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Políticas Públicas

e Legislação de
Trânsito
Unidade 4
Legislação Brasileira de Trânsito
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
ANA CLÁUDIA SILVA DOS REIS
SILVIA CRISTINA DA SILVA
AUTORIA
Ana Cláudia Silva dos Reis
Sou licenciatura em História e especialista em Psicopedagogia
Institucional, com experiência técnico-profissional de mais de dois anos na
área. Passei por empresas como a Faculdade Prominas. Sou apaixonada
pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que
estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora
Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito
feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte
comigo!

Silvia Cristina da Silva


Sou graduada em Ciências Jurídicas e Sociais pelo Centro
Universitário de Ensino Octávio Bastos (UNIFEOB), especialista em
Docência no Ensino Superior e em Direito e Educação pela Faculdade
Campos Elíseos (FCE) e mestre interdisciplinar em Educação, Ambiente e
Sociedade pelas Faculdades Associadas de Ensino (UNIFAE), atuando na
linha de pesquisa em Desenvolvimento Sustentável e Políticas Públicas.
Sou CEO da empresa Modular Criativo – Produtora de conteúdos
didáticos e mantenho participação discente em Seminários e Palestras
no Mestrado Acadêmico em Análise do Discurso na Universidade Federal
de Buenos Aires. Atuo como consultora jurídica e fiscal e investigadora
de antecedentes para o exterior (México e Argentina), docente, tutora e
conteudista para cursos de graduação e pós-graduação, elaboradora
de questões para concursos públicos, redatora, tradutora e intérprete da
língua espanhola e portuguesa, além de degravadora e transcritora de
áudios e textos. Conte comigo em seus estudos!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do
desenvolvimento houver necessidade
de uma nova de apresentar um
competência; novo conceito;
NOTA: IMPORTANTE:
quando necessárias as observações
observações ou escritas tiveram que
complementações ser priorizadas para
para o seu você;
conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a
bibliográficas necessidade de
e links para chamar a atenção
aprofundamento do sobre algo a ser
seu conhecimento; refletido ou discutido;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso acessar quando for preciso
um ou mais sites fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando uma
atividade de competência for
autoaprendizagem concluída e questões
for aplicada; forem explicadas;
SUMÁRIO
Legislação de Trânsito no Brasil............................................................ 14
Leis para o trânsito.......................................................................................................................... 14

Leis de trânsito................................................................................................................ 14

As leis e o Código de Trânsito Brasileiro......................................................................... 18

Categorias e infrações..................................................................................................................23

A Função dos Centros de Formação de Condutores..................... 32


O que é CFC?......................................................................................................................................32

Importância dos CFCs..................................................................................................................35

Capacitação dos CFCs................................................................................................................. 41

Identificação das Placas de Trânsito e sua Aplicação..................44


Função das placas de trânsito................................................................................................44

Tipos de placas................................................................................................................................. 48

Formatos e cores..........................................................................................................55

Como Acontece o Trânsito no Brasil.....................................................58


O trânsito brasileiro........................................................................................................................ 58

Acidentes de trânsito..................................................................................................................... 61

Causas dos acidentes de trânsito....................................................................................... 63


Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 9

04
UNIDADE
10 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

INTRODUÇÃO
Você sabia que a área de políticas públicas é uma das que mais
possui demandas em relação a trânsito? Na questão do trânsito, o Brasil
promulgou algumas leis para assegurar a segurança de pedestres e
motoristas e possibilitar a boa convivência entre as duas partes. Embora
seja básico, a maioria das pessoas não conhece as principais leis. A
legislação também pode servir de meio para os fiscais de trânsito (sejam
policiais ou agentes públicos) fiscalizarem a circulação de veículos no
Brasil. Quando não observadas, é responsabilidade desses profissionais
exigir o cumprimento das leis e tomar medidas diversas, como a aplicação
de multas. A relevância das leis de trânsito começa antes do processo
da primeira habilitação e acompanha sempre a vida do motorista. Não
é novidade que o trânsito no Brasil é um dos mais perigosos do mundo.

Os Centros de Formação de Condutores (CFCs) são escolas


credenciadas que formam motoristas e futuros motoristas por meio de
cursos práticos e teóricos de acordo com a lei. Dimensões da discussão
sobre a importância dos CFCs são destacadas em diversas áreas das
políticas públicas (previdência, saúde, infraestrutura de transporte,
educação etc.). A educação para o trânsito é uma questão importante
do poder social e público. Os CFCs estão começando a transformar
os potenciais condutores em condutores conscientes de suas
responsabilidades na estrada, sendo é representado por instrutores,
proprietários e diretores de educação, e tendo como importante missão
a sensibilização dos jovens.

As placas são elementos colocados em posição vertical, suspensos


na pista, ou fixados lateralmente, transmitindo informações com caráter
permanente e arbitrariamente variável, por meio de legendas ou
símbolos pré-identificados, legalmente estabelecidos como sinais de
trânsito. Normalmente, as placas de trânsito são usadas para comunicar
as regras de trânsito e outros comportamentos regulamentados no
local. O glossário do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) ainda identifica
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 11

que a regularização das vias é feita por meio de sinalização. A sinalização


é essencial para o trânsito de veículos, bicicletas e pedestres e orientará
determinados comportamentos. Em geral, seu papel é fornecer
comunicações aos usuários do trânsito, com informações acerca da
utilização do tráfego nas vias públicas.

O trânsito no Brasil é considerado o quarto incidente mais violento


do continente americano, segundo informações divulgadas pela
Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, o estado de São Paulo
tem o maior número de mortes no trânsito, e dirigir embriagado é a
segunda causa. Estresse, trânsito pesado, acidentes, perda de tempo,
é possível incluir uma lista de problemas sobre o impacto da má gestão
do tráfego urbano na vida dos moradores de áreas metropolitanas no
Brasil. Os acidentes são uma combinação de uma série de causas. Seja
em estradas que não são adequadas para situações de engenharia ou
sinalização, ou velocidade. Um motorista dirigindo em alta velocidade e
tentando virar ou não bater em um buraco perderá a direção.

Além dos acidentes, uma das razões para a má circulação urbana


nas grandes cidades é o congestionamento. Mais carros, menos
estradas. Além de afetar o dia a dia dos moradores, o problema também
está prejudicando a economia. Ao longo desta unidade letiva, você vai
mergulhar neste universo!
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 13

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o
término desta etapa de estudos:

1. Identificar e entender a legislação de trânsito brasileira,


compreendendo a sua aplicação.

2..Compreender o que é um Centro de Formação de Condutores e a


sua importância para o Sistema de Tráfego no Brasil.

3.... Entender a sistemática de aplicação de placas de trânsito e a sua


funcionalidade para pedestres e condutores.

4... Discernir sobre como é o funcionamento do trânsito brasileiro em


seu dia a dia prático.
14 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

Legislação de Trânsito no Brasil


OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender


como funciona a legislação de trânsito no Brasil e qual
o seu efeito. Isso será fundamental para o exercício de
sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta
competência? Então, vamos lá. Avante!

Leis para o trânsito


No Brasil, algumas leis foram desenvolvidas para garantir a
segurança dos pedestres e motoristas no trânsito, dando garantia de
uma boa convivência entre as duas partes. Mesmo que seja fundamental,
a maioria dos sujeitos não possui conhecimento das principais leis. Ter
conhecimento de quais são as leis de trânsito é assegurar a importância
da vida. Todas essas leis possuem uma mesma finalidade: orientar
e disciplinar os motoristas brasileiros, com o intuito de adquirir mais
segurança para todos os condutores, pedestres e ciclistas do Brasil.

Leis de trânsito

IMPORTANTE:

A princípio, as leis de trânsito podem parecer somente


processos de burocracia que a população precisa seguir.
Entretanto, elas são essenciais, porque objetivam mais
segurança para todos: ciclistas, condutores e pedestres
nas estradas e ruas brasileiras. No Brasil, os acidentes de
trânsito atingem o oitavo lugar da maior parte das mortes
que acontecem. Isso mostra, especialmente, o desrespeito
e a imprudência com relação a essas leis de trânsito.
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 15

Figura 1 – Regras de trânsito

Fonte: Freepik

Levando em conta a elevada porcentagem, é fundamental entender


quais são as leis que estabelecem maior segurança para o trânsito, com a
finalidade de reduzir cada vez mais essas ocorrências. A legislação serve
também como meio dos fiscais de trânsito, sejam policiais ou agentes
públicos, fazerem a fiscalização da circulação de veículos no Brasil.
Quando não existe o cumprimento delas, a responsabilidade de exigir
que a lei seja cumprida é desses profissionais, fazendo uso de diferentes
medidas, como aplicar multas. Sendo assim, ter conhecimento de quais
são as leis é importante, e segui-las é considerar a vida do indivíduo e das
demais pessoas ao seu redor.

•• Cinto de segurança obrigatório

Por mais que muitas pessoas tenham negligência com o cinto de


segurança e a sua utilização, principalmente as que andam no banco
traseiro do carro, a singela responsabilidade de fazer esse uso pode salvar
várias vidas.
16 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

Figura 2 – Uso do cinto de segurança

Fonte: Freepik

VOCÊ SABIA?

Segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e


Traumatologia, somente 3% de todos os adultos fazem uso
do cinto de segurança quando estão no banco traseiro.
É uma ideia totalmente errônea de que ele somente é
necessário quando se está no banco da frente. No caso
de haver acidentes, o passageiro que não está com cinto
de segurança no banco traseiro pode ser arremessado
para fora do carro. Assim sendo, é essencial que todos os
passageiros do carro, incluindo o condutor, façam uso do
cinto de segurança.

•• O transporte de crianças deve ser realizado em equipamento de


segurança

Essa é uma das principais leis de trânsito quando se trata de


segurança. Porém, somente 20% de todos os pais ou responsáveis
transportam as crianças seguindo essa lei. Todas as crianças com até
sete anos e meio devem ter seu transporte feito em um equipamento
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 17

de segurança, seguindo toda a indicação de proteção – algumas das


escolhas contam com cadeirinhas, bebê-conforto e assentos de elevação
–, além de haver a necessidade de estar sempre no banco traseiro do
carro. Mesmo que seja uma forma de segurança para as crianças, essa
simples ação protege também os passageiros que estão no banco da
frente do carro.

