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AUTISMO

INTERVENÇÃO EDUCATIVA

Fátima Paiva
2011
MODELOS DE INTERVENÇÃO
 Son-Rise®
 Barry e Samahria Kaufman (1974)

 Este programa foi criado pelos autores e professores Barry Neil


Kaufman e Samapria Lyte Kaufman quando o seu filho Raun foi
diagnosticado com sendo portador de autismo clássico.

 Embora tenham recebido conselhos para internar a criança em


instituições especializadas, os Kaufman resolveram desenvolver um
programa em casa para conseguir comunicar com o filho.

"The son-rise program" é um tratamento educacional que trabalha


nas áreas de aprendizagem, comunicação e novas
competências/habilidades desenvolvendo técnicas e estratégias para
as atingir
O Programa Son-Rise

É centrado na criança (ou no adulto com autismo).

O tratamento parte do desenvolvimento inicial e de uma


profunda compreensão e genuína apreciação da criança,
de como ela se comporta, interage e comunica, assim
como dos seus interesses.

O Programa Son-Rise descreve isto como o “ir até o mundo


da criança”, tentando fazer a ponte entre o mundo
convencional e o mundo desta criança em especial.
Programa Son-Rise

o adulto facilitador vê a criança como um ser único e


maravilhoso, não como alguém que precisa “ser
consertado”, e pergunta-se “como posso relacionar-me
e comunicar melhor com essa criança?”

Com esta atitude, Quando a criança se sente segura e


aceita este adulto, maior é a sua receptividade ao
convite para interacção que o adulto venha a fazer.
Programa Son-Rise

Oferece uma abordagem prática e abrangente para inspirar as


crianças (e adultos) com autismo a participarem activamente
em interacções divertidas, espontâneas e dinâmicas com os
pais, outros adultos e crianças.

A experiência do Programa Son-Rise demonstra que quando


uma criança com autismo passa a participar deste tipo de
experiência interactiva, torna-se aberta, receptiva e motivada
para aprender novas habilidades e informações.
Programa Son-Rise

A participação da criança nestas interacções seria


então factor chave para o tratamento e
recuperação do autismo.
O papel dos pais é essencial
neste processo de intervenção

O Programa Son-Rise propõe a implementação de um


programa dirigido pelos pais no domicílio da criança, e
ensina-os a construir um ambiente físico e social optimizado,
que estimule uma profunda ligação emocional com sua
criança e facilite a sua aprendizagem social
Programa Son-Rise

As sessões individuais (um-para-um) do


Programa Son-Rise são realizadas na
residência da pessoa com autismo, num
quarto especialmente preparado com
poucas distracções visuais e auditivas,
contendo brinquedos e materiais
motivadores para a criança com autismo
que sirvam como instrumento de
facilitação para a interacção e
subsequente aprendizagem
Programa Son-Rise

Os pais aprendem a construir experiências interactivas


estimulantes que convidem sua criança a desenvolver-se
socialmente dentro de um currículo claramente definido.
No Programa Son-Rise, toda a aprendizagem acontece no
contexto de uma interacção divertida, amorosa e
espontânea que inspira tanto pais como criança.

O Programa Son-Rise é lúdico

Dá-se ênfase à criação de divertidas e motivadoras


actividades nas quais a criança esteja motivada a
participar.
A ênfase está na diversão.
Programa Son-Rise

Ao seguir os interesses da criança e compreender os


princípios básicos do brincar, torna-se fácil a criação de
actividades motivadoras para esta criança
Princípios e técnicas do Programa
Son-Rise®
Contacto Visual, o
Imitar os Comportamentos da Desenvolvimento Social e a
Criança Inclusão dos outros na
Brincadeira

