Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
..
---------- -----:::::-
::::::-
===-::::::~
19 2 8
•
10
de
1) 1~ z 1◄, 1\r n R e) J nelro
•
•
J{ T O l) l~ •
T • . • 1-;:1 R , - J1 I{ .\ . .. I f...
---------------~-----------------------
•
•
o VIOLÃO ,
Dezembro de 1928
- ' •
-
•
-
•
/,,
/
/
/"
/' .
~ - _,.,.....
•
••
' , 1•
-·1·-:,•po'' V,a·tê1i-
'fypo Cavaq11i-
/ /. cia1io''
:\ t1lti111a pala-
\·ra 11a i11dustria
N. 3 ele •
acio11a1
30$ a 250$
•
Prefericlos pelos
• •
nos. o. ex1m1os
6o$ a 300$ ~ ,,iolo11i.ta
11 1
. r de .
~ti·
~ '
•
70$ a Go $ ,/ •
~ '1• •
120, a 300$
f , 2."
do,ç 11tell1ores 1
1'-J,poe.1:/1-a.
o o J¼
1
~ Kº. I
fnbricn1ites
500$ a 700$
º. 2
500$ a 700$
Faze111-se co11-
• •
•
certos gara11t1- 1
• _ uitarras,
•
, PiDMINISTR/\Ç/\0
- r 1 - f\SSIGN/\ TURf\S '
·• 1 ANNO •• ,. 50$000
RUA
SETE
DESETEMBRO,
44
SOBRADO MEZES , . 25$000
ANNO 1 1
111 B• DANTAS
OIRECTOR:
DE SOUZA POMBO
' Ilili 1
NUMERO 1
'- ,JI \;;,========================
Ao iniciarmos a publicação desta revista julgamos rr.elodia simples que sómente nelle póde encontrar certo
de nosso dev-er dizei- algumas palavras aos leitores com brilho, mas raros o sentiram na interpretação classica dos
o intuito unico de esclarecer nossos propositos e os fins nossos maiores do mundo musical.
a que ella se destina. N'ão se trata aqui de um artigo Eis porque ainda causa admiração em nosso meio
puxado a sustancia nem da exposição de um program- O'.lmesmo em outros circulos mais elevados do estran-
•
ma. Um e outro já se tornaram sediços sinão serodios geiro, a affirmação de que o Violão é o instrumento mais
para quem não admitte mais os sonhos e palavras vãs melodioso e rico para o estudo de harmonia e o unico
para vêr só e tão sómente a realidade das cousas. acariciado pelos dedos immõrtaes de Berlioz. Chega-se
•
E em busca da realização andamos nós e parece não n1esmo a achar impossivel que Bach, Beethoven, Chopin,
tf:rmos perdido o tempo porquanto a simples publicação Schumann e todos os grandes classiéos possam ser in-
hoje posta sob os vossos olhos, leitores amigos, repre- · terpretados nas suas seis simples cordas.
stnta a execução de uma idéa afagada de ha muito, por Mas a realidade ahi está para comprovar que o Vio-
t1m reduzido numero de amantes do nosso mavioso in- l~o. como nenhum outro instrumento de sua categoria,
st,umento - o carinhoso e doce Violão. Ninguem igno- t,,nto é o companheiro inseparavel do cancioneiro apai-
•
ra o quanto elle é conhecido e estimado quão maltrata- xonado, como o mavioso repositorio das manisfestações
de e escarnecido. da alma humana, quer na simplicidade da valsa dolente
•
Sua trajectoria atravez dos seculos não mudou sua dos nossos innumeros amadores, quer na excentricidade •
amarga sorte. Tal como as antigas e nobres dynastias, das musicas communicativas de caracteristicos regional,
. '
01a refulge entre os esplendores das màis severas e sump- seja hespanhol, italiano, argentino ou brasileiro e quer
tuosas côrtes, ora desliza por sobre as diversas cama- 11a sumptuosidade das grandes creações classicas .
•
das sociaes, para encontrar no aconchego da plebe, o le- Sentindo isso foi que resolvemos emprehender a pu-
n:tivo para o seu sentimentalismo. b!icação de uma revista, repositorio de todas as informa-
Isso prova a sua immortalidade e, por mais absurdo ções sobre o Violão, afim de conjugarmos esforços em
que pareça, a sua sinceridade -pois o Violão é, de to- favor não da sua elevação, porquanto elle não poderá
dos, o instrumento mais sincero e generoso. ser mais elevado do que já foi, mas para rehabilital-o
Na sua simples caixa harmonica elle tem guardado como um dos mais ricos instrumentos conhecidos.
o:, segredos de fidalgos e plebeus, revelando-os na do- Tal tem sido o seu desenvolvimento entre nós, espe-
çt.ra de uma harmonia, com penetração toda sua ou guar- cialmente depois de nos terem visitado os eximios mes-
dando-os numa discreta mudez. tre~ Josephina Robledo e Agustin Barrios, que esse es-
Nenhum outro tem a sua synthonização tão accor- forço é não mais um simples dilectantismo, mas uma
•
de á alma humana; nenhum corresponde tão lealmente necessidade inadiavel.
aos lampejos de uma emoção passional com tanta singe-
Para satisfazel-a resolvemos encetar a obra de re-
leza e bravura; nenhum traduz melhor o sentimento hu-
construcção, a qual demanda de muita perseverança, des-
rr1ano nas suas diversas modalidades, com a independen-
prendimento por lucros e sinceridade na apreciação dos
cia e carinho tão seus.
factos, porque nosso escopo, se a priori, parece facil, é
Varias foram as tentativas no decorrer dos tempos •
coloroso para nós termos de dizer com franqueza o que pondo de parte a vaidade doentia, ruína de certas capa-
.,entimos e pensamos. Mas seriamos insinceros
,
se fu- cidades que jazem por ahi ao abandono.
gi~semos ao dilemma. Queremos aproveitar o que existe e augmentar nos-
• • • ,
Esse, porém, é um dos pontos cap1taes para nos, sos cabedaes.
pois, sem tirarmos as urzes do caminho, élle _não poderá Isso, porém, não quer dizer que só queiramos des-
sc:r palmilhado por outros menos experientes do que nós. envolver o Violão nas culminancias classicas. Não; não
• •
Precisamos de dizer o que sentimos sem que isso é esse nosso desejo.
tenha qualquer resquício de menosprezo• E tanto assim, que desejamos estimular os estudio-
Pelo contrario: apreciamos e véneramos mesmo ai- sos, ainda mesmo aquelles que têm horror á graphia mu-
• guns abnegados professores nossos, mas reconhecemos sical, porque essa phobia, estamos certos, desapparecerá
estar ainda na infancia da escola moderna. no dia em que alguns dos nossos patrícios brilharem nos
Nossos professores receberam suas luzes em velhos recitaes de Violão.
r.:ethodos, mas sem guia competente. ··Alguns, conhecen- Pare;::e isso uma incoherencia de nossa parte, mas
- e, .
nao
dc; musica• regularmente, conseguiram muito, mas não o
bastante para disseminarem uma escola completa do in- Vamos propugnar pelo estudo do Violão, dividindo
.
strumento. o curso em tres séries, a saber:
Essa impressão tinha-a o inolv~davel Hernani de Fi- l." - Violão por pauta, para aquelles que não sa-
bem musica e querem estudal-o de ouvido.
gceiredo, musicista consummado, abnegado cultor de
2." -Violão serio ou seja o Violão para melodias •
Violão.
simples, as quaes, na sua maioria, dependem do acom-
Espírito recto e homem de caracter, a quem traça
-
' panhamento; e,
estas linhas declarou elle • em 1917, e essa declaraçao
•
3." - O Violão tal qual como deve ser estudado e
está publicada '' que nunca imaginou ser o Violão o in-
como o ensinou o immortal reformador de sua difficil
strumento que é, nas mãos de um grande artista".
technica - o maestro Francisco Tarrega .
•
Dentre nós não ha quem desconhl!ça o quanto fez
Terão nossos leitores ahi bem especificados nossos
, pelo Violão o saudoso maestro brasileiro. desejos e a synthese do que pretendemos e devemos
Teve discípulas, algumas de vaJor, ll_las a nenhuma re;'llizar.
poude transmittir maiores ensinamentos do que aquelles Estamos apparelhados para levar avante nossa obra
que bebeu em Aguado, Carulli, Carcassi e outros, al_icer- e esperamos não faltar aos compromissos assumidos pe-
ces que ainda eixstem e sobre os qua~s. Tarrega, com a rante nos
, .
propr1os.
sua inegualavel competencia e larga visão edificou a sua E o tempo ha de demonstrar a realidade.
escola da qual são fructos excellentes Miguel Llobet, Jo- Alguns dos que nos lêem hoje, com certa reserva,
sephina Robledo, André Segovia, Emílio Pujol, além de amanhã serão os primeiros a nos bemdizerem.
•
•
,
,:
•
.. •
,, .,, . .,,
10 ao a raoes secu os
~luito e te111 c ·cripto a4pi e no estrangeiro sobre o 110 so ua ge111i11czco,11 o Alaudc e tá co1nprovada, 11ão ó pelo ti111-
querido Vi Ião, 111as apc ·ar ele ta11ta tinta e tc111po perdidos, ate bre· como tat11~cn1 pelo seu typo prin1itivo. Co11forn1c dissen1os an-
agora paira ainda 110s espíritos n1e11os preparados u1na dt1vida terior1ne11te, o Alaude ti11l1a oito cordas, se11do a fi11adas 1.111isonas
sobre a orige111 desse l1oje tão si1111>le co1111>anheirod s trovado- cluas a dua . a realidade essas oito 11ão era,n i11ão quatro cordas.
res e virtuoses. Ora, resa a l1istoria e co11firn1a111a cl1ronicas que até ao secttlo
Dal,i, a razão da duplicielacle elo sett e11cordoan1e11to, questão 'V II o iolão co11l1ccido 11a Hespanl1a, ti11l1a quatro corda , cor-
assaz delicada, n1as n1uito in1ples aos oll1os e 1>arcos co11l1eci1nen- re po11de11tesás suas segu11da, terceira, quarta e qui11ta actuac ou
tos cios leigos. Para estes, por exe1nplo, nacla represc11ta collo- e111nota - i, sol, ré lá, do11de se co11cluc que e11tre elle e eu
car-se cordas de aço ou tripa sobre o violão. avoe11go existia apc11as a differcnça de possuir unia só corda c111
]~ te sôa tão bem de u1na con1 de outra 111a11eira,parece11do Jogar de duas ou 1nell1or 110s expressa11do - seu cncordoa1ne11to era
até aos affeiçoados, qt1e as cordas de aço lhe elão n1aior cxten fo.u si1nples ao passo que o do Alaude era dobrado.
e 111ais nitidez de son1. Dal1i para cá veio o Violão, con10 o Alaude soffrendo as 111odi-
Publicações tecl111icas sobre o 111avioso e doce i11stru111c11to, ficações, sendo qt1e este cl,cgou a ter até vinte cordas, c1ua11d·i
tén1 posto de parte o problen1a ou 1>or desco11l1eceren1 certas cir- to111ou o 110111ede 'fl1eorba pelo qual ai11da é muito co11l1ccido até
cu111sta11cias ou p r ten1ere111 atacar, con1 si11ceridade, o assu111- l1oje 11a França.
