Você está na página 1de 121

:t

·,- - - - - - .- ..-----------------_ ,
..

ENCICLOPED A PRATICA "


·,
,,
,,,
j
..
,
j...
,, ..
,.

DA CONSTR Cl0 CIVIL


,,, ,,
·,,
1 .,

,
I,,
J : ... _ J.

AS N A DE
MAD A

PRELIMINARES - SAMBLAGE~S, FERRAGENS, TRA9ADOS, MADEIRAS, ETC. -


AS~AS VULGARES - ASNAS SIMPLES E COMPOSTAS - PEQUE~AS ASNAS-
)JEIAS-ASNAS SIMPLES, COMPOSTAS E DE ESCORAS - ASSE~TAME~TO DE
AS~AS - CONSTRU9AO - ANOTA90ES - 27 FIGURAS

EDIQAO DO AurOR
F. PEREIRA DA COSTA
DI=TRIBUI('lo D.! PORTueALIA EDITORA
LISBOA
., ,
ENCICLOPEDIA PRATJCA
DA CONSTRU~AO CIVIL

i\SNAS DE MADEIRA
A asnas de madeira formam, a dentro da ConstruQao tra<;ados de diferentes tipos de asnas, que detalhada-
Civil, urn dos mais curiosos estudos, de entre mente desenvolveremos no segundo, com uma invulgar
aqueles que, na dificil arte de construir, tell proemi- clareza de tecmca.
nente lugar. Se e .certo que na maioria das coberturas construc;:ao dos madeiramentos e dos telhados em
os edificios nem sempre se empregam asnas, certo e todo os seus pormenores, sera assunto a tratar, em
mbem que tddas tiS gran des edificaQues tern as suas qualqucr altura, em outro caderno desta EnciclopCdia.
coberturas assentes em asnas de aprimorada carpintaria. Aqui ficarao, pois, apresentados os mais aplicados
)\08 madeirumentos de simples contextura as asnas tipos de asnas de madeira, em uso nas nossas construc;5es.
~-0 evitadas com a aplicuc;ao de prumos e pontaletes, Ao iniciarm08 estes estudos de Construc;:ao Civil, es-
~~entes, a maior parte das vezes, em paredes, que, colhemos de preferencia para 0 primeiro lugar 0 sem-
. do de baixo, chegam ate quase ao telhado. Assim se pre interessante trabalho que san os trac;:ados das asnas
rliz, por costume, que 0 telbado e de construQao vulgar de madeira. Comec;aremos por mostrar os diferentes
e 0 seu madeiramento de estrutura ordinaria, enquanto tipos das tipicas constru<;5es, trataremos desenvolvida-
_ e quando se utilizam asnas se diz que 0 madeiramento mente das liga<;5es das diferentes peQas entre si, por
constituido por asnatura e do telhado se diz que e de meio das perfeitas e praticas samblagens, ate descrever-
"- tecnica. Neste primeiro caderno da Enciclopedia mos pormenorizadamente todos os trac;:ados em que a
Prtiti.ca da Construr;i1o Civil iniciamos os estudos dos pericia do carpinteiro civil e posta a prova.

7-MfJA-ASNA DE
'~ '-AINA ESCDRAS
~~ "","m

:5-)_n DE-
UJ;rrxJi:ff

::
'1

,~-_-.-_---~
9 -ASNA DE PAQ.II fO -ASNA-FABRlL ff-I~~S FAB~
T£~{JURA ~ LAN ERNTM DE cSCORAS

'~
.'%~

13 -J-,5NA DE
ALPENDRE
I,~

PRELl MI NARES
As asnas sac uma especie de vigas armadas para su- a pertado vertiealmente no vertice do telhauo
portarem as coberturas dos edificios, qnando pernas, e as escoretS ficam inclinadas, ligan do as:
estes nao tenham paredes ou pilares que sirvam para ao pendural.
es e fim. Quando as asnas comportam maior composi<;ao
Geralmrnte 0 emprego das asnas tern a sua melhor tambem tel' escoras a ligar as peTnas it linha, co
fun<;ao na cobertura de grandes edificios, armazens, remos ocasiao de observar.
hangares e mais edifica<;<Jes destinadas a dep6sito~, Nas asnas de mansarda alem das pe<;as comun
cais,. etc. 0 sistema da constru<;ao das asnas e muito dos os tipos de asnas, encontramos mais as pel
antigo vindo provavelmente do Renascimento. forya, que apoiam a parte superior da construQl
o madeiramento constituido pOI' asnas e muito mais lillha h1;ferior onde elas assentam.
pratico e ofereee as melhores condi<;oes de resistencia Os prineipais tipos de asnns de madeira sao: s
a uma cobertura. ndgm' ou de Paladio, de tesoum, de escoms, de
o tipo mais antigo e mais prittico das asnas e 0 cha- nim, de alpendre, de mansarda, fab7'il e de teet
mado da asna v~dgar ou de Paladio (0.,), e que tamMm d1'ico, alem das simples e pratieas meias-asnas.
vulgarmente se designa pOI' asna simples. Entre todos estes tipos de asnas, alguns hit qu
As asnas sac constituidas pOl' varias pe<;as e a sua portam variantes de eerta importfineia, e, ass
forma e triangular. guindo essa norma da eonstru<;;,aoadequada a ca
A composi<;ao de uma asna vulgar consta de Ulpa Ii- tambem 0 eonstrutor pod~, se tiver neeessidade
nha, duas Pernas, urn Pendw'al e duas Esc07'as. As Ye- sua edificaC;aoou convenieneia sobre a economia c
zes, em telhados de pouca importfincia, usam-se umas erial' novas variantes dentro do tipo preferido.
pequenas asnas desprovidas de escoras. No entanto, a variedade de tipos de asnas qu
Em muitos casos, em que os edificios sac destinados sentamos, permite que cada construtor, nestes E
a reeeber maquinismos de grande altura, e em que a encontre sempre a asna que pretende.
linha possa ser motivo de estorvo, suprime-se mesmo Para os estudiosos, os temas que apresentan:
a pr6pria linlza. clareza de exposiQao, permitem-lhes a compreer
A variedade de asnas e assaz grande, mas como nem eesssaria para a boa execu<;;ao dos traQados da
todas t~m actualmente grande uso, apenas estudamos construir.
os tipos mais correntes e que sempre, atraves de todos
os generos de constru<;;ao, tern lugar capital. Assim, expostos estes breves preliminares
~ 0 entanto os tipos de asnas em uso e que vamos
clesenho e a eonstruQao de asnas de madeira
estudar ainda sac bastantes. entrar nas diferentes fases que formam to do 0 (
A. posic;ao das peQas que formam 0 eonjunto da asna desta armaQao que suporta a eobertura dos edif
:efmill €:
Lea ~em re em posil;ao horizontal a pernCls
::-e linn em o:i ao . elinadu para a l" PailiUio, famoso arquiteeto do Reuasciwcn 0 itali3J
ural fica em 151 em Yicenz.a onde morreu em 15S0,
t - Li!la~i'io das Pernas (/0 Pendural; 2 - A ,«t1llUogem aWla no PelldHTCll; 3 - [,igoro.o da Pernaa Linha; 4 - Li,qa'}o.o das
l':sr:oras ao Pel1dural e do Pel/dural it, [,inha; ;) -.tI e'l1nbla em w Pt:7Vlural; 6- ResjJiua do Pendnral e calJidade na [,inha;
7 - [,i!Ja~(io d,t Eseora it Perna; 8,9 e 10 - 8olll.hl'I!lells das Pcrkas; 11 e 12 - 80mblagens tla Perna e da Linha j 13 - 8amblayens
no Pend/tral para dar IUJUT it..! Escoras

~
I
CPUZHA f
6 ~_~ __ -Q- __

t
- fo· I
e i
rE DE GALlNHA
DOBRADO
AS AS DE

TODAS as liga<;oes das diferentes pe<;as das asnas SaG


apertadas com ferragens pr6prias. Estas pe<;as.de
ferro, cujas designa<;ops se revestem de urn certo Plto-
resco, tern a sua espessura indicada pelos cidculos de
resistencia da asna em queassentam. Porem, como 0 se
uso e muitissimo corrente, a sua prepara<;ao e feita se
obediencia alguma. ./'
a5 c; - pro,idas de respiga formam tambem A pratica do construtor aconselha uJnas dimensoe~
~e -opo um. dente, que entalha numa murtagem que se tornam gerais. ,
a:re a pec;a emmechada, como mostramos nos A largura das barra8 de ferro para a constru<;ao das
~e~e:::L5. ferragens das asnas, .oscila de om,05 a om,06, podenda
A exue:nidade inferior do pendU1'al e provida de uma ir a mais se se tratar de asnas de grandes dimensoe~.
?e.:>ica. que de ordinario nao mede mais de om,03 de A s;:Jaespessura e geralmente de om,006.
cc_ .' en 0, destinada a entrar numa mecha aberta na
inha.
o diametro dos parafusos de porca que actuam nesta_
ferragens pode ser de om,006, om,009 ou om,012, con-
Es-a samblagem s6 faculta a montagem da asna, por- soante a categoria de resistencia da asna.
que 0 penduTal nao deve descansar na linha. Quando As vulgares ferragens de asnas sao as seguintes: Pe
mui 0 a respiga, depois da asna armada, fica leve na de galinha para a liga<;ao das peTnas ao pendnral,. Te
mecha. Isto evita que 0 penduTal se tor<;a ou saia fora para a liga<;>aodas pernos as eSC01'OS,'Pe de galinha do-
da prumada da Unha. bmdo para a liga<;ao do penduTol1L linha, e a B1'o9odeira
Esta respiga do pend1l1'al, geralmente feita a meio do ou escora que aperta as peTnas a linha.· .
cutelo da madeira, mede de espessura cerca de om ,03 Os pes de galinha e os tes sao pe<;as simples e qne
on om,O-i. As respigas das samblagens das outras pe<;>as par isso trabalham em series de duas, uma de cada
tem quase sempre maior espessura, e. ficam tambem lado da pe<;a de madeira, ligadas pelos parafusos.
sempre a meio da madeira. pe de .qalinha dob1'ado e uma pe<;a unica que se enfia
Os dentes que acompanham as respigas nos topo.s das pOI' debaixo da linha e cujas hastes sao depois apert.a-
pec;as de madeira, nao vao a18m, na sua parte malS ~a- das de urn a outro lado, atraves da madeira, pelos pa-
liente, de om,02. Nas constrn<;oes com pe<;as de madeIra rafusos.
de ponca largnra, fica-sQ muitas vezes a om,Ol ou om,015.
A bTa9adeim a que vulgarmente tambem se dit 0 nome
As respigas tamMm quase sempre nao vao alt3m, na
de escoTa, enfia pela extremidade da linha ate apert.a-
sua parte mais saliente, de om,04 ou om,05. As respigas
a perna para a linha, e fixa-se apep.as it perna par urn
acompanham os dentes na sua forma triangular, nao
parafuso de rosca de madeira ou mesmo pOl' um prego.
sendo, todavia, chanfradas como eles.
As ferragens sao assentes a meia largura das pe<;(a:s
As murtagens deverao ser muito bem desempenadas,
de madeira, nas suas duas faces e 0 angulo de abertura
para que a jun<;ao das pe<;as da asna se fa<;a com per-
das suas hastes 8 0 mesmo da estrutura (la asna.
fei<;ao. Nisto reside de certo modo a resistencia da es-
As extremidades de todas as hastes sao viradas ere
trutura da constru<;ao.
forma de unha, para serem cravadas de face na ma-
A respeito de samblagens, devemos repetir que este
deira onde assentam.
trabalho exige sempre certa perfei<;ao, quer seja na
Outras pe<;(asespeciais das ferragens, que nao entra
execu<;ao de asnas, como na de qualquer outra obra de
ern todas as asna8, mas que tern grande fun<;(aono se
carpin taria civiL
caso, sao os estribos para os tirantes de ferro, e que
assentam sobre a parte superior de cada perna.
Estes estribos sao construidos de barra de ferro de
0 ,006 de espessura, pouco mais ou menos, tern a lar-
111

gura de cerca de 0 ,06, e sao fixados par pal'afusos d


111

rosca de madeira.
As duas extremidades formam unha.
As linhas sao fixadas as paredes ou aos pHares on
as asnas apoiam, alem do seu encastramento pr6prio.
pOI'ferrolhos de chaveta ou ancoms. -
As asnas de pequena import1:tncia sao muitas yeze=
desprovidas de ferragens.
Quando as asnas se destinam a constru<;(oes em q
o madeiramento fica a vista, e de onde se pretende u
bom aspecto, as ferragens ficam embebidas na madei
trabalho este m.ito mais valorizado.
o estudo aqui expresso refere-se, como bem e de·
preendeu, ao tipo classico das ferragens para asn
porque outros generos de ferragens sao muitas ,eze-
adoptado&.
As melhores madeiras para almus sao
todas aquelas que nao tor~alll ou
empenem constantemente.
Das madeiras do nosso mercado sito
muito recomendaveis a casquinha e 0
pitchpine, que possuem urn fibrado homo-
<teneo 0 muito junto.
D<1s madeiras nacionais 0 pinho e
magnifico para estas constru<;oes, de-
yendo evitar-se, contudo, as graudes vel'-
audas.
'rodas as madeiras, quaisquer que se·
jam, ·devem estar bep} secas e desem-
Ienadas.
Todas as pe<;as devem ser de quina
n\-a, galgaJas e esquadriadas. para que
a murtagens saiam perfeitas. Quando as
asnas tenham de fical' a ,'ista, e conve-
niente aplainar a madeira, usando-se tam-
hem neste caso chanfrar as arestas nos
eomprimentos entre samblagens.
A constru<;ao de asnas e um impor-
ante trabalho de carpintaria, devendo
or isso e para boa seguran<;a de um
adeirumento, ficar completamonte per-
:-ei o.
A pintura das asnas com tintade 6leo
e uronselhavel para a conserva~ao das
deiras, tanto mais que osmadeiramen-
• - ao muito atacados pelo calor solar
elos insectos .
•\. aplica<;ao de indutos presen-ativos
:ra insectos nas mad,eil as de coher-
a nuo deve ser descurada.

soes de largura e espessura de acordo com os calculos.


o tra<;ado das asnas e a passagem das esquadrias para
a_ma,deira dove _ser feito com muitaprecisao, para que
o a<;ad0 das asnas, qualquer que seja 0 seu tipo,
obedece sempre it planta. As asnas san plantea-
depois, na arma~ao, nao apare<;a 0 eUlpeno, sempre de-
testavel, nem as. murtagens abertas ou mal unidas.
tamanho natural. Para isso constr6i-se uma ban-
o estaleiro onde as dimensoes da asna a construir
desenvolver.
ou e taleiro como mais vulgarmente e cba-
e: ecie de- mesa, - e assente no chao e deve
" ada, para que as samblagens das pe<;as COMO e bem de vel' a constru~ao das asnas deve ser
• er ei convenientemente calculada, para que a sua re-
•~_ i) e" eiro tra<;a-se em tamanbo natural sistencia seja conforme com a carga de cobertura que
e-=: :0 a na. terao de suportar.
--;: cO}. -_e em cima do tTa<;adoas dife- Porem, como este genera de construv~lO e muito pdt-
a a de cada ,ez e claro, e pOI' tico, nao ha bem necessidade de fazer constantemente
-_e lan-' para a madeira calculos para rada asna que se construa.
blagem. A im A nao ser para casos muito especiais, existem varias
de madeira. tabelas de caJculos para varios tipos de asnas de uso
:' ~ oi carpin- corrente. Assim, apresentamos duas tabeJas de cMculos,
=> - de uso <teneralizado, uma para asnas simples de 5 ,OO
tll

u.r de ,ao e outra para asnas de constru<;ao mista


12 00 de \"ao.
ASNAS DE MADEIRA
-------------------- -----------------~--~ -.-._--------.--
..

Estas tabelas podem tamMm ser aplicadas as asnas


de mansarda e demais tipos sernelbantes.
As asnas de ,aos inferiores a om,OO nao tern a abso-
luta necessidade de serem calculadas. As madrl's,que suo as vigas que suportam.o varedo
a meio das yortcntes dos telhados, apolllm-se ,0-
Qualquer sec~ao de madeira a emp:-egar na constru- hre as pernas das asnas.
<;8.0 das pequenas asnas Mye, todana, obedecer aos A sua altura au dimensiio de cutelo obcdece aos C£d-
elementares princ!pios de resistencia, que pdlticllmen,te culos das asnas onde Wm lugar.
se empregam na constru<;ao de madeiramentos. A dls- Sao amparadas sabre a perna par cal<;os au cunho:
tancia reO'u!ar entre asnas, de eixo a eixo, e de 3m,50. de madeira pregadus a mesma l,erna. Est,es cal<;os a.-
A abertura normal do angulo, de eixo a eixo. entre sentam numa murtagpm, pnra que nrw haJu escorreg3-
a linha e a perna de cada asna, e de 26° 34'. 1.:8te e 0 menta. A madre sofre um pequeno entalhe design ad
angulo normal da inclina<;ao dos nossos telhados. Nas dl'lIte de caa, geralmente de om,OI de profundidaclp, par
regieles nortenhas, onde geralrnente cui ne"e, 0 ungulo que nao saia cla perna da asna on de se deve consernlr
deve tel' maior dimensao. para quo a hmmdaue dos te- scmpre, para boa resisWncia do madeil'amento.
Ibados se ('scoe com mais facilidade. As madres correm de IIsna a asnu estabelecendo
As tabelas de calculo que apresentumos cstuo de lia3\ao entre ('las, em tudo 0 madeiramento.
acordo com as madeiras do mercado, isto e, suo ah80- "'Com-em por isso que 0 comprimento du viga que ~
lutamente praticas. aplica como madre coincida com a lugar da asna, par
se evitarem as acresceutos nos vaos, ficanclo par can-
LV 01'A. - As secyoes das madeiras sao aprescntallas ern centi- seguinte acrescentadas, se isso for necessaria, sabre
metros e os dil1metros dos ferros em milImetros. pernas das asnal!.

Vaos Linhas
I . Pernas Escoras I Pendurais Madres
I Varas
I I
5.00 12 X 10 12 X 10 10 X 10 lOX 10 16 X 10 6X4
6.00 14 X 10 16 X 10 12X 10 10 X 10 18 X 10 6X4
7.00 14 X 12 16 X 12 12 X 12 12 X 12 18 X 10 8X6
8.00 16 X 12 20 X 12 12 X 12 12 X 12 120 X 10 8X6
I

Escoras Til:antes
V1Ios Linhas Pernas I
I
Pendurais I Madrcs \"aras
A n I c D
I I i
0.00 ! 1-!X1211GX1~ 11~X121
UX 12 1:2X 12\ 12 ¢ o f) 18 X 10 H ~,<'(j
10,00 IGXl"116XHI14X141"XH I..J.X 1.+ 120 91'1 18 >< 10 t\ X li
11.00 16 X 1-1 1 X 1-1 l-J, X 1-1 14,X H 14-Xl..J. If) ¢ U¢ :20 X 10 8X(i
12.00 16X14 22 /14 14XH HXl..J. HX14 If>!') e¢ :20X 10 8XG
-
C)

o 0

FRECHAIS, CONTRA-FRECHAIS Uma linha paralela a perna da asna, pasl\ando peb


parte superior da madre, estabelece automiLticamente a
E FILEIRAS altura do frechal.
Os frechais sao pregados a linba da asna e para que
o frechais e as contra-frechais sao praticamente uma
e a mesma coisa, simplesmente a designaC;ao de
nao deslizem, entram nela e ficam apertados par meio
de um dente de cao, com a pouca profundidade de om,Ol.
eontra:freclwl e aplicada ao frechal que se sobrepoe a A fileira au pau de fileira e uma viga que indo de
0, quer seja assente sabre ele, quer seja assente uma asna a outra, assente sabre as tapas dos pendurais,
~ b e qualquer outra pec;a da construc;ao que se apoiou forma a espigao do telhado.
o frechal prbpriamente dito. A altura au cutelo do pau de fileira depende, como
nga que e assente sabre as linhas das asnas em a do frechal, da altura da madre. :It a sequencia da pa-
o 0 comprimento do madeiramento, para receber as ralela da perna da asna, como ja vimos no caso do fre-
::.- - d· 'Laras, tem a designac;ao de frechal, se a asna chal. A parte superior da fileira e chanfrada nas duas
E ,-en e sabre outra viga ou se nao tem outra pec;a ar'estas laterais, terminadas superiormente em aresta au
~-e com identico fim no mesmo local. cume, para manter a paralela com a pe1'na e dar bom
c ~o da asna ser assente sobre um frechal, lugar de assentamento as varas. Nos desenhos apresen-
"~e sabre as extremidades das linhas tados (Fig. 9) mostramos, nos n.os 1,2, 3 e 4, a maneira
=- -==-0 d yaras toma a nome de contra- como a jileira assenta sabre a pencl16ral, nos sens dais
casas usuais: assente em caixa aberta no penclu1'al
e assente no tapa do penclul'al e amparado par abas fi-
xadas em ambas as faces do mesmo.
o assentamento dos frechais e contm:frechais e apre-
sentado claramente nos n.os 9, 10, 11 e 12, em que se
ve a vara embarbada no frechal e a linha da asna em-
bebida nos dentes de cao dos frechais. Nos n.OS 5, 6,
e mostr,lillOS a assentamento das madres com a seu
ca '0 de apoio fixado nas pernas da asna.
AS VULGARES
===.c ~a de asnas vulgares enten- onde assenta a asna, marcam-se as angulos de abertura
_",- - construQlles de forma trian- de urn e outro lad,) e tiram-se os eisos das perno8, que
- --= ··Ma, pernas, pendu,ral e escora·~.
Mm e designado par asnas de
se interceptam em B. Do meio do eixo da linha, ern 0,
sobe uma perpendicular que vai passar no ponto de
- =~~ celebre arquitecto 0 seu criador. intcrcepQiio B do eixo das perous, e que e 0 eixo do
-se varios tipos, sendo as mais pendural.
. ::O:::J. 0 de vista construti va a cha- Seguidamente di\-ide-se 0 comprimento do cixo das
• :;:erieit.amente triangular, e, a asna pel'nas em dua partes iguais a-a, de cujos pontos E eEl,
acla porque, sendo pr6pria para partem as linba de eixo das escoras, que vao juntar-se
- a , e pro vida de mais ellcoras do 1t linha de eixo do pendural, quase na sua extremidade
~por a tamMm tirantes de ferro. inferior.
pode atingir grandes proporQoes Obtido 0 trat;ado de constru~ao aplicamos as larguras
2.-' e 6ptima. das pe<{a das madeiras a empregar, em func;ao das
_ : de asnas, como a sua generica de- linbas de eixo indican do tambelll as suas samblagens.
: mnis currentes, SaD tambem os que Suhre 0 pen ural assenta a fileira, que sendo de igual
~--e nos apresentam os mais defeituosos espos nra neces i a de urn amparo cle cad a lado, como
. aria civil.
mostramo no de errho.
asnas, nao e demais repeti-lo, exige .\s madres tomam lugar no sentido perpendi~ular as
::,_-0 da arte de construir, no que diz pernas sobre 0 ponto meJio. Calc;os apoiados em pe-
- bo de madeira. qllenos en albe ahertos Das pr6prias peroas, amparam
:,,,s e it construQao das asnas c mister dedi- as IIHl,lreR, cuja altura regula as alturas dos frechais
-::::J. e3 udo aliado a uma boa compreensao.
c tb fill'ira.
e ~amblagem, que ja tivemos ocasiao de As 1'crr:lgens mantCm 0 equilibrio da construc;uo.
ara tical' corivenientemente apresentado Heguhnuo 0 cutelo uas madres, as alturas do f'rechal
"0 bem feito, exigindo-se do carpinteiro e ua ti!eira, estabelC'cem estas, tendo em atenc;rLOque
ecnica. as yaras fiquem paralelas com a perna da asna.
Esta aSDa, que e sem duvida a mais pratica, pela sim-
pJicidade de construQiio, e tambem uma das que melllOf
equilibrio dao as construc,:eles de duas aguas iguais.
J\S '"<Has a aplicar nos maueiramentos assentes sobre
estas asnas, tern 0 seu cillculo pr6prio, como vimos nas
o traQado desta construQao geralmente de- tabolas de calculos apresentadas ..
au 'lJUlgar, ou ainda, como
-' ?""".J.da pOI' cisna simples Quando se faz 0 desenho da asna e sempre conva-
~'- S, pOI' lUna de PaMdio, desenhando horizontal- niente desenhar tambem a vara que tom a lugar sobre
linha de eixo da linha, que como adiante VG- a perna da asna.
ucede com 0 traQado de todas as asnas. A indicac;ao desta peQa do madeiramento sobre 0 de-
dos os pontos limites desta linha A-A', que senho da asna, tem a grande utilidade de nos fOfnecer
ente coincidem com l./3 da espessura da parede os elementos da altura do frecha!.
1M. /M.
ESC'ALA
[ do !?Jna _ .If '
0

()
,
~
I
$" e
do Conj"lInlP ..!'"1 I I
f
I
2 :3
I I + I I
7
I
8 9 lON.
!

,A;i~;)l
/~f~'-!--~
I~

I~~ , ,-
~}~_.- • - -- . - • - - - - - 13.00 - - - - - - - - - -

A5NA. DE 13 METRoS
(Con ju nto)

- .. - - - .. - - - - ~--::--:: ---',-.---.'. ---.~~~: ~~:.- --------~~~'~~-.~ =.'--.--.,' = = -= '- -.'


------
=- '. -. -.:----' ~'.' .. , .. l?~.~
Q ::~:>O U.ID.VaG a cobrir pOl' meio de
" amento, mede mais de 9m,OO, ja
. pIes nao comporta a necessaria
_=~ -ncia. Impoe-se a constru~ao da usn a
~ osta,
E.s e 'po de asna caracteriza-so pOl' com-
- quatro ou mais escoras travadas pOl'
_'0 e fuantes de ferro. ~
o a~do deste tipo de asna e de ma-
!!aral feito como 0 da asna simples,
. do- e, porem, 0 comp:timento das
~ de euo das pernas em tres partes
:e~~J pois que cada agua do telhado comportarA duas
'-e- ne te problema.
'do 0 comprimento do VaG a c01rir, trac;a-se 0
o da Linha de cujos pontos limites A e n saem as
- de euo das pernas, cujo angulo de abertura e 0 PAHA coberturas de pouca importaucia, com um van
~ne melhores condi~oes oferecer, se se nao quiser de pouquissima largura, mas (lue pOI' qualquor ra-
ro,eimr pOI' qualquer lllotivo au pelo facto du cons- zao se nao possa construir urn madeiramento vulgar,
C;:'o e realizal' om regiao de clima diferente, a me- omprega-se um sistema do asna de reduzida estrutura.
e 26° 34'. Apresentamos do is casos de pequenlls asnas: um
T ei a intercepc;rw dos eixos das peruas tim-se deste composto de linlia e duas pm'nas e outro de linha,
o "0 al 0 uma perpendicular que, baixando ate a linha, pernas e pendul'al.
I 0 meio da asna, onde se assenta 0 pendural. No primeiro destes casas as pernas SaG ligadas a Ii-
D',idida as pe1'/WS em tres partes iguais, temos os nha pelas samblagens usuais e as pernas ligam-se entre
pon"o- a e a de onde partem as escoras. De um ponto si, a falta de pendural, pOl' uma samblagem de res-
_ ' 0 eixo da escora A que liga ao eixo do pendnral piga.
u e na ua extremidade inferior, e do outro ponto sai Um esq uadro de ferro fortifica a liga~ao,
o eixo da escora B que intercepta 0 eixo da linha na A fileira, que assenta num pequeno entalhe aborto
• rnmada do ponto das pel'nas. no ungula formado no espigao, e amparada de cada Iado
Desl'nhada completamente a estrutura da asna dese- pOI' um cal~o au chapuz fixado a respectiva perna.
::::.ham-e seguidamente as pe~as de madeira e os tiran- Sobre as extremidades das linhas assentam-se as fre-
-es de ferro. Sabre as pernas assentam-se as madres, chais, como om todas as asnas,
iadas nos calQos e da sua altura dependem as alturas No segundo caso, divide-se a largura do VaGem duas
o cutelo do frechal e do pau de fileira. partes iguais para 0 tra~ado do pendural que aperta
_-0 pormenor do conjunto da asna ve-se toda a sua pela sua samblagem as pernasque, como se sabe, se
ndeza e no pormenor do pend ural veem-se as espes- elevam da linha.
_ a da madeira. Esta esta desenhada de harmonia As ligag5es das quatro pegas que formam esta pe-
co:n as citlculos apresentados nos Preliminares. quena asna sao apertadas com as ferragens usuais.
dimensoes destas asnas exigem, aIem da perfeigao o e
Angulo de abertura das vertentes do telhado 0 do
" samblagens 0 das ferragens, as madeiras bem de- costume para as coberturas no nosso pais 26° 34'.
se enadas e secas, para completa resistencia. Nada de particular nos oferece a construgao destas
- desenhos desta asna, apresentados conveniente- asnas, sendo as s@c~oes da madeira obtidas de acordo
_a "e em escalas, dao aos leitores a maior clareza para com as que se empregam prllticamente nos madeira-
- _"e a-mdo, que a primeira vista parece complicado. mentos vulgares.
M E A s A s N A s
PARA alpendres ou para qualquer outra construgao que A. construc;ao de rneias-asnas conta alguns generos
fique encostada a outro edificio j~l existente, adop- diferentes de que apresentamos alguns estudos. As
ta-se com frequ{jncia a meia-asna. ecc<ue das madeiras sao as lllesmas q ne so utilizam
Esta obp, como a sua designagao indica, e metade na a na •
da asna. E claro, metade da asna de tipo vulgar, por-
que dos outros tipos de asnas a sua construgao era inti-
til e. . . inexequivel.
Para alpendres ou para corpos salientes de edificios
a sua construc;ao e de grande utilidade.
o angulo de ahertura da perna, ou seja 0 estabeleci· TRA9ADA a linha de eixo da lillkt A·B, marca-se a
mento da "ertente do telhado, obedece, em principio, urn err;o de espessura da parede onde apoia. 0
ao sistema usual das asna~, mas nem sempre esse prin· pon 0 de ond parte a linha de eixo da F('1'na, cnja aber-
cipio e admitido pOI' razoes d.rias. tura mede ~6° 2-1' e e prolongada ate C.
Muitas vezes a abertura do angulocom a sua dimen- J unto a. parede onde encastra desenha-so urn ]/1'urnu
sao usual, eleva-nus 0 telhado do alpendre acima de que faz a ligagao entre a linha (B) e a jlPrna (C). Se-
qualquer cornija ou outra motivo ar1luitect6nico do edi- guidamente divide-se a perna om duns partes ignais,
ficio a onde eucosta. que nos da 0 ponto D, de onde til'amos uma linha de
Noutras ocasioes 0 declive do telhado do alpendre eixo para lJ, para a constru~ao da oscora.
tern do obedecol', para efeitos da e"tetica, it inclinagiio A plicadas depois as espessuras das madeirns dl'
do telhado do corpo principal do edificio, onde tern li- acoruo com os cMculos, temos concluidu a constru~ii.o
gagao. da meia-asna.
g a serie de razoes que surgem na construl)io de al· Como "imos, a linha e a perna encastnil11 nn, parede
pendres S~LO tantns e tao varilldas, que a ahertnra nor- onde 0 alpendre encosta.
mal do angola do lIeclive do telhado so se polle executar Do Iado exterior a. linha apoia-s8 sobre Hill olegiment<!
onde nilo haja obrigatoriedade de especie algullla. numa pare de 011 pilar. As [lguas pluviais tanto podem

~aJ'.e cIea~oio

- - -- -- L fa/fo
l'rLi/770

PORNENOR PARA l'ar;de


BE1.RAL
geroz como podem cair pOl' bei·
or mo tramos 0 tosco .apto a formal' 0
. al que pode tambem ser constituido
eia-cana sob telhado de tipo marselhes. PARA grandes vaos usam-se geralmente as meias-asnas
-:e anqa da meia-asna convem a aplicac;ao de escoras, cuja resistencia e assaz apreciitveI.
= := --62=.3 como nas asnas. E conquanto a primeira vista pareQa coniplicada a su·a
'cat;ao desta meia-asna, pode construir-se construc;ao, 0 seu trac;ado e bastante simples, como te-
. _"'. sis~ema de cobertura, tudo dependendo do as- remos ocasi3.o de observar .
-0 0 ,aredo e do ripado, elementos que, como Oferece 0 nosso problema 0 exemplode umit grande
a sna func;ao de acordo com 0 telhado. meia-asna que tern de suportar uma cobertura de duas
_e e mdo e simplesmente metade da asna madres.
-0 apre ontamos 0 desenho desta meia-asna,
....•. Esta meia-asna encastra de um lado nqma parede de
2amo nao ser necessario. grande altura e apoia na outra extremidade sobre uma
hador e 0 construtor desenhar~LOe trac;arao parede mais baixa, levando caixilhos envidraQados as-
.. ade e ta obra, bastando observar 0 estudo sentes sobre 0 capeamento da mesma e de encontro ao
:imple . frechal, que corre sobre as linhas de todas as meias-
-asnas da edificaQ3.o.
Inicia-se 0 traQado desta meia-asna como e corrente
com as construc;l}es deste tipo. TraQado horizontalmente
o eixo da linha A-B, estabelece-se na prumada de um
terc;o da espessura da parede on de apoia, ou mesmo
ei asnas, como a sua designaQuo indica, nrLQ mais para 0 lado de dentro, 0 ponto de partida para 0
mai do que propriamente uma metade de asna eixo da perna, A, que se inicia com um angulo que
- _. : a. com as suas ferragens e com ponduraI. convenha, de harmonia com a edificaQ3.o onde encosta
-~euhada a linha do eLXOda Linha da Asna e esta- o alpendre, ate E.
a abertura angular desejada, trac;a-se a perna,
_. e··o ira encontrar 0 pcndural, que recebenl a Se 0 VaG fosse estreito dividiamos a perna apenas
_- __ 5 erna e a fileira da robertura e que po,!'sua vez em duas partes iguais, mas no nosso caso, como 0 vao
- e ~car ligada a qualquer outra construc;ao. As vezes, e largo, essa clivisao e feita ern tres partes, que dao os
_ estas coberturas de urna s6 vertente ou agua, pontos C e D.
cornpletarnente desviadas de outros edificios. Demarcada a altura a dar aos envidrac;ados na frente
~e largura do v50 a cobrir for de determinada di- da construgao, dplimitamos, pOl' conseguinte, a altura
:=1::=.3-0 alem do que e corrente nestas construc;oes, a da parede onde eles asselltam, que e certamente a fa-
'. na tel'11 de comportar duas ou mais madres i 0 chada da obra que construimos.
~o de escoras tera. de igualar 0 das madres e enUio Sempre de harmonia corn 0 capeamento a ass ental'
-sa interessantissima esta construQao. sobre a parede descrita, assentamos tambem um ca-
roblema que aqui ora tratamos e modesto: trata- chorro de pedra ou de betao em cada prumada onde
a as de uma meia-asna para urn vao de 9"',00. apoiamos as meias-asnas.
:en angulo de abertura e apenas de 20° pOI' Con- Fazemos do mesmo modo igual trabalho na parede
7::-':;;: cia de edificaQao, 0 que nao permite urn grande do fu,ndo i isto e, asselltamos tambem urn cachorro em
- _=,,_yolnmento, como a primeira vista seria de desejar frente e no mesmo nivel do da frente, que acima des-
:~_ 0 born declive das aguas pluviais. crevemos.

~,
-----
10X/O
LinhCl /

o
{7----
I Cachocro
VISTA D[ FRIN-
IE DO CAC HO:£-

J__
-L RO 1 PA ESCORA

E. pois, nestes cachorros que vem apoiar numa me- no cachorro junto da escora maioI'. Este prumo e fixado
escoras que tiramos, respectivameute de C e D, it parede pOl' hra\{adoiras ou pOl' quaisquer outras pe~as
o claramente vemos no desenho. de ferro.
erna e as escoras tem a mesma espeSSUl'a de ma- Uma vez concluido 0 tra\{ado da meia-asna, aplica-
. que e a usual nestas dimensoes, e a Linha e cons- mos-lhe as madres, os frechais e 0 varedo como se
or duas reguas, de om,05 de espessura, que pOl' fosse uma asna qualquer. Os envidra\{ados que se apli-
arafusos de porca apertam deencontro as es- . earn, se se quiser vedaI' esse espa\{o entre as asnas
perna. e obter boa ilumina\{rw, san uns vulgares caixilhos de
= "0 das escoras as pernas e fixada com 0 au- madeira com vidros.
~: :r "ens do costume. Em pormenor mostramos uma variante da liga<;ao da
_ .- ,eze as peruas entalham na sua extremi- perna com 0 prumo, que e diferente do estudo apre-
- _- .:.~ (..1) numa pe\{a de madeira intercalada en- sentado.
a L1'nha, a fim de se obter maior resis- Nesta variante as reguas da linha apertam a perna
o a samblagem e feita como se fosse e 0 prumo e sobre 0 prumo entalha 0 frechal, que corre
na vulgar e 0 topo da Unha sobre 0 as meias-asnas em todo 0 comprimento da cobertura.
~::-ese - e como umas6pe\{a, A frente da A perna entalha pela samblagem de dente no prumo.
~o'a num prumo que assenta sobre 0 capea- Qualquer dos sistemas de liga\{ao que apresentamos
_ e. silo muito praticos, tanto para 0 estudo como para a
-= __ ~e 'or da meia-asna, i to e, do lado da constru\{ao.
- - '-' as recuas da linha e a perna en- A constru\{ao desta meia-asna e hastante pratica e,
::-e:n, se as.im se nao quiser pro- alJesar da sua robustf\s, apal'enta ligeireza e uma certa
o q e, li",ando a Penza facilidade de execu~ao. Para muitas edifica<;oes este til'O
-'- ,em apoiar-s.e
I e dos mais \lteis e recom.endltveis.
t.e!;e:!~::J,_ pendural da asna e de secQao mais
0
receber as tr8s meias asnas que
e urn edificio na sua extremidade.
rtura, que apresentamos, uma
claramente a func;;aodo pendu-
~~:oiZ l: m as tres meias-asnas.

_ :;e pequenas meias,asnas


:? ;::2er-se, quo estas meias-
-asnas :::::l? 0 sistema econ6mico
Fif!' 17. - PENDUltAJ, DE ASNA COM DJ8POSIQAO da conSe N ada ha estudado
sobre est-as ~:.....-:: e madeira, porque
l'ARA MEIA-ASNA E MEIAS-A8NA8 DE RJNCAO
pOI' via de regri =....5.~=='7~~ es que delas ne·
cessitam obedE'ce-se ill ema de ponta-
letes e pouco mais. _' ~c~=c::.1 -~a em geral nao
e mais do que a re ul a To,eniente do
conjunto da construQao, de a =_ .? cipio com a
inclina<;;ao e ligac;ao das pr6pri -
Em geral, 0 construtor pratico nao ,e reocupa com
A meia- asnas de rincao sao construidas como todas o trac;ado destes tipos de meias-asnas) ne apenas
as meias-asnas, diferindo delas apenas num caso silo constituidos pela linha e peJa perna e so - Yezes,
de modo geral, que sao 0 chanfros que e mister fazer tambem comportam UlDa escora. Villa meia-asna destas,
na quinas superiore da perna, ambos a 45°. Estes cornu !'e conclue, e apellas questao de duas on tn:!s
chanfros sao nE'cessario , para 0 a ~en1amento niyelado samblagens.
das madres. :lluita ,eze e e chaufros s6 sao feitos
prccisameute no locm onde as entam a madres, fl-
cando 0 restaute prolougalUeu 0 do can 0 uperior da
perna do quina yi\'a. "Xo eutanto e co tume corrent~ A NOT A 9 6 E
fazer os chanfros em todo 0 comprimeuto da perna.
Nos casos onde se nao fuz 0 emprego de madre e 1'1'F..TXT.ADO 0 estudos de asnas vulgar e ::
assente, geralmente uma pe<;a de ma<leira em todo 0 meia~-a oa no' tipos mais usuais das no" =
fLDglllodo telhado, chamada 1'illCiio, que cornporta os COIL tru<;ue e an c~ de entrarmos oas composigoes
cbant'ros nos sens eantos sllperiores, para. sob1'e eles out1'o si:;temas dv usnal', que relegamos para 0 cade
assenta1'em as Yaras. se-guinte, nma- elucida1' os leitores sobre os asseI:: -
POl' cunseguinte niio e preciso fazer 0 estudo especial mentas destas obras de madeira, nos seils lugares ~ _
desta meia-asna, no seu caso simpliC'issimo. POl'ern, num prios, sobre as paredes on cachorros, nas edifica ~=-"
cunjullto <Ie UIll telIJado do completa asnatllra, em que Kos Prtlimina'res esgotamos toda a materia sobre
as meias-asnas se ligam as asnas (Fig. 18) 0 pend ural prepara<;ao dos tral;ados das asnas e da preparagao d =
destas e comum as maias-asnas (Pig. 17). Assim, como seus materiais : a madeira e 0 ferro.
Apresentamos toda a sorte de samblagens, que en
nestas construgoes, e dissertamos sobre todos 0 cas
inerentes a este ramo de carpintaria civil. 0 capi
seguinte trataremos dos assentamentos das asnas em C)-
dos os casos que sao de tel' em conta quando se cons 6':-
No caderno sobre Coberturas, em que pormenoriza-
damente escreyeremos sobre todos os sistemas de m~-
doil'amentos e telbados, terao os leitores oportuoida
de encontral' as razoes do completo estudo de asn -
que agora estamos a apresentar, e no<;oes complem -
tares sobre tao importantes trabalhos como sao os
coberturas de ediflcios.
o sel'vic;o desempenhado pelas asnas na cobe
de urn edificio e de certa responsabilidade, devido -
carga que tern do suportar, como e a de urn made' -
mento e de urn telhado.
Mas, emfim: explanamos convenientemente todo 0.=
servi<;os relativos it constru<;ao de asnas, com de c -
Fia. J •• -PLAfiTA ESQUEMATICA nz.; V,l! T/~'[,flADO <;oes e desenhos suficientes para os leitares flcarem be_
OJ[ SA.', MEJA -A . "'..11 , RLVCOES E MADRES docurnentados sobre estes trabalhos.
ASSENTAMENTO ASNAS

c.-/~j'jment"
-.-~-.-
~ &cnU2r/a
tdch(7r~
conlQr/o
CUDe/at? .15-
~ra"~[.
T~i"lo-

Fig, 19.-AS8ENTAMENTO Fig. 20.-..18. EST.I.lIESTO Piy. 21. - A88ENTL~{ENTO


nE A8NA PARA TEU1AOO DE ASNA PARA TELHADO DE ASNA PARA TELIIADO
DE I3EIRAL DE ALGEROZ j n. TA DE ALGEROZ A VISTA,
SOBRE PAREOE DE TIJOLO

o ass€mtamento das asnas que e sempre feito de


ClcOl'do com as espessuras das paredes, tern 0
a largura conveniente ao algeroz e a elevac;ao da plati-
banda.
seu melhor apoio quando a intercepc;ao das linhas de Ka paredes de tijolo a meia vez, Oil mesmo a uma
eixo da perna e da linha da asna cai sobre urn terc;o da yez, em que as asnas assentam sobre pilares do mesmo
espessura da parede (F£g. 19). As letras a, a, a sao os material das paredes, a da maior conveniencia formal'
terc;os da espC'ssura da parede onde a linha da asna apoia. o leito para a asna corn uma laje.
Pcin3m, nem sempre, pritticamente, se pode fazer 0 .Ii. intersecc;ao das linhas dos eixos das pec;as da asna
assentamento das asnas nessas condic;oes, pOl' motivo pode coincidir com a face interior do pilar (Fig. 20),
de cornijas e platibandas com halanc;os ou espessuras, e do mesmo modo 0 frecbal que, como no caso da fi-
que 0 nao permitem as vezes. gum 19, encosta a samblagem da perna, sobre a linba,
Em alguns casos, quando a iutersecgao das Jinhas de da assim lugar it platibanda de meia vez de tijolo, que
ei.so clas pec;as cIa asna cai fora da parede, a usado mais nao a do que a elevaQ3.o aumentada, se a espes·
com muita vantagem 0 assentamento de um cachorro sura desta for tarnbam de meia vez.
de pedra, para apoio dalinha da asna (Pig. 20). o exemplo apresentado sobre uma vez de tijolo
:Neste caso pode muito bem 0 frechal ficar napru- (Fi,q 20) a aplicado a construc;oes de fins industriais on
ada do paramonto interior da parede, permitindo, assim, similares, como se v6 peia ligeireza das paredes.

