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Índice

Introdução
INTRODUZINDO A IDEIA DAS BASES
AS QUATRO BASES EMOCIONAIS
IDENTIDADE: A PRIMEIRA BASE
O GRITO DA ÁGUIA
AMOR FUNDAMENTAL: A SEGUNDA BASE
SEGURANÇA BÁSICA: A TERCEIRA BASE
DISCIPLINA: A QUARTA BASE
Conclusão
Sobre o autor

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Introdução

​Bem vindo à bordo! Creio que essa leitura será como uma aventura em
que Deus vai mexer com suas bases e nunca mais você será a mesma pessoa.
​Deus trouxe esse tema ao meu coração quando estava intercedendo pelo
nosso Encontro Nacional de Cura Interior que aconteceria em Jacaraípe, na
cidade de Serra no estado do Espírito Santo. Durante esse tempo de oração,
Deus me fez entender que nós nos preocupamos muito com o acabamento das
nossas construções sem nos preocuparmos tanto com a base sobre a qual elas
estão construídas. O resultado disso é que temos construções tão bonitas e
bem projetadas exteriormente, que temos até medo de mexer nelas. Por isso,
dá tanto trabalho curar nosso interior para nos levar a uma vida espiritual e
emocional, realmente abundantes. Nós nos esforçamos tanto para construir
máscaras para estarmos “bonitos” por fora e nossas máscaras são tão bem
aceitas socialmente, que gostamos delas.
​Mas, de vez em quando, Deus “nos pega na curva”, nos aperta e abre os
nossos olhos. Isso acontece, por exemplo, quando ouvimos sua voz naquele
encontro, culto, retiro, ou mesmo ouvindo um programa de TV, quando
recebemos aquela revelação e o Espírito nos faz perceber que há muita coisa
dentro de nós que precisa ser resolvida. Nessa hora, nosso coração arde de
vontade de consertar, mudar de vida e redirecionar algumas coisas. Mas, não
fazemos nada, nem ao menos começamos e no dia seguinte vamos conviver
com pessoas, viver a nossa vida e lá onde estamos, colocamos a nossa
máscara em ação e esquecemos completamente de como fomos confrontados
no dia anterior e de como Deus falou conosco.
​Enquanto estava orando, o Espírito me disse que essas coisas acontecem
porque já fizemos o acabamento da nossa vida. Nossa construção já tem um
acabamento bonito, bem polido, com uma boa pintura e quando ele mostra

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que nossa base está podre, não temos coragem de mexer. Quem iria querer
mexer num prédio que já está acabado? A maioria de nós prefere fingir que
não tem que fazer nada e deixamos assim mesmo, fingindo e empurrando
com a barriga até que alguma coisa faça o prédio desabar. Somente na hora
em que desaba, e vemos as cascas e a beleza exterior trincar, decidimos que
precisamos fazer algo a respeito, porque não podemos ser sustentados pela
aparência.
​Durante a leitura desse livro Deus jogará luz na base de sua construção e
fará uma radiografia dela. Mas é você quem vai decidir mexer nela ou não e
se optar por não fazê-lo, nem eu, Deus e nem ninguém, poderemos fazer nada
para lhe ajudar.
​Lidero um ministério que dá assessoria às igrejas locais na prestação de
ajuda emocional para o corpo de Jesus na terra. Chamamos esse ministério de
“Ministério de Cura Interior”, e este, na forma como o aplicamos se preocupa
em reconstruir as bases emocionais e espirituais das pessoas que se decidem
por isso.
​A leitura deste livro fará com que entenda sobre essas bases e como Deus
quer que coopere com ele no projeto de fazer de você, a construção que ele
sonhou. Abra o coração, tenha coragem, deixe Deus lhe tomar pela mão e
levá-lo nesta aventura de autoconhecimento e mudança. Boa leitura!

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Capítulo 1

INTRODUZINDO A IDEIA DAS


BASES

“​ Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor entrará no reino dos céus,
mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me
dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E
em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos
muitos milagres? Então lhes direi claramente: nunca vos conheci; apartai-
vos de mim, vós que praticais a iniquidade.”
​“Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática,
será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha.
E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram
com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada
sobre a rocha. Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as
põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua
casa sobre a areia. E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os
ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi a
sua queda. Ao concluir Jesus este discurso, as multidões se maravilhavam
da sua doutrina; porque as ensinava como tendo autoridade, e não como os
escribas.” Mateus 7.21-29
​Quando Jesus acabou de dizer essas coisas, a multidão estava
maravilhada com seu ensino. Quando lemos a primeira parte do versículo 21:
​“Porque vocês me dizem Senhor, Senhor e não fazem o que eu mando?”
Parece até que Jesus estava com raiva de alguma coisa, muito chateado
mesmo e reivindicando poder. Como se ele fosse um daqueles pastores de
cara feia, mandão, chateado porque suas ovelhas não estão fazendo o que
suas regras ditam e que naquele dia, muito magoado, toma o microfone no
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meio do culto e passa o maior “sabão” nelas, de tal forma que algumas até
pensam em sair da igreja. Para alguns, Jesus parece estar num desses dias,
mas, a verdade é que ele não estava. O que não quer dizer que ele não ficava
irado algumas vezes, pois ficava. A diferença é que o que fazia Jesus decidir
ser duro com seus seguidores, não tem nada a ver com o que faz os pastores
de nossos tempos ficarem “irritados”. Mas, de vez em quando, ele dava uma
palavra do tipo: “Vocês não querem ir embora também não?” João 6.66-67
​Contudo preciso esclarecer que não foi isso que aconteceu nesse dia em
questão. Jesus não estava brigando ou irritado, mas estava ensinando um
princípio. Sei disso não pela forma como ele começa o texto, mas como ele
termina: “Não adianta vocês me chamarem de Senhor e não praticarem as
minhas direções para vocês; não adianta vocês me contratarem para ser
“assessor da sua empresa” e não praticarem os conselhos que dou; pois
vocês só irão gastar o seu dinheiro pagando assessoria em vão e sua
empresa vai continuar afundando.”
​Para explicar esse princípio Jesus contou uma pequena estória e nela disse
que dois homens saíram a procurar um terreno para construir suas casas. Um
deles chamava-se “Sr. Tolo” e o outro “Sr. Sábio”. Na estória de Jesus temos
a impressão que estes dois senhores moravam num território perto do mar,
com areia em abundância e muitas rochas. Os dois saíram à procura de um
bom terreno e ambos queriam construir uma boa casa para morar. Cada um
achou um terreno que a seus olhos parecia maravilhoso e ambos estavam
localizados próximos de um rio e também da praia. O visual era lindo.
​O terreno que o Sr. Tolo escolheu para construir sua casa era arenoso; o
Sr. Sábio achou uma grande pedra e decidiu construir a sua ali. Os dois
começaram a trabalhar, sendo que no final de um dia o Sr. Tolo já estava com
sua casa bem adiantada, mas o Sr. Sábio estava terminando de cavar o
primeiro buraco na pedra. Isso aconteceu porque enquanto o Sr. Tolo usava
várias ferramentas diferentes, adiantando muito seu trabalho, o Sr. Sábio
usava uma enorme marreta e uma talhadeira para cavar a pedra.
​Lucas também conta essa estória e ele nos fala de um detalhe que Mateus
omitiu: “... É semelhante ao homem que, edificando uma casa, cavou, abriu
profunda vala, e pôs os alicerces sobre a rocha; e vindo a enchente, bateu
com ímpeto a torrente naquela casa, e não a pôde abalar, porque tinha sido
bem edificada.” Lucas 6.48 O que Lucas acrescenta é que o Sr. Sábio cavou
profundamente na rocha e “abriu profunda vala”!
​A verdade é que cavar na rocha dá muito trabalho! Alguns veteranos que
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estão no ministério de cura emocional há algum tempo podem atestar que dá
muito trabalho cavar a rocha!
​Mas, voltando à nossa estória, o Sr. Sábio segurou firme a marreta e a
talhadeira e começou a cavar a rocha. Enquanto isso, o Sr. Tolo cavou a areia
com a pá e às vezes com a mão mesmo, pois estava muito fácil. A casa dele
ficou pronta em poucas semanas e ele chamou os amigos para comemorar.
Durante a sua festa todos podiam ouvir o barulho das marretadas do Sr. Sábio
batendo na rocha, cavando buracos noite adentro e pela madrugada.
​Mais de um ano depois, o Sr. Sábio estava com sua casa quase pronta e o
Sr. Tolo já estava fazendo a sua primeira reforma. Passaram-se mais alguns
meses e a casa do Sr. Sábio ficou pronta, mas ainda sem todo o acabamento,
pois, por causa do cansaço estava sem muita energia para isso e teve que
adiar um pouco para fazer um acabamento considerável e pintar sua casa
mais tarde.
​Enquanto isso, seu vizinho decorava e mobiliava cada vez mais a sua
linda casa. Algumas pessoas que caminhavam pela praia, passavam por ali e
admirando a casa do Sr. Tolo diziam: “Que casa linda!” Mas, quando
olhavam a casa do Sr. Sábio diziam abertamente: “Esse cara deve ser meio
doido, pois está construindo há tanto tempo e sua casa ainda está muito
feia! Ou talvez não tenha dinheiro!”
​Após muito tempo a casa do Sr. Sábio ficou pronta, com um bom
acabamento, organizada e bonita. Qualquer pessoa que olhasse para as duas
casas diria: “São iguais!”
​Contudo, Jesus nos conta em sua parábola que ali bem perto daquele
terreno havia um rio que desaguava em algum lugar naquela praia. E choveu
muito forte na nascente desse rio e em toda a região, fazendo descer muita
água e com muita força, quebrando tudo pela frente. As águas foram
aumentando cada vez mais e as ondas do mar atingiram vários metros de
altura. Tanto o Sr. Tolo quanto o Sr. Sábio estavam tranquilos em sua casa
quando de repente, a tempestade começou. Jesus nos conta com detalhes as
ações da natureza antes que toda aquela água chegasse com força sobre as
duas casas de nossos personagens:
​“caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e juntos
deram com ímpeto contra a casa.” Mateus 7.25
​Aqueles homens viram a tempestade aumentando com raios, trovões e
ventos fortes que batiam com força em suas casas de tal forma que
precisaram correr rapidamente para procurar o lugar mais seguro dentro de
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casa para se abrigarem.
​Enquanto a tempestade aumentava, o pequeno riacho que desaguava ali
perto de suas casas aumentou rapidamente de volume e logo veio o pior: toda
aquela quantidade de água que veio descendo desde a nascente do rio,
arrastando as ribanceiras que caíram à sua margem, veio num turbilhão. E
aquela gigantesca onda de água e lama passou com muita violência pelas
casas do Sr. Sábio e do Sr. Tolo.
​Aqui, faço uma pausa para destacar duas coisas muito importantes que
percebo em Mateus 7.25:

1 – A tempestade veio sobre as duas casas ao mesmo tempo.

​ texto diz que “caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os


O
ventos e juntos deram com ímpeto contra a casa.” Isso significa que chuva,
enchente e ventos agiram num mesmo momento. Estou chamando sua
atenção para isto porque quero que entenda que nas tempestades da vida é
muito comum ter-se a sensação de que “a desgraça nunca vem sozinha!”
Muitos de nós já experimentamos algumas tempestades com esse senso de
que as coisas vão dando erradas uma atrás da outra como se alguém muito
cruel estivesse “apertando todos os botões contra nós” ou como se “Deus
não fosse com a nossa cara”. Chamo sua atenção para dizer-lhe que isso faz
parte do processo e que não há nada de errado com você, a não ser o fato de
que está no meio da tempestade!

2 – A mesma tempestade caiu sobre as duas casas da mesma forma.

​ o versículo podemos notar que o mesmo rio, a mesma tempestade e o


N
mesmo vento, vêm com a mesma força sobre a casa do Sr. Tolo e também do
Sr. Sábio.
​O que Jesus queria nos fazer entender é que não podemos impedir as
tempestades da vida, elas virão com certeza. Enganamos o nosso coração
dizendo para nós mesmos que elas só caem em cima da casa do Sr Tolo,
contudo, a grande verdade é que se você já está vivo há alguns anos na terra
já percebeu que elas caem sobre a casa dos tolos e dos sábios. Caem sobre a
casa dos ricos, dos pobres, dos doutores e dos analfabetos e todos têm suas
casas atingidas. As tempestades caem sobre a casa de todos. Muitas pessoas
vão dormir bilionárias e acordam pobres no dia seguinte, porque algo
desequilibrou seus investimentos na Bolsa de Valores de Nova York e não
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importa se o tal investidor era um grande homem de Deus ou um ímpio.
Outras pessoas vão dormir com uma aparente boa saúde e no dia seguinte
descobrem que estão cancerosas. Falência, desemprego, câncer, acidentes e
muitas outras coisas que são verdadeiras tormentas, são vistas todos os dias e
nos variados tipos de pessoas. Não existe uma garantia de que elas não vão
lhe pegar pelo fato de ser como o Sr Sábio, contudo, você certamente se sairá
bem melhor de qualquer tempestade se sua casa estiver alicerçada na rocha.
​Voltando à parábola, quando a tempestade passou e o sol reapareceu,
olharam a cena de novo e não havia mais duas casas, apenas uma. Somente a
casa do Sr Sábio ficou de pé e olhando minuciosamente, veremos que ela está
com telhado solto, algumas janelas com vidros quebrados, portas com a
pintura bem arranhada, mas a casa dele ainda está lá.
​Investigando os destroços com um pouco mais de dedicação, pude
deduzir que durante a tempestade a enxurrada conseguiu afofar a areia por
baixo da casa do Sr Tolo e arrancá-la da terra como se arranca uma planta
com suas raízes. Os sinais deixados me fizeram chegar à conclusão de que a
casa foi arrastada por alguns quilômetros para o meio do mar, enquanto era
completamente arrasada com o seu dono dentro dela.
​Jesus nos contou essa estória para nos dizer que o diferencial entre os dois
personagens não deve ser procurado no tipo de tempestade que os assolou,
mas no tipo de casa que eles construíram. Ele quer chamar nossa atenção
para que façamos minuciosa revisão em nossa construção, especialmente em
nossas bases, para que não sejamos pegos de surpresa. E dependendo da
reação emocional que demonstrarmos na hora da tormenta, nós mesmos
seremos a principal ferramenta que o inferno vai usar para destruir nossa
casa. Se suas bases estão bem firmadas a sua maior preocupação não será
proteger a pintura com a qual gastou tanto, mas será em aquietar o coração e
deixar a tempestade passar, porque quando passar, e vai passar, o que você
construiu estará lá do mesmo jeito, porque estará bem firmado e cuidado pelo
Deus que você confia.
​Jesus está nos dizendo que nossas bases são mais importantes do que o
acabamento e a fachada. E quem já fez uma reforma sabe que quando tem
que se trabalhar na base, a pintura trinca e fica feio de se ver por fora. Por
isso, tantas pessoas desistem de um programa sério de cura interior, pois
quando começam a mexer na base e suas máscaras começam a cair elas
dizem: “É melhor deixar a coisa disfarçada mesmo, estava tudo indo tão bem
antes. Não quero mexer tão profundamente, não quero ficar de marreta e
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talhadeira na mão por muito tempo.” Alguns apressadinhos até querem usar
britadeiras e outros instrumentos mais velozes, entretanto, Jesus ainda parece
ser do tempo da talhadeira e da marreta; esse frenesi moderno não combina
muito com ele. Reconstruir bases dá trabalho.
​Jesus está dizendo que se sua maior preocupação for o que mostrar para
as pessoas ou “como manter a fachada”, mais cedo ou mais tarde, suas
máscaras cairão e isso provavelmente acontecerá no momento em que a
tempestade chegar. Mas, preciso esclarecer algo sobre as máscaras: todo
mundo usa máscara, inclusive o Sr Sábio! Quem não gosta de uma casa
bonita e apresentável? Essa nossa necessidade de mostrar uma casa bonita
para o mundo ver é máscara! A questão é: sobre qual fundamento você
construiu a fachada de sua construção? Ou a que custo você está mantendo
tais aparências? Se as bases estão bem resolvidas e você começa a construir
uma imagem, uma marca, alguma coisa para mostrar para o mundo, está tudo
bem. Como a base está firme, sua aparência não é apenas uma fraude, é
legítima. Mesmo que Satanás consiga atacar dando uma arranhadinha aqui,
uma quebradinha ali, quando as bases estão firmes dá para seguir em frente
confiando em Deus. Mas quando elas estão podres, qualquer ataque por
menor que seja, faz tudo começar a ruir. Você logo se arrepende ficando com
aquela vontade de sumir e ir para um lugar onde ninguém lhe conheça para
começar tudo de novo e onde certamente fará mais construções sem base.
​Veja o que Jesus diz, antes de contar a estória: “Nem todo aquele que me
diz Senhor, Senhor, vai entrar no reino dos céus, mas apenas aqueles que
fazem a vontade do meu Pai que está no céu. Muitos me dirão naquele dia:
Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome, em teu nome não
expulsamos demônios e em teu nome não realizamos muitos milagres?
Então lhes direi claramente: nunca vos conheci, afastai-vos de mim...”
​Muitos dirão:
“Senhor, em teu nome profetizamos!” (máscaras!);
“em teu nome expulsamos demônios!” (máscaras!);
“em teu nome fizemos muitos milagres!” (máscaras!).
​Será que podemos expulsar demônios por fingimento? Não podemos.
Essas pessoas que estavam “morando na casa do Sr. Tolo”, e lá, expulsaram
demônios, profetizaram e curaram enfermos, eram pessoas cheias de Deus,
como eu e você. Parece estranho, mas eram. Elas não profetizaram de
mentira, não expulsaram demônios de mentira e curaram enfermos de
verdade. Mas Jesus disse: “Eu não lhes conheço, porque vocês praticam a
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iniquidade.”
​Observem que os verbos que definem profetizar, expulsar e curar, são
verbos que estão conjugados no passado. Essas pessoas um dia foram
verdadeiras da raiz para cima, mas a raiz estava podre. Um dia essas pessoas
profetizaram e curaram mesmo; elas brilharam e fizeram o que era preciso, e
todos viam isso. Tinham boa aparência social e espiritual, era tudo muito
bonito de se ver. Mas, Jesus está falando que as bases não estavam boas. Um
dia a tempestade chegou e eles caíram e nesse dia Jesus disse para eles “eu
não lhes conheço”, no presente, porque você pratica iniquidade no presente.
David Kornfield costuma dizer sempre que “não importa como você começa
uma corrida, mas como você a termina”. (Joy Dawson em Imensurável
amor).
​Bases sólidas e fincadas no terreno certo garantem que você vai terminar
a corrida do jeito que é para terminar mesmo que não tenha iniciado do jeito
que era para começar. O Sr. Sábio prefere começar mal, a acabar mal e não
tem pressa, preferindo estar lá com uma marreta e a talhadeira batendo na
rocha, enquanto já estão festejando a inauguração da casa do Sr. Tolo. O Sr.
Sábio sabe que não se coloca bases rapidamente, que esse processo é
demorado e dá muito trabalho.
​O princípio que Jesus está ensinando aqui se encaixa em tudo: quando
você vai construir uma família, um ministério, uma profissão e o que quer
que decida construir. Mas, o que eu espero é que durante a leitura desse livro,
você possa estar decidindo se reconstruir. Enquanto pessoa adulta, você tem
uma base e vamos descobrir do que ela é feita e em que tipo de terreno ela
está firmada. Talvez Deus esteja fazendo você pensar na sua empresa, em seu
ministério ou no seu casamento. Está com pressa de fazer uma empresa
bonita? Está apressado em fazer um ministério bonito? Tem pressa de
consertar o seu casamento, como o Sr Tolo fez com sua casa?
​Sabe como o Sr. Tolo conserta o seu casamento? Tranca a mulher dentro
do quarto, segura a chave, cruza os braços e diz: “Precisamos ter uma
conversa séria! Agora somos crentes e você sabe que crentes tem que ter
boa aparência na igreja, e também que o pastor está de olho em nós para o
próximo ministério, então vamos ser um casal que se preza na igreja.
Certo?” Nessas circunstâncias até eu, se fosse ela, diria: “Certo querido,
certo!” Agora ele já resolveu tudo e já tem um casamento maravilhoso. É só
destrancar a porta do quarto e eles saem sorrindo, mas, infelizes.
​Não é assim que faz o Sr. Sábio. Ele se senta e conversa exatamente
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como as mulheres gostam: “discutindo a relação” calmamente em cada ponto
em que não está bem firmada.
​Quando você vai construir um ministério fica chateado, porque enquanto
está com a marreta e a talhadeira, cavando fundo para construí-lo, dando
duro, o Sr. Tolo já está com seu ministério pronto e sendo divulgado em todo
o mundo. E por ficar irritado com isso, prefere construir um ministério mais
rápido, mas ele só vai durar até a próxima tempestade, porque tudo que você
construir sobre a areia, só vai durar até a próxima tormenta.
​Quando Jesus diz, “Porque me chamais: ‘Senhor, Senhor’ e não fazeis
o que eu mando?”, Jesus está dizendo que você pode construir uma vida
espiritual “para inglês ver”; pode ficar louco por Jesus e ser apaixonado por
ele, pode fazer uma adoração extravagante e pode até ir diante do trono! (tudo
isso virou estilo, marca). Pode levar um estilo de vida espiritual que dá para
as pessoas verem e admirarem, mas lembre-se, que só esse estilo admirável
de se ver não vai conseguir sustentar seu ministério na hora em que a
tempestade chegar.
​Lembro-me de quando fui ao meu primeiro seminário de missões em São
Paulo. Num desses momentos de fazer oração em duplas, fui orar com uma
moça. Então, disse para ela como eu estava empolgado, porque aquele
seminário estava me incendiando e eu estava me convencendo de que talvez
eu devesse ir para a África evangelizar os muçulmanos. Eu era um
adolescente nessa época. E enquanto eu falava para ela da minha sede
missionária e, de como aquelas ministrações estavam mexendo comigo, ela
me disse: “Não se preocupe, isso passa. Já é a minha quinta conferência
missionária e todas as vezes que venho, saio daqui pensando que agora eu
vou. Mas depois passa.” Jesus está falando disso, de empolgações
passageiras, de gestos que viram estilo, de frases que viram marcas, de
padrões de religiosidade dos quais nós nos revestimos e que mostramos para
as pessoas, mas que não têm base. E como sabemos que não têm? Porque na
próxima tempestade, afundamos com elas.
​Jesus está falando das suas convicções, crença, de suas ações e sua vida
com Deus. E está dizendo: “Não adianta construir um prédio, pintá-lo com
um lindo acabamento para mostrar a todos, se ele não tem base” e as bases
não se constroem rápido e com sensações. Não são construídas com
empolgação, aderindo um estilo de adoração extravagante ou se dizendo
louco por Jesus. Antes, tudo isso, deve ser consequência de um ministério
sólido. As bases são construídas com muita disciplina e muita dor, suor,
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lágrimas, com calos nas mãos e aquele barulho irritante da marreta e da
talhadeira no ouvido. Mas, se você diz: “Eu não quero isso para mim”,
então, espere a próxima tempestade e quando ela chegar você irá querer ter
me ouvido. Porque só então vai descobrir que não valeu a pena ter construído
apenas uma fachada. Não valeu a pena ter fugido da dor, da vergonha, da
exposição; de não deixar as pessoas descobrirem que você não é tão bonito
assim, que tem coisa podre aí dentro. Descobrirá que não valeu a pena na
próxima tempestade.
​Paulo diz em sua primeira carta para os crentes de Corinto, no capítulo 3
versículos 10 a 15, que se fizer uma construção ruim em cima do fundamento
certo, mesmo que a sua construção caia, se sobrar seu fundamento, você está
bem. Mas, não importa o quanto constrói de maravilhoso em cima de bases
podres, porque vai você e sua construção para o inferno. Paulo está dizendo
que é melhor ter uma fundação sem ter construído nada em cima, do que
fazer grandes construções e não ter uma boa fundação.
​O profeta Zacarias disse para Zorobabel uma palavra interessante:
“Aquele que despreza o dia dos pequenos começos vai se arrepender depois
quando perceber que o dia dos pequenos começos ainda está presente no
dia das grandes realizações.” Zacarias 4.10
Ele disse isso, falando da construção do templo de Jerusalém, mas me
deixe explicar esse princípio: As coisas que começam pequenas estão
formatando o “DNA” da construção. Quando esta estiver pronta e for grande,
o que vai mostrar será aquilo que estava presente no pequeno começo, só que
multiplicado. Este é um princípio espiritual.
​Quando estudamos uma célula ovo e comparamos essa célula invisível
com o ser adulto, percebemos que este, é aquela célula ovo multiplicada por
bilhões. Todas as deficiências presentes na célula ovo vão estar presentes no
indivíduo adulto. Quando nós estamos muito preocupados em construir
alguma coisa grande para mostrar, esquecemos de pensar que esse humilde
começo vai se multiplicar, e quando estiver grande, vai manifestar todos os
problemas que nos recusamos a resolver no início. Então, temos uma célula
ovo, pequenina e estamos com tanta pressa de fazê-la crescer que não nos
preocupamos em estabelecer suas bases e tirar dela aquele cromossomo ruim
que irá reproduzir depois. Não fazemos isso, porque não queremos ter
trabalho e gastar tempo de mexer com coisas pequeninas que dão trabalho e
atrasam o processo. Investimos alto em fazer o negócio crescer rápido e
multiplicar por milhões de vezes. Mas vamos descobrir, quando passar o dia
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dos pequenos começos, que o cromossomo ruim que nos recusamos a
enxergar ainda estará lá quando o negócio ou ministério estiver grande, só
que agora um milhão de vezes multiplicado. Mexer nisso vai dar muito
trabalho. Um exemplo: um casal tem um lindo bebê, mas descobre que ele se
ira com facilidade e bate na cara da mãe. Mas não acham que isso é um
problema, porque ele é só uma criança. Enquanto é um bebê de seis meses,
um ano ou dois, ele bate e a mãe ri, achando bonitinho. Então, quando
completa dezoito anos e bate de novo na mãe, ela cai no chão e chora.
Você poderá dizer: “Mas as minhas bases já estão prontas, não sou mais
um bebê, e agora?” Deus quer colocar um “macaco hidráulico” na sua
construção, levantá-la e trabalhar duro na fundação que não foi trabalhada
quando deveria. Mas há duas más notícias com relação a isso:
1 –​A base ainda tem que ser trabalhada por você e ainda vai dar
trabalho. O fato de Deus se envolver na história, não quer dizer que não vai
dar duro.
2 –​Quando você levanta o prédio com macaco hidráulico, surgem
algumas “trincas” e todo mundo vai ver; todo mundo. Então, se não quer
que as pessoas vejam as trincas, não vai poder reformar as bases.

​Mas tenho também as boas notícias:


​Jesus não deixa você do começo ao fim da obra e todas as ferramentas
que precisar ele vai colocar a sua disposição; e se elas não existirem, ele as
cria, ele as chama à existência.