1>to. E11tre ,,ós elle já foi espla11ado en, lo11gos artigos quando a realidade, pois, até agora e tá apurado, e1ue o Violão ur-
por aqt1i 1>assot1 Agt1sti11 Barrios. E111 1917, algt1e111, criticando gitt na Hespanl1a, levado pelos n1ouros e só co111cçou a se dese11-
e e gra11de arti ta, la,nentou Lt ar elle cordas de aço da pri111a á ,,olver 110 secuto XVI l e com tal di emi11ação qt1e empolgo11 a
terceira. plebe e a fidalguia, se1Jdo 11a primeira, como até l1oje, u aco111-
Deu is o ensejo ao gra11de artista para estal>elecer a pole- pa11l1ador i11con1para:vel, }.fas. segundo re a111 as cl1ro11icas, logo
111icat1tilissi111a, po11do o asst1111ptoen, fóco. c1ue surgiu, elle 11ão era ta11g1do do n1esmo modo que l1oje e ncllc
Barrios, te11do a seu lado un1 11un1eroso grupo ele ad111iradore , apenas se exec\Jtava111 os 1·asgados, que co11sistia 110 resvalar de
·uste11tot1 a st1a opinião de poder usar a cordas de aço se111de - leve dos quatro dedos da 1não direita (i11dicador, médio, a1111ular
,,irtuar o caracter do Violão, ao passo que Er- e mini mo) sobre suas cordas, forma11do-se as 110-
na11i l;igueiredo e outros, suste11tara111 o contra- tas com os dedos da n1ão esquerda.
rio, baseados na origen1 do i11strun1e11toe seu ti111- As i111 foi sendo executado de ·de a i11va ão
•
bre especial, se11do citado en1 abono dessa 01ii11iáu moura na Hespanha até con1eços do eculo XVI[,
a pole1nica travada e111Lo11dre a respeito da 111u- quando offreu modificação.
di ficação feita 11a cor11eta pelo 111aestro Bugie. •
Qual seria, porém, a razão desse cn11ircl1endi-
Suste11tara o 111usicista a tl1ese de qt1e cslc 111eiúv?,
i11strt1mento 11ão ti11ha sido n1oclificado c111 11ada. ·' Para respohder e sa interrogação .0111q obri-
Apenas, para facilidaelc de cxcct1ção, addiciona- .,gados a rctrocecler aos vcll1os tempos l1istoricos e,
•
ra-11,e unia sin1ples chave. assi111, presu111i111osesclarecer 11111adu,·ida.
0111eaela-unia con1n1issão para decidir o caso. E' qtte, até l1oje, ainda existe quen, pc11s cr
ella, por u11a11i111idade,acl1ou ter o i11trume11to o ·Violão da fan1ilia do Sistro, in tru111c11toorigi-
deixado de ser corneta e co11stitui r u11111ovo ty1>u na! cio ligypto con10 o Alaude, avô de u111agrande
que deveria ser, co1110 foi, baptisado c 111o no111c geração de i11stru111c11tos.
do sett autor. Co11sistia elle ,,uma l1aste ct1rva de aço ver-
E 1nister Bugie, e1n querer, viu seu 110111c gado c,n f órn,a oval alo11gada, f ecl1a11do-se a
p rpetuad 11as orcl1estras. duas p911tas u11idas para a for111ação do cabo no
Aq_ui, chan1ado a uvir Barrio , e111 casa d~ qual segurava o executor.
gra11de negocia11te e não menor protector dos artis- ' Tra11sversalme11te eran, collocada placas de
tas, qt1e se dá ao 11 ,ne de an11iaio Araujo, aço dista11tcs uma da outras para que, t1n1a vez
•
at1do o n1aestro patrício epo111t1ce110acl1ou que Ca11gidas, não se 111isturasse o so111.
Er11ani de Figt1eiredo ti11l1a razão e o nosso cl10- Esse instrun1e11to primitivo foi ,nodi ficado
roso Violão 11ão devia er encordoado con1 cordas in11un1c'ras vezes, parecendo ser a prin1cira aquella
•
<le aço. en1 que se ll1e at1g111e11tara111
o 11u1nero de 11lacas
Isso, e11treta11to, não i111pediu os 11ossos an1a- l1ar111oniosa , da11do a fór,na ela actual l)•ra de
clores, 11a ua 111aioria, de usare1n o mes,no pro- banda de 111usica.
cesso de Barrios, cl1ega11do 111esn10á perfeição ele Segu11do reza111 os dados l1istorico , por occa-
collocar todas as seis cordas de aço sobre o Vio- sião do domi11io ro,nano no Eg)•pto, t1111l1istrião
lão, qua11do o artista paraguayo apenas pu11l1a trcs. te11do collocado o Si tro de11tro de u1na' caixa
\Te1n disso a 11ossa convicção ele que tae verificou ter elle modificado o volun1e do om.
a1nadores não e preoccupam co111 es e assu111pto Dahi a idéa de lhe dar uma caixa harmonica.
e, 11a maioria, usam cordas ele aço por econo111ia Foi o primeiro passo para a evolução do is-
de um lado, e mais por 11ão se acl1ar, e,n 110 so L11tl1 tro e a crcação da sua numero a prole, co11stitt1i-
111ercado, boas corelas ele tripa. da por todos os i11strumentos e11cordoados co111
Mas 11ão lia negar qt1e, n1es1no encordoaclo en1 aço, o Violão ,:ordas ele aço e muito 110s os co11l1ecidos, co,no cjam a Citl1ara, a
não perde a sua efficie11cia, ape11as se ll1e modifica11do o ti,nbre Bandola, o Bandolin1, a Ba11durria, etc., etc.
caracteristico. atural1nc11te os ro1nanos trouxera,11 taes i1111ovações do Egy-
E esse timbre elle o adquiriu en1 seu 11asceclouro, como vão ver pto e dal1i o desenvolvime11to c1ue teve essa pleiade de i11stru111e11tos
o· leitores. ,,a Italia, de 011de se disseminou por todo o 1nu11do e, parece-no ,
• • • o enco11tro das duas grancles famílias teve Jogar 11a IIJcria e1n fins
Qua11do os Carthagi11ezes exte11deran1 eus tc11taculos sobre o do seculo XV.
111u11do,co11quistaram a antiga 1'lat1rita11ea, na A frica do Norte. Romanos e 111ouros, istro e Alaude se ligaram por tal f or111a
Ahi se estabeleceram e don1i11aran1 dando aos 11ativos o non1e ele qt1e a 11enl1um l1istoriaclor f i <;lado distinguir q11ando e co1110 foi
barbaros e, por serem da 11at1rita11ea tratava1n-nos ele 11auros ou feita a união dessas duas proles distinctas. A verdade, poré1n, é que
Mouros. dura11te 111ais ela metade do XVI seculo don1inou todas as ca111a-
l•oi 11essa época que appareceu o primeiro i11str11n1e11topara o da sociaes da Hespa11l1a t11n i11strumento ao mesmo tempo origi11a-
qual se escreveu n1t1sica - o Alaude, seu a,,õ. rio do Alaude e do Sistro ao e1ual foi dado o 110111e de Vinl1ela, qué
Era uni i11trumento semelha11te á actual guitarra portugueza, é a pla11ge11te Viola do Sertão, a meiga e doce com1ianl1eira do
c11cordoaclo con1 quatro cordas dupla , se1>arados por peqth'.t1a di - 11osso caboclo.
tancia unia da outra.
O Alaude teve grande voga er1tre o 1no11ros e estes, invadi,ído Esse i11stru111ei1tobrill1ou e teve voga 11ão só 11a Hespanl1a con1".l
a Hespanl1a, para lá levara1n o antigo instrume11to. e,n tocla a Europa e co11tinl1a ape11as a quatro cordas n1enciona-
das. Tão gra11de foi o seu '
desenvolvi1ne11to que ' gra11de n1t1si-
un1
Ha ahi um ponto até agora ainda 11ão esclarecido e 11 s co11-
f essa111os se,n elen1e11tos para fazei-o: é a1>ur"r-se se os n1ouros já cista, poeta e escriptor cl1ama<lo Vic 11te Espincl eledicou- e ao
levaran1 o violão para a Hespanl1a ou sin1ple mente o Alaude. seu acurado e tt1d9 do quaes resultou o prin1eiro gra11de pas o
Levas e,n ot1 11ão o Violão, a verclade, poré,n, é que ellc ap- 111arca11doa transfção da a11tiga Vi11l1cla á Guitarra Hesp<Jnl1ola.
parecet1 na vell1a Iberia e por isso ton1ou o 110111e de Guitarra Hes- Espi11el ll1e açldiccio11ou uma quinta corda, a nossa actual pri-
panl1ola, pelo qual é co11!1ecido em todo o inundo, excepto no Bra- 111a. Foi elle que en1polgou as côrtes do Vell10 Mundo de de os
sil e Portugal . princípios do Seculo XVII .
•
..,
o VIOL •
A o •
• Dezembro de 1928
I1111t1merasfora1n as co1111iosiçõs e arra11jos e111 voga e 11ao
•
- Essa obra foi que fez o estreitan1e11to do progresso do Violão,
havia da111a elega11te, fidalga ou 11obre que não pOSSLIISSe a sua propugnado ao 111esmo te111po por tres gra11des mestres, cada u111
guitarra. perte11ce11te a u111a11ação ~ a Hespa11l1a, a Italia e a Fra11ça.
