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Hudson A. Bode, Prof. Dr.

hudson.bode@fatec.sp.gov.br

Introdução ao
Método dos
Elementos Finitos
Elementos Finitos

Cálculo de Tensões
em Vigas
Referências
• MEGSON, T. H. G., “Aircraft structures for
engineering students”, 3ª. ed., London, Ed Arnold,
1999.

• BRUHN, E. F., “Analysis and design of flight


vehicle structures”, Cincinnati, Tri-Offset, 1973.

• HIBBELER, R.C., “Resistência dos Materiais”,


Pearson Education do Brasil, 2010.

• SHIGLEY’S “Mechanical Engineering Design” 8ª


Edição, McGraw-Hill, 2006
Flexão
A flexão de vigas é um fenômeno estudado desde o Século XV, por Galileu
Galilei. A sua importância decorre em função:
(i) do elevado número de componentes estruturais que trabalham em
flexão e;
(ii) do aumento do nível de tensão (tração ou compressão) quando
comparamos uma viga trabalhando em flexão com a carga axial
(figura).

P P

Viga com carga Viga com carga transversal


axial P,Tensão st P, tensão sf >> st
Flexão
As propriedades da seção (momento de inércia) são importantes no cálculo da
tensão máxima e mínima devido à flexão. A tensão máxima é relacionada com
o Momento Fletor através da relação:
M = Momento fletor
Onde:
c = Distância da linha neutra à
extremidade (ver figura abaixo)
I = Momento de inércia da seção
Flexão
EXEMPLOS DE MOMENTO DE INÉRCIA DE SEÇÕES
Momento Fletor e Deflexão de Vigas
EXEMPLOS – CÁLCULO DO MOMENTO FLETOR EM VIGAS
Momento Fletor em Vigas - Resumo

M max  F  l wl2
M max 
p/ x 0 2
p/ x 0

F l wl2
M max  M max 
4 8
l l
p/ x  a b  p/ x 
2 2

4
M crítico    F  l wl2
M max 
27 12
p/ x 0 p/ x 0
e b  2 / 3  l ou x  l
Flexão de Vigas – Matriz de Rigidez
Onde:
• Fyi = Força vertical no ponto i;
• Fyj = Força vertical no ponto j;
• Mi = Momento no ponto i;
• Mj = Momento no ponto j;

• vi = Deslocamento vertical no ponto i;


• E = Módulo de Elasticidade do • vj = Deslocamento vertical no ponto j;
Material;
• i = Rotação no ponto i;
• I = Momento de Inércia da Seção
Transversal. • j = Rotação no ponto j;

Ref. Bruhn
Cap A23.3
Fatores de Segurança
No projeto de componentes e estruturas, dificilmente serão feitas
comparações diretas (1:1) com os parâmetros de resistência do
material (tensão de escoamento, tensão de ruptura etc.)

Vários aspectos, como os que seguem, levarão à necessidade de se


estabelecer um coeficiente de segurança:

• Variações entre valores reais de operação e cargas de projeto;


• Variações estatísticas na resistência do material em função de
sua composição e de heterogeneidades;
• Acabamento superficial, fatores ambientais etc.
Fatores de Segurança
O dimensionamento da estrutura será feito de forma a atender a
seguinte relação:

s apl  FS  s adm
Onde:

• FS = fator de segurança;
• sap = tensão máxima aplicada na estrutura;
• sadm = tensão admissível do componente.

Dependendo do critério utilizado, a tensão admissível do


componente pode ser equivalente à sua resistência a flambagem, à
tensão de ruptura ou mesmo à tensão de escoamento do material.
Margem de Segurança
MARGEM de SEGURANÇA é o excedente entre a tensão admissível e a
tensão máxima calculada na estrutura.
A MARGEM de SEGURANÇA deverá ser sempre maior do que ZERO.

 s adm 
MS    1 100
 FS  s 
 ap 

Exemplo: sadm = 120 MPa; sap = 50 MPa; FS = 2;

 120 
MS    1 100  20 %
 2  50 
Exercícios
(1)-Calcule a Margem de Segurança para as vigas abaixo, considerando um fator de
segurança de 1.5 e a tensão admissível igual a 400 MPa (tensão de ruptura do material).
Redimensione quando necessário.
Exercícios
(2) Calcule a Margem de Segurança para as vigas abaixo, considerando um fator de
segurança de 1.5 e a tensão admissível igual a 400 MPa (tensão de ruptura do material).
Redimensione quando necessário.

s ap  s axial  s flexão
Faxial M  c
 s ap  
A I
Ftool (www.tecgraf.puc-rio.br/ftool)
Ferramenta para cálculo de Treliças e Pórticos
Ftool (www.tecgraf.puc-rio.br/ftool)
Dimensionamento da Viga Superior