•• Não pegar a direção embriagado

Todos os motoristas do Brasil possuem conhecimento sobre essa


lei, porém, muitas infrações que acontecem no trânsito se relacionam com
a embriaguez. Nas últimas décadas, essa fiscalização ficou ainda mais
eficaz e forte, com a Lei Seca e blitze para a apreensão de condutores
que transitam embriagados pelas vias públicas. Colocam não somente a
vida em situação de risco, mas de outras pessoas também.

•• Respeitar os limites de velocidade!

Mesmo que um veículo esteja em velocidade baixa durante um


caso de colisão, os passageiros e o condutor podem sofrer lesões. O
perigo se torna ainda maior quando o condutor acelera. Existem os
limites de velocidade nas vias principais das cidades, os quais devem ser
respeitados para dar garantias de segurança para a pessoa que dirige e
outras pessoas que estão no local.
Figura 3 – Respeito ao limite de velocidade

Fonte: Freepik
18 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

•• Não fazer uso do celular quando se está na direção

Há vários riscos que um motorista pode sofrer ao fazer uso do celular


enquanto está dirigindo. E, mesmo com a presença dos smartphones no
dia a dia das pessoas, inclusive para usar o recurso de GPS, é importante
seguir a lei, para a garantia da segurança. O smartphone só pode ser
usado com permissão quando estiver apoiado em um suporte no painel
do veículo.

•• Dirigir sem ter habilitação

Quando o motorista dirige sem ter habilitação, sem portar o


documento, ou a habilitação estar vencida ou cassada, gera-se multa
gravíssima. Todos esses parâmetros se encontram nos incisos I, II, III e V
do art. 12 do CTB. Sendo assim, caso a habilitação não esteja em dia, não
se deve pegar a direção, evitando possíveis transtornos.

IMPORTANTE:

O trânsito do Brasil é regulamentado pela Lei nº 9.503/1997


(Código de Trânsito Brasileiro – CTB), além das resoluções
complementares. Tendo o CTB e as resoluções, os estados
fazem o complemento da legislação por meio de decretos
e portarias. Os órgãos de trânsito do município possuem
autonomia também para normatizar detalhes sobre o
trânsito, que não são os mesmos para todas as cidades,
com exigência da atenção dos motoristas.

As leis e o Código de Trânsito Brasileiro


•• Código de Trânsito Brasileiro

O código estabelece as atribuições dos vários órgãos e autoridades


funcionais do trânsito, oferece princípios para a engenharia do tráfego e
define normas de conduta, penalidades e infrações para vários usuários
desse sistema.

•• Leis

Em seu amplo sentido, a palavra “lei” indica ordenação, sempre por


meio de regularidades. Todo motorista é obrigado a ter conhecimento
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 19

sobre as leis de trânsito, sendo que o seu cumprimento é um dever social.


O motorista estará sujeito a penalidades e multas todas as vezes em que
essas leias não forem seguidas.

A importância das leis de trânsito se inicia antes do processo da


primeira habilitação e segue sempre a vida do condutor. Não é novidade
que o trânsito do Brasil é um dos mais perigosos do mundo. A OMS,
recentemente, colocou o Brasil como liderança negativa entre os países
da América do Sul, como a maior quantidade de mortes na região. No
mundo, o Brasil fica em quinto lugar. Conforme informações do Ministério
da Saúde, todos os anos, aproximadamente 40 mil pessoas morrem em
decorrência de acidentes de trânsito no Brasil (POLITZE, 2016).

•• Principais leis

Normas de circulação e conduta

Caso não houvesse orientação nenhuma para o fluxo de veículos,


seria uma extrema confusão. É por conta disso que as normas de circulação
e conduta estão entre as principais leis de trânsito, encontrando-se no art.
29 do CTB.
Figura 4 – Normas de circulação

Fonte: Freepik
20 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

Art. 29 O trânsito de veículos nas vias abertas para a


circulação deve obedecer às seguintes regras:

I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-


se as exceções devidamente sinalizadas;

II - o condutor deverá guardar distância de segurança


lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem
como em relação ao bordo da pista, considerando-se,
no momento, a velocidade e as condições do local, da
circulação, do veículo e as condições climáticas;

III - quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem,


se aproximarem de local não sinalizado, terá preferência
de passagem:

a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia,


aquele que estiver circulando por ela;

b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por


ela;

c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor;

IV - quando uma pista de rolamento comportar várias


faixas de circulação no mesmo sentido, são as da direita
destinadas ao deslocamento dos veículos mais lentos e
de maior porte, quando não houver faixa especial a eles
destinada, e as da esquerda, destinadas à ultrapassagem
e ao deslocamento dos veículos de maior velocidade.
(BRASIL, 1997)

Velocidades máximas permitidas

Ainda no capítulo de Normas de Circulação e Conduta do CTB, em


seu art. 61, é definido o limite de velocidade para cada tipo de via. Essa
informação é válida para locais onde não há sinalização:
Art. 61 A velocidade máxima permitida para a via será
indicada por meio de sinalização, obedecidas suas
características técnicas e as condições de trânsito.
§ 1º Onde não existir sinalização regulamentadora, a
velocidade máxima será de:
I - nas vias urbanas:
a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito rápido:
b) sessenta quilômetros por hora, nas vias arteriais;
c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras;
d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais;
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 21

II - nas vias rurais:


a) nas rodovias de pista dupla:
1. 110 km/h (cento e dez quilômetros por hora) para
automóveis, camionetas e motocicletas;
2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os demais
veículos;
3. (revogado);
b) nas rodovias de pista simples:
1. 100 km/h (cem quilômetros por hora) para automóveis,
camionetas e motocicletas;
2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os demais
veículos;
c) nas estradas: 60 km/h (sessenta quilômetros por hora).

Condução por motoristas profissionais

Os motoristas profissionais são os que praticam exercício


remunerado por meio do volante, a exemplo dos caminhoneiros. A
legislação determina dispositivos que agem como deveres e direitos
desse público. Os mais importantes são encontrados no art. 67-C.
Art. 67-C É vedado ao motorista profissional dirigir por
mais de 5 (cinco) horas e meia ininterruptas veículos
de transporte rodoviário coletivo de passageiros ou de
transporte rodoviário de cargas. (Redação dada pela Lei nº
13.103, de 2015)

§ 1º Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso


dentro de cada 6 (seis) horas na condução de veículo de
transporte de carga, sendo facultado o seu fracionamento
e o do tempo de direção desde que não ultrapassadas 5
(cinco) horas e meia contínuas no exercício da condução.
(Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015)

§ 1º-A. Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso


a cada 4 (quatro) horas na condução de veículo rodoviário
de passageiros, sendo facultado o seu fracionamento e o
do tempo de direção. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015)

§ 2º Em situações excepcionais de inobservância justificada


do tempo de direção, devidamente registradas, o tempo de
direção poderá ser elevado pelo período necessário para
que o condutor, o veículo e a carga cheguem a um lugar
que ofereça a segurança e o atendimento demandados,
22 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

desde que não haja comprometimento da segurança


rodoviária. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015)

§ 3º O condutor é obrigado, dentro do período de 24 (vinte


e quatro) horas, a observar o mínimo de 11 (onze) horas
de descanso, que podem ser fracionadas, usufruídas no
veículo e coincidir com os intervalos mencionados no § 1o,
observadas no primeiro período 8 (oito) horas ininterruptas
de descanso. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015).

Regras para pedestres

As regras para pedestres estão entre as principais leis de trânsito


também. Elas se encontram no art. 69 do CTB, abordando temas sobre a
travessia.
Figura 5 – Faixa de pedestres

Fonte: Freepik

Art. 69 Para cruzar a pista de rolamento o pedestre


tomará precauções de segurança, levando em conta,
principalmente, a visibilidade, a distância e a velocidade
dos veículos, utilizando sempre as faixas ou passagens a
ele destinadas sempre que estas existirem numa distância
de até cinquenta metros dele, observadas as seguintes
disposições:
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 23

I - onde não houver faixa ou passagem, o cruzamento da


via deverá ser feito em sentido perpendicular ao de seu
eixo;

II - para atravessar uma passagem sinalizada para


pedestres ou delimitada por marcas sobre a pista:

a) onde houver foco de pedestres, obedecer às indicações


das luzes;

b) onde não houver foco de pedestres, aguardar que o


semáforo ou o agente de trânsito interrompa o fluxo de
veículos.

Registro de veículo

Para circular, um veículo necessita ter o CRLV, que é o


licenciamento, além do CRV, que é o Certificado de Registro de Veículo.
Sua obrigatoriedade se encontra no art. 123 do CTB.
Art. 123 Será obrigatória a expedição de novo Certificado
de Registro de Veículo quando:

I - for transferida a propriedade;

II - o proprietário mudar o Município de domicílio ou


residência;

III - for alterada qualquer característica do veículo;

IV - houver mudança de categoria.

Categorias e infrações
•• Categorias da CNH

As categorias da CNH podem ser encontradas no art. 143.


Art. 143 Os candidatos poderão habilitar-se nas categorias
de A a E, obedecida a seguinte gradação:

I - Categoria A - condutor de veículo motorizado de duas


ou três rodas, com ou sem carro lateral;

II - Categoria B - condutor de veículo motorizado, não


abrangido pela categoria A, cujo peso bruto total não
exceda a três mil e quinhentos quilogramas e cuja lotação
não exceda a oito lugares, excluído o do motorista;
24 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

III - Categoria C - condutor de veículo motorizado utilizado


em transporte de carga, cujo peso bruto total exceda a três
mil e quinhentos quilogramas;

IV - Categoria D - condutor de veículo motorizado utilizado


no transporte de passageiros, cuja lotação exceda a oito
lugares, excluído o do motorista.
Figura 6 – Categoria D

Fonte: Freepik

V - Categoria E - condutor de combinação de veículos em


que a unidade tratora se enquadre nas categorias B, C ou
D e cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer
ou articulada tenha 6.000 kg (seis mil quilogramas) ou
mais de peso bruto total, ou cuja lotação exceda a 8 (oito)
lugares. (Redação dada pela Lei nº 12.452, de 2011)

§ 1º Para habilitar-se na categoria C, o condutor deverá


estar habilitado no mínimo há um ano na categoria B e não
ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, ou
ser reincidente em infrações médias, durante os últimos
doze meses.

