Você está na página 1de 37

Ética e Cidadania

Ética nas Relações Interpessoais e na


Educação
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
ANA LUCIA GUIMARÃES
AUTORIA
Ana Lucia Guimarães
Olá! Sou doutora em Ciências Humanas e tenho mais de 20 anos
de atuação como professora na Educação Superior. Além disso, tenho 12
anos de militância como dirigente sindical da causa dos professores, o que
me agrega conhecimentos e experiências para ser autora desta disciplina.
Portanto, atuar e defender a causa da educação laica, democrática e de
qualidade é mais do que um princípio em minha formação e trajetória
profissional, é um compromisso de ofício. Por isso, fui convidada pela
Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou
muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho.
Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Ética nas Relações Humanas.................................................................. 10
Diversidade Cultural, Étnica, Religiosa e de Gênero.............................................10

Ética e Cidadania na Sociedade Tecnológica ................................. 21


Intolerância, Racismo e Xenofobia....................................................... 25
Ensino da Ética nas Instituições............................................................. 31
Ética e Cidadania 7

03
UNIDADE
8 Ética e Cidadania

INTRODUÇÃO
Iniciamos mais uma etapa para pensar a questão da ética nas
relações humanas. Em nosso debate e aprendizagem, temos muitos
temas para abordar, desde a diversidade cultural até a xenofobia. Falamos
tanto em considerar o bem comum, em construir uma cidadania de
liberdade e respeito ao outro e, agora, chegamos ao momento de saber
se estamos entendendo sobre como estão e como devemos considerar
as relações humanas do ponto de vista moral.

Será que ser de uma religião ou cultura diferente nos faz tratar
nossos vizinhos, parentes e amigos de forma hostil ou segregadora?
Vamos estudar e conhecer mais estas realidades e apostar no conceito
de ética que nos trouxe até aqui. Vamos adiante!
Ética e Cidadania 9

OBJETIVOS
Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar você no
desenvolvimento dos seguintes objetivos de aprendizagem até o término
desta etapa de estudos:

1.Explicar os estudos sobre diversidade cultural, étnica, religiosa e de


gênero.

2.Interpretar as questões éticas e a relação com os princípios de


cidadania na sociedade tecnológica.

3.Identificar questões vinculadas ao debate sobre intolerância,


racismo e xenofobia.

4.Demonstrar a importância do ensino da ética nas instituições.

Então, preparado para aprofundar os estudos da ética nas relações


humanas? Seguimos juntos na aventura do conhecimento!
10 Ética e Cidadania

Ética nas Relações Humanas

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você deverá estar dominando


a possibilidade de explicar os estudos sobre diversidade
cultural, étnica, religiosa e de gênero, além de perceber que
é possível conviver com a diferença de forma respeitosa e
harmônica. Você conceberá a ética como um conceito-
chave para as relações humanas. Vamos lá, temos muito
a aprender!.

Diversidade Cultural, Étnica, Religiosa e


de Gênero
Nada mais oportuno do que entender cultura e diversidade cultural
após termos debatido muito as demandas do conceito de ética. Assim,
vamos iniciar tecendo a definição de cultura. Lembrando logo de início
que cada um tem a sua, e a vida segue rica e bem fecunda porque somos
diferentes, mas podemos comunicar nossas diferenças e construir novas
possibilidades de viver.

Geertz (1989), ao abordar os estudos sobre cultura, refere que a


atividade do antropólogo é interpretar, cada cultura pode ser entendida
como um texto. Cada texto é uma interpretação. Para ele, a cultura
constitui-se como formas de ações significativas, simbólicas. A cultura
parece estar oculta na mente dos homens e se expressa em suas ações.
Ele afirma que é possível enxergar a cultura de um povo porque ela está
expressa em suas relações sociais.

O autor mostra que a cultura se revela a partir de uma descrição


densa, pois são as ações produzidas, percebidas e interpretadas que a
definem. Geertz (1989) está, então, atrás da teia de significados de cada
sociedade. Ele não defende a ideia de ter que “se tornar um nativo” para
conhecer a fundo uma cultura, mas sim estar familiarizado com o grupo
que se pretende compreender.
Ética e Cidadania 11

Figura 1 - Cultura como teia de significados

Fonte: Freepik.

É importante o destaque trazido pelo antropólogo sobre a cultura


ser compreendida pela teia de significados, isso porque, se as relações
se traçam com interligações de valores e símbolos e tradições, tudo o
que dá sentido dinâmico à cultura vemos com olhos de necessidade de
compreensão do que vem a ser a diversidade cultural.
O autor mostra que o ponto de vista do nativo é sempre uma
construção cultural que se dá após a pesquisa. Cada cultura define o
que é “ser humano”. O antropólogo só tem acesso a isso a partir desses
símbolos. Para Geertz (1989), as situações universais são sempre descritas
de forma singular, seu enfoque privilegia as situações particulares.
Dessa forma, a cultura é única para cada grupo e singular em cada
indivíduo. No mundo, existem milhares de trações culturais, símbolos,
pensamentos, manifestações e identidades culturais, tal diversidade
enriquece nosso mundo social.