Mmax = 110,5 kN.m


= 1,105 x 108 N

I = 0,001081 m4
= 1,081 x 109 mm4

c = d/2 = 0,30 m
= 300 mm

smax =
= 1,105 x 108 * 300
/ (1,081 x 109)
= 30,7 N/mm2
Exercícios
Calcule a Margem de Segurança para as vigas abaixo, considerando um fator de segurança
de 1.5 e a tensão admissível igual a 400 MPa (tensão de ruptura do material).
Elementos Finitos

Cálculo de Tensões
em Placas
Revisão - Critério de Von Mises

A TENSÃO DE VON MISES (que será comparada com a


tensão de escoamento do material) é dada pelas seguintes
equações (em termos de tensões principais e tensões nas
coordenadas x-y-z respectivamente):

sh 
1
s 1  s 2 2  s 2  s 3 2  s 3  s 1 2
2
sh 
1
s 2 2 2

x  s y   s y  s z   s z  s x   6  xy   xz   zx
2 2 2

2

Critério de Falha:
Ocorrerá o escoamento quanto sh  so

2
Revisão - Critério de Von Mises

Figura 1.1 – Tensão em um elemento infinitesimal 3


Revisão - Critério de Von Mises

s   s x , s y , s z ,  xy ,  yz ,  zx 
T

s x  yx  zx
dxdydz  dxdydz  dxdydz  Fx dxdydz  o
x y z
s x  yx  zx
    fx
x y z
 xy s y  zy
    fy
x y z

 xz  yz s zx
    fz
x y z
4
Critério de Von Mises – Estado Plano de Tensões
Para o estado plano de tensões, consideramos sz = yz = zx = 0. Logo, temos:

sh 
1
s x  s y 
2
 s y  0 2
 0  s x  
2
6 xy  0  0
2

2

sh 
1
 
s x 2  2s xs y  s y 2  s y 2  s x 2  6  xy2
2

 s h  s x2  s xs y  s y2  3 xy2
Flambagem de Placas – Compressão Uniforme
Flambagem de Placas – Flexão e Cisalhamento
Flambagem Local de Colunas de Paredes Finas
Flambagem Local de Colunas de Paredes Finas
Falha Local de Colunas de Paredes Finas
Modos de Flambagem de Painéis Reforçados
Flambagem Local de Painéis Reforçados
Falha de Painéis Reforçados
Compressão Axial, com e sem pressão interna
Viga em Campo de Tração Diagonal
LVDT-Linear Variable Displacement Transducer

Experimento MEF
Sistema de Almas Curvas em Campo de Tração Diagonal

Boeing B-52 Stratofortress Canadair CT-114


Referências

 DOWLING, Norman E. 1999. Mechanical Behavior of Materials:


Engineering Methods for Deformation, Fracture, and Fatigue, 2nd ed.,
Prentice Hall, Upper Saddle River, NJ.

 BEER, F. P. and E. R. Johnston Jr. 1980. Mecânica Vetorial para


Engenheiros: Estática, Vol. 3, 3rd ed., McGraw-Hill, São Paulo, SP.

 SHIGLEY’S Mechanical Engineering Design 8a Edição, McGraw-Hill,


2006

 ALVES FILHO, A. 2000. Elementos Finitos: A Base da Tecnologia CAE,


1st ed., Editora Érica Ltda, São Paulo, SP;

NIU, Michael C. Airframe Structural Design, Conmilit Press, 1999.


Cálculo de Estruturas Leves

Relação entre Tensões e


Deformações
Tensões – Revisão

RELAÇÃO ENTRE CARGA APLICADA E ÁREA

Para condições de carregamento, restrições e geometrias (i.e.,


seções) mais simples, as tensões são obtidas facilmente.

- 1 daN/mm2

Entretanto, para geometrias complexas, muitas vezes torna-se


impossível fazer “contas de mão” para estimativa dos níveis de tensão,
e um método numérico (e uma ferramenta de análise) pode ser
necessário a fim de se evitar simplificações demais na análise.
Deformações – Revisão

Relação entre a variação dimensional de um corpo deformado e


sua dimensão inicial (não deformado)
Para condições de carregamento, restrições e geometrias (i.e.,
seções) mais simples, as deformações podem ser obtidas facilmente.

Assim como para as tensões, às vezes torna-se impossível fazer


“contas de mão” para estimativa dos níveis de deformação, e um
método numérico (e uma ferramenta de análise) pode ser necessário
a fim de se evitar simplificações demais na análise.
Deformações Elásticas e Plásticas – Revisão

DEFORMAÇÕES ELÁSTICAS
• Recuperação imediatamente após a remoção do carregamento
• Tensões e deformações proporcionais
• Constante de proporcionalidade para tensão axial: MÓDULO DE
ELASTICIDADE ou MÓDULO DE YOUNG (E)

P
s = Ee
s
DL
L e
E L
P
s
A DL e A
Lei de Hooke – Revisão

Um material que possui as mesmas propriedades em todos os pontos do sólido é


chamado material homogêneo, e se as propriedades forem as mesmas em todas
as direções, o material é chamado isotrópico.

