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CARTOGRAFIA

O que é cartografia?

A cartografia é a ciência que se dedica à representação do espaço geográfico por


meio do estudo, análise e confecção de cartas ou mapas. Os seus produtos,
entretanto, não se limitam aos mapas: plantas, croquis e o globo terrestre são outros
resultados diretos da aplicação dos conhecimentos cartográficos. Essa ciência utiliza-
se de uma série de técnicas para que seja possível a reprodução do espaço, de
parcelas do espaço ou, ainda, de alguns de seus aspectos em uma escala reduzida e
da forma mais acurada possível. A cartografia é associada ainda à arte, emprestando
dela algumas técnicas. A definição de cartografia que se tem hoje foi estabelecida, no
ano de 1996, pela Associação Cartográfica Internacional (AIC), sendo a mais aceita e
amplamente utilizada.

Mapa de Mercator, 1587. Fonte: Wikimedia Commons.

Para que serve a cartografia?

Muitas utilidades podem ser atribuídas à cartografia e aos seus produtos. A primeira
delas é a localização de um determinado referencial na superfície terrestre, desde
áreas das mais extensas, como continentes e países, até pontos específicos de um
determinado lugar, como um bairro ou uma residência. Associado a isso, a cartografia
serve ainda para a orientação no espaço e para auxiliar nos deslocamentos, o que é
feito com a utilização de mapas e bússolas ou GPS.

Por meio das técnicas cartográficas, cria-se uma série de produtos que nos auxiliam
no estudo e compreensão de várias características do espaço físico, como:
 relevo

 hidrografia

 climas

 distribuição dos tipos de solo

 localização e limites dos biomas etc.

A cartografia permite também a espacialização de informações geográficas úteis para


tomadas de decisões na esfera polícia, gestão e planejamento e para o
desenvolvimento de estratégias de caráter político, social ou econômico. Para tal, são
utilizados os mapas:

 políticos

 populacionais

 de redes de transporte

 econômicos

 de uso da terra, e de uma variedade de outros temas

História da cartografia

A necessidade de conhecer, em detalhes, o espaço onde se habita, seja para a


exploração e ocupação da superfície, seja para a proteção, unida da curiosidade
inerente ao ser humano, fez com que tenhamos registros de mapas muito antigos,
datando de milênios antes da era atual.

O mapa de Ga-Sur é um dos mais antigos a serem catalogados (entre 4500 a.C. e
2500 a.C.), produzido pelos babilônios e encontrado onde ficava o território da
Mesopotâmia.Outras representações tão antigas quanto foram encontradas em ilhas
do Pacífico e na Ásia. No entanto, pode-se afirmar que esses não são os únicos e que
mapas ainda mais antigos existam em outras regiões do planeta. Os conhecimentos
desenvolvidos na Grécia Antiga possuem papel fundamental na estruturação da
ciência cartográfica, com nomes como Anaximandro de Mileto (611-547 a.C.) e
Eratóstenes de Cirene (276-196 a.C.). Atribui-se a maior contribuição a Claudio
Ptolomeu (90-186 d.C.), autor da obra Geografia, dividida em oito volumes, nos quais
há a explanação de conceitos empregados atualmente, como projeções cartográficas,
e um dos primeiros atlas de que se tem conhecimento.

O período das grandes navegações representou significativo avanço para a


cartografia, tendo em vista a necessidade de mapas cada vez mais detalhados e
precisos para a navegação. Destaca-se, no período, a obra de Gerhard
Mercator (1512-1594).O mapa-múndi de Mercator, publicado em 1569, retrata
os paralelos e meridianos em linha reta e formando ângulos de 90º entre si, feitos por
uma projeção cilíndrica. Não obstante as distorções em áreas mais afastadas da Linha
do Equador, a projeção de Mercator é hoje uma das mais utilizadas para a confecção
de mapas.
Cartografia contemporânea

A partir do século XX, as técnicas empregadas para a confecção de mapas e outros


produtos cartográficos experimentaram avanço substancial. Isso se deveu
principalmente à aerofotogrametria, que consiste na captura de imagens da superfície
terrestre por meio de uma câmera acoplada a uma aeronave ou balão. Essa técnica
de captação surgiu ainda no início do século e aperfeiçoou-se durante as duas
Guerras Mundiais. Pode-se considerar o advento da aerofotogrametria uma das
técnicas iniciais do sensoriamento remoto. O desenvolvimento de satélites, em
meados do século XX, e o aprimoramento dos seus sensores com o passar do tempo
representam outro marco na cartografia, permitindo não somente a captação cada vez
mais detalhada de imagens da superfície terrestre ou de parte dela como ainda a
coleta de informações diversas da localidade visada, como cobertura vegetal,
temperatura da superfície e presença de fumaça ou nuvens.

Imagem aérea da cidade de Brasília produzida pelo satélite Landsat. Essa tecnologia é
uma das principais aliadas da cartografia contemporânea.

A modernização do conjunto de técnicas do sensoriamento remoto no decorrer dos


anos, sobretudo a partir do final do século XX, garante maior precisão no estudo e
análise de informações bem como a composição de cartas e de mapas por meio do
emprego das ferramentas de geoprocessamento, que incluem programas de edição,
análise e processamento de dados espaciais, como o ArcGIS.

O geoprocessamento compõe um quadro maior de geotecnologias que chamamos


de Sistemas de Informação Geográfica (SIG). Os SIGs, por sua vez, consistem em
uma série de equipamentos e softwares utilizados para a coleta e processamento de
dados e imagens, podendo ter diversas finalidades de acordo com o usuário, como
pesquisadores, estudantes, gestores e ONGs.
O Sistema de Posicionamento Global, ou GPS, parte dos SIGs, é outro instrumento de
extrema importância para a cartografia contemporânea e tem se tornado cada vez
mais parte do nosso cotidiano.

