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Gestão de Riscos

Unidade 4
Gestão Setorial de Riscos
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
DANIELE MELO DE OLIVEIRA
AUTORIA
Daniele Melo de Oliveira
Sou formada em Administração de Empresas, possuo
especializações nas áreas de Gestão de Negócios Empresariais, Gestão
Educacional, Logística Empresarial e da Qualidade. Sou Mestre em Ciência,
tecnologia e Sociedade, pelo Instituto Federal do Paraná. Atualmente atuo
como docente na Federação das Indústrias do Estado do Paraná. Sou
apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida
àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes.
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e
trabalho. Conte comigo!.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de apresentar um
de uma nova novo conceito;
competência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando necessárias as observações
observações ou escritas tiveram que
complementações ser priorizadas para
para o seu você;
conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a
bibliográficas necessidade de
e links para chamar a atenção
aprofundamento do sobre algo a ser
seu conhecimento; refletido ou discutido;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso acessar quando for preciso
um ou mais sites fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando uma
atividade de competência for
autoaprendizagem concluída e questões
for aplicada; forem explicadas;
SUMÁRIO
Gestão de Riscos e a Administração Pública....................................12
Gestão de Riscos no Meio Jurídico....................................................... 22
O Gerenciamento de Riscos na Área da Saúde.............................. 30
Gestão de Riscos no Ambiente corporativo..................................... 40
Gestão de Riscos 7

04
UNIDADE
8 Gestão de Riscos

INTRODUÇÃO
As atividades que envolvem a gestão de riscos devem ser
coordenadas e controladas para contribuir com a missão e os objetivos
da organização. A gestão de riscos principalmente deve ocorrer para que
se evitem a materialização de situações inoportunas que afetem toda ou
uma parte da organização.

Tomando por base a potencialidade dos problemas que venham


a ocorrer, o aprendizado é uma atividade que deve ser constante tanto
para as organizações privadas quanto as públicas dentre os gestores de
riscos. Você já pensou quantas vezes nesse mês parou para aprender
algo que possa lhe ajudar na resolução de situações de conflito pessoal,
organizacional ou até mesmo emergencial? Pois é, a resolução de riscos
envolve disposição para aprendizagem, a qual se dará pelo fruto da
observação pontual dos fatores de risco.

A partir desse momento será possível a organização de pessoas


afins, emocionalmente disponíveis e tecnicamente preparadas em prol da
gestão de riscos e resolução das suas consequências.

Havendo aprendizado para os riscos será possível identificar


claramente os obstáculos existentes para a tomada de decisões quanto o
que precisa ser feito, solucionando assim os riscos e seus efeitos.

Vale ressaltar que historicamente o homem é resistente a mudanças,


ainda que elas lhes tragam benefícios, às alterações de um ambiente,
produto ou processo geram situações de desconforto.

Independente do risco a ser gerenciado haverá obstáculos a serem


superados no processo, sejam eles humanos, materiais ou técnicos. Um
dos grandes desafios da gestão seja no ambiente público, privado ou
jurídico é desenvolver a previsibilidade dos riscos. Lembrando que uma
das funções da administração é o planejamento

Achou interessante? Ao longo das unidades você vai aprender


muito mais sobre gestão de riscos. Vamos lá!
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OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no
desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término
desta etapa de estudos:

1. Compreender a gestão de riscos na administração pública.

2. Avaliar o impacto da gestão de riscos no meio jurídico.

3. Debater o efeito da gestão de riscos na área da saúde.

4. Discutir a utilidade da gestão de riscos no ambiente corporativo.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?


Ao trabalho!
10 Gestão de Riscos

Gestão de Riscos e a Administração Pública

OBJETIVO:

Caro aluno, ao término deste capítulo você será capaz de


compreender as premissas da administração pública, da
formação dos três principais poderes: legislativo, executivo
e judiciário, bem como identificar os riscos inerentes
às suas atividades nos diversos segmentos. O direito
administrativo é o ramo do direito público que visa reduzir
os riscos regulando as ações de pessoas físicas e jurídicas
que interagem com o serviço público e prezam pelo bom
relacionamento entre as partes e pelo atendimento ao
cidadão com presteza e qualidade. A gestão de riscos faz-
se necessária no setor público, pois as atividades interagem
com recursos financeiros advindos do próprio cidadão.

Para iniciar os estudos de gestão de riscos na administração


pública, vamos retomar um pouco de história, atentando para o período
do absolutismo. Esse modelo de poder nasceu da complexidade da
economia e do Estado. Nessa época o rei centralizava o poder e detinha
toda ordem sobre o povo, ou seja, essa figura de autoridade pública
possuía o direito de mandar e desmandar na população. Para muitas
classes o rei era visto até mesmo como um tirano, sobre o qual devia-
se subjugar indiscutível obediência. Com a expansão das atividades de
navegação, sobretudo na Europa, para a conquista de novos territórios
há o aparecimento de novas classes sociais, dentre elas os profissionais
liberais que contribuíram para o desenvolvimento urbano. Essa classe
une-se a realeza auxiliando-a nas atividades administrativas públicas, ou
seja, do Estado.
Diante dessa realidade, os profissionais liberais que se
estruturavam nos centros urbanos após a política de
cercamento dos campos, típica do período final da Idade
Média, passaram a desempenhar importantes cargos na
administração do Estado, como o Conselheiro, Secretário
de Estado, colaboradores ou cobradores de impostos que
sustentavam essa nova estrutura estatal. Evidentemente,
toda essa complexa estrutura, apta a permitir a expansão
Gestão de Riscos 11

territorial, era controlada pelo Rei e seus colaboradores


mais próximos. (ASSIS, 2016, p. 3)

Em 1748 Charles de Montesquieu propõe a separação de poderes,


também conhecida na literatura como a teoria da tripartição dos poderes.
Essa teoria dizia que o poder central do Rei deveria ser dividido em três
poderes: o legislativo, o executivo e o judiciário. Ao primeiro corresponderia
o Poder de fazer as leis; ao segundo a prerrogativa de julgar as demandas e
conflitos entre particulares, e ao terceiro, a aplicação das leis e resoluções
geradas pelo segundo, bem como resolução das “ações prontas”, devendo
“sempre se ater ao que está disposto na lei” (MONTESQUIEU, 1987, p. 172).

