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Introdução
INTRODUZINDO A IDEIA DAS BASES
AS QUATRO BASES EMOCIONAIS
IDENTIDADE: A PRIMEIRA BASE
O GRITO DA ÁGUIA
AMOR FUNDAMENTAL: A SEGUNDA BASE
SEGURANÇA BÁSICA: A TERCEIRA BASE
DISCIPLINA: A QUARTA BASE
Conclusão
Sobre o autor
Bem vindo à bordo! Creio que essa leitura será como uma aventura em
que Deus vai mexer com suas bases e nunca mais você será a mesma pessoa.
Deus trouxe esse tema ao meu coração quando estava intercedendo pelo
nosso Encontro Nacional de Cura Interior que aconteceria em Jacaraípe, na
cidade de Serra no estado do Espírito Santo. Durante esse tempo de oração,
Deus me fez entender que nós nos preocupamos muito com o acabamento das
nossas construções sem nos preocuparmos tanto com a base sobre a qual elas
estão construídas. O resultado disso é que temos construções tão bonitas e
bem projetadas exteriormente, que temos até medo de mexer nelas. Por isso,
dá tanto trabalho curar nosso interior para nos levar a uma vida espiritual e
emocional, realmente abundantes. Nós nos esforçamos tanto para construir
máscaras para estarmos “bonitos” por fora e nossas máscaras são tão bem
aceitas socialmente, que gostamos delas.
Mas, de vez em quando, Deus “nos pega na curva”, nos aperta e abre os
nossos olhos. Isso acontece, por exemplo, quando ouvimos sua voz naquele
encontro, culto, retiro, ou mesmo ouvindo um programa de TV, quando
recebemos aquela revelação e o Espírito nos faz perceber que há muita coisa
dentro de nós que precisa ser resolvida. Nessa hora, nosso coração arde de
vontade de consertar, mudar de vida e redirecionar algumas coisas. Mas, não
fazemos nada, nem ao menos começamos e no dia seguinte vamos conviver
com pessoas, viver a nossa vida e lá onde estamos, colocamos a nossa
máscara em ação e esquecemos completamente de como fomos confrontados
no dia anterior e de como Deus falou conosco.
Enquanto estava orando, o Espírito me disse que essas coisas acontecem
porque já fizemos o acabamento da nossa vida. Nossa construção já tem um
acabamento bonito, bem polido, com uma boa pintura e quando ele mostra
“ Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor entrará no reino dos céus,
mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me
dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E
em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos
muitos milagres? Então lhes direi claramente: nunca vos conheci; apartai-
vos de mim, vós que praticais a iniquidade.”
“Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática,
será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha.
E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram
com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada
sobre a rocha. Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as
põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua
casa sobre a areia. E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os
ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi a
sua queda. Ao concluir Jesus este discurso, as multidões se maravilhavam
da sua doutrina; porque as ensinava como tendo autoridade, e não como os
escribas.” Mateus 7.21-29
Quando Jesus acabou de dizer essas coisas, a multidão estava
maravilhada com seu ensino. Quando lemos a primeira parte do versículo 21:
“Porque vocês me dizem Senhor, Senhor e não fazem o que eu mando?”
Parece até que Jesus estava com raiva de alguma coisa, muito chateado
mesmo e reivindicando poder. Como se ele fosse um daqueles pastores de
cara feia, mandão, chateado porque suas ovelhas não estão fazendo o que
suas regras ditam e que naquele dia, muito magoado, toma o microfone no
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meio do culto e passa o maior “sabão” nelas, de tal forma que algumas até
pensam em sair da igreja. Para alguns, Jesus parece estar num desses dias,
mas, a verdade é que ele não estava. O que não quer dizer que ele não ficava
irado algumas vezes, pois ficava. A diferença é que o que fazia Jesus decidir
ser duro com seus seguidores, não tem nada a ver com o que faz os pastores
de nossos tempos ficarem “irritados”. Mas, de vez em quando, ele dava uma
palavra do tipo: “Vocês não querem ir embora também não?” João 6.66-67
Contudo preciso esclarecer que não foi isso que aconteceu nesse dia em
questão. Jesus não estava brigando ou irritado, mas estava ensinando um
princípio. Sei disso não pela forma como ele começa o texto, mas como ele
termina: “Não adianta vocês me chamarem de Senhor e não praticarem as
minhas direções para vocês; não adianta vocês me contratarem para ser
“assessor da sua empresa” e não praticarem os conselhos que dou; pois
vocês só irão gastar o seu dinheiro pagando assessoria em vão e sua
empresa vai continuar afundando.”
Para explicar esse princípio Jesus contou uma pequena estória e nela disse
que dois homens saíram a procurar um terreno para construir suas casas. Um
deles chamava-se “Sr. Tolo” e o outro “Sr. Sábio”. Na estória de Jesus temos
a impressão que estes dois senhores moravam num território perto do mar,
com areia em abundância e muitas rochas. Os dois saíram à procura de um
bom terreno e ambos queriam construir uma boa casa para morar. Cada um
achou um terreno que a seus olhos parecia maravilhoso e ambos estavam
localizados próximos de um rio e também da praia. O visual era lindo.
O terreno que o Sr. Tolo escolheu para construir sua casa era arenoso; o
Sr. Sábio achou uma grande pedra e decidiu construir a sua ali. Os dois
começaram a trabalhar, sendo que no final de um dia o Sr. Tolo já estava com
sua casa bem adiantada, mas o Sr. Sábio estava terminando de cavar o
primeiro buraco na pedra. Isso aconteceu porque enquanto o Sr. Tolo usava
várias ferramentas diferentes, adiantando muito seu trabalho, o Sr. Sábio
usava uma enorme marreta e uma talhadeira para cavar a pedra.
Lucas também conta essa estória e ele nos fala de um detalhe que Mateus
omitiu: “... É semelhante ao homem que, edificando uma casa, cavou, abriu
profunda vala, e pôs os alicerces sobre a rocha; e vindo a enchente, bateu
com ímpeto a torrente naquela casa, e não a pôde abalar, porque tinha sido
bem edificada.” Lucas 6.48 O que Lucas acrescenta é que o Sr. Sábio cavou
profundamente na rocha e “abriu profunda vala”!
A verdade é que cavar na rocha dá muito trabalho! Alguns veteranos que
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estão no ministério de cura emocional há algum tempo podem atestar que dá
muito trabalho cavar a rocha!
Mas, voltando à nossa estória, o Sr. Sábio segurou firme a marreta e a
talhadeira e começou a cavar a rocha. Enquanto isso, o Sr. Tolo cavou a areia
com a pá e às vezes com a mão mesmo, pois estava muito fácil. A casa dele
ficou pronta em poucas semanas e ele chamou os amigos para comemorar.
Durante a sua festa todos podiam ouvir o barulho das marretadas do Sr. Sábio
batendo na rocha, cavando buracos noite adentro e pela madrugada.
Mais de um ano depois, o Sr. Sábio estava com sua casa quase pronta e o
Sr. Tolo já estava fazendo a sua primeira reforma. Passaram-se mais alguns
meses e a casa do Sr. Sábio ficou pronta, mas ainda sem todo o acabamento,
pois, por causa do cansaço estava sem muita energia para isso e teve que
adiar um pouco para fazer um acabamento considerável e pintar sua casa
mais tarde.
Enquanto isso, seu vizinho decorava e mobiliava cada vez mais a sua
linda casa. Algumas pessoas que caminhavam pela praia, passavam por ali e
admirando a casa do Sr. Tolo diziam: “Que casa linda!” Mas, quando
olhavam a casa do Sr. Sábio diziam abertamente: “Esse cara deve ser meio
doido, pois está construindo há tanto tempo e sua casa ainda está muito
feia! Ou talvez não tenha dinheiro!”
Após muito tempo a casa do Sr. Sábio ficou pronta, com um bom
acabamento, organizada e bonita. Qualquer pessoa que olhasse para as duas
casas diria: “São iguais!”
Contudo, Jesus nos conta em sua parábola que ali bem perto daquele
terreno havia um rio que desaguava em algum lugar naquela praia. E choveu
muito forte na nascente desse rio e em toda a região, fazendo descer muita
água e com muita força, quebrando tudo pela frente. As águas foram
aumentando cada vez mais e as ondas do mar atingiram vários metros de
altura. Tanto o Sr. Tolo quanto o Sr. Sábio estavam tranquilos em sua casa
quando de repente, a tempestade começou. Jesus nos conta com detalhes as
ações da natureza antes que toda aquela água chegasse com força sobre as
duas casas de nossos personagens:
“caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e juntos
deram com ímpeto contra a casa.” Mateus 7.25
Aqueles homens viram a tempestade aumentando com raios, trovões e
ventos fortes que batiam com força em suas casas de tal forma que
precisaram correr rapidamente para procurar o lugar mais seguro dentro de
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casa para se abrigarem.
Enquanto a tempestade aumentava, o pequeno riacho que desaguava ali
perto de suas casas aumentou rapidamente de volume e logo veio o pior: toda
aquela quantidade de água que veio descendo desde a nascente do rio,
arrastando as ribanceiras que caíram à sua margem, veio num turbilhão. E
aquela gigantesca onda de água e lama passou com muita violência pelas
casas do Sr. Sábio e do Sr. Tolo.
Aqui, faço uma pausa para destacar duas coisas muito importantes que
percebo em Mateus 7.25:
uero ajudá-lo a entender que há quatro bases em cima das quais a nossa
Q
existência emocional está firmada.
A primeira base é a Identidade: a noção de quem você é. Normalmente
confundimos identidade com papéis. Mas, identidade é aquilo que somos
independentemente do papel que estamos ocupando. Então, nossa identidade
é a noção que temos de nós mesmos e quando ela está bem resolvida,
encaramos a vida de frente.
