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Linguagem, Leitura e Escrita
Mariana Fenta
Introdução
“Estamos a fazer com que as nossas crianças transitem anestesiadas pela
educação. E acredito que devíamos fazer exatamente o oposto. Não devemos
fechá-las, devemos despertá-las para o que trazem dentro delas.”
Sir Ken Robinson
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Linguagem e comunicação
Comunicação, linguagem, língua:
COMUNICAÇÃO
LINGUAGEM
FALA
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2 sistema
1 sistema
linguagem
linguagem oral
escrita
compreensão descodificaçãoo
(escuta) (leitura)
codificação
espressão (fala)
(escrita)
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componentes da subsistemas/domínios
linguagem linguìsticos
• forma • fonologia, morfologia,
• conteúdo sintaxe
• uso (em determinados • semântica
contextos) • pragmática
1
Bloom e Lahey (1978, citados em Bernstein e Tiegerman, 1993)
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“É na linguagem que o homem se constitui como sujeito porque só na
linguagem é que se funda a realidade”
(Benveniste, 1996).
Existem períodos críticos para a aprendizagem da fala, que se não estimuladas,
atrofiam no cérebro. Dos 0 aos 3 até aos seis anos de idade. A modelação social
é de suma importância da para a ativação da programação genética. Perante
todo um equipamento que nós temos, se não formos estimulados, não nos
desenvolveremos.
Bases sociais:
• Interação verbal na aquisição da linguagem.
• Motherese/Maternalês: frases curtas; articulação claro; entonação expressiva;
vocabulário simplificado.
• Repetições, ordens e perguntas; aprovação e elogia.
Bases biológicas:
• Ser humano: bem adaptado fisiologicamente para a percepção, produção e
compreensão da linguagem verbal.
• Dentição bem adaptada, lábios, língua e maxilar inferior, com a mobilidade,
laringe bem posicionada (por oposição a outros primatas).
• Sistema nervoso central: cérebro mais complexo, com córtex responsável
pelo processamento central da informação.
• Sistema nervoso periférico: responsável pela produção motora (aparelho
fonador) da informação recebida pelo SNC e pela transmissão a estes dos
impulsos verbais percepcionados pela periferia (aparelho auditivo).
• O hemisfério esquerdo possui as áreas de Wernick e Broka (Sally Shawitz)
• Começamos a leitura da região inferior (área de Broka – Articulação dos
fonemas).
• Passamos para a região posterior (área de Wernick – Análise das palavras).
• Por último, temos, na região occiptal-temporal, que é responsável pela leitura
automática.
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• A função do aparelho auditivo é a de captar e transmitir a informação sensorial
obtida aos centros de processamento localizados no cérebro. Isto está
particularmente ajustado à percepção fala.
• Aparelho fonador: zona supralaríngea, laringe, zona sublaríngea. Ou seja, ele
é um misto de sistema: respiratório e digestivo.
Fonológico
Para aprender a escrever, então, as crianças têm que começar por
perceber quais são as propriedades da linguagem oral que são representadas
na escrita e quais as regras que orientam (processadores fonológicos,
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ortográficos, semânticos e contextuais) a passagem das unidades da linguagem
oral aos signos escritos. Isso só é possível através de atividades em que as
crianças possuam liberdade para criar suas próprias hipóteses.
Já para aprender a ler é preciso dominar os conceitos necessários para
pensar as relações entre fala e escrita, conceitos como os de palavra, sílaba,
fonema, o que exige um nível avançado de reflexão metalinguística. todas as
palavras são compostas por combinações de um número limitado de signos
visuais, o que exige um nível avançado de raciocínio conceptual, dado que este
tipo de organização é fundamentalmente diferente da sua experiência anterior
(Duarte & Rosse, 2008). Esta capacidade constrói-se de forma relativamente
lenta nas crianças.
As modalidades mais elementares da consciência fonológica abrangem a
sensibilidade às sílabas, rimas e fonemas iniciais das palavras, e podem
desenvolver-se mais ou menos espontaneamente, por volta do quatro e cinco
anos. Segundo (Duarte & Rosse, 2008), Emília Ferreiro acredita em quatro
momento da de hipóteses da escrita:
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cognitivos, etc.) ou extrínsecos (ordem socioeconômica das famílias dos
estudantes, socioinstitucional e pedagógicas), como afirma (Carneiro, Martinelli,
& Sisto, 2003), precisam que se pense em novas formas de ensinar e aprender.
E, independente dos fatores que causam essas dificuldades e percalços
no percurso da aprendizagem da criança, o mais importante é buscar entender
o que a criança já sabe, que conteúdos já foram adquiridos, através de uma
avaliação estruturada. E, após essa etapa, criar um plano de intervenção
individualizado que abarque os conhecimentos prévios e motivações da criança
para que os obstáculos sejam superados.
Sistemas de escrita:
Sistemas lolográficos Sistemas silábicos Sistemas alfabético
Ex: chines Ex: guzerate, japonês Ex: sistemas alfabéticos
É representada a ideia É representada a sílaba Representam os sons da
língua
Língua portuguesa
• As línguas alfabéticas são mais complexas, pois lidamos com unidades mais
abstratas.
