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FACULDADES OSWALDO CRUZ

CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO

AMANDA FERREIRA DO NASCIMENTO

FATORES QUE INFLUENCIAM VAGINITES BACTERIANAS CAUSADAS POR


GARDNERELLA SP EM MULHERES: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

GOIÂNIA
2019

AMANDA FERREIRA DO NASCIMENTO


FATORES QUE INFLUENCIAM VAGINITES BACTERIANAS CAUSADAS POR
GARDNERELLA SP EM MULHERES: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Projeto de pesquisa apresentado ao módulo de


Metodologia do Trabalho Científico, ministrado
pela Profa Dra Márcia Santos da Rocha, das
Faculdades Oswaldo Cruz.

GOIÂNIA
CATALÃO
2019
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 01
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ...................................................................
1.2 JUSTIFICATIVA .......................................................................................
1.3 OBJETIVOS ............................................................................................
1.3.1 OBJETIVO GERAL ...............................................................................
1.3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO .....................................................................
2. METODOLOGIA ........................................................................................
3. DISCUSSÃO .............................................................................................
4. CONCLUSÃO ............................................................................................
5. REFERÊNCIAS .........................................................................................
6. CRONOGRAMA ........................................................................................
1. INTRODUÇÃO

As infecções das vias urinárias estão entre as mais comuns, estando em segundo lugar, após as
infecções respiratórias. Diversos são os patógenos que ocasionam essas infecções e também vaginites
bacterianas, sendo a Gardnerella vaginalis uma das principais causadoras dessa infecção, sendo uma
bactéria cocobacilar Gram-variável, anaeróbia facultativa, imóvel e reconhecida por colonizar o trato
genital feminino, causando não só a vaginite bacteriana (VB) como também doenças mais graves
como bacteriemias e meningites (SILVEIRA et al., 2009).
Ela coloniza preferencialmente o trato genital feminino do que o masculino, devido o líquido
seminal masculino ser rico em zinco, podendo inibir seu crescimento, além do epitélio prostático
conter células colunares, dificultando sua adesão (SILVEIRA et al., 2009).
Segundo Bagnall et al. (2017), a vaginite bacteriana (VB), se caracteriza pela presença de um
corrimento branco-acinzentado, homogêneo e com um odor parecido com cheiro de peixe. Os
principais fatores de risco descritos para o surgimento da VB é o tabagismo, uso regular de ducha
vaginal,. múltiplos parceiros sexuais, relação sexual sem o uso do preservativo e relação entre
mulheres.
Ainda não é claro que a vaginite bacteriana é resultado de aquisição de algum patógeno
transmitido sexualmente, pois também há casos de mulheres que nunca tiveram relação sexual e que
foram afetadas, mas o contato íntimo sem penetração favorece a infecção vaginal pela Gardnerella
vaginalis. O tratamento dos parceiros sexuais não mostrou benefícios na prevenção de recorrências
dessa infecção (NETO, 2011).
A vaginite bacteriana é a causa mais comum de infecção vaginal em mulheres sexualmente ativas
e em idade reprodutiva, logo, sugere-se que os hormônios sexuais possam estar envolvidos em sua
patogênese (HOLMES et al., 1999).
A microbiota vaginal é composta por lactobacilos (bacilo de Doderlein) e, quando há um
desequilíbrio dessa flora, a vaginite bacteriana se origina (GIRALDO et al., 2007). Em mulheres em
fase reprodutiva, o hormônio estrógeno faz com que o epitélio vaginal se torne maduro e se diferencie
em células superficiais ricas em glicogênio. Os lactobacilos de Doderlein promovem a metabolização
deste glicogênio em ácido láctico, conferindo um pH menor que 4,5 à vagina e , juntamente com o
Peróxido de Hidrogênio (H2O2) e bacteriocinas (produzidas pelos lactobacilos), conferem a proteção
natural da vagina (MURTA et al., 2005).
A VB é caracterizada como uma síndrome que causa um aumento da flora anaeróbia facultativa na
vagina, que provavelmente favorece uma produção inadequada de substâncias protetoras vaginais,
acarretando mau cheiro e com uma inflamação assintomática (HOLMES et al., 1999). Ela é
diagnosticada quando apresentar os seguintes critérios: pH vaginal maior que 4,5, presença de “clue
cells” ou células-alvo no fluído ou esfregaços vaginais, leucorréia fluída, cinza ou branca (também
podendo ocorrer amarelada ou esverdeada) ou teste com KOH positivo. O exame citológico cérvico-
vaginal não é a escolha para avaliação da microbiota vaginal, porém, ele apresenta uma sensibilidade
de 92% e 97% de especificidade para detecção de vaginose bacteriana (NAI et al., 2007).
1.1. PROBLEMA DE PESQUISA

Uma das infecções mais frequentes no ser humano é a infecção do trato urinário (ITU), ocupando
o segundo lugar após as infecções do trato respiratório (SILVEIRA et al., 2009). A substituição da
flora bacilar normal, que tem a função de proteger a vagina contra agentes patológicos pela flora
mista, é a principal causa do desenvolvimento da vaginite bacteriana por Gardnerella vaginalis
(ALMEIDA et al., 2014), principalmente em mulheres de idade fértil. Os poucos trabalhos realizados
sobre ITU causada por Gardnerella vaginalis, nos últimos anos, dificulta a elaboração dessa pesquisa.
Quais dúvidas/ questões voc~e tem sobre o assunto e que deseja responder, ao logo da pesquisa?

