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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

O papel dos pais e encarregados de educação na vida escolar

Nome da estudante: Anifa Zubaida Gabriel Abdul


Código de Estudante: 708212975

Licenciatura em Ensino de História

Práticas Pedagógicas II – A0014

2o Ano

Maputo, Agosto de 2022

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Conclusão 2.0
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gerais
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Referências 6ª edição em das
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Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas

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Índice
Introdução........................................................................................................................................4
1. PAPEL DOS PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO NA VIDA ESCOLAR............5
1.1. Envolvimento, participação e colaboração pais e encarregados de educação na vida
escolar..........................................................................................................................................5
1.2. O papel dos pais e encarregados de educação no PEA.....................................................6
1.3. Vantagens da participação dos pais e encarregados de educação na escola.....................7
Conclusão......................................................................................................................................10
Referências Bibliográficas.............................................................................................................11

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Introdução

A educação, no sentido tradicional, é a acção exercida pelas gerações adultas sobre as gerações
que não se encontrem ainda preparadas para a vida social, tendo por objectivo suscitar e
desenvolver, na criança, certo número de talentos físicos, intelectuais e morais, reclamados pela
sociedade política, no seu conjunto, e pelo meio especial a que a criança, particularmente se
destine (Durkheim, 1992). Todavia, no sentido formal, a educação é entendida como sendo um
processo de aprendizagem que ocorre num ambiente escola, mas sem colocar em causas os
conhecimentos que o aluno já traz consigo do seio familiar. Portanto, as funções da escola e da
família não se sobrepõem, antes se completam (Costa, 2015).

Segundo Silva (2003) desde sempre a escola e a família mantiveram uma relação estreita. No
entanto, de acordo com este autor, esta relação está longe de ser a ideal pois ainda há pais e
encarregados de educação que não têm uma participação activa na vida escolar dos seus
educandos e também há escolas que não o permitem, nem dão abertura à participação destas.

É neste contexto em que, ao longo do presente trabalho pretende-se falar do “Papel dos pais e
encarregados de educação na vida escolar”, sendo que, para o seu desenvolvimento, colocam-
se os seguintes objectivos: (i) Descrever o papel da escola na aprendizagem do aluno; (i)
Explicar o papel dos pais e encarregados de educação na vida escolar do aluno;

Em termos metodológicos, o trabalho é essencialmente bibliográfico cujos conteúdos serão


abordados seguindo a sequência em que os objectivos aparecem, baseando-se nas obras e artigos
vinculados nas referências bibliográficas, na perspectiva de trazer informações claras e
objectivas.

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1. PAPEL DOS PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO NA VIDA ESCOLAR

Desde sempre, a escola e a família mantiveram uma relação estreita. No entanto, de acordo com
Silva (2003), esta relação está longe de ser a ideal pois ainda há pais e encarregados de educação
que não têm uma participação activa na vida escolar dos seus educandos e também há escolas
que não o permitem, nem dão abertura à participação destas.

Por isso, a qualidade do Processo de Ensino e Aprendizagem (PEA) é dependente de vários


factores internos e externos da Escola. Por isso, os gestores escolares para além de administrar os
conteúdos também devem se preocupar em procurar mecanismo de envolvimento activo dos pais
e encarregados de educação na vida escolar dos seus educandos.

1.1. Envolvimento, participação e colaboração pais e encarregados de educação

na vida escolar

Parafraseando Epstein (2017), a natureza da relação escola-pais e encarregados de educação tem


sido alvo de várias interpretações e denominações, tais como, participação, interacção,
colaboração, cooperação, comunicação e parceria. De acordo com esta autora, trata-se de uma
terminologia que pretende traduzir a aproximação entre a escola, a família e a comunidade de
uma forma um pouco indiscriminada. Contudo, nota-se, progressivamente, a procura de maior
rigor conceptual, constatando-se a tendência crescente para se utilizar a expressão “envolvimento
parental/dos pais/da família”. Embora complexos e multifacetados, segundo Epstein (2017), os
conceitos de envolvimento, participação e colaboração revelam grandes diferenças no seu
conteúdo e significados no quadro da democracia participativa correspondendo a diferentes
perspectivas sobre o que são ou o que deveriam ser.