Fig. 23.- AS8ENTAi1lENTO Fig. 24.-A88ENTAilfEATU


DE ASNA PARA TELHADO DE ASNA PARA TELHAO()
DE AWEROZ E PLAl'IBANOA DE ALGEROZ, SOBRE
A PAREDE
I
J>;r;h
a-+a+a
0.$0
l'vJra'e
efo
$Iz. :
0

._~_.L. ~.z.
-- .. -,

Fig. 25.- A88ENTAMENTO Dil. Fig. 26.-A88ENTAMENTO Fig. 27. - A88EN'l'AMENTO


..J .·SA COM 08 E rX08 A UM TERQO ]).1 A8NA COlt! 08 EIXOS FURA DA A8NA COllf 08 EIX08
DA ESPES8UUA DA PAREDE, D.4. EINHA DO PAFtAMESTO NA PRUilfADA DO PARAlJfENTU
PARA 0 lNTERIOR VA PAREDlJ DA PAREDE

al"eroz, sem maior inconveniente, a~senta numa Os tra<;ados da asnas para a sua constru<;{aoe a copia
calha ou aguieiro de madeira ou de outro material, que em tamanho natural do desenho, que em menor escala
. de asna a asna, em to do 0 comprimento ou percurso foi efectuado com 0 projecto da edificac;ao.
;) elhado. Para a realizac;ao de todo a trac;ado e conseguinte
~-0 casos apresentados as algerozes tanto podem ser marcac;ao das diferentes pec;as de madeira a utilh:ar,
zi co, como de gres ou de fibrocimento, desde que constr6i-se previamente urn estaleiro, na oficina ou ao
·se tern totalmente sobre a alvenaria. ar livre, onde esse trabalho tern de efectuar-se.
encastramento dos topos das linhas das asnas nas o estalet1'o para 0 tra<;ado das asnas e marcac;ao da
edes, deve tel' de 0"',20 ou om,25 a om,30 de en- madeira e uma especie de mesa, com a altura pr6pria
...•.e a, quando assim puder ser, visto hayer muitos ca- para os carpinteiros trabalharem em sua volta a yontade .
:::0 que nos obrigam a proceder de outro modo. Pode- E nessa especie de mesa, cujo tabuleiro tern aproximada-
:::!l _ afoitamente dizer que cad a construc;ao tern 0 seu mente a forma da asna, que se desenha a construc.;ao,
caso particular. e, onde depois se colocam em cima e de face as pec;as
Com-em, to davia, notal' que quando as Iinhas das as- de madeira devidamente desempenadas e esquadriadas.
tenham de encastrar em paredes que se continuam Com 0 esquadro ele\'am-se do desenho da planta da
e e>ar, as samblagens das pernas tem de ficar com- asna, inscrito na mesa do estaleiro, as linhas a lapis,
~:etamente clentro do VaG (Figs. 21, 23, 24, 26 e 27). para os cantos das pe~as de madeira, onde se abrirao)
..1 ligac;oes das asnas entre si numa cobertura com- depois, as sam blagens .
e-' ao feitas polos frecha.is, contra-frechais, madres Efectuando-se toda a marcaQao das samblagens nos
, eiras. cantos das pec;as de madeira, com a precisao- necessa-
6 nas asnas de tipo fabril e nos lanternins das asnas ria, e fazendo-se os dentes e as escarvas com perfeic;ao
_ e 0 possuam se constr6i, para a ligac;ao total do e born uso das ferramentas, a construc;ao das asnas e
, amento, 0 sistema de contraventamento. forc;osamente perfeita e a sua solidez plena de garantia.
Porem, as vezes, em grandes construc;oes faz-so in- A aplica~ao das ferragens, feita s6 depois da asna
• ~:o mente, dentI·o do sOtao, escoramentos entre as estar erguida e assente no seu lugar, completa todo
-~ ,dos pendurais ao vigamento. o travamento necessario ao conjunto.
POI' via de regra as asnas saD armadas no sen logar,
pOl'que a nao ser as de pequenas dimensoes, que podem
transportar-se completas e com facilidade: as de gran-
des dimensoes sao, como se compreende, de muito di-
C ONSTRU <;1\0 ficil conduc;ao do estaleiro para a obra.
Assim, depois da asna ser armada sobre 0 estaleiro,
precisamente em cima do seu desenho, e desarmada
C ·ocla a descric;ao que fizemos dos trac;ados e cons- e as suas pec;as conduzidas para 0 madeiramento, onde
tru<;ao das diferentes fases das asnas, deixamos s6 entao suo armadas definitivamente e no seu lugar
.;: e'·ore aptos a compreender este ramo de trabalhos pr6prio.
:.. c . aria civil, onde e exigida a maior competencia A construc;ao das asnas e uma obra que a pretexto
- -~~oDal. algum entram os pregos em fun<;ao.
Os elegimentos deixados nas paredes para 0 assenta-
mento das asnas deverao ficar muito bem nivelados entre
si, e em relaQao nao s6 com os que Ihes ficam simetri·
cos, como com todos os demais do mesmo conjunto.
DERNOS PUB LIe A D, OS
- _,-=_'A ~ DE ~L~DEIRA-Preliminares-Asnas 16 - OBRAS DE CANT ARIA - Guarneeimentos
-u,uare , imples e compostas-Meias-asnas- de vaos - Envasamentos - Convergeneias dos
As 'ntamentos (27 Figuras). _ areos - Cunhais - Faixas - Eseadas - Ca-
_ -.\ _._-AS DE MADEIRA - Asnas de mansarda- peamentos - Assentamento (27 Figuras);
:\o,nas de lanternim - Asnas especiais e sheds 17 - OURAS DE CANTARIA - Molduras - Pi-
13 Figuras). . lastras - Pilares - Colunas -- Galbamentos-
_ - ESCADAS DE MADEIRA - Preliminares -- Caneluras - Capiteis - Vaos de janelas-
\ olutas das rampas das escadas- Escadas sim- Trapdos (42 Figuras).
ples e Escadas de lan<;os paralelos (18 Figuras)_ 18 - PA VIMENTOS DIVERSOS - Massames -
_ - E . C ADAS DE MAD EIRA - Escadas de lan<;os Formigoes - Bet6es - Betonilhas - Pavimcn-
paralelos e de lan<;os perpendiculares - Ba- tos hidniulicos e .ceramiws - Lajens - Pedra
lanceamento de degraus (25 Figuras). - serrada - Revest'imentos (26 Figuras).
= - ESCADAS DE MADEIRA -Escadas de com- 19- vAOS DE JANELAS - Aros - Tabuas de
pensayao - Escadas de leque e mixtas de va·
rios tray ados (15 Figuras). peito .---:Caixilhos de janelas - Bandeiras -
Veda -Iuzes - Ferragens - Pormenores
- - E CADAS DE MADEIRA - Escadas de cara· } (2 I Figuras).
01 de varios sistemas - Guardas de escadas
e acabamentos (23 ·Figuras). 20 - V AOS DE JANELAS - Diversos tipos de
vaos de janelas - Caixilhos especiais - Ge-
- - ~A \T\1ENTOS DE MADEIRA - Prelimina- 10sias - R6tulas - Persianas - Pormenores
res - Vigamentos - Tarugagem- Madeiras (26 Figuras).
- Serrafados - Soalhos a portuguesa e a in-
ulesa - Espinhados - Parquetas - Mosaicos 21 --PORTAS EXTERIORES - Aros - Portas
.3-1-Figuras). de taipal- Portas envidrayadas - Portas ('e "\
postigo - Portas almofadadas - Portas prin-
-. L\DEIRAMENTOS E TELHADOS - Preli- cipais (24 Figuras). "
minares - Madeiramentos - Rincoes - Lar6s
Tacaniyas- Alpendrados - Estruturas (25'Fi. 22"':' PORTAS INTERIORES - Guarnecimentos
QUras). - Vaos de urn e de dois batentes - Portas
almofadadas e envidracadas -,- Guardavel1-
- _ ,.illEIRAMENTOS E TELHADOS-Madei- tos - Assentamentos (25 Figuras).
:-amentos de mansardas -Mansardas diversas
- .\Iansardas de alvenaria - Construcoes de 23 - INS rALACOES SANITARIAS - Prelimina-
::-apeiras - Trapeiras de diversos tipo; (2 I Fi- res"':' Manilhas - Sifoes -- Encanamentos
QU:-as). diversos - Caixas e POyOS de limpeza -
- -. LillEIRAMENTOS E TELHADOS - Cons- Ventilayao '£25 Figuras) ..
ti"udio de clarab6ias - Clarab6ias, divers as - 24-INSTALACOES SANITARIAS - Canaliza-
La~ternins de construyoes industriais - Te- yao de Agua - Loiyas Sanitarias - Autoclis-
.uados espcciais - Telhados piramidais -e di- mos - Urin6is - Retretes - Casas de Ba·
-:er os (22 Figuras). nho - Pias (27 Figuras).
-. _illEIRAMENTOS E TELHADOS - Te- 25 - INSTALACOES SANIT.ARIAS - Canaliza-
,. ados especiais - Telhados c6nicos, de cupula yoes - Tinas de Banho - Chuveircs - Reser-
~ de oayilhao - Pormenores das coberturas - vat6rios - Tanques - Lavadouros - Fossas
CGntrayentaL2entos - Beirais - Algerozes - (22 Figu~as). .
T'bo de queda - Guarda-fogos, etc. (18 Fi- 26 - INTERIORES E EXTERIORES - Revesti-
"- -as). mentos - Guarnecimentos - Tabiques e Fron-
_- TECTOS DIVERSOS - Preliminares - Tec- tais - Envidrayados - Pinturas e Caiayoes
:~: c.e madeira, de esteiras simples, sobrepos- (25 Figuras).
::. e rampa e artezonados - Teetos estuea.- 27-CHAMINES E AQUECIMENTO-Di-
::D5 - Te- os espeeiais (27 Figuras). , versos sistemas de chamines - Chamines
B :\S DE AL VEN ARIA - Preliminares - industriais-"- Aquecimento central de diver-
Al ;:-2~G.: di tr"as - Paredes de alvenarias , sos sistemas (26 Figuras).
.:::-;-::::: - . Iuro - Cunhais - Pilares - Ar- 28 -_.TRABALHOS DE FERRO - Asnas - Caixi-
~ -'::c.5 -'j e a - :\Iateriais (32 Figuras). lhos, portas e port6es - Escadas - Grades -
- _ ...A_ DE ALYE~),RIA-Implantayao- , Gradeamentos - Ligayoes (26 Figuras).
-=- -=-::== - E>T-J.;:oe- - Pormenores - Mu- 29- VENTILACAO E ACUSTICA-Ventilayao-
':: = __ -~ ~ ':'~>"~':'a-ao - Enroeamentos Circulayao do ar ~ Acustiea - Ruidos - Tee-
. --.:: .::-'= ~_ F:~--a:. tos aC(lsticos - Audit6rios (25 Figuras).
.- . .:::- :'=:-::0' tra<;ados 30 - DIVERSO S TRABALHOS - Motivos de
_.- __ - . ',c. ';:.=' - Ab6badas jardins - Armarios de cozinha -- Betao ar-
-"'\ mado - Ligaqoes de ferro (23 Figuras).
EHCICLOPEDIA PRATICA
2 DA COHSTRUCAO CIVIL .
~.
2
. . J

ASNAS DE
M A·D E I RA

ASNAS DE MANSARDA (ASNAS VULGARES, CILiNDRICAS E DE ESCORAS) - ASNAS DE


LANTERNIM (ASNAS VULGARES E DE ESCORAS) - ASNAS ESPECIAIS (ASNAS DE ALPEN-
ORE, DE NivEL E DE TESOURA) - ASNAS FABRIS SHEDS (ASNAS COMPOSTAS E DE
ESCORAS) - 13 FIGURAS

EDIQAO DO AUTOR
F. PEREIRA DA COSTA
DISTRIBIDQAO DA PORTUGALIA EDITORA
LISBOA PRE~O 1S$OO
ENCICLoptDIA PRATICA
2 DA CONSTRU~AO CIVIL 2
ASNAS DE MADEIRA
EXPOSTA no. 1.0 Caderno toda a teoria preliminar da Agora, neste 2.° Caderno, propomo-nos apresentar
construQao de asnas, pE'la qual os menos versados todos os sistemas de asnns aplicados nn nossa cons-
em carpintaria civil podedio adquirir os necessarios truQao.
conhecimentos, vamos iniciar os estudos da constru<;ao Falamos das belissimas Asnas de Mansarda, de tao
dos diversos tipos dessas obras. pratico tragado e execuQao, ate as utilissimas Sheds,
Tratamos da construQao das Asnas Vulgares, aq uele passando pela p_qrmenorizagao dos lanternins e de
pratico tipo idealizado por Paladio, que tao bem se outros sistemas usuais.
barmoniza com a inclinaQao dos nossos telhadus e com Alguns estudos de ~istemas especiais de asoas serao
as utilissimas meias-asnas, de que expusemos desenvol- desenvolvidos, como os destina-dos a tectos cilindricos
vidos exemplos. e os das construgoes de tesoura, de nivel e de, alpendre,
.

Terminamos aquele Caderno com a descriQao do cujos tra<;ados sao de apreciavel engenho.
assentamento das asnas nos varios casos e nas suas Estes dois cadernos desta Enciclopedia formam um
diferentes formas. util conjuuto da contrugao de Asnas de Madeira.

Iff" (G" ~~i }{II II ,0 '


EfCALA
?rumOJ para 1,,-
~/fuer ;nt~rto,..ef

-~--- . ~ - - - - - - -
E STAS asnas especiais para telhados dobrados, criados
pelo espirito frances da epoca brilbante das gran-
des constru~()es
famoso arquitecto
Os telhados
de Luis XIV, devem 0 seu nome ao
frances Francisco Mansard (1).
deste sistema, geralmente conbecidos
oI
tipo de asna vulgar, que nao obedece a regras es-
peciais para a sua constrllQao. a n11.Oser aos re-
pelo nome de mansardas, constituidos por aguas dobTa- quisitos que todos estes trabalhos de carpintaria civil
dos, tern a enorrne vantagem de poderem comportar exigem, e ? mais pr6prio para qualquer cobertura de
dentro da sua pr6pria 'arma~iio um'pavimento. mansarda. E adaptavel a qualquer largura de van e a
Sob 0 ponto de vista exterior 0 seu efeito, dentro qualq ner altura de pe direito, sendo pOl' isso absoluta-
de determinados estilos, e perfeito e atraente. I mente construtivel. Dentro de um criterio pratico e
Em Portugal e no estilo de D. Joao V que a man- deste tipo que tratamos em primeiro lugar.
arda teve 0 seu maior desenvolvimento, tendo depois No nosso problema damos ao, andar a construir na
passado com manifesta utilidade a ATte Pombalina. mansarda, 0 pe direito de 2m,95, mas poderiamos tambem
Acrualmente ainda a mansarda tern urn papel impor- dar maior altura,se 0 quizessemos.
tante, construindo-se nas cidades em grande numero. Assim, acima do vigamento que cobre 0 andar de
As asnas de mansard a comportam, praticamente, na baixo, medimos os 2m,95 de pe direito e mais a espes-
sua parte supe.rior a asna de tipo vulgar, enquanto que sura do Bolbo e a do tecto, que em conjunto dao apro-
inferiormente, a sua base de apoio sobre as paredes da ximadamente om ,05, 0 que no total perfaz os 3m ,00 que
construQao, forma urn todo diferente. vemos no desenho. 0 van mede HlTI ,50 de largura. De-
Assim, acima da Linha temos tarnbem as Pernas, as 'senbamos a linna tra<:ando,Jhe a linba de eixo. para
Escoras e 0 PenduTa(, e abaixo da Linha temos as Pernas efeito do traQado geral, que assim iniciamos. Sob a
de Forr;a. linha desenhamos as pernas de fort:;a com a inclinaQao
Geralmente as Pernas de Forr;a, que sustentam a que mais convier. de acordo com 0 projecto da obra.
aSDa propriamente dita, apoiam-se no vigamento do A linba· da face interior da perna de for~a prolonga-se
payimento onqe se erguem, outras vezes encastram nas para cima ate interceptar 0 eixo da l~nha. estabelecendo.
paredes da edilica~ao. Porem, em boas constru~(Jes, estas respecti\-amente os pontos A e B. E destes pontos que
pernas fixam-se numa segunda linha que fica interca- tiramos os eixos das peTnas, cujo trac;ado agora segUE
lada entre 0 vigamento, mas onde 0 solbo nao assenta. como nos traQados das outras asnas_
Nas condiQoes descritas a asna fica completamente Constroe-se 0 pend ural e as escora,~como e corrente,
independente do pavimento. fixando-se-lhe as ferragens de igual modo. A asua esH
Para a captaQ11.o das aguas pluviais em qualquer das armada.
,ertentes do telbado, constroem-se algerozes de cbapas Entre a linha e 0 vigamento, na parte interior daf
de zinco ou de qualquer outro material. pe1'nas de for~a. aplica-se urn prt~mo para fixaQao de
Isto, e claro: se 0 projecto da obra assim 0 exigiI', tabiq ue ou qualquer outro tapume a fazer parede.
porque tanto na quebra do telbado como na sua base, Dividida a perna em duas partes iguais para a escora.
poderemos aplicar beirais como nas coberturas vulgares. assentamos sobre os pontos C e D as madres. que esta,
Nas edificaQoes do estilo de D. Joao V, nas da arte belecem pOI' consequencia a altura do fTechal.
pombalina e nas cbamadas a portuguesa veem-se com- 80br~ 0 comprimento da linha assenta-se 0 alger02
plicados beirais, cujo espaQo a constru~iio das asnas para receber as aguas das vertentes superiores do te,
admite sobejamente. Jhado, e sobre as pernas de forr;a aplica-se urn revesti,
Nas duas vertentes superiores do telhado podem-se
mento exterior, que pode ser de telbas, cbapas de zinco.
zplicar todos os tipos de telbas, e nas vertentes inferio- ard6sias, etc., construindo-se para esse fim urn tosce
re ou abaR, aplica-se urn revestimento ou forro de cha- apropriado, Para aparar as aguas das vertentes inferio
a de zinco, de telhas, de ard6sias ou de placas de res, assenta-se um algeroz sobre a cornija, mais or
qualquer material resistentes as intemperies. menos a altura do pav,imento do andar amansardado
Conquanto neste Caderno os estudos apresentados As nguas destes dois algerozes san conduzidas pan
se:am s6 relativos a construQao de asnas, diremos to-
fora pOI' tubos de queda, como sucede com outrof
na que as coberturas amansardadas podem tambem algerozes.
se:- construidas pOl' estrutura simples, de prumos, ponta-
_e:e., e coras e niveis, como todos os restantes telbados. A liga<:ao das asnas entre si, faz·se por meio de UIT
Ern caderno pr6prio estudaremos todos os sistemas contraventamento, com travessanhos e longarinas.
"e e'truturas de telbados, desde' os mais simples e vul- o vigamento do tecto, assente entre as linhas daf
_ ~es aos de mansarda e de torre11.o. aSDas, apoia-se nas extremidades sobre frecbais assentef
nos prumos e nas peTnas de fOTc;a,compreendendo-se per,
feitamente que essa esteira nao po de assentar nas linbaf
1 Es e famoso arquitecto dcixou urn discipulo, 0 seu sobrinho- das asnas.
-==-0 Jules Hardouin-Mansard, que nas~eu em 1646 e morreu em Se a largura do van medir mais de 9ffi.OO, a constru·
: - _= e que e teYe ao serviQo do Rei Sol como sell primeiro arqui-
e
~ao acima da linha feita como na a!ina vulgar composta
_ Denoou em Paris, Versalhes e outras localidades da Franya
---i.e:.s obra de arquitectura. com 4 escoras, para 0 madeiramento comportar 2 madres.
, I

" I
, I

~
,I 1
/.
/

,I /
, I /
RevNftinenTo " I /
eJ<fer,or , 0 /
" C /
, ri //
, I /
, I
'~ /
~ //
I' /
I //
I , /

I',
I'
I' /

*';---------------------------
I 'I /

- - -- - - - - - - - - - - - --- - -- - - - -~- -- - r -~-~


I 0.48 L/nha "nfer/or (2uente enft-e
, ..!2.Y/:tamenTo--

Elegr'mento
LSCAU- (;;;_j~; c,." its ,0

o numero de escoras corresponde, como JU escre- Deste ponto traQa-se urn arco de clrculo, cujo raio
vemos, ao numero de madres que teremos de empregar, a A·C ou C-B. Seguidamente divide-se esta semi-cir-
sempre consoaDte a largura do vao. Em cada vertente cunferencia em 4 partes iguais, sendo as duas partes
de urn telhado 0 numero de madres a variavel, depen- superiores, de D a E e de E a F, Jestinadas as aguas
dendo sempre da largura do vao. ou vertentes superiores do telhado e as duas restantes,
as que VaG de A a D e de B a F, as vertentes iroferio-
res, isto e, as dobras do telhado.
Os pontos D e F SaG as quebras do telhado ou as
suas dobras e coincidem com as pontas do Yarl'do.
ESTE sistema de asna de mansarda que tratamos e do Sempre, conforme os calculos dados para as dife-
genero vulgar, obedecendo apenas a urn meta do rentes pe<;as de madeira, obtem-se 0 cutelo das }.t[udres,
muitissimo pratico, designado par tra<;adode 4 partes. e desenhando abaixo deste a Linha superior ou Nivel,
Aparte a maneira do seu tra<;ado, esta asna €I seme- vemos que a sua linha de eixo intercepta a linha de
lbante ao tipo geral das asnas, nada tendo de especial. eixo das Pernas exactamente DOS pontos interceptantes
Como a questao do pe direito, do andar a aproveitar dos raios C-D e C-F.
com a constru<;ao da asna, depen'de mais ou menos do Se a asna for de peljueno VaG nao tern necessidade
tra<;ado, podemos fazer descer a Linha inferior a altura de Madres e pOI' conse~uinte dispellf>a as Escoras.
conveniente para um bom pe direito. Mas se, pelo contnirio, 0 seu vao for grande, tere-
Dentro deste principio racional estabelecemos 0 pa- mos de aplicar Madres, e, entao, procedemos como Il,OS
,imento do andar, e damos dessa linha ata a altura outros tipos de asnas.
con,encional das paredes, uma distancia que nos per- No nosso problema a dimensao entre paredes €I rela-
::nita 0 pe direilO desejado. tiva, mede 7 metros, precisa pOI' isso de 1 Madre. As-
~o problema que apresentamos, a altura de que sim, temos de aplicar Escoras. Quando 0 espraiamento
-emo necessidade entre a Linha e a altura das paredes da posi<;ao das Pernas a relati\"amente grande, fica
e de O:n,48. completamente nul a a ac<:flO das Escoras se forem de
Definidas que foram as caracteristicas desta asna, encontro ao Pendural como no nosso caso,- sendo con-
o~ estudar 0 seu tra<;ado. veniente, par conseguinte, que fa<;am encontro pOI' sam-
Dc erminada a altura das paredes, tra<;a-se uma blagem com a Linha superior ou Nivel, como na aSDa
-==-::. horizontal, A·B, que dividida ao meio da 0 ponto C. de escoras.
Cp/fO
Freda!
~/

, I
\
\ I
\ I
\ !

\ I
,\ 1/
_A ••...•......•.....•..........
' .-,

·.·.·.<!C : ..:.......".'....•.••.•.• ~~ . 1
Firl. 3 - ASNA DE LllANSARDA PARA TECTOS cllIvnlllCOS

Terminado 0 traQado acima deste Nivel, faQamos 0 Estabelecida a altura maxima das paredes onde deve
seu estudo para baixo. assentar a asoa, traQa-se de urn lado a outro da cons-
Aplicam-se entre as Linhas superior e inferior as truc;ao, uma linha horizontal, A-B, da qual achamos 0
Panas de For<Ja, como indicamos no estudo da Asna centro, que e 0 ponto C.
rulgar. Deste ponto tiramos um arco de circnlo, cujo dia-
o assentamento da Linha inferior e feito de acordo metro e 0 VaG da asna, e, que vai de A a B.
com 0 pe direito desejado, e, e este pe direito que nos o traQado, porem, vai continuando.
dft a altura das Pernas de For<Ja,como decerto ja com- Dividlmos esta semi-circunferencia em 3 partes
preendemos. iguais e achamos os pontos DeE, que correspondem
Esra Linha entra no conjunto do vigamento, nao exactamente as quebras au dobras do telhado.
sendo todavia conveniente que 0 solho pregue nela. Do As distancias A-D e B-E, au sejam as dais terQos
::nesmo modo a Linha superior, que fica intercalada na inferiores au lateraisdo arco, formam as vertentes in-
e-teira _do tecto, nao recebe fasquiado, tabuas de forro feriores da cobertura. enquanto que a terQo superior
ou placas de revestimentQ de que se componha 0 tecto dividido ao meio pela perpendicular levantada de C
do andar aproveitado. para F, fortDa as duas vertentes superiores.
A resistencia da asna perder-se-ia e perigava a sua Em tangencia c m 0 arco na intersecgao com a linha
construc;::o. perpendicular C-F, traQa-8e uma linha horizontal que
forma a canto inferior da Linha au Nivel da asna.
De acordo com 0 cutelo da Linha, deseuha-se a sua
linha de eixo, que da nas intersecQoes com as raios (;-D
e C- E as pontos de onde partem as eixos das Fernas.
Estas, pOl' sua vez, tell urn angulo de abertura den-
se pretende obter urn tecto cilindrico tern de tro dos limites usuais, au seja em volta de 26 au 27
Q LASDO
se construir asnas apropriadas a esse fim, se '0 graus.
Urn pequeno Pendural estabelece a equilibria da
e.:i:lcjo e destin ado a grande salao, igreja ou armazem.
Portanto 0 tipo de asnas a escolher tern de ser des- armaQao.
_-:'i 0 de linha. Dentro desse sistema apresentamos Apoiando a Linha ou Nivel firmam-se as Pernas de
=:.z in'eres ante construQao de asna sem linha, para ForQa sobre as paredes, formando tangencia com 0 arco
-~ l!.-::osde mansarda. de circulo.
~e;amos 0 problema de uma asna de 6m,OO de vao, Dois grupos de 2 Escoras cada urn, mantem a com-
;.~=~~cien emente demonstra que qualquer que seja a pleta seguranQa da asna pOI'meio de parafasos de porca.
esta construc;ao e exequivel. Estas Escoras, cuja espessura nao vai alem de om,05
I; 0 e muito pratico. passam, uma de cada lado do Nivel e das Pernas, e
\E:
.~_.,
,
,,,

\
\
\
\
\
\
\
\
\
\
,
\
\

"... \
" \

'...... \ I
"'..... ' I
Perna de Fore._a \ I
" \ I f "II'

----- - ------ --------_.-.7~=~,C-.-- -'_:'~~;:- --- - ----


tm a meia-madeira ao pas~arem uma sobre a outra como acontece nas outras asnas deste tipo, fica interca-
~dural. ' lada no vigameoto do andar a construir.
tdres com a altura correspondente ao seu vao, Todas as pegas de que se com (Joe a asoa SaD aper-
nas asnas simples, dao a altura ao Pau de Fileira tadas por ferragem com parafuso de porca.
'1reehal. Sabre as Pernas de jorc;a san assentes longarinas,
~erozes de, chapa de zinco recebem as aguas plu- que~ ligando as asnas umas as outras, dao ao mesmo
le todas as vertentes. tempo base para 0 assentameoto do tosco, apropriado
mo em todas as asnas deste sistema, ,as vertentes aos revestimentos das vertentes ioferiores do telhado.
,res podem ser revestidas de qualquer material As longnrinas saD apoiadas em calgos fixados nas pe1'-
:e das intempeties, entrando no conjunto arqui- nas de jorc;a. •
ico da fachada do edificio. A estrntura deste asoamfmto forma um conjnoto s6-
aguas superiores da construQlto aceitam qualq uer lido na cobertura de um edificio. Pela escala podem
e telhado, pois gozam de uma certa independen- observar-se no desenho todas as dimensoes da cons-
1 toda a co bertura. trogao,
, Pernas de Forc;a podem, geralmentA, possuir as Esta asna de escoras, quando dotada de boas ferra-
lS de am ,15 ou am, 16 x 0'",12 ou 0"\ 14, As outras gens e constrnida com boas e secas madeiras, e, taIvez,
obedecem aos calculos, que demos no Iugar apro- a melhor para snportar coberturas pesadas.
I do Caderno n.O 1.
,ra a forma<;ao do tecto arqueado prelram-se eam-
sobre as faces das asnas oode se assentam as ta-
o fasquiado ou quaisquer placas de revestimento.
OUTROS TIPOS
ligagao das Pernas ao Nivel exige 0 emprego de ASNAS DJ1J MANSARDA
:ens. As Pernas de Forc;a emmecham numa laje,
)bre a parede faz 0 elegimento respectivo da cons- A variedade de tipos de telhados de mansarda e assaz
),
grande, tendo n6s, todavia, aqui apresentado ape-
nas quatro dos seus melhorelj tra<;ados.
No numero dos tipos que nestes cadernos omitimos,
contam-se alguns' bastante curiosos, mas de pouca apli-
ca<;ao, tanto mais que 0 genero de telhados que dessas
asnas precisavam estao actualmeote fora de uso.
iTINA-SE este tipo de asna a cobertura de gran des A constru~ao dessas mansardas que hoje em dia s6
vaos e, embora 0 estudo 'aqui apresentado nos tem aplica<;ao em casos, cujo numero e bastante res-
'e em cada agua uma s6 madre, pode comportar trito, e geralmente feita, devido it categoria das obras.
au mesmo tres, conforme a necessidade da cons- pelo sistema ordinario, que nao comporta asnas, como
o. 0 reforgo da sua Linha ou Nivel com escoras, se sabe.
,eja garantia da sua grande resistencia. Longe vai ja 0 tempo das belas edifica<;oes no estilo
seu traQado e, como nos outros sistemas, bastante de D. Joi'lo V, em que os rtiversos sistemas de asnas
:0. Assim; passamos a descreve-lo. de mansarda gozavam de larga aplicagao.
etermioada a altura das paredes que formam 0 van De entre os tragados ,de asnas que nao estudamos,
)rir, traQa-se uma Iioha horizontal A-B, que divi- mas que SaD interessantes, embora sem aplicagao na
ao meio, nos da 0 ponto C. Deste centro tiramos actualidade, pelo seu dis!-,pndio e ... porque nao diL::e-lo,
,rco de circu!o, cujos raios na Iioha A-B, van s6 inutilidade, citamos ao acaso dois.
,0 primeiro tergo da espessura das paredes. Segui- Um, que nao e mais do que uma Asna de Paladio
nte dividimos 0 arco de circulo em b partes iguais. eomposta, assente sobre Pernas de Forya de grande al-
IOdicamos D, E, F' e G. As distaocias A-D e G-B tura, destina-se aressalvar urn grandf\ pe direito. Esta
as duas vertentes inferiores do telhado, enquanto asoa e de grande importancia em edificagoes de rendi-
o area D-G dividido ao meio, ponto B, da as duas mento, pois que aproveita urn andar que em telbados
Intes sllperiores. vulgares se perdia. ,Neste caso a eleva<;ao das pernas
10 ponto D a G tragamos uma linha horizontal que de jorc;a nao tem a necessidade de grande inclinagao,
eixo da Linha superior ou Nivel, de onde tiramos, podendo mesmo ficar qlJase verticais.
corda com as espessuras de madeira a aplicar nas Outro tipo de que nos permitimos falar e aquele das
I e nas madres, a linha de eixo das pernaa, com asnas de 4 partes, cnjo estudo neste caderno desenvol.
gulo de abertura conveniente. vemos no seu caracter simples (Fig. 2), mas que pode
intercepgao dos eixos das pernas, forgosamente ser construida. se a largura do vao for grande, na mo-
na linha CoB, estabelece 0 lugar do pendural. dalidade composta.
pernas divididas em partes iguais dao Ingar as Neste caso pode ser compelida a conter 4 ou mais
• que sendo em asnas de uma s6 madre em cada escoras, providas de esticadores de ferro e demais fer-
;) e, pond em entalhar no pendural. ragens apropriadas e necessarias.
- pernas de jorc;a assentes na Linha iTiferio1', su- o equilibrio deste tipo de asna e facilmente com-
a Linha superior e toda a construgao da asna provado, como vimos no estudo dessa asoa no seu as-
'amente dita. pecto simples e vulgar. 0 tipo composto desta mesma
~ma escora entre a perna de jorc;a e a Linha superior asna e ainda mais equilibrado, e pode conceder-nos uma
.e . or liga<;ao e resistencia a obra. A Linha inferior, maior altura para pe direito .
ASNAS DE LANTERNIM
As asnas de laoternim que se destinam it cobertura de
. armazens, em que pela sua extensao a luz e 0 ar
se tornam insuficientes, sao construl;l)es cnriosissimas.
Hil variadissimos tipos de asnas de lanternim, mas
alguns nao sao recomendilVeis, nao s6 pela sua dificil
E este 0 tipo mais simples de asna com lanternim
dentro das contruQl)es de madeira. 0 problema
construQao como tambem pela sua demonstrada inuti- que apresentamos e bastante priltico, e, assim, passamos
lidade. a estuda·lo. 0 seu vao mede 6 metros apenas.
Neste numero estao as asnas fabris (sheds) de lan- Arbitrada a largura a dar ao lanternim, que no
ternim, cuja construQao e aplicaQao nao sao nada pd.- nosso caso e de 2m,OO, ficam-nos, de cada lado, para
ticas. vertentes do telbado, outros 2m,OO.
E alem destas muitas outras. Tral;ado 0 eixo da Linha e estabelecidos os pontos
A"presentamos, pOl' conseguinte, dois casos que, A e B, estabelecemos os eixos das Pernas, que se pro-
cremos, hastam para completa identificaQao com a cons- longam com 0 Angnlo previamente marcado.
truQao dos tipos de asnas de lanternim.
Nas construQl)es metilliras a variedade de asnas de No eixo da Linha marcam·se os pontos C, DeE,
lanternim e muito mais vasta. que sao respectivamente 0 centro ou eixo da constru-
Os dois casos que estudamos dentro do sistema de Qao, fl os eixos dos Prumos que vao formal' 0 lanternim.
asnas de lanternim sao, a Asna de Paladio, a vulgaris- Oomo a largura das pel;as de madeira a aplicar nos
sima Asna Simples, jil nossa conhecida, e a Asna de Es- Prumos mede om,16, os pontos DeE estao a 2 ,16 urn
f1l

coras, curiosa e sempre de born efeito construtivo. do outro, 0 que gar ante a largura de 2m,OO ao lanter-
nim. .
As descril;l)es que vamos fazer destes dois tipos de
asna de lanternim, vao mostrar aos leitores a forma do Dos pontos C, DeE elevam-se perpendiculares; 0
seu tral;ado, e a maneira da sua construQao, que, como C da CO no espigao do telbado e D dil F na intersecQao
todas as outras obras similares, e de born efeito e de com 0 eixo da Perna, que parte de A e termina em G,
muito filcil execuQao. na altura estabelecida para a Linha do lanternim.
As secQl)es das pel;as de madeira a aplicar na cons- De E a perpendicular encontra II na intersecQao
trul;ao destas asoas estao absolutamente dentro dos dl· com 0 eixo de Perna, que parte de B e perfaz 1 no
culos, para todos os tipos de asnas, cujas tabelas demos eixo horizontal COlli G.
jil, como dissemos, no 1. Oaderno desta Enciclopedia.
0
Para este vilo, que e relativamente pequeno, as
Quanto ao resto, apenas trabalho de samblagens. Pernas sao apenasdivididas em 2 partes iguids, com-

PORMENOR DA SAMBLAGEM
L

---- . ---
c
f.9f
DI 2.-18
IE l.9~
6.00
ESCALA ~
",0
. I
,0 I'METRO

Fig. 5 - ASNA VULGAR DE LANTERNIM


portando cada uma, uma s6 Escora, que vai de encon- As linhas de eixo das Pernas interceptam-se, como
tro ao Prumo. Um Nivel entre P e H aperta ajustada- e natural, a meio dovao,·, em B. Ai corre uma linha
mente os Prumos, que tern a fun<;ao de Pendw·ais. vertical que divide a largura do van em duas partes
De G a I assenta nos topos dos Prumos, uma Linha iguais.
que da origem a cobertura do lanternirn, que nao e o comprimento das Pernas, de A a B, divide·se em
, lllais, como se ve pelo desenho, de que uma pequena 3 partes iguais, em virtu de de se tratar de urn vau de
asna. grande largura, cujos pontos enunciamos C e D.
A altura dos Prumos e estabelecida arbitrariamente, A meio do vao, no aperto das Pernas, em B, 0 Pen-
tendo-se s6 em vista a necessidade de luz e de ar. dural, ergue-se para atingir <> lanternim.
As PernCls do lanternim, que partem de G e de 1 e Dos pontos C e D saiem as Escoras. De C sai a
vao para C', apertam-se de encontro ao Pendural como Escora que vai apoiar-se num cachorro encastrado na
nas asnas vulgares. parede, e de D parte a Escora que vai ligar a Perna,
As sec<;()es das madeiras obedecem abs principios urn pouco acima de C.
indicados na constru<;ao de todas as asnas, sendo as da As duas Escoras superiores trabalham como uma
parte principal comuns as constru<;()es de vaos identicos verdadeira tesoura, com duas reguas cada uma; uma
e as da cobertura do lanternim correspondem samente de cada lado das Pernas e do PenduraL Estas reguas
no vao que cobrem. No nosso problema, como com- das Escoras quando passam sobre 0 Pendural entalham
preendemos, 0 v:ao e de 2m,OO. uma na outra a meia-madeira.
As aguas do Janternim podem cair, livre mente sobre As quatro reguas das duas Escoras superiores aper-
as vertentes laterais do telhado inferior, ou ser recolhi- tam-se as Pernas e ao Pendural, com parafusos de
das em algeroz de qualquer sistema. No nosso casu 0 porca munidos de anilhas. A ligaC;ao das Pernas ao
telhado do lanternim forma beiral. Pend ural e refor<;ada corn Pes de galinha (1).
Muitas vezes 0 telhado do lanternim nao e de telhas As nuas Escoras inferiores saidas, como vimos, do
nem de chap as de qualquer material opaco, mas de ponto C, das Pernas para 0 cachorro, apertam a Linha,
vidro, para que a luz entre a jorros. que neste sistema de asna e interrompida, com uma
Os espa<;os laterais do lanternim, entre os Prumos, regua de cada lado.
san providos de caixilhos, envidrac;ados umas vezes, Estas Escoras unem cada uma as suas duas reguas
outrassao-no de persianas. as Pernas e as Linhas por parafusos de porca, como se
Assim, se 0 telbado e de yidro, san as faces laterais faz nas Escoras superiores. .
do lanternim de persianas. As vezes os lanternins san As Pernas entalham nas Linhas e no Pendural com
completamente envidra<;ados. as usuais samblagens, porque a espessura da madeira e
As vertentes do telhado principal san geralmente igual em todas essas pe<;as. A espessura das reguas das
cobertas de telhas ou de chapas, e as aguas correm Escoras e, geralmente, de om,Of>.
sobre beiral ou san apanhadas ern algeroz, como no Assentam-se as Madres nos pontos C e D eo Pre-
nos so estudo. chal ponco mais ou menos em A, e temos uma asna de
Todas as pe<;as componentes da asna san ligadas escoras pronta a receber 0 madeira)llento.
por samblagens, como mostramos em pormenor, e aper- Mas, como neste nosso estudo esta asna comporta
tadas por ferragens com parafusos de porca. lanternim, vamos estuda-lo.
Oomo ja sabemos 0 Pendural da asna prolonga-se
para cima ate atingir 0 espigao do lanternim, e das
Madres situadas em D arvoramos Prumos com a altura
estabelecida para a 'ventila<;ao. Esta, geralmente, e ob-
ASNAS DE ESCORAS tida por vaos de persianas assentes entre os Prumos,
de asna a asna.
COM LANTERNIM
As Pernl1s do lanternim entalham nos Prumos e no
Pendural. As Escoras, se forem necessarias, no nosso
E urnDestina-se
magnifico tipo de asna este que agora tratamos.
a cobertura de grandes espa<;os para
estudo indicamo-las, entalham tambem, por sua vez,
como de ordinaria, nas Pernas e no Pendural.
armazens, cais, hangares, parques, etc. A Linha do lanternim e constituida por duas reguas
A sua contextura e elegante e 0 seu aspecto mostra de om,05 ~e espessura, que se fixam aos Prumos e ao
uma certa ligeireza. . Pendural por parafusos de porca.
De facto 0 seu tra<;ado, que passamos a explicar, e A Fileira assenta sobre b Pendural, como de ordi-
muitissimo pratico. nario, e os Prechais apoiam se sobre 0 topo dos Prumos
Depois de determinar-mos a altura das paredes ern que, para is·so, forma, orelha. .
que a asna deve assentar, desenha-se 0 eixo da Linha o restante acabamento da COnStrllC;aOda asna, pode
onde se estabelecem os pontos A-A', urn ern cada ser bem observado pelos leitores, no desenho do con-
extremo e de onde partem os eixos das Pernas. junto e de pormenores.
o angulo de abertura para a inclina<;ao das Pernas
e 0 que geralmente se usa nas nossas construQ()es, 26°,
2~' e nao tivermos necessidade de adoptar qualquer
oc o.
; Terminal do
;,,/ Pendural
.
,
PORMENOR. B-T!

I
,

I
I
.j 4.85
9.70

2 :s
1 I METROS
ASNAS ESPECIAIS
as asnas vulgares nao podem satisfazer os o equilibrio vertical e natural dos prumos e man-
Q UANDO
requisitos de uma constru<;ao, que pela sua indole tido pOI' urn esticador ,de ferro, com urr:a uniao central
care«;;a de uma cobertura especial, tem de recorrer·se ligada ao pendural da asna. As pernas ligam-se em sam-
aos mais diferentes tipos de asnas. blagem com os topos dos Fumos, e dirigem-se para 0
Assim, dentro de um criterio de especifica«;;ao de vertice da constru<;ao, numa inclina<;ao de acordo com
problemas, agrupamos no mesmo conjunto, com a desi- a abertura de urn angulo de 26°, 24, de usa. corrente
gna<;ao de Asnas Esveciais, todos os sistemas de asnas nas nossas edifica~<les.
que nao sendo vulgares, tambem nao perten<;am a ca- As pernas apertam-se de encontro a urn pendural de
tegorias ja especificadas praticamente pelos constru- pouco comprimento, em cuja extremidade inferior apa-
tores. rafusa pelas duas faces urn pend ural de ferro, que liga
Estao neste caso as Asnas de Alpendre, de Ni,,;el it uniao central do esticador que aperta um prumo con-
e de Tesoura. tra 0 outro.
Cada uma destas constru<;<les obedece a uma neces- A meio do comprimento das pernas fixa-se urn nivel
sidade prevista, e algumas vezes surgida tardiamente, constituido pOI' duas pe<;as, ficando uma de cada lado :
dentro da obI'a a edificar. POl' conseguinte tem 0 cons- urn parafuso de porca aperta estas duas pe<;as do nivel
trutor de estar apetrecbado destes estudos, para 0 born de encontro as pernas.
aparelhamento da sua edifica<;ao. Divididas as pernas em 3 partes iguais, entre os ei-
Todos estes tipos de asnas, concebidos para cas os xos das liga<;<les das samblagens, obtemos os lugares
especiais, VaG ser estudados, cada urn de pOl' si, com 0 para 4 madres. Estas fixam-se encostadas a cal<;os, cujo
desenvolvimento necessario. sistema ja indicamos noutros estudos.
POI' este processo de construir asnas dispensamos a
fileira e os frechais.
Para boa fixa<;ao da extremidade das varas, assenta-
mos uma aba, que prega em todos os topos do varedo
As asnas designadas pOI' asnas de alpendre SaG geral. e no terminal das pernas das asnas,
mente granrles e perfeitas constru<;<les, destinadas, As ferragens completam a liga<;ao total da asna, e
na maioria das vezes, a suportar madeiramentos de as madres, com 0 concurso de duas longarinas, uma de
apreciitveis dimens<les. cada lado da edifica<;ao, de prumo a prumo perfazem
Servem vantajosamente para a cobertura de grandes a completa estabilidade de toda a obra.
barrac<les, armazens, hangares, cais e recreios. Esta, asna e de constru<;ao muita pratica e de custo
o exemplo que apresentamos cobre um espa<;o de pouco elevado.
gm,30 de largura, em medida interior, porque exterior- Como demonstramos pelo desenho, esta asna e su-
mente 0 seu poder de cobertura ultrapassa 9"',00. Des- jeita ao tipo geral do tra<;ado de todas as demais asnas,
tina-se a asna do nosso estudo a suportar· 0 madeira- dispensando a Linha, se bem que 0 esticador faz com
mento e telhado de urn recinto aberto. It a asna apoiada precisao as suas vezes.
em prumos, que fazem parte da sua estrutura e de toda A disposi<;ao da primeira madre a assentar sobre a
a constru<;ao. perna da asna, faz coincidir a linha de eixo da sua es-
'---- .3-70
_-=-----------
-------
C D
3.60--------.3.70--
11,00------------ _
L

--.-------------- 4.65 +_c. . 4.70

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - j 4.00
__ ~I? __ =~_
- - - - - - - - --- - -

pessura, com a intersec<;ao das linhas de eixo da perna linha da asna intercalada nesse vigamento e abaixo do
com a do prumo, permitindo assim estabelecer boa e seu nivelamento de superficie.
salida base para 0 assentamento do madeiramento da Com a construG8oo da esteira para 0 tecto :Ie s6t8oo,
edificaGao. da-se, como deve compreender·se, 0 mesmo efeito.
A ultima madre fica simplesmente encostada ao pen- o nivel da asna :£icara tambem intercalado entre 0
dural, cujo lugar the permite forte apoio, enquanto que vigamento ou serrafado da esteira e acima da sua face
o lugar para as restantes madres e a divisao, como - inferior. Isto e, 0 ni1:el da asna nno tocara 0 tecto do s6-
atras disspmos,do comprimento da perna entre a pri- t8oo.Todas as pe<;as da asna :£icamcompletamente livres,
meira e a ultima madre em partes iguais. para 0 seu esforr;o, das ligar;Cles com a estrutura do
edificio.
£stabelecidas as caracteristicas desta asna e com--
preendidas as suas :£inalidades, vamos estudar 0 seu
trar;ado.
Dada a largura do vao que a asna deve cobrir, mar-
cam-se na linha de eixo da Lin!z((, que acabamos de
ESTE tipo de asna, que serve para V800sde grillldes desenhar, os pontos limites A e B, e depois dividimos
larguras, tem tambem a vantagem de dar aprovei- o comprimento assim obtido em 3 partes iguais (i), C e D.
tamento it parte central do s6Hio da edifica<;8ooonde e Dos pontos A e B tiramos as linhas de eixo das Per-
aplicada. nas, com 0 angulo de abertura conveniente. ate inter-
A sua construr;ao e assaz curiosa e ao mesmo tempo _ ceptarem as perpendiculares que pdwiamente levanta-
muito pratica. mos dos pontos C e D, e que vao dar os pontos E e F.
Quanto maior for 0 v800que esta asna ressalva, mais Estes pontos SaD ligados entre si pela linha de eixo
pe direito se obtem no centro do edificio para 0 seu' do nivel.
s6Uio, que muito bem se pode adaptar a qualquer :£im. As linhas E-C e F-D SaD os eixos dos Pendurai.~.
A aplicac:ao desta asna num edificio provido de Os comprimentos das linhas de eixo das pernas A-E
s6tao, permite-lhe uma boa arma<;ao para a sua cober- e B-F saD divididos cada um em 2 partes iguais, em
tura e a utiliza<;ao de qualquer sistema de telhado. ~e, cujo ponto intermedio marcamos G e H.
porem, estabelecermos na cobertura algumas trapeiras, Destes pontos tiramos linhas obliquas, que vao, in-
poderemos transformar 0 s6tao numa 6ptima casa de terceptar os eixos dos pendurais quase na sua extremi-
habita<;8oo. Tudo depended., para esse :£im,do alarga- dade inferior, para darem lugar as Escoras.
mento que dermos a edificac:8oo.
It claro que para 0 pavimento do s6tao permitido (1) No nosso estudo, de vi do a medida total dar resto na divisao,
pOI' este sistema de asnatura, construiremos um viga- igualamos, por aproximayao, as partes, dando as dos lados dimen-
mento pr6priu' onde devera assentar 0 soalho, ficando a - SaD igual.
PORNENOR DA ASNA
COM CONTRAFl'ITO PARA
BI':IRAI

Concluido 0 tra<;ado da constrUl;(aOaplicamos as di- o seu trac;ado e de breve descric;ao. Ei-lo :


ferentes pel;(as de madeira que a compl'lem, com as con-
venientes sec<;oes, segundo os calculos. Tral;(a-se primeiramente uma linha em to do 0 com-
Entre os dois pendurais, aplicamos sobl-e a linha primento do vao a eobrir, indicando a altura onde nasee
uma pe<;a de reforl;(o, para os apertar de encontro as a asna - A-B, de cujos pontos se tiram as linhas de
respectivas escoras. eixo das pernas, dando-se a estas 0 angulo de abertura
Sobre os pontos E-F e G-H assentam-se as Madres que mais convier. A intersec<,;ao destas linhas estabe-
e sobre os pontos A e B assentamos os Frechais, cuja lece a linha de elXO da asna, CoD.
altura e a resultante da altura daquelas. Se 0 va.o for inferior a 100l,00, a linha das pernas
Sobre os frechais e as madres correm as Varas, cujo divide-se simplesmente em 2 partes iguais, como no
prolongamento de um e outro lado se interceptam, for- nosso problema, 0 que nos da 0 ponto E, mas se for de
mando 0 espigao do telhado. maiores dimensoes dividimos 0 comprirnento das pernas
As pontas elevadas do Varedo apoiam sobre a Fi- em 3 ou, mesmo, 4 partes iguais, como em esquema
leira, que por sua vElz descansa sobre prumos erguidos mostramos.
sobre os Niveis da asna. Concluido 0 trac;ado da estrutura da asna, fazemos 0
o tra<;ado da constru<;ao desta asna fica esclarecido desenho das pec;as de madeira de que se compoe.
com a descri<;ao feita e, concluimos : ferragens adequa- As pernas e 0 pendural obedecem, mais ou menos,
das e tirantes e esticadores comprimindo as escoras, dao a tabela que demos a respeito dos ciLlculos de resisten-
maior e completa firmeza ao conjunto da obra. cia, e as escoras deverao ter om,05 de e!'pessura. Alar-
o espa<;o central das asnas, compreendido entre os gura destas pe<;as mede de om,15, om,16 a om,18 e tra-
pendurais, em todo 0 comprimento do madeiramento, balbam uma de cada lado do pendural, fixando-se a este
pode ser assoalhado, formando um apreciavel pavimento. e as pernas por meio de parafusos de porea.
o pendural fica apertado e ligado nas pernas com a
respecti va ferragem - 0 pe-de-galinha.
Sobre os pontos divis6rios das linhas de eixos das
pernas assentam-se, como nos ootros sistemas de 'asnas,
madres. 0 pendural suporta 0 pau de jileira como e de
Q UANDO por qualquer motivo ou necessidade da obra,
nao convenha a construl;(ao das asnas providas de
uso.
Os frechais neste tipo de constru<;ao nao sao mais
Linha recorre·se aos tipos desprovidos dessa pe<;a, dos do que umas simples e vulgares moores, porgue ficam,
uais apresentamos a Asna de Tesoura (i). eomo elas, tambem assentes sobre as pernas e apoiados
Este genero de asna e de construc;ao relativamente em cal<;os.
"ueira, mas de boa compleic;ao para a resistencia da Tamb~m, quando se pretend a exteriormente um bei-
e " c~c;ao, devendo 0 seu nome a forma como as suas ral, deve prover-se a as~a. nas suas extremidades, com
e~coras se cruzam de encontro as pernas. contrafeitos para 0 assentamento de barbates pr6prios
para esse fim.
-) Em algumas regil'ies do nosso pais e correnti a a designa~ao Em pormenor apresentamos 0 estudo da construc;ao
as asnas. de madeira para 0 beiral.
ASNAS DE TIPO FAB R-( L

ESTE cufiosissimo tipo de asna destina-se as cobertu- Este envidra<;ado e, geralmente, constituido por vi-
ras de gran des espa<;os para oficinas, e e geral- dros foscos.
mente conhecido pelo nome Ingles de SheL Para esta vertente envidl a<;ada 0 melhor angola de
A sua disposi<;ao com envidra<;ados enfrentando 0 abertura, no nosso clima. e 0 de 60", 65° ou 70°.
norte, permite uma 6ptima luz para qualquer ramo de Convem, para efeito da obten<;ao de boa luz a dar
trabalho industrial. as oficinas, notar, que a abertura entre as duas pernas
nunca deve formar angola obtuso.
A principal caracteristica desta asna e a constitoi-
Geralmente 0 vaG obtido por estas asnas vai de 5
<;ao das duas vertentes do telhado, por serem total-
a 10 metros, com os rnelhores resultados no que diz
mente desiguais em todos os sentidos.
respeito a entrada de luz no recinto coberto. Se a area
Uma, com o·habitual angulo de abertura, usado con- a cobrir e grande, dispoem-se varias ordens de asnas,
soante 0 clima da regiao ou pais onde e construida, e como vemos nas figs. 10 e 11, e cujas linhas assentam
outra com urn angulo sempre superior a 50°. sobre pilares de tijolo ou colunatas de ferro.
A primeira destas vertentes ou aguas e coberta por Para a boa e completa ubtenc;ao de luz em oficinas
telhas, chapas de fibro-cimento ou chap as onduladas de de certa importancia, usa-se aplicar para 0 trac;ado das
ferro galvanizado, como urn vulgar telhado, e a se- asnas urn metodo de facil comrreensao, que damos em
gunda e formada por urn envidra<;ado. seguida.