§ 2º São os condutores da categoria B autorizados a


conduzir veículo automotor da espécie motor-casa,
definida nos termos do Anexo I deste Código, cujo peso
não exceda a 6.000 kg (seis mil quilogramas), ou cuja
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 25

lotação não exceda a 8 (oito) lugares, excluído o do


motorista. (Incluído pela Lei nº 12.452, de 2011)

§ 3º Aplica-se o disposto no inciso V ao condutor da


combinação de veículos com mais de uma unidade
tracionada, independentemente da capacidade de tração
ou do peso bruto total. (Renumerado pela Lei nº 12.452,
de 2011)

•• Valores de multas

Essas regras são encontradas no art. 258 do CTB.


Art. 258 As infrações punidas com multa classificam-se,
de acordo com sua gravidade, em quatro categorias:

I - infração de natureza gravíssima, punida com multa


no valor de R$ 293,47 (duzentos e noventa e três reais e
quarenta e sete centavos); (Redação dada pela Lei nº
13.281, de 2016)

II - infração de natureza grave, punida com multa no valor


de R$ 195,23 (cento e noventa e cinco reais e vinte e três
centavos); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016)

III - infração de natureza média, punida com multa no valor


de R$ 130,16 (cento e trinta reais e dezesseis centavos);
(Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016)

IV - infração de natureza leve, punida com multa no valor


de R$ 88,38 (oitenta e oito reais e trinta e oito centavos).
(Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016)

•• Pontuação das multas

VOCÊ SABIA?

A cada infração que se recebe, são acumulados pontos na


CNH. O acúmulo desses pontos pode gerar a suspensão
da CNH. Para que isso aconteça, o motorista tem de chegar
a 20 pontos em um período de 12 meses. A quantidade de
pontos estabelecida por cada infração se encontra no art.
259, como uma das principais leis de trânsito.

Art. 259 A cada infração cometida são computados os


seguintes números de pontos:

I - gravíssima - sete pontos;


26 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

II - grave - cinco pontos;

III - média - quatro pontos;

IV - leve - três pontos.

•• Multa por ultrapassar a velocidade

A multa que os brasileiros mais cometem é a de ultrapassar a


velocidade. A prevenção dessa infração é colocada como uma das
principais leis de trânsito. Ela pode ser encontrada no art. 218 do CTB.

IMPORTANTE:

Art. 218 Trafegar Art. 218. Transitar em velocidade


superior à máxima permitida para o local, medida
por instrumento ou equipamento hábil, em rodovias,
vias de trânsito rápido, vias arteriais e demais vias:
(Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)

I - quando a velocidade for superior à máxima em


até 20% (vinte por cento): (Redação dada pela Lei nº
11.334, de 2006)

Infração - média; (Redação dada pela Lei nº 11.334,


de 2006)

Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº


11.334, de 2006)

II - quando a velocidade for superior à máxima em


mais de 20% (vinte por cento) até 50% (cinquenta
por cento): (Redação dada pela Lei nº 11.334, de
2006)

Infração - grave; (Redação dada pela Lei nº 11.334,


de 2006)

Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº


11.334, de 2006)

III - quando a velocidade for superior à máxima em


mais de 50% (cinqüenta por cento): (Incluído pela
Lei nº 11.334, de 2006)

Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei


14.071, de 2020)

Penalidade - multa (três vezes) e suspensão do


direito de dirigir. (Redação dada pela Lei 14.071, de
2020).
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 27

Figura 7 – Equipamento de medição

Fonte: Freepik

•• Multa por direção sem o cinto de segurança

É colocada como a segunda multa mais comum no Brasil, sendo


regulamentada pelo art. 167 do CTB.
Art. 167 Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de
segurança, conforme previsto no art. 65:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo até colocação


do cinto pelo infrator.

•• Multa por ultrapassar no sinal vermelho

Esta é outra das multas mais comuns cometidas no Brasil. A


proibição dessa conduta também se encontra como uma das principais
leis de trânsito. É regulamentada pelo art. 208.
Art. 208 Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de
parada obrigatória, exceto onde houver sinalização que
permita a livre conversão à direita prevista no art. 44-A
deste Código: (Redação dada pela Lei 14.071, de 2020)
28 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

•• Multa por direção sem CNH

Esta infração de trânsito pode ser considerada gravíssima. É prevista


no art. 162 do CTB.
Art. 162 Dirigir veículo:

I - sem possuir Carteira Nacional de Habilitação, Permissão


para Dirigir ou Autorização para Conduzir Ciclomotor:
(Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016)

Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 13.281, de


2016)

Penalidade - multa (três vezes); (Redação dada pela Lei nº


13.281, de 2016)

Medida administrativa - retenção do veículo até a


apresentação de condutor habilitado; (Incluído pela Lei nº
13.281, de 2016).

•• Lei Seca

Não resta dúvidas de que a Lei Seca é uma das mais importantes
leis de trânsito. Ela é regulamentada pelo art. 165 do CTB.
Art. 165 Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer
outra substância psicoativa que determine dependência:
(Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 11.705, de


2008)

Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito


de dirigir por 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei nº
12.760, de 2012)

Medida administrativa - recolhimento do documento de


habilitação e retenção do veículo, observado o disposto
no § 4º do art. 270 da Lei no 9.503, de 23 de setembro
de 1997 - do Código de Trânsito Brasileiro. (Redação dada
pela Lei nº 12.760, de 2012)

Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no


caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze)
meses. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012).
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 29

VOCÊ SABIA?

Lei do Farol Baixo


É uma lei parcialmente nova. É chamada de Lei do Farol
Baixo, tendo a sua publicação no ano de 2016, por meio
da Lei nº 13.290. Ela fez alterações nos artigos 40 e 250 do
CTB.

Art. 40 O uso de luzes em veículo obedecerá às seguintes


determinações:

I - o condutor manterá acesos os faróis do veículo, por


meio da utilização da luz baixa: (Redação dada pela Lei
14.071, de 2020)

a) à noite; (Redação dada pela Lei 14.071, de 2020)

b) mesmo durante o dia, em túneis e sob chuva, neblina ou


cerração; (Redação dada pela Lei 14.071, de 2020)

II - nas vias não iluminadas o condutor deve usar luz alta,


exceto ao cruzar com outro veículo ou ao segui-lo;

III - a troca de luz baixa e alta, de forma intermitente e por


curto período de tempo, com o objetivo de advertir outros
motoristas, só poderá ser utilizada para indicar a intenção
de ultrapassar o veículo que segue à frente ou para indicar
a existência de risco à segurança para os veículos que
circulam no sentido contrário;

IV - (Revogado) (Redação dada pela Lei 14.071, de 2020)

V - O condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes


situações:

a) em imobilizações ou situações de emergência;

b) quando a regulamentação da via assim o determinar;

VI - durante a noite, em circulação, o condutor manterá


acesa a luz de placa;

VII - o condutor manterá acesas, à noite, as luzes de


posição quando o veículo estiver parado para fins de
embarque ou desembarque de passageiros e carga ou
descarga de mercadorias.

§ 1º Os veículos de transporte coletivo de passageiros,


quando circularem em faixas ou pistas a eles destinadas,
30 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

e as motocicletas, motonetas e ciclomotores deverão


utilizar-se de farol de luz baixa durante o dia e à noite.
(Incluído pela Lei 14.071, de 2020)

§ 2º Os veículos que não dispuserem de luzes de rodagem


diurna deverão manter acesos os faróis nas rodovias de
pista simples situadas fora dos perímetros urbanos,
mesmo durante o dia. (Incluído pela Lei 14.071, de 2020).

Art. 250 Quando o veículo estiver em movimento:

I - deixar de manter acesa a luz baixa:

a) durante a noite;

b) de dia, em túneis e sob chuva, neblina ou cerração;


(Redação dada pela Lei 14.071, de 2020)

c) de dia, no caso de veículos de transporte coletivo de


passageiros em circulação em faixas ou pistas a eles
destinadas; (Redação dada pela Lei 14.071, de 2020)

d) de dia, no caso de motocicletas, motonetas e


ciclomotores; (Redação dada pela Lei 14.071, de 2020)

e) de dia, em rodovias de pista simples situadas fora dos


perímetros urbanos, no caso de veículos desprovidos
de luzes de rodagem diurna; (Incluído pela Lei 14.071, de
2020).
Figura 8 – Farol baixo

Fonte: Freepik
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 31

•• Resoluções CONTRAN

Elas determinam, por exemplo, as normas para alterações nos


veículos, para o manual de sinalização, para realização de exames
toxicológicos e especificação técnica de veículos.

RESUMINDO:

Em termos de trânsito, o Brasil promulgou algumas leis para


garantir a segurança de pedestres e motoristas e garantir a
boa convivência entre as duas partes. Embora seja básico,
a maioria das pessoas não conhece as principais leis. A
legislação também pode servir de meio para os fiscais de
trânsito (sejam policiais ou agentes públicos) fiscalizarem a
circulação de veículos no Brasil. Quando não observadas, é
responsabilidade desses profissionais exigir o cumprimento
das leis e tomar medidas diversas, como a aplicação de
multas. A importância das leis de trânsito começa antes do
processo da primeira habilitação e acompanha sempre a
vida do motorista. Não é novidade que o trânsito no Brasil é
um dos mais perigosos do mundo.
32 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

A Função dos Centros de Formação de


Condutores
OBJETIVO:

Ao término deste capítulo você será capaz de entender


como funcionam os Centros de Formação de Condutores
e qual a sua importância. Isso será fundamental para
o exercício de sua profissão. E então? Motivado para
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!

O que é CFC?
A função dos Centro de Formação de Condutores (CFCs) é
transformar um candidato para motorista em um condutor que tenha
consciência de sua responsabilidade nas ruas. Os CFCs são caracterizados
por instrutores possuem uma importante missão, que é a conscientização,
especialmente dos jovens, para o trânsito, não apenas como condutor,
mas como cidadão para a contribuição da valorização da vida e de um
trânsito melhor.