Nos reinados ele Felip1ie III e IV era o instrt1n1e11to predile- E' que 11a Italia N icolo Paga11i11i e F erclina11do Carul Ii se
cto da córte e teve 1nesmo a protecção de suas 111agestades todo e11tregaran1 ao estudo n1eticuloso do ir1stru1nento e na Fra11ça
aquclle que soube tirar da e11tão Guitarra Hespanl1ola os set1s n1a- apoleão Coste, gt1iaclo tão són1ente pela sua mãe, n1usicista de
g11ificos effeitos. Mas não era só111e11teali qt1e ella brilhava. Tan1- valor, da1na da côrte, qtte 11u11cal1avia clespresaclo o Violão, apesar
be111o Rei Sol, e1n Paris, dispe11sara ao· violo11ista portugt1ez Ro- de desthro11ado pelo Cravo, 1·11eorba e Harpa, então e1n voga, e
berto de \!isco protecção tão ho11rosa c1ue elle se vitt 1iopt1larisado bebendo as i1111ovações de Vice11te Espi11el, Roberto ele Visco e
e l101ne11ageado e1n tocla a F ra11ça. Moreti, tornou-se em pot1cos a11nos o 1nestre i11egt1alavel dos estt1-
Era tal a preclilecção ele :Lttiz XIV pela Guitarra Hespanl1ola, clo ciue viveran1 e hão de viver atravez elas gerações.
tJLJC atti11gia as raias de unia c1uasi mania. Esta subiu a tão alto Surge aqui t1n1 po11to n1t1ito i1nporta11te a esclarecer e qt1c se
grat1 que para cllc t1111amoça 11ão ti11ha eclttcação con1pletq sen1 110s afigura u111ta11to clifficil ele ser posto a li1npo.
tocar violão.
,. Deve ter fin1 aqui a l1istoria antiga cio Violão, qt1er dizer, o })elos daclos l1istoricos verifica-se ter o \Tiolão appareciclo
1icri do cio sct1 appareci111cnto até o a1J gêo a qtte atti11git1 graças con1 quatro corclas. E pincl addiccio11ot1-lhe a qui11ta, a actual
ao set1 dese11volvime11to e 1ior ser o t111icoi11stru111e11to
portatil e ac- 1iri1na. Padre Basilio adclicion ti-lhe 111ais cluas o 111igrave e ré
ccssivel. grave, isso c1n fi11s cio seculo XVII.
Logo após c11co11tra-se o Violão co111 seis cordas, se11do eli-
r11inada a setima.
SEGü DA EPOCA
ão dizen1 as cl1ronica 1na os factos de1nonstran1 que sct1 Apparecera111 n1uitos adeptos do Violão, con10 Pargas, C~10,
i11tt1ito foi egualar o Violão ao Cravo, o qual era ta11gido pelas Arca , Ferrer e ta11tos outros, 111as ne11ht11n poude proseguir na
duas mãos e forn1ava accordes so11oros. grandiosa obra de rel1abilitação do 11osso mavioso instrume11to.
Paclre Basilio, conl1ecenclo a sua tecl1nica aproveitou-a para E assin1 tern1i11ou elle a sua brill1ante trajectoria por t do o
o Violão, em pri1neiro Jogar para os acompa11!1ame11tos forn1a11- período qt1e clasificamos ele sua segt111da época e qt1e ve111de 111eia-
do os acordes 11as tres primeiras cordas e os baixos 11as ot1tras dos do XVII a meiaclos do XVIII secttlo.
quatro, fazendo estes o papel das 11otas feridas pela mão esquerda
110 Cravo.
, Esse i1111ovador teve un1 di cipulo clig110 de seus e11sina1ne11- A ESCOLA MODERNA
•
to e para nós, a1nantes cio mavioso instrun1ento, o mestre 111con1-
Dal1i para cá co11tinuou a ser un1 instrun1e11to clesprezaclo só
paravel que foi Dyonisio Aguado.
Taes modificações foram desde logo disseminadas e en1 1799 11ão clesn1erece11do 110s meios plebeus, 011de sen1pre se refugiou.
}lforetti, italiano de na cença mas creado na Hespanl1a, publicou Apesar clisso, porém, não deixou de ter seus acleptos nas 1nais
• um methodo entregando-as ao estudo dos compete11tes . ai tas camadas sociaes e artísticas.
•
•
•
Dézemb1·0 de 1928 o VIOLÃO
•
A prova cliso é que G u11ocl era un1 sct1 a111a11leapaixo11aclo, Beethoven, hopi11 outro., realça11clo a 111elolias co111 cf feitos
la11lo qt1e escreveu u111apeça J)ara cllc, cle11on1inacla ·· Passacaille ", verdadei ra111ente surprel1e11ele11te.
cxeculacla .por J. Boscl1, un1 granel e ,,iolonista.
O t)rincipal de sua escola n1aravilh sa para nó reside tão
ai11t ae11s linha un,a verclaclcira acloracão pelo 111avios co111- só111e11tena po ição cio i11strt1n1e11t e das 111ão de n1oelo a se
pa11heiro cios trovaclorcs e 011cle o 011via parava para apreciar a poder tirar u1na sonoridade 1nt1ito 1naior cio que aquella obtida por
111ais sintple n1eloclia co111 a n,aior elas reverencias, subscreve11clo sett antepassados.
i11,to/uni a opi11ião ele Ma e11et que acl1ava er elle o 111ais con1-
pl to i11strt1111e11to ele cordas. 1'oclo o 111_ecl1ani1110cio V!olã~ ~offreu tan1ben1 u111aalteração
..
Iu111a e11trevi la co11ceclicla cio gra11cl cr1t1co -
e 11ao 1ne11or
co111pleta e fot de tal 1nodo s11npl1f1cado qt1e a escola for1nidavel
lo in1111ortal 111aestro póde-se resu111ir e111 ape11as ci11co folhas de
111aestro Lerot1x, Debu sy f ala11clo sobre todos os i11stru111ntos papel pautado!
cli~sc: ·· o Violão é, ele todos, o n1ai IJell , 111as julgo-o de tuna
Ahi está o seu enor1nc n1erito.
clif f icil Ii111a execttção. "
Real111e11te,as im J)e11sa1nos tan1ben1. l\fas 1'arrcga, co1110 todos os gra11cles artista , tinha t1n1a
aln1a si1111)lese pura. ua carreira artistica podia-ll1e ter legado
Apesar elas i1111ovaçõe· e aperfeiçoa111e11to· por c111ete111 1>as- u1na e11or1ne fortuna.
saclo sentia-se até 11ão ha 111uito te111po qt1e pocleria ir 111uito alé111
elas 'culn1inancias e111 qt1e o eollocaran1 Sors, Cart1lli, 1\guaclo e Tendo percorrido a Hespa11l1a e ,,arios paize e! estrar1geiro,
Coste. ganhando rios de di11l1eiro, 11ão poucas vezes se viu e111 clif fict1l-
elades seria .
E· qt1en1 o tirott clesse i1111Jase foi, sc111clt1vicla, o gra11<lc, i111-
111ortal e incon1paravel Franci co Tarrega. 1-Iodesto por indole, julgava-se u111a 111ecliocridade e graças
a es e exagerado se11time11to 1norreu pauperri1110 e1n Barcelo11a,
Este 111uici ta tão eo1npleto c1t1ão clelicaclo, assc11lot1 o 111arco onele J)assou seus ulti111os a11110, eledicado exclt1siva1nente aos seus
11a estrada já lo11ga pela qt1al o \ iolão ten1 trilhado, en1 arroubos an1igos e cliscipulos, aos quaes legou a obrigação de clif f u11clire111
brill1anti si111os,clt1ra11teos te111pos 1n cler110s. sua escola e e11sina111e11los,porqua11to 11ão deixot1 ur11 r11ethodo
Na cett na aldeia ele \lillarcal, provi11cia tle Castello11 ele la feito.
Plana, e111 I-íespa11l1a, e111 1854. '
E ses discipt1los a111ados são Jo efi11a Robledo, a rai11l1a do
Filho ele pacs n1oclestos, talvez 110 inici ele s11a vicia 11ão ti- Violão, 111uito nossa conl,eciela; Pepita Roca, que vive e111 Bar-
vesse prest1111i<losiqt1er a· glorias <Jttc iria coll1cr e111 toclo o celona; 1-liguel Llobet, En1iclio Pujo! e Anelré Segovias, os co11-
111u11do. certistas 1nundiaes; Da11iel Fo~teas, ainz de la l\1aza e Do111i11go
Havia c1n sua terra 11atal uni afa111aclo violo11ista alcu11l1aclQ l~rat, professores ele real 111er1to.
o Cego de la .Afa.ri11a,co11!1ecidoe111toda a região valer1cia11a co1no Alli tê1n os leitores a l1istoria do Violão desde o set1 appa-
•
cxi111io solista. A elle coube a gloria de ser o pri111ciro profes or reci1ne11to até 11ossos dias.
de Tarrega.
Resta agora a 11ós co11correr1nos co1n o 11osso esforço, a in-
ontava este apc11as oito a1111osele cdadc qt1a11do iniciou se11s tellige11cia sadia de 11ossos a111adores para a realisação da obra
estudos, con, 1>ersevera11ça tal e tão gra11de força ele vo11tade qttc i11iciada l1a ta11tos seculos, con1 s ele111e11tosc lhido alravez do
en1 n1c11os de ttm a11110se11tiu ter ultrapassado o 111estre. te111pos pelos ab11egado cultores do iolão.
Proc11rot1, então, u111 n1cio n1ais elevaclo, 11clc J)11clessc ao
n1es1110ten1J)O dcsenvol ver set1s estudo e attencler ás i111periosas UM E CLARE IME 1'0 •
necessidacles J)essoaes.
1v[t1dou-sc !)ara a cicladc de Valencia, oncle estudo11 ao 1nesn10 E ll r que se diz iolão en1 vez ele Guitarra Hes1ianl1ola,
te1111ioPia110 e Violão, e tão gra11des conl1ecin1entos aclc1t1iri11q11c 11on1e por que é elle co11hecido e111 todo o 111t111clo,
excepto e111
Portugal e 110 Brasil?
