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Universidade Estadual de Campinas

Instituto de Geociências
Departamento de Geografia

Cartografia Sistemática

Prof. Dr. Lindon Fonseca Matias

© by Lindon Fonseca Matias (Fev/14)‫‏‬


Introdução à Cartografia

© by Lindon Fonseca Matias (Fev/14)‫‏‬


Breve Histórico
• A construção de mapas para representar, analisar e comunicar ideias
sobre o espaço geográfico é uma prática tão antiga como a própria
civilização humana, sendo, até mesmo, anterior ao surgimento da
escrita.

• O uso de mapas para transmitir conhecimentos sobre o mundo não é


uma prerrogativa da sociedade hodierna, ao contrário, pode ser
considerada como um dos meios mais tradicionais de comunicação
entre pessoas.

• Mapas antigos são bem conhecidos na história da Cartografia,


demonstrando que a produção desse tipo de representação gráfica faz
parte das atividades dos povos desde os tempos mais remotos.

• O mapa de Çatal Höyük, considerado o “mapa” mais antigo já


encontrado, data de aproximadamente 6.200 a.C., foi descoberto numa
escavação arqueológica realizada em 1963, na região centro-ocidental
da Turquia.

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Breve Histórico

Mapa de Çatal Höyük (aprox. 6.200 a.C.) e sua “representação”

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Breve Histórico
• Desde os primórdios da civilização humana, faz-se perceptível a
busca, sempre crescente, de uma forma de representação do espaço
geográfico que seja o mais próximo possível da realidade.

• Essa habilidade teve origem na necessidade que os povos tinham em


conhecer os lugares onde eles habitavam, uma vez que o
conhecimento do território significava, na maioria das vezes, a
preservação da própria vida.

• Nas pequenas aldeias o espaço conhecido se limitava ao entorno onde


eram desenvolvidas as atividades voltadas para a subsistência (coleta,
pesca, caça etc.).

• A partir do momento em que os chefes tribais perceberam a


necessidade de conhecer os espaços dominados ou em potencial para
dominação, ou que os mercadores necessitaram conhecer as rotas e
distâncias para comercialização dos seus produtos, o papel do mapa
tornou-se essencial.

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Breve Histórico
• Exemplos das representações que esses povos faziam do lugar onde
viviam foram encontrados na região da Mesopotâmia gravados em
tabletes de argila.

Mapa de Ga-Sur (aprox. 2.300 a.C.)‫‏‬

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Breve Histórico
• Outros exemplos conhecidos são encontrados em inúmeras figuras
rupestres em forma de “mapa” encontrados no Vale do Pó, ao norte da
Itália.

Mapa Rupestre de Bedolina (aprox. 2.000 a.C.)‫‏‬

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Breve Histórico
• Os nativos das Ilhas Marshall fizeram interessantes “cartas” na pré-
história, as quais foram construídas utilizando-se conchas ligadas por
um entrelaçado de fibras de palmas.

Mapa Primitivo das Ilhas Marshall

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Breve Histórico
• Os materiais (fibras, madeira, argila, rocha, papel etc.) e técnicas
utilizadas na elaboração de mapas são as mais diversas,
demonstrando o estágio de desenvolvimento técnico do agrupamento
humano.

• Várias contribuições para a atividade cartográfica foram se realizando


ao longo da história.

• Pode-se citar o exemplo do sistema duodecimal dos babilônios que


foram os responsáveis pela atual divisão do círculo em 360 graus,
minutos e segundos.

• Os egípcios iniciaram a realização de medições do terreno com o


intuito de cobrar impostos (aplicação cadastral antiga); mediam as
propriedades rurais, demarcavam seus limites e registravam como
documentos administrativos.

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Breve Histórico
• Os chineses mapearam com detalhes seu território antes mesmo da
chegada dos europeus. Isso aconteceu depois da invenção do papel
100 anos d.C.