Neste sentido, entende-se por participação dos pais e encarregados de educação, em simultâneo a
implicação colectiva das famílias nas instâncias de decisão dos estabelecimentos de ensino, a
relação individual das famílias com os professores, mas também a sua contribuição indirecta para
o funcionamento dos estabelecimentos. Esta contribuição indirecta manifesta-se não somente
através das ideias que as os pais e encarregados de educação transmitem, mas também através de
estratégias para escolher ou evitar determinado estabelecimento (Alvarado, 2003).

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Todavia, Davies (2009), faz a distinção entre envolvimento e participação dos pais e
encarregados de educação na vida escolar. Para este autor, o envolvimento inclui as formas mais
leves de relacionamento da escola com os pais e encarregados de educação, nomeadamente os
níveis “troca de informações”, “educação de pais” e “apoio à escola”, implicando todas as
formas de actividades dos pais e encarregados de educação no acompanhamento dos educandos
em casa, na comunidade ou na escola. No contexto real, são exemplos de envolvimento os
contactos telefónicos, as idas à escola para falar com o director de turma, as reuniões de pais e as
mensagens escritas através da correspondência escola-família. Por outro lado, a expressão
participação refere-se, no entanto, às actividades dos pais e encarregados de educação que
supõem alguma influência em campos como os do planeamento, gestão e tomada de decisões nas
escolas, pressupondo sempre essa tomada de decisões. No nosso contexto moçambicano, esta
participação é feita através do Conselho de Escola, órgão na qual estão inclusos alguns pais e
encarregados de educação em representação da comunidade.

1.2. O papel dos pais e encarregados de educação no PEA

Epstein (2017) defende que o bom desempenho escolar dos alunos depende do entrosamento
entre a família, a escola e a comunidade, onde a criança vive e que as referidas esferas operam
positivamente quando os seus objectivos, missões e responsabilidades se sobrepõem. Para esta
autora, estas três esferas devem funcionar de forma coordenada, partilhando os objectivos, as
missões e as responsabilidades, de modo a garantir um bom desempenho escolar dos educandos.
Por conseguinte, o mau funcionamento de uma ou mais destas três instâncias pode exercer uma
influência negativa no desempenho escolar dos educandos.

Num outro desenvolvimento, Epstein (2017) refere que existem seis mecanismos através dos
quais os objectivos, as missões e as responsabilidades das três instâncias (a Família, a Escola e a
Comunidade) podem ser partilhadas visando o bom desempenho escolar dos educandos,
designadamente (i) a assistência aos pais e encarregados de educação; (ii) manter a comunicação
com os pais e encarregados de educação; (iii) a organização de actividades voluntárias para os
pais, (iv) o envolvimento dos pais e encarregados de educação na aprendizagem através de
trabalhos de casa (TPC); (v) a inclusão dos pais na tomada de decisão avaliativa; (vi) a
colaboração com a comunidade.

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Para Canário (2000) ressalta que o ambiente doméstico exerce um importante papel para
determinar se qualquer criança aprende bem ou mal. De acordo com este autor, as crianças que
recebem um incentivo carinhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas, tanto sobre a
aprendizagem quanto sobre si mesmas. Essas crianças buscam e encontram modos de contornar
as dificuldades, mesmo quando são bastante graves.

Concordando com o posicionamento de Canário (2000), sobre o papel da Família na educação da


criança, Prado (2011) afirma que a os pais e encarregados de educação têm um papel importante
no desempenho escolar dos filhos quando transmite afectividade, apoio e solidariedade e
negativamente quando impõe normas através de Leis, dos usos e dos costumes. Por isso, este
autor considera que se a família é muito agressiva, o ambiente doméstico é turvo, não oferecendo
condições mínimas para a criança rever, estudar as matérias escolares assim como aprender dos
pais, se a criança não tiver o afecto e carinho necessários e adequados, há mais possibilidades
desta ter um fraco desempenho escolar.

