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1 FÍSICA EXPERIMENTAL AII – UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

ANÁLISE FOURIER DO SOM


Ítalo de Almeida Oliveira
2016436306

INTRODUÇÃO
Um fenômeno que chama atenção na física é o som característico emitido seja pelas vozes de
cada indivíduo ou sons diferentes de instrumentos que tocam uma mesma nota. Essa diferença
se dá pelo timbre, resultado do formato de uma ou combinação de ondas. O Cientista Jean
Baptiste Joseph Fourier estudou esse comportamento a fundo de formação do som e adaptou em
fórmulas matemáticas que, resumidamente, analisa o som como uma composição de ondas com
formatos mais simples de senos e cossenos. Essa análise que agregou seu nome permitiu
facilitar os cálculos para descrever ondas complexas. Fourier amplia o campo de análise que até
então estudava-se a amplitude da onda em função do tempo, como um eixo cartesiano, expande
esse eixo para um tridimensional em que o possibilita enxergar um outro plano, o eixo da
amplitude x frequência, conforme mostra a figura 01 abaixo:

Figura 1- Eixo Amplitude x Tempo x Frequência

Quando se analisa a amplitude x frequência, consegue-se trabalhar com fórmulas mais


simples, visto que se resume a somas de ondas senoidais e cossenos. Em outras palavras
estamos decompondo a onda em sua forma fundamental ( pura ) mais seus harmônicos que
são múltiplos da forma fundamental. Com isso, torna-se possível entender toda a mecânica
por trás da formação do timbre dos sons que escutamos, com o experimento faremos essa
decomposição e faremos uso das ondas estacionárias para trabalharmos com as frequências,
sua forma fundamental e seus harmônicos.

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PARTE EXPERIMENTAL
Neste experimento será estudado o som produzido por tubos, componentes de um órgão. Estes
tem formato quadrado com extremidade aberta e fechada e retangular, também com
extremidade aberta e fechada. Estes sons serão captados por um microfone, através de um bocal,
e este som será transmitido para um osciloscópio que traçará o gráfico mostrando a amplitude
no tempo. Ao salvar cada gráfico deste e exportar para o software Origin e fazendo uma análise
de sinal, escolhendo a função de Fourier consegue-se analisar o mesmo gráfico na forma
Amplitude x Frequência. Feito essas relações podemos estabelecer uma relação linear entre a
frequência e os harmônicos encontrados em cada gráfico. Com isso conseguiremos calcular o
comprimento de um terceiro tubo, através da seguinte fórmula:
n.v
f n=
2.l
(Eq.01)
onde o n indica o harmônico, v a velocidade do som e l o comprimento efetivo do tubo. É
importante lembrar que como trabalharemos com tubos abertos, e os nós das ondas estacionárias
formam-se um pouco além das extremidades do tubo será então necessária a soma do
comprimento real do tubo por dois fatores de correção, conforme a Equação 02, a seguir:
Lef =l o +∆ e + ∆b , (Eq.02) onde o
“delta e” relaciona-se com a extremidade do tubo, o “delta b” refere-se a correção na região da
boca do tubo e lo o comprimento do tubo.
Para isso utilizaremos um tubo de seção quadrada aberto e fechado, um tubo de mesmo tamanho
com seção retangular aberto e fechado, um terceiro tubo quadrado de comprimento
desconhecido, um microfone para captura do aúdio, um osciloscópio e computador com
software Origin.
A figura 02 abaixo mostra o aparato experimental que será repetido para os três tubos:

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Figura 2- Os três tubos do Órgão com suas respectivas dimensões de seção

Desenho das formas fundamentais de um tubo aberto e fechado e suas respectivas


representações de ondas estacionárias com nós nas extremidades e interno ao tubo
( respectivamente ) na figura 03 abaixo:

Figura 3- Esquema da formação dos nós das ondas estacionárias em tubos abertos e fechados

O nó na extremidade aberta acima, na figura, justifica-se pela zona de menor pressão,


igualando-se a pressão externa.