1>assot1 a ensinar os dois instrun1ent ·, dos quaes tirava o 11eces-
ario para seu sustento, se111 desct1rar todavia cio ett aperfeiçoa- Essa interrogação já assaltot1 por certo o espirito do leitor
111ento e1n an1bos. argt1to.
E1n Vale11cia tatnb 111ao calJo ele certo te111po, verificou ser Elia te1n cabin1ento e 11ão será de facil resp sta para e1t1e111
o ca1npo muito restricto para sua va tas aspirações a resolveu ir 11ão te11l1a e tudaelo a ge11esc do popular i11strume11to.
111ais lo11ge. Folga111os, poré1n, en1 poder clar esse esclareci1ne11to.
Madricl, a capital ele seu paiz bailava no e11 cerebro arcle11te Co1110 clis e1nos antes, l1ot1vc un1 te1npo e1n qt1e a Guitarra
de n1oço, co11f u11di11clo-secon1 as i11pi rações graneliosas que set1s J)ercleu na I-Iespa11l1a o seu 11ome para ser co11hecida so1ne11te a
parcos co11l1ecin1entos de 1nt1sica não poelia111transfor111ar em rea- celebre Vi11l1ela que se tra11sladou para Portugal co1n o 1101ne tra-
lidade. cluziclo para Viola.
Graças á protecção de un1 11egocia11te amigo poucle elle lra11s- Elia ti11l1a, poré111, Qttatro cordas ape11as.
laclar-se para lá e i11gressar 110 Co11servatorio acional de Mu- U1n arti ta portuguez, Roberto de Visco, se especialisou 11ella,
sica, onde foi laureado 110s cursos ele har111onia e pian , .11os<1uae 1nas acceita11do a 1nodificação feita por Vice11te Espi11el, isto é,
se especializou, 111as não foraJ11 es es os laureis que o celebrisa- seu i11stru1ne11totinha ci11co cordas e era, por isso, maior do q11e
ra111 - foi o Violão c1t1eo tornou po1)ular e qt1ericlo a ponto de a \liola.
ser cog110111inacloo Sara ate ela Guitarra.
Dal,i o at1g1ne11tativo que se ge11eralisou e di tinguiu o Violão
En1 1-Iaclrid deu o seu pri1neiro co11cert 110 1'1,eatro ele da Viola.
All1ambra, con1 exito colo sal .
De Portt1gal elle foi trazido para o Bra il como foi tra11s-
Já ti11l1a, e11tão, modificado a tecl1nica cio instru1ne11to, apro- plantado ela Hespanl1a para os paize l1ispa11os-americanos.
veitando os e11sinan1ent.os de Sors, Aguado e Coste.
atisfeita essa curiosidade cren1os ter resu1nido a l1i toria
Póde-se dizer que co11seguiu, con1 o seu genio e eompetencia completa do querido, mavioso e inegualavel instrumento para cujo
tra11splantar com fidelidade, para o nosso 111odesto Violão, Bach, re11ascimento empenhamos 9s maiores esforços.
•
••••••••
••••••••
••••••••
sco a e rr • •••••••
••••••••
••••••••
••••••••
••••.•••.•..... , ••.••••••••........••..•...............•••...
,
v· '!' V TI1,
~..
......•...............•.......................•............................................. .......
••••••••
.
11"\, . \.., fl'\/ 1,
O\, li\/ a
nv a_, 111,,
~ =:-=-=---P=+.:JJ-tJ=_ili.c-_-_-~~~~~~~~:__-_
1
~-----=-----:-:- .3
•
@ ..........................
-
@ . . ... ....... ... ® .........................
.
•
Em outro logar, tratamos da mo- SUA ORIGEM E TECHNICA. isso e todos os seus exercícios obe-
derna escola de Violão, organizada • decem a esse escopo .
pelo immortal m a e s t r o Francisco Elle vae desenvolvendo os dedos
Tarrega. a mão direita de modo a que os de-
gradativamente, tanto da mão direi-
Graças a elle podemos realizar, dos fiquem alongados um pouco para
ta como da esquerda, sem forcai-os ,
num instrumento julgado pobre, as tra~, e formem em relação ao pulso, a saltos nem proezas inuteis.
mais ou menos, um angulo obtuso
maravilhas com que Llob..:t, Ro- .
ou, mais claramente, collocando a
' Hoje publicamos a sua primeira
bledo, Segovia e outros têm deslum- escala, executada nas tres primeiras
brado o mundo. Accrescentamos mão de molde a fazer com a munhe- cordas do Violão. •
tambem que essa escola magistral ca, em relação aos dedos, uma linha
Com a sua armadura uniforme
poderá ser resumida em umas pou- curva o mais fechada possível. '
ella vae até mi natural na primeira
cas folhas de papel pautado. Isso, quanto á posição da mão.
corda presa na 10ª casa e depois
E' que Tarrega, com um poder Agora, tratemos da acção dos dedos.
desce até ao lá natural na terceira
synthetico invulgar, evitou os estu- Segundo Tarrega, deve-se pulsar a
corda, presa na 2" casa. ·
dos fastidiosos, para desenvolver a nQta com cada dedo, de modo que
Parece facil, mas é difficilima
te c h nica concomitantemente das este venha descansar, de leve, so-
para quem começa e tem a preoc-
duas mãos, pondo-as, ambas, em bre a corda immediatamente ante-
• cupação de realizai-a com precisão .
egualdade de condições. r1or. •
O tempo demonstrará isso aos es-
Pelos velhos methodos, nota-se um Exemplifiquemos: se ferirmos a
tudiosos.
defeito difficilmente sanavel, qual o nota mi agudo (prima solta) com
Nosso graphico explica, claramen-
de desequilibrar as duas mãos. Por qualquer dedo, este, depois de fazei-
te, as dedilhações de uma e outra
isso mesmo, nota-se geralmente em a vibrar, vem encostar-se, mansa-
mente, sobre a corda anterior, a se-
mao. -
grandes executores a mão esquerda Como, porém, nem todos sabem
muito mais desenvolvida que a di- gunda, ou si solto. •
musica, transportamos a mesma es-
reita e desta os dois primeiros de- Temos, ainda de esclarecer ' e esse
cala para signaes pautados, para que
dos ( indicador e médio) mais age is ponto e essencial para a bôa exe-
- ,
cuçao, que so se deve pulsar a nota
possa ser executada por quem não
do que o terceiro ou anular. conheça a graphia musical.
Com a escola de Tarrega esse de- com a face anterior da ponta de de-
do, o que o vulgo chama de polpa, Si não tivermos sido felizes nessa
feito desappar'ece, pois sua preoc-
- . .
cupaçao max1ma, e ·isso se nota em sem que se deixe resvalar a tinha explicação, que julgamos bastante
na corda tangida. clara, e se nossos leitores tiverem
todos os seus exercícios, foi accen- qualquer duvida, aqui estamos para
tuar esse equilíbrio. Para se chegar a esse resultado é
necessar10• a maior• •
meticulosidade esclarecei-a, desde que sejamos pa-
Por outro lado, corrigindo a posi- ra isso solicitados por consulta pes-
ção do instrumento, ipso facto, corri- nos estudos e, sobretudo, a maxima
observancia na dedilhação. soal ou por meio de carta.
giu tambem a pulsação das notas.
Consiste essa posição em collocar O formidavel mestre recomrnendou E ess,e é o nosso desejo.
.
!11(/icudor 11/éclio 1º n1ovin1enlo até a 10ª casa - 1 Ili
•
2" voltando - lll 1
- - - -
•
--
----
1 • •
-• •
- - - 2• 4
• - - -- •• •
•
terceira (sul) - - - --- - •
- - --
J
- - - - -• - - - - - - - - - - - - - - -
• •
- - - - - -
3
.
- .
quarta ( ré)
•
qt1inta (lú)
-
1• casa 2ª 3•
upra, a 1n1 se dese11volve: ela 2• á 5ª casa; ela 3ª á 6•; tia 4• 7ª e assin1 p r tlea11te, até a
•
O 1novi111e11to
do exercício {i
dccima casa.
• •
•
Dezembro de 1928
o VIOLÃO
• '
• •
•
' .'
' '
• ' 1 '
/
•
' '
'
1' '
•
•
1•
'
•
J
• •
•
•
•
'
FRANCISCO T ARREGA, o mestre creador da moderna escola do violão
(Desenho de Oswaldo Teixeira, feito especialmente para ''O Violão'')
/
o VIOLÃO Dezembro de 1928
~
, ,
=
~
Em outro togar
-
encc~1trarão os leitores lhetins - a serenata, dizia lle, acab:i Que111 conhece a tech11ica elo V :olão
a l1istoria cio Viõlão até 110s o dias e ciua i e1npre ~:1n, e1TI casa111ento, por sabe per feita1nc11te c1ue só isso dc1TI011tra
•
não incluímos este 110 outro capitt1l0 por- exemplo, e, qua11do termina n1al, não pas- o valor do 11osso saucloso patricio .
que cabem aqui algun dados qtr: no ão sa de um trovador 1Tiolhado pela agua ati- E só111ente quem tivesse grande valor po-
particularmente agracia veis. racla por uma ingrata, ao passo qtte a se- dia fazer o qt1e ell- fez.
