Você está na página 1de 250

o desenvolvimento do Desenho Assistido por Computador (CADl nas duas últimas décadas e a conseqüent

versão de metodologias de trabalho não tem reflexo na grande maioria das obras, atualmente existentes, sobre
Desenho. -, _;, t
-- ---·---- ----------- -.-,'.. __: _- ....... ·---· .J-x1,,___ - , ·,
Resultado da experiência de docência em disciplinas do domínio do Desenho e da Modelagem Geométrica, este
livr'o trata O Desenho Técnico clássico em conformidade com as normas internacionais em vigor, integrando as meto~
dologias baseadas no Desenho Assistido por Computador e modelagem 30, de forma tão adequada quanto o ,;,ucesso
das suas primeiras edições tem refletido · ·•. \ 1 - . ·

Na presente edição, 0 livro foi extensamente revisto na sua parte inicial e aumentado par~ incluir as especifici-
e
_- dades de conteúdos de ª'nsin6 projet~ de Engenharia Civil e Arquitetura No final de cada ~apítulo, encontrarn ~se ··
ain9a exercícios de grande utilidade pàra docentes . · ) . •_ · .
. . Destinado aos atuais\ ~ ·• futuros p~6fissionais de Engenha ria, corno manual de formação ou atua_liz~ção em · · t:;:.:c,,~~.--l'i
Desenho Técnico, serve corho elemento de consulta sobre vários assuntos ligados a Projeto (normas, materiais, ele'-' , /1 18 t b
1 \ ' . -. . \ ·- --·

rnentos normalizados; tolerâncias), tornando-se, deste modo, especialmente indicado para as áreas de Engenharia
Civil e Arquitetura e de Eng~nharia Mecânica, Industrial, Naval, Aeronáutica e Aeroespacial.
\ ,

\ ~
Prefácio desta ~diçáo de: Alexandre Gome s Cerveira
Vice- Re ito r e Pres ide nte do Cons elho Científico da Univers idade Aberta de Portugal
. 11·' . y:.
"(._.J Es te livro r esponde de uma forma positiva à necessidade de incluir no es tudo da s matérias de Oes·enho Técnico
capacidades de compreensão e de utilização das tecnologias de informática e dos si stemas de informação. (._.J " _ ,t/'f't '1.. } 1

o intere sse pelos problemas do ensino leva - me a enfatizar,


A l .d, s·1 j1~;11

"t / ifrJ
"(. .J finalmente , que lodos os capí tulos apres enta\ uma
e xcel ente organização di dáti ca L.J" r
r lli) O 1 V
~ª '
Pre fácio das e diçõe s ante riores de : Manuel Seabr a Pereira
Carlos Ta':',a/ e;/ Rfü f ~f ~
Professo r Catedrático do I.S.T. - Insti tuto Super i or Técnico da Univer sidade Técnica de Lis boa
"LJ Este livro c~ns títui um marco de i negável qualidade e atualidade no contexto da literatura técnica poduguesa e ia
1. < {, I _, \ .
não fosse O idioma (louva-se a opção dos autores ) o li vro afirmar-se- ia, sem dúvida, inlernacionalme f]te. (... J '.' "J oã ~ Oiq~t/
, i. ,,
J.
'I
1
1 1

N.Cham. 604.2 D486 4.ed.


Título: Desenho técnico moderno / .

' IIIIIII IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII IIII IIII
13987434 Ac. 84701
BCT
DESENHO TÉCNICO MODERNO
DESENHO TÉCNICO
MODERNO
4ª EDIÇÃO

Arlindo Silva - Carlos Tavares Ribeiro - João Dias - Luís Sousa

Tradução
ANTÔN1O EUSTÁQUIO DE MELO PERTENCE
Departamento de Engenharia Mecânica- Universidade Federal de Minas Gerais

RICARDO NICOLAU NASSAR KOURY


Departamento de Engenharia Mecânica- Universidade redera! de Minas Gerais

LTC
EDITORA
No inleresse de difusão da cultura e do conhecimento, os autores e os editores envidaram o
máximo esforço para localizar os detentores dos direitos autorais de qualquer material
utilizado, dispondo-se a possíveis acertos posteriores caso, inadvertidamente, a identificação
de algum deles tenha sido omitida,
PREFÁCIO

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ. Não posso deixar ele me congratular com a publicação desta A leitura deste livro é fácil e agradável pela razão simples de
obra que responde na atualidade à necessidade de colocar que está muito bem estruturado. De fato, começa por capítulos
D486 as novas tecnologias de informação e comunicação a se1viço introdutórios, quer das funções· cio desenho técnico, quer de
das mais variadas disciplinas tratadas no ensino superior. Nos noções fundamentais cio suporte de sistemas informatizados
Desenho técnico moderno/ Arlindo Silva ... [et al.]; tradução Antônio
dias de hoje, a presença dos meios computacionais nas mais' CAD. Esta preocupação, logo de início, com o suporte das
Eustáquio de Melo Pertence, Ricardo Nicolau Nassar Koury. - Rio de
várias atividades é cada vez maior, e o desenho técnico não novas tecnologias nos sistemas CAD vai permitir uma per-
Janeiro : LTC, 2006
é exceção. manente e consistente utilização desta ferramenta no corpo
restante da obra.
Este livro responde ele uma forma positiva à necessidade ele
Tradução da 4.ed. 01iginal portuguesa atualizada e aumentada incluir no estudo elas matérias de desenho técnico capacida- Depois se passa aos domínios clássicos cio desenho técnico
ISBN 85-216-1522-1 des de compreensão e de utilização das tecnologias compu- com os capítulos que abordam aspectos gerais, projeções orto-
tacionais e dos sistemas de informação e aponta para a sua gonais, cortes e seções, perspectivas e cotagem.
1. Desenho técnico. L Silva, Arlindo. inclusão na formação inicial do ensino superior para melhor
Uma ceita especialização é evidente a partir deste ponto, como
preparar os diplomados para o futuro da respectiva atividade
se pode verificar até pelo título cios capítulos: Representação
profissional.
06-2852. CDD 604.2 de intervençôes no terreno em arquitetura e engenharia civil,
CDU 744 Também quero saudar os autores pela publicação deste livro Desenho técnico em projetos de arquitetura e de engenharia
em língua portuguesa, dedicado ao desenho técnico, por pre- civil, Tolerância dimensional e estados de superfície, Tolerân-
tender ser, no ensino superior, e principalmente nas enge- cia geométrica, Desenho técnico de juntas soldadas, Elementos
nharias, de um enorme supmte a professores e estudantes de de máquinas e Materiais e processos ele fabricação.
cursos superiores lecionados em Portugal e, eventualmente,
O livro termina com um conjunto de apêndices de relevante
em países de língua oficial portuguesa.
importância, como construções geométricas, tabelas de ele-
A documentada referência aos meios computacionais e a algu- mentos de máquinas, normas, tabelas de materiais e tabelas
mas aplicações comerciais mais usuais dá aos leitores uma de tolerância.
bagagem e um conhecimento atual no que se refere aos meios
O interesse pelos problemas do ensino leva-me a enfatizar,
automatizados de representação gráfica capaz de descrever
DESENHO TÉCNICO MODERNO, 4.• Edição Actualizada e Aumentada finalmente, que todos os capítulos apresentam uma excelente
informações de caráter operacional e geométrico, permitir a
Copyright© Setembro 2004 LIDEL - EDIÇÕES TÉCNICAS, Lda. organização didática que inclui, no início, os objetivos, e,
sua análise em aplicações e referenciar nos termos atuais o
Reservados todos os direitos. no final, revisão de conhecimentos, consultas recomendadas,
tratamento, a utilizaçã? e a perspectiva do seu desenvolvi-
palavras-chave e exercícios propostos. Esta preocupação dos
mento.
autores qualifica, também, este livro como uma obra de refe-
Proibida a venda fora do Brasil O desenho técnico é fundamental como base de conhecimento rência e para estudo autônomo.
nas engenharias, na arquitetura e no projeto industrial, e neste
sentido, com toda razão, perpassam pelos vários capítulos
Editoração Eletrônica: {j-a6i eL,cas Seroiçosáe<JJah'fografia'.R.91. ÇiriifícaLtrfa.-M'E desta obra aspectos daqueles domínios em que é notória a
influência da engenharia civil e da engenharia mecânica.
Lisboa, julho de 2004
Direitos exclusivos para o Brasil na língua portuguesa No sentido de preparar a futura atividade profissional dos estu-
Copyright © 2006 by dantes, não podiam os autores deixar de dedicar uma atenção Alexandre Gomes Cerveira
LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. muito grande ao corpo de normalização técnica internacional- Vice-Reitor e Presidente do Conselho Científico
Travessa do Ouvidor, 11
Rio de Janeiro, RJ - CEP 20040-040
mente aceito e estabilizado. da Universidade Aberta
Te!.: 21-3970-9480
Fax:21-2221-3202
ltc@ltceditora.com,br
www.ltceditora.com.br

Reservados todos os direitos. É proibida a duplicação


ou reprodução deste volume, no todo ou em parte,
sob quaisquer formas ou por quaisquer meios
(eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia,
distribuição na Web ou outros),
sem permissão expressa da Editora.
PREFÁCIO DAS EDIÇÕES ANTERIORES

No seu contexto mais geral, o desenho técnico engloba um Acentuando a importância crescente da atividade de projeto,
conjunto de metodologias e procedimentos necessários ao o programa do livro inicia-se com dois capítulos introdutórios
desenvolvimento e comunicação de projetos, conceitos e idéias onde se integram os conceitos básicos ele desenvolvimento e
e, no seu contexto mais restrito, refere-se à especificação téc- comunicação de idéias e projetos usando o desenho à mão
nica de produtos e sistemas. livre, os princípios básicos de representação geométrica e pro-
jeções, o mundo da normalização e finalmente a evolução do
Não é de se estranhar que, com o desenvolvimento elas tecno-
desenho e modelagem geométrica assistida por computador.
logias computacionais e dos sistemas de informação a que se
assistiram, nas duas últimas décadas, os processos e métodos O livro desenvolve-se nos capítulos seguintes em torno dos
de representação gráfica utilizados pelo desenho técnico no temas clássicos das projeções, vistas, cortes, seções, dimensio-
contexto industrial tenham também experimentado uma pro- namento e tolerância dimensional e geométrica. Dada a sua
funda mudança. Passou-se rapidamente ela régua T e esqua- importância no contexto da descrição técnica ele produtos, os
dro aos tecnígrafos, aos programas comerciais de desenho 2D temas de processos de união e soldagem, elementos de máqui-
assistidos por computador e mais recentemente a uma tendên- nas e materiais usados em engenharia são apresentados numa
cia para a utilização generalizada de sistemas de modelagem perspectiva utilitária e normativa, com referência sistemática
geométrica 3D. às normas ISO, de modo a permitir ao aluno uma primeira
abordagem de projeto com um suporte tecnológico.
Nestas circunstâncias, na organização do ensino e na elabo-
ração de textos ele apoio na área de desenho técnico, põem- A utilização de tecnologias CAD é consistentemente abordada.
se pa1ticulares desafios na forma de conciliar, por um lado, Note-se que a maioria elas ilustrações e desenhos são obtidas
o desenvolvimento de capacidades de expressão e represen- com sistemas CAD 2D e 3D, evidenciando assim as poten-
tação gráfica e a sua utilização em atividades criativas e, por cialidades da sua utilização em diversas situações. No fim de
outro, a aquisição de conhecimentos de natureza tecnológica cada capítulo incluem-se conjuntos de exercícios e problemas,
na área do desenho técnico. possibilitando o trabalho individual e em equipe.
No primeiro caso, procura-se o desenvolvimento do pensa- A extensão e profundidade dos temas tratados neste livro
mento criativo e de capacidades de visualização espacial, de requerem tipicamente dois semestres de quinze semanas, o
transmitir idéias, formas e conceitos através de gráficos muitas que corresponde ao espaço curricular habitualmente atribuído
vezes executados à mão livre, Esta capacidade constitui uma a este tipo de matérias cm cursos superiores ele engenharia.
qualificação de reconhecida importância no exercício da ati- Diversas opções são, contudo, convergentes com os objetivos
vidade profissional do Cngenheiro. educacionais que se pretende atingir. Utilizando como base
os Capítulos 3 a 8, diferentes cursos de um semestre poderão
No segundo caso, trata-se do uso das técnicas emergentes de
ser propostos. Em cursos orientados para o projeto industrial,
representação geométrica associadas aos temas mais clássicos
os Capítulos 1, 2 e 13 deverão ser integrados aos anteriores.
da descrição técnica de produtos e sistemas e suportadas num
Para cursos de vertente tecnológica, os Capítulos 10 a 13,
corpo estabilizado de normalização técnica internacionalmente
abrangendo os tópicos clássicos da normalização de diversos
aceita. A produção de desenhos <:le detalhe e de fabricação,
elementos de máquinas, permitem o desenvolvimento e pro-
incluindo as práticas clássicas de projeções, cortes, dimensio-
jeto de uma vasta gama de produtos.
namento, tolerâncias e anotações diversas, é ainda uma ativi-
dade imprescindível na produção de documentação técnica de Este livro constitui um marco de inegável qualidade e atuali-
produtos e de sua fabricação e constituem, em muitos casos, o dade no contexto da literatura técnica portuguesa, e não fosse
suporte legal e comercial nas relações com fornecedores. a língua (louva-se a opção dos autores) o livro afirmar-se-ia
sem dúvida internacionalmente. O seu conteúdo reflete uma
Importa reconhecer aqui as enormes potencialidades das tec-
experiência de vários anos de ensino, incluindo longas e vivas
nologias de modelagem geométrica atualmente disponíveis
discussões, em que tive o privilégio ele participar, sobre o
em diversos programas comerciais. Protótipos virtuais são
desenvolvimento e as perspectivas futuras do ensino de dese-
facilmente constrnídos e visualizados. As estmturas de dados
nho técnico em cursos de ensino superior de Engenharia.
associadas a estes modelos geométricos são facilmente con-
vertidas para outras aplicações de engenharia, e os projetos
desenvolvidos podem ser verificados em termos de folgas e
interferências em situações de movimento relativo entre com- Manuel Seabra Pereira
ponentes e analisados do ponto de vista estrntural, escoamento Professor Catedrático do IST - Instituto Superior Técnico da
de fluidos e transferência de calor. Universidade Técnica de Lisboa
'
1

NOTA DOS AUTORES

A engenharia, a arquitetura e o projeto industrial, freqüente- desenho de elementos de máquinas 1 a classifi.cação e a indi-
mente entendidos como áreas ele atividades distintas e autô- cação ele materiais e os ,processos ele fabricação.
nomas, primordialmente determinantes dos modos de vida No final ele cada capítulo dispõe-se ele uma seção de revisão
das civilizações, partilham de uma mesma área de conheci- de conhecimentos, exercícios propostos, consultas recomen-
mento, indispensável à sua própria existência e realizaç~10 - o dadas, incluindo endereços na Internet e a indicação das nor-
desenho técnico. Conhecimento onde as artes e as ciências se mas brasileiras e internacionais com especial relevância para
encontram, promovendo o desenvolvimento tecnológico que esse capítulo.
mutuamente o renova - o desenho assistido por computador
(CAD) é disso reflexo-, o desenho técnico é o processo que No final do livro dispõe-se ainda da indicação de normas,
possibilita o registro e a comunicação acerca da configuração, tabelas de materiais e tabelas técnicas freqüentemente úteis no
determinada por imperativos de ordem funcional e estética, âmbito desta atividade, onipresente na arquitetura, na enge-
dos espaços e dos objetos, por vezes síntese de conhecimen- nharia e no projeto, que é o desenho técnico.
tos diversos, constituindo-se referência cultural.
Arlindo Silva
O desenho técnico é uma base de conhecimento fundamen- Carlos Tavares Ribeiro
tal e indispensável na engenharia, na arquitetura e no projeto João Dias
industrial, que, no entanto, carece de suporte bibliográfico atu- Luís Sousa
alizado em língua portuguesa. É nesta ótica que surge o Dese-
nho Técnico Moderno - apresentação detalhada dos conceitos P,u·a o Professor
que lhe estão associados, das regras e procedimentos da sua
utilização em geral, e também elas particularidades específicas Os professores que adotarem o livro podem solicitar à LTC
nos diversos domínios de aplicação, conjugando a represen- materiais suplementares-de apoio pedagógico. O pedido deve
tação tradicional e as técnicas ele modelagem geométrica, em ser encaminhado a:
2D e em 3D, no âmbito ela utilização de sistemas CAD. LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.
A/C Editorial Técnico
Destinado aos estudantes ele todos os cursos de graduação Travessa cio Ouvidor, 11
que incluem a aprendizagem do desenho técnico e a utiliza- Rio de Janeiro, RJ - CEP 20040-040
ção de sistemas CAD, mas também aos profissionais que as Te!., 21-3970-9480
utilizam, como elemento ele atualização e consulta, este livro Fax, 21-2221-3202
trata detalhadamente às aplicações dos conceitos de projeções ltc@ltceditora.com.br
geométricas planas - projeções ortogonais múltiplas e proje- www.ltceditora.com.br
ções axonométricas, e aspectos complementares, .sobretudo os
cortes e seções e a cotagem, quer em termos ela sua utilização
tradicional, quer em termos da sua geração a partir da respec- Comentário e Sugestões
tiva modelagem geométrica por recurso aos sistemas CAD. É
também deste modo que apreserita, de forma ilustrada, aspec- Apesar cios melhores esforços dos autores, elos tradutores,
tos e procedimentos específicos no âmbito ela aplicação elo do editor e elos revisores, é inevitável que surjam erros no
desenho técnico na arquitetura e na engenharia civil, ilustrando texto. Assim, são bem-vindas as comunicaçôes de usuários
a sua utilização no ordenamento do território, na modelagem sobre correções ou sugestões referentes ao conteúdo ou ao
de terrenos, na implantação ele obras, no desenho de insta- nível pedagógico que auxiliem o aprimoramento de edi-
lações e no desenho ele estruturas ele edificações. No âmbito ções futuras. Encorajamos os comentários dos leitores que
da aplicação à engenharia mecânica e ao projeto industrial, podem ser encaminhados à LTC - Livros Técnicos e Científi-
· são apresentados, analogamente, por processos tradicionais cos Editora S.A. no endereço: Travessa do Ouvidor, 11- Rio
e por recurso aos sistemas CAD, a tolerância dimensional e de Janeiro, RJ - CEP 20040-040 ou ao endereço eletrônico
geométrica, o desenho de juntas e ele elementos de ligação, o ltc@ltceclitora.com.br
NOTAS BIOGRÁFICAS DOS AUTORES

ARLINDO SILVA - Graduado em engenharia mecânica em e modelagem geométrica dos cursos de engenharia mecânica,
1991 e doutorado em materiais compósitos em 2001 pelo IST. aeroespacial e de materiais do IST, tendo também lecionado
Co-autor de outros dois livros na área de engenharia e reabi- outras disciplinas nas áreas do projeto assistido por compu-
litação de pessoas com deficiências, e de numerosas publica- tador. Nos últimos anos tem sido responsável como dire-
ções científicas e pedagógicas. Desenvolve pesquisas na área tor adjunto do laboratório de engenharia mecânica assistido
dos materiais compósitos e docência em diferentes áreas da por computador do IST. É o representante do departamento
engenharia mecânica, centrando-se atualmente no desenvol- de engenharia mecânica do IST na comissão de normali-
vimento de produto e no projeto mecânico. zação do desenho técnico (CTl). Pesquisador do IDMEC/
tem desenvolvido pesquisa nas áreas do impacto estrutural,
CARLOS TAVARES RIBEIRO - Doutorado em engenharia civil, segurança de veículos automóveis e ferroviários e reconsti-
lecionou disciplinas de desenho, modelagem geométrica e tuição de acidentes rodoviários. Vencedor do Prêmio Cien-
sistemas CAD no departamento de engenharia civil do Ins- tífico IBM 1999.
tituto Superior Técnico (IST), ao longo de mais de 20 anos,
sendo atualmente professor associado nos cursos de engenha- LUÍS SOUSA~ Graduado e doutorado em engenharia mecânica
ria civil e de engenharia mecânica da Academia Militar (AM) pelo 1ST. Leciona nas disciplinas de desenho e modelagem
geométrica dos cursos de engenharia mecânica, engenharia
e, por protocolo com esta, na Universidade Aberta, para as
aeroespacial do IST e mestrado em engenharia da concepção,
disciplinas de geometria e de desenho. Pesquisador nas áreas
onde tem incentivado a utilização de sistemas CAD3D, quer
da modelagem geométrica, computação gráfica, multimídia e
em modelagem, quer na ligação a outras áreas de projeto e
realidade virtual, sob a égide do IST e da AM, sendo autor de
fabricação. Desenvolve pesquisa na área de otimização de pro-
livros e de diversos artigos nestas áreas. Desenvolveu também
jetos de estruturas não-lineares 1 estando atualmente integrado
intensa atividade de projeto de engenharia civil baseado em
em diversos projetos relacionados com a tecnologia automóvel
CAD e GIS.
e com a promoção da segurança automóvel. Esteve ligado e
JOÃO DIAS - Doutorado em engenharia mecânica pelo 1ST. tem acompanhado de perto a fonnaçào em sistemas CAD e os
Leciona e tem sido responsável pelas disciplinas de desenho sistemas de modelagem gráfica associados à área do CAD.

•Instituto de Engenharia Mecânica. (N.E.)

!
------------------,-------·•-ffl--""'""''V!

Aos nossos estudantes e aos nossos professores,


com quem continuamos a aprender,
e às nossas famílias, pelo apoio, encorajamento e amoL
T
SUMÁRIO

1. O DESENHO TÉCNICO 1 4. PROJEÇÕES ORTOGONAIS 40


1.1 INTRODUÇÃO 2 4.1 INTRODUÇÃO 41
1.2 A COMUNICAÇÃO GRÁFICA DE IDÉIAS 3
4.2 O CONCEITO DE PROJEÇÃO 41
1.3 DESENHO TÉCNICO E DESENHO
ARTÍSTICO 3 4.3 MÉTODO EUROPEU E MÉTODO
1.4 A GEOMETRIA DESCRITNA E O DESENHO AMERICANO 44
TÉCNICO 4 4.4 CLASSIFICAÇÃO DAS PROJEÇÕES
1.5 O DESENHO TÉCNICO: MODOS DE GEOMÉTRICAS PLANAS (PGP) 44
REPRESENTAÇÃO 5
4.5 REPRESENTAÇÃO EM MÚLTIPLAS VISTAS 47
1.6 AS NORMAS ASSOCIADAS AO DESENHO
TÉCNICO 5 4.6 SIGNIFICADO DAS LINHAS 54
1.7 O DESENHO TÉCNICO NAS VÁRlAS FASES 4.7 VISTAS NECESSÁRIAS, VISTAS SUFICIENTES E
DE PROJETO 6 ESCOLHA DE VISTAS 55
1.8 O DESENHO ASSISTIDO POR
4.8 VISTAS PARCIAlS, DESLOCADAS E
COMPUTADOR 7
INTERROMPIDAS 56
REVISÃO DE CONI-lECIMENTOS 10
4.9 VISTAS AUXILIARES 58
CONSULTAS RECOMENDADAS 10
4.10 REPRESENTAÇÕES CONVENCIONAIS E
PAIAVRAS-CHAVE 11
SIMPLIFICADAS 59
( 2. SISTEMAS CAD EM DESENHO 4.11 DESENHO À MÃO LNRE 61
TÉCNICO 12 4.12 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO E DISCUSSÃO 61
2.1 INTRODUÇÃO 13 4.13 APLICAÇÕES EM CAD 61
2.2 EVOLUÇÃO DO CAD 13 REVISÃO DE CONHECIMENTOS 64
2.3 EQUlPAMENTOS DE UM SISTEMA CAD 19 CONSULTAS RECOMENDADAS 64
2.4 SISTEMAS OPERACIONAIS 22 PAIAVRAS-CHAVE 64
2.5 APLICAÇÃO PRÁTICA EM CAD 2D 23 EXERCÍCIOS PROPOSTOS 65
REVISÃO DE CONHECIMENTOS 24
CONSULTAS RECOMENDADAS 24
1 5. CORTES E SEÇÕES 73
5.1 INTRODUÇÃO 74
PAIAVRAS-CHAVE 25
5.2 MODOS DE CORTAR AS PEÇAS 74
3. ASPECTOS GERAIS DO DESENHO 5.3 CORTE POR PLANOS PARALELOS OU
TÉCNICO 26 CONCORRENTES 77
3.1 INTRODUÇÃO 27 5.4 ~EGRAS GERAlS EM CORTES 79
3.2 ESCRITA NORMALIZADA 27 5.5 ELEMENTOS QUE NÃO SÃO CORTADOS E
3.3 TIPOS DE LINHAS 28 REPRESENTAÇÕES CONVENCIONAlS 80
3.4 FOLHAS DE DESENHO 30 5.6 CORTES EM DESENHOS DE CONJUNTOS DE
3.5 LEGENDAS 31 PEÇAS 81
3.6 MARGENS E MOLDURAS 35 5.7 SEÇÕES 83
3.7 LISTAS DE PEÇAS 35 5.8 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO E DE
3.8 ESCAIAS 36 DISCUSSÃO 85
REVISÃO DE CONHECIMENTOS 38 5.9 APLICAÇÕES EM CAD 86
CONSULTAS RECOMENDADAS 38 REVISÃO DE CONHECIMENTOS 87
PALAVRAS-CHAVE 39 CONSULTAS RECOMENDADAS 88
Sumário xvil
xvi Sumário

REVISÃO DE CONHECIMENTOS 180 11.6 APLICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DAS 14. MATERIAIS E PROCESSOS DE
PAIAVRAS-CHAVE 88
CONSULTAS RECOMENDADAS 180 TOLERÃNCIAS GEOMÉTRICAS 260 FABRICAÇÃO 340
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 88
11.7 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA 14.1 INTRODUÇÃO 341
PALAVRAS-CHAVE 181
. 6.. PERSPECTIVAS 95 TOLERÃNCIA 277 14.2 FAMÍLIAS DE MATERIAIS 342
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 181
6.1 INTRODUÇÃO 96 11.8 REGRAS E PASSOS PARA A APLICAÇÃO DA 14.3 BREVES NOÇÕES DE PESO, RESISTÊNCIA E
6.2 PROJEÇÃO PARALELA OU CILÍNDRICA 9. DESENHO TÉCNICO EM PROJETOS DE TOLERÃNCIA GEOMÉTRICA 284 RIGIDEZ 343
(PEIISPECTTVA RÁPIDA) 96 ARQUITETURA E DE ENGENHARIA 11.9 PRINCÍPIOS, MÉTODOS E TÉCNICAS DE 14.4 GENERALIDADES E APLICAÇÕES DE
6.3 DESENHO DE CIRCUNFERÊNCIAS NUMA CIVIL 182 VERIFICAÇÃO 284 ALGUMAS FAMÍLIAS DE MATERIAIS 347
PERSPECTNA QUALQUER 104 9.1 INTRODUÇÃO 183 11.lOTOLERÃNCIA GEOMÉTRICA GERAL 286 14.5 FUNDIÇÃO 353
6.4 LINHAS INVISÍVEIS, LINHAS DE EIXO E 9.2 DESENHO DE ARQUITETURA 183 11.11 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO E DISCUSSÃO 288 14.6 DEFORMAÇÃO PLÁSTICA 356
CORTES EM PERSPECTIVAS 105 9.3 DESENHO DE INSTALAÇÕES 196 ll.12APLICAÇÕES EM CAD 289 14.7 PROCESSOS DE CORTE OU REMOÇÃO DE
6.5 INTERSECÇÃO DE SUPERFÍCIES 105 9.4 DESENHO DE ESTRUTURAS DE REVISÃO DE CONHECIMENTOS 290 MATERIAL 357
6.6 COTAGEM EM PERSPECTNAS 106 EDIFICAÇÕES 204 CONSULTAS RECOMENDADAS 290 14.8 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO E
6.7 METODOLOGIA PARA LEITURA DE 9.5 O DESENHO EM PLANEJAMENTO DE OBRAS PALAVRAS-CHAVE 291 DISCUSSÃO 364
PROJEÇÕES ORTOGONAIS (VISTAS) 107 DE ENGENHARIA CIVIL 216 EXERCÍCIOS PROPOSTOS 291 REVISÃO DE CONHECIMENTOS 365
6.8 PROJEÇÕES CENTRAIS 109 REVISÃO DE CONHECIMENTOS 223 CONSULTAS RECOMENDADAS 365
A PERSPECTIVA EXPLODIDA 109 CONSULTAS RECOMENDADAS 223
•12. DESENHO TÉCNICO DE JUNTAS PAIAVRAS-CHAVE 365
6.9 -, _j

6.10 APLICAÇÕES EM CAD 110 PAIAVRAS-CHAVE 223 SOLDADAS 293 EXERCÍCIOS PROPOSTOS 366
12.1 INTRODUÇÃO 294
REVISÃO DE CONHECIMENTOS 110
10. TOLERÂNCIA DIMENSIONAL E ESTADOS 12.2 PROCESSOS DE SOLDAGEM 294 15. MAIS PROJETOS DO TIPO CAD 372
CONSULTAS RECOMENDADAS 110
DE SUPERFÍCIE 224 12.3 BRASAGEM, SOLDABRASAGEM E 15.1 INTRODUÇÃO 373
PAIAVRAS-CHAVE 111
COLAGEM 298 15.2 PROJETO DE ARQUITETURA 373
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 111 10.1 INTRODUÇÃO 225
12.4 REPRESENTAÇÃO DA SOLDAGEM, DA 15.3 DESENHOS DE PROJETO DE ESTABILIDADE
10.2 TOLERÃNCIA DIMENSIONAL 225
\. . 7. COTAGEM 117 10.3 SISTEMA ISO DE TOLERÃNCIAS LINEARES 226 BRASAGEM E DA COLAGEM 298 EM ENGENHARIA CIVIL 373

7.1 INTRODUÇÃO 118 10.4 SISTEMA ISO DE TOLERÃNCIAS 12.5 SÍMBOLOS 299 15.4 PROJETO DE COMPONENTE
7.2 ASPECTOS GERAIS DA COTAGEM 118 ANGULARES 229 12.6 POSIÇÃO DOS SÍMBOLOS NOS INDUSTRIAL 375
7.3 ELEMENTOS DA COTAGEM 118 10.5 INSCRIÇÃO DAS TOLERÃNCIAS NOS DESENHOS 300 15.5 SISTEMAS DE "PIPING" 378
7.4 INSCRIÇÃO DAS COTAS NOS DESENHOS 119 12.7 COTAGEM DE CORDÕES DE SOLDA 302 15.6 PEÇA DE DESENHO INDUSTRIAL 380
DESENHOS 231
COTAGEM DOS ELEMENTOS 121 12.8 INDICAÇÕES COMPLEMENTARES 302 15.7 MODELOS FOTORREALISTAS PARA
7.5 10.6 AJUSTES 234
7.6 CRITÉRIOS DE COTAGEM 123 10.7 VERIFICAÇÃO DAS TOLERÃNCIAS 236 12.9 APLICAÇÕES EM CAD 304 DNULGAÇÃO 385
7.7 COTAGEM DE REPRESENTAÇÕES 10.8 TOLERÃNCIA DIMENSIONAL GERAL 239 REVISÃO DE CONHECIMENTOS 305 REVISÃO DE CONHECIMENTOS 387
ESPECIAIS 126 10.9 TOLERÃNCIA DE PEÇAS ESPECIAIS 240 CONSULTAS RECOMENDADAS 305 PAIAVRAS-CHAVE 387
SELEÇÃO DAS COTAS 128 10.lOESTADOS DE SUPERFÍCIE 240 PALAVRAS-CHAVE 305 CONSULTAS RECOMENDADAS 387
7.8
7.9 APLICAÇÕES EM CAD 129 10.UEXEMPLOS DE APLICAÇÃO E EXERCÍCIOS PROPOSTOS 305
A. CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICAS 388
7.10 EXEMPLO DE APLICAÇÃO E DISCUSSÃO 130 DISCUSSÃO 246
REVISÃO DE CONHECIMENTOS 131 10.12APLICAÇÕES EM CAD 247
("Í3J ELEMENTOS DE MÁQUINAS 310 A.l INTRODUÇÃO 389
13.l INTRODUÇÃO 311 A.2 BISSETRIZES, PERPENDICULARES E
CONSULTAS RECOMENDADAS 131 REVISÃO DE CONHECIMENTOS 249
13.2 ELEMENTOS DE LIGAÇÃO 311 PARAIELAS 389
PAIAVRAS-CHAVE 131 CONSULTAS RECOMENDADAS 250
13.3 LIGAÇÕES ROSCADAS 311 A.3 DESENI-1O DE POÚGONOS 390
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 132 PAIAVRAS-CHAVE 251
13.4 ARRUELAS, CHAVETAS, CAVILHAS E A.4 CIRCUNFERÊNCIAS E TANGÊNCIAS 392
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 252
CONTRAPINOS 321 AS OVAL E ÓVULO 395
8. REPRESENTAÇÃO DE INTERVENÇÕES
13.5 REBITES 325 A.6 CURVAS ESPIRAIADAS E
NO TERRENO EM ARQUITETURA E zll. ";TOLERÂNCIA GEOMÉTRICA 253
13.6 MOLAS 325 EVOLVENTE 396
ENGENHARIA CIVIL 135 11.l INTRODUÇÃO 254
13.7 ÓRGÃOS DE MÁQUINAS 326 A.7 CURVAS CÍCLICAS 397
8.1 INTRODUÇÃO 136 11.2 TOLERÃNCIA DIMENSIONAL VERSUS
13.8 ROLAMENTOS 335 A.8 CURVAS CÓNICAS 397
8.2 REPRESENTAÇÃO DO TERRENO, TOLERÃNCIA GEOMÉTRICA 254
11.3 DEFINIÇÕES 255 REVISÃO DE CONHECIMENTOS 338 A 9 HÉLICES 399
INTRODUÇÃO Ã TOPOGRAFIA 136
CONSULTAS RECOMENDADAS 338 A.10 TRANSPOSIÇÃO, AMPLIAÇÃO E REDUÇÃO
8.3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM SISTEMAS 11.4 SÍMBOLOS GEOMÉTRICOS 257
PALAVRAS-CHAVE 338 DE DESENHOS 400
DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA 157 11.5 ASPECTOS GERAIS DA TOLERÃNCIA
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 338 CONSULTAS RECOMENDADAS 400
8.4 INTERVENÇÃO NO TERRENO 169 GEOMÉTRICA 257 ,
xvili Sumário

B. TABELAS DE ELEMENTOS DE c. NORMAS NP, EN, ISO E NBR


MÁQUINAS 401 RELACIONADAS COM O DESENHO
B.1 PARAFUSOS 402 TÉCNICO 440
B.2 PORCAS 408 C.l NORMAS PORTUGUESAS NP 441
B.3 CONTRAPINOS 412 C.2 NORMAS EUROPÉIAS EN 441
B.4 CAVILHAS OU PINOS 413 C.3 NORMAS ISO 443
B.5 CHAVETAS E RASGOS 417 C.4 ASPECTOS GERAIS RELACIONADOS COM AS DESENHO TÉCNICO MODERNO
B.6 REBITES 420 NORMAS ISO 454
C.5 NOR/VIAS BRASILEIRAS NBR 454 ---' ..,
B.7 ARRUELAS 422
B.8 ANÉIS DE RETENÇÃO 429
B.9 CORRENTES DE TRANSMISSÃO 432
D. TABELAS DE MATERIAIS 455
B.10 PERFIS DE CONSTRUÇÃO 434 E. TABELAS DE TOLERÂNCIA 461
ÍNDICE 469
O DESENHO TÉCNICO

OBJETIVOS
Após estudar este capítulo, o leitor deverá estar apto a:
• Distinguir entre desenho técnico e desenho artístico;
0 Reconhecer a necessidade de aprender desenho técnico como uma forma de
comunicação;
® Explicar a necessidade das normas de desenho técnico;
@ Detalhar as várias fases de um projeto genérico e o papel do desenho em cada
uma delas;
• Enunciar as vantagens do desenho assistido por computador, em especial na sua
vertente tridimensional.
2 Capítulo Um O Desenho Técnico 3

1.1 INTRODUÇÃO Conceito extremamente amplo, a representação gráfica dispõe, da figu.1ra 1.1, sua mensagem não foi recebida de modo cor- A escrita oriental é também baseada em símbolos abstratos,
independentemente das diferentes técnicas de produção, de embora não se possa falar de alfabeto, uma vez que cada sím-
reto!
O desenho é por vezes menosprezado como uma área dentro diferentes linguagens confom1e o domínio em que é utilizada bolo tem um sentido próprio, ou seja, não precisa ser associ-
da engenharia. De fato, o desenho é uma ferramenta impres- No campo da Engenharia, o desenho serve como uma ferra- ado a outro para fazer sentido.
e os objetivos a que se destina.
cindível para o nosso dia-a-dia, quer sejamos engenheiros, menta de trabalho, que acompanha um novo componente (de
Desde as artes plásticas até a processamento de imagens via uma máquina) por exemplo) desde sua fase inicial de projeto, Como exemplo, o "alfabeto" chinês tem milhares de símbo-
arquiteto;:;, jornali.stas, futebolistas ou médicos.
satélite - passando pela fotografia, pelo vídeo, pelo desenho assando pela oficina onde vai ser fabricado até a fase final los, enquanto o alfabeto ocidental tem apenas 27 símbolos.
Uma nova estrutura, uma nova 1náquina, um novo mecanis- nrnnual ou por meios informáticos e sujeita ou não a conven- ~e montagem desse componente na máquina, podendo ir para O objetivo deste texlo centra-se na comunicação gráfica de
mo, uma nova peça nasce da idéia de um engenheiro, de um ções previamente estabelecidas, como no caso do Desenho além da fabricação até a fase ele marketing e publicidade. idéias através do desenho técnico. O desenho técnico é um
arquiteto ou de um técnico 1 em geral sob a forma de imagens Técnico, que a elevam ao nível de linguagem - a representa- Embora, como se pode calcular, o desenho do componente tipo particular de desenho, que obedece a regras bem defini-
no seu pensamento. Essas imagens são materializadas através ção gráfica é a atitude subjacente que permite o registro de não seja, necessariamente, o m.es1no em cada uma das fases das. Se,ve para comunicar uma idéia ou um conceito de modo
de outras imagens: os desenhos. O projeto destes sistemas passa toda a simbologia gráfica que possibilita a comunicação. enumeradas, eleve conter uma grande variedade de informa- único, sem ambigüidades nem significados múltiplos.
por várias fases, em que o desenho é usado para criar, trans- ções para a pessoa que o lê e interpreta, além cios simples "tra-
mitir, guardar e analisar informação. A transmissão de idéias ou conceitos é, numa primeira fase, Contudo) como será evidente ao longo deste e elos próximos
ços no papel". De fato, um desenho técnico é, em geral, acom-
transmitida através de esboços mais ou menos elaborados. Nas capítulos) o desenho técnico pode .ser executado de inúmeras
A descrição com o objetivo de interpretar, analisar e, princi- panhado de muitas anotações e explicações, como) por exem-
fases seguintes) os desenhos ganham complexidade. À medi- maneiras, com as mais variadas formas e aparências, manten-
palmente, estabelecer modos de inte1venção no relacionamento plo, dimensões, material de que deve ser fabricado, normas que
da que as idéias vão evoluindo e tomando forma, os desenhos do sempre o rigor e a objetividade.
dos espaços implica uma atitude ele representação gráfica, 0 enquadram, notas de montagem, escalas, etc., que o comple-
podem passar para suportes infonnáticos com o auxílio do CAD
caracterizada por uma simbologia própria e, conseqüentemen- mentam e sem as quais não seria possível sua fabricação.
( Coniputer Aided Design). Usando interfaces adequadas entre
te, uma linguagem própria.
CAD, CAE (Computer Aided Engineeríng) e CAM (Computer No âmbito deste livro e ao longo de todo o texto a utilização 1.3 DESENHO TÉCNICO E DESENHO
A representação gráfica e o desenho em geral satisfazem apli- Aided Mant{facturíng\ o intervalo ele tempo entre a idéia da expressão "Representação Gráfica" e, em particular) o De- ARTÍSTICO
cações muito diversas e estão presentes em praticamente toda original e o produto final reduz-se drasticamente, como tam- senho Técnico refere-se estritamente à representação gráfica
Um determinado objeto pode ser descrito de muitas manei-
atividade humana. Constitui-se na mais antiga forma de regis- bém se reduz o custo de desenvolvimento. capaz de descrever e analisar informação de caráter operacio-
ras: por exemplo, através do seu nome ou ele um desenho,
tro e comunicação de informação, e, embora tendo conheci- nal e gebmétrico e suas aplicações, e restringe-se ao tipo de
Existe uma frase popular que resume muito bem a vantagem que pode ser um desenho livre, de caráter mais ou menos
do mais mudanças quanto ao modo de produção e de apre- simbologia gráfica que lhe é inerente.
da comunicação pelo desenho: "Um desenho vale mais que artístico, ou um desenho técnico. Como se fará então a distin-
sentação cio que as mudanças tecnológicas verificadas ao lon- O Desenho Técnico) como área ele conhecimento nos domí- ção? Pode-se fazer uma primeira distinção através do próprio
mil palavras". As imagens como que substituem 6 objeto a que
go da História, nunca foi substituída efetivamente por nenhu- nios da Engenharia Civil, da Arquitetura, da Engenharia Mecâ- objetivo ela descrição: se for destinada apenas a transmitir uma
se refere) e o seu impacto ultrapassa qualquer tentativa de
ma outra. O desenho eleve ser considerado uma ferramenta nica e do Design Industriat tem neste livro a sua referência imagem) sem grande ênfase na quantificação das dimensões
definição verbal ou escrita. Se, associado à sua representação,
de trabalho, tal como o teste de fase/neutro para o eletricista nos termos mais atuais com que é tratado, utilizado e com que elo objeto, então pode-se estar perante um desenho livre ele
lhe for conferido o caráter dimensional e ele rigor de exeqüi-
ou a batuta para o maestro. Sem ele, o engenheiro e o arqui- se vislumbra o seu sucessivo desenvolvimento. caráter artístico ou não; .se a descrição for destinada a expliciLar
bilidade em termos da sua fabricação ou da sua construção, a
teto não se exprimem completamente. com rigor a forma e as dimensões do objeto representado, bem
imagem assume) para esse efeito, um caráter operacional e
Não obstante o aparecimento e desenvolvimento de outros como os aspectos relevantes, por exemplo, para a sua produ-
passa a ser "lida" pela representação ele propriedades e carac- 1.2 A COMUNICAÇÃO GRÁFICA
meios ele comunicação, desde o surgimento da escrita, até aos ção, então estar-se-á perante um desenho técnico.
terísticas particulares, especialmente métricas. Convida-se o
que a evolução tecnológica proporciona a representação (grá- leitor a um exercício muito simples: com suas próprias pala-
DE IDÉIAS A distinção entre os dois tipos de desenho - o desenho téc-
fica) de imagens, ainda que de uma forma cada vez mais so- vras, tente descrever para um amigo o objeto ela Figura 1.1, A comunicação gráfica é tão antiga quanto o homem e tem, nico e o desenho livre - pode também ser feita de um modo
fisticada, prevalece e assume lugar de destaque no âmbito do de modo que ele faça um desenho desse objeto descrito. No ao longo dos tempos, um desenvolvimento paralelo ao desen- diferente. O desenho técnico deve ser perfeitamente percep-
registro e da comunicação sobre as formas dos artefatos e a fim, compare os dois objetos. Provavelmente você concluirá volvimento da tecnologia. Desde a antiguidade o homem se tível e sem ambigüidades na forma como descreve determina-
configuração dos espaços nos-quais e com os quais vivemos. que, por mais palavras que tenha usado para descrever o objeto comunica e se expressa usando simbologias várias. O homem do objeto; o desenho livre pode ter, para diferentes indivídu-
primitivo usava a pintura para retratar aspectos da sua vida os, várias interpretações e significados do mesmo objeto. A
quotidiana. Os desenhos mais antigos de que há conhecimento Figura 1.3 mostra um exemplo claro de desenho livre; neste
datam ele 12000 a.C. Sem dúvida que o desenho precedeu a caso, mais especificamente o que vulgarmente se constitui umct
escrita na comunicação de conhecimentos. O povo egípcio, ilustração. Já a Figura 1.4 apresenta exemplos de desenho téc-
por exemplo, desenvolveu rn1;1-a escrita baseada em símbol~s. nico: em (a), uma representação livre de um objeto) porém ele
A Figura 1.2 mostra alguns dos símbolos usados pela escnta caráter técnico; cm (b), uma representação em desenho técni-
egípcia. A escrita ocidental é baseada em símbolos abstratos co do mesmo objeto. A Figura 1.3 e a Figura 1.4 tornam cla-
(o alfabeto\ que, quando associados ele diferentes maneiras, ro O significado do desenho livre ele caráter artístico e ilustra-
significam diferentes coisas. tivo) cio desenho livre, mas de caráter técnico (Figui:a 1.4-a),

FIGURA 1.1 Objeto simples desenhado em perspectiva, mas complicado de descrever por palavras.
J
FIGURA 1.2 Exemplos de símbolos da escrita egípcia.
O Desenho Técnico 5
4 Capítulo Um

biáveis, na indústria militar da época. Em 1876, foi inventada ma capacidade especial para a sua interpretação. A informa-
a cópia heliográfica. Até então, a execução de desenhos téc- ção que ele consegue transmitir é menor que na representa-
nicos era mais ou menos considerada uma arte, caracterizada ção em vistas múltiplas, mas pode ser importante, por exem-
pelas linhas muito finas e pelo uso de sombras. A cópia e re- plo, em esquemas de montagem ou em catálogos de publici-
produção destes desenhos eram extremamente difíceis. A in- dade, onde um simples olhar pode dar uma visão clara do
trodução da céJpia heliográfica, de execução fácil e rápida, veio objeto, sem grandes pormenores. A Figau.·a 1.5 mostra a visu-
aligeirar um pouco o desenho técnico como até então era alização em perspectiva do objeto.
entendido, eliminando o uso de sombras e carregando mais
os traços, para melhorar a reprodução. 1.5.2 Vistas Múltiplas
o desenho técnico tem-se tornado gradualmente mais preci-
A representação em vistas múltiplas de um objeto é um elos
so e rigoroso ao longo dos tempos, processo a que não é alheia
tipos de representação mais usados em Engenharia e se ba-
a instrumentação utilizada na sua execução, eliminando, por
seia no conceito de projeção ortogonal. A quantidade de in-
vezes, a necessidade ele constrnção ele modelos para avaliar o
formação que pode estar contida num desenho deste tipo é
funcionamento das peças ou mecanismos desenhados. muito grande, desde o simples esquema até um desenho ele
produção completo, com anotações, notas de fabricação, no-
1.5 O DESENHO TÉCNICO, MODOS DE tas de montagem etc. Obedece a determinadas normas e con-
venções de representação que) quando assimiladas, permitem
REPRESENTAÇÃO visualizar imediatamente o objeto representado.
FIGURA 1.3 Exemplo típico de um desenho artístico (cortesia de Phil Metzger, Perspectíve without pain, North Light Books, Cincinnati, OH). Como citado, o desenho técnico pode assumir diversos mo- A representação de objetos em vistas múltiplas é, em gen:11)
dos, de representa_~ã91- 1nas _d~v~- manter_ sempre o _1:(8~=?.1:~-~:-·a' mais fácil de executar do que a representação em perspectiva,
~objCtiVid:lde-:qlle O caracterizam. Os modos 1mlis usados eill sendo, por isso, preferido quando o seu leitor está treinado
D~Sefli10 Técnico são as representações ~n_YistaLe ell}_Q~~~~ na leitura de desenhos em vistas múltiplas. A Fign:n1 1.6 mos-
E~_g:iva_. tra o objeto da Figura 1.5 rigorosa e inequivocamente defini-
Estas duas formas de representação) sendo ambas de extrema do pelas suas vistas múltiplas.
importfmcia na descrição de um objeto, contêm particularida-
des que as recomendam em situações diferentes, consoante a
1.6 AS NORMAS ASSOCIADAS AO
mensagem a transmitir e o leitor a que se destinam.
DESENHO TÉCNICO
Todo o processo de representação no âmbito do desenho téc-
nico fundamenta-se no conceito de projeção. Para que o desenho técnico seja universalmente entendido sem
ambigüidadcs, é necessário que obedeça a determinadas re-
gras e convenções, de forma que todos os implicados no pro-
1.5.1 .Perspectivas cesso de desenho "falem a mesma língua". Para uniformizar o
A representação vulgarmente designada por perspectiva é desenho, existem as normas de desenho técnico. Uma norma
usada quando se quer ter uma visão espacial, rápida) de de- de desenho técnico não é mais do que um conjunto de regras
terminado objeto. O desenho assemelha-se, de fato, a uma ou recomendações a seguir quando da execução ou ela leih1-
fotografia do objeto desenhado, não sendo necessária nenhu- ra de um desenho técnico.

a) b)

FIGURA 1.4 Exemplo de um objeto cuja distinção entre a representação artística (à esquerda) e a representação técnica (à direita) não é tão óbvia.

que também não deixa de ser ilustrativo, e do desenho téçni- dentemente da instrumentação utilizada, a geometria descriti-
co propriamente dito (Figura 1.4-b). -~~--~?_1::1:_s,Q_t_µ_i.R__b_ase_ do _ çi~se~_ho técnico. -- - -- - - - - ~
Estes princípios de geometria descritiva cedo foram reconhe-
1.4 A GEOMETRIA DESCRITIVA E O cidos como ferramentas de extrema importância na estratégia
militar da época, obrigando Monge a mantê-los em segredo.
DESENHO TÉCNICO O seu livro La Géométrie DesCríptíve) publicado em 1795, con-
Pode-se dizer que o desenho técnico, tal como hoje é enten- tinua a ser considerado o primeiro texto sobre o desenho de
dido, nasceu como aplicação dos princípios e fundamentos projeções.
da geometria descritiva. ~eometria descritiva se deve a Nos primeiros anos do século XJX, estas idéias começaram a
Ga~erd Monge (1746-1818): Como professor na Escola Poli- ser introduzidas nos estudos universitários, tanto nos Estados
técnica de França, :ryr__Q!:l_ge___dé:S~!lvolveu o conceito d~ __ p_rQj~_- Unidos como na Europa. Os estudos de Gaspard Monge fo-
FIGURA 1.5 Representação em perspectiva de um objeto.
ção, ~m partic~i_lar de projeção geométrica plana. Indepen- ram ainda usados na fabricação de variadas peças intercam-
O Desenho Técnico í
6 Capítulo Um,

-ED-
1

e FASE1
DENTIFICAÇÃO DO
PROBLEMA

1
' FASE2

-
1
' DESENVOLVIMENTO
1 DE CONCEITOS

FASE3
COMPROMISSOS

FIGURA 1.6 Representação em vistas múltiplas de um objeto.


FASE4
MODELOS/
PROTÓTIPOS
Existem vários organismos, nacionais e internacionais, que FASE 1 - Identificação do problema
produzem normas sobre os mais variados assuntos, entre os
A origem de qualquer produto novo ou a alteração ele um
quais, o desenho técnico. No nivcl europeu, as nonnas de maior
produto existente resulta de uma necessidade cio mercado. Esta
aceitação e aplicação, são as Euro-normas (EN), semelhantes, fase não é mais do que a tomada de conhecimento de uma
1"111 geral, às normas ISO 0nternational Organization for Stan- FASES
necessidade cio mercado e a identificação do problema ele
dardization). No continente americano, as normas ANSI (Ame- criação ele um novo produto. É recolhida informação sobre o PRODUÇÃO
rican National Standards Institute) são as normas de aplicação produto, corno estudos de mercado) estudos sobre produtos
quase exclusiva. No nível ele cada país, existem também orga- da concorrência) caso existam) etc. Definem-se objetivos ge-
FIGURA 1.7 As várias fases de um projeto.
nismos ligados à normalização. Em Portugal, por exemplo, o rais, tais como requisitos) prazos de execução e custos aproxi- I
IPQ (Instituto P01tuguês da Qualidade) é o organismo respon- mados.
sável pela normalização, que produz normas com o prefixo NP,
assim como na Inglaterra é o BSI (British Standards Institute), FASE 2- Desenvolvimento de conQ.eitos
que produz nonnas com o prefixo BS. Na normalização de ele- ma de CAD/CAE. A montagem ele componentes de todo o fase é bastante importante quando o produto a ser desenvol-
mentos de máquinas são muito usadas as normas alemãs DIN. Esta é a fase mais criativa de todo o processo. Uma idéia pode vido é muito complicado, com um elevado número ele com-
gerar muitas outras idéias) ei embora nem todas possam ser mecanismo permite detectar interferências entre os diversos
É ele se imaginar que a existência de tantos organismos naci- componentes. Os modelos podem ser aproveitados para fa- ponentes.
executadas) ou algumas sejam mesmo absurdas) é necessária
onais e internacionais ele normalização originará conflitos en- alguma discussão para que se atinjam soluções viáveis para a zer um dimensionamento prévio direto com uma interface para
tre normas que tratam de um mesmo assunto. Embora, por resolução cio problema. Não se eleve eliminar nenhuma idéia, programas de cálculo. Devem ser feitos compromissos entre 1.8 O DESENHO ASSISTIDO POR
vezes, isso possa acontecer, este texto baseia-se, em primeira ainda que de início ela não seja viável. Todas as idéias, esbo- as diversas soluções possíveis.
instância, nas normas ISO. Para alguns aspectos específicos,
COMPUTADOR
ços ou notas) devem ser registradas e guardadas para a fase O custo deve sempre estar à frente dos compromissos assu-
poderão ser feitas comparações entre as normas ISO e NP. No seguinte. Nesta fasei o esboço representai um papel impor- midos) pois por melhor que seja o produto ele deve ser sem- o desenvolvimento da Informática durante as últimas déca-
final de cada capítulo serão discriminadas as normas ISO de tante. Eventualmente) podem ser apresentados a um potenci- pre vendido com uma margem de lucro, senão todo o inves- das tem desempenhado um papel preponderante em todos os
relevância para cada assunto e, no final cio livro, faz-se uma al consumidor do novo produto um ou mais conceitos resul- timento feito nesta fase será perdido. A experiência adquirida domínios da atividade humana, em especial na Engenharia,
listagem das normas ISO relacionadas, direta ou indiretamen- tantes desta fase do projeto, quando então se anotam suas com o desenvolvimento de outros produtos e o senso comum tanto no que diz respeito ao cálculo> como no que diz respei-
te, com o desenho técnico em geral. reações) boas ou más, e suas sugestões. são de importância crucial no dimensionamento de compo- to ao desenho.
nentes não críticos. Só se deve recorrer a sofisticados progra- A utilização cada vez mais generalizada de sistemas de CAD
FASE 3 - Compromissos mas de cálculo ou a meios experimentais quando o compo-
:1.7 O DESENHO TÉCNICO NAS VÁRIAS (do inglês Computer Aided Design, ou Projeto Assistido~ ~or
Tomando agora os conceitos e idéias da fase anterior, ponde- nente é crítico para o funcionamento do mecanismo. Computador) como auxi1io à concepção e projeto nos vanos
FASES DE PROJETO
ram-se os prós e os contras ele cada solução possível. São es- donúnios da Engenharia - Civil, Mecânica, Eletrotécnica, da
O desenrolar de um projeto tem várias fases bem definidas, tudadas a produção, manutenção e reciclagem de componen- FASE 4 - Modelos/Protótipos Arquitetura - e do Design Industrial tem const~tuído ~m im-
no decorrer das quais as várias áreas de Engenharia desempe- tes. Desta análise, surge uma solução de compromisso) que Pode haver necessidade de fazer um protótipo, em escala ou pulso sem precedentes no desenvolvimento mdustnal, da
nham um papel específico. O desenho técnico é uma ferra- conduz a novos esboços de projeto 1 agora mais refinados e em tamanho real para efetuar testes variados) como facilidade educação e da investigação.
menta usada em todas as fases do projeto. A Figura 1.7 mos- com mais informação no que se refere a materiais e processos de fabricação) testes aerodinâmicos) de durabilidacle 1 ou sim- D um modo sucinto um sistema CAD consiste em software
tra as fases em que é comum considerar no decorrer do pro- de fabricação. Dependendo do sistema em análise) devem ser plesmente para verificar a aparência do produto. Os testes e ' d 1· a
que apresenta um conjunto de coman os :s?ec1 1cos ~ar.
jeto. O Exemplo 1 mostra como essas fases decorrem num efetuados alguns cálculos com modelos simplificados, como> efetuados no modelo poderão eventualmente ditar uma alte- operações de desenho (linhas) polígonos, solt~os geometn-
projeto concreto. Todos os projetos passam, implícita ou ex- por exemplo 1 resistência, velocidades ou acelerações, tempe- ração profunda na montagem do produto ou no seu processo
cos) e sua manipulação (ampliação, deformaçao, mudanças
plicitamentei por estas fases, quer s'eja o projeto de uma lata raturas de funcionamento) estimativas de duração. Em segui- de fabricação de determinado componente caso isto se tenha
,refrigerante, quer seja o projeto de um automóvel. de escalai cópias) translações etc.).
da, fazem~se modelos dos componentes, em geral num siste- revelado demasiado moroso ou demasiado complicado. Esta
8 Capítulo Um O Desenho Técnico 9

EXEMPLO 1 cadeira para o carro, sendo mais fácil a arrumação da cadeira den- e maior rigidez fosse a extrusão de perfis ou fundição de peças_ especi~
tro do carro. A cadeíra deve ser atraente e ter um "ar desportivo". ais para a cadeira, reduzindo assim também os custos de manutenção.
PROJETO DE UMA CADEIRA DE RODAS PARA DEFICIEN1ES r1SICOS Este requisito é atingido se a cadeira se assemelhar às cadeiras
FASE 4 - Protótipos. A firma)( executou diversos protótipos da ca-
desportivas, com o mínimo de acessórios, com cambagem nas ro~ deira, tendo efetuado algumas alterações de peças que não resistiram
FASE 1 - Identificação doproblema. A firma X fez um estudo de novo produto. A nova cadeira deve ser leve (peso inferior a 1O kgf). das traseiras, pintada de cores vivas (ao gosto do utilizador}. de modo satisfatório aos testes de fadiga, impacto e segurança impos~
mercado, consultando várias __a-ssocia:ções de defié:ientes, e organis- Esse requisito pode ser atingido com o emprego de ligas leves (alu- FASE 3 - Compromissos. O peso, a r_íg!dez e, conseqüentemente, a tos pelas normas ANSI/RESNA partes 1, 3, 8 e 16. Alguns elementos
mos estaduais e recolhéu opiniões isoladas de deficientes físicos a mínio, magnésio ou fibra de carbono). Deve ser de baixo custo, quer manobrabilidade da cadeira seriam excelentes se fosse empregada fibra foram reforçados e os desenhos finais de fabricação elaborados, con-
respeito das_ cadeiras-de'-_rodas _e~istentes_ no mercado e das cadei- de aquisição quer de manutenção. O baixo custo de aquisição pode de carbono na sua produção, mas sua fabricação em série seria bastante siderando~se estas alterações. Como a firma)( usou desde o início uma
ras de rodas que cadaJndi_víduo p_ossui, _ou gostaria de possuir. Con- ser atingido se os procedimentos-de trabalho na Hnha de produção complfcada e seu custo proibitivo. O alumínio é um bom material para a modelagem 3D parametrizada da sua cadeira, bastou-lhe alterar as di~
cluiu que: (a) 60%-dos uSuárlos',dê-Cadeiras de rqdas pert_encem à forem otimizados e o desperdício de material for reduzido ao míní~ construção da cadeira, pois oferece a vantagem do peso relativamente mensões das peças que era necessário modificar e os restantes com-
faixa etária entre os 18 e os35 anos; (b) 90% dos,usuários Usam uma mo. O baixo custo de manútenção pode ser atingido pelo conheci- ao aço, não perde em rigidez estrutural e é mais barato que o titânio. ponentes refletiram imediata e automaticamente as alterações. Sem a
cadeira de ro_das cfássic_a univers-at, eni açO, com_ poúcas possibilida- mento a fundo dos processos de fabricação e através de testes ajuda predosa da modelagem tridimensional, esta firma teria perdido mais
des de adaptaçã_o individual, com 'pe~o-emtorno de 20 kgf- e de baixo exaustivos de fadiga em protótipos, aumentando a durabilidade dos O baixo custo da fabricação leva à necessária utilização de perfis tempo em alterar individualmente os desenhos das peças envolvidas,
custo; (e) 80% dos usuários-gost~i'iam 'dê ter i,o mercado uma cadei- seus componentes. A cadeira-deve ser ajustável a cada indivíduo. normalizados soldados entre si, embora a solução com menor peso correndo o risco de deixar alguma de fora!
ra leve, de baixo custo, totalmente ajus_tâvel,- com 1'ardesportivo", que Este requisito pode ser atingido se a cadeira possuir alteração da
facilitasse ao máximo sua vida do dia-a-dia.--O problema identificado sua forma, como a alteração dàs' mecanismos de ângulo entre o
é a inexístência de cadeiras de rodas- corh as características que os assento e as pernas, do ângúlo entre o assento e as costas, ou
usuários maís gostariam de ver nas súas cadeiras: b_aixo peso, baixo cambera cambagem das rodas, ajustando-se a cada pessoa. A pos~
custo, ajuStávef e atraente. sibilidade de remover as rodas sem o auxílio de ferramentas e o fe-
chamento da cadeira também pode ser importante para o usuário
FASE 2 - Desenvolvimento de conceitos. A firma X reúne o seu
ativo, que conduz o seu próprio carro, quando da transferência da
grupo de engenheiros, e delineia as linhas de desenvolvimento do

Esboços tfpicos nà dâ firma X. O desenho de conjunto em vistas mtíltlplas da cadeira de rodas da firma X


10 Capítulo Um
O Desenho Técnico u
Estes comandos estabelecem com o usuário uma "interface" dados de símbolos, o que acontece com quase todos os
direta e fácil, de acesso ao desencadeamento ele cada algorit-
PALAVRAS-CHAVE
pacotes comerciais de CAD, e diretamente cm escala para
mo ou algoritmos do domíflio da Computação Gráfica - ci- a dimensão pretendida;
CAD desenho técnico clássico
ência multidisciplinar que relaciona aspectos da matemática, O No desenho técnico clássico de prancheta, qualquer erro
CADD geometria descritiva
da geometria e da ciência computacional. cometido no papel vegetal era corrigido raspando-se a folha
CAE ISO
O desenvolvimento ele algoritmos específicos a algum cios com uma lâmina e desenhando-se por cima. Em CAD) os erros
CAM norma de desenho técnico
domínios da Engenharia e da Arquitetura permite definir co- são tão fáceis de corrigir como num processador de texto
cópia heliográfica perspectivas
mandos especificamente dirigidos a operações freqüentes nesse comum. Além disso, os desenhos podem ser guardados em
desenho artístico projeto de Engenharia
domínio e a constituição de Sistemas CAD específicos. suporte magnético, nunca perdendo qualidade (como acon-
desenho técnico vistas múltiplas
tece nos arquivos de papel vegetal) e podendo, a qualquer
Os sistemas CAD podem, hoje em dia, abranger as várias fa- momento, serem alterados ou aproveitados de novo;
ses de projeto e, em alguns casos, também ele produção. Estes O As construções geométricas que tanto tempo demoram se
sistemas permitem a articulação entre si de vários módulos: feitas a mão, tais como tangentes, elipses etc., são automá-
CADD ( Computer Aided Design and Drafting), CAE ( Computer ticas nos sistemas de CAD, poupando muito tempo ao de-
Aided Engineering)) AEC (Architectural, Engineering and senhista e oferecendo uma apresentação muito superior;
Construction) e CAM (Computer Aided Manufacturing). Por O A elaboração de relatórios ou catálogos de marketing e
vezes, referimo-nos ao CAD como Computer Aided Drafling) publicidade é automática, pois se pode fazer a importação
embora a sigla se refira a Computer Aided Design. Ao longo dos desenhos em suporte magnético dos sistemas de CAD
do texto a sigla CAD será usada para denominar Computer para os sistemas de edição e formatação de texto;
Aided Drafting) como rotineiramente se faz. O A utilização, cm particular, de sistemas de CAD a 3D tem as
O desenho assistido por computador tem grandes vantagens vantagens acrescidas da construção dos objetos diretamente
em relação aos métodos tradicionais de desenho. Algumas a três dimensões, sendo possível, imediatamente, a verifica-
dessas vantagens são enumeradas a seguir: ção ele lonas de interferência com a análise cinemática em
.mecanismos, a análise estrutural dos componentes e do con-
O No desenho técnico clássico de prancheta, feito inteiramente junto por elementos finitos (com uma interface adequada para
a mão, a inserção de símbolos repetitivos normalizados era um sqftware de análise estrutural) e - talvez a maior e mais
feito, em geral, com recurso de nonnógrafos ou folhas de importante vantagem·- a obtenção direta da representação
decalque, na escala elo desenho. Com o CAD, a inserção cios objetos em vistas múltiplas e/ou em qualquer perspecti-
de símbolos normalizados é direta, se existir uma base ele va desejada. O Capítulo 2 apresenta alguns exemplos.

REVISÃO DE CONHECIMENTOS
'f\(t;, , 1, •: UO)C i !'f · i', .• ,, .,._ ·,.·<·,, •.__,,_.1·,·,•· 1·· 1,f1·c,<:i-:·,_.-.__;, •r: ,\,-••_,,.,,\,
.r 1'', • , 1 ' '
1. Como se distingue um desenho 'artístico de um desenho técnico? 5. Que vantagens você reconhece no desenho assistido por com-
1)·. i ,-, ... ·, '( !'·i(.l'f'l ,.- ;
2. Por que o desenho· técnico deve respeitar as nórmas de putador com relação ao 9es~nho técrlico tracl_icional em papel?
, , t=c..o•r,.01,.,-1li'.'.)l -(,.. -1·,\(-\-'i·\·o,.. \! '.", '; 1- ,1,,_; ;,_ ,
desenho? V ,'<' >. ,\ \ 6. Que vantagens você reconhece no desenho tridimensional
3. Quais são as duas formas mais usuais d~ n~presentação ele de peças?
objetos em desenho técnico? \11',s,\,"1 (,, rnl)·\:;pln.
7. Que vantagens você aponta no Engenheiro que domina
4. Enuncie as várias fases pelas quais passa o projeto de um totalmente a linguagem do desenho técnico em compara-
mecanismo inovador, dando especial ênfase ao papel do ção com aquele que possui fracos conhecimentos de de-
desenho técnico em cada uma dessas fases. senho?
]:(l<'1d1-riu1 l 1·
/ ( .on"l {-''t (,,-,\i / \\•\(,"r!

CONSULTAS RECOMENDADAS
• Bertoline, G.R., Wiebe, E.N., Miller, C.L. e mecânica - www.machinedesign.com
Nasman, LO., Technical Graphics Com- • Endereço eletrônico da International Organization for Stan-
munication. Itwin Graphics Series, 1995. dardization (ISO) - www.iso.ch
• Dieter) G.E.) Engineering Design, A Mate- 0
Endereço eletrônico da American National Standards Jns-
riais and Processing Approach. McGraw- titute (ANSI) - web.ansi.org
Hill, 2"d Ed,, 1991. • Endereço eletrônico do Instituto Português da Qualidade
• Giesecke, FE, Mitchell, A, Spencer, HC, 1-lill, LL, Dygdon,J.T., (IPQ) - www.ipg.pt
Novak, J.E. e Lockhatt, S., Modern Graphics • Endereço eletrônico ela AmeTican Society of NJechanical
Commun,ication. Prentice Hall, 1998. Engineers (ASME) - www.asme.or
• Endereço eletrônico da revista Machine
Design, sempre repleto de novas solu-
ções para novos e velhos problemas ele
engenharia, em especial na vertente de
Sistemas CAD em Desenho Técnico 13

2.:1. INTRODUÇÃO togonais múltiplas (vistas). Consistia praticamente em substi-


tuir o trabalho de desenho tradicional em prancheta (Figura
A evolução dos equipamentos de informática, particularmen- 2.1). Alguma informação adicional relevante podia ser obtida
te nas décadas de 1980 e 1990, foi tão grande que possibilitou a partir do desenho, como áreas numa planta, medições de
0 acesso aos computadores à grande maioria da população, elementos para orçamento (por exemplo, áreas de pavimen-
em especial no Ocidente. Este desenvolvimento permitiu tam- tos, elementos construtivos, tubulações, correias ou correntes
bém o aparecimento de programas computacionais capazes em equipamentos, Figura 2.2), ou a quantidade de um dado
de rivalizar com operadores especializados em determinadas componente num equipamento.
áreas, provocando reformulações dos métodos de trabalho em
Na década de 1990, os sistemas CAD evoluíram para uma outra
muitos setores .

SISTEMAS CAD EM Alguns pequenos exemplos: com o desenvolvimento dos pro-


cessadores de texto, praticamente já não existem máquinas de
filosofia, baseada na representação paramétrica de modelos
tridimensionais (3D, Figura 2.3). Toda a informação das pe-
ças individuais e de montagem do conjunto pode ficar guar-
datilografia; a edição de livros, jornais e revistas é hoje reali- dada (Figura 2.4), sejam quais forem as dimensões envolvi-

DESENHO TÉCNICO zada em computador, e a impressão nas gráficas, realizada


diretamente a partir dos documentos produzidos.
das (Figura 2.5).
Os modelos passaram a ser mais detalhadamente representa-
Analogamente, passou-se a utilizar o computador como ins- dos, podendo-se simultaneamente gerar representações em 3D
trumento fundamental no projeto de engenharia, o que con- e 2D, sendo fácil obter imagens das peças em qualquer posi-
duziu à substituição ela tradicional prancheta pela utilização ção e com diferentes efeitos de visualização. Como estas ima-
dos sistemas CAD (Computer Aíded Design). gens são obtidas de forma automática, a partir dos modelos
Nos paí.ses ele língua portuguesa, a designação Projeto Assis- 3D, é possível representar com clareza todos os detalhes, sem
tido por Computador ou Desenho Assistido por Computador que isso represente mais horas significativas de trabalho de
(que não são a mesma coisa, como se verá adiante!) popula- desenho.
rizou-se desde a década de 1980 com o aparecimento e a pro- Com modelos 3D, a representação convencional simplificada
liferação no mercado dos sistemas CAD. pode ser substituída por uma representação mais completa,
De fato, um sistema CAD é como que a expressão comercial como no exemplo da Figura 2.5.
para um conjunto ele programas de computação gráfica Na Figura 2.6, pode-se obsetvar um subconjunto representa-
hierarquizados segundo uma estrutura lógica de utilização, mais do, respectivamente 1 em modo sombreado (shading), em pro-
ou menos ·específicos, para obtenção de um dado tipo de de- jeções ortogonais e em perspectiva isométrica com as arestas
OBJETIVOS senho ou modelos inerentes a um determinado domínio de invisíveis escondidas (hidden lines).
aplicação (Engenharia Civil, Arquitetura, Engenharia Mecâni-
ca etc.),
Após estudar este capítulo~ o leitor deverá estar apto a:
• Identificar os componentes de um sistema CAD em função das suas necessidades;
2.2 EVOLUÇÃO DO CAD
• Compreender a relação entre módulos num sistema CAD integrado;
No tocante ao Desenho Técnico, o processo de evolução con-
• Distinguir as formas de representação em CAD relativamente aos sistemas sistiu em gradualmente proceder-se à representação elos dese-
tradicionais; nhos utilizando computador e software adequados, substituin-
do assim os antigos escritórios de desenho com as enormes
• Identificar as necessidades de software e hardware de um equipamento de pranchetas, material de desenho (canetas, réguas, compassos
informática para CAD. FIGURA 2.2 Representação de transmissão por corrente.
etc.) e mapotecas, onde cada b·abalho original era cuidadosa-
mente guardado, para ser reproduzido sempre que necessário.
Com o desenho assistido por computador, o trabalho é guarda-
do em suporte magnético de baixo custo e pequeno volume, e
as alterações são sempre muito mais fáceis de realizar.
Ao longo da década de 1980, a utilização dos sistemas CAD
baseava-se essencialmente na representação de projeções or-

15 25 5

2,5

35 25 47,5

FIGURA 2.1 Representação 2D de um eixo com engrenagens e mancais


FIGURA 2.3 Modelo 3D de um st(bp()iijüntá.
de rolamento.
--------------------------------------.,.,.,,,
14 Capítulo Dois Sístemas CAD em Desenho Técnico 15

a)

FIGURA 2.4 Modelo 3D em perspectiva explodida.

FIGURA 2.6 Vistas obtidas automaticamente do modelo 3D.

Para fins promocionais, é possível obter imagens fotorrealistas


dos objetos enquadrados numa cena, envolvendo materiais,
efeitos de luz, câmaras e diversos sombreados para a obten-
ção elas imagens (rendering). A Figura 2.7 apresenta exem- b)
plos de representação fotorrealista em aplicações de Engenharia
FIGURA 2.7 Representação fotorrea!ista de objetos (a) 3D Studio Max; (b) SolidWorks - reprodução autorizada).
Civil e de Engenharia Mecânica. Sem entrar em grandes deta-
lhes, pode-se explicar um pouco como são obtidas estas ima-
gens.
Os materiais são representados pelas suas propriedades sob o
efeito da luz, desde cor, brilho e transparência. Além destas
propriedades podem ser aplicadas texturas sobre a superfície
das peças (Figura 2.8). Estas texturas são nonnalmente fotogra-
fias dos materiais reais ou imagens obtidas digitalmente, no
caso dos decalques (logotipo).
Podem ainda ser considerados efeitos de luminosidade de
diversas formas, desde a luz ambiente, luz pontual (por exem-
plo, uma lâmpada), até projetores (spotligths). Também é pos-
sível controlar, entre outras, a sua posição, direção, cor e in-
tensidade (Figura 2.9).
FIGURA 2.5 Representação de um edifício e sua inserção no conjunto Para o projetista, ter à disposição o modelo 3D torna possível FIGURA 2.8 Aplicação de texturas de materiais sobre
urbano. os objetos.
efetuar várias simulações, em particular na análise de resistência
16 Capítulo Dois Sistemas CAD em Desenho Técnico 17

alterando a forma e/ou as dimensões para adequar o projeto


às especificações pretendidas.
Existe ainda software para simulação de ações dinâmicas a que
estarão sujeitos e correspondente visualização no respectivo
modelo geométrico.
Este tipo de análise aplica-se não só ao caso de mecanismos
sob ação de forças e binários, mas também ao caso ele edifíci-
os e estruturas especiais sob ações sísmicas ou mesmo devido
à circulação de veículos, como no caso específico de pontes e
viadutos. Também estes programas incluem a integração com
o modelo geométrico 1 tal como nos programas de análise. A
Figura 2.11 mostra um exemplo de um desses programas para
o caso de análise de uma ação sísmica sobre um edifício, e a
Figura 2.12 para o caso de um mecanismo.
Mas os sistemas CAD estão também diretamente na gênese dos
próprios processos de fabricação. Cabe citar neste âmbito a
fabricação de peças diretamente a partir dos sistemas CAD, o
que constitui a chamada Fabricação Assistida por Computa-
dor (CAM, Computer Aided Mant{facturing) e da Fabricação
Integrada por Computador (CIM, Computer IntegratedJ11anu-
facturing).
Como exemplo de fabricação veja a estereolitografia. Este pro-
cesso usa a tecnologia de CAD 3D para produzir, com preci-
FIGURA 2.9 Efeitos de luminosidade em interior de habitação. são, protótipos de modelos sólidos em resina epóxi, reduzin-
do os custos de desenvolvimento até chegar ao modelo final.
O processo consiste essencialmente no controle de um feixe
de raios laser, que incide sobre uma fina camada de resina
estrutural e/ou térmica, usando poderosas ferramentas de cál- do desenho foram especificadas as propriedades do material,
epóxi, a qual endurece por ação deste feixe luminoso. O
culo, normalmente recorrendo a métodos matemáticos (ex.: indicadas as restrições de deslocamento, os esforços aplica-
modelo sólido é assim construído camada a camada, com ele-
método dos elementos finitos ou ao método das diferenças dos e criada a malha do modelo (neste caso simples, de forma
vada precisão. Na Figura 2.13 apresentam-se exemplos de
finitas) cujos resultados se refletem nos próprios desenhos no automática, Figura 2.10-a). Os resultados da simulação estão FIGURA 2.11 Análise de uma ação sísmica sobre um edifício.
protótipos de peças obtidas por este processo.
âmbito das fases ele concepção e projeto. na Figura 2.10-b, mostrando os níveis de tensão equivalente
Neste campo, é prática corrente associar os programas de no material numa escala de cinza. Os resultados podem ser
desenho e de cálculo, permitindo assim uma ligação bidireci- visualizados na forma gráfica ou discriminados numa listagem
onal entre o modelo desenhado e o modelo de análise. Na completa. Comumente são obtidos deslocamentos, tensões,
Figura 2.10 exemplifica-se esta situação, retratando a análise temperaturas, freqüências de vibração e cargas de instabilida-
estática por elementos finitos de uma biela. Sobre o modelo de. Estes resultados permitem ao projetista refazer o modelo

VonMlsea
3.0000E•006

l
~
à®
2.6251E~006

2.25!l3E+006

1 .8754E+00S

' 1-500SE+006
::;: 1.12.sst:+006

o 7.5W5E<OOS

l 3.7$8$l:+005

1000.CIOOOOO

a) b)

flGURA 2.10 Modelo computacional de uma biela (Cosmos - reprodução autorizada). FIGURA 2.12 Simulação do movimento (cortesia Dynamic Designer lnc.).
18 Capítulo Dois Sistemas CAD em Desenho Técnico 19

a)

1
b)

r
FIGURA 2.15 Sim~lação de fabdbação.

onamento estrutural da edificação que o usuário terá começa-


do a delinear.
Após eventuais alterações, que uma análise por simulação em
tempo real quer no nível da visualização de diferentes confi- e)
FIGURA 2.13 Peças obtidas por estereolitografia. gurações do edifício, quer no nível de critérios ele funcionali-
FIGURA 2.16 Computador pessoal tipo desktop (a) e (b) ou laptop (e).
dades impõe, chega-se a uma configuração final.
Uma vez adotada essa configuração, passa-se ao processamento
FIGURA 2.14 Máquinas de Comando Numérico (cortesia de CIM
Muitos dos processos de fabricação permitem automatização. das medições, sobretudo no que se refere a quantos e quais
Technologies).
A maior parte das máquinas que usam o processo de corte os tipos de elementos pré-fabricados a considerar, podendo- soais são normalmente constituídos com base numa unidade
por retirada de material (tornos, fresadoras, furadeiras), podem se obter o orçamento rigoroso. Em seguida, procede-se à co- de processamento central (CPU, Figut·a 2.17), com origem em
atualmente ser ligadas a um computador através de placas de municação do projeto obtido ao processo de fabricação. O fabricantes como a Intel® e AMD® para os chamados IBM® PC
controle. São conhecidas por Máquinas de Controle Numéri- dade o tempo de execução de cada operação, sendo ainda sistema CAM deverá então permitir a "leitura" da informação compatíveis, e Motorola® para os computadores Apple®, para
co (CNC, Figura 2.14), permitindo a realização das diversas •possível simular alternativas no modo operatório (por exem- recebida (número e tipo de peças a fabricar) e desencadear citar apenas os mais usados.
operações de corte de acordo com a seqüência e os parâme- plo, seqüência de operações e tipo de ferramenta de corte), um processo de fabricação.
Estes processadores são integrados na placa principal (Figura
tros definidos pelo operador no sistema informático. Estas má- para otimização do processo e melhoria do grau de acaba-
2.18), onde são colocados também outros dispositivos con-
quinas permitem inclusive a troca automática da ferramenta mento.
2.3 EQUIPAMENTOS DE UM troladores.
de corte, de acordo a operação definida. No âmbito da Engenharia Civil, é relevante citar o processo
CAD/CAM no domínio da pré-fabricação de elementos de
SISTEMA CAD
Nas máquinas de comando numérico, a intervenção humana
é reduzida, consistindo na fixação elo material em bruto à construção. Como em todos os sistemas computacionais, a velocidade de
máquina e na colocação das ferramentas de corte nas respec- É já relativamente comum em alguns países da Europa e nos evolução dos equipamentos é vertiginosa, requerendo um
tivas torres de suporte. Durante a fase de execução, o opera- Estados Unidos a existência de fábricas dotadas ele sistemas grande esforço de atualização. Este texto restringir-se-á a citar
dor limita-se a vigiar o correto funcionamento do sistema, CAD/CAM funcionando segundo um processo de racionalidade os equipamentos mais simples e apontar algumas evoluções,
controlando simultaneamente diversas máquinas CNC. produtiva. cobrindo assim um maior leque de usuários.
Os programas ele CAD mais completos dispõem de módulos A elaboração de um projeto através de um sistema CAD espe- O equipamento mais simples para um posto de trabalho é
de ligação a máquinas CNC, sendo muitas vezes desenvolvi- cífico para a concepção de um dado tipo de edificações (por composto por computador, monitor, teclado e mouse (Figu-
dos em conjunto com os fabricantes destes equipamentos CNC. exemplo, edificações industriais ou escolares, pré- ra 2.16).
Estes módulos simulam o percurso da ferramenta ele cmte em fabricadas), que uma vez ligado a uma base de dados conten- O número de fabricantes deste tipo de equipamentos é gran-
todo o seu trajeto, mostrando o resultado à medida que a fer- do as características de todos os tipos de elementos pré-fabri- de, e há diversas soluções para postos de trabalho CAD, des-
ramenta ele cmte avança. A Figura 2.15 mostra exemplos dessa cados (vigas, painéis de parede, painéis de laje, elementos de de o já citado computador pessoal, até computadores centrais
seqüência. Esta simulação permite detectar erros na seqüên- ligação etc.) suscetíveis ele obtenção segundo a linha de fabri- de grande capacidade, passando pelas estações de trabalho.
cia operatória. Através desta análise, pode-se saber com facili- cação, permite a concepção funcional e estética e o dimensí- Atualmente, as estações de trabalho e os computadores pes- FIGURA 2.17 Processadores (CPU).
Sistemas CAD em Desenho Técnico 21
20 Capítulo Dois

placas gráficas processadores e memórias rápidas e outros


dispositivos destinados especificamente ao aumento de velo-
cidade cio circuito ele imagem, aliviando simultaneamente o
processador central.
Atualmente, as placas gráficas rápidas dispõem de aceleração
por hardware (mais eficiente) das bibliotecas gráficas DirectX
(Microsoft) e/ou OpenGL (Silicon Graphics), usadas por mui-
tos dos programas de CAD.
Para melhorar a qualidade ele imagem, a placa gráfica deve
ser associada a um bom monitor. Existem três tipos básicos
de monitores: de tubo de raios catódicos (CRT), de cristal lí-
quido (LCD) e ele plasma (TFT).
F1GURA 2.18 Placa principal (motherboard).
O mercado mundial ainda é dominado pelos monitores CRT, pela
sua boa relação entre qualidade ele imagem, preço e dimensão
de tela. A dimensão ela imagem é expressa em polegadas (1 pol
Para aumentar a velocidade ele processamento, existem pla- = 25,4 mm) considerando-se a diagonal da tela. As medidas
cas com capacidade para múltiplos processadores, como a da comuns são de 14, 15 e 17 polegadas, estando as medidas de FIGURA 2.24 Exemplos de dispositivos de entrada de dados.
Figura 2.19. Pode-se assim executar tarefas distintas em cada 19, 21 e 25 polegadas destinadas a aplicações profissionais. In-
processador disponível, ou efetuar o chamado processamen- felizmente, os valores apresentados uô.b correspondem à medi-
to paralelo, em que partes da mesma tarefa são executadas da da diagonal útil da tela, que é cerca de 10% inferior. As interfaces mais usuais com o usuário são o teclado (/wy-
independentemente por cada processador. board) e o mouse. Estes dispositivos (Figu.t·a 2.24) são sim-
Alternativamente aos monitores CRT> os modernos LCD e TFT
Para armazenar a informação dos programas é utilizada a cha- apresentam cada vez melhores argumentos para a sua com- ples e baratos, no caso das ligações por fio ao computador,
mada RAM (Figura 2.20), uma memória rápida com tempos pra, à medida que os seus preços baixam. Como grandes van- podendo a versatilidade e o preço aumentar caso se pretenda
de acesso da ordem dos nanossegundos (10- 9} A evolução tagens, destacam-se o seu pequeno volume e peso (razões maior liberdade de movimento, ao usar ligações "sem fio"
tecnológica permitiu aumentar a velocidade e a capacidade FIGURA 2.21 Unidades de armazenamento. (wireless). No caso dos dispositivos apontadores, tipo mouse,
fundamentais para computadores portáteis), boa qualidade de
destes módulos de memória. A eficiência dos programas CAD imagem e baixo consumo de energia; sua grande desvanta- os mais comuns possuem uma esfera que rola sobre uma su-
está mais relacionada com a quantidade de RAM do que com gem é ainda o preço. perfície (pad), existindo também modelos ópticos em que o
a rapidez do processador. (DVD, DVD-RW, CD-ROM, CD-RW) e as unidades de disquete feixe luminoso é refletido por uma superfície apropriada.
Recentemente, apareceram os monitores TFT 3D, por conse-
Dentre os dispositivos de armazenamento da informação em de grande capacidade, como as ZIP drives (100 Mb e 250 Mb) guirem projetar imagens diferentes para os olhos esquerdo e Um equipamento fundamental num sistema de CAD inclui um
suporte permanente destacam-se as unidades de disco rígido e JAZ (1 Gb e 2 Gb), e os atuais pen drives ligados à porta direito, dando a sensação que se trata de uma imagem tridi- ou vários dispositivos para impressão de desenhos e outros
(HDD, hard disk drive), as fitas magnéticas (tapes) e ópticas, USB do computador. Na Figura 2.21 apresentam-se vários mensional. Um sistema segue o movimento dos olhos do usu- documentos. A enorme variedade pode ser classificada pelo
os disquetes (FDD, floppy disk drive), os discos compactos destes exemplos. ário atualizando a projeção ele cada imagem. tamanho dos documentos a imprimir, desde as simples impres-
Para controlar a imagem no monitor, os computadores dispôem soras de formato A4 e A3, a cores ou em preto e branco, sis-
Haverá grandes desenvolvimentos na área dos monitores nos
das chamadas placas gráficas (Figura 2.22). Também aqui tema de impressão a laser (mais comum cm preto e branco)
próximos anos. Na Figut·a 2.23 mostram-se exemplos dos
existe uma grande variedade, em função das aplicações que ou jato de tinta (comum nas impressões em cores). São apre-
monitores referidos. sentados exemplos destes equipamentos na Fig1ua 2.25 e na
se pretende executar. Nas placas genéricas de baixo desem-
penho, os programas funcionam à custa de maior ocupação Figura 2.26.
do processador central, tornando o sistema lento e não tiran- Para formatos maiores existem as chamadas plotadoras (plot-
do partido das potencialidades de alguns programas. Para ters), que podem ser de canetas ou de jato de tinta (atualmen-
aumentar o rendimento, os fabricantes incorporam nas suas te as mais comuns), com os formatos de A2 a AO. No caso das
plotadoras de canetas, existe uma torre contendo as diversas
canetas de impressão a serem usadas, com as respectivas co-

FIGURA 2.19 Placa principal para múltiplos processadores.

FIGURA 2.22 Placa gráfica (cortesia de ATI Technologies (c) 2000 lnc.
FIGURA 2.23 Exemplos de monitores: CRT, LCD e TFT. FIGURA 2.25 Impressora laser formato A4 da Hewlett Pack_ard.
FIGURA 2.20 Módulos de memória RAM. Direitos reservados).
llll!l""'_________________________________________..,,......,.,...,,..__.,.... ,...,.,....,..,...,_,2J1~
22 Capítulo Dois Sistemas CAD em Desenbo Técnico 23

2.5 APLICAÇÃO PRÁTICA EM CAD 2D


Em particular no domínio da Arquitetura e no domínio da
Engenharia Civil, quer em si mesmos, quer inclusivamente no
processo ele articulação destes projetos, a utilização cios siste-
mas CAD considera os conceitos fundamentais de entidade,
layer(camada) e ele bloco.

2.5.1 C:u·actedsticas da Utilização


Prática de um Sistema CAD
Caracterizar do ponto de vista prático a utilização ele um siste-
ma para além do descrito em 2.1 e 2.2 corresponderia ades-
FIGURA 2.26 Impressoras jato de tinta de formato A4 e A3, modelos da Hewlett Packard® e Epson®. FIGURA 2.29 Interface do Windows 98®. crever objetivamente corno funciona, isto é, quais os coman-
dos disponíveis, o que fazem, como se interligam e corno es-
tão hierarquizados e a que resultados cada um deles conduz.
res e espessuras de traço. As plotadoras ele jato de tinta (Figu- do os ele mão (para pequenos documentos, AS), de mesa (para Tudo isto constitui o objeto cios manuais ele cada sistema CAD
:1:a 2.27) funcionam como as pequenas impressoras. Depen- formatos A4 e A3) e verticais (para documentos maiores). e ele imensa bibliografia especializada, o que está necessaria-
dendo do tamanho e da complexidade cio desenho 1 estes tra- mente fora do âmbito deste livro.
balhos podem demorar vários minutos para serem impressos.
2.4 SISTEMAS OPERACIONAIS Lir1lit<1-se então esta abordagem à descrição sucinta dos três
A alimentação do papel nestes equipamentos é feita em rolo, aspectos que, cm nosso entender, caracterizam conceitualmen-
O sistema operacional de um computador seive de interface te a utilização prática de um sistema CAD, para além das pos-
com corte automático dos desenhos no final da impressão, o
com o usuário, controlando ainda a execução dos programas sibilidades ele representação gráfica em si mesma e ele mani-
que permite ao gabinete de desenho adiar a fase de impres-
e os sistemas periféricos do computador. Como tal, hoje em pulação do tipo descrito cm 8.1.
são para as horas em que os equipamentos não são necessá-
dia tem de ser amigável e de fácil utilização. Devido à grande
rios (por exemplo, durante a noite).
divulgação que têm, usam-se majoritariamente as plataformas Nestes termos, interessa considerar os conceitos de entidade
Para a digitalização de imagens, são usados os chamados scan- Windows® da Microsoft (em PC's) e Unix (essencialmente nas (geométrica), camadas e blocos.
ners (Figura 2.28). Existem scanners de vários tipos, sobretu- workstatíons), embora existam outras, de menor divulgação.
Entidade (geométrica)
FIGURA 2.30 Interface de um sistema em Unix. Ao conceito ele entidade geométrica corresponde urna autêntica
liberdade do usuário quanto à sua definição em cada momento.
Qualquer elemento gráfico pode constitufr-se ou não como
Apenas como exemplo, são apresentadas duas imagens das
uma entidade. Se no âmbito da utilização prática do sistema
interfaces destes sistemas (Figut·a 2.29 e Figura 2.30).
CAD) o desenho ele um quadrado pode também constituir-se
Embora internamente os sistemas sejam diferentes, para o como quatro entidades distintas (os quatro segmentos que
usuário, os documentos (arquivos, files) são designados pelo constituem os seus lados), ou três (dois segmentos, o terceiro
seu nome, ao qual é normalmente acrescentada uma exten- e quaito segmentos) ou duas (dois segmentos e ou outros dois
são (extension, file type), que seive para diferenciar o tipo do segmentos referentes aos outros dois lados).
documento, ou a aplicação que lhe deu origem.
Embora do ponto de vista ela representação gráfica não haja
Os documentos são guardados na forma codificada. Os com- qualquer diferença em termos ele manipulação) qual(is) a(s)
putadores digitais usam a forma binária, na qual só existem entidade(s) a considerar em cada manipulação? O quadrado
dois valores distintos, O (zero) ou 1 (um). Define-se assim o bit como um todo? A entidade que envolve dois lados, a que
(Qinmy digjj). Ao agrupar vários bits, pode-se representar mai- envolve o terceiro lado ou a que envolve o quarto?
or variedade de infonnação, tal como na linguagem comum,
Mesmo na hipótese ele o quadrado se referir a quatro entida-
onde se associam vários caracteres para formar as palavras. des distintas, será sempre possível manipulá-lo de uma só vez,
Define-se-byte como um conjunto de 8 (oito) bits. Comumen- bastando para tal selecionar, para uma dada manipulação ou
FIGURA 2.27 Plotadoras para formatos grandes. te surgem referências ao kilohyte (Kb), megahyte (Mb) e seqüência de manipulações, as quatro entidades.
gigabyte (Gb), significando respectivamente, mil, um milhão
Em qualquer dos casos: uma, duas, três ou quatro entidades
e mil milhões de bits. Para facilidade de organização no âmbi- geométricas como constituintes do desenho ele um quadrado,
tp da informática, o termo kilo representa efetivamente 1024 o resultado gráfico do ponto de vista de manipulação pode
(1 Kb - 1024 bytes).
ainda ser o mesmo. O procedirnento que conceitualmente lhe
Os arquivos são agrupados em pastas (!o/ders) ou diretórios está inerente será) no entanto, bem diferente. No caso de o
(directories), que pertencem a unidades físicas de armazena- quadrado ser considerado pelo usuário como uma entidade,
mento (por exemplo, disquetes, discos, CD-ROMs). Este tipo com uma só seleção de entidades a manipular, todo o qua-
de agrupamento é denominado "em árvore" (lree). O sistema drado fica sujeito a essa manipulação. No caso de ser consi-
operacional gera esta estrutura, existindo programas que efe- derado como quatro entidades, então, para que todo o qua-
tuam toda a codificação e decodificação automaticamente, drado possa estar sujeito a uma mesma manipulação, quatro
FIGURA 2.28 Digitalizadores de documentos. deixando transparecer uma grande facilidade ele utilização. seleções de entidades a manipular devem ser feitas.
----,!!IIIIF--------------------------------------------~~~~!""1'!!!'!"""""".,._'"'°";J

24 Capítulo Dois
1 Sistemas CAD em Desenho Técnico 25
A idéia é simples e aparentemente não tem nada de especial. de aplicação, utilizáveis cm qualquer momento e em qualquer SoliclWorks-www.solidworks.com Cosmos-www.cosmosm.com
No entanto, este é o conceito fundamental na utilização de um desenho (arquivo), não precisa de justificações. www.sqeclio.pt Dynamic Designer-www.adams.com
sistema CAD, e o seu correto entendimento é decisivo para SolidEclge-www.solicleclge.com
E que dizer da construção de algoritmos específicos que no ® Endereço eletrônico de equipamentos de CNC e prototipa-
uma eficiente utilizaçào do sistema CAD. www.cadflow.pt
âmbito do seu. desencadeamento procedem à chamada de gem: www.cnc-mills.com
blocos que inserem automaticamente nas coordenadas x, y, z, 3D Studio-www.kinetix.com
Blocos fornecidas interativamente, ou resultantes de um cálculo, ou
Por bloco deve-se entender qualquer conjunto de elementos lidos em arquivo associado ao desenho em curso?
gráficos constituindo uma ou várias entidades geométricas, PALAVRAS-CHAVE
podendo por sua vez constituir-se como uma nova e única enti-
dade - o bloco-que, em termos de manipulação 1 por se tratar
Camadas '
O conceito de camada (layerna terminologia original) consiste CAD
estereolitografia
de uma entidade, fica sujeito aos critérios do tipo descritos. na possibilidade de se proceder a representações por camadas CADD
fotorrealismo
Por exemplo, no âmbito de um projeto de arquitetura, o dese- suscetíveis de observação simultânea ou não. Tudo se passa CAE
interface CAD-CAE-CAM
nho de uma porta (em alçado, por exemplo) envolve várias como se se tratasse de um conjunto ele folhas de papel em que CAM
modelos 3D
linhas e polígonos (várias entidades) e pode também ser cons- em cada uma se pode representar alguns dos elementos de um CNC
simulação de mecanismos
tituído como uma entidade, que se designaria como o bloco mesmo desenho ou peça desenhada) e que m~a vez todas so- elementos finitos software/hardware
"po1ta". brepostas reproduziriam integralmente o desenho pretendido. equipamento computacional
Este bloco, que por sua vez constitui do ponto de vista da in- Assim, por exemplo, num projeto de Arquitetura poder-se-ia
fonnática um arquivo 1 é acessível a qualquer momento quer ter numa camada a apresentação das paredes, noutra camada
dentro do arquivo (desenho geral) que está sendo trabalhado as janelas e as portas, noutra as cotas, noutra o mobiliário etc.
(planta de arquitetura por exemplo) e onde o bloco pode ter Em qualquer momento se poderia visualizar simultaneamente
sido, entretanto criado, quer posteriormente, a partir de outro a camada das paredes com a das janelas e portas, ou a das
arquivo (outro desenho). paredes e a das cotas, ou obviamente todas.
A importância fundamental deste procedimento, na criação de A obtenção de leiautes segue naturalmente o mesmo proces-
"bibliotecas" de símbolos (portas, janelas, mobiliários ou qual- so) podendo-se obter a representação só das paredes, ou pa-
quer outro tipo de símbolos), inerentes a qualquer domínio redes com as janelas e as portas etc.

REVISÃO DE CONHECIMENTOS
1. Quais as potencialidades do projeto e do desenho 3D de 5. Poderá um usuário, sem qualificações apropriadas, ser um
peças e conjuntos? bom operador de desenho técnico em computador? E de
2. Em que circunstância pode o desenho técnico em papel ser programas de projeto e fabricação assistidos por computa-
substituído pelo desenho assistido por computador? dor (elementos finitos, prototipagem, fabricação)?
3. Quais as áreas de Engenharia em que o CAD mais se destaca? 6. Estarão as normas internacionais de desenho técnico atual-
4. Indique outras áreas do conhecimento humano em que a mente em vigor adaptadas para o CAD 3D?
utilização de sistemas CAD pode ser desenvolvida nos anos 7. Que componentes você incluiria num sistema computacio-
mais próximos. nal doméstico para CAD?

CONSULTAS RECOMENDADAS

• Bertoline, G.R., Wiebe) E.N., Miller, C.L. e • Silva,J., Freitas, V., Ribeiro, J. e Martins, P., Mechanical
Nasman, LO., Technical Graphics Com- Desktop 4 - Curso Completo. FCA-Editora de Informática,
munication. hwin Graphics Series, 1995. 2000.
e Giesecke, F.E., Mitchell, A., Spencer, H.C., e Sítios de fabricantes de equipamento
Hill, I.L., Dygdon, JT., Novak, J.E. e informático:
Lockhart, S., Modem Graphics Communication. Prentice www.amd.com
Hall, 1998. www.aopen.com
• Costa, A., Autodesk Inventor. FCA-Editora de Informática, www.hp.com
2003. www.ati-tech.com
• Santos,]. e Barata,]., Autodesk Viz4. FCA-Editora de Infor- www.ibm.com
mática, 2002. www.intel.com
• Santos, J. e Barata, J., 3ds max 4. FCA-Editora de Informá- www.primax.nl
tica) 2002. www.epson.com
• Aroso, P., AutodeskArchitecturalDesktop33. FCA-Editora • Endereço eletrônico de fabricantes de software relaciona-
de Informática) 2002. do com CAD/CAE/CAM,
• Santos, J ., AutoCAD 2000 em 3 Dimensões- Curso Comple- AutoCAD-www.autodesk.com
to. FCA-Editora de Informática, 1999. www.micrograf.pt.
Aspectos Gerais do Desenho Técni'co 27

3.1 INTRODUÇÃO Na família de normas lSO 3098 são definidas as características


da escrita normalizada.
Com o advento cios modernos programas de CAD 3D, a circu-
lação dos desenhos entre os diferentes departamcnt.Üs da A altura da letra maiúscula (h, na Figura 3.1) é a dimensão de
empresa ou gabinetes de projeto tem -se reduzido, sendo subs- referência cm relação à qual são definidas todas as outras di-
tituída, cada vez mais pela transmissão elos modelos em for- mensões dos caracteres. A gama de alturas normalizadas h é a
mato digital ou eletrônico. Todavia, os desenhos em papel seguinte: 25-3,5-5-7-10-14-20 mm.
continuam a ter uma grande importância, em particular para a Note-se que esta gama corresponde a uma progressão geo-
fabricação, onde na maioria das situações são necessárias as métrica de razão VZ, que é a mesma razão usada nos formatos
vistas e todo um conjunto de informação informações com- de papel série A, como se verá mais adiante neste capítulo.

ASPECTOS GERAIS DO plementares, como cotas, tolerâncias dimensionais e geomé-


tricas e acabamentos superficiais.
Na Figur~ 3.1 é apresentado um exemplo de escrita nonnali-
zada, senclcr identificadas as suas características, as quais estão
Para a representação ele desenhos em papel, existe um con- definidas nas Tabelas 3.1 e 3.2 para os tipos de letra A e B.

DESENHO TÉCNICO junto de assuntos que importa desde já introduzir, tais como:
formatos de papel, tipos de linhas e respectivas espessuras,
dobram_ento dos desenhos, escalas, tipo de escrita e suas ca-
Estes dois tipos ele letra correspondem às razões normaliza-
das d/h de 1/14 e 1/1 O, que conduzem a um número mínimo
de espessuras de linhas. A espessura das linhas é a mesma para
racterísticas, legendas e identificação dos desenhos e listas de
letras maiúsculas e minúsculas.
peças em desenhos de conjunto. Todos estes assuntos são
abordados neste capítulo. É importante salientar que para to- As normas ISO 3098 partes 2 e 3 definem ainda a escrita ele
dos os tópicos mencionados existe um conjunto de normas caracteres gregos e caracteres especiais da escrita latina, como
aplicáveis. a acentuação usada na língua portuguesa.

3.2 ESCRITA NORMALIZADA


Toda a informação inscrita num desenho, sejam algarismos ou
outros caracteres, deve ser apresentada cm escrita nonm'lliza-
da. Isto é válido, quer para a realização de um esboço a mão
livre, quer para a realização de um desenho num sistema de
CAD. Com a utilização de CAD, o projetista ou desenhista tem
·íl-~íl-.?º 8
OBJETIVOS
Após estudar este capítulo, o leitor deverá estar apto a:
0 Escolher adequadamente o formato e orientação da folha de papel;
a sua vicia facilitada, porque todos os programas contêm esti-
los ele texto normalizados, os quais podem ser facilinente se-
lecionados. A utilização ele escrita normalizada tem como
objetivos básicos a uniformidade, a legibilidade e a reprodu-
ção de desenhos sem perda de qualidade.
Parte1 l~
FIGURA 3.1 Parâmetros da escrita normalizada.

9 Estabelecer as margens e molduras para a folha de desenho;


TABELA 3.1 Características da letra normalizada tipo A
e Dobrar corretamente os desenhos e identificar um desenho através da respectiva
legenda;
e Usar adequadamente, nos capítulos subseqüentes, os tipos e espessuras de linhas Altura das letras maiúsculas h (14/14) h 2,5 3,5 5 7 10 14 20
convenientes para cada caso. Escolher adequadamente a escala do desenho; Altura das letras minúsculas e (10/14) h 2,5 3,5 5 7 10 14

e Usar escrita normalizada na informação indicada nos desenhos. Espaçamento entre caracteres a (2/14)h 0,35 0,5 0,7 1,4 2 2,8
Espaço mínimo entre linhas b (20/14) h 3,5 5 7 10 14 20 28
Espaço m[nimo entre palavras e (6/14) h 1,05 1,5 2,1 3 4,2 6 8,4
Espessura das linhas d (1/14) h 0,18 0,25 0,35 0,5 0,7 1,4

TABELA 3.2 Características da letra normalizada tipo B

Altura das letras maiúsculas h (10/10)h 2,5 3,5 5 7 10 14 20


Altura das letras minúsculas e (7/10) h 2,5 3,5 5 7 10 14
Espaçamento entre caracteres a (2/1 O) h 0,5 0,7 1,4 2 2,8 4
Espaço m[nimo entre linhas b (14/10) h 3,5 5 7 10 14 20 28
Espaço mínimo entre palavras e (6/10) h 1,5 2,1 3 4,2 6 8,4 12

Espessura das linhas d (1/10) h 0,25 0,35 0,5 0,7 1,4 2


28 Capítulo Três Aspectos Gerais do Desenho Técnico 29

TABELA 3.3 Tipos de linha e sua aplicação


ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
1234567890 A Continuo grosso
A1
A2
Linhas de contorno visível
Arestas visíveis
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz B1
B2
Arestas fictlcias
Unhas de cota
B3 Unhas de chamada
B Continuo fino B4 Linhas de referência
B5 Tracejado de corte
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ B6
B7
Contorno de seções locais
Linhas de eixo curtas

1234567890 e ~
Contínuo fino a mão
livre*
C1 Limites de vistas locais ou interrompidas
quando o limite não é uma linha de traço
misto. Limites de cortes parciais
abcdef ghi jklmnopqrs tuvwxyz D -1----t-
Contínuo fino em zigue-
zague*
D1 Mesmas aplicações de C1

FIGURA 3.2 Escrita ISO. E1 Linhas de contorno invisível


E --- -- Interrompido grosso*
E2 Arestas invislveis
F Interrompido fino '
F1 Linhas de contorno invisível
--------- F2 Arestas invisíveis

3.3.1 Espessuras das Linhas G1 Linhas de eixo


3.3 TIPOS DE LINHAS G ------ Misto fino G2 Linhas de simetria
Em desenho técnico existe a necessidade de utilizar tipos de
linhas diferentes de acordo com o elemento a ser represen-
tado. Por exemplo, a aresta de contorno visível de uma peça
deve ser representada de forma distinta de uma aresta invi-
Como se pode verificar na Tabela 3.3, existem duas espessu-
ras possíveis para o traço: grosso e fino. A relação de espessu-
ras entre o traço grosso e o traço fino não deve ser inferior a
2:1. A espessura do traço deve ser escolhida de acordo com a
H
_J
,-- '
Misto fino com grosso
nos limites da linha e
nas mudanças de dire-
ção
G3

H1
Trajetórias de peças móveis

Planos de corte

sível. dimensão do papel e o tipo de desenho, dentro da seguinte


J ------ Misto grosso
J1 Indicação de linhas ou superflcies às quais
gama: é aplicado um determinado requisito
A norma ISO 128:1982 define 10 tipos de linhas e respectivas
espessuras, designados pelas letras A a K, indicados na Tabe- 0)8, 0,25, 0,35, 0,5, 0,7, 1,4 e 2 mm. K1 Contornos de peças adjacentes
K2 Posições extremas de peça$ móveis
la 3-3. A utilização correta dos tipos de linhas facilita a inter- As espessuras devem ser as mesmas para todas as vistas dese- K3 Centróides
K Misto fino duplamente
pretação dos desenhos e sua compreensão. nhadas na mesma escala. ------ K4 Contornos inicias de peças submetidas a
interrompido
processos de fabricação com deformação
Na Figura 3.33 é apresentado um exemplo de aplicação, con- Obse1ve-se que, nos programas de CAD, esta gama está auto- plástica
K5 Partes situadas antes dos planos de corte
templando a maioda dos tipos de linhas indicados na Tabela 3.3. maticamente disponível.
*Apesar de existirem duas alternativas, num dado desenho apenas um dos tipos de linhas deve ser utili-
zado. O traço contínuo fino à mão livre e o traço interrompido fino são os traços recomendados.
B2
;No Brasil, a norma correspondente à aplicação de linhas cm
,desenho é a NBR 8403,

.3.2 Precedênda de Linhas


ando existe sobreposição de linhas num desenho, apenas
a delas pode ser representada, ficando a representação con-
B
CORTE A-A ionada à verificação de regras. As seguintes regras de pre- A
dência de linhas devem ser respeitadas (o tipo de linha in-
icado corresponde à definição apresentada na Tabela 3.3):
1) Arestas e linhas de contorno visíveis (Tipo A).
2) Arestas e linhas de contorno invisíveis (Tipo E ou F).
3) Planos de coite (Tipo H),
FIGURA 3.4 Precedência de linhas.
4) Linhas de eixo e de simetria (Tipo G).
5) Linha de centróides (Tipo K),
6) Linha de chamada de cotas (Tipo B),
·_Figura 3.4 apresenta-se um exemplo de aplicação das re-
3.3.3 Interseção de Linhas
s de precedência de linhas. Na situação A, a aresta visível Em muitas situações, ocorrem cruzamentos de linhas visíveis
D1 precedência sobre a aresta invisível, enquanto na situação com invisíveis ou com linhas de eixo. Nestas situações, a re-
A
@7',------- --
: "'y' A1 a aresta visível tem precedência sobre a linha de eixo. Ob-
e-se que, na situação B, a parte da linha de eixo localizada
xterior da peça deve ser representada. Como esta parte da
presentação pode ser tornada clara utilizando-se algumas con-
venções que, embora não nonnalizadas, podem ser bastante
úteis, em particular para a realização e compreensão de esbo-
de eixo tem uma dimensão muito reduzida, é representada ços. Algumas destas convenções estão normalizadas pela ISO
FIGURA 3.3 Exemplo de aplicação dos diferentes tipos de linhas. és de uma linha contínua fina (Situação B7 na Tabela 3.3). 128-20:1996, mas os programas de CAD normalmente não as
30 Capítulo Três Aspectos Gerais do Desenho Técnico 31

TABELA 3.4 Interseção de linhas


_05_~
~·~r-~
210

---r--
120 120 185 185 . 185 185

210 130 130 ~,18 5 185


~~- "'-= ·'=
Quando uma aresta invisível termina perpen-
dicularmente ou angularmente em relação a
uma aresta visível, toca a aresta visível.
-------l -------1 i// Dobra 9
1_
06 -•
---i~
// •
2
Se existir uma aresta visível no prolongamen-
to de uma aresta invisível, então a aresta
invisível não toca a aresta visível.

Quando duas ou mais arestas invisíveis ter-


_____ L
-------,
_____ L
--------1
'!'
~

-
·:,
E
~-
e-
Dobra 8 fl
o

-
iE
g;
Dobra 6

------•"I'
<O <O
" '"~ <O
"n~ '"~
A
3 ~ ~ ~ ~ ~
minam num ponto, devem tocar-se. ! n n n ~ ~
n n n n n n
o
o
o
o o
o
o
o
o
o o ' o o o o
o D o o o o D
4
Quando uma aresta invisível cruza outra
aresta {visível ou invisível), não deve tocá-la. ----!-----!---- ---i----i---
AO A1
5
Quando duas linhas de eixo se interceptam,
devem tocar-se. --t--f-- (841X1189) (594X841)

____
153
,,
6464128 185
Th.... - - j - . -
utilizam. As convenções para a interseção de linhas são apre- têm por base o tamanho AO, cuja área é de 1 nI O lado maior 130
..-=. 185
sentadas na Tabela 3.4. Estas convenções são válidas qual- ele cada formato é igual ao lado menor do formato seguinte.
Dob ra 2
V 1
Dob ra 6
·-'""-

O lado maior do formato seguinte é o dobro do lado menor


quer que seja a geometria da linha (reta ou curva).
cio formato anterior. Para cada um dos formatos, a razão dos
-

nnn
<O"
~ ~ ~
'"
~
n
N
~
n
-
~
n
o o o o
lados é V2, que é a mesma razão usada para os caracteres na 000 o D o
o o
o D
3.4 FOLHAS DE DESENHO escrita normalizada.
A utilização crescente ele programas de CAD 3D e elas suas A2 A3
Os diferentes formatos podem ser obtidos a partir do for- (420X594) {297X420)
interfaces com equipamentos de produção e fabricação, leva
a uma utilização cada vez menor ele desenhos em papel. Con- mato AO por subdivisão sucessiva 1 como indicado na Figu- FIGURA 3.6 Dobramento de desenhos realizados deitados.
tudo, a impressão e reprodução de desenhos continuam a t·a 3.5.
desempenhar uma função importante na documentação téc- Em casos excepcionais, quando é necessário um formato es-
nica do produto. pecial de folha, podem ser usados os formatos indicados na Existe ainda um conjunto ele formatos extra-alongados, de 3.5.1 Localização da Legenda
A escolha do formato ou dimensão da folha de papel a ser Tabela 3.6, em que o comprimento é o fator multiplicativo acordo com a nonna ISO 5457, mas cuja utilização não se re-
usada, é da responsabilidade do desenhista ou projetista. As indicado na primeira coluna, multiplicado pelo menor· com- comenda. De acordo com a norma ISO 5457, a legenda deve localizar-se
folhas ele menor dimensão são mais fáceis ele manusear, mas primento da folha original (Ex. A3 X 3, 891 ~ 3 X 297). Note-se que os diferentes formatos podem ser usados em pé no canto inferior direito da folha ele desenho dentro da área
obrigam à utilização ele escalas de redução para a representa- de trabalho (~er parágrafo 3.6), para as folh;s deitadas (tipo
Oado maior na vertical) ou deitados (lado maior na horizon-
ção das peças, o que prejudica a sua interpretação e compre- tal), de acordo com o que for mais adequado.
X) e em pé (tipo Y) indicadas na Figura 3.8 e na Figura 3.9,
ensão. Por outro lado, selecionando formatos maiores, o pro- AO
respectivamente. A direção de leitura da legenda coincide ge-
blema ela clareza fica solucionado, mas, quanto maior é o for- ralmente com a direção de leitura do desenho.
mato, maior é o custo de impressão e reprodução dos dese- 3.4.2 Dobramento dos Desenhos Além disso, para as folhas deitadas (tipo X) e em pé (tipo
nhos, aliado à já referida dificuldade no manuseio. A2 As cópias dos desenhos maiores que A4, devem ser dobradas Y), a norma ISO 5457 permite, por uma questão de econom.ia
e colocadas em pastas. Após dobrada, a folha de desenho deve de papel, a utilização das folhas tipo X em pé (Figura 3.10)
A1 e das folhas tipo Y deitadas (Figura 3.11). Nestas situações,
3.4.1 Formatos ter as dimensões do formato A4, com a legenda no canto infe-
A4 rior direito, perfeitamente visível. a legenda situa-se no canto superior direito da área de traba-
Os formatos ele papel e sua orientação encontram-se regula- lho, sendo a folha orientada de tal modo que a legenda é
A3 Nas Figura 3.6 e na Figura 3.7, ilustra-se a forma de efetuar
mentados nas normas internacionais ISO 5457:1980 e ISO lida elo lado direito. Usa-se com freqüência o formato A4 tipo
AS~ dobramento dos diversos formatos, para desenhos realizados Xem pé.
216,1975. A6 deitados ou em pé, respectivamente, de acordo com a norma
As dimensôes cios formatos ele papel da série A, de acordo NBR 13142.
FIGURA 3.5 Dimensão relativa dos diferentes formatos da série A.
com a ISO 216, são indicadas na Tabela 3-5- Estes formatos 3.5.2 Tipo e Conteúdo da Legenda
3.5 LEGENDAS As normas ISO 7200 e NP 204 definem tipos e conteúdos de
TABELA 3.6 Formatos alongados da série A legendas.
_ legenda é uma zona, que contém um ou mais campos,
TABELA 3.5 Formatos de papel da série A ISO 7200:1984
delimitada por um retângulo. Localiza-se normalmente no
.: ,car1to inferior direito ela folha de desenho'. e contém a i~for- Em relaçã~ à informação que eleve constar da legenda, esta
A3 X 3 420 X 891 mação relativa ao desenho, comO a identificação dos projetis-
AO 841 X1189 norma defme duas zonas para a inscrição dessa mesma infor-
A3 X 4 420 X 1189 da empresa proprietária, o nome do projeto e mação:
A1 594 X 841
A2 420 X 594 A4 X 3 297 X 630 1) Zona de identificação. Esta zona localiza-se no canto in-
A4 X 4 297 X 841 ~norma internacional ISO 7200: 1984 define apenas as dimen- ferior direito da legenda, e deve ser delimitada por tra-
A3 297 X 420
Soes máximas ela legenda e a informação obrigatória e facul- , ço contínuo grosso, da mesma espessura de linha utili-
A4 210 X 297 A4 X 5 297 X 1051 que esta deve incluir. zada para a moldura (ver seção 3.6).
32 Capítulo Três Aspectos Geraís do DeseJJ,ho Técnico 33

210' 261
--------· 185 185

4~T
-0,,~--- ...

Máximo 170 mm

-- 1
- ©

i/ !
185
153 64 64 128
~"' @
- - -
Dob a8
- -
~l ®

--

~ -

-;;,
- r -

- DI6
Dob,a 7 -
~'/
8
1/
,_
-
0( bra 7

D bra -
-

6 -
-

FIGURA 3.10 Posição da legenda na folha em pé (Tipo X).


Máximo 170 mm

©
- - -
•-1'.
-E - - - i----------- - 1---- -f--
@ @
.
-
M - .ffi 1l
m-, ITT
m ITT
~ ~ ~
D D
~
~
D
o o o
~o
D
o
o
D
o
o o
o o
o
D o 00 o D Máximo '170 mm
1.

A1
AO
(841X1189)
> (594X841) -
©
@
130 105
-- 185 6 185 ®
ll
~
6
4r~ 34

FIGURA 3.12 Legendas genéricas (ISO 7200),

f
Dobra 3 F1GURA 3.11 Posição da legenda na folha deitada (Tipo Y).
-r
Dobra 4

-
- -

-
D

o
~
o
-
Dbbra

ITT
~
D
o
o
--
4

D A
f N -

DD
00
~ ~

ºº

~!~201
D \ 2) Zona de infonnação adicional. Deve ser adjacente à zona
de identificação, por cima ou à esquerda desta.
A zona de identificação deve conter, obrigatoriamente, a se-
guinte informação:
Esta irúormação é obrigatória, caso o desenho não possa ser
interpretado sem ambigüidades.
A informação técnica relaciona-se com métodos e convenções
usados na representação de produtos ou desenhos de fabrica-
ção, incluindo:
a) Número de registro ou de identificação do desenho. g) Método de indicação de estados de superfície.
A2 Deve localizar-se no canto inferior direito da zona de h) Método de indicação de tolerâncias geométricas.
(420X594}
identificação. i) Valores gerais de tolerâncias dimensionais, não indi-
FIGURA 3.7 Dobramento de desenhos realizados em pé. b) Título do desenho. Deve descrever adequadamente a cadas na cotagem.
peça (ou conjunto de peças) representada no desenho. j) Outras informações técnicas.
c) Nome da empresa proprietária do desenho. Pode tam-
A informação administrativa relaciona-se com a gestão e con-
bém ser uma abreviatura ou o logotipo.
trole dos desenhos, podendo incluir:
. Na Figura 3.12 são apresentados três exemplos genéricos da
k) Formato da folha de desenho usada.
zona de identificação, com a localização dos itens anteriores. ]) Data da realização do desenho.
A zona de informação adicional pode ser subdividida do se- m) Símbolo de revisão. Indicado no campo do registro ou
guinte-modo: identificação do desenho.
n) Data e descrição abreviada da revisão indicada em p).
1) Informação indicativa.
Esta informação deve ser posicionada fora da legenda,
2) Informação técnica.
na forma de tabela.
3) Informação administrativa.
o) Outras informações administrativas. Por exemplo, as as-
A informação indicativa destina-se a evitar erros de interpre- sinaturas dos responsáveis pelo projeto e pelo desenho.
tação relacionados com o método de representação, podendo
No caso de projetos que envolvem várias folhas de desenho,
incluir:
estas devem ser identificadas com o mesmo número de regis-
1
d) O símbolo correspondente ao método de projeção usa- tro e numeradas de forma seqüencial, indicando ainda o nú-
do (método europeu ou americano). mero total de folhas, por exemplo:
FIGURA 3.8 Posição da legenda na folha deitada (Tipo X).
e) A escala do desenho.
"Folha N.º n/jf'
1 1) A unidade dimensional linear: em éngenharia mecâni-
ca se não for milímetros; em arquitetura e em enge- em que n é O número da folha e pé o número total de folhas
FIGURA 3.9 Posição da legenda na folha em pé (Tipo Y). nharia civil se não for metros. de desenho contidas no projeto. A primeira folha deve, obriga-

·lY::f~ ,=\-- ~ 3 LI
34 Capítulo Três Aspectos Gerais do Desenho Técnico 35

Na Figura 3.14 representa-se uma legenda tipo 2, circundada a As várias zonas da legenda correspondem a informação bem 3.6 MARGENS E MOLDURAS
toriamente, conter a legenda completa, podendo, nas folhas
seguintes, ser usada uma legenda reduzida 1 contendo somen- traço mais grosso, e uma legenda tipo 4 (ou tipo 2 completa), definida de acordo com:
que inclui também as zonas com os números 11 1 lla 1 12 e 12a. A área de trabalho numa folha de desenho é delimitada pela
te a zona de identificação do desenho. zona 1 - Designação ou título. A designação deve referir-se
moldura. A moldura é um retângulo a traço contínuo grosso,
Na Figura 3-15 mostra-se uma legenda tipo 51ou legenda tipo 2 ao objeto representado e ser independente do fim particular a
de espessura mínima de 0,5 mm (ISO 5457). A posição da
desdobrada. Est'l legenda está dividida em duas paites 1das quais que este se destina, para não restringir o campo de aplicação
moldura na folha de desenho é definida pelas dimensões das
Esta norma prevê sete tipos diferentes de legenda, que podem a representada em cima deve ser colocada no canto superior do desenho cm ocasiões futuras.
margens.
ser simples (tipos 1, 2, 6 e 7), completas (tipos 3 e 4) ou des- direito da folha e a representada em baixo deve ser colocada no
Zona 2 - Indicações complementares do título. Tem normal-
dobradas (tipo 5). canto inferior direito da folha. Esta legenda só pode ser utilizada As margens são os espaços compreendidos entre a moldura e
mente por objetivo identificar a finalidade do desenho. Indi-
nos formatos A2 1A3 e A4 em pé e A3, A4 e AS deitada. os limites da folha de desenho, sendo zonas interditadas, nas
Na Figura 3.13 representa-se uma legenda do tipo 1 que cor- cam1 por exemplo, a entidade que encomendou o desenho, o
quais não é permitido desenhar. As dimensões das margens
responde à parte circundada a traço mais grosso e uma legen- Esta norma estabelece que as legendas devem ser desenhadas grupo de estudos em que se inclui, o conjunto de desenhos
são normalizadas. Apesar de a norma NP 718:1968, que esta-
da do tipo 3 que inclui também as zonas assinaladas com os com três espessuras de linha, respectivamente 1 12mm, 016mm de que faz parte, a obra a que se destina etc.
belece as margens a usar nos desenhos, ainda estar em vigor,
números 11, lla, 12 e 12a. Por isso, a legenda do tipo 3 pode e 0,3mm, de acordo com a diferenciação evidenciada da Fi-
Zona 3 - Responsáveis e executantes cio desenho. Inscreve-se foi elaborada numa época em que os desenhos eram realiza-
também pode ser chamada de legenda tipo 1 completa. gura 3.13 à Figura 3.15. normalmente o tipo de responsabilidade (projeto 1desenho, có- dos em prancheta com o papel esticado, estando desatualizada.
pia, verificação etc.), a data e a rubrica do responsável. Atualmente, os desenhos são criados utilizando sistemas de

@ @ "' ' zona 4 - Entidade que executa ou promove a execução do CAD e a sua impressão realizada recorrend6'.:se a impressoras

13 10 16 "'" desenho. e plotten,. A norma ISO 5457 estabelece margens mais adequa-
das para a utilização dos referidos equipamentos. De acordo
.Zona 4a (eventual)- Entidade co-proprietária do desenho. Ins-
.~! ® 0
" "'N
oi
"
creve-se apenas no caso do desenho não se destinar à entida-
de executante.
com esta norma, as margens mínimas a serem consideradas
dependem do formato do papel, sendo:

@) ® 0 .,
®
' '
.'" :;;
Zona 5 - Número de registro do desenho. É o número com
AO e Al: Mínimo 20 mm .
A2, A3 e A4, Mínimo 10 mm.
@ -,._ ~I "
'
H
que o desenho está registrado pela entidade executante, indi-
cada na zona 4. É o elemento principal para identificação ou Na maioria dos casos, estes valores são suficientes para que a
impressora "agarre" a folha, mas para alguns dispositivos de
82 50 localização do desenho no respectivo arquivo.
impressão estes valores podem ser reduzidos para 10 mm 1nos
35 145 Zona 6 - Referências às alterações ou reedições do desenho. Estas formatos AO e Al, e 7 mm nos formatos A4 e A3.
180 FIGURA 3.13 Legendas NP 204 tipos 1 e 3. alterações são muitas vezes indicadas por letras maiúsculas ou
números. Eventualmente, nos retângulos inferiores que existem A margem para furação deve ter um minin10 de 20 mm e loca-
nas legendas tipo 1, 3 e 7, podem registrar-se as datas corres- lizar-se na margem à esquerda da legenda.
pondentes às alterações indicadas nos retângulos superiores. Todos estes pormenores são exemplificados na Figura 3.16.
@ @ Zona i - Indicação do desenho efetuado anteriormente 1 que
13 10 16
foi substituído pelo atu<=!-1. Costuma escrever-se nesta zona:

1!4 ® 0 «Substitui N», sendo N o número de registro (zona 5 cio dese-
" "'
;;' nho que foi substituído). I
@) ® ® "'· "'
N
Zona 8 - Indicação de um desenho efetuado posteriormente
a '-MARGEM PARA FURAÇÃO
Mínimo20 mm
MARGENS mínimo
20 mm (AO eA1)
0 "'N
"' " 10 mm (A2, A3 e A4)
., ' ' que veio substituir aquele a que diz respeito a legenda. Cos-
@
" iI ' - tuma escrever-se: «Substituído por N», onde N é o número do
registro do desenho que ·substitui este desenho.
82 50 \MOLDURA Máximo 170 mm
Zona 9 - Escala ou escalas em que o desenho está executado.
35 145
Quando haja mais do que uma escala, indica-se a escala prin- LEGENDA
180 FIGURA 3.14 Legendas NP 204 tipos 2 e 4.
cipal na primeira linha, em caracteres maiores, e as restantes
nas linhas seguintes, em caracteres menores.
FIGURA 3.16 Margens e moldura.
Zona 10 - Especificação das tolerâncias gerais. Só se indicam
® quando não inscritas no desenho. No caso de esta zona não
ser necessária para este fim, pode ser reservada para quais- 3.7 LISTAS DE PEÇAS
quer outras indicações.
Em desenhos de conjunto, existe a necessidade de identificar
Zona 11- Campo de aplicação do desenho 1 obse1vações etc.
claramente cada uma d;s peças individuais. A identificação,
Zona 11a (eventual) - Título do que se registra na zona 11. apresentada na forma de tabela, constitui a lista de peças que
'9 ,....... ( 5)
"'oi também pode ser designada por lista de itens.
@ @ CD "' ' Zóna 12 - Anotações posteriores à execução. Jnscrevem-se 1
"1 ~l'" 1 '
'
N
por exemplo, esclarecimentos relativos a alterações efetuadas.

82 50 Zona 12a (eventual) - Firma e número de registro da nova 3.7.1 Localização da Lista de Peças
entidade proprietária do desenho. Inscreve-se se o desenho
35 145 A lista de peças deve, obrigatoriamente, acompanhar_um'â~se.:.
FIGURA 3.15 Legenda NP 2041ipo 5 (tipo 2 tiver mudado de propriedade.
180 nho de conjunto, podendo ser incluída no próprio -~e_se,I;ho 01.J:
desdobrada).
As indicações que constam elas zonas 1 a 10 designam-se por apresentada em folha separada. Quando apresentada em sepa..
indicações principais e as indicações que constam das zonas rado, deve ser identificada com o mesmo número do diesê::trhQ
~Na n01ma brasileira não há correspondência para essa norma portuguesa (N.E). 11 a 12a chamam-se indicações complementares. de conjunto e na legenda deve constar "Lista-de PeçasU.
As_pectos Gerais do Desenho i~e- .
i cnico 37
36 Capítulo Três

De acordo com a NBR 13272, a lista de peças é colocada aci-


ma ou à esquerda da legenda, tem o cabeçalho na parte infe-
rior e é preenchida de baixo para cima. Esta norma está com-
As listas de peças, de acordo com a norma NP 205, são muito
mais restritivas no conteúdo. Na Figura 3.17 são apresenta-
das duas listas de peças de acordo com esta norma, mas cuja
utilização não se recomenda no caso da utilização de sistemas
sr
·rr 50

T
23
180

45

T
10 23

pletamente inadequada aos modernos programas de CAD 3D.


Estes programas geram automaticamente a lista de peças sob de CAD 3D.
a forma de tabela (a qual pode ser editada), preenchida de

=
cima para baixo e posicionada em qualquer local do desenho.
Este procedimento está de acordo com a norma ISO 7573:1983,
que apenas refere que a lista de peças pode surgir junto à le-
genda, não existindo uma obrigatoriedade para tal; deve ser
3.8 ESCAIAS
Sempre que possível, as peças devem ser representadas em
escala real. Na prática, verifica-se que, para a majoria das-:
_r-R
"'m
-
DESIGNAÇÃO
N.º DA NORMA
N.º DESENHO . N.º MATAI?
·, -
orientada em relação à legenda, isto é, deve ser lida na mes- peças, isto não é possível. Para que as peças sejam represen~?-
ma direção da legenda. tadas de uma forma clara, precisa e rigorosa, e num formato/
de papel adequado, têm de ser usadas escalas de conversão_
das dimensões reais para as dimensões da representação. AS
3.7.2 Elementos Constituintes da Lista escalas a serem usadas nos desenhos estão normalizadas-
de Peças devendo ser indicadas na zona da legenda reservada para
De acordo com a norma ISO 7573, a lista de peças deve ser efeito. Se numa mesma folha existirem desenhos em vária
organizada na forma de tabela, a traço grosso ou fino. As co- escalas, as escalas secundárias são também indicadas
lunas devem conter um conjunto de informação obrigatória: mesma zona da legenda em caracteres de tamanho inferio
Se houver possibilidade de dúvida, essa escala deve ta
Número de referência. bém ser indicada junto da respectiva representação. As nor
Designação. NBR 8195 e ISO 5455·. 2002 definem as escalas a serem util l 1 1 1 1 1
Quantidade. l 1 1 T 1 1
zadas nos desenhos.
Norma/Desenho N.º
Escala: Relação entre a dimensão do objeto represen
Material. 0

do no papel e a dimensão real ou física do mesmo.


A coluna do Número de referência indica 1 seqüencialmente, o
e Escala de redução: Quando a dimensão do objeto
número de todas as peças individuais, não repetidas, apresen-
desenho é menor que a sua dimensão real. Escala (
tadas no desenho de conjunto.
com X> 1.
A coluna da Designação contém o nome ou designação atri- e Escala de ampliação: Quando a dimensão do obj 190

~~
buída à peça individual referenciada. Podem ser usadas abre- no desenho é maior que a sua dimensão real. Escala
viaturas, desde que estas sejam claras e não gerem ambigüi- comX> 1. 5 5 5 50 23 17 7 45 10
dade. Se a peça é normalizada, deve ser usada a designação . 1 .
1 ·
completa de acordo com a respectiva norma. O número da
norma deve ser indicado na coluna respectiva. 3.8.1 Escalas normalizadas
A Quantidade é o número total de peças do tipo referenciado, As escalas normalizadas, de acordo com a norma NBR sf
presentes no conjunto. são indicadas na Tabela 3,7.
A coluna do Material indica a referência do material usado na Outras escalas que não as indicadas na Tabela 3.7, pod· N.ºDANORMA N.•
DESIGNAÇÃO
fabricação da peça. Esta referência deve ser a mais completa ser usadas desde que obtidas a partir das escalas normal~ N.º DESENHO M E N.º MOLDE N.º MATRIZ
possível, devendo, no caso de materiais normalizados, ser in- das, multiplicando-as por um fator de 10. Podem ainda
dicada a respectiva norma. usadas escalas intermediárias em casos excepcionais, por
A lista de peças pode ainda incluir, facultativamente, outras zões funcionais. ·
informações para a fabricação das peças individuais ou mon- A escolha da escala a ser
tagem do conjunto, como por exemplo: presentar convenientemente todos os aspectos do desenh
Obse1vações. Úteis, por exemplo, para indicar que uma causa, nesse formato de papel.
determinada peça é adquirida de outra empresa. No âmbito da arquitetura e da engenharia civil, as es
Peso. consideradas são, em geral, e por razões óbvias, de r:
Número do molde/matriz. Em peças obtidas por fundi- ção. Assim e conforme se verá nos Capítulos 8 e 9, sãcr,:
ção ou fotjamento. lizadas escalas 1:100.000, 1:25.000, 1:10.000 no nível
Autor. estudos de planejamento regional, as escalas 1:5000, 1:2
Nome do arquivo. Útil em CAD. 1:1000 e 1:500 no nível do planejamento urbano e mai
Data de criação do desenho. pecificamente em estudos e projetos urbanísticos e de infr,
Data da última modificação.
truturas.
Palavras-chave.
Número do documento ou do projeto, usado em peças No âmbito do projeto de arquitetura, as escalas mais frec{ FIGURA 3.17 Lista de peças NP 205.

comuns a outros projetos. temente utilizadas são a escala 1:100 para a definição arq
tônica global em que se dispõem as plantas, vistas e corf:__
Esta lista de informação facultativa pode incluir outros tópicos escala 1:50 para definição de pormenores construtivos'
que sejam considerados relevantes.
Projeções Ortogonais 41

4.1 INTRODUÇÃO
A representação de objetos em desenho técnico efetua-se atra-
vés de um sistema apropriado de projeções. Pretende-se que
a representação gráfica de um determinado objeto seja clara)
simples e convencional, de tal forma que a linguagem utiliza-
da seja facilmente compreendida pelos técnicos que terão de
utilizá-la.

~ Existem dois métodos para a representação de peças em pro-

PROJEÇOES jeções ortogonais: o método europeu, também chamado mé-


todo do 1. º diedro) e o método americano, também chamado
método do 3- º diedro. Após a apresentação dos dois métodos, FIGURA 4.2 A cada ponto correspondem infinitas projeções num plano.
;erá utilizado apenas o método europeu.

ORTOGONAIS São apresentadas as regras fundamentais para a execução das


projeções com o mínimo de esforço, dando-se alguma ênfase No entanto, de acordo com esta definição, surge uma outra
ao desenho à mão livre. questão. Relativamente a um ponto e um plano) quantas pro-
jeções do ponto sobre o plano são possíveis obter?
É enfocada a melhor maneira de orientar as projeções numa
folha de papel. Algumas representações convencionais são De fato, para cada ponto é possível estabelecer infinitas re-
citadas, embora cada indústria possa usar suas próprias repre- presentações a partir de outras tantas projeções no plano (Fi-
sentações convencionais. gura 4.2).
O objetivo primordial do desenho técnico é definir a forma e O problema afigura-se indeterminado a menos que a introdu-
a dimensão de um determinado objeto. A leitura de um dese- ção de alguma característica adicional ao conceito de proje-
nho deve, por isso, ser isenta de ambigüidades e proporcio- ção permita restringir as soluções do problema a uma só so-
nar ·ao leitor todos os dados necessários para a fabricação. O lução.
desenho funciona como elo de ligação entre a concepção e a
O conceito de ortogonalidade associado ao conceito de pro-
fabricação.
jeção estabelece uma possibilidade única: a cada ponto cor-
Aborda-se a correta representação da forma dos objetos, dei- responde uma só projeção ortogonal num determinado plano
OBJETIVOS xando-se a representação das dimensões (cotas) para capítu- (Figura 4.3).
los posteriores.

Após estudar este capítulo, o leitor deverá estar apto a: 4.2.1 Introduzir um Referendai
4.2 O CONCEITO DE PROJEÇÃO
10 Distinguir os vários tipos de projeções existentes; Se a projeção mtogonal num dado plano como identificação
A noção de que a representação de um objeto pressupõe a de um ponto (o objeto de representação continuará sendo li-
0
Decidir o número de vistas necessárias e suficientes para a representação de uma representação de pontos (vértices do objeto) a partir dos quais mitado a um ponto) é inequívoca, porque a cada ponto cor-
peça e escolher a melhor vista para vista principal; se definem arestas (segmentos de reta) que delimitam as faces responde uma e uma só projeção ortogonal num dado plano
(planos) que constituem a sua configuração permite que se tomado como referência, a inversa, no entanto não é verda-
• Escolher os tipos de representação convencional que melhor se aplicam à peça
generalize para todos.os pontos o procedimento para a iden- deira: para uma dada projeção podem existir infinitos pontos.
em questão;
tificação de um ponto.
Trata-se, com efeito, do lugar geométrico elos pontos do espa-
• Efetuar a representação gráfica numa folha de papel usando projeções A identificação, no plano, de um ponto do espaço constitui uma ço que, em relação a um plano, se projetam ortogonalmente
ortogonais. representação plana e resulta de uma projeção desse ponto no num único ponto (Figura 4.4) e que se constitui uma dire-
plano (Figura 4.1). A direção definida pelo ponto através de ção: a direção perpendicular ao plano que passa pela sua pro-
sua projeção plana (e pelo obse1vador) é designada projetante. jeção ortogonal nesse plano.

Projeção plana

Q'
Projetante
Q'
º-..------+----se.

Q Plano
Ponto
(objeto)

FIGURA 4.1 Elementos da projeção plana.


