volte a operar em condições de factor de potência
unitário, deve-se aumentar a corrente contínua de excitação. Se for mantido o
aumento da corrente, o factor de potência ficará adiantado. Podemos afirmar que,
para uma dada carga, o factor de potência é directamente dependente da corrente
de excitação (Ibidem).

«Isso acontece porque, quando a corrente de excitação é de valor


reduzido, a força electromotriz induzida no estator é pequena, o que
leva o estator a absorver da rede de alimentação uma potência
reactiva necessária para a formação do campo magnético,
ocasionando baixo factor de potência. Se a corrente de excitação for
aumentada, para a mesma carga, haverá uma elevação na força
electromotriz no estator, o que fará com que a corrente do estator,

25
que estava anteriormente atrasada, possa ficar em fase com a tensão
da rede, caracterizando um factor de potência unitário. Se o aumento
da corrente de excitação prosseguir, teremos então uma corrente do
estator adiantada, o que caracteriza um factor de potência
adiantado.» (Ib.)

Assim, o motor síncrono pode ser uma alternativa para a correcção de factor
de potência, com relação ao tradicional método do uso de capacitores, entretanto
devem ser tomados alguns cuidados com relação ao tipo de carga utilizado, pois
variações no conjugado produzem variações no factor de potência. Também não
é aconselhável o uso de motores síncronos para correcção de factor de potência
com potência inferior a 50 cv (Ib.).

2.5.9 Desvantagens dos motores síncronos em relação aos motores


de indução

Devidas as suas peculiaridades, a aplicação de motores síncronos é bastante


restrita, pois como foi citados anteriormente, precisam de uma fonte de excitação
em corrente contínua, além de uma manutenção constante (FRANCHI, 2008).

Uma outra desvantagem do motor síncrono com relação ao motor de


indução é que ele não é capaz de partir somente com a aplicação de uma corrente
alternada no estator, pois é necessário que o motor seja levado a uma velocidade
suficiente próxima da velocidade síncrona para que ele possa entrar em
sincronismo com o campo girante (Ibidem).

Para qua a partida seja possível, devem ser utilizadas algumas técnicas. A
utilização de um motor de corrente contínua acoplada ao eixo do motor e a
utilização de enrolamento de compensação (enrolamentos amortecedores) são as
mais comuns (Ib.).

«Quando e utilizam enrolamentos de compensação, que podem ser do


tipo gaiola de esquilo ou rotor bobinado, o enrolamento de campo de
corrente contínua é curto-circuitado, aplicando-se tensão da rede nos
terminais do estator, levando o motor a vazio à condição de

26
sincronismo, como se fosse um motor de indução. Após a partida, a
ligação de curto-circuito é desfeita, sendo aplicada a corrente
contínua no circuito de excitação.»

(FRANCHI, 2008, p. 42)

Também pode-se colocar o motor em movimento por meio de um peque no


motor de indução ou motor de corrente contínua acoplada ao seu eixo, assim
quando o rotor se aproxima da velocidade síncrona, ele passa a ser energizado
por uma fonte CC, a partir daí o rotor passa a acompanhar o campo girante e está
apto a operar (Ibidem).

2.5.10 Vantagens dos motores síncronos em relação aos


motores de indução

Em seguida estão enumeradas algumas vantagens dos motores síncronos em


relação aos motores de indução:

 «Os motores síncronos, além de utilizados para fornecer força


mecânica, têm a característica de corrigir o factor de potência;
 Possuem rendimentos maiores do que os motores de indução
equivalente, quando trabalham com factor de potência unitário;
 Os rotores dos motores síncronos permitem o uso de entreferros
maiores, possibilitando menores tolerâncias.» (Ib., p. 42)

2.6 Condutores eléctricos

Segundo Niskier & Macintyre (2000, p. 98), «condutor eléctrico é um corpo


constituído de material bom condutor, destinado a transmissão da electricidade.
Em geral é de cobre electrolítico e, em certos casos de alumínio.»

Fio é um condutor sólido, maciço, de secção circular, com ou sem


isolamento.

Cabo é o conjunto de fios encordoados, não isolados entre sí. Pode ter
isolado ou não, conforme o uso a que se destina. É mais flexível que um fio de
mesma capacidade de carga (Ibidem).
27
Figura 15 – Fio e cabo Noflam BWF 750 V, da Ficap

Fonte: NISKIER & MACINTYRE, 2000, p. 98

Com frequência, os eléctrodos conduzem os condutores de fase, neutro e


terra, simultaneamente. Esses condutores são electricamente isolados com o
revestimento de material mau condutor de electricidade, e que constitui a
isolação do condutor. Um cabo isolado é um cabo que possui isolação. Além da
isolação, recobre-se com uma camada denominada cobertura quando os cabos
devem ficar em instalação exposta, colocados em bandejas ou directamente no
solo (Ib.).

2.6.9 Tipos de cabos/condutores

Os cabos podem ser:

 Unipolares: quando constituídos por um condutor de fios trançados,


com cobertura isolante protectora (Ib.).
 Multipolares: quando constituídos por dois ou mais condutores
isolados, protegidos por uma camada protectora de cobertura comum
(Ib.).

Figura 16 - Cabo com isolação e cobertura Superflex 750 V, da Ficap. Condutores formados por
fios de cobre electrolítico

Fonte: NISKIER & MACINTYRE, 2000, p. 99

28
2.6.2 Definição e utilização

Em instalações residenciais só podem ser empregados condutores de cobre,


excepto condutores de aterramento e protecção.

Em instalações comerciais é permitido o emprego de condutores de


alumínio com secções iguais ou superiores a 50 mm2.

Em instalações industriais podem ser utilizados condutores de alumínio,


desde que sejam obedecidas simultaneamente as seguintes condições:

 Secção nominal dos condutores seja ≥ 16 mm2.


 Potência instalada seja igual ou superior a 50 kW.
 Instalações e manutenções qualificadas (NISKIER& MACINTYRE,
2000).

