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Aditivos de Uso na Alimentação Animal

Parte 1 - Aditivos ou microingredientes de alimentação são qualquer substância adicionada


intencionalmente à ração animal, que normalmente não se consome como tal nem se usa
normalmente como ingrediente característico do alimento, tenha ou não valor nutritivo, com o
objetivo de modi ficar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a
fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento,
armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento para animais, bem como influir
positivamente na melhoria do desempenho dos animais.
Na prática o termo "aditivo" aparece para caracterizar efeito de aumento, diminuição ou
eliminação.
São classificados em grupos quanto a sua natureza e função na nutrição, divididos em classes
com modo de ação específico ou característica funcional.

Parte 2 -
a) Melhorar o desempenho de maneira efetiva e econômica.
b) Ser atuante em pequenas dosagens.
c) Não apresentar resistência cruzada com outros microingredientes de alimentação.
d) Devem permitir a manutenção da flora gastrointestinal normal.
e) Não podem ser tóxicos, nas dosagens recomendadas, para animais e seres humanos.
f) Não podem ser mutagênicos ou carcinogênicos.
g) Não devem ter efeitos deletérios ao ambiente.
Parte 3 -

Nutrientes
Há vários nutrientes (vitaminas, elementos traço, celuloses, sais de ácidos orgânicos), cuja
nomenclatura é muito clara sobre suas funções de nutrientes e outras adicionais definidas no
grupo a que pertencem. Vitaminas, próvitaminas, substâncias quimicamente definidas e
aminoácidos sintéticos também usados em pequenas quantidades têm suas funções bem
definidas do ponto de vista de categoria de nutrientes.

Pró-nutrientes
São definidos como um microingrediente de uso em rações animais, que usados em pequena
quantidade melhora o valor intrínseco da mistura de nutrientes da dieta. Estas substâncias
trabalham em beneficio dos nutrientes. O termo está em acordo com a terminologia aceita e
existente de antinutrientes, os quais pioram a performance animal. Portanto, os pró-
nutrientes, melhoram a performance animal. Como um adjetivo, "pró-nutriente" serve para
especificar uma função e natureza conjunta, como por exemplo, um pró-nutriente enzimático
ou pró-nutriente antibiótico.

Coadjuvantes de elaboração
São substâncias ou preparações contendo substâncias que tenham efeito demonstrável nas
características dos alimentos. São conhecidos também com microingredientes tecnológicos e
melhoram as propriedades de armazenamento, organolépticas e mistura dos alimentos.  Os
coadjuvantes de elaboração permitirem o uso de mecânica, umidade temperatura e energia no
condicionamento do processo de fabricação de rações. Entre os exemplos estão os aromas,
aglutinantes para pellets, antioxidantes, preservativos, emulsificantes e secantes para fluidez
de misturas.

Profiláticos
Nessa categoria consta apenas os anticoccidicos e antihistomonas, os quais também podem
ser incluídos nas rações medicadas com o propósito de tratamento terapêutico.

Classificação Brasileira
O Brasil segue a proposta do Ministério da Agricultura (INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 13, DE 30
DE NOVEMBRO DE 2004) onde os aditivos são classificados em:

Aditivos tecnológicos
Qualquer substância adicionada ao produto destinado à alimentação animal com fins
tecnológicos (adsorventes, antioxidante, etc...).

Aditivos sensoriais
Qualquer substância adicionada ao produto para melhorar ou modificar as propriedades
organolépticas destes ou as características visuais dos produtos (corantes, aromatizantes,
palatabilizantes, etc...).

Aditivos nutricionais
Toda substância utilizada para manter ou melhorar as propriedades nutricionais do produto
(vitaminas, aminoácidos, etc...).

Aditivos zootécnicos
Toda substância utilizada para influir positivamente na melhoria do desempenho dos animais
(enzimas, probioticos, prebioticos, acidificantes, etc...).

