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J : ... _ J.
AS N A DE
MAD A
EDIQAO DO AurOR
F. PEREIRA DA COSTA
DI=TRIBUI('lo D.! PORTueALIA EDITORA
LISBOA
., ,
ENCICLOPEDIA PRATJCA
DA CONSTRU~AO CIVIL
i\SNAS DE MADEIRA
A asnas de madeira formam, a dentro da ConstruQao tra<;ados de diferentes tipos de asnas, que detalhada-
Civil, urn dos mais curiosos estudos, de entre mente desenvolveremos no segundo, com uma invulgar
aqueles que, na dificil arte de construir, tell proemi- clareza de tecmca.
nente lugar. Se e .certo que na maioria das coberturas construc;:ao dos madeiramentos e dos telhados em
os edificios nem sempre se empregam asnas, certo e todo os seus pormenores, sera assunto a tratar, em
mbem que tddas tiS gran des edificaQues tern as suas qualqucr altura, em outro caderno desta EnciclopCdia.
coberturas assentes em asnas de aprimorada carpintaria. Aqui ficarao, pois, apresentados os mais aplicados
)\08 madeirumentos de simples contextura as asnas tipos de asnas de madeira, em uso nas nossas construc;5es.
~-0 evitadas com a aplicuc;ao de prumos e pontaletes, Ao iniciarm08 estes estudos de Construc;:ao Civil, es-
~~entes, a maior parte das vezes, em paredes, que, colhemos de preferencia para 0 primeiro lugar 0 sem-
. do de baixo, chegam ate quase ao telhado. Assim se pre interessante trabalho que san os trac;:ados das asnas
rliz, por costume, que 0 telbado e de construQao vulgar de madeira. Comec;aremos por mostrar os diferentes
e 0 seu madeiramento de estrutura ordinaria, enquanto tipos das tipicas constru<;5es, trataremos desenvolvida-
_ e quando se utilizam asnas se diz que 0 madeiramento mente das liga<;5es das diferentes peQas entre si, por
constituido por asnatura e do telhado se diz que e de meio das perfeitas e praticas samblagens, ate descrever-
"- tecnica. Neste primeiro caderno da Enciclopedia mos pormenorizadamente todos os trac;:ados em que a
Prtiti.ca da Construr;i1o Civil iniciamos os estudos dos pericia do carpinteiro civil e posta a prova.
7-MfJA-ASNA DE
'~ '-AINA ESCDRAS
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9 -ASNA DE PAQ.II fO -ASNA-FABRlL ff-I~~S FAB~
T£~{JURA ~ LAN ERNTM DE cSCORAS
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13 -J-,5NA DE
ALPENDRE
I,~
PRELl MI NARES
As asnas sac uma especie de vigas armadas para su- a pertado vertiealmente no vertice do telhauo
portarem as coberturas dos edificios, qnando pernas, e as escoretS ficam inclinadas, ligan do as:
estes nao tenham paredes ou pilares que sirvam para ao pendural.
es e fim. Quando as asnas comportam maior composi<;ao
Geralmrnte 0 emprego das asnas tern a sua melhor tambem tel' escoras a ligar as peTnas it linha, co
fun<;ao na cobertura de grandes edificios, armazens, remos ocasiao de observar.
hangares e mais edifica<;<Jes destinadas a dep6sito~, Nas asnas de mansarda alem das pe<;as comun
cais,. etc. 0 sistema da constru<;ao das asnas e muito dos os tipos de asnas, encontramos mais as pel
antigo vindo provavelmente do Renascimento. forya, que apoiam a parte superior da construQl
o madeiramento constituido pOI' asnas e muito mais lillha h1;ferior onde elas assentam.
pratico e ofereee as melhores condi<;oes de resistencia Os prineipais tipos de asnns de madeira sao: s
a uma cobertura. ndgm' ou de Paladio, de tesoum, de escoms, de
o tipo mais antigo e mais prittico das asnas e 0 cha- nim, de alpendre, de mansarda, fab7'il e de teet
mado da asna v~dgar ou de Paladio (0.,), e que tamMm d1'ico, alem das simples e pratieas meias-asnas.
vulgarmente se designa pOI' asna simples. Entre todos estes tipos de asnas, alguns hit qu
As asnas sac constituidas pOl' varias pe<;as e a sua portam variantes de eerta importfineia, e, ass
forma e triangular. guindo essa norma da eonstru<;;,aoadequada a ca
A composi<;ao de uma asna vulgar consta de Ulpa Ii- tambem 0 eonstrutor pod~, se tiver neeessidade
nha, duas Pernas, urn Pendw'al e duas Esc07'as. As Ye- sua edificaC;aoou convenieneia sobre a economia c
zes, em telhados de pouca importfincia, usam-se umas erial' novas variantes dentro do tipo preferido.
pequenas asnas desprovidas de escoras. No entanto, a variedade de tipos de asnas qu
Em muitos casos, em que os edificios sac destinados sentamos, permite que cada construtor, nestes E
a reeeber maquinismos de grande altura, e em que a encontre sempre a asna que pretende.
linha possa ser motivo de estorvo, suprime-se mesmo Para os estudiosos, os temas que apresentan:
a pr6pria linlza. clareza de exposiQao, permitem-lhes a compreer
A variedade de asnas e assaz grande, mas como nem eesssaria para a boa execu<;;ao dos traQados da
todas t~m actualmente grande uso, apenas estudamos construir.
os tipos mais correntes e que sempre, atraves de todos
os generos de constru<;;ao, tern lugar capital. Assim, expostos estes breves preliminares
~ 0 entanto os tipos de asnas em uso e que vamos
clesenho e a eonstruQao de asnas de madeira
estudar ainda sac bastantes. entrar nas diferentes fases que formam to do 0 (
A. posic;ao das peQas que formam 0 eonjunto da asna desta armaQao que suporta a eobertura dos edif
:efmill €:
Lea ~em re em posil;ao horizontal a pernCls
::-e linn em o:i ao . elinadu para a l" PailiUio, famoso arquiteeto do Reuasciwcn 0 itali3J
ural fica em 151 em Yicenz.a onde morreu em 15S0,
t - Li!la~i'io das Pernas (/0 Pendural; 2 - A ,«t1llUogem aWla no PelldHTCll; 3 - [,igoro.o da Pernaa Linha; 4 - Li,qa'}o.o das
l':sr:oras ao Pel1dural e do Pel/dural it, [,inha; ;) -.tI e'l1nbla em w Pt:7Vlural; 6- ResjJiua do Pendnral e calJidade na [,inha;
7 - [,i!Ja~(io d,t Eseora it Perna; 8,9 e 10 - 8olll.hl'I!lells das Pcrkas; 11 e 12 - 80mblagens tla Perna e da Linha j 13 - 8amblayens
no Pend/tral para dar IUJUT it..! Escoras
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CPUZHA f
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rE DE GALlNHA
DOBRADO
AS AS DE
rosca de madeira.
As duas extremidades formam unha.
As linhas sao fixadas as paredes ou aos pHares on
as asnas apoiam, alem do seu encastramento pr6prio.
pOI'ferrolhos de chaveta ou ancoms. -
As asnas de pequena import1:tncia sao muitas yeze=
desprovidas de ferragens.
Quando as asnas se destinam a constru<;(oes em q
o madeiramento fica a vista, e de onde se pretende u
bom aspecto, as ferragens ficam embebidas na madei
trabalho este m.ito mais valorizado.
o estudo aqui expresso refere-se, como bem e de·
preendeu, ao tipo classico das ferragens para asn
porque outros generos de ferragens sao muitas ,eze-
adoptado&.
As melhores madeiras para almus sao
todas aquelas que nao tor~alll ou
empenem constantemente.
Das madeiras do nosso mercado sito
muito recomendaveis a casquinha e 0
pitchpine, que possuem urn fibrado homo-
<teneo 0 muito junto.
D<1s madeiras nacionais 0 pinho e
magnifico para estas constru<;oes, de-
yendo evitar-se, contudo, as graudes vel'-
audas.
'rodas as madeiras, quaisquer que se·
jam, ·devem estar bep} secas e desem-
Ienadas.
Todas as pe<;as devem ser de quina
n\-a, galgaJas e esquadriadas. para que
a murtagens saiam perfeitas. Quando as
asnas tenham de fical' a ,'ista, e conve-
niente aplainar a madeira, usando-se tam-
hem neste caso chanfrar as arestas nos
eomprimentos entre samblagens.
A constru<;ao de asnas e um impor-
ante trabalho de carpintaria, devendo
or isso e para boa seguran<;a de um
adeirumento, ficar completamonte per-
:-ei o.
A pintura das asnas com tintade 6leo
e uronselhavel para a conserva~ao das
deiras, tanto mais que osmadeiramen-
• - ao muito atacados pelo calor solar
elos insectos .
•\. aplica<;ao de indutos presen-ativos
:ra insectos nas mad,eil as de coher-
a nuo deve ser descurada.
Vaos Linhas
I . Pernas Escoras I Pendurais Madres
I Varas
I I
5.00 12 X 10 12 X 10 10 X 10 lOX 10 16 X 10 6X4
6.00 14 X 10 16 X 10 12X 10 10 X 10 18 X 10 6X4
7.00 14 X 12 16 X 12 12 X 12 12 X 12 18 X 10 8X6
8.00 16 X 12 20 X 12 12 X 12 12 X 12 120 X 10 8X6
I
Escoras Til:antes
V1Ios Linhas Pernas I
I
Pendurais I Madrcs \"aras
A n I c D
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0.00 ! 1-!X1211GX1~ 11~X121
UX 12 1:2X 12\ 12 ¢ o f) 18 X 10 H ~,<'(j
10,00 IGXl"116XHI14X141"XH I..J.X 1.+ 120 91'1 18 >< 10 t\ X li
11.00 16 X 1-1 1 X 1-1 l-J, X 1-1 14,X H 14-Xl..J. If) ¢ U¢ :20 X 10 8X(i
12.00 16X14 22 /14 14XH HXl..J. HX14 If>!') e¢ :20X 10 8XG
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A5NA. DE 13 METRoS
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E. pois, nestes cachorros que vem apoiar numa me- no cachorro junto da escora maioI'. Este prumo e fixado
escoras que tiramos, respectivameute de C e D, it parede pOl' hra\{adoiras ou pOl' quaisquer outras pe~as
o claramente vemos no desenho. de ferro.
erna e as escoras tem a mesma espeSSUl'a de ma- Uma vez concluido 0 tra\{ado da meia-asna, aplica-
. que e a usual nestas dimensoes, e a Linha e cons- mos-lhe as madres, os frechais e 0 varedo como se
or duas reguas, de om,05 de espessura, que pOl' fosse uma asna qualquer. Os envidra\{ados que se apli-
arafusos de porca apertam deencontro as es- . earn, se se quiser vedaI' esse espa\{o entre as asnas
perna. e obter boa ilumina\{rw, san uns vulgares caixilhos de
= "0 das escoras as pernas e fixada com 0 au- madeira com vidros.
~: :r "ens do costume. Em pormenor mostramos uma variante da liga<;ao da
_ .- ,eze as peruas entalham na sua extremi- perna com 0 prumo, que e diferente do estudo apre-
- _- .:.~ (..1) numa pe\{a de madeira intercalada en- sentado.
a L1'nha, a fim de se obter maior resis- Nesta variante as reguas da linha apertam a perna
o a samblagem e feita como se fosse e 0 prumo e sobre 0 prumo entalha 0 frechal, que corre
na vulgar e 0 topo da Unha sobre 0 as meias-asnas em todo 0 comprimento da cobertura.
~::-ese - e como umas6pe\{a, A frente da A perna entalha pela samblagem de dente no prumo.
~o'a num prumo que assenta sobre 0 capea- Qualquer dos sistemas de liga\{ao que apresentamos
_ e. silo muito praticos, tanto para 0 estudo como para a
-= __ ~e 'or da meia-asna, i to e, do lado da constru\{ao.
- - '-' as recuas da linha e a perna en- A constru\{ao desta meia-asna e hastante pratica e,
::-e:n, se as.im se nao quiser pro- alJesar da sua robustf\s, apal'enta ligeireza e uma certa
o q e, li",ando a Penza facilidade de execu~ao. Para muitas edifica<;oes este til'O
-'- ,em apoiar-s.e
I e dos mais \lteis e recom.endltveis.
t.e!;e:!~::J,_ pendural da asna e de secQao mais
0
receber as tr8s meias asnas que
e urn edificio na sua extremidade.
rtura, que apresentamos, uma
claramente a func;;aodo pendu-
~~:oiZ l: m as tres meias-asnas.
c.-/~j'jment"
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~ &cnU2r/a
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conlQr/o
CUDe/at? .15-
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T~i"lo-
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al"eroz, sem maior inconveniente, a~senta numa Os tra<;ados da asnas para a sua constru<;{aoe a copia
calha ou aguieiro de madeira ou de outro material, que em tamanho natural do desenho, que em menor escala
. de asna a asna, em to do 0 comprimento ou percurso foi efectuado com 0 projecto da edificac;ao.
;) elhado. Para a realizac;ao de todo a trac;ado e conseguinte
~-0 casos apresentados as algerozes tanto podem ser marcac;ao das diferentes pec;as de madeira a utilh:ar,
zi co, como de gres ou de fibrocimento, desde que constr6i-se previamente urn estaleiro, na oficina ou ao
·se tern totalmente sobre a alvenaria. ar livre, onde esse trabalho tern de efectuar-se.
encastramento dos topos das linhas das asnas nas o estalet1'o para 0 tra<;ado das asnas e marcac;ao da
edes, deve tel' de 0"',20 ou om,25 a om,30 de en- madeira e uma especie de mesa, com a altura pr6pria
...•.e a, quando assim puder ser, visto hayer muitos ca- para os carpinteiros trabalharem em sua volta a yontade .
:::0 que nos obrigam a proceder de outro modo. Pode- E nessa especie de mesa, cujo tabuleiro tern aproximada-
:::!l _ afoitamente dizer que cad a construc;ao tern 0 seu mente a forma da asna, que se desenha a construc.;ao,
caso particular. e, onde depois se colocam em cima e de face as pec;as
Com-em, to davia, notal' que quando as Iinhas das as- de madeira devidamente desempenadas e esquadriadas.
tenham de encastrar em paredes que se continuam Com 0 esquadro ele\'am-se do desenho da planta da
e e>ar, as samblagens das pernas tem de ficar com- asna, inscrito na mesa do estaleiro, as linhas a lapis,
~:etamente clentro do VaG (Figs. 21, 23, 24, 26 e 27). para os cantos das pe~as de madeira, onde se abrirao)
..1 ligac;oes das asnas entre si numa cobertura com- depois, as sam blagens .
e-' ao feitas polos frecha.is, contra-frechais, madres Efectuando-se toda a marcaQao das samblagens nos
, eiras. cantos das pec;as de madeira, com a precisao- necessa-
6 nas asnas de tipo fabril e nos lanternins das asnas ria, e fazendo-se os dentes e as escarvas com perfeic;ao
_ e 0 possuam se constr6i, para a ligac;ao total do e born uso das ferramentas, a construc;ao das asnas e
, amento, 0 sistema de contraventamento. forc;osamente perfeita e a sua solidez plena de garantia.
Porem, as vezes, em grandes construc;oes faz-so in- A aplica~ao das ferragens, feita s6 depois da asna
• ~:o mente, dentI·o do sOtao, escoramentos entre as estar erguida e assente no seu lugar, completa todo
-~ ,dos pendurais ao vigamento. o travamento necessario ao conjunto.
POI' via de regra as asnas saD armadas no sen logar,
pOl'que a nao ser as de pequenas dimensoes, que podem
transportar-se completas e com facilidade: as de gran-
des dimensoes sao, como se compreende, de muito di-
C ONSTRU <;1\0 ficil conduc;ao do estaleiro para a obra.
Assim, depois da asna ser armada sobre 0 estaleiro,
precisamente em cima do seu desenho, e desarmada
C ·ocla a descric;ao que fizemos dos trac;ados e cons- e as suas pec;as conduzidas para 0 madeiramento, onde
tru<;ao das diferentes fases das asnas, deixamos s6 entao suo armadas definitivamente e no seu lugar
.;: e'·ore aptos a compreender este ramo de trabalhos pr6prio.
:.. c . aria civil, onde e exigida a maior competencia A construc;ao das asnas e uma obra que a pretexto
- -~~oDal. algum entram os pregos em fun<;ao.
Os elegimentos deixados nas paredes para 0 assenta-
mento das asnas deverao ficar muito bem nivelados entre
si, e em relaQao nao s6 com os que Ihes ficam simetri·
cos, como com todos os demais do mesmo conjunto.
DERNOS PUB LIe A D, OS
- _,-=_'A ~ DE ~L~DEIRA-Preliminares-Asnas 16 - OBRAS DE CANT ARIA - Guarneeimentos
-u,uare , imples e compostas-Meias-asnas- de vaos - Envasamentos - Convergeneias dos
As 'ntamentos (27 Figuras). _ areos - Cunhais - Faixas - Eseadas - Ca-
_ -.\ _._-AS DE MADEIRA - Asnas de mansarda- peamentos - Assentamento (27 Figuras);
:\o,nas de lanternim - Asnas especiais e sheds 17 - OURAS DE CANTARIA - Molduras - Pi-
13 Figuras). . lastras - Pilares - Colunas -- Galbamentos-
_ - ESCADAS DE MADEIRA - Preliminares -- Caneluras - Capiteis - Vaos de janelas-
\ olutas das rampas das escadas- Escadas sim- Trapdos (42 Figuras).
ples e Escadas de lan<;os paralelos (18 Figuras)_ 18 - PA VIMENTOS DIVERSOS - Massames -
_ - E . C ADAS DE MAD EIRA - Escadas de lan<;os Formigoes - Bet6es - Betonilhas - Pavimcn-
paralelos e de lan<;os perpendiculares - Ba- tos hidniulicos e .ceramiws - Lajens - Pedra
lanceamento de degraus (25 Figuras). - serrada - Revest'imentos (26 Figuras).
= - ESCADAS DE MADEIRA -Escadas de com- 19- vAOS DE JANELAS - Aros - Tabuas de
pensayao - Escadas de leque e mixtas de va·
rios tray ados (15 Figuras). peito .---:Caixilhos de janelas - Bandeiras -
Veda -Iuzes - Ferragens - Pormenores
- - E CADAS DE MADEIRA - Escadas de cara· } (2 I Figuras).
01 de varios sistemas - Guardas de escadas
e acabamentos (23 ·Figuras). 20 - V AOS DE JANELAS - Diversos tipos de
vaos de janelas - Caixilhos especiais - Ge-
- - ~A \T\1ENTOS DE MADEIRA - Prelimina- 10sias - R6tulas - Persianas - Pormenores
res - Vigamentos - Tarugagem- Madeiras (26 Figuras).
- Serrafados - Soalhos a portuguesa e a in-
ulesa - Espinhados - Parquetas - Mosaicos 21 --PORTAS EXTERIORES - Aros - Portas
.3-1-Figuras). de taipal- Portas envidrayadas - Portas ('e "\
postigo - Portas almofadadas - Portas prin-
-. L\DEIRAMENTOS E TELHADOS - Preli- cipais (24 Figuras). "
minares - Madeiramentos - Rincoes - Lar6s
Tacaniyas- Alpendrados - Estruturas (25'Fi. 22"':' PORTAS INTERIORES - Guarnecimentos
QUras). - Vaos de urn e de dois batentes - Portas
almofadadas e envidracadas -,- Guardavel1-
- _ ,.illEIRAMENTOS E TELHADOS-Madei- tos - Assentamentos (25 Figuras).
:-amentos de mansardas -Mansardas diversas
- .\Iansardas de alvenaria - Construcoes de 23 - INS rALACOES SANITARIAS - Prelimina-
::-apeiras - Trapeiras de diversos tipo; (2 I Fi- res"':' Manilhas - Sifoes -- Encanamentos
QU:-as). diversos - Caixas e POyOS de limpeza -
- -. LillEIRAMENTOS E TELHADOS - Cons- Ventilayao '£25 Figuras) ..
ti"udio de clarab6ias - Clarab6ias, divers as - 24-INSTALACOES SANITARIAS - Canaliza-
La~ternins de construyoes industriais - Te- yao de Agua - Loiyas Sanitarias - Autoclis-
.uados espcciais - Telhados piramidais -e di- mos - Urin6is - Retretes - Casas de Ba·
-:er os (22 Figuras). nho - Pias (27 Figuras).
-. _illEIRAMENTOS E TELHADOS - Te- 25 - INSTALACOES SANIT.ARIAS - Canaliza-
,. ados especiais - Telhados c6nicos, de cupula yoes - Tinas de Banho - Chuveircs - Reser-
~ de oayilhao - Pormenores das coberturas - vat6rios - Tanques - Lavadouros - Fossas
CGntrayentaL2entos - Beirais - Algerozes - (22 Figu~as). .
T'bo de queda - Guarda-fogos, etc. (18 Fi- 26 - INTERIORES E EXTERIORES - Revesti-
"- -as). mentos - Guarnecimentos - Tabiques e Fron-
_- TECTOS DIVERSOS - Preliminares - Tec- tais - Envidrayados - Pinturas e Caiayoes
:~: c.e madeira, de esteiras simples, sobrepos- (25 Figuras).
::. e rampa e artezonados - Teetos estuea.- 27-CHAMINES E AQUECIMENTO-Di-
::D5 - Te- os espeeiais (27 Figuras). , versos sistemas de chamines - Chamines
B :\S DE AL VEN ARIA - Preliminares - industriais-"- Aquecimento central de diver-
Al ;:-2~G.: di tr"as - Paredes de alvenarias , sos sistemas (26 Figuras).
.:::-;-::::: - . Iuro - Cunhais - Pilares - Ar- 28 -_.TRABALHOS DE FERRO - Asnas - Caixi-
~ -'::c.5 -'j e a - :\Iateriais (32 Figuras). lhos, portas e port6es - Escadas - Grades -
- _ ...A_ DE ALYE~),RIA-Implantayao- , Gradeamentos - Ligayoes (26 Figuras).
-=- -=-::== - E>T-J.;:oe- - Pormenores - Mu- 29- VENTILACAO E ACUSTICA-Ventilayao-
':: = __ -~ ~ ':'~>"~':'a-ao - Enroeamentos Circulayao do ar ~ Acustiea - Ruidos - Tee-
. --.:: .::-'= ~_ F:~--a:. tos aC(lsticos - Audit6rios (25 Figuras).
.- . .:::- :'=:-::0' tra<;ados 30 - DIVERSO S TRABALHOS - Motivos de
_.- __ - . ',c. ';:.=' - Ab6badas jardins - Armarios de cozinha -- Betao ar-
-"'\ mado - Ligaqoes de ferro (23 Figuras).
EHCICLOPEDIA PRATICA
2 DA COHSTRUCAO CIVIL .
~.
2
. . J
ASNAS DE
M A·D E I RA
EDIQAO DO AUTOR
F. PEREIRA DA COSTA
DISTRIBIDQAO DA PORTUGALIA EDITORA
LISBOA PRE~O 1S$OO
ENCICLoptDIA PRATICA
2 DA CONSTRU~AO CIVIL 2
ASNAS DE MADEIRA
EXPOSTA no. 1.0 Caderno toda a teoria preliminar da Agora, neste 2.° Caderno, propomo-nos apresentar
construQao de asnas, pE'la qual os menos versados todos os sistemas de asnns aplicados nn nossa cons-
em carpintaria civil podedio adquirir os necessarios truQao.
conhecimentos, vamos iniciar os estudos da constru<;ao Falamos das belissimas Asnas de Mansarda, de tao
dos diversos tipos dessas obras. pratico tragado e execuQao, ate as utilissimas Sheds,
Tratamos da construQao das Asnas Vulgares, aq uele passando pela p_qrmenorizagao dos lanternins e de
pratico tipo idealizado por Paladio, que tao bem se outros sistemas usuais.
barmoniza com a inclinaQao dos nossos telhadus e com Alguns estudos de ~istemas especiais de asoas serao
as utilissimas meias-asnas, de que expusemos desenvol- desenvolvidos, como os destina-dos a tectos cilindricos
vidos exemplos. e os das construgoes de tesoura, de nivel e de, alpendre,
.
Terminamos aquele Caderno com a descriQao do cujos tra<;ados sao de apreciavel engenho.
assentamento das asnas nos varios casos e nas suas Estes dois cadernos desta Enciclopedia formam um
diferentes formas. util conjuuto da contrugao de Asnas de Madeira.