Os condutores para baixa tensão (0.6 kV – 0.75 kV – 1 kV) em geral, os


fios e cabos são designados em termos de seu comportamento quando
submetidos à acção do fogo, isto é, em função do material de sua isolação e
cobertura (Ibidem).

De acordo com Niskier & Macintyre (2000, p. 103), «assim, os cabos


eléctricos podem ser:»

«Propagadores de chama – são aqueles que entram em combustão


sob a acção directa da chama e a mantêm mesmo após a retirada da
chama. Pertencem a esta categoria o etilenopropileno (EPR) e o
polietileno reticulado (XLPE).» (Ibidem)

«Não propagadores de chama – removida a chama activadora, a


combustão do material cessa. Considera-se o cloreto de polivinila
(PVC) e o neopreno não-propagadores de chama.» (Ib.)

«Resistentes a chama – mesmo em caso de exposições prolongada, a


chama não se propaga ao longo do material isolante do cabo.» (Ib.)

«Resistentes a fogo – são materiais especiais incombustíveis, que


permitem o funcionamento do circuito eléctrico mesmo em presença

29
de um incêndio. São usados em circuitos de segurança e sinalizações
de emergência.» (Ib.)

2.6.3 Características electromecânicas principais

Segundo Cavalin & Cervelin (2006, p. 223 e 224), «os materiais usados
como condutores de corrente eléctrica de uso mais frequente em instalações
eléctricas são: o cobre e o alumínio».

O cobre, que é um metal não ferroso de relevante importância na


actualidade, ao longo dos anos tem sido o mais utilizado, principalmente devido
o seu comportamento quanto a condutividade eléctrica e térmica (Ibidem).

A utilização do Cobre em larga escala se deve ao facto de apresentar as


propriedades as propriedades e características que lhe garantem posição de
destaque entre os metais condutores, dentre as quais podemos citar:

 Densidade – 8.95 g/cm3.


 Ponto de fusão – 1.083 °C.
 Ponto de ebulição – 2.595 °C.
 Condutividade em ambientes sem oxigénio – 61 m/W.mm2.
 Condutividade do cobre electrolítico (utilizado em escala comercial) – 58
m/W.mm2.
 Condutividade do cobre electrolítico (refinado por electrólise) – 99.9 %
(considerado a prata como cobre), recozido (têmpera mole) de
condutividade 100% IACS (InternationalAnnealedCooper Standard).
 Possui cor avermelhada, outros metais são geralmente cinzentos, com
excepção do ouro.
 Baixa resistividade (r) (fundido: 0.0169 W.mm2/m; laminado e recozido:
0.0179 W.mm2/m; encruado: 0.0182 W.mm2/m), sendo inferior apenas à
Prata (0.0162 W.mm2/m), que em função do preço não permite sua
utilização em escala comercial.
 Os processos de obtenção se classificam em: processo seco e por via
húmida.

30
 Boas características mecânicas – resistência a tracção: fundido: 15 a 20
kgf/mm2, laminado e recozido 20 a 26 kgf/mm2, encruado: 35 a 45
kgf/mm2.
 Exposto ao ar, oo cobre reage superficialmente, formando uma fina
camada de óxido que protegerá de novas oxidações; se a exposição for
longa, forma-se uma pátina verde de sulfato básico.
 Fácil deformação a frio e a quente.
 Baixa oxidação para a maioria das aplicações. A oxidação é lenta em
ambientes de elevada concentração de humidade, porém é bastante rápida
quanto ao metal sofre elevação de temperatura.
 Permite fácil sondagem.

O Alumínio é o metal mais abundante na crosta terrestre, e na escala de


utilização encontra-se em segundo lugar, tanto na indústria como na área
eléctrica (indústria: 1º lugar – ferro e aço; e na área eléctrica: 1º lugar – cobre)
(Ib.)

Apresentamos a seguir algumas características que ajudarão a compreender


melhor o porquê da utilização desse metal, quais sejam:

 Densidade: 2.7 g/cm3. Comparando com o Cobre (8.95 g/cm3) é o


preferido na produção de cabos eléctricos destinados à condução de MT,
AT e EAT, tornando economicamente viável a construção de linhas de
transmissão e redes de distribuição aéreas;
 Ponto de fusão: 660.2 ºC.
 Ponto de ebulição: 2.467 ºC.
 Condutividade do alumínio: recozido: 38.2 m/W.mm2; encruzado: 33.9
m/W.mm2.
 Condutividade mínima de acordo com o padrão IACS: 61 %.
 Quando exposto ao ar seco, permanece inalterável, porém na presença de
humidade recobre-se de uma película de óxido de alumínio, a qual
apresenta uma resistência elevada com uma tensão de roptura de 100 a
300 V.

31
 Em electrotecnia usa-se o alumínio com pureza: 99.5 %. As folhas e
eléctrodos de capacitores exigem que a pureza seja de 99.95 %.
 Exigem-se processos especiais para a soldagem.
 A resistência a tracção é: recozido: 3.5 a 6 kgf/mm2, encruado: 11 a 13
kgf/mm2.
 Para melhor condutibilidade da corrente eléctrica, ligas do tipo Al, Mg e
Si oferecem maior resistência à tracção e aumentam a condutividade.
 A resistência (r) do alumínio a 20 °C: recozido: 0.0262 W.mm2/m,
encruado: 0.0295 W.mm2/m.

3. CONSIDERAÇÕES

3.1 Natureza da carga

a) Carga resistiva

A diferença de potencial v( t) entre os terminais de um resistor puro é


directamente proporcional a corrente i ( t )que nele circula. A constante de
prporcionalidade R é chamada resistencia do resistor e é expressa em
volts/amperes ou ohms (EDMINISTER, 1991).

Figura 17 – Resistência R

Fonte: EDMINISTER, 1991, p. 5

v (t )
v ( t )=Ri ( t ) e i( t)=
R

32
b) Carga indutiva

Quando a corrente em um circuito varia, o fluxo magnético que o envolve


também varia. Essa variação de fluxo ocasiona a indução de uma f.e.m. v no
circuito. A f.e.m. induzida v é prporcional à taxa de variação da corrente em
relação ao tempo, desde que a permiabilidade seja constante. A constante de
proporcinalidade é chama auto-indutância ou indutância do circuito (Ibidem).