Tipos de cartografia

A cartografia pode ser dividida em duas grandes áreas:

 Cartografia sistemática: ramo da cartografia dedicado à representação das


características físicas da superfície terrestre, e por essa razão é também chamada
de cartografia topográfica. As informações representadas são de caráter genérico
e, por isso, duradouras no tempo, sendo coletadas e replicadas por meio de
técnicas específicas.

 Cartografia temática: ramo da cartografia dedicado à produção de mapas com


base em informações geográficas diversas, não se restringindo às dimensões
físicas de uma área. Seus produtos indicam a ocorrência espacial de fenômenos
específicos, como econômicos, sociais, demográficos e mesmo naturais. Por essa
razão, recebe o nome também de cartografia geográfica.

Conceitos de cartografia

 Coordenadas geográficas: são valores numéricos que indicam a localização de um


objeto ou ponto qualquer na superfície terrestre. São definidas com base nos
valores de latitude e longitude, indicadas, respectivamente, pelos paralelos e
meridianos.

 Projeção cartográfica: são representações da Terra em uma superfície plana. Para


isso, baseiam-se em uma rede composta por linhas imaginárias horizontais e
verticais (paralelos e meridianos) perpendiculares entre si. São classificadas
quanto à superfície de projeção (cônica, cilíndrica, plana) e quanto às suas
propriedades (conforme, equidistante, equivalente).

 Escala cartográfica: é uma relação numérica (proporção) entre as dimensões de


uma superfície, conforme são representadas no mapa, e suas dimensões reais,
medidas de forma linear. Uma escala de 1:250.000 expressa em centímetros, por
exemplo, indica que cada centímetro do mapa corresponde a 250.000 cm ou 2,5
km na superfície do terreno.

 Mapas: são representações gráficas, em escala reduzida, da superfície terrestre


ou de parte dela sobre um plano. Podem ainda representar espacialmente
determinadas informações geográficas, compondo, assim, os mapas temáticos.

ATIVIDADES

Questão 1 – (Enem)

“Pensando nas correntes e prestes a entrar no braço que deriva da Corrente do Golfo
para o norte, lembrei-me de um vidro de café solúvel vazio. Coloquei no vidro uma
nota cheia de zeros, uma bola cor rosa-choque. Anotei a posição e data: Latitude
49º49′ N, Longitude 23º49′ W. Tampei e joguei na água. Nunca imaginei que receberia
uma carta com a foto de um menino norueguês, segurando a bolinha e a estranha
nota.”

KLINK, A. Parati: entre dois polos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998
(adaptado).

No texto, o autor anota sua coordenada geográfica, que é

A) a relação que se estabelece entre as distâncias representadas no mapa e as


distâncias reais da superfície cartografada.

B) o registro de que os paralelos são verticais e o convergem para os polos, e os


meridianos são círculos imaginários, horizontais e equidistantes.

C) a informação de um conjunto de linhas imaginárias que permitem localizar um


ponto ou acidente geográfico na superfície terrestre.

D) a latitude como distância em graus entre um ponto e o Meridiano de Greenwich, e a


longitude como a distância em graus entre um ponto e o Equador.

E) a forma de projeção cartográfica, usado para navegação, onde os meridianos e


paralelos distorcem a superfície do planeta.

2-“Enrolem esse mapa; ele não será necessário [...].” O primeiro-ministro Britânico
William Pitt, o jovem, fez essa observação depois de ser comunicado sobre a derrota
das forças britânicas na Batalha de Austerlitz, em 1805, em que ficou claro que a
campanha militar de seu país na Europa Continental tinha sido frustrada.” (Longley, P.;
Goodchild, M. F.; Maguire, D. J.; Rhind, D. W. Sistemas e ciência da informação
geográfica. Porto Alegre: Bookman, p. 300.)

Considerando as informações do texto, o desenvolvimento da cartografia e o uso de


mapas, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:

( ) A história da cartografia mostra que mapas são confeccionados para atender


objetivos especí- ficos que, quando cumpridos, tornam obsoletas as informações neles
constantes.

( ) O texto ilustra o papel dos mapas como ferramenta de apoio e planejamento a


inúmeras atividades que necessitam de informações espaciais.

( ) A leitura e interpretação de mapas exige a construção de legendas apropriadas ao


tipo de informação que o mapa pretende transmitir.

( ) A observação Enrolem esse mapa; ele não será necessário pode ser considerada
uma afirmação atual, uma vez que a tecnologia digital, empregada nos processos de
produção e distribuição de mapas, tornou dispensável seu uso em papel.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.

A) V – F – V – V B) F – F – F – V

C) V – V – V – F D) F – V – V – F

E) V – V – F – V
COORDENADAS GEOGRÁFICAS

As coordenadas geográficas são um complexo sistema de localização espacial


utilizado para apontar um determinado objeto situado em qualquer ponto da
superfície terrestre.

As coordenadas geográficas são baseadas em um sistema de linhas imaginárias.


As coordenadas geográficas são um sistema de linhas imaginárias que permitem a
localização de qualquer ponto na superfície terrestre. A localização de uma
determinada coordenada geográfica ocorre por meio do ponto de encontro entre um
paralelo um meridiano. Os paralelos são linhas imaginárias horizontais que cortam o
planeta no sentido leste-oeste e dão origem à latitude. Já os paralelos são linhas
imaginárias verticais que cortam o planeta no sentido norte-sul e dão origem à
longitude. Os pontos cardeais auxiliam na leitura da direção correta das coordenadas
geográficas.

O que são as coordenadas geográficas?

As coordenadas geográficas são um sistema de localização utilizado


para situar qualquer ponto da superfície terrestre. Tal sistema é formado por meio de
uma grade de coordenadas, que correspondem a um conjunto de linhas imaginárias
indicando a posição de um determinado objeto no espaço global.

