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OFICIAL DE
ESTUDO PARA
O EXAME CFP®
NO BRASIL
Planejamento
Fiscal
Volume V
Material oficial de
estudo para o exame
CFP® no Brasil:
planejamento fiscal
Volume V
Volume V
Autores
PLANEJAR - Associação Brasileira de Planejadores Financeiros
PRACTA - Treinamento e Educação Financeira
Sirius - Comunicação
Planejamento fiscal é o
Volume V da coleção Material oficial
de estudo para o exame CFP® no Brasil,
composta por um total de seis volumes,
de autoria da PLANEJAR - Associação
Brasileira de Planejadores Financeiros e da
PRACTA - Treinamento e Educação Financeira.
Sirius Comunicação
Rua Bela Cintra, 200, cj 42
CEP 01415-000
São Paulo - SP
Brasil
Tel 011-3217.2727
Introdução
A CERTIFICAÇÃO CFP®
A Certificação CFP® (Certified Financial Planner) é uma certificação internacional de distinção
que qualifica o profissional para o exercício da atividade de planejador financeiro pessoal. No
Brasil, a entidade certificadora é a Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros,
afiliada ao FPSB Financial Planning Standards Board, entidade responsável pelo gerenciamento,
desenvolvimento e promoção da marca CFP® no mundo.
A Certificação CFP® no Brasil segue os padrões mundiais definidos pelo FPSB que visam
garantir ao público, acesso aos serviços de um profissional competente, ético e que possui
comprovada experiência prática na prestação de serviços de planejamento financeiro pessoal.
O MATERIAL DE ESTUDO
O Material de Estudos para o exame da Certificação CFP® é uma coleção de seis volumes
estruturado de acordo com o Programa Detalhado e desenvolvido conforme as Orientações de
Estudo, em parceria celebrada entre a Planejar e a Practa Treinamento e Educação Financeira.
• Volume I - Planejamento Financeiro
• Volume II - Gestão de Ativos e Investimentos
• Volume III - Planejamento da Aposentadoria
• Volume IV - Gestão de Riscos e Seguros
Nosso objetivo, com essa iniciativa, é permitir, a todos os candidatos, acesso a um conteúdo
padronizado e qualificado, além de economicamente viável. A PLANEJAR espera que os
profissionais se beneficiem desse recurso didático, colaborando para a conquista da aspirada
Certificação CFP®.
Estamos certos de que os profissionais que já atuam ou pretendem atuar como planejadores
financeiros encontrarão nesta obra conteúdo para apoiá-los na profissão.
PLANEJAR PRACTA
Bruno Rodrigues Correa, CFP® Eliane Habib Tiburski, CFP®
Bruno Ferreira Souza, CFP® Evely Borges da Silveira
Eliane Tanabe, CFP® Gabriel Hernan Facal Villarreal
Fabiano Calil, CFP® Rosario G. V. Pujado, CFP®
Luciana Pantaroto, CFP®
Martin Casals Iglesias, CFP®
Marcia Belluzo Dessen, CFP®
Renato Roizenblit, CFP®
Ricardo Aguida Geraldes, CFP®
Sinara Polycarpo, CFP®
INFORMAMOS QUE AS QUESTÕES APRESENTADAS NESSE MATERIAL NÃO FAZEM PARTE DO EXAME DE CERTIFICAÇÃO
APLICADO PELA PLANEJAR, DEVENDO SERVIR APENAS COMO ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DOS CANDIDATOS.
EM HIPÓTESE ALGUMA A SUA UTILIZAÇÃO É GARANTIA DE APROVAÇÃO NO EXAME, UMA VEZ QUE APENAS SERVE
COMO COMPLEMENTO AO ESTUDO, SENDO FACULTADO AO CANDIDATO ANALISAR A VIABILIDADE DE SEU USO,
COMO TAL INFORMADO. AS QUESTÕES APRESENTADAS NESTE MATERIAL FORAM DESENVOLVIDAS PELOS AUTORES
(PRACTA) ESPECIFICAMENTE PARA FINALIDADE DE APOIO. PORTANTO, NÃO É GARANTIDA A APROVAÇÃO OU QUE
AS QUESTÕES SERÃO APRESENTADAS DA MESMA FORMA NO EXAME. A PLANEJAR RESERVA-SE O DIREITO DE
APRESENTAR QUESTÕES NO EXAME DE CERTIFICAÇÃO CFP® DE FORMA DISTINTA
ÍNDICE
8. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO.........................................................................................................................80
8.1 Conceito.....................................................................................................................................................................................80
8.2 Distinção entre elisão fiscal, evasão fiscal, simulação e dissimulação.................................. 80
8.3 Análises de substância sobre a forma e propósito negocial......................................................... 81
8.4 Estratégias para reduzir carga tributária do cliente............................................................................. 82
8.4.1 Ativos financeiros.......................................................................................................................................................... 82
8.4.2 Planos de previdência................................................................................................................................................. 82
8.1.3 Ativos imobiliários (Pessoa Física x Holding Imobiliária)....................................................................... 83
8.1.4 Investimentos no exterior........................................................................................................................................ 83
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO................................................................................................................................................84
RESUMO..........................................................................................................................................................................................90
GLOSSÁRIO..................................................................................................................................................................................99
BIBLIOGRAFIA.........................................................................................................................................................................102
1. NORMAS TRIBUTARIAS
BÁSICAS
b) compulsória: o tributo é sempre compulsório, ou seja, obrigatório. Praticado o fato que enseja
a cobrança, o dever de pagar o tributo nasce independentemente da vontade do contribuinte.
Por exemplo, vejamos o IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores. Ao se
tornar proprietário de veículo automotor, o cidadão pratica o ato previsto em lei do qual decorre
a obrigação de pagar o tributo. A partir de então, o tributo é devido de forma compulsória, o que
significa que o cidadão, agora na condição de contribuinte, não pode optar pelo pagamento ou
não do tributo e, caso não o pague, arcará com as sanções previstas em lei e poderá ser cobrado
judicialmente.
c) em moeda ou cujo valor nela possa se exprimir: o tributo há de ser sempre apurado e pago
em moeda corrente nacional, pois o sistema tributário brasileiro não admite que o tributo seja
quantificado de outra forma, principalmente em função da impossibilidade de pagamento do
tributo em bens ou através de prestação de serviços.
Imagine-se uma importação de 1 tonelada de trigo. O tributo incidente não poderá ser calcu-
lado em função do peso do trigo, mas sim em moeda. Logo, caso se pretenda cobrar um tributo
correspondente a 10% da operação, será necessário precificar o valor da tonelada de trigo em
moeda, para depois proceder ao cálculo do tributo. É impossível a cobrança de 100 Kg de trigo,
por se tratar de bem in natura e não de moeda corrente nacional.
d) que não constitua sanção por ato ilícito: o tributo é sempre decorrente da prática de um
ato lícito vinculado ao contribuinte, ou a este imputável. Quaisquer cobranças decorrentes de
sanção por ato ilícito (penalidades), mesmo sendo pecuniárias, compulsórias e em moeda, não
serão consideradas tributo.
O exemplo clássico é a multa de trânsito. É fato que se trata de uma prestação pecuniária,
compulsória, em moeda e cujo credor é o Poder Público. Contudo, por ser decorrente da prática
de um ato ilícito, trata-se de mera penalidade sancionatória. Outro exemplo comum é a impossi-
bilidade de cobrança de Imposto de Renda – IR – sobre operações ilícitas, tais como tráfico de
entorpecentes e jogos de azar.
e) instituída em lei: somente a lei pode determinar a cobrança do tributo. O Poder Público,
sempre nos termos da competência prevista na Constituição Federal, detém a prerrogativa de
editar a lei necessária para instituição do tributo. A existência da lei é requisito fundamental para
a cobrança de qualquer espécie de tributo. Trata-se do princípio da legalidade, o qual será visto
em tópico próprio.
O princípio da legalidade surgiu na Inglaterra, no século XIII, com a Magna Carta do Rei João
Sem-Terra. Lá constou o enunciado “no taxation without representation”, princípio pelo qual não
poderiam ser instituídos quaisquer tributos sem a concordância dos representantes do povo. Na
atualidade, os representantes do povo compõem o Poder Legislativo e são os responsáveis pela
edição das leis tributárias.
1.1.1. Características
Para entender a obrigação tributária, há de se ter em mente a seguinte regra:
Se é “F”, “C” deve ser.
A oração acima significa “se é FATO, CONSEQUÊNCIA deve ser”, o que significa que para
cada fato previsto em lei haverá uma consequência igualmente prevista em lei, cuja aplicação é
obrigatória. A legislação trabalha num sistema simples de ação e reação, ou de fato e consequên-
cia. Por isso é que a legislação prevê que, para a ocorrência de determinado fato será aplicável uma
determinada consequência.
Para o conhecimento do sistema tributário faz-se imprescindível o estudo dos fatos tribu-
táveis e das consequências aplicáveis a tais fatos, de maneira a poder prevê-los, analisá-los e
planejá-los.
Fixadas as premissas, convém uma análise da forma pela qual se opera o nascimento da obri-
gação tributária. Para isto, é indispensável o fracionamento dos elementos jurídicos dos quais
decorre a incidência, conforme os seguintes conceitos:
1.1.1.3. Alíquota
Alíquota é o percentual aplicável sobre a base de cálculo para fins de determinação do valor do
tributo a ser pago. Corresponde à parcela da riqueza que deverá ser revertida ao Poder Público
a título de tributo. A alíquota deve ser multiplicada pela base de cálculo para fins de apuração do
tributo devido.
No caso do Imposto sobre a Renda – IR, as alíquotas são progressivas, partindo de 0% (faixa
da isenção), passando pelos patamares de 7,5%, 15%, 22,5% e chegando à alíquota máxima de
27,5%, no caso das pessoas físicas.
No caso do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA, a alíquota, no
Estado de São Paulo, é de 4%. Por se tratar de tributo de competência dos Estados e do Distrito
Federal, as alíquotas variam de acordo com o local de registro do veículo.
No caso do Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU, a alíquota é de 1% no município de
São Paulo. Por se tratar de tributo de competência dos municípios, as alíquotas variam de acordo
com o local do imóvel.
1.1.2.1. Impostos
Os impostos constituem a maior fonte de receitas da Administração Pública e sua delimitação
de competências encontra-se prevista nos artigos 153 (Dos impostos da União)1, 155 (Dos im-
postos dos Estados e do Distrito Federal)2 e 156 (Dos impostos dos Municípios) da Constituição
Federal. Sua cobrança encontra-se atrelada a manifestações de riqueza do contribuinte, tais como:
a) propriedade de bens (IPVA, IPTU, ITR); b) renda (IRPF, IRPJ); c) consumo (ICMS, ISS); d)
1
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: I - importação de produtos estrangeiros; II - exportação, para o exterior, de produtos
nacionais ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza; IV - produtos industrializados; V - operações de crédito, câmbio e
seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; VI - propriedade territorial rural; VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
2
Art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulati-
vos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; II - na iminência ou no caso de guerra externa,
impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas
de sua criação.