Motivação da criança Aprendizagem e aquisição de


novas capacidades

Brincadeira/jogo interactivo Socialização e comunicação

Participação dos Pais

Área de trabalho/brincadeira Optimização da aprendizagem


segura e “limpa”
ACTIVIDADE
 Situação:
 Vão iniciar um processo de dar Conselhos aos Pais
sobre como devem organizar o espaço de trabalho
em casa e sobre Actividades e Estratégias para
utilizar de Acordo com o programa Son Rise ( 2
conselhos e 3 estratégias para um determinado
objectivo )
 No sentido dos ponteiros do relógio passem ao
grupo do lado para completar o que fizeram e
assim sucessivamente até voltarem a receber o
vosso trabalho inicial completo
 Comuniquem os resultados ao grupo
ABA (Applied Behavior Analysis)
(Analise aplicada do comportamento)
Lovaas, 1973

O ABA foi desenvolvido pelo DR Lovaas da


Universidade da Califórnia do Norte em Los
Angeles, sendo umas das terapias mais conhecidas
para se trabalhar com os autistas.

Consiste em ensinar habilidades dividindo-as


em etapas e recompensando as respostas
corretas.
Esta terapia pode ser usada para corrigir
comportamentos e também para ajudar a
adquirir novas habilidades.
O ABA é utilizado
geralmente de 30 a 40
horas por semana Esta terapia influenciou
individualmente, com a muitas outras
ajuda de um
profissional.
ABA (Applied Behavior Analysis)
Estudo científico do comportamento para
aumentar, diminuir, criar, eliminar ou melhorar
comportamentos

Os princípios fundamentais

Criar situações de sucesso

iniciar com tarefas que o aluno consegue realizar, ajudar e retirá-la


progressivamente. Garantir sempre a resposta correcta

Dar instruções claras e concretas, com ajuda e material compatível

Reforçar sempre o comportamento correcto. Ignorar, corrigir ou redireccionar


o comportamento incorrecto

Registar sempre
ABA (Applied Behavior Analysis)

Iniciar o mais precocemente possível para aquisição de competências básicas


ao nível social e cognitivo e redução de comportamentos estereotipados

Terapia intensiva(40horas/semana/2anos)

Contexto escolar e/ou doméstico

Três técnicos por cada aluno(1:1)

5 a 8 horas por dia, 5 ou 7 dias por semana


ABA (Applied Behavior Analysis)
Lovaas, 1973

Papel da família:
promover a generalização das competências

Avaliação inicial das competências

Objectivos de um currículo base :


aprender a aprender, comunicação, social, académico, autonomia,
motricidade, brincar, etc.

Objectivo final :
ser o mais independente e bem sucedido na vida

Comportamentos desadequados-não reforçados


comportamentos adequados estimulados e reforçados
Sala Ensino ABA

OBJECTIVOS

Diminuir Que os
Melhorar a Aumentar a alunos se
comportamentos autonomia comunicação
estereotipados sintam felizes

Intervenção comportamentalista
O Comportamento é quantificável, registado e observado todos os dias
Método de comunicação aumentativa PECS
Trabalham com diferentes programas/ áreas
Concentra-se na permeação do comportamento desejado
Sala Ensino ABA

Currículo

Estímulos

Habilidade de
Habilidade de Habilidades
cuidados
imitação Académicas
pessoais
FILME

ABA
DIR
Desenvolvimento –Diferenças Individuais -RelaçãoStanley
Greenspan e Serena Wieder, 2000

Modelo de intervenção
intensivo e global

Participação da família

Especialidades terapêuticas:
•Abordagem FloorTime ("Brincar no chão“)
•Integração Sensorial (táctil, vestibular, proprioceptivo )
•Terapia da Fala
D.I.R.
Desenvolvimento –Diferenças Individuais -Relação

Floor Time
Princípios Básicos

Seguir o Entrar na Criar um Abrir e fechar


interesse da actividade da ambiente de círculos de
criança criança jogo adequado comunicação

Moldar as
interacções Alargar a gama de experiências
(atender ao seu interactivas da criança (temáticas e campo
perfil sensorial) emocional
Floortime”
Tem como meta ajudar a criança a tornar-se mais alerta, ter mais iniciativa,
a tornar- se mais flexível, a tolerar a frustração, a planear e a executar
sequências, a comunicar usando o seu corpo, gestos, linguagem de sinais e
verbalização.

Explora a espontaneidade, a iniciativa da criança e a verbalização. O mais


importante é despertar na criança o prazer de aprender.