Para Cuche (2012), o conceito de identidade ganha destaque com


o nascimento do multiculturalismo, o qual nos mostra a face de que os
imigrantes e as diversas minorias buscam o direito da diferença, o direito
de ter uma identidade própria digna de respeito. Em contrapartida, os
grupos maioritários colocam em debate tal pretensão, temendo, entre a
expansão de múltiplas identidades que competiriam para enfraquecer e
fragmentar a identidade nacional, a própria sustentação do Estado.
12 Ética e Cidadania

DEFINIÇÃO:

Cultura: Conjunto de pensamentos, sentimentos, atitudes,


trações, símbolos, hábitos e valores que pertencem a um
grupo. Dão sentido à sua identidade cultural, sua marca
como grupo.

Diversidade cultural: É o reconhecimento de diferentes


culturas para diferentes grupos sociais.

Figura 2 - Diversidade cultural

Fonte: Pixabay.

Para Bergamaschi (2008), a diversidade cultural e a presença de


inúmeros povos indígenas, com suas tradições e línguas marcam nossa
diversidade étnica e cultural.

Alves e Barros (2009) definem que a diversidade cultural está


relacionada aos aspectos distintivos de uma cultura para outra, uma
riqueza dada pela capacidade dos humanos de criar e transformar o
legado que receberam. As identidades culturais aparecem a partir das
manifestações culturais.

O debate sobre a questão da diversidade cultural, que abre para


todo um feixe de outros debates importantíssimos, nos faz pensar que,
com a educação, podemos formar indivíduos que entendam que ser
Ética e Cidadania 13

diferente é poder trazer algo novo na troca cultural. A fundamentação do


respeito da ética está no bojo dessa compreensão.

Em meio aos pensamentos sobre a diversidade, podemos pensar


também a diversidade étnica, religiosa e de gênero.

Quanto à diversidade étnica, temos muito a comemorar desde que


superamos a explicação da existência de diferentes culturas pelo conceito
de raça, para o conceito de etnia, uma vez que se concluiu que falar em
raça é apontar diferenças puramente biológicas, físicas, sem considerar
as questões de fundo cultural para a compreensão dos diferentes povos.
Com o conceito de etnia, vemos um alargar dessa possibilidade de
entendimento do outro.

Gomes (2004) mostra que o uso de etnia se ampliou para referências


a povos diferentes, como judeus, índios, negros, entre outros, enfatizando
seus processos históricos e culturais.

No Brasil, o termo relações étnico-raciais é muito utilizado para


debater as questões de relações raciais e étnicas, que estão muito além
da cor da pele e das origens culturais. Há um misto desses olhares na
alocação e na interpretação dos lugares sociais que os indivíduos ocupam
na sociedade. Portanto, falar de raça ou de etnia em nossa cultura vai trazer
um apanhado de significações de quem fala, como fala e por que fala, o
chamado “lugar de fala”. É também com essas construções que nascem
conceitos e alocações culturais denominadas racismo, preconceito
e discriminação. Estes podem ser de raça ou etnia, mas tendem a ser
explicados pela questão racial.

Enquanto o preconceito é definido como uma percepção sobre


as coisas, muitas vezes herdada por conta da socialização recebida, a
discriminação é a própria prática do preconceito. Assim, o racismo trata-
se de uma construção ideológica de que existem raças diferentes e que
estão submetidas a uma hierarquia de classificação como inferiores e
superiores. Nesse caso, essa teoria sempre acaba por delegar aos negros
14 Ética e Cidadania

os mais baixos graus de status social na sociedade. O racismo é uma


teoria perversa, que separa e agride os indivíduos que pertencem ao
grupo discriminado.
Figura 3 - Racismo e preconceito

Fonte: Pixabay.

A diversidade étnico-racial deve ser pensada por toda a comunidade


escolar, pelos gestores educacionais, que são importantes na formação
dos indivíduos.

Compreender que negros e brancos têm sua importância e valor


cultural é colaborar para o entendimento da diversidade cultural e étnica.
É importante saber que a cultura afrobrasileira compõe nossa trajetória
de formação de nação. Não é possível falar de diversidade étnica sem
considerar que o Brasil, após a abolição da escravatura, atravessou
grandes lutas pelo reconhecimento dessa cultura que inclui as lutas
sociais, a miscigenação, a discriminação, o sincretismo.
Ética e Cidadania 15

SAIBA MAIS:

Para saber que a diversidade tem sua importância para


a cultura e como podemos compreendê-la, vamos ler
mais um pouco? Acesse o texto: Diversidade étnico-racial,
inclusão e equidade na educação brasileira: desafios,
políticas e práticas. Disponível aqui.

Vemos no Brasil, de forma muito clara, a existência de um


preconceito racial contra negros e mulatos. A igualdade de oportunidades
é divulgada e tolerada. Com isso, temos legislação contra o Racismo, que
é a Lei n° 7.176, de 5 de janeiro de 1998, que define os crimes resultantes
de preconceito de raça ou de cor.

