Você está na página 1de 29

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema:

A importância da gestão de contratos no âmbito do sector publico em Moçambique

Estudante: Sanete Luís


Curso: Administração Pública
Disciplina: Planificação de Bens e Serviços
Ano de Frequência: 4º Ano
Código de estudante: 708210740
O Tutor: Msc. Nelson Chetambala
Turma: {B}

Chimoio, Abril de 2024

1
Folha de Feedback

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação Subtota
do
máxima l
tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução  Descrição dos
2.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 2.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
 Rigor e coerência das
Referências 6ª edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

2
Folha de recomendações: A ser preenchida pelo tutor
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
___________________

Índic

3
e
Introdução......................................................................................................................1

Objectivo Geral..............................................................................................................1

Objectivos Específicos..................................................................................................1

Metodologia...................................................................................................................1

A importância da gestão de contratos no âmbito do sector público em Moçambique. .2

Gestão............................................................................................................................6

A importância do Gestor................................................................................................7

Gestão de processos.......................................................................................................8

Gestão de Contratos.......................................................................................................9

Evolução de Quadro Legislativo..................................................................................11

Quadro Legal Anterior ao Actual Regulação de Contratações Públicas ou


Procurement.................................................................................................................11

Quadro Legal Actual de Regulação de Contratações Públicas ou Procurement.........12

Princípios de Procurement...........................................................................................15

A Importância do Acompanhamento e Fiscalização dos Contratos Públicos em


Moçambique:...............................................................................................................17

Procedimentos e requisitos a ter em conta no processo de contratação na


administração pública..................................................................................................19

Procedimentos e Requisitos Essenciais no Processo de Contratação na Administração


Pública em Moçambique:............................................................................................19

Conclusão....................................................................................................................23

Referências Bibliográficas...........................................................................................24

4
Introdução
A gestão de contratos desempenha um papel crucial no sector público de Moçambique,
garantindo a eficiência na execução de projectos e na prestação de serviços. Este
processo abrange desde a concepção e elaboração dos contratos até a sua execução e
eventual renovação ou encerramento. No contexto moçambicano, onde a transparência e
a eficácia na utilização dos recursos públicos são prioridades, a gestão de contratos
emerge como uma ferramenta fundamental para promover a accountability e a
efectivação dos compromissos estabelecidos entre as partes envolvidas.

Objectivo Geral

Este trabalho tem como objectivo geral analisar a importância da gestão de contratos no
âmbito do sector público em Moçambique, identificando desafios e oportunidades para
aprimorar esse processo.

Objectivos Específicos

1. Investigar os procedimentos existentes de gestão de contratos no sector público


moçambicano.
2. Avaliar os desafios enfrentados na execução e monitoramento de contratos no
contexto moçambicano.
3. Propor recomendações para melhorar a eficiência e transparência na gestão de
contratos públicos em Moçambique.

Metodologia

Para atingir os objectivos propostos, será realizada uma pesquisa que combinará revisão
bibliográfica, análise documental e entrevistas com stakeholders relevantes no sector
público moçambicano. A revisão bibliográfica fornecerá uma base teórica sólida,
enquanto a análise documental permitirá a compreensão dos procedimentos existentes e
dos desafios enfrentados. As entrevistas serão conduzidas com gestores de contratos,
representantes governamentais e outros profissionais envolvidos na administração
pública, a fim de obter insights valiosos sobre as práticas actuais e as áreas que
necessitam de melhoria. A análise dos dados colectados será realizada de forma
qualitativa, com ênfase na identificação de padrões, lacunas e oportunidades de
aprimoramento na gestão de contratos públicos em Moçambique.

1
A importância da gestão de contratos no âmbito do sector público em Moçambique

A gestão de contratos assume um papel crucial no âmbito do sector público em


Moçambique, impulsionando a eficiência, transparência e responsabilização na
utilização dos recursos públicos.

A gestão de contratos no âmbito do sector público em Moçambique é um instrumento


fundamental para a promoção da boa governança, da transparência, da
responsabilização, da eficiência na alocação de recursos e da qualidade dos bens,
serviços e obras públicas. Através da implementação de boas práticas de gestão de
contratos, o Estado moçambicano pode otimizar o uso dos recursos públicos, garantir a
entrega de serviços de qualidade à população e impulsionar o desenvolvimento
socioeconômico do país.

Leite et al. (2010) sugerem que o processo de contratualização na gestão pública deve
ser realizado em quatro etapas: (1) definição das metas e serviços a serem contratados;
(2) elaboração do plano de gerenciamento; (3) formalização e execução do contrato; e o
(4) processo de acompanhamento e de avaliação. A figura 1 ilustra o processo cíclico.

Após a definição das metas e serviços a serem contratados, o plano de gerenciamento


deve subsidiar a elaboração do contrato. Os objetivos do plano de gerenciamento são:
auxiliar as instituições contratadas e o contratante na formalização e execução do
contrato; detalhar as metas quantitativas que se fizerem necessárias para o alcance das
metas e dos serviços a serem executados; definir o método de cálculo e a validação dos
indicadores de qualidade; definir indicadores gerenciais que auxiliem o aprimoramento
das directrizes do contrato; estabelecer modelos de relatórios a serem enviados pelos
contratados, com as informações necessárias para o acompanhamento e o
monitoramento do contrato, sempre observando a legislação aplicável.
A quarta etapa é o processo de acompanhamento e avaliação, que é a fase mais longa e
mais determinante, já que acompanha e avalia o desempenho da contratada. Para que
isso ocorra, é necessário uniformizar o processo com a padronização dos modelos de
relatórios e das informações solicitadas, com o estabelecimento de um cronograma fixo
e com a implantação de um sistema de informação (Leite et al.,2010).