-~--- . ~ - - - - - - -
E STAS asnas especiais para telhados dobrados, criados
pelo espirito frances da epoca brilbante das gran-
des constru~()es
famoso arquitecto
Os telhados
de Luis XIV, devem 0 seu nome ao
frances Francisco Mansard (1).
deste sistema, geralmente conbecidos
oI
tipo de asna vulgar, que nao obedece a regras es-
peciais para a sua constrllQao. a n11.Oser aos re-
pelo nome de mansardas, constituidos por aguas dobTa- quisitos que todos estes trabalhos de carpintaria civil
dos, tern a enorrne vantagem de poderem comportar exigem, e ? mais pr6prio para qualquer cobertura de
dentro da sua pr6pria 'arma~iio um'pavimento. mansarda. E adaptavel a qualquer largura de van e a
Sob 0 ponto de vista exterior 0 seu efeito, dentro qualq ner altura de pe direito, sendo pOl' isso absoluta-
de determinados estilos, e perfeito e atraente. I mente construtivel. Dentro de um criterio pratico e
Em Portugal e no estilo de D. Joao V que a man- deste tipo que tratamos em primeiro lugar.
arda teve 0 seu maior desenvolvimento, tendo depois No nosso problema damos ao, andar a construir na
passado com manifesta utilidade a ATte Pombalina. mansarda, 0 pe direito de 2m,95, mas poderiamos tambem
Acrualmente ainda a mansarda tern urn papel impor- dar maior altura,se 0 quizessemos.
tante, construindo-se nas cidades em grande numero. Assim, acima do vigamento que cobre 0 andar de
As asnas de mansard a comportam, praticamente, na baixo, medimos os 2m,95 de pe direito e mais a espes-
sua parte supe.rior a asna de tipo vulgar, enquanto que sura do Bolbo e a do tecto, que em conjunto dao apro-
inferiormente, a sua base de apoio sobre as paredes da ximadamente om ,05, 0 que no total perfaz os 3m ,00 que
construQao, forma urn todo diferente. vemos no desenho. 0 van mede HlTI ,50 de largura. De-
Assim, acima da Linha temos tarnbem as Pernas, as 'senbamos a linna tra<:ando,Jhe a linba de eixo. para
Escoras e 0 PenduTa(, e abaixo da Linha temos as Pernas efeito do traQado geral, que assim iniciamos. Sob a
de Forr;a. linha desenhamos as pernas de fort:;a com a inclinaQao
Geralmente as Pernas de Forr;a, que sustentam a que mais convier. de acordo com 0 projecto da obra.
aSDa propriamente dita, apoiam-se no vigamento do A linba· da face interior da perna de for~a prolonga-se
payimento onqe se erguem, outras vezes encastram nas para cima ate interceptar 0 eixo da l~nha. estabelecendo.
paredes da edilica~ao. Porem, em boas constru~(Jes, estas respecti\-amente os pontos A e B. E destes pontos que
pernas fixam-se numa segunda linha que fica interca- tiramos os eixos das peTnas, cujo trac;ado agora segUE
lada entre 0 vigamento, mas onde 0 solbo nao assenta. como nos traQados das outras asnas_
Nas condiQoes descritas a asna fica completamente Constroe-se 0 pend ural e as escora,~como e corrente,
independente do pavimento. fixando-se-lhe as ferragens de igual modo. A asua esH
Para a captaQ11.o das aguas pluviais em qualquer das armada.
,ertentes do telbado, constroem-se algerozes de cbapas Entre a linha e 0 vigamento, na parte interior daf
de zinco ou de qualquer outro material. pe1'nas de for~a. aplica-se urn prt~mo para fixaQao de
Isto, e claro: se 0 projecto da obra assim 0 exigiI', tabiq ue ou qualquer outro tapume a fazer parede.
porque tanto na quebra do telbado como na sua base, Dividida a perna em duas partes iguais para a escora.
poderemos aplicar beirais como nas coberturas vulgares. assentamos sobre os pontos C e D as madres. que esta,
Nas edificaQoes do estilo de D. Joao V, nas da arte belecem pOI' consequencia a altura do fTechal.
pombalina e nas cbamadas a portuguesa veem-se com- 80br~ 0 comprimento da linha assenta-se 0 alger02
plicados beirais, cujo espaQo a constru~iio das asnas para receber as aguas das vertentes superiores do te,
admite sobejamente. Jhado, e sobre as pernas de forr;a aplica-se urn revesti,
Nas duas vertentes superiores do telhado podem-se
mento exterior, que pode ser de telbas, cbapas de zinco.
zplicar todos os tipos de telbas, e nas vertentes inferio- ard6sias, etc., construindo-se para esse fim urn tosce
re ou abaR, aplica-se urn revestimento ou forro de cha- apropriado, Para aparar as aguas das vertentes inferio
a de zinco, de telhas, de ard6sias ou de placas de res, assenta-se um algeroz sobre a cornija, mais or
qualquer material resistentes as intemperies. menos a altura do pav,imento do andar amansardado
Conquanto neste Caderno os estudos apresentados As nguas destes dois algerozes san conduzidas pan
se:am s6 relativos a construQao de asnas, diremos to-
fora pOI' tubos de queda, como sucede com outrof
na que as coberturas amansardadas podem tambem algerozes.
se:- construidas pOl' estrutura simples, de prumos, ponta-
_e:e., e coras e niveis, como todos os restantes telbados. A liga<:ao das asnas entre si, faz·se por meio de UIT
Ern caderno pr6prio estudaremos todos os sistemas contraventamento, com travessanhos e longarinas.
"e e'truturas de telbados, desde' os mais simples e vul- o vigamento do tecto, assente entre as linhas daf
_ ~es aos de mansarda e de torre11.o. aSDas, apoia-se nas extremidades sobre frecbais assentef
nos prumos e nas peTnas de fOTc;a,compreendendo-se per,
feitamente que essa esteira nao po de assentar nas linbaf
1 Es e famoso arquitecto dcixou urn discipulo, 0 seu sobrinho- das asnas.
-==-0 Jules Hardouin-Mansard, que nas~eu em 1646 e morreu em Se a largura do van medir mais de 9ffi.OO, a constru·
: - _= e que e teYe ao serviQo do Rei Sol como sell primeiro arqui-
e
~ao acima da linha feita como na a!ina vulgar composta
_ Denoou em Paris, Versalhes e outras localidades da Franya
---i.e:.s obra de arquitectura. com 4 escoras, para 0 madeiramento comportar 2 madres.
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Elegr'mento
LSCAU- (;;;_j~; c,." its ,0
o numero de escoras corresponde, como JU escre- Deste ponto traQa-se urn arco de clrculo, cujo raio
vemos, ao numero de madres que teremos de empregar, a A·C ou C-B. Seguidamente divide-se esta semi-cir-
sempre consoaDte a largura do vao. Em cada vertente cunferencia em 4 partes iguais, sendo as duas partes
de urn telhado 0 numero de madres a variavel, depen- superiores, de D a E e de E a F, Jestinadas as aguas
dendo sempre da largura do vao. ou vertentes superiores do telhado e as duas restantes,
as que VaG de A a D e de B a F, as vertentes iroferio-
res, isto e, as dobras do telhado.
Os pontos D e F SaG as quebras do telhado ou as
suas dobras e coincidem com as pontas do Yarl'do.
ESTE sistema de asna de mansarda que tratamos e do Sempre, conforme os calculos dados para as dife-
genero vulgar, obedecendo apenas a urn meta do rentes pe<;as de madeira, obtem-se 0 cutelo das }.t[udres,
muitissimo pratico, designado par tra<;adode 4 partes. e desenhando abaixo deste a Linha superior ou Nivel,
Aparte a maneira do seu tra<;ado, esta asna €I seme- vemos que a sua linha de eixo intercepta a linha de
lbante ao tipo geral das asnas, nada tendo de especial. eixo das Pernas exactamente DOS pontos interceptantes
Como a questao do pe direito, do andar a aproveitar dos raios C-D e C-F.
com a constru<;ao da asna, depen'de mais ou menos do Se a asna for de peljueno VaG nao tern necessidade
tra<;ado, podemos fazer descer a Linha inferior a altura de Madres e pOI' conse~uinte dispellf>a as Escoras.
conveniente para um bom pe direito. Mas se, pelo contnirio, 0 seu vao for grande, tere-
Dentro deste principio racional estabelecemos 0 pa- mos de aplicar Madres, e, entao, procedemos como Il,OS
,imento do andar, e damos dessa linha ata a altura outros tipos de asnas.
con,encional das paredes, uma distancia que nos per- No nosso problema a dimensao entre paredes €I rela-
::nita 0 pe direilO desejado. tiva, mede 7 metros, precisa pOI' isso de 1 Madre. As-
~o problema que apresentamos, a altura de que sim, temos de aplicar Escoras. Quando 0 espraiamento
-emo necessidade entre a Linha e a altura das paredes da posi<;ao das Pernas a relati\"amente grande, fica
e de O:n,48. completamente nul a a ac<:flO das Escoras se forem de
Definidas que foram as caracteristicas desta asna, encontro ao Pendural como no nosso caso,- sendo con-
o~ estudar 0 seu tra<;ado. veniente, par conseguinte, que fa<;am encontro pOI' sam-
Dc erminada a altura das paredes, tra<;a-se uma blagem com a Linha superior ou Nivel, como na aSDa
-==-::. horizontal, A·B, que dividida ao meio da 0 ponto C. de escoras.
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Firl. 3 - ASNA DE LllANSARDA PARA TECTOS cllIvnlllCOS
Terminado 0 traQado acima deste Nivel, faQamos 0 Estabelecida a altura maxima das paredes onde deve
seu estudo para baixo. assentar a asoa, traQa-se de urn lado a outro da cons-
Aplicam-se entre as Linhas superior e inferior as truc;ao, uma linha horizontal, A-B, da qual achamos 0
Panas de For<Ja, como indicamos no estudo da Asna centro, que e 0 ponto C.
rulgar. Deste ponto tiramos um arco de circnlo, cujo dia-
o assentamento da Linha inferior e feito de acordo metro e 0 VaG da asna, e, que vai de A a B.
com 0 pe direito desejado, e, e este pe direito que nos o traQado, porem, vai continuando.
dft a altura das Pernas de For<Ja,como decerto ja com- Dividlmos esta semi-circunferencia em 3 partes
preendemos. iguais e achamos os pontos DeE, que correspondem
Esra Linha entra no conjunto do vigamento, nao exactamente as quebras au dobras do telhado.
sendo todavia conveniente que 0 solho pregue nela. Do As distancias A-D e B-E, au sejam as dais terQos
::nesmo modo a Linha superior, que fica intercalada na inferiores au lateraisdo arco, formam as vertentes in-
e-teira _do tecto, nao recebe fasquiado, tabuas de forro feriores da cobertura. enquanto que a terQo superior
ou placas de revestimentQ de que se componha 0 tecto dividido ao meio pela perpendicular levantada de C
do andar aproveitado. para F, fortDa as duas vertentes superiores.
A resistencia da asna perder-se-ia e perigava a sua Em tangencia c m 0 arco na intersecgao com a linha
construc;::o. perpendicular C-F, traQa-8e uma linha horizontal que
forma a canto inferior da Linha au Nivel da asna.
De acordo com 0 cutelo da Linha, deseuha-se a sua
linha de eixo, que da nas intersecQoes com as raios (;-D
e C- E as pontos de onde partem as eixos das Fernas.
Estas, pOl' sua vez, tell urn angulo de abertura den-
se pretende obter urn tecto cilindrico tern de tro dos limites usuais, au seja em volta de 26 au 27
Q LASDO
se construir asnas apropriadas a esse fim, se '0 graus.
Urn pequeno Pendural estabelece a equilibria da
e.:i:lcjo e destin ado a grande salao, igreja ou armazem.
Portanto 0 tipo de asnas a escolher tern de ser des- armaQao.
_-:'i 0 de linha. Dentro desse sistema apresentamos Apoiando a Linha ou Nivel firmam-se as Pernas de
=:.z in'eres ante construQao de asna sem linha, para ForQa sobre as paredes, formando tangencia com 0 arco
-~ l!.-::osde mansarda. de circulo.
~e;amos 0 problema de uma asna de 6m,OO de vao, Dois grupos de 2 Escoras cada urn, mantem a com-
;.~=~~cien emente demonstra que qualquer que seja a pleta seguranQa da asna pOI'meio de parafasos de porca.
esta construc;ao e exequivel. Estas Escoras, cuja espessura nao vai alem de om,05
I; 0 e muito pratico. passam, uma de cada lado do Nivel e das Pernas, e
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coras, curiosa e sempre de born efeito construtivo. do outro, 0 que gar ante a largura de 2m,OO ao lanter-
nim. .
As descril;l)es que vamos fazer destes dois tipos de
asna de lanternim, vao mostrar aos leitores a forma do Dos pontos C, DeE elevam-se perpendiculares; 0
seu tral;ado, e a maneira da sua construQao, que, como C da CO no espigao do telbado e D dil F na intersecQao
todas as outras obras similares, e de born efeito e de com 0 eixo da Perna, que parte de A e termina em G,
muito filcil execuQao. na altura estabelecida para a Linha do lanternim.
As secQl)es das pel;as de madeira a aplicar na cons- De E a perpendicular encontra II na intersecQao
trul;ao destas asoas estao absolutamente dentro dos dl· com 0 eixo de Perna, que parte de B e perfaz 1 no
culos, para todos os tipos de asnas, cujas tabelas demos eixo horizontal COlli G.
jil, como dissemos, no 1. Oaderno desta Enciclopedia.
0
Para este vilo, que e relativamente pequeno, as
Quanto ao resto, apenas trabalho de samblagens. Pernas sao apenasdivididas em 2 partes iguids, com-
PORMENOR DA SAMBLAGEM
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1 I METROS
ASNAS ESPECIAIS
as asnas vulgares nao podem satisfazer os o equilibrio vertical e natural dos prumos e man-
Q UANDO
requisitos de uma constru<;ao, que pela sua indole tido pOI' urn esticador ,de ferro, com urr:a uniao central
care«;;a de uma cobertura especial, tem de recorrer·se ligada ao pendural da asna. As pernas ligam-se em sam-
aos mais diferentes tipos de asnas. blagem com os topos dos Fumos, e dirigem-se para 0
Assim, dentro de um criterio de especifica«;;ao de vertice da constru<;ao, numa inclina<;ao de acordo com
problemas, agrupamos no mesmo conjunto, com a desi- a abertura de urn angulo de 26°, 24, de usa. corrente
gna<;ao de Asnas Esveciais, todos os sistemas de asnas nas nossas edifica~<les.
que nao sendo vulgares, tambem nao perten<;am a ca- As pernas apertam-se de encontro a urn pendural de
tegorias ja especificadas praticamente pelos constru- pouco comprimento, em cuja extremidade inferior apa-
tores. rafusa pelas duas faces urn pend ural de ferro, que liga
Estao neste caso as Asnas de Alpendre, de Ni,,;el it uniao central do esticador que aperta um prumo con-
e de Tesoura. tra 0 outro.
Cada uma destas constru<;<les obedece a uma neces- A meio do comprimento das pernas fixa-se urn nivel
sidade prevista, e algumas vezes surgida tardiamente, constituido pOI' duas pe<;as, ficando uma de cada lado :
dentro da obI'a a edificar. POl' conseguinte tem 0 cons- urn parafuso de porca aperta estas duas pe<;as do nivel
trutor de estar apetrecbado destes estudos, para 0 born de encontro as pernas.
aparelhamento da sua edifica<;ao. Divididas as pernas em 3 partes iguais, entre os ei-
Todos estes tipos de asnas, concebidos para cas os xos das liga<;<les das samblagens, obtemos os lugares
especiais, VaG ser estudados, cada urn de pOl' si, com 0 para 4 madres. Estas fixam-se encostadas a cal<;os, cujo
desenvolvimento necessario. sistema ja indicamos noutros estudos.
POI' este processo de construir asnas dispensamos a
fileira e os frechais.
Para boa fixa<;ao da extremidade das varas, assenta-
mos uma aba, que prega em todos os topos do varedo
As asnas designadas pOI' asnas de alpendre SaG geral. e no terminal das pernas das asnas,
mente granrles e perfeitas constru<;<les, destinadas, As ferragens completam a liga<;ao total da asna, e
na maioria das vezes, a suportar madeiramentos de as madres, com 0 concurso de duas longarinas, uma de
apreciitveis dimens<les. cada lado da edifica<;ao, de prumo a prumo perfazem
Servem vantajosamente para a cobertura de grandes a completa estabilidade de toda a obra.
barrac<les, armazens, hangares, cais e recreios. Esta, asna e de constru<;ao muita pratica e de custo
o exemplo que apresentamos cobre um espa<;o de pouco elevado.
gm,30 de largura, em medida interior, porque exterior- Como demonstramos pelo desenho, esta asna e su-
mente 0 seu poder de cobertura ultrapassa 9"',00. Des- jeita ao tipo geral do tra<;ado de todas as demais asnas,
tina-se a asna do nosso estudo a suportar· 0 madeira- dispensando a Linha, se bem que 0 esticador faz com
mento e telhado de urn recinto aberto. It a asna apoiada precisao as suas vezes.
em prumos, que fazem parte da sua estrutura e de toda A disposi<;ao da primeira madre a assentar sobre a
a constru<;ao. perna da asna, faz coincidir a linha de eixo da sua es-
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pessura, com a intersec<;ao das linhas de eixo da perna linha da asna intercalada nesse vigamento e abaixo do
com a do prumo, permitindo assim estabelecer boa e seu nivelamento de superficie.
salida base para 0 assentamento do madeiramento da Com a construG8oo da esteira para 0 tecto :Ie s6t8oo,
edificaGao. da-se, como deve compreender·se, 0 mesmo efeito.
A ultima madre fica simplesmente encostada ao pen- o nivel da asna :£icara tambem intercalado entre 0
dural, cujo lugar the permite forte apoio, enquanto que vigamento ou serrafado da esteira e acima da sua face
o lugar para as restantes madres e a divisao, como - inferior. Isto e, 0 ni1:el da asna nno tocara 0 tecto do s6-
atras disspmos,do comprimento da perna entre a pri- t8oo.Todas as pe<;as da asna :£icamcompletamente livres,
meira e a ultima madre em partes iguais. para 0 seu esforr;o, das ligar;Cles com a estrutura do
edificio.
£stabelecidas as caracteristicas desta asna e com--
preendidas as suas :£inalidades, vamos estudar 0 seu
trar;ado.
Dada a largura do vao que a asna deve cobrir, mar-
cam-se na linha de eixo da Lin!z((, que acabamos de
ESTE tipo de asna, que serve para V800sde grillldes desenhar, os pontos limites A e B, e depois dividimos
larguras, tem tambem a vantagem de dar aprovei- o comprimento assim obtido em 3 partes iguais (i), C e D.
tamento it parte central do s6Hio da edifica<;8ooonde e Dos pontos A e B tiramos as linhas de eixo das Per-
aplicada. nas, com 0 angulo de abertura conveniente. ate inter-
A sua construr;ao e assaz curiosa e ao mesmo tempo _ ceptarem as perpendiculares que pdwiamente levanta-
muito pratica. mos dos pontos C e D, e que vao dar os pontos E e F.
Quanto maior for 0 v800que esta asna ressalva, mais Estes pontos SaD ligados entre si pela linha de eixo
pe direito se obtem no centro do edificio para 0 seu' do nivel.
s6Uio, que muito bem se pode adaptar a qualquer :£im. As linhas E-C e F-D SaD os eixos dos Pendurai.~.
A aplicac:ao desta asna num edificio provido de Os comprimentos das linhas de eixo das pernas A-E
s6tao, permite-lhe uma boa arma<;ao para a sua cober- e B-F saD divididos cada um em 2 partes iguais, em
tura e a utiliza<;ao de qualquer sistema de telhado. ~e, cujo ponto intermedio marcamos G e H.
porem, estabelecermos na cobertura algumas trapeiras, Destes pontos tiramos linhas obliquas, que vao, in-
poderemos transformar 0 s6tao numa 6ptima casa de terceptar os eixos dos pendurais quase na sua extremi-
habita<;8oo. Tudo depended., para esse :£im,do alarga- dade inferior, para darem lugar as Escoras.
mento que dermos a edificac:8oo.
It claro que para 0 pavimento do s6tao permitido (1) No nosso estudo, de vi do a medida total dar resto na divisao,
pOI' este sistema de asnatura, construiremos um viga- igualamos, por aproximayao, as partes, dando as dos lados dimen-
mento pr6priu' onde devera assentar 0 soalho, ficando a - SaD igual.
PORNENOR DA ASNA
COM CONTRAFl'ITO PARA
BI':IRAI
ESTE cufiosissimo tipo de asna destina-se as cobertu- Este envidra<;ado e, geralmente, constituido por vi-
ras de gran des espa<;os para oficinas, e e geral- dros foscos.
mente conhecido pelo nome Ingles de SheL Para esta vertente envidl a<;ada 0 melhor angola de
A sua disposi<;ao com envidra<;ados enfrentando 0 abertura, no nosso clima. e 0 de 60", 65° ou 70°.
norte, permite uma 6ptima luz para qualquer ramo de Convem, para efeito da obten<;ao de boa luz a dar
trabalho industrial. as oficinas, notar, que a abertura entre as duas pernas
nunca deve formar angola obtuso.
A principal caracteristica desta asna e a constitoi-
Geralmente 0 vaG obtido por estas asnas vai de 5
<;ao das duas vertentes do telhado, por serem total-
a 10 metros, com os rnelhores resultados no que diz
mente desiguais em todos os sentidos.
respeito a entrada de luz no recinto coberto. Se a area
Uma, com o·habitual angulo de abertura, usado con- a cobrir e grande, dispoem-se varias ordens de asnas,
soante 0 clima da regiao ou pais onde e construida, e como vemos nas figs. 10 e 11, e cujas linhas assentam
outra com urn angulo sempre superior a 50°. sobre pilares de tijolo ou colunatas de ferro.
A primeira destas vertentes ou aguas e coberta por Para a boa e completa ubtenc;ao de luz em oficinas
telhas, chapas de fibro-cimento ou chap as onduladas de de certa importancia, usa-se aplicar para 0 trac;ado das
ferro galvanizado, como urn vulgar telhado, e a se- asnas urn metodo de facil comrreensao, que damos em
gunda e formada por urn envidra<;ado. seguida.
T.fLHADO OPACO
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PAVIMENTO
REGHA DE ILUMINAQAO NATURAL Ambas estas linhas sao inscritas para 0 lado exte-
rior do centro de luz 1-2-a-b, como se ve na gravura.
As liohas 1d e 2c prolongam-se na direc~ao da
A boa entrada de luz atraves da vertente en\'idra<;ada terra, encontrando-se a obliqua 2-c de uma asna com
da asna fabril, briga urn tanto com 0 pe direito a 1-d da asna seguinte, formando 0 ponto cd', que nao
da edifica<;ao. e mais do que a altura media das bancadas da oficina.
E bem de ver que se a altura em que se encontra Ora, de uma maneira geral, as bancadas, cavaletes,
o t€lbado for considen'tvel, 0 efeito do sistema fabril pranchetas, mesas, etc., tern as was alturas apropria-
perde muito do seu valor, e, entao, qualquer asna com das, que neste estudo sao demarcadas por uma linha
lanternim oferece mais yantagens. Assim, a altura de borizontal, que passa, como e ob\'io, no ponto c d' ja
um telhado fabril deve ser construida em fun<;ao da obtido.
sua necessidade. Estabelecida a altura geral das bancadas em uso na
E a necessidade de construir coberturas por este industria a instalar na nossa edifica<;ao, temos a linha
sistema, lljanda, para dele se obterem todas as suas de pavimento.
van tagens, nao s6 que 0 pe d1:reito nao seja muito alto, A constru<;ao dos pilares ou colunas paraapoio das
como tambem que esteja em rela<;ao com a zona media asnas e feita de acordo com 0 tra<;ado exposto.
em que se executa 0 trab,albo da industria a instalar Esta regra de constru<;ao tambem implica no com-
no edificio. primento da asna, como se depreende.
No tra<;ado que apresentamos (fig. 11) esta estudado
claramente 0 assunto, que na pratica tem dado os me-
lhores resultados.
Vejamos: desenhada a asna tra<;am-se perpendicula-
res dos pontos 1 e 2 da vertente envidra<;ada para 0
interior da casa, que n·os dao, respectivamente, a e b. DADO 0 vao da asna tra<;a-se primeiramento a linba
Neste espa<;o entre as duas linhas entram os principais de eixo da Linha, de cujos pontos determioantes
raios de luz, que, como se sabe, incidem geralmente a - A-B saiem as linbas de eixo das Pernas. 0 angulo
45°. Mas como e sempre conveniente aproveitar toda de abertura da perna da vertente maior, pode ser 0
a luz solar nos locais de trabalho (1), aproveitamos mesmo que geralmente se usa no tra<;ado dos outros
tambem os raios luminosos que passam com outras di- tipos de asnas, e que aqui no nosso problema e de 27°.
rec<;oes e, assim, tiramos perpendiculares com a aber- o angulo da abertura da perna da vertente menor, que
tura de 15° do ponto 1 da linba I-a e do ponto 2 na para 0 DOSSO clima pode ir de 60° a 70°, mas que mui-
linha 2-b e obtemos os pontos dee, respectivamente. tas vezes pode ser ainda de menor dimensao. mede no
DOSSO caso 65°.
A jun<;ao das duas pernas DO ponto D nunca deve
(1) Excepc;ao feita as carnaras escuras, que tambern sao locais ser, para efeitos da boa constru<;ao, formada por um
de trabalho. angulo obtuso, como noutro lugar dissemos.
