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Universidade católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Classificação dos impostos: classificação e características dos impostos em Moçambique

Licenciatura em

Nome:

II ano

Maputo, Novembro 2022


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relevantes na área de
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Conclusão 2.0
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gerais
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 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

índice
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Introdução........................................................................................................................................4
1. Classificação dos impostos: classificação e características dos impostos em Moçambique.......5
1.1. Descrição Geral.....................................................................................................................5
1.1. 1. Imposto sobre os Rendimentos das Pessoas Colectivas (IRPC....................................6
1.1.2. Imposto sobre os Rendimentos das Pessoas Singulares (IRPS)........................................7
1.1.3. Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes (ISPC)..............................................8
1.1.4. Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)......................................................................9
1.1.5. Outros Impostos sobre a Despesa....................................................................................12
2. Quadro resumo dos principais impostos moçambicanos.......................................................13
Conclusão......................................................................................................................................15
Referências Bibliográficas.............................................................................................................16
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Introdução

A política fiscal é uma das bases fundamentais para o desenvolvimento, pois, é ela que suporta as
funções básicas de um Estado efectivo e cria condições para o crescimento económico. Muitas
vezes é também vista como catalisadora de uma governação responsável e accountable1,
responsável pela expansão da capacidade do Estado.
A política fiscal moçambicana, resulta, segundo Souto (1996) citado por Buanaissa (2013), da
herança dos mecanismos coloniais de cobrança de impostos e outras formas de arrecadação de
receitas. Este facto aliado à fragilidade do Estado resultante da sua debilidade económico-
financeira, têm grande expressão no processo de criação e consolidação do Estado moçambicano.
A debilidade económico-financeira a que Souto (1996) citado por Buanaissa (2013), se refere,
reflecte-se na vida económica do povo, em que parte da população sobrevive do sector informal,
que na maior parte, a sua contribuição no Estado, os impostos, não entra para contabilidade
nacional por diversos factores.

Posto isto, é importante referir que este trabalho inserido na cadeira de Direito Administrativo,
pretende conhecer os impostos e suas práticas associadas para a compreensão da relação entre
Estado e cidadão ou sociedade. Pretende-se, especificamente, entender a forma como a máquina
estatal se desenvolve e acresce o sentido de cidadania na medida que se consolida os
mecanismos de colecta fiscal.

Este trabalho constitui, de uma maneira geral, uma descrição sobre até que ponto a política fiscal
e o processo tributário, em especial, contribuem para a criação e estabelecimento do Estado
moçambicano, considerando que ela constitui um grande desafio para o desenvolvimento do
país, bem como, para a elevação da consciência de cidadania nacional. Para a realização deste
trabalho foi adoptado a pesquisa exploratória: Feita a partir do levantamento de referências
teóricas já analisadas e publicadas (Gil, 2002).

1 O termo accantable é usado para se referir ao Estado que presta contas aos cidadãos de maneira transparente e
legalmente regular.
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1. Classificação dos impostos: classificação e características dos impostos em Moçambique

1.1. Descrição Geral


Segundo Portal Governo (2015), a tributação tem em vista a satisfação das necessidades
financeiras do Estado e outras entidades públicas e promove a justiça fiscal, igualdade de
oportunidades e a necessária redistribuição da riqueza e do rendimento, através do pagamento do
imposto para o Orçamento Geral do Estado que tem natureza unilateral e obrigatória.

Para Idem (2015) sistema tributário Moçambicano integra os impostos nacionais e autárquicos,
tratados em dispositivos legais diferentes. O imposto nacional actua a dois níveis:

 Directo (tributação dos rendimentos e riqueza), através do Imposto sobre o Rendimento das
Pessoas Colectivas- IRPC e do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares- IRPS;
 Indirecto (tributação das despesas), através do Imposto sobre o Valor Acrescentado- IVA;
Imposto sobre Consumos Específicos- ICE e os Direitos Aduaneiros.

