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Universidade Católica de Moçambique

Extensão de Maputo

Licenciatura em Administração e Gestão Hospitalar

Síntese

Nome: Leonor Samuel Chitlango

A Docente
Irmã Madalena Manhiça

Maputo, Novembro de 2022

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Índice
Introdução........................................................................................................................................3

PARTE I: O respeito e solidariedade...............................................................................................4

 Respeito.............................................................................................................................4

 Solidariedade.....................................................................................................................4

PARTE II: O bem comum e os valores sociais...............................................................................5

 Bem comum......................................................................................................................5

 Valores éticos sociais........................................................................................................6

PARTE III: Liberdade e igualdade..................................................................................................7

 Liberdade..........................................................................................................................7

 Igualdade...........................................................................................................................7

PARTE IV: Justiça como virtude ética............................................................................................8

PARTE V: Revelação de Deus a Criação e Teologia Sistémica.....................................................9

 Revelação de Deus a Criação............................................................................................9

 Teologia Sistemática.......................................................................................................10

Conclusão......................................................................................................................................12

Referências Bibliográficas.............................................................................................................14

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Introdução
O presente trabalho é referente a disciplina de Fundamentos da Teologia Católica, do qual
pretende-se fazer uma síntese sobre quatro temas essenciais, designadamente: (i) O respeito e
solidariedade; (ii) O bem comum e os valores sociais; (iii) Liberdade e igualdade; (iv) Justiça
como virtude ética; (v) Revelação de Deus a Criação e Teologia Sistémica.

Na convivência em uma sociedade sã o respeito e solidariedade, os valores sociais, a liberdade e


igualdade, bem como a justiça como virtude ética são preponderantes, na medida em que estes
elementos interferem directamente no comportamento das pessoas, na religião ou mesmo no seu
modo de vivência.

 Objectivo

Para o desenvolvimento deste trabalho definiu-se o seguinte objectivo: Compreender a


importância do respeito e solidariedade, do bem comum e dos valores sociais, da liberdade e
igualdade, bem como da justiça como virtude ética na convivência social.

 Metodologia e estrutura do trabalho

Em termos metodológicos, o trabalho é essencialmente bibliográfico, com abordagem qualitativa


e com recurso ao método filológico. Na descrição de Lakatos e Marconi (2003) este método
consiste na consulta da bibliografia escrita, incluindo, se necessário, a consulta de fontes
secundárias na recolha de informação relevante adicional sobre o tema em análise, a partir de
material escrito já existente.

Em termos estruturais, para além desta parte introdutória, o trabalho corrente contém o
desenvolvimento, onde faz a síntese dos temas propostos, obedecendo a seguinte sequencia: (i)
PARTE I: O respeito e solidariedade; PARTE II: O bem comum e os valores sociais; PARTE III:
Liberdade e igualdade; PARTE IV: Justiça como virtude ética; PARTE V: Revelação de Deus a
Criação e Teologia Sistémica. A parte final compreende a conclusão e as referências
bibliográficas.

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PARTE I: O respeito e solidariedade

 Respeito
O respeito e solidariedade são valores imprescindíveis para uma convivência harmoniosa numa
sociedade onde existem diferentes níveis de convivência, como por exemplo a família, no âmbito
de uma comunidade (num bairro ou cidade), tendo em conta que a intimidade de ambos os casos
é incomparável.

Segundo Machado (1977), etimologicamente o termo respeito provem do latim respectus, que
significa olhar outra vez, assim algo que merece um segundo olhar é digno de respeito. Assim, o
conceito respeito é definido como um princípio de convívio humano que deve ser considerado
base para construção de uma sociedade civilizada, com educação e justiça entre diferentes grupos
sociais, étnicos, económicos, culturais e etc.