Com a evolução do Estado Moderno, surge a necessidade de


regulação entre os particulares e o Estado consolidando os estudos de
Direito. A gestão pública do Direito administrativo tem como objetivo
estudar os órgãos e agentes que interajam com o serviço público a fim
de cooperar com os objetivos do Estado, minimizando os riscos que
interagem com todas as suas atividades em especial nos que interferem
diretamente na população.

IMPORTANTE:

Na administração pública estão inseridas autarquias,


fundações públicas, empresas públicas e sociedades
de economia mista. Todas elas possuem personalidade
jurídica própria.

Atualmente a Constituição Federal dispõe, no artigo 2º, a divisão


de poderes que atua diretamente na vida dos cidadãos brasileiros: são
poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o legislativo o
executivo e o judiciário.

A figura 1 remete aos direitos divididos entre os três grandes


poderes: legislativo, executivo e judiciário, base da administração pública.
12 Gestão de Riscos

Figura 1 - Três poderes

Fonte: @pixabay

Com a divisão dos poderes, há diversas atividades que envolvem


a administração pública. Nelas, a gestão de riscos estuda os efeitos
das incertezas para com os objetivos dessas instituições, zelando pelo
atendimento dos cidadãos que pagam impostos e precisam receber do
Governo Federal, Estados ou municípios prestação de serviços tangíveis e
intangíveis. A gestão de riscos pública faz parte de uma grande estrutura
organizacional administrativa que está atrelada a uma governança superior
que demanda atividades proativas e reativas aos riscos.

Para o crescimento de uma organização seja ela do segmento


público ou particular é necessário que sejam definidas estratégias
para a gestão de riscos. Para o sucesso das ações definidas é de suma
importância que todos os envolvidos no processo, colaboradores e
fornecedores, conheçam a estrutura pública organizacional.

A finalidade de um organograma é definir com perfeita ordem a


função que desempenha cada setor da organização, garantido a agilidade
na identificação dos responsáveis, assim como, dos departamentos
existentes na empresa. Para Lacombe (2012), função é uma posição
definida na estrutura organizacional, a qual cabe um conjunto de
responsabilidades afins e relacionamentos específicos e coerentes com
sua finalidade, ao passo que cargo é um conjunto de funções de mesma
natureza de trabalho, de requisitos em nível de dificuldades semelhantes
e com responsabilidades em comum. Portanto, tornar a estrutura
organizacional transparente é fundamental no processo da gestão pública.
Gestão de Riscos 13

O desenho organizacional constitui uma das prioridades da


administração: delinear a estrutura da empresa de modo
a contribuir decisivamente para o alcance dos objetivos
organizacionais. Esta é a principal função da estrutura
organizacional. (CHIAVENATO, 1994, p. 334)

O serviço público envolve tudo aquilo que o Estado tem o dever


de fornecer à população tais como: saúde, educação e segurança. Os
serviços e saúde envolvem desde os atendimentos básicos de consulta,
exames e vacinas até os mais complexos emergenciais de internamento
do cidadão.

Na educação, envolve desde o acesso à creche até o atendimento


ao ensino fundamental e regular. Os serviços de segurança envolvem as
atividades dos profissionais da guarda municipal e policiais nas esferas
militar e federal. Administrar os riscos envolve atividades humanas, no
gerenciamento de pessoas para que os objetivos sejam atingidos. Este
gestor administrará também os recursos que possui para atingir os
objetivos da empresa. “O termo “gerência” tem sido aplicado geralmente
como sinônimo de administração, ou de quem faz administração, seja nas
empresas ou em organizações” (CHIAVENATO, 1994, p. 499).

Conceituar cargo na gestão pública é uma tarefa abrangente,


pois para isso, é preciso tomar como base a legislação de contratação,
bem como de algumas noções fundamentais como tarefa, atribuição e
função. A tarefa consiste em atividades individuais executadas pelo titular
do cargo. A atribuição caracteriza-se por ser uma atividade individual,
executada pelo titular do cargo, mas que está ligada a cargos que
envolvem atividades diferenciadas. A função refere-se ao conjunto de
tarefas que são executadas, de forma sistemática, pelo ocupante do cargo.
Então podemos dizer que o cargo, integra o conjunto de funções com
uma posição definida na estrutura organizacional, isto é, no organograma
da empresa.

Para Chiavenato (1994, p. 334) “o desenho organizacional constitui


uma das prioridades da administração: delinear a estrutura da empresa
de modo a contribuir decisivamente para o alcance dos objetivos
organizacionais. Esta é a principal função da estrutura organizacional.”
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A figura 2 remete a necessidade de estrutura organizacional para o


desenvolvimento das atividades de administração pública.
Figura 2 – Estrutura organizacional

Fonte: @pixabay

A estrutura de um organograma é o sinônimo da representação


gráfica da empresa. Funciona como a planta da corporação. O organograma
é um desenho feito em forma de gráficos para definir a forma hierárquica
de uma organização pública ou privada. Quando o organograma é bem
estruturado, permite aos colaboradores saberem exatamente as funções
dentro da organização.

O termo servidor público deriva de servir. Nesse caso aplica-


se a palavra serviço como um sinônimo. O serviço público engloba os
profissionais, servidores públicos que prestam serviços à Administração
pública, após idôneo processo de seleção, descartando os riscos de
fraudes. A contratação de servidores públicos pode ocorrer por três tipos
de regime:

• Regime estatutário – estabelecido pela Constituição Federal de


1988 artigo 41, em que o servidor após cumprir com requisitos
predeterminados pode adquirir estabilidade de emprego.
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• Regime Celetista – tem como fundamento a consolidação das leis


do trabalho CLT.

• Regime jurídico especial.

Em 2016 houve o estabelecimento da instrução normativa visando


sistematizar como a gestão de riscos deve acontecer no setor público.
A instrução normativa MP/CGU N° 01 de 2016, estabeleceu no artigo 1º
que: “Os órgãos e entidades do Poder Executivo federal deverão adotar
medidas para a sistematização de práticas relacionadas à gestão de
riscos, aos controles internos, e à governança.”