Para além destes, que são os principais impostos, o sistema tributário moçambicano se completa
com outros impostos, nomeadamente: imposto do selo, imposto sobre as sucessões e doações,
Sisa, imposto especial sobre o jogo, imposto de reconstrução nacional, imposto sobre veículos e
outros impostos e taxas específicas estabelecidos em legislação própria.

Devem requerer o registo nas finanças, tanto pessoas singulares como colectivas, o património
ou organização de facto ou de direito, vinculados à prestação tributária.

a) Pessoas singulares:

Considera-se, para efeitos tributários, residentes em Moçambique: quem haja nele permanecido
mais de 180 dias seguidos ou interpolados; que disponha de habitação em Moçambique, o que
faz supor a intenção de nele permanecer; desempenhe no estrangeiro funções ou comissões de
carácter público ao serviço da República de Moçambique, sejam tripulantes de navios ou
aeronaves ao serviço de entidades com residência, sede ou direcção efectiva em Moçambique.

b) Pessoas colectivas:

Considera-se, para efeitos tributários, residentes em Moçambique: as entidades jurídicas com


sede ou direcção efectiva em território da República de Moçambique.
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1.1. 1. Imposto sobre os Rendimentos das Pessoas Colectivas (IRPC)


a) Regras de Incidência:
 São tributadas em IRPC (sujeitos passivos): as sociedades comerciais e as demais pessoas
colectivas de direito público ou privado com sede ou direcção efectiva em território
moçambicano, pela totalidade dos seus rendimentos, incluindo os obtidos fora do território
nacional, sem prejuízo das regras de prevenção da dupla tributação internacional aplicáveis -
convenções internacionais estabelecidas com Portugal, Itália, Maurícias e Emiratos Árabes
Unidos;
 As entidades, com ou sem personalidade jurídica, que não tenham sede nem direcção efectiva
no território nacional, relativamente apenas à parcela dos respectivos rendimentos obtidos no
País e aqui não sujeitos a Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRPS).
 Para efeitos de sujeição a imposto consideram-se obtidos no território nacional os
rendimentos imputáveis a estabelecimento estável aí situado, e bem assim os que, não se
encontrando nessas condições, sejam relativos a imóveis aí situados, ou respeitem a
rendimentos cujo devedor tenha residência, sede ou direcção efectiva em território nacional,
ou cujo pagamento seja imputável a um estabelecimento estável nele situado.
b) Transparência Fiscal:

A matéria colectável, determinada nos termos do IRPC, das seguintes sociedades com sede ou
direcção efectiva em território nacional, é imputada aos sócios das mesmas integrando-se na
determinação do rendimento tributável destes para efeitos de IRPS ou IRPC, consoante o que
lhes seja imputável, ainda que, não tenha havido distribuição de lucros:

 Sociedades civis não constituídas sob forma comercial;


 Sociedades de profissionais;
 Sociedades de simples administração de bens, designadamente quando a maioria do
respectivo capital social pertença, directa ou indirectamente, a um grupo familiar.
 A imputação aos sócios ou membros das entidades abrangidas é feita nos termos e proporção
que resultem do acto constitutivo das mesmas entidades ou, na falta de tais elementos, em
partes iguais.
c) Isenções:
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São, entre outros, isentos de IRPC:

 Os rendimentos directamente resultantes do exercício da actividade sujeita ao Imposto


Especial sobre o Jogo estabelecido pela Lei n.º 8/94, de 14 de Setembro;
 As sociedades e outras entidades às quais seja aplicável o regime de transparência fiscal
acima enunciado.
a) Sujeitos Passivos do IRPC (mesmo que o rendimento seja proveniente de actos ilícitos):
 As sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, as cooperativas, as empresas
públicas e as demais pessoas colectivas de direito público ou privado com sede ou direcção
efectiva no território moçambicano;
 As entidades desprovidas de personalidade jurídica, com sede ou direcção efectiva no
território moçambicano, cujos rendimentos não sejam tributados em IRPS ou IRPC na
titularidade das pessoas singulares ou colectivas que as integram;
 As entidades, com ou sem personalidade jurídica, que não tenham sede nem direcção efectiva
no território moçambicano e cujos rendimentos nele obtidos não sejam sujeitos ao IRPS.