1.1.2.2. Taxas
As taxas, ao contrário dos impostos, são cobradas em função de uma atuação do ente público
em favor do contribuinte. A Administração Pública, ao exercer determinada atividade em favor
dos particulares, cobra a taxa respectiva daqueles particulares aos quais a atividade aproveita.
Logo, a origem do pagamento das taxas não reside em um fato relacionado ao contribuinte, mas
sim em um fato relacionado ao Estado. Neste caso, e como principal característica das taxas, te-
remos o caráter remuneratório.
Os serviços públicos passíveis de remuneração mediante cobrança de taxas são aqueles espe-
cíficos e divisíveis.
O serviço será específico quando se referir a uma prestação de serviços realizada em favor de
uma pessoa ou de um número determinado (ou determinável) de pessoas, em caráter não uni-
versal. Os serviços prestados de forma universal, disponíveis para toda a coletividade, não serão
considerados específicos, mas sim gerais. Ou seja, o serviço somente será específico quando for
possível mensurar a natureza e extensão do serviço prestado ao indivíduo ou grupo.
O serviço será divisível quando for possível se aferir a quantidade de serviços usufruída por
cada contribuinte e, para tanto, é necessário que os serviços possam ser utilizados e mensurados
individualmente para cada usuário.
Logo, a taxa depende da conjugação do seguinte binômio: determinação do destinatário do ser-
viço x quantidade de serviço usufruída pelo destinatário. O Fisco, portanto, deverá dividir o custo
total do serviço entre as pessoas que dele gozam (especificidade), proporcionalmente à parcela
que cada um usufruir (divisibilidade).
Como exemplos de taxas instituídas em função da prestação de serviços públicos específicos e
divisíveis podemos citar aquelas cobradas em função do fornecimento domiciliar de água potável,
saneamento básico, energia elétrica, entre outras.
Outro ponto relevante diz respeito à utilização efetiva ou potencial dos serviços públicos. Cer-
tamente as taxas serão devidas com relação aos serviços públicos efetivamente usufruídos pelo
contribuinte. Porém, também se faz possível a cobrança de taxas em face de contribuintes que
não tenham utilizado os serviços públicos, porém estes tenham permanecido a sua disposição,
facultando-lhe a utilização.
O pagamento de taxas pela utilização efetiva do serviço público ocorre cada vez que o cidadão
“contrata” tais serviços com o ente público, remunerando a respectiva prestação. Nessa hipótese,
o contribuinte remunera o serviço público que lhe foi prestado, na exata proporção e medida do
que efetivamente lhe foi prestado. O tributo, neste caso, torna-se a contrapartida financeira da
relação entre Administração Pública e contribuinte.
É o caso, por exemplo, das taxas pagas para a obtenção de certidões perante repartições pú-
blicas. Outro caso é o da taxa paga para ingressar com uma demanda judicial. Nestes casos, o
contribuinte somente pagará a referida taxa quando optar pela utilização dos referidos serviços.
Se escolher não utilizar tais serviços, a taxa não poderá lhe ser cobrada.
Diferentemente dos exemplos acima, existe também o pagamento de taxas pela utilização po-
tencial dos serviços públicos. Denomina-se utilização potencial a simples colocação dos serviços
públicos à disposição dos cidadãos, sem ser necessária à sua “contratação” ou sua efetiva presta-
ção. Nestes casos, o contribuinte pagará a taxa mesmo sem receber os serviços.
Como exemplo podemos citar a taxa de coleta de esgoto, a qual é cobrada dos particulares
independentemente do uso efetivo da rede pública de esgoto. Logicamente, aquele que utilizar a
rede pública será obrigado a pagar uma taxa proporcional a seu uso. Quem optar pela não utiliza-
ção da rede pública, estará igualmente sujeito ao pagamento da taxa, porém num patamar inferior,
pois igualmente deverá remunerar o Estado pela manutenção da disponibilidade dos serviços. As
redes de esgoto deverão ser mantidas e custeadas pelo Estado, independentemente da efetiva uti-
lização por parte do contribuinte, uma vez que constitui obrigação do ente público assegurar-lhe
o acesso constante a tais serviços.
A lógica da remuneração dos serviços de utilização potencial visa a manutenção e custeio das
redes de serviços públicos essenciais, cuja prestação não pode ser interrompida. O ente público
cria sistemas de atendimento constante à coletividade e cabe aos contribuintes remunerar tais
serviços independentemente de sua utilização, uma vez que existe um custo para mantê-los per-
manentemente a sua disposição.
1.2. Princípios
1.2.1. Princípio da legalidade
O princípio da legalidade constitui a pedra fundamental do sistema tributário nacional. Por
referido princípio, não se pode exigir ou aumentar tributo sem lei que assim o estabeleça.
Mencionado instituto remonta a Inglaterra do século XIII, com a Magna Carta do Rei João
Sem-Terra. Lá constou o enunciado “no taxation without representation”, princípio pelo qual não
poderiam ser instituídos quaisquer tributos sem a concordância dos representantes do povo. Na
atualidade, os representantes do povo compõem o Poder Legislativo e são os responsáveis pela
edição das leis tributárias.
A exigência ou aumento do tributo deve estar em lei propriamente dita. Quaisquer outras
normas, tais como Decretos, Instruções Normativas, Ordens de Serviços etc., não serão vá-
lidas para tanto.
Governo exercer suas funções de acordo com suas necessidades imediatas, adequando tais tri-
butos sempre que for necessário, inclusive para fins de controle de mercado e poder econômico.
O Governo costumeiramente reduz a zero a alíquota do IPI para determinados produtos, entre
eles os automóveis populares, visando permitir o acesso a tais bens. Em outras ocasiões, aumenta
o Imposto de Importação visando estimular o consumo de bens produzidos em território nacio-
nal. Contrariamente, pode também diminuir o Imposto de Importação visando controlar o mer-
cado interno, evitando monopolização ou cartelização de empresas nacionais mediante inclusão
de produtos estrangeiros no mercado.
Uma forma válida de economia tributária é a opção pela antecipação de operações antes da
entrada em vigor do aumento de impostos, permitindo que a tributação ocorra dentro da alíquota
vigente anterior ao aumento.
da isonomia, muito pelo contrário, dá-se cumprimento ao princípio estabelecendo, com um crité-
rio lógico, as diferenciações entre empresas.
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I. Transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
II. Operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se ini-
ciem no exterior;
III. Propriedade de veículos automotores.
dade, porém no sentido de dar tratamento desigual aos que forem desiguais, na medida de suas
desigualdades. É o princípio pelo qual o Poder Público deve repartir a carga tributária de acordo
com as possibilidades financeiras dos cidadãos, conforme a capacidade econômica de cada indi-
víduo, tendo como finalidade estabelecer uma sistemática justa de exigência fiscal. Este princípio
é aplicável unicamente aos impostos, ou seja, aos tributos definidos nos artigos 153, 155 e 156
da Constituição Federal, como já visto no item anterior. A Constituição prevê que “sempre que
possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica
do contribuinte...”.
Pelo princípio da capacidade contributiva as pessoas deverão ser tributadas de forma diferen-
ciada, de acordo com sua capacidade econômica, preservando-se os menos favorecidos e tribu-
tando-se aqueles que possuam melhores condições financeiras ou apresentem sinais demonstrati-
vos de riqueza. Para tanto, utiliza-se o sistema de isenções e progressividade.
O melhor exemplo é o do Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas - IRPF, baseado justa-
mente no sistema de isenções e progressividade, para que as pessoas contribuam de acordo com
sua capacidade econômica. Para tanto, a legislação prevê isenção para aqueles que tiverem renda
anual inferior a R$ 22.847,76; tributação na alíquota de 7,5% para aqueles que tiverem renda anual
entre R$ 22.847,77 e R$ 33.919,80; tributação na alíquota de 15% para aqueles que tiverem renda
anual entre R$ 33.919,81 e R$ 45.012,60; tributação na alíquota de 22,5% para aqueles que tiverem
renda anual entre R$ 45.012,61 e R$ 55.976,16; e tributação em 27,5% para aqueles que tiverem
renda anual superior a R$ 55.976,16. Os números indicados se referem à tabela progressiva vi-
gente em 2018.
A capacidade contributiva deve sempre respeitar o princípio da isonomia. Assim sendo, não
podem ser abertas exceções para determinadas pessoas, em caráter específico, mas sim estabele-
cer-se um critério de diferenciação com base em categorias definidas através de um critério justo
de diferenciação, para que todos aqueles que se enquadrarem naquela hipótese possam receber
tratamento fiscal diferenciado. E, estabelecidas as categorias, sempre o imposto deverá ser exigido
de forma maior sobre aqueles que possuem maior capacidade financeira, e de forma menor sobre
aqueles que possuem menor capacidade.
1.2.7. Imunidade
Imunidade é a previsão constitucional de não concessão de competência tributária para fins
de tributação de determinadas pessoas, objetos ou operações. Ao outorgar a imunidade a Cons-
tituição Federal cria uma lacuna na competência tributária pois impede União, Estados, Distrito
Federal e Municípios de receberem competência tributária para exigir tributo sobre as pessoas,
objetos ou operações abrangidas pela imunidade.
1.2.8. Isenção
A isenção é tradicionalmente conhecida como uma hipótese de não incidência legalmente qua-
lificada. Em outras palavras, isenção é a previsão em lei de não incidência do tributo sobre deter-
minada pessoa, bens ou serviços. A principal diferença entre imunidade e isenção é que, enquanto
na imunidade não há competência tributária, na isenção existe competência tributária, mas o ente
competente opta por não tributar determinada atividade, da pessoa ou de sua capacidade contri-
butiva, o que é feito através de lei própria. A isenção, portanto, é concedida pelo próprio ente a
quem o tributo é devido. Somente a lei pode outorgar a isenção, assim como somente outra lei
pode revogá-la.
A isenção de impostos na aquisição de veículos por taxistas é um exemplo de isenção concedida
em função da atividade desenvolvida. A isenção de Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas –
IRPF sobre a aposentadoria dos portadores de doenças graves é um caso de concessão de isenção
em função da pessoa. A faixa de isenção do Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas – IRPF é
um exemplo de isenção em função da capacidade contributiva da pessoa.
Importante destacar que a isenção somente pode ser concedida pelo próprio ente tributante
competente. A isenção, portanto, é uma opção do ente tributante por não exercer a competência
tributária em determinados casos.