Mapa Chinês Antigo (aprox. séc. II d.C.)‫‏‬

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Breve Histórico
• O grau de cientificidade que os chineses alcançaram na Cartografia
era evidente, pois já utilizavam a quadrícula ou canevá, parecido com
os paralelos e meridianos, adiantando-se aos ocidentais, embora ainda
considerassem que a terra fosse plana.

• A contribuição dos gregos à Cartografia é incomparável, uma vez que a


base do sistema cartográfico atual foi desenvolvida por eles. Os gregos
realizaram contribuições fundamentais: a ideia sobre a esfericidade da
Terra, os primeiros sistemas de projeção, incluindo o sistema de
longitudes e latitudes, medidas astronômicas e geodésicas sobre as
dimensões do planeta.

• Heródoto e Estrabão disseminaram os conhecimentos cartográficos


adquiridos pelos gregos, escreveram sobre o feito dos primeiros
geógrafos jônicos: Anaximandro de Mileto, que fez um mapa do mundo
conhecido na época; e Hecateu que aperfeiçoou o mapa de
Anaximandro e fez uma descrição sistemática do mundo.

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Breve Histórico
• Por volta do século V e início do IV a.C., os estudiosos imaginavam que
o mundo habitável tinha um formato alongado no sentido leste-oeste e
com um comprimento duplo no sentido norte-sul, o que deu origem aos
atuais termos longitude e latitude.

• A ideia de esfericidade da Terra surgiu no século IV a.C. No entanto, tal


pensamento não era baseado em observações astronômicas, mas sim
em reflexões filosóficas. Tal concepção foi comprovada posteriormente,
sendo que em 350 a.C. Aristóteles formulou alguns argumentos para
comprovar tal hipótese: reconhecimento e medição da obliquidade do
eixo da Terra, estabelecimento dos conceitos de equador, polos, trópicos
e a divisão da superfície do planeta em zonas tórridas, temperadas e
frias.

• Eratóstenes de Cirene (275-195 a.C.) foi o primeiro a medir a


circunferência da Terra com base na inclinação do eixo da mesma.
Construiu um mapa do mundo, até então conhecido, utilizando sete
paralelos e sete meridianos.
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Breve Histórico

• Erastóstenes calculou a
circunferência da Terra a partir da
medida da altura angular do Sol,
que foi obtida na cidade de
Alexandria como sendo 7º12’ (a
correta seria 7º05’), e a distância
em estádias entre Alexandria e
Syene (atual Assuan), resultando
em 978 km (na realidade, são 886
km).

Esquema do cálculo realizado por Eratóstenes


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Breve Histórico
• Outros estudiosos propuseram modificações nas ideias de
Eratóstenes. Um deles foi o astrônomo Hiparco, que sugeriu paralelos
e meridianos com intervalos iguais e, ao invés de sete, onze paralelos
e meridianos.

• Cláudio Ptolomeu de Alexandria (90-168 d.C.) representa o apogeu da


Cartografia grega no mundo antigo, e sua obra é considerada
fundamental para o desenvolvimento da Cartografia. Seus estudos
foram compilados em oito volumes, nos quais são descritas regras
para construção do globo, técnicas de projeção de mapas, nomes de
lugares (toponímia) e suas respectivas latitudes e longitudes, estudo
sobre os princípios da Cartografia, da Geografia, da Matemática, das
projeções e dos métodos de observações astronômicas.

• Depois de Ptolomeu o conhecimento cartográfico entrou numa fase


considerada de declínio, principalmente na Europa ocidental.

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Breve Histórico

Mapa Mundi de Ptolomeu (1486)

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Breve Histórico
• Durante o período de domínio romano os conhecimentos cartográficos
apresentaram um certo retrocesso, pois desprezaram as contribuições
das medições matemáticas realizadas anteriormente pelos gregos. O
interesse dos romanos era direcionado principalmente aos mapas
administrativos voltados para fins práticos e militares (por exemplo,
cartas cadastrais, mapas das estradas do império).