Desde os primórdios das organizações estatais a gestão de riscos


é considerada uma função de suma importância no setor público. Ela
passou a ser estudada com mais ênfase a partir do decreto lei nº 200,
de 1967, ou seja, há mais de cinquenta anos há perspectiva de trabalho
abordando a temática de riscos no setor público.
No intuito de mitigar tais falhas e aprimorar a capacidade de
entrega governamental, na proposta de encaminhamento
apontam-se oportunidades de aprimoramento em
atividades-chave do Estado, notadamente, no arcabouço
de planejamento e orçamento e na capacidade de
articulação, monitoramento e avaliação da coerência
do conjunto de programas e ações governamentais.
Aprimoramento esse que será monitorado pelo TCU em
ações de controle futuras. (TCU, 2017)

As consequências de não se trabalhar com gestão de riscos


são inerentes à impossibilidade de quantificação e qualificação dos
esforços empreendidos para atingir os objetivos dos órgãos públicos.
Constantemente as organizações são questionadas pela sociedade civil
e empresarial quanto à entrega de produtos e serviços, bem como a
mensuração de produtividade.

A figura 3 remete à necessidade de equilíbrio dos esforços


organizacionais para a entrega de produtos e serviços.
16 Gestão de Riscos

Figura 3 – Esforços x entrega de produtos ou serviços

Fonte: Elaborado pela autora.

Não se pode desconsiderar as dificuldades que os gestores


e colaboradores do setor público enfrentam para desenvolver suas
atribuições de rotina e administrar os riscos inerentes a ela. Muitos inclusive
sentem medo e temem pela sua própria vida, é o caso dos profissionais
da saúde da rede pública e de educação no Brasil.

“Mais de 60% dos profissionais da saúde não se sente preparado ou


não soube responder se está preparado para atuar em meio à pandemia
de Covid-19” (LOTTA et al., 2020, p. 2).

Segundo o Conass, foi realizada pesquisa a partir de dados obtidos


pela Fundação Getúlio Vargas, sobre os equipamentos de proteção
individual EPIs, fornecidos aos profissionais da saúde durante o combate
à pandemia de Covid-19 no Brasil, no período de 5 de abril e 1º de maio
de 2020. Os dados obtidos são:

Dos médicos pesquisados: 17,4% não responderam, 25,6%


consideraram as condições dos equipamentos más/péssimas e 39,7%
dos entrevistados consideraram boa.
Gestão de Riscos 17

Dos profissionais de enfermagem: 17,6% não responderam, 37,7%


consideraram as condições dos equipamentos más/péssimas e 37,7%
dos entrevistados consideraram boa.

ACS e ACE: 26% não responderam, 27,5% consideraram as


condições dos equipamentos más/péssimas e 36,3% dos entrevistados
consideraram boa.

Dos demais profissionais: 34,1% não responderam, 45,5%


consideraram as condições dos equipamentos más/péssimas e 45,5%
dos entrevistados consideraram boa.

NOTA:

ACS e ACE são agentes comunitários de saúde e de


combate às endemias

A pandemia do Coronavírus é o maior desafio


contemporâneo. Nesse cenário, ganha papel estratégico
a atuação dos profissionais da área da saúde. Em países
como a França e a Itália, manifestações de apreço pelos
serviços prestados por tais burocratas acontecia quase
que diariamente. Já em outros casos, temos relatos de
profissionais que foram agredidos por compartilharem
o transporte público, por pessoas que estavam com
medo de serem contaminadas. Aqui no Brasil, a agressão
a profissionais da saúde se deu em contexto ainda
mais complexo, durante uma manifestação desses
profissionais por melhores condições de trabalho. (LOTTA
et al., 2020, p. 3)

Na gestão pública a administração de riscos acaba sendo uma


autodefesa dentre os profissionais, pois uma vez mensurado e avaliado
os riscos de determinada atividade, é possível a descrição de como as
pessoas e setores responsáveis se prepararam para determinada situação.
Muitos servidores públicos acabam ficando desmotivados devido à não
implementação de situações de melhoria das suas atividades, devido a
inúmeros aspectos dentre eles culturais.

O setor de compras públicas é pioneiro na gestão de riscos


na administração pública, devido à necessidade de cumprimento da
18 Gestão de Riscos

legislação para com as contratações e compras de materiais diversos, as


quais devem obrigatoriamente apresentar uma análise prévia de riscos.
A lei 8.666 de 21 de junho de 1993 regulamenta as formas de licitação,
compras, locações que envolvem a esfera pública.
Art. 1º Esta lei estabelece normas gerais sobre licitações
e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços,
inclusive de publicidade, compras, alienações e locações
no âmbito dos poderes da União, dos estados, do Distrito
Federal e dos municípios. Parágrafo único. Subordinam-
se ao regime desta lei, além dos órgãos da Administração
Direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações
públicas, as empresas públicas, as sociedades de
economia mista e demais entidades controladas direta
ou indiretamente pela União, estados, Distrito Federal e
municípios. (BRASIL, 1993)

As compras públicas por licitações podem ocorrer pelas vias de


pregão, carta convite, concorrência, tomada de preços e registro de
preços.

Há ainda os casos de dispensa de licitação autorizado em casos de


calamidade pública.

Os princípios constitucionais administrativos são regras que visam


diminuir os riscos nas atividades públicas. Eles são embasados pelo artigo
37 da Constituição Federal.

• Princípio da legalidade – é a base que garante que todos os


conflitos sejam resolvidos pela lei (art. 5º II, art. 37, caput e sistema
tributário).

• Princípio da isonomia – de igualdade, que dispõe que todos os


cidadãos devem ser tratados da mesma forma.

• Princípio da moralidade – visa garantir a integridade e o


cumprimento das regras da boa administração no serviço público.

Boas práticas têm sido aplicadas, tais como a formulação de


mapas de riscos dentro dos projetos, no exercício dos riscos antes de
alocar esforços físicos, materiais e financeiros num projeto. Reuniões de
orientação na apresentação de notas e informações para toda a equipe
Gestão de Riscos 19

de trabalho são de extrema relevância na gestão de riscos sejam eles na


área pública, de saúde jurídica ou corporativa, organizacional. Uma das
principais preocupações do gerenciamento de riscos no setor público é
ele se tornar um processo inoperante, que não funcione. Caso isso ocorra
toda uma comunidade poderá ser prejudicada.

