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1- Breve história dos mapas e cartografia

A arte de desenhar mapas é mais antiga que a escrita, com o desenvolvimento da


Cartografia, desde épocas remotas até o século em que vivemos, tem acompanhado o
próprio progresso da civilização. Esta ciência apareceu no seu estágio mais elementar
sob a forma de mapas de itinerários rupestres, feitos pelas populações nômades
primitivas que, partindo dos princípios da observação e da necessidade de localização
dos domínios, registravam fatos geográficos, locais de caça, localização de aldeias, de
povos, rotas de viagens, de guerras, entre outros elementos.

No entanto a Cartografia já se caracterizava como uma forma de poder e de saber sobre


o local. A História reputa aos babilônios a confecção do mapa mais antigo até então
encontrado. Trata-se de um mapa esculpido em uma placa de barro cozido desenhado
por volta de 2.500 anos a.C., e que foi encontrado nas ruínas da cidade de Ga-Sur, cerca
de 300 quilômetros ao norte da Babilônia, na baixa Mesopotâmia (hoje território
iraquiano de Babil, ao sul de Bagdad). Esse mapa mostra o vale do rio Eufrates cercado
por montanhas, além da indicação de postos de localização como pontos cardeais.

À construção das bases epistemológicas da representação da Terra. Tanto na


Antiguidade como no século em que vivemos, as regras sobre as formas de desenhar
mapas ou cartas, como também são chamadas ainda continuam sendo ditadas pela
necessidade dos seres humanos. Os chineses, por exemplo, utilizavam os mapas não
somente para orientação e localização, mas também como ferramenta para que os
administradores pudessem demarcar fronteiras e fixar impostos, e os militares os
utilizavam como arma estratégica. De acordo com a datação dos primeiros achados de
documentos, os estudos cartográficos desenvolvidos na China surgem por volta do
século IV a. C., representando, de forma detalhada, suas terras e suas águas.

A construção de mapas pelos egípcios também remonta à Antiguidade, em função de


eles já conhecerem e dominarem as técnicas da triangula ção, que consiste na
determinação de distâncias baseadas na Matemática, e seriam utilizadas, posteriormente,
por muitos outros povos. Os egípcios determinavam, assim, uma base para se chegar às
distancias desejadas. Eles também utilizavam um instrumento chamado nível (uma ar
mação em forma de A com um pêndulo amarrado no topo), que servia para medir áreas
de terras.
A medição era quase vital para os faraós e sacerdotes, já que suas riquezas eram
garantidas basicamente pelos impostos cobrados sobre a terra, pagos em cereais, ouro,
lã e outras especiarias. (LUCÍRIO E HEYMANN, 1992 p,35). Com essa prática os
egípcios desenvolveram a agrimensura, o cadastro e o mapeamento das minas de ouro,
portanto, são os responsáveis pela elaboração dos primeiros mapas temáticos.
2- Cartografia
A Cartografia é a ciência da representação do espaço já a Geografia é a ciência que
estuda o espaço e as transformações ocasionadas pela ação do homem através do
trabalho. Com o advento do comércio entre os povos e com o aparecimento dos
primeiros exploradores e navegadores que descobriram novas terras e novas riquezas,
ampliando o horizonte geográfico conhecido, o homem sentiu necessidade de conhecer
novas rotas e se localizar sobre a superfície da Terra.

Há indícios de que os egípcios, em 2.300 a.C., já navegavam para Biblos, na Fenícia, de


onde voltavam car regados de madeira de cedro. Estabeleceu-se, portanto, o marco
inicial da Cartografia como ciência da localização. Sua evolução foi incrementada pelas
guerras, descobertas científicas, pelo desenvolvimento das artes e das ciências, e pelos
movimentos históricos que possibilitaram e exigiram maior precisão na representação
gráfica da superfície da Terra. Desta forma, dividimos este estudo em marcos históri cos
reconhecidos pela sociedade moderna para que possamos compreender melhor as
contribuições das diversas sociedades.

