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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA


ENGENHARIA CARTOGRÁFICA E DE AGRIMENSURA

OS SISTEMAS DE REFERÊNCIA: CÓRREGO ALEGRE; SAD 69;


SIRGAS 2000 E WGS 84.

Docente: Jones Remo Barbosa Vale


Disciplina: Geodesia Espacial
Discentes: Antônio da Silva Castro, 2018005412

Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA


1 – Graduando em Engenharia Cartográfica e de Agrimensura
E-Mail: tonicastro1337@gmail.com

Belém - 2021
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CÓRREGO ALEGRE
No Brasil o Sistema Geodésico de Referência (SGR) Datum Córrego Alegre, foi
implementado em 1949 (dec. 50) a partir da necessidade de ter um SGR para levantamentos
geodésicos em todo território. Nele foi considerado o elipsoide Internacional de Hayford de
1924 como superfície de referência, sendo seu posicionamento e orientação determinados
astronomicamente de forma mais primitiva com calculadoras mecânicas e com o uso das
tábuas de logaritmo.
O Datum planimétrico considerado para o sistema foi um vértice de primeira ordem (VT
Córrego Alegre), localizado no município de Frutal-Minas Gerais e baseadas em
determinações astronômicas realizadas na implantação da cadeia de triangulação em Santa
Catarina. Além disso, os ajustamento que deu destaque ao Datum foi a adoção dos métodos
das equações de condições (método correlatos).
Vale ressaltar, que ao implementar, verificou-se que os desvios da vertical na região tinham
uma tendência para o leste, ou seja, constatando uma maior concentração de massas a oeste e
deficiência das mesmas a leste, concluindo que o ponto Datum a ser escolhido ficaria melhor
situado na região do planalto.
Os parâmetros que definem, em resumo, o sistema são:
Superfície de referência:
Elipsoide Internacional de Hayford 1924.
Semi eixo maior: 6378388 metros.
Achatamento Polar: 1/297
Ponto Datum:
Vértice Córrego Alegre.
Coordenadas (revisada):
γ = - 19° 50′ 14″.91
λ = -48° 57′ 41″.98
h = 683.81 metros
Orientação elipsóide-geóide no ponto Datum:
ξ=η=0 (componentes do desvio da vertical)
N=0 metros (ondulação geoidal)
Considerando os paramentos acima, pode obter o calculo da Primeira e Segunda
excentricidade do elipsoide da seguinte forma:
𝑎2 −𝑏²
a) Primeira excentricidade (e): 𝑒² =
𝑎²
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𝑎−𝑏
*Achando o semieixo menor (b) através do achatamento polar 𝑓 = => 0,003367003 =
𝑎
6378388-b/6378388 => b=6376241,912. Com isso, temos e²= 6378388²-
6376241,912²/6378388² => e=0,025938614
b) Segunda excentricidade (e’):
(𝑒′) ² = 𝑎2 − 𝑏²/ 𝑏²=> 𝑒′=0,025947344
O sistema foi utilizado para trabalhos geodésico e cartográficos até o final da década de 1970,
quando teve a adoção oficial do SAD69 (IBGE 2006)
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SAD69 (DATUM South American Datum)


É um sistema de referência geodésico regional adotado para a América do Sul, sendo
usual na Geodésia e em navegação. Sua orientação é topocêntrica, ou seja, o ponto de origem
e orientação está na superfície terrestre.
A princípio, foi sugerida através da aprovação do relatório final do Grupo de Trabalho
sobre o Datum Sul-americano, em 1969, na XI Reunião Pan-americana de Consulta sobre
Cartografia. Entretanto, esse sistema não foi seguido por todos os países que compõem a
América do Sul.
Vale ressaltar, que em 1979 tornou-se oficial no Brasil para a padronização dos
trabalhos geodésicos e cartográfico. Além disso, o Datum Sul Americano foi dividido em
duas partes, tendo a primeira o objetivo de estabelecer um sistema geodésico tal que o
respectivo elipsoide apresentasse “boa adaptação” regional ao geoide e a segunda o ajuste da
rede planimétrica de âmbito continental referenciada ao sistema definido.
Em resumo, as característica desse sistema são:
Elipsoide UGGI-67:
a (semi-eixo maior) = 6378160 m
b (semi-eixo menor) =6356774 ,71920 m
f (achatamento) = 1/ f=(a-b)/a= 1/298.25;
Orientação:
- Topocêntrico: vértice Chuá em Uberaba/MG;
Latitude: 19°45’41,6527”S
Longitude: 48°06’04,0639”W
H=763,2819m
N: 0m;

Parâmetros de Conversão para o WGS-84:


Delta X= -67,35m
Delta Y= +3,88m
Delta Z= -38,22m
Rotação= 0º nos 3 eixos
Escala= 0ppm.
Considerando os paramentos acima, pode obter o calculo da Primeira e Segunda
excentricidade do elipsoide da seguinte forma:
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a) Primeira excentricidade (e): 𝑒² = 𝑎² − 𝑏²/ a²


