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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Curso de Licenciatura em Ensino de Matemática

A Formação da Consciência da Pessoa Humana na Cultura Moçambicana

Ralfo Afonso Mimbir

Código: 708216244

Cadeira: Fundamentos de Teologia Católica

Ano de Frequência: 2º

Tutor: Pe. Victor Alfiado Makola

Maputo, Novembro de 2022


Classificação
Nota
Categorias Indicadores Padrões Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso académico
2.0
(expressão escrita
Conteúdo
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Referências edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria:
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Índice
Introdução ....................................................................................................................................... 1
Objectivos ....................................................................................................................................... 1
Objectivo geral ............................................................................................................................ 1
Objectivos especificos ................................................................................................................. 1
Conceitos......................................................................................................................................... 2
A Formação da consciência ............................................................................................................ 2
A formação da consciência da pessoa humana na cultura moçambicana ....................................... 3
Pessoa Humana ............................................................................................................................... 4
Influência da Cultura na formação da consciência ......................................................................... 5
Conclusão ........................................................................................................................................ 7
Referências bibliográficas ............................................................................................................... 8
Introdução
O homem vive em muitas dimensões. Move-se no espaço, onde o meio natural exerce
influência constante sobre ele. Existe no tempo, que lhe dá um passado histórico e o sentimento
do futuro. Realiza as suas actividades numa sociedade de que faz parte e identifica-se com os
outros membros do seu grupo para cooperar com eles no seu sustento e na sua continuidade.

O tema de formação da consciência da pessoa humana, embora seja uma questão mais
recente no ensino do magistério eclesial devido a motivos históricos e culturais complexos, não
deixa de ocupar uma importância diante da intransponível tarefa de dialogar com as pluralidades,
própria do mundo contemporâneo.

No presente trabalho, far-se-á a apresentação dos conceitos de consciência, cultura, pessoa


humana e por fim a influência da cultura na formação da consciência.

Objectivos
Para Marconi & Lakatos (2002, p.24) “toda pesquisa deve ter um objetivo determinado para
saber o que se vai procurar e o que se pretende alcançar.”

Objectivo geral
 Compreender a formação da consciência da pessoa humana na cultura moçambicana.

Objectivos especificos
De acordo com Marconi & Lakatos (2003, p. 219) os objetivos específicos “apresentam caráter
mais concreto. [...], permitindo, de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicá-lo a
situações particulares”.

 Conceituar os termos consciência, cultura e pessoa humana


 Identificar as influência da cultura na formação da consciência humana;

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Conceitos
Cultura

A palavra cultura derivada do latim, “colere”, significa literalmente “cultivar, plantar”.


Partindo desse princípio, percebemos que se trata de uma herança que o povo vai acumulando ao
longo dos anos, e porém deve ser preservada.

Abrunhosa (1993) definiu a cultura como sendo o processo de transformação operado pela
sociedade na conduta individual do homem, em ordem a datá-lo de maiores possibilidades no
respeitante à consecução de um nível maior de adaptação e aproveitamento do meio.

A Cultura neste caso será, portanto, o que o homem adquire ao longo do tempo, em
contacto com o meio social, e que transmite às gerações vindouras. É este sentido da palavra
cultura que interessa no campo de Psicologia, pondo de parte outras noções, em especial a que faz
dela sinónima de sabedoria ou erudição, de características passivas. Neste caso podemos afirmar
que a cultura sempre está além da consciência do indivíduo e a mantém e a transmite.

A cultura está sempre na consciência do indivíduo, mas externa a ela. Por isso, nenhum
cidadão existe por si mesmo, porque o cidadão isolado não produz cultura. A cultura é produto
social. A cultura abrange a representação colectiva. Estas representações colectivas são hoje
objecto de estudo em ciências humanas e sociais (Mead 2015).

