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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distancia

Orçamento do Estado, Despesas e Receitas Públicas

Estudante: Angelina Rui Eugénio


Código: 708207278

Curso: Administração Pública


Disciplina: Administração e Execução do Orçamento Público
Ano: 3ᵒ Ano

Quelimane
Maio
2022
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
Instituto de Educação à Distância

Orçamento do Estado, Despesas e Receitas Públicas

Tutor: Timóteo Tomo

Quelimane
Maio
2022
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 Capa 0.5
 Indice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução objectivos 1.0
 Metodologia
adequada ao objecto
do trabalho 2.0
 Articulação e
domínio do discurso
académico
(expressão escrita
cuidada, 2.0
coerência/coesão
Conteúdo textual)
Análise e discussão  Revisão bibliográfica
nacional e
internacionais
relevantes na área 2.0
de estudo
 Exploração dos
dados 2.0
Conclusão  Contributos teóricos
e práticos 2.0
 Paginação, tipo e
tamanho de letras,
Aspectos gerais Formatação paragrafo, 1.0
espaçamento entre
linhas
Referȇncias Normas APA 6ᵃ  Rigor e coerência
Bibliográficas edição em citações das 4.0
e bibliografia citações/referências
bibliográficas
Folha de Recomendações

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Índice
1. Introdução................................................................................................................2

1.1. Objectivos...............................................................................................................3

1.1.1. Objectivo Geral......................................................................................................3

1.1.2. Objectivos Específicos...........................................................................................3

1.2. Metodologia do Trabalho...........................................................................................3

2. Orçamento Do Estado, Despesas e Receitas Públicas...............................................4

2.1. Orçamento do Estado.............................................................................................4

2.2. Funções do Orçamento...........................................................................................4

2.3. Ciclo Orçamental....................................................................................................5

2.4. Os princípios ou regras orçamentais.......................................................................7

2.5. Elaboração da Proposta Orçamental.......................................................................9

2.6. Conta Geral do Estado..........................................................................................10

2.7. Fiscalização e Responsabilidades Orçamentais....................................................11

2.8. Indicadores de Política Orçamental......................................................................11

2.9. Política Orçamental em Moçambique..................................................................12

2.10. Orçamento de Estado em Moçambique..................................................................12

3. Conclusão.................................................................................................................14

4. Referencias Bibliográficas.......................................................................................15
1. Introdução

O presente da cadeira de Administração e Execução do Orçamento Público intitulado"


Orçamento do Estado, Despesas e Receitas Públicas". Orçamento de Estado – é uma
previsão, em regra anual, das despesas a realizar pelo Estado e dos processos de as cobrir,
incorporando a autorização concedida à Administração Financeira para cobrar as receitas e
realizar despesas e, limitando os poderes financeiros da Administração em cada período
anual. A principal função do orçamento é o controlo dos recursos com que a sociedade terá
que contribuir para manter em funcionamento os serviços públicos necessários ao
atendimento das necessidades económicas e sociais da população, bem como da aplicação
desses recursos por parte do Estado. O ciclo orçamental é o conjunto de fases que
compreendem atividades típicas do orçamento público, desde sua elaboração até etapas
posteriores a sua execução. É formado pelas fases de elaboração, aprovação, execução e
controle (avaliação).

Os princípios orçamentários é um conjunto de proposições orientadoras que balizam os


processos e as práticas orçamentárias, com vistas a dar-lhe estabilidade e consistência,
sobretudo ao que se refere a sua transparência e ao seu controle pelo Poder Legislativo e
demais instituições da sociedade. A execução do Orçamento do Estado é fiscalizada pelo
Tribunal de Contas e pela Assembleia da República, que, precedendo parecer daquele
tribunal, aprecia e aprova a Conta Geral do Estado, incluindo a da segurança social.
Indicadores orçamentários são aqueles dos quais o seu sector financeiro permanece sempre
atento às oscilações. A política orçamental é geralmente definida como o uso das despesas e
receitas públicas pelos governos com o intuito de influenciar a economia. O orçamento de
Estado (OE) é um documento único, apresentado sob a forma de lei, que comporta uma
descrição detalhada de todas as receitas e despesas do Estado, propostas pelo Governo e
autorizadas pela Assembleia da República (AR), e antecipadamente previstas para um
horizonte temporal de um ano. O OE é um elemento económico, político e jurídico. Enquanto
elemento económico, corresponde à actividade financeira com impacto sobre a economia e
sendo também aquela influenciada pela própria economia.

