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Copyright © 2009 Naor Pedroza

VINHA Editora

Editora associada à ASEC – Associação Brasileira de

Editores Cristãos

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Superintendente executivo Naor Pedroza

DIREITOS RESERVADOS – É proibida a reprodução

total ou parcial da obra, de qualquer forma ou por

qualquer meio sem a autorização prévia e por escrito

do autor. A violação dos Direitos Autorais (Lei nº

9610/98) é crime estabelecido pelo artigo 48 do

Código Penal.

Impresso no Brasil

Printed in Brazil

2009
Corte versus namoro – o desafio de um relacionamento radical
Categoria: Vida cristã / Relacionamento / Juventude – fé cristã

Copyright © 2009 Naor Pedroza


Todos os direitos reservados

4ª edição abril de 2009


Reedição Charleston Fernandes
Revisão de prova Rosiane Martins
Diagramação Rafael Alt
Capa Julio Carvalho

Os textos das referências bíblicas foram extraídos da versão Almeida


Revista e Atualizada (Sociedade Bíblica do Brasil), salvo Indicação
específica.

Dados internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Pedroza, Naor, 2009


Corte versus namoro – o desafio de um relacionamento radical
/ Naor Pedroza. – Goiânia: VINHA Editora, 2009
ISBN: 978-85-98510-78-1

1: Vida cristã 2: Relacionamento 3: Juventude – fé cristã


4: Título
CDD : 220/230

Índice para catálogo sistemático:


1: Cristã: Relacionamento: Juventude – fé cristã 220/230

Editado e publicado no Brasil por:


VINHA Editora
Av T-7, 1361 Setor Bueno CEP: 74.210.260
Goiânia GO Brasil
Telefone: (62) 3534-8850 www.vinhaeditora.com.br
Deus, meu amor maior.
Marília, amor da minha vida.
Meus filhos, herança bendita.
Pastor Aluízio, profeta
maior de meu ministério.
Radicais Livres, meu povo, minha alegria.
AGRADECIMENTOS

Se alguma coisa tenho recebido é por-


que a graça e a misericórdia de Deus têm
me alcançado. Devo a Ele toda a honra,
a glória, o poder e a majestade. Quero
agradecer à minha esposa Marília, por
sua coragem em se casar comigo e apostar
sua vida no nosso ministério. Aos meus
filhos Pedro e Marina, que são fontes de
inspiração e alegria para mim. Aos meus
pastores Aluízio e Márcia, que, até mais
do que eu mesmo, têm acreditado no meu
trabalho. Aos pastores de jovens, que são
um sonho de equipe pastoral, vocês são
um presente de Deus para mim.
Preciso agradecer a todos os Radicais
Livres, discípulos e jovens da Videira que
têm estado comigo no sonho de edificar
uma geração santa e radical para Deus
nesta oportunidade única, amo vocês.
A todos os irmãos que oraram por nós
e por este livro, meus sinceros agradeci-
mentos.
Quero agradecer também aos irmãos
Joshua Harris e Craig Hill, por suas men-
sagens a respeito de relacionamentos.
Suas obras muito me influenciaram na
visão que Deus nos deu, nos seminários
que ministramos e, por fim, a escrever este
pequeno livro, reprodução de muitos dos
princípios ensinados por eles, aqui trans-
critos com minhas palavras, e somados às
nossas experiências práticas com jovens
solteiros e casados.

Naor Pedroza,
pastor presidente da rede de jovens
da Videira Igreja em Células
De tudo o que se deve guardar,
guarda o teu coração, porque dele
procedem as fontes da vida. (Pv 4.23)
PREFÁCIO
DA QUARTA EDIÇÃO

Esta quarta edição do livro CORTE VER-


SUS NAMORO — O DESAFIO DE UM RELACIONA-

MENTO RADICAL é motivo de grande alegria

diante de Deus.
Desde sua primeira edição, em 2003,
temos visto o agir desta palavra na vida de
inúmeros jovens por todo o país. Temos
visto Deus restaurar vidas, sonhos e rela-
cionamentos de jovens cansados, tristes
e feridos por relacionamentos com bases
erradas, sem a bênção de Deus e de suas
famílias. 11
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical Nossa visão tem se alargado e cremos
que o Senhor está levando para todos os
cantos do mundo o Seu padrão de rela-
cionamento.
O pastor Naor Pedroza — por meio de
seus estudos sobre relacionamento, de sua
vivência no aconselhamento pastoral de
jovens e dos dons que Deus lhe deu — tem
sido canal de bênçãos a uma geração de
jovens destruída e desamparada por rela-
cionamentos desastrosos.
Este livro é uma síntese do seminário
CORTE VERSUS NAMORO — O DESAFIO DE UM
RELACIONAMENTO RADICAL , que o pr. Naor

ministra anualmente na Videira Igreja


em Células de Goiânia e em vários luga-
res pelo país.
Ao final, selecionamos comoventes tes-
temunhos, que comprovam a excelência
do caminho que Deus tem nos proposto
para nossos relacionamentos.
Nossa oração é para que o Espírito
Santo toque sua vida pela leitura deste
livro, feito com amor e carinho, na certeza
de abençoar a sua vida.

O editor

12
1

SUMÁRIO

Prefácio da quarta edição ...................... 11


Os relacionamentos são mesmo
importantes?....................................... 15

1. O caminho próspero de Deus .......... 21


2. Usando a cabeça .................................. 37
3. A cilada do namoro ............................ 45
4. O relacionamento dos seus sonhos 61
5. Solteiro sim, sozinho não ................. 67
6. Um relacionamento radical.............. 83
7. Aguardando o tempo certo ............... 89
8. Andando na estrada errada .............. 99
9. Prepare-se para a prática.................. 121
10. Como proteger seu coração? ........ 133
11. A corte deve envolver os pais ......... 137
12. A hora da verdade ........................... 155
13. Alcançandoa maturidadepara o
casamento ......................................... 161
14. Da corteao casamento — passo a
passo ................................................... 171
15. Quebrando os laços de alma ........ 183
16. Alguns testemunhos ...................... 195

Conclusão ...............................................205
Dicas para relacionamentos de
sucesso................................................207
Referências bibliográficas ................... 213
OS RELACIONAMENTOS
SÃO MESMO
IMPORTANTES?

Deus criou o homem para se relacio-


nar. Por toda a Bíblia o Senhor nos fala
de relacionamentos. Desde Gênesis (com
Adão e Eva), passando pelos Evangelhos
(onde vemos o Senhor Jesus investindo
tempo no relacionamento pessoal com
Seus discípulos), até o Apocalipse (nas
Bodas do Cordeiro), a base da vida criada
por Deus são os relacionamentos.
Vemos Jesus valorizar os relacionamen-
tos ao ponto de resumir a Lei e os Manda-
mentos a apenas dois: Amar a Deus sobre 15
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical todas as coisas. e Amar ao próximo como
a si mesmo (Mt 22.35-40).
Assim concluímos que os relaciona-
mentos são, de fato, muito importantes
para todos nós e temos visto o Senhor
trazer, em nossos dias, uma mudança de
mentalidade em relação aos relaciona-
mentos para nossa geração. Todavia, os
caminhos de Deus não seguem a lógica
dos caminhos do mundo. O Senhor nos
convida a uma mudança radical, de 180º,
e quer nos levar a tomar uma decisão.
Deus não está interessado simplesmente
em restringir e cercear nossos prazeres. Na
verdade, Ele quer nos mostrar o caminho
excelente, e nos levar a experiências amo-
rosas em nível arrebatador no casamento.
E então? Que caminho você quer trilhar:
o de Deus ou o do mundo?
Quero crer que você escolherá o cami-
nho de Deus, mas, uma vez que trilhare-
mos esse caminho, precisamos achar a
porta de entrada: O amor. Amar é esco-
lher o melhor para o próximo. Todavia, o
conceito do mundo é “encontrar alguém
que nos faça felizes”. É um conceito ego-
ísta. O conceito correto de amor para o
casamento é “encontrar alguém para que
16 o façamos feliz”. Ao se casar procurando
alguém que irá fazê-lo feliz, você se casará

Os relacionamentos são mesmo importantes?


motivado por um “amor egoísta”. O casa-
mento não foi projetado por Deus apenas
para satisfazê-lo.
Ao entrar no casamento insatisfeito,
faltando algo dentro de você, com o cami-
nhar da relação você ficará cada vez mais
insatisfeito. Para ficar mais claro, vamos
tomar um exemplo que chamamos de:

A LÓGICA DO CASAMENTO

Se você se sente incompleto, pela meta-


de, e acha que no casamento preencherá o
seu vazio, a sua equação para o casamento
será esta: ½ x 1 = ½.
Se você e “sua metade” se sentem vazios
e insatisfeitos e crêem que o casamento
mudará isso, a sua equação será esta: ½
x ½ = ¼.
Todavia, se os dois forem duas pesso-
as saudáveis, inteiras, e entrarem no ca-
samento para abençoar um ao outro, a
equação será: 1 x 1 = 1.
Ou seja, quando as pessoas não são
inteiras e se casam com base no amor ego-
ísta, querendo apenas sugar um ao outro,
o resultado dessa “negociação” será sem- 17
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical pre negativo, resultando em desilusão e
desapontamento.
Relacionamento é coisa muito séria.
E, depois de seu encontro com Deus, o
seu encontro com seu cônjuge é a escolha
mais importante e o acontecimento mais
marcante de sua vida. Inúmeras pessoas
e famílias inteiras são tristemente mar-
cadas por relacionamentos errados. Uma
estatística relatada em uma importante
revista brasileira em 2001 mostrava que
todos os anos, 26% dos casamentos se des-
fazem no Brasil. Isso significa que outros
26% dos casais estão vivendo mal hoje e
são candidatos a se separarem no próximo
ano. Além disso, 70% dos casamentos nos
EUA acabam nos primeiros 10 anos. Esses
dados nos levam à seguinte conclusão:

A ÁRVORE SE CONHECE PELOS FRUTOS

A Bíblia diz que uma árvore se conhece


pelos frutos. Os casamentos, em grande
parte, são frutos do tempo do namoro: o
tempo de se construir fundamentos. Nes-
sa fase, se toma uma das maiores decisões
de sua vida: o casamento. Agora, vejamos
os frutos que essa “árvore do namoro” tem
18
produzido. Certamente, Deus tem uma

Os relacionamentos são mesmo importantes?


árvore melhor, um caminho excelente, que
o levará a colher casamentos que valham
a pena serem vividos.
Em meio a esses conceitos equivoca-
dos, encontramos um outro pensamento
que também não é a vontade de Deus: “o
namoro cristão”, apenas um ajuste do
namoro mundano. Um pequeno ajuste
apenas em relação ao sexo, isto é, nós nos
convertemos e aprendemos que agora po-
demos continuar namorando, apenas não
mais praticamos sexo, tomando cuidado,
nos abstendo do ato sexual.
Contudo, as fornicações, os beijos, os
abraços longos e as carícias continuam va-
lendo. Esse “namoro cristão” é apenas uma
tentativa frustrada de adaptar o padrão
mundano de relacionamento. O seu final
é tão trágico e até pior que o do namoro
mundano, pois muitos deles terminarão
com gravidezes indesejadas, corações par-
tidos, pessoas frustradas e até situações
piores, como a violência familiar.
Neste livro, descobriremos que tanto a
fornicação quanto a santidade são cami-
nhos distintos, que devem ser tomados e
seguidos, e não apenas linhas divisórias
colocadas como limites para os relacio- 19
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical namentos. Cada caminho levará a um
destino diferente. Compartilharemos
agora sobre os dois caminhos para o re-
lacionamento: o do mundo e o de Deus.
A decisão será sua. Quero profetizar a
sua escolha em Deus e que você se prepa-
re para viver dias felizes na sua vida e no
seu casamento.

20
1

O CAMINHO PRÓSPERO
DE DEUS

É antigo o ditado que diz: “Diga-me


com quem você anda e eu lhe direi quem
você é”. Creio, todavia, ser ainda mais
certo: “Diga-me por onde anda e eu lhe
direi para onde você irá”. Os frutos do na-
moro, como falamos na introdução, são
conhecidos. Quem opta por esse caminho
troca uma “eternidade” de vida e paz com
a esposa e família por momentos rápidos
de prazer no pecado.
Em nossa igreja, decidimos buscar o
caminho perfeito de Deus para os rela- 21
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical cionamentos. Deus tem nos levado a co-
nhecer e viver um novo modelo abençoado
de relacionamento afetivo entre homem
e mulher antes do casamento. Como o
termo “namoro” — mesmo disfarçado de
“namoro cristão” — não faz diferença en-
tre o santo e o profano, o Espírito Santo
nos levou a adotar um novo nome para
um novo caminho. Ao escolhermos pela
“corte” (lê-se côrte), resolvemos romper
definitivamente com o padrão mundano
de relacionamentos, conhecido por todos
como namoro. No decorrer deste livro, que
é um resumo de nossas ministrações so-
bre relacionamentos para jovens, cremos
que o Espírito Santo lhe abrirá os olhos
e o coração para o caminho excelente de
relacionamento, a corte.
Pode ser que, a esta altura, você esteja
triste por pensar em perder o sexo e o pra-
zer. Você não deve acreditar nisso. Você
está conhecendo o caminho que o levará
a momentos inesquecíveis de sexo, amor,
paz e prazer com o seu futuro cônjuge.

SEXO, UMA PALAVRA DISTORCIDA

Por falar em sexo, essa é uma palavra


que foi distorcida pelo diabo na cabeça de
muita gente. Deus quer renovar sua mente.
22 Muitos, quando ouvem a palavra “sexo”, a
primeira coisa que lhes vem à mente é algo

O caminho próspero
que é pecado, sujo e imoral. Isso, porém, é
uma mentira. Sexo é algo divino, santo e
maravilhoso, porque foi criado por Deus.
O diabo simula ser um especialista em
sexo, mas não é nem nunca foi. Na verda-
de, o diabo não entende nada de sexo, por-
que ele é um anjo e anjos são assexuados.
Roubar, matar e destruir aquilo que Deus
preparou para ser uma bênção é o seu alvo.

de Deus
Ele tem feito isso através da mídia (revis-
tas, jornais, programas de TV etc.), a fim
de estabelecer uma idéia contrária ao que
Deus ensinou sobre sexo.

DEUS É UM DESMANCHA-PRAZERES?

“Deus é um desmancha-prazeres”, al-


guns pensam. Essa é uma mentalidade
mundana e diabólica sobre Deus. Deus é
bom e Ele criou o sexo. E, como autor, Ele
sabe tudo sobre o assunto e, portanto, é o
único que pode nos levar a desfrutar dessa
bênção na sua plenitude. Jamais devemos
consultar o diabo sobre esse assunto, não é
uma atitude inteligente. É como querer ope-
rar um computador lendo o manual de um
celular. Se quiser gozar do melhor do sexo
em sua vida, você deve consultar o manual 23
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical do criador: a Bíblia. Seguindo as orientações
da Bíblia, certamente teremos experiências
sexuais maravilhosas no casamento, sem
marcas, feridas, culpas ou desculpas.

DEUS ERROU COMIGO?

No mundo, somos pressionados pela


sociedade, pela família e pelos amigos
para provar nossa sexualidade. Você não
deve ceder a essas pressões. Deus não er-
rou ao criar o sexo. Essa é outra mentali-
dade distorcida. “Deus os criou macho e
fêmea”, diz a Bíblia em Gênesis 1.27. Você
não precisa provar nada para ninguém
porque o que já está escrito é suficiente.
O que passar disso é incredulidade. Você
não é homossexual ou lésbica. E, mesmo
que, às vezes, ainda sinta atração ou seja
tentado por alguém do mesmo sexo, por
ter vivido essas práticas no passado, essa é
uma mentira do diabo. Deus os criou ho-
mem e mulher. A verdade não é o que você
sente, pensa ou o que disseram para você.
A verdade é o que está escrito na Palavra de
Deus: e Deus os fez homem e mulher.
Deus nos deu o dom da atração e nós
24 podemos senti-la de várias maneiras, em
vários níveis e por vários tipos de pessoas.

O caminho próspero
A atração sexual não é algo do diabo. Ela
foi criada por Deus. O pecado, por sua vez,
perverteu o dom da atração na área sexual
em lascívia. Rejeitar a atração da sua vida
é rejeitar o dom de Deus. No casamento,
a atração física é uma bênção.
Vamos entender um pouco mais sobre
esse dom. A atração, em primeiro lugar, é
algo pessoal, ou seja, o tipo de pessoa que

de Deus
o atrai pode não me atrair, e vice-versa.
Em segundo lugar, podemos nos sentir
atraídos por pessoas do mesmo sexo e
isso não tem nada a ver com homossexu-
alidade. Somos atraídos pela amizade de
pessoas do mesmo sexo. Somos atraídos
pela beleza de outra pessoa e isso não é
lascívia porque não há nada de errado em
admirar a beleza de uma pessoa.

ENTENDENDO A ATRAÇÃO

Cristo não execrou, não abominou o


corpo. A atração opera também em dire-
ção à alma ou ao espírito de outra pessoa,
nos levando a admirar seu caráter, sua vida
com Deus, sua espiritualidade. E a atração
também opera romanticamente, como a
paixão. A paixão é o fogo que Deus criou
para culminar no ato sexual. Ela funciona
como uma bateria. Cada vez que alguém a 25
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical usa se agarrando e se envolvendo em for-
nicação, rouba energia da bateria que de-
veria estar carregada e plena no ato sexual
do casamento. Muitos jovens, antes de se
casarem, sentem uma atração “louca” pela
outra pessoa e usam a “bateria” sem que
ela esteja carregada e impedem que ela se
carregue. E, quando se casam, sentem ter
perdido aquele fogo. Na verdade, as las-
cívias do namoro roubaram essa energia.
Os demônios entraram pelas brechas e
impediram que o amor arrebentasse em
sua plenitude no casamento.
A atração sexual está sujeita à nossa
vontade e esta deve estar sujeita à Pala-
vra de Deus. A paixão não é indomável e
descontrolada. Ela é uma questão de se-
meadura e colheita. Ninguém pode dizer
que se apaixonou e sequer percebeu. Se a
paixão aconteceu, certamente foi dada a
oportunidade, o coração se abriu para ser
conquistado por outra pessoa. Definitiva-
mente, somos nós que decidimos se vamos
ou não abrir as portas do nosso coração.

RECONHECENDO O CAMINHO

Em Jeremias 6.16, a Palavra nos fala dos


26 “caminhos eternos de Deus” e das “vere-
das antigas do Senhor”. Para cada área das

O caminho próspero
nossas vidas, Deus criou o caminho exce-
lente e aprazível, para que andássemos por
ele e fôssemos plenamente realizados. Mas
quando não conhecemos os caminhos de
Deus, nos frustramos e não alcançamos
a plenitude do Senhor em nenhuma área.
Deus também tem o caminho sobremodo
excelente para o romance. No entanto, a

de Deus
primeira coisa que vem à mente das pes-
soas é um conjunto de regras e leis dos
‘podes’ e ‘não podes’. Mas não estamos
falando de regras, estamos falando de um
caminho — o caminho eterno de Deus
para os relacionamentos.
Não somos donos da vida de ninguém.
Não é questão de poder ou não. Você está
escolhendo um caminho e tomando uma
decisão. A corte não é um conjunto de re-
gras, é o caminho de Deus para quem está
cansado de sofrer e se decepcionar com
o padrão mundano de relacionamento,
o namoro.
No entanto, nenhum jovem é obrigado a
segui-la. Deus criou Suas leis para o perfeito
funcionamento da vida humana, na terra,
nos céus, nos mares, no universo inteiro.
Ele jamais exigiu que o homem as seguisse.
Ele nos fez com livre-arbítrio. É como a lei
da gravidade. Ela é uma lei de Deus que faz 27
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical com que tudo que seja solto na atmosfera
seja atraído em direção à terra; no entanto,
ninguém é obrigado a obedecê-la.
Se alguém quiser, poderá saltar de um
edifício de vinte andares contrariando
essa lei e Deus não o impedirá. Contudo,
essa pessoa sofrerá as conseqüências na-
turais de sua escolha. Ela cairá em queda
livre e se arrebentará toda. Assim também
é o namoro. Se a pessoa não quiser seguir
a Deus e preferir seguir o caminho do na-
moro, instituído pelo diabo, no mundo, a
pessoa poderá continuar nele. Porém, co-
lherá as conseqüências de sua decisão.
Seja sábio e ande pelos caminhos eter-
nos de Deus. Deixe de sofrer! Encontre os
caminhos de Deus e os padrões de pen-
samento que os levarão a uma vida plena
e abundante. A proposta de Deus é um
caminho bom, prazeroso, amável, seguro,
próspero e deleitável.

QUEM CONTROLA SEUS PENSAMENTOS?

Em Oséias 6.6, lemos: “O meu povo


perece porque lhe falta conhecimento”.
Deixe-me dizer algo. Quem controla os
seus pensamentos, em qualquer área de
28 sua vida, controla os seus resultados nes-
sas áreas. Quem controla os padrões de

O caminho próspero
pensamentos a respeito de romance na sua
vida? Deus ou o diabo? Quem controla
seus pensamentos controla sua vida. Se
a Palavra de Deus controla seus pensa-
mentos, então você poderá conhecer os
padrões de Deus.
O profeta Jeremias diz, no capítulo 18,
verso 12, que “os homens tropeçaram nos

de Deus
caminhos de Deus”. Por quê? Porque Jesus
é a pedra angular para aqueles que O bus-
cam, mas é pedra de tropeço para os que
rejeitam os Seus caminhos. As Suas portas
são mais apertadas e Seus caminhos são
mais estreitos. Os caminhos do diabo têm
portas largas e caminhos espaçosos. To-
davia, os caminhos de Deus levam à vida e
os caminhos do diabo conduzem à morte,
sempre. “Há caminhos que para o homem
parecem ser bons, mas que, ao final, são
caminhos de morte”, diz a Bíblia.

UMA GERAÇÃO ANSIOSA

O caminho de Deus parece ser mais


longo e o diabo propõe sempre um atalho,
não tenha dúvida. Na verdade, esse atalho
é uma armadilha e irá prendê-lo, não só
atrasando a sua vida sentimental, como 29
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical também, se possível, arruinando-a com-
pletamente. Os jovens desse século fazem
parte da geração fast food, que não suporta
esperar. Ao apressar o desabrochar da vida
sexual, corre-se o risco de destruí-la, per-
dendo o melhor que ela teria a oferecer. E
assim corrompem-se todos os anos restan-
tes por alguns minutos de prazer.

UM TRISTE FIM

Seguindo o conceito do namoro, a


moça cede às pressões sexuais com medo
de perder o rapaz, ou melhor, o cafajeste.
Logo depois, ele a lança fora após usá-la e
a deixa com seu coração e alma em fran-
galhos, sofrendo com seus sonhos român-
ticos destruídos, em muitos casos, com
uma gravidez indesejada ou uma doença
incurável como a AIDS, cheia de depres-
são, traumas e feridas. Em alguns casos,
o diabo lhe oferece como saída o suicídio,
e mais uma vida se perde.
Amadas irmãs, homens canalhas não
se casam com mulheres que transam. Se
um homem consegue esperar por você
um ano inteirinho sem beijá-la e abraçá-
la, você pode se casar com ele. Ele real-
mente quer se casar com você e não com
seu corpo. O problema é que diante desse
30 caminho, muitos querem o caminho de
Deus, mas não querem obedecer às “leis

O caminho próspero
de trânsito” desse caminho. Ou seja, que-
rem o resultado, mas não querem seguir
as instruções. E isso realmente não fun-
ciona. As nossas práticas comprovam as
nossas decisões.

UM POVO CHAMADO

de Deus
Nós não fomos chamados para entre-
ter jovens em “baladas gospels” de sábado
à noite. Fomos chamados a levantar uma
geração de líderes para a nação. Uma na-
ção de jovens santos e radicais contra o pe-
cado, capazes de radicalizar em Deus para
escrever Sua história neste tempo único.
A maior geração de homens que já passou
pela face da terra está viva. Prova disso
é que a população mundial não crescerá
mais depois de 2025, segundo pesquisas
do IBGE e isso é profético.
O apóstolo João viu uma multidão inu-
merável de pessoas no céu. Essa multidão
está viva hoje e precisa ser alcançada. A Bí-
blia diz que “primeiro é o natural e depois
o espiritual” (1Co 15.46). A maior geração
do primeiro Adão está viva, a geração mais
pervertida que já passou na face da terra
está viva, e isso nos leva a crer que a gera- 31
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical ção mais santa do segundo Adão, Cristo,
está diante de nós.
Nós somos a resposta de Deus para
esta geração. Nós somos uma geração de
Radicais Livres. Somos uma geração de
jovens cheios de graça, verdade, unção e de
sabedoria. Somos uma geração que tomou
a firme decisão de escolher os caminhos
de Deus em cada área da vida. E por isso,
não nos envergonhamos de sermos cha-
mados filhos do Altíssimo. A corte não é
uma lei, mas sim um desafio: é uma de-
cisão radical para jovens destinados ao
avivamento!

OBSERVANDO AS VEREDAS ANTIGAS

A Bíblia mostra que devemos observar


quais são as veredas antigas de Deus. A
palavra “antiga” não significa velha, mas
eterna e sempre nova. Para cada área da
nossa vida, existem princípios que Deus
quer nos ensinar. Se caminharmos com
Ele, certamente seremos abençoados. A
Bíblia mostra que Jesus é o Caminho, a
Verdade e a Vida. Ele não é uma opção,
é o único caminho. Jesus é a Palavra, o
Verbo que se fez carne. Então cada palavra
32 é o caminho. Muitos entre nós sofrem por
não andar nos caminhos de Deus. Não

O caminho próspero
acreditam que os caminhos dEle sejam
perfeitos para nós, nem que, para cada si-
tuação, há o caminho excelente que vale
a pena ser vivido.
Nenhum pastor tem a intenção de es-
tabelecer uma lei a respeito do namoro
na igreja. Não somos donos e não vamos
fiscalizar a vida de ninguém. Cada um

de Deus
tem sua própria vida diante de Deus. Na
verdade, o que queremos é compartilhar
princípios da Palavra de Deus. Se enches-
sem nossas vidas de regras, de nada adian-
tariam, na “hora H” nos esqueceríamos
delas.
Como foi falado anteriormente, Deus
estabelece os Seus bons e seguros cami-
nhos. Porém, não nos obriga a andar por
eles. Nós somos livres para escolher e cada
escolha resulta em uma conseqüência.
Volto a dizer: é como a lei da gravidade.
Somos livres para escolher, mas certamen-
te sofreremos as conseqüências de não op-
tar pela lei de Deus. Deus tem o caminho
seguro e tremendo para o relacionamento
e o diabo tem o dele. Infelizmente, o pa-
drão mundano tem resultado em inúme-
ros divórcios e vidas frustradas. A escolha
é individual, é sua!
Aquilo que recebemos de Deus como
palavra viva é o que nos transforma. Não 33
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical daremos regras dizendo o que se pode
e o que não se pode fazer. Não é essa a
intenção. Não prenderemos sua vida em
coisa alguma. Meu desejo, como pastor
de jovens, é abençoá-lo, é ministrar ao
seu coração o caminho eterno de Deus,
para que você tenha um relacionamento
correto.