Entretanto, Carvalho (2016) o princípio do respeito é normalmente construído no âmbito familiar


e na escola, por serem instituições que possuem a obrigação de educar os jovens cidadãos de
modo a gerirem e comportarem se de maneira civilizada e solidarem ambiente social. Por isso,
este autor acrescenta que é importante respeitar as pessoas, visto que: (i) Permite que a sociedade
viva em paz, numa convivência saudável assentada em consideração a civilização; (ii)
Reconhece em si e nos demais direitos e as obrigações; (iii) Em contrapartida a falta de respeito
gera violência, conflitos, desconforto e confrontos.

Outrossim, existem algumas formas e/ou atitudes para demonstrar respeito aos outros são,
designadamente: (i) Ouvir o outro com atenção; (ii) Reforçar atitudes positivas; (iii) Ser gentil e
educado; (iv) Respeitar as diferenças; (v) Demonstrar gratidão; (vi) Ter empatia; (vii) Saber onde
termina os seus direitos, onde começam os dos outros.

 Solidariedade
Por outro lado, olhando para a sua etimologia ao termo solidariedade provem do latim solidium
que significa algo coeso, inteiro e compacto. Portanto, a solidariedade não está apenas associada
à valores étnicos, mas também a concepção de igualdade em todos que integram a mesma
comunidade, devendo estes zelarem pelo seu bem estar (Machado, 1977).

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Entretanto, inicialmente fundamentada nas relações de proximidade e parentesco, a solidariedade
limitava-se à disposição de servir aos mais próximos, tidos como aqueles que faziam parte de um
determinado grupo. Porém, com a difusão do cristianismo alterou a percepção da solidariedade,
uma vez que o valor solidário era expandido de modo a atingir o próximo de maneira geral, isto
é, não apenas aqueles cujo vínculo ligava-se a consanguinidade no senso comunitário.

PARTE II: O bem comum e os valores sociais

 Bem comum
De acordo com Carvalho (2016) o bem comum consiste no conjunto de todas as condições de
vida social que consintam e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana, ou
seja, o bem comum envolve as condições sociais básicas, criadas numa sociedade, tais como as
diversas forças de segurança pública e social, bem como algumas infra-estruturas sociais,
nomeadamente, escolas, hospitais, estradas, fontanários, espaços recreativos ou de lazer, entre
outros, para que todas as pessoas que nela vivem, tenham direito de aceder ou usufruir, delas se
possam beneficiar e se desenvolvam de maneira digna e integral, para alcançarem a própria
perfeição e felicidade.

É importante realçar que o bem comum é o empenho de todos os membros da sociedade (de
todos incluindo da comunidade religiosa ou de uma família) com base nas suas
responsabilidades. Nestes termos, Carvalho (2016) explica que ele não consiste na soma de bens
particulares de cada sujeito do corpo social. Sendo de todos e de cada um, é e permanece
comum, porque indivisível e porque somente juntos é possível alcançá-lo, aumentá-lo e
conservá-lo, também em vista do futuro. Assim como o agir moral do indivíduo se realiza
fazendo o bem, assim o agir social alcança a plenitude realizando o bem comum. Portanto, o bem
comum consiste sobretudo no respeito aos direitos e deveres da pessoa humano, no sentido de
que esses direitos sejam reconhecidos, respeitados, harmonizados, tutelados e promovidos
tornando-se assim mais fácil o cumprimento dos respectivos deveres.

Na busca do bem comum de toda a sociedade, a partir do bem de cada um de seus membros, o
pensamento social cristão sublinha um conceito holístico, integral e inclusivo do bem. Esse bem
está relacionado com todas as dimensões do humano e da pessoa humana. Nas palavras do papa
João XXIII, “o bem comum abrange o homem em sua totalidade, isto é, tanto nas exigências do
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corpo como nas do espírito” assim, Marques (1995) considera que a responsabilidade de cada
cidadão pelo bem comum recai, também e primordialmente, sobre o Estado. Por esse motivo,
segundo este autor, o Catecismo da Igreja Católica assinala que “corresponde ao Estado
defender e promover o bem comum da sociedade civil, dos cidadãos e das instituições
intermediárias.” De facto, o papa João XXIII adverte que:

“a experiência ensina que, quando falta uma acção apropriada dos poderes políticos no
económico, no político ou no cultural, sobretudo em nossa época, ocorre um maior
número de desigualdades entre os cidadãos, em sectores cada vez mais amplos, fazendo
com que os direitos e os deveres do ser humano careçam de toda eficácia prática” (citado
por Marques, 1995).