Figura 18 – Indutância L

Fonte: EDMINISTER, 1991, p. 6

di 1
v ( t )=L donde i(t )= ∫ vdt
dt L

b) Carga capacitiva

A diferença de potencial v entre os terminais de um capacitor é


proporcional à carga q nele existente. A constante de proprcionalidade C é
chamada capacitância do capacitor (Ibidem).

dq dv 1
q ( t )=C v ( t ) , i= =C , v( t)= ∫ idt
dt dt C

Figura 19 – Capacitância C

Fonte: EDMINISTER, 1991, p. 7

33
3.2 Distorção harmónica

As distorções harmónicas são causadas pelas cargas não-lineares no sistema


de energia eléctrica e geram correntes no sistema com magnitude maior do que
esperada com componentes de frequência harmónicas. Essas correntes não
podem ser medidas com os instrumentos convencionais, por isso pode-se
subestimar a sua amplitude em até 40%. Com isso, os condutores podem ser mal
dimensionados, ficarem superaquecidos e causar perdas de energia de
aproximadamente 2% a 3% da carga (SANTOS, 2012).

Outro problema relativo à distorção harmónica é que as componentes de


frequência harmónica causam aumento das perdas por correntes parasitas nos
transformadores, sendo que essas perdas são proporcionais ao quadrado da
frequência. Com o aumento das perdas, a temperatura também aumenta e com
isso a vida útil do equipamento é reduzida consideravelmente. Assim, os
principais efeitos económicos relacionados às distorções harmónicas são a
diminuição na vida útil dos equipamentos, a redução da frequência energética e a
susceptibilidade a variações constantes na amplitude da tensão (Ib.).

3.3 Potência e energia eléctrica

3.3.1 Potência activa

Segundo Franchi (2008, p. 85), afirma que «é a transformação da energia


eléctrica em qualquer forma de energia útil, como, por exemplo: luminosa,
térmica, entre outras, sem a necessidade de uma transformação intermediária de
energia.»

3.3.2 Potência reactiva

«É a energia intermediária necessária para qualquer equipamento,


como, por exemplo: motores, transformadores, reactores,
capacitores, entre outros. Ela é indispensável para que esses
equipamentos possam excitar o seu campo magnético ou eléctrico,
tornando possível a utilização da energia que efectivamente realiza o

34
trabalho, a energia activa. A potência reactiva é trocada entre o
gerador e a carga, não sendo consumida efectivamente.»

(FRANCHI, 2008, p. 86)

3.3.3 Potência aparente

Franchi (2008, p. 86), diz ainda que «é a soma vectorial da potência activa
com a potência reactiva. Em função dessa potência são dimensionados os
equipamentos, como: transformadores, condutores, entre outros.»

Podemos fazer uma representação gráfica das potências no chamado


triângulo das potências, representado a seguir:

Figura 20 – Representação dos triângulos das potências

S2 = P2 + Q2

Fonte: FRANCHI, 2008, p. 88

3.3.4 Factor de potência

«É indispensável que uma determinada indústria tire o maior ganho


possível por determinado custo de energia. Por intermédio da análise
do factor de potência de uma determinada instalação de força e luz é
possível saber se ele está sendo utilizado de forma eficiente para que
se tenha maior viabilidade económica, evitando desperdício e gastos
desnecessário de energia eléctrica. Um baixo factor de potência
causa grandes problemas a instalação eléctrica, como: sobrecarga
nos cabos e transformadores, aumento de queda de tensão, além do
aumento do valor a ser pago na conta de energia eléctrica.»

(FRANCHI, 2008, p. 90)

35
3.4 Elementos do sistema eléctrico básico

3.4.1 Circuito de protecção

a) Fusível

«Os equipamentos electrónicos e as instalações eléctricas


residenciais e industriais possuem fusíveis ou disjuntores de
protecção contra sobrecarga de corrente. Eles são dimensionados
pela corrente eléctrica máxima que suportam. O fusível possui um
filamento à base de estanho (baixo ponto de fusão) que se derrete
quando a corrente que passa por ele é maior que a sua corrente
nominal. Quando isso ocorre, é preciso trocá-lo por outro após a
correcção do problema que causou a sua queima.»

(MARKUS, 2004, p. 41)

Um dispositivo fusível é um dispositivo de protecção que, pela fusão de


uma parte especialmente projectada, abre o circuito no qual se acha inserido e
interrompe a corrente, quando esta excede um valor de referência durante um
tempo especificado (COTRIM, 2008).

As partes de um dispositivo fusível são, em geral:

 Fusível: peça substituível após a sua operação e que contém o


elemento fusível, que é o componente que se funde quando
percorrido por uma corrente que excede um valor de referencia
durante um tempo especificado;
 Base: Parte fixa do dispositivo, com contactos e terminais;
 Indicador: parte do dispositivo que dá uma indicação visível que ele
operou;
 Percussor: dispositivo mecânico integrante que, na operação do
dispositivo, libera a energia necessária para accionar outros
dispositivos ou indicadores, ou para fazer um intertravamento;
 Porta-fusível: parte móvel de um dispositivo fusível no qual se
instala um fusível, mas não inclui este (Ibidem).
36
b) Disjuntor

No disjuntor, quando a corrente é maior que a sua corrente nominal, ele


apenas se desarma. Após a correcção do problema que causou o seu desarme,
basta rearmá-lo para que a instalação eléctrica volte a ser energizada (MARKUS,
2004).

Disjuntor é um dispositivo de manobra (mecânico) e de protecção, capaz de


estabelecer, conduzir e interromper correntes em condições normais do circuito,
assim como estabelecer, conduzir por tempo especificado e interromper correntes
em condições anormais especificadas do circuito, tais como as de curto-circuito
(COTRIM, 2008).

3.4.2 Circuito de controlo

a) Seccionador

Segundo Cotrim (2008, p. 191) diz ainda que «Seccionador é um


dispositivo de manobra (mecânico) que assegura, na posição aberta, uma
distância de isolamento que satisfaz os requisitos de segurança especificados.»

