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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distancia

Responsabilidade dos Bens dos Cônjuges por Dívidas do Empresário Comercial

Estudante: Germano António Pereira Alfinete


Código: 708216510
Turma: J

Curso: Administração Pública


Disciplina: Legislação Empresarial
Ano: 3ᵒ Ano

Quelimane
Setembro
2023

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
Instituto de Educação à Distância

Responsabilidade dos Bens dos Cônjuges por Dívidas do Empresário Comercial

Tutora: Cláudia Lúcia Afonso, Msc

Quelimane
Setembro
2023

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problema)
 Descrição dos
Introdução objectivos 1.0
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adequada ao objecto
do trabalho 2.0
 Articulação e
domínio do discurso
académico
(expressão escrita
cuidada, 2.0
coerência/coesão
Conteúdo textual)
Análise e discussão  Revisão bibliográfica
nacional e
internacionais
relevantes na área 2.0
de estudo
 Exploração dos
dados 2.0
Conclusão  Contributos teóricos
e práticos 2.0
 Paginação, tipo e
tamanho de letras,
Aspectos gerais Formatação paragrafo, 1.0
espaçamento entre
linhas
Referȇncias Normas APA 6ᵃ  Rigor e coerência
Bibliográficas edição em citações das 4.0
e bibliografia citações/referências
bibliográficas

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Folha de Recomendações

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Índice
1. Introdução ........................................................................................................................ 1
1.1. Objectivos ........................................................................................................................ 2
1.1.1. Objectivo Geral................................................................................................................ 2
1.1.2. Objectivos Específicos .................................................................................................... 2
1.2. Metodologia do Trabalho .................................................................................................... 2
2. Empresário .......................................................................................................................... 3
2.1. Conceito de: Empresário ................................................................................................. 3
2.2. Responsabilidade do Empresário Comercial ................................................................... 3
2.2.1. Responsabilidade social do empresário comercial .......................................................... 3
2.2.2. Obrigações especiais dos empresários comerciais .......................................................... 4
3. O Regime da Responsabilidade por Dívidas dos Cônjuges ................................................ 4
3.1. Dívidas que responsabilizam ambos os cônjuges ................................................................ 5
4. Considerações finais ............................................................................................................ 8
5. Referencias Bibliográficas .................................................................................................. 9
1. Introdução

O presente trabalho da cadeira de Legislação Empresarial têm como tema "


Responsabilidade dos bens dos cônjuges por dívidas do empresário comercial".
Empresário é a pessoa física que exerce atividade empresarial de forma organizada e com
profissionalismo, com o intuito de aferir lucro.

O empresário tem responsabilidade social, especialmente perante a comunidade onde


desenvolve actividade económica, obrigando-se a preservar o meio ambiente, atender a justa
expectativa da comunidade, quanto à sua participação na expansão do mercado de trabalho
e na sua capacidade de geração de receita tributária, respondendo, solidariamente, com os
sócios ou accionistas controladores e com seus administradores pelo cumprimento integral
das suas obrigações sociais, na hipótese de acção ou omissão culposa ou dolosa.

No actual regime dos efeitos do casamento sobre os direitos patrimoniais dos cônjuges,
prevalece o princípio da igualdade de direitos e deveres, a ambos pertencendo a orientação
da vida em comum e a direcção da família. No tocante às dívidas contraídas pelos cônjuges,
aquele primeiro princípio tem como corolário, o disposto de qualquer dos cônjuges tem
legitimidade para contrair dívidas sem o consentimento do outro.

No caso das dívidas contraídas no exercício do comércio pelo cônjuge comerciante, o


legislador inverteu o ónus da prova: de forma implícita, presume que elas foram contraídas
pelo comerciante em proveito comum do casal. E, portanto, estabelece que só não será
assim se for provado – em regra pelo cônjuge do comerciante ou eventualmente por este –
que as dívidas não foram contraídas em proveito comum do casal.

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1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo Geral

O presente trabalho tem como objectivo geral conhecer a responsabilidade dos bens dos cônjuges
por dívidas do empresário comercial.

1.1.2. Objectivos Específicos

 Apresentar conceito inerente a empresário, empresário comercial.


 Identificar as responsabilidades do empresário comercial, e
 Demostrar o regime da responsabilidade por dívidas dos cônjuges.

