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TÍTULO: Pensar com as Mãos
1 Sem per
propõe-nos esta s categorias com
o "stereotomics of the earthwork"
ralmente , seriam "estereotomia do e "tec toni cs of the tram e" que , trad
trabalho da terra" e "tectónica da uzidas lite-
serem redundantes , as segundas estrutura•. Par ece u-no s mai s sim
partes explicativas, pelo que dec ples nã o~ . por
e tectónico, sem mai s. idim os usar, com o Fram pton , os
tefTTlOS estereotómico
Durante todo o ano lectivo de 198
9/19 90, fui gastdocent na ETH de Zuri
instituição do professor Frampton que, o que· coin cidi u com uma eslf
, que aí dav a as suas aulas toda ldia n a ~
chegasse de Madrid toda s as seg s as seg und as-f eira s às 10 hora
undas-feiras, dep ois das respecti s dà manhã. Embora eu
lidade a ess as interessantes aula vas corr idas pelo s aero port os, aco
s em que Frampton explicava este rri sempre com pontua-
clareza absoluta que eu gos taria s ass unto s do ·tect ónic o e do este
de ter tam bém aqui no pres ente reotómico-corn uma
Cabe cita r aqui não só Kenneth texto.
Frampton, mas tam bém Jes ús Apa · ·
bolseiro Fullbright em Columbia, rício . O prof ess or Aparicio, nas
com enta va este s assuntos sob re s u a s ~ como
estudos sobre Semper. Os termos os qua is Fram pton disc orria por
tectónico e estereotómico em brev ess a altura nos S8Ull
No livro E/ Muro, resultado de Tese e cele briz aram -se na Esc ola de Arqu
com que o professor Aparício adq itectura de ~ d.
importante do seu tempo a abo rdar uiriu o títul o de Doutor, não só ded
este s temas, com o constituíam aliá icaVa uma parte
joco so a forma com o os alunos, s o seu /eitmotif. Por vez es, reco
mai s inocentes do que ignorantes, rdávamos em tom
"estereofónico" ou "estereotónico". nos ped iam que lhes exp licá sse
mos aqueles termos de
De características sem elha ntes
é o interessante trab alho da prof
~uadros sinópticos interessante ess ora e arqu itec ta Ana Maria
s dota dos de gran de sentido ped Leó n que inclui alg,tJfl$
interessados no tema. agó gico , e cuja con sult a e estu
2
do rec ome nda mos ~
Os textos mai s _básicos de Semper
são traduzidos pela prim eira vez
Herrmann: Got fried Semper. ln sea para O ingl ês no mui to interessante
rch of Architecture, pub licad o pela livro de WolfganQ
publicada com o p~rte do livro "La MIT Pre ss em 198 4. A sua vers
cas a de un sólo mur o" de Jua n Mig ão em cas tel~ é
da Escola de Arqu1tectura de Mad uel Her nan dez Leó n, Pro fess or Cate
rid. drático e DiredPf
É curioso o comentário de Herrma
nn sobre o inte ress e de Sem per
M~~lborou~h H~use, writt~n in Eng em difu ndir as sua s idei as em
l_ish, incidentally a lang uag e he nev inglês: "He gav, _at
nan o alemao a 1mportânc1a dos mei ar quit e mas tere d" . Bem con hec
os de comunicação, da palavra, ia o veltio revolUCIO--
para difu ndir as ideias.
No segundo .c~,so, .o,. · ~~~1,9~qmt,bpt ;O° ·,q)~te.r!,trw .ai~ .usado foi o tijolo, ou materiais
que trabalham á corripressijo\de
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I , t,
rn~relra'
simjlal'.,a~ tijolo. GOiTl(!).a pedra ou o adobe, ou
li ,/ Í ,•'
o betão armado. . ·, · , , . . , .
Houve excepçõàs m~ito ~i~~ific~Ú~.a~::.~~.s~a ~.ivj~ijo,. especialmente quando baseada
na estabilidade a peqra fó(qor:t~d:á é ·coloc~da,.1de um modo tal·. qu(3 toma forma e funciona
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$0QRe dQUfll!CTURA 1 21
da massa , ao passo que quand o a forma da massa é telúric a funde- se sempr
e no mais
profun do, dentro da terra.