RESUMINDO:

Cada vez mais as empresas têm buscado sistemas de


informação e metodologias de gestão para minimizar
e até mesmo evitar que os riscos se materializem. Para
as organizações que compõem a esfera pública essa
preocupação é ainda maior, pois envolve recursos públicos
provenientes dos impostos e demais contribuições do
cidadão, os quais devem obrigatoriamente ser bem
administrados. Os profissionais da gestão pública buscam
praticar da melhor forma suas atividades, cumprindo com a
legislação para que não haja riscos de erros ou má condutas
por desvios. Nesse sentido os estudos de gerenciamento
de riscos são de extrema importância para todas as esferas
das organizações.
20 Gestão de Riscos

Gestão de Riscos no Meio Jurídico


OBJETIVO:

Caro aluno, de uma forma geral todos os setores de uma


empresa possuem interações com o ambiente jurídico.
É preciso que um profissional reconheça que o exercício
de qualquer prática profissional seja ela de recursos
humanos, departamento financeiro, de compras, de direito
empresarial, logística, produção dentre outras áreas de
conhecimento incidirão regras jurídicas para as quais
existem riscos no exercício de suas atividades..

Desde o momento do nosso nascimento adquirimos direitos e


deveres jurídicos com a regularização dos documentos legais tais como
certidão de nascimento e RG (registro geral de identificação), CPF (cadastro
de pessoa física), carteira de vacinação. Mas o exercício do ato civil pelo
indivíduo ocorrerá a partir do momento em que ele adquirir conhecimento
do ambiente jurídico que o circunda, com a convicção dos seus direitos
e deveres.

IMPORTANTE:

A palavra direito vem do latim directum que significa dirigir,


andar em linha reta.

A capacidade jurídica ocorrerá a partir do momento em que houver


consciência do cidadão e isso independe do gênero ou idade, mas está
condicionada à sua disposição em obter conhecimento da legislação,
bem como de seus direitos e deveres.
O conhecimento pode ser definido como uma mistura
fluída de experiência condensada, valores, informação
contextual e insight experimentado, a qual proporciona
uma estrutura para avaliação e incorporação de novas
experiências e informações. (DAVENPORT; PRUSAK,
1999, p. 6)
Gestão de Riscos 21

A capacidade civil do homem inicia com a maioridade aos 18 anos


de idade completos, a partir desse momento aumentam os riscos do
meio jurídico voltados à pessoa física portadora de um CPF. Há também
as pessoas consideradas incapazes juridicamente, essa incapacidade
pode ser plena ou absoluta. Nesse caso o cidadão precisa de outro que
tome decisões jurídicas por ele, pois há muitos riscos envolvidos relativos
à sua incapacidade de decisão. Esses riscos podem abranger a sua vida
financeira, a vida de terceiros ou até mesmo o perigo da sua própria vida. O
quadro 1 exemplifica a classificação jurídica dos capazes, absolutamente
incapazes e relativamente incapazes.
Quadro 1- Classificação da capacidade jurídica

Fonte: Coleto e Albano, 2010 (Adaptado).

IMPORTANTE:

Os absolutamente incapazes não podem participar de atos


jurídicos.

Todavia é possível um cidadão antecipar a plenitude da sua


capacidade jurídica através da solicitação de emancipação por escritura
pública em cartório. Com a emancipação é possível que os relativamente
incapazes adquiram a plenitude da sua capacidade jurídica antes dos
dezoito anos de idade, habilitando-o aos atos e riscos jurídicos da vida
civil (BRASIL, ARTIGO 5º DO CÓDIGO CIVIL).
22 Gestão de Riscos

A figura 5 remete a solicitação e emancipação pelo cidadão.


Figura 5 - cidadão

Fonte: @pixabay

Por sua vez a pessoa jurídica, constituída de CNPJ pode praticar atos
civis, correndo riscos, por atos praticados fora da legislação, respondendo
por eles na representatividade de uma empresa. A pessoa jurídica existe a
partir do momento da inscrição nos respectivos órgãos competentes tais
como cartórios e juntas comerciais. (art. 45 do Código Civil)

IMPORTANTE:

o registro da empresa para obtenção do CNPJ junto à


receita federal ocorre após a emissão do NIRE e é feito
exclusivamente através da Internet, no site da receita
federal por meio do download de um programa específico.
Não havendo a devida regularização da pessoa jurídica ela
está em situação irregular, despersonificada.

Conforme o Código Civil brasileiro as pessoas jurídicas de direito


classificam-se em: associação, sociedade e fundação.

• Conforme artigo 53 do Código Civil as associações são entidades


de Direito Privado formadas por pessoas com o mesmo objetivo
econômico.
Gestão de Riscos 23

• As sociedades são pessoas jurídicas formadas por contrato social


com objetivos em comum (artigo 982 do código civil).

• As fundações são patrimônios personificados (artigo 62 do código


civil).

A extinção da pessoa jurídica se dará pela dissolução administrativa


entre os sócios dos acordos e contratos firmados legalmente. Outros
riscos que envolvem o meio jurídico referem-se às atividades econômicas
das pessoas jurídicas, inerentes a gestão de tributos. A emissão da nota
fiscal, por exemplo, é um documento de natureza obrigatória, mesmo
para pequenas compras, sendo utilizada como garantia de um produto
ou serviço. Através dela geram-se os impostos recolhidos para o país.

De acordo com art. 3° do CTN (JUSBRASIL, 1966), tributo é “toda


prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.

IMPORTANTE:

Os tributos originam-se do artigo 3º do código tributário.

Para Groppelli e Nikbakht (2011, p. 27), “é essencial que o gestor


tenha conhecimento tributário para calcular o impacto das alíquotas
dos impostos sobre as decisões financeiras. Sem esses entendimentos
não será possível decidir com presteza sobre os investimentos e outras
situações relacionadas a financiamento ou investimentos necessários
para a gestão da empresa”.

Obrigação jurídica é a relação na qual o indivíduo tem o dever de


prestar contas ao Estado, exercitando o ato financeiro de pagamento.
Cabe à União, Estados e Municípios criar taxas na forma de impostos
na expectativa de melhoria da vida do cidadão. O quadro 2 descreve os
principais impostos federais.
24 Gestão de Riscos

Quadro 2 – Impostos federais

Fonte: Coleto e Albano, 2010 (Adaptado).

O quadro 3 descreve os principais impostos estaduais.


Quadro 3 – Impostos estaduais

Fonte: Coleto e Albano, 2010 (Adaptado).

O quadro 4 descreve os principais impostos municipais.


Quadro 4 – Impostos municipais

Fonte: Coleto e Albano, 2010 (Adaptado).