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1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral

O objectivo geral do presente trabalho é conhecer orçamento do Estado, despesas e Receitas


Públicas.

1.1.2. Objectivos Específicos

 Apresentar conceitos inerente orçamento de estado, função do orçamento e ciclo


orçamental;
 Identificar os princípios e indicadores orçamentais, e
 Descrever a política e orçamento do estado em Moçambique.

1.2. Metodologia do Trabalho

Segundo Marconi e Lakatos (2009, p.115), afirmam que: “A metodologia é o conjunto de


actividades sistemáticas e racionais que com maior segurança e economia, permite alcançar o
objectivo ou conhecimentos validos e verdadeiros traçando o caminho a ser seguido,
detectando erros e auxiliando as decisões do cientista”. Para este trabalho, a sua realização irá
obedecer as seguintes linhas de orientação metodológica”.

Para a realização do presente trabalho de investigação, foi possível com ajuda das consultas
de alguns manuais ou bibliográficas digitais e não digitais, assim como alguns sites da internet
e módulo de Administração e Execução do Orçamento Público da UCM, ensino a distância.
As mesmas obras estão devidamente destacadas na referência bibliográfica final.

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2. Orçamento Do Estado, Despesas e Receitas Públicas
2.1. Orçamento do Estado

Definido o conceito de Orçamento de Estado, importa distingui-lo de outras figuras:

1. Conta Geral do Estado. Constitui a efectivação das receitas arrecadadas e das


despesas pagas, num registo ex post da execução orçamental;
2. Balanço de Estado: mapa síntese da situação patrimonial existente num determinado
momento, confrontando o activo com o passivo. (Sanches, 1947).

Orçamento de Estado – é uma previsão, em regra anual, das despesas a realizar pelo Estado e
dos processos de as cobrir, incorporando a autorização concedida à Administração Financeira
para cobrar as receitas e realizar despesas e, limitando os poderes financeiros da
Administração em cada período anual.

O Orçamento do Estado engloba uma parte dedicada às previsões económicas para o ano
seguinte. Neste capítulo estão indicadores como, por exemplo, o produto interno bruto, o
défice, as exportações e as importações, o consumo interno e a inflação. São também
apresentadas as contas relativas às receitas e às despesas públicas (Sanches, 1947).

É no Orçamento do Estado que o Governo apresenta a sua política económica para o ano
seguinte. São indicadas as medidas, por exemplo, relacionadas com os impostos cobrados às
famílias e às empresas, no capítulo das receitas. Impostos como o IRS (imposto sobre o
rendimento), o IVA (imposto sobre o consumo) ou o IMI (imposto sobre património
imobiliário). Quanto às despesas, podemos referir os gastos com os hospitais, as escolas, o
investimento em estradas e outras infraestruturas ou, por exemplo, nos transportes públicos.

2.2. Funções do Orçamento

O orçamento é uma prévia autorização do legislativo para que se realizem receitas e despesas
de um ente público, obedecendo a um determinado período de tempo. Por meio do orçamento
podemos verificar a real situação económica do Estado, evidenciando os seus gastos com a
saúde, educação, saneamento, obras públicas, etc (Sanches, 1947).

A principal função do orçamento é o controlo dos recursos com que a sociedade terá que
contribuir para manter em funcionamento os serviços públicos necessários ao atendimento das

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necessidades económicas e sociais da população, bem como da aplicação desses recursos por
parte do Estado.

O orçamento é, portanto, um processo de planeamento continua e dinâmico de que o Estado


se utiliza para demonstrar os seus planos e programas de trabalho, para determinado período.
Ele abrange a manutenção das actividades do Estado, o planeamento e a execução dos
projectos estabelecidos nos planos e programas do Governo (Sanches, 1947).

