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GEOGRAFIA GERAL

GEOGRAFIA GERAL
ORIENTAÇÃO E LOCALIZAÇÃO – CARTOGRAFIA - A CARTOGRA-
FIA E AS VISÕES DE MUNDO, AS VÁRIAS FORMAS DE REPRE-
SENTAÇÃO DA SUPERFÍCIE TERRESTRE
CARTOGRAFIA: A CARTOGRAFIA E AS VISÕES DE MUNDO, AS
VÁRIAS FORMAS DE REPRESENTAÇÃO DA SUPERFÍCIE TERRES-
TRE
CARTOGRAFIA
A Associação Cartográfica Internacional, define a cartografia como a ciência que representa
graficamente uma área geográfica ou uma superfície plana. É o estudo que atua na concepção, a
produção, divulgação, representação e todo o processo dos mapas.

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Podemos dizer que a cartografia é um campo complexo em mudança constante e, no sentido
mais amplo inclui desde a recolha até a avaliação e processamento dos dados de origem por meio
da recolha de dados, avaliação, processamento, concepção gráfica do mapa e desenho final.
Além da representação física, a cartografia é utilizada para ilustrar a realidade social, econô-
mica, histórica e cultural.

HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
Os primeiros mapas surgiram por volta do ano de 2.500 a.C. quando foi confeccionado pelos
Sumérios, o que é considerado o primeiro mapa da história: uma placa de barro cozido com ins-
crições em caracteres cuneiformes (escrita suméria) onde foi representado o lado setentrional da
região mesopotâmica.
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Antes, o homem já havia se utilizado de pinturas (inclusive pinturas rupestres feitas com a
intenção de representar o caminho dos locais onde havia caça) e até mesmo de entalhes e verda-
deiras maquetes de pedra confeccionadas por esquimós e pelos astecas, respectivamente, como
uma tentativa de representar pequenas localidades.
“Pedra de Saihuite”, com entalhes, chamada de “cartografia em relevo”.

Os astecas eram hábeis na confecção de representações geográficas, como o “Mapa de Tec-


ciztlán” que contêm dados como a fauna da região retratada.
“Mapa de Tecciztlán”

Verificou-se que os chineses usam a representação gráfica de regiões desde o século IV a.C.
Para eles, os mapas serviam não só para se orientar, mas também, para fins bélicos e para demarcar
regiões garantindo, assim, que os impostos fossem pagos.
Também os egípcios usavam como ferramenta administrativa, para cobrar impostos e demar-
car a terra. Foram eles que desenvolveram o método da Triangulação para determinar distâncias
baseados na matemática, e o “nível”, instrumento em forma de “A” com um pêndulo no meio usado
para medir áreas. Ainda os egípcios faziam, registros cadastrais das terras em documentos consi-
derados cartas geográficas. Seus túmulos e alguns papiros representavam o mundo dos mortos.
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Como se fossem um mapa do outro mundo eles serviam para guiar as almas e, frequentemente,
representavam o rio Nilo e planícies férteis.

Os gregos foram os que se destacavam na cartografia. O sistema cartográfico contemporâneo


nasceu nas escolas de Alexandria e Atenas.
A primeira tentativa de representar o mundo foi babilônica, mas sua concepção de mundo era
limitada à região entre os rios Eufrates e Tigre, o que não diminui a importância do feito.
Usando-se da trigonometria, Erastótenes (276-194 a.C.) mediu a circunferência da terra che-
gando bem perto dos 40.076 km reais (segundo ele eram 45.000 km). Anaximandro de Mileto
(610-546 a.C.) representava o mundo como um círculo achatado onde estavam Europa, Ásia e África
circundadas por um oceano. Foi ele quem primeiro sugeriu que a terra, por estar à igual distância
dos demais astros, flutuava no espaço sem nenhum tipo de suporte ou apoio.