UM PREÇO ALTO DEMAIS

Eu fui um jovem mundano, tive muitos


relacionamentos e não conhecia os cami-
nhos de Deus. Eu traí e fui traído, iludi
e fui iludido e o meu coração foi muito
machucado. Naquele momento, parecia
bom, mas depois foram tantos os preju-
ízos que sofri. Da mesma maneira, ouvi-
mos pessoas que testemunham da mesma
dor e sofrimento. Muitas vezes, futuros
brilhantes de pessoas jovens, com tanta
coisa pela frente, foram comprometidos
por uma gravidez indesejada ou uma do-
ença, mudando totalmente suas vidas.
Acabaram se envolvendo em tantas cila-
das e tendo tantos prejuízos.
Há uma triste verdade a constatar e
não se espante: o índice de gravidez dentro
da igreja é impressionante. Como não es-
34 tão preparados e a maioria dos jovens não
pensa em transar, não toma anticoncep-

O caminho próspero
cional e nem usa preservativos, em casos
de uma relação sexual fora do casamen-
to, muitas moças acabam engravidando.
“Graças a Deus que não estão programa-
dos para pecar”, alguns podem pensar.
Infelizmente, quando os jovens dentro da
igreja caem no pecado são vítimas fáceis,
pois não estão preparados para continuar

de Deus
na queda. No mundo, diferentemente, eles
se previnem e a vida vai se arrebentando.
Eu paguei caro por isso. Após me con-
verter, quis me casar e, sendo um relacio-
namento em Deus, não havia nenhum
motivo para desconfianças. Mas eu não
conseguia não ter ciúmes. Eu tinha pro-
blemas com as cicatrizes emocionais na
minha vida e nosso relacionamento co-
meçou a ter problemas. Uma vez, passe-
ávamos na rua e a moça comentou que
‘fulano de tal’ tinha uma barraca igual
a que nós vimos. Na minha cabeça, ela
já teria dormido com o ‘fulano’ naquela
barraca. Ninguém podia se aproximar
dela que eu sentia ciúmes. Minha vida
estava presa.
O meu coração ficou mais ferido e ma-
chucado porque o meu relacionamento era
de curta duração e nos padrões do mundo. 35
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical Eu ainda não conhecia a Palavra e muito
menos havia lido sobre esse assunto. Eu não
tive essa oportunidade que os jovens têm
agora. Deus teve que fazer um grande mi-
lagre na minha vida. Porém, melhor do que
obter um milagre é não precisar de um.

36
2

USANDO A CABEÇA

Precisamos avaliar seriamente uma


questão vital: Haveria alguma outra manei-
ra, que não o namoro, de nos envolvermos
romanticamente em um relacionamento
que leve ao casamento? Será que Deus,
em sua sabedoria, nos reserva algo assim?
Trataremos agora da sabedoria do amor. A
Bíblia diz em Filipenses:

E também faço esta oração: que o


vosso amor aumente mais e mais
em pleno conhecimento e toda a 37
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical percepção, para aprovardes as coi-
sas excelentes e serdes sinceros e
inculpáveis para o dia de Cristo.
(Fp 1.9,10)

Existe uma paráfrase que diz:

Aprenda a amar apropriadamente.


Você precisa usar a cabeça e testar
seus sentimentos, para que seu
amor seja sincero e inteligente e
não um sentimento exagerado.

A Bíblia diz isso. É preciso usar a cabe-


ça para avaliar o tipo de relacionamento
e de sentimento que você quer ter, a fim
de que o amor seja sincero e íntegro e não
apenas uma paixão desenfreada. Onde há
paixão exagerada não existe inteligência
funcionando para avaliar. As pessoas es-
tão sofrendo e se machucando lá fora e
dentro da igreja também. A Bíblia diz:

De tudo o que se deve guardar, o


mais precioso é o seu coração, porque
dele procedem as fontes da vida.

Portanto, o coração é a fonte da sua


38 vida. Se ele se sujar, tudo estará sujo e o
relacionamento familiar e com os irmãos

Usando a cabeça
estará comprometido. Não haverá prazer
em nada e nem disposição para servir a
Deus ou fazer coisa alguma. Todos fomos
ou já vimos pessoas machucadas e aban-
donadas por alguém. Simplesmente não
havia mais vontade de fazer mais nada,
porque houve um relacionamento que, em
vez de ser inteligente, era apenas exagera-
do. As pessoas caem nesse círculo egoísta
e vicioso chamado namoro.

RELACIONAMENTOS DE CURTO PRAZO

No mundo, o namoro constitui um


relacionamento de curto prazo, que visa
somente à auto-satisfação, ou seja, o que
importa é satisfazer os próprios desejos.
O namoro procura seus próprios interes-
ses e está atrás apenas da satisfação pes-
soal e do sentimento momentâneo. Mas,
quando o sentimento acaba, a pessoa se
sente rejeitada e usada. E, infelizmente,
acaba sofrendo por ter entrado num re-
lacionamento egoísta.
Precisamos entender que ninguém
tem o direito de pedir o coração e nem
a afeição de outra pessoa, se não estiver
pronto para um compromisso sério. Se
pedirmos o coração de alguém e não esti- 39
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical vermos preparados para nos casar, a outra
pessoa, com certeza, sofrerá. Precisamos
reconhecer o que é o melhor de Deus. E
o melhor sempre é esperar a hora certa
para assumir um compromisso. O Senhor
nos conduzirá a um caminho excelente.
Responda: a base do amor é fazer sexo
com uma mulher, mesmo sabendo que
irá ferir o seu coração e atrapalhar o re-
lacionamento dela com Deus? Será que o
amor é a base disso? A nossa geração diz
que amor é igual a sexo: é agarrar, pegar,
tocar etc.
Alguém que se satisfaz com o corpo
de outra pessoa e depois a abandona tem
o amor como base? Uma moça que fica
com um rapaz só até encontrar outro
melhor também foi movida pelo amor?
Assim eram os nossos relacionamentos
no mundo. E, já na igreja, muitos cristãos
entram por esse caminho.

ALÉM DO MOMENTÂNEO

A sabedoria do amor enxerga além dos


desejos pessoais e do prazer momentâneo.
Lembro-me de que quando eu saía com
uma mulher, no momento, era muito
bom, mas depois que passava, não queria
40 nem ver a pessoa. Eu queria ir embora para
casa. O que interessava era satisfazer meu

Usando a cabeça
desejo e, depois disso, cada um ia para sua
casa. Não havia nada de amor naquilo.
O amor inteligente vê lá na frente. Além
de glorificar a Deus no relacionamento,
o amor consiste em servir e abençoar a
pessoa amada.
Quando descansa em Deus acerca do
tempo certo em que irá se relacionar, você
desfruta do melhor de Deus e tem a alegria
de desfrutar do tempo que Deus reservou
para estar solteiro. Há tempo para tudo
na vida. Existe o tempo de se casar, mas
também existe o tempo de estar solteiro.
Se alguém vive angustiado todo o tempo,
buscando apenas um relacionamento ou
um namoro, perde os melhores momentos
de sua vida e seu coração fica cheio de tan-
ta coisa, ao ponto de não mais desfrutar
do poder da graça de Deus.
O melhor disso tudo é que, quando
você se nega a se envolver em um relacio-
namento baseado no namoro mundano,
sua vida desfruta da santidade de Deus.
Agora entenda, santidade é muito mais
do que não transar. Santidade envolve a
mente, o coração e as emoções. Muitos
jovens pensam em santidade apenas como
não fazer sexo. Enganam-se, é algo muito
maior. A santidade faz parte da mente, do 41
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical coração, dos pensamentos e das atitudes.
Você terá santidade quando romper com o
espírito de lascívia que opera no namoro.
É hora de dar um basta no pensamento
mundano e avaliar quanta confusão exis-
te nos relacionamentos de curto prazo e
sem compromisso.
Ao optar por um relacionamento ras-
teiro, que não leva a nada e ainda destrói o
futuro, você não desfrutará da paz de Deus.
A Bíblia revela que Deus não permite nem
mesmo que um pardal caia sem o Seu con-
sentimento. Nem um fio de cabelo cai de
sua cabeça sem que Ele saiba. E você acha
que Ele não sabe dos corações que você
destruiu? Ou das pessoas que você usou
e trocou? Você acha realmente que Deus
não vê nada disso?

PRESTAREMOS CONTAS?

Muitos se preocupam com a pressão


dos amigos e das pessoas para que na-
morem, provem sua sexualidade. Mas
não se preocupam com uma coisa. No
Dia do Juízo, terão que dar satisfação
às pessoas que arrebentaram com seus
relacionamentos de curto prazo. Quer
acredite ou não, diante de Deus todos
42 terão que prestar contas. Deus sabe dos
corações que machucamos. Os olhos de

Usando a cabeça
Deus estão em todo lugar. Você deve ter
temor em seu coração. Todavia, os olhos
de Deus, que a tudo enxergam, também
olham com amor. Se nos arrependermos,
Ele prontamente perdoará, hoje e também
Naquele Dia. Ou seja, o que fi zemos para
trás não contará contra nós diante de
Deus. Amém! Glória a Deus!
Os jovens radicais devem ser compro-
metidos com o amor sábio e inteligente. A
nossa prioridade é sermos santos e irrepre-
ensíveis diante do nosso Deus, que tudo
sabe e tudo vê. Joshua Harris, em seu livro
EU DISSE A DEUS AO NAMORO, avalia alguns
hábitos errados do namoro. No próximo
capítulo, veremos alguns desses pontos,
além de algumas experiências comparti-
lhadas por nós.

43
3

A CILADA DO NAMORO

Se o cristão, que quer seguir os princí-


pios de Deus, entra em um relacionamen-
to sem compromisso, buscando apenas a
auto-satisfação da carne, o que pode acon-
tecer? Ele até quer conduzir sua vida por
um caminho reto, mas não consegue.
O pior é que há pastores amados, mas
sem revelação de Deus, que orientam os
jovens debaixo do mesmo padrão que im-
pera no mundo. Eles dizem que os jovens
podem namorar e fazer o que quiserem,
pois, na “hora H”, o Espírito Santo irá 45
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical ajudá-los. Isso é o mesmo que mandar
alguém andar com um carrinho desali-
nhado num supermercado cheio de porce-
lanas e cristais caríssimos nas prateleiras.
Um acidente acontecerá! Não confie na
carne. Se você colocar sua vida lá dentro,
ele vai levá-lo para um caminho que não
é o de Deus. Joshua avalia alguns hábitos
errados do namoro. Vejamos:

UMA INTIMIDADE SEM COMPROMISSO

O namoro promove a intimidade, a


aproximação, estar junto sem nenhuma
intenção real de compromisso a longo
prazo. É mais ou menos o seguinte:
O rapaz chama sua namorada e diz:
“Eu preciso de um parceiro para escalar
uma montanha. Vamos comigo?” Ela
aceita. Então, sobem e vão se envolven-
do e escalando a montanha. Na hora em
que chegam a 600 metros de altura, e ele
precisa dela para segurar a corda ou cai-
rá os 600 metros em queda livre, ela diz:
“O negócio é o seguinte. Eu não estou
me sentindo confortável aqui com você,
amarrada a essa corda, e eu estou fora.
46 Se vira.”.
Entendeu? É assim que acontece. O re-

A cilada do namoro
lacionamento parecia íntimo, mas não ha-
via compromisso. Ou seja, havia o agarrar,
os beijos etc. Mas na hora em que a coisa
aperta, a pessoa diz “tchau”.
Antes de me converter, tive uma namo-
rada no mundo e meu relacionamento com
ela ia muito bem, até a hora em que eu pas-
sei no vestibular e rasparam meu cabelo.
Ela me deixou! Acho que essa foi a pior de
todas as relações que já tive. O compromis-
so dela não chegou nem no cabelo.
Algumas pessoas só ficam ao nos-
so lado quando estamos bem. Quando
adoecemos ou temos problema na família,
logo elas nos deixam. Assim é o namoro.
Ele traz intimidade, mas não traz com-
promisso. E por quê? O namoro é como
um bolo só com cobertura, sem recheio. É
lindo, mas, quando você come, passa mal,
porque só tem chantilly. Ele é egoísta.
Enquanto a pessoa pode dar o que a
outra quer, elas ficam juntas, mas na hora
em que acaba, ela sai fora. Enquanto está
sendo beneficiado, tudo bem. Mas na hora
em que a montanha ficou alta demais ou
a outra pessoa engordou um pouquinho,
estão fora. Isso é algo terrível porque des-
trói as pessoas. 47
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical O namoro tem essa falha e penso que
ninguém quer entrar em um relaciona-
mento desses, porque na hora em que o
diabo vier atacá-lo com pressões e proble-
mas, você ouvirá: “Fica aí nessa monta-
nha, que eu estou descendo, tá?”. Creio
que não valha a pena viver assim. Todos
nós precisamos de pessoas que sejam com-
prometidas conosco.
A intimidade sem compromisso des-
perta desejos emocionais e físicos que ne-
nhum de nós pode satisfazer. Na Bíblia
nós lemos:

Cada um de vós saiba possuir o


próprio corpo, em santificação e
honra, não com o desejo de lascívia,
como os gentios que não conhe-
cem a Deus, e que ninguém ofenda
nem defraude a seu irmão, porque
o Senhor, contra todas essas coisas,
como antes vos avisamos e testi-
ficamos claramente, é o vingador.
(1Ts 4.6)

A Bíblia diz que não temos o direito


de defraudar os nossos irmãos. Quando
alguém diz para uma moça que ela é seu
jardim regado, apenas para prendê-la, isso
48 é cafajestice. Ou seja, é para defraudar a
moça. A Bíblia diz que Ele é o vingador,

A cilada do namoro
porque punirá quem busca a auto-satisfa-
ção e a intimidade, mas não assume e nem
mesmo quer o compromisso. Deus não
aceita isso e é algo muito sério. É como
comer só a cobertura do bolo, é gostoso,
mas provoca diarréia.

INTIMIDADE SEM AMIZADE

Quando somos amigos de alguém,


não nos preocupamos em fingir ser outra
pessoa que não nós mesmos. Na amizade,
somos o que somos e pronto. Mas quando
uma pessoa entra em um namoro, passa a
usar máscaras, fica três horas em frente ao
espelho ensaiando o que dizer. O compor-
tamento que apresenta não é autêntico.
Mesmo que não queira enganar, quando
você entra no namoro, vende a imagem de
outra pessoa: arrumadinha, bonitinha e
jóia. Tudo parece bom, mas não sabemos
como é a pessoa no seu dia-a-dia.
Quando a amizade antecede o relacio-
namento, conhecemos a pessoa na inti-
midade. É mais ou menos o seguinte: a
cesta de basquete é alta, e não jogamos
nada. Nunca conseguimos enterrar uma
bola, mas se abaixarmos a cesta para um
metro, seremos todos campeões. Mas não 49
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical nos tornamos campeões reais, já que abai-
xamos os padrões do esporte, afrouxamos
as regras. Percebem? Isso significa que eu
não sou um Michael Jordan ou um Oscar
Schmidt, que são feras do basquete, é tudo
mentira! Muitos vivem em ilusão sobre
o casamento, com uma visão romântica
distorcida, sem conhecer realmente a re-
alidade do amor e do casamento.
Voltemos a cesta de basquete à sua al-
tura oficial e não vamos enterrar nada,
não seremos mais os campeões, os su-
per-heróis. Da mesma forma é o namoro.
Quando você se maquia, tenta ganhar o
outro através de enganos e trapaças. Com
o relacionamento no padrão de Deus,
você conhece o outro na realidade. Sabe-
rá como é a outra pessoa no trabalho, em
casa, ou seja, saberá do que ela gosta e o
que a deixa contrariada. Temos a chance
de saber como a pessoa irá reagir quando
as coisas não dão certo. Essas coisas nós
só percebemos através da amizade.
Quando somos amigos de alguém, não
há preocupação em vender uma imagem
que não temos. Não há a preocupação
em esconder nada porque nos sentimos
à vontade e, por isso, teremos oportuni-
dade de conhecer e sermos conhecidos
de verdade. Se depois surgir o romance,
50 você saberá se tem chances de dar certo ou
não porque é algo real. Mas o namoro pula

A cilada do namoro
essa fase.
Freqüentemente, vejo mulheres cho-
rando e dizendo: “Não foi com este ho-
mem que eu me casei. Ele não era assim
antes.”. Por quê? Porque o relacionamento
pulou a fase da realidade. Sempre digo
que realmente ela não se casou com aquele
homem, porque aquele homem era falso,
mascarado. Ela não o conheceu antes na
amizade, na realidade, por isso se casou
achando que era uma pessoa, mas desco-
briu não ser nada daquilo. De manhã, o
encanto do “príncipe encantado” acaba e
o “sapo desencantado” aparece novamen-
te: a maquiagem sai, o olho incha, a baba
escorre... Que horror!
O que vale agora, infelizmente, é a reali-
dade que ela não conhecia, porque quando
caiu a maquiagem, só ficou a realidade des-
conhecida, já que estavam gastando tempo
em ter prazer. Quando ela tirar o sapato dele
e enxergar o pé torto com unhas encravadas,
não poderá dizer que não sabia. Depois que
a lente é tirada, o olho verde fica embaçado.
Se a pessoa se casou na real, sabendo quem
era a pessoa, beleza! Mas se ela se casou com
máscara, lamento dizer, mas terá maus mo-
mentos. O namoro tira a oportunidade de
conhecer o “príncipe”. 51
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical O PRAZER SUBSTITUI O AMOR?

Dois lábios que se encontram não sig-


nificam dois corações que se unem. Cor-
pos atraídos não significam que uma pes-
soa foi feita para a outra. É muito pouco.
Se você entende que o amor está ligado ao
relacionamento físico, precisará agarrar
para se sentir amado. Lembro-me de uma
conversa que tive com um irmão:
— Irmão, por que você quer ficar agar-
rando? Você pretende transar?
— Não! — respondeu ele.
— Então por que você quer entrar nessa
estrada se você não pode chegar até o final?
Ele me disse que amor para a moça sig-
nificava carícias. Ou seja, a mentalidade
dela era mundana. Se não houvesse ca-
rícias é porque não havia amor. Fico im-
pressionado quando vejo algumas mães
se chocarem ao ouvir sobre a corte. A men-
talidade delas é que se não houver agarros
é porque o rapaz não quer a moça. A mãe,
no desejo de ver a filha casada, diz: “Se
você escutar esse pastor e parar de agarrar
esse rapaz, que é um partidão (bem par-
tido), você vai ficar pra titia”. Isso é o que
passa na cabeça dela. É o mesmo padrão
mundano, porque a mente dela também
52 nunca foi renovada.
Pense comigo. Quem ama mais a ga-

A cilada do namoro
rota? Um homem que é capaz de ficar
um ano com ela, sem que ela o agarre, ou
aquele que deixa claro que, se não for para
ficar e amassar, não dá para continuar?
Aquele que aceitou cortar a fornicação
do namoro, durante um ano, realmente a
ama. Ela não precisou negociar e nem se en-
tregar. O homem que é “homem de Deus”
irá se relacionar em compromisso com ela,
com seus pais, seus irmãos e com Deus!
Com esse rapaz que esteve com ela por um
ano ou mais e não a agarrou ela pode se
casar, porque ele não está interessado na
sua carne ou no seu corpo. Ele foi capaz
de relacionar-se com a garota e, amanhã,
quando tiverem filhos, e a “rosa murchar”,
não haverá problemas. Ele não terá se ca-
sado com o corpo dela, mas, sim, com
ela. Porém, quando uma pessoa tem que
prender a outra com os amassos, o corpo
passará, e passará também o casamento.
Portanto, não confunda carinho com
carícias e sexo. Desde já, tire isso das sua
cabeça, pois esse é o padrão de pensa-
mento do mundo: “Se ele não abraçá-la é
porque ele não a ama”. Mas, ao contrário
disso, a prova do amor é ser capaz de
se relacionar com a outra mesmo sem
agarrá-la. Essa, sim, é prova de verda-
deiro amor. 53
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical Existe namoro na Bíblia? Sim, por
exemplo, Sansão e Dalila, Davi e Bate-
Seba. Mas vejamos o fruto desses rela-
cionamentos. Sansão terminou com os
olhos furados e preso em cadeias, e Davi
praticamente arruinou toda a sua família
e o seu reino. Mas vemos também Rute e
Boaz, dos quais descende Jesus.
Perceba que carinho é diferente de
carícias. É possível existir carinho sem
carícias. Na maioria das vezes, existem
carícias físicas, mas não existe carinho.
Isso, certamente, irá produzir sentimen-
tos de acusação e culpa na lua-de-mel. É
o fruto de praticarmos algo estranho e
pecaminoso sem a bênção de Deus.

A BOLHA DA ILUSÃO

Normalmente, o casal se envolve ao


ponto de esquecer os amigos, os pais, os
irmãos e o pior de tudo: de Deus. Estou
“careca” de ver pessoas que se lançaram
num relacionamento e se esqueceram de
tudo. Eles se esqueceram dos amigos que
se importavam com eles, se esqueceram
dos pais que eram as pessoas que mais os
conheciam e amavam.
O namoro fez com que suas vidas se re-
54 sumissem apenas aos dois. E, um belo dia,
o prazer acaba e então eles se vêem com

A cilada do namoro
um grande problema. Eles se sentem so-
zinhos porque não têm ninguém com
quem compartilhar. Eles pensaram que
poderiam viver sozinhos no mundo sem
precisar de mais ninguém, só os dois. Eles
quebraram um princípio de Deus que está
em Provérbios: “Na multidão de conse-
lheiros há sabedoria”.
Quem pensa que pode edificar um re-
lacionamento a dois, isolado dos amigos,
da família e de Deus, está fora do prin-
cipio da Palavra de Deus. O namoro faz
isso com as pessoas porque ele é egoísta
e sanguessuga, quer tirar o sangue um
do outro até o fim. Quando as pessoas
se vêem sozinhas nesta hora em que o
namoro se revela vazio e sem propósito,
não terão os amigos para compartilhar e
acabarão deprimidas.
O namoro afasta o casal dos pais e dos
amigos e por isso ele não é o relaciona-
mento de Deus para nós. O relacionamen-
to de Deus não exclui as pessoas, antes
inclui mais pessoas. O namoro exclui as
pessoas da paixão pela Obra de Deus e do
desejo pelo ministério. Ele tira das pessoas
a fome e a sede da Palavra de Deus e as
afasta da adoração. A corte inclui e o na-
moro exclui, por isso ele não é de Deus. 55
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical CADÊ O FUTURO QUE ESTAVA AQUI?

Quando os jovens se envolvem com al-


guém de forma errada e mundana, eles se
desviam dos propósitos de Deus para as
suas vidas. O tempo que teriam para cres-
cer e consolidar suas vidas nos estudos, no
trabalho e na obra de Deus foi gasto em
um namoro sem compromisso. O namoro
é egoísta e visa apenas à auto-satisfação.
No futuro, quando olharem para trás,
talvez não tenham mais condições de se
recuperar, o tempo terá passado e eles te-
rão perdido oportunidades na sua vida.
O namoro faz isso. Ele desvia os jovens de
coisas importantes.
Conheço pessoas que deixaram a facul-
dade e o trabalho na igreja porque queriam
tempo para namorar. Eles quebraram ci-
clos fundamentais de suas vidas, quando
deveriam se desenvolver e concluir etapas.
O namoro destruiu tudo. O resultado final
é que agora estão atrasados e sem condi-
ções de se casar. Agora terão que recons-
truir toda a sua estrutura educacional e
financeira para terem uma vida mais digna
para uma possibilidade de casamento. E,
muitas vezes, isso não é possível. Como
56 diria um amigo mineiro: “Tudo é antes”.
SEM DEUS

A cilada do namoro
TEMPO NO TEMPO DE

Logo adiante, vamos falar mais sobre


a bênção de estar solteiro nessa época de
sua vida. O namoro destrói esta fase. O
mundo diz que serão infelizes se não na-
morarem e coloca os jovens numa ciran-
da louca para arrumar alguém, acabando
com a oportunidade ímpar que Deus lhes
deu, a época de estar solteiro.
Quando estamos solteiros, temos a
maior oportunidade de nossas vidas. É
a época de maior energia e disposição.
Conseguimos nos envolver com tantas
coisas: a Obra de Deus, o trabalho, a es-
cola, jogamos bola e conversamos. Mas
depois que nos casamos, não há mais esse
tempo. Esse é o tempo oportuno de Deus
para crescermos e servirmos ao Senhor.
No entanto, quando nos envolvemos em
relacionamentos sentimentais, fora da
época de Deus e sem compromisso, per-
demos essa bênção.
O namoro nos desvia do dom de estar
solteiro. Desprezar o dom de estar solteiro
é mais ou menos como um garoto que, ao
ganhar uma bicicleta novinha, a deixa de
lado, e vai brincar com a caixa. A família
esperava que o menino fosse andar de bi- 57
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical cicleta, mas, ao contrário, ele preferiu a
caixa. Ou seja, ele desprezou a bênção que
era a bicicleta.
A mesma coisa é o namoro em relação
à bênção de estar solteiro. A benção é o
tempo de solteiro, mas muitos preferem
brincar com a caixa de papelão do namo-
ro. O estar solteiro é o tempo que Deus
reservou para que se possa extravasar com
o Senhor e aproveitar cada momento da
juventude em suas vidas! Mas, em vez dis-
so, se envolvem em relacionamentos de
curto prazo e, então, perdem a bênção.
Desperdiçam uma época abençoada que
Deus dá. É jogar fora o melhor momento
de Deus para nós.