Imunidade x isenção
Imunidade, é definida na Constituição Federal, a isenção é um ato de lei e pode ser revogada
com maior facilidade
2. IMPOSTO DE RENDA
DE PESSOA FÍSICA
2.1.1.1. Generalidade
Implica em que a tributação da renda deverá ser utilizada de forma geral (generalidade), ou seja,
atingindo todos aqueles que efetivamente aufiram renda. Este princípio visa equiparar, para fins de tri-
butação, todas as pessoas em território nacional, afastando privilégios existentes antes da Constituição
Federal de 1988, que dispensava a tributação da renda dos magistrados, militares e congressistas.
As exceções admissíveis ao princípio da generalidade são: a) o caso das pessoas imunes (entes
públicos, templos de culto, partidos políticos, entidades sindicais, etc.); b) os casos de isenção
concedida pela própria União Federal.
2.1.1.2. Universalidade
Possibilidade de tributação de todas as receitas auferidas pelas pessoas. A renda, no direito tri-
butário, é um dos chamados conceitos universais, ou seja, constitui elemento que somente pode
ser vislumbrado de forma absoluta. Isto implica dizer que para se constatar a existência de renda,
há de se analisar a totalidade dos rendimentos da pessoa, independentemente de sua denominação,
origem e do local onde forem auferidos, inclusive no caso de rendimentos recebidos no exterior.
Esse é o caso do IRPF, no qual, por ocasião da declaração anual de bens e rendimentos se
efetua o ajuste entre os tributos já pagos no decorrer do ano e a totalidade (universalidade) das
receitas auferidas, de modo a se concluir pela necessidade de pagamento ou restituição de impos-
to de acordo com o acréscimo patrimonial. É por conta do princípio da universalidade da renda
que é possível ao Fisco brasileiro tributar os rendimentos havidos no exterior pelos contribuintes
residentes no Brasil, pois a renda será universalmente considerada, independentemente da base
territorial na qual tenha sido auferida.
2.1.1.3. Progressividade
É a sistemática utilizada para garantir o respeito ao princípio da capacidade contributi-
va, de forma a tributar em alíquotas mais elevadas aqueles que gozam de melhor condição
financeira.
Em termos de IRPF, existe a previsão de isenção e de aumento gradativo de alíquotas confor-
me o volume de renda auferida. Com isto, quem efetivamente possui maiores rendimentos arca
com uma alíquota maior do que aqueles que percebem rendimentos menores.
2.1.2.1. Renda
Entende-se como renda o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos.
Como produto do capital podemos citar os rendimentos em caderneta de poupança, CDB,
commodities, aluguéis, rendimentos do trabalho não-assalariado etc. Como produto do trabalho
teremos, entre outros, salário, honorários, comissões, remunerações, preços de serviços etc.
2.1.2.2. Rendimentos
Rendimentos correspondem aos valores auferidos pela pessoa física a qualquer título, os quais
poderão se submeter a 3 regimes: a) rendimentos tributáveis, a serem tributados de acordo com a
tabela do IRPF; b) rendimentos isentos e não tributáveis, sobre os quais não incidirá a tributação;
e c) rendimentos sujeitos à tributação exclusiva/definitiva, os quais terão regras de tributação di-
ferenciadas, não se aplicando a tabela do IRPF.
sal, com pagamento do imposto a título de antecipação do imposto devido por ocasião da decla-
ração anual de ajuste. Para tanto, utiliza-se uma tabela publicada anualmente.
O cálculo mensal é feito mediante a multiplicação do valor bruto do rendimento pela alíquota
aplicável ao valor recebido, chegando-se ao imposto bruto a pagar, do qual será deduzida a parcela
a deduzir prevista para a respectiva alíquota.
No ato de encerramento do ano calendário, o contribuinte deverá apurar a renda auferida no
exercício e efetuar o cálculo do imposto devido de acordo com a tabela de apuração anual do
IRPF. Para fins de apuração anual, somente poderão ser tomados como base os rendimentos
tributáveis, ou seja, o valor remanescente após a dedução e abatimento de despesas e, ainda, ex-
cluídos os rendimentos isentos e não tributáveis.
As alíquotas também podem ser conferidas na tabela anual abaixo temos o exemplo da tabela
referente ao exercício de 2018:
O cálculo anual é feito mediante a multiplicação do valor bruto do rendimento pela alíquota
aplicável ao valor recebido, chegando-se ao imposto bruto a pagar, do qual será deduzida a parcela
a deduzir prevista para a respectiva alíquota.
Do valor apurado com base na tabela anual deverão ser deduzidos todos os valores pagos men-
salmente a título de antecipação. Nos casos nos quais o valor do imposto pago antecipadamente
for superior ao imposto devido, o Fisco deverá proceder à restituição do imposto pago a maior.
Esta situação ocorre, por exemplo, nos casos nos quais a pessoa física possui deduções que redu-
zam consideravelmente a base tributável ou que tenha auferido a renda de forma centralizada em
alguns meses, nada recebendo em outros.
O trabalhador autônomo deverá arcar, ainda, com o desconto de INSS e pagamento do Impos-
to Sobre Serviços – ISS em alíquota entre 2% e 5%.
O mais importante, contudo, é que a sistemática de trabalho respeite as características pró-
prias de cada modalidade de contratação. A utilização da pessoa jurídica ou do regime autônomo
como mecanismo para mascarar a relação de emprego pode sujeitar a empresa a autuações fiscais,
previdenciárias e trabalhistas, sem embargo de vir a se sujeitar a processos laborais por parte dos
prestadores de serviços.
Já em caso de opção pelo regime de tributação definitiva, o imposto será integralmente retido na
fonte de acordo com a alíquota aplicável no momento do resgate, variando de 35% para resgates até 2
anos da aplicação, 30% para resgate entre 2 e 4 anos, 25% para resgate entre 4 e 6 anos, 20% para resga-
te entre 6 e 8 anos, 15% para resgate entre 8 a 10 anos e 10% para resgate em prazo superior a 10 anos.
Exemplo
Um indivíduo vendeu ações em bolsa de valores em diversas datas dentro do mesmo mês. O valor
total das vendas foi de R$ 22.000,00. Se as vendas ocorreram com lucro, o lucro é tributável.
No mês seguinte, o valor total das vendas de ações foi de R$ 15.000,00. Ainda que haja lucro
pela venda, o lucro é isento de imposto de renda.
Tributações da PLR
Valor do PLR anual (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do IRPF (R$)
De 0,00 a 6.677,55 0,0 -
De 6.677,56 a 9.922,28 7,5 500,82
De 9.922,29 a 13.167,00 15,0 1.244,99
De 13.167,01 a 16.380,38 22,5 2.232,51
Acima de 16.380,38 27,5 3.051,53
sujeitam-se à incidência do imposto sobre a renda na fonte à alíquota de 1% (um por cento) sobre
o valor do ganho.
Ganho de capital
O ganho de capital é entendido como a diferença positiva entre o custo de aquisição e o
valor de alienação dos bens ou direitos. Entre estes bens e direitos podemos destacar: a)
ações; b) aplicações em moeda estrangeira; c) bens imóveis; d) direitos reais; c) direitos
autorais etc.
A base de cálculo do imposto é o ganho de capital apurado, sobre o qual incidirão as seguintes
alíquotas progressivas, por faixa de incidência:
• 15% sobre a parcela dos ganhos que não ultrapassar R$ 5.000.000,00;
• 17,5% sobre a parcela dos ganhos que exceder R$ 5.000.000,00 e não ultrapassar R$ 10.000.000,00;
• 20% sobre a parcela dos ganhos que exceder R$ 10.000.000,00 e não ultrapassar R$ 30.000.000,00; e
• 22,5% sobre a parcela dos ganhos que ultrapassar R$ 30.000.000,00.
No caso de alienação de bens imóveis, é possível aplicar um percentual de redução sobre o ga-
nho de capital obtido na venda. Este percentual é aplicado sobre o ganho de capital, determinan-
do que parcela do ganho será isenta de imposto de renda, e sobre que parcela incidirá o imposto
de renda. Em síntese, quanto maior for o período em que o alienante deteve a propriedade do
bem, maior será o percentual de redução.
No caso de alienação de bens imóveis adquiridos até 1969, o alienante usufruirá de um percen-
tual de redução do ganho de capital de 100% (cem por cento), zerando o lucro tributável.
Para imóveis adquiridos pelo alienante entre os anos de 1970 e 1988 o percentual de redução
de ganho de capital seguirá a tabela regressiva abaixo, devendo ser pago o IRPF sobre o saldo de
ganho de capital após a aplicação do coeficiente de redução.
A legislação prevê ainda a aplicação de outros percentuais de redução para imóveis adquiridos
a partir de 1988, através da aplicação de fórmulas matemáticas que levam em consideração o nú-
mero de meses decorridos entre a data de aquisição e a data da venda do imóvel.
O aplicativo GCAP, disponibilizado para download no site da Receita Federal, aplica os percen-
tuais de redução automaticamente.
rem inferiores a 20% da renda percebida no ano ou, ainda, tenham dificuldades na demonstração
das despesas dedutíveis incorridas. O desconto de 20% dos rendimentos tributáveis é aplicável
em todos os casos, independentemente do contribuinte ter tido despesas dedutíveis, desde que
respeitado o limite máximo de dedução.
Podem ser abatidos ou deduzidos da base de cálculo do imposto sobre a renda das pessoas
físicas as seguintes despesas (as referências de valores abaixo, são relativas ao exercício de 2018):
a) Contribuições à Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios;
b) Contribuições para as entidades de previdência privada domiciliadas no País, cujo ônus
tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefícios complementares assemelhados
aos da Previdência Social, cuja dedução será limitada a 12% do valor total dos rendimentos
tributáveis;
c) Para os contribuintes que perceberem rendimentos do trabalho não-assalariado, serão dedutí-
veis as despesas escrituradas em livro caixa, tais como: i) remuneração paga a terceiros, desde
que com vínculo empregatício, e os encargos trabalhistas e previdenciários; ii) emolumentos
pagos a terceiros; iii) despesas de custeio pagas, necessárias à percepção da receita e à manuten-
ção da fonte produtora;
d) Dependentes, no valor máximo anual de R$ 2.275,08;
e) Importâncias pagas a título de pensão alimentícia, quando em cumprimento de decisão judicial
ou acordo homologado judicialmente ou escritura pública;
f) Despesas médicas comprovadas;
g) Despesas com educação, até o limite anual de R$ 3.561,50 (valor em outubro/2018) por pessoa
(valor aplicável tanto para educação própria quanto para a de dependentes);
h) Contribuições para o Fundo de Aposentadoria Programada Individual - FAPI cujo ônus seja da
pessoa física, cuja dedução será limitada a 12% do valor dos rendimentos tributáveis.