Entretanto, ainda assim, as ligações íntimas com pessoas de cor não


são vistas com bons olhos. Os mulatos passam por menor discriminação
que os negros, mas também são discriminados e sofrem preconceito.
Constantemente presenciamos discussões que envolvem o preconceito
racial e a discriminação étnica dos indivíduos, com falas, como “você é
negro”, “você é indígena”, “por isso não conseguiram obter êxito em nada…”.
Por aí vai.

A discriminação e o preconceito ocorrem também em relação às


questões religiosas, normalmente há uma perseguição e preconceito com
as religiões de matrizes africanas. Incrível que normalmente entendemos
que a religião deve trazer coisas boas aos indivíduos, pois nelas eles
depositam sua fé espiritual e dedicam-se professando. No entanto, por
ignorância, ou mesmo maldade, muitos indivíduos constroem guerras,
matam e perseguem religiões diferentes das suas. O etnocentrismo
predomina nesses casos e faz com que a religião de uma pessoa seja
considerada a melhor ou a que tem mais pureza etc.
16 Ética e Cidadania

ACESSE:

A reportagem da Comissão de Combate à Intolerância


Religiosa aborda sobre a diversidade religiosa. Disponível
aqui.

A superação deste fenômeno de pejoração negativa das dife-


rentes religiões só acontece quando os indivíduos estão disponíveis para
conhecer a diversidade religiosa. Conhecer é importante para melhor
conviver. Isso não significa converter-se.

Quando estudamos um pouco, vemos que o catolicismo tradicional


também teve influência africana no culto de santos de origem africana,
como São Benedito, Santo Elesbão, Santa Efigênia e Santo Antônio de
Noto (Santo Antônio do Categeró ou Santo Antônio Etíope); no culto
de santos, também há aqueles que podem ser associados aos orixás
africanos, como São Cosme e Damião. O próprio São Jorge (Ogum no Rio
de Janeiro), Santa Bárbara (Iansã), além daqueles oriundos da criação de
santos populares, como a Escrava Anastácia.
Figura 4 - Diversidade religiosa
Ética e Cidadania 17

Fonte: Freepik.

É comum ver que igrejas pentecostais do Brasil, que são contra as


religiões de origem africana, na realidade têm várias influências destas,
como se nota em práticas, como o batismo do Espírito Santo e crenças
como a de incorporação de entidades espirituais (vistas como maléficas).
O Catolicismo nega a existência de orixás e guias, já as igrejas pentecostais
os denominam como demônios.

A ideia de sincretismo religioso, a transculturação das religiões,


como ocorre na umbanda, por exemplo, tem origem nos fatores histórico-
culturais da história do Brasil. Por isso, é preciso compreender que a
diversidade religiosa existe e precisa ser respeitada.

No cenário relativo à compreensão das relações de gênero e


sua diversidade, também não encontramos eco no respeito, pois, na
atualidade, vemos que a conceituação que acrescenta nessa polêmica
é a de que orientação sexual e identidade de gênero são diferentes e
precisam ser compreendidas.
18 Ética e Cidadania

DEFINIÇÃO:
Orientação sexual refere-se à atração e à afetividade que
um indivíduo sente por outro.

Diversidade de gênero refere-se ao gênero com o qual o indivíduo


se identifica que pode ter, ou não, relação com o seu sexo biológico.
Quadro 1 - Orientações sexuais e suas definições

ORIENTAÇÕES
DEFINIÇÕES
SEXUAIS

HETEROSSEXUAL Indivíduo que sente atração pelo sexo oposto.

HOMOSSEXUAL Indivíduo que sente atração pelo mesmo sexo.

BISSEXUAL Indivíduo que sente atração pelos dois sexos.

ASSEXUAL Indivíduo que não sente desejo sexual.

PANSEXUAL Indivíduo que aprecia todos os gêneros sexuais.

Fonte: Elaborada pela autora com base em Stoodi (2020).

Gonçalves (1999) fala, em seus estudos, a respeito de como a sociedade


Paresí, do grupo indígena denominado Aruak, localizado no Estado de Mato
Grosso, constrói simbólica e culturalmente o dimorfismo sexual, tendo como
foco de análise sua mitologia e seu complexo ritual. Ele demonstra como a
categoria diferença é algo construído, tal qual nos indica a ideia de gênero
sobre os indivíduos na vida social. Em outros termos, analisa-se a diferença
e a construção de gênero como fenômeno englobado por um pensamento
geral sobre o que significa a diferença no mundo.

Assim, segundo o autor, a diferença de gênero informa, ao mesmo


tempo que produz e é produzida por essa ideia da diferença, que não é
universal, mas sim construída culturalmente. Dessa forma, são as posições
culturais construídas por homens e mulheres, a partir do olhar que eles
têm do compromisso com suas escolhas pautadas na orientação sexual
Ética e Cidadania 19

e na diversidade de gênero, que dão sentido às suas histórias e aos seus


lugares nessa discussão. É importante entender como os indivíduos têm
se referenciado a partir desse olhar.

Quadro 2 - Diversidade de gênero e suas definições

DIVERSIDADE
DEFINIÇÕES
DE GÊNERO
Indivíduo que se identifica com seu sexo biológico.
CISGÊNERO Masculino é homem.
Feminino é mulher.