Um seccionador deve ser capaz de fechar ou abrir um circuito quando a


corrente estabelecida ou interrompida é desprezível ou, ainda, quando não se
verifica uma variação significativa na tensão entre os terminais de cada um dos
pólos. Um seccionador também deve ser capaz de conduzir correntes em
condições normais do circuito, bem como de conduzir, por tempo especificado,
correntes em condições anormais do circuito, tais como as de curto-circuito
(Ibidem).

b) Selectividade

«O conceito de selectividade é a coordenação dos dispositivos de


protecção, para que um defeito proveniente de qualquer ponto da
rede, seja eliminado pela protecção localizada imediatamente a
montante ao defeito, e só por ela. Para todos os valores de defeito,
desde uma sobrecarga até um circuito instantâneo (franco), a

37
coordenação é totalmente selectiva se D1 abrir e D2 permanecer
fechado. Se a condição anterior não for respeitada, a selectividade
será parcial ou nula».

(ELECTRIC, 2009, p. 25)

c) Interruptor

Um interruptor é uma chave capaz de estabelecer, de conduzir e de


interromper correntes sob condições normais do circuito que podem incluir
sobrecargas de funcionamento especificadas, e também de conduzir correntes sob
condições anormais especificadas, tais como as de curto-circuito, por tempos
especificado (COTRIM, 2008).

De acordo Cotrim (2008, p. 191), «um interruptor-seccionador (também


chamado ‘‘seccionador de sob carga’’) é uma chave que reúne as
características de um interruptor e de um seccionador.»

Um interruptor de uso geral é uma chave seca de baixa tensão, de


construção e características eléctricas adequadas à manobra de circuitos de
iluminação, de aparelhos de iluminação, de aparelhos electrodomésticos e
aplicações equivalentes (Ibidem).

d) Relé

Relé é o dispositivo eléctrico destinado a produzir modificações súbitas e


predeterminadas em um ou mais circuitos eléctricos de saída, quando certas
condições são satisfeitas nos circuitos de entrada que controlam o dispositivo. É
importante observar que a definição se aplica aos relés eléctricos de qualquer tipo
e para qualquer finalidade, no sentido elementar, isto é, com uma função lógica
entre os circuitos de entrada e os circuitos de saída, incluindo todos os elementos
adicionais necessários ao seu perfeito funcionamento específico (Ib.).

Cotrim (2008, p. 192) diz ainda que «os relés são associados
electricamente aos disjuntores ou Contactores, provocando sua abertura quando
detectada alguma condição anormal (sobrecorrente, subtensão, desequilíbrios,
etc.).»

38
d) Relé de protecção

Os relés de protecção mais usados em sistema eléctricos são os seguintes:


relé de sobrecorrente, relé de sobrecorrente direccional, relé de sobretensão, relé
de subtensão, relé direccional de potência, relé de distância, relé diferencial, relé
de religamento (STUDART, 1982).

Segundo Studart (1982, p. 73), «para efeito de protecção, em sistemas de


distribuição, são mais importantes os relés de sobrecorrente e os relés de
religamento, que serão aqui apresentados.»

«Relé de sobrecorrente: supervisionam a corrente do circuito,


comandando a abertura de um ou mais disjuntores, quando esta
corrente ultrapassa um valor prefixado. A bobina do relé pode estar
ligada directamente em série no circuito ou através de um
transformador de corrente» (Ibidem).

«Relé de religamento: são relés auxiliares usados para comandar o


religamento dos disjuntores correspondentes, depois de terem sido
abertos por accionamento dos relés de sobrecorrente. Há
possibilidades de diversas combinações de ordens instantâneas e
temporizadas» (Ib).

e) Contactores

Contactores é um dispositivo de manobra (mecânico) de operação não


manual (geralmente electromagnética), que tem uma única posição de repouso e
é capaz de estabelecer, conduzir e interromper correntes em condições normais
de circuito, inclusive sobrecargas (COTRIM, 2008).

f) PLC

O programa é uma sequência de instruções a serem executadas pelo


equipamento para realizar um processo. A principal tarefa do controlador é a
leitura das instruções contidas no programa, o endereçamento e a interpretação
para enviar um sinal de saída para processar as operações predeterminadas. As
funções que devem ser realizadas por um controlador logico programável são

39
básicas: armazenamento, processamento e execução de varredura de entradas e
de saídas de um programa (ROSÁRIO, 2009).

g) Corrente eléctrica

Apesar de nós sabermos que a corrente em condutores metálicos se deve a


electrões carregados negativamente, iremos adoptar a convenção aceita
mundialmente que diz que a corrente é o fluxo das cargas positiva
(ALEXANDER& SADIKU, 2003).

Quando a corrente não varia com o tempo, permanecendo constante, nós


chamamos de corrente contínua (CC). Uma corrente contínua é uma corrente que
permanece constante ao longo do tempo. Por convenção o símbolo I é utilizado
para representar este tipo de corrente constante (Ibidem).

«Uma corrente variante no tempo é representada pelo símbolo i. Uma


forma comum de corrente variante com o tempo é a corrente senoidal
ou corrente alternada (CA). Corrente alternada é uma corrente que
varia senoidalmente com o tempo. Este tipo de corrente é
normalmente usado em ambiente doméstico, para accionar o ar
condicionado, refrigeradores, máquinas de lavar e outros
electrodomésticos.» (Ib.)

h) Tensão eléctrica

Para que um electrão em um condutor seja movido em uma determinada


direcção é necessário alguma transferência de energia ou trabalho. Este trabalho é
executado por uma força electromotriz (f.e.m.) externa, tipicamente representada
pela bateria.

i) Resistência eléctrica

De acordo com Cavaline & Cervelin (2006, p. 31), «essa constante de


proporcionalidade é o que representa a resistência eléctrica, ou seja a oposição
oferecida por todos os elementos do circuito à passagem da corrente eléctrica.»

