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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distancia

O contrato de compra e venda e os seus efeitos no âmbito empresarial

Estudante: Angelina Rui Eugénio


Código: 708207278

Curso: Administração Pública


Disciplina: Direito Empresarial
Ano: 3ᵒ Ano

Quelimane
Maio
2022
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
Instituto de Educação à Distância

O contrato de compra e venda e os seus efeitos no âmbito empresarial

Tutor: Eduardo Mibase

Quelimane
Maio
2022
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 Bibliografia 0.5
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(indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução objectivos 1.0
 Metodologia
adequada ao objecto
do trabalho 2.0
 Articulação e
domínio do discurso
académico
(expressão escrita
cuidada, 2.0
coerência/coesão
Conteúdo textual)
Análise e discussão  Revisão bibliográfica
nacional e
internacionais
relevantes na área 2.0
de estudo
 Exploração dos
dados 2.0
Conclusão  Contributos teóricos
e práticos 2.0
 Paginação, tipo e
tamanho de letras,
Aspectos gerais Formatação paragrafo, 1.0
espaçamento entre
linhas
Referȇncias Normas APA 6ᵃ  Rigor e coerência
Bibliográficas edição em citações das 4.0
e bibliografia citações/referências
bibliográficas
Folha de Recomendações

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Índice
1. Introdução............................................................................................................................2
1.1. Objectivos............................................................................................................................2
1.1.1. Objectivo Geral.................................................................................................................2
1.1.2. Objectivos Específicos......................................................................................................2
1.2. Metodologia do Trabalho.....................................................................................................2
2. Contrato de compra e venda...............................................................................................3
2.1. Conceito de contrato de compra e venda............................................................................3
2.2. Elementos do contrato de compra e venda empresarial.....................................................3
2.3. A evolução das empresas e contrato de compra e venda empresarial nos dias atuais......4
2.4. Classificação jurídica do Contrato de Compra e Venda Empresarial................................5
2.5. Formação e requisitos específicos do Contrato de Compra e Venda Empresarial............5
2.6. Cláusulas especiais da Compra e Venda Empresarial........................................................7
2.7. Os efeitos do contrato de compra e venda empresarial......................................................8
3. Conclusão............................................................................................................................9
4. Referencias Bibliográficas................................................................................................10
1. Introdução

O presente trabalho da cadeira de Direito Empresarial, intitulado "O contrato de compra e


venda e os seus efeitos no âmbito empresarial". O contrato de compra e venda consiste na
alienação, por parte do vendedor, do domínio de determinada coisa ao comprador, mediante
pagamento de determinado valor (preço) acertado pelas partes. O contrato de compra e venda
é composto por três elementos essenciais, são eles: a coisa, o preço e as condições. O contrato
de compra e venda empresarial apresenta características peculiares que o diferenciam da
compra e venda comum. Por se tratar de compra e venda civil, a mesma está pautada no
Código Civil Moçambicano e apresenta pequenos detalhes que a diferenciam da compra e
venda pautada no Código de Defesa do Consumidor. Os principais efeitos surgidos com a
celebração de um contrato de compra e venda são: gerar deveres recíprocos para os
contratantes: para o alienante, a obrigação de transferir o domínio da coisa pactuada, e para
o adquirente, a de pagar o preço acordado em dinheiro e provocar a obrigação do vendedor
pelos vícios redibitórios e pela evicção.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral

O objectivo geral do presente trabalho é compreender o contrato de compra e venda e os seus


efeitos no âmbito empresarial.

1.1.2. Objectivos Específicos

 Apresentar conceito inerente sobre contrato de compra e venda;


 Identificar os elementos e cláusulas do contrato de compra e venda empresarial, e
 Descrever os efeitos do contrato de compra e venda empresarial.

1.2. Metodologia do Trabalho

Para a realização do presente trabalho de investigação, foi possível com ajuda das consultas
de alguns manuais ou bibliográficas digitais e não digitais, assim como alguns sites da internet
e módulo de Direito Empresarial, da UCM, ensino a distância. As mesmas obras estão
devidamente citadas no desenvolvimento deste trabalho e destacadas na bibliografia final.

2. Contrato de compra e venda

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2.1. Conceito de contrato de compra e venda

Segundo Negrão (2011), o contrato de compra e venda consiste na alienação, por parte do
vendedor, do domínio de determinada coisa ao comprador, mediante pagamento de
determinado valor (preço) acertado pelas partes.

De acordo com o atual ordenamento jurídico moçambicano, para um contrato de compra e


venda ser caracterizado como um contrato empresarial, comprador e vendedor,
necessariamente, devem ser empresários e, o objeto do contrato deve uma mercadoria e o
negócio deve estar destinado à atividade empresarial de circulação de bens (Gonçalves,
2004).