Portanto, O bem comum da sociedade não é um fim isolado em si mesmo; ele tem valor somente
em referência à obtenção dos fins últimos da pessoa e ao bem comum universal de toda a
criação.

 Valores éticos sociais


Os valores sociais são princípios e normas que orientam a forma como pessoas de um mesmo
grupo social vão viver. Os valores sociais servem para tornar possível a vida em comunidade.
Por outro lado, os valores éticos são princípios que não se limitam apenas às normas, costumes e
tradições culturais de uma sociedade (valores morais), mas também procuram se focar nas
características compreendidas como essenciais para o melhor modo de viver ou agir em
sociedade de modo geral (Marques, 1995).

Marques (1995), considera que os valores éticos podem ser muitos, variados e em diferentes
percepções, no entanto, o ser humano tem valores éticos fundamentais, nomeadamente,
liberdade, igualdade, respeito, solidariedade e diálogo, que sem dúvida, de acordo com este autor
são a base da educação das pessoas entre si, ou seja, são valores que em qualquer lugar público
ou privado devem ser transmitidos com a educação: na família na comunidade e na vida social e
devem estar de acordo com a nossa consciência e modo de agir.

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PARTE III: Liberdade e igualdade

 Liberdade
De acordo com Marques (1995) a liberdade é um valor ético, definida como a qualidade de
qualquer ser humano de escolher o seu destino, para decidir por si mesmos em suas próprias
acções, ou seja, você está livre quando ninguém decidir por você. Expondo o princípio da
liberdade é importante fazer uma reflexão sobre o pensamento de Kant que diz, “quando falamos
de dar-se as suas próprias leis não queremos dizer fazer tudo aquilo que a pessoa deseja ou
segundo a sua vontade sem interferência de ninguém. Mas sim cada ser humano actue segundo a
sua consciência e liberdade na escolha” (citado por Marques, 1995).

Uma coisa importante para limitar a liberdade, é que, assim como a pessoa é livre para escolher
suas acções, ela também deve assumir a responsabilidade pelas consequências de tais actos, caso
contrário, estariam caindo em dissolução, deixar de tomar as consequências de suas acções.
Assim, ficam garantidos os direitos relativos as possibilidades de acção: liberdade de expressão,
de credo, de ir e vir, de género e outras liberdades individuais e colectivas.

Para Mora (2001), a liberdade é um anseio do indivíduo em qualquer cultura e se expressa na


prática do serviço como designação do amor, verdade que a pessoa humana necessita, e que
independe de raça, género, ou até cultura, visto que ultrapassa fronteira e atribui sentido a uma
existência, a uma história de vida. De acordo com este autor, a noção de liberdade não só inclui a
possibilidade de decidir, mas também a de autodeterminação, a ideia de responsabilidade para
consigo mesmo e também para coma comunidade, uma vez que ser livre implica assunção de
algumas obrigações.

Por outro lado, a carta aos gálatas é um exemplo na escritura bíblica sobre a defesa da liberdade
cuja prática é o amor pela superação das diferenças étnicas e culturais, onde Paulo defende a fé
cristã que desemboca na libertação para a vivência da liberdade em comunidade, sem imposição
de ritos judaicos como a circuncisão e a comensalidade para fazer surgir o sentimento de
pertença à comunidade eleita ou para se tornar nação santa ou raça eleita (Galatas 5,:2).