40
j) Energia eléctrica

τ
Segundo Markus (2004, p. 41), diz que «inicialmente, vimos que P= .
∆t
Assim, a energia eléctrica desenvolvida em um circuito pode ser calculada pela
fórmula ao lado: τ =P . ∆ t .»

k) Rendimento

Niskier & Macintyre (2000, p. 23) afirmam que «entende-se por


rendimento de uma máquina eléctrica a razão entre a sua potência de saída e a
sua potência de entrada.»

m) Frequência

Segundo Electric (2009, p. 13), «A frequência nominal do disjuntor deve


corresponder a frequência da rede. Os dispositivos da Schneider Electric
funcionam tanto em redes de 50 Hz como de 60 Hz.»

41
CAPÍTULO II - PRODUÇÃO TÉCNICA

42
1 METODOLOGIA
O presente trabalho foi desenvolvido baseado na metodologia apresentada
abaixo:

a) Pesquisa Bibliográfica
Fontes bibliográficas sobre o assunto;
Informações obtidas na Internet;
Informações obtidas na Empresa Nacional de Electricidade.
Livros credenciados, jornais, revistas, diários, apostilas, etc.

b) Pesquisa de Campo

As pesquisas de campo foram realizadas no departamento de Produção de


Electricidade da Empresa PRODEL-EP, mais concretamente em duas centrais de
produção (centrais térmicas – motores de combustão interna) nomeadamente
central térmica Gamek – km9 e central térmica de Cassaque. Nestas duas
centrais, fez-se uma visita de constatação e comparação para adesão de todos os
dados que serão necessários para realização deste projecto, sendo que na central
térmica de Cassaque já possui alguns sistemas semelhantes.

2 ESTRUTURA ARQUITETÓNICA DA INDÚSTRIA


(CENTRAL TÉRMICA – GAMEK Km9)
Como se já fez referência, a filosofia deste projecto, pode-se aplicar a todas
as centrais que se verifica os mesmos tipos de casos. Todavia, tomou-se a central
térmica GAMEK-Km9, situada em Angola, Luanda-Viana. Detalhar-se-á os
motivos pelos quais foi tomada como referência a central supradita.

43
Figura 21: Central térmica de Gamek-km9

Fonte: foto tirada pelo autor no local de estudo, em 2016

Figura 22: Parte frontal da central térmica Gamek-km9

Fonte: foto tirada pelo autor no local, em 2016

A central térmica em estudo foi construída em 2012 pela empresa Koreana


Indústria Hyundai, possuindo as seguintes características de instalação:

Potência activa instalada : 40MW

 Grupo gerador
o Quantidade de grupogeradores: 24;
o Potência activa de cada grupo gerador: 1,7MW;
o Factor de potência de cada grupogerador: 0,8;
o Frequência de cada grupogerador: 50Hz;

44
o Velocidade de rotação de cada grupogerador: 1000rpm;
o Número de polos de cada gerador: 6;
o Número de fases de cada alternador: 3;
o Corrente nominal: 186A;

Figura 23: Grupo gerador da planta

Fonte: Foto tirada pelo autor no local, em 2016

 Transformadores dos serviços principais de 10,8 MVA


 Transformador de potência de 8,6MVA
 Transformadores auxiliares para serviços industriais auxiliares de
500KVA
 Sala de 15KV

Esta sala é intitulada sala de 15KV, porque é onde se encontra a barra


principal de tensão. A tensão disposta nesta barra é exactamente de 15KV, isto é,
a tensão intregue à subestação que, mais tarde é transformada para 60.000V para
ser interligada com a rede principal vinda apartir a barragem,ou seja a maior
fonte produtora de energia.

45
Figura 24: Parte frontal dos painéis da sala de 15KV

Fonte: Foto tira pelo autor no local, em 2016

Como se já fez referência, nesta sala foi onde se encontrou um problema


que até hoje se encontra em estudo, procura-se a causa do problema e a possível
solução.

É muito importante que se referencie novamente o problema antes de que se


aprensente a proposta de solução. Na realidade, o problema encontrado foi:
Presença de água em estado líquido nas celas/paineis, esta água sempre cria
corrosão nos barramentos e tem ocasionado muitos curto-circuitos.

Se reparar os TIs acoplados às barras,em termos de cor, são diferentes


comparando com as barras, se reparar mais profundamente, notará que a cor dos
transformadores de intensidade estão ligeiramente mais escurecidos em relação
com as barras, isto porcausa das águas e o aumento do calor proveniente da
circulação consatante da corrente nos transformadores.

46
Esquema unifilar geral da planta

O esquema a seguir representa planta global no contexto unifilar. Onde:


cada grupo gerador (G) produz sua energia e encaminha para o semibarramento
que comporta 5 grupos, isto é, existem 5 semibarramentos.

 O primeiro semibarramento é compostos pelos grupos G1, G2, G3, G4


e G5;
 O segundo semibarramento é composto pelos grupos G6, G7, G8, G9 e
G10;
 O terceiro semibarramento é composto pelos grupos G11, G12, G13,
G14 e G15;
 O quarto semibarramento é composto pelos grupos G16, G17, G18,
G19 e G20;
 O quinto semibarramento é composto pelos grupos G21, G22, G23 e
G24.

OBS: Todos semibarramentos são compostos por cinco grupo geradores,


com excepção o semibarramento 5 que é composto apenas por quatro grupo
geradores conforme se referiu.

A Tensão produzida por um grupo é aplicada ao semibarramento em


questão, isto é, quando se arranca outro grupo do mesmo semibarramento, ajusta-
se os parâmetros da tensão e frequência de tal maneira que sejam iguais para que
seja possível o sincronismo (fechar os disjuntores e totalizar as potências
produzidas mantendo a tensão e a frequência constante).

Quando a energia for aplicada ao semibarramento, esta é encaminhada


para a entrada do disjuntor OUTGOING, ao fechar este disjuntor, a tensão é
encaminhada para o primário do transformador de potência de 10,8MVA,
6,6KV/15KV. A tensão é elevada para 15000V, esta tensão, a partir já do
secundário do transformador, é encaminhada para o disjuntor STEP UP que,

47
qunado fechado, encaminha a tensão para o barramento principal de 15000V. o
mesmo acontece para as restantes baterias ou semibarramentos.

