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Física Ondulatória: Parte da física que estuda as ondas e os fenômenos por elas produzidos.
Vamos iniciar com uma abordagem mais geral e intuitiva, uma vez que o conceito de onda é um
pouco mais abstrato que os da mecânica dos corpos.
O que é aquilo que vemos na praia, onde o mar se encontra com a areia?
É importante entender que as ondas do mar são originadas por vários fenômenos físicos,
muitos deles causados pela atração gravitacional que a Lua exerce na enorme massa de água
dos oceanos.
Parece que o principal fator na formação das ondas marítimas é a velocidade do vento, que
incide sobre as águas.
Quando empurramos um tapete com o pé, ele torna-se pregueado (cheio de ondinhas).
Isso é mais ou menos o que o que a velocidade do vento faz quando transfere energia
para a superfície lisa da água.
Os surfistas literalmente surfam no local onde as ondas do mar acabam transferindo sua energia
para o leito da praia, produzindo, assim, movimento na água da chamada zona de arrebentação.
Essa massa de água, atirada em direção à praia, transfere movimento para a prancha.
A praia, apesar de receber a energia da onda, não sai do lugar, pois sua massa é continental.
Em ondas mais altas, a massa de água na crista é bem menor que a na base da onda.
Logo, para conservar o momentum, a velocidade na crista fica muito maior que a velocidade na
base. Essa diferença de velocidade faz a onda “se quebrar”. Isso é a arrebentação.
Apesar de a onda não transmitir movimento no sentido de sua propagação, existe quantidade
de movimento na onda, na direção horizontal. Essa quantidade de movimento (momentum) é a
energia da onda, que determina seu sobe e desce.
Assim, quando a onda do mar se desloca, ela não está produzindo movimento de massa
de água no sentido do seu deslocamento.
Toda vez que um corpo (uma pedra que cai) transfere energia para um meio (água de um lago),
esse corpo produz uma perturbação local que se propaga para todas as direções nesse meio.
O que se propaga é a energia transferida da pedra para a massa de água. Essa energia
se dispersa na própria água à medida que a onda se propaga.
À medida que a onda se propaga de um ponto para seu vizinho imediato, o que acontece
microscopicamente é que essa oscilação das moléculas do ponto arrasta as moléculas do ponto
vizinho.
Se as moléculas de água estão ligadas umas às outras pelas pontes de hidrogênio, então
essas pontes são o vínculo do arrasto.
Com o passar do tempo, a energia da onda vai sendo consumida nesse processo, uma vez que
produz movimento transversal da água.
Perturbação: alteração das características de um determinado meio físico.
Experimento
Estudaremos algumas das propriedades das ondas relacionadas com a sua fonte
geradora.
De uma altura de 1 metro, solte o corpo de 100 gramas em um dos cantos da piscina.
Será observada a propagação de diversas ondas ao longo da superfície da piscina e essas ondas
chegarão ao barco.
O barquinho não saiu surfando, pois não houve deslocamento longitudinal de água.
Agora, também da altura de um metro, deixe cair, no mesmo lugar da piscina, a massa de 1
kg.
Conclusões
Nesse momento, podemos dizer que há duas maneiras de a energia ser transferida de
um ponto a outro do universo:
1 – As ondas na água transferem movimento vertical aos corpos que estão sobre a água.
Ondas que se propagam através de uma superfície (na água) são chamadas de ondas
bidimensionais.
Ondas que se propagam no ar, por exemplo, as ondas sonoras (ondas mecânicas
produzidas pelo som), o fazem tridimensionalmente, ou seja, para todas as direções do
espaço, a partir da fonte: são ondas tridimensionais.
Uma fonte sonora, como um alto-falante, irá produzir pequenos “tapinhas” no ar contíguo a
ele. Esses tapinhas (forças), em frequência variável, se propagam pelo ar como ondas de
compressão-rarefação.
Para modular a amplitude das ondas sonoras que chegam ao tímpano e são transmitidas até
a orelha interna pelos ossículos da orelha média (martelo, bigorna e estribo), o ouvido conta
com um músculo chamado estapédio, o qual, ao se contrair, aumenta a tensão sobre os
ossículos, limitando a amplitude da onda em propagação.
Na natureza, várias fontes emitem ondas de mesmo tipo (sonoras) simultaneamente. Essas
ondas se cruzam. Ao falar no celular, caminhando na Av. Presidente Vargas, às 17 h, diversas
ondas sonoras se encontram no seu ouvido: a voz ao telefone, as buzinas, os gritos dos
ambulantes, o som dos motores dos carros, etc. Essas ondas estão interagindo
continuamente.