Indivíduo que tem uma identidade diferente do


seu sexo biológico.
Transexuais ― um homem que se enxerga como
mulher ou uma mulher que se enxerga como
TRANSGÊNERO homem.
Transgênero — deve assumir definitivamente
o corpo com o qual se identifica e, em muitos
casos, pode desejar atravessar procedimentos de
redesignação sexual ou terapias hormonais.

Indivíduo que oscila entre masculino e feminino.


Por exemplo, uma mulher que se identifica com o
NÃO BINÁRIO gênero masculino, mas não realiza procedimentos
de readequação física (apenas assume um
comportamento condizente com seu gênero).
Fonte: Elaborada pela autora com base em Stoodi (2020).

SAIBA MAIS:

Esses conhecimentos são importantes, pois levam as


discussões de práticas de preconceito e discriminação,
fundamentados em ideologias homofóbicas e de
violências de gênero. Vamos ler um pouco mais? Acesse o
Texto: Educação, relações de gênero e diversidade sexual.
Disponível aqui.

Em seguida, assista aos vídeos: “IFSCTV | Diversidade


de gêneros”, disponível aqui e “Gênero e Diversidade”,
disponível aqui.
20 Ética e Cidadania

RESUMINDO:

Neste capítulo, trabalhamos com o conhecimento e o


debate das diversidades cultural, étnica, religiosa e de
gênero. Marcamos bem a questão da diferença entre
discriminação, preconceito e racismo. Vimos que existem
várias religiões, e que a pesquisa delas, o conhecimento
e a forma de olhar fazem com que possamos conviver
com elas, ainda que diferentes, de forma respeitosa. Da
mesma forma, apresentamos as conceituações inerentes
à discussão sobre diversidade de gênero. Com esses
saberes, esperamos que você possa ter aprendido que ser
diverso é rico, e que o respeito em seu contexto próprio é
fundamental.
Ética e Cidadania 21

Ética e Cidadania na Sociedade


Tecnológica
OBJETIVO:
Iniciaremos agora toda uma reflexão e conceituação sobre
a relação ética e a sociedade tecnológica que estamos
vivendo. Morin (2000) nos apresenta às demandas da
educação e da sociedade do conhecimento em tempos
atuais, mostrando que esta impõe aos indivíduos uma
escola que lhes faça sentido, que lhes seja capaz de resgatar
a formação do ser completo. Em sua visão, a escola de hoje
deve oferecer aos indivíduos além do ensino básico com
cálculos, língua escrita e falada, precisa trazer também as
interfaces com as ferramentas e inovações tecnológicas
trazidas pela era da comunicação e da informação. .

É importante marcar que o conhecimento e a informação estão no


centro do mundo atual. O perfil de indivíduo que se exige, mediante estas
demandas, é de quem consegue ser flexível, polivalente, empreendedor
e altamente adaptável. Alguém que é criativo, inovador e está sempre
sendo desafiado por questões profissionais e pessoais. Um mundo em que
se fala o tempo todo a respeito de busca de soluções viáveis. Os próprios
modelos educacionais voltam-se para essa perspectiva. Isso significa que o
aluno a ser formado tem que ser preparado para enfrentar este aparato de
necessidades impostas pela sociedade do conhecimento e da informação.
Figura 5 - Sociedade do conhecimento

Fonte: Freepik.
22 Ética e Cidadania

Nessa sociedade digital, educar um indivíduo para desenvolver


sua cidadania plena também envolve construir valores de respeito,
responsabilidade e participação colaborativa com a comunidade.

SAIBA MAIS:
Assistimos a uma era em que a tecnologia está no bojo de
todas as coisas que realizamos no mundo social, conforme
o vídeo: Educação na Sociedade do Conhecimento.
Disponível aqui.

Levy (1999) traz à cena os conceitos de cibercultura e ciberespaço


para mostrar a amplitude de nossas trocas de conhecimento e
aprendizagem na era digital. Nesse sentido, o autor ainda produz,
associado ao pensamento de Kerckhove (1995), o conceito de inteligência
coletiva, constituindo-se em inteligências conectadas, isto é, o uso
colaborativo das várias inteligências mediante processos de comunicação
e tecnologias em rede. Este novo desenho pedagógico de formação dos
indivíduos propõe uma revisão da forma tradicional de ensinar e aprender,
a construção de saberes e as trocas comunicacionais ganham uma
dimensão mais personalizada.

DEFINIÇÃO:
Cibercultura: Cultura que emerge com o advento das trocas
comunicacionais advindas do computador. Conhecimentos,
valores, informações e saberes que se constroem a partir do
mundo virtual. Ciberespaço é virtual, as redes de conexão.

O que precisamos entender é como funcionam, nesse caso, os


princípios da ética e da cidadania em um contexto de valorização da
comunicação virtual.
Com o exposto acima, focamos em mostrar que a ética passa a ser
uma questão central no contexto das trocas e construções virtuais tanto
no âmbito da vida pública como na vida privada. Nesse sentido, ser ético é
pensar no que fazemos, na medida de nossas ações, considerando quem
somos e com quem nos relacionamos, além da ênfase na reflexão sobre
o outro e o planeta em que habitamos.
Ética e Cidadania 23

Figura 6 - Ética e tecnologia

Fonte: Freepik.