2
Observando-se os elementos do ciclo de contratualização proposto por Leite et al.
(2010) e os relacionando aos elementos teóricos e conceituais resultantes da análise
bibliométrica realizada nesta pesquisa, organizaram-se as diretrizes de gestão da
contratualização no sector público moçambicano.

A definição dos serviços, ações e metas a serem contratados, proposto por Leite et al.
(2010) como primeiro elemento do ciclo de contratualização, está em consonância com
a diretriz identificada: inserir e alinhar o plano tático de administração de contratos ao
planejamento estratégico institucional. Esta diretriz relaciona-se com o fato de a função
administrativa de contratos públicos poder ser entendida como parte de um conjunto de
processos de suporte aos objectivos finalísticos de uma organização componente da
Administração Pública (Oluka et Basheka). Compreende-se, assim, que grande parte do
planejamento das atividades de administração contratual posiciona-se no nível tático das
organizações (Hsieh, 2012). A diretriz pode proporcionar à função gestão de contratos
sua incorporação
ao conjunto de ferramentas de desenvolvimento das estratégias organizacionais para
entregar serviços públicos de maneira eficaz e transparente (Rozek et Johnston, 2002).
Uma adequada ação para esse processo de incorporação envolve o comprometimento da
alta direção da instituição e da direção do negócio no alinhamento do planejamento de
administração de contratos com as necessidades atuais e futuras da organização. (Hsieh,
2012).
O segundo elemento do ciclo de contratualização apresentado por Leite et al. (2010), a
saber, o plano de gerenciamento, insere-se na diretriz: definir a macroestrutura dos tipos
de contratos. Para Chen et Bharadwaj (2009), as estruturas dos contratos têm merecido
pouca atenção por parte dos gestores, o que tem gerado impacto nos processos de

3
governança e na gestão dos riscos das ações de contratualização. Rausser et Stevens
(2009), ao examinarem a estrutura de contratos de parcerias públicoprivadas,
diagnosticaram a importância da celeridade no atendimento aos requisitos dos diversos
tipos de contratos, com confiabilidade, consistência e alinhamento com o marco legal
vigente e o negócio da organização.
Chen et Bharadwaj (2009) e Rausser et Stevens (2009) apontam para a
necessidade de se estabelecerem com precisão o conjunto de elementos informacionais
e dados componentes da estrutura dos contratos, norteado pelo tipo de produto ou
serviço, objeto da ação contratual. Em consonância com essa visão estão os estudos de
Turner et Simister (2001), em contratos de projetos de infraestrutura. O estudo destes
autores mostra que a seleção correta do tipo de contrato tem efeitos benéficos para
organização, clientes e prestadores de serviços.

Os trabalhos de Chen et Bharadwaj (2009) e Rausser et Stevens (2009)


contribuem para identificação de outra diretriz: estabelecer normas de gestão e
fiscalização de contratos. Rendon (2010), ao descrever os factores críticos de sucesso
para a administração de contratos governamentais, defende o desenvolvimento de um
conjunto de normas estruturadas e padronizadas de gestão contratual que aproveite e
reconheça as oportunidades da actividade de administração de contratos para o negócio
da organização.

Khan et Khan (2013) apontam para o processo de normatização como um fator


crítico para o sucesso da gestão dos contratos, principalmente na perspectiva dos
fornecedores de serviços terceirizados. O resultado de sua pesquisa revelou que o
equilíbrio entre a dimensão normativa, a flexibilidade contratual, a gestão da relação de
confiança, a negociação e a gestão da qualidade, produz uma relação contratual
igualmente balanceada, notadamente em contratos de terceirização.

Vieira et al., (2010) advoga pelo estabelecimento de um fórum interno nas


organizações, com o objectivo de se desenvolver e programar normas e verificar a
conformidade da normatização da atividade de administração de contratos com o plano
de negócios da organização, distanciando-se de uma abordagem exclusivamente
legalista.

4
Em relação ao elemento do ciclo de contratualização, execução do contrato, observa-se
uma confluência com a diretriz: definir os processos, a organização e os
relacionamentos da atividade de gestão de contratos. Ter celeridade nas ações de
alinhamento da atividade de administração de contratos ao negócio da organização e aos
processos de governança, compreendendo a sua interdependência, é um elemento
observado na pesquisa de Wise et Gilmour (2008), principalmente quando há
envolvimento de recursos públicos na relação contratual.

Este elemento teórico é igualmente visto no trabalho de Mericková et Nemec (2013) em


seus estudos sobre o impacto da gestão de contratos na contratação de serviços públicos
na Eslováquia. Os autores concluíram que a ausência do alinhamento entre a atividade
de administração de contratos e os processos governamentais é fator determinante para a
prevalência de fornecedores que são escolhidos pelo governo por meio de ações não-
competitivas, o que se traduz em um movimento prejudicial para Administração Pública
daquele país. Esta visão está em consonância com as proposições de Joaquin et Greitens
(2012) em seus estudos sobre a capacidade de governos locais exercerem uma efetiva
administração de contratos, principalmente quanto à definição e implementação de
processos de gestão contratual com descrição precisa e detalhada das atribuições e
responsabilidades integradas dos gestores aos processos de negócio e processos de
decisão da organização.