Projeções Ortogonais 43
42 Capítulo Quatro

Entretanto, ficam também estabelecidos em relação aos pla-


nos dois valores de coordenadas: distâncias do ponto a cada
um dos planos de projeção.
Assim, a distância do ponto Q ao plano horizontal, QQ', é a
... T
Q' cota; e a distância do ponto Q ao plano vertical, QQ", é o L,---------,T
• afastamento. Este par de valores é, em geral, escrito na for-
··········"····· ... ········· ma: Q (valor do afastamento, valor da cota): Assim, por exem-
plo, ter-se-ia Q (2, 3,5) para um caso de QQ = 2 e QQ' =
11

• ªª'
•... •· Q3 4
3,5 .
b)
•.... •· 02 Tal sistema, por constituir a referência relativamente à qual é
a, possível representar as projeções e também as coordenadas
de um ponto, capazes de identificá-lo inequivocamente, é _):GUAA 4.8 O plano vertical roda até coincidir com o plano horizontal.
FIGURA 4.4 A uma projeção ortogonal Q podem corresponder infinitos pon-
denominado referencial ortogonal. Divide o espaço em qua-
tos.
tro diedros (Figura 4.6): o plano vertical é denominado pla-
no vertical de projeção - q:i0 - 1 e o plano horizontal é denomi- A"
FIGURA 4.10 Para cada referencial, as projeções de K são diferentes, mas
Um modo de resolver a indeterminaçfto do problema de iden- nado plano horizontal de projeção - v 0 • o ponto K é sempre o mesmo.
tificar o ponto para o qual se conhece uma projeção ortogo-
Com efeito, a qualquer ponto do espaço, (Figru·a4.7a) e, por
nal num dado plano é a partir da consideração de um segun-
conseguinte, situado em qualquer diedro, correspondem duas
do plano, perpendicular ao primeiro.
projeções (Figura4.7b). São dois outros pontos, mas nenhum
O sistema assim constituído consiste em dois planos mtogo- é o ponto-objeto.
nais entre si. A cada ponto do espaço correspondem não uma,
É óbvio, dado que o objeto é um ponto do espaço e a repre-
mas duas projeções ortogonais desse ponto. A projeção do
sentação que se obtém é no plano. As duas projeções identi-
ponto Q no plano vertical é um outro ponto convencional-
mente designado por Q", e de modo semelhante a projeção ficam o ponto, mas não são o ponto.
no plano horizontal é designada Q'. Contudo, por momentos parece que o problema da represen--},
tação de 3D em 2D não está resolvido: a consideração ele um_:,:
Já aqui a recíproca é verdadeira, isto é, a duas projeções orto- 4.9 Represen_taç~o de um ponto A: não se representa o ponto A,
2º Plano de referência conduziu à definição de um espaço tri-
gonais, cada uma em um de dois planos ortogonais, corres- as suas proieçoes.
ponde um e um só ponto (Figu.-a 4.5). dimensional.

tanto, o problema a partir daqui é simples: suponha-se


2.º Diedro
atação do plano vertical de projeção, até coincidir, isto o
r na continuidade do plano horizontal de projeção (Fi-
_4.8a), como se ilustra na Figura 4.86).
Q Ala lamento
1.º Diedro ,,, em c_onta o caráter ilimitado do plano, a representação FIGURA 4.11 Projeção central de uma figura.
Q" erencial em 2D limitar-se-ia à representação da reta de
ão dos planos de projeção, mas mesmo essa seria dis-
el se se tivesse sempre como um pressuposto. Assim, a Supo~d,.o qu~ em O está colocado o "observador", este polí-
ntação do ponto A 1 limita-se à representação das suas gono ira projetar-se no plano 'TI", formando um novo polígono
3.º Diedro ·es A' e A" (Figu.-a 4.9). [A 1 B 1 CD'J.
s. aspectos mais interessantes da consideração de um No caso da Figura 4.11, em que as projetantes são concor-
c1al na identificação de elementos geométricos é sua rentes n~ c~ntr~ ~e projeção (observador), estamos perante
4.º Diedro
'ndência: o referencial a considerar é qualquer um. uma p:oieçao coruca ou central. O polígono [A 1 B 1 C'D'J, que
FIGURA 4.5 Duas projeções ortogonais de Q em dois planos ortogonais
FIGURA 4.6 Quatro diedros. tem que ser assumido do princípio ao fim da análise passa:a a ser d~~orninado simplesmente projeção, é maior que
entre si. ão, a menos que se pretenda fazer mudanças de re- o pohgono ongmal [ABCD] por duas razões, porque [ABCD]
i e considerar a identificação em relação a um ou ou- ~ s: s:tu~ entre o observador e o plano de projeção e porque a
,- ainda, em relação a um e por sua vez, deste em rela- distancia entre o observador O e [ABCD] é finita.
outro. · Admitindo, no exemplo anterior, que afastamos infinitamente
A"
• ? ponto K (Figura 4.10) tem as projeções K' e K no o observador .do objeto ~Figura 4.12), as projetantes são pa-
11

"- 2 no referenc1al
ml 1 , e K, 1 e !"' . 2. As projeções que
I z
iden- ralelas. Este tipo de proJeção chama-se paralela (ou cilíndri-
,,-. ponto K e suas coordenadas: afastamento e cota, no ca), podendo ser ortogonal ou oblíqua, conforme as linhas de
p 1al 1, não são as mesmas que o identificam no refe- projeção sejam, respectivamente, perpendiculares ou oblíquas
':_2i mas nem por isso o ponto K deixa de ser o mesmo. ao plano de projeção.
Ao longo dest: capítulo são discutidas apenas as projeções para-
Projeção de Figuras Planas lelas ortogonais, em paiticular e dentro do grupo das projeções
paral~las ortogonais, as projeções em múltiplas vistas, por serem
a) b) _re-se a situação ilustrada na Figura 4.11 constituída ~s 1_:1a1s usad~s em desenho técnico. Quanto a perspectivas e pro-
FIGURA' 4.7 g e A' são projeções do ponto A, identificam inequivocamente o ponto A, mas não são o ponto A. :_-:Polígono plano [ABCD), um ponto O e ~m plano '71". Jeçoes centrais, serão objeto de estudo em capítulo posterior.
Projeções Ortogonais 45
44 Capítulo Quatro

Plano Plano
rr
Observador Observador

a) b)
e
FIGURA 4.15 Projeção cônica (a) e projeção cilíndrica (b).

o
pectivas projeções. Precisamente, as duas situações determi-
nadas .por:
~
Obse1vaclor
. . a uma distância finita·, Obseivad or- a
uma e1tstancia mfinita.
FIGURA 4.12 Projeção paralela de uma figura.
As p~ojetantes (necessárias à delimitação do objeto) serão res-
FtGURA 4.13 Projeção central de uma figura no método americano. pectivamente (Figu.:ta 4.15):

4.3 MÉTODO EUROPEU E MÉTODO Cônica (ou /c~ntr~l), porque constituem a configuração de
uma supcrficte conica.
AMERICANO
Ao longo do livro, e sempre que nada seja mencionado, todas Cilíndrica (ou ~~ral~l~\ porque constituem a configuração
O desenho é uma linguagem internacional, sendo para tal ne- as representaçôes serão efetuadas de acordo com o método de uma superfic1e c1lmdrica.
cessário que todos os países usem regras comuns para repre- do primeiro diedro.
sentação dos objetos. No Brasil segue-se, tanto quanto possí- De um modo sintético, poder-se-á então estabelecer:
vel, o método do primeiro diedro. Contudo, no continente z
americano usa-se uma representação de objetos com os mes- 4.4 CLASSIFICAÇÃO DAS PROJEÇÕES PGP = {Central ou cônica • d * co
4.16 Referenciais associados ao objeto e ao plano de projeção.
mos princípios, mas com uma pequena diferença, que origina GEOMÉTRICAS PLANAS (PGP) Paralela ou cilíndrica • d = co
uma mudança completa no raciocínio, como mais à frente se
A "imagem" que se pode obter por projeção em 2D de sendo d a distância do obse1vaclo1· ao p 1ano eIe projeção.
ilustrará.
forma (ou conjunto de formas) existente em 3D, não obstante'
Posição do Observador
Na Figura 4.11 e na Figura 4.12 foi usado o método do pri- o caráter inequívoco que deve assumir> resulta de uma rela/
meiro diedro. No método do terceiro diedro, o plano de pro-
o que se refere à d~stâ_ncia ~o obse1vador em relação ao objeto 4.4.2 Posição do Objeto
jeção encontra-se entre o observador e o objeto a projetar,
ção entre três entidades: Observador - Objeto - Plano de pro\ ª?
_u P.lano. de proJeçao, sao de considerar infinitas situações
jeçâo. oss1ve1s (Ftgura 4.14). · i O XYZ e xyz respectivamente ao objeto
ePor sua, vez , a ssoc_ia~c
como se pode observar na Figura 4.13, ao contrário· do mé-
todo do primeiro diedro, no qual o objeto a projetar se en- O número ilimitado de diferentes modos de combinação deS ~edida que a distância vai sendo cada vez maior, as . ao ~lano de !1.ro!eç.a~ referencial cartesiana (Figura 4.16\ é
contra entre o observador e o plano de projeção. tas entidades (considere-se como plano de projeção o fil xo!etant~~ t:nd:m a se tornar paralelas. Numa situação de rmed1ato adnutrr mf1mtas posições do objeto em relação ao
no interior de uma câmara e imagine-se a quantidade de fot te) a chstanc1a do observador é infinita e as projetantes flano, correspondentes a outros tantos valores dos possíveis
A projeção representada na Figura 4.13 é menor que o polí-
grafias que é possível obter de um dado objeto!), permite obt rnam-se definitivamente paralelas. angulos
, . formados ~ pelos eixos X-x >Y-y e z - z >percorrend oo
gono original [ABCD} por duas razões: porque [ABCD] se si-
um número ilimitado de projeções geométricas planas (PG con1unto dos numeras reais, a que correspondem> por sua vez)
tua para além elo plano de projeção e porque a distância entre . termos de. projetantes: Verificam-se assim dois tipos quali-
que implica a necessidade de uma classificação. outras tantas representações com ou sem deformação de
o observador O e [ABCD] é finita. _tivam:"nte chfe1~entes (nao-perpendiculares e perpencHcula- algu~_a(s) dimensão(ões\ mas quantificáveis através ~de um
s\ da1 ser poss1vel estabelecer uma classificação para as res- co~fic1ente: o coeficiente de redução.
Observador
Plano Observador

Plano

Z=z
z

a) b)

tA 4-17. Po_ssibilidades qualitativamente diferentes dos ângulos dos referenciais d0 · t


' b) proieçao ortogonal axonométrica. obJe o e do plano de projeção: a) projeção ortogonal (sim-
FIGURA 4.14 Algumas das infinitas distâncias possíveis do observador em relação ao plano de projeção.
46 Capítulo Quatro Projeções Ortogonais 47

Projeção paralela ou cilin.ddca em consideração essa defommção através de um crnTespondente


-,J)J
coeficiente de redução. Estas duas situações correspondem, res-
No âmbito da projeção de tipo paralelo ou cilíndrico (obser-
pectivamente, às projeções axonométricas isométrica e dimétrica.
vador a uma distância infinita do plano de projeção), são con- ""
sideradas fundamentalmente duas situações: Todas as possibilidades restantes para o conjunto de valores dos
ângulos entre os eixos do referencial associado ao plano de pro- .7(((
Os ângulos X/\x = YAy = Oº ou•180º, isto é, eixos homólogos
jeção e os eixos do referencial associado ao objeto incluem-se
paralelos (Figura 4.17a} projeção ortogonal (simples).
num subgrupo de PGP paralela rntogonal axo_no_m~tr~~~ trimétri- ""
Os ângulos XAx, YAy, ZAz, podendo ser ou não iguais entre ca.
si, mas estabelecendo sempre valores diferentes de Oº, 90º ou ""
180° (Figu1·a 4.176): projeção axonométrica. Projeção oblíqua
Em ambos os casos, o observador está "sobre" o eixo dos z e Das infinitas possibilidades de relação observador-objeto-pla-
observa segundo um feixe de projetantes (paralelo) ortogonal no de projeção na situação de feixe de projetantes paralelas, ~M

em relação ao plano de projeção. Trata-se, assim, e em ambos embora oblíquas em relação ao plano de projeção, é selecio-
os casos, de projeções ortogonais. nada, em termos de utilização prática corrente, a situação de
ângulos X-x, Y-y e Z-z de Oº, considerando, neste caso, o
' ~"'
No caso de o observador se situar "fora" do eixo dos Z, o eixo
observador "fora" do eixo dos Z. Restringe-se, no entanto, a a) b)
de projetantes, embora paralelo (d= oo), não é ortogonal em
posição do obse1vaclor à situação de se estabelecer um ângu-
relação ao plano de projeção, e o tipo de projeção é denomi- FIGURA 4.19 Representações de uma via férrea: a) aproximação a uma projeção central; b} representação em projeção paralela.
lo entre a direção do feixe ele projetantes e o plano de proje-
nado oblíquo (Flgm·a 4.18).
ção de 45º e coeficientes de redução de 0,4 a 1,0.
Pt·ojeção ortogonal Por outro lado é ainda usual, em certos casos, considerar o pla-
no de projeção coincidente com o plano definido pelos eixos vel por um maior conjunto de pessoas, principalmente não (ver Figura 4.20). A projeção de uma figura sobre um plano
A designação PGP paralela ortogonal simples ou PGP parale- familiarizadas com este assunto. Não deixa de ser interessante é formada pela projeção de todos os seus pontos (ver Figura
x-z, e também um ângulo ele 45º do feixe de projetantes para-
la ortogonal múltipla refere-se à possibilidade de obtenção d~ citar que, embora sendo uma representação mais deformada 4. 11, Figura 4.12, Figura 4.13). A figura a ser projetada pode
lelas. No primeiro caso, as projeções oblíquas mais comuns são
diferentes projeções ortogonais de um mesmo objeto corres- do que qualquer outra (referimo-nos ao grupo das projeções não ser plana, e em geral não o é. Será por isso necessário, ao
a cavaleira (coeficiente de redução: 1,0) e a de gabinete (coefi-
pondentes a diferentes combinações das relações XAx Y/\y, paralelas ou cilíndricas), é, no entanto a mais legível. É uma contrário dos exemplos da Figura 4.11, Figura 4.12 e Figu-
ciente de redução: 0,5); no segundo caso, denomina-se militar.
ZAz, restritas, no entanto, aos valores já especificados para este deformação semelhante à da representação por projeção cen- ra 4.13, usar mais do que um plano de projeção para projetá-
"grupo" da classificação, de Oº 90º ou 180°. A obtenção de tral ou cônica que o olho humano capta e que, no entanto, las conveniente é completamente.
Projeção central ou cônica
diferentes projeções de um mesmo objeto nestas condições sabemos corrigir intuitivamente. O clássico exemplo da via
(vistas) criteriosamente selecionadas permite uma total e ine- A projeção central ou cônica e que se refere ao grande grupo férrea - duas linhas paralelas que, de fato, não são vistas pa-
quívoca representação de qualquer objeto. De entre o "gru- de projeções para as quais o observador se situa a uma dis- ralelas, não se apresentam paralelas (em projeção central) e,
4.5.1 Projeção em Dois Planos
po" da projeção ortogonal distingue-se também o "subgrupo" tância finita do plano de projeção é, por esta mesma razão, a no entanto, sabemos "corrigir" e afirmar que o são (Figura' Na Figura 4.21, apresentam-se alguns exemplos de projeções
da PGP paralela ortogonal axonométrica, já definido. situação em que a representação obtida mais se aproxima do 4.19). De fato trata-se de um processo de inteligência huma- de objetos simples em planos de projeção verticais. Como se
modo como "se vê a realidade". É, com efeito, o tipo de re- na e de mecanismo de percepção.
Este grupo, que envolve de início infinitas possibilidades, ca- verificou pelo exemplo anterior, a projeção de um círculo, de
presentação que se obtém através da fotografia. Exibe apreci-
racteriza-se por resultar na obtenção de uma representação com A simples experiência de viver desencadeou a capacidade de per- um cilindro ou de uma esfera num plano vertical tem a mes-
ável deformação no que se refere às relações de dimensões
deformação da verdadeira relação de dimensões do objeto se- ceber e aprender a ver "conigindo" o que se vê. Por se tratar de ma forma. Situações idênticas podem ocorrer com qualquer
segundo as direções do referencial associado ao plano de
gundo as direções X, Y e Z. Verifica-se, no entanto, que há uma representação tão próxima do modo como os objetos são vis- outro conjunto de objetos. Por isso, para definir conveniente-
projeção, que é inevitável, como seria de esperar, por serva-
duas situações bem detenninadas, isto é, dois conjuntos de tos, a esta projeção também se dá o nome de perspectiva rigorosa. mente a forma dos objetos torna-se necessário usar dois ou
riável de ponto a ponto, a distância entre projetantes, segun-
valores dos ângulos XAx, YAy e ZAz, para os quais essa defor- tr·ês planos de projeção ortogonais:
do a direção yisual do observador. Por outro lado, e dadas as possibilidades de localização do
mação é tão pequena que pode ser desprezada, ou, embora
observador - ponto de vista, de entre as situações de se man- • Plano de projeção ve1tical (PV),
significativa, é bem conhecida e quantificável, pelo que se pode É, no entanto, o tipo de representação mais "perfeita" de um
ter a uma distância finita do plano de projeção, é possível obter • Plano de projeção horizontal (PH),
admitir a representação correspondente, desde que se tenha objeto ou conjunto de objetos, e por isso mais facilmente legí-
diferentes tipos de projeção central ou cônica (que aqui não • Plano de projeção lateral (PL).
será considerada). São considerados os três tipos seguintes: Os três planos são perpendiculares entre si, e a interseção dos
paralela, angular e oblíqua. dois primeiros é chamada de linha de terra (LT). Chama-se vista
à projeção ortogonal paralela de um objeto num plano de
4.4.3 Síntese de Classificação das PGP projeção. Assim, tem-se:
• Vista da frente ou vista principal - projeção sobre o plano
Na seqüência da caracterização descrita, uma classificação glo-
de projeção vertical.
bal das projeções geométricas planas é geralmente apresentada
como na Figura 4.20. No presente capítulo, serão descritas com • Vista de cima ou planta - projeção sobre o plano de proje-
ção horizontal.
detalhes as projeções ortogonais em múltiplas vistas. Em capí-
• Vista lateral ou vista lateral - projeção sobre o plano de pro-
. tulo posterior serão tratadas as restantes projeções ortogonais,
jeção lateral.
bem como as projeções oblíquas e as projeções centrais.
Vejam-se de novo os objetos anteriores, agora projetados em
dois planos, na Figura 4.22.
4.5 REPRESENTAÇÃO EM MÚLTIPLAS
VISTAS pe um modo geral, as peças só nece:5sit~-Wc çl~- Qp!~_pJ~.9:_9!Lçle
z .'Projeção para a sua representação, em,,projeçQe~LQç_t:9ge2~~-'.
A representação ele peças em Desenho Técnico é feita princi- Como os dois planos de projeção são perpendiculares e sua
FIGURA 4.18 Projeção oblíqua: feixe de projetantes (paralelo) oblíquo em relação ao plano de projeção. palmente com projeções ortogonais paralelas de múltiplas vistas representação deve ser feita numa folha de papel, é necessário
rebater um dos planos de projeção, como dito anteriormente.
Projeções Ortogonais 49
48 Capítulo Quatro

Vistas Múliplas
Isométrica
Ortogonal
Axonomélrica { D!métrica

\ Trimétrica
Paralela ou cilíndrica (d = oo)
Cavaleira
PGP CC
Oblíqua Gabinete
{ FIGURA 4.22 Projeções de um círculo, de um cilindro e de uma esfera sobre um plano vertical e horizontal.
Mlntar

!
Linear

Central ou cônica (d ;too) Angular

Obliqua

[- Projeções Geométricas Planas Objeto J"

G"cF'
PROJEÇÕES I'
PROJEÇÕES
1
PARALELAS 1
,, 1 CENTRAIS 1 F
H"ss E" C"= B"

r 1 ' 1 H
ORTOGONAIS OBLfQUAS ~ D"=A"
1 1 i PONTO 2 PONTOS 3 PONTOS E
1
C'~G' J'
'

CIJ QJ
B'-F'

ü
CAVALEIRA/
PLANOMÉTRICAS GABINETE D's=H'

1
A'==E'

,, ô óJ AXONOMÉTRlCAS

1
FIGURA 4.23 Identificação dos vértices de um objeto.
FIGURA 4.24 Projeções ortogonais sobre os planos de projeção que cons-
tituem o referencial.

r
' Na presença de formas mais complicadas, toma-se necessário ção) e designado por II e uma projeção horifontal (sobre um
PERSPECTIVAS PERSPECTIVAS PERSPECTIVAS
MÚTIPLAS
OIMÉTR!CAS TRIMÉTRICAS identificar as projeções dos seus vértices. Para o objeto da Fi~ plano horizontal de projeção) e designado por I associad9s à
ISOMÉTRICAS

u~
VISTAS
gora 4.23, por exemplo, é possível identificar 10 vértices, isto designação do ponto. O resultado é o que se apresenta na

6)
é 10 pontos de A aJ aos quais se pode, por generalização, apli-
c5JB Figura 4.24. Procedendo à planificação nos termos descritos,

ITJ CTJ car o conceito de projeção ortogonal para qualquer ponto Q.


Assim, para cada um dos pontos, estabelecem.:.se dois novos
pontos: uma projeção vertical (sobre o plano vertical de proje-
obtém-se a representação da Figura 4.25.
Na Figura 4.26 são mostrados vários exemplos de projeções
de objetos sólidos através da sua representação em duas vis-
FIGURA 4.20 Tipos de projeções geométricas planas.

L~-----------------,T

FIGURA 4.21 Projeção de um círculo, de um cilindro e de uma esfera num plano vertical.

FIGURA 4.25 Planificação dos plano$ de projeção e representação do objeto da Figura 4.24.
50 Capítulo Quatro Projeções Ortogonais 51

FIGURA 4.28 Ambigüidade na representação de projeções ortogonais (insuficientes) de um objeto.

4.5.2 Projeção em Três Planos Este problema, exemplificado na Figura 4.28, deve-se funda-
mentalmente à existência de algumas arestas cuja direção se
FIGURA 4.26 Representação em duas vistas de sólidos compostos. O processo descrito e que resulta, por generalização 1 na apli- identifica como sendo de perfiL Desde logo o problema re-
cação do conceito de projeção ortogonal apresentado, consti- porta-se a uma indeterminação que interessa ultrapassar.
tui a metodologia utilizada na representação gráfica a duas
tas. Todos os objetos desta figura necessitam apenas de duas tros, quando a peça tenha espessura constante (por exem- De fato, à semelhança do que acontece em qualquer domínio
dimensões dos elementos geométricos que definem qualquer
projeções para serem representados completamente 1 sem plo1 em chapa). , forma ou objeto espacial. do conhecimento e até mesmo no dia-a-dia, nas mais diversas
omissões ou ambigüidades. e Indicação dos símbolos de quadrado (D), de diâmetro (0) situações comuns, a indeterminação é superada com irúorma-
e ele esférico (esf). A anotação esjfoi substituída por S0 de No entanto, importa desde já notar o caráter não inequívoco ção adicional, que restrinja o conjunto de soluções possíveis.
Existem algumas peças que 1 para serem represen~ad~s rigoro~ acordo com a norma IS0129:1985, mas continua ainda em da representação da peça apresentada na Figura 4.25 e da
sarnente, necessitam apenas de um plano de prüJeçao, de~de Neste caso, informação adicional pode ser obtida a partir da
utilização. qual se pretende fazer a leitura. Com efeito, ao conjunto das consideração de um terceiro plano de projeção ortogonal aos
que sejam usadas detenninadas convenções na forma de sim- duas projeções ortogonais apresentadas, é possível fazer cor-
bolos complementares de cotagem. Algumas destas conven- Na Figura 4.27 são mostrados exemplos :í~icos_ de conven-- dois planos considerados. As projeções ortogonais dos dez
responder e, por conseguinte, identificar mais do que um pontos A aJ, retomando o exemplo da Figura 4.23, neste ter-
ções são: ções que permitem a representação ele um sohcl~ s1mples~numa
objeto, como, por exemplo, os da Figura 4.28. ceiro plano constituem a terceira projeção (Figura 4.29).
só vista. Note-se que alguns destes objetos estao tambem re~::
• Indicação da espessura da peça pela palavra espessu:~ se-
presentados na Figura 4.26 em duas vistas. Embora sendo possível em inúmeros casos a representação de A planificação, de tipo já indicado e que 1 na hipótese de con-
guida do número representativo da espessura em m1hme-
peças para as quais um sistema de duas projeções as repre- sideração de três planos, corresponde ao processo indicado
senta inequivocamente - e por isso essas projeções apresen-
na Figut·a 4.30, conduz ao conjunto de projeqões ortogonais
tam-se como suficientes -, importa desde já chamar a atenção apresentadas na Figura 4.31 e que, deste modo, identifica,
para este problema a se ter sempre em conta na representa- sem qualquer margem de ambigüidade, a peça da Figura 4.25.
ção de uma peça por projeções ortogonais.
Outro exemplo de um objeto que só fica definido inequivoca-
mente com três vistas está representado na Figura 4.32. Nes-
ta figura, mostra-se a construção das projeções e o rebatimen-
to de cada um dos planos, para melhor compreensão. Mais
uma vez é necessário o rebatimento de planos - neste caso
0 dois - para o plano vertical.

:
0

~I 1
'
'
0 1

1 -+-
0
Ql FIGURA 4.30 Planificação dos planos de projeção considerados na Figug
FIGURA 4.27 Convenções em representações de vista única. FIGURA 4.29 Projeção ortogonal adicional: plano de projeção adicional. ra 4.29.

i'
'
52 Capítulo Quatro Projeções Orlogonais 53

1' J" Chama-se agora a atenção para um detalhe ele extrema im- Sempre que existam dúvidas quanto ao método de represen-
portância, facilmente apreendido pela leitura da Figura 4.32. tação utilizado, deve ser inscrito no próprio desenho o símbo-
A vista direita do objeto, após rebatimento do plano lateral, lo representado junto às projeções na Figura 4.32 e Figura
H" = E" G"~F" G" = H" E" =F"
ficará colocada do lado esquerdo da vista principal. De igual 4.33_ Trata-se das projeções de um tronco de cone, segundo
modo, a planta (ou vista de cima), após reb~itimento, ficará o método europeu e segundo o método americano, respecti-
D" ~ A" L - - - - - - - - - f C " - ' . _ c '~=2-B'_'---fCe,.'_c'~;;.e:DT"--,A"~ B" colocada por baixo da vista principal. É esta a grande caracte- vamente.
rística a ser retida do método europeu de projeções que vem
sendo utilizado nas últimas figuras deste capítulo: a vista di-
reita fica do lado esquerdo e a vista de cima fica em baixo. 4.5.3 Projeção em Seis Planos
De acordo com o método americano, o plano de projeção en- Em casos muito esporádicos (de peças complicadas), pode re-
D'= H' C"=G" contra-se entre o observador e o objeto a projetai.VA diferença correr-se a mais planos de projeção, correspondendo a envol-
fundamental entre os dois métodos é a seguinte: enquanto ver a peça num paralelepípedo completamente fechado, que
1' J' no método europeu a vista direita é representada à esquerda é posteriormente aberto e rebatido sobre o plano vertical.
da vista principal, no método americano a vista direita é re- Obtêm-se, assim, seis vistas. Nestes casos, porém, é preferível
presentada à direita da vista principal. Assim, o objeto repre- recorrer a outro tipo de representação convencional, como
A' =E' B' =F'
sentado na Figura 4.32 no método europeu, será representa- cortes 1 seções, ou vistas auxiliares, que são abordadas mais à
FIGURA 4.31 Representação inequívoca por projeções ortogonais do objeto da Figura 4.23. do no método americano como mostrado na Figura 4.33_ frente neste capítulo e também no Capítulo S. Apenas como

f",
'
1
"' " '

'

r.,\
,, ,'

~ Q "' 1
i' '
1
'
1
' '
"' "' 1
'
1 Íi1',
"' 1

"',-J
FIGURA 4.32 Peça definida com o auxílio de três planos de projeção (método do primeiro diedro). FIGURA 4.33 Objeto da Figura 4.32 representado no método do terceiro diedro.
Projeções Ortogonais 55
54 Capítulo Quatro

I Linha no inicio de invislv~isr


1
--e--
._
L--,-..,t-,.,..r-d
, , . 1 - \11
Lmha nas interseções de Invisíveis
--e---

D Vista de topo de uma superfície


o Limite de uma superlfcie
l:::. Interseção de duas superfícies
Espaço na continuação de linha
o
FIGURA 4.36 Arestas invisíveis numa peça.
FIGURA 4.35 Unhas de contorno numa peça.

Precedência de Linhas

EIJ
VlslaF
três tipos de contorno (Figura 4.35): linhas que provêm da
interseção de duas superfícies, linhas que representam a vista
de topo de superfícies exteriores da peça e linhas que repre-
sentam o limite de superfícies curvas (por exemplo, o contor-
ordem de precedências de linhas já foi abordada no Capítu-
lo 3. Visto que os contornos das peças devem sempre ser re-
resentados completamente, os contornos visíveis tomam pre-
Vistas principais das peças
no de uma esfera). edência sobre todas as outras. na posição de serviço

FIGURA 4.37 Escolha das vistas principais de peças de um conjunto .


4.6.2 Contornos ln.visíveis .7 VISTAS NECESSÁRIAS, VISTAS
Em qualquer peça que se queira representar, existirão contor- SUFICIENTES E ESCOLHA DE VISTAS
Vista A Vista D Vista 8
VlslaC
nos que são visíveis e outros que não são visíveis. A represen- 'stem ainda alg_uns detalhes de extrema importância que são,
tação dos contornos invisíveis é feita usando-se linhas de tra- _.m geral, esquecidos pela: principiante na técnica de desenhar
ço interrompido. :m projeções ortogonais:
As linhas de contorno invisíveis podem ser dos mesmos três ~_ vista principal deve ser escolhida de modo a fornecer a


Vista E
tipos identificados na seção anterior, mas sua representação
FIGURA 4.34 Desdobramento das seis vistas de uma peça: A - vista prin- -~~i~E, __qga1:t;??~~ de__ i_~Jg_r~~Ǫ()_ -~-?J:?~e _ a. peç_a. Quando
requer alguns cuidados extras. Quando duas linhas de con~._::; e~st~·em duvidas quanto à vista a ser uiÜiZáda para a vista
cipal; B - vista posterior; C - vista lateral direita; D - vista lateral esquer-
torno invisível_ se interceptam> tocam-se; quando se cruzam, · pnnc1pal, deve ser usada a posição de serviço da peça ou
da; E - vista superior (planta); F - vista inferior.
não se tocam (Figura 4.36 e Tabela 3.4). seia,
. a vista. de frente dessa peça no desenho do conjunto ' Vista__;;::y,
desnecessária
de peças onde ela se localiza ( Figura 4.37).
exemplo, a Figura 4.34 mostra a representação em seis vistas
4.6.3 Linhas de Eixo O nú~e~o de p:~jeções a representar deve ser apenas o
de um sólido, com o rebatimento dos sucessivos planos.

4.6 SIGNIFICADO DAS LINHAS


As linhas de eixo são linhas de simetria que posicionam o
centro de furos ou detalhes com simetria radial. São de extre..c
ma importância, visto que a fabricação de peças começa, em;
necessan~ e suf1c1ente para definir completamente a peça
em questao. Sempre que determinada vista não trouxer in-
formação adicional em relação às restantes não deve ser
epresentada. ~a F!gura 4.38 estão represe~tadas duas pe-
LJD
Os tipos de arestas que se representam devem ter linhas dife-
rentes, para que sejam automaticamente identificadas. No
desenho técnico, para cada tipo de contorno, ou aresta) existe
um tipo de linha associado.
geral, pela marcação dos centros de furos.
Uma linha de eixo é representada com traço misto fino ('la~":"
bela 3.3). Deve ser desenhada em cilindros, cones ou tronco5-
de cone e furos. O centro de simetria deve ser assinalado pof
-:ª
ças pa~a as quais sao necessárias apenas a vista principal e

·s?,
v1s~a lateral._ A planta, nestes dois casos, não traz ne-
uma mformaçao adicional, devendo ser omitida. Note-
no entanto, que se as vistas escolhidas tivessem sido a
Vista__;;::y,
desnecessária
D
tsta principal e a vista em planta, a peça não ficaria com- FIGURA 4.38 Peças com vista redundante.
duas linhas de traço misto, mutuamente perpendiculares (ve_f
letamente definida.
4.6.1 Contornos Visíveis Figura 4.35 e Figura 4.36), que se estendem ligeiramente pa
além dos limites dos detalhes aos quais estão associadas, n ~ escolha de vistas deve ser bem estudada, de modo que s:ntar peças diferentes, devendo por isso ser evitado. A
Os contornos das peças devem ser sempre representados com ao su riam
· d'uvt·das quanto à peça representada. Por ve-
devendo nunca terminar em interseções com traços de qu Figura 4.39 mostra conjuntos de projeções que ilustram este
linhas de traço contínuo grosso. As linhas a traço contínuo es, um conjunto de projeções mal escolhido pode repre- problema: o conjunto correto (à esquer~a), e um conjunto
quer qutra espécie.
grosso num desenho podem ter significados distintos. Existem
Capítulo Quatro Projeções Ortogonais 57

duvidoso (à direita) que pode representar ambas as peças.


O uso de uma terceira projeção no conjunto da direita es-
clareceria a representação, embora seja redundante no con-
junto da esquerda.
® As projeções devem conter o menor número possível de
linhas invisíveis (linhas a traço interrompido). Como tal, o
conjunto de projeções necessárias e suficientes para a re-
presentação de uma peça deve conter o máximo de deta-
lhes visíveis. Na Figura 4.40 pode-se ver o conjunto de três
projeções ortogonais, que mostra todos os detalhes impor-
tantes com menor número de linhas invisíveis. Nenhum de-
talhe deve ser invisível em todas as vistas.
-,
a O espaçamento entre vistas deve ser constante, permitindo ~----
a correspondência entre pontos das diferentes vistas. A -+---
f----
existência de projeções de diversas peças na mesma folha _J
ficará também mais explícita se, dentro de um conjunto de
projeções, os espaçamentos forem os mesmos. \
Na Figura 4.41 podem-se ver alguns exemplos de projeções
de peças onde são aplicadas as regras acima descritas.

4.8 VISTAS PARCIAIS, DESLOCADAS E


FIGURA 4.39 Representação duvidosa de alguns objetos. INTERROMPIDAS
Em certas situações, não é necessária a representação da vista
completa. Nestes casos, podem ser usados três tipos de vistas:.
parciais, locais ou interrompidas.

4.8.1 Vistas Parciais


Usa-se uma vista parcial quando a representação total ela vista
não fornece nenhum tipo de informação adicional. As vistas
parciais são usadas sobretudo na representação de vistas au-
xiliares (Seção 4.9). A Figura 4.50 mostra um exemplo onde
a representação da vista total seria morosa e não. trarta nenhu- _út\ íl==i
~~
ma informação adicional. Ambas as vistas sãó delimitadas por
uma linha de fratura. A Figura 4.51 mostra outro exemplo de
uma vista parcial.

'
'
1
1
1
1

1
'
1
'
1
1
1
4.8.2 Vistas Deslocadas
Existem casos em que, para tornar clara a projeção, se repre-}:_
senta uma vista fora da sua posição correta. É então necessá-c _.,
rio assinalar o sentido ela observação sobre uma projeção por:
uma flecha e uma letra maiúscula, acompanhadas, junto dá_}
1
FIGURA 4.41 Exemplos de projeções ortogonais de peças.

_= _ _ ._: -
1
1
1
' vista deslocada, pela inscrição "Vista A", onde "A" é a letra:
:r::_:_
_j _ _ :-
1
1 1
1
1
-
~-~' maiúscula utilizada. Este tipo ele representação de vistas po
1 1
' i 1
' ser observado na Figura 4.42. A vista A será então uma vi
1 deslocada, libertando-se das regras gerais de colocação
vistas, podendo ocupar qualquer espaço na folha de papeL
As vistas deslocadas podem ser locais quando não haja inte~·
resse em representar toda a peça, e distinguem-se das vista~_::_
parciais por serem delimitadas por linhas de traço contínuo::
grosso. A Figura 4.43 mostra dois exeniplos de vistas desloS
cadas locais. Vista A

4.8.3 Vistas Interrompidas


A representação de um objeto longo, com características unt
FIGURA 4.40 Vistas necessárias e suficientes bem escolhidas. formes em todo o seu comprimento ou em pinos sufidenté,, FIGURA 4.42 Vista deslocada.
58 Capítulo Quatro
Projeções Ortogonais [!
59

~~
Vista B d
------+-ª
C!J [, :~ ~
-[ ~b H/CJ/[$1
INCORRETO

{t
tJ!lt_ ~~
-----t-c

FIGURA 4.45 Unhas de fratura: a) barra metálica; b) tubo metálico e e}


madeira.

l~/CJI~
A
FIGURA 4.47 Projeção de uma circunferência num plano inclinado (elipse).

VistaA 1
«!
CORRETO

FIGURA 4.49 Representação incorreta (em cima) e correta (embaixo),


fazendo uso de um plano auxiliar de projeção.
--~-'
A (5:1)

1
aos três planos ele projeção. É o caso da peça ela Figu.t·a 4.51,

d_A FIGURA 4.46 Vista de detalhe de uma peça.


onde se evidencia a utilização de dois planos auxiliares de
projeção.

4.10 REPRESENTAÇÕES CONVENCIONAIS


j_
~f~t [Cfr_ _ VlstaA
4.8.4 Vistas de Detalhe
As vistas de detalhe são usadas para detalhar pequenas zonal(,,_
/<
E SIMPLIFICADAS
Para abreviar e facilitar a execução do desenho, recorre-se, por
FIGURA 4.43 Vistas deslocadas locais. de uma vista que não estão claramente representadas. A zon:ff}: F~GURA 4.48 Determinação em projeções ortogonais da linha de interse- v:zes, a convenções e simplificações de traçado. Em seguida,
a ser detalhada é envolvida por círculo a traço contínuo fino-:~: , çao de duas faces, sendo uma delas uma superiície não-plana. sao apresentadas algumas das mais usadas. •
identificada por uma letra maiúscula. A vista ampliada é acorri~:
panhada da letra e da escala a que é representada (se neceS:9,,
mente longos, pode ser efetuada de duas formas distintas. A sário). casos, são usados, obrigatoriamente 1 planos auxiliares de pro- 4.10.1 Planos de Simetria
jeção paralelos a esses detalhes, ele modo a representá-los na
primeira, como se exemplifica na Figura 4.44, consiste na uti-
sua verdadeira grandeza, como mostram a Figura 4.49 e a Fi- Se existirem planos de simetria nas peças, não é necessário
lização de vistas interrompidas, representando apenas as ex-
4.9 VISTAS AUXILIARES gura 4.50. Há peças que necessitam de dois planos auxiliares representar totalmente determinadas vistas, desenhando-se
tremidades de cada peça com características uniformes, não
se desenhando a parte intermédia. A outra forma pode ser feita de projeção, visto que contêm detalhes oblíquos em relação apenas uma das partes do objeto.
Quando existem detalhes a serem projetados que não
como mostrado na Figura 4.45. paralelos aos planos de projeção, a construção das vistas t
Nas vistas interrompidas de peças compridas empregam-se na-se mais laboriosa, sendo estritamente necessária a cons !i
ção simultânea das diferentes vistas (Figura 4.47), como

--®-
1
linhas de fratura (Figura 4.44 e Figura 4.45). A Figura 4.45
apresenta linhas de fratura especiais, que permitem identificar caso da determinação da linha ele interseção entre duas
determinados materiais ou configurações de peças. perfícics quaisquer (Figura 4.48).
Assim, para a determinação em projeções ortogonais da Hnl'(
de interseção entre duas superfícies quaisquer, é inevítávei;- 1
observação simultânea das duas ou três vistas necessárias
suficientes, identificando-se, pelo menos em duas dessas v;:
tas, as projeções de cada um dos sucessivos pontos da lin:
de interseção a determinar. Por correspondência das projeçõ 1 • 1

-G 8
L-.-!-.-..J
de pontos destas vistas com a terceira vista, identificam-se ne~
a terceira projeção ele cada um desses sucessivos pontos, q
permitem determinar a configuração da projeção da linha
interseção das duas superfícies nessa vista.
Por vezes, em nenhuma das projeções ortogonais se co
FIGURA 4.44 Vistas jnterrompidas de peças compridas. gue projetar a verdadeira grandeza de algum detalhe. N
FIGURA 4.50 Representação de peças com um plano auxiliar de projeção.
60 Capítulo Quatro Projeções Ortogonais 61

4.11 DESENHO À MÃO LIVRE


1
4 Para o projetista, torna-se impmtante saber esboçar à mão li-
3
2 vre um determinado objeto. Esta capacidade é particulannen-
1 1
te impo1tante, por exemplo, quando é necessário transmitir uma
idéia numa oficina. Na fase inicial de um projeto, o engenhei-
ro pode fazer esboços simplificados, muitas vezes à mão li-
vre, que depois passa aos desenhistas para elaboração dos
FIGURA 4.55 Representação convencional de faces planas.
desenhos detalhados.

@) 1

FIGURA 4.53 Perspectiva com planos de simetria, vista de frente e parte


Para a representação de uma dada peça à mão livre, a utiliza-
ção de algumas regras básicas pode ajudar muito na sua cor-
reta e rápida execução (Figura 4.58):
• Estudar convenientemente a combinação de vistas ·que
melhor e mais simplesmente descrevem o objeto a repre-
necessária à sua total compreensão.
sentar. Estudar o posicionamento das vistas na folha de
desenho, bem como a orientação de todo o conjunto, op-
Representação
completa
tando assim pelo formato da folha e orientação mais ade-
quados;
4.10.2 Representação de Arestas Fictícias ® Imaginar o menor paralelepípedo que contém o objeto e
Uma outra representação convencional) que se toma necessá- • desenhar com traço muito leve as figuras geométricas sim-
ria para mais fácil compreensão dos desenhos, é a de arestas ples circunscritas às projeções (Fase 1);
fictícias. Uma aresta fictícia é, como o próprio nome indica, • Desenhar, em todas as vistas onde existam, as linhas cor-
FIGURA 4.51 Peça com dois planos auxiliares de projeção.
uma aresta que não existe. Na realidade, corresponde a uma respondentes às projeções que vão ser representadas
(Fase 2);
mudança suave de direção de duas superfícies. Este tipo de
situação aparece com grande freqüência em peças obtidas por " Detalhar as vistas, trabalhando simultaneamente em todas
Representação
simpllllcada (Fase 3);
Assim 1 uma vista com um eixo de simetria permite represen- fundição. As arestas fictícias são então representadas por uma
linha contínua fina que não intercepta as linhas de contorno • Acentuar a traço definitivo (contínuo grosso) os contornos
tar apenas meia vista. No caso de umà vista com dois eixos de FIGURA 4.56 Peças repetidas. de cada vista (Fase 4);
simetria, pode-se representar apenas um quarto. Ambos os visível. A Figm.·a 4.54 dá alguns exemplos de representações
convencionais de arestas fictícias. As arestas fictícias só são • Com o mesmo traço, acentuar em cada projeção os deta-
casos estão na Figura 4.52. lhes visíveis;
representadas quando são "visíveis"
Na Figura 4.53 representa-se em perspectiva uma peça com 0
Desenhar as linhas de traço interrompido que representam
dois planos de simetria e ainda as vistas de frente completa e
parcial. As extremidades dos eixos ele simetria referenciam-se 4.10.3 Outt·as Representações
$--$--$ os contornos invisíveis;
• Desenhar com traço próprio as linhas convencionais - li-
através de dois pequenos traços paralelos e perpendiculares nhas de eixo e de corte, tracejados etc. (Fase 5);
Para indicar que determinada área de uma vista corresponde
ao eixo (Figura 4.5Z e Figura 4.53). A utilização de simetri- 0
Verificar a correção do desenho; ·
a uma face plana, costuma-se traçar suas diagonais com linha • Cotar o desenho.
as, embora muito usada em desenhos à mão livre e em pran-
contínua fina (Figura 4.55).
cheta, está caindo em desuso no desenho em sistemas de CAD,
em vista das facilidades de manipulação de objetos nestes sis- Quando se pretender representar peças repetidas, podem-se de-
senhar apenas uma delas completa e o contorno das restantes
4.12 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO E
temas, sendo quase tão demorada a representação parcial como
a representação total de uma peça. (Figura 4.56). DISCUSSÃO
A Figura 4.59 mostra alguns exemplos de representação de
peças. O leitor é convidado a refletir sobre estas representações
e tentar compreender cada detalhe das peças através da inter-
1 pretação das diferentes vistas, procurando ao mesmo tempo en-
1
1 contrar uma forma diferente de representar as peças. Ressalte-
1
1
se que todas as representações foram executadas à mão livre.
FIGURA 4.57 Peças com furos eqüidistantes.

4.13 APLICAÇÕES EM CAD


-+--} Em peças com múltiplos furos idênticos, como os da Figura
4.57, pode-se representar apenas um ou dois furos, e para os Todos os exemplos já descritos são simples de realizar em CAD
~-1-~ restantes definir unicamente os respectivos centrqs. 3D. Uma vez criado o modelo tridimensional, a obtenção das
vistas necessárias e suficientes é quase automática, bem como
/ @ ,',
. Existem outros elementos que podem também ser representados qualquer vista auxiliar. Para a peça da Figura 4.60, desenha-
i
'---------t-~-
i
-+ $__ )--
' .... ... /
de uma fonna simbólica, ele acordo com regras normalizadas.
Exemplos típicos de elementos que habitualmente se represen-
tam simbolicamente são: os parafusos, rebites, soldaduras, rola-
da a três dimensões, é fácil obter as vistas necessárias e sufici-
entes para a sua compreensão. Um processo que seria moroso
e complicado de fazer à mão ou em prancheta torna-se muito
' 1 ,. mentos etc.) os quais serão tratados em detalhes noutro capítulo . simples em CAD. A Figura 4.61 mostra as vistas necessárias e
T ' Em sistemas CAD, este tipo de simplificação não se justifica, suficientes para definir por completo esta peça, obtidas de
FIGURA 4.52 Exemplos de representações em vistas parciais. FIGURA 4.54 Representação convencional de arestas fictícia~,~ pela facilidade com que se repetem elementos do desenho. modo automático. Note-se que haveria ainda algumas altera-
ções a fazer para que o desenho estivesse totalmente correto
'
Capítulo Quatro Projeções 01togonais 63

como, por exemplo, pôr as linhas de eixo no centro dos fu- A construção automática torna-se de grande utilidade, em es-
ros. O fato a reter é que, uma vez desenhado o objeto a três pecial para peças como as da Figura 4.59 e da Figura 4.60,
dimensões, qualquer vista ou perspectiva é obtida de forma com necessidade de vistas auxiliares, de maior dificuldade
automática e imediata, e qualquer alteração no modelo tridi- de construção à mão, em prancheta, ou em CAD bidimensi-
mensional irá refletir-se nas vistas. onal.

FIGURA 4.60 Modelo tridimensional de um apoio.

FIGURA 4.58 Fases de construção de um desenho à mão livre. Vista A

A
I

VistaB
-l ,,,,,, ,,,,,,

1---- ~--
,
1
' --- ''
1----j-
'
'
FIGURA 4.61 Vistas do apoio da Figura
FIGURA 4.59 Representação de peças à mão livre usando vistas auxiliares. 4.60, obtidas de modo automático.
64 Capítulo Quatro Projeções Ortogonais 65

Muitas das representações convencionais discutidas anterionnen- rebatimento vista deslocada


te foram criadas para reduzir o tempo de execuçào dos dese- vista auxiliar vista interrompida
nhos, sem lhe diminuir a legibilidade. A necessidade de algu- vista ele detalhe vista parcial
mas representações convencionais deixa de existir, uma vez que
o tempo necessário para a execuç~o de detalhes complicados
foi drasticamente reduzido. A Figura 4.62 mostra um dos pou- EXERCÍCIOS PROPOSTOS
cos passos necessários à obtenção das vistas da Figru.n.a 4.61,
onde se pode escolher as vistas pretendidas. A peça apresenta- p4.1- Represente com três projeções ortogonais os cubos re- cubo. Desenhe cada cubo numa folha separada, orientando e
da neste menu do programa é uma peça genérica, que não tem cortados apresentados na Figu.t·a 4.63. As quadrículas servem distribuindo as vistas na folha, de modo a ocuparem correta-
nada a ver com a peça a ser representada, servindo apenas ao
apenas para uma melhor visualização das dimensões de cada mente o espaço disponível.
usuário como orientação para a escolha das vistas. Note-se ain-
da que é possível também adicionar diferentes perspectivas
isométricas ela peça. A execução de vistas auxiliares é igualmente
simples, bastando para tal indicar o plano oblíquo a se repre-
sentar em verdadeira grandeza. O sentido de obse1vação e a
designação da vista são automaticamente inscritas junto delas.
A seleção automática da escala normalizada e do formato da
folha de papel é característica de quase todos os programas
de CAD, bem como a escolha entre o método europeu e o
FIGURA 4.62 Menu de escolha de vistas do programa Solid Edge. método americano de representação de vistas.

REVISÃO DE CONHECIMENTOS
1. Desenhe o símbolo que deve acompanhar os desenhos repre- 6. Enumere duas convenções de representação em projeções
sentados no método europeu, ou método do primeiro diedro. ortogonais e desenhe dois objetos inventados por você, em
2. Cada objeto tem três dimensões principais: largura, altura e múltiplas vistas, que as contenham.
profundidade. Quais destas dimensões são visíveis na vista 7. Uma linha contínua a traço grosso pode ter três significa-
principal? E na planta? E numa das vistas laterais? dos distintos. Quais são? Desenhe um objeto imaginado por
3. Qual o número máximo de vistas que um objeto pode ter? si e identifique todas as linhas que compõem as suas pro-
4. Qual o número suficiente de vistas que, em geral, definem jeções.
comPtetamente um objeto? 8. Porque é que se eve, em certos casos, representar arestas '
5. Se na planta de um objeto se vir um furo passante, quantas fictícias?
linhas são necessárias, e de que tipo, para representar esse 9. Quando e por qu se deve recorrer a vistas auxiliares? E as
furo na vista principal? vistas à~liares eslocadas?

CONSULTAS RECOMENDADAS
0 Bertoline, G.R., Wiebe, E.N., Miller, C.L. e • Morais, J.S., Desenho de Construções Mecânicas 3- Dese-
Nasman, LO., Technícal Graphícs Connnu- nho Técnico Básico. Porto Editora, 16ª Ed., 1990.
nication. Irwin Graphics Series, 1995. • Simmons, C. e Maguire, D., Manual o/Engíneering Drawing.
• French, T.E., Vierck, C.J. e Foster, R.]., Edward Arnold, 1995.
Engíneering Drawing and Graphic Techno- • ISO 128,1982 Technical drawings - Gene-
logy. McGraw-Hill, 14' Ed., 1993. ral principles of presentation.
• Giesecke, F.E., Mitchell, A., Spencer, H.C., Hill, I.L., Dygdon, J.T. • NBR 10067 - Princípios gerais de represen-
e Novak, ].E., Technícal Drawíng. P1:entice Hall, 11ª Ed., 1999. tação em desenho técnico.

PALAVRAS-CHAVE

aresta fictícia método do primeiro diedro


centro de projeção método do terceiro diedro
contornos invisíveis plano auxiliar de projeção
contornos visíveis plano de projeção
ponto de vista FIGURA 4.63 Cubos para efetuar projeções.
linhas ele eixo
linhas de fratura precedência de linhas
linhas de projeção projeção central
linhas de simetria projeção paralela
66 Capítulo Quatro
Projeções Ortogonais 67

P4.2 - Represente, com as projeções ortogonais completas que Desenhe cada peça numa folha separada, orientando e distri-
considerar necessárias, as peças apresentadas na Figura 4.64. buindo as vistas na folha de modo a ocuparem corretamente
Comece da esquerda para a direita e de cima para baixo. o espaço disponível.

' / ' /

/
B e /
/

D E F

'

' z Z1

J K L

FIGURA 4.64 Exercícios de projeção de peças (continuação).

FIGURA 4.64 Exercícios de projeção de peças (continua).


Projeções Ortogonais 69
68 Capítulo Quatro

• Lb •
P4.3 - Nas peças da Figura 4.65 falta representar uma das peças, representando a vista em falta. No final, ~opie cada uma
vistas. Complete as projeções ortogonais de cada uma das das peças para uma folha de papel. ,

cüo@~
[;g[] C=]t] g [B [TI)-- CJ
f-l--+-f-H+--1--++--l- 1+-t-1+-I-M 1_'--'-'_LJ_H-+++-+-+-W++ H-l__r,J_+----4-++ 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11-tt-+++º-

E;J )E J ,B
1
+f-H++-+++++l+-t-1 / +++--1--1--l-W-+-1+-t-1+-+++-+-=
LJ
++++++++++++++! i·c E""sJ ~ ~ ~ 00 ~
{J;jt[] ~ll •• mJ 1 J 1 1 C]
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1++--He+-P-+-+-H 1 1 1 1 1 1 1 1 Hl-+++--1--++-=º+-++++l-+-l +++++++-H-- R

J 1 1 1 1
-+++--1--++1+-t-1+1-++~
F
f+t-l+-t-1-++++++++l--+-i'----1 bdiffi J<fdj) nEB~ I

u -7

'''
'
e-
''
''
tt23 LJ -r@ -[1; ~- mffi=J =
~ ~/CJ
-++f-t+t-,+-t-i+f+t--1 G---+t-11--++-++++++++f-t-t+t-l--"-+--+--l-f+t-ll+++++ +-W--+-+++~
-/
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 f+ s

L_J__
''
'1
''
•-
lllllllllllilr-!- lllllllllff+t-H-++-+--l-u'--'

1 1

D l J [ 1[2:2] fül{®]) V w
illCm X

B , ~, 1-=-J, FIGURA 4.65 Exercícios para completar a terceira projeção (continua).


FIGURA 4.65 Exercícios para completar a terceira projeção (continuação},
Projeções Ortogonais 71
70 Capítulo Quatro

cada peça numa folha separada, orientando e distribuindo as P4.5 - Represente, em projeçôes ortogonais com as vistas ne- cionais às da figura. Desenhe cada peça numa folha separada 1
P4.4 - Represente em projeções 01togonais, com as vistas ne- cessárias, as peças da Figura 4.67, recorrendo a vistas auxili- orientando e distribuindo as vístas na folha, de modo a ocu-
vistas na folha de modo a ocuparem corretamente o espaço
cessárias1 as peças da Figura 4.66. Determine as dimensões ares. Determine as dimensões de modo a obter peças propor- parem corretamente o espaço disponível.
de modo a obter peças proporcionais às da figura. Desenhe disponível.

FIGURA 4.67 Exercícios de projeções com vistas auxiliares (continua).


FIGURA 4.66 Exercícios de projeção de peças.
72 Capítulo Quatro

CORTES E SEÇÕES

OBJETIVOS
Após estudar este capítulo, o leitor deverá estar apto a:
0 Decidir sobre a necessidade de recorrer a cortes ou seções para representar
FIGURA 4.67 Exercícios de vistas auxiliares (continuação). cmnpletamente uma peça em projeções ortogonais;
e Saber optar entre um corte e uma seção;
e Optando por um c01te, selecionar o mais adequado;
" Efetuar corretamente a representação gráfica de cortes e seções, respeitando as
representações convencionais.
74 Capítulo Cinco Cortes e Seções 75

COMPLETO
5.1 INTRODUÇÃO 5.2 MODOS DE CORTAR AS PEÇAS
Neste capítulo, são apresentados os vários modos de efetuar rv.tuitas peças podem ser representadas claramente através de
um corte ou uma seção num desenho, usando a simbologia projeções ortogonais simples: peças que não contenham vazi-
adequada. A escolha dos planos ele corte e as representações os ou reentrâncias são exemplos disso. Não obstante, em cer-
convencionais associadas aos cortes são expostas e explicadas tos casos, os vazios de peças, embora possam ser representa-
em cada caso relevante. Os cortes totais, meios cortes, cortes dos por linhas interrompidas, como no caso ilustrado na Fi-
parciais e cortes por planos sucessivos (paralelos e concorren- gura 5.1, podem ter uma representação bastante confusa e
tes), com ou sem rebatimento, são tratados em detalhe, com de interpretação complexa. Nestas situações, empregam-se os
exemplos de cada um dos tipos estudados. O corte de con- cortes.
juntos ele peças é também abordado. As seções, nas suas vá-
A representação em corte consiste em imaginar a peça corta- INCORRETO
rias formas de representação, são também objeto de estudo.
da por um ou mais planos, sendo suprimida uma das suas
FIGURA 5.3 Hachuras corretas e incorretas.
O recurso a cortes e seções num desenho faz-se, em geral, partes. Depois, como ilustrado na Figura _?.2, faz-se a proje-
quando a peça a ser representada possui uma forma interior ção ela parte do objeto que ficou adotandÕ--ãs regras gerais
complicada ou quando alguns detalhes importantes p<:ira a relativamente à disposição elas vistas. Finalmente, executam-
defüü~:ão ela peça não ficam totalmente definidos por uma se as hachuras sobre as superfícies das partes da peça inter- Os planos ele corte são, em geral, paralelos aos planos de pro-
projeção ortogonal em arestas visíveis. Quando isso acon.tece, ceptadas pelo plano ou planos de corte. Esta projeção, cha- jeção e devem passar, preferencialmente, pelos planos de si-
recorre-se a cortes e/ou seções, que ajudam a esclarecer o metria e eixos de furos que eventualmente possam existir.
mada vista cortada ou corte, substitui quase sempre a vista
desenho, evitando o uso de mais vistas. Os cortes e seções normal correspondente. Como o corte é imaginário e a peça {Á hachura de corte, indicando as partes da peça interceptadas
devem ser usados apenas quando trouxerem algo relevante à não está de fato cortada, as outras vistas (neste caso apenas a 'P~io plano de corte, é feita, sempre que possível, a 45º e com
representação gráfica convencional. A representação ele cortes planta) são desenhadas normalmente como ilustrado na Fi- Q,, espaçamento conveniente, conforme o tamanho do dese-
obedece a determinadas regras de representação convencio- gura 5.2. Note-se, todavia, que o uso dos cortes só se justifica nho, escala, etc. A inclinação da hachura não deve nunca
nal, que elevem ser seguidas para que o desenho seja legível. quando favorece a leitura cio desenho. coincidir nem ser perpendicular com a orientação de um ou
mais traços de contorno da peça. A hachura deve ser repre-
sentada com linhas do tipo contínuo fino, como mostram os
exemplos da Figura 5,3.
Embora se deva evitar 1 pode ser conveniente representar de-
talhes invisíveis numa vista cortada, se isso poupar a repre- FIGURA 5.5 Representação conveniente de partes ocultas em corte.
sentação de uma outra vista. No caso da Figura 5.4, a represen-
tação de detalhes invisíveis é redundante porque se adotam
todos os furos iguais, já que a planta assim leva a crer.
CORRETO
Por outro lado, na Figura 5-5 pode-se observar uma peça que,
mesmo depois, de cortada, necessita da representação de par-
tes ocultas (embora· desaconselhável) para definição de um
detalhe escondido para além do plano de corte. Se não for
desenhado o detalhe invisível> a peça não fica completamen-
te definida, sendo então necessária uma terceira vista. Neste
exemplo, pode-se usar um meio corte em vez de um corte
completo, como se explica mais adiante. ·
FIGURA 5.1 Vazios da peça representados por linhas interrompidas.
O tipo de hachura pode ser usado para distinguir diferentes
tipos de materiais constituintes elas peças cortadas. A nonna
NBR 12298 trata da representação de materiais em c01te e dá
exemplos de diferentes hachuras. Note-se que uma hachura
deste tipo pode não determinar precisamente a natureza do
material cortado, ~endo apenas indicativa. A Figura 5.6 _mos-
tra algumas hachuras convencionais. O tipo de hachura pode
ser usado simultaneamente com a cor, embora o uso de cor
em desenho técnico seja desaconselhável. As normas ISO 128-
40 e ISO 128-44 poderão introduzir algumas alterações a este
tipo de figuraçãoYComo visto nos casos anteriores, o plano
secante (ou plan6 de corte) continha um eixo da peça e a
cortava inteiramente. Este tipo de corte toma o nome de cor-
1 te total. Existem ainda mais dois tipos de cortes: os meios
cortes e os cortes parciais. A Figura 5-7 ilustra os três tipos
de cortes possíveis numa mesma peça. Nesta figura, usa-se pro-
positadamente a simbologia de corte para que se possa com-
preender a indicação correta de cada um dos cortes exempli-
FIGURA 5.4 Exemplo de representação redundante de partes ocultas num ficados, embora não fosse necessário fazê-lo, uma vez que os
FIGURA 5.2 Corte da peça da Figura 5.1, evitando a representação de partes ocultas, demasiado confusa. corte. cortes efetuados são extremamente simples.
76 Capítulo Cinco
Cortes e Seções 77

A simbologia do corte consiste em assinalar o plano de corte

---
na vista onde esse mesmo plano se encontra de topo, sendo
definido por uma linha de traço misto com grosso nas extre-
midades e mudanças de direção (linha tipo H na Tabela 3.3).
Metal em geral Ferro fundido Ferro forjado Metal branco Duas flechas, com uma ou mais letras identificadoras maiús-
(cinzento) (azul) (lilás) {lilás-claro) culas, definem o sentido do c01te. Junto à vista cortada, acima
ou abaixo, devem constar as letras identificadoras. Num mes-
mo desenho, a indicação do c01te deve ser uniforme. A indi-
cação e identificação do corte podem ser omitidas nos casos FIGURA 5.9 Corte parcial de uma peça longa.
em que é evidente.
Cobre e ligas Aço inox Pedra artificial Cerâmicas resist. No meio corte da Figura 5.7, efetuado por dois planos con-
{laranja) (lilás) (cinzento) (vermelho)
correntes no eixo da péça, exemplifica-se o uso do traço re- Dois exemplos podem ser observados na Figua-a 5. 7 e na F:i-
forçado na indicação do plano de corte. Na vista à esquerda, gura 5-9, onde um c01te parcial define corripletamente a cavi-
o plano de corte que se vê de topo (o plano horizontal) apa- dade interior. Em ambos os casos, as partes ocultas não sào
representadas, uma vez que esta representação seria redundante.
rece mais uma vez em traço misto fino - os meios cortes são
sempre delimitados por traços do tipo misto fino.
Alumínio, magnésio Madeira Contraplacado Aglomerados madeira
No corte parcial, não é usada qualquer simbologia de indica- 5.3 CORTE POR PLANOS PARALELOS OU
(verde) (laranja) (laranja) (laranja)
ção e identificação de cortes. Nota-se apenas que, na vista onde CONCORRENTES
///,,, ">//// ///
o corte parcial é efetivamente visualizado, o corte é delimita-
/ / // / / // / Quando os detalhes de interesse não estiverem alinhados uns
/ / // </ / / // // / do por uma linha contínua fina ondulada (tipo C na Tabela
/_., com os outros ter-se-á de usar o número de planos - parale-
/ / // // / / / / / 3.3), pertencendo a parte tracejada, em geral, a um plano de
/ // / / // // / / // los ou concorrentes - necessários à completa definição da peça.
simetria da peça.
Cortiça, couro Plásticos, borrachas Concreto Estanho, chumbo
FIGURA 5.6 Hachuras de diferentes Na Figura 5.10, exemplifica-se a representação de uma peça
(sépia) e betuminosos (cinzento) · e zinco Em peças simétricas (Figura 5.8), é preferível fazer um meio
(verde-claro) {verde-claro) materiais - alguns exemplos. com o auxílio de cortes, utilizando-se planos paralelos. Cha-
corte em vez de um corte completo. Nesta peça, o meio corte
ma-se novamente a atenção para o reforço efetuado nos ex-
mostra não só o int'erior como também o exterior, que não
tremos das linhas que representam os planos de corte e nas
fica totalmente claro com um coite completo, sendo o meio
mudanças de plano de corte{Nas peças de revolução que apre-
corte aquele que fornece mais informação.
sentam alguns elementos que um só plano secante não esclare-
CORTE TOTAL O corte parcial deve ser usado em peças onde os detaJhes de ce, podem ser utilizados cortes por dois planos concorrentes
__ __/!,_ interesse a serem mostrados sejam restritos a uma zona da peça. no eixo da peça, conforme se exemplifica na Figura 5.1:D. e

/ 1/r
/ //\,-~-,-,a Meio corte (preferível) Corte total
/

Corte AA

MEIO CORTE
A

@)1
Corte AA

CORTE PARCIAL

1 1
FIGURA 5.7 Possíveis cortes de uma mesma peça. FIGURA 5.8 Corte total e meio corte (preferível) de uma peça.
Cortes é Seções 79
78 Capítulo Cinco

A-A

m- ,
'
1
@)
1

J
r
-E~
A-A
FIGURA 5.14 Caso particular do corte por planos paralelos.

Peças como a da Figura 5.15 podem ser cortadas por planos pre que possível). A hachura numa mesma peça deve ter
Sucessivos que vão acompanhando os elementos distintos da sempre a mesma direção e o mesmo espaçamento) inde-
FIGURA 5.10 Cortes por planos paralelos. peça. Neste casoi não se procede ao rebatimento elo plano de ,,, pendentemente da vista em que ocorrei
corte não paralelo aos planos de projeção. Assim, a largura ela (4:j Sempre que possível, os planos de corte devem passar pelos
' '
vista cm corte será igual à largura da vista adjacente, tornan- eixos de simetria da peça a ser cortada;
A-A do-se evidente da leitura do desenho que não se efetuou ne- (5:i Na representação em corte, não devem ser usadas linhas
nhum rebatimento. de contorno invisível (traços interrompidos\ se não trou-
xerem nada de fundamental à representação da peça;
(6. As superfícies de corte são sempre delimitadas por linhas
5.4 REGRAS GERAIS EM CORTES ele contorno visível (traço contínuo grosso\ por linhas a
Podem ser definidas algumas regras gerais para a representa- traço misto (p. ex. nos meios cortes), ou por linhas de fra-
ção de cortes: tura.

A representação da vista cortada compreende a superfície A Figura :t.16 mostra alguns exemplos de um corte para uma
1
FIGURA 5.12 Corte e rebatimento por planos concorrentes. obtida pelo plano de corte e tudo o que se vê para lá desse peça simples correta e incorretamente representado. Os erros

ED- , _ plano; ,
~ A porção da peça supostamente retirada não pode ser
apresentados na figura são os mais freqüentes na representa-
ção convencional de cortes. Pode-se verifiqff o tipo de erro
cometido através das regras gerais enunciadas no parágrafo
AIA omitida em todas as vistas;
// Q'~;As zonas em que a peça foi cortada são assinaladas por meio anterior. Assim, e da esquerda para a direita) o primeiro corte
dito incorreto apresenta apenas a interseção do plano ele cor-

r
de hachuras (traços oblíquos eqüidistantesi formando com
/

-©-
'
o eixo da peça ou contornos principais, ângulos de 45º i sem- te com a peça, não mostrando tudo o que está para além do

,; 1

i ;,/
/

1
FIGURA 5.11 Corte por dois planos concorrentes e rebatimento. A-A

na Figura 5- 12. O plano (ou os planos) de c01te que não é


(são) paralelo(s) ao plano de projeção é (são}rebatido(s) so-
bre este em conjunto com a parte da peça por ele seccionada.
No caso da Figura 5.13, existe mais de um par de planos con-
correntes, mas o seu rebatimento faz-se do mesmo modo.
J
Por vezes, quando se utilizam cortes por planos paralelos, a
passagem de um plano de corte para outro atravessa uma aresta
da peça, sendo necessário representar essa mudança através
de uma linha de eixo no corte, como mostra a Figura 5.14.
Esta situação é semelhante à representação de meios cortes,
sempre delimitados por uma linha de traço misto fino (plano
FIGURA 5.15 Corte por planos sucessivos sem rebatimento.
de corte visto de topo). FIGURA 5.13 Corte e rebatimento pbr múltiplos planos concorrentes.
80 Capítulo Cinco
Cortes e Seções 81

1
E9---
/
CJ
-$-
Incorreto Incorreto Incorreto
Correio Incorreto Incorreto A-A

FIGURA 5.16 Representação correta e representações incorretas de um corte.


/
------

'
plano de corte (regra 1). O segundo corte mostra linhas invi- te, nervuras 1 não é, em geral, mais esclarecedora. Por isso, quan- 1
síveis, que devem ser evitadas quando não trazem nada de do estas peças forem interceptadas longitudinalmente pelo '
novo à representação (regra 5).
O terceiro corte mostra os contornos interiores em linhas invi-
plano de corte, não devem_ s~r tracej~das. No corte longitudi-
nal de tambores'·e ·volái-iieS, os braços não são representados
1
\
----$--- '
em corte, como se exemplifica na Figura 5.17.
síveis, que o seriam se a peça não tivesse sido cortada - ao ser
efetuado o corte, essas linhas tornam-se visíveis, portanto A Figm:a 5.18 mostra a diferença entre o corte de uma peça
r;y\
~✓'
devem ser representadas em traço contínuo grosso (regra 6). com ne1vuras (à esquerda) e o corte de uma peça s~melhan-
O quarto corte apresenta superfícies tracejadas com inclina- te, maciça (à direita). Torna-se assim mais clara a diferença --------
ções diferentes. Este erro é muito freqüente em desenhos de entre ambas as peças.
CAD 2D (regra 3)! Por fim, o quinto corte incorreto mostra
No caso de cortes por planos concorrentes, é usual rebater FIGURA 5.19 Rebatimento de detalhes não cortados.
espaçamentos diferentes na hachura (regra 3).
alguns detalhes que não são interceptados pelo plano de cor- FIGURA 5.21 Distinção entre aba e nervura.
Chama-se a atenção, por fim, para a colocação da vista corta- te, como mostram a Figura 5.1~ e a Figura 5.20 Note-se que
da no desenho. Em geral, a vista cortada ocupa a posição da as nervuras não estão cortadas, embora sejam it1têtceptada
projeção ortogonal correspondente, mas não é obrigatório que pelo plano de corte e os furos tenham sido rebatidos para CORRETO
assim seja. Se o corte não ocupar o lugar da projeção ortogonal Existem ainda alguns detalhes de peças que, quando em cor-
plano de projeção, apesar de não serem interceptados pel
correspondente, deve, no entanto, ser assinalado com a sim- plano de corte. te, tomam uma forma convencional que não corresponde à
bologia adequada, sendo a vista cortada acompanhada pela sua projeção real, mas que é adotada por simplicidade. Alguns
Considerar um dado elemento de uma peça como uma ne1vura desses detalhes podem ser observados na Figura 5.23, sendo
designação do corte e colocada em qualquer parte da folha
pode não ser um processo totalmente claro, como se mostra mostrada a verdadeira projeção e a projeção convencional sim-
de desenho, podendo ser considerada - apenas por analogia
- uma vista deslocada. plificada, preferível em relação à primeira. Em programas de
INCORRETO CAD 3D, estas simplificações não são feitas,. aparecendo as
projeções reais.
5.5 ELEMENTOS QUE NÃO SÃO
CORTADOS E REPRESENTAÇÕES 5.6 CORTES EM DESENHOS DE
CONVENCIONAIS CONJUNTOS DE PEÇAS
A representação em corte de peças maciças como f~O_s, para- Nos co~tes _çle conjunt9§ de peças, as superfíci_es hachuradas
fusos, raios de roda, porcas, rebites, chavetas, elos de c_c;>rren- que p-értençam a peças diferentes deverão.ter hachuras dífe-
rentes. ___}:'odei:n _ser usª5=.i_;3.J __ diferentes orientações (preferenci-
A-A A-A almente a- 30; 45° oll- 60º) ou e;paç;mentos entre linhas, con-
forme se ilustra na Figura 5.24, de modo que seja perfeita-
mente claro que o corte foi feito através de peças distintas.
- ---
Quando .",e_ trata de um c9njunto__ const_ituído por- peç9-s-del_g9--
das, com9 perfi.s-ffietáliç6s, em vez da hachura_dâs•seções.µ_.s,a-
se o preenchimento total em _preto, sendo as peças co11,tígu,1,s
ligeiramente separadas por um filete branco, como mostrado
na Figura 5. 25_
FIGURA 5.20 Rebatimento de nervuras quando não cortadas. Na Figura 5.26 mostram-se exemplos de elementos em con-
juntos de peças que não devem ser cortados, Nesta figura, um
conjunto de peças foi c01tado, interceptando longitudinalmente
um parafuso, uma porca e uma arruela. Seguindô ~- e<:mven---
na Figura 5.21 e na Figura 5.22.(?m geral, os programas de ção, não devem ser cortardos nem o parafuso ne?1_ª gpfc~,
CAD 3D cortam e tracejam todos os elementos que, convenci- como mostra essa mesma figura. Quanto à arfllela,,_ ·p.o_de ou
onalmente, não são cortados, devendo o usuário ter o cuida- não ser representada em corte. O detalhe do rebit_~:Jem uma
FIGURA 5.17 Representação de uma polia cortada longitudinalmente. FIGURA 5.18 Cortes em peças maciças e peças com nervuras. do de alterar estas representações) explicação idêntica.
C01tes e Seções 83
82 Capítulo Cinco

corte parcial sobre o eixo para mostrar o detalhe do parafuso


rosqueado na sua extremidade. Note-se, porém, que o corte
parcial efetuado não corta o parafuso, sendo este mostrado
por inteiro, assim como a chaveta.

'1'
--•~1 5.7 SEÇÕES
:I•
FIGURA 5.25 Corte num conjunto de peças delgadas. As seções são objetivamente semelhantes aos cortes ,e, como
~stes, são utilizadas para trazer uma maior clareza ao dese-
nho. Conceitualmente, uma seção é uma superfície resultante
CORRETO CORRETO
1
da interseção de um plano secante com um corpo (a peça a
representar). São, em geral,_!:)._,s_a_d_a_s para_4~f.iniJ:o.perfiL.exter-
no de partes _das p~ç_as como n~r_Vura_s,_ br;élç_os _ci_e __ pg_l_i~_,s ___~
volantes, perfis metáliCos, peças priSmáticas, peças_ cl,e.-perfil
variável, etc. Distinguem-:se.rnpi_clam~.Q.t~-- d.9s cçi:!1~§ por .[çpre-
sentarem somente a inter.s~ção do JJfo_no sec_a~t~ _(de,_crnte} c-;m
a peça, não englobando ~quilo que se encontra além desse
plano.
FIGURA 5.22 Nervuras duvidosas em corte.
As seções são normalmente transversais, perpendiculares ao
eixo principal da peça, sempre tracejadas e nunca cor::i-têm tra-
PREFERÍVEL
Corte verdadeiro INCORRETO INCORRETO ços inte1:ro1!1pidos. Na Figura 5.28 ilustram-se algumas fof-
, mas de realizar seções num eixo com escalonamentos, con-
tendo rasgos. Note-se nesta mesma figura que, nos casos em
que a seção é representada fora dos limites da peça, seus con-
1
1 tornos são a traço contJ:rmo_grosso, enquanto que nos casos
'
'
-t-- -t---
1
em que a seção é rebatida dentro da própria peça, seus con-
tornos devem ser representados com traço contí_QllO fino_._
1
Na Figura 5. 29 explica-se a obtenção de uma seção rebatida
sobre a prÓpria peça. Como se pode observar nessa figura, a
1
1 seção (interseção do plano secante com a peça) é rodada até
coincidir com o plano de projeção, através de um eixo de si-
FIGURA 5.26 Corte atingindo parafusos, porcas, arruelas e rebites. metria da própria seção, que é também representado.
PREFERIVEL
Corte verdadeiro
Em peças de perfil continuamente variável, é comum fazer
seções rebatidas sucessivamente ao longo do perfil, como na
Um outro caso prende-se com o corte longitudinal de um eixo,
Figura 5.30. Nesta figura, cada seção é tirada no ponto onde
como o mostrado na Figura 5. 27.
a linha de traço misto c01ta a peça e é puxada sobre essa mes-
Aqui, como o eixo não deve ser c01tado por ser interceptado ma linha para fora da peça, sendo então rebatida. Este proce-

-+--
1

EB- longitudinalmente pelo plano de corte, é necessário fazer um dimento é muito usado na definição de perfis alares: asas de

FIGURA 5.23 Representações convencionais em corte.

FIGURA 5.27 Corte longitudinal de um eixo com parafuso e chaveta.


FIGURA 5.24 Hachura de conjuntos de peças.
Cortes e Seções 85
84 Capítulo Cinco

~- ~-~
B
A
Corte A-A __,____

~
' 1 +

-r-
- - :-L-.:r ----+--h-+-

-~
A

- - - ~ - ~ I-
i' e

JJl -~-
'
i
1

i .:
:
-,----

~ ~ L.
1 Seção A-A
' 1

A-A ,

J[1i4 J i L 1
1
B-B C-C

~~
' 1 '

~-- I---~ -+-


' 1

, 1 '
ftGURA 5.31 Seçao
- e corte d e uma p
secante
~ , enquanto
eça. •-
1 ~
_'. !
~t-
esta além d que o corte
porções da ;e~~a:~ de corte, di ~º:e:~s-~ar tudo aquilo ue
representa ap e nas uma
c1onadas,
. . não restando
, çao
dúde união às cuas
lq
umca peça. v1.d as que o cmte

L =-~- ---@J - de' um ei xo.


representações possíveis de se çoes
;.8 EXEMPLOS DE
DISCUSÃO

Em seguida, sao
~ m
cortes e seções
.
APUCAÇÃO E DE

~stados alguns ex
das (Figura 5_3; ~:~:ntes peças m::1~~s de aplicação de
gura 5.35). O leitor ?1enos complica-
e convidado a re-
FIGURA 5.33 Se çÕes de uma h'I'
e ice.

-,
'
.~
FIGURA 5.30 S eçoes
_ sucess1vas
, rebafd
1 as fora da peça.

Na Figura 5, 31 pode-se v if'


e u ma se{'ão
'5' d e uma m er icar a d1f erenç
no secante. Note-se esma peça, efetuados a entre um corte
to no corte se p d ' pela observação d· f pelo mesmo pia-
- rebatida d 8 uma biela.
FIGURA 5 .29 8 eçao d o p Iano de cortoems er vistos
· todos a1gura
d ' que, enquan-
do plano secant:• na seção o tesultado
No caso , com a peça.
º:
etalhes para além
e apenas a interseção

~
avião i pas
~ de turbi ~ . específico da
for
c evidente a ongem
. nas de hehces
- (Figura gJ• 33) Q se
da evitar o uso d e umapeça •representad Figur
orno na Figura 5. 2 8. seçao, esta tem d e ser. tdentif•
. uando icanão
d a,
d e duas peças dist' se çao, porque aa na
mtas serem inte
seçã d'a 5.31, deve-
o a a idéia erra-
rceptadas pelo plano FIGURA 5 .3 2 Vistas
. auxiliares com cortes. FIGURA 5.34 D OIS
. tipos
, de corte numa mesma peça.
C011es e Seções 87
86 Capítulo Cinco

contrada essa forma, eleve executá-la cm papel, ponderando


os prós e os contras das diferentes representações.

5.9 APLICAÇÕES EM CAD


A execução de cortes em CAD bidimensional tem as vanta-
:i 1 1

1
gens que já se conhecem em relação ao desenho em pranche-
ta. Porém, em CAD tridimensional, as vantagens são ainda
A-A
maiores. A peça representada no capítulo anterior, no item
tt- "Aplicações em CAD", poderia ficar muito mais explícita com
a inclusão de um corte no alçado principal. Para tal, basta
definir o plano de corte, que pode ser qualquer cios planos de

:±::1
corte mencionados ao longo deste capítulo, e escolher o po-
sicionamento da representação do corte no local adequado
ela folha de papel (Figura 5. 36). Mais uma vez, a execução
A
1 ele um corte numa peça tridimensional é uma operação ime-
1

diata e automática, permitindo as alterações consideradas ne-


1 cessárias.
A representação de convenções é muito difícil, senão virtual-
mente impossível, em modo automático de representação ele A
vistas. A peça da Figura 5.36 contém um pequeno detalhe
que não seria representado assim, caso a vista não tivesse sido
obtida de modo automático. Convida-se o leitor a encontrar

*
este detalhe. De fato, as representações convencionais foram
criadas para diminuir o tempo necessário à elaboração de um
FIGURA 5.35 Meias vistas em corte. desenho, sem perda de informação, representando detalhes
complicados de maneira simplificada. No caso ele obtenção
fletir sobre estas representações e tentar compreender cada de- automática de vistas a partir do modelo tridimensional, dei-
talhe das peças e dos cortes 1 procurando, ao mesmo tempo, xou de fazer sentido a representação convencional de deta-
encontrar uma fonna diferente de representar as peças. En- lhes complicados, uma vez que o computador os processa de
A-A

Corte C-C I Vista A


FIGURA 5.37 Erros freqüentes nas vistas em corte a partir de programas CAD 3D.

modo extremamente rápido, não havendo o problema do tem- exemplos destas situações\ *MERGEFORMAT. Convida-se o lei-
po de elaboração do desenho. tor a apreciar os erros e a confrontar com a representação
correta apresentada neste capítulo.
Um aspecto importante, é o fato de os programas de CAD 3D
nem sempre representarem os crntes seguindo todas as regras Note-se que é possível, em quase todos os casos, alterar as
anteriormente referidas. Na Figura 5,37 são apresentados projeções em corte de forma a eliminar estes erros.

,REVISÃO DE CONHECIMENTOS

'
',_ )L Por que se usam cortes em vez da representação com li- 3. Como se indica um corte numa vista não cortada?
r---- - ~---
' -·----1'
--,' nhas invisíveis? 4. Porque ê que se omitem as linhas de arestas invisíveis em
,--
'

Vista B b ' Que tipos de coites você conhece? Descreva-os pormeno-


rizadamente e diga como se escolhe o tipo de corte mais
vistas cortadas?
5. Por que é que se rebatem detalhes como furos ou nervuras
FIGURA 5.36 Peça tridimensional do capítulo anterior, com a adição de um corte automático. adequado em cada situação. em cortes de peças de revolução?
!l!l Capttulo Cinco
Co,tes e Serões 89

6. Porque é que não se cortam nervuras? 8. Quantos tipos de seções são conhecidos?
7. Quando é que se usam seções em vez de cortes? 9. Quais as aplicações mais importantes das seções?

CONSULTAS RECOMENDADAS
@ Bertoline, G.R., Wiebe, E.N., Miller, C.L. e gens, desde desenhos de arquitetura até às estações espa-
Nasman, L.O., Technical Graphics Commu- ciais, passando pelo corpo humano:
nication. Irwin Graphics Series, 1995. www.dryair.com/dahp6b.jpg
~ French, T.E., Vierck, C.J. e Foster, R.J., www.hebel.com/ cutaway .htm
Bngineering Drawing and Graphíc Tech- shuttle.nasa.gov/ sts-71/ pob/sts 71/slrnir/cu taway.html
nology. McGraw-Hill, 14' Ed., 1993. ucarwww.ucar.edu/staffnotes/12.94/vizman-vid.mpg
• Giesecke, F.E., Mitchell, A., Spencer, H.C., Hill, I.L., Dygdon, www.cadsyst.com
J.T., Novak, J.E. e Lockhart, S., Modern Graphícs Commu- e NP 167:1966 Desenho Técnico: Figuração de e
nication. Frentice Hall, 1998. materiais em corte.
• Morais, J.S., Desenho de Construções Mecânicas 3 - Dese- e NP 328:1964 Desenho Técnico: Cortes e
nho Técnico Básico. Porto Editora, 16ª Ed., 1990. seções.
• Simrnons, C. e Maguire, D., Manual o/Bngíneering Drawing. • ISO 128'1982 Technical drawings -
Edward Arnold, 1995. General principies of presentation.
e Nos endereços eletrônicos seguintes po- ® NBR 12298 Representação de área de c01te por meio de
dem ser encontrados numerosos exemplos hachuras em desenho técnico
de peças cortadas das mais variadas ori-

PAIAVRAS-CHAVE

corte parcial corte total E


corte de parafusos figuração de materiais em corte
corte de perfis metálicos meio corte
corte de porcas plano de corte
corte de rebites rebatimento de seção
corte de eixos representações convencionais
corte por planos concorrentes seção
corte por planos paralelos hachura
corte por planos sucessivos

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
P5.1 - Utilizando cortes, represente convenientemente as pe- que - corte, dec a sobre o corte a utilizar e represente-o cor- G
ças da Figura 5.38. Nas peças onde já esteja representado um retamente. Cons·dere que as peças são simétricas sempre que
corte 1 represente-o corretamente. Onde não for sugerido qual- existirem <letal es escondidos.

FIGURA 5.38 Exercícios de representação de peças com o auxílio de cortes (continuação).


FIGURA 5.38 Exercícios de representação de peças com o auxílio de cortes (continua).
Cortes e Seções 91
90 Capítulo Cinco

i
:_~_\
H

L1 ----i--'---'----''
/ 1
cb
'
F

FIGURA 5.38 Exercícios de representação de peças com o auxílio de cortes (continuação).


-,

P5.2 - Represente as projeções ortogonais das peças da Figu-


ra 5-39 utilizando os cortes que considere necessários para a
eliminação de partes ocultas. G

,___ --------',-------

~-
1

•-·· --- ----··· -!---- --


·t·
- :
- i,,
______..,,,,,, 1 ' B
, A
1
' r_,._
\J,r\
\ ' __,'
1-_, __ il
'..1
i
1

\
i
r:
fJ ____ L1 l----!--1- 1 1 1 7.--t--cJ
1
1 1
1 : l , : i1 ,1 1
1 1 ! 1 ! 1 1 1 : : !
L---L+--~-~-L-----~--~--~-~
1
'
rl_ _ _ _ l., '
1 1 : 1
1 1 1

1 1
'' ''
,, '
,:

I ·:
1

/ \

--~-
/

e D
L
FIGURA 5.39 Representação de péças em corte partindo das projeções (continuação).
FIGURA 5.39 Representação de peças em corte partindo das projeções (continua).
Caries e Seções 93
92 Capítulo Cinco

p5,3 - Para as peças da Figura 5-40 e da Figura 5, 41, dese-


nhe a vista principal e modifique a vista lateral e a planta 1 re-
ri
1 1 presentando os cortes indicados.
1 1
1 1
1 1

M N
1
:'
1

$- 1-~--t---=-=- 1
ffi
1
-------t------


/
, "-
'
- '--

1
-.
--
1

, 1
1
1

'
'
\ ' 1-1'-
~/ FIGURA 5.40 Exercício de cortes.

1 1
)---r'----\_
1

1 1 1

1 1 1 1 1
(--- ---'t f--,-1-,.J L------J
1
L- - -- ---'-'--~
l--_j ___) 1
1
1
1
,t,
1 '
1
1
1
1 1 ' 1
11 '-+7
: 1 : :
1
11
1 V V
';---\---(
1 , 1
j
r--,+,-7
1 1 I :L-,-l-r7
1 l
o
1

i : ll i 1

. ~+J L-7 ❖:
: 1 : 1

-~ 1.;-t7 1

· - --1-- V 1 . V 1 + 1
1 1 1
1 1
1 1

1--º- t-A
I 1

~
i
i
1 e 1 A
f--"- 1---
FIGURA 5.41 Exercício de cortes.

FIGURA 5.39 Representação de peças em corte partindo das projeções (continuação).


94 Capítulo Cinco

P5.4 _ Desenhe as peças da Figura 5.42 com os cortes e nú-


mero de vistas necessários e suficientes à sua completa repre-
sentação.

PERSPECTIVAS

OBJETIVOS
Após estudar este capítulo, o leitor deverá estar apto a:
0 Descrever as diferenças, vantagens e desvantagens existentes entre a
representação em vistas múltiplas, projeções oblíquas, perspectiva e projeções
centrais;
1111 Representar planos inclinados e círculos em perspectivas isométricas;
• Desenhar rigorosamente a perspectiva ou projeção oblíqua de qualquer objeto;
• Desenhar a perspectiva de um objeto partindo da sua representação e1n vistas
múltiplas;
• Esboçar à mão livre a perspectiva de um objeto.

FIGURA 5.42 Escolha de planos de corte em peças complexas.


Capítulo Seis Perspectivas 97

6.1 INTRODUÇÃO oblíquas, e faz-se referência às projeções centrais. Note-se que


PROJEÇÕES GEOMÉTRICAS PLANAS
é habitual designar todos estes tipos de projeções como pers-
A perspectiva é U1T1a representaçã_o gráfica de extrema utilida- pectivas.
de 1Jara·unia visão es_lJacial de qualquer objeto. É f}a;.ticula~- PROJEÇÕES PROJEÇÕES
A Figura 6.1 mostra claramente as diferenças entre os diver- PARALELAS CENTRAIS
mente usada em folhetos de divulgàÇio de produtos e em
sos tipos de projeção. Além do ângulo de incidência das li-
publicidade. Atualmente, atendendo à facilidade da sua ob-
nhas de projeção, também é importante a orientação do obje- 1 PONTO 2 PONTOS 3 PONTOS
tenção, usando sistemas de CAD 3D, a perspectiva deve acom-
to a ser projetado em relação ao plano de projeção. SeJVe como
panhar os desenhos em vistas múltiplas, pois sua inclusão fa-
resumo da explicação completa apresentada no Capítulo 4.
cilita a compreensão da peça.
Em desenho técnico, por vezes pretende-se que a represen-
tação gráfica forneça uma imagem tanto quanto possível idên-
6.2 PROJEÇÃO PARALELA OU CILÍNDRICA
tica à que é obtida pelo observador na realidade. Quando tal (PERSPECTIVA RÁPIDA)
sucede) escolhe-se um ponto de vista para observação e uti-
Posições do objeto em relação ao plano de_ projeção_ s!!f~!-~!1-
liza-se a perspectiva mais conveniente. Contudo, as perspec-
tes das posições que conduzem às projeções ortogonais mú1-
tiv_as quase nunca permitem uma boa representaçâo de to-
tiplas (vistas), isto é, com ângulos entre os eixos dos referendais
dos os detalhes de uma peça. Por este motivo, não sãa:_.usa-
associados ao objeto e ao plano de projeção diferentes q.·~--b,s,, VISTAS
das erri _desenhos de definição ou de. ___fabricação. R?r si s_Q,
.90º ou 180°) conduzem a outros tipos de projeção paraleÍ~. MÚLTIPLAS
mas acompanham os desenhos de montagem) para maior
Conforme a direção das projetantes, será assim ortogonal OU
clareza.
Algumas vezes, para facilidade de leitura do_5].esenho_, utiliza-
oblíqua e simulará em duas dimensões a percepção esp;C{~l
dada pela visão.
2JB
se a perspectiva, qllé collsisfe em representar a- peça dando
Esta representação, por resultar de projetantes paralelas, cor-
CD
idéia imediata do seu volume. De fato) quer se trate de uma
responde) como se referiu, a uma situação irreal (observador
projeção central ou paralela, oblíqua ou ortogonal, este tipo
a uma distância infinita do plano de projeção) mas inequívo-
de representação tem uma forma parecida com a da sua foto- FIGURA 6.2 Identificação e localização das projeções paralelas.
ca do ponto ele vista técnico.
grafia, mais ou menos distorcida, conforme o tipo de projeção
(Figura 6.1). A definição de todos estes termos associados às Est~s mod_os de__ repr~sen_ta_çJo qlie permitem u_I)l,;i, __ visv_a)iza-
dos respectivamente ao objeto e ao plano de projeção de 0°)
projeções foi já apresentada no Capítulo 4 e está identificada çã9 _g_iobal_dos o_bjetos, e a que corr~s_pond~ ;p~na_s uma pro- 6.2.1 Obliqua (Cavaleira, Gabinete e
jeção e, conseqüentemente, um único plano ele prqj~ç~.o.,_ são aparece sempre em verdadeira grandeza) qualquer que seja a
em destaque na Figura 6.2. Militar)
Comumenle dt'signaelos ele perspectivas tápidã.S-. direção das projetantes.
A perspectiva de uma peça é) portanto) um deseriho ~imp_les
Na projeção oblíqua (projeção cilíndrica de projetantes oblí- Na realidade, a perspectiva assim obtida resulta das projeções
de interpretar, embora nem sempre de fácil_realização. Neste Esta designação deve-se à relativa facilidade e "rapidez" com
quas ao plano de projeção), a face do objeto paralela ao pla- de três eixos, de forma a apresentarem dois ângulos de 135º e
capítulo, abÜrdam-se as perspectivas correntes em desenho que se obtêm) face à morosidade da perspectiva rigorosa (pro-
no de projeção (ângulos entre os eixos dos referenciais associa- um ângulo de 90º, em que (Figura 6.3) as alturas e larguras
técnico com algum detalhe, bem corno as projeções paralelas jeção central).

A
Projetantes paralelas entre si Projetantes paralelas entre si
e perpendiculares ao plano e perpendiculares ao plano
de projeção de projeção
e

A
Altura
a) Vistas múltiplas b) Projeção paralela ortogorial

Projetantes paralelas entre Projetantes concorrentes


si e oblíquas ao plano no ponto de vista
de projeção

B
A
Largura

c:'.r7c
e

Profundidade

c) Projeção paralela oblíqua d) Projeção central A - eixo das alturas; B - eixo das larguras; C - eixo elas profundidades

FIGURA 6.1 Quatro tipos de projeção. FIGURA?_~. Obtenção da perspectiva de gabinete.


Perspectivas 99
98 Capítulo Seis

e
são marcadas em verdadeira grandeza, sendo as profundida-
A
des afetadas de um coeficiente de redução r = 0,5: perspecti-
va de gabinete, e r = 1)0: perspectiva cavaleira.
Verifica-se que o prolongamento do eixo C coincide com o 120º 120º
traçado da bissetriz do ângulo formado pelos outros dois e de-
termina uma linha de 45º. A esta inclinação corresponde o
designado ângulo de fuga, que pode assumir valores de 45º,
30º e 60º. Quanto ao coeficiente de redução r pode assumir
valores dec 1, 0,75, 0,6, 0,5 ou 0,4. A relação ângulo de fuga
B 120º A
45º vs. coeficiente de redução 0,5 é a mais freqüente,. ;ó senEo
. substituída quando se pretende criar a_l~~- ~.f<:.~~9--~-~pecial.
A utilização de outras relações fica reservada para situações e B
de apresentação de casos particulares de alguma das faces
relativamente às outras.

FIGURA 6.4 Posição possível do objeto para obtenção de perspectiva


6.2.2 Ortogonal: Axonométrka trimétrica.
(Trimétrica, Isométrica e Dimétdca)
Conforme referido, os diferentes tipos do projeção ortogonal Os eixos com que esta perspectiva se apresenta formam entre
axonométrica resultam, para um feixe de projetantes paralelo si ângulos de valor variável conforme a projeção. Considera-
(observador a uma distância infinita do plano de projeção), se, no entanto, uma aresta em verdadeira grandeza correspon-
das infinitas posições possíveis do objeto, isto é, dos diferen- dendo a uma das direções dos eixos (Figura 6.5).
tes ângulos possíveis de estabelecer entre os eixos dos
referenciais associados, respectivamente ao objeto e ao plano Somente ;is alturas são representadas em verdadeira--grande-
de projeção. _Zâ, seI'ldo àS--outras dimensões sujeitas a coeficientes de redu-
ção. Os conjuntos mais comuns para os ângulos a. e 13 e coe-
São de considerar as situações já caracterizadas e às quais cor-
ficientes de redução segundo A, B e C estão representados na FIGURA 6.6 Obtenção de perspectiva isométrica.
respondem as perspectivas (projeção paralela ortogonal axo-
nométrica) trimétrica, isométrica e dimétrica.
Figura 6.5.
Este tipo de perspectiva implica uma execução ainda algo Isométrica
. /'-
'.!'ri@étrica morosa, dada a exis_tência de três Çtri)_ __es__ça_las__ (m~tricas.)_çlife-
rentes) ra~ão,pel;_g~:l~ _o":seu-~;o nã~ é m~ito -~~Wl!fl!1. pr~"f~- pentre as projeções axonométricas, a,.isqJnét~_Lc_a, -~ª- J;I1ais,
Esta perspectiva resulta elo_ fato de o obje_to ter todas as fa- l!tilizad_~,. principalmente porque n;io carece de __ CQ.t:Jicient_es
ces contidas em planos oblíquos ao plano de projeção (Fi- rindo-se dar p;fmaZia às dimétrica e isométrica) que se consti-
tuem em casos particulares da trimétrica.
9.~ red.Úção (r = 1) e os ângulos de fü"ga SãÔ ~mbos de 30º,
gura 6.4). permitindo assim obter perspectivas "verdadeiramente rápidas"
(Figura 6.6).
A tlq entanto, é a que ~presenta visuahµente maior distorção em
r~lação ao modelo real, e 3;ssim, caSo se pretenda uma pers-
pectiva· mais próxima do modo como se "vê" o objeto real,
deve-se optar por uma representação em dimetria.
B
No caso particular da isometria do cubo, visto que uma das suas
Isométrica real Isométrica simplificada
díagonais é perpendicular ao plano de projeção, a sobreposi-
ção das arestas visíveis e invisíveis detennina um ponto "ao FIGURA 6.7 Perspectivas isométricas real e simplificada.
·centro" da figura obtida, que não é mais do que a coincidência
dos extremos de um segmento de topo (a diagonal do cubo).
~ob o título de persp_e~tiva isométrica existem ainda a pers- _de eixos isométricos. Todas as direções não-isométricas, isto
pectiva isométrica simplificada e a perspectiva -iSoméÜlc:l féal é, todas as direções não-paralelas aos eixos isométricos, têm
e (ver Figura 6. 7). -!1 perspectiva isométrica real possui um fá- representações com comprimentos deformados em relação ao
>\Qr de escala de 0,8 em relaç?-o à dimensão real da peça a re- real. Por isso mesmo, as medições na perspectiva isométrica
B :·-2!!:~ntar, _uma vez que a representação isométrica equivale a fazer só podem ser realizadas nas direções isométricas. A Figura
A
· ·, ··· Utna ·inclinação do objeto em relação ao plano de projeção. 6.8 mostra o modo como podem ser localizados detalhes e me-:-
Ângulo a Ângulo í3 Eixo A Eixo B ElxoC AJ.~~rs_pe<:tiva_ is()mé~~!~_él__sif?p_~lfic:~da repr_~_s_enta os objetos_ elTI._ didas distâncias em perspectiva. Note-se que estas
5º 10' 17°50' 1 0,9 0,5 _}/}< ~ª9la real, dando, por isso, a ipã!fci_~I~__ cf~_g~~--º--2.JiJ~!Q. ~!ii são feitas segundo as direções isométricas, porque só
..-·;<RÊr.spectiva _é_Jigeiramente__ maiç:>r que -~ua _repr~se11.taçã:9 e~ representadas em verdadeira grandeza.
9° 50' 24º 30' 1 0,9 0,6
:..- .- _vt~Jas múltiplas:··A:perspectiva isométrica shnplific;da-é; mai;
14" 30' 26º 40' 1 0,9 0,7
,_:. __. -~;;i..da, pois é m;:iis si.tneles de executar. ... Dim,étric~
.- : ~ p_roj~ç_õ~-~ 9a§_trê~ar~~tas_ d~01bo :Q"l}-j_~_ a_fastadas do_ plélno
11º 50' 16º 1 0,9 0,7
-~este tipo de persp_~.ctiva, utm~~px:~ d,9·
FIGURA 6.5 Obtenção da perspectiva trimétrica. . <Yertical e que__fa:z;_e_fll en_tre -?_i_ll~-ªr:igul9__de 120°._s_ão chaffi~dãs duçãq_: ,r = 1) pcn:t~!l:!9..c!J,n,len:;,P~s em
---------~,,

Perspectivas 101
100 Capítulo Seis
dete~mina o desenho interativo, segundo os eixos de axono- t:rativo em sistema CAD como à mão livre, os procedimentos
Assim, para o traçado de perspectivas cavaleiras, pod~-:-_se r_e-
metna. sao do mesmo tipo, para o que existem basicãmente düi.S méto-
correr a réguas em T e esquadros de 45º, dado que o seu ân-
dos: 9 __ da envolvente (paralelepípedo circunscrito) e o das
gulo de fuga se estabelece normalmente com este valor. Para o traçado das perspectivas isométricas além do uso d
coordenadas.
As perspectivas dimétricas podem ser executadas usando 11m régua T utilizam-se esquadros de 30º, gab~ritos i~ométricot
?u p~p~l-base para o desenho de isometrias (papel reticulad~ ~ primeiro consiste em determinar 1 segundo as três dimen-
_papel próprio, onde estão impressas linhas em forma ele.lua~
isometnco - Flgum 6.10b). soes, e construir o sólido perspectivado (sólido envolvente)
lha de módulo quadrangular formando com a horizontal ân-
com detalhes elo objeto (Figura 6.11 e Figura 6.12).
gulos iguais ao das direções dimétricas (papel reticulado As próximas decisões a serem tomadas consistem na lh
d·~ d escoa O segundo mé~odo consiste em se considerar um dos planos
dimétrico - Figura 6.10a). Ainda no âmbito da execução à a P?s1çao se~un o a qual se representará o objeto em pers-
mão livre, e na ausência de papel reticulado, podem ser esta- _pectiv_a ~ e ~o tipo de perspectiva a usar para que se apresen- que contenha sunultaneamente uma das faces do objeto e duas
belecidas relações trigonométricas, em geral baseadas na tan- das
. direções axonome~ tncas
· e construir toda a perspectiva uti-
tem v1s1ve1s o maior número de detalhes possível.
gente (relação Y/X) do ângulo respectivo. lizando este plano como referência para marcação dos vérti-
Finalmente, um outro aspecto a considerar consiste no m d ces da peça definidos por coordenadas em relação ao plano
< Na utilização de sistemas CAD em geral, é disponibilizada uma debt , . perspectiva em si. Tanto no desenhooo
o er a propna in- de referência considerado.
função que estabelece eixos de movimentação do ctÍrsor ~ue

FIGURA 6.8 Medições em perspectiva.


/ / / / //
1,
/ / 1/ / /
~ixos das alturas e larguras, e __r, = 0,~1,,porta_ntp ,reQução _de b
/ / /
I/ I/ j / /
,/ ./ / /
r; 1/

,metade para a dim.ensão ela profundidade (Figura 6.9), / // / / /


,/ / / T7/
/
O eixo B (das larguras) não sofre redução e apresenta um / / / /
/
/// //
ângulo de pequeno valor com a horizontal, admitindo-se, no /1/ /17 /
entanto, o coeficiente de redução r = 1. Na Figura 6.9 apre- / / " ,,, I/ / /
/,/ 'i/ / /

senta-se uma tabela com ângulos de fuga e coeficientes de re- ,:; /

/
"/i/ / '/
dução utilizados. / / / / /, / / /
/ / / / / J -; /
1/ / /1/ 1/ /
,,, 1/
6.2.3 Desenho de Perspectivas Rápidas " />/
a) /1/
"
Para a obtenção das perspectivas descritas, é fundamental
FIGURA 6.10 Papel reticulado (escala em que é comumente comercializa-
a utilização de material de· desenho adequado para perspec-
do): a) Dimétrico; b) Isométrico.
tivas.

A
A FIGURA 6.11 Seqüência para a obtenção da representação em perspectiva de uma peça.

97"

B
e
A
e

Ângulo 1:1 Eixo A Eixo B Eixo e


Ângulo a

42" 1 1 0,5
7"

39º 49' 1 1 0,6


10º 22'

37º 55' 1 1 0,7


14º 10'

35º40' 1 1 0,7
18º 40'

FIGURA 6.12 Fases de construção de urna perspectiva.


FIGURA 6.9 Obtenção de perspectiva dimétrica.
Perspectivas 103
102 Capítulo Seis

FIGURA Ep5 Representação_,:le um plano oblíquo.

uJ

>-

f1GURA_6.t3_Çonstrução de perspectivas.

6.2.4 Construção de Peças em Perspectiva


Isométrica
A construção de uma peça em perspectiva isométrica, partin-
do da sua representação em vistas múltiplas, é relativamente
A
simÍJles. Basta desenhar o paralelepípe_cig t=°:~?lv~nte ~--9-~P°-is
as distâncias relativas entre os diversos detalhes existentes,
medindo sempre estas distâricias ao ·tango élas ctúeç):>es
isométricas. A Figura 6.13 mostra os passos a realizar na cons- z
trução de uma peça em perspectiva, partindo da sua repre-
sentação em vistas múltiplas.
O caso da Figura 6.13 é bastante simples, uma vez que não
existem planos inclinados nem planos oblíquos em relação aos
planos de projeção. No caso de existir um plano inclinado, mais
uma vez, as medições devem ser feitas ao longo das linhas
isométricas. Deve-se traçar primeiro a interseção do plano in-
clinado com os planos do paralelepípedo envolvente da peça,
só depois fazendo a interseção do plano inclinado com a peça
propriamente dita, como mostra a Figura 6.14. A representa-
ção de um plano oblíquo é mais complexa, mas o princípio é o
mesmo: achar primeiro a interseção do plano oblíquo com o
paralelepípedo envolvente e só depois com a peça propriamente
dita. Ressalte-se que duas linhas paralelas num determinado
plano serão paralelas sempre, qualquer que seja a orientação
desse plano, sendo a construção facilitada, como na Figura ~-;15.'. _ _

6.2.5 Marcação de Ângulos


Os ângulos nã_o_p9dem ser marcados ern,__ pe~spec_tiva porque
não s;:í.Q representados em verdadeira grandeza nos planos
isométr_ic.9s. Devem ser, por isso, transformados em, medidas
de catet~s; -d~do_ qu_e estas podem ser tratadas e~ ~erdadeira
grandeza ao longo das linhas isométricas (Figura 6.16). Note- FIGURA 6.16 Marcação e construção de um ângulo em perspectiva.
se qµ_e esta constfuç_ão é em tudo semelhante à construção de FIGURA 6.14 Representação de um plano inclinado.
um planQ_ i[l_dtJ1ad9,_ 11l-9.str~9:a na Figufa·6~14-~ ·----------- ---
104 Capítulo Seis
Perspectivas 105
e
D
D e
e

D B

~
A B
B A

FIGURA 6.17 Desenho de circunferências nos três planos isométricos.

6.3 DESENHO DE CIRCUNFERÊNCIAS Na perspectiva dimétrica, e não obstante a consideração de


/
NUMA PERSPECTIVA QUALQUER um coeficiente de redução significativo, existem construções /'
_,/
geométricas que permitem a representação com bastante ri-
Note-se que as representações em perspectiva apresentadas gor, merecendo consideração duas situações: FIGURA 6.19 Construção de elipses em planos isométricos.
revelam-se eficazes para a representação de objetos de ares-
tas retilíneas. a) Circunferência em faces definidas por direções com igual
coeficiente de redução (Figura 6.20a). Esta construção é
A seguir, serão abordadas situações de representação à mão executada com base no traçado da oval. Considera-se o
livre que incluam linhas curvas, em paiticular arcos de circun- quadrado perspectivado que circunscreve a circunferência,
ferência. e pelos pontos médios levantam-se perpendiculares cujos
As circunferências em vistas múltiplas transformam-se em portos de crnzamento das diagonais definem os quatro cen-
elipses em perspectiva isométrica. No entanto, usando uma
técnica de aproxi~ar a representação da elipse~or quatro arcos
tros da oval.
b) Circunferência em faces definidas por direções com coefi-
·- ·-
de circunferência 1Jsua construção não é muito difícil. Para a ciente de redução diferente (Figura 6.20b). Nesta constru-
compreensão da construção de circunferências em perspecti- ção determinam-se os dois eixos da elipse, inscrita num
va, a Figura 6.17 é esclarecedora. Note-se, nesta figura, que quadrado perspectivado, e nas direções desses eixos faz- a) b)
uma circunferência, em qualquer dos planos isométricos, é se centro para traçar os quatro arcos que formam a elipse
composta por quatro arcos de circunferência, cada um deles cujos raios terão que ser determinados previamente: pro-
com centro facilmente localizável. A Figura 6.1,8 mostra a cons- longando o eixo menor da elipse e fazendo centro no pon- FIGURA 6.20 Traçado de circunferência em dimetria.
trução de várias elipses numa peça em U. A seqüência de to médio Ml, como mostra a figura, traça-se um raio R, cuja
construção pode ser enumerada na seguinte forma: relação com o diâmetro da circunferência inscrita é de A =
1,228 D (relação calculada para o caso mais comum de
1. Constrói-se a perspectiva isométrica dos retângulos
dimetria) e que irá determinar o ponto Cl, ou seja, o pri-
(losangos) que envolvem as figuras que compõem a base.
De igual modo, representam-se os losangos que envol- meiro centro. Deve-se proceder da mesma para determi-
vem as elipses na perspectiva. nar o centro C2, com base no ponto M2 e no raio R =
2. Através dos losangos, traçam-se os arcos de concordân- 0,086D.
cia necessários, seguindo o procedimento da Figura6.17. Na perspectiva cavaleira existe uma face que se encontra na
3. Dada a espessura da peça, estes centros e os arcos· são sua totalidade em verdadeira grandeza. A representação de
transferidos, ao longo da linha isométrica vertical 1 para arcos de circunferência neste plano é imediata; nas restantes
a face paralela inferior. situações em faces onde se aplicam coeficientes de redução,
1

4. Desenhar a tangente vertical ao arco de circunferência. estes mesmos arcos tomam configurações elípticas cujo rigor FIGURA 6.21 Construção de elipses em qualquer plano oblíquo.
de representação é apenas aproximado, convindo evitar sem-
pre que possível.
Na perspectiva trimétrica, e perante os coeficientes de redu- LINHAS INVISÍVEIS, LINHAS DE EIXO ser cl~ramente visualizados. O tracejado deve ser feito de tal
ção considerados, torna-se desaconselhável a representação E CORTES EM PERSPECTIVAS maneira que a inclinação dos traços seja a oposta em faces
de objetos contendo linhas cmvas. .E . perpendiculares da peça, no caso dos meios corte's. A Figu-
:V m geral, flão -~~ __r~_p!~S_f:I]_t;u::n l~aj:i_as inyisíveis_ em. perspecti-
A construção de uma circunferência num plano oblíquo, em ra ~}~ __mostra esta particularida~e: note-se a inclinação dos
l~!~_,-exc5to q~ando_)_ão i=str)taroente n<:ses~árü_1s,, para a com-
geral, é morosa, mas existe um fato que pode ajudar bastante_ ·_ ~~~sao da pe_~a repr:e.Se[_ltad;i. - tracejados de cada lado do corte. O tracejado é feito de tal
modo que , ao se "fechar" ,a peça so b re o corte os tracejados
na visualização das elipses derivadas das circunferências em coincidam. '
0 s linhas de eixo também devem ser evitadas em perspectiva
planos oblíquos: o eixo maior da elipse é sempre perpendicu-·
teto quando é necessário cotar o centro de um furo p '
lar ao eixo de rotação da circunferência que lhe deu origem,
emplo, devendo-se então representar o centro do furo' co:
A Figura 6.19 e a Figura 6.21 mostram claramente este as.; P_ar de linhas de eixo, tal como em vistas múltiplas e 0
6.5 INTERSEÇÃO DE SUPERFÍCIES
pecto. Além disso, a construção do losango que as envolv · u eixo longitudinal. ' Nos casos em que alguma, ou algumas, das faces do objeto
facilita o seu desenho, pois a elipse deve S-cortes
. -- em perspec t'tvas sao
- raros, mas são usados em e _ de~ c~ja ~erspectiva se pretende obter uma projeção axon0:,.
FIGURA 6,- 18 Perspectiva de uma peça em U. losango no ponto médio de cada aresta. c1alqud
, an o existem etalhes interiores que não '
· d s
podem metnca e um plano oblíquo ou é uma superfície não plana-,- á
determinação da linha de interseção - reta oblíqua no" casó de
-
1

Perspectivas 107

106 Capítulo Seis

6.;.2 Aplicação do Método Geral da


Interseção de Superfides na 1

Representação em Perspectiva 1 : 1

/
/11 1 1 //1·_
Para o· exemplo do objeto representado em projeções ortogo-
nais múltiplas na Figura 4.48, e que está representado em
/
/
20
1
_ /,,J
• • 1 /)º
projeção axonométrica isométrica na Figura 6.23, é necessá-
rio determinar a linha de interseção entre a superfície semici- /}o
líndrica a e o plano de rampa ~- Para tal foram considerados ' /
como planos auxiliares os planos projetantes 1, 2, 3, 4 e 5
(planos de frente). Cada um destes planos intercepta cada uma
das superfícies dadas segundo duas linhas, 1,, e 113, no caso do
~~5º~v3º)
plano 1, e cuja interseção dá origem ao ponto 111 e assim su- DESACONSELHADO
cessivamente para a obtenção dos pontos 121 13 , 14 e 15 • Estes FIGURA 6.24 Cotagem em perspectiva.
pontos são pontos da interseção pretendida entre as superfí-
cies a. e i3 dadas, pelo que a linha que os contém constitui-se
como a linha de interseção dessas superfícies e portanto como Existem fonnas aceitáveis e outras desaconselh'aveis
. d e cotar aresta que se vê de cima com a "frente" do ob1'et ~ .
interseção dessas duas faces do objeto. tante sabe ,. , . o, e impor-
FIGURA 6.22 Figuração do tracejado em meios cortes em perspectivas. uma peça em perspectiva. A Figu.a-a 6 24 t •. :- r que e a vista principal que se passa a prestar aten-
modos de cotar. . mos ra os vanos
Quanto maior for o número de planos auxiliares, maior o çao. e ter1plena noção . d e que~ ,a esta corresponde a "leitura" cio
número de pontos obtidos para o traçado da linha de interse- o b Jeto, e e frente.
pelo menos uma das faces ser um plano oblíquo, ou linha não ção e portanto maior precisão no seu traçado 1 mas também 6.7 METODOLOGIA PARA LEITURA DE Assim, para o objeto que se apresenta na Figura 6 15 . t ..
sa d · ~ · 'd •"' m eres-
retilínea no caso de uma das faces ser uma superfície não pla- mais tempo e trabalho de execução. Como em quase todas as . 1' e (m~c10, ' entificar a vista principal (vista de frente) a
situações, o melhor compromisso possível determinado pelo PROJEÇÕES ORTOGONAIS (VISTAS) • 1ateral esquerda (vista do 1 d,
p anta vista ele cima) e a vista
na - não é imediata.
melhor bom senso. ~fproblelma_ da leitura de projeções ortogonais (vistas) iden- esquerdo). a o
Nesse caso, é necessário recorrer ao método geral da interse-
ção de superfícies, nos termos da geometria clássica, e proce- O estabelecimento de um algoritmo para este procedimento é ~~ca-se _og1qmente com o próprio conceito de projeções P_or ~~servação da vista principal, a observação ele uma aresta
relativamente simples, e por isso, quando da utilização dos s,. ogona1s.
· f Encontra-se
l . neste capítulo elo l'ivro por ser neces- s1gmfica
der à sua aplicação no âmbito do desenho da perspectiva. · . . ,. ) d obrigatoriamente
· a existência de ( pelo menos e de
sistemas CAD, o processo de interseção de superfícies consti- :<:::,_.Pano fazer a e1tura e interpretação da representação em vistas 1~1c1~ otds planos distintos, "separados" pela aresta em refe
tui-se em geral uma funcionalidade para a qual o usuário se /t-··-· ara azer a rep,·esentaçao
• em perspectiva. renc1a.
~ Na a se pode cone luir
. d e momento em termos da re·
6.;.1 Método Geral da Interseção de limita quase a identificar as superfícies, a interseção e a preci- }'.;~De um .modo resumido, e dado o propósito de este assunto laçao entre os dois planos, até que se observe o objeto de cima~
Superfícies são desejada, isto é, implicitamente, o número de planos au- .:r ~qm trat~do na sua essência, importa recordar os aspectos Toda a atenção deve ra
, centrar-se entao~ na leitura d l
n amenta1s da leitura de projeções ortogonais. É em suma em que de no vo se verifica a diferenciação entre doisaplanos.
p anta
O método geral da interseção de superfícies dadas (faces do xiliares a considerar.
objeto cuja interseção se pretende obter) consiste em consi-
·.o processo que ~ontribui para o desenvolviinento da ca aci-
dade de percepçao espacial das formas vulgo "vt'sa·o p · t o e,
Será a mesma aresta, is ~ duas projeções de uma m
. . serao
derar um plano qualquer e por conseguinte um plano conve- 6.6 COTAGEM EM PERSPECTIVAS ço" · d ' no espa- ma aresta os segment os o b servados no "interior" das vistas?
es-
niente do ponto de vista da facilidade de representação, em
: ,ª partir a sua representação plana.
geral um plano de tipo projetante (plano de nível, plano de AJ perspectivas, em geral,pão s_ão ço~sJ.as;--uma.JLe-z-q_1.ie..exis~- ssim, int~ressa ter sob atenção a observação silnultânea de Ad re~posta ~Tir~ não da leitura independente, como até agora
frente, plano vertical ou plano de topo), e determinar a sua tem _detalhes que nuµca são_rno.strados na ~"!}.:ól verdadeir-ª'-gran" · as .:s v~stas necessárias e .suficientes apresentadas e plena principal e da p 1anta, mas d e uma leitura conjunta,
a vista 6.26).
(Figura
deZa. Contudo, pode-se cotar uma pé;~pectiva", dê;de (lue_~ nsCI~ncia do modo como se estabelece a relação obse1va-
interseção com uma das superfícies dadas. A interseção de um
sejam seguidas as regras de cotagem descritas no capítulo: r-ob!eto-plan? de projeção perante a observação de uma
plano de tipo projetante com uma superfície qualquer é fácil ~ ~ossibilidade de identificar por correspondência duas r
de determinar, sobretudo porque a linha de interseção está seguinte. da vista. Isto e, olhar a planta significa ver o objeto de cima. Jeçoes de um mesmo vértice designado A b p _o-
duzir a idéia de . . , , _em ora possa m-
contida, necessariamente, na superfície dada, mas também no so, entretanto, e~st1r uma aresta a de projeções a' e ª11 (Fi-
r exem l b se pretenda observar o ob1'eto d e frente para 1
plano projetante escolhido. p o, sa er como se estabelece a continuidade de uma gura 6.27) pode igualmente induzir a idéia de uma aresta h,
Em seguida esse mesmo plano deverá interceptar a outra su-
perfície dada, de que resulta outra linha também contida no
plano auxiliar. Na medida em que essas linhas estão contidas
num mesmo plano - o plano auxiliar-, sua interseção existe
e é um ponto pertencente a ambas as linhas e por conseguin-
te, simultaneamente, a ambas as superfícies dadas. É, pois, um
ponto da interseção entre as duas superfícies dadas. Sabendo
N
~
que a interseção das superfícies dadas deve resultar numa reta
Vista principal
LJ Vista lateral
esquerda

ISJ
- situação em que ambas as superfícies dadas são planas -,
bastará considérar outro plano auxiliar de tipo projetante,
podendo inclusivamente ser paralelo e a uma distância qual- Planta
quer do plano auxiliar inicial, e determinar, de forma análoga,
outro ponto da interseção pretend~da. No caso das superfícies
dadas não serem planas, deverão ser considerados sucessiva- a) b)
mente vários planos auxiliares, determinando-se através de FIGURA 6.23 Determinação da interseção de duas faces sendo uma FIGURA 6.25 Vistas necessárias e suficientes de uma peça (a) e sua identificação (b).
cada um deles um ponto da interseção entre as duas superfí- las uma superfície não-plana.
cies dadas.
i l
,,
Perspectivas 109
1
108 Capítulo Seís
e A F são (Figura 6.33). A combinação destes três parâmetros, tal
como em fotografia, faz variar a distorção dos objetos.
e'sg" f'=h"
g'=h" e'=I"
6.9 A PERSPECTIVA EXPLODIDA
A perspectiva explodida é fll~_ito usada em desenhos de mon-
B" ta_ge_m de conjuntos, uma vez que dá uma boa_ idéia da forma
B"
e da..ordem segundo a qual se montam as peças. Muitas vezes
H=G evita o uso de cortes para mostrar detalhes interiores do con-
FIGURA 6.26 Vista principal e vista lateral esquerda da peça da Figura junto1 já que, nesta representação, todas as peças estão visí-
6.25. veis. Aparece, sobretudo pelo seu aspecto visual, em catálo-
E=H gos e apresentações publicitárias de produtos. A Figura 6.34
mostra um exemplo muito simples de uma perspectiva explo-
e dida. A Figura 6.35 mostra uma perspectiva explodida de um
A'
conjunto biela-pistão, com sombreado fotorrealista.

a'=c'
FIGURA 6.28 Identificação de dois vértices em projeções ortogonais.

completa identificação (três projeções~ das vi_stas A e B. A iden-


FIGURA 6.31 Identificação de vértices.
tificação de uma aresta é então imediata (Figura 6.29).
A identificação por processo análogo (e neste caso mais si.m-
ples) dos restantes vértices e arestas ~Figu~a 6.31) penrnt:, A execução de perspectivas à mão livre é também de extrema
finalmente, uma leitura e visualização meqmvoca da peça (Ft- importância para o engenheiro, tanto na transmissão de idéi- FIGURA 6.33 Projeção central com 3 pontos de fuga em CAD 3D.
gura 6.30). as rápidas como na vi::,ualização de objetos na fase de projeto.
Por este fato, o treino de perspectivas é recomendado .

A" .-...-----,A"'
6.8 PROJEÇÕES CENTRAIS
J
J As projeções centrais ou cônicas (Figura 6.32) são principal-
FIGURA 6.27 Vista principal e plana da peça da Figura 6.25.
mente usadas em desenho de arquitetura. A nonna ISO 10209-
2:1933 designa estas projeções como perspectivas.
B"'
B"
Estas pe_rspectivas __têm--a--:v:antag~_Ill d~_ mostrar o· objeto con-
definida por b' e b", ou mesmo a aresta e definida por o e o", forme ele aparece _aos ol!-io_s do __o_bservador, mas apresentam
1
ou ainda na aresta d definida por d e d". a desvanfagein- de não nos infqunar sobre as suas dimensões,
uma vez -que, no caso geral, nenhuma das dimensões. estará
É fundamental observar a peça de "lado", e toda a atençã~ deve
.representada em yerdadeira grandeza.
concentrar-se na leitura da vista lateral esquerda. Aqut ta~- FIGURA 6.34 Perspectiva explodida de um conjunto de três peças.
bém se verifica a existência ele uma aresta delimitando dots Alguns programas de CAD 3D permitem a representação em
planos distintos. J projeção central mediante a definição da localização do ob-.
B' A' servador (ou câmara), direção de observação e ângulo de vi-
Não é, no entanto, ainda possível conhecer nada de concreto.
É impreterível O relacionamento das vistas duas a duas e em FIGURA 6.29 Identificação de uma aresta.

conjunto.
Assim, 0 relacionamento da vista lateral e da~ v~sta princip~l
permite identificar, por correspondência, o vertice /B a parttr
· - s B" e B 11' (Figura 6 •28) • De modo
. . analogo, . po-
d as proJeçoe .
der-se-ia induzir a existência das arestas defmidas pelas p101e-
~ li Ili [li [Ili
çoese,e, •
· mento duas a duas das vistas apresentadas foi
D o reaciona
1
possível constatar apenas a existência de dois _pl~nos difer:n-
tes visíveis a partir de cada uma das vistas. Foi amda poss1vel
(o ~ue apesar de tudo nem sempre acontece por excesso de
hipóteses) identificar duas projeções dos vértices A e B.
Repare-se, no entanto, que, dest~s vértices, a necessidade ~e
conhecer três projeções (duas vistas, e portanto duas pro!e-
- ~ao são suficientes) implica obrigatoriamente o relacio-
çoes, n . . d _ .
namento e por conseguinte a leitura coniunta as tres proje- FIGURA 6.30 Visualização da peça da Figura 6.25.
FIGURA 6.32 Projeção central de um cubo. FIGURA 6.35 Perspectiva explodida de um conjunto biela-pistão.
ções. É desse relacionamento (Figura 6.28) que resulta uma
Perspectivas 111
110 ~Capítulo Sefa·

6.10 APLICAÇÕES EM CAD Muito mais interessante é a construção de modelos tridimen- PALAVRAS-CHAVE
sionais que, depois de construídos, podem ser rodados em
O uso de CAD é, como sempre, vantajoso na construção de qualquer eixo, mostrando a perspectiva mais conveniente. construção perspectiva trimétrica
perspectivas. Alguns programas de CAD permitem construir cortes em perspectiva perspectiva explodida
perspectivas isométricas a duas dimensões usando algumas A maior parte dos programas dá ainda a possibilidade de cons- projeção cavaleira
cotagem de perspectivas
ferramentas de ajuda para os ângulos isométricos, como o truir o modelo em estrutura de arame e, posteriormente, fazer projeção central
eixos isométricos
paralelismo ou a perpendicularidade ao longo dos eixos iso- uma representação fotorrealista desse modelo, acrescentando- projeção de gabinete
isométrica
métricos. Podem ainda ajudar muito na construção de círcu- lhe cor, texturas, luz e sombras. A Figura 6.36 mostra alguns
perspectiva bimétrica
los em perspectiva isométrica, desenhando automaticamente dos vários modos de representar um objeto tridimensional em
o círculo Projetado como elipse no plano isométrico que se perspectiva.
pretende, bastando para isso fornecer o centro do círculo e
seu raio ou diâmetro. Contudo; como o desenho é bidimensi- A obtenção de perspectivas explodidas é também automáti- EXERCÍCIOS PROPOSTOS
onal,' a perspectiva fica "estática", não se podendo rodar para ca em conjuntos de peças modelados e montados a três di-
ser visualizada de outros ângulos. mensões. p6.1 - Construa a perspectivaQsométric~e a perspectiva ca-
valeira dos objetos representados por três projeções ortogo-
nais na Figura 6.37.

FIGURA 6.36 Várias representações tridimensionais de um objeto: estrutura de arame, usando sombras e texturas, e perspectiva isométrica.

REVISÃO DE CONHECIMENTOS
1. Quais são as diferenças entre projeções oblíquas, ortogo- 5. Qual é a diferença entre as perspectivas isométricas real e
nais e centrais? simplificada?
2. Por que é que a perspectiva isométrica é mais usada em 6. Corno se deve medir e representar ângulos em perspectiva
desenho técnico de engenharia que a perspectiva central? isométrica? --
3. Um círculo é representado, em perspectiva isométrica, por {j) Qual é a diferença entre a projeção cavaleira e a projeção

/2J rSJ fll ·~ EIH[18


quantos arcos de circunferência? Escolha um p\ano isomé- ~"·· de gabinete?
trico e desenhe nele um círculo em perspectiva. (~) Por que são as projeções ortogonais preferidas em relação
4. Qual é o ângulo formado entre os eixos isométricos? - às projeções oblíquas?

GCSJ H: lfr4°
' '

CONSULTAS RECOMENDADAS
• French, T.E., Vierck, C.J. e Foster, R.J., • ISO 5456:4,1996, Technical drawings - Projection Methodsc -

Engineering Drawing and Graphic Tech- Central Projection. FIGURA 6.37 Exercício de representação de perspectivas isométrica e cavaleira.
nology. McGraw-Hill, 14' Ed., 1993. • ISO 10209-2:1993, Technical product documentation - Vo-
,. Giesecke, F.E., Mitchell, A., Spencer, H.C., cabulary: Terms Relating to Projection Methods.
Hill, 1.1., Dygdon, J.T., Novak, J.E. e • Endereço eletrônico da revista Machine
Lockhart, S., Modem Graphics Communication. Prentice Design, com um link, CYBERCAD, onde
Hall, 1998. podem ser vistos desenhos de elementos

:~;;~:~=s:s::.~ :::::: •t.·.•.~.~.·


de máquinas -
www.machinedesign.com/
• Endereço eletrônico ligado à NASA, onde podem ser
Projection Methods: Orthographic Represen- · ·;" >··.··-~._.·11.:.·.·
· ___. .
.JJ.······
...· visualizadas perspectivas de dispositivos usados
tations. ·· ltid.grc.nasa.gov/Publishing/graphics/samillus.htm
• ISO 5456-3,1996, Technical drawings - Projection Methodsc
Axonometric Representations.
112 Capítulo Seis Perspectivas 113

70 90

42

1
--•--
1

30
10 30 30 60

_1Q 40

64 10 64

12,6 13,2 12,6


1
~-'----'--+--'----+-+--+-~ - - L 1
- o·-_[ -
1
- -

4X020
---{D- ~
1

87,5

40

' '
49,8 87,6
-+-1--i
' ' '
FIGURA 6.38 Exercícios de representação de perspectivas. 1 1 1
l I 1 1

_1__ __--..,,-1-_ _JL_-'--+--'-.,....1---r-f-,--


~ 1 , 1

45

FIGURA 6.39 Exercícios de representação de perspectivas.


Pen,pectivas 115
114 Capítulo Seis

40
15
10 20

1
- +--
/
•s•
---;;_:;:-
/
-,-
-/----
"l --E -,~ ,-; 1 ';!
I 1 50 ,___ _ _ _ _(?~------'

-
o

5 20 50

40 80

50

+-----J~----_j_ ____ _

;-$3
o
N

90

0110
20
r 1

A2s 1 1 :
' 1 1 1

- - - ---+- + -1- e
! ! ! 1
1
T : : ; 1
L _ T _ _ _ _ _ _ LL~_l_~~~

' 1 O- .L ---i-1f-1 -r-717


- -
'
-
! 1 1 1 ,
1
1 ' 1
' ' ' :
'
1 1
1 1
1 1
' '
1 1
30
030
0100
FIGURA 6.40 Exerclcios de representação de perspectivas.

FIGURA 6.41 Exercícios de representação de perspectivas.


,-------------------------------.............................------,í1

116 Capítulo Seis


"'
-·"-,- -
30
COTAGEM
oM ' 1
1
6 1 --E:-_ o
'{2 "'
' 1

"
40 12
'°·
20

1s OBJETIVOS
---'------------------------------
Após estudar este capítulo, o leitor deverá estar apto a:
• Usar a cotagem para indicar a forma e a localização dos elementos de uma peça;
• Selecionar criteriosamente as cotas a serem inscritas no desenho, tendo em conta
as funções da peça e os processos de fabricação;
111
Escolher adequadamente a vista onde a cota deve ser inscrita, assim· como sua
orientação;

• Cotar desenhos com representações e aplicações diversas, tq.is como: vistas


múltiplas, desenhos de conjunto e perspectivas;
-
• Aplicar as técnicas da cotagem a peças de geometria e complexidade diversas, de
modo a garantir a legibilidade, simplicidade e clareza do desenho.

37 040 13 -• 20

FIGURA 6.42 Exércfcios de representação de perspectivas.