1.1.2. Imposto sobre os Rendimentos das Pessoas Singulares (IRPS)


a) Regras de Incidência:

Ainda Portal Governo (2015) afirma que, o Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares
(IRPS) incide sobre o valor global anual dos respectivos rendimentos, expressos quer em
dinheiro quer em espécie, seja qual for o local onde se obtenham e a moeda e a forma por que
sejam auferidos, mesmo que provenientes de actos ilícitos, classificados nas seguintes categorias:

 Primeira Categoria: rendimentos do trabalho dependente;


 Segunda Categoria: rendimentos empresariais e profissionais;
 Terceira Categoria: rendimentos de capitais e das mais-valias;
 Quarta Categoria: rendimentos prediais;
 Quinta Categoria: outros rendimentos.

São sujeitas a IRPS as pessoas singulares que residam no território nacional, pela totalidade dos
respectivos rendimentos, incluindo os produzidos fora desse território, e as não residentes, pelos
rendimentos aqui obtidos.
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Existindo agregado familiar, o imposto é devido pelo conjunto dos rendimentos das pessoas que
o constituem.

b) Determinação do Rendimento Colectável:

O rendimento colectável em IRPS é o que resulta do englobamento dos rendimentos das várias
categorias auferidos em cada ano, depois de feitas as deduções e os abatimentos previstos no
respectivo Código.

Não são englobados para efeito de tributação os rendimentos aos quais seja aplicado o regime de
taxa liberatória, sem prejuízo da opção pelo englobamento.

Os rendimentos isentos entram no englobamento apenas para efeito de determinação da taxa a


aplicar aos restantes rendimentos.

1.1.3. Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes (ISPC)


Segundo Salvador (2012) foi aprovado pela Lei nº 5/2009, de 12 de Janeiro, o Imposto
Simplificado para Pequenos Contribuintes com o objectivo de reduzir custos de cumprimento das
obrigações tributária, encargos de fiscalização e controlo através da simplificação dos
procedimentos, bem como incentivar os contribuintes registar-se e pagar imposto.

Refira-se que a tributação dos sujeitos passivos no ISPC é de carácter optativo. Para os sujeitos
passivos que optem pela tributação em ISPC, sobre as transmissões de bens e prestações de
serviços que realizem não há lugar ao IVA e, sobre os rendimentos obtidos, não incide IRPS ou
IRPC.

Os sujeitos passivos de ISPC que aufiram outros rendimentos, para além de rendimentos
classificados como da segunda categoria em sede de IRPC (rendimentos empresarias e
profissionais), são tributados em ISPC apenas relativamente aos rendimentos desta categoria,
devendo os restantes rendimento serem declarados para efeitos de tributação em IRPS.

a) Regras de Incidência:

As pessoas singulares ou colectivas que desenvolvam actividades agrícolas, industriais ou


comercias, bem como a indústria transformadora e a prestação de serviços (incluindo
exportadores e importadores), podem optar pela tributação em ISPC, desde que:
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 O volume de negócios do ano anterior seja inferior ou igual a 2.500.000,00MT;


 Não sejam obrigados, para efeitos de IRPS ou IRPC a possuir contabilidade organizada.
b) Isenções:

Ficam isentos do ISPC os sujeitos passivos com um volume de negócios equivalente a 36


salários mínimos do salário mínimo mais elevado em 31 de Dezembro do ano anterior ao que
respeitam os negócios.

c) Determinação do Rendimento Colectável:

O rendimento colectável é o volume de negócios realizado e apurado pelo sujeito passivo em


cada trimestre do ano civil, quando o sujeito passivo opte ser tributado em função do volume de
negócios.

d) Taxas Aplicáveis:

A taxa anual do ISPC é de 75.000,00MT ou, alternativamente, a taxa é de 3% sobre o volume de


negócios desse ano (Salvador, 2012).