Nos dias de hoje, podemos reconhecer o orçamento público como um instrumento que
apresenta múltiplas funções. A mais clássica delas, a função controle político, teve início nos
primórdios dos Estados Nacionais.

Além da clássica função de controlo político, o orçamento apresenta outras funções mais
contemporâneas, do ponto de vista administrativo, gerencial, contábil e financeiro. No Brasil,
a função incorporada mais recentemente foi a função de planejamento, que está ligada à
técnica de orçamento por programas. De acordo com essa ideia, o orçamento deve espelhar as
políticas públicas, propiciando sua análise pela finalidade dos gastos (Sanches, 1947).

2.3. Ciclo Orçamental

Segundo Sanches (1947) o ciclo orçamental é o conjunto de fases que compreendem


atividades típicas do orçamento público, desde sua elaboração até etapas posteriores a sua
execução. É formado pelas fases de elaboração, aprovação, execução e controle (avaliação).

O ciclo orçamentário é maior que o exercício financeiro. A fase de elaboração ocorre antes,
enquanto as fases de controlo e avaliação ocorrem depois (Sanches, 1947).

Elaboração: são realizados estudos, definidos os objetivos, metas, e estimados os valores


necessários para a realização destas prioridades;

 Elaboram suas próprias propostas orçamentárias: Legislativo, Judiciário, Ministério


Público e Tribunais de Contas;
 As propostas são consolidadas pela Secretaria do Orçamento Federal (SOF) em um
único orçamento (princípio da unidade), o qual é repassado ao Presidente da
República;
 O Presidente envia a proposta orçamentária consolidada ao Legislativo.

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Aprovação: trata-se do próprio processo legislativo, visto que o orçamento é uma lei em
sentido formal;

 Inicialmente, a proposta é recebida pela Comissão Mista Permanente de Orçamento, a


qual cabe emitir um parecer sobre o mesmo;
 A proposta é apreciada pelas duas Casas do Congresso Nacional. Nesta fase ocorrem
discussões, emendas e, finalmente, a votação;
 Caso aprovado, o projeto é enviado ao Presidente da República para a sanção e
publicação no Diário Oficial da União. (Sanches, 1947).

Execução: é o próprio processamento das despesas previstas;

 O Executivo tem até 30 dias para estabelecer, por meio de decreto, o cronograma de
execução mensal de desembolso;
 A SOF descentraliza as dotações orçamentárias, distribuindo-as às unidades
orçamentárias;
 A fase de execução tem a exata duração do ano civil. (Sanches, 1947).

Controle e Avaliação: é a aferição e o acompanhamento da execução das despesas,


verificando se os prazos estão sendo cumpridos e os padrões e normas estão sendo
respeitados.

 No âmbito externo, o controle é realizado pelo Congresso Nacional, auxiliado pelo


Tribunal de Contas da União (TCU);
 No âmbito interno, é exercido pela Controladoria Geral da União (CGU).

Princípios Orçamentais

Os princípios orçamentários são aquelas regras fundamentais que funcionam como


norteadoras da prática orçamentária. São um conjunto de premissas que devem ser observadas
durante cada etapa da elaboração orçamentária.

Segundo SANCHES (1997), os princípios orçamentários é um conjunto de proposições


orientadoras que balizam os processos e as práticas orçamentárias, com vistas a dar-lhe
estabilidade e consistência, sobretudo ao que se refere a sua transparência e ao seu controle
pelo Poder Legislativo e demais instituições da sociedade.

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Ao analisar os princípios orçamentários, podemos dividir, para fins deste estudo, em duas
categorias distintas: os princípios orçamentários clássicos (ou tradicionais) e os princípios
orçamentários modernos (ou complementares).

Os princípios orçamentários clássicos são aqueles cuja consolidação deu-se ao longo do


desenvolvimento do orçamento (desde a Idade Média, até meados do Século XX) e surgiram
numa época em que os orçamentos tinham forte conotação jurídica (Sanches, 1947).

Já os princípios orçamentários modernos começaram a ser delineados na era moderna do


orçamento, quando sua função extrapolou as fronteiras político-legalistas, invadindo o
universo do planejamento (programação) e da gestão (gerência).