118, Cotagem 119
Capítulo Sete

(ver Capítulo 3). A unidade das cotas angulares é o grau (º),


7.1 INTRODUÇÃO independentemente da unidade usada nas cotas lineares.
Preferível
Nos capítulos anteriores foram descritas pormenorizadamen- J:,~as _4~ c~am~~ª- :- São linhas a JraçQ _ Ç.OJ1!fl)llO fino, nor-
te as técnicas, convenções e princípios de representação da .milr~;_-ente -pe;·pencliculare~ à lin~_<t __~~--cq-ta, que a ultrapassam
forma dos objetos ou peças em desenho. Do ponto de vista ligeirament~, e-ql;e têií.1 odge1TI.- no elemento a cotar.
geométrico, o leitor sabe agora representar com exatidão e rigor
peças complexas. Todavia, a correta representação geométri- Linhas de cota - São linhas retas ou arcos, normalmente com
ca não é suficiente para a fabricação das peças. Além ela re- ·setas nas extremidades 1 a traço contínuo fino, paràlelas ao "'
contorno elo elemento cuja dimensão define. 6
presentação da forma, é necessário quantificá-la, isto é, defi-
nir com exatidão as dimensões e posição dos diferentes ele- _setas - As setas (ou flechas) como são normalmente chama- 013
mentos na peça. Esta informação é chamada de cot~gerp. , cl;s·; não são mais do que as terminações ela linha d_e_ cota. De
Saber cotar é muito mais do que colocar as dimensões nos acordo com a norma ISO 129:1985, as terminações podem ser
desenhos. A cotagem requer conhecimentos das normas, téc- dos tipos indicados na Figura 7 .2. Em Engenharia Mecânica,
nicas e princípios a ela associados, além dos processos de elevem ser usadas preferencialmente setas cheias (primeiro FIGURA 7.4 Símbolos complementares de cotagem.
fabricação e das funções da peça ou dos el~mentos que a caso), enquanto em Engenharia Civil se adotam os traços ou
A evitar 25
constituem. Uma cotagem incorreta ou ambígua pode causar os pontos (dois últimos casos). Em situações em que o espa-
grandes prejuízos na fabricação do produto. ço disponível não seja suficiente para a colocação das setas é apresentado um exemplo, em que surgem os símbolos a FIGURA 7.5 Seleção da vista mais adequada para a inscrição de uma cota.
ou traços, usam-se pontos (último caso). seguir:
7.2 ASPECTOS GERAIS DA COTAGEM As setas (normalmente duas) apontam ela cota, colocada en- 0 - Diâmetro
tre as linhas de chamada, para fora, de acordo com a Figura R-Raio 6) Devem ser evitados, sempre que possível, cruzamentos
A cotagem requer a aprendizagem de um conjunto de regras 7.3 (cota de 18 mm). Quando o espaço é reduzido, de tal modo D - Quadrado de linhas de cota entre si ou com outro tipo de linhas\
e princípios, os quais) cumpridos, permitem uma fácil e corre- que não é possível aplicar a regra anterior, as setas podem SR - Raio esférico sobretudo linhas de chamada ou arestas (Fig1ua 7.6).
ta interpretação da peça) sendo imprescindíveis para sua defi- passar para fora dos limites das linhas de chamada (cota de 8 S0 - Diâmetro esférico. Note-se ainda que as arestas podem ser usadas como li-
nição, fabricação e controle. A aprendiz::~g~~ _d~_ç9tagem_ pode mm na Figura 7.3). Note-se que esta cota pode ser colocada nhas de chamada, mas nunca como linhas ele cota.
ser su_l;>_cH':'i~~9ª -~_gU_r~s__-~:,pe~}OS-ll.l-~chmeni;is: - - -- entre as linhas de chamada) de acordo com as normas em vi- A norma brasileira que trata da cotagem em desenho técnico
7) As cotas devem ser localizadas preferencialmente fora do
gor, apesa~ de a posição indicada na figura ser a recomenda- é a NBR 10126.
elementos da cotagem; contorno das peças/tal como indicado na Figu1·a 7.7. To-
~~~eção da_s_ cota_s _a_ -se~_C:11J. inscrita_s nos desenho;;;. As cotas da. No caso da cota de 4 mm, em que não é possível utilizar davia, por questões de clareza e legibilidade) estas po-
de;;é1;:-te~ em ZoÍlta a função dos elementos ou das peças. nenhuma das alternativas anteriores, as setas devem ser subs- 7.4 INSCRIÇÃO DAS COTAS NOS dem ser colocadas no interior das vistas, como na cotagem
Os processos de fabricação e controle desempenham tam- tituídas por pontos. Por uma questão de simplicidade) neste do furo indicado.
capítulo o termo seta é usado para designar terminações elas
DESENHOS
bém um papel importante na seleção das cotas; 8) As cotas devem ser localizadas o mais próximo possível
posiciona~e_nto das .çotas. As cotas devem ser posiciona- linhas de cota em geral. A inscrição das cotas nos desenhos obedece a um conjunto cio detalhe a cota/, embora respeitando todas as regras e
das no desenho de forma a definirem rigorosamente os ob- Sím~olos - Em cotagem, existe um conjunto de símbolos, de regras que visam facilitar a leitura e interpretação do dese- recomendações a'.nteriores (Figura 7.8).
jetos cotados, facilitando a sua leitura e interpretação. deri~m"f~ados símbolos complementares de cotagem, que nho.
permitem identificar diretamente a forma de alguns elemen:. Ao longo deste e do próximo capítulo, o termo elemento será
7.3 ELEMENTOS DA COTAGEM tos, melhorãÍldo a interpretação do desenho. Na Figura 7.4 usado para descrever uma característica ou detalhe individual
da peça, tais como uma superfície, uma reentrância, um furo
Os elem_entos _tja _cgta_~em, __11ecessários para a inscrição das ou uma linha de eixo.
ERRADO
ceias ·nos des~nhoS, são representidos na Figura 7.1.
Cotas - São números ___ q_ue inçlicam as dimensões lineares ou
As regras gerais relacion3.das com a inscrição das cotas nos -
desenhos são as seguintes:
angulares do elem~nto. A unidade das cotas line.ares é o milí-
metro, usada nos países que adotaram o Sistema Internacio- 1) As cotas indicadas nos desenhos são sempre as cotas re-
nal (SI) de unidades, na área da engenharia mecânica. Se hou- ________I/ ais do objeto) independentemente da escala usada no de-
senho.
ver dúvidas em relação às unidades usadas) ou se forem usa- / 2) Cor dos caracteres. Tal como para a representação em ge-
das outras unidades que não o milímetro, estas devem ser
obrigatoriamente indicadas no campo apropriado da legenda ral, os elementos da cotagem devem ser apresentados em

3)
preto.
Dimensão dos caracteres. As cotas devem ser apresenta-
[.--=----,45 ERRADO

FIGURA 7.2 Terminações da linha de cota.


das em caracteres de dimensão adequada à sua
legibilidade. Note-se que nos modernos programas de CAD
estas dimensões são escolhidas automaticamente, em fun-
ção do formato da folha de papel. Os algarismos das co-
tas devem obrigatoriamente ter sempre a mesma dimen-
- são num desenho. No esboço à mão livre, esta regra tam-
Cota
~7 bém deve ser respeitada.

~
CORRETO
,_4é_
- - 4) Não pode ser omitida nenhuma cota necessária para a de-
!\\ finição da peça.

L_ _bi!]ha de c_o_IB____ _ _
18 Â1 8 5) Os elementos devem ser cotados preferencialmente na vis-
ta que dá mais informação1ém relação à sua forma ou à
sua localização (Figura 7.5). FIGURA 7.6 Algumas regras para as linhas de cota.
FIGURA 7.1 Elementos da cotagem. FIGURA 7.3 Cotagem: setas e pontos.
120 Capítulo Sete Cotagem 121

100 0300
0275
0 250

8 FIGURA 7 .1 o Inscrição das cotas nos desenhos paralelas às linhas de cota.


50 50

FIGURA 7.13 Cotagem com linhas de cota parciais.


20 11) As cotas devem ser posicionadas sobre a linha de cota,
60 paralelas a esta e, preferencialmente, no ponto médio da
linha, de acordo com a Figura 7.10. A norma ISO 129 tam- 15) Quando o espaço necessário para a cota não é suficiente
FIGURA 7.7 Cotas nas vistas. bém permite o posicionamento das cotas sempre na hori- sequer para serem colocados pontos, a cota pode ser
zontal, de tal modo que sejam lidas da margem inferior posicionada abaixo da linha de cota e ligada à linha ele
da folha de desenho. Na Figura i.11, apresenta-se a peça cota através de uma pequena linha ele referência, de acordo
25
da Figura 7.10 cotada com esta técnica, a qual obriga à com a Figura 7.14. FIGURA 7.16 Orientação de cotas oblíquas.
interrupção da linha de cota. Num desenho, deve ser usada
apenas uma das duas técnicas, sendo recomendada a pri-
meira. 60º
12) Os algarismos da cota não devem ficar sobrepostos ou
separados com nenhum outro detalhe do desenho, sejam
arestas, eixos etc. Esta situação é comum, por exemplo,
~

-
quando as linhas de eixo separam os algarismos da cota
-~-
(FigDra 7.12), sendo contornada "puxando-se" os alga-
rismos para a esquerda ou para a di;eita da linha. 20 8
13) Num desenho, devem ser usadas sempre as mesmas uni-
INCORRETO CORRETO
dades, em geral milímetros. As unidades não são indica- 2
FIGURA 7.8 Localização das cotas em relação às vistas. das nas cotas, podendo ser indicadas no campo apropri-
FIGURA 7.14 Cotas abaixo da linha de cota.
ado da legenda, de forma a evitar más interpretações.
Quando é necessário indicar outro tipo de unidades, por
9) Cada elemento deve ser cotado apenas uma vez, indepen-
exemplo um binário ou pressão, as unidades devem, obri-
dentemente do número de vistas da peça (Figura 7.9). 7.4.1 Orientação das Cotas
gatoriamente, ser indicadas.
10) Em casos especiais, principalmente em fases intermediá-
14) As cotas podem ser indicadas junto a uma das setas e a
rias de fabricação, podem ser inscritas cotas auxiliares, As_ cota_s __sl~.v~_.gI_ ~-~r _9üentaclas _s_~mpre- em relação à legenda
linha de cota interrompida, de modo a evitar linhas de cota
entre parêntesis (ver parágrafo 7.6.5). . da folha de desenfio (Figura 7.15), de tal modo que sejam
longas, ou eventuais cruzamentos de linhas (Figura 7.13).
licl,as em duas direções perpendiculares entre si, a partir do
FIGURA 7.17 Orientação de cotas angulares.
canto inferior direito da folha.

100
Os valores de cotas oblíquas devem ser indicados de acordo
com a Figura 7.16. Na zona sombreada, embora permitido
pela norma ISO ·129, não é recomendado colocar cotas. 7.'5 COTAGEM DOS ELEMENTOS
As cotas angulares devem ser orientadas de acordo com a Fim A _cotag_~m dos elementos é fundamental para a definiç~o, quer
50 gura 7.17. -~~- s_~_a _form~, _ql]er da sua posição. Uma peça, por maiS cOm-
o plicada que seja, pode ser considerada como um conjunto de
~
elementos básicos, para os quais existem regras ele cotagem
bem definidas 1 apresentadas nesta seção. Alguns dos elemen-
FIGURA 7.11 Inscrição das cotas nos desenhos na horizontal. tos básicos são: prismas, cilindros, cones, pirâmides, esferas
etc., exteriores ou interiores. Por exemplo, um eixo é um ele-
o mento exterior; um furo é um elemento interior.
20 ro

7.'5.1 Cotagem de Forma

[ 1~1 A cotage!!l de forma diz respeito às c{imensões dos elemento_~


n.tls pe~as. ~a Figura 7._l,_8:,_ apresenta-se a cotagem de um pris-
·---·
60 1
Legenda
ma retangular. Note-se qu~ ~ma cota que diz respeito a um
detalhe que é visível em duas ou mais vistas, deve localizar-
se, preferencialmente, entre essas vistas. As cotas totais das
FIGURA 7 .9 Cotas redundantes. FIGURA 7 .12 Cotas: separação de caracteres. FIGURA 7.15 Orientação das cotas em relação à legenda. peças devem localizar-se preferencialmente do mesmo lado.
122 Capítulo Sete Colagem 123

concordâncias têm raio 2, com exceção das indicadas explici- l---------___2Q_Q__ _ _ _ _ _ _ _~-,i
tamente nos desenhos. 150

7.6 CRITÉRIOS DE COTAGEM


_ / ~
A organização das cot21s num desenho está intimamente liga-
PREFERÍVEL
da à finalidade do desenho e aos métodos de fabricação e
controle utilizados. 1--------gQ,ÇL
FIGURA 7.18 Cotagem de forma de prismas retangulares. 150
80

FIGURA 7.21 Cotagem de arcos. 7.6.1 Cotagem em Séde


Na Figut·a 7.23 apresenta-se um exemplo de cotagem em sé-
rie, na g~a_l_ ª-~ çota~ _sã_o dispostas em sucessão. CORRETO
-~-------~ ~ 50
~ F1GURA 7 .25 Cotagem em paralelo com cotas defasadas.
7.6.2 Cotagem em Paralelo
L Est~ técnica é usada quando um determinado número de co-
FIGURA 7.19 Cotagem de forma de cilindros. tas, com a mesma direção, é definido em relação a uma ori-
gem comum. Na cot;:i_gem e11l paralelo, as diferentes cotas são
posicionadas com as linhas de cota paralelas umas às outras,
Na Figm.·a 7.19 apresenta-se um exemplo da cotagem de for- W/4 tal como na Figura 7 .24.
ma de um cilindro. Note-se que, na vista em que é indicado o D Na cotagem em paralelo, pode ser preferível, em algumas s'i- o 6
!

o o
diâmetro, o respectivo símbolo pode ser omitido por ser evi- FIGURA 7.22 Cotagem de posição. tuações, por uma questão de clareza e legibilidade, não colo-
dente que é uma circunferência. A norma ISO 129 é omissa
car as cotas ao meio da linha de cota (Figura 7.25).
neste aspecto. No caso de o diâmetro ser indicado na outra
vista, então é obrigatória sua indicação.
Os furos devem ser sempre cotados utilizando-se o valor do
7.5.2 Cotagem de Posição
1
diâmetro e não o do raio. Uma das razões para tal é que as A cotagem de posição diz respeito à locªli~.'.:!_Ç~O dos diferen- ____,.
oo 1

brocas são catalogadas de acordo com seus diâmetros (ex.: tes elerriéntos··na peça, sendO essencial para a_ fabfiCãÇáo. Deve ~
o 100 200 300
broca 6 mm, em que 6 é o valor do diâmetro). ser sempre indicada relativamente a detalhes, elementos ou FIGURA 7.26 Cotagem em paralelo com linhas de cota sobrepostas.
Na Figura 7.20 ilustra-se a cotagem de elementos de forma arestas de referência, a partir dos quais as dimensões ou dis-
piramidal e cônica. tâncias possam ser medidas. Na Figura 7.22 apresentam-se o
exemplos da cotagem de posição de elementos. - ;' pio de aplicação desta técnica, para a mesma situação apre-
Na cotagem de arcos, apenas é usada uma seta que toca o arco sentada na cotagem em paralelo.
a ser cotado. A linha de cota deve estar orientada segundo a 150 20 80 100 Nesta forma de cotagem, as cotas podem ser orientadas na
direção que liga ao seu centro, partindo ou não do centro. 7.5.3 Boleados e Con.cordãndas vertical ou na horizontal.
Quando o centro está a uma distância relativamente curta do FIGURA 7.23 Cotagem em série.
Quando uma peça possui as arestas e concordâncias arredon- A cotagem com linhas de cota sobrepostas, também pode ser
arco, a linha de cota parte do centro e liga-se à superfície. dadas, o que pode ser devido·, por exemplo, ao processo de útil em situações de cotagem em duas direções, tal como apre-
Quando o centro está a uma distância grande, a linha de cota
fabricação (como a fundição), pode-se colocar junto à legen- sentado na Figura 7.27.
aponta na direção do centro fictício. O centro do arco só deve da uma indicação geral do tipo.
ser indicado se for imprescindível na construção do arco. Na
Figura 7.21 apresentam-se algumas situações de cotagem de Boleados e concordâncias 12
arcos. significando que todos os boleados (arestas arredondadas) e
_"º ---------~-º--~
25

20
i---=---
50
75 g
J_-#- 1 1

o
"
FIGURA 7.24 Cotagem em paralelo.

1-~---~MI
1,,,:y-.,:zp- '
'

35
7.6.3 Cotagem em Paralelo com Linhas T
-·-~

rr .
1 !
1
1


1

de Cota Sobrepostas
Uma variante da cotagem em paralelo, e que pode ser consi-
derada uma simplificação desta, é a cotagem com linhas de
- _' +--·-1# 1·-7r ~-
'

oé-+-L--_____)__----+-___j!__-j----+--'
1 '1 ~

cota sobrepostas. É usada sobretudo por limitações de espaço o


e quando sua aplicação não provoca problemas de compre-
FIGURA 7.20 Cotagem de forma de elementos piramidais e cônicos. ensão e legibilidade. Na Figura 7.26 apresenta-se um exem- FIGURA 7 .27 Cotagem com linhas de cota sobrepostas ern duas direções.
124 Capítulo Sete Cotagem 125

1 1

-© FuroNº. X y Diâmetro
1 1 20 170 20
2 20 20 15
FIGURA 7.33 Cotagem de elementos repetidos numa direção.
1

3 60 130 12

1
4 60 60 15 ~--1+- ""
0
5 110 90 30
1
6 140 170 20 a utilização de um dos dois métodos do lado esquerdo. Nos
7 140 20 15 casos à direita na mesma figura, a seta deve, obrigatoriamen- 30"
1 8 170 90 30 te, apontar para o centro do furo.
9 210 170 20
1
A mesma técnica pode ser usada para elementos dispostos FIGURA 7 .36 Cotagem de chanfros.

>-1
-$2___ _ 10 210 20 15
radialmente, tal como no exemplo da Figura 7.34.
Quando se repetem elementos numa peça, mas de uma for-
---2X45º
0---jf-----------------------~ ma não uniforme ou progressiva, pode ser usada uma técnica
de identificação dos elementos, designada por cotagem de
elementos repetidos por referência (Figura 7 .35). Na vista, os "'
elementos são identificados por uma letra maiúscula, e junto 0
FIGURA 7.28 Cotagem por coordenadas.
a esta ou numa tabela adjacente são indicadas as suas carac-
terísticas. Note-se que as linhas de referência podem ser omi-
tidas.
7.6.4 Cotagem pot· Coordenadas
A cotagem por coordenadas é ~sa~la quando na: peça existem
51!
diversos elementos de forma e/ou dimensões idênticas. Neste
critério de cotagem 1 constrói-se uma tabela com as cotas de
posição dos elementos e respectivas dimensões, tal como in-
~- 2X45º

FIGURA 7 .37 Cotagem simplificada de chanfros.


FIGURA 7.31 Cotagem de elementos angulares eqüidistantes.
dicado na Figura 7.28.
Note-se que este tipo de cotagem, que no desenho à mão li-
vre pode ser demorada, é fácil quando são usados programas tação pode ser simplificada (Figura 7.37). Para a cotagem de
de CAD paramétricos. Para a definição da posição dos elemen- chanfros interiores, a técnica é a mesma.
tos é necessário indicar um referencial. Furos escareados são cotados tal como indicado na Figum
,·a 7.38.
7.6.5 Cotagem de Elementos
Eq'üidistantes 7.6.8 Cotas Fora de Escala
FIGURA 7.34 Cotagem de elementos repetidos dispostos radialmente.
Quando as-peças contêm elementos eqüidistantes ou unifor- Em algumas situações, após a realização dos desenhos, é
memente distribuídos, a sua cotagem pode ser simplificada de necessário alterar dimerisões. Quando a simples alteração
acordo Goro a Figura 7.29. da cota não provoca na geometria do elemento alterações
que possam pôr em causa sua clareza, então a cota é sim-
Quando puder ocorrer má interpretação entre o espaçamento plesment~ a_lterada para o novo valor, sendo s~blinhida
e o número de elementos, então deve-se cotar um dos espa- (Figura 7.39).
ços (Figura 7.30). FIGURA 7 .32 Cotagem simplificada de elementos angulares eqüldistantes. A

Do mesmo modo, podem ser cotados espaçamentos angula- 2X45º


res (Figura 7.31).
15 1 5X18(=90)
Nas situações em que o espaçamento é evidente, este pode
ser omitido. Note-se que nestas situações é recomendada a A= 3 X ,f,12
FIGURA 7.29 Cotagem de elementos lineares eqüidistantes.
indicação do número de elementos (Figura 7.32). B =3 X <f.i10
ou
FIGURA 7 .35 Cotagem por referência de elementos repetidos.
7.6.6 Cotagem de Elementos
Repetidos 2X45º
7.6.7 Cotagem de Chanfros e Furos
Quando uma peça contém vários elem_~_nt9_sJguais;·-basta co- Escareados
17 X 18 {=306)
tar_ um deles e indicar a quantidade; fal como no exemplo da
FIGURA 7 .30 Cotagem de elementos lineares eqüidistantes com cotagem
Figura 7.33, nas quatro formas alternativas permitidas pela A cotagem de chanfros pode ser feita de acordo com a Figura
de um dos espaços. norma ISO 129. Visando evitar ambigüidades, recomenda-se 7.36. Quando o ângulo do chanfro é de 45 graus, a represen- FIGURA 7.38 Cotagem de furos escareados.
Cotagem 127
126 Capítulo Sete

40 10 20 30 7.7.2 Cotagem de Vistas Pardais e


Interrompidas
Na cotagem de vistas parciais ou locais, a_Hnha de cota pode
ser interrompida, de acordo com a Figuta 7 .42. Neste exem-
-- - - f- plo, ·a cota 100 é a distância até à extrerr.tidade direita ela peça.
Numa vista interrompida, a linha de cota nunca é interrompi-
da (Figura 7.43).

FIGURA 7.39 Cotas tora de escala. 7.7.3 Cotagem de contornos invisíveis


A representação por linhas invisíveis, tal como foi descrito no
7.6.9 Cotas p,u-a Inspeção Capítulo 4 1 é uma representação pouco clara e que pode ge-
rar ambigüidades.
As cotas para as quais seja necessária inspeção de. controle FIGURA 7.45 Cotagem de desenhos de
devem ser explicitamente indicadas nos desenhos. Esta indi- As linhas inv_isíveis.. não-devem ser Gotadas 1 exceto se não existir conjunto.
cação é realizada envolvendo-se a cota como na Figura 7.40. outra alternativa mais clara para a cotag~m_dQ_i::l_~m~p~o. Na maior
parte" dàs Situações 1 as linhas invisíveis podem ser eliminadas
efetuando-se cortes nas vistas, tal como indicado na Figura 7 .44.
7.7.4 Cotagem de Desenhos de Conjunto de modelismo indicado na Figura 7.47 1 em particular a mon-
tagem da tampa no bloco (Figura 7.48). Para o "encaixe" cor-
40 100 Em desenhos de conjunto, no~malmente apenas são cotadas reto destas duas peças, existe um conjunto de cotas que de-
as dimensões totaiS·e-~_s ·q_i~ensões de atravancamento (dimen- vem ser escolhidas adequadamente. Estas cotas estão indica-
1~ sões da forrria geOmétrica que circunscreve o conjunto). Tam- das na Figura 7 .49, para o caso da tampa designando-se por
1

bém devem ser indicadas as cotas de montagem que corres-


1 cotas de ajustamento, isto é, as cotas que são comuns às duas
pondem à inserção do subconjunto noutro conjunto. Quan- peças a serem montadas e que definem o tipo de ajustamento.
o
ro do, noutras situações, é necessário indicar todas as cotas das
peças que fazem parte do conjunto, as cotas relacionadas com
cada uma das peças individuais devem ser separadas o mais
possível das cotas das outras peças, tal como no exemplo
apresentado na Figura 7.45.
100

FIGURA 7.40 Cotas para inspeção.


FIGURA 7 .42 Cotagem em vistas parciais ou locais.
7.7.5 Cotagem de Perspectivas
As perspectivas, em geral, não são cotadas, uma vez que exis-
7.7 COTAGEM DE REPRESENTAÇÕES tem detãihes que nunca são mostrados na sua verdadeira gran-
ESPECIAIS deza. A Figura 7.46 mostra os vários modos de cotar uma
perspectiva. As cotas devem aparecer alinhadas com a linha
7.7.1 Cotagem de Meias Vistas de cota, seguindo as regras da cotagem em geral.

Para a cotagem de meias vistas, as linhas de cota são inter-


rompidas1 e devem prolongar-se um pouco além dos eixos de FIGURA 7.43 Cotagem em vistas interrompidas. 7.7.6 Cotagem de Ajustamentos ou
simetria, tal como indicado na Figura 7.41. As cotas a serem Montagens
inscritas são sempre as cotas totais.
Qmmdo uma pt:;_Ç2- Ql,! __suJ?co~junto é cotado, sua montagem
_no cÕnjl.lilto-deve ser levada elll-Conta. Considere-se o motor FIGURA 7.47 Motor de modelismo.
L-,-- _ 7" ~----+--L
1

1
1 qJi.º q;1-º

A Evitar

-+-·+-~0_10_
Recomendado
FIGURA 7.46 Cotagem de perspectivas. DESACONSELHADO DESACONSELHADO RECOMENDADO
FIGURA 7.44 Cotagem de linhas invisíveis.
FIGURA 7.41 Cotas em meias vistas.
128 Capítulo Sete Cotagem 129

referência termina no contorno da peça, usa-se como tenni- APIJCAÇÕES EM CAD elas peças, devendo o projetista ter todo o cuidado neste as-
nação da linha uma seta; quando termina no interior da peça 1 pecto particular.
usa-se um ponto. programas de CAD 3D paramétricos permitem importar Na Figura 7.53, apresenta-se o desenho de conjunto do mo-
para os desenhos muitas das cotas usadas na tor de modelismo que foi apresentado na Figura 7.47, execu-
modelação sólida. Todavia, nem sempre as cotas usadas para tado em Solíd Edge. Na Figura 7.54 apresenta-se a cotagem
7.8 SELEÇÃO DAS COTAS a construção dos sólidos são c1s cotas necessárias à fabricação do bloco do motor.
Os processos de fabricação desempenham um papel impor-
tante na seleção das cotas a serem inscritas num desenho. Um
desenho enviado para a produção mostra a peça na sua for-
ma final e deve conter, obrigatoriamente, toda a informação
necessária, e sem ambigüidades, para a sua fabricação. Assim
sendo, durante o projeto e a elaboração cios desenhos, o proje-
tista e o desenhista devem ter em mente os processos ele fa-
bricação a serem usados e a função da peça no conjunto onde
vai ser montada. Não faz sentido definir cotas em relação a
superfícies às quais o trabalhador não consegue ter acesso,
ou tendo acesso não consegue medir as distâncias com rigor
FIGURA 7.48 Motor de modelismo: montagem da tampa no bloco.
e exatidão.
No entanto, o papel crucial na seleção das cotas está relacio- '"'" lillllllll

,w "'' lllJ> Ue>U!AI llU\HI


IJMO<!i
""li
nado com a função das peças, isto é, a cotagem funcional. l!Ug
ll•to•
lmh!U
H•'11!AI
lllllH\
lllllH\
11,11:i
11!1'1

,~,
ii,Ho~oln l<OUIMI
1, ..111,11
'º"'1'1111
lllfü·II
11111:i
llltt,
lfü 1, ..11111 lllfü·II m,ti

7.8.1 Cotagem Funcional "'


IH11b,nl lano~I !llUi·II ,m,.
1111

• ,.1 .... 1 .....,,,i m11oton


• Íto/OÍI

Uma cota denomina-se funcional se é esse~çiªl_pa_ra a.Junção


b41H

,,.11~m11n
IHlhOIU
,e ...,.
111,1;1

...... '"'"''
da peça (Figura 7.51). Quando_µ_ma cota nâo._é essendaLpara
ç1.__ função da peça denomina-se cota não-funcional.
• "
,.,,.in,
""' IJI.W

1mu1,.,,,i,
ll"'t!M-'
11111!
,.. ......
11111:i

1m11
IH)Oil
Hmll
<101011

As cotas funcionais devem, sempre que possível, ser indica-


das diretamente nos desenhos. Por vezes é necessário, ou jus-
Motor de Modelismo RF55
tifica-se, indicá-las indiretamente (Figura 7.52). Omnho ~, toíljunto FIGURA 7.53 Desenho de con-
junto do motor de modelismo.
1
' '
1 1
1

! ' ti

1
"'•"
õ
ü
1
Cota Ajustamento - -

FIGURA 7.49 Cotas de ajustamento ou montagem.

30 20
7.7.7 Linhas de Referência e Anotações
FIGURA 7.51 Cotas funcionais.
As linhas de referência são linhas auxiliares usadas na cotagem
que permitem inscrever anotações, ou os números de referên-
cia, no caso de desenhos de conjunto. Na Figura 7.50, apre-
senta-se um exemplo da sua aplicação. Quando a linha de 52

[ORf[A-A -~B " "


VISTA B
Recartilhado

8
- -

30

50 Molor de Modeli~mo RF55 u,s.ZílO


FIGURA 7.54 Cotagem do
Bloco
bloco do motor de modelis-
FIGURA 7.50 Linhas.de referência ou de anotação. FIGURA 7.52 Indicação indireta de cotas funcionais. mo.
Cotageni 131
130 Capítulo Sete

o
N

FIGURA 7.55 Atualização das vistas e cotagem em Solid Edge.

200
se que, no caso de arcos, quando não exista ambigüidade
Outra das grandes vantagens dos p1~o~ramas ele CAD, 3D~:
é usual omitir a quantidade. . _
que qualquer alteração elo modelo sohdo, durante~ ~s suces- D. As cotas são normalmente algarismos inteiros. A prec1sao
sivas iterações do projeto, conduz à alteração automatica, q~er da cota é definida pela tolerância e nunca pelo valor da
da geometria, quer das cotas elas peç~s. Na Fi~ra 7~55 t~- cota. Este é um erro típico em CAD, que resulta de o pro- o
m
dica-se um exemplo do respectivo aviso no p1ograma Solid
grama) pm. 01n1ssao)
. ,- usar v'ilores
~
decimais
. . / nas
. cotas.
Edge. E. Deve-se evitar a cotagem de linhas mv1s1ve!s. .
e •
F. A cotagem d e 1u1os d e ve ·ser feita em relaçao ao seu eixo.
d /
Por outro lado) o controle dimensional da peça aca6 a a e
7.10 EXEMPLO DE.APLICAÇÃO E FIGURA 7.57 Exemplo de aplicação e discussão: cotagem correta.
feito relativamente ao seu contorno. .
DISCUSSÃO G. O símbolo de diâmetro só é obrigatório nas vistas em que
Na Figura 7.56 apresenta-se um exemplo no qual ~ão c~i:ne- não seja clara a simetria axial do elerr:ento cotado. . .
, .
tidos alguns erros t1ptcos • t
em co agem. Estes erros ) 1dent1f1ca-
H. A posição do arco fica definida a partir das cotas totais da REVISÃO DE CONHECIMENTOS
dos por balões> são os seguintes: ~- - ,
I Quando um furo e um arco têm um centro comum, nao e 1. Podem ser usados traços a 45º como terminações das li- 7. Na cotagem de furos ou de elementos de seção circular
A. Os elementos devem ser cotados) preferen~ial~ente1 na vista · necessária a cotagem d e pos1çao
· - d o fu 1•o ) ficando esta de- nhas de cota? é obrigatória a indicação do símbolo de diâmetro?
em que é visível sua forma, ou sua local~zaç~o. ~ventu,~1- finida pelo raio do arco. / . . . 2. Qual a diferença entre cotagem de forma e cotagem de 8. Em que situações podem ocorrer crnzamentos de linhas
e modo a evitar uma excessiva concentraçao J. Cota redundante. A posição dos furos esta defm1da em ie-
men t e 1 e d d . posição? de cota e de chamada?
de cotas nalgumas vistas, estas situações po em ser acei- lação às extremidades. , , , 3. Quais as principais regras para a escolha da vista onde 9. As cotas podem não ser paralelas à linha de cota?
táveis. K. Furos ou elementos circulares devem ser cotados como deve ser cotado um elemento ou detalhe da peça? 10. O que você entende por cotagem em série? E por cotagem
B. Na cotagem em série) estando especificada a cota ~o~al (o diâmetros e não como raios. 4. Numa vista interrompida, as linhas de cota são interrom- em paralelo?
que e, essenc1a
,· l) deve-se omitir uma das cotas parciais.. /
Na Figura 7.57 apresenta-se a peça da Figura 7.56 correta- pidas? 11. Diga em que situações é recomendada a cotagem por
C. Na cotagem de elementos repetidos, apenas um deles e S. O valor da cota depende da escala do desenho? coordenadas.
mente cotada.
cota d o, send o l·ndi'cada a quantidade antes da cota. Note- 6. O que você entende por cota funcional? 12. Como se indicam cotas fora de escala?

CONSULTAS RECOMENDADAS
• Bertoline, G.R., Wiebe, E.N., Miller, C.L. • ISO 1660:1987 Technical drawings - Dimensioning and
e Nasman, L.O., Technical Graphics Com- tolerancing of profiles.
munication. Irwin Graphics Series, 1995. • ISO 3040:1990 Technical drawings - Dimensioning and
• Giesecke, F.E., Mitchell, A, Spencer) H.C., tolerancing: Cones.
@ Hill, I.L., Dygdon, J.T. e Novak, ].E., Te- • ISO 10579:1993 Technical drawings - Dimensioning and
------ chnica/ Drawing. Frentice Hall, 11' Ed., 1999. tolerancing: Non-rigid parts.
• ISO 129: 1985 Technical drawings - Dimen- • NBR 10126 Cotagem em Desenho Téc-
sioning: General principles, definitions, me- nico
thods of execution and special indications. • Endereço eletrônico do Instituto Portu-
• ISO/CD 129-2 Technical drawings - Dimen- guês da Qualidade (IPQ)-www.ipq.pt/
sioning - Part 2: Mechanical engineering. • Endereço eletrônico da International
• ISO 1119:1998 Geometrical Product Specifications (GPS) - Organization for Standardization (ISO)-www.iso.ch
' Series of conical tapers and taper angles.

®
PALAVRAS-CHAVE
anotações cotagem de posição
cota cotagem em paralelo
cotagem de forma cotagem em série
FIGURA 7.56 Exemplo de aplicação e discussão: cotagem com incorreções.
132 Capítulo Sete Cotagem 133

linha de chamada P7,5 - Represente e cote convenientemente as peças da Figu-


cotagem funcional
linha de cota ra 7.59.
cotagem por coordenadas
números de referência
elemento
processo de fabricação
escala
formas básicas

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
P7.l - Usando o fonnato A4, cote as peças indicadas na Figura P7.3 - Cote as peças indicadas na Figaua 4.65 usando a esca-
7.58 em uma escala adequada. Obtenha as dimensões das pe- la da figura.
ças usando uma régua e com base na escala lateral indicada. P7.4 - Cote as peças indicadas na Figura 5-39 usando uma
P7.2 - Cote as peças indicadas na Figut·a 4.64 em uma escala escala adequada à sua representação em papel de formato
adequada à sua representação em papel de formato A4 ou A3. A4.

_A_ _, ,

o
g

A
•I

FtGURA 7.59 Exercícios de cot~gem.

- N~ Figura 7.60 há uma representação ERRADA de um seja representado o desenho correto do eixo incluindo sua
. ~ e~o é simétrico e as medidas apresentadas são ape- cotagem e detalhes relevantes (detalhes, seções, etc.).
mdtcatlvas dos "comprimentos das linhas". Pretende-se que

10 140 50 200 '

li~
J A ,.j
-~-
º1----- -- !Is
1

1
1
o
;'

FIGURA 7.58 Exercícios de cotagem.


o
m

- - - - -- -
'<-'o/

--- - -- - ---
r~
-- ___ I_

FIGURA 7.60 Exercício de cotagem.


Capítulo Oito Representação de Intervenções no Terreno em Arquitetura e Engenharia Civil 137

8.1 INTRODUÇÃO cessas de desenvolvimento de acordo com os desígnios legí- Note-se, no entanto, que um levantamento para a representa- observador - a partir dos pontos obtidos, seja através de
timos das populações que nele habitam, mas preservando ção de uma dada porção de terreno pode ser entendido de teodolito, seja por GPS.
A amplitude dos domínios de aplicação da representação gráfi- valores ele identidade e de memória em aiticulaçào com o equi- modo independente do território em que se insere. O próprio
ca no âmbito cios conceitos da geometria e, em particular, do O sistema GPS é basicamente um sistema de navegação cons-
líbrio natural que o sustém. ponto de referência em relação ao qual se estabelecem as
desenho técnico é inerente à realização humana e não tem li- tituído por vinte e quatro satélites e respectivas estações ter-
coordenadas de todos os outros pontos a serem identificados
mites. Está neste âmbito a aplicação do desenho técnico na in- O território é, pois, objeto ele escalas de análise diversas, de restres de monitoração ela precisão das suas órbitas, para de-
com vista à determinação e representação ela configuração de
tervenção no espaço em que vivemos, no sentido da sua confi- decisões de uso, no sentido do geral para o particular, visan- terminaçào do seu posicionamento, havendo atualmente cin-
urna dada porção de terreno, ou mesmo uma parcela de terri-
guração e sucessiva readaptação aos nossos desígnios de âmbi- do às sucessivas intervenções no terreno. A estes processos co estações em diferentes locais do mundo.
tório, pode ser considerado um ponto de cota qualquer (por
to funcional e estético, este último tantas vezes negligenciado. são inerentes o registro e a comunicação por recurso a aspec-
exemplo) e origem de um referencial para todos os outros O funcionamento dos sistemas GPS é baseado na triangulação
to::. específicos do desenho técnico, notadamente as p:s:ojeções
Desde a análise dos modos de intervenção nos solos, de acor- pontos. entre sinais emitidos pelos satélites. Para a leitura e identifica-
cotadas e a sua aplicação no âmbito ela topografia e da car-
do com interesses e condicionamentos diversos, até o estabe- ção da posição de um ponto da Terra, num dado sistema de
togt•afia. Mais recentemente o uso da tecnologia elos siste- Para esse efeito, utilizam-se aparelhos de medida próprios
coordenadas, o usuário deve ser portador de um dispositivo
lecimento e ação elas próprias inte1venções ao longo de todas ma.Ili de informação geográfica, que aqui também se intro- (teodolitos - Figura 8.1) que permitem medir o ângulo e a
as fases da sua execução, sucessivos conjuntos de peças são conhecido como receptor GPS. Na operação de triangulação,
duz, constitui a metodologia indispensável ao registro, comuni- distância dos pontos considerados notáveis para a configura-
desenhados, concebidos e executados segundo regras capa- o receptor GPS recebe medidas ele distâncias em relação aos
cação e apoio à decisão sobre os usos do solo, que constitui ção do terreno relativamente ao ponto de referência.
zes de lhes conferir o inequívoco poder de comunicação que satélites cio sistema GPS (Figu.t·a 8.3 a), através da velocidade
o domínio do planejamento regional e urbano e, em parti- de sinais de rádio.
os determinam. A colocação de uma régua (mira) sobre o ponto desejado per-
cular, o conjunto de peças desenhadas, constituindo um todo
mite ler sua altura (sua cota) através da diferença de cotas
Neste capítulo, apresenta-se o desenho técnico e, em especi- coerente - o projeto de urbanização. Os receptores podem ser de diferentes tipos (Figu:t"a 8.3 b e
(altimétricas) entre o ponto-estação (ponto ele colocação do c), segundo as aplicações a que se destinam, por sua vez fun-
al, a leitura e representação de projeções geométricas planas Faz-se necessário o projeto de infra-estruturas, que inclui teodolito e inicialmente identificado) e o ponto desejado (Fi-
(ver Capítulo 4), nas vertentes da arquitetura e ela engenharia ção da precisão, ele mais ou menos funcionalidades associa-
os traçados das redes viárias e infra-estruturas ele transportes 1 gura 8.2). A esta ação corresponde o chamado levantamento
civil, associadas ao planejamento regional e urbano, desenho das e, por conseguinte dos custos. O seu princípio de funcio-
das redes de abastecimento de água e das redes ele drenagem de um ponto por generalização, o levantamento do terreno.
de infra-estruturas e sua implantação no terreno. namento baseia-se num cálculo de distâncias: suponha-se que
e da respectiva implantação de obras no terreno. Estando devidamente anotadas as leituras em uma ou mais a distância de um receptor em relação a um satélite seja de
Com efeito, é fundamentalmente aos domínios ela arquitetura sessões ele campo, o uso de cálculos de natureza trigonomé- 18.000 lan. O receptor estará no lugar geométrico de todos os
e da engenharia civil que compete a concepção, o estudo e a t:rica permite determinar a posição relativa e as cotas para to-
8.2 REPRESENTAÇÃO DO TERRENO: pontos do espaço situados a 18.000 km 1 isto é, a superfície de
execução da transformação da configuração dos espaços em dos os pontos "notáveis" do terreno, à luz da teoria elas proje- uma esfera centrada nesse satélite, com 18.000 km de raio. Se 1
que se pretende viver, ~ que envolv~ um longo processo de INTRODUÇÃO À TOPOGRAFIA ções cotadas. de modo análogo, for medida a distância em relação a outro
atividades e de profissões inerentes, cuja comunicabilidade é satélite e se verificar, por exemplo, que foi de 16.000 km, isto
A necessidade e o intuito de intervenção no espaço natural Recentemente, tornou-se freqüente o levantamento de coor-
simplesmente indispensáveL significa que o receptor estará na região de interseção destas
no sentido de se proceder à sua adaptação às condições e denadas por GPS ( Glohal Positíoning System). Trata-se de um
O modo de adaptação de um espaço natural a uma popula- desígnios ela existência humana, segundo critérios variáveis dispositivo de leitura de coordenadas de pontos a partir de duas esferas (Figura 8.3 d).
ção ele indivíduos que devam viver segundo critérios de habi- confonne os objetivos de ocupação elo solo, implica, funda- comunicação através de satélites instalados para este fim por Caso se meça a distância a um terceiro satélite, e se detennine
tação, conforto, segurança e identidade; a instalação de uma mentalmente, conhecer e representar a situação existente. consórcios internacionais públicos e privados, incluindo os que é, por exemplo, ele 14.000 lan, tal situação restringe a
zona industrial e a sua articulação com os demais tecidos ur- próprios fabricantes de receptores GPS.
Num sentido geral, trata-se de conhecer a •configuração do posição do receptor aos dois pontos em que a terceirn esfera
banos, ou, simplesmente, a preservação de espaços naturais
terreno. Representá-la mediante obse1vação e medições ade- São então constituídas bases de dados de coordenadas desses faz interseção com a região ele interseção das duas anteriores
constitui uma atividade multidisciplinar, de conjugação de
quadas faz parte do âmbito ela topografi~. Basicamente, trata- pontos, dispondo-se, também, de software específico de pro- (Figura 8.3 e). Fica-se assim limitado à dete1:minação de.duas
interesses e de pontos de vista, que requer muitas ações de
se ele identificar pontos notáveis do terreno, localizados por cessamento e operação para a obtenção de formas diversas localizações possíveis para o receptor. A distância a um quar-
registro e comunicação.
coordenadas medidas em relação a uma referência previamente de representação da configuração do terreno - desde a sua to satélite elimina um dos pontos. No entanto, em geral, é
O território e o uso do solo que o constitui, como recurso li- estabelecida e de que se conhecem a cota altimétrica e as mais simples representação em planta até múltiplas represen- desnecessário, visto que dos dois pontos um deles será ine-
mitado, devem ser objetos de estudo e planejamento para uma coordenadas em relação a um ponto - marco geodésico - de tações em perspectiva, de acordo com o ponto de vista do vitavelmente impossível de ocorrer, (por exemplo, fora da
utilização equilibrada face às suas aptidões 1 permitindo pro- coordenadas conhecidas e oficialmente estabelecidas. superfície da Terra) razão por que as três leituras são sufici-
entes.
À parte aspectos altamente especializados de corr~ção de er-
ros e das precisões necessárias na medição elos tempos de
percurso das ondas de rádio, a utilização da tecnologia base-
ada em GPS para localização de veículos e de pessoas é
inquestionável. E, neste âmbito, por que não a localização de
pontos da Terra e, por conseguinte, o próprio levantamento
para a representação de terrenos, como no caso que aqui se
apresenta?
A precisão e a facilidade de utilização do receptor GPS o
justificam, tendo-se tornado o método mais eficaz para este
efeito.
Seja através do teodolito, seja por utilização de sistema GPS, a
R: Ponto de referência utilização de software específico de leitura e tratamento cios
E: Ponto-estação
P: Ponto a identificar
pontos obtidos permite a representação e geração de plantas
u: Ângulo horizontal entre o ponto de referência e o ponto desejado e cartas topográficas: O processo posterior e permanente de
[3: Ângulo vertical entre o plano de nível do aparelho e o ponto graduado na mira análise no âmbito das sucessivas fases de estudo e de execu-
a ser lido (à partida dever-se-à procurar ter~ = O).
ção das intervenções baseia-se na metodologia de projeções""
FIGURA 8.1 Teodolitos (Wild - reprodução autorizada). FIGURA 8.2 Processo tradicional de levantamento. cotadas.
138 Capítulo Oito Representação de Intervenções no Terreno em Arquitetura e Engenharia Civil 139

a) b) e)

FIGURA 8.5 Representação em projeções ortogonais do território português.

~.
P"
Q"

Q"
FIGURA 8.3 Processo de levantamento por GPS. P"

Q P'

8.2.1 Projeções Cotadas Em termos práticos, além do traçado e representação de co-


berturas que será tratado em 9.2.3, ·a representação por proje- v,
Q' Q'
A representação de pontos, retas e planos recorrendo-se a dois ções cotadas ,assume particular importância no âmbito da re- p•'
(ou mais) planos de projeção, como se tem apresentado até presentação de terrenos. Considere, por exemplo, a represen-
aqui, nem sempre resulta com a clareza adequada. tação do terreno correspondente ao território português (Fi-
Com efeito, a representação de vários elementos geométricos gul"a 8.5).
em que uma das coordenadas é muito pequena em relação à FIGURA 8.6 Dificuldade de percepção quanto à variação de cotas dos pontos P e Q.
O processo adequado e simples de ultrapassar esta questão,
outra (ou outras), suscita alguma dificuldade de representa- mantendo obviamente o caráter gráfico da representação, é a
ção e visualização, resultante da natureza física dos meios de adoção do método de representação plana pot· projeções
representação. cotadas, considerando apenas um só plano de projeção. Caso se prescinda da consideração do plano vertical de proje- grandeza considerada, as diferenças de cotas deixam de apre-
Um conjunto de retas, em que em cada uma a variação ele cota A menos que se procedesse a uma variação de escala diferen- ção e se associe à representação da projeção horizontal ova- sentar qualquer dúvida dada a sua representação numérica
de ponto para ponto é pequena e em que, por sua vez, a vari- te, segundo diferentes direçõe,s e 1 portanto, estabelecendo lor da cota dos pontos P e Q, a representação será do tipo associada à projeção horizontal desses pontos, isto é, dada a
açâÓ entre cotas dos vários pontos entre as várias retas é igual- distorção quanto à verdadeira relação de dimensões, a leitura indicada na Figura 8.7. representação dos pontos P e Q por projeções cotadas.
mente pequena, torna-se dificilmente perceptível através da gráfica da vista principal (projeção vertical) é praticamente Se não há dúvida quanto à diferença de afastamento (proje- A representação do território p01tuguês, à luz das projeções ho-
representação por projeção vertical e horizontal (Figura 8.4). imperceptível. ção em planta, isto é, no plano horizontal de projeção consi- rizontais (planta), cotadas, nos termos descritos, teria uma apre-
Este método, para cuja utilização se mantêm válidos todos os derado) por serem perfeitamente perceptíveis na ordem de sentação do tipo que se apresenta na (Figura 8.8) 1 tendo asso-
a" e"
b" princípios da geometria, especificamente no que se refere à ciado a cada ponto, devidamente localizado quanto à projeção
relação entre elementos geométricos e o modo como são apli- horizontal, o valor da cota referente à sua projeção vertical.
.,P(4,3)
cados no desenho técnico, constitui uma variante à conside- São as variações numéricas de cotas, relativamente às distân-
ração de (pelo menos) dois planos de projeção e recorre a cias entre pontos, que permitem perceber, com rigor, a partir
dois conceitos geométricos fundamentais que serão aqui apre- da representação em planta, a configuração tridimensional de
sentados: declive e intervalo. uma forma (terreno) em que uma dimensão é muito menor
Com efeito, na representação dos pontos P e Q (Figura 8.6) que as outras.
é praticamente imperceptível a variação de cotas. De fato 1 essa E, necessariamente, quanto maior fosse o número de pontos,
0(6,2)
FIGURA 8.4 Variações de cotas muito pequenas comparadas com os afas- variação é pequena em relação à ordem de grandeza das co- 9
maior seria o conhecimento sobre a configuração da superfí-
tamentos dificultam a percepção das projeções e, por conseguinte, do objeto. ordenadas consideradas. FIGURA 8.7 Pontos P e Q por projeções cotadas. cie constituinte do território, isto é da sua morfologia.
Repr_esentação de Intervenções no Terreno em Arquitetura e Engenharia Civil 141
140 Capítulo Oito
Em qu~lquer reta representada cm projeções cotadas, as cotas
de qu~usquer outros pontos podem ser obtidas a partir da g:ra~
duaçao da 1reta por inte.rvalos.
Na re_ta ~!e 1~aior clecli_ve da Figura 8.13, pode-se obter a gra-
duaçao mchcada na F:agu.1:a 8.14.
. (200)
A cota O (zero) é normalmente considerada o plano horizon-
. (300)
. (1900) tal de projeção.
Assim, e perpendicularmente à direção da reta de maior decli-
v. ve,_ dev_:rá passar pelo ponto de cota O a reta de nível de cota
O, isto e, o traço horizontal elo plano (Figu.:ra 8.13 a e b e JFi~
gura 8.14).

FIGURA 8.8 Representação em projeções cotadas do território português. Por co~vençdo, e vale para que graficamente seja de imediato re-
co~ec1do que se trata da reta de maior declive de um dado pla-
no) e usual representá-lo por dois traços próximos (Figura 8.14).
Cabe aqui fazer um breve comentário à denominação de pro-
As 1~rojeções horizontais de outras retas de nível a qualquer
8.2.1.1 Retas e planos em projeções cotadas jeções cotadas que vem sendo apresentada. FIGURA8.11 O ângulo da reta dcom a sua projeção em v0 é o maior ângulo
outra cota podem ser traçadas paralelamente ao traço horizontal
que uma reta do plano a pode estabelecer com v0 •
A representação em projeções cotadas de uma reta s, definida A idéia genérica inicial - uma dimensão muito menor que a(s) e pelo respectivo ponto graduado da reta, confor~ne a cota da
pelos pontos P e Q da (Figura 8.7), limita-se à representação outras(s)- faz prever a hipótese de que, se essa dimensão fosse reta de nível considerada (Figura 8.13 c).
de uma única projeção, tendo associados os valores das cotas o afastamento) também se poderia dispor ·de projeções "afas-
Declive da reta d (Flgum 8.12} ~om efeito) e considerando que o declive é constante) a iguais
de dois dos seus pontos (Figura 8.9). tadas" ou outra qualquer designação equivalente. No entanto)
mcrem~ntos d_a ~istância horizontal na direção definida pela
para os domínios de aplicação prática, já referidos, é "sem- d _ CotaP-CotaQ
Dado que um plano é susceptível de ser definido por três ~cspectlva proJeçao correspondem) pioporcionalmente) iguais
pre" a coordenada correspondente à cota que constitui o ob- <l - Distância PQ
pontos, não colineares (uma reta e um ponto exterior ou duas 1ncrementos da cota.
jeto de aplicação deste conceito) daí a designação de proje-
retas concorrentes), as representações apresentadas na Figu- É claro que, no caso particular de declives a 45º) os incremen-
Em projeções cotadas) a reta de maior declive é representada
ra 8.10 a e b definem um mesmo plano que, por sua vez, ção cotada.
pela sua projeção horizontal d 1 e pelas cotas de pelo menos tas segundo a direção da projeção horizontal são numerica-
contém os pontos P e Q, portanto, a reta s da Figura 8.9. dois pontos (Figura 8.12). ' ' mente iguais aos incrementos da cota.
8.2.1.2 Reta de maior declive e reta de maior
Repare na simplicidade de representação dos elementos
geométricos face à clareza pela utilização de projeções co- inclinação
tadas.
De todas as retas (direções) possíveis de definir num plano há
uma direção cujo ângulo com o plano horizontal de projeção é
o maior ângulo que uma reta desse plano pode estabelecer z
(Figura 8.11). Esta reta é a reta de maior declive do plano, é d"
perpendicular ao traço horizontal desse plano e, por conseguinte, Q"
d d
P(4,3) d
perpendicular às retas de nível (direção de nível), desse plano. Q Q Q

A importância da reta de maior declive é tal que, por si só, p d'


o y
permite definir um plano. . o.
~ Q'
0(6,2)
De fato) uma vez conhecida a reta ele maior declive) conhece- ~ ü p
ü

se uma direção notável do plano - a sua direção de nível, o


s' P'
seu traço horizontal e o seu declive, dado pelo declive da sua
reta de maior declive e que é, como se sabe:
FIGURA 8.9 Reta s em projeções cotadas.

FIGURA 8.12 Noção de declive de uma reta .


u'

• R(7,0)
R(7,0)

P(4,3) P(4,3)

Q(6,2) Q(6,2)

s' s' ·_-< a) b) e)


b) . __-malor
FIGURAdeclive.
8.13 a) Retas de maior declive de um plan o,. b) ld em em proJeçoes
. - honzontais;
. . c) Representação gráfica da projeção horizontal da reta de
a)

FIGURA 8.10 Representação de um plano em projeções cotadas.


142 Capítulo Oito
Representação de intervenções no Terreno em. Arquitetura e Engenharta Civil 143

hmizontal, como a distância entre dois pontos da reta, de cotas,


por exemplo, 12 e 14, tal que:
,(ôy
s,
1
i=--x2=4
0,5
y 2

No caso ele a eqüidistância ser unitária, o valor cio intervalo


/F(3,s)
ele graduação de cotas consecutivas para a mesma reta de maior
declive seria: .1-1(6)
FIGURA 8.14 Plano definido pela sua reta de maior declive graduada.
1
i=--x!=2
0,5
Há assim uma relação inversa entre declive (d) e interva~
A reta de maior inclinação é, do ponto de vista conceitua!,
lo (i) de graduação, isto é, para uma diferença de cotas, por
idêntica à reta de maior declive, mas referente ao plano verti-
exemplo, de uma unidade, numa reta de maior declive de
cal de projeção.
um plano; a um aumento do declive da reta, e portanto do
declive do plano, diminui o intervalo correspondente à O conceito de eqüidistância refere-se, neste caso, a uma dis-
projeção horizontal da distância entre os pontos de cota tância entre planos de frente e, portanto) a uma diferença de
consecutiva considerados (Figura 8.15) e que pode ser ex- afastamentos.
pressa por: O intervalo não é graficamente explicitado sobre o plano hori- FIGURA 8.16 Pontos e retas contidas num plano, em projeções cotadas: F E a, G E Cl.', x e Cl.', H !?: Cl.'.

. 1 zontal, mas sim sobre o plano vertical de projeção e sobre o


l=- ponto graduado de afastamento O, passa, perpendicularmente
d
à projeção vertical da reta de maior inclinação, a reta de frente
Numa situação mais geral, a consideração dos planos de nível ele afastamento O, e, por conseguinte, o traço vertical do plano. tence ao plano a, visto ser possível traçar retas de nível do Assim, consideram-se dois planos a e 13 definidos pela sua reta
pode não corresponder a cotas de valor inteiro nem ser con- plano) respectivamente de cotas 1 e 2, que contém os pontos de maior declive (Figura 8.18), cuja reta de interseção se pre-
secutiva, e os intervalos a considerar deverão refletir essa ca- Em suma, trata-se de determinar a inclinação do plano no qual de cotas 1 e 2 da reta x. tende determinar.
racterística. é definida a reta de maior inclinação.
Por aplicação do método geral de interseção de planos, de-
Assim, define-se a eqüidistância como sendo a diferença de 8.2.1.4 Relações de interseção em projeções
cotas entre planos de nível consecutivos a considerar numa
8.2.1.3 Pontos e retas de planos definidos em cotadas
vem ser considerados dois planos auxiliares interceptando cada
pt·ojeções cotadas um dos planos dados. Obtêm-se assim dois pontos capazes
dada representação e que, em geral, pode ser diferente de uma de definir a reta de interseção pretendida.
A representação no âmbito do desenho técnico consiste, ain-
unidade de medida. A expressão anterior deverá ser afetada Dado o plano a, definido pela sua reta de maior declive (Fi- da que implicitamente, cm descrever as relaç:ões entre elemen-
por esse valor, pelo que .se terá: Embora não sendo regra determinante, no âmbito das proje-
gura 8.16), interessa saber se os pontos F, G e H e a reta X tos geométricos que definem a configuração das formas, sen-
ções cotadas é conveniente a utilização, como planos auxilia-
. 1 pertencem ao plano. Com efeito, basta verificar se é possível do de considerar, entre retas, entre planos e entre retas e pla-
t=-xe fazer passar por cada um dos pontos F, G e H uma reta de res, ele planos de nível a uma dada cota (perpendiculares à
d nos, as relações de interseção, de paralelismo e ele perpendi-
nível do plano a de igual cota. Verifica-se assim que os pon- reta de maior declive que define cada um dos planos em ques-
cularidade.
No nível das aplicações mais freqüentes da representação por tos F e G (retas de nível de cota 3,5 e 4, respectivamente) per- tão). No exemplo da Figura 8.18, foram considerados os pla-
projeções cotadas - ca1tas e plantas topográficas (ver 8.2.3) - nos de nível de cotas 10 e 30.
tencem ao plano. O ponto H (cota 6) não pertence, visto que
são comuns, conforme as escalas consideradas, as eqüidistân- a reta de nível do plano de cota 6 não o contém. O problema
A condição de duas retas que se interceptam (concorrentes) O resultado da interseção pretendida é a reta i, na qual são
cias de 5, 10 e 25 metros. é efetivamente mais simples do que na situação de serem cori- conhecidos os dois pontos A e B, de cotas respectivamente 10
num ponto comum conduz à idéia ele, em projeções cotadas,
Assim, para uma eqüidistância e = 2, ter-se-á) por exemplo) siderados os dois planos de projeção. e 30, o que possibilita obviamente a graduação da reta (Figu-
haver dois pontos (um de cada reta) coincidentes em proje-
para um declive de d = 0,5 (ângulo de 30º com o plano hori- Analogamente, verifica-se que a reta x, da qual se conhecem ç·ão horizontal e com a mesma cota (Figura 8.17). 11."a 8.18 b) e, por conseguinte, a sua total identificação. Tem
zontal de projeção\ um intervalo mensurável em projeção a projeção horizontal e as cotas de dois dos seus pontos, per- interesse citar ainda o caso particular de interseção de planos
cujas retas ele maior declive são paralelas (Figura 8.19).

O método geral ele interseção de planos (mesmo não sendo Para isto, bastará considerar um plano auxiliar qualquer 'IT e
Retas de maior declive determinar a interseção com cada um cios planos a e [3 dados.
(p.ex., de planos de rampa)
um método geral) é aqui perfeitamente aplicável.
a b Obtêm-se as retas r e s, a partir das quais se obtém um ponto
------------
Q da interseção pretendida.
4 4 A determinação de apenas um ponto é suficiente, dado que,
60 30
de começo, se sabe que a reta de interseção i é uma reta de
30 25
3 3 nível ele cota 36, perpendicular às retas de maior declive dos
20 planos dados (que são, por sua vez, paralelas).
40
15 10
2 2
10
Interseção de retas com planos
Planos de nível de cota 2
e de cota 3, respectivamente Mais uma vez o método geral ele interseção ele uma reta com
20
a) b) um plano, por sua vez recorrendo ao método geral da interse-
ção de planos, é aplicável.
1, 1, a) Não concorrentes
b) Concorrentes (ponto de cota 20). Assim, para deterrninar a interseção do plano a e da reta a
dados (Figura 8.20), começar-se-á por considerar o plano 'lT
FIGURA 8.15 Noçã,o de intervalo de uma reta: intervalo para a reta a de declive d 1: 11; intervalo para a reta b de declive d2 : 12 •
FIGURA 8.17 Retas em projeções cotadas. contendo a reta definido pela sua reta de maior declive.
144 Capítulo Oito Representação de Intervenções no Terreno em Arquitetura e Engenharia Civil 145

a'

i'

.
.l.--·---
~760\
60•

---------.J~

a) b)

FIGURA 8.18 Interseção de planos em projeções cotadas.

FIGURA 8.20 Interseção de uma reta com um plano.

Da interseção dos planos resulta a reta i) cuja interseção com r'


a reta dada determina o ponto j de interseção da reta a com o
plano a.
s'

8.2.1.5 Relações de paralelismo e relações


de perpendicularidade em
projeções cotadas
Merecem consideração as situações entre retas, entre retas e 7
planos e entre planos.

Pa1·alelismo entre retas


A condição de paralelismo entre retas corresponde a proje-
ções do mesmo tipo, paralelas. FIGURA 8.21 Retas r e s paralelas.

Neste caso, deverá ser a única projeção representada - proje-


ção horizontal. No que diz respeito às projeções verticais, o
paralelismo ficará __assegurado a partir de intervalos iguais (e,
portanto, iguais deé:liv_~s) em cada uma das retas, e com a
mesma orientação (Figura 8.21), isto é, cotas crescentes no
mesmo sentido.

Paralelismo entre planos


Ein projeçôcs cotadas, um plano define-se por uma só reta (a
reta de maior declive), a condição de paralelismo entre pla-
nos é semelhante à condição ele paralelismo entre retas, en-
volvendo retas de maior declive.
Em outras palavras, dois planos são paralelos se forem para-
lelas (projeções horizontais paralelas, intervalos iguais e mes-
ma orientação) as retas de maior declive ele cada um dos pla-
FIGURA 8.19 Interseção de planos tendo retas de maior declive paralelas. nos (Figura 8.22). FIGURA 8.22 Planos ae f3 paralelos.
Representação de Intervenções no Terreno em Arquitetura e Engenharia Civil 147
146 Capítulo Oito

Com efeito, basta determinar a reta a 1 paralela à reta x ele for- De fato, este plano que passa num dado ponto (domínio,
Paralelismo entre :retas e planos ma a constituir com a reta a um plano (concorrentes e, neste obviamente, do plano) é o lugar geométrico das retas perpen-
A condição ele paralelismo entre reta e plano é verificada ~uan- diculares a uma reta dada.
caso, no ponto de cota 20).
do nesse plano é possível identificar uma reta paralela a re_ta A reta de maior declive é, como se sabe, perpendicular às retas Assim, a determinação de uma reta perpendicular a outra reta
dada (paralelismo entre retas), e por isso merecem conderaçao é um problema de perpendicularidade entre reta e plano.
de nível do plano.
os seguintes dois tipos de situações:
A consideração de duas retas permitiu graduar a reta de maior
Determinar uma reta r passando por um dado ponto Q, do Perpendicularidade entre teta e plano
declive d neste caso com os pontos 5 e 10.
qual se conhece sua projeção horizontal, paralela ao plano "' o fato-de uma reta perpendicular a um plano ser perpendicu-
ct definido pela sua reta de maior declive (Figura 8.23). lar a todas as retas desse plano significa ser também perpen-
Perpendicularidade entre retas
Qualquer reta, desde que paralela a uma ret~ c:o
plano e
A determinação de uma reta perpendicular a outra reta é re-
dicular às retas de nível desse plano. Assim, verifica-se que a
passando pelo ponto dado, satisfaz esta conchçao. projeção (horizontal) de uma reta perpendicular a um plano
Determinar um plano a, contendo uma reta a dada, para- solvida reco;rendo-se à determinação de um plano perpendi-
deve ser perpendicular à projeção (horizontal) das retas de nível
lelo a uma reta x dada (Figru·a 8.24). cular à reta dada.
do plano dado. É, de resto, uma condição que seria de espe-
rar. A questão centra-se, então, na determinação do intervalo
da reta. FIGURA 8.26 Reta r perpendicular ao plano ct.

Com efeito, pensando no esquema de um plano a e uma reta


r perpendiculares (Figura 8.25 a), que, por comodidade de
50 raciocínio, são observados de perfil (Figura 8.25 b) verifica- Em termos práticos, a determinação da reta r, passando por
7Q// se que se tem: um ponto Q, perpendicular ao plano a (Figm:a 8.26) tem a
direção perpendicular às retas de nível do plano. Para a sua
1 1 graduação, o intervalo da reta r é igual ao declive cio plano a.
/ 10 dr= tan\j/ =--=_Q._
tan <p e
/ a r' Assiin, se for, p0r •exemplo, d,,= 0,4, ter-se-á I" = 2,5, pelo
Dado que, por definição, se tem: que será:

1 . 1
d =-xe 1, =-xl,0=0,4
' I 2,5
'
virá: Perpendicularidade entre planos
I e Uma vez que dois planos são perpendiculares quando um deles
_Q._ = - donde·
e Ir ' . contém uma reta perpendicular ao outro, determinar um pla-
no perpendicular a outro consiste apenas em determinar uma
2
Ir X la= e reta perpendicular ao plano. Por essa reta faz-se passar um
plano. Qualquer plano assim obtido é perpendicular ao plano
Parâ uma eqüidistância unitária, e = 1, ter-se-á então:
dado. ·
1 1
d, =tan'!'=--=-=l
tancp dª ª 8.2.2 A Representação do Terreno

flGUR~ 8.23 Determinação de uma reta r paralela a um plano a.


isto é, d,= I,,, ou aind;, Ir= f·
o
A representação do terreno através de pontos cotados pressu-
põe ainda a consideração de uma escala. Embora qualquer
Assim, o intervalo de uma reta perpendicular a um plano é escala fosse possível, há, como seria de esperar, um conjunto
·, igual ao declive do plano. de escalas comumente utilizadas, inclusive consignadas em

60
da
n,
v,
50 "'-

• "'(
v, d a,
n, cp cp
40 no
r'
x' la 1,
a) b)

FIGURA 8.25 Perpendicularidade entre reta e plano.


FIGURA 8.24 Plano ct contendo uma reta a e paralelo a uma reta x.
Representação de Intervenções no Terreno em Arquítetura e Engenharia Civil 149
148 Capítulo Oito
Embora constituindo um domínio específico de atividade e de
E1n ouras
t Pa\avl·as,, trata-se
• de representar em planta linhas
,• especialização que ultrapassa o âmbito deste livro, cabe, no
. . NBR 131321 trata da execução de levantamento (de nível) que resultam da interseção do terreno po~· sucess_1-
normas. A no1ma .
, e\ de cotas previamente estabelecidas, cuia entanto, mencionar alguns tipos de procedimentos e ele resul-
topográfico. \
vos panos \ mv
ce . ) tados no domínio da representação cartográfica.
representação resultaria como se apresenta na (F1gura 8.27 .
8.2.2.1 Linhas de nível Em termos práticos o que de fato se obtém da_ coleta de dad,os
. l 'amo notáveis . ·te a obtenção da representaçao de pontos co-
8.2.2.2 Modelo digital de tet·reno
Obtida a representação de pontos, enten d K os e d e campo pernu . . . . d
para a definição da configuração elo terreno, ou,manualme~te ·~,,.a º 28 a) a \Jaitir dos quais, p1essupon o Em termos de processamento em sistemas computacionais)
\ t (F'b - 0 •
tad ose1npana /

segundo a s;nsibilidacle e a experiência do topografo'.. ou ,am- lanos de nível a uma dada eqüidistância (Figura f'.t.~8 b), : dispondo-se de software ele modelação ele terrenos, a geração
da de acordo com sqftware específico nos termos refe11clo_s em :erada a representação cartográfica por curvas de nivel (F1~ e representação de curvas de nível (contours) é praticamente
8.2, procede-se ao traçado de linhas, unindo po~~os de igua~ gura 8.28 e). automática a partir da base de dados de pontos obtida através
cota - linhas de nível, também muitas vezes designadas p01 de levantamento quer por teodolito) quer por GPS.
Conforme já referido em 8.2, nos últimos anos o desenvol~i:
curvas de nível mento ele software de leitura e coleta de dados e ele represen Mais interessante) porém, não só pelas possibilidades de visu-
Estas linhas que, em princípio, correspondem~ v~lores_ de, c~ta tação topográfica, como de resto todo o domíni~ da cartogra- alização do terreno, mas sobretudo pela inclusão e interação
inteira, são representadas com uma eqüidi~tanc1a altunetnca fia, conheceu alterações radicais de metodologia. com outras aplicações e desenvolvimentos, sobretudo em es-
(ver subseção 8.2.1) previamente estabelecida. tudos e projetos de arquitetura, de engenharia civil e ambien-
tal, de hidrologia, de geologia e geotécnica, é a geração auto-
mática de um modelo 3D cio terreno, designado como DTM
(Digital Terrain Model) - Modelo Digital de Terreno) a partir
das bases de dados ele pontos.
Para este fim é gerada num processo intermediário uma ma-
lha de elementos triangulares (TIN - Triangular Irregular Net-
work), constituída por segmentos (lados dos triângulos) que
unem os pontos de cota conhecida (Figura 8.29).
Sobre os segmentos da TIN determina-se, por interpolação, em
conformidade com a resolução (detalhe), isto é, dimensão
desejada da quadrícula da malha de representação do DTM,
FIGURA 8.30 DTM [Robinson, A. et ai., Elements ofCartography, Ed. Wiley,
as cotas (coordenadas z) dos pontos da malha quadrangular,
1978].
cujas coordenadas x e y sobre o plano de projeção, dada a
regularidade da quadrícula, estão implicitamente determi-
A et ai., E/ements of Cartography, Ed, Wiley, 1978]. tíadas.
FtGURA 8.27 Conceituação dos procedimentos na representação de terrenos [in Robinson, .
Considera-se então sobre a TIN uma malha de elementos qua-
'\;qÍangulares. A geração de uma perspectiva do modelo as-
·:{~im obtida permite representações cio tipo indicado na (Fiª
>gura 8.30).

?_:POdem também ser considerados diversos pontos de vista do


~\~bservador, o que facilita significativamente a capacidade de
':tisualização (Figura 8.31).
45,6

a)

50

40

30

20
e)

FIGURA 8.31 Diferentes pontos de vista da representação de um DTM.

b) Quer através da representação cio terreno por DTM, quer atra-


vés da representação por projeções cotadas e apresentação de
curvas de nível, geradas com o auxílio de sistemas computa-
a) Por projeções cotadas de um conjunto d.~. ~onhtos_ cionais e software do tipo descrito ou por processos tradicio-
b) Em planta por curvas de nível a uma equ1d1stanc1a de 1 D m nais, tudo se passa como se entre dois elementos quadrangu-
c) Em per\ll segundo AA' lares do DTM, ou, no caso da representação por curvas de rúvel,
FIGURA 8.28 Representações de um terreno.
Representação de Intervenções no Terreno em Arquitetura e Engenharia Civil 151
150 Capítulo Oito
Obviamente que a uma maior precisão deverá corresponder estão representados 1 na medida em que essa carta terá sido
A determinação da cota de qualquer ponto intermediário _en-
entre duas curvas ele nível consecutivas, o declive do terreno uma menor eqüidistância, um maior número de cmvas e, de obtida na escala 1:2000, isto é, com o nível de detalhe da es-
tre duas curvas de nível (cotas conhecidas) correspondena a
fosse constante, isto é, o terreno nesse elemento ou nessa início, um maior número de leituras de pontos quando do cala 1:2000. A sua obtenção na escala 1:1000 corresponderia
um rebatimento da reta de maior declive sobre ~m plano .~e
orção entre duas curvas de nível, é plano e portanto de levantamento de campo. não só à inclusão de mais informação susceptível de visuali-
P nível (Figura 8.33 a e b) e por conseguinte uma mterpolaçao
' d d f ·d por sua reta de
declive constante, pelo que po e ser e m~ o . - Por conseguinte, mais tempo e mais custos, o que necessaria- zação nesta escala, mas também seria maior o rigor e por con-
linear entre as duas curvas. A leitura da cota de qualquer po7-
maior declive graduada. Neste âmbito, cabe amda c1ta: uma ou_tra to intermediário é imediata, tendo-se em conta a esca a mente depende do objetivo a que o processo de levantamen- seguinte o detalhe dos próprios elementos já representados e
situação mais específica, que corr;sponde à o~tençao de DEM to se destina. Com efeito, se para o traçado de uma estrada é visíveis na escala 1:2000.
altimétrica adequada (Figura 8.33 e).
(Digital Elevation Model), para alem ou em vez do DTM. suficiente um nível de detalhe correspondente à escala 1:10001 As escalas mais correntes são:
A mesma determinação sobre uma representaç~o do terr_eno'.
O resultado é análogo, mas em vez de se referir às var~açõe_s ou mesmo 1:2000, a implantação de uma edificação deve re-
gerada recorrendo-se a meios computacionais nos te1~~s 1:10.000, 1: 50()0, 1:2000, 1:500 para eqüidistâncias respecti-
de elevação (e, por conseguinte, de cotas) do ter~eno1 mclm~ querer pelo menos um nível de detalhe na escala 1:100 ou, no
descritos, dispensa operações deste tipo por~ parte d~ usuano. vamente de 5, 5, 2 e 1 metro.
se a representaçao ~ de todos os vo1um es , especialmente os mínimo, 1:200.
O próprio sistema computacional devera calcula-las e o
volumes edificados. Trata-se de um modo de grande interesse utilizador limita-se a "querer" as coordenadas de qualquer Para pequenas zonas (inferiores a 1 hectare), e onde seja ne-
Sendo assim, de começo parece que para o caso da implanta-
como apoio em estudos e projetos sobretu~o d~ ordenamen- cessário bastante detalhe, é possível proceder,=-se ainda a le-
ponto do terreno em que aponta. . . ção de uma edificação se requer maior detalhe do que para o
to do território, na medida em que permite visualizar uma dada vantamentos e sucessivas representações na escala 1 :200 e até
Quer por utilização de software, quer por processos trachc10- caso do traçado ele uma estrada. Ser-se~ia então levado a crer
configuração urbanística e de uso do solo. Em 8.4 este assun- que, para o caso da edificação, o processo de levantamento e
1:100, com eqüidistâncias que podem ir até 0,50 m.
nais, repare que o pe:rfil do terreno (Figur~ 8:32), ~n_1bora
to será novamente abordado. representação do terreno seria ele muito maior custo. E, de fato, Acima das escalas 1:10.000 são comuns as escalas 1:25.000 e
não constitua uma representação de com~ e na. re~l~dade a
A cada reta de maior declive entre duas curvas de nível con- sua configuração exata ponto a ponto e de for~a 1~fm1ta_m:n- assim o é, mas pó"f'1inidade de área. O tipo de obra reporta-se 1:50.000, cujas plantas se constituem como cartas, e como tal
secutivas corresponde, em planta, um intervalo dado pela re- te contínua (esta fraseologia resulta de uma ass~ci~ç~o de ideias também à extensão de terreno e, por sua vez, ao nível de passam a ser denominadas.
lação já conhecida (ver 8.2.1.2): com o conceito matemático de existência de mfmitos pontos detalhe necessário e conseqüentemente à escala adequada: um
Este processo constitui o domínio da cartografia (daí o termo
entre dois quaisquer pontos de um segmento qualquer de reta), nível de detalhe na representação do terreno 1 para o traçado
. 1 carias, ou vice-versa), e no Brasil é desenvolvido pelo IBGE -
1::::-xe é aceitável numa situação de compromisso entre a escala ~em da estrada, logo inicialmente da mesma ordem de grandeza
d Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
uso a eqüidistância (e portanto o número de curvas de mvel do nível de detalhe para uma área muito menor, nem faria
Assim também como resultado de se considerar que entre duas con~iderado) e a precisão desejada. sentido. Podem ser cartas topográficas (Figura 8.34), por conseguin-
curva~ de nível o declive do terreno é const~~te, .ª represen~- te, com inclusão de cotas (projeções cotadas) através da re-
Caso se imaginasse um número infinito de cu_rv~s ~e nível cuja
ção em perfil, e segundo o alinhamento AA m~icado, ~o ter- presentação de pontos cotados e de curvas de nível, juntamente
reno apresentado em planta (Figura 8.28 b) tena a configura-
distância na representação em planta fosse 1nfm1tamente pe- 8.2.3 Plantas e Cartas com outros elementos de representação cartográfica, como, por
quena, à determinação de um perfil do tipo apres~ntado ~a
ção apresentada na Figura 8.32. A representação de terrenos está, assim, na maioria dos casos, exemplo, povoações, redes viárias - estradas e ferrovias-, rios
Figura 8.32 corresponderiam infinitos segmentos de ieta mm:o
pequenos, o que teoricamente e em termos de representaçao Consignada à representação em planta de curvas de nível com e cursos de água, etc., devidamente legendadas (Figura 8.35).
gráfica poderia aproximar-se da realidade. Mas uma represen- uma dada eqüidistância, tendo em conta a escala utilizada e a Carecem de atualizações freqüentes a que os referidos orga-
50 :Precisão desejada. nismos vão procedendo. Podem ser apenas cartas relaciona-
tação gráfica de infinitos pontos ...

~
das a determinado tema (cartas de temas ambientais, por exem-
Por outro lado, a representação em planta de i~initas curvas "':>J escala em que a informação cartográfica deve ser obtida plo), sem inclusão de topografia.
de nível referentes à porção de terreno em questao, tendo em ,,'.:-?epende, como se disse, do grau de detalhe desejado, em
conta a espessura do traço, conduziri~ a ~~a mancha negra Jtmção dos fins a que essa carta se destina. Estas cartas referem-se, em geral, a grandes áreas e são elabo-
(Se fosse uma zona costeira, se podena ate Julgar tratar-se de radas por organismos oficiais, ainda que com o apoio de con-
_No entanto, o tratamento computacional de bases cartográfi-
uma maré negra.) sultoria externa especializada. Destinam-se incialmente a fins
FIGURA 8.32 Perfil do terreno segundo o alinhamento AA'. cas suscita maior clarificação do próprio conceito de escala.
específicos de interesse nacional, não obstante a possibilida-
tom efeito, parece tornar-se possível a visualização de uma de de utilização para fins particulares, e são, em geral, obtidas
:~arta em "qualquer" escala, através da utilização de funciona-
por meios mais sofisticados, sobretudo através de interpreta-
Jidades do tipo zoom, que todas as aplicações de software, neste
ção de imagem de satélite (detecção remota) e por fotografia
'-~~mínio, disponibilizam. Porém, se a quantidade de informa- aérea (fotogrametria), com posterior tratamento gráfico espe-
,"' O ou o detalhe não for adequado à visualização na escala
cializado até sua obtenção, nos modos em que é disponibili-
Jida em dado momento por zoom de ampliação, serão vis- zada como Carta.
Ol _apenas traços mais grossos e polígonos ampliados. De fato,
à quantidade de informação susceptível de ser observada
(5) · Uma maior escala não estiver contida, não é obviamente o 8.2.4 Plantas Fundiárias, Plantas de
fn que a vai fazer surgir. Localização e Plantas de
8(4,7)
B
(4)-- B' li-n, passou a fazer sentido a designação nível de detalhe, Implantação
além do conceito de escala, entendendo-se por nível de
e a quantidade e o tipo de informação adequado à visu- Dentre as escalas utilizadas com freqüência em plantas topo-
o de uma carta numa dada escala ou a escalas na sua gráficas, e já citadas na subseção 8.2.2, algumas são caracte-
ança geradas utilizando-se funcionalidades do tipo zoom. rísticas de plantas que, em princípio, se destinam a fins espe-
r_isto que, caso se disponha de uma carta 1 por exem- cíficos.
(2) - A (2,5) a escala 1:2000, isto significa que os níveiS,,de informa- É o caso das plantas de localização destinadas a identificar
A ------- A'
Contidos são os que deverão ser visíveis n~Ssa escala. o local de uma determinada inte1venção que se pretende fa-
, temente, ampliando-a para a escala 1:1000, a~ravés de zer. Constitui-se um documento capaz de identificar, em uma
.tor-de zoom de 2 vezes, passar-se-ia a dispor dessa mesma escala regional, o respectivo local do ponto de vista geográfi-
"-?'-escala 1:1000, o que de fato não é verdade, pois nes- co. Para este efeito, é vulgarmente utilizada a escala 1:25.000
b) e) ah já deveriam ser visíveis outros detalhes isto é ou- através da reprodução parcial, isto é, da zona em questão, ela
a) . eis de informação - outros níveis de detalh~ - qu~ não carta militar,
FIGORA 8.33 Rebatimento da reta de maior declive de uma porção de um terreno, entre duas curvas de nível consecutivas.
Representação de lnteruenç6es no Terreno em Arquitetura e Engenharia Civil 153
152 Capítulo Oito

FIGURA 8.36 Planta fundiária (Escala 1: 10000).

entanto, adequadas à representação e estudos de implantação A idéia de perfil do te1Teno 1 segundo um dado alinhamen-
de obras específicas, tais como as estradas, obras hidráulicas, to, já referido na subseção 8.2.2, corresponde à planificação
principalmente tubulações e canais, para os quais é freqüente da superfície vertical, podendo esta inicialmente ser ou não pla-
recorrer-se às escalas 1:5000 e 1:2000 (Figut·a 8.37). na. Quando o perfil é obtido segundo o alinhamento (e não trans-
versalmente) diz-se que se trata de um perfil longitudinal.
8.2.6 Levantamento de Perfis Na Figu:t"a 8.28c representa-se o perfil do terreno a partir da
FIGURA 8.34 Reprodução parcial de carta militar do IGeoE (Escala 1: 25.000).
respectiva representação em planta; na Figura 8.286 1 segun-
Além da obtenção da representação de um terreno em planta,
do o alinhamento (ou diretri;,,;) AA'.
é quase sempre importante em estudos e projetos de arquite-
tura e de engenharia civil a representação de outros elemcn- O perfil corresponde, por assim dizer1 à representação de uma
'"'º eera ""-"
0 ·
PUBLICADA PELO INSTITUTO GEOGRÁFICO DO EXERCITO- COBE
RTURA AEROFOTOGAÁFICA DA f. A. P. !.9s gráficos referentes ao terreno. Incluem-se neste âmbito os seção. Se apresentar elementos visíveis, além da superfície
LEVANTADA, DESENHADA E '1 ~ • , ., !IA\
, ~, ~ , ) Cosa>. R,,nas All,\od,,p. To"• '°olada çlesignados perfis. vertical ele interseção que contém a diretriz, está-se perante um
Areal. Dunas

Araolm. t::sca,pado
Ctmml,.óOelàbrr.-o Pomb,I Atalola. SI~
/1\e<ro. Oosalecto ~:',;\~:;;-•; Oo~,o de ,cmOO"lial Fo,oos-d• o,O,telOa
Ta,mno p!!<:lrngoso, Pàdrnlra
\t,o ~ lie~ E,iaioodot">arnea,o F3'úl, P,ap do'º"'º'
Tenano mohoso. Aoche<loo
Oon<!o aco,;..so n milornóvals
ltyoja matti,. ls•ep, Capela Ga,z;l,o 30.60
Camlnl1os

!
Corrn\ulw

!"'"
Oe pé--poslo
-~''tº - 4~'
c,,,d•ocos,o
p7"
Momto de ,,.~nar,a,em,wíoos

caminhos
""'""' única --- ·-----= ,,__
~'5 Tuael
,,,
001euo
\ v,as: o.slrni\a: rndu-,icta; om conslrução

FIGURA 8.35 Reprodução parcial de legenda da carta militar (reprodução autorizada pelo IGeoE).

fu d .• · · t é phn S.Z.S Outras Cartas e Outras Plantas


Aesca l.a 1·10
. -000 é utilizada nas plantas n tanas, 1s•o ' -' -~
resentam as dimensões de propriedades as quais e Outras cartas disponíveis em organismos oficiais també1:1 rne_
tas que ap 'd tif
tribuíclo um número - o número de matriz que 1 en ica a recem referência aqui, dada a sua impmtância, quer em s1 me~
~ropriedacle no respectivo cadastro (Figura 8.36). uer pela necessidade de uso simultâneo com as cartd~-
mas, q d . d l amento
. plantação correspondem a escalas maiores já referidas; ou ainda em estu os gerais e ore en ia
As plantas d e un - . l território, e também em projetos de obras de engenhar
1:1000 ou 1:500. São adequadas à apresentaçao_da im~ anta-
dimensão apreciável.
- de o bras, e m especial ' modos de ocupaçao
çao . elo_ solo ~e
edificações isoladas, incluindo a cotage~ d~s d1men~oe~ ma-
. distâncias quer em relação aos limites de p1op11eda-
O IBGE divulga outras infonnações através de mapas: de sol
de climas e de biornas do Brasil, em escala de l: 5.000.000.
:~/.~·
.: '

I
x.imas e
d e, quer
,

elementos existentes.
ct·f· -
em re laç ão aos limites ele outras e 1 1caçoes ou .. l menciona
Além da cartografia o f icta . d a, sa~o também utili
res
das outras plantas e, portanto, outras escalas para a rep~ .
tação de terrenos. Sem que se constituam documentos t~l
j ,,
~ -- ,
-·~,'

A
,"
' ·, \"'
Em 8 _4 será feita a ilustração da utilização destas plantas ou
à semelhança dos casos referidos na subseção 8.2.3, sao, 'i~-Â-B.37 Reprodução de parte do desenho da planta integrante de um projeto de implantação de uma conduta (escala 1 :2000 no original).
· -- s bem concretas.
cartas em s1tuaçoe
Representação de InteruençlJes no Terreno em A· rquitetura
. · ·t
• Ciut
e Engenharia 155
154 Capítulo Oito

35 / /

___ /--/
3/
A /

25 /
(

,-1
I ________________ _

34,00

N.ºdo Perfil 5

Cota do Terreno 38,02 38,01 37,80 37.40 _


_ ___°':,"" _'":''__"'."'_j_
37,57 37,62 _ _'38,06
Cota da OIJ.ra 35,38 35,34 35,25 35,17 35,12 35,07
---'=--=:cc:_--1-__ 34,97
Diâmetro 0200
5 30 35 40 Distância parcial 0,00 8,75 17,25 15,25 10,41 9,37
Distância à origem 0,00 8,75 26,00 41,25 51,66 61,03
6
N.º da caixa de visita
, o
B
10
FIGURA 8.40 Perfil longitudinal de implantação de uma tubulação.

do terreno - distâncias, cotas, etc., bem como toda a informa- de metros), e segundo as escalas consideradas, deve-se admi-
FIGURA 8.38 Planta de terreno definido por curvas de nível. tir q~e a cota de referência é diferente de zero. No exemplo
ção referente à implantação da obra para cujo estudo e projeto
a determinação do perfil constitui um meio indispensável. da Figura 8.40, pode-se verificar que, mesmo na ordem de
grandeza das dezenas de metros, considerou-se a cota de re-
Assim 1 para o exemplo da Figura 8.38, em que se pretende o Na Figura 8.40, apresenta-se um exemplo de representação
corte. A superfície ou plano de seção vertical, contendo a dire- ferência 34, indicada no topo do quadro.
perfil do terreno segundo o alinhamento indicado e com uma de perfil (escala 1:1000 com sobrelevação de 50 vezes), mas
triz, é conseqüentemente perpendicular aos planos de nível.
sobrelevação de 2 vezes, são marcadas segundo x as distânci- neste caso referente ao traçado de uma conduta adutora (para Ainda no âmbito da representação de perfis, interessa citar o
Conforme se referiu na subseção 8.2.1 1 os terrenos são 1 do as entre os pontos numerados (Figura 8.39), e segundo y, os abastecimento de água a três lagos artificiais), que constitui traçado de perfis transversais. De acordo com esta designação,
ponto ele vista do desenho técnico, como que objeto cuja di- valores das cotas. A definição do perfil por traços retilíneos uma peça desenhada de um projeto. trata-se de representar perfis, transversais a um dado alinhamento.
mensão segundo uma das direções é muito menor que as resulta da situação de compromisso, já referida na seção 8.2,
Cabe aqui fazer ainda referência a um aspecto de detalhe em A representação de perfis transversais constitui uma peça de-
outras. Tal característica, que torna quase imperceptíveis as de considerar constante o valor entre curvas de nível conse-
relação à apresentação de perfis. Com efeito, sempre que a senhada fundamental e de grande utilização, principalmen·te
variações de dimensão segundo essa direção, e que justifica a cutivas segundo o alinhamento em questão. ordem de grandeza das cotas é elevada (centenas ou milhares em projetos de estradas e na representação ·de mas.
representação de terrenos com uma única projeção - a plan-
ta; recorrer ao método das projeções cotadas, torna-a, no en- De resto, com que veracidade se afirmaria uma dada configu-
ração de irregularidade para o perfil do terreno, entre duas
tanto, carente de percepção imediata no nível de uma repre-
curvas de nível, apenas com base no conhecimento dessas P = -102.447,966
sentação detalhada minimamente quantificável. P=-102.441,963
curvas? M = -94.477,966
M = -94.501,958 ":D
Não significa isto que se procure complementar a representa- n n
Em termos de apresentação fmmal como peça desenhada inte-
ção de terrenos com a vista principal ou lateral, mas tão-so-
grante de um projeto de arquitetura ou ele engenharia, conforme ~
g ""
li 11
,'o
o,'
ººoo
mente com a respectiva secção - perfil - segundo um alinha-
se verá adiante, é usual proceder-se à elaboração de um quadro;
J)"
\\ n "'g
ll 11
"
cr: ºº
g
mento que deve ser estudado com maior detalhe e para cuja ~o
oo cr: cr:
(há, por vezes, a designação de "legenda de perfil" ou "pente") g
percepção, quanto à pequena variação de dimensão altimétrica,
face à variação de dimensões em planta, se recorre em uma onde deve ficar contida toda a informação referente ao perfil 143.67
144.18 1 + 500
escala diferente (e maior, naturalmente!) segundo essa direção. 143.81

-.----··-
14 .69
~,j, 144.79 14 .20
Diz-se que se procede a uma sobrelevação de xvezes, isto é, g
14 .10
recorre-se a uma escala altimétrica (vertical) xvezes maior.do &, 4.79 "' 2.00
que a escala das distâncias (horizontal). ,,,. 144.69

As sobrelevações de utilização mais freqüente são de 2, 2,5, 5


e 10 vezes, dependendo do grau de variação altimétrica que, :D
li
:D
li
"
li
inicialmente, o terreno apresenta. 20 . g ºoi

l_
§
A obtenção do perfil não é, pois, mais do que um gráfico car-
10
ººo E 2,A
tesiano em que, segundo as abscissas, são marcadas as distân- "

--- --tt
,r ,r
cias em uma dada escala entre pontos do terreno de coorde-
nadas conhecidas - precisamente os pontos elo alinhamento p = - 102.465,218
Origem 6 Abscissas M = · 94.481,853
que interceptam as curvas de nível - e segundo as ordenadas 34 5
são marcadas as cot<=j-S desses pontos de acordo com uma es- FIGURA 8.41 a) Diretriz da estrada. (continua)
FIGURA 8.39 Perfil de terreno segundo o alinhamento 1-6.
cala x vezes maior.
Representação de Intervenções no Terreno em Arquitetura e Engenharia Civil 157
156 Capítulo Oito

P8
km~ 1+500

14:!:,60~ ;-- . ~
-------~o-e__~---------------~ - /
~ L - - - - - + - [- - - - ~
1
141.00
~---

T Nº
-'.
DESIGNAÇÃO
CAMADA DE DESGASTE
MATERIAL
BETÃO BETUMINOSO
,. .
,.,
(COl)

s
P7 REVEST. DE SUPERF. SIMPLES _,___ ~
km :e: 1+475 's BASE
--
CALC. DE GRANULOM. EXT.
1~
1 CAM_ADA DE SOLOS SELEC. MAT. DO TRAÇADO__ 10
'
~~~
-
LAGETAS DE BETAO
' REVESTIMENTO
~
~~
CAMADA DE FUNDAÇÃO SAIBRO
-
'
---ç
_________--'-,------~ '
'
~- ~~Ç_ÂO
BASE
LANCIL
CAL(;;. OE GRANULOM.__~~
CALCÁRIO
BETÃO
--"'-

142.00
-----=-- -
i FIGURA 8.42 Perfil transversal tipo de uma estrada.
'
1

P6 ' mente sujeita a outros modos de apresentação do ponto de sarnento de imagem conduziram ao desenvolvimento de apli-
km :e: 1+450 1 / vista gráfico (Figura 8.43 e Figura 8.44). cações específicas para processamento de informação de na-
144.80 ~ - ; : : ; ; ; ; ; ; , ~ ~ ~ - / - - - " - -
tureza espacial ou no mínimo informação associada às mais
~--~,, y 8.3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM
diversas bases de natureza cartográfica.

142.00 Desde o registro computacional sobre base cartográfica da


~ SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ocupação e uso do solo, das sucessivas inte1venções e infra-
FIGURA 8.41 b) Perfis transversais. (continuação) GEOGRÁFICA estruturas, até o registro da evolução das distribuições demo-
gráficas, indicadores socioeconôrnicos, ou registro e análise
As possibilidades que as tecnologias de informação trouxeram
de condições naturais e da sua evolução, súbita ou ao longo
no âmbito da organização - desde o registro e acesso até a
do tempo, inerentes a um dado local ou região, este tipo de
análise e operação - da informação alfanumérica e também
aplicações - Sistemas de Informação Geográfica (SIG) - tem-
da informação de natureza gráfica e capacidade de proces-
se constituído um instrumento ele planejamento cada vez mais
indispensável.
i-
i- Quer no contexto da sua utilização, quer em relação aos re-
i-. sultados obtidos, ele privilegia um ambiente de opei·ação so-
í- bre base cartográfica. Esta característica, associada ao caráter
f-
1- de aplicação dos SIG no âmbito elo planejamento e ordena-
í- mento do território (Figura 8.45) como uma das vertentes
i·• fundamentais da engenharia civil, toma, por isso, indispensá-
í-
í-
i-
1-
,...f- Hldrologla

1--
f-
3,50 3,00 _J_ 3,50
J U_s_~ do solo

Topografia
:GURA 8.43 Perfil transversal de rua, num projeto de urbanização. Geologla
FIGURA 8.41 e) Fases da modelagem geométrica de implantação de estrada. (continuação)
.nlr -estrut ras

_COTA_ (var perlil)

Com efeito, é através da representação de sucessivos perfis delagem geométrica dos terrenos, permite a obtenção da i · -,"1="1"11.~".'.."~=====~=~.'.,."',-.-"'11~1===,,
1

'll~~n . TillI~1
formação do tipo descrito a partir do próprio modelo geo
'

transversais 1 segundo alinhamentos transversais à diretriz ou ~IT.


I
· nf
alinhamento da estrada, que se permite determinar o modo trico (Figura 8.41). 11----=- l=I
~Ili: · =111
como a estrada se insere no terreno natural, isto é, acima ou
abaixo do terreno natural, como tal requerendo zonas respec-
tivamente de aterro e/ou escavação (Figura 8.41).
Embora não existindo uma normalização rígida de apresent
ção de perfis, quer transversais quer longitudinais, deve
sempre ter em conta a normalização sobre desenho técnic
1_1

=u l r
'11= 0,15 0,15
11=
:-'jT
JJ-

Um outro perfil transversal indispensável é o chamado perfil


transversal-tipo (Figura 8.42). É nesta representação a uma
em geral, e todos os procedimentos e recomendações adeq ..-
dos a uma representação, do ponto de vista gráfico, o
clara e concisa possível.
~~_,v- -
r//ffi-', ALMOFADA DE AREIA

escala adequada (1:10 ou 1:20) que se indica a constituição e


detalhamento construtivo da estrada. De fato, a representação de perfis em outros domínios que FtGURA 8.45 A realidade (rea/wworlc!J pode ser identificada como um siste-
L--º·6º _ ma de informações, de natureza geográfica, susceptíveis de uma organiza~
No âmbito da utilização de sistemas CAD, a implantação da estritamente o projeto de estradas, sobretudo em arquite
ICURA 8.44 Pertil transversal de implantação de tubulação. ção por temas e por camadas mutuamente relacionáveis.
diretriz e da própria r;sante de uma estrada, associada à mo- e outros domínios do âmbito da engenharia civil, está ob ·
158 Capítulo Oito
Representação de Internenç6es no Terreno em Arquitetura e Engenharia Civil 159

vel a apresentação neste livro de uma breve introdução, con- constituir os meios e a essência de representação e comunica-
templando os conceitos fundamentais, além da referência a al- ção de inJonnação envolvendo uma componente espacial. Pontos e nós
gumas situações representativas da sua utilização. o A geodesia - domínio da matemática aplicada que obse1va
A designação Sistema de bz/ormação Geográfica foi publica- e mede grandes zonas da superfície da Terra e estabelece
da pela primeira vez em 1965 por Michael Dacey e Duane ou determina a localizaçãO exata e rigorosa de pontos na
Linhas
Marble, como sendo qualquer sistema de gestão de informa- sua superfície.
ção que possa: e A fotogrametria - método que recorre a técnicas fotográfi-
cas para observação e medição relativas à produção de car-
Receber, armazenar e disponibilizar infonnação baseada em tas, que são frequentemente utilizadas no âmbito da tecno-
localização espacial; logia de gestão da informação geográfica no sentido de es-
Identificar locais segundo a especificação de um determi- tabelecer a representação base para outros dados e infor- Polígonos
nado critério de seleção; mação de natureza especial.
Explorar as relações entre conjuntos de dados inerentes a e A enorme expansão a que se tem assistido nas comunica-
um contexto espacial; ções e, em particular, a flexibilidade nas redes de comuni-
Analisar e relacionar dados e informação como suporte a cação de dados, onde se inclui a detecção remota 1 tem per- -
tomadas de decisão sobre o espaço ou região em estudo;


mitido uma descentralização cada vez maior no processa- / Pixel
Facilitar a seleção e transferência de dados para modelos mento de dados.
analíticos e/ou numéricos relativos a aplicações específicas
Desta multidisciplinaridade e da sua evolução, quer no seu todo - :-H Malha ou grelha
capazes de quantificar situações alternativas;
Representar, numérica ou graficamente, parâmetros ineren- quer no âmbito de cada uma das disciplinas 1 a tecnologia dos
GIS continua em rápido desenvolvimento.
tes à zona em estudo, antes e depois de qualquer análise.
Embora a designação GIS - Geographical /11/ormation System, Não obstante a complexidade do ponto de vista tecnológico • o+ Ri * @) Símbolos
e, em particular, em termos de indústria de software dos GIS, FIGURA 8.46 Elementos gráficos de representação cartográfica.
como a tenninologia original para os Sistemas de Informação
obviamente também motivador para os autores e utilizadores
Geográfica, se tenha constituído recentemente como o termo
(ou utilizadores/autores) a julgar pela crescente oferta comer-
mais genérico e largamente utilizado, outras, sobretudo AM/
cial de produtos e novas funcionalidades GIS 1 o processo de Os elementos gráficos são georreferenciáveis através de siste- O software GIS permite a adoção de simbologia gráfica, atra-
FM - Automated Mappings/Facilities 111anagemenl, são tam-
generalização do recurso aos GIS pelas instituições não de- mas de coordenadas que podem ser do tipo caitesiano ou an- vés de diferentes tipos e espessuras de traço, cor e variação
bém freqüentes.
pende tanto ela preocupação acerca de qual o GIS a adotar, gular Oatitude, longitude), e os valores das coordenadas são de forma, em geral de acordo com a simbologia já usada nos
Embora discutível, ao longo de todo o texto considera-se a mas sim da concepção e da criação de um determinado: SIG expressos através de um dos vários sistemas de projeção. processos tradicionais de produção cartográfica, e permitem a
adoção da terminologia original GIS, já comum em todo ó como sistema de informação, da sua manutenção .e atualiza- representação de legendas e anotações recorrendo a diferen-
mundo, incluindo os países de língua não anglo-saxônica, para ção e da mútua e franca colaboração interinstitucional, no As imagens jJodem ser armazenadas sob a forma vetorial ou
raster (Figura 8.47). A forma vetorial representa os dados tes tipos de caracteres.
designar o software inerente à constituição e utilização dos sentido de reduzir a redundância de atividades e aquisição de
Sistemas de Informação Geográfica. informação, para o que também se torna importante uma co- através de coordenadas x, y, z. A forma rasteré representada Os conceitos fundamentais associados ao software de sistemas
erente e clara definição do objetivo de cada uma. malhas uniformes com uma dada resolução, através das CAD - entidade 1 bloco e camada (layeiJ - constituem uma
A abreviação em língua portuguesa SIG (Sistema de Informa- os dados são representados como posições de uma matriz autêntica reconversão metodológica e conceituai em relação
ção Geográfica) passa assim a ficar reservada ao processo de com a malha. aos conceitos e processos de representação gràfica tradicional
constituição dos Sistemas de Informação (Geográfica), propri- 8.3.1 O Conceito de Base de Dados processamento de imagens) a resolução da malha identifi- e são largamente utilizados na representação cartográfica.
amente ditos, que operam sob o software GIS. Relacional sob o Ponto de Vista dos ca-se com o pixel - a menor e indivisível imagem que pode A base de dados constituinte de um SIG tem quatro classes de
Há uma vasta quantidade de domínios tecnológicos diretamente GIS e sua Constituição ser obtida. dados não-gráficos (Figura 8.48):
relacionados e influentes no desenvolvimento dos GIS que
incluem a ciência computacional, a gestão de informação, a A constituição da base de dados, que representa a maior par-
cartografia, a gcodesia, a fotogrametria e as comunicações: cela de custos e tempo na implementação de um SIG 1 é com-
posta genericamente por múltiplos conjuntos de dados de
• Ciência computacional (computer science), que disponibi-
natureza gráfica e de natureza alfanumérica, mutuamente as-
liza a tecnologia de coleta, manipulação, arquivamento e
sociados ou ~ão, geridos pelo software GIS.
apresentação de dados. Incluem-se, o desenvolvimento do
hardware e sqftware de base (sistemas operativos e lingua- Os dados de' natureza gráfica que representam as imagens
gens de programação). cartográficas usam os seguintes tipos de elementos: pontos
e À medida que a gestão da informação evolui relativamente (pixeis e símbolos), linhas, polígonos (ou áreas) e malhas (FiM
à codificação das relações da lógica e da matemática que gura 8.46).
permitem a associação e manipulação de dados, os siste- • Pontos- Definem localizações numa carta de um modo dis-
mas GIS procuram, no seu desenvolvimento, a inclusão des- creto e para fenômenos ou situaçõés de dimensão reduzi-
tes melhoramentos. da, face à escala considerada, para serem representadas por
e A cartografia que se constitui como a metodologia e técni-
1 linhas ou áreas.
ca das disciplinas envolvidas no âmbito dos GIS, contribui • Linhas - Definem a forma de elementos de natureza geo-
com as convenções e elementos gráficos de representação gráfica em que uma dimensão é muito menor que a outra
para a obtenção de cartas. ou, por outro lado, elementos que se caracterizam por um··
Os conceitos de projeção, de sistemas de projeção e de deter- comprimento mas não por uma área.
minação de coordenadas e a apresentação gráfica através de • Polígonos - Definem figuras ou polígonos fechados que
anotações, símbolos, tipos de linhas e tipos de padrões, não identificam a forma e a localização de elementos com deM
FIGURA 8.47 Dois modos fundamentais de registro de informação gráfica: vetorial e raster.
obstante alguma evolução ao longo do tempo, continuam a terminadas características homogêneas.
160 Capítulo Oito
r

1
!
Representaçâo de Intervenções no Terreno em Arquitetura e Bngenbaria Civil

Ligação das entidades de natureza gráfica e de natureza alfanumérica


Hil

BASE DE DADOS DE UM GiS :t constituintes da base de dados GIS

- Dados de natureza gráfica Dedoe de natureza alfanumérica !I


. ,:.;-:.-
Pontos Atrlbut09
Refereoel&çio geogréllce
Linha•
Relações eepeclale
Pollgonoe
Peças desenhadas Cobertura

1
'
1

'
' ' Registro de atributos
'
1

Coordenadas
.
1

~-- ' -
Símbolos Tabela de alri utos (feature attribute table)

Pixeis FIGURA 8.49 Elementos constituintes de um tema: os registros das bases de dados são associados aos elementos gráficos em modo vetorial {linhas
ou polígonos).

FIGURA _ Base de dados GIS: 05 dados de natureza gráfica e os dados de natureza alfanumérica são manipulados segundo formatos adequados
8 48 , representando pontos, linhas e polígonos, e o seu relaciona- 8.3.2 Desenvolvimento e Implementação
a cada tipo de processamento. ·-_'\-{:,,:::::,_;' menta, através ela definição ele topologias, e ainda o modo de
i::t{\;> organização e ligação geográfica, é igualmente importante a
da Base de Dados SIG
, ·,-~<:;:;"descrição sobre o modo como num GIS a infom1ação de atri- A utilização de um SIG antes de qualquer operação requer
Atributos. Contêm informação descritiva acerca das caracterís-
Atributos '<fautos alfanuméricos, organizados segundo tabelas cujos regis- necessariamente a constituição de bases ele dados.
ticas dos elementos gráficos a que estão associados:
Referência geográfica ·tros são associados aos elementos de natureza geográfica, é
Índices de identificação Informação espacial. Descrevem a localização e forma dos ele- 'ô;rganizada segundo temas (Figura 8.49). Os dados de natureza gráfica e os dados de natureza alfanu-
Relações espaciais, mentos de natureza gráfica geográficai' mérica deverão 1 pela sua natureza) ser objeto de diferentes
~-S temas constituem-se como "conjuntos lógicos" de elemcn- metodologias de processamento.
permitindo escrever e quantificar a~ caract:rísticas e outras Informação descritiva. Informação acerca desses elementos. ':, de natureza geográfica apresentando características comuns
informações que se pretendam associar ou nao aos elementos Por outro lado o SIG deve ainda conter informação relativa à finidas pelo usuário (p. ex., linhas de água, uso agrícola) Os dados de natureza gráfica correspondem ~ grandes quan-
gráficos. topologia ou cÍispor de meios que permitam estabelecê-la_de'· , amentos, divisões administrativas, etc.\ que se identificam tidades ele informação, devendo, portanto, ser objeto de pro-
Cada classe compreende dados alfanuméricos que podem ser forma prontamente disponível para o conjunto de operaçoes '"fio elementos de natureza geométrica. É através dos temas cessamento próprio. A utilização de sistemas CAD no âmbito
processados quer por processos convencionais de gest~o. de características da sua utilização. e se processam as operações de análise espacial. cio desenho cartográfico é a situação mais freqüente.
base de dados, quer diretamente> em ambiente (carto)graf1co, Na seqüência da representaçào dos elementos de nature~ ,- : âmbito do conceito de tema) interessa ainda considerar a Este aspecto corresponde, em geral, à conversão de cartas
pelo próprio GIS. geométrica, através de coordenadas e relações de topolog1à ·nição de classe de um tema que determina o tipo de ele- existentes para formato digital (Figura 8.50) ou à obtenção
é estabelecida a ligação entre os elementos de natureza ?eo tos de natureza (geo)gráfica, que o constituem. de novos conjuntos de cartas a partir ele fotografia aérea (Fi-
A possibilidade de os GIS recorrerem ao "conh~cimento" so-
métrica e os correspondentes registros de atributos a partir gura 8.51) ou de dados de campo.
bre as relações de topologia constitui uma das diferenças fun- <bertura define-se ainda como contendo os atributos refe-
damentais em relação a outros sistemas de desenho e proces- qual é então possível questionar uma carta no sentido de apr_,_-,,
sentar graficamente a informação atribuída ou permitir a con a um tema e a informação de natureza geográfica refe-
samento de imagens. à localização. As coberturas "guardam" elementos de
trução de uma carta temática segundo um dado item da b
Uma base de dados alfanumérica, cujos registros estejam as- za cartográfica tais como pontos, linhas e polígonos. Os
de dados associada.
sociados aos diversos elementos gráficos de uma base de na- tos destes elementos, tais como o nome do elemento, o
tureza cartográfica) com que se identificam - um rio com uma
o estabelecimento de uma base de informação de nature_ :}o de representação a classificação bem como quaisquer
espacial - SIG - constitui a essência das capacidades dos G :: :~ atributos para cada elemento, são descritos e "guarda-
linha, uma parcela cadastral ou lote com um polígono, uma
casa com um símbolo ou um ponto, etc., por sua vez Um modelo de dados desta natureza é freqüentemente de_ ,,, :é·m tabelas de atributos dos elementos (jeature attrihu.te
identificadores do local em que se situam, através das suas nado -modelo georrelacionado) destinado a manter a liga
coordenadas segundo um dado sistema de projeçào - consti- entre elementos de natureza geográfica e informação desct
las de atributos de elementos constituem bases de da-
tui uma base de dados georrE;/erenciada. va (alfanumérica). cíficas. Quando estes atributos são necessários para
Para a constituição de um SIG, interessa considerar: o conceito relacional pode, no entanto) constituir um de cartas principalmente na representação de títulos
de não só estabelecer e manter elementos gráficos e atrib das, marcas ou quaisquer outros símbolos, são aces-
Índices de identificação. Podem constituir o item de seleção 1
mas usar um item comum para estabelecer ligações tem artir das tabelas de atributos dos elementos (p. ex.,
relacionamento e apresentação da base de dados a que se
rias ou permanentes entre registros correspondentes a ertura referente a curvas de nível é rotulada com as
referem.
tabelas. ;~,:cada curva). Por conseguinte, uma cobertura contém
Relações espaciais. Referem-se à to_pologia, i~to Aé, :w mod? Além do modo como se estabelece o registro de dadq'". --~/dados referentes a localizações como os atributos de
FIGURA 8.50 Obtenção de plantas em modo rasteratravés de digitalização
por scanner de plantas existentes e vetorização e hierarquização segundo
como as entidades gráficas se relacionam (adpcencta) proxi- émento na cobertura.
natureza espacial) através de séries de pares de coorde /ayers sobre imagens em modo raster.
midade) conectividade).
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - \i
j

162 Capítulo Oito Representação de Interuençàes no Terreno em Arquitetura e Engenharia Civil 163

O inventário e disponibilização de dados constituem a fase


inicial do processo de constituição da base de dados, a partir
da qual se procede à conversão recorrendo-se a uma das seis
técnicas atualmente disponíveis:
Digitalização manual ou semi-automática;
Digitalizaç~10 fotograrnétrica;
Digitalização por scanner-, l;dil Bow .Query füafic Beport .Ç_olumtt Iable 08-QLE
Geornetrização de coordenadas; -_1~~P<; <!:::- ;,::•~'.:}<T ~-•:••~~!,~: t: .:-,:~-~•-~r--~·,c-[::J.o:~~ -: -,<.......- :"ª-!1!~:S
ZO$ 9Z ! 01 02. 1'9j 110 j T1ACO GOl1llS fSUIH\A j HO.RADIA [ PORTO
Entrada por teclado; 1·o·s·.·7;;· 1-z:7·_·01.. 1;;~! 11·1· !.ELSA. i
ffU/E2ES .. COLARES !'i.icuro•i'f LI.sBfü.
Tradução/conversão ele arquivos digitais existentes. 462. 8::a ! 03. 0<1. i,~j 112 ! FKPMAIJDO i:.nú.j mtt tJ.un{ 1snnoulsrnnA
i
113 CAr!LOS HLHO !TERRUGKtt ; EDIFICIO
Importa desde já referir que a base ele dados requer uma
manutenção cuidadosa e permanente, na medida cm que é
08.199! J,).4"i.il/TOUIO cosr_4,:":?.RM-lM r:l UO.RAPIA Bl!TUBAt
os. 1;,;·;·j 115 ! SUSANA CAP.V A.ti PR.AIA Ot.tJ JIOIU.DU. LISBOA
FIGURA 8.51 Imagem obtida por totogrametria. variável com o seu próprio desenvolvimento e evolução, 06.1',j 1161· Tl!:LJU<. SOFIA "\ TRIHlUGllH i.'I.P.HA?.!llf

designadamente devido a sucessivas ações ele ordem adminis- os.1.,;! li;.ifi:In. EANDErRPJ s·:rtiTP.A··-
1 ... ,
118 i PEDRO VIRIATO! C.•.BR!!LP.
trativa, à evolução dos processos naturais ou, ainda, devido à , .. ..,-..........
,, ,,' '
intervenção na configuraÇ10 dos espaços, etc. Nestes termos i:.?:.J.:REDE!HCO
A conversão a partir de cartas existentes corresponde normal-
mente a um processo inicial de digitalização por scanner, deverão ser acrescentados, modificados ou eliminados clados,
obtendo-se uma imagem em modo raster. Em seguida, proce- à medida que as condições variam, no sentido de manter a
de-se, sobre essa imagem 1 ao desenho em modo vetorial base de dados atualizada - condição ele validade ela sua utili-
(vctorização) dos elementos gráficos desejados, constituindo- zação.
se como entidades a que serão depois associados registros da
Este processo de permanente atualização pode ainda reque-
base de dados alfanumérica que, conjuntamente com a base
rer a transferência de informação a partir de outros sistemas e FIGURA 8.53 Tipo de ambiente de utilização das componentes (carto)gráfica e alfanumérica de um SIG.
cartográfica assim obtida, constituirá o sistema de informação
a captura ou geração ele dados a partir de fontes menos con-
geográfica sobre o qual os processos de acesso, análise e
vencionais.
operação, nos termos descritos, passam a estar disponíveis.
Normalmente, o desenho dos elementos gráficos pode ser
O caráter global que um SIG poderá e deverá assumir e a pos- Tipos de Dados e Constituição de Em seguida, deve ser incluída a informação topográfica e
sibilidade de compartilhamento, quer na utilização, quer na planimétrica, em geral obtida por fotogrametria e, depois, todo
através de funçôes do tipo CAD, que podem estar incluídas SIG
atualização por diferentes organismos e instituições, impõe o o tipo restante de dados - administrativo ou jurídico, infra-
no próprio software GIS ou ser feito em sistema CAD (Figura
estabelecimento de uma hierarquia de gestão e autorização no As bases de dados SIG contêm diversos tipos ele dados de na- estruturas e elementos físicos naturais.
8.52) e, posteriormente, importado e georreferenciado no sis-
uso e acesso à base de dados. t1.1reza gráfica e de natureza alfanumérica, relacionados, intc-
tema. No caso de se integrar uma grande variedade de escalas e
igtados e registrados de forma a constituírem uma fonte ele in-
formatos dever-se-á prever a sua compatibilização.
}f?rmação operacional (Figura 8.53).
'\::/l origem dos dados de natureza gráfica condiciona o modo Com efeito, uma correta integração de bases de dados requer
'''f!,ôrno são integrados µa base ele dados e o modo como os uma cuidadosa planificação ela estrutura ele ccmtrolc e o esta-
blemas daí emergentes, sobretudo devido a diferentes tí- belecimento de elementos ele referência com vista à inclusão
t<}:iós de origem, são solucionados. e localização exata de sucessivos novos elementos (Figut·a
8.54).
-~ precisão e o grau ele resolução são aspectos importantes na
,eónstituição e desenvolvimento de um SIG Cada uma das novas camadas apresenta características espe-
cíficas que são importantes tanto no desenvolvimento ela base
}~m SIG que se destina a apoiar atividades do âmbito da cnge- de dados inicial como para a sua manutenção e utilização em
~_aria requer um alto nível de precisão e, por conseguinte, a
aplicaçôes diversas.
ção de uma escala bastante detalhada e elevada resolução.
SIG destinado a ações de planejamento e tomadas ele No domínio da cartografia, a informação planimétrica consti-
_isão em macroescala e gestão de recursos naturais em ge- tui-se uma representação segundo as dimensões horizontais
;:-não requer tanta precisão e detalhe. (x, y), devendo possibilitar uma visão ortogonal e em verda-
inição ele temas e ele coberturas no processo de constru- deira grandeza de toda a região considerada.
da base de dados SIG requer uma estruturação lógica da Trata-se de um processo, fora do âmbito deste livro, que re-
.armação constituinte ela sua base ele dados. corre a técnicas especializadas e a software de processamento
ponto ele vista ela representação cartográfica, isto é, da ge- de imagens do domínio da aerofotogrametria, ele transformar
o de cartas temáticas, quer como reflexo direto ela infor- (retificar) a fotografia aérea - projeção central ou cônica em
:ão gráfica e alfanumérica em si mesma, quer dos seus re- uma projeção ortogonal, passando (muito sugestivamente) a
·,,ados por via ele operações, merecem ainda consideração designar-se ortofotomapa .
. ?ssibilidacles ele utilização do conceito ele camada origi-
A constituição da base ele dados planimétrica para integração
-!O dos sistemas CAD.
de um SIG pode ser obtida diretamente a partir do equipa-
,_ caso das bases ele dados SIG que não sejam apenas mento ele leitura e fotografia ou, sem perda ele precisão, a partir
u_.- ema't'1cas no endereçamento de áreas pequenas e discre- da informação planimétrica - cartas-, a cuja produção se
a sua estrutura inicia-se pela constituição da rede geodésica dedicam diversos organismos oficiais com o apoio ele consul-
FIGURA 8.52 Carta georreferenciada, em modo vetorial. la localização de elementos característicos mensuráveis. tores e empresas privadas.
Representaçüo de Intervenções no Terreno em, Arquitetura e Engenharia Civil Hi5
164 Capítulo Oito

. -~7+-
INFORMAÇÃO DE NATUREZA ALFANUMÉRICA

J:
INFORMAÇÃO DE NATUREZA GRÁFICA
,---------------------------------------,

~
l
·--:-
CR;oA ...... :..... .5436m
R.;.o B........................ 3879 m .

. +- j_[~lasse.A.. . . . ·. . . .Floresta··1
i _El_i?~--~·- .......... 2370 m

· · . ·v·· , Classe B...... . ...... .Pomar

~ i
'
Classe e... .. ...... R_~gadio

~~ ~!1/+-······~:' [L. ~:: ; ...... A. Silva


...... J. Dias
Lote3 ........... M.dosAnzóis

/ ~~- ~ ~74--------: [ Poste .,~-~p 5467-87


Poste EDP 3469-46
Poste EDP 2857-91
---
~

---
'
•---------------------------------------'
FIGURA 8.54 Cada conjunto de elementos gráficos (cobertura) pode ter associados um ou mais conjuntos de dados de natureza alfanumérica, cons-
tituindo um dado tema.

No que se refere à representação topográfica, interessa, so- Este tipo de procedimento é de extrema importância na deli-
bretudo, considerar a informação referente à dimensão mitação de áreas afins, em geral mais amplas, seja qual for a
FIGURA 8.55 Carta temática sobre DTM. (Reprodução autorizada por cortesia ESRl, lnc.)
altimétrica - z. escala de representação utilizada, removendo, portanto,
polígonos pequenos e insignificantes no que se refere a to-
Esta informação provém também de documentos obtidos por madas de decisão em macroescala ou para efeito de integra-
técnicas de aerofotogrametria, constituindo, no entanto, regis- ção e relacionamento com as bases de dados obtidas a partir elo software GIS em gü~stão, podem integrar a booleanos estabelecidos diretamente ou subjacentes a um di-
tros separados e independentes dos registros de informação de modelos numéricos de simulação de processos naturais. do SIG, ainda sob forrÍlato rastet~ e ser represen- álogo mais direto, através de interface própria, que o software
planimétrica. e analisados como tal, ou pbdem ser convertidos em for- GIS e a estruturação da base de dados SIG pennitiram dispo-
Como exemplo deste tipo de procedimento cita-se a inclusão vetorial, ou ainda ser tratados e representados em simul- nibilizar, com inclusão de legenda automática e produção de
A informação topográfica é, em termos da base de dados SIG, de áreas de pinheiro, eucalipto em área de floresta; num ou- cartas temáticas.
registrada segundo tabelas ele valores de coordenadas ele con- tro exemplo, a inclusão de vários tipos de culturas frutíferas>
juntos de pontos, em geral constituindo malhas regulares, que numa única área a ser designada por pomar. Por exemplo, no caso de uma carta de usos agrícolas do solo,
no fundo são também os dados geradores ele linhas de nível
Neste âmbito, revela-se particularmente interessante a possi-
Caracterização Sumária dos quais as respectivas culturas, ou, no caso ele uma carta de uma
ou de DTM (ver 8.1.1.1), que, ele resto, alguns GIS também zona industrial, quais as empresas de determinado tipo ele pro-
bilidade ele visualização de cartas temáticas, por exemplo, uma,, Principais Procedimentos e
permitem gerar independentemente de outro sqftware especí- dução, aí localizadas.
fico de modelação de terrenos do tipo referido.
distribuição ele variação espacial de densidade populacional Operação de um SIG n.o Âmbito
numa dada região sobre o DTM da respectiva região (Figu~ Após o processo de seleção, do tipo referido, de registros na
Este modo de registro de dados topográficos possibilita uma clara ra 8.55).
da Análise Espacial
base de dados alfanumérica correspondente, permite-se soli-
e explícita representação do terreno, mas, fundamentalmente, ))Do ponto de vista de operação, um sistema de informação citar ao sistema, com uma dada cor, a explicitação da sua lo-
É imediato num caso deste tipo notar, por exemplo, o decrés·{:
e uma vez que se trata de uma representação numérica do ter- ;geográfica pode ser definido como um conjunto organizado calização sobre a base caitográfica, bem como a inclusão au-
cimo da densidade populacional em zonas ele declives mai ,-
reno, pode permitir uma representação resultante de operações, hardware, software e dados de natureza geográfica, cons- tomática de uma legenda do conteúdo de algum campo da
elevados.
quer com os próprios registros de dados em si mesmos - repre- os no sentido de captar, armazenar, integrar, atualizar, base de dados correspondente ao(s) registro(s) selecionado(s).
sentação de declives, orientações, riscos de erosão -, quer por Um aspecto importante na aquisição de informação e repnr _nipular, analisar, criar e apresentar todas as formas de in- Pode-se ainda refinar o critério de seleção questionando o sis-
integração e operação com resultados de modelos matemáticos. sentação de elementos naturais na constituição de um SI
ação de natureza geográfica, compreendendo, por con- tema para que, dentre os registros selecionados, apresente os
consiste em se recorrer à detecção remota e seqüentes téc
No que se refere à consideração e representação de elemen- inte, informação de natureza gráfica e informação de na- que obedecem ao novo critério de seleção.
cas de processamento ele imagens. Além de aplicações mili
tos naturais, podem ser incluídas várias camadas de informa- ~'_2ª alfanumérica, como tem sido descrito. Por exemplo, em
res no domínio ela segurança e defesa, os domínios de gestâ Além da seleção e exibição automática dos registros ela base
ção na base de dados SIG, constituindo um dado tema - por :~ção às povoações, a sua área, população, nível econômi-
e análise de recursos naturais e de ordenamento do territórf ele dados alfanumérica que satisfazem esta condição, poder-
exemplo, uso agrícola do solo, vegetação, geologia, linhas de etc. Em relação ao regime hídrico, a caracterização plena
têm constituído as primeiras e até o momento as principa· se-á ainda solicitar a representação na carta.
água e delimitações de sub-bacia e áreas de impermeabilização linhas de água, caudais, alturas médias dos escoamentos
aplicações da detecção remota.
(manchas urbanas). lives dos leitos ' etc . ' E neste âmbito, também ao nível da produção cartográfica
Os dados, obtidos por satélite sob a forma de imagens e reg como justificação de tomadas de decisão e em geral, novas
Graficamente, recorre-se a polígonos fechados, delimitando __ ~ s o processo de implementação segundo os procedimen-
traclos em formato raster, são ortorretificados no sentido possibilidades no âmbito da comunicabilidade com as popu-
malhas e áreas com características comuns, podendo-se tam- constituírem ortofotomapas e serem utilizados como ba _,, \5-:descritos, passar-se-á a dispor de um SIG e, por conseguinte,
lações não podem ser ignoradas.
bém recorrer a pontos, linhas e símbolos no sentido de assi- cartográficas na construção de um dado SIG. O caso mais sf capacidade ele consulta, acesso e análise· de informação
nalar situações particulares dentro de urna área inicialmente nificativo, pela freqüência de utilização, refere-se ao Lands_ _9rreferenciada como apoio à decisão. Inversamente, poder-se-á, por exemplo, inquirir diretamente
de características uniformes. dos Estados Unidos, durante muitos anos o único dotado na carta a informação contida na base de dados referente ao
Os elementos gráficos são, em geral, digitalizados a partir de sensores capazes ele coletaa de informação com resoluç"' i3,4.1 No nível da consulta e acesso polígono ou a um conjunto de polígonos selecionados.
cartas existentes e podem ser sujeitos a operações de sobre- gráfica compatível com a utilizada no tratamento de info
-si~tema poderá exibir a localização de áreas sujeitas a de- E já agora, dentre os polígonos selecionados e exibidos na caita,
posição (overlay) ou operações ele dissolução (dissolve), pro- ção geográfica, quer ainda por meios tradicionais, quer atu
minados critérios de seleção, normalmente por critérios por coloração previamente escolhida, a qual deles correspon-
duzindo novas represelltações cartográficas. mente pelo recurso aos GIS.
Representaçüo de lnte,venções no Terreno em Arquitetura e Engenharia Civil Hi7
166 Capftulo Oíto

As possibilidades ao nível da decisão no âmbito do planeja- progrnmas de desenho, permitem manipular dados de natu-
mento e ordenamento do território não possibilitam mais qual- reza espacial ou geográfica, mas não são um SQ{tware GIS. De
quer a!eatorieclade e tendem a retirar cios poderes políticos a fato o softwareGIS, tendo associado um STG, permite também,
sua quase exclusividade, porquanto a possibilidade de funda- e como particularidade fundamental da sua própria definição,
mentar as decisões tomadas ou a tomar tornam-na por sua vez operações de nahueza espacial.
necessária. Com o caráter introdutório aqui assumido, interessará consi-
Também no nível da produção cartogr:ffica, como justificativa derar seis operações fundamentais de análise espacial: sobre-
de tomadas de decisão e, em geral, novas possibilidades no posição topológica, geração de biiffers, extrzição ele elemen-
âmbito da comunicabiliclacle com e entre sectores ele ativida- tos (feature extraction), conexão ele elementos (/eature
de e grupos ele populações, não podem mais ser ignoradas. merging), e ainda duas operações de bases de dados relacio-
nais: relação (relate) e junção (join).
101; nHu •tn.l í u•u... _ ; - - -
o efeito pictórico da simulação com características dinâmicas,
10, [ 10.iA Hlct iu10.!.1•lH111.cu sucessivas intervenções no uso do solo e na natureza, Sobreposição topológica
1"!17. "' f Ot. ()f, lt"\ lH l JU.!~! .. ~~-'-"_,_i._,_.._.._ _,_,_._,,_,_etc:'-1' pela associação ele um modelo matemático que
Ut:.U(OLfl..l't!'j a•, ..._,xu. r..:..e c•t.•au l n1w::to j ,;:-à~ caracterize, e ao nível de uma dada região em estudo, po- A sobreposição topológica de dois temas referentes a diferen-
u,~ ~-- j o.:. t1, lM"j
;;;o!'. n (011.11•. 1"!
u::.,7[0,.1H.u,i
lQ7) VOA co,n
10•: . urroau •on:t)•~~!.~ r~~.,. .
Í i;:ow.tu l ••W.t>lA,

...~.~.').~.~...!~. .~?!!!__ . !'(PJC;i;Q !.~.~.~-! ... í


\çlêm constituir um primeiro grande passo para ações de pre-
:::~~nção e controle do ambiente.
tes coberhuas permite criar novos elementos cartográficos. A
informação relativa aos elementos ele cada conjunto de dados
HQ) 1IU!O C'-0110::$ / •!•i-~ . !Klll.lOlA
é interceptada, criando novos elementos e um novo tema.
i:Ê:ecorde-se que a principal característica e também a principal
ovação do software GJS consiste na possibilidade de identi- As operações de sobreposição topológica podem reportar-se
·c-ar, manter e manipular as relações de natureza espacial entre a temas de diferentes classes: polígono-polígono, ponto-polí-
·lementos de cartas representativas de fenômenos geográfi- gono e linha-polígono.
f1GURA 8.56 Operação de análise para identificação e localização de um registro selecionado de uma base de dados.
'2:os constituintes ele um SIG. Relativamente à componente cartográfica da cobertura SIG, esta
;ijê" fato um SIG não se constitui apenas como um sistema de operação corresponde à geração de uma nova carta temática
1

· dução de cartas, embora o permita com grande precisão e (Figura 8.57), da qual, em termos reais, poderia resultar a carta
áda} mas antes um meio de análise. temática do tipo que se apresenta e a correspondente possibi-
de o valor máximo de um dado campo da base de dados (por dos de uma dada análise, mas também para impressão lidade de consulta à base de dados alfanumérica (Figura 8.58).
exemplo, qual o de maior área), para ser exibido, por sua vez, qualquer escala*. :Üin SIG não se armazena informação cartográfica num sen- Com efeito, os elementos de natureza espacial dos temas são
ainda com outra coloração (Figura 8.56). ?o convencional, e muito menos a imagem ou representa- sobrepostos e os seus atributos são associados. O tema resul-
8.3.4.2 No nível da análise espacial como ' sobre base cartográfica, de uma zona ou região, mas sim tante estabelece uma determinada relação entre os elementos
O software GIS, deve ainda permitir a consulta dos parâme-
apoio à decisão adas a partir cios quais pode ser gerada uma dada imagem, e seus atributos.
tros e especificidades inerentes a um dado tema ou cobertura
êpresentação, referente a um propósito especificado.
SIG, colocação de legendas sobre as entidades gráficas seleci- Não menos importante do que a consulta e acesso são as p No nível da base de dados, esta carta temática passa a ter uma
onadas pelos procedimentos do tipo referido, colocação de 'ros sistemas de software largamente utilizados, principal- nova base de dados associada, resultante da operação de so-
sibilidades ele sobreposição e cruzamentos ele informa -
gráficos de barras ou circulares, refletindo, por exemplo, vari- te as planilhas de cálculo, programas de estatística ou breposição, como se indica.
como, por exemplo, cartas de orientações e carta de ela
ação dos valores dos registros associados aos polígonos sele- de declives, caita geológica e carta de uso dos solos, etc. Qua
cionados, relativamente a um ou mais campos das bases de como tradicionalmente se faz, sobrepondo cartas, de prd
dados, verificação de valores máximos, médios e mínimos com rência em papel vegetal, contra a luz, contendo cada nível 1D Designação Área Bacias Secundárias
identificação dos respectivos elementos gráficos e colocação informação, e tirando conclusôes (sempre duvidosas e obvi 00001 A 140 1
automática da informação existente na base de dados. mente discutíveis, cm princípio devido à imprecisão desta m 00002 B 180 2
Em seguida 1 pode-se proceder à impressão da respectiva car- todologia de procedimento!). 00003 e 80 3
ta temática assim obtida, na escala desejada, ou fazê-la incluir A possibilidade de utilização de várias camadas (layers) ass
num documento em elaboração num processador de texto. ciadas a cada carta temática e a sua sobreposição, aparenf 1D Designação Área Uso do Solo
mente e cio ponto de vista de procedimento, não é muito 00021 1 110 1
A base de dados que contém os registros selecionados pode
ferente do que tradicionalmente se fazia! A diferença de f 00022 2 130 2
por sua vez ser objeto de importação para uma folha de cál-
está na facilidade, no rigor, na precisão e na clareza cios res 00023 3 70 3
culo para posterior análise ou cálculo.
tados não só em termos gráficos, mas também em termos 00024 4 90 4
Em seguida, consulte-se, por exemplo, o registro respectivo processamento cm relação às bases de dados associadas
na base de dados alfanumérica - o registro na base de dados elementos gráficos, como resultado do cruzamento em arn
surge destacado. Solicite-se a sua impressão, ou fique-se na ente gráfico (cartográfico) da informação. 1D Designação Área Classes US-Bac
simples obse1vação. 00091 A1 70 11
00092 A2 60 12
Mas o recurso aos GIS não se limita a uma atitude de regis- ~Esta afirmação é um tanto relativa. Com efeito, a quantidade de inforrnaç 00093 A3 10 13
tro, acesso e cruzamento de informação, para cuja rapidez considerar, por exemplo, numa carta na escala 1:10.000, deve ser muito 00094 B2 120 22
só depende da velocidade de processamento do equipamen- do que numa carta na escala 1:50.000. 00095 B4 60 24
to utilizado (o que se traduz apenas numa questão de cus- Assim, a passagem automática da escala 1:50.000 para a escala 1:10.000 é 00096 C1 10 31
tos), interessa considerar os aspectos de manipulação. Des- nas uma questão de quantidade de papd utilizado (a quantidade de info 00097 C2 5 32
ção é obviamente a mesma! O GIS não a inventa ... ).
locamentos, variação de escala, zoom, etc., elementares e 00098 C3 40 33
O mesmo não se passa na conversão da escala 1:10.000 para a escala 16 00099
inerentes a qualquer sistema CAD, revelam-se ele extrema C4 25 34
A infotmação contida passa a ser excessiva para a escala 1:50.000,
utilidade, sobretudo na obtenção de cartas temáticas, não geral, só fica visível a correspondente ~t que tradicionalmente existe em
só em -termos da sua ,geração como expressão de resulta- nesta escala, tal é a redução sofrida. FIGURA 8.57 Operação GIS de sobreposição.
168 Capítulo Oito
í Representação de intervenções no Terreno em Arquitetura e Engenharia Civil 169

_~:~Lx,.. , , , .s .•-.·-•·-·- >· ;;; ~>~ ~: ·:; ~~-->'--i->t.-.~ Refação e junção do solo - a economia, as múltiplas vertentes ela engenharia
s;::0:s,,,71.b.u VERDE uv11.E E lfREAIIA. civil e da sua interação com outras áreas ele conhecimento do
A informação geográfica envolve dois tipos de dados, espaci-
lHlÇOJ: Uf».Uflt.Í.YITi HIDUSTRIAIS PPEVISTOS âmbito das ciências da terra e do ambiente e a arquitetura.
ais e descritivos, que são usados na definição dos vários ele-
~st!ço·~.,:-~:;~~:~-~~-y:~.r~:·_-_!:!~.11..!.~.!_!_~rs p I\RVIsros
mentos de cada tema. Trata-se de um processo hierarquizado, também do ponto de
UH.ÇO:il H.!DU:STRii\'Iõ EXIST!HITES

.!!.•~~~i URBANOS Para estabelecer uma relação, isto é, para relacionar (relate) vista das instituições que o regem, logo de começo determi-
18'.H.ÇOI Ull.BANOS 1
i
os dados ele natureza espacial com os dados de natureza des- nado pela dimensão territorial em questão e, por conseguin-
i{1 ?96 :;;~·o·;- r~-~:!~é!:.~~~i(?:D,:~~~-~:~-~!.: -~ critiva para cada elemento, é necessário um item contendo um te) cio nível ele detalhe e da escala a considerar: os Governos,

l1 código associado a cada registro em cada um dos arquivos a


relacionar.
em especial o seu Ministério em nível nacionaL
Ao planejamento regional cabe, pois, relativamente a uma dada
região, a delimitação de classes de uso do solo, ele espaços
Cada registro de uma tabela (ou arquivo) é conectado (relaci-
onado) com um registro no outro arquivo que contenha o naturais, ele espaços florestais, de espaços agrícolas, de espa-
mesmo código do item comum aos dois arquivos. ços elas indústrias extrativas, de espaços urbanos, dos espaços
viários e dos espaços industriais isolados, e a consignação
Esta função dos GIS, de relacionar, permite o estabelecimento dessas determinações em documentos.
de um novo arquivo ou tabela mais "maior", isto é, contendo
mais itens. Este procedimento é fundamental no relacionamen- Estes estudos, da responsabilidade de entidades oficiais, so-
to, por exemplo, dos registros inerentes a um dado elemento bretudo os Ministérios, bem como secretarias, subsecretarias,
gráfico de um tema e registros que se pretendam associar a direções gerais, direções regionais, comissões e subcomissões,
esse elemento) especificamente os registros contendo valores devem, em princípio, e de uma forma tácita, inequívoca e, so-
resultantes da operação de um modelo matemático ou de uma bretudo, devidamente fundamentada, estabelecer as áreas de
FIGURA 8.58 Carta temática resultante de operação GIS de sobreposição. outra base de dados existente ou preparada por outros. A reserva agrícola, áreas de reserva ecológica (incluindo a pro-
operação junção (join) é semelhante à ele relação, mas confe- teção ele linhas de água), etc., através da elaboração e atuali-
rindo à nova tabela assim obtida um carácter permanente. zação de cartas de solos, cartas de zoneamentos agrícolas e
florestais, etc.
A sobreposição de topologias é uma das várias operações de
natureza espacial que um software GIS deve permitir estabe- Extração e conexão Trata-se, pois, de processos por vezes morosos, de conjuga-
lecer, a partir das quais se podem criar novas relações espaci- Estas operações mutuamente inversas consistem na identifi- ção ele interesses diversos, de análise e obtenção de consen-
ais - relações do gênero-, tipo de solo em cada sub-bacia de cação de um subconjunto de elementos - extração -, satisfa- sos, em articulação com condições existentes (naturais ou não)
uma dada bacia hidrográfica. zendo um dado critério; ou na associação dos elementos de e com condições ditadas por imperativos de desenvolvimen-
dois temas previamente criados- conexão-, a partir dos quais to socioeconômico, demográfico, ambiental, de utilização ine-
Os resultados destas operações constituem novas dcscriçôes
se pode obter um novo tema sem que se constitua qualquer quivocamente propícia a determinada vocação, mas também
dos elementos envolvidos que se associam às respectivas
tipo de operação de sobreposição relativamente às bases de de funcionalidade, de estética, de interesse paisagístico, ele
tabelas de atributos para um dado tema e, uma vez que
associadas a cada tema. desígnio arquitetônico e, até, eventualmente, ele interesse his-
estas relações constituem registros das bases ele dados, or-
tórico.
ganizadas segundo tabelas, podem ser estabelecidas ope-
rações aritméticas e lógicas. Com efeito, os GIS possibili- 8.4 INTERVENÇÃO NO TERRENO A complexidade e a especialização requerid.as, inerentes à
tam a criação de novas relações, associação de novos atri- FIGURA 8.59 Geração de buffers.
aplicação de modelos de desenvolvimento regional à especi-
butos aos elementos cartográficos e o seu armazenamento P processo de adaptação de um espaço natural a um conjun- ficidade das regiões em estudo, em conjugação com o me-
nas tabelas de atributos dos elementos associados aos vári- . to de exigências de utilização, a estabelecer nos termos glo- lhor equilíbrio entre os diversos desígnios de desenvolvimento
os temas. "bahnente referidos em 8.1 - a readaptação da configuração nos tennos descritos - desenvolvimento sustentado, como atu-
linear, podendo ser variável ao longo desse elemento (Figu-
Q.os espaços e usos dos solos aos sucessivos desígnios das almente se passou a designar -, ultrapassam o âmbito deste
Se, por exemplo, se pretender identificar o tipo de solo cor- ra 8.59). pulações e das suas necessidades numa conjugação de cri- livro,
respondente a uma dada sub-bacia, o procedimento a ser
Um exemplo típico refere-se à definição e representação ias de funcionalidade e de estética - constitui o âmbito do
adotado será o de sobrepor manualmente uma carta de solos Com efeito, o que aqui interessa considerar é que, subjacen-
e uma carta das sub-bacias de uma dada bacia hidrográfica. cartográfica dos leitos de cheia de linhas ele água e rios para a mado planejamento regional e urbano, que conjuga diver-
tes a todo o processo, estão os sucessivos registros e resulta-
Muito simples e fácil, se pretende se identificar o t_ipo de solo definição de áreas de proteção a essa linha de água. _escalas de planejamento e de deliberação.
dos de análises sobre informação associada às bases cartográ-
para uma única sub-bacia. Uma vez gerada esta nova cobe1tura e, implicitamente, a cor, Jntervenção no território estará assim necessariamente su- ficas, que, progressivamente, nas diversas instituições, vão
respondente alteração na base de dados alfanumérica (log a a uma hierarquização de diretivas desde os planos de constituindo os SIG nos termos descritos em 8.3.
Mas, se por outro lado, caso se venha a pretender identificar
os tipos de solo para todas as sub-bacias de uma bacia ao início, novos polígonos e portanto flovo identificador envolvimento reg'ional, sujeitos por sua vez a desígnios de
Inserem-se neste âmbito conjuntos de representações carto-
hidrográfica, ou,além disso se corresponder a algumas sub- novas áreas), permite-se, por exemplo, efetuar a sobrepos'._ resse nacional, até aos planos diretores municipais que
gráficas de zoneamentos - delimitações de zonas homogêne-
ção com outra cobertura. Supondo que se trata de uma cobe tn as iniciativas de intervenção e promoção públicas e
bacias, mais do que um tipo de solo, o problema não é tão as relativamente a um dado indicador, por exemplo, formas
tura de uso do solo, explicitando diversos tipos de áreas ag Vadas, normalmente constituintes do regime jurídico dos
simples. de ocupação natural, classes de densidades populacionais, ou
colas e áreas não-agrícolas, supostamente zonas de possív · cessas de urbanização e de edificação. simplesmente classes de intervalos de declives do solo.
Com recurso de um GIS podem ser efetuadas operações de constmção, pode-se determinar, dentre estas, quais e com q
natureza espacial, por sobreposição de topologias, que tomam valores de área são interceptadas pelos polígonos gerados P No caso dos PDM, as representações cartográficas constituem-
imediata a resolução de problemas do tipo exemplificado. .1 Planejamento Regional se, em geral, em cartas de condicionamentos, cartas de redes
operação de buffer correspondente à delimitação de áreas
proteção das linhas de água ou rios. Afinal, na elaboração )anejamento regional é necessariamente um processo viárias e cartas ele uso de solo propriamente ditas.
Ge.-ação de Buffers carta ele usos do solo das áreas svpostamente susceptíveis Jtidisciplinar que pressupõe a articulação de aspectos que O desenho tradicional utilizado na produção cartográfica des-
Uma operação importante na análise espacial refere-se a ge- serem construídas, ainda se determinaram zonas onde tal hl ir desde a história e a sociologia, como meios de in- tes documentos apresenta por vezes grandes imprecisões, fre-
ração de buffers (corredores) e consiste no estabelecimento o seria. Em nome do equilíbrio ambiental, do ordename rio e análise no sentido da preservação de identidade e qüentemente objeto de controvérsia acerca da utilização cio
de uma área resultante de um critério ele proximidade (ou do território, mas também em nome da· segurança das po mória, até as áreas disciplinares subjacentes à motiva- solo por promotores públicos ou privados - por exemplo, pos-
afastamento) em relaçã0 a um dado elemento de natureza lações. à dinamização de toda a ação de planejamento do uso sibilidades de constrnção de edificações de uma dada tipologia
Representação de lnleruenções no 'f'erreno em Arquitetura e Fngenharía Civil 171
170 Capítulo Oito

cartográfica, a utilização ele SJG revela-se uma mais-valia sem tros, mas em geral está agrupada em grandes temas, confor- O processo a que um estudo urbanístico pode conduzir é sus-
numa fronteira entre urna zona destinada a essa -tipologia e
precedentes, em termos da precisão, registro e acesso à infor- me se apresenta: ceptível de classificaç{10 nos termos da lei em referência, f1_1n-
outra. ção de características diversas, tais como tipos de antecedentes
mação, procedimentos ele análise e apoio à decisão. Rede viária
A georreferenciação através do uso dos GIS (ver 8.3\ ao estabe- dimensão e, por conseguinte, classes de áreas envolvidas, tip~
Implica necessariamente o tratamento digital ele toda a infor- Ec!Hkaclo
lecer maior rigor na representação, tem contribuído para reduzir de inserção e evenhial conflito com disposiçõc.':i próximas, e ne-
mação, de preferência atualizada, quer ao nível das bases ele Muros e taludes
controvérsias deste tipo, porquanto a possibilidade de fundamen- cessidade, ou não, de alteraçôes nas infra-estruturas existentes.
dados alfanuméricas quer ao nível ela própria informação Obras de arte
tação de autorização ou não-autorização ele determinado uso do
cartográfica. Toponímia Na claboraçào ele um projeto ele urbanização são de consi-
solo face ao planejamento regional se mostra mais precisa. derar as orientações consignadas em outros elementos gráfi-
Números de Polícia
Em quaisquer casos, mais em particular no caso dos PDM, que,
Qualquer processo ele loteamento ou de construção requeri- Eixos ele Via cos destinados a reger, o melhor possível (embora nem sem-
por se constituírem como documentos que consignam as clis-
do por um promotor junto ao respectivo município pode ser, Altimetria (curvas de nível e pontos cotados) pre!), o ordenamento do território e a gerar consensos entre
posiçôes relativamente ao uso do solo, funcionam como o diversos intervenientes com múltiplos interesses e desígnios
do ponto de vista cartográfico, georreferenciado sobre a base Equipamento Urbano
instrumento da sua regulação e, conseqüentemente, como o
cartográfica do planejamento regional e sua implantação ine- Detalhes no modo ele ocupação do solo ou ainda estudos já mais cleta-
conjunto de regras elo diálogo e da comunicação cios munícipes
quivocamente calculada e representada, por conseguinte, de Rede Ferroviária lhaclos, por sua vez contemplando já as disposiçôes e diretivas
com o município. Além de um conjunto de documentos escri-
conformidade com as suas características fundamentais face Parques de Diversão do planejamento regional, os Planos Gerais de Urbanização e
tos ele natureza regulamentar, inclui representações cartográ-
às características estabelecidas no planejamento regional para Parques e Vegetação os Planos ele Detalhe de Urbanização.
ficas segundo um dado sistema de projeção e em escalas ade-
a zona em que a possível intc1venção de insere. Hidrografia Todavia, e 8 parte especificidades próprias da concepção e do
quadas.
Assim, e no âmbito de processos de análise no domínio do Limites de quarteirão e outros modelo urbanístico considerado, para efeitos da descrição e
Em alguns casos já estão em formato digital, segundo temas e Luminárias e postes de eletricidade
ordenamento do território, se os processos tradicionais ele de <tpresentação na grande maioria das iniciativas ele interven-
níveis de informação, e muitas vezes encontram-se disponí-
análise cartográfica, baseados em projeçôes cotadas, se man- ção local, estabelece-se o seguinte conjunto ele elementos:
veis na Internet (Figu:ra 8.60), no site do respectivo municí- Dentro de cada terna pode ainda haver uma maior desagrega-
têm válidos, principalmente que respeite a leitura e interpre- pio. Ainda que por esta via a sua consulta não possa assumir /ç_:~o, que pode ser selecionada individualmente pelo atributo Memória descritiva e justificativa, indicando principal-
tação ele cartas analógicas, na formulação ele estimativas, em mais elo que um caráter informal, qualquer cidadão pode con- /:~ cor que lhe foi conferido. Por exe1T1plo, no caso elo Muni- mente a superfície total cio terreno a lotear, as soluções
processo ele análise e decisão preliminares ou clarificação de sultá-lo junto do próprio Município. fpio de Loures, existem com o grau ele detalhe da Escala 1: 1000 adotadas para a rede viária para o funcionamento das
informações durante uma reunião de um grupo de interveni- $ seguintes quantidades de níveis de informação para cada infra-estruturas e as suas ligações ao exterior e redes
entes no processo de estudo detalhado, de análise e de elabo- As características da informação relativamente aos planejamen-
.',rn dos temas indicados: gerais, o número de residências e os edifícios de caráter
ração destes documentos, inevitavelmente sobre base tos regionais poderào variar de uns municípios para os ou- industrial ou de utilização coletiva;
··Tema Níveis
Documento comprovativo ela propriedade e poderes bas-
\.: 'Edifícios em geral 2
tantes para executar a operação;
JJutras edificações 3
Parecer sobre a aptidão do solo apresentaclo 1 quando
'.Nomes de imóveis públicos e notáveis 4
exista, e extratos da Carta da Reserva Agrícola e da Re-
Nomes de arruamentos 5
PDM - Carta de 6
serva Ecológica;
úmeros de polícia
Ordenamento Planta à escala 1:25.000, com indicações cio local cio ter-
·quipamento urbano 7 reno a lotear, assinalando a sua relação com as ocupa- .
talhes 8
çôes urbanas existentes;
9 Planta detalhada à escala 1:1000 ou 1:500, correspondente
10 ao estado e uso atual do terreno;
11 Fotografia do local;
12 Planta de síntese ela intervenção - em geral operação de
13 loteamento- na escala 1:1000 ou 1:500, indicando 1 prin-
14 cipalmente, a estrutura viária fundamental e suas rela-
ues e vegetação 15 ções com o exterior. Esta planta em geral contém as
'grafia e geologia 16 curvas de nível, arruamentos, informação sobre os lo-
grafia 17 tes, número de lote, área do lote, cotas elas dimensôes
18 dos lotes, e cuja determinação deverá constar na memó-
19 ria descritiva e sobre as eclificaçôes a implantar, sobre-
de quarteirão e outros 21 tudo as tipologias e as volumetrias (Figm.·a 8.61).
23 Perfis longitudinais e transversais cios arruamentos prin-
cipais. Em alguns casos, cortes esquemáticos, que inclu-
Planejamento U1·bano e Desenho em a representação da construção (ver 8.2.6.).
Planta ou plantas com elementos sobre a rede de abas-
'de Urbanização tecimentos de águas e drenagem ele esgotos, águas plu-
.,,.