O contrato de compra e venda empresarial é de grande importância porque ele representa o


tipo mais importante de contrato para a maioria das atividades empresariais, pois através
dele que o comércio e a economia são alimentados (Negrão, 2011).

2.2. Elementos do contrato de compra e venda empresarial

De acordo com Coelho (2015), o contrato de compra e venda é composto por três elementos
essenciais, são eles: a coisa, o preço e as condições.

Coisa: Trata-se do objeto de compra e venda empresarial, este, por sua vez, deve,
necessariamente, ser uma mercadoria (requisito objetivo), mas ele não precisa,
necessariamente, existir no momento da contratação, basta que o vendedor esteja em
condições jurídicas de vir adquirir o bem para satisfazer as obrigações oriundas da
contratação perante o comprador, ou seja, deve o vendedor possuir meios jurídicos de
cumprir o contrato porque explora atividade econômica relacionada ao bem vendido, mas o
que se depreende é que o mero fato do vendedor não possuir a coisa no momento da
contratação, não configura ilicitude (Coelho, 2015).

Preço: Trata-se da quantia a ser paga pelo comprador ao vendedor e será fixado
exclusivamente pelas partes contratantes, porque, tendo em vista o princípio geral da
liberdade de composição dos preços, sempre irá prevalecer a vontade dos contratantes. É de
suma importância que o princípio mencionado porque ele garante que nenhuma lei ou
regulamentação possa, genérica ou permanentemente, qualificar ou regular os preços,
podendo inclusive ser inconstitucional. Porém, vale a ressalva de que em determinadas

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situações e durante a vigência de planos de estabilização econômica, haverá abertura de
exceção na ordem jurídica para que sejam permitidas intervenções do Estado nestes
contratos. É importante ressaltar que o preço é composto a partir de diversos fatores como o
volume da operação; despesas com a alienação do bem; condições de pagamento; o
elemento de natureza subjetivo, que seria caracterizado ora pelo renome do comprador, ora
pela fidelidade estabelecida entre os contratantes e também a taxa de risco de inadimplência
(Coelho, 2015).

Condições. As condições do contrato são os fatos que protelam a exigibilidade das


obrigações, denominadas de condições suspensivas, ou então as desconstituem, conhecidas
como resolutivas, sendo estas compactuadas pelas partes e devem estar expressas no
instrumento contratual, salvo algumas condições tácitas, como as quais aparecem os casos
de venda a contento, pois este somente se aperfeiçoa depois de realizado o teste pelo
comprador antes ou posterior à tradição (Coelho, 2015).

2.3. A evolução das empresas e contrato de compra e venda empresarial nos


dias atuais

Até agora, foi visto o desenvolvimento do comércio e dos contratos de forma genérica, a
compra e venda assim, sendo abordada de forma ampla, tanto como relação de consumo,
quanto como relação empresarial.

Focando-se o desenvolvimento deste último objeto do presente trabalho, temos a intima


relação entre o capitalismo e o desenvolvimento do conceito de empresa, pois o contrato de
compra e venda empresarial tem como sujeitos, necessariamente, dois ou mais empresários
(Bulgarelli, 2001).

Percebe-se notável crescimento da atividade empresarial e conceitos do que é o empresário,


tal com o conhecemos hoje, com a virada do século XX e o surgimento de uma inovação
que mudou a forma de produção no mundo capitalista: a linha de produção, introduzida por
Henry Ford em sua fábrica (Bulgarelli, 2001).

No decorrer do século passado, toda a atividade empresarial se desenvolveu e se


especializou de forma estrondosa, tornando cada vez mais complexas as relações e contratos
inerentes a seu funcionamento (Bulgarelli, 2001).

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2.4. Classificação jurídica do Contrato de Compra e Venda Empresarial

O contrato de compra e venda empresarial apresenta características peculiares que o


diferenciam da compra e venda comum. Por se tratar de compra e venda civil, a mesma está
pautada no Código Civil Moçambicano e apresenta pequenos detalhes que a diferenciam da
compra e venda pautada no Código de Defesa do Consumidor.

A compra e venda mais comum é a de relação de consumo, pautada pelo Código de Defesa
do Consumidor. Para figurá-la, é necessário haver um fornecedor e um consumidor. Vale
ressaltar que se esse consumidor final for uma sociedade empresária, a compra e venda se
caracteriza por ser de relação de consumo pautada no CDC. A simples figura do empresário
não incumbe em compra e venda empresarial.