1.1.4. Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)


a) Regras de Incidência:

O imposto sobre o Valor Acrescentado incide sobre o valor das transmissões de bens e
prestações de serviços realizadas no território nacional, a título oneroso, por um sujeito passivo
agindo como tal, bem como sobre as importações de bens.

São, em particular; havidas como transacções tributáveis:

 As prestações de serviços gratuitos efectuados pela própria empresa com vista às


necessidades particulares do seu titular, do pessoal ou, em geral, para fins alheios à mesma;
 A utilização de bens da empresa para uso próprio do seu titular, do pessoal ou, em geral, para
fins alheios à mesma e ainda em sectores de actividade isentos quando, relativamente a esses
bens ou aos elementos que os constituem tenha havido dedução total ou parcial do imposto;
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 Salvo prova em contrário, são também considerados como tendo sido objecto de transmissão
pelo sujeito passivo os bens adquiridos, importados ou produzidos que não se encontrarem
nas existências dos estabelecimentos do sujeito passivo e bem assim os que tenham sido
consumidos em quantidades que, tendo em conta o volume de produção, devem considerar-se
excessivas.
b) Isenções:

São isentas do imposto, as seguintes operações internas (enumeração meramente


exemplificativa):

- Transmissões de determinados bens e as prestações de serviços expressamente indicadas no


código do imposto: Prestações de serviços na área da Saúde e transmissões de bens com eles
correlacionadas;

- Transmissões de bens e prestações de serviços, designadamente de carácter assistencial ou


visando fins de carácter social, cultural ou artístico, efectuadas por entidades sem fins lucrativos;

- Prestações de serviços efectuadas no interesse colectivo dos seus associados por organismos
sem finalidade lucrativa, desde que esses organismos prossigam objectivos de natureza política,
sindical, religiosa, patriótica, filantrópica, recreativa, desportiva, cultural, cívica ou de
representação de interesses económicos e a única contraprestação seja uma quota fixada nos
termos dos respectivos estatutos;

- Prestações de serviços que tenham por objecto o ensino, bem como as transmissões de bens e
prestações de serviços conexas;

- Transmissões de bens e prestações de serviços no âmbito de actividades agrícola, silvícola,


pecuária e pesca expressamente enumeradas.

 Operações bancárias e financeiras;


 Locação de imóveis para fins de habitação ou, quando situados nas zonas rurais, para fins
comerciais, industriais e de prestação de serviços;
 Operações de seguro e resseguro, bem como as prestações de serviços conexas, efectuadas
pelos corretores e outros mediadores de seguros;
 Operações sujeitas a sisa ainda que dela isentas;
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 Transmissões de bens afectos exclusivamente a um sector de actividade isento ou que, em


qualquer caso, não foram objecto de direito à dedução e bem assim as transmissões de bens
cuja aquisição tenha sido feita com exclusão do direito a dedução.

Relativamente às actividades de importação, exportação, operações assimiladas e transportes


internacionais, beneficiam de isenção, entre outras:

- As importações definitivas de bens cuja transmissão no território nacional beneficie de isenção


objectiva, ou quando gozem de isenção do pagamento de direitos de importação;

- As importações de bens nos regimes de trânsito, importação temporária ou “draubaque” que


sejam isentas totalmente de direitos aduaneiros;

- As transmissões de bens expedidos ou transportados com destino ao estrangeiro pelo vendedor


ou por um terceiro por conta deste, e outras operações equiparadas;

- As prestações de serviços que estejam directamente relacionadas com o trânsito, exportação ou


importação de bens isentos de imposto por terem sido declarados em regime temporário,
“draubaque” ou trânsito.

c) Valor Tributável:

O valor tributável das transmissões de bens e das prestações de serviços sujeitas a imposto é, em
regra, o valor da contraprestação obtida ou a obter do adquirente, do destinatário ou de um
terceiro, nele se incluindo os impostos, direitos, taxa e outras imposições, com excepção do
próprio imposto sobre o valor acrescentado.

c) Taxa do Imposto:

A taxa do imposto é de 17%.