I
Espaço urbano ,Area única - ex
Espaço urbanizável .Verde urbano - existente ::,,;~.-do planejamento urbano, por sua vez determinado viais, eletricidade, etc.).
Espaço industrial ~~ Verde urbano - programado , osições e condicionamentos regulamentados pelo Regulamento com as prescrições inerentes à ocupação
.. Espaço industrial proposto I··_Terciário - programado ,stabelecidas disposições ele uso cio solo com nível cio loteamento. -
~Espaço natural e de proteção .Núcleo de formação histórico Pe\,ctS facultativas: perspectivas, representação de sombras, etc.
iEspaço do e~uilibrlo ambiental . e.;,.., Servidão de utilidade pública
~.o.rrespondente à implantação das edificaçües, equi-
Usos Propostos -....._Espaço mult1uso ~.;Programas estrangeiros çial e coletivo, público ou privado, zonas verdes e Os sistemas CAD e a reconversão de metodologias que os ca-
.Espaço semi-rural M11Parque de ciência e tecnologia as. Caem neste âmbito os planos de Urbanização 1 racterizam, em particular os sistemas CAD específicos de mo-
-~Área única-existente 1'ilnslilutos de socorros a naufragas a:_ly.O~ processos ele licenciamento de loteamentos 1 delação ~e terren~s, desenho urbanístico e paisagismo, a que
:~8;1dos por legislaçào própria1 freqüentemente atua- se as~o;iam functonalidades de realismo (rendering) 1 têm
FIGURA 8.60 Exemplo de d~cumento integrante de PDM; Planta de Ordenamento do PDM de Oeiras e respectiva legenda, conforme disponi diftcada. const1tu1do um poderoso meio ao nível da concepção, no clomí-
no respectivo site da Internet.
172 Capítulo Oito Representaçi'io de Intervenções no Terreno em Arquitetura e Engenharia Civil
173

~jj
Moradia hanrJa c:on1/nua
T2BC

I.FT7
!'li •
Moradia ban{)a Gontinva
T3BG

~
Moradia lsola<la
[iJl
Moradia gnmlnada
UG
'í41

liiiiíif,í
~
Moradia geminada
.SG

~
Momdia Isolada

"

•=1=i
Blooo <le aµi;iâmentos {4 Pisos)
í3, T4 e T5
8.62 Parte da planta de síntese de um projeto de loteamento gerada usando-se o sistema AVcad (reprodução autorizada, CEDRA, lnc.).

te domínio, não sobrevalorize um projeto urbanístico menos


bom pelo caráter lúdico 1 que, deste modo, acaba por existir e
indevidamente, desse modo, o beneficie.
Para todos os efeitos 1 se não houver conhecimento e sensibi-
~~;½ lidade que determinem uma boa solução, não são as funcio-
.&,,,% Área de serviços
nalidades elo tipo descrito que o software e 1 em particular, os
sistemas CAD disponibilizam, que a conferem, ainda que. o
Umile do loteamento possam fazer parecer.

FIGURA 8.61 Exemplo-da planta de síntese de um projeto de licenciamento de loteamento.


8.4.3 Implantação de Obras no
Terreno
nio da urbanização e uso do solo, constituindo deste modo, tomática para 3D e a possibilidade de visualização. segun Quer em escala regional, quer em escala local, uma vez defi-
ainda que implicitamente, uma contribuição valiosa para o (cor- diferentes pontos de vista, o que, por sua vez, também facili nido um dado uso do solo, que em nível regional se refere às
reto) ordenamento do território, sobretudo no nível do cálcu- a comunicação entre os diversos intervenientes no proce obras de grande dimensão - estradas, grandes complexos
lo e de determinações rigorosas e quantitativas, segundo os ele decisão (Figura s.64). edificados, barragens ou infra-estruturas do tipo aeródromos
parâmetros urbanísticos estabelecidos pelas disposições que -, importa estudar detalhadamente o modo ele implantação da
A possibilidade de efeitos de animação simulando o deslo .63 Elementos gráficos em 2D e em 3D, parametrizáveis, para
regem um dado processo de urbanização, que fundamentam obra no terreno.
mento de um transeunte por entre as ruas, seja a pé ou em modelos tridimensionais de urbanização de projetos de ur-
a elaboração e produção das peças desenhadas constituintes ~ o e interface de acesso e edição (reprodução autorizada Este processo envolve, em geral, movimentação de terras, fre-
automóvel, permite uma noção quase real ela leitura e da p . H2002)
cio processo de urbanização (Figura 8.62). qüentemente objeto ele estudos próprios - o denominado pla-
cepção da configuração dos espaços através do seu confro
Neste âmbito, é oportuno mencionar ainda a disponibilização visual e dimensional com os volumes edificados. no ele escavação - 1 cuja configuração geométrica resultante da
de elementos gráficos para desenho de urbanização, indicati- implantação das respectivas obras depende também das carac-
Mas a crescente generalização da utilização cios sistemas ;se assim a georreferenciação sobre o SIG do municí- terísticas geológicas e das características geotécnicas do terreno.
vos de elementos e mobiliário urbano diverso, afins às infra-
no projeto de urbanização, para além do apoio à concepçã proposta de urbanização sobre a base cartográfica, no
estruturas urbanísticas - luminárias, plantas e árvores para as
à produção e, necessariamente, à comunicação entre inte Jambém da sua análise nos termos descritos em 8.3. Ao nível local, e imediatamente associado ao estabelecimento
zonas verdes, etc., simultaneamente complementares do cará-
nientes, tem ainda como conseqüência um outro aspecto i de uma dada configuração de uso do solo, consignada pelo
ter expressivo que freqüentemente a elas se pretende conferir <~1 conjunto (revolucionário!) ele possibilidades ao nível
vador, face aos processos tradicionais, ao nível do registrai processo de aprovação de licenciamento urbanístico, inicia-se
em 2D e também em 3D, para cuja edição se dispõe de inter- pção e do desenho, da produção documental, da si-
acesso e, por conseguinte da gestão da informação. No todo um processo de execução, que pressupõe um estudo ele
faces adequadas (Figura 8.64). · :' da visualização, da comunicação, do registro e
cesso de articulação entre os promotores públicos ou pr. implantação das obras. Analogamente ao processo de execu-
De forma associada, e simultânea ao desenho urbanístico em 2D, . informação como apoio à decisão, não haverá justi-
dos e as entidades responsáveis pelo licenciamento - emi ção em escala regional descrito, ainda que em menor dimen-
com vista ao apoio à concepção, são de considerar as possibili- _ara soluções menos corretas relativamente ao arde-
ral os municípios, verifica-se a tendência cada vez maior .: do território. são, envolve, fundamentalmente 1 a execução de infra-estrutu-
dades ele visualização, por simulação, de diferentes soluções. solicitação ao promotor da entrega de alguns elementos, ras urbanísticas - arranjos do terreno para implantação de
Com efeito, a paitir da parametrização de áreas, tipologias, cotas cipalmente a planta de síntese, no fonnato digital em q ,_no entanto, que o vislumbre e a surpresa que este edificações, arruamentos, sistemas ele abastecimento ele água
e outros indicadores determinantes da volumetria das Município disponha a sua informação e ele acordo co presentações muitas vezes ainda provoca junto de e sistemas ele drenagem, redes elétricas e ele gás e, em alguns
edificações, torna-se também possível a conversão semi-au- indicações deste (em geral DXF, e00, DGN ou mesmo D setores profissionais, freqüentemente decisórios nes- casos, sistemas de climatização global.
----------------------------------------11'41
174 Capítulo Oito Representação de lnleroenç6es no Terreno em Arquitetura e Engenharia Civil 175

15
/

14
/

13/
~

a) b)
PERSPECTIVA SUDESTE
Jl-l.I-:!-
/
'"
,, /

,/ -+
éé

4--
,
12-------

""
"'"

e) d)

8.65 a) Implantação de um patamar num terreno; b) determinação das retas de maior declive dos planos dos taludes; c e d) determinação
PERSPECTIVA SUDOESTE seção de taludes com o terreno.

os casos envolvem necessariamente estudo e análise entre taludes adjacentes a cada um dos lados do patamar e à
-~<lições existentes (topografia) e das alterações ao ter- determinação da interseção dos taludes com o terreno.
Jn termos de movimentação de terras.
Assim, e supondo para os taludes ele lados 1 e 2 os declives
:a_ente da dimensão da obra, haverá maior ou menor indicados (Figura 8.65 b), a graduação das respectivas retas
:tação de terras. Isto poderá ser fundamental na de- de maior declive permite estabelecer planos de nível at!xilia-
*º de interserções de planos - taludes, num pata- res, cuja interseção com os planos de talude dá origem a retas
\i:;l_Utna base de um edifício etc. - com a superfície do de nível, cuja interseção entre si, por sua vez, determina pon-
;:_rregular, segundo um dado alinhamento, com decli- tos de interseção entre os taludes.
te entre cmvas de nível consecutivas.
Em seguida, a interseção de planos de nível auxiliares, com
im perante um problema de interseção de superfí- os taludes, conduzem a retas de nível, e com o terreno con-
do método das projeções cotadas (ver 8.2.1). duziria às próprias ctuvas de nível.
,8.65 a ilustra-se a implantação de um patamar no A interseção das retas de nível com as ctnvas de nível da mesma
clicado. cota permite obter sucessivos pontos da interseção pretendi-
da (Figura 8.65 e).
iestabelece-se previamente uma inclinação para os
à problema reduz-se à determinação da interseção A união seqüencial destes pontos cletennina a configuração
da interseção dos taludes com o terreno (Figura 8.65 c). No
caso de esta união deixar de ser possível a parti_r de certa altu-
, que pode ser variável entre taludes de uma mesma obra, é ra, significa que a eqüidistância das crnvas de nível é incom-
DETALHE (Perspectiva Sudoeste) r resultados de estudos de estabilidade de taludes, no âmbito
,solos: análise dos diferentes tipos de solos, características físi- patível com a cota de alguns pontos da interseção taludes-ter-
FIGURA 8.64 Modelação geométrica de urbanização e sua visualização em 3D (trabalho acadêmico executado pelos alunos Ana Ouro, Jorge Costa- ~- e seu comp01tamento face a solicitações várias, naturais ou reno pretendida. Deve-se então proceder a interpolações de
Gonçalves). e pluviométrico, vegetação, tráfego, no caso de uma estrada etc.). curvas de nível, e igualmente de retas de nível, e procurar
176 Capítulo Oito
Representação de Intervenções no Terreno em A1'quitetura e Engenharia Civil 177

sucessivamente as respectivas interseções dos elementos (re- Para este caso, os dados ele montante e de jusante (cada uma
tas de nível e curvas de nível) interpolados (Figura 8.65 d). das "paredes" de um e de outro lado da barragem) têm os -150----
declives indicados no perfil dado, e a determinação cm planta
Nota-se que 1 de acordo com o método geral de interseção ---145---------
resulta, pois, da sua interseção com o terreno definido pelas
ele superfícies, as linhas (ou retas) ele nível determinadas --140----\~rn~\-------------.
suas curvas ele nível.
pelos planos auxiliares em cada uma das superfícies em
questão têm a mesma cota. Assim, e a menos que se pre- Neste âmbito, são de considerar também os sistemas CAD es-
tenda proceder a interpolações elas curvas de nível do ter- pecíficos para modelação ele terrenos. Jncluem funcionalida-
reno, correspondentes a interseções deste por planos ele des que permitem a implantação de obras.
nível a essa cota (ver 8.2.2.1), a graduação das retas de maior --125
Trata-se de funcionalidades que desencadeiam algoritmos de
declive correspondentes aos planos dos taludes e, portan-
interseção de superfícies e representação ela linha resultante, --120
to, as retas ele nível aí determinadas deverão ser as retas de
com possibilidades de visualização em 3D. -115
nível, segundo cotas (e portanto eqüidistâncias) respectiva-
mente iguais às cotas das linhas de nível inicialmente apre- Assim, além de permitirem a modelagem geométrica das
sentadas. edificações, se o terreno for definido por DTM (ver a subseção
8.2.2.2), a implantação e a inserção das obras - i. e., do mode-
-105
-11
-100 º--====-\\\\\\\\\~",'ó
Finalmente, a união dos sucessivos pontos obtidos permite
lo geométrico das edificações - no terreno possibilitam ainda - 95-------'~
obter uma poligonal que não é mais cio que a configuração
visualização em 3D da implantação das obras segundo dife-
em planta cio terreno, após a construção cios taludes, pores-
rentes pontos de vista, corno para o caso ela barragem apre-
cavação ou aterro pretendidos (Figura 8.65 d).
sentada.
A obtenção de perfis que, juntamente com a representação em
Sobre a imagem assim constituída, as possibilidades de visu-
planta, permitam medições de áreas e de volumes é imediata
alização segundo diferentes pontos de vista do observador, 011i
e, em geral, imprescindível (Figuua 8.66).
ainda, segundo efeitos de rendering sobre DTM, gerado a partir
Na Figura 8.67 a são dadas a representação do perfil e do das curvas de nível, constituem um processo sem precedentes
alinhamento do eixo do coroamento de uma barragem cuja nos métodos de análise como apoio à concepção (Figura 8.68).
implantação em planta, por aplicação cio método das proje-
ções cotadas na implantação de obras, nos termos aqui des-
critos, se apresenta na Figura 8.67 b.
Porém, mais relevante ainda são as possibilidades que estes
sistemas têm de permitir simular a movimentação, os acessos
e a circulação por entre as ruas e a sua confrontação com os
/
8.67 b) Implantação de uma barragem a partir da representação do seu perfil (Figura 8.67 a) e do alinhamento do eixo do seu coroamento.
volumes edificados (ou a edificar, segundo uma dada propos-
ta urbanística em estudo).

8.4.4 Desenho a Partir de Resultados de


Levantamentos Geológicos
L__L_ _L____l-_J_____J~_l_-~__L-~--1-=--<12
No domínio da engenharia civil e, logo de início, no âmbit~--
O 50 das situações já referidas de implantação ele obras, surgem,_:
Esé: H: 1 :500 por vezes, e mais vezes do que à princípio se julga, proble_~;
V: 1:100
mas cuja resolução passa pela necessidade de uma corret
FIGURA 8.66 Perfil da implantação do patamar da Figura 8.65 segundo o avaliação dos tipos de solo ou rocha onde se pretenda proce:5
alinhamento a-a. der à implantação ele uma determinada obra. ,

1 1000 t

5~ 015

FIGURA 8.68 Implantação de barragem e súa visualização por recurso a um sistema CAD.
FIGURA a.67 a) Perfil de barragem a implantar no terreno definido pela sua planta topográfica na Figura 8.67 b.
178 Capaulo Oito Representação de Intemençôes no Terreno em Arquitetura e Engenbaria Civíl 179

Assim, com vista à obtenção de informações ele caráter lit.oge- são representados os símbolos fundamentais e os que deles
ológico, é prática comum efetuar trabalhos ele prospecção, derivam.
sobretudo através da realização de sondagens e recorrendo a
métodos geofísicos. 8.4.4.2 Ca1etas geológicas
Internacionalmente) as normas que regulamentam a simbolo-
8.4.4.1 Fichas de i·esultados de sondagens
gia a ser utilizada nas cartas e cortes geolôgicos são as ela ISO
Em termos de uma c::1m1xmha de prospecção, é fundamental 710 de 2001.
definir a localização das sondagens ou da rede de alinhamen-
As linhas ele separação da,s formaçôes devem ser representa-
tos para aplicação dos métodos geofísicos, implantando-as
das com traço mais espesso cio que os símbolos e as tramas.
numa planta da zona em estudo.
A legenda inclui a representação das diversas formações exis-
Com o decorrer cios trabalhos vão sendo obtidas informações
tentes, ordenadas pela sua idade relativa e traduz o significa-
sobre a constituição geológica, que serão registradas cm fichas
do elas cores e cios símbolos.
de resultados do tipo da que se apresenta na Figura 8.69, onde
se inclui a identificação da sondagem através do número e da Na Figura 8. 70 pode observar-se uma amostra ela Carta Geo-
localização e o registro, nas profundidades respectivas, dos di- lógica ele Portugal na escala 1:1 000 000 1 editada cm 1968 pelos
ferentes tipos de formações por intcnnédio de uma classificação Serviços Geológicos ele Portugal.
sumária e da respectiva simbologia.

As cartas geológicas são documentos elaborados com base em 8.4.4.3 Cot1:es geológicos
resultados das sondagens de campanhas ele prospecção e nos
Um corte geológico, segundo determinada direção, é elabora-
levantamentos ele campo, facultando informações sobre adis-
do através da conjugação de dados topográficos e geológicos
tribuição planimétrica das diferentes formaçôes geológicas da
(Figura 8.71). Contém o perfil topográfico (ver subseção 8.2.6)
região, bem como a tectônica e dados de natureza hidrogco-
e informações sobre o comportamento elas diversas formações
lógica.
geológicas em profundidade, referentes à disposição e estrati-
Os limites das várias formações geológicas, implantados so- ficação cla~_ y-áí·ias formações e acidentes geológicos,
falhas) fi!ües, dobras, ondulações, etc. FIGURA 8.70 Amostra da Carta Geológica de Portugal.
bre uma base topográfica, são representados por diferentes
colorações ou tramas que as representam, de acordo com a
Na representação dos cortes, é usual considerar uma sobrele-i
especificação 220 do LNEC (1968) e por um símbolo gráfico
vação da escala vertical (ver subseção 8.2.6)) o que permite R10S~bor n,oMaçiio
cio período geológico a que se reportam. Nesta especificação
melhor percepção elas camadas de menor espessura. Deve-se 1
contudo evitar este procedimento sempre que as camadas
sejam inclinadas, pois se poderá induzir em erro de interpre-
tação.

l i SONDAGEM, _ _ _ _-;],·[ ~:i;~~"'·,•_·;=~ As linhas de separação elas formações são representadas com
1 localização:
! v "'" "'v
traço mais espesso do que os símbolos, podendo-se també
PROFUNDIOAOE ES-~~s~~RA AlTERAÇAO ROO , _oESCRl~~o'I coITTE -

lf----+----+--- '
distinguir diferentes formações usando-se cores ou tramas.
~- •<.~ : Na representação de formações inclinadas ou dobradas, as'
16,00-+--- ,,, Margas r- ~! bologia respectiva deverá ter orientação paralela aos vári
FIGURA 8.71 Corte geológico (Folha 19~A da Carta Geológica de Portugal - Escala 1 :50.000).
16,00
estratos. No entanto, quando se tratar deformações de orige
6,00 As;las '~,':': :,1
22,00 -+---+-- --·····--···'-,-__ ,',.',':1..;..! ígnea, e por não existir estratificação, a simbologia deverá t~
Margas , orientação paralela à linha de base cio desenho.
alravess.
17,00 plfilóes
dolerfücos No âmbito ela utilização dos sistemas CAD e GIS, é notáv,·
todo o processo de representação no domínio elas caracter
39,00
~ ticas geológicas e geotécnicas dos terrenos. ,

=~
-~

A utilização cios GIS permite que as bases cartográficas


constituam como coberturas SIG 1 (ver seção 8.3) dispondo,
- ,,,,oo- - ,,,_,00-+-----J-
conseguinte, ele bases de dados alfanuméricas ele caracteri

51,00 Argilas ~~: ,-:_:·'. :~·:.:


-C!_~I
:-~1 ção das diversas zonas geológicas, não só permitindo a
clução cartográfica, a consulta e acesso a informação geoló
203,00 - t - - -
11,00
,,,,___ Rochas
i--~ t~~
~-ç~----::=-.:.~
1 ca, georreferenciada, mas sobretudo operações de análise F{
sobreposição com outras coberturas SIG. FIGURA 8.72 Representação de um trecho de uma
margosas ----~-~-"
- 214,00-t--· - '----' '--~--,-,.-- carta temática resultante da operação de sobrepo-
-t----·
- 11 g go~
~-~ ~ u Assim, por exemplo, por sobreposição cio terna geologia e sição de cobertura GIS da geologia de uma dada
°u 0 o 0 o 0 u
114,00 tema classes de declives 1 quase ele imediato se permite o região e da cobertura referente às classes de decli-
Sal gema º_ ºu__ ,_,_ºº_o
0(_, 0º_
u0 0
u0 o
uma carta temática, capaz de responder a questões do ti ves da mesma região. (Excerto de carta de estima-
1
0 0
328,00-- --- - - · · o o n°o
-- -- - - 1
ção de intensidades sísmicas resultante de sobre~
qual a percentagem de solos graníticos existentes na classe:
posição com carta geológica - US Geologica/
FIGURA, 8.69 Ficha de sondagem. declive 6 a 8% de uma dada região (Figura 8.72). Swvey.)
180 Capítulo Oíto Representação de Intervenções no Terreno em A1vuitetura e Engenanatv1
h . C" ·1
. 1··· 181

REVISÃO DE CONHECIMENTOS ISO 14120:2002 Safety of machine1y - Guarcls - General ® ISO 19108:2002 Geograph~c ~nfonnation-Temporal schema.
requirements for the design anel construction of fixcd and • blSO 1911 :=2003 Geographtc 1nfom1ation- Spatial referencing
1. Caracterize os processos fundamentais) do âmbito da to- 10. Explique o que você entende por um sistema de informa- movable guards. y coordmates.
pografia, para determinação de coordenadas. ção geográfica. !SO/TR 14825,1996 Geographic Data Files (GDF). ® ISO 1~113:2002 Geographic infonnation-Quality principles.
2. Explique a importância e aplicação do método de repre- 11. Caracterize as classes ele entidades gráficas integrantes da • ISO 15642:2003 Road construction anel maintenance ® ISO/1R 19120:2001 Geographic infonnation _ Functional
sentação por projeções cotadas versus a representação por base de dados de um SIG. equipment- Asphalt mixing plants - Terminology and com- standards.
projeções ortogonais múltiplas. 12. Caracterize as principais operações de análise espacial com mercial specifications. ® 1SO/TR 19121:2000 Geographic infonnation _ Jmageiy anel
3. O que você entende por reta de maior declive de um plano. uso de sqftware GIS e cite algumas particularidades da ISO 15643:2002 Road construction and maintenance gricldecl data.
4. O que você entende por intervalo na projeção horizontal nova base ele dados resultante, face às bases de dados as- equipment - Bituminous binder spreaders/sprayers - Ter- ® NBR 13133 Execução ele levantamento topográfico.
de uma reta de maior declive. sociadas às coberturas SIG entre as quais são realizadas: minology and commercial specifications. ® Sites sobre sistemas de informação geográfica:
5. Qual a relação entre o declive ele uma reta e o intervalo? operações GIS. ISO 15644:2002 Road construction anel maintenance www.gis.com
6. Explique em que termos e por que razão a eqüidistância 13. Caracterize os objetivos e tipos de intervenção no domí- equipment - Chippings spreaders - Terminology and com- gis.stanforcl.edu
afeta a relação entre declive e inte1valo de uma reta. nio do planejamento regional e urbano. mercial specifications. ® Sites sobre modelação de terrenos:
7. Justifique por que razão as retas de maior declive de um 14. Explique como você procederia para a análise do enqua- :mo 15645:2002 Road construction and maintenance www .eaglepointcom/landsca pe
plano são perpendiculares à direção de rúvel desse plano. dramento e possibilidades de utilização do solo de um lote\ equipment - Roacl milling machine1y - Terminology and www.landworks.com/proclucts/landscape
8. Além das capacidades de visualização, explique quais as de terreno face às prescrições do planejamento regional commercial specifications. e Sites sobre software GIS:
vantagens da representação de um terreno por DTM em cio conselho a que o referido lote pertence. ISO 15688:2003 Road construction anel maintenancc AutoCAD Map - www.autodesk.com
relação à sua representação por linhas de nível. 15. Quais as peças desenhadas fundamentais constituintes de ._equipmcnt- Soil stabilizers -Terminology anel comrnercial Arcvicw e Arclnfo - www.esri.com
9. Explique a importância da adoção de um coeficiente de um processo de licenciamento de loteamento? specifications. Mapinfo - VIWW.mapinfo.com
sobrelevação de cotas na representação do perfil de um ·:···rso 19101:2002 Geographic information - Reference mo- Intergraph - www.intergraph.com
terreno segundo um dado alinhamento, - dei. ® Instituto Português da Qualidade (IPQ) - www.ipq.pt
·:1s0 19105:2000 Geographic infonnation- Conforrnance anel "' International Organization for Standardization (ISO) -
,'.. testing. www.iso.ch
'ISO 19107:2003 Geographic information - Spatial schema. Amedcan Society of Civil Engineers (ASCE)-www.asce.org.
CONSULTAS RECOMENDADAS ®

0 Bertauski, Tony 1 Plan Grapbics for the 0 Mitchell, Andy, Geographic Information Systems at Work i
Landscape Designerwith Section-Elevation tbe Community. ESRI Press, 1997.
& Computer Grapbics. Paperback, Frenti- e Moudon, Arme Vernez e Hubner, Michael, Monitoring La
ce Hall, 2002. Supply with Geographic !Jiformation Systems. John Wiley, perfil transversal
e Casaca, J., Matos) J.) Baio) M., Topografia Sons, 2000. · perfis
Geral. 2ª Edição, Lidei - Edições Técnicas, 2000. "' Neto, Pedro) Sistemas ele Informação Geográfica. Lidel, zoo' perpendicularidade
e Gaspar, Joaquim A., Cartas e Projeções Ca,tográficas. 2-ª • O'Looney, John, Beyonel Maps: GJS and .&ecision Mak' Planejamento Regional e Urbano
Edição 1 Lidcl - Edições Técnicas, 2000. in Local Government. ESRI, 2000. plantas
e Gasson, P.C., Geometry o/Spatia!Forms, Analysis, Syntbe- e Pérez-Gomez, Alberto e Pelletier, Louise, Architectural projeções cotadas
sis, Concept Formulation anel Space Vision for CAD. Ellis presentation and Perspective Hinge. Cambridge, MIT, M raster
H01wood, 1983. sachusetts, USA, 1997. reta de maior declive
® Giesecke, F.E., Mitchell, A., Spencer, H.C.i Hill, I.L., Dygdon, • Prinz, Dieter, Urbanismo l Ed. Presença, 1980. SIG
• Prinz, Dieter, Urbanismo II Ed. Presença, 1984. lantação de obras sobreposição
J.T. e Novak, J.E., Technica!Drawing. Frentice Hall, 11ª Ed.i
e Ribeiro, C.T., Pereira, V.L., Conceber e Representar e seção sondagens
1999. alo
AutoCAD. Ed. McGraw-Hill, 1996. teodolito
e Gillespim, Stephen, Determining, Measuríng1 anel Analy-
• Ribeiro, C.T., Geonietria Projectiva-Conceitos, Metodot· TIN
zing the Benefits of GIS. URJSA, 2000.
as~ Aplicações. Ed. Europress, 1997. topografia
e GIS: The Next Management Too!. Public Technology, Inc.,
• Robinson, A. etal., ElenientsofCarlograpby. Ed. Wiley, 1 topologia
1997. • Santos, João, AutoC.AD 2002 3D, 2ª Edição - Curso urbanização
e Goetsch, D.E., Chalk, W.S., Nclson,J.A., TechnicalDrawing.
pleto, FCA - Editora Informática, 2002. vetorial
Tho1T1son Learning, 1999. e Snyder, James, Architectural Construction Drawíngs
e Honachefsky, William, Ecologically Based Municipal Lanel AutoCrW. John Wiley & Sons, 1998.
Use Planning. 1999. • URlSA/IAAO GIS Guidelinesfor Assessors. 1999.
e Jucle, D.V., Civil Engineering Drawing. Sheridan House, • Wamecke, Lisa, Beattie, Jeff, Kollin, Cheiyl e Winifred L
Incorporated, 1982. RCÍCIOS PROPOSTOS
Geograpbic Information Technology in Cities and Cou
® Kolarevic 1 Branko, Arcbitectural Modeling & Rendering with 1998.
AutoCad. John Wiley & Sons, 1998. e Watt, 3D Computer Grapbics. Addison-Wesley, 2000. -. Considere a planta topográfica disponibilizada em PS.2 - Considerando a planta topográfica disponibilizada em
J1deL pt à escala L 2000. www.lidel.pt à escala 1:2000, determine a cota mais adequa-
e Masser, Ian, Campbell, Heather e Craglia, Massimo, G/5 e ISO 6709:1983 Standard representation of
Díffusion: 7be Aeloption and U.5e o/ GIS in Local Government latitude, longitude anel altitude for geogra- al também se representa o eixo do pavimento de um da para implantação de uma pista de aeronaves segundo 0
in Europe. 1996. phic point locations. de nível, à cota 175 e ele secção trapezoidal, sendo a alinhamento indicado. Fundamente a escolha da cota de im-
® Matos, João L., filtndamentos de Informação Geográfica. 2-ª e ISO 11091:1994 Construction drawings - a da base inferior de 4,00 m, a altura de 3,00 m e os plantação, tendo em conta critérios de economia e de funcio-
Edição, Lidel - Edições Técnicas, 2001. Landscape drawing practice. es das paredes de 3/2. nalidade sob o ponto ele vista do fim a que se destina e deter-
e Doyle, Michael E., Calor Drawing: Design Drawing Skills • ISO 13567-2,1998 Technical procluct documentation ·ne a configuração em planta dos polígonos de inter- mine a implantação ela pista, considerando que os declives para
and Techniquesfor Archüects, Landscape Arcbitects, and In- ganization and naming of layers for CAD - Part 2: Con do túnel com o terreno. os taludes cio terreno são de 5/3.
terior Designers. Ed.'John Wiley & Sons, 1999. format anel codes used in construction.
Desenbo Técnico em Projetos de Arquitetura e de Engérthà:fld_---biâtJ-___ 183

9.1 INTRODUÇÃO É) em suma, o trabalho de representação gráfica inereritê'à-ela-


bora~ão ~~ projetos cio clomí~i? d~ arquitetura e da enge-
~ concretização das disposições relativas aos usos do solo no nhana c1vil, nos termos e sequencia descritos,- como aplica-
âmbito do planejamento regional e urbano a que se refere ? ção da teoria das projeções geométricas planas, no âmbito do
'capítulo 8, para além ele infra-cstrutura.s regionais e redes vi- desenho técnico, que constitui o presente capítulo.
árias entre os v3rios aglomerados urbanos, conduz a proces-
sos de concepção das edificações e cios espaços livres, segun-
do critérios de exigência, de funcionalidade e de estética. 9.2: DESENHO DE ARQUITETURA
Neste âmbito, privilegiam-se, por sua vez (e mais uma vez!), a Na seqüência cio processo global ele adaptação do espaço na-

DESENHO TÉCNICO EM r~prescnt,ição de conjuntos ele peças desenhadas, n1ais ou me-


nos complexas - o pt·ojeto de arquitetm:a, relativo a cada
,unidade construtiva -, edifícios públicos, edifícios de infra-
tural, segundo critérios consensuais ele ocupaç~to cio solo para
determinados fins) impõe-se a necessidade ele estudar deta-
lhadamente as relações volumétricas elas eclificaçücs entre .si e
estrutura ele uso coletivo, elementos de identidade local, in- com o espaço em que se inserem, no sentido de estabelecer
PROJETOS DE tervenções de preservação e recuperação em edificações exis-
tentes, edificações de uso privado individual ou comum, so-
conjuntos harmoniosos e coerentes com o objetivo para o local
cm questão.
bretudo habitaçües e serviços.
O designado projeto de arquitetura tem como objetivo funda-
ARQUITETURA E DE Em concordância com os critérios de funcionalidade estabele-
cidas no âmbito do projeto de arquitetura, estão ainda as dis-
mental este tipo de estudo, no sentido de conferir forma ás
edillcaçõe:,;, quer ele um modo global (volumétrica), quer a ní-
posições referentes aos tipos e características dos dispositivos vel de detalhe (detalhamento) e acabamentos.

ENGENHARIA CIVIL de comando e utili1,ação, consignadas nos respectivos Proje-


tos de Insta.D.ações de Abasteciimento de Água, Sistema de
Drenagem e de Instalações Elétricas.
Envolvendo um conhecimento multidisciplinar com referên-
cia a conceitos e procedimentos de ordem hist6rica, socioló-
gica, artística e tecnológica, o arquiteto é por excelência o autor
Opcionalmente, podem ainda ser considerados os projetos de ela configuração das edificações e da sua articulação com os
redes de comunicações e redes de dimatização, cujo dimensi- espaços em que elas se inserem, segundo uma ética capaz ele
onamento e traçado é objeto de estudo e desenho próprios, proporcionar a concretização dos princípios fundamentais
constituindo os respectivos projetos de especialidade. enunciados, em conjugação com dimensôes estabelecidas por
Permitir a existência real das edificaçôes, isto é, dos espaços legislação e regulamentação tácita ou recomendações que a
construídos inerentes aos projetos de urbanismo e ele arquite- experiência e a vivência tenham permitido acumular.
tura, implica recorrer a estudos de estabilidade que envolvem A situação acima, em nosso entender nem sempre é conse-
um conhecimento o mais exaustivo possível dos materiais e guida, dada a sobreposição de interesses, por vezes desde o
das suas características, em particular dos materiais tidos como próprio projeto até a conclusão da respectiva obra ou a negli-
de construção - o projeto de estabilidade. Nele se inclui a gência de princípios que deviam reger objetivos, nem sempre
representação detalhada de todas as peças e elementos estru- correta e claramente definidos.
turais capazes de suportar as ações a que as edificações deve-
rão estar sujeitas, quer nas fases de serviço, quer inclusivamente Em todo o caso, o projeto de arquitetura não deixa de se apre-
OBJETIVOS nas fases ele construção, no sentido de ser legível a sua cons- sentar como um documento constituído por uma parte escrita
tituição e montagem durante os trabalhos de construção. e um conjunto de peças desenhadas que constituem o cha-
mado desenho de irquitetura, e que inclui os seguintes gran-
Após estudar este capítulo, o leitor deverá estar apto a: Por ser atualmente o mais corrente, salientar-se-á o caso da des grupos ou tipos de desenho, apresentados, em geral, nas
0
elaboraç~to de projetos ele construção em concreto armado na escalas indicadas:
Inte~·pretar plantas e cartas topográficas e sua articulação com levantamento de sua componente gráfica, tendo em conta os aspectos regula-
perfis; mentares com implicações diretas e, logo de início, nos res- Desenhos de localização:
0 pectivos desenhos. Esc. 1:500 ou Esc. 1:1000
Analisar cartas e perfis geológicos;
Desenhos de conjunto:
Que outro modo de definir a idéia e proposta de intervenção,
0
Executar estudos de implantação de obras; Esc. 1:50 ou Esc. 1:10
a sua aprovação pelas comunidades interessadas e envolvidas,
Desenhos de detalhe:
0
Interpretar desenhos em estudos e projetos de planejamento regional e urbano; as configurações arquitetônicas dos espaços em que se inter-
Esc. 1:20 ou Esc. 1:10
vém e de estabelecer seqüências de processos construtivos,
® Inter!Jretar, definir a respectiva articulação e executar desenhos de projetos de sem uma detalhada representação prévia recorrendo-se ao Os desenhos de detalhe referentes a elementos construtivos
arquitetura; desenho (técnico?). ou ele ligação, podem ainda, com alguma especificidade, ser
0
objeto ele apresentação em outras escalas, dependendo das
Interpretar, definir e executar desenhos de projetos de instalações; Paralelamente à execução das obras ele constmçâo, segundo
dimensões reais do detalhe a representar, podendo-se inclusi-
a prescrição elos respectivos projetos, assume ainda particular
0
Interpretar, conceber e representar desenhos ele estruturas em esnidos e , . • t ve utilizar a escala 1: 2 ou mesmo 1:1.
d 1 . . . " . 1 101e os in,teresse todo o processo ele planejamento, relativamente ao
e enge~ rnna c1v1l e sua articulação com os desenhos de projetos de instalações qual também são inerentes representações gráficas diversas.
e de proJetos de arquitetura. Tradicionalmente apresentadas sob a forma de gráficos de 9.2.l Desenhos de Localização e
barras e atualmente gerados a partir de software de planeja- Desenhos de Implantação
mento e gestão de projetos, é também possível e desejável
estabelecer o processo de planejamento em confonnidade com Este tipo de desenho integra qualquer projeto de arquitetura
o processo construtivo que o próprio projeto determina, atra- e informa o local e a posição da edificação a projetar, acessos,_
vés da representação do que neste livro se designa por mode- limites do terreno e orientação dominante. Deve incluir cotas
los geométricos de planejamento. altimétricas e cotas de localização,
Desenho Técnico em Projetos de Arquitetura e de Engenharia Civil 185
184 Capítulo Nove

9.2.2 Desenhos de Conjunto: Plantas, onada pela altura dos vãos (de portas e de janelas) de modo esclarecer a configuração interior das edificações (Figm.·a 9.1
Para os desenhos de localização, recorre-se freqüentemente
a incluí-los. Este corte é, em geral, supostamente considerado b) e devem ser referenciados nas plantas.
às plantas fundiárias, fornecidas pelos próprios municípios, na Vistas e Cortes a 1 m de altura, sempre que se respeita urna implantação do
escala 1:10.000, onde se marca a localização da obra em ques- As plantas que 1 como se referiu, correspondem a um corte hori-
Os desenhos de conjunto definem a forma, as dimensões e a parapeito das janelas a 0,90 m ou ainda a uma outra altura,
tão. Estás indicações podem surgir em forma de planta e/ou zontal, apresentam as paredes em crnte, podendo ser preen-
articulação dos principais elementos das construções. Apre- como, por exemplo, abaixo do ponto de início de arcos, se os
corte, conforme a referência tomada. chidas em tracejado ou em preto nas superfícies correspon-
sentam-se sob a forma de plantas, vistas e cortes. houver, ou ainda passando por diferentes níveis, se necessá-
Os desenhos de implantação resultam de levantamento to- dentes às seções determinadas pelo plano de corte. O seu
rio, para urna maior explicitação ele outros elementos
As plantas referem-se aos vários níveis de edificação, ineren- arquitetônicos cio projeto (Figura 9.1 a). dimensionamento deve ser respeitado e depende do material
pográfico, em geral em escalas 1:1000, 1:500 ou 1:100, con-
tes a cada piso e também da cobertura da construção. Não cor- utilizado. Se for concreto, sua dimensão é da ordem dos 0,25
forme a necessidade ele detalhe ao nível da implantação,
respondem exatamente ao conceito ele planta apresentado em As vistas correspondem rigorosamente ao conceito de vista m; se for de alvenaria, está diretamente relacionada não só com
cujo estudo se baseia nos procedimentos descritos ao lon-
4.4, mas a um corte horizontal na planta a urna altura condici- apresentado no Capítulo 4, identificadas pela sua orientação as dimensões dos tijolos, mas também com a sua disposição.
go de 8.4.3. geográfica (Norte, Sul, Leste e Oeste) (Figura 9.1 c).
Os vãos são representados de modo diferenciado conforme
Os cortes (ver Capítulo 5) definem os detalhes internos dos correspondam a portas ou janelas. A representação das po1tas dá
7 40 edifícios, por exemplo, compartimentos e escadas. Permitem indicação do seu sentido de movimento e, tal corno as janelas,

1
o:i: ~ 1
i 1
~t~~===~:::;:=;:::;:==;:;~~ --l-,---0-+---+
o 2 1 t.lQ 2 75 oi:: 1111 o
'e
li 3 90

.
"'o

g
g
o 1

L -·,
-
o

1 - ,.
o

ü
o
cn
o:
Q' f\ B
- " A
3 70 5 65 ' 3 15 '
<('
1
~ °"iictção Area(m2)
223-
VESTI BULO 11.8
COZINHA
GARAGEM ""
'"
"'1
I.S.
QUARTO ''"·" Cobertura
1
QUARTO
QUARTO
10.5
12.8
10

'''"
10 CORREDOR
310 7 40 2 00 11 ARRECAD AÇÃO
ro
5 95
'
1
ó
1 1

o
1 O 2 75 ro
2 85 N
li 3PO
o,...
= '= ~ "',...
."'
o N
(
.,,, ~
"' .,,' lo
--
"'
. "'ro
N
L
- iGJI ~ ( li ~
"'o
º~ºº
( iõ[ ~f \ LJ
o
o
o
~
CORTEA-8
-•
o ~ 1 N
N

"' 345
2 85
,,i~ "'al ,- lA'
85
..
,...o L.-•,
5 90
1
-·-·- 9.
"'
o -
ü
"' 1 IA- a ÍÍI '
' í o
-~ -
--
~
?
t-~3~,7~0---1------~s.,so
r
CL
-
-

1?. 50
1
<(, b) CORTE C-D
a)
FIGURA 9.1 Projeto de arquitetura de moradia: a) Plantas. (continua) FIGURA 9.1 Projeto de arquitetura de moradia: b) Cortes (continuação).
186 Capítulo Nove Desenho 1'écnico em Projetos de Arquitetura e de Engenharia Civil
187

= --

-êo
z

1 1§1 1§ LIRA 9.2 Elaboração simultânea de planta, vistas e modelagem em 3D de uma edificação em sistema CAD específico para arquitetura através
sistema AutoCAD da Autodesk, lnc. '

1 3D, com o qual, de resto, se relaciona o desenho sucessi-


LJ LJ conhecidas dada a identidade que têm conferido a muitas

,~ 1•• ,de plantas e vistas (Figu1·a 9.2). regiões que as adotam de um modo conjunto e harmonioso.
Um conjunto de telhas corretamente dispostas sobre a estrutura
2.3 Desenho de Coberturas que as suporta constitui um plano (ou "água" - designação
exclusiva em telhados) com um declive apreciável e adequado
,presentação de cobe1turas conesponde a um caso particu-
ao escoamento de águas (ela chuva ou do degelo das neves).
~
:~o projeto de arquitetura. Com efeito, representa a planta
nível superior (o último nível) da edificação e, contrariamente Os planos de uma cobertura, que têm orientações de acordo
a J 2
das as outras plantas, não corresponde a um corte da
_cação por um plano de nível, mas sim a uma vista em planta.
com os lados do polígono que em planta definem o contorno
da edificação (Figura 9.4 a), determinam entre si retas de in-
L-----1 e
ci
l]J (1) terseção (Figura 9.4 b) que, de resto, recebem designações
1 1
bertura de uma edificação, além cio aspecto funcional que a
1
(/) ~

"::l _ria designação sugere, pode apresentar diferentes tipos de con- próprias em termos do telhado que passam a constituir. A
z
1

determinação dessas interseções, à luz dos conceitos ele pro-


ão, bem como materiais e processos construtivos, utilizan-
e) jeções cotadas (ver 8.2.1), é fundamental na representação de
preferenciahnente, de acordo com a localização geográfica
uma cobertura e é resolvida geometricamente.
FIGURA 9.1 Projeto de arquitetura de moradia: e) Vistas (continuação). 1cio em questão, o que infelizmente nem sempre acontece.
Neste âmbito, importa desde já notar a identificação do con-
s mais correntes de coberturas correspondem, cm geral,
ceito de orientação ele plano acima mencionado e recordar o
os e telhados.
corresponde a representações simbólicas. O grau de detalhamento As vistas são, como se referiu, designadas pela sua orienUJ.: conceito de reta de maior declive (ver 8.2.1.2) no âmbito do
depende da escala do desenho, mas é, em geral, objeto de inclu- geográfica, ou ainda pelo nome da rua ao longo da qual e ços, embora correspondendo elo ponto de vista estru- método das projeções cotadas.
são no conjunto de desenhos de detalhe. dispostos. Devem ser em igual número ao de fachadas li um pavimento cio tipo dos adotados nos pisos da
Note-se também a identificação de polígono de contorno da
Os detalhes mais relevantes da constmção, que ficam acima do A sua elaboração está sujeita a um estudo em princípio ~oj incluem um acabamento diferente, que prevê fun-
edificação como plano ele nível ele referência: os lados do
plano de corte, como seja um arco, uma cJarabóia no teto, etc., plexo, baseado em regras de composição de superfícies, ente um enchimento, ele preferência com materiais
polígono serão, assim) retas de nível de cota O* e, como tal,
devem ser representados na planta a traço i~Íerrompido. Na planta a finalidade de elevar o seu valor estético e conjugando forma a criar declives que assegurem o escoamento traços horizontais dos planos em questão, cuja interseção de-
deve estar também representado o eqpipamento sanitário e saliências e reentrâncias, varandas e sacadas, com mat bos de queda (ver 9.2.2) e revestimentos com materi- fine a configuração da cobertura, como se referiu.
das cozinhas e respectivas câmaras para passagem de tubula- de revestimento adequados e indicados através de repfi mento térmico e de impe1meabilização (Figura 9.3).
ções (courettes), assim como o tipo de pavimento utilizado, tações a tracejado convencionais. Assim, a determinação ou desenho de coberturas constitui-se,
ados são, de acordo com a designação, cobertu- fundamentalmente, interseção de vários planos dois a dois e,
segundo legenda apropriada.
A elaboração de plantas e vistas com uso de sistemas CA Stituídas por uma estrutura comumente de madei-
Os critérios do seu dimensionamento podem ser consultados em pecíficos pode permitir a representação simultânea, gar ,,€:_ elementos pré-fabricados em concreto sobre a
bibliografia especializada e em catálogos dos fabricantes, sendo do a coerência entre as plantas e vistas. Em geral, este P
ct· . '
é-- tspõem de forma adequada elementos pré-fabri-
fConsidera-se, em relaçào à cobertura, que a extremidade superior da edlficáção
o seu espaço de utilização definido pelo projetista. so pressupõe a construção do respectivo modelo geo em geral, cerâmicos - as telhas, inevitavelmente antes daquela, define a cota O da cobertura.
188 Capítulo Nove Desenho Técnico em Projetos de Arquitetura e de Engenharia Civil 189

0,15
5,00 2,60
CONCRETO TIPO •1.ECA" IMPERMEABILIZIIÇÀO RrnOCOOE RUFO METÁI.ICOEM ZINCO
OE ENCHIMENTO TIPO "RENEl" IPG F-0 REGULARIZAÇÁO
1/0,5
B e
~
VARIÁVEL PARA

...... ...,, .. FORMAR INCUNAÇÔES

-
1/1 o
w
" N

06al.0.15 o ~
D E
-
LAJE TIPO "NOVAERA•
oa,
V3-34-!5
EST.06AFQ16 Tl!BOEMP.VG050 ui 1/1
VIGA
6
o
1/0,5 ro
N

0.30 0.10

1/1
A

j,
FIGURA 9.3 Detalhe de revestimento de cobertura e arremates. a)
7,60
1
b)

Tacaniça
~

·1~~-~---<
ü
a - Rincão
Rincão Beiral

l
Empena
Esc: 1/100

FIGURA 9.5 Exemplos da determinação de uma cobertura com várias águas em planta.
Empena
a) b)

FIGURA 9.4 Cobertura de uma edificação. sso é repetido pelo menos para mais um ponto. Note- 9.2.4.1 Escadas
s vértices do contorno da cobertura são já um ponto
ção de duas águas adjacentes - o ponto de cota O. A escada tem como principais elementos os degraus e pata-
mares. O degrau é constituído por duas partes distintas: o
utilização de sistemas CAD, é possível gerar auto-
como já citado 1 de acordo com o método das projeções cota- Para cada caso deverá ser procurada a interseção de cobertor (0,25 a 0)8 m) visível em planta, e o espelho, obser-
te configurações de coberturas sendo dados os
das (ver 1.2.1). (águas), definidos pelas suas retas de maior declive, ern vado em vista (0,175 a 0,195 m). A relação de dimensão entre
cada uma das várias águas (Figura 9.6).
cípio adjacentes. Pelos pontos graduados fazem-se passá cobertor e espelho é, em geral, fixada de acordo com a ex-
Na Figura 9-5 apresenta-se a configuração em planta de co- pressão empírica seguinte:
nos de nível de igual cota que interceptam cada uma das
berturas com várias águas cujos declives, embora arbitrados, são cuja interseção se pretende determinar, segundo retas Qmunicações Verticais
declives correntes das águas de coberturas. vel a essa mesma cota.
2e+c~64
ento construtivo comum a todas as edificações com
Para a detenninação elos segmentos de interseção dos vários A interseção das retas de nível de igual cota, de cada u sendo e: altura elo espelho, em centímetros
piso) cuja importância é tão fundamental quanto
planos (águas da cobertura), são graduadas retas de maior águas, (Método Geral de Interseção de Planos - ver 1.2 e: largura do cobertor, em centúnetros
êl -estabelecer a comunicação (vertical) entre os
declive que identificam cada um dos planos constituintes das determina um ponto pertencente a ambas as águas e, p· f:São as escadas e, em edificações de médio e gran- Constituindo em geral objeto de desenhos de detalhe, é, no
águas da cobertura. to, um ponto da interseção pretendida. )'.hbém os elevadores. entanto, indispensável a sua representação nas plantas e cor-
190 Capítulo Nove Desenho Técnico eni Projetos de Arquitetura e de Engenharia Civil 191

1 ! 1 !

['
i
l .. __

;:L___ _l:
[~ 1---
,
L__ _
, '
' ___ J'
L

i;--
1
,-
1
'
[1 ,L' ___ J'
'
1
r,
~
'' ___ _
~
LJ L
1
'
1
'
1
'
1
''--
1

a) '' _______ i
L

FIGURA 9.7 Vários tipos de escada, em planta.

_fórmula empírica acima apresentada e respectiva representa-


simultânea ou não, em 3D.
a o efeito, dependendo do algoritmo implementado, são
s, por exemplo, as dimensões da área de implantação, o
_erode lances desejado e o desnível a vencer (Figura 9.8).
que pode haver situações de impossibilidade - basta que
mero de lances, por exemplo, não seja compatível com
· imensões da área de implantação, face ao desnível a ven-
;-; que o sistema deve necessariamente rejeitar.

· 4.2 Elevadores
re que uma construção exceder 11,5 ma partir ela cota
ira, deve incluir elevador. O elevador, que pode ocu-
- espaço entre as escadas, necessita de um espaço acima
FIGURA 9.6 Geração da configuração de coberturas em sistema CAD. (Reprodução Autorizada Roofbuilderto-ols.com.) Vel superior, destinado à casa das máquinas.
ensões correntes do corpo de elevadores são da ordem
tes (ou vistas, se forem exteriores) no sentido de ser conheci- As dimensões das escadas são regulamentadas, sendo com X 1,35 m, devendo-se considerar ainda um acréscimo
da a sua localização e inserção no conjunto da edificação. os seguintes valores para a largura: _:-•"rn para o contrapeso, que pode ser em largura ou em
(!didade (Figura 9.9).
As escadas são, em geral, constituídas por vários lances e pata- 0,80 m em moradias;
mares intermediários. Entre os patamares, os lances de esca- \ 0,90 m em habitações coletivas; Çj{itros tipos de edifícios, como edifícios públicos (p. ex.
da, ou seja, o conjunto de degraus, vencem o desnível. 1,10 m em habitação com mais de 2 pisos;-patamar: 1,2~_ ~is), ou edifícios com garagens subterrâneas e elevado-
1,40 m em edifícios com mais de 10 pisos - pataffi automóveis, as dimensões dos elevadores serão obje-
Na sua representação em planta, o sentido ascendente da es- nálise própria e de acordo com disposições dos própri-
1,50 m.
cada é referenciado por uma seta colocada sobre a linha de icantes.
eixo do lance (Figura 9.7). A distância horizontal entre as escadas que vão para o pav·
superior e para o pavimento irúerior é, em geral, de O,
Sempre que existam mais de dois pisos se1vidos pela mesma Desenhos de Detalhe
quando não há elevadores entre elas.
escada, a sua representação na planta da escada, visível em cada
um dos pisos, inclui dois traços paralelos de tipo traço-ponto com No caso do desenho de escadas, também os sistemas CAD e·;: Jlho de detalhe é utilizado principalmente na apresen-
a orientação de 45º (Figura 9-7 b) interceptando a linha de eixo particular, os sistemas CAD específicos para arquitetura, d.is ·\e particularidades menos comuns na construção que
do lance no ponto pertencente ao plano de corte hotizontal (pla- de funcionalidades que desencadeiem um algotitmo para ~ :.ficar bem definidas, quer em termos de configuração FIGURA 9.8 Solução de escada gerada automaticamente em Sistema
no de nível) que dá origem a essa planta. lo e traçado automático de escadas com opção de observ trica, quer em termos de funcionamento e materiais CAD de acordo com dados do usuário.
192 Capítulo Nove
Desenho Técnico em Projetos de Arquitetura e de Engenharia Civil 193

B _El
1c

li 2

Corte A-A Corte B- B

Corte C- e Corte D- D

. l§!l'J::.1,
' _,,, _ _ 1
FIGURA 9.10 Desenho de detalhe: detalhe de janela (elemento desenhado constituinte de um mapa de vãos) .

IC
--~· ·- -~ ,-

FIGURA 9.9 Elevadores (em corte) e casa das máquinas. A ,A

constituintes: madeira, ferro e ligas metálicas e, mais atualmen- As portas, sendo exteriores, devem assentar na soleira, que deve\

I]J
te, o alumínio anodizado. estar a um nível máximo de 0,10 cm acima do nível do solo, e,

~
B
suas dimensões mais correntes são (Figura 9.12):
9.2.5.1 Janelas e portas Altura: 2,10 m
Sempre que existam diferentes tipos ou dimensões de janelas e
portas a considerar numa construção é usual incluir no projeto
uma outra peça desenhada: o mapa de vãos devidamente refe-
Larguras: 0,70 m em portas interiores (uma folha ou um--_
batente)
0,80 m em portas exteriores (uma folha ou um
lc
:i:-
renciado nos desenhos de conjunto. batente)
" -i-- ~--~-

•+
O, 75 m em p01tas exteriores (duas folhas ou uni: '
O mapa de vãos estabelece as dimensões, formas de abrir, pro-
batente)
cesso de montagem, etc. de portas e janelas (Figura 9.10 e
Figura 9.11), interiores e exteriores, constitui-se como um No âmbito da utilização dos sistemas CAD, vale citar a possi,z
_L_ ~-
desenho ele detalhe.
Um mapa de vãos inclui, por conseguinte, a representação,
em planta e em vista, das janelas e portas da edificação em
bitidade de desenho de portas (assim como qualquer outrc:{',
detalhe) através da sua inserção no desenho em curso. Ess
desenhos, disponíveis em bibliotecas de desenhos, por exe
'
Corte A-A
"
-1_ r~-
escalas geralmente 1:20 ou 1:25, referenciadas por uma letra
plo de portas, de janelas, ou de qualquer outro detalhe (pux
dores, por exemplo, se assim se entender) podem ser obtido.
_L_ ~-
ou um número em relação às representações nos desenhos

li(
de conjunto (em geral, as plantas). por qualquer dos processos seguintes:

No que se refere às janelas, podem ser de dimensão variável, Acumulação de desenhos p1óprios ao longo do tempo ou pr
sendo as mais freqüentes: positais em momentos de inspiração de desenho de portas·
Aquisição junto de produtores de software (na internet
Largura: 1,50 m FIGURA 9.11 Desenho de detalhe: detalhes de
muitas propostas de arquivos de desenhos de detalhes porta (Elemento constituinte de um mapa de
Altura: 0,50 m acim2< do peitoril ou 2,50 m se for de sacada. construção); vãos). CorteB-B CorteC-C
194 Capítulo Nove Desenho Técnico em Projetos de Arquitetura e de Engenharia Civil 195

r1-
2,00
------- x 4,00 1, 2,00
!-::
2 3
1,07 1,
1 5,10 1 -,-, 1,05
'I
1

1 o
N "'ô
' --·
~1
o•

·-tr
2,00 ô ·1,00
2,65 1,00 0,70_1, ,,'
% ·~'-"L
t
------ ------

------ ------
!
11 1 1'

Com ombreira

Duas folhas

4 5

0,751
Porta de correr

Porta vaivém

l
,ll,1()_
FIGURA 9.12 Representação dos vários tipos de portas em plantas de conjunto, incluindo referência numérica para representação dos seus detalhesi '
em mapas de vãos.

--
Solicitação junto de alguns fabricantes ele um dado tipo de
'

detalhes (a idéia terá começado por um fabricante de lou- F1GURA 9.14 Cotagem de plantas em arquitetura.
ças sanitárias), que, no propósito de incrementar as suas
vendas, disponibilizam aos projetistas arquivos de desenho
dos seus produtos, no sentido de que a sua inserção em
projetos de arquitetura acabará por prescrevê-los. -:cotas de espessuras: representando as medidas da espes- Como se sabe, aumentar ou reduzir as dimensões de um dado
ra dos pilares, paredes e pavimentos; desenho cotado segundo qualquer das direções permite a
Os exemplos da Figura 9.10 e da Figura 9.11 correspondem otas de eixo dos vãos: que estabelecem as medidas en- mesma modificação na linha de cota correspondente, po-
a algum destes modos. e eixos de todos os vãos; dendo optar-se pelo reajustamento automático do respecti-
otas de implantação: determinam a localização para vo valor.
9.2.5.2 Chaminés 'implantação dos pilares, das paredes e níveis de pavi-
Dentre os desenhos de detalhe, vale ainda citar o caso da re- 9.2.6.3 Equipamento intedor e coragem
presentação de chaminés (Figura 9.13). Sentando-se o valor da cota, perpendicular à linha de cota,
A representação de equipamento em desenhos de arquitetura
espondendo a distâncias medidas a partir de um ponto
São recomendações gerais de dimensionamento considerar um envolve, fundamentalmente, os aparelhos sanitários e os apa-
Um até o início das paredes e eixos dos pilares. As cotas
número de saídas de fumaça igual ao dos dispositivos que relhos das cozinhas.
ltantes correspondem à adição ou subtração das cotas
servem, Cada conduto de fumaça pode medir 0 130 X 0,30 m
tidas. Em situações de edifícios de maior porte, sobretudo edifícibs
(por cada saída de fumo), elevando-se a uma altura de 0,60 m
comerciais, pelo menos em nível de estudo de instalação, é
em relação à linha de cumeeira, A espessura das paredes é,
:6.2 Cotas em cortes usual a representação do próprio mobiliário. De resto, a utili-
em geral, de 0,30 m, incluindo material isolante,
zação dos sistemas CAD para simular a instalação de diferen-
tipo de representação) são incluídas cotas de implanta- tes tipos de mobiliário é nestes casos perfeitamente adequada
9.2.6 Cotagem em Desenho de elativas a um nível considerado de referência. e usual.
Arquitetura , são cotados todos os níveis (pavimentos) em relação a Existem símbolos que permitem, quer em planta, quer em vis-
referência) devendo-se indicar também a cota do teto do ta, representar qualquer tipo de mobiliário no sentido de dar
Embora em todas as figuras apresentadas até aqui neste capí-
_o piso. maior ênfase à justificação do espaço projetado por comparti-
tulo se tenha seguido as normas gerais de cotagem em dese-
nho técnico, interessa citar alguns aspectos de utilização prá- ser apresentadas indicações sobre as dimensões verti- mento e, por conseguinte, aos valores das cotas considerados
FIGURA 9.13 Representação de chaminés. (Figura 9.16).
tica bastante generalizada, resultantes da adoção de normas ntre os níveis dos pavimentos 1 sua espessura, pés-direitos
internacionais, em especial das normas francesas, como com- ras de portas e janelas (Figura 9.15).
plemento das normas gerais de cotagem em desenho técnico, 9.2.7 Apresentações Realistas
Podem ser consideradas cotas interiores ou exteriores, e hto à utilização dos sistemas CAD, é já conhecida a fun-
fonne se apresentem no interior ou no exterior da planta, àJidade de atribuição automática de cotas.
São já bem conhecidas as apresentações e animações realistas
9.2.6.l Cotas em plantas tas não devem ser repetidas nem aplicadas sobre o <lese interessante ainda é a sua alteração simultânea por ma- de projetos de arquitetura, em termos de forma, cor e textura
A cotagem em planta utiliza os tipos de cotagem em série e em de escadas, vãos de portas, aparelhos sanitários, etc. ação e modificação dos desenhos no âmbito da produ- dos próprios materiais a utilizar, quer em termos da apresen-
paralelo com a origem çomum a determinado ponto de referência, A sua representação deve seguir uma ordem própria (Figura 9.l da concepção, nos tem1os detalhadamente descritos. tação do seu exterior, do interior, da sua inserção num con-
Capítulo Nove Desenho Técnico em Projetos de Arquitetura e de Engenharia Civil 197

;11;11:111:11 !1 :1111,111!11
'
1 :' ' ml:lll:illll:l:lll!1:1l'll'lil 1'1!1'11:I ,, ; l'! 05,79
-- 1_, :1;a11<;1r
,. _ Lu
_l 1u,! "li!'

D -] D o
rn_
N •~ o3,34
0~2 :'!I':

rn [ ~~ 0~7
o
'"
N

o
Estudo da iluminação exterior do Festival Hall, projeto de
Kirkland Partnerships (Toronto, ON). Renderingexecutado por
Cícada Design (Toronto, ON).

[I] e -02,83
y
m
,__
oi
mm o
'"
"' - 02,56
y __

LJ T~J
FIGURA 9.15 Cotagem de um corte em arquitetura.

(V\ -~
sos ele utilização do sistema CAD como instrumentação ele
desenho em 2D, na medida em que pressupõe a modelagem
Interior do Museu de Arte Moderna de San Francisco, projeto
de Mario Botta.
Praça de entrada de Museu Entrance. Renderingexecutado por
Shinsuke Baba (Brookline, MA).

geométrica tridimensional da edifica\:ão. FIGURA 9.17 Rendering de modelos 3D (reprodução autorizada Ught-lmage Software).
/ "
oD l_l_
!11111111111!
1 \
~
1 Todavia, este processo é atualmente muito freqüente no âmbi:
"---- Área de serviço '° 1'-- to do projeto de arquitetura, na medida em que, como se refe~

N

~-
riu, pode ser simultâneo à elaboração de plantas e vistas e redes ele abastecimento ele água, de drenagem, elétrica e de O desenho ele instalações, cuja maior importância se reporta
~
- -
COZINHA 2D, a que se .segue um processo ele rendering do modelo 3D. e, atualmente, cada vez mais, de telefones e comunicações ao traçado em planta, deve, pois, ser explícito em todos estes
12,09 mr--
~ 0,2 285 gemi, são igualmente objeto de estudo e projeto. aspectos.
X ,, oi N A Figmra 9.17 apresenta ilustrações deste tipo, por utilizaçã
1 o
- do sistema -~DStudio ela Autodesk, Inc. sobre modelos geo'
ºº
X X
tÍ/Fº 1
- métricos, obtidos em Architectural De.skt.op - sistema CA
projeto ele instalações, que envolve mais uma vez urna par-
êscrita de justificação, quer de traçado quer ele dimensiona-
Representado em geral sobre plantas de arquitetura não cotadas

os=t::
310 1
(Esc. 1:100 ou 1:50), utiliza diferentes tipos ele traço para repre-
específico para arquitetura, que opera sobre o sistema , hto, com base em conceitos e princípios ele ordem científi- sentação das tubulações (de águas frias e de ágüas quentes, por
hJ--1- 1

I --- I.S, lO genérico AutoCAD. e tecnológica, com observância de requisitos mínimos (cm exemplo), códigos de indicação de trajetos, indicação do calibre

165 ~-~-' 1 30 2,95


:e
-i------ -
D
i-=r==r-
0,15 9,3 DESENHO DE INSTAIAÇÕES
al demasiado mínimos!), consignados em regulamentação
pria (Regulamentos Gerais elas Canalizaçôes ele Água e de
das tubulações, modos de ligação elas diversas partes da rede
(pmmadas) e simbologia para indicação de acessórios.
QUARTO DE~ oto e Regulamento ele Instalações Elétricas cm Edifícios),
1~
DESPEJO ~
~ ~~
A- satisfação dos mais variados critérios de funcionalidade Na Figura 9.18 apresenta-se o traçado em planta da rede de
1,81 m2 r ,__,_ _____
·------
1~ ,,, - edificações conforme os diversos modos de utilização a q
desenhada por recurso ao desenho técnico ele
abastecimento ele água referente a uma pequena edificação, e
na Figura 9.19 apresentam-se detalhes de instalação de equipa-
~
ó
''''
''
''
ó
l se destinam implica necessariamente a existência de siste
básicos que tornem subconsciente a satisfação de necessi
des elementares inerentes à própria atitude ele existir, nu Redes de Canalização de
mentos sanitários, de acordo com a regulamentação respectiva.
Não há normas rígidas para a indicação de simbologia, po-
FIGURA 9.16 Inserção de equipamento em planta.
escala ele valores cio atualmente designado mundo desen Abastecimento de Água dendo variar de projetista para projetista, inclusive cm nível
vicio. institucional. De fato, algumas câmaras municipais, para efei-
des de canalizações que alimentam os chamados apare-
Dotar as edificações das necessárias instalaçôes que garant sanitários nos locais das edificações que a arquitetura to de recepção de um projeto deste tipo, impõem simbologias
junto urbano já existente, da sua inserção no terreno, do efei- essa satisfação foi considerada uma ação tão importante e próprias (nem sempre com a configuração mais racional!).
''u (lavatório, bidê, chuveiro, privada, etc.), são constituí-
to de luminosidade e sombreamentos e ainda a possibilidade a concepção e construção das próprias edificações. Nestes termos, é indispensável que nas peças desenhadas seja
por partes principais ligadas à rede geral de abastecimento
de inserção de "cenários", desde céu com nuvens a fundo incluída uma legenda da simbologia aí adotada (Figura 9.20).
Inserem-se neste âmbito a instalação de sistemas de abast a da zona em que a edificação se insere. Delas partem
relvado.
mentas ele água, ele drenagem, de fornecimento de ene erivações necessárias a cada aparelhà,.Banitário cuja ali- O projeto de abastecimento de água pode ainda incluir dese-
Mais interessante, porém, é o processo de simulação de um (eletricidade e nos grandes meios urbanos, também o _tação é comandada pelo usuário atravé;'âq acionamento nhos de detalhe em uma escala maior (1:20 ou 1:10), no sen-
transeunte, quer no interior elas edificações, quer no exterior, redes de comunicaçôes e, mais recentemente, redes, lvulas. Estas válvulas, ele que são exemplo as torneiras, tido de estabelecer disposições construtivas mais rigorosas do
ao longo cios espaços de circulação, no sentido de poder ser climatização. também, na sua concepção e fabricação, envolver cri- que o habitual e cortes (em geral, a 1:100), explicitando a ins-
avaliada a sua interação e inserção no espaço delimitado pe- de estética e decoração. talação ele equipamentos menos comuns, principalmente cis-
los volumes edificados, situação já referida em 8.4.2. O efeito O fornecimento destes bens e se1viços que se processa a_
1

plexiclade elo fenômeno físico do escoamento em pres- ternas e sistemas ele bombeamento.
é já conhecido. vês de condutores, quer sob a forma ele tubulações (á
quer sob a forma ele fios ou cabos (eletricidade), impli, interior de tubulaçües obriga à consideração de cuida- Por vezes, quando há muitos pisos, muitas derivações e, em_
Constitui necessariamente um trabalho aparentemente acres- correta inserção destes elementos nas construções, sob a critérios de traçado e dimensionamento e à inclusão ele geral, mais do que uma coluna de abastecimento, é ainda usual
cido relativamente aos processos tradicionais ou aos proces- ma de redes. acessórios complementares. a inclusão de uma perspectiva isométrica da rede de abasteci-
198 Capítulo Nove Desenho Técnico em Projetos de Arquitetura e de Engenharia Civil 199

\( \
, 040

-
~./ (
/ 1/ "- \
I .e--lL4-~'+~I-
I ~
7'25

~
L
1

1
o
'
\ ---

"'-
;--:i--
1 ~~ L&m!
1 '-+---+--t--l-----1--____,_,
1
-
025 l-~-
1 :-: :-: '-+---+--t--l------1--____,-l Ligação à adutora geral

020
1 Ü O >-+---+---+--1--IC--l-à
X >'.
1

.b@+ I
f-+--f--+-+l-0----
LJ+ l--i~-1--1--Ciz=1-CC"tfb-]H':j
~

-
Li 1/

FIGURA 9.18 Rede de abastecimento de água em edificação com indicação de diâmetros das tubulações.

Torneira a ligar
Rede de Águas Frias
Tubo ttex/vel

Rede de Águas Quentes FIGURA 9.21 Esquema (kit) de montagem de rede de abastecimento de água.

Hidrômetro

Válvula de regulagem para caso de incêndio , 1 do projeto de arquitetura de algum modo estiverem gráfica, no nível das peças desenhadas do projeto de rede de
ou sistema secundário etrizadas cotas altimétricas, pode-se ainda permitir o incêndios, pauta-se por critérios elo mesmo tipo dos descritos
do automático do esquema de montagem do tipo indica- e ilustrados para '.1S redes de abastecimento de água.

118 I Coluna ascendente

Válvula de passagem
a Figura 9.21.
is interessante ainda na utilização de sistemas CAD especí-
para o traçado de redes de abastecimento de água refere-se
ém ao processo de dimensionamento, medições e quanti-
, . Com efeito, associados aos elementos gráficos, incluindo
O programa CAD específico pode também, e de modo análogo,
auxiliar no dimensionamento e instalação (representação) de redes
de incêndios e, em especial, dos chamados sprinklers (Figura
9.23).
FIGURA 9.19 Desenho de detalhe de projeto de abastecimento de água.
liotecas de acessórios, pode haver atributos alfanuméricos
Válvula de descarga
cluam, no nível do dimensionamento e do esquema geral
9.3.2 Redes de Canalizações de
, donamento da rede (Figura 9.22), restrições, quer de tra- Drenagens
mento de água, sem escala, vulgarmente designada kit de quer de inclusão de acessótios, e mesmo possibilidade de
Chuveiro
montagem. Isto tem como efeito explicitar a sua configuração A drenagem, que 1 por definição 1 completa um ciclo face ao
, ância e de controle de disposições regulamentares ou de
para além da representação em planta e cortes e auxiliar a fornecimento, é também objeto de um projeto próprio no
s de dimensionamento (por exemplo, a impossibilidade
quantificação de dispositivos acessórios e de ligação das tu- Torneira misturadora
âmbito dos projetos de instalações.
r dois diâmetros sem uma junta de transi~ão).
bulações, sobretudo curvas e tês (Figura 9.21). No âmbito do projeto de drenagem interessa considerar as
O de redes de abastecimento de água ele mâ:ior comple-
O traçado de redes de abastecimento de água com auxfüo dos Torneira redes de drenagem de águas residuais e de drenagem de águas
, por exemplo, em edifícios altos para os quais' é neces-
sistemas CAD também é muito facilitado em relação aos pro- pluviais.
ombeamento e para cujo dimensionamento se requer
cessos tradicionais. Mesmo no âmbito dos sistemas CAD ge- hidráulico, além da mera obsetvância de disposições Reporta-se ao traçado e dimensionamento das redes de esgo-
néricos, a própria caracterização geral da sua utilização 1 prin- Tomada de água em incêndio
entares pode estar associado ao sistema CAD específi- tos e inclui as redes de esgotos domésticos (ou águas servi-
cipalmente a utilização de camadas (layers), permite o traça- :lpodelo matemático para o respectivo cálculo, cujos re- das) e a rede pluvial.
FIGURA 9.20 Simbologia para representação de acessórios em redes irí_
do da rede em camadas próprias - rede de águas frias numa se traduzem em indicações quanto às características de
ores de abastecimento de água.
camada, rede de águas quentes em outra, e ainda acessórios As peças desenhadas que integram o projeto de drenagem estão
ionamento a adotar.
em outra. Estas camadas são estabelecidas, por sua vez, sobre sujeitas ao modo de orientação e seqüência do projeto de abas-
a camada (ou camadas) que contêm os vários desenhos de Caso se recorra à utilização de sistemas CAD específicos sionamento de redes de incêndio obedece a especi- tecimento de água, muito embora uma diferença fundamental
arquitetura, sobre os quais se instala (desenho) a rede de abas- redes de abastecimento de água, normalmente dispõe-se, de dimensionamento e traçado, que fogem necessa- entre as redes de abastecimento de água e as redes de drena-
tecimento de água. de princípio, de bibliotecas de desenhos de acessórios. S te fora do âmbito deste livro 1 mas cuja representação gem determinem configurações de traçado, de diferentes ti-
200 Capítulo Nove
Desenho Técnico em Projetos de Arquitetura e de Engenharia Civil 201

Rede de esgotos domésticos !idade, principalmente sob os tetos de garagens, por ser usual
prescindir da colocação de tetos falsos nessas zonas.
Rede de esgotos pluviais
_J fP"rld Rosqvoi,
Os ramais de descarga dos aparelhos sanitários são, em geral,
/
,ç/' ligados a caixas de união colocadas no pavimento. De cada
/' Caixa c/ sifão de pavimento
uma, parte um ramal ligado a um tubo vertical, em geral, ele
maior diâmetro, pois recebe vários ramais - a coluna (ou co-
Caixa de reunião, de pavimento lunas), ou tubo ele queda da rede (Figura 9-25) embutido nas
paredes cio edifício ou inst,ilado cm courettes próprias.

-O- Caixa de visita A ligação ao coletor implica, por vezes, trajetos do ramal de
ligação de extensão apreciável devendo-se prever caixas de
Ralo de pavimento visita (Figura 9.26) nas várias partes retilíneas e assegurar sem-
pre um declive mínimo para os ramais, ele resto também devi-
damente regulamentado.
Coluna ascendente
Um outro elemento freqüentemente associado à rede ele águas
servidas refere-se à inclusão de tubos de ventilação. Os tubos
Coluna ascendente-descendente
ele ventilação sujeitos a critérios de traçado e dimensionamento
próprios podem satisfazer a ventilação de ramais ele descarga,
de tubos ele queda ou ambos e carecem da respectiva repre-
Coluna descendente
sentação em planta. No entanto, sua utilização é mais freqüente
em edificações ele médio e grande porte (Figura 9.27).
FIGURA 9.22 Processo de dimensionamento de rede usando-se o sistema CAD_ Pi N • .
funcionamento (reprodução autorizada Helix delta"Q). pe efwork Analys1s Program, a partir do seu esquema de A apresentação em corte é também usual no sentido de serem
Idem águas pluviais
obse1vados os tubos de queda e colunas, o modo de ligação
dos ramais e ligaçôes ao coletor geral através· do ramal de li-
gação (Figura 9.28).
·;- ><,\f1GURA 9.24 Simbologia possível para representação de acessórios em
, '_rêdes interiores de drenagem. Os projetos de drenagem podem também incluir peças dese-
nhadas com elementos de detalhe em uma escala maior, 1:20
Drenagem de águas residuais ou 1:10, referente a disposições constlutivas ou representação
de acessórios, com a indicação de legenda nos termos das
redes de drenagem no interior das edificações e, em parti- regras gerais do desenho técnico sobre este assunto (Figura
ar, as redes de águas se1vidas são constituídas por ramais 9.29),
descarga dos aparelhos sanitários com uma parte vertical e
rtes horizontais alojadas (embutidas), nas lajes de pavimen-
9.3.2.2 Drenagem de águas pluviais
ou sob estas quando se prevê a adoção de tetos falsos que,
lado inferior ela laje, impeçam a visibilidade da tubulação. A rede de drenagem de águas pluviais é, do Ponto de vista de
s construçôes atuais, sempre que se opte pela segunda hi- representação gráfica no respectivo projeto) mais simples. Em
, tese ele instalaçôes elas tubulações, é freqüente a sua visibi- geral, inclui-se nas peças desenhadas que representam a rede

FIGURA 9.23 Representaçã9 de rede de sprinklers, usando-se o sistema CAD específico (reprodução autorizada Autodesk, lnc.).

= =
pos. Enquanto na rede de abastecimento de água o escoamento
ventilação da rede doméstica, e incluem simbologia própria p
é sob pressão, preenchendo toda a seção da tubulação, nas
representação ele elementos e órgãos acessórios (Figura 9.2
redes de drenagem o escoamento é em superfície livre (não
preenche toda a seção da tubulação, e o escoamento se dá Também, quanto a se reconer aos sistemas CAD, os procedim
por ação da gravidade). tos são do tipo descrito em relação ao dimensionamento,
do e representação ele redes de abastecimento de água.
Embora o traçado das redes de drenagem obedeça a critérios di-
Assim, enquanto na rede de abastecimento de água o tra
f~r~nt:s, as redes de esgotos domésticos e a rede de águas plu-
das tubulações é qualquer, no caso das redes de drenagem
viais sao, em geral, representadas simultaneamente sobre dese-
na-se impossível a consideração de trajetos que obriguem "a
nhos de arquitetura na escala 1:100 ou na escala 1:50 não cota-
bi~!a" cio _cscoa~ento, a menos que se preveja (e sempre se d
dos e utilizando diferentes tipos e espessuras de traço, confonnc
evitar) a mclusao ele bombas hidráulicas que elevem O fluido FIA 9.25 Ligação de aparelhos sanitários: Ramais de descarga em corte e em planta (Regulamentos Gerais das Canalizações de Água e Esgoto
se refiram a drenagem de água servidas, pluviais ou tubos de
escoamento - bombeamento de águas se1vidas. , CAE (reprodução autorizada por JN/CM).
202 Capítulo Nove Desenho Técnico em Projetos de Arquitetura e de Engenharia Civil 203

;:;; ;;,;

/ dT,bo
llL
1/
✓ Torneira a ligar

ffe,f,ef
/'.'. Cordão de borracha
Fita de Ç_(l.!.Jl@"'
/

"/ ½ndJJ~ f ;:;;:···


/
r~1r ,~~nr
~ ..·--·
/ /
/
/'.'. rll , li, - --
Junta em neopre!:'_e

½mlw-
:~
S1lao de garrafa

X X 1 /'.'. -
J Fita de cortiça -----,
ºº
X X 1 ;;:;_ "" "
'
J_
FIGURA 9.29 Representação em corte e em planta de parte das redes de drenagem de uma pequena edificação,

·-ê, drenagem de águas servidas, sem qualquer confusão, fa- No caso de cobe1turas em telhado, é freqüente a instalação de
FIGURA 9.26 Traçado em planta da rede de águas , do-se uso de simbologia e tipos de traço próprios (Figura calhas ao longo dos beirais para recolhimento das águas. Estas
servidas em pequena edificação. 24). calhas estão ligadas em alguns pontos ela sua extensão a tu-
'.rede de drenagem pluvial é, em geral, constituída por tubos bos de queda, em geral desembocando em caixas de visita,
queda embutidos nas paredes (em geral nos cunhais) ou colocadas ao nível térreo (Figura 9.30).
eridos em courettes da edificação ou fixos nas paredes, por O ramal de ligação ao coletor pluvial, em geral instalado no
es com efeito estético, sobretudo através de cores contrns- nível térreo, está sujeito ao mesmo critério de traçado que os
es com as do edifício. ramais de ligação em redes de águas servidas.
tubos de queda recebem a água da chuva que cai sobre a
rt:ura da edificação e em pavimentos expostos (varandas 9.3.3 Redes de Instalação Elétrica
rraços). No topo dos tubos, e ao nível da cobertura e dos
mentos expostos, emergem ralos para onde a existência Os projetos de redes de instalação elétrica são, do ponto de
equenos declives nos pavimentos ou cobertura dirigem vista gráfico, do tipo dos projetos de redes de canalizações de
abastecimentos de água.

075

FIGURA 9.27 Traçado em planta de parte das redes de


águas servidas de uma edificação média.
090

·-·- 0110 ·---·-

0110

Para fossa séptica existente


CORTE A-B

090
0110
FIGURA 9.28 Representação em corte e em planta de parte_ ---------- ----{J-L _________
Para coletor pluvial 0 125 0110 ____ _

PISO TÉRREO das redes de drenagem de uma pequena edificação. FIGURA 9.30 Rede de drenagem pluvial de cobertura de edificação.
Desenho Técnico em Projetos de Arquitetura e de Engenharia Civil 205
204 Capítulo Nove

São apresentados, mais uma vez, sobre plantas de arquitetura la) dos quadros de distribuição (Figmra 9.32 c), que, mais uma
GIO GIO
e definem o traçado dos condutores e os aparelhos elétricos a vez, inclui símbolos gráficos adequados.
instalar representados através ele simbologia própria.
A instalação elétrica é, em geral, embutida 1 isto é, os conduto-
res são colocados em tubos-base de plástico, por sua vez in-
Em situações de maior complexidade ou de inclusão de disposi-
tivos e acessórios espediis, deverão também ser apresentados
os respectivos desenhos de detalhe constrntivos ou ele instalação.
.,
• "
.o
ff


seridos no interior das paredes nas quais são abertos canais "-b
ainda antes do seu acabamento (reboco e pintura). 9.4 DESENHO DE ESTRUTURAS DE '"
:110

No caso de edificações industriais, cuja instalação elétrica en-
volve condutores de maior diâmetro (e, por vezes, com maior
EDIFICAÇÕES / ºfu

número de fios), podem ser exteriores e fixos nas paredes ou Entende-se por estrutura de uma construção o conjunto ele
tetos por meio de acessórios adequados (tipo braçadeiras apa-
rafusadas) ou por colagem.
elementos dessa constrnção cuja função é assegurar boas con-
dições de estabilidade e, para um dado período de tempo, re- , /
Para este fim, nas plantas que integram o projeto ele instala-
ções elétricas e acompanhado de simbologia adequada (Fi~
sistir aos esforços que as ações a que está submetida lhe trans-
mitem.
A configuração das estruturas depende de vários fatores, con- -:
/
gw.·a 9.31), deve o traçado ser feito no exterior da parede de
forma a elucidar sobre a face em que devem ser abertos os
respectivos canais (Figura 9.32).
forme o fim a que se destinam, tendo em conta as caracterís-
ticas físicas do ponto de vista da resistência dos materiais dos
/
vários elementos estruturais que as constituem, à luz da plena::
O número ele condutores no interior do tubo (embutido ou satisfação de estabilidade face às ações a que estarão sujeitas,<
não) em cada zona do traçado é representado por meio de em conjugação com critérios de economia e de estética.
pequenos traços oblíquos, podendo-se também recorrer a sím-
bolos gi·áficos.
9.4.1 Genet·alidades. Materiais
Quando existem circuitos independentes na instalação elétri-
ca de uma edificação 1 pode-se recorrer a diferentes tipos de No que se refere aos materiais principais dos elementos cons-~'
traço para visualizá-los de modo independente e, p01tanto, mais tituintes das estruturas resistentes que asseguram a estabilidá
explícito. de de uma dada edificação, os mais utilizados são a madeirar
a pedra, o aço e o concreto armado.
Em termos de desenhos de detalhe, os projetos ele redes de o
instalação elétrica limitam-se, em geral e nas situações mais Cada um destes materiais tem características de resistência pró:4 --©-------
correntes, à apresentação esquemática (e, portanto, sem esca- prias e é utilizado segundo técnicas de trabalho específicas, a)

m m o
rv m m
Corrente Símbolo geral Eletroduto passando Eletroduto passando Eletroduto
alternada de eletroduto acima de uma supertície abaixo de uma supertície conduíte

Ej) ;I ;I cl J' © V!/1

Caixa de derivação
(3 eletrodutos)

.P
Eletroduto atravessando
verticalmente uma parede

tf'
Interruptor unipolar
Eletroduto
que sobe

;f
Comutador de
r\
Eletroduto
que desce

cb ~3
Botão

<llb
Tomada múltipla
t i
'

/
/
Interruptor
unipolar para iluminação dupla dois sentidos Tomada simples (3 fases) /
rL,
Tomada para
r O] X
Lâmpada com
extremidade
X 5X60W
Grupo de cinco
telecomunicações Antena Alto-falante de eletroduto lâmpadas de 60 W

X'
Suporte para
xi
Lâmpada fixada Lâmpada
-D
Aparelho
~
lâmpada com numa parede fluorescente eletrodoméstico Campainha b)
interruptor
FIGURA 9.32 Parte da planta de uma rede de instalação elétrica: a) Circuito de iluminação. b) Circuito de tomadas; (continua)
FtGURA 9.31· Simbologia utilizada na representação dos acessórios mais comuns em instalações elétricas de edificações.
206 Capítulo Nove
Desenho Técnico em Projetos de Arquitetura e de Engenharia Civil 207
eu 1GxJ

metade do valor da ação exterior se esta for concentrada a meio MATERIAIS:

~ f"
A 1 ' do vão da viga (supondo também que, quanto às suas carac- -PERFIS> 180- Aço Fe 430 NP EN 10025.
~,OmA ' -PERFIS< 180 E Chapas - Aço Fe 360 NP EN 10025.
ln~ 15A
'1' terísticas físicas, a viga é perfeitamente homogênea) ou se for -Parafusos e porcas de rosca métrica - Aço classe 8.8
r
lcg~6KA

10A
,l 1 ,1 15A ,l
: uma ação exterior distribuída de forma perfeitamente unifor-
PROTECÃO ANTICORROSIVA
' '" '"' '"' '"' 'i me ao longo cio seu vão.
1 1
10rnA \

se> em vez ele uma viga, se recorrer a um arco de volta inteira


-Decapagem a granalha de aço ao grau SA 2 1 2
-Metalização a frio por apllcaçâo de primeiro epoxi de zinco.
1 1 -Pintura final de acabamento em cor a definir.
(Figura 9.33 b), a concepção da geomel:iia cios blocos que o cons-

1
1
? 1
1
1
tituem determina uma orientação dos esforços ele modo a atua- Soldaduras -t3-($lj
rem perpendiculannente às juntas, e os blocos que constituem 1
-
1 - Silllbologia Simbologia
1 1 0 arco são solicitados à compressão transmitindo esforços igual- Oficina Montagem Oe1alhe
Oficina Montagem
Detalhe
1
mente ele compressão aos pilares em que o arco se apóia.
!
r r
e<~ 6
! e<-1'~

N,c1ACU/TO
1
'1 1
1
Assim) para uma mesma carga consegue-se, em geral, um vão ~ ~3 f , .
3
' maior com um arco elo que com uma viga, processo, como se
1

;v-
,·016 1
12,,1.5~ ~{1,51' ~{2,),,.2,5~ 1~(2.5
CONDUTORES - SEÇÃO n>m' ;016
'"º
1~
2,~,s, T(2,s 12,~,s'~ ~12,,),.,1.5~
sabei determinante na arquitetura e na construção em geral H5~
r~
2,2,s • T(2.5

DES[GNAÇÃO ENTRAM
INCAMí~'<l
ELLIMlNIIÇÃO
IN0NTING
AN E
SPACE NO
TOMADAS
SOCKET
TOMADAS
SOCKET
TOMADAS
SOCKET
ANE SECADOR AN.E
FIGURA 9.32 Parte da planta de uma na Antiguidade. ~ ~' 3 '
3

~i:;::
FAN CO>L SPACEND OECABELO SPAGENO
EOUI~ OUTLETS OUtLETS OUTL8S
EOUIP HAIA DAYER EOUlP

e)
f'OTÉNC•A rede de instalação elétrica: c) Quadro '"º
elétrico.(continuação)
9.4.1.2 Madeira r' ~ é ~3
"~
-~
-'-"Z
r ~ ~i::;::
e>~ 15
Quase simultaneamente com as estruturas de alvenaria, as es- 10° a ~o•
9.4.1.1 Pedra
/- ~3
Os esforços de flexão resultám em forças (representadas por truturas ele madeira também foram de utilização freqüente, "~
---r;.
A pedra, que foi muito utilizada na Antiguidade, sobretudo setas) que tendem a deformar a viga tal como indica a linha :' ){?-5-:~ndo, no entanto, utilizadas em construções relativamente f - - - ···--·, - ~

a<O,i'al
interrompida na figura. /·-_-"f,{!quenas e que não se pretendiam tão duradouras como as
pelos egípcios 1 gregos e romanos, é um material com elevada
resistência à compressão, mas de fraca resistência à tração. É,
por isto, um material de excelentes condições para ser utiliza-
Quando a viga se deforma, suas fibras superiores ficam sujei- & pedra. ·ª-~" ~
~
' ,.,
.,
tas a esforços de compressão, e as inferiores, a esforços de ·;;;:\;):r,M_uito embora seja hoje em dia possível um tratamento da Verificação da~_:5_?'.?~-- Soldagens em geral
- --·-
do em colunas, pilares ou paredes, desde que estejam sujeitos tração. Se a viga for de pedra, se rompe mais facilmente que_ \{k::.::Ji1:adeira para aumentar substancialmente o seu período nor- RX Por raios X
apenas a forças de compressão e centradas. É o caso das es- outros 1?ateriais para uma dada carga, pois resiste muito pou- i<i'::i\:Jin~I de duração, o problema fundamental continua a ser a sua us Por ultra-sons fl_J9'\,, fl.~.'\.
truturas representadas na Figura 9-33 a e b. co a esforços de tração, condicionando assim o vão. , ---<,,i,ulnerabilic\acle à ação do fogo.
Preparação e execução das soldagens segundo o F{ê-9ii[ãin8nto de
O vão representado na Figura 9.33 a é vencido através de um Os esforços de compressão sobre os apoios (parede ou pilar ·:Relativamente às suas características mecânicas, a madeira su- Estruturas de Aço para Edifícios (artº 26 a 37, 60, 65 NP 1515) e cum-
elemento estrutural designado vigai que deve suportar a ação sobre os quais se apóia a viga), são tr.1nsmitidos a estes consti-, primento das recomendações do EUROCODE 3 sobre execução e con-
··'pOrta deformações relativamente grandes, principalmente se tro!e de qualidade.
que lhe é transmitida por uma parede que suporte qualquer outra tuindo-se como ações sobre cada um deles. Em situ;ção de- mparadas com as deformações a que a pedra resiste antes
ação (e, portanto, o seu próprio peso) que sobre ele se apóia. estabilidade1 devem suscitar um esforço de reação (resistên- Observações: Salvo indicações nos desenhos de projeto, devem utili-
atingir a ruptura. zar-se cordões com 0,7 da espessura do elemento mais fino a soldar
cia à compressão por parte dessa parede ou pilar) capaz de' nas juntas de ângulo, ou de peneiração total nas juntas de topo a topo.
Assim, são transmitidos à viga esforços de flexão, e aos apoi- ando solicitada segundo a direção das fibras, resiste de forma
equilibrar a ação sobre cada um deles. Estas ações sobre cadá
os, esforços de compressão.
um dos apoios que suportam a viga são iguais, e, neste caso;- oximaclamente igual aos esforços de trações e aos esforços
FIGURA 9.34 Tipo de legenda sobre especificação das ligações dos ele-
mentos estruturais em estruturas metálicas reticuladas.
Ação sobre a estruturat 'ando solicitada normalmente (perpendicularmente) às fi-
s, as resistências à compressão e à tração são diferentes entre

Ação sobre a estrutura


:eambas consideravelmente menores do que no caso de ser
}eita a uma ação longitudinal. permite também a geração de modelos geométricos e sua visua-
Compressão

t diferença de características mecânicas segundo a direção lização tridimensional em fases construtivas (Figura 9-35 b e c),
bem como fases finais da edificação a executar (Figura 9.36).
São atuante é designada anisotropia.
Esta possibilidade assume ainda maior interesse no caso de
Compressão
--, estruturas especiais, em geral de caráter público (Figura 9-37).
· 1.3 Estruturas metálicas
turas metálicas são formadas por elementos de aço la- Como já foi referido, o processo pode ser simultâneo à repre-
Tração 01 geralmente chapas ou perfis laminados, ligados en-
sentação das projeções ortogonais que formalmente constitu-
por meio de rebites, parafusos ou soldagem) segundo em o projeto, ou, conforme a tendência atual, o processo de
· icações a definir caso a caso (Figura 9-34). desenho consiste na modelação tridimensional, a pattir da qual
são geradas as vistas desejadas - plantas e vistas na conformi-
:ção dos diversos elementos metálicos - barras ou perfis dade da representação e apresentação formal dos projetos.
dos, podendo ainda por combinação entre si (soldagem
arafusamento) dar origem a outros perfis, ligados uns
Utros pelas extremidades, em pontos designados nós ela
9.4.1.4 Estruturas de concreto armado
_tura-permite constituir estruturas metálicas, em geral do O material estrutural mais utilizado atualmente na construção
,reticulado (Figura 9-35 a), cujos projetos também se é o concreto.
entam segundo os conceitos de projeções geométricas
a) A argamassa de cimento é uma mistura de areia, cimento e água
S no âmbito do desenho técnico.
em proporções adequadas. Se além destes elementos a mistura
mo ao nível da elaboração de projeto ele arquitetura, a uti- incluir também pedra, com dimensões e dosagens convenien-
FIGURA 9.33 Efeitos de ações em vigas (a) e em arcos {b).
de sistemas CAD, além do desenho a duas dimensões, tes, o material assim obtido passa a constituir-se concreto.
208 Capítulo Nove
Desenho Técnico em Projetos de Arquitetura e de Engenharia Civil 209

FIGURA 9.37 Visualização 30 do modelo geométrico de uma ponte metálica (reprodução autorizada).

rF.

i/
JclJ. .lJ_t_ tll~_tlJJ~J•~
----- -~ \1
Zona de compressão

t::: /.5, . ~ ~ . ?Sj Zona de tração

>)
2j j j l l~ hl l j j I j l
FIGURA 9.35 a) Vista parcial da vista prin- i\ /~
cipal de uma estrutura metálica reticulada;
FIGURA 9.38 Solicitações numa peça·de concreto armado.
b) Modelo geométrico tridimensional; e) De-
talhe de ligação (reprodução autorizada). e)
Eoncreto, no momento em que é fablicado, é fluido e pode ser áreas das seções elas barras a considerar) conforme o número
çado em qualquer molde ou recipiente, adaptando-se à sua de barras e os diâmetros das suas seções - gradualmente variá-
. Passado ce1to tempo, faz pega e endurece, comportan- veis em conformidade com a variação do valor dos esforços a
então, cio ponto de vista da resistência, de modo análo- que os elementos estruturais estarão sujeitos, como também a
a pedra. P01tanto, resiste bem aos esforços ele compres- mão-de-obra de corte, dobragem e colocação elas barras no
.; e mal aos de tração. interior elas peças de concreto armado, quando da sua
locação de aço nas peças de concreto, nas zonas que fi- moldagem, fica inquestionavelmente mais facilitado do que se
sujeitas a tração (Figura 9.38), pe1mite torná-las resistentes a configuração elos elementos de aço, em vez de ser à base de
barras, fosse outra.
, ém aos esforços de tração, obtendo-se assim um matelial
gêneo ~ o material concreto armado, mas de alta resis-
. ) quer à tração quer à compressão, bastante trabalhável 9.4.1.5 Peças desenhadas em projetos de
nômico relativamente a outros materiais com idênticas estruturas de concreto armado
Atualmente é freqüente a utilização de estruturas de concreto
_o, a ser colocado nas zonas que, devido ao efeito das ações armado. Neste caso é necessária a constmção de um molde
e os elementos constituintes elas estruturas de concreto (fôrma), geralmente em madeira, destinado a conter o con-
do - normalmente, lajes, vigas e pilares - ficarão creto e a permitir a correta colocação da armação.
nadas, é em geral sob a forma de barras. O conjunto de
s que se utiliza no concreto armado designa-se armação. A fôrma é posteriormente retirada após a pega do concreto -
FIGURA 9.36 Visualização do modelo reação química do cimento com a água durante o processo de
tridimensional de uma edificação industri- ,a utilização ele barras, não só se permite obter sucessiva- evaporação desta, que confere ao concreto o endurecimento
al (reprodução autorizada). áreas de armação - áreas das seções ele aço (soma das que lhe faz conferir a designação de pedra artificial. Assim é
210 Capítulo Nove
Desenho Técnico em Projetos de Arquitetura e de Engenharia Civil 211

necessário, para cada estrutura de concreto armado, fornecer sapatas), indicando a constituição 1 a forma e a localização das Tal não é adotado, pois tomaria morosa a representaç~lo - prin- indicada escrevendo-se e = x. sendo x, a espessura da laje
dois tipos de informação: armações, destinando-se a fornecer aos armadores de ferro (não, cipalmente se por processos de desenho tradicionais - e so- em metros, aproximada até os centímetros.
0
Os desenhos definidores da estrutura ou desenhos de mol- se denomina annadores de barras ele aço) indicações para o bretudo a posterior leitura. Por outro lado, a não necessidade
crnte, dobragem e montagem das barras. Junto das designações dos pilares e vigas é também possível
de, que representam a forma exterior final da estrutura e de representação de outras arestas que induzissem a simulta-
-•~-,;,...,._ indicar as dimensões das suas seções sob a fonna de um pro-
destinam-se aos carpinteiros que constroem a fônna. O cri- Utilizam-se em geral, as escalas 1:20 e 1:10. neidade de arestas visíveis permite adotar uma representação
duto ele dois números a X b, sendo o segundo número (no caso
tério de cotagem nestes desenhos deve ter cm conta este com todos os traços a cheio, que se pode considerar corres-
das vigas) a altura total medida desde a face superior da laje.
processo construtivo. pondente ao que seria o aspecto de uma vista por baixo cio
w Os desenhos constituintes do projeto ele estrutura de con-
9.4.1.6 Desenhos definidores da estmrura, pavimento, devendo todos os elementos ser referenciados. Por vezes, nas plantas dos desenhos e ele forma a tornar a re-
creto annado devem incluir logo no início um outro dese- esquemas esuuru1·ais presentação mais explícita, as vigas podem ser sombreadas.
A referência dos elementos consiste em atribuir designações
nho especialmente importante - o esquema estrntural. A Os desenhos definidores da estrntura, ou desenho de mold aos pilares e vigas e é inscrita geralmente junto dos elementos Um tipo de representação, especialmente para o esquema es-
escala mais corrente é 1:100, mas também podem ser usa- representam as formas externas dos elementos ele concret a que dizem respeito, utilizando-se linhas de referência, se trutural em que o principal objetivo é explicitar o modo como
das as escalas 1: 50 ou 1: 200. armado sem acabamento. .necessário. os vários elementos estmturais se ligam, através ela sua refe-
Autêntico mapa da disposição e ligação dos vários elementos rência exaustiva, é a forma apresentada na Figura 9.40.
Na Figura 9-39 apresenta-se a planta da estrutura do paviment '<\~s pilares podem ser representados de duas formas diferen-
estruturais, destina-se, pois, a apresentar o modo como todos de um edifício. , s. Se os pilares tiverem continuidade para o piso superior, Esta representação é suficiente para localizar todos os elemen-
esses elementos estruturais deverão se ligar e a referenciar cada curece-se toda a seção (Figura 9.40). Se os pilares existi- tos estruturais a serem detalhados nas restantes peças dese-
um deles. A esta vista corresponde um corte em planta, feito acima d
apenas para baixo do pavimento representado, desenha- nhadas que integram o projeto estrntural de concreto armado.
pavimento, de forma que os pilares representados que es
É a partir dessa referência que se identifica a representação em apenas o contorno da seção comum a traço mais grosso do A fundação dos pilares é, em geral, constituída por sapatas de
belecem a continuidade para o piso superior se apresent
detalhe, em ger.1l contida em outro desenho, da sua configura- e o correspondente ao contorno elas vigas e lajes. concreto armado.
como elementos cortados, e que as arestas das vigas des
ção geométrica detalhada, a disposição e configuração geomét.J.i- pavimento (isto é, imediatamente abaixo e que o suporte designações das lajes são indicadas dentro de uma peque- Para localizar as fundações elos vários pilares da estrutura é
ca das aimaçôes e a respectiva cotagem. sejam convencionalmente, e no âmbito do desenho de es circunferência desenhada a traço fino localizada no centro necessário recorrer a uma planta de fundações, como a que
Os desenhos dos elementos estruturais, ou desenhos de arma- turas, representadas a traço cheio (e não a traço interrom laje. No caso de haver setas em duas direções ortogonais, se apresenta na Figut·a 9.41, correspondente à estrutura do
ções, correspondem, do ponto de vista cio desenho técnico, à do, embora se trate de arestas invisíveis). _ta-se de uma laje armada em crnz. A espessura das lajes é piso represen.tada na Figm.·a 9.40.
representação ele cortes longitudinais e transversais e de seções Com efeito, nos termos das convenções do desenho técnic/
transversais das várias peças de concreto armado (lajes, vigas os contornos das vigas deveriam ser representados a traço j
e pilares e/ou pórticos, muros e/ou pa1·edes resistentes e terrompiclo, dado que são arestas invisíveis. 715 4 60

4,35
6,90 O 5
O 5
P1 ~ V4(0,2oxo30) ~ P 2
"'ó

~t >"
tâ o
N
ei
C)

"'
·º'
>1
1 P1
1
1
'
1
1
1
1
1 P2
$"'"'
1

V1ga4
C)

"'
>'"
1
1
1
1
P1

0~5
o
ei

v, v, !1 P1 "'.
P, P, ~
-$-
+---
> P1 P1

$
1
1 N
o
• "'... 1 "'
1
"'... o
o
>'"
e=0,12 o; o; 1 o; ei
1 1
>• Viga 5 P1 P1I,
"'

~ 1-
7
---&
p
1 V2(0,25x0,35) P3 0,25 e, >ID 1
P1 5,85
V3(0,20X0,30) >ITT
o
o
"""' 1 P4
1~"6' 1

~1 "
ITT.
~
e ,10
ei >'" 1
, \ o., P4-:;:t h,70
1 oo,
"'

$ ,
1 .,;
""
>
o
N
à
;,;- P,
1
Viga 7 ,,,j
- P1
,3 ~ 3
1
1
I P1
s Vigas ~P1 "'.
>
-$-
e=0,13
~
g
v, P, v, g
N
"'"'o; 1
1
1
ilP1 Viga 7
1

P1
Viga 9
P1r

P3
io

~
1
~

~I
ci"
-

"'

>#,

p
1
V 1(0,25X0,40)
0,20

P,
>
m

1te '
>
ID

o.l 15
4,70
P3 0,2p
P1

3,40 ,4

4,95 3,73

FIGURA 9.39 Referência dos elementos estruturais num projeto de concreto armado. FIGURA 9.40 Esquema estrutural.
212 Capítulo Nove Desenho Técníco em Projetos de Arquitetura e de Engenharia Cívil 213

11,75

7,15 . .:'4,60

_.,_
P1 D D
P1
)! 1,60 ,4 4,65
m 1

",;
P1
D P2"- ""- P1
m o
~
w o ~
oi "'oi "oi ,3

o
m ~ ~
"'
oi "'-
P1
o 5'i1
"',; P4
P4
m
".,;
4,55

4,95 3,73 1,08

FIGURA 9.41 Planta de fundações.

A cotagem de localização dos pilares e das respectivas funda- presentar nos desenhos tanto em corte transversal como lo
ções faz-se mediante a indicação da distância entre os respec- gitudinal.
tivos eixos e também entre os próprios elementos estruturais,
Os ganchos na extremidade das barras, que se destinam:}
que, neste caso, são as sapatas e os pilares.
aumentar a sua aderência ao concreto, têm as dimensões
acordo com a classe do aço e são definidos no regulame
9.4.1.7 Desenhos dos elementos estruturais referido. Note-se, no entanto, que sendo atualmente freqüe
Os desenhos dos elementos estluturais, que, como se referiu, a utilização de barras nervuradas nas armações, é dispens"
correspondem a representações em corte, em geral por pla- a execução de ganchos nas extremidades, procedendo-se à
FIGURA 9.42 Representação de armações, em desenhos de projeto, de elementos de concreto armado: vigas.
nos verticais, longitudinais ou transversais, (caso elas lajes) e representação como se indica na Figura 9,42.
seções longitudinais e transversais, respectivamente por pla- O modo de indicação cios grupos de barras representados'
nos de frente e por planos de perfil (caso de vigas), e por planos âmbito das peças de concreto armado em que se inserem
de nível (caso dos pilares), devem ter todas as informações gora 9.43) é o seguinte: :Oi em geral, não se requer a especificação do comprimen- Quando uma armação é constituída por várias barras iguais
sobre a geometria do respectivo elemento e sobre o número,
n0dXL.A. _-'._dka-se apenas: (Figura 9.44), dispostas paralelamente, a designação geral
diâmetro, localização, espaçamentos, amarração e dobramen-
pode ser feita por uma das duas formas seguintes:
to das barras que constituem as armações. que significa n barras de diâmetro d (em mm) e comprim n0d
A qualidade do concreto e do aço bem como os recobri- L (em mm) de aço da classe A ... indicada na legenda do n 0 d p.m.l.
'érios de cotagem de desenhos de armações em elemen-
mentos utilizados devem ser indicados nas peças desenha- pectivo desenho. 0 d// Ll
turais de concreto armado e sua designação e os modos
das, sendo estes valores definidos de acordo com o "Regu- O comprimento L é um comprimento total, incluindo ga Omuns de apresentação de conjuntos desses elementos sendo, no primeiro caso, n o número de barras por metró_J~t: _,
lamento de Estruturas de Concreto Armado e Pré-esforça- quando houver, é indicado quando o projeto especifica strados nas figuras seguintes, respectivamente para vi- near (p.m.l.) e, no segundo caso, 11, a eqüidistância --êriJf;t:\: ·
do" vigente. barras.
o exige. A classe do aço só é inscrita quando existe na m gura 9.42), pilares (Figura 9.43) e lajes (Figura 9.44).
As barras das armações, de seção circular, têm diâmetros nor- peça mais do que uma qualidade de aço, caso contrário,, por exemplo, na viga V3 da Figura 9,42, existe uma A indicação de L pode ser suprimida nas
malizados (ver Anexos) expressos em mm, devendo-se re- informação será incluída na legenda do desenho. o de três barras de diâmetro 12 mm. das. O símbolo// indica a eqüidistância entre as
Desenho Técnico em Projetos de Arquitetura e de Engenharia Civil 215
214 Capítulo Nove

Muro de suporte
Quadro de pilares

P1 ..,:,' P2 P3

"=·~
g O,25XO,4O O,25XO,4O

•,
<oc
4016 + 4012 4020 + 4012 4025 +
+ 6020

.. ~
I<
ºº
Wz
"<
6020

~< fil~
'
o
w
"~ Cintas 06/ /0,15 Cintas 061 /D,15
Clnlas 08/ /0,20 0121/0,15
~L

1
o
o
P4 P5 P6 ..
g O,25xO,4O O,25X1,OO
O,2OXO,6O
z
,
w
<oc
4025 + 6020 4025 + 4020 6025 + 6020
~ .,
a~ ;,:-"-

..
~~
~< ~. ~ l ~li 012//0,075 1" O>
>
.
o
w &
Cintas 08/ /0,20 Cintas 00/ /0,25 Cinlas 08//0,25 o ~
"~

1
Ó 010//0,10 0

g
z
,
w
O,25XO,7O
P7

~
010//0,20

o ~
N
o_,
,._,
ô,ro
>
~~L
o"
J ..
~
_, ~
"ãj o
<oc
6025 + 6020 ó
s º"L
.. ~ &
I< 0,15
ºº
~~
o
ó ,._, ª
& '.J
ICTI ô
>

1
ô
e
~< 0,15 w
o
w
"~ Cintas 08/ /0,25
PB P9
Sapata cont!nua
~. s
Concreto de limpeza '.J

1
o,2sxo,20 O,6OXO,2O
~
.g
oz
w•
o>
w<
ocI
8:ê
4010


Cintas 061/0,15
8iõ10

a
Cintas 06//0,15

FIGURA 9.43 Desenhos de detalhes de concreto armado: mapa de pilares e muro de suporte.
>\

1 1
~L o
ó
]]

ser substituída pelo símbolo # quando se trata de uma malha, senha-se apenas um tipo de barra de cada camada da a
ção, indicando, através de linhas de referência ou diret ô
isto é, barras eqüidistantes segundo as duas direções perpen- -
te sobre a barra) o diâmetro e o correspondente afastam ""ô> >\
diculares.
ou então o número de barras por metro (Figura 9.45). e
w
ô,ro
> 1
Pode-se escrever# 0 d// Ll ou# L1 X 12) tratando-se, no pri- s ôe ~

1
No caso das sapatas, cujo dimensionamento se rege pela
meiro caso, de uma malha quadrada com as barras à distância _,
"' w
L1 (freqüente em malhas de armação de lajes (Figura 9.44);
ção entre a capacidade de carga do terreno e a ação q . s
é transmitida pelos diversos elementos estruturais (em _,
<O
g
no segundo caso> de uma malha retangular com barras distan- ó
os pilares e paredes da estrutura) (Figura 9.46\ as peça
tes de um valor 11 num sentido e de um valor 1 2 no outro, Assim:
senhadas devem obviamente definir todos os aspect
n0d; n0d p.m.l.; 0cl//L,. detalhe da sua geometria e das respectivas armaçõesj
e no caso de malhas quadradas: referenciadas em relação à planta de fundações.
ou Por vezes, e dada à semelhança de geometria entre >\
g g
junto de sapatas) é comum a apresentação de uma sap

1
Antes destas designações) pode-se acrescentar outra designa- 00
acomp~tnhada de um quadro que inclui todas as situa tg! ~ ôe
ção à natureza ou função da annação. Estão) neste caso, por ô
ôe w ô
exemplo> as designações para os estribos das vigas e as cintas Não é comum a inclusão de esquema para dobrame s '">' e

nos pilares (Figura 9.42 e Figura 9.43). barras. Recomenda-se, contudo, esta prática no caso s" ~
ºt
"'"·
""
gci'-4..JI.-
com armações cuja dobragem seja menos habitual. _,"' o
~

A indicação do comprimento total das barras interessa para § _,
"'
que o armador de ferro possa cortá-las com comprimentos Cabe ainda referir que> quando se pretende executar a 0

adequados. No entanto, ele necessita também de indicações longas) é geralmente necessário acrescentar as barras/ FIGURA 9.44 Desenho de detalhes de concreto armado: lajes,
para poder dobrá-las convenientemente. Por isso) devem ser neste caso indispensável prever uma sobreposição e
desenhados esquemas relativos à forma de dobrar as barras, ção numa extensão que está regulamentada (ver RE
que podem ser incluídos nos próprios desenhos de armações, função do diâmetro da barra e das classes de aço e do:
conforme se apresenta na Figura 9.45, ou fazê-los constar de to) sendo também impo1tante a cotagem dessas sobrep
uma lista que inclua essas informações. Finalmente> apresentam-se ainda exemplos de peças . .
É o que acontece> em geral> quando se recorre à representa-
das integrantes de projetos de estabilidade em concret.
ção em planta das annaçõe~ de lajes. Estas normalmente são que, pela configuração e geometria específicas da es
constituídas por conjuntos de barras iguais e eqüidístantes: de- questão) são apresentados sob a forma de um dese~
216 Capítulo Nove Desenho Técnico em Projetos de Arquitetura e de Engenharia Civil 217

-- ---f---i--- __
V 14 ,,
,,, _________
, ' ',
-,- -
.... .,.,,
1
"~
1 1 1
' NI
g1 '

/S"?I 1
---- ----
1 00 o 00 o
'Y
.~
N N
' ' N.

~I' o
N
o
N
) 1 o
< 6

©
00

"'•
ó
:eó

16 ó

ô :eó

ó

ô
o

ô :e
ó
ó ó © > 6+ 6+ 6+ •
~1
00 00 00

""00Q ""00Q N
"
< o o o +
00 00
©
e,
00
e,
> ' oy s 00
oy
00
s
c--~-º~~2~-1: ~---"""""
i:-
' 08//0,25
r-'
/
_0~~.~- -h,
' l
;Jj
j'
' â 00
ó
00
ó
oo.
o
00
ó
00
ó
00
ó
00
ó ó• 1 º·" 1

'
1

: 0 6/10,2~
1
'
w
o
o
I

~- 00
"' oo.
~
oo.
~
N.
~
N•
~
o
N ,1
T )
1
Armação "'o o
'
' ,. superior :3 I
<
oo. o
"'
oN 00
N
o
o5
00
ó
o
o5 'º
"'
00
ó '~"'
1
" g_1 1
Armação
a u
e
i
---LJ------ V15-- ; - ~
gl
001
) ----------D
1
inferior ~
F
DE] DE] D0 0 0 111 ,2
u
CD

1 ui
<(
"'ui N
"" o
>
"'
a,

FIGURA 9.45 Esquema de dobramento de armações (no âmbito da representação de uma laje em planta).
oo· ui <J) (f)
"
<J) "'
<J)
<O
<J) 0
<J)

., ,. 1

junto, ficando ~xplícitos os modos de ligação cios vários elemen-


tos esttuturais (Figura 9,47 e Figura 9,48) que os constituem.

9.5 O DESENHO DE PLANEJAMENTO DE


OBRAS DE ENGENHARIA CIVIL
vidades cuja seqüência e articulação estabelecerão o process,
construtivo que conduz à realização da respectiva obra.
Observa-se, no entanto, que, numa utilização racional e co
reta dos sistemas CAD, o conceito de bloco, além das s
funcionalidades do ponto de vista da elaboração do proj
" "
·~·
---

' ' -'


"
~-
' 1-
1

~
711 '
1

''
jl'E!I

,J
~
.
Ol

" "
"
"
0
1
j ' ''
"
- - --

'1
_,_

,
00
m
'º~
u
e
,2
u
m

11m
ã:
pode ser associado a etapas ou atividades susceptíveis de S --- '
,e- -'º-- l ~:"
- --

O bom desenvolvimento de um projeto de engenharia está ine- rem consideradas em si mesmas autônomas quer pela s ]
vitavelmente relacionado com o processo de planejamento de- especialidade e pelos meios envolvidos, quer pela fase em CÍ "'"' ,... ~~ ~
'
-- o
o
vidamente cuidado em que cada atividade é estabelecida num surgem no desenrolar da obra.
'1 " •:,
momento exato. ' ,Íi,
•"'
Assim, do ponto de vista do planejamento, as várias ativíd,
eles podem equivaler aos próprios blocos estabelecidos
' E
'·º
O registro e representação de informação referente ao processo
de planejamento e evolução em projetos e obras de engenharia âmbito da utilização do sistema CAD na fase do projeto. "-
!lllll
f;j I!, r
11111"-~=;;i;
ô'. •., ',,.' ' ' ,t
. "'üz
o
civil, constitui-se em geral de diagramas lógicos e gráficos de
banâ.S, gerados por software de planejamento e gestão de obras
Blocos, enquanto sistemas fundamentais em sistemas . ----
1
,11.,ra
i'
ü

(Figura 9,49 e Figura 9.50). No entanto, esta infonnação cons-


titui-se de leitura específica e de percepção não imediata.
Com efeito, a informação alfanumérica, produzida recorren-
atividades, enquanto conceito de planejamento, podem, p':
relacionar-se de forma biunívoca.
De modo análogo, se no processo constrntivo é possível
~-
i,,'

--·-
' ' '
, __ - ·-T __ _J
3.11
1
1

1
;

1
,,, ' [,
,, '
"
----
~
' "

"
"

"
-~

do-se a software de planejamento, se ligada a sistemas CAD,


tinguir os trabalhos ela estrutura, das paredes, das redes,-
' 1
1'" ""
acabamentos, etc., e se relativamente à estrntura ~ p "
'
1 1

pode permitir a representação de sucessivos modelos geomé-


,." '1 1
1
:
'
'1
;
<

tricos do projeto em curso. Estes modelos (em 3D e em 2D),


distinguir os pilares e as vigas como elementos indep
tes, também do ponto de vista do planejamento cada u ---
1
1
- - - - - 1 ·- - - - --- o
a. "
-- ----
--
-
. .."
variáveis nas suas configurações e coloraçôes cm conformi-
'~,'
1

dade com os sucessivos estados de desenvolvimento do pro-


jeto, são de mais fácil visualização e, por conseguinte, de lei-
tes elementos pode ser identificado como uma ativida
tônoma.
," ii:i~".'-
' ' •' 1
:
•' ,r ' ",
·'
i-"T
2íll '" ~
- --
g
l
tura mais ampla e imediata. Se toda a estrutura, cada dos seus elementos - vigas, P'.
'·º '·' '·' a.
íll
(fJ
l J
"·º
etc. um a um - ou conjuntos de elementos afins (pil
A aferição e o controle da evolução da execução ele uma obra
ex.) deve constituir-se como uma atividade, depende d FIGURA 9.46 Armação e dimensões de um conjunto de sapatas, a partir da representação de uma sapata-tipo.
face a um dado planejamento previsto podem, deste modo,
de detalhe em conformidade com a dimensão do projet
se tornar mais eficazes, porquanto mais freqüentes, e de mai-
o qual se pretende estabelecer um dado planejamento
or clareza.
trole. No nível do projeto, este aspecto eleve ser logo e
rado.
9.5.1 Projeto e Planejamento O projeto - conjunto de peças desenhadas que se art
A utilização ele sistemas CAD como apoio ao projeto nas suas para a identificação inequívoca de uma dada configu
fases de criação e de produção é, em geral, considerada de ser construída -, por sua vez, em conformidade com
modo plenamente indepenflente e autônomo cfas diversas ati- riais utilizados, não é mais entendido como apenas
218 Capítulo Nove
Desenho Técnico em Projetos de Arquitetura e de Engenharia Civil 219

L!
J
~·~:,~t~I:
'l''i
- ' .L_
/
- ir
o
w

·~
o
u
~ e
\ "'•
u
1 1

:fü'
:: f i'1
) •
u
•e
!s' t
a

•-8
o
u•
'º•
L_:::J "
:./
E
:a
u• "

"•
"•Eo
,.
1 o
~
·a
..8.
ixo"'
o
w
o
o
w
li'o ü
ü
r- --- -- - -------
t------------r,-,.-T- ---------
'1
FIGURA 9.47 Armação e dimensões de um conjunto de elementos estruturais de tanques de uma ETAR- Estação de Tratamento de Água-
ciais.
FIGURA 9.48 Armação e dimensões de um conjunto de elementos estruturais interligados de um reservatório.
220 Capítulo Nove Desenho Técnico em. Projetos de Arquitetura e de Engenharia Civil 221

-----,..~"'•íl..ni!I: ! _ _•1r~1. .
J•11•rr1M 1
, ___ )j(Ja::1.. 1,1_~•=-:T1,1 ~~ frr 1,_ 11~ 1tt l•L_LJ__ f
____ L;11111•
9.5.2 Um Modelo Geométrico, do Ponto Assim, por exemplo, se o moclclo geométrico de um edifício
-",'º-'-=~-ccC7"º~'~"~'~"~''~'----~º'c+r!l•I i •IH J •:.• , w./J-.-i.!'~• lt4 ~ . L ! L _ f .a_,.: -.i L!L _!!..._
se con.stitui corno uma "bela" torre de vidro de quarenta pi-
;~--;' -~:r;;_~;.:-:r;;) ;:t;~,..; .::J • de Vista do Sisteirna CAD
.sos, para o gestor de planejamento tal modelo só existe no
p:,.~~•-~í-.P•i'
0.91 r..i__dellllil ~......
~..
, -~ ..
Se os blocos no âmbito cio projeto s?to identificados com ares- último in.stantc cio processo construtivo.

-·----
~.,r_."."::·..,,.~d-~~-~!i:".-• . o,
; __Qil' pectiva atividade de planejamento, então a atribuição de um
~r.,;.:,ij í,,..., _.,íi'd~aé,iiiÍc,:flilQ_,_·.,~- .._.1,.-~~- 1W
!ill•tllllllll~-t C
Com efeito, para o gestor do planejamento, o primeiro mode-
p~""••.•· ~•.c!~..;,_. código, o rne.m10 código que identifica as atividades, pode

--•
liW
i>,:,y_n~;\i~!f •w,,,~ to~ 1 lo geométrico pode constituir-se o conjunto elas fundaçôes do
relacionar diretamente o bloco como um elemento do mode-
~-iiíiií-~ -~il _f;lí,;jii.i.i;
o.âlfll"tifg_.....". •1 lo geométrico estabelecido no âmbito do projeto. Simultanea-
edifício. Outros modelos podem corresponder às sucessivas
111,:" ói'Ítitlllllt'Miií' -----. configur;:ições geométricas do edifício com dois, .sete ou vinte
_íifi.êflútii.·ít. iííf,í,.:nd•rir,w
"' t~l~i.tQ"!tt.• IIQ- . . • mente, a sua afinidade com uma atividade de planejamento
pisos, com ou sem paredes, com ou sem as redes ele tubula-
"",. ~,_....._... ~,.ç
~IJ--;t, •:•.r_,_• _11 !"'•.,::;
' <f corresponde, por sua vez, a um dado estado do processo cons- ção, etc.
fi~;; _' _•.,_:·,,>,~ "'."~./"°!'. _',I _:_,\,,," ~A•'"; 0 .. trutivo.
Deste modo, afigurar-se-á possível apresentar simultaneamente
Isto significa atribuir aos blocos de um modelo geométrico có-
para cada um destes modelos através ele três diferentes cola-
digos alfanuméricos - os mesmos cócligo.s atribuídos às ativi-
boraçôe.s, pelo menos três estados principais referentes às ati-
dades de planejamento. Deste modo é possível estabelecer uma vidades: concluído, em cw:m, planejado.
_.._t ffl!mermccl Task -Super-Gruic:a!ia;;k amswnmary base de dados de códigos ligada ao modelo geométrico.
-tiDlf•C•tiOll b•tll'f :i!r Mm;;,ior.a lilmi: PmuCT1! Olmp,'e!e __· !la%"1ffl
Urna seqüência de sucessivos modelos geométricos de con-
Nestes termos, toda a base ele daclo.s de planejamento pode formidade com sucessivas datas, por sua vez referentes a cada
FIGURA 9.49 Gráfico de barras de planejamento de atividades de uma obra.
associada aos blocos definidos no modelo geométrico atra- planejamento gerado, pode constituir o que designaremos
vés de um código comum - o código ele atividade, atribuído como o conceito de modelo geométrico dinâmico de planeja-
ao bloco (Figut"a 9.52). mento.
Qualquer informação constante nos outros campos da base
i:âe dados do modelo de planejamento, ou mesmo o resultado 9.5.4 Uma Aplicação de Software,
' -~e quaisquer operações .sobre campos da base de dados, rclati-
iVamente a cada registro, pode ser refletida graficamente (por Get·ador de Modelo Geométrico
emplo, variação ele cor no modelo geométrico) nos blocos que Dinâmico de Planejamento
constituem e que se identificam com as diversas atividades. '...,,
De acordo com os pfocedimentos descritos, foi desenvolvido
um gerador de moclelo.s geométricos de planejamento por
O Modelo Geométrico do Ponto de integração das aplicações de software Primavera® e AutoCAD®.
Vista do Planejamento - Um Modelo A aplicação assim desenvolvida, em c+ +, constitui-se uma
Geométrico Dinâmico interface de ligação deste.s dois sistemas e é susceptível de ser
utilizada a partir do ambiente AutoCAD.
ponto ele vista do planejamento, o modelo geométrico
'al (em 2D ou 3D) do projeto é apenas o último instante No nível da aplicação assim constituída foram ainda disponi-
rocesso de planejamento, na medida cm que o planeja- bilizadas funções de manipulação) possibilitando diferentes
to se constitui como um proces.so dinâmico, gerador de visualizaçôcs para cada modelo geométrico de planejamento
ssivos modelos geométrico.s correspondentes às diver.sas gerado e uma preparação rápida de leiaute para impressão.
e, por conseguinte, cliversa.s configurações (geométricas) No âmbito da utilização desta aplicação, interessa considerar o ar-
?bra, no tempo: quivo de planejamento em fonnato ASCII (arquivo *.PRN, no caso
)modelo em cada instante (cada data date), relativamente à cio Primavera), gerado pelo softwarede planejamento (Figura 9-53).
,. em que o planejamento foi gerado (cada data de planeja- Cada registro contém o código de atividade, a sua descrição e as
~r para a data (o time now) em que o gestor entender datas early sta,t / late sta,t e early_finish / late finL,-h para cada
atividade.
FIGURA 9.50 Gráficos de planejamento e indicadores de decisão no âmbito da gestão de projetos.
.um dos modelos gerados para os instantes assim refe- Por sua vez, o modelo geométrico no âmbito da elaboração e
'dos constitui o modelo geométrico de um dado estado de.senvolvimento do projeto deve constituir-se com a justapo-
()cesso construtivo de urna dada obra. sição correta e adequada de sucessivos blocos.
junto de traços independentes, mas entidades geométricas, ou Estes blocos podem (devem), assim,
mesmo conjuntos de entidades, constituindo blocos, susceptí- as atividades definidas pelo planejamento, atividade.s·
veis de corresponder às diversas e sucessivas fases do proces- em si mesmas os sucessivos passos para controle e
so construtivo. eia do processo construtivo (Figura 9.51).

~ .--- - -~ Atividade
10
Descrição EARLY
START
EARLY
FINISH

' ' ,' ', '. -'-' ,,', ·:_,,•' :/> ',,

. .UIVÍDAO~& 1
~
o~
v
,,_
!f-
Ir ,J._)
1

-~m I'
8' V
1 8008601050
8008602060
8008603170
8008603270
Fundações
Pilares
Vigas
Laje-1
9OCT90
5MAR91
5JUN91
3SEP92
15OCT90
8MAR91
7JUL91
5SEP92
1 TV
FIGURA 9.51 O processo projeto-planejamento-obra.
FIGURA 9.52 Ligação de blocos de modelo geométrico e da base de dados de planejamento.
222 Capítulo Nove. Desenho Técnico em Projetos de Arquitetura e de Engenharia Civil 223

GABINETE DO PORTO E DA PONTE PRIMAVERA PROJECT PLANNER Nova Ponte Macau-Taipa


REPORT DATE 11JUN91 RUN NO. 53 START DATE 18JAN90 FIN DATE 31DEC93*
LISTAGEM DAS IDENTIF."BLOCO em AD PM-TP2 DATA DATE 310EC94 PAGE NO. 1
ACT!VITY ORIG REM ACT!VITY DESCRIPTION EARLY EARLY
1D OUR DUR % START FINISH
8008601050 O 100 ESTACADA MACAU/E02/ESTACAS -CRAVACAO 29OCT90A 30OCT90A
8008602060 O 100 ESTACADA MACAU/E02/TRAVESSA -EXECUCAO 5MAR91A 8MAR91A
8008603170 O 65 ESTACADA MACAU/E02/M.TAB. MACAU -COLOCACAO 5JUN91A 7JUL9iA
8008603270 O O ESTACADA MACAU/E02/M.TAB.LADO HK -EXECUCAO 3SEP92A 5SEP92A
8008701050 O 100 ESTACADA MACAU/P087/ESTACAS -CRAVACAO 5NOV90A 6NOV90A
8008702060 O 100 ESTACADA MACAU/P087/TRAVESSA -EXECUCAO 12MAR91A 15MAR91A
8008703170 O 54 ESTACADA MACAU/P087/M.TAB. MACAU -COLOCACAO ·IsJUN91A 17JUL91A
8008802060 O 98 ESTACADA MACAU/P088/TRAVESSA -EXECUCAO 3JUN91A 14JUN9iA

FIGURA 9.53 Exemplo-tipo de arquivo PRN.

Para cada bloco deve então ser atribuído o mesmo código da Além do mais, foi ainda considerada a possibilidade de apresenta-
atividade de planejamento considerado quando do estabele- ção de silhueta da configuração geométrica global do projeto, q
cimento de modelo de planejamento correspondente. é apresentada em cor cinza. Esta funcionalidade revela-se de ap
dável interesse quando, para a representação de um dado m
A aplicação dispõe de uma interface própria para esta ação: o
delo de planejamento, se pretende apenas um dado tipo de a
usuário seleciona um bloco através de um clique ou pelo nome
vidades - qual seja, a rede de abastecimento de água de um ec · FIGURA 9.56 Visualização de um modelo geométrico
desse bloco. Uma janela abre-se e solicita o preenchimento de planejamento (obra executada em cor escura, obra
fício, por sua vez referente a um dado estado de desenvolvirne
do código. em curso em cor clara).
- por exemplo, concluído, por conseguinte com uma mesma e
Para cada atividade (cada registro) é definido o estado de de- Esta apresentação teria apenas um conjunto de traços sem qua
senvolvimento em relação ao calendário, com base num clado quer ilustração ou indicação quanto ao seu enquadramento SÃO DE CONHECIMENTOS
time now escolhido. O estado da atividade será do tipo con- localização na configuração do edifício.
cluída) em curso ou planejada. Finalmente 1 a aplicação altera . Quais as escalas mais utilizadas em desenhos de projeto de
A silhueta do edifício ou da parte do edifício, conforme o in' 4. Quais as vantagens no projeto de arquitetura e de enge-
o layer / e a cor do bloco conforme o estado calculado. arquitetura e em que tipos de situações são mais comumentc
teresse do utilizador por todos ou apenas alguns dos bloco nharia civil por se recorrer aos sistemas CAD, face aos pro-
A interface da aplicação permite ainda a visualização de um) utilizadas cada uma delas? cessos tradicionais.
constituintes da configuração do edifício, estabelece desr
dois ou de todos os estados de desenvolvimento do modelo Idem em desenhos de projetos de edificações, no âmbito 5. Quais as peças desenhadas ou conjuntos de peças desenha-
modo uma referência indispensável à observação e perce da engenharia civil.
geométrico de planejamento, para cada time now considera- çâo do estado de uma dada atividade, neste caso a rede d i Indique que particularidades gráficas caracterizam a cotagem
das, fundamentais no projeto de estabilidade de uma edificação.
do ou para cada data date, de cada data de planejamento con- abastecimento de água (Figura 9-55). 6. Quais as vantagens de constituição de modelos geométri-
siderada (Figura 9-54). em desenhos de projetos de arquitetura e de engenharia ci- cos de planejamento em complemento dos gráficos de
Sobre os modelos geométricos de planejamento, podem tam: , vil, face aos critérios gerais de cotagem em desenho técnico. barras (cronograma de atividades) comumente utilizados.
Além disso, foi ainda considerada a possibilidade de apresen- bém ser gerados processos ele rendering para maior eficá
tação de silhueta ela configuração geométrica global elo proje- de visualização dos estados da obra, segundo um dado pon
to, que é apresentada em cor cinza. de vista, em cada momento de um dado planejamento. NSULTAS RECOMENDADAS
,'Ferreira, F. e Santos,]., Programação em • Gurewich, O. and Gurewich) N., 0994),
AutoCAD- Curso Completo, FCA (2002). Master Visual C++ 1.5", SAMS Publishing 1
AutoDesk, Inc. 0995\ Customizing Auto- Indianapolis, USA.
-:-CAD, Sausalito, California, USA. • PRIMAVERA Uscr's Manual 0995), USA.
• Ribeiro, Carlos Tavares et ai. 0996) Con-
ceber e representar com AutoCAD, McGraw Hill, Lisboa.

fundações
janelas
lajes
madeira
modelo geométrico de planejamento
FIGURA 9.54 Operação de visualização de um dado estado de evolução FIGURA 9.55 Observação da rede de águas integrada na configu pedra
de um projeto. do respectivo edifício. pilares
planejamento
portas
redes de instalações
sapatas
sprinkler
vigas
Tolerância Diniensional e Estados de Supe,jicie 225

-:cj1~ exigências da moderna indústria metal-mecânica, onde se


· luem as indústrias automobilística e aeronáutica, têm con-
iido a que os equipamentos e as peças funcionem cada vez
\'li;\relocidades mais elevadas, com maiores cargas e com me-
s tolerâncias. Considere-se, por exemplo, o caso dos
res dos automóveis: ao longo dos tempos, tem havido
Tolerância
redução do consumo e aumento da corúiabilidade, po-
ia e durabilidade. Isto só é possível cio ponto ele vista da FIGURA 10.1 Dependência do custo de fabricação em função da tolerância,

TOLERÂNCIA "'·- ação elas peças, reduzindo as folgas e o atrito, ou seja,


uma fabricação muito mais cuidadosa em termos de tole-
as e acabamentos superficiais. acordo com as funções do elemento cotado. Assim, é de es-

DIMENSIONAL E 'htagem correta das peças cm conjuntos é outro dos as-


s que condiciona a sua fabricação e as tolerâncias a es-
perar que as dimensões das peças móveis de um motor (ex.:
cilindro) pistom e segmentos) tenham uma fabricação mais
cuidada e tolerâncias menores que o quadro de uma bicicleta.
ar. Consideremos, por exemplo, o caso da indústria
É claro que o fabricante de bicicletas poderia fabricá-las com

ESTADOS DE obilística, em que as fábricas de automóveis hoje em dia


O mais do que "empresas de montagem", que compram
os componentes ele empresas externas e depois efetu-
tolerâncias idênticas às do motor, mas ninguém estaria disposto
a pagar o preço final da bicicleta. Além disso, não existe ne-
a montagem. Existem, por exemplo, fabricantes espe- nhuma exigência funcional para esses valores de tolerâncias.

SUPERFÍCIE os em anéis de segmentos para motores e outros es-


ados em pistons. Garantir que os anéis de segmentos
As tolerâncias dimensionais a serem usadas em peças indivi-
duais ou em montagens (ajustes) estão normalizadas ele acor-
ser montados corretamente nos pistons implica uma do com um conjunto ele classes de qualidade e de posição. O
· ação rigorosa das tolerâncias ele fabricação para cada sistema ISO ele desvios e ajustes é uma ferramenta fundamen-
s componentes. tal na fabricação das peças.
âncias e estados de superfície estão interligados. Quan- Os programas ele CAD atuais permitem, de uma forma rápida e
especificados valores baixos para as tolerâncias, isso eficiente, inscrever a tolerância nos desenhos, pois possuem
ter bons acabamentos superficiais. Note-se que o in- todos os símbolos e as diferentes opções usadas na tolerância.
é válido.
eia é uma extensão da cotagern, que fornece infor- 10.2.1 Definições
adicional acerca da forma, dimensão e posição dos
):os. A tolerância fornece ainda informaçôes essenciais Nesta seção são apresentados os principais termos e conven-
bricação, pois as tolerâncias especificadas podem ções usados na tolerância dimensional, alguns dos quais serão
_nar o processo de fabricação a ser usado e vice-ver- mais explicados e compreendidos ao longo deste capítulo:
rância destina-se a limitar os erros de fabricação das Elemento - Uma característica ou detalhe individual ela peça,
OBJETIVOS jam eles geométricos ou dimensionais. Neste capítu-
,rdada apenas a tolerância dimensional. A tolerância
tal como uma superfície, uma reentrância, um cilindro, um furo
ou uma linha de eixo.
ka será estudada no capítulo seguinte.
Após estudar este capítulo, o leitor deverá estar apto a: Eixo - Elemento interno que, numa montagem, vai estar conti-
do noutro elemento. É o caso de um eixo, embora esta definição
• Compreender a importância da tolerância dimensional para a fabricação; OLERÂNCIA DIMENSIONAL seja válida para qualquer tipo ele elemento interno não necessa-
dimensional destina-se a limitar os erros dimensio- riamente cilíndrico. ·Para os termos relacionados com os eixos
• Usar o sistema ISO de desvios e ajustes, determinar o tipo de ajuste mais
adequado em cada situação e caracterizá-lo; 'çação das peças. Quando na cotagem se especifi- são usados caracteres minúsculos, como: es, ei, cmáx, cm,m c,u t.
plo, uma cota de 20 mm, isto na prática significa Fut·o - Elemento externo que, numa montagem, vai conter
• Ler e inscrever cotas com tolerâncias nos desenhos; vai ser fabricada com aproximadamente 20 mm e outro elemento. É o caso de um furo ou de um elemento de
• Conhecer a interação da tolerância com os processos de fabricação e de _eça vai ser fabricada com 20,0000000 ... mm. Quan- secção não circular, como, por exemplo, um rasgo. Para os
verificação; fabricada, pode apresentar dimensões díspares que, termos relacionados com os furos são usadas letras maiúscu-
hdamento simétrico às unidades, correspondem a las, ES, EI, C~·JÁX, Ci-üN, CN, T. Na Figura 10.2 são apresentados
• Especificar o acabamento superficial das peças e indicá-lo nos desenhos. o, por exemplo, 19,65; 20,18; 20,42; 20,001. De- exemplos genéricos de conjuntos furo/eixo.
função da peça ou elo elemento, algumas destas
dem não satisfazer os requisitos funcionais. Tolerância (T) - É,,a quantidade que urna dimensão espeéifí-
cada pode variar. A tolerância corresponde à diferença entre
hricação é condicionado pela precisão requeri- a cota máxima e a cota mínima.
_Ças. Quanto maior a precisão exigida, maior o
ormalmente esta variação cio tipo Ilão-linear, tal T = cMÁx -c~·JÍN
o na Figura 10.1. Zona de tolerância - Zona compreendida entre a cota máxi~
ma e a cota mínima, que define a magnitude da tolerância e a
peça com a dimensão exata é impossível, mas,
sua posição em relação à linha ele zero (Figura 10.3),
á.ão o fosse, o custo seria proibitivo. Na prática,
atas não são possíveis nem necessárias: o que é Tolerância fundamental (IT)- Classe de qualidade de acordo
limitar cuidadosamente os erros de fabricação, de com o sistema ISO ele desvios e ajustes.
226 Capítulo Dez,
Tolerância Dimensional e Estados de Superfície 227

10.3 SISTEMA ISO DE TOLERÂNCIAS dficação de tolerâncias menores pode obrigar à utilização de valor da tolerância obtido na Tabela 10.3. Todavia, no caso
LINEARES processo de fabricação ou de acabamento adicional.
\1111 geral esta informação não é suficiente. É necessário especifi-
car a posição da zona de tolerância em relação à linha de zero.
_,:,:Para o projetista ter uma idéia das tolerâncias obtidas, apre-
Genericamente, o valor da toler::'i.ncia depende de três fatores•;. Note-se que, para os mesmos valores da tolerância para um
:.•Sentam-se, na Tabela 10.2, as relações típicas entre alguns
1) Cota nominal; i'..processos de fabricação e as classes de tolerâncias fundamen- conjunto furo/eixo, a escolha de diferentes posições pode
2) Qualidade (parágrnfo 10.3.1); ::tais, de acordo com a norma ANSl B4.2:1994. conduzir a .situações de folga ou aperto.
3) Posição da zona de tolerância em relação à linha ele A norma ISO 286-1, define 28 classes de desvios fundamen-
;:os valores das tolerâncias para cada uma das classes de qua-
(parágrafo 10.3.2). tais (posições do campo ele tolerâncias) para furos e outras 28
, ade, são indicados na Tabela 10.3. Como se pode verificar
esta tabela, o valor da toleráncia depende da cota nominal e classes para eixos, representadas graficamente na Figu.t.·a 10.4
FIGURA 10.2 Exemplos de eixos e furos.
10.3.1 Classes de Qual.idade IT a classe de qualidade especificada. Esta tabela permite obter e que sào:
· valor das tolerâncbs para cotas nominais até 3150 nun, que
A norma ISO 286-1 define 20 classes de tolerâncias fundamenc:~/ Furo§ - A B e CD D E EF F FG C, H J JS K M N p R s T u VX
Desvio fundamental - É a posição da zona de tolerância em obre a gama de cotas nominais mais usuais. Para cotas nomi-
tais, também designadas classes de qualidade, representadaÂ; YZZAZBZC
relação à linha de zero. A norma ISO 286-1,1988 define 28 -.. ais superiores a 3150 mm, a norma ISO 286-1 define as re-
desvios fundamentais para eixos e igual número para furos. pelas letras IT seguidas de um número de ordem: ras para a determinação da respectiva tolerância. Eixos- a b c cd d e eff fg g h j js km n p rs tu vxyz za zb zc
ITOl, !TO, !Tl, .. .IT18.
Classe da tolerância-Termo usado para designar a combi- Na Tabela 10.4 apresentam-se os desvios para eixos para as
nação de uma tolerância fundamet1tal com um desvio funda- Por exemplo, todas as cotas pertencentes à classe IT8 têm 0.3.2 Desvios Fundamentais posiçôes a-j. As restantes posições são indicadas na Tabela 10.5.
mental, como por exemplo hS ou Glü. mesmo grau de precisão, independentemente da cota nominaf
ara dar tolerância a uma cota não-funcional (cota não relaci- Os desvios fundamentais para furos são indicados na Tabela
Cotas-lintlte - As cotas-limite correspondem à cota máxima A imposição de determinada cota nominal de uma dada tolit nada com a função da peça), podem ser considerados desvi- 10.6 para as classes A-N, e na Tabela 10.7 para as restantes
e à cota rnfuima. rânc~a fundamental implica a imposição de um certo grau l s simétricos, os quais podem ser determinados a partir do classes.
qualidade. A utilização geral de cada uma das tolerâncias fun ..
Cota máxima (CMAx, cmâx) - Dimensão máxima permitida ao <lamentais referidas é indicada na Tabela 10.1.
elemento.
O processo de fabricação utilizado condiciona a gama de to
Cota mínima (CMíN, Cmin) - Dimensão mínima permitida ao TABELA 10.3 Valores das tolerâncias para as classes de qualidade mais usuais
lerâncias obtida para o produto final. Por outro lado, a espe-..:: \
elemento.