A diretriz: gerir o processo de investimento na actividade de gestão de contratos está


em concordância com o último elemento do ciclo de contratualização proposto por Leite
et al. (2010), a saber, acompanhamento e avaliação. As proposições de Brown et
Potoski (2003) para o processo de investimento na atividade de administração de
contratos por parte das organizações públicas passam pela definição do conjunto de
investimento na atividade de administração de contratos e pela elaboração de um
orçamento alinhado às estratégias de negócio da organização. Os autores justificam a
necessidade de investimento na actividade, considerando: (1) o nível de complexidade
dos contratos, (2)
o alto custo inerente a determinados tipos de contrato, (3) e a necessidade de
monitoramento das relações contratuais com fornecedores. Cohen et Eimicke (2008)
compreendem que a previsão e alocação de recursos orçamentários e a definição dos

5
critérios de retorno sobre o investimento na actividade de administração de contratos
pode
contribuir para ao aumento do nível de responsabilidade do gestor, maximizando a
protecção do interesse público, principalmente nos contratos que envolvem terceirização
com dedicação exclusiva de pessoas.
Os trabalhos desses autores concordam com as proposições de Tatarestaghi et al.(2010)
em pesquisa comparativa sobre o papel do gestor de projectos e as atribuições do gestor
de contratos públicos. Nessa pesquisa, o investimento na actividade de gestão de
contratos foi considerado uma ação relevante para o cumprimento das responsabilidades
do gestor de contrato como um agente de acompanhamento das circunstâncias
contratuais propiciadoras de efectividade.

A abordagem de Brown et Potoski (2003) contribui igualmente para identificação da


diretriz: informar normas e objectivos da actividade de gestão de contratos.
Disponibilizar, de forma compreensível, as normas, procedimentos e objectivos da
atividade de administração de contratos alinhada à estrutura de controle do negócio da
organização constituem-se no principal objetivo das ações que tem por preocupação
informar as normas e os objetivos da actividade de administração de contratos aos seus
agentes de interação (Rendon, 2010). Cohen et Eimicke (2008) entendem que o
desenvolvimento e a implementação de políticas de informação da actividade de
administração de contratos também podem contribuir para ao aumento do nível de
responsabilidade do gestor de contatos, produzindo ainda uma contínua melhoria nas
atividades operacionais.

Esta visão encontra confluência nos estudos de Šauciunas (2012) acerca da


automatização do processo de informação das normas e objetivos das actividades de
gestão de contratos como uma ação facilitadora da execução contratual a partir da
especificação dos compromissos que as partes envolvidas desempenham em uma
relação de avença.

Gestão

Para um bom desempenho de uma organização é preciso que haja uma boa gestão.

6
Conforme Castro (2014), gestão significa gerir, tomar decisão conduzindo o
processo com o objetivo de ter o melhor resultado, cumprindo as metas estabelecidas,
utilizando ferramentas para alcançar a eficiência e eficácia, economicidade e bons
resultados.
De acordo com Castro (2014), a gestão abrange três conceitos, a administração
estudando o ambiente organizacional, a gestão que aplica o estudo da administração e o
planejamento que é o fator essencial para o bom gerenciamento de uma empresa.
Segundo Bergue (2011, p. 38) “A gestão situa-se no campo das ciências sociais
aplicadas, espaço da produção do conhecimento em que se entrelaçam paradigmas e
valores diversos, moldando múltiplas perspectivas de análise e compreensão do
fenômeno organizacional”.

Seja a instituição pública ou privada, para ela apresentar um bom desempenho, precisa
ter pessoas que tenham o conhecimento necessário para gerir, traçar metas, fazer um
planejamento estratégico. Segundo Bergue (2011), a gestão é associada com o
planejamento estratégico, com qualidade, com tecnologia gerencial e com o
conhecimento e o seu bom desempenho está ligado às teorias e suas formas de
aplicação.

A importância do Gestor

Para o sucesso de uma organização é essencial que haja gestores qualificados e com
perfil apropriado para desempenhar seu papel com eficiência e eficácia.
Para Rodermel (2012), o papel do gestor é criar um ambiente propício para toda
a empresa, proporcionando um clima favorável para o aprendizado e a inovação de
todas da sua equipe. No entanto sua equipe, deve ter habilidades que se enquadrem com
as necessidades tanto interna quanto externa da organização.
Uma boa gestão, está associada com o cumprimento das metas planejadas. Para
Burmester (2012), quando uma pessoa tem qualificação para desempenhar suas tarefas
ela está sendo competente. As pessoas adquirem competências através do
conhecimento, treinamento e das próprias experiências vivenciadas em seu trabalho.
Competência é quando uma pessoa consegue prevenir ou resolver determinado
problema.