T.fLHADO OPACO
ENVlDRA~Al)O

\ , \

\"'>~/
0' \

\
\

\ !\ \ '\
\-...... \ ISO .• "\ : \__.... \, lS~/>\
,
\
\

'f",
I
I
,
I r-~
, ,
: " \
"\,
I , ,

\ '\ I ' \

\ \ I \ \

\ 0 --------\ \ \ : \ 45~ -----'"\


~ \ \, : \~ \

: \
't \
\ \
"\ I
I
I
\
\
\
\
\
\
: \ \ \ I \ \

':..-~?~
....; \ " r-·- ---;
I 15,· .1
\
'

: \ \ '.. I \ \

" \.J;
I"
I' \ ' I
I \ ',1. \
./J \1 \ a'
'd \' Cl - , C' \,: 'd'
'. __ ~1JZBt<_.!¥J .:...:' .-+ ..:_. J~A!!£A}J~J__
PAVIMENTO
REGHA DE ILUMINAQAO NATURAL Ambas estas linhas sao inscritas para 0 lado exte-
rior do centro de luz 1-2-a-b, como se ve na gravura.
As liohas 1d e 2c prolongam-se na direc~ao da
A boa entrada de luz atraves da vertente en\'idra<;ada terra, encontrando-se a obliqua 2-c de uma asna com
da asna fabril, briga urn tanto com 0 pe direito a 1-d da asna seguinte, formando 0 ponto cd', que nao
da edifica<;ao. e mais do que a altura media das bancadas da oficina.
E bem de ver que se a altura em que se encontra Ora, de uma maneira geral, as bancadas, cavaletes,
o t€lbado for considen'tvel, 0 efeito do sistema fabril pranchetas, mesas, etc., tern as was alturas apropria-
perde muito do seu valor, e, entao, qualquer asna com das, que neste estudo sao demarcadas por uma linha
lanternim oferece mais yantagens. Assim, a altura de borizontal, que passa, como e ob\'io, no ponto c d' ja
um telhado fabril deve ser construida em fun<;ao da obtido.
sua necessidade. Estabelecida a altura geral das bancadas em uso na
E a necessidade de construir coberturas por este industria a instalar na nossa edifica<;ao, temos a linha
sistema, lljanda, para dele se obterem todas as suas de pavimento.
van tagens, nao s6 que 0 pe d1:reito nao seja muito alto, A constru<;ao dos pilares ou colunas paraapoio das
como tambem que esteja em rela<;ao com a zona media asnas e feita de acordo com 0 tra<;ado exposto.
em que se executa 0 trab,albo da industria a instalar Esta regra de constru<;ao tambem implica no com-
no edificio. primento da asna, como se depreende.
No tra<;ado que apresentamos (fig. 11) esta estudado
claramente 0 assunto, que na pratica tem dado os me-
lhores resultados.
Vejamos: desenhada a asna tra<;am-se perpendicula-
res dos pontos 1 e 2 da vertente envidra<;ada para 0
interior da casa, que n·os dao, respectivamente, a e b. DADO 0 vao da asna tra<;a-se primeiramento a linba
Neste espa<;o entre as duas linhas entram os principais de eixo da Linha, de cujos pontos determioantes
raios de luz, que, como se sabe, incidem geralmente a - A-B saiem as linbas de eixo das Pernas. 0 angulo
45°. Mas como e sempre conveniente aproveitar toda de abertura da perna da vertente maior, pode ser 0
a luz solar nos locais de trabalho (1), aproveitamos mesmo que geralmente se usa no tra<;ado dos outros
tambem os raios luminosos que passam com outras di- tipos de asnas, e que aqui no nosso problema e de 27°.
rec<;oes e, assim, tiramos perpendiculares com a aber- o angulo da abertura da perna da vertente menor, que
tura de 15° do ponto 1 da linba I-a e do ponto 2 na para 0 DOSSO clima pode ir de 60° a 70°, mas que mui-
linha 2-b e obtemos os pontos dee, respectivamente. tas vezes pode ser ainda de menor dimensao. mede no
DOSSO caso 65°.
A jun<;ao das duas pernas DO ponto D nunca deve
(1) Excepc;ao feita as carnaras escuras, que tambern sao locais ser, para efeitos da boa constru<;ao, formada por um
de trabalho. angulo obtuso, como noutro lugar dissemos.
CA1XILHO
fNVIDRAC '\00
.PORMENOR DA LIGA\=Ro I '-
DAS ASNAS (VI~TO IM PlAN'-A)

.1 D

.3
1 HETI~OS
Obtida a grandeza da perna maior CoD, que mede
neste problema 6m,lO, dividimo-la, como 0 van e grande,
em 3 partes, a fim de dar-mos ao telhado 2 madres. CO~fECA-SE 0 trac;ado desta a,sna como se iniciam os
Aos pontos correspondentes as divisoes da perna damos tr~<;ados de todas as outras asnas, pelas linhas de
as letras ~ e 1? construc;ao ou de eixo das suas pec;as. COIDOneste nosso
De 1? tin,mos uma linha de eixo para B e de E sai estudo 0 van e relativamente largo, e mister que 0 te-
tambem uma linha que yai interceptar urn ponto no e-ixo lhado contenha duas madres. Assim, dividimos 0 com-
da Linha, na prumada do ponto P, que nomeamos G. primento pr6prio da perna da vertente maior, A, em
Desenhada esta estrutura, estabelece-se a largura tres partes iguais, de cujos pontos tiramos as linh.as de
das madeiras a aplicar na constru<;ao da asna, de acordo eixo das escoras.
com as linhas de eixo. As liga<;oes das pernas entre si san feitas como no
Do ponto P a B coloca-se uma escora, que fica problema anterior, ubedecendo ao mesmo princlpio de
apertada no ponto G pOl' urn tirante de ferro, e que constru~ao. As escoras, partindo dos seus pontos na
tern urn papel importante na constru<;ao e resistencia da perna A, van especar-se nuns cachorros de pedra en-
asna. A escora que de E a G nos aparece nao tern castrados nas paredes ou pilarf's onde as asnas assentam.
grande fun<;ao, devido a ficar mnito inclinada, mas como Onde a constru<;;ao deste tipo de asna mais difere e
fica apertada entre dois tirantes de ferro auxilia a re- sem duvida na Linha.
sistencia do conjunto. Esta, ao contnirio do que se faz nas constru<;oes
Esta asna necessita, para as boas liga<;;oese apertos, analogas, e constitulda pOI' duas reguas, passando uma
de ser provida de ferragens, como acontece com os de cada lado das Escoras. Urn parafuso de porca com
restantes tipos de asnas. as suas anilhas, para evitar 0 desgaste oa madeira,
A vertente ou agua maior e constituida como os ma- aperta as reguas da Linha as Escoras, como demonstra-
deiramentos vulgares. Lit vemos as madres amparadas mos no pormenor CoD.
-a cal<;;ose 0 frechal, onde se assentam as varas com as Nas termina<;oes da Linha e assente, entre as duas
suas ripas, dispqstas consoante 0 genero de telhas ou reguas, uma pec;a ou cal<;o de madeira da espessura
chapas de ferro onduladas ou de fibro-cimento. Na Yer- das pernas e das escoras, bem aparafusada ao conjunto,
tente menor assenta urn caixilho en vidra<;;adv, cujos para samblagem das Pel'nas, como apresentamos no
vidros muitas yezes san foscos. pormenor da liga<;ao das asnas.
A liO'a<;;aosuperior do caixilho e revestida de uma Uns esq uadros de ferro em cada extremidade da Li-
chapa d: zinco, que cobre urn tanto as extremidades do nha, como nas outras asnas, fixa e aperta a constru<;ao.
varedo, para que as aguas da ehuva nao entrem para a Nas liga<;oes da perna A com as escoras e na das duas
edifica<;ao. A liga<;ao inferior recebe ja 0 zinco que fa7. pernas entre si aplicam-se as ferragens apropriadas.
parte do revestim€nto do algeroz, ficando uma pestana o caixilho da perna U e os revestimentos de zinco
assente sobre 0 caixilho. obedecem aos mesmos prec:Jitos dos outros tipos Shed.
:It bem de entender que as extremidades deste te- Os de enbos apresentam a clareza suficiente para a
lhado podem ou nao tel' algerozes. boa compreensao do tra~ado.
tie 0 conjunto da construQao 0 exigiI', os beirados As sec~oes da madeira a empregar nestansna san as
podertio ser construldos sem nenhum obstaculo para 0 mesmas que se utilizam nos outros tipos, salvo na l~nha,
tipo deasna em uso. Nafig. 12 damos urn pormenor de cujas reguas componentes tern a espessura de om,OD.
beir8do, que mostra claramente que a sua execuc,:ao Na maior parte das construQoes destes tipos de as-
pode ser efectuada, quando assim se entender. nas e descurada a e~tetica, mas quase sempre 8em outra
As madeiras a aplicar nestas asnas podem tel' as mes- razao explicavel que nao seja a da economia. Ora, nes-
mas secQoes das pe~as que compoem os tipos vulgares. tas obras, destinadas as industrias, pode muito bem ca-
As ferragens san do tip a geral das ff'rragens de as- ber urn POllCOde beleza, decorando a vertflnte menor
nas, sem nada de particular. Os tirantes obedecem aos dos telhados com algumas molduras a encabeQar a sua
mesmos diametros. caixilharia.

N ESTAS asnas a constru<;;ao denominada simples nao N AO sendo relativamente grande 0 numero de tipos
tern verdadeira utilidade, pelas suas pequenas di· de asnas Fabris (sheds), contarn-se, to davia, alguns
mensoes, pois sendo a Asna Fabril, como 0 seu nome e com apreciitveis diferen<;as.
indica, destinada a oficinas, s6 as suas grandes armadu- Os dois tipos que apres(\ntamos san os mais empre-
ras tern vantagens. Neste caso estao as asnas compostas gados e uteis. Os restantes em que aqui DaO fa7.emos
e de escoras. referencia', nao se impoem as necessidades da constru-
A Asna Fabril Simples apenas comporta uma escora <;ao. Hit, contudo, urn tipo com alguma curiosidade, a
com 0 seu estribo de ferro; 0 comprimento desta obra asna de lanternim, mas se tivermos em conta a grande
nao pode ir alem de 8 metros, facto que a fez pOl' de vantagem desse- atributo, vamos francamente para urn
parte nas edificac;oes para que as asnas fabris san aeon- telhado envidra<;ado.
selhadas. A asna fabril de lanternim e uma constru<;ao cara.
Assim, como 0 seu emprego e quase dispensado, o seu pre<;o relativamente eleva do, afasta qualquer van-
iambem a sna descric;ao esta fora de lugar. tagem que ela possa oferecer.
COLECGAO C OMPLETA DOS CADERNOS DA
ENCICLOPEDIA PRATICA DACONSTRUCAO CIVIL

I - Asnas de Madeira (27 fig.)


2 -- Asnt;ls de Madeira (13 fig.)
3 - Escadas de Madeira (18 fig.)
4 - Escadas (25 fig.
de Madeira
5 - Escadl(ls de Madeira (15 fig.)
6 - Escadas de Madeira (23 fig.)
7 -' Pavimentos de Madeira (34 fig.)
8- Madeiramentos e Telhados (25 fig.)
9 - Madeiramentos e Telhados (2 I fig.)
10 - Madeiramentos e Telhados (22 fig.)
I I - Madeiramentos e Telhados (18 fig.)
12 -. Tectos _Diversos (27 fig.) .
13 - Obras de Alveitaria (32 fig.)
14 - Obras de Alvenaria (29 fig.)
15 - Arcos e Ab6badas (40 fig.)
16 - Obras de Cantaria (27 fig.)
17 - Obras de Cantaria (42 fig.)
18 - Pm1ime11tos Diversos (26 fig.)
19 - Vdos de Janelas (2 I fig.)
20 - Vdos de Janelas (26 fig.)
2I - Portas Exteriores (24 fig.)
22 - Portas Interiores (25 fig).
23 - Instala<;6es Sa11itdrias (25 fig.)
24 - InstalaC;6es Sanitdrias (27 fig,)
25 - 111stalaC;6esSa11itdrias (22 fig.)
26 - Interiores e Exteriores (25 fig.)
27 - Chamines e Aquecime11to (26 fig.)
28 - Trabalhos de Ferro (26 fig.
29 - Ventilac;ao e Acustica (25 fig.)
30 - Diversos Trabalhos (23 fig.)
RAM
ELHA

[IJ][[]
-"" ~;: - TELHADOS VULGARES - TELHADOS ESPECIAIS - AS~A'l,(,RA -
:: - TAC.D,"'19AS - Rl~CUES - LAROS ~ GUARDA-PO E BARBATOS-
_=:_-T S - ALGEROZES - ALPENDRADOS - COBERTURAS DE U:\IA
~::: - PESO DAS COBERTURAS - VAREDO E RIPADO - 25 FIGURAS

IDr 10 DO AUTOR
~. PEREIRA DA COSTA
J. P BTIGlLL\ EDITOR.-\.
BOA PRE<;O
co STRU(:AO c

ADEIRAMENTO
E TEL.HADO
WIL'\TE a coLertnra de urn odificio e constituida tro de qualquer modalidade arquitecto . ~ _ -
e...o rnadeiramento e pelo telhado. 0 madeira- de telhado, tern 0 rnadeimme11to subs' ..
e uma estrutura ou armaG~to de madeil:a, em cuja trutura metitlica.
erior 0 telhado assenta. Exceptuum-se deste Os processos e sistemas de constru~-
_ '0 cobertura os edificios de arquitectura mo- mentos sao variados, como tambem ,a ]<1
e que os telhudos sao substituidos pOl' placas dos telhados. Algumas cobertura sao e
·-0 armado, e ainda aqueles que, construldos den- pelas sinuosidades que apresentam.

~I
D

L
Fig. 1. - DIVERSOS TIPOS DE TELHADOS
o de du 3 a~; B) Telluu.lo de trapdras; CJ Tacani~a; D) Al1ado de lelhado; E) Telhado de :ra' - j
de qua ro a a& j G e H) Telhados de mallsarda; I) Telhado com asna; J) Telhado de u !l a.l
L) Telhado dd tiguas desigu,ais j M) Cil ufa
E M A E s
. ~a os edificios, ou para melhor, 0 seu te- lidade do seu fabrico. Muitas ,ezes em yez de fe . a:=; -'2
0; em yarias formas, Assim, temos telba- barra, empregam-se chapas onduladas de zinco ga "
a ciglUL ou '/;ertente (Fig. 1-J), de duas aguas zado ou de fibrocimento. Porem, nas casas de babi a<;-~
tgs. l-A e 2-A), de tres aguas (Figs. 1-E e 2-D), sac as telbas 0 tipo de cobertura mais usado e mm
-2 ~ ~o agum; (Figs. 1-F e 2-B), de agt£as empenadas vantajoso. 0 telbado de telbas de meia-cal1a s6 e u_ado
:.-. 2-E; de aguas irregulares (Fig. l-L), c6nicos actualmente em coberturas ordinarias de telbeiros ou de
.' ;-JI e 2-P), irregulares (Fig. 2-1), de mansarda edifica<;oes pobres; no entanto algumas vezes ainda se
-G e H e 2-G e H), de ponta de diamante exigem nas coberturas de casas it, po1·tuguesa.
2-C) e de empenas cortadas (Fig. 15), aMm de Todos os outros tipos de telbas substituem com ...-all·
os que a fantasia arquitect6nica po de criar. tagem as velhas telhas de meia-cana, quer no aspecto;
principal das coberturas reside no madeira- quer na ecoDomia permanente do telhado. As telhas dos
CQntruQao deste tosco exige bans conheci- tipos To111al1oe luso semelham·se muito no aspecto as
==:-.--: os carpinteiros civis e e deste importante ramo velhas telhas. Nos teJhados it p01'tuguesa distinguem-se
- -- alba que ,amos tratar, desenvolvendo como e tres formas de e:xecuc;i:io: telhado valadio, telhado moins-
ormas exigidas para a sua boa execu<;ao. wdo e telhado meio-moi7'iscado.
ados normais sac aqueles de duas au quatro
- a 'l:ertentes,. todos os outros sao construidos por
s de ordem arquitect6nica, como os de fei<;ao
e 0 de mansarda (i), ou de ordem meramente
a can tru~ao, par irregulares superficies da
o - mda ou ainda por desconhecida ezigencia. Os trac;ados dos telhados nas plantas das edificac;oes
_-:::.:::::J. -elhado de duas aguas paralelas entre as empe- SrLOobtidos racionalmente. Nas construc;oes de
- "' ':0 edifi~io a constru<;ao e assaz trivial, mas Dum de planta regular e com empenas constroem-se como atras
mentes ja. a execu<;ao e mais cara. Nos telbados dissemos duas aguas regt£laTes, de igual inclinagao.
o aguas, designam-se as duas principais par 1\ssim, divide-se a superficie da cobertura em duas par-
'ras e as dos topos par tacanigas (Fig. 9). Nos tes iguais, no sentido paralelo as suas duas fachadas,
- = de tres aguas as designa<;oes sao as mesmas ha- e, por conseguinte, perpendicular as empenas.
-O'=':Q.: orem, como se compreende, apenas uma taca- A linha que separa as duas vertentes do telhado 6 a
".. : -0 ~ado oposto a esta bit, decerto, uma empe11.a. seu esp(qao (F1'g. 2-A). Nas plantas dos edificios que s6
: - ados podem ser constituidos par diferentes ti- tern uma empena, constr6i-se, alem das duas aguas mes-
=-:~ ':e -elba de barro. Os tipos de telhas mais usados
o:=;; actualmente, sao: de meia-cana au it, po1·tU-
tras, paralelas as suas fachadas, uma terceira agna,;
oposta a empena (Fig. l-E e F1·g. 2.D) e que se designa
- ; marselha, roma11.a e ltlsa. As dimensoes destas por tacanic;a.
iam de fabrica para fitbrica, assim como a qua- o tragado desta planta e feito assim: tiram-se linhas
a 45°, dos angulos para 0 interior, que se cruzam, tiran-

-. B~
do-se desta intersecgrw uma linha paralela as fachadas
principais e que termina na empena da edificagao. As
linbas a 45° sac as 1'incoes e a linha con'ida 0 espigao
do telbado. Nas plantas de quatro aguas, em que par
conseguinte ba duas tacanic;as, 0 tragado e obtido da
mesma forma. Nos telhados de ctguas desiguais 0 seu tra·
<;ado e realizado em obediencia ao projecto da obra.
C A inclinaC;ao normal dos telhados no nosso pais e de
26° a 27°, mas tambem se constroem segundo as e:xigen-
cias arquitect6nicas, obedecendo a estilos ou a fantasias.
Nas regioes do norte as telhados tern 0 ponto mais ele-
vado do que no suI, devido as intemperies.
Nos edificios grandes, de planta caprichosa, tem de
construir-se coberturas movimentadas, que dao ao con-
junto arquitect6nico grande beleza.
Na planta movimentada que apresentamos na figura 3.
mostramos uma completa construc;ao de um telhado com
os 1'incoes, lar6s (3) e espigoes, num conjunto felicissimo

L ;. 2.- PLANTAS DE TELHAD08 DIVERSOS (1) Os telbados de rnansarda dao lugar a urn pavirnento reeuailo,
:::~-- - de dua.s aguas j B) Tellzado de quatro agnas; OJ Te- tamhem designado pOl' mansarda. '
• , D) Telhado de tres ag!LQsj E) Telhado de ga- (2) Uesigna-se pOI' portuguesa a antiga telba de rneia-cana, im-
propl'iamente charnada de eanudo,
~) TdJw.do de cupula ; G) Telhado de t1'a,peiras; II) Te- (3) Lara e exactarnente 0 inverso do riucCio. Estc e
a salicncia
lAado de mo.n~arda ; I) Telhado de laras Oll arcsta do tcJhado e aquelc a reintraneia,
: e. _-o~ desen 0 dos alc;ado (Fig. 4) ,B-
as' "nac;oe em 1iga<;aocom os espigoes por
e _. coes e laros.
""'a-se pollto do telhado ~t altura deste em re1a<;5.0
~a da edifica<;ao. Observamos no estudo desta
- ~ ,endo nos alc;ados as alturas diferentes dos seus
olhando ao mesmo tempo a p1anta com corpos
'- ren e 1arguras. Os telbados de um'.\. ligna sao
o a alpendres e barracas.

[os telhados especiais aque1as coberturas de I-


l'ei<;~o invulgar, como os de ?nansarda, c6m'cos,
. a' e de empenas cortadas, e que passamos a es-
- e-alhadamente.
I
: elhados de mansarda sao um tipo de cobertura
elo arquitccto frances Mansard (*), que muitis-
1/
!i__
orizou a Rellascenqa F1"anCeSa e que entre nos A
o Estilo de D. Judo V, e caracterizou depois
lhw - a famosa Consl1'ur;ao Lisboeta.
_ e.tudo (Fig. l-G e 1l) e bastante simples: duas
e ~raA e duas oguas dobradas" uma de cada lado das
. yertentes do telhado. E nas ugnas dobradas Para a obtenc;iw dos alc;ados principai do - •
rem as portas e as junelas que seryem 0 pavi- varn-se !inhas perpendiculares de 0 e 0' no ~ . ~ . ~
hubitar, que tambem se designa pOI' ?nansarcla. a obtenc:ao dos alc;ados laterais ou da tacan" e!e-:- -- __
ac;ao das (/Yllas mcstras e a inclin<tC;aovulgar de de c e f tambem linhas perpendiculares q e ~
:!-o, enquunto que a incliua6i.o das (iguas dobra- empena a cortam em l' ee'. Os desenhos que - ~ ~=::-
e ,uiavel. 0 seu tr~H~adoe depeudente do estudo tam os (Fig. 6-A e B) sao suficientemen e e . '-_=
-'ec 6nico que S0 constr6i. Nos estudos dos madeiramentos ficam comp e
: l!lhados c6nicos suo as ql!e so assernelham a urn nOQoes necessarias it construc;ii.o das cobe
_ . Porern, Sl) quando essas coberturas suo l'ealizadas ficios pelo sistema de te1hados.
c ap~ meti.licns au quaisquer outros reyestimentos,
_ e con truir tal qual a cone. Empregando-se tel11as
~po de cobertura, entao a telhado propriamente dito,
e _er canstruido par (i,r;uas triangulares, como mos-
- no desenho (Piy. i-LVi) 0 alQado, e no desenho
f!-F), a planta. Este tipo de cabertura e proprio
;lyuhoes, quiosques e coretos.
- elhados pi1'((midais distinguem·se dos telhados co-
or terem a seu ponto muito elevado, terminando
,ezes em agulha.
-a a sua construQao e feita tamMm por aguas
res.
- elhados de empenas coriadas sao geralmcnte cons-
. - spar daas ugnas mestras e par tacanigas curtas.
rac;ado exige urn bocadinho de atenc;iio. Assim,
:" a a largura cia superficie a cobrir em duas partes
. doc obremos as aglws mest1'((s,' depois tiradas as
45° dos angulos da planta a e b, interceptam-se
:la linha do espigdo e temos 0 ponto o. Seguida-
com a compasso ern a marcamos a distancia a-c
a-a e ternos 0 ponto 1,. depois com 0 compasso
camas a distancia b-c na linha boo e ficamos
on 0 2. Ligados a pontos 1 e 2 temos 0 ponto
e e de onde partern as paralelas o'-e e o'-f, que
s rincoes que formam a tacanir;a curta ou encurtada. ~L ~
1. .l--. ._. _
.
,'A

----.---t--,
-- ..•.. .
I
I

111i

~~ s coberturas das edificagoes podem ser construidas N A constru~itO de urn madeiramento pelo sistema c",-- -
pelos sistemas ordinariu e de asnatu1'a. nario a fllngaO dos frechais, cont1'Ctjrechais; -
primeiro e 0 que tern 0 madeiramento apoiado em clres e fileira e exactamente a mesma que quando =-
~ ',e' , escoras, prumos e pontaletes, e 0 segundo e utiliza 0 sistema de asnamento. As secgoes dessas '.:>..
ele que se baseia no sistema de varios tipos de asnas. rcntes pegas sac igualmente tambem as mesmas.
~ sobre 0 sistema ordinario que aqui vamos estlldar os A construgao do madeiramento de um telhado de d
ersos modos de construir os madeiramentos. Do sis- vertentes, apoiado Das suas extremidades nas empe '-
de asnatura ja tratamos desenvolvidamente nos iniciawse depois de conhecida a altura do 1)o11.to: .:
:::0550S Caderno8 n.O 1 e 2. Qualquer que seja 0 tipo
S
acordo com 0projecto da obra, pelo assentamento
s asnas a empregar numa cobertura 0 modo de consti- pau de jileira, que deve ficar bem nivelac1o.
. 0 madeiramento e, mais ou menos, sempre 0 mesmo. Depois, consoante a sua largura, a \Tertente pode Ie
o mesmo varedo e ripado, 0 mesmo numero de frechais, uma ou duas madres, a fim de garantir melhor apoio -
~a es e fileiras. 0 mesmo mimero de rincoes e de paus 'Caredo. 0 maior comprimento entre madres nunca de -
de lar6 se a planta da casa a cobrir e de planta de igual ser superior a 3m, 50, sendo. porem, conveniente
co gura~ao. Pelo sistema de construgao ordinaria de esse comprimento va de 3m,00 a 3'\50.
m deiramentos chegam-se a conceber curiosissimos tipos Tanto 0 patt de jilei1'Ct como as madres deyerao se:
e armac;ao, que em mnitos casos nada ficam devendo sustidas em todo 0 seu comprimento por p1'umos qll
rill sis ema de asnamento. sac arvorados quase sempre de 2m,00, 2"',50 ou em .
A. Iigac;ao das asnas entre si faz-se por cruzes de timo caso de 3m,00, espagados uns dos outros. 0 pr-
':(1: to Andre e pOI' escorarnentos de boneca, tal qual como mos sac escorados entre si por cruzes de Santo Andr'
8. cede com a ligagao dos prumos que suportam a fileira ou por escoras de encontro it fileira (Fig. 8).
e as madres, entre eles pr6prios. As ligagoes, como se Os frechais sao assentes sobre as paredes, no e
ob_en-a, sac igualmente perfeitas. Todavia 0 asnamento paramento interior, tal qual como sucede quando e e~·
orna mnis s6lida e homogenea uma cobertura, mormente pregam as asnas. S6 depois de completado 0 e co -
e urn grande edificio. mento das madres e da fileira se procede ao assen=- -
Fig. 7.-MADEIRAMENTO DE UM TELHADO DE DUAS AG AS
A) Estrutura completa; B) Al~aclo de uma vertente

_<::::-0 do 'Laredo, que entalha na fileira, nas madres e no


::ec pOl' meio de dente de Celo. A fixac;ao das varas
- ...=:e!!1ll'ada pOl' pI'egos de telhado. As varas ficam
e diculares aos frechais, qualquer que seja alar- Nos telhados de tr~s
da vertentes (Fig. 11). mos, a tacani<;;a,
'gaC;ao da vara ao frechal chama-se bal'bato e 0 a empena.
e -e de cao onde embarba sobre 0 frechal apenas deve Nos telhados de quatro aguas con-
e profundidade om,Ol. 0 desenho (Fig. 7) e sufi- guinte, duas tacanic;as. Siio duas agu 'me
'e::"emente claro sobre 0 assentamento do madeira- as fachadas principais da edificac;ao e
_;;::ro completo. As pontas da fileira, das madres e do seus topos - as tacanic;as.
=e.chal encastram na empena, pelo menos am ,10. A constru~iio do madeiramento das cob.
:e 0 comprimento do telhado for relativamente curto tacani<;as tem como principal elemen 0 0
. ~funero de prumos de apoio a fileira pode ser redu- uma especie de ,-iga com 0 seu can 0 '5.
• 0 a liD, bem como as escoras das madres que se frado para os dois lados, a fim de conco:" ~
_._ lificam. pIanos das duas vertentes de que ela faz ' _
U a sentamento do varedo deve ficar bem nivelado, gulo. Este rinciw e assente, em geral~ 0
:=:empenado 0 direito. Geralmente neste trabalho 0 car- de fileira na extremidade superior e ab . 0
~. reiro faz uso do nivel, da regua e do fio para 0 born na sua extremidade inferior,
_:::-orcimento de to do 0 plano. Depois de concluido 0 As varas embarbadas no frechal &Sse
--e:1 amento do varedo procede-se ao assentamento do rinciLO, tal qual como assentam sobre a
. : ado. baixo dente de cao .
~..!sripas SaD pregadas sobre todas as varas corn pre- Algumas vezes, pOl' necessidade de qu
""_- de selia; 0 seu espac;amento depende das dimen- feito da cobertura, e 0 rincao assente sobre
:- - das tellias que se pretendam apticar. Se 0 compri- frechal, como se fosse uma vara, e ne e
:="'::l 0 da vertente do telhado nao del' conta certa de prias varas assentam no rincao pOl' en e.
acrifica-se 0 comprimento da ultima telha, a que Os rinclles SaD assentes a 45° a par' dos -_
'lill 0 do espigao, cortando-a. telhado (Figs. 9 e 10), e quando as su e .eies
espac;o entre varas varia de om,35 ate om,45 quando SaD irregulares 0 rincao e 0btido pelo me 0
~e izam telhas, e atinge maior espa<;o quando a co- com que nos angulos se acha a sua biuect '. '
a e constituida pOI' chapas de zinco, feno ou fi- A vigota destinada a senir de rincao e. s
c!Jci::nlen to. tada espel·ta para que 0 seu assen mIle "0 :l_-z =

rr
os telhados 1'azem reinterilncias (F,:,q. 1:
Q UAXDO
quando as agnas mestras dobram pOl' efeito
arquitectura da obm, surge-nos 0 lal'6. Esta designa -
significa exactamente 0 caso oposto ao rincao. A co -
truc;3.o do lar6 no madeiramento consta de uma vie -
assente na fileira superiorrnente e sob 0 1'1'echali '-:=-
riormente, tal como sucede com 0 assentamento l..
rincuo. Esta vigota e 0 chamado pan do lar6 e e pre _-
rada para sobre ela se construir urn canal revestido
chapa de zinco para recebimento da agua da chuva, "
como se compreende 0 varedo assenta sobre ela e::::
baixo e na fileira em cima.
o assentamonto do pau do lar6 dove fical' mnito €:--
feito para que 0 telhado ntio fiquo de1'oituoso e a desci'
das aguas se f'1<;acom facilidade.
o cunal assente sobre 0 pau do lar6 e 1'eito com ID_-
deira e a sua largura n:\o deve SOl'inferior a 0"\ 1;>, p _
que as telhas possam doLru<::ur-se sobre ele bem h \'
Fig. 9.- TELIIAnO DE Tnf.;s AGUAS tudo. 0 pau do lar6, tal qual como sucede com 0 rinca
A) Corte; B) Pl-anla
deve ficar oem escorado, para a sua 1'Ull(JWnitO lie
prej udicada.

bem apertado. Todo 0 madeiramento deyo formaT um


conjunto solido e resistmte. Ficando 0 madoiramento
pra.ticamente exposto ao c:l10r sol:lr e como nmn sem-
pre a madeira esta completamente seca, e du mflxima
conveniencia que todas as pec;as fiquom muito bi)lll aper-
N A constru~ao dos !olllallos II pO~'luguesa par:t que,_
nrgamas~a so uao perca e c:ua para 0 esp:l<;'o
fad as e pregadas. 86tao, e mister assentar 11111 1'01'1'0de t[lbuas de 0'''.C1:
de espessura, so1>re 0 varedo. i~depois soore estt' for.
que se prega 0 l'ipado.
Este forro pode ser de junta, de chanf1'o ou de mnc'
e femon. Quando 0 soGo nuo e aproveitado nilO ; e '-
gida grande perroi~uo !loste t1":loal110e 0 flll'l'O 11;10 ,r-
cisa de ser aplainado, porem, se se aproveitar 0 va
telhado cOllvem que tudo fique born trabalhado, pois q
pode ficar it vista. Neste caso tamMm 0 varedo 10 -
ser aplainado.
Algumas vezes, mesmo com telhados do outros i o~.
deixa-se tudo hem 1'orrado, para se fazer bom apro\e:-
tamellto de todo 0 s6t1'io. Ficando 0 trabalho limpo co
se fosse um vordadeiro tocto, pode fazor-se a sua In-
tura. Estos 1'01'1'05tern a dosigna<;ao do guaJ'da-p6.

A s madeiras que se empregam


mente apenas as de pinho
nos toscos sao 3C
nacional. Antigam
empregavam-se diversas madeiras, como a casquin
castanho, e as vezes no varedo 0 eucalipto.
Esta illtima s6 era nceite pelo sou oaixo pre\o.
que e uma especie que torce constantemen e, faze
gimr toda a estrutUl'a em prejuizo do telhado.
deim de castanho 1'azia-se um varedo com 0_ .eu: _-
mos redondos e de vurios di[tmetI'Os. Da ca qui h·
nas dil'omos e repetimos que e uma optima I ade'r'
. - A.LCADO E PLANTA DE .11 JJ..J.nEJflA.\fE~70 a constl'u<;ao ci\'il, pel a Ult con ex ura £iuro::l. e
DE Tni: iaUA laLurac;ao e consornt ·ao. 0 pinho: uan 0 _ C
Fig. 11.- DIFEBENTES PLANTAS DE TELHA.DOS
A) Telhculo de quat1'o (tguas 'i?'1'egularesj B, 0 e D) l'elhados com laro; a) Aguas l/ieslral j b) TJ.e.:J
1) Rincoes; 2) La1'os j 3) Fileiras

~-roo e quina viva, oom desempenado e de boa qua1i- estudos, outras, arcaicas 0 fora de lEO ~
e. con idera-se uma das melhoros madeiras para tos- e locais ainda outras. Assim, a re e_ - ~ -::.. ~
:. Para preservar as madeiras contra os insectos e os 10itores e estudiosos as conhe<;a .
:_:emperies e conveniente aplicar-lhes um induto apro- Espigao, cwne,o vara, eaibro,o ri c~o, g "-'.:
ri· do. 1'odo e Tevessa,o lar6, 1'evessa, guieiro m rt . - _ •
oCl;oes das diforentes pe<;as do madeira a empre- tido e 1'ibeiro,o madre, terqa; ripa, I a;
os madeiramentos S~LO as seguintes:
. dre : de om,18XOm,10, om,20X om,10 e om,18X001,12;
::-' eiras: de 01U,18X001,10,0:n,20XOm,10eom,18Xom,1:?;

De om,08XO"\055, quando afastadas om,30 au om,40;


De 0"',l1xOIll,08, quando afastadas 0"\65 au 001,75; PARA efeitos do sanquoado que 0 -e
De 0"',10 X 0 ,05, para telha marselha e com afas-
111 sentar junto ao algeroz ou ao b .
tamento vulgar; fim quebrar a queda abrupta das ~ouas
De OJl\14XO"',07, para telhados moiriscados; constr6i-se 0 barbato. 0 barbato proyoc
inclina<;uo do telhado, na sua primeira fiz
'pa : de 001,036XOIll,024 0 01ll,036XOIll,048. o baroato e constituido pOI' nma t'b _ ~_ .;_
todo 0 comprimento do telhado, sobre -0
Todas estas madeiras oxistem no mercado com ostas com dois pregos de meia-galiota. E_· 'b
- c oes ou com sec<;oes aproximadas, 0 quo para este do barbato, tem geralmente a largura e r
nao tom grande importancia. pessura de OIll,OJou 01ll,0~5. Co tuma e
•\s vigas destinadas a rincues e a paus do lar6 devom tahua de solho .
r as mesmas secQuos que tem as madres au as paus Sobre a tabua de baroato prega-se
e fileira, salvo quando nuo possam ser apoiadas au es- lhado junto ao lado do algeroz, omo ,e
oncadas. Neste caso a altura do seu cutelo pode atin- e constituido pOI' uma tabua e uma ripa. 0
c' 001,20 ou 001,25. rl'odas as ligaQoes das diferontes e conveniente elevar mais a altura do bar
e<;as dos madeiramentos deYer~LOser feitas pOI' meio prega-se sobre a ripa outra ripa, pn, ain
e entalhes, como orelhas, meias-madeiras e ganzepos, duas ripas uplica-se urn serrafiio. E sobre 0
o depois devidamente pregado. As diferentes peQas se debruQum as telhas sobre 0 algeroz on
= madeiramentos ou annagoes de telhado, tern, ah~m das Pela descri<;ao de todos os pormenores co "!

s'gnal;oes actuais, que sao as que damos nos nossos os conhecimentos do toseo de uma edifica -0.

Fi,q. Ll,-DIPEREr..'TES EJIBARB.WOS DO VAR£DO


.A) Algi:To= iJ. /;is!{J.; B) Plalibanda; 0) Beirado separada j D) Beirado co
MADEIRAMENTOS
o madeiramentos vulgares sao bastante simples de
concep~ao e facilimos de construir. De um modo
e apenas necessario urna, fica a meio dn. br~ra
tente, se sac duas ficam a terc;os dessa me ma ].
geral um patt de fileira, duas moores, dois f1'echais, 0 e assirn sucessivamente.
'Caredo e 0 1'ipadO constituem um madeiramento bastante No espigao as varas de ambas as ugllas topejam ~
rngar. Quando a superficie das vertentes dos telhados contra a outra (Fig. 15) sobre a fileira.
e de relativa largura aumenta 0 numero de madres e 0 o espigao e a linha mais alta do telhado.
comprimento das varas, e, quando essas vertentes sao Os prurnos que apoiarn a fileira e as madres assen-
compridas, quando medem mais de Sffi,50, torna-se ne- sobre 0 vigamento do pavimento do s6tiLO,ou, na
cessaria a aplicac;ao de prumos, escoras e pontaletes. deste, sobre 0 vigamento da esteira do tecto do an
~ todas estas exigencias da constru~iw de uma cober- inferior. Os porrnenores das ligac;oes de todas as pec; -
:ura nos moldes ordinarios nao altera a categoria da como samblagens e meias-madeiras, estao lm"game -
estrutura de baixa importitncia. descritos no nosso Caderno n. 1 quando tratnmos
O

Porem, quando as coberturas medem grandes super- PJ"elim.inares de Asnas de ilfadd'l'a..


cles e· pOI' qualquer motivo de ordem especial se nao
~ode aplicar 0 sistema de asnatura, forc;oso e recorrer
adeiramentos de estrutura especial que 0 construtor
em de estudar com minucia, para a boa seguran~a de
a a oara.
Os frechais sac a base de toda a cobertura com arma- TELHADOS DE D1VIAMADRE EM CADA
r;l de madeira, pois neles embarbam as varas e des- VERTENTE E SEM APOIOS CENTRAl
c;.am os niyeis e, pOI' vezes, tambem encastram as
scor - e outras pe~as necessarias ao bom trantmento.
se pretendo aproveitar 0 s6tao de uma cas...
OIDO ja. descrevemos 0 mais simples sistema de ma-
e' amento, 0 do tipo chamado ordinario, conta apenas Q UA~f)O
com grande amplitude ou quando niw haja pare-
~ p nmos a apoiar'o pau de fileira. des onde se possa apoiar a armac;ao, e conveniente es-
_-os nos os desenhos (Fig. 7) mostramos dois cortes tudar uma estl'utura espocial para estes casos (Fig. Hi
6 llllla asnac;ao bem simples de construir e no desenho o nosso problema e bnstante pdtico, de facil estuc.
(Fig. 13) tambem apresentamos urn caso que quase nao e de facilima execu~ao de carpintaria. Dividida a 1. r·
es udo, tal e a sua concepc;ao de simplicidade. gura total da superficie da cobertura em duas pane=
Esm- casos simples sac geralrnente aplicados nos telha- iguais, obtemos a localizac;ao do pau de fileim, que o.
[lOS de duas aguas, em que a fileira e as madres eneas- ora n~io assentamos. De seguida achamos 0 centro d
-3.Ill nas empenas . cada uma das vertentes, dividindo ao meio 0 espac;o que
.is madres, como muito bem se compreende, sao as- medeia do frechal it. fileira -e localizumos a respec ',_
se 'es a diridir 0 espa~o entre 0 frechal e a fileira. Se madre, que assentamos.

OJ' 11 )If.
;0
"-I! t ~D.
L!".1"" b I==-
EJCala ,,1:20
b 0, 1° , t(' ! ~t i PC I

S tt ES-CP/Cl:" $c"x 1/1~rro

/_
"i1Id.k~ .....
~
-

lJ-iimo ([)

)take
- ..~~
. tJ- .

I I

l...J

Fig. l:J.-ESTflUTURAS nE MADE1RAMENTOS


A) Jf,dei/"wilcnlo Bem olJo'ios centrais; B) Jf'ldeiralilento com al)o'i08 sob;"eparedes interior.:,"
de acordo com os tamanhos das telhas, e a fisa<;.:':
barbato. Se 0 telhado for it pm-tgggesa moi1'iscado -
do assentamento das ripas e do bnrbato faz-se 0 ~~-
tamento do gnarda-p6. S6 no final se assenta 0 -
e 0 barbato. Depois do madeiramento pronto pI'
-se ao assentamento das telhas.