A primei ra tende para a luz, enqua nto a outra tende para as trevas . Estes
oposto s
gravita cionais , a imater ialidad e da concep ção e a materi alidad e da massa
podem servir
bem para simbol izar os dois oposto s cosmo lógicos a que aspira m: o céu e a
terra.
Apesa r da nossa secula rizada idade tecno- científ ica, estas duas po~aridades
ainda
constit uirão por muito tempo os limites experi menta is das nossa s vidas. E discutí
vel que
a prática da arquite ctura tenha empob recido e tanto não é assim, que fazem
os mal em
não reconh ecer estes valore s transcu lturais e o modo como estão latente s
em todas as
formas estrutu rais.
Com efeito, estas formas devem servir para nos record ar, segun do Heideg ger,
que Qs
objecto s inanim ados també m devem evocar o "ser", e que atravé s desta analog
ia com os
nossos próprio s corpos , o corpo de um edifício deve ser entend ido como se
fosse literal-
mente um ser físico. Isto traz-no s de novo à consid eração de Semp er da import
ância das
juntas como o elemen to arquite ctónico primordial, como o nexo fundam ental
em redor do
qual o edifício chega ao seu ser, ou melhor , chega a ser articul ado, como uma
presen ça
em si mesmo ". (Esta referên cia a Heideg ger é tomad a do seu célebr e texto
Construir,
habitar, pensar,.
A ênfase de Sempe r nas juntas implica que esta transiç ão sintác tica fundam
ental
tenha de ser entend ida como uma passag em da base estere otómic a à estrutu
ra tectó-
nica, e que tal transiç ão constitui algo muito essenc ial em arquite ctura. De tal modo
que
são estas compo nentes fundam entais que irão mar<?ar os distint os períod os da
cultura do
construir. Há um valor espiritual que reside na "coisid ade" do object o constr uído,
de forma
que as "juntas genéri cas" acabam por tornar- se em pontos de "conde nsaçã o
ontológ ica"
mais do que numa simple s ligação.
APRO XIMAÇ ÕES AOS TERM OS ESTER EOTÓ MICO E TECTÓ NICO
Tentat iva de uma maior precisã o no seu entend imento
Entende-se por arquite ctura estereotómica aquela em que a força da gravid ade
se trans-
mite de forma contínua, num sistem a estrutu ral contín uo e onde a contin uidade
f . . constru -
iva e completa. E a arquitectura maciça , pétrea , pesad a. A que assen ta na terra
como se
dela nascesse. É a arquitectura que busca a luz, que perfura as suas parede s
para que a
luz entre no
seu ·tntenor.
· E· a arqu1te
· ctura do
pódio, do envasa mento , da estilób ata. É, em
suma, a arquitectura da cavern a.
. Ente nde-se por arquitectura tectónica aquela em que a força da gravid ade
se trans-
mite de uma forma sincop ada n · t ·
, um s1s ema estrutu ral com nos com juntas e onde a
construção é articulada É a arq •t t . '
. . · u1 ec ura ossea, lenhos a, leve. A que '
poisa na terra
em bicos de pés E a arqu·t1 t como
· · ec ura que se defend e da luz, que tem que ir tapand-
o os seus
GRAVIDADE
A G, a força da Gravidade
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mesmos materiais, o tijol~ e'a\ pedra,\:'lel'j·tou~~e'. aligàirar o ~rtifleio par~ se poder erguê-to
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até alturas maiores..A F>Qt~nte 'al~ena'r,.ia ~<>~·romanos,·eôm .as suas ~~t(Uturas de- "cofre",
como a Basílica de: Ma~~nclct.oú, ·d~ ·.to{ma··ainda,mais su_ btime, a dô Panteão. abriram
caminho às delicadas estrutura~çJe ·"óest~'' d~s_ g.p,tco.~. J;â referi comq a-ideia principal do
gótico de aligeirar a constrúçã0 pétre.~·c;om..·ija nerv,µras e os abau~ados, não era mais que
o desejo de atingir uma att1:.1ra ,maior,,para capta~ 1,Jma maiQr quantidade de luz em cima
Como se fosse un,la pr,moniç:ão do q~e no séquld XX constituiu um dos pontos centrais
a
da revolução arquitectónioa: separação dos pilares e dos remates, dos elementos por-
tadores e da pele. .