AMBIENTES ARTIFICIAIS

O namoro desvia a pessoa daquilo que


de fato ela é. Alguém disse que somos o
que somos quando estamos sozinhos no
escuro. Não se conhece ninguém em dia de
festa. Conhecemos a outra pessoa quando
“pisamos no calo dela”. Quando dizemos
um não para a pessoa e ela estoura. Aí, sim,
nesta hora, é que a conhecemos. Ninguém
58 é o que aparenta em dias de festa. Quem
nós somos quando ninguém está nos ven-

A cilada do namoro
do? O namoro destrói essa realidade.
Devemos orar para que os problemas
apareçam durante a corte e que possamos
conhecer a outra pessoa em ambiente real.
Por que as prostitutas e as amantes levam
suposta vantagem sobre as mulheres casa-
das? É porque elas só ficam com o marido
da outra pessoa fora da realidade. Se o
marido vivesse alguns dias com a amante,
com certeza, ele daria valor à sua esposa.
Normalmente, esse homem procura um
ambiente que não é real. É um ambiente
falso. Na hora do aperto, ele não poder
contar com ela.
Ao considerar alguém para se casar,
é necessário encontrar respostas a estas
questões: Como ele é? Como é quando
ele fica nervoso? Como ele trata os pais?
Como ele é na hora em que é contrariado?
Irmãos e irmãs, orem e peçam a Deus para
que Ele gere circunstâncias que mostrem
quem é a pessoa na qual estão interessa-
dos. Vocês não podem se casar em ilusão.
Lembrem-se sempre de que o namoro tira
a realidade e traz a mentira. 59
4

O RELACIONAMENTO
DOS SEUS SONHOS

Neste capítulo, quero compartilhar


com você alguns princípios que o aju-
darão depois do casamento. Não quero
que você sofra o que eu sofri. Não tive
o privilégio de conhecer esses princípios
no tempo de minha conversão. Eu amo
a minha esposa e dou graças a Deus por-
que, depois de muita luta e oração, conse-
guimos vencer os problemas, mas muitas
pessoas não conseguem vencer porque
não têm oportunidade de ter alguém do
lado para ajudá-las. E o que era um gran- 61
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical de sonho se torna um pesadelo para o
resto da vida.

UMA NOVA MENTALIDADE?

Se você quer sair do padrão munda-


no do namoro, precisará ter uma atitude
nova em relação à maneira de se relacio-
nar. Muitas pessoas tem uma mentalidade
errada sobre a Cruz. A Cruz é a vontade de
Deus. Ela é a vontade de Deus para nós. O
alvo não é nos fazer sofrer, mas sim matar
o velho homem a fim de que possamos vi-
ver uma vida de ressurreição. Para o morto
não existe pecado. O morto está liberto
porque ele não tem tentação alguma. O
alvo da cruz é “matá-lo”, uma vez que o
casamento é um perdão constante.
Quem está namorando não conversa
porque a língua está ocupada com ou-
tras coisas. Mas se você decide pela corte,
haverá conversas e conhecerá o que cada
um é. A boca fala do que está cheio o co-
ração. Se a outra pessoa não falou nada
de Deus é porque ela não tem nada de
Deus. Se o jovem conhece uma pessoa e
não a toca, não a agarra, então, poderá
encontrá-la depois sem acusação, sem
culpa, sem constrangimentos. Não será
como tomate de feira, que já passou na
62 mão de várias pessoas.
Imaginemos um jovem vivendo o dia-

O relacionamento
a-dia da igreja e então se envolve em um
“namoro de crente”, no padrão mundano,
que apenas “tira” o sexo e então aconte-
cem as carícias, os beijos apaixonados e
talvez algumas coisas mais durante esse
namoro, mas então, depois de algum
tempo, esse relacionamento não dá cer-
to e eles terminam. No futuro ele se casa

dos seus sonhos


com outra moça da igreja e a outra pessoa
também e agora ambos são amigos, estão
dentro da mesma igreja.
E, um belo dia, todos estão almoçando
juntos, os dois casais, e ele olha e pensa:
“Nossa, eu já beijei a mulher desse irmão!
ou pior: Ela já agarrou o meu marido no
passado!”. Que coisa horrível, que sensa-
ção estranha. Será que isso se parece com
a família de Deus? Será que está certo?
Penso que não.
Sabemos que falar é mais fácil que
fazer. Sabemos disso, mas o que a Bíblia
está dizendo é que nós, como nascidos de
novo, como filhos de Deus, somos cha-
mados a mudar a maneira de pensar, a
uma mudança de mentalidade. Um gran-
de problema hoje no meio da igreja é que
existem muitas pessoas nascidas de novo,
mas com mentalidade antiga, são “gre-
gas”. Mesmo no mundo, o sexo fora do
casamento é errado, é pecado, não é de 63
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical Deus, e as pessoas, embora não admitam,
sabem disso. Então a pessoa se converte e
até aceita isso. Mas em relação ao modo de
pensar sobre outras coisas, a mente dela
ainda é antiga, velha.
Somos casa de Deus! Carregamos o
Espírito Santo dentro de nós, mas o mun-
do colocou na cabeça de muitos jovens
a mentalidade de que estar quase nus
na frente das pessoas é normal, acham
normal e suas mentes se acostumou com
isso. São jovens que nasceram de novo,
mas mantém a velha mente. O diabo dis-
torceu os conceitos e a roupa, que era feita
para cobrir, agora é feita para provocar.
Essa mentalidade velha, influenciada por
demônios, diz que se cobrir é caretice. Sen-
sualidade é um espírito. Se há alguém nu
da santidade de Deus, é melhor que, de
fato, esse espírito da sensualidade se de-
monstre nas suas roupas e então Deus
possa tratá-lo.
O padrão da roupa de Deus é aquela
que não tem que ser puxada. Roupa foi
feita para cobrir. Homens de Deus não se
casam com mulheres mundanas. O pro-
fano atrai o profano, o mundano atrai
o mundano e o profundo, o profundo.
Muitos chegam à igreja achando que o
amor está ligado a carícias. “Tudo bem,
64 só não posso mais transar, o resto conti-
nua igual”, pensa o novo convertido. Essa

O relacionamento
é uma mentalidade mundana. Amor não
é isso, é compromisso.
Encontrar alguém que o faça feliz, essa
é a mentalidade mundana. Mas a verda-
deira alegria está em encontrar alguém
para fazer feliz. Entende a diferença? Isso
é amor, sempre buscando o melhor para

dos seus sonhos


o outro. Há padrões errados e a Bíblia diz
que temos que mudar. Fomos criados para
ser semelhantes ao Senhor. A santidade
vem da verdade. Não há santidade real
sem base na Bíblia.
Se não formos influenciados pela Pala-
vra, não podemos avançar, não podemos
ter nossa vida transformada. O padrão de
Deus não se ajusta à mentalidade mun-
dana, é completamente contrário a ela. O
relacionamento, para nós, Radicais Livres,
não é um pequeno ajuste que os crentes
fizeram no namoro, tirando o sexo e con-
tinuando com tudo mais que envolve a
lascívia, os beijos, os abraços e os amassos.
Para nós é total conversão dessa mentali-
dade, é o rompimento completo com todo
e qualquer contato físico que nos leve à
impureza, é uma amizade comprometida
com um possível casamento debaixo da
bênção, acompanhamento e permissão
dos pais. 65
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical TEMPO DE VIVER O AMOR DE DEUS

A Bíblia fala que o mundo vai nos co-


nhecer quando amarmos uns aos outros
de verdade. A mentalidade mundana
ensina que os homens não olham para
as mulheres como seres femininos da
criação, mas sempre como namoradas
em potencial. Estão sempre vendo uma
oportunidade e sempre indo à caça. E elas
olham para os homens assim também.
Não olham uns para os outros como ir-
mãos. Essa é uma mentalidade mundana,
não é a mentalidade do amor.
Será que os jovens não podem, até
que apareça a pessoa certa, se relacionar
com as pessoas do sexo oposto sem ter
que pensar nisso? Será que não é possível
amar uns aos outros e servir a Deus jun-
tos em amor, olhando e respeitando uns
aos outros como irmãos? A Bíblia fala que
o amor é sincero e verdadeiro, querendo
antes o bem do próximo.
Antes de pensar que a moça pode ser
sua futura esposa, o verdadeiro amor faz o
rapaz vê-la como irmã, tratá-la e respeitá-
la como irmã, apoiar e abençoar seus pro-
66 pósitos em Deus e vê-la avançar na fé.
5

SOLTEIRO SIM,
SOZINHO NÃO

O mundo não quer o compromisso


do casamento, mas há sempre o pavor de
continuar solteiro para sempre, “ficar pra
titio”. O mundo cria esse ambiente e ele se
repete dentro da igreja também. O jovem
vem com a seguinte mentalidade: “Ou eu
me caso ou minha vida é um fracasso”.
Existe um homem de Deus do Exército
da Salvação que diz: “Ensine para suas
garotas que casamento é tudo na vida, e
elas vão casar com o primeiro idiota que
aparecer na vida delas”. Tudo por causa do 67
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical desespero de achar que casamento é tudo
na vida. Na vida de algumas pessoas, o
casamento é todo o fim da vida delas.
Não estou dizendo que você tem que
ficar solteiro. Eu creio que Deus tem, nos
Seus planos, um casamento para sua vida.
Deus constituiu o casamento, que é algo
profético. Cada vez que alguém se casa,
ele anuncia que Jesus vem e vai se casar
também. Precisamos compreender um
princípio na palavra de Deus: há uma
época para cada coisa na nossa vida.
Se não entendermos isso, caímos nessa
ciranda e vivemos a vida de solteiro procu-
rando alguém para casar em busca da tal
felicidade. Vou lhe dizer uma coisa: toda
vez que colocarmos nossa felicidade num
ponto distante, nunca iremos encontrá-la.
É igual àquela plaqueta fiado só amanhã,
quer dizer, nunca. Todo dia é amanhã.
Existem pessoas que carregam uma placa
assim: Felicidade só quando eu me casar.
Existem pessoas que dizem: “Essa
menina precisa é de um casamento”,
enquanto outros falam: “O problema,
pastor, é que eu não me casei, quando eu
encontrar alguém para casar, aí, sim, se-
rei um homem de Deus”. Essas pessoas
estão colocando a sua felicidade no lugar
68 errado. Eu sou bastante feliz no meu casa-
mento, porque minha alegria não é meu

Solteiro sim, sozinho não


casamento. O Senhor é minha alegria. Se
não fizer do Senhor sua alegria, você esta-
rá triste solteiro, por achar que só viverá
bem quando se casar, e, quando se casar,
descobrirá que também não encontrará lá
a felicidade e pensará que era feliz antes,
quando solteiro.
Muitos jovens não dão valor e não têm
a mentalidade correta a respeito da bên-
ção de estar solteiros, época abençoada de
suas vidas. Há muita coisa preciosa nessa
fase da vida, em que se pode desfrutar de
coisas que em nenhum outro momento
poderão ser desfrutadas.
Preste atenção nesta pequena história.
Há muito tempo havia um jovem soltei-
ro. Um dia, andando pela floresta, ele
encontrou uma bola prateada com um
fio dourado e ficou deslumbrado. Então
apareceu uma velha mulher. O rapaz lhe
perguntou o que era aquele objeto. Ela lhe
respondeu:
— Esta é uma bola especial e esse fio
de ouro que está dentro dela é sua vida, é
o caminho da sua vida. Se você não tocar
nesse fio, sua vida correrá normalmente,
mas, se puxar o fio, cada vez que você pu-
xá-lo sua vida será adiantada. Mas preste
atenção a este importante detalhe: cada
vez que você puxar o fio, não terá como
voltá-lo. 69
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical O jovem, então, saiu maravilhado com
aquela bola de prata. A primeira oportuni-
dade para usar a bola ocorreu quando ele
estava na escola. A aula estava chata pra
caramba, ele deu uma puxadinha no fio
e, rapidinho, a professora encerrou a aula.
Ele começou a perceber que aquela bola
poderia ser uma coisa boa na vida.
E toda vez que estava com problemas,
ele puxava o fio. O jovem foi crescendo
e falou:
— Eu preciso me casar logo, preciso de
alguém e não vou esperar.
Puxou mais um pouquinho do fio e
logo apareceu a moça, e puxou mais um
pouquinho e logo estavam casados. Cada
vez que ele puxava, a vida dele saltava
etapas e ele ia apressando as coisas. E ele
foi apressando a sua vida. Ele apressou o
nascimento de seus filhos, a formatura,
e logo ele viu os seus filhos formados e
empregados. Cada vez que ele tinha um
problema, ele puxava o fio e saía do pro-
blema. Ele foi tirando todos os problemas,
puxando o fio.
Mas o problema disso tudo é que,
muito mais rápido do que ele esperava,
a vida dele havia terminado. O que restava
diante dele era um grande vazio interior
e um caixão. Por quê? Porque ele excluiu
70 etapas fundamentais para sua vida e,
quando chegou lá na frente, ele era uma

Solteiro sim, sozinho não


pessoa infeliz por ter queimado as eta-
pas. Da mesma maneira é o jovem com
mentalidade ainda mundana: ele tem a
tendência de apressar as coisas.
Por natureza humana já somos apres-
sados. E, quando jovens, mais ainda: nos-
sa vida vira uma loucura, uma correria e,
por isso, queremos queimar etapas. Lá na
frente sofreremos porque não descobri-
mos a bênção que é cada fase que Deus
coloca diante de nós. O namoro dos nos-
sos dias é ditado pela impaciência, não
conseguimos esperar, logo queremos pu-
lar etapas.
Você só perceberá o tempo apropriado
para buscar um romance quando compre-
er o propósito de Deus para sua vidas. O
propósito de estar solteiro é confiar que,
no tempo dEle, os relacionamentos virão.
Mesmo não possuindo esse fio mágico,
muitos jovens criam mecanismos errados
para fazer com que a coisa corra e então
perdem muita coisa de sua vida. Todavia,
Deus quer que você aprecie cada etapa de
sua vida e esse é o momento especial.
Vivemos na época da pressa. Tudo tem
que ser bem depressa. Do fast food à co-
mida do forno de microondas, tudo tem
que ser urgente, celular, e-mail, sedex.
Por pressa as pessoas querem até comprar 71
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical diploma na faculdade. Compram de tudo
e não querem esperar o tempo certo para
se relacionar adequadamente. A hora de
se relacionar deve ser, no mínimo, quan-
do a pessoa tiver condições de assumir
um casamento.
Vamos falar mais na frente sobre o que
é o casamento. Muitos querem a parte
boa, mas não estão prontos pra assumir
o preço de se casar ou o preço de serem
casados. Então é preciso avaliar. Se nem
trabalho ou profissão a pessoa tem, ou seu
trabalho nem dá para mantê-lo, para que
se relacionar? Amor sem propósito não é
amor. É tolice!
O amor de Deus tem propósito claro e
definido. Só se deve entrar num compro-
misso quando puder assumi-lo. Quan-
do se dedica atenção em conhecer uma
pessoa, quando a lascívia é deixada lado,
pode-se então avançar no relacionamen-
to. O problema dos casamentos é esse, os
namorados passam anos só se agarrando,
no nível mais ralo de relacionamento, que
é o físico, e, quando se casam, têm que
conhecer o dia-a-dia da pessoa. Quando
cai a maquiagem, eles se assustam. Na
verdade nunca se conheceram.
Cada fase de nossas vidas é construí-
da em cima de outra. Nossa vida é como
uma escada, um degrau após o outro. É
72 como construção. Se quisermos construir
logo a casa, levantar logo as paredes e

Solteiro sim, sozinho não


deixarmos esse negócio de fundação pra
lá, porque, afinal de contas, ninguém as
verá mesmo, certamente essa casa ruirá.
A parte mais demorada de uma constru-
ção é a fundação. A corte é a fundação
de um casamento seguro e abençoado. É
um buraco profundo com muito ferro e
concreto e ninguém, depois, verá nada,
ficará por baixo, mas, quando olharmos,
veremos um lindo prédio edificado, onde
as pessoas podem morar e ser felizes.
Quando vemos alguém que tem pressa e
pula essa fase da edificação na vida, (não só
no casamento, mas em todos os aspectos
da vida), sentimos dó dessa pessoa. Vai se
arrebentar lá na frente. Vão soprar os ven-
tos, cairão as chuvas contra o casamento
dela, não haverá sustento devido, porque
a fase que tinha pra edificar jogou fora,
falhou nisso. É o erro que se comete ao
tirar uma coisa boa da época certa. As-
sim é o sexo. O sexo é uma coisa boa, é de
Deus. Sexo não é pecado, a não ser que
seja praticado com a pessoa errada na hora
errada, ou seja, fora do casamento. É como
comer fruta verde ou colher flor que não
se abriu. Perde-se o melhor!
Eu fui criado numa família destruída,
sexualmente depravada. Sou da época em
que homem tinha que fazer sexo, Homem 73
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical que era homem fazia sexo com prostituta,
foi o que me ensinaram. “Namoro que é
namoro tem que ter sexo, senão, que bo-
bagem é essa?”, era o que eu ouvia. Esse é
o amor que busca a auto-satisfação. Então
o que eles fazem? Recolhem a fruta verde,
a flor que ainda não abriu. Estão pulan-
do etapas e não desfrutam do melhor de
Deus. É por isso que tantos casais estão
se separando todos os anos.
O sexo é o nível mais baixo do relacio-
namento. Hoje a pessoa está com outra
pessoa porque o corpinho dela é boniti-
nho, mas ninguém é tolo de pensar que
será sempre assim. Uma hora as flores
caem, tudo cai, o homem cai também e
as rugas vêm. Então se começa a corrida
desesperada pelas plásticas, fazendo da
vida, muitas vezes, uma loucura.
Deus nos livre de ter que sustentar um
casamento à base de plásticas! Nada con-
tra plásticas, mas elas não são garantia
de um casamento. Muitas mulheres têm
medo de que os maridos as troquem por
outras mais novinhas e, na maioria das
vezes, eles acabam trocando mesmo. Seus
maridos não se casaram com elas, mas
apenas com seus corpos.
Quantos gostariam de comprar um
74 carro zero? É óbvio que quem não o tem
gostaria de comprar sim, mas quantos

Solteiro sim, sozinho não


têm dinheiro para comprar agora um
carro zero? Então se você não tem o di-
nheiro, adianta sair para comprar? O que
acontece com a maioria das pessoas é isso:
elas querem sair para namorar, mas não
podem se casar ainda. O que adianta sair
para negociar se não podemos comprar?
Por que concentrar sua vida nisso?
A mentalidade velha diz que quem não
procurar logo ficará para titio. Aí o jovem
cai em desespero total e vive em função de
achar alguém, mas não cai a ficha de que
o “alguém” que ele tem que achar é Jesus.
E passa a viver uma vida louca em cima da
cobiça de “comprar um carro”. E muitos
saem em busca de um namoro sem poder
se casar. Querem namorar sem poder arcar
com o compromisso do aluguel, da água,
da luz, do telefone, da comida, das coisas
que têm que ser feitas, dos filhos que virão,
que irão acordá-los durante a noite e tudo
mais que um casamento requer.
Certa vez, uma jovem, que dizia querer
muito se casar, foi pedir oração à outra
irmã. Essa jovem que “queria se casar”
era muito bem de vida, tinha carro, bom
emprego e vivia muito bem. Aí, no meio
da oração, a irmã que estava intercedendo
parou e disse que não mais oraria pela
jovem, pois, na verdade, ela não queria se 75
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical casar. A jovem que recebia oração se assus-
tou e falou que não, que ela queria se casar
sim! E a irmã continuou: “Deus está me
falando que enviará para você um homem
que ganha menos que você, não tem carro,
e você terá que lavar a roupa dele e fazer a
comida para ele. Você quer? Assim não. Ele
vai pegar o meu carro e o meu dinheiro?
Eu vou ter que lavar e cozinhar para ele?”,
a jovem respondeu.
Então a irmã disse à jovem que ela não
queria se casar. Na verdade, ela não estava
atrás de casamento e sim a fim de alguém
para fazer sexo e se sentir alguém na vida,
mas que ela não estava pronta para assu-
mir o preço de ser casada.
Você tem que colocar as coisas no seu
lugar, avaliar bem se quer mesmo se casar
porque, ao pedir um casamento para Deus,
Ele vai mandar o melhor, pois o Senhor é
bom. Porém, o melhor dEle para nós nem
sempre é o que você está pensando, mas
com certeza é o que você precisa.
É lógico que o casamento tem os seus
momentos bons, mas não é feito só deles.
Viverão de quê? Amor é atitude. O amor é
realista. As coisas de Deus são reais, não são
utópicas. São coisas que podemos avaliar,
pegar. O casal se casa naquela paixão, a luz é
76 cortada e a mulher corta a orelha dele tam-
bém. Mas por que casar dessa maneira? Para

Solteiro sim, sozinho não


que se envolver em um relacionamento se
não podemos ir até o final agora? Se não
podemos comprar o carro, para que ficar
olhando e gastando tempo naquilo que
não podemos adquirir ainda? Mas creio
que todos os jovens na hora certa poderão.
Você está plantando em Deus?
Antes que esteja pronto, você deve gas-
tar seu tempo com as amizades. Deus tem
um plano perfeito para cada um. Não im-
porta onde esteja a pessoa, Deus a trará.
Você deve confiar em Deus a respeito de
seu casamento.
Uma outra irmã queria muito se casar,
mas seu relacionamento não deu certo e
ela foi ser missionária na Arábia. Preste
atenção onde ela foi parar. Lá ela encon-
trou um rapaz que tinha o sonho de se
casar com uma missionária que tivesse
chamado para evangelizar em meio aos
“homens-bomba”. Deus tirou os dois da-
qui para se encontrarem lá. Isso não é in-
crível? Se não é arranjo de Deus, é o quê?
Há irmãs preocupadas dizendo que
nas suas igrejas não há homens para ca-
sar. Irmãs! Pode haver mil mulheres e
duzentos homens, Deus trará o de cada
uma, o certo para cada uma, onde ele
estiver. Fiquem em paz, descansem, con- 77
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical fiem no Senhor. Ninguém precisa ficar
nesse desespero de procurar por coisas
que não é hora de ter. Qualquer época da
vida em que se está solteiro é boa, sabia?
Seja com 16 ou 26. Se ainda estão soltei-
ros, esse é o momento oportuno de Deus
para suas vidas.
O apóstolo Paulo nos diz:

O que realmente eu quero é que


estejais livres de preocupações.
Quem não é casado cuida das coi-
sas do Senhor, de como agradar ao
Senhor. (1Co 7.32)

Muitos acham que não há nenhum


versículo que fale de estar solteiro, mas
há. Paulo não está falando contra o ca-
samento, ele apenas fala que essa é uma
época ímpar na vida do cristão.
Ouvi o testemunho de um irmão que
entendeu a bênção de estar solteiro. Ele
faz faculdade, trabalha, faz seminário,
faz parte da equipe de louvor, dá aulas no
Curso de Treinamento de Líderes e ainda
ministra nos Encontros, lidera uma célula
e discipula outras. Não conheço ninguém
mais comprometido na obra de Deus do
que ele, mas ele certamente não poderia
78 fazer tudo isso se já fosse casado.
Ele vai se casar, mas, enquanto ele

Solteiro sim, sozinho não


está solteiro, ele é alguém que entendeu
a bênção e está radicalizando em Deus e
na escola, está gastando seus dias para
servir a Deus com todas as suas forças.
Ele tem todo o tempo do mundo, não tem
“um passarinho pra dar água”, não tem
compromissos financeiros, não tem que
pagar aluguel. Está dizendo: “Vou gastar
minha vida, liderar, discipular, ensinar no
Curso de Treinamento de Líderes, fazer
seminário, fazer faculdade, me formar,
gastar meus dias, edificar minha base
para meu futuro”.
Uma base sólida é edificada por quem
entendeu a bênção de estar solteiro e apro-
veita o seu tempo. Quando se casar, ele es-
tará lá na frente. Ele terá crescido em Deus,
aproveitado o momento, e estará, com
certeza, muito à frente daqueles que não
aproveitaram as suas oportunidades.
Então olhamos para quem ficou três
ou quatro anos envolvido naquele namo-
ro egoísta, baseado na carne, abandonou
tudo, não serviu a Deus profundamente,
estava concentrado noutra coisa, não es-
tudou e não se dedicou a construir bases
sólidas. A conseqüência é que agora ele
está patinando na vida, vivendo muitas
vezes um casamento horrível, uma vida 79
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical miserável, não avança, não cresce, tudo
porque desperdiçou a época da fundação,
o tempo de estar solteiro.
Mas o que gastou o tempo da sua opor-
tunidade servindo a Deus e crescendo em
Deus desfrutará disso lá na frente, porque
quando se casar estará muito mais ma-
duro do que quem não gastou seus dias
servindo a Deus no tempo livre de solteiro
que ele tinha. Ele estará edificado, enca-
minhado, na faculdade, poderá arrumar
empregos melhores e poderá dar à mulher
condições melhores de vida.
Como muitos garotos, eu quis ser jo-
gador de futebol, mas teria que ter apro-
veitado quando era mais novo, agora não
dá mais. A idade chega e, mesmo que não
nos conformemos, chega a hora em que
teremos problemas físicos. Há tempo para
tudo na vida. Fiz faculdade, mas não me
formei e me arrependo. As pessoas me per-
guntam por que não volto. Até já pensei,
avaliei e orei, mas agora é complicado
demais para mim. Agora tenho que me
dedicar a muitas outras coisas. Passou a
época da faculdade secular. Não aprovei-
tei o tempo oportuno.
Há um tempo em que é tempo de es-
tudar. Graças a Deus que, quando eu me
converti, não perdi a oportunidade de
80 estudar no Instituto Bíblico, e lá eu me
formei. Eu tinha um chamado e não perdi

Solteiro sim, sozinho não


minha segunda oportunidade, mas e se
não tivesse?
Não perca a oportunidade em que está
solteiro. É a oportunidade de Deus para o
jovem cristão. Não interessa se está com
vinte ou trinta anos, se está solteiro é por-
que Deus ainda quer que você cresça em
algumas coisas que só solteiro terá opor-
tunidade. Não tente fazer uma casa sem
ter o trabalho de cavar a fundação. Faça
desse um momento agradável em sua vida.
Não faça nada a respeito do fato de “ser
solteiro”, mas faça algo com o fato de “es-
tar solteiro”. Isto é o importante, avaliar
e fazer algumas considerações.
Não pense que Deus vai se esquecer de
você. Busque a Deus em primeiro lugar
e todas as outras coisas serão acrescen-
tadas: “Virão sobre ti e te alcançarão as
bênçãos do Senhor”, diz a Palavra. Existe
um versículo que fala que a bênção vem
do trabalho, mas a esposa abençoada
vem do Senhor. Sabe o que é interessan-
te? Os que mais buscam a Deus, mais
cedo encontram o seu cônjuge. Deus
vem para satisfazer seus sonhos e seus
desejos, porque estão concentrados no
lugar certo que é Deus e o Senhor não se
esquece deles. 81
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical Se Deus tem o casamento agora para
você, fique em paz, Ele trará a pessoa.
Mas, se Ele não tem ninguém para esse
momento, não queira arrumar, porque
você arrumará um “angu de caroço”, uma
encrenca. Paulo sabia disso, ele também
cria que Deus tinha o melhor:

Eu aprendi a viver feliz e satisfeito


em todas as épocas, porque tudo
posso naquele que me fortalece.
(Fl 4.11-13)

Quando confiamos no Senhor e des-


cansamos em Deus, aprendemos a viver
felizes na época de estarmos solteiros.
Quando chegar a época de nos casarmos,
a pessoa certa virá. Amém?
Em um encontro evangelístico que fi-
zemos houve mais homens que mulheres e
os jovens disseram ser fruto do clamor das
irmãs para se casarem. Não penso que fos-
se isso, mas que o clamor delas era buscar
a Deus e ver vidas alcançadas. No entanto,
porque elas buscaram a Deus, Ele certa-
mente buscou agradar seus corações.