ESTRUTURAS SEM APOIOS CENTRAl::


PARA GRANDES LARGURA=

PARA coberturas de edificag~es destinadas a po~~_


tectos cilindricos e ainda para aquelas em que -
e possivel 0 bter apoios no centro da dependencia :.. - -
:- :_15.- POR.11ENORES DO MADEIRA.11ENTO vel,GAR brir, estudam-se variados tipos de arma<;:lJespara _-
- y,.• ado de te1ha ma1'selha; E) Te1ltwlo de lellta de meta-cana quer sistema de telhado, quer de telhas quer de cL_
o estudo que apresentamos no desenho (Pig. 1-=-_
e bastante pratico, assemelha-se a uma ~isna, pres:_·_-
a uma grande largura de pavimento e comporta s=-
.J.ssentes as madres vamos imodiatamente oscor£das maclres, tr6s em cada \'ertente do telhado .
G cachorros encastrados nas paredes mestras, e E Ulil tipo do armar;:'to ideal para urn madeira e:'-
deste escoramento assentamos 0 nivel bem aper- de edifica<;:lo destinada a armaz6m, oficilla, igreja; ~--
o entre as madres. Para completa fi1'Illeza desta de espect£tCulos, etc.
cie de asna assentamos a meia-madeira sobre as fre- o assentamento desta armagao e tamMm muito -:-..
uns traressanhos au pequenos niveis, que so apa- tico. Vamos descreve-lo. Primeiramente assentam-se
- m para as escoras em grupos de dais. frechais sobre as paredes, como muito bem se C J:::
estas pe<;.as devem assentar nos seus Iugares preende e e de uso antigo. Assenta-so 0 pan de ji;~
rpertas, pregando-se tudo depois muito bem. e depois de se obter a divisao do espa<;o que vai d:. :...
mente asscntam-se os prumos que suportam a pau leira ao frechal em duas partes iguais, em cada vOrle:.-
~,eira e aparafusam no ni'l:el. As varas pod em l(\go do telhado, assentam-se as resl)octivas mad1'es.
- - e' er assentes, abrindo-se nelas urn dente de cao Em ~eguida aplicam-so as esco1'Ctssobre os cacho:-:-
entalhar na madre e um outro para ir de en(;ont1'o e de encontro ~t madre, com bow de lobo, e os lIi:~
de fileira, e em baixo mais outl;O para embarbar que apertam as I:liadres, de uma a outra vertente; s::
chal. 0 travamento e absoluto. A solidez doste tambem providos de boca de loho.
ir mento de tuo simples concepr;iio e garantida. Segue-se 0 assentamento dos niveis au t1'<t,'essa :...-
_- orIllenor A mostramos a ligac;ot'tOdo prulllo do dois a par, que fixados aos frechais em meia-made! _
de Jilei1'Cl ao nh;el e no pormenor B mostramos a vao de el1contro ~lS escoras, que do cachono amp:tr;.. -:..
gem dos trave8sanlIOs nas suas ligac;ues ao fl'echal as madres e apertam-nas pOl' meio de um parafusu ~=-
ra. Estas arma<;5es suo espac;adas umas das ou- porca. Depois uma nova escora, de duas reguas a : -
e 3m 00 a 3"',50, tal qual como se fossem asnas. vai de a a b, apertando respectivamente a eSCON -
do todo a madeiramento estiver pronto proce- cachorro e 0 nivel entre madres, pOI' parafusos ta :'.::-
a a entamento das 1-~1aS, 0 que se faz sempre de porca para melhor firmeza. Um prull10 apertado e=-__
as reguas da escora a-b ampara a madre, dando u '
equilibrio.
A fileira e apoiada pOI'um prumo que se fixa no --~
entre madres pOI' uma samblagem.
Os principais elementos da armagao esUio no·
lugares.
Vamos continual'.
Dividido 0 espago entre a fileira e a madre e
paGo entre a madre e 0 frechal, em cada vel' ente. -
cede-se ao assentamento das respectivas mad es. ~-
dre superior e amparada pOI' um prumo que e ". _
samblagem no nivel entre madres, e pOI' uma (!.$~r.
se fi:m no prumo do pau de fileira pOl' a b
bellJ. Tanto 0 prumo como a e cora SegllI"_
pOI' hocas de 10ho. ~
A madre inferior 6 simple-men e
prurno que se aporta entre as regua
vessanbo, que do ii:echal vai ape l'
para a madre edia, a e-' 0 -
- \8rtentes do telJwdo, encontra-se a arma<:11Opronta A situac;ao dosbs paredes e indifere ~C. -
receLer 0 Y11.redo, 0 guarda-p6 se for necess£trio, 0 nos garantam os apoios de que carecelllo".
_. ~o e . .. a teJha. Dostina-se a um s6Ga de rebtiyo Jk
-L.la 11.rruar;ues, como todas as aSl1as, medeium de mais que do vigamento ate ao frec11al D'
~ as outrns 3111,00 ou 3111,50. 1"',00 de altura e que do mesma vigame
_\ escoras e as prumos s110 fixados 2LSmadros pOl' temos 2 ,00. 0 que, porem, sllcede com
111

_ :0 de pregos. Os n1\'eis talllLem sao fixados pOl' pre- tambem pode suceder com outro muio
_ :. E te sistema de armn<:rLOl) muitissimo solido e ofe- para casa de babitac:ao.
todas as garantias de seguran<:a. No caso de se pretender cOllstrllir 31'
:: pormenoros (Fi[J. 14-1 e 2) mostram, respcctiva- fica toda a estrutura integrada nebs. A ~u
e as lignr:oes da madre media e do pau de fileira. preendidas entre as estrllturas que compO
. ob esta ,uma<:ilo pode assentar-se qualquet' tipo do ramento, que como de costume, pOl' erei 0 e
-ec 0: ~o for um tecto cilindrico e necess:il'io aplicar-se e de 3f1l,OO ou 31\1,50, constituern 6ptim e
:l . erie de camuolas, fixadas £tS oscoras 0 ao n1vol, ComjJreendida a vantagem oferecida pOl'
e. iJente, para a constru<;ao do tocto. de arma~ao, vamos descre\'er a sua com
L decerto desnocessurio dizer que quando se assenta norizada como com-em.
~au de fiJeira e as primciras madros fuz-se 0 sou am- Achado a eixo da Yertente marca--e 0 lie
l1ro\-isoriamente, com q uaisquer serrafos, ate se o procura-se a centro de cada \"erten e
er apJicar 0 oseoramento apropriado. onde se assentum "as respectivas m dre q e
DlIr:mte tado 0 trahalho, que de\'e SOl' foito pOI' dois imediatamente em prumos fi.xados no \i.a
~ 7pintoiros, como om goral sucede com os t08C08, clos Depois acha-se 0 lugar das madre i er'o
-.. upercohendo-se das necessidades e ox-igt3ilCias da cam entre a madre media e 0 frech' e -
Jra, assentam imediatamente.
Durante toda a cOllstra<;ao a seguran<;a dos trabalhos Estas madres sao amparadas par d
_ ~e ser sempre tida em boa conta. fixam. uma no vigamento, outra no p 0
a fio de ]Jl'n1no deve estar sempre pronto, pois a sua a madre media, pOI' sambbgens. De seg .
e
. 'z:tC;rLO precisa em todas as oleva<;oos, o lugar para a madre superior, que ca.
media e 0 lugar do pau de £leira. Es
-se e ampara-se pOl' uma eSCOI'Q que en-
de apoio it madre media.
Seguidamente assenta·se apertadamen ~-.:
tre as duas madres superiores, a que :tz 0 e _
1<construc;ao doste madeiramento (Pig. 14-n), temos toda a estrutura.
em conta que ele pode apoiar-se sobro duas pa- No fim assenta-se 0 pau de fileira ue
e uma om cada lado da cohertura, 0 que muito fa- e apoiado pOI' um pequeno prullio que ~e
c- '- a c0l1cepc;rLOda obra. ni\"el.
Toda a armac;ao esta pronta. A sua simplicidade e Mm se da a designac;ao de acroterios, especialmente nas
grande. 0 pormenor 3 indica as sambIagens e as liga- obI'as de arquitectura classiea. A alt,lra das pJatibandas
c;(jes do prumo que sustenta a madre media. e variada, obedecendo somente ao projecto da obra.
o n1vel, os prumos e as escoras entalham nas mad res A sua espessura tambem s6 obedece ao sistema cons-
pOI' bocas de lobo, e fixam-se-lhe pOI' pregos. Este sis- trutivo da respectiva edificac;uo, mas nas construQ(jes
tema de arma<;ao de madeiramonto e rnuito usual e equi- vulgares emprega-se apenas meia vez de tijolo.
librado.
Com 0 assentamento do varedo 0 travamento fica
absolutamente completo. As varas, como e de usa cor-
rentio, entalham nas madres pOI' \Jm dente de cao 0 que
tnmbem se pratica para a £10ira e para 0 embarbamento
do frecha1. N AS antigas edificac;(jes as coberturas terminavam
sempre em beiral ate it supressao da permissao
de se deixarem os telhados pingar para a via publica.
Actualmente, nas novas obras tem-se construido bei-
rais, s6 como motivo de composic;ao, porquanto a sua
rectaguarda la fica 0 algeroz para recolher as [lguas
que descem do telhado. Nas casas chamadas it p01't'll.-
A junc;ao
,casos
das varas sobre a fileira e, em todos os
de madeiramentos, sempre igual. Topejam
gttesa constr6i-se sempre 0 beiral, como seu motivo prin-
cipal. 0 beiral, a que tambem se da 0 nome de beirado,
deencontro uma a outra, de cada lado. Sobre os rin- e em geral constituido pOl' duas ordens de telhas de
c~es .tamMm 0 varedo das duas aguas vai topejando a meia-cana. Nas edificac;oes cujos telhados sac de telh3s
medida que a vertente vai descendo (P-(q. 10). marselhas ou Ius as, apenas uma ordem de telhas de
As ripas assentam-se de cima para baixo, ficando a meia-cana forma 0 beirado.
primeira junto it junc;ao das varas (Fig. 15), deixando- S6 com telhas de meia-cana, designadas tambem telhas
-se apenas 0 espac;o para 0 assentamento das telhas. portuguesas (4O), se podem construir os beirados; com
Em baixo as varas embarbam, como ja dissemos, no as outras telhas nrlO se obtem a graciosidade que elas
frechal, para que as telbas se debrucem sobre 0 alge- dao ao conjunto construtivo, nem so formam convonien-
roz, au, sobre 0 beirado. temente as goteiras.
- Geralmente as fachadas dos edificios sac providas do Mas para que os beirados bem rosultem e convoniente
cimalhas junto do telhado, como remate estetico. 0 al- que os madeiramentos form em, com 0 seu varedo, um
germ>;que se destina a receber as ilguas pluviais, carro contnifeito. Este contrafeito e um requebro no prolon-
em todo 0 comprimento da fachada sobre a parede. gamento da vertente da cobertum.
~~~/~/~~~~~ /dJ2P~~a#a:P~~~#'~~~~
- {ntioau cIa , urn profong-amento com pontas ere varns pregaaas ere
a]C1'erozessao geralmente revestidos de chapas de par (Fig. 20-C) as respectivas varas da cobortura, ou
'_eo n.O 13, quando nao sao construiclos em betitO. tamMm pregados sobre elus (Fig. 19). Estes casos de
nao sac construidos em forma de caixa ou ca- contrafeitos sac nocessilrios sobretudo para saliencias
podem ser formados pOl' urn canal constituido pOl' do tolhado nos alpendrados.
nii.o necellsitando de revestimento nesse caso. Nos beirais sem alpendrado 0 requebro exigido para
gura dos algerozesvai de om,15 a om,20 e a sua a estetica e feito sobre a pr6pria parede onde assentu
·0 deve tel' menos de om,20. (Fig. 12-D), pois que nao e necessario 0 prolongamento
seu comprimento os algerozes tern varios traineis do varedo .
. es conforme 0 numero de tubos de quedn para Em muitas coberturas 0 beirado fica completamente
das aguas pluviais. Esclarecendo melhor : de es- dcsligado do telbado, que e construido com telhas de
espac;o os algerozes inclinam 0 seu fundo para qualquer tipo (Fig. 12-C). Noutros casos em que 0 te-
dos funis que despejam nos tubos de queda. lllado e feito com telhas marselhas, lusas ou outras,
modo geral a porC;ao de algeroz a fazer des- elas assentam simplesmente sobre a fiada do beirado
, uas num tubo de queda, pode ir ate 4m,00 de (Fig. 12-D), formando assim um born conjunto.
'menta ficando, bem, entendido, 2m,00 de cada As pontas das varas que servem os beirados sac
, respectiva saida. As vezes ultrapassa-se essa quase sempre recortadas para melhor aspecto. Quan.Jo
mas isso nao e coisa muito de aconselhar, por- os telhados sao de telhas de meia-cana 0 beirado pro-
ocasi~es de grundes chuvas os resultados sac priamente dito nao existe, porque este e conseguido
,e' . com a ultima fiada de telhas (Figs. 17 e 18).
erozes quando ficam a vista sao amparados de Sob 0 ponto de vista dos telhados trataremos no Ca-
e ac;o (as vezes om ,80 ou 1m,OO), pOI' consolas derno seguinte dos beirados nas suas diversas modali-
e' de barras de ferro, cravadas na cimalha dades. Nas construc;oes ligeiras, como barracas, arma-
e (1ig. 12-A). Em outro Caderno apresentare- zens, etc., nuo se constr6i nenhum beirado propriamente
o sobre tnbos de queda e servi\os anexos. nem tao pouco se pratica 0 contrafeito no varedo, dei-
dn elevac;oes que ficam it frente dos a1- xam-se correr as varas ate fora da parede onele 0 te-
qU3'8 sempre construidas com tijolo, mas
bo con truc;ues sac ~onstituidas pOI' ba- (*) A ntigamcnte as tel has de rneia-cana cram designadas pOl'
r ou os motivos, As platiballdas tam- tclhas de tlthand1'al e ainda recclltemcnte pOl' telhas de canudo.
B&(r;~"d"o

p",,/,; de }'C;ra
---.!/'pena'rado

Fig, 19, - ESTRUTURAS DE BEIRAIS


A) Vm'a dependarada .l)(~m tclhas; B) Va1'a depcndl!racla para ehapas; C) Contmfeito lJara beiml

Thada se prolonga fazendo beiral com a sua primeira no entanto, para efeitos do estudo arquitect6nico da obra,
liada de telhas, quaisquer que sejam as seus tipos, da-se-lhes maior largura ou altura.
e mesmo chapas quer de zineo, quer de fibrocimento Os topos das varas, quando 0 alpendrado nao e pro-
(Fig. 19-A e B). vido de aba, sac recortados para tornar mais agradavel
Nestes casos 0 vareda prega no frechal onde obtOm o seu aspecto.
uma parte da sua seguranga. Todas as madeiras que constitnem estes trabalhos
e que ficam a vista costumam ser pintadas, nao so para
a sua conservac;ao como tambem para a sua aparencia
de obra bem acabada.
It ainda 0 pinho a madeira indicada para esta especie
de trabalhos. No entanto em obras caras emprega-se a
casquinha.
EM certas eonstrll<;oes de ordem especial, como as Em certos casos os alpendrados de grande balan~o
dao as edificac;oes urn aspecto agradavel e de comodi-
1'llsticas e pitol'e:;cas e ainda nas chamadas it ZJO'I'-
tuguesa, costurna usar-se a aplica~rLo de alpendrados. dade, sobretudo nas casas de moradia e nas vivendas
Os. <11pendrados, que nao suo mais do que ulpendres de campesinas ou de praia.
pOllea salicncia, destinarn-se nestas edificac;oes a eobrir Os alpendrados de pequena saliencia nao tlmprestam
terragos, varalldas, entradas e outros motivos junto das tanta beleza, pois que se tornam mesquinhos no con-
paredes da casa que os possua. junto arquitect6nico.
A construgao dos alpendrados e efectuada de dife- Os varios sistemas da sua constru<;ao dependem sim-
rentes maneiras. Algumas vezes urn ni\'el inferior en- pIes mente do projecto da obra.
castrado na parede sustem a ponta do varedo, e, ern
trabalhos de maior categoria e com maior balango e 0
contrafeito do varedo apoiado sobre urn frechal assente
ern especies de consolas encastradas nn parede.
Em muitos destes tipos de alpendrados empregn-se
urn fOlTO a fazer de tecto. 0 fono a utilizar-se nestes
trabalhos costuma ser de macho e femea e algumas \'0-
zes mesmo e rincoado para melhor aspecto.
o frechal e assente sobre a consola e fixado pOI' meio
de dente de dio. Estas consolas sao construldas com
madeira aplainada e ate mesmo moldurada.
Alguns alpendrados, porem, sustentam-se sem amparo
algum, desde que 0 sea balango nao seja grande.
Nos alpendrados providos de forro e tambem de uso
aplicar-se no topo de todo 0 varedo, ama aba consti-
tuida pOl' uma regua de madeira. Se em vez de tecto
o alpendrado tiver antes guarda-p6 ja nao se aplica a
aba, par desnecessaria.
Os alpendrados sac tamMm providos de barbato para
a boa disposic;ao do beiral.
A inclinac;ao das coberturas dos alpendrados pode ou
nao ~er igual a inclinagao dos telhados da edificagao.
rolongamentos do varedo para a formac;ao dos Ftg. 20.-ESTRUTURAS PARA BEIRAIS
.:..~- ~do tern a mesmas secgoes das varas, mesmo A) Alpendrado eom nivel; B) A11Jendrado; C) Contrafeito;
- =2"~ "'crescen das em contrafeito. Algumas vezes,. D) Beiral e algeroz
As eoherturas do uma agua sao praticamcnte as mais
simples e f£lceis de construir. Mas estns cober-
turas sac 136 prcstuveis para edifieacoes ligeiras, como
barracas, barracoes e alpendres.
Quando a lm'gura destas edificac;oes e relativamente
estreita assenta-se simplesmente 0 varedo sobre os fro-
chais 0 mais nada, mas qU~Lndoa sua largura ultrapassa
4'",00, entao e necessario aplicar-lhe uma madre, que
so suporta apoiada nas empenas ou sobre urn prumo.
Em larguras aproximadas dos 5"',00 ou 6m,00 tern a
madre de ser escorada, 0 que se faz firmando as esco-
ras num nivel que bem pode integrar-se 110 vigamento
da esteira do tecto, se acaso a edificac;ao 0 leva.
Nas coberturas de maior responsabilidade, uma das
escoras que sustentam a madre v~i firmar-se contra a
parede num caeholTo de cantaria. As vezes 0 cachorro
serve para apoio dos niveis, que pOI' sua vez suportam
o prumo que suporta a mach'e,
Quando a superficie da cooertura 0 assaz grande po-
dem aplicar-se duas ou mesmo tres madres, no entanto
e.spal;O ou vao entre a esteira do tecto do se se notal' certa responsabilidado deye preferir-se 0
Q
.
UANDO 0
nndar ultimo de urn edifieio e 0 madeiramento omprego de meias-asnas.
nao e destinado a aproveitar-se, e, quando 0 projecto da Uma cobertura de uma itgua dove comportar sempre
obra nrLOeonta com ossa altura na faehada, e assente dois frechais, urn para 0 apoio superior do vareda
logo, direetamente, sobre as pontas do vigamento da e outro para 0 sell apoio inferior.
esteira urn contrajrechal destinado a reeeber e embarbe Em alguns casos, para melhor travamento de toda
das varas da cobertura. Este contra-frechal assenta so- a arma<;ao, aplica-so um prumo JUDtOda parede onde
bre as vigas da esteira ensambladas num dente de eclO, a cobertura en costa) que tirmado sabre 0 nhcl vai dar
eavidade que nao tern mais de 0"',01 de profundidade. apoio directo ao frechal superior.
o contra-freebal nao e senao urn l'egundo frechal, Nos telhados do alpendros e de telheiros qllaso sem-
~i8tO q ne 0 fi-echal prbpriamente dito fica pOl' debnixo pre se constr6i oeiral, no entanto algumas vezes tamoem
da esteira, para assentamento desse vigamento. so dota a cobortu ra de platibanda.
Neste modo de construir 0 madeiraruento, 0 algeroL: A juneao des telhados de uma ilgua a uma parede Oll
descansa logo aeima do yigamellto e se nao se Ileeessi- a urn edificio onde en costa, e executada com cuidadosa
tar de platibanda, a faebada nao fica muito elevadn. Uma perieia, porque ficalldo mal fcito este trabalho corre-so
grade de terro substitui a platibanda, assente sobre a o risco do deixar entrar a ilgua pluvial no interior da
cirnalhn. cdificac;i'LO.
Este madeiramento Jigado ao vigamento inferior fica Nos nossos desenbos mostramos tres diferentes for-
muito 80lidifieado, tornando todo 0 tosco muito seguro. mas de executar estas liga<;oes dos telhados, de malleira
a dar a optima compreensao do traoalho (Fig. 25).
Em A indicamos 0 simples encastramento do yaredo
na parede onde a ahertura encosta, em B mostramos 0
assentamonto do varodo num freehal embebido na pa-
rede, e em C damos 0 encastramento da vara, assente
sobre 0 frechal apoiado num prnmo.
As telbas encastram ou nao na parede, mas toda_
ficam completamente ligadas a essa constru<;rlOde molde
a 11aOdeixarem passar a itgua da chuva.
Em A a telba e coberta na sua parte superior com ar-
gamassa de cimento e areia, ao trac;o de 1 :4, em B
telha fiea livre mas uma fralda de chapa de zinco n,O 1:?,
metida na parede, cobre·a ate quase ao meio e em C
telha eneastra prbpriamente na parede.
POl' conseguinte, todas as liga~oes superiores de.
cobertura ficam absolutamente garantidas contra a ini.:.-
tra<;rw das aguas.
A disposi<;ao do varedo destes telhados de uma ::
11gua e em tudo identica ados telhados de du 3e
Fig. 2:?-APLICA9AO DO FRECHAL ou mais. 0 assentamento da ripa obedece ': CO.:::l
E CONTRA-FRECHAL muito bem se compreendera, a edida do . :p....::..
-- ---==q
I
[
.-'

Fig. 23.-;COBERTUBAS DE UMA AGUA


D) Macleh'amcnto com n'ivel; B) J1Iacleiramellto CO1/!nivel, escora e llrumo ; F) 1Jladeil'amenlo com nivel e pruma;
OJ Macleil'amenlo com lIivel, escara e dais prU11ws; fI) VaTcda numa vcrtente; J, J e L) Pormenores

-:ire ar-:>e. ERtas coberturas prestam-se, como toelos A inclinagao destas coberturas concorda com as co-
~ :lis telhados, a receber tadas as classes do tclhas bertnras com que tenha ligac;:ao 0 quando separadas de
chapas de zinco, de ferro e de fibrocimento. qllaJqucr corvo de edificio podem tel' a incJinaC;aovulgar'
do se l)retende fazer beiral e conyeniente pro- no nosso dima, de 26° a 27°.
_0 varedo 0 contrafeito de que j[t fahimos, para As coberturas de uma agua, quando se trate de edi-
nqlbcacZo quedai resulta de ao telhado a elegfin- ficagoes de urn corto valor, porque tambem" pOI' caren-
:saria. cia de espac;:o, assim se constroem casas de habitac;:ao,
- coberturas prestam-se tambem a SOl'providas cOll1portam platibandas e algerozes, tal qual como nos
b6ias, trapeiras, lucarnas e frestas. telhados de duas ou mais aguns.
- formas de construir coberturns de uma Yor- A execuc;:ito dos toscos das coberturas de uma agua
-e_ ~ ode 0 construtor levar it prittica, obedocendo sim- exigo as mosmos requisitos de carpiutaria como sao os
-ente aos principios que aqui temos desenvolvido. que se empregam em todos os madeiramentos.
'veis aplicados nestns edificagoes para a sua boa Sucede, porem, que em muitas edificac;oes de uma s6
~:lllca, como travamento, podem fazer parte iute- vortente e exigi do melhor acabamento de trabalho do
--e de uma esteira de vigamento para soalho, quando quo em norma se faz, porque 0 destino que so pre ten de
ci eira aproveitar 0 vao do telhado para s6t~io. dar a estas pOl' vezes pequenas casas e de grandiosa
re 0 varedo e sempre necoss11rio construir 0 bar- v<lloriza~ao.
- . tal qual como em todas as coherturas, embora Dentro da concep~ao apresentada devemos tel' em
_=e: desenhos nitO tenhamos indicado isso, par desne- conta que todos os trabalhos de constru~ao civil devem
~:~-io. ser sempre valorizados. .

~
~~
1"/'('."/: ..",J
#""'d"''''
,Fr""c4al
ANOTACOES !>

P..!.R..!. os madeiramentos de constru<;ao vulgar nno A constru<;ao dos toscos e om geral feita com as ma-
sac necessarios os calculos de resistencia, porque deiras em serragem, s6 se aplainando ou mol-
as madeiras do mercado ja comportam as sec<;oes de ' durando quando 0 madeiramento tern caracter de limpo
acordo com a resistoncia exigida para este genero de co- e destinado a pintar, 0 que as vezes e conveniente.
berturas, qualquer que seja a forma porque so constroem. Porom, nas edifica<;oes vulgares em quo 0 madeira-
De uma maneira geral a cobertura de urn odificio vul- mento s6 e visto nos s6trws algumas vezes, 0 tosco fica
gar e sempro apoiada nos pr6prios motivos da constru- tosco, embora com as suas samblagens perfeitissima_
r;iio 0 pOl' is so se justifica a ausencia de calculos. como convem.
Quando a constru<;ao de uma cobertura nao tern onde Para as boas ligac;oes das madeiras entre si, com a_
ser apoiada senao naS paredes mestras, nao pode fazer- samblagens bem esquadriadas, 6 mister que todas a~
-se urn madeiramento ordinario de prumos e escoras, tern pec;as que compoem a construc;ao sejam bem secas, de-
do construir-se pOl' meio do asnas. Os mais diversos ti- sempenadas e possuidoras de poucos n6s.
pos de asnas de madeira para as coberturas de urn edi- Para a conservac;ao do madeiramento e da maxima
ficio, foi 0 aasunto dos doi~ primeiros Cadernos desta conveniencia aplicar-lhe duas demaos de tinta de 61eo
Enciclopedia Pratica da Consfrugdo Civil, onde the demos de linhac;a. Nas pec;as mais expostas as intemperies e
urn desenvolvimonto relativamento grande e aprociavel. aconselhado 0 tratamento com indutos preservativos con-
Aqui, tratamos siruplesmente dos madeirnmentos ordi- tra os insectos.
mirios, d~ contextura comum - aqueles que se empre- Quando por economia se nlio fa<;a a pintura com tin .a
gam e!\pocialmente nas coberturas das casas de habita<;~io it base de 6leo de linha<;a ou nao se aplique qualquer
e ate mesmo em certos edificios do importancia. induto preservativo, nile se deve, por6m, deixar de pin-
tar as pontas das pec;as, quaisquer que sejam, que en-
castram nas paredes, para que 0 seu apodrecimento seja
evitado ou, pelo menos, retardado quanto possivel.
Nos madeiramentos de grande extensao, para que a
Em quilogramas, pouco mais ou menos, pOl' 1m~ : sua resistencia seja de facto garantida aplica-se, de uma
maneira geral, uma ferragem adequada a cada sambla-
TELHADOS gem, tal qual como sucede para com as asnas. Esta
Telhas de meia-cana: pec;as de ferragem para cada ligaC;ao sao, como se com-
Mouriscado . . . 75 preende, pes de galmha, esqtLadros, compassos e barras
Meio-mouriscado . 65 ou chapas.
Valadio. . . . . 55 Algumas vezes, como mais atras ja descrevemos e fi·
zemos notal', 0 tosco fica integrado na constitui<;ao de
Telhas marselhas e atlns .
frontais e tabiques, quando 0 seu volume possa preju-
Chapas:
dicar 0 espac;o destinado a aproveitamento, como em
Ferro galvanizado . 8 s6taos destinados a habita<;ao ou a armazens. Neste
Zinco . . . . . . 8a9 casos, prumos e escoras quase que ficam invisiveis.
FibrocimeIito (de 6 mm) 16 N unca, em caso algum, se devem aproveitar as linhas
das asnas nem os niveis dos toscos para esteiras, quer
MA DEIRAJ\IENTOS
de tectos, quer de soalhos, porque isso vai prejudicar
(Madeira de pinho) toda a estrutura do madeiramento aumentando-lhe inu-
Telhados: tilmente uma carga desnecessaria. Quando inadvertida-
Marselhes ou aLins . . mente se sobrecarregam assas partes dos madeiramen-
De telhas de meia·cana tos, pode ter-se a certeza de que mais cedo ou mais
De chapas • . . . . tarde toda a estrutura perde a estabilidade.

E.r }u:,rro de
-~/me/'ltc

Fig. 25.-LIGAQOES DE COBERTURAS DE UMA AGUA A CONSTRUQAO mWE ENCOSTAJi


A) Encastramento simplu das varas; B e Cj Encastramento sOOTe frecha.is
TRutAO CIVIL 9
EIRAMEHTO
E L H AD 0 S II

lllDEIRAME~TOS DE MA~SARDAS - VAOS DE PORTAS E JA~ELAS - vXOS DE


L"CCAIDUS - 1fA..'l"SARDAS DE ALVE~ARIA - CO::O<STRU'¥AO DE TRAPEIRA ~ -
TR.ll'EIR..<\S DE COBER'l'URA ARQUEADA - TRAPEIRAS DE DUAS E DE TRES AG"CAS
- TRAPEIRAS DE FACHADA - DIVERSOS TIPOS DE TRAPEIRAS - 2r FIGURA.:'

EDIQAO DO AUrOR
F. PEREIRA DA COSTA
;::rn ill.1 DJ. PORT GAtTA EDITOPLl
I B 0;\
c v

DEIRAMENTO
E TELHADOS
o de mnnsarda nao s6 construidos como on quanto precisa pelas suas samblagen;; que a,,;,~=:::=.-
:2- de apropriada arquitectura, que bem vin- perfeitas e pelos sens ni\'elamentos e pruma·." _-
ugar na pr6pria epoca em que foram develll atingir a perfeiqao.
bem depois dessa epoca ate aos nossos Na construqao de trapeiras contam·se mui '''5'~::::
=~:":O apreciados quando se pretende cons- pos, alguns deles de grande efeito arquitect6 .c
er edificio despro,-ido de estilo pr6prio, sistema construtivo variado e de facil execuqao.
do. A constru<;;ao de trapeiras para iluminaqao de
= _~ -0 das mallsardas que chegou entre n6s a -furtadas e s6taos, e estudo necessario e de gra e c;.-
a es ecialmente em Lisboa, e de curioso lor na carpintaria. A constru~ao de mansardo.s e e
__ .:.'" rabalho. E uma obm de tosco urn tanto trapeiras suo as principais assuntos que ora tr

- Co.RTE DB JI PORTAL Fig. 2. - FRBNl'E DE UJf PORTAL Fig. 3. - ILHARG.4. DE C:[.- 1lT L
E '. -~-:1BD.A -- DE MANSARDA. --- --- DE JIA..\·SABD..-1
DEIRAMENTOS DE MANSARDAS
r.bI os madeiramentos vulgares de uso corrente ou de Ferro galyanizado. Obedecendo a estilos arq 'tec-
em todas as eclifica~f)es que nao carecem de as- t6nicos podem tel' estrutura diferente. Dentro do Rena~-
amen os temos, como ja demos no nosso Caderno c£mento frances, na sua origem, 0 revestimento era fei 0
os madeiramen!os especiais para as coberturas com ardosias e dentro de outras concepc;oes, sendo 0
de ordem particular. E sabido que lJara qualquer edifi- madeiramento ua sua parte inferior suprimido, con.-
ca :-0 de arquitectura apropriada, um sistema de madei- truindo-se em seu lugar paredes de tijolo. Neste ea 0
r ento adequado it sua cobertura tem de ser tecnica- esta elevac;ao so tern a inclina<;;ao exterior.
mente estudado. Os telhados de mansarda sao constituidos pOI' quatro
POrl3m, ba casos de madeiramentos que tendo nascido partes: as duas superiores, que formam 0 telhado pro-
e omn. particularidade se tornaram pelo seu uso nor- priamente dito, sac as aguas mestl'as ou principais, e a
al em estrutoras vulgares. Sao assim considerados os duas partes inferiores, as que ligam as aguas mestra
madeiramentos de mansarda e os dos torref)es e cupulas. as paredes das facbadas da edifica~ao, sac as agua
A grande diyersidade dos traba1hos da construc,;?lO dobradas.
ci,il torna-se sempre, pode dizer-se, em normalidade, Este tipo do telhado e curiosissimo.
Jela sua execu~ao pratica dentro das normas e regras Nas edifica<;oes joaninas e pombalinas (2) 0 revesti-
jiJ. anteriormente estabelecidas. mento das aguas dobradas e feito com telhas de meia-
A arma~ao das coberturas dos edificios, 0 vulgar ocana.
oseo e obra de boa carpintaria, que exige dos operit- Nos edificios incaracteristicos esse revestimento e
r'os e dos tecnicos, aperfei~oados matodos de trabalho. executado com chapas metalicas, como ja dissemos.
A.pesar do toseo na cobertura das casas ser tao antigo, Nas edifica<;:.oesmais que vulgares revestem-se as aguas
que fica muito para lei.da noite dos tempos, ainda pre- dobradas com te1has marselhas.
entemente se apresenta como urn problema, cuja solu- o revestimento das aguas dobmdas e, pais, como se
c;ao carece de estudo dos tecnicos e da perkia muito acentua, executado conforme 0 projecto da obra 0 com
abalisada dos carpinteiros civis. materiais a vontade do construtor.
A. constru~ao de urn madeiramento a ainda hoje, apoca As duas aguas principais do telhado podem ser reyes-
o betao armado, ~tprimeira obra de carpintaria civil. tidas com telhas de qualquer tipo ou Formato.
..• cobertura de cada edifica<;~w e urn caso particular, Discriminada teoricamente a cobertura dos telhados
-em 0 seu estudo proprio e a sua constru<;:ao estil sem- de mansarda, yamos agora fazer a· descrigao do seu ma~
e em obediencia it planta da obra. deiramento. Esta estrutura tanto pode ser executada
pOl' meio de asnas, como pelo sistema ordinario (3).
A constru~ao dos madeiramentos de mansarda e abso-
lutamente correntio, como vamos estudar.
Estabelecida a largura utH a dar ao undar que se pro-
jecta construir, arvoram-se os prumos com a altura ne-
Os telhados de mansarda sac assim chamados, como
cessaria ao pe direito a estabelecer. Estes prumos saO
providos do orellws a mcia-madeira nos seus topos: a
ja vimos, devido ao nome do seu criudor, 0 Co- de baixo e para se apoiar no vigamento do pavimento
ebre arquitecto Mansard, que com eles dotou 0 Henas- e a de cima para receber 0 frechal, on de embarbarao
c' en to Frances de um embelezamento que the deu uma as varas das ~lguas superiores do tolhado. POI' conse-
articularidade tao importanto, que fez distiuguir e8m guinte, depois de a1'1:orados os prumos assenta-se 0 f1'e-
a e de construc;ao, da sua origem. cltal devidamente nivelado. .
A. coberturas amansardudas cbegaram ate nos nao Em seguida faz-se 0 assentamento das pe1'1ws de fOI'r;a
_omente pela continuidade da arte francesa, mas tambeIU ou pe1'nas £nclinadas, que se iixam sobre a parede e ern-
ala sua adopc;ao it Arte Pombalina. Quando sobre IlS barbamno fl'ecbal, pOI' orelha que fica prcgada. Feito
ruina fumegantes da velha Lisboa, no funesto ano de este truualho passa-se a executar 0 madeiramento das
1-55, se comec;aram a erguer as primeiras alYenari,ls uguns superiores. Assenta-se 0 pau de jileil'a que des-
cia novas construc;oes, delineadas com rapidoz vela cansa sobre as empenas convenientemente:nivelado, em
ordem imperiosa de Sebastifw Jose, 0 fe/a e forte ent primeil'o lugar, e s6 depois se procede ao assentamento
encimado pela mansarda reyestida de telhas, como ainda das mad1'es, que deyem tical' equidistantes entre afileira
yemos (t). e 0 frechal.
A. constru~ao da mansarda a de uma gr:Jnde utilidado: o llumero de madres e, como clissemos no nosso ca-
faz aumentar nas casas de rendimento mais um anuar clerno de Asnas de ll1adeira,ntriavel, conforme a Jar-
e, quando, pela largura das ruas 11UOe permitida deter- gum do vao. No nosso desenho (P;ig. 4) apresentamo
mi:nada altura de urn edificio, constr6i-se urn audar re-
c ado: e recorre-se a esse sistema com superiores van-
•. O'ens. (I) Foram principais arquitectos da noya arquitcctllra, Eugenio
..i. c ns ru~:io das mansardas obedece a Y[trios sisto- do,; I::lantos c Carlos Mardcl. .. - -
ade uma maneira geral a estrutura e tIe ma- (2) Foi llO Estilo de D, Joao V, que depois do Renascimer:-o
, frances, se comeyaram a cOllstrnir no nos·so pais as M:l[]sarJas.
e e~ 'da. de chapas lisas ou onduladas, de zinco (3) Vcr a Caderno n,O 2 dcsta Enciclvpedia.
Fig. 4.- COBERTURA DE 1l1ANSARDA
(A - Pormenor da CorniJa)

oma madre em cada vertente do telhado. A mos no pormenor .A (Fig. 4). As agnas
macli'es devem ser escoradas pOl' pontaletes, ~gl1as dobradas caem, pOl' sua vez em a1
prumos. lsto no que se refere aos madeira- caleira aberta na parte superior da parede on
inUrios, porgue no caso de asnamento tudo o madeiramento, ou sobre a pedra da bac'a as
. 0 quando tratillnos das Asnas de J.l1ansarda. quando a possui, ou tambem sobre beiral a::;e:J. =_~_ A

'ormen te assenta-se 0 'Caredo. As varas assen- cornija, li altura indicada no projecLO arqui '-'
.;; b e 0 pau de fileira com dente de cao, passam o forro de tAbuas para 0 re\'estimento exterior . c.=-
~ e ico dente sobre as madres e embarbam no ralmente assente em espinhado e prega'o so :-2
=- _-\. sna· liga<;ao alem dos dentes de Cao e feita pel'l1as inclilladas, como mostramos no nosso . ~E_=
eooo quadrados. POl' fim pregam-se as rip as para (Fig. 5), mas tIS vezes, porem, preg:lm·_e
0, cujo espa<;o de ripa a ripa e obtido pela me- alto (Fig. 8) pOl' motivos de economia que
o comprimento das telhas, para 0 que se faz pre- tecnica.
e aio. Os algerozes que recolhem as aguas d ,e::-e:::-=-
a 0 reyestimento das aguas dobradas, a que agora superiores despejam-nas sabre tl/bos de qu8UI. q ~
~" rocedo, aplicum-se \"arios servi<;os construtivos, sam sobre as aguas dobradas e as enfiam _0 • _==-=
o seja um rip ado identico ao do telhado propria- inferior (Figs. 5 e 6), onde, depois; y-o 5 :-'
=c=.:e di 0 . se 0 revestimento e constituido pOI' telhas queda das fachadas.
a quer modelo, e em forma de tabuado se se des- Sobre a cornija que sustem 0 algeroz das
a aplica<;ao de chapas metitlicas. supel'iores, e de costume fixar·se TIlDa a e
~:e 'ormente 0 re'lestimento e feito sobre os prumos. guardo com as 1'un<;5esde platibanda.
e se 1'eito por meio de frontal de ripas (1), de 1'01'1'0 Para efeito do revestimento de zmco da co=':'
. 'boas para fasqniado (2) Oll simplesmente pOI'placas sustem 0 algeroz da parte su'perior do telliado,
_ es~ fe. obre estas ou sobre 0 reboco que se aplicon sobre todas as pemus inclinadas, em to 0 0
on'ai e tabiques, aplica-se a camada de esbo\;o mento do madeiramento, uma cambo·,u ecor
o· 0 estnque e temos 0 paramento interior pronto.
lts . plU\~iais das duas vertentes superiores do
(1) Este ti po de frontal foi uito c02h' e~ __ -_cO -
odem cair por beiral,· ou serem recolhidas em signa~ao de frontal it pale;;a.
~5e e sobre caixa d madeira, como mostra- (Z) Vulgar tabique de madeira-.
. - ". De reo -sa :0' :-e 0 co or 0
em odo 0 ere uO da cornija
• 0 "
~quias que mill 0 ,em acul ar 0 forro
e . co. Todo 0 trabalho de latoeiro de,e
em cabado. para que a infiltra~1io das aguas da
se -0 de.
ob 0 beiral tambem a cornija deve ser bem forrada
e chapa de zinco.
o ngamento da esteira do tecto da casa amansar-
da fica assente sobre 0 frecha1 montado no prumo e
na perna inclinada. 0 travamento deste tosco e abso- SENDO as coberturas de mansarda destinadas a ob-
1 0, um andar, aproveitando ao maximo to do 0 vaG -0
Xem sempre 0 paramento das paredes interiores das telhado, que deixa, pOl' issa, de ser um vulgar 86 ao
"ardas segue a linha das pernas inclinadas : evita· mister e que essa habita~ao seja provida de janelas.
-:: 0 aproveitamento do l1ngulo ata junto do chao. Quase sempre, para rnaior desafogo dos moradore:
b:errompe·se essa linha a qualquer altura acima do da mansarda ('if<), 0 projecto arquitect6nico do edificio
anmento (Figs. 1,5 e 8). Os paramentos das paredes, comporta uma. varanda de sacada cOTl'ida em todo 0
a melhor aspecto dos interiores cIahabita<;;ao, dobram comprimento da fachada, abrindo·se pOI' conseguinte
e prumada, pOl' meio de um tosco construido pOI' vaos de portas para esse 10gradoiro estetico. :ill, poL,
prumos fixados ao vigamento pOl' O1'elha e as peruas sobre a construc;ao desses vaos que vamos tratar.
inclinadas. o aspecto exterior da forma<;;ao dos vaos de portas
Quando 0 tosco das mansardas tern pOl' base a asna, e janelas e em tudo semelhante as trapeiras, e a "ua
'oda a constru~ao fica grandemente simplificacla. S6 hit coustruc;ao quase identica.
enta~ a fazer as liga<;;oes das asnus entre si, pelas per- Esta constnH';~Lopode ser totalmente executada em
de forya. . madeira, cujo tosco fica revestido de zinco. No estilo
Toda a constru<;;ao a segnir, a efectunda em dois ra- de D. Joao V 0 no Pombalino a constru~ao dos vaos e
mos: 0 tosco interior que acompanha toclas as pemas feita em alvenaria, e as vezes tambem se roveste de
de forc;a, formando 0 tabique ou 0 frontal, conforme os telhas de meia-cana lateralmentc.
preceitos da obra arquitect6nica, e 0 tosco exterior apto As mais vulgares construc;ocs de mansanla SilO, po-
a receber 0 revestimento e os guarnecimentos pr6prios rem, construidas de madeira.
da fachada. Para a coustl'u~ao de janelas e pOl'tas faz-se UIU tOSCJ
o tosco exterior a em geral constituido pOI' ripado npropriado, saliente it inclinac;uo das [I,guas dobradas.
i entico ao dos telhados, do acordo com as dimensoes A saliencia e obtida par travessauhos pl'egados de orelha
elhas a empregar, como jit dissemos, mas quando aOs prumos e as pernas inclinadas, como mostramo'
o espa~o entre asnas a assaz grande, maior do que 0 nos desenhos (Fig. 7).
minimo previsto, 2m ,80 ou 3"\00, recorremos ao arvora- A forma da janela au da porta e a que 0 projecto
e-nw de prumos, que do vigamento do pavimento, ou da edificac;ao concebe, assim como a respeito das suas
o frechal, quando 0 haja, VaG suportar 0 contra-frechal dimensoes 0 que ali se estabelece.
que corre sobre as extremidades de todas as asnas. Os principais elementos dos toscos dos vaos, sac de-
Entre estes prumos assentam-se escoras que se Ihes pois dos travessanhos ja citados) as vergas, e nas janelas
.;:: ~ pOI' dente e orelha derrabada. tambem as peitoris.
E, pois, nao s6 sobre as pernas de forc;a, mas tam- Depois, 0 tapamento de toda a arma<;ao da caixa dos
.. m sobre os prumos, que se assenta todo 0 ripado, se vaos e executado com tabuas de forro pregadas ao
o 0 sobre ele se faz 0 assentamento da telha on da tosco. Sobreesse trabalho os desenhos apresentados sac
chapa de revestimento. elucidativos.
ve, porem, 0 revestimento e feito pOl' telhas a par- A cobertura dos vaos pode ser arqueada, pr6pria para
. :roesa, pelo sistema mouriscado, antes das ripas, as· forro revestido de chapa de zinco, Oll ern forma de ver-
-en -se sobre as peruas de for<;:a e sobre os prumos tentes. que tanto pode ser revestida de chapa de zinco
forro de tabuinha, para. poder suportar a camndn de (Fig. 5), como coberta com telhas de qualquel' tipo (Fig. 1),
gamassa necessaria a essa ordem de trabalhos. o que para determinadas edifica<;:oes e de grande efeito
_-os madeiramentos construidos pelo sistema ordina' pelos beirados.
L' 0 toda a factura do tosco e executada par forma mais Algumas vezes as varas da cobel'tul'a dos vaos, quando
o menos igual, mas de contextura um pouco mais corn- SiLOcobertas com telhas, tern balan~o sobre a pr6pria
'cada, como no decorrcr dos nossos estudos teremos verga do vao (Fig. 1), sendo as suas pontas recortadas
'ao de apresentar. para obtenc;ao de born efeito.
Sobre 0 varedo das pequenas vertentes da cobertura
ando 0 revestirnento das mansarda.s e constituido
dos vaos assenta-se ripado, como nos telhados, para 0
or "elhas, tern estas de ser aramadas para se obter a
assentamento das telhas.
seguranc;a, 0 que seria impossivel devido a escassa
. a\8oo da c'tgua dobrada sem essa operac;ao.
o aramento das telhas consiste meter em dois furos
e se abrern na e::..'iremidade posterior dape<;;a, Ulll (*) Designa-se tambem ManS31'1Ja 0 anl]ar cobcrto pOl' telha 0
o de ame zincado que as vai prender as ripas. de mansarda. _
;. N"i,,·'JrA
-Url~'"
~

(All}ado - Forro de madei1'a pronto a receber 0 ?'el:estimento de ;,inco;


CO/'le- vendo-se a va·randa e a cobe?'lm'a do vao de p07'la)

("1 - Base da mansa?'da com platibanda e o1gero~,-


B - COl'oamento da mansCl?'da com v.lo de pOTtl,-
C- Base de nUlllSa1'Jil cem bacia de saca'la)
o re e: ':ne 0 a
ra<;:"o, para que as as_
estru as e danifique 1 0 e ClO.
Tambem a. 0 bser,a~ao es e Ie do 1'0' eo' - -
merece do constratoT odos os cui ados. po::-'!:::: _

~~~~= ~=~-~J quer aumento ou dimjnui~ao de es ess as


dicar 0 resultado previsto.
A constru<;ao do tosco dos ,aos nada em de
cado: tudo esta dentro das normas da carpi
c :;~=.

com as suas samblagens ja nossas conbeci


bocas de lobo, higodes, dentes de eao, ore
y",,,,It! i badas e de meia-madeira.
Jdnrla. Todas estas samblagens recebem, pOI' sua ,ez: :::_=":=_
I de secQao quadrada.

'-'4
.
I

1_
..
_--1
--J.:_:.:..:·.:..:..i
Son 11 designaGuo de 6culos entendemo~ os ,;'0:
culares elipsoidais, ovais e outra peque
ca1'nas da mais fantasiosa expressao arquitec
muitos casos os projectos dao as mnnsardas jaDe..s "
cu1ares, que em varias construc;lies the emp1'esta::l
cunho de grande beleza. A constru<;ao deste ~De::c
janelas comporta urn tosco simples, sendo a pane ~~"--
cipal integrada nos re\-estimentos de chapas de zi= -
Alguns destes YaOS circulares ostentam n osa 0_
mentaQao, em concordancia com toda a fron '
obra. arquitect6nica.
A ligaQao dos revestimentos dos vaos a fren
mansarda e feita pOl' soldaduras das chap as de '- :.
. . . quando toda a frente e recoberta desse ma eri
~le
quando a frente e guarnecida de telhas, tern a
-/l/peroz-
=============================-=-_...::=--=-d de ser feita pelo sistema usado na constru<;uo dos
ros e de todas as calhas e canais.
Fig. 7.- CORTE DE MANSARD11 COM vilo Estes trabalhos sao geralmente feitos em ma e'
DE JANEDA
as telhas, e 0 seu revestimento de chapa de zinco - --
hem cobre uma parte da estrutura de madeira ue
debaixo das telhas.
o revestimento de zinco cobre toda a aduela o~-
e acompanha, contornando a estrutura de madei:_. -
gola ate ao seu lado interior.
en e das vertentes telbadas fixa-se como testeira, A construQao dos vuos circulares obedece aos _-=-
. agem metalica ou umas reguas recortadas, de mas principios dos toscos de todas os vaos, que se 3 •
.:1, como efeito decorath-o. nas estruturas das mansardas .
" 5ec~oes das madeiras quo entram nn construQuo Como obra de tosco todo 0 trabalbo tern de ser • _
ansardas e das caixas dos seus vaos de portas delineado e esquadriado.
eas, sao as vulgares, usadas nos toscos dos maT Tambem e recomendavel, embora pOl' economia --
ce~l.IDentos. As cargas sobre estes vaos sao quase s(~ja usa do, pintar-se toda a estrutura de madeira: -
" mesmo as dos seus pesos pr6prios. do seu re\-estimonto com chapas de zinco, co
Os enehal<;os dos YUCSpodem ser fasquiados para reo demtio de tinta de 61eo ou de urn induto pers.err .
e::-e:n reboco e serem pOl' fim estucados. As vergas cOlltra os insectos e intemperies. Depois todo a Ie--='-
e .en\1' os esmos trabalhos de acabamento. Tudo timento e, como se comproende, pintado co .
2" e a c. ego ria da obra. zarcao, como 1rnha1l10 preliminar rIa pimur: <' •••.•

nJo os reyestimentos da mansnrda sZio de cLnpns 6leo.


<: :i:TTO onnul:: as tam!)em as ilhar~'~s dos vaos podem Os tipos de \'aos de caixiU.los a aJo r~ , ne~ . _ o~_
_ -. r \"t's:i.!a l, S me"rnas c-Iwna~, Ultimamcnte tem-se sao das mesmas catq:;orias e sistemas de 0';05 q ,=_
e:: e- tranalhos cbap.;s do iihrocimento. tanto que se usalll genericarnente ern to,]as a~ e . 'ca<:ues.
~ c - ..>.e:s:ora ODdl1~ada como Ii S:1. A sua £:sa~;io tem Podern funcionar nas aduelas, como e corre - . (' - -
ar:l ·0. ap;'o n-iaJos, de ferro zincaclo golas, e os seus tipos de (II'OS sil e.-ac: m _:-
mesmos,
1··········.
~

-to - 0 0

Nestas mansardas 0 seu revestimento e de ordinar'o


executado com telhas de meia-cana, vendo-se, pore ,
algumas ohras executadas com telhas marselhas e a e
QUo-\XDO
se pre~ende construir uma casa amansardada,
com a sohdez e robustez pr6prias de umaedifi- ehapas de feLTo ondnladas.
POI' economia ja se tem deixado os paramentos dns
- ~ao da categoria de palacio, recorre-se a constru<;ao
l mansardas em alvenaria. ~ansardas sem revestimento de especie oalguma ma::
..is mansardas assim construidas nao tem 0 c::mlcter ISS0 s6 tras desvantagens, pOl'que incidindo a chm°i)
ill nnto ou quanta fragil da maioria destas constru<;oes, constante~ente .sobre ele~, danifica-os bem depressa;
_-0 entanto,nem sempre em toc1as as edifica~oes se embora seJam pmtados a tmta de 6leo. Tambem se usa
_ em construir estes tipos de mansardas, pOl'que e em alguns casos a apllca<;ao de revestimentos projecia-
~gido que as paredes, onde elas se elevam, devam dos de materiais calcurios e de base de cimento.
33uir relativa espessura para base. Quando as pare- o aspecto destas construc;oes revestidaso totalmen'e
san estreitas recorre-se ao pavimento, que sendo de com telhas e magnifico. As telhas san assentes direc -
-'-0 armado ou de qualquer outro tipo que ofere~a mente no reboco, que para maior seguranQa do ma e-
_ ",'. encia, tem condic;;oes para nele se fazer a eleva- rial pode ser de argamassa de cimento e areia} aD tr~o
- das paredes das mansardas. de 1: 4.
Porem, este caso e de ordem pouco eeon6mica. A in- o algeroz inferior, aquele que reeebe as a.!?Uas n-
''':1.<;8.0 ou jorrumento que 0 parumento exterior cia viais da agua dobl'ada, fica assente, mais au mel:os sobre
de deve tel', pOI' menor que seja 0 desnivelamento, a cornija, podendo tambem ficar mais recolhido -e
- certa snperficie ele base e desse modo estender- }Jarede onde assenta nao for muito grossa. A posi~o
--_'' moito para dentro de casa. desto algeroz depende do estudo do projecto da obra:
ssim, e, pais, mais conveniente para esta obra que mais ou menos sallente ou recolhido.
" It edes da fachada sejam grossas. No estudo que .f! algeroz superior, aquele que recebe as ag - p -
~:'esenttlmos (Fig. 10) vG-se claramente a espessura da VUllS da vertente do telhado, fica, como ju sabemo3: 33-
_ .... e e base de toda u construc;ao da mansarda. sente aeima da mansarda.
- orem, escosaelo acentnar que a indina<::ao da man- Um tubo de queda, qne tan to pode ser de zinco: COL:;
3. - akolutamente it vonlade au conforme () projecto de gres au de fibrocimento, recebe as aauas d
ob!"".l. . ~l'aus da su:t inelinH(,~LO
silo ,-ariilxois elesde superior e despeja-as no algeroz inferio . Do
a al,ertura elu prumada'ate ao exagero de 3[)O inferior as aguas descem tambem par -:nbo
pelo paI'amento da fachada abaixo.
Sobre 0 algeroz inferior, a da mansarda, nem se- ~ -
a grade e necessaria. Aqui a efeito e 86 de 0 -
utilidade e pouca ou, mesmo, nenhuma.
Os vaos de portas e janelas a abrir nestas ma " ~
sac construfdos em alvenaria, mais propriamente e= -
.;-==-~~ jolo que pode ser a t/2 ou 1 vez .
. , I
~: i As ilhargas podem tambem ser revestidas de
e as guarnecimentos dos vaos podem ser de ca= .
~
ou de tijolo ou cimento. Dma verga ('*) de be--
mado suporta toda a constru<;ii.o que Ihe fica pOl'
A cobertura da saliencia ou sacada dos vaos, e --
com telhas e pode ser de beiral contornado ou er _
quer outra forma.
Dma especie de pequeno madeiramento facili"" =--
pequeno telhado de beiral.
Debaixo do peitoril fica assente a fiada de telh~. -
completo acordo com 0 restante revestimento de :--
a agt(a dobrada.