• Diferente dos ocidentais com suas concepções religiosas, os árabes


procuraram desenvolver a tradição da antiguidade clássica, tornando-
se hábeis na Cartografia e Geografia. Seguindo os conhecimentos
adquiridos dos gregos calcularam de forma muito aproximada, entre
outras medidas, o valor de um grau.

• Com o advento da Idade Média os mapas elaborados na Europa


Ocidental não tinham como objetivo a precisão geométrica, pois não
foram feitos para indicar lugares, caminhos ou referências toponímicas
ou para esclarecer o leitor sobre a realidade da distribuição territorial.

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Breve Histórico
• A representação dos mapas T-O desprezava todo o legado da tradição
grega, pois os cartógrafos da época tinham em mente a ideia que a
Terra era plana.

Mapas T-O da Idade Média (aprox. séc. VI d.C)‫‏‬

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Breve Histórico
• Percebe-se o domínio cultural da visão religiosa de mundo sob égide
do judaísmo-cristianismo indicado pela localização de Jerusalém no
centro do mapa.

• No século XIII surgem as cartas portulanas, as mais exatas de todas


as que já haviam sido elaboradas até então. Sua realização tinha como
fundamento o uso da bússola, o que permitia sua utilização tendo por
base a orientação com relação ao norte magnético da Terra.

• Tais cartas foram muito úteis para a navegação durante pelo menos
300 anos, pois contavam com uma representação muito precisa para a
época.

• A partir das grandes navegações o comércio mundial se intensificou e


a atividade cartográfica tornou-se um importante conhecimento para o
desenvolvimento dos países europeus que visavam conquistar novos
mercados para seus produtos.

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Breve Histórico

Carta Portulana (aprox. séc. XIV d.C)

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Breve Histórico
• A Cartografia voltou a ter um grande impulso no ocidente por volta do
século XV: redescoberta da obra de Ptolomeu, seus mapas foram
amplamente utilizados, revistos e modernizados; a invenção da
imprensa que possibilitou a reprodução dos mapas em grande número
e a um menor custo; o advento dos grandes descobrimentos.

• O descobrimento de novas terras possibilitou a representação da Terra,


com os continentes e oceanos, de forma similar àquela que
conhecemos atualmente.

• Nesse contexto surgiu a obra de Gerardus Mercator (1569), que é


considerado o pai da Cartografia Moderna por ter desenvolvido o
sistema de projeção que leva seu nome.

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Breve Histórico

Mapa Mundi de Mercator (1578)

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Breve Histórico
• Até o século XVII, a Cartografia estava voltada para a busca da
representação da Terra na sua totalidade, à medida que novos lugares
tornavam-se conhecidos.

• A partir de então, o foco de interesse muda em favor da representação


de espaços menores e mais detalhados para suprir as necessidades
de administração e de guerras.

• Nessa época, tem início a Cartografia Topográfica, a qual se baseia na


elaboração de mapas mais precisos, em escala grande e é
responsável pelos mapas de base.

• Em 1630, foi publicado em Nürenberg, por Philipp Eckerbrecht, o


primeiro mapa contendo longitudes baseadas na diferença de tempo.
Uma hora equivalia a 15 graus de longitude. Esse valor foi calculado
com base em observações de fenômenos celestes.

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Breve Histórico
• Edmond Halley elaborou o primeiro mapa meteorológico (1686), no
qual aparecia ilustrada a direção dos ventos nas baixas latitudes,
utilizando como base a projeção de Mercator. Halley também realizou
observações e registros da declinação magnética em diferentes
latitudes (1701).

• Durante os séculos XVII e XVIII, a França tornou-se líder no


mapeamento topográfico desenvolvendo métodos que se tornaram
padrão e que foram amplamente adotados em outros lugares.

• No século XVIII surgiram os serviços cartográficos nacionais devido à


crescente necessidade de produção de mapas, pois os exércitos
necessitavam para suas operações bélicas de mapas detalhados e
precisos, o que a Cartografia privada não oferecia.