“Faça da hora do floortime uma hora de diversão, risos, brincadeira e


reconheça as oportunidades do dia a dia para solucionar problemas e
conseguir suportar mudanças

Use isso na sua rotina trabalhe as expectativas da criança e o que a criança


consegue fazer por ela.
Metas especificas do comportamento e
estratégias do “Floortime”

Metas para a criança ser Estratégia “Floor time”


mais

Notar que algo está diferente


Diferenciar informações sensoriais
Alerta e consciente como visão, audição e outras
Reconhecer que está enfrentando um
obstáculo
Identificar o problema

Encorajar a ser menos passivo no


Tomar Iniciativa ambiente
Não deixar este processo seguir
automaticamente
Metas especificas do comportamento e
estratégias do “Floortime”
Criar mudanças pequenas e
Ter mais flexibilidade problemas para que a criança note,
inicie e tolere mudanças
Ajudar a aprender e a lidar com
estas situações aprendendo a
resolver problemas e receber
informações

Ter experiências que requerem dar vários


passos para resolver problemas (usando
Manter sequências por mais uma forma de comunicação)
tempo, com mais acções Questionar para saber quem quer o
complexas e comunicação problema resolvido
O que quer resolver
Quando querem isso resolvido
Onde eles querem isso resolvido
PECS é um processo auxiliar no desenvolvimento da linguagem e propõe-se
implementar um "caminho" de comunicação entre o autista e o meio que o
cerca.

Algumas crianças autistas desenvolvem a chamada linguagem tradicional,


entretanto, outras talvez nunca falem, mas poderão utilizar um instrumento
preciso para se relacionarem ("falar") com o mundo e expressarem seus anseios
e desejos.

O PECS é esse instrumento fundamental para apoiar e compreender a rotina do


autista.
Criado há mais de 12 anos pelo Delaware Autistic Program, esse método baseia-
se no ABA (Applied Behavior Analysis) e ensina o autista a trocar uma foto por
algo que deseja.
PECS- Picture Exchange Communication System
Sistema de comunicação através da troca de
figuras

O PECS foi desenvolvido para ajudar crianças e adultos com autismo


e com outros distúrbios de desenvolvimento a adquirir habilidades de
comunicação

É Utilizado com indivíduos que não comunicam ou que possuem


comunicação mas que a utilizam com baixa eficiência

O nome PECS significa “sistema de comunicação através da troca de


figuras”,
e sua implementação consiste, basicamente, na aplicação de uma
sequência de seis passos.
PECS- Picture Exchange Communication System
Sistema de comunicação através da troca de
figuras

O PECS visa ajudar a criança a perceber que através da comunicação,


pode conseguir muito mais rapidamente as coisas que deseja ,
estimulando-a assim a comunicar e muito provavelmente diminuirá os
problemas de conduta

Tem sido bem aceite em vários lugares do mundo, pois não necessita
materiais complexos ou caros, é relativamente fácil de aprender, pode
ser aplicado em qualquer lugar e quando bem aplicado , apresenta
resultados inquestionáveis na comunicação através de cartões em crianças
que não falam e na organização da linguagem verbal em crianças que já
falavam mas que precisam de estruturar o discurso
PECS- Picture Exchange Communication
System

A vantagem do PECS é a sua simplicidade e racionalidade em


proporcionar uma resposta primária por parte do autista, ou seja, ele
escolhe a foto (visual) do PECS que demonstra o que quer
estabelecendo a comunicação com os outros e, em muitos casos,
promovendo o desenvolvimento da fala..

Importa ressaltar que a primeira "língua" da maioria dos autistas é a visual


Como utilizar o PECS
Por exemplo começar utilizando a foto do PECS de um biscoito
sempre atractivo.

O PECS deve ser utilizado junto com a fala e a linguagem dos sinais.