2.4. Os princípios ou regras orçamentais

Os princípios gerais que estão na base das regulamentações orçamentais podem variar
segundo o país, mas a maior parte integram os direitos nacionais. Estes grandes princípios são
motivados por razões constitucionais e políticas, para assegurar o controle do parlamento
sobre o poder executivo e a Administração, por razões técnicas para facilitar a gestão, por
razões morais para assegurar o rigor e a honestidade na gestão da coisa pública. (Lei 9/2002,
de 12 de Fevereiro).

A anualidade: é a primeira regra. O orçamento é votado por um ano. Esta regra obriga o
poder executivo a solicitar regularmente o aval do Parlamento sobre os recursos provenientes
dos impostos e taxas e sobre a sua utilização. Esta duração é muito longa do ponto de vista de
utilização do orçamento como política macroeconómica do Estado. A gestão da conjuntura
económica, as variações das taxas de inflação e de actividades podem necessitar de inflexões
na gestão do Estado. As regras orçamentais autorizam em geral os governos a praticar o
congelamento de créditos, a regular o ritmo das despesas, mas podem também necessitar de
revisões orçamentais e um retorno ao parlamento para o voto de leis de finanças
rectificadoras. (Lei 9/2002, de 12 de Fevereiro).

A duração de um ano é por outro lado muito curta para certas operações de investimentos,
para os equipamentos pesados ou para os programas necessitando um esforço durável. Para
obstar a esta dificuldade, os orçamentos podem comportar autorizações de programas
plurianuais.

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A especialidade: esta regra está ligada à nomenclatura utilizada pelo orçamento. Ela impede a
utilização de meios atribuídos a uma determinada rubrica orçamental, a um outro conteúdo de
despesa que não seja o previsto. Esta regra visa assegurar o respeito pelo voto do parlamento.
É também utilizado pelo Ministério das Finanças para controlar a utilização dos recursos
orçamentais dos diferentes Ministérios. A regulamentação pode por vezes autorizar certas
transferências de uma rubrica para outra. Para permitir uma certa flexibilidade de gestão,
certas rubricas orçamentais podem ter uma designação relativamente vaga para permitir uma
variedade de utilizações. (Lei 9/2002, de 12 de Fevereiro).

Não compensação: em regra geral, os créditos votados são limitativos, quer dizer não podem
ser ultrapassados. Os serviços abrangidos não são autorizados a gastar para além da dotação
orçamental. Certos créditos são simplesmente estimativas ou previsões, como é o caso de uma
obrigação de pagamento do Estado, devido, por exemplo a dívidas contratuais ou à execução
de decisões de justiça. (Lei 9/2002, de 12 de Fevereiro).

A universalidade: esta regra visa interditar toda a receita “escondida” de modo a impedir o
desenvolvimento da gestão de facto fora do orçamento. O orçamento deve conter todas as
receitas e todas as despesas do serviço do Estado. Um Ministério não pode receber recursos e
utilizá-los para as suas próprias necessidades. Esta regra é por vezes chamada a regra da não
consignação das receitas às despesas. Contudo, há evidentemente excepções como sejam a
prática de orçamentos anexos, de fundos de concursos, etc. (Lei 9/2002, de 12 de Fevereiro).

A unidade: esta regra, relativamente pouco respeitada, pretende que o Orçamento do Estado
seja um todo único, agrupando num mesmo texto a lei do conjunto dos recursos e das
despesas, de modo a dar uma visão global da situação financeira projectada. Na prática, em
numerosos países, os orçamentos dos investimentos, muitas vezes relacionadas com o
financiamento externo, são discutidos e votados separadamente. A existência de orçamentos
anexos, separados, constituem assim uma violação a esta regra (Lei 9/2002, de 12 de
Fevereiro).

Não consignação, por forca do qual o produto de quaisquer receitas não pode ser afectado à
cobertura de determinadas despesas específicas, ressalvadas as excepções previstas na Lei
9/2002, de 12 de Fevereiro.