A Formação da consciência
Há uma obrigação absoluta de obedecer a consciência. Por causa disso é importante a
formação da consciência. A consciência é bem formada quando é recta e verídica, quer dizer,
quando formula o seu juízo segundo o bem estabelecido pela sabedoria do criador. Para os crentes,
a formação da sua consciência deve basear-se no ensino diligente da Sagrada Escritura e na
doutrina da Igreja, pois, por Cristo, a Igreja Católica foi constituída mestra da verdade e, por isso,
ela tem a missão de fazer conhecer e ensinar a verdade que é Cristo. Ademais, pela sua autoridade,
ela declara e confirma os princípios morais que dimanam da natureza humana (Concílio Vaticano
II, D.H.,14).

A consciência, no Vaticano II, é compreendida como o “núcleo mais secreto e o sacrário


do homem, no qual se encontra a sós com Deus, cuja voz se faz ouvir na intimidade do seu ser”. É

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pela consciência que se pode tomar as decisões e dialogar com os outros homens, rumo à busca de
soluções para as grandes questões de convivência humana e também exaltar valores que os unam
pela paz. Esta impostação que emergiu no Concílio não é refúgio em um tipo de consciência
fechada, mas em estreita comunhão de pessoas com Deus e com os dramas humanos.

A consciência, no contexto cristão, aparece como acontecimento central da interioridade.


Nela atinge-se a pessoa inteira através de uma nova relação com Deus, capaz de proporcionar um
reordenamento dos valores éticos. Toda a tradição patrística, desde Orígenes, passando por
Ambrósio, Agostinho, até João Crisóstomo, o tema da consciência enquanto busca de um
discernimento espiritual, foi uma constante e necessária afirmação dos cristãos no contexto
posterior aos textos bíblicos. Em linhas gerais, pode-se dizer que para os Padres da Igreja, o tema
da consciência e da liberdade se funda sobre a fé de que Jesus Cristo, por sua encarnação, morte e
ressurreição, assim como libertou o homem do pecado, assim o libertou de todo poder absoluto e,
por isto mesmo, idolátrico; ela encontra seu ponto forte na distinção, já indicada por Cristo (Mt
22,15s.), entre a esfera política e a esfera religiosa; enfim, ela se expressa no testemunho dado
pelos mártires e pelos confessores, referidos por muitos documentos anônimos, junto com
exortações ao martírio, biografias, cartas antigas.

A formação da consciência da pessoa humana na cultura moçambicana


Do ponto de vista bíblico, o ponto de partida de uma formação da consciência cristã se dá
na abordagem paulina, onde se trata a conceituação dela dentro da cultura helenística, contexto da
redação neotestamentária. Pode-se afirmar que é Paulo quem inaugura uma reflexão bíblica da
consciência, enquanto referência última da decisão da pessoa em detrimento dos seus conflitos
externos. A frequência do termo consciência pode ser analisado do seguinte modo: aparece oito
vezes em 1Coríntios15; três vezes em 2 Coríntios16; três vezes em Romanos17; cinco vezes em
Hebreus.

Para ele, a consciência está associada à vida no Espírito, ou seja, a libertação operada pela
pregação da Palavra, geradora da graça e capaz de operar uma transformação profunda no interior
da pessoa e no seu modo de viver. Em Paulo, fruto da vida nova em Cristo, dá-se na consciência,
referência ética das decisões e tribunal onde a pessoa deve decidir por qual critério se direciona.
Em seu tempo já existia uma certa dificuldade em lidar com a questão da instância última a ser
seguida enquanto referência do agir. A decisão a ser tomada se daria pela orientação estabelecida

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pelos códigos da lei judaica ou pela liberdade própria dos filhos de Deus? Essa era uma questão
central no contexto paulino, e, de certo modo, ocupa a preocupação dos moralistas atuais.

A consciência assume uma centralidade na comunidade cristã, devido seu embasamento


bíblico, que determina a ação do sujeito que está disposto a seguir os princípios da fé cristã. Santo
Afonso de Ligório é outra referência acerca do tema da consciência. Dentro do seu contexto,
apresenta uma perspectiva moral em que se opõem a todo tipo de ação autoritária em direção a
consciência, diante dos sistemas morais do seu tempo. Seu objetivo é conseguir apresentar um
modelo moral que respeite as exigências do Evangelho, e ao mesmo tempo os direitos da pessoa.