7
Para que haja um bom desempenho nas organizações é necessário que as pessoas
tenham competência para o desenvolvimento das funções. Para isso é essencial que elas
tenham o conhecimento técnico e também o conhecimento geral para adquirir as
habilidades necessárias para desempenhar sua função. (ADAMI, 2014).
O resultado satisfatório de um produto ou serviço depende da competência e habilidade
que a pessoa tem para desempenhar a função. Para Dutra (2002), competência é um
diferencial que uma pessoa tem para desempenhar uma tarefa com maior aptidão. Uma
qualidade muito importante para as pessoas se destacarem em uma organização é a
capacidade de demonstrar tudo o que se sabe através de sua competência. Segundo
Castro (2014), competência é colocar em prática os conhecimentos, utilizando para isso
suas habilidades, experiências e estratégias.
As competências estão ligadas com as habilidades com as quais as pessoas
desempenham determinada função. Para Lenzi; Santos; Rodrigues (2012), competência
é uma característica que uma pessoa tem. Ela é diferente do talento, da habilidade e do
conhecimento que são primordiais para o bom desempenho de um trabalho. A
competência é quando uma pessoa desenvolve com maior performance um trabalho
determinado.

Gestão de processos

gestão por processo é de suma importância para uma organização, uma vez que ela
trabalha com a interdisciplinaridade das funções, possibilitando um entendimento e uma
comunicação mais rápida e fácil evitando que haja esforços repetitivos entre os
departamentos, permitindo assim que o trabalho seja feito em equipe e que essa equipe
tenha habilidades diferentes e que possam desempenhar suas diferentes funções
(GUERREIRO, 2013). De acordo com Mello (2011), quando um gestor compartilha o
gerenciamento dos processos com as pessoas que estão ligadas a ele, e estas pessoas
passam a ter o controle sobre os processos, garante-se a qualidade em todas as suas
etapas.
Muitas organizações são geridas utilizando o modelo de gestão funcional que é uma
maneira linear onde as tarefas são desempenhadas em uma sequência, sendo que uma
depende da outra, tornando o processo mais difícil, uma vez que são feitos e forma
isolada sem que haja a comunicação dos gestores para desempenhar as tarefas, o que
acarreta muitas vezes em retrabalho dos serviços. Já quando é utilizado o modelo de

8
gestão de processos existe uma comunicação entre todos os setores, o que permite uma
eficácia maior nas tarefas e no resultado final. (GUERREIRO, 2013).
A gestão de processos, permite que as funções sejam descentralizadas. Para Tachizawa
(2006), o processo de descentralização é quando as tarefas e tomadas de decisões são
concentradas em todos os níveis hierárquicos da organização facilitando a agilidade nos
processos.
Ou seja, a gestão por processos requer que todos tenham uma visão sistêmica sobre o
processo e que cada um se comunique para alcançar o objectivo. Guerreiro (2013)
explica que na gestão por processo não se trabalha com o intuito de dar ênfase nas
funções de forma individual, mas que haja uma interação entre as pessoas para que as
informações possam contribuir para o desempenho do processo.

Gestão de Contratos

Segundo Oliveira e Rezende (2012), a Administração Pública, para atender as


demandas necessárias para desempenhar as atividades administrativas, deve exteriorizar
o interesse público, por meio de seus agentes. Para esse fim é realizado um processo
licitatório que no caso específico de fornecimento ou prestação de serviço de longo
prazo gera um contrato.
“Contratos administrativos são os ajustes celebrados entre a Administração Pública e o
particular, regidos predominantemente pelo direito público, para execução de atividades
de interesse público” (OLIVEIRA; REZENDE, 2012, p. 195). De uma forma mais
pormenorizada, Mello (2004, p. 615) define contrato como sendo,

um tipo de avença travada entre a Administração e


terceiros na qual, por força de lei, de cláusulas pactuadas
ou do tipo de objeto, a permanência do vínculo e as
condições preestabelecidas sujeitam-se a cambiáveis
imposições de interesse público, ressalvados os interesses
patrimoniais do contratado privado.

Ainda no que tange ao conceito de contrato, Meirelles (1997, p. 205-206) define como
sendo “o ajuste que a Administração Pública, agindo nessa qualidade, firma com
particulares ou outra entidade administrativa para a consecução de objetivos de interesse
público, nas condições estabelecidas pela própria Administração”.

9
O agente público demandante do serviço ou do fornecimento de interesse da
administração pública é nomeado como gestor do contrato e torna-se o representante da
Administração para acompanhar a execução do contrato.

De acordo com Nascimento (2013), é muito comum vermos no dia a dia da


Administração Pública, agentes públicos, designados para representarem o órgão
enquanto gestores de contrato sem que haja a observância de critérios técnicos e
competências profissionais relacionadas ao objeto a ser fiscalizado, estando assim o
agente público submetido à tarefa arriscada de fiscalizar um assunto que tem pouco
domínio.
Segundo o autor, essa situação gera “prejuízo à Administração, que por sua vez
responsabilizará civil, penal e administrativa, conforme o caso, o servidor designado
para fiscalizar o contrato”. (NASCIMENTO, 2013, p.610).
De acordo com a decisão judicial descrita no acórdão nº. 839/2011, sendo o Fiscal
julgado por problemas ocasionados durante a execução do contrato e for demonstrado
nos autos que a responsável pela fiscalização do contrato tinha condições precárias para
realizar o seu trabalho, ele será eximido de sua responsabilidade.
Procedimento de contração surge no âmbito da Reforma do Sector Público da
Administração Pública Moçambicana harmonizado com o Sistema de Administração
Financeira do Estado (SISTAFE, 2002); subsistema do património do Estado, que
compreende todos os órgãos e instituições do Estado e as respectivas normas e
procedimentos, bem como princípios e regras para efeito de contratação e de gestão
patrimonial.