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Capítulo 2

AS QUATRO BASES EMOCIONAIS

​ uero ajudá-lo a entender que há quatro bases em cima das quais a nossa
Q
existência emocional está firmada.
​A primeira base é a Identidade: a noção de quem você é. Normalmente
confundimos identidade com papéis. Mas, identidade é aquilo que somos
independentemente do papel que estamos ocupando. Então, nossa identidade
é a noção que temos de nós mesmos e quando ela está bem resolvida,
encaramos a vida de frente.
​A segunda base é o Amor Fundamental: a certeza absoluta que a pessoa
tem de que seu pai é apaixonado por ela mesmo sem ele ter nenhuma razão
para isso. Ela acredita que ele a ama mesmo sem ter feito nada para ser
amada e sabe que se ela virar o mundo de cabeça para baixo ou se tornar a
pessoa mais odiosa do planeta, pelo menos seu pai continuará a ser
apaixonado por ela. Isso é ter amor fundamental. Por causa dessa certeza,
pode lidar com os relacionamentos e os seus desafios sem grandes traumas,
porque dentro dela, tem uma percepção de amor.
​A terceira base é a Segurança Básica: está ligada à sensação de que eu
estou seguro não em mim mesmo, mas em alguém superior para suprir todas
as minhas necessidades e me proteger de todo mal. Segurança básica é aquela
sensação que a criança tem diante de todos os perigos da casa. Ela sabe que
não tem que se preocupar em se proteger ou se suprir, porque papai está por
aí. É o sentimento que uma criança tem quando caminha destemidamente na
direção da tomada para enfiar o dedinho, porque sabe que se houver perigo,
papai vai protegê-la. “Se o papai me deixar enfiar o dedo, então é seguro”.
Ela não tem que se preocupar se isso é seguro ou não, se vai ter comida ou
não, porque o papai cuida dela, e por isso se sente segura. Quando essa base
está bem firmada, nós lidamos com os desafios e os problemas debaixo de
uma sensação de que vai dar tudo certo. Porque lá dentro de nós, em algum
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canto do nosso DNA emocional tem alguma coisa dizendo: “Vai dar tudo
certo.”
​A quarta base é a Disciplina: é a capacidade de se perseguir ideais sem
desistir, de romper os próprios limites sem desrespeitá-los. Uma pessoa que
teve uma boa disciplina sabe segurar firme na hora das pressões, seguir em
frente e ganhar a corrida, porque ele foi disciplinado pelo seu pai.
​Essas bases, todos nós temos, elas estão aí, mas algumas delas estão
podres. E quando crescemos, tivemos que fincá-las em algum lugar e a
maioria de nós as fincou na areia. Sobrevivemos, levamos nossa vida,
crescendo e amadurecendo. Se você é um adulto, significa que criou suas
próprias respostas para os questionamentos que o vazio dessas bases criou.
Ninguém chegou à idade adulta com essas perguntas por responder. Significa
que pegou as suas bases ocas e as fincou em algum lugar. Vamos descobrir
onde foi que as fincou, vamos arrancá-las de lá e fincá-las na rocha.
​Deus tem solução para você cuja identidade é podre: ele vai lhe chamar
por um novo nome.
​Se o único tipo de amor que conhece for um amor comprado, que só
acontece quando conquista ou paga: Deus vai lhe mostrar o amor daquele que
dá a própria vida por você.
Se você é inseguro porque não consegue confiar em mais ninguém a
não ser em si mesmo; se está o tempo todo desconfiado da vida e do mundo,
o tempo todo acreditando que tudo sempre vai dar errado para você, mesmo
quando dá certo para todo mundo: Deus vai fincar a sua segurança básica
nele e vai lhe mostrar que ele é um Pai que o carrega no colo e que lhe faz
sentir seguro mesmo no meio da tempestade.
Se não tem disciplina, não consegue persistir e sempre desiste; se todas as
vezes que olha para a cara da dor começa a chorar e foge porque não é capaz
de enfrentá-la e ficar firme até a corrida acabar; se está sempre começando e
parando, começando e parando, porque a sua capacidade de se disciplinar e
de estar firme não funciona: Deus também é Pai para disciplinar. A promessa
dele é pegar na sua mão como um pai pega na mão do filho e de criar
situações que lhe obriguem a vencer os seus limites. Não sozinho, porque ele
vai estar com você.
​Mas, remontar um sistema que seja capaz de estar firme no meio da
tempestade, dá trabalho. Deus está lhe convidando a admitir que sua casa está
construída sobre a areia e a aceitar pegar a talhadeira e a marreta e começar a
trabalhar.
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​ uando Jesus diz: “Porque dizeis: ‘Senhor, Senhor’ e não fazeis o que
Q
eu vos mando” ele não está brigando com você. Ele está tentando lhe dizer:
“Filho, filha, ficar ‘louco por Jesus’ não vai lhe adiantar de nada. Fazer
‘adoração extravagante’ também não vai adiantar. Expulsar demônios e
curar os enfermos também não, porque quando a tempestade chegar, você
vai se perguntar se aquele demônio que expulsou era demônio mesmo,
porque vai duvidar.” Vai se perguntar se aquele paralítico por quem orou e
foi curado tinha algum problema psicológico ou foi induzido a se levantar.
Vai duvidar se aquele dia em que profetizou no nome do Senhor era Deus
mesmo falando ou era coisa da sua cabeça; pois no dia da tempestade, vai se
lembrar dos tempos em que era louco por Jesus e se perguntar onde ficou
aquela loucura toda. E nesse dia vai descobrir que todas as máscaras que
mostrou para o mundo não lhe servirão mais.
​O que Jesus está lhe dizendo é que não adianta investir em máscaras
passageiras e em emoções. Certa vez ouvi um pastor pregar e dizer que estava
andando de congresso em congresso porque sentia que precisava ouvir
alguma coisa que lhe acendesse o coração. Não adianta acender o coração
com emoção porque depois ele apaga de novo, pois na hora que a tempestade
vem, não tem coração que permaneça aceso. Ou você tem a base fincada na
rocha mesmo, ou afunda.
​Deus está lhe convidando para um novo estilo de vida. O Programa de
Cura Interior tem o objetivo de ajudá-lo a reconstruir suas bases para chegar a
um nível em que, haja o que houver você esteja firme. Essa é a lógica da
vida: se a tempestade não lhe pegou ainda vai pegar. Não tem jeito, todos
passam por isso. O que fará diferença é: como estarão as suas bases.
​Temos uma tendência natural de nos preocuparmos com a fachada
esquecendo as bases. Gastamos tanto tempo e tanta energia montando as
máscaras, que, no dia em que descobrimos que nossas bases estão podres, não
temos coragem de mexer porque temos que colocar em risco todo o sistema
de aparências que já construímos. Contudo, um dia a tempestade virá, e isso é
certo: ela virá. E se não decidirmos mexer antes da sua chegada, quando ela
chegar teremos uma boa oportunidade para isso, porque vai cair tudo. O
grande problema é que estamos tão viciados em aparências, que mesmo após
a tormenta corremos para montar uma nova fachada e mais uma vez
esquecemos as bases.
​É preciso arrepender-se diante de Deus por gastar tanto tempo, energia e
recursos construindo aparência espiritual, emocional, social, profissional,
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financeira, só aparência, mas sem base. Talvez já tenha até pessoas lhe
admirando pelo que já mostrou para o mundo, mas espere até a próxima
tempestade. Arrependa-se diante de Deus por tanto tempo perdido e tanto
dinheiro gasto com máscaras. Você sabe que não é tudo aquilo que as pessoas
estão vendo e apesar de alguns lhe admirarem, quando as coisas apertarem
vai ficar só, e na próxima tempestade não terá mais nada para mostrar.
​Ore assim: “Senhor, eu me arrependo e admito gastei muito mais
energia construindo as aparências do que as minhas bases. Perdoa-me,
Senhor, porque tenho permitido que o meu coração seja envenenado por
um evangelho “marqueteiro” formatado apenas por imagens e tenho
deixado de focar nas bases. Peço perdão por ter valorizado este tipo de
evangelho que afasta as pessoas do Senhor. Perdoa-me, por não ter
entendido que o Senhor está muito mais interessado nas coisas que escondo
do que naquelas que faço tanta questão de mostrar para o mundo. Quero
mexer nas minhas bases, mas não sei como fazer isso, então admito a
minha impotência e incapacidade. Admito que não tenho o controle sobre a
minha vida e já não sei o que fazer, mas chamo ao Senhor, para que
interfira e me mostre o caminho. Estou disposto a pegar a marreta e a
talhadeira e cavar profundamente para que as minhas bases sejam
enterradas na rocha. Em nome de Jesus, amém!”

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Capítulo 3

IDENTIDADE: A PRIMEIRA BASE

​ esse capítulo quero trabalhar em uma de nossas bases, a Identidade.


N
Emocionalmente falando, identidade é a noção de quem somos. É normal
estarmos muito mais cônscios dos nossos papeis, mas nossa identidade não é
o que fazemos e sim aquilo que somos no nosso âmago, independentemente
do papel que estejamos desempenhando. Por exemplo, quando estou com os
meus filhos sou pai; quando estou com a minha esposa, sou marido; com
minhas ovelhas sou pastor e para outros sou “paistor”. Para alguns sou
palestrante, para outros, sou escritor; e ainda tem aqueles para quem sou um
amigo. Nós temos papeis diferentes na vida das pessoas, mas nossa
identidade não tem a ver com eles. O perigo de misturar nossa identidade
com o que fazemos é que nos viciamos em determinado papel e passamos a
valorizá-lo mais do que é necessário, porque ele acaba sendo a nossa fonte de
identidade.

​ ou trabalhar com quatro áreas que estabelecem a grande parte da nossa


V
identidade. Quatro áreas onde ela está estabelecida. Poderíamos facilmente
achar outras, mas quero pensar apenas nelas.

​ uero chamar a primeira de Identidade Moral. A segunda área que quero


Q
nomear é a sua Identidade Sexual. A terceira é a Identidade Financeira. Em
verdade, quando falo da identidade financeira não estou falando propriamente
em dinheiro, mas da forma como você lida com poder. Mas vou chamá-la
assim, para que tenha um melhor entendimento do que estou lhe
transmitindo. A quarta é a sua Identidade espiritual.

​Estou nomeando estas quatro áreas, porque através delas você vai se
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definir sem se misturar com seus papeis.

1 – Identidade Moral

​ a noção que você tem de si mesmo, de ser uma pessoa boa ou má. Essa
É
percepção geralmente está no nível inconsciente. Então, se você decide que é
bom, quando for pai, marido, pastor, conselheiro ou qualquer outro papel que
estiver exercendo, agirá como uma pessoa boa, porque se vê assim. Mas, se
você se define como uma pessoa má vai desenvolver suas atitudes e reações
baseadas nesse entendimento, não importa qual seja o seu papel.

2– Identidade Sexual

​ la fala da sua percepção de ser masculino ou feminino. E isso parece


E
simples, mas não é. Há muitas pessoas confusas com relação à sua identidade
sexual. Há muitas mulheres que embora tenham nascido com aparência e
órgãos femininos, não se sentem femininas. Para estas não é tão natural
assim. A feminilidade delas foi bloqueada e sua identidade sexual não está
resolvida. Há tantos, que embora sejam homens, não se sentem masculinos.
Sua identidade sexual está meio afeminada, mas ele também não se sente
exatamente uma mulher, sua identidade sexual está confusa.

3 – Identidade Financeira

​ a sua noção de ser pobre ou rico. E isso não tem a ver com ter dinheiro
É
ou não, com ter posição social ou não, mas está ligado a sentir-se pobre ou
sentir-se rico. Muitas pessoas têm dinheiro, mas sentem-se pobres e muitas
não tem dinheiro nenhum e se sentem ricas.

4 – Identidade Espiritual

​ a percepção emocional de ser luz ou trevas, sua propensão em buscar


É
mais a luz ou as trevas. Essa percepção e tendência estão ligadas ao que se
acredita sobre si mesmo e não à realidade estabelecida. Quando o que crê está
errado, fica estabelecida uma identidade errada. Todo ser humano tem origem
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em Deus através de Adão e, portanto, é luz, mas quando duvida disso e se
afasta daquele que é a fonte de toda a luz do universo, compromete-se com as
trevas a ponto de viver como trevas até que a maior parte de sua essência seja
influenciada por elas. É da certeza de que foi formado à partir de Deus que
vem a convicção emocional de que você é filho de Deus. E sendo filho, tem
todos os privilégios e características de ser filho. A partir do momento em
que aceitou a Jesus como seu salvador você se tornou filho de Deus e em seu
espírito tem o DNA de seu Pai. Mas, se esta identidade está mal resolvida a
pessoa terá dificuldade de se sentir filho de Deus, mesmo sendo.

​ que demonstra que sua identidade está bem definida é que não importa
O
o estado que esteja atravessando, sabe quem é e está bem resolvido quanto a
isso. Por exemplo, uma pessoa cuja identidade sexual está bem estabelecida,
mesmo que esteja fazendo coisas inerentes ao outro sexo, não vê problemas
porque isso é só um estado, uma circunstância. Um homem bem resolvido na
sua identidade sexual pode fazer coisas de mulher que ele ainda se sente
homem. Uma pessoa cuja identidade financeira é de uma pessoa rica, quando
passa por situações de aperto, não tendo dinheiro até para comprar comida,
ainda assim sente-se próspero, porque para ele essa dificuldade é temporária.
Alguém cuja identidade é de uma pessoa boa, não importa que esteja
envolvido em alguma falcatrua ou em uma situação em que esteja fazendo
mal para alguém num determinado momento, pois sabe que não é assim. Por
outro lado, a pessoa cuja identidade moral é de uma pessoa má, quando faz
coisas boas, o sentimento dela é de que essa coisa boa é só um meio para
passar a perna em alguém. Alguém cuja identidade espiritual está bem
sedimentada em sua mente sabe que é luz, filho de Deus e nada ou ninguém
irá roubar dele essa certeza, mesmo quando sua alma levá-lo a pecar.

Como nossa Identidade é estabelecida em nós

​ stou me lembrando de uma mãe que veio falar comigo. Ela estava muito
E
preocupada e ansiosa, pois tinha levado seu filho de cinco anos ao psicólogo
porque percebeu nele tendências homossexuais e não sabia o que fazer.
Contou que depois que o profissional conversou com o menino por algum
tempo, chamou-lhe dizendo que seu filho tinha um gene diferente. Disse-lhe
que na sua genética ele era homem, mas que tinha alma de mulher. Explicou
a ela que não havia jeito nem cura e que não era uma doença, que ele só havia
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nascido diferente. Este psicólogo a orientou a ajudá-lo a “se aceitar” desde
cedo, porque quando ele estivesse na adolescência e os impulsos sexuais
viessem à tona, não iria se sentir pior que os outros. Depois dessa conversa
“científica” a mãe ficou ainda mais desesperada, porque saiu do consultório
achando que teria de aceitar que seu filho era homossexual.

​ oi então, que resolveu levá-lo até mim para que eu orasse e ele fosse
F
liberto. Perguntei-lhe como ela havia notado que seu filho tinha tendências
homossexuais. Então, ela me contou que já vinha notando que ele andava
vestindo suas calcinhas, saias e vestidos. Mas o que a deixou pior e a fez
levá-lo a um profissional foi a cena que presenciou em seu pequeno
apartamento. Ela estava sentada no sofá, enquanto o menino estava brincando
atrás dele com um amiguinho. De repente a atenção dela foi chamada porque
a conversa deles começou a esquentar. O coleguinha o chamou para ir lá fora
brincar de bola, mas seu filho disse que não queria. Também o chamou para
brincar de “pique”, mas ele também não quis. Ele insistiu que queria brincar
de alguma outra coisa, então o filho dela disse que preferia ficar ali mesmo e
sugeriu que brincassem que ele era uma linda gatinha, que o coleguinha era
um gato e que estavam apaixonados. A mãe ficou desesperada, levantou-se
irritada, brigou com os meninos, mandou o amiguinho dele para casa e
trancou o filho no quarto. Ao ouvir essa história, percebi que a identidade
sexual daquele menino estava confusa e que precisava procurar respostas no
relacionamento que ele tinha com seu pai, então perguntei por ele.

​ la me contou que o pai dele morava em outra cidade e que vinha em sua
E
casa quinzenalmente, não para vê-lo, mas para estar com ela. Disse que o pai
dele não brincava com o menino e às vezes trazia um presente. Pai e filho não
passavam tempo juntos, pois ele vinha a cada quinze dias num sábado,
dormia lá e no outro dia voltava para casa após o almoço. Ele tinha outra
família. Perguntei sobre seu relacionamento com esse homem e ela contou
que brigavam muito por causa dessa falta de atenção e quando ele chegava só
queria sexo, por isso ela estava sempre irritada e estressada. Ela precisava
trabalhar e cuidar de seu filho sozinha, logo, quando ele chegava, não tinha
muita energia. Disse que ele não gostava de conversar e que brigavam muito
na frente do menino, inclusive que a violentava algumas vezes. Seu
apartamento era muito pequeno e a divisória entre o quarto e a sala onde o
menino ficava enquanto tudo isso acontecia, era de PVC. Percebi que o

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menino ouvia tudo que acontecia no quarto. Ela me disse que certa vez esse
homem estava começando uma das “sessões” de abuso sexual e ela começou
a gritar, a brigar e a se espancar na cama. Então, o menino entrou no quarto
gritando e chorando, socando o pai, dizendo: “Larga minha mãe, larga
minha mãe, seu nojento.” E os dois estavam nus no quarto.

​ erguntei-lhe se quando estava muito chateada com o pai do menino,


P
desabafava com alguém. Ela contou que desabafava com suas irmãs e que o
menino estava sempre por perto, mas achava que ele não as ouvia.

​ reciso parar para dizer-lhe que isso é um engano: as crianças sempre


P
estão ligadas em tudo ao seu redor. Você pensa que elas não estão escutando,
mas elas escutam e registram tudo e estes registros serão usados para
construir a própria identidade.

​ la contou que passava tempo conversando com as irmãs que eram


E
muitas, frequentavam sua casa e se relacionavam com o menino dando-lhe
presentes, brincando com ele e demonstrando-lhe muito amor. Soube que não
havia nenhum homem além do pai do menino que frequentava sua casa.

​ esse momento meu diagnóstico estava pronto. Perguntei-lhe: “Se você


N
fosse um menino de cinco anos que só conhecesse e se relacionasse com
um único homem que chamasse de pai, sendo ele um crápula nojento e
desprezível; se tivesse um bando de mulheres boazinhas que lhe dessem
presentes, brincassem com você, lhe dessem amor e o respeitassem, e que
ainda falassem mal dele; você ia querer ser um homem?” Ela disse: “Não!”
Acrescentei: “Nem eu. Acho que iria vestir calcinha rosa e dar um jeito de
arranjar um sutiã para vestir e fingir que tenho seios!”

​ que aconteceu na cabeça e nas emoções daquela criança, é que a


O
identidade sexual dela foi confundida porque ela rejeitou a própria identidade
e decidiu que não queria ser homem. Para esse menino era um desespero ir ao
banheiro e descobrir que tinha um órgão igual ao daquele homem nojento.
Por isso, ele não quis ser como ele, mas diferente, e sua identidade sexual
começa a ficar confusa.

​ conselhei que a mãe cortasse o relacionamento com aquele homem e


A
mudasse de apartamento, porque o ambiente já estava viciado para aquele
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garotinho. Também orientei que ela colocasse algum homem que prestasse na
vida daquele menino. Então ela mudou, rompeu com aquele homem e
apresentou o filho a um tio, um homem honrado, crente, que não tinha filhos.
Eles começaram a sair todo sábado para jogar bola e passear, e aquele tio
acabou adotando o menino emocionalmente. Dois anos depois, eu mesmo
estive com ele e percebi que os traços de feminilidade muito acentuados já
tinham diminuído muito e a mãe disse que ele havia mudado completamente.
Aquele menino achou o caminho de volta, porque a identidade dele não
estava formada ainda e nós mudamos algumas circunstâncias ao seu redor,
para que suas bases de identidade sexual pudessem ser reconstruídas.

​ companhei o caso de uma moça com caso sério de homossexualidade


A
feminina. Quando acompanhei seu caso descobri que sua mãe fora abusada
sexualmente pelo pai, e este também abusou de sua tia. Esta, engravidou do
próprio pai, que a fez abortar alguns bebês. No último aborto, o nível de
culpa e de confusão da sua tia era tão alto, que ela ficou louca e suicidou-se.
Abuso sexual e aborto são duas pressões muito grandes para o sistema
emocional. Sua mãe que não tinha engravidado, mas que também tinha sido
vítima de abuso aproveitou essa situação para sair de casa e se casou, porque
viu que essa era uma solução para sobreviver. Desse casamento teve uma
menina, essa que acompanhei.

​ uando ela nasceu sua mãe disse para alguém que estava perto:
Q
“Coitadinha! Nasceu mais uma sofredora no planeta”. Ela estava torcendo
para ser um menino, porque em sua forma de pensar os meninos não podiam
ser abusados e nem atacados. Essa menina nasceu num lar debaixo de um
estigma de que as mulheres nascem para serem abusadas porque a mãe dela
acreditava nisso. Quando nasceu encontrou uma mãe neurótica, que morria
de medo dela ser abusada e, por isso, recebia um choque, todas as vezes que a
mãe chegava em qualquer ambiente e a encontrava no colo do pai. Ao ver a
cena, do pai com uma garotinha no colo fazendo carinho, resgatava todo seu
trauma e dor e despejava tudo isso em cima da menina. Muitas vezes ela a
arrancava com violência do colo do pai. Por isso, filha e pai não podiam se
relacionar e nem serem amigos; não podiam se tocar ou se abraçar, pois para
aquela mãe, isso não podia acontecer. A menina cresceu sendo afastada dele,
sendo amedrontada pelas histórias que ouvia e desenvolvendo um senso de
nojo dos homens, da sua sensualidade e da própria feminilidade. Ela rejeitava

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ser feminina e desenvolveu características másculas e uma tendência de não
tocar em homens. Dessa forma, foi fácil ela se envolver com lesbianismo na
adolescência.

​ la rejeitou sua identidade sexual porque o ambiente onde foi treinada fez
E
com que olhasse para sua feminilidade e sensualidade como uma ameaça.
Não podia ir para o lado masculino, porque não era um homem, mas também
não podia ficar do lado feminino porque não queria ser abusada. Então, ela
simplesmente criou uma identidade alternativa.

​ stou lhe dando esses exemplos para ajudá-lo a entender como a nossa
E
identidade é formada, mas as possibilidades, as razões para que essa confusão
de identidade se estabeleça são muitas. Da mesma forma como a nossa
identidade sexual é estabelecida, é também a nossa identidade moral,
financeira, que é o nosso código de relação com o poder. Uma criança que
vive num lar onde a mentalidade e a forma de lidar com o dinheiro e poder é
doentia, desenvolve a ideia de: “Eu sou pobre”. Você pode lhe dar muito
dinheiro e ela continua se sentindo pobre, porque sua identidade é essa. Toda
vez que lida com dinheiro, que gasta ou deixa de gastar ou negocia com
pessoas, a mentalidade dela vai sempre partir do princípio de pobreza, não de
riqueza. Em contrapartida, se esse mesmo filho, foi treinado por seus pais
para lidar com dinheiro com tranquilidade, livre de pressões, sem dar muita
importância a ele, mas valorizando seu poder, cresce com uma mentalidade
de riqueza: “Eu sou rico, sou próspero.” E mesmo quando ele não tem
dinheiro algum, o sentimento continua o mesmo.

​ m exemplo bem clássico disso é a forma como os judeus enriquecem no


U
mundo. Os judeus, em praticamente todos os lugares onde você os encontra,
têm muito dinheiro e se não têm, vão ter. Mas um garoto judeu é criado
debaixo de uma mentalidade: “No mundo existem dois povos: o judeu e os
outros.” Quando o garoto judeu vai para a escola e lá é discriminado, sua
mente não reage com a mesma mentalidade dos negros, por exemplo. Quando
um judeu é tratado de forma diferente, sente que está sendo jogado para cima.
Mais ou menos assim: “Esse povo inferior não me suporta”, porque o
treinamento dele é dado na direção de que é superior e próspero. Enquanto os
judeus segregados e marginalizados têm a impressão que no mundo tem dois
povos, os judeus e os outros, os negros afrodescendentes apresentam outro

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padrão. Ao ser rejeitado socialmente o negro reage com outra filosofia: “No
mundo existem dois povos: os brancos e os outros.” Eles se colocam como
parte da categoria dos outros, por causa do seu treinamento. A forma, como
os negros aprenderam a lidar com o poder, é diferente da forma como os
judeus aprenderam. Então, naturalmente, um judeu reage às pressões raciais
com tranquilidade, desenvolvendo formas de lidar bem com o poder e o
dinheiro. Por isso, eles enriquecem com muito mais facilidade.

​ ossa identidade moral é construída da mesma forma. Você vê um


N
padrão para ser imitado ou para rejeitar. Um caso muito comum com crianças
é uma família em que se têm dois filhos e um se destaca. Este é o garoto
bonzinho da casa e é tratado como um menino bom, certinho e que acerta em
tudo. O segundo garoto, tenta competir para ser também visto como
bonzinho, mas depois de algumas tentativas chega à seguinte conclusão:
“Não dá para competir com meu irmão”. Como não consegue a atenção da
família, entende que só sobrou para ele o papel de mau. Logo, esse menino
começa a apresentar um comportamento antissocial, a fazer coisas que sabe
que vão irritar a família, chatear e magoar, entendendo que esse é o único
jeito de chamar a atenção para si. Já que não consegue chamar atenção como
alguém bom, estabelece a identidade de garoto mau. A partir daí,
naturalmente, em todas as ações e reações dele na vida, seu pensamento é:
“Eu sou mau, eu não sou bom”. Quando ele se pega fazendo coisas boas
sente-se estranho; quando tem que demonstrar afeto, abraçar e cuidar das
pessoas, não fica à vontade. Porque seu sistema cria certa resistência em fazer
coisas de gente boa, pois sua identidade moral lhe diz: “Eu sou mau”.

​ ssa é a forma como construímos a nossa identidade, então, seria bom dar
E
uma olhada dentro de você e descobrir que tipo de identidade construiu.
Como está sua identidade moral? E sua identidade financeira? Você é rico ou
pobre? E quanto à sua identidade sexual, você é masculino ou feminino? Ou
está confuso?

​ força da identidade que construímos acaba nos controlando. Muitas


A
vezes estamos em determinadas situações em que a nossa mente nos diz que
deveríamos agir e reagir de determinadas formas. Mas não conseguimos fazer
o que sabemos que temos de fazer, porque a construção de nossa identidade
não permite, pois ela nos controla. Essa é a hora de pegar a marreta e a

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talhadeira e começar a cavar, porque você não muda sua identidade da noite
para o dia. Identidade é mudada com marreta, talhadeira e muito trabalho.

Exemplos

​ o livro de Gênesis capítulo 26, vemos um sujeito com a identidade


N
financeira muito bem resolvida e o nome dele é Isaque. Seu pai Abraão já
tinha tido umas boas brigas com sua identidade financeira e legou ao filho
uma identidade financeira muito bem resolvida. O texto diz que Isaque era
um homem próspero que plantou naquele ano e colheu cem por um. Os
filisteus ficaram chateados, fecharam o comércio para Isaque e ele foi viver
na terra de Gerar. Lá, cavou um poço num lugar que não tinha água e
apareceu água. O povo desta cidade ficou com inveja e tampou o poço.
Então, Isaque cavou outro e teve água nesse também e o povo da cidade mais
uma vez tampou o segundo poço. Isaque cavou outro e o povo da cidade
cansou de ficar com inveja e deixou o poço dele em paz. O texto diz: “E
Isaque prosperou naquela terra.”

​Qualquer um de nós que passasse por essa situação, ficaria deprimido e


iria embora pensando que não consegue prosperar, ou então diria: “para quê
ter tanto, se não é possível gastar na cidade?” Ou ainda, talvez ficássemos
revoltados e disséssemos que nunca mais cavaríamos poços, e talvez, até
morrêssemos de sede. Estou contando essa história para que você perceba o
quanto nossa identidade tem força. Aquilo que você acredita sobre si mesmo
tem um enorme poder de lhe mandar para frente ou lhe puxar para trás.

Como Deus muda a nossa identidade

​ eus pode interferir e mudar a sua identidade. Aquele menino de cinco


D
anos, já com sua identidade sexual confusa, teve sua base reconstruída. Estou
lembrando essa história, para lhe fazer entender, que Deus pode mexer nas
suas bases de identidade, interferir, mudando seu código psicológico e
estabelecendo para você uma nova identidade.

​ uero lhe mostrar isso na bíblia, em Gênesis 32.22-32. Temos aqui um


Q
homem cuja identidade é podre em quase todos os sentidos. Jacó era um
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sujeito cuja identidade era podre.

​ a cultura judaica o nome está muito ligado à identidade da pessoa.


N
Aconteceu algo no nascimento de Jacó. Ele nasceu gêmeo com seu irmão
Esaú e ao nascer, a parteira percebeu que Esaú foi o primeiro a sair. Mas
quando ela puxava Esaú, percebeu que o outro menino vinha logo atrás
grudado no calcanhar dele, como se estivesse tentando puxá-lo para trás. Ele
estava grudado com as duas mãos e quando a parteira percebeu aquele
bebezinho puxando o irmãozinho para trás, disse: “É um Jacó”.

​ palavra Jacó significa suplantador: aquele que passa a perna no outro.


A
O que a parteira decifrou com a visão que ela estava tendo, foi de que ela
havia pegado um “Jacó” no flagrante e que se demorasse um pouquinho mais
ele nasceria primeiro, porque teria conseguido puxar seu irmão para trás e
passaria na frente dele. Mas não deu tempo, pois foi pego com “a boca na
botija”, quase passando a perna no coitado do seu irmão. Como resultado, a
parteira colocou o nome do menino de suplantador, enganador, alguém que
passa a perna no outro. E seus pais aceitaram.

​ Por causa disso, a identidade moral dele ficou estabelecida: “Eu sou
mau”. Jacó entendeu isso tão bem mais tarde, que quando seu filho
Benjamim nasceu, a mãe o chamou de “meu filho das dores”, Benoni. Mas
Jacó sabendo o quanto era importante chamar à existência identidade do
menino, chegou na hora, com a mãe quase morrendo e a ouviu nomeá-lo:
“Filho das dores!” E Jacó disse: “Não senhora! Meu filho não vai se chamar
filho de dores, meu filho vai se chamar: “o filho da minha poderosa mão
direita!” E o chama de Benjamim, que significa filho da mão direita, filho da
mão forte e poderosa, porque Jacó sabia quanto estrago uma identidade mal
formada pode fazer na vida de uma pessoa.

​ le passou a sua infância toda sendo chamado de Jacó, o que em nossa


E
língua parece um nome próprio como outro qualquer, mas em hebraico não é
assim que soa. Em hebraico, chamar alguém de “jacó” equivale a dizer: “Ô
enganador!” O menino passa toda a sua infância sendo chamado de
enganador. Todas as vezes que era chamado, era consolidada uma identidade
podre na alma dele. Seu irmão mais velho era um sujeito forte, bruto,
musculoso, guerreiro e admirado por todos e Isaque já estava consolidando a
ideia de uma nação a partir dele. Naquela época, muitos homens formavam
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uma nação a partir de seus filhos. Ele tinha vários filhos, fazia com que
morassem próximos uns dos outros, arranjava mulheres para eles se casarem
e estabelecia uma noção de exército, formando uma instituição familiar, que
iria se tornar uma nação.

​ maior parte das nações do oriente naquela época foi formada por
A
famílias. Por exemplo, Edom formou a nação dos Edomitas. Isaque construiu
a ideia de que iria formar uma nação a partir de sua família e queria o seu
primogênito como chefe daquela nação. Sua visão era de que precisava ser
alguém forte e guerreiro. Esaú era guerreiro, caçador, bom de espada e na
medida em que se destacava, Jacó percebia que não havia espaço para ele.
Assim, foi desenvolvendo cada vez mais a sua identidade podre para
aparecer, pois entendia que sua família precisava de alguém esperto como
líder. Ele desenvolve no seu coração a ideia de que tem que ser esperto
porque seu irmão é forte e isso ele não é. Cria alternativas, tornando-se o cara
que passa a perna nos outros, que é esperto, inteligente e usa a mente para
vencer a força. Todas as vezes que o sistema de Jacó perguntava: “Você é
bom ou mau”? Ele respondia: “Eu sou mau, cheio de artimanhas e
sutilezas”. Ele desenvolveu sua identidade assim e começou a planejar e
armar um esquema para tirar a primogenitura do seu irmão.