CA1XILHO
fNVIDRAC '\00
.PORMENOR DA LIGA\=Ro I '-
DAS ASNAS (VI~TO IM PlAN'-A)
.1 D
.3
1 HETI~OS
Obtida a grandeza da perna maior CoD, que mede
neste problema 6m,lO, dividimo-la, como 0 van e grande,
em 3 partes, a fim de dar-mos ao telhado 2 madres. CO~fECA-SE 0 trac;ado desta a,sna como se iniciam os
Aos pontos correspondentes as divisoes da perna damos tr~<;ados de todas as outras asnas, pelas linhas de
as letras ~ e 1? construc;ao ou de eixo das suas pec;as. COIDOneste nosso
De 1? tin,mos uma linha de eixo para B e de E sai estudo 0 van e relativamente largo, e mister que 0 te-
tambem uma linha que yai interceptar urn ponto no e-ixo lhado contenha duas madres. Assim, dividimos 0 com-
da Linha, na prumada do ponto P, que nomeamos G. primento pr6prio da perna da vertente maior, A, em
Desenhada esta estrutura, estabelece-se a largura tres partes iguais, de cujos pontos tiramos as linh.as de
das madeiras a aplicar na constru<;ao da asna, de acordo eixo das escoras.
com as linhas de eixo. As liga<;oes das pernas entre si san feitas como no
Do ponto P a B coloca-se uma escora, que fica problema anterior, ubedecendo ao mesmo princlpio de
apertada no ponto G pOl' urn tirante de ferro, e que constru~ao. As escoras, partindo dos seus pontos na
tern urn papel importante na constru<;ao e resistencia da perna A, van especar-se nuns cachorros de pedra en-
asna. A escora que de E a G nos aparece nao tern castrados nas paredes ou pilarf's onde as asnas assentam.
grande fun<;ao, devido a ficar mnito inclinada, mas como Onde a constru<;;ao deste tipo de asna mais difere e
fica apertada entre dois tirantes de ferro auxilia a re- sem duvida na Linha.
sistencia do conjunto. Esta, ao contnirio do que se faz nas constru<;oes
Esta asna necessita, para as boas liga<;;oese apertos, analogas, e constitulda pOI' duas reguas, passando uma
de ser provida de ferragens, como acontece com os de cada lado das Escoras. Urn parafuso de porca com
restantes tipos de asnas. as suas anilhas, para evitar 0 desgaste oa madeira,
A vertente ou agua maior e constituida como os ma- aperta as reguas da Linha as Escoras, como demonstra-
deiramentos vulgares. Lit vemos as madres amparadas mos no pormenor CoD.
-a cal<;;ose 0 frechal, onde se assentam as varas com as Nas termina<;oes da Linha e assente, entre as duas
suas ripas, dispqstas consoante 0 genero de telhas ou reguas, uma pec;a ou cal<;o de madeira da espessura
chapas de ferro onduladas ou de fibro-cimento. Na Yer- das pernas e das escoras, bem aparafusada ao conjunto,
tente menor assenta urn caixilho en vidra<;;adv, cujos para samblagem das Pel'nas, como apresentamos no
vidros muitas yezes san foscos. pormenor da liga<;ao das asnas.
A liO'a<;;aosuperior do caixilho e revestida de uma Uns esq uadros de ferro em cada extremidade da Li-
chapa d: zinco, que cobre urn tanto as extremidades do nha, como nas outras asnas, fixa e aperta a constru<;ao.
varedo, para que as aguas da ehuva nao entrem para a Nas liga<;oes da perna A com as escoras e na das duas
edifica<;ao. A liga<;ao inferior recebe ja 0 zinco que fa7. pernas entre si aplicam-se as ferragens apropriadas.
parte do revestim€nto do algeroz, ficando uma pestana o caixilho da perna U e os revestimentos de zinco
assente sobre 0 caixilho. obedecem aos mesmos prec:Jitos dos outros tipos Shed.
:It bem de entender que as extremidades deste te- Os de enbos apresentam a clareza suficiente para a
lhado podem ou nao tel' algerozes. boa compreensao do tra~ado.
tie 0 conjunto da construQao 0 exigiI', os beirados As sec~oes da madeira a empregar nestansna san as
podertio ser construldos sem nenhum obstaculo para 0 mesmas que se utilizam nos outros tipos, salvo na l~nha,
tipo deasna em uso. Nafig. 12 damos urn pormenor de cujas reguas componentes tern a espessura de om,OD.
beir8do, que mostra claramente que a sua execuc,:ao Na maior parte das construQoes destes tipos de as-
pode ser efectuada, quando assim se entender. nas e descurada a e~tetica, mas quase sempre 8em outra
As madeiras a aplicar nestas asnas podem tel' as mes- razao explicavel que nao seja a da economia. Ora, nes-
mas secQoes das pe~as que compoem os tipos vulgares. tas obras, destinadas as industrias, pode muito bem ca-
As ferragens san do tip a geral das ff'rragens de as- ber urn POllCOde beleza, decorando a vertflnte menor
nas, sem nada de particular. Os tirantes obedecem aos dos telhados com algumas molduras a encabeQar a sua
mesmos diametros. caixilharia.
N ESTAS asnas a constru<;;ao denominada simples nao N AO sendo relativamente grande 0 numero de tipos
tern verdadeira utilidade, pelas suas pequenas di· de asnas Fabris (sheds), contarn-se, to davia, alguns
mensoes, pois sendo a Asna Fabril, como 0 seu nome e com apreciitveis diferen<;as.
indica, destinada a oficinas, s6 as suas grandes armadu- Os dois tipos que apres(\ntamos san os mais empre-
ras tern vantagens. Neste caso estao as asnas compostas gados e uteis. Os restantes em que aqui DaO fa7.emos
e de escoras. referencia', nao se impoem as necessidades da constru-
A Asna Fabril Simples apenas comporta uma escora <;ao. Hit, contudo, urn tipo com alguma curiosidade, a
com 0 seu estribo de ferro; 0 comprimento desta obra asna de lanternim, mas se tivermos em conta a grande
nao pode ir alem de 8 metros, facto que a fez pOl' de vantagem desse- atributo, vamos francamente para urn
parte nas edificac;oes para que as asnas fabris san aeon- telhado envidra<;ado.
selhadas. A asna fabril de lanternim e uma constru<;ao cara.
Assim, como 0 seu emprego e quase dispensado, o seu pre<;o relativamente eleva do, afasta qualquer van-
iambem a sna descric;ao esta fora de lugar. tagem que ela possa oferecer.
COLECGAO C OMPLETA DOS CADERNOS DA
ENCICLOPEDIA PRATICA DACONSTRUCAO CIVIL
[IJ][[]
-"" ~;: - TELHADOS VULGARES - TELHADOS ESPECIAIS - AS~A'l,(,RA -
:: - TAC.D,"'19AS - Rl~CUES - LAROS ~ GUARDA-PO E BARBATOS-
_=:_-T S - ALGEROZES - ALPENDRADOS - COBERTURAS DE U:\IA
~::: - PESO DAS COBERTURAS - VAREDO E RIPADO - 25 FIGURAS
IDr 10 DO AUTOR
~. PEREIRA DA COSTA
J. P BTIGlLL\ EDITOR.-\.
BOA PRE<;O
co STRU(:AO c
ADEIRAMENTO
E TEL.HADO
WIL'\TE a coLertnra de urn odificio e constituida tro de qualquer modalidade arquitecto . ~ _ -
e...o rnadeiramento e pelo telhado. 0 madeira- de telhado, tern 0 rnadeimme11to subs' ..
e uma estrutura ou armaG~to de madeil:a, em cuja trutura metitlica.
erior 0 telhado assenta. Exceptuum-se deste Os processos e sistemas de constru~-
_ '0 cobertura os edificios de arquitectura mo- mentos sao variados, como tambem ,a ]<1
e que os telhudos sao substituidos pOl' placas dos telhados. Algumas cobertura sao e
·-0 armado, e ainda aqueles que, construldos den- pelas sinuosidades que apresentam.
~I
D
L
Fig. 1. - DIVERSOS TIPOS DE TELHADOS
o de du 3 a~; B) Telluu.lo de trapdras; CJ Tacani~a; D) Al1ado de lelhado; E) Telhado de :ra' - j
de qua ro a a& j G e H) Telhados de mallsarda; I) Telhado com asna; J) Telhado de u !l a.l
L) Telhado dd tiguas desigu,ais j M) Cil ufa
E M A E s
. ~a os edificios, ou para melhor, 0 seu te- lidade do seu fabrico. Muitas ,ezes em yez de fe . a:=; -'2
0; em yarias formas, Assim, temos telba- barra, empregam-se chapas onduladas de zinco ga "
a ciglUL ou '/;ertente (Fig. 1-J), de duas aguas zado ou de fibrocimento. Porem, nas casas de babi a<;-~
tgs. l-A e 2-A), de tres aguas (Figs. 1-E e 2-D), sac as telbas 0 tipo de cobertura mais usado e mm
-2 ~ ~o agum; (Figs. 1-F e 2-B), de agt£as empenadas vantajoso. 0 telbado de telbas de meia-cal1a s6 e u_ado
:.-. 2-E; de aguas irregulares (Fig. l-L), c6nicos actualmente em coberturas ordinarias de telbeiros ou de
.' ;-JI e 2-P), irregulares (Fig. 2-1), de mansarda edifica<;oes pobres; no entanto algumas vezes ainda se
-G e H e 2-G e H), de ponta de diamante exigem nas coberturas de casas it, po1·tuguesa.
2-C) e de empenas cortadas (Fig. 15), aMm de Todos os outros tipos de telbas substituem com ...-all·
os que a fantasia arquitect6nica po de criar. tagem as velhas telhas de meia-cana, quer no aspecto;
principal das coberturas reside no madeira- quer na ecoDomia permanente do telhado. As telhas dos
CQntruQao deste tosco exige bans conheci- tipos To111al1oe luso semelham·se muito no aspecto as
==:-.--: os carpinteiros civis e e deste importante ramo velhas telhas. Nos teJhados it p01'tuguesa distinguem-se
- -- alba que ,amos tratar, desenvolvendo como e tres formas de e:xecuc;i:io: telhado valadio, telhado moins-
ormas exigidas para a sua boa execu<;ao. wdo e telhado meio-moi7'iscado.
ados normais sac aqueles de duas au quatro
- a 'l:ertentes,. todos os outros sao construidos por
s de ordem arquitect6nica, como os de fei<;ao
e 0 de mansarda (i), ou de ordem meramente
a can tru~ao, par irregulares superficies da
o - mda ou ainda por desconhecida ezigencia. Os trac;ados dos telhados nas plantas das edificac;oes
_-:::.:::::J. -elhado de duas aguas paralelas entre as empe- SrLOobtidos racionalmente. Nas construc;oes de
- "' ':0 edifi~io a constru<;ao e assaz trivial, mas Dum de planta regular e com empenas constroem-se como atras
mentes ja. a execu<;ao e mais cara. Nos telbados dissemos duas aguas regt£laTes, de igual inclinagao.
o aguas, designam-se as duas principais par 1\ssim, divide-se a superficie da cobertura em duas par-
'ras e as dos topos par tacanigas (Fig. 9). Nos tes iguais, no sentido paralelo as suas duas fachadas,
- = de tres aguas as designa<;oes sao as mesmas ha- e, por conseguinte, perpendicular as empenas.
-O'=':Q.: orem, como se compreende, apenas uma taca- A linha que separa as duas vertentes do telhado 6 a
".. : -0 ~ado oposto a esta bit, decerto, uma empe11.a. seu esp(qao (F1'g. 2-A). Nas plantas dos edificios que s6
: - ados podem ser constituidos par diferentes ti- tern uma empena, constr6i-se, alem das duas aguas mes-
=-:~ ':e -elba de barro. Os tipos de telhas mais usados
o:=;; actualmente, sao: de meia-cana au it, po1·tU-
tras, paralelas as suas fachadas, uma terceira agna,;
oposta a empena (Fig. l-E e F1·g. 2.D) e que se designa
- ; marselha, roma11.a e ltlsa. As dimensoes destas por tacanic;a.
iam de fabrica para fitbrica, assim como a qua- o tragado desta planta e feito assim: tiram-se linhas
a 45°, dos angulos para 0 interior, que se cruzam, tiran-
-. B~
do-se desta intersecgrw uma linha paralela as fachadas
principais e que termina na empena da edificagao. As
linbas a 45° sac as 1'incoes e a linha con'ida 0 espigao
do telbado. Nas plantas de quatro aguas, em que par
conseguinte ba duas tacanic;as, 0 tragado e obtido da
mesma forma. Nos telhados de ctguas desiguais 0 seu tra·
<;ado e realizado em obediencia ao projecto da obra.
C A inclinaC;ao normal dos telhados no nosso pais e de
26° a 27°, mas tambem se constroem segundo as e:xigen-
cias arquitect6nicas, obedecendo a estilos ou a fantasias.
Nas regioes do norte as telhados tern 0 ponto mais ele-
vado do que no suI, devido as intemperies.
Nos edificios grandes, de planta caprichosa, tem de
construir-se coberturas movimentadas, que dao ao con-
junto arquitect6nico grande beleza.
Na planta movimentada que apresentamos na figura 3.
mostramos uma completa construc;ao de um telhado com
os 1'incoes, lar6s (3) e espigoes, num conjunto felicissimo
L ;. 2.- PLANTAS DE TELHAD08 DIVERSOS (1) Os telbados de rnansarda dao lugar a urn pavirnento reeuailo,
:::~-- - de dua.s aguas j B) Tellzado de quatro agnas; OJ Te- tamhem designado pOl' mansarda. '
• , D) Telhado de tres ag!LQsj E) Telhado de ga- (2) Uesigna-se pOI' portuguesa a antiga telba de rneia-cana, im-
propl'iamente charnada de eanudo,
~) TdJw.do de cupula ; G) Telhado de t1'a,peiras; II) Te- (3) Lara e exactarnente 0 inverso do riucCio. Estc e
a salicncia
lAado de mo.n~arda ; I) Telhado de laras Oll arcsta do tcJhado e aquelc a reintraneia,
: e. _-o~ desen 0 dos alc;ado (Fig. 4) ,B-
as' "nac;oe em 1iga<;aocom os espigoes por
e _. coes e laros.
""'a-se pollto do telhado ~t altura deste em re1a<;5.0
~a da edifica<;ao. Observamos no estudo desta
- ~ ,endo nos alc;ados as alturas diferentes dos seus
olhando ao mesmo tempo a p1anta com corpos
'- ren e 1arguras. Os telbados de um'.\. ligna sao
o a alpendres e barracas.
----.---t--,
-- ..•.. .
I
I
111i
~~ s coberturas das edificagoes podem ser construidas N A constru~itO de urn madeiramento pelo sistema c",-- -
pelos sistemas ordinariu e de asnatu1'a. nario a fllngaO dos frechais, cont1'Ctjrechais; -
primeiro e 0 que tern 0 madeiramento apoiado em clres e fileira e exactamente a mesma que quando =-
~ ',e' , escoras, prumos e pontaletes, e 0 segundo e utiliza 0 sistema de asnamento. As secgoes dessas '.:>..
ele que se baseia no sistema de varios tipos de asnas. rcntes pegas sac igualmente tambem as mesmas.
~ sobre 0 sistema ordinario que aqui vamos estlldar os A construgao do madeiramento de um telhado de d
ersos modos de construir os madeiramentos. Do sis- vertentes, apoiado Das suas extremidades nas empe '-
de asnatura ja tratamos desenvolvidamente nos iniciawse depois de conhecida a altura do 1)o11.to: .:
:::0550S Caderno8 n.O 1 e 2. Qualquer que seja 0 tipo
S
acordo com 0projecto da obra, pelo assentamento
s asnas a empregar numa cobertura 0 modo de consti- pau de jileira, que deve ficar bem nivelac1o.
. 0 madeiramento e, mais ou menos, sempre 0 mesmo. Depois, consoante a sua largura, a \Tertente pode Ie
o mesmo varedo e ripado, 0 mesmo numero de frechais, uma ou duas madres, a fim de garantir melhor apoio -
~a es e fileiras. 0 mesmo mimero de rincoes e de paus 'Caredo. 0 maior comprimento entre madres nunca de -
de lar6 se a planta da casa a cobrir e de planta de igual ser superior a 3m, 50, sendo. porem, conveniente
co gura~ao. Pelo sistema de construgao ordinaria de esse comprimento va de 3m,00 a 3'\50.
m deiramentos chegam-se a conceber curiosissimos tipos Tanto 0 patt de jilei1'Ct como as madres deyerao se:
e armac;ao, que em mnitos casos nada ficam devendo sustidas em todo 0 seu comprimento por p1'umos qll
rill sis ema de asnamento. sac arvorados quase sempre de 2m,00, 2"',50 ou em .
A. Iigac;ao das asnas entre si faz-se por cruzes de timo caso de 3m,00, espagados uns dos outros. 0 pr-
':(1: to Andre e pOI' escorarnentos de boneca, tal qual como mos sac escorados entre si por cruzes de Santo Andr'
8. cede com a ligagao dos prumos que suportam a fileira ou por escoras de encontro it fileira (Fig. 8).
e as madres, entre eles pr6prios. As ligagoes, como se Os frechais sao assentes sobre as paredes, no e
ob_en-a, sac igualmente perfeitas. Todavia 0 asnamento paramento interior, tal qual como sucede quando e e~·
orna mnis s6lida e homogenea uma cobertura, mormente pregam as asnas. S6 depois de completado 0 e co -
e urn grande edificio. mento das madres e da fileira se procede ao assen=- -
Fig. 7.-MADEIRAMENTO DE UM TELHADO DE DUAS AG AS
A) Estrutura completa; B) Al~aclo de uma vertente
rr
os telhados 1'azem reinterilncias (F,:,q. 1:
Q UAXDO
quando as agnas mestras dobram pOl' efeito
arquitectura da obm, surge-nos 0 lal'6. Esta designa -
significa exactamente 0 caso oposto ao rincao. A co -
truc;3.o do lar6 no madeiramento consta de uma vie -
assente na fileira superiorrnente e sob 0 1'1'echali '-:=-
riormente, tal como sucede com 0 assentamento l..
rincuo. Esta vigota e 0 chamado pan do lar6 e e pre _-
rada para sobre ela se construir urn canal revestido
chapa de zinco para recebimento da agua da chuva, "
como se compreende 0 varedo assenta sobre ela e::::
baixo e na fileira em cima.
o assentamonto do pau do lar6 dove fical' mnito €:--
feito para que 0 telhado ntio fiquo de1'oituoso e a desci'
das aguas se f'1<;acom facilidade.
o cunal assente sobre 0 pau do lar6 e 1'eito com ID_-
deira e a sua largura n:\o deve SOl'inferior a 0"\ 1;>, p _
que as telhas possam doLru<::ur-se sobre ele bem h \'
Fig. 9.- TELIIAnO DE Tnf.;s AGUAS tudo. 0 pau do lar6, tal qual como sucede com 0 rinca
A) Corte; B) Pl-anla
deve ficar oem escorado, para a sua 1'Ull(JWnitO lie
prej udicada.
~-roo e quina viva, oom desempenado e de boa qua1i- estudos, outras, arcaicas 0 fora de lEO ~
e. con idera-se uma das melhoros madeiras para tos- e locais ainda outras. Assim, a re e_ - ~ -::.. ~
:. Para preservar as madeiras contra os insectos e os 10itores e estudiosos as conhe<;a .
:_:emperies e conveniente aplicar-lhes um induto apro- Espigao, cwne,o vara, eaibro,o ri c~o, g "-'.:
ri· do. 1'odo e Tevessa,o lar6, 1'evessa, guieiro m rt . - _ •
oCl;oes das diforentes pe<;as do madeira a empre- tido e 1'ibeiro,o madre, terqa; ripa, I a;
os madeiramentos S~LO as seguintes:
. dre : de om,18XOm,10, om,20X om,10 e om,18X001,12;
::-' eiras: de 01U,18X001,10,0:n,20XOm,10eom,18Xom,1:?;
s'gnal;oes actuais, que sao as que damos nos nossos os conhecimentos do toseo de uma edifica -0.
OJ' 11 )If.
;0
"-I! t ~D.
L!".1"" b I==-
EJCala ,,1:20
b 0, 1° , t(' ! ~t i PC I
/_
"i1Id.k~ .....
~
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lJ-iimo ([)
)take
- ..~~
. tJ- .
I I
l...J
_ :0 de pregos. Os n1\'eis talllLem sao fixados pOl' pre- tambem pode suceder com outro muio
_ :. E te sistema de armn<:rLOl) muitissimo solido e ofe- para casa de babitac:ao.
todas as garantias de seguran<:a. No caso de se pretender cOllstrllir 31'
:: pormenoros (Fi[J. 14-1 e 2) mostram, respcctiva- fica toda a estrutura integrada nebs. A ~u
e as lignr:oes da madre media e do pau de fileira. preendidas entre as estrllturas que compO
. ob esta ,uma<:ilo pode assentar-se qualquet' tipo do ramento, que como de costume, pOl' erei 0 e
-ec 0: ~o for um tecto cilindrico e necess:il'io aplicar-se e de 3f1l,OO ou 31\1,50, constituern 6ptim e
:l . erie de camuolas, fixadas £tS oscoras 0 ao n1vol, ComjJreendida a vantagem oferecida pOl'
e. iJente, para a constru<;ao do tocto. de arma~ao, vamos descre\'er a sua com
L decerto desnocessurio dizer que quando se assenta norizada como com-em.
~au de fiJeira e as primciras madros fuz-se 0 sou am- Achado a eixo da Yertente marca--e 0 lie
l1ro\-isoriamente, com q uaisquer serrafos, ate se o procura-se a centro de cada \"erten e
er apJicar 0 oseoramento apropriado. onde se assentum "as respectivas m dre q e
DlIr:mte tado 0 trahalho, que de\'e SOl' foito pOI' dois imediatamente em prumos fi.xados no \i.a
~ 7pintoiros, como om goral sucede com os t08C08, clos Depois acha-se 0 lugar das madre i er'o
-.. upercohendo-se das necessidades e ox-igt3ilCias da cam entre a madre media e 0 frech' e -
Jra, assentam imediatamente.
Durante toda a cOllstra<;ao a seguran<;a dos trabalhos Estas madres sao amparadas par d
_ ~e ser sempre tida em boa conta. fixam. uma no vigamento, outra no p 0
a fio de ]Jl'n1no deve estar sempre pronto, pois a sua a madre media, pOI' sambbgens. De seg .
e
. 'z:tC;rLO precisa em todas as oleva<;oos, o lugar para a madre superior, que ca.
media e 0 lugar do pau de £leira. Es
-se e ampara-se pOl' uma eSCOI'Q que en-
de apoio it madre media.
Seguidamente assenta·se apertadamen ~-.:
tre as duas madres superiores, a que :tz 0 e _
1<construc;ao doste madeiramento (Pig. 14-n), temos toda a estrutura.
em conta que ele pode apoiar-se sobro duas pa- No fim assenta-se 0 pau de fileira ue
e uma om cada lado da cohertura, 0 que muito fa- e apoiado pOI' um pequeno prullio que ~e
c- '- a c0l1cepc;rLOda obra. ni\"el.
Toda a armac;ao esta pronta. A sua simplicidade e Mm se da a designac;ao de acroterios, especialmente nas
grande. 0 pormenor 3 indica as sambIagens e as liga- obI'as de arquitectura classiea. A alt,lra das pJatibandas
c;(jes do prumo que sustenta a madre media. e variada, obedecendo somente ao projecto da obra.
o n1vel, os prumos e as escoras entalham nas mad res A sua espessura tambem s6 obedece ao sistema cons-
pOI' bocas de lobo, e fixam-se-lhe pOI' pregos. Este sis- trutivo da respectiva edificac;uo, mas nas construQ(jes
tema de arma<;ao de madeiramonto e rnuito usual e equi- vulgares emprega-se apenas meia vez de tijolo.
librado.
Com 0 assentamento do varedo 0 travamento fica
absolutamente completo. As varas, como e de usa cor-
rentio, entalham nas madres pOI' \Jm dente de cao 0 que
tnmbem se pratica para a £10ira e para 0 embarbamento
do frecha1. N AS antigas edificac;(jes as coberturas terminavam
sempre em beiral ate it supressao da permissao
de se deixarem os telhados pingar para a via publica.