Porém, estes procedimentos se materializam pelos princípios da desconcentração e


descentralização na aplicação dos procedimentos de contratação pública, aos órgãos e
instituições da Administração Pública, da Administração Directa e Indirecta do Estado,
representação no estrangeiro, autarquias locais e demais pessoas colectivas públicas,
derivados de conjunto de textos legislativos do sistema de aquisições em Moçambique.
Cujo estes textos incluem o Regulamento de Contratações Públicas da Administração
Estatal e municipal, que podem ser coadjuvados com a legislação contra a corrupção.
Para além, desses instrumentos legais pode entrarem também os Códigos Comercial,

10
Notarial e Tributário nos processo e procedimento da contratação e aquisição de bens e
serviços no Estado.

Evolução de Quadro Legislativo

Quadro Legal Anterior ao Actual Regulação de Contratações Públicas ou


Procurement

Antigamente a função de compras em todas as instituições públicas estava encarregue a


cada unidade de produção, ou seja, cada área fazia o levantamento das suas
necessidades e providenciava a sua aquisição. Os instrumentos de Regulamentação do
Contrato de Empreitada de Obras Públicas datam de mais de 35 anos, a luz do Decreto-
Lei n.º 48817, de 19 de Fevereiro de 1969, posto em vigor em Moçambique pela
Portaria n.º 555/71, de 12 de Outubro.
O Decreto n.º 42/89, de 28 de Dezembro, actualizado pelo Decreto n.º 29/97, de 23 de
Setembro, foi aprovado o Regulamento de Aquisições e Requisição de Serviços para os
órgãos do aparelho do Estado e instituições subordinadas.

Pela Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, foi aprovado o Sistema de Administração


Financeira do Estado (SISTAFE), que estabelece e harmoniza as regras de
programação, gestão, execução, controlo e avaliação dos recursos financeiros do Estado.
A aprovação do Decreto n.º 54/2005, de 13 de Dezembro pelo Governo da República de
Moçambique constituiu um código em matéria da realização de despesas pública com a
contratação de empreitada de obras públicas, de bens e prestação de serviços ao Estado,
decreto este que veio a ser substituído pelo Decreto n.º 15/2010, de 24 de Maio devido
às crescentes exigências de clareza, simplicidade e transparência de normas sobre a
contratação pública assim como dos direitos e garantias dos administrados relativos aos
processos de adjudicação dos contratos dos serviços e fornecimento de bens constantes
consubstanciados na Constituição da República de Moçambique (CRM, 2004).
Não obstante, a aprovação do Decreto n.º 54/2005, de 13 de Dezembro, o governo
sentiu a necessidade da existência de um o sector responsável e centralizado nas
instituições pela gestão das aquisições bem como da existência de um órgão responsável
pela supervisão das aquisições feitas pelas instituições públicas, criando assim a
Unidade Gestora Executora das Aquisições –UGEA através do Diploma Ministerial n.º

11
142/2006, de 5 de Setembro e a Unidade Funcional de Supervisão de Aquisições –
UFSA através do Diploma Ministerial n.º 141/2006, de 5 de Setembro.

Quadro Legal Actual de Regulação de Contratações Públicas ou Procurement

A revogação do Decreto n.º 54/2005, de 13 de Dezembro e consequentemente a


aprovação do Decreto n.º 15/2010, de 24 de Maio, constitui razões fundamentais do
ajustamento do módulo.
Contudo, o desajusto às actuais exigências do mercado relativo a caução provisória e
definitiva, conjugado como o incentivo à participação de concorrentes nacionais nos
concursos públicos e limitados afiguram-se como motivos da sua revisão (Decreto n.º
54/2005, de 13 de Dezembro).
Pela regulação de contratação de empreitada de obras públicas, fornecimento de bens e
prestação de serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto n.º 15 /2010, de 24 de Maio
ajustado a Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições como órgão com
competência de coordenação e supervisão de toda a actividade relacionada com a
contratação pública, gestão do sistema nacional centralizado de dados e informação e
dos programas de capacitação em matéria de contratação. Entretanto, o Diploma
Ministerial n.º 141/2006, de 05 de Setembro, a Unidade Funcional de Supervisão das
Aquisições, abreviadamente designada por UFSA, foi estabelecida na Direcção
Nacional do Património do Estado.
Tornando-se necessário conferir maior transparência e assegurar a efectiva
implementação dos procedimentos de contratação de empreitadas de obras públicas,
fornecimento de bens e prestação de serviços ao Estado, foi aprovado Decreto n.º
5/2016, de 8 de Março, decreto que aprova o Regulamento de Contratação de
Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao
Estado.

12
13
14
Princípios de Procurement

Conceito de Princípios: são diretrizes que regulam e encaminham a aplicação de uma


norma ou o exercício de uma actividade (Decreto n.º 15 /2010, de 24 de Maio).

Segundo estabelecido no Decreto n.º 15 /2010, de 24 de Maio, dentro da contratação


pública em termos de empreitadas de obras públicas, fornecimento de bens e prestação
de serviços como regimento administrativo, são aplicáveis aos seguintes princípios
fundamentais a destacar:

 Legalidade – neste estabelece que a entidade contratante deve actuar em


conformidade com a lei, para tal os poderes não poderão ser usados para a
prossecução de fins diferentes dos atribuídos por lei, a não observância para
parte do contraente os acto são considerados inválidos dados assim aos
concorrentes a dispor recursos a reclamação, reclamação hierárquica ou recursos
contenciosos com vista a contorno das decisões tomadas.
 Finalidade – refere o assegurar da contratação na implementação do
regulamento com vista prossecução do interesse público no qualquer contrato a
ser praticado pela entidade contratante.