​ a cultura judaica, o pai morava em sua tenda, suas esposas tinham sua
N
própria tenda e os filhos delas só moravam com elas até se tornarem adultos,
quando passavam a morar na sua própria tenda e faziam sua comida. Jacó
passou a observar Esaú e percebeu que quando este chegava em casa com
uma boa caça, ficava feliz e ia para sua tenda preparar um assado muito
gostoso. Mas, muitas vezes ele saía para caçar e não pegava nada. Chegava
cansado, irritado, frustrado e caía em sua cama ficando lá estirado e
deprimido. Ele era meio mimado, não tinha muita disciplina. Jacó percebeu
essa frustração e pensou que seria aí que o pegaria. Passou então a preparar
comida todas as vezes que o irmão voltava para casa sem a caça e Esaú
encontrava a comida do irmão pronta e cheirando bem. Jacó estava
aguardando o momento propício para usar isso contra seu irmão.

​ conteceu que certo dia Esaú chegou muito chateado e faminto. Jacó
A
destampou a sua panela e o aroma do seu cordeirinho com lentilhas foi
invadindo a tenda de Esaú que ao sentir aquele cheiro se levantou e foi até lá

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pedir um pouco de comida. Na cabeça de Jacó, já estava tudo planejado. Sei
disso analisando o restante da vida dele. A forma como se relaciona com
Labão e como planeja as coisas para que seu rebanho cresça. Jacó era cheio
de projetos. Ofereceu a sua comida para o irmão e lhe perguntou o que ele
tinha para lhe dar em troca. Esaú pergunta o que ele queria e Jacó diz: “Eu
quero a sua primogenitura!” A resposta: “Eu estou morrendo de fome e
primogenitura não mata a fome.” E vendeu aquilo que lhe era mais caro ao
irmão e este, passou a ser a partir daquele dia, o primogênito de Isaque.

​Quero abrir um parêntese aqui para dizer que isso já estava predito. Paulo
diz aos Romanos no capítulo 9, que Deus já tinha dito à Rebeca que Ele
escolheu Jacó e preteriu a Esaú. Se Jacó tivesse construído uma identidade
correta quanto a lidar com moral e poder, teria aprendido a depender de Deus
e a ficar quieto esperando. Deus iria mover as coisas e fazer com que ele
fosse o primogênito de alguma forma. Isso não é incomum na história do
oriente. Por exemplo, Jacó trocou a primogenitura dos filhos de José,
colocando o mais novo para dominar sobre o mais velho. Deus poderia fazer
isso no caso de Esaú e Jacó, mas ele não queria esperar, porque a identidade
dele era podre. A noção que tinha de si mesmo era uma noção de maldade,
não de bondade; era de pobreza, não de riqueza, por isso, ele tinha que agir e
enganar seu irmão.

​Depois de enganá-lo, comprando algo que não era para comprar, tinha
que planejar a entrega do bem e fez isso com a mesma sofisticação que
planejou a compra. Enganou Isaque no momento de cegueira e fragilidade e
passando-se pelo irmão foi abençoado por ele como primogênito. Quando
Esaú descobre, fica irado e decide matá-lo, ele foge e vai para a casa de seu
tio Labão. O complicado é que vinte anos mais tarde, está de novo fugindo da
casa de seu tio, porque lá aprontou de novo e Labão o odiou e quis matá-lo.
Quando alguém está com sua identidade podre, nenhum lugar o suporta. Pode
até dizer que o problema é o lugar, o fulano, a igreja, o pastor, mas sai dali e
quando chega ali, descobre que o mesmo problema que enfrentou antes, está
enfrentando de novo e assim vai acontecendo sempre. Acorda! O problema
não é o ambiente em que está: o problema é você. Sabe aquela vontadezinha
que lhe dá de ir para algum lugar onde ninguém lhe conhece? Se for, dentro
de pouco tempo, aquele outro lugar vai ter se tornado igual a esse em que está
agora. Porque o problema não está no local e nem nas pessoas ao seu redor,

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mas dentro de você, na sua identidade mal construída.

​ esse texto, Jacó faz uma terrível descoberta: “O problema sou eu.
N
Porque há algum tempo meu irmão queria me matar, agora o meu sogro
quer me matar; quem mais vai querer me matar?” Deus está lhe
convidando a parar de dizer que ninguém gosta de você, que ninguém se
importa, que todos lhe odeiam; pare de achar que as pessoas estão de
marcação, é você que tem um problema. Enquanto não admitir isso vai
continuar fugindo de ambiente à ambiente, de amigo à amigo, de
relacionamento à relacionamento, desmontando aqui e montando ali,
desmontando de novo e remontando acolá, sempre mentindo para si mesmo e
dizendo que o próximo momento será diferente. Não vai ser diferente porque
você continua o mesmo.

J​ acó percebe que o negócio está feio para o lado dele, então, resolve
separar um tempo para ficar sozinho. Colocou todos os seus bens, toda a sua
família do lado de lá do ribeiro de Jaboque e ficou só do lado de cá.

​Jacó não marcou um encontro com Deus. A palavra Peniel no hebraico


tem o sentido de dar de cara com alguém. Ele não planejou o encontro. Na
sequência do texto, quando vai à Betel, ele planeja um encontro com Deus,
mas o encontro de Peniel não é planejado por ele, mas tramado por Deus. Ele
estava deprimido e chateado, precisava pensar na vida, avaliar-se, rever seus
conceitos e é por isso que queria estar só. O texto diz que quando ele estava
só, quieto com seus pensamentos, deu de cara com um homem que apareceu
lá e começou a discutir com ele. O texto usa o termo lutar, mas o sentido da
palavra tem a ver com disputa e há algumas versões que usam a palavra
disputa mesmo. O sentido de disputar é a de uma discussão verbal.

​ so minha imaginação santa e fértil para descrever essa cena assim: esse
U
homem que apareceu, disputava com Jacó. Qual era a razão da discussão? Ele
estava tentando convencê-lo a admitir que ele era um “jacó”. O anjo em
forma de homem tenta provar isso o lembrando de suas artimanhas: “Jacó,
lembra que Esaú queria lhe matar porque você o enganou?” “Ah, mas
Esaú é um otário, pediu para ser enganado, ele só tem músculos.” Ficaram
discutindo enquanto o anjo tenta provar que ele estava com a vida desgraçada
e indo para o inferno a passos largos, mas Jacó, bom de lábia, discutia com
ele.
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​ uando você quer se enganar não quer escutar ninguém, só quer falar,
Q
argumentar e contra-argumentar. Mesmo sabendo que está errado, que seu
caminho é errado, mesmo assim procura seu líder e o convence a dizer que
está certo e depois vai fazer a coisa errada, consciente do erro, mas dizendo
em seu interior: “Fique tranquilo que já falei com o pastor e já está tudo
resolvido.” Está resolvido nada, pois sabe que está errado e que seu líder só
disse para ir em frente porque foi manipulado ou porque sabe que você
precisa “quebrar a cara” para poder fazer o caminho de volta. Entenda, que se
realmente conseguiu convencer seu líder a deixá-lo fazer algo que sabe que
está errado, esse não é seu líder, porque conseguiu convencê-lo a lhe deixar
errar; ao conseguir passar a perna nele, saiba que o perdeu.

​ oltando à cena: Jacó está numa discussão terrível com o anjo. Este não
V
consegue convencê-lo de que está destruindo a sua vida e de que tem sido um
“jacó”. No auge dessa discussão, num dado momento o anjo tenta falar e Jacó
não deixa, pois estava engrenado e falando sem parar; já era madrugada e o
anjo fecha a mão e pede: “Jacó, me deixa falar”. Mas ele continua falando.
“Jacó! Jacó!” E o anjo dá-lhe uma pancada na cocha que o faz parar de falar
e gritar de dor. E o anjo diz: “Jacó, não vou mais discutir. Quer errar?
Erre! Já é madrugada, vamos ficar aqui discutindo até amanhecer e você
vai continuar a ser um ‘jacó’ sem admitir, então, adeus!” E Jacó diz: “Não!
Espere. Isso não vai ficar assim, não agora que você me machucou.”
(Quando você é um “jacó” age igual àquele marido que fica provocando a
esposa boazinha até que ela não aguenta mais e explode.) Jacó diz: “Você me
bateu, então vai ter que me abençoar antes de ir embora, não vou largá-lo
enquanto não me abençoar.” E o anjo lhe diz: “Eu lhe abençôo com uma
condição: Abra o coração e admita que sua identidade é podre. Enquanto
ficar nessa guerra para esconder sua podridão, e não me disser quem é não
lhe dou a bênção!” Então, só assim, debaixo de negociação e de ameaça, ele
rodeia até que diz afinal: “Eu sou Jacó!” E o anjo pega sua palavra de
rendição e diz: “Você admitiu que é ‘jacó’ e eu vou lhe abençoar mudando
o seu nome para Israel, Príncipe de Deus!”

​ e esta leitura está lhe indicando que sua identidade é podre, só tem um
S
jeito de Deus mexer nela e lhe dar uma nova: admitindo isso. Reconhecendo
que até agora tem sido um “marqueteiro” emocional e espiritual que tem

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construído uma imagem para mostrar ao mundo. Deus não pode mudar sua
identidade enquanto não admitir tudo isso.

​ ecebi um email de um discípulo e fiquei muito orgulhoso dele porque


R
além dele admitir muitas coisas, no final ainda disse: “Vai que estou lhe
dizendo esse monte de ‘admito isso e aquilo’ só para lhe manipular... será?”
Percebi que ele estava realmente sendo sincero ao admitir, pois chegou a
pensar na possibilidade de não estar sendo tão verdadeiro assim. Ao tentar
esconder sua identidade podre não haverá cura para você e vai gastar o resto
de sua vida construindo prédios sem alicerces sólidos, e no dia em que a
tempestade chegar, sua construção irá abaixo e todo mundo vai saber que era
só fachada. Nesse dia, vai ficar afundado por algum tempo até achar energia
para reconstruir o prédio, cair de novo e assim sucessivamente. Deus lhe
convida a avaliar sua identidade, parar de culpar os outros e admitir que o
problema está em você. É possível que diga que sua identidade está assim
porque seus pais não fizeram o papel deles em sua vida. Talvez seja verdade.
Mas agora, você é adulto, e o que vai fazer com o legado que seus pais lhe
deixaram? Jacó tomou uma posição e decidiu admitir que era um
“enganador”. Admitiu que tinha prazer em ser mau, manipulador e que as
pessoas existiam para serem enganadas. Confessou que não acreditava que a
bondade fazia parte do seu sistema, que entendia que ser bom era coisa de
otário, a não ser quando fosse uma ferramenta para colocar as pessoas ao seu
lado. Deus quer trazer à tona a sua identidade verdadeira: você é bom, rico,
sua identidade sexual foi definida por Deus como homem ou mulher, e você é
filho de Deus! Firmar a base da identidade na rocha pode dar trabalho, mas
vale a pena, porque em Deus descobrirá que ser bom vale a pena.

J​ esus estava às portas de uma cidade samaritana e estes não deixaram


Jesus entrar. Tiago e João ficaram muito irritados e disseram: “Mestre,
vamos pedir fogo do céu para acabar com essa cidade”. Mas Jesus disse:
“Vocês não sabem de que Espírito são?” Jesus estava falando: “Vocês não
sabem qual é a sua identidade? Nós não estamos do lado daqueles que
destroem as pessoas, mas do lado dos que as constroem.” E você diz: “Ah,
mas fulano pisou no meu calo!” Qual é a sua identidade? Nós não estamos
do lado daqueles que se vingam, mas do lado dos que perdoam; não estamos
do lado dos que odeiam, mas dos que amam, porque essa é a nossa
identidade. Você pode argumentar: “Mas se ficarmos bons demais as

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pessoas vão pisar em nós.” E ainda: “Eu sou do bem, mas quando me
provocam eu fico mau.” Mas, qual é a sua identidade?

​Queridos, às vezes nos vemos em situações que nos parecem injustas, em


que nos vemos forçados a cumprir tarefas que não são nossas. Mas, se pode
fazer, faça sem se sentir injustiçado, porque Jesus falou que quando alguém
tentar lhe roubar a capa é para dar a túnica de presente para ele. Jesus não
falou isso? Porque sua identidade é do bem. A mentira, a falsidade e a
maldade não fazem parte das suas ferramentas, porque você é filho de um Pai
que é bom. Jesus disse que se não formos mais justos do que os escribas e os
fariseus não vamos herdar o reino de Deus, porque precisamos ser bons como
é bom o nosso Pai celestial. Se alguém lhes obrigar a caminhar uma milha,
caminhem duas com ele. Foi isso que Jesus disse. Mesmo quando o “fulano”
agir como se quisesse roubar um pedacinho seu, dê o pedacinho para ele, pois
sua identidade é a de Filho de Deus. Será preciso admitir que tem vivido com
uma identidade distorcida até hoje.

​ bíblia não é um padrão moral inatingível só para termos um padrão de


A
perfeição. Deus nos falou essas coisas porque elas são possíveis. Nós não
podemos ser cristãos sociais, mas temos que acreditar que a nossa identidade
é Divina. Perdoar, amar, se importar, considerar o irmão superior a si; se tiver
que escolher entre tomar prejuízo ou dar, decidir levar o prejuízo; esse é o
padrão bíblico de ser cristão. Nessa hora você pergunta: “Mas pastor, a gente
não pode pelo menos dividir o prejuízo, metade para cada um?” Qual é a
sua identidade? Daqui a pouco esse sistema de coisas que governa o planeta
vai passar e o que vai permanecer?

​ dificuldade de fazer você crer que é bom e que essa é a sua natureza,
A
vem do fato de vivermos num sistema de crenças e filosofias baseadas no
humanismo, no capitalismo e no hedonismo. Um humanismo onde eu sou o
centro; um capitalismo onde tudo é válido por dinheiro, para se conquistar e
juntar bens; um hedonismo onde a busca do prazer é a coisa mais importante
da vida. Esse sistema comanda o mundo e treina a nossa mente para pensar
de uma forma mundana. Somos bombardeados todos os dias com essas
filosofias e quando nos deparamos com os princípios bons e simples da
Palavra de Deus, eles parecem loucura, coisa de gente otária. Mas a bíblia diz
que o sistema do mundo vai passar e com ele todas as suas concupiscências.

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E quando passar você vai comparecer diante de Deus e talvez diga para ele:
“Senhor, em teu nome expulsamos demônios e falamos novas línguas e
curamos os enfermos... Senhor eu era pastor, eu era diácono, e eu fazia
parte do ministério de louvor.” E Ele vai lhe dizer: “Eu não te conheço!
Porque a sua identidade não se parece com a minha.”

​ eus não contrata “marqueteiros” porque ele não quer saber de suas
D
máscaras, mas do que você é feito de verdade. Ele o chama hoje para
descobrir o “Jacó” que tem aí dentro de você e para descobrir o quanto a sua
base está podre. A sua identidade moral está equivocada; o seu padrão de
riqueza e pobreza está errado; a sua noção de sexualidade está confusa. Você
perde de vista a beleza do sexo porque a visão que o mundo tem dele sujou
sua mente. Um irmão me disse que deveriam compor músicas evangélicas
picantes para tocar no momento íntimo com sua esposa, pois não existem
músicas específicas para esses momentos. Esse pensamento existe porque a
noção de vida sexual é de que sexo não combina com música de adoração,
vem de um conceito errado, em desacordo com o que Deus pensa.

​ ossa sensualidade e nossa sexualidade é santa pois foi Deus quem criou.
N
A razão pela qual as pessoas pensam que não combina, é que elas montaram
um padrão de sexualidade nojenta e suja que advém da visão mundana do
sexo. Mas o sexo não é uma coisa feia ou diabólica, essa não é a visão
bíblica. Em verdade, foi Deus e não o diabo quem inventou o sexo e o prazer.
Foi ele quem criou sua sensibilidade, sua sensualidade, sua feminilidade, sua
masculinidade e seu jeito atraente de ser. O sexo feito dentro dos padrões
divinos é uma celebração e abre portais no mundo espiritual que atrai anjos.
É uma festa espiritual. Não é pecaminoso e carnal. Mas quando você entende
de forma errada acha que tem de separar o santo e o profano, mas quando a
sua identidade está certa não tem santo e profano, é tudo santo. Paulo disse
para Tito que para aquele que é puro, tudo é puro. Mas para aquele que é
impuro, tudo é impuro porque ele é impuro, então nada é puro (Tito 1.15).
Deus lhe convida a examinar-se e ver quanta podridão forma a sua
identidade.

​ omece a se perguntar: “Quem sou eu? O que forma a base da minha


C
identidade e como ela está?” Você está preocupado em ter bases bem
formadas ou em contratar um serviço de marketing para montar a sua imagem

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pública? Entre diante de Deus e responda a essas perguntas. O anjo do
Senhor está ao seu lado perguntando: “Qual é o seu nome?” E você pode
gastar seu tempo discutindo com ele, até que ele leve uma pancada na coxa
ou pode simplesmente responder qual o seu nome e qual a sua identidade.
Talvez você também seja um enganador e ser bom não lhe baste. Ou não
acredita que é bom e essa sua crença na maldade acaba norteando todas as
suas ações e reações. Quem sabe, no seu trabalho, na escola e nos
relacionamentos, está agindo como alguém que é mau porque a sua
identidade moral é de uma pessoa má. Assim, quando age de forma egoísta e
egocêntrica, arranja desculpas para continuar agindo assim, porque aceitou
ser mau.

​ onfesse isso para Deus, porque naquele dia não vai gostar de ouvir: “Eu
C
não lhe conheço porque você pratica a iniquidade, e é iníquo.” Abra seu
coração para Deus e confesse que acredita que é esperto e construiu uma
imagem de uma pessoa boa para mostrar para os outros, mas sabe que tem
sido mau. Deixe que seu coração seja quebrantado e peça para Ele perdoá-lo
e lhe dar um novo nome. Deus precisa de príncipes nessa terra, não de
“Jacós”; precisa de homens e mulheres que tenham raízes, não de
“marqueteiros”. Precisa de igrejas que sejam comunidades saudáveis que
abençoem as pessoas e não de empresas de prestação de serviços religiosos.

​ Senhor lhe chama porque quer mudar seu nome, sua identidade e lhe
O
chamar de príncipe e de princesa de Deus. Ele quer contrariar as palavras que
seus pais disseram a seu respeito, porque tem o poder de chamar à existência
uma nova identidade para você. Não é tarde demais, hoje o seu Pai
verdadeiro lhe chama por um novo nome!

​ re assim: “Senhor, reconheço que a sua natureza em mim me fez uma


O
pessoa boa, e que, quando pratico maldade todo meu sistema sofre, se
repugna e sente culpa porque sou bom. Declaro que sou rico porque meu
Pai é rico. Minha natureza sexual está bem resolvida, não sou confuso
sexualmente porque tenho um Pai e o meu Pai chama à existência a minha
sexualidade, em nome de Jesus, amém!”

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Capítulo 4

O GRITO DA ÁGUIA

“​ Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como
restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado
pelos homens. Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade
construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a
coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no lugar apropriado,
e assim ilumina a todos que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês
diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai
de vocês, que está nos céus.” Mateus 5.13-16
​Há uma verdade profunda nesta palavra, mas para compreendermos a
mensagem, primeiro temos que entender o seu pano de fundo, coisas que
estão por trás do texto, servindo de base para a sua construção.
​Deixe-me explicar de forma leiga como é feita a tradução: o tradutor vê o
que está escrito em grego e depois traduz palavra por palavra para o
português. Depois, ele lê para ver se o texto será entendido pelo leitor. Nem
sempre as palavras traduzidas formam um texto que faça sentido na língua
para a qual foi traduzida, por causa das expressões idiomáticas naturais da
cultura e da época em que foi escrito. Isso leva o tradutor a ter que dar um
sentido à frase, que poderá ser baseado em sua própria interpretação e que
nem sempre será a pretendida pelo autor da frase.
​A ideia do versículo 13 é: “Vocês são o sal da terra, se o sal não
conseguir salgar, vai salgar com o quê?” Penso que essa ideia foi mal
interpretada por alguns tradutores porque lhes pareceu que a segunda parte do
versículo não tinha nada a ver com a primeira. Porque na segunda parte ele
disse assim: “para nada mais presta, a não ser para ser lançado fora e
pisado pelos homens.” Como isso não parecia ter sentido, alguns traduziram
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como “tem que lhe restaurar o sabor, porque se perdeu o sabor, não vai
prestar para mais nada a não ser para ser lançado fora e pisado pelos
homens.” Mas, essa não era a ideia de Jesus. O que Jesus disse foi: “Vocês
são o sal da terra, se o sal não conseguir salgar, não há nada mais para se
usar no lugar dele.”
​A maioria de nós ocidentais aprendeu a ler esse texto da seguinte forma:
“Você tem de ser sal para essa terra, porque se você não for sal para ela, vai
ficar sem sabor! E se ficar sem sabor, eis que lhe digo que vou mandar um
monte de homens para lhe pisotear, para que assim, aprenda a ser sal! E tem
mais, você tem que ser luz para esse mundo, porque senão as suas más obras
vão entristecer o meu coração, você vai sujar o meu nome e vou ficar muito
chateado! E ai de você se eu ficar chateado!”
​Com toda sinceridade, não foi assim que aprendemos a interpretar esse
texto? Mas a verdade é que não tem nada de “tem que” no texto. Contudo,
todas as vezes que o lemos ficamos com um sentimento de peso, culpa e
frustração, porque ao invés de ouvirmos uma afirmativa, ouvimos uma ordem
impossível de ser seguida. Não é isso que Jesus está lhe dizendo. Ele não está
lhe dando uma ordem, mas uma revelação: “Você é o sal da terra, você é a
luz do mundo” e não “Você tem de ser o sal e luz”. Você é! Mesmo que diga
que não se sente sal ou luz, não importa, você é, e quem está falando tem
autoridade para afirmar isso. Essa interpretação que estou lhes dando é fruto
de comparação entre varias versões das escrituras com O Novo Testamento
Interlinear Analítico.
​Portanto, a primeira coisa que quero mostrar como pano de fundo é que
Jesus não estava cobrando e sim nos dando uma poderosa revelação.
​A segunda, é que esse é um trecho de um sermão. Jesus sentou-se no
monte, o povo veio e ele pregou um sermão de várias horas. Mateus estava lá
e registrou o sermão todo. O fato, é que esse pedacinho de texto é parte de
um sermão de mais ou menos três ou quatro horas de pregação. Quando
alguém prega uma mensagem tem um objetivo que é expresso no tema.
Qualquer parte tirada do meio do texto precisa ter coerência com a mensagem
inteira, sem contradizer o assunto geral.
​Quando Jesus falou essas palavras “Vocês são o sal da terra e vocês são
a luz do mundo”, estava pregando um sermão. Esse sermão é conhecido
como o “Sermão do Monte” que começa no capítulo 5 de Mateus vers. 1 e
vai até o final do capítulo 7. São três capítulos em que Jesus fala direto, sem
parar. Como naquela época não havia gravador, escrever as ideias de um
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sermão era muito difícil, portanto, podemos concluir que Jesus passou muito
mais tempo falando sobre o assunto e Mateus só escreveu essa parte. Aliás,
Mateus foi o único que relatou o sermão do monte dessa forma, talvez porque
fosse escriba e versado na arte de escrever.

​ omo esse trecho é uma parte do Sermão, tem que ter a ver com o
C
contexto geral. Nesse sermão Jesus está falando como ser feliz, como viver
uma vida bem aventurada, sei disso, por causa da introdução usada. É na
introdução que se percebe o que o pregador vai dizer e onde quer chegar e
também prepara o povo para entender o que vai ministrar depois.

​ a introdução, Jesus começa assim: “Bem aventurados os que são


N
humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus”, e dá nove bem
aventuranças. Nove vezes ele diz: “Felizes são aqueles que...”, mas elas são
apenas o início do sermão dele e em cada uma delas Jesus ensina um segredo
para ser feliz na vida. Tudo que ele diz na sequência pretende ensinar aos
homens como serem felizes, como viverem uma vida tranquila e que
funcione. Ele ensina “os nove segredos da felicidade” na introdução e logo
na sequência, apresenta um princípio para se viver feliz. O novo princípio
está ligado a viver com a identidade correta: “Vocês são o sal da terra, vocês
são a luz do mundo.”

O GRITO DA ÁGUIA

​ ntes de explicar o que significa ser o sal da terra e ser a luz do mundo,
A
deixe-me contar-lhes uma ilustração. Contam que um dia uma águia nasceu
no ninho de uma galinha junto com os seus pintinhos. Não ouvi a parte da
estória que conta como o ovo da águia foi parar lá, mas ele estava no ninho
de uma galinha e ela sem perceber, chocou o ovo da águia junto com seus
ovos. E foi assim que nasceu uma águia no meio dos pintinhos.
​O filhote de águia no meio dos pintinhos foi aprendendo a agir como eles.
Os pintos ciscavam e comiam lixo, felizes da vida, e por isso se diz no ditado
“feliz igual pinto no lixo”. No entanto, ela não estava feliz, porque é pinto
que fica feliz no lixo e não águia, mas como ela estava ali, também ficava
ciscando no meio deles.
​Na medida em que a águia crescia nesse ambiente, ficava cada vez mais
infeliz, porque se sentia completamente inadequada. Ela realmente acreditava
que era um pinto como os outros e por isso, todas as características de águia
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que tinha eram reputadas por ela como defeitos e problemas. Seus
“irmãozinhos” galináceos não tinham as mesmas características. Por
exemplo, ela ficou encorpada cedo e com uma plumagem forte, enquanto eles
tinham aquelas penugens ralas muito diferentes dela. Apesar de ser muito
bonita e de se destacar entre eles, não se achava bonita, porque comparava
seu padrão de beleza com pintos e não com águias.
​Ela pensava consigo mesma que devia ser a vergonha da família dos
galináceos, uma aberração, porque em nada se parecia com eles e se achava
muito desengonçada. Os pintos eram frágeis e passavam suas garrinhas na
terra procurando algo para comer, quase patinando sobre o lixo sem tirar nada
de lá, enquanto a jovem águia tinha garras forte. Quando tentava fazer o
mesmo movimento deles rasgava com força a terra jogando lixo para todo
lado. Ela se sentia muito desajeitada por causa de uma força que tinha, mas
desconhecia e isso era um problemão para sua cabecinha infantil de águia.
Ela se sentia horrível!
​O pintinho ciscava e ao ver a extremidade da pequena minhoca para fora
da terra, bicava e saía puxando; gastava um tempão para conseguir puxar a
minhoquinha. Mas a águia, quando tentava pinçar a minhoca, dava para ouvir
aquele barulho característico de algo estalando e se rompendo. Ela tinha um
bico afiado e cortava a minhoca ao meio sem conseguir puxá-la.
​Dessa forma seus irmãos a rejeitavam e faziam brincadeiras com o seu
jeito desengonçado. Quando ela se espreguiçava, era pinto caindo para todo
lado, porque a suas asas enormes esbarravam neles com força e os
derrubavam só de encostar. Isso fazia com que ela ficasse cada vez mais
deprimida, porque sentia que não fazia parte daquele mundo. Estava muito
triste, pois entendia que por ter nascido ali naquele ninho deveria ser feliz e
se sentir um deles, mas como não conseguia, se martirizava, porque não
ficava à vontade no meio deles.
​Os dias foram se passando, a pequena águia foi crescendo e se sentindo
cada vez mais feia e perdida, enquanto seus irmãos estavam felizes no lixo. A
cada dia ela se parecia mais com uma águia e menos com um frango.
​Quando os franguinhos estavam de costas para a galinha mãe estava há
dez metros deles cacarejava alto, saiam correndo na direção dela que sempre
tinha alguma coisa para comerem. A jovem águia não tinha instinto para
ouvir o chamado da galinha, por isso, enquanto eles já estavam comendo a
um tempão, continuava longe da galinha mãe que continuava chamando por
ela. Quando chegava a perceber, já não tinha mais comida, pois os
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franguinhos já tinham comido tudo.
​Um dia, a jovem águia estava no meio do quintal já com as suas asas
formadas e com sua envergadura pronta. O céu estava limpo, azul, um dia
claro de sol e, no auge de sua depressão, ela ousou fazer uma coisa que os
pintos não fazem: olhou para cima. Ao fazer isso, percebeu que tinha uma
visão poderosa e conseguiu ver muito longe, lá no alto. Foi quando ela viu
uma grande ave voando de um jeito imponente, cheia de orgulho por ser
quem era: uma linda e enorme águia. Quando viu aquela ave voando, seu
coraçãozinho começou a bater forte e se encher com aquela imagem. De
repente, aquela águia lá no alto, voando, soltou um grito forte, estridente e
poderoso, fazendo estremecer todas as aves do quintal, que por instinto
perceberam o perigo e correram para todos os lados. Afinal, pinto é petisco
para águia. Quando a jovem águia ouviu aquele grito poderoso, ela se
arrepiou toda, porque aquele grito tinha tudo a ver com ela. A sensação
provocada pelo grito daquela águia adulta, fez com que se olhasse e por
instinto esticasse suas asas observando o tamanho delas. Alguma coisa dentro
de si fez com que respondesse àquele grito. E sem saber como e porque,
começou a impulsionar suas asas. Mesmo sem entender bem o que estava
fazendo, deu uma corridinha com as asas abertas, bateu as asas e de repente,
num impulso, percebeu que seus pés não tocavam mais o chão e lentamente,
afastou-se do quintal sentindo o vento batendo em suas penas. Foi quando
finalmente entendeu que estava voando! Os frangos ficaram pequeninos lá
embaixo, atônitos, sem entender o que estava acontecendo.
​O grito da águia despertou algo dentro dela chamando à existência a sua
verdadeira identidade. A partir desse instante, descobriu que não era pinto,
não era galinha, descobriu que era águia. Então voou e nunca mais voltou
para o lixo.
​Quando Jesus diz nesse texto: “Vocês são o sal da terra, vocês são a luz
do mundo”, ele está sendo a águia madura gritando para a águia com
treinamento de pinto lá em baixo: “Ei! Você não é pinto não, você é águia!”
Nós entendemos assim: “Você tem que agir como uma águia!” Jesus não
está gritando através desse texto que “você tem que”, ele está dizendo: “Você
é!” No entanto, o que o nosso treinamento religioso nos treinou para pensar,
é que temos de parar de comer lixo para ser águia, parar de ciscar e piar para
ser águia, mas não é isso. Não temos que parar de fazer nada para sermos,
porque já somos. E você diz: “Mas eu não sei voar.” Voar está para uma
águia assim como nadar está para um peixe. Quem ensinou o peixe a nadar?
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Voar é algo natural para a águia; ela só tem que bater as asas e ir embora;
porque é a natureza dela; é a sua natureza.
​Isso é o que Jesus está fazendo nesse texto: Ele está dando o grito da
águia. Satanás conseguiu distorcer tudo e quando escutamos Jesus falar isso,
temos um sentimento de medo, culpa, peso e dificuldade. Ficamos com a
sensação de que agora teremos “que ser”, porque foi Jesus quem disse.
Entretanto, Jesus não falou que você “tem que ser”, falou que você é. Essa
palavra de Jesus deveria fazer em nós o mesmo efeito que o grito da águia
adulta fez no coração da jovem águia que estava no lixo. Ao ouvi-lo, se
sentiu chamada para resgatar dentro de si quem realmente era, o que deveria
fazer e a razão pela qual nascera e existia. Ela entendeu sua verdadeira
natureza, sua verdadeira identidade: a de ser águia!
​Passamos tempo demais ouvindo a exortação de que “você tem que” ser o
sal da terra, porque senão Jesus nos mandará ser pisado pelos homens.
Contudo, não é isso que ele diz e sim: “Você está enganado, pois não é
pinto, mas é águia. Por isso não se sente bem aí no meio do lixo e nem
consegue beliscar a minhoquinha. Não consegue, porque seu bico é
poderoso e a rasga no meio; e quando tenta ciscar, faz um buraco jogando
terra para todo lado!”
​Você é sal e é luz, vai salgar o mundo e iluminar a sua escuridão.