Actualmente, nas novas obras tem-se construido bei-
rais, s6 como motivo de composic;ao, porquanto a sua
rectaguarda la fica 0 algeroz para recolher as [lguas
que descem do telhado. Nas casas chamadas it p01't'll.-
A junc;ao
,casos
das varas sobre a fileira e, em todos os
de madeiramentos, sempre igual. Topejam
gttesa constr6i-se sempre 0 beiral, como seu motivo prin-
cipal. 0 beiral, a que tambem se da 0 nome de beirado,
deencontro uma a outra, de cada lado. Sobre os rin- e em geral constituido pOl' duas ordens de telhas de
c~es .tamMm 0 varedo das duas aguas vai topejando a meia-cana. Nas edificac;oes cujos telhados sac de telh3s
medida que a vertente vai descendo (P-(q. 10). marselhas ou Ius as, apenas uma ordem de telhas de
As ripas assentam-se de cima para baixo, ficando a meia-cana forma 0 beirado.
primeira junto it junc;ao das varas (Fig. 15), deixando- S6 com telhas de meia-cana, designadas tambem telhas
-se apenas 0 espac;o para 0 assentamento das telhas. portuguesas (4O), se podem construir os beirados; com
Em baixo as varas embarbam, como ja dissemos, no as outras telhas nrlO se obtem a graciosidade que elas
frechal, para que as telbas se debrucem sobre 0 alge- dao ao conjunto construtivo, nem so formam convonien-
roz, au, sobre 0 beirado. temente as goteiras.
- Geralmente as fachadas dos edificios sac providas do Mas para que os beirados bem rosultem e convoniente
cimalhas junto do telhado, como remate estetico. 0 al- que os madeiramentos form em, com 0 seu varedo, um
germ>;que se destina a receber as ilguas pluviais, carro contnifeito. Este contrafeito e um requebro no prolon-
em todo 0 comprimento da fachada sobre a parede. gamento da vertente da cobertum.
~~~/~/~~~~~ /dJ2P~~a#a:P~~~#'~~~~
- {ntioau cIa , urn profong-amento com pontas ere varns pregaaas ere
a]C1'erozessao geralmente revestidos de chapas de par (Fig. 20-C) as respectivas varas da cobortura, ou
'_eo n.O 13, quando nao sao construiclos em betitO. tamMm pregados sobre elus (Fig. 19). Estes casos de
nao sac construidos em forma de caixa ou ca- contrafeitos sac nocessilrios sobretudo para saliencias
podem ser formados pOl' urn canal constituido pOl' do tolhado nos alpendrados.
nii.o necellsitando de revestimento nesse caso. Nos beirais sem alpendrado 0 requebro exigido para
gura dos algerozesvai de om,15 a om,20 e a sua a estetica e feito sobre a pr6pria parede onde assentu
·0 deve tel' menos de om,20. (Fig. 12-D), pois que nao e necessario 0 prolongamento
seu comprimento os algerozes tern varios traineis do varedo .
. es conforme 0 numero de tubos de quedn para Em muitas coberturas 0 beirado fica completamente
das aguas pluviais. Esclarecendo melhor : de es- dcsligado do telbado, que e construido com telhas de
espac;o os algerozes inclinam 0 seu fundo para qualquer tipo (Fig. 12-C). Noutros casos em que 0 te-
dos funis que despejam nos tubos de queda. lllado e feito com telhas marselhas, lusas ou outras,
modo geral a porC;ao de algeroz a fazer des- elas assentam simplesmente sobre a fiada do beirado
, uas num tubo de queda, pode ir ate 4m,00 de (Fig. 12-D), formando assim um born conjunto.
'menta ficando, bem, entendido, 2m,00 de cada As pontas das varas que servem os beirados sac
, respectiva saida. As vezes ultrapassa-se essa quase sempre recortadas para melhor aspecto. Quan.Jo
mas isso nao e coisa muito de aconselhar, por- os telhados sao de telhas de meia-cana 0 beirado pro-
ocasi~es de grundes chuvas os resultados sac priamente dito nao existe, porque este e conseguido
,e' . com a ultima fiada de telhas (Figs. 17 e 18).
erozes quando ficam a vista sao amparados de Sob 0 ponto de vista dos telhados trataremos no Ca-
e ac;o (as vezes om ,80 ou 1m,OO), pOI' consolas derno seguinte dos beirados nas suas diversas modali-
e' de barras de ferro, cravadas na cimalha dades. Nas construc;oes ligeiras, como barracas, arma-
e (1ig. 12-A). Em outro Caderno apresentare- zens, etc., nuo se constr6i nenhum beirado propriamente
o sobre tnbos de queda e servi\os anexos. nem tao pouco se pratica 0 contrafeito no varedo, dei-
dn elevac;oes que ficam it frente dos a1- xam-se correr as varas ate fora da parede onele 0 te-
qU3'8 sempre construidas com tijolo, mas
bo con truc;ues sac ~onstituidas pOI' ba- (*) A ntigamcnte as tel has de rneia-cana cram designadas pOl'
r ou os motivos, As platiballdas tam- tclhas de tlthand1'al e ainda recclltemcnte pOl' telhas de canudo.
B&(r;~"d"o
p",,/,; de }'C;ra
---.!/'pena'rado
Thada se prolonga fazendo beiral com a sua primeira no entanto, para efeitos do estudo arquitect6nico da obra,
liada de telhas, quaisquer que sejam as seus tipos, da-se-lhes maior largura ou altura.
e mesmo chapas quer de zineo, quer de fibrocimento Os topos das varas, quando 0 alpendrado nao e pro-
(Fig. 19-A e B). vido de aba, sac recortados para tornar mais agradavel
Nestes casos 0 vareda prega no frechal onde obtOm o seu aspecto.
uma parte da sua seguranga. Todas as madeiras que constitnem estes trabalhos
e que ficam a vista costumam ser pintadas, nao so para
a sua conservac;ao como tambem para a sua aparencia
de obra bem acabada.
It ainda 0 pinho a madeira indicada para esta especie
de trabalhos. No entanto em obras caras emprega-se a
casquinha.
EM certas eonstrll<;oes de ordem especial, como as Em certos casos os alpendrados de grande balan~o
dao as edificac;oes urn aspecto agradavel e de comodi-
1'llsticas e pitol'e:;cas e ainda nas chamadas it ZJO'I'-
tuguesa, costurna usar-se a aplica~rLo de alpendrados. dade, sobretudo nas casas de moradia e nas vivendas
Os. <11pendrados, que nao suo mais do que ulpendres de campesinas ou de praia.
pOllea salicncia, destinarn-se nestas edificac;oes a eobrir Os alpendrados de pequena saliencia nao tlmprestam
terragos, varalldas, entradas e outros motivos junto das tanta beleza, pois que se tornam mesquinhos no con-
paredes da casa que os possua. junto arquitect6nico.
A construgao dos alpendrados e efectuada de dife- Os varios sistemas da sua constru<;ao dependem sim-
rentes maneiras. Algumas vezes urn ni\'el inferior en- pIes mente do projecto da obra.
castrado na parede sustem a ponta do varedo, e, ern
trabalhos de maior categoria e com maior balango e 0
contrafeito do varedo apoiado sobre urn frechal assente
ern especies de consolas encastradas nn parede.
Em muitos destes tipos de alpendrados empregn-se
urn fOlTO a fazer de tecto. 0 fono a utilizar-se nestes
trabalhos costuma ser de macho e femea e algumas \'0-
zes mesmo e rincoado para melhor aspecto.
o frechal e assente sobre a consola e fixado pOI' meio
de dente de dio. Estas consolas sao construldas com
madeira aplainada e ate mesmo moldurada.
Alguns alpendrados, porem, sustentam-se sem amparo
algum, desde que 0 sea balango nao seja grande.
Nos alpendrados providos de forro e tambem de uso
aplicar-se no topo de todo 0 varedo, ama aba consti-
tuida pOl' uma regua de madeira. Se em vez de tecto
o alpendrado tiver antes guarda-p6 ja nao se aplica a
aba, par desnecessaria.
Os alpendrados sac tamMm providos de barbato para
a boa disposic;ao do beiral.
A inclinac;ao das coberturas dos alpendrados pode ou
nao ~er igual a inclinagao dos telhados da edificagao.
rolongamentos do varedo para a formac;ao dos Ftg. 20.-ESTRUTURAS PARA BEIRAIS
.:..~- ~do tern a mesmas secgoes das varas, mesmo A) Alpendrado eom nivel; B) A11Jendrado; C) Contrafeito;
- =2"~ "'crescen das em contrafeito. Algumas vezes,. D) Beiral e algeroz
As eoherturas do uma agua sao praticamcnte as mais
simples e f£lceis de construir. Mas estns cober-
turas sac 136 prcstuveis para edifieacoes ligeiras, como
barracas, barracoes e alpendres.
Quando a lm'gura destas edificac;oes e relativamente
estreita assenta-se simplesmente 0 varedo sobre os fro-
chais 0 mais nada, mas qU~Lndoa sua largura ultrapassa
4'",00, entao e necessario aplicar-lhe uma madre, que
so suporta apoiada nas empenas ou sobre urn prumo.
Em larguras aproximadas dos 5"',00 ou 6m,00 tern a
madre de ser escorada, 0 que se faz firmando as esco-
ras num nivel que bem pode integrar-se 110 vigamento
da esteira do tecto, se acaso a edificac;ao 0 leva.
Nas coberturas de maior responsabilidade, uma das
escoras que sustentam a madre v~i firmar-se contra a
parede num caeholTo de cantaria. As vezes 0 cachorro
serve para apoio dos niveis, que pOI' sua vez suportam
o prumo que suporta a mach'e,
Quando a superficie da cooertura 0 assaz grande po-
dem aplicar-se duas ou mesmo tres madres, no entanto
e.spal;O ou vao entre a esteira do tecto do se se notal' certa responsabilidado deye preferir-se 0
Q
.
UANDO 0
nndar ultimo de urn edifieio e 0 madeiramento omprego de meias-asnas.
nao e destinado a aproveitar-se, e, quando 0 projecto da Uma cobertura de uma itgua dove comportar sempre
obra nrLOeonta com ossa altura na faehada, e assente dois frechais, urn para 0 apoio superior do vareda
logo, direetamente, sobre as pontas do vigamento da e outro para 0 sell apoio inferior.
esteira urn contrajrechal destinado a reeeber e embarbe Em alguns casos, para melhor travamento de toda
das varas da cobertura. Este contra-frechal assenta so- a arma<;ao, aplica-so um prumo JUDtOda parede onde
bre as vigas da esteira ensambladas num dente de eclO, a cobertura en costa) que tirmado sabre 0 nhcl vai dar
eavidade que nao tern mais de 0"',01 de profundidade. apoio directo ao frechal superior.
o contra-freebal nao e senao urn l'egundo frechal, Nos telhados do alpendros e de telheiros qllaso sem-
~i8tO q ne 0 fi-echal prbpriamente dito fica pOl' debnixo pre se constr6i oeiral, no entanto algumas vezes tamoem
da esteira, para assentamento desse vigamento. so dota a cobortu ra de platibanda.
Neste modo de construir 0 madeiraruento, 0 algeroL: A juneao des telhados de uma ilgua a uma parede Oll
descansa logo aeima do yigamellto e se nao se Ileeessi- a urn edificio onde en costa, e executada com cuidadosa
tar de platibanda, a faebada nao fica muito elevadn. Uma perieia, porque ficalldo mal fcito este trabalho corre-so
grade de terro substitui a platibanda, assente sobre a o risco do deixar entrar a ilgua pluvial no interior da
cirnalhn. cdificac;i'LO.
Este madeiramento Jigado ao vigamento inferior fica Nos nossos desenbos mostramos tres diferentes for-
muito 80lidifieado, tornando todo 0 tosco muito seguro. mas de executar estas liga<;oes dos telhados, de malleira
a dar a optima compreensao do traoalho (Fig. 25).
Em A indicamos 0 simples encastramento do yaredo
na parede onde a ahertura encosta, em B mostramos 0
assentamonto do varodo num freehal embebido na pa-
rede, e em C damos 0 encastramento da vara, assente
sobre 0 frechal apoiado num prnmo.
As telbas encastram ou nao na parede, mas toda_
ficam completamente ligadas a essa constru<;rlOde molde
a 11aOdeixarem passar a itgua da chuva.
Em A a telba e coberta na sua parte superior com ar-
gamassa de cimento e areia, ao trac;o de 1 :4, em B
telha fiea livre mas uma fralda de chapa de zinco n,O 1:?,
metida na parede, cobre·a ate quase ao meio e em C
telha eneastra prbpriamente na parede.
POl' conseguinte, todas as liga~oes superiores de.
cobertura ficam absolutamente garantidas contra a ini.:.-
tra<;rw das aguas.
A disposi<;ao do varedo destes telhados de uma ::
11gua e em tudo identica ados telhados de du 3e
Fig. 2:?-APLICA9AO DO FRECHAL ou mais. 0 assentamento da ripa obedece ': CO.:::l
E CONTRA-FRECHAL muito bem se compreendera, a edida do . :p....::..
-- ---==q
I
[
.-'
-:ire ar-:>e. ERtas coberturas prestam-se, como toelos A inclinagao destas coberturas concorda com as co-
~ :lis telhados, a receber tadas as classes do tclhas bertnras com que tenha ligac;:ao 0 quando separadas de
chapas de zinco, de ferro e de fibrocimento. qllaJqucr corvo de edificio podem tel' a incJinaC;aovulgar'
do se l)retende fazer beiral e conyeniente pro- no nosso dima, de 26° a 27°.
_0 varedo 0 contrafeito de que j[t fahimos, para As coberturas de uma agua, quando se trate de edi-
nqlbcacZo quedai resulta de ao telhado a elegfin- ficagoes de urn corto valor, porque tambem" pOI' caren-
:saria. cia de espac;:o, assim se constroem casas de habitac;:ao,
- coberturas prestam-se tambem a SOl'providas cOll1portam platibandas e algerozes, tal qual como nos
b6ias, trapeiras, lucarnas e frestas. telhados de duas ou mais aguns.
- formas de construir coberturns de uma Yor- A execuc;:ito dos toscos das coberturas de uma agua
-e_ ~ ode 0 construtor levar it prittica, obedocendo sim- exigo as mosmos requisitos de carpiutaria como sao os
-ente aos principios que aqui temos desenvolvido. que se empregam em todos os madeiramentos.
'veis aplicados nestns edificagoes para a sua boa Sucede, porem, que em muitas edificac;oes de uma s6
~:lllca, como travamento, podem fazer parte iute- vortente e exigi do melhor acabamento de trabalho do
--e de uma esteira de vigamento para soalho, quando quo em norma se faz, porque 0 destino que so pre ten de
ci eira aproveitar 0 vao do telhado para s6t~io. dar a estas pOl' vezes pequenas casas e de grandiosa
re 0 varedo e sempre necoss11rio construir 0 bar- v<lloriza~ao.
- . tal qual como em todas as coherturas, embora Dentro da concep~ao apresentada devemos tel' em
_=e: desenhos nitO tenhamos indicado isso, par desne- conta que todos os trabalhos de constru~ao civil devem
~:~-io. ser sempre valorizados. .
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ANOTACOES !>
P..!.R..!. os madeiramentos de constru<;ao vulgar nno A constru<;ao dos toscos e om geral feita com as ma-
sac necessarios os calculos de resistencia, porque deiras em serragem, s6 se aplainando ou mol-
as madeiras do mercado ja comportam as sec<;oes de ' durando quando 0 madeiramento tern caracter de limpo
acordo com a resistoncia exigida para este genero de co- e destinado a pintar, 0 que as vezes e conveniente.
berturas, qualquer que seja a forma porque so constroem. Porom, nas edifica<;oes vulgares em quo 0 madeira-
De uma maneira geral a cobertura de urn odificio vul- mento s6 e visto nos s6trws algumas vezes, 0 tosco fica
gar e sempro apoiada nos pr6prios motivos da constru- tosco, embora com as suas samblagens perfeitissima_
r;iio 0 pOl' is so se justifica a ausencia de calculos. como convem.
Quando a constru<;ao de uma cobertura nao tern onde Para as boas ligac;oes das madeiras entre si, com a_
ser apoiada senao naS paredes mestras, nao pode fazer- samblagens bem esquadriadas, 6 mister que todas a~
-se urn madeiramento ordinario de prumos e escoras, tern pec;as que compoem a construc;ao sejam bem secas, de-
do construir-se pOl' meio do asnas. Os mais diversos ti- sempenadas e possuidoras de poucos n6s.
pos de asnas de madeira para as coberturas de urn edi- Para a conservac;ao do madeiramento e da maxima
ficio, foi 0 aasunto dos doi~ primeiros Cadernos desta conveniencia aplicar-lhe duas demaos de tinta de 61eo
Enciclopedia Pratica da Consfrugdo Civil, onde the demos de linhac;a. Nas pec;as mais expostas as intemperies e
urn desenvolvimonto relativamento grande e aprociavel. aconselhado 0 tratamento com indutos preservativos con-
Aqui, tratamos siruplesmente dos madeirnmentos ordi- tra os insectos.
mirios, d~ contextura comum - aqueles que se empre- Quando por economia se nlio fa<;a a pintura com tin .a
gam e!\pocialmente nas coberturas das casas de habita<;~io it base de 6leo de linha<;a ou nao se aplique qualquer
e ate mesmo em certos edificios do importancia. induto preservativo, nile se deve, por6m, deixar de pin-
tar as pontas das pec;as, quaisquer que sejam, que en-
castram nas paredes, para que 0 seu apodrecimento seja
evitado ou, pelo menos, retardado quanto possivel.
Nos madeiramentos de grande extensao, para que a
Em quilogramas, pouco mais ou menos, pOl' 1m~ : sua resistencia seja de facto garantida aplica-se, de uma
maneira geral, uma ferragem adequada a cada sambla-
TELHADOS gem, tal qual como sucede para com as asnas. Esta
Telhas de meia-cana: pec;as de ferragem para cada ligaC;ao sao, como se com-
Mouriscado . . . 75 preende, pes de galmha, esqtLadros, compassos e barras
Meio-mouriscado . 65 ou chapas.
Valadio. . . . . 55 Algumas vezes, como mais atras ja descrevemos e fi·
zemos notal', 0 tosco fica integrado na constitui<;ao de
Telhas marselhas e atlns .
frontais e tabiques, quando 0 seu volume possa preju-
Chapas:
dicar 0 espac;o destinado a aproveitamento, como em
Ferro galvanizado . 8 s6taos destinados a habita<;ao ou a armazens. Neste
Zinco . . . . . . 8a9 casos, prumos e escoras quase que ficam invisiveis.
FibrocimeIito (de 6 mm) 16 N unca, em caso algum, se devem aproveitar as linhas
das asnas nem os niveis dos toscos para esteiras, quer
MA DEIRAJ\IENTOS
de tectos, quer de soalhos, porque isso vai prejudicar
(Madeira de pinho) toda a estrutura do madeiramento aumentando-lhe inu-
Telhados: tilmente uma carga desnecessaria. Quando inadvertida-
Marselhes ou aLins . . mente se sobrecarregam assas partes dos madeiramen-
De telhas de meia·cana tos, pode ter-se a certeza de que mais cedo ou mais
De chapas • . . . . tarde toda a estrutura perde a estabilidade.
E.r }u:,rro de
-~/me/'ltc
EDIQAO DO AUrOR
F. PEREIRA DA COSTA
;::rn ill.1 DJ. PORT GAtTA EDITOPLl
I B 0;\
c v
DEIRAMENTO
E TELHADOS
o de mnnsarda nao s6 construidos como on quanto precisa pelas suas samblagen;; que a,,;,~=:::=.-
:2- de apropriada arquitectura, que bem vin- perfeitas e pelos sens ni\'elamentos e pruma·." _-
ugar na pr6pria epoca em que foram develll atingir a perfeiqao.
bem depois dessa epoca ate aos nossos Na construqao de trapeiras contam·se mui '''5'~::::
=~:":O apreciados quando se pretende cons- pos, alguns deles de grande efeito arquitect6 .c
er edificio despro,-ido de estilo pr6prio, sistema construtivo variado e de facil execuqao.
do. A constru<;;ao de trapeiras para iluminaqao de
= _~ -0 das mallsardas que chegou entre n6s a -furtadas e s6taos, e estudo necessario e de gra e c;.-
a es ecialmente em Lisboa, e de curioso lor na carpintaria. A constru~ao de mansardo.s e e
__ .:.'" rabalho. E uma obm de tosco urn tanto trapeiras suo as principais assuntos que ora tr
- Co.RTE DB JI PORTAL Fig. 2. - FRBNl'E DE UJf PORTAL Fig. 3. - ILHARG.4. DE C:[.- 1lT L
E '. -~-:1BD.A -- DE MANSARDA. --- --- DE JIA..\·SABD..-1
DEIRAMENTOS DE MANSARDAS
r.bI os madeiramentos vulgares de uso corrente ou de Ferro galyanizado. Obedecendo a estilos arq 'tec-
em todas as eclifica~f)es que nao carecem de as- t6nicos podem tel' estrutura diferente. Dentro do Rena~-
amen os temos, como ja demos no nosso Caderno c£mento frances, na sua origem, 0 revestimento era fei 0
os madeiramen!os especiais para as coberturas com ardosias e dentro de outras concepc;oes, sendo 0
de ordem particular. E sabido que lJara qualquer edifi- madeiramento ua sua parte inferior suprimido, con.-
ca :-0 de arquitectura apropriada, um sistema de madei- truindo-se em seu lugar paredes de tijolo. Neste ea 0
r ento adequado it sua cobertura tem de ser tecnica- esta elevac;ao so tern a inclina<;;ao exterior.
mente estudado. Os telhados de mansarda sao constituidos pOI' quatro
POrl3m, ba casos de madeiramentos que tendo nascido partes: as duas superiores, que formam 0 telhado pro-
e omn. particularidade se tornaram pelo seu uso nor- priamente dito, sac as aguas mestl'as ou principais, e a
al em estrutoras vulgares. Sao assim considerados os duas partes inferiores, as que ligam as aguas mestra
madeiramentos de mansarda e os dos torref)es e cupulas. as paredes das facbadas da edifica~ao, sac as agua
A grande diyersidade dos traba1hos da construc,;?lO dobradas.
ci,il torna-se sempre, pode dizer-se, em normalidade, Este tipo do telhado e curiosissimo.
Jela sua execu~ao pratica dentro das normas e regras Nas edifica<;oes joaninas e pombalinas (2) 0 revesti-
jiJ. anteriormente estabelecidas. mento das aguas dobradas e feito com telhas de meia-
A arma~ao das coberturas dos edificios, 0 vulgar ocana.
oseo e obra de boa carpintaria, que exige dos operit- Nos edificios incaracteristicos esse revestimento e
r'os e dos tecnicos, aperfei~oados matodos de trabalho. executado com chapas metalicas, como ja dissemos.
A.pesar do toseo na cobertura das casas ser tao antigo, Nas edifica<;:.oesmais que vulgares revestem-se as aguas
que fica muito para lei.da noite dos tempos, ainda pre- dobradas com te1has marselhas.
entemente se apresenta como urn problema, cuja solu- o revestimento das aguas dobmdas e, pais, como se
c;ao carece de estudo dos tecnicos e da perkia muito acentua, executado conforme 0 projecto da obra 0 com
abalisada dos carpinteiros civis. materiais a vontade do construtor.
A. constru~ao de urn madeiramento a ainda hoje, apoca As duas aguas principais do telhado podem ser reyes-
o betao armado, ~tprimeira obra de carpintaria civil. tidas com telhas de qualquer tipo ou Formato.
..• cobertura de cada edifica<;~w e urn caso particular, Discriminada teoricamente a cobertura dos telhados
-em 0 seu estudo proprio e a sua constru<;:ao estil sem- de mansarda, yamos agora fazer a· descrigao do seu ma~
e em obediencia it planta da obra. deiramento. Esta estrutura tanto pode ser executada
pOl' meio de asnas, como pelo sistema ordinario (3).
A constru~ao dos madeiramentos de mansarda e abso-
lutamente correntio, como vamos estudar.
Estabelecida a largura utH a dar ao undar que se pro-
jecta construir, arvoram-se os prumos com a altura ne-
Os telhados de mansarda sac assim chamados, como
cessaria ao pe direito a estabelecer. Estes prumos saO
providos do orellws a mcia-madeira nos seus topos: a
ja vimos, devido ao nome do seu criudor, 0 Co- de baixo e para se apoiar no vigamento do pavimento
ebre arquitecto Mansard, que com eles dotou 0 Henas- e a de cima para receber 0 frechal, on de embarbarao
c' en to Frances de um embelezamento que the deu uma as varas das ~lguas superiores do tolhado. POI' conse-
articularidade tao importanto, que fez distiuguir e8m guinte, depois de a1'1:orados os prumos assenta-se 0 f1'e-
a e de construc;ao, da sua origem. cltal devidamente nivelado. .
A. coberturas amansardudas cbegaram ate nos nao Em seguida faz-se 0 assentamento das pe1'1ws de fOI'r;a
_omente pela continuidade da arte francesa, mas tambeIU ou pe1'nas £nclinadas, que se iixam sobre a parede e ern-
ala sua adopc;ao it Arte Pombalina. Quando sobre IlS barbamno fl'ecbal, pOI' orelha que fica prcgada. Feito
ruina fumegantes da velha Lisboa, no funesto ano de este truualho passa-se a executar 0 madeiramento das
1-55, se comec;aram a erguer as primeiras alYenari,ls uguns superiores. Assenta-se 0 pau de jileil'a que des-
cia novas construc;oes, delineadas com rapidoz vela cansa sobre as empenas convenientemente:nivelado, em
ordem imperiosa de Sebastifw Jose, 0 fe/a e forte ent primeil'o lugar, e s6 depois se procede ao assentamento
encimado pela mansarda reyestida de telhas, como ainda das mad1'es, que deyem tical' equidistantes entre afileira
yemos (t). e 0 frechal.