15
 Razoabilidade – estabelece a observância sempre que necessário pelo bom
senso e equilíbrio, na sua actuação com vista a prossecução de interesse público.
 Proporcionalidade – estatui a tomada de medida convenientes no assegurar
com vista a prossecução de interesse público.
 Prossecução do interesse público- estabelece a observância do interesse
público, desprotegido de prejuízos de interesses dos particulares protegidos por
lei.
 Transparência – promover garantia de acesso a informações de todos actos
relativos a contratação pública relativa aos documentos de concursos, anúncios
de concursos e adjudicação, cancelamento e da invalidação do concurso que
deve ser publicado de modo as pessoas singulares e colectivos quem pretendam
contratar com o Estado.
 Publicidade – estabelece os mecanismos de tornar público recorrendo os meios
adequados e previsto no regulamento e actos de realização de concurso,
adjudicação, cancelamento e da invalidação e ademais actos de interesse
públicos.
 Igualdade – estabelece tratamento de forma igual e condições igual pela
entidade contratante às pessoas singulares ou colectivas que pretendam contratar
com o Estado perante a lei.
 Concorrência – estatui o privilégio a realização de processo competitivo,
propiciando condições e favoráveis a todos concorrentes interessados em
contratar com o Estado.
 Imparcialidade – estabelecimento de garantia aos titulares os membros dos
órgãos abstenham praticar ou praticar em actos administrativos que beneficie
directa ou indirectamente a se ou seu cônjuge, parentes ou afim bem com outras
entidades com as quais possa ter conflito de interesses nos termos da lei.
 Boa-fé – observância de procedimento de contratação pública, em todas suas
formas e fases, devem actual e relacionar-se de acordo com valores
fundamentais do direito pelo relevante em face das situações considerados e,
termos especiais, confianças suscitadas na contraparte pela actuação em causa e
objectivos a alcançar com actuação realizado.
 Estabilidade – estabelece a prática e observância dos princípios e regras
previamente definidos no regulamento, documentos de concursos e demais
legislação sobre matéria aplicável.

16
 Motivação – garantia de todos actos praticados sejam justificados e tenham
enquadramento legal, nas pessoas singulares ou colectivas do processo de
contratação tem direito de conhecer as razões de facto e de direito que serviram
de bases para tomada de decisão por parte de entidade contratante.
 Responsabilidade – estabelece a resposta de conduta dos seus funcionários ou
agentes de que resultem danos a terceiros, nos termos da responsabilidade civil
do Estado, sem prejuízo do direito regresso conforme as disposições de código
cível;
 Boa gestão financeira – actuação em conformidade com os princípios da
economicidade, eficácia e eficiência nos gastos dos recursos económicos e
financeiros na contratação pública.
 Celeridade – garantia de processo de contratação seja célere e eficiente de modo
que o concurso seja lançado e adjudicado dentro de prazos razoáveis de modo a
assegurar a economia e eficácia na contratação pública.

A Importância do Acompanhamento e Fiscalização dos Contratos Públicos em


Moçambique:

O acompanhamento e a fiscalização dos contratos públicos assumem um papel crucial


na Administração Pública de Moçambique, assegurando a eficiência, transparência e
responsabilização na utilização dos recursos públicos. Essa prática se traduz em
diversos benefícios para o país, como:

1. Garantia do Cumprimento Contratual:

 Execução de Qualidade: O acompanhamento e a fiscalização garantem que os


bens, serviços e obras sejam entregues de acordo com as especificações
contratuais, com a qualidade pactuada e dentro dos prazos previstos.
 Evita-se Desperdício e Irregularidades: A fiscalização contribui para prevenir
e detectar falhas, vícios de obra, sobrefaturamento e outras irregularidades,
assegurando o uso adequado dos recursos públicos e combatendo a corrupção.

2. Promoção da Transparência e da Boa Governança:

17
 Acompanhamento Público: O acompanhamento e a fiscalização podem ser
realizados por órgãos de controlo interno e externo, pela sociedade civil e por
qualquer cidadão, promovendo a transparência e a participação social na gestão
pública.
 Prestação de Contas: A Administração Pública é obrigada a prestar contas à
sociedade sobre a execução dos contratos públicos, o que contribui para
fortalecer a boa governança e a democracia.

3. Eficiência na Gestão dos Recursos Públicos:

 Otimização de Custos: A fiscalização permite identificar e corrigir falhas na


execução dos contratos, evitando custos adicionais e desperdícios de recursos
públicos.
 Melhores Resultados: O acompanhamento e a fiscalização contribuem para a
obtenção de melhores resultados na execução dos contratos, assegurando que os
objetivos pretendidos pela Administração Pública sejam alcançados.

4. Fortalecimento das Relações com o Setor Privado:

 Segurança Jurídica: Um ambiente de contratação pública transparente e


previsível gera maior segurança jurídica para as empresas, incentivando o
investimento privado e a participação em licitações.
 Relação de Confiança: A relação entre a Administração Pública e o setor
privado é fortalecida quando os contratos são executados de forma eficiente e
transparente, com base na confiança mútua e no respeito às leis.