82
6

UM RELACIONAMENTO
RADICAL

OS RADICAIS LIVRES

Quero abrir um pequeno parêntese para


falar da identidade que Deus tem nos dado
como jovens destinados ao avivamento,
no meio de uma geração sem identidade,
a geração “X”. Os Radicais Livres não são
apenas a identidade dos jovens da Videi-
ra Igreja em Células. Os Radicais são a
identidade de uma geração destinada ao
avivamento. A corte faz parte desse ca-
minho porque ela é radical. Os Radicais 83
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical Livres são aqueles que escolheram servir
a Deus de maneira intensa e profunda,
sendo radicais contra o pecado e livres da
lei da condenação. Ser um Radical Livre é
seguir um caminho de santidade e pureza
de maneira ímpar.

SANTOS E LIVRES

Nós sabemos que muitas pessoas não


querem vir até a igreja por causa do “Jesus
dos crentes”. Existe o “Jesus dos crentes”
e o “Jesus da Bíblia.” As pessoas seguirão
o Jesus que elas virem em nós. O “Jesus
da Bíblia” era capaz de atrair pessoas para
perto de si. Elas ficavam por três dias sem
comer no deserto simplesmente para ou-
vir Suas mensagens. Ele veio ao mundo
cheio de Graça e de Verdade. Nós cremos
nisso. Somos jovens radicalmente santos
e radicalmente livres, não apenas do pe-
cado e dos vícios, mas também do lega-
lismo. Somos jovens cheios de graça e de
verdade e, em Cristo, seremos capazes de
atrair multidões para junto de nós. Em
nosso meio temos muitos jovens que ti-
veram revelação dessa verdade. Veja um
84 rápido testemunho.
ORANDO DEMAIS?

Um relacionamento radical
Certa vez, uma mãe veio reclamar que
sua filha orava e jejuava demais. Ela acor-
dava às 6h da manhã para se reunir com
um grupo de moças, também radicais,
para orar pelo bairro onde moravam. A
mãe dizia que era muito cedo e podia ser
perigoso. Contudo, a mãe nunca impor-
tou que ela acordasse às 5h da manhã para
ir à faculdade ou para trabalhar. Percebe
o quanto as pessoas resistem em buscar
a Deus, mas valorizam qualquer outro
esforço?

UMA QUESTÃO DE SANTIDADE

Seja radical em seu relacionamento.


Se o namoro lhe faz pecar, corte-o de sua
vida. O grande perigo dos tropeços é que
ninguém tropeça em uma pedra grande.
As grandes quedas se devem aos trope-
ços em pequenas pedras, que são sempre
desprezadas. A corte é o caminho da luz
e o caminho da luz tem muitas “velas”.
Se tivermos muitos irmãos cheios da luz
de Deus por perto, não haverá oportuni-
dade para as trevas. Esta é a escolha do
Caminho da Santidade. É ser alguém que 85
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical radicaliza. O caminho da pureza é uma
postura radical em Deus.

PROPOSTAS SEM SERIEDADE

Ninguém deve buscar um relaciona-


mento sem que antes esteja pronto para
se casar. Antes, deve esperar isso em Deus,
para, quando chegar a hora, se encontrar
pronto para desfrutar o melhor para sua
vida. Se ainda não está preparado, um jo-
vem jamais deve encorajar alguém a dar o
seu tempo a ele. Se ainda não é o momento
de se envolver, por que mandar cartas, bi-
lhetes, flores etc.? Isso é o mesmo que fazer
propostas na compra do carro sem ter di-
nheiro. Muitos rapazes fazem propostas
para as moças sem qualquer condição de
assumir um compromisso.
Muitas vezes, os jovens entram numa
relação sem ter consciência da seriedade
do que estão fazendo. Fazem propostas
sem ter dinheiro suficiente para comprar.
Entram em um relacionamento sem en-
tender a seriedade do que é ocupar a vida
de uma pessoa. Um outro princípio muito
importante é que ninguém pode ser dono
de alguém fora do casamento. O namo-
ro está baseado na auto-gratificação, que
86 busca o prazer para si mesmo. É como
uma pulga que gruda na pessoa apenas

Um relacionamento radical
para sugá-la.
Muitos pensam que estar solteiro é di-
ferente de ser casado no que diz respeito
ao compromisso nos relacionamentos,
mas não é. As pessoas acham que, se fo-
rem casadas, terão um dono. Mas, se estão
solteiras, não são de ninguém. Isso não é
verdade! A única diferença é que a pessoa
casada tem um anel no dedo, uma aliança
com o seu cônjuge. Isso significa que já
está ocupada. Porém não compreendem
isso e pensam que por estarem solteiras
estão disponíveis a qualquer um e que não
pertencem a ninguém. Veremos isso cla-
ramente no próximo capítulo.

87
7

AGUARDANDO
O TEMPO CERTO

Uma grande diferença entre o namoro


e a corte diz respeito ao cuidado com a vida
enquanto se está solteiro. O namoro prega a
total liberalidade, pode se estar com quem
quiser até achar o que é seu, já que são soltei-
ros e não estão ocupados. Mas há diferença
entre não estar ocupado e estar reservado.
Há pessoas que estão ocupadas, são
casadas. Mas o jovem que não é casado
está reservado, há alguém que Deus re-
servou para ele. Esta é mais uma diferença
gritante entre a corte e o namoro. 89
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical Suponhamos que um jovem esteja
apaixonado por uma moça e deseje muito
agradá-la. E ele decide fazer isso pegando
algumas jóias de outra moça, sem que esta
veja. E com essas jóias roubadas ele pre-
senteia a sua namorada. Há algo de errado
nisso, as jóias não são dele.
Mas o rapaz diz irresponsavelmente:
“Eu te amo”. Acontece que isso também é
um roubo. O problema é que o rapaz está
querendo abençoar a moça com um senti-
mento que ele não sabe a quem pertence.
Você não pode pegar algo que não é seu e
dar para alguém. Com essa postura, você
rouba Aquele que é dono de tudo. Se eu
dou a minha carteira para alguém, tudo
bem, porque ela é minha. Caso contrário,
o que você faz é roubo. Você também tem
um dono. O seu dono é o Senhor Jesus.
Mas de quem é o seu coração?
A Bíblia nos ensina que todos nós per-
tencemos a alguém, além do Senhor e de
nossos pais. Em 1 Coríntios, o apóstolo
Paulo diz:

A mulher não tem poder sobre


seu próprio corpo, e, sim, o mari-
do; e também, semelhantemente,
90 o marido não tem poder sobre o
seu próprio corpo, e, sim, a mulher.

Aguardando
(1Co 7.4)

Percebe? Segundo a Palavra, além de


ser de Deus, o homem pertence à sua es-
posa e a esposa pertence ao seu marido.

o tempo certo
Todavia, Deus certamente conhece quem
é o seu cônjuge. Na verdade, embora não o
conheça, cada jovem já o tem, já pertence
a ele. Falta apenas a “escritura”. Então,
todas as vezes que você dá seu corpo, co-
ração ou sentimentos para alguém que
não o seu cônjuge, estareá roubando seus
futuros cônjuges. Seu coração e seu corpo
não são desocupados, eles pertencem ao
seu cônjuge. Se, no passado, você deu seu
corpo e o seu coração a uma outra pes-
soa, você roubou a sua esposa. É como no
caso das jóias que o rapaz pegou de outra
pessoa para abençoar sua namorada em
nome do amor. Ele não tinha o direito de
dar para outra pessoa o que não lhe per-
tencia. Ele roubou a dona das jóias.
Quando o jovem dá o seu corpo ou o
seu coração para uma outra pessoa, ele
rouba o seu cônjuge, que é o seu verda-
deiro dono. E quem rouba, mais cedo ou
mais tarde, será punido. 91
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical O EXEMPLO DAS CADEIRAS

Qual é, então, a diferença entre uma pes-


soa solteira e uma casada? Sabemos que aos
olhos de Deus, ambas pertencem a alguém.
Pense comigo. Elas são como duas cadeiras.
Enquanto eu não havia me casado, esta ca-
deira, que sou eu, estava reservada para a
Marília, minha esposa. A cadeira sou eu e
a Marília, que é a minha esposa, é a dona.
Deus sempre soube disso. Então, antes de
eu me casar com a Marilia eu estava dispo-
nível? É claro que não. Estar disponível é
estar para qualquer um. Eu estava reserva-
do para ela e agora que eu me casei, estou
ocupado por ela, compreendem?
A diferença entre ser casado e estar
solteiro é que o casado já está ocupado
e o solteiro está reservado, ou seja, não
está disponível. Todavia, muitos jovens,
que não são radicais em Deus, não tive-
ram revelação ainda desse princípio. E,
em vez de se verem reservados para o seu
cônjuge, se sentem disponíveis. Sabe o que
acontece com eles? Um monte de pessoas
com as calças sujas e sem modos começa
a se sentar nessas cadeiras, ocupando-as
de maneira indevida. Alguns ocupam por
92 três meses; outros, por um ano.
A

Aguardando
CADEIRA DE OURO E VELUDO

Agora, imaginemos uma cadeira de


ouro com veludo, digna de um verdadei-
ro príncipe ou princesa. E então vem um
sujeito qualquer e se senta. Vem outro e

o tempo certo
se senta e, às vezes, se sentam ao mesmo
tempo. Consegue ver a sujeira que estão
aprontando com a cadeira? A cadeira aca-
ba se estragando, o ouro fica embaçado,
corrompido; o veludo se rasga. Essa é a
situação de pessoas disponíveis. Elas não
tiveram o cuidado de se preservar. E quan-
do chegam a se casar, estão totalmente
destruídas nas suas emoções, totalmente
amargas e feridas. Então surgem as co-
branças e questionamentos e ambos se
perguntam: “Por que você destruiu o seu
corpo, seu coração e as sua emoções se elas
são minhas? Por que você fez isso com o
que Deus reservou para mim?”.
Radicais Livres, quando cada um de
nós nasceu, Deus carimbou em cada um
a marca RESERVADO. E Ele fez o mesmo
com quem será o seu cônjuge. Muitos, por
desconhecerem a Palavra de Deus, deixa-
ram que pessoas as usassem ao se envol-
verem no namoro mundano, com sexo na
hora errada e tudo o mais. 93
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical ESCOLHAS E CONSEQÜÊNCIAS

As pessoas sempre perguntam sobre


o que pode e o que não pode no “namoro
Cristão”. Não sou eu que colocarei leis nas
costas de ninguém. Cada jovem cristão
deve avaliar o que pode ou não fazer. É
como a lei da gravidade que falamos. Se o
indivíduo não quiser se sujeitar a ela, não
é obrigado, mas as suas escolhas sempre
trarão conseqüências. E, se ele desobede-
ce a essas leis, certamente se arrebentará.
Assim também são as leis de Deus para o
relacionamento. Se o jovem cristão não
quiser seguir o caminho excelente de
Deus, não é obrigado. Mas saibam que a
escolha errada pelo caminho do mundo
trará prejuízos no futuro.

MENTALIDADE ERRADA

Imagine um homem casado andando


de mãos dadas e chamegos com uma mu-
lher que não seja a sua esposa. Todos cer-
tamente dirão que é uma atitude errada.
Muito bem, todos têm razão. Mas imagi-
nemos a mesma situação com um rapaz
94 solteiro. Ele está andando de mãos dadas
e dando uns beijinhos em uma moça. “O

Aguardando
que isso tem a ver? É completamente di-
ferente da outra situação porque ele é
solteiro.” Mas é aí que está o problema.
Essa é uma mentalidade errada. O homem
casado não pode, mas o solteiro pode sair

o tempo certo
agarrando quem quiser? O mundo olha
de maneira errada. Um homem casado
não pode sair namorando por aí. Mas os
solteiros também não, porque as pesso-
as não lhes pertencem. Porque alguém é
solteiro todo mundo é seu e pode fazer o
que bem quiser? A única diferença é que a
situação do casado se agrava ainda mais
pelo fato dele já ter uma esposa.
Alguns podem questionar: “E se ela for
a minha esposa reservada?”. Reservada é
uma coisa, pertencer mesmo, de fato, é só
na hora em que você “se sentar”, ou seja, no
casamento. A Bíblia diz que isso só acontece
quando um homem se une a uma mulher
e se torna um com ela. Na prática, antes de
se casar, ela não está escriturada. É como
alguém reservar um carro em uma conces-
sionária, mas não ir fechar o negócio. O car-
ro ainda não é dele, porque ele ainda não o
comprou. Ou seja, ainda não é o dono.
Essa é uma mentalidade que precisamos
compreender bem. Muitos jovens, que não 95
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical tiveram revelação em Deus, pensam que,
pelo fato de estarem solteiros, têm o direi-
to de sair pegando as “jóias” dos outros,
usando seus corpos e seus corações para
abençoar a outros. Os solteiros podem? Po-
dem coisa nenhuma! Estão defraudando
a vida dos outros. Quem quiser roubar as
“jóias” de seu futuro cônjuge, para aben-
çoar outras pessoas que não têm direito a
essas “jóias, depois se acerte com Deus.
Lembrem-se de que não estamos co-
locando uma lei, mas apenas explicando
alguns pontos à luz da Palavra de Deus.
Compreendam que o fato de estar reserva-
da não dá o direito de usar ainda. Você só
poderá usufruir dessa “cadeira” quando se
casar. A partir daí, dentro dos limites da
Palavra de Deus, será livre para fazer o que
quiser juntos. Mas, fora do casamento,
não temos quaisquer direitos. Às vezes,
meu coração se entristece por muitos ir-
mãos que ainda não entenderam isso e
vivem em sofrimento de alma.
Usar as pessoas não é amor. Esses com-
portamento deixa o coração das pessoas
em frangalhos. E, na maioria dos casos,
quando a moça se casa, ela não consegue
confiar no marido. O coração dela está
96 destruído. Ela não consegue confiar ple-
namente no marido porque cada um dos

Aguardando
homens com quem ela namorou ficou com
um pedaço do seu coração. E o pior: às
vezes, são dez irmãos da igreja!

o tempo certo
VALORIZANDO O FUTURO

Vamos supor que, numa outra situação,


tenhamos R$ 50.000,00 (cinqüenta mil re-
ais) para comprar um carro. Compraremos
um carro zero ou uma Variant sem porta?
No casamento acontece assim. Questio-
namos nosso cônjuge: “Puxa! Foi assim
que você se guardou para mim? Eu lutei
pra caramba para ter os cinqüenta mil, me
santifiquei e agora você está assim?”.
Daí vem o sofrimento no casamento.
O casal acaba tendo um relacionamen-
to cheio de crise e confusão, porque não
houve santificação. O que era um sonho
se tornou um inferno e tudo porque os
jovens destruíram aquilo que ainda não
lhes pertencia.

97
8

ANDANDO NA
ESTRADA ERRADA

Muitos irmãos perguntam se exis-


te algo de errado em ficar abraçando a
irmã que ele está cortejando. Em si não
haveria nada demais. Mas a questão é a
seguinte. Coloque diante de você uma
high-way, uma auto-estrada de seis pis-
tas, com asfalto perfeito. O jovem dirá:
“Uau! É a estrada do amor! Vou entrar
nela agora”. Todavia, lá na frente, há uma
Blitz policial.
Ele é advertido para não ir, ele ainda
não tem carteira. Mas ele diz que só dará 99
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical uma voltinha. Então, entra no carro e vai se
empolgando e acelerando, a estrada é boa,
larga e bonita. Ele é santo, ela também. De
repente, ele se vê sozinho na sala com ela,
as luzes da Blitz acendem. Ele quer vol-
tar, mas não há retorno. Ai então ele diz:
“Ajuda-me, Senhor! Eu quero voltar!”.
Percebe o quanto é arriscado entrar
nessa estrada? Muitas vezes, não há re-
torno e só restam vidas arrebentadas. De-
finitivamente, você precisa compreender a
seriedade de não poder ir até o fim nessa
estrada. Não vale a pena. Se não puder
comprar ainda, por que passar a mão no
pneu do carro? Quando se tem essa reve-
lação, você nunca mais perguntará o que
pode e o que não pode. Antes de tudo,
avaliará se quer e se pode chegar até o final
da estrada que pretende pegar.
Por outro lado, quando, de fato, o jo-
vem for se casar, ele poderá pegar a au-
to-estrada e acelerar. Poderá fazer o que
quiser e aproveitar a vida com sua esposa.
Mas, se ainda não pode chegar lá, para
que ficar cheirando e abraçando? Não
vale a pena. Com certeza, essa atitude o
levará a pecar. Muitos hoje se encontram
nessa situação. Deus fez o dia e a noite e
100 numa dessas noites, eles falharam e hoje
se encontram como aquela cadeira que foi

Andando na
usada e estragada.
Por que muita gente não se casa? A res-
posta está na história do carro que comen-
tamos há pouco. A pessoa conseguiu os
50 mil para comprar o carro, mas, quando

estrada errada
chegou a hora de adquiri-lo, ela avaliou e
disse: “Não sei se tenho coragem de pa-
gar o preço pedido por este carro nestas
condições”. O comprador terá bom senso
e achará que é melhor ficar a pé até encon-
trar outro carro. Muita gente, infelizmen-
te, perde o casamento por ter se destruído
antes e acaba entrando em promoção. Ele
valia 50 mil, mas o dono certo passou reto.
Agora ele está em promoção, custa apenas
5 mil. É para quem quiser!
A Bíblia diz que aqueles que estão em
Cristo são novas criaturas, pois as coisas
velhas já se passaram e eis que tudo Ele fez
novo. O Senhor criou o dia e a noite para
que os homens pudessem saber que, mes-
mo na noite, se eles tiverem se destruído, e
eles se arrependerem e clamarem a Deus,
Ele restaurará a “cadeira” quebrada, ou
seja, a pessoa arruinada. Ele os ouvirá e
fará deles mulheres novas e homens novos,
com corações e virgindades novos. O que
Deus transforma fica novo em folha. 101
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical Muitos estão hoje como eu estive um
dia. Eu roubei minha mulher. No meu
casamento, Deus teve de restaurar muita
coisa. A Marilia, minha esposa, é prova
disso. Eu tinha muito ciúme dela. Era algo
inexplicável, mas graças a Deus, porque
Ele, de forma milagrosa, nos libertou an-
tes mesmo do casamento, após clamar-
mos por Ele e nos arrependermos. Ele quer
fazer isso com todos nós.
Pare por um instante e clame a Deus
onde você estiver. Arrependa-se de ter rou-
bado seu futuro cônjuge e Deus o purifi-
cará, em nome de Jesus, Amém?

UMA ESCOLHA INTELIGENTE

Volto a reforçar que não é intenção de


ninguém impor leis ou regras. Não somos
uma igreja legalista. Apenas compreende-
mos a Palavra de Deus e queremos seguir
o Amor Inteligente – o amor que raciocina
e que sabe que Deus tem sempre o melhor.
As pessoas chamam esse amor de caretice.
Mas careta, fora de moda, é o que o homem
faz. O que o homem faz é passageiro. As
coisas de Deus são eternas e permanecem
102 para sempre. Nós cremos que quem teme
ao Senhor está “subindo” e quem não teme

Andando na
a Deus está “descendo”. Como algo pode
ser moderno se está descendo? Não. Deus
tem algo bom. Deus é bom e temos desfru-
tado disso. Estou casado há quatorze anos e
meu casamento é uma bênção. Sofri muito

estrada errada
no começo. Mas glória a Deus por ter tido o
privilégio de obedecer e seguir a Deus. Creio
que Ele tem nos restaurando. Todavia, você
precisa compreender três atitudes necessá-
rias ao escolher o caminho excelente para
o relacionamento.

CONQUISTE UMA MENTALIDADE


RESTAURADA

Em primeiro lugar, temos que re-


ver nossa mentalidade sobre o que é o
amor. Nosso espírito é novo, mas a men-
te ainda não foi renovada, por isso não
compreendemos o que diz a Bíblia. Ao
aconselhar várias moças que chegavam
à igreja, tive oportunidade de conversar
a fundo com elas. Ao falar sobre relacio-
namentos, a moça sempre confessa que
teve relacionamento sexual no namoro
apenas para não ficar sozinha, para não
ser abandonada. Se ela não aceitasse, o
namorado a deixaria. 103
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical Muitas vezes, a moça negocia seu corpo
para ficar com o rapaz e, ao negociar, ela
acaba perdendo o marido. O mundo ensi-
na que o homem não se casa com a mulher
que faz sexo com ele. Ele se casa com outra.
Nossa cultura mundana chama amor de
sexo, mas cobra o que não oferece.
A história de dois diferentes casais define
muito bem as duas mentalidades a respei-
to do amor. O primeiro casal, em nome do
amor, da pureza, da santidade, compreendeu
o amor de Deus, e ambos tiveram o compro-
misso de se guardarem santos e puros, um
para o outro. Eles queriam chegar inteiros
diante de Deus e, por isso, fizeram um com-
promisso de só se beijarem no altar.
Um outro casal, em nome do amor,
teve relações sexuais antes do casamen-
to, porque, para eles, sexo era amor. Anos
depois, a vida que cada casal refletia o
amor que viveram antes do casamento.
O primeiro casal colheu frutos abençoa-
dos de cumplicidade, intimidade e amor.
O segundo teve sérios problemas de rela-
cionamento ao longo dos primeiros anos
de casamento.
Percebem a diferença? Se a moça es-
tiver com um homem de Deus, que seja
104 capaz de ficar com ela sem a tocar, beijar
e agarrar, será porque ele a ama. Ele vai se

Andando na
casar com a moça e não com o corpo dela,
porque ele a respeitou, tendo compromis-
so com ela e com Deus.
Essa é prova de alguém que ama de ver-
dade. Quem ama espera e não tenta des-

estrada errada
truir o outro. Esses casais tiveram compor-
tamentos diferentes em nome do amor. Um
casal se guardou e o outro se prostituiu.
Eles tiveram comportamentos diferentes,
porque tiveram mentalidades diferentes,
colhendo depois frutos diferentes.

ENTENDA COMO DEUS DEFINE O AMOR

Nós, como jovens, temos um desafio


contra a nossa cultura banal e pervertida.
Certa vez, alguns irmãos foram a uma
festa de crentes, uma “balada gospel” e se
assustaram muito com o que viram, jovens
interessados só em satisfação pessoal sem
se importar com os outros. Eles se ques-
tionaram sobre o objetivo daquela festa,
em tudo igual às festas mundanas, porque
viram que os jovens naquela “balada” es-
tavam vivendo a vida cristã em um nível
muito pobre. Eles estavam se envolvendo
com coisas rasas e sem importância e aque- 105
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical la festa era apenas para agitar a moçada,
não havia nenhum diferencial para com o
mundo. Eles estavam perdendo o melhor
de Deus e arrebentando com suas vidas.
Sobre isso, Paulo escreveu uma carta para
a igreja de Corinto. Provavelmente para os
jovens daquela cidade terrível.
Em Corinto havia uma deusa, cha-
mada Afrodite, que era adorada com mil
prostitutas em seu templo, pagas para
fazer sexo ali. Conseguimos imaginar o
nível de depravação que reinava naquela
cidade. Por isso Paulo mandou uma carta
em que dizia:

O amor é puro, não procura seus


próprios interesses, não se exaspe-
ra, não se ressente do mal, se alegra
com a verdade... (1Co 13)

Paulo manda essa carta para confron-


tar aquela cultura influenciada por uma
mentalidade suja. E hoje, séculos depois,
não é diferente. Nós vivemos numa ge-
ração em que em cada esquina há algo
sobre sexo. Nos outdoors, jornais, revistas e
na internet (principalmente), vemos uma
geração pervertida e destruída emocio-
nalmente. Uma geração que faz abortos,
que derrama sangue inocente, que destrói
106 corações e famílias inteiras.
Nosso desejo é que Deus levante homens

Andando na
e mulheres que escrevam cartas sobre o ver-
dadeiro amor e assinem embaixo! Deus
quer que falemos com autoridade, porque
Ele quer revolucionar a mentalidade da
nossa geração. E nós, como radicais, vamos

estrada errada
edificar famílias para que elas glorifiquem
o nome do Senhor. Cremos que é o Senhor
Jesus Cristo quem vencerá e não Afrodite.
Muitos não compreendem o que seja
o verdadeiro amor e, em nome do amor,
perdem o controle da situação. Em alguns
casos, chegam a cometer assassinatos,
motivados pelo amor. Essa mentalidade
é mundana e maligna. O nosso amor deve
respeitar as pessoas e também assumir
responsabilidades.
Qual é a definição de Deus sobre o
amor? A definição que Deus dá para o
amor soa como uma bofetada na nos-
sa cara. O mundo nos leva aos filmes de
Hollywood, paixões intensas, desenfreadas
e sem controle, regadas a ilusão e fantasia.
Para o mundo, isso é amor. Deus, por sua
vez, nos leva aos pés de um tronco em que
um homem nu, sangrando, está pendura-
do numa cruz, e nos diz: “Isto é amor”.
Ficamos chocados. É tão contrário e
tão impressionante. Ele diz para nós que 107
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical o antídoto para destruir o amor egoísta
é a Cruz. Ou seja, é negar a si mesmo. É
olhar para o outro e fazê-lo feliz.
Se você deixar o Espírito lhe revelar esse
princípio de amor, ao olhar para alguém,
primeiramente, se lembrará do amor do
Senhor e não terá prazer em prejudicar
essa pessoa.
O amor verdadeiro não procura seu
próprio interesse. Ao contrário, guarda o
irmão que Jesus levantou. O amor verda-
deiro olha para a Cruz, abençoa, guarda,
protege. A paixão foge ao controle, mas
o amor não. Por isso, a Bíblia chama esse
amor mundano de paixão desenfreada. A
Bíblia nos adverte a amar uns aos outros
com o amor de Cristo e “não com o desejo
de lascívia, como os gentios que não co-
nhecem a Deus” (1Ts 4.5).