Na linguagem dos sinais podemos iniciar por usar “parar”, “esperar”,


“não”, “acabou” (no sentido de terminar), “comer”

Podemos ir introduzindo outros sinais como “ir ao banheiro”,


“desculpa”, “por favor”. Quando se usa a foto não há necessidade de se
”.utilizar a linguagem dos sinais, só a fala basta.
Como utilizar o PECS
No momento em que o autista começar a usar corretamente o PECS,
(mostrar a foto do biscoito), o biscoito deve ser dado imediatamente, não
importando horários convencionais para a alimentação

No caso do autista não gostar de biscoito, usar a foto de algo que


realmente lhe interesse (brinquedo, TV, etc.).

Outras fotos só devem ser introduzidas após o autista entender o processo, ou


seja: pegar a foto deixada ao seu alcance e mostrá-la e, com isso, obter
imediatamente a resposta.
Relato de uma Mãe
Seguindo as instruções comprei o biscoito preferido pelo Luke: chocolate
recheado com baunilha, e deixei o pacote longe da vista dele.
Plastifiquei a foto do PECS que representava o biscoito, prendi um imã atrás
dela e coloquei-a na porta da geladeira, tendo o cuidado de retirar da mesma
todos os enfeites .
Fui até o Luke e perguntei se ele queria um biscoito. Não obtive resposta.
Peguei-lhe pela mão e fomos até ao frigorífico, mostrei –lhe a foto e disse
apontando para ela, ”biscoito”, “biscoito”.
Retiramos a foto da geladeira e dei -lhe imediatamente, o biscoito. Quando ele
terminou de comer um biscoito, repeti a operação, o que tornei a fazer
algumas vezes durante o dia.
No dia seguinte, Luke acordou pela manhã e foi directamente até ao
frigorífico de onde retirou a foto e veio trazer-me . Dois dias depois mostrava-
me a fotografia e dizia “biscoito” sem necessitar mais de nenhum estímulo
de minha parte
Relato de uma Mãe

Quando notei que ele já identificava a foto e conseguia usá-la para


pedir o biscoito, coloquei mais uma foto do PECS no frigorífico.
Esta representava o leite (que Luke também gostava muito) e repeti a
operação. Numa semana ele estava a usar as duas fotografias para
pedir leite e biscoito.
Assim comecei a colocar outras fotos de sua preferência, uma de
cada vez, e ele usava-as para pedir o que queria, mas só repetia o
nome do biscoito.
Nos outros casos, ele tentava falar juntando a imagem e o som,
construindo a sua própria linguagem.
Após Luke dominar o uso das fotos de comida, fiz-lhe um roteiro do
seu dia: escovar os dentes, trocar de roupa, tomar café da manhã…etc
Passos Seguintes
.

A pouco e pouco vão se introduzindo outras acções até chegar à rotina de 1 dia

As fotos devem estar em sequência, na ordem em que os actos serão realizados.


Se, por algum motivo, não der para fazer uma acção ou se tiver que substituí-la,
troque a foto.

Depois de conseguida a rotina diária passar para um calendário semanal,


introduzindo acções não diárias feitas na rua
Ex: ir ao médico, ir ao supermercado

É sempre aconselhável usar as fotos do PECS e evitar outras convencionais


porque elas podem desviar a atenção do objectivo principal, uma vez que elas
têm cores, brilho e outros detalhes que podem distrair a atenção da criança
autista.
Passos Seguintes
Também use em casa um ficheiro. Na frente dele coloque duas linhas de velcro e
dentro, usando velcro e fotos plastificadas do PECS, tenha um conjunto de
actividades como pintar, desenhar, brincar lá fora, brincar com brinquedos,
merendar, beber algum líquido.
Deixe esta pasta sempre no mesmo lugar (é melhor ter duas ou mais, uma em
cada lugar da casa.