• Conhecimentos fonológico: permite compreender a relação entres os
sistemas simbólicos (a oralidade e a escrita).
• Se a criança não consegue perceber a ligação entre linguagem e escrita, ela
terá problemas para adquirir a linguagem escrita.
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Consciência fonológica:
linguagem metafologia
metalinguagem
(competencia (reflexão sobre
(reflexao sobre)
inata) a fonologia)
principio
alfabetico e
consciencia
fonologica
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• Constitui-se como um bom preditor da competência na leitura até o segundo
ano da escolaridade básica (Hogan, Catts e Lindon, 2005).
• Nos primeiros anos de escolaridade é o fator que mais se correlaciona com o
sucesso na aprendizagem da leitura/escrita (Adams, 1990; Stanovich, 1986).
• Em crianças que sofreram intervenção na linguagem, o conhecimento
fonológico correlaciona-se com o desempenho na escrita (ditado). (Mota, Filha e
Lasch, 2007).
• Muitos problemas na aprendizagem da leitura resultam de défices nas
competências fonológicas associados com défices de codificação fonológica.
(Vellutino. Fletcher e Snowling, 2004).
Conceito de leitura:
• Das 4 habilidades da linguagem verbal, a leitura é a mais complexa.
• Leitura é uma habilidade complexa, na qual intervém uma série de processos
cognitivo-linguísticos de distintos níveis, cujo início é o estímulo visual e cujo final
deve ser a descodificação do mesmo e sua compreensão (Martins, 2002).
Aquisição da leitura:
• Descodificação: reconhecimento de letras ou signos gráficos e tradução dos
signos para a linguagem oral ou para outro sistema de signo.
• Compreensão: captação de sentido ou conteúdo das mensagens escritas.
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• Percepção visual: é relacionada a memória de longo prazo e à cognição.
• Processos léxicos: processos que permitem aceder ao significado das
palavras (rota fonológica e rota visual ou léxica).
• A via fonológica permite identificar as letras através da análise visual,
recuperar sons mediante a consciência fonológica, pronunciar os sons da fala
fazendo uso do léxico auditivo e chega ao significado de cada palavra no léxico
interno (vocabulário).
• A rota fonológica é utilizada pelo leitor iniciante e pelo eficiente quando se
depara com uma palavra totalmente desconhecida.
• Via mais lenta de acesso à palavra, o processo requerido é mais extenso até
chegar à palavra e ao seu significado.
• Baseia-se na segmentação fonológica das palavras escritas.
• O leitor necessita de ter um domínio consistente de conhecimento da
fonologia da língua (consciência fonológica).
• Permite a leitura de textos, segmentando-os por força da metalinguagem em
seus componentes (parágrafos, períodos, orações, frases, sintagmas, palavras,
morfemas, silabas e fonemas).
Estratégias:
• Continuar a ler livros.
• Trabalho sistemático de consciência fonológica.
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• Literacia emergente (conhecimento informal já adquirido).
• Relações com o oral sempre.
INPUT
ENTRADA
ELABORAÇÃO
ATENÇÃO CONCENTRAÇÃO ANÁLISE
OUTPUT
PROCESSAMENTO SAÍDA DA INFORMAÇÃO
COMPARAÇÃO MEMÓRIA (ESCRITA E FALA)
RACIOCÍNIO
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
MEMÓRIA
Transtorno da Aprendizagem:
défices
sensoriais
défice cognitivo
disturbios
emocionais/
problemas de
comportamento
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REGIAO INFERIOR • área da linguagemoral
• é a zona onde se processa a vocalizacao e articulacao das palavras onde se inicia a
FRONTAL analise dos fonemas.
TEMPORAL
DISLEXIA, DISCALCULIA,
DISORTOGRAFIA,
DISGRAFIA…
Conclusões
A aquisição da leitura e da escrita desperta, até os dias atuais muito
interesse aos estudiosos, que buscam desvendar mais detalhes acerca deste
processo, o que facilita imenso a criação de novas estratégias para aquelas
crianças que encontram percalços nesse processo. Esse processo tão complexo
e ao mesmo tempo dinâmico depende um uma serie de pré-requisitos que
advém do desenvolvimento da linguagem oral, dos estímulos corretos, da
interação com os outros e com objetos de leitura e oportunidades de escrita.
Um dos itens mais importantes para a preparação para a leitura é a
identificação pela criança de cada letra tem um som e que quando combinadas
fazem um outro som, e por aí em diante, ou seja, a consciência fonológica. E
que os trabalhos realizados desde os primeiros anos de vida e principalmente no
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pré-escolar, fazem toda diferença para a criança não ter intervenientes nesse
processo.
Assim, o primeiro passo é realizar uma boa avaliação da criança, onde o
foco é a identificação de tudo que ela já adquiriu e, a partir desse ponto pensar
em estratégias que a ajudem-na desenvolver as habilidades ainda estão por
conquistar. Esse estudo foi de fundamental importância no sentido da percepção
de algumas dificuldades encontradas pela criança no meio dos seus percursos
de aprendizagem e de fazer uma reflexão de que há sempre uma nova forma de
ensinar para uma nova forma de aprender.
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Referências Bibliográficas
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