Suponha que uma barra de material homogêneo e isotrópico é sujeita a uma


tensão axial sx, como mostrado na figura.

sx
di e y ,e z ex

L E / E
Li
sx
d
L e
Lei de Hooke – Revisão

As deformações nas direções x, y e z são dadas pela variação do comprimento


e do diâmetro com respeito às posições inicial e final, como segue:

L  Li DL d  d i Dd
ex   ey  ez  
Li Li di di
Para um material com comportamento linear-elástico:

• na direção x, a proporcionalidade entre a tensão e a deformação é expressa


através da relação:
s x  Ee x (LEI DE HOOKE - 1D)

onde E é conhecido como Módulo de Young (ou Módulo de Elasticidade),


conforme mencionado anteriormente.
Lei de Hooke – Revisão
nas direções y e z, a proporcionalidade com respeito à direção x é expressa
através das relações:
ey e
   z
ex ex
onde  é conhecido como Coeficiente de Poisson.

Para uma situação genérica (em três dimensões), as deformações causadas


por cada componente de tensão podem ser simplesmente somadas.

Por exemplo, uma tensão na direção x causa uma deformação na direção x:


sx
E
e também causa deformações na direção y e z , iguais a:
s x

E
Lei de Hooke – Revisão

A tabela abaixo é um resumo do que acontece nas três direções.

Deformação
Tensão ex ey ez
sx s x s x
sx  
E E E (LEI DE HOOKE - 3D)
s y sy s y
sy  
E E E
s z s z sz
sz  
E E E

A Lei de Hooke em três dimensões é portanto a expressão das deformações


como função das tensões, somando-se os componentes, conforme mostrado
na tabela.
Tensões Normais e de Cisalhamento – Revisão

No exemplo recém-ilustrado de um ensaio de tração, a tensão sx é um exemplo


de tensão normal. No caso, a tensão é aplicada na direção axial e a deformação
também ocorrerá na mesma direção.
Já num problema de torção, como o ilustrado,
haverá uma deformação angular ocasionada T 
por tensões de cisalhamento, que surgem Tensão de
Cisalhamento
na direção de aplicação da carga (no caso, Pura
o torque T).
O caso de torção é um exemplo de cisalhamento 
puro. A tensão de cisalhamento é chamada , Deformação
de Cisalhamento
e, analogamente ao módulo de elasticidade E, Pura
há uma constante de cisalhamento G, definida
por:
 xy  yz  xz E
 xy   yz   xz  Além disso: G
G G G 2(1   )
Deformações de Cisalhamento – Revisão
Material Isotrópico
Relação entre Tensões e Deformações em 2D
Deformações Térmicas

DL    L  DT
  13.0 x 10 6 in / in / oF
   1.8 *13 .0 x 10 6 oC 1
Material Ortotrópico
Relação entre Tensões e Deformações em 2D
Exercícios
(1) Qual será o valor da Tensão de Von Mises Stress para a estrutura abaixo se:
a) não houver tensão de cisalhamento ?
b) houver tensões normais e de cisalhamento ?
Reference: YOUNG, W.C., BUDYNAS, R.G. Roark’s Formulas for Stress
and Strain. 7th Edition.

Momento Fletor em Placas Retangulares - Resumo


Placa Simplesmente Apoiada

  q  b2   q  b4
No centro da placa  s max  ymax 
t2 E t3

No centro do lado maior No centro da placa


Placa Engastada nas
Bordas 1  q  b 2 2  q  b2   q  b4
s  y0 s ymax  
t2 t 2
E t3
Exercícios
(2) Sabendo-se que a tensão admissível do material é de 400 Mpa e o fator de segurança é
de 1.5, calcule a máxima carga distribuída que pode ser aplicada na placa abaixo:

• a = 300 mm • a/b = 2
• b = 150 mm •  = 0.1110
• t = 2 mm •  = 0.6102

  q  b2
s apl  s max  2
s apl  FS  s adm
t
  q  b2 t 2  s adm 22  400
  FS  s adm  q  q
t2 FS    b 2
1.5  0.6102 150 2

 q  0.078 MPa
(3) Determinar a tensão normal de flexão máxima absoluta no eixo de 30 mm de diâmetro
que está submetido a forças concentradas. As buchas nos apoios A e B suportam apenas
forças verticais.

M max
s max  c
I
(4) Determinar o menor diâmetro admissível do eixo submetido a forças concentradas. As
buchas no apoios A e B suportam apenas forças verticais e a tensão de flexão admissível é
σ𝑎𝑑𝑚 =160MPa
(5) A viga tem seção transversal retangular como mostrado. Determinar a maior carga P que
pode ser suportada em suas extremidades em balnço, de modo que a flexão na viga não
exceda σ𝑎𝑑𝑚 =10MPa

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