A SIMBOLOGIA DO SAL E DA LUZ

​ amos entender qual foi a intenção dele ao fazer essa comparação,


V
usando esses dois elementos para se referir a nós.
​Por trás da simbologia do sal está o costume da época de se usar sal para
conservar carne e alimentos perecíveis. Naquele tempo não havia
refrigerador, nem freezer. Quando Jesus fala que “vocês são o sal”, ele
estava querendo nos comparar às propriedades do sal. Quando alguém
percebia que a carne estava para apodrecer e que ia se perder, pegava uma
boa quantidade de sal e colocava nela. Depois de um tempo o sal arrancava a
podridão de dentro para fora purificando a carne. As bactérias que estavam
fazendo com que ela deteriorasse eram desidratadas, porque o sal tira a
umidade do corpo delas.
​Ser sal implica em que você tem um DNA plantado no seu espírito que é
antipodridão e antimalignidade. Isso não é uma exigência de Deus, já está em
você, é seu. Sua natureza lhe puxa para o bem. Mesmo quando estava lá no

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meio do lixo fazendo maldade você não conseguia ficar feliz, pois não era
realmente isso que queria da vida e sua percepção era de infelicidade o tempo
inteiro. Há um dispositivo antipodridão fazendo parte de sua natureza
espiritual e quando se envolve com outras pessoas, este dispositivo afeta a
podridão que está operando nelas.
​Ser luz tem o mesmo sentido, mas Jesus colocou essa figura de linguagem
para nos dar outra visão, a qual vou explicar agora. A maior definição de
trevas é falta de luz; onde tem luz, não há trevas. Luz é uma coisa que atrai,
aparece e que é vista. Todo mundo que quer andar direito gosta de luz. Em
geral, todas as vezes que queremos ficar no escuro, é porque queremos fazer
algo sem sermos vistos. Então, a falta de luz está ligada a ocultismo. Quando
ele diz: “Você é luz”, quer dizer que tem um dispositivo no seu espírito que
não gosta do que é mal. E isso não é o que você tem que ser, mas o que é. Já
faz parte da sua natureza.

JESUS TRABALHA AS BASES ERRADAS DO NOSSO SENSO DE


VALOR

​ esse texto, Jesus nos fala de três coisas que constroem nosso senso de
N
valor. O ser humano o constrói em cima de três bases. Como nossa identidade
está mal formatada, nosso senso de valor não foca nela e Jesus quer nos
ajudar a corrigir isso.
​Dizer que somos sal e luz é como se ele estivesse nos dizendo: “Você é
águia e não pinto, então pare de se sentir mal porque não consegue ciscar.”
Aquilo que faz com que se sinta mal enquanto não sabe quem é, o fará se
sentir orgulhoso e poderoso quando entender qual a sua verdadeira natureza.
Coisas que lhe davam vergonha passarão a lhe dar orgulho e coisas que lhe
faziam parecer desengonçado, lhe darão um ar de superioridade.
​Nosso senso de valores está distorcido porque como não percebemos que
tem uma centelha Divina em nós, nos sentimos como “pintos no lixo” ao
invés de “águias em voo”. Nos entristecemos com o que deveria nos alegrar
e construímos o nosso senso de valor em cima de bases erradas. Nesse texto
Jesus trabalha as três fundamentos sobre os quais o ser humano constrói o seu
senso de valor.

SENTIR-SE VALORIZADO POR SER INSUBSTITUÍVEL

​ primeira coisa que Jesus trabalha nesse texto é a necessidade humana


A
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de ser insubstituível. Quando ele diz: “Se o sal não conseguir salgar, vai
salgar com o quê?” Ele está falando que o sal é insubstituível. Todos nós
queremos ser insubstituíveis. Olhe para si mesmo e perceba o quanto esse
desejo constrói a sua ideia de valor. Exemplo: você trabalha em uma empresa
e um mês depois de sair do emprego ela vai à falência. Todos lhe telefonam
dizendo que a empresa não conseguiu sobreviver sem seu trabalho. Qual a
sensação? “Eu sou muito importante, tenho valor, porque aquela empresa
não vive sem mim.” Nós despejamos essa sensação em tudo: nos
relacionamentos, na igreja, nas amizades, no casamento. Se você quer deixar
a esposa feliz é só dizer para ela: “Sabe o que todas as mulheres têm de
defeito? Elas não são você!” Isso provoca nela grande satisfação porque ela
se sente única e nenhuma mulher consegue ser ela. (Claro que não!) Mas isso
também acontece com o homem. A esposa diz: “Meu bem, nenhum homem
tem o que você tem, eu nem sei o que é, mas você tem algo que os outros
não têm.”
​Essa sensação constrói o senso de valor de forma doentia e faz com que
passemos a acreditar que temos valor porque somos insubstituíveis. Jesus vira
a moeda e diz: “Você é insubstituível porque é sal; e se, sendo sal não
salgar, vai salgar com quê? Não tem outra coisa para salgar, só se salga
com sal. Se não tiver sal, a carne vai apodrecer.” Então, o que o faz ser
importante não é ser insubstituível; você é importante porque é sal e o sal é
insubstituível.
​“Mas, e se a empresa continuou crescendo depois que eu saí?” Ainda
assim você é insubstituível.
​Certa vez uma irmã me procurou e me disse: “Pastor, acho que meu
marido me odeia, embora diga que me ama. Às vezes parece mesmo que ele
é apaixonado por mim, mas outras vezes parece que ele me odeia!” Pedi
para ela me explicar sobre essa impressão de que ele a odiava e ela disse:
“Todas as vezes que eu estou feliz meu marido fica mal. Então ele me
agride, briga comigo, diz que vai embora. Então fico triste, choro, peço
para não me abandonar e sua reação é de extrema alegria. Passa o dia
irradiando felicidade enquanto estou magoada e triste pelos cantos.”
​A verdade é que a tristeza dela fazia com que ele se sentisse insubstituível
e isso se tornou para ele uma poderosa fonte de valor. Jesus está dizendo:
“Você é o sal e isso é o que lhe faz insubstituível e lhe dá valor. Está em sua
natureza, em sua identidade mesmo quando pessoas e circunstâncias não
demonstram reconhecer”. Essa é a primeira base errada que Jesus trabalha
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para construirmos nosso senso de valor de forma correta. Seu valor está em
sua natureza Divina vivificada pelo novo nascimento e não nas circunstâncias
da vida!

Sentir-se valoRIzAdO pelO ReSUltado ou produçãO

​ segunda está no versículo 13. Ele diz: “O sal que não conseguir
A
salgar, para nada mais presta, a não ser para ser pisado pelos homens.” A
segunda base errada que o homem usa para sentir-se valorizado é resultado,
produção.
​Achamos que somos importantes quando damos resultado. Jesus está
dizendo que resultado na sua vida é resultado de ser sal. Você não dá
resultado que não vem do fato de ser sal. Algumas vezes não dará resultado
algum, e nesse dia, esse será o seu resultado. Você só se sente bem se salgar,
se não salgar, se sente inútil.
​Muitos entendem errado interpretando que o sal que não conseguiu salgar
vai ser lançado fora. Eles entenderam que o sal que não salgar vai ser
castigado e jogado fora para ser pisado pelos homens. Entretanto, isso não é
um castigo.
​Preste atenção a esse exemplo: imaginem um pedaço de carne que está
quase perdendo o prazo de validade e, portanto, o próximo passo será
começar a se deteriorar. Imagine que o nome dessa carne seja Maria. Eu vou
mandar um pouco de sal chamado Lucia para salgar Maria. O sal Lucia chega
lá e começa a circundar Maria para ver como fará para salgá-la e não deixá-la
apodrecer. Mas, aquela carne Maria que está se deteriorando, diz para o sal
Lucia que não quer ser salgada, mas quer apodrecer e ser podre para o resto
da vida. Mesmo assim a Lucia continua lá tentando salgar. Enquanto isso a
Maria já vai apodrecendo. Quando a podridão da Maria chegar a níveis tão
fétidos e nojentos que a sociedade ao redor perceber e decidir chutar essa
carne podre do seu meio, o que acontecerá com o sal Lucia? Vai junto. Não
dá para tirar o sal da carne que apodreceu quando ela é lançada fora.
​O que Jesus está dizendo para o sal Lucia é: “Lucia, estão lhe pisando
porque você é sal e não porque você não conseguiu salgar. Você viveu como
sal, não produziu resultado, sofre o ataque dos homens que só valorizam o
resultado.” Contudo, se o sal conseguir salgar e evitar a podridão de Maria,
porque decidiu ser salgada e mudar de vida, ela será levada para o açougue e
ficará lá exposta. Todos que passarem elogiarão e desejarão levá-la para fazer

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uma bela refeição. Agora o sal é elogiado pelos homens que só valorizam o
resultado. O mesmo sal que é admirado junto com a carne é também pisado
junto com ela. Por isso, seu valor deve estar em sua natureza e não em seus
resultados, pois estes ninguém controla.
​Jesus está dizendo que ser sal às vezes é garantia de derrota, mas a glória
não está no ato de salgar, mas em ser sal. O resultado não define o que você
é, e nem o que é, define o resultado. Se estiver feliz com o que é, quando der
resultado ficará feliz porque conseguiu salgar. Quando não der, dirá: “Sou
sal, mas não pude salgar.”
​Entenda que, se lhe rejeitaram, foi porque você é sal e, se lhe aceitaram,
foi porque é sal. Não importa se deu resultado ou não, o que importa é o que
você é.
​Muitas vezes as coisas dão erradas porque você é bom; às vezes tudo dá
certo porque é bom. Contudo, nossa mentalidade mal treinada nos leva a
pensar que se der certo é porque sou bom e se der errado é porque sou ruim.
Mas não é verdade. A questão é que nossa alegria e nosso contentamento
focados em resultado são doentios e estão errados. Nossa alegria deve focar
em nossa identidade, com ou sem resultado.

Sentir-Se valorizadO pela neceSSIdade de ApaReCer

​A terceira base errada usada para construir o senso de valor e corrigida


por Jesus é a necessidade de aparecer.
É nesse ponto que entra a luz.
​Jesus diz: “Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma
cidade edificada sobre um monte.” Ou seja, se você está na luz, aparecer é
só uma questão de tempo. No entanto, a nossa mentalidade aprendeu assim:
“Se eu apareço sou importante, caso contrário, não tenho valor”. Jesus
falou: “Você tem valor porque é luz. Aparecer é só uma questão de tempo
porque uma cidade edificada sobre um monte vai ser vista mais hoje, mais
amanhã! Você é luz, então cedo ou tarde irão vê-lo e se não lhe viram
ainda, relaxa, vai acontecer porque você é luz”. O que Jesus quis dizer com
essa história de uma cidade edificada sobre um monte é que será inevitável
que você apareça, então pare de construir o sentimento de que se aparecer é
importante e se não aparecer não é. Você já é importante. Aparecer é outra
história que vai acontecer na hora certa.
​Para ampliar essa ideia, Jesus disse: “Ninguém acende uma candeia

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para colocá-la debaixo do alqueire.” Marcos acrescentou “colocar debaixo
da cama.” Em algumas versões a palavra alqueire é traduzida para vasilha.
​“Ninguém acende uma candeia para ser colocada debaixo de uma
vasilha.”
​Essa tradução tem a ver com o fato de que a partir da Idade Média
inventou-se uma vasilha, parecida com uma tigela que era usada para se
colocar em cima das candeias, das lamparinas acesas com azeite. Com a falta
de oxigênio a chama se apagava, além de condensar a fumaça ali, sem
esfumaçar a casa toda. Além disso, usando-se a vasilha não se corria o risco
da chama voltar a acender. Isso era na Idade Média; na época de Jesus não
havia uma vasilha para esse fim, mas havia um móvel chamado alqueire e
que normalmente era de quatro ou três “pernas”, algo que em nossos dias
seria equivalente a um aparador. Quando uma pessoa estava dentro do quarto
ou na sala de jantar, e queria um clima mais ameno, sem muita luminosidade,
colocava um véu sobre o alqueire e colocava a lâmpada embaixo. O ambiente
não ficava totalmente escuro, nem totalmente claro. Ninguém conseguia ver
onde estava a lâmpada, mas a luz emanava e enchia a casa como numa
penumbra.
​Jesus está dizendo: “Ninguém acende uma candeia para colocá-la
debaixo de um alqueire.” A ideia do texto original é: “ninguém coloca uma
candeia e a deixa para sempre debaixo do alqueire.” Ela poderá ser colocada
lá por algum tempo, mas não é seu lugar. Foi deixada lá por um tempo e por
uma razão. Você é luz e quem lhe acendeu foi Jesus. Pode ser que ele decida
colocar você debaixo do alqueire por algum tempo, mas não sempre.
​Jesus está dizendo: “Brilhar é só uma questão de tempo para você!” Se
por acaso aquele que lhe acendeu resolver colocá-lo debaixo do alqueire e
reduzir seu brilho e a sua visibilidade por algum tempo, relaxe. Lâmpadas
não foram feitas para ficarem debaixo do alqueire para sempre. Se ele fez isso
é porque o ambiente ainda não está pronto para receber a sua luz. Vai chegar
a hora em que ele vai lhe tirar do alqueire e vai lhe colocar num lugar alto, no
velador, para iluminar a casa. E quando chegar essa hora, diz o versículo 16:
“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as
vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus.” Quando
Deus lhe coloca no velador, os homens não verão só a sua luz, mas também
as suas obras.
​Vou lhe dar um conselho: se Deus lhe colocou no alqueire fique lá até ele
resolver tirá-lo, porque se você sair antes, os homens não verão só as suas
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boas obras, mas também as más e falarão mal do seu Pai que está no céu.
Para evitar isso, às vezes ele não o deixa brilhar e aparecer, mas lhe tira da
evidência e o coloca no alqueire onde ninguém nota. É de propósito que ele
faz isso, ou porque não está pronto para o ambiente ou o ambiente não está
pronto para você. Entretanto, quando estiver pronto para o ambiente e este
pronto para receber luz, Deus levanta a toalhinha do alqueire, tira você lá
debaixo e todas as nações verão sua luz.
​Não entendemos porque achamos que se alguém acendeu a candeia, o fez
para colocá-la no velador. Mas quem acendeu a candeia tem um propósito e
quando não entendemos isso, damos um jeito de fazer com que todos a
vejam, mas é Deus quem sabe a hora de fazer isso. É muito arriscado quando
ela vai para o velador antes da hora, porque quando todos olham, veem a
“candeia” recebendo propina, escondendo dentro da meia e da cueca e ainda
fazendo uma oração agradecendo a Deus porque mandou uma “provisão” tão
abençoada naquela semana. Se a lâmpada aparecer antes da hora, todos irão
ver o que era para ver e também o que não era.
​Para quem tem o DNA que está em você, aparecer é só uma questão de
tempo, quando chegar a hora todo o mundo o verá. O problema é que nosso
sistema foi construído em cima do engano de que se ninguém me ver, não sou
importante. Quando meu dono, aquele que me fez e me acendeu me colocou
debaixo do alqueire porque prefere que nesse momento eu não seja visto, fico
achando que não tenho valor porque ninguém está me vendo, ninguém me
nota ou fala o meu nome.
​Ouvi uma pastora pregando e entendi que sua mensagem foi muito mais
um desabafo. Ela disse com os olhinhos cheios de lágrimas: “Irmãos, já
estou cansada de ser a esposa do pastor. Ninguém sabe o seu nome (e citou
o nome). Meu sonho é que um dia as pessoas digam para o meu marido:
‘Você é o marido de fulana?’. Já estou enjoada de ser chamada de ‘a
esposa do pastor’, porque sabem o nome dele, mas o meu nome não
sabem.” De onde vem essa sensação de que ninguém me vê ou me nota? De
uma mentalidade errada e maligna construída em nós de que só tenho valor se
apareço ou sou visto; vem pela necessidade de aparecer, de ser insubstituível
e de produzir resultados.
​Jesus está dizendo que seu senso de valor deve ser construído a partir de
quem é, e não a partir desses padrões de ser insubstituível, dar resultados ou
aparecer. Ele diz que deve se sentir importante porque é sal e luz. Você é
importante porque é águia. Às vezes as águias são insubstituíveis, dão
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resultado e aparecem, às vezes não. Muitas vezes ela é tudo que ninguém
quer, justamente porque é águia.
​Em algum momento você não será bem vindo porque salga demais e as
pessoas a sua volta querem apodrecer. Não é bem vindo justamente porque é
sal e essa será exatamente a razão para ficar feliz, ter sido rejeitado pelo que
é. Muitas vezes, você dá resultado por causa do que é, e em outras o resultado
não vem justamente por isso. E, talvez, fique algum tempo sem aparecer
exatamente pelo que é.
​Quando seguimos no caminho inverso e só nos sentimos importantes por
sermos insubstituíveis, por produzirmos ou aparecermos, começamos a
negociar o que somos e mudamos de cara a cada dia porque a cada dia, o
sistema quer uma coisa; passamos a ser o que todos querem que sejamos para
que ninguém abra mão de nós.
​Jesus está dizendo que você é sal e luz e que é isso que constrói o seu
valor. Você é águia, então, se parece que não é insubstituível, azar de quem
está achando que não é, porque é. Sua natureza de sal o torna insubstituível.
​Qualquer que seja o resultado do que esteja fazendo: se alcançou uma
meta, se lhe amaram, ou odiaram; lembre-se que o resultado não é mais
importante do que a certeza de quem é. O controle dos resultados é da conta
de Deus e ele sabe o que é melhor para você. Mesmo quando lhe pisarem
fique feliz. “Bem aventurado sois quando vos perseguirem e mentindo
disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos
porque grande é o vosso galardão dos céus porque assim foram perseguidos
os profetas que vieram antes de vós.” Mateus 5.11,12
​Lembro-me de que na adolescência era muito “metido a crente” e a
“santo”, era enjoado e legalista demais, tenho que confessar. Chamei um
grupo de adolescentes para fazer evangelismo e nenhum deles aceitou ir
comigo. Mais tarde, fiquei sabendo que não foram, porque não queriam
passar vergonha ao meu lado. Decidi ir sozinho: peguei um monte de folhetos
e fui pelas ruas mais difíceis de evangelizar. Fiz uma oração: “Senhor, vai
comigo, porque vou disseminar a sua palavra!” Andei a rua inteira de casa
em casa, mais ou menos umas duas horas entregando folhetos, conversando e
orando. Cheguei à casa de um traficante que abriu a porta falando: “Entra aí
menino.” Entrei, ele me mandou sentar, tirou uma arma, colocou sobre a
mesa apontada em minha direção. Até esse momento, não sabia que era gago
e falei a palavra de Deus gaguejando mesmo. O traficante ficou
impressionado e me mandou embora. Fui também a outras casas, mas quando
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terminei o trabalho estava frustrado porque ninguém aceitou a Jesus,
nenhuma conversão. Fiz o apelo em todas as casas, mas ninguém aceitou e
ainda houve quem me enxotasse: “Eu já tenho Jesus seu crente enjoado, sai
da minha casa menino nojento!” Voltei para casa naquele fim de tarde com
um sentimento de vazio, derrota, todo chateado. O primeiro da minha lista de
acusados foi Deus, porque joguei minha mágoa toda para ele: “Você não foi
comigo, se tivesse ido o povo tinha se convertido!” Fiquei muito magoado e
com raiva. Em verdade minha raiva era de mim mesmo, mas tinha que
despejar em alguém e só tinha Deus com quem fazer isso. Minha mágoa era
de frustração porque eu não dei o resultado que esperava dar, e por isso me
senti um pária. Ali, ajoelhado, chorei muito colocando para fora toda minha
frustração, amargura e raiva de mim mesmo. Depois que havia chorado
bastante, ouvi claramente Deus falando comigo assim: “Não lhe mandei
salvar ninguém, eu o mandei pregar o evangelho! Você pregou e estou
muito orgulhoso disso! A conversão é com eles, problema deles que não
quiseram!”
​O resultado não deve ser nosso indicador de quem somos ou de nosso
sucesso. Não devemos dar ao resultado o mesmo valor que o mundo dá a ele.
​Conheço alguém que foi rejeitado numa empresa porque ele era bom
demais para trabalhar lá. Ele estava desesperado por estar desempregado há
algum tempo, aceitando qualquer negócio, mas não foi contratado porque
tinha demais para oferecer e a empresa não tinha cacife para pagar por isso.
Explicaram que mais cedo ou mais tarde ele acabaria cobrando dela o que ela
não poderia lhe dar. Então, a empresa contratou outro que estava muito
aquém dele. Isso também é resultado, baseado no fato de que ele é bom. Nem
sempre o resultado será o que esperamos e nem sempre isso significa que
somos ruins, às vezes é exatamente o contrário!
​Seu dom é aparecer porque você é luz. Se não está aparecendo agora é
porque Deus acha melhor ficar no alqueire por um tempo e se eu fosse você
iria preferir confiar nele, porque o propósito da sua luz é que os homens
vejam suas boas obras e glorifiquem ao seu Pai que está no céu. Se você sai
de debaixo do alqueire antes da hora, a sua luz vai fazer exatamente o
inverso.
​Quando o grito da águia nos faz ficar arrepiados da cabeça aos pés
entendemos: “Sou da mesma espécie que ele, tem Divindade em mim; tenho
o DNA de Deus em mim.” E quando o ouvimos, sentimos que podemos voar
e não mais ficar ciscando no lixo, porque fazemos parte de um plano maior,
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de alguma coisa muito mais elevada. O meu senso de valor deve estar aí.
Precisamos ouvir o grito da águia de vez em quando, porque estamos tão
viciados em ciscar no lixo, que passado o momento do “arrepio” e da euforia
de nos sentirmos especiais, nos vemos de novo como pintos e voltamos ao
lixo. Deveríamos ouvir esse grito todos os dias, até porque a águia está lá em
cima, gritando o tempo todo.

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Capítulo 5

AMOR FUNDAMENTAL: A
SEGUNDA BASE

​ o capítulo anterior falamos sobre identidade e descobrimos que o


N
homem que tem por base uma identidade nobre sempre encara a vida de
frente. Fizemos algumas descobertas sobre a nossa identidade, de como ela é
forjada e de como Deus é capaz de nos chamar por um novo nome.
​Estamos entendendo o que está lá embaixo dos pilares sobre os quais
construímos nossa vida; muita coisa podre escondida em nosso inconsciente e
que acaba por nos definir enquanto pessoas. Temos descoberto que estas
coisas nos fazem sofrer escondidos, na medida em que montamos máscaras
para nos apresentarmos à sociedade. Deus quer nos ajudar a reconstruir tudo
isso nos dando um pouco de trabalho para fazer nossas emoções funcionarem
de forma saudável.
​Deus está desmontando paradigmas e sei que isso não é algo fácil,
principalmente quando se trata de paradigmas religiosos, pois estes são um
veneno, embora tenhamos aprendido a pensar que não. Acreditamos que a
religião pode resolver nossos problemas, mas a verdade é que ela faz com
que nos sintamos satisfeitos e esqueçamo-nos de crescer. O Cristianismo não
foi lançado por Jesus como uma religião nova e nem uma seita. Quando Jesus
disse: “Edificarei a minha igreja”, a palavra igreja não era uma placa e não
havia instituições com o nome “igreja”. Quando Jesus pronunciou o nome
EKKLESIA no grego pela primeira vez, ela significava apenas comunidade,
família reunida, assembleia, só isso. Contudo, nós transformamos o
cristianismo numa religião. E, aliás, somos muito bons em transformar coisas
maravilhosas em coisas terríveis. Assim nos demos por satisfeitos porque
agora cada um tem a sua “igreja” e defende a sua placa; então, paramos de
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crescer e começamos a ficar podres por dentro.
​Deus tem aberto os seus olhos e alguns dos paradigmas que ele tem
quebrado na sua cabeça são muito antigos. Alguns ainda resistem e teimam
em ficar no seu coração, mas o Senhor é bom e não vai deixá-lo retroceder
nesse caminho. Você vai pegar uma estrada morro acima, subir e não vai
parar mais. Mesmo porque, depois que entendemos algumas coisas, o próprio
sistema não nos deixa voltar, e, quando tentamos, descobrimos que ele não
nos obedece mais.
​Não quero dizer com isso que as pessoas que têm bases firmes e seguras
não precisam de acabamento. A máscara ou a imagem que vendemos para os
outros não é algo ruim. Todo mundo tem marketing pessoal e Deus não tem
nada contra isso, inclusive pode ser uma ferramenta boa. A encrenca de Deus
conosco é que descuidamos de nossas bases e gastamos tempo e trabalho
apenas com o que vai ser visto e só isso não suporta o dia da tempestade. Por
essa razão, temos que cuidar dos alicerces, para que em dias de tormenta, a
fachada e todo o restante da estrutura permaneçam de pé.

Compreendendo o amor fundamental

​ uero falar agora sobre o Amor Fundamental, um dos quatro pilares de


Q
nossa vida emocional. Esse amor serve como alicerce para o seu
relacionamento com as pessoas, pois ele cria uma base sólida de aceitação.
Alguém que recebeu uma dose satisfatória desse amor na infância, em seus
primeiros sete ou oito anos de vida, sempre se relacionará com as pessoas
baseado numa previsão de: “Eu serei aceito.” O seu sistema não consegue
imaginar a ideia de que será rejeitado, não consegue nem pensar nessa
possibilidade. O inverso acontece quando não o recebe e então se cria um
vazio em seu interior, fazendo com que sempre presuma que será rejeitado.
​Todos os nossos relacionamentos passam pelo crivo da base de amor
fundamental. Nossa noção de beleza física e emocional está ligada a essa
base. Crianças que se sentem amadas não se acham feias. Elas têm o senso de
que são belas não importa a aparência que tenham. Quando essa base está
vazia, a pessoa tem uma sede de ser amada, aceita, de se sentir importante e
de receber afeto.
​As pessoas que desenvolvem esse padrão emocional de falta de amor
estão sempre com sede. É como se dentro delas houvesse um poço sem
fundo, porque mesmo que ela receba não se sentirá suprida. Dessa forma ela

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vai para um de dois extremos: ou se torna uma pessoa sedenta e perseguidora
de pessoas que a amem, desenvolvendo um padrão de relacionamento de
cobrança de amor, ou, vivem como se não precisassem que ninguém as ame.
Em verdade, não sei qual dos dois é pior, porque a pessoa que constrói a ideia
de que não precisa de que ninguém a ame está o tempo todo repelindo
qualquer pessoa que deseja se aproximar dela, porque, já que ninguém vai
amá-la mesmo, então é melhor manter as pessoas à distância. Essa pessoa
desenvolve uma extraordinária dificuldade de se aproximar, tocar, abraçar,
dar afeto e de elogiar. Normalmente tem muita facilidade de atacar, repelir e
dizer coisas feias. Quando tem algo ruim para dizer nem pensa e já sai pela
boca. Por outro lado, se tem alguém que a seu ver merece o seu carinho, faz
mil rodeios e as palavras param na garganta sem que consiga expressar seu
afeto. Se alguém tenta abraçá-la, ela trava. Não é que queira travar, há no seu
coração uma vontade de corresponder, de abraçar, amar e receber, mas ela
não consegue. Ela construiu a ideia de que se não vão lhe dar afeto, para que
construir a expectativa?
​O outro extremo disso é aquela pessoa que normalmente chamamos de
“melosa”, que vive agarrando e pedindo amor “pelo amor de Deus!” Os
outros fogem dela e por isso pensa que a verdade é que ninguém a ama
mesmo. A sensação de sede faz com que ela vá de relacionamento em
relacionamento, tentando preencher um vazio que não enche nunca, porque o
problema está na base. A falta de amor fundamental é muito perigosa para os
relacionamentos porque quando uma pessoa com essa falta ama, ela tem uma
atitude que chamamos de transferência e despeja no outro toda expectativa de
afeto que faltava em sua vida. No início há uma tentativa de correspondência
por parte do outro, o que faz com que vivam momentos melosos. Depois de
algum tempo, essa pessoa descobre que nenhum ser humano é capaz de
preencher a esse vazio. Nesse momento o(a) parceiro(a) desse relacionamento
passa a se sentir sufocado e começa a entrar numa briga consigo mesmo. Em
parte sente que tem obrigação de suprir a necessidade do(a) companheiro(a),
mas em outra parte se sente frustrada com a percepção de que nunca
consegue deixar a pessoa satisfeita, por isso começa a afastar-se dando
desculpas.