A compra e venda empresarial são pautadas pelo Código Civil e faz parte dos denominados
contratos empresariais. A compra e venda considerada empresarial deve apresentar os
seguintes aspectos:

 Pelo menos uma das partes tem de ser sociedade empresária;


 O objeto da compra e venda não pode ser destinado de maneira final à parte
compradora; e tem de fazer parte do objeto social da parte vendedora a coisa que
está sendo vendida.

2.5. Formação e requisitos específicos do Contrato de Compra e Venda


Empresarial

Para Negrão, (2011), são três os requisitos específicos do contrato de compra e venda
empresarial: o consentimento (consensus), a coisa (res) e o preço (pretium). Trata-se de
contrato bilateral, sinalagmatico, consensual, oneroso e comutativo. Porém, se o objeto do
contrato for coisa incerta, como por exemplo os lucros futuros, tratar-se-á de contrato
condicional.

A característica de contrato empresarial recai sobre a comercialidade da compra e venda. A


mesma necessita três elementos para se perfazer: participação de um comerciante, coisa
móvel ou semovente e intenção de revenda ou do aluguel do uso. Alguns doutrinadores
remetem essa classificação à teoria dos atos do comércio. Porém, a simples participação de
um comerciante como comprador ou vendedor em um contrato de compra e venda, por si
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só, não compõe a comercialidade necessária ao contrato de compra e venda empresarial
(Negrão, 2011).

O contrato torna-se obrigatório a partir do momento em que o comprador e o vendedor


ajustam a coisa, o preço e as condições do mesmo.

As condições apresentam-se como extremamente importantes na compra e venda, uma vez


que figuram como modalidades contratuais. As condições contratuais são aquelas que
condicionam o contrato à sua perfeita execução, sendo indispensáveis (Negrão, 2011).

Assim como em qualquer outro contrato, o princípio da autonomia da vontade das partes é
um dos princípios basilares e estruturais da formação contratual. As partes estão em posição
livre para dispor das cláusulas, limitando-se ao lícito e não defeso em lei.

O domínio da coisa vendida/comprada só é transferido após a tradição. Sendo assim,


diferentemente da compra e venda de consumo, na compra e venda civil não se permite o
direito de arrependimento, posto que a simples transferência da coisa não efetiva o contrato.

A coisa móvel sobre a qual a compra e venda mercantil recai pode ser certa ou incerta. Se
tratar-se de coisas futuras, poderá ser certa e o contrato será condicionado, como no caso de
colheita em formação, ou incerta, como no caso do bilhete de loteria. Destaca-se, então, que
todo contrato de compra e venda mercantil deve ter seu preço pago em dinheiro (Negrão,
2011).

O preço é a quantia em dinheiro que o comprador se obriga a pagar ao vendedor pela coisa
comprada. Nota-se que esse preço tem de ser em dinheiro, para que não seja caracterizado,
por exemplo, o contrato de troca. Este preço deve ser certo, configurando-se como
determinado ou, ao menos, determinável. Vale ressaltar que a cláusula potestativa, em que a
fixação do preço é arbitrada a somente uma das partes, torna nulo o contrato (Negrão,
2011).

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2.6. Cláusulas especiais da Compra e Venda Empresarial

O contrato de compra e venda empresarial admite cinco cláusulas especiais. A primeira


delas é a retrovenda, modalidade de cláusula especial admitida nos contratos de compra e
venda de bem imóvel. O vendedor, através desta cláusula, detém o direito de recobrar no
prazo decadencial de no máximo três anos. Através da retrovenda, o vendedor obriga-se a
restituir o preço recebido e reembolsar as despesas do comprador (Couto, 1976).

Segundo Couto (1976), a segunda modalidade de cláusula especial é a venda a contento e


venda sujeita a prova. A venda a contento está sujeita a uma condição suspensiva de o
comprador manifestar seu agrado pela coisa ora comprada. Sendo assim, o contrato só se
conclui perfeitamente através da exteriorização desse agrado. A venda sujeita a prova está
relacionada à condição suspensiva de o comprador experimentar a coisa comprada para
certificar-se que esta detém todas as qualidades informadas e é idônea para o fim ao qual se
destina.

Já a cláusula especial da preempção permite o vendedor a exercer seu direito de preferência


na aquisição do bem, visto que, na eventualidade de venda ou dação em pagamento, o
comprador notificará o vendedor para que o mesmo exerça tal direito (Couto, 1976).