A segunda base é o Amor Fundamental: a certeza absoluta que a pessoa
tem de que seu pai é apaixonado por ela mesmo sem ele ter nenhuma razão
para isso. Ela acredita que ele a ama mesmo sem ter feito nada para ser
amada e sabe que se ela virar o mundo de cabeça para baixo ou se tornar a
pessoa mais odiosa do planeta, pelo menos seu pai continuará a ser
apaixonado por ela. Isso é ter amor fundamental. Por causa dessa certeza,
pode lidar com os relacionamentos e os seus desafios sem grandes traumas,
porque dentro dela, tem uma percepção de amor.
A terceira base é a Segurança Básica: está ligada à sensação de que eu
estou seguro não em mim mesmo, mas em alguém superior para suprir todas
as minhas necessidades e me proteger de todo mal. Segurança básica é aquela
sensação que a criança tem diante de todos os perigos da casa. Ela sabe que
não tem que se preocupar em se proteger ou se suprir, porque papai está por
aí. É o sentimento que uma criança tem quando caminha destemidamente na
direção da tomada para enfiar o dedinho, porque sabe que se houver perigo,
papai vai protegê-la. “Se o papai me deixar enfiar o dedo, então é seguro”.
Ela não tem que se preocupar se isso é seguro ou não, se vai ter comida ou
não, porque o papai cuida dela, e por isso se sente segura. Quando essa base
está bem firmada, nós lidamos com os desafios e os problemas debaixo de
uma sensação de que vai dar tudo certo. Porque lá dentro de nós, em algum
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canto do nosso DNA emocional tem alguma coisa dizendo: “Vai dar tudo
certo.”
A quarta base é a Disciplina: é a capacidade de se perseguir ideais sem
desistir, de romper os próprios limites sem desrespeitá-los. Uma pessoa que
teve uma boa disciplina sabe segurar firme na hora das pressões, seguir em
frente e ganhar a corrida, porque ele foi disciplinado pelo seu pai.
Essas bases, todos nós temos, elas estão aí, mas algumas delas estão
podres. E quando crescemos, tivemos que fincá-las em algum lugar e a
maioria de nós as fincou na areia. Sobrevivemos, levamos nossa vida,
crescendo e amadurecendo. Se você é um adulto, significa que criou suas
próprias respostas para os questionamentos que o vazio dessas bases criou.
Ninguém chegou à idade adulta com essas perguntas por responder. Significa
que pegou as suas bases ocas e as fincou em algum lugar. Vamos descobrir
onde foi que as fincou, vamos arrancá-las de lá e fincá-las na rocha.
Deus tem solução para você cuja identidade é podre: ele vai lhe chamar
por um novo nome.
Se o único tipo de amor que conhece for um amor comprado, que só
acontece quando conquista ou paga: Deus vai lhe mostrar o amor daquele que
dá a própria vida por você.
Se você é inseguro porque não consegue confiar em mais ninguém a
não ser em si mesmo; se está o tempo todo desconfiado da vida e do mundo,
o tempo todo acreditando que tudo sempre vai dar errado para você, mesmo
quando dá certo para todo mundo: Deus vai fincar a sua segurança básica
nele e vai lhe mostrar que ele é um Pai que o carrega no colo e que lhe faz
sentir seguro mesmo no meio da tempestade.
Se não tem disciplina, não consegue persistir e sempre desiste; se todas as
vezes que olha para a cara da dor começa a chorar e foge porque não é capaz
de enfrentá-la e ficar firme até a corrida acabar; se está sempre começando e
parando, começando e parando, porque a sua capacidade de se disciplinar e
de estar firme não funciona: Deus também é Pai para disciplinar. A promessa
dele é pegar na sua mão como um pai pega na mão do filho e de criar
situações que lhe obriguem a vencer os seus limites. Não sozinho, porque ele
vai estar com você.
Mas, remontar um sistema que seja capaz de estar firme no meio da
tempestade, dá trabalho. Deus está lhe convidando a admitir que sua casa está
construída sobre a areia e a aceitar pegar a talhadeira e a marreta e começar a
trabalhar.
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uando Jesus diz: “Porque dizeis: ‘Senhor, Senhor’ e não fazeis o que
Q
eu vos mando” ele não está brigando com você. Ele está tentando lhe dizer:
“Filho, filha, ficar ‘louco por Jesus’ não vai lhe adiantar de nada. Fazer
‘adoração extravagante’ também não vai adiantar. Expulsar demônios e
curar os enfermos também não, porque quando a tempestade chegar, você
vai se perguntar se aquele demônio que expulsou era demônio mesmo,
porque vai duvidar.” Vai se perguntar se aquele paralítico por quem orou e
foi curado tinha algum problema psicológico ou foi induzido a se levantar.
Vai duvidar se aquele dia em que profetizou no nome do Senhor era Deus
mesmo falando ou era coisa da sua cabeça; pois no dia da tempestade, vai se
lembrar dos tempos em que era louco por Jesus e se perguntar onde ficou
aquela loucura toda. E nesse dia vai descobrir que todas as máscaras que
mostrou para o mundo não lhe servirão mais.
O que Jesus está lhe dizendo é que não adianta investir em máscaras
passageiras e em emoções. Certa vez ouvi um pastor pregar e dizer que estava
andando de congresso em congresso porque sentia que precisava ouvir
alguma coisa que lhe acendesse o coração. Não adianta acender o coração
com emoção porque depois ele apaga de novo, pois na hora que a tempestade
vem, não tem coração que permaneça aceso. Ou você tem a base fincada na
rocha mesmo, ou afunda.
Deus está lhe convidando para um novo estilo de vida. O Programa de
Cura Interior tem o objetivo de ajudá-lo a reconstruir suas bases para chegar a
um nível em que, haja o que houver você esteja firme. Essa é a lógica da
vida: se a tempestade não lhe pegou ainda vai pegar. Não tem jeito, todos
passam por isso. O que fará diferença é: como estarão as suas bases.
Temos uma tendência natural de nos preocuparmos com a fachada
esquecendo as bases. Gastamos tanto tempo e tanta energia montando as
máscaras, que, no dia em que descobrimos que nossas bases estão podres, não
temos coragem de mexer porque temos que colocar em risco todo o sistema
de aparências que já construímos. Contudo, um dia a tempestade virá, e isso é
certo: ela virá. E se não decidirmos mexer antes da sua chegada, quando ela
chegar teremos uma boa oportunidade para isso, porque vai cair tudo. O
grande problema é que estamos tão viciados em aparências, que mesmo após
a tormenta corremos para montar uma nova fachada e mais uma vez
esquecemos as bases.
É preciso arrepender-se diante de Deus por gastar tanto tempo, energia e
recursos construindo aparência espiritual, emocional, social, profissional,
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financeira, só aparência, mas sem base. Talvez já tenha até pessoas lhe
admirando pelo que já mostrou para o mundo, mas espere até a próxima
tempestade. Arrependa-se diante de Deus por tanto tempo perdido e tanto
dinheiro gasto com máscaras. Você sabe que não é tudo aquilo que as pessoas
estão vendo e apesar de alguns lhe admirarem, quando as coisas apertarem
vai ficar só, e na próxima tempestade não terá mais nada para mostrar.
Ore assim: “Senhor, eu me arrependo e admito gastei muito mais
energia construindo as aparências do que as minhas bases. Perdoa-me,
Senhor, porque tenho permitido que o meu coração seja envenenado por
um evangelho “marqueteiro” formatado apenas por imagens e tenho
deixado de focar nas bases. Peço perdão por ter valorizado este tipo de
evangelho que afasta as pessoas do Senhor. Perdoa-me, por não ter
entendido que o Senhor está muito mais interessado nas coisas que escondo
do que naquelas que faço tanta questão de mostrar para o mundo. Quero
mexer nas minhas bases, mas não sei como fazer isso, então admito a
minha impotência e incapacidade. Admito que não tenho o controle sobre a
minha vida e já não sei o que fazer, mas chamo ao Senhor, para que
interfira e me mostre o caminho. Estou disposto a pegar a marreta e a
talhadeira e cavar profundamente para que as minhas bases sejam
enterradas na rocha. Em nome de Jesus, amém!”
Estou nomeando estas quatro áreas, porque através delas você vai se
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definir sem se misturar com seus papeis.
1 – Identidade Moral
a noção que você tem de si mesmo, de ser uma pessoa boa ou má. Essa
É
percepção geralmente está no nível inconsciente. Então, se você decide que é
bom, quando for pai, marido, pastor, conselheiro ou qualquer outro papel que
estiver exercendo, agirá como uma pessoa boa, porque se vê assim. Mas, se
você se define como uma pessoa má vai desenvolver suas atitudes e reações
baseadas nesse entendimento, não importa qual seja o seu papel.
2– Identidade Sexual
3 – Identidade Financeira
a sua noção de ser pobre ou rico. E isso não tem a ver com ter dinheiro
É
ou não, com ter posição social ou não, mas está ligado a sentir-se pobre ou
sentir-se rico. Muitas pessoas têm dinheiro, mas sentem-se pobres e muitas
não tem dinheiro nenhum e se sentem ricas.
4 – Identidade Espiritual
que demonstra que sua identidade está bem definida é que não importa
O
o estado que esteja atravessando, sabe quem é e está bem resolvido quanto a
isso. Por exemplo, uma pessoa cuja identidade sexual está bem estabelecida,
mesmo que esteja fazendo coisas inerentes ao outro sexo, não vê problemas
porque isso é só um estado, uma circunstância. Um homem bem resolvido na
sua identidade sexual pode fazer coisas de mulher que ele ainda se sente
homem. Uma pessoa cuja identidade financeira é de uma pessoa rica, quando
passa por situações de aperto, não tendo dinheiro até para comprar comida,
ainda assim sente-se próspero, porque para ele essa dificuldade é temporária.