O princípio da transferência

​Nesse ponto abro um parêntese para dizer algo importante: ninguém

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nesse planeta, absolutamente ninguém, será capaz de suprir suas necessidades
emocionais. Não se engane. Se pensar que a pessoa ao seu lado tem a
obrigação de lhe suprir, seu relacionamento vai acabar, porque hoje ou
amanhã não sobrará mais energia no seu parceiro. Isso acontece também nos
relacionamentos de amizade, profissionais e até nos relacionamentos de
pastor e ovelha. Quando descobrir alguém que a ame vai transferir para este
toda a responsabilidade de encher aquela sua base vazia. E mesmo que esse
alguém tente por algum tempo, vai acabar desistindo e deixando-a frustrada e
ferida, com a sensação de desamor ainda mais aumentada. A falta de amor
fundamental faz com que se jogue fora pessoas que o amam sempre debaixo
de um engano de que não é amado e aceito. Mais cedo ou mais tarde o outro
vai descobrir que não dá conta de encher o seu pote vazio.
​Esse princípio de transferência é fantasioso. Quando o sistema emocional
de uma criança pequena percebe que não está recebendo de seus pais o afeto,
o amor e a aceitação incondicionais, a dor que sente é tão grande e
insuportável que ela precisa criar uma solução para que esse vazio não seja
destrutivo para ela. Por isso, cria uma fantasia que pode ser um amigo
imaginário, um pai ou mãe imaginária, enfim, o que estiver faltando na base
ela inventa e passa a viver como se tivesse aquilo. A desvantagem é que não
existe absolutamente nada preenchendo lá. Como sua imaginação é grande
ela cria um suprimento perfeito. Se a sensação for falta de pai, por exemplo,
falta de uma figura masculina, cria uma pessoa perfeita que a preencha e a
abençoe, cheio de nobreza e de bondade. A fantasia é sempre perfeita, porque
a imaginação não tem limites. Esse ser é colocado nesse vazio. Quando
conhece alguém que ama e lhe dá amor, pega esse ser fantasioso e transfere
para essa pessoa e o encaixe parece perfeito. Nesse momento, percebe que
existem “pessoas perfeitas” porque pegou sua projeção de perfeição infantil e
encaixou em alguém que passa a ser o seu “deus”. O nível de afeto e paixão
por essa pessoa é tão profundo que chega a doer, porque transferiu para ele o
senso de perfeição, e ele parece mesmo preencher o seu vazio. A sensação é
maravilhosa, tão maravilhosa que pode viciar. Essa transferência é perigosa
porque o que está vendo não é verdade, é uma fantasia, a pessoa perfeita não
existe. Então, a sensação de que ele está matando toda a sua sede também não
é verdadeira. Quanto mais a pessoa lhe dá afeto, mais ela sente que falta e
mais exige. É quando descobre que há nela um poço sem fundo: quanto mais
tem, mais quer. E assim, no início não pede muito, mas aos poucos vai
exigindo cada vez mais atenção e amor até que chega a um ponto em que é
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impossível satisfazê-la. O que no início era suprido com a medida de “um
balde”, no fim nem com “caminhões cheios” consegue preencher.
​Se por acaso você está se relacionando com alguém que está fazendo
transferência para você, diga não nos primeiros momentos, senão vai perdê-la
depois. Dê o que pode e quando ela pedir mais, diga que não pode. Não tente
suprir toda a necessidade da outra pessoa, você não é capaz porque não é
Deus. Você não vai conseguir preencher o vazio dela e precisa estabelecer
isso no início, porque se deixar para quando já estiver “despachando dez
caminhões por dia” e não der conta de despachar onze, ela vai abandoná-lo
dizendo que você não a ama mais e que enjoou dela.
​Quando a transferência é feita, e a pessoa que a recebeu não se posiciona
corretamente, geralmente, o relacionamento acaba em briga, confusão e dor.
Nesse ponto, a pessoa que fez a transferência encaixando no outro a figura de
“provedor perfeito”, passa a fazer o inverso, derramando nele a figura de
“vilão perfeito” passando a odiá-lo. É quando acontecem os casos em que
alguém mata e diz que é por amor. Na verdade é por falta de amor
fundamental. Mata, porque, com a mesma intensidade que ama
fantasiosamente alguém dizendo dar a sua vida por ela, é também capaz de
odiá-la e tirar sua vida. Toda essa fatalidade pode acontecer porque ela tem
um vazio com a expectativa doentia de que a pessoa vai preenchê-lo, mas
como não preencheu a contento, ela o odeia com todas as suas forças.
​Estou aprofundando e levando você a compreender a dinâmica da
transferência, para que perceba o quanto a falta de amor fundamental na base
vai interferir na construção. Entretanto, essa falta não tem que criar apenas
eventos catastróficos, ela afeta todos os relacionamentos de forma simples e
pequena; ela interfere na sua vida de uma forma geral.
​Certa vez uma mocinha me procurou e me perguntou se eu achava que ela
era lésbica. Perguntei o porquê da pergunta e ela me respondeu que gostava
tanto de sua amiga, mas tanto, que tinha vontade de apertá-la e ficar sempre
perto dela. Aquela adolescente estava muito confusa. Expliquei que ela tinha
um vazio emocional e que estava fazendo transferência para sua amiga.
Depois que a ajudei a entender seus sentimentos
disse que não precisava afastar-se da amiga, mas para continuar a amá-la
tirando aquela ideia boba da cabeça, porque senão isso iria gerar um monte
de “filhotinhos” na sua mente. Disse-lhe também para respeitar os limites da
amiga, não cobrar mais do que ela poderia lhe dar e não dar mais do que tinha
para dar. Acrescentei que ela iria crescer e descobrir que a alma é cheia
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desses desequilíbrios e que só Deus é capaz de equilibrá-la e colocá-la no
eixo de novo.

Consequências da falta de Amor Fundamental

​ sensação de sede cria em você um senso de insatisfação perpétua e por


A
isso em todos os seus relacionamentos a percepção é de falta e não de
preenchimento, de que ninguém pode lhe preencher porque está sempre
faltando. Além disso, fica registrada no seu sistema a tendência natural para
rejeição, porque a falta que tem é no seu âmago, na sua alma e tem a
impressão de que não existe ninguém nesse planeta que lhe aceita. Ao passo
que, quando uma pessoa recebe amor fundamental na infância se sente amada
em qualquer situação, mesmo sem ter feito nada para merecer esse amor.
Essa é a percepção de amor incondicional, de saber que não importa o que ela
faça de bom ou ruim, continuará sendo amada.
​Na infância o amor preenche essa base e a sedimenta. Uma criança com
esse nível de afeto cresce transferindo
essa sensação de satisfação e aceitação para todos os seus
relacionamentos. Então, quando alguém diz que a odeia, o primeiro
sentimento é de não acreditar nesse ódio. Mas quando a base está vazia e
alguém diz que a ama, ela não sente isso como verdade, mas pensa que o
outro deseja algo dela. A falta desse amor faz com que muitas pessoas criem
relacionamentos doentios. Inclusive, uma das mais tendenciosas doenças
causadas é a confusão de amor com sexo e sensualidade. Algumas pessoas
chegam a um nível terrível de doença nessa área.
​Acompanhei o caso de uma linda moça que descobriu sua beleza e
sensualidade ainda bem novinha. Ela começou bem cedo a compensar sua
sede de amor fundamental, sua necessidade de aceitação, com os olhares e
elogios dos outros. Aprendeu a fazer correspondência e a usar esse senso de
aceitação baseado no que se vê, para suprir as suas carências emocionais. O
resultado é que usava isso para provocar os homens e se viciou nisso. Em
verdade, ela não tinha o interesse de se envolver sexualmente com os
homens, mas de conquistar a atenção deles pela sua sensualidade. Assim,
provocava todo homem que tinha chance, porque acreditava que aquela era a
única forma pela qual conseguiria afeto. Então andou provocando homens
doentes na área sexual e foi estuprada duas vezes, uma em casa e outra no
trabalho. Isso criou ferida por cima de ferida na alma daquela moça. O

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impulso de misturar sensualidade com afeto e confundir isso ainda era tão
forte que ela se enveredou pela prostituição. Quando aceitou a Jesus tinha
dificuldades enormes de se manter firme, porque descobriu que Deus não se
importava com a única coisa que achava que tinha para oferecer. E como
tinha registrado em sua mente que Deus achava o sexo nojento, não tinha
como “comprar seu amor”, porque o que tinha para oferecer era justamente o
que ele “odiava”. Por isso, não teve facilidade de se relacionar com Ele, e por
muito tempo viveu nesse sobe e desce da sua vida espiritual. Todos que
conviviam com ela tinham a impressão de que era falsa e que só estava na
igreja para ser instrumento de Satanás. A verdade é que estava tentando
crescer, mas a base de amor fundamental dela estava vazia.
​Quando estive em sua ministração, num de meus treinamentos, enquanto
colocava toda essa gama de dor e de pressão emocional para fora, Jesus lhe
apareceu numa visão e mostrou que ele amava a menininha que ela fora, e
isso fez com que saísse de lá com uma nova visão do mundo. Não sei o que
se deu depois, pois não pude acompanhá-la, mas naquele dia Deus derramou
sobre ela uma quantidade enorme de amor incondicional, fazendo com que
ela entendesse que ele não queria nada dela, que não esperava nada em troca,
que não havia nada nela que ele quisesse e que ainda assim a amava. Saiu de
lá com a certeza de que era aceita, que Deus a recebia e a cercava com afeto.
E pela primeira vez eu a vi se deleitar com a sensação de ser amada.

Formas de dar e receber o amor

​ amor fundamental pode ser dado e recebido de várias formas. Gary


O
Chapman, em seu livro “As cinco linguagens do amor”, mostra que as
pessoas demonstram amor de cinco maneiras e também se sentem amadas
através dessas mesmas manifestações. Algumas preferem palavras de
afirmação, outras preferem o toque, algumas preferem passar tempo de
qualidade com o outro, e outras se sentem amadas e amam através do serviço,
fazendo algo para o parceiro.
​A visão do Gary é que cada pessoa tem uma ou duas preferidas, e que ela
se sente amada quando essa linguagem é usada. Também ensina que é preciso
demonstrar afeto na linguagem dessa pessoa. Então, por exemplo, se uma
pessoa tem como a principal linguagem de amor palavras de afirmação e eu a
encho de presentes sem falar nada, ela não se sentirá amada. Por outro lado,
se sua linguagem for dar e receber presentes, você poderá colocar um outdoor

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se declarando, que ela não entenderá seu amor e ainda dirá que desperdiçou
dinheiro. Mas se der um presentinho de R$ 1,99, vai se sentir muito amada.
​Quero explicar que pessoas que têm como linguagem de amor, dar e
receber presentes, não devem ser taxadas de materialistas, pois o que conta
para elas não é o valor do presente, mas o sentimento de que foi lembrada.
Portanto, é muito importante entender a linguagem de amor de seu esposo ou
esposa e também de seus filhos, para poder dar amor na forma como
conseguem recebê-lo.
​Minha teoria é de que as crianças desenvolvem seu tipo de linguagem,
baseado no tipo de manifestações de amor que os seus pais usam com elas. A
segunda linguagem de amor de minha esposa é dar e receber presentes, e
normalmente, presentes pequenos. Ao conversarmos analisando o assunto,
descobrimos que apesar de o pai dela ser um homem duro, não muito amável,
sempre que saía, ao voltar trazia no bolso uma bala. Quando chegava a casa,
ela ia correndo na direção dele que não a abraçava nem a beijava, mas
simplesmente ficava lá parado. Então, ela ia ao bolso dele, pegava a balinha e
saía toda feliz. Essa era a única forma de demonstração de amor que tinha
dele. Por isso, quando saio e lhe trago uma lembrança ela fica muito feliz.
Isso me fez começar a pensar que a nossa linguagem de amor é montada na
infância com a demonstração de amor de nossos pais a nós. Mas isso é ainda
uma teoria minha.
​A falta de amor fundamental faz com que a pessoa se vicie na sua
linguagem, na forma como se sente amado e quando essa base está oca passa
a desejar ardentemente o seu tipo de linguagem de forma doentia. Isso pode
levar a desequilíbrios de muitas maneiras, como por exemplo, relacionar-se
sexualmente com quem se aproxima muito, porque só se sente amada com
toque. Quem se aproxima entende mal e recebe essa manifestação de amor
em forma de toque como desejo sexual e ela, para não se sentir rejeitada, se
relaciona fisicamente com ele.
​Se você está crescendo e consertando suas bases, precisa ter muitas
pessoas para lhe suprir, não pode ter uma pessoa só. Precisa ter amigas e
amigos, líderes que o amem, grupos pequenos para se envolver, para que se
sinta amado por muitas pessoas ao mesmo tempo, porque uma só pessoa não
vai dar conta de você. Precisa desenvolver vários relacionamentos saudáveis
de onde receba o amor incondicional. Não coloque nas costas de uma só
pessoa a responsabilidade de lhe suprir. E é claro, seu cônjuge tem a
obrigação de lhe amar simplesmente porque é seu cônjuge. Minha esposa diz:
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“Você tem que me amar porque se casou comigo!” E é verdade, ela tem
razão, não está errada. No entanto, existem pessoas que não têm que lhe
amar, mas que o amam assim mesmo, que gostam de você, o aceitam e é
preciso que explore isso nas medidas e limites certos para que sua alma vá
sendo preenchida.
​Deus tem a maior de todas as soluções para nós, porque por mais que as
pessoas nos amem, elas não dão conta de nós.

Solução de Deus para a falta de Amor Fundamental

​ o evangelho de João capítulo 4, versículos 5 a 28, vamos conhecer uma


N
mulher que tinha um verdadeiro abismo de amor fundamental em sua alma e
descobrir como Jesus a ajudou. Aquela mulher teve cinco maridos. E por
quê? Porque ela tinha sede. Jesus foi para a beira do poço e começou a falar
de água porque queria usar a figura de linguagem certa para fisgá-la.
​Jesus estava falando de sede de amor fundamental. O vazio dela era muito
grande e percebo isso pelo fato de que ela teve cinco maridos e o sexto
homem em sua vida nem era dela, parece que pegou “emprestado” de uma
amiga, porque como estava mesmo trocando de marido o tempo todo,
pensou: “Esse não deverá durar muito mesmo, então, porque casar?”
​O que acontecia nos relacionamentos daquela mulher para que ela ficasse
trocando de marido tantas vezes, é que sua sede era enorme, então ela a
despejava em forma de transferência num homem. Por algum tempo este
indivíduo conseguia preencher fantasiosamente os vazios emocionais dela.
Num dado momento ela cobrava mais do que ele podia oferecer e eles
brigavam. A cultura da época e da região não permitia uma mulher tão
avançada quanto essa. Nenhum marido das redondezas, acostumado com
mulheres subservientes, que acreditavam que os homens eram mais
importantes, iria suportar uma esposa que cobrasse tanto. Nem no nosso
tempo, com uma sociedade bem mais liberal, os homens não aguentariam.
Então, quando ela começava a cobrar demais, provavelmente esse cônjuge
reagia com ira e talvez até violência. Diante disso, toda a fantasia de que esse
homem a faria feliz ia por água abaixo e ela partia para outro esperando que
este fosse o par perfeito.
​Preciso lhe dizer que ninguém pode lhe fazer feliz, ou você já é feliz e vai
ser feliz no casamento ou já é infeliz e será infeliz no casamento. Meu
conselho para quem é casado é que desista dessa ideia de que quando seu

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casamento melhorar será feliz. Seja feliz logo antes que ele melhore, porque
senão quando melhorar ficará frustrado. Alguns fazem uma lista de como
querem que seu cônjuge seja e dizem que quando isso acontecer será feliz.
Pois saiba que se acontecer, isso não o fará mais feliz. Se você é infeliz agora
continuará infeliz depois, porque esse vazio não tem nada a ver com seu
cônjuge. O vazio é seu.
​Aquela mulher largou o primeiro marido e foi para o segundo para
descobrir que o segundo também não preenchia o seu vazio, pois ela
continuava com sede. Imagine uma pessoa parada na frente de uma grande
mesa de bebidas. Ela toma água e continua com sede; toma refrigerante e
continua com sede; toma tudo o que vê para então descobrir que tem um
problema em suas glândulas e que não são as bebidas que têm problemas,
mas ela. Essa mulher vai mudando de marido, um após outro, tentando
solucionar seu problema. Teve cinco relacionamentos oficiais, porque Jesus
só conta dos oficiais, os extraoficiais não sei. Quando ele se referiu ao sexto,
disse: “Esse não é seu marido”.
​Fiz um atendimento a uma senhora e senti muita compaixão. Quando fiz a
primeira entrevista com ela e vi suas bases pensei: “Jesus, que bases podres.”
Ela tinha mais ou menos 29 anos e seis filhos, cada um de um homem
diferente. Nessa idade ela se encontrava sozinha e sem nenhum marido no
momento, soro positivo e tomando um coquetel de medicamentos. No dia em
que esteve no meu gabinete ela havia tentado se matar pela manhã e alguém a
levou até mim às pressas. Ao conversarmos ela me disse: “Pastor, eu sinto
que a minha vida já acabou, eu já tenho 29 anos.” Então, eu fiquei pensando
em como a falta de amor fundamental pode destruir uma pessoa por dentro e
por fora. Eu tinha 38 anos nessa época e a minha sensação é de que não tinha
vivido nada ainda, não tinha feito quase nada do que Jesus me mandou fazer
e ainda tinha um planeta para evangelizar. E ela, com 29 anos sentia que sua
vida já acabara. Quando fiz o caminho dela de volta, percebi que até aquele
dia, essa mulher fez uma só coisa na vida: tentou ser amada. Passou o tempo
inteiro procurando alguém que a amasse. Perdeu a mãe por volta de 7 a 8
anos, o pai arranjou outra mulher e ela saiu de casa atrás de alguém que a
amasse de verdade e substituísse o pai que não teve. E foi se desgraçando a
cada relacionamento.
​Aquela mulher samaritana estava numa situação bem parecida. Havia um
vazio, uma sede enorme na vida dela. Jesus usa uma linguagem figurada para
dar as respostas que ela precisava. Ele disse: “Mulher, a água que você está
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bebendo, você bebe e acaba e tem que vir ao poço buscar de novo. Mas, se
beber da água que eu lhe der, não vai mais ter sede, porque essa água vai se
tornar uma fonte no seu interior, vai jorrar e todas as vezes que tiver sede vai
poder beber dentro de si mesma, pois já está aí.”
​Que fonte é essa? Jesus vai desenvolvendo a conversa e lhe diz que ela
vai poder ter um novo momento de adoração e relacionamento com Deus. O
Mestre estava se revelando como o Messias para criar uma ligação entre essa
mulher e Deus, criando um relacionamento duradouro de 24 horas por dia.
​Quando você tem uma base oca de amor fundamental gostaria que a
pessoa amada estivesse ao seu lado 24 horas por dia e que todas as vezes que
olhasse para o lado, ela estivesse lá. Quando ela não pode estar, o seu coração
fica triste e chateado dizendo: “Estou com sede e não tenho água!” Deus está
dizendo: “Eu tenho uma solução para isso. Tenho alguém que vai lhe dedicar
uma paixão explosiva e amá-lo de um jeito tão profundo que vai morrer por
você na cruz. Essa pessoa vai morar no seu interior e vocês vão conviver 24
horas por dia. Todas as vezes, sem exceção, que tiver sede, ele vai se
manifestar e revelar o seu amor por você.” Eu sei que quando lê isso parece
filosofia ou que estou criando uma ideia religiosa, mas não é isso. Jesus não é
uma ideia, ele é uma pessoa que conhece seus sentimentos e entende os seus
padrões. Talvez esteja se perguntando: “Por que eu não recebi isso quando
me converti? Eu continuo com sede.” Porque a fonte está aí, mas você não
bebe.
​Quando Jesus disse que vai ter uma fonte aí dentro, não estava dizendo
que ela vai lhe dar de beber, quem tem de beber é você. Deus se torna seu
companheiro real, mas a ideia da religião roubou a mentalidade de Deus
conosco. Ele acabou se tornando só uma ideia religiosa e não uma pessoa, por
isso você não é saciado.
​Deus quer começar um processo na sua alma de treinar seu sistema para
beber da água de Deus e para fazer essa transferência para ele. A mesma que
faz com seu marido, namorado ou com sua melhor amiga e eles não
aguentam. Contudo, se fizer com Deus, poderá despejar toda a sua carga nele
porque ele aguenta e você nunca vai se frustrar por não estar satisfeito.
​Sabe quanto tempo Deus tem para você? O tempo que tiver para ele.
Qualquer um gostaria de ter um companheiro assim. Pois Deus é assim e tem
para lhe dar a mesma quantidade de tempo que você tem para ele. Muitas
vezes não bebemos água mesmo com ela à nossa mão; não adianta ter água
na mesa e não bebê-la. O fato de saber que Deus está disponível faz com que
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fiquemos adiando “beber dele”, adiando separar tempo para estar com ele e
desfrutar de sua presença. Vai deixando para depois porque sabe que ele está
ali sempre, então quando quiser é só beber. No entanto, um fenômeno
psicológico começa a ser montado na sua alma: a sede aumenta a um nível
insuportável até que não sente que o que está perto vai saciá-lo. A sensação é
de tem que ser algo diferente e sai para procurar isso. Então, o segredo é não
deixar a sede aumentar muito, estabelecendo periodicidade e não deixando
que ela aumente tanto.
​Separe tempo para paparicar Deus todo dia e para deixá-lo lhe paparicar,
num tempo em que fiquem juntos desfrutando do amor. Isso não é uma
filosofia, não é uma brincadeira, Deus é real. Algumas pessoas acham lindo
que Jesus apareça nas ministrações, que o beije, o abrace e o pegue no colo e
acham uma pena que isso só ocorra nas ministrações. Não é verdade, isso não
acontece só nas ministrações, deve acontecer todos os dias para matar sua
sede, e então, possa relacionar-se com as pessoas ao seu redor de forma
saudável, sem sobrecarregá-las. Deus é a sua fonte de amor, mas a sua alma
não está acostumada com isso. Estabelecer um novo estilo de vida aonde
Deus seja o seu principal suprimento emocional e as outras pessoas sejam
somente a sobremesa dá trabalho, porque sua alma já está viciada desse
“corre-corre” atrás de gente.
​A mulher samaritana já estava com a alma viciada em pular de marido em
marido, então, mesmo encontrando Jesus precisava se disciplinar para
construir um novo padrão e resolver a sua base. Só assim a alegria perpétua e
verdadeira acontece. Não estou filosofando, mas falando do que vejo Deus
fazer, do que experimento, daquilo que faz sentido para mim, do que me
abençoa e é real na minha vida, bem como na das pessoas que participam dos
nossos Programas de Cura Interior. Deus não é um sujeito que mora lá no
final do universo e que deixou umas luzinhas piscando aqui para sabermos
que ele existe, Deus é real e está presente na nossa vida agora. Nossas
experiências subjetivas com ele no mundo espiritual, não são tão subjetivas
assim, são mais objetivas do que a grande maioria das coisas da nossa vida.
Você não pode se deixar enganar e entender que seus momentos com Deus,
são apenas pequenos momentos de fantasia, não são, Deus é mais real que eu
e que essa matéria que posso apalpar, porque ele criou o universo a partir das
coisas invisíveis. Ele é invisível, mas é mais real que as coisas visíveis e é a
fonte de toda a criação. Você não pode permitir que seu relacionamento com
Deus pareça uma fantasia, porque senão sua base vai continuar oca e
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continuará tendo relacionamentos doentios, ferindo pessoas e se ferindo.
​Quando Jesus encontra essa mulher ele a ensina onde achar a fonte e
quando ela acha, começa um novo estilo de vida. Antes, seu estilo era de se
trancar em casa, de não conviver mais com as pessoas. Ela ia buscar água ao
meio-dia porque nesse horário não tinha ninguém no poço. Não queria mais
conviver ou ser vista, a não ser nos lugares que sustentavam seu estilo de vida
doentio. Quando ela encontra Jesus, ele lhe oferece uma água nova, fresca,
todo dia, fazendo com que entenda que em verdade não é sexo que ela
procura e precisa, como todos acham, mas afeto e amor fundamental. Jesus
lhe dá isso e ao descobrir a verdade, ela volta atrás e começa um novo estilo
de vida, uma nova forma de se relacionar. Larga o seu cântaro na beira do
poço, vai correndo fazer uma reunião com a cidade toda e vira pregadora do
evangelho. Leva todo mundo para perto de Jesus sem medo do que as pessoas
vão pensar dela, porque agora o seu vazio está preenchido da forma certa.
​Comece a se perguntar, qual o tamanho do vazio da sua alma, qual o
tamanho do vazio na sua base de amor fundamental e onde você tem
procurado encher esse vazio. Pense sobre sua solidão intensa, sua sensação de
inadequação, de não ser amado, de não ser aceito, de que ninguém se importa
com você e de que só se importam com o seu trabalho; de que só é
importante enquanto é útil e quando não é mais, as pessoas lhe deixam.
Reflita sobre o que ou quem tem sido a sua fonte e o que tem feito para
comprar o afeto das pessoas. Deus lhe convida hoje a receber a sua carta de
alforria, a receber o amor que vem do trono e a transformá-lo na sua fonte de
afeto. Ele o convida a admitir que há um vazio na sua base e que o está
preenchendo de forma errada. Deus o chama a entender que ninguém será
capaz de preencher seu vazio e que as pessoas são apenas coadjuvantes,
apenas a sobremesa. Deus o convida a receber dele afeto e amor, porque
assim pode colocar as pessoas certas na sua vida para lhe amarem direito.
Tantos passaram por sua vida e só lhe feriram, porque não estava pronto para
se relacionar de forma saudável com eles. Deus quer que desista deles e se
apegue a ele, e quando isso acontecer, vai descobrir que está pronto para se
relacionar com qualquer um.
​Entre diante de Deus e arrependa-se por todas as substituições que tem
feito, arrependa-se por todas as pessoas que tem usado para preencher um
vazio que só ele pode preencher. Deixe o Espírito de Deus quebrantar o seu
coração e ministrá-lo, deixe-o tratar com sua alma.
​Jesus está lhe dizendo que ele sempre o amou e que a sua concepção não
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foi um acidente, isso é mentira de Satanás. Você foi planejado, ele o escolheu
e foi aceito por ele incondicionalmente desde o começo. Quando o óvulo de
sua mãe foi fecundado ele sorriu e pronunciou o seu nome. Você é parte do
plano dele. Cada situação complicada que acontecia na sua gestação, o
Senhor lhe acariciava e estava lá. Quando quase morreu e a sua morte não
aconteceu, foi porque Deus abriu a boca e lançou um decreto dizendo que
viveria. Durante toda a sua infância o Senhor estava lhe vigiando. Algumas
coisas foram ruins e ele deixou acontecer porque as trevas tinham legalidade
para agir, mas enquanto as trevas agiam, ele operava por outros meios para
salvar sua vida. Você sobreviveu no meio das coisas ruins que lhe
aconteceram porque ele tinha um plano para sua vida. O Senhor o escolheu e
nunca lhe esqueceu. Quando estava deitado no berço e percebia que alguma
coisa mexia em suas mãos e você brincava com aquilo que parecia o vento,
era Jesus lhe acariciando e dizendo que o amava.
​Deus tem como preencher o buraco que existe em sua alma. Há cura no
amor de Deus e ele o ama, por isso não precisa ter medo da vida, da rejeição
e dos relacionamentos, porque é amado. Ele sabe que você não é perfeito e
que tem um temperamento difícil, mas ele nunca o rejeitou e está disposto a
amá-lo até o final.

Um amor que cura

​ á cerca de 20 anos eu voltava de ônibus de São Paulo, quando minha


H
curiosidade me fez tomar emprestado um livreto colorido e cheio de
ilustrações. Aquela simples história me emocionou tanto que me lembro de
não conter as lágrimas em alguns momentos. Não tenho dados do livro, nem
mesmo lembro seu nome, pois depois de devolvê-lo nunca mais vi outro igual
em nenhum outro lugar. Além disso, o meu temperamento já se deu por
satisfeito de guardar a emoção sentida naquele momento. Reproduzo aqui
uma criação minha inspirada na história que tanto me emocionou naquele dia.
Meu intento é ilustrar o poder que o amor de Deus tem de curar nossas
feridas de amor fundamental e preencher o vazio de nossa alma carente.

Os Panidos...