A visão religiosa da consciência a vê ligada a uma moralidade inerente a todos os seres


humanos, a uma força cósmica benevolente ou a uma divindade. Os aspectos rituais, míticos,
doutrinais, legais, institucionais e materiais da religião não são necessariamente coerentes com as
considerações vivenciais, experienciais, emotivas, espirituais ou contemplativas sobre a origem da
consciência. Sob um ponto de vista secular ou científico a capacidade de consciência moral é vista
como de origem provavelmente genética, com seu conteúdo sendo aprendido como parte da
cultura.

Em linhas gerais, pode-se dizer que para os Padres da Igreja, o tema de formação de
consciência se funda sobre a fé de que Jesus Cristo, por sua encarnação, morte e ressurreição,
assim como libertou o homem do pecado, assim o libertou de todo poder absoluto e, por isto
mesmo, idolátrico; ela encontra seu ponto forte na distinção, já indicada por Cristo (Mt 22,15s.),
entre a esfera política e a esfera religiosa; enfim, ela se expressa no testemunho dado pelos mártires
e pelos confessores, referidos por muitos documentos anônimos, junto com exortações ao martírio,
biografias, cartas antigas.

Pessoa Humana
A pessoa humana é uma criatura de Deus, justificada por Jesus Cristo e prometida à
divinização.

A visão cristã do ser humano supõe uma estrutura própria de quem crê, espera e ama.

Crer, esperar e amar são 3 operações reunidas que têm uma significação religiosa e
designam a verdadeira relação ao Deus verdadeiro, o Deus de Jesus Cristo.

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Ora a relação dos homens a Deus é sempre de ordem activa, da classe do fazer e introduz
sempre uma dinâmica.

Esta visão do ser humano, não deve ser confundida com outras maneiras de abordar a
questão do homem. Trata-se do que o cristianismo confessa e compreende do comportamento
humano quando ele considera que a maneira de ser homem não é sem relação a Deus. O
cristianismo confessa que a condição humana é, como tal, vocação a crer, esperar e amar.

Segundo Monieur (1990), o termo Pessoa Humana, pode ser entendido como um ser dotado
de razão e raciocínios válidos que de alguma forma poderão nortear as suas acções, com base nessa
razão que lhe e conferida o homem terá a capacidade de justificar as suas acções perante a
sociedade e o mundo em geral. Falar da pessoa humana, é necessariamente falar de um ser
insubstituível proveniente de um ser Supremo-Deus.

Emmanuel Monieur nas suas escritas sobre o personalismo humano, descreve um ser
aquele que é definido através da convivência com outros seres, ou seja, a pessoa humana pode ser
distinguida como um ser substanciado através do divino que de alguma forma é dividido em duas
partes nomeadamente um ser sobrenatural (alma) e natural ou físico (corpo).

Para Monieur a pessoa não pode ser definida, justamente por não ser objecto, ela é
inesgotável (Monieur, 1990, P.97). Por isso, o seu personalismo é um modo de vida, uma
inspiração que tem como experiência fundante, ou seja, uma afirmação do valor, um acto de fé:
uma afirmação do valor absoluto da pessoa humana (Monieur, 1992, P. 626).

Influência da Cultura na formação da consciência


Jesus (1997), analisando as opiniões de Freud, alega que, os homens são “ Criatura em cuja
herança instintiva deve ser computada uma poderosa parcela de agressividade”. É esta “inclinação
para agressão” Perturba as relações humanas e que força a cultura a um alto gasto de energia.

A sociedade está constantemente ameaçada de desintegração devido a esta hostilidade


primordial entre os seres humanos, a cultura tem de usar seu maior esforço para estabelecer limites
aos instintos agressivos do homem. Ali sim, de acordo com Freud, a cultura aparece para

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influenciar de forma positiva na formação da consciência do cidadão, de modo a regular a
agressividade instintiva do ser humano.