Alguém cuja identidade é de uma pessoa boa, não importa que esteja
envolvido em alguma falcatrua ou em uma situação em que esteja fazendo
mal para alguém num determinado momento, pois sabe que não é assim. Por
outro lado, a pessoa cuja identidade moral é de uma pessoa má, quando faz
coisas boas, o sentimento dela é de que essa coisa boa é só um meio para
passar a perna em alguém. Alguém cuja identidade espiritual está bem
sedimentada em sua mente sabe que é luz, filho de Deus e nada ou ninguém
irá roubar dele essa certeza, mesmo quando sua alma levá-lo a pecar.
stou me lembrando de uma mãe que veio falar comigo. Ela estava muito
E
preocupada e ansiosa, pois tinha levado seu filho de cinco anos ao psicólogo
porque percebeu nele tendências homossexuais e não sabia o que fazer.
Contou que depois que o profissional conversou com o menino por algum
tempo, chamou-lhe dizendo que seu filho tinha um gene diferente. Disse-lhe
que na sua genética ele era homem, mas que tinha alma de mulher. Explicou
a ela que não havia jeito nem cura e que não era uma doença, que ele só havia
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nascido diferente. Este psicólogo a orientou a ajudá-lo a “se aceitar” desde
cedo, porque quando ele estivesse na adolescência e os impulsos sexuais
viessem à tona, não iria se sentir pior que os outros. Depois dessa conversa
“científica” a mãe ficou ainda mais desesperada, porque saiu do consultório
achando que teria de aceitar que seu filho era homossexual.
oi então, que resolveu levá-lo até mim para que eu orasse e ele fosse
F
liberto. Perguntei-lhe como ela havia notado que seu filho tinha tendências
homossexuais. Então, ela me contou que já vinha notando que ele andava
vestindo suas calcinhas, saias e vestidos. Mas o que a deixou pior e a fez
levá-lo a um profissional foi a cena que presenciou em seu pequeno
apartamento. Ela estava sentada no sofá, enquanto o menino estava brincando
atrás dele com um amiguinho. De repente a atenção dela foi chamada porque
a conversa deles começou a esquentar. O coleguinha o chamou para ir lá fora
brincar de bola, mas seu filho disse que não queria. Também o chamou para
brincar de “pique”, mas ele também não quis. Ele insistiu que queria brincar
de alguma outra coisa, então o filho dela disse que preferia ficar ali mesmo e
sugeriu que brincassem que ele era uma linda gatinha, que o coleguinha era
um gato e que estavam apaixonados. A mãe ficou desesperada, levantou-se
irritada, brigou com os meninos, mandou o amiguinho dele para casa e
trancou o filho no quarto. Ao ouvir essa história, percebi que a identidade
sexual daquele menino estava confusa e que precisava procurar respostas no
relacionamento que ele tinha com seu pai, então perguntei por ele.
la me contou que o pai dele morava em outra cidade e que vinha em sua
E
casa quinzenalmente, não para vê-lo, mas para estar com ela. Disse que o pai
dele não brincava com o menino e às vezes trazia um presente. Pai e filho não
passavam tempo juntos, pois ele vinha a cada quinze dias num sábado,
dormia lá e no outro dia voltava para casa após o almoço. Ele tinha outra
família. Perguntei sobre seu relacionamento com esse homem e ela contou
que brigavam muito por causa dessa falta de atenção e quando ele chegava só
queria sexo, por isso ela estava sempre irritada e estressada. Ela precisava
trabalhar e cuidar de seu filho sozinha, logo, quando ele chegava, não tinha
muita energia. Disse que ele não gostava de conversar e que brigavam muito
na frente do menino, inclusive que a violentava algumas vezes. Seu
apartamento era muito pequeno e a divisória entre o quarto e a sala onde o
menino ficava enquanto tudo isso acontecia, era de PVC. Percebi que o
uando ela nasceu sua mãe disse para alguém que estava perto:
Q
“Coitadinha! Nasceu mais uma sofredora no planeta”. Ela estava torcendo
para ser um menino, porque em sua forma de pensar os meninos não podiam
ser abusados e nem atacados. Essa menina nasceu num lar debaixo de um
estigma de que as mulheres nascem para serem abusadas porque a mãe dela
acreditava nisso. Quando nasceu encontrou uma mãe neurótica, que morria
de medo dela ser abusada e, por isso, recebia um choque, todas as vezes que a
mãe chegava em qualquer ambiente e a encontrava no colo do pai. Ao ver a
cena, do pai com uma garotinha no colo fazendo carinho, resgatava todo seu
trauma e dor e despejava tudo isso em cima da menina. Muitas vezes ela a
arrancava com violência do colo do pai. Por isso, filha e pai não podiam se
relacionar e nem serem amigos; não podiam se tocar ou se abraçar, pois para
aquela mãe, isso não podia acontecer. A menina cresceu sendo afastada dele,
sendo amedrontada pelas histórias que ouvia e desenvolvendo um senso de
nojo dos homens, da sua sensualidade e da própria feminilidade. Ela rejeitava
la rejeitou sua identidade sexual porque o ambiente onde foi treinada fez
E
com que olhasse para sua feminilidade e sensualidade como uma ameaça.
Não podia ir para o lado masculino, porque não era um homem, mas também
não podia ficar do lado feminino porque não queria ser abusada. Então, ela
simplesmente criou uma identidade alternativa.
stou lhe dando esses exemplos para ajudá-lo a entender como a nossa
E
identidade é formada, mas as possibilidades, as razões para que essa confusão
de identidade se estabeleça são muitas. Da mesma forma como a nossa
identidade sexual é estabelecida, é também a nossa identidade moral,
financeira, que é o nosso código de relação com o poder. Uma criança que
vive num lar onde a mentalidade e a forma de lidar com o dinheiro e poder é
doentia, desenvolve a ideia de: “Eu sou pobre”. Você pode lhe dar muito
dinheiro e ela continua se sentindo pobre, porque sua identidade é essa. Toda
vez que lida com dinheiro, que gasta ou deixa de gastar ou negocia com
pessoas, a mentalidade dela vai sempre partir do princípio de pobreza, não de
riqueza. Em contrapartida, se esse mesmo filho, foi treinado por seus pais
para lidar com dinheiro com tranquilidade, livre de pressões, sem dar muita
importância a ele, mas valorizando seu poder, cresce com uma mentalidade
de riqueza: “Eu sou rico, sou próspero.” E mesmo quando ele não tem
dinheiro algum, o sentimento continua o mesmo.
ssa é a forma como construímos a nossa identidade, então, seria bom dar
E
uma olhada dentro de você e descobrir que tipo de identidade construiu.
Como está sua identidade moral? E sua identidade financeira? Você é rico ou
pobre? E quanto à sua identidade sexual, você é masculino ou feminino? Ou
está confuso?
Exemplos
Por causa disso, a identidade moral dele ficou estabelecida: “Eu sou
mau”. Jacó entendeu isso tão bem mais tarde, que quando seu filho
Benjamim nasceu, a mãe o chamou de “meu filho das dores”, Benoni. Mas
Jacó sabendo o quanto era importante chamar à existência identidade do
menino, chegou na hora, com a mãe quase morrendo e a ouviu nomeá-lo:
“Filho das dores!” E Jacó disse: “Não senhora! Meu filho não vai se chamar
filho de dores, meu filho vai se chamar: “o filho da minha poderosa mão
direita!” E o chama de Benjamim, que significa filho da mão direita, filho da
mão forte e poderosa, porque Jacó sabia quanto estrago uma identidade mal
formada pode fazer na vida de uma pessoa.
maior parte das nações do oriente naquela época foi formada por
A
famílias. Por exemplo, Edom formou a nação dos Edomitas. Isaque construiu
a ideia de que iria formar uma nação a partir de sua família e queria o seu
primogênito como chefe daquela nação. Sua visão era de que precisava ser
alguém forte e guerreiro. Esaú era guerreiro, caçador, bom de espada e na
medida em que se destacava, Jacó percebia que não havia espaço para ele.
Assim, foi desenvolvendo cada vez mais a sua identidade podre para
aparecer, pois entendia que sua família precisava de alguém esperto como
líder. Ele desenvolve no seu coração a ideia de que tem que ser esperto
porque seu irmão é forte e isso ele não é. Cria alternativas, tornando-se o cara
que passa a perna nos outros, que é esperto, inteligente e usa a mente para
vencer a força. Todas as vezes que o sistema de Jacó perguntava: “Você é
bom ou mau”? Ele respondia: “Eu sou mau, cheio de artimanhas e
sutilezas”. Ele desenvolveu sua identidade assim e começou a planejar e
armar um esquema para tirar a primogenitura do seu irmão.
a cultura judaica, o pai morava em sua tenda, suas esposas tinham sua
N
própria tenda e os filhos delas só moravam com elas até se tornarem adultos,
quando passavam a morar na sua própria tenda e faziam sua comida. Jacó
passou a observar Esaú e percebeu que quando este chegava em casa com
uma boa caça, ficava feliz e ia para sua tenda preparar um assado muito
gostoso. Mas, muitas vezes ele saía para caçar e não pegava nada. Chegava
cansado, irritado, frustrado e caía em sua cama ficando lá estirado e
deprimido. Ele era meio mimado, não tinha muita disciplina. Jacó percebeu
essa frustração e pensou que seria aí que o pegaria. Passou então a preparar
comida todas as vezes que o irmão voltava para casa sem a caça e Esaú
encontrava a comida do irmão pronta e cheirando bem. Jacó estava
aguardando o momento propício para usar isso contra seu irmão.
conteceu que certo dia Esaú chegou muito chateado e faminto. Jacó
A
destampou a sua panela e o aroma do seu cordeirinho com lentilhas foi
invadindo a tenda de Esaú que ao sentir aquele cheiro se levantou e foi até lá
Quero abrir um parêntese aqui para dizer que isso já estava predito. Paulo
diz aos Romanos no capítulo 9, que Deus já tinha dito à Rebeca que Ele
escolheu Jacó e preteriu a Esaú. Se Jacó tivesse construído uma identidade
correta quanto a lidar com moral e poder, teria aprendido a depender de Deus
e a ficar quieto esperando. Deus iria mover as coisas e fazer com que ele
fosse o primogênito de alguma forma. Isso não é incomum na história do
oriente. Por exemplo, Jacó trocou a primogenitura dos filhos de José,
colocando o mais novo para dominar sobre o mais velho. Deus poderia fazer
isso no caso de Esaú e Jacó, mas ele não queria esperar, porque a identidade
dele era podre. A noção que tinha de si mesmo era uma noção de maldade,
não de bondade; era de pobreza, não de riqueza, por isso, ele tinha que agir e
enganar seu irmão.