• • •
1 ão queremos dizer con10 geralmen- re tia se extingue com os 111strun1entos E111 pri111e1ro Jogar, foi ouv~do pelos
te e diz por ahi -:-- esse instrumen'.o é quebrados, gente no 110 pital ou 110 necro- n ssos n1aiores arti tas da época e se-
nosso. I so seria por de1nai arrojado e terio e .a policia to1nando co11heci111entodo gttndo nos revela, e1TI seu artigo, o illus-
t1ma inverdade flagrante. facto... ie ta atmosphera foi c1t1e o Vio- tre Dr. Gonzaga Filho, encantott ao pro-
O Violão não é de te ou claquelle pa;z lão se acclimot1 entre, nós e a Jtri vivet1 prio Gotschalck, que foi ouvil-o duas ve-
é 111undial e tem encontrado met ·culo- até fins do secuio passado. ze , 1TI sua resideocia, Depois se apresen-
sos cultores até fóra da raça l?tina 011de ss i111 1nesmo ach inca! l1ado, vi Iipendia- tou em pttblico 110 Club Mozart;, então
se generalisou com maior rapidez. Para :clo, nu1ica deixou de ser admirado. Havia centro da élite inu ical do l~io de J atieiro,
não falarmos e1n outros paizes, basta ci- 111uita gente boa que 11ão re istia aos en- (Jtt,çá do Brasil.
tar-se o que succede actualmente na A1ne- canto da sua t1ave e penetrante sonori- St1a at1dição foi t11n st1ccesso formn a-
•
rica do orte, Ingla 1:erra e Allémanha, es- clade e o cultivava 11uma discreta i11timi- ve!. O Dr. Cle1ne11ti110Lisboa n1orrcu n10-
pecialmente ne ta, 011,de já existe um ele- dade, pois raros tinha1n ,corage111 •Óe con- ço e não pouclr. ter1TI.:11arou acl:antar :nais
vado numero ele virt•uosos. fessar essa predilecção. a st1a obra gigantesca, até hoje, ó conhe-
f fir111amos i1n, e o factos estão ahi Era feio e nada recommendavcl tocar- cida de quc111 teve a feltei<l.acle de ouvil-o.
i:ara con1provação, que o Violão se vul- se ,,:o!ão. Por isso durante -dois secttlos e Morreu pobre e a t1nica coisa CJue deite
garisou entre nós ,co1no 11enl1trm outrn in- tanto vivc11 elle na nossa plelJc e cren1os nos resta é o ~tr querido Violão ciue está
strume11to de corda. ler sido 110 fim do segundo Imperio que e111 poder do Dr. Go11zaga Fi!l10 e e te
Trazido para aqui, nos tempos co!oniae , ;:lguc111 teve corage1TI de a1)re ental-o etn pro1not,teu doai-o ao Muzcu guarido dei-
póde d;zer-se c1ue se arraigot1, passanclo a Pttblico. xar este 111t111do.
ser caracteris,tico do paiz e a sin1 foi con- E faz be111
si.derado no primeiro e segunclo Im1)erio e O PR!l\lIEIRO HERóE
•
na propria Rept1blica. NOVA TE T .'fIY, S DE
In f eliz1nente, porém, ó1ne11te l1a pouco Caba essa glo.ria ao no so saudoso pa- RE URGIMENTO
tempo teve o Violão ingre so nas alta ca- trício C!c1n~nt,no Lisboa, ~1gc11l1ciro for-
maclas sociaes, não ,porque estas o eles- 1naclo finissimo artista. D:pois cio desappareci1n,!nto cio sat1do-
preza sem, n1a por ter elle sido sempre E' possivel que outras t)essoas de cate- so ar'1,ista ,patr'cio outros l1omen de va-
a viltado e acl1inca'lhaclo pelo maiore dr goria houvessem culti va,do o quer,do in- lor tontara111 r _rguer o iolão.
antanl10. st,1:imento, 1nas a coragen1 d,e e11frentar o 1.-·.,.urou e11:re este o íallec·'do ele en1-
Era o co111pa11heiro in eparavel do se- pttblico ó111(.'11:eel:e teve. bargaclor ltabal1iana, 1nagi trado austero,
resteiro, synonimo an1eno encontraclo par3 O Dr. Cle1nenti110 Lisboa era u1n Jnoçe 1nas a.paixonado violinista.
vagabu11do e desord'eiro, e c1ue111o ctil ti. •de grande intelligencia e de u1na se11sibi-
Foi is3o ha pouco 1nais ele 20 an11os.
,,asse nelle teria a peor tias recom1nenda- liclacle elevada a qui11tessencia.
•
-çoe . Dal,i, talvez, stta afíeição e •devo:a111enlo
Encorajado \JOr ellc e mais p?lo saudo-
so poeta Mel lo Moraes, e não 1ne11os
Prova ·isso a infor,nação dada ,pelo c~- á arte que abraçou relegando a enge11ha- apaixonaclo do Violão, os prof,ssores Er-
lebre Aragão a um juiz, sobre determinado ria J)ara inferior plano.
nani ele Figueire-do e A!,freclo In1ene ,. se
preso. N aque!le te111po não havia, como até
dcdicara1TI ao e tudo e difft1ndiram n1uito
Diz elle nesse documec1to: hoje 11a perfeição não exi te, professore seus en ina111e11tos nf.!sta cidade.
" ... e sirva-se V. 'Ex. de man,dar exa- ele Violão, mas o joven engenl1eiro co11se-
Ao mes1110 ten,po apparecia ta1Tiben1
minar os dedos da st1a ( de1le) 1não es- guiu beber os e11sina1Tientos de vell,os
o nosso c1t1erido 1nc tre, que é Joaqui1n
qt1erda que verificará a verdade affir1na- methodos, tae o qt1e existiam naqttella dos Santos, o conhecvdo "Qui11cas Laran-
da por esta p<1licia, isto é, •trata- e de um época, alicerçando co1n el·le set1s formi-
jeiras", que julgou, e mt1ito acertaclame11-
serenatista invetera, o a •qt1e se chama claveis conhecimentos 111usicaes, adaptaclos
te, er necessario conhecer ,1nais profunda-
tambem vulgarmente, se restei ro" . ao ma vio o e querido i11tru111cnto de sua
n1e11te os egreclos musicaes do n1avioso c
E' que em nos5o paiz o Violão, não te11- preclilecção.
querido instrumento.
do tido e11trada 11a côrte e alta casas Que1n escreve estas lic1l1as ouviu dd
bocca cio saudoso Arthur apolcã os Ho1ne1TI consciente, •1nodesto e ,pro!)O,
ociaes, foi encontrar na ·plebe a guarida fez <li•sso sacerclocio, 1nint tranclo aos seus
necessar1a. • 1naiorc enco1nios á arte, intellige11cia e
arroubo n1u icaes do não 1neno attdoso i11nt11nero Jisci1)t1l0 set1s criteriosos cn-
Imp1antou-se nesta e por tal fórn,a qt1e sÍJ1an1e,1tos, com aquella si1nplicidacle que
a dominou. Estabclecet1 o seu imperio e arti ta patrício infeliz1nent, pouco c0t1he-
ciclo entre nós. o tornou quer-iclo de toda a nossa socie-
generali ou-se co1no aco1npanl1ador só, a d:~Je.
principio, e mais tard'e en, companhia dos 'l'a1nbe1TI Alberto epo1nuceno teve oc-
ca 'ão de ouvil-o e ad111iral-o IJ.JTI co1no Póde-se, por isso, dizer con1 j ttstiça qt1e
conl1ecidos cavaquinl10, flauta e pandeiro. ' Q11i11casLara11jeiras é o avô cio violão
Cabe aqui assignalarn10 , que 1nuita ge11- o nosso il'lt1 tre patrício Dr. Gonzaga Fi-
lho, que -.ião ha n1u:to escreveu en, IJello 111odcr110.
te, e l1oje i so é idéa !assente, strppõe ser a .;\ elle se dcve111, n1ais cio c1ue a qt1alqt1er
•
serenata a 1nes1na coisa c1ue a sere tia.
• artigo realçando a glor:a cio engenheiro • •
• a mista tão cedo roubaclo á vida e, pare- outro, os pr1n1e1ros 1)assos no · estudo cio
1() sattdo o Vieira Fazenda, historia- Violão. '
ce-no , unia das pot1ca pessoas qtre se \)O-
• dor desta ciclade. poré1n, no foll1eti11s e -
dcm vanglor:ar ela sua intimidade . •
cri,ptos para a tradicional rosea " No- A ESCOLA 1vIODER A
ão conhece1110s nenl1uma das uas
ticia", t.a,beleccu uma di tin-cção entre as
oo,nposições ao que clizein, &.!lic,,da co-
dt1as coi as. Devido a Er11an,i de Fig,.1eireclo e Q11i11•
n10 as de Mozart, ne1n as innurneras tran- •
Para elle a serenata consi tia en1 can- scripçõ~ do piano para o nosso 1navioso cas o 11os5o 1navioso instrun,ento con1eçotr
tar modinhas a.ltas horas da noit., acom- iolão, n1as pelas in f or1nações o grande a ser apreciado e,n, ca111aclas sociaes mais
panhadas pelo Violão, ao pa o c1ue a se- arti ta 11u1nas e 11outra se revelot1 genial. elevadas e no lc1npo do governo Hern1es
resliia era mais ou menos o nosso c/1ôro E' de se prest11nir isso porc1ue ao lado fez pela pri1neira vez a sua trium1Jhal e11-
actual isto é o solo de u1n ingtrumento, dos arranjos de vell1as pera;. poré1n, na- trada 110 !))ala·cio cio Cait•tete.
' '
flauta, clarineta ou requinta, com acompa- c1t1elle ten1po em voga, elle ada1)tot1 varias Foi ..,,n 1913, se não 110s faina a me-
r.han1ento de Violão, cavaqt1inl10 e pan- peça c!,e Gottschalck, cle11trc as qt1aes o 1noria, que a senl,ora Her1nes da Fonse-
deiro. grande trl'<!nolo. Ora, e sa peça foi ta1n- ca, a11terior1ne11te a exi111,ia raricaturisl'a
Havia segundo o audoso historiador ain- lJem transcripta para Violão -pelo grande R'an e Mlle. Nair Teff,é, orna111e11to,bri-
da uma outra di f ferença e por e~le assi- Francisco Tarrega, mas e1n 1901, quer di- lhante J.a no sa. 1nais fina sociedade, ca11-
gnalada, com 1Tiuita graça, en1 seus fo- zer, 111t1itodepois disso. tou no Palacio das A guias o hoj r. arcl,ai- •
• •
'
Dezembro de 1928 o VIOLÃO
nossoconcurso
SUA ORGANIZAÇÃO E BASES
VIOLÃO •
•
•
o VIOLÃO Dezembro de 1928
• ' •
a er1a e er 1s -
•
•
E· do 1Jrogra111n1ad'O VIOLÃO
fJttblicar, e111 cat!a 11t1111iero•,
o per-
- • •
•
••
violo11istas. Pegando a esn10, e11-
co11tran1os ·desd·e logo o João, o
graride João, o 1~on1 :Niix cio [Ji11h0,
e11fim, o IJOeta ·ela viola.