𝑒² = 6378160²-6356774 ,71920²/6378160²=0,081820180
b) Segunda excentricidade (e’): (𝑒′)² = 𝑎2 − 𝑏²/ 𝑏²
(𝑒′)²=6378160²-6356774 ,71920²/6356774 ,71920²=0,082095437
Em 2000 foi substituído no Brasil pelo SIRGAS 2000, sendo oficializado através de portaria
do IBGE em 2005.
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SIRGAS 2000
A rede de referência SIRGAS é uma densificação dos marcos da rede ITRF
(lnternational Terrestrial Reference Frame), para a América Latina, e sua materialização foi
realizada em várias campanhas GPS, sendo a primeira em 1995 (SIRGAS95) com 58
estações, a segunda no ano 2000 (SIRGAS2000) composta de 184 estações. Atualmente está
em fase de implantação à rede SIRGAS de Monitoramento Continuo (SIRGAS-CON), que
será composta de 170 estações, sendo que 50 pertencem à rede global do IGS (lnternational
GPS Service). Os países da América Latina que utilizarão o SIRGAS são: Argentina, Bolívia,
Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Equador, México, Panamá, Paraguai, Peru,
Uruguai e Venezuela.

O SIRGAS2000 (Sistema de Referencia Geocêntrico para as Américas) foi


oficializado como novo referencial geodésico para o SGB (Sistema Geodésico Brasileiro) em
fevereiro de 2005, conforme publicação da resolução 01/2005 do IBGE (Fundação Instituto
de Geografia e Estatística). A adoção de um referencial geocêntrico no Brasil se constitui em
uma necessidade, e atende os padrões globais de posicionamento, além de garantir a qualidade
dos levantamentos GPS realizados em todo o território nacional, cria um único referencial
geodésico para o continente Americano.

O Datum geodésico SIRGAS tem como origem os parâmetros do elipsóide GRS80,


(Geodetic Reference System 1980), sendo considerado idêntico ao WGS84 para efeitos
práticos da cartografia. As constantes dos dois elipsóides são praticamente idênticas, com
exceção de um pequena variação no achatamento terrestre (WGS84=1/298,257223563;
GRS80=1/298,257222101), as diferenças apresentadas são na ordem de um centímetro.
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O SAD-69 é um sistema topocêntrico que tem como referência uma origem na


superfície terrestre, enquanto o WGS84 e SIRGAS são sistemas geocêntricos que tem como
referencial um ponto no centro de massa da terra. O ponto de origem do geóide coincide com
o do elipsóide geocêntrico, como mostrado na Fig. 4

Fig.4- Ponto de origem do referencial geocêntrico

A tecnologia de posicionamento e navegação por GPS, atualmente além dos


cartógrafos e topógrafos, tem sido utilizada por geólogos, arqueólogos, ambientalistas,
concessionárias, órgãos públicos etc. Popularmente também é utilizado por leigos que
querem somente orientar-se durante viagens, ou na agricultura de precisão onde uma
máquina agrícola é equipada com um receptor que armazena informações a respeito da
produtividade bem como a otimização da aplicação de defensivos. O maior problema
desta popularização é a utilização de sistemas geodésicos diferentes, os mapas e bancos
de dados atualmente no Brasil, não são compatíveis com o WGS84 e conseqüentemente
com o SIRGAS2000.
Os principais benefícios de adotar o SIRGAS2000 e a uniformidade, compatibilidade
entre as informações de Geo-espaciais tanto no âmbito nacional como internacional. Porém
para usufruir destes benefícios as bases cartográficas e bancos de dados devem ser
transformados para o SIRGAS2000, e que o planejamento de novos mapeamentos sejam
executado neste referencial ou apresentem subsídios para posterior transformação.
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WGS 84
Com o advento dos satélites artificiais, há mais de 35 anos, possibilitou o
desenvolvimento prático dos sistemas de referência geocêntricos, como por exemplo o
WGS84 e o ITRFyy em suas mais diversas realizações e densificações. Sendo assim, WGS84
é a quarta versão de sistema de referência geodésico global estabelecido pelo U.S. Department
of Defense (DoD) desde 1960 com o objetivo de fornecer o posicionamento e navegação em
qualquer parte do mundo, através de informações espaciais [MALYS & SLATER, 1994]. Ele
é o sistema de referência das efemérides operacionais do sistema GPS.
Além disso, foi definida em 1984 e cuja última revisão se deu em 2004.[1] É composta por
um sistema de coordenadas para a Terra, uma superfície de referência esferoidal padrão (a
base ou elipsóide de referência) para dados de altitude, e uma superfície gravitacional
equipotencial (o geoide) que define o nível médio do mar.
Para calcular primeira e segunda excentricidade no elipsoide temos:
a (semi-eixo maior) = 6378137 m
b (semi-eixo menor) =6356752 ,31m
f (achatamento) = 1/298,257223563
a) Primeira excentricidade (e): 𝑒² = 𝑎² − 𝑏²/ a²
𝑒² = 6378137²-6356752 ,31²/6378137²=0,081819199
b) Segunda excentricidade (e’): (𝑒′)² = 𝑎2 − 𝑏²/ 𝑏²
(𝑒′)²=6378137²-6356752 ,31²/6356752 ,31²=0,082094446
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BIBLIOGRAFIA
IBGE. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Sistema Geodésico Brasileiro.
Disponível em: < http://www.ibge.gov.br/home/geociencias.shtm >. Acesso em 9 de junho 2021.

Preservação de Monumentos da Cartografia Histórica Brasileira. Revista Brasileira de


Cartografi a, Edição de Cartografi a Histórica, Vol. 67, Nº 4: p. 877-885, 2015

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