​ onta-se que num grande e florido vale, no sopé de uma montanha, havia
C
uma pequena aldeia, onde morava uma gente miúda chamada de “panidos”.
Essa gente pequenina era feita de pano bem costurado e enchido com umas
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espumas macias, tão macias que eles adoravam ficar apertando uns aos
outros. Havia panidos de todos os tipos e jeitos: magrinhos, gordinhos, baixos
e altos, novos e velhos, bem como de todas as cores. Eles eram muito
agitados e viviam correndo de um lado para o outro procurando alguma coisa
para fazer. Uns trabalhavam muito enquanto outros se divertiam, uns
cantavam, outros consertavam alguma coisa; uns faziam teatro, outros
malabarismos e piruetas: ninguém parava.
​Contudo, havia algo que todos eles faziam: colocar apelidos uns nos
outros baseados em seus fracassos, ou, em suas vitórias. Assim, se um panido
cantor cantasse desafinado era logo chamado de “senhor desafinado” e logo
aparecia alguém que colava em seu corpo uma pequenina faixa com esse
“apelido”. Eles não davam apenas apelidos negativos uns aos outros, mas
também davam apelidos positivos como: Sr. afinado, Sr. vencedor, Sr. bom
flautista e até Sr. bom lixeiro. Assim, se algum deles fazia alguma coisa boa
ou admirável, recebia uma marca com um bom apelido, mas se fizesse
alguma coisa feia ou decepcionante, logo recebia uma marca com um apelido
negativo.
​Por causa dessa política de apelidos, havia entre eles os panidos
equilibrados, os panidos sucessos e os panidos fracassos. Os equilibrados
eram aqueles que apesar de terem sido marcados com muitos apelidos
negativos, também receberam muitos apelidos bons; esses eram respeitados e
aceitos. Os “sucessos” eram aqueles que praticamente só tinham marcas
positivas; eles eram admirados, venerados e quase adorados. Estes muitas
vezes recebiam mais uma marca positiva só porque algum panido o admirava
por ter muitas marcas positivas. Os fracassos eram o inverso dos sucessos,
pois eles tinham praticamente somente apelidos negativos e ganhavam
marcas de fracasso gratuitamente, só porque alguém se admirava que ele
tivesse tantas marcas negativas. Esses panidos eram rejeitados e ninguém os
queria por perto, porque tinham medo de ficarem como eles, cheios de
apelidos negativos.
​Deco era muito triste, pois era um panido fracasso. Ele passava agora
todo o tempo pensando em quantas coisas já havia tentado fazer sem
conseguir, recebendo assim, muitas marcas de fracassado. Ele já não tentava
mais fazer muita coisa com medo de errar, mas isso já não ajudava muito,
porque quando um panido o encontrava em algum lugar, o marcava como
fracassado ou perdedor só porque ele já tinha muitas marcas negativas.
​Um dia, Deco estava se sentindo sozinho e tão triste, que começou a
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chorar e reclamar da vida, recostado num poste na rua principal da aldeia; ele
chorava tanto e tão desesperadamente que muitos panidos pararam para
assistir à cena. “Eu sou um fracassado, nada dá certo comigo!” E chorava
bem alto. Logo, uma multidão de panidos já estava ao seu redor, colando em
seu corpo ainda mais marcas de fracasso a ponto dele ficar praticamente todo
coberto de marcas negativas. Quanto mais recebia marcas, mais Deco
chorava, e quanto mais chorava mais marcas eram coladas em seu corpo. Até
que Patici apareceu e entrando no meio da confusão carregou seu amigo dali,
protegendo-o e recebendo por causa disso muitos apelidos. Deco agradeceu e
disse: “Você me salvou amiga.” Ela respondeu: “Ora, você faria o mesmo por
mim.” Ele abaixou os olhos e disse triste: “Não conte com isso; não se
esqueça que sou um fracasso.”
​Nesse momento, Deco percebeu que todas as marcas que foram grudadas
em Patici pela multidão, se soltavam espontaneamente e ela ficou sem
nenhuma marca, nem boa, nem ruim. Foi quando ele lembrou que desde o
começo ela não tinha nenhuma marca. Ele perguntou: “Por que você não tem
nenhuma marca e como conseguiu tirar as que lhe colocaram agora?” E ela
respondeu: “Desde que passei a visitar o Sr. Panoá, lá no alto da montanha,
nenhuma marca fica em mim, nem boa e nem ruim.” Deco ficou curioso:
“Quem é ele?” Ela disse sabichona: “Ele é o criador de todos os panidos, um
homem muito bondoso que cuida muito bem de mim quando o visito. Ele nos
quer felizes.” Ele ficou ainda mais interessado: “Mas como ele fez para tirar
suas marcas?” Ela: “Não sei como ele faz isso. Vou lá porque gosto de ficar
perto dele e do jeito como ele me olha.” Deco quis saber se poderia ir visitá-
lo também e ela o levou.
​A porta da casa do Sr. Panoá era enorme, parecia ter sido feita para um
gigante, mas ainda bem que já estava aberta, pois com o medo que Deco
estava sentindo, com certeza não conseguiria bater. Ele foi entrando bem de
mansinho e começou a perceber que tudo lá dentro era enorme: a mesa, as
ferramentas de fabricar bonecos de pano, o banquinho e o homem sentado no
banquinho. Deco olhou para seu corpo cheio de apelidos negativos e teve
medo do que o Sr. Panoá pensaria dele, então resolveu ir embora antes que
ele o visse. Quando ele já ia saindo bem quietinho, ouviu: “Deco! Que bom
que veio me visitar!” Desconfiado olhou para cima e perguntou: “Como sabe
o meu nome?” E aquele homem grandão disse sorridente: “Eu sei o nome de
todos vocês, pois fui eu quem os fiz.” Ele abaixou-se e elevou Deco para
perto de si, à altura dos olhos. Quando viu todas aquelas marcas espalhadas
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pelo seu corpinho disse: “Vejo que foram muito cruéis com você lá
embaixo.” Imediatamente o pequeno panido perguntou-lhe como ele poderia
ajudá-lo a se livrar delas como fez com a Patici. A resposta do Sr. Panoá o
deixou muito confuso, pois ele explicou: “Isso não depende de mim, depende
de você. As pessoas lhe colocam essas marcas porque você acredita nelas.
Quando entender que tem valor independentemente do que os outros pensam
ou falam, as marcas perderão o sentido e cairão. Você é o que é e não o que
dizem que você é.” Deco ficou pensativo, coçou a cabecinha e disse: “Não
entendo, como vou acreditar que não sou tudo o que dizem se todos me
acham um fracasso?” O Sr. Panoá deu um de seus melhores sorrisos e
acrescentou: “Não precisa entender agora, apenas venha me visitar
diariamente e eu lhe falarei do quanto você é importante para mim e por isso
lhe criei. Vou lhe mostrar que a opinião deles não é tão importante, pois eles
são apenas panidos como você. Eles não entendem de onde vem o valor de
um panido, pois nunca fabricaram um sequer. A opinião que conta é a de
quem entende de panidos e os faz.” Deco ficou num profundo silêncio.
Depois de algum tempo ele olhou nos olhos daquele homem grande e
arriscou: “Isso significa que o senhor gosta de mim do meu jeito?” Ele
respondeu embargado: “Como eu poderia não amá-lo, Deco? Você é muito
precioso para mim.” E o pequenino meio sem jeito disse: “Mas eu sou tão
estabanado...” Ele retrucou: “Mas também é muito divertido e espontâneo.”
O panido insistiu: “Mas eu não consigo fazer nada certo!” E com um tom de
voz de quem encerra o assunto ele disse: “Desista Deco! Você não vai
conseguir me convencer a não gostar de você ou lhe colocar uma marca
negativa. Você é realmente muito precioso para mim.” Então o pequeno
justificou: “Mas ninguém nunca me amou.”
​Nesse momento, o Sr. Panoá já estava bastante emocionado pensando em
quanto tempo aquele panido passou sem saber do seu amor: “Eu sempre lhe
amei e se tivesse vindo há mais tempo já saberia o quanto lhe amo e o quanto
você é importante para mim.” E abraçou forte o corpinho fofo de Deco:
“Você é muito importante para mim.”
​Depois disso, quando Deco já estava de saída voltou-se e olhou para o Sr.
Panoá e perguntou de novo: “O senhor me ama de verdade?” E o Sr. Panoá
sorriu divertido: “Sim pequenino, eu o amo de verdade.” E Deco eufórico
começou a gritar: “Os apelidos estão soltando! Eles estão soltando!” E se foi
aos berros.
​Ore assim: “Obrigado Jesus! É tão bom me sentir amado, muito
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obrigado. É muito bom senti-lo perto, perceber seu afago e desfrutar de um
amor tão puro. Obrigado Senhor por matar a minha sede, obrigado Jesus!”

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Capítulo 6

SEGURANÇA BÁSICA: A TERCEIRA


BASE

​ té agora trabalhamos duas das quatro bases que fazem parte da


A
formatação da sua vida emocional. Entendemos que quando a identidade de
uma pessoa está bem resolvida ela encara a vida de frente, olho no olho,
enfrenta as coisas e faz o que tem de fazer. Quando sua base de amor
fundamental é preenchida, seus relacionamentos são saudáveis. Agora,
iremos trabalhar a Segurança Básica, que significa ter segurança na sua base.

Compreendendo a segurança básica

​ oda criança nasce completamente insegura e indefesa. Para sentir essa


T
segurança se apega a alguém que seja maior do que ela e desenvolve um
senso de dependência desse sujeito adulto acreditando que ele fará tudo para
protegê-la. Desde o nascimento ela já se agarra à mãe e suga o leite enquanto
suga segurança para si. Ela ainda não sabe andar, não sabe se locomover,
nem se limpar ou falar; não sabe fugir, nem dizer o que está sentindo; não
sabe nada, está completamente indefesa. Então, percebe que há um sujeito
adulto, enorme, um verdadeiro gigante aos seus olhos, que pode protegê-la.
Este “gigante” espanta o mosquito, a cobre de noite protegendo-a do vento
frio e essa criança começa a construir um senso de segurança baseada na
presença protetora dele.

A construção da segurança básica

​ ara que a segurança básica seja construída uma criança precisa ser
P
suprida em suas necessidades de alimentação, vestuário e tudo mais que
precisar. Ela tem que construir a mentalidade de que tudo que necessitar seu
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pai lhe dará. A segurança básica está muito ligada a suprimento e a criança
precisa do senso de que não vai lhe faltar nada. Não pode ter a preocupação
de abrir o armário para saber “se vai ter jantar hoje” ou de abrir a geladeira
para saber se vai ter o que comer, porque o sistema emocional da criança não
tem energia, capacidade e resistência para lidar com essa insegurança. É uma
sensação pesada demais para a idade dela e não tem estrutura para pensar ou
se preocupar com isso.
​Além do suprimento, a criança também não pode se preocupar com a
própria integridade física. Não tem energia para ter que pensar se o cachorro
vai entrar e mordê-la, se o ladrão vai invadir a casa, se vai cair um raio ou se
vai ter problema com a eletricidade. Ela não tem força emocional para pensar
em como se proteger, precisa delegar isso a alguém de confiança.
​Criança também não pode se preocupar com o futuro, pois esse é um
conceito muito complicado para sua cabecinha. Ela não pode ficar pensando
no que vai acontecer daqui a dez anos, mas tem que construir a mentalidade
de que, não importa daqui a quanto tempo for, seu pai e sua mãe estarão com
ela. E isso pode parecer um engano, mas é um “engano” do qual a alminha
dela precisa nesse momento.
​Portanto, ela não pode se preocupar com suprimento, com integridade
física ou com o futuro, mas tem que delegar todas essas coisas para um
indivíduo adulto que se preocupa com ela. Quando isso acontece a sua base é
preenchida e ela sempre vai lidar com a vida com uma sensação de
segurança. Se as circunstâncias forem desfavoráveis não vai se abalar tanto,
sentirá um desconforto natural baseado nos fatos, mas vai reagir a isso porque
tem segurança em sua base e, portanto, se sente segura.
​Quando ocorre o inverso há um sentimento pesado de que tudo pode dar
errado e de que tem que fazer sua vida ficar segura com sua própria energia e
força. O resultado disso é que ela crescerá com uma tendência para ser
insegura em primeiro lugar, e se as circunstâncias comprovarem estabilidade,
então, se sentirá segura. Percebe a diferença?
​O resultado da insegurança na base é que nós nos tornamos pessoas
extremamente medrosas e ansiosas no trato com a vida. Na verdade, não é
com as intempéries da vida que temos que lidar, mas com a insegurança
dentro de nós. Assim, criamos uma circunstância nova que apague a dor da
insegurança, mas qualquer fato novo que apareça em torno dela traz de volta
o medo e a ansiedade com maior intensidade ainda.
​O senso de contentamento para uma pessoa sem essa base preenchida é
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muito passageiro, pois tem uma grande dificuldade de se sentir satisfeita. Ela
não desfruta desse sentimento por muito tempo porque ele existe até que
ponha as mãos no objeto que lhe satisfará. Enquanto está indo em busca deste
objeto tem um senso de contentamento por antever a conquista, mas assim
que alcança o que deseja, fica insatisfeita de novo. Vem o sentimento de que
lhe falta alguma coisa em que se segurar para se firmar, e este é inconsciente.
Por isso, não tem dinheiro, bens ou móveis que lhe bastem, pois terá uma
insatisfação constante, sempre sentindo falta de alguma coisa porque sua base
de segurança está oca.
​Os pais deixam de construir segurança básica em seus filhos quando eles
ignoram a necessidade que eles têm de depender de alguém no primeiro
momento. Se os adultos não assumem essa postura, as crianças começam a
construir para si uma pessoa fantasiosa que assume o papel que eles deixaram
de assumir. No entanto, nem sempre os pais são realmente irresponsáveis, às
vezes são apenas descuidados.
​Ministrei uma pessoa em São Paulo, que tinha uma grande fobia de
cachorro e não sabia o porquê. Enquanto fazíamos a ministração, ela se
lembrou de uma cena que aconteceu quando era criança, com três ou quatro
anos de idade. A mãe havia saído e tinha ficado aos cuidados do pai que
estava assistindo televisão na sala. Ela foi para a cozinha quando de repente a
porta se abriu e apareceu um “monstro peludo”. Era o cachorro da casa, mas
para ela era um monstro peludo. Como era um cachorro muito manso que não
fazia mal a ninguém, ficava solto. Ela gritou, chamando o pai: “Papai, o
cachorro!” E ele, sem virar a cabeça respondeu: “Não tem nada não, é o
Totó!” Ela continuou gritando histérica e paralisada enquanto o Totó vinha na
sua direção. O pai gritou despreocupado: “Menina, para com isso, você não
está vendo que esse cachorro é muito bobo”? Então, o Totó pulou nela e a
lambeu toda. E ela já não estava mais lá porque desligou o sistema.
Emocionalmente ela apagou e não viu mais nada, porque sentiu a dor
emocional da insegurança, da falta de proteção do seu pai, enquanto ela não
dava conta daquele monstro. E ela simplesmente sai de cena e se estabelece
um trauma. O pai nunca ficou sabendo do tamanho da ferida que ele abriu na
alma da própria filha, porque não fazia sentido para ele, afinal de contas era
só o Totó, um cachorro muito manso e bobo.
​Talvez você já tenha tido a experiência de voltar ao lugar onde morou
quando criança e nesse lugar perceber que ele era muito menor do que se
lembrava. Isso acontece porque registramos a imagem do local como o
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víamos na idade em que moramos lá. Quando somos crianças e pequenas,
olhamos para um ambiente e o vemos enorme. Ao crescermos, vamos morar
em outro lugar e depois de adultos voltamos imaginando que veremos um
enorme campo de futebol, mas quando chegamos lá, vemos um espaço com
uns vinte metros que nem pode ser chamado de campo de futebol. O que
acontece é que, quando crianças, nós levávamos muito tempo para atravessá-
lo e foi assim que nosso sistema o registrou: enorme!
​Aquela menina registrou aquele cachorro como um monstro enorme
devorador de cabeças e quando ela o viu vindo em sua direção já se imaginou
sem cabeça e antes que isso acontecesse saiu de cena, porque não podia mais
estar ali, era dor demais para enfrentar.
​Quando não recebo cuidado e proteção na infância, carrego para a minha
vida um senso de insegurança constante. Assim, vou procurar coisas que me
deem algum nível de segurança e que anule a deficiência que há dentro do
meu coração.
​A única forma de uma pessoa ter essa base formada na infância e não ser
naturalmente insegura é ter confiado em alguém. Se não havia uma pessoa
confiável para ela se pendurar, a segurança que vai experimentar na vida será
sempre passageira, frágil e poderá ser perdida com uma facilidade enorme.
Só tem um jeito de cancelarmos a insegurança básica e é confiando em
alguém superior.
​Em nosso programa de cura a primeira coisa que trabalhamos é a
reconstrução da segurança básica. Isso acontece nos três primeiros passos. O
investimento nessa base é alto, treinando a mente da pessoa para que ela
aprenda a confiar de novo em alguém superior, porque segurança básica se
constrói confiando em alguém maior do que você.

Como Jesus lidou com a insegurança básica

​ o Evangelho de Mateus, no capítulo 6 versículo 25, Jesus está tratando


N
de segurança básica.
​“Portanto eu lhes digo: Não se preocupem com sua própria vida,
quanto ao que comer ou beber; nem com o seu próprio corpo, quanto ao
que vestir. Não é a vida mais importante que a comida, e o corpo mais
importante que a roupa?”
​A primeira coisa que ele nos diz nesse texto é que uma das grandes vilãs
trazidas pela insegurança é a ansiedade. Jesus está dizendo que nossa falta de

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segurança básica gera uma preocupação emocional que faz com que nos
sintamos ansiosos e mostra que esta sensação só existe porque não confiamos
em alguém maior do que nós. Mas, atenção: esse confiar em alguém maior
não é algo racional, mas emocional; essa confiança não tem que ter uma
razão de ser. Por que a criança confia que vai ter comida no jantar? Ela não
sabe onde papai compra, não sabe onde ele arranja aquilo tudo, não tem uma
noção clara sobre dinheiro, mas decidiu acreditar emocionalmente que o pai
vai trazer comida. Se der a hora do almoço e a comida não estiver na mesa
ela vai chamar e dizer: “Mamãe, eu estou com fome”. E isso sem questionar:
“Será que tem comida?” Porque ela não tem dúvidas de que tem comida!
Quando esse senso foi bem plantado, seu sistema desenvolve a sensação
infantil e sem lógica de estar naturalmente tranquila, porque vai ter comida.
​Jesus está dizendo que se eu e você não tivemos segurança na infância, só
tem uma saída: plantarmos na nossa base emocional a imagem de um Deus
que dá comida, roupa, sustento, proteção e cobertura. Quando Jesus fala da
ansiedade ele está nos dizendo que precisamos confiar em Deus, senão ela vai
nos matar.
​O apóstolo Paulo escreve aos Filipenses e diz: “Não fiqueis ansiosos de
coisa nenhuma.” Ao invés de ficarem ansiosos, “coloquem diante de Deus
todas as suas necessidades, façam oração e súplicas”, coloquem tudo diante
de Deus, deixem-no responder e então, vai acontecer um fenômeno. Paulo
diz: “... e a paz de Deus, que excede todo entendimento, vai guardar o seu
coração e vai guardar as suas emoções em Cristo Jesus.”
​Quando uma pessoa adulta consegue agir com a ingenuidade de uma
criança e colocar Deus na sua base como supridor, esse fenômeno emocional
acontece em seu interior, mesmo que ela não tenha recebido a base de
segurança na infância. Mas, Jesus sabia que nós não somos muito bons em
fazer isso, então para nos treinar, usou alguns argumentos lógicos para
desmontar a nossa sensação baseada na falta de lógica, porque nossa alma
ferida pela insegurança se torna ilógica. Deixe-me exemplificar isso: uma
mãe veio ao meu gabinete e estava muito ansiosa, à beira de um ataque de
nervos, querendo conversar e pedir que eu orasse porque já estava a ponto de
tomar remédios controlados. Como alguém lhe disse que crente não toma
esse tipo de remédios, entre tomá-los e vir falar comigo, preferiu a segunda
opção. Não concordo com isso, pois acho que se for preciso tomar remédios
controlados deve-se tomá-los. Bem, enquanto conversávamos fui tentando
achar a raiz da ansiedade dela.
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​ la estava com pedreiros em casa e se você já passou por isso, sabe que
E
esta já é uma boa razão para a sua ansiedade, porque esses profissionais em
casa estressam qualquer um. Eles estavam trabalhando e tudo dava errado,
faltava cimento, ferramentas, outras coisas surgiam, outras não se
encaixavam, e enquanto ela me contava toda essa situação estressante,
perguntei sobre a possibilidade de ela adiar um pouco essa obra, pois estava a
ponto de surtar. Sugeri que deixasse passar um tempo para refazer as energias
e mais tarde recomeçar. No entanto, ela disse que não, pois a obra já estava
atrasada há mais de um mês e não queria parar. Perguntei o que estava
fazendo e ela respondeu que estava construindo em cima da casa dela para o
filho morar. Questionei se ele já iria morar e ela disse que não, que era para
quando ele se casasse. Quis saber quanto tempo faltava para ele se casar. Foi
quando ela me contou que ele só tinha cinco anos de idade! Isso não é
ilógico?
​Deixe-me lhe dizer uma coisa: não tem lógica para mim e para você, mas
para ela tinha todo o sentido do mundo sofrer por estar construindo a casa
que o filho de cinco anos iria morar um dia.
​Precisamos de uma verdade maior do que aquela criada pelas nossas
sensações para nos libertarmos da tirania da insegurança instalada em nossa
base.
​Então, Jesus diz: “Vou dar uma lógica para vocês: quem foi que criou a
vida? E a comida que sustenta a vida?”
​Ele está nos dando uma saída para combatermos a sensação errada que foi
criada pela nossa alma desequilibrada, mas como ela está arraigada em nós, a
lógica de Jesus não parece ter muita força. Então, vamos ter que decidir
acreditar nele ou em nós mesmos. Ele está dizendo: “A vida não é mais
importante do que o alimento que sustenta a vida?” Quem pode criar a
vida? As pessoas podem manipular a vida, mas ninguém pode criá-la, só
Deus a cria, só ele chama a vida à existência. Então, será que aquele que cria
a vida não pode enviar comida para sustentá-la?
​Mas sua alma argumenta: “Mas pastor, você fala assim porque não viu o
preço do feijão no supermercado. Você está querendo dizer que vai cair
comida do céu?” Sim! Estou querendo dizer que se for preciso vai cair
comida do céu sim, e quando cair não será a primeira vez, já caiu outras
vezes. Aquele que é capaz de criar a vida é capaz de criar o alimento que
sustenta a vida. E você diz: “Pastor, mas eu estou olhando para as
circunstâncias e o que estou vendo, não é que vai aparecer alimento para
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sustentar a vida, estou vendo é que não vai ter comida e a vida vai se
extinguir.” A lógica da nossa alma ferida é muito forte, então precisamos
decidir acreditar na lógica de Jesus.
​O corpo não é mais importante do que a roupa? Quem foi que fez o corpo
perfeito, quem o fez assim saudável, não foi Deus? Nosso corpo não é um
milagre? Faz sentido acreditar que quem fez o corpo não consegue fazer a
roupa? Não é meio louco pensar assim? E você pensa: “Faça a sua parte que
ele lhe ajudará. Deus só vai criar o corpo, o resto é por sua conta.” E começa
a ansiedade porque não consegue a roupa. Jesus está dizendo que se ele
arranjou o corpo vai arranjar a roupa para vestir o corpo, e vai arranjar o
alimento que o alimenta, porque é ele quem faz tudo.
​Se esse argumento não entra na sua cabeça, Jesus tem outro. Ele diz:
​“Olhem as aves do céu, observem-nas, elas não comem todo dia?
Quando elas comem? Toda vez que precisam comer.”
​Eu pergunto: quanto tempo elas existem nesse planeta? Segundo a ciência
há alguns milhares de anos, segundo alguns intérpretes da bíblia, seis, sete
mil anos. Há outras correntes, mas não quero falar delas. Mas vamos
imaginar que existem há alguns milênios. Jesus diz que elas comem todos os
dias e não ficam preocupadas, não têm lavoura, nem celeiros e também não
guardam no armário. Então Jesus pergunta: “Onde elas arranjam comida?” O
Pai celestial as alimenta. Ele dá um jeito de fazer com que todos os dias os
pássaros tenham alimento. Quando Israel foi para o deserto e não tinha
comida, fez chover do céu para eles. Quando eles estavam enjoados de comer
pão de trigo que caía do céu, mandou um monte de codornas para eles
comerem carne. Quando o profeta Elias estava com fome lá perto do Ribeiro
de Querite, enviou pássaros que levaram carne e pão para ele. Quando a
viúva não tinha comida em casa, o Senhor fez com que o azeite da botija e a
farinha da panela não acabassem por três anos e meio. Então, o Deus que
sustenta os pássaros, não pode sustentar você?
​Ele ainda diz: “Olhem para os lírios do campo.” Como é que acontece
aquela combinação de cores e formas que surge da terra formando aquele
conjunto lindo? Quem já viu um lírio? É lindo. Perto de onde moro, tem uns
terrenos baldios e às vezes quando passo pela manhã, vejo que floresceram
um tipo de flor branquinha, e são lindas se espalhando por todo o campo. Eu
me pergunto: “Quem plantou?” Ninguém plantou, nasceu lá. E Jesus lhe
pergunta: “Quem é que faz o lírio ficar tão bonito? Quem o veste com uma
roupa tão perfeita? É o Pai celestial.” Se ele consegue fazer um milagre tão
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extremo, tão sobrenatural para vestir o lírio, não vai vestir você? E sua alma
contra argumenta: “Pastor, você tem que entender que não tem lógica: o lírio
não veste roupa, mas sim cores, forma e beleza, isso não é roupa.” Pois o que
é mais fácil de fazer? As roupas ou a química delas? Roupa é mais fácil, e,
que Deus é esse que consegue fazer o lírio, mas não consegue fazer roupa
para você? “Pastor, é que as minhas roupas são de grife, eu não vou vestir
qualquer roupa.” Mas, será que Deus não pode lhe dar a roupa que você
precisa?
​Jesus está tratando da nossa insegurança básica, nos dizendo que só tem
um jeito de supri-la: descobrir alguém maior do que nós e confiar nele de
forma infantil, como uma criança. E quero frisar: como uma criança.
​A verdade é que não conseguimos ser infantis, nós discutimos e
argumentamos. Mas, cada vez que estabelecemos um raciocínio que contraria
o padrão da confiança de uma criança em seu pai, estamos alimentando a
nossa incredulidade e não a nossa fé.
​O anjo apareceu para Gideão e este tinha um problema de insegurança
básica. Ele lhe disse: “Saudações grande guerreiro!” Dá para imaginar que só
de ver essa aparição, Gideão se encolhe todo enquanto o escuta dizer:
“Grande guerreiro, o Senhor o escolheu para libertar o povo das mãos dos
midianitas.” Gideão responde com raciocínio humano e diz: “Mas, não pode
ser Senhor, eu sou o menor da casa de meu pai e a casa de meu pai é a menor
da casa do pai dele e a casa do pai dele é a menor da nossa tribo! Então, essa
história de grande guerreiro não me convence.”
​Sua mente mesquinha e pequena, treinada pela insegurança básica, está
sempre questionando os absolutos de Deus. E sua alma contra argumenta:
“Mas, não são absolutos que estou questionando e sim circunstâncias. Tudo
indica que não vai dar certo, então, porque eu vou acreditar que vai?”
Simplesmente porque Deus disse: “Saudações, grande guerreiro?”
​É preciso escolher se crê em Deus ou nas circunstâncias que lhe atacam e
desafiam. Você tem que decidir se acredita no que Deus disse ou no que as
circunstâncias falam. E pode parecer loucura, mas acho mais fácil acreditar
em Deus, porque para mim, acreditar nele é mais seguro.
​Tem uma frase que os meus filhos costumavam falar muito quando eram
menores e ainda falam, embora já sejam adolescentes: “Papai sabe.” Quando
a minha palavra se chocava com alguma coisa ao redor e suas cabecinhas não
conseguiam entender, eles tinham uma solução rápida: “Papai sabe.” Nossa
mente racional tem uma grande dificuldade de dizer isso. Então Deus nos diz:
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“Filho, acredite em mim, eu sou bom.” E nós dizemos: “Mas Senhor, e o
Tsunami? E o mendigo que passa fome? Estou confuso!” Bem, eu não tenho
explicações para o Tsunami, nem para o terremoto da China e também não
sei por que o mendigo está passando fome, mas eu sei que “Papai sabe!” E
sei que de mim, Papai cuida. É preciso entender com simplicidade que
acreditar é uma decisão e resolver não acreditar também.
​Decida crer em alguém maior e mais poderoso, alguém que pode
manipular as circunstâncias e virar o mundo de cabeça para baixo em seu
favor. Se não decidir acreditar ao ponto de apontar para ele e dizer: “Ele sabe,
eu não tenho que saber”, então terá que ser o deus da sua própria vida. E aqui
entre nós, você não dá conta de ser o deus da sua vida.
​O filósofo francês Voltaire disse que: “Se Deus não existisse seria preciso
inventá-lo”. Mesmo conhecendo pouco a filosofia de Voltaire, penso que
poderia parafraseá-lo assim: “Se Deus não existisse, valeria a pena inventá-
lo apenas pelos benefícios de ter um Deus para confiar.” A insegurança
básica é uma inimiga cruel e maligna que nos mata. Se tivéssemos de
inventar Deus por causa dela, compensaria. A boa notícia é que Deus existe,
é real e só temos que decidir confiar nele. Há muitas coisas que não
entendemos e que não fazem sentido para nossa mente: o porquê de alguém
ter câncer, ou por que sofreu aquele acidente; você não sabe e eu também não
sei, mas nós não precisamos saber de muita coisa mesmo. Não temos que
ficar perguntando, pois esse desejo de saber é uma necessidade de poder.
Achamos que não podemos ficar sem saber, porque o nosso sistema acredita
que se tivermos informações controlaremos a situação, mas a verdade é que
não controlamos nada. As informações só nos darão a sensação de poder, mas
continuaremos impotentes, apenas sabendo um pouco mais. De que adianta
entender porque o câncer mata as pessoas: que tem uma energia negativa
operando dentro da célula que é inversa à energia positiva da célula saudável
e que a energia negativa vai aumentando e alguns chegam a dizer que é como
se fosse um extraterrestre morando dentro das células? Saber disso não vai
fazer nossa vida ser muito diferente, porque ainda estaremos indefesos,
desprotegidos e sem poder fazer nada. Então, para quê ter as informações?
​Às vezes, fico sabendo de coisas e quando isso acontece, eu digo:
“Aleluia! Deus é bom!” E se não fico sabendo também digo: “Aleluia! Deus
é bom!” Não sei por que certas coisas acontecem, mas também não preciso
saber, porque o Pai sabe. É muito gostoso fazer como os meus filhos faziam
na infância: “Eu não estou entendendo nada, está tudo meio confuso, mas
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papai sabe.” Gastamos muita energia emocional à toa, ao tentarmos
interpretar o que não é preciso saber. Jesus diz: “Decida acreditar que o Pai
que dá a vida, dá o alimento para sustentar a vida.” E você: “Mas Senhor,
eu não vi isso acontecendo naquele caso.” A verdade é que não lhe interessa
o porquê ele não o fez naquele caso. O Pai que dá o corpo, que levanta o
corpo, também dá a veste para vestir o corpo. O Pai que sustenta os pássaros
e os lírios é quem vai lhe sustentar.
​No versículo 34 temos o terceiro argumento de Jesus: “Não se
preocupem com o dia de amanhã, porque o amanhã trará as suas próprias
preocupações, e basta a cada dia o seu mal.”
​Jesus está dizendo que você pode confiar em Deus em vez de ficar
tentando adivinhar o futuro, porque quando este chegar trará desafios que as
suas preparações não vão dar conta. Hoje você fica imaginando como as
coisas serão daqui a 10 anos e quais situações terá de enfrentar, mas daqui a
uma década os tempos serão outros e você será outro. Problemas que não
consegue resolvê-los hoje, no futuro conseguirá, porque haverá outras
ferramentas, outros conhecimentos e outras experiências. Então, deixe que
Deus resolva as dificuldades de hoje e os desafios do futuro serão
solucionados quando eles chegarem.
​Quando me lembro daquela senhora que sofria por causa da construção da
casa do filho que só tinha cinco anos, fico pensando que está sofrendo à toa,
pois nem sabe se o filho vai se casar ou se vai estar vivo; não sabe se ele vai
morar na cidade ou se a prefeitura vai pedir a casa, não sabe nada do que vai
acontecer e ainda assim está sofrendo de graça. Mas só vai descobrir isso no
futuro. Você não pode ficar esperando o futuro chegar para descobrir que está
sofrendo à toa hoje. Tem que parar de sofrer agora, porque sua segurança
básica está em Jesus.
​Decida crer que existe alguém maior que você, pois só assim vai construir
segurança básica. E tem que ser alguém maior assumindo o controle, alguém
que lhe faça dizer: “Ele sabe, ele se vira; não está fazendo sentido, mas ele
vai cuidar disso.” Assim seu coração se acalma.
​Contudo, há um envolvimento espiritual nisso. Nos versículos 19 a 24,
Jesus diz:
​“Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a
ferrugem destroem e aonde os ladrões arrombam e roubam. Mas
acumulem para vocês tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não
destroem e aonde os ladrões não arrombam nem roubam. Pois onde estiver
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o seu tesouro, aí estará também o seu coração.”
​E o versículo 24 diz:
​“Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou vai odiar um e amar
ao outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir
a Deus e às riquezas.”
​Na sequência desse texto, Jesus começa a falar de vencermos a ansiedade
resolvendo a nossa insegurança básica. O que Jesus quer dizer é que se você
não encontra
alguém maior para confiar e jogar sobre ele as suas ansiedades deixando-
o resolver seus problemas, vai começar a juntar coisas para poder se agarrar
nelas. Vai querer juntar bens, dinheiro, imóveis ou influência, pois há uma
sede de confiar em alguma coisa. Jesus diz que essa alguma coisa, seja o que
for, vai dominá-lo porque seu coração vai estar lá. Jesus diz: “Aí estará o seu
deus.” Você entende isso? Onde estiver a sua segurança aí estará o seu
“deus”. Não se engane, pois idolatria não é só ter uma estátua em casa, mas
colocar a sua segurança no objeto errado. O que lhe faz sentir-se seguro? Se
não for o Senhor, essa outra coisa é um ídolo.
​Agora você pode entender, porque Jesus disse no texto de Mateus 6.21:
​“Porque vocês me dizem, Senhor, Senhor e não fazem o que eu mando?
Naquele dia vou dizer, não lhes conheço!”
​Alguns são bons crentes “para inglês ver”. E o seu “deus” não é o Deus
da bíblia. Porque a sua segurança não está sendo construída nele, mas no deus
dinheiro, no deus poder, no deus capacidade de manipular e controlar
pessoas. A falta de segurança básica pode nos levar ao inferno porque ela
pode nos levar a um deus que não é o Deus verdadeiro.
​Talvez seja a hora de se perguntar no que você tem confiado para lhe dar
segurança ou em que tem se apegado quando percebe as coisas ruindo.
Quando vem o terremoto e em alguns casos um Tsunami ao seu redor, no que
se agarra? Quem ou o quê é maior do que você, para que dele dependa? Deus
lhe convida a sondar isso, porque esse é o seu deus. Ele o convida a amarrar
esse deus e entregá-lo no altar; a desistir da sua confiança e de suas
perguntas, pois não é de respostas que precisa, mas sim de Deus. Você não
precisa de soluções nem de ferramentas, mas de alguém que lhe faça sentir-se
seguro. Por isso, quero convidá-lo a entrar na presença de Deus, confessar o
que tem disputado sua atenção com ele e levá-lo para o altar amarrado e
amordaçado. Conte ao Senhor que tem confiado em uma pessoa, ou no seu
trabalho, ou na poupança. E se não admite que não é nisso que está pondo sua
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confiança faça um teste: qual seria a sensação se tivesse que viver sem isso?
Se for de paz, significa que não confia mesmo nisso, mas, se seu coração
aperta e morre de medo de perder, está pondo nisso a sua confiança sim. Se
não pode se imaginar vivendo sem seu marido ou sua esposa, sem seus bens
ou sua poupança, estão sua segurança está neles e precisa entregá-los ao
Senhor.
​Ore assim: “Senhor, eu me arrependo por permitir que o meu coração
se apegue a qualquer coisa que não o Senhor. Arrependo-me por deixar a
minha alma apegar-se à segurança que vem de outras fontes. Hoje lhe
entrego todas as minhas fontes de segurança: financeiras, sociais e
religiosas. Em nome de Jesus, entrego-lhe tudo isso e decido que quero
confiar no Senhor. Decido não me preocupar com o futuro, nem com os
meus suprimentos, com minha integridade física, ou com minha família.
Entrego tudo para que cuide de mim. Por que eu posso viver sem isso, mas
não posso viver sem o Senhor. Em nome de Jesus. Amém.”