Quase a totalidade das pessoas dos países desenvolvidos são usuários de mapas em uma
forma ou outra, todas essas pessoas recebem pouco treino formal sobre a leitura dos
mapas. Assim, tais como consumidores de produtos alimentícios e bens duráveis
precisam conhecer esses produtos, o leitor de mapas deve entender o uso e as limitações
do produto cartógrafo final. Não é possível usar mapas sem esforço, muitos mapas
(especialmente os topográficos) não podem, nem devem ser simplificados até tornarem-
se folhas de papel para pessoas no uso de material gráfico. A informação mapeada
alcança um significado somente quando o usuário é capaz e deseja estudar o mapa.
Mesmo que o elaborador de mapas ou cartas prime pela pureza da comunicação, sua
meta deve ser a de informar- não a de seduzir. Ambos, o leitor e o autor do mapa ou
carta, exercem papéis activos na comunicação cartográfica e devem tentar entender o
processo da comunicação tal como lutar para fazer isto efetivamente.

A localização de um determinado referencial na superfície terrestre, desde áreas das


mais extensas, como continentes e países, até pontos específicos de um determinado
lugar, como um bairro ou uma residência dependem da cartografia. Associado a isso, a
cartografia serve ainda para a orientação no espaço e para auxiliar no deslocamento que

é feito com a utilização de mapas e bússolas ou GPS.

Por meio das técnicas cartográficas, criam-se uma série de produtos que nos auxiliam
no estudo e compreensão de várias características do espaço físico, como:

 Relevo;

 Hidrografia;

 Climas;

 Distribuição dos tipos de solo;

 Localização e limites dos biomas;

A cartografia permite também a espacialização de informações geográficas úteis para


tomadas de decisões na esfera polícia, gestão e planejamento e para o desenvolvimento
de estratégias de caráter político, social ou econômico. Para tal, são utilizados os mapas:

 Políticos;

 Populacionais;

 De redes de transporte;

 Econômicos;

 De uso da terra;
3- Mapas e Cartas

Os mapas nos auxiliam a localizar qualquer ponto na superfície da Terra, facilitando


nossa orientação no espaço geográfico. O estudo da cartografia nos permite elaborar e
interpretar mapas e gráficos, estabelecendo um meio de comunicação que está inserido
no processo cartográfico. Os mapas e as cartas são resultados visíveis da representação
do espaço geográfico pela cartografia.

Dado isto, uma carta é um documento cuja construção é subjectiva e submetida a


normas pré-definidas de selecção e de representação, correspondendo sempre a uma
representação incompleta do terreno independentemente da escala. Um dos sistemas
mais consensuais de classificação das cartas consiste em agrupá-las em duas grandes
classes, de acordo com o seu objectivo:

 Cartas de base

As cartas de base são aquelas cujo objectivo é a representação da superfície da Terra


dos objectos que a ocupam e de outra informação geográfica de caractér genérico.
Nestas cartas estão representados os acidentes topográficos naturais e artificiais, tais
como o relevo do terreno, os cursos de água, os aglomerados populacionais e as vias de
comunicação, e também os objetos de carácter abstrato, tais como as fronteiras entre
estados e outros limites administrativos.

Estas estão divididas em:

- Cartas topográficas

Destinadas a cobrir as zonas terrestres, de acordo com a escala, e em consequência com


o detalhe da representação (Cartas geográficas Cartas corográficas).

-Cartas topográficas ou Cartas hidrográficas

Destinadas a cobrir as zonas costeiras e oceânicas.


 Cartas temáticas

As cartas temáticas são aquelas cujo objectivo é representar informação ou apoiar


actividades, de carácter especializado. Existe uma grande diversidade de cartas
temáticas, parecendo não haver limite para o tipo de informação que pode ser
representado cartograficamente.

