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Discente:

Cardino Estupe Alfredo

CURSO: Desenvolvimento Comunitário

Instituto Superior De Educação e Tecnologia – One World University

Módulo: Geografia da África e Recursos Ambientais

Disciplina: Pedagogia de Comunicação

Tema:
A MINHA VISÃO PESSOAL DA SOCIEDADE MOÇAMBICANA HOJE

Docente:
Nomésia Horácio Cole

Maputo, Outubro de 2021

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ÍNDICE
Introdução...................................................................................................................................................3

1.1 Delimitacao do tema:.......................................................................................................................4

A minha visão pessoal da sociedade moçambicana hoje.............................................................................4

Relevancia do tema:....................................................................................................................................4

Objectivos Especificos:...............................................................................................................................4

III ̵ Metodologia..........................................................................................................................................4

A MINHA VISÃO SOBRE A SOCIEDADE MOÇAMBICANA HOJE....................................................5

1. Conflitos e ataques armados............................................................................................................5

2. O Cenário das Dívidas ilícitas..........................................................................................................6

3. Impacto da Pandemia da Covid 19..................................................................................................7

Considerações Finais...................................................................................................................................8

Referência Bibliográfica..............................................................................................................................9

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Introdução
O Presente Ensaio, insere-se no âmbito da disciplina de Pedagogia de Comunicação, e tem como
propósito apresentar a Visão Pessoal sobre a sociedade Moçambicana Hoje.

Trinta anos depois da aprovação da primeira Constituição multipartidária da história do País,


Moçambique continua a enfrentar grandes desafios no processo da construção democrática. Com
efeito, não só as instituições que resultaram das reformas políticas no âmbito da nova
Constituição têm demonstrado fragilidades no seu funcionamento, como também as regras do
jogo político têm sido marcadas por uma certa instabilidade, consubstanciada, por exemplo, nas
sucessivas revisões da legislação eleitoral. E estas situações tem criado certos conflitos políticos
que até levam a guerras regionais.

Assim o principal objectivo deste relatório é apresentar os reais cenários da situação que se vive
em Moçambique desde os conflitos políticos, a situação das dívidas ilícitas, a questão do impacto
da Pandemia da Covid 19 declarada pela OMS em 2020.

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1.1 Delimitação do tema:

A minha visão pessoal da sociedade moçambicana hoje.

Relevancia do tema:

O presente tema de estudo é relevante na medida em que permite fazer uma abordagem em torno
da sociedade Moçambicana,sua situação actual, mergulhada em vários desafios tais como: os
ataques armados na zona centro e norte do País, a questão das dívidas ilícitas e o impacto da
Pandemia da Covid 19.

Objectivo Geral:

 Apresentar a minha visão individual sobre a Sociedade Moçambicana nos dias Hoje.

Objectivos Especificos:
 Fazer uma breve descrição do actual figurino de Moçambique;
 Apontar elementos que caracterizam o Moçambique na actualidade.

III ̵ Metodologia
Para a realização deste ensaio foram usados diferentes métodos os seguintes métodos:
Bibliográfico que consistiu na exploração de diferentes fontes escritas que abordam sobre
Moçambique e várias experiências vivenciadas e discutidas nos grupos de Estudo.

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A MINHA VISÃO SOBRE A SOCIEDADE MOÇAMBICANA HOJE

A Sociedade Moçambicana nos dias hoje enfrenta vários desafios e problemas que afectam
directamente a vida política, social, económica dos Moçambicanos. A Dimensão económica
assistimos tensões, conflitos e inconsistências nas relações entre as políticas fiscal e monetária,
provocando impactos negativos e as suas implicações. Com base nas dinâmicas da economia de
Moçambique na última década e meia, «as tensões, os conflitos e a inconsistência nas relações
entre a política fiscal e monetária emergem da estrutura económica e dos padrões de acumulação
dominantes na economia, o que impede o processo de transformação e diversificação da base
produtiva nacional» (Ibraimo, 2020, p. 204).

