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A evolução do pensamento geográfico

A evolução do pensamento geográfico


21 de setembro de 2022 Actualizado em: 23 de fevereiro de 2023

À semelhança do que aconteceu noutras áreas do conhecimento científico, a


evolução da geografia reflectiu e acompanhou as progressivas transformações
operadas na sociedade.

Desde a criação do termo pelos gregos, durante o período da Antiguidade


Clássica, ate meados do século XIX, apenas se podia falar de um pensamento
com incidência geográfica. Só nos meados do século XIX, é que a geografia
adquire o estatuto de ciência autónoma, concretizando-se a sua
institucionalização em 1870.

Pré-história da geografia

Com o aparecimento da humanidade, surgiram os primeiros sinais de


preocupação quanto àdistribuição dos fenómenos. Cruz (1990) e Ferreira e
Simões (1992) referem que as migrações dos antigos nómadas, motivadas
pelas alterações climáticas, pela procura de alimentos ou pelas actividades
guerreiras, motivada pela curiosidade de obtenção lucro.

A história da exploração da superfície terrestre iniciou-se muito antes da Grécia


Antiga. Com efeito, os achados pré-históricos, como, por exemplo, as pinturas
rupestres, utensílios diversos, esqueletos, entre outros, indiciam vestígios da
presença humana em todas as partes do globo.

O mapa mais antigo que se conhece data de 2500 a.C. e foi desenhado numa
placa de argila. Foi descoberto durante as escavações da cidade de Ga Sur, a
300 quilómetros a norte da Babilónia.
Foram ainda encontradas outras placas com a representação de povoações ou
de toda a babilónia, o que sugere a importância da cartografia na Antiguidade
Clássica.

A geografia na Antiguidade Clássica


Época grega

É igualmente justo afirmar que a geografia surgiu logo após o nascimento do


homem. Com efeito, considera-se que os gregos foram os organizadores e
sistematizadores de um conjunto de informações e anotações de carácter
geográfico que ainda hoje tem impacto na vida da humanidade.

Este era mais pequeno e estava confinado às regiões litorais dos três
continentes, que se encontravam bordejadas pelo mar mediterrâneo,
nomeadamente, a parte meridional da Europa, o Sudoeste da Ásia e a zona
setentrional de África.

Um dos factores que contribuíram largamente para que os gregos da


antiguidade clássica se impusessem foi sua localização geográfica privilegiada
no mundo de então, o que permitiu a sua expansão politica, militar e comercial
para outros territórios.

Estes conhecimentos foram registados nos périplos, antigos documentos de


natureza geográfica contendo relatos, itinerários e esquemas onde se descreve
de forma pormenorizada o trajecto das viagens efectuadas a um cabo, a um
porto ou a outro local qualquer da costa, no mundo anteriormente conhecido.

Foi então que surgiram e se desenvolveram duas vias no que se


refere à maneira de pensar e de estudar a geografia, nomeadamente:

 A via descritiva, regional, que assenta nas características das paisagens, nas
particularidades dos habitantes e nas respectivas civilizações;
 A via matemática, que se baseia na localização precisa dos lugares e que
conduziu àprodução de cartas geográficas e à busca de explicações para a influencia que
a forma da terra exerça nos diferentes climas (cruz, 1990).
Os primeiros pensadores gregos foram determinantes para o surgimento do
espírito geográfico. Destacam-se os seguintes:

 Heródoto (482-425 a.C.) – natural de Halicarnasso, é considerado o pai da história,


contextualizando sempre geograficamente os conhecimentos históricos adquiridos.
 Eratóstenes (276-196 a.C.) – foi o primeiro filósofo a autonomizar-se geógrafo, alem de
poeta, foi matemático e geómetra;
 Hiparco (190-126 a.C.) – é o astrónomo mais notável da Antiguidade.
Época romana
Os romanos compilaram e desenvolveram os conhecimentos geográficos dos
gregos, de entre os quais podemos destacar:

 Estragão (64 a.C-21 d.C.) – historiador e viajante, elaborou a obra geografia;


 Ptolomeu (90-168bd.C) – considerado o último dos grandes geógrafos da Antiguidade,
foi também astrónomo e matemático e autor de várias obras, destacando-se de entre
estas Geographike Syntaxis.
A geografia na era moderna

Na era moderna, a geografia deixou de ser descritiva e começou a apresentar


explicações para os fenómenos e favos geográficos. Os principais fundadores da
geografia moderna são:

 Alexandre von Humboldt (1769-159) – naturalista e geógrafo alemão, era dotado de um


excelente sentido de observação e foi autor da obra Cosmos;
 Karl Ritter (1779-1859) – professor universitário, relacionou a história e a geografia.
Com Humboldt e Ritter foram fixados os objectivos da geografia moderna,
nomeadamente:

 Determinar as relações entre os três estados da matéria: gasoso, líquido e sólido e a sua
evolução;
 Localizar fenómenos na sua extensão e dimensão espacial;
 Encarar a natureza e os seus fenómenos na sua diversidade, realidade, extensão e
conexão, e não como algo morto.
A geografia no renascimento

As grandes descobertas marítimas realizadas entre os séculos XV e XVI, os


descobrimentos, contribuíram para a recuperação do pensamento geográfico
clássico. Tais descobertas deveram-se essencialmente à utilização da bússola e
do astrolábio. Assim os factores de natureza cientifica, motivados pela
influencia da ciência grega e por Ptolemeu, existiram outros que contribuíram
para que os descobrimentos se concretizassem e que passaremos a enunciar:

Factores de natureza técnica – estão relacionados com o desenvolvimento da


navegação marítima e da astronomia, nomeadamente a navegação em alto-
mar com a utilização da caravela, pois a vela triangular permitia navegar contra
o vento, da bússola, do astrolábio e dos portulanos, que substituíram os
périplos;

Factores de natureza comercial – a procura de novas rotas ou caminhos


para a promoção de trocas comerciais;

Factores de natureza religiosa – a propagação do cristianismo.

Os descobrimentos são essencialmente obra de povos costeiros europeus,


destacando-se inicialmente os Portugueses e os Espanhóis, em seguida os
Franceses, os Ingleses e os Holandeses. Os mais notáveis dos descobrimentos
foram:

 Cristóvão Colombo que descobriu um novo continente – a América (1492);


 Vasco da Gama, que descobriu o caminho marítimo para Índia, contornando o
continente africano 1479-1498);
 Pedro Alvares Cabral, que descobriu o Brasil (1500);
 Fernão de Magalhães, que fez a primeira viagem de circum-navegação à volta da terra
(1519-1522).
Considera-se que obra de Ptolemeu encerra a primeira etapa do
desenvolvimento da geografia, uma vez que a execução de mapas entrou em
declínio até ao século XIV.

Bernardo Vrenio (1620-1658), em 1650, através da sua obra geografia geral,


apresenta a estrutura da geografia como disciplina científica. Distingue
claramente dois ramos da geografia: a geografia geral e humana.

Entre os séculos XVII e XIX, observa-se um amplo movimento de exploração


dos oceanos, de produção de material cartográfico, de desenvolvimento das
ciências físicas e naturais e das ciências do homem, que vão preparando o
caminho para a emergência e desenvolvimento da geografia moderna.

No século XVIII, destacam-se as viagens de James Cook e a expedição de La


Perousse no oceano Pacifico. O século XIX é considerado o século das
expedições ao interior dos continentes, marcando profundamente o
desenvolvimento do conhecimento geográfico.

Kant (1724-1804) foi um filósofo na ciência contemporânea e também foi


professor de geografia. Ao estudar a classificação e a separação das ciências,
apresentou a divisão das mesmas da seguinte forma: ciências sistemáticas
(biologia, geologia e outras), ciências históricas e ciências geograficas.

A geografia na idade média

A idade média, também conhecida por idade das trevas, é marcada pelo recuo
do conhecimento científico na Europa. Isto deveu-se à influência e
predominância das explicações religiosas sobre as explicações científicas, de tal
modo que as respostas às questões colocadas pelos estudiosos deixaram de ser
dadas pela ciência e passaram a ser dadas pela bíblia.

Embora na idade média o conhecimento geográfico tenha conhecido uma


relativa estagnação na Europa ocidental, confinado ao domínio eclesiástico,
foram produzidos os mapas OT (orbis terrarum).

O povo árabe adoptou os conhecimentos greco-romanos e aperfeiçoou-os,


traduzindo do grego a obra de Ptolemeu. Destacam-se também os viajantes
árabes Al-Idrisi e Ibn-Batutha que contribuíram para o desenvolvimento do
conhecimento geográfico e da cartografia.
O desenvolvimento da navegação marítima conduziu ao abandono da
cartografia religiosa e ao regresso à cartografia, real e utilitária. Surgiram,
então, os mapas portulanos, que introduziram a rosa-dos-ventos, onde se
procurava assinalar com exactidão os acidentes geográficos, como, por
exemplo, cabos, baias e rios.

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