•
•
l;ttco? Con1 ac111elle et1lar moclesto, i
si111ple, ])Ot1ca gente sa•IJe e raros ••
•
-~
' t
-rr.-, :?'
•
cl1a1Jelão, des1Jreoccu1Jaclo, j ulgal-o- •
1•
á natt1ralmente t1m 'fun11ey en1 1
•
plaga IJra ileiras. t1n1 can1peão em
sições, •de enlbção i11oonfu11divel. choros, e justa111e11te cogno1ni11ado coisas da champagi1re, cio n1arror1: e
Elle n1esmo o n10 tra qt1ai1do toca; a 2.ª via cio _Toão, o J)a:pel carbono ttttti qt1a11ti...
arc1uea11do o IJtrsto, estatico, 0!!100 do Ca,,ac111mho... lllustra11do a sua gale.ria de per-
i11cen,di•aclos,como qu'em i,11terroga O João tamben1 é ft1nccio11ario fis. O Violão aq11i cleixa a s11a ho-
se1n attentar no i11 tn1mento, pare- n11111icipal,o e111emt1ita ge11te igno- 1ne11agem ao gran<:le 1n-agi·co da
ce ·qt1e ac1uillo áe· desorde11adamen- ra, e elos mai· assíduos. E sa cir- - .
e111oçao •
'
•
•
•
•
•
•
Dezembro de 1928 , o VI O L ÃO
-
1carahy -
'Y i ·o 1 ao C 1u b
Cultiva-se o violão no Rio, em S. levar para a praia seus violões e, ali, ardor o querido e mavioso instru-
Paulo, nos Estados do Norte, mas a em torno delles, formou-se o nucleo mento.
gloria de uma organização de con-
que deu origem á iniciativa de se Fundado ainda não ha um anno, o
jun,to, a idéa de uma agremiação
Icarahy Violão Club cont.a hoje. em
com o fito de amparar, proteger e Í u• n dar o Icarahy Violão Club, a
• • seu seio, para mais de tres centenas
cultivar o nosso querido Violão, es- pr1nc1p10 com um vasto programma
de socios pertencentes ás melhores
sa cabe, sem duvida, á terra de Ara- · de irradiar a sua projecção até fóra
famílias de Nictheroy e desta Ca-
rigboia, de Nilo Peçanha. das fronteiras do paiz e fazer-se uma pital.
E essa, como muitas das grandes Íormidavel organização social.
E' uma sociedade de escól, sobre a
idéas e iniciativas, teve origem na Reduzidos os excessos das gran• qual nos manifestaremos em outro
paixão latente pelo doce e meigo des idéas, veio o meio termo e a nova numero.
companheiro dos cancioneiros . agremiação t o r n o u-se a realidade Sua historia e sua vida são dignas
Alguns rapazes das melhores ía- pujante, digna de toda a veneração de uma chronica que nossos leitores
rnilias de Icarahy, lembraram-s~ de por parte daquelles que amam com hão de lêr aqui. .
•
•
•
•
o Dezembro de
•
1928
,
•
• '
•
'
•
• ,,·.
'
•
•
• - ,,
• •
1
•
• • •
'
,. '
•
•
l
11!1
''
•
1
'
'
• •
,
•
... -- . - •
. , .
. .
- • • •
'
-. ..
'
- • •
•
•
•
.10 ao ao a cance
' •
•
•
- -
,. . ~
-
O VIOLÃO----~~-~·~-~--~~~--~-- Dezembro de 1928
1·------·:-----------------------------~--------------------------------------------------------~~-------------------------------------~
•• ••
i•. omance
- sem a avras ·
•
•• -
•
•
•• F. ME DELSSOH ('Üp. 38 - N. 3)
!• VIOLÃO~
.
'
••
•-·===-----===1
~-------------------------------------------------
•
'
•
-
A,r1'a·1ijode A.
BALT AR
---
,
·----------------------------------------·--------~
.
Allegro non troppo.
i i
---
1 ~ li 1
--
i ® i
- - - - -- -
i r i • -r- r -r •
r •
'":Jí
...
..,..1
{
•
•
1
- •'
-
i
cresc.
- .r - -
f -
2
-
r
•
4
-- --
'
•
•
•
•
Dezembro de 1928
•
-
p
--
3a ..........................
;
•
•
•
,......,....,...~
.
cre _ - ~ scen _
-
r
do
h12
r--,~
-- -
--
'•
--
- -- -- - - -- -- - -- -
r i 1 # i i # #
~ ~ ,
'
. (";\. •
dim.
J J ~
r.-..
--
••
•
•
•
•
•
o VIOLÃO
• •
Dezembro de 1928
,
/ ..
.n: .. /
•
Stefana de /[aceclo-e Ge y Bar- a0 prazer ele, e111set1 1:iri111eiro11.º,
:i as dt1as 1)rivi1legiaelasi11trepre-
l:i1-:i, realçar e sas duas figt1ras ele de -
•
,.
tes ela ca11çào 1rasileira cu,jas au- taqt1e qtte tanto tên1 feito em pról
-
da, elivt1lgaçàiodo in trt1111e11to
cliçõe co11stitttem t1n1 e11ca11taG11e11- ct1jos 1
•
i-----•--a-.,.••·····---.,.-------.,._._..,.__._..,._._._._._._. ........ ._._.._.a ªaª•.......----·-•-w.-.-.·.·····-···.,......_ .............-.---.•.-.---.,..--~
•••_..,..__________
o ''RIO CHIC''
•
~ E' OS LABIOS DA MULHER ~
~ ~
~ A SAUD~i\DE DE UM BEIJO. ~
l ,;
• J
..'•> ------------------------- .
,•
~'í
/
I( 'I
' '--"' ~
~'/: - ~,'
I• I
1
~ ~
•: • ■:
~ . ~
~ 'í
:, ~
\ I
', '/:
~ ,'
,' . . ~,•
<
1
1
~
•
'
MISTURA
- DE .
'
',
'•
1
-t FUMO >TURCO •'
I - - I
,,•
•,
~
~
1
·UM BEIJO DO SEU AMADO!... ~'í
~ TAL E' A SENSAÇÃO .DA ·_MULHER CI-IIC ::
~ AO FUMAR OS CIGARROS ''RIO CHIC''. ~
ll 'í
,.
,-.-.-.-.-.-.•J-.-.-.......-.------------------------------------------------------------------------------------------•-,-.-.---~----------------------------------------------
•
Dezembro de 1928 -------------- ,----------·----- o VIOLÃO
~~-------•-------------·---·-·-•---·-----------•-·---•-··~--•-••••••--••·•M•••••·•·•••--••··---•--••--•---••··•..-.•.••·•-•--•ft•~
i •
i..,._,._...,._:,._._._._._._._._._._._._,._._._._._._.
______________
_..._,._._._..,._._..,."
__________
._._,._.
__________
.,._._._._._._.._._.
nossas mais intimas confidencias. simples e modesto, foge sempre á
Esses nomes estão consagrados, não publicidade de suas maravilhosas
só em São Paulo, senão tambem em .-
compos1çoes.
todos os demais centros cultos de E Pistoresi e Os,valdo, intelligen-
nossa terra, onde o violão vae socia- tes discipulos de D. Josephina Ro-
lizando-se cada vez mais, como pa- bledo, que com Eustachio Alves, aqui
1adigma de uma nova phase evoluti- no Rio, formam a trindade d.:: formi-
va da mentalidade brasileira. Quem daveis vanguardeiros da escola de
desccnhece, por ventura, o laureado
Tarrega? E' passando em revista
nome de João Avelino, um primoroso que só <..e leve lhes tocamos a per-
solista, de adoravel technica, poeta sonalidadt:: artistica, p a r a opportu-
de suavissimos preludias, de fasci-·
namentc fazei-o melhor, estudando a
nantes melodias, cuja impressão mais cada um particularmente.
caracteristica é a da delicadeza, e da
Falta-nos agora, Jacomino, o fa-
te1nura? E Baltar, que é um au- moso " Canhoto '', prematuramente
thentico mestre de harmonias, o cultor desapparecido, o magico do violão,
intransigente do classicismo, que faz o imaginoso solista e creador do
do violão um elemento suggestionante "Abysmo de Rosas", de "Quando I
e instruc!ivo, vencedor das maiores
dois corações se amam '', da " Mar-
difficuldades no genero musical, in- cha dos Marinheiros", "Reminiscen-
Senhorita Helena de Magalhães terprete de geniaes e celebres compo- •
Castro cias" e outros muitos solos commo-
sitores, o amado companheiro e con-
vedores, que são productos typico::;
fidente do inolvidavel Antonio No-
Helena de Magalhães Castro é a
bre, o melancolico poeta do '' Só-' ?I' de uma imaginação poderosa e opu-
interprete inconfundivel e primorosa ·ilenta. O u t r os nomes poderíamos
da canção nacional. Baltar é o harrnonizador extraor-
aqui citar. . . Mas, para que? Estes
Quem a ouviu uma vez não pode- dinario, cujo preparo se póde julgar
dão que farte para enriquecer a li-
rá esquecer, jamais, o encanto que • pela musica de Mendelshon, que il-
lhe causou aquelle sorriso brejeiro a lustra a nossa revista. Tem uma teratura musical em São Paulo, onde
enfeitar a doçura sem par daquelle a sociedade mais finamente ed11ca-
prcducção classica incalculavel e nel-
fio de voz que parece vindo do céo. da se vae consagrando ao violão, com
O violão, em suas mãos, chóra as la avulta sobremodo a sua celebre
entranhado arnor, e com a aspiração
tristezas que enchem de nevoa a poe- série de ''devaneios'' que, a nosso a um ideal nobre e elevado, em pro-
sia do cantor apaixonado ou sorri á vêr, é o que de mais precioso se tem veito de seu proprio aperfeiçoamen-
alegria de uma trova gaiata. feito no Brasil, para violão. Muito
• ~o esthetico.
Helena não se filiou a nenhuma •
•
o VIOLÃO Dezembro de 1928
'
1
Á C,ASINHA DE MEU BEM A1·1·1111jo ele JOAQUil\:I DOS SANTOS
•
•
~ ', - • •
•
J • '
•
~
. ,
-
•
...