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Breve Histórico

Mapa de Declinação Magnética de Halley (1701)

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Breve Histórico
• Com o advento da Revolução Industrial, a partir do século XVIII,
surgiram as estradas de ferro ao longo de grandes extensões
territoriais nos Estados Unidos da América, Canadá e Rússia, no
sentido leste-oeste, o que passou a causar problemas, sendo preciso,
então, estabelecer um meridiano único inicial para as zonas de tempo
da Terra.

• Depois de uma série de discussões, esse e outros problemas


correlatos foram resolvidos na Conferência Internacional do Meridiano
que aconteceu em 1884, em Washington, quando o Observatório de
Greenwich, localizado na Inglaterra, foi convencionado como base para
estabelecimento do meridiano inicial e a primeira das 24 zonas de
tempo da Terra.

• No final do século XVIII e início do XIX tiveram início nos EUA, Suécia
e Inglaterra os levantamentos censitários que muito contribuíram para
o desenvolvimento dos mapas temáticos.
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Breve Histórico

Selo inglês comemorativo do primeiro centenário (1984)


da instituição do meridiano de Greenwich.
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Breve Histórico
• O surgimento de novas tecnologias no século XIX, proporcionado pela
Revolução Industrial, influenciou de forma decisiva no desenvolvimento
da Cartografia. Exemplo disso foi a necessidade de realização de
levantamentos topográficos de precisão para implantação de ferrovias.

• O uso de fotografias aéreas no início do século XX, significou um


grande avanço na produção de mapas, elas começaram a ser
aplicadas para observação já no ano de 1850.

• As primeiras fotografias aéreas foram tiradas no ano de 1838, pelo


francês Turnachon, a bordo de um balão, numa altura aproximada de
80 metros. Dois anos mais tarde, os norte-americanos King e Black
conseguiram fotografar a Terra de uma altura aproximada de 363
metros. Nesse intermédio, grandes aperfeiçoamentos foram
conquistados com a aplicação de equipamentos óticos, especialmente
na Alemanha, incluindo o estereoscópio binocular.

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Breve Histórico
• A invenção do avião, no começo do século XX, possibilitou a obtenção
de fotos aéreas para reconhecimento do terreno já na Primeira Guerra
Mundial. Depois, foram acopladas câmeras especiais a bordo de
aviões que permitiram a obtenção de fotos da superfície terrestre em
intervalos regulares. Tais avanços tecnológicos, nas décadas de 1920
e 1930, contribuíram para o desenvolvimento da Aerofotogrametria.

• O uso bélico das fotografias aéreas mostrou a importância que elas


tinham não só para esse fim, mas também para observações e
mapeamentos de caráter geral. Com o fim da guerra foram criados
departamentos de Fotogrametria em diversos países com o objetivo de
realizar atividades de fotointerpretação e mapeamentos.

• Nos anos seguintes, muitos equipamentos foram desenvolvidos para


trabalhar com fotografias aéreas, tais como câmeras
aerofotogramétricas mais sofisticadas, estereoplotador, plotador,
aerocartógrafo.

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Breve Histórico
• O surgimento e desenvolvimento das fotografias aéreas proporcionou
mais agilidade e precisão para a Cartografia, pois aliadas com
instrumentos aerofotogramétricos elas facilitaram o levantamento
topográfico de áreas onde o acesso era muito difícil, tais como
florestas, pântanos, montanhas.

• Nesse sentido, as fotografias aéreas possibilitaram um conhecimento


menos fragmentado do espaço geográfico, proporcionando dessa
maneira uma forma de visualização mais abrangente e de um ângulo
jamais observado até então.

• Com o advento das fotografias aéreas surge também o Sensoriamento


Remoto, uma ciência que estuda a interação da energia
eletromagnética com os objetos da superfície terrestre e o seu registro
por meio de sensores remotos na forma de dados, a serem
interpretados sobre tais objetos.

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Breve Histórico
• A partir de então, os sensores a bordo de aeronaves ou satélites
possibilitaram a aquisição de informações sobre a superfície terrestre
de uma forma muito mais rápida e precisa.