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EXPERIMENTO

Tubo Retangular Fechado

Tubo Retangular Aberto

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Tubo Quadrado Fechado

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Tubo Quadrado Aberto

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Tubo Quadrado Aberto – Tubo Curto

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Dando um zoom na região após o 4 harmônico da figura acima foi possível encontrar mais 2
harmônicos, f5 = 2635,71 Hz e f6 = 3351,43 Hz.

Com isso criamos a tabela no Origin, conforme abaixo:

Tabela 1 – Harmônico x Frequência

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Pelo gráfico podemos observar que a frequência fundamental do tubo quadrado aberto curto
vale f1 = 752,86Hz.

Após realizar a regressão linear no gráfico acima obtemos o coeficiente angular da reta que,
em referência a equação 01,

n.v
f n= , temos que o coeficiente = v/2l, portanto
2.l

v
=521,85
2l

Considerando a velocidade do som – 340m/s no ar, temos que o comprimento do tubo vale

l=32,57 cm

ANÁLISE DO EXPERIMENTO –

TUBO RETANGULAR FECHADO

Tabela 02

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Pelo gráfico podemos observar que a frequência fundamental do tubo quadrado aberto curto
vale f1 = 832,65Hz.

Após realizar a regressão linear no gráfico acima obtemos o coeficiente angular da reta que,
em referência a equação 01,

n.v
f n= , temos que o coeficiente = v/2l, portanto
2.l

v
=5 41,44
2l

Considerando a velocidade do som – 340m/s no ar, temos que o comprimento do tubo vale

l=31,39 cm

Comprimento do tubo real = ( 58,0 +/- 0,1 )cm.

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TUBO RETANGULAR ABERTO

TABELA 3 – Frequência (Hz) x Harmônico

Pelo gráfico podemos observar que a frequência fundamental do tubo quadrado aberto curto
vale f1 = 588Hz.

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Após realizar a regressão linear no gráfico acima obtemos o coeficiente angular da reta que,
em referência a equação 01,

n.v
f n= , temos que o coeficiente = v/2l, portanto
2.l

v
=270,239
2l

Considerando a velocidade do som – 340m/s no ar, temos que o comprimento do tubo vale

l=62,9 cm

Como se trata de tubo aberto, devemos somar as correções, portanto:

l ef =l 0 +∆ e + ∆b

l ef =58+1,98+1,12=61,1cm

Valor encontrado muito próximo do valor esperado, possíveis justificativas para a discrepância
está em estimar o valor do raio a, visto que se trata de um tubo não cilíndrico.

Após soltar o carrinho trabalharemos com suas situações, com mais amortecimento e menos
amortecimento e depois analisaremos os dados:

Gráfico 02 – Posição x(m) x Tempo (s) de um oscilador cúbico mais amortecido

Para o gráfico acima do oscilador cúbico mais amortecido foi extraído a seguinte tabela 01:
Tabela 01 – Oscilador cúbico mais amortecido

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Conclusão
O experimento teve como objetivo a observação e análise de um oscilador anarmônico, a partir
do experimento realizado foi observado as forças características atuantes no sistema, a partir dos
gráficos gerados, para os casos de menos e mais amortecimento, observou- se que conforme a
aumento do amortecimento do sistema, existe maior perda de energia, observada a partir da
queda na amplitude de oscilações, o que se era esperado de acordo com a teoria.

BIBLIOGRAFIA

Guia de Laboratório - Física Experimental AII - Departamento de Física - ICEx – UFMG,


Universidade Federal de Minas Gerais. 1° Semestre/2021.

SANTIAGO, A. J.; RODRIGUES, H. Efeitos de Amortecimento Sobre um Oscilador X³.


REVISTA Brasileira de Ensino de Física 27, 245-249. 2005 - Disponível em: Acessado em:
09/05/2021.

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