-• o
•• • '•
~
t, 1 ' • •'
tn: , .,
- - ;:;
' -li
;;; ~ H
·,
-
•
....
- •
-- - - -
•
-- - :
-::
•
. --- -- ♦ I#-
- •
....
- -
•
-- -
~ ,;;;::
•
: -
•
•
•
e:::
•
~
12.
• •
1:::
r ~ -
~
- -
•
- - - -
iA
--- -- - -- -- -
•
_a_ .,
...., ~ ~ ,
~ :=s=r 1
~
,.1 .. ' • •
..; • '' ~ ..; ~ .. -
'-- : ... - ..... - - - :. .
ij:
~
-
'
·X
·-+
•
•
• • • ~ '• •
1' 1' 1' 1
• • • •
. t t - - ~ ~-
' :t :t .
e - -+
... .... - - - -
- - --- -
- - -
"' .... ij• r•
•
- f.. - ~
~
...• JI
•
• •
• • •
• •
•• •
-- •
-• --
~ - --- -• -- -
1 •L ,
-- -- -- -•• -- •
'1
• •
--
- ---
• •
\
1 • •
•
Dezembro de 1928 o VIOLÃO
o o
'
o o
o o i, 1 .. Q,
' >o o
t.an.to ...
• •
- 1
"
~ ~
• 1
• ~
1
-E
'Ç
. ' 4 ' -i
- - - ~ -
V
• •
•
' ,
~
.
-:lo ,
'
-
' '
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
e e e -i, ,li:, s. o o e • v o o e 9 e 1($ 2 2. 2 e e
e g o
8
9
e
9 e º' 2., i1,
o
~
o
g
8
o
9
Q
Je
e, 2,
1 1 1
2:, 2:,
Q
o
e 9
g
Q 8 o
o, .:.t, 2, :;i,
9 "
9 G
i. ~ e ~ e, f1:, Q1 .2 0
•
'" 4 . "' ;b
" •
e.fc
4 4
4/
., •
•
2,'l'. I' .
.
• • • • -. -E! •
-é -e
-, 7
• •
• ' '
-
• •
• • ~ -~
.
-ll,
~
.
..._ ~
- -
'
, - j j
'
-
- -
•
.:i '. . .
• ~
- , - .
•
,, -
.{l,.
,, - " ,
V -;/; -
' •
Estribilho/ III
' A revista '' O Violão'' acha-se, tambem, á venda em todas as casas de musicas desta ~
capital e S. Paulo. São nossos agentes em Nictheroy os Srs. Eduardo Gomes & Cia., ~ 1
/ '
ISCOS
Não seria exaggero affirmar-se vêm espalhando pelo Brasil inteiro. A fabrica Brunswich já cuida,
que a divulgação das ma,chi:nas -fa- E tão forte e proveitoso tem sido este lambem, da montagem aqui, á rua
lantes, pelo menos no Brasil, teve os movimento, que algumas fabricas es- Sotero dos Reis, n. 12, do appare-
seus maiores auxiliares no Violão e trangeiras, . aqui, já installaram ou lhamento necessario áquelle fim que,
-
na cançao. e!::tão em vias de instai lar "Studios" segundo nos foi dito, nada deixa a
Foi por meio delles que as nossas dctados de todos os aperfeiçoamen- desejar.
fabricas de discos se puzeram em tos para gravaçao, -
perfeitamente Parece-nos, tambem, q_ue a "Vi-
contacto com .o povo, na exclu~ivida- identicas, segundo asseguram, aos ctor" não fará excepção, o qttt' se-
ria, aliás, de lastimar, em tão lou-
de que, até a· data das installações que possuem nos seus respect1• vos
• vavel emprehendimento.
de sociedades irradiadoras, possuiam, i)a1zes.
Que os nossos violonistas, pois,
de levar a todos os pontos as pro- E' assim que a '' Columbia Gra- procurem aperfeiçoar-se cada vez
d.ucções de nossos maiores artistas mophone Company" já tem em S. mais, afim de que no inevitavel con-
que aqui se cqncentravam. E' de P2ulo funccionarios encarregados de curso de competições que surgirá,
justiça salientar o intelligente e va- mcntar naquella Capital um grande possarp. digna e brilhanterr,ente trans-
lioso concurso da velha Casa Edison, "Studio ", pretendendo fazer o mes- mittir ao mundo inteiro os primores
•
ct1jos discos ha dezenas de annos se mo aqui. da musica brasileira .
~....~.~
•
para piano. rectores das sociedades de Radio, em cujos program-
n1as coube, .sempre, Jogar destacado, ao instrumento re-
dimido pelo genio de Francisco Tarrega .
•
•
•
,
q" •
collaboração effectiva.
E' um elemento valiosíssimo a nos
• / impellir á victoria.
•
u as ver enc1as
Con, o intuito de facilitar, tanto qua11to passivei, o a11rcncli- En1 segu11do lagar, aclvertin10s ás \)essoas leigas cn1 assun1-
•
zaclo das pessoas que não conhece111 n1t1sica, resolve1nos, ao effe- ptos 111t1sicae, que o 111ethocloa ellas clcdicado clen1a11la, tão só-
ctuar a transposição cio aco1n11anhamentos de .. A casinl,a de 111et1
1nente, para o perfeito conheci111e11toela grapl1ia en1 que é repre-
l3en1" e .. ob un, pecegt1eiro ., para o 111ctl1odopratic declicaclo
áquellas pessoas, fazei-o ela ma11eira 111ais sin,ples, e não obede- sentaclo un1 p ttco ele esforço e de attenção e111 ten1110 c1ue não
ccnclo, assi111, rigorosamente, á maneira por qtte o tra11spôz [)ara chegará, tal vez, a meia l1ora.
a pat1ta 111usicalo 11osso collaborador e 1nestre _Toaqui111
cios anto . • e a prin1eira leitura das explicações ele 11ossa s cção ..
E' opportt1no cl1an1ar a atte11ção claquelles 11ossos leitores para \liolão ao alcance de toclos .. não trouxer, acaso, a qt1alquer d'
un, po11tó, apparenten1e11te sem i111portancia, 11,as c1ue, e111verdade nossos leitores, o i1n111ecliatoconhecimento elo 1netl1oclo, ac 11se-
jt1stifica, de sobejo a adverte11cia que se segt1e.
• lhamos t11na seguncla, un1a terceira leitura. l;-eito isto estará ellc
Em [)rin1eiro lagar, re1?eti11do,aliás, o C(tte cleclarott o grancle
habilitaelo a executar, con1 cxtre111a facilidade o aco1npanl1a111e11-
111etre Francisco Tarrega assevera111os, com inteira segÜra11ça:
tos ele ·' A casinha ele n1eu Be1n ., e '· o!) u111pecegt1eiro .., cuja
todo aquelle Qt1e exect1tar pacienteme11te o dezoito exercicios que
iren,os publicando nos 11un1eros ul)sequentes, obeclecendo ás t)re- transposição para o 111ethoclopratico se encontra logo dep is elas
scripções já e11t1nciaclasno pri1neir exercicio, publicado 11este pri- respecti,,as 1nusicas e, bem assim, toclo os cle1nais que esta revista
n,eiro nun1ero, ficarít habilitado EXECUTAR Q ALQ ER pttl)licará en, seus nt1n1eros sul)seqt1entes.
'
PEÇA PARA VIOLÃO, isto é, adquirirá toda a tecl111ica 11eces- E, [)arece-nos, u1n [)CQt1enoesforço de 111eiahora ju ti fica am-
saria a esse fi111.
plan1e11te tão auspicio o resultado .
•
•
o VIOLÃO
•
Dezembro de 1928
. '
um •
()
I'a lavr,1s ele
Pa ttlo Set11bal
- '
Canção do repertorio da
- SCHERZO • •
l\l11sic,t ele' Snta. lvonne Daumerie
1\1.ello Dias. -
•
•
. '
57e .........
- õ.
················· ········ ····•·· ............... . 't~c...........
~~c ..............
.. r.,,
I •
•
•
-
•
1
,
%' 1
-- ..., ' ~
E
'
•
-,1. •
• 1 z:.
•
• ,,e • • • • '
e., • '-"
1
411 ., .. '
'
-- ": -- = 13
-
,-
~ - V
"' / .
\; •
~ '
:;:::::=
_,. 1!l:::.i-. ::Jl '
•
•
' . ~
•
" •
.. •
• •
---- - ' - -
•
. .
V
. 4D
V
~-?'
~
'1 •
v- - -
•
~
.
" ~
• • ... ... •
.......
.....
•
' ~ • • I~ .
~ .. },; ~-
~ ~ ·i i. •
-- --• '
'- -- /
Mv
-L,,
" 1 / " t\
- .
~
~
/\
1-.- ~
• ~
• .. • •
'
p' :P ~ ~
• -
" •
•
'
••
- --
•
•
•
•
- •
-
-· •
7 •
• •
•
Dezembro de 1928 o VIOLÃO
'
7
- - - • •
• - • • • • • .
-Ó • -G
•
- - '
~
•
:.í
• • . -
+ ' -
- -
- '
• -
~
.., •
,,- -
~
'
- ,
Jcioe 01\.\i~
, 1?1"
o -tA-""1J-.. r~ ..... ..,4o UC,,\.;T",,,0-n.o-:,
•
• ~ • •. • • • • ~••• • !M.c, l'\.,,O,:) • • • • ._ • • • • •-"'\.o.~••• f\.l.ff\, c..l\.,~,n.t,)!»
"<L 1, ....
e -
' . ;t ~~ i;
• • ~
: ' : -
'
- ~
~. 1'
- , ,
-
- ,'
-
- , -
- •
-
•
~
- ~
- •
.
•
•.