A. constru~ao da mansarda a de uma gr:Jnde utilidado: o llumero de madres e, como clissemos no nosso ca-
faz aumentar nas casas de rendimento mais um anuar clerno de Asnas de ll1adeira,ntriavel, conforme a Jar-
e, quando, pela largura das ruas 11UOe permitida deter- gum do vao. No nosso desenho (P;ig. 4) apresentamo
mi:nada altura de urn edificio, constr6i-se urn audar re-
c ado: e recorre-se a esse sistema com superiores van-
•. O'ens. (I) Foram principais arquitectos da noya arquitcctllra, Eugenio
..i. c ns ru~:io das mansardas obedece a Y[trios sisto- do,; I::lantos c Carlos Mardcl. .. - -
ade uma maneira geral a estrutura e tIe ma- (2) Foi llO Estilo de D, Joao V, que depois do Renascimer:-o
, frances, se comeyaram a cOllstrnir no nos·so pais as M:l[]sarJas.
e e~ 'da. de chapas lisas ou onduladas, de zinco (3) Vcr a Caderno n,O 2 dcsta Enciclvpedia.
Fig. 4.- COBERTURA DE 1l1ANSARDA
(A - Pormenor da CorniJa)
oma madre em cada vertente do telhado. A mos no pormenor .A (Fig. 4). As agnas
macli'es devem ser escoradas pOl' pontaletes, ~gl1as dobradas caem, pOl' sua vez em a1
prumos. lsto no que se refere aos madeira- caleira aberta na parte superior da parede on
inUrios, porgue no caso de asnamento tudo o madeiramento, ou sobre a pedra da bac'a as
. 0 quando tratillnos das Asnas de J.l1ansarda. quando a possui, ou tambem sobre beiral a::;e:J. =_~_ A
'ormen te assenta-se 0 'Caredo. As varas assen- cornija, li altura indicada no projecLO arqui '-'
.;; b e 0 pau de fileira com dente de cao, passam o forro de tAbuas para 0 re\'estimento exterior . c.=-
~ e ico dente sobre as madres e embarbam no ralmente assente em espinhado e prega'o so :-2
=- _-\. sna· liga<;ao alem dos dentes de Cao e feita pel'l1as inclilladas, como mostramos no nosso . ~E_=
eooo quadrados. POl' fim pregam-se as rip as para (Fig. 5), mas tIS vezes, porem, preg:lm·_e
0, cujo espa<;o de ripa a ripa e obtido pela me- alto (Fig. 8) pOl' motivos de economia que
o comprimento das telhas, para 0 que se faz pre- tecnica.
e aio. Os algerozes que recolhem as aguas d ,e::-e:::-=-
a 0 reyestimento das aguas dobradas, a que agora superiores despejam-nas sabre tl/bos de qu8UI. q ~
~" rocedo, aplicum-se \"arios servi<;os construtivos, sam sobre as aguas dobradas e as enfiam _0 • _==-=
o seja um rip ado identico ao do telhado propria- inferior (Figs. 5 e 6), onde, depois; y-o 5 :-'
=c=.:e di 0 . se 0 revestimento e constituido pOI' telhas queda das fachadas.
a quer modelo, e em forma de tabuado se se des- Sobre a cornija que sustem 0 algeroz das
a aplica<;ao de chapas metitlicas. supel'iores, e de costume fixar·se TIlDa a e
~:e 'ormente 0 re'lestimento e feito sobre os prumos. guardo com as 1'un<;5esde platibanda.
e se 1'eito por meio de frontal de ripas (1), de 1'01'1'0 Para efeito do revestimento de zmco da co=':'
. 'boas para fasqniado (2) Oll simplesmente pOI'placas sustem 0 algeroz da parte su'perior do telliado,
_ es~ fe. obre estas ou sobre 0 reboco que se aplicon sobre todas as pemus inclinadas, em to 0 0
on'ai e tabiques, aplica-se a camada de esbo\;o mento do madeiramento, uma cambo·,u ecor
o· 0 estnque e temos 0 paramento interior pronto.
lts . plU\~iais das duas vertentes superiores do
(1) Este ti po de frontal foi uito c02h' e~ __ -_cO -
odem cair por beiral,· ou serem recolhidas em signa~ao de frontal it pale;;a.
~5e e sobre caixa d madeira, como mostra- (Z) Vulgar tabique de madeira-.
. - ". De reo -sa :0' :-e 0 co or 0
em odo 0 ere uO da cornija
• 0 "
~quias que mill 0 ,em acul ar 0 forro
e . co. Todo 0 trabalho de latoeiro de,e
em cabado. para que a infiltra~1io das aguas da
se -0 de.
ob 0 beiral tambem a cornija deve ser bem forrada
e chapa de zinco.
o ngamento da esteira do tecto da casa amansar-
da fica assente sobre 0 frecha1 montado no prumo e
na perna inclinada. 0 travamento deste tosco e abso- SENDO as coberturas de mansarda destinadas a ob-
1 0, um andar, aproveitando ao maximo to do 0 vaG -0
Xem sempre 0 paramento das paredes interiores das telhado, que deixa, pOl' issa, de ser um vulgar 86 ao
"ardas segue a linha das pernas inclinadas : evita· mister e que essa habita~ao seja provida de janelas.
-:: 0 aproveitamento do l1ngulo ata junto do chao. Quase sempre, para rnaior desafogo dos moradore:
b:errompe·se essa linha a qualquer altura acima do da mansarda ('if<), 0 projecto arquitect6nico do edificio
anmento (Figs. 1,5 e 8). Os paramentos das paredes, comporta uma. varanda de sacada cOTl'ida em todo 0
a melhor aspecto dos interiores cIahabita<;;ao, dobram comprimento da fachada, abrindo·se pOI' conseguinte
e prumada, pOl' meio de um tosco construido pOI' vaos de portas para esse 10gradoiro estetico. :ill, poL,
prumos fixados ao vigamento pOl' O1'elha e as peruas sobre a construc;ao desses vaos que vamos tratar.
inclinadas. o aspecto exterior da forma<;;ao dos vaos de portas
Quando 0 tosco das mansardas tern pOl' base a asna, e janelas e em tudo semelhante as trapeiras, e a "ua
'oda a constru~ao fica grandemente simplificacla. S6 hit coustruc;ao quase identica.
enta~ a fazer as liga<;;oes das asnus entre si, pelas per- Esta constnH';~Lopode ser totalmente executada em
de forya. . madeira, cujo tosco fica revestido de zinco. No estilo
Toda a constru<;;ao a segnir, a efectunda em dois ra- de D. Joao V 0 no Pombalino a constru~ao dos vaos e
mos: 0 tosco interior que acompanha toclas as pemas feita em alvenaria, e as vezes tambem se roveste de
de forc;a, formando 0 tabique ou 0 frontal, conforme os telhas de meia-cana lateralmentc.
preceitos da obra arquitect6nica, e 0 tosco exterior apto As mais vulgares construc;ocs de mansanla SilO, po-
a receber 0 revestimento e os guarnecimentos pr6prios rem, construidas de madeira.
da fachada. Para a coustl'u~ao de janelas e pOl'tas faz-se UIU tOSCJ
o tosco exterior a em geral constituido pOI' ripado npropriado, saliente it inclinac;uo das [I,guas dobradas.
i entico ao dos telhados, do acordo com as dimensoes A saliencia e obtida par travessauhos pl'egados de orelha
elhas a empregar, como jit dissemos, mas quando aOs prumos e as pernas inclinadas, como mostramo'
o espa~o entre asnas a assaz grande, maior do que 0 nos desenhos (Fig. 7).
minimo previsto, 2m ,80 ou 3"\00, recorremos ao arvora- A forma da janela au da porta e a que 0 projecto
e-nw de prumos, que do vigamento do pavimento, ou da edificac;ao concebe, assim como a respeito das suas
o frechal, quando 0 haja, VaG suportar 0 contra-frechal dimensoes 0 que ali se estabelece.
que corre sobre as extremidades de todas as asnas. Os principais elementos dos toscos dos vaos, sac de-
Entre estes prumos assentam-se escoras que se Ihes pois dos travessanhos ja citados) as vergas, e nas janelas
.;:: ~ pOI' dente e orelha derrabada. tambem as peitoris.
E, pois, nao s6 sobre as pernas de forc;a, mas tam- Depois, 0 tapamento de toda a arma<;ao da caixa dos
.. m sobre os prumos, que se assenta todo 0 ripado, se vaos e executado com tabuas de forro pregadas ao
o 0 sobre ele se faz 0 assentamento da telha on da tosco. Sobreesse trabalho os desenhos apresentados sac
chapa de revestimento. elucidativos.
ve, porem, 0 revestimento e feito pOl' telhas a par- A cobertura dos vaos pode ser arqueada, pr6pria para
. :roesa, pelo sistema mouriscado, antes das ripas, as· forro revestido de chapa de zinco, Oll ern forma de ver-
-en -se sobre as peruas de for<;:a e sobre os prumos tentes. que tanto pode ser revestida de chapa de zinco
forro de tabuinha, para. poder suportar a camndn de (Fig. 5), como coberta com telhas de qualquel' tipo (Fig. 1),
gamassa necessaria a essa ordem de trabalhos. o que para determinadas edifica<;:oes e de grande efeito
_-os madeiramentos construidos pelo sistema ordina' pelos beirados.
L' 0 toda a factura do tosco e executada par forma mais Algumas vezes as varas da cobel'tul'a dos vaos, quando
o menos igual, mas de contextura um pouco mais corn- SiLOcobertas com telhas, tern balan~o sobre a pr6pria
'cada, como no decorrcr dos nossos estudos teremos verga do vao (Fig. 1), sendo as suas pontas recortadas
'ao de apresentar. para obtenc;ao de born efeito.
Sobre 0 varedo das pequenas vertentes da cobertura
ando 0 revestirnento das mansarda.s e constituido
dos vaos assenta-se ripado, como nos telhados, para 0
or "elhas, tern estas de ser aramadas para se obter a
assentamento das telhas.
seguranc;a, 0 que seria impossivel devido a escassa
. a\8oo da c'tgua dobrada sem essa operac;ao.
o aramento das telhas consiste meter em dois furos
e se abrern na e::..'iremidade posterior dape<;;a, Ulll (*) Designa-se tambem ManS31'1Ja 0 anl]ar cobcrto pOl' telha 0
o de ame zincado que as vai prender as ripas. de mansarda. _
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Son 11 designaGuo de 6culos entendemo~ os ,;'0:
culares elipsoidais, ovais e outra peque
ca1'nas da mais fantasiosa expressao arquitec
muitos casos os projectos dao as mnnsardas jaDe..s "
cu1ares, que em varias construc;lies the emp1'esta::l
cunho de grande beleza. A constru<;ao deste ~De::c
janelas comporta urn tosco simples, sendo a pane ~~"--
cipal integrada nos re\-estimentos de chapas de zi= -
Alguns destes YaOS circulares ostentam n osa 0_
mentaQao, em concordancia com toda a fron '
obra. arquitect6nica.
A ligaQao dos revestimentos dos vaos a fren
mansarda e feita pOl' soldaduras das chap as de '- :.
. . . quando toda a frente e recoberta desse ma eri
~le
quando a frente e guarnecida de telhas, tern a
-/l/peroz-
=============================-=-_...::=--=-d de ser feita pelo sistema usado na constru<;uo dos
ros e de todas as calhas e canais.
Fig. 7.- CORTE DE MANSARD11 COM vilo Estes trabalhos sao geralmente feitos em ma e'
DE JANEDA
as telhas, e 0 seu revestimento de chapa de zinco - --
hem cobre uma parte da estrutura de madeira ue
debaixo das telhas.
o revestimento de zinco cobre toda a aduela o~-
e acompanha, contornando a estrutura de madei:_. -
gola ate ao seu lado interior.
en e das vertentes telbadas fixa-se como testeira, A construQao dos vuos circulares obedece aos _-=-
. agem metalica ou umas reguas recortadas, de mas principios dos toscos de todas os vaos, que se 3 •
.:1, como efeito decorath-o. nas estruturas das mansardas .
" 5ec~oes das madeiras quo entram nn construQuo Como obra de tosco todo 0 trabalbo tern de ser • _
ansardas e das caixas dos seus vaos de portas delineado e esquadriado.
eas, sao as vulgares, usadas nos toscos dos maT Tambem e recomendavel, embora pOl' economia --
ce~l.IDentos. As cargas sobre estes vaos sao quase s(~ja usa do, pintar-se toda a estrutura de madeira: -
" mesmo as dos seus pesos pr6prios. do seu re\-estimonto com chapas de zinco, co
Os enehal<;os dos YUCSpodem ser fasquiados para reo demtio de tinta de 61eo ou de urn induto pers.err .
e::-e:n reboco e serem pOl' fim estucados. As vergas cOlltra os insectos e intemperies. Depois todo a Ie--='-
e .en\1' os esmos trabalhos de acabamento. Tudo timento e, como se comproende, pintado co .
2" e a c. ego ria da obra. zarcao, como 1rnha1l10 preliminar rIa pimur: <' •••.•
-to - 0 0
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---,------,-=-------"'-,-,---,-:-,:~
___ '_"-..7:..- " _ _.=::.:::;;.--::.. -=~_•.......~;:
Este tipo de mansarda assim construido com paredes Quando a espessura da parede que sustonta 0 alc;ado
de alvenaria, oferece sobre todos os outros tipos de da mansarda for relativamente estreita, ju. so tern visto,
mansarda as vantagens importantissimas, de permitir a fim de manter a inclinac;ao normal, dar-lhe urn recno,
que no interior das babitac;oes se mantenha a propria pequeno, e claro, sobre 0 vigamento. Assim, 0 alc;ado
temperatura do ambiente. No verao nao deixa passar 0 da mansarda, nao avanc;a sobre a cornija, para 0
calor, como no inverno nao passa 0 frio. exterior.
R as outras mansarda.s tanto 0 calor como a frio prej n· Porem, este recurso nao deve fazor-se com man at-
dicam urn pouco a temperatura interior. Porem, quando das de alvenaria.
o espac;o vazio entre os dais revestimentos, 0 interior e Mas de modo geral todas as casas de mansarda sao
o exterior, aquele de tabique rebocado, esbo~ado e estu- boas habitac;oes, muito ul'ejudas e muito soallien a~.
cado, e esta de chapas de ferro galvanizado ondulauas sendo apems pl'ejudicadas as dependencia que fic'
on simplesmente chapas de zinco, e relati\'amento hOJJi, tlxJlostas no norte.
impede-se tambem de certa maneira esses inconycnioilles. J )Ul':t1lte mnito tempoIlS01l-S0 em (Illase tade
'e a espessura da parede e relativamell'te grandt" 0 fica~oes, a constrn~uo das coberturas com agua-
problema da prumada do paramento interior fica com- das. dando pOI' isso azo as belas mam'a das,
Ie mento resolvido. 0 interior da mansarda fica con- esses te111pos, no nosso pais, eram gera~me -e
\" 'en emente igual aos interiores de qn:llqllor :mdur (hs de tel bas portuguesn', pintada a "eze-'
ual uer predio d rendimento. quanJo nao el'am \"idrad' de a cor.
co DE TRAPEIRA
:\ con- ru<:ao das trapeiras tern lugar nos telhados As trapeiras podem construir-so em qualquer 0--:
quando se pretende aproveitar 0 s6tao para ha- das vertentes dos telhados e com qualquer aspec o.
. a~~0, criando-se assim nos eclificios 0 andar designado A caixa a deixar no varedo para 0 arvoramento
or agu 'jurtadas. As trapeiras que se destinam a ser- trapeirl1s e obtida pOl' meio de uma au duas cade' --.
;ir 35 aguasjurtadas, tern ('m geral dimensues apro- Estas constroem-se como todas as demais cadeias
rindas para janelas e as vezes mesmo para porta~, que suo usadas nos vigamentos. Quando a trap' _ -
quando se pretende pOI' elas passar ao telhado. construida na partebaixa da vertente do telhado, j
Quando 0 aproveitamento do s6tao nao interessa ao ao frechal sobre a parede, basta uma 86 cadeia na
edificio, e algumas yezes conveniente construir qualquer superior da junc:ao com a varedo. As duas cadeias -C-.
apeira, pOl' mais pequena que seja, para servi<;o da lugar quando a trapeira e construida a meio da
cobertura, visita do telbado e realizaC;ltO de obras. tente, ou It qualquer altura do varedo, para se ob-c_
Para dar luz ao s6Uio e seu arejamento para a pro- interrup<;ao das varas nos seus dais topos (Fig. 12 .
ec<;ao das madeiras da estrutura do madeiramento, E como em todos as seus casos a pe<;a de made:_
constroem-se pequenas lucarl1as de abrir e fechar, e que forma a cadeia, comporta as mesmas secQoes
3,:sentam-se telhas de vidro. varas. 0 numero de varas a cortar com a cadeia
~ mais nao e preciso. ]Jende da la.rgura que se queim. dar ttS trapeiras.
B das trapeiras das :'tguas-furta<las que aqui vamos Construidas as cadeias acba-se a caixa da trape'
tratar, com os esclarecimentos tecnicos necessarios a prouta para receber a sua constru<:ao, que corne~a pelos
poder fazer-se a sua constru<;ao, dentro dos bons mol- prumos da frente, que sao dois, urn em cada extrema
des cIa carpintaria civil e de acordo com os projectos da larguru. A cobertllra das trapeiras pode sel' de ver-
das edifica<;ues qne as concehem. tentes Oll arredonc1ac1a.
A constru<:ao das trapeiras pode oheJecer a estilos
e pode comportar [IS dimensoes pretendidas, dentro da
...-ertente do telhado onde tenbam lugar.
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-i. 'J. - C.llXA PARA TflA.PEmA )<.'.11 QUALQUER I?i~. 13.- CAIXA PARA TRAPEIflA A .X. "CEil
ALTURA DA rLETLS'1'E DO FRECHAL
~-\PEl S D E COB E RT U RA TRAPEIRA DE COB
ARQUEADA DE D U S G
lhados e, como nos outros tipos, variavel, 0 toseo difere chal que Ihe fica a frente, ou ainda na cadeia _ --
alguma coisa do tipo precedente, que apresentamos em a trapeira fica em qualquer ponto da altura da ,e1 - -
desenho. do telhado. Sobre os prumos e a meia-madeh·a a.s
Construida a sua caixa com as respectivas cadeias, -se uma verga, que vai de urn a outro. Na ver . -
arYoram-se os dois prumos da frente, e sobre eles cor- senta·se urn pendttral pOl' meio de orelha de1'1'abada _~=
rem frE'chais que vao morrer sobre a cadeia do tardoz, se destina a suportar 0 pau defileira, porque es e _~-
no Tabo da trapeira. blema trata de uma trapeira com a cobertura de
De urn ao outro frechal assentam-se cambotas, com {.guas (Fig. 14).
urn arqueado pr6prio para nele se l)regarem as tabuas o pau de fileira que se estende desde 0 pendur
que formam 0 forro da cobertura. a cadeia, formando 0 1·abo da trapeira, assenta nela
Nas duas ilhargas da trapeira pregam-se as tabuas de meio de samblagens.
forro que vito do frechal ate abaixo das varas, que lhes De ambos os lados da fileira partem as madres q -
ficam na prumada. se assentaram sobre a verga e vao terminal' tambem
As tabuas do forro da cobertura, quando 0 arredon- cadeia, nuns travessanhos em diagonal da propria c -
dado Da.Opasse de urn simples abaulado, podem ser liga- deia, as varas laterais.
das entre si pOI' maclzo-ejemea, mas quando 0 arco e Depois, em ambas as ilhargas da trapeira assenta·sa
relativamente apertado esse aconselhado trabalho tor- urn forro de tabuas, que pregando nas madres ou e
na-se impossivel, e pOl' isso as tabuas ficam simples- frechais superiormente, vai baixar as varas laterais onde
mente encostadas, com as juntas devidamente prepara- inferiormente prega.
das para ess,;;,fim. Da fileira para as madras assenta·se 0 varedo tal qu
Para a sua fixat;ao sobre as cambotas aplicam-se como se procede nos telhados. Em seguida pregam·se
pregos de setia. Depois da pregagem de todo 0 tabuado as 1'ipas e os bal'bato8 de acordo com as tellias que se
faz-se 0 afagamento a p]nina sobre a junt;aO das ta- lhes destinam.
buns. Assim, temos uma trapeira com a cobertllra de telhas.
Constrllido 0 toseo faz-se a cobertllra com zinco em Se em lugar de telhas the apllc:issemos chapas de
chapa em todo 0 exterior da trapeira. ferro onduladas ou de zinco, a disposic;ao das varas
Quando as trapeiras ficam desviadas do a]geroz e das rip as seria, como e de saber, outra.
faz-se abnixo delas a continua~a.o do telhado ate se de- POI' efeito decorativo, deixam-se as ve2es as pontas
brll<:nr no a]geroz, como apresentamos no nos so estudo da fileira e das madres crescidas sobre a frente da tra-
(Fi,r;. 13). peira, a nm de darero ~t cobertura um balan<,;orelativa-
Este tipo de trapeira presta-se muito a ser constl'uldo mente apreciuvel. Nestes casos as pontas SaGrecortadas
em pequenas dimensoes, para dar simplesmente passa- para melhorar 0 aspecto.
gem para 0 telhado, mas tamMm em todas as dimensoes Terminada a constru<;{ao de madeira, ° seu tosco, a
tern condir;ues apreciaveis. frente e as ilhargas das trapeiras sao revestidas de
Economicamente falando, este tipo de trapeil'a 6 sem chapas de zinco. .
duvida urn dos mais pr[lticos e de mais f,lcil exeeu~ao Em algumas obras as ilhargas das trapeiras sao cons-
para 0 revestimento de chapas de zinco. titnidas pOl' chapas onduladas de ferro ou pOI' ard6sias.
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Actuallllente esta fora de uso a aplica<;lio de telba:> prumos, da verga e do peitoril ~b.o apre:"'=.-
de ardosia, que lllais nuo eram do que Ulllas delgada:> pormenores (Fig. 14). Nestas samblagen~
laminas negras. os dentes, as metas-1I1adeinlS e as orelhu<!; - _ -= -
Usaram-se bit dezenas de anos nestes re\'estimentos pOI' pregos de sec<;ao quadrada.
chapas de ferro imitando telhas, em caneluras, mas com
o tempo desapareceram.
'rambem em algumas edifica~oes as trapeiras sao
construidas pOI' tabiques, rebocados e caiados au estLl-
cados com cor na massa.
Para esse genero de trabalhos, faz-so logo em 80-
guida ao assentamento do forro nas faces laterais, a
aposic:ao de fasquiado para receber 0 reboco exterior.
Sobre as varas laterais de cad a lado da trapeira, cons-
tr6i-se urn canal - 0 agniei1'o, para receber as {Lguas
ua chuva. A sua construc;ii.o e feita com uma ripa, das
de telhado, pregada em todo 0 prolongamento da vura,
sobre os topos do ripado, fazendo calha de encontro a
trapeira. Depois de bem revestido ue zinco fica em li-
ga<.;ao com 0 revestimento lateral da trapeira; uma
umpla aba da chapa da sua cobortura fica sob as te-
lhas, a fim de nno permitir a passagem da agua pluvial
para 0 madeiramento e depois para 0 interior da casa.
Essa aba ou fralda de zinco sob a telha nao cleve mediI'
menos de OIll,25 ou OIll,35.
Quando as ilhargas das trapeiras sao revestidas de
telhas ou de chapas de ferro onduladas, 0 revestimento
dos aguieiros tambam deixa desse lado uma fralda que
fica debaixo das telhas.
S6 com urn born e bem feito revestimento de zinco,
o aguieiro pode suportar a agua que the cai e que tem
de conduzir ao algeroz .
. 0 vao sobre ,a verga entre 0 varedo, nl1 frente da
trapeira, e tapado de tabuas de forro. As liga<;oes dos
TRAPEIRAS DE TRES AGUAS ambos os paramentos, de acordo com as restailtes pa-
redes interiores cia casa.