Cota Notninal (Cr., c 0 )-Cota sem tolerância inscrita nos desenhos.


TABELA 10.1 Utilização das classes de tolerância fundamentai
Dimensão atual - A cota atual corresponde à cota física da
peça, num dado instante da fabricação, obtida por medição
direta. Para respeitar as tolerâncias, o seu valor deve estar
compreendido entre as cotas-limite.
5e6 3 0,8 1,2 2 3 4 6 10 14 25 40 60 0,1 0,14 0,25 0,4 0,6 1,4
Desvio superior (ES, es) - Diferença entre a cota máxima e
a cota nominal; 7e8 Construção mecânica cuidadosa. 3 6 1,5 2,5 4 5 8 12 18 30 48 75 0,12 0,18 0,3 0,48 0,75 1,2 1,8
9 a 11 Construção mecânica corrente. 6 10 1,5 2,5 4 6 9 15 22 36 58 90 0,15 0,22 0,36 0,58 0,9 1,5 2,2
ES = Ci,,[ÁX-½.
12 a 18 Construção mecânica grosseira (laminação, 10 18 1,2 2 3 5 8 11 18 27 43 70 110 0,18 0,27 0,43 0,7 1, 1 1,8 2,7
Desvio inferior (EI, ei) - Diferença entre a cota mínima e a estampagem, fundição, forjamento).
cota nominal; 18 30 1,5 2,5 4 6 9 13 21 33 52 84 130 0,21 0,33 0,52 0,84 1,3 2,1 3,3
EI = CMÍN-½. 30 50 1,5 2,5 4 7 11 16 25 39 62 100 160 0,25 0,39 0,62 1,6 2,5 3,9
TABELA 10.2 Relação entre alguns processos de
Linha de zero - É uma linha que, na representação gráfica 50 80 2 3 5 8 13 19 30 46 '74, 120 190 0,3 0,46 0,74 1,2 1,9 3 4,6
fabricação e as classes de tolerância fundamentais
dos desvios e ajustes, representa a cota nominal e em relação
80 120 2,5 4 6 10 15 22 35 54 87 140 220 0,35 0,54 0,87 1,4 2,2 3,5 5,4
à qual os desvios são definidos.
120 180 3,5 5 8 12 18 25 40 63 100 160 250 0,4 0,63 1,6 2,5 4 6,3
Na Figura 10.3 são ilustradas algumas das definições apre-
sent.adas (note-se que a cota nominal pode não éstar compre- 180 250 4,5 7 10 14 20 29 46 72 115 185 290 0,46 0,72 1, 15 1,85 2,9 4,6 7,2
enchda entre a cota mínima e a cota máxima, como se poderia 250 315 6 8 12 16 23 32 52 81 130 210 320 0,52 0,81 1,3 2, 1 3,2 5,2 8, 1
Rasqueteamento
pensar inicialmente).
315 400 7 9 13 18 25 36 57 89 140 230 360 0,57 0,89 1,4 2,3 3,6 5,7 8,9
Torneamento para
acabamento 400 500 8 10 15 20 27 40 63 97 155 250 400 0,63 0,97 1,55 2,5 4 6,3 9,7

Linha de ze ro Retificação 500 630 9 11 16 22 32 44 70 11 O 175 280 440 0,7 1, 1 1,75 2,8 4,4 7 11
Desvio superior (Es)
Desvio inferior (Ei) r Zona de talerância Brochamento 630 800 10 13 18 25 36 50 80 125 200 320 500 0,8 1,25 2 3,2 5 8 12,5
)

~
l Mandrilamento 800 1000 11 15 21 28 40 56 90 140 230 360 560 0,9 1,4 2,3 3,6 5,6 9 14
'
Torneamento 1000 1250 13 18 24 33 47 66 105 165 260 420 660 1,05 1,65 2,6 4,2 6,6 10,5 16,5

~~
)
Cota nominal
~ n s ã o atual Aplainamento 1250 1600 15 21 29 39 55 78 125 195 310 500 780 1,25 1,95 3, 1 5 7,8 12,5 19,5

Cota mínima (Cmín) Tolerância Frezamento - 1600 2000 18 25 35 46 65 92 150 230 370 600 920 1,5 2.3 3,7 6 9,2 15 23
Cota máxima (Cmáx)
Furação 2000 2500 22 30 41 55 78 11 O 175 280 440 700 1100 1,75 2,8 4,4 7 11 17,5 28

2500 3150 26 36 50 68 96 135 210 330 540 860 1350 2,1 3,3 5,4 8,6 13,5 21 33
FIGURA 10.3 Representação gráfica dos desvios, cotas-limite e tolerância. Fundição injetada
µm-micrômetros = 1Xl0-6m. As classes ITO e lTOl são indicadas na norma ISO 286-1.
228 Capítulo Dez Tolerância Dimensional e Estados de Supe,fície 229

TABELA 10.4 Desvios fundamentais para eixos: posições a-js


\

\ -140 -70 -46 -30 -20 --10 -6 o


3 6 -270
6 10 -280 -150 -80 -56 -40 -25 -18 -13 --8 -5 o
10 14

'
cri -290 - 150 -95 -50 -32 -16 ---6 o
"'o e 14 18
+ :5
·a; E 18 24 o
~B o -300 -160 -110 --65 -40 <-20 -7

"'o
oQ_ o
/\
(/)
o FUROS ~
e 24
30
30
40 -·310 -170 --120
o
"8"' ·;; w V -80 -50 -25 -9
"'a, ~~@!j f-('J o 40 50 -320 -180 -130
e
e~~
E
Q)

"'e
D
o
C D E 1,1~ &i=':~ w
Linha de zero
50
65
80
65
80
100
-340
-360
-380
-190
--200
-220
-··140
-150
-170
-100

-120
-60

-72
-30

-36
-10

-12
o

o
2 GH 120 -410 -240 -180

N~~~~~
100
o JS J
"' "'>o
.Q
>
li
w f-~
K M 120 140 -460 -260 -200
~
"'
o
Q)
~
"'
a,
e

-~"'
w
1
11
PRsTu~~~
Vxy,~ 140
160
180
160
180
200
-520
-580
-660
---280
-310
-340
-210
-230
--240
-145

-- ·170
-85

-100
-43

-50
-14

-15
o

o
"'a,
~1
ZA~ 200 225 -740 -380 -260
o
"'a, -820 -420 -280
ZB~ 225 250 li
·;;;
zc 250
280
280
315
-920
-1050
-480
-540
-300
-330
-190 -110 -56 -17 o ;,;
o
-360
.g
315 355 -1200 -600 .;;
-210 -125 - 62 -18 o
"'o 355 400 1350 -680 -400 .5
-760 -440 "'"'
+ ~"'o 400 450 -1500
~ zc -230 -135 -68 -20 o ,Q
450 500 -1650 -840 --480 ~
~~ zb
Q_
C'J
a,
o

~~~,,,,,xY
500 560 o
"' ·i""
j::: U) -260 -145 -76 -22
"§ li ~~ 2
za .ijj
Q)
560 630
e
Q)
a,
o "'
CD 630 710
-290 -160 -80 -24 o
E 710 800
Linha de zero
"'
l:l
e
ef f
800 900
-320 -170 -86 -26 o
2 900 1000
"'
.ÍI
"'o
·;;
"'>o
c;ii~~ ~
1000 1120
-350 -195 -98 -28 o
1120 1250
~ /\
o
"' "'a,
Q)
U)
· - CD
.ijj
t::: cri
e 1250 1400
-390 -220 --110 -30 o
e CD b~
o E 1400 1600
"'
,Q
> ~ o
/\
/\
.ijj
o
e 1600 1800
-430 -240 -120 -32 o
"'
a,
o a
.ijj

6
6
/\
EIXOS ~
o
1800
2000
2000
2240
-480 --260 -130 -34 o
/\ "'
Q)
2240 2500
""'
6i
6i
V 2500 2800 -520 -290 --145 -38 o
V t::: 2800 3150
t:::
FIGURA 10.4 Posição dos desvios fundamentais para furos e eixos

Para facilidade de consulta, estas tabelas estão repetidas no 10.4 SISTEMA ISO DE TOLERÂNCIAS
Anexo. ANGULARES
O cálculo das cotas-limite obriga à determinação dos dois
desvios (inferior e superior), o que, de acordo com as tabelas Quando as peças possuem superfícies planas ou cônicas com
apresentadas, requer a determinação de um dos desvios nas pequena inclinação, as suas dimensões angulares podem ter
tabelas dos desvios fundamentais e, a partir do valor da tole- tolerâncias usando o sistema ISO para tolerâncias angulares.
rância, obter o outro desvio. Ao desvio obtido nas tabelas é As normas ISO 1947:1973 e ISO 5166:1982 estabelecem o sis-
usual chamar-se desvio de referência. A norma ISO 286-2 apre- tema ISO de tolerâncias angulares. Existem 12 classes de qua-
senta tabelas para as quais os dois desvios podem ser lidos lidade representadas pelas siglas ATl a AT12, cujos valores
diretamente. são apresentados na Tabela 10.8. Esta tabela deve ser usada
--,,,,

li
'
230 Capítulo Dez Tolerância Dimensional e Estados de Supe1_fície 231

TABELA 10.6 Desvios fundamentais para furos: posições A-N

\ TABELA 10.5 Desvios fundamentais para eixos: posições j-zc

--lfllillDlillmillmmlllllllm llillBIDI
3 , , , . , mllllllllilDIII , ill1111111
1!1111111111!1 lllllm-llll'lll
1
6 10 +280 +150 +80 --1-56 +40 +25 -1-18 +13 +8 +5 O +5 +8 +12 -Hl'I. -6+8 -6 -10-tl'I. O
3 -2 -4 -6 o O +2 +4 +6 +10 +14 +18 +20 +26 +32 -1-40 +60 1--'1 "-º+--'-14
'---I +290 +150 +95, +50 +32 +16 +6 O +6 +10 +15 -l+ó -7-1-/J. -7 -12+6 O
14 18
3 6 -2 -4 +1 O +4 +8 +12 +15 +19 +23 +28 +35 +42 +50 +80 18"-jc--"2---l
4 +300 +160 +110
C-'- +65 +40 +20 n o +8 +12 --1-20 --2-1-ll -8+1'1. -8 -15·11'1. 0
6 10 -2 -5 -1-1 O +6 +10 +15 +19 +23 +28 +34 +42 +52 +67 +97 24 30
30 40 +310 +170 +120 +25 +10+14+24 -2+1'1. -9--1-L\ -9 -17+1'1 O
10 14 +40 +50 +64 +90 +130 +80 +50 +9 O
1---1-----+ -3 -6 +1 O +7 +12 +18 +23 +28 +33 40 50 +320 +180 +130
14 18 +39 +45 +60 +77 +108 +150 50 65 +340 +190 +140
+100 -1-60 +30 +10 O +13 +18 +28 -2+L\ -ll+L\ -11 -20-M O
65 80 +360 ·1-200 +150
18 24 +41 +47 +54 +63 +73 +98 +136 +188
f--f---t -4 -8 +2 O +8 +15 +22 +28 +35 80 100 +380 +220 +170 +120 -1-72 +36 -1-12 o -1-16 -1-22 +34 -3+b. -13!-l'i -13 -23-!-L\ O
24 30 +41 +48 +55 +64 +75 +88 +118 +160 +218 100 120 +410 +240 +180 C\I
e-'-''"-1--"""-J-".~t=-1-'ccêé-1--+--t---t-+--t---t----1---1
120 140 +460 +260 +200
;-
.-
30 40 +48 +60 +68 +80 +94 +112 +148 -1-200 +274
1-----1----1 -5 -1 O +2 O +9 +17 +26 +34 +43 140 160 +520 +280 +210 +145 -1-85 +43 +14 O +18 +26 +41 li o,•3+L\ -15-!-L\ -15 -27-1-b. O
40 50 +54 +70 +81 +97 +114 +136 +180 +242 +325 f.2'16~º'+'c'18~0'++~5~8~0-t+::,3~10±+2~3~0+---+-+-+---+-+-t-----t---i ~ C---1---+--1--C---!---+-+--+--t
180 200 +660 -1·340 +240
0 --l---6__5__,
f-5 __ _7 -1 2 +41 +53 +66 +87 +102 +122 +144 +172 +226 +300 +405 +15 O ~ -1-22 +30 +47 -4-1-L\
+2 O +11 +20 +32 f-------i-::--+--+--+-----+----'-=t-----'-'--'-+-=+-=+----=--=-=+_:_:"----l 200 225 +740 +380 +260 +170 -1-100 +50 -17-1-l'i -17 -31-1-ll. O
65 80 +43 +59 +75 +102 +120 -1-146 +174 +210 +274 +360 +480 225 250 +820 +420 +280 1

0 --l---1__
f-8 __ 00__, -9 -15 +51 +71 +91 +124 +146 +178 +214 +258 +335 +445 +585 250 280 +920 +480+300 +190+110 +56 +17 o li +25+36+55 --4+L\ -20+L\ -20 -34-!-L\ O
+3 O + 13 + 23 +37 f--f---+----+--+---+-----'--'-+--=-:__:_1--=+--=+---'--'-=---+----==___j
100 120 +54 +79 +104 +144 +172 +210 +254 +310 +400 +525 +690
l-"""º'+,,_31~s'--l'+-'1"'os,,0'1-+'-'s"'4"-of'+'"33:"º+---+-+-+---+-+-t----+-I me------+---+-+--1---+--+-+--+---1
315 355 +1200 +600 +360 +210 +125 +62 -1-18 o ~ -1-29 +39 +60 -4-J-l'i -21-1-L\ -21 -37-1-l'i O
120 140 +63 +92 +122 +170 +202 +248 +300 +365 +470 +620 +800 '-"'35,_5'--1-_..,40"'0'--l'+:_,1.,,35"'0++'-'6,::Bv_Of'+c-40:"0'l----f-+-+---+-+-t------t--l .g e----+--+--l--1---l---+--l--+----I
140 160 -11-18 +3 400 450 ·1·1500 +760 +440 + 230 + 135 + 68 +20 o ,Q)E +33 +43 +66 -5-h1. -23+L\ -23 -40-l-b. O
O -1-15 +27 +43 +65 +100 +134 +190 +228 +280 +340 +415 +535 +700 +900
e-"45"'0'--l-"50"'0'--l'+-'1"'65"'.0'j-+'-'8"'4v_Of'+,,.48"0'J-----f-+-+---t----J--t------t--l .00
160 180 +68 +108 +146 +210 +252 +310 +380 +465 +600 +780 +1000 500 560 +260 +145 +76 +22 O :g o -26 -44
180 200 +77 +122 +166 +236 +284 +350 +425 +520 -1-670 -1-880 +1150 '-"-~~"'~'--l-"~"'~~'--l'---+-+-+---+-+2_9_0-l-+-1-,o+--+-+-ao-+-++-2-4+--o-l .! e-----l---l-+-o-+--+-_-3_0_+--_-5-0---1
200 225 -13 -21 +4 O +17 +31 -1-50 +80 +130_ +180 +258 +310 +385 +470 +575 +740 +960 +1250 f-7"-1"'º+""ªº""º'--l'--+-+-+---+-+-+---+-+-t-----t--i
800 900
o e---l---l-+--+--+---+------1
225 250 +84 +140 +196 +284 +340 +425 +520 +640 +820 +1050 +1350 +320 +170 +86 +26 O o -34 --56
900 1000
250 280 -16-26 +4 +94 +158 +218 +315 +385 +475 +580 +710 +920 +1200 +1550 1000 1120 +98 o -40 -66
O +20 +34 +56 f--+----+---+--+----+---+----'-:__:_1----'-=--l-=+--'=--=--=-----'-=___j 1120 1250
+350 +195 +28 O
280 315 +98 +170 +240 +350 +425 +525 +650 +790 +1000 +1300-1-1700
1250 1400 +30 O o -48 -78
+390 +220 +110
315 355 -18-28 +4 O +21 +37 +62 +108 +190 +268 +390 +475 +590 +730 +900 +1150 +1500 +1900 1400 1600
355 400 +114 +208 +294 +435 +530 +660 +820 +1000 +1300 +1650 +2100 1600 1800
+430 +240 +120 +32 O o -·58 -92
1800 2000
400 450 +126 +232 +330 +490 +595 +740 +920 +1100 +1450 +1850 +2400 2000 2240
'--L-__J -20 -32 +5 O +23 +40 +68 f--=-::-1----c=+-cc:-:+--+---+----+----==-+-=+-=:+-=+=c.::._i +480 +260 +130 +34 O o •-68 -110
450 500 +132 +252 +360 -1-540 +660 +820 +1000 +1250 +1600 +2100 +2600 2240 2500
2500 2800 +38 O o -76 --135
500 560 +150 +280 +400 +600 +520 +290 +145
o O -1-26 +44 + 78 f--f---+----+--+----+---+--1---+----+-----+--___j 2800 3150
560 630 +155 +310 +450 +660 1 Os valores de Li encontram-se na Tabela 10,7 nas colunas à direita
630 710 +175 +340 +500 + 740
O O -1-30 +50 +88 f--+----+---t--+---+--+--l---+---+--1-------
710 800 +185 +380 +560 +840
800 900 O +34 +56 +100 +21 O +430 +620 +940
o
900 1000 +220 +470 +680 +1050
as a título infonnativo, pois atualmente estas duas nor- tabelas das quais são extraídos os desvios ou a tolerância
1000 1120 O +40 +66 +120 +250 +520 +780 +1150
o s foram retiradas. A única norma em vigor relacionada com surgem em µm.
1120 1250 +260 +580 +840 +1300 lerância angular é a ISO 3040:1990, que indica que os cones 2) Quando são indicados os dois desvios, estes elevem ter
1250 1400 O +48 +78 +140 +300 +640 +960 +1450 em ter tolerâncias geométricas, o que será apresentado no obrigatoriamente o mesmo número de casas decimais, ex-
o 6:ximo capítulo. ceto se um dos desvios é zero. Também na indicação da
1400 1600 +330 +720 +1050 +1600
1600 1800 cota máxima e mínima ambas as cotas devem ser indicadas
o O +58 +92 +170 +370 +820 +1200 +1850
0.5 INSCRIÇÃO DAS TOLERÂNÇIAS com o mesmo número de casas decimais.
1800 2000 +400 +920 +1350 +2000
2000 2240
o O 1-68 +110 +195 +440 +1000 +1500 +2300 NOS DESENHOS
2240 2500 +460 +1100 +1650 +2500 10.5.1 Indicação de Tolerâncias Lineares
·stem várias formas alternativas de indicar as tolerâncias
2500 2800 O +76 +135 +240 +550 +1250 +1900 +2900 ensionais num desenho. Merecem referência desde já duas A simbologia ISO é muito usada, em especial na fase de pro-
o
2800 3150 +580 +1400 +2100+3200 jeto, e corresponde à indicação da cota seguida da letra que
Os desvios, ou a tolerância, devem obrigatoriamente ser in- indica a posição e a respectiva qualidade (Figura 10.5). Ape-
dicados no mesmo sistema de unidades da cota, normal- nas como referência, a simbologia ISO pode ser indicada se-
mente milímetros. Note-se que, em algumas situações> as guida dos desvios (Figura 10.6) ou das cotas-limite (Figura
232 Capítulo Dez
Tolerância Dimensional e Estados de Supe1fícíe 233

TABELA 10.8 Valores das tolerâncias do sistema ISO de tolerância angular

6
10 50 80 125 200 315 500 800 1250 2000 3150 5000 8000
-+---+--+--+-~
10
16 40 63 1ºº 160 250 400 630 1000 1600 2500 4000 6300
TABELA 10.7 Desvios fundamentais para furos: posições P-ZC 16
25 31.5 50 80 125 200 315 500 800 1250 2000 3150 5000
25
40 25 40 63 100 160 250 400 630 1DOO 1600 2500 4000
40
63 20 31.5 50 80 125 200 315 500 soo 1250 2000 3150
63
100 16 25 40 63 ºº
1 160 250 400 630 1000 1600 2500
100 160 12.5 20 31.5 50 80 125 200 315 500 800 1250 2000
160
3 6 -12 -15 -19 -23 ·-28 -35 -42 -50 -80 1.5 4 6 250 10 16 25 40 63 100 160 250 400 630 1000 1600
6 10 -15 -19 -23 -28 -34 -42 -52 -67 -97 1.5 2 3 6 7 250 400 8 12.5 20 31.5 50 80 125 200 315 500 800 1250
10 14 -40 ·-50 -64 -90 -130
-18 -23 -28 33 2 3 3 7 9
14
18
18
24 <1
-
-41
-39
-47
-45
-54
-60
-63 -73
-77 -108
-98 -136
-150
-188 1.5
400 630 6.3 10 16 25 40
63 100 160 250 400 630 1ººº
-22 -28 -35 2 3 4 8 12 µrnd - rnicrorradiano = 1 X 10- 6 rad.
24 30 O)
"O
41 -"48 -55 -64 -75 -88 -118 ·-160 -218
30 40
~
-48 -60 --68 -80 -94 -112 -148 -200 -274 1.5
-26 -34 -43 3 4 5 9 14
40 50 ãle -54 -70 -81 -97 -114 -136 -180 -242 -325
50 65
·oo
41 -53 -66 -87 -102 ,-122 -144 -172 -226 -300 -405 30f7
65 80
'g
-
32
=43
-51
-59
-71
-75
-91
-102
-124
-120
-146
-146
-178
-174 -210
-214 --258
-274 -360
-335 -445
·-480
-585
2 3 5 6 11 16
• 1 1~ 30+01 --1
80 100
100 120 t: -37 -54 - 79 -104 -144 -172 -210 --254 -310 -400 -525 -690
2 4 5 7 13 19 FIGURA 10.5 Simbologia ISO.
FIGURA 10.10 Cota nominal e desvios simétricos.
120 140 /\ -63 -92 -122 -170 -202 -248 -300 -365 -470 -620 -800
140 160 CI> -43 -65 -100 -"134 -190 -228 -340 -415 -535 -700 -900
-280 3 4 6 7 15 23
160 180 ãl
-e -68 -108 -146 -210 -252 -310 -380 -465 -600 -780 -1000
180 200 ro -77 -122 -166 -236 -2a4 -3so -42s -szo -610 -aso -11so
200 225 5" -50 -80 -130 -180 -258 -310 -385 -470 -575 -740 -960 -1250 3 4 6 9 17 26 29.980
225
250
250
280
~
o
-84 -140 -196 -284 -:334"401lj_:-~412255_l:'-5~2<00'_)_::-:"6414D4-::<8"2"0+--1",0'"5~0-~13~5~0:+---+-+--t-t-----\---j
-94 -158 -218 -315 -385 -475 -580 -710 -920 -1200 -1550 FIGURA 10.6 Simbologia ISO e desvios. 1-- 29.959 ~ 1
56 4 4 7 9 20 29
280 315 ·~ - -98 -170 -240 -350 -425 -525 -650 -790 -1000 -1300 -1700
315 355 ~ 62
108 -190 -268 -390 -475 -590 -730 -900 -1150 -1500 -1900
5 11 21 32
FIGURA 10.11 Cotas-limite.
4 7
355 400 - 114 -208 -294 -435 -530 -660 -820 -1000 -1300 -1650 -2100 -29.980)
30f7 ( -29.958
O)
400 450 126 -232 -330 -490 -595 -740 -920 -1100 -1450 -1850 -2400
li! -
68
132 -252 -360 --540 -660 -820 -1000 -1250 -·1600 -2100 -2600
5 5 7 13 23 34 1 • • 1
1.. 30.5 min .. 1
450 500
500 560 c3 -150 -280 -400 -600
560 630 ~ -
73
155 -310 -450 -660 FIGURA 10.7 Simbologia ISO e cotas-limite.
630 710 83 175 -340 -500 -740
710 800 ~ -
88
185 ·-380 -560 -840
FIGURA 10.12 Cota-limite numa direção.

800 900 ro ·-21 O --430 -620 -940 f não se recomendando estas formas de indicação das
900 1000 ~ -
100
220 --470 -680 -1050
As cotas-limite são, em geral, indicadas pela cota máxima_ so-
1000 1120
~
o -
120 ~25~04.:-~5~20~::_••7p8~01_\=-;"'
260 -580 -840 -1300
1g5~0+--t---+--+--t---t--r-t-1-!l-r=::!:::J bre a cota mfoima (Figura 10.11). Quando a dimensão do
1120 1250 les podem ser indicados diretamente em seguida à cota
1250 1400 ~ -300 -640 -960 -1450 10.8). Quando um dos limites é zero, não se apre- elemento é apenas limitada numa direção, a cota máxima ou
1400 1600 -
14
º 330 -720 -1050 -1600
nem o sinal nem as casas decimais (Figtua 10,9). mínima é indicada seguida da designação "máx." ou "mín."
1600 1800 370 --820 -1200 -1850 (Figura 10.12) de acordo com a norma ISO 406: 1987.
110 a tolerância é simétrica em relação à linha ele zero,
1800 2000 - 400 -920 -1350 -2000
2000 2240 440 -1000 -1500 -2300 o valor de um dos desvios é indicado precedido pelo
195
2240 2500 - -460 -1100 -1650 -2500 (Figura 10.10).
2500 2800 550 -1250 -1900 -2900 10.5.2 Indicação de Tolerâncias em
240
2800 3150 - 580 ·-1400 -2100 -3200
Desenhos de Conjunto
-0.020
1-- 30 -0.041 • 1 Em desenhos de conjunto ou desenhos de montagem, por
vezes é necessário indicar as tolerâncias, simultaneamente para
FIGURA 10.8 Cota nominal e os desvios. furos e para eixos. A forma de indicação nestes casos é idên-
tica à usada nas peças individuais, sendo a distinção furo/eixo
fornecida pela já mencionada utilização de caracteres maiús-
culos ou minúsculos. A simbologia ISO pode ser indicada de
1- • 1 duas formas alternativas (Figura 10.13). Pode-se ainda indi-
car corno referência os desvios após a simbologia ISO (Figu-
JGURA 10.9 Cota nominal e desvios com desvio nulo. ra 10.14).
234 Capítulo Dez
Tolerância Dimensional e Estados de Supe1.fície 235

devem obrigatoriamente ser indicadas. Quando os desvios 5 ~ Cota Máx. Eixo {cmáx) Cota máx. eixo {cmáx)
expressos em minutos ou em segundos, o seu valor deve Cota mín. eixo {cmln)
precedido por Oº ou por 0º0 1 , respectivamente. Na Fi ~;:::5=:::::::;:::':::;::::;h,J,.-zona de
----~----~ts-,l,-Zonade tolerância
10.15 apresentam-se várias formas alternativas de aplicar t tolerância do eixo
lerâncias em ângulos. do eixo

030 H7/h6
10.6 AJUSTES
O sistema ISO de desvios e ajustes é essencial para se garant
a montagem correta ele duas peças. A escolha adequada e
ml1ltânea elas classes de tolerância para o furo e para o eixo
tolerância
um ponto essencial. Aperto máximo (Amáx) au furo
Cota mfn. furo (CMÍN) Foi a máxima Fmáx
030~l 10.6.1 Tipos de Ajustes Cota máx. furo (CMÁX) tolerância ,'----Zona de
tolerância
do furo
do eixo
FIGURA 10.13 Simbologia ISO em desenhos de conjunto. Na montagem de um eixo num furo, três situações pode FIGURA 10.17 Ajuste com aperto. FIGURA 10.18 Ajuste incerto.
ocorrer: folga, aperto e ajuste incerto. Para a compreensão
estudo adequado destas situações, introduzem-se, desde · ste com aperto (A) - Ocorre quando a dimensão real cio
algumas definições e conceitos: , antes da montagem, é maior que a dimensão real do furo. Tole.rância do ajuste C'Jfai) - É definida como a soma algébri-
Ajuste - É a relação obtida da diferença, antes da montage ranticla em termos de tolerância quando a cota máxima ca das tolerâncias dos dois elementos. Alternativamente, pode
furo é menor que a cota mínima cio eixo. Esta condição ser obtida a partir elas folgas e cios ape1tos de acordo com:
das climensôes das duas peças ou elementos. Note-se q
quando duas peças ou elementos são montados um no ou de ser escrita, como: T,,, ~ t+T
030 F7 (!8 8!6) (furo e eixo) têm, necessariamente, a mesma cota nominal. Aperto =} CMÁx< cnún
Ajuste com Folga (F) - Ocorre quando a dimensão real d' do ilustrada na Figura 10.17.
030 h6(~ood eixo, antes da montagem, é menor que a dimensão real
rto máxhno (A.n,ix) - Corresponde à interferência máxi-
Ta/ = A.n.'ix - Amin
furo. É garantida em termos ele tolerância quando a cota Classe do ajuste - Resulta da combinação ele uma classe ele
~W·à. entre furo e eixo que pode ocorrer na montagem. Ocorre
FIGURA 10.14 Simbologia 1S0 e desvios em desenhos de conjunto. ma do furo é maior que a cota máxima cio eixo. Esta concliç tolerâncias para furos com uma classe de tolerância para ei-
:q~·ando a dimensão real cio eixo coincide com a cota máxima
pode ser escrita como: fa dimensão real do furo coincide com a cota mínima: xos (ex., H7/u6).

10.5.3 Indicação de Tolerâncias An.gulares Folga =} c~·!ÍN>cmáx A.nã...., = c,rnix -Cl>,,JÍN = es-EI
sendo ilustrada na Figura 10.16. ·erto min.imo (Am1n) - Corresponde à interferência míni-
10.6.2 Ajustes Recomendados
As regras para a indicação das tolerâncias lineares podem tam-
bém ser aplicadas na inscrição das tolerâncias angulares, com entre furo e eixo que pode ocorrer na montagem. Ocorre A partir das 20 classes de qualidade e das 28 classes de desvi-
Folga máxima (F mrix) - É a máxima folga, resultante elas tol
a exceção de que, para as tolerâncias angulares as unidades ndo a dimensão real do eixo coincide com a cota mínima os fundamentais> obtém-se um número de combinações mui-
râncias impostas para furo e eixo, que pode ocorrer na m
dimensão real elo furo coincide com a cota máxima: to elevado. Nos ajustes em que se combina a classe de tole-
tagem. Ocorre quando a dimensão real do eixo coincide co
a sua cota núnima e a dimensão real do furo coincide com: A..-.ín = cmín -CMÁX = ei-ES rância de um furo e de um eixo, pode-se obter um número de
sua cota máxima, podendo esta relação ser escrita: combinações possíveis na casa elas centenas ele milhar.
te incerto - Ocorre quando a dimensão real elo furo pos-
r menor ou maior que a dimensão real do eixo. Nesta si.tu- As classes ele ajuste elevem ser limitadas de modo a reduzir a
' tanto pode ocorrer aperto como folga na montagem, e o multiplicidade ele ferramentas e calibres de verificação. Por
Folga mínima (F mín) - Ocorre na situação inversa da foi é incerto. Para este tipo de ajuste pode-se calcular a folga outro lado, muitas das classes de ajuste possíveis conduzem a
máxima, isto ét quando a dimensão real do eixo correspon a e o ape1to máximo, não fazendo sentido falar ele folga tipos ele ajuste sensivelmente idênticos. As classes de tolerân-
à cota máxima e a dimensão real cio furo coincide com a e eito mínimos. Este tipo de ajuste é ilustrado na Figm-a 10.18. cia recomendadas para furos e eixos, de acordo com a norma
mínima, de acordo com:

F mín = CMÍN - cmáx = EI-es 5 h5 ·,s k5 mS n5 p5 r5 s5 tS


15º + 0.25' f6 6 h6 j,6 k6 m6 n6 e6 r6 s6 t6
Folga máxima (Fmáx)
e7 fl h7 j,7 k7 m7 n7 p7 r7 s7 !7 u7
Folga mínima (Fmín) d8 e8 f8 h8
d9 e9 00
+ 0º0'15"
o
30 - 0º0'30" dlO
EIXOS
1al 1 bl 1 cll 1 lliill
G6 J,6 K6 M6 N6 P6 R6 S6 T6
F7 G7 J,7 K7 M71 ,..,.,.----,~---'-'-'----'S'-'7_J
N7 P7 R7 T7 U7
15.1 Oº Cota mín. eixo (cmín) E8 F8 J,8 K8 M8 N8 P8 R8
Cota máx. eixo (cmáx
14.90º D9 E9 F9
Cota mín. furo (CMfN) Zona de
tolerância D1O ElO mo
FUROS
C0 ~o~ta~m=áx~.~fu~r~o_,C""'M,cA,cX,c)-1---------1- do eixo
All B11 Cll Dl 1 IH11I
FIGURA 1O. 15 Tolerância de cotas angulares. FIGURA 10.16 Ajuste com folga. FIGURA 10.19 Classes de tolerância recomendadas em ajustes.
Tolerância Dimensional e Estados de Superfície 237
236 Capítulo Dez

JSO 1829, são indicadas na Figura 10.19. Como primeira op- Na Tabela 10.9 são indicados alguns dos ajustes recomenda'
ção devem ser escolhidas as classes de tolerância circunscri- dos para o sistema de furo base, respectivas aplicações e tip
tas por um retângulo. de montagem. Estas recomendações são baseadas nas nor
ISO 1829 e ANSJ B4.2. Na Figura 10.20 estão representad
Para simplificar ainda mais o processo de escolha cio ajuste,
graficamente as classes de ajuste recomendadas. As d8.sses d
seleciona-se um conjunto de classes de tolerância com o mes-
qualidade apresentadas são apenas indicativas para constru~:
mo desvio fundamental (ex.: H) e algumas classes de qualida-
ção mecânica corrente, podendo o projetista selecionar um;t
de (IT6, IT7, ... ), para o furo, que depois são combinadas com
classe de qualidade superior ou inferior.
as classes de tolerância recomendadas para o eixo, por exem-
plo, Hll/cll, H7/k6, H7/s6. Existem dois sistemas normaliza-
dos para a realização destas combinações: 10.7 VERIFICAÇÃO DAS TOLERÂNCIAS "
E
f7 Unha de zero

:~ ~ X
·ro
Sistema de furo base - Baseado num furo com desvio fun- E E
Após a fabricação elas peças, as tolerâncias especificadas pre E
"
-º' ,!. <(
damental na posição H. sam ser controladas. Nesta seção são abordados os as i"
"-
o
"-
o
.s.s o
E
·;,
Sistema de eixo base - Baseado num eixo com desvio fun- tos relacionados com a verificação ela tolerância dimensio d!! E •ro
o E
damental na posição h. após a fabricação das peças. Apresenta-se a interpretação e te g
ID
reta do significado das tolerâncias inscritas nos desenhos,
O sistema de furo base é o sistema mais utilizado. O sistema guns aspectos do controle de qualidade e ainda alguns eq
~
<(
"
<(

de eixo base deve ser usado apenas quando daí advêm vanta- pamentos usados.
gens econômicas, como, por exemplo, quando é necessário
montar num mesmo eixo diferentes peças contendo furos com C11
diferentes desvios.
10.7.1 Interpretação das Tolerâncias
FIGURA 10.20 Ajustes recomendados: posição das zonas de tolerância.
Dimensionais
Os desvios e as tolerâncias elevem ser escolhidos de modo a
fornecerem as folgas ou apertos requeridos pelas condiçôes Quando uma tolerância, ou, mais concretamente, uma das,
funcionais. Convém citar mais uma vez que as tolerâncias de tolerância é especificada, importa saber como interpretar seguinte, onde, por exemplo, para as interpretações para fu-
é dada nos desenhos, obrigando a uma interdependência en-
devem ser as mais elevadas possíveis, mas sem prejudicar os verificar na prática a dimensão com tolerância. ros e eixos será introduzida a condição de máximo material, mas
Jfe dimensão e geometria. Esta interdependência está relacio-
requisitos funcionais. Por outro lado, como cm geral o furo é nada com o requisito de envolvente e com o princípio de que está inter-relacionada com as imperfeições geométricas.
A primeira questão importante é saber se o desenho está
o elemento mais difícil de fabricar, deve ser escolhida uma -máximo material, que são apresentados no capítulo seguinte.
não de acordo com a norma ISO 8015:1985. Esta norma de
qualidade inferior ou igual à do eixo, por exemplo H8/f7.
ne os princípios gerais da tolerância e aplica-se genericame' uando o princípio da independência é aplicável, os dese- 10.7.2 Controle de Qualidade e
A escolha da classe de ajuste mais adequada a cada aplicação te à tolerância dimensional linear e angular e à tolerância :pbos devem conter, junto à legenda ou dentro desta, a seguinte
é influenciada por outros parâmetros, tais como o acabamen- ométrica. Introduz o princípio da independência, que def' Verificação Dimensional
to das superfícies, a necessidade ou não de lubrificação no que requisitos dimensionais (tolerâncias dimensionais) e g Um primeiro aspecto importante relacionado com a verifica-
contato e qual a viscosidade do lubrificante usado, as varia- métricos (tolerâncias geométricas) elevem ser verificados ção dimensional tem a ver com a temperatura. As dimensões
ções de temperatura, entre outros. dependentemente, exceto se alguma indicação em contrá ndo as tolerâncias dimensionais interpretadas do seguinte reais das peças variam com a temperatura. Particularmente em
oclo: uma tolerância dimensional linear apenas controla as peças de grande qualidade e com grande preci::,ão dimensio-
ensões locais (medidas entre dois pontos), mas não os nal, a temperatura sob a qual é realizado o controle dimensi-
TABELA 10.9 Classes de ajuste recomendadas para o sistema de furo base
ios de forma dos elementos, por exemplo circularidade onal não pode ser arbitrária. A norma ISO 1:1975 estabelece
retilineidade, que são conceitos geométricos apresentados que o sistema ISO de desvios e ajustes é definido para uma
próximo capítulo. Não existe qualquer controle da inter- temperatura de 20ºC.
Grande folga, precisão muito fraca, permite grandes
ção entre erros geométricos e erros dimensionais.
O controle de qualidade das peças e, em particular1 da tole-
velocidades. eixos ando a nonna ISO 8015 não se aplica, então a interpreta- rância dimensional é um processo por vezes complexo e so-
Rotativo Para movimentos rápidos, permite grandes variações de o é a seguinte: fisticado, que requer alguns cuidados na interpretação dos
H9-d9 temperatura e lubrificantes de elevada viscosidade.
Casquilhas, Furos (cilíndricos)- O maior diâmetro possível do cilindro resultados e na própria execução do controle de qualidade. A
Rotativo Boa precisão garantindo folga, permite velocidades À mão pistons imaginário perfeito que circunscreve o furo e que apenas o recomendação ISO/R 1938:1971 indica alguns métodos e téc-
justo HS-17 moderadas e lubrificação com lubrificantes de baixa nicas a serem usados. Note-se que, apesar de a designação
toca nos pontos mais "altos" da sua supe1fície não deve ser
viscosidade. desta recomendação ser em tudo idêntica à de uma norma 1SO,
inferior à cota mínima. O diâmetro máximo para qualquer
Deslizante H7-g6 Permite deslocamentos e rotações com precisão. Guias posição ao longo do furo não eleve ser superior à cota trata-se apenas de uma "recomendação" e não de uma norma.
Deslizante Folga mínima nula, permite uma montagem precisa dos À mão sob pressão Rodas máxima.
justo H7-h6 eixos, podendo estes, no entanto, ser facilmente dentadas Eixos (cilíndricos) - O menor diâmetro possível do cilin-
desmontados.
10.7.3 Equipamentos
dro imaginário perfeito que circunscreve o eixo e que ape-
Ligeiramente Com madeira Rolamentos, nas o toca nos pontos mais "altos" da sua superfície não O controle de qualidade é realizado nas modernas unidades
H7-k6
preso chavetas ·deve ser superior à cota máxima. O diâmetro mínimo para industriais, com base em sofisticados equipamentos que usam
Para montagens que necessitam de uma fixação qualquer posição ao longo do eixo não deve ser inferior à métodos como os ultra-sons, ]asei~ entre outros. No entanto)
Com martelo Engrenagens,
suficientemente rígida, mas que permita a desmontagem. continuam a ser usadas técnicas de verificação de tolerâncias
Bloqueado H7-n6 rolamentos, cota mínima.
uniões. mais baratas e menos sofisticadas, mas igualmente precisas para
interpretação apresentada para furos/eixos, significa que se
H7-p6 Para peças que necessitam ser alinhadas e montadas Prensa a frio Pinhões ern as qualidades correntes, como as que são em seguida indicadas.
Apertado elemento está em todos os pontos na cota mínima/máxima,
a frio rigidamente e com precisão. Não permite a desmontagem. eixos motores Na recomendação ISO/R 1938, especifica-se, por exemplo, que
tão deve ser um cilindro perfeitamente circular e reto, ou
Apertado Para conjuntos cuja função é transmitir grandes esforços. Prensa a quente Rotores de ·a, um cilindro perfeito. Todas as interpretações apresenta- os instrumentos de verificação podem ser do tipo "calibre fixo"
a quente H7-s6 motores ou instrumentos de medição (como o caso dos paquímetros),
s são discutidas e esclarecidas em mais detalhes no capítulo
238 Capítulo Dez
Tolerâncía Dimensional e Estados de Supe,jtcie 239
cada um deles com as suas vantagens e inconvenientes. Atu-
almente, atendendo à sofisticação, resolução e precisão cada , • como se1·am as nonnas ISO 14253-1:1998 e ISO/
ranc1as, la.s que requerem processos de fabricação mais rigorosos e
vez maiores dos instrumentos ele medida, estes últimos têm 53.2,1999- um controle mais rígido.
substituído gradualmente os calibres fixos. 4) Em operações ele subcontratação (peças encomendad~s ~l
outras empresas), torna-se mais fácil definir preços e "eh1:11-
Os calibres fixos, alguns deles indicados na Figut·a 10.21, são TOLERÂNCIA DIMENSIONAL GERAL nar O problema relacionado com as cotas sem toleranc1as
instrumentos manuais não reguláveis que permitem verificar
- ca1 tolcr1.ncia dimensional nos desenhos diretas.
uma gama de dimensões. Os calibres passa/não passa são caçao ' . " . pode
~
por
muito usados para furos ou eixos. Outro tipo de equipamento se~ simplificada quando a classe de tolerancia e a mes- A menos que seja explicitamente especificado no projeto, cotas
muito usado, principalmente para a verificação de ângulos , t0 das as dimensões lineares ou angulares. Note-sei
não conformes com a tolerância geral não elevem ser automa-
raios ou concordâncias, são os gabaritos (Figura 10.22). Os
1
ia," que quando para detennina.c1a _cota e• ~.p 1·1ca~--a
l uma
ticamente rejeitadas.
paquímetros analógicos ou digitais (Figura 10.23) são instru- FIGURA 10.23 Paquímetros (cortesia da Fred Fowler Co.). diferente, então esta eleve ser indicada duetamente na
• te,n quatro classes de tolerância geral de acordo com
mentos de medição, manuais e reguláveis, muito úteis. Os • EXtS ] , . • j'\

paquímetros têm a vantagem de poder ser usados para ler cotas <·--nna ISO 2768-1:1989. Também para a to crancia geome- 10.8.l Tolerâncias Gerais :l
exteriores, interiores ou profundidades. Atualmente existem '[ que será abordada no próximo capítulo existe um con- !,I

modelos digitais, mais precisos (~ 0,01 m1n) do que os tradi 'fo de classes gerais. As tolerâncias gerais para as cotas lineares, excluindo baleados i'
1
e concordâncias, são indicadas na Tabela 10.10. Para baleados
cionais paquúnetros analógicos (precisão ~ 0,05 mm) e que sse de tolerância geral a ser selecionada depende dos 'i1li
e concordâncias, as tolerâncias gerais são indicadas na Tabe~
podem ser ligados diretamente a um computador (fazendo o ísitos exigidos da peça. Os princípios gerais para a ~ua
registro para controle estatístico, por exemplo). Outro equi- - 0 são os mesmos aplicados na escolha de urna toleran-
la 10.11. Finalmente, as tolerâncias gerais para cotas angula- !
res são indicadas na Tabela 10.12
pamento idêntico aos paquímetros, mas que permite, geral- :rticular, os valores das tolerâncias devem ser os maiores
mente, uma precisão superior ( = 0,001 mm) é o micrômetro
111
I! síveis, mas sem prejudicar a funçao e requ1s1tos das peças.
FIGURA 10.24 Micrômetros (cortesia da Fred Fowler Co.).
i:fÓ.dicação de classes de tolerância gerais nos desenhos apre- 10.8.2 Indicação nos Desenhos
<nta algumas vantagens:
Quando são aplicadas tolerâncias gerais, deve obrigatoriamente I'
(Figura 10.24). Note-se que a precisão dos equipament Os desenhos tomam-se mais fáceis de ler. ser indicada no campo apropriado da legenda, ou junto dela, 111
depende da tecnologia usada pelo fabricante, com as co o projetista e o desenhista economizam \em~JO ao elimina- a seguinte indicação: 11
qüentes implicações em termos de preço. Na Figura 10~ rem a necessidade do cálculo elas toleranc1as, fazendo-o
apresentam-se alguns equipamentos mais gerais e sofisticad apenas para as tolerâncias que são indicadas diretamente 1S02768 'I
e com os quais é possível obter uma precisão até 0,00001 nas cotas. seguida pela classe de tolerâncias de acordo com a norma ISO
Outros equipamentos mais sofisticados, usados sobretudo pa , ) Com base nas tolerâncias gerais é mais fácil determinar o~ 2768-1.
verificação das tolerâncias geométricas, mas que também poi' processos de fabricação a serem usados e se com estes"ser_a
Por exemplo, para uma classe de tolerâncias média:
possível cumprir as tolerâncias especificadas. As toleranc1-
dem ser usados na verificação das tolerâncias dimensionais/
são apresentados no capítulo seguinte. -· as indicadas diretamente nas cotas são normalmente ague- ISO 2768-m
FIGURA 10.21 Exemplo de calibres (cortesia da Mahr GmBh).
Considerando os equipamentos não reguláveis referidos, de,
monstra-se 1 mais uma vez, a importância de selecionar classes:
de tolerância ou de ajuste normalizadas, particularmente as_ TABELA 10.10 Desvios admissíveis para cotas lineares excluindo baleados e concordâncias.
recomendadas.

Existe um conjunto ele normas internacionais relacionadas com.


os instrumentos usados na verificação da tolerância dimensio.:/--
nal, por exemplo, as normas ISO/R 463:1965 para calibres, as
normas ISO 3599,1976 e ISO 6906,1984 para paquímetros, ISO
3611:1978 e ISO 7863:1984 para micrômetros, assim como
FIGURA 10.22 Gabaritos (cortesia da Fred Fowler Co.).
outras nonnas mais gerais relacionadas não só com os equi-
m Média ±0,1 ±0,1 ±0,2 ±0,3 ±0,5 ±0,8 ±1,2 ±2
pamentos, mas também com os procedimentos de verificação
e Grosseira ±0,2 ±0,3 ±0,5 ±0,8 ±1,2 ±2 ±3 ±4
V Muito grosseira ±0,5 ±1 ±1,5 ±2,5 ±4 ±6 ±8

1 Para cotas nominais inferiores a 0,5 mm, os desvios devem ser indicados junto às cotas.

TABELA 10.11 Desvios admissíveis para baleados e concordâncias

Fina
±0,2 ±0,5 ±1
m Média
e Grosseira
±0,4 ±1 ±2
V Muito grosseira
FIGURA 10.25 Instrumentos de medição sofisticados e muito precisos (cortesia da Mahr e Fred Fowler Co.). ~ · -, ,a o,5 mm , os desvios devem ser indicados junto às cotas.
· - - ·111 f,en01es
Para cotas nominais
240 Capítulo Dez

'J'olerância Dimensional e Estados de Superfície 241

TABELA 10.12 Desvios admissíveis para cotas angulares


TABELA 10 · 13 Símbolos usados na
. indicação
dos estados de superf1c1e

Fina
m ± 1o ±0º30'
Média ±0º20' ±0º10' ±0º5'
e Grosseira ±1º30' ---- Requerida remoção de material
±1º ±0º30' FIGURA 10.27 Especificação dos estados de superfície.
V Muito ----- ±0º15'
------ ±0°10'
-----
(por usinagem)

grosseira ±3º ±2º ± 1o ±0º30' :±0°20' Proibida a remoção de material


. . f- . a da rugosichde devem ser assinalados estes
rntte 1n enor 2 " ' • ;~ . ct· ada or a.
dois valores, um sobre o outro, na pos1çao m IC p
b Características especiais do estado de supe~~cie. No
10.9 TOLERÂNCIA DE PEÇAS ESPECIAIS 1oca 1daera
I t bsa~o es1Jecificadas
-· · exigências especiais,
_ como.
verificação ou o controle de qualidade dessa o processo de trabalho utilizado para a obtençao da supe1-
Genericamente, o sistema ISO de tolerância dimensional só geométrica.
, .
fície tratamento tenmco, revcs t·im e n to etc . Deve-se
. notar
se aplica a peças usinadas ou obtidas a partir de processos de ue 'o valor ela rugosidade indicada em a se refere ao e~ta-
conformação de chapa. Para peças ou elementos especiais,
10.10 ESTADOS DE SUPERFÍCIE ~o da superfície depois de trabalhada, tratada ou revestida,
ou peças obtidas por outros processos de fabricação, existe como indicado em h.
1i! um conjunto de normas que poderão ser bastante úteis para a Os acabamentos superficiais e estados de superfície estão
determinação da sua tolerância. lacionados com o grau de qualidade do acabamento exig_"
e Comprimento d(! base. O comprimento de bas: ~ver, Fi~
ra 10.35) é o comprimento da seção da superf1c1e _esco-
Por outro lado, alguns aspectos da tolerância foram aborda- para as superfícies. Tal como acontece com as tolerância lhido para avaliar a rugosidade _superr·icté~'
gu · l s:n1 cons1dera-
: si-
dos de forma pouco aprofundada, sobretudo no que diz res- exigência de um melhor acabamento para as superfícies co FIGURA 10.26 Proporções e dimensões do símbolo. ção de outros tipos ele irregularidades, e mdICa-se na po
peito à tolerância de ângulos. O objetivo desta seção é abor- duz ao aumento do custo de fabricação. Produzir peças co ção e.
dar, de uma forma geral, aspectos não focados até agora e superfícies geometricamente perfeitas não é exeqüível ou
redirecionar o leitor para essas normas. extremamente caro. Pode-se afirmar que, elo ponto de vi d Orientação das estrias. A direção das estrü~s resultante da
da fabricação, a superfície ideal é aquela que, tendo pior a O.lO.Z Simbologia dos Estados de forma como são trabalhadas as superfícies e represen~ad~,
A norma ISO 3040:1990 aborda a cotagem e tolerância de cones, bamento, cumpre a sua função satisfatoriamente. As exigên qmmdo necessário, pelos símbolos da Tabela 10.16, 1i:id1-
dando realce a tolerância geométrica. Existe um conjunto de as de acabamento, por exemplo, para um calibre, são difere Superfície
cados no eIesen 110 JU
. nto do símbolo-base ' na zona as.sma-
conicidades normalizadas, as quais se encontram na n01ma ISO tes das exigidas para o cilindro ele um motor, que, por s 5 estados d e super-f~ICle
. - Seão indicados lada por d.
. - usando-se
_ os símbolos
, l
1119,1998.
vez, são diferentes das exigidas para a .superfície exterior a Tabela 10.13. O símbolo básico isolado nao tem qua, q~er Sobreespessut·a pa.t"a acabamento. O valor da sobrees-
A fundição de ligas metálicas é um dos processos de fabrica- bloco do motor. O grau de acabamento superficial tem influên . if , d O símbolo deve ser desenhado de acordo as p10- e pessura para acabamento Cem mm_) so
-/ é representado quan-
tgn 1ca o. • \26 a Tabela · ~
ção mais importante em engenharia mecânica. A norma ISO da no desgaste, nas características do contato, na lubrificação;· .Porções e dimensões indicadas na Figura 10·' e~ n , ··o . E'_, ,·nscrito na posiçao da letra e. Note-se que
d o necessau
8062: 1994 estabelece um conjunto de classes de tolerância para no escoITegamento, na resistência à fadiga e à corrosão. etc. -l0.14. Os caracteres a serem mscntos • · · t o do s1mbolo de-
JUO
o valor da sobrcespessura necessária para trab~l~ur a su-
as peças obtidas por este processo, designadas CTl a CT16. Outra questão muito importante relacionada com os estado(:' iVem estar de acordo com a norma ISO 3098, tal c9mo exposto perfície de uma peça é, em geral, da respo~sabd1dade do
São definidas ainda classes de tolerância gerais a serem usa- de superfície é a sua relação com as tolerâncias. Quando sã~' -:no Capítulo 3. executante.
das em fundição, classes de desvios permitido para moldes, especificados valores baixos para as tolerâncias, isso obrigajf }f:A especificação completa do estado da su p:rfície e dos ac~-
entre outros aspectos. f Outros pat-âmetros da rugosidade. Estes valores ou pa-
ter bons acabamentos superficiais. Note-se que o inverso não->- bamentos superficiais é indicada junto ao snnbolo nas ~os1-
é verdadeiro. râmetros, quando indicados, são sempre apresentados en-
A solda é outro processo de fabricação importante em cons- . ca
çoes 1 p·1gura 10•""~7 · Q11ando 'são indicados outros parame-
b · tre parêntesis, na posição da letra/
trução mecânica. Em capitulo posterior será indicada a forma A indicação dos acabamentos superficiais nos desenhos é efe:. tros além do valor da rugosidade (a), o símbolo eleve _ter~ ~'.-
de representar as soldas em desenho técnico. Na norma ISO tuada de acordo com a norma ISO 1302:1992. gatoriamente a linha horizontal. .º
significado das letras m I- Em alguns desenhos mais antigos, ainda é !Jossível _encontr~r
cadas na Figura 10.27 é o segumte: a antiga .simbologia dos estados de superfície. Esta .s1mb~lo/g1~
13920: 1996, é apresentada a maneira de aplicar tolerâncias,
já não se encontra em vigor, sendo apre.sentada apenas a t1tu
dimensional e angularmente, a forma e a posição dos elemen- 10.10.1 Definições Rugosidade. Os valores que caracterizam a_rn~osid_ade ela
tos soldados. lo informativo na Tabela 10.15 /'MERGEFORMAT.
superfície no estado final de acabam~nt~ sao mscnt~s no
Por vezes (especialmente no caso de empresas multinacionais) Apresentam-se desde já algumas das mais importantes defini- -· 1 do 1)01· a1 podendo ser mchcados
1oca1 assmaa •
usan
1 o-se
d
ções que serão usadas ao longo desta secção. as unidades ela rugosidade (micrômetros ou trucropo ega as TABELA 10.15 Antigos símbolos dos
é necessário converter as cotas e tolerâncias do sistema inter-
nacional para unidades do sistema inglês e vice-versa. A nor- Rugosidade - Medida das irregularidades que constituem a
no sistema inglês) ou a classe de rugosidade. _Nos casos
que é necessário considerar um limite superior ª1 e um I-
e; estados de superfície
ma ISO 370:1975 define as regras gerais a aplicar nesta situa- superfície. ,
ção, em particular no que respeita à truncagem dos valores da
tolerância. Grau de acabamento - Indica a maior ou menor dimensão
Superfície em
do conjunto de irregularidades superficiais resultantes da fa- L."- L_ bruto
Finalmente, merece referência o relatório técnico ISO/TR bricação da peça. O valor dà rugosidade é indicativo do grau TABELA 10.14 Dimensões dos símbolos do
14638:1995. Este relatório cobre a especificação geométrica do de acabamento superficial. acabamento superficial
produto (GPS), assim como a especificação dos processos de
fabricação, e ainda o desenvolvimento do produto. Em rela-
Estrias -São os sulcos deixados na superfície pelas feITdmentas
v Superfície
desbastada
3L
durante a fabricação. Estes sulcos podem ter orientações bem
ção à tolerância, este relatório apresenta um conjunto de ta- Altura das letras maiúsculas

~
definidas, podendo inclusivamente ser especificadas nos de- Superfície
belas referenciado como matriz GPS, no qual são indicadas as senhos. Espessura de linha dos símbolos d' 0,35 0,5 0,7 1,4 2 \/\1 usinada
normas relacionadas com cada uma das características geomé-
Altura H, 5 7 10 14 20 28
~
tricas do produto. Indica ainda as normas relacionadas com a Perf-11 da superfície - Resulta da interseção da superficie real Superfície
com um plano especificado, que lhe é perpendicular. Altura H, 10 114 20 28 40 56 'v\N polida
242 Capítulo Dez
'tolerância Dimensional e Es!ados de Supe1ficie 243

TABELA 10.16 Símbolo para a indicação


da orientação das estrias

b
7~
,E_
,-.-··
.

·-
ef'

-Ev
Estrias paralelas ao ~----7

-
plano de projeção
da vista. --
FIGURA 10.33 Indicação simplificada dos estados de superfície.


-
. .

FIGURA 10.28 Orientação dos símbolos de acabamento de acordo com·


orientação da folha de desenho.
1 A indicação cio estado de superfície apenas deve ser feita para
Estrias perpendicu- as superfícies nas quais são necessários ajustes ou contato com
J_ lares ao plano de outras superfícies.
__UftA 10.31 Indicação de um estado de superfície geral para a peça.
projeção da vista.

10.10.4 Valores da Rugosidade


5f/(✓)
Estrias cruzadas Para indicação nos desenhos, a norma ISO 1302 estabelece as
em duas direções 12 classes de rugosidade média, designadas pela letra R,,, indi-
X oblíquas em relação cadas na Tabela 10.17. Estas 12 classes são designadas pelas
ao plano de proje- letras Nl a Nl2. Nos desenhos, as rugosidades podem ser
ção da vista.
a indicadas usando-se as classes ou o valor da rugosidade. Na
possibilidade ele haver ambigüidade quanto às unidades utili-
FIGURA 10.29 Orientação dos símbolos de acabamento em casos es zadas no valor da rngosidade, as respectivas unidades elevem
ciais.
ser inscritas junto à legenda.
Estrias multidirecio-
M nais. Dependendo do processo de fabricação utilizado, as peças
apresentam maiores ou :menores irregularidades superficiais.
Para uma dada superfície, o símbolo deve ser usado uma ú
Uma peça obtida por fundição ou forjamento apresenta 1 em
ca vez e posicionado de acordo com os princípios gerais
geral, um pior acabamento superficial do que uma peça obti-
cotagem. Sempre que possível, o símbolo deve ser posicion
da por usinagem.
do na vista que contém a cota que define a posição e dime
são da superfície (Figura 10.30).
e Estrias aproxima-
damente circula-
Quando o estado de superfície é o mesmo para todas as su±:'
As irregularidades superficiais podem ser de diferentes tipos:
defeitos de form2!-, superfícies onduladas e superfícies rugo-
res.
perfícies da peça, então o símbolo deve ser indicado no cantâi- 5~(~W) sas. Os defeitos de forma estão no âmbito da tolerância
geométrica, que será analisado no próximo capítulo.


superior esquerdo do desenho. No caso de desenhos peça
peça, o símbolo deve ser inscrito após o número de referê Os valores típicos da rugosidade, obtidos com os processos
eia da peça. Ambas as situações são indicadas na Figura 10.3 de fabricação mais comuns, são apresentados na Tabela
Quando um estado de superfície é aplicado na maioria da~_, 10.18.

R superfícies, e apenas para algumas são aplicados estados dífe../


Estrias aproxima- rentes, a sua indicação é feita do seguinte modo (Figura 10.32):-\
damente radiais.
a) Indicação do estado geral após a indicação da referênci TABELA 10.17 Classes de rugosidade
da peça.
b) Indicação, após o estado geral, dos símbolos dos outros;,
estados entre parênteses.
N12 50 2000
10.10.3 Inscrição nos Desenhos
N11 25 1000
Tal como na cotagem, os símbolos devem ser posicionados
10.32 Indicação dos estados de superfície quando um tipo de
>--FIGURA N10 12,5 500
nos desenhos de modo a serem lidos a partir do canto inferior estado é preponderante.
direito da folha, de acordo com a Figura 10.28. Quando ne- N9 6.3 250
cessário, o símbolo pode ser ligado à superfície por uma linha N8 3.2 125
de referência. O símbolo deve ser colocado fora dos contor-
, Quando é necessário indicar um estado de superfície, cuja N7 1,6 63
nos da peça, sobre a linha que representa a superfície ou no
prolongamento desta. 'simbologia apresenta alguma complexidade em várias super- N6 0,8 32
fícies da peça, a sua inscrição pode ser simplificada indica~-
Quando não é possível adotar a regra geral anterior, o símbolo N5 0,4 16
do-se apenas nas superfícies um símbolo simplificado) identi-
pode ser desenhado em qualquer posição (Figura 10.29), mas ficado por uma letra, e, junto da vista, a especificação com- N4 0,2 8
somente nos casos em que os campos h•/não são indicados. Note- pleta, tal como mostra a Figura 10.33. N3 0,1 4
se que1 neste caso, o valor da rugosidade deve ser esciito de acordo
com a regra geral, isto é, de modo a ser lido cio canto inferior Assinale-se ainda que a indicação do estado de superfície é N2 0,05 2
direito da folha de desenho (conforme esta mesma figura). FIGURA 10.30 Inscrição dos símbolos de acabamento superficial nos desnecessária quando os processos de fabricação usados ga-
desenhos. N1 0,025
rantem, por si mesmos, o acabamento pretendido.
244 Capftulo Dez
Tolerância Dimensional e Estados de Supe,_fície 245

TABELA 10.18 Rugosidades típicas obtidas pelos processos de fabricação mais comuns

Comprlmento de base (e)

Corte com serra FIGURA 10.35 Parâmetros da rugosidade.

Limar, aplainar ---- --------

Furação (broca -----------1 e


helicoidal) Ra = i/lZ(x)lclx
Mandrilar ------------, o
----------j--- que e é o comprimento de base.
Escarear
ugosidade média quadrática Rq, definida como a raiz
Fresar drada da média aritmética dos valores quadráticos das
Tornear
ordenadas cio perfil
------- - - + - - FIGURA 10.36 Escala de rugosidades normalizadas (cortesia da Fred
Corte por laser
l)z
co
2
cx)dx Fowler Co.).

Retificar
comprimentos de base, ele acordo com.ª nonn~ J~O
Afiar (pedra)
88:1996, para os quais são medidas as rugosidades, sao m-
Esmerilar acios na Tabela 10.19.

Polimento
as normas ISO 4287 e 4288, são definidos ainda _outros_ parâ-
". etros, como a mínima e máxima profundidade clã rugosidade,
Superacabamento ;-i:ssimetria da rugosidade etc.
Fundição em molde
de areia
Laminação a 10.10.6 Medição das Rugosidades
quente
istem várias técnicas e equipamentos para a medição da
Forjamento gosidade das superfícies. A mais simples, mas que requer
Fundição em molde essoal especializado, é o tato. Consiste em "passar o dedo"
permanente ela superfície e comparar depois com m~u escala_ ele
Extrusão gosiclacles normalizadas (Figura 10.36). ~Existem equtp~-
entos mais precisos, designados por rugosunetros, que pe1-
Laminação,
.hlitem não só determinar o valor da rugosidade, como tam-
Estampagem
.'.bém obter seus diferentes parâmetros. Estes equipamentos
Fundição injetada oclem ser manuais (Figura 10.37) ou montados numa base
• Gama de rugosidades freqüente O fixa sendo o movimento do rugosímetro controlado a par-
Gama de rugosidades menos freqüente tir d'e um computador no qual se podem programar: os po~-
tos ou trajetórias em que as rugosidades são medidas (F1-
10.10.5 Parâmetros da Rugosidade 'gura 10.38).
.A medição elas rugosidades e ondulações das superfície~ deve FIGURA 10.37 Rugosfmetros manuais (cortesia da Mahr GmBh) .
A definição do estado de superfície é um processo por vezes
··ser efetuada nas direções que fornecem os valores mais ~le-
complicado, pois são inúmeros os parâmetros envolvidos. Nesta
:.:-Vados. Em geral, a menos que algo seja cspecificado 1 na dll'e-
secção, faz-se uma abordagem das definições e parâmetros mais
.ção elas estrias.
importantes, sendo o leitor remetido para as normas interna-
cionais em vigor no caso de pretender informação mais deta-
lhada.
TABELA 10.19 Comprimentos de base normalizados
Considere-se a peça indicada na Figura 10.34 e o perfil da
superfície indicado na Figura 10.35, resultante da interseção
da superfície real com um plano especificado. O termo perfil
é aqui definido de uma forma genérica, embora nas normas 0,4
ISO 3274,1996 e 4287,1997 existam definições mais detalha-
das como: perfil de referência, perfil primário, filtros do per- >0,02; ~0.1 0,25 1,25
fil etc. FIGURA 10.34 Periif da superfície.
>0.1;~2 0,8 4
A partir das irregularidades do perfil (Figura 10.35) é defini- >2; ~10 2,5 12,5
do um conjunto de parâmetros: - Rugosidade média ~' definida como a média aritmética
dos valores absolutos elas coordenadas do perfil >10; .s:;80 8 40 FIGURA 10.38 Rugosímetro estacionário (cortesia da Mahr GmBh).
246 Capítulo Dez
1blerância Dimensional e JLr;;tados de Supeifície 247
Para a calibração dos equipamentos é importante a consulta
ela norma ISO 5436,1985. A norma ISO 11562,1996 estabelece ~oras máxima e mínima são obticla.s a partir das equações C,llin = Cn + ei = 50 - 0,142 = 49,858 mJTI.
os tipos de filtros e suas características para a medição dos perfis a) ~ ( 4) respectivamente
das superfícies. A condição para ve1ificara existência de folga é Folga • C~.fu,-1>cm:L;:•
': ~ CN + ES = 130 - 0,023 mm = 129,977 mm
Como a cota mínima elo furo CMíN = 50,00(hmn é superior à
~ CN + EI = 130 - 0,035 nun = 129,965 nun. cota máxima do eixo c .. = 49 920 mm, verifica-se que de fato
10.11 EXEMPLOS DE APUCAÇÃO E
04Og11 otagem nas formas requeridas é indicada na Figura 10.40. existe folga. As folgas ;ãxima' e mínima são calculadas a par-
DISCUSSÃO tir das expressões (6-7)
MPLO 3 - Considere-se o ajuste entre um pi.stom de um
Em primeiro lugar, resumem-se as principais expressões usa-
or e a respectiva camisa. A cota nominal é de 50 mm. Es-
Frn:,x • . - emu1. = ES - ei = 62 - ( - 142) = 204 µm
. = C,MA),'. = 0,204
das na tolerância dimensional: mm
b) a uma classe de ajustes adequada e determine as cotas
Tolerância: imas e mínimas para o pistom e o cilindro. A partir destas Fmm
. = C~IIN . = EI - es = O - (-80) = 80 µm = 0,08 mm.
. - emax
5 verifique se existe folga e determine as folgas máxima,
T=CMÁX-CNÚN (1) ·~a e a tolerância do ajuste. A tolerância do ajuste é calculada de acordo com a expressão
(5)
T=ES-EI (2) Tabela 10.9 são indicadas as classe.s de ajuste recomenda-
Cota máxima: T = t + T = 62+62 µm = 124 µm = 0,124 mm.
0

cMÁX=cN+Es Num pistom existe lubrificação, pelo que o tipo de ajuste


(3)
· indicado é o rotativo. Para o ajuste rotativo, temos uma Notas finais,
Cota mínima: CJ\,JÍN=CN+EI (4) Sse recomendada H9-d9.
e) É obrigatório indicar sempre o sinal dos desvios. Para a tole-
Tolerância de ajuste: Ta;= t+T (5) ro- Camisa: H9. A partir ela Tabela 10.3, para a linha 30 - rância e cotas-limite 1 o sinal não é indicado, pois, por defini-
Folga máxima: Fna,,x = CMÁX- Cmín = ES-ei mm e para a classe ele qualidade IT9) obtém-se o valor da ção, são sempre valores positivos.
(6)
Folga mínima: Fmín = CMiN - Cmr.x = EI-es (7)
039,991 Note-se que, como a cota máxima tem um valor sempre supe-

Aperto máximo:
39,831 :;::: 62 µ.m = 0,062 nun. rior à cota mínima, o desvio superior é sempre maior que o
A,n,;x=cmáx -CMIN=es-EI (8) desvio inferior.
desvio ele referência é obtido na Tabela 10.6. Note-se que
Aperto mínimo: Amín=clllin -CMÁX=ei-ES FIGURA 10.39 Exemplo 1.
(9) lasse H possui um desvio inferior nulo (ver Figura 10.4)
EXEMPLO 1-Determinação das cotas-limite para um eixo de
10.12 APLICAÇÕES EM CAD
= O; ES = T = 62 µm = 0,062 mm.
diâmetro 40 e classe de tolerância gl 1. Cotar usando a simbo- Tal como a cotagem) a indicação da tolerância dimensional
logia ISO, a simbologia ISO e os desvios e usando as cotas O desvio fundamental é obtido na Tabela 10.6 para fur partir das expressôes (3-4) podem ser determinadas as co- nos desenhos em CAD é bastante simples. As diferentes op-
máxima e mínima. (neste caso desvio superior) e para a classe de tolerância s máxima e mínima ções ele inscrição elas cotas com tolerâncias (simbologia ISO,
posição N(Coluna ~ IT8} ES = -27 + 6.
A partir da Tabela 10.3 obtém-se o valor da tolerância, na li- .,'-"X = CN + ES = 50 + 0,062 = 50,062 mm desvios, cotas-limite, etc.) podem ser inscritas de uma forma
nha 30 a 50 mm e para a classe de qualidade ITl l. O valor de d é obtido na Tabela 10. 7 para a classe de quali simples nos desenhos. Na Figura 10.41 apresenta-se um
clacle IT4, 6 = 4 µm = 0,004 mm "'' = CN + EI = 50 + O = 50,000 mm. exemplo de introdução de tolerâncias dimensionais cm Solid
t = 160 µm = 160 X 10- 6 m = 0,160 mm. Edge. Neste caso o projetista/desenhista tem de conhecer os
ES= -27+ 6= -27+4 µm= -23µm= -0,023mm. - Pistom: d9. Uma vez que a classe ele qualidade é a
O desvio fundamental é obtido na Tabela 10.4 para eixos esma para o furo e para o eixo (IT9), o valor ela tolerância é valores dos desvios e introduzi-los nos campos da tolerán-
(neste caso, desvio superior) e para a classe de tolerância ele O desvio inferior é calculado a partir dos valores da tolerâncfa( mesmo do furo cia. O cálculo das cotas máxima e mínima· é automático.
posição g. e do desvio superior de acordo com a equação (2) Existem programas, como o Mechanical Desktop, que pos-
E!= ES - T = -23 - 12 µm = -35 µm = -0,035 mm.
= 62 µm = 0,062 mm. suem uma base de dados do sistema ISO de desvios e ajus-
es = -9 µm = - 9 X 10-- 6 m = -0,009 mm. tes bastando ao usuário introduzir a classe de tolerância: a
desvio fundamental é obtido na Tabela 10.4, correspon-
O desvio inferior é calculado a partir dos valores da tolerância de;erminação dos desvios e cotas máxima e mínima é auto-
e do desvio superior, ele acordo com a equação (2) mática. Na Figura 10.42 apresenta-se um exemplo dos cam-
s = -80 µ.m = -0,08 mm. pos de introdução ela tolerância dimensional em Mechanical
ei = es - t = -9 - 160 µm = -169 µm = -0,169 mm. Desktop .
As cotas máxima e mínima são obtidas a partir das equações
.Apartir da expressão (2) pode calcular-se o desvio inferior
Tal como para a tolerância dimensional, a inscrição dos aca-
(3) e ( 4), respectivamente .êi = es - t = -80 -62 = -142 µm = -0,142 mm. bamentos superficiais e dos estados de superfície é fácil usan-
C 111 h =c0 +es=40-0.009=39.991 mm. 013ON4 As cotas máxima e mínima obtidas a partir das expressões (3- do sistemas de CAD. Na Figura 10.43 é indicado o menu para
4) são o programa Solid Edge, e na Figura 10.44 para o programa
cm,,, =e,, +ei=40-0.169=39.831 mm. Autodesk Inventor. É possível, inclusive, colocar diretamente
em,ox
. = e n + es = 50 - 0.08 = 49,920 1mn os estados ele superfície nos sólidos tridimensionais.
A cotagem nas formas requeridas é apresentada na Figura
10.39. Note-se que as diferentes formas são alternativas.

EXEMPLO 2- Determinação das cotas-limite para um furo de 0130 -0.023


-0.035
diâmetro 130 e classe de tolerância N4. Cotar usando a sim-
bologia ISO, os desvios, e usando as cotas máxima e míni-
ma.

O valor da tolerância é obtido na Tabela 10.3, na linha 120 a


180 mm e para a classe de qualidade IT4: 0129,977
T = 12 µm = 12 X 10- 6m = 0,012 mm.
129 965
FIGURA 10.40 Exemplo 2.
r 30 17
r
FIGURA 10.41 Tolerância dimensional em Solid Edge.
248 Capítulo Dez
Tolerância Dimensional e Estados de Supe,fície 249

;~--
3.2 1 100
2\7 =
RmighM,;,;
f0-, -•CN t,lilllirn\rn,

fJ2 Minim!xn
j Sp.acing 1= Rot&od
5ilmpfug kmglh
r·~·~- Olhm r0\1gh!W$t Villuet

Leild8!
t· AW~ :h,;,w lew:Jer~
r.· Automalic!eadeis P Bi:mtlei:idet P Srwrt Arn:,w~tyle;
t" floIBaders.
F@,

W Utf/ doo.1mmll't foot

FIGURA 10.43 Inscrição dos estados de superfície em Solid Works.

Recartilhado
surf:ace Type Mi$C:el!aneous:

v'''9" r- (✓) 1'<1 Anodízado


8 IJrmdiudo 6.3
B'I
20
o
e
"" o
('

D F'
"'
0K C.ancel 40

020 H / 0 -i2~i·02
B

Fresado
7
6,3 12,5 12,5
32
2

"20 H7 012 li7


0
(_+ 0.02) !g 00,05B~
1' '1w 1-+1-----'-----'" '
FIGURA 10.44 Inscrição dos estados de superfície em Autodesk Inventor,
'
Lr--r1' '
1 1
1
1 1 r 1
____ J1 __ J 1_______ ~I 1 ____ _
__ 1..
REVISÃO DE CONHECIMENTOS

Qual a relação entre o valor da tolerância e o custo de 5. Que fatores condicionam o valor da tolerância?
fabricação de uma peça? 6. Qual o significado de dois números reais colocados um
FIGURA 10.42 Tolerância dimensional em Mechanica/ Desktop.
2. Diga o que você entende por eixo? E por furo? por cima do outro sobre a mesma linha de cota?
3. O que é uma tolerância fundamental? Quantas classes exis- 7. Quais as diferentes formas de indicar uma cota com tole-
tem? râncias?
4. O que você entende por cota nominal? Qual o significado 8, O sinal dos desvios deve ser indicado nos desenhos? E
físico dos desvios? para as cotas-limite?
250 Capítulo Dez
Tolerância Dimensional e Estados de Supe,fície 251

9. As classes de qualidade lTOl a IT2 podem ser escolhidas


17. Quais os equipamentos mais usados para a verificaçã-.. 14253-2:1999 Geometrical Product Specifications ® NBR 6371 Tolerâncias Gerais de Dimensões Lineares e
para peças correntes? tolerâncias?
~/- Inspection by measurement of work~iece.s and Angulares
10. O valor da tolerância especificada para uma determinada 18. O que significa a inscrição ISO 2768-f no campo ela • equipment - Part 2·· Guide to the estrmatlon. of ® NBR 8404 Indicação do Estado de Superfí-
nng
cota pode condicionar o processo ele fabricação? rância da legenda? · ty 1·n GPS measurement ' in calibration of measunng cie em Desenhos Técnicos
rtam
11. O que é um desvio fundamental? Por que razão existe? ment and in product verification.

12. Como se calculam as tolerâncias para ângulos? Que cui-


19. É possível usar o sistema ISO de desvios e ajustes
peças fabricadas usando solda ou fundição? h'R 14638,1995 Gcomctrical procluct specification (GPS) Endereços eletrônicos de Institutos de norma-
lização, controle de qualidade e outros relacio-
~sterplan. . . . .
dados devem ser tomados em conta? 20. É possível cm CAD, especificando apenas a classe d ASME B4.2:1994 Preferred metnc ltmits and ftts. nados com tolerância:
lerâncias, obter automaticamente desvios e cotas-!'
13. O que entende por ajuste? Quais os tipos de ajuste exis- ili International Organization for Standarclization (ISO) -
tentes? 21. Os valores das rugosidades obtidos para as peças de 5 relacionadas com os estados ele superfície: www.iso.ch
dem do processo de fabricação? • Instituto Português da Qualidade (IPQ) - www.ipq.pt_
14. Para um ajuste, é possível escolher quaisquer classes ele 1302: 1992 Tcchnical drawings - Method of indicating
22. Quando são especificados valores de tolerância baixos,'.'. ili American National Standards Institute (ANSI)-www.ans1.org
tolerância para furos e eixos? Justifique. ace texture.
obriga a ter um bom acabamento superficial? E o inve' o American Society of Mechanical Engineers (ASME) -
3274,1996 Geometrical Procluct Specifications (GPS) -
15. Por que razão o sistema de ajustes de furo base é mais www.asme.org
23. É possível verificar as rugosidades por tato? face texture: Profile method - Nominal characteristics of
usado do que o sistema de eixo base? • American Productivity anel Quality Center www.apqc.org
24. Como se procede na indicação nos desenhos 1 quando tact (stylus) instruments.
a1 American Society for Quality
16. Dê um exemplo de uma situação em que ocorra um ajus- 4287,1997 Geometrical Procluct Specifications (GPS)-
várias superfícies é especificado o mesmo acabamento:_ www.asq.org
te deslizante. E para um ajuste rotativo? perficial? rface texture: Profile method - Tenns, definitions and • American Society for Testing anel Materiais www.astm.org
rface texture parameters. "' Association for Manufactming Technology www.mfgtech.org
o 4288:1996 Geometrical Product Specifications (GPS) - • Intemational Society for Measurement and Control - www.isa.org
urface texture: Profile method - Rules anel procedures for
CONSULTAS RECOMENDADAS e assessmcnt of surface texture. Endereços eletrônicos de interesse sobre tolerância, metrologia
'So 5436: 1985 Calibration specimens - Stylus instruments e controle de qualidade:
• Bcrtoline, G.R., Wiebe, E.N., Miller, C.L. e ,,,.f Types, calibration anel use of specimcns. .. .
"' Metalworking Digest
• ISO/R 1938,1971 ISO system of limits and fits - Part ll, J JSO 6318:1985 Measurement of roundness -Tcnns, dehm-
Nasman, L.O., Tecbnical Grapbics Com- www.metalwdigest.com
pection of plain workpieces.
munication. Itwin Graphics Series, 1995. 0
}Íons and parameters of roundness. • Metrology Worlcl
ISO 1947:1973 System of cone tolerances for coo·
• Giesecke, F.E., Mitchell, A., Spencer, H.C., ISO 8785,1998 Gcomctrical Procluct Specification (GPS) - www.metrologyvvorld.com
workpieces from C = 1:3 to 1:500 anel lengths from 6
Hill, I.L., Dygdon, J.T. e Novak, ].E., Tech- Surface imperfections - Terms) definitions anel paramcters. o Modern Machine Shop
630 mm. (Retirada) ··
nical Drawing, Prentice Hall, 11' Ed., 1999. ISO 11562,1996 Geometrical Product Specifications (GPS)

m
• ISO 2538:1998 Geometrical Product Spccifications (GPS- wwv-,r.mmsonline.com
• Morais,]. S., Desenho Técnico Básico, Porto Editora, 16ª Ed., :_ Surface texture: Profile method - Metrological characte- • Quality On-line - www.qualitymag.com
Series of angles and slopcs on prisms.
1990. ristics of phase correct filters. • Quality Progress On-Line
• ISO 2768-1:1989 General tolerances-Pa1t 1: Tolerances
ISO 12085,1996 Geometrical Product Specification (GPS)- www.qualitydigest.com
linear and angular dimensions without individual toler
No,mas ,dadmm~s com a <rneümma ,<<,o,-,~ ce inclications. Surface texture: Profile method - Motif parameters. • Quality Today - www.qualitytoclay.com
s1onal: ~
• ISO 2768-2:1989 General tolerances - Part 2: Geometri ISO 13565-1,1996 Geometrical Procluct Specification (GPS)
- Surfacc texture: Profile method; Surfaces having stratified Endereços eletrônicos de equipamento parà verificação das
• ISO 1:1975 Stanclaid refercnce tempe1ature tolerances for features without individual tolerance indi
for industrial length measurements. tions. functional prope1ties - Part 1: Filtering and general measu- tolerâncias:
• ISO 129:1985 Tcchnical drawings - Dimensioning - Gene- • ISO 3040:1990 Technical drawings - Dimensioning an' rement conditions. • Fred V. Fowler Company
ral principies, definitions, methods of execution and special tolerancing - Cones. ISO 13565-2,1996 Geometrical Procluct Specification (GPS) www.fvfowler.com
indications. • ISO 3599,1976 Vernier callipers reading to 0,1 and 0,05 - Surface texture: Profile method; Surfaces having stratifiec\ • Mahr GmBh
• ISO 286-1:1988 ISO system of limits anel fits - Part 1: Bases • ISO 3611:1978 Micromcter callipers for externai measur, functional prope1ties - Part 2: Height characterization using www .mahr.com (Representante em Prntugal - www.izasa.com)
of tolerances, deviations and füs. ment. the linear material ratio curve. • Mitutoyo - www.mitutoyo.com
• ISO 286-2,1988 ISO system of limits and fits -Part 2, Tables • ISO 5166,1982 System of cone fits for cones from C -1,3
of standard tolerance grades anel limit deviations for holes 1: 500 1 lengths from 6 to 630 mm and diamcters up to 50'_
anel shafts. mm. (Retirada) '
• ISO 370:1975 Toleranced climensions - Conversion from • ISO 6906:1984 Vernicr callipers reading to 0,02 mm.
inches into millimcters and vice versa. 0
ISO 7863:1984 Height setting micrometers anel riser blocks'
0
ISO 406: 1987 Technical drawings - Tolerancing of linear e ISO 8015:1985 Technical drawings -Fundamental toleran'
and angular dimensions. cing principie. . _àcabamento superficial cotas-limite
• ISO/R 463,1965 Dia! gauges reading in 0.01 mm, 0.001 in 0
ISO 8062:1994 Castings-System of dimensional tolerancef custo
and 0.0001 in. and machining allowances. , ,, desvio de referência
• ISO 1101:1983 Technical drawings- Geomctrical tolerancing 0
ISO 10579:1993 Tcchnical drawings - Dimensioning an desvio fundamental
- Tolerancing of form, orientation, location anel run-out - tolerancing - Non-rigid parts. . ajuste ince1to desvio inferior
Generalities 1 definitions, symbols, indications on drawings. ajuste recomendado desvio superior
• ISO 13920,1996 Welcling - General tolerances for welded.
• ISO 1119:1998 Geometrical Product Specifications (GPS) - classes de qualidade IT desvios
constructions -Din1ensions for lengths and angles - Shape
Series of conical tapers and taper angles.
• ISO 1660:1987 Technical drawings - Dimensioning and
and position. t classes de rugosidade estrias
• ISO 14253-1,1998 Geometrical Product Specifications (GPS) controle de qualidade grau de acabamento
tolerancing of profiles.
- Inspection by measurement of workpieces and measuring cota máxima instrumentos de verificação
• ISO 1829:1975 Selection of tolerance zunes for general
equipment - Part 1: Decision mies for proving conformance cotarrúnima montagem
purposes.
or non-conf9_~~!?-ºce with specifications. cota nominal parâmetros da rugosidade
252 Capítulo Dez

processo de fabricação
tolerância
qualidade
tolerância do ajuste
rugosidade
tolerância fundamental
rugosímetro
tolerância dimensional
símbolos
tolerância dimensional em CAD
sistema de furo base
tolerância dimensional geral
sistema de eixo base
verificação das tolerâncias
sistema ISO de desvios e ajustes

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
TOLERANCIA
Pl0.1- Complete a seguinte tabela (cotas em mm e desvios
Pl0.2-Considere a montagem da tampa do motor de
emµ)
lismo indicada no capítulo anterior. Escolha uma elas
ajuste adequada, caracterize a montagem e calcule as e
GEOMÉTRICA
máximas e mínimas para o "furo" (diâmetro da cavidad
bloco) e para o "eixo" (diâmetro da tampa).
_E_ 20 200.1 Pl0.3 - Pretende-se montar um rolamento num eixo d
H7 310 mm de diâmetro. Escolha uma classe de ajuste adequad
-500 1000 149.5 racterize a montagem e calcule as cotas máximas e rrúni
_K8 soo para o eixo e para o "furo" do rolamento.
23P9
120z6
_ZA8 8

OBJETIVOS
Após estudar este capítulo, o leitor deverá estar apto a:
@I Identificar os símbolos geométricos e aplicá-los convenientemente ~a tolerância
das peças;
e Compreender as vantagens da utilização da tolerância geométrica, em conjunto
com o dimensional;
e Conhecer os princípios gerais da tolerância e as vantagens da sua aplicação na
tolerância das peças.
ceipumo rJnze

Tolerância Geométrica 255


11.1 INTRODUÇÃO
dacle. A especificação de tolerâncias geométricas não ob
TOLERÂNCIA DIMENSIONAL TOLERÂNCIA GEOMÉTRICA
A tolerância geométrica é uma linguagem normalizada inter- utilização de nenhum meio particular de produção
nacionalmente, da qual fazem parte símbolos, convenções, medida. Tal como para a tolerância dimensional, existe, A A-
definições e princípios, que são apresentados ao longo deste tolerância geométrica geral, que facilita a especificação 50,15 50,15
_19,,,9,___ _ _ _ ,
capítulo. Esta linguagem permite indicar de modo rigoroso to- tolerâncias para os elementos não-funcionais. •---+~49,8§_
lerâncias na forma, orientação e localização dos elementos ou
partes de uma peça.
40,2 15,1
39,8 - ~ 1t\_J!_
'
1401 [1s1
-~~-+
---T
-··

11.2 TOLERÂNCIA DIMENSIONAI, VE.Rs: ,·


Por outro lado, a tolerância geométrica permite uma melhor
especificação e interpretação do.s desenhos, e intennutabil.idade TOLERÂNCIA GEOMÉTRICA
na transmissão de dados entre o projeto, a fabricação e o con-
No capítulo anterior, foi estudada a tolerância dimensioná
l_gll
-~--
trole de qualidade. Na fabricação, torna-se mais fácil definir tolerância dimensional limita os erros de fabricação ao i
quais os processos a serem usados, e no controle de qualida-
limites admissíveis de variação para as dimensões das
de está definida com rigor a forma de realizar a verificação.
Uma questão se coloca: será que limitando a variação di
A tolerância geométrica é também uma filosofia de projeto, sional das peças estas satisfazem, nestas circunstâncias, aS
que permite definir e dar tolerância às relações geométricas, ções para as quais foram projetadas? Considere-se uma p_
com base na função dos elementos da peça no conjunto. Este de geometria cilíndrica, cuja extremidade é montada num
tipo de tolerância permite valores maiores, garantindo a mes- existente numa chapa. As peças com tolerâncias dimensio
~I
ma funcionalidade. As tolerâncias geométricas são definidas são apresentadas na Figura 11.1. Da análise das tolerânc
para um dado elemento com base nos requisitos funcionais, dimensionais indicadas, verHlca-se que a montagem do e>
isto é, na função dos elementos das peças, no conjunto. junto será efetuada com folga. No entanto, a folga só pod
A tolerância geométrica limita os erros geométricos cometidos ser garantida se os erros geométricos forem mínimos ou ,
na fabricação das peças, impondo variações admissíveis na peças geometricamente perfeitas (o conceito geometricam
forma e localização dos diferentes elementos ou partes de uma te pe~feito será abordado mais adiante).
peça. Estas variações admissíveis são estabelecidas a partir da
forma ou posição geometricamente perfeita.
Como se pode observar na Figura 11.2, verificando as tot
râncias dimensionais, a montagem sequer pode ser possív_
4X 0 10,1
Uma tolerância geométrica aplicada a um elemento define uma se as imperfeições geométricas forem muito grandes. Note- _9,9_
zona de tolerância na qual o elemento (superfície, eixo ou que as dimensões do eixo verificam as tolerâncias dirnensi, A
plano) deve estar contido. As tolerâncias geométricas só de- nais especificadas. Neste exemplo, e através de observação, FIGURA 11.3 Exemplo de com tolerância dimensional e geométrica.
vem ser especificadas nos elementos para os quais são essenci- possível avançar algumas noções relacionadas com a for
ais, tendo em conta requisitos funcionais e de intermutabili- ou geometria da peça, as quais, caso se verjficassem, permiti½
riam a montagem. São noções como, por exemplo, circulari{!
ade (cada uma das seções transversais do eL-xo ter um(a f?r-
. . , damente circular) ou retilineidade do eixo o eixo
: =~:-~~:damente reto). __o t_ermo "aproximadamente" sur-
aqui no sentido de toleranc1a.
Q Para ilustrar de uma forma mais clara as~d~erenças :dnt1:e tale-
>-
_-:,-rância dimensional e to 1erancia
" . geo metnca , cons1 e1e-se o
e

Y 1 , ·esentado na Figut·a 11.3, em que a mesma peça 0,2

•· ;:;;:~ ~:~~cias usand~/' ~~~s f~::~;n:~


se que a tolerancia geome nc 0 .
::~~:::i;
0
ve·a
;:;;~:
este
ÁREAª 0,04 ÂREA ª 0,0628

cias dimensionais). Recomenda-se ao leitor que re J. ~ FIGURA 11.4 Zonas de tolerância.

ex;mplo q;iando for_em apresentadosdtod7sr~~c:º;:~~:r:


que compoem a lmguagem a to e . d 1 .
Nas seções segumtes ~ d finidos todos os tipos de tolerân-
sao e ~ . , b' tivo
-
ca Apresentam-se, a seguir , algumas elas vantagens
. . .a]· to e- . nétricas usadas em desenho tecntco) com o o Je
FIGURA 11.1 Conjunto eixo~furo com tolerância dimensional.
·
rância - a, tolerância d11nens1ona .
geométrica com re 1açao ctas g~o1 / tricos ou dimensionais resultantes da
de linutar os erros geome .. • . ual as
" · d'm~ensional fabricação, os quais podem inviabilizar o fün pata 0 q
1) Uma das grandes diferenças entre a toleranc1a a da
peças foram projetadas.
e a tolerância geométrica está reladonada/~1~ a d:1~1ros.
zona de tolerância, por exemplo) n; ~~c~-~~t:nsional é
A zona de tolerância no caso da to e1a..,nc1_ / . 'ª de 11.3 DEFINIÇÕES
a zona retangular, enquanto na toleranc1a ge?m~tn~
0 um i 'ão esta zona é circular. Uma zona de tolerancta crrcu- As definições apresentadas tem " por o b J·etivo uniformizar
. . ], ,· e-
pos ç
lar-correspon d e a mai.s 57% de área relativamente a uma - ~ · s e conceitos 1e ac10
facilitar o estabelecimento d e pnnc1p10
nadas com a tolerância geométrica.
zona quadrada (Figura 11.4). 't1·1·ca pode
" • , t I rância geome i ão de máximo material-Quando um elemento d~-
2) Em ~ertas circlu~sta_~c~:sb~:u: (: ser definida mais tarde)
existtr uma to erancia ~~:!:nal contém a máxima quantidade possível de.maten-
/ q uando se aplicam modificadores, como o
que se o b tem uando um eixo está na cota max1ma, ou
al. Por exemplo) q / "tuaça'o de máxi-
de máximo material. . / ·
um furo está na cota mm1ma, esta -se na s1 d
FIGURA 11.2 Eixo com imperfeições geométricas. ~ .
3) Na tolerância geometncai o controle .de~ qualidade
B e mspe-.. . . , deta Ih a dª é apresenta a na
• 1- A sua descnçao
mo ma t ena
ção das peças ~ facilitado pela defintçao dos re erencia1s. Seção 11.7.3.
256 Capítulo Onze
Tolerância Geométrica 257
Condição de mínimo material - Def . - . A • ,

rior, mas para a mínima quantidad. 1 imçao _1dent1ea a ante- Cota nominal- e , I' . .
e e e matenal. desenho. ,ota e 1mens1onal, sem tolerância, insc à qual é definida a perpendicularidade, deve ser co- 11.5.2 Tolerância Geo:1nétrica de
Condlçãovlrtual(CV)-Corresponcl . f· . . símbolo especial (ver Seção 11.5.3), e no quadro
!11
elemento geometricamente p ·.Ç ·t ela _rnnte1ra l11nite de um Cota teoricamente , da é indicada a letra maiúscula que identifica esse
Elementos
~ e11e1 o, o )tida a pa 1t·. 1 da ual LI _,, e~ata - Cota considerada exata
e to1erancias inscritas no d _ nl 1t e as cotas
9 , ma tole1anc1a gcométri· ca e., ,ap 11cac
. Ia. ,
.. ese 10. Esta condiçã ~ 1 'd ia!. O quadro da tolerância geométrica é ligado ao elemento com
pai tir elas condir·õcs de ~ . o e o )tl a a
1/ max1mo material - 1 . . I • Cotagem funcionai - Filosofia de . , - . tolerância por intermédio de uma linha de cota. Podem ocor-
ométricas. e e as to erancias ge- ~tolerância~ Área ou volume definida pelos valores
seacla na função ela peca. cotagem d1mensio rer três situações:
râncias geométricas inscritas no desenho.
e~~ de ajustamento para um elemento exte1: - ~ , Elemento-Tennog . 1ap1cacoaumaporçãof,·
1· 1 1) Quando o elemento com tolerância é uma aresta ou super-
mrrnma do elemento geo . t .· no E a cota l e1a -
me 11camente perfr ·t . ta como uma superfície ou um furo. 1s1ca d fície, a seta aponta diretamente para o elemento ou para
creve o elemento consid ., 1 . d - e1 o, que c1rcuns-
c1ac o, ten 0 contat0 uma linha de chamada no prolongamento do elemento (não
nas nos pontos extremos. com este ape- Elemento dimens.aona
· 1 - Corresponde a u1
bolos geométricos indicam o tipo ele relação a ser apli- devendo ficar no prolongamento da linha de cota), tal como
C~ta de ajustamento _pat·a um eleme . / ~ da a um elen:iento ou conjunto de elementos~ª cota a indicado na Figu.1·a 11.6.
:ntre elementos. Estes símbolos encontram-se normali-
maxima d -1 . nto .1nter110 - E a cota Elemento interno - Fl, emento que, numa monta
o e emento geometncamente _perfeitcfi . . e acordo com a norma ISO 1101:1983, sendo apresen- 2) Quando o elemento com tolerância é um eixo ou plano
creve o elemento cons,·ct . ., d -- - ---- que circuns- cont1clo noutro elemento É , l . gem, V médio, a linha de cota ela tolerância posiciona-se no pro-
eia o, tendo contat , · o caso e e um eixo. na Tabela 11.1, agrupados por classes, Alguns destes
nas nos pontos extremos. " o com este ape- longamento da linha de cota, ele acordo com a Figura 11.7.
Elemento externo ~ Elemento os são também usados na constrnção das peças em sis-
Cota de lo .,_ ~ .,
caJ.U.açao - E uma cota dim - · conter outro elemento ~ o , dque, numa montage de CAD paramétricos. As dimensões e proporções dos Note-se que a cota (cj>S) pode também ser colocada no pro-
localizar um elemento c11 . ], ~ ' enstonal que permite • caso e um furo. longamento da linha de cota.
1 1 e açao a outro
s encontram-se nonnalizadas de acordo com a norma
Modificador- É um súnbo!o es ec· 1 3) Alternativamente ao caso 2 acima, a toledncia pode ser
plo, a localização de um furo rel f ' como, por exem-
a ivamente a uma superfície no quadro da tolerância geo1
ção ele u -· / .
/f, ta' que J~ode ser in
ne oca e que significa a
posicionada com a seta apontando diretamente para o eixo,
Cota de máximo matedal (CMM) - . . . eito de referencial está associado à definição de uma tal como indicado na Figura 11.8. Vale dizer que as regras
cação do princípio de / . .Cota clefm1cla pela apli- ficaclores~d~l~CIJ~~o ou condição a essa tolerância. Os
maxuno matenal a um elemento. eclade geométrica de um elemento relativamente a ou- gerais da cotagem, sobretudo o cruzamento de linhas, con-
colocadas ~epi~sentados, em geral, por letras tnaiús
Cota de mínimo material (CmM) - e 1 . . ' no mtenor de um círculo (Seção 11.S.S). eferencial), sendo discutido em detalhe na Seção 11.5.3. tinuam a ser válidas neste caso.
cação cio princípio do / . . ota e ef1mcla pela apli-
mmtmo matenal a um elemento. Referencial- Muitas elas t 1 • .
o erancras geométricas a 1· d
Cota local atual _ Qua 1quer e1tstancia
. • e 1ementos ou ·ios l d. P 1ca a ,5 ASPECTOS GERAIS DA TOLERÂNCIA :1.:1..5.3 Referendais
numas -.- tivame t . " ._ e ementos unensionais são definidas
sal de um elemento ist / , _ . eç;ao transver- n e a outros elementos (Referenciais) É
opostos. ' o e, a cota medida entre dois pontos penclicularidade de uma su - r .. ~ o caso da
GEOMÉTRICA De acordo com a Tabela 11.1, existem relações geométricas
ela relativamente a u , pe1 tcte, a qual so pode ser d que requerem a indicação de um referencial. Por exemplo,
ma outra. Neste caso, na superfície .r dos conceitos de símbolo geométrico e de referencial,
e para a tolerância geométrica um conjunto adicional de as relações geométricas de paràlelismo ou de perpendicula-
TABELA 11.1 S' b 1 eitos e procedimentos a ser considerado, apresentado em riclade são definidas para um elemento e relativamente a
im o os usados na tolerância geométrica outro. Isto requer a colocação do referencial no segundo ele-
ida.
mento.

Inscrição das Tolerâncias Ó referencial pode ser indicado ele duas formas, direta ou por

-
D Planeza
Geométricas nos Desenhos
tolerâncias geométricas são inscritas em quadros de acor-
intermédio de letra, de acordo com a nonna ISO 5459:1981:

com a Figura 11.5, com a seguinte ordem:


NUNCA
FORMA __ 0~,--t-----C-ir_:c_::u~la:r=id=a=d=e'_
1
/:j Cilindricidade
Retângulo com o símbolo da característica geométrica a ser
tolerada (Tabela 11.1).
1-10,011
~~-i------------+---- ) Retângulo com o valor da tolerância em milímetros. Pode
1---:a;;;c,'-----J--_'.F_'o'.'r"m"ª'-":de um_c_o_n_t~-º---I incluir modificadores.
PODEM USAR ) Um ou mais retângulos que indicam os referenciais. Pode
-----+----------.1_ Forma de uma superiície
incluir modificadores. FIGURA 11.6 Tolerância de arestas ou superfícies.
li Paralelismo

ORIENTAÇÃO
J_
1' --z~--~------- Perpendicularidade

-----------
lnclinação
SEMPRE

Modificador Símbolo
Tolerância
geométrica
Referencial

$- Posição
------+-----
LOCALIZAÇÃO
©
-~-----t----____:=~-~--
Concentricidade ou ....._______
coaxialidade SEMPRE

Simetria LO
o

BATIMENTO Batimento circular ºº


co
1
Modificadores
~

SEMPRE IS)
Batimento total

FIGURA 11.5 Indicação das tolerâncias geométricas nos desenhos.


258 Capítulo Onze
Tolerância Geométrica 259
f8
© 00,01 A
© 00,01 A
1 A-B]
-012H6 .012H6
-Ejl-00,1 C A B ·E!f 00,1 e B A
b)

@]
B C A
A
@] B
FIGURA 11.7 Tolerância geométrica de eixos e linhas de centro (método e)
indireto). d)
b)

_L 0,01 A
FIGURA 11.11 Indicação no quadro da tolerância de vários referi(

cula, colocada dentro de um quadro, quadro esse


~
FIGURA 11 _12 Seleção da seqüência dos referenciais.
!~
ao elemento que serve de referencial, por intermé
um triângulo, a cheio (à esquerda na figura) ou não
chido (lado direito da figura).

FIGURA 11.8 Tolerância geométrica de eixos e linhas de centro (método


direto). 11.5.4 Referenciais Múltiplos

1) Direta: neste caso o quadro da tolerância é ligado direta-


mente ao elemento que serve de referencial por intermé-
dio ele uma linha de chamada, como indicado na Figura
Na situação apresentada na Figura 11.10, apenas exisf
único referencial para cada tolerância geométrica. Todav
caso de tolerâncias mais complexas, podem ser neces
vários referenciais. Podem ocorrer as quatro diferentes
o o
11.9. Note-se que, no exemplo apresentado, para a tole- ções, indicadas na Figut·a 11.11. Um referencial sin
indicado por uma letra maiúscula, como no caso a). N:o Referencial secundário
rância geométrica cio lado esquerdo, a superfície com tole-
rância é a superfície A, corresporí.dendo o referencial à de um referencial composto, constituído por dois eleme FIGURA 11 _13 Seleção do referencial secundário.
superfície B, enquanto que no exemplo do lado direito a- diferentes, é indicado por duas letras diferentes separadas
um traço, caso b).
superfície com tolerância é a superfície B, correspondendo
o referencial à superfície C.
Se a ordem dos referenciais é importante, cada uma das le'
2) Por intermédio de uma letra: este_ é o modo mais usual deve ser colocida num compartimento diferente, e a o
de indicar o referencial (Figura 11.10). Neste caso, o refe- de prioridade é da esquerda para a direita (caso e). Neste
rencial é identificado por intermédio de uma letra maiús- o referencial mais importante (B),é designado por refereni
Plano do referencial terciário "'-,
primário, o seguinte (C) por referencial secundário, e o
mo (A) por referencial terciário.
Plano do referencial primário
li o,2 li o,2 No caso da indicação de uma seqüência de referenciais, s
ordem dos referenciais não é importante, então as difere
letras correspondentes aos elementos referenciados são col _Plano do referencial secundário
das no mesmo compartimento do quadro da tolerância (caso
Sup.A
O resultado obtido pode diferir consideravelmente consoa
a ordem dos referenciais escolhida. Considere-se o exem
apresentado na Figura 11.12, em que no caso a) o refere!,_1
Sup.C ai secundário é o referencial A e no caso b) é o referenciaÍ'
O resultado obtido é ilustrado na Figua·a 11.13, para
FIGURA 11.9 Indicação direta do réferencial. referenciais secundário e terciário, de uma forma um tant9 e
gerada, de modo a tornar o conceito mais claro. A localizaç
do furo na placa será diferente em ambos os casos, poden
li 0,2 B prejudicar a funcionalidade da peça. FIGURA 11.14 Referenciais.

Os referenciais servem para definir1 de fonna inequívoca, com


li 0,2 A
se posiciona a peça no espaço em relação a três planos, . . 1 secund/ai.·10 e/ 0 plano ao qual a peça
plano do referencia . / 11.5.5 Modificadores
modo a serem executadas com precisão as operações de u '
nagem ou medição. costa completamente depois de assentada no ~l~no pnma-
. A peça fica em contato com o plano secundano e_m pelo Os modificadores são símbolos comp lement ares aos símbo-
d ct·" e-
O plano primário está em contato com a peça em pelo f!leno enos doispontos. Nestas crrcuns
. t~annas,
· a peça pode amda
/ .ter d
los geométricos e que, excetuan .º o . modificador e iam
tes ue serão
três pontos, de acordo com a Figura 11.14, que correspond ,- _ para1e 1amen te ao plano secundano.
ovimento de translaçao tro (..1-.) estão associados a conceitos unport~n , q _ in-
o/ , • • . odiftcadores sao __ --"
ao caso b) da Figura 11.12. Isto significa que a peça, um~: abordados mais adiante. Os pnnc1pa1s m dif dores podenf-0
plano terciário é o p 1ano ao qua 1 ª P eça encosta/ depois
. ele clicados na Tabela 11.2. Em geral, os mo ica i ··
FIGURA 11.10 Indicação do referencial por intermédio de uma letra. vez em contato com este plano, àinda pode ter movimento~:'
de translação e rotação sobre este mesmo plano.
tarem contato com os planos primário e secundano. A peça ser aplicados ao valor da to 1erancia, ao referenc
A
- a1, ou

•/ • em p elo menos um ponto.


caem contato com o plano terc1ano bos, Como será discutido em detalhes nas seçoes
260 Capítulo Onze
Tolerâncía Geométrica 261

TABELA 11.2 Modificadores usados na tolerância geométrica.

Princípio do
máximo material @ ISO 2692 Ver Seção 11.7.3
Princípio do Zona de tolerância
mínimo material CD ISO 2692-Amd. 1 Ver Seção 11. 7.3 fj" Distância projetada
Envolvente
® ISO 8015 Ver Seção 11.7.7
Zona de tolerância
projetada ® ISO 1101
ISO 10758 Ver Seção ·11.5. 7
Diâmetro 0 L---,--'~ Pino a montar
O símbolo de diâmetro é um modificador especial, o
único que não é circunscrito por um círculo. {Montagem não é passivei)
a) Sem modificador b) Com modlficador

FIGURA 11.17 Interpretação do conceito de tolerância projetada.


com tolerâncias dimensionais, então a tolerância geó
de localização não faria qualquer sentido, pois estaria e
flito com a tolerância dimensional.

11.5.7 Zona de Tolerância Projetada


RETILINEIDADE
Em certos casos, as tolerâncias geométricas ele localiza
orientação não são aplicadas diretamente ao elemento, DEFINIÇÃO A: Zona de tolerância definida num plano
é usual, mas sim a uma zona ele projeção externa do m
Estas zonas são identificadas pelo modificador ®
indi
A zona de tolerância quando projetada num plano .é ;i~tada por
FIGURA 11.15 Cotas teoricamente exatas. na Tabela 11.2. Na Figura 11.16 apresenta-se um exe·
do conceito ele tolerância projetada. duas linhas paralelas que distam entre si ele uma distancia t.
Além dos modificadores apresentados, existe ainda um tipo A importância da especificação ela zona ele tolerância pr
de modificador especial, o qual é aplicado às cotas nominais, INDICAÇÃO DESCRIÇÃO INTERPRETAÇÃO
da tem a ver, por exemplo, com o fato de que variaçõ
designado por cota teoricamente exata e que é incluído na perpendicularidade na montagem de parafusos ou pino 0,1
!1 próxima seção. Qualquer linha da superfície ~up_erior da
furos podem provocar interferência das peças, tornando a peça, paralela ao plano de proJeçao 1 deve
tagem impossível. A interpretação deste conceito, para um estar contida entre duas linhas paralelas ó
11.5.6 Cotas Teoricamente Exatas que é montado num dos furos indicados na Figura 11.1 que distam entre si de O, 1 mm.
apresentada na Figura 11.17.
Quando as tolerâncias de posição ou de inclinação são defini-
das para um dado elemento, as cotas que definem a posição
ou ângulos teoricamente exatos, respectivamente, não devem 11.6 APLICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO D DEFINIÇÃO B: Zona de tolerância paralelepipédica
ter tolerâncias. As cotas teoricamente exatas são inscritas num TOLERÂNCIAS GEOMÉTRICAS
retângulo, tal como no exemplo apresentado na Figw·a 11.15.
Os símbolos geométricos foram apresentados na Tabela 11
Nesta situação, se as cotas ele localização do furo estivessem
Para uma definição mais rigorosa e uma correta aplicação-,, Quando a tolerância de retilineidade é definid.:1" e1:n ~u~s :lire-
çôes perpendiculares entre si, a zona de tolerancia e limitada
por um paralelepípedo de seção transversal t1 X t2,

INDICAÇÃO DESCRIÇÃO INTERPRETAÇÃO

-0,2

ffi O eixo da peça deve estar con-


tido dentro de uma zona de to-
lerância paralelepipédica de se-
ção transversal 0,1 X 0,2 mm.
f
'!
11·

:1
FIGURA 11.16 Zona de tolerância projetada.
262 Capítulo Onze
Tolerância Geométrica 2 63

DEFINIÇÃO C: Zona de tolerância cilíndrica

CffiCUIAIUDADE

DEFINIÇÃO
Se o valor da tolerância de retilincidade é precedido pelo
símbolo de diámetro, a zona ele tolerância é limitada por
um cilindro de diâmetro t.
A zona de tolerância no plano considerado é limitada. P?r ~ois
cilindros concêntricos que distam entre si de uma distancia t
radial.
INDICAÇÃO
DESCRIÇÃO

-00,1 INDICAÇÃO DESCRIÇÃO INTERPRETAÇÃO

O eixo do cilindro deve es-


tar contido numa zona de 0 0,02
A seçào circular da peça para qualquer
tolerância cilíndrica de diâ-
metro O, 1 mm. plano petpendicular ao eixo de~e e.star
contida entre dois círculos concentncos
que distam entre si de uma distância de
0,02 mm.

DEFINIÇÃO

DEFINIÇÃO

A zona de tolerância é limitada por dois planos parale-


los que distam entre si de uma dJstância t.

A zona de tolerância é limitada por dois cilindros coaxi-


ais que distam entre si de uma distância t.
INDICAÇÃO DESCRIÇÃO

o o,os A superfície superior do parale- INDICAÇÃO DESCRIÇÃO INTERPRETAÇÃO


lepípedo deve estar contida en-
11
tre dois planos paralelos que dis- IPl I
0 ,1 à

tam entre si de 0,05 mm. A superfície exterior do cilindro


ii,,
,, deve estar contida entre dois cilin- H f - -
dros coaxiais que distam entre si :::',s;;;;;;=;:;;;2~
de 0,1 mm.
à

1
'
Tolerância Geométrica
264 Capítulo Onze

FORMA DE UM CONTORNO pARAIJlLISMO

DEFINIÇÃO

A zona de tolerância é limitada por duas linhas


tangentes a círculos de diâmetro t. O centro dos
círculos localiza-se ao longo da linha que cor-
responde à fonna geometricamente perfeita. ,
"----
DEFINIÇÃO A, Zona de tolerância definida num plano

Quando projetada num plano, a zona de tolerância é limita-


da por duas linhas paralelas entre si separadas ciuma distân- -
da te que são paralelas a uma linha de referência. ·
1I
I~
.
~1 ~
INTERPRETAÇÃO
INDICAÇÃO DESCIUÇÃO ------ INTERPRETAÇÃO
INDICAÇÃO DESCIUÇÃO
o, 1
---f---+-// 0,1 A O eixo com tolerância deve
Para cada uma das seções, pa-
linha de contorno real estar contido entre duas li-
ralelas ao plano de projeção,
nhas paralelas, que distam
o contorno considerado deve
entre si de 0,1 mm. Estas duas
estar contido entre duas linha1;
linhas são paralelas à aresta
tangentes a círculos de diâme-
que serve de referencial.
tro 0 102 mm, cujo centro se lo- Linhas que delimitam a zona de tolerância
Linha de contorno geometricamente porfoíta
caliza sobre a linha correspon-
dente à forma geometricamen-
te perfeita do contorno.
DEFINIÇÃO B: Zona de tolerância paralelepipédica

Quando indicada em dois planos perpendiculares, a zona de


tolerância é limitada por um paralelepípedo de seção t1 X t2
FORMA DE UMA SUPERFÍCIE e paralela à linha do referencial quando a tolerância é
especificada em dois planos perpendiculares entre si.
Unha de referência
DEFINJÇÃO

DESCIUÇÃO INTERPRETAÇÃO
INDICAÇÃO
A zona de tolerância é limitada por duas superfícies tan-
gentes a esferas de diâmetro t, cujos centros estão locali- O eixo com tolerância deve
zados na superfície de forma geometricamente perfeita. estar contido numa zona de
tolerância paralelepipédica
ele largura 0,2 mm na direção
DESCRIÇÃO horizontal e 0,1 mm na dire-
ção vertical em que são para-
A superfície deve estar contida entre duas super- lelas ao eixo do referencial.
fícies tangentes a esferas de diâmetro O, 1 mm,
cujos centros se localizam na superfície com a
forma geometricamente perfeita.
266 Capítulo Onze
Tolerância Geométrica 267

DEFINJÇÃO C: Zona de tolerância cilíndrica DESCRIÇÃO INTERPRETAÇÃO


INDICAÇÃO

O eixo com tolerância eleve estar con-


A zona de tolerância é limitada por um cilindro de diâmetro tido entre duas linhas paralelas que
tparalelo à linha cio referencial quando o valor da tolerância distam entre si ele O, 1 mm. Estas duas
é precedido pelo símbolo de diâmetro 0. linhas são perpendiculares à superfí-
cie de referência.

INDICAÇÃO DESCRIÇÃO INTERPRETAÇÃO


A
CASO B - Zona de tolerância paralelepipédica
A zona de tolerância é limitada por um paralelepípedo de seção
transversal t1 X t2 e perpendicular a um plano de referência no caso
O eixo com tolerância deve
de a tolerância ser definida em duas direções.
estar contido numa zona ele
tolerância cilíndrica de diâ-
INDICAÇÃO DESCRIÇÃO
metro 0 1 2 mm, paralela ao
eixo do referencial. 0,1 A
O eixo do cilindro deve estar contido
numa zona de tolerância paralelepipé-
dica ele dimensões O, 1 X O, 2 mm, a
A CORTE A-A qual é perpendicular ao referencial
[111 definido (base da peça).
J,
CASO C - Zona de tolerância cilíndrica
A zona de tolerância é limitada por um cilindro de diâmetro t (se o
valor da tolerância é precedido pelo símbolo de diâmetro 0), per-
pendicular a um plano ele referência.
PERPENDICULARIDADE
INDICAÇÃO DESCRIÇÃO INTERPRETAÇÃO
il DEFINIÇÃO A: Tolerância de perpendicularidade de uma linha relativamente a outra linha
O eixo do cilindro deve
Quando projetada num plano, a zona de tolerância é limitada por estar contido numa zona
duas linhas paralelas entre si separadas por uma distância te que de tolerância cilíndrica
são perpendiculares a uma linha de referência. de diâmetro O, 1 mm per-
pendicular ao referencial.
INDICAÇÃO DESCRIÇÃO
i: INTERPRETAÇÃO

t ~~-~=11~-º•
O eixo com tolerância
J_ 1
deve estar contido entre
li duas linhas paralelas, que ~-~-~ DEFINIÇÃO C: Tolerância de perpendicularidade ele uma superfície relativamente a uma linha
:1 distam entre si de 0,1 mm. ~
1, Estas duas linhas são per- L_ __,\r---""""-":L.1-H"CL,<J
pcncliculares ao eixo que \
Eixo do referencial A A zona ele tolerância é limitada por dois planos paralelos que dis-
seive de referencial.
tam entre si de uma distância te que são perpendiculares a uma
linha de referência.
~V

DESCRIÇÃO
~1
DEFINIÇÃO B: Tolerância ele perpendicularidade de uma linha relativamente a uma superfície INDICAÇÃO INTERPRETAÇÃO

~-+-~ ~
A superfície com tolerância
CASO A - Zona de tolerância plana
eleve estar contida entre
Quando projetada num plano, a zona de tolerância é limitada por 0
dois planos paralelos que
duas linhas paralelas entre si separadas por uma distância te que
são perpendiculares a um plano no caso de a tolerância ser ape- m 1, distam entre si de 0,05 mm ti--- ~--- f-

nas definida numa direção. e que são perpendiculares


ao eixo que serve de refe- ,._. r' 0!.9.5-
Ei • Referencial A
rencial.
268 Capítulo Onze
Tolerância Geométrica 269

DEFINIÇÃO D: Tolerância de perpendicularidade de uma superfície relativamente a outra


superfície

INDICAÇÃO INTERPRETAÇÃO
zona de tolerância

A zona de tolerância é limitada por dois planos paralelos que


distam entre si de uma distância te que são perpendiculares a
um plano de referência.
~

t!
INDICAÇÃO DESClUÇÃO Eixos de referência
INTERPRETAÇÃO Projeção do eixo do furo no ~lar!o
definido pelos eixos de referencia
-Jj_/o,os/A/ A superfície com tolerân-
DESCRIÇÃO: O eixo do furo, projeta ~ no p d d O 08 m as quais estão inclinadas 60º
cia deve estar contida . .d lano definido pelo eixo da peça, deve estar con-
entre dois planos parale- tido entre duas linhas paralelas entre s1 ~ afasta as e , m '
los que distam entre si relativamente ao eixo da peça (Referencial A-B).
de 0,05 mm e que são
perpendiculares à super-
fície que serve de refe-
rencial. 0,05
Superfície -Referencial A- - .
DEFINIÇAO ~ ·a de 1·nclinação de uma linha relativamente a uma superfície
B : T o 1eranc1

Quando projetada num p 1ano) a zona de. tolerância


. é li-
·t da por duas linhas paralelas entre st) que distam Ade
.::: distância te que se encontram inclin:da~ de um an-
gulo a relativamente à superfície de referencia.

DEFINIÇÃO A: Tolerância de inclinação de uma linha relativamente a outra linha


'
'
r\' .· CASO A - Linha considerada e linha de referência no mesmo plano
' INDICAÇÃO DESCRIÇÃO INTERPRETAÇÃO
Quando projetada num plano, a zona de tolerância é limitada por duas
linhas paralelas entre si separadas de uma distância t e que se encon- Mesma descri-
tram inclinadas de um ângulo a relativamente à linha ele referência. ção do caso an-
terior, mas nes-
INDICAÇÃO DESClUÇÃO te caso o refe-
INTERPRETAÇÃO
rencial é uma
O eixo do furo deve es-
tar contido entre duas li-
nhas paralelas, distancia-
Zona de tolerância
~----.,.,-,,
:
1
superfície.

/,~
j/ ~ \ ··················J
das de 0,08 mm, que es- Superflcle de referência
tão inclinadas 60° relati-
vamente ao eixo A-B.
Eixos de referência DEFINIÇÃO C: Tolerância de inclinação de uma superfície relativamente a uma linha
CASO E - Linha considerada e linha de referência
em planos diferentes
A zona de tolerância é limitadaApor dois planos paralelos
Neste caso, a zona de tolerância é aplicada à projeção da
entre s1. que d.ist am de uma distancia te que se encontram
. h d
linha considerada, no plano que contém a linha de refe- inclinados de um ângulo a relativamente a uma lm a e
rência e que é paralelo à linha considerada. Unha considerada referência.
Unha considerada projetada
Unha de referência
Tolerância Geométrica 271
270 Capítulo Onze

INDICAÇÃO DESCRJÇÃO INTERPRETAÇÃO

A superfície incli- - · - Zona do tolerância


DEFINIÇÃO B: Tolerância de posição de uma linha
nada deve estar
contida entre dois

@) planos paralelos
afastados ele 0,1
mm, os quais estão
inclinados 75º rela-
CASO A - Tolerância especificada numa direção
A zona de tolerância é limitada por dmis linhas paralelas entre si)
que distam de te que são posicionadas si.metricamente cm rela-
ção à posição teoricamente exata ela linha considerada. Isto é vá-
tivamente ao eixo lido para tolerâncias especificadas apenas numa direção.
de referência. Eixo de referência

DESCRIÇÃO INTERPRETAÇÃO
INDICAÇÃO
Cada uma das linhas deve
DEFINIÇÃO D: Tolerância de inclinação de uma superfície relativamente a outra superfície \ - · Superfície de referência
estar contida numa zona
de tolerância definida por
Zona de tolerância
duas linhas paralelas afas-
~~
A zona de tolerância é limitada por dois planos para- tadas entre si de O, 1 mm
lelos entre si, que distam de uma distância te que se e que se localizam sime-
encontram inclinados de um ângulo a relativamente l:isl tricamente relativamente 20 ·15 15
a um plano de referência. à posição teoricamente
exata.
- ~ Plano de referência

INDICAÇÃO DESCRIÇÃO INTERPRETAÇÃO CASO B- Tolerância especificada em duas direções


A zona de tolerância é limitada por um paralelepípedo de dimen-
A superfície inclina- sões t X t , posicionado simetricamente em relação à posição te-
1 2
L 0,02 A da deve estar conti- oricamente exata da linha considerada.
Zona de tolerância -
da entre dois planos
~ CD' paralelos afastados
INTERPRETAÇÃO
ele 0,02 mm e que INDICAÇÃO
fazem um ângulo de
20º com a su perficie -+-
8X10
- ,(l)Jo,21 1 1 1
· 1rº·2
1 1
de referência. 1
Supertfcie de referência

POSIÇÃO
.J!\J 30 l 30 30 j
DESCRIÇÃO: O eixo de cada furo deve localizar~se dentro da zona de tolerância retangular de
DEFINIÇÃO A: Tolerância de posição de um ponto
dimensÔes 0,2 X O, 1 mm, em que os eixos da zona de tolerância são posicionados a partir das
cotas teoricamente exatas.

A zona de tolerância é limitada por um círculo de diâmetro t, cujo õ


centro está na posição teoricamente exata do ponto considerado.

CASO C - Zona de tolerância circular


INDICAÇÃO DESCRIÇÃO INTERPRETAÇÃO
A zona de tolerância é limitada por um cilindro de diâmetro tcujo
-E/)- 0 0,3 Zona de tolerância eixo coincide com a interseção dos dois eixos definidos a partir
O ponto de interseção deve
das posições teoricamente exatas da linha considerada.
estar contido num círculo de
diâmetro 0,3 mm, cujo centro
coincide com a posição teori-
camente exata do ponto con-
siderado.
15
Posição teoricamente exala
1blerâncla Geométrica 273
272 Capítulo Onze

INDICAÇÃO INTERPRETAÇÃO
DEFINIÇÃO B: Tolerância de coaxialidade de um eixo
Eixo de Referência

Quando o valor da tolerância é precedido do símbolo de diâme-


0
tro 0, a zona de tolerância é limitada por um cilindro de diâme- t
tro t, cujo eixo coincide com o eixo cio referencial.

Eixo com tolerância

30 INDICAÇÃO DESCRIÇÃO INTERPRETAÇÃO


1•
DESCRIÇÃO: O eixo de cada furo deve localizar-se dentro ela zona de tolerância circular de '}) Q0,0 A-B O eixo do cilindro - --- Eixo do cilindro considerado
diâmetro 0,1 mm, em que os eixos da zona de tolerância são posicionados nas posições cor- A
com tolerância
respondentes às cotas teoricamente exatas. deve estar contido

DEFINIÇÃO C: Tolerância de posição ele uma superfície plana ou plano médio

A zona de tolerância é limitada por dois planos paralelos a uma


l
o
numa zona de to-
lerância cilíndrica
de diâmetro 0,05
mm, coaxial com
o eixo de referên-
cia.

distância t entre si e posicionados simetricamente em relação à '


posição teoricamente exata da superfície considerada.

INDICAÇÃO DESCRIÇÃO INTERPRETAÇÃO


SIMETRIA

A superfície inclinada deve DEFINIÇÃO A: Tolerância de simetria de um plano médio


1--ccc'~"-----~.---1 B estar contida entre dois pla-
nos afastados entre si de O, 1
A mm, que se localizam silne-
A zona de tolerância é limitada por dois planos paralelos a uma
tricamente em relação às po-
distância t e posicionados simetricamente em relação ao plano
sições teoricamente exatas médio relativamente a um eixo ou plano de referência. '
da superfície considerada e
em relação aos referenciais
definidos. //!-/---Posições teoricamente ~ Plano mêdio
exatas

INDICAÇÃO DESCRIÇÃO INTERPRETAÇÃO

A O plano médio da reen- Plano mêdio de tolerância -


trância deve estar conti-
CONCENTRICIDADE OU COAXIALJDADE do entre dois planos) dis-
tanciados de 0,02 mm e
DEFINIÇÃO A: Tolerância de concentricidade de um ponto posicionados simetrica-
mente relativamente ao ~ n a de tole~ân:a

A zona de toledncía é limitada por um círculo de diâmetro


cujo centro coincide com o ponto de referência.

DESCRIÇÃO
fi±z1
Ponto de referência

INTERPRETAÇÃO
plano médio da peça (re-
ferencial A).

DEFINIÇÃO B: Tolerância de simetria de uma linha ou eixo


Eixo de referência

INDICAÇÃO
CASO A - Tolerância especificada numa direção
O centro do cilindro Zona de tolerância t
deve estar contido numa Quando projetada num plano, a zona de tolerância é limitada por duas 1
retas paralelas a uma distância tentre si, localizadas simetricamente em
zona de tolerância circu- 1 +--~~+--+ relação ao eixo ou plano de referência. Isto é válido no caso de a tole-
lar de diâmetro OiOl mm,
cujo centro coincide com Centro - Referencial
rância ser especificada apenas numa direção.
o centro do furo.
274 Capítulo Onze Tolerância Geométrica 275

INDICAÇÃO DESCRIÇÃO INTERPRETAÇÃO INDICAÇÃO INTERPRETAÇÃO


O eixo do furo deve
0,05 A-B
estar contido entre
duas linhas paralelas
A B
- --
Posição do plano (Variável)
,"°'"'"º de 36~ Medidor

- -1·····
afastadas ele 0,05 mm
e posicionadas sime-
tricamente em rela-
-zona de tolerância
ção ao plano médio
Plano media de referência
ele referência. Apoios do equipamento de verificação

DESCRIÇÃO: O batimento radial não deve ser superior a 0,1 mm durante 1 rotação completa
da peça, e para qualquer um dos planos correspondentes a cada uma das seções transversais
CASO B - Tolerância especificada em duas direções pe,pendiculares da peça. Cada um dos planos deve ser verificado autonomamente. O procedimento prático
corresponde a colocar um medidor óptico, mecânico ou outro sobre a superfície da peça,
A zona de tolerância é limitada por um paralelepípedo de seção transver- em seguida rodar a peça 360º e anotar o valor máximo do desvio medido para cada um dos
sal t1 X t2 , cujo eixo coincide com o eixo do referencial. Isto é válido no planos. Se o valor máximo medido para todos os planos não exceder o valor máximo da tole-
caso de a tolerância ser especificada em duas direções perpendiculares rância geométrica especificada, então a forma geométrica ela peça verifica a tolerância geomé-
entre si. trica de batimento. Note-se) mais uma vez, que o batimento é uma tolerância geométrica "di-
nâmica") e que, neste caso, por exemplo, cilindricidade e coaxialidade estão sendo verificadas
INDICAÇÃO simultaneamente.
INTERPRETAÇÃO
0,05 A·B
Plano médio de referência
0,1 C-0
DEFINIÇÃO B: Tolerância ele batimento circular - Axial

A zona de tolerância é limitada para qualquer posição ra-


dial por dois círculos concêntricos a uma distância t entre
si, que formam um cilindro de medição 1 cujo eixo coinci-
de com o eixo de referência.
DESCRIÇÃO: O centro do furo deve estar contido numa zona de tolerância paralelepipédica de
dimensões 0,1 X 0,05 mm. As zonas de tolerância são definidas simetricamente em relação aos
planos médios de referência. INDICAÇÃO INTERPRETAÇÃO

BATIMENTO CIRCULAR

As tolerâncias de batimento são "medidas" dinamicamente, isto é, implicam rotações comple-


Apoios do equipamento
tas das peças em torno de eixos, o que limita a sua aplicação a peças de revolução. O batimen- de verificação Cilindro de medição {Posição variável)
to é um tipo especial de tolerância geométrica que controla simultaneamente a forma e a lo-
DESCRIÇÃO: Idêntica à indicada para o batimento radial, com a diferença que) neste caso, a
calização dos elementos em relação aos referenciais.
medi ão é axial.
DEFINIÇÃO A: Tolerância de batimento circular - Radial

DEFINIÇÃO C: Tolerância de batimento circular em qualquer direção

A zona de tolerância é limitada (em qualquer plano Cone de mediçã

de medição perpendicular ao eixo) por dois círculos A zona de tolerância é limitada (para
concêntricos a uma distância t entre si, e cujo centro qualquer cone de medição, cuj'o eixo
coincide com o eixo de referência. coincida com o eixo do referencial) por
dois círculos que distam t entre si de t.
Note-se que no batimento circular as medições são
efetuadas independentemente em cada um dos pla- A direção de medição é normal à super-
nos de medição. fície, exceto se algo em contrário for
especificado.
Plano de medição /
Superfície com tolerância
276 Capítulo Onze Tolerância Geométrica 277

DEFINIÇÃO B: Tolerância ele batimento total~ Axial

A zona de tolerância é limitada por dois planos paralelos a


uma distância t entre si, e perpendiculares ao eixo ele refe-
INDICAÇÃO DESCRJÇÃO
rência.
, . . . . . K!ZI§]AI
O batimento na direção perpendicular à tangente à Enquanto que no batimento circular axial o batimento é me-

r
superfície considerada, não pode exceder 0,1 mm dido autonomamente em cada círculo da superfície do cilin-
durante uma rotação completa da peça, e cm qual- dro, no caso do batimento total axial este é medido em toda
quer um dos cones de medição considerados. a superfície.
_,,_ .. V INDICAÇÃO DESCRJÇÃO INTERPRETAÇÃO
O batimento total radial não eleve
exceder 0,1 mm, para qualquer pon- Instrumento de medição
DEFINIÇÃO D: Tolerância de batimento circular numa direção específica to da superfície considerada, duran-
te várias voltas completas em torno

)e
A zona de tolerância é limitada por dois círculos que distam entre si ele t para qualquer cone de ·"'~'!/ 0,1 e
cio eixo ele referência e com movi-
medição que satisfaça o ângulo especificado e cujo eixo coincida com o eixo do referencial. mentos radiais do instrumento de
INDICAÇÃO DESCRJÇÃO medida. Tanto o movimento de ro-
tação da peça como o movimento
~o l/:o,1IA radial realizam-se ao longo ele linhas
IAI - A mesma ela definição anterior, tendo cm coo- fcl que correspondem à forma teorica-
ta agora que a direção não é a direção per- Zona de tolerância
mente perfeita da peça considerada.
pendicular à tangente à superfície, e sim a
1 direção especificada.
1~
a um dos símbolos, foram apresentadas em seguida e para 11.7.2 Interdependência entre Geometria
_á um deles as definições, modo de indicação nos desenhos
e Dimensão
BATIMENTO TOTAL Uma tolerância dimensional pennite apenas controlar a dimen-
são local ele um elemento (distância entre dois pontos), mas
A diferença entre batimento total e o batimento é que, enquanto o batimento é verificado para ,7 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA
não os desvios de fonna que podem oconer. Os desvios ele for-
cada uma elas superfícies independentemente, o batimento total é verificado simultaneamente TOLERÂNCIA ma são controlados por intennédio da tolerância geométrica.
para todas as superfícies. O batimento total continua a ser uma tolerância geométrica compos-
ta que afeta simultaneamente a forma e a posição. princípios fundamentais da tolerância estão relacionados A tolerância geométrica, por sua vez, apenas p~rmite contro-
a dependência ou independência entre tolerância dimen- lar os desvios de forma, orientação e localização ele um ele-
DEFINJÇÃO A: Tolerância de batimento total - Radial al (linear e angular) e geométrica. mento relativamente aos parâmetros teoricamente exatos, in-
dependentemente das dimensões. As tolerâncias geométricas,
A zona de tolerância é limitada por dois cilindros coaxiais que dis- e ele acordo com o princípio da independência, são verifica-
tam entre si de te cujos eixos coincidem com o eixo de referência.
,7.1 Princípio da independência das independentemente da dimensão atual dos elementos.

Note-se, neste caso, que a tolerância de batimento total permite incípio da independência estabelece que, quando requi-
controlar simultaneamente a circularidade e a cilindricidade (for- dimensionais e geométricos são especificados simultane- 11.7.3 Princípio do Máximo Material
ma) e a coaxialidade (posição). nte num desenho, estes elevem ser verificados indepen-
temente, exceto se alguma relação particular for definida, Quando aplicada a um elemento, a condição de máximo materi-
, o seja o caso dos modificadores de máximo material e da al significa que o elemento ou o produto acabado, contém o má-
INDICAÇÃO DESCRJÇÃO INTERPRETAÇÃO olvente, que serão discutidos mais adiante. Ou seja, se a ximo possível de material permitido pela tolerância dimensio-
nal. De acordo com esta condição, a dimensão ele elementos ex-
O batimento total não deve ex-
ceder 0,1 mm para qualquer
-
--cp ---
Rotação de 360º

Medidor
+ Translação rância geométrica não contiver os referidos modificadores,
olerâncias geométricas são verificadas independentemen-
as dimensões dos elementos.
ternos, tais como eixos ou chavetas, está na cota máxima, e ele-
mentos internos, tais como furos ou rasgos, estão na cota mínima.
ponto ela superfície especifica- No caso da montagem de um eixo num furo, quando ambos
da durante várias rotações em [2;c: esenta-se em seguida um exemplo onde o princípio da
estão na condição de máximo material, significa que ocorre a
torno do eixo A-B e com movi- \ enclência é aplicado. Independentemente das dimensões
folga mínima. Isto é válido quando os enos geométricos são
A [[] mento axial do instrumento de l~-2'.J is do eixo, os desvios geométricos devem ser verificados,
máximos. A montagem de peças, notadamente no que diz res-
medida. A linha ao longo da , é, devem estar contidos nas zonas de tolerância definidas
peito a folga ou aperto, depende das relações entre as cotas e
qual o instrumento de medida é svio máximo de circularidade de 0,02 mm e desvio máxi-
os erros geométricos. Do exposto, pode-se concluir que, se as
deslocado e o eixo do cilindro em torno do qual se faz o movimento de rotação correspon- de linearidade de 0,06 nun).
cotas da peça a ser montada não estão na condição de máxi-
dem às posições e formas teoricamente exatas, isto é, a um cilindro geometricamente perféffÕ. ando o princípio ela independência é aplicado, os desenhos mo material, os enos geométricos podem ser aumentados sem
Vem conter junto à legenda ou dentro dela a seguinte ins- prejudicar a funcionalidade da peça.
'.5ão:
O princípio do máximo material é indicado nos desenhos com
o modificador @. A sua aplicação facilita a fabricação sem
278 Capítulo Onze Tolerância Geoméflica 279

__1s~o~h~7~(º=º="~1-~+----,JJ0 o,os@I AI
INDICAÇÃO NO DESENHO DESCRIÇÃO 11
1 1 Cota virtual 0 ·150,05

r
Como nenhum modificador é indicado,
- 0,06
aplica-se o princípio da independência. As
1
~ Condiçâo virtual

dimensões locais do eixo devem estar com- .

Ü 0,02 preendidas entre ~


1
1] Cotas Locais

ªó
º'
,::
~ - - - - - - - ----·- - - - - - - - - -
29,96 mm ,s 0 ,s 30 mm
Independentemente da dimensão local cio
1
~
1
Cota máxima 0150
(Cond. máximo materi ai)

g eixo, este deve ter uma seção circular tal ..


Condição de máxim o material
0 que satisfaça a tolerfmcia de circularidade Cota mínima 0149,96
~
1 1 _(C?_n,d.'._ mínimo material)
de 0,02 mm, e a sua deformação longitu-
1 V
dinal não pode exceder a tolerância de 1

linearidade de 0,06 mm. 1 1


J
~

Zona de tolerância de perpendicularidade 0 0,05


INTERPRETAÇÃO - Na situação de máximo material
FIGURA 11.18 Aplicação do princípio de máximo material aos elementos.
Dimensão máxima = 30 mm

... , A4, na Figura 11.206) devem estar compreendidas entre a


cota mínima 09,9 mm) e a cota máxima (20 mm).
O elemento com tolerância não pode violar a condição virtual
(Figura 11.20c), isto é, não pode exceder a cota virtual (<p =
20,2 mm), a qual é obtida do somatório da dimensão do ele-
mento na situação de máximo material (20 mm) e da tolerân-
cia geométrica de perpendicularidade (0,2 mm).
Máximo desvio da circularidade"' 0,02 mm Máximo desvio da linearidade= 0,06 mm Face de encosto
Quando o elemento com tolerância está na situação de míni-
A 11.19 Calibre para verificação geométrica da peça da Figura 11.18. mo material (Figura 11.20d), isto é, sua dimensão é igual à
INTERPRETAÇÃO - Na situação de mínimo material
cota mínima, e devido à existência do modificador de máxi-
Dimensão mínima= 29,96 mm .--- Dimensão mínima = 29,96 mm mo material, o erro geométrico de perpendicularidade pode
ilustrar a importância da aplicação do princípio do máxi- aumentar sem prejudicar os requisitos funcionais.
aterial, apresenta-se na Figura 11.20 um exemplo en- Outra das aplicações importantes do princípio do máximo
endo a tolerância geométrica de perpendicularidade. A material ocorre na tolerância de posição de furos. Considerem-
rância dimensional especificada (Figura 11.20a) conduz se as duas peças indicadas na Figura 11.21, as quais são
e todas as cotas locais cio elemento com tolerância (.Al, montadas uma na outra, assim como a tolerân~ia de posição

1
Máximo desvio da linearidade= 0,06 mm __J Condição virtual
Máximo desvio da circularidade= 0,02 mm
perpendicular ao referencial A
J__ 0 0,2 (Ü) A

ó
º'g
perturbar a montagem dos elementos, para os quais existe uma tação de acordo com o princípio da independência. Na F 0
dependência entre geometria e dimensão. ra 11.19 é indicado o respectivo calibre. Quando o print
O princípio do máximo material é um princípio da tolerância, do máximo material é aplicado aos elementos, a condiçã
o qual requer que a condição virtual (ver definição em 11.3) máximo material permite incrementar a tolerância geomé a) Indicação no desenho b) Dimensões locais
aplicada aos elementos e, se indicada, a condição de máximo especificada, desde que o elemento com tolerância não
Cotas locais = cota mínima
material não devem ser violadas. Este princípio pode ser apli- a condição virtual. Isto será demonstrado nos exemplos a'' Cotas locais = cota máxima
cado aos elementos com tolerância, aos referenciais ou a sentados ao longo elas próximas seções.
ambos. O princípio do máximo material encontra-se definido A cota virtual é obtida a partir da soma da cota máxima Ci_
na norma ISO 2692: 1988. com o valor da tolerância geométrica ele perpendiculari ,,
N
(0,05). Este conceito pode ser interpretado como a cota ó
11.7.4 Principio do Máximo Matet·ial um calibre de verificação geométrica deve ter. Todas as 8
Aplicado aos Elementos com tras definições foram apresentadas na Seção 11.3. Note-se
na Figut·a 11.18, apesar da existência do modificador de·
Tolerância ximo material, o princípio da independência para a cotà Referencial A Referencial A

e) Condição virtual d) Cota mínima


Na Figura 11.18 é apresentado um exemplo de aplicação do máximo material não requer que a peça seja geometrica
princípio de máximo material aos elementos e a sua interpre- te perfeita. FIGURA 11.20 Exemplo de tolerância geométrica de perpendicularidade com aplicação do princípio do máximo material.
7'olerância Geométrica 281
280 Capítulo Onze

Condição de máximo material


para um furo geometricamente perfeito

Cola na situação de max1mo material


para o furo geomefncamente perte1fol

0•"
4X 08+ü, 2
+0,1
~

{t~i FIGURA 11.23 Condição virtual: furos.

--~cr FURO

FIGURA 11.21 Exemplo de tolerância de posição de elementos com aplicação do princípio do máximo material.

dos furos e dos pinos. O objetivo é minimizar os custos de pinos é ele 7,9 mm que correspondem à condição de
1

fabricação sem prejudicar a montagem das peças. material. Nestas circunstâncias existirá sempre folga 00,2
pinos e os furos se a localização de ambos for exata, Zona de tolerância
Note-se que, neste caso, a tolerância geométrica de posição
não inclui referenciais 1 pois a posição do furo/pino com tole- cação da peça ocorreram erros na localização de pin FIGURA 11.24 Furos e pinos.
rância é definida a partir das cotas de localização teoricamen- ros, erros esses que terão de ser limitados de modo a-.
te exatas dos mesmos. No caso geral, a tolerância geométrica a referida folga.
de posição pode incluir referenciais. O valor máximo da tolerância geométrica de localiza
Descreve-se, em seguida, a interpretação da tolerância indica- furos e cios pinos é igual ao valor da folga mínima, i~-
da. Convém citar que existe uma norma específica para a to- - 7,9 = 0,2 mm. O valor desta tolerância deve ser dividf
lerância geométrica de posição, que é a norma ISO 5458: 1987. dois elementos, por exemplo, uniformemente como n1

0,1 mm para os furos e 0,1 mm para os pinos.


A zona da tolerância de localização do centro de cada furo e
pino é 1 neste caso, uma área circular de 0,1 mm de diâmetro, As tolerâncias geométricas de localização só fazem
tal como indicado na Figura 11.22. Para garantir folga as cotas forem estabelecidas relativamente às cotas teoricame
1

virtuais dos furos e pinos são ambas de 8 mm obtidas do se- tas (Seção 11. 5. 6).
1

guinte modo: Para pennitir maiores erros de fabricação sem prejudicar~-


Furos: tagem (neste caso garantindo folga) o modificador d ,
FIGURA 11.25 Zona de tolerância geométrica nula.
mo material é aplicado aos elementos dimensionais co
CV = <f>rm/CMM) - To!. L. = 8,1 - 0,1 = 8 mm râncias.
Pinos: Para se obter a cota virtual, os eixos dos círculos co
CV = <f>,.,JCMM) + To!. L. = 7,9 + 0,1 = 8 mm dentes à situação de máximo material localizam-se noS'
da zona de tolerância tal como na Figura 11.23 para:
1 ' ota virtual, isto corresponde a folga nula, o que só ocor- 11.7.6 Zona de Tolerância Geométrica
De acordo com as tolerâncias dimensionais acima indicadas
dos furos. Nos pinos, o raciocínio é idêntico. como foi discutido, para ambos os elementos na situa-
a cota mínima elos furos é de 8, 1 mm e a cota máxima do; Nula
Quando os furos e os pinos têm uma dimensão difer máximo material e máximos erros geométricos. Em
dimensão definida pela condição de máximo materfrd as outras situações, a cota virtual nunca é violada. De Em geral 1 a tolerância total de um elemento é distribuída pe-
ra 11.24), isto é, o furo tem uma dimensão superior- à com a interpretação acima, verifica-se que a monta- las tolerâncias dimensional e geométrica inscritas no desenho.
mínima e o pino tem uma dimensão inferior à cota 9as duas peças --com folga é possível mesmo nas condi- Em casos extremos, todavia, o valor da tolerância pode ser
então o diâmetro da zona de tolerância de localização a ,'çle fabricação mais desfavoráveis. apenas distribuído pela tolerância dimensional. No entanto,
para permitir erros geométricos, a tolerância geométrica é ins-
As tolerâncias de localização são máximas quando furos crita no desenho 1 mas com um valor da tolerância nulo, como
estão na situação de mínimo material, isto é, quando a Princípio do Máximo Material no exemplo da Figura 11.25.
são do furo é igual à cota máxima e a dimensão dq_
Aplicado aos Referendais Note-se que este tipo particular ele tolerância geométrica só
igual à cota mínima. Registre-se que o incremento da 'tQ
faz sentido se existir interdependência entre dimensão e geo- t
32 eia geométrica de localização facilita a fabricação sertl '.bdificador de máximo material pode também ser aplica-
metria, isto é se for aplicável o princípio do máximo ma!eri~l
bar a montagem. A cota virtual é igual para furos e pin s referenciais Apresenta-se no quadro da página seguin- 1

ou da envolvente., Para o exemplo apresentado, a toleranc1a


FIGURA 11.22 Zona de tolerância. caso de os limites dos elementos tocarem o círculo d exemplo desta situação.
282 Capítulo Onze

Tolerância Geométrica 283

INDICAÇÃO NO DESENHO
DESCRIÇÃO
+0,2 INDICAÇÃO NO DESENHO REQUISITOS FUNCIONAIS
4><08 +0,1
e, A superfície exterior do eixo, não
Cada um dos furos de cf:>8 deve ter pode ultrapassar o cilin~ro envo/l-
1
as dimensões locais compreendi- ~- vente perfeito na sitl1:çao de ~na-
-- -- - - - -
das entre 8,1 e 8,2 mm. e'- -~ - - - -
ximo material, cujo diametro e ele
lll , , c--
~
o
M
30 mm.
Uma vez que existe uma tolerân- 0
- 10<1º2 E Os diâmetros mínimos locais não
cia geométrica de posição, as co-
0 ---- tas de posição dos furos são teo-
podem ser inferiores a 29,96 mm.
- - ---i-----i---u - - - - ' -
ricamente exatas. INTERPRETAÇÃO FORMA IMPERFEITA

l-----'.=======--~'.:"._____ ------1_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _,
Envolvente para uma forma perfeita
1
. e s1tuaçao
• - de máximo material
Nesta situação, todos os diâme-
INTERPRETAÇÃO - SEM MODIFICADOR APLICADO AO REFERENCIAL tros locais têm de estar compre-
o
M endidos entre as cotas máximas

- ·1
<D
t:ii:32 m 0
o m ~- - - - -- e mínimas e as fronteiras do ci-
M N
0 0 lindro não podem ultrapassar os
Considerando que não existe modifi-
limites da envolvente (diâmetro
cador aplicado ao referencial, então to-
30 mm).
dos os furos com tolerância devem " ' - Diâmetros Locais ___J,
satisfazer a condição virtual
INTERPRETAÇÃO FORMA PERFEITA
(<j,8 = 8,1 - 0,1)
_C_ Envolvente para uma forma perfeita e situação de máximo material
No caso extremo, quando os furos es-
"' tão na situação de mínimo material, isto Se todos os diâmetros locais es-
o tão na situação de máximo mate-
é, quando o seu diâmetro é de 8,2 mm,
então a tolerância de localização au- o
8 ria! ( cp = 3a mm) 1 então o eixo tem
menta para 0,2 mm.
8 - ~- - - - -
de ser rigorosamente cilíndrico.

INTERPRETAÇÃO - COM MODIFICADOR APLICADO AO REFERENCIAL


~ 32
_-1§_ __
7 Como o elemento do referencial A, isto
'\_________ Diâmetros locais ____}

é, o furo central de 10 mm, pode não

~~ @; estar na situação definida pela envolven- . / • do máximo


ão 11. 7 .3, a aplicação cio pr1nc1p10 / . material

~1
1 te, ou seja, quando o seu diâmetro é
~e aumentar o valor das tolerâncias geom<etnca~ue/
1 g N maior que 10 mm (no caso extremo 10,2
o d eve ve1-if•icar. No entanto , é importante nao co / nc• ir
mm, que corresponde à situação de
íl valor da tolerância com o valor da tolerância geometnc~
mínimo material), então sua posição - no desenho. Embora nao . no1ma 1·iza• d o, m·0-oduz-se,., aqm
rlta . 0,2 para
-IBL "' pode variar, o que se traduz num au- máximo material
onceito de tolerância de bônus como sc~d~ a tol~ran.~1~
mento da tolerância de localização dos
outros furos. ; ional que se obtém da condição de max1m~ matena .
nsidere-se o exemplo indicado na Figura 11.2 .

8,2 00,2- Z. foi.


O exemplo apresentado ilu~tra a impor-
tância da aplicação do modificador de
máximo material aos referenciais.
- o,2(íi) FIGURA 11.27 Interpretação do conceito de tolerância de bônus.

de posição varia entre O (na situação de máximo material) e A interpretaçao


- d o conce1·to de tolerância d e b onus
, e- 11l
· clicada
0,2 mm (na situação ele núnimo material). A aplicação deste princípio é indicada nos desenhos por iff na Figura 11.27, sendo exemplificado na Tabela 11.3.
tennéclio do modificador @ colocado após a tolerância di~; Apesar d e a coa
t ma -=·
a ser de 15 ' 2 mm, verifica~se
,., . dºque,
· na1
11. 7. 7 Principio da Envolvente mensional, ou por referência a uma norma onde o princípio,, FIGURA 11.26 Tolerância de bônus. condição de máximo material, existe uma toleranna a 1c1ona
da envolvente seja definido ou requerido, tal como a norma---\
O princípio da envolvente aplica-se a elementos individuais, ISO 8015. Apresenta-se, em seguida, um exemplo ele aplica-
tais como uma superfície cilíndrica ou um elemento definido ção do princípio ela envolvente.
por duas superfícies planas paralelas (elemento dimensional).
A partir da aplicação deste princípio, a envolvente do elemento 11.7.8 Tolerância de Bônus 15,2 (máximo material)
que corresponde à forma geometricamente petfeita ou exata
na situação de máximo material não deve ser violada. Valores de tolerâncias mais elevados correspondem a maior 15, 1 0,2 O, 1 0,3
facilidade de fabricação e menores custos. Tal como referido 15,0 (mínimo material) 0,2 0,2 0,4
Tolerância Geométrica 285
284 Capítulo Onze

de 0,2 mm. Ou seja, como a tolerância ele retilineidacle é de- .tipos de equipamentos são usados para a verifica~ão de uma forma bastante rápida e eficiente, os erros de fabri-
acabamento a serem utilizados, em função da precisão fí
finida para a situação de máximo material, então, se a dimen- rância geométrica. Estes equipamentos possuem difc- cação. Na Figura 11.29 apresenta-se um equipamento deste
rida.
são da peça for inferior à dimensão definida na situação de '.sensores, (mecânicos, acústicos e ópticos). tipo, sendo ainda apresentado, ele forma esquemática, o prin-
Contt·ole de qualidade e .inspeção: A utilização dos cípio de funcionamento para verificar, por exemplo, a
máximo material, surge uma tolerância adicional ele bônus, a l!'3. 11.28, apresenta-se um equipamento relativamente
pios da tolerância geométrica, além ele permitirem a fa circularidade.
qual é máxima na situação de mínimo material. Note-se que o usado para medição dos erros geométricos de circula-
ção de peças ele uma forma mais rigorosa e econômica:
modificador de máximo material só pode ser usado na tole-
rância geométrica de retilineicladc quando, tal como neste caso,
bém facilitam a inspeção ou o controle de qualidade da; .~ coaxialiclade de peças. Este tipo de equipamento usa
mecânicos para detectar os erros geométricos das peças.
Na Figura 11.30 apresentam-se exemplos da utilização elo
software para a análise e verificação dos erros geométricos.
mas.
é aplicado a um elemento dimensional (cota), não podendo
um conjunto de equipamentos mais sofisticados que Existe ainda um conjunto de equipamentos para peças de maior
ser aplicado no caso ele um elemento (por exemplo uma ares- dimensão e com funcionalidades tridimensionais (Figura
ta). Numa situação em que não existisse modificador de má- 11.8.1 Passos Fum:llamen.talis -'tem verificar uma gama maior de tipos de erros geo-
os. Estes equipamentos permitem, quando ligados a 11.31). Em muitos dos casos, estes equipamentos usam
ximo material, a tolerância total seria sempre de 0,2 mm, ele
Existe um conjunto de 5 passos fundamentais para a e mputador e com o sqftware apropriado, determinar, sensores ópticos e laser (Figura 11.32).
acordo com o princípio da independência.
especificação das tolerâncias geométricas no projeto:
1) Isolar cada um cios elementos/peças e definir a funç
11.8 REGRAS E PASSOS PARA A
funções na peça/conjunto. As funções definidas dev
APLICAÇÃO DA TOLERÂNCIA funções específicas e simples e n::w funções gerai
GEOMÉTRICA exemplo, a válvula de um motor tem como funções f
vedação do cilindro, não permitindo a passagem dos
A seguir são indicados alguns conceitos e princípios para a quando fechada, e executar o movimento imposto
aplicação da tolerância geométrica: vore de camos.
Precisão: Tal como descrito ao longo das seções anteriores, a 2) Listar as funções por ordem de prioridade.
tolerância geométrica é uma filosofia de projeto que permite 3) Identificar os referenciais. Estes devem ser baseados
especificar peças e elementos de uma forma mais precisa e ta de prioridades das funções da peça, podendo un'F
rencial ser usado na especificação da tolerância relaC:
0 FIGURA 11.29 Equipamento
rigorosa. para verificação de erros geo-

Montagem de peças em conjuntos: A aplicação da tolerân-


cia geométrica é fundamental para a montagem de conjuntos
cio com várias funções da peça.
4) Especificar os controles geométricos a usar. Na maiorí
'Z/
'\,J)\
métricos bidimensionais e prin-
cípio de funcionamento na veri-
ficação da circularidade. (Corte-
casos, são necessários vários tipos ele tolerâncias geo ( / Rolamento de prec'lsão
de peças em que, sem prejudicar a montagem e requisitos Erro de circularldade (Erro de circularidade <0,07 ,~m) sia da Mahr GmBh.)
cas. Deve-se começar da tolerância geométrica men
(Exagerado)
funcionais, se pretendem tolerâncias mais elevadas ele modo tritiva para a mais restritiva (por exemplo, a circulari
a reduzir os custos de fabricação das peças. menos restritiva do que a cilindricidade). Nesta fase,
Peças ou elementos a serem aplicados: A tolerância geo- mas das tolerâncias geométricas que o projetista a p
métrica não deve ser aplicada indiscriminadamente, sendo pio tinha em mente podem ser eliminadas pela utili
requerida apenas para peças e elementos que satisfaçam os de outros tipos de ·tolerâncias mais restritivas.
critérios anteriormente definidos. Como exemplos p~áticos, 5) Especificação dos valores das tolerâncias. Aplicar
veja-se que, para o chassi de um trem de ferro, é necessário cadores onde for necessário.
indicar nos desenhos muito poucas tolerâncias geométricas
(podem ser remetidas para tolerâncias gerais inscritas na le- 11.9 PRINCÍPIOS, MÉTODOS E TÉCNI
genda), enquanto que, por exemplo, no caso do motor de um
automóvel, é necessário especificar, com grande rigor, as to-
DE VERIFICAÇÃO
lerâncias geométricas para as peças ou elementos móveis, como Nesta seção são abordados, de uma forma geral, os princt
FIGURA 11.30 Software de aná-
cilindros, pistons, válvulas, átvores de camos, etc. e métodos de verificação da tolerância geométrica, assim·
lise e verificação de erros geo-
Processo de fabricação: As tolerâncias especificadas não alguns cios equipamentos típicos. métricos. (Cortesia da Mahr
obrigam, em princípio, à utilização de um processo específico Um guia muito importante para os princípios 1 métodos e GmBh,)
de fabricação; no entanto, os valores especificados para a to- nicas usados para a verificação da tolerância geométrica
lerância podem condicionar os métodos de fabricação ou de relatório técnico ISO/TR 5460.

11
111111
!I
I'
1
~
{'

r- \.,

a) Circularidade b) Coaxialídade
FIGURA 11.31 Equipamento para veri-.
ficação tridimensional de erros geo-
métricos. (Cortesia da Mahr GmBh.)
FIGURA 11.28 Equipamento para verificação de erros geométricos de circularidade e coaxialidade. (Cortesia da Mahr GmBh.)
286 Capítulo Onze
Tolerância Geométrica 287

Clllaridade Batimento total


das gerais para a perpendicularidade são ~ndicadas Não se especificam tolerâncias gerais para o batimento total.
11.5. o mais longo dos dois lados é cons1clerado o
.ta l r sendo o valor da tolerância determinado para o
. 11.10.2 Indicação nos desenhos
ento nominal do lado mais curto.
Quando são aplicadas tolerâncias gerais, deve obrig,:toriamet:te
ser indicada no campo apropriado da legenda (ou Jlmto) a tn-
dicação:
ncias gerais para a simetria são indicadas na Tabela
emento mais longo é o referencial, sendo os valores a) ISO 2768.
eia obtidos para o comprimento mais curto. As tolc- b) A classe de tolerâncias dimensionais de acordo com a
>-'
gera,1·5 ele simetria são aplicáveis quando pelo menos
d · norma ISO 2768-1.
,-:elementos tem um plano médio ou os eixos dos ois e) A classe de tolerâncias geométricas de acordo com a
·· s são perpendiculares entre si. norma ISO 2768-2.
Por exemplo, para classes de tolerâncias média:
FIGURA 11.32 Equipamento com sensores ópticos para verificação geométrica tridimensional. (Cortesia da Mahr GmBh.)
ISO 2768-mK
s ecificam tolerâncias gerais para a coaxialidade. Note- Note-se que a classe de tolerância dimensional é sempre de-
11.10 TOLERÂNCIA GEOMÉTRICA GERAL . 5perros ele coaxialidadc po d em, cm cond'1çocs
• ext re-
exceção da cilindricidade, do contorno de linhas e de signada por uma letra minúscula e a classe de tolerância geo-
superíores às tolerâncias de batimento ~ircula1_', pois métrica por uma letra maiúscula.
Tal como para a tolerância dimensional, a indicação da tole- fícies, da inclinação, da coaxialidade, ela tolerância de'
ção e do batimento total. corporam desvios de coaxialidade e de circulandade.
rância geométrica nos desenhos pode, por vezes, ser simplifi- Se a classe de tolerância dimensional não é aplicável, a letra
cada quando a classe de tolerância é a mesma para todas as respectiva pode ser onlitida no desenho:
características geométricas com tolerâncias. De acordo com a Retillneidade e plane.za
ISO 2768-K
norma ISO 2768-2:1989, existem 3 classes gerais de tolerância râncias gerais de batimento são indicadas na Ta~ela
Na Tabela 11.4 apresentam-se as tolerâncias gerais p Em situações cm que se aplique de forma geral o princípio da
geométrica (designadas pelas letras maiúsculas H, K, L) Esta tolerância geométrica ele retilineidade e planeza. A tolei
~As superfícies de apoio da peça devem ser es~olhtdas
,-referenciais se for indicado ou se for claro quais as su- envolvente @ para todos os elementos dimensionais, a letra
norma se aplica apenas a elementos ou peças que são fabrica- deve ser selecionada com base no comprimento do elem
les. Em caso contrário, o mais longo dos dois elementos maiúscula "E'' deve ser adicionada à inscrição geral;
dos com remoção de material. Estas classes correspondem a No caso da planeza, quando esta diz respeito a uma su
diferentes graus de precisão na fabricação. er considerado o referencial. ISO 2768-mK-E
cie retangular, por exemplo, o comprimento é o do ladó
A classe de tolerâncias geral a ser selecionada depende dos or do retângulo.
requisitos exigidos à peça ou aos elementos. Os princípios
gerais para a sua seleção são os mesmos que se aplicam à Ch-cularidade
TABELA 11.5 Tolerâncias gerais de perpendicularidade.
escolha de uma tolerância particular para uma dada cota. Ou
Os valores da tolerância geral de circularidade são iguaif
seja, os valores das tolerâncias devem ser os maiores possí-
valores da tolerância dimensional geral para o diâmetro __·;
veis, mas sem prejudicar a função e requisitos das peças.
caclos no capítulo anterior. Todavia, o valor da tolerânci-,
Se, para algumas características geométricas, for necessário deve ser superior ao valor da tolerância ele batimento dr
indicar tolerâncias menores, ou se, por razões econômicas ou indicada na Tabela 11.7.
funcionais, são permitidas tolerâncias maiores, estas devem ser
K 0,4 0,6 0,8
indicadas diretamente nos desenhos, de acordo com o anteri- Cilindricidade
ormente exposto. L 0,6 1,5 2
Não se especificam tolerâncias gerais para a cilindricidade;
A indicação de classes de tolerância geométrica gerais nos entanto, existem tolerâncias gerais para o batimento (Ta
desenhos apresenta as mesmas vantagens referidas para a to- 11.7).
lerância dimensional geral. ~ABELA 11.6 Tolerâncias gerais de simetria.

Paralelismo
11.10.1 Tolerâncias geométricas gerais A tolerância geral para o paralelismo é igual ao maior dos
lares: ela tolerância dimensional ou da tolerância de retili ·
As tolerâncias geométricas gerais são aplicáveis a todas as
características geométricas dos elementos ou das peças, com dacle/planeza. O maior dos dois elementos deve ser cons_
rado o referencial.
K 0,6 0,8
L 0,6 1,5 2
TABELA 11.4 Tolerâncias gerais de retilíneidade e planeza.

TABELA 11.7 Tolerâncias gerais de batimento.

0,02 0,05 0,1 0,2 0,3 0,4 H


K 0,05 0,1 0,2 0,4 0,6 0,8 K
L 0,1 0,2 0,4 0,8 1,2 1,6 L 2
288 Capítulo Onze Tolerância Geométrica 289

Referencial A - Eixo
11.10.3 Controle de Qualidade das Peças erância geométrica geométrico. Na Figura 11.40, é apresentada a intctprctação da
Cota virtual
· d1 : Cota de ajustamento do elemento referenciado) tolerância indicada. Note-se que algumas tolerâncias geométricas
A menos que explicitamente especificado no projeto, cotas que
gerais possíveis estão inter-relacionadas com outras das indicadas.
excedem a tolerância geral não devem ser automaticamente
rejeitadas, exceto se essa cota for uma cota funcional, cuja
, _ (d
2
: Cota de ajustamento cio elemento referenciado) As tolerâncias dimensionais gerais foram obtidas a partir das Tabe-
· io coaxial máximo, é dado por: las 10.9-10.12 e as geométricas a partir das Tabelas 11.4-11.7.
tolerância a ser excedida implica a inadequação da peça para
o fim a que se destina.
11.12 APLICAÇÕES EM CAD
_4_+o,os 0,025 +o os...1-2...) ~ 0 ,.19 mm
11.11 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO E FIGURA 11.35 Exemplo 1: Cota de mínimo material. 2 + 2 ' .30 Ao conceber uma determinada peça, o projetista tem em mente
DISCUSSÃO .ão de envolvente e a condição virtual representam o
uma série ele relações geométricas a aplicar aos diferentes ele-
A cota virtual (0 12,04) é definida pela soma do diâ mentos. Os modernos programas de CAD paramétricos, tais
Para ilustrar a aplicação e interpretação da tolerância geomé- ara verificação geométrica, indicado na Figura 11.38.
elemento na situação de máximo material (0 12) + como Autodesk Inventor, Mechanical Desktop, Solicl Edge,
trica, são apresentados dois exemplos. tolerância de concentricidade (0 0,04). Note-se quej Solid Works, ou ProEngineer, permitem, durante a realização
o referencial na situação de máximo material, a zona 2 Exemplo 2 dos desenhos, definir as relações geométricas entre elemen-
11.11.1 Exemplo 1 rância para o eixo do elemento da esquerda (referenci tos, muitos deles sugerem mesmo relações geométricas que
A máxima inclinação cio eixo do elemento ela direita oco
11.39 é indicada a tolerância geral de uma peça. As podem ser aplicadas, bastando ao projetista aceitar ou recusar
Na Figura 11.33 indica-se um exemplo de um eixo com tole- de tolerância geral são: m para o dimensional e H para o a relação geométrica proposta pelo programa. As relações
do este se encontra na situação de mínimo material
râncias dimensionais e geométricas e que envolve o princípio geométricas são fundamentais para a definição rigorosa da
Figura 11.35). Neste caso, a zona de tolerância do effi
de máximo material aplicado aos elementos com tolerâncias e dimensão (0 0,09\ pennitindo, pottanto, maiores erros geometria das peças, tendo uma importância acrescida, no caso
aos referenciais e o princípio da envolvente. cação sem prejudicar a montagem. Quando o diâmetr de as peças serem fabricadas por equipamentos automáticos,
Os requisitos funcionais, estabelecidos pelas tolerâncias ins- mento ela esquerda tiver uma dimensão inte1média (11,95 os quais, com as interfaces adequadas, permitem importar
critas no desenho são, neste caso: então o diâmetro da zona de tolerância do eixo será ' diretamente a informação relativa à geometria das peças.
1) Todas as cotas locais do elemento com tolerância, devem A zona de tolerância para o elemento do lado esq A tolerância geométrica pode ser inscrita diretamente nos de-
estar contidas na zona definida pela tolerância dimensio- máxima para a situação de mínimo material (0 24.95_~ senhos (Figura 11.41) ou indiretamente nos sólidos tridimen-
nal (0,05 mm), isto é 11,95,a;0,a;J2. 11.36). Note-se, neste caso, que os erros de fabricaçã sionais (Figura 11.42). Atualmente, a maioria dos programas
2) O elemento cujo eixo é o referencial do elemento com to- tidos são máximos quando ambos os elementos "rod FIGURA 11.38 Exemplo 1: Calibre geométrico. paramétricos tridimensionais permitem a inscrição da tolerân-
lerância deve ter um diâmetro entre 24,95~0~25. sentidos opostos. O eixo do elemento do lado esquetd
3) O princípio de máximo material é aplicado ao elemento com estar contido na zona de tolerância (0 0,05). ·
tolerância e ao referencial. O desvio coaxial (Figura 11.37) é dado por: f------~72~5~----------~~
50
Para a interpretação da tolerância inscrita considere-se, em pri-
t+l1d 2 + -
Desvio coaxial ~ 2 - - -
M- 1 )
1 +11di-.!_
meiro lugar, o elemento (eixo) da direita deformado geome-
tricamente de acordo com a Figura 11.34.
com:
l 2 2 lz 8

d1 Cota de máximo material para o elemento de ref


A
l©I 0 0,04 (ti) 1A (ti) f -

d2 - Cota virtual do elemento com tolerância

2X45º
~
o - - - - ,- º'
"
d Referencial A - Eixo
~
~ -r,,;J-r---f-----, Cota virtual
o & :g FIGURA 11.39 Exemplo sobre
lO
m
~ Com tolerância ISO 8015
Tolerâncias gerais ISO 2768-mH
tolerância geral: Indicação no
desenho.

30 15
l
72,5 ± 0,3
1 o·o,os
FIGURA 11.33 Eixo com tolerâncias dimensional e geométrica.
50 + 0,3 -1 ;' 0,18 li 0,2D
FIGURA 11.36 Exemplo 1: Erros de fabricação máximo~{ ~j ... ~ o
24~0.2
:= 0,5B
- RI
e erencia IA E"IXO fi--,-1a1,._"_-·_1N--- l 1;a.~~'1s1

m
N
o
o .
Cota virtual -

,._
.,o
oi
Desvio coaxial máximo

I'---~ t____
,r
_.f._j)(';----.-.Ji:.t)_22,±_(),.:?_X4!5º± 1°
& Q
.,o- ~
@!
~!
\~º ~?o '-0,02
D

J_'o,z'c
'-012 ó L1 L2
-0,1 gil '/ 0,1B 00,05
o [El->00, 1®-I AI s (ti)
L/'0,os , ~0:05 .. ---·: w---- --
~
FIGURA 11 .40 Exemplo sobre to-
FIGURA 11.34 Exemplo 1: Cota virtual. FIGURA 11.37 Exemplo 1: Desvio coaxial. - / 0,1:B! O :à, 1 ;e
! lerância geral: Interpretação.
Tolerância Geométrica 291
290 Capítulo Onze

Endereços eletrônicos ele interesse sobre tolerância, metrologia


0578:1992 Tcchnical drawings - Tolerancing of ori-
e controle ele qualidade;
, and loc:1tion - Projected tolerance zone.
0~79:1993 Technical clrawings - Dimensioning anel ., Metalworking Digest -
ncing _ Non-rigid parts. www.metalwcligest.com
ª6409 Tolerâncias geométricas - Tolerâ~das de f?rnia, "' Metrology \X/orlei ~'Wv\rw.metrologyworld.com
Modern Machinc Shop -v.rv,rv,;.mmsonline.com
~
l,osir'ãO e batimento - Gcnerahclades, sunbo- @
taçao, ~ '5'
definiçües e indicações cm desenho "' Quality On-Line - vvvvw.qualitymag.com
"' Quality Progress On-Line -www.qualitycligest.com
eletrônico de Institutos de normalização, controle "' Quality Today - www.quaiitytoday.com
o 1 ~ .
·dadc e outros relacionados com to erancia;
Endereço eletrônico de empresas/instituições ligadas à forma-
national Organiiation for Stanclarclization (ISO) ção e/ou comercialização de produtos relacionados com tole-
,iso.ch rância geométrica:
·(uto Português da Qualidade (IPQ) - www.ipq.pt
til Empresa de Alex Krulikowsky- www.etinews.com
rican National Standards Institute
® Tec-Ease Inc. - www.tec-ease.com ~
I) - v.,rvvw.ansi.org til Endereço eletrônico com fórum de discussão sobre toleran-
lcan Society of Mechanical Engine-
FIGURA 11.42 Inscrição da tolerância geométrica nos sólidos tri da geométrica . - www.mimetek.com
onais em Solid Worl<s. SME) - www.asme.org
FIGURA 11.41 Inscrição da tolerância geométrica nos desenhos em Solid rican Procluct.ivity and Quality Center Sites de fabricantes de equipamento para verificação das tole-
Edge.
.apqc.org râncias geométricas:
mente equipamentos automáticos, e para o controle e
rican Society for Quality
eia geométrica diretamente nos sólidos, o que apresenta gran- cação, quando são usados equipamentos mais sofístic ., Fred V. Fowler Company - -www.fvfowler.com
.asq.org
des vantagens para a fabricação, quando são usados direta- corno os anteriormente apresentados. rican Society for Testing and Materiais ·wvvw.astm.org a Mahr GmBh- www.mahr.com (Representante para Portu-
ciation for Manufacturing Technology vvww.mfgtech.org gal - www.izasa.com)
rnational Society for Measurement anel Control - ® Mitutoyo - www .mitutoyo.com
REVISÃO DE CONHECIMENTOS
1. É possível indicar referencial na tolerância ele forma? 7. Quais os principais passos para a especificação da
2. Enumere as vantagens da utilização da tolerância geomé- rância geométrica?
trica em relação à dimensional. 8. Descreva o que entende por batimento.
3. O que você entende por tolerância de bônus? 9. É possível colocar as tolerâncias geométricas em máximo material
4. Em que circunstâncias o valor da tolerância geométrica diretamente no modelo de sólidos? mínimo material
pode ser nulo? Qual o significado disso? 10. Quais as vantagens ela definição dos referenciais p modificadores
5. O que define a cota virtual? controle de qualidade e inspeção das peças? paralelismo
6. O que é a envolvente? planeza
posição
CONSULTAS RECOMENDADAS princípio ela independência

• Giesecke, F.R., Mitchell, A., Spencer, H.C., • ISO 2692:1988 Technical drawings - Geometrical tolé
( referenciais
retilíneidade
Hill, I.L., Dygdon, J.T. e Novak, ].E., cing - Maximurn material principle. símbolo~ geométricos
Tecbnical Dratuing. Prentice Hall, 11 ª Edi- • ISO 2692:1988 Amcl 1:1992 Least Material Requiremeri simetria
ção, 1999. • ISO 2768-1:1989 General tolerances-Part 1: Toleranc_é tolerância
• Gooldy, G., Dimensioning, To!erancing linear and angular climensions without individual tol tolerância de bônus
and Gaging Applied. Frentice Hall, 1' Edi- ce indications. tolerância em CAD
geornetTicamente perfeita
ção, 1998. e ISO 2768-2:1989 General tolerances - Pa1t 2: Geome tolerância geométrica
ção
• Krulikowsky, A., FundamentaLr;;o.fGeometricDimensioning tolerances for features without individual tolerance indica tolerância geral
and Tolerancing. Delmar Publishers, 2ª Edição, 1997. a ISO 4291:1985 Methocls for the assessement of depa
Puncochar, D. E., Jnterpretation ofGeometricDimensioning
!!) from rounclness - Measurement of variations in radiu
& 7blerancing. Industrial Press, 2ª Edição, ® ISO 4292:1985 Methods for the assessment of departure
1997. roundness - Measurement by two and three-point me RCÍCIOS PROPOSTOS
0 ISO 129: 1985 Technical drawings - Dimen- o ISO 5458:1998 Geometrical Product Specifications (G 4. No furo central elo elemento D vai ser montado num eixo.
Geometrical tolerancing - Positional tolerancing. ~1- Desenhe as vistas necessárias e suficientes para a re-
sioning - General principies, definitions, Selecione uma classe de tolerância adequada para o furo,
o ISO 5459:1981 Technical drawings - Geometrical to
taçâo da peça indicada na Figura 11.43. Cotar, dar to-
methods of execution and special indicati- ele modo a garantir um ajustamento do tipo apertado a
cing Datums anel datum-systems for geometrical toleran_ das e indicar os estados de superfície e acabamentos
ons.
9 ISO 286-1:1988 ISO system of limits anel fits - Part 1: Bases • ISO/TR 5460: 1985 Technical drawings - Geometrical t rficiais de acordo com as seguintes especificações: ~- 1.
5. Planeza das superfícies do elemento B, com uma to eran-
of tolerances, deviations and fits. rancing-Tolerancing of form, orientation, location and Os 3 furos iguais têm qualidade 6 e as tolerâncias estão
cia de 0,1 mm.
• ISO 1101:1983 Technical clrawings-Geometrical tolerancing out - Verification principies anel methods - Guideline_S na posição J. . 6. Paralelismo das faces opost::ts do elemento B, com uma
- Tolerancing of form, orientation, location anel run-out - • ISO 7083: 1983 Technical drawings - Symbols for geom~ As dimensões longitudinais da peça têm quahclade 7. Con-
tolerância de 0,1 mm.
Generalities, definitions, symbols, indicat.ions on drawings. cal tolerancing - Proportions and dimensions. .
sidere desvios simétricos. 7. Perpcndiculandade das faces perpend·1cu lares do elemento
• ISO 1660:1987 Technical drawings - Dirnensioning anel • ISO 8015:1985 Technical drawings - Fundamental to! Os eixos têm qualidade 7 e as tolerâncias estão na posi-
B com uma tolerância de 0,2 mm.
tolerancing of profiles. dng principle. ção g.
292 Capítulo Onze

05OX1O 025X5

Elemento e

Elemento B
DESENHO TÉCNICO
Elemento A

015
DEJUNTASSOLDADAS
FIGURA 11.43 Exercício de tolerância e acabamentos superficiais.

8. Cilindricidade do furo central do elemento D com uma


tolerância de 0,05 mm.
9. Elemento A com uma tolerância de circularidade de
0,25 mm.
10. Batimento total radial do elemento C de 0,1 mm em rela-
ção aos elementos A e D.
11. Batimento circular axial da extremidade do elemento D
com 0,05 mm, em relação ao elemento A.
12. Concentricidade de 0,02 mm do furo central do elemento
D em relação a este.
13. Tolerância de localização de 0,01 mm para os 8 furos iguais. OBJETIVOS
Aplicar tolerância em relação ao furo centr-.:tl. (Note-se que o
furo central está com tolerância dimensional.) FIGURA 11.44 Exercício de tolerância sobre a
tagem de um pistão na camisa do motor.
14. Coaxialidade de 0,04 mm do eixo do elemento D em re- Após estudar este capítulo, o leitor deverá estar apto a:
lação ao elemento C.
15. O elemento D deve ser recartilhado. • EnupÍerar os tipos de solda mais importantes;
4. Inscreva a tolerância geométrica no desenho de cada
16. Os elementos cilíndricos devem ter uma rugosidade má- das peças. • Diferenciar solda, brasagem, soldabrasagem e colagem;
xima de 12,5 µm. 5. Discuta quais os elementos para os quais devem ser esi:i
17. O elemento prismático deve ter uma rugosidade máxima • Representar com a simbologia própria as juntas soldadas em constn1ção
cificados acabamentos superficiais.
de·6,3 µme mínima de 1,6 µm. mecânica;
6. Inscreva os estados de superfície no desenho de cada u
18. Todos os furos devem ter uma rugosidade máxima de 0,4 das peças. • Identificar os diferentes tipos de solda através da leitura dos desenhos;
µm.
19. As estrias na extremidade do elemento A devem ser apro- Pll.3 - Repita o problema anterior para a situação de monf • Proceder à cotagem de cordões de solda.
ximadamente circulares. gem da camisa no bloco. O diâmetro do cilindro é de 18

NOTA: Para todas as tolerâncias, é objetivo especificá-las ele- Pll.4 - Diga qual a dimensão da zona de tolerância para-_
vadas o mais possível, de modo a reduzir os custos de fabrica- posição dos 8 furos da peça indicada na Figura 11.45.
ção, mas sem prejudicar a funcionalidade e a montagem das
peças. Quando aplicável, podem ser usados modificadores.
A tolerância dimensional deve ser inscrita nos desenhos usan-
do as cotas limites.
Pl 1.2 - Considere a montagem do pistom no interior da ca-
misa do motor de modelismo apresentado na Figura 11.44.
1. Discuta quais os elementos de cada uma das peças devem
ser com tolerâncias diretamente e quais podem ser remeti-
ir dos para a tolerância geral.
'
2. Quais as cotas máximas e mínimas para cada um deles, de
modo a garantir um ajustamento adequado (A cota nomi-
nal é de 14 mm)?
3. Discuta quais os elementos para os quais devem ser apli-
cadas tolerâncias geométricas. FIGURA 11.45 Exercício sobre a determinação da zona de tolerância.
294 Capítulo Doze Desenho Técnico defuntas Soldadas 295

12.1 INTRODUÇÃO sào representados ele modo simbólico em desenho té


representação simbólica da soldagem destina-se a r
A soldagem é um dos muitos processos ele ligação ele peças. tempo de execução elo desenho, mantendo-se toda
Ao contrário elas ligações aparafusadas, por exemplo, a solda- maçào para a fabricação das peças desenhadas.
gem é um processo de ligação permanente ele peças, envol-
vendo a fusão local das peças a serem ligadas. É muito usado
na indústria, podendo ser efetuado de muitas fonnas. Um pro-
12.2 PROCESSOS DE SOLDAGEM Vareta de
metal de
cesso muito idêntico à soldagem é a brasagem. A diferença adição
Existem inúmeros processos de soldagem, destacando~
entre eles reside no fato de a brasagem não envolver a fusão eles, quatro, de uso generalizado, que se baseiam e ,
elas peças a ligar. Não compete a este texto explicar detalha- menos físicos distintos. A aplicação prática de cada u
damente os diferentes processos de soldagem e brasagcm, mas processos a casos específicos resulta numa enorme q
dar uma visão global dos métodos possíveis, sem entrar em de de variantes de processos de soldagem.
detalhes desnecessários para o entendimento dos princípios.
Faz-se uma descrição cios métodos de representação esque-
mática e simbólica de cordões de soldagem, com exemplos. 12.2.1 Soldagem por Chama
São apresentados os tipos de junta e a simbologia definida pela Metal solidificado
Este tipo ele soldagem talvez seja dos mais antigos. Q:'.
norma ISO 2553:1992 e os métodos de cotagem a serem utili- volvimento de uma "tocha" de queima conjunta de aC FIGURA 12.2 Esquema de funcionamento da soldagem por chama.
zados na representação simbólica de soldagens. e oxigênio, no início do século XX, demonstrou o p :-
A soldagem é um processo de uso comum na união irremovível deste tipo de soldagem e disseminou o seu empreg
de peças. A Figura 12.1 mostra exemplos típicos ela aplica- processo ele manufatura generalizado. Este processo já a atmosfera e proporcionando maior estabilidade do próprio
século XIX, rapidamente se notou que um arco clétri-
ção da soldagem na construção de várias partes de um motor quase todos os casos, substituído por outros, mas co
uma fonte de calor concentrada, podendo atingir facil- arco elétrico.
de competiçào automóvel, no sistema de escape. ser um processo de baixo custo. Consiste no aquecime
os 3900ºC. Foram feitas várias tentativas ele fundir e O processo desenvolveu-se rapidamente, existindo hoje uma
peças a soldar através de uma chama de acetileno (g~
A soldagem é ainda muito freqüente, por exemplo, na fabri- metal com um arco elétrico em 1881. Inicialmente, fo- grande variedade de processos de soldagem por arco elétrico,
bustível original, que ainda hoje é usado) até a sua fus{
cação de rese1vat6rios de pressão ou ele estruturas ele pontes. sados eletrodos de carbono numa extremidade cio arco cada um com suas características e seu campo de aplicação.
tando ou não material de adição. A Figmra 12.2 mostra
É um processo a se ter em conta na construção de qualquer 01 sendo a própria peça a fundir o outro eletrodo. O metal Os processos podem ser divididos cm dois grandes grupos: o
cionamento deste tipo ele soldagem, neste caso usan
peça cuja complexidade seja tal que o custo direto de fabrica- ição, quando necessário, era adicionado através de uma grupo ele processos de eletrodo consumível, onde o eletrodo
vareta ele metal de adição, fundido durante o proces
ção ou de usinagem seja desaconselhável. As vantagens e in- a "empurrada" progressivamente para o metal em fusão, serve de metal de adição (sendo consumido durante o pro-
convenientes da soldagem não serão abordadas, remetendo- mo no processo de soldagem por chama. O desenvolvi- cesso), e o grupo de processos ele eletrodo permanente, nos
se para os textos da especialidade. 12.2.2 Soldagem por Arco Elétrico to do processo levou à substituição do eletrodo de carbo- quais o eletrodo é, em geral, de tungstênio. Os processos de
r um eletrodo consumível de metal, atuando ao mesmo eletrodo permanente são, em geral, usados em pequenas es-
O objetivo do presente texto é o de dar um conhecimento geral Este tipo de solda teve o seu grande impulso com o de
dos diferentes processos de soldagem e o modo como eles o como metal de adição e eletrodo. pessuras, onde não é necessário metal de adição.
vimento e aproveitamento comercial da eletricidade.
ntaminação do metal em fusão por exposição à oxidação A Figura 12.3 mostra um esquema de funcionamento de sol-
m problema, devido ao fraco conhecimento de metalur- da com eletrodo revestido, uma elas muitas variantes deste pro-
a época. O processo só teve de fato um grande desen- cesso.
,-·mento a partir da 1.ª Guerra Mundial. O aparecimento do
odo revestido (por volta de 1920) trouxe alguma prote~ A variedade passa pelos processos TIG (Tttngsten Inert Ga~),
ao metal em fusão, evitando a oxidação pelo contato com MIG (Metal Jnert Gas), MAG (Metal Active Gas), soldagem por

Revestimento

Banho de fusão

Arco elétrico

Cordão solidificado
FIGURA 12.1 Vários exemplos de soldagens de dutos de escape de um motor de Fórmula 1. A complexidade dos elementos é tal que a soldage,
o processo construtivo aconselhado (cortesia de Rainer Schlegelmilch, Grand Prix • Fascination Formula 1, Konemann). FIGURA 12.3 Esquema de soldagem com eletrodo revestido.
296 Capítulo Doze Desenho Técnico de Juntas Soldadas 297

2.4 Soldagem no Estado Sólido


tipo de soldagem recorre sempre a altas tensões de com-
. ão, a quente ou a frio, para promover a ligação das pe- Fios de metal
a soldar. Não envolve a fusão das peças) sendo a solda de adição

ada por coalescênda das superfícies. Dentre as variantes


habituais destacam-se o forjamento (a quente, por defi- Escória
), a deformação plástica a frio de duas peças em contato fundida........____
ldagem por fricção, ou por inércia.
_lclagem por atrito consiste em comprimir as peças a sol-
e promover o aumento de temperatura através do atrito
Fluxo granulado peças entre si. Um dos métodos mais usados de soldagem
Fluxo em fusão ·atrito está ilustrado na Figura 12.7.

Escória -
.. 2.5 Outros Processos de Soldagem
Metal depositado
em ainda alguns processos de soldagem que) pela sua
(solidificado) -------- cificidade, não são incluídos nas categorias anteriores.
e parágrafo focam-se quatro destes processos.
FIGURA 12.8 Soldagem por eletroescória.
gem por eletroescória. A soldagem por eletroescória
\ processo muito eficiente na soldagem de seções muito

~ Arco elétrico
·essas. Não existe nenhum arco elétrico (exceto para iniciar
Metal depositado (fundido) devem ser muito bem preparadas e com um espaçamento
·rocesso), sendo o calor necessário para a fusão fornecido
muito pequeno ou nulo, obtendo-se penetrações muito gran-
FIGURA 12.4 Esquema de soldagem por arco submerso. resistência à passagem da corrente oferecida por um ba-
des e distorções muito pequenas, devido à entrega térmica
de escória em fusão a uma temperatura aproximada de
muito localizada do processo. Em superfícies espelhadas) é
OºC. A escória funde então as faces das peças a soldar e o
habitual lixar a zona da soldagem para que o feixe não seja
l ele adição é fornecido pelos eletrodos, de modo contí-
arco submerso, ou soldagem por plasma, para citar apenas al- refletido.
' diretamente para o banho de escória. A Figura 12.8 mos-
guns. As características particulares de cada um deles, bem como Eletrodo Soldagem de polimeros. A soldagem de polímeros é seme-
. um esquema deste tipo de soldagem. Com ele consegue-
suas vantagens e inconvenientes, ultrapassam o âmbito deste ~Água para
arrefecimento lclar placas com espessuras que vão desde 13 até 900 mm. lhante à soldagem de metais, mas a temperaturas muito infe-
texto. A Figura 12.4 mostra um esquema de funcionamento da riores. Só os polímeros tennoplásticos podem ser soldados, uma
soldagem por arco submerso. dagem por feixe de elétrons. Nesta soldagem, o calor i
vez que só eles fundem com o aumento de temperatura. Os
essário para a fusão das peças a ~brem soldadas é forneci-
polímeros termoenclurecíveis degradam-se ou ardem com o
por um feixe de elétrons projetado a alta velocidade sobre
12.2.3 Soldagem por Resistência nta. Podem ser obtidas grandes penetrações de solda, com
aumento de temperatura, não sendo por isso soldáveis.

' a pequena zona afetada termicamente, reduzindo a A soldagem ele polímeros pode ser feita ele duai maneiras
A soldagem por resistência usa o efeito Joule e a pressão para
efetuar a ligação de duas peças por coalescência. A pressão é orção das peças. As peças a soldar têm que estar em vá- distintas: a) através de movimento relativo e atrito para gerar
aplicada externamente, Material o, sendo este processo muito usado quando existe o perigo o calor necessário à fusão ou b) através de uma fonte de calor
soldado__, externa. A Figura 12.9 mostra dois tipos de soldagem por
Eletrodo contaminação dessas peças. Como senão aponta-se a gera-
De fato, neste processo de soldagem pode não existir fusão de raios X, de intensidade proporcional à tensão usada na fricção. A Figura 12.10 mostra outro tipo de soldagem que
do metal a soldar, por isso ele poderia ser englobado na sol- dução do feixe de elétrons. usa uma tocha de ar aquecido (200 a 300ºC) e material de
dagem no estado sólido. No entanto, tem sido historicamente adição.
separado da soldagem no estado sólido por envolver o forne- ldagem por laser. Este tipo de soldagem é semelhante
anterior, sendo a fonte de calor um feixe de laser. Este Um outro tipo de soldagem de polímeros, muito usado na união
cimento de calor através de resistência elétrica, ao contrário FIGURA 12.5 Esquema de funcionamento da soldagem por resistên
e, de grande intensidade, gera uma coluna muito fina de de tubos topo a topo) utiliza uma peça de metal aquecido, sobre
da soldagem no estado sólido, onde o calor é gerado por atri-
tal vaporizado, que promove a soldagem da junta. As juntas a qual se pressionam os tubos a soldar. Quando os tubos atin-
to ou simples pressão.
Con_!atos _
A soldagem por resistência é bastante rápida, podendo ser
obtida uma boa soldagem por coalescência em poucos segun-
dos, sendo econômica e perfeitamente adequada a processos
de fabricação automatizados. Nunca é usado material de adi-
ção, nem r~vestimentos ou gases de proteção, fatores que aju-
dam tambem na sua automatização. A soldagem por pontos,
tão comum na indústria automobilística, é um tipo de solda-
gem por resistência.

A Figura 12.5 mostra um esquema de funcionamento deste


tipo de soldagem. A Figura 12.6 mostra um modo de produ-
zir tubos com costura através da soldagem por resistência. As
setas nesta figura mostram o fluxo de corrente que produz 0
FIGURA 12.6 Produção de tubo metálico com costura usando soldagem),'.
calor e, conseqüentemente, a soldagem das duas abas do tubo. por resistência. · :\: FIGURA 12.7 Sofdagem por atrito.
298 Capítulo Doze
Desenho Técnico defuntas Soldadas 299

Designação Ilustração Símbolo respeito ao form_ato d~-j~~t_a_:_e os sím~olos suplementares di-


':iem resp'êito ao ·cordão âé s·olda propriamente dito.
'
,--soldagem em entalhe
(ou perna de solda)
12.5.1 Sim.bolos Elementares
Os diferentes tipos de juntas de soldagem são caracterizad~s
Soldagem por pontos o por um símbolo indicando, em geral, a forma de preparaç~~
da junta. O símbolo não indica o processo de soldagem u~ih-
zado. Existem diversos tipos de juntas de soldagem. Os sm;-
soldagem em linha
bolos elementares são definidos na Figura 12.11. Se necessa-
contínua rio podem ser utilizadas combinações dos diversos símbolos
ele~nentares. A Figu.t·a 12.12 mostra algumas das combinaçôes
de símbolos elementares que podem ocorrer.
FIGURA 12.9 Soldagem de polímeros por atrito.
Junta em V simples de
bordas inclinadas ' V
Junta em meio V slmples
de bordas incllnadas li Designação Ilustração Símbolo

Vareta de 12.4 REPRESENTAÇÃO DA SOLDAGEM,


polímero de
adição DA BRASAGEM E DA COLAGEM Junta em V dupla
Soldagem de borda
111
As soldagens podem ser representadas respeitando-se
comendações gerais aplicáVeis ao desenho técnico. No erí
Junta em meio V dupla
Enchimento
Designação !lustração

1 Junta de bordas rebordadas Junta de superfí?ie


Junta em Y dupla ~::::J X
Polímero fundido~
completamente fundidas
6//tE\?'
Polímero solídlficado
2 Junta de borda reta
futt,âÇ,~,,1?'
Junta em meioY dupla ~::::J k
FIGURA 12.10 Soldagem de polímeros usando gás aquecido.

3 Junta em V simples
6/2;/.\\\;~?' Junta dobrada
,/
1 ~
7 Junta em U dupla

gema temperatura desejada, são afastados, retira-se a peça de


metal e volta-se a juntar os topos dos tubos, que ficam solda-
4
dos ao fim de alguns segundos de arrefecimento. Uma varian-
te usa uma cinta metálica descartável que abraça os dois tu-
Junta em meio V simples
6,;7,SÇ\\\\1?' RA 12.11 Tipos de símbolos elementares na indicação de juntas sol-
FIGURA 12.12 Algumas combinações de símbolos elementares.

das. (continuação)
bos, aquecendo-os.
5 Junta em Y simples
6,;/2:e,,\\?' 12.5.2 Sim.bolós Suplementares
12.3 BRASAGEM, SOLDABRASAGEM os símbolos elementares podem ser completados por um sím-
no intuito de simplificar o aspecto gráfico, convém adot~r,
E COLAGEM 6 Junta em meio Y simples
rz:;;; 1F:ês,s7?' ~a as soldagens usuais, a representação simbólica descnta
a norma ISO 2553.
bolo que caracteriza a forma da superfície exterior da solda.
os símbolos suplementares recomendados são definidos ~a
Chamam-se processos de brasagem ou de soldabrasagem aos Figtlt"a 12.13. A inexistência de um símbolo suplementar s1g-
processos em que são usadas temperaturas mais baixas que representação simbÓlica deve fornecer, sem equívoco, to-
7
na solda e onde só é fundido o metal de adição. Os processos
de brasagem são aqueles em que o metal de adição tem um
Junta em tulipa (ou em U)
6/2;/.,~\ \\\1?' s as indicações úteis sobre a soldagem a efetuar, sem que
ja necessário para isso sobrecarregar o desenho ou apresentar Designação Símbolo
ponto de fusão acima dos 45üºC, enquanto os processos de
soldabrasagem usam metal de adição com ponto de fusão 8 Junta em meio U
(ou em J) Gt1@ês, ,SI?'
a vista suplementar.
ta representação simbólica compreende um símbolo elemen7
Plana ---
........__,,,,
abaixo dos 45üºC. Em ambos os casos, a junção das peças é Convexa
r, podendo ser completada por:
conseguida pelo efeito de capilaridade do metal de adição em
Cordão de confirmação na um símbolo suplementar;
Côncava ,,--....
fusão para dentro da junta a soldar. Os metais de adição mais 9 raiz da junta 6,;?i\ê\\\')?' uma cotagem convencional;
comuns são, no caso da brasagem, as ligas de níquel, magné-
sio, cobre, alumínio e metais preciosos; no caso de soldabra-
sagem, as ligas de chumbo e estanho. A colagem distingue-se
indicações complementares - em especial para os desenhos
de fabricação.
De bordos arredondados
tangentes J..,
da soldagem e da brasagem e soldabrasagem pelo fato de o 1O Cobre-junta permanente
Junta em ângulo · M
material de adição não ser um metal, mas sim um polímero 12.5 SÍMBOLOS
ou até um cerâmico. Nos casos mais comuns são usadas resi-
nas termoplásticas ou termoendurecíveis, podendo também ser Os símbolos usados no desenho técnico de solda servem para
Cobre-junta removível MR
usados elastômeros artificiais. FIGURA 12.11 Tipos de símbolos elementares na indicação de juntas>\ referenciar de maneira simbólica vários aspectos relacionados
soldadas. (continua) :(-;< FIGURA 12.13 Símbolos suplementares.
com o processo de soldagem. 0s)$_í_mholo,'?_ ~.LeJner1tares dizem
300 Capítulo Doze
Desenho Técnico defuntas Soldadas 301