Portanto, a família tem maior responsabilidade na educação dos indivíduos, por esta estar em
constante contacto com o educando em casa. Deste modo, a ausência dos pais na educação dos
seus filhos e substituí-la por outra instituição, neste caso a escola, pode provocar uma
insegurança emocional na criança, prejudicando-a no seu enquadramento social e escolar.

1.3. Vantagens da participação dos pais e encarregados de educação na escola

A família, desde sempre constituiu uma instituição privilegiada, pois nela reside o meio natural e
mais adequado para o desenvolvimento global do ser humano. Deste modo, o papel que os pais e
encarregados de educação desempenham no processo educacional do aluno constitui um factor
imprescindível para o seu adequado desenvolvimento e adaptação ao contexto onde se encontra
inserido (Almeida, 2005). Este autor, considera que para que os alunos tenham uma boa
experiência educativa, é necessário que os pais sejam envolvidos no processo educativo.

Porém, para o autor supracitado, os benefícios da interacção entre os pais e a escola, não se
resume só ao domínio cognitivo, sendo também evidente o seu benefício no domínio
comportamental e afectivo. Assim, uma maior consistência entre a família e a escola, no que
concerne a objectivos e às normas comportamentais, está significativamente associado a menores
problemas comportamentais e de indisciplina do aluno. Por outro lado, quando existe um maior

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envolvimento parental na escola, é notório que os pais acabam, consequentemente, por transmitir
aos seus filhos a importância que a escola tem para si, facilitando, desta forma, o
desenvolvimento de uma atitude mais positiva face à escola por parte do aluno (Almeida, 2005).

De acordo com Marques (2000) considera que, quando os pais e encarregados de educação se
envolvem na educação e com a escola, os seus filhos sentirão mais motivação. Por outro lado,
terão melhores resultados e, desta forma, os pais tendem a compreender melhor o trabalho do
professor e a imagem da escola será enaltecida.

Cavalcante (1998) considera que a interacção entre professor, os pais e encarregados de


educação e aluno é algo essencial e de extrema importância, que deve ser tido em conta pelas
famílias, de forma a proporcionar um ambiente que conduza a comunicação de um modo eficaz e
propicie oportunidades adequadas, pois, os professores mostram-se muito mais interessados e
participativos na educação dos alunos, quando entram em contacto com pais interessados na
educação dos seus filhos e com vontade de comunicar. Por outro lado, Alarcão (2006) entende
que parece essencial acentuar que as relações funcionais e necessárias acrescidas de ambos os
contextos (família - escola) não se resumem apenas numa afirmação/aceitação da sua própria
relevância, há necessidade, tanto por parte dos professores como dos pais e encarregados de
educação, em tirar prazer dessa relação, em sentir envolvência em determinados objectivos e
paralelamente adquirir um resultado de uma auto-estima acrescida, sentindo-se úteis e
desenvolvendo uma interligação, em que potencialize o crescimento e desenvolvimento da
criança ao seu melhor nível, suscitando repercussões tais como o aumento da sua auto-estima,
melhoria do rendimento escolar, melhoria das relações pais - filhos e atitudes mais positivas dos
pais para com a escola. Contudo, a mesma autora refere ainda que, o sucesso desta interligação,
entre ambos os contextos, depende também da forma como a comunicação se desenvolve, não só
por parte dos pais e dos directores de turma, como também por parte do próprio aluno, do seu
grupo de pares, dos restantes professores, entre outros, ou seja, todas as pessoas que estejam num
processo relacional.