Quando a resistencia do pavimento e apreciitvel cons~
ESTE tipo do trape~ra. e muito usa~a llas casas sola- tr6i-se em. vez de um v:ul&,arfrontal au tabique, quase
rengas, nas edrfi.ca~oes pomballllas 0 nos gran des sempre mms ou menos hgmro, uma parede de ll1eia-vez
imoyeis de aspecto ultra-classico. de tijolo, ficando desta manoira um conjunto homoO'eneo
l;- su?- constru~uo pm'ece um tanto pesada it pri- acima do telhado. 0
m81ra. vIsta, mas 0 seu aspeeto tem urn certo cunha ar-
tistico. A parte exterior de alvenaria e tratada nos seus pa-
Estas trapeiras S~to.guase sempre construldas junto ramentos como for tratada a facbada da edificaQao, de
do algeroz, ficando-lhe abaixo simplesmento urn esharro, cujo conjl1nto faz parte.
que e uma. fiada. de telbas ou uma cbapa de zinco. A cobertura deste tipo de trapeira e de tres aguas
A sua constru<;ao nssenta principalmente na parede ou vertentes: dUelSaguas mestras e uma tacani~a, que
da facbada, onde a trapeira tern lugar e onde para 0 seu fica de frente.
al<;i1dose eleva uma vez de tijolo, ou mesmo Ullla sim- E mais, tambem neste tipo se exige 0 beiral de telhas
ples meia-vez, de meia-cana.
Os lados ou sejam as suas illwrgas, que do telhado Feita esta descri<;uo, frisamos que tambem se pode
para cima sac revestidas de telhas au do chapas ondu- aplicar 0 sistema de duas vertentes, e que tambem pode
ladas de ferro galvanizado, nao sac mais do que UllS leval' na frente da cobertum uma aba ou testeira re-
frontais assentes no pavimento. Para dar lugar a este cortada. lsto, e claro, se se tratar de uma constru ':_
assentamento com 0 seu peso pr6prio, e conveniente pitoresca.
qne 0 pavimento seja de betao armado ou de abobadilba, No nosso desenho do corte desta trapeira (Fig . .:.:
ou ninda de qualquer outro que ofere<;a a necessaria veem os leitores a forma completa da sua constr -
resisten cia. Ve se alem do madeirameuto, a serrafado do teet c
Algumas vezes 0 assentamento dos frontais que for- disposi<;uo das telhas. 'l'ambem a liga<;uo do pa .~:::--
mam os lados da trapeira assentam pura e simplesmente a frente da trapeira e executada, como se pra~ -
sobre 0 vigamento, cujas vigas qua ficam nessns pru- geml nas dependencias das casas de habita~ao,
madas sao refor<;adas, como e conveniente. da janela pode ser de betao armado ou de ..
A; parte inferior desses lados ou ilhargas, a que fica pende da importancia da obra.
abaJxo do telhado ate ao pavimento, e devidamente fas- Compreende-se que a' boa qualidade do
q 'ada para receber os rebocos, esto~os e estuql1es em deve concordar com 0 conjunto.
Fig. 20. - TRAPEIRA DE FACHADA
(A - AZ,;ado j B - COTte e Lado)
<;oes' de pequena monta, interrompendo da mesma ma- pendo Jo mesmo modo a platibanda e a aloeroz ..• n? .
neira as platibandas. estas pequenas trapeiras ponca liga<;ao e tabe ec~_ c
As fre~tesJ como dissemos, sao de alvenaria e fazern as fachadas. 86 0 fazem na sua base.
parte da fachada, mas as ilhargas sao construidas elll Estas pequenas obras cOlllportam em ,.. r' c(, 2.
qualquer forma de constru<;.ao como qualquer dos outros ras de Juas vertentes.
. emas de trapeiras. A frente da sua cob,'rtnra, ger31men e. ne.::' .::e
As trapeiras de dimensoes avultadas tanto podem feita de telha~ de qllalqucr tipo, nplica-. e UTI: c·'
comportar nas suas facbadas janelas, como portas de gem de madeira, que Ibe da um cunha ce ce
,~andl!, de peito au de sacada. . Esta testeira, que as vezes e apenas con::-' ;
.A. fim .de se obter mais luz au arejamento nas de- meute pOI' duas regaas, uma obre ca \"
endencias d~ agnas-furtadas, tambem se costumam hem pode tel' no eu cen-ro uma ] ':-1.
'ao de jane4s nas ilhargas das trapeiras .. Estes complemell a de realce.
Estas pequenas eleva<;;oes acima da platibanda favo- Os eixos das trapeiras devem corresponder as mes-
~ecem os bons s6taos, transformando-os em habita<;5es mas linhas de eixo dos vaos das mansardas, como estes
cei a,eis. devem corresponder aos vaos dos andares inferiores.
_-lio sao, e claro, como toda a gente sabe, as aguas- I8to e, tados os va-os das fachadas devem ficar na mesma
: urtadas casas de habita<;;ao de primeira ordem, mas linha de eixo, de alto a baixo do edificio.
"ao de certo modo superiores aos subterraneos. Nas As dimensoes das trapeiras neste genera de constru·
edificagoes de pequeno fundo nao ha, quase vantagem gao nunca devem atingir grandes proporgoes.
enhnma no aproveitamento do s6ti'io, mas nos edificios Geralmente constroem-se nestes telhados umas tra-
de grande fundo, em que 0 ponto do telhado e bastante peiras, cuja largura nao passa de 1m,20.
e e,ado deve fazer-se esse aproveitamento, ganhando 86 em caso de absoluta necessidade se constroem
m bom e apreciavel andar. trapeiras de grandes volumes.
Quando os pontos dos telhados sao muito elevados As vezes, quando os s6taos nao sao destinados aha-
:oda a cobertura fica desprovida de beleza se nao con- bituguo, as janelas sao ovais ou circulares, apenas uns
""iTer as necessarias trapeiras, estabelecendo-se uma vulgares 6culos revestidos de chapas de zinco na sua
a a-furtada. estrutura de madeira.
Em certos edificios, devido ao seu grande telhado, A melhor chapa de zinco para os trabalhos de reves-
a roveita·se, acima das aguas-furtadas, urn s6tao, as timentos das construgoes de obras de telhados, e a do
"ze de boa categoria. n.O 12.
ANOTAC;OES
A prop6sito da construgao de mansardas e trapeiras
ETIRE as janelas e portas de mansarda e as trap eras, nao tratamos aqui dos seus estilos, nem das suas pre-
em qualquer das suas formas, hlt indubitavelmente posigoes artisticas dentro de qualquer faceta arquitec-
emelhan~a muitissimo apreciavel. t6nica, tratamos somente do tema construtivo.
0- algados destas construgoes sao em tudo mais do Exemplifidmos algumas construgoes, as que nos pa-
_ e semelhantes, sao quase que absolutamente iguais. receram de maior importancia, destes ramos de traba-
. ob8e ,ar-mog com urn pouco de aten<;ao as trapeiras Iho das coberturas de edificios, quer de caracter de
eo...s nidas, pelo menos 0 seu al<;ado, com alvenaria habitac;ao quer de tipo industrial, para melhor clareza
-randas de beirais e olhar-mos seguidamente para as e compreensao dos nossos leitores.
s de uma mansarda construida da mesma maneira Desenvolvemos os esclarecimentos das fases dos tra-
os materiais indicados, temos, portanto, uma obra balhos de carpintaria, na construc;3.o dos toscos das
mansai'clas e das trapeiras, as suas ligac;oes com os te-
-:1 diIeren~a s6 existe no comprimento da estrutura, lhados e com as platibandas, nao olvidando 0 conjunto
C ::::l. . a nas trapeiras e curta nas mansardas. geral de toda a cobertura.
_-0 elhados das mansardas, nas vertentes superiores, Pelos conhecimentos expostos ficam os estudiosos ha-
::==: e endido, podem tambem construir-se trapeiras, bilitaclos no desenvolvimento a dar a toda a sorte de
~_: _ e 0 s6tao sob1-e 0 andar de mansarda pode ser mansardas e de trapeiras, que tenham de construir.
~:-o\ej do, nao s6 para habitagao como tamham para Qualquer que seja 0 genero de construc;ao e em qnal-
C;1ioon outro qualquer fim. quer material, a forma de tragal' e execntar a obra e
.3.. cOIlSuUl;ao da trapeiras nas vertentes superiores sempre dentro dos estudos aqui apresentados .
dos de mansarda, deve obedecer as mesmas A construc;ao dos toscos das cobertnras e urn dOB
~a<;~ 0 de oda a obra. mais interessantes ramos da arte de constrnir.
·
·
'----- J DA CONSTRUCAO (IV
ORRAS D
ALVENAR I
,I
EDIQAO DO AUTOR
F. PEREIRA DA COSTA
DISTRIBUIQAO 'DA PORTUGALL~ EDITORA
- CC LISBOA PRECO
"" '"
, - ,
E CICLOPEDIA PRATICA
DA CONSTRU~AO CIVIL
RAS DE AL VENARIA
" e al\enaria, em qualquer das suas modali- cOllstitui<;ao dos tra<;os deve sempre observar-se rigoro-
- =5. ormam a part~ mais importante da Arte samente.
~. A alvenaria e 0 Ilgregado das pedras na- As boas qualidades das pedras naturais e dos blocos
:;;blocos artificiais com a argamassa. artificiais devem igualmente ser garantid<ls.
-:;; 'pos de alvenaria saD varios, do mesmo A agua e sem duvida 0 elemento indispensavel da
.,amassas SaD de diferentes qualidades. E em preparavao da argamassa e da forma<;ao da alvenaria.
'dade da argamassa que caracteriza a aIve- Nuo deve ser desprezado 0 seu estado pr6prio: deve
ser doce e limpa, embora aos estranhos da Constru<;ao
-:~ a:-gamassa origina uma boa alvenaria, e esta e isso pare<;a dispensaveI.
-=~ garantia de uma hoa edifica<;uo. Tanto a areia A alvenaria na sua formar,:ao, elevando as paredes, e
cal ou 0 cimento, devem estar livres de mate- uma boa consumidora do melhor dos liquidos. Deve
_ - ==--anhas. acompanhar os pedreiros em todos os seus trabalhos,
_" €.l.ementos constituitivos das argamassas devem desde as funda<;oes ate as platibandas, passando pelas
5~pre de superiores qualidades, como tambem a paredes e revestimentos, pelos tijolos e pelos azulejos.
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PAREDES DE ALVENARIA
DE PEDRA IRREGULAR
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Ftg. 14.- PAIlEDES DE TIJOLO A 11/2 VEZES Fig. 15.- PAREDES DE TJJOL 0 A 11/z VEZE
(I - AparelllO de sistema hvlandes; (L - Aparelho de sistema inglCs;
J - AparelllO de sistema ing/es) ill - Aparclho de sistema flamen,qo)
~.-JJI
Fig. 16.- PAREDE DE TUOLO A 2 VEZES Pig. 17.- PAREDE DE TIJOLO A 2 VEZES
(Aparelho de sistema ingles) (Apartlho de sis lema jlamen[}o)
:-1 :
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I
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(A - Paredes de [) vezes - aparelho de sistema inples; Fi,q. 19.- PAREEES DE TIJOLO A 4 VEZE
B - Paredes de 3 112 vezes - aparelho de sistema ingl€s}
(Apl1.relho de sistema 1:ngles)
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B
1'i4.t'JJ/mlJ./M!"
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a junc;ao fique perfeita e travada como e conveniente. Algumas vezes tambem se designam par panos de
Xa ocasiao deste recomec;o de trabalho e conveniente tijolo, mas a sua espessura nao permite essa designa<;ao.
molhar toda a parede feita. () assentamento e feito no sentido do comprimento da
Quando se chega it altura dos peitoris faz-se 0 elfgi- parede e dos tijolos, ao baixo.
mento com argamassa, onde se marca com um riscador Estes tabiques podem ser construidos de qualquer
ou com a colher 0 local para 0 assentamento das om- tipo de tijolos, nao oferecendo, porem, nenhuma vanta-
breiras dos vaos. gem a constru<;ao mista.
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Pig. 22.- CDNHAL DE TIJOLOS A 11/2 VEZES fi'i!l. 23.- CUNHAL DE TIJOLOS A 2 VEZE~
(Aparelho de sistema. flamengo) (Aparelho de sistema il1gieS)
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A construc;ao destes tabiques e fsita tamMm por fia- PAREDES DE 1 E 1./2 VEZES DE TIJOLO.-
das niveladas, e as juntas dos tijolos devem ficar des en- Sao consideradas fl'ontais estas paredes cuja espes-
contradas para melhor travamento. sura oscila por om,35, medida que corresponde a
um tijolo atravessado e um ao comprido, assentes ao
PAREDES DE 1 VEZ DE TIJOLO. -- Sao ainda baixo.
consideradas frontais estas paredes cuja espessura e em o assentamento dos tijolos e feito por fiadas horiz-o -
osso om,23, (Fig. 12 e 13). tais com as juntas desencontradas, tanto na lar lIT
o assentamento dos tijolos nestas paredes e feito por como no seu comprimento (Fig. 14 e 15).
fiadas, sendo um tijolo ao comprido e dois atravessados As fiadas na altura da pare de sao marcadas num
e sempre alternados em todo 0 comprimento da parede fasquia que serve de mestra, a fim de manter cons
e assentes ao baixo. temente a sua eleva<,iao mais ou menos nivelada e
Mantem-se 0 nivelamento das fiadas por cordel e com vada.
o fio de prumo garante-se a prumada. Esta parede e a mais grossa que se constroi de ·jo.o,
Em geral nao se empregam nestas paredes tijolos sem falar-mos nas paredes de alvenaria prbpriame -
qUflbrados senao nas extremidades para conclusao das dita, que atras tratamos.
fiadas.
as ligac;()es com outras paredes faz-se 0 indEinta-
mento que ja descrevemos. PAREDES DE 2 VEZES DE TIJOLO - As
As paredes de tijolo a 1 vez podem ser construidas de des de ~ vezes de tijolo, cuja espessura correspo de ~
'jolo furado, de tijolo macic;o e de ambos os tipos. comprimento de dois tijolos atravessados, nao 0 e e=
uando se empregam dois tipos de tijolos designam-se vantagens nenhumas, pOl'que com essa espess
por frontais de tijolo misto. Esta combinac;ao de troem-se paredes de alvenaria de pedra muito m "
" os e feita com 0 assentamento dos tijolos furados n6micas.
~ ~ ntido do comprimento, e com os tijolos macic;os no Assim sucede tambem com as duas em'
:=~ 'do transversal, e sao os travadouros. Deste processo tijolo. Porem, com tres vezes ou mais cons
-ede tem uma certa consistencia e fica mais econ6- boas alvenarias, de apreciavel resistencia e - :>
o que 0 frontal de tijolo burro. a determinadas edificac;()es.
E ALYE~ ARIA
? a 0 amparo de terrenos escarpados e que amea- Os pilares san corpos de constru<;iio des cados da
desprendimento, constroem-se empedrados inclina- obra principal, quase sempre de sec<;iio quadrada
:.-: e em'ocamento8, com as juntas das pedras tomadas e destinados a suportarem partes superiores e balan-
argamassa de cimento e areia. ceadas.
Os pHares podem ser construidos em ah-enaria de
s vezes os empedrados san construidos pOI' pedra pedra e de tijolo, nas edifica<;fJes vulgares, e de cauta-
~ ca ou alvenaria insos8a. ria nas obras de pre(,{o mais elevado.
muros nas divis6rias de tern'nos san muitas vezes Na constru(,{ao de al venaria de pedra irregular, pre-
on truidos de pedra seca, sendo a sua seguran(,{a bem param-se previamente os blocos que formam os cunhai
brida pelo reboco aplicado em ambos os seus para- aparelhando-os em duas faces formando 0 angulo.
~entos. Como as pedras san fl'agmentos irregulares na forma
e nas dimensfJf\s, a alvenaria vai·se elevando, tendo
sempre em vista 0 assentamento dos blocos, que man-
tern a esquadria nos cunhais dos pHares.
Construidos com tijolos os pHares podem possuir sec-
OS cunhais das paredes que devem sempre ficar bem
construidos, tanto podem ser de alvenaria de pe-
(,{fJesmenores, do que aqueles que se constroem de a1-
venaria de pedra. Os aparelhos obedecem a sistemas de
a como de tijolo. No primeiro caso devem previa- encadeamento curiosos, usados em todas as boas cons-
mente aparelhar-se as pedras a picao grosso, como ja tru<;oes de tijolo.
dissemos, a fim de bem condizerem com os paramentos Os pilares podem ser construidos, a 1 vez, 1 vez e
das eleva<;:oes. e formarem os angulos de acordo com a meia, 2 vezes, etc. Se estes corpos sao apenas destina-
orma da planta da edifica(,{ao. Quando construidos de dos a aparencia, podem construir-se com tUolos furados,
'jolo, 0 aparelho deve ser cuidado de maneira a fazer- mas em geral como tem de suportar cargas a sua cons-
-se uma boa trava(,{ao, combinando·se bem 0 desencon- tru(,{ao e feita com tijolos burros.
:TO das juntas. Geralmente adoptam-se sistemas ja muito i.\os nossos desenhos damos 0 desenvolvimento que
conhecidos e usados, nos paises onde se constroi quase estas constru(,{oes exigem.
:;omente com tijolo. Sao os aparelhos denominados in- Os pi/ares podem ser de sec<;fJesquadrada, rectangu-
gleses e jlamengo.~. lar, sextavada ou oitavada. Estas constru(,{fJes assentam,
Nos nossos desenhos apresentamos os cunhais nao s6 como e natural, sobre funda(,{fJes ou sobre qualquer
de alvenaria propriamente dita, como tambem dos fron- troc;o de constru(,{ao.
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Fig. 28.- LIGAQOES DE PAREDES DE TIJOLO Fig. 29.-LIGAQOES DE PAREDES DE T1JOLO
= - Paredes de 11/2 e 1 vez; B - Paredes de 2 e 11/2 vezes A - .Paredes de 2 vezes; B - Paredes de 2 e 1 l1z ~
(Aparelho de sistema in,qles) (Aparelho de ,istema flamengo)
.A pozolana que e uma terra vulcanica e que por isso
~' :e encontra nas montanhas onde existem ou tenham
2 0: 'do \ulcoes, deve 0 sen nome a Pouzzoles, locali-
e dos arredores de l'\apoles, na vizinhanc;a do Vesu-
:0. de onde se extraem grandes quantidades .
.A pozolana e geralmente constituida por silica, alu-
. io e pir6xido de ferro. Kunca e utilizada em natural.
_ 3ra ser empregada adiciona-se-lhe, conforme 0 volume
-0 nabalho, quantidades calculadas de magnesia, cal e
:6dio ou potassa.
Como as necessidades industriais deste produto eram
erandes, fabricavam-se tambem pozolanas artificiais
constituidas por varias substancias, tendo como base a
_ilica. e 0 aluruinio.
=
Com 0 desenvolvimento da industria dos cimentos, 0
emprego da pozolana quase que desapareceu pOI' com-
pI to nalguns paiflso
Obtem-se uma pozolana artificial, de n'gular quali-
dade, muito propria para grandes maciGos, calcinando Fig. 8t. - PILARES REGTANGULARES DE TIJOLO
calciJ.reos que contenham de 57 a 84 partes de argila
or 43 a 10 de carbonato de cal, a que se junta, depois A - Pilar de 2 vezes; B - Pilar de 2 vezes por 2 1/: ve:u'
G - Pilm' de 1 vez por 1 11z vezes; D - Pila?' de 1 ve=
de perfeita pulverizac;ao, urn pouco de cal gorda.
Esta pozolana assim obtida, e muito econ6mica e 0
seu endurecimellto muito rapido.
Para 0 betao 0 cimento mais apropriado e 0 de presa
media, porque durante a sua ceSrLOha 0 tempo neces.a-
rio, para se .iuntarem as camadas que formam 0 todo
da obra. em perfeita Jiga<;ao.
Para trabalhos hidraulicos 0 cimento indicado e 0 de
presa rapida.
As cores pr6prias dos cimpntos vao do amarelado ao
cinzento e ao escuro, quase negro. 0 rnelhor cimento e
~=r~ aquele que depois de 120 horas de imers~w, resiste a
I ~l uma pressao de 20 quilos porI centimetro cubico.
-' Os cimentos de fabrica<;ao nacional silo classificado
de hOIl qualidade para todos os generos de trabalhos:
I quer de alvenaria, de betao ou de betao armado.
Os cimentos brancos san em geral destinados a para-
mentos que fieam it vista, como guarnecimento pr6prio.
BRAS
A LV E N'A R I
II
. EDIOAo DO AUTOR
F. PEREIRA DA COSTA
DISTRIBUIQAO D.A PORTUGALIA EDITORA
PRECO
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15 00 LIS B·O A
ENCICLoptDIA PRATICA
DA CONSTRU€;AO CIVIL
BRAS DE ALVENARI
XPO:TA. no Caderno N.o 13 a constituic;ao das alve- antever os trabalhos de cantaria, que podem subs' .
~arias com os materiais seus componentes, especi- certos motivos arquitectouicos que fazemos de 8.:'0 -
:: _ 0 as argamassas, tratamos agora neste Caderno massa.
-n s diferentes aplicaGoes. Desenvolvemos os casos Os vlos de portas, janelas e frestas sao tratados co~
--5 aredes exteriores com a alvenaria de pedra, e os a clareza necessaria, descrevendo as sua denomina<; s
edes interiores com os frontais e tabiques de particulares a cada situaQao, para que os estudiosos
os menos versados nos termos tecnicos da Constru<;·
E odamos as obras de alvenaria desde as fundac;oes Civil possam compreender, sem duvidas, 0 que esc -
• platibanda, descrevendo todas as fases com a apli- recemos.
- 0 de socos, pilllstras, faixas e cimalhas. A materia respeitante a areos e ab6badas sera mo-
Esrudamos a construc;uo e 0 trac;ado de molduras e tivo, como as obras de cantaria, a cadernos apropriados
ontoes, dentro das regras das alvenarias, deixando sequentes.
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ma placa de betao armado em toda a superficie da edi- como e corrente. Desta forma a massa e vasada no
ficac;ao, e ootros sistemas mais ou menos identicos, estao caboueo, das pr6prias latas ou padiolas em que e conuu-
indicados, obedecendo a calcolos de resistencia. zida.
Nos terrenos duvidosos tern de procedAr se sempre Todas as jundar.;oes deverao fiear bem ligadas entre
a construc;ao de sapatas, como ja vimos, dando pOl' si, em todo 0 conjonto da obra.
,ezes cuidados apreciaveis, pois os as.~entamentos e os A fim de dar passagem as eanalizagoes de esgotos,
escor1'egamentos surgem-nos, quando menos os espera- em manilhas de gres, que s6 depois das fundagoes cheias
mos. se fazem, ligando-as ao colector da via publica nuns
Para terrenos que nos nao ofere cern eonfianc;a, cons- casos, e a jOSSfL nootros, deixam-se umas aberturas na
uimos boas sapatas com a largura de om,10, para eada alvenaria dos caboucos.
ado da parede da fundac;?to. Terminado de uma maneira geral 0 completo enchi-
Em alguns casos aplicamos, antes da sapata, sobre mento dos caboucos, isto e, cODstruidos os alicc1'ces do
o terreno, uma camada de cascalho de uns om,10 ou edificio, inicia-se a eleyac;ao da constru<;ao.
0"',15, sobre a qual vazamos 0 betao.
Alguns construtores espalbam sobre 0 solo das fun-
dac;oes, uma leve camada de areia de argamassa, quando
a erra e urn pouco argilosa .
.d..pedra a empregar na alvenaria de fundac;oes, nao ENTRE 0 nivel do terreno e 0 pavimento do res-do-cha.o
e,era, ser de pequenas dimensoes, apenas se utilizando deixa-se ficar urn espac;o livre, destinado it cir-
equenos fragmentos no enchimento entre os grandes culac;ao do aI', designado pOl' caixa de 0.1', e que
ocos. Danca deve tel' menos de om,60 de altura. A fim de se
Os espac;os vazios deverao ser sempre evitados, a fim estabelecer urn born arejamento em toda a caixa de ar,
e no preeavermos contra infiltrac;oes de humidade deixam-se umas aberturas em todas as paredes interio-
~e agua, e ate mesmo da que bra da pr6pria alve- res, de compartimento para compartimento. Estas aber-
a. turas poderao mediI' de om,30 a om,40 de largura, pOl'
o enehirnento dos caboucos termina cerea de om,10 0, m40 ou Om,50 de altura.
o 0"'.15, abaixo do nivel do terreno ou do pavimento Muitas vezes, mesma. tamhem se abrem nas paredes
a. Kos angulos ou cruzamento de paredes, assen- exteriore8 uns ventiladores, para constante renovac;1io
-~e pedras gran des que atravessam de uma a outra do ar interior .
.:-~e e, para que 0 travamento seja perfeito. Este arejamento preserva de apodrecimento ou ata-
enchimento dos cabouco8 nunca devera ser feito que dos insectos, 0 vigamento e 0 soalho do primeiro
e pOI' parede, mas sim simulHineamente Duma piso. Exceptuam-se da caixa de ar os pavimentos de
e zona de construc;ao, para que as ligac;oes sejam betonilha, betao armado e outr08 de similar consti-
DaD0 possivel como monolito8. tuic;ao, como sejam os das cozinhas, casas de banbo,
mill as obras as fundac;oes nao SaD cbeias de latrinas, salas de festas, etc.
n:t1gar de pedra rija e argamassa de cimento Quando 0 nivel da rua e relativamente alto em rela-
8.0 ac;o de 1:4, nem de argamassa de cal e c;ao ao nivel do terreno, as paredes das caixas de ar
de 1:3 mas de betao a 2:4:6 ou 1:3:5, fazem parte integrante das fundac;oes.