A educação no trânsito precisa ser valorizada cada vez mais, porque


apenas por meio dela, é possível reverter os acidentes que acontecem no
trânsito do Brasil.

DEFINIÇÃO:

Os Centros de Formação de Condutores (CFCs) são escolas


credenciadas para a capacitação de condutores e futuros
motoristas por meio de aulas práticas e teóricas, de acordo
com a lei.
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 33

Figura 9 – Formação de condutores

Fonte: Freepik

Antigamente, os CFCs eram chamados de autoescolas e mudaram


de nome depois de uma resolução do CONTRAN, sendo que a própria
legislação de trânsito começou a exigir uma variedade maior de serviços,
além de adquirir a primeira habilitação.

Dessa forma, como era apresentado nas autoescolas, o Centro de


Formação de Condutores se responsabiliza por cursos que preparam
motoristas para as categorias A, B ou A e B, isto é, a primeira habilitação. O
processo dura um ano, porém, só serão habilitadas a começar as aulas as
pessoas que tiverem aprovação no teste psicológico e médico.

A carga mínima do curso teórico é de 45 horas. O conteúdo engloba


direção defensiva, legislação de trânsito, noções de meio ambiente,
noções de primeiros socorros, noções sobre o funcionamento dos
veículos e convívio social. A carga horária do curso prático é de 25 horas.
As práticas precisam ser diurnas e noturnas.
34 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

VOCÊ SABIA?

O motorista que já possua habilitação por um CFC na


categoria A ou B, mas queira ter as duas, não necessita
fazer todo o procedimento novamente. Por conta disso,
precisa fazer 15 aulas práticas da nova categoria que será
adicionada, sem precisar fazer novamente as aulas teóricas.
Para adquirir as categorias C, D e E, é necessário já ter
habilitação em outra categoria específica.

Para o condutor que quer adquirir a categoria C, é necessário ter


habilitação de no mínimo um ano na categoria B. Para adquirir a categoria
D, é necessário ter habilitação de no mínimo um ano na categoria C e
no mínimo dois anos na categoria B. E, para adquirir a categoria E, é
necessário ter habilitação de no mínimo um ano na categoria C ou D. Seja
qual for a categoria que o motorista queira adquirir, deverá ser realizado
um curso prático de 15 horas em um CFC credenciado.

A renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) precisa


ser realizada entre um mês antes ou um mês depois da sua data de
vencimento. Caso a carteira tenha sido obtida antes de 1999, o motorista
que não optar por fazer uma prova precisa fazer um curso de 15 horas
sobre primeiros socorros e direção defensiva em um CFC. Esse curso
pode ser feito em formato EAD.

Condutores que tiveram a suspensão do direito de dirigir por


somarem 20 pontos ativos na habilitação ou por determinadas infrações
precisam fazer o curso de reciclagem para motoristas. Esse curso pode ser
realizado em um CFC ou em formato EAD. São 30 horas de curso, sendo
que oito são sobre direção defensiva, quatro são sobre primeiros socorros,
doze são sobre legislação de trânsito e seis são sobre relacionamento
interpessoal.
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 35

Importância dos CFCs


A dimensão da discussão sobre a importância dos CFCs possui
destaque em vários campos das políticas públicas (previdência, saúde,
infraestrutura de tráfego, educação etc.). A educação para o trânsito é um
assunto essencial e que preocupa o poder público e a população.
Figura 10 – Formação para o trânsito

Fonte: Freepik

Conforme o Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN/MS), o


Brasil, no ano de 2020, registrou 105 milhões de veículos automotores e
os acidentes em decorrência do trânsito geram extensa preocupação nos
campos sociais e econômicos.

IMPORTANTE:

De acordo pesquisas feitas pela Organização Mundial da


Saúde (OMS), o Brasil é um dos países com mais mortes
por acidentes de trânsito no mundo, o que mostra que
atitudes precisam ser tomadas de forma urgente, para que
aconteça a diminuição desse índice, não apenas em curto
prazo (ações imediatas, como maior fiscalização, mais rigor
nas leis, entre outros), mas também a longo prazo, por
meio da inclusão permanente do tema de trânsito na rede
educacional (IPEA, 2021).
36 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

As consequências pela falta de incentivo dessa política pública se


apresentam de forma negativa tanto pelo aumento da quantidade de
acidentes quanto pelos custos que provêm deles, em que se observa
que o tema de trânsito passou por uma ligação direta com a saúde
pública, que apenas no ano de 2018, teve um custo de R$ 265 milhões
para o Sistema Único de Saúde (SUS), segundo o Ministério da Saúde.
O Conselho Nacional de Previdência Social apresentou um estudo que
afirma que os gastos com previdência alcançaram a marca de 2,4% do
Produto Interno Bruto (PIB) (CORREIO BRAZILIENSE, 2019).

Frente a esse cenário, uma discussão técnica sobre as razões


causadoras que delimitam a formação de motoristas no Brasil se apresenta
necessária e pertinente tanto diante das especificidades da temática
sobre a formação ideal de um motorista como acerca dos impactos dessa
formação em outros blocos que têm relação direta ou indireta com a
formação de motoristas brasileiros.

VOCÊ SABIA?

A formação de condutores é feita por instituições


específicas, credenciadas devidamente e fiscalizadas pelo
DETRAN de cada estado. Atualmente, essas instituições
se classificam em três tipos: tipo A, destina-se somente ao
oferecimento de cursos teóricos; tipo B, destina-se somente
ao oferecimento de cursos práticos; e o tipo AB, destina-se
ao oferecimento de cursos práticos e teóricos, segundo o
Código de Trânsito Brasileiro e a Resolução CONTRAN nº
789/2020.
Figura 11 – Curso prático

Fonte: Freepik
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 37

Agindo nos CFCs existe a figura importante do instrutor de trânsito,


que pode ministrar aulas práticas e teóricas de direção de veículos. Os
instrutores teóricos se responsabilizam por ensinar os conceitos, em
que as regras, a sinalização, as leis e a conscientização são explicadas.
O instrutor prático vai ensinar o futuro motorista a dirigir, inserindo-o no
completo contexto do trânsito.

Cumpre destacar que, antes do CTB de 1997, existiam apenas as


aulas práticas de direção nas autoescolas, sendo que o instrutor técnico
é a figura responsável pela aplicação das aulas de conteúdo nos CFCs
depois da edição da lei específica, com sua regulamentação consequente,
em 2010.

VOCÊ SABIA?

No caso dos CFCs, em que os instrutores atuam, muitos


candidatos apenas querem adquirir a Carteira Nacional
de Habilitação (CNH), não dando valor ao processo
educativo e aos saberes consequentes transmitidos pelos
profissionais, sejam de instrutores práticos ou teóricos. Os
esclarecimentos que se ministram dentro de sala de aula
não podem ficar apenas na esfera informativa, mas, acima
de tudo, é preciso procurar que eles se tornem lições
valiosas para reflexão dos alunos sobre o tema discutido,
o trânsito, no caso.

O instrutor prático tem a responsabilidade não somente de ensinar


a dominar o veículo, mas também de conscientizar os futuros condutores
sobre a realidade complexa na qual ele está sendo inserido, demonstrando
a urgente necessidade de se sentirem responsabilizados por suas falhas e
atitudes no trânsito.
38 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

Figura 12 – Instrutor prático

Fonte: Freepik

O trânsito é um sistema em transformação constante, sendo um


ambiente complexo em que existe uma convivência indissociável entre
motociclista, pedestre e ciclista, e vários outros atores. O motorista
pretendido já está inserido no trânsito como passageiro ou como
pedestre, tendo conceitos e valores preestabelecidos acerca do trânsito.
Entretanto, é essencial destacar que o jovem não possui ainda educação.
Essa educação se mostra necessária para a convivência, por mais que
seja indissociável, mas deve ser harmônica também, evitando aumentar
os vários acidentes de trânsito que acontecem todos os anos no Brasil.

IMPORTANTE:

O CTB de 1997 estabelece que a formação do motorista


de veículo elétrico ou automotor deve ser feita por um
instrutor de trânsito. Por mais que, em seu texto formal,
a legislação não coloque os instrutores de trânsito como
professores, a lei prevê que a formação de condutores é de
responsabilidade deles.
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 39

O termo instruir tem o significado de:

•• Desenvolver o espírito de uma pessoa com lições.

•• Ensinar os jovens.

•• Trabalhar para ensinar.

•• Possibilitar a ciência de alguma coisa.

A formação por meio de instrutores de trânsito é importante


e considerada um diferencial na educação de qualidade, pois exige
formação contínua, posto que as aulas de instrutor têm duração máxima
de cinco anos, quando os profissionais devem realizar cursos de
atualização, com acompanhamento adequado e reformulação de sua
prática docente, conforme determina a Resolução nº 789/2020 (BRASIL,
2020). A relação entre teoria e prática também é diferenciada, pois cada
docente atualizará esses cursos com conhecimento de novas práticas e
conceitos relacionados.

Os CFCs começam a transformar os candidatos a condutores em


um motorista consciente de suas responsabilidades nas ruas, sendo
representados pelos instrutores, proprietários e diretores de ensino, e
tendo uma importante missão para a conscientização de jovens.
Figura 13 – Motorista consciente

Fonte: Freepik
40 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

Muitos CFCs elaboram um trabalho intenso de segurança,


prevenção e valorização da vida. No ramo de trânsito, é possível perceber
a significativa evolução dos CFCs, pois eles começaram a se preocupar
com a formação de cidadania do novo motorista.

Muitos alunos chegam aos CFCs sem nenhum tipo de motivação,


acreditando que já sabem de tudo sobre direção, e os CFCs encontram
uma difícil tarefa para transformar a cultura dessas pessoas. Os resultados
podem surpreender, e muitos jovens saem conscientes e transformados
com relação à sua conduta no trânsito.

De acordo com informações do Pacto Nacional pela Redução de


Acidentes no Trânsito (PARADA), o Brasil está em quinto lugar entre os
países que bateram recorde em acidentes de trânsito, estando somente
atrás de China, Índia, Rússia e Estados Unidos (IPEA, 2021).

VOCÊ SABIA?