Na venda com reserva de domínio, o vendedor fica com a propriedade da coisa móvel até
que a mesma esteja inteiramente paga. Para que o contrato contendo a cláusula de venda
com reserva de domínio tenha efeitos perante terceiros, é necessário registrar o documento
no Cartório de Títulos e Documentos. Sendo assim, o vendedor detém a propriedade e posse
indireta do bem, podendo cobrar prestações vencidas e/ou vincendas e recuperar a coisa. Já
o comprador, detentor da posse direta, responde por todos os riscos a partir do momento em
que a coisa lhe foi entregue (Couto, 1976).

Como última cláusula especial permitida na compra e venda empresarial, a venda sobre
documentos apresenta uma peculiar característica: a tradição da coisa vendida é ilustrada
pela entrega de seu título representativo. Trata-se, então, de tradição simbólica, dando ao
vendedor o direito de cobrar o preço da venda na data e local da entrega dos documentos
(Couto, 1976).

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2.7. Os efeitos do contrato de compra e venda empresarial

Segundo Couto (1976), os principais efeitos surgidos com a celebração de um contrato de


compra e venda são:

1) Gerar deveres recíprocos para os contratantes: para o alienante, a obrigação de


transferir o domínio da coisa pactuada, e para o adquirente, a de pagar o preço
acordado em dinheiro e
2) Provocar a obrigação do vendedor pelos vícios redibitórios e pela evicção.

O primeiro efeito principal surgido (reciprocidade obrigacional) é devido à natureza


sinalagmática do contrato de compra e venda. Com a efetivação do contrato, fica o
comprador obrigado à pagar o preço convencionado entre as partes, ao passo que é ônus do
vendedor transferir a propriedade da coisa comprada, visto que o contrato de compra e
venda no direito brasileiro não possui a característica de ser translativo (Couto, 1976).

Contudo, por mais certo que, no ato da compra e venda, o vendedor não transfira, de pronto,
o domínio do objeto e, sim, prometa transferir, ambos os negócios jurídicos (compra e
venda e o acordo de transmissão mediante tradição ou registro público) encontram-se
estritamente ligados.

Quem vende um imóvel por escritura pública, não necessitará de outro ato ou de outra
declaração de vontade para que possa ser realizado o registro, pois, na vontade de vender,
está a vontade de adimplir, de transmitir, que, por si só, é suficiente para permitir o registro
no albo imobiliário. (Couto, 1976, p. 62)

O segundo efeito principal criado com a efetivação de um contrato de compra e venda


(obrigação do vendedor pelos vícios redibitórios e pela evicção), vale destacar, é inerente à
todos os tipos de contratos tratados pelo nosso ordenamento jurídico. A razão pela qual a
doutrina civilista brasileira trata deste efeito como sendo principal do contrato de compra e
venda, traduz-se pela íntima relação que o mesmo mantém com o aludido contrato. Porém, o
próprio direito brasileiro disciplina este efeito na teoria geral do contrato (Couto, 1976).

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3. Conclusão

Terminando o trabalho conclui que o contrato de compra e venda consiste na alienação, por
parte do vendedor, do domínio de determinada coisa ao comprador, mediante pagamento de
determinado valor (preço) acertado pelas partes. O contrato de compra e venda é composto
por três elementos essenciais, são eles: a coisa, o preço e as condições. O contrato de
compra e venda empresarial apresenta características peculiares que o diferenciam da
compra e venda comum. Por se tratar de compra e venda civil, a mesma está pautada no
Código Civil Moçambicano e apresenta pequenos detalhes que a diferenciam da compra e
venda pautada no Código de Defesa do Consumidor. Os principais efeitos surgidos com a
celebração de um contrato de compra e venda são: gerar deveres recíprocos para os
contratantes: para o alienante, a obrigação de transferir o domínio da coisa pactuada, e para
o adquirente, a de pagar o preço acordado em dinheiro e provocar a obrigação do vendedor
pelos vícios redibitórios e pela evicção.

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4. Referencias Bibliográficas

BULGARELLI, Waldirio (2001). Contratos Mercantis. 14 edição. Editora Altas. São Paulo.

PLANALTO. Lei 10.406/02 – Código Civil Moçambicano

COELHO, Fábio Ulhôa (2015). Curso de Direito Comercial: Direito de Empresa. Volume
3. 16ª. Ed. São Paulo: Editora Saraiva.

COUTO E SILVA (1976). Clóvis Veríssimo do. A obrigação como processo. Edição única.
São Paulo: Bushatsky.

NEGRÃO, Ricardo (2011). Manual de direito comercial e de empresa: Títulos de crédito e


contratos empresariais. 2ª Ed. São Paulo: Editora Saraiva.

GONÇALVES, Carlos Roberto (2004). Direito Civil Moçambicano. Volume III, São Paulo,
Ed. Saraiva,

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