SIGA AS BASES CERTAS DO


RELACIONAMENTO

O amor de Deus tem controle e é bom


saber que o Senhor pode controlar as nos-
sas emoções. Isso nos dá segurança. Se
alguém deixa outra pessoa porque esta fi-
108 cou sem emprego ou sem carro, isso não é
amor. É apenas paixão, fantasia. Quando

Andando na
nos relacionamos na base do amor, nos re-
lacionamos para abençoar o outro. A base
desse relacionamento é negar a si mesmo
a fim de fazer o outro feliz. Ao fazer isso,
também encontraremos a felicidade. É tão

estrada errada
bom saber que o amor de Deus está no
controle. O amor de Deus não muda. Ele
permanece para sempre e, aconteça o que
acontecer, Deus nunca nos deixará. Isso,
sim, é amor. Se o jovem se casar com uma
pessoa que o ama de verdade, ela também
nunca irá deixá-lo.
Da mesma forma, acontece comigo
porque eu amo minha esposa e ela me
ama também. Ainda que eu ficasse louco,
sei que ela não me abandonaria, porque a
nossa aliança é firmada na Cruz. É muito
bom ser casado com alguém nessas bases.
Infelizmente, muitos relacionamentos são
sustentados pela aparência. Algumas mu-
lheres vivem à custa de plásticas, por teme-
rem ser trocadas por outras mais jovens.
Mas quando uma pessoa se casa com
alguém que conhece o amor fundamen-
tado na Cruz, ela não precisa viver nessa
busca desesperada. É uma outra vida. O
casal vive em paz porque o verdadeiro
amor transcende a todas essas coisas. 109
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical O verdadeiro amor invalida o padrão do
mundo. Quando olhamos para o verdadei-
ro amor de Deus, encontramos um amor
que não procura seus próprios interesses.

VOCÊ ESTÁ PRONTO PARA SE


RELACIONAR

Ao pensar em se relacionar, o jovem


cristão deve fazer as seguintes perguntas:

1. Qual é a razão real para me en-


volver romanticamente com essa
pessoa?
2. O que estou procurando nessa
pessoa?
3. Será que eu não encontraria o que
procuro em uma amizade sincera?
4. Eu quero só alguém para estar
comigo? Será que eu preciso de
romance ou de um amigo?
5. Eu estou egoisticamente procuran-
do minha própria realização?
6. Será que quero me casar ou só não
quero ficar sozinho numa sexta-
feira à noite?
7. Será que quero só me satisfazer
emocionalmente e me sentir valo-
110 rizado?
Precisamos sempre fazer essas pergun-

Andando na
tas. Na mentalidade mundana, quem está
sozinho, está rejeitado. Meus amados, o
Senhor tem dito: “Nunca te deixarei, ja-
mais te abandonarei, estarei com você to-
dos os dias da tua vida, você é a menina

estrada errada
dos meus olhos!”.
Deus decidiu que valia a pena morrer
por nós e agora não precisamos pensar
que não somos amados. Quando você se
sentir rejeitado, vá até a Cruz e lembre-
se do homem que estava lá. Aquilo, sim,
é amor.

É PRECISO ESCOLHER

O jovem cristão não deve passar uma


idéia falsa de quem é apenas para despertar
as emoções de outra pessoa. Não é justo.
Não é amor real e honesto. Como cristão,
o jovem tem que avaliar continuamente
seus relacionamentos e as sete questões
colocadas há pouco ajudarão a trilhar o
caminho excelente. Elas são difíceis, mas
são santas. O verdadeiro amor não espera
só para o sexo. Ele espera também para
assumir um compromisso. Ou seja, chega-
mos a uma conclusão simples e verdadei- 111
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical ra: Não é possível amar como Deus ama e
namorar como o mundo namora.
É preciso escolher. “Há caminhos que
parecem bons, mas no final são caminhos
de morte”, diz a Bíblia. Os caminhos de
Deus podem ser estreitos e apertados, mas
são caminhos de vida e paz.
Acelerar as coisas em um relaciona-
mento, por um ou dois anos, pode atra-
palhar, ou até mesmo destruir, trinta
anos de casamento. Ao seguir o caminho
excelente da corte, após o mesmo tempo,
virão grandes bênçãos por muitos anos.
Vejamos dois exemplos de motivação e
atitudes erradas:

O TRISTE EXEMPLO DE SANSÃO

Sabemos que Sansão foi alguém que


nasceu para ser consagrado a Deus. A Bí-
blia diz que ele não poderia ingerir nada
que viesse da uva. E ele sabia disso. Ele
tinha que viver o padrão de Deus, mas
ficava cheirando uvas. Ele tinha uma in-
tenção no coração e uma atitude errada.
No final, como conseqüência de suas ati-
tudes, ele teve os olhos furados. Sansão
112 namorou fora dos padrões de Deus com
uma pessoa que não tinha a bênção do pai

Andando na
nem da mãe dele. Ela não era crente. Ao
se envolver com ela, Sansão teve sua con-
sagração quebrada e seus olhos furados.
Esse foi o fim de Sansão. Esse é o caminho
a que o namoro leva. Ele desvia o jovem

estrada errada
dos caminhos de Deus.

O TRISTE EXEMPLO DE DAVI

Davi era um homem segundo o co-


ração de Deus. O Senhor o fez derrotar
gigantes e exércitos e o colocou como rei
de todo Israel. Pense nas credenciais desse
homem, o único que a Bíblia diz ter sido
segundo o coração de Deus.
Apesar de todas as conquistas, Davi
caiu. Mas não foi de uma vez. Ele deu um
passo após o outro e devagar foi trilhando
a estrada do pecado. Por fim, ele matou o
marido de uma mulher e adulterou com
ela. A partir daí, o pecado entrou em sua
casa, atingindo sua família: filhos fizeram
sexo entre si, um filho matou o irmão.
Davi arruinou toda a sua geração ao se
relacionar com uma mulher na base do
egoísmo, em busca de satisfação própria.
Esse é o mesmo conceito do namoro. 113
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical Quando alguém entra por esse caminho,
certamente entrará em situações e cami-
nhos terríveis na sua vida.

NÃO UMA FRONTEIRA, MAS UM CAMINHO

A impureza começa na vida do jovem


quando ele tira Deus do centro de sua
vida. Ele colocou outra pessoa lá. Muitas
vezes, ele começa um caminho do qual
não consegue voltar. Temos de aprender
hoje que a santidade como uma busca da
retidão não é apenas uma linha de fron-
teira. Muitas pessoas confundem isso e
sempre estão perguntando o que podem
ou não fazer. A decisão é de cada um. To-
dos são livres para escolher. Porém, não
nos esqueçamos de que colheremos os
frutos dessa decisão. Mais uma vez repi-
to que não somos legalistas. A intenção
deste livro e dos seminários sobre rela-
cionamentos é compartilhar a Palavra de
Deus e o caminho excelente que Ele tem
para nossa juventude.
É mais ou menos assim: Em várias ci-
dades, existem estradas excelentes para
se dirigir. Mas, às vezes, quando se entra
114 nelas por engano, não há retorno. Quan-
do se consegue voltar ao caminho, já se

Andando na
perdeu todo um dia.
O namoro, as carícias, os beijos, os to-
ques são um caminho. A pureza é outro
caminho, outra estrada. Não é uma ques-
tão de poder ou não poder. É sobre que

estrada errada
caminho escolher. Alguém, querendo o
bem do jovem, pode dizer: “Rapaz, você
não tem carteira! Você ainda não está em
condição de dirigir e não é hora de se an-
dar pelas estradas. Tenha cuidado!”. Mas
o jovem acha que pode fazer o que quiser.
Ele pega o carro e, quando acorda, já en-
trou numa estrada sem retorno, a Blitz o
manda parar e ele está encrencado.
Este é o problema. A polícia está ali e
ele não tem carteira. E agora? Começou
com uma voltinha no carro do pai e agora
se sente acusado por demônios. Sua vida
e o seu futuro estão comprometidos por
causa de uma escolha errada. Percebem?
Davi era um homem segundo o coração
de Deus e, mesmo assim, ele caiu.
Deus não se impressiona com a capaci-
dade de um jovem em resistir ao pecado.
Ele se impressiona com sua obediência
em fugir do pecado sendo radicalmente
santo. Cada um escolhe a estrada que quer
seguir e entra por ela. Mas o destino de 115
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical uma estrada errada pode ser terrível para
sua vida.
Quero relembrá-lo que foi Deus quem
criou o sexo e a paixão, o fogo interior
que leva ao sexo. Ele nos fez para que o
caminho da excitação culmine em um ato
sexual tremendo e poderoso. O sexo é de
Deus. Ele não tem nenhum interesse em
tirar o seu prazer. Na verdade, Ele quer lhe
dar prazer dentro do casamento.
Mas se quiser ter santidade, preci-
sa apoiá-la com a prática, fugindo das
oportunidades. É preciso ser coerente. Os
caminhos que alguém toma não podem
contradizer o que a pessoa acredita e prega
para as outras. Se disser ser santo, então
deve se guardar até o final. Se quiser se
guardar puro até o final, deve entrar pelo
caminho da santidade. Não precisa e não
pode se relacionar com bases impuras.
Quem quiser continuar no caminho do
mundo, fique à vontade. É pelos frutos que
se conhece a árvore. Por isso, estamos mos-
trando a Árvore da Vida. Se alguém quiser
comer da Árvore do Conhecimento do Bem
e do Mal, ninguém pode ou irá impedi-lo.
Não mandamos em ninguém e nem pode-
mos tomar decisões pelos outros.
A pureza precisa estar em ação em suas
116 vidas, ser mais que uma linha divisória.
Muitos acreditam que essa linha seja o fazer

Andando na
sexo. Quando se coloca a pureza como uma
linha divisória e não como uma estrada a ser
seguida, então, logo se cairá. A pureza não é
uma linha. É um princípio, uma estrada.
“Ora, então que diferença faz em beijar

estrada errada
e abraçar?” É por essa mentalidade que a
pureza vai para o ralo. É uma mentalidade
mundana e maligna. Precisamos entender
que a pureza é o caminho. Ao entramos pelo
caminho da pureza, não há chances para o
pecado. Até as coisinhas mais pequenas são
consideradas e avaliadas, se devem ou não
ser feitas, porque a escolha é individual.
Hoje estão diante dos jovens cristãos
dessa geração a bênção e a maldição, a
vida e a morte, o caminho do namoro e o
caminho da santidade. Quem escolher o
caminho de Deus terá vida e paz em um
casamento que vale a pena ser vivido. Faça
cada um sua própria escolha.

ESTABELEÇA PADRÕES DE SANTIDADE

Algo importante que deve ser feito para


guardar o caminho da santidade é definir
um superpadrão. Um dos grandes homens
de Deus de nossos dias se chama Billy 117
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical Graham. Ele é um dos maiores evangelis-
tas do mundo e já pregou para milhões de
pessoas. Ele se tornou evangelista numa
época complicada em que muitos pregado-
res dos Estados Unidos haviam caído em
questões envolvendo imoralidade.
Ele e sua equipe, então, resolveram
estabelecer um superpadrão, algo exa-
gerado mesmo. A intenção deles era ra-
dicalizar contra aquela situação imoral.
O padrão adotado foi o seguinte: Billy
Graham jamais ficava sozinho com uma
mulher que não fosse a sua esposa. Nem
no elevador ele entrava se tivesse somente
uma mulher. As pessoas não entendiam
e achavam-no exagerado. Mas sabem de
uma coisa? Entre tantos pregadores que
foram levantados por Deus, ele é um dos
poucos homens que ainda é respeitado
por todos que conhecem seu ministério.
Por quê? Porque é um homem que teve a
coragem de guardar sua santidade e por
isso estabeleceu um padrão de alguém
que é radical.
Devemos fazer um compromisso in-
dividual com Deus. Não sei qual será seu
padrão. Vamos supor que seja: “Eu me
nego a ficar sozinho com alguém do sexo
118 oposto”. Na cabeça das pessoas mundanas
é exagero, é loucura. Sim, é loucura para os

Andando na
que se perdem, mas é o poder de Deus para
a salvação daqueles que crêem e querem
ser radicais em Deus.
José foi alguém radical no caminho da
santidade. A mulher de Potifar quis sedu-

estrada errada
zi-lo, mas ele saiu correndo deixando suas
roupas para trás. Ele não deu chance algu-
ma para o pecado. Billy Graham também
não deu chance. Em 2 Timóteo, lemos:

Foge, outrossim, das paixões da mo-


cidade. Segue a justiça, a fé, o amor
e a paz com os que, de coração puro,
invocam o Senhor. (2Tm 2.22)

A Bíblia está dizendo que devemos fu-


gir. Cabe a cada um decidir sua estrada, o
seu caminho. Muita gente quer convencer
a si mesmo e aos outros com desculpas.
Todavia, deviam convencer a Deus. Não
é filosofia de homens, teoria humana. É a
Palavra de Deus, santa e cheia de bênçãos
para todos nós. A vontade de Deus é boa,
perfeita, e agradável. Não tenha medo e
não deixe que a mentalidade mundana
venha dizer que isso é lei de homens.
Não há relacionamento sozinho, não
é esse o padrão da Palavra. É preciso ter
pessoas ao seu redor. Isso não significa 119
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical que uma vez na corte, os jovens não terão
momentos para conversarem a sós. Mas
devem buscar sempre estar em lugares
públicos. Muitos irmãos conversam no
prédio da igreja, porque ali eles não es-
tão “sozinhos” e, assim, evitam as brechas
para o pecado. O amor de Deus tem com-
promisso e, antes de tudo, pensa no outro
antes de pensar em si mesmo.

120
9

PREPARE-SE
PARA A PRÁTICA

ACERTE AS CONTAS COM O PASSADO

Precisamos passar nossas vidas a limpo.


Depois de ler este livro, ou participar dos
seminários sobre relacionamento, alguns
irmãos percebem que seus relacionamentos
baseados no namoro não são mais possí-
veis de continuar e devem ser concluídos.
A Bíblia diz que não há casamento nem
comunhão do crente com o incrédulo.
Há alguns anos, tínhamos um novo con-
vertido entre nós que namorava uma moça 121
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical incrédula. Ele descobriu sozinho, na prática,
que não era possível continuar com o namo-
ro. Assim que ele se converteu, os irmãos
quiseram aconselhá-lo, mas pedi que des-
sem um tempo a ele, Se ele não percebesse,
conversaríamos com ele. Não foi preciso,
ele mesmo concluiu que não havia jeito.
Em algumas ocasiões não tem jeito
mesmo. Para que se construa um bom
casamento, algumas vezes, tem que se des-
truir um relacionamento antigo. Voltan-
do ao irmão que decidiu viver o caminho
excelente de Deus, algum tempo depois,
vendo que seu ex-namorado, de fato, havia
sido transformado e adorava a Deus de
verdade, a moça acabou se convertendo.
Eles entraram na corte e, logo depois, se
casaram nesse padrão. Atualmente, esse
irmão é um frutífero pastor. Glória a Deus
porque valeu a pena.
A Bíblia diz que não pode existir casa-
mento entre crente e incrédulo. Se o jovem
se converteu e sua namorada não experi-
mentou de Deus, não há como eles viverem
juntos. Ele agora tem o Espírito Santo e ela
ainda está sob o jugo do mundo e do peca-
do. Não estou falando mal da namorada
do rapaz. Nós não somos melhores do que
122 ninguém. Apenas tivemos uma experiência
com Deus e o Senhor não admite relacio-

Prepare-se
namento entre crente e incrédulo.
Jesus não pode ser só o Salvador de al-
guém. Ele tem que ser também o seu Se-
nhor. Nós temos um Senhor. Estamos aqui
para obedecer à Palavra e vale a pena. Nem

para a prática
sempre é fácil. Mas Deus não nos deixa nun-
ca. Tudo o que Ele diz para fazermos, Ele faz
por nós e nos dá capacidade e força.
Meu testemunho é semelhante a esse.
Quando me converti, praticamente mo-
rava com uma moça e ninguém me falou
nada, não foi colocada nenhuma lei sobre
mim. Mas o Espírito Santo me falou que
não dava mais para viver daquele jeito e,
então, eu terminei tudo. Foi complicado,
mas acabou tudo.
Lembro-me de uma moça que estava de
casamento marcado, com convites pron-
tos. Ela se converteu e o rapaz endureceu
seu coração para o amor de Cristo. Ela
também terminou tudo, não quis se casar,
mesmo estando tudo pronto. Com cer-
teza, foi algo difícil para ela, porém, não
tenhamos dúvida de que ela foi honrada
por Deus. É dessa forma que buscamos a
bênção, ajustando o foco. Se não houver
necessidade, não é preciso terminar o re-
lacionamento. Mas não devemos tentar 123
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical ajustar o foco quando tivermos que ter-
minar. Alguns conselhos práticos podem
ajudar nessa tarefa:

CONVOQUE SEUS PAIS

Converse com seus pais, peça conse-


lhos e apoio para seguir o caminho de
santidade. Se seus pais não o apoiarem,
procure alguém na igreja para ajudá-lo.
No meio de muitas pessoas, encontramos
mais sabedoria, diz a Bíblia.

CRIE MARGENS DE SEGURANÇA

Ore a Deus pedindo revelação sobre


como se proteger. Estabeleça padrões de
comportamento e santidade em seus rela-
cionamentos. Compartilhe esses pontos
com seus pais e peça a eles para acompa-
nhá-lo onde quer que você vá.

OBSERVE QUEM ACONSELHA VOCÊ

Cuidado com as amizades e com os


124 conselhos. Avalie quem está lhe influen-
ciando. Quem você escuta? O que você lê?

Prepare-se
O que você assiste? Isso encoraja ou esfria
seu compromisso de buscar a Deus?
Cuidado com esses conselhos: “Você
é jovem, menino. Vai namorar e curtir a
vida”. Se for sua mãe, ou seu pai, fale com

para a prática
carinho e respeito e diga simplesmente:
“Mãe, tô noutra. Tô indo para o céu!”.

NÃO OUÇA PESSOAS SEM O TEMOR


DE DEUS

Conselhos dos que não temem ao Se-


nhor sempre desviarão do caminho de
Deus. Preste atenção em quem tem in-
fluenciando o seu comportamento.

PERGUNTAS FREQÜENTES

Algumas perguntas podem aparecer


dentro de você, como, por exemplo: “Eu
quero me guardar santo, mas o que devo
fazer?, Eu ainda não estou pronto para
me casar?, Eu tenho condições, não é a
hora?” ou “Quantos anos tenho que ter
para me casar?”.
Primeiramente, há que se ter um míni-
mo de maturidade e estabilidade emocio- 125
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical nal, profissional e financeira para assumir,
de fato, um compromisso. Por isso que
devemos aproveitar o tempo de solteiros
para estudar e trabalhar.
Um adolescente de dezesseis anos não
tem qualquer condição de assumir um
compromisso, não só por causa da idade,
mas por não ter nem sequer autonomia em
relação à sua própria vida. Ele não tem es-
tudo suficiente, formação, trabalho estável
nem profissão. Há, infelizmente, irmãos
que já passaram dos trinta anos e, mesmo
assim, ainda não podem assumir um com-
promisso pelos mesmos motivos.
É preciso avaliar. Se você não vai se
envolver em nível de compromisso, é
melhor não entrar nessa estrada. Então
qual é o plano agora? É ficar na amiza-
de saudável? Sim. É fácil chegar a esse
nível? Não. Por quê? Porque Deus nos
fez com atração. Mulher atrai homem e
homem atrai mulher. Deus nos fez com
coração e sentimentos. Ninguém deve se
sentir acusado por se sentir atraído por
outra pessoa. Isso é de Deus, é lindo. Mas
deve haver a hora certa para que ninguém
sofra. Compreendo que não é fácil, mas
o Senhor o ajudará. O romance na hora
126 certa é bênção de Deus. Mas, enquanto
não chega a hora, é melhor desenvolver

Prepare-se
relacionamentos saudáveis de amizade.
Você precisa compreender que é ne-
cessário servir juntos a Deus com um
só propósito. É melhor esperar em Deus
servindo na igreja. Quando Rebeca foi

para a prática
achada por Isaque, ela estava servindo.
Ela estava dando água para os camelos
do servo de Abraão. Quando somos servos
do Senhor, encontramos nosso Isaque ou
nossa Rebeca.
Uma das piores armadilhas do namoro
é que ele mascara as pessoas e elas não
terão oportunidade de se conhecerem na
vida real. No meio de amizades saudáveis e
verdadeiras, poderemos conhecer pessoas
interessantes e então pintar um romance.
Os jovens amigos poderão entrar em um
relacionamento, mas já conhecendo um
ao outro. Lembremo-nos sempre: ami-
zades saudáveis exigem autocontrole e
moderação.

AMIZADE VERSUS INTIMIDADE

A amizade está relacionada a alguma


coisa e não a duas pessoas envolvidas. Já
a intimidade é um com o outro. Amizade 127
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical está em andar juntos para servir a Deus
em um só propósito, mas sem se prende-
rem um ao outro. No final do livro há um
testemunho de um jovem que até pensou
em entrar em um relacionamento com
uma moça, mas que, após orarem, prefe-
riram ficar amigos, servindo a Deus sem
se envolverem. A chave para a amizade é
ter um objetivo comum, querer crescer em
Deus, evangelizar, multiplicar as células,
buscar a Deus juntos. Não quer dizer que
temos de evitar sempre a intimidade. A
intimidade tem seu tempo certo e requer
um outro nível de compromisso.

NÃO DIMINUA, ACRESCENTE

Existem casais que andam o tempo


todo a sós. Eles dizem ser amigos, mas na
verdade não são, porque não dá para ser
amigos ficando sempre sozinhos. Deve-
mos incluir pessoas no nosso grupo, caso
contrário, não conseguiremos sustentar a
amizade. A amizade verdadeira procura
a oportunidade de servir e não simples-
mente o ser entretido pelo outro.
Há quem queira a amizade só para se
128 divertir. É o tipo Sansão: não pode chupar
uvas, mas gosta de “cheirá-las” nas ami-

Prepare-se
zades. A amizade deve ter o propósito de
servir a Deus juntos. Quando focalizamos
a amizade em fazer algo para abençoar e
não para nos divertir, iremos sustentá-la
neste período em que não estamos prontos

para a prática
para nos relacionar romanticamente.
Estas são apenas algumas dicas de
como desenvolver relacionamentos que
valham a pena. Temos de lutar por nos-
sas amizades protegendo-as. Ter uma
amizade sincera não é tarefa fácil, por-
que homens e mulheres foram feitos para
se atraírem. Por isso, devemos respeitar
as limitações de amizade entre rapazes
e moças dentro dos padrões da Palavra
de Deus. Se perceber que está, de forma
errada, pendendo para o romance, corte
a amizade. Respeite os limites para não
trocar as bolas, não confundir as coisas.
Não é fácil. Mas creio que você é um jovem
que usa o amor que pensa.
Os Radicais Livres estão crescendo em
Deus e entendem que é burrice queimar
etapas. Não há como querer construir
algo em cima de coisas que não têm fun-
damento. Isso é uma questão de tempo,
mas precisamos ser práticos. Não se pode
seguir esse padrão, do caminho excelen- 129
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical te do relacionamento, da corte, se não se
guardar o coração.
Em primeiro lugar, o jovem deve estar
disposto a passar por uma revolução de
mentalidade, que implica em entender
o caminho de Deus e se posicionar. É ser
capaz de suportar a pressão. É não se im-
portar com o que outros irão falar, porque
compreende o valor de seguir o caminho
de Deus para a sua vida. É que agora temos
uma nova mentalidade, madura e adulta.
Fico com pena de uma geração de jo-
vens com a mente pequena ao ponto de
se identificar com o Caldeirão do Huck ou
o Big Brother. Esses programas retratam
um nível muito raso de vida. Pare e pense.
Somos jovens de Deus e Deus nos chamou
para sermos grandes. Temos que pensar
como Cristo pensa. Temos que ter uma
visão mais ampla da vida! Não fomos cha-
mados para ficar tendo prazeres carnais
de meia hora ou menos. O nosso chamado
é para nos embriagar pelo Espírito Santo
vinte e quatro horas por dia, andar em
santidade e pensar com a mente do Se-
nhor. Nós estamos em um outro nível!
Por isso, a Bíblia alerta que, acima de tudo,
devemos guardar o nosso coração. Duas
130 coisas precisam ser feitas:
1. Imaginar o coração como um

Prepare-se
criminoso louco para enfiar um
tiro em sua cabeça. Isso é guardar
o coração do pecado.
2. Olhar o coração como uma fonte
de água viva, que queremos beber,

para a prática
mas que, se a deixar sujar, sujará
a escola, a mente, as emoções, o
trabalho, sujará tudo. Não se deixe
levar pelo coração. A Bíblia diz que
o coração do homem é enganoso.
Ele mente descaradamente e você
precisa assumir o controle sobre ele
e dizer: “Aquieta-te coração! Você é
enganoso e vou andar pela palavra
e não pela emoção. Sou um crente
inteligente. Eu amo com o amor
que pensa porque sou um jovem
chamado para ser cabeça. Eu sou
um Radical Livre!”.