Um estudo acerca do tema elaborado pelo Observatório


Nacional de Segurança Viária (ONSV, 2015) mostrou que
90% dos acidentes acontecem por falha humana. Falta de
respeito com a legislação e falta de atenção dos motoristas
são comuns, com condutores transitando em excesso
de velocidade, ignorando o uso do capacete ou do cinto
de segurança, usando o celular e consumindo álcool. As
falhas nos veículos representam somente 5% dos motivos
de acidentes, sendo que as manutenções corretivas
e preventivas são de responsabilidade do motorista,
podendo essas causas serem associadas também ao fator
humano. Os restantes 5% estão envolvidos em problemas
nas vias, tais como pistas com defeitos e estradas com má
sinalização.
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 41

Capacitação dos CFCs


Para estar capacitado a dirigir um veículo, o primeiro movimento é
procurar um CFC, no qual o candidato irá aprender a conduzir por meio
da teoria (primeiros socorros, legislação de trânsito, mecânica básica e
direção defensiva) e prática (25 horas de aulas práticas de direção do
veículo para a categoria B, sendo que cinco devem ser feitas no período
noturno; na condição de categoria A, são 20 horas de aulas práticas, sendo
que quatro devem ser noturnas).

Não somente apresentar o conteúdo ao aluno, o CFC deve dar


conscientização ao futuro condutor sobre como é importante uma direção
responsável, com a promoção de mais segurança no trânsito. Depois
da realização das aulas, o candidato faz avaliação psicológica, exame
médico, prova teórica e prova prática, juntamente com o DETRAN de seu
estado.
Figura 14 – Avaliação no DETRAN

Fonte: Freepik
42 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

IMPORTANTE:

Os CFCs devem obedecer à Resolução nº 358, de 13


de agosto de 2010, do Conselho Nacional de Trânsito,
que determina o credenciamento das entidades ou
instituições privadas ou públicas para o procedimento de
qualificação, capacitação e atualização dos profissionais,
e de qualificação, formação, reciclagem e atualização de
condutores e candidatos, além de dar demais providências.

De acordo com a legislação, o CFC deve ter a apresentação de


índices de aprovação de seus candidatos de, pelo menos, 60%, nos
exames teóricos e práticos, nessa ordem, referentes aos 12 meses
anteriores ao mês de renovação do credenciamento. Essa informação é
determinada pelo art. 11.

Com esse índice, o CONTRAN espera assegurar o ensino de


qualidade nos CFCs por meio do índice de aprovação do DETRAN. O
segundo parágrafo desse mesmo artigo determina que, quando o CFC
alcançar o índice máximo que foi estabelecido, em períodos que não
excedam três meses, a entidade ou órgão executivo de trânsito do estado
ou do Distrito Federal fará solicitação ao diretor de ensino do CFC de
uma sugestão de planejamento para mudança dos resultados, corrigindo
possíveis deficiências no procedimento pedagógico.

Caso o índice de aprovação persista inferior depois de três meses,


os diretores e os instrutores do CFC irão precisar participar de treinamento
de atualização e reciclagem, sob a responsabilidade da entidade ou do
órgão executivo de trânsito. A adequada formação do condutor não deve
ser vista somente como procedimento de burocracia, mas como atitude
de cidadania que vai influenciar de forma direta nos índices de violência
no trânsito.

Encontra-se nas mãos dos CFCs a formação do condutor bem


informado e consciente, sendo que somente os CFCs possuem habilitação
para isso. Desviar-se dessa responsabilidade não se trata apenas de
uma falha com o seu consumidor, que não está recebendo ensino de
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 43

qualidade com o pagamento pelo curso, mas também um descaso com


a sociedade, que sofre todos os dias com a falta de segurança no trânsito.

RESUMINDO:

Os Centros de Formação de Condutores (CFCs) são escolas


credenciadas que formam motoristas e futuros motoristas
por meio de cursos práticos e teóricos de acordo com a
lei. Dimensões da discussão sobre a importância dos CFCs
são destacadas em diversas áreas das políticas públicas
(previdência, saúde, infraestrutura de transporte, educação
etc.). A educação para o trânsito é uma questão importante
do poder social e público. Os CFCs estão começando
a transformar os potenciais condutores em condutores
conscientes de suas responsabilidades na estrada. O CFC
é representado por instrutores, proprietários e diretores de
educação, e tem como importante missão a sensibilização
dos jovens.
44 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

Identificação das Placas de Trânsito e


sua Aplicação
OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender


quais são as funções das placas de trânsito, como são
aplicadas e a diferença de cada uma. Isso será fundamental
para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para
desenvolver esta competência? Então, vamos lá. Avante!

Função das placas de trânsito


Para entender o que são as placas de sinalização do trânsito, é
necessário fazer uma consulta ao Anexo I da Lei nº 9.503/1997, ou seja, o
Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

O Código de Trânsito Brasileiro é a lei que determina as principais


normas de trânsito em vigência em território brasileiro. O Anexo I é
formado por um glossário com definições e conceitos de termos muito
usados nesse mesmo Código.

DEFINIÇÃO:

Placas são componentes colocados em posição vertical,


suspensos na pista ou fixados ao lado, passando mensagens
com características permanentes e, casualmente, variáveis,
por meio de legendas ou símbolos pré-reconhecidos e
instituídos legalmente como sinais de trânsito.
Sinalização é o agrupamento de dispositivos de segurança
e sinais de trânsito instituídos em via pública com o objetivo
de assegurar sua adequada utilização, proporcionando
melhor fluidez para o trânsito e maior segurança para os
pedestres e veículos que circulam nela.

Portanto, as placas de sinalização de trânsito são os sinais


mencionados, colocados em posição vertical, passando uma mensagem.
Na linguagem do CONTRAN, órgão máximo normativo do Sistema
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 45

Nacional de Trânsito, essas placas têm como denominação sinalização


vertical.

A Resolução nº 160/2004 do CONTRAN elaborou o Anexo II do


Código de Trânsito Brasileiro, que determina as diretrizes para a colocação
do sistema de sinalização das vias. Nela, é possível encontrar um conceito
mais claro do significado de sinalização vertical.

IMPORTANTE:

Sinalização vertical se trata de um subsistema de sinalização


viária, em que o meio de comunicação se encontra na
posição vertical, geralmente em placa, suspenso sobre a
pista ou fixado ao lado, passando uma mensagem com
características permanentes e, casualmente, variáveis,
por meio de símbolos ou legendas pré-reconhecidos e
instituídos legalmente.

A sinalização das vias é utilizada para a comunicação das normas


de tráfego e outros comportamentos regulamentados para o lugar. O
glossário do CTB determina, inclusive, que a regulamentação da via seja
feita por meio de sinalização.

A regulamentação da via é o estabelecimento de sinalização de


regulamentação pela entidade ou órgão competente com circunscrição
sobre a via, com definição, entre outros, do tipo de estacionamento,
sentido da direção, dias e horários.

As informações de sinalização de trânsito não são válidas somente


para os condutores, mas também para ciclistas e pedestres. Quando
se fala de forma específica sobre placas de sinalização de trânsito, isto
é, sobre sinalização vertical, torna-se mais simples falar sobre a sua
finalidade, quando elas são separadas por categorias.

Tipos de placas de sinalização de trânsito

A Resolução nº 160/2004 do Código de Trânsito Brasileiro faz a


classificação das placas de sinalização de trânsito em três categorias:
sinalização vertical de advertência, de regulamentação e de indicação.
46 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

•• Sinalização de regulamentação: tem como finalidade dar


informações aos usuários sobre as proibições, condições ou
restrições na utilização das vias. Suas mensagens são feitas
de forma imperativa, e não cumpri-las configura infração. Um
exemplo a ser usado é a placa de Proibido Estacionar.

•• Sinalização de advertência: tem como objetivo servir de alerta


para os usuários das vias para condições potencialmente perigosas,
com indicação de sua natureza. Um exemplo a ser usado é a placa
que mostra Curva Acentuada à Esquerda ou à Direita.

•• Sinalização de indicação: tem como finalidade identificar lugares


de interesse e as vias, assim como dar orientação aos motoristas
de veículos sobre os destinos, os percursos, os serviços auxiliares
e as distâncias, também podendo ter papel educacional para o
usuário. Suas mensagens integram características educativas
e informativas. Esta categoria pode se dividir em cinco grupos:
placas de orientação de destino, de identificação, de serviços
auxiliares, educativas e de atrativos turísticos.

VOCÊ SABIA?

Quem se responsabiliza pelas placas de trânsito?

O Código de Trânsito Brasileiro, no art. 19, aponta quais são


as competências do órgão executivo máximo de trânsito
da União. Segundo o CTB, o Departamento Nacional de
Trânsito (DENATRAN) tem como uma de suas finalidades
a elaboração, organização, alteração e complementação
das regras e dos manuais de implementação e projetos de
sinalização. Assim sendo, o DENATRAN é o encarregado
pela regulamentação das sinalizações das vias do Brasil.
Isto é, quando se fala da utilização de placas de sinalização
de trânsito, as normas para a sua implementação são
elaboradas pelo DENATRAN, por meio das opções
preestabelecidas pelo CONTRAN.
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 47

Isso se concretiza primeiramente com a Resolução nº 160/2004 do


CONTRAN, que aborda acerca dos tipos de sinalização; posteriormente,
com os manuais de sinalização de trânsito. Na realidade, os manuais são
publicações que possuem apoio do DENATRAN, mas foram elaboradas
pela Câmara Temática de Engenharia de Tráfego de Sinalização. Este
órgão presta assessoria ao CONTRAN, sendo composto por especialistas
e técnicos na esfera de trânsito do Brasil.

Assim, esses são órgãos que determinam as diretrizes de


sinalização, ou seja, o que a autoridade de trânsito precisa ou pode utilizar
em relação às placas de sinalização de trânsito para ter comunicação com
os pedestres e motoristas.

IMPORTANTE:

O encarregado de colocar tudo isso em prática, isto é, fazer


a instalação das placas, conforme o Inciso III do art. 21 do
CTB, são as entidades e órgãos executivos rodoviários. A
responsabilidade da colocação das placas de sinalização
de trânsito em uma via específica vai depender de seu tipo.