A partir do barramento principal de 15000V, a tensão é encaminhada para


a distribruição através dos disjuntores de distribuição vistos no esquema.

48
Figura 25: Esquema unifilar geral da central

49
50
Fonte: HYUNDAI

CAPÍTULO III - EXECUÇÃO DO PROJECTO

51
1 EXECUÇÃO DA PROPOSTA DE SOLUÇÃO –
PRODUÇÃO, MONTAGEM E IMPLEMENTAÇÃO
DO PROJECTO
O presente projecto está sendo feito para resolver um problema real que tem
vivido esta central térmica. Para resolução dos problemas já enumerados
anteriormente, dividiu-se este capítulo em duas partes distintas, onde:

A primeira parte abordará aspectos referentes à central no que tange a


serviços auxiliares (motores eléctricos com potência maior que 5KW), suas
ligações, cálculos, esquemas e os respectivos defeitos.

A segunda parte abordará aspectos referentes à central no que tange a


medida de solução para os defeitos/problemas identificados.

2. DESENVOLVIMENTO – ANTES

A) MOTORES DO RADIADOR

52
Os motores do radiador são responsáveis por imprimir um fluxo de ar para
o arrefecimento do radiador e consequentemente a água que circula no sistema de
refrigeração do motor mecânico.

Figura 26: motores do radiador

Fonte: Foto tira pelo autor no local, em 2018

 Características do motor

DESCRIÇÃO GERAL CARACTERÍSTICAS


Tensão e frequência Nominal 400V e 50Hz
Potência activa nominal 15.000W
Nº de Motores/máquina 04
Índice de Protecção IP55
Corrente de partida/Corrente
Ip/In = 7,7
nominal
Factor de Potência CosΦ = 0,8
Tipo de ligação para trabalho DELTA
Massa do conjunto 202Kg

 Cálculo das correntes


o Corrente nominal de cada motor

De: P = √ 3.U.I.cosΦ Potência em sistemas trifásicos (expressão


matemática);

53
Sai: I = P/ (√ 3.U.cosΦ) Corrente nominal em sistemas trifásicos
(expressão matemática);

Disso provêm: I = 15.000W/ (1,73.400.0.8) Substituição;

Conclusão: I = 27A Resultado (corrente nominal do motor).

o Corrente total dos 4 motores em funcionamento

De: nº de motores em cada radiador n = 4;

Surge: It = 108A. Corrente nominal para os 4 motores em funcionamento

o Corrente de partida/arranque

Sabendo que, para estes motores Ip/In = 7,7;

Consegue-se: Ip = 7,7.In, Corrente de partida ou de arranque;

Conclui-se que: Ip = 208A corrente na partida com duração de um


período menor a 5 segundos.

Corrente de partida quando os 4 motores partirem ao mesmo tempo It(p)


= 831A.

 Esquema de ligação dos motores e painel principal de controlo

o Painel principal de controlo

No painel do controlo do radiador encontramos todos os acessórios que


permitem o arranque e o controlo do funcionamento dos 4 motores do radiador.
Dos principais acessórios, temos:

 FAN 1 e 2: são responsáveis por extrair o ar quente dentro do painel de


controlo;
 TH: termostato que controlo a temperatura dentro do painel e fecha
contacto para ligar o FAN 1 e 2;
 1PH: Transformador para alimentação do circuito de controlo
(400V/24V);

54
 F1, F2, F3: fusíveis de protecção do circuito de controlo;
 EZC: Disjuntor principal do painel de controlo;
 MCB 1, 2, 3 e 4: Disjuntores parciais de cada motor;
 MC 1, 2, 3 e 4: Arrancador magnético de cada motor;
 EOCR 1; 2; 3 e 4: Relés térmico de protecção contra sobrecarga;
 R1, R2, R3, R4 e 1K1: relés magnéticos de comando

Figura 27: Painel principal de controlo dos motores do radiador

Fonte: Foto tira pelo autor no local, em 2018

55
o Esquema de Força ou de Potência

O esquema a seguir é precisamente a representação do circuito de força dos 4


motores do radiador com os seus respectivos componentes, tais como: Disjuntor
principal, disjuntores parciais, arrancadores magnéticos e relés térmicos de protecção.

56
o Esquemas de Controlo em sequência

A Seguir, a repreentação do esquema de controlo e a sua sequência na página


seguinte. Nestes, constam todos acessórios de controlo.

57
58
o Representação gráfica e expressão dos defeitos

A expressão gráfica mostrada a seguir, representa primeiramente o


comportamento da corrente na partida e no seu funcionamento normal em função
do tempo I = f(t). Para além disso, nos oferece uma visão mais clara do real
problema e das possíveis medidas para solucionar.

OBSERVAÇÕES E EXPRESSÃO DO PROBLEMA

Na condição actual, a corrente nominal é: In = 27A;


Nestas condições, a corrente no memento da partida é: Ip = 208A;
O tempo que levaria o sistema sair da corrente de partida pra voltar
a corrente nominal é de 3 à 4s mais ou menos;

Essa subida brusca da corrente se deve a construção física do próprio


motor, isto é, as perdas mecânicas, eléctricas e magnéticas associadas ao motor.
Estas perdas são entendidas como:

Perdas eléctricas: Efeito térmico devido a choque de electrões nos


condutores (Efeito de Joule);

59
Perdas magnéticas: esse efeito dá-se pela dispersão de fluxo
magnético, corrente de Foucault produzida e pelo fenómeno de
Histerese;
Perdas mecânicas: pelas fricções em geral, perdas nos rolamentos,
peso do induzido e outros.