Depois de enganá-lo, comprando algo que não era para comprar, tinha
que planejar a entrega do bem e fez isso com a mesma sofisticação que
planejou a compra. Enganou Isaque no momento de cegueira e fragilidade e
passando-se pelo irmão foi abençoado por ele como primogênito. Quando
Esaú descobre, fica irado e decide matá-lo, ele foge e vai para a casa de seu
tio Labão. O complicado é que vinte anos mais tarde, está de novo fugindo da
casa de seu tio, porque lá aprontou de novo e Labão o odiou e quis matá-lo.
Quando alguém está com sua identidade podre, nenhum lugar o suporta. Pode
até dizer que o problema é o lugar, o fulano, a igreja, o pastor, mas sai dali e
quando chega ali, descobre que o mesmo problema que enfrentou antes, está
enfrentando de novo e assim vai acontecendo sempre. Acorda! O problema
não é o ambiente em que está: o problema é você. Sabe aquela vontadezinha
que lhe dá de ir para algum lugar onde ninguém lhe conhece? Se for, dentro
de pouco tempo, aquele outro lugar vai ter se tornado igual a esse em que está
agora. Porque o problema não está no local e nem nas pessoas ao seu redor,
esse texto, Jacó faz uma terrível descoberta: “O problema sou eu.
N
Porque há algum tempo meu irmão queria me matar, agora o meu sogro
quer me matar; quem mais vai querer me matar?” Deus está lhe
convidando a parar de dizer que ninguém gosta de você, que ninguém se
importa, que todos lhe odeiam; pare de achar que as pessoas estão de
marcação, é você que tem um problema. Enquanto não admitir isso vai
continuar fugindo de ambiente à ambiente, de amigo à amigo, de
relacionamento à relacionamento, desmontando aqui e montando ali,
desmontando de novo e remontando acolá, sempre mentindo para si mesmo e
dizendo que o próximo momento será diferente. Não vai ser diferente porque
você continua o mesmo.
J acó percebe que o negócio está feio para o lado dele, então, resolve
separar um tempo para ficar sozinho. Colocou todos os seus bens, toda a sua
família do lado de lá do ribeiro de Jaboque e ficou só do lado de cá.
so minha imaginação santa e fértil para descrever essa cena assim: esse
U
homem que apareceu, disputava com Jacó. Qual era a razão da discussão? Ele
estava tentando convencê-lo a admitir que ele era um “jacó”. O anjo em
forma de homem tenta provar isso o lembrando de suas artimanhas: “Jacó,
lembra que Esaú queria lhe matar porque você o enganou?” “Ah, mas
Esaú é um otário, pediu para ser enganado, ele só tem músculos.” Ficaram
discutindo enquanto o anjo tenta provar que ele estava com a vida desgraçada
e indo para o inferno a passos largos, mas Jacó, bom de lábia, discutia com
ele.
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uando você quer se enganar não quer escutar ninguém, só quer falar,
Q
argumentar e contra-argumentar. Mesmo sabendo que está errado, que seu
caminho é errado, mesmo assim procura seu líder e o convence a dizer que
está certo e depois vai fazer a coisa errada, consciente do erro, mas dizendo
em seu interior: “Fique tranquilo que já falei com o pastor e já está tudo
resolvido.” Está resolvido nada, pois sabe que está errado e que seu líder só
disse para ir em frente porque foi manipulado ou porque sabe que você
precisa “quebrar a cara” para poder fazer o caminho de volta. Entenda, que se
realmente conseguiu convencer seu líder a deixá-lo fazer algo que sabe que
está errado, esse não é seu líder, porque conseguiu convencê-lo a lhe deixar
errar; ao conseguir passar a perna nele, saiba que o perdeu.
oltando à cena: Jacó está numa discussão terrível com o anjo. Este não
V
consegue convencê-lo de que está destruindo a sua vida e de que tem sido um
“jacó”. No auge dessa discussão, num dado momento o anjo tenta falar e Jacó
não deixa, pois estava engrenado e falando sem parar; já era madrugada e o
anjo fecha a mão e pede: “Jacó, me deixa falar”. Mas ele continua falando.
“Jacó! Jacó!” E o anjo dá-lhe uma pancada na cocha que o faz parar de falar
e gritar de dor. E o anjo diz: “Jacó, não vou mais discutir. Quer errar?
Erre! Já é madrugada, vamos ficar aqui discutindo até amanhecer e você
vai continuar a ser um ‘jacó’ sem admitir, então, adeus!” E Jacó diz: “Não!
Espere. Isso não vai ficar assim, não agora que você me machucou.”
(Quando você é um “jacó” age igual àquele marido que fica provocando a
esposa boazinha até que ela não aguenta mais e explode.) Jacó diz: “Você me
bateu, então vai ter que me abençoar antes de ir embora, não vou largá-lo
enquanto não me abençoar.” E o anjo lhe diz: “Eu lhe abençôo com uma
condição: Abra o coração e admita que sua identidade é podre. Enquanto
ficar nessa guerra para esconder sua podridão, e não me disser quem é não
lhe dou a bênção!” Então, só assim, debaixo de negociação e de ameaça, ele
rodeia até que diz afinal: “Eu sou Jacó!” E o anjo pega sua palavra de
rendição e diz: “Você admitiu que é ‘jacó’ e eu vou lhe abençoar mudando
o seu nome para Israel, Príncipe de Deus!”
e esta leitura está lhe indicando que sua identidade é podre, só tem um
S
jeito de Deus mexer nela e lhe dar uma nova: admitindo isso. Reconhecendo
que até agora tem sido um “marqueteiro” emocional e espiritual que tem
dificuldade de fazer você crer que é bom e que essa é a sua natureza,
A
vem do fato de vivermos num sistema de crenças e filosofias baseadas no
humanismo, no capitalismo e no hedonismo. Um humanismo onde eu sou o
centro; um capitalismo onde tudo é válido por dinheiro, para se conquistar e
juntar bens; um hedonismo onde a busca do prazer é a coisa mais importante
da vida. Esse sistema comanda o mundo e treina a nossa mente para pensar
de uma forma mundana. Somos bombardeados todos os dias com essas
filosofias e quando nos deparamos com os princípios bons e simples da
Palavra de Deus, eles parecem loucura, coisa de gente otária. Mas a bíblia diz
que o sistema do mundo vai passar e com ele todas as suas concupiscências.
eus não contrata “marqueteiros” porque ele não quer saber de suas
D
máscaras, mas do que você é feito de verdade. Ele o chama hoje para
descobrir o “Jacó” que tem aí dentro de você e para descobrir o quanto a sua
base está podre. A sua identidade moral está equivocada; o seu padrão de
riqueza e pobreza está errado; a sua noção de sexualidade está confusa. Você
perde de vista a beleza do sexo porque a visão que o mundo tem dele sujou
sua mente. Um irmão me disse que deveriam compor músicas evangélicas
picantes para tocar no momento íntimo com sua esposa, pois não existem
músicas específicas para esses momentos. Esse pensamento existe porque a
noção de vida sexual é de que sexo não combina com música de adoração,
vem de um conceito errado, em desacordo com o que Deus pensa.
ossa sensualidade e nossa sexualidade é santa pois foi Deus quem criou.
N
A razão pela qual as pessoas pensam que não combina, é que elas montaram
um padrão de sexualidade nojenta e suja que advém da visão mundana do
sexo. Mas o sexo não é uma coisa feia ou diabólica, essa não é a visão
bíblica. Em verdade, foi Deus e não o diabo quem inventou o sexo e o prazer.
Foi ele quem criou sua sensibilidade, sua sensualidade, sua feminilidade, sua
masculinidade e seu jeito atraente de ser. O sexo feito dentro dos padrões
divinos é uma celebração e abre portais no mundo espiritual que atrai anjos.
É uma festa espiritual. Não é pecaminoso e carnal. Mas quando você entende
de forma errada acha que tem de separar o santo e o profano, mas quando a
sua identidade está certa não tem santo e profano, é tudo santo. Paulo disse
para Tito que para aquele que é puro, tudo é puro. Mas para aquele que é
impuro, tudo é impuro porque ele é impuro, então nada é puro (Tito 1.15).
Deus lhe convida a examinar-se e ver quanta podridão forma a sua
identidade.
onfesse isso para Deus, porque naquele dia não vai gostar de ouvir: “Eu
C
não lhe conheço porque você pratica a iniquidade, e é iníquo.” Abra seu
coração para Deus e confesse que acredita que é esperto e construiu uma
imagem de uma pessoa boa para mostrar para os outros, mas sabe que tem
sido mau. Deixe que seu coração seja quebrantado e peça para Ele perdoá-lo
e lhe dar um novo nome. Deus precisa de príncipes nessa terra, não de
“Jacós”; precisa de homens e mulheres que tenham raízes, não de
“marqueteiros”. Precisa de igrejas que sejam comunidades saudáveis que
abençoem as pessoas e não de empresas de prestação de serviços religiosos.
Senhor lhe chama porque quer mudar seu nome, sua identidade e lhe
O
chamar de príncipe e de princesa de Deus. Ele quer contrariar as palavras que
seus pais disseram a seu respeito, porque tem o poder de chamar à existência
uma nova identidade para você. Não é tarde demais, hoje o seu Pai
verdadeiro lhe chama por um novo nome!
O GRITO DA ÁGUIA
“ Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como
restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado
pelos homens. Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade
construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a
coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no lugar apropriado,
e assim ilumina a todos que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês
diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai
de vocês, que está nos céus.” Mateus 5.13-16
Há uma verdade profunda nesta palavra, mas para compreendermos a
mensagem, primeiro temos que entender o seu pano de fundo, coisas que
estão por trás do texto, servindo de base para a sua construção.