Podem ser abatidos ou deduzidos diretamente do imposto devido as despesas abaixo. Impor-
tante: essas despesas somente serão dedutíveis para os contribuintes que optarem pela declaração
no modo completo (deduções legais):
i) Contribuição patronal paga à Previdência Social pelo empregador doméstico e a contri-
i) Doações:
1. Fundos de amparo à criança e ao adolescente;
2. Fundos de amparo ao idoso;
3. Incentivo à Cultura (Fundo Nacional de Cultura) ou apoio direto a projetos e ações sociais
cadastrados no Programa Nacional de Apoio à Cultura;
4. Incentivo à Atividade Audiovisual (patrocínios e investimentos em projetos cinematográficos
credenciados pela Ancine);
5. Incentivo ao Desporto (doações ou patrocínios no apoio direto a projetos desportivos e para-
desportivos previamente aprovados pelo Ministério do Esporte);
6. Incentivo ao Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência
(Pronas-PCD)
7. Incentivo ao Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon):
A soma das deduções listadas nos itens 1 a 5 está limitada a 6% do imposto devido.
Cada uma das deduções listadas nos itens 6 e 7 estão limitadas a 1% do imposto devido. Assim,
no total, é permitido deduzir até 8% do imposto devido com doações, desde que respeitados os
limites acima.
As doações devem ser feitas no ano-calendário a que se referir a declaração, com exceção das
doações aos Fundos de amparo à criança e ao adolescente, que podem ser feitas diretamente na
declaração, até o limite de 3% do imposto devido, e desde que somada às outras doações dos itens
1 a 5 acima não ultrapasse o limite de 6% do imposto devido.
Exemplo
Considerando um contribuinte com rendimentos total do salário de R$ 325.000,00 no ano
e um 13º de 25.000,00, com 2 dependentes e respectivas despesas com instrução, despesas
médicas anuais de R$2.000,00 e Contribuição patronal à Previdência Social paga a seu
funcionário doméstico de R$300,00 por mês.
Note que as despesas com instrução e despesas médicas foram deduzidas da base de cálculo
do imposto. Já a contribuição patronal à Previdência Social foi deduzida diretamente do
imposto devido:
Rendimentos tributáveis 325.000,00
Previdência (12X620,00)11% sobre teto de $5645,00 7.440,00
Dependentes 2X $2.275,08 4.550,16
Despesas com instrução (limitada a $3.561,50 por dependente) 7.123,00
Despesas médicas 2.000,00
Total das deduções 21.113,16
Base de Cálculo do IR anual 303.886,84
IR de 27,5 % de 303.886,74 83.568,88
Dedução conforme tabela acima 10.432,32
IR 73.136,56
(-) contribuição patronal ao INSS 1.171,84
Imposto de Renda devido no ano 71.964,72
3. TRIBUTAÇÃO DE
APLICAÇÕES FINANCEIRAS
Para lembrar
Recolhimento do Imposto de Renda em Títulos Públicos Federais negociados via
Tesouro Direto:
O imposto de renda sobre os rendimentos proporcionados ao investidor será retido na
recompra, pagamento de juros ou resgate dos títulos. A alíquota incidente é a mesma dos
títulos de renda fixa e o recolhimento dos impostos devidos é responsabilidade do Agente de
Custódia.
Alguns investimentos são equiparados a aplicações financeiras de renda fixa para efeitos tribu-
tários, por exemplo:
a) Ajuste positivo do Swap.
b) As operações de “Box” nos mercados de opções de compra e de venda em bolsas de valores
ou de mercadorias e de futuros, onde 4 opções conjuntas “simulam” o resultado de uma
renda fixa.
c) COE- Certificado de Operações Estruturadas. Registrando-se que, para efeitos de apuração e
pagamento do imposto mensal sobre os ganhos líquidos, as perdas incorridas em operações de
COE também não poderão ser compensadas com os ganhos líquidos auferidos em operações
de renda variável.
d) As operações de mútuo e de compra vinculada à revenda, tendo por objeto ouro, ativo financei-
ro, são equiparadas às operações de renda fixa para fins de incidência do imposto sobre a renda
na fonte.
IR de Renda Fixa
Prazo da aplicação Alíquota de IR
Até 180 dias 22,5%
De 181 a 360 dias 20,0%
De 361 a 720 dias 17,5%
Acima de 720 dias 15,0%
Exemplo
Considerando uma debênture com vencimento de 3 anos e pagamentos de cupons semestrais
(a cada 180 dias). O pagamento do primeiro cupom será submetido à incidência do imposto
de renda na fonte por ocasião de seu pagamento, computando o prazo da aquisição até o
recebimento dos cupons, neste caso 180 dias e alíquota de 22.5%. Considerando ser um
investidor pessoa física, o regime será definitivo na fonte.
Base de cálculo: Diferença positiva entre o valor da alienação, líquido do IOF, quando aplicá-
vel, e o valor da aplicação financeira.
Agente responsável pelo recolhimento: A pessoa jurídica que efetuar o pagamento dos
rendimentos.
Regime de tributação: exclusivo de fonte (ou definitivo)
Isenções Pessoa Física: É isenta do Imposto de Renda, na fonte e na declaração de ajuste
anual da Pessoa Física, a remuneração produzida por:
• Caderneta de Poupança
• LF - Não se aplica porque prazo mínimo é 24 meses;
• Debêntures e CRI (isento pela Lei 12.431);
• LH;
• LCI;
• LCA;
• CRA;
• CRP.
Não há isenção para o ganho de capital auferido na alienação ou cessão destes títulos.
Para lembrar
Observe que somente investidores pessoas físicas terão isenção de imposto de renda sobre os
rendimentos das aplicações anteriormente citadas.
Por exemplo, os rendimentos das Debêntures emitidas por Sociedades de Propósito
Específico (SPE) criadas para fins da implementação de projetos de investimento na área de
infraestrutura ou de produção econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação,
considerados como “prioritários”, serão tributados sob alíquota zero para a Pessoa Física e
15% para Pessoa Jurídica.
Note que não há isenção para ganhos de capital auferidos na alienação (venda) ou cessão
destes títulos.
Imposto sobre Operações Financeiras-IOF nas aplicações de renda fixa; impacto no rendimen-
to do investidor; isenções.
Fato gerador: Incide sobre resgate, cessão ou repactuação de operações com títulos ou valores
mobiliários cujo prazo de permanência tenha sido inferior a 30 dias.
Alíquota: 1% ao dia, sobre o valor de resgate, cessão ou repactuação, limitado ao rendimento
da operação, em função do prazo, conforme tabela regressiva.
02 93 12 60 22 26
03 90 13 56 23 23
04 86 14 53 24 20
05 83 15 50 25 16
06 80 16 46 26 13
07 76 17 43 27 10
08 73 18 40 28 6
09 70 19 36 29 3
10 66 20 33 30 0
2) Isentos de IOF:
• Cédula de Produto Rural - CPR.
Para lembrar
Em relação ao IOF sobre os instrumentos de Renda Fixa lembre-se que:
- A base de cálculo é o valor do resgate, cessão ou repactuação.
- Quando devido, o IOF será de 1% ao dia sobre o valor do resgate limitado a certo percentual
do rendimento da operação, em função do prazo, conforme tabela regressiva.
- Em uma operação de renda fixa cujo prazo seja inferior a 30 dias serão recolhidos o IOF e o
imposto de renda, nesta ordem.
- Regra geral: é permitido resgate de suas aplicações em renda fixa, com liquidez diária a
qualquer momento, entretanto, resgates até o 29º sofrerão incidência de IOF sobre o
rendimento.
O disposto nesta seção aplica-se, também, aos ganhos líquidos auferidos por qualquer benefi-
ciário pessoa física:
• Na alienação de Brazilian Depositary Receipts (BDR), em bolsa;
• Na alienação de ouro, ativo financeiro;
• Em operação realizada em mercado de liquidação futura, fora de bolsa, inclusive com opções
flexíveis;
Base de Cálculo
Ganho líquido auferido nas operações realizadas em cada mês, admitida a dedução dos custos
e despesas incorridos, necessários à realização das operações.
É admitida a compensação de perdas de meses anteriores da base de cálculo de ganhos futuros.
Alíquotas:
Dividendos: isentos de Imposto de Renda
Juros sobre capital próprio: Imposto de renda retido na fonte à alíquota de 15%
Ganho de Capital em transações no mercado à vista: A partir de 01/01/2005 as operações com
ações no mercado à vista (exceto day trade) passaram a ter duas incidências de imposto de renda:
• Alíquota de 0,005% sobre o valor da alienação (venda), sendo a instituição intermediadora res-
ponsável pelo recolhimento. Imposto compensável.
• Alíquota de 15% sobre o ganho de capital líquido, sendo o próprio contribuinte responsável
pelo recolhimento do imposto devido, via DARF, até o último dia útil do mês subsequente.
Atenção
Alíquota diferentes, sobre bases de cálculos diferentes. A alíquota de 0,005% incide sobre o
valor da venda e a de 15%, sobre o valor do ganho de capital.
O limite de R$ 20.000,00 para se beneficiar da isenção do pagamento de imposto de renda,
refere-se ao valor da venda e não ao valor do ganho de capital.
Exemplo
Investidor adquiriu R$ 50.000,00 em ações da cia ABCD, e vendeu 55 dias depois o lote todo
por R$ 72.000,00. Vamos calcular o IR devido, considerando despesas totais de negociação no
valor de R$ 500,00 e que tem acumulado perdas de operações em bolsa realizadas no passado
no valor de R$1.500,00
Ganho de capital bruto = (R$72.000 - $50.000) R$ 22.000,00
Despesas diversas R$ -500,00
Compensação de perda de período anterior R$ -1.500,00
Ganho de capital líquido R$ 20.000,00
Imposto de renda devido (15% x R$20.000,00) R$ 3.000,00
Imposto de renda retido na fonte (0,005% s/ R$72.000,00) R$ 3,60
Imposto de renda a recolher (R$3.000,00 - R$3,60) R$ 2.996,40
os ganhos líquidos auferidos, no próprio mês ou nos meses subsequentes, em outras operações
realizadas em qualquer das modalidades operacionais, exceto no caso de perdas em operações de
day trade.
As perdas decorrentes de operações de day trade de ações podem ser compensadas somente
com operações de mesma espécie.
Base de Cálculo: será o saldo ou resultado positivo auferido na liquidação do contrato de swap,
inclusive quando da cessão do mesmo contrato.
Responsável pelo Recolhimento: O imposto será retido pela pessoa jurídica que efetuar o
pagamento do rendimento, na data da liquidação ou da cessão do respectivo contrato.
Compensação de Perdas: há entendimentos diversos sobre a possibilidade de pessoas físicas
compensarem eventuais perdas incorridas em operações de Swap. O que se sabe, seguramente,
é que não podem ser compensadas com ganhos líquidos em outras operações de renda variável.