1.2.Metodologia do Trabalho

Segundo Marconi e Lakatos (2009), afirmam que:

“A metodologia é o conjunto de actividades sistemáticas e racionais que


com maior segurança e economia, permite alcançar o objectivo ou
conhecimentos validos e verdadeiros traçando o caminho a ser seguido,
detectando erros e auxiliando as decisões do cientista”. Para este trabalho,
a sua realização irá obedecer as seguintes linhas de orientação
metodológica”.

Minayo (2007, p. 44) define metodologia de forma abrangente e concomitante

(...) a) como a discussão epistemológica sobre o “caminho do pensamento”


que o tema ou o objeto de investigação requer; b) como a apresentação
adequada e justificada dos métodos, técnicas e dos instrumentos operativos
que devem ser utilizados para as buscas relativas às indagações da
investigação; c) e como a “criatividade do pesquisador”, ou seja, a sua
marca pessoal e específica na forma de articular teoria, métodos, achados
experimentais, observacionais ou de qualquer outro tipo específico de
resposta às indagações específicas.

Para a realização do presente trabalho de investigação, foi possível com ajuda das consultas de
alguns manuais ou bibliográficas digitais e não digitais, assim como alguns sites da internet e
manual de Legislação Empresarial da UCM ensino a distância. As mesmas obras estão
devidamente citadas no desenvolvimento deste trabalho e destacadas na referência bibliográfica
final.

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2. Empresário
2.1.Conceito de: Empresário

De acordo com o art. 966 “considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”.

Empresário, também chamado de empresa individual, empresa unipessoal ou firma individual


(MAMEDE, 2009, p. 16), é a pessoa física que exerce atividade empresarial de forma organizada
e com profissionalismo, com o intuito de aferir lucro.

De acordo com Artigo 11 do código comercial de Moçambique são empresários comerciais:

1. As pessoas singulares ou colectivas que, tendo capacidade para o exercício da actividade


empresarial, fazem dela sua profissão.
2. As sociedades comerciais.

2.2.Responsabilidade do Empresário Comercial

O empresário individual sempre responderá de forma ilimitada com todo o seu patrimônio
particular para honrar os compromissos com seus credores, uma vez que a firma individual não
ostenta personalidade jurídica independente da de seu titular (FAZZIO, 2006, p. 632).

Com isso, ainda que haja bens alheios ao desenvolvimento da atividade empresarial, esses serão
alcançados para o pagamento dos credores da empresa.

Evidencia-se, portanto, que não só o regime jurídico brasileiro despendido ao empresário


permanece arcaico, o que, nos dias atuais, torna-se inadmissível diante do incentivo que a
legislação trouxe às sociedades empresárias de responsabilidade limitada que serão estudadas
adiante.

2.2.1. Responsabilidade social do empresário comercial

Artigo 14 do Código Comercial de Moçambique

O empresário, na proporção crescente da sua capacidade contributiva, deve assumir a sua


responsabilidade social, especialmente perante a comunidade onde desenvolve actividade

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económica, obrigando-se a preservar o meio ambiente, atender a justa expectativa da
comunidade, quanto à sua participação na expansão do mercado de trabalho e na sua capacidade
de geração de receita tributária, respondendo, solidariamente, com os sócios ou accionistas
controladores e com seus administradores pelo cumprimento integral das suas obrigações sociais,
na hipótese de acção ou omissão culposa ou dolosa (Artigo 14 da CCM).

2.2.2. Obrigações especiais dos empresários comerciais

Artigo 15 do Código Comercial de Moçambique

Constituem obrigações especiais dos empresários comerciais:

a) Adoptar uma firma;


b) Escriturar em ordem uniforme as operações ligadas ao exercício da sua empresa;
c) Fazer inscrever na Conservatória do Registo Comercial os actos sujeitos a registo; (Artigo
15 da CCM).

3. O Regime da Responsabilidade por Dívidas dos Cônjuges

No actual regime dos efeitos do casamento sobre os direitos patrimoniais dos cônjuges, prevalece
o princípio da igualdade de direitos e deveres, a ambos pertencendo a orientação da vida em
comum e a direcção da família (art. 16 CC). No tocante às dívidas contraídas pelos cônjuges,
aquele primeiro princípio tem como corolário, o disposto no art. 16 º/1 CC: qualquer dos
cônjuges tem legitimidade para contrair dívidas sem o consentimento do outro.