Esconda ou tire do alcance da criança todos os brinquedos. Tire uma foto de cada
brinquedo e faça com elas um ficheiro. Para obter o brinquedo a criança terá
que usar as fotos.
No início, para ensinar o método, vá ao ficheiro com a criança e tire ou deixe-a
escolher o brinquedo que deseja. Lembre-se de dizer sempre, usando a foto, o
nome do brinquedo (ou dos brinquedos, uma vez que poderá ter mais que um,
sem problemas). Coloque a foto na frente da pasta e, depois que acabar de
brincar coloque de novo a foto ao ficheiro.
Tenha esta pasta (é aconselhável que tenha mais de uma), sempre no mesmo
lugar – que deve ser de fácil acesso.
FILME

PECS
Facilitated Comunication - FC
(Comunicação facilitada)

Foi desenvolvido em 1970 na Austrália por Rosemary Crossley,


professora do Hospital St. Nicholas, que conseguiu estabelecer
comunicação com 12 crianças portadoras de deficiências físicas e
mentais. Esta experiência indicou que algumas dessas pessoas não
conseguem comunicar por falta de controle do corpo e não pela falta
de habilidade de comunicação. O FC usa um auxiliar que suporta a
mão e o braço do individuo e ajuda-o a utilizar as teclas do
computador ou máquina de escrever.

inicialmente foi utilizado para pessoas portadoras


de paralisia cerebral, e mais tarde adoptado também para pessoas
com autismo.
Facilitated Comunication - FC
(Comunicação facilitada)
Podemos resumir esta metodologia à utilização de um computador no qual a
pessoa com autismo transmite os seus pensamentos com a ajuda de um
facilitador que lhe oferece o necessário suporte físico

Inicialmente, era a realização do sonho de muitos pais e profissionais, que


acreditavam que crianças com autismo pensavam muito mais do que
conseguiam
transmitir por meios convencionais, e, com este novo recurso,
passariam a manifestar o real conteúdo de seus pensamentos

Mais tarde começou-se a questionar seriamente se a opinião emitida era a


do assistido ou a do facilitador, principalmente pela constactação de graves
denúncias feitas por pessoas com autismo através deste meio, cuja veracidade,
na grande maioria dos casos, era de impossível constatação.
Contestação ao Método FC

Em 1995, o maior jornal da Associação Americana de Psicologia,


publicou um artigo de John Jacobson com o título História da
Comunicação Facilitada: Ciência,Pseudociência e Anticiência.

Neste artigo, Jacobson menciona pesquisas sérias e conclusivas que


provaram que não só as pessoas que têm autismo não têm capacidade
para expressar tudo aquilo que se supunha que expressavam através da
FC, como também os facilitadores, ainda que inconscientemente,
influenciavam o conteúdo da mensagem comunicada
FILME

COMUNICADOR para Autistas

Sistemas de Comunicação Alternativa


AIT - Auditory Integration Training
Integração Auditiva

A Integração Auditiva foi desenvolvida inicialmente nos anos sessenta


pelo otorrinolaringologista francês Guy Berard.
A ideia inicial é que algumas das características do autismo seriam resultado
de uma disfunção sensorial e poderiam envolver uma sensibilidade
anormal a determinadas frequências de som.
Na AIT a criança ou adulto ouve música através de fones de ouvido, com
algumas frequências de som eliminadas através de filtros, durante dois
períodos de meia hora por noite, durante dez dias.

Segundo Berard este tratamento ajudaria a pessoa a adaptar-se a sons


intensos.
AIT - Auditory Integration Training
Integração Auditiva

Um dos problemas para se avaliar o quanto a AIT pode ajudar uma criança
com autismo é que raramente essa técnica é a única interferência
a que a criança é exposta. Em geral, ela é aplicada acompanhada de
outros tratamentos ou terapias, o que tem dificultado um estudo mais
apurado sobre AIT, fazendo-se considerar a necessidade de estudos mais
aprofundados.
AIT - Auditory Integration Training
Integração Auditiva

Actualmente, existem algumas linhas de pesquisa sendo


desenvolvidas
nesta área.

Alguns autores acreditam na eficácia da AIT, embora outros não a


considerem
melhor que a aplicação de um programa estruturado de músicas
não alteradas, abrangendo uma grande escala e variedade de
frequências.
SI - Sensitory Integration
Integração Sensorial

A Doutora A. Jean Ayres, terapeuta ocupacional, desenvolveu um programa de


tratamento chamado "Sensory Integration Therapy" (Terapia de Integração
Sensorial), um dos métodos bastante utilizados no tratamento dos autistas nos
Estados Unidos. A Dra. Ayres começou a trabalhar com pessoas com dificuldade de
aprendizagem e o método foi generalizado para todos os que tivessem problemas
de integração sensorial.