A CORTE E O CAVALHEIRISMO

Na corte, se evita o ambiente român-


tico, a fim de não se cair em um envol-
vimento emocional fora de hora. Dessa
forma, ninguém sofre caso não dê certo.
O problema é que muitos irmãos não com- 131
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical preendem esse fato claramente e acabam
se tornando secos e ásperos com as irmãs.
É um desequilíbrio que devemos evitar. O
cavalheirismo deve fazer parte do nosso
meio. Não há nada de errado com a cor-
tesia. A cortesia faz parte da corte, o amor
é cortês e todas as irmãs merecem ser tra-
tadas com respeito e delicadeza.
Por outro lado, é necessário que as ir-
mãs saibam receber a cortesia dos irmãos,
sem confundir as coisas, pensando que
todos os irmãos estão interessados ro-
manticamente nelas. Não é porque um
rapaz abriu a porta do carro para uma
moça que ele está interessado nela.
Jogue fora toda aspereza e seja um jo-
vem maduro, capaz de separar o ambien-
te romântico sem perder o carinho pelas
pessoas, como ensina a Bíblia.

132
10

COMO PROTEGER
SEU CORAÇÃO?

De tudo o que se deve guardar, guarda


o teu coração, porque dele procedem
as fontes da vida. (Pv 4.23)

O cristianismo não é tolo. Ele é inteligente.


Mas é importante que guardemos o coração
de três coisas, segundo a Palavra de Deus:

FUJA DA PAIXÃO

O jovem que fica vinte e quatro horas


sonhando acordado por alguém, embria- 133
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical gado e vivendo no mundo da lua, está apai-
xonado. Qualquer relacionamento que tira
Deus do centro de sua vida é paixão, não
é amor verdadeiro. Deus é amor e o amor
de verdade não tira Deus do centro. Quan-
do o jovem cristão encontra alguém que
realmente o ama, essa pessoa o ajudará a
buscar a Deus mais intensamente.
A paixão está fundamentada na ilusão
e na fantasia. Ela não é real. Sustentamos
a nossa tola paixão pelas pessoas porque
substituímos toda a informação que não
temos dela por algo fora da realidade. É
como ter uma amante. O homem encontra
a amante só nos bons momentos e assim
não cai na real porque não a conhece no dia-
a-dia. A esposa sabe quem é o marido nos
momentos difíceis, porque ela o conhece. O
marido se ilude com a amante porque vive
momentos irreais. Os amantes fazem lou-
curas, mas quando as coisas não dão certo,
logo se separam. O amor, todavia, nunca
acaba. A Bíblia diz que “o amor tudo supor-
ta”. Proteja seu coração das paixões.
A paixão só acontece se dermos brecha.
Se alimentarmos conversas e nos envolver-
mos com ilusões e fantasias, com certeza,
iremos nos apaixonar. É importante que se-
134 jamos maduros. Caiamos todos na real!
FUJA

Como proteger
DA LUXÚRIA

Luxúria é desejar algo sexualmente proi-


bido por Deus. Por isso, guarde o seu coração
da internet, das revistas pornográficas, dos
outdoors sensuais. Jesus falou que se olhar-
mos com intenção impura já pecamos e

seu coração?
isso vale para as mulheres também.

FUJA DA AUTOPIEDADE

Autopiedade é a ação de ter pena de nós


mesmos. É o sentimento de manter os olhos
focados apenas em seus problemas. Quan-
do se sentem sozinhos, muitos jovens dese-
jam ter alguém para amar. Nesse momento,
eles se dão toda a razão do mundo.
Quando se sentir deixado, abandona-
do, lembre-se da Cruz. É lá que verá um ho-
mem santo, sem pecado, crucificado injus-
tamente em um madeiro. Nesse momento
poderá só dizer: “Jesus, me perdoe”.
A autopiedade é uma resposta peca-
minosa ao sentimento de solidão, porque
em nome da autopiedade muitos viram
as costas para Deus. Não há pecado em
se sentir sozinho. Seja honestos diante de
Deus porque o amor dos irmãos entre nós 135
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical vai lhe suprir de toda necessidade, falta
ou carência. Não faça disso uma descul-
pa para não servir a Deus. Não caia no
jogo da comparação. Tire o foco de suas
necessidades e coloque o foco em servir
aos outros e amar a Deus. Aproveite essa
oportunidade do sentimento de solidão
e busque a Deus, pois é somente nEle que
encontrará suprimento.

136
11

A CORTE DEVE
ENVOLVER OS PAIS

No capítulo 20 de Êxodo, Deus nos


deu os dez mandamentos. O primeiro
mandamento com promessas diz respeito
aos pais:

Honra a teu pai e a tua mãe, para que


prolonguem os seus dias na terra que
o Senhor teu Deus te dá.

Jesus repete essas palavras para que


ninguém pense que a ordenança valia
somente no Velho Testamento: 137
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical Porque Deus ordenou: honra a teu
pai e tua mãe e quem maldisser a
teu pai ou tua mãe seja punido de
morte. (Mt 15.4)

Dois dos mandamentos são: “Não mata-


rás e Não adulterarás”. Esses mandamentos
não passaram, não perderam a validade.
Nenhum desses mandamentos passou. Eles
até se ampliaram porque Jesus disse:

Não matarás; porém, eu lhe digo,


que se odiar, já matou. Não adul-
terarás, eu, porém, lhe digo que se
olhares para uma mulher com in-
tenção impura no coração, já adul-
terou. Ouça o que foi dito: honra o
teu pai e a tua mãe.

O Senhor quer abrir seus olhos acerca


da honra devida aos pais. Sobre esse as-
sunto gostaria de contar um breve teste-
munho pessoal. Eu nunca havia honrado
meu pai publicamente. Em 2002, chamei
meus irmãos e lhes disse que faríamos
uma festa para o nosso pai e convidamos
todos os parentes para a festa.
Naquele dia em que organizei a festa
138 com meus irmãos, me sentei para escrever
uma carta para meu pai. Quando comecei

A corte deve
a escrever a carta para ele, Deus começou
a me lembrar de coisas que me chocaram.
Eu já era pastor há dez anos e nunca havia
feito algo assim. Então, comecei a escrever
e a pedir perdão por muitas coisas. E me

envolver os pais
lembrei de agradecer por tudo aquilo que
o meu pai fez por mim. Lembrei-me de
que, na infância, eu tive problemas sérios
de estômago e não aceitava leite de vaca e
nem de cabra. Eu só aceitava um leite de
soja chamado Sobi, que era caríssimo na-
quela época. Deus me lembrou que muitas
vezes meu pai teve que fazer opção entre
comer e não comer, porque o dinheiro
não dava para nós dois. Meu pai deixava
de comer para comprar leite pra mim. Eu
chorava muito enquanto escrevia.
Deus me lembrou das noites em que
meu pai ficava acordado porque eu estava
doente. Hoje, tenho filhos e posso compre-
ender o amor dele de uma maneira com-
pletamente diferente. Eu não entendia o
amor de meu pai e talvez nem o de Deus
até ter meus próprios fi lhos e passar por
situações semelhantes.
No dia marcado para a festa, pedimos
ao nosso pai que se assentasse em uma ca-
deira bem bonita. Eu e meus irmãos lava- 139
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical mos os seus pés, compramos um presente
e montamos um quadro de fotos antigas.
Cada filho leu sua carta e houve um mo-
mento de cantar e orar por ele. Foi algo
lindo! Aquela festa quebrantou muito o
coração do meu pai. A partir daí, ele foi
uma bênção na minha vida.
Outro dia, quando estava indo para a
festa de honra da minha avó de 90 anos,
comecei a avaliar quantas coisas acontece-
ram na minha vida. Depois dessa festa de
honra ao meu pai, Deus me concedeu um
acerto na empresa em que eu trabalhava
e prosperei de maneira impressionante.
Meu ministério explodiu e muitas coisas
boas aconteceram com a minha família.
Creio que essas portas nas nossas vidas
estejam ligadas à honra que damos aos
nossos pais. Isso é algo tão sério e às vezes
não acreditamos.
Certa vez houve uma onda de assas-
sinatos de jovens em Goiânia. Em uma
mesma semana, ocorreram quatro assassi-
natos de jovens. Nós estávamos na vigília
semanal e começamos a orar pelos jovens,
mas eles continuavam a morrer. Não en-
tendíamos aquilo. Um desses jovens havia
se inscrito para ir ao Encontro de nossa
140 igreja. Enquanto orávamos, o Senhor nos
revelou que a brecha achada pelo diabo

A corte deve
para destruir os jovens era a rebeldia con-
tra seus pais.
Esta geração está se rebelando contra
os pais. A Bíblia alerta para que honrásse-
mos nossos pais porque, senão, seríamos

envolver os pais
punidos de morte. Naquele dia compre-
endemos esse versículo. A base que o dia-
bo tinha achado na cidade para matar os
jovens era a rebeldia. O diabo usa a lega-
lidade da Palavra para ir diante de Deus
e reclamar a vida dos jovens. Por isso, nós,
como jovens, precisamos nos arrepender
diante de Deus por todas as vezes em que
nos levantamos contra nossos pais.
Quando eu comecei a tomar o lugar
dos jovens da cidade para me arrepender,
Deus me falou em meu coração: “Filho,
espere. Tome primeiro o seu lugar e se ar-
rependa antes pelos seus próprios erros”.
Então, comecei a pedir perdão a Deus por
todas as vezes em que me levantei contra
meus pais e até quando aceitei que outras
pessoas falassem deles. Eu chorei muito
naquele dia porque eu nunca havia tido
aquela oportunidade. Deus me alertou
que se não tivesse me arrependido, o diabo
procuraria oportunidade para me matar
também. 141
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical Continuamos a orar e nos arrepender
por toda a geração de jovens da cidade.
Na semana seguinte, acompanhamos
os jornais e não houve nenhuma morte.
Sabemos que o diabo continua tentando
nos destruir, mas Deus nos revelou esse
princípio valioso.
Mas será que esse princípio está ligado
só à vida e à morte? Creio que não, que
também tem a ver com os nossos relacio-
namentos. Da mesma maneira, muitos ca-
samentos tem tido problemas porque não
têm a bênção dos pais do casal. Ora, se a
bênção do meu pai e da minha mãe traz
a promessa de que a minha vida será lon-
ga, meu casamento está incluso nisso.
Você, como um jovem inteligente, pre-
cisa colocar seus pais em suas escolhas.
Esse caminho irá abençoá-lo tremenda-
mente. A corte é um compromisso no
qual pais e fi lhos se unem para buscar
em Deus a Sua vontade em relação ao seu
relacionamento.

GUARDE AS PORTAS DO CORAÇÃO

A Bíblia diz que os jovens devem ser


142 guardados da mulher adúltera. Em Pro-
vérbios, a Bíblia faz algumas advertências

A corte deve
sobre a mulher adúltera. Aquelas adver-
tências eram para os homens e não para
as mulheres porque, naquela época, na
cultura judaica, as jovens eram guarda-
das por seus pais. Esse é um caminho

envolver os pais
antigo de Deus e o povo judeu conhecia
tal padrão.
Primeiramente, o rapaz procurava os
pais da moça com a qual ele queria se rela-
cionar. Se os pais autorizassem, ela podia
se relacionar com aquele jovem. A jovem
ficava protegida. O seu coração estava
protegido. Esse é o caminho excelente de
Deus. Mas qual é a razão desse caminho
antigo de Deus? É que o coração daquela
jovem deveria ser protegido por seu pai,
para que, quando ela encontrasse o seu
marido, o coração dela estivesse inteiro.
A maioria dos casais sofre porque os
noivos se casam destruídos. A cada re-
lacionamento que uma pessoa tem, ela
deixa uma parte de seu coração. A cada
vez que você entrega seu corpo para pes-
soas que não eram o seu cônjuge, deixa
lá uma parte de seu coração. A Bíblia diz
que você se torna um com a pessoa com
quem pratica o ato sexual. É como uma
folha de papel que foi colada à outra. Para 143
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical separá-las, é preciso rasgá-las. O mesmo
acontece com sua alma e coração. Então,
quando você se casa, haverá problemas,
pois não estará inteiros.
A Bíblia diz que não deveríamos entregar
nosso tesouro a quem não nos pertencia,
porque no final haveria dor e arrependi-
mento no casamento. O nosso tesouro é o
nosso coração. Os jovens citados na Bíblia
acabaram se envolvendo com a mulher
adúltera. A Bíblia fala que eles tiveram
problemas porque não quiseram ouvir o
ensino da Palavra. Hoje Deus adverte a
cada um de nós.
Em Provérbios 7, a Bíblia relata algu-
mas habilidades dessa mulher. A Bíblia
fala que ela forrava a cama com a melhor
colcha e ainda espalhava perfume pelo
quarto. Ela tinha palavras doces que en-
cantavam o coração, ou seja, preparava
um ambiente romântico. Alguém pode
perguntar: “Se a minha esposa fi zer isso
por mim será pecado?”. É claro que não.
Todas as mulheres sabem fazer isso e não
apenas as prostitutas. “Mas quem deu es-
sas habilidades para a mulher?. Foi Deus
quem deu essas habilidades, mas, infeliz-
mente, muitas estão usando tais habili-
144 dades para o mal.
Acompanho muitos jovens casados den-

A corte deve
tro da igreja. Muitos maridos confessam que
gostariam que as esposas fizessem assim
como as mulheres mencionadas lá em Pro-
vérbios. E, na verdade, não há nada de erra-
do com isso porque o leito é um lugar santo.

envolver os pais
Mas o que temos visto são esposas que não
conseguem fazê-lo. E assim elas empurram
seus maridos para o adultério.
O problema é que, no momento em
que elas se relacionavam antes de se casa-
rem, os seus pais não estiveram presentes
para guardar os corações delas. Então,
o marido diz sim ao romance e ela diz
não. Ela cria um escudo de proteção por-
que não quer se deixar violar novamente.
Compreendem?
Quando Deus instituiu a família, Ele
estabeleceu uma cadeia de autoridade na
qual o pai é o cabeça, o guardião espiritu-
al. O pai é aquele que guarda as entradas
da casa e os corações dos filhos. Acreditem
ou não, é o pai quem abrirá ou fechará
a entrada do bem ou do mal nas nossas
casas. Ele é quem deveria fazer isso com o
coração dos seus filhos, a fim de que eles
não chegassem ao casamento com precon-
ceitos sexuais. Os pais devem proteger as
filhas quando elas são solteiras. 145
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical Muitas mulheres estão perdendo o me-
lhor de Deus, porque criaram barreiras
de proteção em relação aos seus maridos.
Elas se armam e não podem aproveitar o
melhor de Deus para suas vidas. Elas não
se sentem livres para amar seus maridos
intensamente. Mas Deus não planejou
que fosse assim.
Antes de qualquer coisa, é preciso abrir
nossos corações para envolver nossos pais
nos nossos relacionamentos. É importan-
te que o pai da moça a proteja. Quando os
rapazes se aproximarem e disserem estar
interessados nas irmãs, elas devem pedir
que primeiramente falem com seus pais.
As moças se chocam com isso, mas
elas precisam aprender a ter seus cora-
ções guardados pelos seus pais, para que
possam entrar livres no casamento, sem
barreiras. A moça não precisará dizer não
o tempo todo, porque o seu pai fará isso
por ela. Se ela tiver interesse no rapaz, o
pai dela, que a ama e quer o melhor para
sua vida, poderá avaliar o caráter e as mo-
tivações daquele rapaz. É importante que
os pais estejam presentes nos encontros
porque eles, não estando envolvido emo-
cionalmente, poderão ver as coisas mais
146 claramente.
Irmãos, fazer uma aliança com seu pai

A corte deve
e sua mãe, assumindo o compromisso de
não se relacionar fora da proteção deles,
é bênção para quem vai se casar. Vamos
retomar um exemplo já dado para explicar
melhor. Na Bíblia não existe o namoro. Só

envolver os pais
encontrei o namoro de Sansão e Dalila,
que foi mais ou menos assim: Sansão era
um crente que se interessou por uma mu-
lher incrédula chamada Dalila. Ele, então,
foi pedir permissão para os pais, que o
advertiram do perigo. Eles disseram: “Essa
não é a mulher de Deus para sua vida. Ela
não é crente”. Mas Sansão se recusou a
obedecer a seus pais e entrou num relacio-
namento sentimental com uma mulher
sem a bênção deles. Todos sabem o que
aconteceu com ele.
Sansão era um homem consagrado
desde o ventre e não o Incrível Hulk.
Quando o Espírito de Deus vinha sobre
ele, ele vencia os inimigos. Da mesma
forma, quando o Espírito de Deus vem
sobre nós, nós também nos levantamos
sobre nossos inimigos. A Bíblia diz que
cinco de nós perseguirão a cem, e cem de
nós perseguiremos dez mil! Essa também
era a força de Sansão. Porém, a Bíblia diz
que, ao desobedecer a seus pais e entrar 147
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical num relacionamento fora da bênção deles,
Sansão teve sua consagração quebrada.
Dalila o enganou e cortou seus cabelos, o
sinal de sua consagração. Sansão perdeu a
autoridade, ousadia e unção. Ele teve seus
olhos furados. Que coisa horrível!
Nunca imaginamos que a bênção dos
pais fosse tão importante. Sei de muitos
jovens que eram ungidos e, ao se envol-
verem em relacionamentos sem a bênção
dos pais, de repente, perceberam que já
não podiam orar com tanta autoridade.
O pior é que muitos deles estão com seus
olhos furados e por isso não vêem a ação
dos demônios em suas vidas. Ficaram ce-
gos espiritualmente. Nem mesmo a Deus
eles conseguem ver. Sansão era um líder e
toda nação de Israel sofreu com ele. Isso
não aconteceu por acaso. Se você quer ser
abençoado, precisa envolver seus pais em
seus relacionamentos.
No livro Tua Perfeita Fidelidade, temos
a história de uma corte de verdade, a do
casal Leslie e Erik. Os dois jovens cristãos
eram amigos antes de se relacionarem.
Certo dia, pintou um romance e ele en-
tão procurou a moça. Ela imediatamente
deu a ele o cartãozinho do pai. Leslie era
148 uma moça de Deus que havia feito um
compromisso de não se relacionar sem a

A corte deve
bênção dos pais.
O rapaz então procurou o pai dela para
falar de suas intenções. O pai falou: “Não
sei nada sobre você, mas estou disposto a
conhecê-lo. Vamos nos corresponder” (eles

envolver os pais
não moravam na mesma cidade). Leslie
tomou a Cruz e confiou em Deus. O pai
pesquisou tudo sobre o rapaz e acabou
se “apaixonando” por ele e descobriu que
Erik era um homem de Deus. A partir daí,
autorizou o relacionamento dos dois.
Nesse período, os dois conversaram
bastante sobre ela e, ao fazer isso, o jo-
vem matou a lascívia e o desejo de sexo. O
pai estava testando se aquele rapaz estava
querendo se casar com a filha dele ou com
corpo dela. É uma história linda. O pri-
meiro beijo deles foi dado no altar. Uma
experiência linda!
Sabe o que aconteceu a esse casal? Eles
entraram no casamento de forma abenço-
ada e foram lançados como flechas para a
glória de Deus em seus ministérios.
Eu posso lhes dizer que o meu primeiro
ano de casamento foi de muito choro. Nós
não gastamos tempo conversando antes
do casamento e tivemos de aprender nos
arrebentando, porque eu não conversei 149
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical com o pai dela antes. Eu sei de casamentos
em que essa adaptação durou cinco, até
dez anos, porque entraram no casamento
sem se conhecerem.
Se a jovem não aprendeu a se submeter
a seu pai, imagine a dificuldade que ela
terá para se submeter a seu marido. É pre-
ciso conhecer antes. Quando Erik e Leslie
obedeceram aos seus pais, eles aprenderam
a lidar com as situações no dia-a-dia de um
casamento. E, ao conhecer as fraquezas, eles
já sabiam como resolver os problemas e as-
sim puderam avançar pelo menos uns dez
anos no casamento.
Porém, o que percebemos, através de
muitas experiências, é que existem muitos
filhos magoados com seus pais e muitos
pais ignorando os seus filhos. Muitos fo-
ram abusados sexualmente, disciplinados
injustamente e, até mesmo, preteridos em
relação a outros irmãos. Se esse é o seu
caso, eu compreendo perfeitamente. A
vontade de Deus é fazer uma restauração
completa nas famílias, mas antes precisa-
mos perdoar. Nós somos escravos de quem
odiamos e jamais estaremos juntos em
um mesmo lugar. Talvez não haja mágo-
as, mas também não há liberdade plena
150 com os pais. Quem sabe existem questões
pendentes a resolver e sabemos disso. Mas

A corte deve
muitos jovens acham que os pais não me-
recem perdão. Talvez não mereçam, mas
o perdão é sempre injusto.
Pensemos um pouco em nós e em Cris-
to. Ele morreu por causa dos nossos peca-

envolver os pais
dos. Nós o matamos e, mesmo assim, Ele
nos perdoou. Você e eu não merecíamos
ser perdoados, no entanto, Ele nos per-
doou. O perdão de Deus é incondicional,
mas o nosso arrependimento é o caminho
para a comunhão com Ele. É como uma
mulher que foi traída e o marido conti-
nua com a amante. O perdão dela deve
ser incondicional, mas a restauração do
casamento terá que passar pelo arrepen-
dimento dele.
Do mesmo modo, talvez nossos pais
também não mereçam ser perdoados, mas
devemos fazê-lo porque foi Jesus mesmo
quem disse:

Porque se perdoardes aos homens


as suas ofensas, também vosso pai
celeste vos perdoará; se, porém,
não perdoardes aos homens [as
suas ofensas], tão pouco vosso pai
vos perdoará as vossas ofensas.
(Mt 6.14-15) 151
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical Portanto, limpem seus corações de
toda mágoa. Busquem a restauração
completa pagando o mal com o bem. Fa-
çam uma festa de honra para seus pais e
peçam perdão por tudo. Humilhem-se e
Deus os exaltará. Nós sabemos que não
é fácil e que sozinhos jamais consegui-
remos. Peçam a ajuda de Deus para que
Ele crie oportunidades de reconciliação.
As bênçãos nas nossas vidas e nos nossos
casamentos estão relacionadas aos nossos
pais. Aí surge a pergunta: “Se o meu pai
não quiser acompanhar o meu relaciona-
mento, o que devo fazer?”.
Se o jovem não tiver mais pai ou mãe,
ou se eles não quiserem participar do rela-
cionamento, o jovem deve nomear alguém
na igreja para lhe ajudar nessa questão.
Assim, ele poderá conhecer o seu cora-
ção e saber sobre os seus traumas, seus
problemas de infância e acompanhá-lo
de perto. Na nossa igreja, o nosso desejo é
montar uma equipe de padrinhos e Deus
nos abençoará. No entanto, a questão do
perdão continua a mesma, é preciso per-
doar os pais e ser perdoado por eles.
Gostaria ainda de deixar algumas qua-
lidades de caráter que devem existir em um
152 cônjuge em potencial e que devemos com-
partilhar com nossos pais para futuras

A corte deve
avaliações. Será uma de suas peneiras.

1. Deve ser realmente crente, nascido


de novo. (2Co 6.14-18)
2. De preferência ter mais de um ano de
fé e ter feito os cursos da igreja.

envolver os pais
3. Deve ser uma pessoa que se aceite a si
mesmo [a Bíblia nos manda amar
ao próximo como a nós mesmos.
Se a pessoa não se ama, não amará
você também] (Sl 139.14-16)
4. Deve ser submisso aos pais e às au-
toridades [é necessário ter a bênção
dos pais e líderes]. (Rm 13.1)
5. Sua vida deve ser livre de segredos.
(At 24.16)
6. Ele aprendeu a se entregar a Deus.
(1Co 6.19)
7. Ele tem que ter sido liberto do pe-
cado. (Jó 8.34-36)
8. Saber claramente para o que Deus
o chamou. (Gl 1.15-17)
9. Ter a vida financeira controlada [o
rapaz deve estar trabalhando].
(Rm 13.8)

153
12

A HORA DA VERDADE

Neste capítulo, gostaríamos de com-


partilhar algumas coisas práticas para
alguém que percebe que está na hora de
se casar. O que fazer? Deve procurar al-
guém? Fazer o quê?
Em Efésios, a Bíblia diz:

Tenham cuidado com a maneira


como vocês vivem; que não seja
como insensatos, mas como sá-
bios, aproveitando ao máximo cada
oportunidade, porque os dias são
maus. (Ef 5.15) 155
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical Enquanto esperamos, devemos fazer o
que sabemos que o Senhor nos chamou
a fazer. Nós sabemos que o Senhor nos
chamou para que O sirvamos e O conhe-
çamos intensamente e, portanto, a nossa
dedicação deve ser contínua. A Bíblia con-
ta a história de uma irmã que achou a sua
“bênção”. Ela estava pronta, mas não ti-
nha encontrado ainda o seu Isaque. O que
ela fez, então? Ela foi trabalhar e buscar
a Deus e, assim, ela encontrou o marido.
Essa mulher, de fato, era Rebeca. Ela foi
sábia em servir às pessoas e aos seus pais.
Freqüentemente, ela estava tomando a
Cruz, manifestando amor e servindo com
alegria. O teste dela foi dar água para os
camelos e ela passou no teste.
Fico pensando no quanto Deus coloca
em teste o coração das pessoas e como Ele
chama a atenção de Seus jovens para as
irmãs que têm coração de serva. Sabemos
que Isaque estava esperando por sua es-
posa e ele era um homem de Deus. Ho-
mens de Deus são atraídos por mulheres
de Deus. E onde eles as descobrem? Ser-
vindo a Deus. Essa é uma excelente dica.
Enquanto a irmã serve a Deus na Sua
Obra, Ele chama a atenção de seu Isaque.
156 E, no momento certo, Deus trará o ungido
dela. É como a história da irmã que queria

A hora da verdade
se casar e foi ser missionária no Oriente
Médio e lá encontrou seu Isaque. Ela não
desperdiçou seu tempo.
Se quer amar sua esposa, comece aman-
do sua mãe. A Bíblia fala para você amar
sua mulher como Cristo amou a igreja.
Aprenda também a honrar seus pais.
Veja algumas áreas que você deve cul-
tivar enquanto espera:

EXERCITE A INTIMIDADE

Casamento requer intimidade, cumplici-


dade, entre marido e mulher. Aprenda a con-
versar com as pessoas. Homens costumam
emburrar e mulheres precisam conversar.
Quem não sabe conversar tem problemas.