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Capítulo 7

DISCIPLINA: A QUARTA BASE

​ ocê já está decidido a não construir sua casa na areia? Já arranjou uma
V
marreta e uma talhadeira?
​Deus tem nos falado que não fomos chamados para construir aparências
em cima de bases podres. Ele tem nos mostrado que nos convidou para fazer
bases seguras e isso leva tempo e dá trabalho. Até aqui compreendemos que
uma de nossas bases é nossa identidade e concluímos que quando
construímos uma identidade segura enfrentamos a vida de frente; que quando
o amor fundamental está bem estabelecido, nossos relacionamentos são
saudáveis porque não tentamos arrancar deles aquilo que eles não têm para
nos dar e aprendemos que quando há segurança básica, ela nos faz lidar com
a vida sem medo do futuro e nos sentimos seguros mesmo tendo que
enfrentar circunstâncias adversas.
​Neste capítulo quero ajudá-lo a entender que essas descobertas não
mudam a sua vida. Até gostaria de lhe dizer que a partir de agora você tem
bases novas e tudo será diferente. Mas não seria verdade. O que vai mudar,
ao término da leitura desse livro é que terá marreta e talhadeira nas mãos, e
na mente, a certeza de que irá trabalhar duro para reconstruir suas bases.
​O programa de cura interior que nós assessoramos na igreja local, tem o
objetivo de caminhar com você num período de dois anos para desmontar
suas bases podres e ensiná-lo a ficar com a marreta e a talhadeira na mão para
que elas sejam reconstruídas.

Compreendendo a disciplina

​ onstruímos uma mentalidade simplista de que ouviremos um sermão no


C
domingo à noite ou que iremos a um seminário, lá receberemos uma
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imposição de mãos em uma ministração e assim tudo se resolverá. Mas não é
assim que funciona, pois é preciso trabalhar duro. Quando Jesus contou essa
parábola dos fundamentos, Lucas deixa claro a ideia de que o homem cavou
profundamente na rocha e lançou os seus alicerces sobre ela. Entendemos
então que não dá para fazer alicerces profundos na rocha sem ter trabalho. É
aqui que entra a quarta base do nosso sistema: Disciplina.
​Lembro-me de quando minha filha Mhaysa era pequena, com três ou
quatro anos de idade e saíamos juntos para fazer alguma coisa na rua.
Enquanto caminhávamos, num dado momento, ela parava e dizia: “Pai, eu
estou cansada, você me pega no colo?” Eu dizia: “Não filha, você pode
andar mais um pouco.” E ela: “É que a minha perna está doendo.” (Se fosse
o meu outro filho, o Marcos, não haveria argumentação, ele continuaria
andando, mas ela tem que argumentar!) E minha resposta foi: “Tudo bem
filha, mas ainda pode andar mais um pouco mesmo com a perna doendo.”
Ela: “Pode?” “Sim, pode, as pernas doem assim mesmo.” “Ah, então tá!”
Então, ela andava um pouco mais e depois de algum tempo (normalmente
bem pouco tempo, em se tratando da Mhaysa), ela parava de novo e dizia:
“Pai, é que agora a minha perna está doendo mais.” Então eu dizia: “Tudo
bem filha, mas é normal doer assim também, vamos.” “É?” Então ela andava
mais, até que num dado momento eu não resistia ao charme da minha filha e
a pegava no colo.
​Disciplina é o treinamento que uma criança precisa receber para entender
que limites precisam ser rompidos. Nosso sistema tem vontade e comandos
próprios que se definiram na infância e que determinam seus próprios limites.

Consequências da falta de disciplina

​ que acontece quando uma criança não é disciplinada e treinada para


O
entender que esse limite deve ser definido por ela? Ela vai permitir que o seu
sistema lhe dê comandos. Ela não vai poder dizer ao seu corpo quando comer
ou não comer; a que horas deverá levantar-se pela manhã. Será o seu sistema
que lhe dirá. Ela ainda vai desenvolver uma capacidade enorme de
autocomiseração. A falta de disciplina nos torna indivíduos sem força de
vontade.
​Podemos treinar nosso sistema para aumentar nossos limites aos poucos.
Por exemplo, o corredor de uma maratona como a São Silvestre, não vai
ganhar a prova no dia da corrida, precisa ganhá-la alguns anos antes,

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enquanto treina e aumenta os seus limites. Em todo momento em que corre
para treinar e melhorar seu tempo, seu sistema estará lhe dizendo que não
aguenta mais, que é melhor parar e desistir, pois vai acabar se esgotando. E se
não teve uma base de disciplina na infância, vai sentir tanta pena de si mesmo
enquanto tenta correr, que não terá forças para continuar. Vai parar e dizer
que não consegue, mas ele conseguiria sim.
​A base da disciplina é emocional e não física. A falta dela acaba
estabelecendo em nós limites aquém do que poderíamos de fato suportar.
Limites físicos, emocionais, espirituais e sociais acabam ficando bem abaixo
de onde realmente poderíamos chegar e ainda somos treinados para ter pena
de nós mesmos. Nosso sistema grita que precisamos: dormir, comer,
descansar e assim, vamos ficando preguiçosos, não rompemos limites e não
vencemos corridas.
​Se não construímos disciplina, paramos de crescer e passamos a viver na
mediocridade. E ainda diremos que os outros ao redor crescem e nós não,
pondo a culpa na sorte. Normalmente as pessoas que vivem dizendo que não
têm sorte são pessoas sem disciplina.
​Não existe nada duradouro, real, conquistador, que comece nas alturas.
Antes, todos os grandes e poderosos projetos começam bem pequenos, sendo
que, alguém confia tanto que dará certo a ponto de permanecer nele e até
morrer por ele. E daí a algum tempo será um projeto maior, alguma coisa
realmente grande e então, terá reconhecimento. Mas para que isso seja
possível é preciso disciplina para persistir. Não se chega ao topo quando se
tem pena de si mesmo. A falta de disciplina nos dá um senso de vítima, de
coitadinho e pobrezinho. Em consequência disso chegamos ao centésimo
lugar na corrida nos perguntando por que os organizadores não criaram uma
pista especial para corrermos e reclamamos de tudo, tendo mil desculpas para
nossa derrota. Dessa forma, veremos todos chegando lá e vamos dizer que
não chegamos porque os outros tiveram melhores oportunidades que nós.
Mesmo aqueles que não têm oportunidades, se forem disciplinados chegarão
lá, e irão tão longe quanto os outros que as tiveram. Ouvimos muitas histórias
de moradores de rua que se tornaram doutores e tantas outras que atestam o
que estou afirmando.

Diferença entre o disciplinado e indisciplinado

​A disciplina nos faz tirar o melhor de nós mesmos e ao invés de

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reclamarmos do que não temos, faz com que consigamos arrancar o melhor
daquilo que temos.
​Você só tem um momento para viver e é hoje, não tem outro. Só tem um
lugar para estar e é aqui. E só pode usar um tipo de ferramenta, as que estão
disponíveis. A diferença entre os vencedores e os perdedores, é que os
vencedores fazem o melhor que eles podem aqui e agora com as ferramentas
que possuem. Os perdedores não fazem nada, porque eles não gostariam de
estar aqui, não gostariam que o tempo fosse esse e também não gostam das
ferramentas que têm. Estão esperando o que querem, e enquanto esperam, os
vencedores estão usando o que têm. Então, quando os perdedores acham o
que querem, os vencedores já ganharam a corrida faz tempo, porque eles
estavam aproveitando enquanto os perdedores estavam esperando a hora boa.
Quem não é disciplinado está sempre esperando a boa hora. E diz: “Um dia
vai chover na minha horta.” E um dia realmente chove na horta dele, mas
não tem nada plantado lá e a chuva faz com que a horta dele produza mato e
espinhos. O disciplinado sabe que um dia vai chover, então ele passa tempo
preparando a horta. E não prepara uma hortinha só, prepara uma fazenda
inteira, porque sabe que quando chover terá uma plantação imensa que será
molhada e produzirá em abundância. O indisciplinado vai olhar e dizer:
“Olha como as coisas nascem tão facilmente na fazenda dele.” Mas não se
toca que o sujeito estava lá suando faz tempo.

Quando começa a disciplina

​Essa disciplina tem um tempo certo para começar a ser aplicada: assim
que a criança nasce. Acho muito engraçado como alguns pais agem, dizendo
que vão esperar seu filho ter dezoito anos, porque nesta idade terá
entendimento e então lhe dirão o que pode e o que não pode fazer. Mas
quando chegar essa idade e seus pais tentarem lhe dizer o que fazer ele não
atenderá seu comando e não os reconhecerão como autoridade em suas vidas.
​Eu tenho um filho de treze anos, e ele está na fase em que preciso discutir
com ele e provar por A + B que eu estou certo e ele errado, se quero que ele
faça alguma coisa. Algumas vezes não tenho tempo para conversar, digo-lhe
para fazer algo e ele coloca seu argumento contrário. Então, sem tempo para
discutir, falo: “Filho, obedece ao papai.” E ele prontamente diz: “Está bem.”
E quando foi que ensinei meu filho a fazer isso? Quando ele tinha quatro ou
cinco meses de idade. Agora, na adolescência, não dá mais para ensinar essas

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coisas. Não dá para pegar um adolescente e ensiná-lo a obedecer ao seu pai.
Agora já era, você vai ter que largar o papel de pai e ser amigo.
​A criança precisa aprender bem cedinho que o seu sistema não manda
nela, mas que ela manda no sistema e é ela quem dá as ordens.
​Vou lhe dizer uma coisa: se o garoto de dezoito anos é crente, tem uma
boa formação moral na igreja e o sistema de crenças dele está certo, bem que
gostaria de lhe obedecer, mas não consegue, porque não foi treinado para
isso. Quando ele está fazendo coisas que não quer fazer ou está em um lugar
em que sabe que não deveria estar, não consegue decidir pelo certo e
obedecer, porque não consegue mandar no seu sistema, pois este, manda nele.
Ele precisava ter aprendido que é ele quem manda quando era ainda recém
nascido. Em psicologia isso se chama condicionamento. Você pode
condicionar uma pessoa a qualquer coisa se começar cedo. É nos primeiros
meses de vida que a criança aprende que suas emoções não lhe comandam,
que as sensações do corpo físico como dor, cansaço e fome não têm controle
sobre ela. Nesse período, aprende que seus pensamentos não a controlam e
descobre que pode decidir estabelecer e romper seus limites. Portanto,
quando ainda pequeno seu filho lhe pedir para não ir à escola porque está
cansado e sem vontade, você lhe dirá que ele deve ir assim mesmo, e ainda,
que na vida também acontece assim, que nem sempre a gente faz só o que
tem vontade, mas o que tem de fazer.
​Estou me lembrando de um dia em que meu filho Marcos chegou em
casa, muito chateado e foi chorar nos braços da mãe. Depois a mãe veio falar
comigo e contou que uma professora tinha brigado com ele. Ela narrou que
essa professora era meio histérica, neurótica, complicadíssima e que vivia
chamando os alunos de burros. Minha esposa já sabia disso, mas até então ela
não tinha mexido com o Marcos. E, nesse dia a professora chegou atacada na
sala de aula e atacou o menino que estava quieto no canto dele. Eu acreditei,
pois meu filho tem mesmo uma personalidade tendenciosa a ficar quieto, sem
invadir o território dos outros, ele estabelece bem essa questão. Minha esposa
me disse que achava que deveríamos transferi-lo de escola, pois ele iria
acabar se traumatizando. Conversei com o Marcos e ele me contou todo o
ocorrido e de fato cheguei à conclusão de que a professora era neurótica
mesmo. Chamei minha esposa para conversar e disse a ela que tínhamos em
nossas mãos uma oportunidade de ouro que talvez não tivéssemos nunca
mais: a de ensinar ao nosso filho que a vida é cheia de pessoas neuróticas e
que ele precisa aprender a lidar com elas. Ou então, iríamos ensiná-lo que não
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tem que lidar com isso; que não precisa aguentar essas pessoas e que pode se
livrar delas mudando de escola, de trabalho, de vizinhança, de cidade ou de
igreja e o nosso filho não vai saber lidar com a vida. Disse-lhe que se não o
ensinássemos que há pessoas neuróticas no mundo, o dia em que ele estivesse
naquele emprego maravilhoso que Deus lhe deu para ele brilhar lá dentro, um
patrão maluco iria jogar a carreira dele na lata do lixo. Mostrei que essa seria
a hora dele aprender sobre isso. Depois que a convenci, gastei algumas horas
conversando com meu filho e dando a ele um treinamento rápido de como
lidar com pessoas neuróticas, fiz com que ele se sentisse seguro, porque
chegou em casa completamente inseguro com a situação que tinha
enfrentado.
​No dia seguinte ele foi para a escola, cheio de ferramentas. A sensação
emocional dele era: “Papai vai comigo!” E ele foi e conquistou a professora.
Saiu daquela escola dois anos depois porque o ano de estudo dele exigia isso,
mas a tal professora virou fã do Marcos e sempre que o encontra na rua faz a
maior festa. Ele é o aluno do coração daquela professora neurótica!
​Isso é disciplina. Ajudar a criança a compreender que precisa romper seus
limites. Ajudá-la a compreender que suas emoções não podem mandar nela.

Ajudando a criança romper seus limites

​ e você tem entre dezoito e quarenta anos, não se engane. Não será a
S
leitura desse livro e o conhecimento que terá a partir daí que fará com que se
torne disciplinado, mas terá que trabalhar duro. Será necessário deixar Deus
fazer o que seus pais não fizeram.
​Meu filho Marcos nasceu com uma tendência muito forte para irritação e
ira. Acredito que isso se deva a problemas na gestação dele. Tive que treiná-
lo para vencer uma ira enrustida dentro do seu coração até os seus quatro ou
cinco anos. A primeira vez em que o treinamento começou foi meio que por
acaso, mas entendi que foi uma direção de Deus. Ainda bem novinho, recém-
nascido, ele manifestou essa tendência forte para ira. Quando tinha sono
começava a chutar, socar e resmungar, chorar e gritar. Isso acontecia em
outros momentos também, mas especialmente quando estava com sono. Eu
sabia que tinha de treiná-lo e condicionar meu filho a aprender a lidar com
uma sensação que tomava conta dele. Ele era um bebê dócil, mas na hora em
que aquela ira vinha, ele ficava incontrolável, irreconhecível. Fico
imaginando o que aconteceria se eu o tivesse deixado chegar à idade adulta

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com aquela ira que o controlava, seria um desastre. Imagine um indivíduo
adulto que do nada fica irado e começa a socar e chutar.
​Sabia que precisava discipliná-lo, então o pegava no colo, cantava e orava
até que ele vencesse a ira ou que ela amainasse e ele dormisse. Quando ele
começava a chutar, eu o segurava firme e o prendia, dando-lhe a sensação de
que não podia ficar dando vazão a tudo que sentia, mas com carinho.
Enquanto o segurava, cantava e ia acalmando seu coraçãozinho.
​Certo dia, quando tinha só quatro meses, eu o estava fazendo dormir no
meu colo e ele começou a socar e espernear numa crise muito violenta de ira.
Ele bateu os dois pés com tanta força no meu peito usando-os como alavanca,
empurrando o próprio corpinho por cima dos meus braços, que caiu. Desceu
como uma flecha de cabeça e para salvá-lo, no susto e com rapidez, soltei
minhas mãos jogando os panos para cima e segurei o meu filho há mais ou
menos quatro dedos do chão. Foi tão rápido que não deu para regular a força
e bati com as mãos nas costas e no peito dele pegando-o com as duas mãos.
Resultado: a minha mão ficou desenhada nas costinhas brancas dele. Meu
filho é branco como a mãe e quando bebê era quase transparente. Minha mão
ficou desenhada em vermelho nas costas dele. Ele começou a chorar forte,
um choro expressivo. Percebi que ele estava desabafando e fiquei observando
suas emoções e avaliando o seu choro até que de repente ele soluçou e
dormiu. Quando acordou seu nível de ira era outro, não era o mesmo Marcos
de sempre. Também observei que ele passou mais ou menos um mês sem dar
essas crises. E ele dava crises quase todo dia! Foi quando conversei com
minha esposa e lhe contei minha descoberta: nosso filho precisava desabafar
a ira, mas como ele não sabia como fazer, nós precisávamos ajudá-lo.
​Na próxima crise de ira que ele teve, peguei uma sandália nova, (ele tinha
quatro ou cinco meses!), tirei a fraldinha e dei com a sandália de leve no
bumbum dele, uma vez só, mas com força suficiente para produzir dor, uma
dor que o ajudasse a desabafar a ira que estava sentindo. Na sequência disso,
já o peguei no colo e comecei a acariciá-lo para dar-lhe a sensação de que
aquele era um ambiente seguro para liberar dor e desabafar. Ele chorou,
chorou muito, colocando toda a sua ira em forma de choro para fora e depois
dormiu tranquilo, sossegado. Depois desse episódio, passou uns três meses
sem as crises de ira. Sabia que isso não aconteceria uma vez só, que
precisaria ir treinando e condicionando o sistema dele para que aprendesse
que não poderia deixar sua ira controlá-lo. Quando se tem ira é preciso
colocá-la para fora, desabafá-la, às vezes é preciso gritar e chorar. Você não
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tem o direito de ferir as pessoas porque está irado.
​Esse condicionamento do meu filho durou toda a sua infância. Depois de
um ano ele aprendeu a fazer pirraça e precisei aprender a lidar com ela e
treiná-lo. Algumas vezes a sandália ajudava, mas nem sempre era a solução.
Em outras vezes, sentava-me ao lado dele ou na frente e cruzava as pernas,
enquanto ele esfregava aqueles dois pezinhos bonitinhos um no outro (Uma
gracinha o meu filho fazendo pirraça!), e eu esperando, olhando, me
divertindo muito e rindo. Ele continuava fazendo pirraça até perceber que ela
não me manipulava, não mexia comigo, e que eu continuaria ali parado,
olhando para ele. Então ele parava e começava a rir junto comigo. Nós dois
nos divertíamos muito à custa dele.
​Lembro-me de ter levado meu filho na casa de alguém que tinha uma
criança muito controladora, um desses “reizinhos” de um a três anos que
comandam a casa toda e que conseguem o que querem chantageando os
adultos com choro, gritos e pirraça. Deixei o Marquinhos um dia inteiro
convivendo com essa criança e quando chegou em casa à noite ele já tinha
aprendido. Como eles aprendem rápido essas coisas! Olhou para cima da
geladeira, apontou para uma coisa e disse que a queria. Disse que não lhe
daria e ele já começou a fazer exatamente igual à outra criança, do mesmo
jeito, tal e qual. Então cruzei os meus braços, olhei para a cara dele e disse:
“Não acredito! Já aprendeu isso?” E nesse caso deu trabalho, porque ele tinha
visto funcionar um dia inteiro. O sistema dele registrou que esse negócio
funcionava, por isso, gastei mais ou menos uma hora resistindo a ele.
​Veja bem, se uma criança faz pirraça por vinte minutos e você cede nesse
tempo, significa na próxima ele terá energia por trinta minutos. Se ele fizer
por trinta minutos e você ceder, significa que na próxima, se quiser ganhar
dele, vai ter que suportar cinquenta minutos ou, pegue o chinelo e mostre
quem manda: uma das duas coisas. Normalmente, eu optava por fazer o jogo
da paciência e só pegava o chinelo para quebrar a vontade dele, quando
percebia que era muito sério mesmo. Nesse dia ele ficou ali perto da geladeira
chorando e fazendo pirraça, resmungando e imaginando que eu fosse ceder.
Fiquei parado na frente dele, porque se você sai e ignora, demonstra para a
criança que não se interessa por ela. E cada vez que ele pedia, eu dizia:
“Papai não vai dar.” E a pirraça continuava. Num dado momento sentou-se
no chão e começou a se esfregar e a rolar na cozinha perto da geladeira. Aqui
entre nós, era tão linda aquela pirraça, tão bonitinho! Percebi que aquilo iria
durar mais tempo porque meu filho estava bem alimentado, a outra criança o
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havia incentivado e ele estava pronto para uma boa guerra. Sentei-me no chão
perto dele enquanto ele pirraçava e quando ele parava para descansar, eu lhe
fazia carinho. Nesse momento ele pedia: “Ah pai, me dá!” E eu: “Não, o
papai não vai dar.” E ele recomeçava. Essa cena durou um pouco mais de
uma hora e não me lembro dele ter feito outra depois desta, porque entendeu
que eu não cederia aos controles da sua alma.
​Meu filho aprendeu um pouco mais: que ele também não tem que ceder
aos controles da sua própria alma. Ele também aprendeu a não sofrer
quando a vida diz não!
​Quando você não tem disciplina e a vida lhe diz não, entra em pane e dá
crise de depressão, fica ansioso, tem que tomar remédio controlado, porque
não aprendeu que não vai ter tudo o que quer. A vida nos diz não o tempo
inteiro, mas só a disciplina nos faz aceitar isso com tranquilidade. Só ela nos
faz entender que temos que romper os nossos limites e ao rompê-los, sempre
conquistaremos algo mais. Sem disciplina rompemos os limites dos outros e
cobramos que cedam os limites deles.
​A falta de disciplina na nossa base pode acabar conosco e fazer com
que nos tornemos uma pessoa fracassada na vida.
​A disciplina quebra a nossa vontade. O nosso sistema tem uma vontade
própria, uma vontade que transcende a nossa coerência racional, porque é
uma vontade emocional.
​A bíblia conta a história de um dos filhos de Davi que era um sujeito
muito indisciplinado. Um dia ele sentiu que tinha que namorar a irmã, porque
se achava apaixonado por ela. Se fosse disciplinado diria: “Estou apaixonado,
mas ela é minha irmã.” E iria viver a sua vida. Antes, o seu sistema lhe disse:
“Mas isso dói.” E ele cedeu à sua vontade. Resultado: desgraça, desgraça,
desgraça! Amnom estuprou irmã por parte de pai. Absalão, irmão daquela
moça por parte de pai e mãe, comprou a briga e resolveu que iria lhe matar.
Depois de assassinar o irmão, construiu um espírito de revolta e resolveu
tomar o trono do pai. Tudo isso porque um “abençoado” de um indisciplinado
resolveu fazer o que queria do jeito que queria.
​Você precisa entender que todos nós temos essa vontade própria no
sistema. É como se fosse uma máquina que resolvesse tomar as próprias
decisões. Você dá ordem para ela imprimir, mas ela resolve que não vai
imprimir hoje, só amanhã, porque precisa descansar um pouco. Seu sistema é
como essa máquina com vontade própria e só a disciplina pode quebrá-la.
Caso contrário estará sempre repetindo: “Eu não consigo, eu não consigo! Eu
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não quero pecar, mas não consigo, pois peco assim mesmo.” A disciplina
arrebenta com essa vontade e estabelece que faço o que quero e se não quero,
não faço.
​Um exemplo disso é quando você acorda de madrugada e vai fazer uma
visitinha à geladeira e ainda vai dizendo no caminho: “Não vou! Não vou!
Não vou!” E vai e ao abri-la vê o bolo que sobrou do aniversário e diz que vai
comer só uma fruta. Vai para o armário, pega o prato, a faca e corta um
pedaço generoso do bolo dizendo que vai comer só um pedaço. Come tudo e
para diminuir o peso na consciência come a fruta também!
​Quando não se tem disciplina parece que seu corpo tem vida própria e
manda em você. Não é só o corpo, as questões emocionais fazem a mesma
coisa. Como quando diz que precisa ser menos agressivo na hora de corrigir
seu funcionário, mas não consegue. Decide que será manso, mas ao se
deparar com a situação, humilha a pessoa e volta para casa dizendo que
tentou, mas não conseguiu. A falta de disciplina faz com que sua alma faça
coisas que você não quer que ela faça.