Paralelos e meridianos

Os paralelos são linhas imaginárias que cortam o planeta Terra no sentido leste-
oeste. O paralelo mais importante é a Linha do Equador, localizada no meio da Terra,
dividindo o planeta nos hemisférios Norte e Sul. Além da Linha do Equador, outros
paralelos importantes são:
 Círculo Polar Ártico; Trópico de Câncer; Trópico de Capricórnio; Círculo Polar
Antártico.

Por sua vez, os meridianos são linhas imaginárias que cortam o planeta Terra no
sentido norte-sul. O meridiano mais importante é o Meridiano de Greenwich, que
divide o planeta nos hemisférios oriental e ocidental. Os meridianos são importantes
também para a definição dos fusos horários da Terra.

Tipos de coordenadas geográficas

A grade de coordenadas geográficas é formada por linhas imaginárias distintas,


horizontais e verticais, de forma que o encontro das linhas indica a localização
exata de um determinado ponto na superfície terrestre. Portanto, há dois tipos de
coordenadas geográficas:

 Latitude: é definida pelos paralelos, por meio da distância em graus de qualquer


ponto da superfície terrestre até a Linha do Equador, que varia de 0° até 90° norte
ou sul.
 Longitude: é definida pelos meridianos, por meio da distância em graus de
qualquer ponto da superfície terrestre até o Meridiano de Greenwich, que varia de
0° até 180° leste ou oeste.

Como localizar as coordenadas geográficas?

As coordenadas geográficas correspondem ao conjunto de linhas imaginárias traçadas


nas posições horizontal e vertical. Tendo em vista que os paralelos (linhas horizontais)
definem a latitude de um local e que os meridianos (linhas verticais) definem a
longitude de um local, para encontrar a coordenada geográfica de um determinado
ponto da superfície terrestre, basta localizar o respectivo ponto no encontro de um
paralelo com um meridiano, obtendo assim a medida exata da coordenada geográfica
do lugar em questão. Exemplos de coordenadas geográficas

Cidade Latitude Longitude


Macapá 0°2'4'' Norte 51°3'60'' Oeste
Brasília 15°47'42" Sul 48°8'40" Oeste
Rio de Janeiro 22º54'23" Sul 43º10'21" Oeste
São Paulo 23°32'56'' Sul 46°38'20'' Oeste
Porto Alegre 30°01'58" Sul 51°13'48" Oeste
Pontos cardeais

Os pontos cardeais são referenciais de localização geográfica, definidos com base no


ponto de nascença do Sol (leste). Portanto, por meio desse referencial, temos as
outras direções cardeais: oeste, norte e sul. Os pontos cardeais são comumente
representados por uma rosa dos ventos.

A rosa dos ventos representa os pontos cardeais.


Os pontos cardeais são empregados em documentos cartográficos, como mapas,
além de instrumentos de localização, como bússolas, com o objetivo de referenciar
determinada localização espacial. Os pontos cardeais servem de orientação ao
definirmos a localização das coordenadas geográficas. A tabela abaixo apresenta os
quatro pontos cardeais:

Ponto cardeal Abreviação


Leste L ou E
Oeste O ou W
Norte N
Sul S

Exercícios resolvidos sobre coordenadas geográficas

Questão 1

(UFT 2010) Em 2010, pela primeira vez um país africano será a sede da Copa do
Mundo de Futebol da Fifa. Trata-se da África do Sul, conhecida pelos desafios
enfrentados em sua história recente contra o apartheid e tendo sua representação
política concentrada em Nelson Mandela. No que diz respeito à localização geográfica
da África do Sul na projeção cartográfica de Mercator, podemos afirmar que ela

A) situa-se a latitude N e longitude E. B) situa-se a latitude S e longitude E.

C) situa-se a latitude S e longitude W. D) situa-se a latitude N e longitude W.

E) situa-se sobre o meridiano e o paralelo principais (0°).

Questão 2

(UFRGS 2019) Um homem sai da sua casa e caminha 50 metros na direção norte.
Vira à esquerda e caminha 20 metros. Vira 45° à esquerda novamente e caminha mais
17 metros. Ao parar, ele olha para trás. Para que direção esse homem está olhando?

A) Norte. B) Noroeste. C) Nordeste. D) Sul. E) Sudoeste.

ELEMENTOS DO MAPAS

Os mapas, como sabemos, formam um importante meio de comunicação, pois são os


instrumentos utilizados para a representação de um dado local no espaço,
transmitindo não só a localização, mas também as características diversas e
previamente selecionadas sobre o lugar em questão. Por isso, existem
diversos mapas temáticos, que abordam os elementos naturais e humanos do espaço
geográfico. Dessa forma, para facilitar a leitura e melhor transmitir as informações,
existem alguns itens que são de extrema importância para que o cartograma seja mais
facilmente lido: trata-se dos elementos que compõem um mapa, aqueles que estão
presentes na maioria dos mapas produzidos, servindo como instrumentos de leitura e
análise.

Os elementos que compõem um mapa, ou seja, as partes obrigatórias dos mapas,


são: o título (e, às vezes, o subtítulo), as legendas, a escala, a orientação e
a projeção cartográfica utilizada para a produção do referido documento. A seguir,
poderemos observar um exemplo de mapa, disponibilizado pelo Atlas Geográfico
Escolar do IBGE.
Mapa físico do continente europeu, um exemplo de cartograma com todos os seus
elementos *

O título do mapa indica o tema ou assunto, bem como informações gerais como
localidade, tempo (em caso de mapas históricos ou com precisão temporal
necessária), além de qualquer outro tipo de informação que possa ser relevante para a
compreensão daquilo que está sendo representado. É a primeira coisa que uma
pessoa deve observar ao ler um mapa.