Deixe-me explicar de forma leiga como é feita a tradução: o tradutor vê o
que está escrito em grego e depois traduz palavra por palavra para o
português. Depois, ele lê para ver se o texto será entendido pelo leitor. Nem
sempre as palavras traduzidas formam um texto que faça sentido na língua
para a qual foi traduzida, por causa das expressões idiomáticas naturais da
cultura e da época em que foi escrito. Isso leva o tradutor a ter que dar um
sentido à frase, que poderá ser baseado em sua própria interpretação e que
nem sempre será a pretendida pelo autor da frase.
A ideia do versículo 13 é: “Vocês são o sal da terra, se o sal não
conseguir salgar, vai salgar com o quê?” Penso que essa ideia foi mal
interpretada por alguns tradutores porque lhes pareceu que a segunda parte do
versículo não tinha nada a ver com a primeira. Porque na segunda parte ele
disse assim: “para nada mais presta, a não ser para ser lançado fora e
pisado pelos homens.” Como isso não parecia ter sentido, alguns traduziram
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como “tem que lhe restaurar o sabor, porque se perdeu o sabor, não vai
prestar para mais nada a não ser para ser lançado fora e pisado pelos
homens.” Mas, essa não era a ideia de Jesus. O que Jesus disse foi: “Vocês
são o sal da terra, se o sal não conseguir salgar, não há nada mais para se
usar no lugar dele.”
A maioria de nós ocidentais aprendeu a ler esse texto da seguinte forma:
“Você tem de ser sal para essa terra, porque se você não for sal para ela, vai
ficar sem sabor! E se ficar sem sabor, eis que lhe digo que vou mandar um
monte de homens para lhe pisotear, para que assim, aprenda a ser sal! E tem
mais, você tem que ser luz para esse mundo, porque senão as suas más obras
vão entristecer o meu coração, você vai sujar o meu nome e vou ficar muito
chateado! E ai de você se eu ficar chateado!”
Com toda sinceridade, não foi assim que aprendemos a interpretar esse
texto? Mas a verdade é que não tem nada de “tem que” no texto. Contudo,
todas as vezes que o lemos ficamos com um sentimento de peso, culpa e
frustração, porque ao invés de ouvirmos uma afirmativa, ouvimos uma ordem
impossível de ser seguida. Não é isso que Jesus está lhe dizendo. Ele não está
lhe dando uma ordem, mas uma revelação: “Você é o sal da terra, você é a
luz do mundo” e não “Você tem de ser o sal e luz”. Você é! Mesmo que diga
que não se sente sal ou luz, não importa, você é, e quem está falando tem
autoridade para afirmar isso. Essa interpretação que estou lhes dando é fruto
de comparação entre varias versões das escrituras com O Novo Testamento
Interlinear Analítico.
Portanto, a primeira coisa que quero mostrar como pano de fundo é que
Jesus não estava cobrando e sim nos dando uma poderosa revelação.
A segunda, é que esse é um trecho de um sermão. Jesus sentou-se no
monte, o povo veio e ele pregou um sermão de várias horas. Mateus estava lá
e registrou o sermão todo. O fato, é que esse pedacinho de texto é parte de
um sermão de mais ou menos três ou quatro horas de pregação. Quando
alguém prega uma mensagem tem um objetivo que é expresso no tema.
Qualquer parte tirada do meio do texto precisa ter coerência com a mensagem
inteira, sem contradizer o assunto geral.
Quando Jesus falou essas palavras “Vocês são o sal da terra e vocês são
a luz do mundo”, estava pregando um sermão. Esse sermão é conhecido
como o “Sermão do Monte” que começa no capítulo 5 de Mateus vers. 1 e
vai até o final do capítulo 7. São três capítulos em que Jesus fala direto, sem
parar. Como naquela época não havia gravador, escrever as ideias de um
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sermão era muito difícil, portanto, podemos concluir que Jesus passou muito
mais tempo falando sobre o assunto e Mateus só escreveu essa parte. Aliás,
Mateus foi o único que relatou o sermão do monte dessa forma, talvez porque
fosse escriba e versado na arte de escrever.
omo esse trecho é uma parte do Sermão, tem que ter a ver com o
C
contexto geral. Nesse sermão Jesus está falando como ser feliz, como viver
uma vida bem aventurada, sei disso, por causa da introdução usada. É na
introdução que se percebe o que o pregador vai dizer e onde quer chegar e
também prepara o povo para entender o que vai ministrar depois.
O GRITO DA ÁGUIA
ntes de explicar o que significa ser o sal da terra e ser a luz do mundo,
A
deixe-me contar-lhes uma ilustração. Contam que um dia uma águia nasceu
no ninho de uma galinha junto com os seus pintinhos. Não ouvi a parte da
estória que conta como o ovo da águia foi parar lá, mas ele estava no ninho
de uma galinha e ela sem perceber, chocou o ovo da águia junto com seus
ovos. E foi assim que nasceu uma águia no meio dos pintinhos.
O filhote de águia no meio dos pintinhos foi aprendendo a agir como eles.
Os pintos ciscavam e comiam lixo, felizes da vida, e por isso se diz no ditado
“feliz igual pinto no lixo”. No entanto, ela não estava feliz, porque é pinto
que fica feliz no lixo e não águia, mas como ela estava ali, também ficava
ciscando no meio deles.
Na medida em que a águia crescia nesse ambiente, ficava cada vez mais
infeliz, porque se sentia completamente inadequada. Ela realmente acreditava
que era um pinto como os outros e por isso, todas as características de águia
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que tinha eram reputadas por ela como defeitos e problemas. Seus
“irmãozinhos” galináceos não tinham as mesmas características. Por
exemplo, ela ficou encorpada cedo e com uma plumagem forte, enquanto eles
tinham aquelas penugens ralas muito diferentes dela. Apesar de ser muito
bonita e de se destacar entre eles, não se achava bonita, porque comparava
seu padrão de beleza com pintos e não com águias.
Ela pensava consigo mesma que devia ser a vergonha da família dos
galináceos, uma aberração, porque em nada se parecia com eles e se achava
muito desengonçada. Os pintos eram frágeis e passavam suas garrinhas na
terra procurando algo para comer, quase patinando sobre o lixo sem tirar nada
de lá, enquanto a jovem águia tinha garras forte. Quando tentava fazer o
mesmo movimento deles rasgava com força a terra jogando lixo para todo
lado. Ela se sentia muito desajeitada por causa de uma força que tinha, mas
desconhecia e isso era um problemão para sua cabecinha infantil de águia.
Ela se sentia horrível!
O pintinho ciscava e ao ver a extremidade da pequena minhoca para fora
da terra, bicava e saía puxando; gastava um tempão para conseguir puxar a
minhoquinha. Mas a águia, quando tentava pinçar a minhoca, dava para ouvir
aquele barulho característico de algo estalando e se rompendo. Ela tinha um
bico afiado e cortava a minhoca ao meio sem conseguir puxá-la.
Dessa forma seus irmãos a rejeitavam e faziam brincadeiras com o seu
jeito desengonçado. Quando ela se espreguiçava, era pinto caindo para todo
lado, porque a suas asas enormes esbarravam neles com força e os
derrubavam só de encostar. Isso fazia com que ela ficasse cada vez mais
deprimida, porque sentia que não fazia parte daquele mundo. Estava muito
triste, pois entendia que por ter nascido ali naquele ninho deveria ser feliz e
se sentir um deles, mas como não conseguia, se martirizava, porque não
ficava à vontade no meio deles.
Os dias foram se passando, a pequena águia foi crescendo e se sentindo
cada vez mais feia e perdida, enquanto seus irmãos estavam felizes no lixo. A
cada dia ela se parecia mais com uma águia e menos com um frango.
Quando os franguinhos estavam de costas para a galinha mãe estava há
dez metros deles cacarejava alto, saiam correndo na direção dela que sempre
tinha alguma coisa para comerem. A jovem águia não tinha instinto para
ouvir o chamado da galinha, por isso, enquanto eles já estavam comendo a
um tempão, continuava longe da galinha mãe que continuava chamando por
ela. Quando chegava a perceber, já não tinha mais comida, pois os
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franguinhos já tinham comido tudo.
Um dia, a jovem águia estava no meio do quintal já com as suas asas
formadas e com sua envergadura pronta. O céu estava limpo, azul, um dia
claro de sol e, no auge de sua depressão, ela ousou fazer uma coisa que os
pintos não fazem: olhou para cima. Ao fazer isso, percebeu que tinha uma
visão poderosa e conseguiu ver muito longe, lá no alto. Foi quando ela viu
uma grande ave voando de um jeito imponente, cheia de orgulho por ser
quem era: uma linda e enorme águia. Quando viu aquela ave voando, seu
coraçãozinho começou a bater forte e se encher com aquela imagem. De
repente, aquela águia lá no alto, voando, soltou um grito forte, estridente e
poderoso, fazendo estremecer todas as aves do quintal, que por instinto
perceberam o perigo e correram para todos os lados. Afinal, pinto é petisco
para águia. Quando a jovem águia ouviu aquele grito poderoso, ela se
arrepiou toda, porque aquele grito tinha tudo a ver com ela. A sensação
provocada pelo grito daquela águia adulta, fez com que se olhasse e por
instinto esticasse suas asas observando o tamanho delas. Alguma coisa dentro
de si fez com que respondesse àquele grito. E sem saber como e porque,
começou a impulsionar suas asas. Mesmo sem entender bem o que estava
fazendo, deu uma corridinha com as asas abertas, bateu as asas e de repente,
num impulso, percebeu que seus pés não tocavam mais o chão e lentamente,
afastou-se do quintal sentindo o vento batendo em suas penas. Foi quando
finalmente entendeu que estava voando! Os frangos ficaram pequeninos lá
embaixo, atônitos, sem entender o que estava acontecendo.