Anticoccidianos
Substância destinada a eliminar ou inibir protozoários

Parte 4 -

Adsorventes
São substâncias adicionadas aos alimentos destinados aos animais, que não são absorvidos no
trato gastrointestinal, ligam-se as micotoxinas transportando-as total ou parcialmente para
fora do trato digestivo, impedindo a intoxicação. São considerados como adsorventes os
aluminosilicatos, bentonita e mananoligosacarideos.

Aglomerantes / Aglutinantes
São substâncias que possibilitam às partículas individuais de um alimento aderir-se umas às
outras, aumentando a capacidade de peletização dos ingredientes, melhorando a qualidade do
pelete e permitindo a adição de óleos e gorduras aos produtos prensados. O lignosulfonato e a
proteína isolada da soja, são exemplos de aglutinantes.

Parte 5 -
Antiaglomerantes
São substâncias que reduzem a tendência das partículas individuais de um alimento a aderir-
se umas às outras.

Antioxidantes
São substâncias que prolongam o período de conservação dos alimentos e das matérias-
primas para alimentos, protegendo-os contra a deterioração causada pela oxidação. As
gorduras insaturadas contidas nos alimentos são suceptíveis a rancificação oxidativa,
ocorrendo perda do valor energético, destruição das vitaminas A e E e carotenóides,
especialmente a xantofila que é o pigmento que da coloração amarela as carcaças e gema do
ovo.
Os antioxidantes mais sintéticos comuns são o butil-hidroxi-tolueno (BHT) utilizado desde
1940, o butil-hidroxi-anisol (BHA) aprovado desde 1954, ambos são efetivos na estabilização
de gorduras de origem animal, o tetrabutil hidroxiquinona (TBHQ) é o antioxidante mais
recente, aprovado em 1972, é efetivo tanto para as gorduras de origem animal como para
óleos vegetais. Este antioxidante combinado com o BHT e ou BHA constitui uma das misturas
mais utilizadas para a estabilização de óleos e gorduras.
A etoxiquina (ETOX) é utilizada principalmente em farinha e ou óleos de pescado. O ETOX não
esta aprovado para utilização direta em produtos destinados ao consumo humano. A vitamina
E e o ácido ascórbico são exemplos de antioxidantes naturais.

Parte 6 - Antiumectantes

São substâncias capazes de reduzir as características higroscópicas dos alimentos.

Anticoccidianos
São produtos que adicionados aos alimentos tem a finalidade de prevenir a coccidiose,
podendo ser ionóforos, químicos e associações. A coccidiose causada por protozoários do
gênero Eimeria, que vivem intercelularmente, ao longo do epitélio intestinal das aves,
apresenta alto grau de especificidade ao hospedeiro e ao intestino, ocorrendo apenas em aves
domésticas. Outros tipos de Eimeira podem estar presentes em bovino, coelhos, ovinos, e em
suínos, onde também estão presentes espécies do gênero Isospora.  A coccidiose aviária é
uma das doenças infecciosas de maior importância econômica da avicultura industrial. As
perdas na avicultura são mais perceptíveis devido ao ciclo produtivo mais curto, no caso de
frangos de corte, e são decorrentes da má administração da resistência parcial ou total dos
aditivos utilizados como preventivos.
Atualmente os compostos quimioterápicos  (compostos químicos sintéticos) e os ionóforos
(produzidos a partir da fermentação de vários microorganismos) são os mais utilizados.
Os ionóforos provocam o desequilíbrio osmótico das eimérias, com maior perda de energia na
bomba de Na-K, ocorrendo sua vacuolização. Atuam geralmente na fase inicial de vida das
eimérias podendo ser coccidiostáticos (interrompendo o ciclo do parasita sem destruí-lo) e/ou
coccidicidas (matando os parasitas). Os compostos químicos atuam em diferentes pontos do
metabolismo das eimérias em distintas fases do ciclo de vida das eimérias podendo ser
coccidiostáticos e/ou coccidicidas.
A nicarbasina está associada à mortalidade por apresentar intolerância ao efeito de altas
temperaturas nos períodos quentes do ano, o que faz com que o seu uso seja descontinuado,
limitando à exposição prolongada nas granjas e assim apresentando pouca resistência. Entre
os quimioterápicos mais usados no controle da coccidiose estão: nicarbazina, robenidina,
amprolium e o diclazuril, e entre os ionóforos: maduramicina, monensina, narasina,
salinomicina, sem-duramicina e a lasalocida.