 Igualdade
De acordo com Mora (2001) igualdade é um valor controverso, uma vez que alguns teóricos
utilizavam a palavra igualdade para se referirem a uma uniformidade social, para dizerem que

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somos todos iguais. A igualdade representa efectivamente uma relação onde dois elementos
distintos têm igual valor. Em serviço social a igualdade pressupõem reformas de bem-estar, no
qual grupos diferentes ou específicos devem ser tratados de forma igual pela política social.

Os pensadores cristãos, baseando-se nas escrituras sagradas, na Bíblia, afirmaram que as pessoas
foram criadas à imagem e semelhança de Deus (Géneses 1:26). Porém, essa igualdade não era
percebida na prática, uma vez que o cristianismo, aceitou por vários séculos a escravidão, a
desigualdade entre os povos e entre os próprios homens e mulheres – enquanto género. Passando
mais de um século através do contracto social, inclusive, Rousseau busca a igualdade jurídica
entre os homens pois, a igualdade, para este pensador, está intimamente ligada a liberdade do
homem, advinda, à época, através de uma sociedade sem escravidão (Bittar e Almeida, 2010).

PARTE IV: Justiça como virtude ética


A justiça consiste na constante e firme vontade de dar à Deus e ao próximo o que lhes é devido.
Ela se traduz na atitude determinada pela vontade de reconhecer o outro como pessoa com
direitos e deveres. A justiça social representa um verdadeiro desenvolvimento da justiça geral,
reguladora das relações sociais com base no critério da observância da lei. A justiça social,
exigência conexa com a questão social, diz respeito aos aspectos sociais, políticos e económicos
e, sobretudo, à dimensão estrutural dos problemas e das respectivas soluções (Marques, 1995).
A justiça mostra-se particularmente importante no contexto actual, em que o valor da pessoa, da
sua dignidade e dos seus direitos, a despeito das proclamações de intentos, é seriamente
ameaçado pela generalizada tendência a recorrer exclusivamente aos critérios da utilidade e do
ter. Também a justiça, com base nestes critérios, é considerada de modo redutivo, ao passo que
adquire um significado mais pleno e autêntico na antropologia cristã. A justiça, com efeito, não é
uma simples convenção humana, porque o que é «justo» não é originariamente determinado pela
lei, mas pela identidade profunda do ser humano.
A plena verdade sobre o homem permite superar a visão contratualista da justiça, que é visão
limitada, e abrir também para a justiça o horizonte da solidariedade e do amor: A justiça sozinha
não basta; e pode mesmo chegar a negar-se a si própria, se não se abrir àquela força mais
profunda que é o amor. Ao valor da justiça a doutrina social da Igreja acosta o da solidariedade,
enquanto via privilegiada da paz (Marques, 1995).

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Portanto, a igualdade é um princípio fundamental para as sociedades democráticas, pois
possibilita a todos a equiparação no que diz respeito ao desfrute e aproveitamento de seus
direitos. Esta igualdade pode ser de várias tipologias, designadamente: (i) Igualdade formal:
quando todos são tratados da mesma maneira; (ii) Igualdade material: quando os mais fracos
recebem um tratamento especial no intuito de se aproximar dos mais fortes; (iii) Igualdade de
género: igualdade de direitos e deveres entre o género masculino e feminino; (iv) Igualdade
racial: todos os homens são iguais e não existe diferenças entre raças humanas. Todos os grupos
éticos devem ter os mesmos direitos e deveres enquanto cidadãos.

PARTE V: Revelação de Deus a Criação e Teologia Sistémica

 Revelação de Deus a Criação


Deus é o criador de todas as coisas percebidas. A Igreja Católica declara que recebeu da parte do
Divino a autoridade e hierarquia, assim como, a ministração dos sacramentos (baptismo,
confirmação, eucaristia, penitencia, unção, matrimonia, vocação). Maria é considerada a mãe de
Deus e de Jesus. Deus tem um vigário na terra, o papa, que é infalível.