O grito da águia despertou algo dentro dela chamando à existência a sua
verdadeira identidade. A partir desse instante, descobriu que não era pinto,
não era galinha, descobriu que era águia. Então voou e nunca mais voltou
para o lixo.
Quando Jesus diz nesse texto: “Vocês são o sal da terra, vocês são a luz
do mundo”, ele está sendo a águia madura gritando para a águia com
treinamento de pinto lá em baixo: “Ei! Você não é pinto não, você é águia!”
Nós entendemos assim: “Você tem que agir como uma águia!” Jesus não
está gritando através desse texto que “você tem que”, ele está dizendo: “Você
é!” No entanto, o que o nosso treinamento religioso nos treinou para pensar,
é que temos de parar de comer lixo para ser águia, parar de ciscar e piar para
ser águia, mas não é isso. Não temos que parar de fazer nada para sermos,
porque já somos. E você diz: “Mas eu não sei voar.” Voar está para uma
águia assim como nadar está para um peixe. Quem ensinou o peixe a nadar?
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Voar é algo natural para a águia; ela só tem que bater as asas e ir embora;
porque é a natureza dela; é a sua natureza.
Isso é o que Jesus está fazendo nesse texto: Ele está dando o grito da
águia. Satanás conseguiu distorcer tudo e quando escutamos Jesus falar isso,
temos um sentimento de medo, culpa, peso e dificuldade. Ficamos com a
sensação de que agora teremos “que ser”, porque foi Jesus quem disse.
Entretanto, Jesus não falou que você “tem que ser”, falou que você é. Essa
palavra de Jesus deveria fazer em nós o mesmo efeito que o grito da águia
adulta fez no coração da jovem águia que estava no lixo. Ao ouvi-lo, se
sentiu chamada para resgatar dentro de si quem realmente era, o que deveria
fazer e a razão pela qual nascera e existia. Ela entendeu sua verdadeira
natureza, sua verdadeira identidade: a de ser águia!
Passamos tempo demais ouvindo a exortação de que “você tem que” ser o
sal da terra, porque senão Jesus nos mandará ser pisado pelos homens.
Contudo, não é isso que ele diz e sim: “Você está enganado, pois não é
pinto, mas é águia. Por isso não se sente bem aí no meio do lixo e nem
consegue beliscar a minhoquinha. Não consegue, porque seu bico é
poderoso e a rasga no meio; e quando tenta ciscar, faz um buraco jogando
terra para todo lado!”
Você é sal e é luz, vai salgar o mundo e iluminar a sua escuridão.
esse texto, Jesus nos fala de três coisas que constroem nosso senso de
N
valor. O ser humano o constrói em cima de três bases. Como nossa identidade
está mal formatada, nosso senso de valor não foca nela e Jesus quer nos
ajudar a corrigir isso.
Dizer que somos sal e luz é como se ele estivesse nos dizendo: “Você é
águia e não pinto, então pare de se sentir mal porque não consegue ciscar.”
Aquilo que faz com que se sinta mal enquanto não sabe quem é, o fará se
sentir orgulhoso e poderoso quando entender qual a sua verdadeira natureza.
Coisas que lhe davam vergonha passarão a lhe dar orgulho e coisas que lhe
faziam parecer desengonçado, lhe darão um ar de superioridade.
Nosso senso de valores está distorcido porque como não percebemos que
tem uma centelha Divina em nós, nos sentimos como “pintos no lixo” ao
invés de “águias em voo”. Nos entristecemos com o que deveria nos alegrar
e construímos o nosso senso de valor em cima de bases erradas. Nesse texto
Jesus trabalha as três fundamentos sobre os quais o ser humano constrói o seu
senso de valor.
segunda está no versículo 13. Ele diz: “O sal que não conseguir
A
salgar, para nada mais presta, a não ser para ser pisado pelos homens.” A
segunda base errada que o homem usa para sentir-se valorizado é resultado,
produção.
Achamos que somos importantes quando damos resultado. Jesus está
dizendo que resultado na sua vida é resultado de ser sal. Você não dá
resultado que não vem do fato de ser sal. Algumas vezes não dará resultado
algum, e nesse dia, esse será o seu resultado. Você só se sente bem se salgar,
se não salgar, se sente inútil.
Muitos entendem errado interpretando que o sal que não conseguiu salgar
vai ser lançado fora. Eles entenderam que o sal que não salgar vai ser
castigado e jogado fora para ser pisado pelos homens. Entretanto, isso não é
um castigo.
Preste atenção a esse exemplo: imaginem um pedaço de carne que está
quase perdendo o prazo de validade e, portanto, o próximo passo será
começar a se deteriorar. Imagine que o nome dessa carne seja Maria. Eu vou
mandar um pouco de sal chamado Lucia para salgar Maria. O sal Lucia chega
lá e começa a circundar Maria para ver como fará para salgá-la e não deixá-la
apodrecer. Mas, aquela carne Maria que está se deteriorando, diz para o sal
Lucia que não quer ser salgada, mas quer apodrecer e ser podre para o resto
da vida. Mesmo assim a Lucia continua lá tentando salgar. Enquanto isso a
Maria já vai apodrecendo. Quando a podridão da Maria chegar a níveis tão
fétidos e nojentos que a sociedade ao redor perceber e decidir chutar essa
carne podre do seu meio, o que acontecerá com o sal Lucia? Vai junto. Não
dá para tirar o sal da carne que apodreceu quando ela é lançada fora.
O que Jesus está dizendo para o sal Lucia é: “Lucia, estão lhe pisando
porque você é sal e não porque você não conseguiu salgar. Você viveu como
sal, não produziu resultado, sofre o ataque dos homens que só valorizam o
resultado.” Contudo, se o sal conseguir salgar e evitar a podridão de Maria,
porque decidiu ser salgada e mudar de vida, ela será levada para o açougue e
ficará lá exposta. Todos que passarem elogiarão e desejarão levá-la para fazer
AMOR FUNDAMENTAL: A
SEGUNDA BASE
O princípio da transferência
Os Panidos...
onta-se que num grande e florido vale, no sopé de uma montanha, havia
C
uma pequena aldeia, onde morava uma gente miúda chamada de “panidos”.
Essa gente pequenina era feita de pano bem costurado e enchido com umas
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espumas macias, tão macias que eles adoravam ficar apertando uns aos
outros. Havia panidos de todos os tipos e jeitos: magrinhos, gordinhos, baixos
e altos, novos e velhos, bem como de todas as cores. Eles eram muito
agitados e viviam correndo de um lado para o outro procurando alguma coisa
para fazer. Uns trabalhavam muito enquanto outros se divertiam, uns
cantavam, outros consertavam alguma coisa; uns faziam teatro, outros
malabarismos e piruetas: ninguém parava.
Contudo, havia algo que todos eles faziam: colocar apelidos uns nos
outros baseados em seus fracassos, ou, em suas vitórias. Assim, se um panido
cantor cantasse desafinado era logo chamado de “senhor desafinado” e logo
aparecia alguém que colava em seu corpo uma pequenina faixa com esse
“apelido”. Eles não davam apenas apelidos negativos uns aos outros, mas
também davam apelidos positivos como: Sr. afinado, Sr. vencedor, Sr. bom
flautista e até Sr. bom lixeiro. Assim, se algum deles fazia alguma coisa boa
ou admirável, recebia uma marca com um bom apelido, mas se fizesse
alguma coisa feia ou decepcionante, logo recebia uma marca com um apelido
negativo.
Por causa dessa política de apelidos, havia entre eles os panidos
equilibrados, os panidos sucessos e os panidos fracassos. Os equilibrados
eram aqueles que apesar de terem sido marcados com muitos apelidos
negativos, também receberam muitos apelidos bons; esses eram respeitados e
aceitos. Os “sucessos” eram aqueles que praticamente só tinham marcas
positivas; eles eram admirados, venerados e quase adorados. Estes muitas
vezes recebiam mais uma marca positiva só porque algum panido o admirava
por ter muitas marcas positivas. Os fracassos eram o inverso dos sucessos,
pois eles tinham praticamente somente apelidos negativos e ganhavam
marcas de fracasso gratuitamente, só porque alguém se admirava que ele
tivesse tantas marcas negativas. Esses panidos eram rejeitados e ninguém os
queria por perto, porque tinham medo de ficarem como eles, cheios de
apelidos negativos.
Deco era muito triste, pois era um panido fracasso. Ele passava agora
todo o tempo pensando em quantas coisas já havia tentado fazer sem
conseguir, recebendo assim, muitas marcas de fracassado. Ele já não tentava
mais fazer muita coisa com medo de errar, mas isso já não ajudava muito,
porque quando um panido o encontrava em algum lugar, o marcava como
fracassado ou perdedor só porque ele já tinha muitas marcas negativas.
Um dia, Deco estava se sentindo sozinho e tão triste, que começou a
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chorar e reclamar da vida, recostado num poste na rua principal da aldeia; ele
chorava tanto e tão desesperadamente que muitos panidos pararam para
assistir à cena. “Eu sou um fracassado, nada dá certo comigo!” E chorava
bem alto. Logo, uma multidão de panidos já estava ao seu redor, colando em
seu corpo ainda mais marcas de fracasso a ponto dele ficar praticamente todo
coberto de marcas negativas. Quanto mais recebia marcas, mais Deco
chorava, e quanto mais chorava mais marcas eram coladas em seu corpo. Até
que Patici apareceu e entrando no meio da confusão carregou seu amigo dali,
protegendo-o e recebendo por causa disso muitos apelidos. Deco agradeceu e
disse: “Você me salvou amiga.” Ela respondeu: “Ora, você faria o mesmo por
mim.” Ele abaixou os olhos e disse triste: “Não conte com isso; não se
esqueça que sou um fracasso.”