Os favoráveis à compensação de perdas, recomendam que seja feita com ganhos em operações
de mesma espécie (swap com swap), devidamente registradas.
Compensação de perdas
Para fins de apuração e pagamento do imposto mensal sobre os ganhos líquidos, as perdas
incorridas nas operações do mercado à vista, mercado de opções e mercados a termo
poderão ser compensadas com os ganhos líquidos auferidos no próprio mês ou nos meses
subsequentes, inclusive nos anos-calendário seguintes, em outras operações realizadas em
qualquer das modalidades operacionais previstas nestas modalidades.
Observação: Perdas em operações de day trade poderão ser compensadas exclusivamente
entre operações da mesa espécie (day trade x day trade).
Mercados a Termo
Base de cálculo: o ajuste positivo do contrato de derivativos.
Alíquota de imposto de renda: 15%. Haverá IR de fonte no valor de 0,005% sobre o valor
do ajuste positivo recolhido pelo agente pagador do ajuste, e recolhimento pelo contribuinte via
DARF dos 15% compensando o valor antecipado na fonte.
Lembrando que as operações de day trade serão tributadas com alíquota de 20%, com retenção
de 1% na fonte e o contribuinte via DARF irá recolher os 19% restantes.
Mercado de opções
Regra geral: O imposto incide à alíquota de 15% sobre o resultado líquido apurado e ad-
mite-se a dedução das despesas incorridas na realização das operações (corretagem, emolu-
mentos etc.)
Na negociação da opção no mercado secundário: Sobre o resultado positivo apurado no encer-
ramento de opções da mesma série.
Nas operações de exercício (desconsiderando a corretagem e outras despesas operacionais)*.
a. Titular da opção de compra.
Pela diferença positiva entre o valor da venda à vista do ativo na data do exercício da opção e o
preço de exercício, deste valor desconta-se o valor do prêmio pago.
b. Lançador da opção de compra.
Pela diferença positiva entre o preço de exercício da opção, acrescido do valor do prêmio, e o
custo de aquisição do ativo objeto do exercício.
c. Titular de opção de venda
Pela diferença positiva entre o preço de exercício da opção e o valor da compra à vista do ativo,
deste valor desconta-se o valor do prêmio pago.
d. Lançador da opção de venda
Pela diferença positiva entre o preço da venda à vista do ativo na data do exercício da opção,
acrescido do valor do prêmio, e o preço de exercício da opção.
Observações
1. Não ocorrendo venda à vista do ativo na data do exercício da opção, o ativo terá como custo
de aquisição o preço de exercício da opção, acrescido ou deduzido do valor do prêmio.
2. Não havendo encerramento ou exercício da opção, o valor do prêmio constituirá ganho para
o lançador e perda para o titular na data do vencimento da opção.
3. O imposto é apurado em períodos mensais e pago, pelo investidor, até o último dia útil do mês
subsequente.
Exemplo
O investidor adquiriu opção de compra de 10.000 ações “Z”, pagando o prêmio de R$ 2,00,
totalizando o prêmio de R$ 20.000,00, com vencimento para 60 dias e preço de exercício de
R$10,00 por ação. Antes do vencimento, o investidor decidiu encerrar (zerar) sua posição e
vendeu a call da mesma série, recebendo um prêmio total de R$ 22.000,00.
Desconsiderando custos de corretagem, qual será a tributação?
Resposta: 15% sobre R$ 2.000,00. O valor do prêmio recebido R$22.000,00 - Valor do prêmio
pago na compra de R$ 20.000,00, ganho de R$2.000.00.
Mercados futuros
Nos mercados futuros, o ganho líquido será o resultado positivo da soma algébrica dos ajustes
diários ocorridos, sendo reconhecido por ocasião da liquidação, encerramento de qualquer posi-
ção ou cessão. Alíquota sobre o ganho obtido nestes contratos é de 15%.
Aluguel de ações
Para quem disponibiliza suas ações para aluguel (chamada de ponta doadora), a remuneração
do aluguel será tributada pelo IR retido na fonte com as mesmas regras estabelecidas para tribu-
tação de rendimentos de renda fixa, isto é, tabela regressiva de 22,5% até 15% conforme prazo
de permanência.
Para o tomador a taxa de aluguel é um custo da operação.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Assinale Falso ou Verdadeiro sobre tributação
de aplicações financeiras
1. Os rendimentos advindos do recebimento de dividendos são tributados à
alíquota de 15%.
7. No mercado à vista de ações, exceto day trade, a base de cálculo sobre a qual
incide alíquota de 15% é o ganho de capital líquido, recolhido pelo contri-
buinte, via DARF.
8. Sobre o ganho de capital nas operações de day trade incide alíquota de 20%
sendo 1% retido na fonte a título de antecipação.
9. No mercado à vista de ações, exceto day trade, pessoas físicas não pagam
imposto de renda quando o valor de venda for igual ou inferior a R$20.000,00
no conjunto de ações negociadas a cada mês.
Resposta: 1-F; 2F; 3V; 4F; 5F; 6-F; 7-V; 8-V; 9-V; 10-V
1. Falso. Dividendos são isentos de tributação para Pessoas Físicas.
2. Falso. Juros sobre capital próprio é uma forma de distribuição de lucros. Entretanto, incide IR
de 15% na fonte, não compensável na declaração.
3. Verdadeiro. Importante lembrar que operações day trade são uma exceção à essa regra.
4. Falso. A afirmativa generaliza e não especifica o tipo de transação, portanto, depende. Nova-
mente a exceção no caso de operações day trade, tributadas com alíquota e 20%.
5. Falso. As operações de renda fixa estão sujeitas ao pagamento do IOF se o prazo das opera-
ções for inferior a 30 dias.
6. Falso. A alíquota de 0,005% é retida na fonte, sobre o valor da venda de ações, exceto day
trade.
7. Verdadeiro. Lembrando que a tributação das operações do tipo day trade é diferente: alíquo-
ta de 20% sendo que a fonte recolhe 1% na fonte.
8. Verdadeiro. Sobre o ganho de capital nas operações de day trade incide alíquota de 20%
sendo 1% retido na fonte a título de antecipação.
9. Verdadeiro. O ponto de atenção aqui é que o valor de R$20.000,00/mês se refere ao valor
da venda e não ao valor do ganho de capital.
10. Verdadeiro. Quando o contribuinte não realiza outras operações que permitam a compen-
sação de perdas, a compensação pode ser feita por intermédio da declaração anual.
Alíquotas
Prazo de aplicação
Fundos de longo prazo Fundo de curto prazo
(Tempo de permanência)
Até 180 dias 22.50% 22.50%
De 181 a 360 dias 20,00% 20,00%
De 361 a 720 dias 17,50% 20,00%
Acima de 720 dias 15,00% 20,00%
Exemplo
Um investidor aplicou recursos em Fundo Renda Fixa Curto Prazo em março de 20XX e
permaneceu 370 dias no investimento. No resgate, a alíquota de IR foi de 20%, menor alíquota
aplicável aos fundos de curto prazo, apesar da permanência por 370 dias. A base de cálculo
será os rendimentos totais, calculados desde a data da aplicação, compensados os impostos
recolhidos no come-cotas de maio e novembro.
Para os fundos abertos (em que o investidor pode solicitar resgate de seus recursos a qualquer
momento), a incidência do imposto de renda ocorre em dois momentos: quando há um resgate,
seja ele total ou parcial, e semestralmente no último dia útil dos meses de maio e novembro. Essa
tributação semestral a título de antecipação, é conhecida como “come cotas”.
Come-cotas
É um procedimento adotado pelos administradores dos fundos de investimento para recolher
antecipadamente, no último dia útil dos meses de maio e novembro, o imposto de renda sobre
os rendimentos produzidos por fundos de investimento sem prazo de carência, ou com prazo de
carência superior a 90 dias.
O administrador resgata quantidade de cotas equivalente ao montante do imposto que deve
ser recolhido naquela data. Por conta dessa redução na quantidade de cotas, o procedimento foi
apelidado de “come-cotas”.
Lembre-se de que a alíquota do come-cotas é:
• 20% sobre os rendimentos para os Fundos de Curto Prazo.
Exemplo
Exemplo do cálculo do come-cotas para um fundo cuja carteira tenha títulos com prazo
médio igual ou inferior a 365 dias (fundo curto prazo).
Valor Aplicação Valor da cota Quantidade
Descrição
em (R$) (R$) de cotas
Aplicação em 15/05/xx 10.000,00 2,00 5.000
Posição em 31/05/xx 10.500,00 2,10 5.000
Valorização da cota (16 dias) 500,00
IOF (500x46%) não recolhido (230,00)
IR a recolher 20% sobre 270,00 = 54,00
Quantidade de cotas a resgatar (54,00/2,10) = 25,71 cotas
Posição após come-cotas 10.446,00 2,10 4974,29
Fonte: Gestão de Impostos-Shingaki,Mário
Alíquotas
“COME-COTAS”
FUNDOS DE LONGO PRAZO Alíquotas no resgate
(Antecipação de imposto)
Até 180 dias – 22,5%
Para lembrar
Administrador do Fundo de Investimento é o responsável legal pelo recolhimento dos impostos.
Importante: nos fundos distribuídos por conta e ordem: O recolhimento do imposto de renda
é de responsabilidade da instituição intermediária (distribuidor)
A compensação de perdas é permitida entre fundos de administradores diferentes, desde que
sejam distribuídos pela mesma instituição intermediária.
Prazo de recolhimento: até o terceiro dia útil subsequente ao decêndio de ocorrência dos
fatos geradores
Regime de tributação: Exclusivo de fonte (ou definitivo)
Exemplos
1.Um investidor aplicou recursos em fundo de renda fixa curto prazo em março de 20XX e
permaneceu 370 dias no investimento. No resgate, a alíquota de IR será de 20% por se tratar
de um fundo de curto prazo. O imposto incidirá sobre os rendimentos totais produzidos desde
a data da aplicação, sendo compensado o IR retido antecipadamente em maio e novembro.
2. Um investidor aplicou recursos em fundo de renda fixa longo prazo em março de 20XX e
permaneceu 370 dias no investimento. No resgate, a alíquota de IR será de 17,5% por se tratar de
um fundo de longo prazo. O incidirá incidirá sobre os rendimentos totais produzidos desde a data
da aplicação, sendo compensado o imposto recolhido antecipadamente em maio e novembro.
3. Um investidor aplicou recursos em fundo de ações em março de 20XX e permaneceu 180
dias no investimento. No resgate a alíquota de IR será de 15%. Aos fundos de ações não se
aplica o procedimento de come-cotas.