- Cartas administrativas: são cartas que representam as divisões administrativas de um


território e os centros populacionais mais importantes;

- Cartas físicas: são cartas que representam, essencialmente, os aspectos naturais da


topografia e hidrografia da superfície terrestre;

- Cartas hipsométricas (altitude) e cartas batimétricas (profundidade);

- Cartas náuticas: são cartas concebidas expressamente para apoiar a navegação


marítima sendo por imperativos de segurança sujeitas a actualizações permanentes;

- Cartas demográficas: são cartas destinadas a representar a distribuição geográfica dos


parâmetros demográficos de uma região, designadamente a distribuição e densidade da
população os índices de natalidade e mortalidade, entre outros;

- Cartas meteorológicas: são cartas que se destinam a representar informação de


carácter meteorológico, tais como as cartas climáticas e as cartas de tempo;

No entanto os mapas e as cartas são facilitar a leitura e melhor transmitir as


informações, existem alguns itens que são de extrema importância para que o mapa seja
mais facilmente interpretado trata-se dos elementos que compõem uns mapas e as
cartas, aqueles que estão presentes na maioria dos mapas e as cartas produzidos,
servindo como instrumentos de leitura e análise. Os elementos que compõem uns mapas
e a cartas ou seja, as partes obrigatórias dos mapas e cartas são:

 O título;
 A legenda;
 A escala;
 A orientação e as projeções cartográficas.
A principal diferença entre carta e mapa é que uma carta é um documento textual,
enquanto um mapa é uma representação visual. As cartas são usadas para se comunicar
com outras pessoas, transmitir informações ou expressar sentimentos, enquanto os
mapas são utilizados para navegação, planejamento de viagens, estudo geográfico, entre
outros fins.

Fig.1-Carta Topográfica

Autor:Wikiwand

Fig.3- Mapas

Autor: CNN Brasil.


3.1- Mapas da antiguidade

Segundo Paulo Miceli, os mapas subsistiram à passagem dos séculos, trazidos à luz
pela investigação arqueológica”. Até a segunda metade do século XX, se acreditava que
o mapa mais antigo descoberto era uma Estela (uma tábua) de barro, desenterrada em
1930, nas escavações da cidade de Ga-Sur, ou Nuzi (cidade da antiga Mesopotâmia,
hoje Yorghan Tepe, a sudoeste da cidade de Kirkuk, no Iraque -, esculpida entre 3800
a.C. e 2500 a.C.,) aproximadamente. Neste mapa estão representados os rios Tigre - que
se divide em três afluentes - e Eufrates, que desembocam no Golfo Pérsico, e os Montes
Zagros, à Leste. Notase que o mapa deve ser lido de cabeça para baixo.

Em 1963 se descobriu o mapa da cidade de Catal Hyük (cidade da antiga Anatólia - a


parte asiática, que, junto com a Trácia, a parte européia, formava o que hoje é a Turquia,
desenterrado nas escavações em Ancara pintado na parede de uma caverna em 6.200
a.C., aproximadamente. No mapa estão representados uma habitação típica da
Antiguidade denominada de “colmeia” (devido à semelhança com a “casa das abelhas”
e o vulcão, hoje extinto, Hasan Dag, em Konya - visível de Catal Hyük ), em erupção.

Fig,5- Mapa antiguidade

Autor: Nova Escola


4- Métodos de orientação no território
Na actualidade para identificar determinados espaços podem ser utilizados vários
instrumentos de orientação, como mapas, GPS, bússola, entre outros recursos de
orientação. Mas para uso dos mesmos é preciso o conhecimento dos pontos cardeais,
como também os colaterais, além de saber utilizar estes instrumentos.

 Orientação pelo gps

Os aparelhos de GPS (Sistema de Posicionamento Global): são pequenos instrumentos


que pelo contato com satélites artificiais podem determinar as coordenadas geográficas,
altitude e orientação de qualquer ponto da superfície da Terra.

 Orientação por radar

Os radares, pelo princípio da emissão e captação de ondas sonoras, podem determinar a


presença de objetos próximos. São muito utilizados em aeronaves e em embarcações.
Os rádios servem de suporte aos radares, uma vez que as informações captadas pelo
radar de uma aeronave são comunicadas a outras com os rádios.

 Mapas

Sua função não era exatamente ajudar na localização, mas registrar e tornar pública a
descoberta de novos territórios.

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