~~~p-;,a V
1
2a
= flecha
= linha de referência (contínua) lado oposto
à junta A
lado da flecha Lado oposto Lado da flecha
da junta A à junta A da junta B
2b -= linha de indentificação (interrompida)
,..-,,. 3 = símbolo de soldagem Flecha Flecha
~~/M X
..._,, 2a Junta A
~ ~
rc-~~'++
1

&~""&~ ~
Junta
por soldar
Jun~-ª B
~

lado da flecha
/

Lado oposto lado da flecha Lado oposto

~~~ ó da junta B da junta B da junta A

FIGURA 12.17 Junta em cruz com duas soldas de ângulo.


da junta B

FIGURA 12.15 Método de indicação da soldagem.

~L~ ~
FIGURA 12.14 Exemplos de aplicação dos símbolos elementares com sfm-
los que compõem a indicação completa de uma sold~-;
que são:
lado da flecha;
lado oposto à flecha.
inição destes termos é importante, pois embora a flecha
e terminar por uma seta. A seta pode ser omitida ou substitu-
ída por um ponto.
\
bolos suplementares. • uma flecha (1) por cada junta soldada ( ver também a estar, sempre que possível, imediatamente adjacente à 12.6.2 Posição da Linha de Referência e
ra 12.16); a, pode haver casos em que isso não seja possível. A po-
0
uma linha - de referência - contínua (2a), e uma linh b da flecha em relação à solda pode ser qualquer uma (ver
Respectivos Símbolos
identificação - interrompida (26); .·\ a 12.18). No entanto, desde que a solda seja ele um dos A linha de referência deve ser uma reta traçada, de preferên-
nifica apenas que o acabamento superficial da solda não é e o símbolo de soldagem propriamente dito (3), com: "' 4, 6 e 8 (ver Figura 12.11), a flecha deve ser dirigida cia, paralelamente a borda inferior do desenho. Na impossibi-
necessário. Embora seja desejável a explicitação do acabamento por um símbolo elementar e, eventualmente, por um a chapa que está preparada (caso d da Figura 12.18). lidade de isto acontecer, deve ser traçada na perpendicular à
superficial com os símbolos recomendados, pode ser feito um bolo suplementar; borda.
desenho em separado com os detalhes da soldagem se O seu • um certo número de cotas e de sinais convencionais,
uso for demasiado confuso. _ormar um certo ângulo com a linha de referência à qual se O símbolo de soldagem deve ser colocado sobre a linha de refe-
A linha de identificação pode estar colocada abaixo ou liga; rência ou sobre a linha de identificação, dependendo do caso:
da linha de referência.
12.5.3 Conjugação dos Dois Tipos
No caso de cordões de solda simétricos, deve mesm:
de Símbolos omitida. As espessuras de traço a utilizar devem ser as a
das em linhas de cota.
A conjugação dos símbolos elementares e dos símbolos suple- 1
mentares forma o símbolo completo para a especificação com- Falta ainda definir vários detalhes relativos à indicaçã
pleta de um cordão de solda. A Figura 12.14 mostra exemplos soldagens, como sejam:
de cordões de solda e dos símbolos elementares e símbolos • a posição da flecha;
suplementares a serem usados para defini-los corretamente.
• a posição da linha de referência;
• a posição do símbolo.
12.6 POSIÇÃO DOS SÍMBOLOS NOS
DESENHOS 12.6.1 Posição Relativa da Flecha e da
Os símbolos elementares e suplementares já apresentados não Junta Soldada
constituem senão um dos elementos do método de represen-
1 Ç)s exemplos dados pela Figura 12.16 e pela Figura 1
!
tação. A Figura 12.15 mostra o conjunto de linhas e símbo- definem o significado dos termos:

a) b)
Lado oposto Lado da flecha Lado da flecha Lado oposto
à flecha
à flecha

\ /
Flecha

-~
I

a) Soldagem do lado da flecha


b) Soldagem do lado oposto à flecha
e) d)
FIGURA 12.16 Junta em T com solda de ângulo.
FIGURA 12.18 Posições possíveis da flecha em relação à solda.
302 Capítulo Doze Desenho Téctlico de Juntas Soldadas 303

Designação Ilustração Inscrição

Apenas em
soldagens
simétricas
~1 V

/ Junta de
bordas • 11

~r--
-------- ___ ':c,,j__ _
.y
z
a) Soldagem a efetuar b) Soldagem a efetuar do Junta de
do lado da flecha lado oposto da flecha 2 bordas • 11
retas
FIGURA 12.19 Posição do símbolo em relação à linha de referência.

Juntas em
• O símbolo deve ser posto sobre a linha de referência se a 3 ángulo

solda estiver do lado da flecha (Figm·a 12.19a); s8a5 contínuas

• O símbolo deve ser posto sobre a linha de identificação se


a solda estiver do lado oposto da flecha (Figura 12.19b).
Junta em a~nxl{e)
4 ângulo
12.7 COTAGEM DE CORDÕES DE SOLDA descontínua z~nxl{e)
A operação de soldagem envolve não só a elaboração do cor-
FIGURA 12.22 Definição das dimensões de cordões de grande pe
dão de solda propriamente dito, mas também a preparação
das peças a serem soldadas (cortes e chanfros de bordos). A a
forma dos bordos das chapas e a sua distância estão normali- Junta em a
ângulo
zadas e ficam definidas desde que se indique o tipo e a espes- • a dimensão longitudinal / do cordão, que deve 5 intermitente
sura do cordão, bem como o processo de soldagem a utilizar. à direita do símbolo de soldagem. desfasada z nxl (e)
Z n xi (e)
Cada solda pode ser acompanhada por um conjunto de di- No caso de cordões de solda de grande penetração;
mensões de dois tipos distintos (ver Figura 12.20): sário explicitar a penetração desejada, como mostra
12.22. Têm que ser especificadas, neste caso, a dime Soldagem em
• a dimensão s da seção transversal do cordão, que deve ser 6 entalhe cnnxl{e)
inscrita à esquerda do símbolo de solda. Esta dimensão pode garganta e a dimensão da penetração de solda. descontínua
ser a da base do cordão (z na Figura 12.21) ou a da gar- A Figura 12.23 mostra mais alguns exemplos de
ganta do cordão (a na Figura 12.21); de dimensões em cordões de solda. Soldagem
em linha c::§=nxl(e)
7
Se não existir nenhuma dimensão à direita do símb descontínua
1
deve significar que o cordão de solda deve percorrei::,-
'I
S 1 S 1 comprimento da peça a soldar. Na falta de indicação Soldagem d Ün(e)
trário, as soldas de bordas retas devem ser de penetra 8
por pontos ~I -{t~/e)~
FIGURA 12.23 Exemplos de aplicação de símbolos e dimensões.

FIGURA 12.20 Colocação das dimensões de um cordão de solda. Pode ser necessário introduzir indicações compleme
desenhos que envolvam soldagens que ainda nã
contempladas nos exemplos e procedimentos anter

a5 300 ,z7 300 Um desses casos é o de uma soldagem que deve


todo o perímetro de uma dada peça. Para simbolizar
dagem, coloca-se um pequeno círculo na interseção
com a linha de referência, como mostra a Figura 12i,
Uma soldagem a ser realizada em campo, ou seja, 4°'
montagem da estrutura, possivelmente ao ar livre,
bém que ser indicada, como mostra a Figura 12.25,
pequena bandeira triangular na interseção da flecha c
de referência.

FIGURA 12.21 Dimensão do cordão pela especificação da dimensão da A indicação do processo de soldagem também é im
garganta, a, ou da base, z. O processo de soldagem deve ser referenciado por u FIGURA 12.24 Indicação de uma solda periférica.
304 Capítulo Doze
Desenho Técnico de Juntas Soldadas 305

~ODE CONHECIMENTOS
111
ere os diferentes processos de soldagem e as suas ca- de referência e em que casos se põem sobre a linha de iden-
-------- fsticas básicas. tificação?
la vantagem de usar notação simbólica na representa- 6. Onde, preferencialmente, deve ser colocada toda a simbo-
FIGURA 12.26 Indicação do processo de solda ;-- e soldagem? logia referente a um cordão de solda?
gern.
ssível usar simultaneamente símbolos elementares e 7. A cotagem da seção transversal de um cordão de solda pode
los suplementares? ser feita de dois modos. Distinga-os, dando exemplos.
FIGURA 12.25 lndicação de solda em campo.
ue a necessidade dos símbolos suplementares. 8. Onde se poderá inscrever, na simbologia apresentada, o
:9.ue caso se põe o símbolo de soldagem sobre a linha material ele adição a ser usado na solda?

ro cn~re d~is braços, no fim da linha ele referência, conforme


------
mostia a F1g1wa 12.26. A norma ISO 4063
1" .
r 1sta a conespon-
.
~ en~ia ~~tre os pr~ce~sos de soldagem e o respectivo núme- ULTAS RECOMENDADAS
10 a 1nd1cctr. A referencia da Fiou-,.a
a--.
12• 26 conespon
., d e ao pro-
cess_o manual de soldagem por arco elétrico com eletrodo re- Hne, G.R., Wiebe, E.N., Miller, C.L. e • ISO 2553,1992 Welded, brazed so!clered
FIGURA 12.27 Indicação de outras informações exteriores ao d an, LO., Technical Graphics Com- joints. Symbolic representation on drawings.
v~~ttd~. Seg~inte ao processo de solda, pode existir uma se-
quencia de rndicações na cauda da linha de referencia ~ . na ícation. Irwin Graphics Series, 1995. • ISO 4063,1998 Welding and allied proces-
.
seguinte ordem, separados pelo símbolo "/ ": ' rmo, E.P., Black,J.T. e Kohser, R.A., ses. Nomenclature of processes and refercn-
riais and Processes in Manufactu- ce numbers.
• Processo
. ., de solda gem (d e ac01
_ -d o com a norma ISO 4063} 12.9 APLICAÇÕES EM CAD - Prentice Hall, 8' EcL, 1997. • NP 1515:1977 1ª Edição - Soldadura. Representação sim-
• Parametros de a cet·ta~ao
,- (de acord o com as normas ISO 5817'
ke, F.E., Mitchell, A., Spencer, H.C., Hill, LL., Dygdon, J.T. bólica nos desenhos. (Correspondência com ISO 2553,1974.)
e ISO 10042); A r~presentaçâo simbólica convencional encontra-se já
• p . ~ 1 vak, ].E., Technical Drawing. Frentice Hall, 11ª Ecl., 1999. e EN 2574:1994 Série aeroespacial. Soldaduras. Informações
ostç~o e e trabalho (de acordo com a norma ISO 6947} pouda em bases de dados existentes em alguns pro
0
ereço eletrônico da International Organizationfor Stan- nos desenhos.
Matenal de enchinlen - to (d e -acord o com as normas ISO 544
' de ~~D. ~o caso do Autodesk Inventor, é apenas nec dization (ISO) - www.iso.ch • EN 22553,1994 Weldecl, brazecl soldered joints. Symbolic
ISO 2560 e ISO 3581). - ' def1~tr o tipo de solda desejado e todos os restantes d
'dereço eletrônico elo Instituto Portugu- rcprcscntation on drawings. (Correspondência com ISO
da simbologia, sendo colocada a representação auto 2553,1992.)
Na cauda da linha de referência pode ainda existir uma strt .- . 111· da Qualidade (IPQ) - www.ipq.pt
íf·dt - ~ ', ,,ao mente. A F~i~ra 12.28 mostra o menu que é apreseÜ.: o NBR 7165 Símbolos gráficos de solda para construção na-
es~~c t.ca e abncaçao, referenciando um procedimento a ado- dereço eletrônico cio Instituto de Sol-
tai' ~nd1:ado numa instrução de trabalho ou procedimento de
~ando as _varias opções padrões de colocação automár{· dura e Qualidade (ISQ) - www.isq.pt val e ferroviária.
fabncaçao exterior ao desenho Neste caso esta d. - s1mbolog1a normalizada no desenho Podem a1· d
. ~ d · · · , 1caçao apa-
111·
d~ · naserá'
recera entro de um retângulo, como mostra a Figura 12.27. ona o~ ~unbolos à base ele dados, atualizando-a sem re--"
necessano. P

soldabrasagem
soldagem com eletrodo revestido
soldagem por arco elétrico
I
General Arrow Side I Other Side 1 soldagem por arco submerso
soldagem por chama
-Orientatíon st , a de identificação soldagem por eletrocscória

~ [li a de referência soldagem por feixe de elétrons


tal de adição soldagem por fricção
7 X soldagem por laser
soldagem por resistência
~-----1 zona afetada term.icamente •

RCÍCIOS PROPOSTOS
Note: ~ , :2.1 - Utilizando a simbologia correta, referencie as soldas
enhadas à esquerda, de duas maneiras diferentes, em cada
a das colunas da direita, da Figut·a 12.29.

·~• Canceí

Figura 12.28 Colocação de simbologia relacionada com soldagem em Autodesk Inventor.


306 Capítulo Do.z:e
Desenho Técnico de Juntas Soldadas 307

A F

) )) )) ) ) ) ))))))))

------- -------

B G

1-------- 1-..------

e H

1-.. _____ _

1--------

E J

.._ _____ _
FIGURA 12.29 Exercícios de simbologia de solda. (continua) FIGURA 12.29 Exercícios de simbologia de solda. (continuação)
Desenho Técnico de Juntas Soldadas 309

308 Capítulo Doze

1-------

- ------

1--------

----- ---- -------


-------
s

1--------
T

l--------
-------
F1GURA 12.29 Exercícios de simbologia de solda. (continuação)

FIGURA 12.29 Exercícios de simbologia de solda. (continuação)


Elementos de Máquinas 311

ligações desmontáveis. Porém 1 antes de tratar de peças


.1 INTRODUÇÃO roscadas 1é indispensável estudar as roscas, visto que intervêm
fesente capítulo serve como introdução aos elementos de cm todas as peças roscadas.
uinas, como componente fundamental elo projeto em Considere-se que, num torno, está montada uma barra que gira
nharia mecânica. É feita a descrição dos elementos, enfo- em torno elo seu eixo e 1 ainda, que uma ferramenta de corte
do-se sobretudo sua aplicação em conjuntos. Os critérios se desloca paralelamente ao eixo com velocidade constante,
-seleção e dimensionamento, fundamentais nas disciplinas de tal forma que a aresta de corte esteja em contato com a
'Órgãos ele Máquinas, são deixados para as respectivas dis- barra (Figura 13.2:). A curva descrita sobre a superfície da barra
fínas. é uma hélice. A regulagem adequada da profundidade de cor-

ELEMENTOS DE .2 ELEMENTOS DE
te1 do seu passo e da geometria da aresta de corte permite obter
uma série de saliências e reentrâncias que constituem a :rosca.

UGAÇÃO Uma rosca implantada num eixo denomina-se rosca exteríor

MÁQUINAS · -processos de ligação de peças podem ser divididos em dois


pdes grupos:
ou rosca macho. Se a rosca for implantada num furo, chama-
se rosca interior ou rosca fêmea. Chamam-se roscas conjuga-
das duas roscas, uma exterior e outra interior, sl1sceptíveis ele
'.Processos de ligação permanentes 1 quando as peças li- enroscamento recíproco (Figura 13.3).
-gadas não podem ser separadas sem destruição de pelo O sólido gerado pela figura primitiva no seu movimento cha-
menos uma delas. ma-se filete da rosca, e a porção de filete correspondente a
processos de ligação desmontáveis, quando as peças uma rotação completa é uma volta de filete. O passo da rosca
ligadas podem ser separadas sem destruição de pelo me- pode ser definido pelo avanço de um parafuso quando des-
nos uma delas. creve uma rotação completa, enroscando numa porca que se
~~: solda e a ligação com parafusos são 1 respectivamente1 dois mantém imóvel.
{êXemplos de ligações permanentes e desmontáveis. As liga- Na Figura 13.4 são mostradas as figuras primitivas dos perfis
~ es permanentes podem ser diretas se na ligação apenas mais correntes de roscas.
]ntervêm as peças a ligar 1 ou indiretas, se é necessário recor-
'ter a outro elemento intermediário para estabelecer a ligação. A Norma ISO 1891:1979 define os quatro tipos de roscas iden-
tificados na Figura 13.5.
Na Figura 13,l ilustram-se vários exemplos de ligações me-
Rosca cilíndrica símplesou apenas rosca é o sólido gerado pela
OBJETIVOS , ânicas desmontáveis, principalmente ligações por dobragem
de extremidades 1ligações por componentes roscados 1ligações
_figura pri11zitiva mediante movimento helicoidal ele passo igual
1

ao comprimento da base em torno de um eixo do seu plano


por efeito de mola, ligações com eixos estriados nos extremos
paralelo a esta (Figura 13.6).
Após estudar este capítulo, o leítor deverá estar apto a: e ligações com parafusos de fixação.
Chama-se rosca múltipla à rosca em que dentes sucessivos do
• Compreender a representação de elementos normalizados·, perfil peitencem a filetes diferentes e sucessivos do próprio perfil
13.3 UGAÇÕES ROSCADAS (Figura 13.7), ou 1 em outras palavras, é o sólido gerado pela
111
Representar, cotar e referenciar elementos de máquinas;
peças ou elementos roscados são muito importantes em figura primitiva mediante movimento helicoidal nas condições
0
Distinguir e compreender formas de ligação; diversos tipos de construção, particularmente na realização de descritas anteriormente 1 mas ele passo n vezes maior (P = np).

• Distinguir os elementos normalizados na representação de coni·unto n


desenho. um

FIGURA 13.1 Exemplos de ligações.


312 Capítulo Treze Elementos de Máquinas 313

lillili~ lli1fríl de base para a definição dos seguintes elementos ge-

ll¼Mf~
REDONDA
os da rosca- superfícies laterais do filete geradas pelo
ento helicoidal das linhas de flanco.
'
1
'
TRAPEZOIDAL
da 1·osca - superfície gerada pelo movimento do 1 "

~
•m
do da crista.
ou fundo da rosca - superfície reentrante do filete
a pelo movimento ela linha de fundo.
entos dimensionais ele uma rosca são definidos pela
J __ ~ ___ Elxo _____ _

RETANGULAR DENTE DE SERRA JSO 68,1973 e estão indicados na Figura 13-9, em que NORMAL AO EIXO
FIGURA 13.6 Roscas cilíndricas simples. esentam os perfis de duas roscas conjugadas, respecti-
e de um parafuso e de uma porca.
etro nominal (D, d) é a característica fundamental das
-pois a maioria das restantes características de cada tipo
a está, em geral, normalizada em função do diâmetro
I I , t. No caso de uma rosca macho, o diâmetro nominal
,
p e com o seu diâmetro exteriori no caso de uma rosca
Rosca simples o diâmetro nominal é o mesmo que o da rosca macho /
FIGURA 1,3.2_ Traçado de uma hélice no torno e obtenção de uma
com per1tl triangular. rosca
1
da. , i
etro dosjlancos(D 2, d 2) é o diâmetro da superfície que /

-Jtn
os pontos médios dos flancos. - ~ - _ _}_ ___ E i x o - - - ~ -

-EJJJJ/IIBJ ndidade teórica (H) elo perfil corresponde à altura do


lo fundamental. Contudo, no caso de roscas cônicas,
empre se verifica esta correspondência.
NORMAL À GERATRIZ

FIGURA 13.10 Roscas cônicas.

" leo da rosca niacbo é o cilindro com diâmetro interior

-)-]----k,~l -C3u1 ~ núcleo da rosca fêmea é o cilindro com diâmetro exte-


1 (Figura 13.9). Note-se que, no caso ele roscas cônicas,

cleo da rosca é cônico (Figura 13.10), podendo o perfil


ormal ao eixo ou normal à geratriz. $ -1--J--------]--J
FIGURA 13.3 Rosca macho (parafuso) e rosca fêmea (porca represen
ta da em corte). Embaixo encontra-se a representação conv~ncional. - ermos de perfis de roscas, os mais correntes são triangu-
1 existindo dois sistemas diferentes de aplicação corrente:
FIGURA 13.11 Representação simplificada de uma rosca exterior.
filISO (métrico) e o perfil Whitworth. O perfil ISO (mé-
i), definido pela norma ISO 68:1973, é utilizado nos paí-

-------
~ -G- FIGURA 13.7 Rosca simples e roscas múltiplas.
,que utilizam o sistema métrico. O perfil Whitwortb usado, Na Figura 13.11 encontra-se ilustrada simplificadamente a
-geral, nos países anglo-saxônicos e, no caso das roscas gás representação de uma rosca.
das em canalização), também nos países que utilizam o
Na Figura 13.8 definem-se as designações adotadas pela ma métrico. No perfil métrico, o ângulo dos flancos é a. = e Quando se trata da representação de roscas exteriores em
540~: 1983 para referir os vários elementos geométricos do vista longitudinal ou em corte, (Figura 13.11), desenham-
, portanto, o triângulo fundamental é eqüilátero.
ftl ~1~ngu!ar. O triângulo definido por três vértices consecuti se dois traços contínuos fortes correspondentes à crista do
-B- -Et-- dois mtenores e um exterior, chama-se triângulo fitndam
fepresentação ele roscas, tal como são vistas e como têm filete, afastados, portanto, de uma distância igual ao diâ-

----1111- Os elementos geométricos indicados são definidos tamb


para os perfis de roscas não triangulares, através de uma e
responclência simples de efetuar. Estes elementos do pe
feitas até aqui, é extremamente morosa. Por isso, é prefe-
l utilizar a representação simplificada, estabelecida pela re-
endação ISO R 128:1959. Com a utilização da representa-
ô simplificada, os filetes deixam de ser representados.
metro nominal, e dois traços contínuos finos, conesponden-
tes ao fundo dos filetes e, portanto, afastados de uma distân-
cia igual a SH/8 (Figura 13.9). Na prática, é comum utilizar-
se o valor 0,1 X D.
FIGURA 13.4 Figura primitiva dos periis mais correntes de rosca.
"' Se as roscas estiverem ocultas por uma parte ela peça não
roscada ou por outra peça, representam-se duas linhas que
Vértice exterior
Rosca fêmea
definem a rosca com traço interrompido.
Crista truncada

~{mmJ-
Rosca para madeira
Unha de crista

~
"'
I
"' A representação das roscas interiores segue sensivelmente
as mesmas regras que a das exteriores (Figura 13.12).
Na representação simplificada de roscas, o traço grosso cor-

·[na-•
responde sempre ao contorno da peça obtidá pela operação
p/4
que precede a abertura da rosca. O traço fino corresponde
ao fundo da rosca. A zona tracejada nas peças roscadas re-
Rosca macho
Raiz presentadas em corte corresponde à peça que se obtém an-
u -Ângulo do flanco
H~'/3 p tes ela abertura da rosca. O limite tracejado é, por isso, sem-
Rosca cilíndrica Rosca cônica 2
/3-Ângulo da rosca ________ Eixo da rosca pre o traço grosso, quer se trate de roscas interiores ou exte-
FIGURA 13.5 Tipos de rosca.
FIGURA13.8 Elementos geométricos do periil. FIGURA 13.9 Elementos dimensionais das roscas triangulares. riores.
--------------------------------- --

314 Capítulo Treze


Elementos de 1vfáqulnas 315

iroento da rosca, passo, sentido ela rosca e número de 0 Rosca retangular R


s, A indicação do passo pode ser dispensada em cer- ® Rosca trapezoidal Tr
s; o sentido da rosca é indicado apenas quando a ros- 0 Rosca de dente de serra S
s_querda, e o número de entradas apenas quando a 1us- e Rosca redonda Rd
últipla. O tipo de rosca é indicado por uma ou duas A inscrição do símbolo correspondente ao tipo de rosca dis-
inscritas antes do diâmetro nominal, de acordo com a pensa a utilização do símbolo 0. A seguir ao símbolo que de-
te correspondência: signa o tipo ele rosca inscreve-se o diâmetro nominal e depois
FURO
/r-----r===== a ISO (métrica) M o passo separado por um sinal de multiplicar. Nas roscas ISO
,, '' '' CEGO
(não tem letra)*
- 1--1---+------ ca Whitworth de passo grosso e nas roscas Whitworth não é necessário in-
'''\'______ ~--===
'' G dicar o passo.
Na Figura 13.14 ilustram-se alguns exemplos de cotagem de
roscas interiores e exteriores, bem como de furos passantes e
furos cegos. Em furos passantes, o respectivo diâmetro deve
ser o indicado na Tabela 13.1, consoante se trate de uma

C9
usinagem fina, média ou grosseira.

C9 1,8 2 72 74 78 82
Resta, ainda, citar que:
0 O diâmetro nominal é sempre indicado em milímetros,
exceto quando se trate de roscas Whitworth ou gás.
2 2,2 76 78 82 86 0 O passo é indicado sempre em milímetros, exceto quando
2,4 2,6 80 82 86 91 se trate de roscas Whitwo11h ou gás.
_______ ---= FURO
FIGURA 13.13 Conjunto de peças roscadas.
2,6 2,8 85 87 91 96 e O comprimento da rosca é cotado sempre em milímetros.
PASSANTE
----------- 2,9 3, 1 90 93 96 101 Note-se a possibilidade de cotar simultaneamente o furo cego
Quando se i:eprescntam em c01te duas ou mais peças
das em conJU~to, a rosca exterior tem sempre preced 3,4 3,6 95 98 101 107 e a respectiva rosca.
-------------=
sobre a rosca interior (ver Figura 13.13). <t 4 4,2 100 104 107 112 Em construção mecânica, pode-se efetuar uma representação
As caracterí~ticas a serem indicadas explicitamente na cot-, 4,5 4,8 105 109 112 117 simplificada da montagem de peças em que inte1vém um con-
FIGURA 13.12 Exemplo de um furo roscado.
. , a, ct··
de roscas sao as seguintes·· tipo de i·occ 1ametro no 5 5,3 11 O 114 117 122 junto apreciável de parafusos ou rebites. Freqüentemente, este
5,5 5,8 115 119 122 127 conjunto é disposto de uma forma regular (padrão). Pode-se,
6,4 6,6 7 120 124 127 132 de acordo com a norma ISO 5845:1995, evitar o detalhe da
G 1 1/2" representação individual das peças roscadas. A Figura 13.16
Tr3OX1 Tr3OX1 X4O/029X6O
7,4 7,6 8 125 129 132 137
e a Figura 13.15 apresentam a simbologia e exemplos, res-
8,4 9 10 130 134 137 144
pectivamente. Note-se que a distinção entre ligação aparafu-
9,5 10 10,5 140 144 147 155 sada e rebitada é feita pela designação do clem~nto, por exem-
11 12 150 155 158 165 plo MlO para a ligação aparafusada e 010 para a ligação
12 12,5 13 rebitada.
13 14 15
15 16 17 13.3.1 Parafusos
17 18 19
Os parafusos são destinados especialmente a ligar entre si e a
19 20 21
manter unidas duas ou mais peças. Na indústria mecânica, tem
21 22 24 ainda diversas aplicações, como supo1tar esforços que atuam
022 23 24 26 paralelamente ao seu eixo, transmitir movimento nos tornos
25 26 28 mecânicos, prensas, etc.

1
- 1

1
28
31
30
33
32
35
i ! 34 36 38
1 ~
37 39 42
1
' ' •• 25 o 30 .,
"' 5 40 43 45
! 1

i 1 " 43 45 48 1
---+ -+-t-+- -
1
'
-1------- --------,
---1---- - 46 48 52 ------+-----

1
;
1

i
'

1 30 1
50 52 56 - -t-+-+- •-

' 54 56 62
i 1 100
58 62 66
_________M.?_Q______~
3/4"
------"~--- 62 66 70
66 70 74
FIGURA 13.14 Exemplos de cotagem de roscas.
FIGURA 13.15 Exemplo de furações,
316 Caprtulo Treze
Elenientos de .Máquinas 317

Furo escareado
sem do lado
escareado do fado de ambos
mais próximo

+
mais afastado os lados

--[•---,-~
Furação e montagem
em oficina
f
Furação em oficina

f ~ * * SEXTAVADA
"

* *
montagem no local
a b

Furação e montagem
no local

--r ~ --~-- ~i~r-----lt--u!


Montagem
sem
escareado
escareado
de um lado
escareado de
* *
ambos os fados
parafuso com a
porca na posição
indicada
SEXTAVADA COM RESSALTO QUADRADA
Figura 13.18 Cabeças de parafusos normalizadas.

® ®
em oficina

-il'f-f---!i-- -6-f----it--
V ESCARIADA ABAULADA
REDONDA
. ~==="li ~
Montagem
no locar -4-f-----a
p ESCARIADA
~
~-
---lf-----,-- -~
AB;~LADA FURADA EM CRUZ

ijJ-r flJ-r fB ✓
FIGURA 13.19 Cabeças de parafuso com fenda.

montagem do
parafusoou
Furação e
rebite no local
[Dr
--j-- - - --+ - - - +- - - - ----j- -- - - "e

ª
-•TI.-
'-"'

DE OLHAL
CABEÇA REDONDA DE
FIGURA 13.16 Representação simbólica de furos. FENDA CRUZADA

*
(TIPO PHILLIPS)

~~\
O parafuso (Figura 13.17) é formado por uma haste cilín-
drica, ou espiga, na qual a pa1tir de um extremo se abre uma
ranhura helicoidal denominada rosca, tendo no outro extre-
As cabeças dos parafusos (Figura 13.18) cujo aperto
com chave são prismáticas, podendo ter as formas n ---~-f-----lt-- ~w DE ARGOLA
mo a cabeça, a qual tem por fim exercer pressão sobre uma zaclas de acordo com a norma ISO 1891:1979. As mé

~
CABEÇA REDONDA DE FENDA CRUZADA
das peças a ser ligada. "a", "b" e "c" da mesma figura são funções do díâmett' OU DE OCO CRUCIFORME
minal "d". (TIPO POZIDRIV)
- - ~
As cabeças ele parafuso cujo ape1to é efetuado com unia
ve de fenda têm forma de revolução e uma fenda onde:::
a chave. De acordo com a norma ISO 1891 podem ter ,
--ffi-f-----~ RECARTILHADO RETO

~
sas formas (Figura 13-19). SEXTAVADO INTERNO

Além das cabeças de parafusos com fenda simples, Util'


se também, com freqüência, cabeças de parafuso cóm
cruzada ou com caixa ou oco (ver Figura 13.20).
A norma ISO 1891 prevê ainda uma enorme e variada qu,
dade de outros tipos de cabeças de parafusos (ver Fi .<
13.21) .que permitem diferentes formas de aperto, algumas·~";
--{ifil-f--- -~
CABEÇA DE OCO DE SEIS CANAIS

URA 13.20 Cabeças de parafuso com fenda cruzada ou com caixa (oco).
RECARTILHADO CRUZA DO • ,'
o auxílio de chave. .,

A cabeça pode conter marcas com informação sobre a


de resistência do parafuso (ver Tabela 13.2 e Tabela 13.3
d~r 412 _ Ml6 X 80 - 8.8;
afuso Cabeça Hexa_gonal ISO,7 H xagonal ISO 4762 --
rafuso Cabeça Cilíndnca com Oco e
Figura 13.22 mostra um exemplo que aproveitamos para 10 X 125 X 30 -- 10,9.
na indicação de parafusos. A designação de parafusos ·elevo ou estampada, contendo uma
ser feita usando-se a forma: /Tipo de Parafuso ( NOR marcação p~de ser em I xem lo BOLT), e a classe de resis-
arca do fabncante (po_: ~ ifp de elevada resistência).
/Rosca!X]Comprimento/-/ciasse/. No campo ''Rosca" pode,. ncia (8,8S, em que o S s1gn ica
FIGURA 13.17 Exemplos de parafusos. especificar o tipo, diâmetro, passo e sentido (se necessárf ABAULADA COM UNHA
Exemplos: 1 d resistência dos parafu-
Tabela 13.2 apresenta os va ores e classes de qualidade, FIGURA 13.21 Outros tipos de ca b eças de parafuso.
s em aço ao carbono para as nove
Elementos de Máquinas 319

318 Capítulo Treze

'um aço austenítico de elevada resistência, com um valor


13.3.2 Porcas
. . !)Or dois ª, 1gausmos.
compostas .· . . .
O pnmetro, multipl' ,_-> 'ênda mínima à tração de 800 MPa. A peça que mantém a união e a ligação entre as diversas pe-
cem ' mdtca a resiste~
' ~· nominal
nua • ,a tração (em MPa)te ças é a porca, que geralmente tem a mesma forma da cabeça,
t.o ~ 5,_egt~ndo, i~ultiplicado por dez, indica a perced e porcas, definem-se seis classes ele resistência, como tendo a meio um furo roscado que eleve se ajustar na rosca da
res1stenc1a nommal que corresponde à resistência 1- adas na Tabela 13.4. O valor da classe corresponde
p:ças em aço inoxidável, a designação é dada pe;:: no do primeiro índice do parafuso com o qual a por-
ser montada, com a garantia da marcação do parafu-
espiga elo parafuso.
Tal como as cabeças elos parafusos, as porcas podem ser de
çao e pelo valor da propriedade, por exemplo: A4~
FIGURA 13.22 Marcação do parafuso. de os filetes ele rosca da porca serem "arrancados". várias formas estabelecidas pela norma ISO 1891:1979. Na
Figut·a 13.25 ilustram-se vários tipos de porcas prismáticas para
do parafuso, tal como a cabeça, pode ser ele diversos apertar com chave. Por exemplo, utilizando chaves de boca,
TABELA 13.4 Classes de qualidade das porcas (par
h~O~~ a ndo algumas normalizadas pela norma ISO 1891 para
de luneta ou de caixa.
nclatura e ISO 4753:1983 para as dimensões (Figura
TABELA 13.2 Classes de qualidade e resistência de parafusos As porcas sextavadas normais são, dentre todas, as mais cor-
em aço ao carbono rentes, tendo inúmeras aplicações em constrnção mecânica e
parafuso é utilizado sem porca, o fuw roscado pode civil. As porcas sextavadas altas permitem conseguir maior força
0
on aberto (Figura 13.24). O diâmetro (d2) dos rebaixas de aperto por disporem de um número ele filetes superior aos
para as cabeças dos parafusos também deve ser fDm das porcas normais. As porcas sextavadas baixas são utiliza-
13.6), e a profundidade varia conforme as exigências das geralmente como contraporcas.
5 3,6; 4,6; 4,8; ""Ml6
180 25 5,6; 5,8 todos
4,6 400 240 22 6 6,8 todos
0,4d 0,1 d
4,8 400 320 14 8 8,8 todos
5,6 500 300 20 10 10,9 todos
5,8
6,8
soo
600
400
480
10
8
12 12,9 "" M39 H-1-----?~
~'
RETA ,.... 0,1 d.

8,8 800 640 12 TABELA 13.5 Classes de qualidade das GUIA CILÍNDRICA
-
BOLEADA
-

10,9 1000 900 9 porcas (para 0,6d ,,; h < 0,8d)


12,9 1200 1080 8

BOLEADA
u\31----? t•
__ 0,25d

TABELA 13.3 Classes de qualidade em aço inoxidável 05 500 r.=====-,,,1=- 1A'"' oco BISELADO

50 macio
TABELA 13.6 Diâmetro do rebaixo para cabeça dos
parafusos
r~r----_L______l
CHANFRADA
J
TI!
\i------f. ?-
~
CÔNICA DE GUIA CILÍNDRICA
70 encruado
A1
elevada
80
resistência

Austenítico
50
70
macio

encruado
~I31-----~
V'\)/_11: ±1- -j3- -&-
CÔNICO
-.----r-r===-
uj
A2 2,5 7 12
elevada 5p . i, . AUTO-ROSCANTE
80

50
resistência

macio
3
3,5
8
8
12
12
14
u\=f~-----------:-__:: _, TIPOS TIPOAB

4 10 14 16 18 J_ L.b==="
___ 3J'_ \
~
70 encruado
A4 5 11 16 16 20 22 AUTO-ROSCANTE (ENTRADA TRONCOCÔNICA)
elevada
80 13 20 20 24 FIGURA 13.23 Tipos de pontas de parafusos.
resistência 6
45 macio 8 18 24 24 30
Ferrítico F1
60 encruado 10 20 30 32 36 38

50 macio 12 22 34 34 42 45
C1 temperado 14 26 38 42 53
70 e revenido 16 30 42 42 53
Martensítico 50 macio 20 36 48 53 63
C4 temperado 24 42 56 56 63 85
70 e revenido
30 53 75 75 95
temperado FIGURA 13.24 Furos cotadós com rosca sem saída ou abertos.
C3 80 e revenido 36 63 85 90 95
320 Capítulo Treze Elementos de Máquinas 321

atm
NORMAL
~~ CEGA COM CALOTA ESFÉRICA
-~~
CEGA
~ em geral uma haste cilíndrica roscada em
. e,
onetro , . . . ;-
extremidades (Figura 13.29). Os pns1oneiros s"L0
: sempre acompanhados por porcas.

duas Pon tas~ roscadas em cada extremidade: -uma que


· f·

ii-~
DE ENCOSTO PLANO
-®G)DE ENCOSTO CÔNICO
ij--~
DE ALMOFADA
eça
Ça e outra onde enrosca a porca. Por nao ex1s li
- ~m que atue uma ferramenta para fazer

erros P
.
. e odem apresentar diversos d ispos1trvos,
··
~ 1
am na Figura 13.30, para que seja poss1vc proc
o ape1t ~•
os· quais
•eder

-e--~ ~--m
aperto.

{j--@
DE RESSALTO DE ENCOSTO ESFÉRICO
g
em de prisioneiros, indicam-se sempre três cotas pa-
aoseuc,·!Xo como se JJode ver na Figura 13.31.

, • exemp los. de. ligações·


13 _32 apresentam-se vanos
QUADRADA
Sc adas e cotagem respectiva. O primeiro grupo
ças ro . 'd' d , ··
FIGURA 13.25 Porcas prismáticas para apertar com chave. ·- de duas peças· fixas por mtenne .IO e•1 va11-
ta a untao
de parafusos e prisioneiros. O grupo segmntc 1 l~stra
de duas peças, recorrendo a pares ele aperto parafu-

i-® -0--@
DE FENDA DE FUROS DE TOPO

+--:----~ _-· -,.--[~ Totalmante Roscado

DE NERVURAS DE FUROS LATERAIS


-e~ -=8-_ _~r=:--J·- Com Garganta
FIGURA i 3.32 Exemplos de ligações com parafusos, porcas e prisioneiros.

i--@ 11--@ 1:~ -± -__-f- ___ J- de Corpo Reduzido


Algumas das ilustrações nesta figura apr:sentam an:1elas, que
serão descritas cm mais detalhe no paragrafo segumte.

DE ESTRIAS DE ESTRIAS INCOMPLETAS CASTELO


-BF-_ _ -H-::-Jo-com Garganta e Guia
13.4 ARRUELAS, CHAVETAS, CAVILHAS E
FIGURA 13.26 Porcas cilíndricas para apertar com chave.
FIGURA 13.29 Prisioneiros. CONTRAPINOS
13.4.1 Arruelas
Na Figura 13.26 ilustram-se vários tipos de porcas cilíndricas CASTELO CHATA A armela é uma peça metálica interposta entre a porca e a pe~:
para apertar com chave. Note-se que as chaves são de ponta ! a ligar quando a ligação é efetuada por parafusos ou por p11-
FIGURA 13.27 Porcas com configurações para imobilização.
especial para poderem se encaixar corretamente na porca, por 1
sionei;·os. Sendo a sua superfície maior que a fa~e ~ª. porca,.
exemplo, chave de fendas ou chave de estrias. diminui a pressão de aperto exercida por esta, p_01s ~1V1de p~1
1
toda a superfície a sua ação de compressão. Alem disso, fac~:

~
As porcas podem ter certas configurações destinadas a per- lita o girar da porca quando esta tiver de dar aperto em supe1
mitir a sua imobilização em relação à rosca macho (Figura fícies ásperas e desiguais e protege as peças das marcas pro-
13.27). Por exemplo 1 utilizando-se pequenos parafusos de vocadas por sucessivos apertos.
fixação.

Na Figut·a 13.28 ilustram-se várias porcas para apertar à mão.


As porcas recartilhaclas são utilizadas com pequenos apertos, RECARTILHADA
BORBOLETA
e a reca1tilhagem lateral contraria um possível escorregamen- FIGURA 13.30 Dispositivos para efetuar o aperto do prisioneiro.
to. As restantes porcas possuem hastes de diversos formatos,
permitindo aumentar a capacidade de aperto ou facilitar o
desaperto manual.

Quando as porcas são desenhadas em vista, a representação


das linhas em traço interrompido correspondentes ao furo
roscado pode tornar-se confusa, sobretudo se as porcas forem
sextavadas. Por isso, estas linhas podem ser omitidas quando
b
as porcas são representadas conjuntamente com parafusos ou
prisioneiros. Devem, contudo, ser mantidas aquelas linhas se DE MANÍPULO DE HASTE
as porcas forem representadas isoladas.
FIGURA 13.28 Porcas para apertar à mão. FIGURA 13.31 Cotagem do comprimento de prisioneiros. FIGURA 13.33 União parafuso~porca~arruela.
322 Capítulo Treze
Elementos de Máquinas 323

Na Figura 13.33 ilustra-se uma aplicação típica de um con-


Chaveta
junto porca-parafuso-arruela. Para representar as arruelas não
é necessário recorrer a duas vistas, bastando representar uma --( _____ --}·
só em corte, desde que se utilize o símbolo 0. _ _
Na Figura 13.34 apresentam-se alguns tipos de arruelas es- Chaveta paralela Chaveta paralela
peciais: arruelas elásticas de mola e dentadas 1 arruelas de ISO 2491

segurança para imobilização de ligações, bem como freios


de imobilização, os quais podem ser considerados uma clas-
ck-_::_lnccd::.. .c1º:,Yº_ __
se particular de arruelas 1 de acordo com a norma ISO
1891'1979.

13.4.2 Chavetas EEl Chaveta de cunha


FIGURA 13.37 Enchavetamento transversal.
Corte A-A

As chavetas são peças metálicas que se aplicam para ligar peças ISO 2492
que precisam ser montadas e desmontadas rapidamente. Ser-
FtGURA 13.35 Tipos de chavetas.

vem também para ligar peças que possam adquirir foi


desgaste e tenham de ser ajustadas sem serem <lesmo
A Figili'a 13.35 apresenta os tipos mais correntes de e
utilizadas em construção mecânica. As dimensões das e
Plana Plana chanfrada
mais comuns podem ser consultadas no Anexo B.
Quadrada

m
Os enchavetamentos, ou ligações com chavetas, divid
em enchavetamentos longitudinais (Figura 13.
enchavetamentos transversais (Figura 13.37). Cavalete Tipo A

Os enchavetamentos longitudinais podem ser livres, cas


r=I j ,::J lizem uma ligação das peças que impeça apenas sua ro_
relativa, ou forçados, caso a ligação impeça os movim_-:_
Plana com Quadrada em cunha FIGURA 13.38 Fixação de engrenagem ao eixo.
furo quadrado (para perfis U e l)
relativos de rotação e translação.
Em ambos os casos, contudo, as chavetas têm de ser fa
ce os valores das tolerâncias a serem adotadas nas

~@/@
das em material resistente, porque, em geral, precisam
tar esforços consideráveis. Efetivamente, uma das prin as e nos rasgos.
aplicações das chavetas de montagem é a de fixar nos: 'gnação das chavetas faz-se pela indicação do tipo, se-
as polias de transmissão de movimento, nas ligações dé da largura, da altura, do comprimento (se a chaveta for
, 1 1 ões de eixos, nas manivelas 1 etc. No entanto 1 podem ta la) e do número da norma respectiva. Em geral, nos
~ ,µ ~ tj.::z:, servir como reguladores de potência tipo fusíveis, dest
1 os indica-se apenas a designação da chaveta, eventu-
a partir quando é atingido um determinado nível de esfí e com uma linha de referência. Cavalete Tipo B
1
Helicoidal Elástica Elástica
de pressão curvada ondulada Em regra, as chavetas são colocadas na sua posição co _ , asas em que a ligação realizada está sujeita a :hoq~es,
forço e bem ajustadas. A cavidade onde se alojam, situada tÍ ter interesse fixar as chavetas aos eixos. Nestas s1tuaçoes,

é)
das peças ou simultaneamente nas duas peças a serem li

$-
e-se às chavetas fixas ou cavaletes (Figura 13.39).
chama-se rasgo (Figura 13-38). A norma ISO R 774:19
rmas além de estabelecerem a correspondência entre
metr~s cios eixos e as dimensões das chavetas, especifi-
! também as dimensões que permitem definir a profundi-
Chaveta
1 dos rasgos e a distância entre os fundos cios rasgos elo
Elástica com
Anel de e do furo, depois de feita a montagem (ver Anexo B).
retenção
Dentado Dentado exterior
exterior interior
4.3 Cavilhas e Contrapinos
as são peças que servem de ligação entre duas haste~,

~
ou sem articulação, e correntemente utilizadas em ma- Cavalete Tipo C
as. A Figura 13.40 mostra um exemplo ele aplicação de FIGURA 13.39 Cavaletes.
has na imobilização de um volante na extremidade de um
de segurança
com duas lingüetas
'Cavilhas simples sc1vem para ajustar peças diversas. Podem (o que facilita a sua extração) são muito utilizadas em vários
FIGURA 13.34 Tipos de arruelas. forma cilíndrica ou cônica, e também ser abe1tas no extre- tipos de máquinas, e costumam também ser chamadas de
FIGURA 13.36 Enchavetamento longitudinal. , mais delgado para não saltarem fora. As cavilhas com olhal contrapinos ou freios (Figura 13.41).
324 Capítulo Treze Elementos de Máquinas 325

pertencem ao tipo de ligação que se considera


e, sendo necessária sua destruição em caso de in-
a ligação .
.,versos tipos de rebites no mercado, desde os cha-
ites rápidos, aplicados com um simples alicate de
ações simples) ou com uma pistola de rebitagem
painéis de aviação), até os destinados a serviço
que é necessário o uso de punções para deformar
mndo necessário usa-se também o aumento de tem-
rebite).
ação ISO R 1051 indica o diâmetro nominal dos
licos ele uso geral, de acordo com a Tabela 13.7.
i3.42 mostra as formas de rebites mais populares,
do entre a cabeça redonda,
a cabeça contrapuncio-
malmente de aço) e o rebite cego (rebite rápido,
te em alumínio). FIGURA 13.43 Mola de tração helicoidal solicitada e em repouso.

"' Molas helicoidais - são constituídas por arames de metal


uma peça susceptível de sofrer deformações elásti- elástico (aço, cobre ou bronze), enrolados com forma de
tantes quando submetida à ação de determinada hélice cilíndrica ou cônica, geralmente direita (Figu1ra
perando essas deformações e retornando à sua for- 13.44). Podem trabalhar sob tração, compressão ou torção.
FIGURA 13.40 Exemplo de utilização de cavilhas: ligação entre um eixo e um volante. 1quando cessa a ação deformadora (Figura 13.43). • Molas cônicas - trabalham sempre sob compressão e são
utilizadas sobretudo para amortecer choques muito fortes.
o tipo de molas distinguem-se em:
Por exemplo, nos pára-choques dos trens de ferro (Figura
CAVILHAS OU PINOS 13.45).
e Molas prato - podem ser usadas em elementos isolados

-r=-·· - ~ ~-------~
@
- • 1 • • • .. • • • • •• ; • • ••

• I • • • 1 I I • • 1 t 1 1 1 • 1
ou montados em série ou em paralelo (Figura 13.46). É
CllÍNDRICO ISO 2338 possível montar as molas em série e em paralelo de forma
a conseguir as condições de carga e deformação pretendi-

1=---~ --'-=-~
e
das. A versatilidade e o pouco espaço que ocupam, garan-
tem uma vasta gama ele aplicações cm dispositivos de cor-
t+CÔNICO ISO 2339
~·· te e estampagem, amortecimento de massas em movimen-
to) fundações de máquinas etc.
~ _riP~ B-,3~ _riPo_A- -l
FIGURA 13.42 Tipos de rebites.
COM CABEÇA 1so 2341 "" Molas em espiral - são as que se utilizam geralmente em
cordas de relógios e brinquedos.
'i CANELADO ISO 8744
TABELA 13.7 Diâmetro de rebites
L _ ~ L ~ - ~ ;r ~- - -:
+ 1
CANELADO A UM TERÇO JSD 8742

---:::::::~L~-=__j~fol - -
1r:-:--

1,2 1,4
'
-
1,6
2
TIPO MOLA RANHURAOOISO ..
2,5
CONTRAPINOS 3 3,5
[ ] 4
5
ISO 1234 6 7
~-
8
10
12 14
16 18
-~ 11111·1111 11/i,i:
11·

L
20
24
30
22
27
33
JIILIIII11 1

FIGURA 13.41 Exemplos de cavilhas e contrapinos e aplicações típicas. 36


FIGURA 13.44 Molas helicoidais.
328 Capítulo Treze
Elementos de 1i1áquinas 329

·
0
de uniões utiliza elementos elásticos 1 como molas ou
-e borracha, que apenas permitem certos deslocamen-
lares, de amplitude pequena de um eixo em relação
1

ente 1 as uniões de engate permitem efetuar 1 quando


rio, a união ou a separação dos eixos por isso são
1

designadas por embreagens ou uniões por atrito (Fi-


:13,53 e Figura 13.54).

cais podem ser classificados em dois grupos: de es-


mento e de rolamento. Os mancais de escorregamen-
s suportes onde se assentam os moentes ou casquilhas
em de apoio aos eixos. Estes componentes podem
FIGURA 13.50 União fixa. ontrados nos mais variados tipos, tanto em forma como FIGURA 13.55 Mancai horizontal de escorregamento.
ensões, dependendo apenas da montagem de eixos
e. Em geral são constituídas por base 1 tampa e por dois

meios casquilhos também conhecidos por moentes ou bron-


1

zes. A Figura 13.55 mostra um destes mancais.


Os mancais com moentes de pressão transversal denominam-
se mancais horizontais. Quando usam moentes de pressão
longitudinal dizem-se mancais verticais. A Figura 13.55 mostra
1

um mancai de escorregamento horizontal. Os mancais de ro-


lamento usam rolamentos em vez de moentes. Os rolamentos
serão tratados num parágrafo posterior.

13.7.3 Transmissão de Movimento


Como se viu anteriormente, a transmissão do movimento de
rotação entre dois eixos situados no prolongamento um do
outro se faz recorrendo-se a uniões de eixos. Nos casos em
FIGURA 13.51 União cardã. que os dois eixos não se prolongam) tem-se que recorrer a
sistemas de transmissão de movimento de um eixo motor ou
mandante para um eixo movido ou mandado.
~s eix?s. ~a Fi~ra 13.?I apresenta-se um exemplo de uni-
ocs move1s: a umao carda. As uniões cardã são do tipo angular. As uni~es elásticas (Figura 13.52) garantem a possibil(; Conforme os dois eixos estejam próximos ou distantes e se-
de os eixos sofrerem deslocamentos relativos muito pequ ·:- jam ou não paralelos assim se podem utilizar rodas de _atrito)
1

FIGURA 13.53 Embreagem cônica. engrenagens, correntes) correias e cabos.

FIGURA 13.52 União de eixos elástica (acoplamento elástico).


FIGURA 13.54 Disco de embreagem de automóvel.
330 Capítulo Treze
Elementos de 1vfáquinas 331

Analogamente às rodas de atrito, as engrenagens podem ser


externas ou internas, e ainda de cremalheira. As engrenagens
ele dentes internos (Figura 13.60) permitem geralmente uma

--•- i"" distância menor entre os eixos das rodas.


As engrenagens de eixos não coplanares podem ter várias
1
configurações, como podemos ver na Figm:a 13.57 e na Fi-
gura 13.62, devido ao desenvolvimento do perfil do ciente
segundo uma hélice.
FtGUAA 13.56 Transmissões por rodas de atrito. Urna vez que o perfil dos dentes está como que "normaliza-
FJGURA 13.58 Engrenagens pinhão-cremalheira.
do" (seja pela sua forma de geração, seja pelo processo de
RA 13.61 Engrenagens cônicas (cortesia Chicago Gear Works). fabricação) não há geralmente interesse em representá-lo nos
Rodas de Atdto desenhos. Por isso, o que se adota correntemente é uma re-
Uma ligação por engrenagens é constituída por duas r
A transmissão do movimento por rodas de atrito faz-se devido ~entad~s,. uma das quais é arrastada pela outra. Quant · presentação convencional semelhante à da Figura 13.64.
à quase ausência de escorregamento entre as duas rodas e a tipos, d_1stmguem-se em: Como se vê, com respeito aos dentes representa-se apenas a
sua eficiência depende do valor da força de aperto que__ ;xo- circunferência primitiva a traço misto, a circunferência de ca-
• Engrenagens cilíndricas, quando os eixos de rotação:
voca o contato, da natureza do material d_ª __ superfíde d~ con- beça (que é simultaneamente o contorno da roda) a traço cheio,
i~ar~_llel.os. Podem ter dentes retos (mais usuais), dentes
tato entre as rodas (coeficiente e:le-atritb}-ê ela resistência oposta e a circunferência de pé a traço interrompido.
lic01da1s e dentes em espinha de peixe. As duas últimas
pela roda movida. Na Figura 13.56 encontram-se ilustrados
mitem um funcionamento mais suave, utilizando-se ã< Nas normas ISO, a relação básica das engrenagens é D = m · Z,
os casos mais simples referentes a este tipo de transmissão de
movimento. dentes em espinha de peixe quando se tem que trans em que D é o diâmetro da circunferência primitiva, Z o nú-
grandes potências. No caso do diâmetro de o cilindro mero de dentes e m o módulo. O valor de m, que está nor-
Em te1mos de posicionamento relativo, os acoplamentos de infinito, o elemento designa-se por cremalheira, pe malizado, representa a diferença ele raios entre as circunfe-
rodas podem ser de vários tipos. Se as rodas forem exteriores do transformar movimento de rotação em moviment0 · rências exterior e primitiva da engrenagem: De = D + 2 · m,
u~a à outra, a que está ligada ao eixo motor (roda mandante) translação (Figum 13.58). sendo De o diâmetro exterior ela engrenagem. O módulo das
gira num sentido, e a que está ligada ao eixo movido (roda @ Engrenagens cônicas, quando os eixos de rotação são e duas engrenagens tem de ser idêntico.
mandada) gira em sentido oposto. Se as rodas estiverem situ- correntes (Figura 13.61). Podem ser de dentes retos 0
Os valores normalizados do módulo são os apresentados na
adas ~ma interiormente à outra, ambas rodam no mesmo sen- dentes helicoidais, e, tal como nas engrenagens cilíndti
Tabela 13.8, sendo preferíveis os valores em negrito.
tido. E também possível conseguir que as rodas mandante e os dentes helicoidais asseguram uma engrenagem m
mandada se desloquem no mesmo sentido, interpondo entre suave e silenciosa. Geralmente, são utilizadas para tm· "uRA 13.62 Engrenagens helicoidais de eixos coplanares e reversos A relação de transmissão (r), quociente entre as velocidades
elas uma terceira, chamada roda louca. rtesia Chicago Gear Works). de rotação dos eixos das engrenagens (v1 e v 2), é dada pelo
inverso do quociente dos cientes, ou dos diâmetros primitivos:
Engrenagens
As rodas de atrito têm uma aplicação restrita na prática sendo
muit? mais corrente recorrer às engrenagens para tr;nsmitir
movimentos de rotação entre eixos próximos.

FIGURA 13.59 Engrenagens de dentes retos (cortesia Chicago Gea°"


Works).

'.'FIGURA 13.63 Engrenagens sem-fim coroa (cortesia Chicago Gear Works).

missão de potência entre eixos a 90º, permitindo assim al- +


terar a direção do movimento. FIGURA 13.64 Representação de rodas dentadas.
• Engrenagens de eixos reversos, quando os eixos de rotação não
são coplanares (Figut·a 13.62). Nestas engrenagens, os den-
tes das rodas desenvolvem-se segundo hélices. Um caso es- TABELA 13.8 Módulos das engrenagens (em mm)
pecial destas engrenagens são as transmissões "parafuso
0,5 0,55 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
sem-fim coroa" (Figura 13.57 e Figura 13.63), que têm a
particularidade de serem irreversíveis, o que significa que 1,125 1,25 1,375 1,5 1,75 2,0 2,25
a engrenagem motora é sempre o parafuso e nunca a roda 2,5 2,75 3 3,5 4 4,5 5
dentada. São também utilizadas porque se consegue uma 5,5 6 7 8 9 10 11
FIGURA 13.57 Transmissões com engrenagens. FIGURA 13.60 Engrenagens de dentes internos (cortesia Chicago Gear relação de transmissão ( ver adiante, equação (1)) elevada,
Works). 12 14 16 20 25
numa montagem compacta e resistente,
332 Capítulo Treze Elementos de .Máquinas 333

. v 2 D1 Z1 Transmissão por correntes


l=- =-=- (1)
V1 Dz Zz
Além da transmissão através de rodas dentadas, a que
Note-se que, quando a roda é representada em corte, os den- referência, utilizam-se ainda outros tipos de transmissão
tes nunca se representam cmtados, nem mesmo no desenho rentes: são as transmissões com correntes articuladas, as .-

i
9
de duas rodas dentadas que engrenam. se empregam sobretudo quando os eixos cujo movirnen
pretende transmitir estão relativamente distantes. Este ti
Quando a engrenagem é n01malizada 1 a fonna do perfil dos dentes
transmissão é bastante utilizado em mecânica e desemp
é geralmente indicada pela referência à norma respectiva. ENGRENAGEM ENGRENAGEM
funções análogas à de uma engrenagem cilíndrica. Os e
EXTERNA INTERNA
Na representação de engrenagens cônicas e helicoidais, adapta- plos apresentados na Figura 13.67 mostram os elos da
se também uma representação convencional semelhante à que rente, e na Figura 13.68, as respectivas rodas dentadas
se referiu para as engrenagens cilíndricas. Na Figura 13.65
apresenta-se a representação convencional, a representação
sores, destinados a manter a corrente tensa ("esticada"}.
A Figura 13.69 ilustra as representações simplificada e e
I
simplificada e a representação esquemática das engrenagens.
Na Figura 13.66 são mostradas as convenções utilizadas para
indicar o tipo de ligação das rodas aos respectivos eixos. Es-
mática de uma transmissão por corrente, bem como algun··
ele uma corrente articulada e polias dentadas utilizadas
tipo de transmissão.
I
AUSÊNCIA LIGAÇÃO
tas convenções simbólicas surgem habitualmente associadas As características das correntes com roletes em aço estã DE LIGAÇÃO COMPLETA
a desenhos esquemáticos. finidas pela norma JS0487:1984. As dimensões das corr

REPRESENTAÇÃO DE ENGRENAGENS
+1+
I
EM CORTE EM ESQUEMA EM CORTE EM ESQUEMA LIGAÇÃO SEM LIGAÇÃO SEM FIGURA 13.66 Representação esquemática de en-
TRANSLAÇÃO ROTAÇÃO grenagens e ligação das rodas ao eixo.
'
~
_,.,..-------, w ----- '·

+
/ \ :5 //
!\, + i\ ,í
UJ
1
i + \
!
\ ,, _______ ,.,..,!' a: \ /
~ '· .//

o
a:

U)
,,.,..--.,
(+ 'i
\ j
(J)~
<(

6
'- _/
,.,..-~-
0-
0"1
OI /,
/ '\ 6:
!\
\
+ \ '
o~
z
U)
ow
U)


,'.
FIGURA 13.67 Correntes de Trans-
,,_____ .,.,..,/! xo -~- l missão.
w" \\\
8
--
.'<":::.'.:"i

\\ /',, ....._\
-·,* / /1' \\
(

'>~)
/ i' \ '

FIGURA 13.68 Elementos da


FIGURA 13.65 f3epresentação convencional, simplificada e esquemática de engrenagens. transmissão por correntes.
334 Capítulo Treze Elementos de Jvfáquinas 335

A
! FIGURA 13.71 Transmissão por correias dentadas.
/-r-··"_____ ,
~( ~+~+~ -t1}
\. ...__r_.---
i .L------· i
A

Diâmetros e tolerâncias das polias


(correias retangulares) (em mm)
TABELA 13.12 Altura do perfil transversal da polia

REPRESENTAÇÃO REPRESENTAÇÃo D H
SIMPLIFICADA ESQUEMÁTICA 40~0~112 0,3

FIGURA 13.69 Representação de transmissões por correntes. 125~0~140 0,4


45 ±0,6 180 ±2,0 710 ±5,0 160~0~180 0,5
50 ±0,6 200 ±2,0 800 ±6,3 200 ~O~ 224 0,6
TABELA 13.9 Número de dentes a usar em rodas TABELA 13.10 Comprimentos de 56 ±0,8 224 ±2,5 900 ±6,3 250~0~355 0,8
correias retangulares
63 ±0,8 250 ±2,5 1000 ±6,3 4oo~o~soo 1,0
Preferível 7 9 11 13 15 17 18 27 30 71 ±1,0 280 ±3,2 1120 ±8,0 560~0~710 1,2
A evitar 6 8 10 12 14 16 500 850 1400 2800 ±1,0 315 ±3,2 1250 ±8,0
34 80
530 900 1500 3150 ±1,2 355 ±3,2 1400 ±8,0
90 800 e; D e; 1000 1,2 1,5
560 950 1600 3550 100 ±1,2 400 ±4,0 1600 ±10,0 1120 ~D~ 1400 1,5 2,0
seguem os valores constantes das respectivas tabelas do Ane- 600 1000 1700 4000 ±1,2 450 ±4,0 1800 ±10,0
112 1600 e; D e; 2000 1,5 2,5
xo B. A corrente deve estar marcada com o nome do fabrican- 630 1060 1800 4500 125 ±1,6 500 ±4,0 2000 ±10,0
te (ou marca) e o número ISO. Para as rodas das correntes é
indicado o ferro fundido cinzento de qualidade 15 (norma ISO 670 1120 1900 5000 140 ±1,6 560 ±5,0
185), e elas são marcadas com o nome do fabricante (ou mar- 710 1180 2000 trapezoidal. Na Figura 13.73 mostra-se o aspecto de uma polia
ca), número de dentes e designação ISO. O número de den- utilizada em transmissões por cabos. Também se utilizam ro-
750 1250 2240
tes das rodas deve ser o indicado na Tabela 13,9. das com perfil análogo ao ela polia apresent~da em instala-
800 1320 2500 ções de elevação e transporte, tais como gruas, monta-cargas,
Transnüssão por correias teleféricos, elevadores, etc.

Além das t:ransm.issôcs por corrente articuladas, utilizam-se


A nmma ISO 63: 1975 define os comprimentos a serem t
transmissões por corre.ias e transmissões por cabos. As trans-
para as correias em funcionamento. Estes valores encontra
13.8 ROLAMENTOS
missões por correias podem utilizar correias com seção retan- o
na Tabela 13.10, estando cm negrito os particulannente reco b
1-· Os eixos das máquinas assentam-se em apoios e lhes tr~~smi-
gular ou trapezoidal. As polias utilizadas nas transmissões por dados. É da responsabilidade do fabricante assegurar qu tem esforços radiais, axiais ou mistos. Quando se utilizam
correias retangulares devem ter o contorno exterior abaulado comprimentos são medidos em condição de funcionamer;t
\GURA .
13 72 Perfil transversal de polia para correias retangulares.
mancais, pretende-se que o material dos casquilhas tenha ele-
para obrigar a cotTeia, em geral de couro, a manter-se centrada no lado interior. O diâmetro (e tolerâncias) das respe
,,,

na roda (Figura 13.70). vada resistência ao desgaste, para que dure bastante tem~o e
polias encontram-se na Tabela 13.11, definidos pela n tenha um bom comportamento, principalmente no penado

99:1975. Os valores usados para as alturas dos perfis trans-


sais são definidos pela norma ISO 100:1984, de acordo com
,lgura 13.72, apresentados na Ta~ela 13.12.
ahnente são muito usadas as correias dentadas (Figura
,71) em ~ubstituição às correntes, por serem mais suaves,
s e silenciosas na transmissão do movimento. Como con-
artida, têm menor durabilidade.

~
í 1 ~
transmissões por cabos utilizam uma série de cabos p:ra-
s, em geral de aço ou cânhamo, dispostos de forma analo-
CORREIAS RETANGULAR
CORREIAS TRAPEZOIDAIS
às correntes trapezoidais, apenas com a diferença de as ra-
FIGURA 13.70 Polias utilizadas em transmissões por correias. Uras periférict1-s terem perfil arredondado em vez de FIGURA 13.73 Polia de transmissão por cabos.
336 Capítulo Treze
Elementos de Afáquinas 337

Anel exterior
ROLAMENTOS DE ESFERAS
CONTATO CONTATO
Anel interior RÍGIDO RÍGIDO AUTOCOM- AXIAL AXIAL
ANGULAR ANGULAR
SIMPLES DUPLO PENSADOR SIMPLES DUPLO
SIMPLES DUPLO
Anel de retenção

m
ou gaiola

~ ~ ~ ~ ~ ~
Esfera UJ

o üoti:
,-a:
º'i's "w
z
w
(j)
w s:
D

tl êl tj tl tl PJ P1
Rolamentos axiais (( s:
o. ü
w u:
(( ::;
ü.

"u5
ROLAMENTOS DE ROLOS
AUTOCOM- AUTOCOM-
CILÍNDRICO CILÍNDRICO PENSADOR PENSADOR CÔNICOS
DE AGULHAS
DE FLANGE DE FLANGE DE ROLOS DE ROLOS SIMPLES
SIMPLES
INTERNA INTERNA SIMPLES DUPLO

~ ~ ~ ~ ~ 8
w
o oti:
,-a: ü

i'ºº
zs "
UJ

w
(fJ
w c'i

El El D ô B tj
((
o. s:
ü
w u:
(( ::;
ü.

"
u5

FIGURA 13.75 Tipos de rolamentos: de esferas, de rolos, de agulhas e mistos.

FIGURA 13.74 Exemplos de rolamentos e gaiolas.

inicial de movimento, durante o qual há certo contato de metal


problema importante consiste em definir as condiçõe,S_
contra metal, por a lubrificação não ser perfeita.
tamento entre o rolamento e as peças a que se liga.
Alternativamente, para diminuir a resistência ao movimento, vez, os catálogos dos fabricantes são também esdatt{
recotTe-se a rolamentos, por estes dispositivos permitirem subs- neste aspecto, recomendando os ajustamentos a utiJi.'
tituir o atrito de escorregamento por atrito de rolamento. cada caso. É inclusivamente fonte de exemplos de i}?!
Os rolamentos podem ter, em vez de esferas, outras peças de e montagens (Figura 13. 76). FIGURA 13.76 Aplicações de rolamentos a:
revolução, tais como cilindros, agulhas ou troncos de cone. 1
motor elétrico, roda de automóvel, fresa-
Os apoios de eixos com rolamento apresentam algu dora.
Na Figura 13.75 apresentam-se alguns tipos de rolamentos,
tagens sobre os apoios com escorregamento. Assim, -,
sobretudo rolamentos de rolos, esferas e agulhas. Existem ainda
geral um menor atrito (em particular no arranque), fú'
rolamentos mistos de rolos e esferas. De fato, a variedade de
a temperatura mais baixa em regime normal, têm um:
rolamentos é tão grande, tanto em tamanho como em tipo,
muito reduzido (por isso duram mais), ocupam men,_
que cada marca possui catálogos bastante extensos nos quais
se pode aprender a selecionar o rolamento mais conveniente ço na direção axial e consomem menos lubrificante,
para determinada aplicação. lhe da falta de lubrificação é importante por con
sobreaquecimento do rolamento e sua ruína. A Fi
Em geral, a especificação dos rolamentos é feita pelo diâme- mostra dois exemplos de lubrificação deficiente, e os ·
tro interior, ou seja, pelo diâmetro do eixo. Finalmente, um causados no rolamento. FIGURA 13.77 Exemplos de lubrificação deficiente.
338 Capítulo Treze Elementos de iVI.áquinas 339

REVISÃO DE CONHECIMENTOS hendo-a de acordo com as mesmas tabelas. As placas tiva figura e os valores das tabelas do Anexo B. Construa a
ensões 100 X 100 X 10 mm. O diâmetro nominal do lista de peças para cada caso, preenchendo-a de acordo com
1. Indique as principais vantagens da normalização de com- 4. Existem rolamentos desmontáveis. Indique as desig · so é 10 mm. Arbitre as outras dimensões. as mesmas tabelas. As flanges são iguais e têm diâmetro exte-
dos que vocc conhece e possíveis aplicações. rior 100 mm. Arbitre as restantes dimensões, tentando manter
ponentes. -Represente num desenho a ligação roscada (6 parafu-
2. Compare e discuta os perfis roscados mais usados. 5. Indique vantagens da representação simplificada de/ as proporções da figura.
tre duas flangc.s, apresentada na Figura 13.79. Seleci-
3. Compare e discuta as formas de transmissão de potência ponentcs em desenho à mão, num sistema CAD 2I)' elementos da ligação roscada de acordo com a respec- Pl3.3 - Substitua os elementos da ligação do problema ante-
apresentadas. sistema CAD 3D. E as desvantagens? rior pelos da Figu.t·a 13.80. Note os elementos de .segurança
adicionais

CONSULTAS RECOMENDADAS
e Bertoline, G.R., Wiebe, E.N., Miller, C.L. e 0 NBR 11145 Representação de molas em desenho
Nasman, L.O., Technical GraphicsCommu- 0 NBR 11534 Representação ele engrenagens em
nication. Irwin Graphics Series, 1995. técnico.
e Cunha, L. V. Desenho Técnico. Fundação ,., Pillot, Christian. Mémotech - Dessin Technique. <
Calouste Gulbenkian, 11ª Ed., 1999. Casteilla, 1986.
® Giesecke, F.E., Mitchell, A., Spencer, H.C. 1 Hill 1 I.L. 1 Dygdon,
0 Endereço eletrônico da International Or-
J.T., Novak, J.E. e Lockhart, S. 1 1l1odern Graphics Commu- ganization for Standardization (ISO) -
www.iso.ch
nication. Prentice Hall, 1998.
,., Endereço eletrônico ela revista 1l1achine
13 ISO Standards Handbook 32. Mechanical Transmissions.
Design, www.machineclesign.com
ISO, 1988.
,., Endereço eletrônico da Anierican National Stan
e Morais, Simôes. Desenho Técnico Básico. 3º Volume, Porto
titute (ANSI) - www.ansi.org
Editora, 1990. 0 Endereço eletrônico do Instituto Português da Qc:-
@ Normas Portuguesas, ISO e DIN correspondentes aos ele- (IPQ) - www.ipq.pt .
mentos deste capítulo. O Anexo C contém uma lista exaus- e Sítio da American Society o/Mechanical Engineeti FIGURA 13.79 Ligação roscada entre duas flanges. FIGURA 13.80 Ligação roscada bloqueada.
tiva elas normas abordadas-neste capítulo. - www.asme.org
e NBR 8993 Representação convencional de partes roscadas e Endereço eletrônico da Chicago Gear
em desenho técnicos. www.chicagogea1works.com

PALAVRAS-CHAVE

anuelas porcas
chavetas rasgo
enchavetamentos roscas
molas rolamentos
parafusos transmissão de movimento
pinos uniões de eixos

EXERCÍCIOS PRO.POSTOS

P13.1 - Represente num desenho a ligação roscada apresen- roscada de acordo com a respectiva figura e os
tada na Figura 13.78. Selecione os elementos da ligação tabelas do Anexo B. Construa a lista de peças par

i
I'
!

FIGURA 13.78 Ligação roscada entre duas placas.


Materiais e Processos de Fabricação 341

1 IN'fRODUÇÃO bronze, idade do ferro. A importância social cios materiais é


ainda mais evidente quando se verifica que esta classificação
~ capítulo, dá-se uma visão panorâmica dos materiais ele não é feita por pessoas ligadas à engenharia e à ciência cios
ação em engenharia, focando sucintamente cada uma das materiais, mas sim por historh1dore.s e por pessoas ligadas às
·as de materiais: metais, polímeros, cerfünicos, elastômeros, ciências sociais. A mensagem aqui transmitida é, por isso, muito
5 e compósitos. Dá-se uma breve noção, tão intuitiva clara: os materiais têm um papel preponderante na natureza e
to possível, das propriedades mecânicas dos materiais e na qualidade das nossas vidas.
e uma comparação destas propriedades entre as várias
Ao avançarmos no tempo, desde a idade ela pedra até aos
es de materiais. Faz-se uma explanação sucinta das apli-
nossos dias, vemos uma tendência genérica para a utilização
es mais comuns para cada tipo de material e as razões

MATERIAIS E s aplicações, bem como algumas comparações entre


riais para aplicações específicas. No Anexo D existe uma
ele materiais mais resistentes e leves. Um material mais resis-
tente permite fazer coisas que antes crmn impossíveis, enquanto
que um material leve permite poupar peso diretamente. O peso
a de materiais usuais em engenharia.
tem importância direta, tanto nos custos de fabricação como

PROCESSOS DE aterial está interposto entre o desenho e o produto final,


seja, é aquilo que nos permite dar forma ao produto e
nos custos de exploração. Exemplos: uma ponte feita de um
material mais leve será mais barata na medida em que terá de

~ ilita que este realize sua função. Daqui resulta imedia- suportar um peso próprio menor; uma aeronave mais leve

FABRICAÇAO 'ênte uma estreita relação entre três fatores: o material, a


ção e a forma (Figura 14.1).
poderá transportar mais passageiros, mais carga e mais com-
bustível, podendo realizar viagens mais longas. Esta econo-
mia de peso é ainda mais importante em equipamentos portá-
Ste ainda um quarto fator, o processamento (ou processo
fabricação), ou seja 1 o modo de dar forma ao material. Os teis e em qualquer tipo ele transporte, quer se fale do produto
ocessos de fabricação não serão tratados neste capítulo. A transportado, quer se fale cio veículo transportador. O trans-
rreta escolha da forma e cio material envolve conhecimen- porte aéreo, por exemplo, que já havia sido cogitado por Leo-
de outras áreas da ciência 1 como, por exemplo 1 a mecâni- nardo da Vinci, só se tornou ele fato possível com o advento
dos materiais, o eletromagnetismo, a termodinâmica e a dos materiais mais leves e resistentes.
imica. Consoante a função a que se destina o material, o Num mecanismo ou estrutura, as peças que o integram são
oque deste será feito na disciplina da especialidade. adquiridas de um fabricante - se forem normalizadas - ou
'ste uma enorme variedade ele materiais, cada qual com as devem ser fabricadas. As peças que devem ser fabricadas têm
s propriedades, características e aplicações específicas. Não de ser modeladas e, eventualmente, desenhadas.
âmbito deste texto descrever cada material em pormeno- A Figura 14.2 mostra os diferentes processos de fabricação,
.-~_s, mas sim dar uma perspectiva global do espectro dos ma- agrupados consoante o modo de obtenção da peça. Qs pará-
~riais, algumas aplicações específicas e comparações entre grafos .seguintes abordarão cada um dos processos.
ses de materiais, no que diz respeito à resistência e rigi-
OBJETIVOS z, conceitos que também serão apresentados muito sumari-
Atualmente 1 todos os psocessos de corte por usinagem podem
ser controlados através de máquinas de comando numérico.
ente.
Após estudar este capítulo, o leitor deverá estar apto a: Este tipo de máquinas controla todas as operações de corte
{Êm termos sociais, podemos notar que os materiais desempe- através de um programa de computador obtido através do
0
Distinguir as várias famílias de materiais e suas diferenças fundamentais; -;_Jham um papel muito importante. Por exemplo 1 uma manei- modelo CAD 3D (ver Capítulo 2). A peça pode passar direta-
.. -ra comumente usada para dividir a evolução da humanidade
0
Distinguir os conceitos associados às propriedades mecânicas; é através da alusão aos materiais: idade ela pedra, idade do
0
Escolher, para uma dada aplicação, o tipo de material mais adequado;

e Reconhecer os diferentes processos de fabricação, de uma forma genérica;


0
Selecionar um processo ou seqüência de processos ele fabricação para uma peça-'
a ser fabricada; ,
Torneamento
Fresamento
• Cotar e definir tolerância para as peças de acordo com os processos de fabricaçã, [
Furação
envolvidos. Ataque químico
Eletropolimento
[ Jato de água
Laser

Estampagem
Forjamento
Estiramento
Extrusão

FIGURA 14.2 Processos de fabricação.


1Hateriais e Processos de Fabricação 343
342 Capítulo Quatorze

10000 a.e. 5000 a.e. o 1000 1500 1800 1900 1940 1960 1980 1990 2000 2010 2020
mente do modelo de computador p:;:ira a fabricação sem ter 14.2 .f'AMÍUAS DE MATERIAIS OURO COBRE
_l______L_ __ __j___ - - ' ---~--~--~ ~ _L__'
sequer de passar por um desenho impresso em papel. Contu- BRONZE LJ'lll'TAIS 1

do, a passagem pelo papel pode ser necessária se a empresa O universo dos materiais ele uso geral pode ser divididQ
FERRO METAIS AMORFOS ) DESENVOLVIMENTO
que projeta e produz a peça não possuir tecnologia de fabri- seis grandes famílias, como se mostra na Figura 14.3., FUNDIDO
LIGAS AL-LfTIO LENTO· CONTROLE
AÇOS BIFÁSICOS DE ouÀuoADE E
cação por comando numérico ou se as empresas que proje- família pode ainda subdividir-se em classes, subclasses e AÇOS
AÇOS MICROLIGADOS PROCESSAMENTO

tam e produzem são diferentes, havendo então necessiclac:e bros. No caso dos meti is, por exemplo, a Figtu.·a 14.4 m MADEIRA AÇOS NOVAS SUPERLIGAS

PELES LIGADOS
de comunicar informação: mesmo neste c<1s0 podem ser trans- um desdobramento possível da família em classe, subclá
FIBRAS COLAS LIGAS
membro, chegando-se finalmente 80 material, para o qual
feridos os modelos tridimensionais entre empresas, com toda
a base de dados que os acompcmha. Uma tecnologia interes- um conjunto de atributos (propriedades mecânicas, f1 BORRACHA
LEVES
SUPER LIGAS
POLÍMEROS' L
térmicas, etc.) únicos que o definem completamente. [:corviPqs1T@ ELASTÔMEROS
sante permite a transmissão ela informação do modelo 3D, TIJOLO/PALHA
PAPEL
POLfMEROS DE
LIGAS TITÂNIO ALTA TEMPERATURA
juntamente com os desenhos de fabricação no mesmo arqui- Das seis grandes famílias apresentadas, algumas dcstaci ZIRCÔNIO ETC.
vo. A ferramenta e-drawing, da SolidWorks®, permite que as pela sua maior aplicação no campo da engenharia, e PEDRA BAOUELITA
eventuais dúvidas no desenho ou no modelo sejam facilmen- BARRO
sua importância relativa tenha sofrido grandes alteraç
VIDRO NÁILON
te esclarecidas. No caso de ser necessário recorrer aos dese- longo dos tempos, como mostra a Figura 14.5. CIMENTO
nhos impressos cm papel, é prática corrente inscrever na fo- CER~ÁMICOs,J REFRATÁRIOS
É notório o domínio dos materiais de origem natur CIMENTO
lha do desenho para fabricação toda a informação necessária VIDROS
primórdios da civilização e o domínio dos metais até ffi'-': POATLAND
à fabricação da peça desenhada. O processo de fabricação
do século XX. "f T 1 -------.-----
utilizado é importante, pois condiciona a informação a ser 10000 a.e. sooo a.e. o 1000 1soo 1soo 1900 1960 1980 1990 2000 2010 2020
incluída nos desenhos e determina, além do modo de cotar e A crescente lltilização dos materiais não-metálicos em a'" DATA

definir tolerância, a própria geometria e forma da peça. O ções de engenharia deve-se às crescentes necessidades
FIGURA 14.5 Importância relativa dos materiais ao longo dos tempos (baseado em Michael F. Ashby).
processamento dos materiais é definido como a ciência e a
tecnologia pelas quais a matéria-prima é convertida numa for-
ma com estrutura e propriedades adequadas para uma deter- basalto é pesado1 a pedra-pomes é leve. O conceito de leve e
erísticas muito específicas das indústrias de ponta e à re-
minada função. De um modo mais natural, pode-se entender de pesado eleve, no entanto, ser quantificado através da den-
ão de custos que pode ser atingida pela substituição de
como tudo o que se faz para transformar materiais cm coisas sidade. A Figura 14.6 mostra algumas classes de materiais e a
ériais metálicos por materiais não-metálicos nos objetos de
úteis. variação possível da sua densidade.
, quotidiano.
Neste capítulo, serão abordados, de forma genérica, os dife- Quanto aos conceitos ele resistência e rigidez, sua apreensão
ande crescimento dos polímeros, cerâmicos e compósi-
rentes processos de fabricação existentes. Não será feito um pode não ser tão imediata. Aliás, existe uma natural confusão
está ainda ligado à necessidade de controlar as proprieda-
estudo exaustivo de cada um, uma vez que o objetivo não é o entre as noções de resistência e rigidez, que levam posterior-
para cada tipo de utilização: é possível 1 com estes materi-
conhecimento do processo de fabricação cm si, mas sim as mente a algumas visões distorcidas da realidade. De fato, a
fazer "materiais na medida das aplicações", ou seja, clar-
implicações que ele tem no desenho técnico e na própria resistência e a rigidez são quantidades distintas e perfeitamente
as propriedades pretendidas para desempenharem suas
concepção de peças. definidas.
s, sem desperdícios de material. São ainda materiais cuja
Outros processos de ligação, como a soldagem e as diferentes da específica e rigidez específica estão, por vezes, muito
formas de ligação mecânica foram já abordados cm capínllos daquelas dos metais (ver parágrafo 14.3). O custo, cm 14.3.2 Resistência
anteriores, não sendo por isso tratados aqui. FIGURA 14.3 Famílias de materiais.
cial dos materiais poliméricos, é muito inferior ao dos me-
pelo que o seu consumo tende a aumentar, aliado ao fato As pessoas que não têm formação em engenharia ficam, por
ma grande pa1tc deles ser reciclável, com menor consu- vezes, confundidas com o modo como a resistência dos mate-
\de energia, relativamente aos metais, devido ao seu baixo riais aparece tabelada nos livros e nos catálogos de fabrican-
tes em força por unidade de área (Newton por metro quadra-
to de fusão.
do - N/m1 - no sistema internacional de unidades, ou libra
igas metálicas já atingiram elevado desenvolvimento, en- por polegada quadrada - psi - no sistema anglo-saxônico ele
to os não-metálicos estão em franca expansão. unidades), que parece ser uma unidade de pressão e não ele
resistência. A explicação é simples e é facilmente ilustrada por
3 BREVES NOÇÕES DE PESO, um exemplo.

RESISTÊNCIA E RIGIDEZ Imagine-se uma barra de seção transversal quadrangular ele 10


X 10 mm (Figura 14.7). A sua área será de 100 1run2 • Imagi-
s de avançar mais no domínio dos materiais, convém ne-se agora que essa barra está suspensa do teto por uma ex-
os parf1metros que vão contribuir para a sua seleção: o tremidade e na outra extremidade se coloca um peso de 500 N.
, a resistência e a rigidez. Existem outros parâmetros pos-
, . No entanto, estes três são os mais comumente selecio- Cada porção ela barra estará sujeita a uma força de 500 N, dis-
s para aplicação em engenharia. tribuída por uma área transversal de 100 mm 2 • Para evitar falar
de duas quantidades - força e área - os engenheiros dividem
a força pela área e usam apenas um parâmetro - a tensão. Neste
caso, a barra suspensa estará sujeita a uma tensão de 5 N/Irun 2 •
Subindo a tensão (por aumento da força ou por diminuição
~so de um material entende-se como o peso por unidade
da área) a um nível suficientemente elevado, a barra acabará
úlume, ou seja, o peso específico. O conceito de densida-
por partir.
facilmente entendido: a madeira é leve, o alumínio é mais
0 que a madeira e mais leve que o aço; a pedra não é tão A tensão para a qual se dá a ruptura da barra chama-se tensão
FIGURA 14.4 Desdobramento da família em classe, subclasse e membro. , uma vez que existem muitas variedades de pedra - o de ruptura do material.
344 Capítulo Quatorze 1Wateriais e Processos de Fabricação 345

íal pode suportar, sem alterar a sua forma, será reprc- uma dada aplicação será aquele que apresentar a 1mdor resis-
100 . a pela tensão de escoamento. tência especifica .
DENSIDADE A Figut·a 14.8 mostra a variação ele resistência e de resistên-
[ton/m~]
.3 Resistên.da Específica cia específica das classes ele materiais. A Tabela 14.1 rnostrn
bem como o melhor material em termos de resistência não é
,--endentemente do material de que é feito determinado o melhor material em termos de resistência específica. As fi-
anente, ele será tanto mais forte quanto mais material bras não podem ser usadas isoladamente, mas sim dentro de
-o problema é que também será mais pesado. O que se compósitos. Se retirarmos as fibras ela nossa análise, a Tabela
de, em geral, é uma maior resistência sem acréscimo de 14.1 mostra que, por exemplo, a balsa é o material com a me-
,Assim, um parâmetro extremamente importante será a nor resistência de todos os tabelados (note-se o ranlúng de re-
rtcia por unidade de peso específico, ou, mais simples- sistência), mas cm termos ele resistência específica compete de
ª resistência específiG1 (razão entre a tensão de esco- muito peito com o aço AISI 4340 e a liga ele alumínio 2024-T4,
t~ e a densidade) do material. O melhor material para sendo, inclusive bastante melhor que o aço comum AlSI 1010.

100000 ~ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ,
RESISTÊNCIA
0,1 [MPa]
w
w w
.ª~ê·~" -••
w w w w w
"• u .ig e _.g w o w ~ o • 10000 + - - - - - - - - - - - - - - - - -
•E ·ê .O

·•ru oo~
-~"[
:a•
E ·t:
" ·•
fr~ •O
•O

E
o~
E
•• e ""
E
UJ o
o " tl

uJ
& í3 ou
o
o •s ">
Oro w

~
1000 +-----------
J

100 +---

FIGURA 14.6 Variação de densidade para algumas classes de materiais. 10

0,1

RESISTÊNCIA
ESPECÍFICA
[MPa, rn~/ton]
1000 +-------------

SOON

FIGURA 14.7 Deformação de um material.


10

Uma barra de seção transversal 10 X 20 1run2 (dupla da seção carga, existirá um ponto a partir do qual a barra deixa ,
anterior) suportaria o dobro da carga até a ruptura, mas a sua regressar ao seu comprimento inicial quando se retira a
tensão de ruptura seria a mesma, podendo ser, por isso, con- sem, no entanto, partir. A tensão correspondente a esse
siderada uma propriedade material, pois é independente das chama-se tensão ele escoamento. Todos os materiais se
o, 1 +---~--,---,-----,,----,----,-----,----,
dimensões! mam por ação de cargas e todos os materiais rompem ,
Se a barra for feita de um material metálico, acontecerá um do a carga é suficientemente elevada, mas uma das cara e
©
E
,o
fenômeno interessante antes de se atingir a ruptura. Se medir- ticas inerentes aos materiais metálicos é sua capacidad
mos com alguma precisão o comprimento da barra antes e cederem antes de romper. A margem existente entre a te' ~
depois de lhe aplicar a carga 1 verificaremos que a barra irá sofrer de escoamento e a tensão de ruptura é uma medida da
uma determinada deformação (dL na Figura 14.7), que se rância de um material, ou seja, da sua capacidade de
anula quando a carga é retirada. À medida que se aumenta a mar antes de romper. Deste modo, a carga máxima qu FIGURA 14.8 Variação da resistência e da resistência específica. Para cerâmicos, a resistência é em compressão.
346 Capítulo Quaton:e Materiais e Processos de Fabricação 347

TABELA 14.1 Ordenação de diversos materiais pela sua resistência. TABELA 14.2 Ordenação de diversos materiais pela sua rigidez.

Fibras Aramid 3000 4 1310 229,01 1 Fibras Carbono HM 5 450 1 1830 24,59 1
Fibras. . Cál'!Í~~o )¾S •
~ '48. 2. 183D 22(1,2$ 2 Flbtâs carbono.HS 2 300 2 1830 16,39 2.
Fibras
Fibras
Fibras
Vidro S-2
· .Jll!ft,rl . ' ·
Carbono HM
4770
8820
2240
1
3
5
2355
2.35'5
1830
202,55
'IM;'í'l(
122,40
3
4
5
Fibras
C.ôrílpósitosdê p•IL
Fibras
Aramid
60%C.HS/Epóxl ( 11)
Vidro S-2
6
1

3
130
140
86
7
6
9
·
1310
ne~
2355
.
9,92
l',l'l!t.
3,85
.
:l

5
€:ofll!!Íl8iloMle P!>IL , ll@flQ; l'lli!:[F!<ll(i 01.1 · . MOO . . )l 1713'0 . • 11.3,64 6 Eibêifü Vidro E 4 72 .11 298!. , :J,oe ·
Compósitos de poli. 50%Vid.S/Epóxi ( li ) 1100 9 2000 55,00 7 Metais Aço AISI 4340 11 21 O 4 7850 2,88 7
Melais. . iil!l~ioJIAl-íW., ,, . .-1/l!l'â ló• M/50. .•24,63 .8 Mé!~i.s · Aço AISI 1010 18 210 7850 ··2,f!8
Metais Niquei lnconel X750 i8oo· 7 8500 21,18 9 Metais Alumínio 2024-T4 10 73 10 2770 2,64 9
l.4etítia •lilu!l11Dil lll"';~: ,: ', ~; .: . ···,1i . 27.70 .1$,93 10 Me)àis Níquel lnconel X750 9 213 8500 . l!,64 -- ~-a-•
Metaio Aço AISI 4340 1120 8 7850 14,27 11 Metais Titânio6Al-4V 8 110 8 4450 2,47 11
Madeir~s · : Bàlsa f IH - · ;ap ·rs:o 12Jé 1{1 .J:;q.mp<5sitpsd~ poli.:: 50%Vid,S/Epóxi (li) .7 45 lE Z!Jal}- • :á,;Z!l .fl';
Madeiras Pinho ( 11) 55 16 510 10,78 13 Madeiras Balsa (li) 12 3,2 ·18 180 1,78 13
'E1>@0J:ílàstIêos · l'li!'fl<m ~Q j'S '114Q t,02 14. f\/1:;;d<êír,;\il Pinho{[I) 13 7,0 · ~J ,".·610--• _;.i,Wi··.-f,f:
Ten11_o_pl_á5-_t_icm;; ABS 50 17 1050 4,76 15 Compósitos de poli. 60%C.HS/Fpóxi (1-) 16 10 13 1760 0,57 15
Compósitos ele.poli. 60%C. 1-1S/Epóxi ( L ) 8.0 14 J-t.i,,o 4,55. 16 ,Córnp<'!\ílto$êl.êpóli: 50%Vid}l/Epóxi (L) 20 · lf· : . ;'1,.- .-•••,::.m:l_flíl;:. _; ---~~; :)11!"•.
Termoendurecfveis Epóxi 69 15 1650 4,18 17 Termoplásticos Náilon 14 3,5 16 1140 0,31 17
Metais Aço AIS! 1010 3.10 12 7850·, 3,95 18 <TétrriôêácILifeôíveis Poliéster t9 8,li· · ·' .t~. ·-'4;:&Gll'.'. - •lf,;ih ,~II
Termoendurecíveis Poliéster 28 19 1200 2,33 19 Termoplásticos ABS 15 2,1 20 1050 0,20 19
Compósitos de poli. 50%Vid.S/Epóxi ( I__) 35 '18 2000 1,75 20 rer'rfjôeodürêdVeís Epóxl 17.- · 3,!l IA"·· .. 111'6!'\ · a,~é . :.ll-

io tomar em conta o peso, dividindo o módulo ele Young Os plásticos podem ainda ser divididos cm tennoplásticos
14.3.4 Rigidez provocar a ruptura cio mecanismo, por interferência ent{'
dentes. 'la densidade, obtendo assim a rigidez específica. O melhor (recicláveis) e termoendurecíveis (n~to recicláveis). Existe ain-
A rigidez é uma medida da deformação sofrida por um material erial para uma dada aplicação será aquele gue apresentar da uma terceira categoria, os elastôrneros, que pode ser de tipo
antes de atingir o escoamento qnando lhe é aplicada uma carga. Em termos práticos, o módulo de Young corresponde àJ aior rigidez específica. A Figu.a-a 14.9 mostra o escalona- termoplástico ou tcrmoenc\urecível. Os polímeros termoplás-
É normalmente expressa pelo módulo de elasticidade, ou mó- são necessária para clu plicar o comprimento ele um nto de rigidez para várias classes de materiais. Da mesma ticos caracterizam-se por ter menor rigidez e menor resistên-
dulo de Young, nas tabelas de livros e catálogos de fabricantes. material. De fato 1 isso nunca é possível, uma vez que a~ a, a Tabela 14.2 mostra que o materi8l com a maior rigi- cia mecânica que os tennoenclurecíveis, além ele se "derrete-
disso o material já ultrapassou a sua tensão ele escoametlf não é o material com a maior rigidez específic8. rem" com o aumento de temperatura. Por seu lado, os termo-
Por vezes, não só é importante que determinado componen-
te não ceda por ação ele uma força, como é igualmente im- endurecíveis não "derretem": em vez disso queimam, ou de-
portante que sua deformação por ação dessa força seja pe- gradam-se, com o aumento ele temperatura, sendo por isso
14.3.5 Rigidez Especifica .4 GENERAUDADES E APUCAÇÕES DE
quena) sob pena ele pôr em risco seu funcionamento nor- impossível a sua reciclagem. A expansão térmica dos plásti-
mal. Por exemplo, um par de rodas dentadas não pode ter A rigidez específica é também uma razão muito impot ALGUMAS FAMÍLIAS DE MATEruAIS cos é cerca de 10 vezes superior à dos aços, pelo que este
uma deformação muito elevada dos seus dentes, de modo a Pode-se também ganhar cm rigidez utilizando mais ma pormenor tem que ser levado em conta quando existe con-
e item serão apresentadas as características típicas de al-
não provocar atrito excessivo entre os denles e eventualmenle mas com o inerente acréscimo de peso. É novamente n tacto entre os dois tipos de material.
:.mas famílias e classes de materiais que ajudarão em esco-
_8s simples. Um estudo mais aprofundado, fora do âmbito
e texto, pode ser consultado no final cio capítulo, nas re-
10000 ~ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1000 ~ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 10000 ~ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ,
ncias que se dedicam exdusivmnente ao estudo dos ma-
RIGIDEZ RIGIDEZ CUSTO
[GPa] ESPECiFICA RELATIVO
1000 - - - - - - - - - - - - - - - - - ~ [GPa.m3 /ton] (POR
mo +..:'------'-------- apontamento interessante é dado na Figura 14.10. Trata- 1000
UNIDADE DE
do custo relativo dos materiais por unicbde de volume. VOLUME)
istem poucos registros deste indicador, uma vez que os [ton/m 3 ]

10.1---- tos estão cm constante mutação. No entanto 1 fica o regis-


10,1----
·, com a necessária ressalva de, que os valores apresentados
dem sofrer grandes alterações .

.4.1 Polimeros
0.1 llso de polímeros (ou plásticos 1 como mais vulgarmente são
heciclos) em projeto eleve apoiar-se num conhecimento
)
'vio de noções básicas de química e ele características com- 0,1
0,01
• •• o
m m

~--
m m
•E·;::o~ e
rtamentais e ambientais. Existe um número bastante eleva- m m (J) .!!! m
ê .~ g m ~ ,g
ê .~w •E 2 ~
• o m
-o
o
E m
.Q"O
E •
©
•E de plásticos disponíveis comercialmente - cerca de 15.000. o ·• ,o E',
·• a. ·• •eo
eo
8 ü•~
E ~E TI ~
<D
,o
1n •O entanto, a maior parte das aplicaçôes pode ser satisfeita (J) '-=
w o~ • 11 ~~ E
o
:.'J
E
m
u] 11
u] rum conjunto mais reduzido ele plásticos. Os melhores plás- "' u] a. ~ ü

as têm uma rigidez que é de aproximadamente 7 Gpa. Corn-


rada com os 200 Gpa das ligas ferrosas, é ele se esperar uma FIGURA 14.1 O Custo relativo de classes de materiais por unidade devo~
FIGURA 14.9 Variação da rigidez e da rigidez específica. ior flexibilidade dos plásticos. lume.
Materiais e Processos de Fahricaçüo 349
348 Capítulo Quatorze

Os plásticos têm uma tenacidade inferior à dos aços, por is A Figura 14.14 mostra as combinações possíveis de materiais
Os plásticos não devem ser projetados com os mesmos níveis
são menos tolerantes a concentrações de tensão e reduç"' para um compósito ele matriz polimérica.
de tolerância que os metab. Ainda assim, procluzcni-se bons
apoios autolubrificados de plástico. Podem ser inflamáveis e bruscas de secção. As propriedades do compósito dependem, entre outras, ela
devem ser projetados tendo em consideração que suas pro- Muitos plásticos são atacados pela radiação ultravioleta. percentagem relativa cios seus constituintes. Em termos de
priedades se degradam ao longo do tempo. pos::,;ível, deve ser prevista a reciclagem dos plásticos depo; propriedades mecânicas, as fibras longas são, sem dúvida, as
da sua vida útil. mais eficazes em todos os campos. A Figura 14.15 mostra as
disposições possíveis deste tipo de fibras no compósito.
A Tabela 14.3 mostra as siglas por que são conhecidos
Os reforços de fibra de carbono e os de fibra ele boro produ-
polímeros habituais, bem como as suas aplicações e a classe
zem os compósitos ele maior rigidez. Os reforços de fibra de
que pertencem.
Aramid produzem os compósitos de maior resistência.
A Figut·a 14.11 mostra alguns exemplos ele utilização de
Os compósitos com reforços de fibras curtas obtidos por
ças em polímeros. moldagem injetada são a forma rrnüs simples ele compósito.
Podem substituir os plásticos não reforçados sem alteração
14.4.2 Compósitos de Matriz Polimérka sensível de projeto.

Um material compósito é, por definição, formado por dois Os compósitos de fibras longas requerem considcraçôes so-
bre o tipo ele reforço, tipo de matriz, percentagem relativa de
mais materiais, em nível macroscópico, com proprieda
constituintes, configuração das fibras, número de camadas e
superiores a qualquer um dos seus constituintes isoladam
sua orientação.
te. A Figura 14.12 mostra exemplos de aplicação ele comp
sitos a quadros e aros de bicicletas, enquanto a Figura 14., O uso de qualquer reforço, que não seja fibra de vidro irá
mostra veículos de corrida sobre o gelo. No caso particu'f aumentar, muito provavelmente, os custos do material não
dos compósitos de matriz polimérica, a matriz tem como ft( '1GuRA 14.12 Bicicletas com quadro em compósito de carbono (Kestrel, EUA). reforçado.
ção suportar o material de reforço e distribuir as forças
este, podendo ser do tipo termoplástico ou termoenclurecív;
As matrizes ele termoplásticos não são tão boas como as ·
termoendurecíveis em termos de propriedades mecânicas,,
especial sob temperaturas superiores à temperatura ambf
te. O reforço, material que deve resistir à aplicação doses('
FIGURA 14.11 Exemplos de peças em polímeros. ços, pode ser de vários tipos e assumir várias formas.

PE
PVC Policloreto de vinil (termoplástico). Usado em pavimentos, tecidos, filmes
e tubulações.
PP
PS
PET Poliéster (termoplástico). Usado em fita magnética, fibras e filmes. Na
forma termoendurecivel é usado em revestimentos e resina em compósi-
tos.
FIGURA 14.13 Veículos para corrida sobre o gelo, fabricados com madeira e compósitos.
PMMA Polimetilmetacrilato (termoplástico). Também conhecido como acrílico.
Usado em ·anelas e decora ão.
PA Poliamida (termoplástico). Também conhecido como Náilon. Usado em
tecidos, cordas, en rena ens e ór ãos de má uinas.
ABS Acrilonitrilo-butadieno-estireno (termoplástico). Usado em malas de via-
em e telefones.
PC
POM
PTFE Politetrafluoretileno (termoplástico). Também conhecido como Teflon.
Usado em armazenamento de produtos qulmicos, vedantes, apoios, jun-
tas e revestimentos anti-aderentes.
PUR Poliuretano (termoendureclvel). Usado em espumas, elastômeros, fibras,
folhas e tuba ens.
PEEK Polielereterketone (termoendurecivel). Usado em adesivos e resinas de
com ósitos. SiC
Fenólicos (termoendurecivel). Usado em equipamento eléctrico. Neste PET EP, PF PP HM E
PF Al20J Arame
grupo encontra-se a baquelita PP PEEK Aramid HS s
B
EP Epóxi (termoendureclvel). Usado em adesivos, revestimentos e resinas etc etc
de com ósitos.
SI Silicone termoendurecfvel . Usado em ·untas e adesivos. FIGURA. 14.14 Combinações possíveis de materiais constituintes de um compósito de matriz polimérica.
Capítulo Quatorze
Materiais e Processos de Fahricaçüo 351
350

defonnaçôes, corno, por exen1plo, calibres dimensionais. O ferro fundido maleável é obtido a partir do ferro fundido
,-,_Ser barato, é também us<1do em peças ele grandes dimen- branco através de tratamento térmico, recuperando alguma
É ainda usado cm peças de geometria complicada ou de ductilidadc. É usado em acessórios de tubulaç~to, apoios ele
es finas, por ter uma boa fluidez no estado líquido. motores e m-áquinas em geral.
, rro fundido dúctil derivzi da mesma matéria-prima do fer-
ndido cinzento, com adição ele pequenas percentagens 14.4.5 Aços ao Carbono e de Baixa Liga
agnésio. Possui maior ductilidadc e resistência que o fer-
mdido cinzento. É usado em carcaças ele bombas 1 válvu- Nesta categoria temos todas as ligas metálicas que possuem
FIGURA 14.15 Tipos de disposição de fibras mais comuns num compósito de fibras longas: a) unidirecional; b) cruzado 0/90/0; e) cruzado 0/45 caixas ele engrenagens, máquinas agrícolas, máquinzis de ferro e carbono na sua composição. Sobre esta classe ele ma-
eração, pinhões, engrenagens 1 roletes, corrediças. teriais recai, por excelência, a escolha para a constrll(;ào ele
erro fundido branco é extremamente frágil e duro, sendo elementos de máquinas e todo o tipo ele construção metálica,
'do em camisas ele moinhos, máquinas ele granalha, freios abarcando cerca de 90% de todas as aplicações ele metais. A
Apesar dos aparentes problemas que lhe possam ser aponta- Os materiais cerâmicos, tais corno os vidros, devem ser pr
\JViários, laminadores. Figau·a 14.17 e a Figura 14.18 são exemplo disso.
dos, os compósitos têm vindo a substituir os habituais materi- tados para resistir majoritariamente a esforços de compres
ais estruturais, nos últimos 40 anos, pelas suas excepcionais devido à sua inerente fragilidade em tração.
qualidades de resistência e rigidez específicas e, em alguns A Figura 14.16 mostra a aplicação de nitrcto ele silício na
casos, de resistência à corrosão. São usados em todas as in- bricação de um rotor de turbina. Neste caso, os cerâmi
dústrias. apresentam a vantagem de poder trabalhar a elevadas temê
Neste momento, cerca ele 60% da produção mundial destina- raturas sem perda de propriedades.
se às indústrias aeronáutica, aeroespacial e militar. Cerca ele
90% elas embarcações ele recreio possuem cascos em 14.4.4 Ferros Fundidos
compósito, exibindo grande durabilidade. Muitas peças na
indústria automobilística são também em compósito, nomea- Como material ele engenharia) o ferro fundido, vem já d
damente, pára-choqucs, capôs, algumas peças dos motores e o século XIV. Antes desta época, a maioria dos objetos ele i
os pneus. Canoas, kayakes, raquetes de tênis, esqui e tacos de eram feitos a partir ele óxidos ele ferro obtidos diretamente
golfe são mais alguns exemplos de aplicação de materiais minérios ele ferro. O aço, tal como hoje o conhecemos 1
compósitos. apareceu no século XIX.
A designação "ferro fundido" aplica-se às ligas de ferro, e
bono e silício, com percentagens de carbono entre 2 e
14.4.3 Cerâmicos e Vidros
Existem quatro tipos fundamentais ele ferro fundido: cinze
Em finais dos anos 1980, os cerâmicos começaram a ser usa- to, dúctil, branco e maleável. -.
dos em aplicações onde os metais tinham predominância, cm O ferro fundido cinzento é utilizado em elemento'.:> sujeitos a::
especial em ferramentas, aplicações de alta temperatura e de desgaste, tais como camos, engrenagens, guias, blocos
elevado desgaste. Ainda continuam a encontrar aplicações motor, volantes de inércia, discos e tambores ele freios. É ta
novas, 20 anos depois. bém usado como isolante ele vibrações em suportes de FIGURA 14.17 Peças variadas em ferro fundido.
Os cerâmicos, tal corno aqui se mencionam, não são produtos quinas e em instrumentos de elevada precisão que não tol ,-
de "bano" (cerâmicos tradicionais ou cerâmicos porosos), mas
sim cerâmicos avançados, com reduzida porosidade, na sua
maioria de óxidos, nitretos ou carbonetos sinterizaclos para
obtenção de elevada densidade.
As suas propriedades mecânicas são valores obtidos cstatisti-
camente1 devido à elevada variabilidade destas. Possuem ele-
vada dureza e fragilidade devido às ligações covalentes e iô-
nicas da sua estrutura interna, na maior parte cios casos de
natureza cristalina.
A deformação de ruptura pode, em alguns casos, ser inferior
a O, 1%, comparada com os 20% habituais de muitos materiais
metálicos. O defeito crítico típico para um cerâmico aproxi-
ma-se dos 10 µ,m, comparado com os 1000 µ,m típicos ela
maioria dos aços. Podem ter, no entanto, rigidez superior à
dos aços.
Não podem ser trabalhados depois de sinterizados, nem po-
dem ser ligados por soldagem, e as suas propriedades depen-
dem fortemente do processo de fabricação.
Os vidros têm utilidade pela sua resistência à corrosão e sua
baixa expansão térmica, sendo ótimos para janelas de eleva-
da temperatura e revestimentos de outros materiais para o
manuseio de líquiqos corrosivos. FIGURA 14.16 Peças variadas em cerâmico.
352 Capítulo Quatorze Materiais e Processos de Fabricação 353

A designação AlSI é a mais usada, tanto nos Estados Unidos, Ligas de titânio. O titânio é mais abundante na crosta terres-
onde teve origem, como também na Europa, uma vez que é a tre que o cromo, o cobre, o níquel 1 o chumbo e o zinco jun-
mais abrangente em termos de nomenclatura e ligas por ela tos. Está comercialmente disponível desde os anos cinqüenta)
cobertas e referenciadas. A designação AISI comporta 4 dígi- 430 sendo ele processamento dispendioso, difícil de soldar e com-
tos. Se o primeiro dígito for 1, a liga referida representa uma plicado de trabalhar. É aplicado onde a resistência específica
liga simples de ferro e carbono. 303 é importante, corno por exemplo cm submersíveis de profun-
Tipo austenitico. Aplicação em didade, navios de alta velocidade 1 pás ele hélices, aeronaves e
Aços deste tipo são usados para peças de produção em massa 304 peças com boa resistência quí- veículos espaciais, ou então onde a corrosão seja crítica, como
cm várias indústrias, entre as quais a automobilística, sendo 316 mica, tubagens e reservatóríos.
válvulas para água do mar, trocadores de calor de centrais
também muito usado em usinagern geral. 304L (L = soldável).
nucleares, ou estaçôes clessalinizadoras.
Se a designação começar com qualquer outro dígito, o aço,
316L
Tipo mar!ensí!ico. Aplicação Ligas de magnésio. Foram desenvolvidas depois ela 2ª Guer-
além ele ferro e carbono, contém outros elementos de liga. Estes 416 em componentes estruturais,
420 ra Mundial. São facilmente usináveis (embora possam ser in-
aços, cuja percentagem de elementos ele liga não deve ultra- ferramentas e instrumentos de
440C flamáveis), têm baixa resistência à tração, resistência específi-
passar os 5%, são largamente usados em componentes estru- corte. ca mais elevada (inferior à das ligas de alumínio) e rigidez
turais tratados tennicamente, para maior resistência ao desgaste
específica também mais elevada (superior à das ligas de alu-
e maior resistência mecânica. São aplicados em eixos ele trans-
mínio), são boas absorvedoras de vibrações e possuem fraca
1nissão, engrenagens e pequenas ferramentas.
resistência à corrosão.
Os últimos dois dígitos da designação representam a percen-
A 14.20 Aplicações de ligas de cobre em peças de uso doméstico. A sua aplicação está concentrada nas indústrias aeroespacial,
tagem de carbono multiplicada por 100.
aeronáutica e nuclear, em freqüente competição com as ligas
A designação ASTM A36 cobre os aços ao carbono de cons- de alumínio.
trução, seguidos de um grau, ou tipo, que define o aço a usar. $s flexíveis, molas, etc. Os latôes especiais são ligas ternárias
Cobre, zinco e um terceiro elemento. Os latões de alumí- Ligas de níquel. São das ligas não-ferrosas mais resistentes e
As propriedades mecânicas de qualquer liga metálica depen- ; pela sua acrescida resistência à corrosão, são usados cm tenazes, possuem rigidez próxima à cios aços e excelente re-
dem fortemente do tipo de tratamento térmico e da quantida- lizações de água salgada na construção naval. Os latões sistência à corrosão. Como mantêm as suas boas proprieda-
de de deformação plástica que a liga sofreu. Os termos aqui chumbo são usados em pequenas peças sujeitas a atI-ito. Os des desde temperaturas subzero até os lüüüºC, são usadas tanto
usados devem ser procurados em livros da especialidade, lis- s de estanho são usados em tubos de condensadores. Os em equipamentos criogênicos como em aplicações de altas
tados no final cio capítulo. s de silício são usados em válvulas, bombas e engrenagens. temperaturas. Pelas suas propriedades de resistência mecâni-
ca e resistência à corrosão, encontram aplicação em válvulas,
as cuproníquel são ligas de cobre e níquel com elevada
14.4.6 Aços ln.oxidáveis e AçosMaraging bombas e trocadores de calor, eixos, molas e pás de turbina,
tência à corrosão, bastante tenazes e dúcteis.
motores a jato e no processamento de produtos químicos.
Os aços inoxidáveis, ou simplesmente inox, como geralmente gtU'a 14.20 mosti·a uma aplicação típica de latão verme-
são conhecidos, são ligas de ferro e cromo que podem apre- sem chumbo.
sentar-se de três modos, por ordem crescente ele resistência: 14.5 FUNDIÇÃO
de alumínio. Estas ligas dispensam apresentações. En-
aços inox ferríticos, austeníticos e martensíticos. O modo como No processo de fundição, o material é fundido (elevado aci-
tram aplicação desde o utensílio comum de cozinha até à
se apresentam depende da percentagem de cromo, sempre ma do seu ponto de fusão, passando ao estado·líquido), po-
~ stria aeronáutica. As ligas mais comuns envolvem, além
superior a 11 %, do tratamento térmico a que foram sujeitos e dendo ser tratado quimicamente para alteração da sua com-
FIGURA 14.19 Parafusos em aço inox. lumínio, o cobre (formando os famosos "cluralunúnios"),
da eventual presença de níquel como um terceiro elemento posição, e é depois vazado numa cavidade, ou molde, )::mn a
io (para uma melhor fluidez em peças obtidas por fun-
de liga. ) e o magnésio (para maior resistência mecânica). Os forma desejada. Depois de arrefecer e solidificar-se, o µlateri-
Todos os aços inox são empregados onde existam problemas 14.4. 7 Outras Ligas Metálicas entos térmicos que podem ser aplicados ao alumínio 1 al tem a forma da peça pretenclida 1 sendo então retfrado do
ele corrosão, embora cada liga em particular esteja preparada como a deformação plástica que ele sofre, determinam molde. Quase não existem limitações para o emprego deste
para situações específicas. Os aços austeníticos (os que pos- ligas de cobre. Neste tipo de ligas existem, sucintament as propriedades mecânicas, sendo, por isso, sempre es- processo de fabricação 1 ele é usado para tamanhos de peças
suem alguma percentagem de níquel) possuem a melhor com- bronzes, os latões e os cuproníqueis. ,. ificadas. A Figura 14.21 mostra o alumínio aplicado na tão díspares como um dente de um fecho éclair (alguns milí-
binação de resistência à corrosão e facilidade ele usinagem. Dentro da categoria dos bronzes estão as ligas de cobre,--:, struçào do chassis de um automóvel. metros) e uma hélice de navio transatlântico (10 metros). A

Todos os aços inox são resistentes a ambientes oxidantes, mas outros elementos que não sejam o zinco: são ligas com af:
nenhum deles é resistente, por exemplo, à corrosão por ação nio (bronze alumínio\ com silício (bronze silício), com"
lio (bronze berílio), etc. Os bronzes são ligas de cobre e·
do ácido sulfúrico.
nho (exceto quando a seguir ao bronze têm a designaçã
Em relação aos aços ao carbono, possuem maior resistência, outro elemento), podendo ainda ter pequenas adiçõe/
maior tenacidade, maior dureza, e rigidez ligeiramente inferi- outros elementos. São usados pela sua boa resistência à__:
or. Os aços inox ferríticos são, em média 1 duas vezes mais caros rosão e pela sua facilidade de conformabilidade. Depen_
que os aços ao carbono, sendo o tipo mais barato de aço inox. do da percentagem de elementos de adição no cobre, são
A Tabela 14.4 mostra os aços inox mais usados e as suas usados em casguilhos, mancais, juntas de todo o tipo e _,-
aplicações mais freqüentes. A Figura 14.19 mostra parafusos sujeitas a forte atrito e instlumentos musicais, tais como
em aço inoxidável. O bronze berílio é usado, pela sua excelente resistêncht
molas e eletrodos de soldagem por pontos. O bronze sili
Os aços niaraging são ligas de ferro e níquel com elevadas muito usado na fundição de peças de configuração compli_ <
resistência e ductilidacle, que podem ser empregadas em pe-
ças de usinagem geral. Podem ser soldados sem perder as suas Os latões são ligas de cobre e zinco, que encontram apli
propriedades e podem ser empregados em elevadas tempera- em diversos campos, dependendo da percentagem de
turas sem perda de propriedades mecânicas. existente: i.Initação de ouro e bronze em joalharia, radia FIGURA 14.21 O chassis do Audi A2 é construído em liga de alumínio. (Cortesia da SIVA, S.A.)
Capítulo Quatorze Materiais e Processos de Fabricação 355
354

melhor opção para determinada peça passa pelo conhecimento ionados com o processo de fabricação em si, como a fundidas em molde permanente, como não se destrói o mol-
dos diversos tipos de fundição. Os tipos de fundição são nor- idade de enchimento e a dureza relativa entre o material de quando da desmoldagem, é necessário que existam "ângu-
malmente distinguidos através do tipo de molde - molde per- oleie e o material da peça. Estes fatores levam a uma los de saída" entre superfícies perpendiculares para permitir
dido e molde permanente - e do tipo de vazamento - por ssiva degradação da qualidade das peças obtidas pela retirar a peça do molde: superfícies que seriam normalmente
gravidade, por vácuo, a baixa pressão, ou a alta pressão. Por lização do molde. perpendiculares não podem sê-lo em peças fundidas - os
ser mais relevante para a discussão, será abordada a primeira ângulos de 90º devem ser de 92~93°.
gora 14.24 mostra uma biela cm titânio de um motor de
classificação, ou seja, tipo de molde. bustão interna (constituída por duas peças) obtida por O desenho para usinagem e acabamento superficial da peça
ição cm molde permanente. fundida, deve conter apenas a informação relativa a essas
operações. Neste caso, todas as cotas inscritas serão cotas fun-
14.5.1 Fundição em Moldes Perdidos cionais e estarão necessariamente relacionadas com as outras
A fundição em moldes perdidos usa areia com resina para moldar ,5.3 Outros Tipos de Fundição peças adjacentes do conjunto. É importante definir qual a pri-
o negativo com a forma da peça a ser obtida. Quando se retira em inúmeras variantes ao processo de fundição. O pro- meira operação de usinagem a ser efetuada e quais os planos
a peça já feita, o molde é destruído. Pode ser necessário produ- de referência a serem utilizados. A Figura 14.26 mostra o
mento de materiais poliméricos faz uso de fundição e
zir uma réplica da peça, cm madeira ou em resina, para obter a desenho de uma peça para fundição e a Figura 14.27 mostra
ão em moldes permanentes, possuindo, por si só, diver-
cavidade no molde de areia. Para isso, podem ser usadas as o desenho da mesma peça para usinagem e acabamento. Note-