A população normal desenvolve a integração sensorial naturalmente, brincando,


movimentando-se no seu ambiente. Pessoas com disfunção de interacção sensorial
não conseguem processar estas sensações e relacioná-las com as suas
actividades. Como consequência, esses indivíduos não conseguem desenvolver e
ajustar as respostas que o cérebro organiza. Terapeutas com formação em
reeducação sensorial podem diagnosticar como o individuo está a processar essa
integração e desenvolver um ambiente que lhe permita interagir com mais
afectividade.
SI- Sensitory Integration
Integraçaõ Sensorial

A Integração Sensorial pode ser considerada como uma intervenção


semelhante à Integração Auditiva, mas com actuação noutra área.

Nos Estados Unidos é muito aplicada por terapeutas ocupacionais e por


Fonoaudiólogos ou Terapeutas da fala embora outros terapeutas também a
apliquem.

É uma técnica que visa integrar as informações que chegam ao corpo da criança,
através de brincadeiras que envolvem movimentos, equilíbrio e sensações tácteis
são utilizados toques, massagens e alguns equipamentos como baloiços,
trampolins, escorregas, túneis, cadeiras que giram, bolas terapêuticas grandes,
brinquedos, argila e outros.
O terapeuta trabalha no sentido de ensinar à criança, através de brincadeiras a
compreender e a organizar as sensações.
Outras Terapias Associadas

Este tipo de intervenção dá lugar a muitas outras terapias

Terapia Ocupacional
Destina se a ajudar as actividades diárias de aprendizagem;
problemas sensoriais; dificuldades motoras.
Nos Estados Unidos da América do Norte os problemas sensoriais são
trabalhados, na maioria dos casos com apoio de terapeutas ocupacionais.

Fonoaudiologia ou Terapia da Fala

Dão apoio às crianças autistas com o auxílio do PECS e também através de


experiências com interacções sensoriais). como suporte para a oralidade.
Outras Terapias Associadas
Terapia Musical
Este tipo de terapia é muito bem recebido pelos autistas
por gostarem de música e sentirem o forte apelo dos sons e dos ritmos.
Os objectivos serão diferentes de criança para criança (contacto visual,
promover o aumento de competências motoras, organização,
comunicação,
socialização, etc.).
A música mantém a atenção estimula muitos outros aspectos na criança

Fisioterapia
A criança pode ser beneficiado pela fisioterapia se apresentar
problemas como rigidez e/ou fraqueza muscular, atraso nas expectativas
físicas como sentar, andar; falta de coordenação motora, dificuldade em
se mexer, falta de percepção do espaço, postura anormal, dores
generalizadas, etc.
Outras Terapias Associadas

Equoterapia ou Equitação Terapeutica

Trabalho com cavalos focalizando principalmente a


psicomotricidade. O movimento rítmico do cavalo é
usado como terapia e ajuda a criança autista na interacção sensorial
possibilitando-lhe atingir uma melhor adequação entre
as suas acções e suas emoções /comportamento.

Hidroterapia

Esta terapia também traz muitos benefícios à interacção social.


Usa os movimentos, exercícios que são feitos na água. É praticada em
piscina com água temperada (nem muito quente nem muito fria), e estimula
não só o físico, mas o contacto social.
FILME

Equitação Terapeutica
Movimentos Sherborne - “Relation
Play”

Este é um método que vem sendo aplicado em alguns países, principalmente


na Europa, tanto por fisioterapeutas como por professores de
educação física. Este método foi idealizado por Veronica Sherborne, uma
professora de educação física nascida na Inglaterra que acreditava que
esta técnica poderia beneficiar qualquer tipo de criança, inclusive crianças
com problemas de desenvolvimento e autismo

Verônica Sherborne tomou como base o trabalho do dançarino e coreógrafo


húngaro Rudolf Laban, que acreditava que a utilização do movimento
é uma ferramenta para todas as actividades humanas e que é através
do movimento que o ser humano relaciona o seu eu interno com o mundo
que o cerca.
Movimentos Sherborne - “Relation
Play

O método visa desenvolver o autoconhecimento da criança através da


consciência de seu corpo e do espaço que a cerca, pelo ensino do
movimento
consciente.