Assim nesta breve reflexão pretende-se reflectir em torno de três momentos ou situações que a
Sociedade vive ou enfrenta nos dias de Hoje: A Questão dos conflitos políticos na zona centro e
norte do país, a questão das dívidas ilícitas e a Pandemia da Covid 19 e seus impactos.

1. Conflitos e ataques armados

Uma das crises ou situações que a sociedade Moçambicana enfrenta nos dias de hoje e marca o
contexto é a prevalência de conflitos armados nas regiões Centro e Norte de Moçambique, nas
províncias de Manica e Sofala e Cabo Delgado, respectivamente. Embora se trate de conflitos
armados de natureza diferente, eles reflectem os desafios do processo da construção do Estado
moçambicano no período pós-independência com as suas contradições e clivagens de ordem
social, política e económica e graves implicações em termos de crise humanitária, cristalizada no
aumento do número das populações deslocadas, que fogem das zonas assoladas pela violência
armada.

(Muianga, 2020, p. 186), Entende que o contexto da crise interna da Renamo e das negociações
para pôr fim à guerra entre o antigo movimento rebelde e o Governo de Moçambique, na
sequência das eleições gerais de 2014, o conflito que se vive nas províncias de Manica e Sofala,
na realidade, cristaliza as dificuldades que o País tem de traduzir os sucessivos acordos assinados
entre o Governo e a Renamo, desde 1992,4 numa reconciliação efectiva capaz de oferecer aos
diferentes grupos políticos, económicos, sociais, étnicos, as mesmas oportunidades, no âmbito do
processo da construção do Estado moçambicano. Neste contexto, apesar de o processo do

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Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) estar a decorrer, a existência e a actuação
da Junta Militar da Renamo coloca desafios concretos ao sentido e à sustentabilidade do DDR,
facto que, por sua vez, desafia e põe em causa o próprio Acordo de Paz e Reconciliação
Nacional, assinado em Agosto de 2019.

2. O Cenário das Dívidas ilícitas

A Segunda crise que a sociedade Moçambicana ultrapassa nos dias de hoje refere-se às chamadas
dívidas ilícitas, cujos efeitos socioeconómicos ainda continuam a fazer-se sentir nas famílias
moçambicanas, particularmente as mais desfavorecidas. Contraídas em 2013 e 2014 com
garantias soberanas do Estado e sem conhecimento do Parlamento, as dívidas ilícitas agravaram
a crise financeira do País e cristalizaram a fragilidade das instituições criadas no contexto da
construção democrática.

Na sequência de um longo processo desencadeado pelo Fórum de Monitoria do Orçamento


(FMO) – uma plataforma que congrega diversas organizações da sociedade civil em
Moçambique – o Conselho Constitucional declarou, em 2019, a nulidade de todos os actos
inerentes à contratação das dívidas referentes à Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM)
(Acórdão n.º 5/CC/2019) e, em 2020, a nulidade dos actos que dizem respeito às dívidas
contraídas pelas empresas ProIndicus e Mozambique Asset Management (MAM) (Acórdão n.º
7/CC/2020). Apesar disso, no caso da EMATUM, o Governo de Moçambique continuou a
negociar junto dos seus credores com a finalidade de reestruturar a dívida e prosseguir com o
respectivo pagamento, contrariando o acórdão do Conselho Constitucional de 2019 acima
referido e vários sectores da sociedade moçambicana, com destaque para as organizações da
sociedade civil congregadas no FMO (Forquilha, 2020, p. 23).

Com cerca de 19 arguidos, o processo judicial referente às dívidas ilícitas ainda não conheceu
nenhum julgamento, desde que ocorreram as primeiras detenções dentro do País, em Fevereiro
de 2019. Com contornos judiciais de natureza complexa, o processo das dívidas ilícitas possui
igualmente contornos políticos complexos, consubstanciados em conflitos e clivagens no seio
das elites da Frelimo.