Para lembrar
1. Qual a diferença tributária de um investimento em ações versus fundo de ações?
Ambos têm a mesma alíquota de IR de 15% e são isentos de IOF. O investidor pessoa física
que negocia ações no mercado à vista, em bolsa, conta com isenção de IR sobre o ganho de
capital, desde que o valor de alienação mensal não ultrapasse R$ 20.000,00. O investimento
em fundo de ações não conta com essa isenção.
2. Para os fundos fechados (em que o investidor somente poderá resgatar suas cotas ao
final do prazo de duração do fundo), não há incidência de “come cotas”, havendo apenas a
cobrança do imposto de renda quando da liquidação do fundo ou da cessão de cotas realizada
nos termos das normas vigentes.
Para lembrar
Os fundos de investimentos que tiverem no mínimo 85% do Patrimônio investido em
debêntures de projetos de investimento, na área de infraestrutura ou de produção econômica
intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação, considerados como “prioritários” no
registro CVM, serão tributados pelo Imposto de Renda com as seguintes alíquotas:
- 0% sobre os rendimentos creditados para Pessoa Física.
- 15% sobre os rendimentos creditados para Pessoa Jurídica.
IOF nos fundos de renda fixa, IOF nos fundos com “data de aniversário” (fundos
com carência):
• Fundos sem carência: O IOF será cobrado à alíquota de 1% ao dia sobre o valor do resgate,
cessão ou repactuação, limitado ao rendimento da operação, em função do prazo, conforme ta-
bela decrescente, se o prazo entre a data da aplicação e do resgate for inferior a 30 dias. (Decreto
no. 4494- Art. 33).
• Fundos com carência: O IOF será cobrado à alíquota 0,5% ao dia sobre o valor de resgate de
quotas de fundos de investimento, constituídos sob qualquer forma, na hipótese de o investidor
resgatar quotas antes de completado o prazo de carência para crédito dos rendimentos. O IOF
de que trata este artigo fica limitado a 100% do rendimento da operação. (Decreto no. 4494-
Art. 31).
• Perdas em fundos de Longo Prazo somente podem ser compensadas com outros ganhos em
fundos de Longo Prazo; e
• Perdas em fundos de ações somente podem ser compensadas com ganhos em fundos de ações.
III. O administrador deve manter sistema de controle que permita a identificação individual dos
contistas dos valores compensáveis.
Exemplo
A perda em um Fundo Multimercado pode ser compensada da base de cálculo do IR devido
de ganhos obtidos num Fundo DI, desde que ambos sejam do mesmo administrador e ambos
tenham o mesmo perfil tributário, isto é, fundo multimercado de longo prazo poderá ser
compensado com fundo DI também de longo prazo.
Fundos Fechados
Vimos no módulo II que, nos fundos fechados, não pode haver resgate a qualquer momento.
Se o investidor quiser reaver os recursos aplicados ele deverá (i) aguardar até o vencimento do
fundo, se o fundo tiver vencimento ou (ii) negociar suas cotas no mercado secundário.
Imposto de Renda nas hipóteses acima:
Fundo Fechado com vencimento: No vencimento os rendimentos serão tributados na fonte,
conforme o tipo de fundo:
• 15% em se tratando de fundos de ações
• Conforme prazo de permanência e perfil da carteira, para os demais fundos.
Esta regra é válida também em caso de liquidação do fundo.
Fundo Fechado sem vencimento ou com vencimento: quando o cotista negocia suas cotas no
mercado secundário, aplica-se a regra do ganho de capital, ou seja, 15% sobre o ganho de capital,
para todas as classes de fundos, exceto os fundos imobiliários, cuja alíquota é de 20% sobre o
ganho (veja item abaixo).
Não há “Come-Cotas” em Fundos Fechados.
Exemplos de lucros da carteira: aplicações financeiras, aluguel, ganho na venda de imóveis etc.
b) Os ganhos auferidos pelo investidor na alienação (venda) de cotas do fundo no mercado secun-
dário também pagam Imposto de Renda.
Base de Cálculo, alíquota e tratamento do Imposto do FII:
I. Ganhos auferidos na alienação de cotas: 20%, recolhido pelo cotista, via DARF .
II. Ganhos dos lucros auferidos pela carteira: 20%, retido na fonte.
Para lembrar
Como o ambiente de negociação das cotas de FII é o mesmo das ações, muitos investidores
acabam se deparando com situações específicas e ficam em dúvida quanto à tributação.
Uma dúvida frequente diz respeito à isenção de IR para vendas no valor de até R$ 20 mil por
mês. As vendas de cotas de FII não são isentas, qualquer que seja o valor das vendas, isto é, o
IR deve ser sempre apurado e, se for o caso, recolhido.
Outra dúvida comum diz respeito à compensação de prejuízos com ganhos posteriores, que
é admitida tanto nas ações quanto nos ganhos de capital com cotas de FII. No entanto, só é
admitida compensação entre ativos da mesma espécie.
Perdas com FII somente podem ser compensadas com ganhos em FII.
FIDC com incentivo fiscal: No caso de fundo de investimento em direitos creditórios, cons-
tituídos sob a forma de condomínio fechado, relacionados à captação de recursos com vistas a
implementar projetos de investimento na área de infraestrutura, ou de produção econômica in-
tensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação, considerados como prioritários nos termos do
Decreto nº 7.603, de 9 de novembro de 2011, a que se refere o art. 2º da Lei nº 12.431, de 24 de
junho de 2011, os rendimentos auferidos sujeitam-se a tributação conforme o disposto no art. 48
da INRFB 1585/2015 e serão de 0% (zero por cento), quando auferidos por pessoa física.
Alíquotas de ETFs
Prazo médio da carteira do ETF de Renda Fixa Alíquota
Até 180 dias 25%
De 181 a 720 dias 20%
Acima de 720 dias 15%
Segundo o Decreto 7.487/11, nos Fundos de Índice de Renda Fixa a alíquota de IOF é zero.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Assinale Falso ou Verdadeiro sobre a
tributação de Fundos de Investimento
1. A alíquota do imposto de renda devida pelo cotista de um fundo de inves-
timento é definida exclusivamente em função do prazo de permanência na
aplicação
4. Com exceção das aplicações por conta e ordem, a perda em um Fundo Multi-
mercado pode ser compensada da base de cálculo do IR devido em um Fundo
de Renda Fixa, desde que ambos sejam do mesmo administrador e ambos
tenham carteira de curto ou longo prazo. Para aplicações por conta e ordem,
a compensação é admitida, no mesmo ou em outro FI intermediado pela mes-
ma pessoa jurídica que atua por conta e ordem, ainda que os administradores
sejam distintos.
6. Resgates de cotas em fundo de curto prazo após 721 dias da aplicação pagará
15% de imposto de renda.
4. TRIBUTAÇÃO DE INVESTIMENTOS
EM IMÓVEIS
É importante destacar que existe uma previsão de imunidade na integralização de bens imóveis
ao capital social de pessoas jurídicas, porém esta imunidade prevista na constituição não se aplica
nos casos nos quais a pessoa jurídica possua atividade imobiliária. Assim sendo, a integralização
dos bens imóveis é operação tributável pelo ITBI.
Ainda, caso se pretenda reduzir a tributação da venda dos bens mediante transmissão da pes-
soa jurídica para a pessoa física do (s) sócio (s) (vide item 4.1.2), esta transmissão igualmente será
tributável pelo ITBI, sendo, portanto, de suma importância computar o custo deste imposto na
avaliação da opção pelo planejamento tributário.
O imposto sobre a renda das pessoas jurídicas tem como base de cálculo o lucro real, lucro
presumido ou lucro arbitrado. Há, ainda, o sistema unificado de recolhimento de tributos
denominado SIMPLES NACIONAL, aplicável a determinadas atividades e com limites próprios
de faturamento anual.
Existe uma série de restrições à opção pelo SIMPLES NACIONAL além do limite de fatura-
mento. As vedações mais importantes dizem respeito à composição societária da pessoa jurídica
e ao ramo de atividade por ela exercido.
No ano de 2014 houve relevante ampliação no escopo do SIMPLES NACIONAL que passou
a incluir um número maior de atividades de prestação de serviços, uma vez que anteriormente o
foco principal desse regime eram as empresas comerciais ou industriais.
Após as alterações feitas no ano de 2014, o mais comum em termos de prestação de serviços
são as empresas optantes pelo SIMPLES NACIONAL, as quais recolhem seus tributos com
base em seu faturamento bruto, com incidência de alíquotas progressivas que, a depender da
atividade, poderão variar de 4,5% a 33,0%, com aplicação da dedução de valores prevista nas
respectivas tabelas.
Para uma melhor análise das tabelas sugere-se a leitura da Lei Complementar nº 123/2006.
Os percentuais de presunção de lucro para fins de IRPJ são determinados por ramo de ativida-
de, nos seguintes termos:
i. 8% sobre a receita bruta mensal (regra geral);
ii. 1,6% sobre a receita bruta mensal, para a atividade de revenda, para consumo, de combustível
derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural;
iii. 16% sobre a receita bruta mensal, para:
• Atividade de prestação de serviços de transporte, exceto o de carga, para o qual se aplicará o
percentual previsto no caput deste artigo;
• Pessoas jurídicas cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos
de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento,
sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio,
distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, coopera-
tivas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência
privada aberta.
C omo já destacado no item 2.1.1.2, a fixação de domicílio fiscal no Brasil sujeita o contribuinte
residente a oferecer à tributação a universalidade de sua renda, inclusive os rendimentos au-
feridos no exterior.
Lembramos, ainda, que o domicílio fiscal somente poderá ser alterado pela saída defini-
tiva do país ou pela perda de condição de residente em virtude de saída temporária (vide
item 2.6).
Em 31/12/2016, a cotação de dólar americano para reais era de aproximadamente 3,25. Assim,
ao final de 2016 esse indivíduo tinha o equivalente a R$ 3.250,00 no exterior. Ao final de 2017, o
valor depositado continuava sendo de US$ 1.000, mas a cotação era de aproximadamente 3,30.
Assim, nessa data ele tinha o equivalente a R$ 3.300,00 no exterior. Assim, apesar de o valor ter
permanecido o mesmo em dólar, houve um aumento no valor equivalente em reais, por conta da
variação cambial. Esse acréscimo patrimonial é isento de tributação no Brasil.