A legenda, por sua vez, é a especificação do significado atribuído aos símbolos


presentes nos mapas. Esses podem apresentar-se em forma de ícones, cores, áreas,
entre outras formas de representação. Alguns exemplos são clássicos, como um avião
utilizado para representar um aeroporto, o azul utilizado para designar água ou curso
d'água, além do verde utilizado na indicação de uma área de vegetação. No exemplo
acima, o mapa utiliza uma sequência de cores para representar as diferentes altitudes
e profundidades do relevo da Europa.

A orientação cartográfica indica os pontos cardeais que são necessários para que o
leitor tenha uma correta noção da posição relativa da área indicada no mapa.
Geralmente, ela apresenta-se nos mapas com uma seta apontando para o norte (N),
mas também pode ser indicada por uma rosa dos ventos.

A escala, outro importante elemento, é a proporção matemática entre a área real e a


sua respectiva representação cartográfica. Existem dois tipos de escala, a numérica e
a gráfica, ambas presentes no exemplo do mapa acima.

Já a projeção cartográfica, geralmente indicada no mapa pelo seu nome (no exemplo
acima é uma projeção ortográfica), é a forma ou a base cartográfica que o autor do
mapa utilizou para representar uma parte da Terra, que é esférica, em um plano.
Assim, o autor deve sempre escolher o tipo de projeção cartográfica que menos
prejudicar o seu trabalho em termos de distorções do espaço representado.
Latitude e longitude

A latitude e a longitude são medidas traçadas por meio de um sistema de


coordenadas geográficas. Elas permitem a localização de qualquer ponto na
superfície terrestre.

A latitude e a longitude permitem a localização de qualquer ponto na superfície


terrestre.
Latitude e longitude são medidas utilizadas para a localização de qualquer ponto da
superfície terrestre. Enquanto a latitude tem como referência a Linha do Equador e
varia de 0º até 90º norte ou sul, a longitude tem como referência o Meridiano de
Greenwich e varia de 0º até 180º leste ou oeste. O cálculo da latitude e da longitude é
realizado por meio de uma grade de coordenadas.

Resumo sobre latitude e longitude

 A latitude é a medida em graus de qualquer ponto da superfície terrestre até a


Linha do Equador.
 A longitude é a medida em graus de qualquer ponto da superfície terrestre até o
Meridiano de Greenwich.
 Latitude e longitude têm como principal função a localização de qualquer ponto da
superfície terrestre.
 Os paralelos são linhas imaginárias que cortam o planeta Terra no sentido leste-
oeste. O principal paralelo é a Linha do Equador.
 Os meridianos são linhas imaginárias que cortam o planeta Terra no sentido norte-
sul. O principal meridiano é o Meridiano de Greenwich.
 O cálculo da latitude e da longitude, geralmente representado em graus, é
realizado por meio de uma grade de coordenadas.
 A latitude, além de permitir a localização de um determinado ponto na superfície
terrestre, possibilita a delimitação das zonas climáticas. Já a longitude possibilita
ainda o cálculo de fuso horário de um país.

O que é latitude e longitude?

A latitude e a longitude são medidas de um determinado ponto da superfície


terrestre, geralmente apresentadas em graus. Elas formam um sistema de
coordenadas geográficas que tem fundamental importância para a localização e a
movimentação pelo espaço geográfico. Porém, mesmo sendo medidas
complementares, elas possuem diferenças significativas entre si.

A latitude é a medida em graus de qualquer ponto da superfície terrestre até a Linha


do Equador, que varia de 0º até 90º norte ou sul.

Por sua vez, a longitude é a medida em graus de qualquer ponto da superfície


terrestre até o Meridiano de Greenwich, que varia de 0º até 180º leste ou oeste.

A latitude e a
longitude são medidas proporcionadas pelo traçado das linhas imaginárias do planeta.

Qual a função da latitude?

A principal função da latitude é a localização de um determinado ponto da superfície


terrestre por meio da observância dos paralelos.

Essa medida permite determinar a posição de uma localidade no Hemisfério Norte ou


no Hemisfério Sul. Ademais, ela fornece ainda subsídios necessários para
a demarcação das zonas climáticas, por meio da marcação dos paralelos notáveis.

Qual a função da longitude?

A principal função da longitude é a localização de um determinado ponto da superfície


terrestre por meio da observância dos meridianos.

Essa medida permite determinar a posição de uma localidade no Hemisfério Leste


(Oriental) ou no Hemisfério Oeste (Ocidental). Ademais, ela realiza ainda a delimitação
dos fusos horários, ou seja, dos intervalos de 15º de longitude, utilizados na
demarcação das horas que são registradas em todo o planeta.

Paralelos e meridianos

Os paralelos e os meridianos são as linhas imaginárias que cortam a superfície


terrestre. O traçado dessas linhas tem como função auxiliar na localização e na
movimentação pelo espaço geográfico por meio da definição da latitude e da longitude
de um ponto qualquer. A área de contato entre um paralelo e um meridiano forma uma
coordenada geográfica.

Os paralelos são linhas imaginárias que cortam o planeta Terra no sentido leste-oeste.
O principal paralelo é a Linha do Equador. Os outros paralelos notáveis que auxiliam
no cálculo da latitude e na definição das zonas climáticas são: Círculo Polar
Ártico, Trópico de Câncer, Trópico de Capricórnio e Círculo Polar Antártico.

Por sua vez, os meridianos são linhas imaginárias que cortam o planeta Terra no
sentido norte-sul. O principal deles é o Meridiano de Greenwich. Outro meridiano
importante, localizado a 180º de longitude, é a Linha Internacional da Data. Esses
traçados são fundamentais para o cálculo da longitude, e ainda, para o
estabelecimento dos fusos horários.