Para Dewey (1979), é a partir da reflexão que emerge a dúvida, a


perplexidade, o ato de pensar. Ela também envolve o ato de pesquisar,
para resolver a dúvida e esclarecer a tal perplexidade. Dessa forma, o autor
nos aponta o caminho para nossas questões éticas contemporâneas.

Além dele, também Castoriadis (1979) diz que a reflexão deve


sinalizar o conhecimento para investigar, explicitar e questionar os
conteúdos sociais e culturais.

SAIBA MAIS:
Saber que das possibilidades de debate para a
compreensão do conceito de ética e cidadania e como
podemos alcançá-lo é um privilégio. Vamos ler mais um
pouco? Assista ao vídeo: Renato Janine Ribeiro debate
ética, política e os desafios da Educação. Disponível aqui.
24 Ética e Cidadania

Olivé (2000), em seus estudos, colabora com nossa reflexão


sobre deveres morais do cientista e do tecnólogo em nossos tempos.
Para ele, cientistas devem ter a consciência da responsabilidade e das
consequências do trabalho que realizam. Essa responsabilidade inclui
informar a sociedade com precisão sobre seus experimentos e resultados.
Também, os tecnólogos devem avaliar com cautela e seriedade as
tecnologias produzidas e suas amplitudes. Avaliar não só a eficiência,
mas, sobretudo, os impactos nos meios social e natural.
O autor ainda ressalta que os cidadãos, a grosso modo, também
têm responsabilidade na avaliação das tecnologias e em sua aceitação e
propagação. Assim, eles devem buscar informações adequadas sobre a
natureza da ciência e da tecnologia que estão propagando, bem como de
seu uso e consequências.

SAIBA MAIS:
Esses conhecimentos são importantes, pois levam as
discussões sobre a ética e a tecnologia na atualidade. Vamos
ler um pouco mais? Acesse a reportagem: O dilema ético
dos bebês geneticamente modificados. Disponível aqui.

Em seguida, assista ao vídeo: A Engenharia Genética Mudará


Tudo Para Sempre. Disponível aqui.

Com tantas discussões no terreno da ética, é preciso focar que


ser cidadão é estar situado na ordem social de forma participativa, mas
considerando que, apesar da evolução tecnológica, é preciso pontuar nossas
ações locais e globais, presenciais e virtuais, de forma eticamente responsável.

RESUMINDO:
Neste tópico, vimos como é importante associar ética e
cidadania na atualidade, com a tecnologia para as trocas de
conhecimento e aprendizagem de acordo com a cibercultura
no ciberespaço. Vimos que é necessário ter responsabilidade
na divulgação dos conteúdos nos ambientes virtuais. Assim,
destacamos o quanto é importante fazer avaliação das
tecnologias para buscar informações adequadas, pois, neste
universo, existem assuntos de vários tipos. Você percebeu o
quanto a ética na internet é importante?
Ética e Cidadania 25

Intolerância, Racismo e Xenofobia

OBJETIVO:
É muito comum, diante do que vimos até aqui,
presenciarmos na sociedade globalizada e tecnológica
sentimentos de exclusão social, violência e intolerância.

No ano de 2001, realizou-se a Conferência Mundial contra o


Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Conexa, na cidade
de Durban, África do Sul. Essa conferência foi um culminar das demandas
mundiais para o enfrentamento de um cenário sociopolítico extremamente
grave em nível mundial: o combate ao racismo e à intolerância.

Trata-se de compreender que indivíduos, povos e nações estavam


cada vez mais praticando e incentivando realidades de exclusão e
segregação social, que, em muitos casos, levam ao extermínio.

Mesmo diante de outros instrumentos legais e históricos para esse


fim, foi necessário organizar a Conferência de 2001.

Listamos aqui alguns dos instrumentos que foram implementados


sob a égide das Organizações das Nações Unidas, com intuito de
promover a igualdade e combater a intolerância:
•• Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio (1948).
•• Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos (1966).
•• Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais (1966).
•• Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra as Mulheres (1979).

•• Convenção sobre os Direitos da Criança (1989).

Apesar do aparato legal acima referido, os dados mundiais


seguiram apontando que seres humanos ainda são vítimas de ideologias
e tratamento racista e segregacionista, principalmente com o surgimento
de novas tecnologias e o advento da globalização, que trouxeram próprios
26 Ética e Cidadania

de seus campos. Por isso, a urgência de novas medidas e esforços focados


em nível nacional e internacional.
Figura 7 - Intolerância racial

Fonte: Freepik.

Para avançarmos, consideramos que é preciso definir o que vem a


ser racismo, xenofobia e intolerância, objetos de nossa discussão.

DEFINIÇÃO:

Racismo: Significa preconceito e discriminação de indivíduos


e grupos fundamentados em percepções sociais baseadas
em diferenças biológicas entre os povos.