ariantes. As máquinas de injeção de polímeros são extre-
técnicas de estereolitografia já abordadas no Capítulo 2. A fun- ,,ente compactas e sofisticadas em relação aos cquipamen- sc, no desenho para usinagem e acabamento, a indicação de
dição em molde perdido é usada para produção de peças úni- uma superfície de referência. Note-se ainda que, quando já
de fundição de metais (Figura 14.25).
cas, para pequena em série, ou para peças com fom1as compli- existem furos provenientes de fundição, a posição do centro
cadas. Devido à mgosidade superficial resultante (entre 12,5 e ':outro processo vulgarmente conhecido por metalurgia de não deve ser alterada pela posterior usinagem, deve apenas
25 µm), em geral é necessário fazer por usinagem o acabamen- pode também assemelhar-se à fundição: difere apenas pelo haver retificação do furo, fato este que ajuda muito na defini-
, de o material de enchimento do molde estar no estado ção de cotas de acabamento que tenham como referência o
to de certas áreas da peça - as superfícies funcionais.
o (é de fato um pó finamente disperso, contendo todos
Os materiais metálicos são freqüentemente fundidos através lementos de liga misturados) sendo depois compactado e
deste processo: ferros fundidos, aços, latões, bronzes, alumí- FIGURA 14.23 Em cima, caixa de moldagem (em duas metades); ê. ecido para formar a peça pretendida. Este processo é usa-
nios, ligas de alumínio, magnésio e zinco e superligas de ní- xo, exemplo de peça em madeira (molde) para fundição em areia·::-<
para metais e para cerâmicos.
quel. O ferro fundido é, sem dúvida, o material por excelên-
cia para este tipo de processo, devido ao seu baixo custo, boa
fluidez no estado líquido e baixo coeficiente ele expansão tér- várias vezes. Consegue-se maior uniformidade dimensi< .5.4 O Desenho Técnico de Peças
mica. A Figut·a 14.22 mostra blocos de motores de combus- entre as peças e maior seqüência de fabricação, mas os Fundidas
tão interna, peças comumente obtidas por fundição em mol- eles são, em geral, dispendiosos.
efinição de uma peça a ser obtida por fundição requer mais
de perdido: embora um bloco de motor seja, em geral, produ- Como os moldes neste tipo de fundição são quase se
m desenho, requer um desenho para a fundição e um outro
zido em grande série, só pode ser fundido cm molde perdido metálicos, o método é usado para obtenção de peças de
posterior usinagem e acabamento superficial, caso estas
devido à sua grande complexidade. baixo ponto ele fusão, como ligas não-ferrosas e material" 2._Q__

A Figut·a 14.23 mostra uma caixa de moldagem em duas metálicos. Para fundir peças em aço, por exemplo, o " "'
deverá ser feito em grafite. É constrnído de modo que p esenho para a fundição deve representar a peça a ser fun- m
metades e uma peça, também em duas metades, em madeira, gJ
ser aberto para retirar a peça solidificada, e ser fechado de nas suas dimensões brutas. A cotagem deve ser claramente o
que serve para produzir a cavidade no molde de areia, sendo
depois retirada para ser vazado o metal. para ser vazada uma nova peça. ida em cotagem de forma e de posição para os diversos "' 1

entos constituintes da peça. Note-se que, em peças fun- o


O acabamento superficial das peças depende não só do as em areia (molde perdido), existe sempre um raio de
1 "'
bamento superficial do molde, mas também de parâmif~
14.5.2 Fundição em Moldes Permanentes cordância entre superfícies não-coplanares, uma vez que
Baleados r2,5
possível modelar em areia, no molde, uma aresta com raio
O molde; neste tipo_ de fundição, pode ser obtido por usina- concordância muito pequeno. Por outro lado, em peças FIGURA 14.26 Desenho de uma peça para fundição.
gemem ferro fundido, aço, bronze, ou grafite, sendo reutilizado

FIGURA 14.22 Bloco de um motor de combustão interna. FIGURA 14.24 Biela de um motor de combustão interna, FIGURA 14.25 Exemplo de uma máquina de injeção de polímeros. (Cortesia Van Dom Demag.)
Materiais e Proce.\:ms de Fabricação 357
356 Capítulo Quatorze

: e forma num único passe, enquanto a deformação plás- Os processos ele deformação plástica competem, muitas ve-
Perfis vários J frio pode envolver várias fases intermediárias até ser zes, diretamente com a fundição quando a peça a ser obtida
a a forma final, como mostra a Figura 14.29. tem formas simples.
jaroento é um processo diretamente concorrente da fun-
à. A biela ela Figura 14.24, por exemplo, pode ser 14.6.1 Desenho Técnico de Peças Obtidas
Barras cada por fundição, se for destinada a um motor de gran-
por Defo1·mação Plástica
. rte, ou por forjamento, se for destinada a um motor de
utomóvel comum. Em tcnnos de desenho técnico, as peças obtidas por forjamento
Arames, pregos, malha de arame requerem os mesmos cuidados que as peças obtidas por fun-
pagem (Figura 14.30) é também um processo muito
te de deformação plástica que, junto com o dobramento dição. As superfícies forjadas possuem uma rugosidade que

o([)~ apa, normalmente não necessita de acabamento.


· ampagem e o forjamento são dois processos com algu-
pode ser excessiva para o fim em vista, sendo, por isso, ne-
cessário trabalhar as superfícies funcionais. Tudo o que foi dito
acerca da fundição (desenhos independentes para o processo
Tubos com e sem costura
melhanças. Ambos necessitam de uma prensa (Figura e para o acabamento, baleados, ângulos de extração) é tam-
) para aplicação das forças necessárias à deformação e bém válido para o forjamento.
a matriz com a forma ela peça que se quer obter.
Placas e folhas
A dobragem de peças cm chapa distingue-se dos processos
ampagem faz-se a partir ele uma chapa, enquanto o for- restantes de deformação plástica por originar produtos com
to se faz a partir de um bloco de material. paredes de espessura constante. Os raios de concordância
~/==7 entre as superfícies concorrentes são escolhidos de modo a
que não provoquem fendas durante a dobragem da chapa e
FIGURA 14.28 Perfis, barras e outras pré-formas obtidas por defot
FIGURA 14.27 Desenho da peça da Figura 14.26 para usinagem e aca- elevem conter zonas de alívio ele tensões (ver, por exemplo,
plástica.
bamento. a Figura 14.13). Estas zonas de alívio de tensôes são dese-
nhadas automaticamente por alguns programas de CAD 3D,
bem como a planificação da peça acabada, para traçagem e
São também obtidos por deformação plástica produtos
centro do furo. As faces a serem trabalhadas são as que possu- corte, eliminando a necessidade de construções geométricas
doméstico como tachos e panelas, latas de refrigerantes_
em rugosidade definida. A usinagem é abordada na Secção 14.7. complicadas para a planificação. A cotagem deste tipo ele
formação plástica), painéis de carroçaria de automóvel Ç
peças deve ser feita preferencialmente na sua frnma final, com
pagem) ou moedas (cunhagem). Em alguns dos exe
cotas apenas na parte interior (ou apenas na parte exterior)
14.6 DEFORMAÇÃO PLÁSTICA anteriores, as peças assim obtidas não necessitam de
da peça. }
menta. Outros produtos podem necessitar de acaba
Chama-se deformação plástica de materiais (sugere-se a leitu-
como, por exemplo, virabrequins e bielas de pequenos
ra do parágrafo 14.3) à deformação que não é recuperada
res de combustão interna, que podem ser obtidas por_ 14.7 PROCESSOS DE CORTE OU
quando se retira a força aplicada, originando, por isso, defor-
mação plástica (forjamento): os acabamentos são feit _,_, REMOÇÃO DE MATERIAL
mação pe1manente. Um clipe, por exemplo, é fonnado com FIGURA 14.30 Estampagem de chapa de alumínio.
superfícies funcionais, de acordo com as necessidades d ,
um arame inicialmente reto, que sofre dobramentos (deforma-
danamento das peças adjacentes. Os processos de corte são muito usados na indústria devido à
ção plástica) sucessivos até ficar com sua fonna conhecida. sua versatilidade e qualidade final elas peças, sendo mais usu-
A deformação plástica a quente necessita, normalmen
A defo1mação plástica pode ser imposta a determinado mate- ais torneamento, furação, fresamento e esmerilamento. Todos
menos operações intermediárias, permitindo grandes m:
rial de várias formas, sendo a distinção feita pela temperatura eles envolvem a retirada de cavaco de material da peça a ser
a que se dá a deformação. Chama-se deformação plástica a trabalhada - as diferenças entre os vários processos são devi-
quente à deformação que se dá acima da temperatura de das ao movimento relativo da ferramenta em relação a essa
recristalização do material (n01mahnente metade da tempera- peça ou vice-versa.
tura de fusão) e def01mação plástica a frio àquela que se dá Nos parágrafos seguintes são desenvolvidos os vários proces-
abaixo dessa temperatura. A distinção é feita através da tempe- sos que envolvem arranque de apara.
ratura porque este é o parâmetro que controla as proprieda-
des mecânicas da peça deformada: uma peça defrnmada a frio
apresentará uma dureza superficial, uma resistência mecânica, 14.7.1 Torneamento
uma precisão dimensional e um acabamento superficial superi- A operação mais habitual de torneamento é a usinagem de
ores à mesma peça do mesmo material obtida por defonnação superfícies cilíndricas ou cônicas exteriores. A usinagem é efe-
a quente. A explicação deste fenômeno ultrapassa O âmbito deste tuada num torno (Figura 14.32 e Figura 14.33), fazendo-se
texto; sugere-se a leitura de bibliografia especializada. girar a peça em torno do seu eixo. A ferramenta ou ferro de
A deformação plástica é usada em muitos processos industri- corte move-se perpendicular e/ou paralelamente ao eixo da
ais, dos quais o mais conhecido talvez seja a obtenção dos perfis peça (Figura 14.32). Também no torno são executadas ou-
comuns de aço (barra, vara, cantoneira, perfis vários). Estão Criação do ressalto tras operações como o faceamento, perfilamento e filetamento
nesta categoria a trefilação (arame), o perfilamento (perfis, (ver Figura 14.34).
barras), a laminação (barras, chapas), a calandragem (canto- Em operações de torneamento, a peça tem sempre movimento
neiras, perfis dobrados) e alguns processos mistos como, por de rotação em torno do seu eixo, enquanto a ferramenta
exemplo, o processo para a obtenção de tubos com costura a apresenta movimento de translação em um ou dois eixos,
Cariar excedente A 14.31 Prensa para estampagem e forjamento. (Cortesia do La-
partir de chapa, envolvendo a dobragem da chapa e posterior Formar hexagonal Pode, no entanto, haver exceções: por exemplo, quando se
rio da Seção de Tecnologia Mecânica do Instituto Superior Técni-
soldagem (Figura 14.28). Estes produtos são usados como quer abrir um furo longitudinal numa peça pode montar-se
Portugal.)
matéria-prima para posteriores operações. FIGURA 14.29 Exemplo de uma peça formada por extrusão à f
358 Capítulo Quatorze 1\llateriais e Processos de F'ctbricaçdo 359

l~(
5
2X§'. º?/ 0,8
?X45"

:~_ -__-_-r,------''--_-~ "\


,::;/ ~
<O
"'
Q
- - -- -
<O
o
""Q ---51'°' ~- -
/
-
]:,
-

I"----'--'---------< Ú1 ---

_25 __
65
80 -e-
250 ~

FIGURA 14.35 Exemplo de uma peça para fabricação ao torno.

FIGURA 14.32 Exemplo de torno mecânico, \:a a furar no cabeçote, ou bucha (parte esquerda do poderiam ser omitidas se o acabamento superficial não fosse
, na Figura 14.32) e montar no ponto uma broca, que especificado.
oda, (parte direita do torno, na Figu.1·a 14.32), fazen-
depois avançar longitudinalmente a broca para dentro
14.7.2 Furação
eça.
rno serve para fabricar ou acabar peças com geometria A furação ele peças é uma das operações mais usadas na usi-
drica. Os parâmetros de usinagem, como o avanço e a nagem. Nesta operação, a peça a ser furada está fixa e a ferra-
ndiclade de corte da ferramenta, definem o acabamento menta avança perpendicularmente à peça, com movimento
rficial desta (ver Tabela 8.18). simultâneo de rotação (ver Figu.t·a 14.37).

FIGURA 14.33 Exemplo de um torno mecânico de 1·a 14.35 mostra uma peça fabricada por torneamento, Existem dois tipos fundamentais de furos: os furos passantes
comando numérico. (Cortesia Clausing Industri- plificando-se o modo correto de cotar uma peça deste e os furos cegos. No caso de furos passantes_= furos que atra-
al lnc.) vessam a peça ele um lado ao outro - a ferramenta a ser usada é
. Note-se que a parte central de 36 mm de diâmetro não
cotada em comprimento, uma vez que as mediçôes de- uma broca com o diâmetro de furo pretendido. Os furos ce-
ser feitas a partir das extremidades da peça, como mostra gos - que não atravessam completamente a peça - podem
gura 14.36. Nesta figura, as operações de acabamento necessitar de acabamentos especiais, usando-se outro tipo de

Torneamento paralelo,
ou cillndrico
A e

Faceamento, ou
torneamento de faces
J
r.tr
Torneamento cônico

Permamento

Filelamento
URA 14.36 Fases de operação da peça da Figurn 14.35: A - montagem da barra na placa do torno e faceamento dos topos (esta operação é
edida pelo corte com comprimento adequado de uma barra de 40 mm de diâmetro); B - centragem dos dois topos com broca de centro; C -
ntagem da peça entre pontos, seguida de desbaste (1), acabamento (2), raio (3), sangria (4) e chanfro (5); D- abertura de rosca; E-inverter a
a e proceder ao desbaste (1), acabamento (2), chanfro (3) e raio (4),
Materiais e Processos de Fabricaçâo 361
360 Capítulo Quatorze

ll
reita da Figut·a 14.42, respectivamente\ ou de cabeçote mó-
A
vel, e podem fresar em qualquer plano inclinado. Com as
fresadoras de ebco horizontal executam-se fresarnentos cilín-
clricos, e com as fresadoras ele eixo vertical executam-se
fresamentos frontais, ou ele topo.

Correto Incorreto

FIGURA 14.39 Maneira correta de furar.

fazer corretamente todas as operações, razão por que,


genda da Figura 14.41 são indicadas ferramentas altern
Embora a peça, tal como está representada, não necess
nenhum acabamento especial, os furos poderiam ain
mandrilaclos para um acabamento superficial mais perfeiC- ,FIA 14.41 Seqüência de operações de furação da peça da Figura
: A - furo prévio com broca helicoidal de 18 mm nas duas localiza-
poder-se-ia facear o rebordo do furo da direita para met
s - alargamento dos furos com broca espiral de 20 mm nas duas
o assentamento de uma peça em contato com esta. De ações (pode também ser feito com broca helicoidal); C - rebaixo
em peças obtidas por fundição) é muito usual a abertu rebaixador de guia (pode ser feito com fresa de topo); D~ voltar a
furos ou a retificação (ou alargamento) de furos de fun, e escarear com fresa de fôrma (pode também ser feito com broca
com mandril (ou broca de espiral\ uma vez que os furo _oidal de diâmetro superior a 24 mm).

FIGURA 14.37 Exemplo de uma furadeira manual de bancada. quase sempre superfícies funcionais.

.7.3 Firesamento
_ 030_ esamento é usado para obter superfícies planas através do
ferramentas 1 como mandris, brocas de escarear, ou brocas de 020 ço de uma ferramenta (com movimento de rotação sobre
facear (ver Figura 14.38).
eixo) sobre a mesa da fresadora. As fresadoras podem
FIGURA 14.43 Exemplo de uma fresadora de comando numérico. (Corte-
A centragem correta da peça a ser furada é extremamente de eixo vertical ou de eixo horizontal (à esquerda e à di- sia Clausing Industrial lnc.)
importante: a superfície a ser furada deve estar perpendicular
ao avanço da ferramenta para que a broca não se parta ou o
furo fique fora cio lugar (ver Figut·a 14.39).
O furo com broca produz um acabamento superficial que pode
ser melhorado com uma fresa, montada do mesmo modo que
a broca na furadeira. Neste caso, o acabamento deve ser es- f-,---50 _ _ --1
pecificado no desenho. 1

Existem furadeiras que permitcm 1 com o uso de cabeçotes


múltiplos, obter vários furos ao mesmo tempo. Estas furadeiras
são--particularmente usadas em grandes séries de peças com
mais de um furo por peça.
Na Figura 14.40 apresenta-se um exemplo ele operações de
1 25
furação numa peça usinada, que são sucessivamente indica- ~-

das na Figura 14.41. Note-se que nem todas as oficinas pos-


suem um leque de ferramentas suficientemente grande para FIGURA 14.40 Exemplo de peça que necessita de operações de

Alargamento Chanfrado Escareado Faceado


Rebaixo
ou mandrilagem
FIGURA 14.42 Fresadoras manuais de eixo vertical (esquerda) e de eixo horizontal (direita).
FIGURA 14.38 Diversas operações que podem ser feitas com uma furadeira.
Capítulo Quatorze ivlatmiaís e Processos de Fahrícaçâo 363

to, o trabalho será executado mais rapidamente numa fr'. e /


No caso geral 1 a ferramenta roda em torno de um eixo de ro-
tação fixo e a peça a ser fresada é alimentada (deslocada) 1manual dora ele comando numérico se as superfícies maiores fo
ou automaticamente 1 para a ferramenta. Como acontece em desbastadas com fresas de maiores diâmetros, portanto
todo o tipo de usinagem que envolve movimento relativo peça- menos passagens, pois aqui as fresas já se encontram m
ferramenta1 a velocidade do movimento é condicionada, fun- das no revólver da máquina, eliminando a morosidade <la-
damentalmente1 pelo material da peça a que vai ser trabalha- ca manual de ferramentas.
da e condiciona 1 por seu turno, o seu acabamento superficial. Outro artigo de consumo corrente) o comum lápis de gr
As engrenagens cilíndricas (ver Figura 14.59 e Figura 14.60) é também fabricado por fresamento: são feitos conjuntos · ,A 14.46 Várias utilizações de pedras de esmeril: a, b, e, e d correspondem a retificação de peças, enquanto e e f são operações de afiamento
são normalmente fabricadas por fresamento) bem como as (ou 8) lápis de uma vez 1fresando seis metades do perfil h ferramenta de corte de torno e de uma fresa.
placas de guia para posicionamento de peças em mecanismos gonal (ou cilíndrico, conforme o lápis) e a cavidade para
de precisão. A Figura 14.44 mostra 1 precisamente, uma placa jar seis barras de grafite; colam-se, em seguida, as seis b ·
de guia fabricada com fresadora. Todas as operações envolvi- numa metade e "fecham-se" os seis lápis colando a .4 Esmerilamento em termos de ocorrência e de utilização. Uma das máquinas
das são descritas,ri Figura 14.45 Note-se que as operações A) metade. A separação dos seis lápis é feita por corte com s que não foi citada é a plaina limadora (Figm.·a 14.47), que
B1 C e E podem ser feitas todas com a mesma ferramenta, o sendo depois polidos, pintados e) eventualmente, inse ção de esmerilar é usada para afiar ferramentas de corte funciona, tal como o nome indica, como uma lima manual 1
que pode ser vantajoso para uma fresadora manual; no entan- borracha na ponta. eliminar irregularidades de superfícies previamente com movimento ela ferramenta para a frente e para trás, sobre
s por outro processo qualquer 1 obtendo-se grande pre- uma peça com movimento de translação perpendicular à fer-
'mensional e elevada qualidade ele acabamento. As pe- ramenta. É uma ferramenta que vem sendo progressivamente
80 e esmeril) ou mós, podem ser montadas em tornos ou substituída por fresadoras, mais versáteis e eficientes) especi-
oras 1se1vindo como ferramenta ele trabalho. São constitu- almente pela utilização de comando numérico. Tudo o que
1 1
por aglomerados ele pequenos grãos de material muito duro)
: f>actados sobre uma matliz cerâmica ou mineral. O tamanho

"' ~ ~'~ do grão detennina o acabamento superficial e o rendimento

~r o
t:= = ===== == =1====== ====:
1
' alho: um grão fino dará melhor acabamento 1mas terá um
" g
1
4/ ento menor do que um grão grosso. A Figura 14.46

""
1
algumas operações que podem set feitas com pedras de
1
1
ril. Uma dessas operações é o polimento (Figw.·a 14.36).
,_____ 55 ___
~- . ··---
100 130
"dra de esmeril possui sempre um movimento ele rotação 1
ndo a peça a ser retificada ter também movimento de
FIGURA 14.44 Placa de guia fabricada com fresadora. ão (contrário), como nos casos e e d ela Figura 14.46.

Outros Processos de Corte por


Retirada de Cavaco
em outros processos de corte por retirada de cavaco e
·_-_Os tipos de usinagem, porventura de menor importância FIGURA 14.47 Plaina limadora.

FIGURA 14.45 Seqüência de operações de fresamento da peça da Figura 14.44: A~ fresamento das quatro superfícies estreitas à esquadria
mensões corretas, seguidas das superiícies maiores, com fresa de topo (em várias passagens); B - abertura dos rasgos laterais de 15 mm
fresa de topo; C - abertura do rasgo central de 30 mm com fresa de topo; D - abertura do rasgo a 45º com fresa cônica; E~ corte das bordas conf
o desenho. FIGURA 14.48 Equipamento de comando numérico para fresamento.
.Materiais e Processos de Fabricação 365
364 Capítulo Quatorze

foi dito em termos de desenho técnico, relativamente ao tor- ela máquina. Urna vez que a máquina é totalmente autôn . VISÃO DE CONHECIMENTOS
no e à fresadora, também se aplica à plaina limadora. desde o momento em que começa a executar o progra
necessário um resguardo ele proteção obrig:1toriamente fecb Enumere as seis famílias de materiais. 11. Quais silo as diferenças fundamentais entre o torneamento
Existem muitos métodos manuais ou artesanais de processar
quando começa o trabalho. Qtiais são as diferenças fundamentais entre cada família? e a frcsamento?
materiais que não serão abordados neste texto. A ênfase é dada
aos processos de índole industrial ou de produção fabril cm A Figura 14.49 mostra parte da seqüência de operaç
o que você entende por densidade? 12. O torneamento pode ser usado para obter superfícies pla-
média ou grande escala, que requerem o envolvimento ele obtenção de uma peça por fresamento. A seqüência de
o que você entende por rigidez? E por rigidez específica? n;::is? Corno?
processos automatizados ele fabricação. O leitor é encorajado rações, uma vez iniciada) não necessita da intervençã
um material com uma grande rigidez terá, necessariamen- 13. Para uma oficina que possua tecnologias CAD/CAM/CAE
te) uma grande rigidez específica? é necessário imprimir os desenhos em papel? Por quê?
a consultar a bibliografia especializada listada no final deste operador, uma vez que até a troca de ferramentas entre
capítulo.
o que você entende por resistência? E por resistência es- 14. Que tipos de fresadoras existem e quais as diferenças de
rações é feita automaticamente) de acordo com a prog funcionamento entre ebs?
pecífica?
ção do operador. A preparação do trabalho cm máqui · Um material com uma grande resistência terá, neccssaria- 15. Em torneamento ou cm fresament.o é possível obter aca-
14.8 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO E comando numérico é urna tarefa que requer a aten bamentos superficiais diferentes com a mesma ferramen-
menle, uma grande resistência especí1ica?
pessoal altamente especializado, sendo bastante mor . Dê uma aplicação típica para cada um dos maleriais clis- ta? Como?
DISCUSSÃO experiência do operador permite reduzir não só o te : cutidos anteriormente. 16. Por que é que existe necessidade de, em certas peças,
A Figura 14.48 mostra uma fresadora ele comando numérico, preparação do trabalho, mas também o tempo ele ex :' Que tipo de desenho é necessário para fabricar uma peça proceder a um esmcrilamento e a seguir um torneamento
podendo-se ver, da esquerda para a direita, um computador ela usinagem, pois as operações individuais ele usinage :por fundiçào) que necessite de acabamento posterior? ou um fresamento?
com o modelo tridimensional da peça a ser trabalhada, o cor- dem ser rninimizadas e racionalizadas. A grande vantageffi :Se uma determinada peça puder ser fabricada por fundi-
po da fresadora propriamente dita, com o revólver já carrega- tipo de equipamentos está na produção repetitiva, dacf ção ou por usinagem) que fatores influenciam a decisão
do com as ferramentas necessárias, e o console de comando a preparação do trabalho é feita uma única vez. sobre o processo a ser utilizado?

NSULTAS RECOMENDADAS
hby, M.F.) Jvlaterials Selection Jn1l1ecba- ® ISO/WD 10135 Technical drawings - Simplified repre.sen-
·cal Design. Butterworth Heincmann, 2"d tation of rnoulded) cast and forged parts (Ed. 2).
ítíon, 1999. e Endereço eletrônico da revista Macbine Design, onde po-
dinski, K.G., E'ngineering Materiais - demos encontrar o link basics of engineering design/
,perties and Selection. Prcntice-Hall, 6 th niaterials, com muita informação sobre todo o tipo de ma-
ition, 1999. teriais - www.machinedesign.com
rles, ].A., Crane, F.A.A., Furness J.A.G., Se!ection and @ Endere\:O eletrônico elo Instituto Ameri-
e of engineering ·materiais. Butterworth Hcinemann, 3" 1 cano do Ferro e do Aço (Anierican Jron
dition, 1997. and Steel Jnstitute-A12>í) -www.steel.org
··:Ota: Os três livros anteriores contêm listas, algumas delas "' Página de links sobre materiais cornpósi-
:ª'stante extensas, de endereços de internet. com interesse tos, produzida por uma empresa privada
os materiais. www .advmat.com/links.html
gíneered Materiais Handbook - Desk Edition. ASM In- ® Endereço eletrônico de links sobre empresas ligadas ao
·mational, 1"1 Edition, 1995. alunúnio - www.aluminium.net
etals Handbook - Desk Edition. ASM Internat.ional, zm1 ® Endereço eletrônico ela revista on-line Plastics News -
ition, 1998. www.plasticsnews.com/subscriber/heacllines.phtrnl
_ench, T.E., Vicrck, C.J. e Fost.er, R.]., Engineering Drawing e Endereço eletrônico de links relacionados com o cobre, suas
d Graphic Technology. McGraw-Hill, 14" Ed., 1993. ligas e aplicaçôes - www.copper.org
rling, Hcinrich, À volta da Máquina F'erramenta. Revertê) ® Endereço eletrônico da Society o.f Manufacturing
7. Engineers- www.sme.org
Garmo, E.P., Black, J.T. e Kohser, R.A. Materiais and ® Endereço eletrônico ela Afetai Working Digest
cesses in Manufacturing. Prentice Hall, 8ª Ed., 1997. www.metalwdigest.com
0000,,>e>, ~«m,s~S%.Cmo<o;s,e.-~ ~ e Endereço eletrônico da Modern Machine Shop
na) tolerances and maclüning allowances. ~-\~ www.mmsonline.com

10135,1994 Teclmical clrawings - Sim- ..·. ·.·.,.·.l\..-.·.·.·........


·
ied representation of moulded) cast and
,-· ged parts.

cerâmicos
chanfrar
classe
FIGURA 14.49 Fases de fresamento de uma peça. Da esquerda para a direita e de cima para baixo: fixação do bloco para usinagem, comando numérico
planos de referência das ferramentas em relação à peça, feita pelo operador, desbaste de uma das faces, abertura do furo central, e tro,c
menta para nova fase (note-se ainda a rebarba agarrada à ferramenta) e por fim a peça acabada. (Cortesia do Laboratório da Seção de
compósitos
Mecânica do Instituto Superior Técnico de Portugal.) conformação plástica
Materiais e Processos de Fabricação 367
366 CapítuJo Quatorze

cunhagem furadeira
deformação plástica injeção ele polímeros
densidade laminagem
desbastar latão
desenho para acabamento ligas ele alumínio
desenho para fundição ligas de magnésio
elastômeros ligas ele níquel
escarear ligas de titânio
esmerilamcnto manclrilar
estampagem metalurgia dos pós
expansão térmica mó
facear perfilamcnt.o
famílias de materiais plaina limadora
ferramenta de corte plásticos
ferro fundido branco polímeros
ferro fundido cinzento polir
ferro fundido dúctil processos de fabricação
ferro fundido maleável radiação ultravioleta
fibra de aramid rebaixar
fibra de boro resistência
fibra de carbono resistência específica
fibra de vidro rigidez
fibras curtas rigidez específica
filetar tensão de escoamento
flexibilidade tensão de 1uptura
forjamento termoendurecíveis
fresamento termoplásticos
fundição em molde perdido torneamento
fundição em molde permanente trefilação
furação vidros

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

P14.1- Para as peças da Figut·a 14.50> escolha um processo der ser obtida por mais de um processo de fabricação,
de fabricação e descreva as operações necessárias para a sua ou sem ligeiras alterações de pormenor, repita o proced' ,
obtenção. Faça um desenho detalhado de fabricação) com cotas to para esse novo processo de fabricação e analise as
e tolerâncias 1 de acordo com o processo de fabricação e as gens e desvantagens ele um processo com relação
operações descritas anteriormente. Se alguma das peças pu- outro(s).

-+-
FIGURA 14.50 Exercício de processos de fabricação. (Continuação)

FIGURA 14.50 Exercício de processos de fabricação. (Continua)


Capítulo Quatorze
Materiais e Processos de Fabricação 369
P14.2 - O desenho da Figau:a 14.27, reproduzido abaixo, re-
14.26, obtida por fundição. Analise as operações necessária p14.3 - O componente ele um dispositivo de segurança ela
presenta os acabamentos necessários para a peça da Figut·a qüencia\mente e faça o desenho de fabricação detalhado ela
e descreva-as seqüencialmente.
:(figura 14.52 eleve ser produzido cm grande série. Analise peça. Preste atenção à representação fotorrealista do com-
·:is operações necessárias para sua fabriGHJ10, descreva-as se- ponente.

-r
i\3/
r
1
1
1
1
1
1
1
-- -+

f---- [§ol_ __ ' - _ __!,;l _ _ _


3,(
T1- \j_
17

1
0 /

~ ~- i
J'
1 4-- :
r:;:r~
/ 1 ~'~- 1

\~,r
-
040+0,05
_±Q,QJ
-·-
~-{@ü,1_ (11,1)_0
FIGURA 14.27 (reproduzida) Exercício de processos de fabricação.

FIGURA 14.51 Componente de um dispositivo de segurança.


Materiais e Processos de Fabricação 371
370 Capftulo Quatorze

P14.4 - O corpo de válvula, reproduzido na Figura 14.52, das na figura (o símbolo :f que acompanha a cota M7 no
deve ser produzido em grande série. Analise as operações ne- telo ela válvula significa "profundidade"). Note-se que a~t:
cessárias para sua fabricação, descreva-as seqüencialmente e mas de cotagem apresentadas nestes exercícios podem e~
faça o desenho de fabricação detalhado das duas peças cota- incorreções.

042

028
ç)\0&"-

- '/SI 0;"
tJ\??,:~~--".>ª a

FIGURA 14.52 Conjunto de uma válvula. {Continuação)

F1GURA 14.52 Conjunto de uma válvula. (Continua)


Nfais Projetos do Tipo CAD 373

INTRODUÇÃO Nestes termos, é a partir cio modelo geométrico cm 3D que,


do mesmo modo que podem set obtidas sucessivas projeções
ngo deste livro tem-se verificado que o processo de de- de perspectivas, na conformidade de qualquer relação obser-
e projeto com o auxílio dos sistemas CAD) apesar de vador-objeto-plano de projeção, também podem ser obtidas
uzir a conjuntos de peças desenhadas muitas vezes do as diversa,.;; vista<;. As plantas (que, como .se sabe, correspon-
0 tipo das desenhadas no âmbito do desenho tradicio- dem a cortes por planos de nível) e os cortes propriamente
envolve, no entanto, hierarquias de procedimentos, em ditos correspondem a operações que um sistema CAD especí-
rmidade com conceitos novos no nível do projeto nos fico para arquitetura deve permitir obter de um referido plano
, 5 domínios da engenharia 1 no domínio da arquitetura e de corte sobre o modelo geométrico em 30 e representação
mínio do design, mais em particular no nível do dese- do respectivo corte.
MAIS PROJETOS e da articulação das diversas peças desenhadas constitu-
do respectivo projeto.
15.3 DESENHOS DE PROJETO DE
se trata de um manual de operação de produtos de
ESTABllIDADE EM ENGENHARIA
DO TIPO CAD are CAD, e muito menos de algum software CAD em
ular, mas simplesmente privilegiar a apresentação de CIVIL
tos de procedimento na utilização de sistemas CAD em
No âmbito da produção do desenho de projeto de estabilidade
nho técnico relativamente ao desenho técnico em si mes-
no domínio ela engenharia civil, descrito no Capítulo 9, interessa
que, embora tendo quase sempre subjacente a utilização
ainda mencionar aspectos de procedimento na utilização de sis-
stemas CAD, tem constituído o objeto fundamental de todo
temas CAD, porém no rúvel da concepção e sua relação possível
com o processo ele cálculo inerente ao projeto de estabilidade.
efeito, apesar de existirem muitos programas CAD dife-
A concepção estrutural, por exemplo, para uma edificação,
tes, todos se assentam numa lógica de utilização comum.
pressupõe um processo especializado que compreende a de-
stamente isso que se pretende caracterizar, inclusive atra-
finição e o desenho geométrico adequado à configuração ar-
de exemplos práticos - no processo de concepção, no
quitetônica desejada. O esquema estrutural, conforme defini-
ínio da arquitetura; em projeto de estabilidade, no clomí-
do no Capítulo 9, é feito através de sucessivas camadas (layers),
da engenharia civil; em projeto de componentes de natu-
"sobre" o projeto de arquitetura.
industrial no domínio da engenharia mecânica, no proje-
de um sistema de "piping" tanto no nível da engenharia civil A representação do esquema estrutural, além da representa-
mo no nível da engenharia mecânica e, finalmente, no de- ção em planta devidamente caracterizada e já conhecida, pode
OBJETIVOS ho industrial de um objeto de uso corrente. ser acompanhada da sua visualização global ou de detalhe
através ele modelos geométricos (Figura 15.1).
Após estudar este capítulo, o leitor deverá estar apto a: 5.2 PROJETO DE ARQUITETURA Para uma dada configuração estrutural devem ser estabelecidas
as ações que atuam sobre a estmtura e a vedficação ela sua capa-
0 Seqüenciar um projeto em Sistema CAD; utilização dos sistemas CAD no domínio da representação, para cidade de resistência às ações definidas através ele processos de
® Avaliar sistemas de software CAD específicos para diferentes tipos de projeto; ido e determinação da reconfiguração, dos espaços 1 naturais cálculo que relacionam as suas características geométricas, me-
não, foi caracterizada ao longo do Capítulo 8, ao nível do cânicas e mateliais.
0
Seqüenciar operações de modelagem em sistema CAD; senho em planejamento regional e urbano, na topografia e no
Este processo de cálculo, que em geral recorre a modelos ma-
Definir seqüências de montagem de modelos geométricos e de peças desenha cesso de implantação de obras no terreno. Mais especifica-
® temáticos estabelecidos pela investigação e desenvolvimento
nte, no domínio do desenho técnico no projeto de arquitetu-
em geral para obtenção de conjunto; no domínio da resistência dos materiais e das estruturas, pode,
apresentado no Capítulo 9, cabe aqui mencionar a reconversão
em si mesmo, se em ligação com funcionalidades característi-
e Compreender a hierarquização de procedimentos na utilização de um sistema processo de concepção por utilização dos sistemas CAD pe-
cas dos sistemas CAD, ser acompanhado da geração de mo-
CAD 3D. te os procedimentos tradicionais: associado ao desenho de delos gráficos e desenhos capazes de refletir dados e resulta-
jeto de arquitetura, passa-se a privilegiar a modelagem geo- dos do modelo matemático referente à análise da capacidade
étrica em 3D, em vez do processo de desenho de projeções
resistente da estrutura de uma dada edificação (Figura 15,2).
ogonais múltiplas (ver Capítulos 4, 6 e 9), sobretudo plantas,
Mesmo em elementos de maior complexidade do que vigas e
) tas e crntes a que eventualmente se seguia uma ou outra re-
entação tridimensional para melhor visualização, especialmen-
pilares, como é caso ele lajes de pavimentos, é possível deter-
minar valores de esforços em qualquer ponto da sua superfí-
por interlocutores no projeto com menos facilidade na leitura
cie (Figura 15.3) e inclusive obter projeções em perspectiva
é projeções. que explicitam visualmente a sua defonnabilidade perante os
processo de modelagem geométrica em 3D pode ainda ser valores e distribuição espacial das ações consideradas (Figura
ompanhado simultaneamente da geração e representação au- 15.3b). A análise no âmbito do processo de dimensionamento
máticas de plantas e cortes segundo um plano de corte sus- pode também ser feita sobre o conjunto dos elementos estrutu-
ptível de ser referenciado através de procedimento adequa- rais, sendo possível a visualização do comportamento da estru-
no sistema CAD, como de resto já foi ilustrado no Capítulo 9. tura, face aos esforços a que estará sujeita (Figura 15.4).
abc aqui salientar ainda que o processo de modelagem geo- No caso específico das estluturas em concreto armado, con-
étrica pode ser sucessivamente individualizado para cada uma forme já referido no Capítulo 9, a sua concepção e dimensio-
as componentes em que se pretenda considerar constituída namento, além das definições geométricas relativas à sua con-
edificação - p. ex., volumetria global, paredes, portas e ja- figuração e dimensões, pressupõe ainda a caracterização no
elas1 cobertura, ou qualquer outra (Figura 15.1). nível da disposição e quantidades dos vergalhões de aço na_~\
374 Capítulo Quinze Mais Projetos do Tipo CAD 375

A 15.3 Visualização de gráficos de variação dos esforços em elementos estruturais de uma edificação: a) em vigas; b) no meio do vão das lajes
vimentos de um dado piso.

a)

A 15.4 Visualização de variação dos esforços em lajes de pavimento de uma edificação: a) quantificação em qualquer ponto; b) configuração
rmabilidade perante os esforços.

FIGURA 15.1 Processo de modelagem geométrica em 3D, num projeto de arquitetura.


A 15.5 Geração de desenhos de detalhe de peças de concreto armado por recurso a software CAD integrado, com resultados de modelos de
lo e dimensionamento de estruturas: a) desenho de vigas; b) desenho de um mapa de pilares.

s de concreto, constituintes dos próprios elementos es- das, através de um exemplo, algumas das possibilidades e
rais em concreto armado. É como se fizesse pa1te do pró- facilidades existentes considerando, para este fim, o modo de
processo de concepção e projeto não apenas a configu- funcionamento do módulo de execução de peças em chapa
b geométrica dos elementos estruturais, mas o projeto do existente em diversos programas de CAD 3D.
rio material.
Geralmente, estes módulos de representação de peças em
chapa pressupõem espessura constante. O nosso exemplo será
4 PROJETO DE COMPONENTE a tampa lateral da caixa de um computador, representada na
INDUSTRIAL Figura 15.6. As operações específicas do trabalho em chapa
são os dois dobramentos e as ranhuras de ventilação.
, seção, pretende-se realçar as vantagens existentes nos
is programas de CAD 3D, na área específica da modela- Normalmente é mais fácil desenhar a peça na sua configura-
, de peças em chapa. Não serão aqui tratados os aspectos ção final, pois apercebemo-nos melhor das dimensões e re-
FIGURA 15.2 Visualização de esquema estrutural e sua configuração em 3D. ionados com o trabalho de tais peças, mas serão mostra- quisitos que pretendemos.
376 Capítulo Quinze
Mais Projetos do Tipo CAD 377

o
\
1

FIGURA 15.6 Tampa da caixa de um computador.


FIGURA 15.11 Tampa após dobramento.

180 FIGURA 15.8 Tampa obtida. ~

1
o

o
o
~

FIGURA 15.14 Furações na chapa.

Em seguida aplica-se uma fôtma predefinida (punção - Figura


15.15), a qual é repetida sobre cada um dos lados, como mostra
a Figura 15.16.
FIGURA 15.7 Perfil a ser obtido. FIGURA 15.9 Face fixa. FIGURA 15.12 Inserir aba. Finalmente, a facilidade com que são obtidos os desenhos de
fabricação da peça, onde podemos representar as projeções,
e a chapa planificada, com as zonas de dobramento assinala-
Começa-se por desenhar o perfil a ser obtido, como mostra a
Figura 15. 7.
A peça fica então com a configuração da Figura 15.8. Note-
se que o objeto representado tem espessura efetiva, tratando-
se, portanto, de um modelo sólido.
Em seguida, são consideradas as dobras que se pretende exe-
cutar sobre uma chapa plana, de modo a obter a peça da figu-
ra anterior, indicando igualmente o valor do raio de dobra-
mento. Indica-se uma face como imóvel (neste exemplo, a face
superior, Figura 15.9), especifica-se o valor do raio de dobra-
mento e a capacidade de dobramento permitida pelo material
e espessura da chapa, podendo-se então dispor da chapa des-
dobrada (Figura 15.10) ou na sua configuração dobrada (Fi-
gura 15.11).
Insere-se agora a dobramento do fundo da tampa, seguindo o
os mesmos passos do caso anterior, como mostram a Figura
15.12 e a Figut·a 15.13.
Efetuar as furações (Figura 15.14), que podem ser executadas
sobre a chapa não dobrada, para maior facilidade de execução. FIGURA 15.1 O Tampa não dobrada. 15.13 lnserir dobra.
FIGURA FIGURA 15.15 Aplicação de uma tôrma.
i
378 Capítulo Quinze A1ais Projetos do Tipo CAD 379

pectivo edifício - como é o caso das estações elevatóri te processo pode ser associado ao processo de traçado de
das estações ele tratamento, por exemplo-, assume uma ardo com os critérios de funcionamento desejados e aos
plexidade tal que, além da representação formal do tipo a delas matemáticos de dimensionamento e de cálculo, como
sentado no Capítulo 9) se torna quase indispensável a sua ulação ele diferentes soluções, como expressão e visuali-
delagem geométrica em sistema CAD (Figura 15.18), ão de resultados, mas também como apoio ao próprio pro- i
o construtivo.
o
() ponto ele vista do desenho técnico, o que interessa aqui
nsiderar é que as ligações entre pontos num sistema com
_culaçào ele um elemento fluido são realizadas através de
o
ulações. Mas outros exemplos envolvendo tubulações po-
ro ainda ser considerados, mais especificamente o caso ele FIGURA 15.19 Circuito hidráulico.
licações industriais de grandes dimensões, como as das in-
o
o trias quúnica e petrolífera, redes de gás, circuitos de refri-
ação, circuitos de aquecimento central ou ele ar condicio- Um circuito complexo pode conter dezenas ou mesmo cente-
nas de tubos, muitos deles passando perto uns dos outros 1 mas
O-
o sem se interceptarem. O projetista deverá por isso ter especial
todos os casos surge a necessidade de ligar, por um tubo)
cuidado ao projetar o circuito.
is pontos do circuito através dos respectivos bocais. Comu-
FIGURA 15.16 Repetição da fôrma,
nte estes bocais estão situados em planos e níveis diferen- Os atuais programas CAD 3D facilitam muito o projeto destes
' de que resulta a obrigatoriedade de efetuar dobramento equipamentos, pois incluem módulos que efetuam o traçado
tubos. automático do percurso tridimensional entre dois bocais do
das. Para evitar a complexidade ela imagem da Figura 15.17, circuito.
não é apresentada a cotagem, nem qualquer anotação. dobramento de tubos é realizado com dispositivos apropri-
os, para evitar romper a parede do tubo e o "enrugar". Para Para ilustrar o processo de traçado de circuitos em sistema CAD,
existem recomendações dos fabricantes destes equipamen- considerar-se-á um circuito hidráulico simples (ver Figura
15.5 SISTEMAS DE "PIPING" s referentes à seqüência e preparação da operação, raios 15.19) constituído por um motor elétrico que aciona uma
ínimos de dobramento em função do material, diâmetro bomba centrífuga, um reservatório e um permutador, cujos
O projeto de instalações, sobretudo as redes de abastecimen- elementos pretendemos ligar.
:~xterior e espessura de parede do tubo. !
to de água e as redes de drenagem, especialmente se em edi-
fícios de grande porte ou em edifícios e instalações industri-
ais, em que as redes de tubulações podem nem ser apenas de
abastecimento de água e de drenagem, mas antes ser os siste- FIGURA 15.18 Modelagem geométrica de circuitos de tubulações
mas de tubulações de condução de água a razão de ser do res- integração do sistema CAD e do modelo matemático de dimensioname

li IH 1111111:i llll lU li H

li IH 11111111111! H H
0
- _____ ________ _
"

~f------ ---------

FIGURA 15.17 Desenhos para produção da peça (sem anotações). FIGURA 15.20 Escolha automática de percurso.
J
380 Capítulo Quinze Mais Projetos do Tipo CAD 381

Para o primeiro caso, apresentam-se na Figura 15.20 quatro


das opções para a seleção automática do percurso do tubo que (, - - - - - - - - - - - - - . ' 1
liga a bomba ao reservatório.
i
O projetista pode escolher uma das opçôes oferecidas pelo
sistema CAD, editando, se necessário, algum dos traçados (por
!
exemplo para permitir contornar outro componente), ou criar
manualmente o percurso 3D do tubo.
Selecionado o caminho e escolhidas as características físicas
do tubo, como o diâmetro do tubo, a espessura de parede ou
o raio mínimo de dobramento) é criado o objeto (peça), como
mostra a Figura 15.21.
Os tubos restantes são criados da mesma forma, salientando-
se apenas o fato de os bocais elas extremidades do tubo esta-
( ---l•-·-·-----------------,1
rem situados em planos não paralelos (Fig1ua 15.22 e Figura
15.23). Este detalhe não tem dificuldade para os programas
de CAD 3D, pois com facilidade se altera a visualização) de
M
forma a ter sempre a mais adequada.
A questão ela interferência entre peças é salientada pelos pro-
gramas, uma vez que os tubos funcionam como peças do
conjunto, permitindo verificar possíveis interferências. Caso
existam interferências entre peças, pode o usuário alterar o q
fr--'-'__J

i
:;::~
,---~i
1- ~ - - - - · - · - "

FIGURA 15.24 Representação do circuito em projeções ortogonais.


FIGURA 15.23 Visualizações em render.

percurso de cada tubo individualmente) até resolver o


Freqüentemente estão disponíveis outros elementos de 1
ção para tubulações) sobretudo ligações aparafusadas, se
do os catálogos dos fabricantes mais representativos.
Finalmente, a Figura 15.24 mostra o circuito em proje
ortogonais, para posterior detalhe de execução.

15.6 PEÇA DE DESENHO INDUSTRIAL


Os procedimentos na utilização de um sistema CAD para
jeto de um objeto de desenho industrial serão ilustrados a FIGURA 15.27 Corpo inferior do interruptor.

FIGURA 15.21 Tubo da bomba ao reservatório. vés da modelagem geométrica de um interruptor elétrico
utilização doméstica em luminárias. A Figura 15.25 apres FIGURA 15.25 Esboço do interruptor.
ta um esboço do objeto pretendido, sem detalhar o interl
Apresenta-se adiante uma seqüência possível para a obtenç
do modelo da Figura 15.26. Será detalhada apenas a cons
ção das peças que constituem o corpo exterior do interrüpt .
A peça deverá ter o aspecto apresentado pela Figura 15.2
e o processo será iniciado pela peça constituinte do cor
inferior.
A primeira operação consiste na extrusão de um retângulo
60 X 25 mm (Figura 15.28).

O resultado é apresentado na Figura 15.29 sob a


um paralelepípedo com dimensões 60 X 25 X 6 mm. Em
ticamente todos os programas estas dimensões não são fix FtGURA 15.26 Modelo do interruptor. FIGURA 15.28 Retângulo base.
/
382 Capítulo Quinze Mais Projetos do Tipo CAD 383

28,61

FIGURA 15.29 Paralelepípedo de base, FIGURA 15.31 Obtenção da casca da peça. ~


'ly-
----------~----- - r\ --
~

FIGURA 15.35 Desenho 2D do corpo inferior obtido automaticamente.

desenhos 2D desta peça são agora fáceis de obter, bastan- 15.36, onde foi acrescentado o detalhe em escala maior A,
indicar as vistas pretendidas, os cmtes ou os detalhes. Como referente ao encaixe entre a tampa e o corpo inferior.
FIGURA 15.32 Forma do "lábio". emplo apresentamos a Figura 15.35, onde são indicadas as
A peça seguinte é o corpo superior (tampa). A peça deverá
s ortogonais e a perspectiva isométrica, com as cotas au-
ter o aspecto da Figura 15.37.
aticamente introduzidas pelo programa. Como se vê, a co-
ação das cotas não é correta, sendo necessário o usuário A seqüência de operações é semelhante à da peça anterior,
rar a sua posição no desenho, o que é relativamente sim- pelo que apenas se salientará a obtenção da forma curva da
s e rápido, pois basta arrastar os elementos da cota para a superfície onde se encaixará o botão e o modo de criar os
ição pretendida. O resultado é apresentado na Figura encaixes dos parafusos.

3,5

FIGURA 15.30 Furação e arredondamentos.

L _J
podendo ser alteradas em qualquer momento pelo usuário. O FIGURA 15.33 Pertil de encaixe.
termo utilizado é a cotagem paramétrica.
60
As próximas operações são de furação (bole) e de "arredon- Neste exemplo, o perfil é o polígono em destaque da Fl,
dar" (baleado, fillet) de algumas arestas do paralelepípedo, 15.32, e o caminho, a aresta interior da peça. A Figura 12
obtendo-se o resultado da Figura 15.30. Também aqui as di- mostra o resultado desta operação.

~t=-t ,,;
mensões e características são paramétricas, por exemplo, pode-
se alterar o tipo de furo, em vez de passante para furo cego, As formas seguintes não trazem nada ele novo relativanii--
ao já referido. São constituídas por novas extmsões, arre_ 0,12

~
escareado ou rebaixado, e suas dimensões, incluindo sua éCC,
<lamentos, chanfros e furos. A Figura 15.34 mostra o resu1
e
~-
-
"'N
posição relativa na peça.
A próxima operação consiste em escavar o interior da peça de 1 "'""<Ô
modo a obter apenas a "casca" (shell), excluindo dessa opera-
ção a face superior. Todos os programas têm uma rotina para
realizar esta operação, indicando o usuário as faces a excluir
Detalhe A (2: 1)
e a espessura da "casca" pretendida. A Figura 15.31 mostra o
resultado. Note-se que também o furo ficou rodeado de mate- ---tt-~º·5
rial, como se pretendia.
Na operação seguinte, cria-se um "lábio" sobre a face superior ____ _j
da peça, para guiar o encaixe com a tampa do intenuptor (que
"'
terá o "lábio negativo"). O processo consiste em constmir um
perfil (o do "lábio") que irá percorrer um determinado caminho
sobre a peça. FIGURA 15.34 Forma final do corpo inferior. FIGURA 15.36 Desenho 20 da Figura 15.35 devidamente modificado.
Mais Projetos do Tipo CAD 385
384 Capítulo Quinze

e Corte A-A

N L __ _
C l ó r
1 r 1

60
FIGURA 15.37 Tampa do interruptor. FIGURA 15.40 Extrusão até uÍas~perffcie da peça. 12,5 ·-t~~~23~•~75~~-I

{=f~:ª"~~~-j. :!·
1'-'="'F===c+======---L -
____ _J
1

FIGURA 15.43 Desenhos 20 da tampa.

FIGURA 15.41 Resultado da extrusão.


FIGURA 15.38 Forma inicial da tampa.
ontagem baseia-se no estabelecimento de relações entre cinemática do movimento de uma peça, verificando-se assim
versas peças 1 as quais estabelecem condições entre zo- se ela colide com outras.
Cria-se inicialmente um paralelepípedo, como na peça anteri- extrusão de uma circunferência, criada no plano de ba de cada uma das peças. Estas condições podem ser a Só em programas de CAD tridimensionais é possível ter estas
or1 dando-lhe os baleados mostrados na Figura 15.38. nas com a particularidade de terminar sobre a superfí '!idade de zonas cilíndricas, faces paralelas ou coplanares, facilidades.
va do interior da tampa. Por isso, a altura de extrusã s ou arestas paralelas etc.
Em seguida, cria-se uma superfície que irá servir de "superfí- conhecida, mas sim a fronteira até onde se dará a ex Serão exemplificadas as duas situações constantes da Figura
cie de corte". A maior parte dos programas permite fazer este estabelecer estas relações, quando se efetua uma opera- 15.44 e ela Figura 15.45. Primeiro, estabelecem-se duas rela-
Figura 15.40 mostra os detalhes.
tipo de operação, embora a forma de realização e potenciali- e translação ou rotação sobre uma das peças, a outra a ções de colinearidade entre as arestas salientes em cada uma
dades varie bastante entre eles. Na Figura 15.39 temos repre- As operações restantes não apresentam dificuldade, p e de forma a que a relação estabelecida se mantenha. das peças e, em seguida, uma relação de concentricidade do
sentada essa superfície em conjunto com a peça e o resultado se apresenta o resultado final da peça (Figura 15.42) e parafuso com o corpo inferior do interruptor:
ssível que, durante esta fase, por descuido ou mesmo por
senhos 2D (Figura 15.43). Neste último, apresentam
do "corte". _: de construção, se estabeleça uma relação impossível de Após estabelecidas as relações de montagem, obtém-se o de-
vista e uma perspectiva em corte.
Após a realização da operação de shell) vamos criar os supor- rificar na prática, por haver interpenetração de material. senho de conjunto, da mesma forma que foi obtido para as
tes de encaixe dos parafusos. Estes suportes resultam da Propositadamente, salientamos um erro que a maioria ioda dos programas tem possibilidade de averiguar esta peças individuais (ver Figura 15.46). Salienta-se a inserção
gramas efetua 1 em cortes por planos paralelos ou em ão e indicar no modelo qual a zona onde tal se verifica. semi-automática elos balões e da lista de peças.
cortes, ao representarem como aresta (traço grosso) a, s têm mesmo a possibilidade de efetuar a simulação
do plano de corte que está vista de perfil. Este erro é fr
temente resolvido editando-se apenas o desenho 2D: 15.7 MODELOS FOTOlUIBAUSTAS PARA
As peças restantes são construídas segundo os esqu DIVULGAÇÃO
apresentados, razão por que não serão aqui detalhadas. A parte final deste capítulo será dedicada a mostrar mais algu-
final do capítulo será dedicada à montagem dos comp mas imagens que podem ser obtidas a partir dos modelos
no conjunto. tridimensionais. ·

FIGURA 15.45 Relação de concentricidade.


FIGURA 15.42 Perspectiva da tampa.
F1GÜRA 15.39 Criação da superfície de corte.
386 Capítulo Quinze Mais Projetos do Tipo CAD 387

~SÃO DE CONHECIMENTOS
Em que consiste a representação 3D de uma peça? 5. A representação automática das vistas pode ser modificada
: Indique as operações básicas que você conhece para a cri- pelo usuário. Indique situações em que tal se revele vanta-
ação de um "volume". joso ou até indispensável.
., A partir do modelo 3D, quais as vistas que podem ser ob- 6. Indique algumas das fonnas usadas pelos programas de CAD
tidas? É possível obter cortes, seções ou detalhes? 3D para a montagem de peças em conjuntos.
Em que casos é possível obter a cotagem das vistas de for- 7. Indique algumas das informações que podem ser obtidas
ma automática? após a montagem das peças no conjunto, quer em termos do
modelo 3D, quer em tennos dos desenhos para impressão.

strução em chapa montagem de conjuntos


gem automática peças em 3D
5 2_ Parafuso Latão
4
-
1 Mola
-
Aco rrealismo tubulações
3 1 Botão PVC
2 1 Tamp~.,-. - PVC
-·-------
1 1 Base PVC
N 0T Descrição Norma Material

FIGURA 15.46 Desenho de conjunto. NSULTAS RECOMENDADAS


Aroso, P ., Autodesk Architectural Desktop 61 Santos,]., Barata,]., 3DStudíoMax4- Curso Completo. FCA
Podem ser inseridas propriedades de materiais reais nos obje- 33. FCA Editora de Informática, 2002. - Editora de Informática, 2002.
tos, sob a fonna de texturas, conforme explicado no Capítulo Costa, A., Autodesk Inventor. FCA - Edito- 0 Silva,]., Freitas, V., Ribeiro,]., Martins, P., Mechanical
2, e simultaneamente criada uma cena onde o objeto possa ra de Informática, 2003. Desktop 4 - Curso Completo. FCA - Editora de Informática,
ser colocado. O objetivo da imagem da Figm_•a 15.47 será a , Giesecke, F.E., Mitchell, A., Spencer, H.C., 2000.
sua inserção num folheto de divulgação do produto. Com a ·• Hill, LL, Dygdon, J.T., Novak, JE. e Lockhart, S., Modem 8 Endereço eletrônico de fabricantes de
mesma facilidade se realizam também pequenos vídeos para Graphícs Communicatíon. Prentice Hall, 1998. software relacionado com CAD: AutoCAD
o mesmo fim. Santos,]., AutoCAD 2000 em 3 Dimensões- Curso Comple- e 3DStudio
to. FCA - Editora de Informática, 1999. www.autodesk.com
A maioria dos programas de CAD atuais trazem incluídos (ou Santos,]., Barata, J., Autodesk Viz 4- Curso Completo. FCA SolidWorks
permitem incluir) módulos para a criação deste tipo de ima- - Editora de Infonnática, 2002. www.solidworks.com
gens, tendo, portanto a vantagem de se realizar tudo no mes- FIGURA 15.47 Interruptores coloridos.
SolidEdge
mo ambiente de trabalho. Estes módulos não têm nonnalmente www.solidedge.com
o mesmo tipo de potencialidades que os programas destina- As cenas apresentadas retratam várias possibilidades de co
dos especificamente a este fim. interruptores e aplicação a uma luminária ( ver Figura 15-

FIGURA 15.48 Aplicação do interruptor a uma


luminária.
398 Anexo A Construções Geométricas 399

A.8.2 P.:u-ãbofa*
uma parábola é uma cmva plana e aberta, lugar geométrico
dos pontos de um plano que se encontram à mesma distância
/} de um ponto fixo (foco) e de uma reta fixa (diretriz) desse

/
/
"\ \ _plano.
parábola pode ser caracterizada cio seguinte
/ \
/ \ Um eixo de simetria e um foco.
G B O A F
\ 2
/ \
Uma diretriz perpendicular ao eixo de simetria.
\ • Um vértice, o qual, por definição ele parábola, está a meia
\ \ \ distância entre a diretriz e o foco.
1 • Parâmetro da parábola é a meia distância entre a diretriz e
1 1 o foco.
1
1 1 '• Os raios vetores são os segmentos que unem qualquer ponto
I I da parábola com o foco e com a diretriz.
1
/ / I :No exemplo que se segue, é traçada uma parábola sendo dado
\ \ / / ó parâmetro. A construção geométrica é apresentada na Figu~
ra A.31. Para a construção ela parábola, vamos proceder do FIGURA A.32 Construção de uma hipérbole sendo dado o seu parâmetro.
FIGURA A.28 Traçado de uma epiciclóide.
modo seguinte:
Primeiro, traçamos duas retas perpendiculares entre si. "' Dois eixos de simetria perpendiculares entre si.
A seguir, marcacamos o foco F sobre a reta escolhida como "' Dois focos.
A elipse, tal como a parábola e a hipérbole, é, em geral, traçad_~i) eixo, a uma distância qualquer cio ponto ele interseção D • Urna diferença constante dos dois raios vetores igual à dis-
à mão livre, fazendo-se passar uma linha suave pelos vário$5 com a outra reta que será designada como diretriz. tância AB.
pontos determinados a partir das condições de definição. " • O ponto médio do segmento DF é o vértice A da parábola. e Uma distância entre focos superior à distância AB.
• A partir do ponto A, marcamos vários pontos sobre o eixo No exemplo seguinte é traçada uma hipérbole dados o eixo
No exemplo que se segue, é traçada uma elipse dados os doi~:- e por eles traçamos perpendiculares ao eixo. 2a e a distância focal 2c. A constlução geométrica é apresen-
eixos. A construção geométrica é apresentada na FiguraA.3ó/ Com centro em F e raios Di (distância elo ponto D ao pon- tada na \' MERGEFORMAT Figura A.32, sendo efetuada do
Sejam dados o eixo maior de comprimento 2a e o eixo menor- to i, com i = 1, 2, •.• ,n), vamos obter diversos pontos da modo seguinte:
de comprimento 2b. parábola por interseção com as perpendiculares ao eixo,

"' \ • Primeiro, vamos localizar os focos por interseção com o eix~:


maior do arco de raio a e centro num dos extremos do eix 'A.8.3 Hipérbole*
• Primeiro, marcamos o ponto O sobre uma reta.
e A seguir, simetricamente, marcamos os pontos focais F e

G, à distância de 2c, e os pontos A e B, à distância de 2a.


\ menor. • Sobre o eixo de simetria, além de F marcamos arbitraria-
· A hipérbole é uma curva plana aberta, lugar geométrico cios
\ 0
De acordo com a definição, vamos agora traçar arcos, co
centro nos focos, cujos raios tenham por soma o compdl
pontos de um plano tais que a diferença elas suas distâncias a
mente vários pontos.
• Com raios Ai e Bi (i = 1, 2, ... ,n) traçamos os arcos ele cir-
mento 2a. , dois pontos fixos (focos) deste plano seja constante. cunferência com centros em F e G, respectivamente.
• A seguir, marcamos, arbitrariamente, entre um dos focos i{ Basicamente, a hipérbole pode ser caracterizada do seguinte 0 As interseções dos dois arcos definem vários pontos da
o centro, vários pontos (dependendo do grau de precisãdr modo: hipérbole, cujo traçado será efetuado à mão livre.
pretendido).
\
• Com centro nos focos F 1 e F 2 traçamos os arcos de raic:>t'.' A.9 HÉUCES*
\
Al e Bl, os quais são, respectivamente, as distâncias do-'\
vértice A ao ponto 1 e do vértice B ao ponto 1. A hélice é uma curva não plana aberta que se desenvolve sobre
FIGURA A.29 Traçado de uma hipociclóide. • As interseções dos arcos Al e Bl são pontos da elipse. um cilindro (hélice cilíndrica) ou sobre um cone (hélice cônica).
• Procedendo de forma análoga para os pontos seguintes/;): Um trecho de hélice correspondente a uma rotação completa
determinamos vários pontos da elipse. do ponto de geração chama-se espira.
um deles a dois pontos fixos do plano, chamados focos, é
constante. A distância entre dois planos perpendiculares ao eixo que
contêm pontos consecutivos da hélice, situados na mesma
Basicamente, a elipse pode ser caracterizada do seguinte modo: FIXO geratriz, chama-se passo.
0
Dois eixos de simetria, perpendiculares entre si, cujo pon- A hélice diz-se direita se um observador colocado sobre o
to de interseção é chamado centro da elipse. eixo vê a hélice subir da esquerda para a direita, e esquerda
• Os extremos dos eixos são os vértices da elipse. no caso contrário.
• Focos da elipse são pontos do eixo maior eqüidistantes do Pode-se considerar a hélice cilíndrica como gerada por um
centro.
ponto em movimento sobre urna superfície cilíndrica, anima-
• Os segmentos que partem dos focos e tocam num ponto do shnultaneamente de dois rnovhnentos de velocidade cons-
qualquer da elipse, são chamados raios vetores da elipse. tante: um de rotação em torno do eixo e outro de translação
• Por definição, a soma dos raios vetores é constante e igual paralelo ao eixo. Este tipo ele hélices fica completamente de-
ao comprimento do eixo maior.
FIGURA A.30 Construção de uma elipse dados os seus eixos. FIGURA A.31 Construção de uma parábola sendo dado o seu parâmetro. finido desde que se indique o passo e o raio.
400 Anexo A

Pode-se considerar a hélice cônica como gerada por dois Embora existam diferentes formas de transpor, reduzir o
movimentos de um ponto: um de rotação em torno do eixo, o ampliar um desenho (réguas de escalas, compassos de red
outro, um movimento de translação dirigido para o vértice da ção, pantógrafos, processos fotográficos etc.), vamos, con
superfície cônica. Estas hélices ficam definidas depois de se do debruçar-nos sobre o método da quadrícula.
fixar o valor do ângulo do cone e o passo.
O método da quadrícula permite transpor, reduzir ou ampli
Em termos práticos, a hélice é muito utilizada em desenho desenhos. Este processo consiste em traçar uma rede de qu
técnico devido às suas várias aplicações industriais, como, por drículas sobre o desenho e, em seguida, outra rede de quad
exemplo 1 roscas de parafusos, roscas de porcas e molas. culas, na proporção desejada, e referenciar sobre ela os po
Na Figw·a A.33 exemplifica-se o traçado de uma hélice cilín- tos de interseção do desenho com as linhas da rede. Quan
drica, dado o passo. se pretende unicamente transpor um desenho as duas red
de quadrículas devem ser iguais. TABELAS DE
A.10 TRANSPOSIÇÃO, AMPLIAÇÃO E Na Figura A.34 ilustra-se o método gráfico da quadrícula. U
REDUÇÃO DE DESENHOS vantagem deste método é que, dispondo-se de várias quad
culas previamente traçadas, estas podem ser colocadas entr:
ELEMENTOS DE
Para finalizar este capítulo, vamos analisar como poderemos o desenho e uma folha de papel vegetal, na qual se execu
graficamente efetuar a transposição, redução ou ampliação de
um desenho.
o desenho, evitando assim ter de desenhar a rede de qua
culas. MÁQUINAS
penmetro
,

Perímetro/2
1

5
1§ V '-

13 J
J
V

0 9
/
/
2 3
~

9
/
/
J

16

FtGURA A.33 Traçado de uma hélice cilíndrica dado o passo.

/ "' "
7
\
\ 1\
,
e-- \ 1
----
"~
'""
''\ '
1-/
- '
' ~

FIGURA A.34 Transposição, redução e ampliação de desenhos.

CONSULTAS RECOMENDADAS

• Giesecke, F.E. 1 Mitchell, A., Spencer, H.C., Hil1 1 I.L., Dygdon,


J.T., Novak, J.E., Technicaf Drawing. Prentice Hall, 11ª Ed.,
1999,
• Morais, ].S. 1 Desenho de Construções 1 - Desenho Básico.
Porto Editora, 26ª Ed.
Tabelas de Elementos de Máquinas 403
402 Anexo E

Designação: Parafuso Cabeça Abaulada - Mdxl


B.1 PARAFUSOS Normas: ISO 8677 DIN 603 Classe 8.8
-

Designação: Parafuso Cabeça Hexagonal - MdxL ,1


Normas: ISO 4014 DIN 931 Classe 8.8 1,
------"·---
-ot
~r
f b -~

k L
l oi1 b
-~

.- ·111,;,11, ~~:.rís>•.:•"'lft.X:-;fi{ jt· tt';':'à,·llt·,•: .. ,. • >í~~"' 26 30 38


1,3 1,5 1,8 2 2 2,5 2,5 2,5 3 3 3,5 3,5 4 4 4,5 4,5 5 5 5,5 5,5 6 24,65 30,65 38,8
20,56
16 18 20 22 26 30 34 38 42 46 50 54 60 66 72 78 84 90 96 102 116 124 132 140
6,6 8,75 12,9
5,6
3,5 4 4,8 5,3 6,4 7,5 8,8 10 12 13 14 15 17 18,7 21 22,5 25 26 28 30 33 35 38 40 4,88 5,38 6,95 8,95
8 10 11 13 16 18 21 24 27 30 32 36 41 46 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95
8,58 10,58 1217 16;7
30 30 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 90 100 110 110 140 120 140 160 160 160 180
25 90
16 20
80 120 80 200 220 300 260 320 300 400 300 440 400 480 360 500 400 500 400 500 400 440 400 400 100 120
80 100
5 5 5 5 5 5 5 5 5 10 10 10 10 10 10 10 10 20 10 20 20 20 20 5 30
4-5 5

Exemplo de designação, Parafuso Cabeça Abaulada ISO 8677 - MIO X 30 - 8.8

Designação: Parafuso Cabeça Hexagonal e Porca - Mdxl


Normas: ISO 4016 DIN 601/555 Classe 4.6

1 1,3 1,51,75 2 2 2,5 2,5 2,5 3 3 3,5 3,5 4 4 4,5 4,5 5 5 6


3,5 4 4,8 5,3 6,4 7,5 8,8 10 12 12,5 14 15 17 18,7 21 22,5 25 26 28 30 33 40
8 10 11 13 16 18 21 24 27 30 32 36 41 46 50 55 60 65 70 75 80 95 26 30 34 38 78 84
8 8 10 10 16 20 20 20 30 30 50 40 50 50 60 50 80 80 90 100 100 160 4 5,3 6,4 7,5 8,8 10 11,5 12,5 14 15 17 18,7 22,5 25
60 60 100 70 120 150 150 120 200 100 200 100 200 160 160 100 160 100 120 100 120 120 160 5 6,5 8 10 11 13 - ', j5 J~ 18 w 22 24 29 31
2 2 2 2 2 4~5 2~5 5 5 5 5 5 5 5 5 10 10 10 10 10 ·10 ·20 8 10 13 17 19 21 24 27 30 32 36 41 46 55 60

Exemplo de designação, Parafuso Cabeça Hexagonal ISO 4017 - M30 X 60 - 8.8 10 16 16 20 25 25' 4Ó ',30.. ,60 '.50 70 80 120 100
120 160 280 400 120 400 200 500 160 500 300 300 300 100
5 4-5 4.5 5 5 5 10 5,·· 5•10 5 10 10 40
404 Anexo E Tabelas de Elementos de Máquinas 405

Designação: Parafuso Cabeça Sextavada Interior - Mdxl Designação: Parafuso Cabeça Sextavada Interior com Garganta - (Md} dsxL
Normas: ISO 4762 DIN 912 Classe 8.8 Normas: ISO 7379 Classe 12.9

k L

22 . 24 . 36 40 44 48 52 56 60
7 8,5 10 13 16 18 21 24 27 30 i3 36 45
1
3 4 . 12 14 16 18 20 22 24 30
3 4 5 6 8 10 12 14 14 17 17 19 22
6 6 6 8' 10 1ij ;30 25 35 40 50 40 120
50 80 100 160 170 160 120 200 200 200 200 200 120
2-5 2-5 2-5 2-5 4,5 4,5 5 5 5 . 5-10 10 5-10
Exemplo de designação: Parafuso Cabeça Sextavada Interior ISO 4762 - M24 X 100 - 8.8
1,25
11 13 16 18 22 27
Designação: Parafuso Cabeça Abaulada com Sextavado Interior- Mdxl 16,27 18,27 24,33 30,33 36,39
Normas: ISO 7380 Classe 10.9
5,5 7 8 10 14 16
4 5 6 8 10 12
6 à 10 12 20 30 50
7J qÔ 70 120 120 120 120 120
2-5 2-5 4-5 5 5 5-10
k L Ex. de designação: Parafuso Cabeça Sextavada Interior com Garganta ISO 7379 - (M6) 8X70 - 12.9

Designação; Parafuso de Fenda com Cabeça Escareada - Mdxl


Normas: 1SO2009 DIN 964 Classe St.S1 A2 e A4
7,6 10,5 17,5 28
2,2 2,75 3,3 4,4 5,5 6,6 8,8
2,5 3 4 5 6 8 10
1,
5 6 6 6 8 12 16 30 o, 7J

40 45 60 60 60 80 80
2-5 2-5 2-5 2-5 4-5 4-5 5
L
Exemplo de designação: Parafuso Cabeça Abaulada Sextavada Interior ISO 7380 - M4 X 35 - 10.9

'5;6 7,5 9,2 11


1,2 1,5 1,65 2,2 2,5 3 4 5 6
0,5 0,6 0,8 1 1,2 1,6 2 2,5 3
4 5 5 6 6 6 8 12 20 30
12 i.20 20 40 60 80 100 100 100 90
1-2 1-2 2-5 2-5 2-5 2-5 4-5 5 10
1
1
Ex. de designação: Parafus~~/Fenda com Cabeça Abaulada Escareada ISO 2010 - M3 X 7 - St St A2
406 Anexo E Tabelas de Elementos de Máquinas 407

Designação: Parafuso de Fenda com Cabeça Abaulada Escareada - Mdxl Designação: Parafuso de Fenda com Cabeça Cilíndrica Abaulada Phillips - Mdxl
Normas: ISO 201 O DIN 964 Classe St. St A2 e A4 Normas: ISO 7045 DIN 7985 Classe St.St A2 e A4

1/4l ·~~'"ª'"[.J:\
,~:E ~·-1 "l ·\Í7
0,5 0,7 0,8 1 1,25
6 8 10 12 16
4,7 5,13 7i5 9,2 11
2,4 3,1 3,8 4,6 6
1,5 1,65 2,2 2,5 3 4
5 6 6 8 16
0,6' 0,75 1 1;25 1_,5 2
50 60 100 100 60
0,6 0,8 1,2 1,6 2
2-5 2-5 2-5 2-5 4-5
6 5. '6 6 8 16
25 50 60 100 100 60 Ex. de designação: Parafuso de Fenda com Cabeça Cilíndrica Abaulada Phillips ISO 7045 - M6 X 20 - St St A4
1-2 2-5 2-5 2-5 2-5 4:S

Ex. de designação: Parafuso de Fenda com Cabeça Abaulada Escareada ISO 2010 - M3 X 7 - St St A2 (continuação) Designação: Parafuso com Cabeça Escareada Phillips - Mdxl
Normas: ISO 7046 DIN 965 Classe SI.SI A2 e A4

Designação: Parafuso de Fenda com Cabeça Cilíndrica - MdxL


Normas: ISO 1580 DIN 85 Classe St.St A2 e A4

0,7 0,8 1,25


7,5 9,2 11 14,5
2,2 2,5 3 4
8
8 8 10 16
1,5 1,8 2,4 3 3,6 4,8 6
30 35 40 50
0,6 0,8 1,2 1,2 1,6 2 2,5
2c5 2-5 2-5 4-5
5 5 6 8 10 10 16
6 8 25 40 100 100 100 100
2-5 2-5 2-5 2-5 4-5 4-5 Designação: Parafuso com Cabeça Escareada Boleada Phillips - Mdxl
Normas: ISO 7047 DIN 966 Classe SI.SI A2 e A4
Ex. de designação: Parafuso de Fenda com Cabeça Cilíndrica ISO 1580 - M8 X 14 - St St A4
Tipo POZIDRIV (Z)

7J

0,45 0,5 0,7 0,8


4,7 5,6 7,5 9,2 11
1,5 1,65 2,2 2,5 3
0,5 0,75 1 1,25 1,5
6 6 8 8 10
12 20 30 40 40
2 2-4 2-5 2-5 2-5

Exemplo: Parafuso com Cabeça Escareada Baleada Phillips ISO 7047 - M2 X 10 - St St A2


408 Anexo E
Tabelas de Elementos de Máquinas 409

B.2 PORCAS Designação: Porca Hexagonal com Castelo - Md


Normas: ISO 935·1 Classe St 6 (mín.)

Designação: Porca Hexagonal - Md


d
Normas: ISO 4032 DIN 934 Classe St 6 (mín.)

9,5 16 19 22
3 3,5
8 10 11 13 17 19 22 24 27 30 32 36
4 5 6. ló 16.< 22 24 27 30
7 8 10
'ª13 17
12'
19 22 24
18
27 30 32 36 41 46
2 2 2,5 2,8 3,5 3,5 4,5 4,5 4,5 5,5 5,5

33 35 38 40 46 48 50 54 63 66
36 39 56 60 64 68 76
46 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95
55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 11 O 115
7 7 7 7 9 9 9 9 9 11 11

Designação: Porca Hexagonal Chata - Md


Designação: Porca Hexagonal Chata com Castelo - Md
Normas: ISO 4035 DIN 439 B Classe St 04
Normas: ISO 979 Classe St 04

<=M10

2,5
lf
10
30
5 6,5 8 10 11 13 15 24
10 13 17 19 22 24 27 30 32 . 36 41 46
2 2,5 2,8 3,5 3,5 4,5 4,5 4,5 5,5 5,5' 5,5 7
5,5 5,5
13,5 18 19,5 21 22,5 24 26 28 30
36 41 46 50 55 60 65 70 75 80 85 90
410 Anexo B Tabelas de Elementos de 1vláquinas 411

Designação: Porca Hexagonal com Flange de Encosto Plano ou Dentado - Md Designação: Porca Borboleta Tipo Americano - Md
Normas: ISO 4161 DIN 6923 Classe St 8 Normas: ANSI B18.17 Classe St 8

3;8 5,6 6,3 7,5


18,7 22,5 27,2 30 35 47,6 62 66
8,6 10,5 12,7 14,6 16,7 22,3 30,8 30,5

Designação: Porca Recartilhada com Colar (DlN 466) ou sem Colar (DIN 467) - Md
Normas: DIN 466/467 Classe St 8
6 12 20 30.
10 13 15 18 21 24 30 36
14,2 17,9 21,8 26 29,9 34,5 42,8 45

Designação: Porca Borboleta - Md


Normas: DIN 315 Classe St 8

16 30 36
6 8 10 12 16 20
3;'fi 4 5 6 8
7,5 9,5 11,5 15 18 23
3 4 5 6 8 10

5 8 11,2
20 26 33 39 51 65 65 73 90 11 O
10,5 13 17 20 25 33,5 33,5 37,5 46,5 56,5
412 Anexo E Tabelas de Elementos de Máquinas 413

B.3 CONTRAPINOS B.4 CAVIlHAS OU PINOS

Designação: Contrapinos - dxL Designação: Pinos Cilíndricos- dxl


Normas: ISO 1234 DIN 94 Em Aço Normas: ISO 2338 DIN 7 Em Aço

T---L - - · · · · · · ··wru
e 1 ··-·
.E
-,
:1

10 8 10 16
12,4
1,3 1,7 2,7 24 20 30 50 60 80 120 120 120
3 3,5 4 4,4 5,7 6,7 7,3 9,3 12, 1
1,6 2,5 2,5 2,5 2 2 2 2-6 2-10 2-5 2-10 2-10 4-10
3,2 3,5 4 4 4 4 4,7 4 6,3 6,3
3 3,2 4 5 6,4 7 8 8,5 10 12,6 12,3 16 20 26
2,4 3,2 4 5,1 6, 1 6,5 7,6 8 10,3 12,45 13, 1 16,6 21,7
2,8 3,6 4,6 5,8 6,8 Designação: Pinos Cônicos - d1 xL
7,4 8,2 9,2 11,8 12,5 15 19 24,8 Normas: ISO 2339 DIN 1 B Em Aço
10 10 16 16 16 20 20 50 25 25 63 40 63 63

1
- f= -·~····:ru
50 63 63 63 80 80 63 100 100 80 125 160 160
2-5 4-5 4-5 4-5 5 5
4-,,,

Designação: Contrapinos Tipo Mola - d 1


Norma: DIN 11024 Em Aço
p )

~
L2

~ ~
~~gl -~.
d,

s s 3 4/5 6 23 25 33
9 10 16 20 28 28 30
4 516 8 9 11 17 23 30 33 40 38145 50175 11 O 11 O 160
14 16 20 20 24 30 28 36 40 45 45
2 3 3 4 4 5 5 6 6 7 8
3 3,514 4,5 5. 5 6 7,5 9 10 12 10111 11,5113 15 15 18
10 18 16 20 23 26 24 30 30 30 28 Exemplo ele designação: Pino Côn.ico ISO 2339 - 6 X 75
50 60 62 60 78 92 85 120 105 105 110
25 28 32 30 44 50 40 70 50 50 55

Exemplo ele designação: Contrapinos Tipo Mola - DIN 11024 - 6


414 Anexo E Tabelas de Elementos de 1vfáquinas 415

Designação: Pinos Cônicos de Espiga Roscada - d1xl Designação: Pino Estriado com Meia Espiga Cilíndrica- d1xl
Normas: ISO 8737 DIN 7977 Em Aço Normas: ISO8745 DIN1472 EmAçoUst36-2(DIN17111)

1/2L

14
45
60
5
55
75
5
24
60
10()
5
27
85
120
15
35
85
16Ó
.15-20
100
160
20 ,,m ~-1:T
,, -)

Designação: Pinos de Cabeça com Rasgo- d1xl


Normas: ISO 8746 DIN 1476 Em Aço Ust 36-2 (DIN17111) Designação: Pino Cilíndrico com Rasgo- d1xl
Normas: ISO 8742 DIN 1475 Em Aço Ust 36-2 (DIN17111)
/

"" - O-
1
1 út 1/3L
.1
'
k L 1.-- 1·
L

H11 H11 H11


3 4,5 5,2
0,25 0,3 0,4 0,5 0,6 0,8
0,8 1 1,2 1,6 1,8 2,4 3 3,6
4 5 6 6 8 8 10 12
3 3 3 3 4 6 8 10
30 30 30 40 40 60 70
6 6 10 10 15 15 25 25
1-2 2-4 2-4 2-4 2-4 2-5 4-5
1 1 1-2 1-2 1-2 2 2•5 2-5

Exemplo de designação, Pino de Cabeça Redonda com Rasgo ISO 8746 - 4 X 10 - Ust 36-2 (DIN17111)
Tabelas de Elementos de Máquinas 417
416 AnexoB

Designação: Pino Cilíndrico Estriado ou Canelado- d1xL .JJ.5 CHAVETAS E RASGOS


Normas: ISO 8740 DIN 1473 Em Aço Ust 36-2 (DIN17111)

Chaveta de Cunha-Tipo A ( c>----------J) ou B ou C-bxhxl


Designação:
Chaveta de Cunha com Cabeça - bxhxL
Normas: ISO R774 1SO 2942 Em Aço com aruptura~590 MPa

lnc!. 1%
lncl.1%

~l-fE L
Ch~veta tipo A
~ 4 t L
Chaveta tipo B
J
Designação: Pino Estriado com Espiga Cilíndrica - d1 xl
Normas: ISO 8741 DIN 1474 Em Aço Ust 36-2 (DIN17111)

Chaveta

·a. 12 16 18 22 25
6 8 10 12 17 22 30 38 44 58 58 65 75 85 95
8 10 12 17 22 · 30 38 44 50 50 65 75 85 95 110
6 6 8 10 14 18 22 28 36 45 50 56 63 70 80
36 45 56 {?Q . 90
100 140 160 180 200 220 250 280 320
H11
0,16 0,16 0,25 0,25 0,25 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,60 0,60 0,60 0,60
0,25 0,3 0,4 0,5 0,6 0,8
_Q,60 0,60 0,60 0,80 0,80 0,80 0,80
5 6 6 8 8 10 12
0,25 0,25 0,40 0:40 0,40 0,60
º·ªº
30 30 30 40 40 60 70
1-2 2-4 2-4 2-4 2-4 2-5 4-5
418 Anexos Tabelas de Elementos de Máquinas 419

Designação: Chaveta Redonda - bxh


Normas: ISO 3912 DIN 6888 Em Aço com crruptu,a;;,,:590 MPa

1,2 l 1,8 i 2,5 i 3,0 . 3,5 r;,º , 5,0 . 5,0 l 5,5 l 6,0 . 7,0 . 7,5 l 9,0 . 9,0 i 10,0
";0;··1·"r~á:··1··r+6':'1'"l"+0:·1"·r;cf"1""'r~1i;·2:·r~:ô,'2'"T~·õ'; 2·.,r~o:-2··r+o:·2··r·;õ:-i'/' ":0:"2 ·r+o:·2· '/ +O, 2 / +O, 2
0,5 : 0,9 : 1,2 : 1,7 ! 2,2 ,+,l . .2,4
, . :···""";
.,,., .. ,......... ;''"'""''"''"""""j····.. ·"''""'""'1"'"'"""""'"";"""""'•........
2,4 , 2,4 ; 2,9 ; 3,4 ; 3,4 ! 3,9 , 4,4 l 4,4 i 5,4
;,--l'--l
1"""' ...............,... ,.. ,..........,.,; ........ ,.....•. ., ... l .........,.. ,....... ,j.,, ........... ,....., .. ,............... ,,t.....................

O, 1 ! +O, 1 ! +O, l /. '+-ú; 1.·! +O, 1_ i +0,2 / t0,2 í +0,2 j +Or2 1+0,2 i +0,2 \ +0,2 i +0,2 ·1 +O 2 ! +0,2
. 0,08 / 0,08 [ 0,08 [ O, 16 O, 16 i O, 16 f 0,25 / 0,25 [ 0,25 ! !0,25 / 0,25 / 0,40 !0,40 / O,;O J 0,40
"ó;"i'á"j'""0:·1··a·ro;·1·.iro;2rro·:.2s::t"9:)'s"'j'õ:'4õ""(õ:4.õ'"l"O">i'ál'õ":·40··•1-.·o·;·40·rõ;·5·0,ro~'eó""(6',"6õ"l'"õ:'6'6""

Chaveta (continuação)
if{tí;ffi(J!.1
45 50
32 36 45 56 63 70 80
130 150 170 200 230 260 290 330 380 440
150 170 200 230 260 290 330 380 440 500 ••· i6.;>
6 6 8 8 8 8 10 10 10 12 12
100
8 8 10 10 10 10 12 1.2
.. 12 17 17.
400
10 10 12 12 12 12 12 17 17 17 17 22 22
1,00 1,00 1,00 1,00 1,60 1,60 1,60 2,50 2,50 2,50
12 12 17 17 17 17 17 22 22 22 '2Z . 3f/ 30
1,20 1,20 1,20 1,20 2,00 2,00 2,00 3,00 3,00 3,00

Rasgo (continuação)
.. ,., iSO< >;&t.; "âf, 71:1\ l( · . IQ':/:.tqp
15,7218,57 21,6321,6327 ,35 31,4337, 1427 ,3531,4331,43
13,0 15,0 17,0 20,0 20,0 22,0 25,0 28,0 31,0
+0,3 +0,3 +0,3 +0,3 +0,3 +0,3 +0,3 +0,3 +0,3 +0,3 16 19 22 22 28 28 32 32
12 17 22 22 30
7,1 8,1 9,1 10, 1 11, 1 11, 1 13, 1 14, 1 16, 1 18, 1
+0,3 +0,3 +0,3 +0,3 +0,3 +0,3 +0,3 +0,3 +0,3 +0,3
1.7 - 22 30 30 38
22 22 30 30 38 38 38 38
0,70 0,70 0,70 0,70 1,20 1,20 1,20 2,00 2,00 2,00
30 30 38 38
1,00 1,00 1,00 1,00 1,60 1,60 1,60 2,50 2,50 2,50

A tolerância da largura (b) é h9. A tolerância da altura (h) é h9 para seções quadradas e h11 para seções retangulares.
Os comprimentos preferenciais (L) das chavetas são: 6-8-10-12-14-16-18-20-22-25-28-32-36-40-45-50-56-63-70-80-90-100-110-125-140-160- Exemplo ele designação: Chaveta Redonda ISO 3912 - 5 X 6,5
200-220-250-280-320-360-400 .

Exemplo ele designação: Chaveta de Cunha ISO 2492 - tipo A - 12 X 8 X 40


Tabelas de Elementos de Máquínas 421
420 AnexoB

Designação: Rebite de Cabeça Contrapuncionada Abaulada - Nr


B.6 REBITES Normas: ISO R 1051 DIN 662 Em Aço

Designação: Rebite de Cabeça Redonda - d1 xl


Normas: ISO R 1051 DIN 660/124 Em Aço

4;6 5 5,6 6,6 7 9

2,67 2,7 2,87 3,17 3,37 3,87 4,37


2,17
1,25 1,4 1,5 1,7 1,75 2 2,3
1 1,2
1,2 1,4 1,5 1,7 1,8 2,1 2,3 2,5 3
. 3,8', 4;-a~-i 5,82 1 1, 1
5 5 6 6,5 8 8,5 10 12 13 16 20
1,5 2 2,5 3 4 5
t,-a 2,4· 3 3,6 4,8 6,5
6 6 8 10 16 20
30 50 50 60 60 60 Designação: Rebite Cego - d1 xL
Normas: DIN 7337 A Em Alumínio
Exemplo de designação: Rebite de Cabeça Redonda - ISO R 1051 - 8 X 16

Designação: Rebite de Cabeça Contrapuncionada- d1xl


Normas: ISO R 1051 DIN 661/302 Em Aço

1,0 1,5
3,1 4,1 5, 1 6,1
4 4 5 6 8
8 16 20 50 22
2,87 3,87 9,4
0,5 0,5 0,5 0,5 1
1,5 2 2,5 3 4 5
6 12,5 17 45 17
1,4 2 2,5 3 4 3
6 6 6 8 10 16 30 Exemplo de designação: Rebite Cego - DIN 7337 A - 3 X 20
30 30 50 50 60 50

Exemplo de designação: Rebite de Cabeça Contrapuncionada - ISO R 1051 - 6 X 20


Tabelas de Elementos de Máquinas 423
422 AnexoB

Designação: Arruela Plana com Chanfro - Md


Normas: ISO 7090 DIN 125· 1 B Em Aço
B.7 ARRUELAS

Designação: Arruela Plana - Md


Normas: ISO 7089 DIN 125·1 A Em Aço

50 56 66' 85. 98
6 7 7 8 8 9 9 9
4 4 5 5

Designação: Mola Prato - De x Oi x t


Normas: DIN 2093 A Em Aço
Do

v'· :J
1. rn :1 J
Designação; Arruela Plana - Md
Normas: ISO 7093 DIN 9021 Em Aço

2,25 2,5 3 3 5 5

3, 15 3,5 4, 1 4,3 4,9 5,6 6,7 7 8,2 8,5

Exemplo de designação, Arruela Plana - ISO 7093 - Ml2


Tabelas de Elementos de Máquinas 425
424 Anexo E

Designação: Arruela Elástica com Dentado Exterior (D\N 6797 A) ou Interior (DIN 6797 J) - Md
Designação: Arruela Helicoidal de Pressão - Md Normas: DIN 6797 A/ 6797 J Em Aço
Normas: DIN 127 B Em Aço

~;;.~~-- ..# ..
18,2 20,2 22,5
29,4 33,6 35,9
3 3,5 3,5 4 4

39,5 42,5 57 61 65 69 73
43 58,2 61,2 68,2 87 91 95 99 103
5 5 6 6 6 7 7 7 8 8 8 8 8 8

Designação: Arruela Curva Elástica Md


Normas: DIN 137 A Em Aço 4,3 5,3 6,4 8,4 10,5 13 15 17 21 25

8 10 11 15 18 20,5 24 26 33 38
d2
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,2 1,4 1,5

Exemplo de designação: Anuela Elástica com Dentado Exterior - DIN 6797 A - M4

' 111,1t. lla,•• :,w.& )li!•·• •!i~t'•jJ:~{'.lllllti¼,:)I~ · ::14JJ;~l{iifÇ? . .!'"


2J 2,5 2~ 2,8 ~V~~ M 7,4 8,4 1~5
4,5 5 5 5,5 6 7 8 10 11 12 15 18
~3 ~3 ~ 0,4 ~o~~ o~~ o~ o~
1 1 1,1 1,3 1,4 1,6 1,8 2,2 2,4 3,4 4

Exemplo de designação: Arruela Curva Elástica - DIN 137 A - M6


~
427
Tabelas de Elementos de Máquinas if_ [ '
426 Anexo E

Designação: Arruela de Segurança com Lingüeta Exterior - Md Designação: Arruela de Segurança com Lingüeta Interior - Md
Normas: DIN 432 Em Aço Normas: DIN 462 Em Aço

1e··
1
.. ·••... -\
/' ' '' \

\··<+-..
L .
r1

23 25 28
·.33 :ía 50 50 58
1,2 1,2 1,2 1,2 1,6 1,6 1,6 1,6
-:li5- 4,5 4,5, 4,5 5,5 6,5 6·,5 7,5 7:15 8,5
4 4 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 6,5 6,5 9,5

.·.IJ\'(,t.~~• ,.:~:~-~:;,a.~t-...~. ,-1~ 36 40 42 45 50 50


::9;8 1 1 1 1 1 1,2
40 43 46 50 54 58 62 66
4 5 5 5 6 6 6 6 7 7 7
75 82 88 95 100 105 112 118 125
3 3 3 . '.3. 4 4 4 4 5 5 5
1,6 2 2 2 2 2 2 2,5 2,5 2,5
4 5 5 5 6 6 6 6 7 7 7
9,5 11 11 11 13 13 13 16 16 18
9,2 11,~ 13,4 15;3 17,4 19,4 21,5 23,4 25,4 27,'4
9,5 9,5 11 11 12 13 13 14 13,5 13,5

Designação: Arruela de Segurança com Duas Lingüetas - Md ,í'.a',>'~7tt'1iift;í?i#tli'flit;•¼"> ~s•: -,i'f.;<Je.;c -,.
Normas: DIN 463 Em Aço 55 58 62 62 68 75 75 80 90 90
1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,5 1,5
7 8 8 8 8 8 8 10 10 10
55555 5 5 6 66
7 8 8 8 8 8 8 10 10 10
32,5 35,2 37,2 39,2 42,2 45,2 47,2 52,1 55,1 57,1

k1S, :il'> . 11 --~;:-~~;'t•.t~'):'',Íl':'._:.;~~~~,J~~;-f!


95 95 100 100 110 110 115 120 130 135 145
1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5
8,4 10,5 13 15 17 21 25 28 31 10 10 10 10 10 10 12 12
10 10 10
17 21 24 28 30 37 44 50 56 67777788
6 6 6
0,75 0,75 1 1 1 1 1 1,6 1,6 10 10 10 10 10 10 12 12
10 10 10
8 10 12 12 15 18 20 23 26 65,2 67,2 68,7 71,7 76,7 81,7 86,7 91,6 96,7
59,1 62,2
20 22 28 28 32 36 42 48 52
11 13 15 16 18 21 25 29 32
428 AnexoB Tabelas de Elementos de Nfáquinas 429

Designação: Arruela de Segurança com Lingüeta - Md


Normas: DIN 93 Em Aço B.8 ANÉIS DE RETENÇÃO

- --- Designação: Anel de Retenção para Eixos - d2


Normas: DIN 6799 Em Aço

-
.,,,
- "
.~
da m n

30 3:l 36 40 50
0,75 0,75 1 1 1 1
8 10 12 12. 15 18 18 20 20
20 22 28 28 32 36 36 42 42

37 40 43 46 50 54
75 82 88 95 100 105
1,6 1,6 1,6 1,6 1,6 1,6
30 32 35 38 40 44 -',&l1i'tJ:'ffW@il!!rl?:~€•:~~•tfsJ~~tii-ffl~l•2:i-~1r-· ·•·
60 64 70 75 80 85 1,4 2 2,5 3 4 5 6 7 8 9 10 11 13 16 20 25
Exemplo de designação: Anuela de Segurança - DIN 93 - M42 2 2,5 3 4 5 7 8 9 11 12 14 15 18 24 31 38
0,4 0,5 0,6 0,6 0,7 0,7 0,7 0,9 1, 1 1,2 1,3 1,5 1,75 2

1,28 1,61 1,94 2,7 3,34 4,11 5,26 5,84 6\52 7,63 8,32 10,45 12,61 15,92 21,88
4,25 4,8 6,3 7,3 9,3 11,3 12,3 14,3 16,3 18,8 20,4 23,4 29,4 37,6 44,6

0,54 0,64 0,64 0,74 0,74 0,74 0,94 1,05 1,15 1,25 1,35 .1,55 1,8 2,05
1,2 1,2 1,2 1,5 1,8 2 2 2,5 3 3,5 4

Exemplo de designação: Anel de Retenção para Eixos - DIN 6799 - 8


430 Anexo E
431
Tabelas de Elementos de Máquinas

Designação: Anel de Retenção para Eixos - d1 Designação: Anel de Retenção para Furos - d1
Normas: DIN 471 Em Aço
Normas: DIN 472 Em Aço

\
±
·-J!./
i
s

DETALHE X DETALHE X
(j) @ @
d 1 ~9mm (j)
d1>9,s;:300mm d1eô'170mm d 1 ;;,25mm
d 1 ,,;3Q0mm d 1;s,170mm

~!í1' ~lrif tilitv e!) i (!:, ill i~ QJ\V


1 1,2 1 1 1
5;6 6,5 -1A 8;4 9,3 10,2 11,9 12,9 13,8 14,7 15,7 9;8 10,8 11,8 13 15, 1 16,2 17,3 18,3 19,5 20,5 21,6 . 21!,6'
16,5
10,3 11,7 13,5 14,7 16 17 18 19 9,4 10,4 11,2 12,2
20,2 21,4 22,6 23,8 25 26,2 3,7 3,3 4,1 4,9 5,4 6,2 7 ,2 8 8,8
4,8 5,7 6;1 7,6 8,6 9,6 10,5 11,5 12,5. 13,6 14,6 15,7 16,8 17,8 19 20 21 22
12,4 13,4 14,3 15,2 16,2 17 9,4 10,4 11,4
0,7 0,8 0,9 0,9 1, 1 1, 1 1, 1 1, 1 1, 1 1, 1 1, 1 1, 1
1,1 1,1 1,1 1, 1 1, 1 1,3 0,9 1, 1 1, 1 1,1 1,1 1,1 1,1 1,1 1,1
0,5 0,6 0,6 0,6 0,8 0,8 0,8 0,9 · 0,9 1,1 1,2 1,2 1,5 1,5 1,5 1,5
0,9 0,9 1,1 1,2 1,2 1,5 0,6 0,6 0,6

1,2 1,2 1,2 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,75 1,75
·;11:
1,2
·+•.
1,2
ª*"' 4a:,:
1,2 1,2
• ...~ ~ " ' ra:: :·w:,,?r•#rrE
1,2 1,2 1,2 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,75
1.8,5 19,5 20,5 22,2 23,2 24,2 25,9 26,9 27,9 29,6 31,5 32,2 33,2 35,2 25,9 26,9 27,9 30, 1 32, 1 33,4 34,4 36,5 37,8 38,8 39,8 40,8 43,5
28,4 29,6 30,8 33,2 34,2 35,5 37,9 39, 1 40,5 43 45,4 46,8 47,8 50,2 14,8 15,5 16,1 17,9 19,9 20 20,6 22,6 23,6 24,6 25,4 26,4 27,8
19 20 21 22,9 23,9 24,6 26,6 27,6 28,6 30,3 32,3 33 34 36 25,2 26,2 27,2 29,4 31,4 32,7 33,7 35,7 37 38 39 40 42,5
1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,6 1,6 1,6 1,6 1,6 1,6 1,85 1,85 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,6 1,6 1,6 1,6 1,6 1,85
1,5 1,5 1,5 1,7 1,7 1,7 2,1 2,1 2,1 2,6 2,6 3 3 3 1,5 1,8 1,8 1,8 2,1 2,1 2,6 2,6 2,6 3 3 3 3 3,8

:1;;~;11,.1-/ í41Í, • lO •. _l, ~.•,: '·.•t. ,,,.: ~ti!;: ·,ii·<Jj;,;c.,.,,..liií:;;;*ii


1,75 1,75 2 2 2 2 2 2 2 2 2,5 2,5 2,5
1,75 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2,5
38,5 41,5 44,5 45,8 47,8 50,8 51,8 53,8 55,8 57,8 58,8 60,8 63,5 65,5
50,5 51,5 54,2 56,2 58,2 59,2 60,2 62;2 64,2 66,2 67,2 69,2
55,7 59,1 62,5 64,5 66,7 70,2 71,6 73,6 75,6 77,8 79 81,4 84,8 87
32 33,5 34,5 36,3 37,9 41 40,7 41,7 43,5 44,7 46,7 47,7 49
39,5 42,5 45,5 47 49 52 53 55 57 59 60 62 65 67
1,85 1,85 47,5 49, 5 50,5 53 55 57 58 59 61 63 65 66 68
1,85 2,15 2,15 2,15 2,15 2,15 2,15 2,15 2, 15 2,65 2,65 2,65
3,8 1,85 1,85 1,85 2,15 2,15 2,15 2,15 2,15 2,15 2,15 2,15 2,15 2,65
3,8 3,8 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 3,8 3,8 3,8 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5

2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 3 3 3 3


67,5 70,5 73,5 74,5 76,5 79,5 82,5 84,5 89,5 79,5 82,5 90,5 93,5 95,5 97,5 100,5 103,5 105,5
89,2 92,7 96,1 98,1 100,3 103,3 106,5 108,5 114,8 53,6 55,6 58,6 60, 1 62, 1 64, 1 66,9 69,9 71,9 73,3 76,5 79 80,6
69 72 75 76,5 78,5 81,5 84,5 86,5 91,5 73 75 78 81 83,5 85,5 88,5 91,5 93,5 95,5 98,5 101,5 103,5
2,65 2,65 2,65 2,65 2,65 3,15 3,15 3,15 3,15 2,65 2,65 2,65 2,65 2,65 2,65 3,15 3,15 3,15 3,15 3,15 3,15 3,15
~5 ~5 U ~ ~ ~ ~ ~ ~ 4,5 4,5 4,5 4,5 5,3 5,3 5,3 5,3 5,3 5,3 5,3 5,3 5,3

3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
94,5 98 103 108 113 118 123 128 112 115 117 119 122 127 132 137 142 147
120,2 125,8 131,2 137,3 143,1 149 154,4 159,8 93 96,9 101,9 106,9 111,5 116,5
82 85 88 88,2 90
96,5 101 106 111 116 121 126 131 119 124 129 134 139 144
106 109 112 114 116
3,15 4,15 4,15 4,15 4,15 4,15 4,15 4,15 4,15 4,15 4,15 4,15 4,15 4,15 4,15 4,15 4,15 4,15
5,36666 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6
Exemplo de referência: Anel de Retenção para Eixos _ DIN 471 _ 15 Exemplo de referência: Anel de Retenção para Furos - DIN 472 - 15
Tabelas de Elementos de Máquinas 433
432 Anexo E

Designação: Correntes de Transmissão de Precisão de Passo Curto


.B.9 CORRENTES DE TRANSMISSÃO Normas: ISO 606 Em Aço

Designação: Correntes de Transmissão tipo S


_<-"{('
Normas: ISO 487 Em Aço ,, \\'/
<~ª~-
,,, a,N daN
78' 1110
1 8,00 5,00 7,37
B,52
7,lt
8,26
7,11
8,26
3,71
4,32
3,71
4,32 "'
0,08
5,61 4,77 4,90 14,3 19,9
to,24 B,53 8,86 13,5 23,8 34,0
5
1 "
'4 1690
_:aeo
2490
4140

-Cl)-1' ',:--EB-' 9,525 6,35


12,70 7,115 n.~ 12,07 10.41 5,28 6JO
6,12
0,08
0,08
14,38 11,10 11,23 \7,0 32,3 46,7
13,92 11,30 11,43 17,0 31,0 44,9 "" " 25 3110 4450
12,70 8,51 7,75 12,07 \l,81 10,92
15,-35 15,09 13,03
5,66
6,60 7,62 010 18,11 \3,84 13,89 21,8 39,9 57,9 ,,, " 20
20
4360 6540
4450 6670

'·''·',,, " "


15,67510, 16 9,40 0,10 16,59 13,28 13,41 19,6 36,2 52,8
7,\1 7,62
5,875 10, 16 9,65 5,0B 5,13 14,99 14,73 13,72 0,10 22,78 17,75 H,B1 26,9 49,8 72,6 28 5' ,823Q 9340
7,90 9,14
19,05 11,91 12,57 5,84 5;99 18,3~ 18,08 15,62 8,33 0,10 19,46 15,62 15,75 22,7 42,2 61,7 5' 5780 8670
19,05 12,07 11,68 5,72 5,77 16,39 16,13 16,13 8,33 50 100 :U120 J6660
10;54 12,Hl 0,13 29,29 22,61 22,66 33,5 62,7 91,9
25,40 15,88 15,75, 7,92- 7,97 24;39 ,24;J3 _<20,83 ,o 8450 12680
25,40 15,88 17,02 8,28 8,33 21,34 21,08 21,08
31,75 19,05 18;90 9,53 9,58 ,30,-48 ;J:O,'t_S, ,29,!!4
11,15
13,Hi
11, 15
15,24,
0,13
0,15
31,68 25,45 25,58 36,1 68,0 99,9
35,76 27,46 27,51 4\, 1 77,0 113,0 6,l '" " '"'" 234
173,5,0 28020
6450 12900 Hl350

~I
31,75 19,0519,5610,1910,24 28,68 26,42 28,42 13,89 13,89 0,15
o,rn
36,45 29,01 29,14 43,2 79,7 116,\ 6,1
45,44 35,46 35,51 50,8 116,3 1417 6,6: "'
"'"'" "'
334 1246Qi_2491!1---31370
1
' ! 38, 10- 22.23- 25,22 '1h10 H, tS, 3_6,55 3&,'20 ~t,24
38, 10 25,40 25,40 14,6314,68 33,73 33,40 33,40
f5,8G
17,55
18,26
17,55 0,10 48,36 37,92 38,05 53,4 101,0 150,2 6,6
"'
334
454-
9790 19570 29360
tll900,·3381Q,1i0:?10
-- 44,45 25,40,25,22_1-:2,7012,76 42;&7_ 42,24,'_:;3,6,45
44,45 27,94 30,99 \5,9015,95 37,46 37,08 31,08
f9;42
19,51
,21,31
19,51
0,20
0,20
0,20
48,87 37,19 37,24 54,9 '\03,6 152,4 7,4
59,56 46,58 46,71 65,1 124,7184,3 7,4
58,55 45,21 45,26 65,5 124,21!l2,9 7,9 '"
200
'" 302
302
,oo
454
601
12900 25BOO 38700
22240,44480, '66720
' '21;03 24,33-
' 50,80,28,58 31,55 14,'2Tt4,32 48,74 48;'26 ',4t;88
- - - - ~ - -i-É,_ -!- -- 1
-,- - - -i5 E .E z 50,80 29,21 30,9917,8117,86 42,72 42,29 42,29
63,50 39,6S'3h8& t9,!34,t9,811'60,9:3 60i3';3_':::-,52,07',
22,20
2ll-,24,
22,20
30,35
0,20
0,20
58,55 45,57 45,70 67,4 126,0184,5 7,9
71,'55 54,89
"·" 80,3 151,9 223,510,2
200
311
400
623 "'
934
934
16900 33810 50710
34700 -69390 1040110
26240 52490 78730
c-"1..
i '"
27,76 27,76 0,20 72,29 55,75 55,80 82,6 154,9227,2 \0,2 311
1 1 63,50 39,37 38, 10 22,89 22,94 53,49 52,96 52,96 0,20 87,83 67,82 67,87 95,5 183,4 211,310,S 445 890 \334 50040'100080'150\30
36,40
' 76,20 47,6:3 ,47,35"23,80,23;8~ 73;f3 '12.3{; i62;4B',, 3J;4S
0,20 91,21 70,56 70,69 99, 1 190,4 281,610,5 445 890 \334 40030 80070 120100
33,45
- lf 76, 20 48,26 45,72 29,24 29,29 64,52 63,88 63,88 33,45
40,81 40\61 0,20 106,60, 81,33 81.46 114;6 221,2 11,7 609 1219 54270 108540
88,90 53,98-53,34 34,32'34;31 :1s;M i77;8S->V-,8S 13,0 796 \592 7\170 142340
-·-"--i
' --IS'' 1-- 10\,6 63,50 60,96 39,40 39,45 91,08 90, 17 90,17 47,07
53,37,
47,07
53,37
0,20
0,20
119,89 92,02 92, 15 130,9 250,8
136,27 103,81 \03,94147,4 283,7 14,3 1010 2019 89850179710
114,3 72;39 68,-58 44,48 44,53104,6:7103;63 103,83

Correntes usadas em blcicletas e velocípedes

29,21 11,43 15,88 2,057


34,93 14,27 19,05 25,65 25,40 39,4 2670. mm
41,40 15,24 22,23 28,96 17,3 5,74 28,58 38,1 43,2 22 1780 3,30 3;6.6 3;71 W;17 ll,91 9,91 5,36 5,36 o,08 5,80 5,93 10,2 1,5
2,38 3,66 3,71 10, 17 9,91 9,91 5,36 5,36 0,08 4,60 4,73 8,2
:38, 10 15,24 22,23 28,96 17,3 5,74 28,58 38,1 43,2 22 1780 4,09. 4,14'10,56;10;3010,30 5,36 5,36 0,08 7,90 8,03 12,9 1,5
4,88
17,78 22,23 28,96 17,3 5,74 28,58 38,1 43,2 22 1780 4,88 4,09 4,14 11,4111,1511,15 5,77 5,77 0,08 8,80 8,93 14,8 1,5
19,05 25,40 32,00 17,3 5174 31,80 40,6 45,7 44 2670 638 358•3'631017 991 991 528 610 008 907 920 140 20
18,26 22,23 31,50 26,2 8,92 31,17 43,2 52, 1 56 4450 Exemplo de referência: Corrente de Transmissão de Precisão 084 - ISO 606
66;27 22,86 28,58 37085. 26,2 8,92 37,52 50,8 58,4 56 4450

Exemplo de referência: Corrente de Transmissão S45 - ISO 487


434 Anexo E Tabelas de Elementos de Máquinas 435

B.10 PERFIS DE CONSTRUÇÃO Designação: Dimensões Normalizadas, Seções e Pesos por Metro de Barra de Aço
Normas: NP-331
b
Designação: Diâmetros d, Áreas da Seção Se peso p por metro de barra
Normas: NP - 331 Em Aço

b'x e p S b xe p s
(mm) (kg/m) (cm2) (mm) (kg/m) (cm 2)

12 X 5 0,471 0,60 60 X 6 2,83 3,60


8 3,77 4,80
16 X 5 0,628 0,80 10 4,71 6,00
6 0,754 0,96 12 5,65 7,20
16 7,54 9,60
20x 5 0,785 1,00 20 9,42 12,00
6 0,942 1,20
8 1,26 1,60 70x 6 3,30 4,20
10 1,57 2,00 8 4,40 5,60
10 5,50 7,00
0,981 1,25 12 6,59 8,40
1,50 16 8,79 11,20
2,00 20 11,0 14,00
2,50
3,00 80x 6 3,77 4,80
8 5,02 6,40
1,26 1,60 10 6,28 8,00
1,51 1,92 12 7,54 9,60
Designação: Diâmetros d, Áreas da Seção Se peso p por metro de varão para concreto armado 12,80
2,01 2,56 16 10,0
Normas: NP - 332 Em Aço 3,20 20 12,6 16,00
2,51
3,01 3,84 25 15,7 20,00

40x 5 1,57 2,00 100 X 6 4,71 6,00


6 1,88 2,40 8 6,28 8,00
8 2,51 3,20 10 7,85 10,00
10 3,14 4,00 12 9,42 12,00
12 3,77 4,80 16 12,60 16,00
16 5,02 6,40 20 15,70 20,00
20 6,28 8,00 25 19,60 25,00

45 X 5 1,77 2,25 120 X 10 9,42 12,00


6 2,12 2,70 12 11,30 14,40
8 2,83 3,60 16 15, 10 19,20
10 3,53 4,50 20 18,80 24,00
12 4,24 5,40 25 23,60 30,00
16 5,65 7,20
20 7,07 9,00 150x 10 11,80 15,00
Designação: Dimensões normalizadas a, áreas da seção Se peso p por metro de vergalhão
12 14,10 18,50
Normas: NP - 333 Em Aço 18,80 24,00
50x, 5 1,96 2,50 16
6 2,36 3,00 20 23,60 30,00
8 3,14 4,00 25 29,40 37,50
10 3,93 5,00
12 4,71 6,00
16 6,28 8,00
20 7,35 10,00
Tabelas de Elementos de Máquinas 437
Anexo B

Designação: Dimensões Normalizadas, Seções e Pesos por Metro Linear, de Cantoneira


Designação: Dimensões, Seções e Pesos por Metro Linear Normas: NP-335 Em Aco
Normas: Tubo de Ferro Galvanizado

n
,,
' <iil
b

Díâméltô, d s p Diâmetro d s p
Nólidrtal trnrnJ (rnrnJ (crn~ (k9/ín) NÔmínàl (mm) "
(mm) (cm 2) (kgim)

3/8" 16,75 2,25 1,02 0,85 2" 60,00 3,30 5,87 4,88

112:· 21,25 2,4 1,42 1,19 2 112" 75,50 3,75 8,45 7,04
10 11,0
3/4" 26,75 2,4 1,84 1,53 3" 88,25 4,00 10,9 8,81

1" 33,50 2,9 2,79 2,32 3 1/4" 101,00 4,25 13,6 10,7
5
1 114" 42,25 3,1 3,81 3,17 4" 113,5 4,25 14,6 12,2

1 112" 48,20 3, 1 4,70 3,66 5" 139,0 4,50 19,0 15,8


5
6" 164,5 4,50 22,6 18,9

15 33,9 26,0

18 69, 1 54,0
20 24 76,3 59,0
24 90,6 71,0
AnexoB Tabelas de Elementos de Máquinas 439

Designação: Dimensões Normalizadas, Seções e Pesos por Metro Linear, de Cantoneira Designação: Dimensões dos Formatos Normalizados de Tijolos
Normas: NP-336 Em Aço Normas: NP-834 Especificação do LNEC E 309

Formatos-base 22x11x7 220 107 70


295 70
• 30 X 20 X 7 190

" "o[
30 X 20 X 11 295 190 11 O
30 X 20 X 15 295 190 150
b
30 X 22 X 20 295 220 190

Formatos 20x20x7 195 190 70


complementares 20 X 20 X 11 195 190 110
20x20x 15 195 190 150
10 14, 1 11, 1
22 X 20 X 20 195 190 195

9,94 Dúplex 30x20x 17 295 190 170


10 15,6 .12,3
30 X 20 X 22 295 190 220
30 X 20 X 27 295 190 270
30x30x32 295 190 320
12 19,7 15,4

10 21,6 17,0

15

12 38,8 27,3
15 43,0 33,7
8
10 14,6 11,4
Normas NP, EN ISO e NBR Relacionadas com o Desenho Técnico 441

C.1 NORMAS PORTUGUESAS NP NP 3915-2'1994 (l.' Edição) Rugosidade de superfícies. Ter-


minologia. Parte 2: Medição dos parâmetros de rugosidade de
C.1.1 NP sobre Desenho Técnico superfície. Correspondência: ISO 4287-2:1984.

NP 48:1968 (3.' Edição) Desenho técnico. Formatos.


C.1.5 NP sobre Peças Roscadas
NP 49:1968 (3.' Edição) Desenho técnico. Modo de dobrar
folhas de desenho. NP 110:1983 (2.ª Edição) Roscas métricas de perfil triangular
ISO para usos gerais.
NP 62:1961 (2." Edição) Desenho técnico. Unhas e sua utilização.
Diâmetros e passos recomendados. Correspondência: ISO
NP 167:1966 (2.' Edição) Desenho técnico. Figuração de
NORMAS NP, EN, ISO E materiais em corte.
NP 204:1968 (2." Edição) Desenho técnico. Legendas.
262,1973.
NP 155:1985 (3.ª Edição) Elementos de ligação ràscados e seus
acessórios. Nomenclatura. Correspondência: ISO 1891:1979.

NBR RELACIONADAS NP 205'1970 (1." Edição) Desenho técnico. Listas de peças.


NP i65:1962 (l.ª Edição) Cotas sem tolerância. Diferenças para
NP 400:1983 (2.' Edição) Roscas métricas de perfil triangular
ISO para usos gerais. Perfil de base. Correspondência: ISO
peças metálicas trabalhadas por arranque de apara. 68,1973.

COM O DESENHO NP 297:1963 (1." Edição) Desenho técnico. Cotagem.


NP 327:1964 (l." Edição) Desenho técnico. Representação de vistas.
NP 401:1983 (2.ª Edição) Roscas métricas de perfil triangular
ISO para usos gerais. Dimensões nominais. Correspondência:
ISO 26U973;1SO 724,1978.

TÉCNICO NP 328:1964 (l.ª Edição) Desenho técnico. Cortes e secções.


NP 671:1973 (l.' Edição) Desenho técnico. Representação
NP 1899:1982 (1." Edição) Parafusos de aço, sem cabeça.
Características mecânicas. Correspondência: ISO 898-5:1980.
convencional. Convenções de utilização geral.
NP 1900:1982 (l.' Edição) Parafusos de cabeça sextavada,
NP 718:1968 (2." Edição) Desenho técnico. Molduras. parcialmente roscados. Graus de acabamento A e B. Corres-
pondência: ISO 4014,1979.
C.1.2 NP sobre Tolerâncias
NP 107:1962 (l.ª Edição) Tolerâncias e ajustamentos. Termi-
C.1.6 NP sobre Rebites
nologia. NP 245:1961 (1." Edição) Rebites semitubulares com cabeça
NP 189:1962 (1.' Edição) Sistema de tolerâncias. Noções fun- esférica e 3 a 5 mm de diâmetro.
damentais. NP 246:1961 (1." Edição) Rebites semitubulares com cabeça
NP 190:1963 (1.' Edição) Sistema de tolerâncias. Simbologia. contrapuncionada plana e 3 a 5 mm de diâmetro.

NP 366:1964 (l." Edição) Enchavetamentos. Tolerâncias na NP 247'1961 (1." Edição) Rebites semitubulares com cabeça
largura dos rasgos. cilíndrica chata e 3 a 6,3 1run de diâmetro.

NP 716:1968 (1.' Edição) Desenho técnico. Cotagem e espe- NP 248:1961 (1." Edição) Rebites bifurcados com cabeça con-
cificação de tolerâncias de elementos cônicos. trapuncionada plana e 3 a 5 mm de diâmetro.

NP 1895:1982 (1." Edição) Roscas métricas de perfil triangu- NP 249:1961 (1.' Edição) Rebites com cabeça esférica e 1,6 a
, lar ISO para usos gerais. Tolerâncias. Generalidades. Corres- 9 mm de diâmetro.
' pondência, ISO 965-1,1980. NP 250:1961 (l.' Edição) Rebites com cabeça contrapuncio-
•;''.NP 1896:1982 (1." Edição) Roscas métricas de perfil triangu- nada plana e 1,6 a 9 mm de diâmetro.
Jar ISO para usos gerais. Tolerâncias. Dimensões limites. Qua- NP 251:1961 (l." Edição) Rebites com cabeça cilíndrica chata
_lidade média. Correspondência, ISO 965-2,1980. e 1,6 a 9 mm de diâmetro.
NP 1897:1982 (1.' Edição) Roscas métricas de perfil t:riangu- NP 252:1961 (l." Edição) Furos para rebites.
_r ISO para usos gerais. Tolerâncias. Desvios. Correspondên-
NP 264:1962 (1 ." Edição) Rebites. Tipos normalizados.
cia: ISO 965-3,1980.

'~.1.3 NP sobre Soldagem C.2 NORMAS EUROPÉIAS EN


1515:1977 (l.' Edição) Soldagem. Representação simbóli- C.2.1 EN sobre Desenho Técnico
nos desenhos. Correspondência: ISO 2553,1974. EN-2851:1992 Série aeroespacial. Marcação de peças e con-
juntos, exceto motores. Indicação nos desenhos .
.1.4 NP sobre Acabamentos Superficiais EN 20898-1:1991 Propriedades mecânicas dos elementos de
e Estados de Superfície ligação. Parte 1: Parafusos de cabeça, parafusos com fenda e
prisioneiros Correspondência: ISO 898-1:1988.
3915-1:1994 (1.' Edição) Rugosidade de superfícies. Ter-
ologia. Parte 1: Superfície e seus parâmetros. Correspon- EN ISO 4172:1996 Technical drawings. Construction drawings.
ncia, ISO 4287-1:1984. Drawings for the assembly of prefabricated structures.
442 Anexo C Normas NP, EN ISO e NIJR Relacíonadas com o Desenho Técnico 443

Correspondência: ISO 4172:1991. EN 22768~1:1993 General tolerances. Part 1: Tolerances for EN ISO 2162-2'1996 Tcchnical product documentation. ISO/CD 128-71 Technical drawings - General principles of
linear and angular dimcnsions without individual tolerance Springs. Part 2: Presentation of data for cylinclrical helical presentation-Part 71: Simplified representation for mechanical
EN ISO 5455,1994 Technical drawings. Scales (Substitui a NP 717).
indications. Correspondência: ISO 2768-1:1989. compression springs. Correspondência: ISO 2162-2: 1993. engineering.
EN ISO 5457:1999 Technical product documentation. Sizes
EN 22768<2:1993 General tolerances. Part 2: Geometrical to- EN ISO 2162-3,1996 Technical product documentation. ISO 129:1985 Technical drawings - Dimcnsioning - General
anel layout of drawing sheets. Correspondência: ISO 5457: 1999.
lerances without individual tolcranccs indication.s. Correspon- Springs. Part 3: Vocabulary. Correspondência, ISO 2162-3:1993. principies, definitions, methocls of execution anel special
EN ISO 6410-1,1996 Technical clrawings. Screw threads anel dência: ISO 2768-2:1989. indications.
threadecl parts. Part 1: General conventions. Correspondência:
ISO 6410-1:1993.
EN ISO 7083,1994 Technical drawings. Symbols for geome- C.2.7 EN sobre Rolamentos ISO/OIS 129-1 Technical drawings - Indication of dimensi-
trical tolerancing. Proportions and dimensions. Correspondên- ons and tolerances - Part 1: General principies.
EN 1§0 6410-2,1996 Technical clrawings. Screw threads and EN ISO 8826-1,1995 Technical drawings. Rolling bearings. Pait
cia: ISO 7083:1983. ISO/CD 129-2 Technical drawings - Dimensioning - Part 2:
threaded parts. Part 2: Screw thread inserts. Correspondência: 1: General simplifiecl representation. Correspondência: ISO
8826-U989. Mechanical engineering.
ISO 6410-2,1993.
C.2.3 EN sobre Soldagem EN ISO 8826-2'1997 Technical drawings. Rolling bearings. Pait ISO 216:1975 Writing paper and certain classes of printed
EN ISO 6410-3'1996 Technical drawings. Screw threads anel
EN 2574:1990 Série aeroespacial. Soldagem. Informações nos 2: Detailecl simplified representation. Correspondência: ISO matter - Trimmed sizes - A anel B series.
threacled parts. Part 3: Simplified representation. Correspon-
dência: ISO 6410-3:1993. desenhos. 8826-2:1994. ISO 1302'1992 Technical drawings - Method of indicating
EN 22553'1994 Welded, brazed and soldered joints. Symbolic surface texhue.
EN ISO 6411,1997 Technical drawings. Simplified represen-
tation of centre holes. Correspondência: ISO 6411:1982. representation on drawings. Correspondência: ISO 2553:1992. C.2.8 EN sobre Engrenagens ISO/DIS 1302 Geometrical Procluct Specification (GPS) - In-
EN 24063,1992 Welding, brazing, solclering and braze welding EN ISO 2203:1997 Technical drawings. Conventional repre- clication of surface texture in technical product documentation.
EN ISO 6412-1,1994 Technical drawings. Simplified represen-
tation of pipelines. Part 1: General rules and orthogonal re- of metais. Nomenclature of processes and refercnce numbers sentation of gears. Correspondência: ISO 2203: 1973. ISO 2594,1972 Building drawings - Projection methods.
presentation. Correspondência: ISO 6412-1:1989. for symbolic representation on clrawings. Correspondência: ISO
ISO 3098-0,1997 Technical product documentation - Lette-
4063:1990.
EN ISO 6412-2:1994 Technical drawings. Simplifiecl represen- C.3 NORMAS ISO ring - Part O: General requirements.
tation of pipelines, Part 2: Isometric projection. Correspondên-
C.3.1 ISO sobre Desenho Técnico ISO 3098-1,1974 Technical drawings - Lettering - Part 1:
cia: ISO 6412-2:1989. C.2.4 EN Relacionadas com Peças Currcntly used characters.
EN ISO 6412-3,1996 Technical drawings. Simplified represen- Roscadas ISO 128:1982 Technical drawings- General principles of pre-
ISO 3098-2'1984 Technical drawings - Lettering- Part 2: Greek
tation of pipelines. Pait 3: Terminal features ofventilation and sentation.
EN 24014,1991 Hexagon head bolts. Product grades A and characters.
drainage systems. Correspondência: ISO 6412-3:1993. ISO/CD 128-1 Technical drawings - General principies of
B. Correspondência: ISO 4014: 1988.
ISO 3098-3,1987 Technical drawings - Lettering - Part 3:
EN ISO 6413,1994 Technical drawings. Representation of presentation - Part 1: Basic infonnation and indexes.
EN 24015'1991 Hexagon head bolts. Product grade B: Diacritical and particular marks for the Latin alphabet.
splines and serrations. Correspondência: ISO 6413:1988.
Reducecl shank (Shank diameter = pitch diameter). Correspon"' ISO 128-20,1996 Technical drawings - General principies of
ISO 3098-4,1984 Technical drawings - Lettering - Part 4,
EN ISO 6414,1994 Technical drawings for glassware. Corres- dência: ISO 4015:1979. presentation - Part 20: Basic conventions for lines.
Cyrillic characters.
pondência: ISO 6414: 1982. EN 24016,1991 Hexagon head bolts. Product grade C. Cor• '• ISO 128-21'1997 Technical drawings - General principies of
presentation - Part 21: Preparation of lines by CAD systems. ISO 3098-5,1997 Technical product documentation - Lette-
EN ISO 6433:1994 Technical drawings. Item references. Cor- respondência: ISO 4016: 1988.
ring - Part 5: CAD lettering of the Latin alphabet, numerais and
respondência: ISO 6433: 1981. EN 24017,1991 Hexagon head screws. Product grades A and.. ISO 128-22,1999 Technical drawings - General principies of marks.
EN ISO 7437,1996 Technical drawings. Construction drawin- B. Correspondência, ISO 4017:1988. presentation - Part 22: Basic conventions and applications for
leader lines and reference lines. ISO 3272-1,1983 Microfilming of technical drawings and other
gs. General rules for execution of production drawings for EN 24018,1991 Hexagon head screws. Product grade C. drawing office documents - Part 1: Operating procedures.
prefabricated structural components. Correspondência: ISO respondência: ISO 4018:1988. ISO 128-23,1999 Technical drawings - General principies of
7437: 1990. presentation - Part 23: Lines on constmction drawings. ISO 3272-2,1994 Microfilming of technical drawings and other
EN 28676,1991 Hexagon head screws with metric fine JJ"º"'' drawing office documents - Part 2: Quality criteria anel con-
EN ISO 7519,1996 Technical drawings. Construction drawin- threacl. Product grades A anel B. Correspondência: ISO 128-24,1999 Technical drawings - General principies of trol of 35 mm silver gelatin microfilms.