Como dogma de fé divinamente revelado, que o Pontífice Romano (Papa), quando fala no
desempenho do seu múnus de pastor e doutor de todos os cristão, define, com a sua suprema
autoridade Apostólica, doutrina respeitante à fé e à moral, que deva ser crida pela igreja
universal, pois possui, em virtude da assistência divina, que lhe foi prometida na pessoa do Bem-
aventurado Pedro, a infalibilidade de que o Divino Redentor revestiu a sua Igreja, ao definir
doutrina atinente à fé e à moral; e que, portanto, as definições do Romano Pontífice são
irrefutáveis por si mesmas, e não em virtude do consenso do Igreja (De Ecclesia Chisti)

Esta corrente declara que temos um Deus soberano e criador de todas as coisas. Um Deus que
sendo tão poderoso resolveu conceder livre escolha ou arbítrio ao ser humano. Entretanto, a
teologia arminiana e/ou arminianismo entende que Deus quer que todos sejam salvos (1Tm 2.4;
2Pe 3.9), no entanto, Deus elege e predestina, através de sua presciência (conhecimento prévio
que Deus tem de tudo o que acontecerá).

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Segundo os calvinistas, Deus é soberano, criador, perfeito, tudo esta sob seu domínio. Assim, o
calvinismo sustenta a autonomia de Deus em escolher, de forma incondicional (que não depende
da escolha humana), pessoas para a salvação eterna

A salvação, portanto, depende da escolha humana. (Ap 3.20) Depravação Total Todo ser
humano, excepto Cristo, em seu estado natural é completamente corrupto e depravado, ele é
incapaz de salvar a si. Assim, Cinco pontos clássicos (Arminio) elegeram somente aqueles que
ele sabia que iriam crer no evangelho. (Rm 8.29).

Cinco pontos clássicos (Armínio) Eleição Incondicional Deus escolheu pessoas, para a salvação,
antes da fundação do mundo baseando-se unicamente em seu conselho soberano e não
condicional à vontade humana. (Ef 1.11). (1) Vontade livre versus depravação total; (2) Eleição
condicional versus incondicional; (3) Expiação limitada versus ilimitada; (4) Graça resistível
versus irresistível; (6) Queda da graça versus graça preservadora.

Neste sentido, a pessoa pode resistir à vontade de Deus em relação a sua própria vida. O Espírito
Santo atrai o pecador ao arrependimento. Deus encaminha o individuo a Jesus. (Jó 6.4). Assim,
os salvos são mantidos pelo poder de Deus, através da graça, em perseverança diária. (Jó) Perda
da Salvação Perseverança dos Santos Observe que os sistemas ou correntes teológicas, aqui
apresentados, versam uma ideia singular sobre as atitudes de Deus para com a humanidade.

 Teologia Sistemática
A teologia sistemática, que engloba ramos como a teologia doutrinal, a teologia dogmática e
a teologia filosófica, é a disciplina da teologia cristã que formula uma descrição ordenada,
racional e coerente da fé e crenças cristãs. Ela reúne as informações extraídas da pesquisa
teológica, organiza-as em áreas afins, explica as aparentes contradições e, com isso, fornece um
grande sistema explicativo (diferentemente da teologia histórica ou da teologia bíblica).

A teologia sistemática está também associada por vezes à apologética cristã, que serve para, no
confronto teológico entre diferentes religiões e heresias, defender a doutrina da confissão cristã
em causa

Principais vantagens da Teologia Sistemática são: (i) Ela trata tópicos bíblicos de modo
cuidadosamente organizado a fim de garantir que todos os tópicos importantes recebam completa

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consideração; (ii) Ela trata os tópicos em muito mais detalhes, dando assim, a completa
compreensão do que a Bíblia, no seu todo, fala sobre determinado assunto; (iii) Um estudo
formal da Teologia Sistemática tornará possível formular os resumos dos ensinos bíblicos com
muito mais exactidão em comparação com o que os cristãos normalmente conseguem sem tal
pesquisa.