Equilíbrio, com fundamento no qual todas as despesas previstas no orçamento devem ser
efectivamente cobertas por receitas nele inscrito.
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Publicidade, em conformidade com o qual a Lei Orçamental, as tabelas de receitas e as
tabelas de despesas e bem assim as demais informações económicas e financeiras julgadas
pertinentes devem ser publicadas em Boletim da República.

2.5. Elaboração da Proposta Orçamental

Segundo n° 1 do art.21 da lei 9/2002 de 15 de Fevereiro, sendo o Orçamento o plano


financeiro do Governo, e natural que caiba ao governo. Apoiado pelo conjunto dos Órgãos da
Administração Publica, elaborar a proposta de Orçamento do Estado a as entidades
apresentada a Assembleia da República.

Conforme o art.24 da lei 9/2002 de 15 de Fevereiro, na elaboração da proposta do Orçamento,


o governo devera dar prioridade ao cumprimento do seu programa e ter em conta a necessária
relação entre previsões orçamentais e a evolução provável da conjuntura política, económica e
social. Significa isto que o montante e o tipo de receitas e despesas a inscrever no Orçamento
deverão estar de acordo com a política do Governo e o momento económico, político e social
que se vive no país. O Orçamento constitui um instrumento privilegiado de política do
Governo, tendo não sobre percussões económicas mas também politicas e sociais, as quais
não podem nem devem ser ignoradas.

A este respeito, o Governo deverá dar uma especial atenção a necessidade de assegurar o
equilíbrio orçamental e um impacto favorável da política fiscal no desempenho da economia,
com especial relevo para o crescimento económico, a inflação e a balança de pagamentos de
acordo com a alínea g n° 1 do art.13 da lei 9/2002 de 15 de Fevereiro.

Deve-se contudo, ter bem presente que a fixação dos limites globais de despesa não e apenas
determinada pela avaliação das necessidades financeiras para o alcance dos objectivos
definidos no programa do Governo. Ela é condicionada também pelas obrigações financeiras
do Estado decorrentes da lei e do contrato, tais como o serviço da divida publica, o pagamento
do salário aos funcionários do Estado e a comparticipação interna em projectos, conforme os
acordos celebrados com as agencias internacionais.

De acordo com Waty (2011;168), no âmbito da elaboração da proposta de Orçamento do


Estado, o Ministério do Plano e Finanças, como órgão coordenador serão enviadas do SOE,
até 31 de Maio de cada ano, comunicará a todos os serviços ou unidades orgânicas do Estado
(diversos órgãos, instituições, províncias e Autarquias), as orientações, os limites orçamentais

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preliminares ou definitivos, a metodologia de recolha de informação e demais instruções a
serem respeitadas na preparação das respectivas propostas do Orçamento.

Uma vez aprovadas pelo órgão competente, as diferentes propostas de Orçamento serão
enviadas a DNPO, até 31 de Julho. As diferentes propostas são depois analisadas, alteradas e
unificadas pelo Ministério de Plano e Finanças, através da DNPO, a luz das orientações,
limites orçamentais e demais instruções. Caso se verifique alguma irregularidade ou
incumprimento, a DNPO procederá, em conjunto com o proponente, a correcção da respectiva
proposta, de forma a adequa-la aos requisitos exigidos. Como se vê, o Orçamento em bom
rigor, e elaborado pela Administração, tendo o MPF no epicentro (Waty, 2002;168).

De acordo com o artigo 7 do regulamento do SISTAFE, na análise e consolidação das


diferentes propostas de Orçamento, a DNPO procura assegurar o cumprimento da
metodologia, dos limites orçamentais e das orientações, bem como a consistência entre o
Plano e Orçamento e tem sempre presentes as orientações e prioridades definidas no CFMP e
o PES.

Defende-se que o período de elaboração do Orçamento deve ser curto, para aproximar o
momento da previsão do da cobrança das receitas e de pagamento das despesas, e
contraditoriamente, dilatando para permitir previsões acuradas.

Uma vez elaborada a proposta de lei do Orçamento para o ano seguinte, esta será apresentada
ao Conselho de Ministros pelo Ministro do Plano e Finanças, para a sua apresentação a
Assembleia da Republica.