Mais tarde, Pitágoras defendeu que a terra era esférica de acordo com suas observações
práticas e filosóficas (para ele a forma esférica era a mais perfeita) que só seriam aceitas no meio
científico, anos depois, pela influência de Aristóteles.
Hiparco (séc. 11 a.C.), astrônomo grego, foi quem criou o sistema de coordenadas geográficas
de latitude e longitude utilizando-se da matemática e da observação dos astros celestes.
Mas, o trabalho mais importante da cartografia na época clássica foi, sem dúvida, a obra em
oito volumes escrita por Claudius Ptolomeu. Sua obra, “Geographia”, contém as coordenadas de
8.000 lugares, a maioria calculada por ele próprio e, no último volume, ele dá dicas para a elabora-
ção de mapas-múndi e discute alguns pontos fundamentais da cartografia. Foi Ptolomeu também
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quem primeiro defendeu a teoria geocêntrica ao afirmar que a terra era um corpo fixo em torno
do qual giravam os outros planetas.
Os romanos também se utilizavam de mapas embora se preocupassem mais com seu caráter
prático e, por isso, preferiam mapas que representavam áreas menores, rotas comerciais e territó-
rios. Como, por exemplo, a “Tábua de Peutinger” que em seus mais de 6 metros de comprimento
por 30 centímetros de largura representava diversos itinerários do Império Romano. Para isso, eles
usavam o astrolábio, ou dioptra – como era chamado pelos gregos, um instrumento usado para
se determinar a localização de pontos na terra por meio da observação dos fenômenos celestes.
Findo o período clássico, a cartografia passou por um período de pouco desenvolvimento
durante o início da Idade Média quando a Igreja teve forte influência sobre a confecção dos mapas
que eram feitos de tal forma a perderem a exatidão. Nessa época, os árabes foram os principais
responsáveis por qualquer desenvolvimento na área e foram, inclusive, responsáveis por trazer a
bússola para o ocidente propiciando os mecanismos para o desenvolvimento de mais um tipo de
carta pelos genoveses, as Cartas Portulanas, utilizadas para navegação.
Logo em seguida a esse período, no final da Idade Média, todo o conhecimento em torno
da cartografia que estava esquecido no ocidente, mas que vinha sendo preservado pelos árabes,
voltou à tona atingindo seu apogeu na época das Grandes Navegações quando se inicia a Idade
Moderna. Com a descoberta do continente americano a cartografia toma mais um fôlego e iniciam
os trabalhos para mapear o novo continente. Juan De La Cosa faz então, o primeiro mapa-múndi a
conter o novo mundo em 1500. Foi nessa época (Séc. XVI), após o descobrimento da América, que
o holandês Gerard Mercator, utilizando-se de todo o conhecimento produzido até a época para
produzir o mapa-múndi que levaria seu nome e que representava grandes rotas em linhas retas.
Mas foi só a partir do século XVII que os países começam a se preocupar mais com o rigor
científico dos mapas. É realizado então, o primeiro levantamento topográfico oficial na França, em
1744, chefiado por César – François Cassini (1744 – 1784) que seriam os precursores dos mapas
modernos.
Do século em diante, com o desenvolvimento das técnicas cartográficas, o aperfeiçoamento
da fotografia a aviação e a informática, a cartografia dá um salto.
Atualmente são utilizadas fotos áreas e de satélites para a realização de mapas e cartas que
cada vez mais são utilizados eletronicamente, descartando a necessidade de impressão e tornan-
do-os interativos.

TIPOS DE CARTOGRAFIA
A cartografia pode ser dividida em duas grandes áreas:
ͫ Cartografia sistemática: ramo da cartografia dedicado à representação das característi-
cas físicas da superfície terrestre, e por essa razão é também chamada de cartografia
topográfica. As informações representadas são de caráter genérico e, por isso, duradouras
no tempo, sendo coletadas e replicadas por meio de técnicas específicas.
ͫ Cartografia temática: ramo da cartografia dedicado à produção de mapas com base em
informações geográficas diversas, não se restringindo às dimensões físicas de uma área.
Seus produtos indicam a ocorrência espacial de fenômenos específicos, como econômi-
cos, sociais, demográficos e mesmo naturais. Por essa razão, recebe o nome também de
cartografia geográfica.
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CONCEITOS DE CARTOGRAFIA
ͫ Coordenadas geográficas: são valores numéricos que indicam a localização de um objeto
ou ponto qualquer na superfície terrestre. São definidas com base nos valores de latitude
e longitude, indicadas, respectivamente, pelos paralelos e meridianos.
ͫ Projeção cartográfica: são representações da Terra em uma superfície plana. Para isso,
baseiam-se em uma rede composta por linhas imaginárias horizontais e verticais (paralelos
e meridianos) perpendiculares entre si. São classificadas quanto à superfície de pro-
jeção (cônica, cilíndrica, plana) e quanto às suas propriedades (conforme, equidistante,
equivalente).
ͫ Escala cartográfica: é uma relação numérica (proporção) entre as dimensões de uma
superfície, conforme são representadas no mapa, e suas dimensões reais, medidas de
forma linear. Uma escala de 1:250.000 expressa em centímetros, por exemplo, indica que
cada centímetro do mapa corresponde a 250.000 cm ou 2,5 km na superfície do terreno.
ͫ Mapas: são representações gráficas, em escala reduzida, da superfície terrestre ou de
parte dela sobre um plano. Podem ainda representar espacialmente determinadas infor-
mações geográficas, compondo, assim, os mapas temáticos.