Ainda relativamente aos benefícios da colaboração dos pais na escola, Davies (2009) considera
que o envolvimento dos pais na vida escolar proporciona múltiplos e diversos benefícios,
destacando: o aproveitamento escolar das crianças e o desenvolvimento de uma sociedade
democrática. Assim, afirmou que, quando os pais participam na vida escolar, os filhos obtêm

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melhores resultados; o trabalho do professor torna-se mais fácil, porque recebe apoio da parte da
família; os pais, quando cooperam, assumem atitudes mais favoráveis e passam a encarar os
professores de outra forma e a ter um sentimento de pertença à escola. Dessa forma, o
envolvimento dos pais nos assuntos escolares pode conferir conhecimentos, experiências e
confiança nas suas capacidades. Por outro lado, podemos mencionar que a conquista na
participação dos pais e encarregados de educação nas escolas, representa uma meta que todos os
pais e encarregados de educação e professores devem ambicionar, para o bem de todos os
agentes que integram a escola.

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Conclusão

“O papel dos pais e encarregados de educação na vida escolar”, foi o tema abordado ao longo
do presente trabalho, do qual, em jeito de conclusão, se podem tecer as seguintes considerações
finais:

A influência dos pais e encarregados de educação refere-se à todas as formas de relacionamento


entre a escola e os pais, que exige a participação na tomada de decisões, incluindo a troca de
informações e o apoio aos filhos na realização das actividades escolares.

Entretanto, a relação entre a escola e a família está longe de ser a ideal pois ainda há pais e
encarregados de educação que não têm uma participação activa na vida escolar dos seus
educandos e também há escolas que não o permitem, nem dão abertura à participação destas. Por
isso, os gestores escolares para além de administrar os conteúdos também devem se preocupar
em procurar mecanismo de envolvimento activo dos pais e encarregados de educação na vida
escolar dos seus educandos, sendo que algumas delas podem ser: a formação para pais; criação
de um espaço apropriado para os receber, onde podem promover o convívio e a troca de
informação; envolver os pais na tomada de decisão da escola, visto que os mesmos podem
efectivamente apresentar propostas de grande qualidade no que concerne à gestão; desenvolver
programas de apoio ao envolvimento dos pais; contactar frequentemente os pais; convidar os
pais e encarregados de educação a assistir às aulas; criar serviços de apoio aos alunos e famílias
mais carenciadas.

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Referências Bibliográficas

Alarcão, M. (2006). (Des)Equilíbrios Familiares. Coimbra: Quarteto.

Almeida, L. S. (2005). Sucesso e insucesso no ensino básico: relevância de variáveis sócio


familiares e escolares em alunos do 5º ano”. Actas do VIII Congresso Galaico Português de
PsicoPedagogia. Braga: Universidade do Minho, 14 - 16 Setembro, ISBN: 972-8746-36-9;
Recuperado em: https://scholar.google.com

Canário, R. (2001). Prática profissional na formação de professores. In: Campos, B. P. Formação


profissional de professores no ensino superior. Porto: Porto Editora.

Cavalcante, R. (1998). Colaboração entre Pais e Escola: educação abrangente. Recuperado em:
https://scholar.google.com

Costa, J. A. (2015). Liderança nas organizações: Revisitando teorias organizacionais num olhar
cruzado sobre as escolas. In J. A. Costa, A. N. Mendes & A. Ventura (Ed.), Liderança e
estratégia nas organizações escolares. Aveiro: Universidade de Aveiro. Recuperado em:
https://scholar.google.com

Davies, D. (2009). As escolas e as famílias em Portugal: realidade e perspetivas. Lisboa: Livro


Horizonte.

Epstein, J. L. (2017). A colaboração escola e família no 3º ciclo e no ensino secundário. Revista


ESES, 5 (Janeiro), 17-22. Recuperado em: https://scholar.google.com

Marques, R. (2000).Professores, família e projecto educativo. Porto: ASA.

Prado, V. H. (2011). Qualidade do Ensino: A contribuição dos Pais. São Paulo: Xamã.

Silva, P. (2003). Escola – Família, uma relação armadilhada. Interculturalidade e Relações de


Poder. Porto: Edições Afrontamento

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