As vias podem ser municipais (que conectam lugares dentro de um


mesmo município), estaduais (que conectam municípios dentro de um
mesmo estado) ou federais (que conectam estados do Brasil ou levam
para países vizinhos).

Nas avenidas e nas ruas que se encontram dentro dos limites de


uma mesma cidade, a responsabilidade é do órgão rodoviário municipal,
que pode ser uma autarquia ou uma secretaria da prefeitura. No caso de
vias estaduais, o responsável é o Departamento de Estradas de Rodagem
(DER), que é o órgão rodoviário dos estados. Já em rodovias federais, as
chamadas BRs, o responsável será sempre o Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (DNIT).
48 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

Tipos de placas
Placas de regulamentação

•• R-1 – Parada obrigatória: esta é uma das placas de sinalização


que mais se conhece. Sua função é mostrar ao motorista que ele
precisa parar o seu veículo e não continuar avançando pela via.
Esta placa é utilizada em lugares em que a simples diminuição da
velocidade não é uma atitude suficientemente segura, como em
um cruzamento em que não exista semáforo.
Figura 15 – R-1: Parada obrigatória

Fonte: Brasil (2020, on-line).


•• R-2 – Dê a preferência: É mais uma placa que muitas pessoas
conhecem, por mais que seu significado possa gerar dúvidas entre
os condutores. O que é indicado pela placa R-2 é bastante simples:
é necessário dar a preferência da passagem para o veículo que
está vindo pela via em que se vai cruzar ou entrar, isto é, a parada
não é obrigatória, por mais que seja uma recomendação segura,
pois, às vezes, somente a diminuição da velocidade consegue
funcionar.
Figura 16 – R-2: Dê a preferência
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 49

Fonte: Brasil (2020, on-line).

•• R-4a e R-4b – Proibido virar à direita ou à esquerda: estas


placas têm como função a proibição de uma conversão quando
a autoridade acredita que esse tipo de movimento pode vir a
prejudicar a fluidez do trânsito. Sua utilização mais comum é para
a proibição de que um veículo vire para a esquerda, cruzando
o trânsito de uma movimentada avenida, porque isso pode
atrapalhar o fluxo de uma e pode causar risco em outra.
Figura 17 – R-4a: Proibido virar à esquerda

Fonte: Brasil (2020, on-line).


•• R-6a – Proibido estacionar: à frente da quadra onde se encontra
a placa R-6ª, não existe permissão para estacionar o veículo
juntamente ao cordão da rua. Existem as placas R-6b também
de estacionamento regulamentado (em que existem situações
específicas, como um tempo determinado para permanência) e
50 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

R-6c, em que fica a proibição de parar e estacionar (esta placa tem


um X vermelho na letra E).
Figura 18 – R-6a: Proibido estacionar

Fonte: Brasil (2020, on-line).

•• R-7 – Proibido ultrapassar: quando existe esta placa, ao condutor


não é permitido fazer a ultrapassagem de outro veículo usando a
faixa que se destina à direção oposta de circulação.
Figura 19 – R-7: Proibido ultrapassar

Fonte: Brasil (2020, on-line).

•• R-19 – Velocidade máxima permitida: o art. 61 do CTB determina


os limites de velocidade em vias rurais e urbanas. Entretanto, o
órgão de trânsito rodoviário pode determinar limites inferiores ou
superiores àqueles, por meio da placa R-19.
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 51

Figura 20 – R-19: Velocidade máxima permitida

Fonte: Brasil (2020, on-line).

•• R-32 – Circulação exclusiva de ônibus: esta placa mostra


um corredor ou uma faixa exclusiva para ônibus circularem. O
órgão com controle sobre a via pode apresentar informações
complementares na placa, como horário em que o trânsito é
exclusivo.
Figura 21 – R-32: Circulação exclusiva de ônibus

Fonte: Brasil (2020, on-line).

Placas de Advertência

•• A-1a e A-1b – Curva acentuada à esquerda ou à direita: estas


placas comunicam ao motorista que, à frente, terá uma curva
acentuada para um desses sentidos. Assim sendo, ele vai ter
atenção para diminuir a velocidade de um modo seguro.
Figura 22 – A-1a e A-1b: Curva acentuada à esquerda ou à direita
52 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

Fonte: Brasil (2020, on-line).

•• A-20a e A-20b – Declive ou aclive acentuado: as placas de


trânsito A-20a e A-20b mostram que, à frente, o condutor vai
encontrar com aclive (subida) ou declive (descida) acentuado.
Figura 23 – A-20a e A-20b: Declive ou aclive acentuado

Fonte: Brasil (2020, on-line).

•• A-27 – Área com desmoronamento: esta placa não mostra que


o condutor vai encontrar uma determinada condição, mas existe
uma possibilidade. Em áreas que podem ter desmoronamento,
o motorista necessita ter atenção para o risco, dirigindo com
pouca velocidade, ou mesmo se preparando para que exista uma
obstrução possível na via, por conta de um desmoronamento que
realmente ocorreu.
Figura 24 – A-27: Área com desmoronamento
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 53

Fonte: Brasil (2020, on-line).

•• A-36 – Animais selvagens: esta placa indica que, à frente, existe a


possibilidade de animais selvagens cruzarem a via. É comum em
estradas rurais e rodovias.
Figura 25 – A-36: Animais selvagens

Fonte: Brasil (2020, on-line).

Placas de indicação

•• Placas de orientação de destino: estas placas mostram ao


motorista a direção que ele deve seguir para chegar ao destino
que se deseja, como uma rodovia ou uma cidade.
Figura 26 – Placas de orientação de destino
54 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

Fonte: Brasil (2020, on-line).

•• Placas de serviços auxiliares: estas placas mostram ao condutor


que, à frente, ele vai encontrar determinado serviço (ou que
direção deve seguir para o encontrar), como hospital ou oficina.
Figura 27 – Placas de serviços auxiliares

Fonte: Brasil (2020, on-line).

•• Placas de atrativos turísticos: estas placas mostram ao condutor


que existe uma atração turística no lugar, ou qual a direção que ele
deve seguir para encontrá-la.
Figura 28 – Placas de atrativos turísticos

Fonte: Brasil (2020, on-line).


Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 55

Formatos e cores
Por mais que todos os motoristas que tenham habilitação conheçam
sobre as principais regras e disposições do trânsito para dirigir com
segurança, é normal que a maior parte dessas pessoas não conheça as
mensagens que existem nas placas de sinalização.

IMPORTANTE:

As placas de sinalização são uma parte essencial do trânsito


de veículos, ciclistas e pedestres, sendo que vão direcionar
o seguimento de certos comportamentos. De forma geral,
possuem o papel de dar comunicação aos usuários do
trânsito, com informações a respeito do uso do tráfego em
vias públicas.

A sinalização horizontal faz uso de linhas, marcações, símbolos,


faixas e legendas colocadas ou pintadas sobre o asfalto. Essa forma de
sinalização complementa a sinalização vertical.

Além das categorias, as placas possuem também subdivisões em


cores. São sete cores ao todo, cada uma com a representação de seu
papel específico.

•• Brancas com imagens em preto e bordas em vermelho: são


usadas para as sinalizações de regulamentação, como a placa
de Proibido estacionar. Apresentam proibições, limitações e
obrigações. Ainda existem mais dois aspectos que as distinguem:
as placas que possuem tarja indicam uma obrigação; as que não
possuem tarja indicam uma limitação ou uma proibição. Todas são
em formato de círculo, exceto a placa de Parada obrigatória, que
é um octógono e a placa Dê a preferência, que é um triângulo
invertido.

•• Azuis com letras em branco: normalmente são quadradas e


indicam serviços auxiliares que existem nas margens de uma
rodovia, como hospitais, hotéis, postos de abastecimento,
restaurantes, entre outros.
56 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

•• Verdes com imagens em branco: são quadradas e dão orientação


de destinos, mostrando saídas para bairros, cidades, trevos, entre
outros. Fornecem, ainda, informações sobre a distância que será
realizada até o local. Em algumas regiões, é possível encontrar
essas placas em azul claro ou azul escuro, mas, geralmente, as
azuis são de identificação do local, já as verdes orientam por meio
de setas.

•• Amarelas com imagens em preto: são quadradas na diagonal


e alertam acerca da aproximação de estreitamento da pista, de
curvas, de travessia de pedestres, de ferrovia, entre outros.

•• Laranjas com imagens em preto: são quadradas ou retangulares


na diagonal e são sinalizações temporárias, pois são de orientação
de obras que estão em andamento ou já foram terminadas na via,
assim como da existência de desvios alternativos.

•• Marrons com imagens pretas em um fundo branco: são placas


turísticas e mostram, aos usuários da via, atrativos turísticos que
existem próximo a eles. Seu formato é semelhante ao das placas
de indicação.

•• Brancas com bordas e letras em preto: são placas educativas,


sendo assim, possuem a finalidade de conscientizar e educar
pedestres e motoristas a terem ações adequadas no trânsito,
como a recomendação do uso do cinto de segurança.
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 57

RESUMINDO:

As placas são elementos colocados em posição vertical,


suspensos na pista, ou fixados lateralmente, transmitindo
informações com caráter permanente e arbitrariamente
variável por meio de legendas ou símbolos pré-
identificados, legalmente estabelecidos como sinais
de trânsito. Normalmente, as placas de trânsito são
usadas ​​para comunicar as regras de trânsito e outros
comportamentos regulamentados no local. O glossário do
CTB ainda identifica que a regularização das vias é feita por
meio de sinalização. A sinalização é uma parte importante
do trânsito de veículos, bicicletas e pedestres, e orientará
determinados comportamentos. Em geral, seu papel é
fornecer comunicações aos usuários do trânsito, com
informações sobre o uso do tráfego nas vias públicas.
58 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

Como Acontece o Trânsito no Brasil


OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender


como acontece o funcionamento do trânsito brasileiro.
Isso será fundamental para o exercício de sua profissão.
E então? Motivado para desenvolver esta competência?
Então, vamos lá. Avante!