Numa arquitectura tectónica, "a gravidade transmite-se de !orma :incopada, nu~ sis-
tema estrutural com nós, com juntas, onde a cónstruçáo ~ a111culada , ond.~ ~e ~eixa ~e
trabalhar só a compressão 8 aparecem os ''momentos". E as~i~ como os ed1fíctos ~lS
importantes da história da arquit~ura passr>.da, pétreos, maclços, pert~ncem àquilo a
que chamamos O carácter estereotómic,o, outra parte importante da arqu,tactura, • mais
soeR~ ARQUITECTURA 1 29
recente, realizada com materiais mais leves, pertence ao campo tectónico. A condição
efémera daqueles materiais leves, como a madeira, fez com que, quando na história
da Arquitectura se almejou a permanência no tempo, se tenha utilizado basicamente a
pedra. Até que surgiu, já muito recentemente, o aço.
Uma das particularidades mais importantes do aço é a de conjugar a sua máxima
durabilidade com o seu carácter leve, para além da sua capacidade de resistir à concen-
tração de forças que passam por ele. A capacidade de resistir aos esforços estruturais
que os arquitectos e os engenheiros chamam "momentos". Conhecedor de tudo isto foi
Mies Van der Rohe, que ergueu toda a sua obra com um carácter claramente tectónico.
Assim como também sabia bem o que de irónico tinha a procura da permanência através
de certos elementos, os tectónicos, mais efémeros do que os estereotómicos. Talvez para
confirmar que o que permanece são as ideias e não as formas. Como aconteceria durante
tantos anos com o seu Pavilhão de Barcelona antes de ser reconstruído, e que no entanto
era um factor de aprendizagem contínua para todos, com uma força tão grande como a
dos mais imortais templos gregos. 4
ALUZ
A força da leveza
Escrevi já inúmeras vezes sobre a luz.5 E sempre sugeri que a luz em arquitectura "cons-
trói o tempo" e que a luz é o material capaz de colocar o homem em relação com a arqui-
tectura. Daí a minha insistência em que "Architectura sine luce nulla architectura est". Pois
• f
é nesse sentido, na sua relação com a luz, que os conceitos.de tectónico e estereotómico
adquirem a sua leitura mais clara.
A arquitectura estereotómica busca a luz. Perfura as suas paredes para que, atra-
vessada pelos raios do sol, possa captar a luz no seu interior. As janelas serão aqui
escavações nas paredes para poder levar essa luz ao seu interior. E só se poderão abrir
clarabóias no seu plano superior quando surgir o vidro plano em maiores dimensões.
Só o Panteão, lugar reservado aos deuses, ousa abrir esse orifício superior ao céu aberto.
Os pátios serão então os mecanismos intermédios para poder levar a luz ao interior dos
edifícios, sempre através das janelas abertas nas suas paredes perimetrais verticais.
Em muitas das igrejas do românico, a escavação das janelas nas paredes e a orien-
tação do próprio edifício faziam-se com base num estudo do percurso do sol ao longo do
4
Avaliar o grau de pertença de um edifício ao est t· · · - ·
a arquitectura dos mestres é altament . e~eo_om,co ou ao tec~ómco e de uma grande eficácia conceptual. E assim
peças tectónicas pousadas em pód·iose etxprest~,v~. Nao é toda a arqu1tectura de Mies Van der Rohe um claro exercício de
. es ereo om1cos?
5
Os ingleses têm uma expressão curiosa "Gildin th rn • ·
da criação. Este "dourando a açucena" ' . g e I Y • ~ara mostrar que a Beleza é algo mais que a mera perfeição
criação quando ela é perfeita. Esse alg~ : ; :: r~a; tradução literal, pre~e~de expri_mir que ainda se pode fazer algo mais à
em arquitectura desempenha um claro papel ag· d elez: . A Venu st_a s exigida por V1trúvio. Neste sentido, entendo que a Luz
in° so · re a perfeição conseguida ap~na s cqm a Gravid ade.
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1977
a nós, totão seus joven• 11w10t ~ · pnl1lftlrC!>
gente, estavlllll já os conceito, do t.ct6,,k;q • ® e5 fef9o ·
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