J..s paredes da caixa de ar apertam as suas espes- piores, de terra movediga ou de en-n - o.
s sabre as fundagCies om,lO de cada lado, s6 em correr a poc:;os profundos, que se e c e
c~_ as casas, porque de ordinario manteem-se as espes- sobre os quais se fazem correr vigas d
as das fundagoes (Fig. 8), ou grandes arcos de tijolo, que ressah-arao eXLE:::- -
Quando as edifica~oes tern subterraneo, com 0 piso cerca de 3m,aO.
aixo da terra de qualquer das suas fachadas, procede-se Os espagos vazios de pogo a poc:;o, sob as
com as paredes desse andar, tal qual como procedemos sob os arcos, enchp,m-se geralmenre de ah-e a '3 0---.
com as paredes da caixa de ar Duns casos, e noutros naria, como simples tapamento, se hoo,er p7e ',,-
procedemos como se fossem as paredes de urn res-do- disso, pOl'que se as vi gas ou arcos tocarem 0 -eo_==-
-chao, que mais adiante trataremos. tudo e dispeusado.
As paredes da caixa de ar, tanto as paredes me.~tras,
que sao as exteriores, como as que montam sobre as
"'undaC:;(jes,para suportarem os frontais ou tabiques, de-
,erao ser feitas com alvenaria de pedra e argamassa. As escavagoes dos caboucos sao feitas, como 0
POI' economia deixam-se quase sempre estas paredes gente sabe, com a enxada, e a terra e balde ..
. eriores e inferiores em d~stico, mas 0 seu emboQo e para fora com a pa. Se, porem, as fundac:;oes a 'ncE-
:nui 0 aconselbavAI, para se evitar a aglomeragao de in- grande profundidade, ja esse processo de trabalho ..-:
_ectos e precaver-se contra qualquer infiltra<;ao que de pode ser empregado.
oU uro venha a dar-se.
Tamhem 0 terreno, na caixa de ar, deve ficar com-
e amente limpo, para se evitarem os mesmos inconve-
entes.
A altura da caixa de ar permite que 0 1'cs-do-chao
fique superior 80 nivel do terreno ou da rua, dando a
babitagao a comodidade de estar afastada da humidade,
e as farhadas da edifical,:30 maior beleza. A estetica e a
convenipncia obtidas ao mesmo tempo.
Quando os primeiros pisos dos ediflcios sao desti-
na:los a lojas de comercio, as caixas de ar s6 se cons-
oem quando 0 terreno for muito mais baixo do que
o nivel da rua. De contrario essa particularidade e
inutil.
. _(-
,._._ .
'-'-'T'-'-- .-._.,
tijolo, a mais de uma vez.
Estas fachadas sao cortadas pelos \'aOR de
portas e de janelas, e por outras aberturus,
.tJ",J~ I. I tJn?Jr,,'rp
I
P,'/),r.in, I i J"nd~
consoante 0 projecto da obra.
Quando as paredes saem das fundu\ops. tern
!. N-n,J, P,,'l"e,,'// de ter-se em conta as saliencias, para a forma-
! <,;ao dos sacas e das pilastras, como vemos no
I
I desenho que mostramos (Fi,q. 12), ou, pelo con-
I
trario, deixamos caixas para dar lugar a socos
e pilastras de cantaria (Fig. 15) As dirnensoes
destas caixas sao estabelecidas de acordo com
as cantarias, tudo segundo 0 projecto da obra.
As saliencias dos socos e das pilastras, salvo
motivo eRper,ial do eswdo do arq uitecto, e em
geral de orn,02 ou om,025.
Do mesmo modo, tambem igualmente prati-
camos com as .faixas, que sao saliencias Lori-
zontais (Fig. 16), que tanto podem ser da pro-
pria alvenaria como de cantaria. Os socos sao,
como que urn rodapo, que sohre 0 solo percorre
.! a fachada, e as pila8tras sao saliencias verti-
I cais que partem do soco, comhinam-se com as
I faixas e topejam com as cornijas.
I Os vaos de portas e janelas, que, como ja
i vimos, SaD aberturas nas fachadas, destinados a
of""" •
dar passagem para a interior dos edificios e a
dar luz, ventila<,;ao para os interiores e recreio
para as moradores, e se constroem conforme a
projecto em execuc;ao, sao deviJameute mar-
cados sobre a alvenaria que se eleva. Os vaos
de janelas podem ser de peito, de varanda e de
••
~(J.IJ(J
sacada, tendo estes ultimos as caracteristicas de
portas.
Para a construc;ao dos vaos de portas, dei-
" xam-se geralmente galas de ambos os lados do
I -,-
~-.:p,~
J'bkf,.."
~
- ::.'[';"- AL <;:ADO
;:;~~jy. r•• 41 lijclo
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redes, des de 0 parapeito ate as aJ'estas e a abertura do
vao pelo lado interior.
Os tectos dos enchal<;(os, ou sejam os seus s6fitus,
em tambem 0 seu rasgamento ate a aresta, que se I I I r -
IOJ
denornina voo ou voamento.
As arestas, tanto do rasgamento como do voamento, Fig. 16. - FACHADA E EMPENA DE UJfA EDIFlC.J..';.;'.r
devern comportar tacos para a fixa<;(aodos guarneci- (Socos, faixas, pilast1'as e ciITUllhas)
Fig. 17. - PORTA.IS EM PAREDES INTERIORES DE TIJO[,O
(A. Esquerda vao com areo de tijolo; a Direita vao com verga de madeira)
Para se obter 0 bOIll equilibrio dos rasgamentos, e sidades, san sempre construidas a 1 vez de tijolo fura =:
mister considerar uma linha do eixo do vao, e estl!bele- (2 furos), se as cargas sao pequenas, mas se tern ~=
cidas as distancias de cada lado da Hnha do eixo para suportar vigas ou lages de betao armado, constroem·~=
a golas, da-se para alargar 0 ras~amento a medida com tijolo maci~o. Em certns trabaihos eonstroern-se -'"
mais conveniente; e na linha do paramento interior da paredes a 1 vez de tijolo. com tijolos maci~os no ~e::--
parede. da-se de cada lado da linha do eixo 0 respec- ticlo transversal. os travadouros. e eom tijolos furad
'vo comprimento, que se marea no chao. no sentido longitudinal. Da-se a esta forma de co "-
Nas Figuras 10, 11, 12 e 13, mostramos a forma dos truir a designa<;ao de tijolo misto.
enchal~os, tal qual se c:ostumam construir. Os panos de tijolo a cutelo san aplicados Das dj"';-
s6rias de retretes, vestiarios e outros tabiques que •
suportarn peso algum ou nao chegam aos tectos.
Os frontais que meden .. orn,23 em tosco (1 VPZ de -=.
jolo) e os tabiques que tAm em tosco 0"',11 e om.O:-
san assentes sobre as fundaqoes no seu eixo, e e::-
As paredes interiores sao construidas pel os Vill'ios vam-se ate ao nivel do vigamento ou de placa de be--
processos, mais ou munos conhecidos. Quando as armado, que forma 0 piso do andar superior, e sem,.:::
al edes interiores tern de suportar cargas de pavimentos assim ate 0 ultimo andar do edificio.
:nperiores, ou servirem de limite a corpos distintos da
edi£.ca<;ao, CODstroem-;.e paredes de alvenaria de peclra
arganwssa. As caracterlsticas destas paredes san as
::lesmas de todas as al venarias.
_-a con::-tru<;(')es aotigas as paredes divis6rias eram
os ontais e os tabiques, cuja estrutura era de madeira.
eroa1mente esses tipos de cODstruQao esElO pratica- Q UANDO as paredes atingem mais de 11I1,40 ja 0: :::
dreiros nao podem trabalhar, porque lhes fa~
~:e po tos de lado (,..). 86 em casos de ordem l'spe- altura n ecessaria. Come~a-s e pOl' isso a arma<;ao
a:'nda se constropm. andaimes.
~s divis6rias que tern de suportar cargas maiores, A travessam·se na parede que se constroi un L_-
~ co truidas a 1 vez de tijolo e correspondem aos vessanhos, que se apoiam nas suas extn ..ruidatles IE'~
::;.ro=. e as de menor esforQo sao construjdas a 1/2 vez prumos assentes no chao, espa<;ados de 2"',00 em 2-,( _
:::: "00 e correspondem aos tabiques. As divis6rias de Os prumos devem comportar a altura necessaria p ~
:::::-.: r s'rnplicidade san construiclas com tijolo a cutelo. se chegar ao fim da parede, isto e, ao seu ponto '"
.-=..ss-m no no~so desenho (Fig. 6') indicamos as es- alto .
:::='" - '" das paredes divis6rias.
~soes principai da construQao, as paredes que (*) Ern outro Caderno desta Eneiclopidia serao estud2:dc.;: -"
da e'cada e ouo-as, conforme as neces- Frontais, Tabiques e outras eEtruturas de madeira.
Quando os vaos sao relativamente estreitos, nm 0-
queno arco resolve 0 caso, e nas ob1'as de pequena c -
tegoria uma simples verga de madeira e mais qne sufi-
ciente.
Esta verga e sempre picada com um bico da enxo
nas suas duas faces, para melhor se Ihe agregar 0 rebaco.
1l/"etu:zrtR
eme/~vafQo
'--:i:
c.:"2aIIlassa, de cal e areia ou cimento e areia, sao em
=: 'm propriedades construidos de pedra seca, e outras
.eze' tomam-se as juntas das pedras nas faces dos pa-
::a:nentos, com argamassa, ficando interiormente a alve-
inSORsa.
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Tambem em muitas casos os muros de pe(b'a solta t '
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~o emboc;ados e rebocados nos seus paramentos, 0 que I
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ENCICLOPÉDIA PRÁTICA
8 DA CONSTRUÇÃO CIVIL
PAVIMENTOS
DIVERSOS
S U M Á R I O :
PRELIMINARES — MASSAMES — FORMIGÕES — BETÕES — BETONILHAS
— PAVIMENTOS SIMPLES, HIDRÁULICOS E CERÂMICOS — ESTRUTURAS
— LAGENS — PEDRA SERRADA — REVESTIMENTOS — CALÇADAS — 26 F1G.
EDIÇÃO DO AUTOE
F. PEREIRA DA COSTA
DISTRIBUIÇÃO DA PORTUGÁLÍA EDITOEA
PREÇO LISBOA PREÇO
' 'i?
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18 1
ENCICLOPÉDIA PRÁTICA
DA CONSTRUÇÃO CIVIL
TESTO E DESENHOS DE F. PEREIRA DA COSTA
18
PAVIMENTOS DIVERSOS
A LÉJÍ dos pavimentos de madeira, são muito usados A preparação dos terrenos onde se devem construir
nas nossas edificações os pavimentos hidráulicos, os pavimentos, é tema que muito deve ser tomado em
ceriniicoi e outros, constituídos pelos mais diversos ma- boa conta pelos construtores, a fim de se evitarem os
teriais. assentamentos, as aberturas de fendas, os escorrega-
Os soalhos de madeira, desde os mais modestos até mentos e outros prejuízos de menor importância, mas
às ricas parquetas de caras madeiras exóticas, foram sempre fatais, que se observam em tantas obras.
tratados no Caderno n.° 7 desta Enciclopédia. Agora Os pavimentos de pedra também são apresentados
vamos estudar os restantes tipos de pavimentos. com copiosa soma de bases preceituosas, sempre conve-
Fazemos os estudos pormenorizados dos pavimentos nientes aos estudiosos da Arte de Construir.
adequados a cozinhas, varandas, terraços, casas de ba- Se nas fundações reside a boa resistência das edifi-
nho, átrios, ginásios, saguões, etc., etc. cações, é nos pavimentos que se demora o bom equi-
Trataremos dos materiais que entram na construção líbrio de toda a obra.
dos sobrados dos edifícios e seus anexos, com o desen- Mas ainda temos a considerar, fora dos pavimentos
volvimento conveniente e dentro dos princípios práticos dos andares das habitações, as coberturas dos edifícios,
qae regem esta publicação. que não formando telhados são construídas por placas
Entre os estudos que se tratam presentemente com de betão armado, de tijolo, de abobadilha ou de outro
desenvoltura, citaremos os massames, as betonilhas, os qualquer material apropriado a esse fim.
lajedos e todos os sistemas de pisos que é mister conhe- Trata-se de uma obra ao ar livre tal qual como um
cer para se obter uma boa execução. vulgar terraço.
De entre todos os pavimentos, os de pedra pulida são O estudo dos pavimentos necessita de atenção, e por
os de maior ostentação. isso os vamos pormenorizar conve. ientemente.
K.JS
: - DE TIJOLO REBATIDO Fig. 2 — PAVIMENTO DE L AG E DO
— l—
PAVIMENTOS DIVERSOS
P R E L I M I N A R E S
ARA a obtenção dos bons pavimentos, livres de assen- pelo menos aproximadamente (Fig. 6), para que a cons-
tamentos e escorregamentos, é conveniente que trução seja regular e se evitem os inconvenientes que
logo no início se prepare o terreno, limpando-o de prejudicam, por via de regra, esta espécie de trabalho.
ervas, lixos, entulhos e demais impurezas. Todos, mais ou menos, têm reparado em muitas be-
Para um pavimento vulgar sobre o nível do terreno, tonilhas e outros tipos de pavimentos, que pouco tempo
destinado a veredas, corredores e passagens, sem calce- depois de construídos racham em vários sentidos, abrem
tamento, bete-se toda a superfície a maço. muito bem largas fendas e abatem assolapadameme.
batida e regada com água limpa. Seguindo as indicações que descrevemos, todos es-
Depois espalha-se por meio de espalhador uma ca- ses inconvenientes não se manifestam.
mada de areia amarela ou de saibro. Descritos estes princípios preliminares a respeito dos
Para uma vereda ou corredor de muita passagem, é pavimentos térreos, falta-nos apenas acrescentar algu-
preferível aplicar sobre o terreno batido e regado, uma mas palavras sobre os terrenos rochosos.
camada de saibro que também se deve calcar bem e Se tivermos de construir pisos sobre rochas, come-
molhar. Só depois da camada de saibro, se deve aplicar çaremos por roçar tudo o que estiver acima do nível
a camada de areia amarela. indicado, para receber o material próprio. Se, porém, a
Para os pavimentos térreos gozarem de boa estabi- flor dos rochedos nos ficar abaixo do nível preciso, lim-
lidade, iniciam-se os trabalhos da sua preparação pela pamos todo o terreno e vazamos-lhe em cima betão ou
abertura da caixa. formigão, conforme o que tivermos de utilizar na obra,
A caixa não é mais do que uma escavação, aberta até obtermos a superfície conveniente, embora se possa
no terreno, com as dimensões a ocupar pelo pavimento só aplicar uma pequena espessura.
(Fig. Ò), e é fròpriamente a base de toda a obra. O desaterro para a caixa dos pavimentos térreos, é
A caixa é sempre precisa, quer o pavimento a cons- em tudo análogo àquele que se faz para as caixas de ar
truir seja uma calçada, um massame. ou qualquer outro. dos pavimentos de madeira.
A profundidade da caixa é aquela que se julgar ne-
cessária, pelo menos, para caberem as camadas de terra
indicadas, o formigão e os outros materiais que formam
o piso que se pretende construir e que ficam à snperfí-
cie, até ao nível preciso para a linha superior. ENCHIMENTO DAS CAIXAS
Se o terreno onde se pretende construir o pavi-
mento, já estiver abaixo do nível que ele deverá ter
depois de pronto, observa-se se a altura que mede é a \ BERTA a caixa para o pavimento, calca-se em pri-
conveniente, ou se teremos de cavar mais alguma coisa. ** aeiro lugar todo o terreno, a maço se a superfí-
o que faremos de acordo com o escantilhão que já pre- cie a pavimentar é pequena e a cilindro se é grande,
parámos. e molha-se totalmente toda a extensão.
O escantilhão de que falamos, é uma ripa onde se Condoída esta primeira fase, vaza-se lhe uma ca-
marcam, com dentes, as diferentes alturas das camadas mada de terra, que também se calca e molha e, se for
de material que havemos de aplicar no trabalho. preciso, porque a caixa ficou funda em virtude do ter-
Se o terreno estiver muito mais baixo do que a al- reno não ser resistente, adiciona-se-lhe uma segunda
tura que a caixa deveria ter, teremos de alterar por ca- camada de terra, que também, é claro, se molha e calca.
madas sucessivas, e sempre batidas a maço, de terra Toda a água a aplicar deve ser potável e limpa.
sólida e limpa (Fig. õ). Terminado todo este aterramento, aplica-se uma ca-
As camadas de terra deverão ficar sempre mais ou mada de brita, devidamente lavada, para ficar livre de
menos niveladas, para evitar escorregamentos (tig. ô). argila e de outras matérias inconvenientes.
Também, se o terreno for mais baixo do que o nível Sobre a camada de brita, de cerca de Om.G7 ou Om,08
a que deverá ficar o piso, mesmo na altura piópria da de espessura, assenta-se o formigão ou o betão nos seus
caixa, mas se estiver desnivelado, é mister nivelá-lo, traços e espessuras convenientes.
15NEL DO PAVIMENTO
CAIXA
^ç^ss^jr^g^^s^SP^E^^
— 2 —
PAVIMENTOS DIVEESOS
MASSAMES
O s mentos
massames são verdadeiramente a base dos pavi-
hidráulicos, assentes sobre o terreno, quer
nas caixas quer à superfície.
Não só para os pavimentos se constróem os massa-
mes. Empregam-se também como maciços para bases de vr^s^f
escadarias, de pilares ou de colunas e fixes, para apa-
relhagens pesadas.
Os massames podem ser de betão, de alvenaria e ci- A
Fig. ô — CAIXAS PARA PAVIMENTOS
Sefào A) Caixa aberta; B) Caixa com uma camada de terra batida;
C) Caixa cheia com terra e massame
/^^^r^^^^^ ^'fâx&pztíffi
dos com alvenaria, de pedra e argamassa, e os ciclópi-
são construídos com betão e grandes blocos de pedra
irregular entremeados na massa.
?^».;1^?^^^^ Geralmente os massames só são começados depois
da terra onde se assentam, ter sida batida e regada com
água doce e limpa.
Os massames de betão devem ser executados com
rapidez, para que todas as camadas se liguem umas às
outras antes do cimento fazer presa.
Os melhores massames são os que são batidos a
maço à medida que vão sendo executados, isto é, quando
a massa vai sendo despejada uma sobre a outra.
clópicos. Os massames de betão são construídos por cas- (!) O betão foi designado por «formigão> no seu princípio,
calho (pedra britada) e argamassa de cimento e areia. entre nós. Em Espanha ainda se mantém essa designação — o hor-
Os de alvenaria são. como o seu nome indica, construí- miyón.
NÍVEL DO PAVIMENTO
São bons traços para betão os seguintes, já usados vimentos como preliminares, antes de entrarmos na ma-
pela prática com óptimos resultados: téria propriamente estudada à base das obras.
As betonilhas podem ser coloridas, para o que basta
l de cimento, 4 de areia e 8 de cascalho: misturar um pouco de terras (tintas em pó) nas massas.
l de cimento, 3 de areia e 6 de cascalno; Está muito em voga nos pavimentos de betonilha afa-
l de cal hidráulica, 2 de saibro e 4 de cascalho; gada das cozinhas, a mistura de óxido de ferro nas mas-
l de cal hidráulica, 3 de areia e 6 de cacos e frag- sas, o que lhes dá. como sabem, a cor avermelhada.
mentos de tijolo. As betonilhas assim tratadas são susceptíveis de re-
ceber enceramento.
Para coberturas de edifícios preparam-se betões le-
ves com jorra ou pedra pomes, em vez de pedra britada.
O peso destes betões oscila de 1.100 a 1.300 quilos
por metro cúbico, enquanto que os construídos com brita REVESTIMENTOS HIDRÓFUGOS
calcárea elevam-se para 2.000 quilos, e os de cascalho
de basalto atingem 2.500 quilos ou mais. A impermeabilização dos pavimentos é feita geral-
**• mente com produtos hidrófugos, a quente ou a
PESO DE UM METRO CÚBICO DE BETÃO frio, como seja de sua indicação.
Os mais conhecidos desses produtos têm como base
De jorra de carvão 1.100
1.100 a 1.300 kg o alcatrão ou breu, derivados da borra de gás, e dos
De escórias metálicas 1.500 a 1.900 kg betumes naturais.
De cacos e fragmentos de tijolo. 1.700 a 1.950 kg Estes produtos aplicam-se sobre os massames antes
De cascalho de calcáreo . . . . 2.HOO a 2.100 kg de se assentarem sobre eles os revestimentos superiores.
De saibro 2.000 a 2.250 kg A prática aconselha de preferência o assentamento dos
De granito britado 2.150 a 2.250 kg produtos hidrófugos a quente. No entanto, alguns há
De cascalho de basalto. 2.500 a 2.550 kg cujo assentamento é de conveniência ser a frio.
Este mesmo género de impermeabilização também é
BETONILHA adoptado nas paredes salgadiças e húmidas.
Nos pavimentos hidráulicos, os revestimentos hidró-
fugos são aplicados para se evitarem as infiltrações de
betonilha é uma massa de cimento e areia, de pouca
A espessura, assente geralmente sobre massames e
águas, de esgotos e outros de qualquer ordem.
Os produtos materiais básicos para as impermeabili-
destinada a pavimentos. Os traços das betonilhas são zações são os que abaixo vamos descrever.
muito variáveis; no entanto, são quase sempre massas
fortes. As betonilhas são muito aplicadas nos pisos ao
ar livre, nos subterrâneos e armazéns. ASFALTO
As betonilhas são estendidas sobre massames, como asfalto é uma substância sólida, mole ou líquida,
acima dissemos, se são de pouca espessura, e muitas O podendo ser sempre reduzida a este último estado
vezes mesmo directamente sobre o terreno se são de pelo calor. A sua cor é escura e um pouco brilhante.
relativa camada e constituídas de betão, quer com brita A frio, o asfalto é inodoro, mas quente tem um forte
de anel apertado quer de granito. cheiro empireumático.
As betonilhas poderão ser lisas, afagadas, esquarte- É um calcáreo betuminoso que forma uma rocha cal-
ladas e de juntas divididas em rectângulos. cárea porosa, impregnada naturalmente e de uma ma-
Os traços mais usados nas betonilhas são : l: l; 1:2; neira íntima, de uma certa quantidade de betume, cerca
1 : 3 e 1 : 4 , se são de massa simples, como arga- de 6 a 12 por cento. É pela acção do calor que o be-
massa, e de 1 : 1 : 2 ; l : 2 : 4 e 1 : 3 : 6 se são com- tume é extraído da rocha asfáltica.
postas. Estas betonilhas compostas são, como se vê, de Nos últimos tempos começou a fabricar-se em alguns
betão e brita ou graaito. Em tempos idos construíam-se países um asfalto sintético que, não tendo os reais va-
betonilhas de cal hidráulica, mas as de cimento oferecem lores do asfalto natural, serve razoavelmente para os
maior soma de vantagens. fins vulgares.
As betonilhas com o traço de l de cimento e 2 de BETUME
areia são de boa contextura, para baixa espessura, bem
como as do traço de l de c-mento, 2 de areia e 4 de betume é uma substância composta de carbono, hi-
granito de calcáreo. para as de maior camada. O drogénio e oxigénio, sendo pois um carboreto de
Para trabalhos sem responsabilidade podem utilizar - hidrogénio, que serve para fabricar os masíiques betu-
-se traços bastante pobres. minosos empregados na construção.
Nos meios construtivos designam-se os traços das O mastique betuminoso é uma mistura de betume e
betonilhas por traços rico* e tracj» pobres, consoante rocha asfáltica pulverizada, na proporção de 10 a 15
as dosagens de cimento sejam melaores ou piores. panes de betume por 85 a 90 partes de rocha asfáltica.
As categorias e os sistemas das betoniihas variam Misturado com areia, o mastique emprega-se nos pas-
conforme as obras que têm delas necessidade. seios, terraços, placas de betão armado, etc.
As várias espécies de betonilha serão descritas, à A sua fusão é obtida aos 100° aproximadamente.
medida que estudarmos os diversos tipos de pavimentos. O betume artificial é feito com a seguinte composi-
Agora descrevemos somente os géneros de trabalhos ção, necessária a l metro quadrado: 4,50 1. de breu de
que entram, duma maneira geral, na construção dos pa- hulha, Okg,70 de colofone e Om3,005 de cal.