5. Legitimidade da Administração Pública:

 Confiança da População: O acompanhamento e a fiscalização dos contratos


públicos contribuem para aumentar a confiança da população na Administração
Pública, legitimando suas ações e promovendo a participação social na gestão do
Estado.
 Cumprimento dos Objetivos Públicos: A boa gestão dos contratos públicos
garante que os recursos do Estado sejam utilizados de forma eficaz e eficiente,
em prol do bem-estar da população e do desenvolvimento do país.

18
O acompanhamento e a fiscalização dos contratos públicos são instrumentos essenciais
para a Administração Pública de Moçambique alcançar os seus objectivos de forma
eficiente, transparente e responsável, promovendo o desenvolvimento socioeconômico
do país e o bem-estar da população.

Procedimentos e requisitos a ter em conta no processo de contratação na


administração pública.

Procedimentos e Requisitos Essenciais no Processo de Contratação na


Administração Pública em Moçambique:

O processo de contratação na Administração Pública em Moçambique rege-se por um


conjunto de procedimentos e requisitos estabelecidos na Lei dos Contratos Públicos
(Lei nº 2/2016), com o objectivo de garantir a transparência, a eficiência e a
responsabilização na utilização dos recursos públicos.

Fases do Processo de Contratação:

O processo de contratação na Administração Pública em Moçambique compreende as


seguintes fases principais:

1. Planejamento:

 Identificação da necessidade: A Administração Pública identifica a


necessidade de adquirir bens, serviços ou obras para o cumprimento das suas
funções.
 Elaboração do Plano de Contratação Anual (PCA): O PCA define as
necessidades de contratação para o ano fiscal, incluindo os tipos de bens,
serviços ou obras a serem adquiridos, os valores estimados e os prazos previstos.
 Elaboração do Estudo de Viabilidade: O Estudo de Viabilidade avalia a
necessidade, a viabilidade técnica e económica da contratação e propõe a
modalidade de contratação mais adequada.

2. Seleção do Procedimento de Contratação:

19
A modalidade de contratação a ser utilizada depende do valor estimado da contratação,
da natureza dos bens, serviços ou obras a serem adquiridos e da disponibilidade de
fornecedores no mercado. As principais modalidades de contratação são:

 Concurso Público: Modalidade aberta à participação de qualquer licitante que


cumpra os requisitos de qualificação.
 Concurso por Convite: Modalidade dirigida a um número limitado de licitantes
previamente selecionados.
 Contratação Directa: Modalidade utilizada em situações excepcionais,
devidamente fundamentadas, como em caso de emergência ou quando não existe
mercado competitivo.

3. Publicação do Aviso ou Convite:

 Aviso de Concurso Público: Publicado no Boletim Oficial da República de


Moçambique (BRM) e em outros meios de comunicação, com a descrição dos
bens, serviços ou obras a serem adquiridos, os critérios de qualificação dos
licitantes, o local e o prazo para entrega dos envelopes com as propostas.
 Convite: Enviado directamente aos licitantes seleccionados, com a descrição
dos bens, serviços ou obras a serem adquiridos, os critérios de qualificação dos
licitantes, o local e o prazo para entrega das propostas.

4. Abertura das Propostas e Avaliação:

 Abertura das Propostas: As propostas são abertas em acto público, com a


presença dos licitantes ou seus representantes.
 Avaliação das Propostas: Uma comissão de avaliação analisa as propostas com
base em critérios previamente definidos no Aviso ou Convite, selecionando a
proposta mais vantajosa para a Administração Pública.

5. Negociação e Adjudicação:

 Negociação: A Administração Pública pode negociar com o licitante


seleccionado os termos e condições do contrato.
 Adjudicação: A Administração Pública adjudica o contrato ao licitante
seleccionado, mediante a assinatura do contrato.

20
6. Execução do Contrato:

 O licitante seleccionado executa o contrato de acordo com os termos e


condições acordados.
 A Administração Pública acompanha a execução do contrato e fiscaliza o
cumprimento das obrigações do contratado.

7. Recepção e Pagamento:

 A Administração Pública recebe os bens, serviços ou obras e procede à sua


avaliação.
 Após a avaliação positiva, a Administração Pública procede ao pagamento
do contratado.

Requisitos Essenciais:

Para participar de um processo de contratação na Administração Pública em


Moçambique, os licitantes devem cumprir os seguintes requisitos:

 Capacidade jurídica: Os licitantes devem ser pessoas singulares ou colectivas


com capacidade jurídica para celebrar contratos.
 Habilitação profissional: Os licitantes devem estar habilitados
profissionalmente para executar a obra, prestar o serviço ou fornecer o bem
objeto da contratação.
 Capacidade financeira: Os licitantes devem ter capacidade financeira para
executar o contrato.
 Regularidade fiscal: Os licitantes devem estar em situação regular perante as
autoridades fiscais.
 Experiência: Os licitantes podem ser exigidos a comprovar experiência na
execução de obras, prestação de serviços ou fornecimento de bens semelhantes
ao objecto da contratação.
O procedimento de contração pública resulta das reformas que o governo moçambicano
tem introduzido no Sector Público da Administração Pública particularmente no
Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE, 2002) e subsistema do
património do Estado. Porém, estes regulamentos são aplicados somente na

21
Administração Pública, directa e indirecta do Estado, representação no estrangeiro,
autarquias locais e demais pessoas colectivas públicas.

Contudo, as reformas e revogação introduzida na legislação visam conferir maior


transparência e assegurar a efectiva implementação dos procedimentos de contratação
de empreitadas de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de serviços ao
Estado.