Nesse momento, Deco percebeu que todas as marcas que foram grudadas
em Patici pela multidão, se soltavam espontaneamente e ela ficou sem
nenhuma marca, nem boa, nem ruim. Foi quando ele lembrou que desde o
começo ela não tinha nenhuma marca. Ele perguntou: “Por que você não tem
nenhuma marca e como conseguiu tirar as que lhe colocaram agora?” E ela
respondeu: “Desde que passei a visitar o Sr. Panoá, lá no alto da montanha,
nenhuma marca fica em mim, nem boa e nem ruim.” Deco ficou curioso:
“Quem é ele?” Ela disse sabichona: “Ele é o criador de todos os panidos, um
homem muito bondoso que cuida muito bem de mim quando o visito. Ele nos
quer felizes.” Ele ficou ainda mais interessado: “Mas como ele fez para tirar
suas marcas?” Ela: “Não sei como ele faz isso. Vou lá porque gosto de ficar
perto dele e do jeito como ele me olha.” Deco quis saber se poderia ir visitá-
lo também e ela o levou.
A porta da casa do Sr. Panoá era enorme, parecia ter sido feita para um
gigante, mas ainda bem que já estava aberta, pois com o medo que Deco
estava sentindo, com certeza não conseguiria bater. Ele foi entrando bem de
mansinho e começou a perceber que tudo lá dentro era enorme: a mesa, as
ferramentas de fabricar bonecos de pano, o banquinho e o homem sentado no
banquinho. Deco olhou para seu corpo cheio de apelidos negativos e teve
medo do que o Sr. Panoá pensaria dele, então resolveu ir embora antes que
ele o visse. Quando ele já ia saindo bem quietinho, ouviu: “Deco! Que bom
que veio me visitar!” Desconfiado olhou para cima e perguntou: “Como sabe
o meu nome?” E aquele homem grandão disse sorridente: “Eu sei o nome de
todos vocês, pois fui eu quem os fiz.” Ele abaixou-se e elevou Deco para
perto de si, à altura dos olhos. Quando viu todas aquelas marcas espalhadas
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pelo seu corpinho disse: “Vejo que foram muito cruéis com você lá
embaixo.” Imediatamente o pequeno panido perguntou-lhe como ele poderia
ajudá-lo a se livrar delas como fez com a Patici. A resposta do Sr. Panoá o
deixou muito confuso, pois ele explicou: “Isso não depende de mim, depende
de você. As pessoas lhe colocam essas marcas porque você acredita nelas.
Quando entender que tem valor independentemente do que os outros pensam
ou falam, as marcas perderão o sentido e cairão. Você é o que é e não o que
dizem que você é.” Deco ficou pensativo, coçou a cabecinha e disse: “Não
entendo, como vou acreditar que não sou tudo o que dizem se todos me
acham um fracasso?” O Sr. Panoá deu um de seus melhores sorrisos e
acrescentou: “Não precisa entender agora, apenas venha me visitar
diariamente e eu lhe falarei do quanto você é importante para mim e por isso
lhe criei. Vou lhe mostrar que a opinião deles não é tão importante, pois eles
são apenas panidos como você. Eles não entendem de onde vem o valor de
um panido, pois nunca fabricaram um sequer. A opinião que conta é a de
quem entende de panidos e os faz.” Deco ficou num profundo silêncio.
Depois de algum tempo ele olhou nos olhos daquele homem grande e
arriscou: “Isso significa que o senhor gosta de mim do meu jeito?” Ele
respondeu embargado: “Como eu poderia não amá-lo, Deco? Você é muito
precioso para mim.” E o pequenino meio sem jeito disse: “Mas eu sou tão
estabanado...” Ele retrucou: “Mas também é muito divertido e espontâneo.”
O panido insistiu: “Mas eu não consigo fazer nada certo!” E com um tom de
voz de quem encerra o assunto ele disse: “Desista Deco! Você não vai
conseguir me convencer a não gostar de você ou lhe colocar uma marca
negativa. Você é realmente muito precioso para mim.” Então o pequeno
justificou: “Mas ninguém nunca me amou.”
Nesse momento, o Sr. Panoá já estava bastante emocionado pensando em
quanto tempo aquele panido passou sem saber do seu amor: “Eu sempre lhe
amei e se tivesse vindo há mais tempo já saberia o quanto lhe amo e o quanto
você é importante para mim.” E abraçou forte o corpinho fofo de Deco:
“Você é muito importante para mim.”
Depois disso, quando Deco já estava de saída voltou-se e olhou para o Sr.
Panoá e perguntou de novo: “O senhor me ama de verdade?” E o Sr. Panoá
sorriu divertido: “Sim pequenino, eu o amo de verdade.” E Deco eufórico
começou a gritar: “Os apelidos estão soltando! Eles estão soltando!” E se foi
aos berros.
Ore assim: “Obrigado Jesus! É tão bom me sentir amado, muito
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obrigado. É muito bom senti-lo perto, perceber seu afago e desfrutar de um
amor tão puro. Obrigado Senhor por matar a minha sede, obrigado Jesus!”
ara que a segurança básica seja construída uma criança precisa ser
P
suprida em suas necessidades de alimentação, vestuário e tudo mais que
precisar. Ela tem que construir a mentalidade de que tudo que necessitar seu
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pai lhe dará. A segurança básica está muito ligada a suprimento e a criança
precisa do senso de que não vai lhe faltar nada. Não pode ter a preocupação
de abrir o armário para saber “se vai ter jantar hoje” ou de abrir a geladeira
para saber se vai ter o que comer, porque o sistema emocional da criança não
tem energia, capacidade e resistência para lidar com essa insegurança. É uma
sensação pesada demais para a idade dela e não tem estrutura para pensar ou
se preocupar com isso.
Além do suprimento, a criança também não pode se preocupar com a
própria integridade física. Não tem energia para ter que pensar se o cachorro
vai entrar e mordê-la, se o ladrão vai invadir a casa, se vai cair um raio ou se
vai ter problema com a eletricidade. Ela não tem força emocional para pensar
em como se proteger, precisa delegar isso a alguém de confiança.
Criança também não pode se preocupar com o futuro, pois esse é um
conceito muito complicado para sua cabecinha. Ela não pode ficar pensando
no que vai acontecer daqui a dez anos, mas tem que construir a mentalidade
de que, não importa daqui a quanto tempo for, seu pai e sua mãe estarão com
ela. E isso pode parecer um engano, mas é um “engano” do qual a alminha
dela precisa nesse momento.
Portanto, ela não pode se preocupar com suprimento, com integridade
física ou com o futuro, mas tem que delegar todas essas coisas para um
indivíduo adulto que se preocupa com ela. Quando isso acontece a sua base é
preenchida e ela sempre vai lidar com a vida com uma sensação de
segurança. Se as circunstâncias forem desfavoráveis não vai se abalar tanto,
sentirá um desconforto natural baseado nos fatos, mas vai reagir a isso porque
tem segurança em sua base e, portanto, se sente segura.
Quando ocorre o inverso há um sentimento pesado de que tudo pode dar
errado e de que tem que fazer sua vida ficar segura com sua própria energia e
força. O resultado disso é que ela crescerá com uma tendência para ser
insegura em primeiro lugar, e se as circunstâncias comprovarem estabilidade,
então, se sentirá segura. Percebe a diferença?
O resultado da insegurança na base é que nós nos tornamos pessoas
extremamente medrosas e ansiosas no trato com a vida. Na verdade, não é
com as intempéries da vida que temos que lidar, mas com a insegurança
dentro de nós. Assim, criamos uma circunstância nova que apague a dor da
insegurança, mas qualquer fato novo que apareça em torno dela traz de volta
o medo e a ansiedade com maior intensidade ainda.
O senso de contentamento para uma pessoa sem essa base preenchida é
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muito passageiro, pois tem uma grande dificuldade de se sentir satisfeita. Ela
não desfruta desse sentimento por muito tempo porque ele existe até que
ponha as mãos no objeto que lhe satisfará. Enquanto está indo em busca deste
objeto tem um senso de contentamento por antever a conquista, mas assim
que alcança o que deseja, fica insatisfeita de novo. Vem o sentimento de que
lhe falta alguma coisa em que se segurar para se firmar, e este é inconsciente.
Por isso, não tem dinheiro, bens ou móveis que lhe bastem, pois terá uma
insatisfação constante, sempre sentindo falta de alguma coisa porque sua base
de segurança está oca.
Os pais deixam de construir segurança básica em seus filhos quando eles
ignoram a necessidade que eles têm de depender de alguém no primeiro
momento. Se os adultos não assumem essa postura, as crianças começam a
construir para si uma pessoa fantasiosa que assume o papel que eles deixaram
de assumir. No entanto, nem sempre os pais são realmente irresponsáveis, às
vezes são apenas descuidados.
Ministrei uma pessoa em São Paulo, que tinha uma grande fobia de
cachorro e não sabia o porquê. Enquanto fazíamos a ministração, ela se
lembrou de uma cena que aconteceu quando era criança, com três ou quatro
anos de idade. A mãe havia saído e tinha ficado aos cuidados do pai que
estava assistindo televisão na sala. Ela foi para a cozinha quando de repente a
porta se abriu e apareceu um “monstro peludo”. Era o cachorro da casa, mas
para ela era um monstro peludo. Como era um cachorro muito manso que não
fazia mal a ninguém, ficava solto. Ela gritou, chamando o pai: “Papai, o
cachorro!” E ele, sem virar a cabeça respondeu: “Não tem nada não, é o
Totó!” Ela continuou gritando histérica e paralisada enquanto o Totó vinha na
sua direção. O pai gritou despreocupado: “Menina, para com isso, você não
está vendo que esse cachorro é muito bobo”? Então, o Totó pulou nela e a
lambeu toda. E ela já não estava mais lá porque desligou o sistema.
Emocionalmente ela apagou e não viu mais nada, porque sentiu a dor
emocional da insegurança, da falta de proteção do seu pai, enquanto ela não
dava conta daquele monstro. E ela simplesmente sai de cena e se estabelece
um trauma. O pai nunca ficou sabendo do tamanho da ferida que ele abriu na
alma da própria filha, porque não fazia sentido para ele, afinal de contas era
só o Totó, um cachorro muito manso e bobo.