Gestão de Riscos 25

A modalidade de impostos baseado no simples nacional proporciona


a microempresa a possibilidade de cumprir com seus deveres legais com
alíquotas diferenciadas. Nos últimos anos essa modalidade vem sendo
bastante praticada pelos empresários, devido às suas características de
auxílio ao pequeno empreendedor. Este subsídio contribui com os novos
empreendedores a se manterem em dia com as regularidades fiscais,
levando em consideração todas as dificuldades de um novo negócio,
diminuindo os riscos da não tributação e inadimplência com os poderes
do estado de direito.

As atividades econômicas tributáveis no Brasil estão divididas


de acordo com a atividade executada pelo empreendimento e área de
conhecimento, ficando em um mesmo setor instituições que produzam
bens ou prestem serviços de uma mesma classe. Atualmente as atividades
econômicas estão divididas em três setores:

• O setor primário compreende as atividades ligadas à natureza,


como a agricultura, a silvicultura, a pesca, a pecuária, a caça ou as
indústrias de extrativismo mineral.

• O setor secundário engloba as atividades industriais transforma-


doras, a construção ou produção de energia.

• O terciário engloba o comércio, serviços tais como o turismo, os


transportes, as atividades financeiras, dentre outros.

A figura 6 remete a divisão das atividades econômicas em primária,


secundária e terciária. Cada uma delas possui características específicas
quanto à atuação.
26 Gestão de Riscos

Figura 6 – atividades econômicas

Fonte: Elaborado pela autora.

Cada empresa a partir do seu ramo de atividade estruturará as bases


legais e jurídicas de seu negócio, dentre elas a financeira com a formação
do fluxo de caixa. Nesse documento são registradas as entradas e saídas
financeiras e pode ser gerenciada semanalmente ou mensalmente,
conforme o volume das suas operações.

O quadro 5 exemplifica algumas entradas e saídas de um fluxo de


caixa.
Quadro 5 - entradas e saídas do fluxo de caixa

Fonte: Coleto e Albano, 2010 (Adaptado).

Cada empresa pode gerenciar seu fluxo de caixa de acordo com


as tecnologias disponíveis, o importante é a sua existência e o uso
correto. A partir desse documento a contabilidade irá estruturar o DRE
Gestão de Riscos 27

– Demonstrativo de resultados. Não havendo o fluxo de informações,


organização e idoneidade dos números a empresa corre riscos por estar
fora da legalidade, além do gerenciamento financeiro incorreto.

O controle financeiro de uma empresa, além de organizar as contas,


irá evitar a inadimplência e os riscos jurídicos inerentes a ela tais como o
protesto e em casos mais graves o pedido de falência.

IMPORTANTE:

A natureza legal do cheque refere-se à emissão de


pagamento a vista.

Segundo Groppelli e Nikbakht (2010, p. 348), o DRE tem o propósito


de auxiliar os administradores no desenvolvimento de um planejamento
consistente, localizando pontos fracos e alocando fundos e recursos para,
a partir dessa análise, adotar medidas cabíveis para manter uma melhoria
contínua.

RESUMINDO:

É através das atividades de negócio, de comércio e serviços


que se formam as relações econômicas de natureza
jurídica num país. Na constituição dos direitos e deveres
legais estão os riscos de gestão empresarial que devem
ser administrados, tais como o enquadramento tributário e
o recolhimento de impostos.
28 Gestão de Riscos

O Gerenciamento de Riscos na Área da


Saúde
OBJETIVO:

Caro aluno, você sabia que o gerenciamento na área


da saúde envolve profissionais das mais diversas áreas
de conhecimento? Isso mesmo! A responsabilidade
da administração eficaz nessa área envolve médicos,
enfermeiros, biólogos, administradores, contadores,
dentre outros profissionais que estejam ligados a clínicas,
hospitais e demais ambientes de saúde. Esses profissionais
devem estar atualizados quanto aos aspectos jurídicos
que envolvem a área da saúde, evitando a materialização
de riscos à saúde bem como de problemas legais por
falhas nos processos de atendimento aos usuários que
porventura venham a se sentir lesados pelos aspectos
do seu atendimento ou de falta de informação. Tudo que
envolve esse setor tão importante dentro da sociedade.

Na história da medicina os primórdios de gerenciamento de riscos


na área da saúde eram feitos à beira do leito do paciente. Em meados
do século XVIII muda-se o foco dos cuidados com a saúde do caráter
individual para o coletivo no advento dos locais de cuidados com a
saúde, atualmente conhecidos como hospitais. Nesse momento os
profissionais de saúde expandem seus conhecimentos pela oportunidade
de observação coletiva.

No período do Brasil império, com a instalação da família real


portuguesa a presença de profissionais técnicos em saúde era escassa
e ocasionava grandes riscos à população europeia que interagia com os
povos indígenas na formação do povo brasileiro. Os médicos vinham da
Europa ao Brasil em raras ocasiões ou a população econômica abastada
deslocava-se aos países europeus para o tratamento. Na ausência
dos médicos a população contava com a ajuda e conhecimento dos
curandeiros, barbeiros e boticários.
Gestão de Riscos 29

Com a necessidade de formação de profissionais especializados


para o atendimento local as primeiras escolas em saúde no Brasil são:
a Escola Anátomocirúrgica e Médica da Bahia e a Escola de Anatomia,
Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro.

O gerenciamento de riscos na área de saúde vem dos conceitos de


vigilância sanitária que significa estar atento, cuidar do ser humano e do
ambiente que o circunda, interferindo positivamente na sua saúde e no
bem-estar. A prestação de serviços em saúde por sua vez sofre interferência
de agentes públicos e sociais. Nesse aspecto a materialização de riscos
pode consolidar-se pela não realização de serviços aos cidadãos com
eficácia, interferindo na sua qualidade de vida e bem-estar.

A figura 7 remete aos serviços na área da saúde que requerem a


gestão de riscos.
Figura 7 – Gestão da saúde

Fonte: @pixabay

IMPORTANTE:

Os riscos na área de saúde significam a possibilidade de um


possível dano ou de situações de vulnerabilidade.
30 Gestão de Riscos

A relação entre o gerenciamento de riscos na área da saúde para a


promoção da qualidade de vida, do bem-estar e da saúde é compreendida
pelo homem na forma de gestão há pouco tempo. - apresentamos um
histórico resumido em forma de linha do tempo.
Quadro 6 – Histórico da gestão de riscos no mundo e no Brasil

Fonte: Fundação Nacional da Saúde, 2017 (Adaptado).