Essas perdas são muito mais elevadas no princípio face à inércia


dos corpos em movimento. Electricamente falando, a subida da corrente
resulta em uma grande queda de tensão e na descida súbita da corrente
resulta a subida brusca da tensão, isto é, obteremos uma oscilação mui
grande da tensão. Neste central, esta oscilação da tensão tem danificado
muitos equipamentos antes do tempo de vida útil previsto pelo fabricante.
Estes equipamentos são nomeadamente:

Arrancadores magnéticos;
PLC e microcontroladores;
Disjuntores;
Relés magnéticos de comando;
Unidades modulares e CPU de PLC;
Contadores;
Díodos, transístores, tirístores, etc.;
Placas electrónicas diversas;
AVR;
Amplificadores de sinal;
Transdutores;
Termopares;
Outros sensores;
Danificação dos cabos;
Telas digitais de controlo;
Motores de indução;
Relés térmicos e magnéticos de protecção;
Apoios de barramentos;

60
Governadores - Principalmente;
Transformadores de medida (tensões e correntes baixas);
Sincronoscópio;
GPC;
Bobinas de aberturas e fecho;
Electroválvulas;
APM;
Resistores, etc.

2.1 DESENVOLVIMENTO – PROPOSTO


De salientar que, neste ponto, apresentar-se-á a proposta de solução dos
problemas supra identificados.

Outrossim, o projecto em causa era inicialmente pra ser aplicado em todos


os motores com potência à cima de 6cv nesta central. Com tudo, por enquanto a
proposta de solução será feita apenas para os 96 motores do radiador, isto porque
é um projecto experimental já na lista de espera para aprovação da empresa
PRODEL-EP.

Caso se obtenha resultados satisfatórios na sua aplicação prática, o mesmo


se estenderá pra os restantes motores e consequente para as restantes centrais a
nível de Luanda e das demais províncias do território nacional.

B) MOTORES DO RADIADOR

 Características do motor

OBS: As características físicas e a estrutura de apoio do motor não


sofrerão alterações em nenhum sentido.

DESCRIÇÃO GERAL CARACTERÍSTICAS


Tensão e frequência Nominal 400V e 50Hz
Potência activa nominal 15.000W
Nº de Motores/máquina 04

61
Índice de Protecção IP55
Corrente de partida/Corrente
Ip/In = 7,7
nominal
Factor de Potência CosΦ = 0,8
Tipo de ligação para trabalho DELTA
Massa do conjunto 202Kg

2.1.1 HIPÓTESES

De acordo com o problema apresentado na problematização, segundo os


estudos feitos pelo autor, as hipóteses mais viáveis para resolução do problema
seria:

 Arranque dos motores em sistema estrela – triângulo;


 Arranque dos motores em sistema de Autotransformador;
 Arranque dos motores sistema electrónico;
 Arranque dos motores com motores de rotor bobinado.

OBS: contudo, chegou-se a conclusão em fazer o arranque dos motores


utilizando o sistema estrela – triângulo face à sua simplicidade e baixo custo.

 Cálculo das correntes


o Corrente nominal de cada motor quando ligado em triângulo

De: P = √ 3.U.I.cosΦ Potência em sistemas trifásicos (expressão


matemática);

Sai: I = P/ (√ 3.U.cosΦ) Corrente nominal em sistemas trifásicos


(expressão matemática);

Disso provêm: I = 15.000W/ (1,73.400V.0.8) Substituição;

Conclusão: I = 27A (em delta) Resultado (corrente nominal do motor).

NB: Esse é o valor de corrente medida pelo amperímetro em um teste


realizado. Relembrando de que o motor está ligado em delta.

62
o Corrente nominal de cada motor quando ligado em estrela

NB: Sabendo que a corrente nominal em delta é I = 27A, isto é, em


estrela a corrente reduzirá raiz de três vezes.

I (em estrela) = I (em delta) / √ 3. Implicando I (em estrela) = 27A/1,73;

Conclusão: I = 15,6A (em estrela) Resultado (corrente nominal do


motor).

o Corrente total dos 4 motores em funcionamento em delta

De: nº de motores em cada radiador n = 4;

Surge: It = 108A. Corrente nominal para os 4 motores em funcionamento.

o Corrente total dos 4 motores em funcionamento em estrela

De: nº de motores em cada radiador n = 4;

Surge: It = 62,4A. Corrente nominal para os 4 motores em funcionamento

o Corrente de partida/arranque

OBS: Neste caso, haverá alteração, ou seja, o coração do projecto. O


motor arrancará, nos primeiros 5 segundos em estrela, passado esse tempo
(tempo virtual), operará na sua ligação normal (delta)

Sabendo que, para estes motores Ip/In = 7,7; e In (estrela) = 15.6A;

Consegue-se: Ip = 7,7.In, Corrente de partida ou de arranque;

Conclui-se que: Ip´ = 120A corrente na partida com duração de um


período menor a 5 segundos.

Corrente de partida quando os 4 motores partirem ao mesmo tempo It(p)


= 480A.

 Esquema de ligação dos motores – ARRANQUE


ESTRELA/DELTA

63
Neste sistema, arranca-se o motor primeiramente em estrela no período da
partida, terminado este tempo, arranca-se o motor em triângulo para o
funcionamento normal.

Condições Exigidas:

1) O motor tem que ser trifásico.


2) O motor tem que ter um alto consumo de corrente no arranque.
3) Conexão final de trabalho tem que ser em triângulo.
4) Os seis (6) terminais do motor devem estar visíveis e devidamente
identificados.

Lembrar que numa ligação em estrela a corrente de fase é igual a corrente


de linha e a tensão de fase diferente da de linha (IL = If e UL = √ 3Uf). Já na
ligação em triângulo é o inverso, ou seja, UL = Uf e IL = √ 3 If.

Por outra: τ = K.Φ.I e IP/IN = 7.

Neste caso teremos:

 Redução da corrente (33% a mesmos da corrente de partida)


 Redução do torque (33% a mesmos do torque).

o Esquema de Força ou de Potência

O esquema a seguir é precisamente a representação do circuito de força e


de controlo dos 4 motores do radiador com os seus respectivos componentes, tais
como: Disjuntor principal, disjuntores parciais, arrancadores magnéticos e relés
térmicos de protecção. De salientar que a ligação dos motores será a mesma, isto
é, será representado apenas o esquema de um motor e na prática as ligações serão
as mesmas.

64
OBS: Lembrar que haverá uma alteração no circuito de força e de
comando. Com tudo, foi representado apenas a parte do circuito de comando que
se fará alteração, isto é, o restante circuito (comando) mantém-se.