Xenofobia: Sentimento de desconfiança, antipatia, receio de pessoas


que não são familiares ao meio de quem julga, ou ainda daqueles que não
são do país de quem julga.

Intolerância: Capacidade mental de não desejar reconhecer e


respeitar diferentes valores, sentimentos, opiniões de grupos e pessoas
que não pertencem a quem avalia.
Ética e Cidadania 27

Para seu melhor entendimento, vamos pensar a seguinte situação:


em uma sala de aula de uma escola particular, com alunos brasileiros,
encontramos um aluno muçulmano, que se veste tal qual sua cultura,
um aluno com autismo e apenas duas crianças negras. Todos os dias,
as crianças negras são isoladas das brancas, mas a convivência se dá de
forma regular. Ao observar essa situação, uma professora de Sociologia
começou a incentivar a integração desses alunos, crianças de 12 a 14 anos.
Então, em conversa com uma do grupo de crianças brancas, ela falou que
não gostaria de sentar-se com seus colegas negros para fazer trabalho de
grupo porque seus pais disseram que os negros são menos competentes
que os brancos. A professora teve que fazer toda uma explicação sobre
a história dos negros no Brasil e as teorias racistas para seus alunos, pois
estava diante de um caso de racismo.

Mas não parou por aí, a professora ainda observou o tratamento


de exclusão que aquela turma dava ao aluno muçulmano. Não satisfeita
com aquela situação, chamou um grupo de alunos que praticavam a
segregação do aluno muçulmano para uma conversa. Então, descobriu
falas sobre a ideia de que os estrangeiros que vem do Oriente Médio
podem ser homens-bomba e, ainda, que “vem tirar onda aqui no nosso
país”, fala de uma criança durante a conversa com a professora. Nesse
caso, a referida professora estava diante de xenofobia, intolerância. Assim,
ela tratou de construir as suas próximas aulas baseadas em vídeos e textos
que pudessem ensinar sobre a cultura oriental, a respeito de convivência
e respeito.

Por fim, não precisamos dizer que o aluno autista era ali um invisível,
nenhum aluno preocupava-se com sua presença, fato este que levou a
mesma professora a organizar atividades em que ele pudesse ser incluído
nas relações sociais daqueles alunos. Além disso, a professora escreveu
um projeto e propôs à escola a realização de oficinas e reuniões que
incluíssem as temáticas apresentadas, com os pais.
28 Ética e Cidadania

Figura 8 - Ética na sala de aula

Fonte: Pixabay.

Diante de tal conceituação, podemos avaliar o peso negativo dessas


atitudes e práticas em nossa sociedade. Daí a necessidade de sabermos
que importantes decisões saíram da Conferência de Durban, que, em
linhas gerais, foram:

•• Problemas enfrentados pelas vítimas de tais flagelos (com


destaque para as mulheres, pessoas de origem africana e asiática,
povos indígenas, migrantes, refugiados e minorias nacionais) e
medidas específicas para aliviar o seu sofrimento.

•• Problema da discriminação múltipla.

•• Importância da educação e sensibilização pública no combate ao


racismo.

•• Problemas particulares colocados pela globalização.

•• Aspectos positivos e negativos das novas tecnologias.

•• Importância da coleta de dados, da pesquisa e do desenvolvimento


de indicadores no domínio da discriminação.
Ética e Cidadania 29

•• Previsão de medidas destinadas para garantir a igualdade nas


áreas do emprego, da saúde e do ambiente.

•• Importância de garantir o acesso das vítimas às vias de recurso


eficazes e de assegurar a sua reparação pelos danos sofridos.

•• Papel dos partidos políticos e da sociedade civil, nomeadamente ONG


e juventude, na luta contra o racismo (MINISTÉRIO PÚBLICO, 2007).

Ainda temos muito a saber sobre os conceitos de racismo e


xenofobia que são processados de forma estrutural, fundamentando
guerras santas e étnicas, como ocorre no Oriente Médio na atualidade. Tal
situação de desumanidade tem tirado a vida de muitas famílias, mulheres,
homens, jovens e crianças.

SAIBA MAIS:
Esses conhecimentos são importantes, pois levam às
discussões sobre a ética na sala de aula. Vamos ler um
pouco mais? Acesse o texto: Combates à xenofobia, ao
racismo e à intolerância. Disponível aqui. Em seguida, leia a
reportagem: A história por trás da foto do menino sírio que
chocou o mundo. Disponível aqui.

Figura 9 - O menininho sírio

Fonte: BBC (2015).


30 Ética e Cidadania

Santos (2016), ao descrever motivos pelos quais se pratica a


xenofobia, mostra que o migrante é visto como “de fora” em um território
que é dominado por alguém que acredita “ser seu”, o que leva a imputar
ao migrante a aceitação de suas práticas e sua submissão a seu modo
de vida. Caso isso não venha a ocorrer, ou seja, quando o migrante se
percebe e busca estabelecer-se como um ser de direitos, o qual estando
presente naquela comunidade sente o desejo de participar das decisões
da vida política, social etc., o dominante começa a se sentir incomodado e
busca nas práticas racistas e xenofóbicas uma forma de coação e reação
a esse migrante.