Fif] .. 9. - CORTE DE MANSARDA


(Vendo-se os tubos de queda e 0 algeroz)

Tudo 0 que acabamos de descrever passa-se com to-


das as coberturas de mansarda. Os diametros destes
tubos de queda sao em geral de om,08 interiormente.
A cambota e todos os demais motivos de madeira que
nn parte superior ou coroamento da mansarda existem,
sao em todos os casos forrados de chapas de zinco.
o algeroz inferior pode ser construido em cimento,
com telhCles, ou em chapa de zinco, se a estrutura da
cornija onde assenta for executada par sistl'ma diferente
do nosso estudo.
Aqui 86 apresentamos a forma da construt;ao, as suas
-:U"'antes e os seus materiais, a questao arquitect6nica
depende sempre do projecto da obra, e a faha deste
recorrem os construtores ao melhor aproveitamento de
'-oJ me e da especie, dentro dos ensinamentos colhidos.
Sobre a uarda do algeroz do telhado, 0 que fica
erial' empre aconselhin-el a coloca<;ao de uma
e de ferro de resguardo da qual se pode tirar
e 'or ',0.
----1
-'------------'----,
::==-':.-::..~-:..-~~~-:=':"'"-=-"'~--..=:'-=·~"""':-.==.:::.t
I

-.,
---,------,-=-------"'-,-,---,-:-,:~
___ '_"-..7:..- " _ _.=::.:::;;.--::.. -=~_•.......~;:

Este tipo de mansarda assim construido com paredes Quando a espessura da parede que sustonta 0 alc;ado
de alvenaria, oferece sobre todos os outros tipos de da mansarda for relativamente estreita, ju. so tern visto,
mansarda as vantagens importantissimas, de permitir a fim de manter a inclinac;ao normal, dar-lhe urn recno,
que no interior das babitac;oes se mantenha a propria pequeno, e claro, sobre 0 vigamento. Assim, 0 alc;ado
temperatura do ambiente. No verao nao deixa passar 0 da mansarda, nao avanc;a sobre a cornija, para 0
calor, como no inverno nao passa 0 frio. exterior.
R as outras mansarda.s tanto 0 calor como a frio prej n· Porem, este recurso nao deve fazor-se com man at-
dicam urn pouco a temperatura interior. Porem, quando das de alvenaria.
o espac;o vazio entre os dais revestimentos, 0 interior e Mas de modo geral todas as casas de mansarda sao
o exterior, aquele de tabique rebocado, esbo~ado e estu- boas habitac;oes, muito ul'ejudas e muito soallien a~.
cado, e esta de chapas de ferro galvanizado ondulauas sendo apems pl'ejudicadas as dependencia que fic'
on simplesmente chapas de zinco, e relati\'amento hOJJi, tlxJlostas no norte.
impede-se tambem de certa maneira esses inconycnioilles. J )Ul':t1lte mnito tempoIlS01l-S0 em (Illase tade
'e a espessura da parede e relativamell'te grandt" 0 fica~oes, a constrn~uo das coberturas com agua-
problema da prumada do paramento interior fica com- das. dando pOI' isso azo as belas mam'a das,
Ie mento resolvido. 0 interior da mansarda fica con- esses te111pos, no nosso pais, eram gera~me -e
\" 'en emente igual aos interiores de qn:llqllor :mdur (hs de tel bas portuguesn', pintada a "eze-'
ual uer predio d rendimento. quanJo nao el'am \"idrad' de a cor.
co DE TRAPEIRA
:\ con- ru<:ao das trapeiras tern lugar nos telhados As trapeiras podem construir-so em qualquer 0--:
quando se pretende aproveitar 0 s6tao para ha- das vertentes dos telhados e com qualquer aspec o.
. a~~0, criando-se assim nos eclificios 0 andar designado A caixa a deixar no varedo para 0 arvoramento
or agu 'jurtadas. As trapeiras que se destinam a ser- trapeirl1s e obtida pOl' meio de uma au duas cade' --.
;ir 35 aguasjurtadas, tern ('m geral dimensues apro- Estas constroem-se como todas as demais cadeias
rindas para janelas e as vezes mesmo para porta~, que suo usadas nos vigamentos. Quando a trap' _ -
quando se pretende pOI' elas passar ao telhado. construida na partebaixa da vertente do telhado, j
Quando 0 aproveitamento do s6tao nao interessa ao ao frechal sobre a parede, basta uma 86 cadeia na
edificio, e algumas yezes conveniente construir qualquer superior da junc:ao com a varedo. As duas cadeias -C-.
apeira, pOl' mais pequena que seja, para servi<;o da lugar quando a trapeira e construida a meio da
cobertura, visita do telbado e realizaC;ltO de obras. tente, ou It qualquer altura do varedo, para se ob-c_
Para dar luz ao s6Uio e seu arejamento para a pro- interrup<;ao das varas nos seus dais topos (Fig. 12 .
ec<;ao das madeiras da estrutura do madeiramento, E como em todos as seus casos a pe<;a de made:_
constroem-se pequenas lucarl1as de abrir e fechar, e que forma a cadeia, comporta as mesmas secQoes
3,:sentam-se telhas de vidro. varas. 0 numero de varas a cortar com a cadeia
~ mais nao e preciso. ]Jende da la.rgura que se queim. dar ttS trapeiras.
B das trapeiras das :'tguas-furta<las que aqui vamos Construidas as cadeias acba-se a caixa da trape'
tratar, com os esclarecimentos tecnicos necessarios a prouta para receber a sua constru<:ao, que corne~a pelos
poder fazer-se a sua constru<;ao, dentro dos bons mol- prumos da frente, que sao dois, urn em cada extrema
des cIa carpintaria civil e de acordo com os projectos da larguru. A cobertllra das trapeiras pode sel' de ver-
das edifica<;ues qne as concehem. tentes Oll arredonc1ac1a.
A constru<:ao das trapeiras pode oheJecer a estilos
e pode comportar [IS dimensoes pretendidas, dentro da
...-ertente do telhado onde tenbam lugar.

_.-'":::-_.- 'rT\-' -- ..
I -

I
rr<"chp! I
! f(,.,.·X,!,
I
~ Yif ,d'i,:: 7'ZR t:-·.J?~:~ --;:2J Wi1 ~
I ,
i" - - . . - - - - - .. - - - - - - r . - - - - - - - - - - - ... - -j r· - . - - .. i'- -~..- -.- 'j
-i. 'J. - C.llXA PARA TflA.PEmA )<.'.11 QUALQUER I?i~. 13.- CAIXA PARA TRAPEIflA A .X. "CEil
ALTURA DA rLETLS'1'E DO FRECHAL
~-\PEl S D E COB E RT U RA TRAPEIRA DE COB
ARQUEADA DE D U S G

..I. ti'ape;iras de cobertura a/'queada ou arredondada


cujas dimensoes e situar;ao nas vertentes dos te-
as prumos da frente sao assentes pOl' orelh
das as varas que Ihes ficam ao lado, ou ~
_

lhados e, como nos outros tipos, variavel, 0 toseo difere chal que Ihe fica a frente, ou ainda na cadeia _ --
alguma coisa do tipo precedente, que apresentamos em a trapeira fica em qualquer ponto da altura da ,e1 - -
desenho. do telhado. Sobre os prumos e a meia-madeh·a a.s
Construida a sua caixa com as respectivas cadeias, -se uma verga, que vai de urn a outro. Na ver . -
arYoram-se os dois prumos da frente, e sobre eles cor- senta·se urn pendttral pOl' meio de orelha de1'1'abada _~=
rem frE'chais que vao morrer sobre a cadeia do tardoz, se destina a suportar 0 pau defileira, porque es e _~-
no Tabo da trapeira. blema trata de uma trapeira com a cobertura de
De urn ao outro frechal assentam-se cambotas, com {.guas (Fig. 14).
urn arqueado pr6prio para nele se l)regarem as tabuas o pau de fileira que se estende desde 0 pendur
que formam 0 forro da cobertura. a cadeia, formando 0 1·abo da trapeira, assenta nela
Nas duas ilhargas da trapeira pregam-se as tabuas de meio de samblagens.
forro que vito do frechal ate abaixo das varas, que lhes De ambos os lados da fileira partem as madres q -
ficam na prumada. se assentaram sobre a verga e vao terminal' tambem
As tabuas do forro da cobertura, quando 0 arredon- cadeia, nuns travessanhos em diagonal da propria c -
dado Da.Opasse de urn simples abaulado, podem ser liga- deia, as varas laterais.
das entre si pOI' maclzo-ejemea, mas quando 0 arco e Depois, em ambas as ilhargas da trapeira assenta·sa
relativamente apertado esse aconselhado trabalho tor- urn forro de tabuas, que pregando nas madres ou e
na-se impossivel, e pOl' isso as tabuas ficam simples- frechais superiormente, vai baixar as varas laterais onde
mente encostadas, com as juntas devidamente prepara- inferiormente prega.
das para ess,;;,fim. Da fileira para as madras assenta·se 0 varedo tal qu
Para a sua fixat;ao sobre as cambotas aplicam-se como se procede nos telhados. Em seguida pregam·se
pregos de setia. Depois da pregagem de todo 0 tabuado as 1'ipas e os bal'bato8 de acordo com as tellias que se
faz-se 0 afagamento a p]nina sobre a junt;aO das ta- lhes destinam.
buns. Assim, temos uma trapeira com a cobertllra de telhas.
Constrllido 0 toseo faz-se a cobertllra com zinco em Se em lugar de telhas the apllc:issemos chapas de
chapa em todo 0 exterior da trapeira. ferro onduladas ou de zinco, a disposic;ao das varas
Quando as trapeiras ficam desviadas do a]geroz e das rip as seria, como e de saber, outra.
faz-se abnixo delas a continua~a.o do telhado ate se de- POI' efeito decorativo, deixam-se as ve2es as pontas
brll<:nr no a]geroz, como apresentamos no nos so estudo da fileira e das madres crescidas sobre a frente da tra-
(Fi,r;. 13). peira, a nm de darero ~t cobertura um balan<,;orelativa-
Este tipo de trapeira presta-se muito a ser constl'uldo mente apreciuvel. Nestes casos as pontas SaGrecortadas
em pequenas dimensoes, para dar simplesmente passa- para melhorar 0 aspecto.
gem para 0 telhado, mas tamMm em todas as dimensoes Terminada a constru<;{ao de madeira, ° seu tosco, a
tern condir;ues apreciaveis. frente e as ilhargas das trapeiras sao revestidas de
Economicamente falando, este tipo de trapeil'a 6 sem chapas de zinco. .
duvida urn dos mais pr[lticos e de mais f,lcil exeeu~ao Em algumas obras as ilhargas das trapeiras sao cons-
para 0 revestimento de chapas de zinco. titnidas pOl' chapas onduladas de ferro ou pOI' ard6sias.

I
I I
\i I,:
.L._.-4--_._-
"
A ._._.4--_._-
I

I.
I

Fif]. 17.- TBAPEIRA COlVSTRUiDA DE A.LVElVARIA


(Lado c A.11'ado)

Actuallllente esta fora de uso a aplica<;lio de telba:> prumos, da verga e do peitoril ~b.o apre:"'=.-
de ardosia, que lllais nuo eram do que Ulllas delgada:> pormenores (Fig. 14). Nestas samblagen~
laminas negras. os dentes, as metas-1I1adeinlS e as orelhu<!; - _ -= -
Usaram-se bit dezenas de anos nestes re\'estimentos pOI' pregos de sec<;ao quadrada.
chapas de ferro imitando telhas, em caneluras, mas com
o tempo desapareceram.
'rambem em algumas edifica~oes as trapeiras sao
construidas pOI' tabiques, rebocados e caiados au estLl-
cados com cor na massa.
Para esse genero de trabalhos, faz-so logo em 80-
guida ao assentamento do forro nas faces laterais, a
aposic:ao de fasquiado para receber 0 reboco exterior.
Sobre as varas laterais de cad a lado da trapeira, cons-
tr6i-se urn canal - 0 agniei1'o, para receber as {Lguas
ua chuva. A sua construc;ii.o e feita com uma ripa, das
de telhado, pregada em todo 0 prolongamento da vura,
sobre os topos do ripado, fazendo calha de encontro a
trapeira. Depois de bem revestido ue zinco fica em li-
ga<.;ao com 0 revestimento lateral da trapeira; uma
umpla aba da chapa da sua cobortura fica sob as te-
lhas, a fim de nno permitir a passagem da agua pluvial
para 0 madeiramento e depois para 0 interior da casa.
Essa aba ou fralda de zinco sob a telha nao cleve mediI'
menos de OIll,25 ou OIll,35.
Quando as ilhargas das trapeiras sao revestidas de
telhas ou de chapas de ferro onduladas, 0 revestimento
dos aguieiros tambam deixa desse lado uma fralda que
fica debaixo das telhas.
S6 com urn born e bem feito revestimento de zinco,
o aguieiro pode suportar a agua que the cai e que tem
de conduzir ao algeroz .
. 0 vao sobre ,a verga entre 0 varedo, nl1 frente da
trapeira, e tapado de tabuas de forro. As liga<;oes dos
TRAPEIRAS DE TRES AGUAS ambos os paramentos, de acordo com as restailtes pa-
redes interiores cia casa.
Quando a resistencia do pavimento e apreciitvel cons~
ESTE tipo do trape~ra. e muito usa~a llas casas sola- tr6i-se em. vez de um v:ul&,arfrontal au tabique, quase
rengas, nas edrfi.ca~oes pomballllas 0 nos gran des sempre mms ou menos hgmro, uma parede de ll1eia-vez
imoyeis de aspecto ultra-classico. de tijolo, ficando desta manoira um conjunto homoO'eneo
l;- su?- constru~uo pm'ece um tanto pesada it pri- acima do telhado. 0
m81ra. vIsta, mas 0 seu aspeeto tem urn certo cunha ar-
tistico. A parte exterior de alvenaria e tratada nos seus pa-
Estas trapeiras S~to.guase sempre construldas junto ramentos como for tratada a facbada da edificaQao, de
do algeroz, ficando-lhe abaixo simplesmento urn esharro, cujo conjl1nto faz parte.
que e uma. fiada. de telbas ou uma cbapa de zinco. A cobertura deste tipo de trapeira e de tres aguas
A sua constru<;ao nssenta principalmente na parede ou vertentes: dUelSaguas mestras e uma tacani~a, que
da facbada, onde a trapeira tern lugar e onde para 0 seu fica de frente.
al<;i1dose eleva uma vez de tijolo, ou mesmo Ullla sim- E mais, tambem neste tipo se exige 0 beiral de telhas
ples meia-vez, de meia-cana.
Os lados ou sejam as suas illwrgas, que do telhado Feita esta descri<;uo, frisamos que tambem se pode
para cima sac revestidas de telhas au do chapas ondu- aplicar 0 sistema de duas vertentes, e que tambem pode
ladas de ferro galvanizado, nao sac mais do que UllS leval' na frente da cobertum uma aba ou testeira re-
frontais assentes no pavimento. Para dar lugar a este cortada. lsto, e claro, se se tratar de uma constru ':_
assentamento com 0 seu peso pr6prio, e conveniente pitoresca.
qne 0 pavimento seja de betao armado ou de abobadilba, No nosso desenho do corte desta trapeira (Fig . .:.:
ou ninda de qualquer outro que ofere<;a a necessaria veem os leitores a forma completa da sua constr -
resisten cia. Ve se alem do madeirameuto, a serrafado do teet c
Algumas vezes 0 assentamento dos frontais que for- disposi<;uo das telhas. 'l'ambem a liga<;uo do pa .~:::--
mam os lados da trapeira assentam pura e simplesmente a frente da trapeira e executada, como se pra~ -
sobre 0 vigamento, cujas vigas qua ficam nessns pru- geml nas dependencias das casas de habita~ao,
madas sao refor<;adas, como e conveniente. da janela pode ser de betao armado ou de ..
A; parte inferior desses lados ou ilhargas, a que fica pende da importancia da obra.
abaJxo do telhado ate ao pavimento, e devidamente fas- Compreende-se que a' boa qualidade do
q 'ada para receber os rebocos, esto~os e estuql1es em deve concordar com 0 conjunto.
Fig. 20. - TRAPEIRA DE FACHADA
(A - AZ,;ado j B - COTte e Lado)

vaos sao, porem, de menores dimensoes do que 0_ -


da fachada, pais que estes devem can tar dua 0
batentes e as jauelas laterais podem 86 tel' uma.-"
_ITECTORALl\lE~'rE as fachadas das odifica<;:oespo- AlOm do que dizemos nada mais tern de .·c
em ser encimadas pOl' trapeiras de grandes di- estas tl'apeiras, nem as outras de outros tipos .0:-3 ~
_~ 5, interrompendo as platibandas. 0 seu efeito e estrutura geral e comum" de todos as telhados. P -
•.... co. A constru<;:ao destas trapeiras e "totalmente melhor esclarecimento destes estudos as de_e - --
:ei'-<l em alvenaria. A sua facbada faz parte integrante bastante elucidativos e precisos.
achada do edificio, pois que se lhe segue em conti- " Estas trapeiras que, como virnos, ficam
nuidade, embora quase sempre cornporte motivos dcco- nas fachadas dos edificios, podem como ela er as -'"
ra i,os que indicam separa\,ao. frentes pintadas au rc\'estidas COllias me_mos m - .-
Em obras de grandes propor<;oes a termina<;ao da sua e moti\·os.
altura pOl' algumas grandes trapeiras a face da fachada, Os sens vaos de frente tanto podern ser de e··o c --
alcan<;.a maior beleza, e a aspecto, mesmo que a deco- de sacada. No nosso estudo apresentamo a t-:1 e:'" e_-
ragao seja s6bria, e sempre agraduvel. cimada pOl' frontao, mas pode tambem a lre::e_' ~'5"~
A cobertura das grandes trapeiras e execlltada como como ontras com beirul, quer fOl'll1ando 0 'elh,u!o -
as coberturas pr6pril:ls dos edificios, tendo interesse co- au tr8s vertentes, tal qual como outro estudo a. re.::e~-
mum com os telhados com que confinam. tado (Pig. 17). 1<:stetipo de trJ peiras. com'em :lce~
o aspecto exterior destas obras e yaria<1issimo. Pode qualquer que seja a sua forma, obedece com .e'
tel' beirais se a telhado geml as Will e possuem plati- ao estudo da fachadR da edificac::ao.
bandas quando toda a cobertura as tem. Tambem se constroem t.rnpeiras de meno:-e.:: ~e-
Neste genera de trapeiras tambem se fazem constru- sues na pramada do paramento da facbada. iI:-e." <--

<;oes' de pequena monta, interrompendo da mesma ma- pendo Jo mesmo modo a platibanda e a aloeroz ..• n? .
neira as platibandas. estas pequenas trapeiras ponca liga<;ao e tabe ec~_ c
As fre~tesJ como dissemos, sao de alvenaria e fazern as fachadas. 86 0 fazem na sua base.
parte da fachada, mas as ilhargas sao construidas elll Estas pequenas obras cOlllportam em ,.. r' c(, 2.
qualquer forma de constru<;.ao como qualquer dos outros ras de Juas vertentes.
. emas de trapeiras. A frente da sua cob,'rtnra, ger31men e. ne.::' .::e
As trapeiras de dimensoes avultadas tanto podem feita de telha~ de qllalqucr tipo, nplica-. e UTI: c·'
comportar nas suas facbadas janelas, como portas de gem de madeira, que Ibe da um cunha ce ce
,~andl!, de peito au de sacada. . Esta testeira, que as vezes e apenas con::-' ;
.A. fim .de se obter mais luz au arejamento nas de- meute pOI' duas regaas, uma obre ca \"
endencias d~ agnas-furtadas, tambem se costumam hem pode tel' no eu cen-ro uma ] ':-1.
'ao de jane4s nas ilhargas das trapeiras .. Estes complemell a de realce.
Estas pequenas eleva<;;oes acima da platibanda favo- Os eixos das trapeiras devem corresponder as mes-
~ecem os bons s6taos, transformando-os em habita<;5es mas linhas de eixo dos vaos das mansardas, como estes
cei a,eis. devem corresponder aos vaos dos andares inferiores.
_-lio sao, e claro, como toda a gente sabe, as aguas- I8to e, tados os va-os das fachadas devem ficar na mesma
: urtadas casas de habita<;;ao de primeira ordem, mas linha de eixo, de alto a baixo do edificio.
"ao de certo modo superiores aos subterraneos. Nas As dimensoes das trapeiras neste genera de constru·
edificagoes de pequeno fundo nao ha, quase vantagem gao nunca devem atingir grandes proporgoes.
enhnma no aproveitamento do s6ti'io, mas nos edificios Geralmente constroem-se nestes telhados umas tra-
de grande fundo, em que 0 ponto do telhado e bastante peiras, cuja largura nao passa de 1m,20.
e e,ado deve fazer-se esse aproveitamento, ganhando 86 em caso de absoluta necessidade se constroem
m bom e apreciavel andar. trapeiras de grandes volumes.
Quando os pontos dos telhados sao muito elevados As vezes, quando os s6taos nao sao destinados aha-
:oda a cobertura fica desprovida de beleza se nao con- bituguo, as janelas sao ovais ou circulares, apenas uns
""iTer as necessarias trapeiras, estabelecendo-se uma vulgares 6culos revestidos de chapas de zinco na sua
a a-furtada. estrutura de madeira.
Em certos edificios, devido ao seu grande telhado, A melhor chapa de zinco para os trabalhos de reves-
a roveita·se, acima das aguas-furtadas, urn s6tao, as timentos das construgoes de obras de telhados, e a do
"ze de boa categoria. n.O 12.

ANOTAC;OES
A prop6sito da construgao de mansardas e trapeiras
ETIRE as janelas e portas de mansarda e as trap eras, nao tratamos aqui dos seus estilos, nem das suas pre-
em qualquer das suas formas, hlt indubitavelmente posigoes artisticas dentro de qualquer faceta arquitec-
emelhan~a muitissimo apreciavel. t6nica, tratamos somente do tema construtivo.
0- algados destas construgoes sao em tudo mais do Exemplifidmos algumas construgoes, as que nos pa-
_ e semelhantes, sao quase que absolutamente iguais. receram de maior importancia, destes ramos de traba-
. ob8e ,ar-mog com urn pouco de aten<;ao as trapeiras Iho das coberturas de edificios, quer de caracter de
eo...s nidas, pelo menos 0 seu al<;ado, com alvenaria habitac;ao quer de tipo industrial, para melhor clareza
-randas de beirais e olhar-mos seguidamente para as e compreensao dos nossos leitores.
s de uma mansarda construida da mesma maneira Desenvolvemos os esclarecimentos das fases dos tra-
os materiais indicados, temos, portanto, uma obra balhos de carpintaria, na construc;3.o dos toscos das
mansai'clas e das trapeiras, as suas ligac;oes com os te-
-:1 diIeren~a s6 existe no comprimento da estrutura, lhados e com as platibandas, nao olvidando 0 conjunto
C ::::l. . a nas trapeiras e curta nas mansardas. geral de toda a cobertura.
_-0 elhados das mansardas, nas vertentes superiores, Pelos conhecimentos expostos ficam os estudiosos ha-
::==: e endido, podem tambem construir-se trapeiras, bilitaclos no desenvolvimento a dar a toda a sorte de
~_: _ e 0 s6tao sob1-e 0 andar de mansarda pode ser mansardas e de trapeiras, que tenham de construir.
~:-o\ej do, nao s6 para habitagao como tamham para Qualquer que seja 0 genero de construc;ao e em qnal-
C;1ioon outro qualquer fim. quer material, a forma de tragal' e execntar a obra e
.3.. cOIlSuUl;ao da trapeiras nas vertentes superiores sempre dentro dos estudos aqui apresentados .
dos de mansarda, deve obedecer as mesmas A construc;ao dos toscos das cobertnras e urn dOB
~a<;~ 0 de oda a obra. mais interessantes ramos da arte de constrnir.
·
·
'----- J DA CONSTRUCAO (IV

ORRAS D
ALVENAR I
,I

PRELIlVIINARES - ALVENARIAS, PEDRAS, TIJQLOS, BLOCOS DE CIMENTO,


ADOBE~, PAREDES E MUROS j ARGAMARSAS - CAL, CIMENTO, POZOLANA,
AREIA E SAIBRO j ANOTAQOES - 32 FIGURAS

EDIQAO DO AUTOR
F. PEREIRA DA COSTA
DISTRIBUIQAO 'DA PORTUGALL~ EDITORA
- CC LISBOA PRECO
"" '"
, - ,
E CICLOPEDIA PRATICA
DA CONSTRU~AO CIVIL

RAS DE AL VENARIA
" e al\enaria, em qualquer das suas modali- cOllstitui<;ao dos tra<;os deve sempre observar-se rigoro-
- =5. ormam a part~ mais importante da Arte samente.
~. A alvenaria e 0 Ilgregado das pedras na- As boas qualidades das pedras naturais e dos blocos
:;;blocos artificiais com a argamassa. artificiais devem igualmente ser garantid<ls.
-:;; 'pos de alvenaria saD varios, do mesmo A agua e sem duvida 0 elemento indispensavel da
.,amassas SaD de diferentes qualidades. E em preparavao da argamassa e da forma<;ao da alvenaria.
'dade da argamassa que caracteriza a aIve- Nuo deve ser desprezado 0 seu estado pr6prio: deve
ser doce e limpa, embora aos estranhos da Constru<;ao
-:~ a:-gamassa origina uma boa alvenaria, e esta e isso pare<;a dispensaveI.
-=~ garantia de uma hoa edifica<;uo. Tanto a areia A alvenaria na sua formar,:ao, elevando as paredes, e
cal ou 0 cimento, devem estar livres de mate- uma boa consumidora do melhor dos liquidos. Deve
_ - ==--anhas. acompanhar os pedreiros em todos os seus trabalhos,
_" €.l.ementos constituitivos das argamassas devem desde as funda<;oes ate as platibandas, passando pelas
5~pre de superiores qualidades, como tambem a paredes e revestimentos, pelos tijolos e pelos azulejos.

Fig. 1. - PAREDE DE ALVENARIA VULGAR


(Al~ado e corte)
PRELl M NARES
o materiais que entram na composi<;ao da alvenaria
san as pedras naturais, calcilreas e siliciosas, os
da sobreposi<;ao das pedras aparelhadas, usado nas cons-
truG~es de antanho.
aglomerados de barro e de cirnento, -- os tijolos e os Em algumas regioes aindam se usam as pedras apa-
blocos, a areia e os produtos de agrega<;ao, a cal, 0 ci- relhadas, mas sao assentes com argamassa, 0 que Ihe da
mento e a agua. a resisti'\ncia desejada, como sucede com os perpianhos.
A pedra e empregada desde os tempos imemoriais, e Porem, 0 aparelho das pedras onem a constru<;ao
o tijolo de barro seco ao sol foi conhecido das velbas sem vantagem nenhuma. As pedras irregulares, pouco
civiliza<;~es, como Do-lo atestam as ruinas clas remotas mais ou menos como vem da pedreira, formando com
edifica<;~es da Assiria e da Caldea. a argamassa urn s61ido bloco, fazem uma alvenaria
A constru<;ao da casa vem de distantes epocas, tal- indestrutivel atraves dos tempos. 86 e caso que tenha
vez quase do inicio da humanidade. pois 11 hist6ria do sido bem construida e com bons materi~tis.
seu principio perdeu-se hit muitos milenios na noite dos A alvt:'naria de tijolo, quando este precioso material
tempos. tenha bom fabrico, e, com uma boa argamassa, conse·
A argamassa, 0 elemento da agrega<;ao, esse e muito gue impor-sl' a Uilla apreciavel resistencia.
mais moderna e diz-sl~ que foram os Romanos os seus Da boa qualidade dos materiais depende a qualidade
inventores. As suas construG<Jes assim 0 atestam. das alvenarias.
Enquanto se nao descobriu a argamassa, a alvenaria
era formada pOl' pedl'as aparelhadas, justapostas e so-
brepostas umas as outras.
Os monumentos dos Gregos e dos Egfpcios eram
assim construidos, e chegaram ate n6s, imponentes e
AS alvenarias de Gparelho rustico (F(g. 2). tem 0
assentamento das pedras facetadas, it faee do para-
belos. As obras de tijolo seco dos Assirios e dos Cal- mento, feito com nrn fio de cimento e identam interior-
deus san umas tristes ruinus de aspecto desolaclor. mente com as pedras irregulares, que constituern 0 vo-
Com 0 desen volvimonto das argamassas foi desapare- lume do rnaci<;o da parede.
cendo 0 emprego da pedm apurelhada, pois com os Derois de i:iesonado 0 tra<;o de cimento que acompa-
fragmentos il'regulares da pedra constroem-se as melho- nha as pedras aparelhadas, abre-se neJe urn sulco eom
res alvenarias. urn ponteiro aguQudo, a fim de lhes vinear ullla :,epara-
Assim, vai desaparecendo 0 sistema das pedras se <;ao que completa 0 paramento it. vista.
segurarem pelo seu peso; uma boa argamassa segura-as A constru<;ao deste aparelho e recomenditvel para
optimamente por uma s6licla ligac;ao, formando urn aglo- muros de vAda<;ao it frente das ruas e para embaza-
merado homogeneo, a venladeira alvenaria. mento de edifica<;~es.
A alvenaria e feita pelo pedreiro. operario que ern As paredes de apm'ellto poligonal (Fig. 3) conservam
tempos teve a denomina<;ao de alranel. entre as lwdras, uma rnas"a de argamassa de eerca de
0""01 ou 0,m015 com um poucochinho de concavidade.
Em algumas ohras aplica-se llesta massa para Ihe dar
maior beleza um pouco de cor. Qualquer cor pode ser
misturada na maRsa, que tanto pode ser de cui e areia,
AS alvenarias constituidas pelas pedras irnilgulares como de eimento e areia.
ligadas umas as outl'as pela argamassa, tem uma Em certas constl'u<;oes faz·se para este trabalho 0
resistencia importante, 0 que se nao dava pelo sistema emprego de cimentos coloridos.

Fig. 2.- PAREDE DE APARELHO RUSTICO Piy. 3. - PAREDE DE APARELHO POLIGONAL


(Al~ado e corte) (Opus lnsertum)
ALVENARIAS
e urn maci<;o constituido por pedras de normas do born trabalbo, quer com a pureza dos ma-
- -e:-.:l s dimensoes, partidas ao calhar, ligadas riais como com a boa preparaQuo da argamassa.
~ :;:;;a nmas as ontras. Os maciQos de alvenaria nao devem conter espa<;os
classinca-se em qualidades, devidas espe- vazios ou ocos, antes devem formar urn s6 bloco bem
a natureza dos materiais que as distinguem. agregado.
:_. cipais qualidades das alvenarias sao, entre
ordinaria, hidranlica, de cimento, de tyolo, de
e perpeanhos, etc.
aria ordinaria e constituida por fragmentos
de varias dimensoes e argamassa
alunar/u
de cal e
hidraulica e constituida por identicos
o principal elemento da alvenaria e a pedra, 0 dize-
mos que e a pedra, embora a argamassa tenba
~ __ ==:05 pedregosos e argamassa de cal hidraulica e um papel primordial na sua constitui\(ao, porque e ela
~ lr;enaria de cimento tambem designada hidrau- que da 0 volume substancial da parede.
E :eiia com argamassa de cimento e areia, alem 86 com pedras podem fazer-se as paredes de pedm seca
• .::_en os de pedras como as anteriores alvenarias. ou alvellaria insossa, usada nas regioes carecidas de cal
aria de tUolo e constituida por qualquer tipo ou em muros de propriedades rurais sem importancia.
argamassa ordinaria ou hidranlica. A boa pedra para alvenaria e aquela que resiste as
ria de adobe ou adobo e constituida pelos ruturas e ao esmagamento e nao esmilha com as pan-
argamassa ordiuc'tria. A aluenaria de pprpea- cadas do camartelo, fazendo boa ligaQao com a arga-
no norte do pais, e constituida por pedras massa. A boa pedra nao deve ser geladiQa, nem sus-
de paralelepipedos e argamassa de qualquer ceptivel de ser atacada pelo ar e pela agua. Deve ser
limpa de terra e argila e descascada das impurezas que
6s as alvenarias sao constituidas por pedra, se Ihe aderem.
obos e blocos de cimento, mas Iii fora diz-se Para a face dos paramentos das paredes facetam-se
_= =__:: sao constituidas por peJras naturais e artificiais. as pedras, embora toscamente, bem como para os cunbais,
truQao das alvenarias obedece as dimensoes que tambem se preparam com duas faces em angulo.
- des que constituem. Este aparelho e feito com pi co grosso, devendo con-
o as fases constrlltivas, a alvenaria subdivide-se tudo as pedras ficar bem esquadriadas.
'. tipos: alvenaria em fundac;oes e em elevar;ao_ Na constituiQao da alvenaria intercalam-se as pedras
~eira que e constituida pOl' pedra rija e por pequenas com as grandes, sempre ligadas entre si pela
_---.-..5 a mais forte, faz 0 enchimento das fundaQoes argamassa. Para a boa liga~ao molham-se constante-
- ~ _ a os alicerces da edificac;ao, e a segunda consti- mente as pedras com agua doce e limpa.
-'" _or pedra semi-rija, forma as paredes que se ele- Para 0 bom travamento das paredes, assentam-se os
graudes blocos de pedra atravessados, de esraQo a
.:::~ algumas regioes aplica-se alvenaria de pedras espa<:o. Estes grandes pedaQos de pedra sao as Jun-
ro em Ingar de argamassa, na construQao de toiras ou tra vadoiras. Tambem qnando se encontram
"= -e nos campos. Algumas vezes tambem e com grandes fragmentos pedregosos, com uma grande cabe9a
.0 que se faz a liga\(ao dos adobos na elevac;ao de mais ou meuos direita, assentam-se algumas vezes no
e- . sentido do comprimento das paredes, porqne lhe dao
a construQuo da alvenaria deve obedecer as grande travamento. Estas pedras sao as cabI!9a1·ias.

~,,-=
,..- ""
~ \Ill

\1" ,-~
-::0-

I" /ll'
"-

7- . 4..- PAREDE DE APARELHO REGUJ,Al? Piy. 5. - PAREDE DE APAREU}() REGuLAR


(No paramento) ( Perpianhos)
'e,em construir tro<;os de paredes, por mais
e ejam, s6 com pedras pequenas, porque nao
== 0' -e as im nenhum travamento.
AS adohes ou adobos sao, como que uns rectangulos
ando a irregularidade das pedras nao permite urn
, ill as entamento, 0 pedreiro prepara-as com 0 ca17W1'- de barro amassado com palhas e secos ao sol. A.s
a (~) desbastando-as em qualquer dos lados. suas dimensoes sao mUlto variaveis, mas em geral me-
dem om,30xom,20xom,lO ou om,08. 0 seu formato e
obtido pOl' uma f6rma de madeira em forma de grade.
que lhe e retirada no local destinado it secagem. e
nessa ocasiao 0 operario que os fabrica passa-1he por
cima, em cruzeta, com a mao aberta, a fim de lhes dei-
OS tijolos que tern a forma de paralelepipedos sao xar relevo para me1hor aderencia da argamassa.
feitos de barro e cozidos em fornol! apropriados. A argamassa para esta alvenaria bem pobre, e a ordi-
A-s condi<;<:lesessenciais para urn born tijolo, sao a exce- naria de cal e a1'eia.
lencia do barro e a sua boa cozedura. Assim, e conve- Geralmente a alvenaria de adobos e usada nas edifi-
'ente que 0 tijolo nuo seja quebradi<;o, mal cozido e ca<;oes abarracadas.
e mi1hadi<;0. Devem ser sonoros, de arestas vivas e nao
ntrificados. Os tijolos saa principalmente de dois tiros :
os rnacic;os e os furados. As dimensoes dos tijolos vul-
<Tares sao: om,23 X om,n X om,075. Os tijolos furados
destas dimensoes tern s6 Jois furos.
Hi no mercado tijolos de quatro, oito e doze furos,
cujas dimensoes sao proporcionais na espessura e na A alvenaria de blocos de cimento e muito usada dem
largura. De om.04 de espessura hit tijolos de dois furos, certas constrlll;oes, e mormente nas empenas as
muito prestaveis em certos panos estreitos. predios de varios andares.
Os tijolos maci<;os 10m tambem a designa<;ao de t(jo- A forma dos blocos e variavel, bem como as sua
los burros. Os tijolos de oito furos ou mais, muito ap1i- dimens5es. POl' vezes os blocos tem a forma de parale-
cados nas empenas, tern nos meios operarios da Cons- lepipedos com varios furos, outras tern 0 aspecto de L
un<;ao a designa<;ao de marrocos. com pequena espessura e que se combinam uns com os
Com a e,;pessura de orn,025 ou om,03 existem tijolos outros numa boa eleva<;ao.
corn larga aplica<;ao em certos trabalhos, como arcos e Alguns tern a forma de cubos com dois grandes espa-
revestimentos. Quando estes tijolos tern mais largura <;os ocos.
designam-se por tijoleiras, mas de uma maneira geral Os blacos mais leves, apesar de fllrados e esvasia-
quer sejam simp1esmente de om,ll de largura ou mais dos, nrw sao os de cimento, mas os de massa de cimento
largos sao denominados por tijolos rebatidos. com jorra.
Antigamente estes tijo1os delgados designavam-se A argamassa para esta alvenaria deve ser s6 a de
tijolos de alrenaria. cimento e areia, como se compreende.
Com 0 mesmo formato do tijolo maci<;o fabrica-se 0
chama do tijolo prensado, cuja aplica<;ao tern lugar nos
paramentos it vista. gste tipo, como muito bem se com- (*) 0 carnartelo e urna especie de rnartelo, tendo de urn lado a
preende, e urn tijolo pleno, sem furos. pancada e do outro forma um bico grosso.

Fig. 6.- PAREDE DE ALVENARIA Fi,g. 7.- PAREDE DE ALVENARIA


DE APARELHO REGULAR DE APARELHO REGULAR
(Tillo Opus Pseudisodomum) (T'ipo Opus Pseud'isodomum)
Fig. 8.- PAREDE DE ALVENARIA Fig. 9. - PAREDE DE AT- VENARfA
APARET,IIADA APARELHADA
(S TLH A RES - Opus Pseudisodomwn) (SILBARES - Variante de Opus Pseud,sodomum)

a formal' 0 paramento exterior na composi<;:ao de ah-e-


naria de pedras irregulares.
'-.en aria construida com pedra de alvenaria em Os Perpianhos (Fig. 5) ja pertencem a uma alvenaria
~ amentos irregulares e com pedras aparelhadas prbpriamente aparelhada de pedras sobrepostas.
~.j os prismaticos, tern a vulgar designar;iio de alve-
·-·ta.
prismas de pedra que tanto podem tel' 0 apa-
- 0 ·osco ou urn apar(11ho mais ou menos perfeito,
-.:.= 0 ,:wme generico de silhares ou e71xilhares.
. haria ou enxilharia foi e e muito usada nas gran-
A 8 ah-enarias de pedra e de tijolo SaD as unicas para
as boas edificaQoes, todavia ha a considerar as
=~ co trUr;l>esde grossas paredes. alvenarias pobres, que tambem tern a sua aplicac;ao nas
e sempre as paredes cOllstruirlas com esta alve- pequenas construQoes de certas regil>es onde uao abunda
=---' comportam do ladc) interior 0 sistema vulgar e do a pedra nem a caI.
e~ erior a enxilharia. A taipa, que e terra mais ou menos argilosa bem
..:.:::nmuitas ohras a enxililaria apresenta-se exterior- amassada e lllal seca, tern 0 sell emprego nas edifica.-
=::=". como se fosse cantaria lisa em socos e molduruda Qoes de ponca monta em alguns recantos das pro,incias
=- . a:ses e mesmo em pila~tras. Estes casos de cons- do norte do nosso pais.
_ -0 encontram-se em edificios solarengos e de estili- Na antiguidade a taipa foi muito utilizada nas co
-0 pesada.
truQoes da Assiria e das regioes vizinhas.
bem se designa alt'enaria mista aquela que e Nos paises do norte da Europa tambem se uson e
ida interiormente corn pedra e exteriormente, na ainda usa nas edificaQoes, urn material que forma n a
:- =::a<;ao dos paramentos. com tijolo macir;o. apresen- especie de ahel1a1'ia ("!), que e a tw:fa. A twf(t e madeira
nos a vista uma alvenaria de tijolo, sempre mais num determinado estado de decomposiQao, que ofereee
do que a alvenaria de pedra. 6ptima resistencia ua forlllaQao das paredes das casas.
EE variante de alvenaria e resistente, sendo apenas
:=, 'cida na sua construr;ao uma cuidadosa agregac;ao
_ _ "jolos com as pedrus, havendo muito cuidado em
: _- qualq uer espa<;o vazio entre esses materiais e
boa argamassa de cimento e areia.
.:l entam-se alguns tijolos entre as pedras pelas dife- 08 muros que formam a construQao dos edificio_ s-.
=-",=-e- fiadas em toda a altura da obra. a denominar;ao de paredes e sao designa - -:-
_-- construc;'rw de pilares grossos e muito aconselhu- pm'edes mel!tra.~ quando san exteriores, portan 0 05-"':'-
_ e ipo de alveuaria, pelo lado econ6mico e rapi- doras de grandes espessuras.
=- ~o abalho. As paredes exteriores podem ser chamadas, co~ ---;:
'r aria aparelhada que e a enxilharia, tern pOl' a sua localizagao, da frente, do tardoz e later .
ectos bem compostos como esses que nos vem sao a direita e a eSIJlul'da se estao no lado
anos os Opus, que actualizados apresentamos esquerdo, respectivamente, em relaQao ao 0
a.3 -1, 6, 7, 8 e 9. Pedras de aparelho rustico em frente da edifica<;:ao.
Por conseguinte estas paredes formam as facbadas --
edificio com as mesmas designa~oes.
Quando 0 edificio fica encostado a outro au no me;_
de outros as paredes luterais que ellcostam sao as emp_
nas e·) e tern menor espessura do que as fachadas.
As paredes que formam as divisoes da casa sao a
paredes interiores ou paredes divi.~6rias.
As paredes interiores podem como as exteriores -£:::'
diferentes espessuras. Tudo depende da grandeza Ce.
obra. As paredes interiores que separam os dlferen-e~
corpos de urn edificio sao em geral relativamente gro=-
sas e, portanto, construidas de alvenaria como as pILe-
des mestras.
De ordinario as paredes interiores sao as tabi']ue
as f1·ontais.
J;~stas designa~oes v€im dos tempos da construQao do-
esqueletos de madeira, hoje desaparecidos e substituidos
por tijolo.
Assim os tabiques actuais sac paredes ou panos c
tijolo a 1/2 ve" e os frontais sac paredes de tijolo
1 vez. Os panos (2) de tijolo a cutelo tam Mm correspo -
dem a tabiq nes estreitos.
Para a construc;ao das paredes de qualquer sistem
tern 0 pedreiro de se servir constantemente do nivel e
do fio do prumo, para que elas se mantenham sempr
F't.q. 10.- A) PAREDE DE TIJOLO A CUTELO; bem niveladas e aprumadas, desde a sua base sobre as
funda~ues ate it sua altura maxima junto da cobertura..
B) PAREDE DE TIJOLV A 112 VEZ
As paredeH mestras diminuem de espessura om,10 ere
cada andar do edificio, sabendo-se que no alto nao pode-
rao ter menos de om.40, quando construidas de alvenaria.
As empenas tambem soh'em aperto de espessura nos
ultimos andares, mas s6 de cerca de om,05.
Nos ultimos andares de urn predio alto tambem 0=
frontais que partem de baixo passam a tabiques. Tudo
isto, e claro. conforme os Regulamentos Municipais da-
Const1'UI;ijesCivis, elaborados dentro dos principios tee-
nicos actuais.

PAREDES DE ALVENARIA
DE PEDRA IRREGULAR

CHEIAS as fundac;oes marcam-se sabre elas, em ele-


gimentos, as referencias para a elevaQao das pare-
des, com as necessarias marcaQoes, como as espessuras
a respeitar rigorosamente.
As marcac;oes sao feitas com a colher sobre chapa-
das de argamassa, as mestras, dispostas na parte sup
rior dos enchimentos das fundac;oes.
Inicia-se a constru~ao das paredes, assentando-se e-
dras com a sua melhor base sabre os alicerces ou sob:~
os trechos de paredes ja construidos, acompanhadas -
argamassa.
Com a aplicaQ1io de pedras miudas mantem-se a eq
librio dos blocos grandes, que se encostam 0 melh :"
que puder ser, apenas separados por delgada cama-
de argamassa.
P/...rn'", 0',>< 6aa'ar e 7;';'0f~ CJrrer

(1) Antigamente as empenas eram denominadas cu.toes.


Fig. 11. - PAREDES DE TIJOLO A 1 VEZ
(2) Os panos de tljolo tern esta designal(ao por serem rela .
(AparetllO de sistema ingles) mente estreitos.
..:!.. melhor alvenaria e a que e construida com pedras
_ "'--...es, t~nto no sentido longitudinal como no trans-
7"'~. ma alvenaria de pedras mindas e argamassa
::.,.0 -em a consistencia necessaria para a elevaC;ao e
:::ao resiste ao esmagamento.
~s paredes vao crescendo pOl' fiadas e em troc;os de
E
H
::-e a i,o comprimento. Em geral trabalbam nas paredes
elo menos dois pedreiros, urn de cada lado, urn pOl'
-en 0 e outro pOl' fora.
<' as grandes obras as paredes sao construidas pOl' !I
~4
::nuitos pedreiros. I
A composiC;ao das pedras nas alvenarias deve ficar I ?.bnto g'ar 1(;,,14r
em maci\,ada, com pequenos fragmentos de pedra nos
espac;os entre os grandes blocos.
~ao e conveniente deixar nas alvenarias vazios nem
andes recheios de argamassa. As liga<;oes de uma
pare de com outra devem ser indentadas, devendo para
',so deixar-se na primeira que se construir dentes para
avar a segunda parede a construir.
Depois da suspensao do trabalho de uma parede,
quando se volta a recomeGar, deve molhar-se bem a
al,enaria ja executada, a fim de se obter boa ligac,;ao
para a continuidade da obra.
Quando as paredes sao de pouca espessura assenta-se
de urn lado, encostado ao paramento, urn taipal de ma-
deira onde a alvenaria se encosta a medida que se vai
elevando, evitando-se assim 0 pedreiro que deveria tra- Fig. 12.- PAREDES DE TIJOLO A 1
balbar desse lado. (E - Aparelho de tipo Perpianho ;
Mas esta pratica nao e, todavia, de aconselhar por- F - Aparelho de sistema flamengo)
que a parede fica, como e de notal', mal construida,
tanto mais que as paredes de alvenaria de pedra nao
devem tel' de espessura menos de om,35.
Na boa construc,;ao da alvenaria reside a seguranc,;a
de uma edificac,;ao.
Quando se chega as alturas das soleiras e de uma
maneira geral a localizac;ao dos vaos de portas e jane-
las deixam-se nas paredes uns elegimentos, oude se faz
a marca<;ao que serve de mestras para a terminac;ao dos
nembos (••) com os seus rasgamentos interiores.
As paredes vao crescendo entre cordeis com as fol-
as necessarias para os emboc;os e rebocos dos para-
mentos, tanto exteriores cumo interiores, que sao geral-
mt}nte de om,02. Kstas diferenc;as nas espessuras das
paredes tiram-nas os pedreiros com fasquias apropria-
das a essa medida e que se dispoem ao alto.
As pedras, a medida que se vao empregando, vao
sendo molhadas com agua doce e limpa, como se deve
az..er com todas as alvenarias.
Pelas alturas dos vaos, dos pavimentos, das faixas e
- cimalhas passam os pedreiros 0 meiojio que e urn
=.ITelamento geral da pare de a medida que vai crescendo.

O."STROEM-SE paredes de alvenaria de tijolo com


mais de om,35 de espessura. Estas paredes tanto
~:-"c:n ser de tijolos burros como de tijolos furados de
as, ou ainda de ambos os tipos de tijolos.
FL. 13.- PAREDES DE TIJOLO A 1 fEZ
(G - Aparelho de sistema holandes'
H - Aparelho de sistema frances)
, !If"",'/"
f7
• II ::
II • .JI-_ •• _.

lJ~--rT .:F':. "II


II
"'1

n
_.=l!=.-:..
.'
,I
, ,
'.
II

-:b ~-'.!-~.-
I :~ "
I " ",I "
"

Ftg. 14.- PAIlEDES DE TIJOLO A 11/2 VEZES Fig. 15.- PAREDES DE TJJOL 0 A 11/z VEZE
(I - AparelllO de sistema hvlandes; (L - Aparelho de sistema inglCs;
J - AparelllO de sistema ing/es) ill - Aparclho de sistema flamen,qo)

~.-JJI

Fig. 16.- PAREDE DE TUOLO A 2 VEZES Pig. 17.- PAREDE DE TIJOLO A 2 VEZES
(Aparelho de sistema ingles) (Apartlho de sis lema jlamen[}o)
:-1 :
I
!
,- Il
I
I
I

I
OJ:-,
'
II,
I

i[:"" .!
r-
r
I
-~-li~"' ,
!
I

I
~

Fig. 18. - PAREDES DE TIJOLO


I
I
r; ,au, /{np~ •• ,.
'I- i
I
i

(A - Paredes de [) vezes - aparelho de sistema inples; Fi,q. 19.- PAREEES DE TIJOLO A 4 VEZE
B - Paredes de 3 112 vezes - aparelho de sistema ingl€s}
(Apl1.relho de sistema 1:ngles)

- -----
B
1'i4.t'JJ/mlJ./M!"