Nem todas as crianças atingem estes objectivos, mas podemos dizer,


que a utilização desta técnica
possibilita uma interacção muito agradável entre os pais e familiares
com
as crianças que têm autismo, o que nem sempre é muito fácil de se
conseguir,
e faz desta técnica um valioso recurso
The SCERTS Model (SCERTS - Social comunication, Emotional regulation
and Transactional Support -
Comunicação Social, Regulação Emocional e Suporte para Transição -
mudanças)

Este programa foi desenvolvido a partir de 25 anos de pesquisas práticas em


clínicas e em escolas, pelo Doutor Barry Prizant, Doutora Amy Wetherby, MS.
Emily Rubin, Ms. Amy Laurent e Doutor Patrick Rydell uma equipa multidisciplinar
de profissionais formados em problemas de comunicação, educação especial,
terapia ocupacional, desenvolvimento e comportamento

O SCERTS Model tem o objectivo desenvolver a capacidade de comunicação


através de um sistema convencional simbólico.

Investe também no desenvolvimento emocional como suporte de transição para


uma melhor produção na escola, na casa e na comunidade.
Cada indivíduo deverá ser estimulado segundo as suas necessidades próprias e as
metas a serem atingidas.
The SCERTS Model

Trabalha também a Comunicação Social


Com o objectivo de ajudar a criança com autismo a ser mais competente e
ganhar confiança na comunicação e, com isso, adquirir a possibilidade de
participar em actividades sociais.

Duas áreas são levadas em consideração na função da comunicação social

1 - A habilidade de atenção e com isso o individuo torna-se mais capaz em


dividir a atenção, emoção, expressar atenções com outras pessoas e obter
consciência em situações sociais;
2 – O desenvolvimento da capacidade do comportamento simbólico para
aumentar a comunicação que inclui gestos, objectos para comunicar,
linguagem de sinais, PECS, para estimular qualquer iniciativa de começar a
falar.
The SCERTS Model

O objectivo do SCERTS é usar vários métodos de comunicação tendo, desta forma,


melhores resultados: se uma estratégia não funcionar outra poderá dar certo.
Também se acredita que o individuo terá mais competência na comunicação
quando se usam diferentes tipos de comunicação para diferentes situações como
expressar necessidades, dividir observações e experiências, expressar emoções e
envolver-se em situações sociais.

Alguns estudos mostram que com o aumento da habilidade de comunicação as


dificuldades comportamentais podem ser prevenidas ou diminuídas. A habilidade
de comunicar também é importante para a aprendizagem escolar, actividades
do dia a dia e se o indivíduo obtém uma melhor compreensão das experiências
diárias terá mais confiança em si mesmo.
Uma grande oportunidade de aprendizagem na infância é através de
brincadeiras e do uso da linguagem e comunicação não verbal.
Então quanto mais se expuser a criança a estas situações, mais oportunidades
terá de aprender.
The SCERTS Model

Regularidade Emocional: tem como objectivo oferecer apoio à habilidade do


individuo se regular em situações de auto-estimulação emocional
proporcionando a capacidade emocional necessária para aprender a se
conhecer. Para que isso aconteça o individuo deve ter a capacidade e habilidade
de, independentemente, se manter calmo (organizado) em situações de stress,
de pedir assistência ou responder a tentativas de outros de oferecer regulação
emocional (acalmar)
The SCERTS Model
Uma boa estratégia para oferecer suporte nestes momentos inclui
interacção sensorial e estratégias motoras tais como planear situações com
movimentos ou exercícios sensoriais que ajudam a organizar ou acalmar.
Usar também estratégias cognitivas e linguísticas, providenciar informações
que reduzam a ansiedade
(Ex: usar suporte visual para ajudar o individuo a compreender o que é
esperado dele em tais actividades).
As necessidades devem ser avaliadas individualmente.