Como calcular a latitude e a longitude?

O cálculo da latitude e da longitude é bastante simples e pode ser feito por meio de
uma grade de coordenadas:

 Cálculo da latitude: basta observar a disposição dos paralelos, ou seja, das linhas
imaginárias horizontais em representações cartográficas. Essas linhas indicam a
posição exata da latitude de um ponto, seja no Hemisfério Norte ou no Hemisfério
Sul, que pode variar de 0º até 90º.
 Cálculo da longitude: basta visualizar a disposição dos meridianos, ou seja, das
linhas imaginárias verticais que cortam a superfície terrestre em mapas. Essas
linhas indicam a posição exata da longitude de um ponto, seja no Hemisfério Leste
ou no Hemisfério Oeste, que varia de 0º a 180º.

A observação de uma grade de coordenadas permite o cálculo correto da latitude e da


longitude.

Longitude e a relação com os fusos horários


A longitude, além de permitir a localização de um determinado ponto na superfície
terrestre, possibilita ainda o cálculo do fuso horário de um país. O sistema de fusos
horários indica a hora civil de cada localidade do planeta. Esse cálculo é obtido por
meio do auxílio dos meridianos.

A superfície planetária está dividida em 24 fusos horários, que correspondem a 15º de


longitude cada um, e por consequência, 1 hora do horário civil. O principal meridiano
de referência para o cálculo dos fusos horários é o Meridiano de Greenwich.

Exercícios resolvidos sobre latitude e longitude.

Questão 1

(UECE) Considere um local cujas coordenadas geográficas são: latitude 1º48´ Norte e
longitude 20º48´ Oeste. Com base na localização referida, é correto afirmar que:

A) a latitude do local é avaliada em função de sua distância do Meridiano de


Greenwich em graus.

B) a longitude do local é indicada em função de sua distância do Equador em graus.

C) o local referido posiciona-se, geograficamente no Hemisfério Norte, a pequena


distância da Linha Equatorial.

D) o local referido posiciona-se, geograficamente, no Hemisfério Norte a pequena


distância do Círculo Polar Antártico.

Questão 2

(UECE) No âmbito da cartografia básica, é correto afirmar que:

A) latitude é o afastamento, medido em graus, de um meridiano em relação ao


meridiano de origem.

B) longitude é o afastamento, medido em graus, de um paralelo em relação ao


equador terrestre.

C) quando se projeta a rede de paralelos e meridianos sobre um mapa, obtém-se uma


projeção cartográfica.

D) um mapa com escala de 1:1000.000 apresenta grandes detalhes da área


geográfica mapeada, servindo para a representação de áreas urbanas.
Fusos horários

Fusos horários do mundo.


Os fusos horários existem em razão da forma esférica da Terra e pelo movimento de
rotação que a mesma realiza, além, é claro, do interesse do homem. O movimento de
rotação corresponde ao giro que a Terra executa em torno de si mesma. Para a
conclusão desse movimento são necessárias 24 horas, o giro completo que o planeta
executa possui 360°.

Para a elaboração dos fusos horários, os 360° do movimento de rotação foram


divididos pelas 24 horas gastas para a execução completa do mesmo, esse cálculo
resultou 15°, que corresponde a 1 hora.

A mudança de fusos é determinada também pela diferença entre os meridianos, ou


seja, mudança de um meridiano para outro, tendo em vista que cada fuso possui 15°.
Greenwich é o meridiano principal, é a referência global para o estabelecimento de
todos os fusos horários existentes no mundo.

O movimento de rotação que a Terra realiza ocorre no sentido Oeste-Leste. Diante


desse fato, foi firmado, através de convenção internacional, que a partir do Meridiano
de Greenwich, no sentido leste, seria adiantado uma hora a cada fuso, ou seja, 15°. E
no sentido Oeste de Greenwich seria atrasado uma hora a cada fuso.

Em decorrência da forma esférica da Terra, a mesma não recebe luz de maneira


uniforme. Assim, enquanto determinado lugar é totalmente iluminado, outro perde
gradativamente a luminosidade e outros já se encontram totalmente escuros. Essa
dinâmica corresponde às etapas do dia: manhã, tarde, noite e madrugada.
O movimento de rotação é responsável pela sucessão dos dias e das noites, pois há
momentos em que uma das partes do planeta está iluminada (dia) e outra não (noite).

EXERCÍCIOS

1- O estabelecimento do sistema de fusos horários levou em consideração um


importante movimento planetário chamado de

A) translação. B) transação. C) Mutação. D) rotação. E) mutação.

2- As linhas imaginárias auxiliam na definição dos fusos horários terrestres. Qual a


linha imaginária que representa o marco zero da contagem dos fusos horários?
A) Círculo Antártico B) Linha do Equador C) Meridiano de Greenwich D) Trópico de
Capricórnio E) Trópico de Câncer

3-O fuso horário parte de um referencial global de 0º. Considere que, na cidade de
Londres (GMT+0), um relógio marque meio-dia, logo, na cidade de Tóquio (GMT+9)
será

A) 9 horas.

B) 18 horas.

C) 20 horas.

D) 21 horas.

E) 22 horas.
GLOBALIZAÇÃO

"Globalização é o nome dado ao fenômeno de integração do espaço mundial mediante


os avanços técnicos nos setores da comunicação e dos transportes. Esse processo se
intensificou com o advento da Terceira Revolução Industrial, em que se observou um
aumento nos fluxos internacionais de capitais, mercadorias, pessoas e informações.

Esse processo é marcado pela proliferação das empresas transnacionais e pela


consolidação do capitalismo financeiro, promovendo profundas transformações no
sistema econômico internacional e na organização do trabalho. Na sua atual fase,
foram criadas novas redes geográficas, e houve uma expansão sem precedentes das
escalas de propagação de informações e também do consumo. Apesar disso, a
globalização não se expandiu de maneira homogênea pelos territórios, colocando uma
parte da população mundial à margem desse processo."