Qualquer que seja a atividade profissional sempre haverá algum tipo


de risco, mas o que difere uma gestão de saúde bem sucedida de outra
Gestão de Riscos 31

aventureira, cercada de incertezas são as políticas que levam a saúde e


segurança. Nesse sentido as políticas públicas brasileiras vêm evoluído
para atingir a máxima qualidade.
A vigilância em saúde constitui um processo contínuo
e sistemático de coleta, consolidação, análise e
disseminação de dados sobre eventos relacionados à
saúde, visando o planejamento e a implementação de
medidas de saúde pública para a proteção da saúde da
população, a prevenção e o controle de riscos, agravos e
doenças, bem como para a promoção da saúde. (BRASIL,
2013)

Todos os órgãos e instituições de saúde possuem um ponto em


comum que é a gestão de riscos pois atuam com fatores determinantes
ou agravantes de riscos. O quadro 7 descreve os principais riscos de
acordo com as áreas de vigilância.
Quadro 7 – Vigilância versus riscos

Fonte: Barbosa, 2011 (Adaptado).

IMPORTANTE:

A vigilância em saúde busca se preparar para fatos e


eventos inesperados que causem mal à saúde.

A prevenção de riscos na área de saúde é uma atividade de suma


importância para proporcionar segurança aos usuários dos diversos
sistemas distribuídos pelo país, bem como das instituições provedoras
de tratamento, tais como consultórios, ambulatórios, clínicas, hospitais ou
unidades de saúde. Devido à implementação de meios de comunicação,
32 Gestão de Riscos

informação e educação os usuários estão cada vez mais cientes e críticos


quanto aos serviços que envolvem a área de saúde e de que forma devem
ser gerenciados.

A evolução da medicina traz tratamentos cada vez mais complexos


para os usuários, as instituições que promoverem os atendimentos,
devem estar aptas e organizadas do ponto de vista administrativo para
os atendimentos. Os princípios fundamentais do código de ética médica
no artigo 2º dispõe: “o alvo de toda a atenção do médico é a saúde do
ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o
melhor da sua capacidade profissional.”

Nesse sentido é de suma importância a implementação de


ferramentas de gerenciamento de riscos nos ambientes de saúde.
Esse gerenciamento deve abordar desde os riscos biológicos até os
riscos jurídicos por passivos trabalhistas, tributários ou por pedidos de
indenizações de cunho moral ou de responsabilidade civil dos profissionais
de saúde como dentistas, médicos e enfermeiros.

A prestação de serviços com qualidade, pode vir a eximir as


instituições de saúde de problemas jurídicos. Cada vez mais essas
instituições devem investir no treinamento de pessoas, diminuindo assim
a incidência de riscos.

IMPORTANTE:

Muitas instituições de saúde buscam a melhoria por meio


da certificação de qualidade para minimizar a ocorrência de
riscos.

A portaria de nº 2.349 de 14 de setembro de 2017, aprovou a


classificação de riscos quanto aos agentes biológicos, em consonância
com a comissão de biossegurança do Ministério da Saúde. A portaria
estabelece que a gestão de riscos deve ser atualizada a cada dois anos
ou em situações de epidemia e pandemias, ou outras situações especiais.

A diversidade de riscos inerentes aos processos industriais que


envolvem o uso de matérias – primas utilizadas na transformação de
Gestão de Riscos 33

bens em produtos acabados implica na geração de inúmeros riscos à


saúde humana. A química divide as substâncias químicas em orgânicas,
com compostos à base de carbono e inorgânicas que envolvem os
compostos minerais. Cada um desses grupos se subdivide em outros com
características químicas específicas de acordo com o comportamento de
reação ao entrar em contato com o ser humano.

Os diversos agentes químicos entram em contato com o homem


podendo ingressar no organismo, causando riscos à saúde de diversas
formas, dentre elas: por inalação, absorção cutânea ou ingestão.

IMPORTANTE:

a NR 15 apresenta uma lista de atividades de trabalho que


envolvem riscos à saúde humana por agentes biológicos.

O Ministério da Saúde a partir da norma regulamentadora NR


9 estabelece que a divisão dos principais riscos na área de saúde em
quatro principais partes (químicos, físico, biológicos e ergonômicos) para
as quais cabem subdivisões conforme o desenvolvimento de atividades
ocupacionais. A partir da classificação de riscos da área de saúde é
possível desenvolver o trabalho de contenção, ou seja, o necessário para
evitar que os riscos se materializem no contato dos profissionais de saúde
como por exemplo os agentes microbiológicos.

Segundo Burmester e Morais (2014, p. 126, 127 e 128), os principais


riscos assistenciais na área de gestão de saúde, envolvem as esferas
psicossocial, por reações orgânicas a medicamentos e de quedas. Cada
um desses riscos requer conhecimento técnico dos profissionais das
diversas áreas da saúde que irão interagir com o paciente.

A figura 8 remete as decisões a serem tomadas pelos profissionais


da área de saúde para a gestão de riscos.
34 Gestão de Riscos

Figura 8 – Decisões versus profissional

Fonte: @pixabay

Todos os profissionais da saúde devem receber treinamento pelo


empregador quanto aos riscos inerentes a sua atividade profissional. Os
riscos podem estar presentes em todos os ambientes de saúde tanto para
o profissional quanto para o cidadão que está sendo atendido. Os riscos
podem estar presentes desde a retirada de um paciente da maca que
pode lesionar o corpo do de ambos, até a coleta de exames para análises
laboratoriais.

O trabalho do gestor de riscos na área de saúde envolve estudos


dentro da legislação, como da Norma Regulamentadora (NR 1), no
desenvolvimento de programas de riscos ambientais para tornas as
atividades profissionais menos arriscadas, de forma que os riscos não
se materializem a nenhuma das partes. A norma regulamentadora NR
1 estabelece quais mudanças foram definidas em 2020, que estão em
vigor desde 03 de janeiro de 2022, estabelecendo os procedimentos de
introdução das diretrizes para Gerenciamento de Riscos Ocupacionais
(GRO) e o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) que substituiu o
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).
Gestão de Riscos 35

IMPORTANTE:

A gestão de prevenção aos riscos deve ser estipulada


periodicamente. O quadro 8 descreve alguns riscos
assistenciais gerenciados diariamente pelos profissionais
da área da saúde em exercício.