A falta de disciplina desenvolve o medo da dor

​ disciplina é estabelecida lá na infância. Bendito sejam os filhos que


A
foram disciplinados. A vida é tão mais fácil quando nossos pais dizem não
para nós, quando colocam limites e ensinam que a vida não vai dar tudo que
queremos; ela fica mais fácil quando nossos pais usaram a vara e nos
ajudaram a entender que a dor é nossa amiga. A falta de disciplina faz com
que desenvolvamos um pavor à dor. Todos os vícios emocionais são
montados para fugir da dor. Se você quer vencer um vício emocional, tem
que entender que a dor é sua amiga.
​Vou lhe explicar isso, mostrando-lhe o ciclo do vício emocional.
​Você sente uma dor emocional, por exemplo, uma rejeição. Ela começa a
fazer seu coração doer muito. Naturalmente, você tem medo da dor porque
não tem disciplina. Dor é uma coisa que você não suporta. Então, no
momento em que ela começa, fica desesperado e tem que achar alguma coisa
para que ela pare. Descobre que olhar revista pornográfica lhe distrai. Então,
pega a revista, fica olhando e percebe que não está mais sentindo a dor. E
sempre que ela vem, usa a revista para que ela passe. Um belo dia, seu
discípulo lhe dá um flagrante e fica decepcionado com você. Ele conta para
todo mundo que o líder dele olha revista pornográfica. Você passa vergonha e

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a sua dor de rejeição, que no início era pequena, aumenta dez vezes mais. E o
que faz quando sente a dor da rejeição? Vê revista pornográfica. E aí se
estabelece o ciclo: sente dor, corre para o vício, este provoca vergonha e mais
dor e corre de novo para o vício e assim sucessivamente.
​Como fazer para quebrar o ciclo? Na hora da dor. Quando doer, seja
disciplinado. Olhe nos olhos da dor e pergunte: “Qual é a sua?” Em vez de
sair correndo para aliviar a dor, enfrente-a. Não tente parar o ciclo na hora do
alívio; nesse momento é melhor deixar o ciclo correr. Ninguém consegue
parar no meio do alívio, é puro autoengano: “Só vou começar e depois eu
paro. Vou colocar o bolo na mesa, pegar a colher, mas não vou comer.” Não
se engane, pois se colocar o bolo na mesa irá comê-lo, não vai ter jeito. Já
deu a primeira colherada? Então relaxa e come o resto. Pode ir tranquilo e
decida parar na próxima dor. A hora de quebrar o ciclo é na hora que dói, na
hora que a alma está em frangalhos, que está com vontade de sair correndo e
fazer uma besteira. Nesse momento, enfrente a dor. Olhe nos olhos dela,
descubra de onde ela vem, porque está sentindo isso, descubra desde quando
isso começou. Encare essa dor, procure ajuda, peça alguém para lhe escutar,
para ouvi-lo desabafar.
​No livro Introdução à cura Interior, o David Kornfield nos dá três passos
para lidar com a dor: entender, desabafar e resolver. Faça isso e você não irá
mais para o vício. Só consegue fazer isso com disciplina. Porque a falta dela
faz com que fique com pena de si mesmo na hora da dor. E o que faz?
Permite-se afundar um pouquinho mais, e depois mais e mais. Assim,
estragando a sua vida, da sua família e da sua igreja, só porque se sente um
coitadinho e não pode enfrentar a dor. A dor emocional não mata, o que mata
é não enfrentá-la e correr para o vício. O vício sim, esse mata. É o
desconforto da dor que o faz partir para o vício. Se aprender a enfrentar sua
dor e parar de ter pena de si mesmo, vai correr atrás de alguém que lhe ajude
a enfiar a mão na “cumbuca” e resolver esse negócio.

A disciplina quebra a vontade do nosso sistema

​ eixe-me dar uma dica para quem tem criança pequena: se vai disciplinar
D
o seu filho precisa ser forte o suficiente para quebrar a vontade dele.
Enquanto isso não acontecer não pode cessar a disciplina, porque se parar
antes, a vontade intrínseca do sistema dele vai ficar mais forte. E da próxima
vez irá precisar do dobro de disciplina para fazê-la ceder.

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​ or exemplo: seu menino está sendo rebelde e está enfrentando a mãe.
P
Você como pai, precisa quebrar a vontade dele. Está inseguro porque também
não teve muita disciplina, então, faz uma cara feia, vai em direção ao menino
como se fosse atropelá-lo, chega perto dele e hesita. O menino começa a
gritar, a fazer um escândalo e por causa de uma chineladinha de nada diz:
“Ele me espancou, vai me matar.” Se a coisa toda parar por aí, esse menino
já está pior do que se você não tivesse feito nada. Teria sido melhor deixá-lo
bater na mãe e ir pisando alto para o quarto. Quando uma criança vai ser
disciplinada pela “vara” ela precisa apanhar até ceder. O professor Lary Coy
diz que sabemos que a criança cedeu quando ela começa a soluçar. Enquanto
ela está apanhando e resistindo, a vontade dela ainda não foi quebrada e ela
precisa chegar ao ponto de se entregar e dizer: “Sim senhor!” Algumas
crianças resistem um pouco mais.
​O meu filho Marcos, por exemplo, quando apanhava na infância,
demorava um pouco mais a ter sua vontade quebrada e precisava de
incentivo. Eu dizia: “Filho, chora, põe para fora, vamos. Não resiste não,
você precisa se quebrantar!” Já a Mhaysa, quando me via com o chinelo na
mão, já se “quebrantava”: “Não pai, é verdade, você tem toda razão, eu já
estou chorando, não precisa mais me bater.” Uma das coisas que eu ensinava
para os meus filhos é que não gostava de bater neles e que eu sofria quando
eles apanhavam, mas eles precisavam apanhar, porque tinha algo ruim dentro
deles e que ao apanhar eles choravam e colocavam isso para fora. Eu nunca
bati nos meus filhos, irritado, nunca estava sem controle. Algumas pessoas
dizem que se não estiverem irritadas e descontroladas não batem. Então é
melhor não bater nunca! Por favor, nunca bata no seu filho irritado e
descontrolado, porque para ele não vai soar como disciplina, mas como
vingança, maldade, ódio e desamor.
​A criança precisa entender que você não gosta de bater nela, mas que o
faz porque a ama e é para o bem dela. Então, como ensinava para os meus
filhos, peguei um texto de Provérbios que diz que a estultícia está ligada ao
coração da criança, mas a vara da disciplina a porá para fora. Mostrei esse
texto a eles e disse: “Filhotes, tem alguma coisa má em seus corações e essa
maldade tem que sair, e sairá quando vocês chorarem.” Por isso a Mhaysa
começava a chorar e dizia: “Pronto pai, já estou chorando, então não preciso
mais apanhar.” Então, ela apanhava chorando mesmo, porque o
temperamento dela tem a característica de manipular as pessoas e eu sabia
que o choro dela era uma tentativa de me controlar, por isso apanhava para
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quebrar também essa necessidade de controle e para que viesse a tona o choro
de quebrantamento. O Marcos resistia, e quando eu falava, “Filho, chegou a
hora, você vai precisar apanhar”, ele dizia: “Está bem pai, pode bater, eu
sei que estou precisando.” E ficava lá, firme. Quebrar a vontade dele dava
muito trabalho. Eu o incentivava dizendo para ele chorar, que o amava, que
estava com ele e ia dando chineladas, pedindo para ele não resistir, para se
quebrantar. Então, ele começava a chorar e eu imediatamente parava, o
pegava no colo quebrantado, o acariciava, orava com ele até ele parar de
chorar. Sempre que tudo terminava, fazia uma coisa legal junto com eles,
porque nossa sessão de disciplina tinha que acabar com alegria e nunca
saíamos do quarto mal humorados.
​Minha cunhada que já morou lá em casa, dizia: “Não entendo esse
negócio de disciplinar as crianças, porque você entra com elas para o quarto e
quando sai de lá, estão todos rindo! não entendo isso. Não foi assim que
aprendi.” E eu dizia a ela: “É porque você aprendeu errado.”
​Nunca saí do quarto com meus filhos brigados comigo. Eles apanhavam
lá no quarto, eram acariciados lá, tratados lá, e a gente saía brincando, feliz,
rindo e com tudo resolvido. O problema acabava lá dentro, ficava lá.
Disciplina só funciona com amor!
​Um dos principais objetivos da disciplina é quebrar a vontade natural do
seu sistema para você poder exercer o livre arbítrio com liberdade.
​Seu sistema tem uma vontade própria que veta seu livre arbítrio. Você
sabe o que fazer, quer fazer, mas seu sistema faz do jeito dele, sozinho.
Quando vê, ele já fez. A disciplina quebra essa vontade e estabelece quem é
que manda. Então, a fome não manda mais em você, nem os desejos, nem os
apetites sexuais, nenhum deles lhe desespera mais, porque você tem
disciplina.
​Você não vai virar um insensível que não tem sensações. Elas estão lá,
mas não lhe controlam mais. Essa noção pode nos livrar de muitas crises,
inclusive de depressão, porque a grande maioria das crises está ligada a
sentimentos potencializados que não controlamos.
​O sentimento surge e você não consegue resolvê-lo; começa a ficar
desesperado para controlá-lo e ele vai se potencializando até que você
desmaie e vá parar no hospital deprimido.

Não fui disciplinado na infância: e agora?

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​ e você reconhece que não tem disciplina, que é egoísta e egocêntrico;
S
reconhece que invade os limites de todos e cobra que todos façam como você
quer, só tem uma solução: alguém precisa disciplinar você. Eu lhe dou três
dicas:
1 –​Decida ser disciplinado por alguém.
2 –​Estabeleça um mentor sobre sua vida e dê-lhe o direito de lhe
disciplinar. Alguém que, com sua autorização, possa mandar em
você. Essa pessoa precisa ser de sua escolha, porque se alguém tentar
fazer isso na marra será repelido.
3 –​Abra o seu coração para ver a disciplina que Deus está lhe dando.
​Você se disciplina, o mentor lhe disciplina e Deus lhe disciplina.

Como você se disciplina

​ omece, propositadamente a dizer não para si mesmo. Uma das formas


C
mais legais de dizer não para si é fazendo jejum. Jejuar é uma bênção para
construir disciplina.
​No Novo Testamento, a razão principal do jejum é a disciplina. No Velho
Testamento o jejum tinha outra função, jejuar era oferecer um sacrifício. No
Novo Testamento o sacrifício de Jesus destitui todos os sacrifícios, logo a
questão de pagar o preço não existe mais, pois o preço já foi pago. Mas o
jejum como disciplina é uma delícia. Fazer uma semana de jejum equivale
àquela chinelada que o meu filho levava e conseguia ficar um mês sem
manifestar a ira de novo. Depois tomava outra chinelada e ficava mais um ou
dois meses sem manifestar indisciplina de novo. Depois de algum tempo, ele
aprendeu a se disciplinar e não precisou mais apanhar. O jejum faz isso com
o seu sistema.
​Você estabelece o seu jejum, seja como for e o seu sistema cheio de
vontades vai lhe dizer no primeiro dia: “Quem é que manda aqui? Eu estou
com fome e quero comer pelo menos um biscoitinho.” E você diz para ele:
“Quem manda sou eu e eu decidi que não vai ter biscoitinho e ponto.” É bom
começar devagar. Comece cortando a TV, por exemplo, e não ceda, senão
não estará exercendo disciplina.
​Mais uma dica: quando começar a se disciplinar com jejum, não deixe o
seu sistema lhe enganar. Se fizer jejum de alimentos, por exemplo, e esquecer
vindo a comer algo, pare e recomece de onde parou, cumpra a sua meta. Se
você parar de jejuar por causa do esquecimento,

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estará cedendo ao engano do seu sistema que fez você esquecer e que
depois lhe diz que, já que comeu algo, pode parar de jejuar. Se você não
cumprir a sua meta, estará passando uma mensagem de que ele ganhou a
batalha. Igual ao garoto pirracento para quem você não pode ceder. Sua alma
tem que saber quem é que manda, por isso, precisa aguentar firme e dizer
para ela quem manda. E mesmo que se esqueça e chupe uma bala no meio do
jejum, jogue a bala fora e continue jejuando; ao sentar-se na mesa e só se
lembrar na terceira garfada, deixe o resto no prato e continue o jejum, pare de
comer quando se lembrar.
​Há quem se lembre na segunda garfada, mas finge que não lembrou, dá
mais umas dez garfadas e só então diz que lembrou. Pensa que está
enganando alguém, mas é a si mesmo que engana. Outra coisa que precisa
saber é que o jejum não é para Deus, você não está dando um jejum para ele,
mas está jejuando por si mesmo. Tem uma “criancinha pirracenta e
indisciplinada” morando aí dentro e você precisa botar moral nela. É por isso
que em algumas situações age como essa criança e algumas vezes, será
necessário sentar-se ao lado dela e ficar firme enquanto ela resmunga e
argumenta. Não dê o que ela quer.
​Outra forma de se disciplinar é leitura da Palavra com meditação e
oração. Se há algo que um sistema cheio de vontades não gosta é de
meditação e oração. Ele gosta quando alguém está olhando, porque aí ele se
alimenta da visão e aprovação das pessoas. Mas estou falando daquela leitura,
meditação e oração que faz quando ninguém está vendo. Isso tem que ser
algo decidido na sua cabeça e é preciso estabelecer uma meta e cumpri-la.
Comece devagar, com um capítulo, e não pare até terminar de ler. Depois vá
aumentando aos poucos, mas obrigue o seu sistema a lhe obedecer. É assim
que estabelece disciplina.
​Comece a dizer não para sua alma e a forçá-la a fazer coisas que ela não
quer. Seus pais não lhe disciplinaram, agora vai ter que fazer isso, vai ter que
assumir esse papel.

Seu mentor

​Quanto ao seu mentor, algumas vezes vai discordar dele e outras vezes,
vai achar que sabe mais, e pode até ser, mas quando toma a posição de
obedecer, mesmo que discorde do que ele diz, isso entra no seu sistema como
disciplina. Ele começa a fazer o papel que seu pai não fez e a fazê-lo perceber

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que a vida não é feita do jeito que quer. Algumas vezes o seu mentor
gentilmente vai dizer: “Acho que o caminho é por aqui, mas você decide.”
Faça questão de obedecer, mesmo que não goste. Foi você mesmo quem o
escolheu como mentor, então, não tem do que reclamar. Quando lidamos com
uma pessoa indisciplinada, é melhor não estabelecer sobre ela um mentor à
sua revelia, porque a sua rebelião virá à tona, então é melhor que ela mesma
escolha essa pessoa, porque assim ela vai se submeter com alegria. Pode até
ser que algumas vezes se submeterá com raiva, mas como foi ela quem
escolheu, vai obedecer e a disciplina virá.

A disciplina de Deus

​ or último, aceite a disciplina de Deus: Hebreus 12.3-13. Deus vai lhe dar
P
a disciplina que não recebeu de seus pais. Aquele que é disciplinado não se
cansa e não desanima. Em outras palavras, pare de ser molenga e aceite a
disciplina. Fortaleça o seu joelho cansado, o joelho desconjuntado; pare de ter
pena de si mesmo e deixe a disciplina correr solta, porque isso é para o seu
bem.
​Agora saiba que quem recebeu uma boa disciplina em casa e teve pais
seguros que disciplinaram sem culpa falsa, com segurança no coração; quem
apanhou e viu no olho do pai que ele sabia o que estava fazendo ao corrigi-lo
com a vara, enfim, aquele que recebeu tudo isso, não precisa da disciplina do
Senhor, porque já aprendeu. Se você não recebeu nada disso, seja bem vindo
ao clube, Papai vai disciplinar você. E como ele nos disciplina?
​Como já vimos, a disciplina visa destruir a vontade do seu sistema e
construir a sua vontade. Ela visa estabelecer em você uma capacidade de
romper os seus próprios limites, seguir em frente e parar de ter pena de si
mesmo. Então, quando Deus opera em você criando disciplina, esse é o
objetivo dele.
​Quando o pai está disciplinando o filho e o menino está prestes a se
quebrantar, a aceitar a disciplina e a mãe aparece na porta olhando para o
menino demonstrando pena dele, acabou. O menino olha para ela e aquela
percepção de que a mãe está achando injusto, alimenta o seu sistema; ele
reconstrói tudo que tinha quebrado, põe em pé tudo de novo. Se o pai quiser
fazer a disciplina acontecer, vai ter que recomeçar do zero quando a mãe sair.
Com Deus você faz o mesmo: Ele está lhe disciplinando e quase lhe
quebrantando quando de repente você olha para uma situação e diz: “Não

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Paizinho!” ao invés de dizer: “Deus tem razão, eu não sei o que ele está
fazendo, mas ele tem razão.” Se não consegue dizer isso, Deus tem que
começar tudo de novo. Vou lhe contar um segredo: alguns de vocês estão
girando em torno disso faz tempo. Deus começa a disciplina, você não
aguenta, ele para. Ele recomeça a disciplina, você não aprende, ele para de
novo e de novo. Será que não está percebendo algumas coisas se repetindo na
sua vida? O que está acontecendo é que você não aprendeu a lição, então, tem
que voltar, e note que o que acontece é igual ao que já viveu antes, e se não
aprender, vai acontecer de novo.
​O escritor aos Hebreus diz assim: “Na luta contra o pecado, vocês nem
derramaram sangue ainda, então estão reclamando do quê?” (paráfrase do
autor). Ele está dizendo: Deus quer treinar você para chegar num nível de
enfrentar até a morte se for preciso e só porque o vizinho lhe caluniou, lhe
chamou de “crentezinho”, ficou magoado e já pede a Deus justiça? Nem
tomou uma surra ainda, nem foi preso por causa de Jesus, nem derramou
sangue por causa dele ainda. Que disciplina é essa? O autor aos hebreus está
dizendo que sua atitude para com a disciplina tem que ser de: “Sim Senhor, o
Senhor manda, eu concordo, não entendo nada, mas eu concordo.” Essa é a
atitude certa para com a disciplina do Pai. Quando toma essa atitude, seu
sistema quebranta, Deus faz o que tem de fazer e vai para o próximo degrau.
Porque a disciplina tem degraus. Mas se você não cede e se não se quebranta,
essa não valeu, Deus vai ter que começar de novo. E geralmente, ele lhe dá
um tempinho para descansar e nesse tempo pensa que acabou, que venceu,
que está resolvido, mas não acabou, vai começar de novo.
​“Não despreze a disciplina do seu Senhor, não fique magoado, quando
o Senhor lhe repreende é porque o ama, e é por isso que lhe castiga, porque
o aceitou como filho.” vers.6
​“suportem as dificuldades, elas são as “sandálias” de Deus, recebam-
nas como disciplina.” Vers.7 (paráfrases do autor).
​Entretanto, nem sempre Deus usa “sandálias”. E por que não? Porque
disciplina não consiste em bater, disciplina consiste em condicionar, treinar.
Também pode-se disciplinar com bons discursos, boas conversas, com
exemplos, com silêncio, sentando e deixando a raiva passar, não cedendo e
resistindo com amor. As pessoas confundem disciplina com surra, mas bater
não é disciplinar, bater pode chegar a ser uma das ferramentas da disciplina.
Trabalhar junto, resistir junto, mostrar que está caminhando junto dele e não
deixar ele parar para descansar quando ainda não está na hora, também é
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disciplina. Deus faz isso com você. Às vezes, precisa usar o chinelo, precisa
usar a varinha. Esse texto de Hebreus diz que a varinha de Deus são as
dificuldades financeiras, profissionais, as coisas embolando todas no meio do
campo, parecendo não darem certo, as pessoas que o inferno usa contra você
(e você pedindo para Deus matar elas e elas não morrem). Entenda que Papai
bate, porque Papai ama, baixe a cabeça e diga: “Bate Pai, pode bater, o
Senhor tem toda a razão, não estou entendendo nada, mas sei que vou
entender um dia, então faz tudo que tem de ser feito.”
​E o texto diz: “Não se magoem com a repreensão.”
​Quando fica magoado com o que Deus está fazendo, você não foi
disciplinado. Ele vai parar por causa da sua mágoa, vai esperar resolvê-la, vai
lhe fazer cafuné, fazê-lo ficar bem e depois vai começar tudo de novo. Você
não passou no teste, não venceu o que tinha que ter vencido, não cresceu o
que tinha que ter crescido, então vai ter que apanhar de novo na mesma área.
Sabe aquele problema financeiro que vem se repetindo? Vença-o que ele não
volta mais. Aprenda o que tem que ser aprendido, que ele para, porque Papai
lhe ama. É preciso dizer para o Pai que aceita a disciplina e confessar para ele
que tem algumas áreas que não estão disciplinadas e, por isso, tem colocado a
sua vida e a de outros em risco.
​Certa vez ouvi o Russel Shedd dando uma palavra sobre criação de filhos
e guardei bem uma coisa que ele disse: “Toda criança que começa a andar
precisa aprender e ser treinada para aceitar dois comandos do seu pai:
Corra e pare. Se o filho não aprender esses dois comandos, talvez ele
morra, antes que possa crescer. Quando ele estiver em perigo e o pai disser:
“Pare!”, se não parar, talvez ele seja atropelado, porque não obedeceu ao
pai; se o filho estiver em outro tipo de perigo e ele disser: “Corre!”, e ele
não obedecer, talvez ele seja atropelado porque não correu.”
​A falta de disciplina pode matar você. Pior que isso, pois quando a falta
dela mata só você, o problema é seu. Mas, a nossa indisciplina nunca faz mal
somente à nós, mas também às pessoas que estão ao nosso redor. Sempre há
mais pessoas sofrendo conosco; sempre colocamos “fogo na floresta” por
causa da nossa indisciplina. O indisciplinado recebe o comando: “Não mexe
com fósforo!” E lá vai ele brincar e por fogo na floresta fazendo morrer um
monte de gente. E o pior é que às vezes o abençoado do menino não morre,
fica vivo para se lembrar quantos ele matou na floresta em que botou fogo.
​Concluindo, a disciplina é uma das ferramentas de Deus para tratar a
nossa alma.
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​ iga ao Senhor em quantas áreas tem sido indisciplinado e quanta gente
D
você “matou” porque não conseguiu resistir à dor e aos seus desejos
mesquinhos. Arrependa-se por isso e depois, diga-lhe que ele pode discipliná-
lo, que vai deixá-lo tratar com você. Essa é uma oração que tem que ser sua.
Arrependa-se da sua indisciplina e diga para Deus que aceita a disciplina
dele.
​Ore assim: “Senhor, eu admito que não posso ser o meu próprio pai,
não posso ser o dono da minha vida e não posso exercer níveis de comando
tão altos sobre mim mesmo. Então, hoje, pego todos os níveis de comandos
da minha vida e os entrego ao Senhor. Também lhe dou toda a liberdade de
me disciplinar e peço que me dê a revelação de entender a sua disciplina.
Peço ajuda para abaixar a cabeça e aceitar que o Senhor faça comigo o
que tem em sua mente. Ajuda-me a entender a disciplina e a deixá-la fazer
o papel dela em minha vida. Decido ser o que o Senhor planejou. Aceito a
disciplina e vou parar de ser mole e também de ter pena de mim mesmo.
Vou aceitar o seu treinamento de todas as formas que o Senhor quiser.
Treina-me, fortalece a minha vontade e enfraquece a vontade da minha
alma, porque eu quero que o Senhor mande em mim. Eu solto os controles
em nome de Jesus. Amém.”

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Conclusão

​ o concluir, sei que possivelmente você chegou aqui com uma estranha
A
sensação de começo, em vez de uma sensação de fim. Um sentimento de
estar pronto para começar que não é comum para quem encerra a leitura de
um livro, na expectativa da satisfação da conclusão. Não se preocupe, este
livro foi escrito para terminar com essa sensação mesmo, pois é hora de
começar a trabalhar duro e construir suas bases!
​Esse livro não vai produzir em você a seguinte sensação: “terminei uma
etapa, um projeto; acabei uma leitura!”, pois o meu objetivo era deixar em
sua boca um sentimento doce, porém estranho. Um sentimento de: “ainda
tem muita coisa pela frente, tem muita água para passar debaixo dessa
ponte!”
​E ao incentivar essa sensação espero que você comece um novo projeto, o
de construir bases duradouras em muitas áreas de sua vida: espiritual,
emocional, familiar, ministerial, financeira e outras. Bases que vão durar para
sempre, que mesmo depois de haver passado pela vida, ainda testemunhem
que você viveu e fez outros viverem a vida que agrada a Deus.
Definitivamente, chegou a hora de parar as construções que duram apenas até
a próxima tempestade.
​Tive algumas oportunidades de andar um pouco pelo “velho mundo”,
especialmente na Europa, na África e na Ásia. Vi lugares que tem “muita
história a contar”, construções que tem milênios de existência.
​Todas essas construções viveram varias guerras e destruições e
pertenceram a povos de todos os tipos e nesses lugares percebi algo que
quero compartilhar com você. Depois de muitas guerras, muitos milênios,
muita coisa acontecida, sobra muito pouco da estrutura original, mas a base
ainda está lá. Em alguns desses lugares a base é tão forte, tão poderosa, que a

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cultura que veio depois não consegue apagar as crenças da cultura anterior e
se vê obrigada a construir sobre ela.
​Um exemplo grandioso disso é a cidade de Jerusalém, que foi vitima de
muitos ataques, muitas guerras e muitas conquistas. Conquistadores de todos
os tipos estiveram por lá, contudo depois de milênios de guerras ganhas e
perdidas, Jerusalém ainda é Jerusalém!
​Essa magnífica cidade antiga ainda tem marcas físicas e culturais que
foram estabelecidas em suas bases. Encerro este livro dizendo que é isso que
Deus quer fazer com você. Ele quer estabelecer bases tão sérias, tão fortes em
todas as áreas da sua vida que mesmo depois que você não estiver mais aqui,
depois que tiver ido para o gozo eterno, outras pessoas que vierem terão que
construir sobre as bases deixadas, porque não terão como removê-las.
​Preciso empurrar você na direção certa, direção de concertar as suas bases
para ser uma pessoa melhor e a última palavra que quero lhe deixar é a
palavra “escolha”!
​Sei que fez muitas descobertas neste livro, descobertas podem mudar sua
vida para melhor e assim melhorar também a vida de muitos que convivem
com você. Contudo, também pode fazer a escolha errada e usar todo esse
conhecimento para piorar a própria vida e a vida de todos ao seu redor.
​Minha oração é que decida acertadamente e que sua escolha o empurre
para o centro da vontade de Deus. Oro para que você escolha como o homem
sábio referido no primeiro capítulo e que, como ele, decida construir sua casa
sobre a rocha, pois uma vez construída assim nunca cairá!
​Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita a
conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores! Ao
contrário, sua satisfação está na lei do SENHOR, e nessa lei medita dia e
noite. É como árvore plantada à beira de águas correntes: dá fruto no
tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que ele faz prospera!
Salmos 1.1-3 (NVI)
​Como preciso terminar com sensação de começo, finalizo dizendo: boa
jornada! Tome a marreta e a talhadeira, vá em frente e Deus abençoe você!

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Sobre o autor
PR JUCIMAR RAMOS

Jucimar Ramos Jucimar Ramos é pastor, palestrante e escritor com mais de


40 títulos lançados em livros, CDs e DVDs.

Sendo ministro de Cura Interior desde 1991, foi treinado pelo Ministério
REVER MAPI/SEPAL com certificação em Mestre em Cura Interior.

É pastor Sênior da Igreja Monte Sião de Linhares desde o ano 2000. É


presidente do Ministério Bálsamo de Gileade, que presta assessoria a
pastores, igrejas e comunidades, levantando e treinando ministérios de apoio
emocional e espiritual, em vários estados do Brasil.

Pr. Jucimar vem cumprindo o desafio de ajudar líderes e ministérios através


do aconselhamento pastoral e mentoreamento e, consequentemente, ajudando
igrejas a resolverem alguns desafios que sugam a vida espiritual, emocional,
e fazem com que deixem de fluir na vida que Deus planejou. Com isso,
vários ministérios e igrejas ao longo desses anos, têm sido revitalizados e
restaurados pela unção do Espírito Santo de Deus.

É casado com a Pra. Berenice e tem dois filhos, Marcos e Mhayza.

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