1.2. JUSTIFICATIVA

Mulheres em idade reprodutiva tem maior tendência a desenvolver Vaginites Bacterianas (VB),
sendo os hormônios sexuais um dos fatores sugeridos que mais podem estar envolvidos em sua
patogênese (ALMEIDA et al., 2014). Este trabalho foi desenvolvido com a finalidade de buscar dados
e comparar resultados descritos em outros, comprovando por meio de pesquisa bibliográfica a maior
incidência em mulheres nessa fase e os fatores que mais comumente causam a vaginite.

1.3. OBJETIVOS

1.3.1. Objetivo Geral

Avaliar o predomínio maior de vaginite por Gardnerella vaginalis em mulheres na fase


reprodutiva correlacionando seus fatores de infecção.

1.3.2. Objetivo Específico

Analisar os mecanismos de atuação da Gardnerella vaginalis.

2 METODOLOGIA

Esse trabalho foi elaborado a partir de uma revisão da literatura de artigos publicados entre 2000 e
2019, tendo dificuldade em encontrar artigos mais recentes e atualizados. Os termos de buscaAs
palavras-chave utilizadoas foram: “Gardnerella vaginalis”, “vaginose bacteriana” e “vaginite
bacteriana”.

3. DISCUSSÃO

Em um estudo realizado por Dall’alba (ano?) em uma população feminina de um laboratório de


análises clínicas de Santo Expedito do Sul, Rio Grande do Sul, entre 2007 e 2009, 73% dos casos
foram positivos para infecção por Gardnerella vaginalis, e, dentre eles, as maiores prevalências
ocorreram nas faixas etárias de 21 a 30, 31 a 40 e 41 a 50 anos, como mostra a tabela abaixo. Estes
dados parecem estar coerentes de acordo com a literatura, pois um estudo de Oliveira e Soares (2007)
mostrou que 35 a 50% das mulheres sexualmente ativas e jovens relataram consultas ginecológicas
pelo motivo de inflamação/infecção vaginal.
Fonte: ??

Já em um estudo de Hasenack et al em 2006, foi concluído que a prevalência de vaginites parece estar
relacionada também com o nível sócio-econômico da paciente avaliada e sua idade, dependendo do
método diagnóstico utilizado.
O trabalho de Xavier et al (2011) revelou uma não consonância com o de Tanaka et al (2007) e
Hasenack et al (2006) pelos fatores evidenciados em sua pesquisa como idade, escolaridade, estado
civil e paridade não demonstrarem relação significativa com a presença de VB por Gardnerella,
contrariando aqueles estudos.
Wanderley et al em 2000, realizou um trabalho com mulheres menopausadas e inférteis,
diagnosticando 13,5% das pacientes menopausadas e 17,4% das inférteis com VB, sugerindo que na
fase proliferativa do ciclo há uma perda da barreira cervical durante a menstruação ou modificações
clínicas hormonais que poderiam estar ligadas à patogênese da VB também não apresentando
consonância com o estudo de Dall’alba (2007), no qual uma população representativa de mulheres na
idade de 41 a 50 anos foram diagnosticadas com VB.
No estudo de Xavier et al (2011) foi encontrado também uma presença de 29% apenas de
pacientes menopausadas com VB enquanto que 71% não menopausadas apresentaram a infecção.

4. CONCLUSÃO

Vários dos estudos analisados concordaram que quando a mulher inicia o período da menopausa,
ocorre diminuição do estrogênio, o epitélio vaginal torna-se mais delgado e ocasiona a diminuição ou
até ausência de glicogênio. Então acredita-se que a redução do glicogênio seja responsável, pelo
menos parcialmente, pela diminuição de lactobacilos e elevação do pH evidenciados na vagina dessas
mulheres, predispondo-as, devido às mudanças do ambiente, que a vagina seja colonizada por
bactérias patogênicas (DALL’ALBA et al., 2011).
Neste trabalho, foi possível observar várias não consonâncias entre autores, dentre as quais a
relação de vaginite bacteriana com a classe socioeconômica das pacientes e mulheres de idade fértil e
menopausadas. Devido possuir poucos estudos sobre a prevalência de mulheres em idade fértil e com
vaginite bacteriana, forami encontradaso várias controvérsias, necessitando de maiores estudos
futuros, a fim de concluir com mais clareza os mecanismos de atuação dessa infecção.

REFERÊNCIAS

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