Fanon (2008), sobre o entendimento do racismo, colabora com a


ideia de que uma sociedade tende a ser racista como um todo, pois, em
seu olhar, não existem “meios racismos”. Pode ter, também, uma parte
da sociedade mais racista que a outra. De fato, ainda existem muitas
pessoas que pensam que o migrante que chega em outra terra —isso
vale para o Brasil também —, consiste em uma ameaça para o trabalhador
no mundo do trabalho local, o que pode reforçar a xenofobia reproduzida
pela população.

De qualquer forma, é preciso que, por meio da educação e da


formação de valores morais e éticos, os indivíduos possam receber o
antídoto para este mal do século XXI: a segregação de pessoas, que se
redefine como uma realidade de afastamento, isolamento.

RESUMINDO:

Neste tópico, vimos como é importante ter cuidado para


não praticar a intolerância, a racismo e a xenofobia. Vimos
um exemplo de situação real que acontece na sala de
aula. Assim, destacamos que esses conceitos ocorrem de
forma estrutural. Você percebeu o quanto é importante
se apropriar dos valores morais e éticos para uma boa
convivência?
Ética e Cidadania 31

Ensino da Ética nas Instituições

OBJETIVO:

Para que alcancemos a proposta que já abordamos, uma


formação educacional em nível local e global, que alcance
a tolerância das diferenças culturais, das perspectivas
de fluxo migratório, da liberdade de se exercer como
ser humano portador de direitos em qualquer região do
planeta, é importante consolidar matrizes curriculares que
incluam conceitos e ensinamentos sobre ética, sobretudo
abordagens práticas de vida que possibilitem a reflexão
com base na moral e na ética.

Como mostramos na Unidade 1, Chauí (2004) destaca a importância


de ensinar ética por conta da convivência em espaços grupais. Para
Carvalho (1999), nas organizações, ensinar e aprender sobre ética
fundamenta a regulação e garante qualidade nas relações humanas,
servindo também como indicativo do desenvolvimento organizacional.

Olhando mais de perto a inserção da ética nos currículos da


educação superior, vemos que nos anos 1970, no Brasil, ela passa a fazer
parte do currículo de Administração e Negócios, um momento em que
se inicia uma ampla iniciativa social e educacional para discussão de
responsabilidade social, trocas internacionais e desafios éticos regionais
do ponto de vista de estratégias econômicas.

SAIBA MAIS:

Esses conhecimentos são importantes, pois levam às


discussões sobre o ensino da ética nas instituições. Vamos
ler um pouco mais? Acesse o Texto: Ética, Instituições e
Desenvolvimento. Disponível aqui. Acesso em: 29 jul. 2020.
32 Ética e Cidadania

Capra (2002) destaca que as instituições universitárias precisam


reformular currículos que contemplem a formação ética pois, segundo
ele, elas têm o papel de formar os novos profissionais. Já Sequeiros (2000)
prima pelo ensino da ética da solidariedade na educação como um todo,
pois acredita que a criança desde cedo deve conhecer a consciência
ética. No entanto, Vallaeys (2003) infere que os valores dominantes das
universidades atuais são o individualismo, a posse, a competência e a
dominação.

A partir da década de 1990 e com a massificação da educação


superior, uma grande amplitude de oportunidades de cursos e disciplinas
com ênfase mercadológica, muitas instituições viram a possibilidade de
agregar à sua missão, por meio da propaganda, os valores de formação
ética e responsabilidade social, conforme nos mostra Calderon (2005).
Figura 10 - Ética e instituições

Fonte: Freepik.

Em uma sociedade capitalista selvagem, em que muitos


comportamentos não prezam pelas relações éticas, é muito comum
ouvirmos várias reclamações de falta de ética na política e na sociedade
como um todo. Nesse caso, a inclusão da ética nos currículos, sobretudo
Ética e Cidadania 33

universitários, torna-se uma urgência acadêmica, para que continue a se


constituir como um elemento fundamental nas relações humanas.

Cuvillier (1947) marcou os seguintes pontos a serem observados na


formação ética dos profissionais:

a. Por meio da profissão, o indivíduo se realiza plenamente, provando


sua capacidade, habilidade, sabedoria, inteligência e formando
sua personalidade para vencer obstáculos.

b. O nível moral dos homens é elevado pelo seu exercício profissional.

c. Na profissão, os homens mostram sua utilidade à comunidade.

SAIBA MAIS:

Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o vídeo:


Mario Sergio Cortella - Educação, Convivência e Ética.
Disponível aqui.

RESUMINDO:

Neste tópico, aprendemos muito sobre diversidade


cultural, racismo, intolerância e xenofobia. Vimos que
esses conceitos precisam ser absorvidos e entendidos
para que as relações entre os seres humanos sejam
mais respeitosas, solidárias e colaborativas. A sociedade
tecnológica e global traz desafios de enfrentamento moral
e ético, mas, por meio da educação, podemos fortalecer
nossa capacidade de cuidar e zelar pela boa convivência
social, dessa forma, sustentaremos um mundo viável para
as gerações presentes e futuras. É preciso ter um ensino
de ética do que precisa ser recusado, mas também do que
precisa ser reforçado para a preservação social.
34 Ética e Cidadania

REFERÊNCIAS
ALVES, A. M. M.; BARROS, J. M. P. de M. Identidade e diversidade
Cultural: Paradoxos e articulações para uma Política pública. In: REUNIÓN
DE ANTROPOLOGIA DEL MERCOSUR, 8. [S. l.]. Anais, 2009.