I
I
i
D

Fig. 20.- CUNHAIS DE TIJOLO .t1 1 VEZ


(A-B - Aparellw de sistewJ. inglf:s;
C-D - Apm'elho de sistema jlamengo; Fig. 21. - CUNIIAL DE TIJOLO A 2 I/Z rEZ~~
E-F - Aparelho de sistema frances) (Aparelho de sistema ingtes)
aredes sao construidas com tijolos bur- Nas constru<;<'les de alvenaria de tijolo e
0_0 furados dizem-se paredes de tijolo misto. assentar os tijolos defeituosos no interior e
con trTIc;30faz-se par fiadas horizontais e sempre perfeitos nos paramentos.
0_1<;aOde encontrada ou de mata-juntas, tanto ho- Descritas as paredes de alvenaria de tijo]o, ,~ -
_izoclalmen e como vertiralmente. de seguida descrever os frontais e tabiques ele\a ~
d espessura da argamassa entre os tijolos vai de com 0 mesmo material.
, a om,01, fazendo-se 0 possivel para que na
mra da parede fique urn mimero certo de fiadas. PAREDES DE TIJOLO A CUTELO. - Estas
Para efeito das fiadas de tijolos usam-se umas fas- redes de]gadissimas, pois que ficam depois de reboca-
Qnias como mestras, onde se marcam as alturas das fiu- das as duas faces apenas com om,l1, chamam-se vulg ~-
das com 11 junta de argamassa incluida. mente tabiqw's de tijolo a cutelo e pano8 de tfjolo.
o nivelamento das paredes e obtido com 0 fio de o assentamento e feito com 0 tijolo posto a cute 0.
prumo e 0 alinbamento e conservado pOI' meio de cor- em fiadas niveladas e desencontradas. A sua constru<;a
del esticado no comprimento da parede. pode ser feita com qualquer tipo de tijolo.
Todos os tijolos SaG prElViamente mo]hados, a fim de Com as tijolos delgados, de om,04 de espessura e do~
os limpar de poeiras e tirar-lhe as qualidades do burro, furos, constroem-se magnificos panos de reduzidissima
de absor<;ao da humidade da argamassa e dar-Ihe boa espessura. Para este caso, porem, e mister empre", ~
aderencia. argamassas de cimento, para melhor seguranc;a d
Quando a parede forma cunhal deixam-se ficar alguns obra.
tijolos das diferentes fiadas de urn lado, intercalados
nas fiadas do outro. PAREDES DE 1/2 VEZ DE TIJOLO. - Sao co -
Quando par qualquer outro motivo 0 trabalho for sideradas tabiques estas paredes cuja espessura osc·
interrompido, deixa-se ficar a parede quase que em pOI' om ,1b depois de rebocadas ambas as suas faces, pois
forma de degraus, para que quando se recomece a obra que a largura do tijolo e de 0 ,11, como ja vimos.
01

a junc;ao fique perfeita e travada como e conveniente. Algumas vezes tambem se designam par panos de
Xa ocasiao deste recomec;o de trabalho e conveniente tijolo, mas a sua espessura nao permite essa designa<;ao.
molhar toda a parede feita. () assentamento e feito no sentido do comprimento da
Quando se chega it altura dos peitoris faz-se 0 elfgi- parede e dos tijolos, ao baixo.
mento com argamassa, onde se marca com um riscador Estes tabiques podem ser construidos de qualquer
ou com a colher 0 local para 0 assentamento das om- tipo de tijolos, nao oferecendo, porem, nenhuma vanta-
breiras dos vaos. gem a constru<;ao mista.

---- ---
A -- --.- -- c-
.A
Flak Imfd"~ l'

l'iil"", hnl'"r<l'r

I.
t
I I
I, I
I
: I
I i
--- -_. - - - - --
B B
rIP"QI' 7'aN'J r;~d'qr J'orer

I
1
I
~! I
I
!
=4
i i
Pig. 22.- CDNHAL DE TIJOLOS A 11/2 VEZES fi'i!l. 23.- CUNHAL DE TIJOLOS A 2 VEZE~
(Aparelho de sistema. flamengo) (Aparelho de sistema il1gieS)
-t ----1~-· A
~-----_.- -~--- -

II
I riiulaJ pJrer
FiddarP",rer

I n
I
!

~i

--r- ---- -
-
f
I ~
n
_ --.---- -
B . . _-- ---- .-
I

Fi:rdar Im!""",r
B
fi;',{"r /ml'QreF /ii""?'dr 7'drP.'

I
I
i ! I
I
!
I
.
I

Fi.'l' 24.- CUNHAL DE TIJOLOS I i


A 2 VEZES
(Aparel/w de sistema flamengo) I I
i Fig_ 26.-CUNHAL
A 11/2
DE TIJOLO
VEZES
Pig. 25. - CUNHAL DE TIJOLOS (Aparelho de sistema ingles)
A 3 VEZES
(ApU1'elho de sistema ingtes)

A construc;ao destes tabiques e fsita tamMm por fia- PAREDES DE 1 E 1./2 VEZES DE TIJOLO.-
das niveladas, e as juntas dos tijolos devem ficar des en- Sao consideradas fl'ontais estas paredes cuja espes-
contradas para melhor travamento. sura oscila por om,35, medida que corresponde a
um tijolo atravessado e um ao comprido, assentes ao
PAREDES DE 1 VEZ DE TIJOLO. -- Sao ainda baixo.
consideradas frontais estas paredes cuja espessura e em o assentamento dos tijolos e feito por fiadas horiz-o -
osso om,23, (Fig. 12 e 13). tais com as juntas desencontradas, tanto na lar lIT
o assentamento dos tijolos nestas paredes e feito por como no seu comprimento (Fig. 14 e 15).
fiadas, sendo um tijolo ao comprido e dois atravessados As fiadas na altura da pare de sao marcadas num
e sempre alternados em todo 0 comprimento da parede fasquia que serve de mestra, a fim de manter cons
e assentes ao baixo. temente a sua eleva<,iao mais ou menos nivelada e
Mantem-se 0 nivelamento das fiadas por cordel e com vada.
o fio de prumo garante-se a prumada. Esta parede e a mais grossa que se constroi de ·jo.o,
Em geral nao se empregam nestas paredes tijolos sem falar-mos nas paredes de alvenaria prbpriame -
qUflbrados senao nas extremidades para conclusao das dita, que atras tratamos.
fiadas.
as ligac;()es com outras paredes faz-se 0 indEinta-
mento que ja descrevemos. PAREDES DE 2 VEZES DE TIJOLO - As
As paredes de tijolo a 1 vez podem ser construidas de des de ~ vezes de tijolo, cuja espessura correspo de ~
'jolo furado, de tijolo macic;o e de ambos os tipos. comprimento de dois tijolos atravessados, nao 0 e e=
uando se empregam dois tipos de tijolos designam-se vantagens nenhumas, pOl'que com essa espess
por frontais de tijolo misto. Esta combinac;ao de troem-se paredes de alvenaria de pedra muito m "
" os e feita com 0 assentamento dos tijolos furados n6micas.
~ ~ ntido do comprimento, e com os tijolos macic;os no Assim sucede tambem com as duas em'
:=~ 'do transversal, e sao os travadouros. Deste processo tijolo. Porem, com tres vezes ou mais cons
-ede tem uma certa consistencia e fica mais econ6- boas alvenarias, de apreciavel resistencia e - :>
o que 0 frontal de tijolo burro. a determinadas edificac;()es.
E ALYE~ ARIA

Quando 0 enehimento das fundaQoes e feito com


betao, a mtlO-de 0 ura e quase nula, a nao ser a do amas-
sadouro, que do mesmo modo tambem conta para a a1-
Q"CA._;-no se construia pelo sistema de esqueleto,
paredes interiores tinham as designaQoes de .(ron-
as
venaria.
A massa do betao pode ser transportada do amassa·
: . e alJique.~, consoante a sua espessura. Os tabtques
_e am de om,06 a 0"',10 e os frontais andavam de douro ou da betonpira Ct.), para 0 local da funda<;rw, em
0.- [) a om,20 e om,25 depois de rebocados. padiolas, que despejam 0 eonteudo onde elo e preeiso.
• Os ITontais eram construidos pOl' varios sistemas, o enchimento e feito sucessivaruente pOI' camadas, des-
redominando na sua estrutura os prumos apoiados so- pejando-se as padiolas umas ap6s outras, ate completo
e as funda<;oos e pregados de orell1a para 0 vigamento enchimento da fundaGao.
0.0 andar superior ou da esteira dos tectos. o terreno do fundo destas funda\'oes deve ser batido
a masso, e espalhando-se depois uma camada de areia
o paramentos eram farmados com ripas pregadas de cerca de om,02 de espessura, s6 entao se fazendo 0
sobre os prumos, em equidistancia de cerea de om,40 de enchimento.
1lID e outro lado. Depois enclliam-se de argamassa com
Se 0 terreno nao for absolutamente garantido, con-
edra milida e fragmentos de tijolo. quanto nao seja de molde a necessitar citlculos de re-
Os tabiques eram const.ruidos corn tabuas a prumo ~ sisteneia, constroi-se no enchimento das funtJagoes uma
em diagonal, sobre as quaIs se pregavam fasqUias eqUl- sa]Jata de betao sobre a terra e deIJois sobre ela, que
distantes de om,04 umas das outras.
pod.e tel' de altura om,30, cresce-s~ a parede co~ al;e:
obre 0 fasquiado dos tabiques fazia-se simplesmente nana de pedra e argamassa de Clmento e are1.a ate a
o enchimento do pardo corn argaruassa. linha do ensoleiramentu (2). Depois de feitos os eligimen-
.dctualmente nao se usa este genera de trabalhos, t08 necessarios crescem as paredes de toda a edifica<;ao.
senao em s6taos au construGoes ligeiras no campo. No caso de pretendermos maior estabilidade, esten-
_"outro Caderno faremos 0 estudo detalhado dos fl'ontais demos nos fundos das fundaGoes tres ou quatro varoes
e tabiques. de ferro de 6 ou 9 milimetros de diametro, e sobre eles
fazemos 0 enchimento de betao, nao esql1ecendo a leve
camada de areia no fundo, antes ua colocaGao dos ferras.
ENCHIMENTO DE FUNDAQ0ES
D EPOIS da abertura das funda<;oes e de verifi.cada a
estabilidade do terreno, procede-se ao enchlruento
com alvenaria de pedra eargaruassa de cal hidniulica
e areia ou de cimento e areia. Em muitas obras 0 en-
A designa<;;ao generica de muros da-se entre n6s as
paredes construidas fora dOBediftcios, para veda-
chimento das funda<;;oes e feito com betao. Qoes, !.'uportes de terras, divis6rias de propriedades, etc.
e 0 enehimento das fundaGoes e normal, isto e, se Quando os muros de vedagao medem pouca altura
lerTeno oferece resistencia, nao temos mais que bater designam-so pOl' muretes e cortinas.
a 6rra. molha-Ia e despejar sobre ela a pedra e a arga-
~SIl. que 0 pedreiro vai compondo convenientemonte, (1) Aparelho manual ou movido a electricidade para misturar e
ajustando todo 0 material de maneira a formal' um ma- amassar 0 betao.
ci<;;.olimco. (2) Ensoteiramento e a localiza~ao das soleiras das. portas) CEO
acordo com 0 nivelamento <fa rua; estahelece-se de al uma lmh
A pedra para a alvenaria das funda<;;oes deve ser rija de ondc parte 0 escantilhao com as diversas alturas da obra q=
de preferencia em grandes blocos. se constroi.

Fig. 27. - CUNHAL DE TIJOLOS A .'5 VEZES


(Aparelho df sistema ingles)
:II se da 0 nome de cortina ao muro que su- tais e tabiques, de usa corren '0 . .ds aI"'amassas para
terreno, que serve de caminho sobranceiro este trabalho san as mesmas que se a licam na restante
:::~ em que assenta. obra.
forma de constru<;ao e identica as das restan-
- =- -=-edes. Empregam-se alvenarias das mesmas espe-
__ " tTatam-se das funda(,{fJes pelos mesmos pro-

? a 0 amparo de terrenos escarpados e que amea- Os pilares san corpos de constru<;iio des cados da
desprendimento, constroem-se empedrados inclina- obra principal, quase sempre de sec<;iio quadrada
:.-: e em'ocamento8, com as juntas das pedras tomadas e destinados a suportarem partes superiores e balan-
argamassa de cimento e areia. ceadas.
Os pHares podem ser construidos em ah-enaria de
s vezes os empedrados san construidos pOI' pedra pedra e de tijolo, nas edifica<;fJes vulgares, e de cauta-
~ ca ou alvenaria insos8a. ria nas obras de pre(,{o mais elevado.
muros nas divis6rias de tern'nos san muitas vezes Na constru(,{ao de al venaria de pedra irregular, pre-
on truidos de pedra seca, sendo a sua seguran(,{a bem param-se previamente os blocos que formam os cunhai
brida pelo reboco aplicado em ambos os seus para- aparelhando-os em duas faces formando 0 angulo.
~entos. Como as pedras san fl'agmentos irregulares na forma
e nas dimensfJf\s, a alvenaria vai·se elevando, tendo
sempre em vista 0 assentamento dos blocos, que man-
tern a esquadria nos cunhais dos pHares.
Construidos com tijolos os pHares podem possuir sec-
OS cunhais das paredes que devem sempre ficar bem
construidos, tanto podem ser de alvenaria de pe-
(,{fJesmenores, do que aqueles que se constroem de a1-
venaria de pedra. Os aparelhos obedecem a sistemas de
a como de tijolo. No primeiro caso devem previa- encadeamento curiosos, usados em todas as boas cons-
mente aparelhar-se as pedras a picao grosso, como ja tru<;oes de tijolo.
dissemos, a fim de bem condizerem com os paramentos Os pilares podem ser construidos, a 1 vez, 1 vez e
das eleva<;:oes. e formarem os angulos de acordo com a meia, 2 vezes, etc. Se estes corpos sao apenas destina-
orma da planta da edifica(,{ao. Quando construidos de dos a aparencia, podem construir-se com tUolos furados,
'jolo, 0 aparelho deve ser cuidado de maneira a fazer- mas em geral como tem de suportar cargas a sua cons-
-se uma boa trava(,{ao, combinando·se bem 0 desencon- tru(,{ao e feita com tijolos burros.
:TO das juntas. Geralmente adoptam-se sistemas ja muito i.\os nossos desenhos damos 0 desenvolvimento que
conhecidos e usados, nos paises onde se constroi quase estas constru(,{oes exigem.
:;omente com tijolo. Sao os aparelhos denominados in- Os pi/ares podem ser de sec<;fJesquadrada, rectangu-
gleses e jlamengo.~. lar, sextavada ou oitavada. Estas constru(,{fJes assentam,
Nos nossos desenhos apresentamos os cunhais nao s6 como e natural, sobre funda(,{fJes ou sobre qualquer
de alvenaria propriamente dita, como tambem dos fron- troc;o de constru(,{ao.

-- -~-~-
-- -
A
fi;'J:!<:u P41r~r NAd4r Itnp4rt't.f
~~
I
~
I

I i I
I
I
!
._-- .- '---- ----

- .- --_.- ._-~
- I

i
I
J=r1 I
~
Ji
FtA4'U ;>tIII"" Ft4dzr~

- ,-.-._. B ~-.-----
Fig. 28.- LIGAQOES DE PAREDES DE TIJOLO Fig. 29.-LIGAQOES DE PAREDES DE T1JOLO
= - Paredes de 11/2 e 1 vez; B - Paredes de 2 e 11/2 vezes A - .Paredes de 2 vezes; B - Paredes de 2 e 1 l1z ~
(Aparelho de sistema in,qles) (Aparelho de ,istema flamengo)
.A pozolana que e uma terra vulcanica e que por isso
~' :e encontra nas montanhas onde existem ou tenham
2 0: 'do \ulcoes, deve 0 sen nome a Pouzzoles, locali-
e dos arredores de l'\apoles, na vizinhanc;a do Vesu-
:0. de onde se extraem grandes quantidades .
.A pozolana e geralmente constituida por silica, alu-
. io e pir6xido de ferro. Kunca e utilizada em natural.
_ 3ra ser empregada adiciona-se-lhe, conforme 0 volume
-0 nabalho, quantidades calculadas de magnesia, cal e
:6dio ou potassa.
Como as necessidades industriais deste produto eram
erandes, fabricavam-se tambem pozolanas artificiais
constituidas por varias substancias, tendo como base a
_ilica. e 0 aluruinio.
=
Com 0 desenvolvimento da industria dos cimentos, 0
emprego da pozolana quase que desapareceu pOI' com-
pI to nalguns paiflso
Obtem-se uma pozolana artificial, de n'gular quali-
dade, muito propria para grandes maciGos, calcinando Fig. 8t. - PILARES REGTANGULARES DE TIJOLO
calciJ.reos que contenham de 57 a 84 partes de argila
or 43 a 10 de carbonato de cal, a que se junta, depois A - Pilar de 2 vezes; B - Pilar de 2 vezes por 2 1/: ve:u'
G - Pilm' de 1 vez por 1 11z vezes; D - Pila?' de 1 ve=
de perfeita pulverizac;ao, urn pouco de cal gorda.
Esta pozolana assim obtida, e muito econ6mica e 0
seu endurecimellto muito rapido.
Para 0 betao 0 cimento mais apropriado e 0 de presa
media, porque durante a sua ceSrLOha 0 tempo neces.a-
rio, para se .iuntarem as camadas que formam 0 todo
da obra. em perfeita Jiga<;ao.
Para trabalhos hidraulicos 0 cimento indicado e 0 de
presa rapida.
As cores pr6prias dos cimpntos vao do amarelado ao
cinzento e ao escuro, quase negro. 0 rnelhor cimento e
~=r~ aquele que depois de 120 horas de imers~w, resiste a
I ~l uma pressao de 20 quilos porI centimetro cubico.
-' Os cimentos de fabrica<;ao nacional silo classificado
de hOIl qualidade para todos os generos de trabalhos:
I quer de alvenaria, de betao ou de betao armado.
Os cimentos brancos san em geral destinados a para-
mentos que fieam it vista, como guarnecimento pr6prio.

~ .30.- PILARES QUADRADOS DE TIJOLO


-". - Pila?" de 2 vezes j B-G - Pilares de 1 11z vezes;
D - Pilar de 1 vez

cimentos artificiais sao obtidos da calcinac;ao e


pul,eriza~ao de pedras calcareas a grandes tem-
as.
cimento natural e 0 de Portland, na Inglaterra,
- r bricam-se em quase todos os paises bons cimen-
~ _ --a alvenarias e betao armado.
=- = i..:nentos classificam-se pelas suas qualidades, que
_ presa rapida, de presa lenta e de presa media.
~ _po 0 endurece em alguns minutos e 0 segundo
a 18 horas em imersao.
o de presa lenta de certas proveniencias, Fig. 32.- PILARES DE ALVElVABU
,ezes com alguma rapidez. Em baixo: Plantas; Em cima: A~
Tra~o de 2 : 3 - 0,600 m3 de cal, 0,900 m3 de areia,
360 I de agua.
Trar;o de 2 : 5 - 0,400 m3 de cal, 1,000 m3 de areia,
:\ areia para a construc;ao de alvenaria deve ser pura, 240 1 de lIgua.
.•. de grao seeo, anguloso e 3.spero, eisenta de terra
e ou ras materias. Argamassas de cimento e areia:
..1 areia para a argamassa de alvenaria vulgar deve Trar;o de 1: 1 em volume - 814 kg de cimento,
se de grao medio, e para a argamassa de tijolo e de 0,740 m5 de areia, 3201 de ligua. (Presa rapida).
edra aparelhada de grao fino. Trar;o 1 : 2 - 604 kg de cimento, 0,840 m5 de areia,
A areia quartzoza e siliciosa e a melhor para as boas 320 1 de agua.
gamassas. Trar;o de 1 : 3 - 400 kg de cimento, 1,000 m5 de
.dS areias salgadas e argilosas nao devem ser empre- areia. 260 1 de agua .
adas na confec<;;aode qualquer argamassa. Trar;o de 1: 4 - 318 kg de cimento, 1,060 m3 de
..1 classifica<;;ao das areias a feita do seguinte modo: areia, 253 1 de agua .
areia dR grao fino a que passa no crivo de 1/2 milimetro; Argamassas de pozolana e cal comum:
a de grao medio a que passa no crivo de 2 milimetros e
fica no de 1/2, e a de grao grosso a que passa no crivo Trar;o de 4: 1 - 1,280 m3 de pozolana, 0,320 m5 de
de 5 milimetros e fica no de 2. cal em po e agua a que baste. (Al'gamassa pl'6pria para
obras imersas em agua doce).
Trar;u de 3 : 1 - 1.200 m5 de pozolana, 0,400 m5 de
cal em p6 e agua a que baste.
Trar;o de 2: 1 : 1 - O,~OOm3 de pozolana, 0,400 m5
de areia, 0,400 m5 de cal em p6 e ligua a que baste.
EM algumas regi5es onde a boa areia escasseia, em- (Esta argamassa e mUl~to boa pa1'a ?'ebocos impermeCtVeis).
prega-se na confel'<;;aoda argamassa 0 saibro, espa-
cie de terra mais ou menos engranitada. Alem destes tra<;;os aqui indicados muitos outros se
Para a argamassa destinada a alvenaria ordinaria, podem empregar, quer seJa.m de acordo com as calculos
aceita-se urn saibro de grao medio e limpo de materias de resistfincia, quer sejam os que a pratica aconselha.
e tranbas, quaisquer que sejam. No entanto cremos que para eonstruc;<ies vulgares
.a construc;ao de formig<ies emprega-se, de preferen- bastam os que citamos. Para obrss de grande categoria
cia, urn saibro argiloso quando a brita e siliciosa, e os calculos indispensaveis, indicarao os tra<;os a que
utilisa-se um saibro silicioso e aspero se a brita a cal- devem obedecer as constitui<;;<iesdas argamassas.
carea. A amassadura das argamassas deve ser muito bem
feita, para que a liga<;ao dos seus elementos seja per-
feita. Em todas as argamassas e nociva a introdu<;;ao de
matarias estranhas. 0 amassadouro e as suas proximi-
dades devem conservar-se permanentemente limpos.
pARA a confec<;;ao de argamassas os melhores tra<;;os Com 0 cimento e a agua deve ter-se urn grande cui-
SaD aqueles que vamos indicar: dado; 0 cimento deve conservar-se abrigado, par'a nao
sofrer alterac;oes que the preJ udicam as qualidades e
Para funda~oes: 1 volume de cal hidrimlica para 3 podeni estragar-se.
de areia; 1 de cal gorda em p6 para 2 de areia; 1 de
cimento para 4, 5 ou 6 de areia.
Para eleva~ao: 1 volume de cal gorda em p6 para 2 ANOTA90ES
de areia; 1 de cimento para 5, 6 ou 7 de areia.
Para betao: 1 volume de cimento, 3 de areia e 6 de
A S paredes de alvenaria de pedra e argamassa tern a
espessura que os projectos estabeleC'em, qualque
bri a; 1 de cimento, 2 de areia e 4 de brita; 2 de ci- que ela seja, a partir, pelo menos de om,35.
ento, 5 de areia e 10 de brita. Na boa alvenaria de tijolo nao devem aplicar-se boca,
Para betao armaqo: Temos 0 tra<;;o normal de 300 dos desse material, nem nas paredes de pedras $e de,em
onilos de eimento, 400 litros de areia, bOO litros de aplicar em grande quantidade pequenos fragmentos.
- "a e 200 litros de agua. Numa alvenaria mista, de pedras irregulares e tijolo::.
tt)m cabimento todos os bocados ou fragmentos de pe-
Outros tra~os de argamassa: Argamassas de cal em po dras e de tijolos.
areia : As boas ahenarias vulgm'es (Fig. 1) constituidas
Tra~o de 1 : 1 em volume - 0,75U m5 de caI. 0,750 m3 pedras e argamassa, necessitam de pedras grandes p -
a areia, 4501 de lIgua. o seu macic;o. Para 0 sen travamento e convenie _
dispor alguns blocos de dimens5es apropriadas, ao
I. cu;o de 1 : 2 - 0,500 m3 de cal, 1,000 m3 de areia, vez da parede.
de lIgua. Nestas alvenarias e tambem comum facetarem-~2
Trat;o de 1 : 3 - 0,330 m3 de cal, 1,000 m5 de areia, toscamente, a claro, as pedras que ficam na face :!
de agua. paramentos (*).
Tr ~o de 1 : 4 - 0,250 m5 de cal, 1,000 m3 de areia,
1 de ligna.
CO ST

BRAS
A LV E N'A R I
II

FUNDAQOES - IMPLANTAQAO, CAIXAS DE AR; ELEVAQOES - PAREDl!;S


EXTERIORES, PAREDES IN-TERIORES, PORTAlS, TIJOLO A VISTA; PORMENORES
- FRONTOES, PLATIBANDAS, PILASTRAS, CORNIJAS; MUROS - l\1UROS
DE SUPORTE, MUROS DE VEDAQAO, ENROCAMENTOS - 29 FIGURAS

. EDIOAo DO AUTOR
F. PEREIRA DA COSTA
DISTRIBUIQAO D.A PORTUGALIA EDITORA
PRECO
<1
15 00 LIS B·O A
ENCICLoptDIA PRATICA
DA CONSTRU€;AO CIVIL

BRAS DE ALVENARI
XPO:TA. no Caderno N.o 13 a constituic;ao das alve- antever os trabalhos de cantaria, que podem subs' .
~arias com os materiais seus componentes, especi- certos motivos arquitectouicos que fazemos de 8.:'0 -
:: _ 0 as argamassas, tratamos agora neste Caderno massa.
-n s diferentes aplicaGoes. Desenvolvemos os casos Os vlos de portas, janelas e frestas sao tratados co~
--5 aredes exteriores com a alvenaria de pedra, e os a clareza necessaria, descrevendo as sua denomina<; s
edes interiores com os frontais e tabiques de particulares a cada situaQao, para que os estudiosos
os menos versados nos termos tecnicos da Constru<;·
E odamos as obras de alvenaria desde as fundac;oes Civil possam compreender, sem duvidas, 0 que esc -
• platibanda, descrevendo todas as fases com a apli- recemos.
- 0 de socos, pilllstras, faixas e cimalhas. A materia respeitante a areos e ab6badas sera mo-
Esrudamos a construc;uo e 0 trac;ado de molduras e tivo, como as obras de cantaria, a cadernos apropriados
ontoes, dentro das regras das alvenarias, deixando sequentes.

, I

I
I
, I

" . . ;'
I
,
"
,
t
I
I
/
"
'
;
,
,, ,, '' I
I
I

\
" f //' I

\
, , "
-----------~~----------- .
---t-----
I
------- -- --;'< --- /
"
- ------
\
,,
" i, ,,/' //
" '. . ,
,
•••
I
I ,,"
/ ,,/
, "" I /' ,"
" i ", /",'
"" !D" ,.
- - ------;r,------
"
",/
I
- --"
"

Fif}. i. - TBAQADO DA COL TBUQ.dO DOS FRO.VTOES CUBVOS E TBIASGr:LABE::


(B a de erlio)
F u N o A o E s
~ fundac;oes ou alicercesde uma edificaviio, que se caQiio, no mesmo material, 0 que muito eleva 0 cns 0
iniciam pela abertura de caboucos au fundac;oes, e da obra.
do trabalhos de mais responsabilidade da cans- A escolha de urn born terreno s6 pode fazer-S6
00 clnl. As boas fundavoes garantem a boa solidez livremente, no campo, Nas cidades essa escolha nao
ma casa atraves dos tempos. A boa alvenaria a em- pode fazer-se como se deseja, porque as construc;i:l6s
:-eear nas fundavoes, e urn factor primordial para as tern de obedecer aos trac;ados dos arruamentos, sem se
o fnndavi:les. olhar, como e de compreender, it orientavao e a outras
A. ma fundavoes nao podem garantir, nem nunca circunstancias.
~an 'ram, a solidez da construvao ; sao frequentes os Posta isso. facil e de conceber que a implantavao
uen amentos, que prejudicam para sempre a edificio, de urn edificio, que numa propriedade agricola a feita
iazendo-o jingar e tirando-lhe 0 nivelamento e as pru- a vontade do seu proprietario, nas cidades (au vilas) e
adas. bases essenciais de toda a edifica<;ao. travada de acordo com as linhas dos arruamentos au
Antes de entrarmos propriarnente no estudo da al- com as plantas de urbaniza<;ao, segundo as leis municipais.
enaria das fundavoes, vamos tratar da implantavao, Dentro destes principios, apresentamos dais estudos
poi qne a desse principio que sai a abertura dos ca- de implantavoes de edificios. Urn trata de uma moradia
oncos. independente, a construir na melhor orientaGao do seu
local, e outro implanta urn predio de rendimento no
alinhamento de uma rua citadina, entre dois edificios
IMPLANTAQAO ja existentes.
A implantav1i.o e 0 inicio da construvao, pois que e
a marca<;ao no terreno, da planta das funda<;oes em toda
Os mE\lhores terrenos para edificavoes SaDos de rocha a sua grandeza.
firme, os de terra compacta ou dura, e de super- A planta das funda<;oes e cotada de eixo a eixo das
cie plana ou quase plana. Os piores terrenos saD os paredes e passa-se ao terreno, transladando da escala de
e areia, de terra vegetal, de terra lodosa e de corren- 1: 100 do projecto, ao tamanho natural sobre 0 terreno.
-e humidas. A medivao faz-se com a fita metrica, os alinh<lmentos
Os terrenos de superficie irregular, de socalcos e de com urn cordel e os pontos convergentes e extremida-
andes rebaixamentos, embora de boa qualidade nao des, marcam-se com estacas.
:ao aconselhaveis, pOl' encarecerem a construvao, devido A espessura das fundac;oes e mantida entre doIs
mnros de suporte e a outros trabalhos de elevado cordeis, e como as cotas da planta das fundar,;Oes S~lO
revo, para seguranva da edificavao, abaixo do primeiro indicadas nos eixos, damos para cada lado desse eixo
mento. parcel as iguais, que perfazem a espessura total.
Qnando os terrenos nao sao firrnes, as fundavoes Assim, nas paredes au fundavoes de om,70, damos
.ogem grandes profundidades, sendo tarnbam, as ve- para cada lado do eixo 0"',35, e de resto assim tudo em
ze . necesssario preparar-lhes sapatas de betao arm ado qualquer espessura. As plantas das funda<;oes tern de
e lages com as dimensoes totais das plantas da edifi- ser perfeitas para que 0 tra<;ado da implantavao fique
bem feito. Deve ter-se em atenc;ao os angulos, a1\salien-
cias e as reentrancias, para que os resultados sejam os
del:lejados.
A implantavao de uma casa no alinhamento de uma
rua, e muito mais facii do que a implantac;ao de uma
moradia, a construir num terreno livre.
Primeiramente marcam-se as fundavoes das paredes
exteriores e, s6 depois se trata das funda<;oes que dizem
respeito aos interiores.
Quando hil pavimentos amassamados constroem-se
as paredes delgadas, tabiques de tijolo assente ao cutelo,
sobre os massames, nao aparecendo, pOI' conseguinte,
na planta das funda<;oes essas linhas.
Em geral qualquer fundac;ao nao pode tel' menos
de om,40 de largura. espa<;o preciso para 0 trabalhador
poder trabalhar it vontade.
A profundidade dos caboucos deve ser a mesma
em toda a implantavao, para que se nao produzam
assentamentos e quebras dos alicerces.
86 se excpptua esta regra, quando algumas parce-
-c iJ.-PL£-TA DAS FU DAr;:OES DE UMA las de fundac;ao assentam sobre rocha, onde se faz
~.:J C..:I.9..40 L "DEPE -DENTE uma ligaQao perfeita.
tabuas au taipa' es 0 c.a s '0
enchimento (Fig. 4).
Os espac;os de terreno en e {J:l
dentes as divisCles do res-do-chao,
de ervas, entulhos e outras coisas
acumulac;ao de ratos e insectos.
Depois de completamente abertas odas ~::::s
ou cahoucos, e convenientemente aprumadas e :-. ~ -.
inicia-se 0 seu respectivo enchimento com
pedra rija e argamassa.
Se se duvida da resistencia do terreno, de,e u"'-·s=
al8m de se lht' dar maior profundidade as u
uma especie de sapata com 001,10 ou Om,la de •
sura, que consiste na construc;ao de uma rede de :e .. :5
redondos, de qualquer diiimetro, de 001,000 a (p.
expmplo, com uma malha de 001,10 ou 0 15 q
enchera de betao, ao trac;o de 2:4:6 ou outro
menos semelhante.
Sobre esta sapata assenta-se a alvenaria de
e argamassa.
Se, porpm, 0 terreno for born, este trabalho ~-
necessario, fazendo·se a alvenaria logo directame=-=
sobre a terra, devendo esta simplesmente ser b_"'::-
a masso.
Fig. 3. - PLANTA DAS FUNDAQOES DE UMA Quando 0 terreno e rocboso as fundac;Cles s6 se ~'_'-
C.dSA ENTRE OUTRAS E0IFICAQOES tam a uma pequena escavac;ao, para limpeza do er-;oe= .
da sua superficie ate it rocha, que as vezes est1l. a '. ~=
do solo. A alvenaria faz uma 6ptima ligac;ao com a :-
chao J it. 0 terreno de pissarro nao oferece es a re~-
FUNDAyOES tencia e economia.
Sabre terra solta ou areia nao e com'enieme faz::
DEPOIS de concluida toda a implanta<;ao da obra a cons- o enchimento das fundac;of's, bem como nos erre s
trUlr, inicia-se a abertura das fundac;l)€,s, com a humidos ou encharcados. Para estes casos e mister co...::-
esca,a<;ao feita currectamente entre os dais cordeis truir drenos apl'opriaaus com pedra britada. 0
crados nas estacas. cascalho. e com leves escavaC;Oes para 0 exterio~
.-\dmitindo-se por principio, que 0 terreno e born constru<;ao, para 0 desvio das aguas para ora
r a a edificac;ao, as funda<;Ms sao abertas ate a profun- obra.
idade de 1m,00, sendo conveniente que em to do 0 tra- Quando na abertura das funda<;l)es se encontra a
do. fiquem sempre ao mesmo nivel, para qne no caso movediQa ou ,entulho, profundamos mais ate encon •...
de se darem QssentameTitos, se ocasionem pur igual em terreno fixe. As vpzes, porem, esse terreno fixe n - 0 ~2
oda a superficie da obra. encontra nos primeiros metros de escavac;ao, sei Oll ~ """2
e par ventura 0 terreno em algum ponto, ameac;ar pouco mais ou menos, e entao para nao encarec
es oroar-se para dentro da funda<;ao, ampara se com construc;ao, tern 0 construtor de recorrer a outros e>~.

Fig. 4. - DIVEltSAS FUNDAQOES: A) FUNDAQAO ABERTA NORMALMENTE; B) FUXDAf;10


ABERTA EM TERRENO MOVEDIQOj C) j'UNDAQAO CHElA DE ALVENARIA SOBRE SAP~-=
DE BETAO ARMALJO
Fig. 5-DIVERSOS TIPOS DE FUNDAQOES: A) FUNDA9AO COM SAPATA
DE BET.iO SOBRE CASCALHO; B) FUNDA9AO COM SAPATA DE BETAO;
C) FUNDA9AO DE ALVENARIA SOBRE A TERRA

ma placa de betao armado em toda a superficie da edi- como e corrente. Desta forma a massa e vasada no
ficac;ao, e ootros sistemas mais ou menos identicos, estao caboueo, das pr6prias latas ou padiolas em que e conuu-
indicados, obedecendo a calcolos de resistencia. zida.
Nos terrenos duvidosos tern de procedAr se sempre Todas as jundar.;oes deverao fiear bem ligadas entre
a construc;ao de sapatas, como ja vimos, dando pOl' si, em todo 0 conjonto da obra.
,ezes cuidados apreciaveis, pois os as.~entamentos e os A fim de dar passagem as eanalizagoes de esgotos,
escor1'egamentos surgem-nos, quando menos os espera- em manilhas de gres, que s6 depois das fundagoes cheias
mos. se fazem, ligando-as ao colector da via publica nuns
Para terrenos que nos nao ofere cern eonfianc;a, cons- casos, e a jOSSfL nootros, deixam-se umas aberturas na
uimos boas sapatas com a largura de om,10, para eada alvenaria dos caboucos.
ado da parede da fundac;?to. Terminado de uma maneira geral 0 completo enchi-
Em alguns casos aplicamos, antes da sapata, sobre mento dos caboucos, isto e, cODstruidos os alicc1'ces do
o terreno, uma camada de cascalho de uns om,10 ou edificio, inicia-se a eleyac;ao da constru<;ao.
0"',15, sobre a qual vazamos 0 betao.
Alguns construtores espalbam sobre 0 solo das fun-
dac;oes, uma leve camada de areia de argamassa, quando
a erra e urn pouco argilosa .
.d..pedra a empregar na alvenaria de fundac;oes, nao ENTRE 0 nivel do terreno e 0 pavimento do res-do-cha.o
e,era, ser de pequenas dimensoes, apenas se utilizando deixa-se ficar urn espac;o livre, destinado it cir-
equenos fragmentos no enchimento entre os grandes culac;ao do aI', designado pOl' caixa de 0.1', e que
ocos. Danca deve tel' menos de om,60 de altura. A fim de se
Os espac;os vazios deverao ser sempre evitados, a fim estabelecer urn born arejamento em toda a caixa de ar,
e no preeavermos contra infiltrac;oes de humidade deixam-se umas aberturas em todas as paredes interio-
~e agua, e ate mesmo da que bra da pr6pria alve- res, de compartimento para compartimento. Estas aber-
a. turas poderao mediI' de om,30 a om,40 de largura, pOl'
o enehirnento dos caboucos termina cerea de om,10 0, m40 ou Om,50 de altura.
o 0"'.15, abaixo do nivel do terreno ou do pavimento Muitas vezes, mesma. tamhem se abrem nas paredes
a. Kos angulos ou cruzamento de paredes, assen- exteriore8 uns ventiladores, para constante renovac;1io
-~e pedras gran des que atravessam de uma a outra do ar interior .
.:-~e e, para que 0 travamento seja perfeito. Este arejamento preserva de apodrecimento ou ata-
enchimento dos cabouco8 nunca devera ser feito que dos insectos, 0 vigamento e 0 soalho do primeiro
e pOI' parede, mas sim simulHineamente Duma piso. Exceptuam-se da caixa de ar os pavimentos de
e zona de construc;ao, para que as ligac;oes sejam betonilha, betao armado e outr08 de similar consti-
DaD0 possivel como monolito8. tuic;ao, como sejam os das cozinhas, casas de banbo,
mill as obras as fundac;oes nao SaD cbeias de latrinas, salas de festas, etc.
n:t1gar de pedra rija e argamassa de cimento Quando 0 nivel da rua e relativamente alto em rela-
8.0 ac;o de 1:4, nem de argamassa de cal e c;ao ao nivel do terreno, as paredes das caixas de ar
de 1:3 mas de betao a 2:4:6 ou 1:3:5, fazem parte integrante das fundac;oes.
J..s paredes da caixa de ar apertam as suas espes- piores, de terra movediga ou de en-n - o.
s sabre as fundagCies om,lO de cada lado, s6 em correr a poc:;os profundos, que se e c e
c~_ as casas, porque de ordinario manteem-se as espes- sobre os quais se fazem correr vigas d
as das fundagoes (Fig. 8), ou grandes arcos de tijolo, que ressah-arao eXLE:::- -
Quando as edifica~oes tern subterraneo, com 0 piso cerca de 3m,aO.
aixo da terra de qualquer das suas fachadas, procede-se Os espagos vazios de pogo a poc:;o, sob as
com as paredes desse andar, tal qual como procedemos sob os arcos, enchp,m-se geralmenre de ah-e a '3 0---.
com as paredes da caixa de ar Duns casos, e noutros naria, como simples tapamento, se hoo,er p7e ',,-
procedemos como se fossem as paredes de urn res-do- disso, pOl'que se as vi gas ou arcos tocarem 0 -eo_==-
-chao, que mais adiante trataremos. tudo e dispeusado.
As paredes da caixa de ar, tanto as paredes me.~tras,
que sao as exteriores, como as que montam sobre as
"'undaC:;(jes,para suportarem os frontais ou tabiques, de-
,erao ser feitas com alvenaria de pedra e argamassa. As escavagoes dos caboucos sao feitas, como 0
POI' economia deixam-se quase sempre estas paredes gente sabe, com a enxada, e a terra e balde ..
. eriores e inferiores em d~stico, mas 0 seu emboQo e para fora com a pa. Se, porem, as fundac:;oes a 'ncE-
:nui 0 aconselbavAI, para se evitar a aglomeragao de in- grande profundidade, ja esse processo de trabalho ..-:
_ectos e precaver-se contra qualquer infiltra<;ao que de pode ser empregado.
oU uro venha a dar-se.
Tamhem 0 terreno, na caixa de ar, deve ficar com-
e amente limpo, para se evitarem os mesmos inconve-
entes.
A altura da caixa de ar permite que 0 1'cs-do-chao
fique superior 80 nivel do terreno ou da rua, dando a
babitagao a comodidade de estar afastada da humidade,
e as farhadas da edifical,:30 maior beleza. A estetica e a
convenipncia obtidas ao mesmo tempo.
Quando os primeiros pisos dos ediflcios sao desti-
na:los a lojas de comercio, as caixas de ar s6 se cons-
oem quando 0 terreno for muito mais baixo do que
o nivel da rua. De contrario essa particularidade e
inutil.