"Resumo sobre globalização

Globalização é o fenômeno de integração econômica, social e cultural do espaço


geográfico em escala mundial.

É caracterizada pela intensificação dos fluxos de capitais, mercadorias, pessoas e


informações, proporcionada pelo avanço técnico na comunicação e nos transportes.

A fase recente da globalização marca a consolidação do capitalismo financeiro


enquanto nova fase do sistema capitalista.
As empresas transnacionais e o mercado são dois dos principais agentes nesse novo
cenário.

O termo globalização surgiu durante a década de 1980, mas o fenômeno teve início
muito antes, no período das Grandes Navegações dos séculos XV e XVI.

Identificam-se ao menos quatro fases da globalização.

A globalização divide-se em econômica e cultural.

A propagação de informações de maneira rápida e o maior contato com diferentes


povos e culturas são vantagens da globalização.

A padronização do consumo e o aprofundamento das desigualdades socioespaciais


são algumas de suas desvantagens.

Seus efeitos se tornaram mais intensos no Brasil a partir da década de 1990."

"O que é globalização?

Globalização é o nome atribuído ao fenômeno de integração do espaço mundial por


meio das tecnologias da informação e da comunicação e também dos meios de
transporte, que se modernizaram rapidamente e proporcionaram, além de maior
dinamização dos territórios, aceleração e intensificação dos fluxos de capitais,
mercadorias, informações e pessoas em todo o planeta. Esse processo é conhecido
também como mundialização.

Características da globalização

A globalização é por vezes entendida como um processo que, de maneira metafórica,


suprimiu as barreiras entre os territórios e criou um espaço global unificado, o que
significa dizer que os fluxos acontecem agora em uma escala internacional.

Embora o fenômeno da globalização tenha se iniciado há mais tempo, a sua


aceleração está diretamente associada ao advento do meio técnico-científico-
informacional, que é marcado pela modernização das tecnologias da informação e da
comunicação já existentes e surgimento de novas, bem como pela maior relação com
a ciência, criando assim condições para, dentre outros fatores, maior difusão do capital
e das empresas pelo espaço mundial. Essa é uma das principais características da
atual fase da globalização. A financeirização da economia é um dos aspectos da
globalização.

Outros aspectos importantes que caracterizam a globalização são:

avanço do capitalismo monopolista (ou financeiro) e maior protagonismo do mercado


no cenário internacional;

internacionalização da produção, caracterizada pela desarticulação vertical das


empresas e consequente dispersão das etapas das cadeias produtivas por diversos
países e cidades, que são selecionados de acordo com as vantagens locacionais que
oferecem;

surgimento e ampla atuação das empresas transnacionais por todo o globo, incluindo
países até então com baixo nível de industrialização;
aumento dos fluxos de mercadorias e de capital (dinheiro) pelo mundo;

padronização técnica da produção e também do consumo, o que é fruto do papel


dominante das empresas transnacionais;

intensificação do uso da tecnologia nos processos produtivos, tanto na indústria


quanto no campo. No meio rural, o processo de modernização ficou conhecido como
Revolução Verde;

advento de novos blocos econômicos e maior atuação das organizações


internacionais;

ampliação do fluxo de informações e difusão de maneira ágil e em tempo real em


quase todos os locais do planeta;

modernização das telecomunicações e surgimento de novos meios, como a internet;

maior circulação de pessoas em escala global, com o crescimento das migrações


internacionais e das atividades turísticas;

criação de novos vínculos territoriais e adensamento das redes geográficas.

Importante: A globalização, a despeito de seu nome, não abrange de forma


homogênea todos os países e lugares do planeta Terra, difundindo-se de forma
desigual pelos territórios.

Tipos de globalização

A expansão do capitalismo moderno pelo mundo deu início à globalização, mas esse
fenômeno não ficou restrito somente a essa esfera. Como foi mencionado, o
aperfeiçoamento técnico da comunicação e dos transportes propiciou novos vínculos
territoriais, permitindo-nos distinguir, para fins metodológicos, ao menos dois
diferentes tipos de globalização.

→ Globalização econômica

A globalização econômica refere-se ao processo de internacionalização da economia,


que é marcado pela consolidação do capitalismo monopolista (ou financeiro) como
novo modelo de acumulação, com grande importância do mercado no âmbito da
tomada de decisões.

A globalização econômica é caracterizada pela massiva presença das empresas


transnacionais pelo globo, pela padronização da produção e sobretudo pela
fragmentação das cadeias produtivas, derivada da modernização tecnológica das
comunicações.

Está inserida também no escopo da globalização econômica a reestruturação


produtiva dos territórios em escala global, que tem como resultado a instalação de
uma nova divisão internacional do trabalho (DIT).

→ Globalização cultural

A globalização cultural, chamada também de globalização social, corresponde à


difusão de elementos culturais em escala planetária, da mesma forma como pode ser
relacionada ao aumento da circulação de pessoas pelo espaço mundial e nas trocas
socioculturais e relações que são estabelecidas nesses deslocamentos. Está
intimamente ligada aos meios de comunicação e ao desenvolvimento de novas
tecnologias, como a internet, que ampliam a escala das conexões e da difusão de
informações.

Origem e história da globalização

A origem da globalização é um tema bastante debatido entre pesquisadores do


assunto. Existem aqueles que determinam como marco inicial desse processo o
advento do sistema de acumulação capitalista no mundo, enquanto uma das teses
mais aceitas é a de que a globalização se iniciou com as Grandes Navegações dos
séculos XV e XVI.