Neste, no circuito de força teremos um acréscimo de dois 2 Contactores,


sendo MC1´ (contactor que fará o fechamento do motor em delta) e MC1´´
(contactor que fará fechamento do motor em estrela durante 5 segundos). Os seis
6 terminais do motor serão desligados (a ligação em delta) e ligados de forma
externa.

65
No circuito de comando quase que manterá o mesmo, acrescentar-se-á
apenas os seguintes acessórios para permitir que o motor seja ligado nos
primeiros 5 segundos em estrela e depois entrar em seu funcionamento normal
em delta.

MC1 13/14: contactor auxiliar do contactor para manter a bobina


energizada por si mesmo;
MC1 A1/A2: Bobina do contactor, funciona para levar as três fases
directamente ao motor;
MC1´´ A1/A2: Bobina do contactor que funciona para permitir o
fechamento do motor em estrela;
MC1´ A1/A2: Bobina do contactor que funciona para permitir o
fechamento do motor em delta;
TM A1/A2: Bobina do relé temporizador que funciona para contar os 5
segundos para que o motor passe da ligação em estrela para delta;
TM 95/96: Contacto auxiliar NC do relé temporizador, conta o tempo
para deligar o motor da ligação em estrela;
TM 97/98: Contacto auxiliar NO do relé temporizador, conta o tempo
para ligar o motor em delta;
H1 e H2: Sinalizadores luminosos para o controlo do arranque do
motor em estrela e em delta;
RFC: Controlador do radiador, responsável pelo controlo dos 4
motores do radiador de forma manual e automática;
102: cabo de comando do motor 1, alimentação proveniente do ponto 1
da placa de saída do controlador RFC;
Lembrar que os motores M2, M3 e M4 serão ligados na mesma
sequência que o M1.
o Representação gráfica e expressão dos defeitos

A expressão gráfica mostrada a seguir, representa primeiramente o


comportamento da corrente na partida e no seu funcionamento normal em função

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do tempo I = f(t). Para além disso, nos oferece uma visão mais clara do real
problema e das possíveis medidas para solucionar.

OBSERVAÇÕES E EXPRESSÃO DA RESOLUÇÃO DO PROBLEMA

Na condição actual, a corrente nominal é: In = 27A;


Nestas condições, a corrente no memento da partida anterior é: Ip =
208A;
Nas condições propostas, a corrente de partida será: Ip´= 120A
(quase a metade);
Nas condições propostas, corrente reduzida será: Iz = Ip´- Ip,
implicando que Iz = 88A;
O tempo que levaria o sistema sair da corrente de partida pra voltar
a corrente nominal é de 3 à 4s mais ou menos;

Com isso, segundo todos os estudos feitos, tendo em conta as


características dos equipamentos que se têm danificado até hoje, os equipamentos
subsistirão até um pouco mais que o tempo expresso pelo fabricante para o seu
funcionamento.

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CONCLUSÕES

Tendo em conta os objectivos traçados no presente projecto, onde o


propósito fundamental era melhorar a disponibilidade na Central de Produção de
electricidade Gamek – km9 e resolver o problema de oscilações e queima
constante dos equipamentos dos moradores da zona da Famosa, aplicando acções
que visam a redução do consumo excessivo de corrente, podemos concluir o
seguinte:

A redução significativa da corrente nas nos motores já citados ao longo do


projecto em causa vai garantir a operacionalidade dos motores, da central e dos
consumidores em geral em condições apropriadas, o que além de proporcionar
um melhor desempenho e rendimento ao equipamento, evita a incidência de
falhas, prolongando a sua vida útil.

A planificação das operações de manutenção se fundamentam inicialmente


sobre a base das recomendação do fabricante da maquina ou equipamento
objecto da nossa atenção, aspectos que pode ser modificado em função da
experiencia adquirida, assim como ao interesse das entidades que operam as
maquinas. Executando-as, estamos a garantir que um grupo de factores que
definem a estrutura do sistema, não dificultem seriamente a agilidade do processo
ou conspirem contra a qualidade do processo e o resultado das operações
executadas, permitindo assim que haja maior eficiência, confiabilidade e
disponibilidade, promovendo no entanto a satisfação de todos aqueles que
esperarem o produto final.

Porém, é importante referir que as acções o projecto em causa, é já do


conhecimento das concessionárias referidas no projecto. O mesmo trará
benefícios não só para a zona da Famosa e a Central Térmica do Gamek km9,
mas sim, para todas as concessionárias e consumidores residenciais como
industriais e em todo sistema energético.

Viavelmente o projecto é económico tendo em vista a redução da


danificação dos equipamentos que se vêm danificando ao longo deste tempo,

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reduzindo assim as paralisações no fornecimento de energia e água. O mesmo
não apresentará qualquer índice a nível de impacto ambiental.

Por outra, dentro dos tipos de arranque indirecto, é o mais simples e


barato, logo, o custo de aquisição e de implementação será o mais reduzido de
todos. Outrossim, o tempo de implementação também é muito reduzido dada a
sua simplicidade e que o sistema quase que não será alterado.

Recomendações

 Recomendo que se faça a planificação de acções manutenção de todas


electrobombas, sistema hidráulico em geral, dispostos na central e de todo
sistema afectos a eles;
 Recomendo a capacitação dos técnicos locais no sentido de melhor
manuseio e operação do sistema visto que os riscos são enormes por se
tratar de tensões relativamente altas;
 Recomendo que respeitem e cumprem sempre a periodicidade das acções
de manutenção de acordo a planificação e recomendação do fabricante.
 Recomendo que se faça sempre o registo de todo e qualquer ocorrência
relacionada com o sistema em geral.
 Periodicamente deve ser verificado o estado dos arrancadores magnéticos
face aos arcos eléctricos que se vão registrando;
 Periodicamente deve se verificar o estado dos relés de protecção, se estão
actuando nas correntes e tempos previstos;
 Rever sempre as normas de instalações eléctricas internacionais e as
locais;

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REFERȆNCIA BIBLIOGRÁFICA
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