PAVIMENTOS DIVERSOS
— 6 —
PAVIMENTOS DIVEESOS
PAVIMENTOS SIMPLES
DESIGNAM-SE em geral pavimentos simples, aqueles
chãos apenas tratados pelo maço, de superfície
uma espécie de reboco, só se deve aplicar depois da
outra estar seca.
melhor ou pior nivelada, que se deixam nos barracões Ein certos casos não convém este pavimento contí-
e nos subterrâneos, apenas destinados a arrecadação. nuo, porque está sujeito a fender-se. Para se obviar este
Também se categorizam nesta escala os pavimentos inconveniente separa-se o pavimento em rectângulos.
revestidos, mas de grande pobreza, como os de barro, A divisão dos rectângulos é feita na superfície do
que quase sempre são de greda, os de uma leve camada pavimento com cordéis, e fixam-se no chão com o auxí-
de betonilha sobre o terreno duro ou endurecido pelo lio de mechas de argamassa, umas fasquias muito delga-
maço, e ainda aqueles construídos com um delgado mas- das, para que as juntas não fiquem muito largas, e que
same de formigão, recoberto de betonilha ou de tijolo depois da betonilba seca se tiram com cuidado.
rebatido. Se estes pavimentos são construídos ao ar livre,
Todos os outros pisos de melhor revestimento e é conveniente deixar-lhes uma pequena inclinação para
consolidação, estão fora desta designação genérica. um dos lados, a fim de dar escoamento às águas da
Assim os vamos descrever, um a um, para melhor chuva.
elucidação dos estudiosos. Este sistema serve muito bem para jogos de tennis
e outros que careçam de piso rijo.
Quando, porém, o terreno não tenha a necessária
resistência, é mister construir um massame de betão
PAVIMENTOS DE BARRO de Om,15 ou Om,20 de espessura, sobre o qual se aplica
uma betonilha de Om,015 ou Om,02 de espessura, que se
BATE-SE convenientemente o terreno que previamente
se limpou de ervas e outras impurezas, e estende-
afaga e inclina como se deseja. Este sistema já pertence
ao estudo dos pavimentos hidráulicos.
-se sobre ele, depois de molhado, a massa de barro que
foi amassada com água e vem relativamente diluída.
Em seguida o barro estendido em toda a superfície
do departamento, ó calcado a pés e, quando começa a PAVIMENTOS DE BETONILHA
sezonar-se, serrafa-se totalmente com uma régua, a fim
de se obter um razoável nivelamento. SOBRE PLACAS DE BETÃO ARMADO
Algumas vezes em lugar de barro emprega-se greda
ou terra argilosa.
SOBRE as placas de betão armado também se aplica
a vulgar betonilha, quando, é claro, se não deseja
empregar qualquer outro tipo de revestimento.
PAVIMENTOS DE AREIA Aqui, a aplicação da betonilha pode ser contínua.
sem juntas ou repartida em rectângulos, como nos res-
tantes casos já descritos.
BATE-SE muito bem o terreno com maço, quando se
encontra no nível desejado, e seguidamente espa- Antes da aplicação da betonilha molha-se muito bem
toda a placa de betão armado com água doce e limpa.
lha-se com espalhador, em toda essa superfície, areia
amarela ou saibro.
Em muitos casos a areia amarela ou o saibro são
espalhados em duas camadas. A primeira é também
calcada a maço e a segunda e última fica solta.
Em grandes extensões, o terreno e a primeira ca-
mada de areia ou saibro são calcados por cilindro.
PAVIMENTOS DE BETONILHA
SOBRE A TERRA
— l
PAVIMENTOS DIVERSOS
PAVIMENTOS H I D R Á U L I C O S
""TODOS os pavimentos baseados no cimento e na PAVIMENTOS DE BETONILHA
* cal são genericamente designados pavimentos hi-
dráulicos, mas aqui separamos aqueles que embora
construídos com essas massas, são de leve factura. De-
signamo-los, como vimos, pavimentos simples, para
A LÉMtudodasdosligeiras betonilhas, que já tratámos no es-
pavimentos simples, temos os pavimentos
de betonilha, propriamente ditos.
efeitos simplesmente de estudo e nada mais. Estes pavimentos quando são assentes sobre o ter-
Assim, os pavimentos hidráulicos reúnem as diversas reno, constam dos seguintes trabalhos, depois da pre-
betonilhas e os mosaicos hidráulicos, nas suas varia- paração do chão ou da escavação para a abertura da
díssimas combinações. caixa: calçamento por maço ou cilindro, uma camada
A perfeição destes pavimentos depende sempre do de brita de pouca espessura, Om,07 ou Om,08, como nos
bom acabamento dado. anteriores estudos indicámos, um massame de Om,10 de
espessura, onde superiormente assenta a betonilha que
pode conter Om,02 ou Om,03 de espessura, com os traços
já estudados.
A superfície deverá ficar bem afagada. Conforme as
necessidades, a betonilha do pavimento poderá ligar por
meio de curva com o roda-pé, quando este também for
construido com o mesmo material.
Nem sempre os pavimentos de betonilha ficam nive-
lados, porque em certas obras é conveniente dar-lhes
declive para efeito de escoamento e outros fins.
BETONILHA ESQUARTELADA
betonilha esquartelada (fig. 8) é o pavimento ade-
A quado para cavalariças, pois que pelas juntas
chanfradas escorrem as humidades e águas de lava-
gens.
Porém, pelas pesadas passadas dos cavalos, este pa-
vimento deve ficar muito resistente.
Assim, o massame nunca deve medir menos de Om.20
12 — PAVIMENTO DE LADRILHO de espessura e o sen assentamento sobre o terreno bem
batido ou calcado, deve ficar muito bem apertado sobre
uma delgada camada de brita ou cascalho.
— 8
PAVIMENTOS DIVERSOS
Depois do massame estar sezonado faz-se a betoni- O massame é geral em toda a superfície a pavimen-
Iha, que para dar lugar às juntas chanfradas não pode tar e só depois de sezonado se faz o assentamento da
ser muito delgada, antes deve medir de espessura pelo camada de betonilha, cuja espessura é vulgar.
menos O'°,03. Este sistema de construir betonilhas por partes,
Quando toda a camada de betonilha começar a se- serve para evitar rachas ou fendas, que se podem pro-
zonar faz-se, por meio de cordéis e réguas, o traçado duzir nos pavimentos contínuos de grandes dimensões,
do esquartelamento, que por sua vez se abre com a quando o terreno não nos dá garantia de firmeza.
colher ou com uma gorgeta e com a colher se afaga.
Este pavimento deve ficar muito bem afagado, e com
as juntas abertas em triângulo muito perfeitas. O traço PAVIMENTOS DE LADRILHOS
destas betonilhas não pode ser fraco para se manter in-
tacto todo o esquartelamento, com as patadas dos ani-
mais. É aconselhado o traço da massa a l : l ou l : 1,5. SOBRE massames e placas de betão armado constroem-
-se pavimentos de ladrilhos, mosaicos hidráulicos,
de cimento e areia ou calcáreo e areia e outras compo-
BETONILHAS DE JUNTAS sições mais ou menos idênticas.
METÁLICAS
um modo geral esta betonilha tem a constituição
das outras betonilhas, tanto nos trabalhos básicos
como nos acabamentos.
A diferença desta betonilha consiste apenas na dis-
posição de umas delgadas réguas ou lâminas de latão,
que ficam a formar rectângulos ou quaisquer outras
combinações geométricas no pavimento.
Vaza-se a massa nos espaços entre as lâminas me-
tálicas, aperta-se bem serrafando-se em toda a super-
fície com uma régua bem direita e deixa-se sezonar.
Depois afaga-se á colher e assim que tudo estiver
completamente seco pulem-se as lâminas e o efeito deste
pavimento é assaz belo.
Por vezes coloram-se os rectângulos da betonilha
com cores diferentes e o resultado é agradável.
BETONILHAS BE JUNTAS
Fig. 16. — PAVIMENTO DE LADRILHOS
betonilha de juntas para pavimentos ordinários é
A unia betonilha vulgar, que se constrói por rectân-
gulos, um ou dois de cada vez, em todas as extensões,
por maiores que sejam.
- 9 -
PAVIMENTOS DIVERSOS
10
PAVIMENTOS DIVERSOS
PAVIMENTOS C E R Â M I C O S
chamados pavimentos cerâmicos são aqueles cons- Em geral estes tijolos rebatidos medem O™.23 x Om,ll,
truídos com mosaicos cerâmicos e os de tijolo. 0™,25 x OM2, etc., e as tijoleiras O™,15 x Offi,25,
Construído o massame ou placa de cimento, faz-se Om,25 x Om,25, etc., conforme as suas fabricações e
o assentamento do revestimento superior com argamassa origens. A espessura deste material é de cerca de
de cimento e areia aos traços normais de l: 4 ou l: 5 se Ora,022 a Om,025.
é para mosaicos, e de cal e areia, com o traço de l: 2, A resistência destes pavimentos é relativamente
se se destina a tijolos. grande, convindo, porém, que estes produtos cerâmicos
Os mosaicos cerâmicos são muito mais resistentes sejam bem cozidos, e manufacturados com barro de boa
que os mosaicos hidráulicos, e os pavimentos assim re- qualidade, a fim de se evitar o rápido desgaste e o es-
vestidos são muito mais belos e duradouros. milhamento.
ASSENTAMENTO
PAVIMENTOS DE MOSAICOS
'• N *í C
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"
— 11 —
PAVIMENTOS DIVERSOS
OUT S PAVIMENTOS
PAVIMENTOS DE PEDRA SERRADA
FORAoutros
do quadro dos pavimentos descritos há ainda
de certo uso, como os de pedra e os mistos
de pedra e mosaicos cerâmicos, e aqueles das mais va-
riadas composições e combinações. COMmais
placas de pedra serrada, obtêm-se mosaicos do
belo efeito, na combinação de explêndidos
Alguns destes pavimentos atingem certa imponência, desenhos geométricos. As dimensões destes mosaicos
como os de mármores de vistosas cores que o pulimento podem ser bastante variadas, e são qna^e sempre prepa-
aviva em toda a sua beleza. radas de acordo com os desenhos das superfícies a re-
Destes vários pavimentos vamos descrever os de la- vestir.
gens e os de pedra serrada, em primeiro lugar. Nos revestimentos vulgares assentam-se ordinaria-
mente mosaicos de Om,30 ou Om,40 de lado, em quadra-
dos, rectângulos e outros polígonos.
PAVIMENTOS DE LAGENS Com estas peças também se combinam pavimentos
de lindos coloridos, para o que basta apenas preparar
DARÁ jardins, subterrâneos e adegas, constroem-se os mosaicos de pedras de várias cores.
* uns pavimentos de lagedo, de execução relativa- Com mármores de cores constroem-se os mais ricos
mente fácil. Este lagedo preparado de pedras ordinárias pavimentos, que depois de encerados são de elevada
e irregulares, de pequena espessura, tem algumas vezes categoria.
também a designação de cascões (Fig. 18). Estas pedras têm em geral a espassura de Om,025,
O seu assentamento é feito com argamassa de ci- 1
O ",03 ou O™,035 e assentam-se com argamassa de ci-
mento e areia, ao traço de 1:4, sobre um ligeiro mas- mento e areia, o traço de 1:4, sobre massame ou pla-
same de Om,06 ou Om,07 de espessura sobre terra batida. cas de betão armado e abobadilha (Fig. 18).
Nos jardins constroem-se veredas com este sistema O assentamento dos pavimentos de pedra serrada é
de lagedo, deixando-se, porém, largas juntas entre as feito da mesma maneira dos de ladrilhos e de tijolos,
lagens para aparecimento de relva. (Fig. 11). sendo, porém, conveniente fazer-se antes de tudo a
Algumas vezes certos lagedos assentam-se simples- planta da dependência a revestir, com a disposição de
mente sobre a terra, ligando-se as juntas das pedras todas as pedras e os seus remates com o rodapé.
com massa de cimento.
PAVIMENTOS POLICROMICOS
COMcom
fragmentos de mármores de variegadas cores e
mosaicos cerâmicos policrómicos constroem-
-se lindíssimos pavimentos para átrios, galerias e salas
t/'io/ss \
de passos perdidos.
A maior parte das vezes estes pavimentos costumam
ser estudados previamente, para uma perfeita arruma-
"1 ção dos seus componentes, sobre qualquer princípio a
que têm de obedecer, mas em muitas edificações o as-
9 « • • • • sentamento de todos os materiais é feito ao acaso.
0 «^
,V Em muitas obras com este processo de assentamento
ao calhar, com a arrumação nada estudada dos mosaicos
e dos pedaços de mármore, o resultado é de primeirís-
sima ordem em todo o conjunto.
Têm alguas arquitectos por vezes, apenas estudado
não a arrumação dos materiais em formas caprichosas,
mas somente, e aí conseguem uma beleza extraordiná-
ria, o assentamento por cores formando áreas, de tons
fortes nos seus centros e fracos nas ligações de umas
com as outras, como diluindo-se entre si.
A suavidade na transição dos conjuntos das cores
dá a todo o pavimento uma sensação doce e apreciável.
Todos estes materiais, os mármores e os mosaicos
cerâmicos, e melhor os vidrados, se assentam sobre os
massames com argamassa de cimento e areia ao trace
de 1:2, quando ela é de boa qualidade.
Fig. 20 — ESTRUTURAS DE PAVIMENTOS Os fragmentos de mármores e os mosaicos cerâmi
' A) Akobadilha; B) Tijolos armados; C) Uma fiada de tijolos cos ou hidráulicos devem ser molhados com água n;
armados; D) e E) Assentamento ocasião do assentamento.
— 12 —
PAVIMENTOS DIVERSOS
PAVIMENTOS REVESTIDOS
assenta-se entre as vigas que formam o vigamento de
PAVIMENTOS REVESTIDOS é a designação genérica dada
a todos os pavimentos que são cobertos com outros todo o pavimento, um novo e ligeiro solho que se prega
materiais, mudando-lhes o aspecto. Dos soalhos de ma- nos serrafos fixados de ambos os lados de cada viga.
deira, por exemplo, podemos fazer superiormente outro Executado este sobrado com qualquer madeira, mes-
sobrado com revestimentos hidráulicos e cerâmicos. mo com a do antigo solho, se estiver sã, assenta-se-lhe
Sobre as placas de betão, como já descrevemos, a rede de metal distendido alteada também Om,01 ou
podemos fazer os melhores pavimentos com qualquer Om,015 do solho de baixo, e aplica-se a betonilha.
material, incluindo a própria madeira. E sobre as abo- Depois de seca a camada de argamassa procede-se
badilhas idênticos sobrados podemos construir, dentro ao assentamento de ladrilhos ou de qualquer outro re-
das melhores garantias de resistência. vestimento.
- 13 —
PAVIMENTOS DIVEKSOS
SOBRE BETONILHA
MARMORITE
EXISTINDO um pavimento de betonilha que convenha
•*-* revestir de ladrilhos ou de qualquer outro mate- \ marmorite é um aglomerado de gràos de mármore,
rial, tem de se fazer o rebaixamento necessário, a fim •*•• lioz e outras pedras finas, cimento colorido e água,
de se obter a altura precisa para caber o novo reves- que se estende sobre betonilha de cimento.
timento. A marmorite forma um pavimento contínuo, sem fen-
Se for para receber mosaicos tem de contar-se com das e de certa beleza. A boa marmorite é constituída
a espessura dele e mais a espessura da massa a aplicar por duas camadas: a inferior com granito e argamassa
no assentamento, pelo menos Om.01. de cimento a um traço relativamente forte, e a camada
Com o rebaixo ou espécie de caixa para o pavi- de desgaste de cerca de O™ ,01 de espessura, em que se
mento, fica irregular esse nível, o que é conveniente utiliza a massa de grãos de mármore e cimento colorido
para a boa ligação da argamassa com a betonilha exis- de qualquer cor. com a água bastante para que o agre-
tente. gado não seja duro.
Quando, porém, o revestimento assenta directamente A seg-unda camada só é estendida depois da primeira
sobre a betonilha, sem ser n e c e s s i r i o s:::: :.\::^ e já estar sezoada.
conveniente picar toda a superfície para a ligação das Depois de tudo seco procede-se ao alisamento da
massas. Essa picagem tem a designação de aferros.- superfície com pedra pomes e abundância de água, quer
mento. nana imente quer por processo mecânico.
Também lembramos que no caso de se aproveitar Só se considera pronto este revestimento quando
toda a betonilba, por já estar na altura própria, terá se atingir um certo estado de pulimento e nivelamento
de se picar e arrancar o fio da superfície, quando o pa- perfeito.
vimento estiver engordurado pelo uso. Nessas condições Estes Davimentos podem ser encerados e a sua lim-
o revestimento não ficava bem ligado. peza, depois de sujos, faz-se com muita água e sabão.
CORTICITE CORTIÇA
— 14 —
PAVIMENTOS DIVERSOS
C A L Ç A D A S
CALÇADA DE BASALTO
A BEBTA a caixa destinada a receber a calçada, como
sucede com todos os outros pavimentos, excep-
tuando, é claro, os sobrados de madeira, procede-se ao
respectivo trabalho, batendo primeiramente todo o ter-
reno.
C OMcerca
pedra de basalto quebrada em fragmentos de
m
de O ,10, pouco mais ou menos, em volume,
Se o terreno a calcetar ou a empedrar for de grande faz-se uma calçada de grande resistência e de simples
superfície, faz-se todo o sen calçamento com um cilindro execução.
mecânico ou de tracção animal, mas se se tratar de
uma pequena extensão, emprega-se simplesmente o maço
de madeira mannal.
As calçadas poderão ser executadas com pedra, por
vários sistemas, e também com cubos ou paralelepípe-
dos de madeira.
Os calcetamentos mais usados no nosso país são os
de pedra. Os sistemas vulgares são os dos empedrados
de macadame (*) e a* calçadas propriamente ditas, com
pedra britada de calcáreo e de basalto.
Não são à primeira vista as calçadas obras de cons-
trução civil, mas os pátios e as caves carecem muitas
vezes desses paviiLentos. qi.e é por conseguinte útil
conhecer.
EMPEDRADO DE MACADAME
A ffj^f^^^f^f^^^^^L^^g^
•^^-^J>^y^/^'^^Í^j^iyJ!^;^| Terreno
empedrado ou calçada ã macadame consiste sim-
O plesmente em dep< sitar-se a pedra britada ou cas- Fig. 25 — CALÇADA COM CUBOS DE PEDRA
calho, na caixa destinada a rav-lr:ertar, com a altura A) Corte ; B) Planta; C) Corte de passeio com o lancil
indicada no projecto.
Seguidamente procede-se ao calçamento da pedra
por meio de cilindro pesado, para que essa camada, as-
sas espessa, fique bem comprimida. Ficaliza-se a obra Sobre a caixa no terreno a calcetar espalha-se areia,
espalhando uma camada de saibro on de areia amarela e sobre esta camada vão-se dispondo as pedras, dei-
por cima de toda a brita, que também deve á ser cal- xacdo o lado melhor facetado para cima. A junção das
cada a cilindro. Nas margens da calçada onde o cilindro pedras faz-se encostando as melhores faces de umas às
não pode chegar, faz-se o calçamento por meio do maço outras, conchegando-as com um camartelo.
de madeira. Finalmente espalha-se areia por sobre a calçada, a
O terreno da caixa deve ser molhado, bem como a fim de encher e tapar as juntas entre as pedras.
camada da brita e a superfície da areia ou do saibro. O calçamento por meio de cilindro mecânico garante
a resistência da calçada.
(i) O vocábulo macadame deriva do nome do engenheiro fran-
cês Mac Adam qne criou este tipo de calçada.
16 -
CADERNOS DA E N C I C L O P É D I A
1 —ASNAS DE MADEIRA—Preliminares—Asnas !6 —OBRAS DE CANTARIA — Guarnecimentos
vulgares, simples ecompostas—Meias-asnas— de vãos — Envasamentos — Convergências dos
Assentamentos (27 Figuras). arcos — Cunhais — Faixas — Escadas —Ca-
2 —ASNAS DE MADEIRA — Asnas de mansarda— peamentos — Assentamento (27 Figuras).
Asnas de lanternim — Asnas especiais e sheds 17 —OBRAS DE CANTARIA — Molduras — Pi-
(i3 Figuras). lastras — Pilares — Colunas — Galbamentos —
3 —ESCADAS DE MADEIRA — Preliminares — Caneluras — Capitéis — Vãos de janelas —
Volutas das rampas das escadas — Escadas sim- Traçados (42 Figuras).
ples e Escadas de lanços paralelos (18 Figuras). g — PAVIMENTOS DIVERSOS — Massames —
t
4- ESCADAS DE MADEIRA —Escadas de lanços Formigões — Betões Betonilhas —Pavimen-
paralelos e de lanços perpendiculares — Ba- tos hidráulicos e cerâmicos — Lages — Pedra
lanceamento de degraus (20 Figuras). serrada - — Revestimentos (26 Figuras).
5 —ESCADA.S DE MADEIRA —Escadas de com-
pensação— Escadas de leque e mixtas de vá- 19 —VÃOS DE JANELAS — Aros — Tábuas de
rios traçados (i5 Figuras). peito — Caixilhos de janelas — Bandeiras —
Veda - luzes — F e r r a g e n s — Pormenores
6 —ESCADAS DE MADEIRA — Escadas de cara- (21 Figuras).
col de vários sistemas — Guardas de escadas
e acabamentos (23 Figuras). 20—VÁOS DE JANELAS — Diversos tipos de
vãos de janelas — Caixilhos especiais — Ge-
7 _ PAVIMENTOS DE MADEIRA — Prelimina- losias — Rótulas — Persianas — Pormenores
res — Vigamentos — Tarugagem — Madeiras (26 Figuras).
— Serrafados — Soalhos à portuguesa e à in-
glesa — Espinhados —• Parquetas — Mosaicos 21 —PORTAS EXTERIORES — Aros — Portas
(84 Figuras). de taipal — Portas envidraçadas — Portas de
postigo — Portas almofadadas — Portas prin-
8 —MADEIRAMENTOS E TELHADOS— Preli- cipais (24 Figuras).
minares — Madeiramentos — Rincões — Larós
Tacaniças — Alpendrados — Estruturas (26 Fi- 22 —PORTAS INTERIORES — Guarnecimentos
guras). — Vãos de um e de dois batentes — Portas
almofadadas e envidraçadas — Guardaven-
9 —MADEIRAMENTOS E TELHADOS —Madei- tos — Assentamentos (25 Figuras).
ramentos de mansardas — Mansardas diversas
— Mansardas de alvenaria — Construções de 23 — INSTALAÇÕES SANITÁRIAS — Prelimina-
trapeiras — Trapeiras de diversos tipos (21 Fi- res — Manilhas — Sifões — Encanamentos
guras). diversos — Caixas e poços de limpeza —
to —MADEIRAMENTOS E TELHADOS —Cons- Ventilação (26 Figuras).
trução de clarabóias — Clarabóias diversas — 24 — INSTALAÇÕES SANITÁRIAS — Canaliza-
Lanternins de construções industriais — Te- ção de Agua — Loiças Sanitárias — Autoclis-
lhados especiais — Telhados piramidais e di- mos — Urinóis — Retretes — Casas de Ba-
versos (22 Figuras). nho — Pias (27 Figuras).
u—MADEIRAMENTOS E TELHADOS — Te- 26 —INSTALAÇÕES SANITÁRIAS — Canaliza-
lhados especiais — Telhados cónicos, de cúpula ções — Tinas de Banho — Chuveiros ^— Reser-
e de pavilhão — Pormenores das coberturas — vatórios — Tanques — Lavadouros — Fossas
Contraventarnentos —• Beirais — Algerozes <— (22 Figuras).
Tubos de queda — Guarda-fogos, etc. (18 Fi- 26 — INTERIORES E EXTERIORES — Revesti-
guras). mentos— Guarnecimentos — Tabiques e Fron-
12 — TECTOS DIVERSOS — Preliminares — Tec- tais — Envidraçados —• Pinturas e Caiações
tos de madeira, de esteiras simples, sobrepos- (25 Figuras).
tos, de rampa e artezoados — Tectos estuca- 27 — C H A M I N É S E A Q U E C I M E N T O —Di-
dos— Tectos especiais (27 Figuras). versos sistemas de chamine's — Chaminés
13 —OBRAS DE ALVENARIA — Preliminares — industriais — Aquecimento central de diver-
Alvenarias diversas — Paredes de alvenarias sos sistemas (26 Figuras).
diversas — Muros — Cunhais — Pilares —Ar- 28 — TRABALHOS DE FERRO — Asnas — Caixi-
gamassas diversas — Materiais (32 Figuras). lhos, portas e portões — Escadas — Grades —
14 —OBRAS DE ALVENARIA — Implantações — Gradeamentos — Ligações (26 Figuras).
Fundações — Elevações — Pormenores — Mu- 29 —VENTILAÇÃO E ACÚSTICA—Ventilação —
ros de suporte e de vedação —• Enrocamentos Circulação do ar — Acústica — Ruídos — Tec-
— Diversos traçados (29 Figuras). tos acústicos — Auditórios (25 Figuras).
15 —ARCOS E ABÓBADAS —Diversos traçados 30 — D I V E R S O S TRABALHOS — Motivos de
de arcos, construção e materiais — Abóbadas jardins — Armários de cozinha •— Betão ar-
de vários sistemas (40 Figuras). mado — Ligações de ferro (23 Figuras).