As Grandes Navegações representaram um momento de consolidação do comércio


internacional e expansão dos domínios territoriais dos países europeus à época
considerados centrais, que estavam em busca de novas áreas fornecedoras de
matéria-prima e mão de obra. Esse período foi marcado pelo estabelecimento de
novas rotas comerciais no espaço mundial e intensa circulação de mercadorias e
pessoas entre países de diferentes continentes. As descobertas cartográficas e o
desenvolvimento de novas técnicas de navegação estão nas origens desse
acontecimento.

Gradativamente, as transformações no sistema econômico internacional e o


aperfeiçoamento das comunicações e dos transportes viabilizaram a evolução desse
processo, o qual pode ser compreendido por meio da sua divisão em diferentes fases.

Fases da globalização

Até chegar ao estágio atual, a globalização se desenvolveu em quatro diferentes


fases. Veremos cada uma delas a seguir.

Primeira fase da globalização

Corresponde ao período das Grandes Navegações, com o início do processo de


integração do espaço econômico internacional. Faz parte também dessa fase a
Primeira Revolução Industrial, que data do século XVIII. Além dos avanços
tecnológicos no setor produtivo e dos transportes e da ampliação da escala de
produção, ela consolidou o capitalismo enquanto sistema econômico internacional.
Outro aspecto importante que se destacou na Primeira Revolução Industrial foi a
invenção do telégrafo, que revolucionou a forma de comunicação no período

Segunda fase da globalização

Compreende o período que vai da segunda metade do século XIX até o final da
Segunda Guerra Mundial. Durante essa fase, os países europeus expandiram seus
domínios coloniais para o continente africano e para o continente asiático motivados
também pela busca por matérias-primas mais baratas. Ocorreu um substancial avanço
dos meios de comunicação e de transportes, assim como dos processos de
urbanização e industrialização.

Terceira fase da globalização

Abrange o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e estende-se até o


encerramento da Guerra Fria e a queda do Muro de Berlim, que data de 1989. Um dos
principais acontecimentos dessa fase, que deu respaldo para a atual fase da
globalização, foi a Terceira Revolução Industrial, responsável pelas inovações
tecnológicas e científicas que surgiram a partir da década de 1970 e que são
características do meio técnico-científico-informacional. Foi durante essa fase também
que se consolidou o capitalismo financeiro e cresceu a presença de empresas
transnacionais pelo mundo, dois dos principais signos da globalização contemporânea.

Quarta fase da globalização

A atual fase da globalização é caracterizada pelos maiores fluxos de mercadorias,


capitais e serviços pelo mundo.

Teve início a partir da década de 1990 e corresponde ao atual estágio da globalização.


É marcada pela consolidação do processo de industrialização em países emergentes,
com destaque para a região do Sudeste Asiático, e também da nova divisão
internacional do trabalho. Os ideais neoliberalistas avançaram para os países
emergentes e subdesenvolvidos, especialmente na América Latina. Novas redes
geográficas surgiram nesse período, facilitadas pelo desenvolvimento de novas
tecnologias da informação das quais se destacam a internet e as redes sociais.

Interessante: O termo globalização foi cunhado e passou a ser amplamente utilizado


durante a sua terceira fase, mais especificamente a partir da década de 1980.

Vantagens e desvantagens da globalização

→ Vantagens da globalização

A propagação das informações e do conhecimento atingiu, no atual período técnico,


uma escala sem precedentes na história, o que pode ser considerado um dos
aspectos positivos da globalização. Com a ideia de superação das barreiras físicas
alcançada pelos novos meios de comunicação e de transporte, é possível ter
conhecimento em tempo real do que acontece em outros territórios localizados a
centenas de milhares de quilômetros, bem como estabelecer canais de contato com
pessoas em todos os lugares do mundo.

O contato com novas tradições culturais foi ampliado, o que foi facilitado também pela
difusão de elementos por meio de músicas, filmes, séries, livros e outras produções
audiovisuais de várias regiões distintas do globo.

As próprias inovações no campo das ciências e da tecnologia podem ser apontadas


como vantagens do processo de globalização, assim como a circulação de
mercadorias com a ampliação do alcance dos mercados internacionais, o que significa
maior variedade de produtos aos consumidores finais. Ainda no campo econômico, a
intensificação dos fluxos de capital na forma de investimentos estrangeiros auxiliaram
o processo de industrialização de determinados países.

→ Desvantagens da globalização

Apesar dos pontos positivos, a globalização apresenta também uma série de aspectos
negativos, o que levou autores como Milton Santos a falarem em uma faceta perversa
da globalização.

Um dos seus pontos negativos é a padronização do consumo, resultante da dispersão


das transnacionais por todas ou quase todas as áreas do planeta, bem como da
formação de grandes conglomerados (oligopólios) que acabam por se tornar
dominantes na produção de um bem (alimento, produto de beleza, aparelho eletrônico,
carro) ou na prestação de serviços (bancários, comunicações etc.).

Nota-se ainda que a globalização não é um processo homogêneo e não incorpora


todos os territórios da mesma forma e intensidade em suas mais diferentes dimensões
— econômica, cultural ou informacional. Nesse sentido, há um reforço das
desigualdades socieconômicas e o aprofundamento de problemas como a
concentração de renda, a pobreza e o desemprego, por exemplo.

Além disso, culturas já antes em uma posição hegemônica, que são aquelas dos
países desenvolvidos, obtêm maior alcance, o que conduz a um processo de
homogeneização cultural e menor protagonismo de costumes e tradições locais.