O trânsito brasileiro
Por mais que o Brasil possua um código de trânsito com leis que são
predeterminadas e com aprovação por todas as jurisdições encarregadas
e por mais que existam tentativas de seguir de forma correta todas as
normas e leis de trânsito, atualmente sempre são vistos estressados,
irresponsáveis e pessoas sem comprometimento com as normas e leis
de trânsito.
Segundo informações da Organização das Nações Unidas (OMS),
aproximadamente 1,25 milhão de pessoas morrem ao redor do mundo
anualmente por conta de acidentes de trânsito e, do total, metade das
vítimas são ciclistas, pedestres e motociclistas (JORNAL DA USP, 2019).
Uma das finalidades da Agenda para o Desenvolvimento Sustentável
2030 se trata da segurança no trânsito, que presume a diminuição para a
metade do número total de lesões e mortes causadas pelos acidentes de
trânsito até 2020.

VOCÊ SABIA?

O trânsito do Brasil é considerado o quarto mais violento


da América, segundo informações publicadas pela OMS.
Dentro do Brasil, o estado de São Paulo é o que registra a
maior quantidade de mortes no trânsito, e pegar a direção
sob efeito de álcool é a segunda maior razão. Pensando
na redução da quantidade de acidentes, no ano de 2017
houve a publicação da Lei Ordinária nº 13.546, do Código
de Trânsito Brasileiro, que eleva a punição para o condutor
que matar dirigindo sob efeito de álcool. Isto é, a pena, que
anteriormente era de 2 a 4 anos de detenção, agora é de 5
a 8 anos de reclusão (BRASIL, 2017, on-line).
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 59

Figura 29 – Acidente de trânsito

Fonte: Freepik

IMPORTANTE:

Estresse, trânsito, acidentes, tempo que se perde. É possível


fazer uma lista de questões sobre os efeitos que a má
gestão de mobilidade urbana causa na vida dos habitantes
de regiões de metrópole das cidades do Brasil. Com mais
de 12 milhões de moradores, a cidade de São Paulo possui
mais de 6 milhões de carros com registro no DETRAN.
Somente em junho de 2019, segundo as informações do
órgão, foram mais de 23 mil carros emplacados na cidade
(ESTADÃO, 2020).

Se o carro é utilizado para deixar o deslocamento mais fácil, por


conta da quantidade de veículos, esse meio acaba por ter o sentido
contrário. Conforme pesquisas da Companhia de Engenharia de Tráfego
(CET), no ano de 2017, a velocidade média do tráfego na cidade foi de
24,8 km/h no movimento da manhã e 18,5 km/h no movimento da tarde
(ESTADÃO, 2020).

Sem contar a perda de tempo, existem fatos mais agravantes. O


estado de São Paulo, com mais de 45 milhões de moradores, no mês
de agosto de 2019, teve registro de 478 mortes por conta de acidentes
de trânsito, crescimento de 2,8%, comparando o mesmo período de 2018
60 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

(com 465 mortes), segundo dados do Infosiga, sistema do Governo do


Estado de São Paulo. A cada mês, 440 pessoas morrem, em média, em
acidentes no estado (SÃO PAULO, 2018).
Figura 30 – Tráfego lotado

Fonte: Freepik

IMPORTANTE:

As questões de mobilidade abalam de modo similar todas


as grandes cidades do Brasil, segundo especialistas. A
primeira e mais importante questão a se resolver, tanto na
área urbana como em rodovias federais, são os óbitos por
acidentes. Grande parte dos acidentes ocorrem por conta da
alta velocidade dos veículos. Os acidentes ocorrem desde
a falta de infraestrutura até a má conduta dos condutores.
A velocidade é uma importante condição, porque quanto
maior, maior também será a gravidade.
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 61

Acidentes de trânsito
O acidente é uma sequência de razões que vão se somando,
sejam por vias que não estão em situações adequadas de engenharia ou
sinalização, por velocidade. O condutor que está em alta velocidade e vai
desviar de um buraco ou bate em um buraco perderá a direção.

Além dos acidentes, em grandes cidades, uma das causas das más
condições de mobilidade urbana é o congestionamento. São muitos carros
para poucas vias. Além desse problema afetar a rotina dos moradores,
prejudica também a economia. De acordo com um estudo realizado pelo
Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV),
o tempo que os brasileiros perdem no deslocamento para o trabalho em
regiões de grandes metrópoles provoca um custo adicional de R$ 62,1
bilhões para as cidades (BITTENCOURT; LERÍPIO, 2017).
Figura 31 – Congestionamento

Fonte: Freepik

Porém, as filas de carros são um problema de falta de investimento


e alternativas na mobilidade urbana. São várias viagens de carros por
dia. Se houver o oferecimento de alternativas para a população, vai ser
62 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

escolhida a menos perigosa, menos poluente, mais segura e confortável.


A sociedade não desenvolve a mobilidade, ela utiliza o que tem disponível.

Os verdadeiros culpados não são os condutores, mas, sim, as


autoridades públicas. Qual alternativa para o carro? O transporte público,
que demora, é ruim e caro. Uma minúscula rede de metrô, muito
lotada, que serve somente algumas a áreas da cidade. Para dar início
ao procedimento de solucionar o problema, os especialistas destacam:
fiscalização e educação. Educação para que as pessoas não sejam
irresponsáveis. Fiscalização para que se garanta que as pessoas não
coloquem as vidas de outras pessoas e as delas mesmas em risco.

IMPORTANTE:

Não existe resultado imediato. Pode se começar por


determinadas mudanças na legislação de trânsito, como
para reconsiderar as velocidades de algumas vias. Fazer um
sério trabalho de mapeamento e investigação de acidentes
e as suas razões.

Com o desenvolvimento da economia do Brasil nos últimos dez


anos, várias pessoas conseguiram usufruir de serviços e bens que antes
não tinham alcance. O consumo de carros, por exemplo, aumentou de
forma significativa entre a sociedade. Entretanto, juntamente com o
crescimento no consumo, a violência no trânsito aumentou também.

A falta de infraestrutura para receber e suportar a nova necessidade


gera recordes de engarrafamentos em várias cidades. Além do excesso
de lotação nas estradas e vias de acesso, existe uma questão mais grave
ainda, que é a violência no trânsito. O crescimento de veículos em rodovias,
além de gerar problemas, mata muitos brasileiros, especialmente os
jovens.
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 63

Figura 32 – Violência no trânsito

Fonte: Freepik

VOCÊ SABIA?

Os acidentes de trânsito são a terceira maior razão de morte


no mundo, ficando atrás somente de câncer e doenças
cardíacas. No Brasil, a quantidade de óbitos em acidentes
de trânsito aumentou 38,3% no período de 2002 a 2012, de
acordo com o Mapa da Violência, levantamento embasado
no Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do
Ministério da Saúde (SOMANE, s.d.).

Causas dos acidentes de trânsito


As principais razões indicadas para a violência no trânsito são a
infraestrutura deficiente, estradas precárias, falhas na sinalização e falta
de ciclovias. Outros fatores de risco são a inabilidade de condutores no
trânsito e a falta de segurança de alguns veículos.

Em média, 95% dos acidentes viários do Brasil decorrem de um


conjunto de imperícia e irresponsabilidade, sendo que o problema
64 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

principal se relaciona com a falta de eficiência do poder público para que


as leis sejam aplicadas e a disposição da população para quebrar regras.

Outro fator para o assustador número de violência no trânsito se


encontra em soluções de arrecadação para o trânsito, como multas, e
praticamente nenhuma atenção para os pedestres e a formação de
condutores.

Entre as falhas principais geradas pelos brasileiros nas estradas e


ruas estão: pegar direção alcoolizado e uso do celular enquanto dirige.
Em 21% dos acidentes, pelo menos um dos motoristas havia bebido antes
de pegar a direção.

Outra razão comum dessa violência é dirigir muito próximo à traseira


do carro da frente, sendo que essa atitude representa 12% dos acidentes
com registro em rodovias federais. Dirigir acima da velocidade que se
permite é destacada também como uma das principais razões para os
acidentes de trânsito. A falta de respeito para a sinalização gera 12% dos
acidentes no Brasil.
Figura 33 – Batida na traseira de carro

Fonte: Freepik
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 65

Outra infração comum é não acionar a seta. Fazer a troca de faixa


sem sinalizar faz que o condutor que esteja na pista ao lado freie de forma
brusca, o que nem sempre dá para ser feito, causando a batida.

IMPORTANTE:

Deixar de fazer uso do cinto de segurança é uma das maiores


irresponsabilidades da população, porque coloca a vida de
todos os passageiros em risco. Em uma colisão de frente a
60 km/h, a pessoa que não usa o cinto é arremessada com
peso que equivale a mil quilos, esmagando quem está na
frente. Várias mortes no trânsito acontecem por conta da
falta de cinto de segurança.

Para que a população se conscientize acerca da violência, em suas


várias manifestações, a ONU apontou o dia 30 de janeiro como o Dia
Internacional da Não Violência.

Grande parte dos habitantes das cidades do Brasil de grande e


médio porte perdem um tempo valioso de sua vida no deslocamento
dentro da cidade. Informações recentes mostram que, anualmente,
morrem no trânsito do Brasil aproximadamente 40 mil pessoas. A
quantidade de feridos é maior ainda: no ano de 2013, foram de 170 mil
pessoas (IPEA, 2021).

Evidentemente, tudo isso gera um enorme custo para o SUS: são


aproximadamente R$ 200 milhões gastos somente com internações de
feridos nos acidentes. O custo total dos acidentes é estimado em R$ 40
bilhões, anualmente.

IMPORTANTE:

As maiores vítimas são as partes mais indefesas: ciclistas,


pedestres e motociclistas. As razões para tantos acidentes
são: embriaguez na direção, excesso de velocidade,
cansaço e outros costumes dos condutores, explicando
90% das mortes.
66 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

Figura 34 – Acidente com ciclista

Fonte: Freepik

Mais do que apenas causar estresse, irritar e cansar as


pessoas, o trânsito obstruído gera prejuízos econômicos e sociais. Os
engarrafamentos possuem seu custo, porque o tempo que se gasta neles
poderia ser usado em ações mais produtivas. É estimado que somente os
congestionamentos de Rio de Janeiro e São Paulo tenham um custo de R$
98 bilhões todos os anos, tanto pelos gastos adicionais com combustível
quanto pela perda de produção que não se concretizou. É calculado que
os habitantes das grandes cidades passam um mês inteiro, em média,
todos os anos dentro dos carros.