 No caso de bens ou serviços sujeitos ao regime de preços fixos, incluindo os combustíveis, a


existência de taxas reais diferenciadas, resultantes de se fazer aplicar a taxa geral do imposto
apenas sobre uma fracção do respectivo preço;
 O regime de taxa “zero” aplicável num número limitado de isenções, nomeadamente a
actividade de exportação;
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 A percentagem de 5% aplicável sobre as vendas a contribuintes do “regime simplificado”,


sem direito a dedução.

1.1.5. Outros Impostos sobre a Despesa


a) Imposto sobre Consumos Específicos

Segundo Moçambique (2019), o Imposto sobre Consumos Específicos tributa de forma selectiva
o consumo de determinados bens constantes de tabela anexa ao respectivo Código e incide, de
uma só vez, no produtor ou no importador, consoante o caso.

A tabela de taxas em vigor, contendo a lista dos bens tributados, é a constante da Lei nº 17/2009,
de 10 de Setembro, e encontra-se organizada segundo a classificação e a nomenclatura da pauta
aduaneira.

As taxas estabelecidas são taxas ad valorem e variam entre 5% a 75%. Para determinados bens
constantes na tabela, a aplicação das taxas ad valorem deve ser conjugada com o valor mínimo
de imposto devido por unidade específica de tributação.

O pagamento do imposto é exigível no momento em que se verifica a introdução dos bens no


consumo, considerando-se que tal ocorre quando o produto fabricado sai da unidade de produção
em condições normais de comercialização ou, no caso de bens importados, no acto do respectivo
desembaraço aduaneiro ou ainda, quando o produto acabado sai do armazém sob regime
aduaneiro.

Relativamente às bebidas alcoólicas e ao tabaco manufacturado, sujeitos a regime especial de


fiscalização, com aposição de selo especial comprovativo do pagamento do imposto, é ainda
exigível o imposto quando tais produtos forem detidos em território nacional, para fins
comerciais, sem que se mostrem devidamente selados.

Sujeitos Passivos do ICE:

Incide sobre bem específicos, de uma só vez, sobre o produtor ou importador, depositário,
operador, detentor para fins comerciais, arrematante em venda judicial, consoante o caso
(Moçambique, 2019).

b) Direitos Aduaneiros
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Incide sobre as mercadorias importadas e exportadas no território moçambicano. Os direitos


aduaneiros incidem sobre o valor (determinado nos termos da regulamentação aduaneira
aplicável) das mercadorias objecto de importação ou exportação através das fronteiras do
território nacional, para este efeito definido como “território aduaneiro”.