Parte 7 - Acidificantes

São ácidos orgânicos ou inorgânicos adicionados à dieta, visando redução do pH do trato


digestivo com objetivo de facilitar a digestão e controlar a flora microbiana. A quantidade de
acidificante a ser adicionada à ração depende do seu pH e de sua capacidade tamponante. O
modo exato de ação destes ácidos não é exatamente conhecido mas há consenso nos
seguintes aspectos:
a. A acidificação da dieta pode reduzir o pH estomacal e aumentar a ação da pepsina na
digestão de peptídeos.
b. Com a redução do pH estomacal há redução na taxa de esvaziamento do estômago,
aumentando a digestão de peptídeos.
c. Essa redução de pH no estômago pode reduzir a proliferação de patógenos.
Os ácidos orgânicos e inorgânicos podem aumentar a conservação dos ingredientes e rações.
Os ácidos cítrico e fumárico são acidificantes que podem ser empregados nas rações pré-
iniciais. Entretanto, o efeito do acidificante na dieta sobre o desempenho dos suínos, depende
da idade dos animais, da composição da dieta e da presença ou ausência de antimicrobianos.
As quantidades de acidificantes empregadas dependem da capacidade em reduzir o pH.

Parte 8
Antifúngicos
São substâncias que atuam diretamente sobre os microorganismos indesejáveis, controlando
seu desenvolvimento. Os antifúngicos previnem ou eliminam a presença de fungos nas
matérias primas e rações destinadas à alimentação animal, evitando o aparecimento de
micotoxinas, assim como perdas de valor nutritivo. Alguns antifúngicos são o ácido propiônico
e seus sais, violeta genciana, oxinato de cobre.

Parte 9

Aromatizantes
São substâncias que conferem ou intensificam o aroma dos alimentos, melhorando sua
aceitação e, conseqüentemente, estimulam o consumo pelo animal. Provocam as atividades de
secreção das glândulas, favorecendo o aproveitamento do alimento pelo animal.
Corantes
São substâncias que conferem ou intensificam a cor dos alimentos, podem ser naturais,
artificiais e inorgânicos. Os corantes naturais são o açafrão, ácido carmínico, carmim, índigo,
páprika, urucum, caramelo, e devem ser utilizados nas quantidades que sejam suficientes para
a obtenção do efeito desejado. Alguns corantes artificiais são o amarelo crepúsculo, azul
brilhante, amaranto, vermelho 40, de acordo com a resolução nº 04 de 24 de novembro de
1988 do Conselho Nacional de Saúde e do Ministério da Saúde, os corantes artificiais
adicionados aos alimentos processados à base de cereais não devem exceder a 0,01 g/100 g
de produto a ser consumido, e os corantes inorgânicos são o caulim, filito, óxido de ferro e o
dióxido de titânio, devem ser utilizados em quantidade suficiente para obtenção dos efeitos
desejados.

Parte 10

Emulsificantes
São substâncias que possibilitam a formação ou a manutenção de uma mistura homogênea de
duas ou mais fases não miscíveis nos alimentos.
Enzimas
As enzimas digestivas promovem a hidrólise dos componentes dos alimentos tornando os
nutrientes mais disponíveis para a absorção. Contudo, em muitas circunstâncias as enzimas
são produzidas pelos animais em quantidades insuficientes ou mesmo nem são produzidas,
dificultando a digestão dos alimentos. 
Assim, a utilização de enzimas exógenas nas rações pode se constituir em ferramenta eficiente
para melhorar a eficiência de utilização dos alimentos pelos animais. A escolha do tipo de
enzima a ser utilizada vai depender do tipo de substrato que se des eja trabalhar.
As enzimas digestíveis podem ser divididas em 3 grupos:
1. Enzimas para alimentos de baixa viscosidade, como dietas à base de milho e sorgo e soja.
2. Enzimas para alimentos de alta viscosidade, como trigo, centeio, cevada, aveia, triticale e
farelo de arroz.
3. Enzima Fitase para degradar o ácido fítico.
Nas dietas a base de cereais de alta viscosidade, geralmente os complexos enzimáticos são
compostos por carboidrases (glucanase, amilase, xilanase, arabinoxilanase, celulase,
hemicelulase). Para dietas de baixa viscosidade , os suplementos enzimáticos geralmente
contém amilase, protease, lípase e xilanase. E para alimentos ricos em fósforo orgânico, a
fitase.