No caso das dívidas contraídas no exercício do comércio pelo cônjuge comerciante, o legislador
inverteu o ónus da prova: de forma implícita, presume que elas foram contraídas pelo
comerciante em proveito comum do casal. E, portanto, estabelece que só não será assim se for
provado – em regra pelo cônjuge do comerciante ou eventualmente por este – que as dívidas não
foram contraídas em proveito comum do casal.

A lei não se basta com o já apontado regime do art. 16 /1-d CC, para a protecção dos interesses
dos credores dos comerciantes, a bem do próprio comércio. Vai mais além, pois o art. 15º CCom,
determina que: “as dívidas comerciais do cônjuge comerciante presumem-se contraídas no
exercício do seu comércio”.

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O art. 15º CCom, apenas se aplica aos casos de dívidas comerciais – isto é, resultante de actos de
comércio de um comerciante casado.

Se um credor de um comerciante fizer prova de que a dívida é comercial e o devedor é


comerciante, presume-se que a dívida foi contraída por este no exercício do comércio e, portanto,
a dívida é da responsabilidade de ambos os cônjuges (arts. 16 /1-a e 16 CC; art. 15º CCom).

Para afastar este regime é preciso que o cônjuge do comerciante ou mesmo este:

 Ilida a presunção do art. 15º CCom, provando que a dívida do comerciante, apesar de ser
comercial, não foi contraída no exercício da actividade comercial daquele;

 Ou, em todo o caso, ilida a presunção implícita no art. 16 /1-d CC, provando que a dívida
não foi contraída em proveito comum do casal.

3.1. Dívidas que responsabilizam ambos os cônjuges

Artigo 11, nº1 al.a) do Código Civil de Moçambique

As dívidas previstas na al. a) do n.º 1 do art. 11, responsabilizam ambos os cônjuges qualquer que
seja o regime de bens adoptado, e quer sejam anteriores ou posteriores à celebração do
casamento. É evidente que a dívida contraída antes do casamento deverá tê-lo sido na expectativa
do mesmo. Caso contrário, tratar-se-á de uma dívida conjunta ou solidária, de acordo com as
regras gerais em matéria de obrigações plurais, à qual não será aplicável o regime próprio das
dívidas dos cônjuges. A doutrina desta al. a) não constitui novidade em relação aos regimes de
comunhão, atento o disposto no art. 11 do Código Civil, relativamente à comunhão geral, cujos
princípios se consideravam extensivos ao passivo do casal no regime de comunhão de adquiridos.

Artigo 11,nº1 al.b) do Código Civil de Moçambique

De seguida, na alínea b) do preceito em apreço, mencionam-se as dívidas contraídas para ocorrer


aos encargos normais da vida familiar. Cumpre referir que foi por sugestão de CRUZ (1957) que
o Código Civil de 2004 evidenciou as dívidas destinadas a ocorrer aos encargos normais da vida
familiar. São dívidas que devem onerar ambos os cônjuges por força da própria natureza que
revestem, quer sejam contraídas antes ou depois da celebração do casamento e quer caibam nos
poderes de administração de quem as contrai quer os excedam. Devem reservar-se para a al. b) as
dívidas que são pura despesa, e não verdadeiro acto de administração, justificadas pela
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necessidade de prover aos encargos normais da vida familiar (alimentação, vestuário, despesas
com o médico, etc.).

Artigo 11, nº1 al. c) do Código Civil de Moçambique

Por seu lado, na al. c) do n.º 1 do art. 11. Só cabem as dívidas contraídas na vigência do
matrimónio. Quanto às dívidas anteriores à celebração do casamento, só no regime da comunhão
geral podem ser comunicáveis, desde que contraídas em proveito comum do casal. E
compreende-se o critério da lei. Na comunhão geral são comuns todos os bens que cada um dos
cônjuges leva para o casamento. Justo é, por conseguinte, que as dívidas contraídas por qualquer
deles, em proveito comum do casal, não deixem de responsabilizar ambos, pelo facto de terem
sido contraídas antes do casamento (se se comunicam os bens, também devem comunicar-se as
dívidas anteriores, desde que contraídas em proveito comum). Nos outros regimes de bens, sendo
considerados próprios os bens que cada um leva para o casamento, razoável é que as dívidas
contraídas por só um deles, antes do casamento, ainda que revertendo em proveito comum,
responsabilizem apenas o cônjuge que as assumiu.