BARROS, J. M. P. de M. (org.). Diversidade Cultural: da proteção à


promoção. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008.

BERGAMASCHI, M. A. (org.). Povos Indígenas & Educação. Porto


Alegre: Mediação, 2008.

BBC. A história por trás da foto do menino sírio que chocou


o mundo. 2015. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/
noticias/2015/09/150903_aylan_historia_canada_fd. Acesso em: 16 ago.
2021.

CAPRA, F. As conexões ocultas: ciência para uma vida sustentável.


São Paulo: Cultrix, 2002.

CARLDERÓN, A. I. Responsabilidade social: desafios à gestão


universitária. In: Estudos: Revista da associação brasileira de mantenedores
do ensino superior: responsabilidade social das instituições de ensino
superior. N. 34, Ano 23, Brasília: Associação dos mantenedores de ensino
superior, 2005.

CARVALHO, M. do C. Gestão de projetos sociais. São Paulo: AAPCS,


1999.

CASTORIADIS, C. Feito e a ser feito: as encruzilhadas do labirinto V.


Tradução de Lílian do Valle. Rio de Janeiro: DPeA, 1999.

CHAUÍ. M. Ética e universidade. 2004. Universidade e sociedade.


Sindicato nacional dos docentes das instituições de ensino superior. 8. ed.
Brasília: Rumo, CD-ROOM: V. 1, edições 1 a 24, 2004.

CUCHE, D. A noção de cultura nas ciências sociais. Bauru: Edusc,


2012.
Ética e Cidadania 35

CUVILLIER. A. Manuel de Philosofhie. 9. Ed. Paris: Armand Colin,


1947.

DEWEY, J. Como pensamos: como se relaciona o pensamento


reflexivo com o processo educativo: uma reexposição. 4. ed. Tradução e
notas de Haydée Camargo Campos. São Paulo: Nacional, 1979.

FANON, F. Pele negra máscaras brancas. Salvador: Editora da


UFBA. 2008. Tradução de Renato da Silveira e Prefácio de Lewis R. Gordon.

GEERTZ, C. A Interpretação das Culturas. Ed. Guanabara Kogan


S.A., 1989.

GOMES, N. L. Diversidade étnico-racial e a Educação brasileira.


In: GONÇALVES, Marco Antônio. Produção e Significado da Diferença:
Gênero, Dimorfismo Sexual e Sexualidade entre os Paresi. Rio de Janeiro,
1999.

KERCKHOVE, D. A pele da cultura: uma investigação sobre a nova


realidade eletrônica. Lisboa: Relógio D’Água Editores, 1997.

LÉVY, P. Cibercultura. Rio de Janeiro: Editora 34, 1999.

MINISTÉRIO PÚBLICO. Racismo, discriminação racial, xenofobia


e intolerância conexa. Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância
Conexa. Conferência Europeia contra o Racismo. 2007: http://gddc.
ministeriopublico.pt/sites/default/files/documentos/pdf/racismo.pdf.
Acesso em: 29 jul. 2020.

MORIN, E. Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro.


São Paulo: Cortez, 2000.

OLIVÉ, L. El Bien, El Mal y La Razón: Facetas de La Ciencia y de La


Tecnologia. México: Paidós, 2000.

SANTOS, B. de S. Para além do pensamento abissal: das linhas


globais a uma ecologia de saberes. Revista Crítica de Ciências Sociais,
Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, 78. out. 2007:
3-46. Disponível em: http://rccs.revues.org/753. Acesso em 28 jul. 2020.

SEQUEIROS, L. Educar para a solidariedade: projeto didático para


uma nova cultura de relações entre os povos. Porto Alegre: Artmed, 2000.
36 Ética e Cidadania

SIEMENS, G. Connectivism: a learning theory for the digital age.


Elearnspace, Dec.12, 2004. Disponível em: http://goo.gl/DeQwRN. Acesso
em 29 jul.2020.

STOODI. Diversidade de gênero: o que é e como fazer uma redação.


2020. Disponível em: https://www.stoodi.com.br/blog/2019/04/10/
diversidade-de-genero-o-que-e/. Acesso em: 16 ago. 2021.

VALLAEYS, F. Orientaciones para la enseñanza de la etica, el


capital social y el desarrollo en las universidades latinoamericanas.
2003. Pontifícia Universidade Católica Del Peru. Disponível em: https://
www.researchgate.net/publication/337165012_Orientaciones_para_
la_ensenanza_de_la_etica_el_capital_social_y_el_desarrollo_en_las_
universidades_latinoamericanas. Acesso em: 28 jul. 2020.

Você também pode gostar