BUSQUE A DEUS COM OUTRAS PESSOAS

Aprenda a orar com os irmãos, com seu


pai, com sua mãe, não ore apenas sozinho.
Chame outros irmãos para orarem jun-
tos. Uma das coisas mais difíceis no casa-
mento é orar com o cônjuge. Quando não
aprendemos antes, se torna uma luta. 157
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical EXERCITE A RESPONSABILIDADE
FINANCEIRA

Você tem que aprender a se sustentar e a


lidar com o dinheiro de maneira responsá-
vel. O desequilíbrio financeiro pode ser um
grande entrave no seu casamento. Chega o
dia de pagar as contas e não tem o dinheiro
porque gastou com outras coisas, e agora? O
casamento fica abalado porque não apren-
deu a economizar.
Quando me casei, eu passei por uma
situação difícil; mas, felizmente, minha
mulher estava trabalhando e eu pude ad-
ministrar o dinheiro dela, que também era
meu. Sim, não somos um? A minha respon-
sabilidade como homem é administrar e
eu fazia direito. E, graças a Deus, após um
tempo, o Senhor abriu uma grande porta
para mim.

EXERCITE A PATERNIDADE E A
MATERNIDADE

Observe como são os pais. Aproveite


para cuidar dos seus sobrinhos e assim
sofrerá menos quando tiver os seus pró-
158 prios filhos. Quando o menino acordar
chorando, você não vai ficar desesperado.

A hora da verdade
Eu não treinei antes e penei muito. Seus
sobrinhos podem ser umas bênçãos na
sua vida.

EXERCITE HABILIDADES DOMÉSTICAS

Eu sou o cabeça da minha casa, mas


minha mulher é a gerente. E isso deve ser
treinado. Ela é quem administra o dia-a-
dia da minha casa. E por sinal o faz muito
bem. É tão bom chegar em casa e tudo
funcionar perfeitamente. Isso traz har-
monia no casamento. E é essa harmonia
que faz do casamento uma bênção.

AVALIE E TRABALHE OS PONTOS


FRACOS

O casamento não é a linha de chega-


da. Ele é só o começo e por isso você deve
aproveitar bem o seu tempo de solteiro
e corrigir suas falhas e aperfeiçoar seus
pontos fracos em Deus. Cada um de nós
deve desenvolver o amor, a humildade, a
paciência, o perdão, a responsabilidade e
a submissão. 159
13

ALCANÇANDO
A MATURIDADE
PARA O CASAMENTO

Muitos têm uma visão extremamente


romântica do casamento, como as propa-
gandas que mostram um casal no parque
com flores, a casa perfumada, a cama acol-
choada, café da manhã na cama etc. De
fato, parte do casamento pode ser assim.
Mas e a outra parte, a parte dos dias maus?
Foi cortada? As partes ruins não queremos
ver. As partes boas nem preciso comentar,
você já sonha com elas. O problema é que,
ao pensar em casar, é preciso cair na real e
avaliar se é o que realmente se quer. 161
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical O casamento não é um filme de pou-
co mais de uma hora. É um compromisso
para a vida toda. Será que você está prepa-
rado para o desenvolvimento e a manuten-
ção constante que o casamento exige? Nós,
homens, temos uma visão muito errada do
casamento e focamos muito o sexo. Aos
poucos, você irá descobrir que precisa estar
preparado não apenas para a cama, mas
também para o sacrifício. Muitos estão
preparados para a cama, mas não estão
preparados para a vida de casado e até des-
cobrem que nem mesmo para a cama estão
preparados, porque não temem a Deus.
Certa vez, um jovem me disse que era
um absurdo a visão da corte: “Como posso
me casar com alguém que eu nem provei?”.
Mas sexo não é como um doce que você não
conhece e precisa provar antes de comprar.
Coloque um homem e uma mulher, que
nunca se viram antes e nunca ouviram falar
de sexo, sozinhos em uma ilha. No início,
eles se acharão esquisitos, mas, depois de
pouco tempo, alguma coisa acontecerá.
Deus criou o homem para dar certo com
a mulher. Não precisa experimentar. Se ti-
ver a bênção de Deus, dará certo. Fique em
paz. Se houver alguma dificuldade, os seus
162 pastores estarão prontos para auxiliá-los.
Gosto muito de conversar com os jo-

Alcançando a maturidade para o casamento


vens que estão para se casar, de falar aber-
tamente sobre sexo como gente madura. O
mais importante é ter a bênção de Deus,
todavia, temos que conversar de outras
coisas para avaliar melhor o casamento e
compreender o que Deus pensa em relação
ao casamento, além de perceber a seriedade
de sermos casados. Eu quero mostrar três
aspectos que Deus avalia no casamento.

1. O CASAMENTO FOI UMA CRIAÇÃO


DE DEUS. (GN 2.22-24)

O casamento é algo tão sério que foi


inventado por Deus. Abra sua Bíblia e
confira.

2. O CASAMENTO APONTA PARA CRISTO


E A IGREJA. (EF 5.31,32)

Lendo a Bíblia descobrimos que o ca-


samento descreve a união sobrenatural
entre Cristo e a Igreja e, por isso, todo ca-
samento fracassado é usado pelo diabo
para dizer que o relacionamento entre
Cristo e a Igreja não acontecerá, ou seja, 163
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical é uma profecia maligna. Mas cada casa-
mento abençoado é glória para Deus e
uma afronta ao inferno.

3. O DESFECHO DA HISTÓRIA DE
DEUS É O CASAMENTO. (AP 19.7)

Para termos uma idéia do quanto é


séria a questão do casamento e o quanto
Deus se importa com ele, a Bíblia começa
com um casamento em Gênesis e o Velho
Testamento termina com a conversão do
coração dos pais aos fi lhos e dos fi lhos
aos pais. Jesus começa o Novo Testamen-
to fazendo um milagre em uma festa de
casamento e a Bíblia se encerra, em Apo-
calipse, com o casamento da Igreja com
o Senhor Jesus, nas Bodas do Cordeiro.
Percebe o quanto o casamento é impor-
tante para Deus?
Compreendo que muitos tiveram pro-
blemas no passado, antes de se converte-
rem, e se separaram porque não conhe-
ciam a Palavra do Senhor. Entendo que
antes não havia o temor do Senhor, mas
Deus agora quer perdoá-los e, da melhor
maneira possível, Ele quer restaurar todas
164 as coisas nas suas vidas.
Mas para o jovem que se converteu ago-

Alcançando a maturidade para o casamento


ra e está solteiro não existirá um segundo
casamento. Na Bíblia, o casamento é in-
dissolúvel. E, como homens e mulheres
de Deus, temos um compromisso para
o resto de nossas vidas, porque sabemos
que Deus abomina a separação. Por quê?
Porque o casamento representa Jesus e a
Igreja. É algo muito santo para ser desfei-
to. A cada casamento desfeito, penso que
o diabo ri de Deus.
Se você entrar no casamento na base
da brincadeira, vai se dar muito mal. Não
ficará impune, porque de Deus não se
zomba. Quem entra no casamento sem
a seriedade devida e, em qualquer bri-
guinha, ou brigona, quer se separar, está
brincando com fogo.
Eu e minha mulher tivemos muitas
discussões, assim como o meu pastor e
sua esposa também as tiveram. Mas so-
mos adultos o suficiente para resolver as
coisas sem deixar nada para trás. Minha
esposa sempre soube que eu seria pastor.
Mas nós já havíamos acertado tudo por-
que ela me conhecia. Ela estava preparada
para abandonar sua carreira e me seguir.
Entenda uma coisa: Podemos ter muitos
problemas, mas temos que ser homens e 165
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical mulheres para resolvê-los. O casamento
revela o coração.
Alguém disse, certa vez, que no dia em
que um homem se casa, Deus lhe dá um
presente, um grande espelho chamado
esposa. Ela mostra quem realmente ele
é. No casamento, ambos ficam expostos.
Quantas vezes travei lutas infernais na
minha mente. Quando eu e minha mu-
lher discutíamos, o diabo vinha me acu-
sar de ter casado com a mulher errada.
Mas eu sabia que minha luta era com o
diabo e não com minha esposa. Naquela
hora, eu me levantava e mandava o diabo
calar a boca porque eu a conhecia sim.
Então, eu e ela orávamos juntos para o
problema ser resolvido. Hoje o meu ca-
samento é uma bênção porque eu e a mi-
nha esposa lutamos muitas vezes diante
de Deus. Quando colocamos os nossos
problemas diante de Deus, nossa vida é
transformada.
O casamento é, de fato, uma ação drás-
tica, uma posição radical e um passo de-
finitivo. Ele não foi feito para quem está
despreparado e para quem não está de-
sejoso de se submeter à vontade do outro.
Submeter nossas vontades ao outro, ceder,
166 perder e perdoar, isso é o casamento.
Você quer se casar? Você precisa apren-

Alcançando a maturidade para o casamento


der a perder, a perdoar inúmeras vezes.
Aí, sim, você será muito abençoado. To-
davia, quem não é cheio do Espírito não
consegue fazer isso. É só quando a minha
esposa ganha que eu ganho. Quando eu
ganho, ela também ganha. A felicidade
não está em encontrar alguém para nos
fazer felizes, mas em encontrarmos uma
pessoa para fazê-la feliz. Esse é o amor
daquele homem pendurado na cruz.
Se quisermos ser felizes no casamento,
devemos olhar para Cristo. Caso contrá-
rio, o casamento não irá adiante. Temos
que ter compreensão clara de tudo isso.
Toda essa verdade é mostrada em uma
poesia feita por Lena Lathrop em que ela
retrata a resposta de uma mulher para um
homem que a convidou para se casar. É
um poema que gosto muito sobre a res-
posta que uma mulher deve dar quando
recebe a proposta de casamento:

Uma pergunta de mulher

Você sabe que me pediu a coisa mais cara já


feita pelas mãos acima?
O coração de uma mulher e a vida de uma
mulher. E o maravilhoso amor de uma mulher. 167
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical Você sabe que me pediu algo que não tem preço
assim como uma criança pede um brinquedo?
Exigindo o que os outros morreram para
obter, com o ímpeto descuidado de um garoto.
Você definiu meus deveres, como homem,
questionou-me.
Agora fique nas grades de minha alma de
mulher até que eu te questione,
Você exigiu que sua comida estivesse sempre
quente, suas meias e camisas sempre impecáveis;
eu exijo que seu coração seja verdadeiro como
as estrelas de Deus.
E sua alma pura como Seu céu.
Você exigiu uma cozinheira para sua comi-
da, eu exijo algo bem maior;
Uma costureira você quer para suas meias
e camisas.
Eu procuro um homem e um rei.
Um rei para a maravilhosa esfera chamada
Lar, e um homem cujo Criador, Deus, observe
como fez ao primeiro e diga: É muito bom!
Sou formosa e jovem, mas o tom rosa pode
desbotar dessa face rosa algum dia;
Você me amará quando as flores caírem, assim
como me amou no desabrochar da primavera?
Seu coração é tão forte e verdadeiro, que eu
possa me lançar em sua maré?
Uma mulher amorosa pode encontrar céu
168 ou inferno no dia em que se torna uma noiva.
Exijo tudo o que é grandioso e verdadeiro,

Alcançando a maturidade para o casamento


tudo o que um homem pode ser; se você me der
tudo isso, darei minha vida para ser tudo o que
exige de mim.
Se você não pode ter isto, uma lavadeira e
cozinheira pode encontrar por baixo preço;
Mas o coração de uma mulher e a vida de uma
mulher não podem ser obtidos desta maneira.

Ao considerar uma proposta de casa-


mento, mulher, não baixe o padrão. Não
se case com um homem que não esteja
disposto a esperar nas grades de sua alma
até que sejam questionado, um homem
cujo coração não seja forte e verdadeiro.
E você, homem, quando for escolher uma
mulher, faça o “teste dos cinqüenta anos”.
Olhe pra ela e imagine-a daqui a cinqüen-
ta anos e descobrirá se está se casando
com ela ou com o corpinho dela. E se a
mãe dela estiver por perto, nem precisará
imaginar muito.
Isso, de fato, é importante, irmã. Se ele
é homem para se casar com você, fique em
paz porque ele se casará com você e não
com seu corpo. O corpo passa e o que resta
é o caráter, é ser uma mulher com quem
valha a pena se envolver, como a descrita
em Provérbios 31.10: “Mulher virtuosa 169
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical quem a achará? O seu valor muito excede
ao de finas jóias”.
Os versos do poema anterior eram
para os homens. Esse, em provérbios, é
para as mulheres. Quem é apto para ad-
mitir que admita e se case. Primeiramen-
te, observe o caráter do pretendente e veja
como ele se relaciona com Deus e com as
pessoas. Ore para que Deus gere situações
na vida de vocês a fim de se conhecerem
melhor. Estamos falando de coisas muito
preciosas. Existe uma euforia entre os jo-
vens para se casarem, mas eu gostaria de
lembrá-lo de duas coisas: Primeiro, leve a
sério o que a Bíblia fala a respeito de seus
pais. Segundo, tenha compreensão de que
casamento é coisa para gente grande, não
para meninos.
O casamento não é ruim, ele é de Deus.
Se não fosse bom, Deus não o teria criado.
É o melhor lugar para crescer em Deus.
É maravilhoso poder ter a minha esposa
ao meu lado. E sei que não são muitos que
podem dizer isso de suas esposas. Eu pos-
so. Não quero que você desista de se casar.
Quero apenas que você tenha consciência
170 de que o casamento é algo muito sério.
14

DA CORTE
AO CASAMENTO —
PASSO A PASSO

Na hora certa, debaixo da bênção de


Deus, o jovem se diz: “Acho que encontrei
o meu cônjuge. E agora, o que fazer? Como
sair da amizade para o casamento? Como
podemos nos conhecer melhor?”
A Bíblia é um manual a ser seguido
por todos os tipos de pessoas. Cada um de
nós tem um jeito diferente de ser e Deus
nos trata de maneira ímpar. Por isso, Ele
escreve todas as histórias de amor no ca-
samento e nenhuma delas se repete. Com
certeza, Ele escreveu uma só para você. 171
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical Vamos ver os degraus de um relacio-
namento baseado na corte, segundo os
padrões de Deus. Aqui estão alguns pon-
tos que partem da amizade e vão para o
casamento.

ASSUMA A RESPONSABILIDADE

Uma coisa é pular de pára-quedas so-


zinho, porque os perigos estão limitados
apenas a uma pessoa. Outra situação bem
diferente é saltar junto com alguém. Os riscos
agora são para você e para outra pessoa. Você
deve levá-la em consideração. Cada vez que
pensar em se relacionar, lembre-se das pes-
soas que poderão se prejudicar com essa
relação. Leve em conta seus os relaciona-
mentos, a família, os amigos e, sobretudo,
seu relacionamento com Deus.
Nós temos um compromisso com
aqueles que vivem ao nosso lado. Lembre-
se de que a pessoa com quem você quer
começar um relacionamento é de Deus
também e, por isso, não é justo atrapalhar
o caminhar dela com Ele. Há também um
compromisso com os irmãos da igreja, que
estão olhando, tendo você como modelo
172 para suas vidas. Além disso, não se esque-
ça de seu compromisso com Deus de se

Da corte ao casamento —
manter radicalmente santo.

BUSQUE APROFUNDAR A AMIZADE

Quando não espera o amadurecimen-


to completo da amizade e vai direto ao
romance, você perde não só o melhor de
uma amizade como também comprome-
te seriamente os fundamentos sólidos de

passo a passo
um casamento, que devem estar baseados
no respeito mútuo, na consideração e na
camaradagem de uma amizade profun-
da e verdadeira. Quando se sentir atraí-
do por alguém, você não deve ir direto ao
romance, o que certamente lhe impedirá
de conhecer a realidade e não terá uma
visão exata da verdadeira natureza da
outra pessoa.
Um romance não trará necessariamen-
te intimidade de alma e, nesse momento,
o mais importante é que o futuro casal
se conheça melhor. E a melhor maneira
de isso acontecer não é mudando a sua
rotina, mas, antes, incluindo um ao outro
no dia-a-dia, no trabalho, na família e na
igreja. Dessa forma, poderemos conhecê-
lo no seu ambiente real. 173
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical Antes de uma amizade profunda,
transparente e verdadeira, ainda não é
hora de conversar sobre um possível ro-
mance e muito menos dizer palavras que
levem a ele. É hora de se conhecerem me-
lhor servindo a Deus juntos. É tempo de
orar, a fim de saber a vontade de Deus para
cada um sem influenciar a outra pessoa.
Não permita que seus amigos façam
brincadeiras que dêem a entender o nasci-
mento de um romance. Quando isso acon-
tecer, aumente o número de pessoas nos
seus relacionamentos e mude o assunto.
Você precisa ter domínio para não acordar
os sentimentos prematuramente.

Mulheres de Jerusalém, eu as faço


jurar: não despertem nem inco-
modem o amor enquanto ele não
o quiser. (Ct 8.4)

Você já viu alguém que se precipita no


falar? Há mais esperança para o insen-
sato do que para ele. (Pv 29.20)

ESPERE, OBSERVE E ORE

Quanto mais tempo tiver para co-


174 nhecer a pessoa em amizade e buscar a
orientação de Deus melhor será. Tempo é

Da corte ao casamento —
necessário para avaliar a pessoa com seus
pais, seus líderes e irmãos mais velhos na
fé. Depois de avaliar o caráter da pessoa
na qual você está interessado, faça pergun-
tas a si mesmo, e responda-as, como, por
exemplo: “Será que eu me casaria com essa
pessoa?” ou “Eu estou realmente pronto
para assumir um casamento?”.
Para que tenhamos chances reais de
entrar em um relacionamento abençoado
com o provável cônjuge, devemos verificar

passo a passo
estes quatro sinais:

O QUE DIZ A BÍBLIA?

A Palavra de Deus nos adverte seria-


mente que não há casamento entre o
crente e o incrédulo (2Co 6.14-18). Se essa
pessoa com quem você está pensando em
se relacionar não é crente, desista desde
já, porque o sinal da bênção de Deus está
fechado para essa relação.

VOCÊ ESTÁ REALMENTE PRONTO?

Você tem a visão completa e clara do ca-


samento? Está consciente das suas respon- 175
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical sabilidades e contas de casado? Você tem um
mínimo de base espiritual para entrar em
um casamento? Tem pelo menos um ano de
fé e fez os cursos que sua igreja oferece para
esse primeiro ano. Está preparado financei-
ramente? Faça a si mesmo essas perguntas
até ser aprovado em cada uma delas.

SEUS PAIS E LÍDERES CONCORDAM?

Se você conseguiu o apoio dos pais,


mas ainda não tem a aprovação dos seus
líderes, é bem provável que não esteja
preparado para se casar. Não tente nego-
ciar. Entre na corte somente com o apoio
dos pais e dos líderes.

HÁ CONVICÇÃO INTERIOR?

Ao se imaginar casado, você se sente


feliz ou angustiado? Você sentirá a con-
vicção e a paz interior de Cristo em seu
coração quando os sinais estiverem verdes.
Além desses sinais, reflita bem sobre as di-
ferenças de classe social, cultural e de faixa
etária que possam prejudicar e até mesmo
176 impedir a relação de ser abençoada.
A

Da corte ao casamento —
ABORDAGEM PARA A CORTE

Com certeza, após a fase da amizade


aprofundada, na hora certa de entrar em
um relacionamento, já se percebe um
interesse mútuo entre o dois. É evidente
que cabe ao rapaz falar a respeito de seu
interesse pela moça. Talvez ele possa dizer
mais ou menos assim:

Já somos amigos há algum tempo

passo a passo
e preciso ser sincero em relação aos
meus interesses a seu respeito. O meu
desejo é conquistar o seu coração, mas
não estou interessado no jogo do na-
moro e, se você me permitir, gosta-
ria de procurar o seu pai para pedir
permissão para entrarmos na corte,
visando o casamento. Estou pronto
para ser testado por ele e por você.

Caso não haja interesse por parte da


moça, ela deve ser honesta em sua respos-
ta ou pedir a seu pai para fazer isso por
ela. Uma mulher de Deus nunca deve dar
esperanças se não enxergar possibilidade
no relacionamento. Se houver interesse, a
moça então deverá autorizá-lo a procurar
os seus pais e talvez dizer: 177
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical Ok, estou pronta para lhe testar e
ser testada por você. Pode falar com
o meu pai.

Negue-se a entrar em ação até receber


autorização dos pais e dos líderes. Confie
no Senhor e honre essa pessoa, indepen-
dente das respostas que receber, e Deus
honrará a você também.
Esse é um momento em que a intimi-
dade será crescente. Mas, ao contrário do
namoro, a corte é a amizade aprofundada
com o compromisso de buscar o casamen-
to, por isso você deve se proteger das ten-
tações sexuais e buscar uma prestação de
contas com os pais e líderes. É assim que
eles ajudarão você a se manter santo.
Este é um tempo de testes e conquistas,
então você deve procurar atividades que lhe
permita servir ao outro. É um tempo para
aprender juntos, passando a maior parte
do tempo com amigos e com a família.

A CORTE COM A FAMÍLIA E OS AMIGOS

Vamos estabelecer alguns princípios


claros nesta fase: O rapaz deve ganhar a
178 confiança da moça e ambos devem conver-
sar sobre muitos assuntos, sentimentos,

Da corte ao casamento —
visões, desejos e sonhos. Entenda as con-
vicções básicas do outro. Procure enten-
der o outro, percebendo a diferença entre
mulher e homem e os papéis de cada um,
como amor, autoridade e submissão. Co-
mece também a investir tempo em oração
pela outra pessoa. Ache tempo para inves-
tir na compra de flores, bombons e enviar
algumas cartas, porém, cuidado com as
declarações, ainda não é hora de declarar

passo a passo
que “ela é a mulher da sua vida” ou que
“ele é o homem dos seus sonhos”. Você está
apenas testando o relacionamento.
Passe tempo junto com as famílias e
também a sós. Escolha lugares públicos e
evite a mentalidade do namoro, pois este é
um tempo para vocês se comunicarem.

O NOIVADO – “PARA SEMPRE”

O tempo de conquista deve durar ape-


nas o tempo necessário para obterem con-
vicção em relação ao casamento. Chega a
hora em que não se exigem mais testes e
nem orações, porque a certeza terá chega-
do. Então é hora do rapaz fazer a grande
pergunta: “Quer se casar comigo?”. 179
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical Esse deve ser um momento especial e é
óbvio que se, durante a corte, o relaciona-
mento não avançou e não há convicção para
seguir adiante, devem parar o avanço do
relacionamento ou até mesmo encerrá-lo.
Agora, havendo convicção verdadeira
de ambos e a concordância dos pais e líde-
res, não há motivo para adiar o noivado e
começar a programar o casamento. Não
temos nenhuma regra para o tempo de
noivado. Acredito, entretanto, que não
deva ser mais do que quatro meses. Pro-
curem respeitar acordos de tempo com os
pais. É esse também o tempo de fazer um
curso de noivos em sua igreja.
Nesse período do noivado, não vá mor-
rer na praia. Reserve a paixão para o casa-
mento porque o diabo adoraria destruir
tudo agora. “Tire suas mãos, mas não tire
suas roupas”, até que estejam casados,
lembra Joshua Harris. Por favor, não se
tratem como se seus corpos já pertences-
sem um ao outro.
Os beijos e carícias que muitas vezes
são cedidos nessa época os levarão a de-
sejar o que não pode ser saciado ainda. E
o diabo busca oportunidade para com-
prometer seus futuros. Que o primeiro
180 beijo seja no altar. Guarde as baterias da
paixão por meio de prestação de contas

Da corte ao casamento —
com os seus pais e líderes. Com certeza,
elas explodirão na hora certa.
Parte desse compromisso de santidade
será mantido se evitarem ambientes que
favoreçam a tentação. Não permita que
a impaciência agora roube a honra de ter
um relacionamento sexual apaixonado
e abençoado no casamento. O padrão da
corte, que discutimos neste livro, não deve
ser manipulado para se ajustar somente às

passo a passo
áreas que lhe interessarem. Essa atitude,
certamente, o impedirá de experimentar o
melhor de Deus para o seu casamento.

