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A ARTE DE SE COMUNICAR
POR MONIKA VON KOSS
4 DE JUNHO DE 2014

LEIA A SEGUIR

Por Monika von Koss*

Comunicar é algo fundamental na vida. O biólogo cultural


Humberto Maturana afirma que a comunicação não é apenas
“uma transmissão de informações, mas uma coordenação de
comportamentos entre os organismos vivos, por meio de um
acoplamento estrutural mútuo.”

Vamos entender melhor o que está envolvido nesta


„coordenação de comportamentos‟ e no „acoplamento estrutural
mútuo‟. Comunicar-se com alguém não consiste apenas na troca
de palavras. Toda comunicação envolve muitos níveis de troca.

Temos, sim, as palavras que são ditas, mas também temos as


palavras que não são ditas, apenas pensadas ou sentidas,
consciente e inconscientemente.
“Toda comunicação envolve muitos
níveis de troca”
Temos a emoção que motivou e se expressa na conversa e
temos todas as emoções que estão associadas ao tema em
questão e às diversas palavras que usamos na comunicação,
para ambas as pessoas. Temos a energia empregada na
comunicação, que é fornecida pelo conjunto destas emoções.
Temos os gestos que expressam ou suprimem as emoções e os
pensamentos que ambas as pessoas escolhem expressar ou
ocultar no momento da comunicação.

Este conjunto de „comportamentos‟ estão de algum modo


coordenados e fazem com que ambas as pessoas envolvidas na
comunicação fiquem „estruturalmente acopladas „ entre si. A
coordenação destes comportamentos e a complexidade de seu
acoplamento vão definir a eficácia desta comunicação e o seu
resultado.

Para compreender isto melhor, pense em todas as vezes que


você saiu de uma conversa com alguém, tendo a sensação de
que você não disse o que queria e/ou não ouviu o que queria? E
depois de se afastar e seguir seu caminho, a conversa continou
acontecendo na sua cabeça, às vezes por dias seguidos, às
vezes uma vida inteira?

Estas „conversas‟ incompletas não apenas ocupam nosso espaço


mental e emocional, pipocando sempre que abordamos algo
que resvala no assunto em questão, elas também mantêm
captiva parte de nossa energia, reduzindo nossa disponibilidade
energética para outras questões.

Para nos comunicarmos com alguém, precisamos nos acoplar,


ou seja, estabelecer uma conexão energética. Como fazemos
isto? Quando encontramos uma pessoa e dizemos ‟Bom Dia‟,
emitimos uma onda energética que carrega o som das palavras
até a outra pessoa. Quando a pessoa retribui o cumprimento,
ela envia esta onda de volta para nós e o ciclo se completa. A
comunicação aconteceu e se completou. O acoplamento se fez e
desfez e cada qual segue seu caminho.

Mas, se esta pessoa simplesmente nos ignora e não retorna


nosso cumprimento, a onda que enviamos fica „flutuando‟ por aí
e a conversa continua na nossa cabeça, porque continuamos
energeticamente acoplados. E não há explicação lógica que
possa completar esta comunicação, a não ser que recuperemos
nossa energia, isto é, desfaçamos o acoplamento.

Comunicar-se é vital, porque quando trocamos informações, nos


enriquecemos mutuamente. Mas, quando carregamos conosco
uma infinidade de comunicações não concluídas, continuamos
acoplados e nossa energia é consumida, sem produzir um
resultado satisfatório ou acrescentar algo à nossa vida. Com
muitos „assuntos pendentes‟, ficamos com pouca energia vital
para criar coisas novas.

“Comunicar-se é vital, porque


quando trocamos informações, nos
enriquecemos mutuamente.”
É como ter um monte de pequenas prestações a serem pagas no
final do mês, de modo que todo nosso salário é consumido,
impossibilitando-nos qualquer aquisição nova. Primeiro
precisamos pagar todas estas prestações, para ter novamente
recursos financeiros disponíveis para realizar algo novo, no
momento presente. Concluir todas as comunicações é como
pagar todas as nossas dívidas e passarmos a dispor novamente
do nosso salário.

Concluir uma comunicação requer simplesmente que


reconheçamos o que foi dito. Tudo que precisamos fazer é
acolher a opinião do outro, agradecer por ele ter partilhado
conosco, reconhecer o que foi dito, ou seja, retornar a onda que
nos foi enviada.

Sabemos que concluímos uma comunicação, quando ela não


fica mais girando na nossa cabeça, mobilizando nossa emoção e
consumindo nossa energia. A comunicação aconteceu, cada
pessoa recuperou sua energia, acrescida da informaçao que
circulou pela comunicação. Como vamos usar a informação
assimilada depende exclusivamente de nossa própria escolha.
“Como vamos usar a informação
assimilada depende exclusivamente
de nossa própria escolha.”
Concluir uma comunicação não significa chegar a um consenso,
não significa concordar ou aprovar o que a outra pessoa disse.
Podemos concluir uma comunicação e seguir adiante,
divergindo absolutamente da outra pessoa.

Apenas precisamos confirmar que ouvimos o que o foi dito,


para colocarmos um ponto final na comunicação em pauta e
estarmos livres para seguir adiante.

Mas é importante escolher bem este ponto final, caso contrário,


estaremos apenas continuando a comunicação, ou seja,
mantendo o acoplamento estrutural, energético. Se uma pessoa
me conta algo e eu faço um comentário qualquer, não estou
concluíndo a conversa, apenas fornecendo um elo para
continuar com ela. Para concluir uma conversa, podemos, por
exemplo, dizer simplesmente „obrigado‟, ou „entendi‟, ou talvez
„ouvi o que você disse‟.

Descubra suas próprias expressões para concluir uma


comunicação!

*Monika é psicoterapeuta de abordagem energética


transpessoal, com longa experiência em atendimento clínico,
complementou sua graduação em Psicologia com especialização
em Psicanálise e diversos estudos adicionais em técnicas
corporais e energéticas, Xamanismo e Budismo Tibetano. Suas
pesquisas do Feminino e da Deusa resultaram em cursos,
workshops e rituais realizados no Espaço Caldeirão, além de
textos e livros publicados. Atualmente encontra-se em Formação
para Praticante de Fractologia – a Ciência da Cura, ancorando no
Brasil o trabalho desenvolvido pela Dra. Catherine Wilkins da
Austrália.

www.monikavonkoss.com.br

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