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Enzimologia

Tiago Veltri
Enzimas

• Com exceção de um pequeno número moléculas catalíticas de RNA,


todas as enzimas são proteínas; Logo, são proteínas especializadas na
catálise de reações químicas fundamentais para todos seres vivos;

• Algumas enzimas necessitam de um componente químico adicional –


chamado cofator, que pode ser um ou mais íons ou uma molécula
orgânica ou metalorgânica complexa chamada coenzima;

•Algumas enzimas necessitam de ambos, cofator e coenzima para sua


atividade;

• Quando o íon ou a coenzima estão fortemente ligados à enzima são


chamados de grupos prostéticos;
• A enzima completa, cataliticamente ativa, ligada à
coenzima e/ou íon, é chamada de holoenzima, a
porção protéica da mesma enzima é chamada de
apoenzima ou apoproteína;

•Algumas enzimas são modificadas


covalentemente por fosforilação, glicosilação e
outros processos. Muitas destas alterações estão
envolvidas na regulação da atividade enzimática.
• Uma característica distinta das reações catalisadas por enzimas é que estas
ocorrem em um local restrito da enzima chamado sítio ativo. A molécula que
se liga à enzima no sítio ativo , a qual a enzima atua (reagente) é chamada de
substrato.

• Modelo chave-fechadura X encaixe induzido


A velocidade de reação pode ser aumentada de três maneiras
diferentes:

1. aumentando a concentração do reagente, como estabelecido


pela equação da velocidade;

2. elevando a temperatura, pois um número maior de moléculas


atinge a energia de ativação;

3. diminuindo a energia de ativação, por permitir que, mesmo


mantida a temperatura, um número maior de moléculas atinja a
energia necessária para reagir;
Sentido das reações depende de conceitos
termodinâmicos
Energia livre de Gibbs

G – energia livre de
Gibbs
H – entalpia
S - entropia
Equilíbrio:

aA + bB cC + dD
“Catalisadores aumentam a velocidade da reação por diminuírem
a energia de ativação”
• As enzimas afetam a velocidade (em um fator de 105 a 1017) da reação
e não o equilíbrio. Uma reação enzimática simples pode ser escrita:

• Onde E, S, P representam Enzima, Substrato e Produto; ES e EP são


complexos transientes de enzima com substrato e produto. A enzima não é
consumida durante a reação.
Cinética enzimática

Vm – Velocidade máxima, todas as enzimas estão ligadas ao substrato.

Km-Concentração de substrato necessária para atingir a metade da Vm, reflete a afinidade


da enzima por seu substrato. Km pequeno significa alta afinidade.
Fatores que afetam a velocidade enzimática

✓ pH
✓ Temperatura
✓ Concentração de substratos
✓ Concentração de cofatores
✓ Presença de Inibidores e/ou ativadores
✓ Modificações químicas: fosforilações, adenilações, etc
✓ Concentração de enzima
Exemplos de enzimas regulatórias
Fosfofrutokinase –1 (PFK-1):
ALOSTERIA
Modificação covalente
- regulação alostérica -

Glicogênio
Fosforilase
Inibidores
Importância:

• Agentes farmacêuticos
• Ferramentas no estudo de mecanismo de funcionamento
das enzimas
• Ferramenta nos estudos das vias metabólicas

Irreversíveis

Inibidores Inib. Competitiva (freqüente)

Inib. Não-competitiva
Reversíveis
Inib. incompetitiva (quando o inibidor
liga-se ao complexo ES , mas não a enzima livre)

Inib. Mista
Inibição da atividade enzimática:

Inibidores irreversíveis e reversíveis

Inibidores Irreversíveis- Reagem quimicamente com as enzimas, inativando-


as. Ex. Compostos organofosforados (ligam-se covalentemente com grupos OH
de resíduos serina, e a iodocetamida ou o iodoacetato, que reagem com o
grupo SH de resíduos cisteína), aspirina (inibe a ciclooxigenase), penicilina
(inibe a enzima de síntese de parede bacteriana), etc.
Inibidores reversíveis-

•Inibição competitiva – O inibidor se liga reversivelmente ao mesmo


sítio do substrato (compete com o substrato). Aumenta o K m e não
altera a Vmax.

• Inibição não-competitiva – O inibidor e o substrato ligam-se em


sítios diferentes. Diminui a Vmax sem alterar o Km.
Inibição reversível: inibidor competitivo

15
V0 (mol.L .min )
-1

Sem inibidor
10
Km aumenta Com inibidor
-1

0
0 1 2 3 4 5 6 7
Substrato (mM)
Inibidores competitivos de algumas enzimas, seus substratos naturais e as
moléstias em cujo tratamento são empregados

Inibidor Substrato Enzima Moléstia


Sulfanilamida P-Aminobenzoato Diidropterato sintase Infecção
bacteriana
6- Hipoxantina Adenilossiccinato Leucemia
Mercaptopurina sintase
5-Fluoracila Uracila Timilato sintase Tumores
Metotrexato Diidrofolato Diidrofolato redutase Leucemia
AZT Desoxitimidina DNA polimerase viral AIDS
Inibição reversível: inibidor não competitivo

Vmax diminui e Km não altera

Envenamento por chumbo. O chumbo é um inibidor não


competitivo de várias enzimas reagindo com sulfidrilas
importantes.
Regulação da atividade enzimática:

• Sítios alostéricos - Modulação positiva ou negativa. As enzimas que sofrem


este tipo de regulação geralmente contêm mais de mais de uma subunidade.

• Modificação covalente – A adição de grupos fosfato (P) (fosforilação) ou


remoção (defosforilação) de resíduos específicos (serina, treonina ou tirosina) da
enzima pode aumentar ou diminuir a afinidade da enzima pelo substrato.

• Indução ou repressão gênica – Regula a quantidade de enzima em resposta a


necessidade naquele momento.

Isoenzimas – São formas múltiplas de uma determinada enzima em que cada


uma tem afinidade diferente a seus ligantes (substrato ou moduladores
alostéricos).

•Zimogênios- Precursores inativos de enzimas. Para a ativação há a


necessidade de remoção de um segmento da cadeia polipeptídica. Ex. Pepsina
Os gráficos abaixo mostram diferentes tipos de inibição enzimática.
Identifique o tipo de inibição de cada gráfico.
Estudo dirigido

1- O que são enzimas e como elas atuam?


2- Defina holoenzima.
3- O que é substrato?
4- O que é sítio ativo?
5- Quais os fatores que afetam a velocidade de uma enzima? Como
acontece essa influência?
6- O que é pH ótimo?
7-O que é Km? Como se acha o Km de uma enzima?
8- Diferencie inibidores reversíveis de irreversíveis.
9- Diferencie inibidores competitivos de não-competitivos.
10- Como são reguladas as enzimas? Dê três exemplos.

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