181
15

QUEBRANDO
OS LAÇOS DE ALMA

Nos dias de hoje, Deus tem santificado


os corações dos jovens de Sua Igreja, por
meio de relacionamentos no padrão da cor-
te. Todavia, percebemos que infelizmente
até mesmo dentro da Igreja o diabo tem
atuado e roubado o melhor de muitos rela-
cionamentos e casamentos, em virtude do
passado com atitudes erradas que muitos
jovens e adultos tiveram nessa área e que
ainda trazem frutos nos dias de hoje.
Foi o próprio Deus quem os criou com
sentimentos e com instintos sexuais, com 183
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical a capacidade de sentir prazer, e, sobretu-
do, que foi o Senhor Deus quem planejou
o casamento entre o homem e a mulher,
para que nele desfrutem da Sua plenitude
em todas as áreas. A Bíblia, em toda sua
extensão, trata diversas vezes desse assun-
to, demonstrando assim a importância
que o tema tem para Deus.
Assim, relacionamento é algo estra-
tégico na vida de qualquer ser humano.
Quando uma pessoa está com essa área
afetada negativamente em sua vida, ou
seja, com relacionamentos doentes, ela
não consegue fluir, seja natural ou espi-
ritualmente, e esse não é o propósito de
Deus com o relacionamento entre ho-
mem e mulher.
Percebemos diversos tipos de medos e
receios por parte dos jovens quando pen-
sam em entrar em um relacionamento:
“Será que vale a pena me relacionar?”, eles
se perguntam. “Será que não vou me de-
cepcionar mais uma vez? Será que algum
dia poderei ser feliz?”. Esse medo ocorre
porque a alma deles está machucada, fe-
rida pelos relacionamentos antigos.
Somos como árvores plantadas pelo
Senhor na terra: crescemos e damos fru-
184 tos – que são os resultados alcançados nas
diversas áreas de nossas vidas, profissio-

Quebrando
nal, familiar, espiritual e ministerial. Uma
árvore doente produz frutos deficientes.
Alguns jovens já estão tão machucados,
são como árvores cujas folhas foram ar-

os laços de alma
rancadas pelas aves – que simbolizam os
demônios, que vêm para atacar a vida sen-
timental das pessoas.
Para que o jovem se recupere e consi-
ga de volta a saúde emocional necessária
para poder se relacionar de forma santa e
verdadeira, é preciso um posicionamento,
destruindo assim as cadeias e mentiras que
foram lançadas pelo diabo em sua mente
no decorrer de sua vida.
Infelizmente, o diabo usa até as pesso-
as que gostamos e que amamos para nos
machucar. Muitas árvores tiveram o seu
tronco completamente dilacerado pelas
machadadas da rejeição, do abandono e
da mágoa. Somente a água viva do Espíri-
to Santo pode curar essas feridas, levando
novamente essa árvore a dar bons frutos.
Você não precisa mais viver uma vida pre-
sa ao passado, pois o sangue de Jesus já o
lavou, e nEle você é novas criatura. Ter essa
revelação é a chave para a cura e libertação
de uma alma doente. E, uma vez curado,
você não deve deixar que temores e medos 185
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical venham e roubem a bênção de Deus para
sua vida. Ao ser curado, você deve crer que
foi restaurado e que está pronto para vi-
ver o relacionamento que Deus preparou
para você.

ALMAS DOENTES

A Bíblia diz, em 1 Tessalonicenses 5.23,


que somos espírito, possuímos uma alma
e habitamos em um corpo. Nosso espírito,
ao nascermos de novo em Cristo Jesus, foi
recriado, nosso corpo será glorificado fu-
turamente, mas a nossa alma necessita ser
transformada a cada dia. Essa verdade o
próprio Deus nos ensina: “A lei do Senhor
é perfeita e restaura a alma; o testemunho
do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símpli-
ces” (Sl 19.7).
Deus planejou coisas maravilhosas
para cada um de Seus filhos, Ele quer que
desfrutemos, cada um de nós, de casamen-
tos cheios de amor, paz e da Sua presença,
sem medos e receios.
Mas, para que esse casamento dos so-
nhos de Deus aconteça, é preciso que você
lance fora todas as amarras de Satanás
186 que prendem o coração e a alma com o
passado. O diabo sempre vai querer acu-

Quebrando
sá-lo, ele busca roubar o melhor de Deus,
lembrando-o do passado.
E infelizmente nós mesmos deixamos
brechas abertas para o inimigo agir em

os laços de alma
nossas vidas ao criarmos os laços de alma,
ou seja, vínculos fortes existentes entre
duas ou mais pessoas, gerados a partir de
um relacionamento sexual ou não.

CONSEQÜÊNCIAS DOS LAÇOS DE ALMA

A união entre homem e mulher é um


mandamento de Deus. A Palavra de Deus
diz: “Por isso, deixará o homem pai e mãe
e se unirá à sua mulher, tornando-se os
dois uma só carne” (Ef 5.31). Como Igreja,
um dia também estaremos nos unindo
definitivamente com o Senhor, iremos nos
casar com Ele.
Todavia, ao se envolver emocional ou
sexualmente com uma pessoa, você fica
preso a esse parceiro. Muitas pessoas,
muito tempo após o término de um rela-
cionamento, não conseguem esquecer o
outro e alimentam durante muito tempo
uma relação que já não mais existe, mas
que ficou marcada em sua alma. 187
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical Há casos de pessoas que, até mesmo após
se casarem, continuam sendo atacadas na
mente com pensamentos demoníacos sobre
os relacionamentos passados com ex-namo-
rados ou pessoas com quem tiveram algum
envolvimento sexual. Esses pensamentos
freqüentemente aparecem ligados a senti-
mentos saudosistas. Em alguns momentos,
esses ataques são tão agressivos que geram
crises no casamento, algumas vezes levando
até à separação do casal, o que obviamente
não é a vontade de Deus.
Cada vez que se envolve com alguém,
entregando o coração ou o corpo, você fica
preso àquela pessoa, deixando pedacinhos
de sua alma com ela e levando pedacinhos
dela consigo. Utilizando um exemplo que
já foi dado no livro, são como duas folhas
de papel, coladas uma na outra. Ao puxar
essas folhas, tentando despregá-las, elas
sairão rasgadas, faltando pedaços.
Ao se relacionar sexualmente com al-
guém fora da bênção de Deus, você abre
nessa relação um grande canal para a
transferência de demônios. Muitos vivem
em seus casamentos uma vida de opressão
e não sabem a causa, que quase sempre
tem início em uma relação sexual fora do
188 propósito de Deus.
Outra conseqüência terrível desses la-

Quebrando
ços na alma do jovem é a frigidez sexual no
casamento. O mesmo demônio, que atuava
na hora da fornicação, atua posteriormente
no casamento, mas desta vez retirando a

os laços de alma
atração e o prazer do cônjuge pelo seu par-
ceiro. Alguns sentem completo pavor da re-
lação sexual devido a experiências terríveis
vividas anteriormente na fornicação.

CANAÃ EMOCIONAL

Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes:


Quando houverdes passado o Jor-
dão para a terra de Canaã, lançareis
fora todos os habitantes da terra de
diante de vós, e destruireis todas
as suas pedras em que há figuras;
também destruireis todas as suas
imagens de fundição, e desfareis
todos os seus altos; e tomareis a
terra em possessão, e nela habi-
tareis; porquanto a vós vos tenho
dado esta terra para a possuirdes.
(Nm 33.51-53)

Hoje em dia, um grande número de


jovens tem sido alcançado pelo Evangelho 189
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical do amor de Deus. Percebemos que muitos
têm sido tirados do Egito, mas ainda as-
sim vivem uma vida de deserto emocional,
não chegaram a provar da Canaã emocio-
nal porque permanecem presos aos laços
de alma do passado.
Para entrar na terra prometida, é preci-
so expulsar os antigos moradores do nosso
coração. Essa foi uma ordem dada pelo
próprio Deus aos israelitas quando foram
tomar posse da terra de Canaã (Nm 33.51-
53). Não há como misturar coisas novas
com coisas velhas. Sua nova vida em Cristo
requer um coração limpo, purificado. Os
antigos moradores têm que sair, bem como
quaisquer objetos (cartas, presentes, fotos
e outros) que estão ligados a eles. É algo
realmente radical! Não se deve perder tem-
po alimentando a idéia romântica, mas
errônea: “Estou orando para que a pessoa
se converta e então nós nos casaremos”.
Esse tipo de atitude, por mais linda que
pareça, acaba sendo um laço do inimigo
que o levará ao pecado novamente.
A Bíblia menciona no texto acima ído-
los de metal e pedra, estes ídolos apontam
para algo fortificado, arraigado, que está
na terra há muito tempo. E muitas vezes
190 o jovem se converte, tem a vida transfor-
mada, mas traz ainda em seu coração pes-

Quebrando
soas que se tornaram objeto de idolatria:
preferem estar com esses ídolos em seu
coração do que agradar a Deus.
É imprescindível ter atenção para o que

os laços de alma
diz o texto bíblico quando Deus alerta o
povo sobre as conseqüências de não expul-
sarem os antigos moradores de Canaã:

Porém, se não desapossardes de


diante de vós os moradores da ter-
ra, então, os que deixardes ficar ser-
vos-ão como espinhos nos vossos
olhos e como aguilhões nas vossas
ilhargas e vos perturbarão na terra
em que habitardes. (Nm 33.55)

Por causa da negligência em terminar


radicalmente os relacionamentos passa-
dos, e as fantasias e sonhos errôneos que
os cercam, muitos não conseguem viver
um casamento bem-sucedido e são cons-
tantemente atacados pelo passado. Estão
casados, mas comparam os seus cônjuges
com antigos parceiros e vivem com a alma
aprisionada com receio de serem traídos
ou trocados.
Em Mateus, temos a história do credor
incompassivo, que pode ser chamada de 191
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical parábola do perdão: Um senhor perdoa
a dívida de seu servo e este, saindo pela
rua, encontra um conservo que lhe devia
e se exalta contra ele, não o perdoando. O
fato chega ao conhecimento de seu senhor
que se indigna contra aquele a quem tinha
perdoado, lançando-o aos algozes até que
fosse paga a dívida (Mt 18.23-35).
A falta de perdão é uma das mais fortes
cadeias que podem prender um homem
ou uma mulher, impedindo-os de receber
o melhor de Deus. Assim como você não
conseguiria pagar sua dívida com Deus e
foi necessário que Jesus a pagasse em seu
lugar, também você deve tomar a decisão
inquestionável de perdoar, sem esperar
nada em troca, a todos aqueles que um dia
lhe feriram, quebrando completamente as
cadeias de alma e fechando as brechas que
o inimigo tem para atuar em sua vida. So-
mente assim você entrará e possuirá a Ca-
naã emocional que Deus tem para você.

ROMPENDO OS LAÇOS DE ALMA

Por fim, há uma parte prática que pode


ser feita por você agora mesmo: ore e peça
192 a Deus para lhe lembrar das pessoas que
se tornaram laços de alma para você,

Quebrando
principalmente as que lhe machucaram
emocionalmente, que feriram sua alma,
independentemente de envolvimento se-
xual, ou mesmo ainda que tenha havido

os laços de alma
um envolvimento homossexual. Escreva
os nomes dessas pessoas em uma folha
de papel, ore a Deus por cada uma delas,
libere o perdão na vida de cada uma, rejei-
te os laços que ainda lhe prendem a essas
pessoas e, se puder, queime essa folha,
simbolizando o fim definitivo de qual-
quer elo entre você e essas pessoas. Ore
reafirmando e refazendo sua aliança com
Deus e seu propósito de viver o plano de
Deus para sua vida emocional. Se houver
qualquer dificuldade ou impedimento em
tomar essa atitude, procure uma pessoa
com maturidade em Deus em sua igreja
para lhe ajudar nessa tarefa. Não desis-
ta, Deus tem o melhor pra sua vida, Ele
sonhou com um relacionamento mara-
vilhoso para você. Descanse e confie no
Senhor o seu coração.

193
16

ALGUNS TESTEMUNHOS

Selecionamos alguns testemunhos de


jovens que decidiram fazer a corte, se fir-
maram em um novo padrão de relacio-
namento e tiveram vitória. Temos ainda
um testemunho de um jovem que preferiu
não optar por nenhum relacionamento,
e um outro casal que fez a corte, mas não
avançou; porém não teve prejuízos.

195
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical CASAMENTO NOS PRINCÍPIOS DA CORTE

Marcelo Fernandes Madalena e Gislene


Lopes Coelho têm muito em comum. Eles
nasceram em lares evangélicos e estão em
nossa igreja há vários anos. O forte desejo
de agradar a Deus fez que optassem por um
relacionamento santo mediante a corte. No
dia 12 de outubro de 2002, os dois come-
çaram a orar em busca de uma direção de
Deus. Em dezembro, tiveram a certeza do
propósito do Senhor para suas vidas.
Marcelo diz que optou pelo relacio-
namento santo mediante a corte porque
o diferencial está em poder matar toda
a sensualidade se conhecendo apenas
como bons amigos. “Neste período eu
pude guardar meu coração em Deus e
meu encargo pela obra de Deus não di-
minuiu”, afirma convicto. Esta é a mesma
opinião de Gislene, que diz ter tido vitória
ao guardar seu coração e não se envolver
em um romance. “Foi um período em que
eu ouvi muito do Senhor”, diz a jovem.
O casamento de Marcelo e Gislene é uma
prova concreta de que o melhor de Deus
196 ainda é possível nos nossos dias.
OS

Alguns testemunhos
PAIS INCLUÍDOS NO
RELACIONAMENTO

Com certeza de que a inclusão dos pais


no relacionamento seria uma bênção, os jo-
vens Roberto Coelho de Mendonça Júnior
e Ludmila Cascão Rodrigues Lobo resolve-
ram se relacionar no padrão da corte. Ele
hoje é pastor em nossa igreja e ela também
trabalha no ministério de crianças. Em
julho de 2002, assumiram o compromis-
so e, desde então, cortejaram. “A inclusão
dos pais é fundamental neste processo”,
observa o pastor.
Roberto conta que tanto ele quanto
Ludmila tiveram a revelação sobre a neces-
sidade de honrar os pais incluindo-os no
relacionamento. Mesmo com pais separa-
dos, o pai da moça reside em outra cidade,
o casal, acompanhado de um irmão, não
teve dúvidas em ir até lá para receber a
bênção. “Ainda que em um primeiro mo-
mento nossos pais não entenderam esta
necessidade, no final, eles tiveram os olhos
abertos e perceberam a importância que
Deus dá para esse aspecto e acabaram nos
abençoando”, conclui o jovem.
O pastor lembra que os pais de ambos,
que não são convertidos, tiveram partici- 197
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical pação distante no processo. “Na verdade,
quem nos acompanhou de perto foram
as mães, que já são convertidas, mas em
todo o tempo fizemos questão de prestar
contas a respeito do nosso relacionamento
não só para as mães, mas também para os
pais”, esclarece.
Roberto afirma que o seu relaciona-
mento com Ludmila foi um tanto quanto
inusitado, uma vez que eles já sabiam que
iriam se casar, antes mesmo de se conhe-
cerem. Segundo Roberto, havia uma se-
gurança em seu coração de que ele iria se
casar com Ludmila.
O pastor, que hoje ministra em várias
igrejas, ao pregar sobre a corte, sempre co-
loca esta condição para os irmãos. “Ape-
sar de não ser sempre assim, acredito que
os jovens solteiros devem orar para que
o Senhor lhes revele a pessoa com quem
devem se relacionar. Isso não é regra, mas
pelo menos o objetivo deve ser este.” Se-
gundo ele, o diferencial da corte é a possi-
bilidade de conhecer a pessoa com quem
se pretende relacionar e assim viver sem
máscaras. Opinião que é compartilhada
por Ludmila.
Quando ficaram noivos, resolveram
198 marcar o casamento para o aniversário
de quatro anos de conversão de Roberto.

Alguns testemunhos
“Foi no dia 07 de novembro de 2003, pois
foi nesta data, em 1999, o dia em que me
casei com Jesus”, diz.
Como pastor, ele aconselha os jovens
a não andarem ansiosos por um relacio-
namento; afinal, existem algumas fases
que precisam ser respeitadas como, por
exemplo, condição financeira, tempo de
fé e concordância dos pais e da liderança
da igreja. Roberto acrescenta que outro
benefício trazido pelo relacionamento
baseado na corte é a ausência de carícias,
que podem prejudicar a vida do casal. “A
queda não é uma barreira que se cruza,
mas um caminho que pode ser iniciado
com um simples e ingênuo toque físico.
Eu sei que o caminho não é fácil, mas
grande é a recompensa. Este é o caminho
dos vencedores, ou seja, da sobreexcelente
glória”, conclui.

A CORTE GUARDA O CORAÇÃO

Jonathan Daminelli e Roberta Talone se


conheceram quando fizeram o Seminário
Veredas Antigas, em 2000. Nesse mesmo
ano, eles foram confrontados com a visão 199
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical da corte para o relacionamento cristão.
“Eu não conhecia a proposta, mas quan-
do descobri, não tive dúvidas de que era
isso que eu queria para minha vida”,
conta o irmão. Ele ressalta ainda o lon-
go período em que viveram como bons
amigos. “Vivemos quase um ano como
amigos e depois disso ainda vivemos ou-
tro grande período antes de decidirmos
por um relacionamento mais estreito”,
diz. Roberta afirma que este tempo foi
fundamental para o crescimento espiri-
tual de ambos. “Durante nossa amizade,
nós decidimos nos dedicar a Deus e à Sua
Obra”, lembra a jovem.
Em fevereiro de 2002, Jonathan e Ro-
berta decidiram entrar na corte. Um ano
depois, firmaram o compromisso de casa-
mento. Jonathan e Roberta ficaram noivos
e o casamento foi no dia 08 de outubro de
2003, em Goiânia. “Creio que o diferencial
da corte em nosso relacionamento foi o
fato de guardarmos o coração e seguir-
mos o caminho da santidade em todo o
relacionamento”, diz. Com certeza, o ca-
minho de bênção que marca o relaciona-
mento entre estes dois jovens é o melhor
200 de Deus para todos.
ESPERANDO

Alguns testemunhos
O TEMPO CERTO

Marcos Nogueira, hoje casado, fala


sobre a bênção de estar solteiro.
Eu tinha uma rotina muito intensa.
Apenas na segunda havia um tempo livre
de manhã. Aí oro, estudo, depois vou para
a faculdade, saía às 18h30 e chegava às 19h
para o seminário. Depois do seminário,
às 22h, ia jogar bola e, por volta da meia-
noite, chegava em casa. No dia seguinte,
levantava-me às 7h e ia para o trabalho. À
tarde ia à faculdade e à noite ao seminário,
no qual também me formei. Na quarta,
tirava o dia para estudar e orar. À noite
visitava as células. Na quinta e sexta, eu
trabalhava durante o dia e à noite ia ao
seminário novamente. Sábado de manhã
tinha aula e à tarde ensaio do louvor, e de-
pois ia para o culto de jovens. No domingo,
o culto de manhã, às quatro da tarde tinha
reunião de discipulado e à noite, depois do
culto, me reunia com o meu pastor. Essa
era a minha vida de solteiro.
Às vezes trabalhava no Encontro e ain-
da dava aulas no Curso de Treinamento de
Líderes. É importante entrar num relacio-
namento com uma base sólida. Eu sei que
Deus quis me abençoar! Sinto-me em paz, 201
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical porque sei que este foi o tempo para meu
crescimento, para avançar e conquistar
o que tem que ser conquistado. Eu tinha
o objetivo de ser pastor e queria investir
minha vida nisso. Por isso fiz o seminário.
Quando o pastor me dava a oportunidade
de falar no curso eu recebia com muita
alegria. Deus tem me abençoado muito
por ter esperado o tempo certo. Hoje sou
casado e muito feliz.

DESFAZENDO A CORTE SEM


PREJUÍZOS

Os jovens Pedro e Érika (nomes fictí-


cios) se conheceram e namoraram antes
da conversão. Muito tempo depois de
terminarem o namoro, Pedro e Érika se
encontraram na mesma igreja e desco-
briram que faziam parte da mesma rede.
Mesmo com os constrangimentos de um
casal que já havia namorado, eles continu-
aram a amizade e tentaram se relacionar
novamente. Desta vez, eles optaram pela
corte. Como um homem convertido ao
evangelho, Pedro foi até os pais de Érika
para pedir a autorização para o relaciona-
202 mento, o que foi prontamente aceito.
Após sete meses de corte, Pedro e Érika

Alguns testemunhos
perceberam que não havia harmonia en-
tre eles. “Nossos ministérios e prioridades
eram diferentes, por isso não foi possível
continuar o relacionamento”, avalia o ra-
paz. Quando decidiram pelo rompimento,
tanto Pedro quanto Érika conversaram
com os pais e então terminaram tudo.
Pedro afirma que não houve problemas
após o fim do relacionamento, uma vez
que os corações de ambos estiveram todo
o tempo guardados em Deus e, como não
houve espaço para a lascívia, não houve
qualquer prejuízo para eles.

203
CONCLUSÃO

Sabemos que o caminho da corte por si


só não pode garantir casamentos de suces-
so e sem problemas no mundo. Enquanto
houver pecadores e crentes vazios de Deus,
o diabo sempre encontrará uma maneira
de estragar tudo. Todavia, acreditamos
que a corte é o caminho que poderá nos
levar a uma abordagem mais segura e sá-
bia do casamento.
Para aqueles que estão realmente radi-
calizando em Deus, esperamos que esse
padrão, o caminho excelente de Deus 205
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical para os relacionamentos, revolucione a
sua maneira de pensar e de se portar dian-
te dEle. Renove a santidade e seja canal de
Deus na contramão do namoro.
Temos certeza de que você nunca se
arrependerá por escolher as portas es-
treitas e os caminhos apertados de Deus
para você e seu cônjuge, porque eles lhes
trarão vida e paz. Um dia você também
terá a sua própria história de amor para
contar. E cabe a você saber se se lembra-
rá dela com lágrimas de remorso ou de
alegria, da bondade de Deus ou de sua
incredulidade. uma história de santidade
e fé ou de impaciência e egoísmo.
Você só tem uma chance de viver. Co-
mece hoje a escrever uma nova história de
amor, segundo o padrão da sua escolha,
o namoro ou a corte e colha no futuro os
frutos que você plantou. A decisão é sua
e nossa oração é para que você se permita
ser abençoado por Deus através do amor
verdadeiro que nos foi dado por Seu filho
e nosso Senhor, Jesus Cristo.

206
DICAS PARA
RELACIONAMENTOS
DE SUCESSO:

CONDIÇÕES PARA A CORTE

1. Ser crente genuíno e cheio do Es-


pírito Santo.
2. Ter mais de um ano de fé e ter feito
os cursos da igreja para o período.
3. Começar o relacionamento tendo
condições financeiras, espirituais e
emocionais para se casar no prazo
médio de um ano.

207
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical SITUAÇÕES A EVITAR NA CORTE

4. Diferença de idade muito acentuada.


5. Diferenças sociais muito acentu-
adas.
6. Disparidade cultural.
7. Enfermidade grave.

MOTIVAÇÕES ERRADAS PARA A CORTE

8. Pressão dos pais.


9. Pressão da sociedade ou dos amigos.
10. Só para passar o tempo.
11. O outro quer e você sente pena de
dizer não.
12. Para sair da casa dos pais.
13. Por causa da pressão sexual.

BASES ERRADAS PARA A CORTE

14. Flerte (namorico).


15. Amor platônico.

ESTABELECENDO O RELACIONAMENTO

16. Não se ofenda por alguém se inte-


ressar por você. Nem pela falta de
208 interesse de uma pessoa.
17. Não seja demasiadamente preocu-

Dicas para relacionamentos


pado com a parte física. Esqueça o
padrão de Hollywood.
18. Não aceite que os outros fiquem
comentando sobre o interesse de
alguém por você.
19. O homem deve ter a iniciativa
quando chegar a hora.

COMO SABER SE É A VONTADE DE DEUS

de sucesso:
20. Você e ele cumprem as condições
básicas?
21. Pela oração (Cuidado com profecias).
22. Pela oração (Na dúvida, espere).
23. Pelas circunstâncias, veja se Deus
está presente nelas.
24. Pela Palavra de Deus.
25. Por aconselhamento com seus
líderes.

PERGUNTAS QUE AJUDAM A SE DECIDIR

26. Vocês se ajudam mutuamente a se


aproximarem de Deus?
27. Vocês conversam a respeito de coi-
sas espirituais? 209
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical 28. Vocês brincam juntos?
29. Vocês trabalham juntos na obra de
Deus?
30. A outra pessoa tem alvos na vida?
E você?
31. Ela trabalha ou estuda? E você?
32. A pessoa é comprometida com a
igreja? E você?
33. A aparência dela lhe atrai?
34. A pessoa se submete à liderança?
35. Como é a relação dela com os pais?

DENTRO DO RELACIONAMENTO

36. A única maneira de ter um relacio-


namento santo é com velas cheias
de luz.
37. As carícias são ótimas, mas somen-
te no casamento (Tire as mãos, mas
não tire as roupas).
38. O sexo é de Deus e é maravilhoso,
mas somente depois do casamento.
39. Fuja dos ambientes e das oportu-
nidades de pecado.

ATITUDES

40. Tire as máscaras, seja você mesmo.


210 41. Mantenha a atitude de abençoar.
42. Não diminua o seu ritmo para com

Dicas para relacionamentos


Deus e Sua Obra.
43. Analise constantemente as suas
motivações.
44. Plante na corte o que você quer
colher no casamento.
45. Definitivamente, esqueça e renuncie
a todo e qualquer relacionamento do
passado. O velho homem morreu.
46. Lembre-se de que você não está
desocupado e, sim, reservado para
o seu futuro cônjuge.
47. Não permita que pessoas sem o

de sucesso:
temor de Deus aconselhem você
no seu relacionamento.
48. Evite fazer comparações entre a
pessoa com quem está se relacio-
nando na corte e outras pessoas.
49. Não hesite em terminar o relaciona-
mento caso as dúvidas apareçam.
50. Ore todos os dias pelo seu relacio-
namento.

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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS

A bênção de estar solteiro – Gary Haynes –


Ed. Atos – 2004
A Bíblia na Linguagem de Hoje. Sociedade
Bíblica do Brasil – 2002
A Bíblia Sagrada – Edição de Almeida Re-
vista e Atualizada. Sociedade Bíblica
do Brasil – 2000
A Bíblia Viva. Editora Mundo Cristão -
2002
Casamento: Contrato ou aliança? Craig
Hill. Ed. Universidade da Família -
2002 213
Corte versus Namoro — O desafio de um relacionamento radical Eu Disse Adeus ao namoro – Joshua
Harris. Ed. Atos – 2003
Romance à maneira de Deus. Eric e Leslie
Ludy. Ed. Universidade da Família. –
2002
Sua Perfeita Fidelidade - Eric e Leslie Ludy.
Ed. Universidade da Família. – 2002
Veredas Antigas. Craig Hill. Ed. Universi-
dade da Família. 2002

214

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