Efeitos da globalização

Da mesma maneira como o processo de globalização atingiu todas as dimensões que


compõem a sociedade, os seus efeitos repercutiram de forma abrangente nas mais
distintas escalas territoriais e esferas socioeconômicas. Listamos abaixo quais foram
as principais consequências do fenômeno da globalização:

difusão das empresas transnacionais pelo espaço global;

reconfiguração da divisão internacional do trabalho, caracterizada agora pela presença


de países desenvolvidos ou países centrais e também de países emergentes e
subdesenvolvidos, que constituem a periferia econômica;

surgimento de novos organismos internacionais, principalmente após o fim da


Segunda Guerra Mundial, e de blocos econômicos que atuam na regulamentação
política e econômica em escala internacional e na intermediação de conflitos. São
exemplos dessas uniões o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI), a
Organização Mundial do Comércio (OMC), o Mercosul e muitas outras;

ampliação da competitividade entre lugares e também entre empresas;

transformações no papel do Estado diante da maior atuação do mercado;

intensificação dos fluxos de investimentos estrangeiros entre empresas e territórios;

maior integração entre os lugares e criação de novas redes geográficas.

Globalização e meio ambiente

A nova escala de consumo, produto dos feitos da globalização, gerou impactos


negativos ao meio ambiente, como é o caso do acúmulo de lixo nos oceanos. O
processo de globalização resultou em impactos diretos ao meio ambiente. Embora
tenha havido um grande desenvolvimento dos transportes nesse período, o uso
indiscriminado de combustíveis fósseis ainda é realizado para a geração de energia
nos motores à combustão, lançando volumes expressivos de gases poluentes na
atmosfera. Mais recentemente, veículos elétricos têm sido desenvolvidos como uma
alternativa, mas o seu uso ainda é bastante restrito e de elevado custo.

A escala de produção e a crescente demanda por produtos dos mais variados tipos
intensificou a busca por recursos naturais e matérias-primas, sem contar, é claro, com
o aumento na produção de alimentos e commodities agrícolas que são responsáveis
pela abertura de novas áreas de cultivo e pastagem. Como consequência desses
processos, podemos citar: desmatamento, poluição de mananciais, escassez de
recursos, contaminação do solo e muitos outros efeitos negativos para o ecossistema.

Além disso, o aumento da produtividade e do consumo gerou ampliação da produção


de lixo em escala global na mesma proporção, o que gera uma série de problemas
para os ambientes, tanto terrestres quanto marítimos, como é o caso das toneladas de
plástico que são descartadas anualmente nos oceanos.

Globalização no Brasil

Os efeitos da globalização foram sentidos no Brasil de maneira mais intensa a partir


da segunda metade do século XX, quando se registrou um maior ingresso de
empresas multinacionais no território brasileiro. Esse período foi marcado ainda pela
modernização do campo, com a absorção dos signos produzidos no âmbito da
Revolução Verde e com o crescimento dos grandes centros urbanos, decorrentes
tanto da mecanização do trabalho rural quanto da industrialização, que se intensificou.

A década de 1990 marcou a internacionalização da produção agrícola brasileira, o


grande ingresso de produtos estrangeiros no território e a adoção das medidas
neoliberais conforme as proposições do Consenso de Washington, com maior abertura
da economia nacional aos investimentos estrangeiros e um amplo processo de
privatização de empresas até então de administração estatal.

Dessa forma, podemos dizer que a integração do Brasil ao espaço econômico mundial
aconteceu de maneira mais robusta a partir do final do século XX. Internamente,
entretanto, a globalização produziu e reforçou uma série de contradições
socioespaciais E econômicas no território brasileiro.

Exercícios

Questão 1- (Enem 2015) Um carro esportivo é financiado pelo Japão, projetado na


Itália e montado em Indiana, México e França, usando os mais avançados
componentes eletrônicos, que foram inventados em Nova Jérsei e fabricados na
Coreia. A campanha publicitária é desenvolvida na Inglaterra, filmada no Canadá, a
edição e as cópias, feitas em Nova York para serem veiculadas no mundo todo. Teias
globais disfarçam-se com o uniforme nacional que lhes for mais conveniente. REICH,
R. O trabalho das nações: preparando-nos para o capitalismo no século XXI. São
Paulo: Educator, 1994 (adaptado).

A viabilidade do processo de produção ilustrado pelo texto pressupõe o uso de

A) linhas de montagem e formação de estoques. B) empresas burocráticas e mão de


obra barata. C) controle estatal e infraestrutura consolidada.

D) organização em rede e tecnologia de informação. E) gestão centralizada e


protecionismo econômico.

2- A desconcentração espacial da indústria, que resultou na diluição das cadeias


produtivas pelo espaço mundial, representa o modelo produtivo do toyotismo,
proporcionado pela organização em rede e pelo advento de novas tecnologias da
informação e da comunicação, características da Terceira Revolução Industrial. Esse
período corresponde à aceleração do fenômeno da globalização.

(Unesp — adaptada) Leia o texto para responder à questão.


Atualmente, muitos estudiosos acreditam que é possível identificar processos de
globalização em sociedades pré-modernas, em vista de fenômenos como o
encurtamento relativo das distâncias (através de meios de transporte e comunicação
mais eficazes), maior conectividade entre regiões previamente isoladas [...].

(Rafael Scopacasa. Revista de História, n° 177, 2018.)

O uso contemporâneo do conceito de globalização envolve, além dos aspectos


mencionados no texto,

A) imposição do setor industrial sobre o de serviços, autossuficiência energética dos


países, ampla mobilidade de pessoas e mercadorias.

B) convergência de preços e mercados entre regiões distantes, meios de comunicação


ultravelozes, formação de uma consciência global.

C) maior importância das barreiras geográficas, constituição de redes de contatos


culturais, uniformização mundial de preços.

D) unidade ideológica e política entre os governantes dos Estados, redução das


distâncias físicas entre continentes, declínio da diversidade global.

E) imposição do poder dos blocos econômicos regionais, internacionalização do


movimento operário, redução das barreiras linguísticas.

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