Suporte para Transição - mudanças:

É o ultimo componente do SCERTS.


Aprendemos muito com as situações sociais do dia a dia e obtermos uma
relação de confiança nas nossas rotinas é muito importante.
Por isso um suporte para a transição deve ser incluído nas actividades e
relações sociais
Suportes no Modelo SCERTS
Na comunicação, interacção social, actividades
Pessoal: sociais.

A forma como as actividades são apresentadas


para ajudar a comunicação social e regularidade
emocional sendo usado suporte visual que deve ser
Na implementado no ambiente educacional e nas
aprendizagem actividades do dia a dia.
Adaptações no currículo académico para oferecer
suporte necessário à criança não conseguiria
aprender com o currículo regular (métodos
convencionais).

Suporte emocional, informações sobre várias


Para a família áreas desde a clínica à educacional sobre o
autismo, sobre como conviver com uma criança
autista e contactos para facilitar a ajuda aos
pais.
Suportes no Modelo SCERTS

Suporte emocional para pessoas


Para Profissionais que trabalham com autismo

Oportunidades para
aumentar os seus
conhecimentos sobre vários
assuntos relacionados com o
autismo.
DIETAS
ALIMENTARES

Recentemente vêm sendo desenvolvidas pesquisas sobre a alergia e sensibilidade


a determinados alimentos em crianças com autismo e possíveis benefícios que
poderiam ser obtidos através de algum tipo de dieta.

As crianças portadoras de autismo muito frequentemente apresentam


dificuldades de alimentação, muitas vezes graves, e os efeitos de dietas nessas
crianças ainda não são bem conhecidos.

Indica-se o aconselhamento e o acompanhamento profissional para pôr


em prática qualquer uma destas dietas
Dieta livre de glúten e caseína
A partir de estudos iniciados na década de 80, alguns pesquisadores
indicaram a existência de uma possível correlação entre alguns comportamentos
característicos de pessoas com autismo e a presença de glúten
e caseína na alimentação

A caseína é uma proteína do leite e derivados. O glúten é uma substância


encontrada no trigo, cevada, centeio, aveia e derivados.

Para eliminar a caseína da dieta devem ser retirados o leite e seus derivados,
como sorvetes, iogurtes, queijos e etc.
Para retirar o glúten, a prática mais comum é a utilização de farinhas de
milho ou arroz.

Este tipo de dieta não pode ser feito sem o acompanhamento de um


especialista, pois requer algumas medidas como encontrar um alimento
que substitua o cálcio que está deixando de ser ingerido ao retirar-se o
leite da dieta.
Dieta de Feingold
O Dr. Benjamin Feingold, pediatra e alergologista, em 1974, sugere que
Alguns problemas nas crianças tais como hiperactividade e autismo podem ser
causados por corantes, conservantes e aditivos
artificiais presentes em muitos alimentos

Diz ainda que comidas que possam conter “salicilatos


naturais” podem também causar efeitos indesejados à saúde em determinadas
pessoas. Contêm esta substância algumas frutas comuns como
maçã, cereja e uva e outros alimentos ou temperos como café, cravo e
paprica

A Associação Feingold sugere que todos os “salicilatos” sejam retirados


de uma vez e depois que sejam introduzidos e testados um a um para
determinar se acontece alguma reacção.
Outras Dietas

Podem ainda ser mencionadas a dieta quetogênica e a dieta rotativa. A


dieta quetogência, desenvolvida por alguns médicos no Hospital John
Hopkins em Nova York para indivíduos que sofrem convulsões, é uma
dieta rica em gorduras e pobre em proteínas e carbohidratos. Ainda não
são conhecidos estudos conclusivos sobre os efeitos desta dieta.

A dieta rotativa consiste na variação de alimentos.


Alguns dizem que essa variação deve ser de forma específica de preferência a
cada quatro dias.
Outros preferem retirar da alimentação , dois a três dias por semana,
alimentos como arroz ou batatas.
Muito resumidamente, esta dieta tem como base a ideia de que um alimento
que é ingerido diariamente desenvolve um efeito prejudicial ao
organismo.

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