As fundagoes para edificios relativamente pesados,


devem ser de boas dimensoes, e e par conseguinte
de necessidade serem calculadas. Se 0 terreno e dos

Fig. 7.-PLANTA DE UMA CASA IN1'ERCALAD.1


NUM ARRUAMENTO

Recorre-se para tiragem dessa terras a mag .. ~ ~


adequados, sendo 0 mais vulgar 0 atingo e pra 'co
rilho.
o sarilho e urn eixo de madeira asse te sobTe
cruzetas, com uma currla enrolada em cuja e.s e::::
des se ligam dois baldes. Enquanto urn dos b 'es :::0:_=
sobe 0 outro, pelo enrolamento e de enrollEle=-_
corda.
o eixo do sarilho e provido de qua 0 :0:: _
cruz, para manejo do aparelho. Dois trab
de c~da lado, fazem-no girar.
E de tudos os processos para es e ~ E::"
Iho, 0 melbor, assim como para as ai,e ~. "
Fig. 6. - PIA 7A DE UMA CASA gao, e 0 sem Jim de todos 0 mai reco e_ ~
LYDEPE~-DE TE As roldanas exigem maior es or~
E L E v A o E s
C~CIDA.' em nh-el geral todas as paredes das fun- costando aos edificios vizinhos. ou dam qn 0 ~ "
da e- e da caixa de aI', na altura indicada no se the eucostem. Portan 0 sempre n pr mada.
.<' do projecto da obra, para 0 primeiro piso, proce- As marca<;oes sobre as paredes, a re peito da s ~
~ ao chamado ensoleiramento, que estabelece desse espessuras, limita<,;oes de nembas. ,300 , etc., sao fe'- -
-' el para cima todas as alturas do edificio que se v1ti com a colher de pedreira, em chapadas de argam _~
~__ er. que para esse fim se depositam sabre elas.
POI' meio de urn escantilhao, que e uma rE:1guade Nos nossos desenhos (l{~·.qs. 8 e 9) ve-se toda
e' a. com todas as alturas marcadas, que se coloca ascen~iio das alvenarias, desde as funda~oes ate ao be:-
c'ma da soleira da porta principal, vai-se marcando rado ou platibanda do edificio. Para os coroamentos d~
a alpando todos os nivelamentos da obra na sua fachadas damos tambem a tra<,;ado pratica das fralltiJa.
ora.
As paredes mestras, que SaD de alvenaria de pedra
e ar massa, que se elevam depois de marcadas sobre
- paredes das funda<,;oes, com as suas espessuras pr6-
_ . . apertam om,10 de cada lado e vaG crescendo ate
ao eD"undopisa, onde no nivel do respectivo pavimento
ertam novamente 0"',10 do lado interior, e assim su- A s par'edes mestras que sao as das fachadas principal
ees iyamente ate ao tecto do tlltimo pisa, As empenas (*), e posterior, nas casas providas de empenas, e to-
que podem ser de alvenaria ou de blocos de cimento, das as quatro au mais fachadas, nas casas isolaJas
o me IIl0 de tijolo, apertam a partir de cada piso, om,05 como as moradias, sao, como jit vimos, construidas de
do lado interior, pois que do exterior vao sernpre en- alvenaria de pedra e em alguns casos de al\'enaria de

. _(-
,._._ .
'-'-'T'-'-- .-._.,
tijolo, a mais de uma vez.
Estas fachadas sao cortadas pelos \'aOR de
portas e de janelas, e por outras aberturus,
.tJ",J~ I. I tJn?Jr,,'rp
I
P,'/),r.in, I i J"nd~
consoante 0 projecto da obra.
Quando as paredes saem das fundu\ops. tern
!. N-n,J, P,,'l"e,,'// de ter-se em conta as saliencias, para a forma-
! <,;ao dos sacas e das pilastras, como vemos no
I
I desenho que mostramos (Fi,q. 12), ou, pelo con-
I
trario, deixamos caixas para dar lugar a socos
e pilastras de cantaria (Fig. 15) As dirnensoes
destas caixas sao estabelecidas de acordo com
as cantarias, tudo segundo 0 projecto da obra.
As saliencias dos socos e das pilastras, salvo
motivo eRper,ial do eswdo do arq uitecto, e em
geral de orn,02 ou om,025.
Do mesmo modo, tambem igualmente prati-
camos com as .faixas, que sao saliencias Lori-
zontais (Fig. 16), que tanto podem ser da pro-
pria alvenaria como de cantaria. Os socos sao,
como que urn rodapo, que sohre 0 solo percorre
.! a fachada, e as pila8tras sao saliencias verti-
I cais que partem do soco, comhinam-se com as
I faixas e topejam com as cornijas.
I Os vaos de portas e janelas, que, como ja
i vimos, SaD aberturas nas fachadas, destinados a
of""" •
dar passagem para a interior dos edificios e a
dar luz, ventila<,;ao para os interiores e recreio
para as moradores, e se constroem conforme a
projecto em execuc;ao, sao deviJameute mar-
cados sobre a alvenaria que se eleva. Os vaos
de janelas podem ser de peito, de varanda e de

••
~(J.IJ(J
sacada, tendo estes ultimos as caracteristicas de
portas.
Para a construc;ao dos vaos de portas, dei-
" xam-se geralmente galas de ambos os lados do

Fig. 8. - CORTE DE UMA FACHADA DE/WE


AS FUNDAQOES
que as ,ezes sao feitas com as pedras
_ r6pria al,enaria, devidamente aparelhadas
~-::-~. 11) on de tijolo (Fig. 10).
Fa-a a aplicaQuo de guarnecimentos de can-
:a. deisam-se caixas em lugar de golas, para
~e:-em recebidas as omb1'eiras (Figs. 12, 13 e 14).
Para a construQao de vaos de janelas faz-se I
a ado das suas larguras, tal qual como se i
I
'ca para afl portas, na ocasiao do ensolei-
I
l' ento, como atras dissemos. Ate atingir a
I
-ura do peitoril, que em geral e de urn,90, j
con roi-se 0 pano de peifo de tijolo maci<;o a I
- ~ ·ez. Em edificios de certa importancia 0 I
aDO de peito e construido com 1 \"ez de tijolo, i ,¥",,,,J,,
-ambem maci<;o, para se e\"itar a infiltra<;ao das i
j
, 21las para 0 interior.
a pano de peito nao deve ser de maior espes-
s ra (1), para os moradores poderem vel' sem .
I
i
I
. culdade a via publica. i
A parie superior dos vaos de portas e jane- I
.a_. estabelecida pelo escantilh1io das alturas, I
e ormada pOI' arcos de tijolo ou vergas de betao i
rmado, a fim de suportarem a alvenaria que I
e fica pOI' cima. Quando os vaos SaG rectos e I
-e nao aplica uma verga (2) de betao armado, I
e se constr(ii a arco de ressalva (5), que geral- I
mente e um areo de gear9iio, encha-se de massa
'oda a altura acima do nivel. Este areo concorda
I
i
.
~A'J4r~'-a!
I I I
com as golas, isto e, fica it face do paramento da .Jq".,./"
i i
parede. 1\a parte interior, na restante espessura L._._. .__ . .L . __.__
-i
da parede, comtroi-se um arco plano de tijolo,
nas boas cOllstru<;oes; nas obras de pequena
Fi.'l' 9. - CORTE DE UMA FACHADA ATE
C<ltegoria aplica-se uma pequena padieira, que
mais nao e do que um comprimento de praocha
A P LATIBAN DA
de madeira.
Quando os vaos sao guarnecidos de cantaria,
ambem sabre as OTI/breiras assenta a urga (Figs. 8 e 9). As saliencias dos guarnecimentos sabre 0 fuste da
N U 1"azio entre a 'rerga e 0 area de reslJalva, faz-se parede e de uso serem de orn,O:!.
urn enchimeoto de argamassa a superfieie, para que Em alguns edificios aplica-se nas fachadas forro de
sobre a cantaria jit ressalvada pelo arcu, nao incida cantada, e nesse caso deixa-se a alvenarla mais estreita
qualquer peso que a quebre. para dar lugar a espessura das pedras.
Quando os yaOS possuem em lugar do arco de res- Depois das soleiras assentes, assentam-se sobre elas
_aha uma yerga de betao arm ado, deixa-se ficar nesta os socos ou simplesmente as ombreiras, que pOI' sua
e do seu lado exterior ou cabe<;a, uma caixa ou rebaixo vez recebem as vergas (4) .
• ara dar lugar a verga de cantaria (Fig. 2()). 0 que se Em algumas edifica<;l5es deixam-se, as vezes, as
- ssa com os vaos rectos passa·se igualmente com os soleiras entaladas entre os socos. Isto e apenas uma
aos de volta ou de arco. forma de COnStrll<;aO, sem qllalquer ioteresl:'e de maior.
as e~pa<;os entre os vaos, nas fachadas, designam-se Alem das portas e janelas. mais aberturas camp 1'-
mhos ou machus. tam as paredes exteriores, como sejam as frestas e os
a aSSl'ntamento das soleiras, sohre os elegimentos mezanino.~.
_i os com duas pf\dras, uma em cada extremidade do As frestas sao. em geral, pequenas janelas, umas
-0, e cobertos com argarnassa sabre a alvenaria, deye vezes de formas rectangulares e outras de formas cir·
~erxar urn espa<;o entre a soleira e a alvenaria que Ihe culares, que nestes caws tomam a designa<;ao de oculus.
::::ca pOI' debaixo (Fig. 21), denominado ali1;iado ou Tambem se design am frestas, nmas estreitas aber-
'0. que s6 se enche de argamassa a superficie da
ede.
r'obre 0 pano de peito ou parapeito, assenta-se 0
(1) Os servi~os de incendio nao concordam COlD g:r=
_ ':qri!, de cantaria, que como as soleiras, silo assentes pessuras de panos de peito, para se poder fazer 0 la 93 e::-
-~obl'e eleg7'mmtos, ficando com 0 respectivo ali1;iado, eseadas em caso de sinistro.
'::. e e tapaJo igualmente como ja descrevemos. (2) As vergas de !,etao arm ado thl-se geralmene
nitas vezes em lugar de guarnecimentos de can- frances de lintel, por negligencia de tradu~ao.
(3) Os arcos de ressalva tarnbem tiveram em em.
-a. aplicam se guarnecimentos de betao ou qualquer na~ao dc archeus.
- - - _3 ou ajnda apenas fingidos com 0 reboco. (4) Ver 0 Caderno ObI-as de Cantaria.
iJ·J~;·1
y•• tJI.:Ja-.4

I -,-
~-.:p,~

J'bkf,.."
~
- ::.'[';"- AL <;:ADO
;:;~~jy. r•• 41 lijclo

Fig. 10.- vios DE PORTAS E JANELAS


(Al~ados e Planta .•) - Golas de tijolo

do Renascimento, SaD umas jauelas de pe-


quena altura, dispostas num piso superior
ao andar nobre, que tradicionalmente e 0
primeiro andar dos palacios e edificios so-
larengos. A sua construc,;ao na al venaria
e em tudo identica a das janelas vulgares.
Nas jauelas das casas de subterriineo
que actualmeute se denominam caves, e
nas fre.stas desses mesmos pis as, nao se
deixa em geral pano de peito. A alvenaria
cresce ua sua pr6pria espessura, ate it al-
Fig. 11.- vios DE PORTAS E JANELAS tura do peit01'il au quase ate a essa altura.
(Al~ados e Plantas) - Golas de alvenaria Umas vezes forma urn parapeito horizontal
e outras urn chanfro ou esbarro (Fig. 18).
Para a res salva de vaos que se abrem
as deixadas nas empenas, para entrada de luz em em paredes de alvenaria existente, e muito pratica a
apo entos iuteriores. aplicac,;ao de vigas de ferro 1, devidamente calcuJadas
as mezanino8 que nos vieram da arquitectura italiaua para 0 suporte da carga que sobre elas incidira.

fi'ig. 12.-PAREDES DE ALVENARIA DE PEDRA


(Cunhais, Pilastras e Enchal~os)
r~M~ d'4
50/e;rp-
t4rnk
I

Fig. lB.-PAREDES DE ALVENARIA DE PEDRA


(Gavet08, Cunhais, Golas e Enchalyos)

mentos de aresta, no caso que a obra comporte esses


guarnecimentos, porque em certos projectos as arestas
sao arredondadas em massa.
Os enchal<;(osdos vaos de porta tern, qnanto 11.0 pavi-
mento a seguir a soleira, a designaQao de limiar.
E, claro que nem todas as obras tern grandes enchal-
<;(os.As vezes mesmo, os enchalQos tern os seus rasga-
mentos e voamentos em angulo recto, e em al$umas
constru<;(oes hit rasgamentos, mas nao voamentos. E tudo
questao do genero de obra a realizar. No entanto, de
Urn modo geral todos os vaos, quer de janelas quer de'
portas, devem tel' os seus enchalQos bem equilibrados.
Fig. 15. - PAREDl£S DE ALVENARIA DE PIeDRA
(Alyaclo e f'lanta com caixas pU1'a socos e pllastras) ~

A os espa<;(os entre as espessuras das paredes e os


parapeitos das janelas ou vaos de portas, d~i·se 0
nome de ellchal<;os ou enchalces. 0 r-asgamento das pa-
OJ OJ D
-;:;:=-

IDJ
redes, des de 0 parapeito ate as aJ'estas e a abertura do
vao pelo lado interior.
Os tectos dos enchal<;(os, ou sejam os seus s6fitus,
em tambem 0 seu rasgamento ate a aresta, que se I I I r -
IOJ
denornina voo ou voamento.
As arestas, tanto do rasgamento como do voamento, Fig. 16. - FACHADA E EMPENA DE UJfA EDIFlC.J..';.;'.r
devern comportar tacos para a fixa<;(aodos guarneci- (Socos, faixas, pilast1'as e ciITUllhas)
Fig. 17. - PORTA.IS EM PAREDES INTERIORES DE TIJO[,O
(A. Esquerda vao com areo de tijolo; a Direita vao com verga de madeira)

Para se obter 0 bOIll equilibrio dos rasgamentos, e sidades, san sempre construidas a 1 vez de tijolo fura =:
mister considerar uma linha do eixo do vao, e estl!bele- (2 furos), se as cargas sao pequenas, mas se tern ~=
cidas as distancias de cada lado da Hnha do eixo para suportar vigas ou lages de betao armado, constroem·~=
a golas, da-se para alargar 0 ras~amento a medida com tijolo maci~o. Em certns trabaihos eonstroern-se -'"
mais conveniente; e na linha do paramento interior da paredes a 1 vez de tijolo. com tijolos maci~os no ~e::--
parede. da-se de cada lado da linha do eixo 0 respec- ticlo transversal. os travadouros. e eom tijolos furad
'vo comprimento, que se marea no chao. no sentido longitudinal. Da-se a esta forma de co "-
Nas Figuras 10, 11, 12 e 13, mostramos a forma dos truir a designa<;ao de tijolo misto.
enchal~os, tal qual se c:ostumam construir. Os panos de tijolo a cutelo san aplicados Das dj"';-
s6rias de retretes, vestiarios e outros tabiques que •
suportarn peso algum ou nao chegam aos tectos.
Os frontais que meden .. orn,23 em tosco (1 VPZ de -=.
jolo) e os tabiques que tAm em tosco 0"',11 e om.O:-
san assentes sobre as fundaqoes no seu eixo, e e::-
As paredes interiores sao construidas pel os Vill'ios vam-se ate ao nivel do vigamento ou de placa de be--
processos, mais ou munos conhecidos. Quando as armado, que forma 0 piso do andar superior, e sem,.:::
al edes interiores tern de suportar cargas de pavimentos assim ate 0 ultimo andar do edificio.
:nperiores, ou servirem de limite a corpos distintos da
edi£.ca<;ao, CODstroem-;.e paredes de alvenaria de peclra
arganwssa. As caracterlsticas destas paredes san as
::lesmas de todas as al venarias.
_-a con::-tru<;(')es aotigas as paredes divis6rias eram
os ontais e os tabiques, cuja estrutura era de madeira.
eroa1mente esses tipos de cODstruQao esElO pratica- Q UANDO as paredes atingem mais de 11I1,40 ja 0: :::
dreiros nao podem trabalhar, porque lhes fa~
~:e po tos de lado (,..). 86 em casos de ordem l'spe- altura n ecessaria. Come~a-s e pOl' isso a arma<;ao
a:'nda se constropm. andaimes.
~s divis6rias que tern de suportar cargas maiores, A travessam·se na parede que se constroi un L_-
~ co truidas a 1 vez de tijolo e correspondem aos vessanhos, que se apoiam nas suas extn ..ruidatles IE'~
::;.ro=. e as de menor esforQo sao construjdas a 1/2 vez prumos assentes no chao, espa<;ados de 2"',00 em 2-,( _
:::: "00 e correspondem aos tabiques. As divis6rias de Os prumos devem comportar a altura necessaria p ~
:::::-.: r s'rnplicidade san construiclas com tijolo a cutelo. se chegar ao fim da parede, isto e, ao seu ponto '"
.-=..ss-m no no~so desenho (Fig. 6') indicamos as es- alto .
:::='" - '" das paredes divis6rias.
~soes principai da construQao, as paredes que (*) Ern outro Caderno desta Eneiclopidia serao estud2:dc.;: -"
da e'cada e ouo-as, conforme as neces- Frontais, Tabiques e outras eEtruturas de madeira.
Quando os vaos sao relativamente estreitos, nm 0-
queno arco resolve 0 caso, e nas ob1'as de pequena c -
tegoria uma simples verga de madeira e mais qne sufi-
ciente.
Esta verga e sempre picada com um bico da enxo
nas suas duas faces, para melhor se Ihe agregar 0 rebaco.

1l/"etu:zrtR
eme/~vafQo

Co'~apgm /1r •.tt'",


RomlJr€ira
d~~~,,70na· ~u~Qr~':""b~/'"

Fig. 19- CORTES DE VERGAS


A) Corte de arco de t1jolo e pad£eira; B) Corte de verga
de betao armado

Nos areas de tijalo e nas vergas de betaa armada e


.1 lar~ura do andaimo, que e 0 comprimento dos tra- conveniente aplicar alguns tacos, para a fixa~ao do-
,essan has, serit de mold(~ a dar lugar a duas tabuas, guarnecimento~. 0" nossos de,;enhos (Fig. 17 e 22). e -
cerea ue om,;30 des \'iadas da parede, de cad a lado delas. clarecem bem as diferentes sistemas de construir p01·tais.
Estas tabuas que sao vulgares tf\m geralmente om,20 au Junto ao nivel das pavimentos tambem se aplicam
om,25 de [argllra e ficam prej;,adas nos travessanhos, tacos, para a fixa<:ao dos roda-pes, caso que ja tratamos
que par sua vez SiLO pregados nos prumos. noutro Caderno desta Enciclopedia.
A parede vai subindo e novo piso se da ao andaime
ate se terminar. De prumo a prumo, prega-se pela al.
ura de om,90 uma costane£ra, tabua estreita, que serve
para amp<lro dos operarios e que e 0 guarda-costas.
A subida para a andaime e
feita par uma prancha OBEDECENDO a determinados projectos, aplicam-se al-
de maddra, as veses constituida pOI' duas tabuas, com gumas vezes nas fachadas dos edificios ext en 5es
ripas ou serrafos atravessados, como se fossem degraus, de tijolo a vista. Os tijolos para este genera de trabalho
para facilitar a subida. Esta pranchada e preferivel a san de esmerado acabamento, e pel a sua fabricaQ3.o te
urna escada que torn aria dincH a circula~ao do pessoal. o nome de tijolos p1·ensados. As suas dimensCles san as
Os buracos que serviram de lugar aos travessanhos, vulgares, de om,~3x 0"',11 x 001,075. Os tijolos prerrsa-
0- huei'l'os, san no final da construc,;iio da parode tapados dos sao maci~os.
com-enientemente. Nos muros de veda~ao 0 seu emprego e mnito n a 0
e ohtem-se com eles urn born aspecto.
Nalgurnas obras ap1icarn-se tambern tijolos de b
vidrado, de cores, 0 que dA as obras um cunha pi oresco.
Nas constru~oes de tijolo a vi.~ta quando come
TbI a designa<:ao geral de pat·tais todos os vaos de sezonar a argamassa, e conveniente fazer a 1:illcag_
portas das paredes interiores. As suas larguras on refrechamento das juntas, para se evitar a pe eu -
-·0 marcadas sohre as paredes das funda~5es, e as suas ~ao da humidade na parede, a1em de se consegu' as.=
ras sao tiradas com 0 escantilhao das alturas de melhor efeito decorativo. Para se obter este se . 0 C
a a construQao. mec;a-se par faller a limpeza das juntas. 0 qne s
.:l ombreiras san formadas com as tijolos bem com- com um pequeno ponteiro de madeira. e se usass
:.-.- do , ate a altura das vergas. Em toda a altura das ponteiro de ferro danificavam-se as arestaS dos .-
.2 reiras serao dispostos alguns tacos de madeira, para o que era prejudicial e puliam-se, nao permi - 0 _
~= 1'azer neles a fixaGao dos guarnecimentos de madeira. argamassa se l1es aderisse.
.\ ,erga' destes portais au vaos de portas interiores, o refrec1amento das juntas prop ia 62-
- ~ :n ser can tituidas par vergae de betao armada, se feito com um pequeno ferro com a ex eIT!
c do ,ao e as'az ·-'rande. au par arcos de tijolo para melhor se recalcar a argama_sa d " j
.:...cila mill 0 ba' a, cnja diferen<;a de nivel e cheia A ,incagem pode dei:s:ar as jll
aspec 0 c6nc-avo an., e 0 rec' s.
p o R M E N o R E
SOB esta designa<;ao agrupamos uma. serie de trabalhos qual se desenbam frontoes triangu.ares e c ~:- _
complementares, da alveuaria uns, e seus resultan- forma elegantissima (Fig. 1).
-es outros. Trabalha-se esta regra de curiosa maneira:
Todos eles ficam bem esc1arecidos, e aqueles que Estabelecido 0 comprimento do frontao A·B. -
ecessitam de tra<;ados especiais Him-nos aqui bem ex- linha superior da cornija, traGa-se uma linba per 2::' -
os os, como convPID. cular pelo eixo C da linha A-B. Desse centro' _
Ha, porem, uns especiais pormenores, que tanto di- do lado inferior urn arco de circulo de A para B. =
zem respeito a trabalbos de alvenaria como de cantilria, tocando ua linha do eixo da 0 ponto D. De D ce •
sendo mesmo neste material que eles tern mais aplica- de A para B superiormente urn arco de cirrulo. . =
«;80 logo as reservamos para as Cadernos de Obras de passando peJa linha de eixo, da 0 ponto E, que e - --
Gantaria. tura do frontao.

o frontoes que alguns edificios comportam como


coroamento, e que nas obras de elevado pre<;o
cao de c<lntaria, tambem podem ser construidos de al-
,enaria. As saliencias podem, como ja vimos para as
,ulgares cimalhas ou cornijas, ser construidas de tijolo
revestido de rebouco, com as molduras corridas como
e \OlgaI'.
as fronWes tern a sua origem na arquitectura clas-
ica, e podem ser construidos com as formas triangular
e curva.
Para 0 seu tra<;ado, conquanto baja absoluta liber-
dade na sua execu<;ao, demais a mais na arquitectura
chamada modernista, deixou 0 famoso arquitecto ita-
liano Sebastiao Serlio (;;) uma interessante regra, pela

Fig. 21.- VAG DE PORTA


(Alyado, Planta e Corte)

As molduras do frontao san as mesmas da


sobre a qual assenta.
Nos vertices dos frontoes triangulares co
em muitos caSOR, peanhas ou plintus, a que := •
nome de acroterios, para comportarem figuras on :- -
A parte triangular dos frontoes, entre a
duras, onde no nosso desenho marcamos a le ra C.
de ordinario fica na prumada do fuste da pare

Fig. 20. - vlu DE JAiYELA


C~) Sehastiiio Serlio viveu a grande epoca do Re....l1.R:i.::=:::Jl
compartilliou da gl6ria de Vignola, Paladio, .Miguel-: -;-~
(..dJ~!1do e C01'te) tantos outros.
alcado da obra, e que pode ser liza ou decorada, deno- Quando as pila-tras e a_
mina-se timpano. os fustes das paredes, po co
Este timpano, mesmo que as molduras se.iam de cau- nam-se pilastras adoyadas.
taria, pode muito bem ser de alvenaria e rebocado. es- As pilastras quando coos ui
boCado e estucado, ou revestido do mesmo reboco apE- das fachadas, perdem urn terl;0 da sua a:.-
cado em toda a fachada. Assim, pOl' exemplo, se as pila:- as
gura om.60, ficam no caso apontado s6 com
A principal missao das pilastras nas facha as
vidir as difereotes corpos dos edificios e quando
saliencia ou balan~o e assaz grande, dar-lhe- 0 " e
As platibandas que tambem usam a designa~ao de de 1'0 bustez.
As pilastras podem tomar as mais variadas fOr::::J •
aticos e acroterios, podem ser construidas de tijolo
furado. As suas espessuras, qUA sao variaveis, podem de acordo com 0 projecto da obra, serem Ii as, c ~-
utilizar os tijolos a ~he a UrDavez e ate alvenaria. Todo das, refendidas e rematadas pOl' capiteis.
este ass unto ja foi tratado quando estudamos os Mar/ei-
ramentoB e Telhados ( ••), e voltamos a falar deles, porque

AS remates das fachadas sao quase sempre come",


dos pOl' cornijas. Estas molduras podem se
rancadas das Ordens Arqu£tect6nicas, ou serem sim ~e:-
mente salieucias au sacadas de concepctLO mode .
Tudo depende do estudo do projecto da fachada.
As cornijas ou vulgarmente cimalhas, podem sa::"
c·onstruidas de cantaria uu de alvenaria, onde predo .
o tijolo, que muito facilita a corrimento das mold :r ".
No nosso desenho (Fig. 23) mostramos dais tipos ~
cimalhas em parpdes de alvenaria de pedra, mais
menos baseados no estabelecido de antanho. mas L S
estudos de Madeiramentos e Telhados apresent-am ~~
de sabol' moderno e ligeiro.
o balanc:o das cornijas, saindo do Classico o::e
comportar as dimensoes que se desejar.
~e SaG construidas de alvenaria, da se as pedr
aparelho tosco e aproximado das mnlduras, e se 30':~
tijolos dispoem-se e cortam-se estes na melhor or e~
Depois vem 0 reboco, COl'rem-se os moldes e tudo _
correcto.

Fig. 22. - v.io DE PORTA E DE JANELA


(Alt;ados e Cm·tes)

as platibandas sao os terminais 16gicos das fachadas


(Pig. 9) que se nao encimam pOl' beirados.
As platibandas concordam com as cornijas ou cima-
Ihas e com as pilastras, mantendo-lhes as linhas, con-
soante 0 estilo arquitect6nico do edificio.
Em obras de certo caracter, tambem se fixam figu-
ras ou vasos ornamentais sobre as platibandas.
Aparte 0 projecto da obra, a altura normal das pla-
tibandas em casos correntios vai de om,70 a 0"',90.

s pilastras, que sao saliencias verticais nos fustes


das fachadas, sao nas obras de categoria, cons- Fig. 23. - CIMALHAS E PLATIBANDA.S n;LG~~-
-mdas de cantaria. Quando nao SaG deste material, sao,
como se deduz, da pr6pria alvenaria (Fig. 12). A) Construt;ao de Alvenaria de pedra; B) Constr1.J¢o
.dS pilastras, tal qual como os socos, as faixas e as
has, podem tel' as saliencias que se entender.
M u R o s
E~'IRE n6s a df\signac;ao de muros s6 a atribuida a pa- quando nao a feito simultaneamente, a medida que se
redes que nao fazem parte de edificios. Assim, eleva 0 muro.
en 0 deste principio temos os muros de veduc:ao, de Quando os muros tem capeamentos moldurados, pre-
SD orte de terras, cortinas, muretes, guardas de pontes, param-se as respectivas carceas de madeira para se
a ascadarias, ate. fazer 0 perfil com argamassa, correndo-as em toda a
A construc;ao dos muros obedece aos mesmos princi- extensao do muro, depois de previa mente deixar a ca-
pios da construc;ao de todas as paredes, e as alvenarias mad a de argamassll julgada necessaria, sobre e em torno
para a sua formac;ao, sao exactamente as mesmas que se do tijolo ou da pedra.
n 'lizam na construc;ao das paredes dos edificios.
Apenas variam as argamassas, quando se trata da

as muros de suporte sao, como 0 seu nome indica,


destin ados a suportar terras que encostam ou fi-
cam sobranceiras a qualquer pJ'oprieJade, e sao cons-
truidos de alvenaria de pedra e argamassa de cimento
a areia, £10 trac;o de 1 : 4.
Estes muros podem tel' 0 seu paramento livre, per-
pendicular ou com jorramento formando talude. Para
que a resistencia dpstes muros seja eficaz, e mister oar- .
-lhe certa espessura. Os calculos de resisWncia assim
o indicam como e 6bvio. Porem, como tratamos os temas
praticamente, dam os a forma corrente da construc;ao de
muros de suporte, que podem resistir sobejamente aos
fins para que sao construidos.
Muitas vezps constroem-se os muros de suporte com
Fiq. 24.-DIVERSOS PERFIS DE MUROS o paramento livre perpendicular, e com 0 tardoz em
A.) Muro de crista; B) Muro chanfrado; C) lYluro redondo; jorramento. enquanto que em alguns casos 0 seu perfil
D) Muro boleado mostra jorramento em ambos os paramentos.
Os nossos exemplos tratam muros de suporte com os
paramentos da frente, perpendicular, um estudo, e com
construc;ao de muros junto do mar, como muralhas de jorramento, outro.
diq ues, cais, etc. Na construc;ao civil propriamente dita Em ambos estes problemas a construc;ao dos seus
os muros sao iguais as paredes, no fundo uma e a mesma tardozes a feita em forma de degraus, 0 que muito fa-
coisa, apenas questao de nomenclatura. cilita a sua elevac;ao, em face cie terrenos movedic;os.
e os muros sao destinados a receber s6cos de can- Eis a forma apreciada para os muros que se elevem
taria, a conveniente deixar na sua espessura a res pec- ata 3m ,OU de altura. pouco mais ou menos, aparte ({ual-
',a caixa ou rebaixo, para se fazer esse assentamento, quer calculo estudado. lsto e urn sistema pratico e de
bons resultados.
Constroe-se uma fundac;ao de 2m ,00 de espessura e uma
altura de om,60 a om,80, sobre a qual se eleva 0 muro
com 0 aperto de ambos os lados de om,20, 0 que the da
a espessura de IID,60.
Com om,80 de altura 0 muro aperta, no seu tardoz
om,40, crescendo em seguida com IITl,20 de espes:mra
ara atingir mais om,80. Ai novo aperto de 01ll,40 e fica
com a espessura de om,80. Sobe-se mais 01ll,80 e aper-
ta-se mais OlD ,40.
Depois sobe 0 muro ata alcanc;ar a superficie que se
suporta, com 01ll,40 de espessura. Este e 0 caso do muro
de suporte com 0 paramento vertical (Fig. 27).
Do mesmo processo faz-se a construc;ao dos muros
com jorramento no seu paramento principal (Fig. 26).
Este estudo adapta-se a urn muro de 2m,6U ou a qual-
quer altura que convenha, dando-Ihe em geral urn jor-
Fig. 25.-DIVERSOS PERPIS DE MUR()S ramento de OID,20ou 0"',30.
th eapeamento recto; B) Muro de capeamento chan- Quando estes muros amparam terrenos sabre a via pu-
I JI 0 de cn'sla aceolada; D) Muro de capeamento blica, tambe:'m se designam pOl'cortinas, especialmente S6
e [aixa sao encimados por gradeamentos ou muretes de resguardo.
l[ ROS DE VEDAQAO -.!'-.~"--,f-_._If~_ -t ~~o. i-:~"-.~~.-ti
o muros de vedaC;ao que, em geral, sao construidos
como todas as paredes de alvenaria, de pedra e
n.

'--:i:
c.:"2aIIlassa, de cal e areia ou cimento e areia, sao em
=: 'm propriedades construidos de pedra seca, e outras
.eze' tomam-se as juntas das pedras nas faces dos pa-
::a:nentos, com argamassa, ficando interiormente a alve-
inSORsa.
·

.
I
-i'
Tambem em muitas casos os muros de pe(b'a solta t '
.0
~o emboc;ados e rebocados nos seus paramentos, 0 que I
r..

e \-ale uma certa seguranc;a. ()~


.01 •
Os mU1'OS de veday170 quando construidos de tijolo, C).
com as espessuras de uma ou meia vez, sac desigoados
cortinas, e quando sac de pequena altura tern 0 nome
mnples de muretes. t~
...
Os muros de veda~ao podem ter os mais variados
pedis e ter os remates mais convl:'nientes (Figg. 24 e 25).
I

().
Ill'
·,

As fundaGeles para estas paredes obedecem aos mes- Q.

os preceitos das restantes obras de alvenaria, s6 sendo


menos profundas se sao para muretes ou delgadas cor-
nas.
Entre os coroamentos destes muros, que podem ser
construidos a vontade, dois tipos ba que marcam indi-
ca~Oes.
Se 0 muro termina em chanfro, mostra que e per-
-encya da proprieJade para cujo lado baixa, se termina 2.00 -----------~_+--+
em crista C'), isto e. se comporta urn chanfro para cada
lado, diz-DOSque e de constru~ao mea, que pertence aos Fig. 27. - CORTE DE MURO DE SUPORTE
proprietarios cujas propriedades separa. Se terminam DE PARAMENTO VERTICAL
arredondados ou capeados sac de constru~ao neutra,
Estes muros poderao ser de pedra, de tijolo rebo-
cado ou de tijolo a vista e poderao ter socos e capea-
mentos de tijolo, rebocado ou a vista, ou ainda de can-
taria.
Se se trata de cortinas de meia vez de tiJolo em
grandes extenseles, e conveniente construir uma especie
de pilares a 1 vez ou 1 e meia vez de tijolo, espa~ados
de 3"',00 em 3m,00, para Ihes dar a necessaria robustez.
Estes pilares que fazem parte integrante do muro, po-
dem ter a sua termina~ao em ponta de diamante ou
coroada de qualquer forma (F!:g. 28).
Alguns muros de veda~ao atingem apenas uma pe-
quena altura, geralmente convencionada, que e coberta
com um capeamento a maior parte das vezes, recf'bendo
superiormente urn gradeamento de ferro au mesmo de
madeira, que corre entre pilares (Fig. 29).
Em geral os gradeamentos s6 sac aplicados nos
muros de veda~ao, que separam as propriedades das
vias publicas. Quase sempre estas veda<;eles tomam um
aspecto rico ou pitoresco, consoante 0 local on de sao
construidas, de acordo com projecto da casa que se
constroi ou com as posturas municipais.
Os muros de veda<;ao quando construidos para sepa-
rarem duas propriedades, chanfrados superiormente
para os dois lados, sac chamados vulgarmente muros
de duas aguas.
Nas composi<;oes decorativas dos muros de veda-
I;ao, que enfrentam a via publica, tambem as .ezes sa

Fig. 26. - CORTE DE MURO DE


LPO~T£ CuM JORRAMENTO
u 'lizam tijolos brancos, silico-calcareos, e tijolos de ci- emprego e dado aos fragmflntos de pedra e aos escaci-
mento branco. lhos de ti.Jo1o, que s6 se devem aplicar nas paredes de
As combinaQtles de tijolos de cores sac urn motivo encosto e noutras de somenos importlincia.
decorativo de primeira ordem, para este genero de
construc;ao.
Os muros de veda<;ao tambem podem 8er construirios
de perpianhos e de blocos de cimento, sendo nesteR
casos rebocados com argamassa de cimento e areia ou
DENOlVIINAM-SE geralmente enrommento8 os empedra-
cal e areia, como melhor con vier .
'\ os muros de certa catpgoria utilizam-se os tijol"s dos de rampas ou ribanceiras e socalcos, para se-
prensados de burro vulgar, cujas juntas poderao ser
guranQa das terras nos terrenos de aluvElo e outros, em
tomadas no refl'echamento, com massa colorida e outras que a ameaGa de escorregaruento e patente.
Estes pmppdrados inclinados sac quase sempre cons-
,ezes com cimento branco.
truldos de pedras soltas, com as juntas tomadas com
argamassa, as vezes de cores. Em certos taludes, porem,
as pedras sao dispostas com argamassa, como se fosse
uma alvenaria.
As pedras aplicadas nestas obras, que sao fragmen-
U:1I das vulgares cortinas. muros de vedac;ao e mu- tos irregulares de aparelho poligonal, dao-nos 0 opus
ros de suporte. constroem-se pOl' vezes certas in8e~·tum dos Homanos no sen aspecto.
aredes de~tinadas a varios fins, quase sempre de ordem Vulgarmente a estes empedrados da-se a designa<;;ao
e perial, como paredOes ou muralhas, que mais nao sac de rustico, devido ao aparelho do facetamento das pedras,
o que paredes grossas, paredes duplas e paredes en- como sucede com os envazamentos dos muros em que se
costadas, etc. aplica tal sistema de trabalho.
Algumas obras que comportam os muros de grande Na constru<;ao de taludes em locais urbanirados, e
e"pessura, sac construldas na sua totalidade par gran- costume dotal' superiormellte 0 enrocamento, com urn
es blol'os de cantaria, au simples ppdras de aparelho capearnento de pedras aparelbadas rusticamente tambam,
'" .co, fazendo uma alvenaria quase que cic16p,ca, em e integrado nn. pr6pria alvenaria. ,r;.~
oe a argamaRsa de cimento e areia tern grande apli- Em certos enrocamentos, especialmente nos jardins,
C;8.0. Os perpiunhos tern nestas muralhas adpquado e tambem costume deixar entre as pedras as juntas
na-ar. largas, onde se disptle relva, chorao ou qualquer outra
Em todos os tipos dos chamados paredlJes, pequeno vegeta<;ao.

1
I
i
ENCICLOPÉDIA PRÁTICA
8 DA CONSTRUÇÃO CIVIL

PAVIMENTOS
DIVERSOS

S U M Á R I O :
PRELIMINARES — MASSAMES — FORMIGÕES — BETÕES — BETONILHAS
— PAVIMENTOS SIMPLES, HIDRÁULICOS E CERÂMICOS — ESTRUTURAS
— LAGENS — PEDRA SERRADA — REVESTIMENTOS — CALÇADAS — 26 F1G.

EDIÇÃO DO AUTOE
F. PEREIRA DA COSTA
DISTRIBUIÇÃO DA PORTUGÁLÍA EDITOEA
PREÇO LISBOA PREÇO
' 'i?
-
18 1
ENCICLOPÉDIA PRÁTICA
DA CONSTRUÇÃO CIVIL
TESTO E DESENHOS DE F. PEREIRA DA COSTA
18
PAVIMENTOS DIVERSOS
A LÉJÍ dos pavimentos de madeira, são muito usados A preparação dos terrenos onde se devem construir
nas nossas edificações os pavimentos hidráulicos, os pavimentos, é tema que muito deve ser tomado em
ceriniicoi e outros, constituídos pelos mais diversos ma- boa conta pelos construtores, a fim de se evitarem os
teriais. assentamentos, as aberturas de fendas, os escorrega-
Os soalhos de madeira, desde os mais modestos até mentos e outros prejuízos de menor importância, mas
às ricas parquetas de caras madeiras exóticas, foram sempre fatais, que se observam em tantas obras.
tratados no Caderno n.° 7 desta Enciclopédia. Agora Os pavimentos de pedra também são apresentados
vamos estudar os restantes tipos de pavimentos. com copiosa soma de bases preceituosas, sempre conve-
Fazemos os estudos pormenorizados dos pavimentos nientes aos estudiosos da Arte de Construir.
adequados a cozinhas, varandas, terraços, casas de ba- Se nas fundações reside a boa resistência das edifi-
nho, átrios, ginásios, saguões, etc., etc. cações, é nos pavimentos que se demora o bom equi-
Trataremos dos materiais que entram na construção líbrio de toda a obra.
dos sobrados dos edifícios e seus anexos, com o desen- Mas ainda temos a considerar, fora dos pavimentos
volvimento conveniente e dentro dos princípios práticos dos andares das habitações, as coberturas dos edifícios,
qae regem esta publicação. que não formando telhados são construídas por placas
Entre os estudos que se tratam presentemente com de betão armado, de tijolo, de abobadilha ou de outro
desenvoltura, citaremos os massames, as betonilhas, os qualquer material apropriado a esse fim.
lajedos e todos os sistemas de pisos que é mister conhe- Trata-se de uma obra ao ar livre tal qual como um
cer para se obter uma boa execução. vulgar terraço.
De entre todos os pavimentos, os de pedra pulida são O estudo dos pavimentos necessita de atenção, e por
os de maior ostentação. isso os vamos pormenorizar conve. ientemente.

K.JS
: - DE TIJOLO REBATIDO Fig. 2 — PAVIMENTO DE L AG E DO

— l—
PAVIMENTOS DIVERSOS

P R E L I M I N A R E S
ARA a obtenção dos bons pavimentos, livres de assen- pelo menos aproximadamente (Fig. 6), para que a cons-
tamentos e escorregamentos, é conveniente que trução seja regular e se evitem os inconvenientes que
logo no início se prepare o terreno, limpando-o de prejudicam, por via de regra, esta espécie de trabalho.
ervas, lixos, entulhos e demais impurezas. Todos, mais ou menos, têm reparado em muitas be-
Para um pavimento vulgar sobre o nível do terreno, tonilhas e outros tipos de pavimentos, que pouco tempo
destinado a veredas, corredores e passagens, sem calce- depois de construídos racham em vários sentidos, abrem
tamento, bete-se toda a superfície a maço. muito bem largas fendas e abatem assolapadameme.
batida e regada com água limpa. Seguindo as indicações que descrevemos, todos es-
Depois espalha-se por meio de espalhador uma ca- ses inconvenientes não se manifestam.
mada de areia amarela ou de saibro. Descritos estes princípios preliminares a respeito dos
Para uma vereda ou corredor de muita passagem, é pavimentos térreos, falta-nos apenas acrescentar algu-
preferível aplicar sobre o terreno batido e regado, uma mas palavras sobre os terrenos rochosos.
camada de saibro que também se deve calcar bem e Se tivermos de construir pisos sobre rochas, come-
molhar. Só depois da camada de saibro, se deve aplicar çaremos por roçar tudo o que estiver acima do nível
a camada de areia amarela. indicado, para receber o material próprio. Se, porém, a
Para os pavimentos térreos gozarem de boa estabi- flor dos rochedos nos ficar abaixo do nível preciso, lim-
lidade, iniciam-se os trabalhos da sua preparação pela pamos todo o terreno e vazamos-lhe em cima betão ou
abertura da caixa. formigão, conforme o que tivermos de utilizar na obra,
A caixa não é mais do que uma escavação, aberta até obtermos a superfície conveniente, embora se possa
no terreno, com as dimensões a ocupar pelo pavimento só aplicar uma pequena espessura.
(Fig. Ò), e é fròpriamente a base de toda a obra. O desaterro para a caixa dos pavimentos térreos, é
A caixa é sempre precisa, quer o pavimento a cons- em tudo análogo àquele que se faz para as caixas de ar
truir seja uma calçada, um massame. ou qualquer outro. dos pavimentos de madeira.
A profundidade da caixa é aquela que se julgar ne-
cessária, pelo menos, para caberem as camadas de terra
indicadas, o formigão e os outros materiais que formam
o piso que se pretende construir e que ficam à snperfí-
cie, até ao nível preciso para a linha superior. ENCHIMENTO DAS CAIXAS
Se o terreno onde se pretende construir o pavi-
mento, já estiver abaixo do nível que ele deverá ter
depois de pronto, observa-se se a altura que mede é a \ BERTA a caixa para o pavimento, calca-se em pri-
conveniente, ou se teremos de cavar mais alguma coisa. ** aeiro lugar todo o terreno, a maço se a superfí-
o que faremos de acordo com o escantilhão que já pre- cie a pavimentar é pequena e a cilindro se é grande,
parámos. e molha-se totalmente toda a extensão.
O escantilhão de que falamos, é uma ripa onde se Condoída esta primeira fase, vaza-se lhe uma ca-
marcam, com dentes, as diferentes alturas das camadas mada de terra, que também se calca e molha e, se for
de material que havemos de aplicar no trabalho. preciso, porque a caixa ficou funda em virtude do ter-
Se o terreno estiver muito mais baixo do que a al- reno não ser resistente, adiciona-se-lhe uma segunda
tura que a caixa deveria ter, teremos de alterar por ca- camada de terra, que também, é claro, se molha e calca.
madas sucessivas, e sempre batidas a maço, de terra Toda a água a aplicar deve ser potável e limpa.
sólida e limpa (Fig. õ). Terminado todo este aterramento, aplica-se uma ca-
As camadas de terra deverão ficar sempre mais ou mada de brita, devidamente lavada, para ficar livre de
menos niveladas, para evitar escorregamentos (tig. ô). argila e de outras matérias inconvenientes.
Também, se o terreno for mais baixo do que o nível Sobre a camada de brita, de cerca de Om.G7 ou Om,08
a que deverá ficar o piso, mesmo na altura piópria da de espessura, assenta-se o formigão ou o betão nos seus
caixa, mas se estiver desnivelado, é mister nivelá-lo, traços e espessuras convenientes.

15NEL DO PAVIMENTO

CAIXA

^ç^ss^jr^g^^s^SP^E^^

Fig. 3 — CAIXA P ABA O PAVIMENTO

— 2 —
PAVIMENTOS DIVEESOS

liste sistema de enchimento da caixa torna os pavi-


mentos hidráulicos de grande resistência e duração, fi-
cando à prova de escorregamentos e assentamentos.

MASSAMES

O s mentos
massames são verdadeiramente a base dos pavi-
hidráulicos, assentes sobre o terreno, quer
nas caixas quer à superfície.
Não só para os pavimentos se constróem os massa-
mes. Empregam-se também como maciços para bases de vr^s^f
escadarias, de pilares ou de colunas e fixes, para apa-
relhagens pesadas.
Os massames podem ser de betão, de alvenaria e ci- A
Fig. ô — CAIXAS PARA PAVIMENTOS
Sefào A) Caixa aberta; B) Caixa com uma camada de terra batida;
C) Caixa cheia com terra e massame

/^^^r^^^^^ ^'fâx&pztíffi
dos com alvenaria, de pedra e argamassa, e os ciclópi-
são construídos com betão e grandes blocos de pedra
irregular entremeados na massa.
?^».;1^?^^^^ Geralmente os massames só são começados depois
da terra onde se assentam, ter sida batida e regada com
água doce e limpa.
Os massames de betão devem ser executados com
rapidez, para que todas as camadas se liguem umas às
outras antes do cimento fazer presa.
Os melhores massames são os que são batidos a
maço à medida que vão sendo executados, isto é, quando
a massa vai sendo despejada uma sobre a outra.

Fio. 4 — CAIXAS PARA PAVIMENTOS FORMIGÃO


Em baixo — Pavimento de betonilha com massame ;
Em cima — Pavimento de betonilha sobre massame e com 3 S~\ formigão é um agregado composto de pedra britada
camadas de terra ^-^ e argamassa de cal e areia. Destina-se quase sem-
pre o formigão (*) à construção de pavimentos térreos,

clópicos. Os massames de betão são construídos por cas- (!) O betão foi designado por «formigão> no seu princípio,
calho (pedra britada) e argamassa de cimento e areia. entre nós. Em Espanha ainda se mantém essa designação — o hor-
Os de alvenaria são. como o seu nome indica, construí- miyón.

NÍVEL DO PAVIMENTO

Fig. 6— CAIXA PARA PAVIMENTO SOBRE TERRENO IRREGULAR


PAVIMENTOS DIVERSOS

bases para linhas de canalizações metidas na terra, e B E T Ã O


fixes para aparelhagem de pequeno peso.
Antes do desenvolvimento moderno do betão, era o
formigão o género de trabalho em uso corrente para
todos os casos de revestimento de terrenos. Superior- O betão é um aglomerado composto de cimento, areia
e brita, ou, ainda, cal hidráulica, saibro e brita.
mente era revesfido com uma camada de argamassa de A construção do betão é antiquíssima, mas depois
cerca de CP,02 de espessura, muito bem afagada. da queda do Império Romano desapareceu, para só vol-
Também se constróem formigões com argila, cinza tar quase nos nossos dias.
de carvão de pedra, cacos e outros fragmentos mistura- Para a construção do betão ( l ) é absolutamente ne-
dos com argamassa. cessária a aplicação de boi.s materiais. Assim, a pedra
Muitas vezes a areia é substituída por saibro. britada, a brita — o vulgar cascalho (2), deve ser muito
Se o formigão forma uma camada delgada, não se bem lavada com água doce e limpa, a fim de ficar livre
pode empregar o cascalho, utilizando-se antes granito (*) de argila e de outros elementos nocivos.
ou fragmentos de tijolo e de peças de barro sem vidrado. De entre as qualidades de pedras a aplicar no betão,
Os traços para o formigão são muitos e variados. deve preferir-se a pedra rija.
Alguns técnicos indicam o seguinte traço para a cons- A grossura do cascalho, que em geral se obtém com
trução de formigões: o anel de Om,02 a Om,06, é aplicada de acordo com a es-
pessura da obra a realizar. Num pavimento ou parede
Cal gorda 13 partes delgada não se aplica pedra muito grossa, compreende-
Cinza de carvão de pedra . . 9 partes -se bem.
Cacos pisados 8 partes A areia dos pinhais ou dos rios de água doce, é a
Areia ou saibro 70 partes melhor para a massa de betão, mas se se tratar de um
massame de grande espessura, já qualquer areia mais
grossa serve bem (3).
Junta-se-lhe a água necessária para que, depois de O que é conveniente neste caso, é que a areia seja
todos os materiais amassados em conjunto, resulte uma limpa e isenta de argila e não seja salgadiça.
pasta consistente. A forma de fabricar o betão consiste em amassar
Também se obtém um bom formigão com o seguinte bem o cimento com a areia ou a cal hidráulica com o
traço: saibro, empregando-se a água para essa argamassa sem
l de cal gorda, 2 de areia e 4 de cascalho. escassez. Depois junta-se-lhe o cascalho, e juntando lhe
Neste traço amassa-se primeiramente a cal com a mais água se for preciso, para se obter uma boa massa
areia, e só depois da boa mistura estar feita se lhe adi- consistente.
ciona a pedra britada. A quantidade de água a aplicar A amassadura mecânica é muito mais rápida e per-
na amassadura é só a estritamente necessária. feita que a manual, e para uma obra de certa impor-
Com o desenvolvimento do betão, o formigão foi re- tância já nada justifica a ausência de uma betoneira me-
legado para segundo plano ; porém, por razões de ordem cânica.
económica ainda se utiliza em muitas obras. Em tempos usaram-se betoneiras manuais manejadas
por dois trabalhadores.

O granito é a pedra muito miudinha.

(!) A palavra betão deriva do francês bèton.


(2) Os operários da Construção designam vulgarmente a pedra
britada por murraça.
(3) Ver o Caderno n." 13 desta Enciclopédia, «Obras de Alve-
naria».

Fig. 7 — PAVIMENTO DE BETONILHA Fig. 8 — BETONILHA ESQUARTELADA


COM JUNTAS ASSENTE SOBRE MASSAME
PAVIMENTOS DIVERSOS

São bons traços para betão os seguintes, já usados vimentos como preliminares, antes de entrarmos na ma-
pela prática com óptimos resultados: téria propriamente estudada à base das obras.
As betonilhas podem ser coloridas, para o que basta
l de cimento, 4 de areia e 8 de cascalho: misturar um pouco de terras (tintas em pó) nas massas.
l de cimento, 3 de areia e 6 de cascalno; Está muito em voga nos pavimentos de betonilha afa-
l de cal hidráulica, 2 de saibro e 4 de cascalho; gada das cozinhas, a mistura de óxido de ferro nas mas-
l de cal hidráulica, 3 de areia e 6 de cacos e frag- sas, o que lhes dá. como sabem, a cor avermelhada.
mentos de tijolo. As betonilhas assim tratadas são susceptíveis de re-
ceber enceramento.
Para coberturas de edifícios preparam-se betões le-
ves com jorra ou pedra pomes, em vez de pedra britada.
O peso destes betões oscila de 1.100 a 1.300 quilos
por metro cúbico, enquanto que os construídos com brita REVESTIMENTOS HIDRÓFUGOS
calcárea elevam-se para 2.000 quilos, e os de cascalho
de basalto atingem 2.500 quilos ou mais. A impermeabilização dos pavimentos é feita geral-
**• mente com produtos hidrófugos, a quente ou a
PESO DE UM METRO CÚBICO DE BETÃO frio, como seja de sua indicação.
Os mais conhecidos desses produtos têm como base
De jorra de carvão 1.100
1.100 a 1.300 kg o alcatrão ou breu, derivados da borra de gás, e dos
De escórias metálicas 1.500 a 1.900 kg betumes naturais.
De cacos e fragmentos de tijolo. 1.700 a 1.950 kg Estes produtos aplicam-se sobre os massames antes
De cascalho de calcáreo . . . . 2.HOO a 2.100 kg de se assentarem sobre eles os revestimentos superiores.
De saibro 2.000 a 2.250 kg A prática aconselha de preferência o assentamento dos
De granito britado 2.150 a 2.250 kg produtos hidrófugos a quente. No entanto, alguns há
De cascalho de basalto. 2.500 a 2.550 kg cujo assentamento é de conveniência ser a frio.
Este mesmo género de impermeabilização também é
BETONILHA adoptado nas paredes salgadiças e húmidas.
Nos pavimentos hidráulicos, os revestimentos hidró-
fugos são aplicados para se evitarem as infiltrações de
betonilha é uma massa de cimento e areia, de pouca
A espessura, assente geralmente sobre massames e
águas, de esgotos e outros de qualquer ordem.
Os produtos materiais básicos para as impermeabili-
destinada a pavimentos. Os traços das betonilhas são zações são os que abaixo vamos descrever.
muito variáveis; no entanto, são quase sempre massas
fortes. As betonilhas são muito aplicadas nos pisos ao
ar livre, nos subterrâneos e armazéns. ASFALTO
As betonilhas são estendidas sobre massames, como asfalto é uma substância sólida, mole ou líquida,
acima dissemos, se são de pouca espessura, e muitas O podendo ser sempre reduzida a este último estado
vezes mesmo directamente sobre o terreno se são de pelo calor. A sua cor é escura e um pouco brilhante.
relativa camada e constituídas de betão, quer com brita A frio, o asfalto é inodoro, mas quente tem um forte
de anel apertado quer de granito. cheiro empireumático.
As betonilhas poderão ser lisas, afagadas, esquarte- É um calcáreo betuminoso que forma uma rocha cal-
ladas e de juntas divididas em rectângulos. cárea porosa, impregnada naturalmente e de uma ma-
Os traços mais usados nas betonilhas são : l: l; 1:2; neira íntima, de uma certa quantidade de betume, cerca
1 : 3 e 1 : 4 , se são de massa simples, como arga- de 6 a 12 por cento. É pela acção do calor que o be-
massa, e de 1 : 1 : 2 ; l : 2 : 4 e 1 : 3 : 6 se são com- tume é extraído da rocha asfáltica.
postas. Estas betonilhas compostas são, como se vê, de Nos últimos tempos começou a fabricar-se em alguns
betão e brita ou graaito. Em tempos idos construíam-se países um asfalto sintético que, não tendo os reais va-
betonilhas de cal hidráulica, mas as de cimento oferecem lores do asfalto natural, serve razoavelmente para os
maior soma de vantagens. fins vulgares.
As betonilhas com o traço de l de cimento e 2 de BETUME
areia são de boa contextura, para baixa espessura, bem
como as do traço de l de c-mento, 2 de areia e 4 de betume é uma substância composta de carbono, hi-
granito de calcáreo. para as de maior camada. O drogénio e oxigénio, sendo pois um carboreto de
Para trabalhos sem responsabilidade podem utilizar - hidrogénio, que serve para fabricar os masíiques betu-
-se traços bastante pobres. minosos empregados na construção.
Nos meios construtivos designam-se os traços das O mastique betuminoso é uma mistura de betume e
betonilhas por traços rico* e tracj» pobres, consoante rocha asfáltica pulverizada, na proporção de 10 a 15
as dosagens de cimento sejam melaores ou piores. panes de betume por 85 a 90 partes de rocha asfáltica.
As categorias e os sistemas das betoniihas variam Misturado com areia, o mastique emprega-se nos pas-
conforme as obras que têm delas necessidade. seios, terraços, placas de betão armado, etc.
As várias espécies de betonilha serão descritas, à A sua fusão é obtida aos 100° aproximadamente.
medida que estudarmos os diversos tipos de pavimentos. O betume artificial é feito com a seguinte composi-
Agora descrevemos somente os géneros de trabalhos ção, necessária a l metro quadrado: 4,50 1. de breu de
que entram, duma maneira geral, na construção dos pa- hulha, Okg,70 de colofone e Om3,005 de cal.
PAVIMENTOS DIVERSOS

COALTAR E BREU Sobre a betonilha com a aplicação superior dos indu-


tos de alcatrão, cobre-se depois tudo com uma camada
coaltar ou alcatrão mineral é uma matéria viscosa de cerca de Om,02 de areão, — areia muito grossa —,
O produzida pela destilação da hulha, sendo, como o que se agrega ao próprio indnto, porque se faz este
serviço antes do alcatrão ou asfalto estar seco.
betume, um carboreto de hidrogénio.
O breu é uma matéria resinosa, proveniente da de- Uma cobertura geral da abobadilha ou placa de be-
composição da hulha. O breu seco é negro ou arruivado tão armado, de cerca de 0™,02 de espessura de uma
e a sua fractura é vitrosa. betonilha de cimento, areia e granito, ao traço de l: 3:6,
O breu, misturado com coaltar, é mais gordurento. bem apertada, sobre a qual se assenta a tijoleira ou o
mosaico.
Todos estes produtos são encontrados no comércio, A cal hidráulica também é indicada para esta espé-
bem como os seus derivados, e preparados para as vá- cie de trabalho, que, acima de tudo, deve ser muito
rias modalidades de pavimentos. Alguns deles dão bons bem feito e com todos os requisitos convenientes.
resultados, garantindo completamente a impermeabiliza- To^as as coberturas ou revestimentos dos terraços,
ção desejada. devem ficar inclinados do centro para os lados, para
escoamento das águas pluviais, que depois correm para
os algerozes e saem pelos tubos de queda.
Também lembramos aos construtores que, para se
evitar a infiltração dos terraços, é conveniente, quando
se constrói a placa de Detão armado, haver o cuidado de
bem lavar a brita que entra nesse betão, e fazer bem o
enchimento, não deixando espaços mal cheios junto dos
ferros.
Aqui falamos somente de terraços, mas este estudo
diz completo respeito às coberturas dos edifícios despro-
vidos de telhados.
Sobre a permeabilizaçâo das placas de betão armado
nas coberturas das edificações, temos de presente que
isso se dá na maior parte das vezes, devido à má pre-
paração da massa, feita com areias de péssima qualidade
e sem serem lavadas com água doce e limpa, para as
perseverarem das impurezas que quase sempre contêm.
Fig. 9 — CORTES DE MASSAME
A brita quase nunca é bem lavada com a precisão con-
veniente.
Os enchimentos também às ve?es são feitos apres-
TERRAÇOS sadamente, não se garantindo assim o maciçamente que
as placas de betão armado exigem.