Talvez você já tenha tido a experiência de voltar ao lugar onde morou
quando criança e nesse lugar perceber que ele era muito menor do que se
lembrava. Isso acontece porque registramos a imagem do local como o
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víamos na idade em que moramos lá. Quando somos crianças e pequenas,
olhamos para um ambiente e o vemos enorme. Ao crescermos, vamos morar
em outro lugar e depois de adultos voltamos imaginando que veremos um
enorme campo de futebol, mas quando chegamos lá, vemos um espaço com
uns vinte metros que nem pode ser chamado de campo de futebol. O que
acontece é que, quando crianças, nós levávamos muito tempo para atravessá-
lo e foi assim que nosso sistema o registrou: enorme!
Aquela menina registrou aquele cachorro como um monstro enorme
devorador de cabeças e quando ela o viu vindo em sua direção já se imaginou
sem cabeça e antes que isso acontecesse saiu de cena, porque não podia mais
estar ali, era dor demais para enfrentar.
Quando não recebo cuidado e proteção na infância, carrego para a minha
vida um senso de insegurança constante. Assim, vou procurar coisas que me
deem algum nível de segurança e que anule a deficiência que há dentro do
meu coração.
A única forma de uma pessoa ter essa base formada na infância e não ser
naturalmente insegura é ter confiado em alguém. Se não havia uma pessoa
confiável para ela se pendurar, a segurança que vai experimentar na vida será
sempre passageira, frágil e poderá ser perdida com uma facilidade enorme.
Só tem um jeito de cancelarmos a insegurança básica e é confiando em
alguém superior.
Em nosso programa de cura a primeira coisa que trabalhamos é a
reconstrução da segurança básica. Isso acontece nos três primeiros passos. O
investimento nessa base é alto, treinando a mente da pessoa para que ela
aprenda a confiar de novo em alguém superior, porque segurança básica se
constrói confiando em alguém maior do que você.
ocê já está decidido a não construir sua casa na areia? Já arranjou uma
V
marreta e uma talhadeira?
Deus tem nos falado que não fomos chamados para construir aparências
em cima de bases podres. Ele tem nos mostrado que nos convidou para fazer
bases seguras e isso leva tempo e dá trabalho. Até aqui compreendemos que
uma de nossas bases é nossa identidade e concluímos que quando
construímos uma identidade segura enfrentamos a vida de frente; que quando
o amor fundamental está bem estabelecido, nossos relacionamentos são
saudáveis porque não tentamos arrancar deles aquilo que eles não têm para
nos dar e aprendemos que quando há segurança básica, ela nos faz lidar com
a vida sem medo do futuro e nos sentimos seguros mesmo tendo que
enfrentar circunstâncias adversas.
Neste capítulo quero ajudá-lo a entender que essas descobertas não
mudam a sua vida. Até gostaria de lhe dizer que a partir de agora você tem
bases novas e tudo será diferente. Mas não seria verdade. O que vai mudar,
ao término da leitura desse livro é que terá marreta e talhadeira nas mãos, e
na mente, a certeza de que irá trabalhar duro para reconstruir suas bases.
O programa de cura interior que nós assessoramos na igreja local, tem o
objetivo de caminhar com você num período de dois anos para desmontar
suas bases podres e ensiná-lo a ficar com a marreta e a talhadeira na mão para
que elas sejam reconstruídas.
Compreendendo a disciplina
Essa disciplina tem um tempo certo para começar a ser aplicada: assim
que a criança nasce. Acho muito engraçado como alguns pais agem, dizendo
que vão esperar seu filho ter dezoito anos, porque nesta idade terá
entendimento e então lhe dirão o que pode e o que não pode fazer. Mas
quando chegar essa idade e seus pais tentarem lhe dizer o que fazer ele não
atenderá seu comando e não os reconhecerão como autoridade em suas vidas.
Eu tenho um filho de treze anos, e ele está na fase em que preciso discutir
com ele e provar por A + B que eu estou certo e ele errado, se quero que ele
faça alguma coisa. Algumas vezes não tenho tempo para conversar, digo-lhe
para fazer algo e ele coloca seu argumento contrário. Então, sem tempo para
discutir, falo: “Filho, obedece ao papai.” E ele prontamente diz: “Está bem.”
E quando foi que ensinei meu filho a fazer isso? Quando ele tinha quatro ou
cinco meses de idade. Agora, na adolescência, não dá mais para ensinar essas
e você tem entre dezoito e quarenta anos, não se engane. Não será a
S
leitura desse livro e o conhecimento que terá a partir daí que fará com que se
torne disciplinado, mas terá que trabalhar duro. Será necessário deixar Deus
fazer o que seus pais não fizeram.
Meu filho Marcos nasceu com uma tendência muito forte para irritação e
ira. Acredito que isso se deva a problemas na gestação dele. Tive que treiná-
lo para vencer uma ira enrustida dentro do seu coração até os seus quatro ou
cinco anos. A primeira vez em que o treinamento começou foi meio que por
acaso, mas entendi que foi uma direção de Deus. Ainda bem novinho, recém-
nascido, ele manifestou essa tendência forte para ira. Quando tinha sono
começava a chutar, socar e resmungar, chorar e gritar. Isso acontecia em
outros momentos também, mas especialmente quando estava com sono. Eu
sabia que tinha de treiná-lo e condicionar meu filho a aprender a lidar com
uma sensação que tomava conta dele. Ele era um bebê dócil, mas na hora em
que aquela ira vinha, ele ficava incontrolável, irreconhecível. Fico
imaginando o que aconteceria se eu o tivesse deixado chegar à idade adulta
eixe-me dar uma dica para quem tem criança pequena: se vai disciplinar
D
o seu filho precisa ser forte o suficiente para quebrar a vontade dele.
Enquanto isso não acontecer não pode cessar a disciplina, porque se parar
antes, a vontade intrínseca do sistema dele vai ficar mais forte. E da próxima
vez irá precisar do dobro de disciplina para fazê-la ceder.
Seu mentor
Quanto ao seu mentor, algumas vezes vai discordar dele e outras vezes,
vai achar que sabe mais, e pode até ser, mas quando toma a posição de
obedecer, mesmo que discorde do que ele diz, isso entra no seu sistema como
disciplina. Ele começa a fazer o papel que seu pai não fez e a fazê-lo perceber
A disciplina de Deus
or último, aceite a disciplina de Deus: Hebreus 12.3-13. Deus vai lhe dar
P
a disciplina que não recebeu de seus pais. Aquele que é disciplinado não se
cansa e não desanima. Em outras palavras, pare de ser molenga e aceite a
disciplina. Fortaleça o seu joelho cansado, o joelho desconjuntado; pare de ter
pena de si mesmo e deixe a disciplina correr solta, porque isso é para o seu
bem.
Agora saiba que quem recebeu uma boa disciplina em casa e teve pais
seguros que disciplinaram sem culpa falsa, com segurança no coração; quem
apanhou e viu no olho do pai que ele sabia o que estava fazendo ao corrigi-lo
com a vara, enfim, aquele que recebeu tudo isso, não precisa da disciplina do
Senhor, porque já aprendeu. Se você não recebeu nada disso, seja bem vindo
ao clube, Papai vai disciplinar você. E como ele nos disciplina?
Como já vimos, a disciplina visa destruir a vontade do seu sistema e
construir a sua vontade. Ela visa estabelecer em você uma capacidade de
romper os seus próprios limites, seguir em frente e parar de ter pena de si
mesmo. Então, quando Deus opera em você criando disciplina, esse é o
objetivo dele.
Quando o pai está disciplinando o filho e o menino está prestes a se
quebrantar, a aceitar a disciplina e a mãe aparece na porta olhando para o
menino demonstrando pena dele, acabou. O menino olha para ela e aquela
percepção de que a mãe está achando injusto, alimenta o seu sistema; ele
reconstrói tudo que tinha quebrado, põe em pé tudo de novo. Se o pai quiser
fazer a disciplina acontecer, vai ter que recomeçar do zero quando a mãe sair.
Com Deus você faz o mesmo: Ele está lhe disciplinando e quase lhe
quebrantando quando de repente você olha para uma situação e diz: “Não
o concluir, sei que possivelmente você chegou aqui com uma estranha
A
sensação de começo, em vez de uma sensação de fim. Um sentimento de
estar pronto para começar que não é comum para quem encerra a leitura de
um livro, na expectativa da satisfação da conclusão. Não se preocupe, este
livro foi escrito para terminar com essa sensação mesmo, pois é hora de
começar a trabalhar duro e construir suas bases!
Esse livro não vai produzir em você a seguinte sensação: “terminei uma
etapa, um projeto; acabei uma leitura!”, pois o meu objetivo era deixar em
sua boca um sentimento doce, porém estranho. Um sentimento de: “ainda
tem muita coisa pela frente, tem muita água para passar debaixo dessa
ponte!”
E ao incentivar essa sensação espero que você comece um novo projeto, o
de construir bases duradouras em muitas áreas de sua vida: espiritual,
emocional, familiar, ministerial, financeira e outras. Bases que vão durar para
sempre, que mesmo depois de haver passado pela vida, ainda testemunhem
que você viveu e fez outros viverem a vida que agrada a Deus.
Definitivamente, chegou a hora de parar as construções que duram apenas até
a próxima tempestade.
Tive algumas oportunidades de andar um pouco pelo “velho mundo”,
especialmente na Europa, na África e na Ásia. Vi lugares que tem “muita
história a contar”, construções que tem milênios de existência.
Todas essas construções viveram varias guerras e destruições e
pertenceram a povos de todos os tipos e nesses lugares percebi algo que
quero compartilhar com você. Depois de muitas guerras, muitos milênios,
muita coisa acontecida, sobra muito pouco da estrutura original, mas a base
ainda está lá. Em alguns desses lugares a base é tão forte, tão poderosa, que a
Sendo ministro de Cura Interior desde 1991, foi treinado pelo Ministério
REVER MAPI/SEPAL com certificação em Mestre em Cura Interior.