AS VÁRIAS FORMAS DE REPRESENTAÇÃO DA SUPERFÍCIE TERRESTRE


Em Geografia, utiliza-se diferentes formas de representação da superfície terrestre, tais como:
os globos, os mapas e os planisférios.
Globo Terrestre

O globo é uma representação em escala reduzida do planeta terra.


Com seu formato esférico, ele representa a superfície terrestre de maneira mais fiel que o
Planisfério.
Porém, por ser muito pequeno, o globo não nos permite estudar todos os fenômenos da Terra.
Assim, é necessário ter outras formas que possam representar a superfície terrestre em maio-
res dimensões. É o caso do mapa.
O mapa: destaque Ilha do Bananal
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O termo mapa tem origem no vocábulo latim mappa e diz respeito a uma representação gráfica
e métrica de uma porção de território.
O mapa é uma representação gráfica e métrica da superfície da Terra ou uma parte dela numa
dimensão plana. Em um mapa é possível representar diferentes lugares do planeta, partindo do
particular como um bairro, cidade ou estado e geral como um país, continente ou o mapa mundi.
Porém, como os mapas são planos, não é possível representar a superfície arredondada da
Terra.
Os mapas que representam toda a superfície terrestre são os planisférios.

ͫ Tipos de mapas:
Existem dois tipos diferentes de mapas aos quais se recorre em função da informação que se
necessita. Deste modo, o geógrafo recorre aos mapas gerais ou mapas de base quando se pretende
obter diversas informações de carácter geral ou quando se pretende construir nova cartografia a
partir dos mesmos. Entre eles destacam-se:
ͫ Planisfério
» É a representação do globo terrestre no papel na forma plana.
» Sua cópia mais fiel é no globo pelo fato do planeta ser esférico.
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» Conhecido como mapa-múndi, o planisfério tem a finalidade de exibir todo o seu


conteúdo de forma cômoda para seu estudo em diversas disciplinas.

ͫ Mapa
» Representação plana em escala pequena. (1:30.000.000 até 1:250.000)
» Poucos detalhes representam grandes áreas.
» Mapas gerais (mundi) cabe em uma folha.
» Especiais (item específico) (Brasil VEGETAÇÃO, RELEVO, CLIMA, ETC...).
» Temáticos (MAPA DO CRIME).
» Mapa corográfico - “descrição de um país”

» Mapa topográfico
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ͫ Planta
» Escala grande. (1:10.000 até 1:2.000)
» Representação de uma área muito limitada.
» Usada para representar uma casa, praça, etc. (muitos detalhes)

ͫ Cartas
» Representação em escala média. (1:100.000 até 1:25.000).
» Maiores detalhes que os mapas.
» Parte de um mapa.
» Para avaliação precisa de direções. Obs.: (cartas náuticas).
» Cartas temáticas → Mapas temáticos.
» Usadas para representar um tema específico; Ex.: vegetação, população, índice de
criminalidade, relevo, etc.
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»
ͫ Anamorfoses geográficas
São mapas esquemáticos, que não apresentam escala cartográfica. Nessas representações as
áreas sofrem deformações que são matematicamente calculadas.

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Quando se pretende estudar/trabalhar um tema específico utilizam-se os mapas temáticos:
» Físico
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» Político

» Demográfico
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» Econômico

ͫ Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG)


Os SIG permitem recolher, analisar e representar informação geográfica georreferenciada, tendo
em vista a resolução de problemas reais. Num SIG a informação (dados) é organizada por camadas,
o que permite analisar as inter-relações entre os diferentes fenômenos espaciais. A importância
da sua utilização resulta:
» Da facilidade de trabalhar com grande quantidade de informação;
» Do tempo de resposta em tempo real no apoio à decisão;
» Da fácil gestão e armazenamento dos dados geográficos;
» Da rapidez com que a informação pode ser atualizada.
» Diferentes tipos de dados e respectivas camadas num SIG

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