Por o Orçamento ser a expressão financeira do plano anual do Governo compreende-se que
seja este o órgão melhor posicionado para definir as despesas que tal no plano implica.

2.6. Conta Geral do Estado

A execução do Orçamento do Estado é fiscalizada pelo Tribunal de Contas e pela Assembleia


da República, que, precedendo parecer daquele tribunal, aprecia e aprova a Conta Geral do
Estado, incluindo a da segurança social. A Conta Geral do Estado é apresentada pelo Governo
até 15 de maio do ano seguinte àquele a que respeite e compreende o conjunto das contas
relativas às entidades que integraram o perímetro do Orçamento do Estado, um relatório, as
demonstrações orçamentais e financeiras e as notas às demonstrações orçamentais e
financeiras. No mesmo prazo é submetida a parecer do tribunal de Contas que o remete à
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Assembleia da República até 30 de setembro (cf. artigo 66.º da Lei de Enquadramento
Orçamental).

Não obstante serem estes os prazos legalmente fixados, salienta-se que a Lei n.º 41/2020, de
18 agosto, veio prever que a sua concretização ocorrerá apenas no Orçamento do Estado para
o ano de 2023, pelo que, até esse momento, vigoram os seguintes prazos: 30 de junho para
apresentação da Conta Geral do Estado à Assembleia da República e 31 de dezembro para
emissão do parecer, pelo Tribunal de Contas.

2.7. Fiscalização e Responsabilidades Orçamentais

Segundo WATY (2011), a fiscalização do orçamento pelo órgão legislativo durante a


execução orçamental é imprescindível para a responsabilização. Todavia, a qualidade, a
utilidade e a frequência dos relatórios de execução orçamental em África é variável. A
fiscalização pelo parlamento durante a execução orçamental tem os seguintes objectivos:

 Detectar desvios do orçamento antes do fim do exercício e informar-se sobre esses


desvios para garantir a prestação de serviços;
 Evitar o ‘dumping’ orçamental (quando os MDA utilizam maior parte das suas verbas
no último trimestre para melhorar os seus índices de despesa e evitar não receber
verbas no futuro devido ao fraco desempenho;
 Avaliar a aplicação dos pressupostos macroeconómicos durante a execução
orçamental e reafectar despesas consoante as mudanças ao quadro orçamental, receitas
recebidas, necessidades e capacidade de absorpção dos MDA;
 Aprovar as transferências em conformidade com a lei; e
 Propor soluções aos desafios (WATY, 2011).
2.8. Indicadores de Política Orçamental

Indicadores orçamentários são aqueles dos quais o seu sector financeiro permanece sempre
atento às oscilações. Existem aqueles que compõem um panorama mais geral da saúde
financeira de sua organização, e também os indicadores orçamentários específicos, que podem
ser melhor aproveitados de acordo com os objetivos da empresa.

No geral, os indicadores orçamentário são métricas a serem acompanhadas, a fim de


identificar se o planejamento está sendo seguido e, principalmente, se a performance obtida

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está de acordo com o projetado. Além disso, eles permitem que os seus profissionais avaliem,
continuamente, o quão estável está a saúde financeira da organização.

Entre os principais, destacamos os seguintes:

1. KPI;
2. Orçamento x gastos;
3. Custos fixos e variáveis;
4. Tick-tack;
5. Fluxo de caixa;
6. Retorno sobre investimentos.

É sempre importante conhecer a saúde financeira da empresa. E é por meio dos indicadores
orçamentários que esse trabalho é realizado de maneira precisa, segura e imune a riscos e
imprevistos.

2.9. Política Orçamental em Moçambique

A política orçamental é geralmente definida como o uso das despesas e receitas públicas pelos
governos com o intuito de influenciar a economia. Permite alterar a afetação de recursos
quando é usada para fornecer bens e serviços, podendo compensar falhas de mercado, com o
objetivo de aumentar o bem-estar social ou de promover o crescimento. Uma vez que
influencia a afetação de recursos utilizados na economia, esta é uma ferramenta que pode ser
usada para estabilização macroeconómica (em paralelo com a política monetária). A política
orçamental pode também ser usada com objetivos de redistribuição de rendimentos
(www.imf.org).