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3. Impacto da Pandemia da Covid 19

A terceira crise que marca o contexto actual em que a sociedade moçambicana está mergulhada
diz respeito à pandemia da COVID-19, declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
em Março de 2020. De origem e natureza complexas, a pandemia da COVID-19, na realidade,
constitui um «facto social total» (Mauss, 2007), na medida em que tem implicações nas
diferentes dimensões da vida em sociedade, nomeadamente política, económica, social e
religiosa. Com efeito, aquilo que inicialmente se apresentava como um mero problema de saúde
pública, rapidamente se transformou num desafio transversal, no contexto da implementação das
medidas de prevenção, afectando não só o funcionamento da economia, mas também as relações
sociais, o espaço cívico e até a maneira como se organiza e pratica o culto nas diferentes
confissões religiosas ao longo do País.

À semelhança das outras crises acima mencionadas, a crise sanitária no contexto da COVID-19
também veio expor a fragilidade das instituições do País, nomeadamente sanitárias, económicas,
políticas e sociais, bem como as vulnerabilidades de uma economia virada para a acumulação
extractiva e porosa de capital, com enormes fraquezas nos serviços públicos e nas condições de
trabalho e de vida, incapaz de lidar com esta crise e com as medidas sanitárias necessárias.

A pandemia do coronavírus que vivemos é, sem dúvida, o expoente mais alto dos perigos globais
até hoje materializados, quer ela resulte de causas naturais, da manipulação biológica ou de uma
excessiva intervenção do homem sobre o habitat natural de outras espécies.

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Considerações Finais

Portanto, são vários os acontecimentos que caracterizam a sociedade Moçambicana nos dias
hoje, mas achou-se pertinente reflectir em torno destes 3 pontos de sobre actualidade de
Moçambique. Porém, o maior risco que Moçambique conhece é, sem dúvida, a guerra. Entre
uma trégua e outra, a política moçambicana continua muito permeável à violência das armas e a
paz aparece sempre como um intervalo entre duas guerras.

Em Moçambique a guerra é um risco sistémico: na linguagem de Thomas Hobbes, é a mãe de


todos os riscos. A guerra é transversal a todos os outros riscos em termos de consequências
sociais, económicas, políticas e culturais: destrói as infra-estruturas, como a rede escolar, os
hospitais, as vias de acesso e os tecidos sociais; enfraquece a economia; paralisa a agricultura;
apodera-se da indústria; e instala a fome, a miséria e toda a espécie de desgraças.

Visto de Moçambique, o coronavírus é mais um entre os tantos riscos que se têm abatido sobre o
País com a mesma dimensão e gravidade nas últimas cinco décadas. Em ordem decrescente, os
riscos ambientais acompanham a história do País, que é regularmente assolado por eventos
naturais extremos que atingem de forma catastrófica as comunidades mais vulneráveis.

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Referência Bibliográfica

Ali, R. (2020). «Desafios e contradições para uma abordagem sobre trabalho e emprego em
Moçambique». In: S. Forquilha (ed.). Desafios para Moçambique 2020. Maputo: IESE.

António, B. (2020). «A governação municipal em contextos de alternância politica em


Moçambique: algumas notas a partir do município de Gurué (2014-2018)». In: S. Forquilha
(ed.). Desafios para Moçambique 2020. Maputo: IESE.

Arndt, C., Castigo, F., Ibraimo, M., Jones, S., et al. (2018). «Evolução da pobreza e do bem- -
estar em Moçambique, 1996/1997 - 2014/2015)». In: Desafios para Moçambique 2018. Maputo:
IESE.

Brito, L. (2020). «Geografia eleitoral e insurgência em Cabo Delgado». In: S. Forquilha (ed.).
Desafios para Moçambique 2020. Maputo: IESE.

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