Fitases – Tem sido largamente estudada em dietas de suínos e aves. Nos vegetais cerca de
2/3 do P encontra-se ligado aos fitatos e em geral, seria suficiente para atender as funç ões
essenciais dos suínos, não fosse sua baixa disponibilidade, varia ndo de 15 a 50% dependendo
do vegetal. Isso ocorre devido ao fósforo estar presente na forma de fitato, o qual é
praticamente indigestível, sendo eliminado nas fezes.
Assim, há necessidade de se suplementar P através de fontes inorgânicas para atender as
exigências para máximo desempenho. Obviamente, se os animais são alimentados com
quantidades de fósforo acima do requerido, o excesso é eliminado através dos dejetos,
agravando-se o problema de contaminação ambiental. A adição de fitases exógenas às dietas
servem para disponibilizar o P orgânico presente nos vegetais.
Fitases são enzimas que possuem a propriedade de romper a ligação do fósforo orgânico ligado
aos sais de ácido fítico, tornando-o disponível biologicamente nas formas de inositol e
ortofosfato. Mede-se a atividade das fitases (FTU) pela quantidade de micromoles de P
inorgânico liberado pelo fitato de sódio, em um minuto, na temperatura de 37oC e em pH de
5,5 ( 1 FTU = 1 micro-mol P inorgânico).

Beta - Glucanase e endoxilanase - Beta -glucanas e pentosanas solúveis (xilose +


arabinose), são observadas em diversos cereais e possuem a capacidade de formar géis, em
contato com a água, dando origem a soluções viscosas que retardam a absorção de nutrientes.
É postulado que as pentosanas formam ligações complexas com a fração albúmen da proteína.
Também é sugerido que as pentosanas aumentam o volume da dieta em função de sua
capacidade de reter água no trato gastrointestinal provocando uma depressão no consumo de
alimentos.
A Beta-Glucanase é uma enzima que atua sobre o polisacarídio Beta-glucano presente no
cereal, liberando maior quantidade de açucares disponíveis. Uma unidade de Beta-Glucanase
(BGU) é definida como a quantidade de enzima que em solução de 0,5% de Beta-glucano a 40
oC e pH de 3,5, libera 0,278 micro-mol de açúcares redutores por minuto, medido como
glicose.
A endoxilanase é uma enzima que atua sobre as pentosanas presentes nos cereais,
degradando-as em açucares de maior disponibili dade aos animais. Uma unidade de
endoxilanase (EXU) é definida como a quantidade de enzima que uma solução de xilano a 1%,
a 40 oC e pH de 3,5, libera 1  micro-mol de açúcar redutor, medido como xilose.
Pectinases, Alfa-Amilases, Proteases e Lipases - são enzimas que agindo sobre pectina,
amidos, proteínas e lipídios presentes nos produtos destinados a alimentação animal liberam
respectivamente os sacarídios, aminoácidos, peptidios e lipídios para melhor absorção animal.
Parte 11

a) Melhora a digestibilidade de carboidratos complexos;