Quadro 8 – Riscos assistenciais

Fonte: Burmester e Morais, 2014 (Adaptado).

Parafraseando os mesmos autores os riscos de queda envolvem o


histórico de tonturas dos pacientes e diagnósticos de déficit neurológicos.
A prática diária dos processos de assistência no hospital
conduz, pela frequência de determinadas ações, ao
alcance da estatística prevista para eventual falha. Assim,
se determinado procedimento tem previsão estatística de
ocorrência em torno de 1%, ao se aproximar o centésimo
caso, se a ocorrência ainda não se tiver efetivado, é
recomendável redobrar o cuidado. (BURMESTER; MORAIS
2014, p. 126)
36 Gestão de Riscos

O quadro 9 descreve a classificação de riscos recomendadas


pela NR 9.
Quadro 9 – Classificação dos riscos

Fonte: Barbosa, 2011 (Adaptado).


Gestão de Riscos 37

IMPORTANTE:

O artigo 1ª da portaria nº 25 aprova o texto da norma


regulamentadora NR 9 estabelecendo os elementos de
riscos à saúde para a devida gestão.

Trabalhos físicos pesados, posturas incorretas e posições incômodas


podem ocasionar riscos à saúde, além de provocar o mal-estar geral por
cansaço, dores musculares e fraquezas em geral. A monotonia, ritmos
excessivos, trabalhos em turnos prolongados e repetitividade também
provocam o desconforto e cansaço ao homem e pode ocasionar diversos
problemas de saúde desde gastrites, úlceras, hipertensão arterial, até
doenças nervosas causadas por tensão, medo e ansiedade.

Os riscos à saúde causados pelos inúmeros fatores ambientais


e de estruturas por inadequações de espaço físico e de máquinas e
equipamentos devem ser gerenciados com responsabilidade e precisão.
Cabe ao empregador prestar apoio técnico aos profissionais que interagem
com os serviços de saúde. O conhecimento para a melhoria das atividades
desses profissionais é possível pelo apoio jurídico da organização, pelo
setor de recursos humanos nas áreas de assistência social e psicologia,
pelos centros de informações tecnológicas e pelo desenvolvimento
seguro de projetos em produtos e serviços. Os gestores públicos vigentes
devem gerenciar através de políticas públicas os riscos à saúde tanto para
os cidadãos usuários, quanto para os profissionais de saúde.

RESUMINDO:

As modificações da rotina de vida e trabalho da sociedade


moderna trazem para os profissionais de saúde a
necessidade da gestão de riscos de forma mais intensa,
profissionalizada e regulamentada. São inúmeros os
riscos inerentes à saúde humana podendo ocorrer nas
suas atividades sociais e profissionais os quais devem ser
classificados para o correto tratamento.
38 Gestão de Riscos

Gestão de Riscos no Ambiente corporativo


OBJETIVO:

Caro aluno, você já parou para pensar como a modernização


e a aceleração do crescimento econômico no último século
provocaram mudanças em todos os ramos de negócio?
A mídia veicula todos os dias centenas de propagandas
ofertando uma variedade de produtos e serviços,
principalmente de caráter tecnológico para todas as faixas
etárias da população. Na expectativa do planejamento de
lançamentos rápidos de produtos e serviços no mercado,
com o auxílio de ferramentas de marketing, tais como:
publicidade, propaganda e promoção o ambiente de
negócios torna-se arriscado e incerto. Para diminuir os riscos
no ambiente corporativo, principalmente nos investimentos
financeiros a administração propõe ferramentas de gestão
como o plano de negócios..

E então? Curioso para aprender sobre essa ferramenta de gestão


de riscos? Vamos lá! Continue conosco!

Nos ambientes corporativos os gestores precisam planejar suas


ações antecipadamente diminuindo assim os riscos do negócio não
dar certo. A ideia do gestor olhar para o futuro, remete a possibilidade
de modificação do ambiente, materiais e pessoas que de alguma forma
impossibilitem o atingimento dos objetivos organizacionais.
Não há discussão sobre o fato de que as organizações
assim como os indivíduos têm responsabilidades sociais,
à medida que seu comportamento afeta outras pessoas
e, querendo elas ou não, há pessoas e grupos dispostos
a cobrar essas responsabilidades por meio do ativismo
político, da empresa, da legislação e da atuação nos
parlamentos. (MAXIMIANO, 2011, p. 393)

A figura 9 remete a necessidade de olhar para o futuro, a longo


prazo pelo gestor.
Gestão de Riscos 39

Figura 9 – visão de futuro

Fonte: @pixabay

Os riscos dos ambientes corporativos são ainda mais significativos


se considerarmos que grande parte das variáveis dos ambientes internos
e externos que circundam as empresas não são visíveis. Dessa forma,
os riscos são desde o planejamento inadequado do layout até a falta de
provisão de recursos financeiros, ocasionando a perda da produtividade e
em alguns casos o encerramento das atividades de negócio.
O ponto crucial de qualquer empreendimento é o
dinheiro. O empreendedor deve calcular o montante
necessário para iniciar um negócio – o investimento
inicial. O valor pode determinar se o empreendedor tem
condições de começar o negócio ou não. O outro cálculo
importante é o do retorno do investimento. A análise do
mercado deve revelar qual o potencial de receitas e o
tempo necessário para a recuperação do investimento.
Investir, especialmente muito dinheiro, em atividades
que proporcionam pouco retorno e demoram anos para
proporcionar a recuperação do capital inicial pode ser uma
decisão errada. (MAXIMIANO, 2011 p. 373)

Com o plano de negócios é possível a identificação dos recursos


necessários sob todas as ópticas da administração, desde a análise de
mercado do ponto de vista marketing até a análise financeira para a
alocação do capital social. Para Neto (2009, p. 14) “A definição de capital
social é bastante ampla, dependendo do enfoque que a análise de tal
evento adota”.
40 Gestão de Riscos

IMPORTANTE:

Capital social são os recursos financeiros investido na


empresa pelos sócios.