2. Quadro resumo dos principais impostos moçambicanos


Imposto Base de incidência Taxa
Os residentes sãos tributados relativamente ao seu Entre 10% a 32%
IRPS rendimento global. Já os não-residentes são tributados, 20% Aplicável a não
apenas, sobre os rendimentos obtidos em território residentes
moçambicano
Contribuições Incide sobre o salário base, bónus, comissões e outras 4% pelo empregador
para a prestações de natureza análoga atribuídos com carácter de 3% pelo trabalhador
Segurança regularidade, e gratificação de gerência.
Social
IRPC Uma entidade residente é tributada relativamente ao seu 32%
rendimento global. Já uma entidade não residente é 10% agrícola e pecuária até
tributada, apenas, sobre os rendimentos obtidos em 2015
Moçambique. 20% taxa liberatória
35% despesas não
documentadas ou
confidenciais
Imposto Incide sobre as pessoas colectivas e singulares que 75.000 MZM por ano ou 3%
Simplificado exerçam actividades agrícolas, industriais ou comerciais sobre o volume anual de
para de pequena dimensão, incluindo prestação de serviços, negócios
Pequenos cujo volume de negócios seja igual ou inferior a
Contribuintes 2.500.000,00 MZM.
IVA Valor as transmissões de bens e prestações de serviços 17%
efetuadas a título oneroso em território moçambicano, e
ainda, sobre as importações de bens.
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Imposto sobre Incide sobre algumas categorias de bens de luxo e nocivos Entre 15% e 75%
Consumos à saúde e para o meio ambiente
Específicos
(ICE)
Direitos Mercadorias importadas e exportadas Definidos na pauta aduaneira
Aduaneiros
SISA Transmissões a título oneroso do direito de propriedade 2% agravada para 10%
ou figuras parcelarem desse direito sobre imóveis quando adquirente
seja residente em paraíso
fiscal
Imposto Predial Incide sobre o valor patrimonial dos prédios urbanos 0,4% prédios para habitação;
Autárquico situados no território da respectiva autarquia, ou na sua 0,7% no caso de prédios
falta, o valor declarado pelos proprietários desses mesmos destinados a actividade de
prédios natureza comercial, industrial
ou para o exercício de
actividades profissionais
independentes
Imposto sobre Transmissões a título gratuito do direito de propriedade Entre 2% e 10%
Sucessões e sobre bens móveis e imóveis
Doações
Imposto do Incide sobre diversas realidades, como é, designadamente, Várias taxas de imposto, com
Selo o caso de documentos, contratos, livros, papéis, acções e o máximo de 10%.
obrigações, alvará de empreitada, cartões de crédito, Os actos e documentos
cheques, garantias de obrigações, jogo, licenças, notariado relacionados com o jogo
e actos notariais, marcas e patentes, operações aduaneiras estão sujeitos a uma taxa de
e financeiras, seguros, títulos de crédito e transferências 50%
de fundos, entre outras.
Imposto de Incide sobre todos os cidadãos nacionais e Taxas definidas anualmente
Reconstrução estrangeiros residentes no território nacional
Nacional
Fonte: Caderno fiscal Moçambique (2015)
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Conclusão

Feito o trabalho foi possível constatar que os impostos nacionais classificam-se em directos, que
são os que recaem directamente sobre o rendimento, a destacar: IRPS; IRPC e Imposto
Simplificado para Pequenos Contribuintes. E os Impostos Indirectos são os que recaem sobre a
despesa, e destacam-se: IVA; ICE e Direitos Aduaneiros, bem como, Outros Impostos
nomeadamente: O imposto do Selo; A Sisa; Imposto Especial sobre jogos; O imposto de
Reconstrução Nacional; O Imposto sobre Veículos.

Foi possível constatar também que face as características de cada tipo de imposto que,
actualmente, com o evoluir da situação social, a estrutura de tributação Político-económica em
Moçambique, e da situação é relativamente mais complexa e inspira maiores desafios para que
possa responder ao equilíbrio desejado entre as receitas e as despesas públicas, bem como as
expectativas. Pois, a tributação é assumida como de grande importância para a administração
pública, visto ser a forma usual de financiamento ou suporte das despesas governamentais para
sua existência, bem como para o crescimento do próprio Estado.
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Referências Bibliográficas
 Buanaissa, Anísio F. (2013). Estado, Impostos e Cidadania em Moçambique: Algumas
Reflexões sobre as Percepções. Maputo: Dissertação apresentada no Departamento de
Ciência Política e Administração Pública da Faculdade de Letras e Ciências Sociais da
Universidade Eduardo Mondlane;
 Moçambique, Caderno Fiscal (2015). Sistema Tributário. Montepio. Disponível em www.
Montepio/mocambique-04-sistema-tributario-07102015/pdf
 Moçambique, Boletim República (2019). Regulamento do Código do Imposto Sobre
Consumos Específicos. I SÉRIE — Número 180;
 Salvador, Yara Lúcia. O Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes – Sua Inserção
no Sector Informal. Maputo: Licenciatura apresentada na UEM, Faculdade De Economia;
Souto, Amélia (1996). Guia Bibliográfico para Estudante de História de Moçambique;
UEM-CEA; 1ra. Ed; Maputo;
 www.portalgoverno.gov.mz. Impostostributariodescriçãogeral/ acessado aos 02.11.2022

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