A impermeabilização dos terraços é um dos problemas


inais graves que a Construção Civil tem a resolver.
Por motivos de várias ordens, nem sempre os terra-
ços, varandas e coberturas dos edifícios sem telhado
garantem a impermeabilidade da sua contextura, apesar
da utilização de vários produtos a esse fim destinados,
e até algumas vezes serem de sobeja garantia.
As defecções são atribuídas a muitos factores, não
sendo estranho mesmo, o nosso clima. No entanto, desde
remotos tempos que por quase todo o país se constróem ^^J^^^KgJL***''?
terraços de fáceis e ligeiras estruturas, que desafiam as
intempéries pelos seus revestimentos.
Por conseguinte, temos os seguintes processos de
execução, quer os terraços sejam de estrutura de betão
armado ou de abobadilha:
Revestem-se de uma camada de betonilba de O'",02
ou O™.03 de espessura, e sobre essa massa faz-se o as-
sentamento de ladrilhos ou de tijoleiras, com as juntas
bem tapadas de massa.
Terminada a camada de betonilha, aplica-se-lhe em
cima qualquer dos indutos com base no asfalto ou alca-
trão, e superiormente assentam-se os tijolos ou os mo-
saicos, e temos com certeza um bom pavimento imper- Fig. 10 — CORTE DE UM MASSAME
meabilizado. SOBRE CAMADAS DE TERRA

— 6 —
PAVIMENTOS DIVEESOS

PAVIMENTOS SIMPLES
DESIGNAM-SE em geral pavimentos simples, aqueles
chãos apenas tratados pelo maço, de superfície
uma espécie de reboco, só se deve aplicar depois da
outra estar seca.
melhor ou pior nivelada, que se deixam nos barracões Ein certos casos não convém este pavimento contí-
e nos subterrâneos, apenas destinados a arrecadação. nuo, porque está sujeito a fender-se. Para se obviar este
Também se categorizam nesta escala os pavimentos inconveniente separa-se o pavimento em rectângulos.
revestidos, mas de grande pobreza, como os de barro, A divisão dos rectângulos é feita na superfície do
que quase sempre são de greda, os de uma leve camada pavimento com cordéis, e fixam-se no chão com o auxí-
de betonilha sobre o terreno duro ou endurecido pelo lio de mechas de argamassa, umas fasquias muito delga-
maço, e ainda aqueles construídos com um delgado mas- das, para que as juntas não fiquem muito largas, e que
same de formigão, recoberto de betonilha ou de tijolo depois da betonilba seca se tiram com cuidado.
rebatido. Se estes pavimentos são construídos ao ar livre,
Todos os outros pisos de melhor revestimento e é conveniente deixar-lhes uma pequena inclinação para
consolidação, estão fora desta designação genérica. um dos lados, a fim de dar escoamento às águas da
Assim os vamos descrever, um a um, para melhor chuva.
elucidação dos estudiosos. Este sistema serve muito bem para jogos de tennis
e outros que careçam de piso rijo.
Quando, porém, o terreno não tenha a necessária
resistência, é mister construir um massame de betão
PAVIMENTOS DE BARRO de Om,15 ou Om,20 de espessura, sobre o qual se aplica
uma betonilha de Om,015 ou Om,02 de espessura, que se
BATE-SE convenientemente o terreno que previamente
se limpou de ervas e outras impurezas, e estende-
afaga e inclina como se deseja. Este sistema já pertence
ao estudo dos pavimentos hidráulicos.
-se sobre ele, depois de molhado, a massa de barro que
foi amassada com água e vem relativamente diluída.
Em seguida o barro estendido em toda a superfície
do departamento, ó calcado a pés e, quando começa a PAVIMENTOS DE BETONILHA
sezonar-se, serrafa-se totalmente com uma régua, a fim
de se obter um razoável nivelamento. SOBRE PLACAS DE BETÃO ARMADO
Algumas vezes em lugar de barro emprega-se greda
ou terra argilosa.
SOBRE as placas de betão armado também se aplica
a vulgar betonilha, quando, é claro, se não deseja
empregar qualquer outro tipo de revestimento.
PAVIMENTOS DE AREIA Aqui, a aplicação da betonilha pode ser contínua.
sem juntas ou repartida em rectângulos, como nos res-
tantes casos já descritos.
BATE-SE muito bem o terreno com maço, quando se
encontra no nível desejado, e seguidamente espa- Antes da aplicação da betonilha molha-se muito bem
toda a placa de betão armado com água doce e limpa.
lha-se com espalhador, em toda essa superfície, areia
amarela ou saibro.
Em muitos casos a areia amarela ou o saibro são
espalhados em duas camadas. A primeira é também
calcada a maço e a segunda e última fica solta.
Em grandes extensões, o terreno e a primeira ca-
mada de areia ou saibro são calcados por cilindro.

PAVIMENTOS DE BETONILHA
SOBRE A TERRA

CALCADO o terreno, a maço em pequenas extensões


e a cilindro em grandes superfícies, cobre-se de-
pois de molhado com uma camada de betonilha de Om.4
a 0a.5 muito bem agregada.
Principiada a sezonar. serrafa-se com uma régua e
niveja-se convenientemente.
Às vezes reveste-se superiormente com uma nova :*1v£^0<wi®8S^«3
camada de massa de O^Olò ou O^ÍM), que se afaga
com uma colher grande. Esta camada superior, que é Fig. li — LAGEDO DE JUNTAS ABERTAS

— l
PAVIMENTOS DIVERSOS

PAVIMENTOS H I D R Á U L I C O S
""TODOS os pavimentos baseados no cimento e na PAVIMENTOS DE BETONILHA
* cal são genericamente designados pavimentos hi-
dráulicos, mas aqui separamos aqueles que embora
construídos com essas massas, são de leve factura. De-
signamo-los, como vimos, pavimentos simples, para
A LÉMtudodasdosligeiras betonilhas, que já tratámos no es-
pavimentos simples, temos os pavimentos
de betonilha, propriamente ditos.
efeitos simplesmente de estudo e nada mais. Estes pavimentos quando são assentes sobre o ter-
Assim, os pavimentos hidráulicos reúnem as diversas reno, constam dos seguintes trabalhos, depois da pre-
betonilhas e os mosaicos hidráulicos, nas suas varia- paração do chão ou da escavação para a abertura da
díssimas combinações. caixa: calçamento por maço ou cilindro, uma camada
A perfeição destes pavimentos depende sempre do de brita de pouca espessura, Om,07 ou Om,08, como nos
bom acabamento dado. anteriores estudos indicámos, um massame de Om,10 de
espessura, onde superiormente assenta a betonilha que
pode conter Om,02 ou Om,03 de espessura, com os traços
já estudados.
A superfície deverá ficar bem afagada. Conforme as
necessidades, a betonilha do pavimento poderá ligar por
meio de curva com o roda-pé, quando este também for
construido com o mesmo material.
Nem sempre os pavimentos de betonilha ficam nive-
lados, porque em certas obras é conveniente dar-lhes
declive para efeito de escoamento e outros fins.

BETONILHA ESQUARTELADA
betonilha esquartelada (fig. 8) é o pavimento ade-
A quado para cavalariças, pois que pelas juntas
chanfradas escorrem as humidades e águas de lava-
gens.
Porém, pelas pesadas passadas dos cavalos, este pa-
vimento deve ficar muito resistente.
Assim, o massame nunca deve medir menos de Om.20
12 — PAVIMENTO DE LADRILHO de espessura e o sen assentamento sobre o terreno bem
batido ou calcado, deve ficar muito bem apertado sobre
uma delgada camada de brita ou cascalho.

Fig. 13 — PA VIMENTO DE PEDRA Fig. 14 — PAVIMENTO DE PEDRA

— 8
PAVIMENTOS DIVERSOS

Depois do massame estar sezonado faz-se a betoni- O massame é geral em toda a superfície a pavimen-
Iha, que para dar lugar às juntas chanfradas não pode tar e só depois de sezonado se faz o assentamento da
ser muito delgada, antes deve medir de espessura pelo camada de betonilha, cuja espessura é vulgar.
menos O'°,03. Este sistema de construir betonilhas por partes,
Quando toda a camada de betonilha começar a se- serve para evitar rachas ou fendas, que se podem pro-
zonar faz-se, por meio de cordéis e réguas, o traçado duzir nos pavimentos contínuos de grandes dimensões,
do esquartelamento, que por sua vez se abre com a quando o terreno não nos dá garantia de firmeza.
colher ou com uma gorgeta e com a colher se afaga.
Este pavimento deve ficar muito bem afagado, e com
as juntas abertas em triângulo muito perfeitas. O traço PAVIMENTOS DE LADRILHOS
destas betonilhas não pode ser fraco para se manter in-
tacto todo o esquartelamento, com as patadas dos ani-
mais. É aconselhado o traço da massa a l : l ou l : 1,5. SOBRE massames e placas de betão armado constroem-
-se pavimentos de ladrilhos, mosaicos hidráulicos,
de cimento e areia ou calcáreo e areia e outras compo-
BETONILHAS DE JUNTAS sições mais ou menos idênticas.
METÁLICAS
um modo geral esta betonilha tem a constituição
das outras betonilhas, tanto nos trabalhos básicos
como nos acabamentos.
A diferença desta betonilha consiste apenas na dis-
posição de umas delgadas réguas ou lâminas de latão,
que ficam a formar rectângulos ou quaisquer outras
combinações geométricas no pavimento.
Vaza-se a massa nos espaços entre as lâminas me-
tálicas, aperta-se bem serrafando-se em toda a super-
fície com uma régua bem direita e deixa-se sezonar.
Depois afaga-se á colher e assim que tudo estiver
completamente seco pulem-se as lâminas e o efeito deste
pavimento é assaz belo.
Por vezes coloram-se os rectângulos da betonilha
com cores diferentes e o resultado é agradável.

BETONILHAS BE JUNTAS
Fig. 16. — PAVIMENTO DE LADRILHOS
betonilha de juntas para pavimentos ordinários é
A unia betonilha vulgar, que se constrói por rectân-
gulos, um ou dois de cada vez, em todas as extensões,
por maiores que sejam.

Fig. 15 — PAVIMENTO DE LADRILHOS COM JUNTAS Fig. 17 — PAVIMENTO DE LADRILHOS


TOMADAS A MASSA DE COtt (Diversos cortes)

- 9 -
PAVIMENTOS DIVERSOS

Estes mosaicos são assentes com argamassa de ci- BETONILHA BRUNIDA


mento e areia- de qualquer traço normal, como sejam
os de l: 4 ou l ; 5, e com argamassa de cal e areia, ao betonilha, que tanto se pode aplicar sobre os
traço de 1:2, quando o assentamento seja feito sobre *-* terrenos, como sobre os massames ou placas de be-
formigão ou massame de argamassa de cal, areia e brita. tão armado, tem quase sempre uma espessura não infe-
Algumas vezes também se assentam os ladrilhos com rior a Om,05.
argamassa de cal e areia, mesmo sobre as placas de O seu traço pode ser de l : 2 : 4 ou l : 3 : 6, de ci-
betão armado. Quando a cal é de boa qualidade e se mento, areia e granito de calcáreo. É bastante resisten-
não foge ao traço, faz-se um bom assentamento de mo- te e de longa duração este agregado hidráulico, que
saicos com essa massa. depois de seco é brunido com pedra e bastante água.
Com os diversos mosaicos de cores obtêm-se visto- Em algumas obras também se adiciona à betonilha
sos pavimentos hidráulicos. pequenos fragmentos de pedras de várias cores, que
No mercado encontram-se os mosaicos de várias di- depois de efectuado o brunimento fica de bonito efeito.
mensões, especialmente de Om,20 x CT20. CT20 x Om,10, O seu processo de execução é idêntico ao das res-
Om,30 x Om,30, Om,30 x Om,10, etc.. etc. e de formatos tantes betonilhas. Também ultimamente se têm feito estas
hexagonais, sextavados, e outros, que prefazem combi- vistosas betonilhas com cimento branco.
nações apreciáveis.
A espessura dos ladrilhos oscila por Om,02.
Durante o assentamento deve evitar-se a argamassa ESTRUTURAS
depositada sobre os ladrilhos, pois que ficam para sem-
pre mais ou menos manchados. No acto de se assenta-
rem molham-se os ladrilhos, mergnlhando-os em água A s ficações
estruturas dos pavimentos elevados são nas edi-
modernas, como se sabe, de betão armado,
limpa e doce. por meio de placas construídas conforme os cálculos de
O assentamento faz-se a encher, quando todos os resistência estudados para cada superfície.
mosaicos são da mesma cor, ou quando são apenas de Antes do emprego do betão armado, usava-se para
duas cores alternadas. Quando se assentam combina- os pavimentos hidrófugos, que não podiam ser construí-
ções, cercaduras e demais composições, é conveniente dos de madeira, a abobadilha (Fig. 20-A).
fazer-se a medição da superfície com o número de mo- Este tipo de construção que ainda hoje tem cabi-
saicos a utilizar, e mesmo começar o pavimento pelo mento em muitos edifícios, é constituído por um viga-
centro, para que tudo dê bem. mento de ferro I, assente na menor dimensão da depen-
A combinação do número certo de mosaicos ó sem- dência a pavimentar. Os espaços entre as vigas, de Ora,40
pre interessante, fazendo-se os cortes nas extremidades a Om,60, pouco mais ou menos, são cheios com umas
dos pavimentos. pequenas abóbadas de tijolo. Os perfis destas vigas de-
Os ladrilha^ores cortam os ladrilhos com a picadeira vem ser colocados de acordo com as dimensões das de-
ou com uma lâmina de aço fixada numa esquadria de pendências onde têm lugar, no entanto nunca poderão
madeira. ter menos de Om,13 para dar lugar aos tijolos que me-
dem Om,ll e necessitam de reboco abaixo das abas das
vigas.
Presentemente além das abobadilhas e das placas
de betão armado, também se constróem pavimentos de
k tijolo armado.
Consta esta forma de construir, de enfiar num varão
de ferro um número de tijolos, cujo comprimento total
prefaça a menor dimensão da dependência que tem de
pavimentar-se. Depois da fiada de tijolos estar pronta,
em cima de um estaleiro, dobram-se as pontas do varão,
como se pratica nas armaduras de betão armado para
bem encastrarem nas paredes.
Os tijolos são ligados entre si com argamassa de
cimento e areia a uni traço forte, aplicado nos seus
topos (Fig. 20-E). Depois de cada fiada estar assente
no seu lugar, aplica-se argamassa nas suas faces e en-
g«ou* c>rj g\gop a^^-tiJcr^^^^L-^T^POfrDMu^^j-nil costa-se-ihe nova fiada e assim sucessivamente até pre-
^^^Wft^^W/^^fp! fazer todo o pavimento. Os varões de ferro podem com-
portar os mesmos diâmetros aplicados no betão armado.
Nas pequenas superfícies ó dispensada a cofragem,
como se compreende.
A cofragem para este pavimento é apenas um es-
trado em toda a superfície.
Este tipo de pavimento é muito recomendável para
cobrir dependências acanhadas, em que por isso se torna
difícil a construção de placas de betão armado ou abo-
Fig. 18— CORTES DE DIVERSOS PAVIMENTOS badilha.

10
PAVIMENTOS DIVERSOS

PAVIMENTOS C E R Â M I C O S
chamados pavimentos cerâmicos são aqueles cons- Em geral estes tijolos rebatidos medem O™.23 x Om,ll,
truídos com mosaicos cerâmicos e os de tijolo. 0™,25 x OM2, etc., e as tijoleiras O™,15 x Offi,25,
Construído o massame ou placa de cimento, faz-se Om,25 x Om,25, etc., conforme as suas fabricações e
o assentamento do revestimento superior com argamassa origens. A espessura deste material é de cerca de
de cimento e areia aos traços normais de l: 4 ou l: 5 se Ora,022 a Om,025.
é para mosaicos, e de cal e areia, com o traço de l: 2, A resistência destes pavimentos é relativamente
se se destina a tijolos. grande, convindo, porém, que estes produtos cerâmicos
Os mosaicos cerâmicos são muito mais resistentes sejam bem cozidos, e manufacturados com barro de boa
que os mosaicos hidráulicos, e os pavimentos assim re- qualidade, a fim de se evitar o rápido desgaste e o es-
vestidos são muito mais belos e duradouros. milhamento.
ASSENTAMENTO
PAVIMENTOS DE MOSAICOS

O s mosaicos cerâmicos têm geralmente as dimensões


dos ladrilhos hidráulicos. Pelas suas cores e pelos
N o que
assentamento dos ladrilhos nos pavimentos para
o efeito seja o da maior correcção, deve ser
previamente delineado o centro a revestir, o que se faz
seus formatos fazem-se pavimentos de alta categoria, com a aplicação de cordéis. Um cordel divide a largura
quer para átrios, vestíbulos, corredores, casas de banho, da sala e outro divide o comprimento.
cozinhas e outras dependências, em que é mister aplicar Estabelecido todo o espaço com o número de mosai-
este bom material. cos que se deseja, inicia-se o seu assentamento.
Estes pavimentos de mosaicos prestam-se a belas Se se pretende um tapete central com cercaduras
combinações, formando conjuntos agradáveis com figu- ou faixas em toda a volta, ladrilha-se primeiramente o
ras geométricas, cercaduras com bonitas gregas e tape- tapete e só depois as cercaduras.
tes de uma só cor ou variegados. As cercaduras devem ficar combinadas com o roda-
Estes mosaicos são mais difíceis de cortar do que os -pé, especialmente quando ele é constituído por mosai-
mosaicos hidráulicos, mas a mão-de-obra de assenta- cos curvos (Fig. 17).
mento é do mesmo valor, se não houver necessidade Quando as dependências a ladrilhar são de planta
de fazer cortes. irregular, é conveniente estudar bem a melhor maneira
Alguns destes mosaicos são de reduzidíssimas di- de formar o conjunto, para que o pavimento não resulte
mensões e de magníficos coloridos, prestando-se a pavi- defeituoso. Quando se tratar do assentamento de mosai-
mentos de alto valor decorativo. cos de uma só cor o caso é mais fácil de resolver, mas
se se tratar de uma combinação, é de boa norma dese-
PAVIMENTOS DE TIJOLOS nhar a planta com a distribuição dos ladrilhos.
Ainda, se o novo pavimento tiver de ligar a outro
já existente, é mister fazer cuidadosamente a transição
COMfazem-se
os tijolos rebatidos e tijoleiras
bons pavimentos para
de barro cozido
cozinhas, casas entre os dois sobrados. É claro que o que se pratica
térreas, vestíbulos e corredores. com os mosaicos, também se pratica com os tijolos re-
Estes pavimentos são relativamente frios e recomen- batidos. A forma de estabelecer o sobrado é sempre a
dáveis para as regiões quentes; no entanto usam se em mesma, quer se trate de um outro material.
muitas regiões do país com bons resultados. Aplica-se primeiramente a argamassa sobre o mas-
Os tijolos e as tijoleiras são assentes sobre os mas- same e depois de molhado o mosaico, assenta-se no seu
sames com argamassa de cal e areia, como já dissemos. lugar, devidamente nivelado com uma régua asseie
Combinam-se os assentamentos com disposições agradá- sobre o pavimento, respeitando-se, cnmo se deve com-
veis como espinhados, entrançados, gregas, etc. preender, a espessura sempre certa do revestimento.

'• N *í C
" •* \'«" í
"

Fig. IS —GREGA DE MUSAICUS OU TIJOLOS

— 11 —
PAVIMENTOS DIVERSOS

OUT S PAVIMENTOS
PAVIMENTOS DE PEDRA SERRADA
FORAoutros
do quadro dos pavimentos descritos há ainda
de certo uso, como os de pedra e os mistos
de pedra e mosaicos cerâmicos, e aqueles das mais va-
riadas composições e combinações. COMmais
placas de pedra serrada, obtêm-se mosaicos do
belo efeito, na combinação de explêndidos
Alguns destes pavimentos atingem certa imponência, desenhos geométricos. As dimensões destes mosaicos
como os de mármores de vistosas cores que o pulimento podem ser bastante variadas, e são qna^e sempre prepa-
aviva em toda a sua beleza. radas de acordo com os desenhos das superfícies a re-
Destes vários pavimentos vamos descrever os de la- vestir.
gens e os de pedra serrada, em primeiro lugar. Nos revestimentos vulgares assentam-se ordinaria-
mente mosaicos de Om,30 ou Om,40 de lado, em quadra-
dos, rectângulos e outros polígonos.
PAVIMENTOS DE LAGENS Com estas peças também se combinam pavimentos
de lindos coloridos, para o que basta apenas preparar
DARÁ jardins, subterrâneos e adegas, constroem-se os mosaicos de pedras de várias cores.
* uns pavimentos de lagedo, de execução relativa- Com mármores de cores constroem-se os mais ricos
mente fácil. Este lagedo preparado de pedras ordinárias pavimentos, que depois de encerados são de elevada
e irregulares, de pequena espessura, tem algumas vezes categoria.
também a designação de cascões (Fig. 18). Estas pedras têm em geral a espassura de Om,025,
O seu assentamento é feito com argamassa de ci- 1
O ",03 ou O™,035 e assentam-se com argamassa de ci-
mento e areia, ao traço de 1:4, sobre um ligeiro mas- mento e areia, o traço de 1:4, sobre massame ou pla-
same de Om,06 ou Om,07 de espessura sobre terra batida. cas de betão armado e abobadilha (Fig. 18).
Nos jardins constroem-se veredas com este sistema O assentamento dos pavimentos de pedra serrada é
de lagedo, deixando-se, porém, largas juntas entre as feito da mesma maneira dos de ladrilhos e de tijolos,
lagens para aparecimento de relva. (Fig. 11). sendo, porém, conveniente fazer-se antes de tudo a
Algumas vezes certos lagedos assentam-se simples- planta da dependência a revestir, com a disposição de
mente sobre a terra, ligando-se as juntas das pedras todas as pedras e os seus remates com o rodapé.
com massa de cimento.

PAVIMENTOS POLICROMICOS

COMcom
fragmentos de mármores de variegadas cores e
mosaicos cerâmicos policrómicos constroem-
-se lindíssimos pavimentos para átrios, galerias e salas
t/'io/ss \
de passos perdidos.
A maior parte das vezes estes pavimentos costumam
ser estudados previamente, para uma perfeita arruma-
"1 ção dos seus componentes, sobre qualquer princípio a
que têm de obedecer, mas em muitas edificações o as-
9 « • • • • sentamento de todos os materiais é feito ao acaso.
0 «^
,V Em muitas obras com este processo de assentamento
ao calhar, com a arrumação nada estudada dos mosaicos
e dos pedaços de mármore, o resultado é de primeirís-
sima ordem em todo o conjunto.
Têm alguas arquitectos por vezes, apenas estudado
não a arrumação dos materiais em formas caprichosas,
mas somente, e aí conseguem uma beleza extraordiná-
ria, o assentamento por cores formando áreas, de tons
fortes nos seus centros e fracos nas ligações de umas
com as outras, como diluindo-se entre si.
A suavidade na transição dos conjuntos das cores
dá a todo o pavimento uma sensação doce e apreciável.
Todos estes materiais, os mármores e os mosaicos
cerâmicos, e melhor os vidrados, se assentam sobre os
massames com argamassa de cimento e areia ao trace
de 1:2, quando ela é de boa qualidade.
Fig. 20 — ESTRUTURAS DE PAVIMENTOS Os fragmentos de mármores e os mosaicos cerâmi
' A) Akobadilha; B) Tijolos armados; C) Uma fiada de tijolos cos ou hidráulicos devem ser molhados com água n;
armados; D) e E) Assentamento ocasião do assentamento.

— 12 —
PAVIMENTOS DIVERSOS

PAVIMENTOS REVESTIDOS
assenta-se entre as vigas que formam o vigamento de
PAVIMENTOS REVESTIDOS é a designação genérica dada
a todos os pavimentos que são cobertos com outros todo o pavimento, um novo e ligeiro solho que se prega
materiais, mudando-lhes o aspecto. Dos soalhos de ma- nos serrafos fixados de ambos os lados de cada viga.
deira, por exemplo, podemos fazer superiormente outro Executado este sobrado com qualquer madeira, mes-
sobrado com revestimentos hidráulicos e cerâmicos. mo com a do antigo solho, se estiver sã, assenta-se-lhe
Sobre as placas de betão, como já descrevemos, a rede de metal distendido alteada também Om,01 ou
podemos fazer os melhores pavimentos com qualquer Om,015 do solho de baixo, e aplica-se a betonilha.
material, incluindo a própria madeira. E sobre as abo- Depois de seca a camada de argamassa procede-se
badilhas idênticos sobrados podemos construir, dentro ao assentamento de ladrilhos ou de qualquer outro re-
das melhores garantias de resistência. vestimento.

SOBRE SOBRADOS DE MADEIRA


-\
PORcianecessidade de adaptação de qualquer dependên-
normal a casa de banho, sern se poder arran-
car o pavimento existen<e, procede-se ao seu revesti-
mento hidráulico.
Assim, prega-se sobre o soalho uma rede metálica,
do chamado metal distendido ou mesmo de qualquer ou-
tro tipo, como as de capoeira, e aplica-se sobre ela uma
camada de betonilha.
O assentamento da rede deve ficar cerca de Om,01
ou O m ,0lõ acima do solho, para que a massa fique bem
assente e não haja espaços ocos, que são muito preju-
diciais como se sabe.
Essa altura consegue-se no acto do pregamento, pon- Fig. 22 — PAVIMENTO DE LADRILHOS
do-lhe por debaixo, de espaço a espaço, um pequeno SOBRE METAL DISTENDIDO
fragmento de caco que dê a medida conveniente.
A camada de massa a aplicar terá a espessura con-
veniente, para que o pavimento fique nivelado de acordo SOBRE ABOBADILHAS
com outros que se continuem, tendo no entanto em conta
também a espessura de ladrilhos ou de qualquer outro
revestimento que se lhe assente em cima.
Se o pavimento fica só de betonilha (Fig. 21), deve
E Mmente
certas obras as abobadilhas (Fig. 18) são simples-
revestidas por uma camada de argamassa afa-
gada, e às vezes nas cozinhas e nas casas rte banho,
afagar-se convenientemente para ficar bem lisa e apli- uma camada um pouco mais espessa de massa de cimento,
car-se-lhe qualquer tratamento. areia e granito, que depois é brunida com pedra e água.
Nos pavimentos destinados a fins de superiores aca-
bamentos (Fig. 22), arranca-se o solho de madeira, e

Fig. 23 — PA V LM EXT" ~Z '- ZTOXILHA


SOBRE ABOBADILHA

Sobre as abobadilhag também se constróem pavi-


Fig. 21 — PAVIMENTOS DE BETOSÍLHA mentos de mosaicos e de solho de madeira. Todos estes
SOBRE SOLHO DE MADEIRA pavimentos são de bons resultados e muito duradouros.

- 13 —
PAVIMENTOS DIVEKSOS

O emprego da corticite ó algumas vezes oportuno


SOBRE PLACAS DE BETÃO ARMADO para proteger solhos velhos, que não é conveniente ar-
rancar.
SOBRE as placas de betão armado constroem-se bons
pavimentos, revestidos quer de material hidráulico,
A camada de desgaste do aglomerado pode apre-
sentar qualquer cor, para o que basta adicionar na água
quer de outra contextura. as tintas de terras necessárias.
Para se fazer o assentamento de ladrilhos sobre as A aplicação das massas é feita de acordo com o ni-
placas, basta limpá-las das impurezas que se acumula- velamento do pavimento, por meio de réguas e de mes-
ram, e arranhar com a picadeira algumas extensões que tras equidistantes, em toda a superfície a revestir.
se conservaram lisas, como que afagadas, o que às ve- Os rodapés quando construídos também de corticite
zes acontece. formam uma continuidade do próprio pavimento, não
Preparadas assim as placas de betão armado, pode formando, porém, ângulo recto mas sim um pequeno
proceder-se ao assentamento dos ladrilhos com as ar- quarto de círculo.
gamassas indicadas. Este chão sem fendas pode ser encerado, depois de
Quando haja conveniência, para efeitos de precau- pulido e limpo com aguarrás, para a sua conservação.
ção contra infiltrações de humidade, pode aplicar-se so- Se os pavimentos de madeira onde a corticite as-
bre as placas, antes da argamassa, uma camada de senta tiverem muitas oscilações, podem fazer rachar
qualquer produto hidrófugo. É claro que só se faz o toda a corticite.
assentamento dos mosaicos depois do resguardo hidró- Estas rachas ou fendas podem ser tapadas com massa
fugo estar solidificado. de idêntica composição e cor.

SOBRE BETONILHA
MARMORITE
EXISTINDO um pavimento de betonilha que convenha
•*-* revestir de ladrilhos ou de qualquer outro mate- \ marmorite é um aglomerado de gràos de mármore,
rial, tem de se fazer o rebaixamento necessário, a fim •*•• lioz e outras pedras finas, cimento colorido e água,
de se obter a altura precisa para caber o novo reves- que se estende sobre betonilha de cimento.
timento. A marmorite forma um pavimento contínuo, sem fen-
Se for para receber mosaicos tem de contar-se com das e de certa beleza. A boa marmorite é constituída
a espessura dele e mais a espessura da massa a aplicar por duas camadas: a inferior com granito e argamassa
no assentamento, pelo menos Om.01. de cimento a um traço relativamente forte, e a camada
Com o rebaixo ou espécie de caixa para o pavi- de desgaste de cerca de O™ ,01 de espessura, em que se
mento, fica irregular esse nível, o que é conveniente utiliza a massa de grãos de mármore e cimento colorido
para a boa ligação da argamassa com a betonilha exis- de qualquer cor. com a água bastante para que o agre-
tente. gado não seja duro.
Quando, porém, o revestimento assenta directamente A seg-unda camada só é estendida depois da primeira
sobre a betonilha, sem ser n e c e s s i r i o s:::: :.\::^ e já estar sezoada.
conveniente picar toda a superfície para a ligação das Depois de tudo seco procede-se ao alisamento da
massas. Essa picagem tem a designação de aferros.- superfície com pedra pomes e abundância de água, quer
mento. nana imente quer por processo mecânico.
Também lembramos que no caso de se aproveitar Só se considera pronto este revestimento quando
toda a betonilba, por já estar na altura própria, terá se atingir um certo estado de pulimento e nivelamento
de se picar e arrancar o fio da superfície, quando o pa- perfeito.
vimento estiver engordurado pelo uso. Nessas condições Estes Davimentos podem ser encerados e a sua lim-
o revestimento não ficava bem ligado. peza, depois de sujos, faz-se com muita água e sabão.

CORTICITE CORTIÇA

A corticite que é um aglomerado de serradura de cor-


tiça ou de madeira, forma uma massa relativa- O s revestimentos de cortiça são recomendáveis para
escritórios, salas e quartos, pela sua boa imper-
mente consistente, que, quando é bem feita e bem apli- meabilização de som, frio e calor.
cada, apresenta um pavimento sem fendas e sem juntas A sua beleza com combinações de cores é superior
numa grande extensão. e presta-se a um fino enceramento.
A corticite pode ser aplicada sobre madeira e sobre Os revestimentos de cortiça são estendidos no pró-
betonilha, numa espessura em geral de Om,02. prio local, por uma camada de aglomerado e também
Se a corticite é aplicada sobre soalhos de madeira, é pelo assentamento de placas. Tanto de um como de
conveniente fixar sobre eles uma rede de arame vulgar outro processo, podem fazer-se os mais variados dese-
e picar com um canto da enxó toda a superfície a re- nhos geométricos, como mostramos no desenho (Fig. 19).
vestir. Assim é facílimo prender a massa ao pavimento Este revestimento pode assentar sobre betonilha e
existente. tem geralmente a espessura de Om,01, pouco mais ou menos.

— 14 —
PAVIMENTOS DIVERSOS

C A L Ç A D A S
CALÇADA DE BASALTO
A BEBTA a caixa destinada a receber a calçada, como
sucede com todos os outros pavimentos, excep-
tuando, é claro, os sobrados de madeira, procede-se ao
respectivo trabalho, batendo primeiramente todo o ter-
reno.
C OMcerca
pedra de basalto quebrada em fragmentos de
m
de O ,10, pouco mais ou menos, em volume,
Se o terreno a calcetar ou a empedrar for de grande faz-se uma calçada de grande resistência e de simples
superfície, faz-se todo o sen calçamento com um cilindro execução.
mecânico ou de tracção animal, mas se se tratar de
uma pequena extensão, emprega-se simplesmente o maço
de madeira mannal.
As calçadas poderão ser executadas com pedra, por
vários sistemas, e também com cubos ou paralelepípe-
dos de madeira.
Os calcetamentos mais usados no nosso país são os
de pedra. Os sistemas vulgares são os dos empedrados
de macadame (*) e a* calçadas propriamente ditas, com
pedra britada de calcáreo e de basalto.
Não são à primeira vista as calçadas obras de cons-
trução civil, mas os pátios e as caves carecem muitas
vezes desses paviiLentos. qi.e é por conseguinte útil
conhecer.

EMPEDRADO DE MACADAME
A ffj^f^^^f^f^^^^^L^^g^
•^^-^J>^y^/^'^^Í^j^iyJ!^;^| Terreno
empedrado ou calçada ã macadame consiste sim-
O plesmente em dep< sitar-se a pedra britada ou cas- Fig. 25 — CALÇADA COM CUBOS DE PEDRA
calho, na caixa destinada a rav-lr:ertar, com a altura A) Corte ; B) Planta; C) Corte de passeio com o lancil
indicada no projecto.
Seguidamente procede-se ao calçamento da pedra
por meio de cilindro pesado, para que essa camada, as-
sas espessa, fique bem comprimida. Ficaliza-se a obra Sobre a caixa no terreno a calcetar espalha-se areia,
espalhando uma camada de saibro on de areia amarela e sobre esta camada vão-se dispondo as pedras, dei-
por cima de toda a brita, que também deve á ser cal- xacdo o lado melhor facetado para cima. A junção das
cada a cilindro. Nas margens da calçada onde o cilindro pedras faz-se encostando as melhores faces de umas às
não pode chegar, faz-se o calçamento por meio do maço outras, conchegando-as com um camartelo.
de madeira. Finalmente espalha-se areia por sobre a calçada, a
O terreno da caixa deve ser molhado, bem como a fim de encher e tapar as juntas entre as pedras.
camada da brita e a superfície da areia ou do saibro. O calçamento por meio de cilindro mecânico garante
a resistência da calçada.
(i) O vocábulo macadame deriva do nome do engenheiro fran-
cês Mac Adam qne criou este tipo de calçada.

CALÇADA DE CUBOS DE PEDRA

PREPARADA a caixa para o pavimento com o seu fundo


bem batido a maço on bem calcado a cilindro e
molhado, procede-se da mesma maneira como para a
calçada de basalto, espalhando a areia necessária para
receber os cubos ou os paralelepípedos de pedra.
A pedra para os cubos deve ser a de granito, pois
qne a sua dureza é garantida e a sua duração eterna.
Terminada a calçada e devidamente calcada pelo
cilindro, pode proceder-se a aplicação de qualquer in-
duto betuminoso sobre a sua superfície.
Fig. 24 — EMPEDBAMENTO COM PARALELEPÍPEDOS É esta uma das melhores calçadas para o ar livre.
PAVIMENTOS DIVERSOS

Fig. 26 — CALÇADA A PORTUGUESA (Calcàrto e, basalto)

CUBOS DE MADEIRA ANOTAÇÕES

Os cubos de madeira, de dimensões mais ou menos


iguais aos de granito, são assentes na camada de TODAStuguesa
as superfícies calcetadas de empedrado à por-
quando cobertas, poderão ser niveladas em
areia pelo mesmo processo. todos os sentidos, mas quando são construídas ao ar
Para obtenção destes cubos ou paralelepípedos em- livre, expostas por conseguinte à chuva, devem ficar
prega-se madeira rija, como o pinho manso, o azinho inclinadas, embora levemente, para escoante das águas.
e outras. O assentamento é feito ficando um dos topos Se se tratar da calçada de uma rua ou pátio, a super-
do cubo para cima. fície deverá ficar abaulada, para que as águas pluviais
Procede-se igualmente ao calçamento pelo cilindro ou de lavagem escoem para ambos os lados, para as
e pode-se fazer a aplicação de betuminosos. O alcatrão respectivas valetas, que as conduzirão às sargetas.
oferece boas condições para cobrir estas calçadas de Em todos os tipos de calçadas se deve observar o
madeira. declive, por cansa das águas pluviais. O mais indicado
é quase sempre o abaulamento. O que se faz para as
calçadas, pratica-se também com todos os pavimentos
revestidos expostos ao ar livre.
CALÇADA A PORTUGUESA E uma regra comum.
Os pedaços de lancil para bordadura dos passeios
DESIGNA-SE calçada à portuguesa o empedrado feito
com pequenos fragmentos de Càlcáreo qne vul-
podem ser de comprimento variável. No respeitante a
largara e altura, tudo depende de cada obra, em que tudo
garmente se chamam vidraça. pode ser variável. São assentes os lancis sobre um leito
A maneira de realizar esta calçada é completamente de alvenaria (Fig. 25), para evitar qualquer assentamento
idêntica às das outras calçadas. Com areia espalhada na frequente neste género de trabalhos.
caixa vão-se ajustando as pequeninas pedras que se Os lancis para as bordaduras dos passeios devem ser
batem com o camartelo levemente e acompanham-se com de lioz ou granito aparelhados à escoda.
areia, tapando as juntas. Xo final bate-se toda a cal- O leito de alvenaria é em geral de pouca espessura.
çada a maço.
É corrente nestes empedrados aplicar desenhos geo-
métricos e de outros efeitos, letras, gregas, etc.. que se
obtêm empregando pedras de basalto, que se destacam
do vidraço que é claro. PARA a construção dos pavimentos contínuos de mar-
Estes fragmentos de calcáreo e basalto não medem morite, cortiça e corticite, é exigida a maior per-
mais de Om,03 ou Om,04 de superfície. feição, não só na factura básica como também e espe-
Estes empedrados artísticos são muito empregados cialmente nos trabalhos de acabamentos.
na calçada dos passeios. A bordadura dos passeios é Em pavimentos de grande dimensão, para se evi-
conseguida com a utilização de lanci-s de cantaria (Fig. tarem as imperfeições que essas superfícies possam dar
2õ). lugar nos seus acabamentos, é costume dividir o revesti-
Os traçados a executar em pedra preta — basalto, são mento de marmorite e da corticite em rectângulos sepa-
objecto de cérceas de madeira, que assentam no ter- rados por delgadas fitas metálicas (fig- 7).
reno e formam os desenhos desejados. Aplica-se todo o Estas lâminas de latão depois de efectuado o puli-
empedrado de fundo com a pedra branca — o vidraço, mento da superfície ficam de um amarelo brilhante, que
em volta da fornia do desenho (Fig. 26). e quando este se harmoniza bem com a cor da marmorite.
trabalho estiver concluído tira-se a grade de madeira e O rodapé fica homogeneamente ligado com o pavi-
enche-se o seu espaço com a pedra preta. mento por concordância curva, isto é, a continuação da
As valeta? são também revestidas com estes empe- massa pela parede.
drados, empregando-se geralmente só vidraço. Quando as paredes se revestem de lambris de mar-
A largura das valetas nestes empedrados mede ge- morite, fica estabelecida uma ligação contínua do pavi-
ralmente Om,40 de largura. mento e silhares.

16 -
CADERNOS DA E N C I C L O P É D I A
1 —ASNAS DE MADEIRA—Preliminares—Asnas !6 —OBRAS DE CANTARIA — Guarnecimentos
vulgares, simples ecompostas—Meias-asnas— de vãos — Envasamentos — Convergências dos
Assentamentos (27 Figuras). arcos — Cunhais — Faixas — Escadas —Ca-
2 —ASNAS DE MADEIRA — Asnas de mansarda— peamentos — Assentamento (27 Figuras).
Asnas de lanternim — Asnas especiais e sheds 17 —OBRAS DE CANTARIA — Molduras — Pi-
(i3 Figuras). lastras — Pilares — Colunas — Galbamentos —
3 —ESCADAS DE MADEIRA — Preliminares — Caneluras — Capitéis — Vãos de janelas —
Volutas das rampas das escadas — Escadas sim- Traçados (42 Figuras).
ples e Escadas de lanços paralelos (18 Figuras). g — PAVIMENTOS DIVERSOS — Massames —
t
4- ESCADAS DE MADEIRA —Escadas de lanços Formigões — Betões Betonilhas —Pavimen-
paralelos e de lanços perpendiculares — Ba- tos hidráulicos e cerâmicos — Lages — Pedra
lanceamento de degraus (20 Figuras). serrada - — Revestimentos (26 Figuras).
5 —ESCADA.S DE MADEIRA —Escadas de com-
pensação— Escadas de leque e mixtas de vá- 19 —VÃOS DE JANELAS — Aros — Tábuas de
rios traçados (i5 Figuras). peito — Caixilhos de janelas — Bandeiras —
Veda - luzes — F e r r a g e n s — Pormenores
6 —ESCADAS DE MADEIRA — Escadas de cara- (21 Figuras).
col de vários sistemas — Guardas de escadas
e acabamentos (23 Figuras). 20—VÁOS DE JANELAS — Diversos tipos de
vãos de janelas — Caixilhos especiais — Ge-
7 _ PAVIMENTOS DE MADEIRA — Prelimina- losias — Rótulas — Persianas — Pormenores
res — Vigamentos — Tarugagem — Madeiras (26 Figuras).
— Serrafados — Soalhos à portuguesa e à in-
glesa — Espinhados —• Parquetas — Mosaicos 21 —PORTAS EXTERIORES — Aros — Portas
(84 Figuras). de taipal — Portas envidraçadas — Portas de
postigo — Portas almofadadas — Portas prin-
8 —MADEIRAMENTOS E TELHADOS— Preli- cipais (24 Figuras).
minares — Madeiramentos — Rincões — Larós
Tacaniças — Alpendrados — Estruturas (26 Fi- 22 —PORTAS INTERIORES — Guarnecimentos
guras). — Vãos de um e de dois batentes — Portas
almofadadas e envidraçadas — Guardaven-
9 —MADEIRAMENTOS E TELHADOS —Madei- tos — Assentamentos (25 Figuras).
ramentos de mansardas — Mansardas diversas
— Mansardas de alvenaria — Construções de 23 — INSTALAÇÕES SANITÁRIAS — Prelimina-
trapeiras — Trapeiras de diversos tipos (21 Fi- res — Manilhas — Sifões — Encanamentos
guras). diversos — Caixas e poços de limpeza —
to —MADEIRAMENTOS E TELHADOS —Cons- Ventilação (26 Figuras).
trução de clarabóias — Clarabóias diversas — 24 — INSTALAÇÕES SANITÁRIAS — Canaliza-
Lanternins de construções industriais — Te- ção de Agua — Loiças Sanitárias — Autoclis-
lhados especiais — Telhados piramidais e di- mos — Urinóis — Retretes — Casas de Ba-
versos (22 Figuras). nho — Pias (27 Figuras).
u—MADEIRAMENTOS E TELHADOS — Te- 26 —INSTALAÇÕES SANITÁRIAS — Canaliza-
lhados especiais — Telhados cónicos, de cúpula ções — Tinas de Banho — Chuveiros ^— Reser-
e de pavilhão — Pormenores das coberturas — vatórios — Tanques — Lavadouros — Fossas
Contraventarnentos —• Beirais — Algerozes <— (22 Figuras).
Tubos de queda — Guarda-fogos, etc. (18 Fi- 26 — INTERIORES E EXTERIORES — Revesti-
guras). mentos— Guarnecimentos — Tabiques e Fron-
12 — TECTOS DIVERSOS — Preliminares — Tec- tais — Envidraçados —• Pinturas e Caiações
tos de madeira, de esteiras simples, sobrepos- (25 Figuras).
tos, de rampa e artezoados — Tectos estuca- 27 — C H A M I N É S E A Q U E C I M E N T O —Di-
dos— Tectos especiais (27 Figuras). versos sistemas de chamine's — Chaminés
13 —OBRAS DE ALVENARIA — Preliminares — industriais — Aquecimento central de diver-
Alvenarias diversas — Paredes de alvenarias sos sistemas (26 Figuras).
diversas — Muros — Cunhais — Pilares —Ar- 28 — TRABALHOS DE FERRO — Asnas — Caixi-
gamassas diversas — Materiais (32 Figuras). lhos, portas e portões — Escadas — Grades —
14 —OBRAS DE ALVENARIA — Implantações — Gradeamentos — Ligações (26 Figuras).
Fundações — Elevações — Pormenores — Mu- 29 —VENTILAÇÃO E ACÚSTICA—Ventilação —
ros de suporte e de vedação —• Enrocamentos Circulação do ar — Acústica — Ruídos — Tec-
— Diversos traçados (29 Figuras). tos acústicos — Auditórios (25 Figuras).
15 —ARCOS E ABÓBADAS —Diversos traçados 30 — D I V E R S O S TRABALHOS — Motivos de
de arcos, construção e materiais — Abóbadas jardins — Armários de cozinha •— Betão ar-
de vários sistemas (40 Figuras). mado — Ligações de ferro (23 Figuras).

Você também pode gostar