gs. General principies of presentation for general arrangement 8676,1988. presentation - Part 24: Lines on mechanical engineering dra-
and assembly clrawings. Correspondência: ISO 7519:1991. ISO 3272-3'1975 Microcopying of technical drawings and
other drawing office documents - Part 3: Unitized 35 mm
EN ISO 9222-1'1995 Technical drawings. Seals for clynamic ISO 128-25,1999 Technical drawings - General principies of
application. Part 1: General simplified representation. Corres-
C.2.5 EN sobre Arruelas microfilm carriers.
presentation - Pa1t 25: Lines on shipbuilding drawings.
pondência: ISO 9222-1:1989. EN ISO 10644,1998 Screw and washer assemblies with ISO/DIS 3272-3 Microfilming of technical drawings and other
ISO/DIS 128-30.2 Technical clrawings - General principies of
EN ISO 9222-2,1994 Technical drawings. Seals of dynamic washers. Washer hardness classes 200 HV and 300 drawing office documents - Part 3: Unitized ape1ture card for
presentation - Part 30: Basic conventions for views.
application. Part 2: Detailed simplified representation. Corres- Correspondência: ISO 10644: 1998. 35 mm microfilm.
ISO/DIS 128-40 Technical drawings - General principies of
pondência, ISO 9222-2:1989. EN ISO 10673:1998 Plain washers for screw and washer as, ISO 3272-4,1994 Microfilming of technical drawings and other
presentation - Part 40: Basic conventions for cuts and sections.
semblies. Small, normal and large series. Product grade A}<- drawing office documents - Part 4: Microfilming of drawings
Correspondência: ISO 10673: 1998. ISO/DIS 128-41 Technical drawings - General principies of of special and exceptional elongated sizes.
C.2.2 EN sobre Tolerância presentation -Part 41: Cuts and sections for mechanical engi-
EN 28738,1992 Plain washers for clevis pins. Product grade< ISO/FDIS 3272-5 Microfilming of technical drawings anel other
EN 20286nl:1993 Sistema ISO de tolerâncias e de ajuste. Par- neering drawings.
A. Correspondência: ISO 8738, 1986. drawing office documents - Part 5: Test procedures for diazo
te 1: Base de tolerâncias, desvios e ajuste. Correspondência: lsO/DIS 128-50.2 Technical drawings - General principies of duplicating of microfilm images in aperture cards,
ISO 286-1:1988. presentation - Part 50: Basic conventions for representing areas
C.2.6 EN sobre Molas on cuts and sections. ISO/DIS 3272-6 Microfilming of technical clrawings and
EN 20286-2:1993 Sistema ISO de tolerâncias e de ajuste. Par-
drawing office documents - Part 6: Enlargement from
te 2: Tabelas dos graus de tolerância normalizados e dos des- EN ISO 2162-1,1996 Technical product documentationl... ISO/DIS 128-60 Technical drawings - General principies of microfilrn, quality criteria and control.
vios limites dos furos e dos eixos, Correspondência: ISO 286- Springs. Part 1: Simplified representation. Correspondência: ISO,,,, Presentation - Part 60: Additional conventions for views, cuts
2,1988. 2162-1:1993. :":and
sections. ISO 5455,1979 Technical drawings - Scales.
Normas NP, h1V ISO e NBR Relacionadas com o Desenho Técnico 445
444 Anexo C

ISO 5456-1:1996 Technical drawings - Projection mcthods - ISO 10135:1994 Technical drawings - Simplified representa- ISO/AWI 286-1 Geometrical product specifications ( GPS) - C.3.3 ISO sobre Tolerância Dimensional
Part 1: Synopsis. tion of molded, cast anel forged parts. ISO system of limits anel fits - Part 1: Bases of tolerances, de- de Peças Roscadas
viations anel fits.
ISO 5456-2:1996 Technical clrawings - Projection methoc!s - ISO/WD 10135 Technical drawings - Simplified representati- ISO 7-1:1994 Pipe threads where pressure-tight joints are made
Part 2: Orthographic representations. on of molded, cast and forged parts. ISO 370:1975 Toleranced dimensions - Conversion from in-
on the threads - Part 1: Dimensions, tolerances anel designa-
ches into millimeters anel vice versa.
ISO 5456-3:1996 Technical drawings - Projection methocls - ISO 10303-101:1994 Industrial automation systems and inte- tion.
Part 3: Axonometric representations. gration-Product data representation and exchange -Pait 101: ISO 406:1987 Technical drawings -Tolerancing of linear and
ISO 7-2:1982 Pipe threads where pressure-tight joints are
Integrated application resources: Draughting. angular dirnensions.
ISO 5456-4:1996 Technical clrawings - Projcction methocls - made on the threads - Part 2: Verification by means of limit
Part 4: Central projection. ISO 10303-201:1994 Industrial automation systems and inte- ISO/R 463:1965 Dia! gauges reacling in 0.01 mm, 0.001 in anel gauges.
gration-Product data representation and exchange -Part 201: 0.0001 in.
ISO 5457:1999 Technical procluct documentation - Sizes and ISO 228~1:1994 Pipe threads where pressure-tight joints are
Application protocol: Explicit draughting. ISO 1119:1998 Geometrical Product Specifications (GPS) - not made on the threads - Part 1: Dimensions, tolerances and
layout of drawing sheets.
ISO 10303-202:1996 Industrial automation systems anel inte- Series of conical tapers and taper angles. designation.
ISO 5845-1:1995 Technical clrawings-Simplifiecl representa- gration - Product data representation and exchange - Pait 202: ISO 1660:1987 Technical drawings - Dimensioning anel tole- ISO 228~2:1987 Pipe threads where pressure-tight joints are
tion of the assembly of parts with fasteners - Part l: General Application protocol: Associative draughting.
principles. rancing of profiles. not made on the füreads -Pa1t 2: Verification by means of limit
ISO/TR 10623:1991 Technical procluct clocumentation - Re- ISO/AWI 1660 Geometrical Product Specifications (GPS) - gauges.
ISO 5845-2:1995 Technical drawings - Simplified represen- quirements for computer aided design and draughting - Vo-
tation of the assembly of parts wíth fasteners - Pa1t 2: Rivets
Dimensioning anel tolerancing of profiles. ISO 965-1:1980 ISO general purpose metric screw threads -
cabulary.
Tolerances - Part 1: Principles and basic data.
for aerospace equipment. ISO 1829:1975 Selection of tolerance zones for general pur-
ISO/DIS 12650 Document imaging applications - Microfilming
poses. ISO 965-2:1980 ISO general purpose metric screw threads -
ISO 6410-1:1993 Technical clrawings - Screw threads and of achromatic maps on 35 mm microfilm.
Tolerances - Part 2: Limits of sizes for general purpose bolt
threaded parts. Pa1t 1: General conventions. ISO/R 1938:1971 ISO system of limits anel fits - Part II: Ins-
ISO 12678-1:1996 Refractory proclucts - Measurement of di- anel nut threads - Medium quality.
ISO 6410-2:1993 Technical clrawings - Screw threacls anel pection of plain workpieces.
mensions and external defects of refractmy bricks - Part 1: Di-
ISO 965-3:1980 ISO general purpose metric screw threads -
threaded parts. Part 2: Screw thread inse1ts. mensions anel conformity to drawings. ISO 2538:1998 Geometrical Product Specifications (GPS) -
Tolerances - Part 3: Deviations for constructional threads.
Series of angles anel slopes on prisms.
ISO 6410-3:1993 Teclmical drawings - Screw threads and ISO 13567-1:1998 Technical product documentation - Orga-
ISO/R 1501:1970 ISO miniature screw threads.
threaded parts. Part 3: Símplified representation. nization anel naming of layers for CAD - Part 1: Overview and ISO 2768ul:1989 General tolerances - Part 1: Tolerances for
principies. linear and angular dimensions without individual tolerance ISO 1502:1996 ISO general-purpose metric screw threads -
ISO 6411:1982 Technical drawings - Simplified representati-
ISO 13567-2:1998 Technical procluct clocumentation - Orga- indications. Gauges and gauging.
on of centre holes.
nization and naming of layers for CAD - Part 2: Concepts, ISO 2768g2:1989 General tolerances - Part 2: Geometrical ISO 2903:1993 ISO metric trapezoidal screw threads - Tole-
ISO 6412-1:1989 Technical drawings - Simplified represen-
format anel codes used in construction documentation. tolerances for features without individual tolerance indications. rances.
tation of pipelines. Pa1t 1: General rules and orthogonal re-
presentation. ISO 13715:1994 Technical drawings - Comers - Vocabulary ISO 3040:1990 Technical clrawings - Dimensioning anel tole- 1§04759~1:1978 Tolerances for fasteners-Part 1: Bolts, screws
and indication on drawings. rancing - Cones. and nuts with thread diameters between 1.6 (inclusive) and
ISO 6412-2:1989 Technical clrawings - Simplified reprcscn-
ISO/FDIS 13715 Technical drawings - Edges of unclefined 150 mm (inclusive) anel product grades A, B and C.
tation of pipelines. Part 2: Isometric projection. ISO 3599:1976 Vemier callipers reacling to 0,1 and 0,05 mm.
shape - Vocabula1y and indication on drawings. ISO/DIS 4759-1 Tolerances for fasteners-Part 1: Bolts, screws,
ISO 6412-3:1993 Technical clrawings - Simplifiecl represen- ISO 3611:1978 Micrometer callipers for extemal measurement.
ISO/DIS 13715 Technical drawings - Edges of undefinecl studs and nuts - Product grades A, B anel C.
tation of pipeline. Part 3: Terminal features of ventilation and ISO 5166:1982 System of cone fits for cones from C - 1 : 3 to
drainage systems. shape - Vocabulary and indication on drawings. ISO 4759-2:1979 Tolerances for fasteners-Pait 2: Bolts, screws
1 : 500) lengths from 6 to 630 mm and cliarneters up to 500 mm.
ISO/DIS 14985 Hard-copy output of enginee-ring clrawings- and nuts with thread diameters from 1 up to 3 mm anel pro-
ISO 6413:1988 Technical clrawings - Representation of splines (Retirada)
Specification for the struchue of control files. duct grade F, for fine mechanics.
and serrations. ISO 6906:1984 Vernier callipers reading to 0.02 mm.
ISO 15226:1999 Technical product documentation - Life cycle ISO 4759-3:1991 Tolerances for fasteners - Part 3: Plain
ISO 6428:1982 Technical drawings - Requirements for ISO 7863:1984 Height setting micrometers and riser blocks. washers for bolts, screws and nuts with nominal thread dia-
model and allocation of documents.
microcopying. meters from 1 mm up to and including 150 mm - Product gra-
ISO/DIS 16018 Technical drawings - Numerically controlled ISO 8062:1994 Castings - System of dimensional tolerances
ISO 6433:1981 Technical drawings - Item references. and machining allowances. des A and C.
draughting machines - Draughting media and tools for vector
ISO 7200:1984 Technical drawings -Title blocks. plotters. ISO 13920:1996 Welding - General tolerances for welded ISO/DIS 4759-3 Tolerances for fasteners - Patt 3: Plain washers
constructions - Dimensions for lengths and angles - Shape and for bolts, screws and nuts - Product grades A and C.
ISO/DIS 7200-1 Technical product documentation-Document
headers and title blocks - Part 1: General structure and content. C.3.2 ISO sobre Tole1·ân.da Dimensional position. ISO 5864:1993 ISO inch screw threads - Allowances anel
ISO 14253-1:1998 Geometrical Product Specifications (GPS) tolerances.
1S0/DIS 7200-2 Technical product documentation-Document ISO 1:1975 Standard reference temperature for industrial
headers and title blocks - Part 2: Title blocks for mechanical - Inspection by measurement of workpieces anel measuring
length measurements.
engineering. equipment - Part 1: Decision 1ules for proving conformance C.3.4 ISO sobre Tolerância Dimensional
ISO/TIA 1:1994 Advanced technical ceramics - Unified clas- or non-conformance with spedfications.
ISO 7573:1983 Technical drawings - Item lists. sification system. de Engrenagens
ISO/TS 14253-2:1999 Geometrical Product Specifications
ISO/TR 8545:1984 Technical clrawings - Installations - Gra- ISO/WD 1 Geometrical Product Specifications ( GPS) - Refe- (GPS) - Inspection by measurement of workpieces and ISO 1328-1:1995 Cylindrical gears - ISO system of accuracy
phical symbols for automatic control. rencc temperature for industrial length measurements. measuring equipment - Part 2: Guide to the estimation of - Part 1: Definitions and allowable values of deviations rele-
uncertainty in GPS measurement, in calibration of measuring vant to corresponding flanks of gear teeth.
ISO 9222-1:1989 Technical clrawings - Seals for dynamic ISO 286-1:1988 ISO system of limits anel fits - Part 1: Bases
application - Pa1t l: General simplified representation. of tolerances, deviations and fits. equipment and in product verification. ISO 1328-2:1997 Cylinclrical gears - ISO system of accuracy
ISO/TR 14638:1995 Geometrical product specification (GPS) - Part 2: Definitions and allowable values of deviations rele~
ISO 9222-2:1989 Technical clrawings - Seals for dynamic ISO 286-2:1988 ISO system of limits and fits - Part 2: Tables of
- Masterplan. vant to radial composite deviations and runout information.-
application - Part 2: Detailed simplified representation. standard tolerance grades and limit deviations for holes and shafts,
Anexo C
Normas NP, EN ISO e NBR Relacionadas com, o Desenho Técnico 447
446

ISO 4156:1981 Straight cylinclrical involute splines - Metric ISO 4063:1998 Welding and allied processes - Nomenclature ISO 68-2:1998 ISO general-purpose screw threads - Basic ISO/R 1051:1969 Rivet shank cliameters (diameter range 1 to
module, side fit - Generalities, dimensions and inspection. of processes anel reference numbers. profile - Part 2: Inch screw threads. 36 llllll).

ISO 4156:1981 /Am.d.1:1992 Amendmcnt 1:1992 to ISO ISO 13920:1996 Welding - General tolerances for wcldecl ISO 225:1983 Fastencrs- Bolts, screws, stuels and nuts - Sym- ISO 1085:1986 Assembly tools for screws and nuts - Double-
4156: 1981 Section three: lnspection. constructions - Dimensions for lengths and angles - Shape and bols anel clesignations of dimensions. ended wrenches - Size pairing.
position. ISO 261:1998 ISO general-purpose metric screw threads - ISO 1207:1992 Slottec\ chcese head screws - Procluct grade A.
ISO 4468:1982: Gear hobs- Single sta1t-Accuracy rcquiremenl<e;.
General plan. ISO 1478:1983 Tapping screws thread.
C.3.7 ISO sobre Acabamentos Superficiais ISO 262:1998 ISO general-purposc metric scrcw thrcacls -
C.3.5 ISO sobre Tolerãn.da Geométrica ISO/DIS 1478 Tapping screw thread.
e Estados de Superfide Selectcd sizes for screws, bolts and nuts.
ISO 1101:1983 Technical drawings-Geornetrical tolerancing ISO 1479:1983 Hcxagon head tapping screws.
- Tolerancing of form, orientation, location and run-out - ISO 3274:1996 Geometrical Product Specifications (GPS) - ISO 263:1973 ISO inch screw threads - General plan anel se-
Surface texture: Profile method - Nominal characteristics of lection for screws, bolts and nuts - Diameter range 0.06 to 6 in. ISO 1481:1983 Slottecl pan head tapping scrcws.
Generalities, definitions, symbols, indications on drawings.
contact (stylus) instruments (Incorporates the changes made ISO 272:1982 Fasteners- Hexagon products- Widths across flats. ISO 1482:1983 Slotted countersunk (f]at) head tapping screws
ISO/FDIS 1101 Geometrical product specifications (GPS) - by Technical Corrigenclum 1:1998 to ISO 3274:1996). (common head stylc).
Geometrical tolerancing - Tolerances of form, orientation, lo- ISO 273:1979 Fasteners- Clearance holes for bolts anel screws.
cation anel run-out. ISO 4287:1997 Geometrical Product Spccifications (GPS) - ISO 1483:1983 Slotted raised countersunk (oval) head tapping
Surface texture: Profile method - Tenns, definitions and surface ISO 299:1987 Machine tool tables -T-slots and corresponding screws (common heacl style).
ISO 1101:1983/ Ex! 1:1983 Toleranced characteristics and texture parameters (Incorporates the changes made by Tech- bolts.
symbols - Examples of indication anel interpretation. ISO 1580:1994 Slotted pan hcad screws - Product grade A.
nical Corrigendum 1:1998 to ISO 4287:1997). ISO 691:1997 Assembly tools for screws anel nuts - Wrench
ISO 2692:1988 Technical drawings-Geometrical tolerancing and socket openings - Tolerances for general use. ISO 1703:1983 Assembly tools for screws anel nuts -Nomen-
ISO 4288:1996 Geometrical Procluct Specifications (GPS) -
- Maximum material principle. clature.
Surface texture: Profile method-Rules and procedures for the ISO 724:1993 ISO general-purpose metric screw threaels -
ISO 2692:1988 Aro.d 1:1992 Least Material Requirement. assessment of surface texture (Incorporates the changes made Basic dimensions. ISO 1711-1:1996 Assembly tools for screws and nuts -Tech-
by Technical Corrigendum 1:1998 to ISO 4288:1996). nical specifications - Part 1: Hand-operated wrenches and so-
ISO/CD 2692 Technical drawings - Geometrical tolerancing ISO 885:1976 General purpose bolts and screws - Metric series ckets.
- Maximum material principle. ISO 4291:1985 Methods for the assessement of departure from - Radii under the head.
roundness - Measurement of variations in radius. ISO 1891:1979 Bolts, screws, nuts and accessories - Termi-
ISO 5458:1998 Geometrical Product Specifications (GPS) - ISO 887:1983 Plain washers for metric bolts, screws and nuts nology and nomenclature.
Geometrical tolerancing - Positional tolerancing. ISO 4292:1985 Methods for the assessment of departure from ~ General plan.
roundness - Measurcment by two- and three-point methods. ISO 2009:1994 Slottecl countersunk flat hcad screws (common
ISO 5459:1981 Technical drawings- Geometrical tolerancing ISO 888:1976 Bolts, screws and studs - Nominal lengths, anel head style) - Product grade A.
- Datums and datum systems for geometrical tolerances. ISO 5436:1985 Calibration specimens - Stylus instruments - thread lengths for general purpose bolts.
Types, calibration and use of specimens. ISO 2010:1994 Countersunk slottcd raised head screws
ISO/CD 5459-1 Geometrical Products Spccifications (GPS) - ISO 898-1:1988 Mechanical properties of fasteners - Part 1: (common heael style) - Proeluct grade A.
Datums for geometrical tolerancing - Part 1: General terms and ISO 6318:1985 Measurement of roundness -Terrns, definiti- Bolts, screws and studs.
definitions. ons and parameters of roundness. ISO 2320:1997 Prevailing torque type steel hexagon nuts -
ISO 898<2:1992 Mechanical properties of fasteners - Part 2: Mechanical and performance properties.
ISO/CD 5459-2 Geometrical Products Specifications (GPS) - ISO 8785:1998 Geometrical Product Specification (GPS) -
Nuts with specified proof load values - Coarse thread.
Datums for geometrical tolerandng - Pait 2: Datums and datum Surface imperfections - Tenns, definitions and parameters. ISO 2342:1972 Slotted heaclless screws - Metric series.
systems, drawing indications. ISO 898ª5:1998 Mechanical properties of fasteners made of
ISO 11562:1996 Geometrical Product Specifications (GPS)- ISO 2351:1986 Screwdriver bits for slotted head screws, with
carbon steel and alloy steel - Part 5: Set screws and similar
ISO/WD 5459-3 Geomctrical Products Specifications (GPS) - Surface texture: Profile method - Metrological characteristics male hcxagon drive.
threaded fastcners not under tensile stresses.
Datums for geometrical tolerancing - Part 3: Method for the of phase correct filters (Incorporates the changes made by ISO 3266:1984 Eyebolts for general lifting purposes.
establishment of datums for the assessment of geometrical Technical Corrigendum 1:1998 to ISO 11562:1996). ISO 898-6:1994 Mechanical properties of fasteners - Part 6:
tolerances. Nuts with specified proof load values - Fine pitch thread. ISO 3269:1988 Fasteners - Acceptance inspection.
ISO 12085:1996 Geometrical Product Specification (GPS) -
ISO/TR 5460:1985 Technical drawings - Geometrical toleran- Surface texture: Profile method - Motif parameters (Incorpo- ISO 898~7:1992 Mechanical properties of fasteners - Part 7: ISO/DIS 3269 Fasteners - Acceptance inspection.
cing - Tolerancing of form, orientation, location and run-out rates the Changes made by Technical Corrigendum 1: 1998 to Torsional test and minimum torques for bolts and screws with ISO 3408-1:1991 Ball screws - Part 1: Vocabulary and dcsig-
- Verification principies anel methods - Guidelines. ISO 12085:1996). nominal diameters 1 mm to 1O mm. nation.
ISO 7083:1983 Technical drawings - Symbols for geometri- ISO 13565-1:1996 Geomet:rical Product Specification (GPS) ISO 965-1:1998 ISO general-purpose metric screw threacls - ISO 3408-2:1991 Ball screws - Part 2: Nominal diameters and
cal tolerancing - Proportions anel dimensions. - Surface texture: Profile methoel; Surfaces having st'ratified Tolerances - Part 1: Principies anel basic data. nominal leacls - Metric series.
functional properties - Part 1: Filtering and general measure-
ISO 8015:1985 Technical drawings - Fundamental tolerancing ISO 965-2:1998 ISO general purpose metric screw threads - ISO 3408-3:1992 Ball screws - Part 3: Acceptance conditions
ment conditions (Incorporates the changes made by Techni-
principie. Tolerances-Part 2: Limits of sizes for general purpose externa! and acceptance tests.
cal Corrigenclum 1:1998 to ISO 13565-1:1996).
and internal screw threads - Medium quality.
ISO 10578:1992 Technical drawings - Tolerancing of orien- ISO/DIS 3408-4 Ball screws - Part 4: Axial rigidity.
ISO 13565-2:1996 Geometrical Product Specification (GPS)
tation and location - Projected tolerance zone. ISO 965-3:1998 ISO general purpose metric screw threaels -
- Surface texture: Profile method; Surfaces having stratified ISO/DIS 3408-5 Ball screws - Part 5: Static and dynamic axial
iolerances - Part 3: Deviations for constrnctional screw tlueads.
ISO 10579:1993 Technical drawings - Dimensioning and to- functional properties - Part 2: Height characterization using load ratings and operational lifetime.
lerancing - Non-rigid parts. the linear material ratio curve (Incorporates the changes made ISO 965-4:1998 ISO general purpose metric screw tlueads -
ISO 3506-1:1997 Mechanical properties of corrosion-resistant
by Technical Corrigendum 1:1998 to ISO 13565-2:1996). Tolerances - Part 4: Limits of sizes for hot-dip galvanized
stainless steel fasteners - Pa1t 1: Bolts, screws.and studs.
external screw threaels to mate with interna! screw threaels
C.3.6 ISO sobre Soldagem tapped with tolerance position H or G after galvanizing. ISO 3506~2:1997 Mechanical properties of corrosion-resistant
C.3.8 ISO Rdadon.adas com Peças stainless steel fasteners - Part 2: Nuts.
ISO 2553:1992 Welded, brazed and soldered joints - Symbo- ISO 965-5:1998 ISO general purpose metric screw threads -
lic representation on drawings. Roscadas ISO 3506~3:1997 Mechanical properties of corrosion-resistant
Tolerances - Part S: Limits of sizes for internai screw threads
ISO/AWI 2553 Welded, brazed and soldered joints-Symbo- ISO 68ª1:1998 ISO general-purpose screw threads - Basic to mate with hot-dip galvanized external screw threaels with stainless steel fasteners - Part 3: Set screws and similar fasteners
lic representation on elrawings. profile - Part 1: Metric screw threads. maximum size of tolerance position h before galvanizing. not under tensile stress.
448 Anexo C Normas NP, EN ISO e NBR Relacionadas com o Desenho Técnico 449

ISO 3508:1976 Thread run-outs for fasteners with thread in ISO 4775:1984 Hexagon nuts for high-strength structural product grade C - Property classes 8.8 anel 10.9 (Revision of ISO 8839:1986 Mechanical properties of fasteners - Bolts,
accordance with ISO 261 and ISO 262. bolting with large wiclth across flats - Product grade B - Pro- ISO 7412,1984). screws, studs and nuts rnade of non-ferrous metais.
perty classes 8 and 1O. ISO 7413:1984 Hexagon nuts for structural bolting, style 1, ISO 8991:1986 Designation system for fasteners.
ISO 4014'1988 Hexagon head bolts - Procluct grades A anel B.
ISO/DIS 4775 Hexagon nuts for high-strength structural bolting hot-dip galvanized (oversize tappecl) - Procluct grades A anel ISO 8992d986 Fasteners - General requiremcnts for bolts,
ISO/DIS 4014 Hexagon heacl bolts - Procluct grades A and B.
with large width across flats - Product grade B - Prope1ty clas- B - Property classes 5 1 6 anel 8. screws, studs anel nuts.
ISO 4015,1979 Hexagon head bolts - Product grade B - ses 8 and 10 (Revision of ISO 4775,1984). ISO/OIS 7413 Hexagon nuts for structural bolting, style 1, hot- ISO 10509:1992 Hexagon flange head tapping screws,
Reduced shank (shank cliameter approximately egual to pitch
ISO 5408:1983 Cylindrical screw threads - Vocabulary. dip galvanizecl (oversize tapped) - Product grades A and B -
diameter). ISO 10642:1997 Hexagon socket countersunk heacl scrcws.
Property classes 5, 6 and 8 (Revision of ISO 7413,1984).
ISO 4016,1988 Hexagon head bolts - Product grade C.
ISO 7040.1997 Prevailing torque type hexagon nuts (with non-
metallic insert), style 1 - Property classes 5, 8 anel 10. JSO 7414:1984 Hexagon nuts for struchual bolting with large ISO 10663:1999 Hexagon nuts with flange - Fine pitch tlu-eacl.
ISO/DIS 4016 Hexagon head bolts - Product grade C. width across flats, style 1 - Product grade B -Property class 10. ISO/DIS 10664 Hexalobular internai driving feature for bolts
ISO 7041:1997 Prevailing torque type hexagon nuts (with non-
ISO 4017:1988 Hexagon head screws- Product grades A and B. metallic insert), style 2 - Property classes 9 and 12 ISO/OIS 7414 Hexagon nuts for structural bolting with large anel screws.
ISO/DIS 4017 Hexagon heacl screws - Product grades A and B. wiclth across flats, style 1- Product grade B - Property class 1O ISO/DIS 10666 Drilling screws with tapping screw thread -
ISO 7042:1997 Prevailing torque type ali-metal hexagon nuts,
(Revision of ISO 7414,1984). Mechanical and functional properties.
ISO 4018:1988 Hexagon head screws - Product grade C. style 2 - Property classes 5, 8, 10 anel 12.
ISO 7417:1984 Hexagon nuts for structural bolting - Style 2, ISO 10897:1996 Collets for too! holders with taper ratio 1,10
ISO/OIS 4018 Hexagon head screws - Product grade C. ISO 7043:1997 Prevailing torque type hexagon nuts with flange
hot-clip galvanized (oversize tapped) - Product grade A- Pro- - Collets, hoclers, nuts.
(with non-mctallic insert) - Product grades A anel B.
ISO 4026:1993 Hexagon socket set screws with flat point. perty class 9.
ISO 7044,1997 Prevailing torque type ali-metal hexagon nuts ISO 15071:1999 Hexagon bolts with flange - Small series -
ISO 4027:1993 Hexagon socket set screws with cone point. ISO/DIS 7417 Hexagon nuts for strnctural bolting, style 2, hot- Product grade A.
with flange - Product grades A anel B.
dip galvanized (oversize tapped) - Product grade A - Proper-
ISO 4028:1993 Hexagon socket set screws with dog point. ISO/DIS 15072 Hexagon bolts with flange with metric fine
ISO 7045:1994 Pan head screws with type H or type Z cross ty class 9 (Revision of ISO 7417,1984).
ISO 4029:1993 Hexagon socket set screws with cup point. recess - Product grade A. pitch thread - Small series - Product grade A.
ISO 7434:1983 Slotted set screws with cone point.
ISO 4032,1986 Hexagon nuts, style 1- Procluct grades A anel B. ISO 7046-1:1994 Countersunk flat head screws (common head ISO/DIS 15073 Hexagon bolts with flange with metric fine
ISO 7435:1983 Slotted set screws with long dog point. pitch thread - Small series - Product grade combination A/B.
style) with type H or type Z cross recess - Procluct grade A -
ISO/DIS 4032 Hexagon nuts, style 1 - Product grades A anel B.
Part L Steel of property class 4.8. ISO 7436:1983 Slottecl set screws with cup point. ISO/DIS 15480 Hexagon washer head drilling screws with
ISO 4033,1979 Hexagon nuts, style 2 - Product grades A anel B.
ISO 7046-2:1990 Cross-recessed countersunk flat head screws ISO 7721:1983 Countersunk hcad screws-Heacl configuration tapping screw thread.
ISO/DIS 4033 Hexagon nuts, style 2 - Product grades A anel B. (common head style)- Grade A - Part 2: Steel of prope1ty class and gauging. ISO/OIS 15481 Cross recessed pan head drilling screws with
ISO 4034:1986 Hexagon nuts - Product grade C. 8.8, stainless steel and non-ferrous metals. ISO 7721-2:1990 Countersunk flat head screws - Part 2: Pe- tapping screw threacl.
ISO/DIS 4034 Hexagon nuts - Product grade C. ISO 7047:1994 Countersunk raised head screws (common head netration depth of cross recesses. ISO/DIS 15482 Cross recessed countersunk head clrilling
style) with type H or type Z cross recess - Product grade A. screws with tapping screw threacl.
ISO 4035:1986 Hexagon thin nuts (cbamfered)- Product gra- ISO 8673:1988 Hexagon nuts, style 1, with metric fine pitch
des A and B. ISO 7048:1998 Cross recessed cheese head screws. threacl - Product grades A anel B. ISO/OIS 15483 Cross recessecl raised countersunk head clri-
ISO/DIS 4035 Hexagon thin nuts (chamfered) - Product gra- ISO 7049:1983 Cross recessed pan head tapping screws. ISO/OIS 8673 Hexagon nuts, style 1, with metric fine pitch lling screws with tapping screw thread.
des A and B. thread - Product grades A anel B, ISO 15488:1996 Collets with 8 clegree setting angle for too!
ISO 7050,1983 Cross recessed countersunk (flat) head tapping
ISO 4036,1979 Hexagon tllin nuts- Procluct grade B (unchamfe- screws (common head style). ISO 8674:1988 Hexagon nuts, style 2, with metric fine pitch shanks - Collets, nuts anel fitting dimensions.
red). threacl - Proeluct grades A anel B.
ISO 7051:1983 Cross recessecl raisecl countersunk (oval) head
ISO/DIS 4036 Hexagon thin nuts (unchamfered) - Product tapping screws. ISO/OIS 8674 Hexagon nuts, style 2, with metric fine pitch C.3.9 ISO sobre Ar1-uelas
grade B. thread - Product grades A and B.
ISO 7053:1992 Hexagon washer head tapping screws. ISO 887:1983 Plain washers for metric bolts, screws and nuts
ISO 4161:1999 Hexagon nuts with flange - Coarse thread. ISO 8675:1988 Hexagon thin nuts with metric fine pitch threael - General plan.
ISO 7378:1983 Fasteners - Bolts 1 screws and studs - Split pin
- Product grades A anel B.
ISO 4162:1990 Hexagon flange bolts - Small series. holes and wire holes. ISO/DIS 887 Plain washers for metric bolts, screws and nuts
ISO/DIS 8675 Hexagon thin nuts (chamferecl) with metric fine for general purposes - General plan.
ISO/DIS 4162 Hexagon bolts with flange -Small series - Pro- ISO 7379:1983 Hexagon socket head shoulder screws.
pitch thread - Product grades A and B.
duct grade combination A/B. ISO 7380:1997 Hexagon socket button head screws. ISO 7089:1983 Plain washers - Normal series - Product gra-
ISO 8676:1988 Hexagon head screws with metric fine pitch de A.
ISO 4166:1979 Hexagon nuts for fine mechanics - Product ISO 7411:1984 Hexagon bolts for high-strength structural thread - Product grades A and B.
grade F. bolting with large width across flats (thread lengths according 1§O/FDIS 7089 Plain washers - Normal series - Product gra-
ISO/DIS 8676 Hexagon head screws with metric fine pitch
ISO 4229'1977 Assembly tools for screws and nuts - Single- to ISO 888) -Product grade C - Property classes 8.8 anel 10.9. de A.
thread - Procluct grades A and B.
head engineer's wrenches - Gaps from 50 to 120 mm. ISO/DIS 7411 Hexagon bolts for high-strength structural ISO 7090:1983 Plain washers, chamfered - Normal series -
ISO 8677:1986 Cup head square neck bolts with large head -
ISO 4753:1983 Fasteners - Ends of parts with externai metric bolting with large width across flats (thread lengths according Product grade A
Product grade e.
ISO thread. to ISO 888) - Product grade C - Property classes 8.8 and 10.9 ISO 7091:1983 Plain washers - Normal series - Product gra-
(Revision of ISO 7411,1984). ISO 8678:1988 Cup head square neck bolts with small head
ISO 4755:1983 Fasteners - Thread undercuts for externai de e.
anel short neck - Procluct grade B.
metric ISO threads. ISO 7412:1984 Hexagon bolts for high-strength structural ISO/FOIS 7091 Plain washers - Normal series - Product gra-
bolting with large width across llats (short threacl length) - ISO 8765:1988 Hexagon head bolts with metric fine pitch
ISO 4757:1983 Cross recesses for screws. de e.
Product grade C - Property classes 8.8 and 10.9. thread - Product grades A and B.
ISO 4762:1997 Hexagon socket head cap screws. ISO 7092:1983 Plain washers - Small series -Product g~-~
ISO/DIS 7412 Hexagon bolts for high-strength structural ISO/DIS 8765 Hexagon head bolts with metric fine pitch thread
ISO 4766:1983 Slottecl set screws with flat point. bolting with large wiclth across flats (short thread length) - - Product grades A anel B. ISO/FDIS 7092 Plain washers - Small series - Product gl,!'
450 Anexo C
Normas NP, EN ISO e NBR Relacionadas com o Desenho Técnico 451

ISO 7093:1983 Plain washers - Large series - Product grades ISO 2341:1986 Clevis pins with head. ISO 4069:1977 Building and civil engineering drawings - ISO 10110-4:1997 Optics and optical instruments - Prcpara-
A and C. Representation of areas on sections and views - General t.ion of drawings for opt.ical elements anel systems - Part 4: Ma-
ISO 8733:1997 Parallel pins with interna! thrcad of unhardened terial imperfections - Inhomogencity anel striatc.
principles.
ISO/FDIS 7093-1 Plain washers - Large series - Part 1: Pro- steel and austcnitic stainless steel.
duct grade A. ISO 4157-1:1998 Construction drawings- Designation syste- ISO 10110-5:1996 Optics anel optical instruments - Prepara-
ISO 8734:1997 Parallcl pins of hardened steel and rnartensitic
ms - Part 1: Buildings anel parts of buildings. tion of drawings for optical elemcnts and systcms - Part 5:
ISO/FDIS 7093~2 Plain washers - Large series - Part 2: Pro- stainlcss steel (Dowcl pins).
ISO 4157-2:1998 Construction drawings - Designation sy.ste- Surface form tolerances.
duct grade C.
ISO 8735:1997 Parallel pins with interna! tlu-ead of hardened
ms - Part 2: Room namcs and nurnbers. ISO 10110M6:1996 Optics and optical instruments - Prcpara-
ISO 7094:1983 Plain washers - Extra large series - Product steel and martensitic stainless stccl.
ISO 4157-3:1998 Construction drawings - Designation systc- tion of drawings for optical elements and systems - Part 6:
grade C.
ISO 8736:1986 Tapcr pins with interna! thread, unhardenecL Centring toleranccs.
ms - Part 3: Room identifiers.
ISO/FD:IS 7094 Plain washers - Extra large series - Product
ISO 8737:1986 Tapcr pins with externai thread, unhardened. ISO 10110-7:1996 Optics anel optical instrumcnts - Prepara-
grade c. ISO 4172:1991 Technical drawings - Construction clrawings
ISO 8739:1997 Grooved pins - Full-lcngth parallcl grooved, _ Drawings for the assembly of prefabricated stmctures. tion of drawings for optical elements and systems - Part 7:
ISO 7415:1984 Plain washers for high-strcngth structural Surface imperfection tolerances.
with pilot.
bolting, hardened anel tempered. ISO 5261:1995 Technical drawings - Simplified rcpresentati-
ISO 8740:1997 Grooved pins - Full-lcngth parallel grooved, on of bars and profile sections. ISO 10110-8:1997 Optics anel optical instruments - Prcpara-
ISO 7416:1984 Plain washers, chamfered, hardened and tion of drawings for optical elements anel systems - Part 8:
with chamfer.
tempered for high-strength strnctural bolting. ISO 6284:1996 Construction drawings - Jndication of limit
Surface texture.
ISO 8741:1997 Grooved pins - Half-lcngth reverse taper deviations.
ISO 8738:1986 Plain washers for clevis pins - Product grade A. ISO 10110-9:1996 Optics and optical instruments - Prepara-
groovecl.
1§0/TR 7084:1981 Technical drawings - Coding and
ISO 10669:1999 Plain washers for tapping screw anel washer tion of drawings for optical elements and systcms - Part 9:
ISO 8742:1997 Grooved pins - One-third-length centre referencing systems for building and civil engineering drawings
asscmblies - Normal anel large series - Product grade A. Surfacc treatment and coating.
grooved. anel associatcd documents.
ISO 10673:1998 Plain washers for screw and washer assem- ISO 10110-10:1996 Optics and optical instruments - Prepa-
ISO 8743:1997 Grooved pins - Half-length centre grooved. ISO 7437:1990 Technical drawings - Construction drawings
blies - Small, normal and large series - Product grade A. ration of drawings for optical elements and systems - Part 10:
- General rules for execution of production drawings for
ISO 8744:1997 Grooved pins - Full-length taper grooved. Table rcpresenting data of a lens elcment.
prefabricated structural components.
C.3.10 ISO sobre Molas ISO 8745:1997 Grooved pins - Half-length taper grooved. ISO 10110"11:1996 Optics anel optical instrurnents - Prepa-
ISO 7518:1983 Technical drawings - Construction drawings
ISO 8746:1997 Grooved pins with round head. - Simplified representation of demolition anel rebuilding. ration of elrawings for optical elements and systcms - Part 11:
ISO 2162-1:1993 Technical product documentation - Springs
Non-toleranceel data.
- Part 1: Simplified representation. ISO 8747:1997 Groovcd pins with countersunk head. ISO 7519:1991 Technical drawings - Construction drawings
- General principles of presentation for general arrangement ][SO 10110-12:1997 Optics anel optical instruments - Prepa-•
ISO 2162-2:1993 Tcchnical product documentation - Springs ISO 8748:1997 Spring-type straight pins - Coiled, heavy duty.
and assembly drawings. ration of drawings for optical elements anel systems - Part 12:
- Part 2: Presentation of data for cylindrical helical compression
ISO 8750:1997 Spring-type straight pios - Coiled, standard Aspheric surfaces.
springs. ISO 8048:1984 Technical drawings - Construction drawings
duty.
ISO 2162-3:1993 Technical product documentation - Springs - Reprcsentation of views, sections and cuts. ISO/OIS 10110~14 Optics and optical instruments - Prcpara-
ISO 8751:1997 Spring-type straight pins - Coiled, light duty. tion of drawings for optical elements and systems - Part 14:
- Part 3: Vocabulary. ISO 8560:1986 Technical drawings - Construction drawings
ISO 8752:1997 Spring-type straight pins-Slotted, heavy duty. Wavefront defonnation tolerance for systems containing zcro-
ISO 6931-1:1994 Stainless steels for springs - Pa1t 1, Wire. - Representation of modular sizes, lines and grids.
power elements only (Formerly !SO/NP 15000).
ISO 13337:1997 Spring-type straight pins - Slotted, light duty. ISO 9431:1990 Construction drawings - Spaces for drawing
ISO 6931-2:1989 Stainless stccls for springs - Part 2: Strip. ISO/OIS 10110-15 Optics and optical instruments - Prepara-
and for text, and title blocks on drawing sheets.
ISO 8458-1:1989 Stccl wirc for mechanical springs - Part L tion of drawings for optical elements and systems - Part 15:
General requirements. C.3.12 ISO sobre Rolamentos ISO/TR 10127:1990 Computer-Aided Design (CAD) Techni- Wavefront deformation tolerance for systcms containing
que - Use of computers for the preparation of construction powered elements.
ISO/CD 8458-1 Stcel wire for mechanical springs - Part 1: ISO 8826-1:1989 Technical drawings - Rolling bearings - Part
clrawings.
General requirements. 1: General simplified representation. ISO/AWI 10110-16 Optics and optical instruments - Prepara-
ISO 11091:1994 Construction drawings - Landscape drawing tion of drawings for optical elements anel systems - Part 16:
ISO 8458-2:1989 Steel wire for mechanical springs - Part 2: ISO 8826-2:1994 Technical drawings - Rolling bearings -Part
practice. Asphcric diffractive surfaces.
Cold-drawn carbon steel wire. 2: Detailed simplified representation.

ISO/CD 8458-2 Steel wire for mechanical spríngs - Part 2: ISO/CD 10110-17 Optics anel optical instruments - Preparati-
C.3.15 ISO sobre Produtos Específicos e on of drawings for optical elemcnts and systems - Part 17: Laser
Patended cold-drawn unalloyed steel wire. C.3.13 ISO sobre Engrenagens
Indiretamente Relacionadas com o irradiation damage threshold.
ISO 8458-3:1992 Steel wire for mechanical springs - Part 3: ISO 54:1996 Cylindrical gears for general engineering and for
Oil-hardened and tempered wire. Desenho Técnico
heavy engineering - Modules.
ISO/CD 8458-3 Steel wire for mechanical springs- Part 3: Oil- ISO 6414:1982 Technical drawings for glassware. C.3.16 ISO sobre Símbolos Gráficos
ISO 2203:1973 Technical drawings - Conventional represen~
hardened and tempered wi.re. tation of gears. ISO 10110-1:1996 Optics and optical instruments - Prepara- Usados nos Desenhos e em
tion of drawings for optical elements and systems - Part 1: Ge- Documentação Técnica em Geral
C.3.11 ISO sobre Pinos neral.
C.3.14 ISO sobre Desenhos de Construção ISO/R 538:1967 Conventional signs to be used in the schemeS
ISO 10110-2:1996 Optics and optical instruments - Prepara- for the installations of pipeline systems in ships.
ISO 1234:1997 Split pins. ISO 3766:1995 Constrnction drawings - Simplified represen- tion of drawings for optical elements and systems - Part 2: Ma-
ISO 2338:1997 Parallel pins, of unhardened steel anel austenitic tation of concrete reinforcement. ISO 561:1989 Coai preparation plant - Graphical
- terial irnperfections - Stress birefringence.
stainless steel. ISO 4066:1994 Construction drawings - Bar scheduling. ISO 710-1:1974 Graphical symbols for use on detailed map,;½
ISO 10110-3:1996 Optics and optical instruments - Prepara-
ISO 2339:1986 Taper pins, unhardened. tfon of drawings for optical elements and systems -Part 3: Ma- and geological cross-sections -Part l: General w,c,.v,,,,.
ISO 4068:1978 Building and civil engineering drawings -
ISO 2340:1986 Clevis pins without head. Reference lines. terial imperfections - Bubbles and inclusions. tation.
452 Anexo C Normas NP, EN ISO e NBR Relacionadas co1n o Desenbo Técníco 453

ISO 710-2:1974 Graphical symbols for use on cletailecl maps, ISO 4067-2:1980 Building anel civil engineering drawings - ISO 11442-3:1993 Technical proeluct documentation - Han- ISO/DIS 9004 Qualit:y management systems - Guielelines for
plans anel geological cross-sections - Part 2: Representat.ion of fnstaHations - Part 2: Simplified representation of sanitaty ap- dling of computer-based tcchnical information - Part 3: Phases performance improvcments.
sedirnentaiy rocks. pliances. in the product design process. ISO 9004-1:1994 Quality management anel quality system
ISO 710-3:1974 Graphical symbols for use on cletailed maps, ISO 4067-6:1985 Technical elrawings - Installations - Part 6: JSO/AWI 11442-3 Technical product c\ocumentation - Han- elements - Part 1: Guielelines.
plans anel geological cross-sections - Part 3: Representation of Graphical symbols for supply water anel drainage systems in dling of computcr-baseel technical information - Part 3: Phases ISO 9004M2:1991 Quality management anel quality systcm
magmatic rocks. the ground. in the product design process. elements - Part 2: Guiclelines for services.
ISO 710"4:1982 Graphical symbols for use on cletailed maps 1 ISO 5232:1998 Graphical symbols for textile machinery. ISO 11442-4:1993 Technical proeluct clocumentation - Han-
ISO 9004M3:1993 Qualit:y management anel qualit:y system
plans and geological cross-sections - Part 4: Representation of dling of computer-based technical information - Part 4:
ISO 5784-1:1988 Fluiel power systcms anel components - Fluid lo- elements - Part 3: Guidelines for processed matcrials.
metamorphic rocks. Document management anel retrieval systems.
gic circuits - Pait 1: Symbols for binaiy logic and related functions.
ISO 710-5:1989 Graphical symbols for use on detailed maps,
ISO 9004-4:1993 Quality management anel quality system
JSO/AWI 11442-4 Technical procluct elocumentation - Han-
ISO 5784-2:1989 Fluid power systems anel component..:.;-Fluid elernents - Part 4: Guidelines for qualit:y improvement.
plans and gcological cross-sections - Part 5: Representation of dling of computer-basecl technical information - Part 4:
logic circuits - Part 2: Symbols for supply and exhausts as
minerais. Document rnanagement anel retrieval systems.
related to logic symbols.
ISO 710-6:1984 Graphical symbols for use on detailed maps, ISO 11442-5 Technical proeluct documentation-Handling of
C.3.19 ISO sobre Equipamento pa1·a
ISO 5784-3:1989 Fluiel power systems and components -Fluicl
plans anel geological cross-sections - Part 6: Representation of computer-based technical information - Part 5: Documentati- Desenho
contact rocks anel rocks which have undergone metasomatic, logic circuits - Part 3: Symbols for logic sequencers and relatecl
on in the conceptual design stage of the elevelopment phasc.
pneumatolytic or hydrothermal transformation or transforma- functions. ISO 9175-1:1988 Tubular tips for hand-held technical pens
ISO/DIS 11442-6 Technical procluct clocumentation - Hanelling using Jnelia ink on tracing paper - Part 1: Definitions, dimen-
tion by weathering. ISO 5807:1985 Irúonnation processing- Documentation sym-
of computcr-based technical information - Part 6: Rules forre- sions, elesignation anel marldng.
ISO 710-7:1984 Graphical symbols for use on detaileel maps, bols and conventions for data, program and system flowcharts,
program network charts and system resources charts. vision.
plans anel geological cross-sections -Part 7: Tectonic symbols. ISO 9175-2:1988 Tubular tips for hand-held technical pens
ISO/DIS 11442-i Technical proeluct documentation - Handling using Inelia ink: on tracing paper - Part 2: Performance 1 test
ISO/R 784:1968 Conventional signs to be used in schemes ISO 5859:1991 Aerospace - Graphic symbols for schematic
of computer-baseel technical information - Part 7: Structuring parameters and test conditions.
for the installations of sanitary systems in ships. drawings of hydraulic and pneumatic systems anel components.
CAD files from an administrative point of wiew.
ISO 6790:1986 Equipment for fire protection and fire fighting ISO 9176:1988 Tubular technical pens - Aelaptor for compasses.
ISO 1219-1: 1991 Flui d power systems and components - ISO/DIS 11442-8 Technical product documentation - Handling
Graphic symbols anel circuit diagrams - Part 1: Graphic sym- - Graphical symbols for fire protection plans - Specification. ISO 9177-1:1989 Mechanical pencils - Part 1: Classification,
of computer-bascd technical information - Part 8: Data fields
bols. ISO 6829:1983 Flowchart symbols and their use in microgra- for titlc bloclcs, item lists and revision blocks. elimensions, performance requirements anel testing.
ISO/CD 1219-1 Fluid power systems and components - Gra- phics. ISO 9177-2:1989 Mechanical pencils - Part 2, Black leacls -
ISO/DIS 11442-9 Technical procluct documentation- Handling
phic symbols and circuit diagrams - Part 1: Graphic symbols. ISO 8790:1987 Information processing systems - Computer of computer-based technical inf01mation - Part 9: Terminology. Classification and dimcnsions.
ISO 1219-2:1995 Fluid power systems anel component.<.; - Gra- system configuration eliagram symbols anel conventions. ISO 9177-3:1994 Mechanical pencils - Part 3, Black leads -
phic symbols anel circuit diagrams - Pa1t 2: Circuit diagrarns. ISO 9878:1990 Micrographics - Graphical syrnbols for use in C.3.18 ISO sobre Qualidade Beneling strengths of HB leacls.
ISO 1964:1987 Shipbuilding - lnclication of details on the microfilming. ISO 9178-1:1988 Templates for lettering and symbols - Part
ISO 8402:1994 Quality management and quality assurance -
general arrangement plans of ships. ISO 10628:1997 Flow diagrams for process plants-General rules. 1: General principles anel identification markings.
Vocabulary.
ISO 3511-1:1977 Proccss measurement control functions and ISO 9178-2:1988 Templates for lettering and symbols - Part
ISO/DIS 9000 Quality management systems - Fundamentais
instrumentation - Symbolic representation - Part 1: Basic rc- C.3.17 ISO sobre Documentação Técnica 2: Slot widths for wooel-cased pencils, clutch pencils and fine-
anel vocabulary.
quirements. leael pencils.
do Produto ISO 9000-1:1994 Quality management and quality assurance
ISO 3511°2:1984 Process rncasurement control functions and ISO 9178-3:1989 Templates for lettering anel symbols - Part
standards - Pa1t 1: Guiclelines for select.ion anel use.
instrumentation - Symbolic representation - Part 2: Extension ISO 10209-1:1992 Technical product documentation- Voca- 3: Slot wiclths for technical pcns with tubular tips in accordance
of basic requirernents. bulary - Part 1: Terms relating to technical elrawings: general ISO 9000-2:1997 Quality management and quality assurance with ISO 9175-1.
and t:ypes of drawings. standards - Part 2: Generic guidelines for thc application of
ISO 3511-3:1984 Process measurement control functions and ISO 9179-1:1988 Technical drawings - Numerically control-
ISO 9001, ISO 9002 and ISO-9003.
instrumentation - Symbolic representation - Part 3: Detailed ISO 10209-2:1993 Technical product documentation - Voca- \eel clraughting machines - Part 1: Vocabulary.
symbols for instrument interconnection diagrams. bulary - Part 2: Terms relating to projection methods. ISO 9000-3:1997 Quality management anel quality assurance
standards - Part 3: Guidelines for the application of ISO ISO 9180:1988 Black leads for wood-cased pencils - Classifi-
ISO 3511-4:1985 Industrial process measurement control func- ISO 10209-4:1999 Technical product documentation - Voca- cation and diameters.
9001:1994 to the development, supply, installation anel main-
tions and instrumentation - Symbolic representation - Part 4: bulary - Part 4: Terms relating to construction documentation.
tenance of computer software. ISO 9957-1:1992 Fluid draughting media - Part 1, Water-basecl
Basic syrnbols for process computer, interface, and shared
ISO 11442-1:1993 Technical product documentation - Han- India ink - Requirements and test conditions.
display/control functions. ISO 9000-4:1993 Quality management and qualit:y assurance
dling of computer-based technical infonnation - Pait 1: Security
standards - Part 4: Guide to elepenelability programme mana- ISO 9957-2:1995 Fluid draughting media- Part 2, Water-based
ISO 3753:1977 Vacuum technology - Graphical symbols. requirements.
gement. non-India ink - Requirements anel test conelitions.
ISO 3952-1:1981 Kinematic diagrams - Graphical symbols. ISO/AWI 11442Ml Technical product documentation - Han- ISO 9001:1994 Quality systems - Model for quality assurance
dling of computer-based technical infonnation - Pari: 1: Security ISO 9957-3:1997 Fluid draughting media -Part 3, Water-based
ISO 3952-2:1981 Kinematic diagrarns - Graphical symbols. in design, development, production, installation and servicing.
requircmcnts. colourecl clraughting inks - Rcquirements and test conclitions.
ISO 3952-3:1979 Kinematic diagrams - Graphical symbols. ISO/DIS 9001 Qualit:y management systems - Requirements.
ISO 11442-2:1993 Teclmical product documentation - Han- ISO 9958-1:1992 Draughting media for teclmical drawings -
ISO 3952-4:1984 Kinematic diagrams - Graphical symbols. dling of computer-based technical information - Part 2: Origi- ISO 9001:1994/Cor 1:1995. Draughting film with polyester base-Pait 1: Requirements anel
ISO 3971:1977 Rice milling - Symbols anel equivalent terms. nal elocumentation. ISO 9002:1994 Quality systems - Moclel for quality assurance marking.

ISO 4067-1:1984 Technical drawings - Installations - Part 1, ISO/AWI 11442M2 Teéhnical product documentation - Han- in production, installation anel servicing. ISO 9958-2:1992 Draughting media for technical drawings -
Graphical symbols for plumbing 1 heating, ventilation and dling of cornputer-based technical information - Part 2: Origi- ISO 9003:1994 Quality systems - Model for quality assurance Draughting film with polyester base - Part 2: Determinatíon
ducting. nal documentation. in final inspection and test. of properties.
- - - - - - - - - - - - - -..11

454 Anexo C

ISO 9959-1:1992 Numerically controllcd draughting machines pos ele trabalho "ad hoc" ele personalidades ligadas à norma-
- Drawing test for thc cvaluation of performance - Part 1: Vector lização ele novos produtos.
plotters.
O prefixo ISO Guide ou ISO/IBC Guide denota linhas de
JISO 9959-2:1999 Numerically controllcd draughting machincs orientação ela ISO ou ISO/IEC, e são documentos ele natureza
- Draughting test for evaluation of performance - Part 2: Mo- genérica sobre assuntos relacionados com normalização inter-
nochrome raster plotters. nacional.
ISO 9960-1:1992 Draughting instruments with or without O prefixo ISO/R denota uma recomendação ISO. Esta desig-
graduation - Part 1: Draughting scalc rulcs. nação foi usada até 1972, na altur~ em que a ISO começou a
publicar normas internacionais. Desde então, as recomenda-
ISO 9960-2:1994 Draughting instruments with or without
graduation - Part 2: Protractors. ções ISO foram revistas gradualmente e publicadas sob a for-
ma ele normas internacionais. Existe ainda um número limita-
TABELAS DE
ISO 9960"3:1994 Draughting instruments with or without do de recomendações ISO, para as quais a revisão e transfor-
1
graduation - Part 3: Set squares.
ISO 9961:1992 Draughting media for tcchnical drawings -
mação em norma internacional ainda não foi completada,
permanecendo por isso disponíveis. MAT ERIAIS
Natural tracing papcr. O prefixo é seguido por um número ele série que pode incluir
ISO 9962-1,1992 Manually operatcd draughting machines - um número de "parte", separado por um hifen do número
Part 1: Definitions, classification and designation. principal. O número de série é seguido pelo ano de publica-
ção, separado deste por uma vírgula.
ISO 9962ª2:1992 Manually operated draughting machines -
Part 2: Characteristics, performance, inspection anel marking. Prefixos contendo as abreviaturas DIS, DTR e DISP denotam
respectivamente drafts de normas internacionais, relatórios
1§0 9962-3,1994 Manually operated draughting machines - técnicos e perfis internacionais normalizados. Pode ser usada
Part 3: Dimensions of scale rule chuck plates. a inicial F em conjunto com um cios seguintes prefixos, deno-
!SO 11540:1993 Caps for writing and marking instruments tando um draft final: por exemplo, FDIS indica um draft final
intended for use by chilclren up to 14 years of age - Safety de norma internacional.
regui.rements. Todos os documentos drcift podem ser identificados pelo fato de
os números de referência não incluírem o ano ele publicação.
C.4 ASPECTOS GERAIS RELACIONADOS
COM AS NORMAS ISO C.5 NORMAS BRASILEIRAS NBR
Número de referência - Consiste num prefixo, um número 0
NBR 6371 Tolerâncias Gerais de Dimensões Lineares e
de série e o ano de publicação. O prefixo é normalmente "ISO", Angulares
indicativo de que a publicação é uma norma internacional ISO. 0
NBR 6409 Tolerâncias geométricas -Tolerâncias de forma 1
orientação, posição e batimento - Generalidade, símbolos,
O prefixo ISO/IEC denota uma publicação conjunta entre a
definições, e indicações em desenho.
ISO e a IEC (/nternatíonal Electrotechnical Commission). As
e NBR 7165 Símbolos gráficos de solda para construção na-
normas internacionais ISO/IEC são desenvolvidas pelo Comi-
val e ferroviária.
tê Técnico conjunto JTC 1. De modo análogo ao prefixo ISO/
e NBR 8402 - Execução de caracteres para escrita em dese-
IEC, o prefixo ISO/CIE denota uma norma internacional con-
nho técnico.
junta entre a ISO e a CEI (International Commission on 0 NBR 8403 - Aplicação de linhas em desenhos - Tipos de
Illumination).
linhas - Larguras das linhas.
O prefixo ISO/TR ou ISO/IEC TR denota um relatório técni- 0 NBR 8404 Indicação cio Estado ele Superfície em Desenhos
co da ISO ou da ISO/IEC. Estes relatórios são publicados em Técnicos
algumas circunstâncias -para facilitar o progresso intercalar de • NBR 8993 Representação convencional de partes roscadas
relatórios ou de informação factual de tipo diferente da nor- em desenho técnicos
malmente incorporada numa norma internacional. e NBR 10067 - Princípios gerais de representação cm dese-
nho técnico
O prefixo 1§O/IEC ISP denota um perfil internacional norma-
0 NBR 10068 - Folha de desenho - Leiaute e dimensões.
lizado ISO/IEC - um documento harmonizado que identifica
o NBR 10126 Cotagcm em desenho técnico
uma norma ou um grupo de normas, em conjunto com op-
0 NBR 10582 - Apresentação da folha para desenho técnico.
ções e parâmetros necessários para realizar uma função ou um
<li NBR 10647 - Desenho técnico.
conjunto de funções.
0 NBR 11145 Representação de molas em desenho técnico
O prefixo ISO/TTA denota uma publicação ISO denominada • NBR 12298 Representação de área de corte por meio de
"technical trend assessment". Estas publicações foram estabe- hachuras em desenho técnico
lecidas para responder à necessidade de colaboração global " NBR 13142 - Desenho técnico - Dobramento de cópia.
na normalização ele inovações tecnológicas em estágios pri- • NBR 13272 - Desenho técnico - Elaboração das listas de
mários de desenvolvimento. São o resultado ou da coopera- itens.
ção direta com organizações antes da normalização ou de gru- • NBR 13273 - Desenho técnico - Referência a itens.
Anexo D Tabelas de .Materiais 457

TABELAS DE PROPRIEDADES E APLICAÇÕES Resistência


Flexão Compressão Rigidez Dens.
Tensão Extens.
Nome [MPa] [MPa] [GPa] [ton/m'] APLICAÇÕES/ OBSERVAÇÕES
Escoamento Ruptura Rigidez Dens.
Nome [MPa) [%] [GPa) Al203 345 2300 360 3,92 Alumina. Usada em motores a jato e bombas de
hon/m'] APLICAÇÕES/ OBSERVAÇÕES
,,
alta temperatura, suportando compressão
PE 13 600 0,16 0,92 Usado em folha e em garrafas de plástico
PVC Si3N 1 800 2620 310 3,20 Nitreto de silício. Usado em ferramentas de corte
44,8 6 2,6 1,44 , Usado em pavimento;;, tecidos, filmes e tubulações de ferros fundidos, rolamentos e algumas peças
PP 34 200 1,3 0,90 Usado em revestimentos e tubulações de motores diesel
- - -~
PS 51,7 1,5 3,3 1,05 Usado em amortecedores e espumas SiC 500 2950 405 3,20 Carboneto de silício. Usado quase em exclusivo
V, Usado em fita magnética, fibras e filmes. Na forma em abrasivos
PET 80 2,5 4,0 1,20 o
u termoendurecível é usado em revestimentos e resina em
p Zr0 2 1050 1370 204 6,00 Zircônio. Maior tenacidade e resistência à tração
compósitos
V,
- -- -
que os outros cerâmicos. Ideal para substituição
PMM
72 5 2,93 1,19
':ío,, de metais em motores
Também conhecido como acrílico. Usado em janelas e decoração
A o
PA 62 27 2,75 1,10 ~ Usado em tecidos, cordas, engrenagens e órgãos ele máquinas
Si0 2 98 1860 69 2,20 Sílica amorfa (vidro). Usada em vidro ou em

ABS 55 12 2,30 1,05


"'f-< revestimento de outros materiais para.altas
Usado em malas de viagem e telefones temperaturas e resistência a ataques químicos
PC 62 110 2,28 1,21 Usado cm hélices e órgãos de máquinas Grafite 55 110 10 1,70 Usado em eletrodos, contatos, baterias, alguns
POM 68,9 35 3,6 1,425 Usado em engrenagens componentes ele motores a jato, e apoios
autolubrificados de alta temperatura
PTFE 31 300 0,35 2,20 Usado em armazenamento de produtos químicos, vedação,
apoios, juntas e revestimentos anti-aderentes WC-6%Co 1400 4000 612 17,20 Carboneto de tungstênio em matriz de cobalto.
PUR 30 100 1,20 1,10 Usado em espumas, elastômcros, fibras, folhas e Usado em ferramentas de corte ele metais duros,
'~ tubulações apenas suplantado pelo diamante em dureza,
u com elevada tenacidade
PEEK 90
~
50 4,0 1,30 Usado cm adesivos e resinas de compósitos
PP 69 <1 7,3 1,40 @ Usado em equipamento elétrico. Neste grupo encontra-se a
baquelita
EP 72 4 3,1 1,15
"'o Resistência
~ Usado em adesivos, revestimentos e resinas de compósitos
SI 35 2,2 1,10 l=i Usado em juntas e adesivos Designa. Escoa- Ruptu-
mento ra Elonga. Rigidez Dens.
ASTM [MPa] [MPa] [%] [GPa] [ton/m-~] APLICAÇÕES / OBSERVAÇÕES

A48 CL20 38 138 o 82 7,0 ~


Usado em camos, engrenagens,
o guias, blocos de motor,
~
Resistência
A48 CL35 241 241 o 110 7,0 ~
N
volantes de inércia, discos e
B tambores de freios, bases e
Trac. Comp Elonga. Rigidez Dens. A48 CL40 275 275 o 124 7,2 calibres
Tipo [MPa) [MPa) [%] [GPa] [ton/m'] APLICAÇÕES / OBSERVAÇÕES Usado em carcaças de bombas,
A536 gr,5 310 413 18 172 7,2
Boro-EP válvulas, caixas de
1365 1758 0,7 214 2,04 Usados nas indústrias militar e engrenagens, máquinas
Carbono-BP 303 54,9
aeroespacial, em substituição às ligas ~ agrícolas, máquinas de

z~
1,59 Q
metálicas pelas suas superiores A536 gL3 413 551 6 172 7,0 ~ mineração, pinhões,
(60%VD resistência e rigidez específicas engrenagens, roletes e
o
H corrediças
Vidro S-EP 1068 565 44,1 1,8 V,

;,í Usadas em aplicações estrnturais de A47 gr,32510 220 344 10 179 7,2

í
Usado em acessórios de
Vidro E-EP 482 489 31,02 2,2 "'~ menor custo, com redução de peso sem
A220 gr,
tubulações, apoios de
perda de resistência 413 551 3 179 7,3 motores, e máquinas
Vidro E-PET 344 344 31,0 1,9 60004
Usado em camisas de moinhos,
PA 6/6 221 159 13,1 1,6 ~ o 172 7,0
8 bocais de granalha, freios
A532 gr, A 310 310
~
V,

;,í ~ Em substituição de chapas metálicas ferroviários e laminadores


PP 110 90 8,9 1,5 1@u com resistência aos agentes ambientais
""
Mesmas aplicações dos ferros
~@ o

~o
fundidos, onde a ductilidade
PC 145 152 11,7 1,7 ~~ A27 gr,60-30 206 413 24 205 7,8 seja importante e haja
u, necessidade de executar
~
soldagens
458 Anexo D 'Tabelas de .Materiais 459

Resistência
!!MiMãh!l¾ff{jjjr•j11 #iiirni!I·ii~ 4#UiiFII! 1

Escoa- Ruptu-
mento ra Elonga. Rigidez Dens.
Designa. [MPal [MPa] [%] [GPa] [ton/m3] APLICAÇÕES/ OBSERVAÇÕES
Níquel 186 469 50 207 8,89

3isl
i@li~i#Mi@&i·ii41 1 @@c•i◄❖i,idi
Morrei 400 269 565 45 179 8,80

Resistência Inconel 600 310 683 43 213 8,50 !,l


ou Usado em geral em condições de forte
Escoa- Ruptu- Incorre! 625 483 896 50 205 8,44 o ataque corrosivo a altas temperaturas,
menta ra Elonga. Rigidez Dens. '"< por manterem a sua resistência
Designa. [MPa] [MPa] [%][ GPa] lton/m3] APLICAÇÕES / OBSERVAÇÕES
Inconel X750 850 1800 20 213 8,50
l
ó
mecânica e resistência à corrosão a
essas temperaturas. Muito usado em
Alumínio puro. Usado em folha de Incoloy 800 290 586 45 195 7,44 :;,
l100-H14 117 124 9 69 2,71 ~ alumínio para culinária '"
8..., componentes de aeronáutica,

3003-H14 145 152 8 69


o
,-,:
Incoloy 825 310 690 45 205 8,14 ~, sobretudo em propulsores
2,73 u Ligas Mn e Mg. Usado em latas ele Hastelloy B2 524 216 9,24 &
5052-H34 214 262 10 70 2,68 z< refrigerantes, panelas, canoas
951 53 ·z
8 Hastelloy C-276 351 792 60 205 8,90
"'
8"'
2024-T4 324 469 19 73 2,77 o
6ü61-T6 276 310 12 69 2,70 o Ligas de Cu, Mg/Si, e Zn. Usados em
todo o tipo de componentes estruturais:
Ti puro

Ti-6Al-4V
310

965
413

1096
20

8
104

110
4,50

4,45
.~
t::
Usado pela sua resistência à corrosão
e pela sua resistência específica (a
melhor entre os metais)
f-<
6ü63-T6 214 241 12 '~ blocos de motor, pistons, aviação,
69 2,70 :o mobiliário de jardim etc. 2f-< Usado pela sua rigidez específica
7075-T6 503 572 11 72 2,80 ~ AZ31B-H24 179 262 12 44,8 1,77
"'q ,5 superior a muitos metais e pela sua
AZ91A-F 152 227 44,8 1,80 excelente usinabilidade
335-T6 214 250 2 69 2,77 3 "
:,:

380 276 302 2 69


~
;::i
Ligas para fabricação de peças em
fundição, com Si e Cu ou Mg
2,73
~
Cll000 344 379 4 117 8,94 Cobre puro (ETP). Eletricidade
"'§
Cl7200 1172 1400 10 131 8,25
o
,-,:
Cobre-berílio. Usado, pela sua excelente
resistência, em molas e eletrodos de Resistência
·!l·~l·!·ltiil=I-H!·ll·ll=U~!·IIII
~ soldagem por pontos
Escoa- Ruptu-
C23000 337 393 12 117 8,74
8 Latão vermelho e amarelo. Usados em mento ra Elonga. Rigidez Dens.
"'8"' radiadores, tubos flexíveis, casquilhos de Designa. [MPa] [MPa] [%] [GPa] [tori/mj] APLICAÇÕES / OBSERVAÇÕES
c26000 358 427 25 110 8,52 :;J lâmpadas e molas e em imitação de ouro
AIS! 1010 275 380 35 205 7,85 Usados em aplicações onde a fabricação das
em joalheria
"'o
u
peças requer grandes deformações, em
C90700 145 310 20 103 8,78 Bronzes. Usados em casquilhos 1 mancais, AIS] 1020 296 400 34 205 7,85 geral com pequenas espessuras
"'q juntas de todo o tipo, instrumentos
C93700 124 241 20 76 8,95 "'
i5 musicais (sinos) e peças sujeitas a forte Mais resistente que os anteriores, mas não
atrito (engrenagens) AIS! 1040 351 517 30 205 7,85
;::i soldável

AIS! 4140 413 655 25 205 7,85 Usados para sofrer têmpera total e atingir
elevada resistência depois da peça acabada,
AIS! 4340 482 758 20 205 7,85 em geral com grandes espessuras

Usados em peças para endurecer


AIS! 8620 386 538 30 205 7,85
superficialmente, com boa resistência

21 205 Aço de construção, usado em oleodutos,


ASTMA36 248 482 7,85
pontes) edifícios etc.
"W.
460 Anexo D
l
Resistência
Escoa- Ruptu-
menta ra Elonga. Rigidez Dens.
Designa. [MPa] [MPa] [%] [GPa] [ton/m'I] APLICAÇÕES/ OBSERVAÇÕES

~
~
Ferrítico. Aplicações decorativas 1 ou
V)
430 275 482 20 200 7,8 ~ sujeitas a corrosão atmosférica ou a
o alta temperatura. 1

303 206 517 35 200 8,0


•"1
v
~ Austeníticos. Aplicação em peças com
1 ABELAS DE
(j boa resistência química 1 reservatórios
304 206 517 40 200 8,0 1

316 206 517 40 200 8,0


v3
"'o
~

:X:
e tubulações. Podem sofrer grande
deformação plástica. 1 0LERÂNCIA
416 275 517 22 200 7,8 o
Í"i Usados em instrumentos de cozinha e
V)
420 200 cirúrgicos, parafusos e pequenas
275 517 25 7,8 ov ferramentas.
440C 448 758 14 200 7,8 "1
(j
A538-grA 1380 1448 8 8,0 z~
~::;s Usados em aplicações de elevada
A538-grB 1580 1655 6 8,0 resistência, onde é necessária uma

A538-grC 1890 1930 4 8,0


~g boa tenacidade.

Nota: Os valores apresentados nestas tabelas são valores médios, que dependem, em muitos casos, do
tratamento térmico, da pe1rcentagem de deformação plástica e do modo de obtenção das pré-formas.
Não devem ser usados para projeto. Os valores de projeto devem ser consultados em catálogos de
fabricantes ou em bases de dados especializadas, com mais informação sobre cada liga em particular.
462 Anexo E Tabelas de Tolerância 463

TABELA E.1 Valores das tolerâncias dimensionais para as classes de qualidade mais usuais

3 0,8 1,2 2 3 4 6 10 14 25 40 60 0,1 0,14 0,25 0,4 0,6 1,4


-f---------1-----l
3 6 1,5 2,5 4 5 8 12 18 30 48 75 0,12 0,18 0,3 0,48 0,75 1,2 1,8
TABELA E.3 Desvios fundamentais para eixos: Posições a-js
6 10 1,5 2,5 4 6 9 15 22 36 58 90 0,15 0,22 0,36 0,58 0,9 1,5 2,2
10 18 1,2 2 3 5 8 11 18 27 43 70 110 0,18 0,27 0,43 0,7 1,1 1,8 2,7
18 30 1,5 2,5 4 6 9 13 21 33 52 84 130 0,21 0,33 0,52 0,84 1,3 2,1 3,3
30 50 1,5 2,5 4 7 11 16 25 39 62 100 160 0,25 0,39 0,62 1,6 2,5 3,9
50 80 2 3 5 8 13 19 30 46 74 120 190 0,3 0,46 0,74 1,2 1,9 3 4,6 3 -30
80 6 10 -56 -40 -25 -18 -13 -8 -5 o
120 2,5 4 6 10 15 22 35 54 87 140 220 0,35 0,54 0,87 1,4 2,2 3,5 5,4 10 14 -50 -32 -16 -6 o
120 -290 -150 -95
180 3,5 5 8 12 18 25 40 63 100 160 250 0,4 0,63 1,6 2,5 4 6,3 14 18
180 250 4,5 7 10 14 20 29 46 72 115 185 290 0,46 0,72 1,15 1,85
-+--+--+-+-
2,9
18 24
-300 -160 -110 -65 -40 -20 -7 o
4,6 7,2 30
24
250 315 6 8 12 16 23 32 52 81 130 210 320 0,52 0,81 1,3 2,1 3,2 5,2 8,1 30 40 -310 -170 -120 -80 -50 -25 -9 o
40 50 -320 -180 -130
315 400 7 9 13 18 25 36 57 89 140 230 360 0,57 0,89 1,4 2,3 3,6 5,7 8,9
50 65 -340 -190 -140 -100 -60 -30 -10 o
400 500 8 10 15 20 27 40 63 97 155 250 400 0,63 0,97 1,55 2,5 4 6,3 9,7 65 80 -360 -200 -150
500 630 9 11 16 22 32 44 70 110 175 280 440 0,7 1,1 1,75 2,8 4,4 7 80 100 -380 -220 -170
-120 -72 -36 -12 o
11
100 120 -410 -240 -180
630 800 10 13 18 25 36 50 80 125 200 320 500 0,8 1,25 2 3,2 5 8 12,5 120 140 -460 -260 -200
800 1000 11 15 21 28 40 56 90 140 230 360 560 0,9 1,4 2,3 3,6 5,6 9 140 160 -520 -280 -210 -145 -85 -43 -14 o
14
160 180 -580 -310 -230
1000 1250 13 18 24 33 47 66 105 165 260 420 660 1,05 1,65 2,6 4,2 6,6 10,5 16,5 180 200 -660 -340 -240
1250 1600 15 21 29 39 55 78 125 195 310 500 780 1,25 1,95 3,1 5 7,8 12,5 19,5 200 225 -740 -380 -260 -170 -100 -50 -15 o
225 250 -820 -420 -280
1600 2000 18 25 35 46 65 92 150 230 370 600 920 1,5 2,3 3,7 6 9,2 15 23 -920 -480 -300
250 280
-190 -110 -56 -17 o
2000 2500 22 30 41 55 78 110 175 280 440 700 1100 1,75 2,8 4,4 7 280 315 -1050 -540 -330
11 17,5 28
315 355 -1200 -600 -360
-210 -125 -62 -18 o
2500 3150 26 36 50 68 96 135 210 330 540 860 1350 2,1 3,3 5,4 8,6 13,5 21 33
355 400 -1350 -680 -400
µm-micrômetro ""' 1 X 10- 6 m. As classes IT0 e ITOl são indicadas na norma ISO 286-1:1988 400 450 -1500 -760 -440
-230 -135 -68 -20 o
450 500 -1650 -840 -480
500 560 -260 -145 -76 -22 o
560 630
630 710 -290 -160 -80 -24 o
TABELA E.2 Valores das tolerâncias do sistema ISO de tolerância angular 710 800
800 900
-320 -170 -86 -26 o
900 1000
1000 1120 o
-350 -195 -98 -28
1120 1250
1250 1400 -30 o
6 10 50 80 125 200 315 500 800 1250 2000 3150 5000 8000 -390 -220 -110
1400 1600
10 16 40 63 100 160 250 400 630 1000 1600 2500 4000 6300 1600 1800 -430 -240 -120 -32 o
1800 2000
16 25 31,5 50 80 125 200 315 500 800 1250 2000 3150 5000 2000 2240 -480 -260 -130 -34 o
25 40 25 40 63 100 160 250 400 630 1000 1600 2500 4000 2240 2500
2500 2800 -520 -290 -145 -38 o
40 63 20 31,5 50 80 125 200 315 500 800 1250 2000 3150 2800 3150
63 100 16 25 40 63 100 160 250 400 630 1000 1600 2500
100 160 12,5 20 31,5 50 80 125 200 315 500 800 1250 2000
160 250 10 16 25 40 63 100 160 250 400 630 1000 1600
250 400 8 12,5 20 31,5 50 80 125 200 315 500 800 1250
400 630 6,3 10 16 25 40 63 100 160 250 400 630 1000
µrnd - microrradiano = 1 X 10-6 rad.
Tabelas de Tolerância 465
464 Anexo E

TABELA E.4 Desvios fundamentais para eixos: Posições j-zc

TABELA E.5 Desvios fundamentais para furos: Posições A-N

3 6 -2-4 +1 o +23 +28 +35 +42 +50 +80


6 10 -2 -5 +1 o +6 +10 +15 +19 +28 +34 +42 +52 +67 +97
+40 +50 +64 +90 +130
1--1_0-+-_14_, -3 -6 +1 o +7 +12 +18 +23 +28 +33 1---+-'-'---+--+--~+----'--'---l-'---f--=-j 6 10 +280 +150 +80 +56 +40 +25 +18 +13 +8 +5 O -6+A -6 -IO+A O
14 18 +39 +45 +60 +77 +108 +150
1O 14
+6 O +6 +10 +15 -l+A -7+A -7 -12+A O
+41 +47 +54 +63 +73 +98 +136 +188 1--1'-'4--+-'-18'---1+290 +150 +95 +50 +32 +16
18 24
l-----1f------l -4 -8 +2 o +8 +15 +22 +28 +35
+41 +48 +55 +64 +75 +88 +118 +160 +218
24 30 18 24
+65 +40 +20 +7 O +8 +12 +20 -2+A -8+A -8 -15+L\ O
+48 +60 +68 +80 +94 +112 +148 +200 +274 l--2'-'4'---+_c30'----1+300 +160 +110
30 40
1-----1----1 -5 -10 +2 o +9 +17 +26 +34 +43
+54 +70 +81 +97 +114 +136 +180 +242 +325 30 40 +310 +170 +120
40 50 +80 +50 +25 +9 O +10 +14 +24 -2+A -9+L\ -9 -17+A O
+i 1 + + l--+4_:_1-+_+_:5c:3-+_+_,6._6--l--'-+8,,_74 _:_+_:_1_:_02=+_:_+1..2..2++:.1:._4cc4++_:1_:_7,-_2+-+'::22:::6++--'3:::0_:0--l-+-'4_::0,-_5a 40 50 +320 +180 +130
'---'5-'-º-+--'-65'-I - 7 -12 +2 o 20 32
+43 +59 +75 +102 +120 +146 +174 +210 +274 +360 +480 50 65 +340 +190 +140
65 80 +100 +60 +30 +10 O +13 +18 +28 -2+L\ -ll+A -11 -20+A O
+51 +71 +91 +124 +146 +178 +214 +258 +335 +445 +585 65 80 +360 +200 +150
1--8_0-+-1_0_0_, -9 -15 +3 o +13 +23 +37 1--=-:.-f--_'._'.-+--=---11--=+-_'._'.-+-'-'-"-l--'-'--'+-=-+-=-::_:_1-_:_:__:+_:__:_-'---I 80 100 +380 +220 +170
100 120 +54 +79 +104 +144 +172 +210 +254 +310 +400 +525 +690 +120 +72 +36 +12 O +16 +22 +34 -3+A -13+A -13 -23+A O
100 120 +410 +240 +180
120 140 +63 +92 +122 +170 +202 +248 +300 +365 +470 +620 +800
120 140 +460 +260 +200
140 160 -11 -18 +3 o +15 +27 +43 +65 +100 +134 +190 +228 +280 +340 +415 +535 +700 +900 140 160 +520 +280 +210 +145 +85 +43 +14 O ~ +18 +26 +41 -3+A -15+A -15 -27+6. O
+68 +108 +146 +210 +252 +310 +380 +465 +600 +780 +1000
160 180 f-1cc6:.:0-+_,1.,80"--1-'+-"5.,8.,0+-+3.._1:.:0+-+2..3,_0+--+--+--+--'---l--l----l--+--! J);
180 200 +77 +122 +166 +236 +284 +350 +425 +520 +670 +880 +1150 180 200 +660 +340 +240 LU
200 225 +740 +380 +260 +170 +100 +50 +15 O ~ +22 +30 +47 -4+A -17+&. -17 -31+A O
200 225 -13 -21 +4 o +17 +31 +50 +80 +130 +180 +258 +310 +385 +470 +575 +740 +960 +1250
+84 +140 +196 +284 +340 +425 +520 +640 +820 +1050 +1350 225 250 +820 +420 +280 -r
225 250 f-2:CC5cé0-+.,2'-80c--l-+-c9-c2'c0+-+4~8:cé0+-+3:C:Oéé0+--+--+--+--'---l--l----+--l-~ [Ij
+ + + _+:.:9cc4++_1_:5c:8+•_:2:.:1::.8++_:3_.15=+-'-+3:::8:::5++:.4:.:7_:5++_:5c:8._0+-+_.7'-10++.::9:.:2:.:0++_.12:::0:.:0++_1:_:5c:5"_j0 +25 +36 +55 -4+A -20+A -20 -34+A O
250 280 -16 -26 +4 o 20 34 56 280 315 +1050 +540 +330 +190 +110 +56 +17 o
280 315 +98 +170 +240 +350 +425 +525 +650 +790 +1000 +1300 +1700 -3:C1é-é5-+.,3=-55c--1-+1-'2ééo'éo++-6°'0'-'o++-'3=6ééo+--+--+--+-'---+----11----+-+--I .§ -21+A -21 -37+A O
315 355 +108 +190 +268 +390 +475 +590 +730 +900 +1150 +1500 +1900
+62 -=1--=+=~--'--'-'--f--_:__'.+=~---'-'--'-+-=+='-'-j-'-'-+-_'._'."_j 355 400 +1350 +680 +400 +210 +125 +62 +18 o :aí +29 +39 +60 -4+A
-18 -28 +4 o +21 +37
+114 +208 +294 +435 +530 +660 +820 +1000 +1300 +1650 +2100
355 400 400 450 +1500 +760 +440 -~
+126 +232 +330 +490 +595 +740 +920 +1100 +1450 +1850+2400 +230 +135 +68 +20 O +33 +43 +66 -5+&. -23+.ó. -23 -40+6. ·o
400 450 -20 -32 +5 o +23 +40 +68 1--~1--=+~--+--+-~+---+-~+-=+----11--~+-=--i ~4=-5"0-+.,5::_00c--l-'-+_.16:.:5:.:0++_.8,_4._,0++_.4~8._,0+---f----f----f---'---l----11----+-+--! -~
450
500
500
560
+132 +252 +360 +540 +660 +820 +1000 +1250 +1600 +2100 +2600 5
ºº 56
º +260 +145 +76 º +22
~56:.:0+c:63:.:0'--1-----1---+--+-+-+--l--+--+-+--+---I o 1----l--l----l--+--1------1-------1
m º -26 -44
o o +26 +44 +78 e+-'1_:5_::0l-+:::28:c0-+-+4.::0:.:0++:.:6_:0c:O+---+--l--+---1---1--+----I
+155 +310 +450 +660 630 710
560 630 +290 +160 +80 +24 O o -30 --50
+175 +340 +500 +740 710 800
630 710
o o +30 +50 +88 l--_'._'.-f----+----'--'-'--11--__'.+---+--+--+--+--+--+--'---I
+185 +380 +560 +840
800 900
+320 +170 +86 +26 O o -34 -56
710 800
900 1000
800 900 + 34 +56 +1 00e+:.:2:.:1_::0-f--+-'43:::0-+_+6:.:2:.:0++:.:9cc4c:O+---+--l--+--+--l--+--'---I
o o +220 +470 +680 +1050
1000 1120
+350 +195 +98 +28 O o -40 -66
900 1000 1120 1250
1000 1120 +40 +66 +120 +250 +520 +780 +1150 1250 1400
o o +260 +580 +840 +1300
+390 +220 +110 +30 O o -48 -78
1120 1250 1400 1600
1250 1400 +48 + 78 +140 +300 +640 +960 +1450 1600 1800
o o +430 +240 +120 +32 O o --58 -92
1400 1600 +330 +720 +1050 +1600 1800 2000
2000 2240
1600 1800
o o +58 +92 +170 +370 +820 +1200 +1850 +480 +260 +130 +34 O o --68 -110
+400 +920 +1350 +2000 2240 2500
1800 2000
2500 2800
2000 2240 +68 +110 +195 +440 +1000 +1500 +2300 +520 +290 +145 +38 O o -76 -135
o o +460 +1100 +1650 +2500
2800 3150
2240 2500
(1) Os valores de .6. encontram-se na página seguinte.
2500 2800 + + + f-+_::5::_50++_:1::.25::_0++-'1::_90:::0++2:,:9:.:0:.:0+--+--'---l--+--+----1--+----i
o o 76 135 240
+580 +1400 +2100 +3200
2800 3150
1) Para valores da qualidade JT;:S;3 e IT>7.
466 Anexo E Tabelas de Tolerância 467

TABELA E.7 Desvios admissíveis para cotas lineares ~xcluindo boleados e concordâncias

Fina ±0,05 ±0,05 ±0,1 ±0,15 ±0,2 ±0,3 :.!::0,5

m Média ±0,1 ±0,1 ±0,2 ±0,3 ±0,5 ±0,8 ±1,2 ±2


e Grosseira ±0,2 ±0,3 ±0,5 ±0,8 ±1,2 ±2 ±3 ±4
TABELA E.6 Desvios fundamentais para furos: Posições P-ZC
Muito ±0,5 ±1 ±1,5
V ...!::2,5 ±4 ±6 ±8
grosseira
(!)Para cotas nominais inferiores a 0,5 mm, os desvios devem ser indicados junto as cotas

3 6 -12 -15 -19 -28 -35 -42 -50 -80 1,5 6


6 10 -15 -19 -23 -28 -34 -42 -52 -67 -97 1,5 2 3 6 7
10 14 -40 -50 -64 -90 TABELA E.8 Desvios admissíveis para baleados e concordâncias
-18 -23 -28 -33 -130
18 -39 2 3 3 7 9
14 -45 -60 -77 -108 -150
18 24 -41 -47 -54 -63 -73 -98 -136 -188
-22 -28 -35 1,5 2 3 4 8 12
24 30 -41 -48 -55 -64 -75 -88 -118 -160 -218
30 40 -48 -60 -68 -80 -94 -112 -148 -200 -274
<l -26 -34 -43 1,5 3 4 5 9 14
40 50 ID -54 -70 -81 -97 -114 -136 -180 -242 -325 Fina
u
50 65 w -41 -53 -66 -87 -102 -122 -144 -172 -226 -300 -405 ±0,2 ± 0,5 ±1
u
o -32 2 3 5 6 11 16
65 80 ro -43 -59 -75 -102 -120 -146 -174 -210 -274 -360 -480 m Média
e
80 100 .Q -51 -71 -91 -124 -146 -178 -214 -258 -335 -445 -585
.Q -37 2 4 5 7 13 19
100 120 u -54 -79 -104 -144 -172 -210 -254 -310 -400 -525 -690 e Grosseira
120 140 ~

f--
-63 -92 -122 -170 -202 -248 -300 -365 -470 -620 -800 ±0,4 ±1 ±2
140 160 Ã
-43 -65 -100 -134 -190 -228 -280 -340 -415 -535 -700 -900 3 4 6 7 15 23 V Muito grosseira
160 180 -68 -108 -146 -210 -252 -310
u • -380 -465 -600 -780 -1000
180 200 •,; -77 -122 -166 -236 -284 -350 -425 -520 -670 -880 -1150 (*) Para cotas nominais inferiores a 0,5 mm, os desvios devem ser indicados junto às cotas.
200
225
225
250
"a
~
-50 -80
-84
-130
-140
-180 -258 -310 -385
-196 -284 -340 -425
-470
-520
-575 -740 -960
-640 -820 -1050
-1250
-1350
3 4 6 9 17 26

250 280 •e -56


-94 -158 -218 -315 -385 -475 -580 -710 -920 -1200 -1550
4
280 315 .Q
-98 -170 -240 -350 -425 -525 4 7 9 20 29
> -650 -790 -1000 -1300 -1700
w
315 355 •
u -62
-108 -190 -268 -390 -475 -590 -730 -900 -1150 -1500 -1900
4 5 7 11 21 32
355 400 •
u -114 -208 -294 -435 -530 -660 -820 -1000 -1300 -1650 -2100
400
450
500
450
500
560
.ID
w
w
o
-68
-126
-132
-232
-252
-330 -490 -595 -740
-360 -540 -660 -820
-920
-1000
-1100 -1450 -1850
-1250 -1600 -2100
-2400
-2600
5 5 7 13 23 34 TABELA 1:.9 Desvios admissíveis para cotas angulares

560 630
•Ew -78
-150
-155
-280
-310
-400 -600
-450 -660
630 710 •E -175 -340 -500 -740
-88
710 800 •~ -185 -380 -560 -840
800
900
900
1000
•w
~ -100
-210 -430
-220 -470
-620 -940
-680 -1050
Fina
±1º ±0°30' ±0º20' ±0º10' ±0º5'
1000 1120 ] -120
-250 -520 -780 -1150 m Média
1120 1250 :!? -260 -580 -840 -1300
1250 1400 -300 -640 -960 -1450 e Grosseira ±1º30' ±1º ±0°30' ±0º15' ±0º10'
-140
1400 1600 -330 -720 -1050 -1600
1600 1800 -370 -820 -1200 -1850 V Muito grosseira ±3º ±2º ±1º ±0°30' ±0º20'
-170
1800 2000 -400 -920 -1350 -2000
2000 2240 -440 -1000 -1500 -2300
-195
2240 2500 -460 -1100 -1650 -2500
2500 2800 -550 -1250 -1900 -2900
-240
2800 3150 -580 -1400 -2100 -3200
TABELA E.10 Tolerâncias gerais de retilismo e planeza

H 0,02 0,05 o, 1 0,2 0,3 0,4

K 0,05 O, 1 0,2 0,4 0,6 0,8

L 0,1 0,2 0,4 0,8 1,2 1,6


1'41
1
468 Anexo E 1
1

TABELA 1:.11 Tolerâncias gerais de perpendicularidade

H 0.2 0.3 0.4 0,5


1( 0,4 0,6 0,8

L 0.6 1.5 2 /

INI)IC:E

H 0,5

K 0,6 0,8

L 0,6 1,5 2 A Apoio à decisão, 165


Architectural Desktop, 196
ABS. Veja Polímeros Arco, 185
Acabamentos de volta inteira, 207
cm construção civil, 216 Arestas, 41
TABELA 1:.13 Tolerâncias gerais de batimento superficiais, 225, 240-246, 247, 292 fictícias, 60
indicação nos desenhos, 240 invisíveis, 55
influência no preço final da; peças, 240 visíveis, 54
sobreespessura, 241 Armações, 209, 210, 212
Aços esquema para dobramento, 214
H 0,5 ao carbono, 351, 352 representação de, 213
classes dos, 212 Arruelas
K inoxidáveis, 352 cmvas elásticas, 424
tabelas de, 459-460 de mola prato, 423
L 2 Águas de segurança com lingüeta, 428
pluviais, 199, 201 duas, 426
residuais, 199 exterior, 426
telhados, 187 interior, 427
AIS!, 352 elásticas
Ajustamento com dentado exterior ou interior, 425
cotagem de, 127 função das, 321
para rolamentos, 336 helicoidais de pressão, 424
Ajustes, 234-236 planas, 422
classes, 235 com chanfro, 423
de tolerâncias recomendadas, 236 representação de, 321
com aperto, 235 tipos de, 322
com folga, 234 AutoCAD, 187, 221
incertos, 235 Autodesk Inventor, 249, 304
linha de zero, 226
recomendados, 235, 237
sistema 1l
de eixo base, 236
de furo base, 236 Barras, 209, 210
ISO de desvios e ajustes, 234 ganchos na extremidade das, 212
temperatura, 237 Base de dados
tolerâncias dos, 225 georreferenciada, 160
Alinhamento, 153 SIG, 160
Alumínios, designações e aplicações, 458 Biela, 354
Anéis de retenção Bissetriz, 389
para eixos, 429 Bit, 23
para furos, 431 Baleados e concordâncias, 122
Anisotropia, 207 em CAD, 380-382
Anotações, 128 Brasagem, 294, 298
Aparelhos Broca, 359
das cozinhas, 195 Bronze, 352
sanitários, 195 de berílio, 352
Aperto de silício, 352
máximo, 235 Buffers, 167, 168
mínimo, 235 Byte, 23
470 Índice Índice 471

CMM. Veja Cota de máximo material de parafusos, 81 para furos, 231, 232 Erros geométricos, 254, 277
e CmM. Veja Cota de mínimo material de perfis metálicos, 81
locais, 126
indicação dos, 231 equipamento de verificação, 285
parciais, 126
CN. Veja Cota nominal de porcas, 81 dimensão dos caracteres, 119 inferio.r, 226 inter-relação com erros dimensionais, 237
CAD. Veja também CAD 3D, 2, 13
CNC, 18 de rebites, 81 em desenho de arquitetura, 194, 196 superior, 226 Es. Veja Desvio superior
cotagem, 124
cotas automáticas, 195 Cobertor. Veja Escadas em edificações, 185 em paralelo, 123 tabelas de tolerância geral, 467 Esboço, 6, 8, 119, 381
Cobertura erros mais freqüentes em, 87 com linhas de cota sobrepostas, 123 Detecção remota, 158 Escadas, 189
em arquitetura, 187, 190
em desenho cartográfico, 161 da construção, 184 geológicos, 178 em série, 123 Diâmetro Escala, 36-38
em projeto, 373 representação e definições, 187 hachura de, 75 escala, 119 exterior da rosca, 313 a]timétrica, 150, 154
SIG, 161, 166 de diferentes materiais, 75 funcional, 128, 256 nominal da rosca, 313 das distâncias, 154
de estabilidade, 373-375
em arquitetura, 373 Cobre, designações e aplicações, 158 meio, 75 furos escareados, 125 Digital Terrain Model. Veja DTM de ampliação, 36
e planejamento, 216 Comando Numérico. Veja CNC parcial, 75 paramétrica, 382 Digitalização de imagens, 22 de redução, 36
Compósitos, 348 planos, 75 por coordenadas, 124 Dimensão atual, 226 de representação de terrenos, 151
siglas, 7
Computador, 19 concorrentes, 77 seleção das cotas, 128 Discos rígidos, 20 desenhos
3D, 13, 14, 17, 24, 129
desenho industrial, 380 Comunicações em edifícios, 189 paralelos, 77 setas, 118 Dobramento de desenhos, 31 de arquitetura, 200
importância da perspectiva, 96 Conceitos sucessivos, 79 símbolos complementares da, 118 Drenagem, 199 de detalhe, 183
fundamentais em CAD recurso a, 74 Cotas-limite, 226, 231 DTM, 149, 164 de localização, 183
montagens, 385
motor de modelismo, 127 bloco, 159 total, 75 Courettes, 186 implantação de obras, 176 em estudos de planejamento, 36
camada, 159 Cota(s) cru, 19 Duralumínio, 353 em projeto de arquitetura, 36
peças em chapa, 375
entidade, 159 abaixo da linha de, 121 CRT. Veja Monitor indicação na legenda, 31
tubulações, 378
geométricos fundamentais altimétricas, 183, 199 Cunhagem, 356 normalizada, 36
CADD, 10 E
declive, 138 angulares, 121 Curvas de nível, 148, 150 Escória, 297
CAE, 2
intervalo, 138 auxiliares, 120 Escrita nonnalizada, 27
Caixas Efeito(s)
reta de maior declive, 140 de ajuste, 128 Esmerilamento, 363
de união, 201 D de animação, 172
Concordâncias, 394 para um elemento mó, 363
de visita, 201 de capilaridade, 298
Concreto armado, 209 externo, 256 Espelho. Veja Escadas
Calandragem, 355 interno, 256 Declive. Veja Conceitos geométricos Ei. Veja Desvio inferior
cortes, 210 Espessuras do traço, 28
Calhas, 203 de eixo dos vãos, 195 fundamentais Eixos
cotagem, 210 Espiral, 396
Calibre, 237, 238, 278, 289 Deformação plástica, 356 definição associada
desenhos de detalhe em CAD, 375 de espessuras, 195 Esquema
CAM, 2, 17 Degraus. Veja Escadas a tolerância, 225, 237
estruturas de, 207 de implantação, 195 de dobramento
Camadas, 163, 166, 198, 373 de localização, 183, 256 DEM (Digital Elevation Model), 150 aos anéis de retenção para, 429
indicação nos desenhos de, 212 de armações, 216
Carta de máximo material, 256 Densidade. Veja Peso isométricos, 99
projeto, 210 de barras, 214
da rese1va agrícola e da reserva Desbaste, 359, 362 tolerância, 225, 237
de estabilidade, 214 de mínimo material, 256 estrutural, 210, 211
ecológica, 171 Desenho(s) Elaboração de projetos. Veja Projeto
qualidade do, 212 de montagem, 127 Estabílidade. Veja Projeto de estabilidade
das sub-bacias, 168 à mão livre, 61 Elastômeros, 347
Condição em cortes, 195 Estados de superfície, 240-246
de classes de declives, 166 ciclóides, 397 Elemento
de máximo material, 255, 277 em planta, 194 especificação, 241
de solos, 168 fora de escala, 125 circunferências, 393 definição ele, 225, 256
de mínimo mate1ial, 256 estrias, 242
de zoneamento, 169 linha de, 118 concordâncias, 394 dimensional, 256
virtual, 256 indicação
geológica, 178 local atual, 256 cones, 397 externo, 256, 277
Conduta(s) nos desenhos, 242
militar, 151 adutoras, 155 máxima, 226 elipses, 398 interno, 256 simplificada, 243
topográfica, 151 projeto de implantação de uma, 153 núnima, 226 epiciclóides, 397, 398 Eletrodo necessidade de indicação, 243
Cartografia, 136, 164 Condutores, 196 nas vistas, 120 espirais, 396 consumível, 295 relação com as tolerâncias, 225
definição de, 158 traçado de, 204 nominal, 226, 256 evolventes, 396 permanente, 295 símbolos antigos, 241
CasquHhos. Veja Mancais de fumos, 194 orientação, 121 hélices, 399 Elevadores, 191 Estampagem, 356
Cavaletes, 323 Cone, 397 para inspeção, 126 hipérboles, 399 Elipse, 398 Estereolitografia, 17
Cavilhas, 323 Configuração posição em relação à linha de, 120 hipociclóides, 397 Embreagem
Estrias, 240
Cerâmicos, 350 da cobertura da edificação, 187 redundantes, 120 ovais, 395 cônica, 329 orientação das, 241
Chaminés das armações, 210 sempre na horizontal, 120 óvulos, 395 de automóvel, 329 Estribos das vigas, 214
condutos, 194 das e_struturas, 204, 214 separação dos algarismos, 120 parábolas, 399 Enchavetamentos, 322 Estrutura(s)
representação de, 194 dos elementos de aço, 209 teoricamente exata, 256, 260 polígonos, 390 Engrenagens, 326, 330-332 de alvenaria, 207
Chanfros, 359 interior das edificações, 185 unidades das, 118, 120 artístico, 3 cilíndricas, 330 de concreto annado, 213, 215
cotagem de, 125 Conformação plástica, 356 virtual, 280 assistido por computador. Veja CAD cônicas, 330 de edificações, desenho de, 219
Chavetas, 322, 418 Construção, tabelas de perfis, 434--439 Cotagem, 117-134 cartográfico, 161 de cremalheira, 331
de madeira, 207
de cunha, 417, 418 Contornos. Veja também Arestas baleados e concordâncias, 122 de arquitetura, 183 de dentes de uma constmção, 210
redondas, 419 invisíveis, 54 cor dos caracteres, 119 de cobe1turas, 187 internos, 330 em pedra, 206
tipos de, 322 visíveis, 54 critérios de, 123 de conjunto, 129, 184, 386 retos, 330
metálica, 207
Ciclóide, 397 Cont:rapinos, 323 cruzamento de linhas, 119 e sua cotagem, 127 de eixos reversos, 331
Evolvente, 396
CIM, 17 tipo mola, 412 de ajustamento, 127 em arquitetura, 183-187 helicoidais, 331
Extração e conexão, 169
Circunferências Controle de qualidade de arcos, 122 de detalhe, 183, 191 módulos, 331
desenho à mão livre de, 392 equipamentos para o, 237 de a1mações, 214 de estruturas de edificações, 219 pinhão-cremalheira, 330
tangentes a, 393 rugosidades, 245 de chanfros, 125 de implantação, 183 relação de transmissão, 331 F
Clarabóia, 186 tolerância, 288 de contornos invisíveis, 126 de instalações, 196-204 representação
Classes dimensional, 236, 237 de desenhos de janelas, 193 convencional, 332 Fabricação
de ajustes, 235 geométrica, 284 de armações, 213 de localização, 183 esquemática, 332 custo
recomendadas, 236 Coordenadas de conjunto, 127 de peças representação, 332 acabamento superficial versus, 240
de desvios fundamentais, 228 em topografia, 136 de elementos fundidas, 355 sem-fim coroa, 331 tolerância versus, 225
de qualidade ponto de referência, 137 circulares, 130 obtidas por deformação plástica, 357 Entidade CAD. Veja Conceitos fundamentais de roscas, 312
das tolerâncias angulares, 233 Cópia heliográfica, 5 eqüklistantes, 124 de perspectivas rápidas, 100-102 em CAD influência das tolerâncias, 225
e sua utilização, 226 Cordão de soldagem, 300 repetidos, 124 dobramento dos, 31 Envolvente. Veja também Princípio da Faceamento, 358
IT, 226 Correias de transmissão. Veja Transmissão por por referência, 125 em planejamento de obras, 216 envolvente, 260 Famílias de materiais, 341, 342
de rugosidade, 243 correias de fo1ma, 121 Industrial, 380-385 EP. Veja Polímeros Ferramenta de corte. Veja Torneamento
de tolerâncias, 226 Correntes de transmissão. Veja também de localização dos pilares, 212 técnico, 3 Epiciclóide, 397 Ferro fundido, 350
recomendadas em ajustes, 236 Transmissão por correntes, 432 de meias vistas, 126 clássico, 10 Equipamentos de verificação branco, 351
dos aços, 212 C01te(s) de perspectivas, 127 Desvío(s) mgosidades, 245 cinzento, 350
seleção da classe de tolerância geral, 286 de plantas em arquitetura, 195 em desenhos de conjunto, 233 tolerância designações ASTM e aplicações, 457
cotagem de, 196
CMAx· Veja Cota máxima cotas em, 195 de posição, 122 fundamentais, 226, 227, 463-466 dimensional, 237 dúctil, 351
CM1N· Veja Cota mínima de a111.1ela, 81 de vistas para eixos, 229, 230 geométrica, 284-286 maleável, 351
Índice 473
472 Índice

prato, 325 designação de, 316 Plotters, 21


Fibra Hipérbole, 399 de níquel, 353 PMMA. Veja Polímeros
representação de, 327 especifi~ação de, 316
curta, 349 Hipociclóicle, 397 de titânio, 353 Polias, 326
Molduras, 35 marcação de, 317
de Aramicl, 349 designações e aplicações, 459 Polígonos, 390
Monitor, 19 representação simplificada de, 321
de boro, 349 Linha(s) sem-fim coroa, 331 Polímeros, 347
I de chamada, 29, 118 tipo de, 21
de carbono, 349 Motor de modelismo, 127 tipos de cabeças, 316 siglas e aplicações, 348
de vidro, 349 de cota, 118 Paralelismo entre retas e planos, 146 soldagem de, 297
Impermeabilização, 187 e tipos de Le::rminações. Veja Setas da Mouse, 19
Filetamento, 358 Implantação Paralelogramos, 391 POM. Veja Polímeros
Fíllet. Veja Bo]eaclos e concordâncias colagem Porcas, 313, 319
de edificações, 171 PC. Veja Polímeros
Flecha, 300 de eixo, 29 N PDM. Veja Plano Diretor Municipal (PDM) borboleta, 410
de estradas, 156 de extensão. Veja Linhas de chamada
Fmix• Veja Folga múxima ele obras, 136, 152, 173-176 PE. Veja Polímeros tipo americano, 411
Folga de fratura, 58 Nível de detalhe, 151 Peças cilíndricas, 320
de tubulações, 157 de identificação, 300
máxima, 234 Norma(s) em chapa, projeto em CAD, 375 classes de qualidade, 318
Impressoras, 21
mínima, 234 de 1úve!, 148 de desenho técnico, 5 fundidas, desenho de, 355 contraporcas, 319
de jato de tinta, 21
Fo1;amento, 356 de referência, 128, 300 européias Pedra, 206 de aperto à mão, 320
laser, 21
Formatos de papel, 30 de zero, 226 sobre arruelas, 442 PEEK. Veja Polímeros dimensões nonnalizadas, 103
Infra-estrutura, projeto de, 136
Fotogrametria, 151, 158 interseção de, 29 sobre desenho técnico, 441 Perfil(is), 153 função das, 319
Injeção de polímeros, 355
definição de, 158 precedência de, 29 sobre engrenagens, 443 da superfície (acabamentos hexagonais, 408
Inspeção. Veja Controle de qualidade
Fotorrealismo. Veja Modelos fotorrealistas tipos de, 28 sobre molas, 442 superficiais), 240 chatas, 408
Instalações
Fresadora, 361 Lista de peças, 35 sobre peças roscadas, 442 do terreno e seu levantamento, 153 com castelo, 409
desenho de, 196-204
Fresamento. Veja Processos de fabricação informação obrigatória, 36 sobre rolamentos, 443 longitudinal, 153 com castelo, 409
elétricas, 204
fundição, 353 localização da, 35 sobre soldagem, 442 tabelas, 434-439 com flange de encosto plano ou
Interdependência entre geometria e dimensão,
caixa ele moldagem, 354 Luminosidade, 196 sobre tolerância, 442 transversal-tipo, 156 dentado, 410
236-237, 277
de polímeros, 355 Interseção internacionais Perfilamento, 356 recartilhadas, 320
em molde aspectos gerais sobre as, 454 Perpendicularidade entre retas, 146 com e sem colar, 411
de planos, 143 M sobre acabamentos superficiais, 446
perdido, 354 águas, 187 Perspectiva. Veja também Projeção, 5 representação simplificada de, 321
permanente, 354 de retas com planos, 143 sobre arruelas, 449 construção da, 102 tipos de, 319
Mancais, 329
tolerâncias, 240 Intervalo. Veja Conceitos geométricos sobre desenho técnico, 443 cotage~ de, 106, 127 PP. Veja Polímeros
Mandril, 360
Furaçào(ões). Veja Processos de fabricação fundamentais Máquinas de Controle Numérico. Veja CNC sobre desenhos de construção, 450 dimétrica, 99 PPU. Veja Planos de detalhe de urbanização
representação de, 315 ISO, 6 sobre engrenagens, 450 explodida, 109 Prancheta, 10
Marco gcodésíco, 136
Furadeira, 360 IT. Veja Tolerância fundamental sobre molas, 450 isométrica, 98 Precedência de linhas, 29, 55
Margens, 35
Furos, 237 sobre peças roscadas, 446 real, 99 Pré-fabricados, 187
Materiais
anéis de retenção para, 431 sobre rolamentos, 450 simplificada, 99 Pressão. Veja Resistência
atributo, 342
chanfrado, 360 J classe, 342
sobre tolerância medições em, 100 Princípio
de passagem e seus diâmetros indicação na hachura de coite, 75
dimensional, 444 rápida, 96 da envolvente, 282, 288
Janelas, 192 geométrica, 446 técnicas de construção de, 101 da independência, 236, 277
normalizados, 315 madeira, 207
definição associada a tolerância, 225 portuguesas trimétrica, 98 e sua indicação nos desenhos, 237, 277
membro, 342
escareados, 125, 360 K sobre desenho técnico, 441 Peso, 343 do máximo material, 260, 277
pedra, 206
rebaixados, 360 sobre peças roscadas, 441 PET. Veja Polímeros aplicação
resistência, 346
representação simbólica de, 316 Keyboard. Veja Teclado sobre soldagem, 441 PF. Veja Polímeros aos elementos, 277
subclasse, 342
roscados, 314 sobre tolerância, 441 PGU. Veja Planos gerais de urbanização aos referenciais, 281
tabelas ele propriedades e aplicações, 460
tipos de, 360 Números de referência, 128 Pilares, 210, 212 definições, 278
Máximo material. Veja Princípio do máximo
L mapa de, 214 normas, 277
material
Pinos tolerância
G Lajes, 210, 215 Mecanismos, 17 o cilíndricos, 413 de bônus, 282
Mecbanical Desktop, 247, 248, 289
Laminação, 356 com rasgo, 415 de posição, 279
Latão, 352 Medição das rugosidades, 245 Obras
Gabaritos, 238 estriados ou canelados, 416 do mínimo material, 260
de alumínio, 353 Memória, 20 in1plantação, 136, 152, 173-176
Ganchos, 212 cônicos, 413 Prisioneiros, 321
de chumbo, 353 Metal de adição, 294, 295 planejamento de atividades, 216
Geodesia, 158 de espiga roscada, 414 cotagem de, 321
de estanho, 353 Metalurgia de pós, 355 Operações em CAD, 380-382
definição de, 158 de cabeça redonda com rasgo, 414 Processador, 20
de silício, 353 Método Orientação das cotas, 121
Geographical Information System. Veja GIS estriados com meia espiga cilíndrica, 415 Processos de fabricação, 239
vermelho, 353 americano, 41, 44, 53 Ortofotomapa, 163
Geometria descritiva, 4 Piping, 200, 378-380 esmerilagem, 363
Layer. Veja Camadas das projeções cotadas, 138, 154 Oval, 395
Georreferência, 170 Placa gráfica, 21 fresamento, 361
LCD. Veja Monitor do 1º diedro. Veja Método europeu Óvulo, 395
Geotécnica, 149 Plaina limadora, 363 fundição, 353
Legenda, 31 do 3º diedro. Veja Método americano
GIS. Veja também SIG, 158 Planejamento, 183 furação, 359
de perfil, 154 dos elementos finitos, 16 p
base de dados, 158 de obras, 216 influência
localização da, 31 europeu, 41, 53
cobertura, 165 modelo geométrico dinâmico, 221 das tolerâncias, 225
tipos de, 31 Micrômetro, 238
digitalização, 162 P A. Veja Polímeros regional e urbano, 136 na cotagem, 118
Levantamento Mínimo material na tolerância geométrica, 284
função dos, 169 Papel. Veja Formatos de papel dos planos de projeção, 51
de perfis, 153 interpretação, 279 no valor das tolerâncias, 227
simbologia, 159 Paquúnetro, 238 Plano Diretor Municipal (PDM), 171
do terreno, 137 relação com as tolerâncias, 280 inter-relação com as classes de
terminologia, 158 Parábola, 399 Planos
geológico, 176 Moclelo(s). Veja também Protótipos tolerância, 226
utilização cios, 178 Parafusos, 313, 315-319 auxiliares de projeção, 59
topográfico, 184 digital do terreno. Veja DTM
GPS - especificação geométrica do cabeças de, 317 de detalhe de urbanização, 171 relação
Ligações mecânicas fotorrealístas, 171, 385 com as tolerâncias, 239
produto, 240 dass~s de qualidade e resistência, 318 de simetria, 59
aparafusadas, 312, 321 obtenção de, 14 fundamentais, 22
GPS - Global Positioning System, de cabeça gerais de urbanização, 171
com molas, 311 geométricos, obtenção de, 196 com os estados de superfície, 243
constituição do sistema, 137 abaulada, 403 interseção de, 143
desmontáveis, 311 georrelacionado, 160 rugosidades típicas obtidas, 243, 244
Graduação da reta, 141 com sextavado interior, 404 com retas, 143
enchavetadas, 311 Modificadores, 259 tipos de, 341
Grau de acabamento, 240 de escareada Phillips, 407 Plantas, 185
permanentes, 311 definição, 256 torneamento, 357
hexagonal, 402, 403 de edifícios, 184
representação nos desenhos, 311-312 implicações nos erros de fabricação, 280 ProEngineer, 289
sextavada interior, 404 de implantação, 151, 152
H soldagem, 294 Módulo de Young. Veja também Programas de CAD
com garganta, 405 de localização, 151
tipos de, 311 Engrenagens, 347 Architectural Desktop, 196
de fenda com cabeça fundiárias, 151
Hachura de corte, 75 Ligas Mola(s), 325-326 AutoCAD, 187, 221
abaulada escareada, 405 Plásticos. Veja também Polímeros
HDD. Veja Discos rígidos cuproníquel, 352 aplicações, 326 Autodesk Inventor, 247, 249, 289-
cilíndrica, 406 expansão térmica, 347
Hélice, 399 de alumínio, 353 cônica, 325 Mechanical Desktop • 247, 289,
abaulada Phillips, 407 flexibilidade, 347
1den fines. Veja Arestas invisíveis de cobre, 352 em espiral, 325 radiação ultravioleta, 348 ProEngineer, 289
escareada, 406
tologia, 149 de magnésio, 353 helicoidais, 325
Índice 475
474 índice

princípio do máximo material aplicado Seções, 83 representação do, 147-151 indireto, 258 V
Solid Edge, 129, 247, 290
aos, 281 rebatimento de, 83 TFT. Veja Monitor modificadores, 256, 257, 259, 277
Solid Works, 249, 290
relação com o princípio de máximo Segmentação, 390 Tijolos, formatos normalizados, 439 paralelismo, 265 Vãos, 185,195,206
Projeção(ões), 43
material, 277 Setas da cotagem, 118 1'IN (Triangular Irregular Network), 149 passos para a sua especificaçào, 284 mapa de, 192
cavaleira, 97
seqüência de, 258 Shading. Veja Sombreados Tipos de linha, 29 perpendicularidade, 266 Verificação das tolerâncias
central, 43, 109
Regulamento de estruh1ras de concreto armado SI. Veja Polímeros Tolerância(s) planeza, 262 dimensionais, 236
cotada(s), 138, 140, 147
e pré-esforçado, 212 SJG conversão ele unidades, 240 referenciais, 256 geométricas, 284
de gabinete, 97
Render. Veja Modelos fotorrealistas classes da base de da<los, 160 de bônus, 282 regras e passos para a sua Vidros, 350
geométricas planas, 97
Representaçào(ões) conceitos fundamentais, 157 de cones, 397 aplicação, 284 Vigas, 206, 207
militar, 97
convencionais, 59-61 constituição do, 160, 163 de peças retilineidade, 261 estribos das, 2H
oblíqua, 97 obtidas por conformação plástica, 240 simetria, 273
ortogonais, 57 de engrenagens, 332 procedimentos e operação, 165 Vista(s)
de múltiplos furos idênticos, 61 relação com o GIS, 158, 160 obtidas por fundição, 240 geral auxiliart>s, 58
paralela, 43
faces planas, 60 terminologia, 158 soldadas, 240 e indicaçào nos desenhos, 239, 288 de detalhe, 58
plano
volantes, 323 Simbologia trabalhadas, 240 simbologia ISO, 231 deslocadas, 56
horizontal de, 47
de correntes, 333 antiga dos estados de superfície, 241 dimensionais, 225-240 Topografia, 136-157 em Engenharia Civil, 185
lateral de, 47
de materiais em corte, 75 da soldagem, 298, 299 angulares, 233, 234 coordenadas, 136 escolha das, 55, 64
vertical de, 47
de polias, 334, 335 da tolerância geométrica, 257 em desenhos de conjunto, 233 Torneamento, 357 principal, 55
Projeto gerais, 239, 467
de rodas dentadas, 331 de acessórios de abastecimento de Traço espaçamento entre, 56
de arquitetura, 183 inscrição nos desenhos, 231
de rolamentos, 337 água, 198 aplicações, 29 interrompidas, 56
de moradias, 184 interpretação, 236
de roscas, 313 dos estados de superfície, 241 tipos de, 29 lateral, 47
ele concreto armado, 210 valores das, 227
de terrenos, 151 ISO da tolerância, 231 Transmissão meia vista, 60
de estabilidade, 183, 204, 214 do ajuste, 235
esquemática de engrenagens, 333 Símbolos correntes de, 432 necessárias, 55
de implantação de condutas, 153 em CAD, 225
realistas, 195 complementares de movimento, 330 parciais, 56
de infra-estruturas, 136 fundamental (IT), 225
Requisitos funcionais, 239 da cotagem, 118 por cabos, 335 principal, 47
de instalações, 197 geométricas
Resistência, 343 da tolerfmcia geométrica, 260 por correias, 334 redundantes, 55
de abastecimento de água, 183 batimento
específica, 345, 350 da tolerância geométrica, 257 dentadas, 335 suficientes, 55
elétricas, 183 circular, 274 Visualização
Retas, 389 elementares da soldagem, 298 por correntes, 333
em CAD, 378-380 total, 276 por rodas de atrito, 330 da evolução do projeto, 222
de urbanização, 136, 171 definição de inte1valo, 142 suplementares da soldagem, 299
Sistema(s) cilindricidade, 263 Trefilação, 356 gráfica de esforços, 375
fases de, 6 graduação de, 141
de eixo base, 236 circularidade, 263
sistemas de <lrcnagem, 183 paralelismo entre planos, 145
concentricidade ou coaxialidacle, 272
Protótipos, 7 Rigidez, 346 de furo base, 236
de informação geográfica. Veja SIG de posição, 270 u z
PS. Veja Polímeros específica, 346, 350
elementos a serem aplicados, 284
Rodas ISO de tolerâncias Uniões. Veja também Ligações mecânicas Zona
PTFE. Veja Polúneros forma
de atrito, 330 e ajustes, 237 cardà, 328 afetada termicamente, 297
PUR. Veja Polímeros de um contorno, 264
PVC Veja Polímeros dentadas, representação de, 331 angular, 229 de eixos, 327-329 de tolerância
de uma superfície, 264
Rolamentos, 335-337 operacional, 22 elásticos, 328 definição de, 225, 257
geral, 286-289, 468
aplicações, 337 Sobrelevação, 154 de engate, 329 exemplos de, 261
inclinação, 268
Q especificação de, 337 Software Primavera, 221 geométrica nula, 281
inscrição nos desenhos, 257 elásticas, 328
representação de, 337 Soldabrasagem, 298 Urbanização, projeto de, 136 posição da, 226
método
Quadrilátero, 391 tipos de, 336 Soldagem projetada, 260
direto, 258 Usinagem, simulação, 18
Rosca(s) com eletrodo revestido, 295
R

Raios X, 297
características, 313
cava da, 313
cônicas, 313
- por arco
elétrico, 294
submerso, 296
colagem de, 314 por atrito, 297
RA!v[, 20
crista da, 313 por chama, 294
Ramais de descarga, 201
esquerda, 313 por eletroescória, 297
Rasgos, 323,417,418 por feixe de elétrons, 297
fêmea, 311
Raster, 159
figura primitiva dos perfis, 312 por laser, 297
Realismo. Veja Modelos fotorrealistas
filete da, 311 por resistência, 296
Rebatimentos, 53
flancos da, 313 referência, 300
em cortes, 79
macho, 311 símbolos
Rebites, 325 elementares, 299
múltipla, 311
cegos, 325, 421 suplementares, 299
passo da, 311
de cabeça Soldas, tolerância, 240
perfil da, 313
contrapuncionada, 420
ISO, 313 Solid Edge, 129, 247, 290
abaulada, 421 So!id Works, 249, 290
Whitworth, 313
redonda, 420 Sombreados, 13
representação
diâmetro nominal dos, 325 Sondagens, 178
convencional de, 312
Redes
simplificada de, 313
de canalizações, 197
tipos de, 312, 313
de abastecimento de água, 203 T
Rugosidades
de climatização, 183
caracterização, 241 Taludes, 175
de comunicações, 183, 196
comp1imentos de base normalízados, 245 Teclado, 19
de drenagem, 201
definições, 240, 244 representação e definições, 187
de instalação elétrica, 203
gamas de, 244 Telhados, 187, 203
de sprinklers, 200
relação com os processos de fabricação, Tensão
diferentes tipos de, 196
243 de escoamento, 345
pluviais, 199 valores nonnalizados das, 243
Referendais de ruptura, 343
Rugosímetros, 245 Teodolitos, 137
definição, 256
função elos, 258 Tennoendurecíveis, 347, 348
indicação dos, 257 § Termoplásticos, 347, 348
direta, 258 Terraços, 187, 203
por intermédio de uma letra, 258 Sapatas, 210, 217 Terreno
ordem dos, 258 Scanners. Veja Digitalização de imagens perfil do, 153
...

'

Serviços de impressão e acabamento


executados, a partir de arquivos digitais fornecidos,
nas ofícinas gráficas da EDITORA SANTUÁRIO
Fone: (0X:X:12) 3104-2000- Fax (0X:X:12) 3104-2016
, http://www.redemptor.com.br - Aparecida-SP
2 3' 4· 7 9 10

Você também pode gostar