1 – Interferência Construtiva
2 – Interferência Destrutiva
Interferência Construtiva
Fenômeno no qual ocorre sincronização de ondas.
O ritmo cerebral normal, quando estamos acordados, é assincrônico, pois cada grupo de
neurônios está desempenhando suas funções específicas, no seu próprio ritmo (como o bater
de palmas desordenado da plateia no teatro).
Quando dormimos, muitos grupamentos neurais ficam silentes, daí ocorre uma
sincronização do ritmo, já que os poucos grupos de neurônios que se mantêm em atividade
disparam de maneira ordenada.
Interferência Destrutiva
Oposição de fase: fenômeno que ocorre quando a crista de uma onda coincide com o vale de
outra.
Imagine duas ondas de igual amplitude e frequência. Se elas estiverem em oposição de fase
(a crista de uma coincidir com o vale da outra), sua interação resultará na destruição de ambas.
Observando a primeira lei da termodinâmica, a energia não foi destruída, ela dispersa
em forma de calor.
O matemático francês do século XVIII, Joseph Fourier desenvolveu uma ferramenta de cálculo
chamada de Transformada de Fourier, que decompõe uma onda complexa, exibindo as ondas
simples que a produziram.
Essa decomposição é expressa em um gráfico que mostra o peso relativo de cada componente
da onda complexa em função das frequências. Esse conjunto de ondas simples que
compõem uma onda complexa é chamado de Espectro.
Espectro Sonoro
O conjunto de todas as frequências possíveis das ondas sonoras chama-se espectro sonoro.
O espectro sonoro contempla não só os sons aos quais o ouvido humano é sensível, os
sons audíveis (frequência entre 20Hz e 20000 Hz), mas também os infrassons (inferior a 20Hz),
e os ultrassons (superior a 20000 Hz).
Ressonância
Uma fonte de ondas sonoras pode fazer com que um determinado corpo vibre até
romper-se em uma fratura.
O que acontece é que, sob a voz da cantora, os cristais começam a “dançar conforme a
música”!
Todo corpo apresenta uma frequência intrínseca própria, que é determinada pela frequência
de vibração das moléculas que compõe o corpo.
Conclusão
Todo corpo material, seja ele um átomo, uma molécula ou um elétron, mantém um
ritmo periódico de vibração, com frequência particular às características materiais de tal
corpo.
Normalmente, não percebemos essa vibração intrínseca da matéria, porém, ela salta
aos olhos se uma determinada onda entra em ressonância com essa matéria.
Por quê?
Até aqui, todas as ondas que foram mencionadas eram produzidas pela perturbação de meios
materiais como o ar, a água, uma corda.
Sabemos que as ondas são propagação de energia e que a luz solar atravessa milhões
de quilômetros de vácuo para chegar até nós.
Vácuo não é meio material. Nada mais é do que o próprio espaço. Vácuo é ausência
de matéria.
1 – Ondas Mecânicas
2 – Ondas Eletromagnéticas
Ondas Mecânicas
Onda Mecânica é aquela que se propaga através de um meio material, por deslocamento de
uma perturbação local, e que interfere no estado de movimento das partículas desse meio.
A velocidade de uma onda mecânica depende do meio em que ela se propaga. Quanto
mais denso o meio, maior a velocidade de propagação.
Assim: a velocidade de propagação das ondas mecânicas é maior nos sólidos do que
nos líquidos, e maior nos líquidos do que nos gases.
Ondas Sonoras
Sabemos que as ondas mecânicas se propagam com maior velocidade nos sólidos e não se
propagam no vácuo. O som, por ser uma onda mecânica, obedece a essas leis.
Som
❖ Volume
❖ Frequência
❖ Timbre
Volume/Intensidade
O volume (ou intensidade) do som, nada mais é do que a amplitude das oscilações. É medido
em decibéis.
Ao gritar, você não está falando alto, está falando com maior intensidade.
Frequência/Altura
A altura do som está relacionada com outra característica intrínseca da onda sonora: sua
frequência.
É a frequência que determina se um som é mais alto ou mais baixo que outro, ou seja,
se um som é mais agudo (alto) ou mais grave (baixo) que outro.
Quanto maior a frequência da onda sonora, mais agudo será o som percebido.
Obs: Notas musicais puras são ondas sonoras com frequências diferentes. Uma nota dó tem
frequência sempre menor que uma nota ré, na mesma escala. A frequência determina a
identidade de uma nota musical.
Timbre
Você já percebeu que é capaz de diferenciar uma nota dó, de mesma intensidade, produzida
por uma flauta ou por um clarinete?