b) Aumenta a utilização da energia;
c) Remove os aspectos negativos sobre a atividade do lúmen e consistência das excretas;
d) Melhora a digestibilidade de lipídios em animais jovens;
e) Melhora a utilização de fósforo;
f) Reduz a excreção de nutrientes no meio ambiente e conseqüentemente, a poluição
ambiental.
Existem duas alternativas para a incorporação de complexos multienzimáticos nas dietas.
Uma consiste em suplementar as dietas por cima (over de top), a uma formulação existente,
sem alterar os níveis nutricionais, objetivando melhorar o ganho de peso e a eficiência em
relação aos custos.
A outra alternativa consiste em alterar a formulação de dieta, buscando reduzir custos. Neste
caso as dietas teriam os níveis de energia, proteína e/ou aminoácidos reduzidos, e seriam
suplementadas com enzimas, buscando obter o mesmo desempenho de uma dieta com níveis
nutricionais normais.
A utilização de enzimas exige cuidados especiais pois, geralmente são instáveis a altas
temperaturas (70 a 75°C) e a alta umidade.
Estabilizante: são substâncias que possibilitam a manutenção do estado físico dos alimentos.

Parte 12
Espersantes
São substâncias que aumentam a viscosidade dos alimentos.
Fitogênicos
Os extratos de plantas são constituídos por óleos essenciais, estes óleos são extraídos de
diferentes partes das plantas, folhas, semente, frutos, bulbos, rizomas, cascas, etc. Estes
óleos essenciais contêm mistura de substâncias, as quais são princípios ativos com efeito
promotor de crescimento de aves e outros animais.
Muitas plantas possuem propriedades medicinais conhecidas e exploradas pela medicina
tradicional há milhares de anos, porém o uso de compostos de plantas para melhorar o
desempenho dos animais é recente e existem poucos trabalhos aplicados à al imentação
animal.
Gelificantes
São substâncias que dão textura a um alimento mediante a formação de um gel.

Parte 13

Palatabilizantes
Produto natural obtido mediante processos físicos, químicos, enzimáticos ou microbiológicos
apropriados a partir de materiais de origem vegetal ou animal, ou de substâncias definidas
quimicamente, cuja adição aos alimentos aumenta sua palatabilidade e aceitabilidade.
Ao contrário dos bovinos, 25.000 papilas gustativas e seres humanos, 9.000, as aves possuem
aproximadamente 24 papilas gustativas sendo consideradas sem habilidade de selecionar
alimento em presença de palatabilizantes, assim deve-se tomar cuidado para não extrapolar os
resultados de outros animais para as aves.

Parte 14
Pigmentantes

São substâncias adicionadas aos produtos destinados à alimentação animal, com a finalidade
de intensificar a coloração dos produtos animais para consumo. Podem ser naturais ou
sintéticos. Os naturais são a alfafa, parte aérea da mandioca, milho, subprodutos do milho, e
produtos derivados da planta Marigold (pétalas).
São os pigmentos carotenóicos presentes nesses ingredientes que fornecem a coloração
amarela ou laranja aos tecidos gordurosos das aves, a gema de ovo, pernas, bicos de frangos
de corte e poedeiras, sendo que o pigmento carotenóico mais importante nos ingredientes
naturais é a xantofila.
O calor e a oxidação destroem esses pigmentos, sendo importante a adição de antioxidante
para a preservação dos mesmos. Alguns pigmento sintéticos são a cantaxantina,
citranaxantina e a astaxantina.

Parte 15
Prebióticos
São ingredientes que não são digeridos pelas enzimas digestivas do hospedeiro, mas que são
fermentados pela flora bacteriana do trato digestório originando substâncias que estimulam
seletivamente o crescimento e/ou atividade de bactérias benéficas e inibem a colonização de
bactérias patógenas ou indesejáveis.
As principais fontes de prebióticos são os mananoligossacarídeos, frutoligossacarídeos e os
galactoligossacarídeos. Uma vez presentes no intestino, como não são  digestíveis, servem de
substrato para fixar outras bactérias, que acabam sendo eliminadas do intestino por exclusão
competitiva, sem causar dano ao animal.
Mananoligossacarídeo (MOS): Mananoligossacarídeos são derivados de glucamanoproteínas
da parede celular de leveduras. Seu principal modo de ação seria através do estímulo ao
crescimento das vilosidades intestinais, aumentando a área de contato com os nutrientes e
assim melhorando a absorção e conversão alimentar. Cita-se também sua ação como
carreador de bactérias patogênicas.