Artigo 11, nº1 al.d) do Código Civil de Moçambique

No que respeita à alínea d) do nº 1 do mencionado artigo, pode afirmar-se que o mesmo dispõe
que as dívidas contraídas por qualquer dos cônjuges no exercício do comércio são também de
responsabilidade comum.

Este preceito visa, nas palavras de XAVIER, (1980, p.8) a tutela do comércio alargando-se o
âmbito da garantia patrimonial concedida aos credores daqueles que exercem o comércio. Tal
regime completa-se com o disposto no artigo 15 do Código Comercial:” as dívidas comerciais do
cônjuge comerciante presumem-se contraídas no exercício do comércio”.

Além do mais, não haverá comunicabilidade das dívidas se entre os cônjuges vigorar o regime da
separação de bens, estando subjacente a ideia de que os cônjuges são estranhos do ponto de vista
patrimonial. Assim sendo, os riscos e insucessos de um não afetam o património do outro.

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Artigo 11, nº1 al. e) do Código Civil de Moçambique

A alínea e) do nº1 do preceito em análise consagra a comunicabilidade das dívidas previstas no


nº2 do artigo 13.

Como resulta do preceito legal, as dívidas que onerem doações, heranças ou legados quando os
respetivos bens tenham ingressado no património comum (nomeadamente por resultarem dos
cônjuges terem estipulado o regime da comunhão geral ou uma cláusula de comunicabilidade de
certos bens adquiridos a título gratuito), são consideradas dívidas de responsabilidade comum dos
cônjuges, mesmo que o outro cônjuge não tenha dado o seu consentimento à aceitação. Nas
dívidas previstas nesta alínea, cabem não só as obrigações em sentido estrito, como também os
encargos da liberalidade e as obrigações e ónus reais (DIAS, p. 264).

Artigo 12, nº1 do Código Civil de Moçambique

O artigo 12, nº 1 retrata as dívidas que oneram bens comuns. São também da responsabilidade
comum de ambos os cônjuges as dívidas previstas no art. 12.º, nº 1 e 2, in fine. Aí se fixam duas
regras: as dívidas que oneram bens comuns498 responsabilizam ambos os cônjuges; as dívidas
que oneram bens próprios são da exclusiva responsabilidade do cônjuge titular desses bens.
Quanto às primeiras, o regime é o mesmo quer as dívidas sejam anteriores ou posteriores ao
casamento, a fim de evitar que os credores das dívidas anteriores sejam prejudicados nas suas
expectativas, pois contariam, naturalmente, com a responsabilidade dos bens por inteiro, para a
realização do seu crédito, e não apenas com a agressão ao direito a uma quota ideal desses
bens499, dado os bens, próprios no momento da contracção da dívida, passarem a ser bens
comuns em virtude do regime de bens estipulado no casamento.

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4. Considerações finais

Terminado o trabalho no regime da responsabilidade por dívidas merece algumas considerações:

 Dada a autonomia económica caracterizadora das relações patrimoniais entre os cônjuges


questiona-se quais as razões explicativas da consagração de um regime da
responsabilidade por dívidas dos cônjuges, no qual por uma dívida contraída por um dos
cônjuges respondam, com exceção à regra geral, ambos os cônjuges solidariamente.
 No que concerne às dívidas para ocorrer aos encargos normais da vida familiar defende-se
que, independentemente do regime de bens, ambos os cônjuges respondem
solidariamente, dada a natureza das mesmas. Trata-se de dívidas fundamentais ao decurso
da vida em comum que acabam por beneficiar ambos os cônjuges.

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5. Referencias Bibliográficas

FAZZIO JÚNIOR, Waldo (2006). Manual de direito comercial. 7. ed. São Paulo: Atlas.

MARCONI, M. A. e LACATOS, E. M. (2009). Técnicas de pesquisa (5ª Ed.). São Paulo: Editora
Atla

MAMEDE, Gladston (2009). Manual de direito empresarial. 4. ed. São Paulo: Atlas.

MINAYO, M. C. S. (2007). O desafio do conhecimento. Pesquisa qualitativa em saúde. São


Paulo: HUCITEC.

XAVIER, VASCO DA GAMA, (1980) ”Responsabilidade dos bens do casal pelas dívidas
comerciais de um dos cônjuges” Separata da RDES, ano XXIV, Outubro- Dezembro, p.8.

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