Você percebe que são sons diferentes, apesar de apresentarem a mesma altura. Se
deve à terceira característica do som: o Timbre.
Timbre é a qualidade que permite diferenciar dois sons de mesma altura e mesma intensidade,
emitidos por fontes distintas.
Devemos compreender que praticamente todos os sons são ondas compostas (soma de várias
ondas diferentes), que contém uma onda dominante.
Essa onda dominante se destaca em amplitude das demais que compõem o som, definindo,
assim, o perfil resultante da soma de ondas, ou seja, o perfil da onda composta.
No exemplo dado a nota dó é a onda dominante e as demais ondas que compõem esse
som são produzidas pelas características intrínsecas dos materiais da fonte sonora
(instrumento musical), já que cada material apresenta sua própria vibração intrínseca.
Efeito Doppler
Ondas Eletromagnéticas
Ao contrário das ondas mecânicas, quanto maior a densidade de um meio, menor a velocidade
de propagação das ondas eletromagnéticas.
Até hoje, a natureza das ondas eletromagnéticas permanece um mistério para a física
Einstein tentou desvendar.
Toda definição é formulada por meio dos efeitos que ela produz na matéria, ou seja,
eu vejo o emissor da onda, eu vejo o receptor da onda, eu vejo os efeitos de transferência de
energia entre emissor e receptor, mas eu não vejo a onda!
Nesse caso vemos as ondas luminosas que fazem parte do espectro visível da luz, porque a
retina dos nossos olhos apresenta receptores para esse tipo de onda.
Construindo um cenário imaginário para esta realidade abstrata, podemos imaginar dois
campos perpendiculares oscilando transversalmente, em igual frequência. Cada encontro de
duas cristas é uma perturbação eletromagnética que configura um “pacote” de energias
(esferas) a se propagar pelo espaço.
Como nas ondas mecânicas, a quantidade de energia transferida para o receptor de ondas
eletromagnéticas é proporcional à frequência dessas ondas.
Espectro Eletromagnético
A natureza física da luz permanece um mistério a ser desvendado. Isaac Newton foi
um dos pioneiros na pesquisa das propriedades da luz a partir do estudo das cores. Ele
construiu um círculo com faixas coloridas radiais e o colocou para girar rapidamente.
Observou que visualmente o disco ficara praticamente branco.
Sabendo que cada onda luminosa tem uma cor específica (determinada pela sua frequência),
Newton concluiu que o branco perfeito era a mistura de todas as cores do espectro visível.
Quando a luz branca (policromática) passa através de um prisma de vidro, essa luz é
decomposta em suas sete componentes originais monocromáticas.
A refração explica a mudança de direção dos raios luminosos quando eles atravessam uma
lente. Os óculos ou as lentes de contacto são utilizados para corrigir os defeitos de refração
no olho humano.
Ao passar pelo vidro, cada onda sofre desvio (refração) de acordo com sua frequência.
A luz vermelha é a que menos se afasta da trajetória original da luz branca, e a luz violeta é a
que mais se afasta.
Se uma onda incidir perpendicularmente sobre um lago, sua trajetória não irá se alterar,
entretanto ocorrerá mudança em sua velocidade e, portanto, refração. Nesse caso, a refração
não é acompanhada de mudança na trajetória.
Isso explica por que, quando a luz passa pelo prisma (muda de meio), suas componentes são
organizadas em sequência de acordo com suas frequências.
O arco-íris é a decomposição da luz do sol quando esta sofre refração nas gotas de água em
suspensão na atmosfera.
As cores
Do ponto de vista da física, existe uma diferença entre luz colorida e matéria colorida. A cor
pode ter duas classificações diferentes: a cor-luz e a cor-pigmento.
Um giz de cera vermelho não emite luz. Se apagarmos a luz tudo fica preto, inclusive
o giz. Então, de que se origina a cor vermelha do giz?
As cores observadas de objetos que não emitem luz são nada mais nada menos do que
luz refletida pelo objeto que chega aos nossos olhos.
A matéria que compõem o giz vermelho, ao receber luz branca sobre ela, absorve
todas as luzes componentes da luz branca, exceto a vermelha, que é refletida pelo giz.
Assim, se misturarmos as luzes das sete cores do arco-íris, teremos como resultante a luz
branca, ou seja, cada cor-luz se soma a outra: Síntese aditiva (soma de ondas de diversas
frequências.
Todas as cores que enxergamos podem ser resultado da reflexão da luz composta por três
luzes coloridas fundamentais – o verde, o azul e o vermelho – se misturam para produzir os
padrões coloridos.
Os cones (células da retina responsáveis pela percepção das cores), também utilizam o padrão
RGB.
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