Frutoligossacarídeo (FOS): São compostos de sacarose ligados de uma a três moléculas de


Frutose através de ligações b. Sua ação está relacionada ao estímulo no crescimento de
espécies dos gêneros Lactobacillus e Bifidobacterium. 

Parte 16

Hoje, na série sobre Aditivos de Uso na Alimentação Animal, a Engenheira Agrônoma


Alessandra Schmidt, da Uniquímica,  continua a explicação sobre os grupos dos
Aditivos. No capítulo de hoje, ela fala sobre os Probióticos.

Probióticos

São cepas de microrganismos vivos (viáveis), que agem como auxiliares na recomposição da
flora microbiana do trato digestivo dos animais, diminuindo o número dos microrganismos
patogênicos ou indesejáveis. A ação desses microrganismos parece ser através de inibição
competitiva, principalmente de E. coli, ou alteração do pH intestinal, através da formação de
lactato, favorecendo o desenvolvimento daqueles microrganismos que favorecem o
hospedeiro, promovendo aumento de ganho de peso e melhora da eficiência alimentar.
Esporos e células vivas de Bacilllus toyoi e subtilis, Lactobacillus acidophilus, Saccharomyces
cerevisae e Streptococcus faecium tem sido empregados em concentrações indicadas por
fabricantes, como probióticos.
O trato digestivo dos animais está exposto ao meio exterior e, portanto, sujeito ao
estabelecimento de uma microflora benéfica que pode contribuir nos processos digestivo e
absortivo bem como de uma outra, maléfica, que pode competir, inibir respostas imunes e
produzir metabólicos que levam a problemas enteropatogênicos, resultando em perda de
desempenho pelos animais.
Existe uma microflora natural no trato gastro-intestinal dos animais de difícil definição e
composta de mais de 400 espécies sendo que esta começa e se estabelecer logo após o
nascimento.
Pesquisas têm mostrado a presença de E. coli, Streptococcus e lactobacillus no trato digestivo
de leitões em apenas 3 horas após o nascimento.
Dois tipos de bactérias podem se estabelecer, um associado com o epitélio gastrointestinal
(permanente), e um outro, livre no lúmem intestinal (transeunte). Em condições de estresse,
ocorre um desequilíbrio da microflora intestinal sendo que as benéficas, em sua maioria,
permanentes, reduzem suas concentrações e permitem o desenvolvimento da microflora
enteropatogênica, resultando  aí o desequilíbrio.