:í
,
-
- ()
- .
l•'oi pelo tempo alegre da moenda, fão confusos, tão timidos ficamos,
Quando, aos quinze annos, tudo nos sorria, Ao vermo-nos juntinhos no pomar,
bis
Que nós tecemos, juntos, na fazenda, Que nós, olhando os pecegos nos ramos, {
Toda uma historia de infantil poesia. Nem tínhamos coragem de falar! I
-------------------------------------------------------------
~iolõe~ de c:onc:erfo llomeo di Cilorglo
;\ nossa revista, q11e,·c11doprestar unJa ho111e11agen1ao granclc ta111lJe111 cn1 nada ll1e sã inferiores. Fica, pois, aqui, de en-
artista perfeito qt1e é o ·r. Romeo I)i Giorgi , que se dedica volta co111os n1eus sinceros agradeci111e11los, embora esta mi-
exclusivan1c11tc e con1 c11or1ne cari11l10 ÍL co11strucção ele violõe 11l1a11 111enage111 esteja aquén1 do que V. . é merecedor. ''
1iara concerto, 11ão acl1ou 111ell1or f ór111a do que tra11screve11do a ilia America11a. 12 de Abril de 1928. - p. p. do Prof.
carta aberta clirigicla a aquell cavall1eiro, pelo grande violini. ta Lcvino All>a110 da Conceição, Gcri110 Rodrig11cs.
cégo T_evino Alba11 da Co11ceição, quanclo ela sua excursão pelo
E ·taclo ele ão Pat1lo. Os viot • s Ro111e Di Giorgio, são encontrados á venda em
"Ve11ho n1a11ifestar-ll1e pul>lican1ente a n1inl1a grancle sa- nossa apitai na a a Carlos Wel1rs, estabeleci1nento dos mais
tisfação, pelo exito que alca11cei cn1 \filia A1nericana 110 co11•• co11ceituados e a11tigos do Rio, localisado á rua da arioca 47.
certo que levei a effeito l1011te111 e no qual exect1tei todos o. A [i1n de ir1ce11tivar a arte violo11istica, estes negociantes resolve-
11u1neros do meu programn,a an11u11ciado, con1 o auxilio d ra111 íacilit11r a acqui ição dos violões Ro1neo Di Giorgio a prazo
violão f abrieado por V. S. lo11go, o c1ue con titue un,a 11ovidadc para o nosso meio, e que
tan1bem gostosan1ente applaudimos.
'fodos os que o ouviran1 e viran,, não regatcaran1 lou-
vore ao intellige11te artífice e foram t111a11i1nescm procla-
tnar u1na maravill,a o violão, ao qt1al con10 disse, devo en1 AS MELHORES E MAIS AFAMADAS
grande parte, o meu successo, não só1nente pelo set1 sot\1 ad1ni- CORDAS DO MUNDO!
ravel, se11ão tambem pelo que respeita a parte e thetica, pelos 'ORDAS ·'PIRASTRO" para todos os instrumentos
incrusta1ne11tos artísticos qtte V. S. com a sua l1abilirlade pro- - Usa,ndo 11,na vez, 11saráse,,1pre! -
f is ional, soube appliear, en1 prejuízo da i11tensidade e reper-
cussão do son1 de tão util quão agrada vel instrumento. Preferida por todas as summidades da arte violonistica
Eu qt1e já tive o prazer e a honra de ouvir e de tocar U1iico represen,ta,1/c:
nos melhores i11strun1e11tos dos n1ais afamados autores do ve- CARLOS WEHRS & CIA.
1110 mundo, posso hoje dizer, sem liso11jeal-o e sem medo de Rua da Carioca, 47
errar, que si os instrumentos de V. . não superan1 aquelles,
•
~'\,
... •
~,, •
',
~•
-
•
l.
•
1
>.
•
~
',,,
"'ran e ne.._e"-4,or'
~ nd ·:;;.;;;:
em o~ 00
~
1
a •
~',
•
~
~,,
',
>
~
~
~
--
~
A MAIOR E A MELHOR CASA DO BRA51L
:::,....__--=:-:::::~ ~:::::::::===------:::
•
•
~~...,._._._._._.._._._._,._._._._._._._._._.._._._.._._..,._._._.._._,,._._._.._._._._._._.._._._._~_-
___
._.._._._._._._._,._._._,._._._._._._._.._._._._._....,._._...............,. ......
- - '-' •-;--,.,.;,.,
•..,•,.."',.."',.,"
...:;:;:--
,.,'"',..,'",.
• ,.,"',.,'"
r!,,...,.,.,,..
"-.=,.,"',.,'",..,
•
OVI es ara
PEDI SO'
ESTA oras
MARCA 129, Rua do Ouvidor, - Nte. 0271
•
Dezembro de 1928 o VIOLÃO
•
o VIOLÃO Dezembro- de 1928.
., '
'
rosa
•
CAN AO Bl<ASlLEI-J{A
pre::ada collega actri:: Dulce cl'.1ll111e1:cla
OfferC?:·icla-á 111i11/1a
!lf LI·ic,l ue .\MERJCO •
I•. G 0I}.1ARÃES Letr,1 ele Zíic.\ Ivo
'
-
•
r
u e b- r--... o r ~
..P.
• .: -;e •
• 1'_ .. ~ ' ~
-.
• •
'
·+- '
-
. e 't~ -.
Viol'i:'o
•
6Jj - .. •
'
1
...
1 i' .
-- -- - -
....
•
..... -- --
- -- - - - - : .
-v V' • --
í í ,;;::
'
r
s . '
• ... • Si
:::i •
•
(...,
•
- ~
- - e
• -:, 1 ~
l .
ti ';: .• .i. l ~ H1 :ti::l -~
- - •
-C)==~
- - - -- ...-~-
~ l e=~~~ hí•
.
,::;: .
; 1Q . ~4;
• .
<!
. . l
•
-, •
- - - -
~ il . - - , e
•
•
•
' :; ~ ~
~
• .=
~ i
. ~ • jl
~
,
-
•
~~::;: ,.. -
J
- "' ~ -- -- •
~- - - -, . !) •
~
I
v •• ·f.... ~
'
~
-
( •
~
. ,
. • ~ • .
•
•
.
i
~ .. .
•
-
•
- ► •
€J -
- •
-- ~
• .. '
--- ........
•
•
~ ~
-,-
"
-
.
'-" -• - . • ~ -- ~ • . )
•
•
• •
V- • •) _[ ~ ,
•
'
- •
•
•
'
•
t
, ...
1~
•
1,:1· ' õi .' ~
~
•
•
-5 41 ti
• •
•
'
;
.
•
1
~
•
•
•
-
• I
~
, '
.
, ~
19eA1~
P- ;.;
s •
•
•:t li 41
◄ 41 ..
'-
•
•
- •
•
-i·
~ ~
-
~ ~ :!!
:
~::::Ili
• • •
'1 1
1-.,
. ~ -~
1" •
" •
•
p~
1." l."
•••
••
A paixão que me devóra •• · Creio que te inspiro medo; •
•
•• ••
••
Tem a furia de um vulcão: •• ••• - Vives a fugir assim ...
• ••
••• ••• ••
E o meu peito anceia e chora ••• ••• •• Tu que és todo o meu segredo •
•• •• ••
Porque guarda um coração! ... •• ••
•• Porque te esquivas de mim? ...
•••• ••
Quando os teus cabellos beijo, •• • ••• •
•• •• •• Vendo o mar beijando a areia
• • •
Sinto um pesadelo atroz; : •! : Fico triste, a meditar ...
••
E, na febre do desejo, ••
• E o meu peito se incendeia-
••
Ot1ço, então, a tua voz ... · · a t'e, d o n1ar ....
eon1 1nveJa, 1
Est1·ibilho:
Seguirei sem um queixume
•
Com a dôr de agro ciume
•
Que é, por certo, a minha cruz! ...
Si de mim tiveres pena
\'olta como Magdalena
Quando procurou Jesus! ... •
•
•
•
. -
O VIOLÃO----~___c~~-----~--~~ Dezembro de 1928
'
medida - •
••
Roupas de
ba11ho
Rt1a onçalve Dia , 83
• •
• • • • ■
• •
•
PREÇO 5 $ O O O •
~:========================~~ .
•
•
Dezembro de 1928
,~-----
---------------------~ ~.
Guiseppe
T/e,-di
O 11iaio1'
a1it•re os
\. ·· i e t h e r o y
•
11iaiores
1io111es
q1te os
Sr.ç. Ed1ta1-do O Casa. ~ ercli é - pode-se
Go111cs. assim diz;er - o verdadeiro •
&
Cia. centro a.rtistico da visinha.
c'.çco/!1era111 Capital, Alli se reunem dia.-
para ·
fa,/ ,,0,10
rian1ente a.s notabilidades
de seit artistica.s da terra. de Ara.ry-
i111
po1'ta1ite gboia., attrahidos pelo trato
e.çfabrlecí"/11
e1ito
de
a.ma.vel de 6duardo Gomes
Pia1Jios "'· o batalhador inca.nsa.ve1
e '
de todas .as capa.cidades,
M 1lS-ica-s Çiuseppe CVe,di
T7 ioi/ões I-J R1'f0 I NS rlg11ll1a.ç cscoz•as. al-
C07}0q1ti1i!ios PI1-\NO· DE l\1EI \ b1t1i.s,co,-dns e todos os
Gi1.itar1'a.s C. DA accrssorios de i1ict1'olas.
Violal) 1
p R o F E s s o
.
R E s D E V I O L -A O
JOAQUIM DOS SANTOS GUSTAVO RIBEIRO 1
Rt1a Nasci111.e11to
S1ilva, 47 Recebe cl1an1ado á
e A C VAQUINH DE O RO e SA e V AQUINH DE OURO
Urt1gL1aya11a,137 o 'l'el. arte 3291 rugt1aya11a,137 --o-- Tel. arte 3291
•
--------------------· ------------------
•
•
•
•
•
f) •
/ •
•
•
•
1l Victor Orthophonica
....__t surprehende
'
•
A quálquer hora do dia ou em
qualquer época do anno, a Vic-
• trola Orthophonica trasladará a
seu lar t_udo o que existe de
grande e bello na arte da musica, •
'
• l
A Nova 1
l'RO'l'Fl.JA-S1'1! •
Orthophonica
•
S011,ente o Úiu.
'\ 1 1<-tor fnbrlc11 21
•• \11<-froln ..
' ••
Ni'io .- legltl111:t
• •
Victrola Orthopl1onica •
modelo 4-3 TIIS'l'R I nu IDORF.!io GEn,, E/li: S. BENTO, 33
Consolette OUVIDOR, 98
.................................................
• • • ♦ • • • •
Rio • • •
Paul
• • • • •
J. Christoph Company S. Paulo
•
• •
'