• A tecnologia espacial desenvolveu-se no pós Segunda Guerra Mundial.


O primeiro ramo da Cartografia a se beneficiar dessa nova tecnologia
foi o mapeamento meteorológico, impulsionado a partir da década de
1960 após o lançamento de uma série de satélites norte-americanos
com essa finalidade.

• Na época, os soviéticos também conseguiram avanços significativos,


sendo lançado em 1957 o satélite Sputnik, registrando imagens do
outro lado da Lua no ano de 1959, além de terem conseguido ganhar a
disputa com os norte-americanos para colocar o primeiro homem em
órbita da Terra em 1961.

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Breve Histórico
• No ano seguinte, os norte-americanos fizeram o primeiro voo tripulado
de sua história e, a partir de então, seguiu uma série de missões
espaciais com o intuito de obter imagens da Terra a partir do espaço,
das quais a mais conhecida foi a missão Apolo 11, que em julho de
1969 levou três astronautas à Lua.

A Terra vista da Lua

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Breve Histórico
• Desde então, o desenvolvimento de novas tecnologias espaciais se
torna contínuo, propiciando o completo imageamento da Terra em
intervalos regulares.

• Em 1972, os EUA lança o programa espacial de satélites não


tripulados ERTS que, em 1975, foi renomeado para LANDSAT, o qual
possibilita obter imagens da Terra em apenas alguns dias. O mais novo
satélite da série é o Landsat-8, operacional desde fevereiro/2013 e
disponibilizando imagens gratuitamente.

• O programa espacial francês lança em 1986 o primeiro satélite da série


SPOT. Atualmente em órbita, o SPOT 6 foi lançado em 2012.

• O Brasil, em parceria com a China, desenvolve o CBERS (Satélite


Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres): CBERS-1 (1999), CBERS-2
(2003), CBERS-2B (2007) desativado em 2010. O lançamento do
CBERS-3 em 2013 não obteve sucesso, por isso pretende-se adiantar
o lançamento do CBERS-4 para 2014.

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Breve Histórico

Sensoriamento Remoto

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Breve Histórico

• O desenvolvimento crescente da Informática, a partir da segunda


metade do século XX, permitiu o surgimento de programas e
equipamentos computacionais adotados na elaboração de mapas
(Cartografia Digital).

• A utilização do Sistema Global de Navegação por Satélites (GNSS) nas


atividades de mapeamento permite uma maior rapidez e precisão na
realização dos mapas.

• O advento da Internet permite a disseminação de documentos


cartográficos (mapas, imagens, fotos aéreas etc.) em formatos digitais
armazenados em mapotecas virtuais.

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Breve Histórico

Cartografia Digital e SIG


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Breve Histórico

Constelação de satélites GPS

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Conceitos Básicos

• A Cartografia, ao longo do seu desenvolvimento como saber científico,


vem sofrendo várias transformações, tanto em sua concepção, como
na sua área de abrangência e competência.

• O termo Cartografia foi criado somente em 08 de dezembro de 1839,


pelo historiador português Visconde de Santarém, antes empregava-se
o nome Cosmografia.

• Principais definições:

• “A ciência que se ocupa da elaboração de mapas de toda espécie.


Abrange todas as fases dos trabalhos, desde os primeiros
levantamentos até a impressão final dos mapas”. (ONU, 1949)‫‏‬.

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Conceitos Básicos

• “Cartografia é o conjunto dos estudos e das operações científicas,


artísticas e técnicas que intervêm a partir dos resultados de
observações diretas ou da exploração de uma documentação, em
vista da elaboração e do estabelecimento de mapas, planos e
outros modos de expressão, assim como de sua utilização”.
(ACI, 1966)‫‏‬.

• A Cartografia deve ser “[...] definida como teoria, técnica e prática


de duas esferas de interesse: a criação e uso dos mapas”. (ACI,
1973)‫‏‬.