Quando o animal está nessa situação, ocorre uma redução da síntese de mucopolissacarídeos
na mucosa intestinal, sendo este, o nutriente essencial para a manutenção e multiplicação de
bactérias benéficas, possibilitando assim, a elevação do pH intestinal e favorecendo as
bactérias enteropatogênicas do tipo E. coli, como por exemplo.
O resultado é o espessamento da parede intestinal (defesa), com consequente redução da
eficiência absortiva intestinal, que na prática, resulta em piora na conversão alimentar e no
ganho de peso dos animais.
Durante muito tempo, vem se utilizando antibióticos bem como outras substâncias
quimioterápicas no sentido de promover melhorias no ganho de peso e conversão alimentar
dos animais. São promotores de crescimento ou ativadores de produção, utilizados largamente
em rações de monogástricos no mundo e, especialmente no Brasil.
Por outro lado, a abertura das informações no mundo moderno tem levado a mudanças de
critérios nas transações comerciais devido a pressão dos consumidores, no sentido de evitar
produtos contaminados por aditivos, principalmente antibióticos.
Pesquisa recente na Comunidade Econômica Européia, chegou-se a conclusão de que
aproximadamente 10% da população, tem evitado o consumo de carnes de suínos e de aves,
por considerá-las contaminadas por antibióticos.
Uma das alternativas que os pesquisadores visualizam para os antibióticos seriam os
probióticos.
O termo probiótico, em contraposição aos antibióticos, significa  em favor da vida e foi
utilizado primeiramente por Lilly & Stiwell (1965), que descrevem como microorganismos que
contribuem para o balanço microbiano do intestino. A maioria dos probióticos testados em
aves e suínos são do tipo ácido láctico (Lactobacillus acidophilus, L. bulgaricus, L. plantarum,
L. casei, Streptococcus faecium, S. lactius, S. thermophillus e S. diacetilactus)  e outros
microorganismos como  Bacillus subtilis, B. toyoi, Aspergillus oryzae, Torulopsis, Bificus
bifidum,  etc... . São utilizados combinados ou isolados e as vezes associados a leveduras,
enzimas ou outros  agentes classificados como probióticos.
O Food and Drugs Administration (FDA) dos estados Unidos da América, define os probióticos
como fonte de microorganismos viáveis que ocorre naturalmente e pode ser utilizado
diretamente na ração dos animais e está também aceito na categoria GRAS (Generaly
regarding as safe). Os probióticos após ingeridos, encontram meio adequado para
multiplicação e colonizam o trato digestivo e, por exclusão competitiva, se estabelecem sobre
outros microorganismos aí presentes.
O resultado é um equilíbrio microbiano a favor da microflora benéfica, possibilitando redução
de pH , reduzindo enteropatogênicas e, consequentemente, redução de E. coli, de produção de
toxinas, de competição por nutrientes, estimulando a imunidade com aumento de atividade
dos anticorpos, melhorando a eficiência alimentar, aumentando a energia da dieta e a retenção
de N e reduzindo o nível de colesterol no soro e fígado.
Além do efeito importante que é a redução do pH, os microorganismos benéficos produzem
metabólitos que atuam inibindo as bactérias enteropatogênicas. Como exemplos, os
Lactobacillus acidophilus produzem acidofilina, lactocidina e acidolina. L. plantarum produzem
lactonina. Streptococcus , nisina e diplococcina, além da maioria que produzirem suficiente
quantidade de peróxido de hidrogênio, que inibe vários microorganismos. Estes metabólicos
têm demonstrado em laboratório a inibição do crescimento de Salmonellas, Shigella,
Staphylococcus, Proteus, Klebsiela, Pseudomonas, Bacillus e Vibrio.
Durante as décadas de 70 e 80, foram realizados muitos trabalhos com a utilização de
microorganismos viáveis, sendo que, mais de 50% das pesquisas, encontrou-se benefícios.
Por outro lado, na década de 90, poucas foram as pesquisas que não se verificou efeitos do
uso dos probióticos como promotores de crescimento, indicando uma maior especialização da
indústria de microorganismos biotecnologia, adaptando concentrações e espécies, visando uma
melhor resposta animal. Os resultados atuais suportam a eficácia do uso de probióticos como
ativadores de produção, durante fases específicas da criação. Alguns produtos comerciais
misturam o probiótico e o prebiótico que denominam de simbióticos.

Parte 17

Promotores de Crescimento

São aditivos que servem para melhorar o crescimento e a utilização dos alimentos. De maneira
geral, podem ser chamados também de estimulantes do crescimento ou ativadores de
produção.

Existem várias explicações (teorias) sobre a forma de atuação dos promotores de crescimento,
quais sejam:

      a)   atuam eliminando ou reduzindo a atividade de germes causadores de doenças


subclínicas.
      b)   estimulam os microorganismos benéficos que sintetizam nutrientes no trato
gastrointestinal.
      c)   atuam reduzindo o crescimento de bactérias competitivas com o hospedeiro, e
      d)   aumentando a capacidade de absorção dos nutrientes devido ao adelgaçamento da
parede intestinal.