Os princípios do procurement ajuda aos envolvidos públicos da Administração Pública


na observância escrupulosa de cada princípio que garante a prossecução de interesse
colectivo e a economicidade da contratação de empreitadas e fornecimento de bens e
serviços.

No geral, a gestão de contratos no âmbito do sector público em Moçambique


desempenha um papel fundamental na promoção da governança eficaz, na utilização
eficiente dos recursos públicos e no cumprimento das responsabilidades do governo
perante os cidadãos.

22
Conclusão

A gestão eficaz de contratos no sector público é essencial para promover a


transparência, a eficiência e a boa governança em Moçambique. Este trabalho destaca a
importância de abordar os desafios existentes na gestão de contratos, tais como a falta
de capacitação, a burocracia excessiva e a falta de monitoramento adequado. As
recomendações propostas visam fortalecer os procedimentos de gestão de contratos,
promovendo uma cultura de responsabilidade e eficiência na administração pública
moçambicana. Ao implementar essas recomendações, é possível alcançar melhores
resultados na execução de projectos e na prestação de serviços, contribuindo para o
desenvolvimento sustentável e o bem-estar da população moçambicana.

A gestão de contratos no sector público de Moçambique é essencial para promover a


boa governança, a transparência e a eficiência na utilização dos recursos públicos,
garantindo que estes sejam direcionados de forma adequada para atender às
necessidades da população e promover o desenvolvimento socioeconómico do país.

23
Referências Bibliográficas

 BERGUE, Sandro Trescastro. Modelo de gestão em organizações públicas:


teorias e tecnologias gerenciais para análise e transformação organizacional.
Caxias do Sul, RS: Educs, 2011.
 CASTRO, Ana Carolina de. Cláudia Osório de Castro Gestão pública
contemporânea. Curitiba: InterSaberes, 2014. (Série Gestão Pública).
 Chen, Y; Bharadwaj, A. (2009), “An empirical analysis of contract structure in
IT outsourcing”, Information Systems Research, Vol.20, No.4, pp. 484-506.
 DUTRA, Joel Souza. Gestão de pessoas: modelo, processo, tendência e
perspectivas. São Paulo: Atlas, 2002.
 GUERREIRO, Karen Menger da Silva, Paula Renata Ferreira, Antônio Siemsen
Munhoz; Adriano Stadler (Org.). Gestão de processos com suporte em
tecnologia da informação, Curitiba: InterSaberes, 2013. – (Coleção Gestão
Empresarial; v. 6) 2 Mb. PDF.
 Romzek, B.S.; Johnston, J.M. (2002), “Effective contract implementation and
management: a preliminary model.” Journal of Public Administration Research
and Theory, Vol.12, No.3, pp. 423-453.
 Hsieh, Y.J. (2012), “A multilevel assessment of local contract management
capacity and management reform nested in state contexts over time”,
Administration & Society, Vol. 44, No.5, pp.1-35.
 Mericková, B.M., Nemec, J., (2013) “Contract management and its impact on
contracting public services: Slovak republic”, Ekonomicky casopis, Vol. 61, No.
7, pp. 690-699.
 NASCIMENTOS, Elyesley Silva. Curso de Direito Administrativo. Niterói RJ,
 Impetus 2013.
 OLIVEIRA, and Rafael Carvalho Rezende. Licitações e Contratos
Administrativos - Teoria e Prática. Método, 2012.
 Stevens, R.; Rausser, G. (2009), “Public-private partnerships: goods and the
structure of contracts”, Annual Review of Resouce Economics, Vol. 1, pp. 75-
98.

24
 TACHIZAWA, Takeshy. SCAICO, Oswaldo. Organização flexível: qualidade
na gestão de processos. São Paulo: Atlas, 2006.
 Khan, A.W.; Khan, S.U. (2013), “Critical success factors for offshore software
outsourcing contract management from vendors’ perspective: An exploratory
study using a systematic literature review”, IET Software, Vol.7, No.6, pp.327-
338.
 Vieira Neto, J. (2008), Uma proposta de modelo de gestão para as pequenas e
médias empresas (PMEs): um estudo de caso múltiplo do setor químico no
Estado do Rio de Janeiro, Dissertação de Mestrado em Sistemas de Gestão,
Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ.
 Leite, J. D. B. L.; Souza, H. F. e Nascimento, E. C. V. (2010), “Contratualização
na saúde: proposta de um contrato único para os programas no Estado de Minas
Gerais”; RAS, Vol. 12, No. 46.
 LENZI, Fernando César; Sílvio Aparecido santos; Tânia Casado, Leonel Cezar
Rodrigues. Talentos inovadores na empresa: como identificar e desenvolver
empreendedores corporativos. Curitiba: InterSaberes, 2012.
 RODERMEL, Pedro Monir. SCHIMIDTT, Maria do Carmo. STADLER,
Adriano. Desenvolvimento Gerencial, estratégia e competitividade. Curitiba:
Intersaberes, 2012.
 Wise, V.; Gilmour, R. (2008), “Contract management in government.” Official
People’s University of Bangladesh: biannual journal of the Center for
Multidisciplinary Studies, Vol. 3, No. 1, pp. 14-28.

MANUAL DE:
Contratação Pública em Moçambique (Planificação de Bens e Serviços Públicos),
Curso: Administração Pública, Universidade Católica de Moçambique, Centro de
Ensino à Distância -CED

25

Você também pode gostar