Exemplo
Cliente dispõe de recursos no exterior (recursos obtidos no exterior nunca internalizados no
Brasil). Adquire imóvel no valor de USD 50.000 (Ptax= 2,0)
Passados 2 anos cliente vende o imóvel no exterior por US$ 60.000,00 (Ptax=2,85)
Item Cálculo
Ganho de Capital em US$ US$ 60.000,00 - US$ 50.000,00 = US$ 10.000,00
Ganho de Capital em reais US$ 10.000,00 x R$ 2,85000 (*) = R$ 28.500,00
Imposto devido R$ 28.500,00 x 15% = R$ 4.275,00
8. PLANEJAMENTO
TRIBUTÁRIO
8.1. Conceito
Planejamento tributário é a forma lícita e organizada de alcançar uma menor carga tributária
usufruindo, para tanto, dos mecanismos previstos em lei para fins, por exemplo, de organização
societária, enquadramento em isenções e imunidades, adequação de rotinas contábeis etc. A prin-
cipal característica do planejamento tributário é sua licitude, não devendo ser confundido com
formas ilícitas de supressão de tributos ou de ocultação de operações, as quais estarão abrangidas
dentro do plano da evasão fiscal.
ausência de recolhimento do tributo devido dentro do prazo legal, não implica na caracterização
de sonegação, salvo nos casos de tributos retidos na fonte, na qualidade de responsável tributário,
e não repassados aos cofres públicos. Ressalvada essa hipótese, a inadimplência fiscal implica, uni-
camente, na aplicação das penalidades administrativas (multas, juros, encargos etc.), sem quaisquer
consequências de ordem criminal.
A Simulação, por sua vez, é caracterizada pela realização de um negócio lícito, porém que não
represente o real negócio pretendido pelas partes, optando-se por um negócio diferente unica-
mente para ser possível inibir ou reduzir a tributação. Nos casos de simulação, a forma lícita do
negócio é utilizada como meio de ocultar a finalidade ilícita deste com relação à tributação, disfar-
çando a vontade real das partes em prejuízo de terceiros.
Um exemplo de simulação poderia ser, ao invés da realização de uma compra e venda tributável
pelo IRPF, que as partes contratantes, comprador e vendedor, fizessem doações recíprocas para
aproveitamento da isenção de IRPF sobre doações. Logo, o vendedor doaria o imóvel ao com-
prador. O comprador, por sua vez, doaria o dinheiro do preço ao vendedor. A doação seria uma
forma lícita de transmissão de bens, porém no caso estaria se tratando de uma doação simulada
para esconder o verdadeiro negócio jurídico de compra e venda.
Negócio indireto, por sua vez, caracteriza-se pela prática de determinado negócio lícito com a
finalidade de obtenção de resultados diversos daqueles previstos, como por exemplo a celebração
de um contrato de leasing de forma a ocultar um negócio de venda e compra mediante parcelamen-
to. Há de se ressaltar a importância do elemento subjetivo, uma vez que a caracterização do negócio
indireto dependerá da apuração do vício de vontade ou dolo das partes na celebração do negócio.
públicos; III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida de
imposto ou de contribuição como incentivo fiscal; IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de
imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento; V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito
passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública. Pena - detenção, de 6
(seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. ”.
Exemplo
um indivíduo possui ações na bolsa de valores (mercado à vista) cujo valor de mercado é de
aproximadamente R$ 30.000,00. Se ele vender todas as ações no mesmo mês, eventual ganho
de capital estará sujeito ao imposto de renda de 15%. Se ele optar por vender as ações em 2
meses, respeitando o limite de isenção mensal (valor de alienação de até R$ 20.000 por mês),
o ganho de capital será isento de tributação.
que terão despesas dedutíveis de valor alto (como por exemplo, despesas com planos de saúde
na terceira idade, etc.), poderão se beneficiar da escolha da tabela progressiva, pois dependendo
do valor do rendimento e/ou do valor das despesas dedutíveis, poderão ser alcançadas alíquotas
inferiores a 10%, que é a alíquota mínima a ser atingida caso a opção tenha sido a tabela regressiva.
Desse modo, é necessária uma análise individualizada da situação do participante, para que a
escolha do plano e da tributação sejam adequadas.
Os planos de previdência também podem ser utilizados como instrumentos de planejamento
sucessório, como será abordado no Módulo VI.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Planejamento fiscal
6. Três anos após ter feito as aplicações, A. 15% referente ao clube e fundo de
seu cliente resgatou o valor bruto de ações e 20% sobre o fundo referen-
R$ 60.000,00 de um clube de investimen- ciado.
tos; R$ 60.000,00 de um fundo de ações; e B. 20% referente ao clube e fundo re-
outros R$ 60.000,00 de um fundo referen- ferenciado e 15% referente ao fundo
ciado curto prazo. Podemos afirmar que o de ações.
Imposto de Renda devido sobre cada um
C. 15% sobre todos os investimentos
dos rendimentos será de:
que serão tributados em diferentes
momentos.
D. 20% sobre todos os investimentos
que serão tributados em diferentes
momentos.
11. Sr. José acaba de receber juros referente A. Os rendimentos advindos de aplica-
a uma aplicação em títulos da dívida do te- ções em títulos livre de risco, referen-
souro norte-americano, no exterior. É cor- tes a aplicações financeiras no Brasil
reto afirmar que ou no exterior, são isentos de IR.
B. Neste caso, por se tratar de rendi-
mento de aplicações no exterior re-
lativo a aplicações em renda fixa, a
alíquota obedece à tabela regressiva.
C. Assim como os dividendos, os juros
recebidos de aplicações no exterior
são tributados conforme tabela pro-
gressiva.
D. Os rendimentos de cupom de juros
recebidos por pessoa física residente,
relativos a aplicações no exterior, são
tributados à alíquota de 15%.
12. Como regra geral, o Imposto de Renda A. Houver a prova do efetivo recolhi-
eventualmente pago no exterior pode ser mento do imposto.
compensado no Brasil se: B. O imposto for pago em países signa-
tários do MERCOSUL.
C. O país ou domicílio não estiver na
lista de paraísos fiscais do Fisco.
D. Houver acordo para evitar a dupla
tributação ou acordo de reciprocida-
de.
13. Maria é proprietária de um único imóvel, A. Zero, por força da isenção sobre o
no qual reside, que está informado em sua ganho de capital auferido na aliena-
declaração do imposto de renda pessoa fí- ção do único imóvel, cujo valor de
sica pelo valor histórico de r$ 100.000,00 alienação seja de até r$ 440.000,00.
(cem mil reais). Ela pretende vender esse B. 15% sobre o valor do ganho de capi-
imóvel por r$ 350.000,00 (trezentos e cin- tal, correspondente a r$ 250.000,00.
quenta mil reais). Tendo em vista que Ma-
C. 20% sobre o valor do ganho de capi-
ria não realizou qualquer outra operação
tal, correspondente a r$ 250.000,00.
imobiliária nos últimos 5 (cinco) anos, a
tributação sobre a operação, para fins de D. 27,5% sobre o valor do ga-
IRPF, será: nho de capital, correspondente a
r$ 250.000,00, deduzindo-se a par-
cela prevista na tabela de apuração
mensal do IRPF.
14. O sr. Pierre, francês, mudou-se há três A. O Sr. Pierre, por possuir nacionalida-
anos de Paris para São Paulo para viver de francesa, somente poderá ser tri-
com a sua esposa brasileira. Todavia, o butado na França, não havendo IR a
sr. Pierre continua a receber uma série de ser recolhido aos cofres brasileiros.
rendimentos pagos por fontes situadas na B. O Sr. Pierre poderá escolher o país no
França e que somam cerca de R$ 50.000,00 qual pretende ter seus rendimentos
por mês. No brasil, o sr. Pierre recebe um tributados.
salário de R$ 20.000,00 da subsidiária da
C. O Sr. Pierre não poderá ser tributado
empresa francesa onde trabalha. Podemos
no Brasil pelos rendimentos auferidos
afirmar que
na França, porém pagará IR sobre o
salário recebido no Brasil.
D. O Sr. Pierre, na qualidade de residente
no Brasil, será tributado pela totalida-
de dos rendimentos auferidos, inclusi-
ve aqueles provenientes do exterior.
15. O sr. Marcos, após sucessivos problemas A. Zero, por força da isenção prevista para
de saúde veio a falecer, deixando para seus os bens recebidos a título de herança.
2 filhos, únicos herdeiros, um patrimônio B. 15% sobre o valor total do patrimônio
total de R$ 1.000.000,00 (um milhão de re- recebido por cada um dos herdeiros
ais). No ato de transferência do patrimônio
C. 20% sobre o valor total do patrimônio
para os herdeiros, mantendo-se o valor pa-
recebido por cada um dos herdeiros.
trimonial de R$ 1.000.000,00 (um milhão de
reais), a tributação pelo IRPF será: D. 27,5% sobre o valor total do patri-
mônio recebido por cada um dos
herdeiros.
16. Renata é proprietária de imóvel residen- A. Zero, por força da isenção prevista para
cial, informado em sua Declaração do Im- o ganho de capital auferido na aliena-
posto de Renda Pessoa Física pelo valor ção de imóvel residencial para compra
histórico de R$ 440.000,00 (quatrocentos de imóvel residencial em até 180 dias.
e quarenta mil reais). Ela pretende vender B. 15% sobre o valor do ganho de capi-
esse imóvel por R$ 600.000,00 (seiscentos tal, correspondente a R$ 160.000,00.
mil reais), em julho de 2018, para a com-
C. 20% sobre o valor do ganho de capi-
pra de um imóvel residencial na cidade de
tal, correspondente a R$ 160.000,00.
Paris, França, em novembro de 2018. Igno-
rando outras variáveis, a tributação sobre a D. 27,5% sobre o valor do ga-
operação, para fins de IRPF, será: nho de capital, correspondente a
R$ 160.000,00.
tem, e são, na prática, recolhidos à Receita Federal a título de IOF. A afirmação III é incorreta, pois
não incide IOF nos fundos de ações.
QUESTÃO 04 - Alternativa correta: B. II somente. A afirmação I está errada pois, além do imposto
de renda no resgate, há também incidência do come cotas nos fundos de renda fixa. A afirmação
III está errada pois a alíquota de IR dos fundos de ações será sempre 15%, independentemente do
prazo de permanência do cotista.
QUESTÃO 05 - Alternativa correta: B. A alternativa A está incorreta pois o come cotas para os
fundos com carência de até 90 dias ocorrerá na data da carência. Somente os fundos com carência
superior a 90 dias serão tributados segundo as mesmas regras aplicáveis aos fundos sem carência.
A alternativa C está incorreta porque a menor alíquota para fundos curto prazo é de 20% e não
15%. A alternativa D está errada pois a cobrança de imposto de renda nos fundos não afeta o
valor da cota uma vez que o IR é pago pelo cotista e não pelo fundo.
QUESTÃO 06 - Alternativa correta: A. 15 % referente ao clube e fundo de ações e 20% sobre o
fundo referenciado.
QUESTÃO 07 - Alternativa correta: C. II, III e IV. A afirmação I está incorreta, fundos de ações não
tem o processo de come cotas semestral.