Verifica-se que as teorias estão interligadas, e, o mais correto é considerar todos os efeitos
conjuntos, resultando em melhoria da absorção de nutrientes, devido a redução de proteção
de parede absortiva, por melhores condições da microbióta intestinal favorável ao hospedeiro,
resultando em parede intestinal mais delgada, com redução das barreiras de absorção. 
Na prática, a utilização destes aditivos tem melhorado de 4 a 8% o crescimento e a eficiência
alimentar de aves e suínos, no entanto, esta melhoria no rendimento é mais notável nas fases
inicial e crescimento destes animais, assim como em condições sanitárias e de balanceamento
da ração inadequadas.
São compostos sintéticos orgânicos, compostos químicos ou elementos inorgânicos simples
administrados em pequenas quantidades. Alguns desses microingredientes promotores de
crescimento e/ou de eficiência alimentar podem ser empregados em doses mais altas na
prevenção de doenças e dessa forma, passam a ser considerados terapêuticos.
A resposta e o nível de uso de um aditivo especifico depende de alguns fatores, como: a)
estágio de crescimento, sendo menor a medida que o animal cresce. b) prevalência de doenças
dentro do rebanho. c) tipo de aditivo e d) do ambiente em que se encontra o rebanho,
apresentando menores efeitos quando o ambiente for bom.
Os promotores de crescimento disponíveis no mercado são produtos obtidos a partir da
fermentação de fungos ou bactérias, tais como, virginamicina, tylosina, lincomicina,
avilamicina, tiamulina, bacitracina, flavomicina, colistina, etc..., ou compostos sintéticos
químicos, como, ácido 3-nitro, ácido arsanílico, nitrovin, halquinol, ou elementos inorgânicos,
tais como, o cobro, o zinco e seus sais.

Parte 18

Repartidores de energia

A classificação de Rosen (1996) não identifica o grupo dos repartidores de energia, porém esses,
são compostos sintéticos de análogos hormonais (Ractopamina, um beta-agonistas), ou o próprio
hormônio recombinante do crescimento suíno (pST).
Ambos podem ser considerados como repartidores de energia porque modificam as taxas de
deposição de gordura e proteína do corpo animal. A Ractopamina é um composto granulado que
pode ser usado na ração e o pST deve ser injetado em doses diária por um período de 28 dias pré-
abate (este produto ainda não tem registro de uso no Brasil, porém há tramitação de documentos
nesse sentido junto ao Ministério de Agricultura).
Com os beta agonistas, o conteúdo de proteína aumenta de 4 a 8%, a área de olho de lombo
aumenta de 9 a 15% e a gordura total da carcaça é reduzida de 10 a 17%. Porém, a magnitude da
resposta é função da dose aplicada e do tipo de beta-agonista utilizado. Os padrões de deposição de
tecido protéico e adiposo são alterados de forma seletiva, especificamente é alterada a deposição de
músculos na carcaça mas não a deposição de pele e ossos.
Similarmente a deposição de tecidos adiposos subcutâneo, abdominal e intramuscular são
reduzidos, o mesmo não ocorre com a deposição de gordura intramuscular.
O pST tem sido estudado quanto aos seus efeitos em suínos principalmente na duas ultimas décadas
e um sumário de 20 experimentos foi feito por Holden (1994), no qual os benefícios do pST foram
de 15,2 % mais ganho de peso, 21,1% melhor eficiência alimentar, 24,8% menos gordura, 18,5%
mais área de olho de lombo e  9,8 % mais músculo.

Parte 19

Umectante
Substância capaz de evitar a perda da umidade dos alimentos.

Vitaminas, provitaminas e microminerais

Nesses grupos a função exercida pelos minerais ou vitaminas tem efeito puramente
nutricional, sendo incluídos como microingredientes de formulação dentro de pré-misturas de
vitaminas e minerais. Porém, algumas vitaminas podem ser classificadas noutros grupos como
por exemplo as vitaminas  E e C como antioxidantes.
Parte 20
Resumo das enzimas.
Parte 21
Extratos de plantas e suas indicações.
Parte 22

Resumo da classificação dos antibióticos.

Parte 23
Final

Hoje, na série sobre Aditivos de Uso na Alimentação Animal, a Engenheira Agrônoma


Alessandra Schmidt, da Uniquímica, apresenta uma tabela sobre a relação de algumas
substâncias auxiliares e seus níveis de uso nas rações.

 
Esta foi a última parte da série sobre Aditivos de Uso na Alimentação Animal, produzida pela
Engenheira Agrônoma Alessandra Schmidt, da Uniquímica. 
Para informações adicionais, entre em contato através do e-mail:
comunicacao@uniquimica.com

Giovana de Paula
Uniquímica - Departamento de Comunicação.

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