2.10. Orçamento de Estado em Moçambique

De acordo com CRM (2004), orçamento de Estado (OE) é um documento único, apresentado
sob a forma de lei, que comporta uma descrição detalhada de todas as receitas e despesas do
Estado, propostas pelo Governo e autorizadas pela Assembleia da República (AR), e
antecipadamente previstas para um horizonte temporal de um ano. O OE é um elemento
económico, político e jurídico. Enquanto elemento económico, corresponde à actividade
financeira com impacto sobre a economia e sendo também aquela influenciada pela própria
economia. Enquanto elemento jurídico, corresponde a uma autorização política concedida
pelo parlamento mediante a aprovação da proposta elaborada e submetida pelo Governo.
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Enquanto elemento jurídico, é um instrumento, sob a forma de lei, que condiciona os poderes
financeiros do Estado, no que diz respeito à realização de despesas e à obtenção de receitas.

Os governos enfrentam os mesmos tipos de problemas como quaisquer cidadãos quando


elaboram o seu orçamento. Eles usam recursos limitados e fazem decisões difíceis quando
decidem como gastar o dinheiro. Governos precisam prestar atenção nos seus gastos.
Precisam planear para despesas imprevistas que podem resultar de desastres naturais ou não
(CRM, 2004).

“O Orçamento do Estado é uma previsão, em regra anual, que fixa as despesas à realizar pelos
Estado, as receitas para sua cobertura e incorpora a autorização e os limites dos exercícios dos
poderes financeiros pela Administração”.

Importa referir que existem três (3) tipos de orçamento a citar:

 Orçamento de exercício- se as receitas e despesas são inscritas no orçamento tendo em


conta o momento em que a obrigação e/ou o direito nasce.
 Orçamento de gerência – quando este inscreve aqueles dos dois instrumentos
financeiro (receitas e despesas), no momento em que devem ser cumpridas as
obrigações ou exercícios dos direitos correspetivos.
 Orçamento de tesouraria- é aquele que permite a programação dos pagamentos e
recebimentos, pode estar presente quer num orçamento de gerência quer no de
exercício (CRM, 2004).

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3. Conclusão

Terminando o trabalho conclui que orçamento de Estado é uma previsão, em regra anual, das
despesas a realizar pelo Estado e dos processos de as cobrir, incorporando a autorização
concedida à Administração Financeira para cobrar as receitas e realizar despesas e, limitando
os poderes financeiros da Administração em cada período anual. A principal função do
orçamento é o controlo dos recursos com que a sociedade terá que contribuir para manter em
funcionamento os serviços públicos necessários ao atendimento das necessidades económicas
e sociais da população, bem como da aplicação desses recursos por parte do Estado. O ciclo
orçamental é o conjunto de fases que compreendem atividades típicas do orçamento público,
desde sua elaboração até etapas posteriores a sua execução. É formado pelas fases de
elaboração, aprovação, execução e controle. Os princípios orçamentários é um conjunto de
proposições orientadoras que balizam os processos e as práticas orçamentárias, com vistas a
dar-lhe estabilidade e consistência, sobretudo ao que se refere a sua transparência e ao seu
controle pelo Poder Legislativo e demais instituições da sociedade. O orçamento de Estado
(OE) é um documento único, apresentado sob a forma de lei, que comporta uma descrição
detalhada de todas as receitas e despesas do Estado, propostas pelo Governo e autorizadas
pela Assembleia da República (AR), e antecipadamente previstas para um horizonte temporal
de um ano. O OE é um elemento económico, político e jurídico. Enquanto elemento
económico, corresponde à actividade financeira com impacto sobre a economia e sendo
também aquela influenciada pela própria economia.

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4. Referencias Bibliográficas

Constituição da República de Moçambique-CRM (2004). Actualizada. Imprensa Nacional de


Moçambique. Maputo;

Lei n° 9/2002 de 12 de Fevereiro (Sistema de Administração do Estado);

Lei n° 15/97 de 10 de Julho;

WATY. T (2011). Direito Financeiro e Finanças Publicas. s/ed.

 www.imf.org

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