QUESTÃO 08 - Alternativa correta: D. 20% e 20%. A menor alíquota de IR dos fundos de curto
prazo é de 20%, qualquer que seja o prazo de permanência a partir de 180 dias; se a aplicação
fosse em fundo de longo prazo o IR no resgate seria de 17,5%. A alíquota no “come-cotas”
também é de 20% por se tratar de fundo de curto prazo.
QUESTÃO 09 - Alternativa correta: B. Incide IR de fonte a 0,005% e de 15% via DARF sobre o
ajuste positivo.
QUESTÃO 10 - Alternativa correta: C. Os rendimentos recebidos de outra pessoa física ou do exte-
rior são submetidos ao autorrecolhimento (recolhimento via DARF). A alternativa A) está incorreta
pois os rendimentos auferidos no exterior serão tributados mesmo que não sejam remetidos ao país.
A alternativa B) está incorreta uma vez que rendimentos recebidos de outra pessoa física são sujeitos
à retenção via DARF e D) está incorreta porque o imposto incidente sobre o CDB é exclusivo de fonte.
QUESTÃO 11 - Alternativa correta: D. Os rendimentos de cupom recebidos por pessoa física resi-
dente, relativos a aplicações no exterior são tributados à alíquota de 15%.
QUESTÃO 12 - Alternativa correta: D. Houver acordo para evitar a dupla tributação. Sempre
deve-se verificar se há acordo para evitar a dupla tributação ou reciprocidade de tratamento para
compensação de valor pago no exterior. Os países com os quais o Brasil assinou a convenção inter-
nacional são: MERCOSUL, Áustria, Bélgica, Canadá, China, Coréia, Dinamarca, Espanha, Filipinas,
Finlândia, França, Holanda, Hungria, Índia, Israel, Itália, Japão Luxemburgo, México, Noruega,
Portugal, Eslovaca, Rep. Tcheca, Suécia e Ucrânia. Assim com temos reciprocidade de tratamento
com Alemanha, EUA e Reino Unido.
QUESTÃO 13 - Alternativa correta: A. A lei prevê a isenção do IRPF para o ganho de capital
auferido na alienação do único imóvel que o titular possua, cujo valor de alienação seja de até
R$ 440.000,00 (quatrocentos e quarenta mil reais), por conta de não ter realizado qualquer outra
alienação imobiliária nos últimos cinco anos
QUESTÃO 14 - Alternativa correta: D. Tendo fixado a residência no Brasil, o Sr. Pierre passará a
ser tributado no Brasil por toda sua renda e proventos, mesmo auferidos no exterior, por força do
princípio da universalidade.
QUESTÃO 15 - Alternativa correta: A. As heranças são isentas do IRPF.
QUESTÃO 16 - Alternativa correta: B - 15% sobre o valor do ganho de capital
A lei prevê a isenção do IRPF para o ganho de capital auferido na alienação de imóvel residencial
desde que o produto da venda do imóvel seja aplicado na compra de imóveis residenciais, no pra-
zo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, aplica-se somente para aquisição de imóveis em território
nacional Sendo o novo imóvel no exterior, não é aplicável a isenção.
MÓDULO V – PLANEJAMENTO
FISCAL - RESUMO
Objetivo: entender as regras básicas da tributação visando a coletar informações que permi-
tam uma análise da situação tributária atual do cliente e identificar os diversos tipos de tributos
(impostos, contribuições e taxas)
Tributo: de acordo com o Código Tributário Nacional, tributo é toda prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Princípio da legalidade: a exigência ou aumento do tributo deve estar em lei propriamente
dita. Quaisquer outras normas, tais como Decretos, Instruções Normativas, Ordens de Serviços
etc., não serão válidas para tanto.
Princípio da anterioridade: visa conceder prazo entre a publicação da lei e a cobrança do
tributo, fazendo com que os contribuintes disponham de tempo para se adequarem à nova carga
tributária.
Princípio da irretroatividade: é vedado cobrar tributo com relação a fatos geradores ocor-
ridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou majorado
Princípio da isonomia ou igualdade tributária: dar tratamento tributário equivalente às
pessoas que se encontrarem em situações semelhantes. Deve-se tratar igualmente os iguais, e de-
sigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades.
Princípio da competência: Competência tributária é prerrogativa concedida pela Constitui-
ção Federal para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios de instituir seus respec-
tivos tributos, ou seja, de implementar e cobrar suas receitas tributárias.
Princípio da capacidade contributiva: é um desdobramento do princípio da igualdade, visa
dar tratamento desigual aos que forem desiguais. O Poder Público deve repartir a carga tributária
de acordo com as possibilidades financeiras dos cidadãos, conforme a capacidade econômica de
cada indivíduo, tendo como finalidade estabelecer uma sistemática justa de exigência fiscal. Me-
lhor exemplo é o IRPF, baseado justamente no sistema de isenções e progressividade, para que as
pessoas contribuam de acordo com sua capacidade econômica.
Imunidade: é a previsão constitucional de não concessão de competência tributária para fins
de tributação de determinadas pessoas, objetos ou operações. Templos, partidos políticos, sindi-
catos, livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão.
Isenção: é a previsão em lei de não incidência do tributo sobre determinada pessoa, bens ou
serviços. Ex.: isenção de IRPF para uma faixa de renda.
tação definitiva. As rendas e rendimentos que não compõem a base de cálculo do imposto de
renda e não admitem a compensação do imposto de renda retido na fonte. Os exemplos mais
comuns dessa categoria são o 13º salário e todas as modalidades de aplicações financeiras feitas
pelo contribuinte, pessoa física;
c) Rendimentos isentos: os exemplos mais comuns são os rendimentos gerados pelos depósitos
em poupança e diversos instrumentos relacionados ao mercado imobiliário, tais como Letra
Imobiliária, Letra Hipotecária, Certificado de Recebível Imobiliário e Fundo Imobiliário. Nesta
categoria também se declara o ganho de capital obtido com a venda de ações em bolsa de va-
lores, cujo valor de venda mensal tenha sido inferior a R$ 20 mil, entre outros.
Aposentadoria acima de 65 anos: dedução adicional para fins de IRPF, atualmente no valor
de R$ 1.903,98 por mês (R$ 22.847,76 anuais), aplicável exclusivamente com relação aos proven-
tos de aposentadoria.
GLOSSÁRIO
ITCMD – Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de quaisquer bens ou direitos.
É um imposto estadual sobre a transmissão de herança e doações.
ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural, também chamado de Imposto Territorial
Rural. Equivalente ao IPTU (municipal), pagam-no os proprietários dos imóveis territoriais rurais.
Juros de mora - São devidos pelo atraso no cumprimento de obrigação tributária.
Livro caixa - É o livro no qual são relacionadas, mensalmente, as receitas e despesas relativas à
prestação de serviços sem vínculo empregatício. Está dispensado o seu registro na Receita Federal
ou em cartórios. As despesas permitidas para dedução variam conforme o tipo de atividade.
Malha - Revisão da Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física
pela qual são efetuadas verificações nos dados informados pelo contribuinte.
Multa de mora - Penalidade aplicada quando o pagamento da contribuição ou do tributo não
acontece no prazo previsto em lei.
Pensão alimentícia - valor estipulado por decisão judicial ou acordo judicial ou escritura pú-
blica para a manutenção de familiares (ex. filhos após o divórcio dos pais).
Permuta - É a troca de bens, podendo ser de diferente espécie, entre os contribuintes. Se a
permuta gerar vantagem financeira para uma das partes, o beneficiado terá que pagar imposto.
Pró-labore - É a remuneração (salário) paga aos sócios de empresas.
Proventos de qualquer natureza - quaisquer acréscimos patrimoniais não compreendidos no
conceito de renda. Ex.: prêmios de loteria, doações, heranças, aposentadoria.
Receitas isentas - São os rendimentos não tributáveis, que precisam ser declarados, mas não
modificam o imposto do contribuinte (poupança, férias, FGTS, bolsa de estudos, entre outros).
Recibo da declaração - É o comprovante do envio da declaração do Imposto de Renda à
Receita Federal. Este documento deve ser guardado pelo contribuinte.
Renda - Entende-se como renda o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos.
Rendimentos tributáveis - Rendimentos sobre os quais incide o Imposto sobre a Renda da
Pessoa Física.
Rendimentos tributáveis na fonte - Rendimentos sujeitos à retenção do Imposto sobre a
Renda da Pessoa Física pela fonte pagadora, quando do pagamento, emprego, entrega, ou crédito
do rendimento.
Residentes e Não-Residentes Fiscais - residente fiscal é aquele que vive em caráter perma-
nente no Brasil. O não-residente é aquele que deixou o Brasil em caráter definitivo, ou deixou o
Brasil em caráter temporário e permaneceu no exterior por período superior a 12 meses.
Restituição - É o ressarcimento pela Receita Federal de tributos pagos indevidamente . Só
tem direito de receber a restituição do Imposto de Renda quem comprovar o recolhimento do
pagamento do valor requerido.
Retenção na fonte - A retenção na fonte é uma forma de responsabilidade tributária de ter-
ceiros prevista na lei, pela qual a fonte pagadora passa a ter a obrigação de reter do contribuinte,
por ocasião do pagamento de determinado valor, uma parcela de tributo a ser antecipado aos
cofres públicos. A obrigatoriedade de retenção na fonte recai, no caso do IRPF, sobre as pessoas
jurídicas que pagarem ou creditarem valores em favor de pessoas físicas.
Royalties - termo utilizado para designar a importância paga ao detentor ou proprietário ou
um território, recurso natural, produto, marca, patente de produto, processo de produção, ou obra
original, pelos direitos de exploração, uso, distribuição ou comercialização do referido produto ou
tecnologia. Os detentores ou proprietários recebem porcentagens geralmente prefixadas das ven-
das finais ou dos lucros obtidos por aquele que extrai o recurso natural, ou fabrica e comercializa
um produto ou tecnologia.
Sonegação - Ato ou efeito de sonegar, deixar de informar tributo devido ou declará-lo de
forma parcial, alterar documentos e notas fiscais, visando reduzir o pagamento de impostos. Tam-
bém chamado de evasão fiscal.
Sujeito ativo - Ente público competente ao qual o tributo é destinado. Em outras palavras, o
sujeito ativo é o credor do tributo dentro da obrigação tributária.
Sujeito passivo - É o contribuinte ou o responsável a quem compete pagar o tributo, em
função de sua vinculação com a ocorrência do fato gerador. O sujeito passivo corresponde ao
devedor da obrigação tributária
Tributação exclusiva - Ver: Rendimentos tributáveis na fonte.
BIBLIOGRAFIA
SHINGAKI, Mario. Gestão de Impostos: para pessoa física e jurídica. Saint Paul, São Paulo.
2002.
ANOTAÇÕES