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Conclusão
“ (i) O respeito e solidariedade; (ii) O bem comum e os valores sociais; (iii) Liberdade e
igualdade; (iv) Justiça como virtude ética; (v) Revelação de Deus a Criação e Teologia
Sistémica” foram os temas abordados ao longo do presente trabalho, do qual, em jeito de
conclusão, se podem tecer as seguintes considerações finais:

O respeito e solidariedade são valores imprescindíveis para uma convivência harmoniosa numa
sociedade onde existem diferentes níveis de convivência, como por exemplo a família, no âmbito
de uma comunidade (num bairro ou cidade), tendo em conta que a intimidade de ambos os casos
é incomparável.

O bem comum consiste no conjunto de todas as condições de vida social que consintam e
favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana, ou seja, o bem comum envolve
as condições sociais básicas, criadas numa sociedade, tais como as diversas forças de segurança
pública e social, bem como algumas infra-estruturas sociais, nomeadamente, escolas, hospitais,
estradas, fontanários, espaços recreativos ou de lazer, entre outros, para que todas as pessoas que
nela vivem, tenham direito de aceder ou usufruir, delas se possam beneficiar e se desenvolvam
de maneira digna e integral, para alcançarem a própria perfeição e felicidade.

Os valores sociais são princípios e normas que orientam a forma como pessoas de um mesmo
grupo social vão viver. Os valores sociais servem para tornar possível a vida em comunidade.
Por outro lado, os valores éticos são princípios que não se limitam apenas às normas, costumes e
tradições culturais de uma sociedade (valores morais), mas também procuram se focar nas
características compreendidas como essenciais para o melhor modo de viver ou agir em
sociedade de modo geral

A liberdade é um valor ético, definida como a qualidade de qualquer ser humano de escolher o
seu destino, para decidir por si mesmos em suas próprias acções, ou seja, você está livre quando
ninguém decidir por você.

A igualdade é um valor controverso, uma vez que alguns teóricos utilizavam a palavra igualdade
para se referirem a uma uniformidade social, para dizerem que somos todos iguais. A igualdade
representa efectivamente uma relação onde dois elementos distintos tem igual valor. Em serviço

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social a igualdade pressupõem reformas de bem-estar, no qual grupos diferentes ou específicos
devem ser tratados de forma igual pela política social.

A justiça consiste na constante e firme vontade de dar à Deus e ao próximo o que lhes é devido.
Ela se traduz na atitude determinada pela vontade de reconhecer o outro como pessoa com
direitos e deveres. A justiça social representa um verdadeiro desenvolvimento da justiça geral,
reguladora das relações sociais com base no critério da observância da lei.

A teologia sistemática, que engloba ramos como a teologia doutrinal, a teologia dogmática e
a teologia filosófica, é a disciplina da teologia cristã que formula uma descrição ordenada,
racional e coerente da fé e crenças cristãs. Ela reúne as informações extraídas da pesquisa
teológica, organiza-as em áreas afins, explica as aparentes contradições e, com isso, fornece um
grande sistema explicativo (diferentemente da teologia histórica ou da teologia bíblica).

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Referências Bibliográficas
Carvalho, M. I. (2016). Ética Aplicada ao Serviço Social: Dilemas e Práticas Profissionais.
Lisboa: Pactor.

Lakatos, E. M. & Marconi, M. A. (2003). Fundamentos de metodologia científica. 5ª ed. São


Paulo: Atlas.

Machado, JP (1977). Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa. 5 Volume. Lisboa:


Horizontais.

Marques, R (1995). Ensinar Valores Teóricos e Modelos. Porto: Porto Editora.

Mora, J. F. (2001). Dicionário de Filosofia. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001

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