Do ponto de vista de Farr (1998), e olhando para os limites dos desejos humanos, é notório
que estes não são estabelecidos pela Biologia ou estado físico, mas sim, pelas regras sociais que
têm a função de definirem para cada cidadão, aquilo que legitimamente têm direito. Neste caso,
incorporadas à consciência do individuo, essas regras estabelecem e disciplinam as aspirações dos
homens e criam a possibilidade de um modelo de satisfação e realização.

Analisado as ideias deste autor, é notória que o cidadão é incorporado em duas estruturas
diferentes: estrutura cultural, que vem a ser o conjunto de valores normativos que governam a
conduta comum do cidadão, pertencente a uma sociedade, e a estrutura social que é o conjunto
organizado de relações sociais no qual o cidadão é implicado de várias maneiras.

Por isso, Almeida (2010), nas suas abordagens, podemos encontrar dois tipos de
influências completamente distintas que são exercidas sobre a formação da consciência humana
ou da personalidade.

1- A influência que se origina da conduta culturalmente padronizada de outras pessoas


“ para com” a criança. Que começa a operar desde o nascimento e são de fundamental
importância durante a infância.
2- A influência que se origina da observação ou instrução que o indivíduo tem dos padrões
de conduta característicos de sua sociedade.

Embora estes padrões não afetem directamente, eles fornecem-lhe modelos para o
desenvolvimento de suas próprias reacções habituais às várias situações. E embora careçam de
importância na primeira infância, continuam a afectá-lo durante a vida. Ainda acreditamos que a
cultura influência na consciência do cidadão de forma positiva, quanto regula os instintos
agressivos do cidadão, e de forma negativa, o cidadão vê pela cultura como sendo um dogma,
mito. Neste caso a cultura produz a inconsciência, prejudicando assim a própria sociedade e o meio
ambiente.

Olhando pelas ideias de Wilbur O’Donavan (2013), cada um de nós reflecte as influências
da nossa cultura, experiências de infância, a experiência da parentalidade, educação, crenças, visão
do mundo e muitas outras coisas.

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Conclusão
O tema da consciência adquiriu na cultura contemporânea uma centralidade e afirma-se
enquanto uma referência pela emancipação e o reconhecimento dos direitos individuais da pessoa.
Se na modernidade a noção de progresso e o domínio da natureza humana se tornaram uma
dimensão revolucionário de um processo sem volta, a consciência humana acompanhou esse
itinerário. Tratar hoje acerca da formação da consciência é apresentar uma veia humanista que
possa dar um horizonte de sentido à complexa vida humana. Atualmente, um dos desafios que
afeta o processo humano é a noção de “sujeitos bolhas”, isto é, pessoas fechadas e anestesiadas em
sua capacidade de empatia, alteridade e relação social.

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Referências bibliográficas
Almeida, M. Victor (2010) O Mediador Sociocultural em Contexto Escolar, 2ª edição, edições
Pedago, Lda, Portugal. ISBN:978-972-8980-84-9

Almeida, André (2012). Moral Social. Petrópolis: Vozes, 2021.

Martin-B, Jesus (1997). Dos meios às mediações: Comunicação, cultura e hegemonia. 2ª edição.
Rio de janeiro: Editora UFRJ.

Maria A. Abrunhosa (1993). Introdução à Psicologia, 5ª edição, Volume 1 Edições ASA Rio
Tinto.

Wilbur O’Donavan (2013). Cristianismo Bíblico na África Moderna, 1ª edição, Outubro 2013,
Edições, Sociedade Bíblica Portugal, ISBN:978-989-8529-44-2.

Robert M. Farr (1998). As Raízes da Psicologia Social Moderna, 10ª edição, editora Vozes, Brasil,
ISBN: 978-85-326-2092-7.

Catolica, I. (2000). Compendio do catecismo da ugreja catolica. Coimbra: Grafica de coimbra.

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