IMPORTANTE:

Para influenciar as pessoas a deixarem os carros em casa,


é necessário apresentar vantagens de outras alternativas. O
transporte público das cidades no Brasil, todavia, oferece
poucas vantagens em relação ao carro. É uma opção de
deslocamento mais barata de modo geral, entretanto,
é perdido mais tempo dentro de um ônibus, além de ser
menos confortável.
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 67

Além da imprudência de condutores (e dos demais envolvidos no


trânsito também, como ciclistas e pedestres), lida-se ainda com parte de
vias públicas urbanas precárias. Muitas calçadas não são garantias de
acessibilidade, são bastante estreitas e, às vezes, nem existem. As ruas
são mal sinalizadas e com muitos buracos. Esses são somente alguns dos
problemas mais comuns de grandes cidades do Brasil.

Seja na calçada ou no carro, todas as pessoas possuem regras e


obrigações que precisam ser seguidas para assegurar a segurança de
todos. Porém, a educação do brasileiro no trânsito não é a ideal, e isso
pode ser observado nas estatísticas sobre violência nas estradas.

Os acidentes de trânsito são uma questão de saúde pública no


Brasil. O elevado número de óbitos, mas, especialmente, de pacientes que
são atendidos em estado de emergência e que precisam de atendimento
a longo prazo, fazem os sistemas públicos de saúde sempre estarem
lotados de casos assim.

VOCÊ SABIA?

O trânsito no Brasil é visto como muito problemático,


especialmente pela alta quantidade de acidentes e, como
consequência, de óbitos. Um impactante e polêmico
estudo feito no ano de 2014 pelo Instituto de Pesquisas em
Transportes da Universidade de Michigan, em 193 países,
se baseando em dados da Organização Mundial da Saúde
(OMS), mostra que, no Brasil, de forma proporcional, a
chance de uma pessoa falecer por câncer é menor do que
ser vítima de um acidente de trânsito (DETRAN/MS, 2019).

O Brasil apresentava, em média, no período 22 mortes por acidente


de trânsito a cada 100 mil habitantes. O país que possuía a maior
quantidade de óbitos por 100 mil pessoas era Namíbia, na África, com
proporção de 45 óbitos por 100 mil pessoas. A média do mundo era de 18
mortes por 100 mil pessoas.

Por conta disso, além da elaboração de um novo CTB, em 1997, o


governo do Brasil começou a adotar outras medidas para tentar reduzir os
números, o que engloba a mudança das próprias leis do CTB e a efetivação
68 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

de campanhas de conscientização. Há pouco tempo, foi determinada a


nomeada Lei Seca, que destaca a tolerância zero para os motoristas que
dirigem embriagados, mesmo com pequena quantidade de álcool, além
de proibir a venda de bebidas alcoólicas nas rodovias federais.

IMPORTANTE:

A Lei Seca teve a sua promulgação no ano de 2008. Caso


o motorista seja pego em flagrante dirigindo sob efeito
de álcool, a punição pode variar entre multa, cassação
do direito de pegar a direção e, em casos com acidentes
graves e até fatais, a prisão.

Entretanto, mesmo com o fortalecimento da legislação de


trânsito no Brasil, ainda existem imprudência dos condutores e falta de
fiscalização nas vias, e a quantidade de acidentes gerados por condutores
alcoolizados é muito alta no Brasil.
Figura 35 – Dirigindo e ingerindo bebida alcoólica

Fonte: Freepik
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 69

Além do consumo de bebidas alcoólicas, existem outras causas


que aumentam a quantidade de óbitos no trânsito, especialmente nas
rodovias em épocas de grandes feriados. Entre essas causas, podem se
destacar:

•• Falta de conhecimento sobre as leis de trânsito.

•• Imprudência dos motoristas (incluindo o consumo de álcool e a


utilização do celular enquanto dirige, por exemplo).

•• Falta de conhecimento da sinalização.

•• Situações precárias de estradas e ruas em algumas regiões do


país.

•• Falta de revisão nos veículos.

•• Sinalização precária em algumas vias.

VOCÊ SABIA?

Outra questão que se relaciona com o trânsito no Brasil


se refere à mobilidade urbana. A urbanização no Brasil foi
acelerada e tardia, acontecendo no decorrer de alguns
anos do século XX. Além do mais, a urbanização no Brasil
aconteceu juntamente com a metropolização, isto é, de
uma concentração de grande parte dos moradores em
metrópoles, fazendo que elas ficassem extremamente
lotadas, fato que aumenta as questões de trânsito.

A isso se associa o crescimento do poder de consumo da população


nos últimos dez anos, que não foi complementado por uma política
de mobilidade para as cidades, aumentando a quantidade de veículos
e sobrecarregando as vias de circulação. Os problemas de tráfego nas
grandes cidades do Brasil possuem origem, basicamente, nessas causas.
70 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

Figura 36 – Aumento do poder de consumo

Fonte: Freepik

Além de ter uma melhora nas ruas e rodovias do Brasil,


compreendendo a qualidade das sinalizações e das pistas, é necessária
uma conscientização maior dos motoristas dos veículos do Brasil. Grande
parte dos acidentes de trânsito poderia não ter acontecido caso os
pedestres e condutores seguissem as regras que a legislação determina.
Afinal, a preservação da vida e a garantia de melhor segurança nas vias
de tráfego são bem mais importantes do que o desempenho satisfatório
na frente do volante.

A Semana Nacional do Trânsito, juntamente com o Dia Nacional do


Trânsito, representa um conjunto de medidas das entidades competentes
nessa temática, para fazer que o deslocamento de veículos, pedestres e
animais se torne mais seguro para todos.

A imprudência, em conjunto com o consumo de bebidas alcoólicas


e/ou drogas, somada à falta de respeito com as leis de trânsito faz com
que o Brasil seja um dos países com as maiores estatísticas de fatalidade
no deslocamento nas vias.
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 71

Existem diversos fatores que podem ser pautados como explicação


para essa fatalidade no trânsito. Podem ser citados: a falta da utilização de
indicadores de segurança de veículos, como acender os faróis ou acionar
a seta; exceder o limite de velocidade; fazer uso do celular na direção;
e não ter atenção quanto à manutenção do veículo, trafegando com os
chamados pneus “carecas”.

RESUMINDO:

O trânsito no Brasil é considerado o quarto incidente mais


violento do continente americano, segundo informações
divulgadas pela Organização Mundial da Saúde. No Brasil,
o estado de São Paulo tem o maior número de mortes no
trânsito, e dirigir embriagado é a segunda causa. Estresse,
trânsito, acidentes, perda de tempo, é possível incluir uma
lista de problemas sobre o impacto da má gestão do tráfego
urbano na vida dos moradores de áreas metropolitanas no
Brasil. Os acidentes são a combinação de uma série de
causas. Seja em estradas que não são adequadas para
situações de engenharia ou sinalização, ou velocidade.
Um motorista dirigindo em alta velocidade e tentando virar
ou não bater em um buraco perderá a direção. Além dos
acidentes, uma das razões para a má circulação urbana
nas grandes cidades é o congestionamento. Mais carros,
menos estradas. Além de afetar o dia a dia dos moradores,
o problema também está prejudicando a economia.
72 Políticas Públicas e Legislação de Trânsito

REFERÊNCIAS
BITTENCOURT, V. S.; LERÍPIO, J. R. O impacto do tempo perdido
no trânsito no Bem-Estar do brasileiro, Blog do IBRE, 2017. Disponível
em: https://blogdoibre.fgv.br/posts/o-impacto-do-tempo-perdido-no-
transito-no-bem-estar-do-brasileiro. Acesso em: 30 abr. 2022.
BRASIL. Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito. Ministério
da Infraestrutura. Secretaria Nacional de Trânsito, 2020. Disponível em:
https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito/noticias-
senatran/manual-brasileiro-de-sinalizacao-de-transito-1. Acesso em: 30
abr. 2022.
BRASIL. Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o
Código de Trânsito Brasileiro. Brasília, DF: Presidência da República,
[1997]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L9503Compilado.htm. Acesso em: 09 mar. 2022.
BRASIL. Lei nº 12.452, de 21 de julho de 2011. Altera o art. 143
da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que “institui o Código de
Trânsito Brasileiro”, de modo a disciplinar a habilitação de condutores de
combinações de veículos. Brasília, DF: Presidência da República, [2011].
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/
lei/l12452.htm. Acesso em: 09 mar. 2022.
BRASIL. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o
exercício da profissão de motorista; altera a Consolidação das Leis do
Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de
1943, e as Leis n º 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito
Brasileiro, e 11.442, de 5 de janeiro de 2007 (empresas e transportadores
autônomos de carga), para disciplinar a jornada de trabalho e o tempo
de direção do motorista profissional; altera a Lei nº 7.408, de 25 de
novembro de 1985; revoga dispositivos da Lei nº 12.619, de 30 de abril
de 2012; e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República,
[2015]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13103.htm. Acesso em: 09 mar. 2022.
BRASIL. Lei nº 13.281, de 4 de maio de 2016. Altera a Lei nº 9.503, de
23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), e a Lei nº 13.146, de
6 de julho de 2015. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível
Políticas Públicas e Legislação de Trânsito 73

em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13281.
htm. Acesso em: 09 mar. 2022.
BRASIL. Lei nº 13.546, de 19 de dezembro de 2017. Altera
dispositivos da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de
Trânsito Brasileiro), para dispor sobre crimes cometidos na direção de
veículos automotores. Diário Oficial da União. Brasília, DF: Presidência da
República, [2017].Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
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BRASIL. Resolução nº 160, de 22 de abril de 2004. Aprova o
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DF: Ministério da Infraestrutura. Conselho Nacional de Trânsito [2004].
Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=100975.
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BRASIL, Resolução nº 789, de 18 de junho de 2020. Consolida
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BRASIL. Resolução nº 358, de 13 de agosto de 2010. Regulamenta
o credenciamento de instituições ou entidades públicas ou privadas para
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e de formação, qualificação, atualização e reciclagem de candidatos
e condutores e dá outras providências. Brasília, DF: Ministério da
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CORREIO BRAZILIENSE. Visão do Correio: precisamos matar
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