A figura 10 remete ao capital social, dinheiro investido pelos sócios


no negócio.
Figura 10 - Recursos financeiros

Fonte: @pixabay

O plano de negócios é um instrumento de gestão de riscos utilizado


para planejar novos empreendimentos ou quaisquer tipos de projetos,
minimizando as chances de os objetivos traçados não serem alcançados.
Essa ferramenta traduz-se num documento de linguagem escrita
apresentando o futuro de um empreendimento ou projeto.
O plano de negócios funciona como um mapa do tesouro.
Entretanto, esse mapa tem algumas peculiaridades. Para
construí-lo deve ser seguido alguns passos específicos,
mais nem sempre é possível encontrar um pote de ouro no
final do arco-íris. Aliás, essa é a verdadeira função do plano
de negócios: possibilita ao empreendedor que tenha uma
noção antecipada dos resultados que sua empresa pode
alcançar. (GONÇALVES, 2011, p. 26)
Gestão de Riscos 41

Os principais aspectos mensurados no plano de negócio referem-


se aos riscos do produto, vendas, faturamento mercado, investimentos e
necessidades de financiamento.

A figura 11 remete aos aspectos abordados no plano de negócio.


Figura 11 - Recursos financeiros

Fonte: Elaborado pela autora.

Quando bem elaborado o plano de negócios facilita diversos


aspectos para a tomada de decisões diminuindo os riscos de gestão,
como por exemplo, a visualização de possibilidades de empréstimos
ou financiamentos, junto a instituições financeiras, bem como a adesão
de novos sócios e investidores. Com o plano é possível mostrar, de
forma detalhada como a empresa deve atuar no mercado delimitando
a ideia central de produtos e/ou serviços que serão oferecidos. Auxilia
na identificação do público-alvo e das concorrências direta e indireta.
Propõe um melhor posicionamento da empresa no mercado, projetando
o seu crescimento na contabilização do volume de vendas, num melhor
direcionamento das políticas internas da organização para gerir os
colaboradores e fornecedores.
42 Gestão de Riscos

• Produto: reprodução teórica do produto, permitindo o agrupamento


de suas características ou classificações.

• Mercado: permite o dimensionamento do mercado a ser explorado,


bem como das possibilidades de oferta e demanda.

• Investimento: auxilia com cálculos prévios dos valores que devem


ser investidos no negócio.

• Necessidades de financiamento: é a representação da distância


dos valores monetários para se realizar um negócio e o que a
empresa realmente tem disponível no momento presente. A partir
desses resultados é possível o gestor buscar financiamentos
diminuindo os riscos financeiros tais como de juros abusivos.

IMPORTANTE:

outros aspectos podem ser abordados no plano de


negócios, tais como documentações jurídicas, aspectos
operacionais como layout e necessidade de mão de obra.

No plano de negócios é possível que sejam inseridas informações


técnicas e financeiras do ambiente corporativo. O plano é um mapa que
norteará os gestores, e que deverá ser atualizado constantemente, para
que possa cumprir sua finalidade de orientar todos os envolvidos na gestão
sobre os ambientes internos e externos. Ele demonstrará aos gestores e
possíveis investidores as vantagens e os riscos do empreendimento, para
que se possa definir pela continuidade ou mudanças necessárias.
Um plano de negócio é um documento que descreve por
escrito os objetivos de um negócio e quais passos devem
ser dados para que esses objetivos sejam alcançados,
diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócio
permite identificar e restringir seus erros no papel, ao invés
de cometê-los no mercado. (ROSA, 2013, p. 15)

Com um plano de negócios bem estruturado é possível ordenar


as alternativas existentes e ver quais são as soluções mais adequadas
para minimizar os riscos do mercado. Para aqueles que trabalharem
estrategicamente, este documento torna-se uma vantagem competitiva
Gestão de Riscos 43

dentre os concorrentes. Segundo pesquisas realizadas pelo SEBRAE as


principais causas de mortalidade das empresas são:

• Falta de planejamento dos gestores.

• Os gestores não negociaram prazos com os fornecedores.

• A empresa não obteve empréstimos com bancos.

• O empreendedor não realizou capacitação sobre gestão de


negócios.

• A empresa não investiu em capacitação de mão de obra.

• Não houve aperfeiçoamento de produtos.

• Não houve atualização de gestão.

• A empresa não acompanhou as despesas e receitas com rigor.

• Os produtos não tinham diferencial.

O SEBRAE ainda aponta as principais dificuldades enfrentadas pelo


primeiro ano de atividades das empresas no Brasil no período de 2011 a
2012.
Figura 12 – Sobrevivência das empresas no Brasil segundo o Sebrae 2016

Fonte: datasebrae

Não existe uma estrutura rígida e específica para desenvolver o


plano de negócios, porém é necessário o preenchimento de requisitos
básicos que façam com que o entendimento sobre o todo seja possível.
44 Gestão de Riscos

No plano de negócios também devem constar a missão, visão e valores


organizacionais, a forma jurídica da empresa e seu enquadramento
tributário (sociedade limitada, por cotas, microempreendedor individual).
Para Kotler e Keller, (2006, p. 43):” As melhores declarações de missão
são aquelas guiadas por uma visão, uma espécie de sonho impossível
que proporciona a empresa um direcionamento para os próximos 10 a 20
anos”.

É necessária também a composição do capital social (valores


despendidos pelo(s) sócio(s) para o início do projeto, e quais serão as
fontes de recursos para que esta possa se manter (por recursos próprios,
terceiros, empréstimos ou financiamentos). Quando bem elaborado
o plano facilita, por exemplo, a visualização de possibilidades de
empréstimos ou financiamentos, junto de instituições de fomento, bem
como a adesão de novos sócios e investidores. Nele é possível mostrar,
de forma detalhada, qual será a área de atuação; delimitar a ideia central
de produtos e/ou serviços que serão oferecidos; identificar o público-
alvo e a concorrência; posicionar-se no mercado; projetar o crescimento;
contabilizar o volume de vendas; e estabelecer políticas para gerir os
colaboradores e fornecedores.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos?! O mundo


encontra-se numa era de competição entre os setores
da economia. Identifica-se diariamente uma corrida para
com projetos e novas ideias de negócio, afinal o mercado
consumidor espera por inovação. Com isso os riscos de
projeto na abertura de novos negócios e do gerenciamento
das suas atividades para a gestão sustentável é um grande
desafio. Para diminuir os riscos de frustração na perda de
recursos materiais, financeiros e de esforço de pessoas os
estudos de administração propõe metodologias de gestão
tais como o plano de negócios.
Gestão de Riscos 45

REFERÊNCIAS
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