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Conceitos Básicos
• A Cartografia deve ser entendida como “[...] a organização,
apresentação, comunicação e utilização da geo-informação nas
formas visual, digital ou táctil, que inclui todos os processos de
preparação de dados no emprego e estudo de todo e qualquer tipo
de mapa”. Em síntese, a “[...] Cartografia se preocupa atualmente
com o usuário do mapa, com a mensagem transmitida e com a
eficiência do mapa como elemento transmissor de informação”.
(ACI, 1989)‫‏‬.

• “Cartografia é a disciplina que lida com a arte, a ciência e a


tecnologia de elaboração e uso de mapas.” (ACI, 2003).

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Conceitos Básicos

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Conceitos Básicos

• Divisão da Cartografia:

• CARTOGRAFIA SISTEMÁTICA (BÁSICA)‫‏‬

 Parte da Cartografia que se dedica ao estudo, planejamento e


execução de mapas básicos de forma sistemática.

• CARTOGRAFIA TEMÁTICA

 Parte da Cartografia que se dedica ao estudo, planejamento e


execução de mapas temáticos.

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Conceitos Básicos
• Para a ACI (2003): “Um mapa é uma representação simbolizada da
realidade geográfica, representando recursos ou características
selecionadas, resultantes do esforço criativo e da execução e escolhas
de seu autor, e é projetado para uso quando as relações espaciais são
de relevância primária.”

• A terminologia mapa ou carta é empregada de diferentes maneiras em


vários lugares do mundo.

• No Brasil, há uma certa tendência em empregar o termo mapa quando


se trata de documentos mais simples ou mais diagrámaticos,
geralmente utilizando escalas médias e pequenas.

• Já os documentos mais complexos ou mais detalhados, escalas


médias e grandes, são habitualmente denominados de carta.

• No caso da planta, o que a caracteriza é a exiguidade das dimensões


da área representada e a ausência de qualquer referência à curvatura
da Terra, geralmente apresenta grande riqueza de detalhes, escala
grande e rigor geométrico.
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Conceitos Básicos
• “Mapa é a representação no plano, normalmente em escala
pequena, dos aspectos geográficos, naturais, culturais e artificiais
de uma área tomada na superfície de uma Figura planetária,
delimitada por elementos físicos, político-administrativos, destinada
aos mais variados usos, temáticos, culturais e ilustrativos.”
(IBGE, 1999)‫‏‬

• “Carta é a representação no plano, em escala média ou grande,


dos aspectos artificiais e naturais de uma área tomada de uma
superfície planetária, subdividida em folhas por linhas
convencionais – paralelos e meridianos – com a finalidade de
possibilitar a avaliação de pormenores, com grau de precisão
compatível com a escala.” (IBGE, 1999)‫‏‬

• Planta: “Carta que representa uma área de extensão


suficientemente restrita para que a sua curvatura não precise ser
levada em consideração, e que, em conseqüência, a escala possa
ser considerada constante.” (IBGE, 1999)‫‏‬

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Conceitos Básicos
• Os mapas podem ser classificados, de forma mais genérica, segundo a
natureza ou a escala da representação.

• Quanto à natureza da representação:

 Mapas Gerais: atendem uma gama imensa e indeterminada de


usuários (por exemplo, mapa da divisão político-administrativa do
Brasil realizado pelo IBGE, escala 1:5.000.000, representando os
limites políticos, principais rodovias, capitais, hidrografia principal).

 Mapas Especiais: atendem grupos específicos de usuários, muito


distintos entre si, em geral, são concebidos para atender uma
determinada demanda técnica ou científica (por exemplo, mapa
astronômico).

 Mapas Temáticos: representam um tema específico sobre uma


base cartográfica (por exemplo, mapa geológico, mapa de uso da
terra), podem ser realizados em diferentes escalas.

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Conceitos Básicos
• Quanto à escala da representação:

• Escala grande - entre 1:500 e 1:5.000 (por exemplo, plantas


cadastrais).

• Escala média – entre 1:25.000 e 1:250.000 (por exemplo, cartas


topográficas).

• Escala pequena – 1:500.000 e menores (por exemplo, mapas


geográficos).

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